Aprendizagem sem fronteiras Learning without borders A Avaliação Diagnóstica como Ferramenta de Intervenção Pedagógica no Processo de Ensino Aprendizagem da Educação Básica Eixo temático 1: Fundamentos e práticas educacionais Teniziara de Moura Ferreira 1 Este estudo surgiu da necessidade de investigar meios que possam colaborar para a melhora do desempenho da aprendizagem dos alunos na educação básica. Em conversas com diretores, pedagogos e professores de algumas escolas estaduais do Triângulo Mineiro, bem como análise de seus projetos pedagógicos, ficou evidente a importância de se desenvolver uma pesquisa sobre o tema avaliação da aprendizagem, uma vez que a realidade presenciada em diversas instituições de ensino muitas vezes ainda permeia a visão de uma avaliação com fim em si mesma. Diante disto, algumas questões foram levantadas, como: qual a qualidade das avaliações; se possuíam parâmetros claramente definidos; se existiam análise e comparação entre o planejamento pedagógico e os resultados das avaliações; se as práticas e estratégias eram repensadas a cada ciclo e o que era feito para recuperar alunos com déficit de aprendizagem. O foco foi verificar a importância da avaliação da aprendizagem como ferramenta de intervenção pedagógica. Uma forma de acompanhar o processo de ensino aprendizagem, buscando as habilidades e competências que os alunos já construíram e as que ainda encontram-se em desenvolvimento ou defasagem. 1 Universidade Federal do Triângulo Mineiro – Programa de Monitorias – [email protected] Aprendizagem sem fronteiras Learning without borders Sendo assim, iniciei uma pesquisa bibliográfica sobre o pensamento dos autores Cipriano C. Luckesi e Jussara Hoffmann, além da Lei de Diretrizes e Bases e a Constituição Federal do Brasil e, então, comecei a refletir o diagnóstico escolar como um processo, que precisa anteceder, acompanhar e finalizar um ciclo de atividades pedagógicas, a fim de se atingir metas de aprendizagem. Superando o velho conceito da avaliação repressora, excludente e classificatória. De acordo com a LDB, o ensino deve ser ministrado com base nos princípios da garantia de padrão de qualidade, da valorização da experiência extra-escolar e da vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais. A avaliação deve ser contínua e cumulativa no desenvolvimento do aluno, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e nos resultados ao longo do período sobre os de eventuais provas finais. É sabido que uma avaliação de qualidade deve considerar que a educação é um direito social garantido pela Constituição Federal de 1988, assim como a Declaração Universal dos Direitos do Homem, é direito de todos e dever do Estado e da família, deve ser promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. Além de visar à plena expansão da personalidade humana e ao reforço dos direitos do Homem e das liberdades fundamentais favorecendo a compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as nações e todos os grupos raciais ou religiosos, bem como a manutenção da paz. Portando, a avaliação formativa deve fundamentar-se nos processos de aprendizagem, em seus aspectos cognitivos, afetivos e relacionais; em aprendizagens significativas e funcionais que se aplicam em diversos contextos e se atualizam o quanto for preciso para que se continue a aprender. O sentido e a finalidade da avaliação deve ser conhecer melhor o aluno, constatar o que está sendo aprendido, adequar o processo de ensino e julgar globalmente um processo de ensino-aprendizagem. A nota não deve ser fundamento para classificar ou estigmatizar alunos, pois, esse tipo de avaliação pressupõe que as pessoas aprendem do mesmo modo, nos mesmos momentos e tenta evidenciar competências isoladas. Mas, sim, apenas uma forma de registro para que o professor norteie o planejamento de suas aulas de acordo com as dificuldades de Aprendizagem sem fronteiras Learning without borders cada aluno. Registros descritivos e qualitativos que auxiliem o trabalho pedagógico, que sejam fonte de consulta para alunos, pais, professores, especialistas e órgãos centrais de educação. Assim, a construção do conhecimento é um processo progressivo. Sempre que for detectado conhecimentos prévios insuficientes é preciso supri-los, antes de abordar o ensino de novos conteúdos, ou adaptar e redefinir os objetivos e o planejamento relacionado a esses conteúdos. Mas é importante considerar que, mesmo que os alunos tenham conhecimentos prévios suficientes para abordar novos conteúdos, isso não assegura que os tenham em todos os aspectos do processo. Por isso, a atualização e a disponibilidade dos conhecimentos prévios dos alunos são condição necessária para a realização de uma aprendizagem mais significativa. Infelizmente, o reconhecimento da importância da avaliação formativa ainda caminha distante de muitas salas de aula. Costumam ser conteudístas e sem parâmetros préestabelecidos. Não é feita uma análise dos resultados e, menos ainda, um replanejamento pedagógico baseado nos mesmos. Então a cultura da avaliação diagnóstica periódica (diferente da classificatória) precisa ser difundida entre os profissionais da educação. Porque, avaliações repetitivas, fragmentadas, descontínuas, sem foco nas habilidades e competências necessárias ao aluno, são fatores que podem gerar o fracasso escolar, proporcionando à equipe pedagógica o desconhecimento da real situação de seu corpo discente. E, ao contrário, uma avaliação formativa, em que cada questão é baseada em habilidades e competências, com análise dos resultados, para o professor rever a prática pedagógica e replanejar, traçar metas e ações, segue caminho para o excelente desempenho dos alunos e sucesso da escola. Palavras-chave: Avaliação diagnóstica; Plano pedagógico; Educação Básica;