Brasília-DF, 2010. Direito Reservado ao PosEAD. Pós-Graduação a Distância Coordenação Pedagógica 1 Elaboração: Aline Sampaio de Oliveira Produção: Coordenação Pedagógica Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração 2 Apresentação........................................................................................................................................ 4 Organização do Caderno de Estudos e Pesquisa ................................................................................ 5 Organização da Disciplina ................................................................................................................... 6 Introdução ............................................................................................................................................ 8 Provocação ........................................................................................................................................... 9 Unidade I – A Escola como Local de Trabalho na Perspectiva da Supervisão Escolar. ................... 11 Capítulo 1 – A Atuação do Pedagogo e a Supervisão Escolar ....................................................... 11 Capítulo 2 – Conceituando Coordenação Pedagógica................................................................... 13 Capítulo 3 – O Papel do Coordenador Pedagógico na Organização da Escola ................................ 17 Unidade II – Perfil e Identidade do Coordenador Pedagógico ........................................................... 21 Capítulo 4 – O Perfil do Coordenador Pedagógico diante das Necessidades da Escola .................. 21 Capítulo 5 – O Coordenador Pedagógico no Desenvolvimento das Relações Interpessoais da Escola ................................................................................................................ 24 Unidade III – A Atuação do Coordenador Pedagógico na Busca da Autonomia da Escola .............. 27 Capítulo 6 – Projeto de Ação Pedagógica/Planejamento Educacional ........................................... 27 Capítulo 7 – Conceito de Projeto Político-Pedagógico .................................................................. 29 Capítulo 8 – O Papel da Coordenação Pedagógica na Elaboração do Projeto Político-Pedagógico ................................................................................ 31 Unidade IV – A Coordenação Pedagógica na Busca da Qualidade do Ensino ................................... 33 Capítulo 9 – Conceituando Qualidade do Ensino .......................................................................... 33 Capítulo 10 – O Coordenador Pedagógico e a Formação Continuada. ............................................. 37 Capítulo 11 – A Avaliação como Elemento Indispensável da Ação Coordenativa ............................ 40 Para (não) Finalizar .............................................................................................................................. 44 Referências ........................................................................................................................................... 46 Pós-Graduação a Distância Sumário 3 Apresentação Caro aluno, Bem-vindo ao estudo da disciplina Coordenação Pedagógica. Este é o nosso Caderno de Estudos e Pesquisa, material elaborado com o objetivo de contribuir para a realização e o desenvolvimento de seus estudos, assim como para a ampliação de seus conhecimentos. Para que você se informe sobre o conteúdo a ser estudado nas próximas semanas, conheça os objetivos da disciplina, a organização dos temas e o número aproximado de horas de estudo que devem ser dedicadas a cada unidade. A carga horária desta disciplina é de 60 (sessenta) horas, cabendo a você administrar o tempo conforme a sua disponibilidade. Mas, lembre-se, há uma data-limite para a conclusão do curso, implicando a apresentação ao seu tutor das atividades avaliativas indicadas. Os conteúdos foram organizados em unidades de estudo, subdivididas em capítulos de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos básicos, com questões para reflexão, que farão parte das atividades avaliativas do curso; serão indicadas também fontes de consulta para aprofundar os estudos com leituras e pesquisas complementares. Desejamos a você um trabalho proveitoso sobre os temas abordados nesta disciplina. Lembre-se de que, apesar de distantes, podemos estar muito próximos. Coordenação Pedagógica A Coordenação do PosEAD 4 Organização do Caderno de Estudos e Pesquisa Organização do Caderno de Estudos e Pesquisa Apresentação: Mensagem da Coordenação do PosEAD. Organização da Disciplina: Apresentação dos objetivos e carga horária das unidades. Introdução: Contextualização do estudo a ser desenvolvido pelo aluno na disciplina, indicando a importância desta para a sua formação acadêmica. Ícones utilizados no material didático Provocação: Pensamentos inseridos no material didático para provocar a reflexão sobre sua prática e seus sentimentos ao desenvolver os estudos em cada disciplina. Para refletir: Questões inseridas durante o estudo da disciplina, para estimulá-lo a pensar a respeito do assunto proposto. Registre aqui a sua visão, sem se preocupar com o conteúdo do texto. O importante é verificar seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. É fundamental que você reflita sobre as questões propostas. Elas são o ponto de partida de nosso trabalho. Textos para leitura complementar: Novos textos, trechos de textos referenciais, conceitos de dicionários, exemplos e sugestões, para apresentar novas visões sobre o tema abordado no texto básico. Sintetizando e enriquecendo nossas informações: Espaço para você fazer uma síntese dos textos e enriquecê-los com a sua contribuição pessoal. Sugestão de leituras, filmes, sites e pesquisas: Aprofundamento das discussões. Para (não) finalizar: Texto, ao final do Caderno, com a intenção de instigá-lo a prosseguir na reflexão. Referências: Bibliografia consultada na elaboração da disciplina. Pós-Graduação a Distância Praticando: Atividades sugeridas, no decorrer das leituras, com o objetivo pedagógico de fortalecer o processo de aprendizagem. 5 Organização da Disciplina Ementa: A coordenação pedagógica e a complexidade da organização escolar. A identidade e o perfil do coordenador pedagógico. O papel da coordenação pedagógica e do coordenador pedagógico, como elementos articuladores de propostas de ação coletiva na escola. A relação professor, coordenador pedagógico e a realidade social. Planejamento, avaliação e técnicas ou instrumentos da ação pedagógica. Mediação da coordenação pedagógica no fortalecimento da autonomia escolar, bem como na busca da qualidade da escola. Objetivos: • Identificar as diversas áreas de atuação do pedagogo na escola. • Conceituar a coordenação pedagógica e o papel do coordenador pedagógico. • Analisar o perfil e a identidade do coordenador pedagógico frente às necessidades da escola. • Investigar o coordenador pedagógico como elemento aglutinador das relações interpessoais que acontecem na escola. • Refletir sobre os pressupostos do planejamento educacional, reconhecendo a função do coordenador pedagógico na concepção e execução do Projeto Político-Pedagógico. • Definir qualidade do ensino, verificando o papel do coordenador pedagógico na formação continuada e na avaliação que acontece na escola. Unidade I – A Escola como Local de Trabalho na Perspectiva da Supervisão Escolar Carga horária: 10 horas Conteúdos A Atuação do Pedagogo e a Supervisão Escolar Conceituando Coordenação Escolar O Papel do Coordenador Pedagógico na Organização da Escola Capítulos 1 2 3 Unidade II – Perfil e Identidade do Coordenador Pedagógico Coordenação Pedagógica Carga horária: 10 horas 6 Conteúdos O Perfil do Coordenador Pedagógico diante das Necessidades da Escola O Coordenador Pedagógico no Desenvolvimento das Relações Interpessoais da Escola Capítulos 4 5 Organização da Disciplina Unidade III – A Atuação do Coordenador Pedagógico na Busca da Autonomia da Escola Carga horária: 20 horas Conteúdos Projeto de Ação Pedagógica/Planejamento Educacional Conceituando o Projeto Político-Pedagógico O Papel da Coordenação Pedagógica na Elaboração do Projeto Político-Pedagógico Capítulos 6 7 8 Unidade IV – A Coordenação Pedagógica na Busca da Qualidade do Ensino Carga horária: 20 horas Capítulos 9 10 11 Pós-Graduação a Distância Conteúdos Conceituando Qualidade do Ensino O Coordenador Pedagógico e a Formação Continuada A Avaliação como Elemento Indispensável da Ação Coordenativa 7 Introdução O Caderno de Estudos e Pesquisa da disciplina Coordenação Pedagógica tem como objetivos apresentar seus principais pressupostos e investigar como esta área atua na organização do trabalho pedagógico da escola. Em cada unidade, versaremos sobre temas que buscam aprofundar os conhecimentos relacionados à coordenação pedagógica, permitindo reflexões e críticas. Do mesmo modo, buscaremos investigar como é o trabalho do coordenador pedagógico e como este se comporta frente aos desafios da escola. Na primeira unidade, buscamos situar as diversas áreas de atuação do pedagogo e, em particular, a coordenação pedagógica. Faremos um breve resgate da trajetória da supervisão educacional no Brasil e de como esta passou a ser denominada de coordenação pedagógica. Discute conceitos em que diversos autores dão para o tema e versa sobre o papel do coordenador pedagógico na instituição escolar. A segunda unidade aborda as qualidades que deve possui o coordenador pedagógico, traçando as características que moldam o perfil deste educador. Trata, ainda, sobre a importância do coordenador pedagógico para fortalecer a sua identidade profissional, apontando as disfunções que ocorrem no processo quando isso não acontece. Demonstra que o coordenador pedagógico desenvolve as relações interpessoais na escola quando dialoga e interage com os professores. O planejamento educacional e seus principais pressupostos são discutidos na terceira unidade visando à busca da autonomia e qualidade da escola. Conceitua os diversos tipos de planejamento existentes, ressaltando a importantíssima função que possui o Projeto Político-Pedagógico como instrumento poderoso na escola de qualidade e o papel da coordenação pedagógica em sua elaboração e concretização. A última unidade apresenta a qualidade da escola, definindo suas características. Para alcançá-la, a coordenação pedagógica atua na formação continuada dos profissionais que atuam na escola, por meio de estudos e reflexão permanentes. Finalizando, temos a avaliação da aprendizagem e institucional como elementos balizadores na busca permanente da excelência da educação e da qualidade oferecida pela escola. Esperamos que você possa aprofundar sua trajetória de aperfeiçoamento profissional e que este caderno seja bastante proveitoso para sua formação. Sucesso! Antes de prosseguir, reflita sobre a mensagem a seguir da escritora e poetisa goiana Cora Coralina (1889-1985). Coordenação Pedagógica ”Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina.” 8 Fonte: http://www.umtoquedemotivacao.com/motivacao/cronicas/a-ratoeira A Fábula do Rato Um rato, olhando pelo buraco na parede, vê o fazendeiro e sua esposa abrindo um pacote. Pensou logo no tipo de comida que haveria ali. Introdução Ao descobrir que era uma ratoeira ficou aterrorizado. Correu ao pátio da fazenda advertindo a todos: – Há uma ratoeira na casa, uma ratoeira na casa! A galinha disse: – Desculpe-me Sr. Rato, eu entendo que isso seja um grande problema para o senhor, mas não me prejudica em nada, não me incomoda. O rato foi até o porco e disse: – Há uma ratoeira na casa, uma ratoeira! – Desculpe-me Sr. Rato, disse o porco, mas não há nada que eu possa fazer, a não ser orar. Fique tranquilo que o Sr. Será lembrado nas minhas orações. O rato dirigiu-se à vaca. E ela lhe disse: – O quê? Uma ratoeira? Por acaso estou em perigo? Acho que não! Então, o rato voltou para casa abatido para encarar a ratoeira. Naquela noite ouviu-se um barulho, como o da ratoeira pegando sua vítima. A mulher do fazendeiro correu para ver o que havia pegado. No escuro, ela não viu que a ratoeira havia pegado a cauda de uma cobra venenosa. E a cobra picou a mulher… O fazendeiro a levou imediatamente ao hospital. Ela voltou com febre. Todo mundo sabe que para alimentar alguém com febre, nada melhor que uma canja de galinha. O fazendeiro pegou seu cutelo e foi providenciar o ingrediente principal. Como a doença da mulher continuava, os amigos e vizinhos vieram visitá-la. Para alimentá-los, o fazendeiro matou o porco. Muita gente veio para o funeral. O fazendeiro então sacrificou a vaca, para alimentar todo aquele povo. “Na próxima vez que você ouvir dizer que alguém está diante de um problema e acreditar que o problema não lhe diz respeito, lembre-se de que, quando há uma ratoeira na casa, toda fazenda corre risco. O problema de um é problema de todos.” Autor Desconhecido Disponível em:http://www.via6.com/topico.php?tid=67529 Pós-Graduação a Distância A mulher não melhorou e acabou morrendo. 9 Introdução Essa fábula tem alguma relação com o fazer pedagógico da escola? Coordenação Pedagógica Justifique. 10 Unidade I A Escola como Local de Trabalho na Perspectiva da Supervisão Escolar Capítulo 1 – A Atuação do Pedagogo e a Supervisão Escolar Vamos conhecer as muitas atuações do pedagogo dentro da escola. Este profissional, que é antes de tudo, um professor, pode atuar de muitas formas na organização escolar. São muitas as atribuições do pedagogo dentro da escola. Esse profissional, que é primeiramente um professor, pode também atuar como supervisor educacional, orientador educacional e gestor educacional. Na educação atual, há diversas áreas de atuação do pedagogo que têm o mesmo objeto de atuação que é o processo de conhecimento. Essas áreas se articulam dentro do trabalho coletivo na organização escolar e do trabalho pedagógico. A unidade introdutória abordará sucintamente as várias formas de atuação do pedagogo numa perspectiva do trabalho coletivo na organização escolar. Administração Escolar – Representado pelo Diretor da escola que tem como incumbência envolver toda a comunidade escolar na gestão da escola. Nesse enfoque, o gestor conjuga o compromisso político que o fazer educativo exige com sua própria competência técnica e de todos os agentes educacionais para atender bem a comunidade e promover o ensino de qualidade. O diretor também é o profissional que se responsabiliza pelo cotidiano da escola, gerenciando-a em seus aspectos físicos e humanos. Além disso, o diretor deve buscar sempre o fortalecimento da relação escola-comunidade, buscando fortalecer essa parceria. Supervisão Escolar/Coordenação Pedagógica – Representada pelo Supervisor Pedagógico ou Coordenador Pedagógico. Também denominada de coordenação pedagógica, a supervisão escolar é um processo técnico-pedagógico que visa alcançar a qualidade do ensino, por meio do domínio dos fundamentos da política educacional e do currículo. Para isso, o coordenador pedagógico deve conhecer e estimular a atuação profissional dos professores, subsidiando-os com apoio técnico e material, acompanhando de perto o desempenho do aluno, verificando a avaliação que acontece na escola. Para Saviani (1985), o pedagogo escolar é aquele que domina sistematicamente e intencionalmente as formas de organização do processo de formação cultural que se dá no interior das escolas. E como especialista deve ter o domínio das formas pelas quais o saber sistematizado é convertido em saber escolar, tornando-o, transmissível e assimilável na relação entre professor-aluno. E no interior das escolas, o pedagogo deve lembra-ser do seu papel, o qual será providenciar uma organização tal que cada criança, cada educando, em especial e os indivíduos das camadas trabalhadoras, não vejam Pós-Graduação a Distância Orientação Educacional – Representada pelo Orientador Educacional. Segundo Grispum (2003), caracteriza-se como um conjunto articulado e coerente de tarefas e ações que tendem a promover um ensino diversificado e de qualidade, dando atendimento aos diferentes usuários, por meio da promoção das relações interpessoais. Assim, possui um caráter mediador, sendo elo entre a família, aluno e escola, promovendo as relações interpessoais na escola. 11 A Escola como Local de Trabalho na Perspectiva da Supervisão Escolar Unidade I frustrados seus anseios de assimilar os conhecimentos metodológicos, e sim possibilitar um conhecimento, uma cultura que atribua uma nova qualidade às suas lutas no seio da sociedade. Vejamos o que Libâneo (2001) diz a respeito do pedagogo escolar: A atuação do pedagogo escolar é imprescindível na ajuda aos professores no aprimoramento do seu desempenho na sala de aula. [...] na análise e compreensão das situações de ensino com base em conhecimentos teóricos, ou seja, na vinculação entre as áreas do conhecimento pedagógico e o trabalho de sala de aula. Finalizando este capítulo, pode-se concluir que é muito grande a responsabilidade do pedagogo, qualquer que seja a sua área de atuação. Por isso, esse profissional deve procurar superar o trabalho fragmentado dentro da escola e promover a qualidade do ensino. O pedagogo é antes de tudo um professor. Você concorda com essa afirmação? Justifique sua resposta, escrevendo um texto de aproximadamente 10 linhas. Coordenação Pedagógica Encaminhe para o e-mail do tutor da disciplina. 12 A Escola como Local de Trabalho na Perspectiva da Supervisão Escolar Unidade I Capítulo 2 – Conceituando Coordenação Pedagógica “Supervisor” é o que procura a “visão sobre”, no interesse da função coordenadora e articuladora de ações, é também quem estimula oportunidades de discussão coletiva, crítica e contextualizada do trabalho. RANGEL, 2001. Antes de começar os estudos sobre a coordenação pedagógica, é preciso discorrer brevemente acerca das várias fases que esta área pedagógica teve no contexto brasileiro. Inicialmente denominada de supervisão escolar ou educacional, a coordenação pedagógica sofreu uma enorme evolução ao longo dos anos, passando por fases distintas ate chegar ao conceito e atribuição que possui atualmente. Para vários autores, dentre eles Nerici (1973), a supervisão escolar teve três formas distintas: fiscalizadora, construtiva e criativa. Fiscalizadora – Esta modalidade de Supervisão, considerada por muitos como inspeção escolar, seguia padrões rígidos e inflexíveis e não levavam em consideração as peculiaridades e especificidades das diversas regiões brasileiras e muito menos as diferenças individuais de cada aluno. Na visão de Alarcão (apud RANGEL, 2001) a supervisão educacional surgiu nos ano 1970, na qual a função de controle era a sua principal característica. Construtiva – A segunda fase, chamada de construtiva, surgiu da necessidade de melhorar significativamente a atuação dos professores. Para resolver os problemas detectados, os inspetores escolares passaram a promover cursos de aperfeiçoamento para os professores. Criativa – Atualmente a supervisão escolar encontra-se em sua fase criativa, a qual é separada da inspeção. Tem como o objetivo o aprimoramento de todo o processo ensino-aprendizagem e a busca, incessante, pela qualidade do ensino. A supervisão escolar criativa tem de ser democrática, inovadora e compartilhada. Por isso, estimula os professores a se aprimorarem profissionalmente. Nessa visão, o aluno é beneficiado por meio de uma educação voltada para o desenvolvimento do educando em todos os seus aspectos. A supervisão escolar atual combate então aquilo que é considerado distorções: a evasão, repetência, o não aproveitamento do aluno. Nessa concepção são muitos os desafios a serem sanados. Qual é o papel da supervisão diante das diversas necessidades da escola? Feita essa breve explanação sobre as fases da supervisão educacional, apresenta-se conceito do termo na visão de autores importantes. Pós-Graduação a Distância Antes de continuar, faça a seguinte reflexão: 13 A Escola como Local de Trabalho na Perspectiva da Supervisão Escolar Unidade I Segundo Lomonico (1987), vários são os autores que definem esse termo. A seguir serão colocados alguns conceitos importantes de supervisão educacional. De acordo com Andrade (1979, p.9), “a supervisão educacional é o processo pelo qual se orienta a escola como um todo, para a consecução de suas finalidades”. Pode ser conceituada, também, como um processo dinâmico de assistência técnico-pedagógica que garante parâmetros para a relação ensino-aprendizagem, orientando os profissionais da escola para uma melhor utilização de recursos humanos e materiais, tendo em vista a busca pela qualidade do ensino. Na visão de Przybylski (1985, p.16), a supervisão escolar é o processo que tem por objetivo prestar ajuda técnica, no planejamento, desenvolvimento e avaliação das atividades educacionais em nível de sistema ou unidade escolar, tendo em vista o resultado das ações pedagógicas, o melhor desempenho e aprimoramento permanente do pessoal envolvido na situação ensino-aprendizagem. A supervisão escolar passou, então, a ser entendida como orientação profissional e assistência, dadas por pessoas competentes em matéria de educação, no local e tempo necessários, visando ao aperfeiçoamento da situação total ensino – aprendizagem. Esse conceito de supervisão escolar pode ser aplicado a todos os níveis e fases do processo educacional. Ele tanto se aplica a técnicos em educação, supervisores e dirigentes, como a professores e coordenadores pedagógicos. Para Rangel (2004), a supervisão passa de educacional e escolar para pedagógica, caracterizando-se como um trabalho de assessoria ao professor, no que diz respeito ao planejamento, acompanhamento, coordenação, controle, avaliação e atualização do desenvolvimento de processo de ensino-aprendizagem. Na visão de Lima (apud RANGEL, 2004), a supervisão pedagógica deve ser inserida nos fundamentos e nos processos pedagógicos, auxiliando e promovendo a coordenação das atividades desses processos e a atualização coletiva dos professores. Para Spears (1978, apud PRZYBYLSKI, 1985, p.17), a supervisão visa facilitar a aprendizagem do aluno, proporcionando as condições adequadas ao aprendizado e ao ensino. O autor ainda complementa: Supervisão é um processo de efetuar o aprimoramento do ensino através do trabalho com pessoas que estão lidando com alunos [...] é um processo de estimulação do crescimento e uma maneira de ajudar os professores a se ajudarem a si mesmos. Medina (2002) atribui à Supervisão Escolar a ideia de uma ação repensada, mais didática, menos burocrática e voltada para o fazer pedagógico, que é a base para a construção de uma nova escola, que responda aos anseios da sociedade e seja efetivamente de qualidade. Coordenação Pedagógica É percebido que ao longo dos anos a supervisão educacional passou a adquirir várias denominações, como orientação pedagógica, supervisão pedagógica, supervisão educacional, supervisão de ensino e, finalmente, coordenação pedagógica. Isso ocorreu porque ela deixou de ser uma atividade meramente burocrática e passou a ter um contexto mais pedagógico. Por acreditar que a supervisão pedagógica não é uma função meramente burocrática e sim, fundamentalmente de cunho pedagógico, adotar-se-á neste estudo o termo coordenação pedagógica. 14 Na visão de Libâneo (2004), coordenação pedagógica é uma tarefa que canaliza o esforço coletivo das pessoas para os objetivos estabelecidos. Atua junto à direção, buscando “a articulação e convergência do esforço de cada integrante de um grupo, visando a atingir os objetivos”, e ainda, “a coordenação pedagógica que tem como principal atribuição a assistência pedagógico-didática aos professores, para se chegar a uma situação ideal de qualidade de ensino (considerando o ideal e o possível)”. Dessa forma, o autor afirma que as funções da coordenação pedagógica podem ser sintetizadas da seguinte forma: planejar, coordenar, gerir e acompanhar todas as atividades pedagógico-didaticas e curriculares da escola e da sala de aula, visando atingir níveis satisfatórios na aprendizagem dos alunos. A Escola como Local de Trabalho na Perspectiva da Supervisão Escolar Unidade I Agora que se conceituou a coordenação pedagógica, seguem suas atribuições específicas, segundo Libâneo. 1. Coordenar e gerir a elaboração de diagnóstico, estudos e discussões para a elaboração do projeto pedagógicocurricular e demais projetos da escola. 2. Assegurar a unidade de ação pedagógica da escola, propondo orientações e ações de desenvolvimento do currículo e do ensino, visando à aprendizagem efetiva dos alunos. 3. Assessorar pedagógica e didaticamente os professores, especialmente em relação a: • elaboração e desenvolvimento dos planos de ensino; • desenvolvimento de competências em métodos e procedimentos de ensino; • prática de gestão e manejo de situações próprias de sala de aula, buscando a motivação e solução de conflitos; • apoio na adoção de estratégias pedagógicas diferenciadas para soluções de dificuldades de aprendizagem dos alunos; • realização de projetos conjuntos entre os professores; • desenvolvimento de competências; • práticas de avaliação da aprendizagem. 4. Cuidar dos aspectos organizacionais do ensino: supervisão das atividades pedagógicas e curriculares de rotina, coordenação de reuniões pedagógicas, elaboração do horário escolar, planejamento e coordenação do conselho de classe, organização de material didático e equipamentos. 5. Assegurar, dentro da coordenação pedagógica, a articulação da gestão e organização da escola, por meio de: • exercício de liderança democrático-participativa; • criação do clima de trabalho cooperativo e solidário; • identificação de soluções técnicas e organizacionais para gestão das relações interpessoais e mediação de conflitos. 6. Promover a formação continuada e desenvolvimento profissional dos professores. 7. Apoiar os alunos com dificuldade de aprendizagem. 9. Criar condições necessárias para integrar os alunos na vida da escola por meio de atividades de socialização. 10. Promover ações que assegurem o estreitamento escola-família-comunidade. 11. Formular e acompanhar, com a participação dos professores, procedimentos e recursos de avaliação da aprendizagem dos alunos. 12. Acompanhar e avaliar o desenvolvimento do projeto pedagógico-curricular e dos planos de ensino, a atuação do corpo docente por meio de práticas colaborativas. Pós-Graduação a Distância 8. Organizar formas de atendimento a alunos com necessidades educativas especiais. 15 A Escola como Local de Trabalho na Perspectiva da Supervisão Escolar Unidade I Para saber mais sobre coordenação pedagógica, sugerimos a leitura da obra: (LIBÂNEO, José Carlos. Organização e Gestão da Escola Pública: teoria e prática. 4. ed. Goiânia: Alternativa, 2005). Coordenação Pedagógica Dos conceitos abordados, pode-se concluir que a coordenação pedagógica tem como norte e objetivo a qualidade do ensino, por meio do assessoramento do professor. Posteriormente, iremos refletir com mais profundidade sobre o significado do termo qualidade de ensino e sua relação com a coordenação pedagógica. 16 A Escola como Local de Trabalho na Perspectiva da Supervisão Escolar Unidade I Capitulo 3 – O Papel do Coordenador Pedagógico na Organização da Escola No capítulo anterior, destacou-se que a coordenação pedagógica tem um papel importante na busca da qualidade do ensino estendida a todos os alunos. Agora vamos estudar o papel do coordenador pedagógico diante das necessidades da escola. Na visão de Medina (1997) o supervisor é o profissional que faz a leitura da escola na sua totalidade. Ao que Alarcão (apud RANGEL, 2001) complementa: “é peça vital, pois sabe interpretar a historia passada da escola e planejar seu futuro”. Para responder aos anseios da escola o supervisor se aproxima do professor regente de classe para juntos realizarem um trabalho de parceria. A parceria ocorre na medida em que ambos, supervisor e professor, compreendem que são profissionais que trabalham em instâncias diferenciadas da escola, mas possuem o mesmo objetivo que é a aprendizagem do aluno. Segundo Medina (apud RANGEL e SILVA, 1997): Nesse processo, professor e supervisor têm seu objeto próprio de trabalho: o primeiro, o que o aluno produz; e o segundo, o que o professor produz. O professor conhece e domina os conteúdos lógicosistematizados do processo de ensinar e aprender; o supervisor possui um conhecimento abrangente a respeito das atividades de quem ensina e das formas de encaminhá-las, considerando as condições de existência dos que aprendem (alunos). Nesta relação, o professor não perde o controle sobre seu trabalho, uma vez que e condição essencial do ato de ensinar. No diálogo do professor com o supervisor surgem as formas para encaminhar o acompanhamento da aprendizagem dos alunos. Sendo parceiro do professor e atuando não sobre ele, mas junto a ele, o supervisor escolar atua como facilitador do auto-aprimoramento do educador em sua ação docente (SPEARS, 1978, apud PRZYBYLSKI, 1985). Para Rangel (2001), o supervisor propicia aos professores assessoramento teórico-metodológico diante dos problemas educacionais cotidianos, criando momentos de reflexão teórico-prática. É responsável pelo serviço de assessoramento de todas as atividades que tenham influência no processo de ensino-aprendizagem, visando ao seu melhor planejamento, coordenação e execução dos mesmos, para que mais eficientemente sejam atendidas as necessidades e aspirações do educando e da comunidade, bem como mais plenamente sejam efetivados os objetivos gerais de Educação e aqueles específicos da escola. Dessa forma, o supervisor escolar ou coordenador pedagógico atua como facilitador do auto-aprimoramento do educador em sua ação docente (SPEARS, 1978, apud PRZYBYLSKI, 1985). De acordo com Libâneo (2004): O coordenador pedagógico responde pela viabilização, integração e articulação do trabalho pedagógicodidático em ligação direta com os professores, em função da qualidade do ensino. [...] O papel do coordenador pedagógico é de monitoração sistemática da prática pedagógica dos professores, sobretudo mediante procedimentos de reflexão e investigação. Libâneo (2004, p. 219-221) cita 12 atribuições do coordenador pedagógico que examinaremos a seguir. Pós-Graduação a Distância Segundo Carneiro (2002), pode-se dizer que a função precípua do supervisor escolar é irradiar energia estimuladora para a manutenção de um clima participativo, auxiliando e promovendo a coordenação das atividades do processo pedagógico e sua atualização, pelo estudo e pelas práticas coletivas dos professores. 17 A Escola como Local de Trabalho na Perspectiva da Supervisão Escolar Unidade I • Responder por todas as atividades pedagógico-didáticas e curriculares da escola e pelo acompanhamento das atividades de sala de aula. • Supervisionar a elaboração de diagnósticos do projeto pedagógico-curricular da escola. • Propor para discussão, junto aos professores, o projeto pedagógico-curricular da escola. • Orientar a organização curricular e o desenvolvimento do currículo, incluindo assistência didática direta aos professores sobre elaboração dos planos de ensino, de escolha de livros e formas de avaliação. • Acompanhar e supervisionar as atividades dos professores nas mais diversas atividades pedagógico-didáticas: desenvolvimento dos planos de ensino, gestão da classe, orientação de aprendizagem etc. • Coordenar reuniões pedagógicas e entrevistas com os professores, diagnosticando problemas de ensino e aprendizagem. • Organizar as turmas de alunos, designar professores para as turmas, elaborar o horário escolar, planejar e coordenar o Conselho de Classe. • Propor e coordenar atividade de formação continuada e de desenvolvimento profissional dos professores. • Elaborar e executar programas e atividades com pais e comunidade, especialmente de teor científico e cultural. • Acompanhar o processo de avaliação da aprendizagem. • Cuidar da avaliação processual do corpo docente. • Acompanhar e avaliar o desenvolvimento do plano pedagógico-curricular e dos planos de ensino e outras formas de avaliação institucional. Nesse sentido, é importante que o coordenador pedagógico atue sempre procurando intergrar as diversas disciplinas, objetivando o desenvolvimento pleno do aluno, visando à interdisciplinaridade. Podemos concluir, então, que o coordenador pedagógico é o profissional que, na escola, possui o importante papel de desenvolver e articular ações pedagógicas que viabilizem a qualidade no desempenho do processo ensinoaprendizagem. Coordenação Pedagógica Segue um relato de uma manhã de trabalho de uma coordenadora pedagógica que André e Vieira (2006) nos trazem: 18 Um dia normal de aula se inicia. A coordenadora chega à escola com entusiasmo para elaborar a agenda da semana. Passa inicialmente pela sala dos professores para desejar a eles um bom dia de trabalho. Logo ao entrar, recebe a notícia de que o professor de Língua Portuguesa vai faltar. Consulta o horário e verifica que ele daria todas as aulas naquele dia. Não pode deixar os alunos sem aula. Imediatamente, verifica se há professores com “janela” e tenta arrumar as substituições. Na primeira aula, ela mesma entra na classe e conversa com os alunos sobre o trimestre que passou, aproveita para fazer um levantamento das dificuldades que encontraram, já tendo em mente o conselho de classe que se aproxima. Na segunda aula, precisara atender um pai de aluno que havia marcado no dia anterior. Enquanto aguarda o pai que está atrasado, seleciona um texto para os professores lerem e discutirem no próximo encontro. Neste ano, estão A Escola como Local de Trabalho na Perspectiva da Supervisão Escolar Unidade I revendo o projeto político-pedagógico e necessitam, enquanto coletivo escolar, refletir sobre diferentes teorias de ensino e seus pressupostos. Escolhe um texto que trata de uma dessas teorias. Quando houver tempo pretende discutir com a outra orientadora se o texto é apropriado ou não e planejar uma dinâmica para estimular a discussão. O pai chega, é atendido, e em seguida um grupo de alunos a procura com algumas reclamações sobre uma prova. Ela pergunta se haviam conversado com a professora e os orienta que devem sempre procurar primeiro a professora antes de trazer o problema para a coordenação. Em seguida, chama a professora de Matemática para conversar sobre a necessidade de variar suas estratégias de aula para conseguir que os alunos tenham um melhor aproveitamento. A coordenadora tem acompanhado essa professora, que é nova na escola. Conversam sobre a rotina da aula e sobre diversas possibilidades de variação. A professora sai da sala em busca de desafios que possam enriquecer a fixação do conteúdo. Final da manhã... A partir do relato descrito, aponte que atribuições a coordenadora realizou na escola. Justifique com exemplos, escrevendo um texto de aproximadamente 10 linhas. Pós-Graduação a Distância Encaminhe para o e-mail do tutor da disciplina. 19 Unidade II Perfil e Identidade do Coordenador Pedagógico Capítulo 4 – O Perfil do Coordenador Pedagógico diante das Necessidades da Escola O coordenador pedagógico é um criador de cultura de aprendizagem. Ele liberta a energia das pessoas, buscando a criatividade na solução dos problemas. Przybylski, 1985. Agora que se conhece qual o papel do supervisor/coordenador na escola, pode-se refletir sobre a seguinte questão: Qual o perfil que o coordenador pedagógico deve possuir para atuar com competência na escola? Segundo o Módulo de Coordenador Pedagógico da Agência de Certificação Nacional, para exercer suas funções, o coordenador pedagógico deve possuir algumas competências genéricas. Competência 1: Compreender e expressar-se em Língua Portuguesa e decodificar diferentes linguagens (conjunturas, símbolos, proposições). Competência 2: Compreender fenômenos naturais de processos histórico-geograficos, da produção tecnológica e manifestações artísticas por meio de bases teóricas do processo de ensino-aprendizagem. Competência 4: Coordenar diferentes pontos de vista, refutando ou defendendo uma hipótese. Competência 5: Intervir de forma participativa na escola, respeitando os valores da comunidade e considerando a diversidade sociocultural. Ao que Girardi (1982) complementa, indicando algumas qualidades que o coordenador pedagógico deve agregar para exercer seu papel com competência e atingir a consecução dos objetivos estabelecidos. Lucidez quanto à Educação: deve ter ideias claras quanto à educação e identificar o que a escola quer alcançar em seu processo educativo. Pós-Graduação a Distância Competência 3: Enfrentar situações-problema. 21 Perfil e Identidade do Coordenador Pedagógico Unidade II Segurança: deve ter solidez no seu posicionamento e atuação no planejamento, no assessoramento e na execução dos projetos educativos, com segurança, uma vez que conhece a problemática educacional. Consciência do papel das suas funções: deve ter muito claro seu espaço de atuação e exercícios de suas funções. Dessa forma, obtém o respeito de outros profissionais, inclusive dos professores. Criticidade: deve possuir capacidade de julgar e de emitir juízo crítico a partir de pressupostos racionais, provocando em sua equipe a capacidade de constante reflexão. Racionalidade: deve ser o profissional que utiliza a razão, tendo o cuidado de não pulverizar o planejamento de tal forma que perca o sentido de globalidade e disperse o trabalho coletivo, e de não esquecer sua estratégia posição de mediador entre professores, alunos, direção e coordenador. Diligência: deve trabalhar de forma estimulante e cooperativa, havendo constante reavaliação e replanejamento das atividades quando necessário. Liderança: deve exercer a função de líder, na medida em que é capaz de comandar, orientar e estimular toda uma equipe na busca dos objetivos educacionais, agindo não de forma autoritária, mas como um profissional seguro das orientações, sugestões e concepções defendidas. O espírito de liderança por competência, supõe uma aceitação de todos aqueles com quem compartilha suas ações. A seguir, as qualidades, na visão de Libâneo (2004, p.216), para exercer a função de coordenador. Autoridade – exercício de poder delegado para coordenar as medidas tomadas coletivamente, implicando determinadas qualidades e conhecimento de suas funções. Responsabilidade – exigência inerente a autoridade. No caso de tomadas de decisões resolvidas coletivamente, a responsabilidade final é a do coordenador. Decisão – capacidade de selecionar a medida mais adequada conforme situações concretas. Tendo como base um plano de trabalho, objetivos e tarefas estabelecidas por meio da participação da equipe da escola, o coordenador irá tomar as medidas necessárias. Disciplina – habilidade de compatibilizar a conduta individual com as normas e os interesses coletivos. Iniciativa – capacidade crítica e criadora de encontrar soluções aos problemas, enfrentando imprevistos que possam ocorrer. Ao que Zieger (apud ROSA e ABREU, 2001, p. 35), complementa. • Respeita as atribuições de cada setor, somando as suas para o sucesso do processo de ensinoaprendizagem. Coordenação Pedagógica • Toma iniciativa no sentido de dinamizar, constantemente, as etapas do processo educativo. 22 • Desperta a imaginação e a criatividade para buscar soluções para problemas novos e velhos voltados à aprendizagem. • Envolve a vida da escola e o processo educativo de um sentido profundamente humano, de tal forma que favoreça um ambiente propício para o diálogo entre todos os agentes comprometidos com a aquisição de conhecimentos e formação de competências no aluno. De acordo com documento editado pela Secretaria de Educação e Cultura da Prefeitura de Salvador (2008), o coordenador pedagógico deve ser uma pessoa: Perfil e Identidade do Coordenador Pedagógico Unidade II Criativa, estudiosa, organizada, leitora e ouvinte, aberta aos conhecimentos, às inovações, [...] também deverá estar atenta aos aspectos das relações interpessoais inerentes a convivência humana no cotidiano do universo escolar. Finalizando, Vasconcellos (2006) salienta que a coordenação pedagógica deve ser assumida por um profissional altamente qualificado. Partindo do que vimos sobre o perfil do coordenador pedagógico, responda as questões: 1. Escolha dez atribuições que este profissional deve ter que você considera importante. Justifique, fundamentando a sua resposta. 2. Escreva três qualidades do coordenador pedagógico que não foram apontadas. Justifique sua resposta. Pós-Graduação a Distância Encaminhe para o e-mail do tutor da disciplina. 23 Perfil e Identidade do Coordenador Pedagógico Unidade II Capítulo 5 – O Coordenador Pedagógico no Desenvolvimento das Relações Interpessoais da Escola Uma importante função do coordenador pedagógico é a de propiciar um clima favorável ao trabalho da escola, fazendo com que se instaure o trabalho cooperativo, mediando as relações que acontecem na escola. Para isso, precisa ter liderança e consolidar sua identidade, conquistando o respeito dos professores. Você já conheceu um coordenador pedagógico que é constantemente chamado de “mil e uma utilidades”? E o coordenador pedagógico “faz-tudo” ou “apaga-fogo”? É muito comum na escola alguns coordenadores, a maioria deles muito bem intencionados, receberem diversos apelidos que descaracterizam sua verdadeira função. Nesse capítulo vamos investigar como esse processo ocorre. Vasconcellos (2006), ao definir o papel da coordenação pedagógica aponta suas disfunções: o coordenador pedagógico não é tapa-buraco, não é fiscal do professor; não é dedo-duro, não é bedel, enfatizando categoricamente que essas não devem ser atribuições do coordenador pedagógico. Dessa forma, a coordenação pedagógica é a articuladora do projeto político-pedagógico, organizando a reflexão, a participação e os meios para que a escola alcance a excelência, de forma que cumpra sua tarefa de propiciar que todos os alunos aprendam e se desenvolvam. (Os assuntos: projeto político-pedagógico e qualidade da escola serão estudados com maior aprofundamento nas próximas unidades). A coordenação pedagógica será exercida por um educador que irá transitar entre os diversos membros do grupo (professores, direção, pais, demais funcionários, alunos e comunidade), sistematizando e integrando o trabalho. Esse profissional lutará contra aquilo que torna a escola um local desumanizador: evasão, autoritarismo, repetência, discriminação etc. Diz Alarcão (2001) sobre a coordenação pedagógica: Processo em que um professor, em princípio mais experiente e mais informado, orienta um outro professor ou candidato a professor no seu desenvolvimento humano e profissional. Coordenação Pedagógica Libâneo (2005) enfatiza que o coordenador pedagógico valoriza o sistema de relações interpessoais, buscando um clima amistoso de trabalho, fortalecendo as relações baseadas no diálogo e no consenso. A mesma visão possui Vasconcellos (2006), que enfatiza a atuação da coordenação pedagógica acontece no campo da mediação, no qual se estabelece a interação com o professor. Para tal, afirma que o coordenador pedagógico deve exercer algumas funções. • Acolher o professor em suas necessidades. • Criticar os acontecimentos, ajudando o professor a entender as contradições existentes. • Ter a transformação como uma das metas a atingir. • Procurar caminhos alternativos, buscando fornecer materiais e provocar o avanço. 24 Perfil e Identidade do Coordenador Pedagógico Unidade II • Acompanhar o processo de aprendizagem em todas as suas dimensões. Ao que Fonseca (2001) completa: • Ser instrumento de transformação da realidade – resgatar a potência da coletividade, gerar esperança. • Aglutinar pessoas em torno de uma causa comum. • Gerar solidariedade, parceria. • Ajudar a construir a unidade (não uniformidade); superando o caráter fragmentário das práticas em educação, a mera justaposição e possibilitando a continuidade da linha de trabalho na instituição. • Aumentar o grau de realização e, portanto, de satisfação de trabalho. • Fortalecer o grupo para enfrentar conflitos, contradições e pressões. Pelo que foi exposto, verifica-se que os autores possuem posições convergentes ao enfatizarem que o coordenador pedagógico tem como foco o trabalho docente, ajudando cada profissional no seu aprimoramento pessoal, ao mesmo tempo em que auxilia os professores a se constituírem enquanto grupo. Mas o que vem a ser grupo? Gayotto e Domingues (1996) citando Sartre dizem que o simples agrupamento de pessoas é anterior ao grupo. Dessa forma: Há relações de serialidade, aglomerados de pessoas anônimas que não interatuam entre si e não têm objetivos comuns, mas objetivos em comum. A passagem da série ao grupo implica na consciência dos interesses comuns e no reconhecimento da interdependência. (SARTRE, apud GAYOTTO; RODRIGUES, 1995, p.22). Fonte: htpp//blog.centopeia.com/.../group_member_450px.jpeg Pós-Graduação a Distância Portanto, o grupo constitui-se em um sistema de ações, que surge das necessidades de seus membros, visando objetivos e estabelecendo tarefas para alcançá-los. 25 Unidade III A Atuação do Coordenador Pedagógico na Busca da Autonomia da Escola Capítulo 6 – Projeto de Ação Pedagógica/Planejamento Educacional Na busca da autonomia da escola e no alcance da qualidade do ensino, é importante que a escola realize o planejamento educacional. O que vem a ser planejamento educacional? Como o planejamento educacional pode ser instrumento da autonomia da escola e qualidade do ensino? De acordo com Turra (1988), muitos autores apresentam posições diferentes em relação ao planejamento, mas há dois aspectos que são unânimes: a previsão metódica de uma ação a ser desencadeada e a racionalização dos meios para atingir os fins. Assim, o planejamento requer que se pense no futuro, favorecendo a passagem gradativa de uma situação existente para uma situação desejada. Segundo Romão e Padilha (1997, p. 80): Pensar em planejar a educação é parte essencial da reflexão sobre como realizar e organizar o trabalho escolar, o que significa encarar de frente os problemas dessa instituição e do sistema educacional como um todo, compreendendo as relações institucionais, interpessoais e profissionais nela presentes, avaliando e ampliando a participação de diferentes atores em sua administração [...]. Para o autor, o planejamento atende a algumas funções que veremos a seguir. • Diagnóstico e análise da realidade. • Definição de objetivos e metas, compatibilizando políticas e diretrizes do sistema escolar com as expectativas da equipe escolar. • Determinação de atividades e tarefas a serem desenvolvidas em função das prioridades, condições e recursos disponíveis. Pós-Graduação a Distância Para Libâneo (2005), o planejamento escolar consiste na previsão da ação a ser realizada, implicando definição de necessidades a atender, objetivos a serem atingir dentro das possibilidades, procedimentos e recursos a serem adotados, tempo de execução e formas de avaliação. Dentro dessa perspectiva, tem um caráter processual, sendo uma atividade de constante de reflexão e ação. 27 A Atuação do Coordenador Pedagógico na Busca da Autonomia da Escola Unidade III Segundo Coaracy (1972), o planejamento educacional é um processo contínuo que se preocupa com o “para onde ir” e “quais as maneiras adequadas para chegar lá”, considerando-se a situação presente e as possibilidades futuras, para que o desenvolvimento da educação atenda as necessidades da sociedade e também do indivíduo. Em seguida, a autora descreve alguns objetivos. • Relacionar o desenvolvimento do sistema educacional com o desenvolvimento do país em geral e de cada comunidade em particular. • Estabelecer as condições necessárias para o aperfeiçoamento dos fatores que influenciam diretamente sobre a eficiência do sistema educacional (estrutura, administração, financiamento, pessoal, procedimentos e instrumentos). • Alcançar maior coerência interna na determinação dos objetivos e nos meios para atingi-los. • Conciliar e aperfeiçoar a eficiência interna e externa do sistema. • Diagnóstico e análise da realidade. Agora, deve-se compreender o que significa planejamento curricular e sua relação com o projeto político-pedagógico da escola. A escola de qualidade deve realizar o seu planejamento, de forma global e sistemática, de todas as suas ações visando atender aos objetivos estabelecidos, tendo como foco a aprendizagem do aluno. Esse nível de planejamento denominado de planejamento curricular acontece na escola, na qual são estabelecidas as linhas-mestras que norteiam todo o trabalho. Assim, o planejamento curricular é definido como: Uma tarefa multidisciplinar que tem por objeto a organização de um sistema de relações lógicas e psicológicas dentro de um ou vários campos do conhecimento, de tal modo que se favoreça ao máximo o processo ensino-aprendizagem (SARUBBI, 1971, p. 34). Libâneo (2004) explica que o projeto pedagógico curricular consolida-se num documento que detalha objetivos, diretrizes e ações do processo educativo a ser trabalhado na escola, expressando dessa forma, a cultura da escola (aqui entendida como crenças e valores, significados, modos de pensar e agir), conhecendo, orientando e intervindo na realidade. O autor explica a expressão projeto pedagógico curricular: pedagógico em uma concepção na qual a pedagogia é considerada como a reflexão sistemática sobre as práticas educativas. A expressão curricular, por sua vez, marca o referencial concreto do projeto político-pedagógico da escola, uma vez que o currículo é definido como a projeção e desdobramento desse projeto. Coordenação Pedagógica O planejamento curricular é uma tarefa contínua que acontece na escola para se alcançar a autonomia da escola e a qualidade. Desse planejamento surge, em níveis mais específicos, o planejamento de ensino, como uma atividade sistematizada e metódica concebida pelo professor junto a seus alunos, para obtenção de objetivos definidos. 28 Destaque, de todo o capítulo, cinco aspectos importantes para reflexão. Faça uma síntese de no máximo 10 linhas, justificando as suas escolhas. Encaminhe para o e-mail da tutora. Agora que já conhecemos o planejamento educacional e os tipos de planejamento que acontecem na escola, vamos estudar com maior profundidade o projeto político-pedagógico e seus pressupostos. A Atuação do Coordenador Pedagógico na Busca da Autonomia da Escola Unidade III Capítulo 7 – Conceito de Projeto Político-Pedagógico Na busca da autonomia pela escola há o Projeto Político-Pedagógico da escola que expressa objetivos e ações a serem alcançados. Ao estudarmos o projeto de escola, verificamos que existem diferentes nomenclaturas para defini-lo: projeto pedagógico, proposta pedagógica, projeto político-pedagógico. Em nossos estudos, iremos considerar o termo Projeto PolíticoPedagógico como o mais adequado, considerando esses termos como indissociáveis. O projeto é pedagógico quando possibilita a efetivação da intencionalidade da escola, ou seja, ser a formadora do cidadão participativo, compromissado, crítico e criativo, definindo ações educativas. É político, no sentido do compromisso com a formação do cidadão para um tipo de sociedade, sendo assim, o político indissociável do pedagógico. Essa interligação é tratada por Saviani, quando menciona: “dimensão política se cumpre na medida em que ela se realiza enquanto prática especifica pedagógica” (apud VEIGA, 1996, p. 13). Mas o que vem a ser Projeto Político-Pedagógico? Na visão de Veiga (1996), o projeto busca uma direção, constituindo-se em uma ação intencional que tem um compromisso definido coletivamente. O projeto político-pedagógico é o plano de ação que visa a estruturar métodos, técnicas e procedimentos didáticos e pedagógicos com objetivos comuns na formação de indivíduos (OLIVEIRA, 2002 p. 26). O projeto, construído coletivamente, considerando as peculiaridades e a cultura do contexto na qual a escola está inserida, definirá o processo de ensinoaprendizagem, possibilitando que a escola crie sua identidade e busque a qualidade centrada no aluno. Para Vasconcellos (2004), o projeto político-pedagógico é definido como: É o plano global da instituição. Pode ser entendido como a sistematização, nunca definitiva, de um processo de Planejamento Participativo, que se aperfeiçoa e se concretiza na caminhada, que define claramente o tipo de ação educativa que se quer realizar. É um instrumento teórico-metodológico para a intervenção e mudança da realidade. É um elemento de organização e integração da atividade prática da instituição neste processo de transformação. O projeto pedagógico é bem mais que o plano diretor da comunidade de aprendizagem com sua história, seu currículo, seus métodos, seus atores internos e externos. Ele, na qualidade de instituinte desse plano, vai além, estabelecendo vínculos e tradições, prevendo estratégias para a obtenção de recursos e desenvolvimento de capital intelectual da organização, criando condições para que essa organização institucionalize-se, incorporando e implementando valores. Vejamos como Gadotti diz sobre o projeto político-pedagógico : Todo projeto supõe rupturas com o presente e promessas para o futuro. Projetar significa tentar quebrar um estado confortável para arriscar-se, atravessar um período de instabilidade e buscar uma nova estabilidade em função da promessa que cada projeto contém de estado melhor que o presente. Pós-Graduação a Distância Souza (1999, p. 29-30) conceitua o projeto pedagógico como: 29 A Atuação do Coordenador Pedagógico na Busca da Autonomia da Escola Unidade III Um projeto educativo pode ser tomado como promessa frente a determinadas rupturas. As promessas tornam-se visíveis os campos de ação possível, comprometendo esses atores e autores. (GADOTTI 1990, apud VEIGA, 1996, p.12). Portanto, verifica-se que o projeto político-pedagógico é um processo de permanente reflexão dos problemas da escola e propicia a vivencia democrática necessária para a participação de todos os membros da comunidade escolar e o exercício da autonomia. Souza (1999) afirma que o projeto político-pedagógico possui variadas dimensões: filosófica, política, cultural, social e técnicas. Filosófica – estabelece uma forma de entendimento e transformação da realidade, explicitando-se por meio da análise crítica da realidade e mantendo, constantemente, a relação da teoria com a prática (práxis). Política – possibilita uma permanente construção, avaliação e formulação em busca da excelência dos resultados. Nessa dimensão são expressos o exercício democrático e a cidadania. Cultural – salienta a diversidade de valores, das normas e das crenças, refletida nos diferentes comportamentos dentro das organizações, significando que elas são formadas por distintas culturas. (HANDY, apud SOUZA, 1999). É fonte de referência e de identidade dos atores envolvidos nos processos da comunidade de aprendizagem. Técnica – Desenvolve-se por meio de instrumentos que, longe de serem considerados receitas preestabelecidas, possibilita o pensar das ações da escola, buscando a direção da prática pedagógica para que responda às demandas e às necessidades da sociedade. Coordenação Pedagógica Agora que entendemos o conceito de projeto político-pedagógico e conhecemos as suas dimensões, vamos ver, no capítulo seguinte, como ele é construído e qual é o papel da coordenação pedagógica nesse processo. 30 A Atuação do Coordenador Pedagógico na Busca da Autonomia da Escola Unidade III Capítulo 8 – O Papel da Coordenação Pedagógica na Elaboração do Projeto Político-Pedagógico Anteriormente vimos que o projeto político-pedagógico é a concretização das políticas públicas na escola, tendo como missão ser resposta às aspirações da sociedade. Não deve ser algo imposto, mas sim construído coletivamente, de forma participativa, pois expressa a identidade e os anseios de uma comunidade escolar. A construção do projeto político-pedagógico acontece na escola por meio das discussões e reuniões que envolvem toda a comunidade escolar, ou seja, entre a direção da escola, coordenação, corpo docente e discente, funcionários e membros da comunidade, visando à qualidade do ensino. Assim, vamos estudar neste capítulo a função da coordenação pedagógica na elaboração do projeto. Na visão de Vasconcellos (2006), a coordenação pedagógica atuará como a articuladora do projeto político-pedagógico da instituição no campo pedagógico, organizando a reflexão, a participação e os meios de concretização do mesmo, de tal forma que a escola possa cumprir sua tarefa de propiciar que todos os alunos aprendam e se desenvolvam, como seres humanos plenos, partindo do pressuposto de que todos têm direitos e são capazes de aprender. Nesse processo, o coordenador pedagógico terá como incumbência fazer com que toda a comunidade escolar conheça e reflita sobre as metodologias e recursos possíveis, procurando sensibilizá-los para a importância desse momento. Segundo o autor, a construção do projeto político-pedagógico requer dos participantes, principalmente da coordenação, três níveis de competências envolvidos na formação humana: conceitual, procedimental e atitudinal. Atitudinal: é a dimensão mais difícil de ser trabalhada, pois envolve valores, interesses, sentimentos. Na escola, o coordenador precisa ter o cuidado de não adotar uma postura “moralista” frente aos professores e sim procurar ter uma atitude de acolhimento e de entendimento, apresentando um novo caminho, outra possibilidade. Nessa dimensão há algumas categorias de análise importantes que deverão ser consideradas. • Criticidade que se contrapõe a ingenuidade de não perceber a existência do problema, sendo preciso uma atitude investigativa e de compromisso de transformação. A crítica envolve o resgate de aspectos positivos, cabendo também a autocrítica por parte do coordenador. • Totalidade que envolve a percepção das múltiplas relações e complexidade das várias partes envolvidas. • Historicidade que busca a investigação histórica do processo, de como se chegou a uma determinada situação. A história do profissional e da instituição ajuda a entender a realidade. Procedimental: diz respeito ao domínio por parte da coordenação pedagógica, ao saber-fazer, ou seja, a concretização das ações pedagógicas da escola. Essa dimensão envolve algumas características: • Categorias de intervenção. – Práxis: envolve a transformação das ideias em ações concretas e a transformação da consciência, para que aconteça na escola a dinâmica constante de ação-reflexão, aproximando a teoria da prática. Pós-Graduação a Distância • Sensibilidade e confiança que envolve a capacidade do coordenador de perceber o outro, reconhecer lacunas e potenciais. A confiança se estabelece em atitudes concretas do cotidiano. 31 A Atuação do Coordenador Pedagógico na Busca da Autonomia da Escola Unidade III – Método: a coordenação pedagógica precisa ter seu projeto de trabalho estruturado vinculado ao projeto politico-pedagógico. – Continuidade/Ruptura: a coordenação pedagógica ajuda o grupo a entender quais são os seus problemas, procurando superá-los. – Diálogo problematizador: a coordenação é instrumento de interlocução do professor, pois ao falar o professor organiza suas ideias, chegando a uma conclusão. O coordenador, por sua vez, tendo uma visão geral do trabalho, dá direcionamento ao trabalho do professor. – Significação: a coordenação desenvolve o importante papel de resgatar o valor e o sentido do ensino como espaço de transformação. • Categorias de sustentação: – Ética: envolve a responsabilidade pelos próprios atos. – Visão de processo: diz respeito a compreensão dos passos possíveis de serem realizados, baseando-se na concepção metodológica intervenção na realidade. – Avaliação: envolve a visão crítica e o questionamento do próprio trabalho, sendo fator de revitalização pessoal e institucional. – Participação: cabe ao coordenador pedagógico procurar a construção do projeto político-pedagógico de forma mais participativa possível, levando em consideração a posição dos outros, porém, tendo uma postura marcada pelo respeito e determinação. Conceitual: refere-se à clareza que deve se ter sobre o conceito de projeto político-pedagógico, cabendo à coordenação a tarefa de buscar, conhecer, discernir. Há duas características importantes nesse processo: • Construção, desconstrução: ocorre com o diálogo entre as teorias já existentes (enraizadas) e as teorias inovadoras. • Saberes disciplinares: ocorre com a reflexão conjunta do coordenador e os professores sobre a prática destes, que acontece na interação e articulação verdadeira entre eles. Coordenação Pedagógica Concluindo este capítulo, vemos que a construção do projeto político-pedagógico exige do coordenador pedagógico que seja um articulador, organizando a reflexão, a participação e os meios para a concretização do mesmo. 32 Unidade IV A Coordenação Pedagógica na Busca da Qualidade do Ensino Capítulo 9 – Conceituando Qualidade do Ensino Vimos, no decorrer dos estudos, que o Projeto Político-Pedagógico construído coletivamente, articulado de forma participativa e visando à aquisição de competência pelo aluno passa a ser suporte fundamental da escola da qualidade. O coordenador pedagógico atua como “maestro”, afinando sua orquestra, buscando a concretização desse instrumento. Neste capítulo veremos o que é a qualidade da educação que muitos falam e poucos precisam seu significado. O que é a qualidade do ensino? Como definir a escola de qualidade? Para conceituarmos a qualidade do ensino iremos mencionar os estudos de Oliveira (2002), a qual analisou, em sua dissertação de mestrado, os fatores que fazem uma escola ser de qualidade. Conforme a autora, a educação, entendida como prática transformadora e democrática que busca a excelência, visa a procedimentos didáticos e metodológicos centrados nos interesses, necessidades características dos membros de seu processo, tendo o aluno como agente do processo. Assim, a qualidade do ensino formaliza-se por meio do projeto político-pedagógico. Nesse processo existem alguns fatores que devem ser destacados. 1. Equipe docente: atores envolvidos diretamente na execução do projeto político-pedagógico que, em constante processo de aprendizagem, implementam e acompanham o processo de ensino-aprendizagem, criando novos conhecimentos, desenvolvendo novas habilidades e incorporando novos valores. 2. Relação professor-aluno: relação (interação) permeada de respeito mútuo. Assim essa relação diz respeito àquela que: “o aluno estabelece com o professor, com outros alunos e com o conhecimento, É que vai compondo e ampliando seu repertório de significados” (CENPEC, 1994). Para Cunha (1993), a relação professor-aluno é uma influência do trato do conteúdo e ensino, sendo fundamental a maneira como o professor relaciona-se com a sua área de conhecimento, assim como a própria percepção de ciência e a produção do conhecimento. Outra característica importante nessa relação é a metodologia utilizada pelo professor, pois na visão da autora: “Parece consequência natural que o professor que tem uma boa relação com os alunos preocupe-se com os métodos de aprendizagem e procure formas dialógicas de interação” (CUNHA, 1993, p.147). Pós-Graduação a Distância Segundo Brzezinski (1996 apud 2002), o docente precisa de competência política (relações do indivíduo consigo mesmo, com o grupo e com a comunidade), competência técnica (procedimentos, técnicas e metodológicas) e competência científica (conteúdos transmitidos e produzidos). 33 A Coordenação Pedagógica na Busca da Qualidade do Ensino Unidade IV 3. Objetivos: ponto de partida para se refletir sobre que formação se pretende que os alunos possuam, que a escola deseja proporcionar e tem condições de atingir. São, dessa forma, referências que orientam a atuação educativa e apresentam diferentes categorias, que serão explicadas a seguir. • Capacidade cognitiva: influencia fortemente a postura do indivíduo em relação às metas que pretende atingir em diversas situações de vida, vinculando-se ao uso de formas de representação e de comunicação, envolvendo a resolução de problemas. • Representação física: envolve o autoconhecimento, o uso do corpo na expressão das emoções, nos jogos. • Afetiva: refere-se a motivações, autoestima, sensibilidade, atitudes no convívio social, sendo vinculada à valorização do resultado dos trabalhos produzidos e das atividades realizadas. Possibilita ao aluno compreender melhor a si mesmo e aos outros. Relaciona-se estreitamente com a relação interpessoal, que será descrita a seguir. • Relação interpessoal: envolve compreender, conviver e trabalhar com os outros, descobrindo as diferenças entre as pessoas. Permite ao aluno e professor desenvolver a empatia, colocar-se no lugar do outro. • Capacidade ética: possibilita ao aluno reger as próprias ações e tomadas de decisão por meio de um sistema de princípios, segundo o qual se analisam os valores envolvidos nesses processos. O desenvolvimento dessa capacidade permite compreender razões e consequências, permitindo a superação da rigidez moral no julgamento e na atuação pessoal, nas relações interpessoais e na compreensão das relações sociais. • Capacidade estética: desenvolve a produção da arte, apreciando diferentes produções artísticas confeccionadas em diferentes culturas e momentos históricos. • Inserção social: refere-se à possibilidade de o aluno perceber-se como parte integrante de uma comunidade, de uma classe, de um ou vários grupos sociais e de comprometer-se pessoalmente com questões relevantes para a vida coletiva. Dentro dessa perspectiva a escola de qualidade, sensibilizada em fazer com que alunos desenvolvam capacidades, ajusta sua maneira de ensinar, seleciona os conteúdos de modo a auxiliá-los a se adequarem às várias vivências a que são expostos em seu universo cultural; considera as capacidades que os alunos possuem e as potencializa, preocupando-se com aqueles que encontram dificuldades no desenvolvimento de suas capacidades básicas. De acordo com os PCNs: “[...] é importante salientar que a escola tem como função potencializar o desenvolvimento de todas as capacidades, de modo a tornar o ensino mais humano, mais ético” (PCN, 1998). 4. Currículo: para Sacristán (1998), o currículo pode ser definido como a concretização das funções da escola e a forma particular de enfocá-las num momento histórico e social determinado, para um nível ou modalidade de educação. Dessa forma, o currículo pode ser definido como a concretização dos fins sociais e culturais que se atribui à educação escolarizada. Coordenação Pedagógica Na visão de Rodrigues (1992), o currículo é a atividade principal da escola, o instrumento mediante o qual a escola prepara o aluno para o exercício da cidadania. Assim, a escola deve criar condições capazes de incorporar o desenvolvimento de ações que levem o indivíduo a conhecer a sua realidade e, ao mesmo, reconhecer-se como sujeito capaz de transformá-la. 34 Souza (1999b) diz que no currículo devem estar presentes concepções que formam a sua essência. Complexidade: refere-se à variedade de pessoas com que o currículo trabalha (professores, pais, funcionários, alunos); aos múltiplos objetos do processo (disciplinas, valores, culturas, práticas sociais); aos diversos processos e métodos pedagógicos; aos instrumentos e recursos tecnológicos. Multirreferencialidade: significa que o currículo deve ser construído com base em um referencial múltiplo a partir de leis nacionais, estaduais e orientações do projeto político-pedagógico da própria escola, com toda carga cultural e expectativas. A Coordenação Pedagógica na Busca da Qualidade do Ensino Unidade IV Subjetividade: embora definido coletivamente e dirigido a uma coletividade, o currículo é capaz de ter um significado único para cada sujeito individualmente considerado. Conteúdo: na escola de qualidade, o modo de conceber os conteúdos assume o papel principal, pois são por meio destes que os objetivos são operacionalizados. Assim é importante que haja uma reflexão sobre a seleção dos conteúdos, não se restringindo apenas aos fatos e conceitos, mas também procedimentos, valores, normas e atitudes. Conforme os PCNs (1998), os conteúdos são instrumentos para que os alunos desenvolvam as capacidades que lhes permitam produzir e usufruir dos bens culturais, sociais e econômicos. Avaliação: entendida como um conjunto de atuações que orienta a intervenção pedagógica, acontece de forma contínua e sistemática. A avaliação de uma escola de qualidade ultrapassa o caráter classificatório que leva a excluir e supera o ato de medir quantitativamente os resultados (sobre esse tópico veremos no capítulo 11 um aprofundamento maior sobre o tema). Orientações didáticas: segundo os PCNs (1998), na escola de qualidade devem ser incluídas orientações que são subsídios à reflexão sobre como ensinar. Entendendo que o ensino não pode estar limitado a um único padrão, existem, nas orientações didáticas, alguns tópicos que são considerados importantes e que serão discutidos a seguir. • Autonomia: concebida ao mesmo tempo como uma capacidade a ser desenvolvida pelo aluno e, também, como um princípio didático geral e orientador das práticas pedagógicas. É uma opção metodológica que considera o educando na construção de seus próprios conhecimentos, valorizando suas próprias experiências, seus conhecimentos prévios, a interação que acontece entre o professor e o aluno, além daquela que ocorre entre os alunos. Também se refere à capacidade de posicionar-se, desenvolver projetos pessoais e coletivos, ter discernimento, estabelecer critérios e eleger princípios éticos, envolvendo aspectos intelectuais, morais, afetivos e políticos. • Diversidade: considerada como elemento essencial de uma escola de qualidade. O professor deve considerar a diversidade de cada aluno, analisando suas possibilidades de aprendizagem e avaliando a eficácia das medidas adotadas. Essa escola tem como valor máximo o respeito às diferenças uma vez que são consideradas um fator de enriquecimento. Esse princípio está comprometido com a equidade, na qual todos têm direito de aprender. • Interação e cooperação: são princípios e objetivos de uma escola de qualidade. Dessa forma, são fundamentais as situações em que os alunos possam aprender a dialogar, a ouvir o outro e ajudá-lo, a pedir ajuda, receber críticas, posicionar-se, coordenar ações para ter êxito em tarefas conjuntas etc. Nessa escola é essencial aprender procedimentos dessa natureza e valorizá-los como forma de convívio escolar e social. • Organização do tempo: permite ao professor criar situações em que o aluno, progressivamente, controla a realização de suas atividades. Por meio de erros e acertos, o aluno toma consciência de suas possibilidades, construindo mecanismos de auto-regulação que possibilitam decidir como organizar seu tempo. Por essa razão, são importantes as atividades em que o professor é apenas o orientador do trabalho, cabendo aos alunos o planejamento e a execução. • Organização do espaço: deve estar em consonância com a construção da autonomia. Assim é preciso considerar que as carteiras sejam móveis, que os alunos tenham acesso aos materiais de uso diário, que as paredes sejam utilizadas para exposição de trabalhos, tendo a possibilidade inclusive de os alunos assumirem a responsabilidade Pós-Graduação a Distância • Disponibilidade para a aprendizagem: é necessário o envolvimento do aluno na aprendizagem, o empenho em estabelecer relações entre o que já sabe e o que está aprendendo, em usar os instrumentos adequados que conhece e dispõe para alcançar a maior compreensão possível. Essa aprendizagem exige uma ousadia para se colocar problemas, buscar soluções e experimentar novos caminhos, de maneira totalmente diferente da aprendizagem mecânica, na qual o aluno limita seu esforço apenas em memorizar ou estabelecer relações diretas e superficiais. 35 A Coordenação Pedagógica na Busca da Qualidade do Ensino Unidade IV pela decoração, ordem e limpeza da classe. Quando o espaço é tratado dessa maneira, passa a ser objeto de aprendizagem e respeito. • Seleção de material: há na escola de qualidade, diversidade de materiais, a fim de que os conteúdos possam ser tratados da maneira mais ampla possível. Para o livro didático é dada uma especial atenção no que concerne à sua qualidade, à coerência e a eventuais restrições que apresentem em relação aos objetivos educacionais propostos. Embora seja importante e exerça grande influência, esse não é o único material a ser trabalhado, utilizando-se, também, jornais, revistas, folhetos, propagandas, enfim materiais que possibilitem ao aluno estabelecer vínculos entre o que se passa na escola e no mundo. Importantíssima também é a necessidade do uso do computador pelos alunos e pela escola como um todo, sendo a tecnologia um instrumento de aprendizagem escolar para que os alunos possam estar atualizados em relação às demandas sociais presentes e futuras. Para saber mais sobre os PCNs e qualidade, sugerimos a leitura do fascículo: BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: introdução aos parâmetros curriculares nacionais. Brasília: MEC/ SEF, 1998. Fonte: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro01.pdf • Participação dos pais: a escola de qualidade tem os pais dos alunos como co-participantes no processo de educação de seus filhos. Essa relação foi estudada por Paro (2000) e será analisada adiante. Na visão do autor, para ser de qualidade, a escola precisa da adesão de sua comunidade (dos alunos, pais e responsáveis) aos propósitos educativos a que ela deve visar, resultando em ações efetivas que contribuem para o êxito dos estudantes. Uma dessas ações seria a escola despertar, em seus alunos, o desejo de aprender, tendo presente a continuidade entre a educação familiar e escolar, identificando formas de buscar a adesão da família para a sua tarefa de desenvolver nos educandos atitudes positivas em relação ao aprender e ao ensinar. Antes de prosseguir os estudos, sugerimos que você dê uma pausa na leitura e reflita sobre o que foi dito até agora. Verifique os aspectos que caracterizam uma escola de qualidade. Coordenação Pedagógica Faça um resumo, caracterizando a escola de qualidade. 36 Justifique, com exemplos, escrevendo um texto de aproximadamente 10 linhas. Aponte pelo menos quatro características que não foram abordadas e que você considera ideal em uma escola de qualidade. Encaminhe para o e-mail do tutor da disciplina. A Coordenação Pedagógica na Busca da Qualidade do Ensino Unidade IV Capítulo 10 – O Coordenador Pedagógico e a Formação Continuada A Educação Continuada faz-se necessária pela própria natureza do saber e do fazer humanos como práticas que se transformam constantemente. A realidade muda e o saber que construímos sobre ela precisa ser revisto e ampliado sempre. Dessa forma, um programa de educação continuada se faz necessário para atualizarmos nossos conhecimentos, principalmente para analisarmos as mudanças que ocorrem em nossa prática, bem como atribuirmos direções esperadas a essas mudanças. CHIRSTOV apud GUIMARÃES, 2006, p. 9. Przybylski, 1985. Vimos, em unidades anteriores, que o coordenador pedagógico tem papel imprescindível na escola. Ele atua na escola em diversas instâncias, sempre tendo como foco a apropriação do saber historicamente acumulado pelo aluno. Assim, o professor, responsável direto pela formação do aluno, deve estar sempre se atualizando, estudando, buscando cada vez mais o aprimoramento de sua prática. Você concorda com essa ideia? Por quê? Reflita um pouco sobre a relação coordenação pedagógica e formação dos professores. Os autores denominam de forma diversa o programa de aperfeiçoamento docente: Formação Continuada, Educação Continuada, Treinamento em Serviço. Porém são unânimes ao afirmar que a formação continuada é uma das atribuições mais importantes do coordenador pedagógico. De acordo com Christov (2006), a Educação Continuada é atribuição essencial do coordenador pedagógico, devendo ser composta de várias ações: cursos, seminários, simpósios, mas também, trabalho pedagógico coletivo, reuniões planejadas e sistematizadas, orientações técnicas e estudos individuais. Placco (2001, p. 26-27), refere-se à Formação Continuada como: Um processo complexo e multideterminado, que ganha materialidade em múltiplos espaços/atividades, não se restringindo a cursos e/ou treinamentos, e que favorece a apropriação de conhecimentos, estimula a busca de outros saberes e introduz uma fecunda inquietação contínua com o já conhecido... Pós-Graduação a Distância Em nossos estudos, vamos utilizar o termo Formação Continuada por acreditarmos que este se aproxima mais de um programa de construção da autonomia intelectual do corpo docente. 37 A Coordenação Pedagógica na Busca da Qualidade do Ensino Unidade IV Geglio (2006, p. 113) define a Formação Continuada dos professores como: Considero essa modalidade de formação aquela que ocorre no próprio local de trabalho desse profissional, ou seja, na escola. [...] Refiro-me a ela como um meio contínuo e consequente para a Formação Continuada desses professores. Um contexto natural e legítimo para o desenvolvimento dessa prática. Uma ação que acontece no coletivo, e no coletivo dos pares, juntamente com a figura do coordenador pedagógico. A Formação Continuada dessa forma acontece como etapa de preparação do profissional da educação. Devemos então nos atentar para a palavra continuada, que significa que esse processo de aperfeiçoamento nunca terá fim, devendo ser constantemente alimentado e estimulado. Perrenoud (2000) entende a formação continuada enquanto a última das dez competências profissionais a serem cultivadas com prioridade pelo professor. Última, não por ter menos importância que as demais, mas, ao contrário, por ser essa competência a responsável pela manutenção e pelo desenvolvimento de todas as outras adquiridas ao longo da vida, seja profissional, seja pessoal. Assim, a Formação Continuada na escola deve se constituir em um espaço de produção de novos conhecimentos, de troca de diferentes saberes e de repensar e transformar o trabalho dos professores. Para Libâneo (2004, p. 227), a Formação Continuada deve fazer parte das próprias condições de trabalho do professor e responder às transformações que passa a escola: A Formação Continuada é o prolongamento da formação inicial visando ao aperfeiçoamento profissional teórico e pratico no próprio contexto de trabalho e ao desenvolvimento de uma cultura geral mais ampla, para alem do exercício profissional. Na visão de Mello (2004), a formação continuada vem ao encontro da necessidade legítima do profissional estar aprendendo sempre e deve apresentar algumas características. • A formação continuada deve ser dirigida ao corpo docente no coletivo, não aos professores isoladamente e terá como eixo a demanda concreta dos professores que participam da formação. • Acontece no horário de trabalho e é parte da atuação docente. • Valoriza o papel da equipe responsável pelo planejamento das atividades de formação, evitando ações elaboradas externamente. • É instrumento básico de desenvolvimento profissional. Coordenação Pedagógica • O professor autogerencia sua própria formação continuada, desenvolvendo projetos pessoais de estudo e trabalho. 38 Partindo desse pressuposto, podemos perceber que o coordenador pedagógico ao trabalhar a formação dos professores deve criar na escola uma cultura de permanente transformação, atuando como incentivador da aprendizagem permanente, da troca de experiências e do crescimento profissional dos professores. (Módulo Coordenador Pedagógico, Agência de Certificação Ocupacional, Secretaria de Educação, governo da Bahia, p. 5). De acordo com Placco (2005), o coordenador pedagógico deve ajudar os professores a refletir sobre a própria atuação em sala de aula. Concordando com essa autora, Libâneo afirma que coordenador pedagógico possibilitaria aos professores não somente a reflexão sobre a prática docente, buscando o entendimento das dificuldades encontradas, como a resolução dos conflitos no coletivo da escola. Outra atribuição do coordenador pedagógico é de propiciar momentos de estudos para e com os educadores com os quais A Coordenação Pedagógica na Busca da Qualidade do Ensino Unidade IV trabalha. Assim, este profissional: Deve incumbir-se de orientar e auxiliar esta formação, a fim de que os professores desenvolvam e aperfeiçoem suas habilidades, renovando conhecimentos, repensando a práxis educativa, buscando novas metodologias de trabalho e aliando teoria e prática, uma vez que não existe a possibilidade de dicotomia entre uma e outra. A Formação Continuada para ocorrer de forma efetiva precisa priorizar a cooperação, o trabalho coletivo e a reflexão critica dos docentes sobre as suas próprias práticas. Partindo desse pressuposto, podemos inferir que ao atuar no aprimoramento do corpo docente o coordenador pedagógico enfoca também uma questão crucial que é a valorização do professor. A formação continuada só efetivamente se concretizará se forem desenvolvidas a auto-estima e motivação do professor. Para concluir, podemos perceber que o coordenador pedagógico, ao trabalhar a escola como lócus de formação continuada e atuar no desenvolvimento profissional do professor, acaba por consequência, aprimorando e desenvolvendo sua própria prática. A Formação Continuada é elemento crucial da coordenação pedagógica, sendo uma atribuição muito importante, pois age diretamente sobre e na prática do professor. Assim, escreva a sua trajetória de formação, inicial e continuada. Quais foram as ações que você, caro aluno, realizou nesse sentido. O que você pretende fazer futuramente para continuar sua formação? Pós-Graduação a Distância Descreva detalhadamente e encaminhe o seu texto para a tutora. 39 A Coordenação Pedagógica na Busca da Qualidade do Ensino Unidade IV Capítulo 11 – A Avaliação como Elemento Indispensável da Ação Coordenativa Nesta unidade vamos estudar a avaliação da escola como aliada da coordenação pedagógica na busca da qualidade. Para isso, vamos rever os conhecimentos abordando alguns conceitos sobre a avaliação. Para Oliveira (2002), a avaliação permeia todo o projeto pedagógico, possibilitando não só a identificação dos problemas, mas também das possíveis soluções, possibilitando os ajustes para uma escola de qualidade. A avaliação vista como acompanhamento da aprendizagem é contínua, é uma espécie de mapeamento que vai identificando as conquistas e os problemas dos alunos em seu desenvolvimento. Desta forma, tem caráter investigativo e processual. Ao invés de estar a serviço da nota, a avaliação passa a contribuir com a função básica da escola, que é promover o conhecimento e, para o professor, transforma-se num recurso preciosos de diagnóstico (CENPEC, 1994). Segundo os PCN (1998), a avaliação, entendida como um conjunto de atuações que orienta a intervenção pedagógica, acontece contínua e sistematicamente por meio da interpretação qualitativa do conhecimento do aluno. Dessa forma, é um subsidio do professor, fornecendo-lhe meios para uma reflexão de sua prática, para a criação de novas metodologias e retomadas de aspectos que deveriam ser repensados no processo de aprendizagem individual ou de grupo. Para o aluno, a avaliação é o instrumento de consciência de suas conquistas e dificuldades. No que diz respeito à escola, a avaliação tem a função de localizar os aspectos educacionais que demandam maior apoio, possibilitando a definição de prioridades. Assim, a avaliação é um meio de ajustes constantes, num mecanismo de regulação do processo de ensino-aprendizagem, contribuindo efetivamente para que o ato educativo tenha êxito. A escola que tem o compromisso com o desenvolvimento do potencial do aluno, que se expressa pela qualidade das relações que estabelece e pela profundidade dos saberes construídos, tem na avaliação, uma referência à análise de seus objetivos, que lhe permite redimensionar investimentos, de modo que os alunos aprendam cada vez mais. Dentro dessa concepção, é considerado tanto o processo que o aluno desenvolve como o produto alcançado, de forma que não se aplica apenas ao aluno, mas também, às condições oferecidas para que a aprendizagem ocorra. Dentro dessa concepção, na escola de qualidade a avaliação não é tarefa somente dos professores, também o aluno realiza a autoavaliação: Coordenação Pedagógica A autoavaliação é uma situação de aprendizagem em que o aluno desenvolve estratégias de análise e interpretação de suas produções e dos diferentes procedimentos para se avaliar. Além desse aprendizado ser, em si, importante, porque é central para a construção da autonomia dos alunos, cumpre o papel de contribuir com a objetividade desejada na avaliação, uma vez que esta só poderá ser construída com a coordenação dos diferentes pontos de vista tanto do aluno quanto do professor (PCN, 1998). 40 Na visão de Villas Boas (2005), a avaliação acontece para que se verifique o que o aluno já aprendeu, a fim de que se providenciem os meios necessários para a continuidade dos estudos. Assim, a avaliação é uma grande aliada do professor, pois avalia-se para a promoção da aprendizagem do aluno, sendo ambas avaliação e aprendizagem indissociáveis. Além disso, a avaliação ocorre também para investigar o desenvolvimento do trabalho de toda a escola e o da sala de aula, sendo criada dessa forma a cultura avaliativa, baseada na parceria, respeito mútuo, seriedade e rigor. Importante também é a definição que um dos maiores estudiosos brasileiros, Luckesi (2003) faz sobre a avaliação. Para o autor, a avaliação é um ato de qualificação da realidade, a partir de dados relevantes, para uma tomada de decisão sobre o que está ocorrendo na perspectiva de proceder a intervenção e melhorar os resultados. A Coordenação Pedagógica na Busca da Qualidade do Ensino Unidade IV Para Libâneo (2004), é preciso distinguir a avaliação do aproveitamento escolar do aluno (avaliação da aprendizagem) e a avaliação institucional. Na primeira os professores avaliam a aprendizagem do aluno e também são avaliados por ele, com bases no processo ensino-aprendizagem. A segunda tem como objetivo realizar um diagnóstico mais amplo do sistema educacional como um todo e também da escola, em âmbito local. Dessa forma: A avaliação da escola é um processo pelo qual os especialistas (diretor, coordenador pedagógico) e os professores discutem e avaliam sua escola em função do aprimoramento pedagógico-curricular e da qualidade do ensino (Libâneo, 2004, p. 254). Sobre a avaliação realizada na escola, este autor aponta alguns aspectos que tem que ser considerados. • Diagnóstico sobre a escola: dados estatísticos sobre a escola, reprovação, evasão, situação socioeconômica da comunidade. • Clima organizacional da escola: tipo de direção, envolvimento da equipe, relações interpessoais na escola, etc. • Acompanhamento do rendimento dos alunos: análise sistemática dos resultados em cada turma. • Avaliação da execução do projeto político-pedagógico: avaliação da escola no seu conjunto, dos objetivos propostos e ações para serem concretizados. • Avaliação de desempenho dos professores: por meio da observação sistemática de suas aulas, do diálogo e da reflexão conjunta entre os professores, direção e coordenação da escola. Mas qual é o papel da coordenação pedagógica na avaliação? Lomonico (1987, p.30) ajuda-nos a entender o papel do coordenador pedagógico na avaliação da escola, apontando os indicadores que viabilizam esse processo. • Elaboração de instrumentos de avaliação do desempenho dos professores. • Registro e avaliação das condições materiais e humanas da escola que interferem no processo ensinoaprendizagem e proposição de medidas para sanar deficiências. • Levantamento com os professores dos fatores que contribuíram negativamente ou positivamente no rendimento escolar. • Estudo com a equipe docente dos problemas relativos à frequência dos alunos. • Registros e gráficos estatísticos bimestrais do rendimento escolar dos alunos de cada classe e série e por matéria de currículo. • Relatórios da avaliação quantitativa e qualitativa da metas propostas no programa curricular. Verificamos que a avaliação da escola é uma função primordial da coordenação pedagógica na busca da qualidade do ensino. Assim, é especialíssima a função do coordenador pedagogo nesse processo. Batista e Seiffert (2006) afirmam que avaliar e coordenar são verbos-atos da complexa tarefa de educar. Dessa forma: Pós-Graduação a Distância • Análise dos instrumentos de avaliação elaborados pelos professores, bimestralmente. 41 A Coordenação Pedagógica na Busca da Qualidade do Ensino Unidade IV O coordenador pode, em suas relações com a aprendizagem, ensino e avaliação, ser um sujeito que pergunta e desencadeia questões, ao mesmo tempo que escuta, busca alternativas e altera seus próprios questionamentos de provedor de respostas a mediador das interrogações. (BATISTA e SEIFFERT, 2006, 164). Para saber mais sobre avaliação, sugerimos a leitura da obra: LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem na escola: reelaborando conceitos e recriando a prática. Salvador: Malabares Comunicação e Eventos, 2003. Verificamos que, na avaliação que acontece na escola, o aluno tem papel fundamental nesse processo, sendo sujeito de sua aprendizagem. Assim, construa um exemplo de autoavaliação realizado pelo aluno. Vamos lá! É mais simples do que parece. Para facilitar, este instrumento já está iniciado e você deverá continuá-lo. Encaminhe-o para o e-mail da tutora. Coordenação Pedagógica Ficha de autoavaliação do aluno em relação à aprendizagem Perguntas Sempre Às vezes Nunca Por quê? 1. Meus cadernos estão sempre em ordem? 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 42 Para (não) Finalizar Muito bem! Você concluiu o Caderno de Estudos e Pesquisa da disciplina Coordenação Pedagógica. Cada capítulo foi concebido com muito carinho sobre os temas que buscassem aprofundar conhecimentos, propiciando reflexões críticas que fossem importantes na construção de novos referenciais e que fossem potencialmente significativos em sua prática profissional. No transcorrer dos estudos desta disciplina direcionamos o foco para a concepção atual de coordenação pedagógica, de assessoramento do corpo docente por meio do diálogo reflexivo e constante avaliação, findando por completo a ideia de supervisão como tarefa essencialmente fiscalizadora no cumprimento das exigências burocráticas da escola. Vimos que a coordenação pedagógica tem a importante tarefa de contribuir para a qualidade, buscando acolher o professor, orientando-o, fazendo com que a escola seja locus de permanente reflexão e aperfeiçoamento profissional docente. Salientamos que o coordenador pedagógico precisa, por meio da sua atuação, consolidar sua identidade profissional, não com autoritarismo, mas exercendo a liderança de forma respeitosa. Quando isso não acontece, ocorrem as chamadas disfunções que fazem com que esse profissional não seja respeitado e perca o seu real sentindo na organização do trabalho da escola. Estudamos, também, que a coordenação pedagógica deve ser elemento de articulador com a comunidade, buscando trazê-la para o interior da escola. Para tanto, o Projeto Político-Pedagógico é construído de forma participativa visando à autonomia da escola. Por último, gostaríamos de lembrar que o aluno e seu pleno desenvolvimento é a mais legítima preocupação do coordenador pedagógico. Partindo desse pressuposto a coordenação pedagógica dá enorme importância ao processo avaliativo, tanto em relação à aprendizagem do aluno, quanto em relação as condições da escola para responder às suas necessidades. Salientamos que não tivemos o intuito de esgotar os temas abordados, mesmo porque isso seria uma tarefa impossível devido à complexidade dos mesmos e pelo tempo de que dispomos. Assim, cabe a você, caro aluno, buscar o aprofundamento das questões tratadas, aqui, a partir de sua atuação pedagógica e interesses próprios. Finalmente, gostaria de citar Paulo Freire, que resume, de forma genial, a real função da coordenação pedagógica, a de fazer com que o aluno aprenda, se desenvolva, tenha sucesso em sua vida acadêmica e seja feliz. Pós-Graduação a Distância Esperamos ter contribuído para a sua formação como profissional competente, crítico e reflexivo. Obrigada por fazer parte de seu processo de aperfeiçoamento profissional! 43 Para (não) Finalizar A ESCOLA (Paulo Freire) Escola é... o lugar onde se faz amigos não se trata só de prédios, salas, quadros, programas, horários, conceitos... Escola é, sobretudo, gente, gente que trabalha, que estuda, que se alegra, se conhece, se estima. O diretor é gente, O coordenador é gente, o professor é gente, o aluno é gente, cada funcionário é gente. E a escola será cada vez melhor na medida em que cada um se comporte como colega, amigo, irmão. Nada de ‘’ilha cercada de gente por todos os lados”. Nada de conviver com as pessoas e depois descobrir que não tem amizade a ninguém nada de ser como o tijolo que forma a parede, indiferente, frio, só. Importante na escola não é só estudar, não é só trabalhar, é também criar laços de amizade, é criar ambiente de camaradagem, é conviver, é se “amarrar nela”! Ora , é lógico... numa escola assim vai ser fácil estudar, trabalhar, crescer, fazer amigos, educar-se, ser feliz." Fonte: http://www.paulofreire.org Coordenação Pedagógica Fonte:http://www.hunika.com/.br 44 Referências ALARCÃO, Isabel. Escola reflexiva e supervisão: uma escola desenvolvimento e aprendizagem. Porto: Porto Editora, 2001a. _____. Formação reflexiva de professores: estratégias de supervisão. Porto: Porto Editora, 1996. ANDRADE, Narcisa Veloso de. Supervisão em educação. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1979. ANDRÉ, Marli Eliza D. A. ; VIEIRA, Marili M. da Silva. O coordenador pedagógico e a questão dos saberes. In: ALMEIDA, Laurinda Ramalho; Placco, Vera Maria Nigro de Souza. O coordenador pedagógico e questões da contemporaneidade. 1. ed. São Paulo: SP, 2006, v. 1. p. 11-24. ASSERS. Síntese do trabalho desenvolvido no III Encontro Estadual de Supervisores de Educação. Porto Alegre: 1982. BATISTA, S. H. S.; SEIFFERT, O. O coordenador pedagógico e a avaliação da aprendizagem: buscando uma leitura interdisciplinar. In: ALMEIDA, L. R.; PLACCO, V. M. N. S. O coordenador pedagógico e o cotidiano da escola. 4. ed. São Paulo: Edições Loyola, 2006. BRZEZINSK, Iria. A questão da qualidade: exigências para a formação dos profissionais da educação. In: RBAE v. 12, no 1, Brasília, ANPAE, 1996. CARNEIRO, Moacir Alves. LDB fácil: leitura crítica compreensiva artigo a artigo. 7. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2002. CENPEC. Raízes e asas. Vol. 2, 5, 6 e 8. 3 a ed. São Paulo: 1994. CHRISTOV, L. H. S. Educação continuada: função essencial do coordenador pedagógico. In: GUIMARÃES, A. e outros autores. O Coordenador Pedagógico e a Educação Continuada. 9. ed. São Paulo: Edições Loyola, 2006. COARACY, Joanna. O planejamento como processo. Revista Educação, Ano I, no 4, Brasília, 1972. p.79. In: TEIXEIRA, Gilberto. Planejamento Educacional e Planejamento de Ensino. Disponível em: <http://www.serprofessoruniversitario. pro.br/ler.php?modulo=16&texto=970 FONSECA, J. P. Projeto pedagógico: processo e produto na construção coletiva do sucesso escolar. São Paulo-SP: Jornal da APASE. Secretaria de Educação. São Paulo. SP. Ano II – no 03, 2001. In: LIMA, Paulo Gomes; SANTOS, Sandra Mendes. O coordenador pedagógico na educação básica: desafios e perspectivas. Revista de Educação vol. 2 nº 4 jul./dez. 2007. Rede Municipal de Ensino de São Paulo-SP. Disponível em: <http://e-revista.unioeste.br/index.php/ educereeteducare/article/download/1656/1343. Acesso em 04/11/2008. GADOTTI, Moacir. Uma só escola para todos: caminhos da autonomia escolar. Petrópolis, RJ: Vozes, 1990. GAYOTTO, Maria Leonor; DOMINGUES, Ideli. Liderança: aprenda a mudar em grupo. 6. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2006. GEGLIO, Paulo Cesar. O papel do coordenador pedagógico na formação do profissional em serviço. In: ALMEIDA, L. R.; PLACCO, V. M. N. S. O coordenador pedagógico e o cotidiano da escola. 4. ed. São Paulo: Edições Loyola, 2006. Pós-Graduação a Distância CUNHA, Maria Isabel, A relação professo-aluno In: VEIGA, Ilma Passos Alencastro (coord.). Repensando a Didática. 8. ed. São Paulo: Papirus, 1993. 45 Referências GRINSPUN, Mirian P. S. Zippin. A orientação educacional: conflitos de paradigmas e alternativas para a escola. São Paulo: Cortez, 2003. HERNANDEZ, Ivane Reis C. Planejamento: compromisso com a ação. In: ENRICONE, Delcia et al. Ensino – Revisão Crítica. Porto Alegre: Sagra, 1991. LIBÂNEO, José Carlos. Pedagogia e pedagogos, para quê? São Paulo: Cortez, 2001. _____. Organização e gestão da escola pública: teoria e prática. 4. ed. Goiânia: Alternativa, 2005. LOMONICO, Circe F. Atribuições do coordenador pedagógico.São Paulo: EDICON, 1987. LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem na escola: reelaborando conceitos e recriando a prática. Salvador: Malabares Comunicação e Eventos, 2003. MEDINA, Antonia da Silva. Supervisão escolar, da ação exercida à ação repensada. Porto Alegre: AGE, 2002. RANGEL, Mary (org.). Supervisão Pedagógica: princípios e práticas. Campinas, SP: Papirus, 2001. MELLO, Guiomar Namo de. Educação escolar brasileira: o que trouxemos do século XX? São Paulo: Artmed, 2004. _____. Supervisor escolar: parceiro político-pedagógico do professor.” In: SILVA JR, C. A.; RANGEL, M. (orgs.) Nove olhares sobre a supervisão. Campinas: Papirus, p. 9-35. NÉRICI, Inídeo G. Introdução à Supervisão Escolar. São Paulo: Atlas, 1973. OLIVEIRA, Aline Sampaio de. Fatores preditores da qualidade na escola pública: o caso da escola urbana de Vargem Bonita. Brasília: 2002. 138. Dissertação (Mestrado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade de Brasília, 2002. PARO, Vitor Henrique. Qualidade do ensino: a contribuição dos pais. São Paulo: Xamã, 2000. PERRENOUD, Philippe. Dez novas competências para ensinar. Porto Alegre: Artmed, 2000. PLACCO, V. M. N. S. O coordenador pedagógico e o espaço de mudança. São Paulo: Loyola, 2001. PRZYBYLSKI, Edy. O supervisor escolar em ação. 2. ed. Porto Alegre: Sagra, 1985. RANGEL, Mary (Org.). Supervisão pedagógica: princípios e práticas. Campinas, SP: Papirus, 2001. RODRIGUES, NEIDSON. Da mistificação da escola à escola necessária. 6. ed. São Paulo: Cortez, 1992. (Coleção Polêmicas do Nosso Tempo) Coordenação Pedagógica ROMÃO, José Eustáquio; PADILHA, Paulo Roberto. Planejamento socializado ascendente na escola, In: GADOTTI, Moacir; ROMÃO, José Eustáquio. (Org.). Autonomia da escola: princípios e propostas. 4. ed. São Paulo: Cortez, Instituto Paulo Freire, 2001, 166 p. (Guia da Escola Cidadã, v. 1) 46 ROSA, Carla Lavínia Pacheco da; ABREU, Rudimar Serpa de. A gestão de processos educativos. Anais do Seminário Interdisciplinar em Supervisão Escolar. Santa Cruz do Sul: UNISC, 2001. SACRISTÁN, J. Gimeno. O currículo: uma reflexão sobre a prática. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 1998. SARUBBI, Maria Irma. Curriculum. Buenos Aires. Stella, 1971. p.34. In: TEIXEIRA, Gilberto. Planejamento Educacional e Planejamento de Ensino. Disponível em: http://www.serprofessoruniversitario.pro.br/ler.php?modulo=16&texto=970, acesso em 09/10/2008. Referências SAVIANI, Dermeval. Sentido da pedagogia e o papel do pedagogo. In: Revista da ANDE, São Paulo, n.9, 1985, p.27-28. SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DA BAHIA. Agência de certificação nacional módulo coordenador pedagógico. Disponível em: <http://www.certifica.org.br/recursos/news/video/%7BC4CB2619-C53C-4CDC-AC6E- AD2713EBD08B%7D_ Coordenador%20P_23082004.pdf. Acesso em 4/9/2008. SECRETARIA DE EDUCAÇÃO E CULTURA. Prefeitura de Salvador. Coordenador pedagógico: traçando caminhos para a sua prática educativa 2008. Disponível em: <.http://www.smec.salvador.ba.gov.br/site/index2.php SILVA, JR; RANGEL, Mary. Nove olhares sobre a supervisão. Campinas, SP: Papirus,1997. SOUZA, Eda Lucas Castro de. O processo de planejamento: conceito, evolução e etapas. Brasília: SESI, 1999. _____. O processo pedagógico e o processo de gestão. Brasília: SESI, 1999. TURRA, Clódia Maria Godoy [et al.]. Planejamento de ensino e avaliação. 11. ed. Porto Alegre: Sagra Luzzatto, 1988. VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Coordenação do trabalho pedagógico: do projeto político-pedagógico ao cotidiano da sala de aula. São Paulo: Libertad, 2006. VEIGA, Ilma Passos Alencastro. Escola fundamental: currículo e ensino. São Paulo: Papirus, 1991. _____. Projeto político pedagógico da escola: uma construção possível. Campinas SP: Papirus, 1996. Pós-Graduação a Distância VILLAS BOAS, B. M. de F. Portfólio, avaliação e trabalho pedagógico. Campinas, SP: Papirus, 2004. 47