UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA HOSPITAL UNIVERSITÁRIO-CAS Hospital Universitário - UFJF Rua Catulo Breviglieri, s/nº - Santa Catarina – Juiz de Fora – MG – CEP: 36.036-110 Telefones: (32) 4009-5181 – Fax (32) 4009-5160 www.hu.ufjf.br - e-mail: [email protected] Manual de Dietas Hospitalares do HU-UFJF Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias 2 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias Índice ....................................................................................................................................................1 OBJETIVO DO MANUAL........................................................................................................5 HORÁRIO DAS REFEIÇÕES SERVIDAS AOS PACIENTES..............................................6 REFEIÇÕES DOS RESIDENTES – REFEITÓRIO...................................................................6 DIETA NORMAL......................................................................................................................8 DIETA VEGETARIANA.........................................................................................................11 DIETA LACTO-OVOVEGETARIANA..................................................................................13 DIETA LACTO-VEGETARIANA..........................................................................................14 DIETA OVO-VEGETARIANA...............................................................................................15 DIETA VEGAN.......................................................................................................................16 DIETA DE LÍQUIDOS CLAROS...........................................................................................18 DIETA LÍQUIDA-COMPLETA.............................................................................................21 DIETA PASTOSA....................................................................................................................24 DIETA BRANDA...................................................................................................................27 DIETA NORMOCALÓRICA E HIPERPROTEICA.............................................................30 DIETA HIPERCALÓRICA E HIPERPROTEICA...............................................................32 DIETA HIPOCALÓRICA E HIPERPROTEICA..................................................................35 DIETA COM RESTRIÇÃO DE FIBRAS E RESÍDUOS......................................................37 DIETAS RICAS EM FIBRAS................................................................................................41 DIETA ISENTA DE LACTOSE.............................................................................................43 DIETA POBRE EM LIPÍDEOS.............................................................................................45 DIETA POBRE EM TRIGLICERÍDEOS DE CADEIA LONGA (TCL) COM ADIÇÃO DE TRIGLICERIDEOS DE CADEIA MÉDIA(TCM)................................................................48 DIETA RICA EM LIPIDIOS..................................................................................................51 DIETA ISENTA DE GLÚTEN...............................................................................................53 DIETA POBRE EM PURINAS..............................................................................................56 DIETA HIPOSSÓDICA..........................................................................................................58 DIETA PARA ÚLCERA PÉPTICA........................................................................................62 DIETAS PARA REFLUXO GASTROESOFÁGICO.............................................................65 DIETA PARA DIARRÉIA......................................................................................................68 DIETA PARA OBSTIPAÇÃO INTESTINAL........................................................................71 DIETAS PARA OSTOMIZADOS (BOLSA DE COLOSTOMIA)........................................73 DIETA PARA DISFAGIA.......................................................................................................75 DIETA 1...........................................................................................................................................78 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias 3 DIETA 2...........................................................................................................................................79 DIETA 3...........................................................................................................................................80 DIETA PARA PÓS-GASTRECTOMIA.................................................................................82 ESTÁGIO 1 ; DIETA DE LÍQUIDOS CLAROS.........................................................................82 ESTÁGIO 2; DIETA LÍQUIDA-COMPLETA............................................................................84 ESTÁGIO 3 ; DIETA BRANDA SEM AÇÚCARES CONCENTRADOS.................................86 DIETA PARA PÓS-GASTROPLASTIA.................................................................................89 ESTÁGIO 1: DIETA DE LÍQUIDOS CLAROS..........................................................................90 ESTÁGIO 2: DIETA LÍQUIDA-COMPLETA............................................................................92 ESTÁGIO 3: DIETA PASTOSA SEM AÇÚCARES CONCENTRADOS.................................94 ESTÁGIO 4: DIETA BRANDA SEM AÇÚCARES CONCENTRADOS..................................95 DIETA PARA INFARTO DO MIOCÁRDIO.........................................................................97 DIETA NA FASE AGUDA.....................................................................................................98 DIETA NA FASE DE REABILITAÇÃO.............................................................................101 DIETA PARA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CONGESTIVA.........................................104 DIETAS PARA INSUFICIÊNCIA HEPÁTICA..................................................................107 DIETA PARA PÓS-TRANSPLANTE HEPÁTICO.............................................................109 DIETA NO PÓS-TRANSPLANTE HEPÁTICO IMEDIATO............................................111 DIETA NO PÓS-TRANSPLANTE HEPÁTICO TARDIO.................................................113 DIETA PARA HEMODIÁLISE E DIÁLISE PERITONEAL INTERMITENTE.............114 DIETA PARA DIÁLISE PERITONEAL CONTÍNUA.......................................................119 DIETA PARA PRÉ-DIÁLISE (TRATAMENTO CONSERVADOR).................................122 DIETA PARA SÍNDROME NEFRÓTICA..........................................................................125 DIETA PARA PÓS-TRANSPLANTE RENAL....................................................................128 DIETA NO PÓS-TRANSPLANTE RENAL IMEDIATO...................................................130 DIETA NO PÓS-TRANSPLANTE RENAL TARDIO.........................................................132 DIETA PARA INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA COM TERAPIA DE SUBSTITUIÇÃO RENAL...................................................................................................................................134 DIETA PARA INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA EM TRATAMENTO CONSERVADOR ................................................................................................................................................138 DIETA PARA UROLITÍASE POR OXALATO DE CÁLCIO.............................................142 DIETAS PARA DISBETES MELLITUS.............................................................................146 DIETA PARA INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA...........................................................150 DIETAS DE PROVA.............................................................................................................153 DIETA PARA TESTE DE GORDURA NAS FEZES................................................................153 DIETA PARA TESTE DE TOLERÂNCIA À GLICOSE.........................................................154 DIETA PARA TESTE DE SANGRAMENTO INTESTINAL/ DIETA ISENTA DE CARNE ........................................................................................................................................................156 4 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias DIETA PARA TESTE DE SEROTONINA................................................................................158 DIETA PARA TESTE DE ÁCIDO VANILMANDÉLICO (VMA)..........................................160 DIETA PARA ALERGIAS ALIMENTARES............................................................................162 DIETA ISENTA DE LEITE.................................................................................................164 DIETA ISENTA DE TRIGO.................................................................................................167 DIETA ISENTA DE MILHO................................................................................................170 DIETA ISENTA DE SOJA...................................................................................................173 DIETA VIA SONDA..............................................................................................................175 DIETA VIA PARENTERAL.................................................................................................176 DIETA PARA BEBÊS – 0 A 12 MESES DE IDADE..........................................................179 DIETA NORMAL PARA CRIANÇAS EM IDADE PRÉ-ESCOLAR................................184 NORMAL PARA DIETA CRIANÇAS EM IDADE ESCOLAR.........................................188 DIETA NORMAL EM PEDAÇOS.......................................................................................192 DIETA ISENTA DE LEITE.................................................................................................194 DIETA ISENTA DE GLÚTEN.............................................................................................197 DIETA PARA DIARRÉIA....................................................................................................200 DIETA PARA DIABETES – CRIANÇAS DE 6 A 12 ANOS (ESCOLAR)........................204 DIETA PARA FENILCETONÚRIA....................................................................................208 DIETA CETOGÊNICA.........................................................................................................212 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias 5 OBJETIVO DO MANUAL O Manual de Dietas Hospitalares tem como objetivo principal a padronização das refeições servidas no Hospital Universitário. O objetivo final é informar toda a equipe envolvida com os cuidados dos pacientes sobre a nomenclatura, as indicações e as características de cada dieta padronizada, assim como a sua adequação nutricional. A padronização estabelecida nesse Manual não tem a intenção de substituir a triagem e as avaliações nutricionais completas. Essas devem ser realizadas como parte da rotina da equipe de Nutrição, identificando os pacientes em risco nutricional ou desnutrição estabelecida. As crianças, os adolescentes, aqueles em estresse metabólico, gestantes e idosos são populações em grande risco nutricional, e devem ser avaliados e acompanhados com prioridade. Esses pacientes devem ser avaliados pelo Serviço de Nutrição até, no máximo, 72 horas da admissão, quando é determinado um plano individualizado de refeições e de educação nutricional. Em outros casos específicos, o médico ou outro profissional envolvido no cuidado, pode solicitar uma avaliação ao serviço de Nutrição. Assim como não existe nenhuma prescrição nutricional que alcance as necessidades de todos os indivíduos, não existe nenhum padrão de refeições que seja ideal a todas as instituições hospitalares. As dietas padronizadas nesse Manual obedecem ao critério de frequência de ocorrência nas instituições determinadas. Os exemplos de cardápio respeitam a disponibilidade e os hábitos alimentares da região. Foi considerada, como padrão, uma média de quilocalorias, estimada para a maioria da população atendida, com distribuição de acordo com a enfermidade ou condição metabólica. O sistema adotado para o cálculo das dietas foi o de agrupamento e substituição dos alimentos. Esse sistema facilita a variedade e permite considerações sobre o custo dos cardápios. Três listas distintas foram desenvolvidas (Pirâmide de Alimentos, Diabetes e Renal). As listas, os procedimentos e as fichas para o cálculo das dietas e avaliação da ingestão alimentar estão apresentados no final deste livro, em Apêndices. 6 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias HORÁRIO DAS REFEIÇÕES SERVIDAS AOS PACIENTES O serviço de distribuição das refeições dos pacientes inicia nos seguintes horários; Desjejum 7:00h Colação 9:00h Almoço 11:00h Lanche 14:00h Jantar 17:00 h. Ceia 19:00h REFEIÇÕES DOS RESIDENTES – REFEITÓRIO Desjejum 7:00 às 7:30hs Almoço 11:00 às 13:30hs Lanche 15:00 às 15:30hs Jantar 21:00 às 21:30hs. Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias DIETAS NORMAIS PARA ADULTOS 7 8 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias DIETA NORMAL Objetivo: manter o estado nutricional de pacientes com ausência de alterações metabólicas significativas ou risco nutricional. Indicação para uso: pacientes adultos e idosos que não requerem modificações específicas na dieta. Gestantes e lactantes sem necessidades metabólicas específicas. Características: distribuição e quantidades normais de todos os nutrientes. Não existe restrição no tipo e no método de preparo dos alimentos servidos. Dieta nutricionalmente adequada. O exemplo de cardápio contém aproximadamente 2.000 quilocalorias e 80 gramas de proteínas. ALIMENTOS RECOMENDADOS E EVITADOS Grupo Alimentos Alimentos alimentar recomendados Evitados Pães, cereais, arroz e Grãos e seus produtos Ricos em gordura e massas integrais e açúcar(ex. croissant, Pobre em gordura. bolos recheados e com cobertura, folhados, etc.) Hortaliças Frescas Frituras; enlatadas com sal e/ou óleo Frutas Frescas, e a fruta em Conservas com calda de Vez de seu suco açúcar Leite, iogurte e queijo Com pouca gordura e Ricos em gordura e sal sal Carnes, aves, peixes e Magros sem pele e Ricos em gordura e sal, ovos gordura como os frios em geral (salame, mortadela, presunto etc.) Gorduras, óleos e Todos com moderação Nenhum açúcares Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias EXEMPLO DE CARDÁPIO Café da manhã Café com leite, pão com margarina, fruta Almoço Salada, frango ao molho, polenta, arroz e feijão. Sobremesa: fruta Lanche Chá e pão com geléia Jantar Salada, bife a rolé, couve-flor gratinada, arroz e feijão. Sobremesa láctea (ex. : pudim de baunilha) Ceia Chá com crackers. SUBSTITUIÇÕES Café da manhã/Lanches Geléia por margarina Chá por café com leite Vitamina de fruta por chá ALMOÇO/JANTAR Carnes: moída Cozida em pedaços Frango Peixes Ovos Guarnição: legumes cozidos ou verduras refogadas Sopas no jantar caso seja preferência do paciente 9 10 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias RECOMENDAÇÕES - Evitar frituras. - Utilizar hortaliças frescas ou congeladas. - Preferir o cozimento rápido das hortaliças, para diminuir a perda de nutrientes. - Incluir hortaliças verde-escuras e leguminosas várias vezes na semana. - Usar molhos de salada pobres ou sem gorduras. - Preferir frutas frescas e com casca. - Contar como uma porção de frutas somente os sucos 100% puros. - Retirar as gorduras visíveis das carnes. - Selecionar as carnes assadas, grelhadas ou preparadas no vapor. - Limitar a quantidade de gorduras e açúcares adicionados aos alimentos no momento do preparo ou à mesa. - Dispor as preparações de forma harmoniosa. Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias 11 DIETA VEGETARIANA Objetivo: manter o estado nutricional adequado de pacientes que preferem excluir produtos de origem animal da dieta. Indicação para uso: qualquer paciente que exclua todos ou alguns produtos de origem animal de seu cardápio, seja por crenças religiosas, preocupação com a saúde, considerações ambientais, assuntos humanitários, éticos, razões econômicas ou políticas. Características: é classificada de acordo com os produtos que podem ser consumidos. No caso dos semi-vegetarianos, são excluídos somente as carnes vermelhas. Os lacto-vegetarianos excluem todas as carnes e derivados. Os lacto-vegetarianos consomem apenas o leite como fonte de proteína animal. Os ovo-vegetarianos incluem os ovos, excluindo o leite, as carnes e os seus derivados do cardápio, enquanto que os vegans (vegetarianos restritos) ingerem apenas produtos de origem vegetal. Os exemplos de cardápio contém aproximadamente 2.000 quilocalorias. 12 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias ALIMENTOS RECOMENDADOS EVITADOS Grupo Alimentos Alimentar Recomendados Pães, Cereais Arroz e Pães e massas integrais ou Massas enriquecidos, cereais e grãos integrais ou enriquecidos, e seus subprodutos. Hortaliças Todas, de preferência frescas. Lacto-ovovegetariano: leite e derivados, ovos ( até três a quatro por semana ). Leguminosas e oleaginosas com moderação Carnes, Aves, Peixes, Ovos, Feijão e Nozes Alimentos Evitados Lanches fritos, panquecas, produtos de confeitaria ricos em gordura, biscoitos recheados. Fritas ou amanteigadas, ou em conserva Todos os outros alimentos de origem animal. Lacto-vegetarianos: leite e derivados. Leguminosas e oleaginosas com moderação Ovo-vegetarianos: ovos Todos os outros alimentos ( até três a quatro por de origem animal. semana . Leguminosas e oleaginosas com moderação Vegans: Leguminosas e oleaginosas com moderação Leite, Iorgute e Lacto-ovovegetarianos e Leite integral, queijos Queijo lactovegetarianos: leite gordos ( amarelos ) desnatado ou semidesnatado, e todos os produtos feitos com esses tipos de leite. Gorduras, Óleos e Margarina, óleos ricos em Gorduras de origem animal Açúcar ácidos graxos mono ou sobremesas muito doces, poliinsaturados e seus produtos de confeitaria, subprodutos: geléia, mel e sorvetes, pudins ou cremes doces de frutas. feito à base de leite integral, bala ou doces que contenham gelatina de origem animal Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias DIETA LACTO-OVOVEGETARIANA Exemplo de Cárdapio Café da manhã Café com leite, pão integral, margarina, fruta. Almoço Salada, polenta, omelete, arroz e feijão. Sobremesa: Fruta Lanche Chá e pão integral com margarina Jantar Salada, couve-flor gratinada, arroz e feijão. Sobremesa láctea ( ex.: pudim de baunilha ) Ceia Chá com crackers Ou café com leite SUBSTITUIÇÕES: Almoço / Lanche Omelete por ovos fritos ou cozidos Café da manhã / Lanche Café com leite por chá Margarina por geléia 13 14 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias DIETA LACTO-VEGETARIANA Café da manhã Café com leite, pão integral, margarina, fruta. Almoço Salada, polenta, arroz e feijão Sobremesa: fruta Lanche Chá e pão integral com geléia Jantar Salada, almôndegas de soja, couve-flor gratinada, arroz e feijão Sobremesa láctea ( ex.: pudim de baunilh ). Ceia Chá com crackers. SUBSTITUIÇÃO: Carnes de soja: Quibe Vegetariano por almôndegas de soja Guarnições: legumes cozidos, verduras refogadas Purê de legumes preparado com margarina e leite Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias DIETA OVO-VEGETARIANA Café da manhã Leite de soja, pão integral, margarina, fruta Almoço Saladas, polentas, omelete, arroz e feijão Sobremesa: fruta Lanche Leite de soja e pão integral com margarina ou Geléia Jantar Salada, couve-flor refogada, arroz e feijão Sobremesa: gelatina Ceia Chá com crachers 15 16 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias DIETA VEGAN Café da manhã Leite de soja, pão integral, margarina, futa Almoço Saladas, polentas, arroz e feijão Sobremesa: fruta Lanche Leite de soja e pão integral com geléia Jantar Salada, almôndegas de soja, couve-flor refogada, arroz e feijão. Sobremesa: geléia Ceia Chá com crackers Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias DIETAS MODIFICADAS NA CONSISTÊNCIA 17 18 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias DIETA DE LÍQUIDOS CLAROS Objetivo: fornecer líquidos e eletrólitos via oral para prevenir a desidratação, minimizar o trabalho do trato gastrintestinal e a presença de resíduos no cólon. Indicação para uso: preparo e pós-operatório de cirurgias do trato gastrintestinal, após período de alimentação por via intravenosa, durante infecções graves e diarréia aguda, antes ou depois de procedimentos de diagnóstico, e como primeiro passo na alimentação por via oral. Deve haver precaução com o uso dessa dieta naqueles pacientes apresentando disfagia com risco de broncoaspiração ( v. Dieta para Disfagia ) . É indicada a progressão para uma dieta mais adequada logo que tolerada pelo paciente. Característica: dieta altamente restritiva e nutricionalmente inadequada em todos os nutrientes. Não deve ser utilizada por mais que três dias, pois fornece uma quantidade limitada de quilocalorias, provenientes principalmente de carboidratos. Inclui alimentos que são translúcidos, com baixa quantidade de resíduos e que são ou se transformam em líquidos à temperatura corporal. Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias 19 ALIMENTOS RECOMENDADOS E EVITADOS Grupo Alimentos Alimentos Alimentar Recomendados Evitados Pães, Cereais, Arroz e Nenhum Todos Massas Hortaliças Caldos e sucos coados de Nenhum, exceto as hortaliças leguminisas Frutas Sucos coados Abacate, manga e outros que não produzem sucos claros Leite, iogurte e queijo Nenhum Todos Carnes, Aves, Peixes e Caldo de frango ou de Ovos, oleaginosas Ovos Carne de gado sem gordura Gorduras, Óleos e Todos, sem exceto Nenhum Açúcares EXEMPLO DE CARDÁPIO Café da manhã Chá de ervas, suco de laranja coado Lanche Suco de maracujá ou limão coado Almoço Caldo de frango com hortaliças, gelatina Lanche Suco de laranja ou limão coado Jantar Caldo de Carne com hortaliças, gelatina Ceia Chá de ervas 20 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias RECOMENDAÇÕES - Podem ser utilizados: gelatina de todos os sabores, açúcar, sal, mel e bebidas como o café e o chá. - Os alimentos com altas concentrações de açúcares simples, eletrólitos e aminoácidos são hiperosmolares e podem promover sintomas gastrintestinais, como a diarréia. Portanto, esses merecem cautela na inclusão. - No caso de não haver condições de progressão da dieta, é recomendado a introdução de suplementos industrializados contendo baixa quantidade de resíduos ( v. Apêndice 10 ), para melhorar o aporte nutricional. - A ingestão de líquidos deve ser monitorada para evitar a desidratação. SUBSTITUIÇÕES: Café da manhã: Suco de limão coado Suco de laranja coado Lanche suco de maçã coado por suco de maracujá 21 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias DIETA LÍQUIDA-COMPLETA Objetivo: fornecer uma dieta oral que seja bem tolerada por pacientes que não podem ingerir alimentos sólidos. Indicação par uso: após cirurgias de cabeças e pescoços, em doenças agudas e para aqueles pacientes incapaz de tolerar alimentos sólidos ou com dificuldade de mastigação e deglutição. Deve haver precaução com uso dessa dieta naqueles com risco de brocoaspiração (v. Dieta para Disfagia). É preferencialmente, uma dieta de transição, e a progressão para alimentos sólidos deve ser completada tão rápido quanto possível. Inclui pacientes nãodiabéticos e diabéticos. Características: contém alimentos na forma líquida ou que se liquefazem Á temperatura corporal. É nutricionalmente inadequada. Permite adição de leite e derivados, ovos e cereais refinados. O exemplo de cardápio contém aproximadamente 1.300 quilocaloricas e 60 gramas de proteínas. ALIMENTOS RECOMENDADOS E EVITADOS Grupo Alimentos Alimentar Recomendados Pães, Cereais, Cereais refinados e cozidos, Arroz e Massas farinha de aveia, creme de arroz, milho e trigo Hortaliças Caldos e sucos, sopas liquidificadas Frutas Sucos coados Leite, iogurte e Leite integral e desnatado, queijo bebidas lácteas, iogurte líquido, suplementos comerciais à base de leite, queijo cottage, tofu, requeijão cremoso e outros queijos macios, pudim, flan, manjar. Carnes, Aves, Ovos, aves, peixe, carne de gado Peixes e Ovos acrescida à sopas liquidificadas. Gorduras, Óleos e Todos, sem excesso. Açúcares Alimentos Evitados Alimentos integrais, farelos, sementes. Hortaliças cruas e inteiras Frutas inteiras Queijos ricos em gorduras Carnes ricas em gordura embutidos Nenhum 22 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias EXEMPLO DE CARDÁPIO Café da manhã Mingau de amido de milho Lanche Suco de laranja coado Almoço Sopa de hortaliça, frango e polenta, liquidificada e coada ou Sopa de macarrão c/ legumes e carne batida Sobremesa: gelatina Lanche Leite com suplemento nutricional industrializado em pó, ou suplemento industrializado líquido. Jantar Sopa de hortaliça, carne e arroz, liquidificada e coada Sobremesa láctea (ex.: pudim de baunilha). Ceia Mingau de farinha de arroz Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias 23 RECOMENDAÇÕES - Essa dieta não é recomendada por tempo prolongado pelo fato de ser nutricionalmente inadequada. A progressão para uma dieta sólida deve ocorrer assim que possível. - No caso de não haver condições de progressão, ou com a necessidade de ajustes na própria dieta, os suplementos industrializados com baixa quantidade de resíduos, as fórmulas completas quimicamente definidas ou os módulos de nutrientes devem ser utilizados para melhorar a adequação nutricional. - Os pacientes com a mandibula imobilizada podem necessitar de uso de seringa ou canudo para facilitar a alimentação. - Podem ser utilizados gelatina de todos os sabores, acúcar, sal, mel, mar- Garina, manteiga, geléias em pedaços, sorvetes cremosos e bebidas como o café e o chá. - Os alimentos podem ser mais facilmente liquidificados se cortados em pedaços pequenos antes de colocados no liquidificador ou processador. - A maioria dos alimentos pode ser liquidificada através da mistura de partes iguais de sólidos e líquidos. Alguns alimentos, como frutas e hortaliças, não necessitam de quantidades iguais de líquido adicionado. - Os alimentos liquidificados devem ser utilizados imediatamente, mas podem ser mantidos sob refrigeração até 24 horas, ou congelados logo - Após o preparo. 24 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias DIETA PASTOSA Objetivo: fornecer uma dieta que possa ser mastigada e deglutida com pouco ou nenhum esforço. Indicação para uso: pacientes com dificuldades na mastigação ou deglutição devido à inflamação, danos neurológicos, distúrbios neuromotores, retardo mental severo, doença esofágica, alterações anatômicas da boca ou esõfago, e uso de prótese dentária. Não é indicada àqueles com risco de broncoaspiração (v. Dieta para Disfagia). Características: normal em todos os nutrientes. Os alimentos estão na forma de purê ou amassados, exceto se naturalmente macios. O exemplo de cardápio contém aproximadamente 2.000 quilocalorias e 80 gramas de proteínas. 25 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias ALIMENTOS RECOMENDADOS E EVITADOS ALIMENTOS RECOMENDADOS Pães, Cereais, Todos que possam ser Arroz e Massas transformados em purê. Mingaus de amido de milho, aveia, creme de arroz e outros. Hortaliças Purê de batata, batata doce, cenoura. Suco de hortaliças Frutas Todas na forma de purê, sem pele. Suco de frutas Leite, iogurte e Leite, milkshake, Queijo achocolatados. Iogurte batido. Pudim, manjar. Queijos cottage ou ricota amassados. Carnes, Aves, Carnes, peixes e aves na Peixes e Ovos. forma de purê, sem pele.Ovos mexidos moles ou pochê, na forma de purê. Gemada. Gorduras, óleos Gelatian, sorvetes, geléia, e açúcares mel, açúcar, xaropes. Margarina, manteiga, creme de leite, chantilly, nata. Temperos Todos, sem excesso ALIMENTOS EVITADOS Pães duros ou com sementes, biscoitos amanteigados, pastelarias. O arroz pode ser difícil de ser transformado adequadamente em purê. Cereais secos, contendo passas, nozes e outras frutas oleaginosas, ou sementes. Hortaliças folhosas curas. Hortaliças com sementes e/ou casca. Frutas com polpas (ex. laranja, uva, abacaxi) que são difíceis de transformar em purê. Iogurte com pedaços de frutas. Carnes duras, crocantes, empanadas. Ovos fritos. Bacon, azeitona, coco. Sal, pimentas, catchup e mostarda:somente com moderação. 26 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias EXEMPLO DE CARDÁPIO Café da manhã Papa de leite com pão sem casca Lanche Fruta amassada (purê). Almoço Salada de batata bem cozida amassada, frango desfiado ao molho, polenta mole, arroz-papa e caldo de feijão. Sobremesa: fruta amassada (purê). Lanche Papa de chá com pão sem casca. Jantar Salada de hortaliças cozidas amassadas, bife tenro desfiado, cenoura cozida amassada, arroz-papa e caldo de feijão. Sobremesa láctea (ex. pudim de baunilha). Ceia Papa de chá com bolachas. RECOMENDAÇÕES: -É mais atraente e melhor tolerado quando os alimentos são transformados na consistência pastosa em itens separados, em vez de todos misturados juntos. - Os líquidos podem necessitar de espessamento com uso de espessantes industrializados. - O leite, os molhos,a margarina, manteiga, mel ou açúcar podem ser Adicionados aos alimentos sólidos e líquidos, para aumentar o aporte calórico. - O baixo teor de fibras pode resultar em obstipação intestinal. Pode ser - Utilizado o suco de três ameixas pretas em conserva liquidificada, e os chás laxativos. - As fibras devem ser incluidas gradativamente à dieta, de acordo com a tolerância do paciente. SUBSTITUIÇÕES: Café da manhã/lanche Café com leite + biscoito maisena por papa de leite com pão sem casca. Vitamina de frutas grossa por papa de pão com chá. 27 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias DIETA BRANDA Objetivo: fornecer uma dieta contendo o mínimo possível de fibras que não foram abrandadas pela cocção, e uma quantidade moderada de resíduos. Indicação para uso: utilizada como transição entre uma dieta líquida e uma normal. Utilizada no pré-cirúrgico, em enfermidades do esôfago e para aqueles com dificuldades na mastigação ou deglutição, com uso de próteses Dentárias, e presença de gastrite ou úlcera péptica. Características: normal em todos os nutrientes e isenta de alimentos flatulentos. O exemplo de cardápio contém aproximadamente 2.000 quilocalorias e 80 gramas de proteína. ALIMENTOS RECOMENDADOS E EVITADOS GRUPO ALIMENTOS ALIMENTAR RECOMENDADOS Pães, cereais, arroz Pães moles, de forma bolinhos e massas cozidos ou assados moles, biscoitos sem recheio e gordura, panquecas, torradas, cereais cozidos, arroz, massas em geral. Centeio e integrais(de acordo com a tolerância) Hortaliças Todas cozidas, exceto as flatulentas Frutas Leite, iogurte Queijo ALIMENTOS EVITADOS Pães duros ou com sementes, biscoito amanteigados, pastelarias. Hortaliças folhosas cruas, brócolis, abóbora, couve-flor, pepino, pimentão, e outras hortaliças formadoras de gazes. Todas cozidas Todas as cruas e as citricas e Com pouco sal e gordura, queijo Queijos muito gordurosos(ex. prato, mussarela, cottage, ricota provolone) Carnes, aves, peixes Carnes sem gordura, cozidas, Carnes duras, crocantes, e ovos. moídas, desfiadas,purê, empanadas. Ovos fritos. ensopadas ao molho, grelhadas ou assadas. Ovos mexidos, moles ou pochê. Gorduras, óleos e Todos sem excesso Nenhum açúcares 28 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias EXEMPLO DE CARDÁPIO Café da manhã Leite, pão com margarina, fruta cozida. Almoço: Salada frango ao molho, polenta, arroz e caldo de feijão. Sobremesa: fruta cozida Lanche: Chá e pão com geléia. Jantar Salada, bife a rolê, cenoura cozida, arroz, caldo de feijão Sobremesa láctea: (ex. pudim de baunilha) RECOMENDAÇÕES - Preferencialmente, cozinhar as hortaliças em fogo brando e com sal adicionado. - Evitar café, álcool, condimentos, pimenta, catchup, maionese, mostarda, refrigerantes,Água com gás, sucos artificiais e extratos de carne. - O baixo teor de fibras pode resultar em obstipação intestinal. Pode ser utilizado o suco de ameixas pretas em conserva liquidificadas e os chás laxativos - As fibras devem ser incluídas gradativamente à dieta, de acordo com a tolerância do paciente - SUBSTITUIÇÕES: Café da manhã/ lanches Biscoito maisena por pão com margarina Almoço/ jantar: Saladas – usar legumes cozidos Carnes – usar carnes cozidas moídas, sem molhos Ceia – crackers por biscoito maisena. Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias DIETAS MODIFICADAS EM NUTRIENTES 29 30 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias DIETA NORMOCALÓRICA E HIPERPROTEICA Objetivo: manter o estado nutricional de pacientes com grandes perdas ou alto catabolismo proteico Indicação para uso: pacientes adultos e idosos que não requerem modificações específicas no aporte calórico, porém com necessidades proteicas aumentadas (ex. obesos) com função renal normal. Características: dieta nutricionalmente adequada, hiperproteica. O exemplo de cardápio contém aproximadamente 2.000 quilocalorias e 135 gramas de proteinas. ALIMENTOS RECOMENDADOS E EVITADOS GRUPO ALIMENTOS ALIMENTAR RECOMENDADOS Pães, cereais, arroz e Todos massas Hortaliças Todas Frutas Todas ALIMENTOS EVITADOS Ricos em gordura e açúcar Nenhuma Em calda de açúcar, cristalizadas Leite, iogurte e queijo Desnatados e queijos Integrais pobres em gorduras Carnes, aves, Peixes e Pobre em gordura, sem Ricos em gordura ovos a pele e sem gordura visível. Gorduras, Óleos e Todos com moderação Nenhum Açúcares Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias 31 EXEMPLO DE CARDÁPIO Café da manhã Café com leite pão com margarina; fruta Almoço Salada, frango ao molho, arroz e feijão .Macarrão ao alho e óleo. Sobremesa: fruta Lanche Leite e pão com geléia ou margarina. Jantar Salada,carne moída à primavera, abobrinha refogada, arroz e feijão. Sobremesa láctea diet (ex. pudim de baunilha) Ceia Leite com crackers ou biscoito maisena ou torradas. RECOMENDAÇÕES - Evitar alimentos ricos em gordura e em açúcar. - Iniciar as refeições com os alimentos mais proteicos (ex. leite, carnes e ovos). - Os molhos e temperos podem auxiliar no aumento da ingestão dos pratos proteicos, pois estimulam o apetite. - No caso de dificuldade de ingestão de alimentos sólidos (falta de apetite por exemplo) podem ser introduzidos o leite em pó adicional ou os suplementos proteicos em pó industrializados . SUBSTITUIÇÕES Almoço /jantar Carnes – moídas, cozidas Guarnições Legumes cozidos, clara de ovos. 32 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias DIETA HIPERCALÓRICA E HIPERPROTEICA Objetivo: fornecer uma dieta com alto aporte calórico e proteico, para minimizar a resposta catabólica à injúria e maximizar a recuperação da desnutrição, ca cicatrização de feridas e o combate à infecção. Indicação para uso: pacientes que necessitam de maior aporte calórico e proteico. Exemplos: desnutridos pré e pós cirurgico, queimados, politraumatizados, sépticos e outros. Os pacientes com dificuldade de ingestão de alimentos sólidos podem ter indicação de uso de suplementos industrializados líquidos e/ou de dieta via sonda. Características: rica em quilocalorias e proteínas, normal em todos os outros nutrientes. O exemplo de cardápio contém aproximadamente 2.800 quilocalorias e 140 gramas de proteínas por dia. ALIMENTOS RECOMENDADOS E EVITADOS GRUPO ALIMENTOS ALIMENTAR RECOMENDADOS Pães, cereais, arroz e Grãos e seus produtos massas integrais Hortaliças Todas Frutas Todas Leite, iogurte e queijo Todos Carnes, Aves, Peixes e Todos Ovos Gorduras, Óleos e Todos Açucares ALIMENTOS EVITADOS Nenhum Nenhuma Nenhuma Nenhum Nenhum Nenhum Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias 33 EXEMPLO DE CARDÁPIO Café da manhã Mingau de fubá, café, pão com margarina, fruta Almoço Salada, frango ao molho, polenta, arroz e feijão Sobremesa:creme ou pudim Lanche Leite e pão com geléia; gelatina Jantar Salada, bife à rolê, couve –flor gratinada, arroz e feijão Sobremesa láctea: (ex. pudim de baunilha) Ceia Mingau de aveia RECOMENDAÇÕES - Em pacientes desnutridos, introduzir a alimentação gradativamente. - Iniciar as refeições com alimentos mais proteicos (ex. leite, carnes e ovos) - Os molhos e os temperos podem auxiliar no aumento da ingestão alimentar, pois estimulam o apetite. - Podem ser utilizadas frituras e outras preparações ricas em gordura, porém preferir os óleos ricos em monoinsaturados (ex. oliva, canola) - Em caso de necessidade de aumentar o valor calórico da dieta, podem ser adicionados alimentos como: mel, melado, açúcar, xarope de milho, geléias, creme de amendoim, margarina, manteiga, creme de leite, leite condensado, doce de leite, queijos, requeijão, e sorvetes cremosos, chocolate e outros. - No caso de dificuldade de ingestão de alimentos sólidos (falta de apetite, por exemplo) podem ser introduzidos o leite em pó adicional ou os suplementos proteicos em pó industrializados, misturados aos alimentos líquidos das refeições. 34 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias SUBSTITUIÇÕES Café da manhã/ lanche Mingau maisena com suplemento proteico/calórico Vitaminas de fruta com suplemento proteico/calórico Almoço/ Jantar Carnes: moída, cozida, isca de fígado,isca de bife, bife, etc. Guarniçaõ: ovos cozidos, fritos. Todos os legumes, vegetais folhosos 35 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias DIETA HIPOCALÓRICA E HIPERPROTEICA Objetivo: redução do peso corporal, melhorando os sintomas de doenças relacionadas à obesidade. Indicação para uso: pacientes em tratamento pré-operatório de cirurgia para obesidade mórbida, obesos com diabetes mellitus descompensada e função renal normal. Características: dieta reduzida em quilocalorias e rica em proteinas (para o valor calórico); nutricionalmente inadequada. O exemplo de cardápio contém aproximadamente 1000 quilocalorias e 75 gramas de proteínas (29% do total das quilocalorias ofertadas). ALIMENTOS RECOMENDADOS E EVITADOS Grupo alimentar Alimentos recomendados Pães, cereais, arroz e Grãos e produtos integrais massa Alimentos evitados Pães e cereais preparados com muita gordura (croissant, sonhos, folhados), produtos de confeitaria ricos em gordura, biscoitos recheados. Hortaliças Todas Fritas ou amanteigadas Frutas Todas Em calda de açúcar e cristalizadas Leite, iogurte, queijo Com pouca gordura e sal Leite integral, queijos Gordos (amarelos), iogurtes integrais Carnes, aves, peixes e Sem pele e gordura. Até Salsichas e embutidos, todas as carnes ovos tr~es a quatro ovos por gordurosas ou fritas semana. Gorduras, óleos e Nenhum Margarinas, manteigas, bacon, banha, açúcares azeite.Sobremesas muito doces, produtos de confeitaria, sorvetes, pudins ou cremes feitos à base de leite integral, doces cremosos, chocolate. 36 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias EXEMPLO DE CARDÁPIO Café da manhã Café com leite desnatado, pão integral com geléia diet fruta Almoço: Salada, frango ao molho, arroz integral e feijão, chuchu refogado. Sobremesa: fruta Lanche Chá e pão integral com geléia diet. Jantar Salada, bife à rol~e,arroz integral e feijão. Sobremesa láctea diet (ex. pudim de baunilha) Ceia Chá com crackers integrais. RECOMENDAÇÕES Evitar alimentos ricos em gorduras e açúcar. Iniciar as refeições com alimentos mais proteicos (ex. leite, carnes, ovos) Utilizar hortaliças frescas ou congeladas. As hortaliças devem ser cozidas o mínimo de tempo possível, para diminuir a perda de nutrientes. - Incluir hortaliças verde-escuras e leguminosas várias vezes na semana. - Usar molhos de salada pobres ou sem gordura. - Preferir as frutas frescas ou com casca. - SUBSTITUIÇÃO LANCHE Vitamina de fruta ( porção pequena de fruta, leite desnatado) ou suco de frutas Biscoito Cream Crackers (5 unidades) no lugar de pão integral. Obs.: não usar açúcar Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias 37 DIETA COM RESTRIÇÃO DE FIBRAS E RESÍDUOS Objetivo: minimizar a quantidade de resíduos remanescentes no intestino, produzidos pela digestão. Diminuir o peso e o volume das fezes, além de prolongar o tempo de trânsito intestinal. Auxiliar no alívio da diarréia, prevenindo complicações, como a desidrataçãoe a perda de peso. Indicação para uso: na progressão da dieta de líquidos claros, nas diarréias agudas e crônicas. Na fase aguda das doenças inflamatórias intestinais (ex. colite ulcerativa, doença de Crohn e diverticulite.), no tratamento de obstrução intestinal ou esofageana parcial, nos casos de fístulas do trato gastrintestinal, no pré e pós operatório de cirurgia do intestino grosso e em condições em que o movimento intestinal está contra-indicado. Características: dieta normal em todos os macronutrientes, pobre em fibras e resíduos, pobre em lactose e sacarose, fracionada em seis refeições de pequeno volume, composta de alimentos de fácil digestão. São evitados os alimentos flatulentos. O conteúdo total de fibras deve ser menor que 10 gramas por dia. O exemplo de cardápio contém aproximadamente 2.000 quilocalorias, 95 gramas de proteínas e 9,5 gramas de fibras por dia. 38 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias ALIMENTOS RECOMENDADOS E EVITADOS Grupo Alimentos Alimentar Recomendados Pães, cereais, arroz Pães brancos, biscoito e massas cream cracker, cereais refinados cozidos, macarrão, arroz branco Frutas Hortaliças Leite, queijo Banana maçã e prata, maçã sem casca ou raspada, purê de frutas, frutas sem casca ou assadas, sucos coados Batata, cenoura, chuchu e abobrinha cozidos, em forma de purê ou creme, em sucos e sopas. Alimentos Evitados Pão integral ou que contenham ovos e queijo, pães doces, macarrão e arroz integrais, farelos, sementes de abóbora e girassol, cereais como Al Bran e granola, biscoitos (ex. wafer ou recheados), salgadinhos, produtos fritos. Sucos de fruta ricos em açúcar. Ameixa, kiwi, manga, laranja, pêra,pêssego, abacaxi, melão, uvas passas, frutas secas, coco, morango, abacate. Hortaliças folhosas cruas, brócolis, abóbora, milho, couveflor, pepino, pimentão e outras hortaliças formadoras de gazes intestinais, feijão, lentilha, ervilha. Leite de vaca e derivados iogurte, Leites industrializados à base de soja, leites pobres ou isentos de lactose. Carnes, Aves, Bifes tenros, frango sem Gema de ovo, frios, fígado, Peixes e ovos pele, peixes, clara de costela, preparações fritas ou à ovo. milanesa, molhos muitos gordurosos, nozes e outras oleaginosas. Gorduras, òleos e Todos sem excesso Doces concentrados, Açúcares refrigerantes comuns,sucos ricos em açúcar. Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias 39 EXEMPLO DE CARDÁPIO Café da manhã Leite pobre em lactose, pão branco com geléia diet, fruta (maçã sem casca) Lanche Suco de maçã diet Almoço Salada(chuchu cozido) , frango ao molho, polenta, arroz Sobremesa fruta (banana-maçã) Lanche Leite pobre em lactose e torradas com geléia diet. Jantar Peixe grelhado , cenoura refogada, arroz. Sobremesa: gelatina Ceia Chá com crackers. SUBSTITUIÇÃO Lanche/café da manhã Leite desnatado por leite pobre em lactose Suco de caju por suco de maçã Almoço/ jantar Guarnição: purê de batatas por cenoura refogada. Carnes: peixe cozido por bife RECOMENDAÇOES - É recomendado comer devagar, mastigando bem os alimentos - A possibilidade de introdução de sacarose (açúcar comum) e lactose (leite) depende da tolerância de cada paciente. - A restrição de lipidios não é usualmente necessária, a menos que a gordura seja a causa da diarréia. - Os módulos de triglicerídeos de cadeia média (TCM), com acrescimo de ácidos graxos essenciais, podem ser utilizados para adequação da necessidade de gordura em casos de sua intolerância. - A progressão para uma dieta normal deve ocorrer o mais rápido possível. 40 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias - Em casao de dificuldade de controle da diarréia, pode haver necessidade de associação de formulações nutritivas enterais hidrolisadas, via oral ou sonda, e a nutrição parenteral. 41 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias DIETAS RICAS EM FIBRAS Objetivo: promover aumento da excreção fecal e redução da pressão intracolônica. Indicação para uso: Obstipação intestinal, doença diverticular, treinamento intestinal para pacientes que sofreram trauma da coluna espinhal. Características: normal em todos os nutrientes, acrescida de suplemento de fibra em pó industrializado. A recomendação usual de fibras da dieta é entre 20 a 25 gramas por dia, ou 10 gramas para cada 1.000 quilocalorias. Uma dieta rica em fibras corresponde a uma ingestão acima de 25 gramas de fibras por dia.O exemplo de cardápio contém aproximadamente 2.000 quilocalorias, 80 gramas de proteínas e 34 gramas de fibras. ALIMENTOS RECOMENDADOS E EVITADOS GRUPO ALIMENTOS ALIMENTAR RECOMENDADOS Pães, cereais, arroz e Pão integral, macarrão e massas arroz integrais, farelos,sementes de abóbora e girassol, cereais como All Bran, granola, centeio, aveia. Hortaliças Hortaliças folhosas, brocolis, abóbora, milho,ervilha, lentilha. Frutas Ameixa, kiwi, manga, laranja, pêssego, abacaxi, melão. Leite, iogurte e Todos queijo Carnes, aves, peixes Carne de gado magra, e ovos. ovos, peixes e aves. Gorduras, óleos e Todos sem excesso. açúcares ALIMENTOS EVITADOS Cereais refinados, pão branco. Nenhuma Enlatados, sem casca. Nenhum Nenhum. Nenhum cozidas e 42 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias EXEMPLO DE CARDÀPIO Café da manhã Café com leite, pão integral com margarina, fruta Almoço Salada, frango ao molho, polenta, arroz integral e feijão. Sobremesa: fruta Lanche Chá e pão integral com geléia. Jantar Salada, bife a rolê, milho refogado, arroz integral e feijão. Sobremesa láctea (ex. pudim de baunilha) com suplemento de fibra. Ceia Chá com crackers integrais. RECOMENDAÇÔES: - O teor de fibras deve ser aumentado gradativamente na dieta, para evitar flatulência e distensão abdominal. Estes sintomas podem ocorrer consequente à produção de ácidos graxos, voláteis,comuns quando há aumento repentino de fibras na dieta. - Deve haver um aporte adequado de líquidos (pelo menos 8 copos por dia), concomitante à ingestão da dieta rica em fibras. - Uma ingestão muito elevada de fibras (maior que 35 gramas por dia) pode levar à perdas de minerais, como cálcio, zinco, magnésio, ferro e cobre, através das fezes. Portanto, é recomendado não ultrapassar essa quantidade. 43 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias DIETA ISENTA DE LACTOSE Objetivo: fornecer uma dieta que elimine todas as fontes de lactose. Indicação para uso: manejo de deficiências genéticas de lactase, danos na mucosa intestinal resultantes da desnutrição, síndrome do cólon irritável,enterite regional, colite ulcerativa, gastroenterite,ressecção no intestino delgado, doença celíaca. Características da dieta: contém alimentos sólidos e líquidos, isentos de lactose. Pode não conter quantidades suficientes de proteína, cálcio eriboflavina. O exemplo de cardápio contém aproximadamente 2000 quilocalorias e 80 gramas de proteínas. ALIMENTOS RECOMENDADOS E EVITADOS GRUPO ALIMENTAR Pães, cereais, massas arroz Hortaliças Frutas Leite, iogurte e Queijo. ALIMENTOS RECOMENDADOS e Pães caseiros e comerciais feitos sem leite ou produtos lacteos,cereais sem leite adicionado, biscoitos de água e sal,arroz, massas, macarrão. Hortaliças frescas, congeladas ou enlatados, preparadas sem leite ALIMENTOS EVITADOS Todos os pães, cereais e massas feitos com leite e seus subprodutos. Todas as hortaliças preparadas comleite ou queijo. Qualquer fruta ou sucos Nenhuma Nenhum. Pode ser utilizado o leite se Leite, bebidas lácteas e iogurtes, soja suplementado com cálcio queijos, leites em pó Carnes, aves Peixes e ovos Todos, preparados sem leite. Nenhum Gorduras, Òleos e Todos sem excesso Nenhum açúcares. 44 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias EXEMPLO DE CARDÁPIO Café da manhã Café, leite de soja, pão francês com margarina; fruta Almoço Salada, frango ao molho, polenta, arroz e feijão. Lanche Leite de soja e pão francês com geléia. Jantar Salada, bife à rol~e, cenoura refogada, arroz e feijão. Sobremesa: gelatina Ceia Chá com crackers. RECOMENDAÇÕES - Os rótulos devem ser lidos com atenção para determinar a presença e a quantidade de lactose no alimento. - Alguns pacientes podem apresentar tolerância à pequenas quantidades de lactose. Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias 45 DIETA POBRE EM LIPÍDEOS Objetivo: aliviar sintomas de diarréias, esteatorreias, flatulência e dor abdominal, consequentes à incapacidade de digestão e absorção de Gorduras. Indicação para uso: tratamento de doenças hepáticas, pancreáticas e da vesícula biliar, em síndromes disabsortivas com prejuízo na absorção, utilização e transporte da gordura proveniente da dieta. Ex. AIDS, pancreatite crônica, ressecções intestinais e doença de Crohn com má absorção de gordura. Características: é recomendada uma restrição de até 40 gramas de gordura por dia. Essa restrição n~ao é baseada na composição de ácidos graxos ou nos níveis de saturação, pois a dieta não tem o objetivo primário de reduzir os níveis de lipídeos séricos. Os alimentos formadores de gazes são evitados por não serem bem tolerados. Os módulos de triglicerídeos de cadeia média (TCM) podem ser introduzidos como substitutos de triglicerídeos de cadeia longa. O exemplo de cardápio coném aproximadamente 2.000 quilocalorias,33 gramas de lipideos e 85 gramas de proteínas. 46 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias ALIMENTOS RECOMENDADOS E EVITADOS Grupo alimentar Alimentos recomendados Pães, cereais, arroz e Pães brancos ou integrais, biscoitos massas água e sal ou outros com baixo teor de gordura: cereais integrais ou refinados cozidos, com exceção da granola, arroz: macarrão sem ovos. Frutas Hortaliças Alimentos evitados Pães que contenham ovos ou queijo, pães doces, panquecas, roscas, biscoitos wafer ou recheados, salgadinhos, granola, produtos fritos. Frascas, congelados, enlatados ou Abacate secas. Suco de frutas. Todas frescas, congeladas ou enlatados, preparados sem gordura e sem adição de molhos gordurosos. Carnes, aves , Peixes e Carnes magras, frango sem pele, ovos peru, peixe assado ou gralhado, atum fresco ou enlatado com água e sal, clara de ovo. Na manteiga, gratinadas, com molhos, maionese ou fritos. Sopas creme ou indutrializadas. Preparados fritos ou à milaneza, atum ou sardinha enlatados no óleo: fígado, costela, costeletas,bisteca, lingüiça,salsicha de porco, salame, nozes e outras oleaginosas, gemas de ovo em excesso. Leite, iogurte e queijo Leite desnatado, queijo de soja (tofu), Leite integral ou semidesnatado, creme de queijo cottage, ricota, requeijão light, leite, leite condensado, iogurte integrasl, iogurte queijo prato,mussarela, cheddar, suíço, Desnatado. provolone, rqueijão ou cream cheese. Gorduras, Óleos e Açúcar, em excesso Todas as gorduras e óleos. Açúcares Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias 47 EXEMPLO DE CARDÁPIO Café da manhã Café com leite desnatado, pão com geléia: fruta Almoço Salada sem óleo, frango grelhado, polenta, arroz e feijão. Lanche Chá e pão com geléia Jantar Salada sem óleo, bife grelhado, cenoura no vapor, arroz e feijão. Suco de laranja natural. Sobremesa:láctea (ex. pudim de baunilha com leite desnatado). Ceia Chá com crackers. RECOMENDAÇÕES - A quantidade recomendada de lipidios depende da tolerância induvidual, de acordo com a persistência ou não dos sintomas. - As saladas e hortaliças cozidas não devem ser preparadas com adição de óleo ou outra fonte de lipídio. - Devem ser evitados chocolate, pudins contendo coco, nozes ou outras oleaginosas, sorvetes cremosos, pastelarias, margarina, manteiga, azeitonas e bacon. - Os suplementos nutricionais com baixo teor de gordura podem ser utilizados para aumentar o aporte de nutrientes. 48 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias DIETA POBRE EM TRIGLICERÍDEOS DE CADEIA LONGA (TCL) COM ADIÇÃO DE TRIGLICERIDEOS DE CADEIA MÉDIA(TCM) Objetivo: melhorar a digestão, a absorção e a utilização da gordura da dieta. Indicação para uso: ressecção intestinal, deficiência dos sais biliares, doença de íleo com esteatorréia, insuficiência pancreatica, fibrose cística, doença hepática, esteatorréia idiopática, deficiência congênita de beta-lipoproteínas, obstrução biliar,doença de Whipple. Características: Dieta pobre em lipidios, com adição de módulos de triglicerídeos de cadeia média(tcm)como substitutos da gordura, com o objetivo de melhorar a adequação nutricional e o sabor dos alimentos. O exemplo de cardápio contém aproximadamente 2.000 quilocalorias, 80 gramas de proteínas e 90 gramas de lipidios (20gr de TCL e 70g de TCM). 49 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias ALIMENTOS RECOMENDADOS E EVITADOS GRUPO ALIMENTOS ALIMENTAR RECOMENDADOS Pães, cereais, Pão branco, integral ou de arroz e massas centeio, creais cozidos ou secos: macarrão, espaguete, arroz, granola, farinhas de milho ou outros sem gordura. Frutas Enlatadas, frescas ou na forma de sucos, com exceção da não permitida Hortaliças Todos sem adição de gordura, exceto o TCM; sopas sem adição de gordura e feitas com leite desnatado.Purê de batataaaa sem adição de gordura, batata cozida. Leite, Iogurte e Leite desnatado, leite de soja, Queijo queijos magros, cottage, tofu, ricota, iogurte desnatado. ALIMENTOS EVITADOS Pães doces, pão de milho, bolachas induatrializadas, bolos recheados. Abacate Preparados na forma de cremes ou com gorduras não permitidas.Sopas feitas com leite integral ou com pedaços de carnes gordurosas. Leite integral, achocolatados, queijo prato, mussarela, provolone, suiço; requeijão, cream cheese, creme de leite, leite condensado. Carnes, Aves, Preparações cozidas, assadas Carnes com gordura ou Peixes e ovos ou grelhadas com uso de fritas, peixes enlatados em TCM, ovo cozido, carnes óleo, frios, salsicha magras (com retirada de gordura visível), aves sem pele. Gorduras, òleos Acúcar sem excesso. Todas as gorduras e óleos. e açúcares 50 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias EXEMPLO DE CARDÁPIO Café da manhã Café com leite desnatado, pão com geléia, fruta Almoço Salada com adição de TCM, frango grelhado, polenta com adição de TCM, arroz e feijão. Sobremesa: fruta Lanche Chá e pão com geléia. Jantar Salada com adição de TCM, bife grelhado, cenoura refogada com adição de TCM, arroz e feijão. Sobremesa láctea: (ex. pudim de baunilha com leite desnatado) Ceia Chá com crackers. RECOMENDAÇÕES - Os triglicerídeos de cadeia média (TCM) podem ser adicionados aos sucos de frutas, saladas, hortaliças cozidas e molhos. Eles podem ser utilizados para cozinhar e assar. - A quantidade recomendada de TCM depende da tolerância individual. - Devem ser evitados: chocolate, pudins contendo coco, nozes e outras oleaginosas, sorvetes cremosos, pastelarias, margarina, manteiga, azeitonas e bacon. - Os suplementos nutricionais com baixo teor de gordura podem ser utilizados para aumentar o aporte de nutrientes. - Oaumento da quantidade de TCM deve ser gradativo, para evitar náuseas, vômitos, dor ou distensão abdominal e diarréia. - No caso da utilização de TCM sem acidos graxos essenciais, acrescentar 10 gramas diárias de óleo vegetal para fornecer no mínimo 3% do total calórico de ácido linolêico. 51 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias DIETA RICA EM LIPIDIOS Objetivo: evitar o excesso de produção de CO2, reduzir o quociente respiratório e a demanda respiratória. Indicação para uso: na decorrência respiratória decorrente da dificuldade de normalização dos níveis plasmáticos de VCO2 e de VO2. Características: Normocalórica, hiperlipídica, normoproteica, adequada em minerais e vitaminas. O exemplo de cardápio contém aproximadamente 2.000 quilocalorias, 110 gramas de lipídios (50% do total de quilocalorias), 75 gramas de proteínas e 175 gramas de carboidratos. ALIMENTOS RECOMENDADOS E EVITADOS Grupo Alimentar Alimentos recomendados Pães, cereais, arroz e Pães ricos em gordura (ex. croissant) e massa que contenham ovos ou queijo; panquecas biscoitos recheados, salgadinhos, granola, produtos fritos. Frutas Abacate, preferencialmente Hortaliças Na manteiga, gratinadas, com molhos maionese ou fritos. Sopas-creme ou industrializadas Carnes, aves, peixes e Preparados fritos ou à milaneza, atum ovos ou sardinha enlatados no óleo. Leite, iogurte e queijo Leite integral, leite condensado, iogurte integral, queijo prato, mussarela, cheddar, suíço,provolone, requeijão ou cream cheese Gorduras, açucares óleos Alimentos evitados Pães integrais ou enriquecidos, biscoito água e sal ou outros com baixo teor de gordura, creais cozidos com pouca gordura. Nenhuma com moderação na quantidade Tortas frescas, congeladas ou enlatados, preparados sem gordura e sem adição de molhos gordurosos. Carnes preparadas com pouco ou nenhum óleo. Leite desnatado e queijos pobres em gordura. e Margarina, manteiga, óleos ricos em em Sobremesas doces, produtos de gordura mono e poliinsaturada, creme confeitaria, balas, chocolate, mel. de leite, nata, sorvetes cremosos, pudins à base de leite integral. 52 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias EXEMPLO DE CARDÁPIO Café da manhã Café com leite integral, pão com margarina; fruta Almoço Salada com maionese, frango à milanesa, polenta frita, arroz e feijão. Sobremesa: fruta com creme de leite. Lanche Chá e pão com margarina Jantar Salada com maionese, bife à rolê, couve-flor gratinada, arroz e feijão. Sobremesa: láctea (ex. pudim de baunilha) Ceia Chá com crackers. RECOMENDAÇÕES - Dar preferência ao leite e derivados integrais. - Podem ser incluidos os óleos, principalmente vegetais e ricos em gordura monoinsaturada (ex. oliva e canola), margarina, manteiga, nata maionese, creme de leite, creme de amendoim e outros. - O aumento da ingestão de lipídios pode resultar em esvaziamento gástrico lento, com consequente distensão abdominal. No caso de presença desses efeitos colaterais, aumentar gradativamente a ingestão de lipídios. - A dieta não é indicada para uso prolongado, principalmente em pacientes com risco ou presença de dislipidemias. Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias 53 DIETA ISENTA DE GLÚTEN - Objetivo: Remissão de sintomas clínicos, normalização da função absortiva e regeneração das microvilosidades, ou prevenção de sintomas intestinais e deficiências nutricionais e secundárias à má-absorção. Indicação para uso: doença celíaca, também denominada enteropatia induzida pelo glútem, esprú não tropical ou espru celíaco. Nessa doença ocorre sensibilidade às prolaminas, uma fração protéica encontrada no trigo (gliadina), centeio (secalina) e cevada (hordeina) e seus subprodutos. Também utilizada nos casos de dermatite herpetiforme (uma manifestação da doença celíaca envolvendo a pele). Características: nutricionalmente adequada desde que os cereais excluidos sejan substituidos por outros, garantindo o aporte adequado de vitaminas do Complexo B, ferro, proteína e fibras.Quando houver intolerância à lactose e má-absorção, associar uma dieta isenta de lactose e a adição de módulos de triglicerideos de cadeia média (TCM), com suplementação de vitaminas lipossolúveis, vitamina B12, ferro, folato e cálcio. O exemplo de cardápio contém aproximadamente 2.000 quilocalorias e 80 gramas de proteínas. 54 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias ALIMENTOS RECOMENDADOS E EVITADOS GRUPO ALIMENTAR ALIMENTOS RECOMENDADOS Pães, cereais, arroz e Milho, arroz, Fécula de batata, de milho, de massas. arroz e de soja, fubá. Pão sem glúten, pães preparados com as farinhas listadas acima,bolo de arroz, alguns biscoitos que não contém gluten, cereais de arroz ou milho, pipoca, amido de milho (maisena, arrozina, cremogema, Mucilon de arroz e milho., Corn Flakes, Rice Krispies e Sugar Pops Kellogs. Frutas Todas as frutas frescas e sucos Hortaliças Leite, iogurte, queijo Todas as frescas, congeladas ou cozidas, exceto as evitadas. Feijão, lentilha, grão de bico, soja. ALIMENTOS EVITADOS Produtos com trigo, centeio, cevada, como biscoitos comuns, biscoitos com gluten, sonho, panqueca, macarrão. Sucos e frutas em calda industrializados com composição não indicada no rótulo. Hortaliças empanadas, bolinhos, tortas, ou aquelas com creme contendo trigo, cevada ou centeio. Achocolatados com composição não indicada no rótulo, milkshake. Leite (desde que não haja intolerância à lactose). Iogurte: Batavo polpa de fruta, pedaço de fruta, natural, cenoura e laranja; Chambourcy natural, com mel, cenoura e laranja; Danone tradicional, desnatado, morango, frutas tropicais, banana, saladas de frutas, Danoninho; Nestlé natural, com polpa de frutas; Chambinho Natural, com mel, com laranja e cenoura. Queijo Minas, leite e queijo de soja. Carnes, Aves, Peixes Todos Carnes preparadas com trigo, e Ovos. centeio ou cevada (ex.:bifes à milanesa, a dorê, suflés) Gorduras, Óleos e Todos, sem excesso Nenhum Açúcares Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias 55 EXEMPLO DE CARDÁPIO Café da manhã Café com leite,pão de milho com margarina; fruta Almoço Salada, frango ao molho, arroz e feijão Sobremesa: fruta Lanche Chá e pão de batata com geléia. Jantar Salada, bife à rolé, cenoura cozida, arroz e feijão. Sobremesa: gelatina Ceia Leite e sequilhos de amido de milho. RECOMENDAÇÕES - Os sinais clínicos e sintomas associados são reversíveis geralmente após três a seis dias da remoção do glúten da dieta. - Ler os rótulos dos produtos industrializados, evitando aqueles que tenham a inscrição Contém Glúten ou o símbolo internacional com um ramo de trigo. No caso de os ingredientes estarem listados, entrar em contato com o fabricante para obter informação sobre a composição do produto quanto ao glúten, antes de utiliza-lo. - Orientar quanto aos cuidados necessários ao ingerir alimentos preparados em restaurantes e lanchonetes, que podem conter os cereais proibidos na sua composição. - Adieta é introduzida de acordo com o tempo de diagnóstico e condições intestinais. Em caso de comprometimento (diarréia prolongada), pode haver necessidade de restrições alimentares adicionais, como leite e derivados (lactose), assim como o uso de uma dieta hidrolosada, completa ou suplementar, durante períodos variáveis de tempo. 56 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias DIETA POBRE EM PURINAS Objetivo: reduzir os níveis de ácido único no sangue e na urina. Indicação de uso: gota, nefrolitíase de ácido úrico. Características: restritas em purinas, preferencialmente pobre em gorduras, normal em todos os demais nutrientes. O exemplo de cardápio contém aproximadamente 2.000 quilocalorias e 80 gramas de proteínas. ALIMENTOS RECOMENDADOS E EVITADOS GRUPO ALIMENTOS ALIMENTOS ALIMENTAR RECOMENDADOS EVITADOS Pães, cereais, Todos os pães e cereais Todos os grãos e produtos arroz e massas refinados. Arroz, cevada e integrais (pães e cereais), macarrão. germe de trigo, farelo de trigo, aveia. Alimentos ricos em gordura(ex.) sonhos, biscoitos, rocambole, etc.) Hortaliças Todas, exceto aquelas Cogumelos, espinafre, evitadas. aspargo, couve-flor, ervilha verde, feijão. Frutas Todas as frutas e seus sucos. Abacate Leite, iogurte e Pobres em gordura Ricos em gordura queijo Carnes, aves, Ovos, até quatro por Ricos em gordura Peixes e ovos semana . Gorduras, óleos Todos, sem excesso Molhos de carne, levedo de e açúcares cerveja Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias 57 EXEMPLO DE CARDÁPIO Café da manhã Café com leite, pão com margarina; fruta Almoço Salada, omelete, polenta, arroz Sobremesa: fruta Lanche Chá e pão com geléia Jantar Salada, bife à rolé, couve flor gratinada, arroz Sobremesa: lactea (ex. pudim de baunilha) Ceia Chá com crackers. RECOMENDAÇÕES - Limitar o uso de alimentos ricos em gorduras (frituras, cremes, chips), pois podem contribuir para a formação de cálculos. - Eliminar alimentos que contenham 150 miligramas de purina ou mais por porção de 100 gramas de alimento. - Moderar o consumo de proteína, principalmente carnes. - O consumo de líquidos deve ser suficiente para formar 2 a 2,5 litros de urina por dia. - Devem ser evitadas grandes refeições ao anoitecer, para evitar a precipitação de ácido úrico nas vias urinárias. 58 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias DIETA HIPOSSÓDICA Objetivo: fornecer uma dieta com restrição de sódio. Indicação para uso: doenças cardiovasculares, hipertensão arterial, retenção hídrica, ascite, edema, cirrose hepática, hipertensão portal, tratamentos com cortisona. Características: Teor de sódio intríseco e extrínseco entre 1 a 3 gramas por dia, normal em todos os outros nutrientes.Oexemplo de cardápio contém aproximadamente 2.000 quilocalorias, 80 gramas de proteínas e 1,2 gramas de sódio (sem sal de adição) por dia. Nota: cloreto de sódio (sal) contém aproximadamente 40% de sódio (100mg de cloreto de sódio = 40mg de sódio); 1 mEq de sódio = 23mg de sódio, ou 1.000 mg de sódio = 43,5 mEq de sódio. Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias 59 ALIMENTOS RECOMENDADOS E EVITADOS GRUPO ALIMENTOS ALIMENTAR RECOMENDADOS Pães, cereais, Pães e biscoitos sem sal. arroz e massas Macarrão, cereais, arroz, bolos caseiros sem adição de sal. ALIMENTOS EVITADOS Bolacha água e sal, salgadinhos industrializados e pastelarias, pães com coberturas salgadas. Frutas Todas Nenhuma Hortaliças Todas as não processadas Chucrute, milho, ervilhas, picles, azeitonas,cogumelos, e outras hortaliças processadas. Leite, iogurte e Queijos como cottage, ricota Queijos como o parmesão, Queijo e requeijão roquefort, camembert, provolone, cheddar cremoso, mussarela, prato. Carnes, aves Carnes assadas, cozidas e Presunto, apresuntada. peixes e ovos gralhadas, empanadas e preparadas sem sal. Gorduras, óleos e Todos, com moderação e Nenhum, exceto a açúcares sem sal. queles com sal adicionado Temperos Cominho, salsinha, Temperos industrializados cebolinha, sálvia, (ex. Arisco, sazon, aji-nomanjerona, manjericão, moto), sopas desidratadas (alfavaca), alecrim ,louro, e enlatadas, caldos e estragão, colorau,páprica, extratos de carne ou orégano, cravo da índia, galinha concentrados, Noz moscada, gengibre amaciantes de carne, Coentro, extrato de catchup, mostarda. baunilha, extrato de amêndoas, canela, aniz. 60 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias EXEMPLO DE CARDÁPIO Café da manhã Café com leite, pão com margarina sem sal, fruta Almoço Salada, frango ao molho, polenta, arroz, feijão Sobremesa: fruta Lanche Chá e pão com geléia Jantar Salada, bife à rolê, couve-flor gratinada, arroz e feijão Sobremesa láctea (ex. pudim de baunilha) Ceia Chá com bolacha doce. RECOMENDAÇÕES: - Utilizar hortaliças frescas ou congeladas. - As refeições devem ser preparadas sem a adição de sal. - No caso de maior quantidade recomendada de sódio, são fornecidos sachês de sal no almoço e no jantar. - È recomendado o uso e molho vinagrete, sem adição de sal, contendo ervas e especiarias. - Não é recomendado a utilização de substitutosde sal, à base de cloreto de - potássio, em algumas situações de enfermidades renais, por exemplo. Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias DIETAS PARA CONDIÇÕES ESPECIAIS 61 62 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias DIETA PARA ÚLCERA PÉPTICA Objetivo: evitar elevações extremas de secreção de ácido gástrico e irritação direta da mucosa do estõmago, em conjunto com a farmacoterapia, reduzindo os sintomas da doença e promovendo a cicatrização da ferida. Indicação para uso: pacientes com diagnóstico de úlcera péptica crônica, em fase de exacerbação da doença. Características: normal na distribuição dos nutrientes e restrita em alimentos irritantes (embora a tolerância seja individualizada) como pimentas, chocolate, alcool, menta, bebidas carbonatadas e café (com ou sem cafeína). A dieta branda , embora possa não trazer benefícios ao tratamento dos sintomas, pode ser mais confortável ao paciente. O exemplo de cardápio contém aproximadamente 2.000 quilocalorias e 80 gramas de proteínas. 63 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias ALIMENTOS RECOMENDADOS E EVITADOS GRUPO ALIMENTOS ALIMENTAR RECOMENDADOS Pães, cereais, Pães simples, cereais, arroz e massas biscoitos, panquecas, feitos com pouca gordura. Frutas Hortaliças Frescas ou congeladas, conforme a tolerância. Todas, de preferência frescas e preparadas sem gordura. Feijão com moderação. Leite, iogurte, Leite desnatado ou queijo semidesnatado, e derivados. Carnes, aves, Carnes magras, aves sem peixes e ovos pele, peixes, ovos. Nozes e outras oleaginosas com moderação. Gorduras, Sobremesas feitas com óleos, açúcares pouca gordura, gelatinas, sobremesas à base de frutas (daquelas recomendadas) molhos sem maionese ALIMENTOS EVITADOS Pães e cereais preparados com muita gordura (croissant, sonhos, folhados) produtos de confeitaria ricos em gorduras, biscoitos recheados. Laranja, limão, tangerina, abacaxi, morango e sucos cítricos (conforme a tolerância). Fritas, amanteigadas, em conserva. Produtos do tomate (massa, extrato, etc.) Leite integral, queijos gordos (amarelos). Salsichas e outros embutidos, todas as carnes gordurosas ou fritas. Margarinas, manteigas, bacon,azeites, gorduras de origem animal, sobremesas muito doces, produtos de confeitaria, sorvetes, pudins ou cremes feito à base de leite integral, doces cremosos, chocolate. 64 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias EXEMPLO DE CARDÁPIO Café da manhã Leite desnatado, pão com margarina, fruta Almoço Salada, frango grelhado, polenta, arroz, feijão Sobremesa : fruta Lanche Chá de ervas e pão com geléia Jantar Salada, bife à rolê (sem bacon), cenoura refogada, arroz e feijão. Sobremesa láctea com leite desnatado (ex. pudim de baunilha) Ceia Chá de ervas com crackers. RECOMENDAÇÕES : - São recomendados refeições pequenas, evitando grandes intervalos de tempo entre elas. - Evitar refeições muito frequentes, próximas ao horário de dormir à noite, para prevenir aumento de secreção gátrica. - Evitar, ou usar somente com moderação, as bebidas que estimulam a secreção de ácido gástrico, como o café. Essas não devem ser tomadas com o estômago vazio e antes de dormir. - Evitar qualquer tempero que cause desconforto. Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias 65 DIETAS PARA REFLUXO GASTROESOFÁGICO Objetivo: diminuir os sintomas associados ao refluxo de líquidos do estômago para o esôfago. Indicação para uso: pacientes apresentando refluxo gastroesofágico (RGE) ou suas complicações, úlcera esofágica, estenose do esôfago e do estomago, pirose. Características: pobre em lipídios, normoproteica e restrita em alimentos irritantes, como pimenta, chocolate, álcool, menta, bebidad carbonatadas, sucos cítricos, tomate e seus subprodutos, e café (com ou sem cafeína)O exemplo de cardápio contém aproximadamente 2.000 quilocalorias, 80 gramas de proteínas e 84 gramas de lipídios. 66 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias ALIMENTOS RECOMENDADOS E EVITADOS GRUPO ALIMENTOS ALIMENTAR RECOMENDADOS Pães, cereais, Pães simples, cereais, arroz e massas biscoitos, panquecas, feitos com pouca gordura e amolecidos, quando houver necessidade. ALIMENTOS EVITADOS Pães e cereais preparados com muita gordura (croissant, sonhos, folhados), produtos de confeitaria ricos em gordura, biscoitos recheados. Frutas Frescas ou congeladas, Laranja, limão,tangerina, conforme a tolerãncia, e abacaxi, morango, sucos amassadas quando houver cítricos. necessidade. Hortaliças Todas, de preferência Fritas, amanteigadas, em frescas e preparadas sem conserva. Produtos do gordura. Feijão com tomate (massa, extrato, etc) moderação. Leite, iogurte e Leite desnatado ou Leite integral, queijos queijo semidesnatado e derivados. gordos (amarelos) Carnes, aves, Carnes magras, aves sem Salsichas e outros peixes e ovos pele, peixes, ovos. Nozes e embutidos, todas as carnes outras oleaginosas com gordurosas ou fritas. moderação. Gorduras, óleos Sobremesas feitas com Margarinas, manteigas, e açúcares pouca gordura, gelatinas, bacon, azeites, gorduras de sobremesas à base de frutas origem animal, sobremesas (aquelas recomendadas). muito doces, produtos de Molhos sem maionese. confeitaria, sorvetes, pudins ou cremes feito à base de leite integral, doces cremosos, chocolate. Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias 67 EXEMPLO DE CARDÁPIO Café da manhã Leite desnatado, pâo com margarina; fruta Almoço Salada, frango grelhado, polenta, arroz e feijão. Sobremesa: fruta Lanche Chá de ervas e pão com geleia Jantar Salada, bife à rolê (sem bacon), cenoura refogada, arroz e feijão. Sobremesa láctea com leite desnatado(ex. pudim de baunilha). Ceia Chá de ervas com crackers. RECOMENDAÇÕES: - São recomendadas refeições pequenas e frequentes. - Evitar a ingestão alimentar três horas antes de deitar. - É recomendada uma postura ereta durante e após as refeições, e dormir com a cabeceira da cama elevada. - É recomendado evitar roupas que apertem a àrea abdominal - Para evitar a deficiência de vitamina C, aumentar a ingestão de hortaliças ricas na vitamina (ex. brócolis, couve) 68 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias DIETA PARA DIARRÉIA Objetivo: diminuir o volume das fezes r prolongar o tempo de trânsito intestinal. Auxiliar no alívio dos sintomas da diarréia e prevenir as complicações, como a desidratação e a perda de peso. Indicação para uso: na diarréia aguda e na crônica (tempo maior que duas semanas), durante a fase de manutenção. Antes dessa dieta, pode ser necessária a fase de hidratação (usualmente 8 a 24 horas de duração), no caso do paciente encontrar-se desidratado como consequência da diarréia. Na fase de hidratação são utilizadas as soluções de reidratação oral ou intravenosa. Características: os primeiros alimentos introduzidos após a fase de reidratação são os cereais, o arroz, batata, torradas de pão, banana, frango magro e outros de fácil digestão e absorção intestinal. A dieta de manutenção é normal em todos os macronutrientes, pobre em fibras insolúveis, pobre em lactose e sacarose, fracionada em cinco a seis refeições de volume reduzido. São evitados os alimentos flatulentos. O exemplo de cardápio contém aproximadamente 2.000 quilocalorias e 80 gramas de proteínas. 69 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias ALIMENTOS RECOMENDADOS E EVITADOS GRUPO ALIMENTOS ALIMENTAR RECOMENDADOS Pães, cereais, Pães brancos, biscoitos água arroz e massas e sal, cereais refinados cozidos, macarrão, arroz branco. Frutas Banana maçã e prata, maçã sem casca ou raspada, purê de frutas, frutas sem casca ou assadas, sucos coados. Hortaliças Batata, cenoura, chuchu e abobrinha cozidos, em forma de purê ou creme, em sucos e sopas. Leite, Iogurte queijo ALIMENTOS EVITADOS Pão integral ou que contenham ovos e queijo, pães doces, macarrão e arroz integrais, farelos, sementes de abóbora e girassol, cereais como All Bran e granola, biscoitos (ex. wafer ou recheados), salgadinhos, produtos fritos. Sucos ricos em açúcar. Ameixa, kiwi, manga, laranja, peraa, pêssego, abacaxi, melão, uvas passas, frutas secas, coco,morango abacate. Hortaliças folhosas cruas, brócolis, abóbora, milho, couve-flor, pepino, pimentão e outras hortaliças formadoras de gases intestinais. Hostaliças preparadas na manteiga, gratinadas, fritas, com molhos gordurosos ou maionese. Feijão, lentilha, ervilha. Leite de vaca e seus derivados, de acordo com a tolerância. e Leites industrializados à base de soja. Leite pobre ou isento de lactose. Carnes, Aves, Bifes tenros, frango sem pele, Gema de ovo, frios, fígado, costela, Peixes e ovos. peixes, clara de ovo. preparações fritas ou à milanesa, molhos gordurosos, nozes e outras oleaginosas. Gorduras, òleos e Sobremesas feitas com pouco Bacon, sobremesas muito doces. açúcares açúcar, gelatinas, sobremesas Produtos de confeitaria, doces à base de frutas (aquelas cremosos, chocolate. Refrigerantes recomendadas). comuns e sucos muito ricos em açúcar 70 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias EXEMPLO DE CARDÁPIO Café da manhã Leite pobre em lactose, torradas com margarina; fruta Almoço Salada cozida, frango cozido, polenta, arroz. Sobremesa fruta cozida Lanche Chá e torradas com geléia diet. Jantar Salada cozida, carne cozida, cenoura refogada, arroz. Sobremesa láctea, com leite pobre em lactose (ex. pudim de baunilha). Ceia Chá com crackers. RECOMENDAÇÕES: - É essencial uma investigação detalhada sobre a causa da diarréia o mais breve possível, principalmente para aquelas induzidas pela alimentação. - Durante a fase de manutenção, pode ainda ser necessário o uso de reidratantes orais, juntamente com a alimentação. - É recomendado comer devagar, mastigando bem os alimentos. - A introdução de sacarose (açúcar comum) e lactose (leite) depende da tolerância de cada paciente. - A restrição de lipídios não é usualmente necessária, a menos que a gordura seja a causa da diarréia. - Os módulos de triglicerídios da cadeia média (TCM), com acréscimo de ácidos graxos essenciais, podem ser utilizados para adequação da necessidade de gordura em casos de sua intolerância. - A progressão para uma dieta normal deve ocorrer o mais rápido possível. - Em caso de dificuldade de controle da diarréia crônica, pode haver necessidade de associação de formulações nutritivas enterais hidrolizadas, via oral ou sonda, e/ou a nutrição parenteral. 71 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias DIETA PARA OBSTIPAÇÃO INTESTINAL Objetivo: promover movimentos intestinais regulares, fezes de consistência macia e de passagem fácil. Indicação para uso: Obstipação intestinal (frequência das evacuações menor que três vezes na semana e fezes com consistência ressecada e de difícil passagem). A obstipação também é definida como evacuações dolorosas e difíceis, mesmo com frequência normal. Portanto, a obstipação ocorre quando existe mudança na frequência, consistência, tamanho e facilidade na passagem das fezes. Características: normal em todos os macro e micronutrientes, ricas em fibras e em líquidos. O exEmplo da cardápio contém aproximadamente 2.000 quilocalorias, 80 gramas de proteínas e 34 gramas de fibra. ALIMENTOS RECOMENDADOS E EVITADOS GRUPO ALIMENTOS ALIMENTAR RECOMENDADOS Pães, cereais, Pão integral, macarrão e arroz arroz de massas integrais, farelos, sementes de abóbora e girassol, cereais como All Bran, granola, centeio,aveia. Hortaliças Hortaliças folhosas, brócolis, abóbora, milho, ervilha, lentilha. Frutas Ameixa, kiwi, manga, laranja, pêssego, abacaxi, melão. Leite, iogurte e Todos queijo Carnes, aves, Carne de gado magra, ovos, Peixes e ovos peixes, aves. Gorduras, óleos e Todos, sem excesso Açúcares ALIMENTOS EVITADOS Cereais refinados, pão branco. Nenhum Enlatadas, frutas cozidas e sem casca. Nenhum Nenhum Nenhum. 72 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias EXEMPLO DE CARDÁPIO Café da manhã Café com leite, pão integral com margarina; fruta Almoço Salada, frango ao molho, polenta, arroz integral e feijão Sobremesa: fruta Lanche Chá e pão integral com geléia Jantar Salada, bife à rolê, milho refogado, arroz integral e feijão. Sobremesa láctea com suplemento de fibra (ex. pudim de baunilha). Ceia Chá com crackers integrais. RECOMENDAÇÕES - O teor de fibras deve ser aumentado gradativamente na dieta, para evitar flatulência e distensão abdominal. - Deve haver ingestão adequada de líquidos (pelo menos 8 copos por dia), concomitante à dieta rica em fibras. - Uma ingestão muito elevada de fibras (maior que 35 gramas por dia) pode levar a perdas de minerais, como cálcio, zinco, magnésio, ferro e cobre, através das fezes. Portanto, é recomendado não ultrapassar essa quantidade. 73 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias DIETAS PARA OSTOMIZADOS (BOLSA DE COLOSTOMIA) Objetivo: manter ou recuperar o estado nutricional de pacientes ostomizados, minimizando o risco de obstrução do estoma e a formação de odores desagradáveis. Indicação para uso: pacientes com colostomia ou ileostomia. Características: nutricionalmente adequada, pobre em alimentos formadores de gases com odor acentuadamente desagradável ao serem excretados, e isento daqueles associados ao bloqueio do estoma. No pós-operatório imediato, é normalmente utilizada uma dieta de líquidos claros, evoluindo de acordo com a tolerância. Em caso de esteatorréia, é associada uma dieta pobre em lipídios, com uso de triglicerídeos de cadeia média. O exemplo de cardápio contém aproximadamente 2.000 quilocalorias, 80 gramas de proteínas e 85 gramas de lipídios. ALIMENTOS RECOMENDADOS E EVITADOS GRUPO ALIMENTAR ALIMENTOS RECOMENDADOS Pães, cereais, arroz e Arroz, farinha de aveia, pães brancos e massas outros cereais refinados. Frutas Frutas frescas ou sucos. Hortaliças Todos cozidos, com exceção dos produtores de gases. ALIMENTOS EVITADOS Cereais integrais, pipoca. Coco, frutas secas, abacaxi, sementes. Aspargos, brócolis, couve, couve-flor, cebola, repolho, aipo, milho, pepino, pimentão verde, picles, espinafre. Feijão e ervilha. Leite, iogurte, queijo Todos de acordo com a tolerãncia. Queijos com alto teor de gordura. Carnes, aves, peixes e Carnes de gado e aves cozidas, Ovos, nozes e outras oleaginosas. ovos. grelhadas, assadas Gorduras, óleos, Todos, sem excesso. Nenhum açúcares 74 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias EXEMPLO DE CARDÁPIO Café da manhã. Café com leite, paõ com geléia; fruta Almoço Salada cozida, frango ao molho, polenta, arroz. Sobremesa: fruta Lanche Chá e pão com geléia Jantar Salada cozida, bife à rolê, cenoura cozida refogada, arroz. Sobremesa láctea (ex. pudim de baunilha) Ceia Chá com crackers. RECOMENDAÇÕES: - É recomendado mastigar bem os alimentos. - Reduzir a utilização de alho e cebola como temperos, devido a possibilidade de formação de gases com odores fortes. - É recomendada uma ingestão adequada de líquidos (8 a 10 copos por dia), para prevenir a obstipação intestinal e a desidratação. - É recomendado evitar bebidas carbonatadas. - São recomendadas refeições de menor volume ao anoitecer, para reduzir a saída de fezes durante o sono. - Novos alimentos devem ser introduzidos progressivamente, de acordo com a tolerância individual. - A tolerância alimentar pode variar entre pacientes colostomizados e ileostomizados, assim como está dependente da extensão e localização da resseção intestinal. Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias 75 DIETA PARA DISFAGIA Objetivo: fornecer uma dieta nutricionalmente adequada e em consistência que evite o risco de aspiração, broncopneumonia e outras consequências. Fornecer alimentos que estimulem a deglutição e que requeiram o mínimo de esforço na mastigação. Evitar a desidratação. Indicação para uso: disfagia decorrente de prejuízo neurológico ou procedimento cirúrgico neurológico de grande porte, como: acidente vascular cerebral, trauma de cabeça, esclerose lateral amiotrófica, miastenia grave, doença de Parkinson, degeneração cerebelar, paralisia cerebral, síndrome de Guillian-Barré, ressecção cirúrgica secundária ao câncer de cabeça e pescoço. Características: nutricionalmente adequada. A série de dietas para disfagia está baseada na facilidade de manipulação oral. Essa dietas são usadas como parte do tratamento da disfagia. Na fase inicial de treinamento da deglutição pode ser indicada a nutrição via sonda. Durante essa fase de treinamento, o fonoaudiólogo pode utilizar alimentos com o objetivo de teste, como pudins, manjares sem calda, mingaus grossos, purê de frutas, iogurte sem pedaços de frutas e outros. Os líquidos claros e ralos apresentam a maior dificuldade de controle durante a deglutição. Portanto, para evitar o risco de broncoaspiração naqueles pacientes em risco, os líquidos não são incluidos na dieta. A água pura é o único líquido aceitável, porém somente se ingerida entre as refeições (pelo menos 45 minutos após uma refeição). Os alimentos mais sólidos, assim como os mais líquidos, são introduzidos gradualmente na dieta, sob supervisão do fonoaudiólogo. 76 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias ALIMENTOS RECOMENDADOS E EVITADOS GRUPO ALIMENTOSRECOMENDADOS ALIMENTAR DIETA 1 DIETA 2 Pães, cereais, Mingau grosso e Mingau grosso com Papinha de pão ou arroz e massas homogêneo. Sopa de pedaços pequenos de bolacha. Arroz papa. arroz e macarrão frutas.. Papinha de pão Macarrão bem liquidificada e ou bolhacha. Polenta. cozido. Polenta. espessada. Bolo macio. Macarrão Bolo macio. mole com molho. Hortaliças Purê de hortaliças. Hortaliças cozidas Purês, hortaliças Purê de batata. macias e em pedaçoes cozidas picadas. Sopa liquidificada pequenos. Purê de Sopa liquidificada. espessada. Caldo de hortaliças. Purê de Caldo de hortaliças e hortaliças espessado. batata. Suflê de de feijão. hortaliças. Sopa espessada com pedaçoes pequenos de hortaliças ou macarrão. Frutas Purê de frutas. Purê de frutas . Frutas massadas ou Vitamina grossa Vitaminas grossas e macias picadas. homogênea. Sucos homogênea. Frutas Sucos coados. coados espessados. cozidas e amassadas. Frutas em conserva, em pedaços pequenos. Leite iogurte e Pudim, manjar, flan. Pudim, manjar, flan. Leite, iogurte, queijo Iogurte espesso sem Iogurte com pedaços Pudim, flan, iogurte. pedaços de frutas. pequenos de frutas.Milk shake espesso. Pedaçoes pequenos de queijos macios, como ricota e cottage. Queijo derretido Carnes, aves Carne e frango Carne moída fina e Carne moída ou peixes e ovos. liquidificados frango desfiado com desfiada. Caldo de (grossos). Ovos molho. Peixes cozidos ou carne. cozidos moles. Caldo assados macios. Atum e de carne espessado. sardinha enlatados. Ovos cozidos ou mexidos moles. Gemada grossa. Gorduras, Margarina, Margarina, manteiga, Gelatina Óleos e manteiga e creme de creme de leite e açúcares leite misturados aos maionese, misturados alimentos. aos alimentos. Bebidas Sucos coados e Sucos coados e Sucos, chás, café. espessados. espessados Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias GRUPO ALIMENTOS EVITADOS ALIMENTAR DIETA 1 Pães. Cereais, Mingau ralo, arroz. Pão seco ou contendo arroz e massas. Pão, macarrão sementes, passas, nozes, outras oleaginosas e/ou coco. Arroz. 77 DIETA 2 Pão seco ou contendo sementes, passas, nozes e/ou outras oleaginosas. Arroz ao ponto. Hortaliças Sopa com pedaços. Hortaliças cruas.Pedaços Hortaliças cruas. Hortaliças em grandes de hortaliças pedaços Frutas Frutas em pedaços. Pedaços grandes de Frutas cruas, duras frutas. Frutas com casca em pedaços grandes. e membrana Leite, iogurte, Leite e iogurte Nenhum Nenhum. Queijo líquido ou com pedaços. Carnes, Aves, Carnes em pedaços. Carnes em pedaços Carnes duras e em Peixes e ovos grandes. pedaços grandes. Gorduras, òleos Gelatina Gelatina Nenhum. e açúcares Bebidas Líquidos com ou sem Líquidos ralos. Nenhum pedaços de alimentos. 78 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias DIETA 1 Indicação para uso: fase inicial da alimentação, após o teste e treinamento de deglutição em conjunto com o fonoaudiólogo, e para aqueles com alto risco de broncoaspiração. Características: os alimentos são macios, úmidos e todos liquidificados. Os líquidos não são incluidos na dieta, exceto a água pura entre as refeições, se não contra-indicada pelo fonoaudiólogo. Os alimentos líquidos são todos espessados. O exemplo de cardápio contém aproximadamente 2.000 quilocalorias e 85 gramas de proteínas. EXEMPLO DE CARDÁPIO Café da manhã Mingau de amido de milho. Lanche Fruta amassada. Almoço Sopa de hortaliças, frango e macarrão, liquidificada e espessada. Purê de batatas. Suco de frutas espessado. Lanche Vitamina de frutas grossa, com cereal Jantar Sopa de hortaliças, carne e arroz, liquidificada e espessada. Purê de cenoura. Sobremesa láctea (ex. pudim de baunilha) Ceia Mingau de farinha de arroz. Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias 79 DIETA 2 Indicação para uso: segunda fase da dieta, sob indicação e supervisão em conjunto com o fonoaudiólogo, É uma transição entre a fase de líquidos espessos e a de líquidos ralos. Indicada para pacientes com risco de broncoaspiração. Características: Os alimentos estão na forma de purês, moídos e macios, necessitando de pouca mastigação. Os líquidos não são incluidos na dieta, exceto a água pura entre as refeições, se não contra-indicada pelo fonoaudiólogo. Os alimentos líquidos ainda são espessos, porém menos do que na dieta 1. O exemplo de cardápio contém aproximadamente 2.000 quilocalorias e 85 gramas de proteínas. EXEMPLO DE CARDÁPIO Café da manhã Mingau de amido de milho. Lanche Fruta cozida e amassada (ex. banana) Almoço Hortaliças cozidas moles e na manteiga (ex. batata), frango desfiado com molho, polenta mole. Suco de frutas espessado. Lanche Vitamina de frutas grossa, com cereal. Jantar Hortaliças cozidas moles e na manteiga (ex. cenoura), carne moída com molho e macarrão. Sobremesa láctea (ex. pudim de baunilha) Ceia Mingau de farinha de arroz. 80 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias DIETA 3 Indicação para uso: terceira fase da dieta. Deve ser introduzida gradualmente e sob supervisão em conjunto com o fonoaudiólogo. Indicada para pacientes sem risco de broncoaspiração. Características: os alimentos são macios, picados, requerendo pouca mastigação. Os líquidos claros são incluídos na dieta. O exemplo de cardápio contém aproximadamente 2.000 quilocalorias e 80 gramas de proteínas. EXEMPLO DE CARDÁPIO Café da manhã Papa de leite com pão sem casca. Lanche Frutas em pedaços pequenos. Almoço Salada de batata bem cozida, frango em pedaços ao molho, polenta mole, arroz-papa e caldo de feijão. Sobremesa: fruta em pedaços pequenos. Lanche Papa de chá com pão sem casca. Jantar Salada de hortaliças cozidas, frango desfiado, cenoura cozida, arroz-papa e caldo de feijão. Sobremesa láctea (ex. pudim de baunilha). Ceia Papa de chá com bolachas. Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias 81 RECOMENDAÇÕES - Os pacientes podem ser acometidos por vários níveis de disfagia. Portanto, diferentes texturas de alimentos podem ser indicadas. Com isso, a dieta pode necessitar de alto grau de individualização. - Um espessante industrializado em pó pode ser utilizado nas preparações quentes e frias. As farinhas (ex. farinha de aveia, amido de milho, mucilagem de arroz e farinha láctea) podem ser utilizadas para espessar as preparações quentes. - Os sabores fortes como o doce, o azedo ou o picante, podem estimular a salivação, mastigação e deglutição, sendo recomendados para alguns pacientes. - As temperaturas quentes ou geladas, especialmente quando alternadas, podem estimular a resposta à deglutição, sendo recomendadas. 82 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias DIETA PARA PÓS-GASTRECTOMIA Objetivo: fornecer uma dieta que promova a absorção de nutrientes e previna a ocorrência da síndrome de Dumping. Indicação para uso: pós-operatório de gastrectomia parcial ou total. Características: refeições pequenas e frequentes. Pobre em carboidratos simples, hiperproteica e normolipídica. A dieta é dividida em três estágios, evoluindo conforme a tolerância do paciente. - Estágio 1 : dieta de líquidos claros, sem açúcares concentrados. - Estágio 2 : dieta líquida-completa, sem açúcares concentrados. O exemplo de cardápio contém aproximadamente 1.250 quilocalorias e 60 gramas de proteínas. - Estágio 3: dieta branda, sem açúcares concentrados (usualmente após cinco a sete dias da cirurgia). O exemplo de cardápio contém aproximadamente 2.000 quilocalorias e 80 gramas de proteínas. ESTÁGIO 1 ; DIETA DE LÍQUIDOS CLAROS ALIMENTOS RECOMENDADOS E EVITADOS GRUPO ALIMENTOS ALIMENTAR RECOMENDADOS Pães, cereais, Nenhum. arroz e massas Hortaliças Caldos e sucos coados Frutas Sucos coados e açúcar adicionado Leite, iogurte e queijo Carnes, aves, peixes e ovos Gorduras, Óleos e Açúcares Nenhum. ALIMENTOS EVITADOS Todos Nenhuma, exceto as leguminosas. sem Abacate, manga e outras frutas que não produzem sucos claros. Sucos adoçados com açúcar ou mel. Todos Caldo de frango ou de Ovos, frutas oleaginosas. carne de gado. Adoçantes artificiais Açúcar, mel, xaropes e outros açúcares concentrados. Alimentos contendo açúcar. Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias EXEMPLO DE CARDÁPIO Café da manhã Chá de ervas com adoçante diet, suco de laranja coado. Lanche Suco de maracujá coado com adoçante diet. Almoço Caldo de frango e hortaliças, gelatina diet. Lanche Suco de laranja coado Jantar Caldo de carne e hortaliças, gelatina diet. Ceia Chá de ervas com adoçante diet. 83 84 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias ESTÁGIO 2; DIETA LÍQUIDA-COMPLETA ALIMENTOS RECOMENDADOS E EVITADOS GRUPO ALIMENTOS ALIMENTAR RECOMENDADOS Pães, Cereais, Cereais refinados e cozidos, Arroz e massas farinha de aveia, creme de arroz, milho e trigo. Hortaliças Caldos e sucos, sopas liquidificadas. Frutas Sucos coados sem adição de açúcar ALIMENTOS EVITADOS Alimentos integrais, farelos, sementes. Hortaliças cruas e inteiras. Frutas inteiras. Sucos adoçados com açúcar ou mel. Leite, iogurte, Leite integral e desnatado, bebidas Achocolatados com açúcar. queijo lácteas, iogurte líquido, Milkshakes. suplementos comerciais à base de leite, queijo cottage, tofu, requeijão cremoso e outros queijos macios, pudim, flan, manjar. Carnes, Aves, Ovos, aves, peixes, carne de gado Gemadas. Peixes e Ovos acrescida à sopa liquidificada Gorduras, Óleos e Todos os óleos e gorduras, Açúcar, mel, xaropes e outros açúcares principalmente aqueles açúcares concentrados. monoinsaturados. Adoçantes Alimentos contendo açucar. artificiais. Gelatina diet. Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias 85 EXEMPLO DE CARDÁPIO Café da manhã Mingau de amido de milho. Lanche Suco de laranja coado Almoço Sopa de hortaliças, frango e arroz, liquidificada e coada. Sobremesa: gelatina diet. Lanche Leite com suplemento nutricional industrializado em pó, ou suplemento industrializado líquido. Jantar Sopa de hortaliças, carne e arroz, liquidificada e coada. Sobremesa láctea diet (ex. pudim de baunilha) Ceia Mingau de farinha de arroz. 86 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias ESTÁGIO 3 ; DIETA BRANDA SEM AÇÚCARES CONCENTRADOS ALIMENTOS RECOMENDADOS E EVITADOS GRUPO ALIMENTOS ALIMENTAR RECOMENDADOS Pâes, Cereais, Pães moles, fatiados, de forma, Arroz e Massas. bolinhos assados, biscoitos sem recheio, panquecas, torradas, cereais instantâneos ou cozidos sem açucar, arroz, massas em geral, panquecas. Centeio e integrais (de acordo com a tolerância). Hortaliças Todas cozidas, exceto as flatulentas e aquelas da lista de evitados. ALIMENTOS EVITADOS Pães duros ou com sementes, biscoitos amanteigados, pastelarias. Todos os ricos em açúcar. Hortaliças folhosoas cruas, brócolis, abóbora, couve-flor, pepino, pimentão e outras formadoras de gases, Podem ser introduzidas lentamente. Frutas Todas as cozidas Todas as cruas. Em calda de açúcar. Sucos de frutascom açúcar. Frutas secas com açúcar. Leite, iogurte e Leite integral ou desnatado. Milkshakes, achocolatados, Queijo Iogurte natural. Queijos em geral, iogurtes de frutas. principalmente cottage e ricota. Carnes, Aves, Carnes, aves e peixes cozidos, Carnes duras, crocantes, Peixes e Ovos moídos, desfiados, purê, empanadas. Gemada. ensopados, grelhados ou assados. Ovos mexidos, fritos moles ou pochê. Gorduras, Óleos Todos os óleos e gorduras, Açucar, mel, xaropes e outros e Açúcares. principalmente aqueles açúcares monoinsaturados. Adoçantes concentrados(marmelada, artificiais. Gelatina diet. goiabada, geléia). Alimentos contendo grande quantidade de açúcar. Bebidas Café, chás, todas as bebidas não Todas as bebidas alcoólicas. alcoólicas sem açúcar. Bebidas não alcoólicas contendo açúcar. Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias 87 EXEMPLO DE CARDÁPIO Café da Manhã Leite, pão com margarina; fruta Almoço Salada, frango ao molho, polenta, arroz e caldo de feijão. Lanche Chá e pão com geléia diet. Jantar Salada, bife à rolê, cenoura cozida, arroz e caldo de feijão. Sobremesa láctea diet (ex. pudim de baunilha) Ceia Chá com crackers. RECOMENDAÇÕES - Após a cirurgia, pode haver indicação de jejum via oral por três a cinco dias. Nesse período, a alimentação pode ser realizada via sonda. Lentamente, pequenos pedaços de gelo e goles de água podem ser oferecidos. Alguns pacientes toleram a água morna melhor do que o gelo e a água gelada. - São fornecidas refeições pequenas e frequentes, devido à capacidade reduzida do Estômago. - Na fase inicial pós-operatória, os líquidos não devem ser ingeridos junto às refeições, para evitar a passagem rápida do bolo alimentar. A ingestão hídrica é recomendada aproximadamente 30 a 45 minutos antes ou depois das refeições. Nessa fase, o volume deve ser limitado a aproximandamente 120ml de cada vez. - Pequenas quantidades de açúcar podem ser utilizadas, conforme a tolerância do paciente. - Evitar a ingestão de mel, geléias, frutas em pasta (ex. marmelada, goiabada), melaço, gelatina com açúcar. - Pequenas refeições (lanches) podem ser oferecidas nos intervalos, para acrescentar quilocalorias. - Dentre as bebidas, são permitidos: café, chás e sucos sem açúcar. - As frutas e hortaliças cruas, e aquelas formadoras de gases, são omitidas inicialmente, mas podem ser introduzidas lentamente na dieta, conforme a tolerância do paciente. 88 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias - O leite pode não ser bem tolerado por alguns pacientes, especialmente aqueles com história de intolerância à lactose. Nesses casos, os leites pobres em lactose podem ser utilizados como substitutos do leite de vaca. - Os suplementos de triglicerídeos de cadeia média (TCM), preferencialmente enriquecidos com ácidos graxos essenciais, podem ser utilizados em caso de má-absorção de gorduras. Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias 89 DIETA PARA PÓS-GASTROPLASTIA Objetivo: evitar a ocorrência de náuseas, vômitos, síndrome de Dumping e desidratação, além de prevenir o desenvolvimento de deficiências nutricionais como resultado da redução da ingestão e absorção alimentar. Indicação para uso: Pós-operatório de gastroplastia como tratamento da obesidade mórbida. Características: com a liberação da dieta via oral, inicia-se com a ingestão de pequenos volumesde água, evoluindo para líquidos claros. Após, progride gradativamente para a dieta líquida-completa, pastosa e branda. As progressões são baseadas na tolerância do paciente. São Recomendadas de seis a oito refeições pequenas por dia. É normalmente iniciado com duas colheres de sopa de alimento por refeição, aumentando para oito colheres (a capacidade gástrica inicial é de 30 a 60ml, passando a 120 a 150ml com o tempo).Usualmente os pacientes recebem alta hospitalar durante a fase da dieta líquida –completa. Os açúcares concentrados devem ser restringidos para evitar a síndrome de Dumping. Devido à restrição no volume, essas dietas são nutricionalmente inadequadas. 90 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias ESTÁGIO 1: DIETA DE LÍQUIDOS CLAROS Indicação para uso: primeira fase da alimentação no pós-operatório de gastroplastia. Características: dieta altamente restritiva e nutricionalmente inadequada em todos os nutrientes. Não deve ser utilizada por mais que três dias, pois fornece uma quantidade limitada de quilocalorias, provenientes principalmente de carboidratos. Inclui alimentos que são translúcidos, com baixa quantidade de resíduos e que são ou se transformam em líquidos à temperatura corporal. ALIMENTOS RECOMENDADOS E EVITADOS GRUPO ALIMENTOS ALIMENTAR RECOMENDADOS Pães, cereais, Nenhum arroz e massas. Hortaliças Caldos e sucos coados Frutas Sucos coados e açúcar adicionado. Leite, Iogurte e Queijo Carnes, Aves, Peixes e Ovos Gorduras, Óleos e Açúcares Nenhum ALIMENTOS EVITADOS Todos Nenhuma, exceto as leguminosas. sem Abacate, manga e outras frutas que não produzem sucos claros. Sucos adoçados com açúcar ou mel. Todos Caldo de frango ou de Ovos, frutas oleaginosas carne de gado. Adoçantes artificiais Açúcar, mel, xaropes e outros açúcares concentrados. Alimentos Contendo açúcar. Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias EXEMPLO DE CARDÁPIO Café da manhã Suco de laranja coado (50ml) Lanche Suco de maracujá coado, com adoçante diet. (50ml) Almoço Caldo de frango e hortaliças (50ml) Lanche 1 Suco de laranja coado (50ml) Lanche 2 Gelatina diet (50ml) Jantar Caldo de carne e hortaliças (50ml) Ceia Chá de ervas, com adoçante diet. (50ml) 91 92 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias ESTÁGIO 2: DIETA LÍQUIDA-COMPLETA Indicação para uso: segunda fase da alimentação no pós-operatório de gastroplastia, usualmente durante um a sete dias. Características: contém alimentos na forma líquida ou que se liquefazem à temperatura corporal. È nutricionalmente inadequada. Permite adição de leite e derivados, ovos e cereais refinados. ALIMENTOS RECOMENDADOS E EVITADOS GRUPO ALIMENTOS ALIMENTAR RECOMENDADOS Pães, cereais, Cereais refinados e cozidos, arroz e massas farinha de aveia, creme de arroz, milho e trigo. Hortaliças Caldos e sucos, sopas liquidificadas Frutas Sucos coados, sem adição de açúcar. Leite, Iogurte e Leite integral e desnatado, Queijo bebidas lácteas, iogurte líquido, suplementos comerciais á base de leite, queijo cottage, tofu, requeijão cremoso e outros queijos macios, pudim, flan, manjar Carnes, Aves, Ovos, aves, peixes, carne de Peixes e Ovos. gado acrescidas à sopas liquidificadas. Gorduras, Óleos Todos os óleos e gorduras, e Açúcares principalmente aqueles monoinsaturados. Adoçantes artificiais, Gelatina diet. ALIMENTOS EVITADOS Alimentos integrais, farelos, sementes. Hortaliças cruas e inteiras. Frutas inteiras. Sucos adoçados com açúcar ou mel. Achocolatados com açúcar. Milkshakes. Gemada. Açúcar, mel, xaropes e outros açúcares concentrados. Alimentos contendo açúcar. Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias EXEMPLO DE CARDÁPIO Café da manhã Leite desnatado (100ml), sem açúcar ou com adoçante. Lanche Suco de laranja coado (100ml) Almoço Sopa de hortaliças, frango e arroz, liquidificada e coada (100ml) Lanche 1 Gelatina diet (100ml) Lanche 2 Pudim diet (100ml) Jantar Sopa de hortaliças, carne e arroz, liquidificada e coada (100ml) Ceia Leite desnatado (100ml), sem açúcar ou com adoçante. 93 94 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias ESTÁGIO 3: DIETA PASTOSA SEM AÇÚCARES CONCENTRADOS Indicação para uso: terceira fase da alimentação no pós-operatório de gastroplastia, usualmente do 7 ao 14 dia pós-cirurgia. Características: volume máximo de 150ml por refeição. Os açúcares concentrados são restringidos para evitar a síndrome de Dumping. Devido à restrição no volume, essa dieta é nutricionalmente inadequada. A mastigação é estimulada para trituração completa dos alimentos. O exemplo de cardápio contém aproximadamente 1.000 quilocalorias e 45 gramas de proteínas. EXEMPLO DE CARDÁPIO Café da manhã Mingau de farinha de aveia Lanche Fruta em pedaços pequenos Almoço Purê de batatas, purê de cenoura, caldo de feijão, Sobremesa: pudim diet Lanche 1 Vitamina de Mamão com Banana Lanche 2 Coquetel de frutas. Jantar Sopa de legumes com músculo batida cremosa Sobremesa : gelatina diet. Ceia Iogurte diet. Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias 95 ESTÁGIO 4: DIETA BRANDA SEM AÇÚCARES CONCENTRADOS Indicação para uso: quarta fase da alimentação no pós-operatório de gastroplastia.É iniciada aproximadamente 30 dias após a cirurgia. Usualmente o paciente fica longo prazo nessa dieta. Características: volume máximo de 150ml por refeição. Os açúcares concentrados são restringidos para evitar síndrome de Dumping. Devido à restrição no volume, essa dieta é nutricionalmente inadequada. O exemplo de cardápio contém aproximadamente 1.000 quilocalorias e 45 gramas de proteínas. ALIMENTOS RECOMENDADOS E EVITADOS GRUPO ALIMENTOS ALIMENTAR RECOMENDADOS Pães, Cereais, Pães moles, de forma, bolinhos, Arroz e Massas. biscoitos sem recheio, torradas, cereais instantâneos ou cozidos sem açúcar, arroz, massas em geral, panquecas Hortaliças Todas as cozidas, exceto as flatulentas e aquelas na lista de evitados ALIMENTOS EVITADOS Pães duros ou com sementes, biscoitos amanteigados, pastelarias. Todos os ricos em açúcar. Centeio e integrais (de acordo com a tolerância). Hortaliças folhosas cruas, brócolis, abóbora, couve-flor, pepino,pimentãoe outras formadoras de gases.Podem ser introduzidas lentamente. Frutas Todas as cozidas Todas as cruas. Em calda de açúcar. Sucos com açúcar. Frutas secas com açúcar. Leite, Iogurte e Leite integral ou desnatado, Milkshakes, achocolatados, Queijo iogurte natural. Queijos em geral, iogurtes de fruta. principalmente cottage e ricota. Carnes, Aves, Carnes, aves, peixes cozidos, Carnes duras, crocantes, Peixes e Ovos moídos, desfiados, purê, empanadas. Gemada. ensopados, grelhados ou assados. Ovos mexidos, fritos moles ou pochê Gorduras, òleos e Todos os óleos e gorduras, Açúcar, mel, xaropes e outros Açúcares principalmente aqueles açúcares concentrados monoinsaturados. Adoçantes (marmelada, goiabada, geléia). artificiais. Gelatina diet. Alimentos contendo açúcar. 96 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias EXEMPLO DE CARDÁPIO Café da manhã Leite desnatado com pão e geléia diet. Lanche Fruta cozida Almoço Salada, frango ao molho, polenta, feijão batido. Sobremesa: fruta cozida. Lanche 1 Chá e pão com geléia diet. Lanche 2 Mingau de amido de milho. Jantar Salada de legumes cozidos, frango desfiado. Sobremesa láctea diet (ex. pudim de baunilha). Ceia Chá com crackers. RECOMENDAÇÕES: - A progressão da dieta é de acordo com a tolerância individual. - É recomendado comer lentamente, mastigar bem os alimentos e ingerir líquidos somente entre as refeições. - Deve ser respeitado o volume esperado de capacidade gástrica para a ingestão de sólidos e líquidos. - Deve ser evitado deitar-se após as refeições, a fim de prevenir vômitos. - A água de coco pode ser ingerida aos goles, nos intervalos das refeições. - São recomendados os alimentos ricos em proteínas ou os suplementos nutricionais líquidos ou em pó. - Os alimentos ricos em lipídios devem ser evitados. - Pelo fato das dietas serem nutricionalmente inadequadas, é recomendado um suplemento multivitamínico e multimineral, especialmente de vitamina B12, ácido fólico, vitamina A, ferro, cálcio e potássio. Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias 97 DIETA PARA INFARTO DO MIOCÁRDIO Objetivo: fornecer uma dieta adequada após a admissão à Unidade Coronariana e durante todo o internamento, permitindo a recuperação do paciente e a sua adaptação à dieta recomendada em longo prazo. Indicação para uso: pacientes cardiopatas internados na Unidade Coronariana durante as fases aguda e de reabilitação da doença. Característica: a dieta consiste de duas fases, aguda e de reabilitação. As características da dieta dependem da fase. 98 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias DIETA NA FASE AGUDA Indicação para uso: pacientes internados na Unidade Coronariana durante a fase aguda da doença, que dura em torno de três a 10 dias. Características: é recomendada uma dieta modificada como medida de precaução. É indicado um nível calórico de 1.000 a 1.200 quilocalorias ao dia, cobrindo a necessidade do metabolismo basal dos pacientes, hiperprotéica, normal em carboidratos e em lipideos (menor 30% do total das quilocalorias). O sódio é restringido para aproximadamente 2 gramas por dia. Em caso de edema pulmonar agudo, complicando a insuficiência cadíaca, o sódio pode ser restringido para aproximadamente 1 grama por dia. São recomendadas refeições com o volume pequeno e fracionadas (em torno de 6 refeições ao dia). As grandes refeições podem desviar o sangue da circulação coronariana para a gastrintestinal. Esse fato pode interferir com a respiração devido à distensão do estômago, elevando a taxa metabólica e então aumentando a carga de trabalho cardiaco. A consistência da dieta é branda para facilitar a digestão, e isenta de alimentos irritantes da mucosa gástrica. São evitados o álcool, a cafeína e outras xantinas (ex. chás, chocolate, refrigerantes cola), que agem como estimulantes do sistema nervoso central e do músculo cardiaco. Também são evitados os alimentos em temperaturas extremas. A ingestão diária de líquidos deve ser controlada (1.000 a 1.500ml), pois o excesso, assim como as grandes refeições, pode causar distensão gástrica, aumentar o trabalho cardíaco e estimular os reflexos que produzem arritmias. 99 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias ALIMENTOS RECOMENDADOS E EVITADOS GRUPO ALIMENTAR ALIMENTOS RECOMENDADOS Pães, Cereais, Arroz Pão branco ( pão de hamburger, e Massas cachorro quente, francês, de leite), macarrão, cereais cozidos(milho, aveia, trigo), arroz branco, crackers, biscoito doce (ex. amido de milho). ALIMENTOS EVITADOS Produtos integrais ou contendo sementes, nozes, outras oleaginosas ou secas. Lanches fritos, panquecas, produtos de confeitaria ricos em gordura (ex. croissant), biscoitos recheados, cereais instantâneos. Hortaliças Cozidas (abrandadas), como: batata, Fritas, amanteigadas, em conserva ou aspargo, cenoura, beterraba, berinjela, cruas. Todas as outras, mesmo ervilha, abobrinha, abóbora, espinafre, abrandadas. tomate, purê de milho. Frutas Suco de todas as frutas. Frutas cruas: Todas as outras frutas cruas, cozidas ou banana, mamão, laranja sem enlatadas. pele,pêssego, pera. Frutas cozidas descascadas e sem sementes ou enlatadas: maçã, abacaxi, pêssego pêra, ameixa, damasco. Leite, Iogurte, Leite e iogurte desnatados, queijos Leite integral, achocolatados, queijos Queijo magros (ex. ricota, queijo minas, gordos (amarelos) e requeijão comum. cottage). Carnes, Aves, peixes Carne de boi magra, frango sem pele Ovo em especial a gema) e qualquer e Ovos. (preferir peito), peixes frescos. Todos produto rico em ovo inteiro ou gema. preparados com pouco sal; assados, Carnes gordurosas em geral, como cozidos, em molho. Clara de ovo. porco, carneiro e pato. Vísceras (fígado, rins, cérebro, coração). Carnes salgadas (charque, bacon, bacalhau) e embutidos (linguiças, salame, presunto). Gorduras, Óleos, Margarina (preferir halvarina), óleos Manteiga, creme de leite, bacon, banha, Açúcares ricos em ácidos graxos mono ou nata, sorvetes, batata frita, sobremesas poliinsaturados e seus subprodutos. muito doces, com coco, nozes, outras Geléia, mel melado, doces de frutas, frutas oleaginosas ou secas, chocolate, gelatina, sorvete de frutas sem leite. produtos de confeitaria, sorvetes, pudins ou cremes feitos à base de leite integral. Temperos Cominho, salsinha, cebolinha, sálvia, Temperos industrializados (ex. Arisco, manjerona, manjericão (alfavaca), Sazon, Aji-no-moto), sopas desidratadas alecrim, louro, estragão, colorau, e enlatadas, caldos e extratos de carne páprica, orégano, cravo da índia, noz ou galinha concentrados, amaciantes de moscada, gengibre, coentro, extrato de carne, catchup, mostarda, molhos de baunilha, extrato de amêndoas, canela, soja, sal marinhoe molhos de salada aniz. industrializados. 100 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias EXEMPLO DE CARDÁPIO Café da manhã Leite desnatado e pão com geléia. Fruta Almoço Salada, frango ao molho, polenta. Sobremesa: fruta Lanche Chá de ervas e pão com geléia. Jantar Salada, bife à rolê, arroz. Sobremesa láctea (ex. pudim de baunilha) Ceia Chá de ervas com crackers. Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias 101 DIETA NA FASE DE REABILITAÇÃO Indicação para uso: pacientes no pós-cirurgico cardíaco, na fase de reabilitação (após o 11 dia da cirurgia até uma ano ou mais). Características: nutricionalmente adequada, hiperprotéica, normal em carboidratos e lipídios (até 30% do total das quilocalorias, menor 10% de gordura saturada, menor 300mg de colesterol). É recomendada uma restrição leve de sódio de aproximadamente 3 gramas por dia. Em caso de hipertensão, o sódio pode ser restringido em 2 gramas por dia. A dieta deve ser rica em potássio, principalmente com o uso dos diuréticos, porém se não houver a presença de insuficiência renal grave. A cafeína e as bebidas contendo xantinas (ex. chás) são recomendadas com moderação. O exemplo de cardápio contém aproximandamente 2.000 quilocalorias, 53 gramas de lipídios e 85 gramas de proteínas. 102 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias ALIMENTOS RECOMENDADOS E EVITADOS GRUPO ALIMENTOS ALIMENTOS ALIMENTAR RECOMENDADOS EVITADOS Pães, Cereais, Pão e outros produtos integrais. Lanches fritos, panquecas, Arroz e Massas Macarrão e arroz. produtos de confeitaria ricos em gordura (ex. croissant) biscoitos recheados. Hortaliças Todas as frescas e pobres em sal. Frutas Todas as frescas. Leite iogurte e Leite e iogurte desnatados, queijo queijos magros (ex. ricota, queijo minas, cottage) Carnes, Aves, Carne de boi magra, frango sem Peixes e Ovos pele(preferir peito), peixes frescos. Todos preparados com pouco sal: assados, cozidos, em molho. Clara de ovo. Gorduras, Óleos e Margarina (preferir halvarina), Açúcares óleos ricos em ácidos graxos mono ou poliinsaturados e seus subprodutos. Geléia, mel, melado, doces de frutas e gelatina. Temperos Cominho, salsinha, cebolinha, sálvia, manjerona, manjericão (alfavaca), alecrim, louro, estragão, colorau, páprica, orégano, cravo da índia, noz moscada, gengibre, coentro, extrato de baunilha, extrato de Amêndoas, canela, aniz. Fritas, amanteigadas ou em conserva com sal (ex. picles). Nenhuma Leite integral, achocolatados, queijos gordos (amarelos) e requeijão comum. Ovo em especial a gema) e qualquer produto rico em ovo inteiro ou gema. Carnes gordurosas em geral, como porco, carneiro e pato. Vísceras (fígado, rins, cérebro, coração). Carne salgadas (charque, bacon, bacalhau) e embutidos (lingüiça, salame, presunto). Manteiga, creme de leite, bacon, banha, nata, sorvetes, batata frita, sobremesas muito doces, com coco, nozes e outras frutas oleaginosas ou secas, chocolate, produtos de confeitaria, sorvetes, pudins ou cremes feito à base de leite integral. Temperos industrializados (ex. Arisco, Sazon, Aji-no-moto), sopas desidratadas e enlatadas, caldos e extratos de carne ou galinha concentrados, amaciantes de carne, catchup, mostarda. Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias 103 EXEMPLO DE CARDÁPIO Café da manhã Leite desnatado, paõ integral com halvarina; fruta Almoço Salada, frango grelhado, polenta, arroz e feijão. Sobremesa: fruta Lanche Chá de ervas e pão integral com geléia. Jantar Salada sem óleo, bife grelhado, cenoura no vapor, arroz e feijão. Suco de laranja natural. Sobremesa láctea (ex: pudim de baunilha com leite desnatado). Ceia Chá de ervas com crackers integrais. RECOMENDAÇÕES: - Escolher uma grande variedade de alimentos. - Evitar alimentos com baixa densidade de nutrientes, como doces e preparações gordurosas. - Consumir uma grande variedade das frutas e hortaliças recomendadas. - Escolher leite e derivados pobres em gorduras ou desnatados. - Selecionar carnes magras. - Evitar bebidas que contenham cafeína (ex. café, chá mate ou preto e outros). - Evitar líquidos durante as refeições. - Distribuir em cinco a seis refeições diárias, com volume pequeno. - É recomendada a escolha de alimentos com baixo teor de gordura saturada e colesterol. 104 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias DIETA PARA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CONGESTIVA Objetivo: fornecer uma dieta nutricionalmente adequada, auxiliando no tratamento da doença. Indicação para congestiva. uso: pacientes apresentando insuficiência cardíaca Características: nutricionalmente adequada, hiperprotéica, normal em carboidratos e lipídioss (até 30% do total das quilocalorias, menor 10% de gordura saturada, menor 300mg de colesterol). É recomendada uma restrição de sódio de aproximadamente 2 gramas por dia. A ingestão de potássio deve ser alta, principalmente com uso de diuréticos, porém somente se não houver a presença de insuficiência renal grave. A cafeína e as bebidas contendo xantinas (ex. chás) são recomendadas com moderação. O exemplo de cardápio contém aproximadamente 2.000 quilocalorias, 80 gramas de proteínas e 2.000 mg de sódio por dia. Nota: cloreto de sódio (sal) contém aproximadamente 40% de sódio (100mg de cloreto de sódio = 40mg de sódio); 1 mEq de sódio= 23mg de sódio, ou 1000mg de sódio = 43,5 mEq de sódio. Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias 105 ALIMENTOS RECOMENDADOS E EVITADOS. GRUPO ALIMENTOS ALIMENTOS ALIMENTAR RECOMENDADOS EVITADOS Pâes cereais, Pão e outros produtos integrais. Lanches fritos, panquecas, Arroz e Massas Macarrão e arroz. produtos de confeitaria ricos em gordura (ex. croissant), biscoitos recheados. Hortaliças Todas as frescas e pobres em sal. Fritas, amanteigadas ou em conserva com sal. (ex. picles). Frutas Todas as frescas Nenhuma. Leite iogurte e Leite e iogurte desnatados, queijo Leite integral, achocolatados, queijo magro (ex. ricota, queijo minas, queijos gordos (amarelos) e cottage) requeijão comum. Carnes, Aves, Carne de boi magra, frango sem OVO (em especial a gema) e Peixes e Ovos pele (preferir peito), peixes qualquer produtos rico em ovo frescos. Todos preparados com inteiro ou gema. Carnes pouco sal, assados, cozidos e em gordurosas em geral, como porco, molho. Clara de ovo. carneiro e pato. Vísceras (fígado, rins,cérebro, coração). Carnes salgadas (charque, bacom, bacalhau) e embutidos (lingüiça, salame, presunto). Gordura, Óleos Margarina (preferir halvarina), Manteiga, creme de leite, bacon, açúcares óleos ricos em ácido graxo mono banha, nata, sorvetes, batata frita. ou poliinsaturados e seus Sobremesas muito doces, com subprodutos. Geléia, mel, melado, coco, nozes ou outras frutas doces de frutas, gelatina oleaginosas ou secas, chocolate, produtos de confeitaria, sorvetes, pudins ou cremes feitos à base de leite integral. Temperos Cominho, salsinha, cebolinha, Temperos industrializados (ex. sálvia, manjerona, manjericão Arisco, Sazon, Aji-no-moto), sopas (alfavaca), alecrim, desidratadas e enlatadas, caldos e louro,estragão, colorau, páprica, extratos de carne ou galinha orégano, cravo da índia, noz concentrados, amaciantes de moscada, gengibre, coentro, carne, catchup, mostarda, molhos extrato de baunilha, extrato de de soja, sal marinho e molhos de amêndoas, canela, aniz. salada industrializados. 106 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias EXEMPLO DE CARDÁPIO Café da manhã Leite, pão integral com geléia, fruta Almoço Salada, frango ao molho, polenta, arroz e feijão Lanche Chá de ervas e pão integral com geléia Jantar Salada, bife à rolê, couve-flor gratinada, arroz e feijão. Sobremesa láctea (ex. pudim de baunilha) Ceia Chá de ervas com bolacha doce integral. RECOMENDAÇÕES: - Utilizar hortaliças frescas . - As refeições devem ser preparadas sem adição de sal. O sal deve ser adicionado à mesa, distribuido no almoço e no jantar. - É recomendado o uso de molho vinagrete, sem adição de sal, conteno ervas e especiarias, para melhorar o sabor das preparações. - Na ausência de enfermidades renais, pode ser recomendada a utilização de substitutos de sal, à base de cloreto de potássio. - Escolher uma grande variedade de alimentos. - Evitar alimentos com baixa densidade de nutrientes, como doces e preparações gordurosas. - Consumir um a grande variedade das frutas e hortaliças recomendadas. - Escolher leite e derivados pobres em gordura, ou desnatados. - Selecionar carnes magras. - Evitar bebidas que contenham cafeína (ex. café, chá mate ou preto e outros). - Escolher alimentos com baixo teor de gordura saturada e colesterol. 107 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias DIETAS PARA INSUFICIÊNCIA HEPÁTICA Objetivo: manter ou recuperar o estado nutricional adequado, fornecer aminoácidos suficientes para estimular a regeneração hepática, sem precipitação da encefalopatia, prevenir o acúmulo excessivo de líquido, e minimizar os efeitos metabólicos da doença. Indicação para uso: pacientes adultos apresentando insuficiência hepática, sem sinais de encefalopatia. Na presença de encefalopatia, é indicada a nutrição via sonda. Características: dieta hiperprotéica. Pode ser restrita em sódio e líquido, de acordo com o grau de ascite. O exemplo de cardápio contém aproximadamente 2.100 quilocalorias, 110 gramas de proteínas, 65 gramas de lipídios e 2.000 mg de sódio.Nota: cloreto de sódio (sal) contém aproximadamente 40% de sódio (100mg de cloreto de sódio= 40mg de sódio); 1mEq de sódio = 23 mg de sódio ou 1.000 mg de sódio = 43,5 mEq de sódio. ALIMENTOS RECOMENDADOS E EVITADOS – DE ACORDO COM O CONTEÚDO DE SÓDIO GRUPO ALIMENTAR Pães, Cereais, Arroz e Massas Hortaliças Frutas Leite, Iogurte e Queijo Carnes, Aves, Peixes e Ovos. Gorduras,òleos, Açúcares Temperos ALIMENTOS RECOMENDADOS Grãos e seus produtos integrais Todas Todas Com pouca gordura e sal Sem pele e gordura ALIMENTOS EVITADOS Ricos em gordura e açúcar (ex. croissant, bolos recheados e com cobertura, folhados). Fritas Nenhuma Ricos em gordura e sal. Todos com moderação Ricos em gordura e sal, como os frios em geral (salame, mortadela, presunto, etc.) Nenhum Cominho, salsinha, cebolinha, sálvia, manjerona, manjericão (alfavaca), alecrim, louro, estragão, colorau, páprica, orégano, carvo da india, noz moscada, gengibre, coentro, extrato de baunilha, extrato de amêndoas, canela, aniz. Temperos industrializados (ex. Arisco, Sazon, Aji-no-moto), sopas desidratadase enlatadas, caldos e extrato de carne ou galinha concentrados, amaciantes de carne, catchup, mostarda, molhos de soja, sal marinho e molhos de salada industrializados. 108 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias EXEMPLO DE CARDÁPIO Café da manhã Leite desnatado, pão com geléia, fruta Almoço Salada, frango ao molho, polenta, arroz e feijão. Sobremesa fruta Lanche Leite desnatado e pão com geléia Jantar Salada, bife à rolê, cenoura cozida, arroz e feijão. Sobremesa láctea com leite desnatado (ex. pudim de baunilha). Ceia Chá de ervas com bolacha doce. RECOMENDAÇÕES: - Na presença de ascite, são recomendadas refeições pequenas e frequentes, e com alimentos de alta densidade calórico-proteica. - Distribuir a carga protéica de maneira equitativa entre as refeições do dia. - Em caso de ascite, é recomendada grande restrição de sódio, porém essa prescrição pode dificultar a ingestão alimentar adequada. Nesse caso, é usualmente indicada a alimentação via sonda. - A restrição de líquidos (500ml a 1.500ml por dia) só é necessária se existir hiponatremia, e deve ser feita em conjunto com a restrição de sódio. - A ingestão do lanche noturno (ceia) é importante para o paciente cirrótico. Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias 109 DIETA PARA PÓS-TRANSPLANTE HEPÁTICO Objetivo: manter ou recuperar o estado nutricional de pacientes no póstransplante hepático, fornecendo uma dieta adequada em nutrientes com o objetivo de promover o anabolismo e a cicatrização da ferida operatória, e controlar alguns dos efeitos colaterais dos medicamentos imunossupressores. Indicação para uso: pacientes adultos pós-transplante hepático imediato ou tardio. Características: nutricionalmente adequada, com distribuição de nutrientes dependendo da fase do pós-transplante (imediata ou tardia). 110 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias ALIMENTOS RECOMENDADOS E EVITADOS GRUPO ALIMENTAR Pães, Cereais, Arroz e massas ALIMENTOS ALIMENTOS RECOMENDADOS EVITADOS Pão e outros produtos Lanches fritos, panquecas, integrais. Macarrão, arroz produtos de confeitaria ricos em gordura (ex. croissant), biscoitos recheados. Hortaliças Todas as frescas e pobres em sal Fritas, amanteigadas ou em conserva com sal (ex. picles). Frutas Todas as frescas ou desidratadas Frutas cristalizadas. Leite, iogurte e Leite e iogurte desnatados, queijos Leite integral, achocolatados, Queijo magros (ex. ricota, queijo minas, queijos gordos (amarelos) e cottage). requeijão comum. Carnes, Aves, Carne de boi magra, frango sem pele Ovo (em especial a gema)e Peixes e Ovos. (preferir peito), peixes frescos. qualquer produtos rico em ovo Todos preparados com pouco sal, inteiro ou gema. Carnes assados, cozidos e em molho. Clara gordurosas em geral, como de ovo. porco, carneiro e pato. Vísceras (fígado, rins, cérebro, coração).Carnes salgadas (charque, bacon, bacalhau) embutidos (lingüiça, salame, presunto). Gorduras, Margarina (preferir halvarina), Menteiga, creme de leite, bacon, Óleos e óleos ricos em ácidos graxos mono banha, nata, sorvetes, batata Açúcares ou poliinsaturados e seus frita. Sobremesas muito doces, subprodutos. Geléia, mel, melado, com coco ou frutas oleaginosas, doces de frutas, gelatina. chocolate, produtos de confeitaria, sorvetes, pudins ou cremes feitos à base de leite integral. Temperos Cominho, salsinha, cebolinha, Temperos industrializados (ex. sálvia, manjerona, manjericão Arisco, Sazon, Aji-no-moto), (alfavaca), alecrim, louro, estragão, sopas desidratadas e enlatadas, colorau, páprica, orégano, cravo da caldos e extrato de carne ou índia, noz moscada, gengibre, galinha concentrados, coentro, extrato de baunilha, extrato amaciantes de carne, catchup, de amêndoas, canela, aniz. mostarda, molhos de soja, sal marinho e molhos de salada industrializados. Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias 111 DIETA NO PÓS-TRANSPLANTE HEPÁTICO IMEDIATO Indicação para uso: pacientes adultos na fase inicial (usualmente nas primeiras quatro semanas ) do pós-transplante hepático, com função renal normal. Características: usualmente necessita de dieta líquida na fase inicial póstransplante, dentro de 48 horas após a cirurgia (v. Dieta de Líquidos Claros e Dieta Líquida-Completa) ou dieta via sonda exclusiva.Alguns pacientes podem beneficiar-se da nutrição parenteral nessa fase. A introdução de uma dieta sólida depende da tolerância do paciente. Pode ser inicialmente melhor tolerada uma dieta branda (v. Dieta Branda), passando para uma dieta de consistência normal até o final do primeiro mês pós-transplante.. Essa dieta pode ser nutricionalmente adequada, hiperprotéica, normal em carboidratos e lipídios. É recomendada uma restrição em torno de 2 gramas de sódio por dia.Os líquidos podem necessitar de restrição em caso de edema ou ascite residual, ou insuficiência renal. A ingestão de potássio deve ser alta, principalmente com uso de diuréticos, se não houver presença de insuficiência renal grave. A cafeína e as bebidas contendo xantinas (ex. chás) são recomendadas com moderação. O exemplo contém aproximandamente 2.400 quilocalorias, 110 gramas de proteínas e 2 gramas de sódio. Nota: cloreto de sódio (sal) contém aproximadamente 40% de sódio (100mg de cloreto de sódio = 40mg de sódio) 1mEq de sódio = 23 mg de sódio ou 1.000 mg de sódio = 43,5 mEq de sódio. EXEMPLO DE CARDÁPIO Café da manhã Leite, pão com geléia, fruta Almoço Salada, frango ao molho, polenta, arroz e feijão Lanche Leite e pão com geléia. Jantar Salada, bife à rolê, cenoura cozida, arroz e feijão. Sobremesa láctea (ex. pudim de baunilha) 112 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias Ceia Chá de ervas com bolacha doce. RECOMENDAÇÕES - São recomendados refeições pequenas e frequentes. - Na fase inicial da dieta via oral, pode ser necessário o uso de suplementos nutricionais orais hipercalóricos e hiperproteicos. - As refeições devem ser preparadas sem a adição de sal. Este deve ser adicionado à mesa, distribuido no almoço e no jantar. - É recomendado o uso de molho vinagrete, sem adição de sal, contendo ervas e especiarias, para melhorar o sabor das preparações. - Na ausência de enfermidades renais, pode ser recomendada a utilização de substitutos de sal, à base de cloreto de potássio. - Escolher uma grande variedade de alimentos. - Evitar alimentos com baixa densidade de nutrientes, como doces e preparações gordurosas. - Consumir uma grande variedade das frutas e hortaliças recomendadas. - Escolher leite e derivados pobres em gordura, ou desnatados. - Selecionar carnes magras. - Evitar bebidas que contenham cafeína (ex. chá mate ou preto e outros). - Escolher alimentos com baixo teor de gordura. Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias 113 DIETA NO PÓS-TRANSPLANTE HEPÁTICO TARDIO Indicação para uso: pacientes adultos pós-transplante hepático, na fase tardia (em longo prazo). Caracterìsticas: nutricionalmente adequada, normal em proteínas, carboidratos e lipídios. O exemplo de cardápio contém aproximadamente 2.000 quilocalorias e 80 gramas de proteínas. EXEMPLO DE CARDÁPIO Café da manhã Leite, pão com margarina, fruta. Almoço Salada, frango ao molho, polenta, arroz e feijão Sobremesa: fruta Lanche Chá de ervas e pão com geléia. Jantar Salada, bife à rolê, cenoura cozida, arroz e feijão. Sobremesa láctea ( ex. pudim de baunilha). Ceia Chá de ervas com crackers. RECOMENDAÇÕES - Utilizar hortaliças frescas ou congeladas. - Escolher uma grande variedade de alimentos. - Evitar alimentos com baixa densidade de nutrientes, como doces e preparações gordurosas. - Consumir uma grande variedade das frutas e hortaliças recomendadas. - Escolher leite e derivados pobres em gordura, ou desnatados. - Selecionar carnes magras. - Evitar bebidas que contenham cafeína (ex. café, chá mate ou preto e outros). - Escolher alimentos com baixo teor de gordura 114 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias DIETA PARA HEMODIÁLISE E DIÁLISE PERITONEAL INTERMITENTE Objetivo: manter ou recuperar o estado nutricional, prevenir o acúmulo excessivo de líquido e metabólitos nitrogenados entre as sessões de hemodiálise e diálise peritoneal intermitente, e minimizar os efeitos metabólicos da doença. Indicação para uso: pacientes adultos renais crônicos, não diabéticos e diabéticos, em programa de hemodiálise crônica ou em diálise peritoneal intermitente. Características: dieta hiperprotéica, restrita em sódio (1 a 3 gramas por dia), em potássio (1 a 3 gramas por dia) e em líquidos (500 a 1.000ml por dia).É utilizada a lista de Substituição Renal. O exemplo de cardápio contém aproximadamente 2.000 quilocalorias, 80 gramas de proteínas, 1.200 miligramas de sódio (sem adição), 2.100 miligramas de potássio, 1.200 miligramas de fósforo, 750 miligramas de cálcio e 500ml de líquidos. Nota: cloreto de sódio (sal) cintém aproximadamente 40% de sódio (100mg de cloreto de sódio = 40mg de sódio); 1 mEq de sódio = 23 mg de sódio, ou 1.000mg de sódio = 43,5 mEq de sódio. Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias 115 ALIMENTOS RECOMENDADOS E EVITADOS – DE ACORDO COM O CONTEÚDO DE POTÁSSIO. GRUPO ALIMENTOS ALIMENTOS ALIMENTAR RECOMENDADOS EVITADOS Pães, Cereais, Arroz, macarrão, farinhas refinadas, Cereais integrais (pães, biscoitos, barras de Arroz e Massas pães brancos. cereais, etc), granola, germem de trigo, gergelim. Hortaliças Pepino descascado, escarola, agrião, Aspargos, beterraba, couve-de-bruxelas, aipo alface (todos os tipos), ervilha torta, cozido, suco de hortaliça, champignon ou vagem, pimentão, broto de feijão, cogumelos frescos cozidos, broto de bambu repolho comum ou cozido, repolho fresco cozido, quiabo, repolho chinês cozido, chinês ou mostarda cozida, alcachofra, batata cozida, assada ou purê, batata chips e brócolis, cebola, folha de mostarda, à francesa, batata doce, abóbora moranga e cenoura cruz, couve-flor, aipo cru, abóbora comum, aipim (mandioca), batata almeirão, acelga, berinjela, abobrinha, slasa (mandioquinha), tomate (fresco, purê, rabanete, couve, nabo, espinafre cru, massa, molho e suco), espinafre cozido. agrião, jiló, chuchu. Frutas Limão, suco de uva, pêra enlatada, caju, Banana, pêra, pêra cristalizada,melão, lima, maracujá, jabuticaba, abacaxi, damasco fresco e seco, kiwi, pêssego seco, maçã, suco de maçã, manga, mamão, ameixa seca ou enlatada, suco de ameixa, pêssego ou figo enlatado,ameixa fresca, figo seco, laranja, suco de laranja, nectarina. uva passa, melancia, morango, suco de Sucos de fruta concentrados e calda de limão, uva, tengerina, cereja, abacate, compotas de frutas. pêssego, figo fresco, amora, caqui, goiaba fresca e em calda. Leite, Iogurte e Leite e iogurte Queijos em geral. Queijo Carne, Aves, Sem pele e gordura. Amendoim, creme de amendoim, castanha, Peixes, Ovos, nozes, amêndoa, avelã, feijão, ervilha, grão Feijão e Nozes de bico, lentilhaa, soja, carnes, peixes ou ovos em conserva, frios (salame, salsicha, etc.) Gorduras, Canola, oliva. Doces à base de açucar Bacom, nata, creme de leite. Chocolate, doce Òleos e (balas, etc) de leite, rapadura, melado. Açúcares Temperos e Ervas desidratadas e frescas, sem Substitutos do sal, caldo de carne molhos excesso. concentrado (KNORR, Maggi, etc.)massa e molho de tomate, catchup, azeitona. Bebidas Dentro da restrição hídrica: água, água Café, principalmente solúvel (ex. Nescafé). mineral, limonada, refrigerantes (exceto Mais que uma xícara por dia de chimarrão, cola). chás, cevada, cerveja, refrigerantes cola, sopas e caldos industrializados. 116 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias ALIMENTOS RECOMENDADOS E EVITADOS – DE ACORDO COM O CONTEÚDO DE SÓDIO. GRUPO ALIMENTOS ALIMENTOS ALIMENTAR RECOMENDADOS EVITADOS Pães, Cereais, Pães e biscoitos doces, arroz, Bolacha agua e sal, pão salgado, Arroz e Massas cereais e macarrão sem molho salgadinhos industrializados comercial contendo sal. (chips, etc.) e outros (coxinha, quibe, pastel,etc.) Hortaliças Frescas e sem temperos Chucrute, hortaliças enlatadas contendo sal. (palmito,ervilha, milho, picles, cogumelos, azeitonas ) Frutas Todas Nenhuma Leite, iogurte e Ricota, queijo cottage Queijos, exceto os recomendados. Queijo Carnes, Aves, Frescas (não processadas) Presunto, mortadela, bacon, paio, Peixes e Ovos salsicha, linguiça, salame, defumados (carnes, aves, peixes), peixes enlatados (sardinha, atum, etc.), bacalhau, charque (carne seca), carne de sol. Gorduras, Óleos Todos, com moderação e sem Nenhum, exceto aqueles com sal e Açúcares sal. adicionado(maionese, margarina, manteiga) Temperos Alho, louro, alecrim, Sal comum, temperos comerciais manjericão(alfavaca), aniz, (Arisco, Aji-no-moto, etc.) sopas manjerona, canela, mostarda desidratadas e caldos de carne ou (folha seca), cebola, noz galinha concentrados (Maggi, moscada, cebolinha, orégano, Knorr, etc.), catchup, extrato e colorau, páprica, cominho, molho de tomate, mostarda, molho pimenta (qualquer tipo, se bem de soja (shoyu), sal marinho tolerada), cravo-da-índia, pimentão, curry, essências (baunilha, etc.) Gengibre, salsinha, vinagre, sálvia, hortelã, tomilho, limão. Bebidas Dentro da restrição hídrica: Sopas e caldos industrializados limonada, água mineral e refrigerantes (exceto colas). Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias 117 EXEMPLO DE CARDÁPIO Café da manhã Leite, pão com margarina, fruta Almoço Salada, frango ao molho, polenta, arroz Sobremesa: fruta Lanche Chá e pão com geléia Jantar Salada, bife à rolê, couve-flor gratinada, arroz. Sobremesa láctea (ex. pudim de baunilha). Ceia Chá com bolacha doce. RECOMENDAÇÕES: - A recomendação diária de líquidos depende do volume urinário e de outras perdas não - usuais (diarréia, fístulas, drenos, etc.). Usualmente, é estimado 500 a 750ml (perdas insensíveis, como suor, fezes normais, pulmões), adicionados ao volume urinário de 24 horas. - Na restrição hídrica da dieta, considerar a ingestão de água, água de coco, café, chá,leite, refrigerante, suco, sopa e de alimentos que sejan líquidos à temperatura corporal, como a gelatina, o gelo e o sorvete. - Para controle do fósforo sérico, é necessário o uso de quelantes do mineral, ingeridos juntamente com as refeições. - Em caso de hiperpotassemia, utilizar alimentos pobres em potássio. Como o potássio é um mineral perdido na água de cocção, é recomendado que seja utilizado o método para a sua redução nos alimentos. Esse método é mais utilizado para a batata, a batata-doce, a mandioca, beterraba, cenoura e abóbora, mas pode ser utilizado para qualquer hortaliça e também para frutas. - Usar vegetais frescos para melhor resultado na textura. - Descascar, cortar em fatias finas e enxaguá-los. - Colocar os vegetais em uma panela quase cheia de água e deixá-los de molho por duas horas. - Escorrer, enxaguar e escorrer novamente. - Colocar novamente água na panela e deixar cozinhar. - Depois de cozido, escorrer o vegetal e jogar a água fora. - Usar em várias formas de preparação (purê, molho, assado, salada, etc.). 118 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias - Na presença do diabetes, não há necessidade de grandes restrições de carboidratos, mas a quantidade é mais importante do que a qualidade (simples versus complexos). Nesse caso, as refeições e lanches devem ser feitos em horários regulares todos os dias. As porções de alimentos ricos em amido devem ser distribuidas no decorrer do dia. Preferir as frutas frescas ao invés de seus sucos ou das conservas em calda de açúcar. É recomendado não omitir refeições. No caso de inclusão esporádica de carboidratos simples (açúcar, mel, geléia, etc. ) é recomendado que eles façam parte de uma refeição, com a subtração de outra fonte de carboidrato. - Evitar alimentos ricos em sódio e usar pouco sal adicionado. - Evitar hortaliças em conserva (milho, aspargos, etc.) pois essas são ricas em sal. Em caso de inclusão delas, drenar toda a água de conserva e enxaguar bem o vegetal. - A dieta necessita de suplementação de cálcio, que pode ser através do carbonato ou outro sal de cálcio. Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias 119 DIETA PARA DIÁLISE PERITONEAL CONTÍNUA Objetivo: manter ou recuperar o estado nutricional, com reposição de perdas protéicas via peritoneal; prevenir complicações do desequilíbrio hídrico e minimizar os efeitos metabólicos da doença e da modalidade de diálise. Indicação para uso: pacientes adultos renais crônicos, não diabéticos e diabéticos, em programa de diálise peritoneal crônica. Os pacientes diabéticos podem necessitar de introdução ou ajustes na dose de insulina. Características: dieta hiperprotéica, com controle calórico, restrita em carboidratos e em sódio (1 a 3 gramas por dia), normal ou rica em potássio, sem restrição hídrica, porém evitando o excesso.É utilizada a lista de Substituição Renal. O exemplo de cardápio contém aproximadamente 1.800 quilocalorias, 95 gramas de proteínas, 150 gramas de carboidratos, 1.100 miligramas de sódio (sem adição de sal), 3.600 miligramas de potássio, 1.400 miligramas de fósforo e 750 miligramas de cálcio. Nota: cloreto de sódio (sal) contém aproximadamente 40% de sódio (100mg de cloreto de sódio = 40mg de sódio); 1 mEq de sódio = 23mg de sódio, ou 1.000mg de sódio = 43,5 mEq de sódio. 120 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias ALIMENTOS RECOMENDADOS E EVITADOS – DE ACORDO COM O CONTEÚDO DE SÓDIO GRUPO ALIMENTOS ALIMENTOS ALIMENTAR RECOMENDADOS EVITADOS Pães, Cereais, Pães e biscoitos doces, arroz, Bolacha água e sal, pão salgado, Arroz e Massas cereaise macarrão sem molho salgadinhos industrializados (chips, comercial contendo sal. etc.) e outros (cozinha, quibe, pastel, etc.) Hortaliças Frescas e sem temperos Chucrute, hortaliças enlatadas contendo sal. (palmito, ervilha, milho, picles, cogumelos ), azeitonas. Frutas Todas Nenhuma Leite, iogurte, Ricota, queijo cottage Queijos, exceto os recomendados. queijo Carnes , Aves, Frescas (não processadas) Presunto, mortadela, bacon, paio, Peixes e Ovos salsicha, linguiça,salame, defumados (carnes, aves e peixes), peixes enlatados (sardinha, atum, etc.), bacalhau, charque (carne seca), carne de sol. Gorduras, Todos com moderação e sem Nenhum, exceto aqueles com sal Óleos e sal adicionado (maionese, margarina ou açúcares manteiga). Temperos e Alho, louro, alecrim, Sal comum, temperos comerciais molhos manjericão (alfavaca), aniz, (arisco, Aji-no-moto, etc.), sopas manjerona, canela, mostarda desidratadas e caldos de carne ou (folha seca), cebola, noz galinha concentrados (maggi, Knorr, moscada, cebolinha, orégano, etc. ), catchup, extrato e molho de colorau, páprica, cominho, tomate, mostarda, molho de soja pimenta (qualquer tipo, se bem (shoyu), sal marinho. tolerada), cravo da índia, pimentão, curry, essências (baunilha, etc), gengibre, salsinha, vinagre, sálvia, hortelã, tomilho, limão. Bebidas Limonada, água mineral e Sopas e caldos industrializados. refrigerantes, exceto colas. Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias 121 EXEMPLO DE CARDÁPIO Café da manhã Café com leite, pão com margarina, fruta Almoço Salada, frango ao molho, polenta, arroz e feijão. Sobremesa: fruta Lanche Chá e pão com geléia diet. Jantar Salada, bife à rolê, couve-flor gratinada, arroz e feijão. Sobremesa láctea diet (ex. pudim de baunilha). Ceia Chá com bolacha doce. RECOMENDAÇÕES - A restrição alimentar de potássio não é usualmente necessária, exceto em casos de hiperpotassemia. - Alguns pacientes podem desenvolver hipopotassemia, sendo a aimbra um dos seus sinais. Nessa condição, é recomendada a ingestão de fontes alimentares ricas em potássio. Em geral, não há necessidade de restrição de líquidos na dieta. - Em caso de peritonite, é recomendada a inclusão de suplementos exclusivamente protéicos, misturados aos alimentos sólidos e líquidos. - No diabetes, não há necessidade de restrições ainda maiores de carboidratos do que o já preconizado na diálise peritoneal contínua, mas a quantidade é mais importante do que a qualidade (simples versus complexos). Nesse caso, as refeições e lanches devem ser feitos em horários regulares todos os dias. As porções de alimentos ricos em amido devem ser distribuidas no decorrer do dia. Preferir as frutas frescas ao invés de seus sucos ou das conservas em calda de açúcar. É recomendado não omitir refeições. - A dieta necessita de suplementação de cálcio, que pode ser através do carbonato ou outro sal de cálcio. 122 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias DIETA PARA PRÉ-DIÁLISE (TRATAMENTO CONSERVADOR) Objetivo: manter o estado nutricional adequado, minimizar os efeitos metabólicos, a hipertensão e o edema, e prevenir o dano renal, retardando a progressão da doença. Indicação para uso: paicentes adultos apresentando insuficiência renal crõnica na fase pré-diálise (tratamento conservador). Características: dieta hipoprotéica, normal ou rica em carboidratos e lipídios: usualmente restrita em sódio devido à hipertensão e ao edema; sem necessidade usual de restrição de potássio, exceto próximo à indicação de diálise ou transplante, e em caso de hiperpotassemia. Não há necessidade de restrição de líquidos. É utilizada a Lista de Substituição renal. O exemplo de cardápio contém aproximadamente 2.000 quilocalorias, 50 gramas de proteínas, 1000 miligramas de sódio (sem adição de sal), 2000 miligramas de potássio, 800 miligramas de fósforo e 525 miligramas de cálcio. Nota: cloreto de sódio (sal) contém aproximadamente 40% de sódio (100mg de cloreto de sódio = 40mg de sódio); 1 mEq de sódio = 23 mg de sódio ou 1.000 mg de sódio = 43,5 mEq de sódio. Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias 123 ALIMENTOS RECOMENDADOS E EVITADOS – DE ACORDO COM O CONTEÚDO DE SÓDIO GRUPO ALIMENTOS ALIMENTOS ALIMENTAR RECOMENDADOS EVITADOS Paes, cereais, Pães e biscoitos doces, arroz, Bolacha água e sal, pão salgado, Arroz e Massas cereais e macarrão sem molho salgadinhos industrializados comercial contendo sal. (chips, etc.) e outros (coxinha, quibe, pastel). Hortaliças Frescas e sem tempero contendo Chucrute, hortaliças enlatadas sal. (palmito, ervilha, milho, picles, cogumelos), azeitonas. Frutas Todas Nenhuma Leite, iogurte e Ricota, queijo cottage Queijos exceto os recomendados. queijo Carnes, Aves, Frescos (não processados) Presunto, mortadela, bacon, paio, Peixes e Ovos salsicha, linguiça, salame, defumados (carnes, aves e peixes), peixes enlatados (sardinha, atum, etc.), bacalhau, charque (carne seca), carne de sol Gorduras, Óleos e Todos, com moderação e sem Nenhum, exceto aqueles com sal Açúcares sal. adicionado (maionese, margarina ou manteiga com sal). Temperos e Alho, louro, alcerim, Sal comum, temperos comerciais molhos manjericão (alfavaca), aniz, (Arisco, Aji-no-moto, etc.), sopas manjerona, canela, mostarda desidratadas e caldos de carne ou (folha seca), cebola, noz galinha concentrados (Maggi, moscada, cebolinha, orégano, Knorr, etc.), catchup, extrato e colorau, páprica, cominho, molho de tomate, mostarda, pimenta (qualquer tipo, se bem molho de soja (shoyu), sal tolerada), cavo-da-índia, marinho. pimentão, curry, essências (baunilha, etc.), gengibre, salsinha, vinagre, sálvia, hortelã , tomilho, limão Bebidas Limonada, água mineral e Sopas e caldos industrializados. refrigerantes, exceto colas 124 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias EXEMPLO DE CARDÁPIO Café da manhã Café, leite, pão com margarina, fruta Almoço Salada, frango ao molho, polenta, arroz. Sobremesa: fruta Lanche Chá e pão com geléia Jantar Salada, bife à rolê, couve-flor gratinada, arroz. Sobremesa láctea (ex. pudim de baunilha) Ceia Chá com bolacha doce. RECOMENDAÇÕES - Em alguns casos, os pacientes podem desenvolver hipopotassemia devido ao uso de diuréticos, sendo as caimbras um dos seus sinais.Nessa condição, é recomendado aumentar a ingestão de fontes alimentares ricas em potássio. - Na presença do diabetes, não há necessidade de grandes restrições de carboidratos, mas a quantidade, é mais importante do que a qualidade (simples versus complexos). Nesse caso, as refeições e lanches devem ser feitos em horários regulares todos os dias. As porções de alimentos ricos em amido devem ser distribuidas no decorrer do dia. Preferir as frutas frescas ao invés de seus sucos ou das conservas em calda de açúcar. É recomendado não omitir refeições. No caso de inclusão esporádica de carboidratos simples (açúcar, mel, geléia, etc.) é recomendado que eles façam parte de uma refeição, com a subtração de outra fonte de carboidrato. - A dieta necessita de suplementação de cálcio, que pode ser através do carbonato ou outro sal de cálcio. Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias 125 DIETA PARA SÍNDROME NEFRÓTICA Objetivo: manter o estado nutricional, reduzir a perda protéica urinária (ou evitar o aumento) e preservar a função renal. Indicação para uso: pacientes apresentando síndrome nefrótica, com albuminúria, hipoalbuminemia e edema importantes, além da dislipidemia. Características: dieta com controle de proteínas e lipídios, e restrita em sódio.O exemplo de cardápio contém aproximadamente 2.000 quilocalorias, 55 gramas de proteínas, 70 gramas de lipídios, 1050 miligramas de sódio (sem adição de sal) e 650 miligramas de cálcio. Nota: cloreto de sódio (sal) contém aproximadamente 40% de sódio (100mg de cloreto de sódio = 40mg de sódio); 1 mEq de sódio = 23mg de sódio, ou 1.000mg de sódio = 43,5 mEq de sódio. 126 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias ALIMENTOS RECOMENDADOS E EVITADOS – DE ACORDO COM O CONTEÚDO DE SÓDIO GRUPO ALIMENTOS ALIMENTOS ALIMENTAR RECOMENDADOS EVITADOS Pães, Cereais, Pães e biscoitos doces, arroz, Bolacha água e sal, pãp salgado, Arroz e Massas cereais e macarrão sem molho salgadinhos industrializados comercial contendo sal. (chips, etc.) e outros (coxinha, quibe, pastel, etc.). Hortaliças Frescas e sem temperos Chucrute, hortaliças enlatadas contendo sal (palmito, ervilha, milho, picles, cogumelos), azeitonas. Frutas Todas Nenhuma Leite, iogurte e Ricota, queijo cottage Queijos, exceto os recomendados. Queijo Carnes, Aves, Frescos (não processados) Presunto, mortadela, bacom, paio, Peixes e Ovos salsicha, linguiça, salame, defumados (carnes, aves e peixes), peixes enlatados (sardinha, atum, etc.), bacalhau, charque (carne seca), carne de sol. Gorduras, Óleos Todos, com moderação e sem Nenhum, exceto aqueles com sal e Açúcares sal. adicionado (maionese, margarina ou manteiga). Temperos e Alho, louro, alecrim, Sal comum, temperos comerciais molhos manjericão (alfavaca), aniz, (Arisco, Aji-no-moto, etc.), sopas manjerona, canela, mostarda desidratadas e caldos de carne ou (folha seca), cebola, noz galinha concentrados (Maggi, moscada, cebolinha, orégano, Knorr, etc.), catchup, extrato e colorau, páprica, cominho, molho de tomate, mostarda, molho pimenta (qualquer tipo, se bem de soja (shoyu), sal marinho. tolerada, cravo da índia, pimentão, curry, essências (baunilha, etc), gengibre, salsinha, vinagre, sálvia, hortelã, tomilho, limão. Bebidas Limonada, água mineral, Sopas e caldos industrializados. refrigerantes Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias 127 EXEMPLO DE CARDÁPIO Café da manhã Café com leite, pão com geléia; fruta Almoço Salada, frango ao molho, polenta e arroz. Sobremesa: fruta Lanche Chá e pão com geléia Jantar Salada, bife à rolê, couve-flor gratinada e arroz. Sobremesa láctea (ex. pudim de baunilha) Ceia Chá com bolacha doce. RECOMENDAÇÕES - A presença de edema e hipertensão indica a restrição alimentar de sódio. Em caso de edema severo, também é indicada a restrição de líquidos. - Na restrição hídrica da dieta, deve ser considerada a ingestão de água, água de coco, café, chá, chimarrão, leite, refrigerante, suco, sopa e de alimentos que sejam líquidos à temperatura corporal, como a gelatina, o gelo e os sorvetes. - A restrição alimentar de potássio não é usualmente necessária. - A dieta necessita de suplementação de cálcio, que pode ser através do carbonato ou outro sal de cálcio. 128 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias DIETA PARA PÓS-TRANSPLANTE RENAL Objetivo: manter o estado nutricional de pacientes transplantados renais, fornecendo nutrientes em quantidades adequadas para compensar os efeitos catabólicos da cirurgia e do uso de medicamentos imunossupressores. Indicação para uso: pacientes renais crônicos na fase pós-transplante imediato, rejeição aguda ou no pós-transplante crônico (tardio) Características: depende da fase de pós-transplante (pós-transplante imediato ou tardio). 129 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias ALIMENTOS RECOMENDADOS E EVITADOS – DE ACORDO COM O CONTEÚDO DE SÓDIO GRUPO ALIMENTOS ALIMENTOS ALIMENTAR RECOMENDADOS EVITADOS Pães, Cereais, Pães e biscoitos doces, arroz, Bolacha água e sal, pão salgado, Arroz e Massas cereais e macarrão sem molho salgadinho industrializados (chips, comercial contendo sal. etc.) e outros (coxinha, quibe, pastel, etc.) Hortaliças Frescas e sem contendo sal. temperos Chucrute, hortaliças enlatadas (palmito, ervilha, milho, picles, cogumelos), azeitonas Todas Nenhuma Iogurte, Ricota, queijo cottage Queijos, exceto os recomendados Frutas Leite, Queijo Carnes, Aves, Frescos (não processados) Peixes e Ovos Gorduras, Óleos e Todos, com moderação e sem Açúcares sal. Temperos molhos Bebidas Presunto, mortadela, bacon, paio, salsicha, linguiça, salame, defumados (carnes, Aves e peixes), peixes enlatados (sardinha, atum, etc.),bacalhau, charque (carne seca), carne de sol. Nenhum, exceto aqueles com sal adicionado (maionese, margarina ou manteiga com sal). Sal comum, temperos comerciais (arisco, Aji-no-moto, etc.), sopas desidratadas e caldos de carne ou galinha concentrados (Maggi, Knorr, etc.), catchup, extrato e molho de tomate, mostarda, molho de soja (shoyu), sal marinho e Alho, louro, alecrim, majericão (alfavaca), aniz, manjerona, canela, mostarda (folha seca), cebola, noz moscada, cebolinha, orégano, colorau, páprica, cominho,pimenta, (qualquer tipo, se bem tolerada), cravoda-índia, pimentão, curry, essências (baunilha, etc.)gengibre, salsinha, vinagre, sálvia, hortelã, tomilho, limão Limonada, água mineral, Sopas e caldo industrializados. refrigerantes 130 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias DIETA NO PÓS-TRANSPLANTE RENAL IMEDIATO Indicação para uso: pacientes renais crônicos na fase pós-transplante imediato (dentro do primeiro mês após a cirurgia), e na rejeição aguda. Características: é usualmente indicada uma dieta líquida na fase inicial póstransplante, dentro de 24 a 48 horas após a cirurgia (v. Dieta de Líquidos claros e dieta Líquida-Completa). A introdução da dieta sólida é normalmente bem tolerada. Essa dieta deve ser hiperprotéica, hipercalórica, pobre em carboidratos e controlada em sódio. A necessidade de maior controle de sódio, potássio e líquido depende da função do rim transplantado. O exemplo de cardápio contém aproximadamente 2.400 quilocalorias, 110 gramas de proteínas e 2 gramas de sódio. Nota: cloreto de sódio (sal) contém aproximadamente 40% de sódio (100mg de cloreto de sódio = 40mg de sódio); 1 mEq de sódio= 23 mg de sódio, ou 1.000mg de sódio = 43,5 mEq de sódio. EXEMPLO DE CARDÁPIO Café da manhã Café com leite, pão com margarina, fruta Almoço Salada, frango ao molho, polenta, arroz e feijão Sobremesa: fruta Lanche Leite e pão com geléia diet. Jantar Salada, bife à rolê, couve-flor gratinada, arroz e feijão Sobremesa láctea diet (ex. pudim de baunilha). Ceia Chá com bolacha. Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias 131 RECOMENDAÇÕES - As refeições devem iniciar com os alimentos mais protéicos (ex. leite, carnes, ovos). - Preferir o uso de óleos ricos em gordura monoinsaturada (ex. oliva, canola), no preparo de firutas e outras preparações ricas em gordura. - Podem ser adicionados alimentos concentrados em quilocalorias, como a margarina, a manteiga, o creme de leite, queijos, requeijão e sorvetes cremosos diet, e outros. 132 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias DIETA NO PÓS-TRANSPLANTE RENAL TARDIO Indicação para uso: pacientes transplantados renais após o primeiro mês póstransplante, enquanto o enxerto renal estivar funcionando adequadamente. Características: dieta hiperprotéica, com controle calórico. A necessidade de restrição de sódio depende da condição de hipertensão e de retenção hídrica. O exemplo de cardápio contém aproximadamente 2.000 quilocalorias e 80 gramas de proteínas. Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias 133 EXEMPLO DE CARDÁPIO Café da manhã Café com leite, pão com margarina; fruta Almoço Salada, frango ao molho, polenta, arroz e feijão Lanche Chá e pão com geléia Jantar Salada, bife à rolê, couve-flor gratinada, arroz e feijão Sobremesa láctea (ex. pudim de baunilha) Ceia Chá com crackers. RECOMENDAÇÕES - A presença de edema e/ou de hipertensão requer restrição de sódio. - A restrição alimentar de potássio não é usualmente necessária, exceto em casos de hiperpotassemia. - Evitar frituras. -Utilizar hortaliças frescas ou congeladas. - Preferir o cozimento rápido das hortaliças, para diminuir a perda de nutrientes. -Incluir as hortaliças verde-escuras e as leguminosas várias vezes na semana. -Usar molhos de salada pobres ou sem gordura. - Preferir frutas frescas e com casca. - Retirar as gorduras visíveis das carnes. - Selecionar as carnes assadas, grelhadas ou preparadas no vapor. - Limitar a quantidade de gordura e açúcar adicionados aos alimentos no momento do preparo ou à mesa. 134 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias DIETA PARA INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA COM TERAPIA DE SUBSTITUIÇÃO RENAL Objetivo: manter o estado nutricional, evitar acúmulo de matabólitos, auxiliar na correção de anormalidades metabólicas e no controle de sintomas urêmicos. Indicação para uso: pacientes renais agudos hipercatabólicos. Muitos desse pacientes podem necessitar de nutrição via sonda e/ou parenteral, exclusivas ou em conjunto com a via oral. Características: dieta hiperprotéica, normocalórica, restrita em sódio, potássio e líquido, dependendo da fase da insuficiência renal e de outros fatores como a presença de fístulas intestinais, drenos, sondas e vômitos. É utilizada a Lista de Substituição Renal. O exemplo de cardápio contém aproximadamente 2.000 quilocalorias, 90 gramas de proteínas, 1.200 miligramas de sódio, 2.200 miligramas de potássio e 500 ml de líquidos. Nota:cloreto de sódio (sal) contém aproximadamente 40% de sódio ( 100mg de cloreto de sódio = 40mg de sódio); 1 mEq de sódio = 23 mg de sódio, ou 1.000 mg de sódio = 43,5 mEq de sódio. 135 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias ALIMENTOS RECOMENDADOS E EVITADOS – DE ACORDO COM O CONTEUDO DE POTÁSSIO GRUPO ALIMENTAR ALIMENTOS RECOMENDADOS ALIMENTOS EVITADOS Pães, Cereais, Arroz e Arroz, macarrão, farinhas refinadas, Cereais integrais (pães, biscoitos, barras Massas pães brancos. de cereais, etc.) granola, germen de trigo, gergelim. Hortaliças Pepino descascado, escarola, agrião, alface (todos os tipos), ervilha torta, vagem, pimentão, broto de feijão, repolho comum cru ou cozido, repolho chinês cru, mostarda cozida, alcachofra, brócolis, cebola, folha de mostarda, cenoura crua, couve-flor, aipo cru, almeirão, acelga, berinjela, chucrute, hortaliças enlatadas (palmito, ervilha, milho, picles, cogumelos), azeitonas. Aspargos, beterraba, couve de bruxelas, aipo cozido, suco de hortaliça,champignon, ou cogumelos frescos cozidos, broto de bambu fresco cozido, quiabo, repolho chinês cozido, batata cozida, assada ou purê, batata chips e à francesa, batata doce, abóbora moranga e abóbora comum, aipim (mandioca), bata salsa (mandioquinha), tomate (fresco, purê, massa, molho e sudo), espinafre cozido. Frutas Limão, suco de uva, pêra enlatada, caju, lima, maracujá, jabuticaba, abacaxi, maçã, suco de maçã, manga, mamão, pêssego ou figo enlatado, ameixa fresca, uva passa, melancia, morango, suco de limão, uva, tangerina, cereja, abacate, pêssego, figo fresco, amora, caqui, goiaba fresca e calda. Banana, pêra, pêra cristalizada, melão, damasco fresco e seco, kiwi, pêssego seco, ameixa seca ou enlatado, suco de ameixa, figo seco, laranja, suco de laranja, nectarina. Sucos de fruta concentrados e a calda de compotas de frutas. Leite, Iogurte e Queijo Leite e iogurte Queijos em geral Carnes, Aves, Peixes e Sem pele e gordura Ovos, Feijão e nozes Amendoim, creme de amendoim, castanha, nozes, amêndoa, avelã, feijão, ervilha, grão-de-bico, lentilha, soja, carnes, peixes ou ovos em conserva, frios (salame, salsicha, etc.) Gorduras, Açúcares Óleos e Canola, oliva. Doces à base de açúcar Bacon, nata, creme de leite. Chocolate, (balas, etc.) doce de leite, rapadura, melado. Temperos e molhos Ervas desidratadas e frescas, sem Substitutos do sal, caldo de carne excesso concentrado (Knorr, Maggi, etc.) massa e molho de tomate, catchup, azeitona. Café, principalmente solúvel (ex. Dentro da restrição hídrica: água, Nescafé). Mais que uma xícara por dia água mineral, limonada, refrigerantes de: chimarrão, chás, cevada, cerveja, refrigerantes cola, sopas e caldos (exceto colas). industrializados. Bebidas 136 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias ALIMENTOS RECOMENDADOS E EVITADOS – DE ACORDO COM O CONTEÚDO DE SÓDIO GRUPO ALIMENTAR ALIMENTOS RECOMENDADOS ALIMENTOS EVITADOS Pães, cereais, arroz e Pães e biscoitos doces, arroz, cereais Bolacha água e sal, pão salgado, massas e macarrão sem molho comercial salgadinhos industrializados (chips, etc.) e contendo sal. outros (coxinha, quibe, pastel, etc.) Hortaliças Frescas e sem temperos contendo sal Chucrute, hortaliças enlatadas (palmito, ervilha, milho, picles, cogumelos), azeitonas Frutas Todas (v. lista de potássio) Nenhuma (v. lista de potássio). Leite, Queijo Iogurte, Ricota, queijo cottage Queijos, exceto os recomendados. Carne, Aves, Peixes Frescas (não processadas) e Ovos Presunto, mortadela, bacom, paio, salsicha, linguiça, salame, defumados (carnes, aves e peixes, peixes enlatados (sardinha, atum, etc.), bacalhau, charque (carne seca), carne de sol. Gorduras, Açúcares Nenhum, exceto aqueles com adicionado (maionese, margarina manteiga com sal.). Óleos, Todos com moderação e sem sal. Temperos e molhos Alho, louro, alecrim, majericão (alfavaca), aniz, manjerona, canela, mostarda (folha seca), cebola, noz moscada, cebolinha, orégano, colorau, páprica, cominho, pimenta (qualquer tipo, se bem tolerada), cravo-da-índia, pimentão, curry, essências (baunilha), etc.), gengibre, salsinha, vinagre, sálvia, hortelã, tomilho, limão. Bebidas Limonada, água refrigerantes, exceto colas sal ou Sal comum, temperos comerciais (Arisco, Aji-no-moto, etc.) sopas desidratadas e caldos de carne ou galinha concentrados (maggi, knorr, etc.), catchup, extrato e molho de tomate, mostarda, molho de soja (shoyu), sal marinho. mineral, Sopas e caldos industrializados Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias 137 EXEMPLO DE CARDÁPIO Café da manhã Leite pão com margarina. Fruta Almoço Salada, frango ao molho, polenta, arroz. Sobremesa: fruta Lanche Chá e pão com geléia Jantar Salada, bife à rolê, couve-flor gratinada, arroz Sobremesa láctea (ex. pudim de baunilha) Ceia Chá com bolacha doce. RECOMENDAÇÕES - A presença de edema requer restrição de sódio e líquido na dieta. - A recomendação diária de líquidos depende do volume urinário e de outras perdas não-usuais (diarréia, fístulas, drenos, etc.). É usualmente estimado 500 a 750ml (perdas insensíveis, como suor, fezes normais, pulmões), adicionados ao volume urinário de 24 horas. - Na restrição hídrica da dieta, considerar a ingestão de água, água de coco, café, chá, chimarrão, leite, refrigerante, suco, sopae de outros alimentos líquidos à temperatura corporal, como a gelatina, o gelo e o sorvete. - Na fase de anúria/oligúria da doença, é necessária a restrição de potássio. Na fase poliúrica, é recomendada uma dieta rica no mineral. - Esses pacientes são normalmente hipercatabólicos, e as manifestações no estado mental, apetite e gastrintestinais da doença usualmente levam a indicação de vias alternativas de nutrição (sonda e/ou parenteral). 138 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias DIETA PARA INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA EM TRATAMENTO CONSERVADOR Objetivo: manter o estado nutricional, evitar o acúmulo de metabólitos e a necessidade de diálise, auxiliar na correção de anormalidades metabólicas e no controle de sintomas urêmicos, preservar e restaurar a função renal. Indicação para uso: pacientes renais agudos sem hipercatabolismo e uremia graves, apresentando o estado nutricional adequado. Essa dieta não é indicada por tempo maior que duas semanas. Características: dieta hipoprotéica, restrita em sódio, potássio e líquido, dependendo da fase da insuficiência renal aguda. O exemplo de cardápio contém aproximadamente 2.000 quilocalorias, 50 gramas de proteínas, 950 miligramas de sódio (sem adição de sal), 1.800 miligramas de potássio e 500ml de líquidos. Nota: cloreto de sódio (sal) contém aproximadamente 40% de sódio (100 mg de cloreto de sódio = 40 mg de sódio); 1 mEq de sódio = 23mg de sódio, ou 1.000 mg de sódio = 43,5 mEq de sódio. 139 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias ALIMENTOS RECOMENDADOS E EVITADOS – DE ACORDO COM O CONTEÚDO DE POTÁSSIO. GRUPO ALIMENTAR ALIMENTOS RECOMENDADOS ALIMENTOS EVITADOS Pães, Cereais, Arroz Arroz, macarrão, farinhas refinadas, Cereais integrais (pães, biscoitos, barras e Massas pães brancos. de cereais, etc.), granola, gérmen de trigo, gergelim Pepino descascado, escarola, agrião, alface (todos os tipos), ervilha torta, Aspargos, beterraba, couve-de-bruxelas, Hortaliças vagem, pimentão, broto de feijão, aipo cozido, suco de hortaliça, repolho comum cru ou cozido, repolho champignon ou cogumelos frescos chinês cru, mostarda cozida, cozidos, broto de bambu fresco cozido, alcachofra, brócolis, cebola, folha de quiabo, repolho chinês cozido, batata mostarda, cenoura crua, couve-flor, cozida, assada ou purê, batata chips e a aipo cru, almeirão, acelga, berinjela, francesa, batata doce, abóbora moranga e abobrinha, rabanete, couve, nabo, abóbora comum, aipim (mandioca), batata espinafre cru, agrião, jiló, chuchu. salsa (mandioquinha), tomate (fresco, purê, massa, molho e suco), espinafre cozido. Frutas Leite, Queijo Limão, suco de uva, pêra em calda, caju, lima, maracujá, jabuticaba, abacaxi, maçã, suco de maçã, manga, mamão, pêssego ou figo enlatado, ameixa fresca, uva passa, melancia, morango, suco de limão, uva, tangerina, cereja, abacate,pêssego, figo fresco, amora, caqui, goiaba fresca e calda. Iogurte e Leite e iogurte Carnes, Aves, Sem pele e gordura Peixes, Ovos, feijão e nozes Banana, pêra, pêra cristalizada,melão, damasco fresco e seco, kiwi,pêssego seco, ameixa seca ou enlatada, suco de ameixa, figo seco, laranja, suco de laranja, nectarina. Sucos de fruta concentrados e calda de compotas de frutas. Queijos em geral Amendoim, creme de amendoim, castanha, nozes, amêndoa, avelã,feijão, ervilha, grão-de-bico, lentilha, soja, carnes, peixes ou ovos em conserva, frios (salame, salsicha, etc.) Gorduras, Óleos e Canola, oliva. Doces à base de açúcar Bacon, nata, creme de leite. Chocolate, Açúcares (balas, etc.) doce de leite, rapadura, melado. Temperos e molhos Ervas desidratadas e frescas, sem Substitutos do sal, caldo de carne excesso. concentrado (Knorr, Maggi, etc.), massa e molho de tomate, catchup, azeitona. Bebidas Dentro da restrição hídrica: água, Café, principalmente solúvel (ex. água mineral, limonada, refrigerantes Nescafé). Mais que uma xícara por dia de (exceto colas). chimarrão, chás, cevada, cerveja, refrigerantes, cola, sopas e caldos industrializados. 140 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias ALIMENTOS RECOMENDADOS E EVITADOS – DE ACORDO COM O CONTEÚDO DE SÓDIO GRUPO ALIMENTAR ALIMENTOS RECOMENDADOS Pães, Cereais, Pães e biscoitos doces, arroz, Arroz e Massas cereais e macarrão sem molho comercial contendo sal. Hortaliças Frescas e sem contendo sal. Frutas Todas (v.lista de potássio) Leite, Queijo ALIMENTOS EVITADOS Bolacha água e sal, pão salgado, salgadinhos industrializados (chips, etc.) e outros (coxinha, quibe, pastel, etc.) temperos Chucrute, hortaliças enlatadas (palmito, milho, ervilha, picles, cogumelos), azeitonas. iogurte, Ricota, queijo cottage Carnes, Aves, Frescas (não processadas) Peixes e Ovos Nenhuma (v. lista de potássio). Queijos, exceto os recomendados Presunto, mortadela, bacon, paio, salsicha, linguiça, salame, defumados (carnes, aves, peixes), peixes enlatados (sardinha, atum, etc.), bacalhau, charque (carne seca), carne de sol. Gorduras, Óleos e Todos, com moderação e sem Jenhum, exceto aqueles com sal Açúcares sal. adicionado (maionese, margarina ou manteiga com sal.) Temperos molhos Bebidas e Alho, louro, alecrim, majericão (alfavaca), aniz, manjerona, canela, mostarda (folha seca), cebola, noz moscada, cebolinha, orégano, colorau, páprica, cominho, pimenta (qualquer tipo, se bem tolerada), cravo-daíndia, pimentão, curry, essências (baunilha, etc.), gengibre, salsinha, vinagre, sálvia, hortelã, tomilho, limão. Sal comum, temperos comerciais (Arisco, Aji-no-moto, etc.), sopas desidratadas e caldos de carne ou galinha concentrados (Maggi, Knorr, etc.), catchup, extrato e molho de tomate, mostarda, molho de soja (shoyu), sal marinho Limonada, água mineral, Sopas e caldos industrializados. refrigerantes, exceto colas. Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias 141 EXEMPLO DA CARDÁPIO Cafè da manhã Leite , pão com margarina, fruta Almoço Salada, frango ao molho, polenta, arroz Sobremesa: fruta Lanche Chá e pão com geléia Jantar Salada, bife à rolê, couve-flor gratinada, arroz. Sobremesa láctea (ex. pudim de baunilha) Ceia Chá com bolacha doce. RECOMENDAÇÕES - A presença de edema requer restrição de sódio e líquido na dieta. - A recomendação diária de líquidos depende do volume urinário e de outras perdas não usuais (diarréia, vômitos). É usualmente estimado 500 a 750ml (perdas insensíveis, como suor, fezes normais, pulmões), adicionados ao volume urinário de 24 horas. - Na restrição hídrica da dieta, considerar a ingestão de água, água de coco, café, chá, chimarrão, leite, refrigerante, suco, sopa e de outros alimentos líquidos à temperatura corporal, como a gelatina, o gelo e o sorvete. - Na fase de anúria/oligúria da doença, é necessária a restrição de potássio. Na fase poliúrica, é recomendada uma dieta rica no mineral. 142 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias DIETA PARA UROLITÍASE POR OXALATO DE CÁLCIO Objetivo: manter o estado nutricional e evitar a recorrência de cálculos do trato urinário através da redução da quantidade de oxalato excretado pela urina. Indicação para uso: pacientes com oxalato de cálcio. presença ou risco de urolitíase por Características: dieta rica em líquido, normoprotéica, normocalórica, pobre em alimentos que aumentam a excreção urinária de oxalato; pobre em purinas, rica em fibras e com controle de sódio. O exemplo de cardápio contém aproximadamente 2.000 quilocalorias e 80 gramas de proteínas. 143 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias ALIMENTOS RECOMENDADOS E EVITADOS GRUPO ALIMENTAR ALIMENTOS RECOMENDADOS ALIMENTOS EVITADOS Pães, Cereais, Arroz e Massas. Grãos e seus produtos refinados Farelo de gérmen de trigo. Hortaliças Frescas e sem temperos contendo Espinafre, beterraba, aipo, feijão, sal. berinjela, escarola, couve, quiabo, pimentão, folha de mostarda. Frutas Frescas Morango, casca de limão e de laranja, tangerina. Leite, Iogurte e Queijo Leite, ricota, queijo cottage Queijos ricos em sal, tofu. Carne, Aves, Peixes e Ovos. Frescos (não processados) Nozes e demais oleaginosas. Presunto, mortadela, bacon, paio, salsicha, lingüiça, salame, defumados (carnes, aves e peixes) peixes enlatados (sardinha, atum, etc.)mariscos, bacalhau, charque (carne seca), carne de sol. Gorduras, Óleos, Açúcares Todos, sem excesso Chocolate. Nenhum outro, exceto com adição de sal (maionese, margarina ou manteiga). Temperos e molhos Alho, louro, alecrim, manjericão (alfavaca), aniz, manjerona, canela, mostarda (folha seca), cebola, noz moscada, cebolinha, orégano, colorau, páprica, cominho, pimenta (qualquer tipo, se bem tolerada), cravo-da-índia, pimentão, curry, essências (baunilha, etc,), gengibre, salsinha, vinagre, sálvia, hortelã, tomilho, limão. Sal comum, temperos comerciais (arisco, Aji-no-moto, etc.), sopas desidratadas e caldos de carne ou galinha concentrados (Maggi, KNORR, ETC.), CATCHUP, EXTRATO E MOLHO DE TOMATE, MOSTARDA, MOLHO DE SOJA (SHOYU), SAL MARINHO. Bebidas Água, sucos Chocolate, chás instantâneos ou desidratados. 144 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias EXEMPLO DE CARDÁPIO Café da manhã Café com leite, pão com margarina; fruta Almoço Salada, frango ao molho, polenta, arroz e feijão Sobremesa: fruta Lanche Chá de ervas e pão com geléia Jantar Salada, bife à rolê, couve-flor gratinada, arroz e feijão. Sobremesa láctea (ex. pudim de baunilha). Ceia Chá de ervas com crackers. Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias 145 RECOMENDAÇÕES - A ingestão de líquidos deve ser suficiente para produzir um volume urinário de aproximadamente 2 a 2,5 litros por dia (evitar diurese excessiva). - Utilizar principalmente a água como fonte de líquido, depois o leite, sucos e outros. - Evitar o excesso de alimentos ricos em proteínas de origem animal,e distribui-los de maneira equitativa entre as refeições. - Permitir um intervalo de pelo menos quatro horas entre a ingestão de alimentos ricos em proteínas de origem animal e a hora de dormir, para evitar a precipitação de sais nas vias urinárias. - Utilizar uma pequena porção de alimentos ricos em cálcio em todas as refeições. 146 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias DIETAS PARA DISBETES MELLITUS Objetivo: fornecer uma dieta adequada em todos os nutrientes, para manter ao alcançar o controle metabólico da glicose e dos lipidios sanguíneos. Indicação para uso: pacientes adultos com diabetes tipo 1 e 2. Caracteristicas: normal em todos os nutrientes, composta de cinco refeições, com regularidade na ingestão de carboidratos a cada dia e em cada refeição. É utilizada a Lista de Substituição para Diabetes. Em caso de uso de insulina, pode haver necessidade de adaptação da prescrição, ou maior individualização conforme os hábitos e preferências alimentares do paciente. Pode necessitar da associação de uma dieta hipossódica. O exemplo de cardápio contém aproximadamente 1.900 quilocalorias, 195 gramas de carboidratos e 25 gramas de fibras. 147 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias ALIMENTOS RECOMENDADOS E EVITADOS GRUPO ALIMENTAR ALIMENTOS RECOMENDADOS ALIMENTOS EVITADOS Grãos, feijões e hortaliças Grãos e seus produtos integrais, como Aqueles ricos em gordura (ex. amiláceas pães, crackers, cereais instantâneos, croissant) e de confeitaria (com arroz, trigo e farinhas. Pães pobres em recheios e coberturas). gordura, como o francês e o sírio. Hortaliças Hortaliças frescas ou congeladas sem Enlatados em sal, em caso de molhos, com óleo ou sal adicionado. restrição de sódio. Hortaliças folhosas verdes-escuras e amarelas (ex. espinafre, brócolis, cenoura, pimentões). Frutas Frescas, principalmente as cítricas Frutas em calda de açúcar e sucos (laranja, tangerina, mexerica). com adição de açúcar. Leite e iogurte Desnatados, sem açúcar adicionado Leite e iogurte integrais e com açúcar (ex. leite condensado). Carnes e substitutos Principalmente peixes e aves. Sem pele e gordura. Grelhados ou cozidos com pouco óleo, aqueles preparados no microondas ou no vapor. Carnes gordas, aves com pele, frios (salame, mortadela, presunto, salsicha), defumados (bacon, lingüiça) e visceras (fígado, miolos, rins, bucho). Gorduras e Óleos Óleo de canola ou oliva (pouco) Manteiga, margarina, creme de Margarinas macias (halvarinas) leite, nata, banha, bacon, gordura de coco, óleo de dendê, gordura hidrogenada. Doces Dietéticos Açúcar (refinado ou mascavo), mel, melado, geléias, xarope de milho, calda de frutas em conserva, refrigerantes comuns, chocolate, achocolatados, balas, bolos, biscoitos doces, cereais instantâneos com açúcar, leite condensado. 148 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias EXEMPLO DE CARDÁPIO Café da manhã Café com leite, pão integral com margarina; fruta Almoço Salada, frango ao molho, arroz e feijão Sobremesa: fruta Lanche Chá e pão integral com geléia diet. Jantar Salada, bife à rolê, couve-flor gratinada, arroz e feijão. Sobremesa láctea diet (ex. pudim de baunilha). Ceia Chá com crackers integrais. Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias 149 RECOMENDAÇÕES - Não há necessidade de grandes restrições de carboidratos, mas a quantidade é mais importante do que a qualidade (ex. simples versus complexos). - As refeições e lanches devem ser feitos em horários regulares todos os dias. - As porções de alimentos do Grupo dos Grãos, Feijões e Hortaliças Amiláceas devem ser distribuidas no decorrer do dia. - É recomendada ingerir quantidades moderadas de alimentos de cada vez. - É essencial manter a regularidade ma quantidade ingerida de carboidratos todos os dias. - Incluir no máximo uma porção de fruta em cada refeição. - Preferir as frutas frescas em vez de seus sucos ou conservas em calada de açúcar. - É recomendado não omitir refeições. - Limitar o consumo em até três ovos por semana. - Evitar alimentos ricos em sódio e usar pouco sal adicionado. - Evitar hortaliças em conserva (milho, aspargos, etc.), pois são ricas em sal. Em caso de uso, drenar toda água de conserva e enxaguar bem o vegetal. - Escolher alimentos ricos em fibras, como os grãos e seus produtos integrais. -Evitar frituras e preparações ricas em gordura. - Preferir leite, queijos e seus produtos desnatados ou semidesnatados - Escolher carnes magras e tirar toda a gordura visível e a pele. - Usar métodos de preparo como grelhar, assar, ou cozinhar no vapor ou em água -Refrigerantes, balas, gelatina, geléia, café, chá com adoçante (sem açúcar) podem ser utilizados, em quantidades moderadas, além da dieta padronizada, sob a orientação de uma nutricionista. 150 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias DIETA PARA INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA Objetivo: prevenir ou reverter a desnutrição, melhorando também a função respiratória. A boa nutrição desses pacientes promove melhora da inspiração e expiração, aumenta a resposta à hipóxia e à hipercapnia, facilita o mecanismo de ventilação, e maximiza a resistência à infecção e a tolerância aos exercícios. Indicações para uso: pacientes com a função respiratória prejudicada, incluindo doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), bronquite, enfisema e insuficiência respiratória aguda. Muitos desses pacientes podem necessitar de nutrição via sonda e/ou parenteral, exclusivas ou em conjunto com a via oral. Características: adequada em vitaminas e minerais, mas em alguns casos, pode ser necessária a prescrição de suplementos. As refeições são fracionadas e frequentes, incluindo alimentos de textura abrandada. O exemplo de cardápio contém aproximadamente 2.000 quilocalorias, 110 gramas de lipídios (50% do total de quilocalorias), 75 gramas de proteínas e 175 gramas de carbaoidratos. 151 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias ALIMENTOS RECOMENDADOS E EVITADOS GRUPO ALIMENTAR Pães, Cereais, Massas Arroz Frutas Hortaliças ALIMENTOS RECOMENDADOS ALIMENTOS EVITADOS e Pães em geral, massas, cereais, arroz, Nenhum crackers, biscoitos, bolos, tortas, porém em quantidade controlada. Todas, de preferência cozidas ou Nenhuma assadas Todas, de preferência abrandadas e preparadas (ex. suflês, tortas salgadas, Nenhuma gratinados) Leite, iogurte e Queijo Leite e iogurte integrais, queijos em Nenhum geral. Carnes, aves, Peixe e Ovos. Carne de boi, frango sem pele, peixes Nenhum frescos, ovos. Gorduras, Óleos, Açúcares Óleos ricos em ácidos graxos mono ou Sobremesas muito doces, produtos poliinsaturados e seus subprodutos. de confeitaria, balas, chocolate, Manteiga, margarinas duras, creme de mel. leite, nata, sorvetes, pudins à base de leite integral, porém com moderação 152 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias EXEMPLO DE CARDÁPIO Café da manhã Café com leite integral, pão com margarina, fruta Almoço Salada com maionese, frango à milanesa, polenta frita, arroz e feijão. Lanche Chá e pão com margarina Jantar Salada com maionese, bife à rolê, couve-flor gratinada, arroz e feijão. Sobremesa láctea (ex. pudim de baunilha). Ceia Chá com crackers. RECOMENDAÇÕES - Selecionar uma grande variedade de alimentos. - Dar preferência ao leite e derivados integrais. - Evitar a ingestão de líquidos durante as refeições. - Distribuir em torno de cinco a seis refeições diárias, com volume pequeno. - Para recuperação de peso, incluir grande quantidade de alimentos como óleos ricos em gordura monoinsaturada, margarinas (halvarinas), omelete, iogurte e queijo cottage. Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias 153 DIETAS DE PROVA Objetivo: auxiliar na execução de exames necessários ao diagnóstico clínico do paciente. DIETA PARA TESTE DE GORDURA NAS FEZES Objetivo: auxiliar na medida da quantidade de gordura fecal. Indicação para uso: diagnosticar a esteatorréia e a intolerância à gordura. Características: a dieta inclui a ingestão de 100 gramas de gordura por dia, durante três dias antes da coleta das fezes. EXEMPLO DE CARDÁPIO Café da manhã Café com leite integral, pão com margarina; fruta Almoço Salada com maionese, bife à rolê, cenoura cozida, arroz e feijão Sobremesa: fruta com creme de leite Lanche Chá e pão com margarina Jantar Salada com maionese, bife à rolê, cenoura cozida, arroz e feijão. Sobremesa láctea (ex. pudim de baunilha) Ceia Chá com crackers. 154 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias DIETA PARA TESTE DE TOLERÂNCIA À GLICOSE Objetivo: fornecer uma dieta com controle na quantidade de carboidratos Indicação para uso: diagnosticar diabetes mellitus e tolerância à glicose. Características: segue padrão da dieta normal, que contem aproximadamente 225 gramas de carboidratos. Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias 155 EXEMPLO DE CARDÁPIO Café da manhã Café com leite, pão com margarina; fruta Almoço Salada, frango ao molho, polenta, arroz e feijão. Sobremesa: fruta Lanche Chá e pão com geléia Jantar Salada, bife à rolê, couve-flor gratinada, arroz e feijão. Sobremesa láctea (ex. pudim de baunilha) Ceia Chá com crackers. RECOMENDAÇÕES - Essa dieta deve ser fornecida durante três dias antes do exame, com 12 horas de jejum no final. - Não devem ser fornecidos estimulantes orais durante o jejum, como chás, água e café. - O paciente deve estar deambulando, sem a presença de enfermidades agudas ou de terapia com medicamentos que possam afetar a tolerância a glicose. 156 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias DIETA PARA TESTE DE SANGRAMENTO INTESTINAL/ DIETA ISENTA DE CARNE Objetivo: fornecer uma dieta isenta de carne. Indicação para uso: diagnosticar o sangramento intestinal.] Características: isenta de carne, rica em fibras. Segue padrão da dieta lactoovovegetariana. O exemplo de cardápio contém aproximadamente 2.000 quilocalorias. Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias 157 EXEMPLO DE CARDÁPIO Café da manhã Café com leite, pão integral, margarina, fruta. Almoço Salada, omelete, polenta, arroz e feijão. Sobremesa: fruta Lanche Chá e pão integral com geléia. Jantar Salada, couve-flor gratinada, arroz e feijão. Sobremesa láctea (ex, pudim de baunilha) Ceia Chá com crackers. RECOMENDAÇÕES: - Não fornecer carnes e seus produtos - A dieta deve ser feita por três dias antes do exame e durante o período de coleta. -Evitar alimentos como a beterraba e quantidades elevadas de frutas cítricas, banana, tomate, nabo, suplementos de ferro e ácido ascórbico, medicamentos antiinflamatórios não esteroidais. 158 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias DIETA PARA TESTE DE SEROTONINA Objetivo: restringir alimentos que contenham serotonina ou ácido 5hidroindolacético. Indicação para uso: auxiliar no diagnóstico de tumores cancerígenos do trato gastrintestinal. Características: isenta de alimentos e preparações contendo serotonina ou ácido 5-hidroindolacético. O exemplo de cardápio contém aproximadamente 2.000 quilocalorias. Alimentos evitados: álcool, abacate, kiwi, berinjela, abacaxi, ameixa, pecan, tomate e nozes. Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias EXEMPLO DE CARDÁPIO Café da manhã Café com leite, pão com margarina;fruta Almoço Salada, frango ao molho, polenta, arroz e feijão Sobremesa: fruta Lanche Chá e pão com geléia. Jantar Salada, bife à rolê, couve-flor gratinada, arroz e feijão. Sobremesa láctea (ex. pudim de baunilha) Ceia Chá com crackers. 159 160 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias DIETA PARA TESTE DE ÁCIDO VANILMANDÉLICO (VMA) Objetivo: evitar o jejum através da indicação de uma dieta com composição conhecida. Indicações para uso: diagnosticar o tumor feocromocitoma. Características: não há indicação de restrições alimentares. Segue o padrão da dieta normal, evitando o jejum que pode reduzir o nível de VMA. O exemplo de cardápio contém aproximadamente 2.000 quilocalorias. Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias EXEMPLO DE CARDÁPIO Café da manhã Leite, pão com margarina, fruta Almoço Salada, frango ao molho, polenta, arroz e feijão. Lanche Chá e pão com geléia Jantar Salada, bife à rolê, couve-flor gratinada, arroz e feijão. Sobremesa láctea (ex. pudim de morango) Ceia Chá com crackers. 161 162 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias DIETA PARA ALERGIAS ALIMENTARES Objetivo: diagnosticar ou confirmar a sensibilidade a um ou mais alimentos específicos, prevenindo ou reduzindo os sintomas associados à sua ingestão. Indicações para uso: suspeita de sensibilidades alimentares, indicadas por sintomas gastrintestinais, respiratórios, dermatológicos ou sistêmicos. Essas dietas são aplicadas juntamente com os testes dermatológicos e os radioalergosorbentes (RAST), para se ter um diagnóstico definitivo. Uma vez que o diagnóstico tenha sido feito, o (s) alimento (s) implicado(s) é(são) eliminado(s) da dieta do paciente. Características: dieta normal com eliminação de todos os alimentos suspeitos de provocarem alergia alimentar. Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias 163 RECOMENDAÇÕES - No caso de redução dos sintomas em 50% ou mais enquanto o paciente estiver na dieta de eliminação, o alimento torna-se suspeito. - Após os testes, a dieta deve eliminar os alimentos relacionados com a resposta alérgica durante seis a oito semanas. Esses alimentos devem ser reintroduzidos mais tarde, um de cada vez. No caso de ausência de sintomas, o alimento deve voltar a fazer parte da dieta. - Os rótulos e receitas devem ser lidos com atenção, para evitar a ingestão dos alimentos restringidos. 164 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias DIETA ISENTA DE LEITE Objetivo: diagnosticar ou confirmar a sensibilidade à proteína do leite de vaca, prevenindo ou reduzindo os sintomas associados à sua ingestão. Indicação para uso: suspeita de intolerância à proteína do leite de vaca. Características: dieta normal, nutricionalmente adequada, porém omitindo alimentos que contenham a proteína do leite de vaca. O exemplo de cardápio contém aproximadamente 2.000 quilocalorias e 80 gramas de proteínas 165 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias ALIMENTOS RECOMENDADOS E EVITADOS GRUPO ALIMENTAR Pães, Cereais, Massas Arroz ALIMENTOS RECOMENDADOS ALIMENTOS EVITADOS e Pães e biscoitos feitos com água Pães, cereais, biscoitos e outros (sem leite de vaca). preparados ou servidos com o leite de vaca. Hortaliças Todas Qualquer uma preparada ou servida com leite e derivados (ex. gratinadas, com molho branco, escalopes). Sopas de hortaliças preparadas com leite e seus derivados (sopas cremosas). Frutas Todas Qualquer uma preparada ou servida com leite e derivados. Leite, Iogurte, Queijo Nenhum Todas as formas de leite de vaca, leitelho, leite maltado, achocolatado, evaporado, em pó, leite sem maltose, leite condensado, fórmulas infantis à base de leite, iogurtes, qualquer forma de queijo, leite de cabra. Carnes, Aves, Peixes e Ovos Todos Qualquer um preparado com leite ou derivados (ex. bolo de carne, ovos mexidos). Gorduras, Óleos e Açúcares Todos Doces e balas contendo leite (ex. caramelos, balas de chocolate). Qualquer um preparado com leite ou derivados (ex. bolos, bolachas, tortas cremosas, pasteis, folheados, sorvete, cremes, pudins, leite condensado, etc.) 166 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias EXEMPLO DE CARDÁPIO Café da manhã Leite de soja, pão com margarina, fruta Almoço Saladas, frango ao molho, polenta, arroz e feijão. Sobremesa: fruta Lanche Leite de soja e pão com geléia Jantar Salada, bife, couve-flor refogada, arroz e feijão. Sobremesa: gelatina Ceia Chá com crackers. RECOMENDAÇÕES - É essencial a leitura dos rótulos para certificação da ausência dos seguintes ingredientes: caseína, caseinato, caseinato de cálcio ou de sódio, coalho, soro de leite, leite isento de lactose, leite, lactoalbumina, lactoglobulina, creme de leite,manteiga, leitelho, sabor artificial de manteiga, queijos, iogurte, hidrolisados do leite (proteína do leite, soro, caseína), creme inglês. Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias 167 DIETA ISENTA DE TRIGO Objetivo: diagnosticar ou confirmar a sensibilidade ao trigo, prevenindo ou reduzindo os sintomas associados à sua ingestão. Indicação para uso: suspeita de intolerância ao trigo. Características: dieta normal que omite o trigo ou qualquer alimento que o contenha. Dieta nutricionalmente adequada. O exemplo de cardápio contém aproximadamente 2.000 quilocalorias e 80 gramas de proteínas. 168 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias ALIMENTOS RECOMENDADOS E EVITADOS GRUPO ALIMENTAR ALIMENTOS RECOMENDADOS ALIMENTOS EVITADOS Pães, Cereais, Arroz e Aqueles feitos com farinha de Qualquer produto contendo farinha, Massas arroz, de centeio, de aveia, de milho farelo ou germen de trigo. Glúten, farinha e de cevada. de biscoito, cereais maltados, alguns tipos de aveia. Qualquer massa preparada com trigo e seus produtos. Hortaliças Todas Aquelas servidas com molhos engrossados com trigo (ex. gratinadas, cremosas). Qualquer sopa de hortaliças preparada com trigo e seus produtos, como as massas, ou engrossada com o cereal. Frutas Todas Aquelas com adição de cereais. Carnes, Aves, Peixes e Todos Ovos. Carnes preparadas com farinha de trigo, pão, farinha de biscoito, farinha de rosca ou outros produtos do trigo (ex. bolo de carne, almôndegas, pastel, croquetes, hamburguer) e carnes processadas (ex. salsicha, frios) Leite, iogurte e Queijo Leite maltado Gorduras, Açúcares Óleos Todos e Aqueles feitos sem trigo Qualquer preparado com farinha de trigo (ex. bolos, tortas, biscoitos, folheados, roscas, sorvete, pudim de pão, misturas preparadas); molhos de salada industrializados que contém o trigo ou derivados como agente espessante. Molho de soja, alguns fermentos, alguns temperos em pó, molhos engrossados com trigo e seus produtos. Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias 169 EXEMPLO DE CARDÁPIO Café da manhã Café com leite, pão de milho com margarina; fruta Almoço Salada, frango ao molho, arroz e feijão. Sobremesa: fruta Lanche Chá e pão de milho com geléia Jantar Salada, bife à rolê, cenoura cozida, arroz e feijão. Sobremesa: gelatina Ceia Leite e sequilhos de amido de milho. RECOMENDAÇÕES - É essencial a leitura dos rótulos para certificação da ausência dos seguintes ingredientes: farinha de trigo, malte, amido modificado (pode ser usado se a fonte do amido for citada, ex. :amido modificado de milho), semolina, trigo, grãos de trigo, gérmen de trigo, amido de trigo, goma vegetal, amido vegetal, farelo de pão, amido geleificado, proteína vegetal modificada, flavorizantes natural, glúten e extrato de cereal. - As alternativas para a farinha de trigo incluem a farinha de arroz, de batata, de centeio, de aveia, de cevada e de milho. 170 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias DIETA ISENTA DE MILHO Objetivo: diagnosticar ou confirmar a sensibilidade ao milho, prevenindo ou reduzindo os sintomas associados à sua digestão. Indicação para uso: suspeita de intolerância ao milho. Características: dieta normal, nutricionalmente adequada, porém com omissão do milho e seus produtos. O exemplo de cardápio contém aproximadamente 2.000 quilocalorias e 80 gramas de proteínas. 171 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias ALIMENTOS RECOMENDADOS E EVITADOS GRUPO ALIMENTAR ALIMENTOS RECOMENDADOS ALIMENTOS EVITADOS Pães, cereais, Arroz e Pães feitos com farinha de Qualquer um preparado com farinha de milho, Massas trigo, de arroz, de centeio, de fubá, xarope ou amido de milho, waffles, aveia e de cevada biscoitos integrais. Alguns cereais matinais (ex. Corn Flakes), canjica, sêmola, pipoca Hortaliças Todas, exceto milho Milho. Outras hortaliças engrossadas com maisena ou substituto, contendo milho ou seus derivados como ingredientes. Frutas Todas Enlatadas, exceto quando em água ou suco natural. Fruta congelada com açúcares adicionados. Leite, Iogurte e Queijo Todos Nenhum Carnes, Aves, Peixes e Todos Ovos Gorduras, Açúcares Óleos Bebidas e temperos Bacon, presunto, frios, salsicha, lingüiça, outras carnes ou peixes processados. e Todos, exceto de milho ou Òleo de milho, manteiga de amendoim, contendo o cereal. margarina feita com óleo de milho, molhos para salada engrossados com maisena, maionese. Produtos preparados com milho, incluindo bolos industrializados, panquecas, massa de tortas, pudins, folheados, tortas cremosas, sorvetes, frutas carameladas. Xarope de milho, açúcar de milho, dextrose, frutose, açúcar de confeiteiro, balas feitas com imitação de xarope de glicose, geléias, coberturas, gelatinas. Chás de ervas Suco de uva, bebidas carbonatadas, café e chá instantâneos, cerveja preta, cerveja, whisky, vodka, gin, vinho. Qualquer sopa industrializada, sopa caseira engrossada com maisena, comida chinesa, molhos em geral, glutamato monossódico, agentes de fermentação (leveduras), fermento (alguns contendo amido de milho), vinagre destilado, corante caramelo, papinhas de nenê, cápsulas vitamínicas, gomas de mascar. 172 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias EXEMPLO DE CARDÁPIO Café da manhã Café com leite, pão de trigo com margarina (qualquer, exceto de milho) Almoço Salada, frango ao molho, macarrão alho e óleo, arroz e feijão. Sobremesa: fruta Lanche Leite e pão (de trigo) com geléia. Jantar Salada, bife à rolê, cenoura cozida, arroz e feijão Sobremesa: fruta Ceia Chá com crackers (de trigo) RECOMENDAÇÕES - É essencial a leitura dos rótulos para certificação da ausência de milho e dos seguintes ingredientes: amido de milho, açúcar de milho (dextrose), xarope de milho, óleo de milho, farinha de milho, fubá, dextrina, maltodextrina, fermento, goma vegetal, sorbitol, glicose comercial, vinagre e amido modificado (exceto no caso da derivação ser especificada, ex.: de tapioca, de batata, de trigo). 173 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias DIETA ISENTA DE SOJA Objetivo: diagnosticar ou confirmar a sensibilidade à soja, prevenindo ou reduzindo os sintomas associados à sua ingestão. Indicação para uso: suspeita de intolerância à soja Característica: dieta normal, nutricionalmente adequada, porém com omissão de todos os produtos contendo soja, incluindo os seus grãos. O exemplo de cardápio contém aproximadamente 2.000 quilocalorias e 80 gramas de proteínas. ALIMENTOS RECOMENDADOS E EVITADOS GRUPO ALIMENTAR ALIMENTOS RECOMENDADOS ALIMENTOS EVITADOS Pães, Cereais, Arroz Todos, exceto aqueles feitos com Qualquer um feito com produtos de soja, e Massas soja podendo incluir pão de hamburguer, recheios de pães, misturas prontas para panqueca ou pizza, granola e cereais naturais. Massa de pizza. Hortaliças Todas Purê de batatas instantâneo, contendo molho de soja; hortaliças congeladas com molho contendo soja Frutas Todas Nenhuma Leite, Queijo Iogurte, Todos Leite de soja, tofu Carnes, Aves, Peixes Todos, exceto a soja e Ovos Proteína texturizada de soja, salsicha de porco, peixe enlatado em óleo, frios. Gorduras, Óleos e Todos, exceto os de soja ou Batata chips. Bolos e misturas para bolos, Açúcares contendo o cereal. coberturas comerciais, misturas para pudim de chocolate. Óleo de cozinha, margarina, maionese, óleo de salada, molhos para salada. Balas, pingos de chocolate, chocolate meio amargo, caramelos, xaropes. Temperos em pó, molhos temperados (ex. pimenta, shoyu). Outros Aqueles não derivados contendo soja e Sopas enlatadas, desidratadas e instantâneas contendo molho de soja. 174 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias EXEMPLO DE CARDÁPIO Café da manhã Café com leite, pão com margarina, fruta Almoço Salada, frango ao molho, polenta, arroz e feijão Sobremesa: fruta Lanche Chá e pão com geléia Jantar Salada, bife à rolê, couve-flor gratinada, arroz e feijão Sobremesa láctea (ex. pudim de baunilha) Ceia Chá com crackers. RECOMENDAÇÕES - A soja é amplamente usada na preparação de alimentos. Os rótulos devem ser lidos cuidadosamente. - Ingredientes que podem indicar a presença de soja: lecitina, lecitina de soja, óleo de soja, coalho de soja, farinha de soja, leite de soja, proteína de soja, isolado de proteína de soja, misô, tofu, proteína vegetal texturizada (PVT), proteína texturizada de soja (PTS), proteína de soja hidrolisada, amido modificado, tempeh, goma vegetal, óleo vegetal, amido vegetal, flavorizante natural. Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias 175 DIETA VIA SONDA Objetivo: alcançar as necessidades nutricionais de pacientes com presença de alguma função gastrintestinal, porém incapazes de alcançar a ingestão oral adequada. Indicação para uso: pacientes com ingestão alimentar insuficiente, como nos casos de desnutrição, má-absorção, hipermetabolismo, prematuridade e distúrbios anatômicos. Pode ser utilizada exclusiva ou em combinação com a via oral e/ou parenteral. Pode também ser indicada como estímulo enteral, ajudando a manter a integridade da mucosa e limitando a translocação bacteriana naqueles pacientes recebendo nutrição parenteral. Características: dieta líquida, com composição normal ou modificada em nutrientes. Pode consistir de leite humano para recém-nascidos, fórmulas artesanais (contendo alimentos liquidificados e coados) ou quimicamente definidas. As fórmulas quimicamente definidas podem ser completas ou na fórmula de módulos. As fórmulas poliméricas são compostas de nutrientes intactos. Esses produtos variam na sua densidade calórica, quantidade de fibras, distribuição de macronutrientes, viscosidade e custo. As dietas hidrolizadas são compostas de macronutrientes pré-digeridos, com baixo peso molecular, como peptídeos, aminoácidos, oligossacarídeos, sacarose e glicose. Podem conter triglicerídeos de cadeia média e curta. Essas fórmulas usualmente apresentam osmolalidade mais elevada do que as poliméricas. Os módulos fornecem nutrientes individuais, e podem ser utilizados para modificar fórmulas industrializadas ou, se utilizados em combinação, produzem uma nova fórmula adequada ás necessidades individualizadas do paciente. RECOMENDAÇÕES - O paciente em nutrição via sonda deve receber avaliação e prescrição individualizadas. A Comissão de Suporte Nutricional, com sua equipe multiprofissional, é solicitada em caso de indicação desse tipo de terapia. 176 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias DIETA VIA PARENTERAL Objetivo: fornecer nutrientes que alcancem as necessidades nutricionais de pacientes com impossibilidade de utilização parcial ou total da via enteral. Indicação para uso: pacientes com disfunção gastrintestinal severa, com requerimentos nutricionais elevados ou perdas excessivas. Pode ser exclusiva ou utilizada em combinação com a via oral e/ou sonda. Características: dieta estéril, preparada por farmacêutico especializado e em condições controladas, administradas através de veias centrais ou periféricas. A fonte mais comum de carboidratos é a glicose, em várias concentrações. A fonte protéica está na forma de aminoácidos cristalinos. Os lipídios são emulsões (forma miscivel em água) e podem estar na forma de triglicerídeos de cadeia longa e média. Todas as vitaminas e minerais devem ser administrados em conjunto. Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias 177 RECOMENDAÇÕES - O paciente em nutrição parenteral deve receber avaliação e prescrição individualizadas. A Comissão de Suporte Nutricional, com sua equipe multiprofissional, é solicitada em caso de indicação desse tipo de terapia. - Mesmo que a nutrição parenteral seja indicada como via exclusiva de fornecimento de nutrientes, a nutrição enteral, se não contra-indicada, deve ser utilizada com o objetivo de reduzir o risco de complicações associadas com o período extenso de inatividade intestinal, como a colestase, a translocação bacteriana, a sepse e a atrofia gastrintestinal. 178 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias DIETA PARA PEDIATRIA Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias 179 DIETA PARA BEBÊS – 0 A 12 MESES DE IDADE Objetivo: fornecer uma nutrição adequada para o crescimento e desenvolvimento normais de crianças com idades entre 0 a 12 meses. O padrão alimentar dos bebês deve ser desenvolvido primeiramente através da consulta aos pais. Quando tal contato não é possível, ou até que seja viável, é utilizado o guia estabelecido nesse Manual. Indicação para uso: crianças saudáveis que não necessitam de modificações ou restrições alimentares. Características: a composição nutricional aproximada para cada criança depende da sua ingestão alimentar atual. As recomendações nutricionais específicas para a idade devem estar de acordo com a DRI/RDA. As opções e características nutricionais das fórmulas infantis estão apresentadas no Apêndice 10. 180 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias QUANTIDADE E NÚMERO DE MAMADAS COM LEITE MATERNO OU INDUSTRIALIZADO NO PRIMEIRO ANO DE VIDA IDADE QUANTIDADE POR MAMADA 0 A 2 SEMANAS 2 SEMANAS MESES 20 a 90 ml A 2 90 a 150 ml MAMADAS POR DIA 6a8 5a6 2 MESES 150ml 5a6 3 MESES 180 a 200 ml 5 4 A 6 MESES 200 a 240 ml 4a5 6 A 8 MESES 240 ml 3a4 8 A 12 MESES 240 ml 3 Padrão de Horários para Distribuição das Mamadeiras: 8 – 11 – 14 – 17 – 20 – 23 – 2 – 5 horas. 181 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias ALIMENTOS RECOMENDADOS PARA BEBÊS DE 0 A 12 MESES DE IDADE GRUPO ALIMENTAR 0 – 4 MESES 4 – 5 MESES 5 –6 MESES Pães, Cereais, Arroz e Nenhum Massas Em caso de alimentação exclusiva com leite materno, não há necessidade de incluir outros alimentos nessa fase. No caso de alimentação com fórmulas ou com leite materno não exclusivo, iniciar com cereal para bebês, à base de arroz ou aveia enriquecidos com ferro, batidos com leite materno/fórmula ou com água. Não usar cereais mistos. Começar com uma colher de sopa. Em caso de alimentação exclusiva com leite materno, não há necessidade de incluir outros alimentos nessa fase. No caso de alimentação com fórmulas ou com leite materno não exclusivo, continuar oferecendo cereais enriquecidos com ferro, batidos com leite materno/ fórmula ou com água. Oferecer o cereal após as mamadas, duas vezes ao dia. Aumentar gradualmente a quantidade ofertada. Hortaliças Nenhuma Nenhuma Em caso de alimentação exclusiva com leite materno, não há necessidade de incluir outros alimentos nessa fase. No caso de alimentação com fórmulas ou com leite materno não exclusivo, iniciar purê de hortaliças ou 90 ml do seu suco por dia. Introduzir uma nova hortaliça durante cinco dias. Não adicionar sal. Oferecer uma colher de sopa inicialmente e aumentar conforme a tolerância. Frutas Nenhuma Nenhuma Em caso de alimentação exclusiva com leite materno, ão há necessidade de incluir outros alimentos nessa fase. No caso de alimentação com fórmulas ou com leite materno não exclusivo, iniciar com 90ml de suco de frutas por dia. Introduzir uma nova fruta durante cinco dias. Oferecer uma colher de sopa inicialmente e aumentar conforme a tolerância. Não adicionar açúcar. Leite, Iogurte e Queijo Leite materno ou Leite materno ou fórmulas fórmulas fortificadas adequadas para idade industrializadas (aproximadamente 950ml por dia) fortificadas, adequadas para a idade (aproximadamente 600 a 900ml por dia). Carnes, Aves, Peixes e Nenhum ovos Nenhum Leite materno ou fórmulas industrializadas fortificadas, adequadas para a idade (aproximadamente 950ml por dia). Nenhum 182 GRUPO ALIMENTAR Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias 6 – 8 MESES 8 – 10 MESES 10 – 12 MESES Pães, Cereais, Iniciar ou continuar Arroz e Massas oferecendo os cereais enriquecidos com ferro, introduzir alimentos que possam ser pegos com mãos: pães, biscoitos e massas. Continuar oferecendo os cereais fortificados. Oferecer pães e cereais na mesa. Permitir a autoalimentação com as mãos. Continuar com os cereais fortificados. Quatro porções diárias ( uma porção = ¼ de fatia de pão ou duas colheres de sopa de ceral ou massa). Hortaliças Introduzir um novo alimento durante cinco dias. Oferecer pequenas quantidades de hortaliças amssadas com o garfo.Não adicionar sal ou manteiga. Começar com uma colher de sopa. Oferecer hortaliças verde-escuras e amarelas três a cinco vezes por semana (boas fontes de vitamina A). Oferecer alimentos em pedaços pequenos. Fazer transição do purê de hortaliças para pequenos pedaços. Introduzir o feijão. Não adicionar açúcar, sal ou manteiga. Servir hortaliças ricas em vitamina A (verde-escuras e amarelas) três a cinco vezes na semana. Quatro porções ao dia. Uma porção = uma colher de sopa cheia. Servir hortaliças ricas em vitamina A, três a cinco vezes na semana.. Frutas Iniciar ou continuar com 90ml de suco de frutas por dia. Introduzir uma nova fruta durante cinco dias. Oferecer uma colher de sopa inicialmente e aumentar conforme a tolerância. Não adicionar açúcar. Ofertar suco no copo. Evitar sucos com açúcar em mamadeiras (aumentam as cáries dentárias). Oferecer alimentos em pedaços pequenos. Fazer transição de purê de frutas para pequenos pedaços. Não adicionar açúcar, sal ou manteiga. Servir frutas ricas em vitamina A(verdeescuras e amarelas) três a cinco vezes na semana. Quatro porções ao dia. Uma porção = uma colher de sopa cheia. Servir frutas ricas em vitamina A três a cinco vezes na semana. 90ml de suco de frutas ricas em vitamina C, laranja, maçã, goiaba por dia. Leite, iogurte, O leite materno ou fórmulas Queijo podem ser oferecidos até completar um ano de vida. Oferecer leite de vaca integral pasteurizado somente quando toda a alimentação da criança já tiver sido introduzida, em quantidade aproximada de 900ml por dia. Encorajar a ingestão do leite materno, fórmula ou leite integral pasteurizado em xícara ou copo. Oferecer aproximadamente 700 a 900ml por dia.Iniciar com fatias finas de queijo. Estimular a ingestão em xícara ou copo. Descontinuar o uso de mamadeiras. Usar leite integral. Oferecer aproximadamente 500 a 700ml de leite por dia. Carnes, Aves, Começar gradualmente com Transição gradual para Duas porções por dia, Peixes e Ovos. purê peneirado de carnes alimentos comuns, carnes fornecendo 30 gramas por (gado, frango, peru e fígado) cortadas finas, pedaços em dia. molho, peixes. Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias 183 EXEMPLO DE CARDÁPIO – CRIANÇAS COM 6 A 9 MESES DE IDADE. 8 Horas: 240ml de leite (materno ou industrializado, suplemento com ferro), com uma colher (de sopa) de cereal infantil fortificado. 11 horas: 90 ml de suco de fruta e um biscoito simples. 14 horas: três colheres (sopa) de purê de batata com frango triturado, 240ml de leite materno ou industrializado, suplementado com ferro, com uma colher (de sopa) de cereal infantil fortificado. 17 horas: duas colheres (sopa) de fruta amassada. 20 horas: três colheres (sopa) de purê de cenoura com carne triturada. 240ml de leite (materno ou industrializado, suplementado com ferro), com uma colher (sopa) de cereal infantil fortificado. 02 horas: 240ml de leite (materno ou industrializado, suplementado com ferro), com uma colher (sopa) de cereal infantil fortificado. EXEMPLO DE CARDÁPIO – CRIANÇAS COM 9 A 12 MESES DE IDADE. 8 HORAS: 200ml de leite (materno ou industrializado), com duas colheres (sopa) de cereal infantil fortificado. 11 horas: uma colher (sopa) de sopa de frango (15g), com duas colheres (sopa) de hortaliças e duas colheres (sopa) de massa. Sobremesa: duas colheres (sopa) de fruta. 14 horas: 200ml de leite (materno ou industrializado), com duas colheres (sopa) de cereal infantil fortificado. 17 horas: uma colher (sopa de sopa de carne (15g), com duas colheres (sopa) de hortaliças e duas colheres (sopa) de arroz. Sobremesa: duas colheres (sopa) de fruta. 20 horas: 200ml de leite (materno ou industrializado, suplementado com ferro). RECOMENDAÇÕES - Sempre que possível, utilizar leite materno, mesmo em mamadeira. 184 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias - Oferecer água filtrada entre as refeições. No caso de a criança estar ingerindo exclusivamente o leite materno ou o de fórmula, não há necessidade de água adicional. - Não adicionar açúcar, adoçante ou xaropes à água ou sucos. - Os restos de leite devem ser descartados após cada mamada. - Os sólidos podem ser introduzidos após os quatro meses de idade, mas não são necessários até os cinco a seis meses de vida.Quando os sólidos forem oferecidos, o consumo de leite materno ou fórmula diminui. - Para introduzir alimentos sólidos, começar com uma pequena quantidade (uma colher de sopa) da variedade indicada, no padrão usual de refeições (almoço, jantar, etc.). Adicionar somente um alimento novo de cada vez. Esse pode ser dado durante quatro a cinco dias antes de introduzir outro novo alimento, para que se possa identificar uma possível intolerância individual. - Eliminar a mamadeira do último horário do dia quando houver sinal do aparecimento do primeiro dente, para prevenir o desenvolvimento de cáries dentárias. No caso de a criança solicitar essa última mamada, é recomendado substituir por água. - Uma suplementação das vitaminas A, D e C é recomendada para lactentes alimentados no seio materno durante os primeiros quatro meses de vida. - No caso de desmame do leite materno ou fórmula antes dos 12 meses de vida, é necessário uma suplementação de ferro. - É essencial lavar as mãos antes do preparo do leite, para prevenir contaminação. - É importante lavar a tampa da lata das fórmulas industrializadas, antes de abrí-la. - Misturar o pó conforme as instruções. Usar a quantidade apropriada de água fervida. Para ferver a água, deixar borbulhar por 20 minutos. - Não usar o microondas para esquentar as mamadeiras, pois pode queimar a boca do bebê e também alterar os nutrientes do leite. Preferir o banho maria. - O leite de fórmulas deve ser preparado e utilizado dentro de 24 horas. Não deixar que o bebê durma ou fique sozinho com a mamadeira na boca, para evitar regurgitação e aspiração. DIETA NORMAL PARA CRIANÇAS EM IDADE PRÉ-ESCOLAR Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias 185 Objetivo: manter ou recuperar o estado nutricional de crianças em idade préescolar. O padrão alimentar é desenvolvido primeiramente atravé de consulta aos pais. Quando tal contato não é possível, ou até que seja viável, é utilizado o guia estabelecido nesse Manual. Indicação para uso: crianças pré-escolares sadias de dois a seis anos de idade, sem necessidades nutricionais específicas. Características: normal em todos os nutrientes, de acordo coma idade. A dieta inclui uma variedade de alimentos de diferentes texturas e sabores. São necessários lanches para a obtenção do valor energético adequado, já que o volume consumido de alimentos em uma única refeição é limitado (capacidade gástrica pequena). O exemplo de cardápio contém aproximadamente 1.200 quilocalorias e 65 gramas de proteínas. 186 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias ALIMENTOS RECOMENDADOS E EVITADOS GRUPO ALIMENTAR ALIMENTOS RECOMENDADOS ALIMENTOS EVITADOS Pães, cereais, arroz e Bolacha água e sal, cereal Bolachas recheadas, cereais com Massas integral ou enriquecido, cereal açúcar. cozido, arroz, massas Hortaliças Ricas em vitamina C (ex. brócolis, Enlatadas, conservas. repolho, espinafre). Ricas em próvitamina (ex. cenoura, almeirão, abóbora moranga, agrião, couve, brócolis, mostarda) Frutas Ricas em vitamina C (ex. laranja, Enlatadas, conservas. limão, acerola, kiwi, morango). Ricas em pró-vitamina A (ex. mamão, manga, kiwi) Leite, Queijo Iogurte e Todos, pobres ou médios em Queijos com alto teor de gordura, gordura. como o cheddar e o gorgonzola. Carnes, Aves, Peixes e Todos, pobres ou médios em Lingüiça, salame, presunto, carnes Ovos. gordura. gordurosas. Gorduras, Açúcares Óleos e Todos, sem excesso Nenhum EXEMPLO DE CARDÁPIO Café da manhã Leite, pão com margarina Lanche Fruta picada Almoço Salada, frango ao molho, polenta, arroz e feijão. Sobremesa: fruta Lanche Chá e pão com geléia Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias 187 Jantar Purê de cenoura, carne cozida, couve-flor gratinada, arroz e feijão. Sobremesa láctea (ex. pudim de baunilha) Ceia Leite com crackers RECOMENDAÇÕES - Considerar as preferências alimentares da criança. - Oferecer maior quantidade de hortaliças e frutas, e menor de alimentos ricos em açúcar, gordura, colesterol e sódio. - Apresentar os alimentos de maneira colorida, com texturas e formas interessantes, cortados em pedaços pequenos e arrumados de forma atrativa no prato. - Oferecer alimentos mornos, em pequenas porções. --Evitar alimentos que a criança possa se engasgar, como nozes, sementes, pipoca, pedaços grandes de carne, uvas inteiras, doces redondos e duros (ex. balas). -Excluir alimentos pobres em nutrientes, como balas, cereais doces, sucos adoçados com açúcar. - No caso de a criança não aceitar uma refeição, observar se a baixa ingestão alimentar foi compensada na próxima. 188 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias NORMAL PARA DIETA CRIANÇAS EM IDADE ESCOLAR Objetivo: garanti um aporte nutricional adequado para crianças em idade escolar, visando manter ou recuperar o estado nutricional. O padrão alimentar das crianças deve ser desenvolvido primeiramente através da consulta aos pais. Quando tal contato não é possível, ou até que seja viável, é utilizado o guia estabelecido nessa Manual. Indicação para uso: crianças em idades entre 6 a 12 anos e sem necessidades nutricionais específicas. Características: dieta normal em todos os nutrientes, adequada para a idade, composta de várias refeições ao dia. O exemplo de cardápio contém aproximadamente 1.600 quilocalorias e 80 gramas de proteínas. 189 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias ALIMENTOS RECOMENDADOS E EVITADOS GRUPO ALIMENTAR ALIMENTOS RECOMENDADOS ALIMENTOS EVITADOS Pães, cereais, Arroz Bolacha água e sal, cereal Bolachas recheadas, e Massas integral ou enriquecido, cereais com açúcar. cereal cozido, arroz, massas Hortaliças Ricas em vitamina C (ex. Enlatadas, conservas brócolis, repolho, espinafre). Ricas em próvitamina A (ex. cenoura, almeirão, abóbora moranga, agrião, couve, brócolis, mostarda). Frutas Ricas em vitamina C (ex. Enlatadas, conservas laranja, limão, acerola, kiwi, morango). Ricas em pró-vitamina A (ex. mamão, manga, kiwi). Leite, Iogurte Queijo e Todos, pobres ou médios Queijos com alto teor de em gordura. gordura, como o cheddar e o gorgonzola. Carnes, Aves, Todos, pobres ou médios Lingüiça, Peixes e Ovos. em gordura. presunto, gordurosas. Gorduras, Óleos e Todos, sem excesso. Açúcares Nenhum salame, carnes 190 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias EXEMPLO DE CARDÁPIO Café da manhã Leite, pão com margarina. Lanche Fruta picada Almoço Salada, frango ao molho, polenta, arroz e feijão. Sobremesa: fruta Lanche Chá e pão com geléia. Jantar Salada, bife à rolê, couve-flor gratinada, arroz e feijão. Sobremesa láctea (ex. pudim de baunilha). Ceia Leite com crackers. Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias 191 RECOMENDAÇÕES - Considerar a preferência alimentar da criança. - Oferecer maior quantidade de hortaliças e frutas, e menor de alimentos ricos em açúcar, gordura, colesterol e sódio. - Apresentar os alimentos de maneira colorida, com texturas e formas interessantes, cortados em pedaços pequenos e arrumados de forma atrativa no prato. - Oferecer alimentos mornos, em pequenas porções. - Evitar os alimentos que a criança possa se engasgar, como nozes, sementes, pipoca, pedaços grandes de carnes, uvas inteiras, doces redondos e duros (ex. balas). - Excluir alimentos pobres em nutrientes, como balas, cereais doces, sucos adoçados com açúcar. - No caso de a criança não aceitar uma refeição, observar se a baixa ingestão alimentar foi compensada na próxima. 192 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias DIETA NORMAL EM PEDAÇOS Objetivo: fornecer uma nutrição adequada para crianças que apresemmntam dificuldades na utilização de talheres e outros utensílios comuns da alimentação. Indicação para uso: crianças com dificuldades motoras de membros superiores, e que não requeiram modificações ou restrições nutricionais. Características: dieta nutricionalmente adequada, composta de alimentos de preparo simples, macios, picados ou cortados em pequenos pedaços que proporcionem facilidade de manipulação pelo paciente. O exemplo de cardápio contém aproximadamente 1.600 quilocalorias e 80 gramas de proteínas. ALIMENTOS RECOMENDADOS E EVITADOS GRUPO ALIMENTAR ALIMENTOS RECOMENDADOS ALIMENTOS EVITADOS Pães, Cereais, Todos os pães sem cascas ou Pães com nozes ou outras Arroz e Massas sementes, cereais instantâneos. oleaginosas. Sementes e cereais contendo nozes, outras oleaginosas ou frutas secas duras. Hortaliças Todas cortadas em pequenos Hortaliças fritas (duras), muito pedaços. temperadas ou com tecido muito fibroso (ex. brócolis). Frutas Frutas frescas, congeladas ou Frutas com caroço e com casca. enlatadas, sem caroços ou sementes. Frutas cítricas sem casca. Maçã e pêra cortadas em pequenos pedaços, sem o centro Leite, Iogurte e Todos Queijo Nenhum Carnes, Aves, Todos cortados em pedaços Carnes fritas (secas e duras) ou com Peixes e Ovos pequenos. grande quantidade de tecido fibroso 193 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias Gorduras, Óleos e Açúcares Todos, com moderação Nenhum EXEMPLO DE CARDÁPIO Café da manhã Leite, pão sem casca com margarina. Lanche Fruta picada Almoço Hortaliças cortadas em cubos, frango picado, polenta dura em pedaços. Sobremesa: fruta em pedaços Lanche Leite e pão sem casca com geléia. Jantar Hortaliças cortadas em cubos, bife picado, couve-flor cozida, bolinho de mandioca. Sobremesa: frutas em pedaços Ceia Leite com crackers. RECOMENDAÇÕES - Os alimentos fritos ou muito temperados podem não ser bem tolerados. - Devem ser evitados alimentos que podem engasgar, como: nozes, pipoca, frutas e hortaliças com casca e sementes, balas duras e outros. - Utilizar utensílios especiais para ingerir líquidos, como canecas ou copos com duas abas. 194 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias DIETA ISENTA DE LEITE Objetivo: fornecer uma dieta adequada àquels pacientes que apresentam sensibilidade à proteína do leite de vaca, prevenindo ou reduzindo sintomas associados à sua ingestão. Indicação para uso: intolerância à proteína do leite de vaca. Características: dieta normal, nutricionalmente adequada, porém omite alimentos que contenham a proteína do leite de vaca. O exemplo contém aproximadamente 1.600 quilocalorias e 80 gramas de proteínas (idade escolar). As crianças pequenas que demonstram sensibilidade ao leite de vaca devem substituí-lo adequadamente, de acordo com a idade: Abaixo de três meses: fórmulas isentas de leite. Três a seis meses: fórmulas isentas de leite, e ceral de arroz. Seis meses a dois anos: substitutos do leite, cereal do arroz, purê de maçã, de pêra, de cenoura e de outras frutas e hortaliças. 195 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias GRUPO ALIMENTAR ALIMENTOS RECOMENDADOS ALIMENTOS EVITADOS Pães, Cereais, Pães e biscoitos feitos com Pães, cereais, biscoitos e outros, Arroz e Massas água (sem leite de vaca). preparados ou servidos com o leite de vaca. Hortaliças Todas Qualquer uma preparada ou servida com leite e derivados (ex. gratinadas, com molho branco, escalopes). Sopas de hortaliças preparadas com leite e seus derivados (sopas cremosas). Frutas Todas Qualquer uma preparada ou servida com leite e derivados. e Nenhum Todas as formas de leite de vaca, leitelho, leite maltado, achocolatado, evaporado, em pó, leite sem maltose, leite condensado, fórmulas infantis à base de leite, iogurtes, qualquer forma de queijo, leite de cabra. Leite, Iogurte Queijo Carnes, Aves, Todos. Peixe e Ovos Qualquer um preparado com leite ou derivados (ex. bolo de carne, ovos mexidos). Gorduras, Óleos e Todos, sem excesso e que Doces e balas contendo leite (ex. Açúcares não contenham leite de caramelos, balas de chocolate). vaca. Qualquer um preparado com leite ou derivados (ex. bolos, bolachas, tortas cremosas, pastéis, folheados, sorvete, creme, pudins, leite condensado, etc.) 196 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias EXEMPLO DE CARDÁPIO Café da manhã Leite de soja, pão com margarina Lanche Fruta picada Almoço Salada, frango ao molho, polenta, arroz e feijão. Lanche Leite de soja e pão com geléia. Jantar Salada, bife à rolê, couve-flor gratinada, arroz e feijão. Sobremesa: gelatina Ceia Leite de soja com crackers. RECOMENDAÇÕES - É essencial a leitura dos rótulos para certificação da ausência dos seguintes ingredientes: caseína, caseinato, caseinato de cálcio e de sódio, coalho, soro de leite, leite isento de lactose, leite, lactoalbumina, lactoglobulina, creme de leite, manteiga, leitelho, sabor artificial de manteiga, queijos, iogurte, hidrolisados do leite (proteína do leite, soro, caseína), creme inglês. Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias 197 DIETA ISENTA DE GLÚTEN Objetivo: remissão de sintomas clínicos, normalização da função absortiva e regeneração das microvilosidades, ou prevenção de sintomas intestinais e deficiências nutricionais secundárias à ma-absorção. Indicação para uso: doença celíaca, também denominada enteropatia induzida pelo glúten, espru não tropical ou espru celíaco. Nessa doença ocorre sensibilidade às prolaminas, uma fração protéica encontrada no trigo (gliadina), centeio (hordeina) e seus subprodutos. Também utilizada nos casos de dermatite herpetiforme (uma manifestação da doença celíaca envolvendo a pele). Características: nutricionalmente adequada desde que os cereais excluídos sejam substituidos por outros para garantir o aporte adequado de vitaminas do Complexo B, ferro, proteína e fibras. Quando houver intolerância à lactose e má-absorção, associar uma dieta isenta de lactose e a adição de módulos de triglicerídeos de cadeia média (TCM), com suplementação de vitaminas lipossolúveis, vitamina B 12, ferro, folato e cálcio. O exemplo de cardápio contém aproximadamente 1.200 quilocalorias e 65 gramas de proteínas, adequado para a idade pré-escolar. 198 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias ALIMENTOS RECOMENDADOS E EVITADOS GRUPO ALIMENTAR ALIMENTOS RECOMENDADOS ALIMENTOS EVITADOS Pães, Cereais, Arroz e Milho, arroz, aveia (em quantidades Produtos com trigo, centeio e cevada Massas moderadas, como 50 a 70 g por dia), como biscoitos, biscoitos com glutén, sorgo. Fécula de batata, de milho, de sonho, panqueca, macarrão. araruta. Farinha de milho, de arroz,de soja, fubá. Pão sem glúten, pães preparados com as farinhas listadas acima, bolo de arroz, alguns biscoitos que não contém glúten, pipoca, cereais de arroz ou milho, amido de milho (Maisena, Arrozina, Cremogema, Mucilon de arroz e milho, Corn Flakes, Rice Krispies e Sugar Pops Kellogs. Frutas Todas frescas e seus sucos Hortaliças Todas as frescas, congeladas ou Hortaliças empanadas, bolinhos, tortas cozidas, exceto as evitadas. Feijão, ou aquelas com creme contendo trigo, lentilha, grão de bico, soja cevada, centeio. Leite, Queijo Iogurte Sucos e frutas em calda industrializados com composição não indicada no rótulo. e Leite (desde que não haja Achocolatados com composição não intolerância à lactose). Iogurtes: indicada no rótulo, milkshake. Batavo polpa de fruta, pedaço de fruta, natural, com mel, cenoura e laranja; Danone tradicional, desnatado, morango, frutas tropicais, banana, salada de frutas, Chambinho natural, com mel, com laranja e cenoura. Queijo minas. Leite e queijo de soja. Carnes, Aves, Peixes Todos e Ovos Carnes preparadas com trigo, centeio ou cevada (ex. bifes à milanesa, à dorê, suflês). Gorduras, Açúcares Nenhum Óleos e Todos , sem excesso Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias 199 EXEMPLO DE CARDÁPIO Café da manhã Leite, pão de milho com margarina. Lanche Fruta Almoço Salada, frango ao molho, arroz e feijão. Sobremesa: fruta Lanche Leite e sequilos de amido de milho com geléia. Jantar Salada, bife à rolé, cenoura cozida, arroz e feijão. Ceia Leite e pão de batata. RECOMENDAÇÕES - Os sinais clínicos e sintomas associados são reversíveis geralmente após três a seis dias da remoção do glúten da dieta. - Ler os rótulos dos produtos industrializados, evitando aqueles que tenham a inscrição Contém glúten ou o símbolo internacional com um ramo de trigo. No caso de os ingredientes não estarem listados, entrar em contato com o fabricantes para obter informação sobre a composição do produto quanto ao glúten, antes de utilizá-lo. - Orientar quanto aos cuidados necessários ao ingerir alimentos preparados em restaurantes e lanchonetes, qie podem conter cereais proibidos na sua composição. - A dieta é introduzida de acordo com o tempo de diagnóstico e condições intestinais. Em caso de comprometimento (diarréia prolongada), pode haver necessidade de restrições alimentares adicionais, como leite e derivados (lactose), assim como o uso de uma dieta hidrolisada, completa ou suplementar, durante períodos variáveis de tempo. 200 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias DIETA PARA DIARRÉIA Objetivo: diminuir o volume das fezes e prolongar o tempo de trânsito intestinal. Aliviar os sintomas da diarréia e prevenir a desidratação e a perda de peso. Indicação para uso: na diarréias aguda e crônica (tempo maior que duas semanas), na fase de manutenção. No caso do paciente encontrar-se desidratado como consequência da diarréia, pode ser necessária a fase de hidratação (usualmente com 8 a 24 horas de duração), antes dessa dieta. Na fase de hidratação podem ser utilizadas as soluções de reidratação oral ou intravenosa. Características: os primeiros alimentos introduzidos após a fase de reidratação são os cereais, o arroz, a batata, torrada, banana, frango magro e outros de fácil digestão e absorção intestinal. A dieta de manutenção é normal em todos os macronutrientes, pobre em fibras insolúveis, pobre em lactose e sacarose, fracionada em seis refeições de volume reduzido. São evitados os alimentos flatulentos. O exemplo de cardápio contém aproximadamente 1.600 quilocalorias e 80 gramas de proteínas. 201 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias ALIMENTOS RECOMENDADOS E EVITADOS GRUPO ALIMENTAR ALIMENTOS RECOMENDADOS ALIMENTOS EVITADOS Pães, Cereais, Arroz e Pães brancos, biscoitos água e sal, Pães integrais ou que contenham ovos e Massas cereais refinados cozidos, macarrão, queijo, pa~es doces, macarrão e arroz arroz branco integrais, farelos, sementes de abóbora e girassol, cereais como All Bran e granola, biscoitos (ex. wafer ou recheados), salgadinhos, produtos fritos Frutas Banana-maçã e prata, maçã sem casca ou raspada, purê de frutas, frutas sem casca ou assadas, sucos coados Sucos ricos em açúcar. Ameixa, kiwi, manga, laranja, pêra, pêssego, abacaxi, melão, uvas passas, frutas secas, coco, morango, abacate. Hortaliças Batata, cenoura, chuchu e abobrinha Hortaliças folhosas cruas, brócolis, cozidos, na forma de purê ou creme, abóbora, milho, couve-flor, pepino, em sucos e sopas. pimentão e outras hortaliças formadoras de gases intestinais, preparadas na manteiga,gratinadas, fritas, com molhos gordurosos ou maionese. Feijão, lentilha, ervilha Leite, Iogurte e Queijo Leites industrializados à base de soja. Leite de vaca e seus derivados, de acordo Leites pobres ou isentos de lactose. com a tolerância. Carnes, Aves, Peixes e Bifes tenros, frango sem pele, peixes, Gena de ovo, frios, fígado, costela, Ovos clara de ovo. preparações fritas ou à milanesa, molhos gordurosos, nozes e outras oleaginosas. Gorduras, Açúcares Bebidas Óleos e Gorduras e óleos com moderação. Bacon, sobremesas muito doces, produtos Sobremesas feitas com pouco açúcar, de confeitaria, doces cremosos, chocolate, gelatinas. refrigerantes comuns e sucos ricos em açúcar. Chás Café 202 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias EXEMPLO DE CARDÁPIO Café da manhã Leite pobre em lactose, torradas com margarina. Lanche Fruta Almoço Salada cozida, frango ao molho, polenta, arroz Sobremesa: fruta cozida Lanche Leite pobre em lactose e torradas com geléia diet. Jantar Salada cozida, bife à rolé, cenoura cozida, arroz. Sobremesa láctea, com leite pobre em lactose (ex. pudim de baunilha). Ceia Chá com crackers. RECOMENDAÇÕES - É essencial uma investigação detalhada sobre a causa da diarréia o mais breve possível, principalmente para aquelas induzidas pela alimentação. - Durante a fase de manutenção, pode ainda ser necessário o uso de reidratantes orais, juntamente com a alimentação. - É recomendado comer devagar, mastigando bem os alimentos. - A introdução da sacarose (açúcar comum) e lactose (leite) depende da tolerância de cada paciente. - A restrição de lipídios não é usualmente necessária, a menos que a gordura seja a causa da diarréia. Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias 203 - Os módulos de triglicerídeos de cadeia média (TCM), com acréscimo de ácidos graxos essenciais, podem ser utilizados para adequação da necessidade de gordura em casos de sua intolerância. - A progressão para uma dieta normal deve ocorrer o mais rápido possível. - Em caso de dificuldade de controle da diarréia crônica, pode haver necessidade de associação de formulações nutritivas enterais hidrolisadas, via ioral ou sonda, e/ou a nutrição parenteral. 204 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias DIETA PARA DIABETES – CRIANÇAS DE 6 A 12 ANOS (ESCOLAR) Objetivo: fornecer uma dieta equilibrada em todos os nutrientes, para manter ou alcançar o controle metabólico da glicose e dos lipídios sanguíneos, garantindo o aporte nutricional adequado para crianças em idade escolar. O padrão alimentar das crianças deve ser desenvolvido primeiramente através da consulta aos pais. Quando tal contato não é possível, ou até que seja viável, é utilizado o guia estabelecido nesse Manual. Indicação para uso: crianças diabéticas com idade entre 6 a 12 anos. Características: dieta normal em todos os nutrientes, adequada para a idade, composta de seis refeições ao dia, com regularidade na ingestão de carboidratos a cada dia e em cada refeição. É utilizada a Lista de Substituição para Diabetes. Pode haver necessidade de adaptação da prescrição de insulina, ou maior individualização quanto aos hábitos e preferências alimentares do paciente. O exemplo de cardápio contém aproximadamente 1.600 quilocalorias e 80 gramas de proteínas. 205 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias GRUPO ALIMENTAR Grãos, Feijões Hortaliças Amiláceas ALIMENTOS RECOMENDADOS ALIMENTOS EVITADOS e Grãos e seus produtos integrais, Aqueles ricos em gordura (ex. croissant) como pães, crackers, cereais e de confeitaria (com recheios e instantâneos, arroz, trigo e farinhas coberturas). integrais. Pães pobres em gordura, como o francês e o sírio. Hortaliças Frescas ou congeladas sem molhos, Enlatadas em sal, em caso de restrição óleo ou sal adicionado. Hortaliças de sódio. folhosas verde-escuras e amarelas (ex. espinafre, brócolis, cenoura, pimentões). Frutas Frescas, principalmente as cítricas Frutas em calda de açúcar e sucos com (laranja, tangerina, mexerica) adição de açúcar. Leite e iogurte Desnatados, adicionado. Carnes e substitutos Principalmente pexies e aves. Sem pele e gordura. Grelhados ou cozidos com pouco óleo, aqueles preparados no microondas ou no vapor. Gorduras e óleos Óleo de canola ou oliva (pouco). Manteiga, margarina, creme de leite, Margarinas macias (halvarinas). nata, banha, bacon, gordura de coco, óleo de dendê, gordura hidrogenada. Doces Dietéticos sem açúcar Leite e iogurte integrais e com açúcar (ex. leite condensado). Carnes gordas, aves com pele, frios (ex. salame, mortadela, presunto, salsicha), defumados (bacon, lingüiça) e vísceras (fígado, miolos, rins, bucho). Açúcar (refinado ou mascavo), mel, melado, geléias, xarope de milho, calda de frutas em conserva, refrigerantes comuns, chocolate, achocolatados, balas, bolos, biscoitos doces, cereais instantâneos com açúcar, leite condensado. 206 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias EXEMPLO DE CARDÁPIO Café da manhã Café com leite, pão com margarina Lanche Fruta Almoço Salada, frango ao molho, arroz e feijão. Sobremesa fruta Lanche Chá e pão com geléia diet. Jantar Salada, bife à rolê, couve-flor gratinada, arroz e feijão. Sobremesa láctea diet (ex. pudim de baunilha) Ceia Leite com crackers RECOMENDAÇÕES - Não há necessidade de grandes restrições de carboidratos, mas a quantidade é mais importante do que a qualidade (ex. simples versus complexos). - As refeições e lanches devem ser feitos em horários regulares todos os dias. - As porções de alimentos do grupo dos Grãos, Feijões e Hortaliças Amiláceas devem ser distribuidas no decorrer do dia. - É recomendado ingerir quantidades moderadas de alimentos de cada vez. - É essencial manter a regularidade na quantidade ingerida de carboidratos todos os dias. Incluir no máximo uma porção de fruta em cada refeição. - Preferir as frutas frescas em vez de seus sucos ou conservas em calda de açúcar. Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias 207 - É recomendado não omitir refeições. - Limitar o consumo em até três ovos por semana. - Evitar alimentos ricos em sódio e usar pouco sal adicionado. - Evitar hortaliças em conserva (milho, aspargos, etc.), poisss são ricas em sal. Em caso de uso, drenar toda a água de conserva e enxaguar bem o vegetal. - Escolher alimentos ricos em fibras, como os grãos e seus produtos integrais. - Evitar frituras e preparações ricas em gordura. - Preferir leite, queijos e seus produtos desnatados ou semidesnatados. - Escolher carnes magras e tirar toda a gordura visível e a pele. - Usar métodos de preparo como grelhar, assar, ou cozinhar no vapor ou em água. - Refrigerantes, balas, gelatina, geléia, café, chá com adoçante (sem açúcar) podem ser utilizados, em quantidades moderadas, além da dieta padronizada, sob a orientação de um nutricionista. 208 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias DIETA PARA FENILCETONÚRIA Objetivo: fornecer nutrientes adequados, reduzindo os efeitos tóxicos do aumento da concentração de fenilalanina e de seus metabólitos. Prevenir o retardo mental e a deterioração neurológica, e promover o crescimento eo desenvolvimento adequados. O objetivo é manter os níveis sanguíneos de fenilalanina entre 2 a 6 mg/dl e suplementar a tirosina, um aminoácido condicionalmente essencial. Indicação para uso: crianças com diagnóstico de fenilcetonúria. Características: é indicado que a dieta contenha até 520mg por dia de fenilalanina (40mg por quilograma de peso médio para crianças de 1 a 3 anos, segundo a RDA de 1989 para 13 kg). As proteínas naturais, contidas nas carnes, peixes, aves, ovos, leguminosas, nozes e outras oleaginosas, são rigidamente restritas ou completamente eliminadas, com o objetivo de reduzir a oferta de fenilalanina.As fórmulas semi-sintéticas, isentas de fenilalanina, são utilizadas para fornecer a quantidade necessária de proteínas e tirosina. O exemplo de cardápio contém aproximadamente 1.200 quilocalorias, 65 gramas de proteínas e 335 miligramas de fenilalanina, adequado para crianças na idade pré-escolar. 209 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias ALIMENTOS RECOMENDADOS E EVITADOS GRUPO ALIMENTAR ALIMENTOS RECOMENDADOS ALIMENTOS EVITADOS Pães, Cereais, Arroz e Arroz polido cozido, farinha de Massa feitas Massas mandioca, fécula de arroz e de fermento biológico. batata, macarrão sem ovos, amido de milho. com Frutas Abacaxi, ameixa, caqui, figo, Coco, banana seca goiaba, kiwi, laranja, maçã, mamão, manga, melancia, melão, mexerica, morango, nectarina, pêssego, uva, pêra, frutas enlatadas (ex, pêssego, ameixa, pêra e abacaxi), uva passa, damasco seco. Hortaliças Abóbora, abobrinha, acelga, Feijão e alcachofra, alface, almeirão, batata leguminosas inglesa, gerinjela, beterraba, cebola, cenoura, chuchu, couve, couve-flor, espinafre, mandioca, mandioquinha, nabo, pepino, pimentão, quiabo, tomate, reabanete, repolho, vagem, aspargo, broto de bambu, repolho. Leite, Iogurte e Queijo PKU 1 E 2 (Milupa), Lofenalac e Leite e derivados não Phenyl-Free (Mead Johnson), específicos para Analog XP (Ross) fenilcetonúricos. Carnes, aves, peixes e Nenhum Ovos Todos Gorduras, açúcares Nenhum óleos e Todos, sem excesso outras 210 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias CONTEÚDO MÉDIO DE FENILALANINA E TIROSINA EM CADA PORÇÃO DOS ALIMENTOS RECOMENDADOS. GRUPO ALIMENTAR FENILALANINA (mg) TIROSINA (MG) Pães, cereais, arroz e 30 massas 20 Hortaliças 15 10 Frutas 15 10 Gorduras e óleos 5 4 Açúcares 0 0 Leite integral 160 160 EXEMPLO DE CARDÁPIO Café da manhã Leite especial para fenilcetonuricos e mucilagem, pão com margarina. Lanche Fruta picada Almoço Salada de tomate, polenta, arroz. Sobremesa: fruta Lanche Leite especial para fenilcetonúricos e mucilagem, pão com geléia Jantar Salada de cenoura e batata, couve-flor refogada, arroz. Sobremesa: fruta Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias 211 Ceia Leite especial para fenilcetonúricos e mucilagem, crackers. RECOMENDAÇÕES - Não é recomendada a utilização de adoçante artificial contendo aspartame. - Os produtos industrializados, de maneira geral, não devem ser utilizados pelo fato da quantidade de fenilalanina ser desconhecida. 212 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias DIETA CETOGÊNICA Objetivo: estabelecer e manter a cetose, para controlar as convulsões de crianças com epilepsia. Manter o estado nutricional, crescimento e desenvolvimento adequados. Indicação para uso: crianças apresentando diagnóstico de epilepsia com controle farmacológico não efetivo ou com efeitos colaterais indesejáveis, ou com alternativas limitadas de tratamento adicional. Características: dieta nutricionalmente inadequada, muito rica em lipídios (70 a 90% do total das quilocalorias) de cadeia média (TCM) ou longa (TCL), e muito pobre em carboidratos (usualmente recomendado de 3 a 15% do total das quilocalorias). É também insuficiente em minerais e vitaminas pelo fato da pouca variedade e da inclusão somente de pequenas quantidades de alguns grupos alimentares. A taxa de lipídios para carboidratos e proteínas combinados é de 3:1 ou 4:1. A quantidade de proteínas e quilocalorias deve seguir as recomendações específicas para a idade. O exemplo de cardápio contém aproximadamente 1.600 quilocalorias, 35 gramas de proteínas, 62 gramas de carboidratos (15% do total de quilocalorias) e 143 gramas de lipídios (43g de TCL e 100g de TCM), compreendendo 76% do total das quilocalorias (relação 3:1 de lipídios para carboidratos e proteínas). 213 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias ALIMENTOS RECOMENDADOS E EVITADOS GRUPO ALIMENTAR ALIMENTOS RECOMENDADOS em ALIMENTOS EVITADOS Pães, cereais, arroz e massas Nenhum, exceto quantidades. pequenas Todos, em grandes quantidades. Hortaliças As mais pobres em carboidratos (ex, As mais ricas em carboidratos (ex. folhosas, pepino, aipo, aspargo, batatas, feijão, lentilha, ervilha, brócolis). cenoura, milho). Frutas As mais pobres em carboidratos (ex. As mais ricas em carboidratos (ex. laranja, limão, acerola, melão, banana, maçã, pêra, uvas, manga, pêssego, ameixa, morango). mamão). Sucos puros. Leite,, iogurte e queijo Queijos ricos em gordura Leite e derivados gorduras. Carnes, Aves, Peixes e Ovos. Omelete Nenhum Gorduras, Óleos e Açúcares Óleos vegetais, principalmente de Açúcar. canola e oliva. Triglicerídeos de cadeia média. Refrigerantes diet. pobres em EXEMPLO DE CARDÁPIO Café da Manhã Café (opcional), leite desnatado com TCM, fruta com creme de leite. Almoço Salada com maionese e TCM, frango frito, arroz com TCM Lanche Chá Jantar Salada com maionese e TCM, bife frito com molho TCM, couve-flor frita. Sobremesa láctea com leite desnatado e adição de TCM (ex. pudim de baunilha) Ceia’ Chá 214 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias RECOMENDAÇÕES - Iniciar a dieta com jejum supervisionado de 12 a 38 horas, até desenvolver a cetose (avaliada através dos níveis elevados de cetona na urina). - Durante o jejum, é permitida a ingestão de água e refrigerantes diet à vontade. - Após estabelecida a cetogêncese, iniciar a dieta com 1/3 das quilocalorias totais estimadas para o paciente, e aumentar para o total no segundo ou terceiro dias. - O padrão de dieta cetogênica dexcrita nesse manual pode ser utilizada para a fase inicial do tratamento (ex. três a sete dias). A partir disso, deve ser individualizada. - Os óleos e gorduras podem ser substituídos entre si, ou incluidos, principalmente os de origem vegetal ricos em gordura monoinsaturada (ex. oliva e canola, além da margarina, manteiga, nata, maionese e creme de leite. Esses também podem ser utilizados em substituição ap TCM. - Alimentos permitidos à vontade: refrigerantes diet, pepino, aipo, alface, picles, gelatina diet, mostarda, vinagre, adoçantes artificiais e os temperos em geral (ex. alho, cebola, limão, orégano, páprica, canela, curry, extratos de baunilha e outros, sal, pimenta) - O aumento da ingestão de lipídios pode resultar em esvaziamento gástrico lento, com consequente distensão abdominal. No caso d epresença desses efeitos colaterais, iniciar e aumentar lente e gradativamente a ingestão de lipídios. - O óleo à base de triglicerídeos de cadeia média (TCM) pode promover dor abdominal, diarréia e vômitos, e deve ser introduzido lentamente. -Usualmente a dieta necessita de suplementação multivitamínica e de cálcio. - A dieta pode promover elevação nos níveis de lipídios plasmáticos, que devem ser monitorados frequentemente.