Livro Resumo
2015
Programa Institucional de Bolsas
de Iniciação Científica
21º Seminário Anual PIBIC
12º Seminário Anual PROBIC
5º Seminário Anual PIBITI
01 e 02 de outubro de 2015
Livro de Resumos
2015
Comitê Institucional
Dra. Martha M. F. Vieira
(Coordenadora)
Dr. Aucyone Augusto da Silva
Dra. Eliane Eugenia dos Santos
Dra. Eliane Valentim Honorato
Dra. Heliana de Azevedo Gomes
Dr. Vinícius Verna Magalhães Ferreira
Dr. Zelmo Rodrigues de Lima
Dra. Claudia Giovedi
Instituto
IPEN
IRD
CRCN-CO
CRCN-NE
LAPOC
CDTN
IEN
CTMSP
Comissão Organizadora - IPEN
Dra. Martha M. F. Vieira
(Coordenadora)
Roberto Frajndlich
Ana Maria P. Maiorino
Calil Mohamed Farra Filho
Elsa Papp Pereira da SIlva
Emília Nakamura
Ilze Cristina Puglia
Magali Barbieri da Silva
ÍNDICE
A Palavra do Coordenador
i
Introdução
iii
Homenagem
vi
Pesquisa: Autores por Institutos
1
8
51
80
89
124
229
234
253
263
avra do
Palavra do
COORDENADOR
Pág. i
Palavra do
Coordenador
A iniciação científica é o principal mecanismo de formação de futuros
pesquisadores, professores e tecnologistas. Nessa etapa, o aluno de graduação tem
a oportunidade de conviver num ambiente científico e tecnológico e desenvolver
atividades de pesquisa e desenvolvimento sob a orientação de profissionais
altamente qualificados. Ele pode aprofundar uma área de interesse que talvez a
grade curricular não consiga suprir.
A CNEN participa atualmente de dois Programas do CNPq voltados a alunos de graduação: o
Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica – PIBIC, desde 2003 e o Programa Institucional de
Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação – PIBITI, a partir de 2010. Além de
participar desses programas, a CNEN promove o Programa de Bolsas de Iniciação Científica – PROBIC, com
recursos próprios.
O acompanhamento dos bolsistas egressos dos Programas PIBIC/PROBIC e que ingressaram na
pós-graduação comprova que a participação em Programas de Iniciação Científica se revela um diferencial
no desenrolar da vida acadêmica desses alunos. Além disso, o processo de avaliação desses bolsistas, por
meio dos Seminários Anuais, é uma ferramenta muito importante, uma vez que o formato adotado, que
inclui a elaboração de pôsteres, a apresentação oral dos trabalhos e a elaboração de resumos estendidos
para publicação no Livro de Resumos, representa um ganho de qualidade incontestável na formação
desses estudantes, e cumpre um dos objetivos primordiais desses Programas que é fomentar o ingresso
na pós-graduação.
Neste ano temos, além dos bolsistas da CNEN, a participação de estudantes do CTMSP – Centro
Tecnológico da Marinha em São Paulo.
Nesta edição do Seminário Anual foram inscritos 126 trabalhos (resumos publicados) e 78 bolsistas
participam do evento, com apresentação oral e participação na sessão de pôsteres.
Agradeço aos Coordenadores e integrantes dos Comitês Locais PIBIC/PROBIC/PIBITI e à Comissão
Organizadora, que contribuíram decisivamente para a realização e o sucesso deste evento.
Agradeço também aos bolsistas e orientadores pela dedicação e empenho na condução de seus
trabalhos.
Martha Marques Ferreira Vieira
Coordenadora dos Programas de Iniciação Científica e Tecnológica da CNEN
P á g . ii
Introdução
P á g . iii
Introdução
Criado em 1988, o Programa Institucional de
Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC) foi o primeiro
programa institucional estruturado para a iniciação
científica nacional. Ele foi criado tendo os seguintes
objetivos:
 Despertar vocação científica e incentivar novos
talentos potenciais entre estudantes de graduação.
 Contribuir para reduzir o tempo médio de
titulação de mestres e doutores.
 Propiciar à instituição um instrumento de
formulação de política de iniciação à pesquisa para
alunos de graduação.
 Estimular uma maior articulação entre a




graduação e a pós-graduação.
Contribuir para a formação de recursos humanos para a pesquisa.
Contribuir de forma decisiva para reduzir o tempo médio de permanência dos alunos na pósgraduação.
Estimular pesquisadores produtivos a envolverem alunos de graduação nas atividades científica,
tecnológica e artística-cultural.
Proporcionar ao bolsista, orientado por pesquisador qualificado, a aprendizagem de técnicas e
métodos de pesquisa, bem como estimular o desenvolvimento do pensar cientificamente e da
criatividade, decorrentes das condições proporcionadas pelo contato direto com os problemas de
pesquisa.
O Programa PIBIC no IPEN teve início em 1994 e, institucionalmente, como CNEN, a partir de 2003.
Após todos esses anos de participação, pode-se observar a efetividade do Programa, pela concretização
de vários dos objetivos expostos acima. Os alunos que passam pelos Programas de Iniciação Científica e
ingressam em Programas de Pós-graduação, por exemplo, são alunos que se destacam tanto pelo
desempenho nas atividades de laboratório quanto pela desenvoltura ao participar de eventos nos quais
há apresentações orais e de pôsteres.
O Programa PROBIC – Programa de Bolsas de Iniciação Científica da CNEN representa a
contrapartida da instituição e foi implantado em agosto de 2013, com uma quota inicial de 30 bolsas, e
que hoje contempla 60 bolsistas.
A distribuição das bolsas entre as unidades vinculadas à CNEN, que participam dos Programas
PIBIC e PROBIC, no período agosto de 2014 a julho de 2015 é mostrada na tabela a seguir.
P á g . iv
Bolsas
Bolsas
Unidade
CNPq/PIBIC
CNEN/PROBIC
CDTN
27
12
CRCN-CO
2
2
CRCN-NE
16
3
IEN
11
11
IPEN
72
27
IRD
12
3
LAPOC
-
2
A partir de agosto de 2010, a CNEN passou a participar também do Programa PIBITI - Programa
Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação, que tem por objetivo
estimular os jovens do ensino superior nas atividades, metodologias, conhecimentos e práticas próprias
ao desenvolvimento tecnológico e processos de inovação. No período 2015/2015 a CNEN foi contemplada
com 13 bolsas PIBITI.
Os Seminários de Avaliação dos Programas de Iniciação Científica e Tecnológica da CNEN já se
consolidaram como um evento marcante para os bolsistas que estão ingressando na carreira científica.
Nos Seminários contamos com a participação, além dos bolsistas do IPEN (São Paulo), de bolsistas vindos
de Minas Gerais (CDTN e LAPOC), Rio de Janeiro (IEN e IRD) e Recife (CRCN-NE). Os alunos do CRCN-CO
(Goiânia) participam do Livro de Resumos.
Neste ano, que é o Ano Internacional da Luz, foi escolhido Isaac Newton como cientista a ser
homenageado. Entre 1670 e 1672, Newton trabalhou intensamente em problemas relacionados com a
óptica e a natureza da luz. Ele demonstrou, de forma clara e precisa, que a luz branca é formada por uma
banda de cores (vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, anil e violeta) que podiam separar-se por meio
de um prisma.
Comitê Institucional
PIBIC – PROBIC – PIBITI
Pág. v
Homenagem
ISAAC NEWTON
Ano Internacional da Luz
P á g . vi
Homenageado
Cientista homenageado em 2015: Isaac Newton
“O que sabemos é uma gota, o que não sabemos é um oceano. ”
Isaac Newton foi um cientista inglês, mais reconhecido como físico e matemático, embora tenha sido
também astrônomo, alquimista, filósofo natural e teólogo. Sua obra, Philosophiae Naturalis Principia
Mathematica, é considerada uma das mais influentes na história da ciência. Publicada em 1687, esta obra
descreve a lei da gravitação universal e as três leis de Newton, que fundamentaram a mecânica clássica.
Ao demonstrar a consistência que havia entre o sistema por si idealizado e as leis de Kepler do movimento
dos planetas, foi o primeiro a demonstrar que os movimentos de objetos, tanto na Terra como em outros
corpos celestes, são governados pelo mesmo conjunto de leis naturais. O poder unificador e profético de
suas leis era centrado na revolução científica, no avanço do heliocentrismo e na difundida noção de que
a investigação racional pode revelar o funcionamento mais intrínseco da natureza.
Newton construiu o primeiro telescópio refletor operacional e desenvolveu a teoria das cores baseada na
observação de que um prisma decompõe a luz branca em várias cores do espectro visível. Ele também
formulou uma lei empírica de resfriamento e estudou a velocidade do som.
Além de seu trabalho em cálculo infinitesimal, como matemático Newton contribuiu para o estudo das
séries de potências, generalizou o teorema binomial para expoentes não inteiros, e desenvolveu o método
de Newton para a aproximação das raízes de uma função, além de muitas outras contribuições
importantes.
Newton também dedicou muito de seu tempo ao estudo da alquimia e da cronologia bíblica, mas a maior
parte de seu trabalho nessas áreas permaneceu não publicada até muito tempo depois de sua morte.
Em uma pesquisa promovida pela Royal Society, Newton foi considerado o cientista que causou maior
impacto na história da ciência. De personalidade sóbria, fechada e solitária, para ele, a função da ciência
era descobrir leis universais e enunciá-las de forma precisa e racional.
No Ano Internacional da Luz, destacamos as principais contribuições de Newton no campo da
Ótica:
Newton realizou descobertas fundamentais em óptica. Em 1666, Newton observou que a luz que
entrava por um orifício circular, ao ser refratada por um prisma em posição de desvio mínimo,
formava uma imagem oblonga, em vez de circular, como seria esperado matematicamente pela
P á g . vii
lei de Snell. Com isto, Newton conjecturou que o prisma refrata cores diferentes por ângulos
diferentes, e realizou sistematicamente diversas experiências com o fim de corroborar ou falsear
tal hipótese.
Entre 1670 e 1672, Newton trabalhou intensamente em problemas relacionados com a óptica e
a natureza da luz. Ele demonstrou, de forma clara e precisa, que a luz branca é formada por uma
banda de cores (vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, anil e violeta) que podiam separar-se
por meio de um prisma.
Como resultado de muito estudo, concluiu que qualquer telescópio "refrator" sofreria de uma
aberração hoje denominada "aberração cromática", que consiste na dispersão da luz em
diferentes cores ao atravessar uma lente. Para evitar esse problema, Newton construiu um
"telescópio refletor" (conhecido como telescópio
newtoniano). Isaac Newton acreditava que existiam
outros tipos de forças entre partículas, conforme diz na
obra Principia. Essas partículas, capazes de agir à
distância, agiam de maneira análoga à força
gravitacional entre os corpos celestes. Em 1704, Isaac
Newton escreveu a sua obra mais importante sobre a
óptica, chamada Opticks, na qual expõe suas teorias
anteriores e a natureza corpuscular da luz, assim como
um estudo detalhado sobre fenômenos como refração,
reflexão e dispersão da luz.
Newton colocou na parte final do Óptica uma lista de
questões pendentes e possíveis respostas a elas,
seção que Newton ainda viria a expandir nas edições
seguintes. Nestes anos, ele foi capaz de se permitir
fazê-lo — a autoridade de Newton após o Principia era
inquestionável, e eram poucos os que ousavam fazer
objeções. Várias hipóteses revelaram-se proféticas.
Em particular, Newton previu:



A deflexão da luz em um campo gravitacional;
o fenômeno da polarização da luz;
interconversão de luz e matéria.
P á g . viii
Autores por Institutos
PESQUISA
Pág. 1
Pesquisa
Autores por Institutos
Para voltar do hiperlink:
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Amanda de Paula Oliveira
Ana Carolina Souto Pereira
Anômora Ariane R.Dos Santos
Camila Freitas Matozinhos
Cássia Barbosa Gomes
Edilaine Ferreira da Silva
Elaine Neres de Assis
Flávia Lara Costa Campos
Herick Martins de Carvalho
Kétsia dos Santos Martins
Maria Angelina Mendes
Marília Ribeiro de Vasconcelos
Moacyr Avellar Rodrigues
Natália Alves Souza
Nathany Isabelly Dias Vieira
Neice Ferreira dos Santos
Thais Salviana Ribeiro
Thayana Furtado Teixeira
Thaylice Cristina Sampaio Cabral
Tiago Augusto Santiago Vieira
Victor Barbosa Campos
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9
11
13
15
17
19
21
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29
31
33
35
37
39
41
43
45
47
49
Pág. 2
Pesquisa
Autores por Institutos
Aida Mayra Guedes de Andrade
Bianca Coutinho Muniz
Cássia Kellen Lopes Fonseca
Erica Muniz de Miranda
Jorge Alexandre Gomes Lins
Leticia de Souza Silva
Luana Lidia Silva dos Santos
Luciane Carollyne de O. Reis Monteiro
Osana Diniz Ferreira
Rafaela Sales Morais
Raquel Cordeiro de Oliveira
Suzana Oliveira Santos
Victor Hugo Farias Ferreira da Silva
Victor Rogério Silva de Oliveira
Humberto Vinícius Carrijo G. de Oliveira
Kassio Samay Ribeiro Tavares
Kelly Morais Silva
Yanne Martins Gudinho
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56
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81
83
85
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Pág. 3
Pesquisa
Autores por Institutos
Alfredo Aghina Ferreira
Amanda Cardozo Barbosa
Dalvan Oliveira Mendes
Douglas Dos Santos
Gabriel Rodrigues de Lira
José Guilherme Tavares Monteiro
Larissa Pereira de Farias
Leticia Lins Ramos
Luana Tayt-Son Leal Ponte
Marina Coutinho Lemos
Nathalia Gomes Mendonça
Nathália Nunes Araújo
Nayara Kelly de Lima Barbosa
Tainá Motta de Aquino
Tiago Lima Rocha
Vanessa Márcia de Paula
Yuri Garcia da Silva Santa Maria
Jaqueline Quince de Mello
Vitor Moura de Paula
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90
92
94
96
98
100
102
104
106
108
110
112
114
116
118
120
122
230
232
Pág. 4
Pesquisa
Autores por Institutos
Alessandra Faldoni Benedito
Almir Donizette Vicente Gouvêa
Daniela de Assis Bócoli
Emilia Gabriela Costa Silvério
Fernanda Forin de Souza
Fernando Henrique Marques
Flavio Henrique de Souza Moreira
Marcelo Terek dos Santos
Palvo Jouber Borba Junior
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235
237
239
241
243
245
247
249
251
Eugênio Anselmo Pessoa do Prado
Gabriel Borges de Andrade Dayan
Jamile Lebkuchen Zarif
Rafael Pess
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255
257
259
261
Rachel Carvalho Coelho
Rangel de Sousa Costa
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263
265
Pág. 5
Pesquisa
A ut or e s por I nst i t ut os
Adenilson Almeida Silva
Amon Solano Lopes Ribeiro
Ana Carolina da Silva Cordeiro de Menezes
Ana Carolina Ribeiro da Silva Couto
Ana Paula Queiroz Araújo
Anna Carolina Salazar Reis
Bianca dos Reis Rodrigues
Bruna Gonçalves Duca de Souza
Bruna Henrique Teixeira
Carolina Marques de Paula
Caroline Andreassa Caracho
Deborah Yohana Bertoldo da Silva
Denise Bento dos Santos Cordeiro
Derly Augusto Dias
Eduardo José Nogueira
Gabriel Lima de Oliveira
Gustavo Roseira de Freitas
Hayani Perez
Heitor Gameiro Duarte
Hélio Pires Julião Borges Coelho
Henrique Daer Ortolan
Isabelle Oliveira Berenguer
Jaqueline Alves Pereira da Silva
João Pedro de Oliveira Flores
Laís de Fátima Ferreira Lopes da Silva
Leonardo Vieira Costa
Lucas dos Santos Rocha
Marcelo Osnei de Alfredo
Maria José Lima Victor
Mariana Ferreira Gutierrez da Silva
Marina Gordillo Fernandes
Maurilio Pereira Gomes
Mayara Cardoso de Araujo
Nathália da Silva Couvo
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125
127
129
131
133
135
137
139
141
143
145
147
149
151
153
155
157
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161
163
165
167
169
171
173
175
177
179
181
183
185
187
189
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(continuação)
Paloma Suzane Cabrera
Patricia Ramos Carvalho
Pedro Arthur Augusto de Castro
Rafael Lima Denaldi
Raphael Pascoato
Renan Paes Moreira
Renato Ferreira Ribeiro
Ricardo Santos Nawoé
Sinday Pinheiro Alves
Stephanie Valencia Del Sole
Tamires Gomes da Silva
Tatiana Martinez Moreira
Tayná de Fatima Amorim da Silva
Thaina Silva e Sousa
Thiago Oliveira Santos
Vanessa Galvão Rodrigues
Victor Hugo Ayusso
Vinicius Juvino dos Santos
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193
195
197
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201
203
205
207
209
211
213
215
217
219
221
223
225
227
Pág. 7
Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear
CDTN
Pág. 8
Avaliação de Diferentes Condições de Síntese de Metionina 11C
Amanda de Paula Oliveira e Juliana da Silva Batista
Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear - CDTN
INTRODUÇÃO
A tomografia por emissão de pósitrons
(PET) é uma tecnologia não-invasiva
utilizada pela medicina nuclear pra fins
diagnósticos. A partir do uso de
radiofármacos, imagens PET de processos
biológicos in vivo são obtidas e podem, por
exemplo, auxiliar na localização de tumores.
A L-[Metil-(11C)] Metionina ou Metionina
11C é um radiofármaco amplamente
utilizado em oncologia cerebral. Devido à
alta atividade proliferativa das células
tumorais, o transporte transmembrana de
aminoácidos é aumentado, o que implica
captação diferenciada da Metionina 11C
pelo tumor[1]. Estudos iniciais de síntese
desse radiofármaco estão sendo feitos no
CDTN.
OBJETIVO
Definir uma condição de síntese de
Metionina 11C de forma que o produto
obtido
apresente
as
especificações
farmacopeicas necessárias para uso em
humanos.
METODOLOGIA
A síntese foi realizada em um modulo
automático TRACERlab FX CPRO (GE)
utilizando iodeto de metila 11C como agente
de metilação do precursor L-homocisteína
tiolactona. Esse precursor foi dissolvido em
uma solução de NaOH em etanol:água e
adicionado a um cartuchos Sep-Pak TC18
Plus (Waters). Os seguintes parâmetros
foram variados: quantidade de precursor,
concentração molar de NaOH e proporção
de etanol.
Na primeira condição de síntese testada
fixou-se a quantidade de precursor em 1 mg
e variou-se a concentração molar de NaOH
e a proporção etanol:água. A tabela 1
resume as soluções avaliadas.
Na segunda condição testada fixou-se a
quantidade de precursor em 2 mg e também
a proporção etanol:água (40:60), variando
apenas a concentração molar de NaOH:
0,24M; 0,21M; 0,18M.
Nas
condições
testadas
avaliou-se
principalmente a pureza enantiomérica do
produto.
A
Farmacopéia
Européia[2]
estabelece como critério de aceitação que
L-[Metil-(11C)] Metionina e D-[Metil-(11C)]
Metionina somadas devem ser no mínimo
95% da radioatividade total; e D-[Metil-(11C)]
Metionina deve ser no máximo 10% da
radioatividade total.
RESULTADOS
Os resultados obtidos para as diferentes
condições de síntese avaliadas encontramse nas Tabelas 1 e 2.
Nas sínteses com 1 mg de precursor (1a;
1b; 1c), um baixo percentual de L-Metionina
foi observado. Percebeu-se que ao
aumentar o volume de etanol aumentava-se
também a quantidade de D-Metionina. A
Metionina 11C obtida não estava de acordo
com os critérios de aceitação estabelecidos
na farmacopeia.
Na segunda condição de síntese (2a; 2b;
2c), verificou-se um maior percentual de Lmetionina formada (cerca de 88%). Além
disso, a proporção etanol/água fixada em
40:60 favoreceu a obtenção de menor
quantidade de D-Metionina. O aumento da
concentração molar de NaOH levou à
obtenção de um produto mais puro, com
Pág. 9
9,56% de D-Metionina. Os cromatogramas
das Figuras 1 e 2, obtidos por HPLC,
mostram, respectivamente, o pior e o melhor
produto obtido nas diferentes condições
estudadas.
TABELA 1 - Valores de D e L Metionina
Obtidos na Condição 1.
1a
1b
1c
NaOH
0,17M
0,50M
0,34M
1 mg precursor
EtOH:H2O D-Met
37,5:62,5
9,79
50:50
10,71
66:33
15,30
L-Met
82,59
79,77
83,98
D+L
92,38
90,48
99,28
TABELA 2 - Valores de D e L Metionina
Obtidos na Condição 2.
2a
2b
2c
NaOH
0,24M
0,21M
0,18M
2 mg precursor
EtOH:H2O D-Met
40:60
9,56
40:60
9,94
40:60
10,06
L-Met
88,85
88,70
87,77
D+L
98,41
98,64
97,83
Figura 2 – Cromatograma do produto com
melhor resultado para pureza enatiomérica
obtido na segunda condição (2a).
CONCLUSÕES
A condição (2a) foi a que apresentou o
resultado mais satisfatório para pureza
enatiomérica: menor quantidade de DMetionina e maior quantidade de LMetionina.
Portanto,
definiu-se
essa
condição como padrão para a síntese de
Metionina 11C no CDTN.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1]
GOMZINAL,
N.A.
L[Methyl(11C)]Methionine
of
High
Enantiomeric Purity Production via
online11CMethylation of LHomocysteine
Thiolactone
Hydrochloride.
Russian
Journal of Bioorganic Chemistry, Vol. 37,
No. 2, pp. 191–197, 2011.
[2] EUROPEAN PHARMACOPOEIA. 7.0,
Volume 1. 2011
Figura 1 – Cromatograma do produto com
maior grau de impureza obtido na primeira
condição (1c).
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
CNPq; CNEN/CDTN
P á g . 10
Avaliação de Pastas e Argamassas para o Embalado de Rejeitos Radioativos
Betuminizados
Ana Carolina Souto Pereira e Clédola Cássia de Oliveira Tello
Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear - CDTN
INTRODUÇÃO
A energia nuclear tem sido usada em
diferentes áreas para o benefício e o
desenvolvimento humano. Como em outras
atividades o uso da energia nuclear gera
resíduos. Estes resíduos são considerados
rejeitos quando podem trazer danos a saúde
humana e ao ambiente. O tratamento
desses rejeitos devem ser por redução de
volume em seguida de solidificação e/ou
acondicionamento. [1]
Estudos apontam sérias preocupações com
os problemas relacionados a deposição de
rejeitos betuminizados em repositórios,como
o inchamento do produto de rejeito e a
degradação no longo prazo. Uma opção
para reduzir os riscos é colocá-los em
embalagens de concreto e imobilizá-los,
seja com pasta ou argamassa de cimento.
[2]
Existem vários parâmetros que devem ser
avaliados para o acondicionamento de
rejeitos radioativos betuminizados, uma
propriedade importante consiste nas baixas
taxas de lixiviação que o rejeito deve
apresentar.
OBJETIVO
O objetivo deste trabalho é avaliar
diferentes pastas e argamassas para o
embalado de rejeito betuminizado, visando
atender
aos
requisitos
para
seu
armazenamento em repositório.
METODOLOGIA
mg de cloreto de césio em cada
composição.
As
variáveis
para
o
planejamento estão mostradas na Tabela 1.
TABELA 1. Composição das Amostras
Selecionadas para Lixiviação.
Mistura
Formulação
Fluidificante
Argila
1
Pasta
Ausência
Presença
2
Pasta
Presença
Presença
3
Argamassa
Ausência
Ausência
4
Argamassa
Presença
Ausência
O ensaio foi realizado de acordo com a
norma ISO 6961 [3]. As amostras foram
colocadas em recipientes contendo 1,2L de
água deionizada, cujas trocas são todos os
dias na primeira semana; duas vezes por
semana para a segunda semana; uma vez
por semana para a terceira, quarta, quinta,
sexta semanas, seguida de trocas mensais,
durante um período de um ano, sendo
realizados em duplicatas.
O lixiviante foi analisado para a
determinação da quantidade de césio por
Absorção Atômica.
RESULTADOS
O ensaio de lixiviação encontra-se em
andamento. Na Figura 1 são apresentados
os resultados até a 16ª troca do lixiviante,
ou seja, 218 dias de teste.
Foram preparadas as misturas selecionadas
para a lixiviação, sendo acrescentadas 30
P á g 11
TDL (Kg/m².s)
Experim ento 01
Os
resultados
apresentam
um
comportamento
semelhante
havendo
decréscimo considerável da taxa de césio
lixiviado. As primeiras trocas apresentam
maiores TDL devido à lixiviação de grande
parte do césio presente nas superfícies das
amostras e facilmente removível. Esta taxa
decresce em função do tempo devido à
dificuldade de remoção do césio ligado
quimicamente ao cimento, em camadas
mais internas da amostra.
6,00E-06
Experiment o 01
4,00E-06
2,00E-06
0,00E+00
0
100
200
300
Tem po (dias)
Experim ento 02
TDL (Kg/m².s)
CONCLUSÕES
1,00E-05
8,00E-06
6,00E-06
Os Experimentos 1 e 2 apresentaram
melhores resultados em comparação aos
demais, uma vez que estas misturas
retiveram maior quantidade de césio na
amostra e que, aplicado ao contexto do
repositório,
atuaria
retendo
os
radionuclídeos ou retardando sua saída, de
forma a aumentar a segurança na
deposição
dos
rejeitos
radioativo
betuminizados.
Experiment o 02
4,00E-06
2,00E-06
0,00E+00
0
100
200
Tem po (dias)
300
TDL (Kg/m².s)
Experim ento 03
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
3,00E-05
2,00E-05
Experiment o 03
1,00E-05
0,00E+00
0
100
200
300
Tem po (dias)
TDL (Kg/m².s)
Experim ento 04
2,50E-05
2,00E-05
1,50E-05
Experiment o 04
1,00E-05
5,00E-06
0,00E+00
[1] Tello, C. C. O., Efetividade das
bentonitas na retenção de Césio em
produtos de rejeitos cimentados, UNICAMP,
2001.
[2] Tello C. C. O., Cuccia V., Experiência
Internacional no uso da betuminização como
processo de solidificação de rejeitos
radioativos. Centro de Desenvolvimento da
Tecnologia Nuclear – Belo Horizonte, Brazil,
2011.
[3]
International
Organization
for
Standardization. Long term leach testing of
solidified radioactive waste forms ISO 6961,
Switzerland ,1982.
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
0
100
200
300
Tem po (dias)
Figura 1. Taxa de Lixiviação (TDL) em
Função do Tempo para os Experimentos
01,02,03 e 04.
Os autores agradecem a Vanessa Mota,
Maria Judite Haucz, ao SEGRE, pelo total
envolvimento na realização deste trabalho,
bem como ao CNPq pela concessão da
bolsa, e o CDTN pela oportunidade.
P á g 12
Monitoramento da Bacia do Córrego Mato Frio, para Determinação da Taxa
de Erosão dos Solos Utilizando o Isótopo de berílio 7Be como Traçador
Anômora Ariane Rochido dos Santos e Rubens Martins Moreira
Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear - CDTN/CNEN
INTRODUÇÃO
A pesquisa realizada na sub-bacia do
córrego de Mato Frio – Itaúna, MG, utilizou
técnicas nucleares no estudo da taxa de
erosão do solo. O traçador mais utilizado
para este tipo de estudo é o 7Be devido a
sua afinidade com o solo e à sua meia vida
curta (53,2 dias). O 7Be, um traçador
natural, acompanha os processos erosivos
no solo durante o período chuvoso. As
amostras coletadas na sub-bacia do córrego
Mato
Frio
foram
analisadas
por
[1]
Espectrometria Gama.
OBJETIVO
Monitoramento mensal da atividade do
isótopo (7Be), a fim de conhecer seu
comportamento nas distintas épocas do
ano.
METODOLOGIA
Área de estudo
A área em estudo se refere a uma subbacia do Ribeirão Serra Azul, dentro da
qual encontra a bacia do Córrego Mato Frio
que está quase totalmente inserida no
município de Itaúna, abrangendo uma área
total de 10,6 km². A Figura 1 apresenta um
mapa geral da Bacia do Córrego Mato Frio.
A pesquisa foi desenvolvida em terrenos
particulares, os quais possuem criação de
gado. O monitoramento foi feito em duas
áreas da sub-bacia, Área 1 e Área 2
conforme a Tabela 1 e a Figura 2.
Figura 1 - Mapa da Sub-Bacia do Córrego Mato Frio
Tabela 1 - Divisão das áreas de trabalho
(UTM 23, WGS84)
Pontos
de
Coleta
E1
E2
Área
1
E3
E4
P2.1
Área P2.2
2
P2.3
P2.4
Coordenadas
UTM
(Norte)
7777443
7777494
7777444
7777493
7777821
7777781
7777767
7777799
Coordenadas
UTM
(Leste)
553006
553003
553029
553032
553239
553266
553244
553214
Figura 2 - Localização Regional das áreas de trabalho
P á g 13
Coleta da amostra
As amostras foram coletas com espátulas
entre os meses de maio de 2014 e maio de
2015. O 7Be é depositado pela chuva em
uma área do solo descoberto, onde ocorre a
absorção deste radioisótopo na medida que
ocorre a infiltração da água da chuva.
A meia vida do 7Be é curta portanto a coleta
da amostra tem que ser realizada em uma
profundidade de até 3 cm.
Os valores máximos de atividade do 7Be
obtidos na área 1 foi de 33,95 ± 4,59 Bq.kg-1
e na área 2 de 22.02 ± 0.15 Bq.kg-1.Entre os
meses de julho a agosto, a sub-bacia do
Córrego Mato Frio apresentou clima seco,
com isso, o valor da atividade encontrado
do 7Be ficou abaixo do limite de detecção.
Podemos observar também que no mês de
julho de 2014, foi encontrado um valor para
atividade do 7Be igual a zero, nas duas
áreas de trabalho, e a atividade de
precipitação neste mês foi igual a 49,9 mm.
Preparo da amostra
As amostras são transportadas utilizando
sacos transparentes até o laboratório de
Sedimentologia do CDTN. Após a chegada
estas são colocadas em uma bandeja, de
modo uniforme, para que possam secar ao
ar livre em um tempo mínimo de até 48
horas. Este tempo é necessário para a
retirada de toda a umidade contida no solo.
As amostras secas são moídas, trituradas, e
peneiradas em peneiras de 2µm, 1µm,
500µm, 250µm, 125µm e 63µm. As
amostras retidas nas peneiras de 2µm, 1µm,
500µm são descartadas e as demais
amostras são misturadas, pesadas e
colocadas em frasco tipo Marinelli para que
possa ser analisada por Espectrometria
Gama.
RESULTADOS
Resultados das atividades de 7Be
A Figura 3 representa a atividade do 7Be no
período de maio de 2014 a maio de 2015.
Foi observado que durante o mês de
fevereiro o valor da precipitação foi maior
comparado aos demais mês. O Ponto 4 da
área 1 sofreu erosão e diminuição da
concentração de 7Be.
CONCLUSÕES
Portanto pode-se concluir que o 7Be
utilizado como traçador, na determinação da
taxa de erosão do solo, através da sua
determinação
pela
metodologia
de
espectrometria gama é uma técnica
eficiente.
A vantagem da utilização do radioisótopo
7Be é a possibilidade da determinação da
taxa de erosão em tempo relativamente
curto, devido à meia vida de 53,2 dias deste
isótopo como também á sua deposição
aproximadamente constante durante todo o
ano.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[2] Marestoni,
L.
D.
Estudo
da
Redistribuição de Solo Superficial em Áreas
Cultivadas e Não Cultivadas Utilizando o
Fallout do 7Be. 88p. Londrina, Paraná,
Brasil, 2007.
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
CNPq
Figura 3 - Atividade de 7Be
P á g 14
Simulação em CFD do Efeito Quebra Sifão em um Reator Nuclear de
Pesquisa
Camila Freitas Matozinhos e José Afonso Barros Filho
Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear – CDTN
INTRODUÇÃO
OBJETIVO
Na fase de projeto de um reator nuclear de
pesquisa, diversos acidentes possíveis de
ocorrer são levados em conta, assim como
a forma de contorná-los. Dentre eles, está o
acidente de perda de refrigerante,
denominado LOCA – do inglês Loss-OfCoolant Accident. Este acidente acontece
quando a tubulação primária de refrigeração
que chega à piscina do reator é rompida e o
gradiente de pressões faz com que o
refrigerante (água) corra por esta tubulação
por efeito sifão, esvaziando a piscina. A
Figura 1 ilustra este acidente.
O objetivo deste trabalho é estudar o
fenômeno quebra-sifão com ferramentas de
CFD (Ansys CFX) e avaliar diferentes
modelos numéricos que são, em teoria,
capazes de representá-lo corretamente.
Para possibilitar a validação dos modelos
testados, um experimento disponível na
literatura foi simulado.
Figura 1: Esvaziamento da piscina do reator
devido à ruptura da tubulação primária de
refrigeração (adaptado de [1])
É importante garantir que, na eventualidade
de uma ruptura na tubulação, restará na
piscina um nível de água suficiente para
evitar grandes acidentes. Isto pode ser feito
com a utilização de um mecanismo de
quebra de sifão, que consiste em fazer um
orifício na tubulação de refrigeração em um
nível acima do nível mínimo de água que se
deseja na piscina. No caso de um
rompimento da tubulação, ar entrará por
este orifício, interrompendo o fluxo de sifão.
METODOLOGIA
A geometria do experimento de Seo et. al.
[1] foi desenhada e discretizada por uma
malha de 2,94 milhões de elementos. Foi
feita a simulação transiente do escoamento,
utilizando-se um passo no tempo que variou
entre 0,001 e 0,01 segundos.
A interação entre os fluidos água e ar foi
abordada segundo diferentes modelos de
mistura, para um mesmo diâmetro do orifício
de 35mm: água e ar fluidos contínuos, água
dispersa no ar com partículas de diâmetro
médio de 17,5 mm, ar disperso na água com
partículas de diâmetro médio de 1 mm, ar
polidisperso na água, com 20 grupos de
partículas com diâmetros entre 1 mm e 35
mm. O modelo de turbulência utilizado foi o
k-.
Para verificar a influência do diâmetro
escolhido para o orifício nos resultados
obtidos,
foram
feitas
simulações
considerando-se ar gás ideal como fluido
disperso na água, esta a uma temperatura
de 25 graus. O diâmetro adotado para as
partículas de ar foi de 0,001 m e o modelo
de turbulência utilizado foi o k-.
P á g 15
Foram analisados três diâmetros diferentes
para o orifício: 35,40 e 55mm.
Por fim, o parâmetro interface length foi
configurado para duas simulações que
utilizaram água e ar como fluidos contínuos.
Os valores de comprimento de interface
simulados foram: 0,001m e 0,00025m
anteriores. Foi observada mistura dos
fluidos. No entanto, o efeito de quebra de
sifão deixou de ser notado, sendo que em
ambas ocorreu a drenagem total da piscina.
Nestes casos, houve um aumento
considerável do tempo necessário para a
conclusão da simulação, que passou de
aproximadamente 7 para 40 dias.
RESULTADOS
Nas simulações em que o diâmetro foi
variado, o efeito de quebra de sifão foi
observado. O valor final para queda de
nível, mostrado na Tabela 1, foi
significativamente diferente do experimental.
Este resultado foi atribuído a não captura da
mistura dos fluidos que permaneceram
estratificados.
TABELA 1. Comparação dos valores
obtidos experimentalmente e
numericamente para queda de nível após a
interrupção do fluxo de sifão.
Diâmetro
(m)
0,030
0,035
0,040
0,055
Queda de nível (m)
Experimental Numérico
1,70
1,00
0,80
0,35
0,45
0,35
0,29
0,19
Diferença
(%)
73,53
61,00
63,75
45,71
Para testar a influência do modelo de
mistura utilizado, foram feitas simulações
com um orifício de 0,035 m. Em todas, o
efeito de quebra de sifão foi observado.
Entretanto, o valor final para queda de nível
foi cerca de 0,4 m, cerca de 60% menor que
o experimental, que era de 1 m.
A comparação do perfil de vazão de água
em função do tempo obtido para cada
modelo
de
mistura
e
obtido
experimentalmente é mostrada na Figura 2.
Os resultados obtidos nas simulações em
que o parâmetro interface length foi
considerado apresentaram características
diferentes em relação às simulações
Figura 2. Perfis de vazão de água na saída
em função do tempo obtidos numérica e
experimentalmente
CONCLUSÕES
Os resultados obtidos apontaram para o fato
de que, para o estudo do quebra-sifão, os
modelos testados não são adequados com
as malhas e passos no tempo utilizados.
Uma grande capacidade computacional
permitiria realizar simulações com menores
passos no tempo, malhas mais refinadas e,
consequentemente, menores números de
Courrant, o que poderia levar a resultados
mais coerentes. Entretanto, o CDTN não
dispõe da infraestrutura computacional.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] Seo, Kyoungwoo, et. al, Experimental and
numerical study for a siphon breaker design
of a research reactor. Coreia, 2012.
<http://www.sciencedirect.com/science/articl
e/pii/S0306454912001971>
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
CNPq
P á g 16
Ensaio por Correntes Parasitas do Trocador de Calor do Reator TRIGA
MARK I
Cássia Barbosa Gomes e Silvério Ferreira da Silva Júnior
Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear - CDTN
INTRODUÇÃO
Reatores de pesquisa são examinados
periodicamente, de forma a se verificar as
condições relacionadas com a sua
degradação e assegurar a sua operação
segura. Os exames e avaliações desses
reatores são realizados de acordo com
recomendações e normas de segurança da
Agência Internacional de Energia Atômica
para o gerenciamento da vida operacional
dessas instalações [1 – 3] e, também, de
acordo com os requisitos de operação
estabelecidos pelo órgão regulador. O reator
TRIGA IPR-R1, um reator modelo MARK I,
instalado nas dependências do Centro de
Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear –
CDTN, entrou em operação em 1960,
operando atualmente com a potência de 100
kW. Suas principais atividades têm sido a
caracterização de materiais por análise por
ativação neutrônica e treinamento de
pessoal. Dentro do programa de avaliação
de integridade e gerenciamento de vida do
reator está prevista a avaliação não
destrutiva de componentes importantes para
a segurança da instalação, como os
elementos combustíveis e o trocador de
calor do sistema de refrigeração do reator
[4]. O trocador de calor é do tipo
casco/tubos, com tubos de aço inoxidável.
Para a avaliação do estado desses tubos
será utilizado o ensaio por correntes
parasitas, método eletromagnético de
ensaio não destrutivo que possibilita a
detecção, a localização e a caracterização
de descontinuidades estruturais na parede
desses tubos. As atividades previstas para
a realização dessa avaliação incluem o
desenvolvimento de padrões de referência,
sensores, procedimentos de ensaio e
também a construção de um simulador do
trocador de calor para o treinamento do
pessoal envolvido nos testes.
OBJETIVO
Desenvolvimento de uma metodologia para
o ensaio por correntes parasitas dos tubos
do trocador de calor do sistema de
refrigeração do reator de pesquisas TRIGA
IPR-R1.
METODOLOGIA
Inicialmente
foram
definidas
as
características dos padrões de referência a
serem
usados
nos
ensaios,
como
dimensões e tipos de descontinuidades
presentes [5]. Em seguida foram fabricados
os padrões e realizado o ensaio dimensional
dos mesmos, para verificar a sua
conformidade com requisitos de norma.
Em uma segunda etapa foram projetadas e
fabricadas sondas internas diferenciais com
fatores de enchimento de 85%, 90% e 95%,
seguindo-se a realização do ensaio
dimensional das mesmas, a montagem das
bobinas de ensaio, a determinação das
características elétricas das mesmas e a
realização dos ajustes necessários. As
sondas foram projetadas de acordo com
procedimentos desenvolvidos no laboratório
de END do CDTN e literatura especializada
[6]. Atualmente, as sondas encontram-se
em fase de montagem. Após a montagem
serão realizados os testes para qualificação
das mesmas, a calibração do sistema de
ensaio e a elaboração e qualificação de um
procedimento inicial de ensaio, com o
sistema operando nos modos de ensaio
diferencial e absoluto. Em seguida serão
P á g 17
realizados testes de bancada no laboratório
de END para uma avaliação inicial da
metodologia desenvolvida e realizada a
montagem de uma estrutura contendo tubos
similares aos do trocador de calor, nos quais
serão inseridas descontinuidades artificiais
com características conhecidas, para uso no
treinamento do pessoal envolvido com as
atividades de avaliação do reator TRIGA.
RESULTADOS
O conjunto de padrões de referência
preparados pode ser observado na Figura 1.
normalização utilizada como referência para
a sua fabricação [5]. Os componentes das
sondas
fabricados
apresentaram
as
características geométricas necessárias
para o seu uso nos testes e as
bobinas/elementos
sensores
montadas
apresentaram as características elétricas
adequadas para uso no equipamento de
correntes parasitas MAD8D, a ser utilizado
na realização do ensaio. Após a montagem
e qualificação das sondas serão iniciadas as
demais atividades previstas no trabalho.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[2] IAEA, Application of nondestructive
testing and in-service inspection to research
reactors, TECDOC-1277, Vienna, 2001.
[3] IAEA, Ageing Management for Research
Reactors, PUB 1447, Vienna, 2001.
[4] OIEA, Seguridad de los Reactores de
Investigación,
OIEA
Requisitos
de
Seguridad Nº NS-R-4, Vienna, 2010.
Figura 1. Padrões de referência a serem
usados nos testes.
As partes das sondas fabricadas podem ser
observadas na Figura 2.
[5] SILVA, R. F., Relatório do Grupo de
Manutenção. 1º Workshop Interno TRIGA
IPR-R1. CDTN, 2011.
[6] ASME, Eddy Current Examination of
Tubular Products, Section V, Article 8, 2013.
[7] CECCO, V. S., VAN DRUREN, G.,
SHARP, F. L., Eddy Current Manual. Atomic
Energy of Canada Limited, Ontario, 1983.
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
Figura 2. Componentes das sondas.
CONCLUSÕES
Os padrões de referência
apresentaram
conformidade
Os autores agradecem o apoio financeiro
fornecido pelo CNPq e FAPEMIG (PPM VII),
bem como o apoio de infraestrutura do
CDTN para o desenvolvimento deste
trabalho.
produzidos
com
a
P á g 18
Estudo da Cinética e do Equilíbrio Químico de Adsorção de Arsênio (III) em
Esferas Hidrogéis de Ferro-Manganês-PVA
Edilaine Ferreira da Silva e Armindo Santos
Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear – CDTN
INTRODUÇÃO
O arsênio é um elemento amplamente
distribuído na crosta terrestre. Ele é
introduzido em corpos hídricos naturais via
reações geoquímicas e descargas de
resíduos da agroindústria, de centrais
térmicas a carvão, de refino de petróleo, de
indústrias de cerâmica, etc. Sua presença
causa contaminação dos meios aquosos,
tornando-se um problema atual, mundial e
danoso ao meio ambiente e à saúde
humana. Em relação à saúde humana, a
ingestão continuada de água com teores
superiores a 10 µgAs/L pode resultar em
arsenismo crônico (lesões dérmicas, câncer
do pulmão, etc) [1,2].
O As(III) é mais tóxico e dito ser mais difícil
de ser removido do que As(V). Tem sido um
desafio para as técnicas convencionais de
tratamento (coagulação/precipitação, por
exemplo), abaixar o teor de As para valores
≤10 µgAs/L de maneira econômica; uma das
técnicas alternativas que pode solucionar
estas limitações é a adsorção [1,2].
Adsorventes à base de oxihidróxidos de
ferro e de manganês são eficientes
removedores de As de meios aquosos,
particularmente no caso do As(III), onde os
estudos sugerem a necessidade da
presença do oxidante Mn para transformar
As(III) para As(V) e, assim, maximizar sua
captura e adsorção [1,2].
O
presente
trabalho
mostra
que
nanoestruturar
oxihidróxidos metálicos,
aprisioná-los na rede hidrofílica do PVA,
introduzir
macroburacos
nesta
rede
polimérica e conformá-los na forma de
esferas hidrogéis de Fe-PVA ou de Fe-Mn-
PVA pode maximizar a captura do As(III)
com ou sem a presença do Mn.
OBJETIVO
Produzir esferas hidrogéis de oxihidróxido
de Fe-PVA e de Fe-Mn-PVA com
macroburacos via processo sol-gel, avaliado
o comportamento de adsorção de As(III) nas
mesmas.
METODOLOGIA
A síntese das esferas hidrogéis de Fe-PVA
e de Fe-Mn-PVA envolve o uso do processo
sol-gel, o qual propicia a polimerização dos
monômeros do PVA em volta de uma
partícula sólida; esta partícula é constituída
por um aglomerado de nanopartículas só de
Fe ou de Fe-Mn, intercaladas por nitrato de
amônio,
cuja
dispersão
durante
o
procedimento de lavagem das esferas
resulta em macroburacos preenchidos com
nanopartículas não ligadas à rede
polimérica [1].
Nas rotinas envolvidas no processo de
adsorção no modo batelada usamos 50 mL
de solução de As(III), 80 rpm, 30 oC e uma
massa fixa de esferas (~0,13 g, sem e com
7,64% de Mn nos testes de: determinação
do efeito do pH(faixa 2-9) na estabilidade
química e na capacidade adsortiva das
esferas; do equilíbrio de adsorção (Ci
variando de 1 a 2000 mgAs/L);e da cinética
(100 mgAs/L, 1 - 48 h). Determinamos o
teor de As(III) via ICP-AES.
RESULTADOS
Na Fig.1 mostramos as esferas de
oxihidróxido de Fe-PVA com macroburacos,
P á g 19
sem (Fig. 1a, 3427±95 µm) e com (Fig. 1b,
3103±95 µm) Mn.
A Fig.2a mostra que nossas esferas
possuem uma ótima estabilidade química,
liberando somente 0,1 mgFe/L em pH 2-9 e
0,1 mgMn/L em pH>5,5. A Fig. 2b mostra
que a máxima captura de As(III) ocorre em
pH 6,5 tanto para as esferas sem (33
mgAs/g) quanto para as com (34 mgAs/g)
Mn).
Fig. 1 Esferas hidrogéis de
oxihidróxido de Fe-PVA sem (a,
3427±95 µm) e com (b, 3103±95
µm) Mn.
de 591,72 (Fig. 1a) e 473,93 (Fig. 1b)
mgAs/g. Estes valores são bastante
significativos se comparados ao encontrado
na literatura, 130 mgAs/g [2]. Nossos
resultados comprovam o efeito benéfico da
nanoestruturação e da inclusão de
macroburacos na rede polimérica do PVA.
Os dados de equilíbrio de adsorção de
As(III) ajustam-se melhor ao modelo de
Freundlich, sugerindo que a adsorção de
As(III) ocorre em superfícies amorfas e
heterogêneas.
De acordo com a análise cinética (curva de
saturação não mostrada aqui) a saturação
dos sítios ativos das esferas hidrogéis de
oxihidróxido de Fe-PVA e de Fe-Mn-PVA
com macroburacos requer 21 h para atingir
saturação dos sítios ativos. O mecanismo
de adsorção de As(III) nas esferas é
complexo;
quimisorção
e
difusão
intrapartícula contribuem para o passo
controlador do processo de adsorção.
CONCLUSÃO
Nossos resultados comprovam, portanto,
que a presença do oxidante Mn não é uma
condição sine qua non para transformar
As(III) para As(V) e maximizar sua captura e
adsorção.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] Santos, A. et al. Chemical Engineering
Journal 210, 432–443, 2012.
[2] Tang, W. et al. Journal of Hazardous
Materials 192, 131-138, 2011.
Fig. 2 Efeito do pH na estabilidade química
(a) e na capacidade adsortiva máxima das
esferas (b, com (curva A) e sem (Curva B)
Mn).
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico – CNPq, Fundação
de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas
Gerais-FAPEMIG e VALE S/A.
De acordo com as isotermas de equilíbrio
(não mostradas aqui), nossas esferas
possuem uma capacidade adsortiva máxima
P á g 20
Estudo de Propriedades Ópticas e Térmicas de Dosímetros de Alumina
Elaine Neres de Assis e Luiz Claudio Meira Belo
Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear - CDTN
INTRODUÇÃO
No contexto da dosimetria das radiações,
luminescência é a emissão estimulada de
luz a partir de um isolante ou semicondutor
após a absorção prévia de energia da
radiação. Se o estímulo é fornecido por
calor
à
emissão
é
denominada
Termoluminescência (TL), se é fornecido
pela luz a emissão é denominada
luminescência
opticamente
estimulada
(OSL) [1, 2, 3].
Detectores de radiação baseados em
materiais cristalinos do tipo α–Al2O3 com
deficiência aniônica são uma importante
classe de dosímetros de estado sólido, em
função de sua alta sensibilidade às
radiações ionizantes e à sua versatilidade
para aplicações em termoluminescência e
luminescência opticamente estimulada [1].
O presente trabalho foi realizado com
detectores cerâmicos α-Al2O3 obtidos pelo
processo sol-gel, calcinados, prensados e
sinterizados em atmosfera altamente
redutora, produzidos no CDTN [4].
OBJETIVO
O objetivo deste trabalho é o estudo de
tratamentos
ópticos,
na
região
do
ultravioleta, em detectores cerâmicos α–
Al2O3 obtidos pelo processo sol-gel, tendo
em vista o aumento da sensibilidade destes
materiais às radiações ionizantes.
METODOLOGIA
Para realização do presente trabalho, foram
utilizadas detectores policristalinos de
alumina (-Al2O3:C) produzidas no CDTN
por meio de processos sol-gel, prensadas e
sinterizadas.
Adicionalmente
foram
adquiridos
detectores
comerciais
monocristalinos do tipo TLD500 para que
fossem a referência no estudo.
Foram selecionados grupos de detectores
policristalinos (-Al2O3:C)
com boa
resposta,
previamente
tratados
termicamente. Este tratamento foi feito a fim
de estabilizar a resposta dos detectores,
pois elas eram novas e apresentavam
variações elevadas na carga acumulada.
Os detectores policristalinos (-Al2O3:C)
foram expostos ao UV em tempos variando
entre zero e 60 minutos, sendo o
comprimento de onda do mesmo com o
valor igual a 253,7nm.
Na figura 1 são mostrados dois grupos de
dosímetros de alumina. À direita são
detectores policristalinos obtidas no CDTN e
a esquerda o TLD500 adquirido para a
realização deste estudo.
Figura 1. Detectores de alumina: à esquerda e à
direita estão os detectores policristalinos obtidos no
CDTN e ao centro o TLD500.
Os detectores policristalinos (-Al2O3:C) e
os detectores monocristalinos (TLD500)
foram estudados inicialmente em termos
da resposta termoluminescente. Foram
realizadas irradiações de lotes de
detectores no laboratório de calibração de
dosímetros (LCD/CDTN), com doses
conhecidas, em feixes de 137Cs.
RESULTADOS
Foi selecionado um lote homogêneo de 51
detectores policristalinos a partir de um
grupo inicial de 96 detectores novos.
Para a realização dos estudos foram feitas
irradiações dos detectores com uma dose
real convencional de 12.5 mSv , com a fonte
de 90Sr/90Y incorporada à leitora RISØ
modelo TL/OSL-DA-20, na qual foram feitas
também as leituras à taxa de aquecimento
de 3°C/s para se obter a referência inicial.
Em seguida todos os detectores foram
expostos ao ultravioleta em ambos os lados
P á g 21
em tempos diferentes e feitas leituras para
zerá-los. Depois de expostos e zerados
foram irradiados novamente com a dose de
12,5 mSv para uma comparação com a
primeira irradiação antes do UV. Na figura 2
é apresentado o efeito da sensibilização dos
detectores policristalinos com UV no
comprimento de onda de 253.7nm. Cada
ponto do gráfico abaixo corresponde à
média de três medidas dos detectores
policristalinos que resultam da integração
(ou a área) da curva de brilho
correspondente.
50
Contagens x 10
6
40
30
20
10
0
0
10
20
30
40
50
60
Tempo - (minutos)
Figura 2. Dependência da sensibilização em função
do tempo de exposição ao UV no comprimento de
onda de 253.7nm
Fig. 3. Reprodutibilidade de resposta do Al 2O3 à
radiação Beta, antes e depois da exposição ao UV.
▲Al2O3 sol gel, ▼Al2O3 sol gel pós-UV, ■ Al2O3
monocristal, ●Al2O3 monocristal pós-UV.
CONCLUSÕES
A partir da análise dos resultados foi
possível determinar que após a exposição
dos detectores policristalinos -Al2O3:C ao
Ultravioleta há um aumento na resposta à
radiação ionizante. Cabe ressaltar que o
aumento
na
sensibilidade
é
bem
significativo. Foram realizados 12 ciclos de
irradiação e leitura, simulando o que
ocorreria em condições de uso em rotina,
para constar se o efeito da sensibilidade dos
detectores policristalinos é estável e
confiável.
O
aumento da resposta
termoluminescente depende do tempo que
os detectores são expostos ao UV e é
possível concluir que para tempos de
exposição maiores que 1 minuto, há um
aumento de sensibilidade na resposta dos
detectores. Além disso, a partir de 10
minutos o aumento de sensibilidade se
estabiliza não sendo necessário deixar os
detectores mais tempo no ultravioleta.
É importante ressaltar que este aumento de
sensibilidade se manteve estável após a
realização de até 12 ciclos de irradiação e
leitura, simulando o que ocorreria em
condições de uso em rotina deste tipo de
detector por um período de um ano, tendo
em vista que o tempo de uso do detector
neste caso é de um mês.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1.
McKeever, S. W. S., Akselrod, M. S.,
Colyott, L. E., Agersnap Larsen, N., Polf, J.
C. and Whitley, V. Characterisation of Al2O3
for use in thermally and optically stimulated
luminescence dosimetry. Radiat. Prot.
Dosim. 84(1–4), 163–168 (1999). Nuclear
Technology Publishing.
2.
Summers,
G.
P.
Thermoluminescence in single crystal α–
Al2O3. Radiat. Prot. Dosim. Vol. 8, pp. 69–80
(1984).
3.
Vokhmintsev, A. S., Weinstein, I. A.,
Kortov, V.S. Dosimetric application of green
luminescence
in
irradiated
TLD–500
detectors. Radiation Measurements. Vol. 56,
pp. 228–231 (2013).
4.
Ferreira, H.R. Santos, A. Preparation
and characterization of a Sol-gel process α
Al2O3 polycrystalline detector. Rad. Prot.
Dosim., Vol 163, pp. 166-172 (2014).
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
CNPq
P á g 22
PROTEÇÃO DA PROPRIEDADE INTELECTUAL
Flávia Lara Costa Campos e Régia Ruth Ramirez Guimarães
Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear - CDTN
INTRODUÇÃO
OBJETIVO
Em termos gerais, propriedade intelectual
refere-se a tipos de propriedade que
resultam da criação do espírito humano.
O CDTN é uma instituição onde o uso de
proteção à tecnologia é muito importante. E
por isso foi feito um estudo mais
aprofundado das propriedades intelectuais,
gerando um conhecimento sobre sua
importância e sua utilidade.
Na Convenção que institui a Organização
Mundial da Propriedade Intelectual – OMPI
em 1967, o termo propriedade intelectual,
não é definido de modo formal, sendo
apenas apresentada uma lista exaustiva dos
direitos relativos a ela:
“às obras literárias, artísticas e científicas;
às interpretações dos artistas intérpretes e
às execuções dos artistas executantes, aos
fonogramas e às emissões de radiodifusão;
às invenções em todos os domínios da
atividade
humana;
às
descobertas
científicas; aos desenhos e modelos
industriais; às marcas industriais, comerciais
e de serviço, bem como às firmas
comerciais e denominações comerciais; à
proteção contra a concorrência desleal e
todos os outros direitos inerentes à
atividade intelectual nos domínios industrial,
científico, literário e artístico.” (Convenção
que Instituiu a Organização Mundial da
Propriedade Intelectual, assinada em
Estocolmo em 14 de julho de 1967; Artigo 2,
§ viii)
Os direitos de propriedade intelectual são
concedidos por prazos estipulados em lei e
somente têm validade no país de depósito.
Os direitos de propriedade intelectual evitam
que terceiros possam explorar uma criação
indevidamente, sem a prévia autorização do
titular do direito, e proporcionam retorno
econômico para quem investe esforço e
trabalho no desenvolvimento de criações
intelectuais.
Elaboração de um manual de propriedade
intelectual para que os inventores possam
vê-lo e entenderem sobre, por exemplo,
quais tipos de invenções podem ser
protegidas, qual o tipo de proteção ideal
para a invenção, o tempo de proteção e
quais os direitos do inventor sobre a
invenção.
METODOLOGIA
A elaboração do manual foi feita com base
nos estudos do tema sobre propriedade
intelectual, por meio de leitura de livros no
assunto, pesquisas na internet e o curso de
Propriedade Intelectual online da WIPO
(Organização Mundial de Propriedade
Intelectual – OMPI)
https://welc.wipo.int/index_pt.php.
A formatação do manual foi feita com base
na norma ABNT, com as normas da
empresa (CDTN/CNEN) e com base em
outros manuais e relatórios já existentes no
CDTN.
RESULTADOS
Foi elaborado e concluído um Manual de
Propriedade Intelectual para o CDTN, que
consta com as seguintes formas de
proteção:
P á g 23
Direitos autorais: são direitos concedidos
aos autores de obras intelectuais expressas
por qualquer meio ou fixadas em qualquer
suporte. Estes direitos incluem: direitos do
autor, direitos conexos, programas de
computador.
Propriedade
industrial:
são
direitos
concedidos com o objetivo de promover a
criatividade pela proteção, disseminação e
aplicação industrial de seus resultados:
patentes, desenhos industriais, marcas,
indicações
geográficas,
concorrência
desleal.
Proteção Sui Generis: pertencem ao escopo
da propriedade intelectual, mas não são
considerados Direitos de Autor ou de
Propriedade Industrial: topografias de
circuitos integrados, proteção de novas
variedades de plantas, patrimônio genético
e conhecimento tradicional associado.
Os seguintes temas também foram tratados
no manual de Propriedade Intelectual:
informação tecnológica, contratos de
tecnologia,
tratados
internacionais,
normativa da CNEN e legislação nacional.
[10]Instituto Brasileiro de Propriedade
Intelectual – IBPI (http://www.ibpi.org.br/)
[11]Organização Mundial da Propriedade
Intelectual – OMPI (http://www.ompi.org/)
[12]Associação Nacional de Pesquisa,
Desenvolvimento
e
Engenharia
das
Empresas
Inovadoras
–
ANPEI
(http://www.anpei.org.br/)
[13]Conselho Nacional de Combate à
Pirataria e Delitos contra a Propriedade
Intelectual
–
CNCP
(http://www.justica.gov.br/suaprotecao/combate-a-pirataria)
[14]Google
Patent
(http://www.google.com/patents)
Search
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico – CNPq
CONCLUSÕES
Depois de concluído o manual foi colocado
no site do CDTN, para que os inventores
possam ver e analisar sobre quais
proteções sua invenção se encaixa e quais
são os principais benefícios de se proteger
a invenção.
O manual está disponível no seguinte link:
http://www.cdtn.br/images/conteudo/nit/man
ualPI.pdf
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[8] Instituto
Nacional
da
Propriedade
Industrial – INPI (http://www.inpi.gov.br/)
[9] Associação Brasileira da Propriedade
Intelectual – ABPI (http://www.abpi.org.br/)
P á g 24
Experimento de Escala para a Validação do Projeto Conceitual Da Camada
De Água Quente do Reator Multipropósito Brasileiro
Herick Martins de Carvalho e Antônio Carlos Lopes da Costa
Centro de Desenvolvimento de Tecnologia Nuclear - CDTN
INTRODUÇÃO
O Reator Multipropósito Brasileiro (RMB) é
um Reator Nuclear do tipo piscina aberta
que
atualmente
se
encontra
em
desenvolvimento. Um dos muitos sistemas
sendo desenvolvidos para o RMB é a
Camada de Água Quente (CAQ). A CAQ é
um sistema de segurança que evita com
que a água ativada alcance a superfície da
piscina. Para atingir esse objetivo, uma
camada purificada de água quente é
artificialmente criada no topo da piscina
evitando que um processo natural, chamado
Convecção, transporte a água ativada para
a superfície, fazendo com que os
operadores trabalhando na sala do reator
não recebam doses de radiação.
A CAQ é formada mantendo sua
temperatura pelo menos cinco graus Celsius
acima da temperatura da piscina.
Um sistema de controle verifica a
temperatura da agua circulando no sistema
da Camada Quente e liga Aquecedores
quando necessário. Um modelo em escala
1:10 está em construção no Centro de
Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear
(CDTN) para testar a Camada Quente sob
diferentes condições.
CAQ e tambem validar as simulações
numéricas.
METODOLOGIA
O Modelo desenvolvido é composto de dois
circuitos termo-hidráulicos. O circuito de
formação da CAQ é caracterizado por duas
bombas de pequeno porte em série, capaz
de gerar vazões de até 1 l/min e uma
resistência para promover o aquecimento
com uma potência de 2 kW. O circuito de
simulação do sistema de refrigeração do
reator possui uma bomba de grande
potência para produzir uma vazão mínima
de 28 l/min e um sistema de aquecimento
com potência de 20 kW formado por duas
resistências de 10 kW cada.
Foi desenvolvido um circuito eletrônico
capaz de fazer o controle desses circuitos
termo-hidráulicos. Para fazer o acionamento
desse circuito foi desenvolvido um programa
de computador em Python[1]. Esse
programa é responsável por fazer a Leitura
de dados dos sensores de temperatura e
vazão dispostos no modelo, processar e
armazenar essa informação e enviar para o
circuito construído os valores ideais de
acionamento de cada atuador.
OBJETIVO
Este Trabalho descreve o desenvolvimento
da parte eletrônica e da parte de Software
do sistema de controle para o experimento.
O sistema desenvolvido imita as condições
do RMB, controlando a temperatura e vazão
dinamicamente. O sistema experimental
será util para investigar como eventos
externos podem influenciar na geração da
Para fazer o controle de todos os
aquecedores e bombas do modelo, o
programa desenvolvido utiliza um algoritmo
de controle do tipo PID (ProporcionalIntegral-Derivativo).
Para um ideal funcionamento desse
controlador, se faz necessário que seja
estimado valores de constantes, para que
P á g 25
Os resultados obtidos podem ser vistos a
seguir.
RESULTADOS
O controle PID apresentou resposta
satisfatória para o controle da vazão e
temperatura da Camada de Água Quente. O
controle do sistema da Piscina ainda está
em desenvolvimento.
A resposta do controle de vazão para os
seguintes valores de constantes do PID
pode ser observada na Fig. 1.
saída do sistema pode ser observado na
Fig. 2.
Setpoint: 35 °C
Temperatura(°C)
os resultados de saída dos atuadores hajam
de forma rápida e precisa. Para determinar
esses valores das constantes do PID foi
utilizado o método de tentativa e erro, já que
o experimento realizado permite que esse
artificio seja empregado.
Tempo(s)
Figura 3 - Resposta do Controle de Temperatura da
CAQ
CONCLUSÕES
O desenvolvimento do sistema de controle
ainda está em andamento, mas já apresenta
resultados satisfatórios.
Vazão(ml/min)
Setpoint: 540 ml/min
A partir deste trabalho será feito um
desenvolvimento tecnológico, onde poderá
ser feitos estudos sobre o comportamento
de um importante sistema de segurança de
reatores de piscina aberta, que é a Camada
de Água Quente. Além de validar
experimentos feitos através de análise
numérica.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1]
Tempo(s)
Python Software Foundation, “Python
documentation”, Python Software Foundation,
2015.
Figura 2 - Resposta do Controle de Vazão da CAQ
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
A resposta do controle de temperatura se
apresenta de forma lenta devido à inercia
térmica de todo o sistema. O gráfico com a
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado
de Minas Gerais – FAPEMIG e CNPq
P á g 26
Avaliação de Juntas Soldadas Dissimilares entre Tubulações de Aço
Inoxidável Austenítico Aisi 316l e Aço Carbono Astm a-106 com Adição de
Ligas de Níquel 82 e 182
Kétsia dos Santos Martins e Wagner Reis da Costa Campos
Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear - CDTN
INTRODUÇÃO
Em ambientes que trabalham com
temperaturas elevadas (250°C a 400°C), as
ligas de níquel e os aços inoxidáveis
austeníticos, devido a sua elevada
resistência de corrosão, são muito utilizados
nas indústrias petroquímicas, químicas,
termoelétricas que queimam combustível
fóssil e em reatores nucleares.
Vários componentes destas indústrias são
compostos de tubulações de aços carbono,
aços inoxidáveis e ligas de níquel, ligados
por meio de soldas dissimilares [1-3].
Trincas por corrosão sob tensão em soldas
dissimilares entre tubulações de aço
carbono e de aço inoxidável estão
relacionadas com as microestruturas e as
tensões de tração, residuais ou de
operação, próximas das soldas [1-3].
OBJETIVO
O objetivo deste trabalho é estudar o
comportamento de soldas dissimilares entre
tubulações de aço inoxidável ASTM A-312
TP316L e de aço carbono ASTM A-106 Gr
B, soldadas com adição de ligas de níquel
82 e 182, com e sem uma solda de
recobrimento (Weld Overlay).
Serão utilizadas técnicas de análise
experimental
de
tensões,
ensaios
mecânicos
e
matalográficos
para
caracterização dos metais base e das juntas
soldadas. As tensões residuais serão
determinadas pelo Método do Furo Central
[4], na superfície interna das tubulações
soldadas será utilizado um equipamento
desenvolvido no CDTN para este fim [5].
METODOLOGIA
Confecção de soldas dissimilares entre
tubulações de aço inoxidável e de aço
carbono de 6 polegadas de diâmetro externo
e 18,26 mm de espessura de parede, com
adição de eletrodos de ligas de níquel 82 e
182, pelos os processos de soldagem
GTAW e SMAW.
Realização de medidas das tensões
residuais por extensometria, após a
soldagem das tubulações, caracterização
mecânica por meio de ensaios de tração dos
metais base desde a temperatura ambiente
até a 900°C.
RESULTADOS
As tubulações de aço inoxidável e de aço
carbono foram soldadas com adição das
ligas de níquel 82 e 182. Na Figura 1 é
apresentada uma tubulação soldada e na
Tabela 1 são apresentados os parâmetros
de soldagem utilizados na confecção da
solda dissimular.
Figura 1. Tubos de aço ASTM A-312 TP316L e
ASTM A-106 Gr B soldados.
P á g 27
Tabela 1: Parâmetros de soldagem.
I
V
Temperatura
Local Processo Adição
Pré Inter
A
V
°C
°C
1
GTAW
82 120-150 10-12 200 130
2
GTAW
82 120-150 10-12 200 130
3
SMAW 182 100-130 20-22 200 130
1- amanteigamento, 2- raiz, 3- enchimento.
Foi feita a caracterização mecânica dos
tubos, por meio de ensaios de tração desde
a temperatura ambiente de 25°C até a
900°C. Nas Figuras 2 e 3 são apresentadas
as curvas de limite de resistência (LR) e de
escoamento (LE) em função da temperatura
até 900°C.
O resultado das medidas das tensões
residuais por análise extensométrica nas
superfícies interna e externa das tubulações
soldadas ainda está em análise.
CONCLUSÕES
Até o presente momento foi possível a
realização das soldagens dissimilares das
tubulações,
o
levantamento
das
propriedades de tração até 900°C, que
serão utilizadas nas simulações por meio de
elementos finitos do campo de tensões
presentes na junta soldada.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[15]Materials Reliability Program: (MRP220). EPRI, Palo Alto, CA: 1015427, 2007.
[16]Lee, K. S. et al. Nuclear Engineering and
Technology, Vol.44, N.3, p. 343-354, 2012.
[17]Tsai, Y. L. et al. International Journal of
Pressure Vessels and Piping. V. 7, Issue 1,
p. 26-32, Jan. 2010.
Figura 2. Limite de resistência (LR) e de
escoamento (LE) por temperatura de 25°C
até 900°C para o aço ASTM A-106 Gr B.
[18]Hoffmann, K. An Introduction to
Measurements
using
Strain
Gages.
Publisher: Hottinger Baldwin Messtechnik
GmbH, Darmstadt, Alsbach, Germany,
1989.
[19]Campos, W. R. C. et al. INAC-2013,
Recife, PE, Brazil, Nov. 24-29, 2013.
Figura 3. Limite de resistência (LR) e de
escoamento (LE) por temperatura de 25°C
até 900°C para o aço ASTM A-312 TP316L.
O aumento nos valores do limite de
escoamento com o aumento da temperatura
até 300°C, para o aço carbono ASTM A-106
Gr B, é devido ao envelhecimento durante o
ensaio nesta faixa de temperatura [6].
[20]Jackowski R. and Freeman J. W.
Properties of an ASTM A106, grade B
carbon steel pipe. Aug 23 1957. In http://deepblue.lib.umich.edu/bitstream/handl
e/2027.42/5718/bac5288.0001.001.pdf?sequ
ence=5&isAllowed=y.
Acesso
em
28/04/2015.
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado
de Minas Gerais – FAPEMIG e Conselho
Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico - CNPq
P á g 28
Estudo de Propriedades Ópticas e Térmicas de Dosímetros de Alumina:
Dependência com o Comprimento de Onda da Luz de Estimulação.
Maria Angelina Mendes e Luiz Claudio Meira Belo
Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear - CDTN
INTRODUÇÃO
METODOLOGIA
No contexto da dosimetria das radiações,
luminescência é a emissão estimulada de
luz a partir de um isolante ou semicondutor
após a absorção prévia de energia da
radiação. Se o estímulo é fornecido por
calor,
a
emissão
é
denominada
Termoluminescência (TL) e se é fornecido
por exposição à luz esta emissão é
denominada luminescência opticamente
estimulada (OSL) [1-3]. O processo de
leitura,
tanto
para
detectores
termoluminescentes quanto para detectores
luminescentes opticamente estimuláveis, é
semelhante exceto pelo mecanismo de
estimulação. Para medidas TL, o detector é
aquecido de forma controlada (estímulo) e o
sinal luminescente é detectado, geralmente,
por uma fotomultiplicadora. Para medidas
OSL, o detector é estimulado com uma
fonte de luz intensa tal como um laser ou
diodos emissores de luz de alta intensidade
[1-3]. O presente trabalho foi realizado com
detectores cerâmicos α-Al2O3 obtidos pelo
processo sol-gel, calcinados, prensados e
sinterizados em atmosfera altamente
redutora, produzidos no CDTN [4].
Foram
selecionados
30
detectores
cerâmicos α-Al2O3 produzidos no CDTN
(Laboratório de Microesferas Gel do Serviço
de Nanotecnologia e Materiais Nucleares)
através do processo sol-gel e 18 detectores
monocristalinos para o teste de eficiência de
apagamento óptico. Cada grupo foi
subdividido em duas partes. 15 detectores
cerâmicos e nove monocristalinos foram
utilizados para leituras termoluminescentes
e os demais foram lidos por luminescência
opticamente estimulada, utilizando uma
leitora RISØ-TL/OSL DA-20. Os detectores
foram irradiados e lidos duas vezes para
evitar a competição das armadilhas
profundas de elétrons com as armadilhas
principais durante a irradiação. Uma leitura
chamada leitura de referência foi realizada
para determinar o valor de TL sem a
estimulação óptica. Após esta etapa, os
detectores foram iluminados com tempos de
estimulação de 0,5; 1; 5; 10; 20; 30; 40; 60
minutos na Unidade de Apagamento Óptico,
com as cores de estimulação azul (pico em
474nm), verde (pico em 534nm) e branco
frio (picos em 456nm e 534nm). Para a
leitura TL, os detectores foram aquecidos de
forma linear a uma taxa de aquecimento de
5°C/s até a temperatura de 250°C a partir
da temperatura ambiente. Em seguida os
detectores foram irradiados na própria
leitora RISØ (irradiador beta 90Sr/90Y).
Todos os detectores foram irradiados
inicialmente
com
a
dose
de
aproximadamente 25mGy (2 segundos de
exposição) e posteriormente com a dose de
12,5mGy (1 segundo de exposição) a fim de
comparar a eficiência de apagamento em
função do tempo de estimulação óptica e da
dose, para cada uma das cores de
estimulação.
OBJETIVO
O objetivo deste trabalho é o estudo do
apagamento óptico e a avaliação da
excitação
e
detecção
de
sinais
luminescentes adequados às condições dos
novos detectores de alumina desenvolvidos
no CDTN, tendo em vista a sua
caracterização e validação em termos
comparativos com dosímetros de alumina
comerciais como o TLD500.
P á g 29
Foram realizados estudos da eficiência de
apagamento
óptico
em
detectores
cerâmicos e monocristalinos do tipo α-Al2O3.
Todos os dosímetros foram estimulados
utilizando-se a Unidade de Apagamento
Óptico.
Óptico. Estudos complementares com
doses, cores e tempos de estimulação
diferentes encontram-se em andamento.
As leituras OSL foram feitas com um tempo
de 30 segundos.
CONCLUSÕES
Figura 1. Eficiência de apagamento óptico de um detector
monocristalino com as cores de estimulação verde, azul e branco e com
o tempo de iluminação de 10 minutos. O detector foi previamente
irradiado com uma dose de 12,5mGy.
Na Figura 1 é mostrado o efeito de
apagamento
óptico
em
detectores
monocristalinos (previamente irradiados
com a dose de 12,5mGy) por meio da
leitura da termoluminescência residual. A
estimulação óptica foi feita com as cores
verde, azul e branco e por tempos de
exposição de 10 minutos. O resultado dos
estudos preliminares da avaliação do
apagamento
óptico
em
detectores
monocristalinos por meio da OSL residual é
mostrado na Figura 2.
Figura 2. Medidas da OSL residual de um detector monocristalino,
previamente irradiado com uma dose de 25mGy e opticamente
estimulado com luz branca por tempos de 5 e 10 minutos na Unidade de
Apagamento Óptico.
Neste experimento, o detector foi irradiado
com uma dose de 25mGy e estimulado com
luz branca na Unidade de Apagamento
A Unidade de Apagamento Óptico que foi
desenvolvida no Laboratório de Dosimetria
Luminescente LDL/CDTN como uma
alternativa ao uso de tratamentos térmicos,
foi utilizada com sucesso no estudo de
detectores cerâmicos e monocristalinos do
tipo α-Al2O3. Pode-se observar que a
eficiência de apagamento óptico em
detectores
monocristalinos
é
significativamente mais pronunciada para as
cores azul e branca, como mostrado na
Figura 1, onde esta eficiência foi avaliada
por meio de medidas da termoluminescência
residual (após a estimulação). Uma análise
semelhante, feita por meio de medidas de
OSL residual encontra-se em andamento.
Um resultado preliminar pode ser visto na
Figura 2. Na Figura foram apresentadas as
medidas para tempos de estimulação de 5 e
10 minutos. É importante notar que para a
variação de 50% no tempo de exposição
houve uma redução correspondente de 73%
do sinal de OSL residual.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1.
McKeever, S. W. S., Akselrod, M. S.,
Colyott, L. E., Agersnap Larsen, N., Polf, J.
C. and Whitley, V. Characterisation of Al2O3
for use in thermally and optically stimulated
luminescence dosimetry. Radiat. Prot.
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163–168
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Technology Publishing (1999)..
2.
Summers,
G.
P.
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Al2O3. Radiat. Prot. Dosim. Vol. 8, pp. 69–
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Vokhmintsev, A. S., Weinstein, I. A.,
Kortov, V.S. Dosimetric application of green
luminescence
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irradiated
TLD–500
detectors. Radiation Measurements. Vol. 56,
pp. 228–231 (2013).
4.
Ferreira, H.R. Santos, A. Preparation
and characterization of a Sol-gel process α
Al2O3 polycrystalline detector. Rad. Prot.
Dosim., Vol 163, pp. 166-172 (2015).
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico
e
Tecnológico
–
CNPq.
P á g 30
Determinação do Ponto de Zero Carga (PZC) de Óxido de Manganês – MnO2
Marília Ribeiro de Vasconcelos e Ana Cláudia Queiroz Ladeira
Centro de Desenvolvimento de Tecnologia Nuclear – CDTN
INTRODUÇÃO
O óxido de manganês (MnO2) apresenta
superfície anfótera, ou seja, sua carga
superficial é dependente da atividade de
íons determinantes de potencial (OH- e H+)
e da força iônica do sistema analisado.
Dessa forma, para diferentes pHs a
superfície pode apresentar carga positiva,
negativa ou nenhuma carga. Os valores do
Ponto de Zero Carga (PZC) do óxido de
Manganês
encontrados
na
literatura
apresentam uma grande variabilidade,
tornando-se necessária a determinação
experimental
do
PZC
da
amostra
[1,2]
estudada.
O manganês encontra-se
presente na drenagem ácida de mina (DAM)
sendo um contaminante de difícil remoção.
Uma das possibilidades estudadas é o uso
de soluções com Mn2+ como adsorvente
para o óxido. Para que essa adsorção seja
mais efetiva é necessário trabalhar em pH
acima do PZC, de maneira que o óxido
apresente
carga
superficial
negativa
[3]
favorecendo sua remoção.
OBJETIVO
Determinar o Ponto de Zero Carga (PZC) do
Óxido de Manganês (MnO2).
METODOLOGIA
Para determinação do PZC para o MnO2,
foram
utilizadas
três
diferentes
metodologias:
 Determinação do ponto isoelétrico
(pI) – 0,5 g de MnO2 em 50 mL de
NaNO3 10-3mol.L-1, as soluções são
ajustadas para pHs iniciais arbitrários
usando soluções de NaOH e HNO3.
Adicionou-se NaNO3 elevando a
força iônica à 10-2 mol.L-1. Mediu-se o
pH inicial (após ajuste) e final (após
adição do sal). [3]
 Drift method: preparam-se amostras
como descrito anteriormente, e após
o ajuste em ampla faixa de pH, as
amostras ficam em agitação por 46h,
medindo-se o pH final. [4]
 Potentiometric
Mass
Titrations:
titulou-se com HNO3 um branco e
três amostras com diferentes massas
de óxido e mesma força iônica
(0,03M). Solução salina de NaNO3,
0,03 mol.L-1. Antes da titulação as
amostras foram equilibradas sob
agitação por 20h para alcançar o pH
de equilíbrio, e uma pequena
quantidade de base (NaOH) foi
adicionada. [5]
RESULTADOS
Para encontrar o ponto isoelétrico a partir
dos dados de pHi e pHf, plotou-se um
gráfico de pHi vs ΔpH (Figura 1). Pode-se
observar que para pHs ácidos, ΔpH é
negativo, e para pHs básicos é positivo.
observando-se o gráfico é possível
determinar o ponto isoelétrico onde ΔpH é
zero, isso ocorre para um pH próximo de 7.
O PZC é determinado pelo drift method no
ponto em que o pH não sofre alteração após
o período de agitação. Para visualizar esse
ponto, traçou-se pHi vs pHf e também a
diagonal para melhor visualização, isso
pode ser observado na Figura 2.
P á g 31
delta pH
B
12
0,5
branco
0,5 g
1,0 g
1,5 g
10
pH
delta pH
8
0,0
6
4
2
3
4
5
6
7
8
9
10
pHi
0
-0,2 0,0
Figura 4. Determinação do Ponto Isoelétrico
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
1,4
1,6
1,8
2,0
2,2
Volume de HNO3
Figura 6. Determinação do PZC por Potentiometric Mass
Titrations
pHf
B
12
CONCLUSÕES
10
pHf
8
6
4
2
2
4
6
8
10
12
pHi
Figura 5. Determinação do PZC pelo drift method.
Pode-se observar que o PZC encontrado a
partir desse método também se encontra
próximo de 7. O resultado da titulação
potenciométrica pode ser observado na
Figura 3, em que plotou-se o volume
adicionado de HNO3 (em mL) vs o pH da
amostra. Tem-se que o ponto de zero carga
é determinado no ponto em que as curvas
de titulação cruzam-se em um único ponto.
Pode-se observar que não há um único
ponto em que as quatro curvas
experimentais se cruzam, entretanto, todas
as curvas encontradas cruzam a curva
obtida com o branco em pH próximo a 7.
Observando-se os resultados obidos a partir
das três metodologias, pode-se concluir que
o PZC da amostra analisada de MnO2 é 7.
O óxido de manganês apresenta grande
variabilidade de PZC na literatura,
dificultando a comparação. Porém os
resultados consistentemente próximos de 7
indicam que esse é de fato o PZC da
amostra.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[21] Kosmulski, M. Journal of Colloid and
Interface Science, 253, 77-87, 2002. (and
Updates)
[22] Appel, C., ET AL. Geoderma, 113, 7793, 2003.
[23] Ladeira, A. C. Q. Doutorado, 150-151,
1999.
[24] Perilli, T. A. G., ET AL .Holos, 3, 264271, 2014.
[25] Bourikas, K., ET AL. J. Phys. Chem.
B.,107, 9441-9451, 2003.
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico - CNPQ
P á g 32
2,4
Estudo da Influência da Irradiação  no Grafite
Moacyr Avellar Rodrigues e Max Passos Ferreira
Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear - CDTN
INTRODUÇÃO
METODOLOGIA
Materiais à base de carbono são
normalmente
utilizados
em
reatores
nucleares e funcionam como contenção dos
produtos de fissão ou fusão do reator. No
caso, por exemplo, de reatores com
combustíveis à base de estrutura triisotrópica (TRISO), produtos de fissão
metálicos (tais como Ag, Cs, e Sr) podem
ser liberados a partir de partículas de
combustível
e
são
absorvidos
ou
armazenados em materiais à base de
carbono, graças as suas boas propriedades
térmicas, excelente resistência ao choque
térmico, alto ponto de fusão e uma
sublimação térmica abaixo de 2200 K.¹
Para a irradiação das amostras, foi usada a
fonte de 60Co disponível no Laboratório de
Irradiação Gama (LIG) do CDTN.
Estudos recentes demonstraram que a
irradiação de materiais nanoestruturados de
carbono, tais como óxido de grafeno e
grafeno, com partículas energéticas pode
ser utilizada para modificar com êxito as
suas estruturas e performances. A radiação
, como um método controlável para
modificar as propriedades físicas e químicas
de sistemas de carbono, atraiu atenção pelo
seu baixo custo, grande faixa de aplicação e
alta uniformidade.2-4
As amostras irradiadas foram discos de
grafite (cortados de bastões de grafite carbon rods) Specpure da JMC – England e
flocos de grafite natural da Nacional de
Grafite Ltda - MG.
Foi feita uma montagem, utilizando tijolos de
chumbo, para permitir a incidência
controlada da radiação  sobre os planos
basais e frontais do grafite. O feixe de
radiação  foi colimado, de modo a incidir
sobre as amostras de maneira diferente:
perpendicular e frontalmente aos planos
basais do grafite.
As figuras abaixo são um esquema parcial
do experimento.
OBJETIVO
A pesquisa tem por objetivo avaliar os
efeitos da radiação  nas estruturas dos
grafites naturais e sintéticos, irradiados em
diferentes condições. As caracterizações
dos materiais antes e depois da irradiação 
foram feitas por difração de raios X,
espectroscopia Raman e microscopia
eletrônica de varredura - MEV.
Figura 1: Esquema de montagem das
amostras para a irradiação no plano frontal.
P á g 33
RESULTADOS
As análises preliminares de espectroscopia
Raman e difração de raios X não indicaram
alterações nas estruturas cristalinas das
amostras de grafite sintético (JMC)
provocadas pelos raios . Observou-se,
entretanto, que uma dose de 200 kGy já
provoca alterações sensíveis nas estruturas
do grafite natural, o que é, também
mostrado em diversas pesquisas relatadas
na literatura.
CONCLUSÕES
Figura 2: Esquema de montagem das
amostras para irradiação no plano basal.
Durante a irradiação, as amostras de grafite
ficavam a aproximadamente 10 cm da fonte
de 60Co e 47 cm do chão, local maior
intensidade da radiação.
Filmes dosimétricos fotoluminescentes,
desenvolvidos por pesquisadores do CDTN
e da UFOP5, foram usados, possibilitando
uma medida acurada das doses em todo o
experimento.
Como a estrutura do grafite sintético não foi
alterada com a irradiação gama (1 MGy),
uma maior dose será ministrada nos
próximos passos da pesquisa, para a
observação de uma mudança eventual na
estrutura das amostras.
Após a mudança da estrutura, testes da
capacidade de esfoliação do grafite serão
feitos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[26]BIN Li, Y. F., Carbon, v. 60, p. 186,
2013.
Após cada irradiação, as amostras eram
levadas ao Laboratório de Difratometria de
raios X (Prof. Wagner Mussel) para as
análises de DRX. Em seguida eram
efetuadas as análises por espectroscopia
Raman (mestranda Daniele Cavanellas).
Posteriormente eram feitas as análises por
microscopia eletrônica de varredura.
[27] HULMAN, M., Journal of
Physics, v. 98, p. 024311, 2005.
Ao final de cada etapa de irradiação as
amostras eram analisadas e eram
submetidas a uma nova dose de radiação.
Até agora as amostras foram expostas às
seguintes doses: 100 kGy, 100 kGy,
300
kGy e 500 kGy, num total de 1 MGy.
[30] SCHIMITBERGER, T. et al. IEEE
Transactions on Nuclear Science, DOI
10.1109/TNS.2014.2322974.
Applied
[28] JIN, H., Journal of Materials Science,
v.49, p.827-832, 2014.
[29] CATALDO, F., Carbon, v .38, p.634636, 2000.
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
Centro Nacional de Pesquisa - CNPq
P á g 34
Diagnóstico Molecular e Identificação de Espécies de Leishmania
Infectando Cães em Belo Horizonte pelo Swab Conjuntival Associado ao
ITS1-nPCR.
Natália Alves Souza e Antero Silva Ribeiro de Andrade
Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear- CDTN
INTRODUÇÃO
OBJETIVO
As leishmanioses têm por agente etiológico
espécies de protozoários do gênero
Leishmania. No mundo são notificados, por
ano, cerca de 2 milhões de novos casos
dessa
enfermidade,
sendo
que
a
leishmaniose visceral (LV) tem 500 mil
registros. O Brasil detém a maior parte de
casos registrados de LV na América Latina.
O cão é considerado o principal reservatório
urbano
de
Leishmania
(Leishmania)
infantum, único agente etiológico da
leishmaniose visceral nas Américas, até o
momento [1]. Portanto, é fundamental que
os cães sejam monitorados rotineiramente.
As metodologias comumente utilizadas para
o diagnóstico da leishmaniose visceral
canina (LVC) apresentam deficiências
quanto a sensibilidade e especificidade, de
forma que, ainda hoje, permanece o desafio
para obtenção de um método sensível,
específico, rápido e de baixo custo. A
técnica da Polimerase Chain Reaction
(PCR) vem sendo descrita como um
procedimento altamente sensível para a
identificação do parasito. A utilização de
metodologias não invasivas de coleta de
amostras é essencial para a viabilização da
técnica
em
levantamentos
caninos
rotineiros, pois diminuem a resistência dos
proprietários dos cães em permitir os
exames e podem ser realizadas fora de
clínicas veterinárias. Em um trabalho
anterior, desenvolvido por nosso grupo, foi
padronizada a técnica do swab conjuntival
para a coleta de amostras para a reação de
PCR [2]. Na presente proposta este método
será aplicado em um inquérito canino na
região metropolitana de Belo Horizonte.
Avaliar o swab conjuntival (SC) associado
ao ITS1 nested PCR (ITS1-nPCR) em
inquérito para a leishmaniose visceral
canina na região metropolitana de Belo
Horizonte e identificar por RFLP as espécies
de Leishmania infectando cães na região.
METODOLOGIA
Amostras de SC foram coletadas para o
diagnóstico de 362 cães, provenientes de
inquérito na regional norte de Belo
Horizonte.
Um
médico
veterinário
acompanhou a equipe para a avaliação
clínica dos cães. Os sintomas analisados
foram: perda de peso, caquexia, apatia,
alterações motoras, oculares, cutâneas e
gastrointestinais, além de pelos opacos,
alopecia, onincogrifose, linfoadenopatia, e
análise de mucosas (se coradas ou
hipocoradas). As amostras de SC foram
coletadas de ambas conjuntivas do animal.
Para o esfregaço, foram utilizados swabs
esterilizados. A extração de DNA a partir
dos swabs foi conduzida de acordo com
Ferreira et al. (2008) [2]. A partir do DNA
extraído, foi então realizada a análise por
ITS1-nPCR, com uma variação do método
original descrito por Shönian et al. (2003)
[3]. Nesta variação o alvo ITS1, da região
dos genes do RNA ribossomal (rRNA),
passa por duas amplificações. Na primeira
amplificação, a amostra de DNA é misturada
uma solução tampão, com MgCl2 a 2mM e
dNTPs, além da enzima DNA polimerase.
Uma alíquota dos produtos de PCR da
primeira amplificação são diluídos em água
ultrapura autoclavada, sendo utilizado 10mL
dessa solução para amostra de DNA na
P á g 35
segunda amplificação. Para analisar os
produtos de PCR, tampão de amostra foi
adicionado a 20uL da amostra e em seguida
submetido à eletroforese em gel de agarose
a 2%, corado por brometo de etídio, em uma
diferença
de
potencial
de
110V.
Posteriormente as amostras analisadas
foram submetidas à técnica RFLP a fim de
identificar as espécies de Leishmania que
estão infectando os cães analisados. Para a
identificação de espécies por RFLP
(Restriction
Fragment
Length
Polymorphism) os produtos não purificados
da PCR (17μL) foram digeridos por 1 U da
enzima Hae III por 4 horas à 37°C. Os
fragmentos de restrição foram visualizados
em um gel de agarose de alta resolução a
2%, corado com brometo de etídio.
RESULTADOS
Com base no diagnóstico clínico, os cães
foram divididos em 4 grupos. Cães com
nenhum sintoma foram tidos como
assintomáticos (AS). Cães com até 2
sintomas
foram
tidos
como
oligossintomáticos (OS). Cães com acima
de 6 sintomas foram tidos como
Sintomáticos I (SI). Cães com sintomas
característicos de leishmaniose, mas que
podem ter outras causas além da infecção
pelo parasito foram classificados como S*.
Dos 362 cães: 110 foram AS, 146 foram
OS, 97 foram SI e 9 foram S*. O diagnóstico
pelo método de ITS1-nPCR, a partir das
amostras de SC acusou o parasito em 31
cães. Isto é, 8,5% dos cães estudados
foram positivos para ITS1-nPCR. Dos cães
positivos para ITS1-nPCR, 10 (25,8%) eram
AS, 6 (32,2%) eram OS, 14 (25,8%) eram SI
e 2 (19,3) eram S*. Até o momento foram
identificadas pela técnica RFLP as espécies
de Leishmania encontradas em 12 dos cães
positivos para a técnica ITS1-nPCR. Foram
observados padrões de fragmentação
pertencentes a Leishmania infantum em 8
(66,7%), à Leishmania amazonensis em 1
(8,3%) e Leishmania braziliensis em 1
(8,3%) dos cães. Padrões de fragmentação
característicos de infecções mistas por L.
infantum com L. amazonenses ou L.
braziliensis foram observados em 2 (16,7%)
dos cães analisados até o momento.
CONCLUSÕES
No presente estudo, o diagnóstico molecular
por SC se mostrou eficiente para detecção
do parasito em diferentes possíveis estágios
da doença, uma vez que sua positividade se
apresentou semelhantemente distribuída
entre os grupos de classificação da análise
clínica (AS, OS, SI e S*). Até o momento foi
possível perceber que Leishmania infantum
é a espécie que apresenta maior
prevalência entre os cães infectados. Este
estudo mostra de forma inédita a presença
de L. amazonensis infectando cães na
região metropolitana de Belo Horizonte. Na
sequência, será realizada a RFLP das
demais amostras dos cães positivos para
ITS1-nPCR, para uma análise mais
abrangente da distribuição das espécies de
Leishmania em Belo Horizonte.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] MAIA-ELKHOURY, Ana Nilce Silveira et al.
Visceral leishmaniasis in Brazil: trends and
challenges. Cad. Saúde Pública, Rio de
Janeiro , v. 24, n. 12, p. 2941-2947, Dec.
2008.
[2] FERREIRA, S.A. et al. Evaluation of the
conjuntival
swab
for
canine
visceral
leishmaniasis diagnosis by PCR-hybridização in
Minas Gerais State, Brazil. Vet. Parasitol.,
v.152 (3-4), p. 257-263, 2008.
[3] SCHÖNIAN, G. et al. PCR diagnosis and
characterization of Leishmania in local and
imported
clinical
samples.
Diagnostic
Microbiology and Infectious Disease. v.47,
p.349–358, 2003.
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
CNEN/CDTN, CAPES, CNPq e FAPEMIG.
P á g 36
Avaliação do Desempenho da Metodologia Analítica Empregada no
Laboratorio de Espectrometria de Massas de Razão Isotópica (irms) para
Determinação de δ18o em Água
Nathany Isabelly Dias Vieira e Amenônia Maria Ferreira Pinto
Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear - CDTN
INTRODUÇÃO
Este trabalho foi desenvolvido visando
avaliar a metodologia analítica empregada
no Laboratório de espectrometria de massas
de razão isotópica para determinação de
δ18O em água por meio dos parâmetros de
linearidade, precisão, exatidão e robustez.
Os ensaios foram realizados no Centro de
Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear
(CDTN).
A determinação dos isótopos estávéis
constituem uma fonte de informações de
grande relevância em estudos ambientais,
hidrológicos e industriais. Como estas
espécies
ocorrem
sem
interferência
antropogênica na natureza e não sofrem
decaimento na sua emissão de radiação,
são considerados traçadores naturais. A
técnica de espectrometria de massas de
razão isotópica, após validação do método
analítico, pode ser utilizada para obtenção
de resultados confiáveis nesta área de
estudo.
OBJETIVO
Avaliar a metodologia analítica empregada
no Laboratório de IRMS para determinação
de δ18O em água.
METODOLOGIA
Procedimento padrão para determinação
de δ18O em amostra de água no IRMS
Transfere-se, com auxílio de um pipetador
automático, 200µL da amostra ou material
de referência a serem analisados para um
vial de 10 mL previamente identificado com
tampa de rosca. O mesmo é inserido na
bandeja de amostragem (25°C).No software
Isodat, faz-se a programação para
realização da etapa de Flush, que consiste
na injeção de uma mistura de gás padrão
com composição igual a 0,5% de dióxido de
carbono em hélio no vial fechado contendo a
amostra. Aguarda-se 18 horas para
estabelecimento do equilíbrio entre fase
condensada e gasosa. A seguir, programase no software a etapa de Aquisição, que
consiste na amostragem da atmosfera
gasosa presente no vial após o equilíbrio.
Avaliação da metodologia analítica
A linearidade do método foi avaliada por
meio do teste de Zero para CO2, sob
aumento manual gradativo da pressão do
gás. A precisão foi determinada pela
repetitividade (1) e reprodutibilidade(2). Para
(1) fez-se 8 leituras do material de
intercomparação GISP, assim como os
materiais de calibração VSMOW2 e SLAP2.
Realizou-se a normalização dos resultados.
Para (2) Foram realizadas 12 leituras do
material de intercomparação GISP em dias
diferentes. Os valores de δ18O foram
corrigidos pela escala VSMOW2/SLAP.
A exatidão foi avaliada baseando-se na
comparação com os materiais de referência
(3) e comparação interlaboratorial(4). Para
(3) os valores de δ18O referentes aos
materiais
de
intercomparação
foram
determinados e avaliados quanto ao erro
relativo percentual e ao Índice Z. Para (4)
algumas
amostras
coletadas
foram
analisadas no Laboratório de IRMS do
CDTN
e no Laboratório da UFOP. A
Robustez foi avaliada por comparação dos
resultados de δ18O obtidos para volumes
variados (100µL a 500µL) do material de
intercomparação HAD.
P á g 37
RESULTADOS
Ao realizar a determinação de δ18O em
amostras de água, após o flush, é
necessário aguardar 18 horas para
estabelecimento do equilíbrio termodinâmico
antes de iniciar a aquisição. Neste tempo
ocorre a transferência de 18O da água
(amostra) para o CO2 injetado pelo
equipamento, de acordo com a Equação 1.
C16O2 + H218O → C16O18O + H2 18O
Equação 2
Baseando-se na Equação 2 pode-se inferir
que o aumento da amplitude não altera
significativamente o valor de δ18O, uma vez
que a inclinação da reta correspondeu a
0,02 ‰, valor este, abaixo do limite
estabelecido pelo fabricante para a série
Delta V.
A
precisão
foi
avaliada
pela
reprodutibilidade e pela repetitividade. Para
a primeiro foi calculado o desvio padrão
relativo (DPR) para a média de 12 leituras
do material de intercomparação GISP em
relação ao valor certificado. Para a segunda
foi calculado o DPR para a média de 8
leituras
do
mesmo
material
de
intercomparação. A Equação 3 apresenta a
expressão para o cálculo do DPR.
x 100%
Para avaliação da exatidão calculou-se o
erro relativo percentual (ERP) e o índice Z
por meio das Equações 4 e 5.
Equação 4
Equação 1
O teste de linearidade é realizado visando
avaliar a resposta do equipamento, por meio
da amplitude do pico obtido, ao aumentar o
fluxo de gás durante a execução do
procedimento de Zero. É esperado que não
ocorra alterações significativas nos valores
de δ18O. A Equação 2 apresenta a equação
da reta obtida ao plotar o gráfico a partir dos
valores referentes a amplitude 44, em mV, e
de δ18O.
y = -2E-05x + 0,0311
reprodutibilidade considera mais fatores que
influenciam na dispersão dos dados. Como
os valores de DPR foram pequenos, podese inferir que o método apresenta boa
precisão.
Equação 3
Os valores de DPR corresponderam,
respectivamente, a 1,37% e 0,89%. Como
era esperado, o valor de DPR obtido foi
menor para repetitividade, uma vez que a
Equação 5
Os resultados apresentaram valores muito
baixos de ERP e valores menores que 2
para índice Z, o que indica que o método
apresenta boa exatidão.
Baseando-se no valor de desvio padrão,
obtido para avaliação da robustez, que
correspondeu a 0,10, , pode-se inferir que a
variação do volume da amostra empregado
no procedimento não altera de forma
significativa os valores de δ18O obtidos por
IRMS.
CONCLUSÕES
Pode-se concluir que a metodologia que
vem sendo utilizada para determinação de
isótopos estáveis de oxigênio (δ18O) em
água no Laboratório de IRMS do CDTN
apresenta
boa linearidade,
precisão,
exatidão e robustez, o que indica que os
dados
gerados
apresentam
elevada
confiabilidade.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] TRIVELIN, P. C. O. ESPECTROMETRIA
DE
MASSAS
POR
DEFLEXÃO
MAGNÉTICA PARA DETERMINAÇÕES DE
RAZÃO ISOTÓPICA DE ELEMENTOS
LEVES. PROF. ASSOCIADO-CENA/USP.
NO PROLE, 2010
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
CNPq
P á g 38
Avaliação de Segurança Radiológica de Repositório Próximo à Superfície
Utilizando o Software RESRAD-OFFSITE
Neice Ferreira dos Santos e Stela Dalva Santos Cota
Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear – CDTN
INTRODUÇÃO
A análise de segurança de repositórios de
rejeitos radioativos necessita de um modelo
matemático de transporte de radionuclídeos,
a fim de se avaliar as possíveis
consequências radiológicas da liberação de
elementos tóxicos do repositório.
O
software
RESRAD
(RESidual
RADioactivity), desenvolvido por Argonne
National Laboratory, é um modelo
computacional projetado para estimar doses
de radiação e os riscos de materiais
radioativos residuais. Está na sua 6ª versão,
é de acesso livre [1]. Um dos módulos que
faz parte da família de códigos RESRAD é o
software RESRAD-OFFSITE, que permite a
estimativa de doses em grupos localizados
fora e dentro dos limites do local da
exposição [2].
As atividades descritas neste resumo foram
desenvolvidas no Serviço de Gerência de
Rejeitos
(SEGRE)
no
Centro
de
Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear
(CDTN).
OBJETIVO
Avaliar a aplicabilidade do software
RESRAD-OFFSITE para a estimativa de
impacto radiológico de um repositório
próximo à superfície, considerando o
transporte via água subterrânea, utilizando
como modelo o repositório de Abadia de
Goiás.
METODOLOGIA
Implantação do caso a ser simulado no
software
Um cenário potencial de exposição
radiológica foi então considerado na análise
de segurança radiológica no local do
repositório de 137Cs, em Abadia de Goiás. O
Cenário B (residencial) considera a
existência de uma casa perto do local
utilizando para consumo a água de um
poço. As vias de exposição radiológicas
utilizadas nesse cenário foram: irrigação,
inalação, ingestão de água do poço,
ingestão de legumes, hortaliças e vegetais
pelo homem e por animais, ingestão de
carne contaminada pelo homem, ingestão
de peixes dos rios, a transferência para o
leite e ingestão pelo homem, ingestão de
solo contaminado e exposição externa por
materiais radioativos.
Simulação utilizando o software
Através de dados do relatório de 2002
referentes à análise de segurança
radiológica de Abadia de Goiás [3] e de
dados internos do programa (RESRADOFFSITE versão 3.1) relativos aos
parâmetros não fornecidos na bibliografia
consultada sobre o Repositório de Abadia
de Goiás, foram realizadas simulações dos
diferentes cenários estabelecidos, numa
tentativa de reproduzir os resultados
reportados nos documentos descritivos das
análises de segurança realizadas.
P á g 39
RESULTADOS
Foram feitas simulações com o código
RESRAD-OFFSITE,
variando
a
137
concentração do radionuclídeo
Cs, para
um intervalo de tempo de 800 anos,
conforme mostrado na Figura 1. Devido a
não consideração da via de exposição
externa por materiais radioativos e à
limitação do RESRAD-OFFSITE que
permite a modelagem de apenas uma zona
de contaminação homogênea, observou-se
muitas diferenças nos gráficos obtidos pelas
concentrações do radionuclídeo 137Cs de
valores respectivamente, 3,75x10-7 e
1,39x10-7 Ci/g com o gráfico do relatório
referente ao repositório de Abadia de Goiás
do ano de 2002.
1. 80E-08
1. 60E-08
1. 40E-08
1. 20E-08
1. 00E-08
8. 00E-09
6. 00E-09
4. 00E-09
2. 00E-09
0. 00E+ 01
100
200
300
400
500
600
Novos estudos acerca do programa e da via
de exposição externa serão necessários
para avaliar as concentrações limites no
inventário para emissores alfa de meia vida
longa.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] Yu, C., Zielen, A.J., Cheng, J.-J.,
LePoire, D.J., Gnanapragasam, E., Kamboj,
S., Arnish, J., Wallo III, A., Williams, W.A.,
Peterson, H. User’s Manual for RESRAD
Version 6, ANL/EAD-4, Argonne National
Laboratory United States Department of
Energy, 2001.
DO SE: Al l Nu cl i d es Su mmed , Al l Path w ays Su mmed
2. 00E-08
0
satisfatórios a ponto de serem feitas
comparações com os resultados obtidos no
relatório do repositório de Abadia de Goiás
do ano de 2002, em razão da exclusão da
via de exposição externa e da limitação do
software RESRAD-OFFSITE à apenas uma
zona de homogeneização, o que não
permitiu fazer a reprodutibilidade de um
repositório real.
700
800
Years
S ITE 2002.R OF 07/20/2015 13:11 Graphics.A sc Includes A ll P athw ays
(a)
[2] Yu, C., Gnanapragasam, E., Biwer, B.
M., Kamboj, S., Cheng, J-J., Klett, T.,
LePoire, D., Zielen, A. J., Chen, S. Y.,
Williams, W. A., Wallo, A., Domotor, S., Mo,
T. and Schwartzman, A. User’s Manual for
RESRAD-OFFSITE Version 2. Argonne
National Laboratory, June 2007.
DO SE: Al l Nu cl i d es Su mmed , Al l Path w ays Su mmed
7. 00E-09
6. 00E-09
5. 00E-09
4. 00E-09
3. 00E-09
2. 00E-09
1. 00E-09
0. 00E+ 01
0
100
200
300
400
500
600
700
800
Years
(b)
S ITE 2002.R OF 07/21/2015 15:38 Graphics.A sc Includes A ll P athw ays
Figura 1. Gráficos das simulações feitas
para as concentrações do radionuclídeo
137Cs de (a) 3,75x10-7 Ci/g e (b) 1,39x10-7
Ci/g, para um poço localizado a 3 m do
repositório para o Cenário B
CONCLUSÕES
[3] HEILBRON FILHO, P. F. L.,
PONTEDEIRO, E. M., COTTA, R. M.,
GUERRERO, J. S. P., JUNIOR, N. J. R.
Res-Assessment of the safety of the
Goiânia Repositories. CNEN, 2002.
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
CNPq.
Os resultados das simulações feitas com o
código RESRAD-OFFSITE não foram
P á g 40
Estudo do Efeito do Tratamento Combinado de
Tiossemicarbazonas, Cisplatina e Radiação Gama sobre Tumores
Malígnos
Thaís Salviana Ribeiro e Raquel Gouvea dos Santos
Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear - CDTN
INTRODUÇÃO
A cisplatina é um agente antineoplásico de
elevada efetividade, utilizado na terapia
sistêmica de diversos tipos de tumores [1].
Entretanto, são problemas adicionais a
serem enfrentados pelos pacientes, os
efeitos adversos inerentes ao uso dessa
droga e a resistência que muitos tumores
apresentam em relação ao tratamento
quimioterápico tradicional e à radioterapia.
Sendo assim, torna-se interessante a
terapia
combinada
de
fármacos
antineoplásicos associados à radiação
ionizante ou outras drogas, resultando numa
alternativa para diminuir a resistência
tumoral aos tratamentos isolados e a
toxicidade dos mesmos, uma vez que os
efeitos sinérgicos dessa associação levam a
uma diminuição de dose utilizada, tanto do
fármaco quando da radiação. Drogas
alternativas são as tiossemicarbazonas
derivadas de N(4)-Tolil-2-acetilpiridina, as
quais
recentemente
demostramos
apresentarem efeitos antitumorais [2].
Portanto, a observação de seu potencial
radiossensibilizador é uma das propostas
deste estudo, cujo objetivo central foi avaliar
o efeito da terapia combinada de cisplatina e
tiossemicarbazona
[Pt(2Ac4pT)Cl]
com
radiação ionizante e discutir o potencial
aditivo desta associação.
OBJETIVO
 Avaliar o efeito da terapia combinada
de cisplatina e tiossemicarbazona
[Pt(2Ac4pT)Cl]
com
radiação
ionizante.
 Discutir o potencial aditivo dessa
associação na indução de processos
de morte celular em células tumorais
de glioblastoma multiforme.
METODOLOGIA
Cultura de células: a linhagem celular
U87 de glioblastoma multiforme foi
cultivada em DMEM suplementado com
10% de soro fetal bovino e 1% de
penicilina-estreptomicina, a 37°C em uma
estufa de CO2.
Protocolo de tratamento: as células U87
foram divididas nos seguintes grupos:
Controle,
sem
administração
de
tratamento; radioterapia, na dose de 6
Gy; tratamento único com cisplatina;
tratamento único com [Pt(2Ac4pT)Cl];
tratamento
combinado
duplo
com
cisplatina e [Pt(2Ac4pT)Cl], cisplatina e
irradiação ou [Pt(2Ac4pT)Cl] e irradiação;
e tratamento combinado triplo com
cisplatina, [Pt(2Ac4pT)Cl] e irradiação.
Ensaio do MTT: as células U87 foram
cultivadas em microplacas de 96 poços, e
várias concentrações de cisplatina e
[Pt(2Ac4pT)Cl] foram adicionadas a cada
poço, 24 horas antes da irradiação.
Posteriormente,
as
células
foram
irradiadas com uma dose de 6 Gy. Por
fim, 48 horas após a irradiação, as placas
foram incubadas com MTT e a
absorbância foi medida por um leitor de
microplacas em um comprimento de onda
de 570nm.
Análise estatística: os dados foram
apresentados com a média ± desvio
padrão e foram analisados através da
One-Way análise de variância (ANOVA)
P á g 41
seguida do teste Bonferroni de
comparação múltipla, usando o programa
Graph Prism versão 5.01.
RESULTADOS
As drogas foram testadas em diferentes
concentrações na linhagem U87 de
glioblastoma multiforme, isoladamente ou
em combinação entre si e/ou com radiação
ionizante na dose de 6 Gy. A
tiossemicarbazona [Pt(2Ac4pT)Cl] mostrouse mais potente do que a cisplatina no
tratamento isolado, apresentando maior
efeito citotóxico sobre as células tumorais
de
maneira
dose-dependente.
Foi
observado também que essas células foram
pouco sensíveis à radiação na dose
mencionada, a qual reduziu cerca de
apenas 13% da sobrevivência das mesmas.
Por outro, comparando-se a terapia única de
cisplatina com a combinada dupla de
cisplatina
e
radiação,
observamos,
respectivamente, uma indução de morte
celular de 9% e 25%, o que sugere um
efeito aditivo da terapia combinada. Além
disso, a combinação de [Pt(2Ac4pT)Cl com
radiação também resultou em menor
sobrevivência celular em comparação com o
tratamento isolado de cisplatina ou
combinado duplo de cisplatina e radiação,
corroborando o efeito aditivo do tratamento
combinado e a maior potência da
tiossemicarbazona em relação à cisplatina.
CONCLUSÕES
Os
protocolos
antitumorais
testados
aparentaram ser citotóxicos de maneira
dose-dependente para as células U87 de
glioblastoma multiforme. Foi observada
redução da sobreviência celular quando
houve combinação da tiossemicarbazona
com radiação, ou combinação concomitante
da mesma com cisplatina e irradiação, o
que pode corroborar seu alto potencial
sensibilizador e citotóxico. A pequena
porcentagem de indução de morte celular
provocada pela radiação isolada reforça a
alta resistência das células desse tipo de
tumor, evidenciando a importância que as
terapias combinatórias podem ter para o
controle da progressão do câncer, através
do aumento da sensibilidade das células
tumorais à radiação por meio da
administração
paralela
de
agentes
antineoplásicos.
Sendo assim, tomando como base esses
resultados e outros já publicados pelo nosso
grupo, estudos futuros devem ser então
realizados com outras tiossemicarbazonas
para observação de seu efeito sinérgico em
terapias combinadas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[31] Steerengerg PA, Storm G, de Groot G,
Claessen A, Bergers JJ, Franken MA, Van
Hoesel QG, Wubs KL, de Jong WH.
“Liposomes as drug carrier system for
diamminedichloroplatinum (II). Antitumor
activity in vivo, induction of drug resistance,
nephrotoxicity and Pt distribution.” Cancer
Chemotherapy and Pharmacology. 21:299307, 1988;
[32]Ferraz KSO, Da Silva JG, Costa FM,
Mendes BM, dos Santos RG, Beraldo H.
“N(4)-Tolyl-acetylpyridine
thiosemicarbazones
and their platinum
(II,IV) and gold (III) complexes: cytotoxicity
against human glioma cells and studies on
the mode of action. Biometals 26: 677-691;
2003.
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
CNPq, CDTN, CNEN.
P á g 42
Interação Covalente e Não Covalente entre as Nanopartículas de Ouro
Modificadas e Aptâmeros Antitumorais
Thayana F. Teixeira e Estefânia Mara do N. Martins
Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear – CDTN
INTRODUÇÃO
O
presente
trabalho
propõe
a
funcionalização dos nanorods de ouro
(NRAu) com o ácido lipóico e a sua
interação covalente e não covalente ao
aptâmero de alta afinidade e especificidade
ao antígeno carcino embrionário (CEA),
para posterior uso em diagnóstico e terapia
do câncer do sistema digestivo, tal como o
carcinoma de coloretal. O grande potencial
da utilização das nanoestruturas em sistema
biológico se deve a suas propriedades
físico-químicas intrínsecas, como tamanho
reduzido, formato, grande área superficial e
a sua capacidade única de múltiplas
funcionalizações1.
OBJETIVO
Funcionalizar a superfície dos NRAu com o
ácido lipóico e promover a sua interação
covalente e não covalente ao aptâmero
antitumoral.
METODOLOGIA
Síntese e funcionalização dos NRAu
Os NRAu foram sintetizados pelo método
mediado por semente, no Laboratório de
Nanomateriais do Departamento de Física UFMG, coordenado pelo Dr. Luiz Orlando
Ladeira. A superfície dos NRAu foi
modificado utilizando-se o ácido lipóico
como
um
agente
dispersante
em
substituição ao CTAB e como molécula de
ancoramento para a biomolécula de
interesse. A interação entre ácido lipóico e o
NRAu foi favorecida via grupamento thiol.
Interação covalente e não covalente
entre o aptâmero antitumoral e os NRAu
Na primeira estratégia adotada, a interação
ente o aptâmero antitumoral e os NRAu
modificados
ocorreu
via
interação
eletrostática. Posteriormente, adotamos
uma abordagem diferente, onde os grupos
carboxílicos livres nas extremidades do
ácido lipóico foi ativado via EDC/NHS (Netil-N’-3-dimetil-aminopropil
carbodiimida/
Hidroxisuccinimida)
para
interação
covalente com o aptâmero.
RESULTADO
Caracterização por espectroscopia de
UV-Visível-NIR dos NRAu.
A amostra sintetizada foi submetida à
espectroscopia de UV-Visível-NIR, para
obtenção do seu espectro característico.
Conforme a forma anisotrópica dos NRAu,
os espectros obtidos contêm um eixo curto
(530nm) e um eixo longo (720nm), o que
confirma a morfologia da nanoestrutura e o
sucesso da sua síntese (fig.1).
Funcionalização
covalente
e
covalente dos NRAu modificados
não
Os resultados mostraram o deslocamento
do espectro dos NRAu funcionalizados em
relação aos NRAu não funcionalizados (Fig.
2). A interação eletrostática (fig.3) e via
EDC/NHS (fig.4) também foi evidenciada a
partir do deslocamento à direita da linha
espectral dos NRAu-aptâmeros em relação
aos NRAu modificados.
P á g 43
Figura 3: Espectroscopia de UV-VIS-NIR
dos NRAu modificados e em sua interação
eletrostática com os aptâmeros. NRAu não
funcionalizado (preto), NRAu funcionalizado
ao ácido lipóico (vermelho). NRAu
associado ao aptâmero (azul).
Eixo Longo
1,0
Eixo Curto
0,6
0,4
0,2
1,0
0,0
0,8
400
500
600
700
800
900
1000
Comprimento de Onda
Figur
a 1: Espectroscopia de UV-VIS-NIR dos
NRAu
sintetizados
pelo
método
semente.
NR119 + TA 8mM Apos primeira lavagem
NR119 + TA 8mM Apos segunda lavagem
1,0
Absorbância (a.u.)
0,4
0,2
0,0
500
600
700
800
900
1000
Comprimento de Onda (nm)
Figura 4: Espectroscopia de UV-VIS-NIR
dos NPAu associados aos reagentes
intermediários EDC/NHS. AuNR não
funcionalizado (preto). AuNR funcionalizado
com ácido lipóico e ativado cia EDC-NHS
(vermelho). AuNR associado ao aptâmero
(azul).
0,8
0,6
0,4
0,2
CONCLUSÕES
0,0
500
600
700
800
900
1000
Comprimento de Onda (nm)
Figura 2 - Espectroscopia de UV-VIS-NIR
dos NRAu funcionalizados ao ácido
lipóico. NRAu não funcionalizado (linha
preta). NRAu funcionalizado (linha
vermelha e azul).
NR119
NR119TA
NRDNA9
1,0
Os NRAu foram funcionalizados com
sucesso ao ácido lipóico e ao aptâmero
anitumoral via EDC/NHS e interação
eletrostática. O nanocomplexo obtido
NRAumodicados-aptâmero, constituem uma
potente
ferramenta
para
terapia e
diagnóstico do câncer do sistema digestivo,
tal como o carcinoma do coloretal.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[33]BROCHADO,
P.M.D.
S;
et
al.
Nanotecnologia e a sua aplicação à
terapêutica oncológica. 2013.
0,8
Absorbância (a.u.)
NR119
NR119EDC/NHS
NR119EDC/NHS 2,4nMol
0,6
400
NR119
400
Absorbância (a.u.)
Absorbância (a.u.)
0,8
0,6
0,4
0,2
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
0,0
400
500
600
700
800
900
1000
Projeto CNPQ - Processo: 308613/2013
Comprimento de Onda (nm)
P á g 44
Síntese e Caracterização de Nanocompósito de Magnetita e Sílica
Mesoporosa para Dispositivos de Liberação Controlada de Fármaco
Thaylice Cristina Sampaio Cabral e José Domingos Ardisson
Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear - CDTN
INTRODUÇÃO
METODOLOGIA
O estudo de materiais nanoestruturados tem
se ampliado nos últimos anos, tendo como o
foco sua aplicação em sistemas biológicos,
primariamente com o propósito de carreador
seletivo de drogas ou moléculas de
interesse em um tecido ou órgão. Nesse
contexto os nano-bio-compósitos baseados
em sílica mesoporosa com nanopartículas
magnéticas são potenciais matrizes para
incorporação e liberação controlada de
moléculas terapêuticas [1].
Os
nanomateriais
magnéticos
aqui
estudados foram sintetizados via rota
química, inicialmente foram utilizados dois
procedimentos de síntese para a obtenção
da magnetita nanoestruturada.
Para serem utilizados em bioaplicações,
espera-se que os materiais magnéticos
sejam de natureza supermaramagnética,
pois essa característica implica que quando
removidos de um campo magnético externo
esses materiais apresentam magnetização
residual, ou seja, a coercividade, igual a
zero. Outra propriedade que vem sendo
explorada é que, na presença de campo
magnético
alternado
partículas
superparamagnéticas apresentam elevadas
flutuações Brownianas e flutuações no
momento magnético da estrutura cristalina,
essas duas juntas induzem uma geração de
calor conhecida como hipertermia. [3]
OBJETIVO
Sintetizar e por meio de caracterização
estudar as propriedades estruturais e
magnéticas de nanocompósitos a base de
magnetita e sílica mesoporosa.
Amostras de magnetita, aqui identificadas
como “A” foram preparadas pelo método
químico de Co-precipitação, descrita por
Ma. [4]. Já as nanopartículas de magnetita
identificadas como “B” foram obtidas pelo
método de oxidação-precipitação descrito
por Yu. [5].
Por
outro
lado,
a
síntese
dos
nanocompósitos de magnetita/SBA-15 foi
obtida pelo método descrito por Zhao,
modificado. Pois a magnetita é adicionada
durante a síntese, antes da adição do
precursor da sílica. [6]
RESULTADOS
Os difratograma de raios X (Figura 1) das
magnetitas puras (“A” e “B”) mostram picos
bem definidos e característicos da
magnetita, indicando a eficiência dos dois
processos. Um maior alargamento nos picos
da magnetita “A” indica menor grau de
cristalinidade que a “B”. Através de cálculos
de Scherrer, foram encontrados valores do
tamanho de cristalito de 11nm para a
magnetita “A” e de, 36 nm para a “B”; um
indício de que a magnetita “A” é menor que
a “B”. Esse comportamento se mantém para
os compósitos que só se diferem por um
pico alargado entre a região entre 15 e 30°
relacionados a presença de sílica.
Medidas de espectroscopia Mössbauer na
Figura 2, sugerem para a magnetita “A” um
P á g 45
comportamento superparamagnético que
pode ser decorrente do seu reduzido
tamanho de partícula. E o espectro da
magnetita “B” foi ajustado com dois sextetos
com
parâmetros
característicos
da
magnetita, indicando a formação dos sítios
tetraédrico e octaédrico.
(a)
das amostras em hipertermia magnética.
Observou-se para as duas amostras uma
relação direta entre a concentração e a
geração de calor. Houve um maior
aquecimento para a amostra compósito A, o
que pode ser atribuído ao menor tamanho
das partículas, que se aproximam a
monodomínios magnéticos favorecendo um
maior aquecimento.
60
80
60
40
Magnetização (emu/g)
Counts (a.u.)
(b)
(c)
40
20
20
0
0
-20
-20
-40
-40
(d)
Magnetita A
Compósito A
(311)
-60
(111)
10
30
40
50
60
70
0
10000
Figura 3: Curvas de Histerese.
80
1,00
1,000
0,98
0,995
2+
3+
(Fe +Fe ) sítio octaédrico - área = 62 %
3+
Fe sítio tetraédrico - área = 37 %
3+
Fe - área = 1 %
COMPÓSITO-A
Relative transmission
Relative transmission
-10000
2
Figura 1: Difração de raios X das amostras.
1,00
0,98
0,96
10000
(422)
20
.
0,990
0
Campo Aplicado (Oe)
(511)
(400)
Magnetita B
Compósito B
-80
-10000
(440)
(220)
-60
0,96
2+
3+
(Fe +Fe ) sítio octaédrico - área = 66 %
3+
Fe sítio tetraédrico - área = 34 %
0,94
MAGNETITA-B
1,00
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
0,99
Fe3O4 (SPM)
2+
-10
3+
(Fe +Fe ) sítio octaédrico - área = 65 %
3+
Fe sítio tetraédrico - área = 35 %
0,98 COMPÓSITO-B
MAGNETITA-A
-5
0
Velocity (mm/s)
5
10
-12
Foi possível sintetizar nanopartículas
superparamagnéticas que apresentam baixa
magnetização remanente após submetidas
a um campo, e uma alta taxa de
aquecimento por indução magnética em
baixas concentrações. Essas características
são desejáveis para aplicações in vivo.
-9
-6
-3
0
3
6
9
12
Velocity (mm/s)
Figura 2: Espectro Mössbauer.
As curvas de histerese obtidas pelo método
de magnetometria de amostra vibrante
(VSM), na Figura 3, mostram valores dos
parâmetros característicos de materiais
magneticamente moles, com menores
valores de Ms para os compósitos em
relação às magnetitas, devido à presença
de material não magnético nas amostras. A
curva da magnetita A é típica de materiais
superparamagnéticos, evidenciado pelos
baixos valores de MS, MR e HC.
Medidas de aquecimento por indução
magnética verificaram potencial aplicação
[1]Gupta, K.; Gupta, M. Biomaterials, p.
3995-4021, 2005.
[3]Singh, A. et al. Magnetic nanoparticles: a
novel platform for cancer theranostics. Drug
Discovery Today, v. 19, n. 4, 2014.
[4] Ma, Z.; Guan, Y.; Liu, H. 2006. J. of M.
and Magnetic Materials 301(2):469–77.
[5]Yu, Wenguang et al. 2006. Materials
Letters 60(24): 2998–3001.
[6]Zhao, D. et al Journal of the American
Chemical Society, v. 120, 1998.
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
CNPq, FAPEMIG, CAPES, CDTN, CNEN
P á g 46
Investigação Numérica da Melhoria da Transferência de Calor dos
Nanofluidos Utilizando Propriedades Termofísicas Experimentais e
Teóricas
Tiago Augusto Santiago Vieira e Denise das Mercês Camarano
Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear CDTN
INTRODUÇÃO
Nanofluidos é o termo utilizado para
denominar uma mistura entre um fluido base
e
um
particulado
de
dimensões
nanométricas
(menores
que
100
nanometros). Inferiu-se que adicionando
partículas
sólidas
com
propriedades
térmicas mais vantajosas iriam possibilitar a
utilização de fluidos mais eficientes para
trocas térmicas. Em [1], o estudo confirmou
que a aplicabilidade de nanofluidos requer
mais estudo, pois ocorre uma disparidade
nos
resultados
encontrados
pelos
investigadores. Entretanto, apesar destas
diferenças, existe um consenso nos
principais
fatores
que
afetam
as
propriedades de transferência de calor dos
nanofluidos. Apesar de os fatores que
possibilitam as propriedades termofísicas
dos
nanofluidos
serem
conhecidos,
quantificar a intensidade com que cada fator
influencia essas propriedades ainda não foi
feito. Os modelos existentes para a
condutividade, por exemplo, são baseados
na equação de Maxwell, que foi
desenvolvida para particulados maiores e
não leva em consideração a interação entre
as nanopartículas e as moléculas do fluido
base. Assim, uma determinação precisa das
propriedades termofísicas dos nanofluidos
se
restringe
às
possibilidades
experimentais.
OBJETIVO
Este estudo tem como objetivo, comparar
valores numéricos e experimentais de
condutividade,
viscosidade
para
um
nanofluido grafeno-água, e comparar os
resultados do escoamento e troca térmica
desses
nanofluidos
utilizando
suas
propriedades
termofísicas
medidas
experimentalmente com suas propriedades
determinadas por modelos matemáticos
conhecidos.
METODOLOGIA
Foi feita a simulação numérica de quatro
nanofluidos de discos de grafeno num fluido
base água e da água pura para efeitos de
comparação utilizando-se do software Ansys
CFX. A geometria da simulação consiste
num tubo cilíndrico de comprimento 1,4m e
0,01m de diâmetro. A malha gerada possui
os seguintes parâmetros: número de nós
390325, número de elementos 442800. Foi
utilizado, também, o recurso inflation para
refinar a malhar próximo à parede do tubo.
Ocorreu a variação dos seguintes
parâmetros: concentração por volume dos
discos de grafeno (0,025%wt, 0,050%wt,
0,075%wt e 0,1%wt), número de Reynolds
(4583) e do fluxo de calor no tubo
(12320W/m²). As propriedades termofísicas
dos nanofluidos de grafeno, as dimensões
do tubo, resultados para comparação foram
levantados a partir de [2]. Para extrair as
propriedades a partir dos gráficos, foi
utilizado o software Engauge. Foram
utilizados os modelos de Maxwell,
Shukla/Dhir (SD) e Hamilton/Crosser (HC)
para a condutividade. Para a viscosidade,
os testes foram feitos com os modelos de
Einstein, Brinkman, Batchelor. Foram feitas
simulações somente com as propriedades
termo físicas levantadas para efeito
P á g 47
comparativo
SNPTE
(Simulações
Numéricas com Propriedades Termo físicas
Experimentais). As simulações envolvendo
a água pura foram feitas para as mesmas
condições anteriores, exceto o fato das
propriedades termo físicas serem tratadas à
temperatura de entrada dos fluidos, no
caso, 30° Celsius.
RESULTADOS
Os resultados obtidos nesse trabalho são
organizados a respeito de quanto o
nanofluido troca calor com um tubo
aquecido
e
seu
adimensional
correspondente (Nu), o que pode ser
visualizado na Fig. 1 para Re. No que se
refere ao adimensional abordado, a Fig. 2
apresenta os resultados encontrados.
314
Tenperatura (K)
Temperatura (K)
314
250
0.025%wt
312
200
Nusselt
310
308
306
150
100
50
304
0
312
30 60
0 x/L
0.075%wt0
310
308
306
304
0
30
60
x/L
0.050%wt
Numérico
310
Maxwell
308
Shukla/Dhir
Brinkman
306
Experimental
Água
304
90 120 0
30 60
314
x/L
0,05 0.100%wt
0,1
312
Concentração
(wt%)
Numérico
310
Maxwell
Temperatura (K)
Temperatura (K)
314
312
90
308
306
90
120
Re = 4583
Q = 12320 W/m²
Numérico
Shukla/Dhir
Maxwell
Einstein
Shukla/Dhir
Brinkman
Brinkman
SNPTE
Experimental
Maxwell
Água
Experimental
Água
0,15
Numérico
Maxwell
Shukla/Dhir
Shukla/Dhir
Brinkman
Brinkman
Experimental
Experimental
Água
304
120 0
30
Água
60
x/L
90
120
Figura 1. Temperatura de parede variando ao longo
do tubo.
CONCLUSÕES
A simulação numérica realizada nesse
trabalho permite concluir que o modelo
numérico utilizado é válido para prever o
escoamento dos nanofluidos em uma
geometria simples e aquecida para Re
baixos. Isto é possível, pois os valores
encontrados
numericamente
variaram
conforme o esperado. Não foi possível
concluir se a adição de nanofluidos produz
ganhos significativos para fluidos de troca
térmica, já que em algumas das simulações
a água pura resfriou o tubo de forma mais
eficiente que o nanofluido. Apesar que os
modelos matemáticos para definir as
propriedades termofísicas dos nanofluidos
ainda não possuem precisão nos resultados,
para concentrações muito baixas, as
propriedades termofísicas dos nanofluidos
se aproximam muito das propriedades da
água.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[34]XUAN, Y., LI, Q., “Heat Transfer
Enhancement of Nanofluids”, Int. Journal of
Heat and Fluid Flow, vol 21, pp.68-64, 2000.
[35]SADEGHINEZHAD, E.; TOGUN, H.;
MEHRALI, M.; NEJAD, P. S.; LATIBARI, S.
T.; ABDULRAZZAQ, T; KAZI, S. N.;
METSELAAR, H. S. C. An experimental and
numerical investigation of heat transfer
enhancement for graphene nanoplatelets
nanofluids in turbulent flow conditions, vol.
81, p. 41-51, (2015).
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
CNPq
Figura 2. Nusselt variando com o aumento da
concentração de nanoparticulado.
P á g 48
Aplicação das Esferas Hidrogéis de Ferro-PVA no Tratamento de Rejeitos
Líquidos Contendo Urânio.
Victor Barbosa Campos e Armindo Santos
Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear - CDTN
INTRODUÇÃO
Urânio e seus compostos são considerados
recursos minerais estratégicos, sobretudo
por causa do seu uso como fonte de energia
e de material bélico. Eles são altamente
tóxicos, constituindo-se, assim, numa
ameaça à saúde humana e ao meio
ambiente. Deste modo, a exploração
econômica deles é cercada de restrições
internacionais, em especial com relação ao
seu manuseio e destinação [1].
Um caso típico de restrição é a
recomendação da Organização Mundial de
Saúde (WHO), limitando o teor de U em
água de beber em 15 μgU/L [1]. Restrições
como esta demandam um substancial
esforço de pesquisa para lidar com os
rejeitos provenientes dela, de modo a evitar
os riscos de contaminação ambiental com
materiais nucleares.
Métodos convencionais de tratamento deste
tipo de rejeito (precipitação química, troca
iônica, processos relacionados ao uso de
membranas,
processo
biológicos
e
eletroquímicos, etc) são considerados caros
e/ou ineficientes para abaixar o teor de 100
mgU/L para 15 μgU/L [2]. A adsorção surge
como alternativa a estes métodos, mas
requer o desenvolvimento de novos
adsorventes, preferencialmente esféricos,
compostos
por
nanopartículas
monodispersas numa matriz polimérica
contendo
macroburacos
(poros
de
dimensões micrométricas).
hidrofílica do PVA (álcool polivinílico) e
utiliza-las no estudo de adsorção do urânio
presente em meios aquosos.
OBJETIVO
Estudo do comportamento de adsorção de
UO22+ nas esferas hidrogéis de Fe-PVA,
qualificando-as como adsorvente de urânio
no sistema de tratamento de rejeito líquido
em colunas de leito fixo.
METODOLOGIA
A síntese das esferas hidrogéis de Fe- PVA
envolve o uso do Processo Sol-gel, o qual
propicia a polimerização dos monômeros do
PVA em volta de uma fase sólida contendo
nanopartículas de oxihidróxido de Fe
intercaladas por nitrato de amônio [3].
Nas rotinas envolvidas no processo de
adsorção no modo batelada usamos 50 mL
de solução de UO22+, 80 rpm, 25 oC e uma
massa fixa de esferas (~0,13 g) nos testes
de: determinação do efeito do pH (2-9) na
estabilidade química e na capacidade
adsortiva das esferas; equilíbrio químico (Ci
variando de 1 a 2000 mgU/L); e cinética
(100 um/L, 1-48 h). Determinamos o teor de
U via Energia Dispersiva de Raios-X (EDX)
e Nêutrons Retardados (NR).
RESULTADOS
Na Fig.1 mostramos as esferas obtidas a
partir da fase sólida sem (1a, 2883±69 µm)
e com (1b, 3433±63 µm) secagem.
Neste trabalho, nós utilizamos o processo
sol-gel para obter esferas hidrogéis com
nanopartículas
monodispersas
de
oxihidróxido de Fe na rede polimérica
P á g 49
Fig. 1 Esferas de oxihidróxido de
Fe-PVA sem (a, 2883±69 µm) e
com
(b,
3433±63
µm)
macroburacos.
Fig. 2 Efeito do pH na estabilidade química
(a) e na capacidade adsortiva máxima das
esferas (b).
De acordo com a análise cinética (curva de
saturação não mostrada aqui) a saturação
dos sítios ativos das esferas hidrogéis de
oxihidróxido de Fe-PVA com macroburacos
(Fig.1b) requer um tempo maior que 48h. O
mecanismo de adsorção de U nas esferas é
complexo;
quimisorção
e
difusão
intrapartícula contribuem para o passo
controlador do processo de adsorção.
Testes preliminares de dose mostram que
são necessários 280mL das referidas
esferas para reduzir o teor de U em 1L de
solução de 10 mgU/L para 20 µgU/L,
satisfazendo assim os requisitos de
desempenho exigidos para o tratamento de
meios aquosos.
A Fig.2a mostra a variação do teor de Fe
peptizado com a variação do pH. Como
podemos observar, as esferas possuem
uma ótima estabilidade química e liberam
somente 0,1 mgFe/L em pH 2-9, o que as
habilita para uso em qualquer faixa de pH. A
Fig. 1b, mostra a variação da capacidade
adsortiva das esferas de acordo com a
variação do pH, onde a máxima captura de
U ocorre em pH 5,5 (14 mgU/g, via NR).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
De acordo com as isotermas de equilíbrio
(não mostradas aqui), nossas esferas
possuem uma capacidade adsortiva máxima
de 249,37 (Fig. 1a) e 413,22 (Fig. 1b)
mgU/g (via NR). Estes valores são bastante
significativos se comparados ao encontrado
na literatura, 176,12 mgU/g [1]. Nossos
resultados comprovam o efeito benéfico da
nanoestruturação e da inclusão de
macroburacos na rede polimérica do PVA.
Os dados de equilíbrio de adsorção de U
ajustam-se melhor ao modelo de Freundlich,
sugerindo que a adsorção de U ocorre em
superfícies amorfas e heterogêneas.
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
[36] S. D. Yusan, S. Akyil, J. Hazard. Mater,
160, 388-395, 2008.
[37] S.
Yusan,
S.
A.
Erenturk,
Desalinination, 263, 233-239, 2010.
[38]Santos, A. et al. Chemical Engineering
Journal 210, 432–443, 2012.
Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico – CNPq, Fundação
de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas
Gerais-FAPEMIG e VALE S/A.
P á g 50
C e nt r o Re g i ona l d e C i ê nc i a s Nuc l e a r e s d o N or d e s t e
C R C N- NE
P á g . 51
VALIDAÇÃO DA CURVA DE CALIBRAÇÃO DOSE-RESPOSTA PARA CAMPO
MISTO NÊUTRON-GAMA DO LABORATÓRIO DE DOSIMETRIA BIOLÓGICA
DO CRCN-NE/CNEN
Aida Mayra Guedes de Andrade e Fabiana Farias de Lima
Centro Regional de Ciências Nucleares do Nordeste - CRCN-NE
INTRODUÇÃO
Ao longo da história, os efeitos das
radiações ionizantes na saúde foram
identificados e descritos, principalmente, a
partir de situações nas quais o homem
encontrava-se exposto de forma aguda [1].
Diante dos acidentes radiológicos e
nucleares, surgiu a necessidade de estimar
a quantidade de radiação absorvida pelo
organismo humano devido à radiação
ionizante: a dosimetria biológica. [2]. Muitos
estudos têm mostrado que a análise de
alterações cromossômicas (estáveis e
instáveis),
envolvendo
as
células
sanguíneas, particularmente os linfócitos,
pode fornecer uma estimativa da dose
absorvida. Em trabalhos prévios realizados
pelo Laboratório de Dosimetria Biológica
(LDB)
do
CRCN-NE/CNEN,
foram
estabelecidas curvas de calibração doseresposta para campo misto nêutron-gama,
sendo necessária a validação das mesmas
para maior segurança no seu uso posterior.
OBJETIVO
Este trabalho objetivou validar as curvas
dose-resposta de linfócitos do sangue
periférico, estabelecidas no Laboratório de
Dosimetria Biológica do CRCN-NE/CNEN,
para dicêntricos e dicêntricos somados a
anéis, devido à irradiação por campo misto
nêutron-gama.
METODOLOGIA
As amostras foram obtidas a partir de três
voluntários e irradiadas no Laboratório de
Calibração de Nêutrons do CRCN-NE com
duas fontes de 241AmBe sob uma taxa de
dose de ±0,07Gy/h. As amostras de dois
dos voluntários (1 e 3) foram irradiadas com
doses absorvidas conhecidas (0,3Gy e
0,75Gy) e do outro (2) com uma dose
absorvida, a princípio, não conhecida para
que fosse determinada (blind test).
Posteriormente, foi informado se tratar de
dose absorvida de 0,43Gy. As preparações
citológicas para as análises cromossômicas
foram obtidas a partir de cultura de linfócitos
segundo
protocolo
padrão.
Foram
analisadas apenas células em metáfase no
primeiro ciclo celular e viáveis (sem
sobreposição e com 46 centrômeros) [3].
Foram contabilizados os cromossomos
dicêntricos, os em anel e os fragmentos
acêntricos. A dose absorvida foi estimada
por meio das curvas dose-resposta do LDB
para dicêntricos e dicêntricos somados a
anéis em campo misto, utilizando o software
DOSE ESTIMATE que vem sendo usado
por grupos de pesquisa em dosimetria
biológica. Para a validação, foram utilizadas
tanto a curva quadrática como a linear,
como seguem:
Quadrática:
YDic = 0,0826D2 + 0,0524D + 0,0010
(1)
YDic+Anel = 0,0872D2 + 0,0813D + 0,0013
(2)
Linear:
YDic = 0,1217D + 0,0009
(3)
YDic+Anel = 0,1544D + 0,0013
(4)
onde, Y é a frequência de alterações e D é
a dose absorvida (Gy).
RESULTADOS
O número de alterações cromossômicas
instáveis encontradas nas amostras e suas
frequências estão demonstrados na Tabela 1.
TABELA 1. Frequências das diferentes alterações
cromossômicas em relação à dose absorvida.
P á g . 52
As doses estimadas, utilizando os
coeficientes da curva de calibração doseresposta do CRCN-NE, podem ser vistos
nas Tabelas 2.
TABELA 2. Doses estimadas utilizando as curvas
de calibração de dicêntricos e de dicêntricos +
anéis obtidas pelo programa Dose Estimate
função linear é a que melhor representa a
relação da frequência de alterações com a
dose absorvida quando se trata de
radiações de alta LET, como os nêutrons;
enquanto a quadrática melhor representa as
de baixa LET, como a gama [2]. No trabalho
em questão, foi usado um campo misto de
nêutron- gama, onde o nêutron parece se
sobrepor ao gama, mostrando isso nos
resultados, em que a curva com a função
linear parece ser a mais exata para a
estimativa da dose.
CONCLUSÕES
Observa-se que as doses estimadas tanto
pela curva de dicêntricos, como pela curva
de dicêntricos somados a anéis se
apresentam no intervalo de confiança de
95%, como preconizado pela AIEA [2]. Isso
indica que, ambas as curvas podem ser
utilizadas para estimativa de dose. Os
dicêntricos são considerados o “padrão
ouro” para a dosimetria citogenética, sendo
sua curva a mais utilizada na literatura,
devido principalmente a sua elevada
radioespecificidade e baixa incidência na
população (1-2 dicêntricos/1.000 células).
Como os anéis cromossômicos são muito
mais raros do que dicêntricos, alguns
pesquisadores utilizam os anéis somados
aos dicêntricos enquanto outros optam por
ignorá-los para a estimativa da dose
absorvida [2].
Quando comparando as curvas quadrática e
linear, observa-se que os desvios padrões
das doses absorvidas estimadas são
menores quando se utiliza a curva com
função linear. Como é sabido, um
importante parâmetro para determinar a
forma da curva dose-resposta, é a
transferência linear de energia - LET. A
As curvas de calibração dose-resposta para
dicêntricos e para dicêntricos somados a
anéis são válidas para utilização em
estimativas de doses em indivíduos
expostos à radiação com campo misto
nêutron-gama. Quanto ao tipo de curva, a
função linear parece estimar de forma mais
exata as doses absorvidas em indivíduos
expostos à radiação com campo misto
nêutron-gama,
apesar da quadrática
também ter estimado dentro do intervalo de
confiança de 95%.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.
[39] NOUAILHETAS, Y.; ALMEIDA, C. E B.;
PESTANA, S. Comissão Nacional de
Energia Nuclear – CNEN. Apostila
educativa: Radiações Ionizantes e a vida,
2011.
[40] INTERNACIONAL ATOMIC ENERGY
AGENCY.
Cytogenetic
dosimetry:
applications in preparedness for and
response to radiation emergencies. Third
Edition, 2011.
[41] INTERNATIONAL ATOMIC ENERGY
AGENCY.
Cytogenetic
Analisys
for
Radiation Dose Assessment. Technical
Report Series nº 405, 2001.
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
Centro Regional de Ciências Nucleares do
Nordeste – CRCN-NE/CNEN e ao
CNPq/CNEN pelo apoio financeiro através
da
bolsa
de
iniciação
científica
P á g . 53
Desenvolvimento de Fantomas de Voxels a partir de Fantomas Físicos da
Região do Tronco Humano para Avaliações Dosimétricas
Bianca Coutinho Muniz e Cláudio José Mesquita Menezes
Centro Regional de Ciências Nucleares – CRCN-NE
INTRODUÇÃO
Os Modelos Computacionais de Exposição
(MCE) são utilitários baseados em
elementos de volume chamados voxels
(voxel = volume do pixel; pixel = elemento
básico em uma imagem digital) [1] que
simulam situações em que ocorra irradiação
em um dado meio. São compostos,
fundamentalmente,
por
um
modelo
antropomórfico para simular a geometria
irradiada (usualmente referenciado como
fantoma, neologismo da palavra inglesa
phantom), algoritmos para simular a fonte
radioativa usada e um código Monte Carlo
para simular o transporte e a interação da
radiação com a matéria, bem como avaliar a
energia depositada. O Método Monte Carlo
é uma ferramenta computacional que simula
um
grande
número
de
interações
microscópicas para estimar quantidades
macroscópicas de interesse, sendo capaz
de auxiliar estudos onde medidas físicas
são
inconvenientes
ou
impossíveis.
Atualmente, os simuladores mais realísticos
são aqueles construídos a partir de dados
de imagens tomográficas de seres humanos
(tomografia computadorizada e ressonância
magnética).
OBJETIVO
O principal foco deste projeto é o
desenvolvimento
de
um
modelo
computacional para avaliação de dose a
partir do FATTO (Fantoma Físico da Região
Torácica) [2], onde seja possível simular a
interação
das
radiações
ionizantes
determinando grandezas dosimétricas como
dose absorvida em órgãos ou tecidos e a
dose de entrada na pele, variando-se a
energia, posição, direção, e outros
parâmetros do feixe de radiação. E, com
isso, minimizar a problemática da dose
absorvida em pacientes submetidos a
radiações ionizantes em exames de
radiodiagnóstico, através de uma forma
segura já que não há a necessidade de
expor diretamente indivíduos.
METODOLOGIA
Neste trabalho, o programa de Monte Carlo
EGSnrc foi utilizado no desenvolvimento de
um modelo computacional de exposição
externa para estudo da dose de entrada na
pele para radiografias de tórax e coluna. A
obtenção das imagens tomográfica do
FATTO foram realizadas no Centro de
Medicina Nuclear de Pernambuco –
CEMUPE e no Instituto de Radiodiagnóstico
José Rocha de Sá, clínicas conveniadas
com GPDC&SE/CNPq, as quais forneceram
os materiais, equipamentos e profissionais
especializados com a estrutura necessária a
realização destas atividades. E através
dessas imagens o fantoma de voxel foi
construído para ser acoplado ao código
Monte Carlo EGSnrc [3], de modo similar ao
realizado em Vieira (2004) [4]. Tal
acoplamento ocorreu ao transformar o
arquivo binário contendo o fantoma em um
arquivo de texto que pode ser lido dentro do
código EGSnrc e armazenado em uma
matriz interna 3D. Com os parâmetros
devidamente informados a simulação do
transporte e interação da radiação com a
matéria pode ser calculada, bem como a
energia depositada (e, portanto, a dose
absorvida)
nos
órgãos
e
tecidos
radiossensíveis do corpo humano. Então,
medidas experimentais foram realizadas
P á g . 54
com a finalidade de validar o modelo
computacional.
RESULTADOS
Os resultados obtidos experimentalmente
com uma câmara de ionização para
Radiodiagnóstico modelo 10x5-6 associada
ao eletrômetro da Radcal, modelo 9015,
foram comparados com as simulações e
mostraram que o modelo computacional
proposto pode ser utilizado em programas
de
garantia
da
qualidade
em
radiodiagnóstico, avaliando a dose de
entrada na pele quando se variam
parâmetros do feixe de radiação tais como
quilovoltagem pico (kVp), produto correntetempo (mAs), filtração total e distância fonte
superfície (DFS), otimizando as práticas em
radiodiagnóstico e atendendo as normas
vigentes.
[43] BARBOSA, J. L. O.; MENEZES, C. J.
M.; OLIVEIRA, A. C. H.; LOPES FILHO, F.
J.; VIEIRA, Construção De Um Objeto
Simulador
Para
Exames
De
Radiodiagnóstico Do Tórax. VIII Congresso
Internacional da Sociedade Brasileira de
Biociências Nucleares, Recife-PE; 2012.
[44] KAWRAKOW, I. and ROGERS, D. W.
O., THE EGSnrc CODE SYSTEM: Monte
Carlo Simulation of Electron and Photon
Transport,
NRCC
Report
PIRS-701,
National Research Council of Canada,
Ottawa, Canada, 2003.
[45] VIEIRA, J. W. Construção de um
Modelo Computacional de Exposição para
Cálculos Dosimétricos Utilizando o Código
Monte Carlo EGS4 e Fantomas de Voxels,
Tese de Doutorado, UFPE-DEN, Recife-PE,
2004.
CONCLUSÕES
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
O MCE possui características adequadas
para uso em estudos dosimétricos de
imagens médicas de radiodiagnóstico do
tórax e coluna, tanto quanto para o
treinamento de profissionais da área. Logo,
poderá ser aprimorado e utilizado em
simulações nas mais diversas aplicações
em dosimetria, podendo contribuir no
desenvolvimento de novos métodos de
construção de fantomas, bem como na
otimização da distribuição de dose em
pacientes e na qualidade da imagem obtida,
já que é possível avaliar a dose de entrada
na pele ao variar parâmetros do feixe de
radiação.
Esse trabalho não seria possível sem o
apoio financeiro do CNPq através da bolsa
de Iniciação Científica e pelos testes que
foram realizados no laboratório de Física
Médica do CRCN-NE.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[42] AMORIM A. S., Determinação da
Distribuição de Doses no Homem em
Exposições Acidentais com Fontes de 192Ir,
de Alta Taxa de Dose, Utilizadas em
Braquiterapia, Tese de Doutorado, UERJRJ, Rio de Janeiro-RJ, 2002.
P á g . 55
Evolução Temporal da Poluição por Metais-traço no Açude de Apipucos,
Recife – PE
Cássia Kellen Lopes Fonseca e Vivianne Lúcia Bormann de Souza
Centro Regional de Ciências Nucleares – CRCN/NE
INTRODUÇÃO
METODOLOGIA
O Açude de Apipucos está localizado na
cidade de Recife, Pernambuco, Brasil. O
reservatório está sob um processo de
degradação grave, não só pelos poluentes
provenientes de instalações industriais, bem
como pelo despejo de esgoto doméstico
sem tratamento diretamente no açude. A
reconstrução da evolução temporal das
concentrações de metais traço no Açude de
Apipucos será utilizada como um indicador
da qualidade das águas de superfície a
partir de uma perspectiva histórica,
fornecendo um apoio técnico para a
formulação de políticas de gestão ambiental.
A maior contribuição de sedimentos
detríticos implica num predomínio de
componente geoquímica derivado de fontes
litogênicas, enquanto após o período
industrial torna-se relevante investigar a
componente geoquímica derivado de fontes
antropogênicas.
O 210Pb é um isótopo
radioativo que ocorre naturalmente e é parte
da série de decaimento do urânio (238U). O
comportamento do 210Pb, é de que a sua
atividade no sedimento é inversamente
proporcional ao tempo decorrido após a
sedimentação, assumindo um fornecimento
constante de 210Pb da atmosfera para os
sedimentos de superfície permitindo a
datação.
OBJETIVO
Este trabalho avaliou a elaboração de
curvas de enriquecimento/empobrecimento
dos metais-traço em sedimentos ao longo
dos últimos 100 anos e as concentrações de
metais assimilados pelas diversas partes da
planta aquática Eichhornia crassipes
presente no Açude.
Foram tomados seis pontos de amostragem
no Açude de Apipucos envolvendo a coleta
de sedimentos, água e plantas; os
sedimentos foram obtidos utilizando-se um
amostrador de 1,00m de comprimento; as
amostras de água foram coletadas em tubos
plásticos e tiveram suas condutividades, pH
e temperatura da água avaliadas. Os perfis
foram cortados em intervalos de 3 cm
(teóricos,
suposição)
para
análise,
entretanto, de fato, foi encontrado que
quando corrigido pela compactação dos
sedimentos os intervalos variaram de 5 a 25
cm considerando todos os pontos de
amostragem. As amostras foram secas a
50°C, e passadas através de uma série fina
de peneiras. Então, 5 g de cada amostra
foram dissolvidas em reagentes adequados.
As concentrações dos metais foram
determinadas com um Espectrômetro de
Absorção Atômica (VARIAN). Os elementos
Cu, Pb, Zn e Co foram selecionados para
este estudo devido a sua relevância
toxicológica e Fe e Mn por serem os
principais elementos envolvidos no ciclo
geoquímico de metais no ambiente
aquático. A concentração de atividade do
210Pb em cada camada de sedimento foi
determinada através da contagem beta do
210Bi depois de precipitação do chumbo
como cromato de chumbo.
RESULTADOS
Alguns elementos em alguns pontos de
amostragem (Figuras 1 e 2) apresentam
uma evolução temporal da concentração de
metais, proporcional à sua variação ao
longo dos anos.
Apenas o chumbo
P á g . 56
demonstrou uma linearidade negativa no
quarto ponto de amostragem (Figura 2 - a).
Figura 1a. Evolução temporal de Ferro no segundo
ponto de amostragem.
Figura 4. Evolução temporal de Cobalto no terceiro ponto
de amostragem.
Figura 1b. Evolução temporal de Manganês no segundo
ponto de amostragem.
Figura 2a. Evolução temporal do Chumbo no quarto ponto
de amostragem.
Devido ao fato de existir a espécie aquática
“baronesa” (Eichhornia crassipes) no Açude,
capazes de captar parte dos metais
poluentes [1] que estão biodisponíveis (Fe,
Mn, Pb e Zn) no local, foi detectada a
ausência de metais na água do reservatório,
que apresentaram valores semelhantes aos
brancos.
CONCLUSÕES
Figura 2b. Evolução temporal do Zinco no quarto ponto de
amostragem.
Os resultados mostram que o Fe e Mn
apresentam
as
concentrações
mais
elevadas entre os metais-traço estudados.
Idades de sedimentos são correlacionadas
com a história da região (30 anos atrás).
Observou-se que em 1960, há um maior
aumento na concentração de metais (alta
industrialização em Recife). A ausência de
metais na água do reservatório é justificada
pela captação de metais pelas raízes de
“Eichhornia crassipes”. Os resultados
indicam que a área tem sido afetada pelas
atividades humanas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Outros elementos, tais como cobalto e cobre, na
maioria dos pontos de amostragem parecem ter um
comportamento semelhante a uma equação de
segundo grau ou outro tipo de comportamento
(Figuras 3 e 4).
Figura 3. Evolução temporal de Cobre no quarto ponto de
amostragem.
[1] CARVALHO, M.N. et. al. Remoção do Ferro da
água potável da grande Recife por adsorção em
materiais naturais. Revista de Química Industrial,
n. 722. 2005.
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
Os autores agradecem à CNEN-CNPq pela bolsa
de iniciação científica concedida para a realização
do projeto.
P á g . 57
Controle de Qualidade no Equipamento PET/CT do IMIP em 2014 e 2015
Erica Muniz de Miranda e Fernando Roberto de Andrade Lima
Centro Regional de Ciências Nucleares do Nordeste (CRCN-NE)
INTRODUÇÃO
O positron emission tomography/computed
tomography (PET/CT) consiste em uma
modalidade de diagnóstico por imagem.
Esta técnica gera imagens de duas
maneiras distintas: por meio da aniquilação
de pósitrons emitidos pelo corpo de um
paciente em que previamente administrouse um radiofármaco (PET) e por meio da
tomografia computadorizada (CT). Com o
conjunto de imagens, obtêm-se informações
fisiológicas e anatômicas do organismo
humano [1,2]. Para garantir o desempenho
seguro do equipamento utilizado na
realização do exame, são necessários
testes de controle de qualidade (CQ). A
International Atomic Energy Agency (IAEA)
[3], a National Electrical Manufacturer
Association (NEMA) [4] e a European
Association of Nuclear Medicine (EANM) [5]
publicaram
normas
que
descrevem
procedimentos de CQ, fornecendo as
especificações
e
os
pré-requisitos
necessários para a aceitação dos exames
em scanners PET/CT. Em 2013, a
Comissão Nacional de Energia Nuclear
(CNEN) publicou na N.N. 3.05 "Requisitos
de Segurança e Proteção Radiológica para
Serviços de Medicina Nuclear" [6] um
conjunto de testes que devem ser realizados
obrigatoriamente em PET/CT de clínicas e
hospitais brasileiros.
OBJETIVO
Analisar os testes diários de controle de
qualidade realizados no PET/CT do IMIP
entre agosto de 2014 e julho de 2015 a fim
de verificar se os mesmos seguem as
normas
publicadas
pelas
autarquias
nacionais e internacionais e se seus
resultados foram capazes de garantir que as
imagens adquiridas por meio do PET/CT
estão adequadas para diagnóstico confiável.
METODOLOGIA
O IMIP possui o equipamento Biograph 16
TruePoint PET/CT da Siemens no qual
realiza três testes de CQ diários baseados
no manual do fabricante [7] antes do início
da rotina de exames. Primeiramente, o tubo
de raios-X é aquecido de maneira gradual
de 600K a 711K e os componentes da CT
são calibrados. No teste denominado pelo
fabricante do equipamento de qualidade
diária da CT, é utilizado um fantoma
preenchido com água. O fantoma é
acoplado à cama e então é realizada a
varredura para obtenção de várias imagens.
Em cada
uma
das
imagens são
selecionadas cinco
regiões
de
interesse para obtenção do número de CT,
sendo determinados média e desvio padrão
dos valores. A média é comparada ao
número de CT tabelado para a água (zero)
e por
meio
do desvio
padrão são analisados os
possíveis
artefatos das imagens. Ainda neste teste, é
verificada a tensão no tubo de raios-X por
meio de medições diretas no tubo. O teste
verificação diária de qualidade do PET é
realizado utilizando-se um fantoma contendo
uma fonte de Germânio-68. Após a
realização da varredura, obtém-se um
sinograma, a partir do qual é possível
avaliar se as propriedades do detector estão
de acordo com os padrões estabelecidos
pelo fabricante. Além destes, o IMIP realiza
o teste de dois seguimentos que visa
assegurar, por meio de inspeção visual, que
a união das imagens resultantes da
varredura com o PET e com o CT está
P á g . 58
sendo realizada corretamente assim como a
sobreposição das imagens dos BED´s. Para
isto, também é realizada uma varredura
utilizando-se o fantoma que contém a fonte
de Germânio-68.
RESULTADOS
Em geral, os testes de CQ realizados no
período considerado no PET/CT do IMIP
estavam em coerência com o esperado,
divergindo apenas em poucos casos que
foram justificados por quedas de energia.
Dessa forma, é possível garantir que os
exames efetuados no período apresentaram
informações precisas e acuradas a respeito
do organismo do paciente.
CONCLUSÕES
Apesar da predominante satisfatoriedade
nos resultados dos testes de CQ do PET/CT
do IMIP, a quantidade e diversidade dos
testes não são suficientes para serem
comparadas às normas fornecidas pelas
autarquias nacionais e internacionais.
Portanto, o IMIP precisará implementar em
breve novos testes a fim de se adaptar às
normas nacionais pulblicadas pela CNEN.
measurements
of
positron
emission
tomographs. Rosslyn, VA: National Electrical
Manufacturers Association; 1994, 2001,
2007.
[5] Sokole, B. Płachcínska, A. Britten, A.
Routine quality control recommendations for
nuclear
medicine
instrumentation
Guidelines. EANM, 2010
[6] Comissão Nacional de Energia NuclearCNEN. Requisitos de segurança e proteção
radiológica para serviços de medicina
nuclear (Resolução CNEN 159/13) - NN
3.05.
[7] Biograph 16 True Point PET-CT
Operator’s Guide - Chapter 7: Daily Startup.
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
Comissão Nacional de Energia Nuclear
(CNEN)
e
Conselho
Nacional
de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico
(CNPq), por meio de bolsa de iniciação
científica.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] ROBILOTTA, C. A tomografia por
emissão de pósitrons: uma nova modalidade
na medicina nuclear brasileira. Revista
Panamericana de Salud Publica, v. 20, n.
(2/3), p. 134-42, 2006.
[2] SAHA, G. B. Basics of PET Imaging:
Physics, Chemistry, and Regulations.
Cleveland: Springer, 2004.
[3] International Atomic Energy Agency.
Quality assurance for PET and PET/CT
systems. Human Health Series, No. 1.
Vienna:
International
Atomic
Energy
Agency; 2009.
[4]
National
Electrical
Manufacturers
Association. NEMA NU 2. Performance
P á g . 59
Construção de Curvas de Atenuação para o Material Gesso (CaSO4) Usado
como Blindagem Contra a Radiação X
Jorge Alexandre Gomes Lins e Fernando Roberto de Andrade Lima
Centro regional de Ciências Nucleares – CRCN/NE
INTRODUÇÃO
OBJETIVO
A blindagem serve para atenuar o nível de
radiação no ambiente que se deseja
controlar. A eficiência de uma blindagem
depende do material a ser utilizado, do tipo
de radiação e da energia emitida pela fonte,
assim como da geometria do campo
irradiado [1].
Realizar medidas de blindagens contra a
radiação X para construção de curvas de
atenuação do material gesso (CaSO4) e
compará-las com similares de outros
materiais já publicados.
O parâmetro que mede a eficiência de uma
blindagem à radiação X é o coeficiente de
atenuação
linear
(μ).
No
modelo
exponencial, μ está relacionado com a
camada semi-redutora (CSR) do material
absorvedor por xCSR = ln2/ μ. Pode ser
medido sob condições específicas como,
por exemplo, um feixe de fótons
monoenergéticos, colimado, incidindo num
material absorvedor do qual se faz variar a
espessura [2]. Neste trabalho serão
construídas curvas de atenuação para o
material gesso (CaSO4) como blindagem
contra a radiação X.
Antes dos corpos de prova serem feitos,
primeiro foram confeccionados os moldes
das placas em acrílico com diferentes
espessuras (aproximadamente 3, 5 e 9
mm), tendo cada um deles quatro lados não
idênticos e sendo de encaixe, tendo assim
um formato retangular.
Foram construídas placas de gesso sendo
cortados em forma de placas quadradas e
denominadas corpo de prova, cujas
dimensões são de 10 cm por 10 cm e
espessuras com valores de 3, 5 e 9 mm,
aproximadamente, tendo cada um desses 3
corpos de prova combinados entre si para
se obter diferentes espessuras. No
procedimento experimental, esses corpos
de prova serão irradiados em um
equipamento de raios X industrial com
qualidades de feixe: N60. Os dados
medidos permitirão construir as curvas de
atenuação para diferentes potenciais que
serão comparadas com similares de outros
materiais já publicados [3, 4 e 5].
METODOLOGIA
As placas de gesso foram feitas no ITEP
(Instituto de Tecnologia de Pernambuco), no
laboratório de gesso. Foram confeccionadas
a partir do gesso tipo beta sem aditivos, que
é próprio para construção. Para as
espessuras das placas de 3mm foi feita uma
relação de 280 gramas de gesso para 150
gramas de água e para as de 5 e 9mm foi
de 420 gramas de gesso para 225 gramas
de água. Primeiramente foi colocada água
da torneira em um recipiente e medido o seu
peso em uma balança de precisão, sendo
feito o mesmo procedimento para o gesso
em pó. Logo após, o gesso foi jogado na
água aos poucos até ficar completamente
molhado e uniforme, depois o mesmo foi
misturado com a água no próprio recipiente.
Em seguida, o gesso já misturado foi
colocado em seu molde para secagem e
então foi usada uma régua para tirar o
excesso do gesso para que ficasse na
medida certa quando a placa ficasse pronta.
Também foram colocados quatro pesos, um
em cada ponta do molde para que o gesso
P á g . 60
não vazasse por baixo. Foram usados filmes
radiográficos para facilitar e evitar a quebra
das placas de gesso quando estas
secassem e fossem tiradas dos seus
moldes, podendo assim dobrar o filme para
as placas desgarrarem e não comprometer
a sua integridade.
Cada placa de gesso ao final da secagem
tinha 10 cm de largura x 32 cm de altura, foi
feita dessa forma para que fossem
aproveitadas 3 placas em uma, sendo assim
eram feitos três cortes surgindo três placas
quadradas de 10 cm x 10 cm, sobrando 2
centímetros que serviriam apenas como
margem de erro caso as laterais das placas
tivessem
quebradas
assim
sendo
aproveitados, caso o contrário os mesmos
eram desprezados.
RESULTADOS
Ainda não existem resultados sobre o
principal objetivo proposto, que seria o de
irradiar, construir curvas de atenuação do
material gesso (CaSO4) e compará-la a
curvas já existentes de outros materiais,
pois o projeto ainda está em andamento.
Porém, as placas de gesso foram
construídas com o sucesso que se era
esperado, tendo elas diferentes espessuras
para que possam ser irradiadas.
CONCLUSÕES
Mesmo não tendo alcançado todos os
objetivos propostos pelo projeto, é sabido
na literatura estrangeira e esperado nesse
projeto que: placas de gesso geralmente
contêm vazios e áreas não uniformes,
sendo assim no geral, pouco densas.
Apesar de placas de gesso fornecerem
relativamente pouca atenuação de feixes
com energias mais elevadas, a mesma
proporciona significativa atenuação dos
raios X de baixa energia, quando levado em
conta a utilização desse material na área de
radiodiagnóstico, como na mamografia, por
exemplo [6].
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] ANDRADE M. M. F. P. Efeito do
tamanho de campo de radiação na
determinação da csr na argamassa de
magnetita
irradiada
com
fótons
monoenergéticos entre 65 e 1250 keV,
Dissertação
de
Mestrado,UFPE-DEN,
Recife-PE 2011.
[2] SEMPAU, J.; ACOSTA, E.; BARÓ, J.;
et al. An algorritmo for Monte Carlo
simulation of couple electron-photon
transport,
Nuclear
Instruments
and
Methods in Physics Research, vol.132, pp.
377-390, 1997.
[3] DOUGLAS J. SIMPKIN. General
solution to the shielding of medical X
and ray by the NCRP report 49 methods.
Health Physics, New York, v. 52, n.4, p.
431-436, 1987.
[4] JAEGER, R.G.; BLIZARD, E. P.;
CHILTON, A. B.; GROTENHUIS, M.;
HÖNIG, A.; JAEGER, TH. A.; EISENLOHR,
H. H. Engineering compendium on
radiation shielding, v. 2, pp. 1-262,
Springer-Verlag, New York, 1975.
[5]
ALMEIDA
JR,
AIRTON
T.
Caracterização da barita e do vidro
cristal como atenuadores na blindagem
das radiações X e gama. Recife.
Universidade Federal de Pernambuco,
Departamento
de
Energia
Nuclear.
Dissertação de Mestrado, 2005.
[6] NATIONAL COUNCIL ON RADIATION
PROTECTION AND MEASUREMENTS.
NCRP 147: Structural Shielding Design for
Medical X-Ray Imaging Facilities. NCRP
Publications, Bethesda, MD, 2004.
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
A realização desse trabalho só foi possível
devido o apoio financeiro do CNPq/CNEN
com a bolsa de Iniciação Científica e apoio
técnico do CRCN-NE, IFPE-Recife e ITEP.
P á g . 61
Avaliação dos Níveis de Radioatividade Natural Presentes no Leite por
Espectrometria Gama
Leticia de Souza Silva e Patrícia Brandão da Silveira
Centro Regional de Ciências Nucleares – CRCN/NE
INTRODUÇÃO
OBJETIVO
Os seres vivos estão constantemente
expostos à radiação ambiental proveniente
de
elementos
radioativos
naturais
(TAUHATA et al., 2003). Dentre os
radionuclídeos naturais, pode ser destacado
o 40K, com uma abundância isotópica de
0,01% dentre os isótopos de potássio, um
nutriente essencial a todos os organismos
vivos e presente em todas as células
(EISENBUD ; GESELL, 1997). Os níveis de
potássio
no
corpo
humano
são
homeostaticamente
controlados,
principalmente,
por
circunstâncias
fisiológicas, sendo o potássio um regulador
da pressão osmótica e do equilíbrio ácidobase (SANTOS, 2002). Além disso, a
ingestão de leite e carne, na dieta alimentar,
é a principal fonte de 40K (MELQUIADES et
al., 2004).
O 40K, por outro lado, pode apresentar-se
em concentração mais elevada no leite
devido à precipitação dos elementos
radioativos
na
superfície
terrestre,
provenientes do “fallout”, ou ainda pelo uso
de fertilizante enriquecidos de 40K, que
atingindo o solo e a água, atravessa a
cadeia trófica alcançando o homem
(MELQUIADES et al., 2004).
Outra fonte é o uso de conservantes, como
o dicromato de potássio, que vem sendo
utilizado para prevenir a ação de
microrganismos sobre as amostras de leite,
e por sua vez, acaba sendo um fornecedor
de potássio e seus isótopos (GONZÁLEZ et
al, 2001). Desta forma, é importante um
estudo para identificar e quantificar este
radionuclídeo em amostras de leite, uma
vez que na dieta alimentar este produto é
consumido com bastante frequência.
Determinar a presença do radionuclídeo
natural, 40K, em leite em pó comercializado
na região metropolitana de Recife- PE por
espectrometria gama.
METODOLOGIA
As amostras de leite foram adquiridas em
supermercados da região metropolitana do
Recife, e levadas ao laboratório onde foram
acondicionadas e seladas em recipientes do
tipo
Marinelli
modificados
para
espectrometria gama (Figura 1). A massa
média de cada amostra utilizada nas
análises foi aproximadamente 300 g. A
modificação do Marinelli foi realizada por, de
Paiva et al., 2015, para melhorar a atividade
mínima detectável.
Figura 1: Ilustração de adaptação do
Marinelli com cilindro de polietileno. A linha
tracejada fina refere-se ao cilindro de
polietileno utilizado para a redução do
volume do Marinelli. As linhas mais grossas
e tracejadas são referentes ao encaixe do
recipiente no detector de germânio.
Fonte: de Paiva et al., 2015
P á g . 62
Análise da amostra
CONCLUSÕES
A quantificação do 40K foi realizada em
espectrômetro de raios gama de alta
resolução com detector de germânio hiperpuro (HPGe) da Canberra, modelo 3018,
com resolução de 1.9 keV no fotopico de
1,33 MeV do 60Co. Este detector teve seu
cristal de germânio caracterizado pelo
fabricante, o que permitiu a geração da
curva de eficiência por Método de Monte
Carlo (de PAIVA et al., 2015). Foram
utilizados tempos de contagens diferentes
para as amostras de leite e branco analítico
(leite: 200.000s e branco analítico:
1.000.000s ).
RESULTADOS
A curva de eficiência foi obtida por meio do
método de Monte Carlo. Na tabela 1 se
encontra a média das concentrações de
atividade de 40K nas amostras analisadas e
valores encontrados na literatura.
Tabela 1: Resultados da média das
concentrações de atividade de 40K obtidos
por espectrometria gama em amostras de
leite em pó.
Amostra de Leite
40
-1
K (Bq.kg )
(Média)
Este trabalho
192
Melquiades, 2004
458
De Nadai et al., 1988
461
LaBRECQUE et al.,
376
1992
As concentrações apresentadas neste
trabalho de 40K estão abaixo dos valores
encontrados por outros autores, como
mostra a tabela. Nas amostras 2 e 3 foram
encontrados um fotopico do 137Cs, sendo
sua atividade detectada menor que 10% do
limite máximo recomendado pela CNEN.
 A geometria utilizada neste estudo foi
satisfatória para as medidas em
amostras de leite.
 As amostras de leite analisadas estão
abaixo do limite máximo permitido pela
CNEN. Não havendo risco para
consumo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
EISENBUD,
M.;
GESELL,
T.
Environmental Radioactivity: from natural,
industrial and military sources. New York:
Academic Press, 656 p, 1997.
GONZÁLEZ, F. H. D.; DURR, J.W.;
FONTANELI, R.S; O uso do leite para
monitorar a nutrição e o metabolismo de
vacas leiteiras. Porto Alegre, 2001.
SANTOS, E. E. Radionuclídeos naturais e
metais pesados em vegetais da dieta da
população da cidade do Rio de Janeiro.
2002 133p. Tese (Doutorado em Ciências
Nucleares), Universidade do Estado do Rio
de Janeiro, 2002.
MELQUIADES, F.L; APPOLONI, C.R.
Radioatividade Natural em Amostras
Alimentares; Paraná, 2004.
TAUHATA, L.; SALATI, I. P. A.; PRINZIO,
R. Di.; PRINZIO, M. A. R. R. Di.
Radioproteção
e
Dosimentria:
Fundamentos – 5ª revisão Instituto de
Radioproteção e Dosimetria IRD-CNEN.
242p. Rio de Janeiro, 2003.
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
Agradecimentos ao CNPq/CNEN pela bolsa
de Iniciação Científica.
P á g . 63
Caracteização Radioquímica e Geoquímica em Amostras de Fosforitourânifero Coletadas no Mmunicício de Paulista
Luana L. S. dos Santos e Ebenézer M. de Souza.
Centro Regional Ciências Nucleares do Nordeste – CRCN/NE
INTRODUÇÃO
Na Região Metropolitana do Recife
(Pernambuco-BR)
foram
identificadas
rochas de origem sedimentar e ricas em
fosfato (P2O5) [1]. Como nesse tipo de rocha
a concentração de radionuclídeos da série
do urânio está diretamente ligada à
presença de P2O5, foram principiados
estudos sobre a concentração de urânio
visando à dosimetria ambiental e a
caracterização geoquímica [2-3].
OBJETIVO
O presente trabalho teve como finalidade a
caracterização geoquímica e radioquímica
em sete amostras de rocha fósforo-uranífera
de perfis de sondagem coletado no
município de Paulista, Pernambuco, Brasil.
Figura 7: Espectrometria Gama de
Alta Resolução (EGAR)
As determinações dos elementos químicos
estáveis, (Cálcio (Ca), Silício (Si), Magnésio
(Mg), Ferro (Fe), Titânio (Ti), Alumínio (Al),
Potássio (K), Manganês (Mn), Rubídio (Rb),
Estrôncio (Sr) e Zinco (Zn), foram realizadas
por Espectrometria por Florescência de
Raio-X por Energia Dispersiva (FRX).
(Figura 2).
METODOLOGIA
As determinações das concentrações de
atividades dos radionuclídeos da série do
urânio-238 foram feitas por Espectrometria
Gama de Alta Resolução (EGAR), Figura 1.
Figura 8: Fluorescência de Raios-X por
Energia Dispersiva (FRX).
P á g . 64
A determinação do elemento químico
fósforo foi realizada por Espectrometria de
Absorção Atômica com Atomização por
Chama (Figura 3).
As amostras apresentaram concentrações
mais elevadas para os elementos silício e
cálcio, ambos com a mesma ordem de
grandeza e no mínimo uma ordem de
grandeza a mais do que os outros
elementos.
CONCLUSÕES
Os resultados obtidos pelas análises
possibilitaram a caracterização geoquímica
e radioquímica das rochas fósforo-uranífera.
Além disso, os dados poderão ser utilizados
como base de estudos para futuras
pesquisas na região.
Figura 9: Espectrofotómetro de Absorção
Atômica (EAA).
RESULTADOS
Os resultados encontrados para fósforo (P)
variaram de 0,5-2,5 % (Tabela 1), valores
acima dos reportados na literatura para
rochas sedimentares (média de 0,2 %) [1]. A
EGAR mostrou concentração de atividade
de urânio-238 (238U) variando de 0,06
kBq.kg-1 a 1,8 kBq.kg-1.
Tabela 1: Representação dos valores
encontrados
Elemento
Maior
Menor
Média
P (%)
2,52
0,51
2 (41)
Mg (%)
6,62
0,2
3,68 (35)
Si (%)
24,27
12,14
17,99 (31)
Al (%)
4,7
0,58
1,61 (23)
Fe (%)
3,03
0,8
1,22 (7)
Ti (%)
0,277
0,154
0,174 (3)
K (%)
1,879
0,637
1,322 (36
Ca (%)
30,41
13,7
21,4 (33)
238U
(kBq.kg-1)
2,6
0,06
0,8 (92)
Mn
(mg.kg-1)
173,5
71,8
98,5 (14)
Rb
(mg.kg-1)
105,4
11,2
45,5 (55)
Sr (mg.kg-1)
320,6
71,6
191,2 (34)
Zn (mg.kg-1)
165,5
20,6
52,9 (34)
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[46]Saad, S., , Aspectos econômicos do
aproveitamento do urânio associado aos
fosfatos do Nordeste. Rio de Janeiro,
CNEN/DEMM, Bol. 7, 46p, 1974.
[47]Souza, E.M. – Estratigrafia de
Sequência Clástica Inferior (Andares
Coniaciano-Maastrichtiano Inferior) da
Bacia da Paraíba e suas implicações
paleogeográficas.
UFPE,
tese
de
doutoramento, p.375, 2006.
[48]Menor, E. A., Dantas, J. R. A., Sobrinho,
A. C. P.. A sedimentação fosfática em
Pernambuco e Paraíba: revisão de novos
estudos. VIII Simpósio de Geologia do
Nordeste, Campina Grande, Atas (6): 1-27,
1977.
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
CRCN-NE/CNEN pelo apoio técnico e ao
CNPq/CNEN pelo apoio financeiro através
da bolsa de iniciação científica.
P á g . 65
Garantia da Qualidade em Medições de Atividade
Luciane Carollyne de Oliveira Reis Monteiro e Mércia Liane de Oliveira
Centro Regional de Ciências Nucleares – CRCN/NE
INTRODUÇÃO
METODOLOGIA
Os serviços de medicina nuclear (SMN)
fazem uso diário de ativímetros para
medição da atividade dos radiofármacos
utilizados em seus pacientes, sendo de
extrema importância o controle da qualidade
dos mesmos. A calibração de ativímetros
utilizando padrões é uma das formas de
garantir a qualidade do equipamento. O
flurodesoxiglicose
(18F-FDG)
é
o
radiofármaco PET mais utilizado nos SMN,
com um radionuclídeo de meia-vida curta,
de 1,82890 h, o que dificulta o
desenvolvimento de padrões para este
radiofármaco [2,3]. O CIEMAT/NIST é um
dos métodos de cintilação em meio líquido
que pode ser usado na obtenção de
padrões de radionuclídeos. Ele se baseia na
combinação de cálculos teóricos associados
ao radionuclídeo e ao padrão traçador,
juntamente aos dados experimentais da
análise por cintilação em meio líquido, que
fornece informações sobre o equipamento, o
radionuclídeo e o coquetel cintilador [4].
Além da calibração, outros procedimentos
devem ser utilizados para garantir o bom
desempenho dos ativímetros, como os
testes recomendados pela Comissão
Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e por
normas internacionais. O teste de geometria
também é muito importante. Um dos
parâmetros analisados neste teste é o
volume, que permite encontrar um fator de
correção para cada variação de volume da
amostra [5].
Para as amostras usadas no método
CIEMAT/NIST, utilizou-se frascos de vidro,
com baixo de teor de potássio. Foram
adicionadas
alíquotas
das
soluções
radioativas de 3H e 68Ge, em recipientes
diferentes, pelo método de gravimetria por
meio de pesagens diferenciais em balança.
A cada frasco, foi acrescentado 10 ml de
solução cintiladora Última Gold AB e 1ml de
água destilada. Foram feitas oito amostras
de 3H, fonte padrão do método, com
quantidades crescentes de nitrometano (0µl
a 160µl), o agente de extinção química
escolhido para o experimento. As amostras
do radionuclídeo (68Ge) foram preparadas
semelhantemente ao padrão, com alíquotas
de 0µl a 30µl de nitrometano. Para definir a
taxa de contagem da radiação de fundo do
sistema de medição foi colocado um frasco
sem radionuclídeo (branco), junto as outras
amostras.
O espectrômetro de cintilação Quantulus,
modelo 1220, da marca PerkinElmer, foi o
sistema de medição utilizado. O tempo
decorrido para contagem foi de 900
segundos. Com os dados fornecidos pelo
equipamento foi obtida a eficiência do
padrão a partir da curva de eficiência
experimental do padrão 3H em função do
parâmetro quench SQP(E) (spectral quench
parameter of the external standard). Com
base nos dados da eficiência teórica do 3H e
do radionuclídeo, fornecidos pelo programa
computacional
CN2003,
realizou-se
determinação da curva de eficiência teórica.
Depois foi feita a contagem do 68Ge, similar
a do 3H. A eficiência do radionuclideo,
obtida pelas curvas experimental e teórica,
permitiu encontrar a atividade por unidade
de massa, do radionuclídeo. Os testes de
exatidão, precisão e reprodutibilidade foram
OBJETIVO
Desenvolver padrão para calibração de
radionuclídeos para a energia do 18F por
meio da cintilação em meio líquido.
P á g . 66
realizados nos ativímetros, de marca
Capintec CRC-15R e Biodex Atomlab 500.
Os fatores de correção em função do
volume foram obtidos pelo teste de
geometria, utilizando frascos (CRCN e
IPEN) e seringas BD (1ml, 3ml e 5ml).
RESULTADOS
A atividade do 68Ge foi obtida pelo método
CIEMAT/NIST a partir das curvas de
eficiência
experimental
e
teórica
apresentadas nas Figuras 1 e 2 (76,019
kBq/g, com o erro de 1,60%).
Figura 1. Curva de eficiência experimental em
função do SQP(E).
Eficiência Experimental H-3
50
40
30
ativímetros em virtude do acréscimo de
água às amostras.
CONCLUSÕES
As medidas realizadas pela cintilação em
meio líquido determinaram a escolha do
68Ge como padrão para realização de
intercomparações nos ativímetros da
Divisão de Produção de Radiofármacos do
CRCN-NE e nos SMN de Recife-PE. Os
testes de geometria nos mostra sua
relevância, já que nos permite encontrar
fatores de correção para cada variação de
volume.
[1] ALBERTAZZI, A.; SOUZA, A.R.
Fundamentos da metrologia científica e
industrial. 1 ed. São Paulo: Manole, 2008.
[2] LNHB.
LABORATOIRE NATIONAL
HENRI BECQUEREL. Guide d’utilisation et
de contrôle qualité des activimètres. Societé
française de radiopharmacie. França: LNHB,
2006.
20
0
550
600
650
700
750
800
850
SQP(E)
Figura 2. Curva de eficiência teórica para o
68
Ge.
[4] L’ANNUNZIATA, M. F. Handbook of
radioactivity analysis. 2ed. USA: Academic
Press, 2003.
75
Eficiência Teórica Ge-68
70
65
[5] CORREIA, A.R.C. Fatores de correção
dos
calibradores
de
radionuclídeos
comerciais para várias geometrias de
medição de radiofármacos. Dissertação
(Mestrado) – Instituto de Radioproteção e
Dosimetria, Rio de janeiro, 2011.
60
55
50
45
40
25
FRAGOSO, M.C.F. Implantação de um
programa de intercomparação de medidas
de atividade de radiofármacos utilizados em
serviços de medicina nuclear no Nordeste.
Dissertação (Mestrado) – Universidade
Federal de Pernambuco, Recife, 2010.
[3]
10
30
35
40
45
50
55
60
Eficiência Teórica H-3
Os resultados obtidos dos testes do controle
da qualidade estão conforme limite de
aceitabilidade exigidos pela CNEN. No teste
de
geometria
foram
determinados,
experimentalmente, os fatores de correção e
verificada uma variação da resposta dos
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico (CNPq) através da
bolsa de Iniciação Científica PIBIC.
Comissão Nacional de Energia Nuclear
(CNEN).
P á g . 67
Métodos de Cromatografia Aplicados à Produção de Radiofármacos
Injetáveis
Osana Diniz Ferreira e Mércia Liane de Oliveira
Centro Regional de Ciências Nucleares do Nordeste – CRCN/NE
INTRODUÇÃO
Em radiofármacos, a pureza radioquímica
consiste na determinação da porcentagem
do radionuclídeo que está presente na
forma química de interesse. De acordo com
a European Pharmacopea 2010, esta
pureza pode ser testada tanto por
cromatografia em camada delgada (CCD)
como por cromatografia líquida de alta
eficiência (CLAE). Neste projeto, a técnica
escolhida foi a de cromatografia em camada
delgada (CCD).
Este processo fundamenta-se no fato de
que as substâncias presentes em uma
solução
possuem
propriedades
e
composição química diferentes; dessa forma
a interação delas com as duas fases
imiscíveis do sistema (fase móvel e fase
estacionária) também será diferente [1].
A legislação determina, por meio da Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA),
que metodologias analíticas sejam validadas
a fim de demonstrar que o método utilizado
é apropriado para sua finalidade, garantindo
a confiabilidade dos resultados [2].
OBJETIVO
Estabelecer e aprimorar métodos baseados
na cromatografia, para controle de
qualidade de radiofármacos injetáveis
marcados com 18F.
METODOLOGIA
Para realização da metodologia foram
utilizadas placas de alumínio com sílica gel
medindo 4x6, 4x8, 4x10 cm2. As placas
foram demarcadas com régua de uso
comum, de acordo com seus respectivos
tamanhos, e em seguida levadas para
estufa a 100°C por 40 minutos.
A 1 cm da borda foram aplicadas duas
alíquotas de 10µL cada, referente a amostra
de FDG-18F. Depois de aplicadas as
alíquotas, as placas foram secas e
submetidas à corrida cromatográfica. O
ensaio foi realizado em quadruplicata. Após
a corrida, as placas foram novamente secas
e cortadas ao meio. Uma das tiras foi lida no
radiocromatógrafo para quantificação da
radioatividade.
Na outra metade, foram demarcadas
porções de 1 cm de comprimento cada, que
foram cortadas e lidas no ativímetro, para
determinação da atividade de FDG- 18F. A
leitura das tiras no radiocromatógrafo e dos
fragmentos no ativímetro foi realizada
simultaneamente e para cada fragmento,
foram feitas três medições (em intervalos de
40 segundos).
No ativímetro o Rf foi obtido fazendo-se a
razão do fragmento de maior atividade e a
distância percorrida pela fase móvel. No
radiocromatógrafo, o cromatograma fornecia
um pico, e a área do pico equivaleu à
atividade da amostra. Dessa forma, o Rf do
FDG-18F foi determinado utilizando-se dois
equipamentos distintos, levando-se em
consideração que pra cada analito (neste
caso o FDG-18F) existe um Rf especifico.
Os testes escolhidos para a validação desta
metodologia foram: precisão, exatidão,
linearidade, robustez, limite de detecção e
quantificação.
P á g . 68
Para os testes de precisão e exatidão foram
feitas análises de atividade da amostra de
FDG- 18F a cada duas horas. As análises
foram feitas em triplicata, em três dias
consecutivos, em placas que mediam 4x8
cm2, que foram lidas no ativímetro e no
radiocromatógrado,
simultaneamente,
totalizando nove determinações.
O ensaio para linearidade ocorreu em três
dias seguidos, utilizando-se três soluções
genuínas. Em três placas foram aplicadas
10µL da amostra e, na sequência, as placas
foram submetidas à corrida cromatográfica.
A atividade foi lida no ativímetro, a cada
hora, durante cinco horas.
Na robustez, avaliou-se a influência da
distância percorrida pela fase móvel (6 cm,
6,5 cm e 7 cm) e a concentração da fase
móvel acetonitrila:água (94:6, 95:5 e 96:4
v/v). Para cada distância e para cada
concentração foram utilizadas cinco placas
(total de 30), que foram lidas no ativímetro.
Como o método utilizado é de natureza
instrumental, a estimativa do limite de
detecção pode ser feita com base na
relação três vezes o ruído da linha de base
(Background) e o limite de quantificação
através da relação sinal-ruído, sendo
superior a 10:1. Dez medições de
background foram feitas no ativímetro,
durante dez dias em que ocorreu produção
do radiofármaco. A partir dos valores
obtidos foram feitas médias para fazer a
estimativa de cada limite.
RESULTADOS
Após comparar os Rf, obtidos a partir de
cada equipamento, pode ser observado que
os três tamanhos de placas apresentam
resultados satisfatórios, tendo em vista que,
para o teste de pureza radioquímica por
CCD, os valores de Rf estão entre 0,4 e 0,6.
A placa de tamanho 4x8 cm2 foi escolhida
para uso devido à facilidade no manuseio.
Para o ensaio de precisão o coeficiente de
variação deve ser inferior a 5% e a exatidão
deve ser maior que 95% e menor que
105%%, como exigido pela ANVISA.
Entretanto o método mostrou-se impreciso e
inexato, sendo o coeficiente de variação na
precisão, superior a 10% e para a exatidão,
os valores em porcentagem se mantiveram
no intervalo entre 120,46 e 131,16%.
Quanto ao teste de linearidade, na faixa de
81,49 – 40,86 µCi o método não foi linear e
o coeficiente de correlação (R2) foi de 0,981,
não se enquadrando á exigência da ANVISA
(r2≥0,99).
Para
os
dois
fatores
influenciadores (distância e concentração) o
teste não se apresentou robusto, sendo o
coeficiente de variação superior a 2% diante
de pequenas variações, e para esta
metodologia os limites de detecção e
quantificação são de 0,198 e 0,66 µCi,
respectivamente.
CONCLUSÕES
A metodologia não pode ser validada, uma
vez que os resultados dos testes da
validação não atingiram as especificações,
de acordo com a ANVISA. Dessa forma, a
mesma deve ser revisada e novos
experimentos devem ser executados.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] Fraceto. L. F.; Lima. S. L. T.
Cromatografia em papel na separação de
corantes. Química Nova na Escola, n. 18,
2003.
[2] ANVISA. Guia para validação de
métodos analíticos e bioanalíticos, RDC n.
899, 29 de maio de 2003.
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
Ao CNPq/CNEN pelo apoio financeiro
através da bolsa de iniciação científica.
P á g . 69
Síntese de Nanopartículas do Tipo Pontos Quânticos e Aplicação como
Dosímetros Fluorescentes para Radiações Ionizantes
Rafaela Sales Morais e Frederico Duarte Menezes
Centro Regional de Ciências Nucleares do Nordeste CRCN/NE
INTRODUÇÃO
Atualmente, vários tipos de sistemas
dosimétricos são utilizados para a execução
da dosimetria de radiações em diferentes
ambientes. Dentre os mais utilizados,
destacam-se: (i) os filmes dosimétricos; (ii)
dosímetros termoluminescentes (TLDs); (iii)
dosímetros
Fricke;
(iv)
canetas
dosimétricas; (v) dosímetros pessoais
digitais; (vi) dosimetria citogenética e; (vii)
mais
recentemente,
dosímetros com
luminescência
opticamente
estimulada
(OSL). Cada um desses sistemas possui
suas vantagens e limitações, o que permite
a escolha do sistema mais adequado para
cada tipo de aplicação. Contudo, estes
sistemas, atualmente utilizados, possuem
como principal limitação o custo para o
processamento dos dosímetros para a
obtenção dos valores de doses absorvidas
[1]. Em 2009 [2], foi publicado no periódico
Journal of Physical Chemistry C os
resultados de uma pesquisa onde pontos
quânticos de seleneto de cádmio (CdSe)
foram irradiados com uma fonte de Co-60 e
sua fluorescência foi reduzida com o
aumento da dose recebida. Neste caso, os
pesquisadores observaram variações da
fluorescência desde doses de 0,1 Gy até
doses de 100 Gy. Desta forma, este
trabalho abriu a possibilidade de se estudar
este tipo de material para pesquisas de
novos dosímetros para radiações ionizantes.
OBJETIVO
O principal objetivo deste trabalho é
desenvolver tecnologia nacional para a
obtenção
de
nanopartículas
de
semicondutores,
denominados
pontos
quânticos, e sua possível utilização como
novos dosímetros para radiações ionizantes.
METODOLOGIA
Em um balão de fundo redondo, adicionouse 0,2 mmol de CdO, juntamente com 0,8
mmol de Ácido Esteárico. Em seguida, a
mistura foi aquecida, sob atmosfera de N2, a
180ºC, ate que toda a mistura, de coloração
vermelho escuro, se convertesse a um
liquido viscoso incolor. Neste momento, a
mistura foi retirada do aquecimento, para a
obtenção final do estearato de cádmio
(Cd(Est)2). Por fim, o sal obtido foi
recristalizado duas vezes em tolueno, para a
obtenção da amostra sem ácido esteárico
livre (Mistura A). Em outro balão,
adicionou-se 0,2 mmol de Se0, 1 mg de 1,1'azobis(ciclohexanocarbonitrila) e 5 mL de 1octadeceno (ODE). Em seguida, a mistura
foi aquecida ate 190ºC, sob atmosfera de
N2, e mantida nesta temperatura ate que
não se observasse nenhum resíduo solido
de Se0, resultando em uma solução límpida
de coloração amarela (Mistura B). Por fim,
adicionou-se 5 mL de ODE e 500 mg de
trioctilfosfinoxido (TOPO) a Mistura A,
aquecendo-se a amostra, sob atmosfera de
N2, ate 220ºC. Neste momento, a Mistura B
foi injetada rapidamente ao balão,
mantendo-se a reação na temperatura
estabelecida por mais cinco minutos. Por
fim, obteve-se uma solução límpida de
coloração alaranjada que, ao atingir a
temperatura ambiente, manteve-se como
uma solução límpida. As amostras foram
purificadas através da dissolução em
metanol/hexano (3:1 v/v), decantada em um
funil de separação. Em seguida, a amostra
obtida foi precipitada em acetona, seguido
P á g . 70
pela dissolução em tolueno.
Para os
ensaios de irradiação, utilizou-se o gerador
de raio-X (HF-160 da Pantak), do laboratório
de Metrologia da DITAN, onde as amostras
foram submetidas a doses entre 0 e 50 Gy,
com intervalos de 10 Gy. Todas as
amostras foram caracterizadas quanto a sua
fluorescência,
utilizando-se
um
espectrofotômetro
USB2000
(Ocean
Optics), utilizando-se como fonte de
excitação um LED com pico de emissão em
462 nm
para cada dose adicional de 10 Gy,
observa-se uma redução proporcional das
intensidades de fluorescência da amostra.
RESULTADOS
Figura 1 apresenta o espectro de
fluorescência da amostra de Qds de CdSe
obtida através do Método 2. No espectro
pode-se observar duas bandas distintas:
uma
banda
de
menor
intensidade
relacionada ao espalhamento Mie da
excitação do LED, comum em suspensões
coloidais de nanopartículas; e uma banda
de maior intensidade, relacionada a emissão
dos Qds.
Figura 11: Fluorescência da amostra irradiada
para diferentes doses.
CONCLUSÕES
Conclui-se que para este primeiro ano de
projeto, obteve-se êxito na síntese dos
Qds de CdSe, podendo-se partir para a
produção em maior escala de amostras
para os experimentos futuros. Além
disso, os experimentos de irradiação
realizados corroboraram com os dados já
estabelecidos na literatura, referentes à
potencialidade dos Qds para a confecção
de novos dosímetros para radiações
ionizantes.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Figura 10: Espectro de Emissão dos Qds de
CdSe (excitação em 462 nm).
A Figura 2 apresenta os espectros de
fluorescências da amostra de Qds De CdSe
irradiada com um feixe de raios-X, com
energia média dos fótons de 100 keV. Como
pode ser observado na figura, a diminuição
da intensidade da fluorescência apresentase com um comportamento linear, onde
[49]Ainsbury, E. A, et. al. Radiat. Prot.
Dosim. 147:4 (2011) 573.
[50] Stodilka, R.Z. ET. AL. J. Phys. Chem.
C. 113 (2009) 2580.
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
Suporte financeiro do CNPq/CNEN através
da bolsa de iniciação científica.
P á g . 71
Imagens Baseadas em Espalhamento de Luz para Caracterização de
Sistemas Biológicos Formados por Efeito coffee ring: Aplicação no Estudo
das Radiações em Biociências
Raquel Cordeiro de Oliveira e Rômulo Pinto Tenório
Centro Regional de Ciências Nucleares – CRCN/NE
INTRODUÇÃO
Suspensões coloidais são sistemas físicoquímicos encontrados na natureza e
possuem
importância
tecnológica
e
1,2
científica.
Uma característica comum
destas suspensões é que, ao deixar-se
evaporar uma gota numa superfície, é
observada a formação de um padrão anelar,
devido ao acúmulo das partículas coloidais
na periferia da gota. Este fenômeno físicoquímico é conhecido como efeito coffee
ring.3 Explorar este efeito permite o
desenvolvimento de métodos de análise, tal
como foi aplicado em nosso trabalho
anterior, que visou a extração dos padrões
formados durante a secagem e sua
aplicação na classificação de amostras de
Albumina submetidas a diferentes doses de
radiação ionizante. Na análise dos
resultados, observou-se que o processo de
irradiação provocava a supressão de
fraturas na borda do material depositado
após secagem, o que nos levou a propor a
participação dessas estruturas no resultado
final da classificação.
Neste resumo estão incluídos resultados
que permitiram entender o papel das bordas
e das fraturas, formadas durante a secagem
do material, na classificação e de diferentes
amostras.
OBJETIVO
Elucidar a contribuição das bordas e das
fraturas formadas nos padrões de deposição
na caracterização de amostras de albumina
em diferentes condições.
METODOLOGIA
Suspensões aquosas de albumina foram
preparadas, em concentrações diferentes
(0.05% a 50%). Para os experimentos com
amostras desnaturadas, optou-se pelo uso
de forno micro-ondas como fonte de
aquecimento. Através de soluções salinas,
foram construídos ambientes para que as
seguintes taxas de umidade relativa fossem
atingidas: 32% (CaCl4), 42% (K2CO3), 55%
(NaHSO4), 68% (condição ambiente), 85%
(KCl), 98% (K2SO4). As suspensões foram
irradiadas em temperatura ambiente, com
doses aplicadas entre 50 Gy e 10 kGy,
utilizando fonte de raios γ de Co-60,
disponível no laboratório GAMALAB do
DEN/UFPE.
Lâminas de microscópio
lavadas por submersão em solução 5% de
Extran foram utilizadas como substrato para
deposição de diferentes volumes das
suspensões de albumina.
RESULTADOS
Os experimentos mostraram que as fraturas
e a espessura das bordas nos padrões
dependem da concentração de Albumina e
das características físico-químicas das
suspensões. Na Figura 1, observa-se que a
espessura do depósito, normalizada pelo
volume da gota, aumenta exponencialmente
com o aumento da fração de Albumina na
amostra, um fenômeno já observado em
trabalho anterior. 4
Verificou-se que a presença de fraturas
depende da concentração de albumina
natural nas amostras. Aumentando-se a
fração de Albumina desnaturada em relação
a sua forma natural, observou-se uma
diminuição gradativa no número de fraturas
na amostra após secagem (Figura 2). A
diminuição da quantidade de fraturas
também foi observada nas amostras
irradiadas (Figura 3). Estes resultados
sugerem uma dependência dos efeitos
observados com a estrutura da proteína.
P á g . 72
albumina desnaturada na amostra.
Figura 1: Gráfico correlacionando a espessura dos
padrões de acordo com a fração de albumina na
amostra.
De fato, estudos mostram que o
aquecimento e a irradiação de amostras de
albumina e mioglobina são capazes de
alterar a estrutura secundária destas
proteínas.5,6
Correlacionando
esta
informação como os dados obtidos
experimentalmente, pode-se sugerir que as
alterações na estrutura da proteína induzem
modificações nas propriedades mecânicas
do material, provocando a supressão das
fraturas nas amostras que contem albumina
desnaturada. Em adição, verificou-se uma
dependência do aparecimento das fraturas
com a taxa de evaporação. Taxas de
evaporação mais lentas induzem padrões
com menos fraturas. Isto pode ser explicado
com base na capacidade do material em
adaptar-se as micro-tensões geradas
durante a secagem. 4
Figura 2: Gráfico correlacionando à média de
fraturas nos padrões de acordo com a fração de
Figura 3: Gráfico correlacionando o número de
fraturas com a dose (em kGy).
CONCLUSÕES
Conclui-se que a presença de fraturas nos
padrões de deposição depende da fração de
albumina natural nas amostras, das
condições físico-químicas de tais amostras
e das condições de secagem. Tanto a
radiação ionizante quanto a desnaturação
térmica
causaram
alterações
físicoquímicas significativas nas amostras, que se
refletiram em alterações nas bordas dos
padrões formados.
Assim, pôde-se
entender a importância das bordas e das
fraturas
presentes
nestas
para
a
caracterização dos padrões de deposição
formados em cada tipo de amostra.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1]
Koshiishi, I.; Imanari, T. Anal. Chem.,
69, 216-220, 1997.
[2]
Abbar, J. C.; Nandibewoor, S. T., Ind.
Eng. Chem. Res., 51, 111-118, 2012.
[3]
Yunker, P. J.; Still, T.; Lohr, M. A.;
Yodh, A. G., Nature, 476, 308-311, 2011.
[4]
Giorgiutti-Dauphiné, F.; Pauchard, L.,
Eur. Phys. J. E, 37:39, 2014.
[5]
Lu, R.; Li, W.; Katzir, A.; Raichlin, Y.,
Analyst, 140, 765-770, 2014.
[6]
Lee, Y.; Song, K. B. J., Biochem. Mol.
Biol., 35, 590-594, 2002.
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
Bolsa de iniciação científica PIBIC/CNEN.
P á g . 73
Efeito de Diodos Emissores de Luz na Solução Fricke Modificada com
Fotossensibilizadores
Suzana Oliveira Santos e Vivianne Lúcia Bormann de Souza
Centro regional de Ciências Nucleares – CRCN/NE
INTRODUÇÃO
A terapia fotodinâmica (TFD) consiste em
uma modalidade terapêutica que envolve a
ativação de substâncias fotossensíveis, com
uma fonte de luz e a geração de espécies
citotóxicas de oxigênio e de radicais livres
que levam à destruição seletiva dos tecidos
neoplásicos (tecidos-alvo) causadores de
câncer.
Substâncias
fotossensíveis
importadas e caras como os “derivados da
porfirina” têm sido utilizadas em tratamentos
com TFD, como também irradiações com
laser. O projeto abordado sugere o uso de
corantes (azul de toluidina, azul de metileno
e verde de malaquita) mais baratos e já
aceitos na medicina, que funcionam como
fotossensibilizadores na TFD, bem como, o
uso de diodos emissores de luz, bem mais
em conta financeiramente que o laser [1].
Entretanto, ainda não há relatos sobre a
avaliação de uma dosimetria adequada para
a intensidade e potência de luz utilizada nos
procedimentos para esse tipo de terapia.
OBJETIVO
Avaliar o efeito de diodos emissores de luz
na solução Fricke modificada com corantes
para ser aplicada como um controle de
qualidade em terapia fotodinâmica.
METODOLOGIA
Um volume de 2,6 mL dos dosímetros (a
solução Fricke - que simula o plasma
sanguíneo - modificada com a adição de
azul de toluidina e etanol - FAT) foi
transferido para tubos de ensaio e estes
foram irradiados com luz: vermelha, azul, e
amarela num arranjo de 12-19 LED por 24,
48, 72 e 96 h, em tubos de ensaios
localizados na superfície de simuladores de
acrílico de 110 mm x 110 mm x 80 mm,
perpendicular ao eixo central do feixe de
radiação a uma distância de 6,5 cm da fonte
de luz (Figura 1). As amostras foram lidas
em espectrofotômetro Beckman DU-640, no
comprimento de onda de 304 nm (valor
adequado para o dosímetro Fricke
irradiado). Foram realizadas 3 leituras para
cada três amostras irradiadas cujo
resultados dessas leituras já equivale a
uma média de 10 leituras realizadas pelo
equipamento. Sendo considerados válidos
os valores médios abaixo de 5% de erro.
Figura 1. Arranjo Experimental.
Fonte: Próprio autor
RESULTADOS
Em estudos anteriores do laboratório
(Figuras 2 e 3), os dosímetros FAT
modificados com fotossensibilizador e
irradiados com LED vermelho e azul em
fantoma
de
acrílico,
apresentaram
comportamento linear e proporcional da
variação da densidade óptica em função do
tempo de irradiação. Enquanto que as
irradiações com LED amarelo, tanto em
fantoma de água (Figura 4), quanto em
fantoma
de
acrílico
(Figura
5),
demonstraram um comportamento de uma
função constante quanto à variação da
densidade óptica em função ao tempo de
P á g . 74
irradiação,
não
demonstrando
comportamento linear e proporcional da
variação da densidade óptica em função do
tempo de irradiação.
Figura 2. Variação da densidade óptica da resposta do
FAT em função do tempo de irradiação com LED
vermelho, em fantoma de acrílico.
Figura 3. Variação da densidade óptica da resposta do
FAT em função do tempo de irradiação com LED azul, em
fantoma de acrílico.
CONCLUSÕES
O fato dos dosímetros apresentarem
sensibilidade aos LED (vermelho e azul)
indica que a TFD pode ser realizada com
LED e corantes com custos mais baixos em
relação à terapia realizada com lasers e
fotossensibilizadores importados. Embora
tenha sido verificado que a luz amarela não
tenha se mostrado adequada, a mesma
será reavaliada. Sugere-se que os
dosímetros FAT possam ser aplicados para
efetuar um controle de qualidade em terapia
fotodinâmica, baseando-se nas curvas
padrões obtidas para a luz vermelha e azul
(e a quantidade de radicais livres
produzindos) e ainda, avalindo-se a
quantidade (intensidade, potência) de luz
emitida, que pode não estar sendo
adequadamente
utilizada
na
TFD.
Entretanto, outros experimentos devem ser
realizados antes de uma ampla aplicação
desta técnica.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Figura 4. Variação da densidade óptica da resposta do
FAT em função do tempo de irradiação com LED amarelo,
em fantoma de água.
[1] SOUZA, V. L. B., CUNHA, M. S.,
SANTOS, C. D. A., FIGUEIRÊDO, M. D. C.,
RODRIGUES, K. R. G., LIRA, G. B. S.,
SILVA, D. B., MELO, R. T. A
radiossensibilidade da solução Fricke
dopada com corantes utilizados para fins
terapêuticos.
Revista
Brasileira
de
Pesquisa e Desenvolvimento, v.13, p.122
- 125, 2011.
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
Figura 5. Variação da densidade óptica da resposta do
FAT em função do tempo de irradiação com LED amarelo,
em fantoma de acrílico.
Os autores agradecem à CNEN-CNPq pela
bolsa de iniciação científica concedida para
a realização do projeto.
P á g . 75
Estudo de Materiais Utilizados como Blindagens Contra Radiação X e
Determinação dos seus Coeficientes de Atenuação de Massa por Meio do
Código Monte Carlo EGSNRC
Victor Hugo Farias Ferreira da Silva e Fernando Roberto de Andrade Lima
Centro regional de Ciências Nucleares – CRCN/NE
INTRODUÇÃO
Para realizar avaliações da dose distribuída
ao longo de um volume irradiado, o Grupo
de Pesquisa em Dosimetria Numérica
(GDN) tem desenvolvido vários modelos
computacionais de exposição (MCE) [1,2 e
3] utilizados em simulações computacionais.
MCEs são utilitários que simulam situações
em que ocorra irradiação em um dado meio.
São compostos, fundamentalmente, por um
modelo antropomórfico para simular a
geometria
irradiada
(usualmente
referenciado como fantoma, neologismo da
palavra inglesa phantom), algoritmos para
simular a fonte radioativa usada e um
código Monte Carlo (MC) para simular o
transporte e a interação da radiação com a
matéria, bem como avaliar a energia
depositada.
A blindagem serve para atenuar o nível de
radiação no ambiente que se deseja
controlar. A eficiência de uma blindagem
depende do material a ser utilizado, do tipo
de radiação e da energia emitida pela fonte,
assim como da geometria do campo
irradiado [4].
O parâmetro que mede a eficiência de uma
blindagem à radiação X é o coeficiente de
atenuação
linear
(µ).
No
modelo
exponencial, µ está relacionado com a
camada semi-redutora (CSR) do material
absorvedor por xCSR = ln2/µ. O coeficiente
linear de atenuação, µ, apresenta a
desvantagem de variar com a densidade do
meio absorvedor. Assim, o coeficiente de
atenuação mássico, (µ/ onde  é a
densidade do meio absorvedor é mais
amplamente empregado. Pode ser medido
sob condições específicas como, por
exemplo,
um
feixe
de
fótons
monoenergéticos, colimado, incidindo num
material absorvedor do qual se faz variar a
espessura. Esta é uma situação que
também pode ser simulada usando métodos
MC com vantagens inquestionáveis como
rapidez e o baixo custo [5].
OBJETIVO
A principal meta deste trabalho é o
desenvolvimento
de
um
modelo
computacional para avaliação da interação
da radiação X com materiais utilizados como
blindagem, dando ênfase ao gesso. Isso é
possível a partir do FG (Fantoma
Geométrico), que torna praticável a
mensuração de grandezas dosimétricas
como dose absorvida em materiais
atenuadores e, também o coeficiente de
atenuação
de
massa,
variando-se
parâmetros como a energia, posição,
direção, e outros parâmetros do feixe de
radiação. Dessa maneira, será possível
medir a eficiência dos diversos materiais
utilizados na atenuação de raios X na faixa
de radiodiagnóstico.
METODOLOGIA
As atividades desse trabalho foram
executadas, por meio do uso de um
computador com as versões mais atuais do
EGSnrc, do Microsoft Visual Studio e do
Microsoft Office instaladas em um ambiente
Windows, além de antivírus e de acesso à
internet. Esse trabalho foi realizado no
Laboratório de Dosimetria Numérica (LDN)
do IFPE-Recife. Os fantomas de voxel tem a
forma de placas quadradas, denominados
corpos de prova. Para construção destes
usou-se a relação de 1,0 pixel para 0,1mm,
P á g . 76
gerando assim voxels em 3D, cuja
dimensão é: 0,1mm x 0,1mm x 0,1mm. As
dimensões destes fantomas tomaram como
base as dimensões de placas de gesso que
haviam sido moldadas anteriormente. Tais
placas possuem altura (eixo z) e largura
(eixo x) ambas com 100mm e diferentes
espessuras(eixo y). Os materiais que
compõe os fantomas são representados em
geometrias,
sendo
a
primeira
correspondente ao meio “ar”. As geometrias
seguintes correspondem ao gesso do centro
e periferia e a terceira geometria
corresponde
aos
detectores
termoluminescentes (TLD) do centro e
periferia.
Uma vez criado FG_102C_6L_102.sgi. se
obtêm,
um
arquivo
de
texto
(FG_102C_6L_102F.data). Este arquivo é
lido e utilizado para simulação no Código
Monte Carlo EGSnrc.
RESULTADOS
atenuar tal radiação a níveis aceitáveis seria
muito grande, tornando o uso do gesso
nesses casos inviável. No entanto, segundo
a literatura internacional, em aparelhos de
raios X de mamografia que operam com
quilovoltagem na ordem de 15 a 30 KV, o
uso do gesso seria vantajoso no âmbito de
radioproteção econômico e estrutural
quando comparado a materiais, como,
chumbo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] VIEIRA, J. W.,Construção de um Modelo
Computacional de Exposição para Cálculos
Dosimétricos Utilizando o Código Monte
Carlo EGS4 e Fantomas de Voxels, Tese de
Doutorado, UFPE-DEN, Recife-PE, 2004.
[2] SANTOS, A. M., Desenvolvimento de um
Modelo Computacional para Cálculos de Dose
Absorvida em Órgãos e Tecidos do Corpo Humano
nas Situações de Exposições Acidentais, Tese de
Doutorado, DEN-UFPE, Recife-PE, Brasil, 2006.
Os resultados obtidos experimentalmente
com uma câmara de ionização para
Radiodiagnóstico, modelo 2530 associada
ao eletrômetro da Farmer, modelo 2670,
foram comparados com as simulações e
mostraram que o modelo computacional
proposto pode ser utilizado em programas
de teste de qualidade de blindagens para
radiodiagnóstico, avaliando o coeficiente de
atenuação de massa e/ou camada semiredutora. Principalmente quando se varia
parâmetros do feixe de radiação, como, por
exemplo,
quilovoltagem
pico
(kVp),
intensidade (mA) e distância fonte-objeto
(DFO). E também composição, densidade e
espessura do material atenuador.
[3] LEAL NETO, V., Desenvolvimento de uma
interface gráfica de usuário para modelos
computacionais de exposição externa,
Dissertação de Mestrado, UFPE-DEN, RecifePE, 2007.
CONCLUSÕES
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
Os resultados preliminares mostraram que o
gesso, por ser um material pouco denso,
não é indicado para blindar salas de
radiodiagnóstico que operem com aparelhos
de raios X de alta potência, na ordem de 60
a 150 KV. Pois a espessura requerida para
[4] ANDRADE M. M. F. P., Efeito do Tamanho
de Campo de Radiação na Determinação da
CSR na Argamassa de Magnetita Irradiada
com Fótons Monoenergéticos Entre 65 E
1250 keV, Dissertação de Mestrado, UFPEDEN, Recife-PE, 2011.
[5] SEMPAU, J.; ACOSTA, E.; BARÓ, J.; et al.
An algorithm for Monte Carlo simulation of
couple electron-photon transport, Nuclear
Instruments and Methods in Physics Research,
132, 377-390, 1997.
A realização desse trabalho só foi possível
devido o apoio financeiro do CNPq/CNEN e
apoio técnico do CRCN-NE e IFPE-Recife.
P á g . 77
Desenvolvimento de Sistema de Referência e Metodologia para Calibração
de Ativímetros Comerciais para Radiofármacos PET
Victor Rogério Silva de Oliveira e Mércia l. Oliveira
Centro Regional de Ciências Nucleares – CRCN/NE
INTRODUÇÃO
A utilização de técnicas por imagem tem
sido muito importante tanto para o
diagnóstico quanto para terapia de diversas
doenças, sendo cada vez mais recorrente
seu uso no serviço de medicina nuclear
(SMN). A tomografia por emissão de
pósitron (PET – Pósitron Emission Tomography) associada à tomografia computadoriza (CT - Computed Tomography) tem
se destacado entre as mais variadas
técnicas, devido à qualidade na obtenção de
imagens no que refere-se ao estudo da
estrutura morfológica e metabólica de
órgãos e tecidos, colaborando com êxito no
SMN.
A PET caracteriza-se pelo uso de
substâncias biológicas marcadas com
radioisótopos, denominadas radiofármacos,
indispensáveis para a técnica de imagem na
identificação e estudo de tecidos tumorais,
objetivo principal do exame imagiológico.
Entretanto, a administração do radiofármaco
ao paciente deve ser minuciosa, se fazendo
necessário conhecer com exatidão sua
atividade, de forma a assegurar um valor
que
não
seja
subestimado
nem
superestimado, garantindo a confiabilidade
da técnica realizada e a segurança do
usuário e trabalhadores do serviço.
Para que se tenha conhecimento da
atividade do radiofármaco empregado no
procedimento diagnóstico com PET, utilizase um equipamento composto por uma
câmara de ionização tipo poço conectada a
um eletrômetro de mostrador digital,
chamado ativímetro. Este instrumento
através do seu mostrador fornece o valor da
atividade do material medido; para isso é de
suma importância assegurar a calibração
deste equipamento, de modo que o valor
obtido da leitura seja fiel ao valor real da
atividade da amostra aferida.
A calibração destes instrumentos se faz a
partir de radionuclídeos padrão, entretanto a
distribuição de soluções padrão de tempo
de meia-vida curta pelos laboratórios de
referência é inviável logisticamente devido
às grandes distâncias continentais do país
e, por isso, se faz necessária à obtenção de
soluções padrão para radionuclídeos de
meia-vida curta no próprio laboratório.
A espectrometria gama consiste em um
sistema analítico de obtenção de informação
qualitativa
e
quantitativa
de
um
radionuclídeo emissor gama, mediante a
observação de espectros de emissão;
respalda-se em um método preciso para a
obtenção de soluções de referência
(independente da contribuição de suas
impurezas) e prático (possibilitando a
utilização em diversas geometrias).
OBJETIVO
Obtenção
de
soluções
padrão
de
radionuclídeos para radiofármacos utilizados
em PET (mediante a curva de eficiência de
detecção pelo sistema de espectrometria
gama) para calibração dos ativímetros.
METODOLOGIA
Para a realização do método da curva em
eficiência de detecção foi utilizado um
detector de germânio de alta pureza
CANBERRA, modelo GC1018 coaxial,
eficiência relativa de 10% e resolução de
1,8 keV para energia de 1332 keV do 60Co.
P á g . 78
Um suporte de acrílico de 15 cm foi utilizado
para manter padronizada a distância do
detector à fonte. O software Gamma
Acquisition & Analysis permitiu a aquisição e
análise dos espectros das fontes utilizadas
nas medições.
A calibração em eficiência foi realizada
mediante o uso de fontes com geometria
padronizada (frasco CRCN 5 ml) com
atividades, energias e probabilidades de
emissão bem conhecidas, sendo estas o
22Na, 137Cs e 152Eu.
Por meio da relação (1), foram obtidos os
valores da eficiência em detecção para cada
valor de energia [1]:
Figura 1: Curva em eficiência de detecção do sistema de espectrometria
gama com detector HPGe, na faixa de energia de 122 a 1408 keV.
(2)
(1)
onde,
é a área liquida do pico;
é a
atividade corrigida da fonte padrão;
é o
tempo de contagem (em segundos); é a
densidade da emissão de radiação gama;
a massa do material; e valor da eficiência
em detecção.
Para averiguação da metodologia envolvida
na curva, foi utilizado uma fonte
padronizada de 68Ge, no qual o seu valor de
atividade obtido pela curva foi comparado
com o valor de atividade do certificado do
IRD/CNEN-RJ, corrigido para a data de
medida. Calculou-se o erro associado à
medição, avaliando a consistência do
método da curva em eficiência de detecção
para
a
padronização
de
soluções
radioativas.
O valor de atividade obtido pela curva em
eficiência de detecção e pelo certificado são
respectivamente, 22335,54 Bq/g e 22784,13
Bq/g. A comparação entre os valores
obtidos nos forneceu um erro percentual de
1,96% para esta medida realizada.
CONCLUSÕES
A curva em eficiência mostrou-se muito
eficaz na determinação da atividade de um
radionuclídeo, apresentando erro percentual
de 1,96%. O sistema de espectrometria
gama por meio do método da curva em
eficiência, consistiu em uma boa alternativa
para obtenção de soluções padrão para a
calibração dos ativímetros.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] DEBERTIN, K. A guide and instruction
for determining γ- ray emission rates with
germanium detector systems. Alemanha:
1985.
RESULTADOS
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
A curva em eficiência é apresentada na
Figura 1; a função potência (2) foi a que
melhor se ajustou aos pontos experimentais,
relacionando
energia
e
eficiência:
Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico (CNPq), através da
bolsa
de
iniciação
científica.
P á g . 79
Radioatividade Ambiental no Repositório de Rejeitos Radioativos de Abadia
de Goiás - GO: Análise Geoestatística da Atividade de 137cs
C e nt r o Re g i ona l d e C i ê nc i a s Nuc l e a r e s d o N or d e s t e
Centro Regional de Ciências Nucleares do Centro Oeste
C R C N- NE
CRCN-CO
P á g . 80
Radioatividade Ambiental no Repositório de Rejeitos Radioativos de Abadia
de Goiás - GO: Análise Geoestatística da Atividade de 137cs
Humberto Vinícius Carrijo G. de Oliveira e Eliane Eugênia dos Santos
Centro Regional de Ciências Nucleares do Centro Oeste – CRCN-CO
Mapa geoestatístico
INTRODUÇÃO
Em setembro de 1987, o acidente
radiológico envolvendo o 137Cs ocorrido em
Goiânia – GO, originou a necessidade de
criação do Repositório de Rejeitos
Radioativos em Abadia de Goiás - GO. Esse
Repositório situa-se na área do Parque
Estadual Telma Ortegal, que possui cerca
de 1.600 metros quadrados.
A responsabilidade do gerenciamento desse
rejeito é do Centro Regional de Ciências
Nucleares do Centro Oeste (CRCN-CO),
unidade da Comissão Nacional de Energia
Nuclear (CNEN), autoridade máxima no país
em assuntos na área nuclear. Com isso, em
1988, foi criado o Programa de Monitoração
Ambiental (PMA) [1].
OBJETIVO
Analisar, geoestatisticamente, as atividades
ambientais de 137Cs no Repositório de
Rejeitos Radioativos de Abadia de Goiás.
Como base para a confecção dos mapas, foi
utilizado o shapefile de parques estaduais,
baixado gratuitamente no portal do SIEG [2],
no qual foi feito um recorte da delimitação
do Parque Estadual Telma Ortegal.
Os dados coletados foram separados em 3
mapas: de águas (ASU e ASB), Figura 1;
solos e sedimentos (SOL e SED), Figura 2,
e o de vegetação (VEG), Figura 3.
Posteriormente, foram espacializados para
análise de sua distribuição.
Esses dados foram interpolados utilizando o
interpolador
IDW
(Inverse
Distance
Weighting), ferramenta do software ArcGIS
10.1. O método de interpolação IDW é uma
ferramenta de análise espacial que assume
que cada amostra de ponto tem uma
influência local que diminui com a distância.
RESULTADOS
As Figuras 1, 2 e 3 apresentam a
interpolação das médias geométricas dos
resultados da atividade de 137Cs, em cada
ponto, por unidade de massa ou volume.
METODOLOGIA
Preparação de amostras
Foram coletadas 104 amostras ambientais
do PMA, trimestralmente no período de
setembro de 2013 a junho de 2014.
Divididas em: água de superfície (ASU);
água subterrânea (ASB); sedimento (SED);
solo (SOL) e vegetação (VEG). Todas as
amostras foram preparadas e analisadas no
laboratório de Radioecologia (CRCN-CO) de
acordo com o PMA [1].
Figura 1. Mapa do IDW de ASU e ASB.
P á g . 81
coletas, que variou de (0,37 ± 0,08 a 11,20
± 0,18). Também estão de acordo com os
valores encontrados por Ribeiro et al. [3].
CONCLUSÕES
Os resultados obtidos das análises
ambientais, permitem concluir que as
barreiras de engenharia e blindagem
adotadas à época, se mostram eficazes, e
que o local é seguro do ponto de vista
radiológico, para o indivíduo do público e
para o meio ambiente.
Figura 2. Mapa do IDW de SOL e SED.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[51] Distrito
de
Goiânia.
Plano
de
Monitoração Ambiental – Fase Operacional
do Repositório de Rejeitos Radioativos de
Abadia de Goiás. Goiânia: CRCN-CO, 1997.
[52] Sistema Estadual de Geoinformação de
Goiás.
Disponível
em:
<http://www.sieg.go.gov.br/> Acesso em:
22/05/2015.
[53] Ribeiro E. et. al. Analytical results and
effective dose estimation…, Journal of
Environmental Radioactivity, 2010.
Figura 3. Mapa do IDW de VEG.
A Figura 1 apresenta os resultados das
análises de 137Cs em Bq/L, de 36 amostras
de ASB (<0,07) em 3 pontos de coletas e
16 amostras de ASU (<0,07) em 4 pontos
de coletas. Os valores estão de acordo com
aqueles encontrados por Ribeiro et al. [3].
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
CNPq e CNEN.
A Figura 2, ilustra as atividades de 137Cs em
Bq/kgseca, de 20 amostras de SOL em 5
pontos de coletas, que variou de (0,30 ±
0,14 a 0,91 ± 0,21) e de 12 amostras SED
(<0,43) em 3 pontos de coletas . Os valores
coincidem com aqueles encontrados por
Ribeiro et al. [3].
Na Figura 3 podemos observar
resultados da atividade de 137Cs
vegetação, em Bq/kgseca. Foram
amostras de vegetação em 5 pontos
os
na
20
de
P á g . 82
Calibração e Intercomparação entre os Dosimétros Utilizados pelo Programa
de Monitoração Ambiental do CRCN-CO
Kassio Samay R. Tavares e Rugles César Barbosa
Centro Regional de Ciências Nucleares do Centro-Oeste - CRCN-CO
INTRODUÇÃO
OBJETIVO
O Centro Regional de Ciências Nucleares
desenvolve a atividade relativa ao Programa
de Monitoramento Radiológico Ambiental
(PMRA)
dos
depósitos
de rejeitos
radioativos em Abadia de Goiás. No
conjunto de análises de monitoração do
PMRA são realizadas medidas de radiação
no ar por leitura de Dosímetros Termo
Luminescentes (TLD’s), encapsulados em
embalagens de PVC e distribuídos no
CRCN-CO e seu entorno. Isto constitui de
parte do Programa de Monitoramento
Radiológico Ambiental (PMA).
O objetivo deste trabalho é estabelecer
uma intercomparação entre os registros de
dose no ar produzidos pela leitura dos
dosímetros
termoluminescentes,
no
laboratório do CRCN-CO, em relação aos
registros de dose no PMA de Abadia de
Goiás.
Em trabalho anteriormente realizado [54]
registra o esforço para a adoção de um
sistema de avaliação para garantir “in loco”
o acompanhamento dos resultados de
medidas Kerma no ar registrados pelos 10
suportes, contendo cada 4 pastilhas TLD’s,
encapsulados
em
porta
TLD’s
hermeticamente
fechados
distribuídos
geograficamente em 8 pontos do parque
Telma Ortegal e 2 pontos no entorno de
Abadia de Goiás (um na prefeitura de
Abadia de Goiás e outro em uma
propriedade rural).
Para que seja feita a intercomparação é
necessárias duas etapas: Primeira etapa
constitui em procedimentos de seleção,
calibração de TLD´s como descrito em
trabalho anterior [55][56], e a segunda
etapa: de coleta de dados nos mesmos
locais e intervalos de tempos adotados no
PMA de Abadia.
METODOLOGIA
O trabalho foi divido em duas etapas,
mostrando os desvios de leitura de dose no
PMA e a atividade de calibração dos TLD’s,
e para uma segunda etapa a realização de
leituras e análises de dados de
intercomparação obtidas trimestralmente.
Na primeira etapa foram utilizados os
seguintes materiais, equipamentos e
processos:
-100
Dosímetros
Termoluminescentes
TLD´s do tipo Harshaw TLD -100 para
serem feita a retirada de impurezas que
produzam interferências (álcool Etílico e
água destilada).
-Secagem em estufa a 50 °C – Estufa
FANEM – Modelo 002CB.
-Pesagem dos TLD´s utilizando uma
Balança Analítica SHIMADZU – Modelo
AX200.
-Fonte de 137Cs: J.L. Sheperd, modelo 288A com atividade de 481 GBq.
-Os TLD’s foram tratados termicamente
antes e depois de serem irradiados e
medidos em leitora de TLD (fabricante
Harshaw modelo 5500) para realização de
calibração
dos
dosímetros
conforme
descrito em trabalhos anteriores.
-Hastes de PVC para o armazenamento de
porta TLD´s em campo.
P á g . 83
RESULTADOS
O gráfico abaixo mostra que a taxa de
Kerma 70 nGy/h (linha verde) para a
radiação de fundo.
Figura 3
D(mGy) = 0,34Q(nC) - 0,2676
(2)
CONCLUSÕES
Figura 1
A reta (vermelha) com a taxa de Kerma em
290 nGy/h apresenta um acumulado taxa de
equivalente de dose em um ano de 1
nSv/ano, por simples conversão para taxa
de dose absorvida. Assim os valores dos
TLD’s acima desta reta horizontal superam
o equivalente de dose de radiação para o
indivíduo do público.
Nos TLD’s irradiados verifica-se (gráficos
abaixo) a resposta linear entre a leitura TLD
(carga) e a dose dos 100 cristais de TLD
que permite estabelecer um fator de
calibração de leitura (Carga)/dose para o
lote 1 contendo 50 TLD’s:
Figura 2
D(mGy) = 0,3172Q(nC) - 0,2217 (1)
E no lote 2, contendo 50 TLD’s a resposta
linear será:
Foi realizado a calibração de 100
dosímetros de TLD tipo LiF-100 dos quais
foram medidos a luminescência termo
estimulada de TLD irradiador de Césio
calibrado. Os intervalos de Kerma no ar
0,42 mGy a 1,46 mGy faixa esta que
corresponde
ao
possível
intervalo
registrados nos históricos de doses dos
TLD’s no PMA de Abadia de Goiás entre
1997 a 2013 tiveram resposta de dose, em
nossas leituras, lineares relativo as medidas
de carga na fotomultiplicadora.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[54]Reavaliação de cálculos do equivalente
de dose efetiva para o programa de
monitoramento radiologico ambiental do
CRCN-CO. 2013.
[55]Estudo sobre os ensaios dosimetricos
empregando
dosimetros
termoluminescentes (TLD) e camara de
ionização.
[56]Estudo sobre ensaios dosimetricos
empregando fonte irradiadora de Cs-137
para o emprego em camaras para
calibração de dosimetros do tipo TLD.
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico – CNPq.
P á g . 84
Avaliação Geoespacial do Acesso a Mamografia no Estado de Goiás
Kelly Morais Silva e Rosangela da Silveira Corrêa
Centro Regional de Ciências Nucleares do Centro-Oeste - CRCN-CO.
INTRODUÇÃO
A neoplasia maligna que mais afeta as
mulheres é o câncer de mama, corresponde
em torno de um quarto de todas as
neoplasias no sexo feminino. A mamografia,
na atualidade, é o exame indicado para a
detecção precoce em nível populacional. A
importância de se ter acesso ao
rastreamento mamográfico pode interferir na
taxa de mortalidade [1].
Para se ter uma um sistema de saúde de
acessível, é preciso que os serviços estejam
disponíveis a toda população sem
restrições. Deve não só apenas ser
ofertado, mais é fundamental que o
indivíduo que irá procurar os serviços de
saúde, tenha o rápido alcance do local e
uma boa qualidade do trabalho prestado.
Sendo assim, é necessário que os serviços
de saúde, devam estar geograficamente
bem distribuídos para os que necessitam [2].
Estudo sugere que a prevalência de
mamografia no estado de Goiás é desigual
entre as regiões de saúde. Assim, é
necessário avaliar se distribuição de
equipamentos no estado de Goiás é um
fator de risco que interfere no acesso das
mulheres ao exame [3].
OBJETIVO
Realizar
avaliação
geoespacial
dos
equipamentos de mamografia em uso no
estado de Goiás, de acordo com as regiões
de saúde.
METODOLOGIA
Foram
georeferenciados
todos
os
mamógrafos em uso e cadastrados no
Programa de Controle de Qualidade em
Mamografia de Goiás (PCQM-GO), no final
de 2014. Para coleta das coordenadas
geográficas, referentes à localização dos
equipamentos utilizou-se receptores de
Sinais Global Positioning System (GPS). Foi
analisada a relação entre a oferta de
mamógrafos e a população residente na
mesma área geográfica e comparado com o
recomendado pelo ministério da saúde: 0,42
para cada 100 mil habitantes. De posse do
mapeamento dos mamógrafos foi realizada
análise de proximidade, para mapear as
áreas de abrangência de 60 km de cada
equipamento de mamografia.
RESULTADOS
Foram mapeadas a localização dos 152
equipamentos em uso. Verificou-se que as
18 regiões de saúde possuíam mamógrafos.
Esses estavam distribuídos em 43 (17,5%)
variou municípios, sendo que 68 (44,7%)
estavam instalados em Goiânia. A relação
da oferta de mamógrafos por 100 mil
habitantes foi de 2,33 para o estado e
enquanto nas regiões de saúde variou de
1,11(Entorno sul) a 4,38 (nordeste I).
Considerando-se a distância máxima de 60
Km para se ter acesso a um equipamento
de mamografia, com o mapeamento das
áreas de abrangência verificou-se que
importantes porções territoriais de sete
(38,9%) regiões de saúde estão fora dessas
áreas de abrangências geográficas.
P á g . 85
CONCLUSÕES
A oferta de mamógrafos por habitante é
superior ao recomendado pelo ministério da
saúde em todas regiões de saúde. O
acesso é dificultado em função da distância
a percorrer para a realização do exame.
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
CNPq e CNEN
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[57] Freitas, Nilceana Maya Aires. Evolução
temporal da incidência do câncer de mama
na cidade de Goiânia de acordo com o
grupo etário e análise geoespacial.
2010.163 f. Tese (Doutorado em Ciências
da Saúde) – Universidade Federal de Goiás,
Goiânia, 2010:29.
[58]Corrêa,
Rosangela
da
Silveira.
mammography:infrastructure,coverage,qualit
y and risk of radioinduced cancer in an
opportunistic screening in the state of Goiás.
2012. 214 f. Tese (Doutorado em ciências
da saúde) – Universidade federal de Goiás,
Goiânia, 2012:103 e 104.
[59]Corrêa, Rosangela da Silveira. et al.
Estimativas da cobertura mamográfica no
Estado de Goiás, Brasil. Cad. Saúde
Pública, Rio de Janeiro, 27(9):1757-1767,
set, 2011: 9.
P á g . 86
Comparação da Qualidade da Imagem Mamográfica
Digital - CR x Convencional
Yanne Martins Gudinho e Rosangela da Silveira Corrêa
Centro Regional de Ciências Nucleares do Centro-Oeste – CRCN-CO
INTRODUÇÃO
O objetivo principal da mamografia, como
método de rastreamento do câncer de
mama, é a redução da taxa de mortalidade
em função do aumento de casos detectados
em estágios iniciais dessa doença[1].
Ensaios clínicos randomizados mostram
redução estatisticamente significativa nas
taxas de mortalidade em grupos de
mulheres convidadas a participar de
rastreamento mamográfico[2,3,4]. Entretanto,
a efetividade do rastreamento está
diretamente relacionada à qualidade e ao
desempenho de equipamentos, materiais e
procedimentos
empregados
na
mamografia.8 Em função disso, foram
elaborados documentos referenciais para a
implantação de programas para o controle
de qualidade em mamografia [5].
Considerando-se que os programas de
rastreamento de câncer de mama visam à
melhoria da saúde pública, as ações de
controle de qualidade direcionadas à
obtenção de imagens satisfatórias, expondo
as pacientes a doses de radiação
aceitáveis, constituem componente de
grande importância desses programas.
OBJETIVO
Este estudo tem como objetivo comparar a
qualidade da imagem mamográfica segundo
o tipo de tecnologia do equipamento
utilizada.
METODOLOGIA
O banco de dados foi formado com as
informações correspondente a avaliação da
qualidade da imagem dos serviços que
participaram do Programa de Controle de
Qualidade em Mamografia de Goiás, no ano
de 2014. Mensalmente o serviço de
mamografia
envia
uma
imagem
mamográfica realizada em seu equipamento
utilizando-se um simulador que corresponde
a uma mama de 5,3 cm de espessura
quando comprimida, composta de 50% de
tecido adiposo e 50% de tecido glandular,
que contêm em seu interior estruturas
anatômicas
que
simulam
achados
mamográficos. A técnica radiográfica foi
estabelecida pelo controle automático de
exposição para uma tensão de 28kV.
Considerou-se
para
a
avaliação
a
visibilização de estruturas anatômicas, a
presença de artefatos e uniformidade da
imagem. Foi realizada por dois avaliadores e
na discordância utilizou-se um terceiro
avaliador. Os itens que apresentaram
conformidade receberam 1 ponto e cada
serviço teve somatório da pontuação. Os
resultados foram comparados de acordo com
o tipo de tecnologia do mamógrafo se
convencional ou digital –CR.
RESULTADOS
Foram avaliadas 250 imagens sendo que,
124
(49,6%)
eram
de
tecnologia
convencional e 126 (50,4%) digital- CR.
Entre os equipamentos convencionais as
conformidades mais presentes foram na
visualização
de
resolução
espacial,
microcalcificação e fibras. Os digitais – CR
as conformidades mais apresentadas foram
em visualização de fibras, massas espaciais
e microcalcificações (TABELA 1).
P á g . 87
TABELA 1- Frequência de imagens em conformidade
com os parâmetros de avaliação da qualidade segundo
o tipo de tecnologia.
CONCLUSÕES
n
%
n
%
Observando os resultados pode-se inferir
que não há diferença entre os dois sistemas
no quesito qualidade. As não conformidades
mais presentes estavam nos dois tipos de
tecnologia.
Resolução
espacial (Grades)
124
100
92
73
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Microcalcificações
121
98
119 85
Fibras
124
100
124 98
Massas
114
92
120 95
Discos de baixo
contraste
102
82
103 82
Presença de
Artefatos
41
33
74
Uniformidade da
Imagem
91
Variáveis
Convencional
(n =124)
73
Digital-CR
(n = 126)
60
[60]Feig SA. Screening mammography: a
successful public health initiative. Rev
Panam
Salud
Publica. 20(2-3):125-33.
DOI:10.1590/S1020-49892006000800009,
2006
[61]Hendrick RE, Helvie MA. United States
Preventive Services Task Force screening
mammography recommendations: science
ignored. AJR
Am
J
Roentgenol. 2011;196(2):W112-6.
DOI:10.2214/AJR.10.5609
59
[62] Parkin DM, Whelan SL, Ferlay J, Teppo
L, Thomas DB, editors. Cancer incidence in
five continents. Lyon: IARC; 2002. (IARC
Scientific Publication, 155).
48
Na TABELA 2 pode-se observar que não
houve diferença estatística significativa nos
quesitos avaliados entre os dois tipos de
tecnologia.
TABELA 2- Frequência das imagens aprovadas
com os parâmetros de avaliação da qualidade
segundo o tipo de tecnologia.
Convencional
Digital
(n=124)
(n=126)
Valor de
p*
n
%
n
%
118
95
113 90
0,834
Qualidade
da Imagem
88
71
Artefatos/
Uniformidade
*Teste Exato de Fisher
68
54
[63]Shapiro S, Venet W, Strax P, Venet L.
Periodic screening for breast cancer: the
Health Insurance Plan Project and its
sequelae, 1963-1986. Baltimore: Johns
Hopkins University Press; 1988.
[64] Food and Drug Administration (US).
The Mammography Quality Standards Act
(MQSA) interim final rules. Silver Spring;
1993.
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
CNPq e CNEN.
0,495
P á g . 88
Instituto de Engenharia Nuclear
IEN
P á g . 89
Estudo da Aplicação de Rejeito NORM na Agricultura e Avaliação de Seus
Impactos
Alfredo Aghina Ferreira e Renata Coura Borges
Instituto de Engenharia Nuclear - IEN
INTRODUÇÃO
O pó de rocha é produzido a partir do
beneficiamento de rochas ornamentais,
através do desdobramento de materiais
brutos nas pedreiras na forma de blocos.
Existem dois tipos de beneficiamento, o
primário e o secundário Esse trabalho se
foca no primário que é derivado de
serrarias. Esse material apresenta em sua
composição radionuclídeos naturais que
podem causar contaminação e também
possui macronutrientes como Ca, Mg, K
dentre outros que podem ter grande
utilidade na fertilidade dos solos.
agricultura para ver se este é viável seu uso
como fertilizante.
METODOLOGIA
Está sendo conduzido um experimento em
área
experimental
no
Instituto
de
Radioproteção e Dosimetria (IRD/CNEN),
Rio de Janeiro com planossolo Háplico
Eutrófico coletado na Universidade Federal
Rural do Rio de Janeiro.
Foi feita a caracterização radiológica das
amostras da lama de mármore, utilizando-se
a espectrometria gama.
O reaproveitamento desses resíduos tornase
muito
importante,
pois
pode
compatibilizar a produção de rochas
ornamentais
com
atividade
agrícola,
eliminado, pelo menos em parte, o passivo
ambiental gerado pelo acúmulo de escórias.
A técnica de fluorescência de Raios-X foi
utilizada com o intuito de obter a
composição química da lama de mármore,
ela permite que sejam caracterizados os
constituintes majoritários e minoritários.
A disposição inadequada desses rejeitos
produz impactos ambientais, podendo
promover contaminação de lençóis freáticos
e outros compartimentos ambientais, além
do
aspecto
visual
que
deforma
esteticamente
a
paisagem.
Em
contrapartida, a agricultura brasileira passa
por uma fase em que a produtividade, a
eficiência,
a
lucratividade
e
a
sustentabilidade
são
aspectos
da
importância inquestionável.
O método de difratometria de Raios-X foi
utilizado com o objetivo de quantificar as
fases
cristalinas
componentes
das
amostras.
RESULTADOS
Na tabela 1 são apresentadas as atividades
dos radionuclídeos naturais presentes nas
amostras de pó de rocha. Os resultados são
expressos em Bq.kg-1 (em base de peso
seco).
OBJETIVO
O objetivo deste trabalho é testar os rejeitos
NORM provenientes do pó-de-rocha na
P á g . 90
Tabela 1.Atividade de radionuclídeos na Póde-rocha (Bq.kg-1)
Material
Lama MM
Tabela 2. Elementos químicos obtidos na
Fluorescência de Raios-X.
Elementos
Concetração(%)
Ra226
27,14±0,09
SiO2
57,029
Ra228
55,63±0,02
CaO
15,613
K40
90,43±0,01
Al2O3
13,280
K2O
4,706
MgO
3,514
Fe2O3
2,718
Os valores de 226Ra estiveram dentro do
determinados pela UNSCEAR, 2000, que
diz que a atividade média mundial de
226Ra no solo varia de 17-60 Bq.kg-1.
Evidentemente, esses valores irão
depender no caso do pó de rocha, das
características geológicas das rochas
trabalhadas.
A concentração de atividade do 226Ra em
média foi 27,14 Bq.kg-1. Esse valor está
bem abaixo do limite recomendado pela
agência Ambiental Americana (EPA,
1988), para o uso de NORM na lavoura,
cujo valor é 370 Bq.kg-1.
Como principais componentes das fases
cristalinas na difratometria de raios-X,
como pode se ver na tabela 2, foram
obtidos o quartzo e carbonatos de cálcio
e magnésio, conhecido como Dolomita,
este mineral é atualmente muito
empregado na agricultura como corretivo
do solo, funcionando como fonte de
cálcio e magnésio, além de promover um
aumento significativo do pH. Este fato é
muito relevante, do ponto de vista do
desenvolvimento sustentável, pois estaria
diminuindo o impacto ambiental de duas
formas, uma evitando a extração do
calcário e utilizando a lama de mármore
em seu lugar e outra é viabilizando uma
nova alternativa de uso deste tipo de
rejeito.
CONCLUSÕES
A concentração de atividade do 226Ra em
média foi de 27,14 Bq.kg-1, esse valor está
bem abaixo do limite recomendado pela
agência Ambiental Americana (EPA, 1988),
para uso de rejeitos NORM.
A menor concentração de 226Ra em
comparação com 228Ra está associado ao
material de origem, no caso rochas
carbonáticas
que
apresentam
baixa
concentração de 238U.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[65] ENVIRONMETAL
AGENCY, 1988
PROTECTION
[66] UNSCEAR, 2000
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
CAPES, CNPq apoio financeiro e bolsa
concedida e IEN órgão onde o trabalho está
sendo desenvolvido.
.
P á g . 91
Diagnóstico de Regimes Bifásicos em um Circuito de Circulação Natural
Através de uma Técnica de Visualização
Amanda Cardozo Barbosa e José Luiz Horacio Faccini
Instituto de Engenharia Nuclear - IEN
INTRODUÇÃO
Escoamentos multifásicos são encontrados
nos diversos tipos de indústrias, como
exemplo na área: petrolífera, naval,
aeronáutica e nuclear. Na área nuclear
apresenta-se como escoamento bifásico
água-vapor.
Esse
escoamento
pode
acontecer com o fluido de refrigeração no
núcleo do reator - tanto em circulação
forçada como em circulação natural – em
que será baseado esse estudo. A circulação
natural é um fenômeno que ocorre em
função da temperatura do fluido, em que a
água mais quente tende a subir e a mais fria
a descer, de acordo com a diferença de
densidade, sendo assim, é um sistema de
remoção de calor residual, que estabelece a
troca de calor de uma forma passiva.
de visualização, localizado no Laboratório
de Termo-Hidráulica Experimental do
Instituto de Engenharia Nuclear (LTEIEN/CNEN).
O Circuito de Circulação Natural, Fig. 1 é
um modelo em escala de 1:10 em altura,
similar ao protótipo de um sistema de
remoção de calor residual de um reator do
tipo
APWR
(Advanced
Power
WaterReactor) [1] composto por um
aquecedor, trocador de calor, tanque de
expansão e tubulações perna quente e
perna fria.
OBJETIVO
Este trabalho apresenta o estudo de uma
metodologia para diagnóstico dos regimes
de
escoamentos
que
podem
ser
encontrados em um circuito de circulação
natural bifásica. A metodologia consiste no
emprego deuma técnica de visualização,
através da filmagem em altas velocidades
dos regimes bifásicos água-vapor gerados
no circuito. As imagens obtidas são
processadas por meio de um aplicativo
desenvolvido em MatLab, que identifica as
bolhas de vapor, determina o seu
comprimento e diâmetro, e calcula sua área
e a fração de vazio.
MONTAGEM EXPERIMENTAL
A montagem experimental consistiu de um
circuito de circulação natural e um sistema
Figura 1. Circuito de Circulação Natural
METODOLOGIA
A técnica empregada para o processamento
e análise das imagens é realizada em duas
etapas:
a
calibração
do
sistema
empregando o software comercial Olympus
I-Speed Software Suite e o processamento
das imagens através do aplicativo
desenvolvido em Matlab.
A calibração do sistema de visualização foi
feita com a marcação de dois pontos, o
número 1 e o número 2. A régua é utilizada
ao lado da imagem e serve como parâmetro
para medição. O programa mede ainda,
P á g . 92
distância inicial e final do tubo, sendo esse
resultado, o seu diâmetro.
O processamento das imagens foi feito por
meio de um aplicativo em Matlab
desenvolvido
no
LTE/IEN.
Foram
processados vídeos correspondentes aos
experimentos realizados com potência 800
W e vazão nominal de 3 l/h no secundário
do trocador de calor. Cada vídeo teve em
média dois minutos e trinta segundos de
duração e taxa de filmagem de 60 frames
por segundo. As técnicas de processamento
de imagem empregadas nesse trabalho
foram a filtragem e a binarização [2].
As imagens são tratadas pelo processo de
limiarização, no qual um valor limite de pixel
deve ser indicado de tal forma que os pixels
acima desse valor representem os
contornos da bolha, assumindo o valor 1
(branco) e binarizando assim as imagens.
Essas
imagens
binarizadas
podem
apresentar interferências, dessa maneira
são utilizados filtros, que servem para
eliminar pixels indesejados (ruídos) e
também para destacar a borda das bolhas.
Dois filtros são utilizados para que a
imagem seja recuperada: erosão e
dilatação.
Após a identificação da bolha, ela é
comprimida em duas colunas, uma vertical e
outra
horizontal.
Esse
processo
é
denominado esqueletização. Nele são
processados o comprimento e o diâmetro da
bolha. Essas informações são necessárias
para o cálculo da área, que será utilizada
posteriormente para obtenção da fração de
vazio.
Através desta metodologia os regimes do tipo
Bubbly e Slug foram diagnosticados. Esse tipo
de classificação é consistente com a
literatura [3].
frame, velocidade, comprimento, diâmetro,
área e fração de vazio local para cada
bolha. Foram apresentados os resultados do
processamento de um vídeo típico. A fração
de vazio local variou de 0,6% a 15,6% para
o regime bubbly. Para o regime slug
apresentou uma variação de 24,3% a
32,9%.
CONCLUSÕES
O
trabalho
realizado
consistiu
no
desenvolvimento de uma metodologia para
diagnóstico dos regimes água-vapor,
gerados em um circuito de circulação
natural bifásica. A metodologia proposta foi
baseada em uma técnica de visualização
pela filmagem em alta velocidade dos
experimentos realizados no circuito, e
posterior processamento das imagens
gravadas. O processamento foi feito através
de um aplicativo desenvolvido em Matlab.
Os resultados obtidos demonstraram que os
regimes de bolhas (bubbly) e slug puderam
ser bem identificados, sendo possível
determinar os parâmetros comprimento,
velocidade e fração de vazio local. Já para o
regime churn o aplicativo ainda necessita de
melhorias.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] IAEA, “Natural circulation in water cooled
nuclear power plants: phenomena, models,
and methodology for system reliability
assessments”, IAEA-TECDOC – 1474
(2005).
[2] Burguer W., Burge M. J., Principles of
Digital Image Processing, Springer, Londres,
Inglaterra, (2009).
[3] T. Bui Dihn, T. T. Choi, “Application of
Image Processing Techniques in Air/Water
Two Phase Flow”, Mechanics Research
Communication,Vol. 26, No. 4, pp. 463-468
(1999).
RESULTADOS
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
Foram processados 12 vídeos e geradas 12
planilhas.
Como
resultados
do
processamento foram obtidos o número do
CNEN/CNPq , INCT/FAPERJ, FINEP
P á g . 93
Desenvolvimento de Método de Cálculo para Reatores Nucleares Avançados
e Inovadores
Dalvan Oliveira Mendes e Reinaldo Jacques Jospin
Instituto de Engenharia Nuclear - IEN
INTRODUÇÃO
As formulações integrais e os métodos
computacionais aplicados às engenharias
facilitam a solução de problemas definidos
por equações diferenciais. Neste trabalho foi
aplicado exatamente essa sequência para
simulação de casos eletromagnéticos.
OBJETIVO
Comparar os resultados obtidos em
problemas de Eletromagnetismo 2D,
utilizando o método dos elementos finitos
(MEF), visando futuras aplicações nessa
área.
METODOLOGIA
Baseado na formulação integral das
equações de Maxwell, aplica-se o método
dos elementos finitos (MEF) para a
discretização do domínio, resultando na
solução de um sistema de equações
lineares. A utilização de uma interface
gráfica comercial denominada GID permite
uma interação simples entre usuário e o
programa Fortran. Uma comparação dos
resultados obtidos é feita com as obtidas
por Bastos [1] em 2D.
Fig 1 (bastos)
Onde µ0 representa a permeabilidade
magnética do cobre , que vale µ0=
1.2566366x 10-³ [H/m] , enquanto a parte
externa(quadrado maior) que é um material
ferromagnético, tem 1000 vezes esse valor.
J é a corrente aplicada no fio de cobre, que
tem intensidade J= 1.0[A/mm²]. Na fig 2
estão repesentados o elemento nodal
triangular e os resultados obtidos no GID
RESULTADOS
Na Figura 1 esta representada a geometrias
para o caso, conforme literatura de Bastos.
Fig 2
P á g . 94
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] BASTOS, J. P. A., SADOWSKI, N.
Electromagnetic modeling by finite
element
methods. Nova York: Marcel
Dekker Inc., 2003.[2] FLEISCH, Daniel. A
Student’s Guide to Maxwell’s Equations.
1ed. Cambriged, 2008.
[3] GRIFFITHS, David J. Eletrodinâmica. 3
ed. São Paulo: Pearson, 2011.
Abaixo temos uma tabela com valores
encontrados no GID e uma comparação
com valores do exemplo do Bastos.
[4]
HALLIDAY,
David;
RESNICK.
Fundamentos
de
Física
Eletromagnetismo. 8 ed. v. 3. Rio de
Janeiro: LTC, 2009.
[5] NASCIMENTO, Francisco Rogério
Teixeira
do.
Cálculo
de
campos
magnetostáticos com precisão utilizando o
método dos elementos finitos. 2013. 109f.
Dissertação (Mestrado em engenharia de
reatores) – Instituto de Engenharia Nuclear,
Rio de Janeiro, 2013
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
CONCLUSÕES
PIBIC/CNPq
Verifica-se na tabela que os resultados
numéricos apresentados pelo programa
MEF são comparáveis aos apresentados
por Bastos (UFSC). O método dos
elementos finitos pode ser considerado uma
boa aproximação para o cálculo de campos
magenetostáticos,
ao
longo
do
desenvolvimento dos estudos, percebe-se
claramente que a maior dificuldade para o
cálculo é quando tem-se figuras complexas,
pois quanto maior for a complexidade do
objeto de estudo,
pior ficará para se
representar sua geometria, porém, o calculo
terá por base a mesma teoria.
P á g . 95
Estudo Experimental de Bolhas de Taylor Individuais Através da Técnica
Ultrassônica de Pulso-Eco
Douglas dos Santos e José Luiz Horacio Faccini
Instituto de Engenharia Nuclear - IEN
INTRODUÇÃO
O movimento ascendente de bolhas
alongadas em um líquido estagnado,
conhecidas como bolhas de Taylor, é de
importância fundamental na teoria dos
escoamentos gás-líquido.
Trabalho pioneiro como de [1] estabeleceu
uma correlação para a velocidade de
ascensão de bolhas em tubos verticais
contendo água estagnada e vedado na
extremidade.
[2] estudaram o movimento dessas bolhas e
determinaram a espessura de equilíbrio de
filme líquido atráves de uma metodologia
que relacionava o comprimento da bolha e o
bolsão de ar deixado no tubo.
OBJETIVO
O objetivo desse trabalho é estudar o
movimento de ascensão das Bolhas de
Taylor individuais em diferentes líquidos
utilizando a técnica ultrassônica de pulsoeco. E verificar que o programa feito no
Matlab foi capaz de determinar as
velocidades, comprimentos e espessuras de
filme líquido das bolhas analisadas.
METODOLOGIA
Neste
trabalho,
foram
realizados
experimentos numa coluna vertical de
líquido
estagnado
e
vedada
nas
extremidades, localizada no Laboratório de
Termo-Hidráulica Experimental do Instituto
de Engenharia Nuclear (LTE/IEN). O
sistema ultrassônica é constituido de
transdutores ultrassônicos, uma placa
geradora/multiplexadora e um computador
(PC) com um programa em LabView. Na
técnica de pulso-eco, um único transdutor é
usado como emissor e receptor das ondas
ultrassônicas. Tal técnica é baseada na
grande diferença de impedâncias acústicas
entre as fases líquida e gasosa, que permite
que a onda seja refletida, quase que
totalmente, pela interface gás-líquido. Para
o processamento dos dados obtidos vem
sendo desenvolvido, no LTE/IEN, um
programa no Matlab que realiza os cálculos
para a determinação da velocidade de
ascensão (Ub) e comprimento da bolha (Lb),
bem como da espessura de equilíbrio do
filme líquido em seu entorno (δ). No estágio
atual do programa, os cálculos requerem
que sejam fornecidos ao programa alguns
parâmetros de entrada, tais como número
de pontos de aquisição, tempo de aquisição,
distância entre os transdutores, posição do
nariz da bolha em cada transdutor, posição
da cauda da bolha em cada transdutor e o
ponto sobre a interface gás-líquido onde se
inicia a região de equilíbrio do filme, em
cada transdutor. O programa determina
também a velocidade do som medida em
cada um dos dois transdutores. Após o
processamento, os resultados para cada
bolha são apresentados na forma de uma
planilha em arquivo tipo XLS. Em tais
planilhas são, também, fornecidas as
médias e os desvios-padrão para cada
parâmetro calculado, levando-se em conta
todas as bolhas analisadas.
RESULTADOS
Os
valores
experimentais
medidos
apresentaram boa concordância com a
correlação proposta por [1] para os casos
de líquidos pouco viscosos, como á água
pura. A Figura 1 apresenta os valores
obtidos utilizando o número adimensional
P á g . 96
Fr=Ub/(gD)1/2, que relaciona a velocidade da
bolha com a aceleração da gravidade e o
diâmetro do tubo e também Nf=(ρ/μ)(gD3)1/2,
que é um número adimensional que está
relacionado com densidade e a viscosidade
dinâmica do líquido.
Figura 1. Relação entre o número de Froude (Fr) e o número
inverso da viscosidade (Nf).
Na Figura 2, são apresentados os valores
da espessura de equilíbrio adimensional δ’
medidos pela técnica ultrassônica para os
diferentes líquidos, bem como a correlação
de [2]. É possível notar uma boa
concordância entre os valores experimentais
e aqueles estimados pela correlação, para o
caso de líquidos de altas viscosidades ou
mais baixos Nf. Entretanto para os líquidos
de baixa viscosidade (altos Nf), observou-se
um desvio em relação à correlação.
considerando-se todos os fluidos estudados,
foi observado que Ub diminuiu ao passo que
a viscosidade do fluído aumentou.
Já as espessuras de equilíbrio do filme
líquido δ e o comprimento das bolhas Lb
geradas a partir de um mesmo bolsão de ar
L0 tiveram um comportamento inverso ao da
velocidade, ou seja, aumentaram ao passo
que a viscosidade aumentou.
Embora o programa de processamento
tenha apresentado resultados satisfatórios,
este continuará em desenvolvimento, sendo
um de seus maiores desafios a
possibilidade de identificar de forma
automatizada todos os parâmetros de
entrada necessários para o cálculo dos
parâmetros interfaciais das bolhas de
Taylor.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[67] Nicklin, D. J., Wilkes, J. O. and
Davidson, J. F., “Two-Phase Flow in Vertical
Tubes”, Transactions of the Institution of
Chemical Engineers, 40, pp. 61-68, 1962.
[68] Llewellin, E. W., Del Bello, E.,
Taddeucci, J., Scarlato, P. and Lane, S. J.,
“The Thickness of the Falling Film of Liquid
around a Taylor Bubble”, Proceedings of
The Royal Society A, 468, pp. 1041-1064,
2012.
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
CNEN, CNPq, FINEP e FAPERJ.
Figura 2. Medidas experimentais para as espessuras de equilíbrio
adimensionais δ’ dos filmes.
CONCLUSÕES
Os
resultados
obtidos
durante
os
experimentos mostraram que, para o caso
de líquidos pouco viscosos, em especial a
água, o valor medido para velocidade de
ascensão Ub apresentou concordância com
o valor estimado. Por outro lado,
P á g . 97
Análise de Doses Recebidas em Plantas Nucleares por Intermédio do
Rastreamento de Pessoas em Vídeo
Gabriel Rodrigues de Lira e Paulo Victor R. Carvalho
Instituto de Engenharia Nuclear – IEN/CNEN
INTRODUÇÃO
O objetivo deste trabalho é a implementação
de um sistema que visa rastrear pessoas
em vídeo, com a finalidade de monitorar as
doses
de
radiação
recebidas
por
trabalhadores, em plantas nucleares.
OBJETIVO
O objetivo deste trabalho é continuar o
desenvolvimento de um sistema de
rastreamento de pessoas em vídeo,[1],
onde a proposta é avaliar a dose de
radiação recebida por trabalhadores no
salão do Reator Argonauta (IEN). Com essa
finalidade, o ground truth foi marcado
servindo de base para a comparação dos
métodos previamente implementados e um
novo método de rastreamento foi criado.
Além disso, foi desenvolvido um software
para a comparação dos resultados dos
métodos anteriormente implementados.
METODOLOGIA
Primeiramente, foi usada uma base de
dados de vídeos tendo o Reator Argonauta
(IEN) como cenário e um programa de
marcação manual dos bounding boxes.
Neste programa é possível marcar um
bounding box no quadro ‘x’ com um
determinado rótulo e um bounding box com
o mesmo rótulo no quadro ‘x + y’ e o
programa faz a interpolação dos quadros
nesse intervalo considerando um movimento
linear no plano da imagem. Desta forma,
obteve-se um banco de dados de vídeos
marcados com o ground truth.
Depois de gerado esse banco de dados, foi
implementado um software com interface
gráfica cuja finalidade é fazer a comparação
dos resultados dos diferentes métodos
implementados anteriormente neste projeto.
Este software correlaciona os rótulos dados
em cada método, ou seja, se em um
determinado método um indivíduo recebe o
rótulo 0 mas em outro método esse mesmo
indivíduo recebe o rótulo 17, o programa faz
a correlação entre esses rótulos permitindo
assim fazer corretamente a comparação
entre os métodos.
Outra característica importante desse
software é o cálculo das doses recebidas
por cada trabalhador. Para tal, utilizou-se
um mapa de doses, previamente criado, da
área ao redor do Reator. Além disso, fez-se
a conversão das coordenadas da imagem
(ponto médio da base dos bounding boxes
gerados pelos métodos de rastreamento)
para as coordenadas do mundo usando
uma matriz de homografia. Assim, sabendo
a posição da pessoa nas coordenadas do
mundo e a taxa de quadros do vídeo
conseguisse estimar a quantidade de dose
que aquele indivíduo recebeu durante o
intervalo de tempo entre um quadro e o
quadro seguinte.
Feita a comparação, o programa gera uma
série de gráficos com os resultados afim de
possibilitar a melhor visualização dos
resultados.
Por fim, após analisados os resultados dos
outros métodos implementou-se um novo
método de rastreamento baseado nos
parâmetros de cores das faces das
pessoas. Nesse método, usa-se inicialmente
um método de detecção para gerar os
P á g . 98
bounding boxes iniciais, com esse resultado
faz-se um filtro usando a extração de
foreground da imagem (essa extração foi
feita empregando métodos de remoção de
fundo) que visa a eliminação de falsas
detecções, ou seja, bounding boxes que não
deveriam existir. Depois de filtrados,
extraem-se características dos rostos das
pessoas e assim, comparando com os
quadros anteriores reidentificam-se os
indivíduos. Enfim, geram-se os quadros com
os bounding boxes resultantes, calculam-se
as coordenadas no mundo, como feito no
programa anterior e armazenam-se os
resultados numa tabela que contém os
bounding boxes, as coordenadas no mundo,
os rótulos e os quadros em que essas
informações foram geradas.
RESULTADOS
Na figura 1 é possível observar que na parte
inferior da interface gráfica está o mapa de
doses de radiação. Além disso, observa-se que
na parte superior se encontram as opções de
execução do programa. Já a figura 2 demonstra
um gráfico comparando os diferentes resultados
encontrados
pelos
métodos
utilizados.
eliminação de uma falsa detecção
(pontilhado em amarelo) e a correta
detecção dos dois indivíduos presentes na
imagem.
Figura 14: Rastreamento
implementado
obtido
pelo
método
CONCLUSÃO
Conseguisse duas maneiras de se comparar
os resultados obtidos pelos métodos
encontrados na literatura. A primeira, com o
auxílio de gráficos onde se comparou cada
método com a marcação manual (ground
truth) e os métodos entre si e a segunda
com uma tabela contendo os resultados de
cada método.
Obteve-se também um resultado bastante
satisfatório para a medição da dose
recebida por um trabalhador do Reator
Argonauta.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Figura 12: Exemplo da Interface Gráfica
[69] JORGE, C.A.F.; Seixas, J.M.; Silva, E.
A. B.; et al. "Improved People Detection in
Nuclear Plants by Video Processing for
Safety Purpose". 2013 InternationalNuclear
Atlantic Conference - INAC 2013, Recife
2013.
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
Programa Institucional de Bolsas
Iniciação Científica – PIBIC/CNPq.
de
Figura 13: Exemplo de gráfico gerado
É possível notar na figura 3 um quadro do
método implementado em que, observa-se a
P á g . 99
Visão Computacional Aplicada à Avaliação de Dose de Radiação Recebida
em Plantas Nucleares
José Guilherme Tavares Monteiro e Paulo Victor Rodrigues de Carvalho
Instituto de Engenharia Nuclear – IEN/CNEN
INTRODUÇÃO
Este trabalho tem como objetivo o
desenvolvimento de um sistema para
rastreamento de pessoas em vídeo, para
monitoração de doses de radiação
recebidas por trabalhadores, em plantas
nucleares.
OBJETIVO
Este trabalho teve como objetivo auxiliar no
desenvolvimento de um sistema de
rastreamento de pessoas em vídeo [1],
onde são avaliadas doses de radiação
recebidas por trabalhadores no salão do
Reator Argonauta (IEN). Para tanto, foi
realizada a calibração das câmeras, a
obtenção dos parâmetros das mesmas, a
obtenção da matriz de projeção para cada
câmera, um software para comparação dos
métodos de rastreamento presentes na
literatura atual e a implementação de um
novo método de rastreamento.
METODOLOGIA
Primeiramente, para a calibração das
câmeras, foram coletadas diversas imagens
do interior do Reator com as duas câmeras
instaladas no mesmo. Nestas imagens
aparecia um padrão preto e branco
quadriculado em diversas posições e
ângulos. Os parâmetros das câmeras foram
obtidos através de ferramenta do software
MatLab
e
baseando-se
nestes
foi
desenvolvida uma aplicação para corrigir a
distorção nos vídeos gravados no Reator
Argonauta.
Para a obtenção das matrizes de projeção
de cada câmera foi preciso primeiramente
criar um sistema de coordenadas no mundo
real. Diversas fitas foram dispostas no chão
do reator, formando uma malha de
espaçamento conhecido e pré-determinado
entre as mesmas. Imagens do reator com as
fitas dispostas foram capturadas e então foi
levantado um banco de pontos onde, para
alguns pontos na malha das fitas, extraímos
as coordenadas destes pontos na imagem
através de software de edição de imagens.
Desta forma este banco dispunha de pontos
correspondentes
no
sistema
de
coordenadas do mundo real (indicado pelas
fitas) e no sistema de coordenadas da
imagem. De posse destes pontos e dos
parâmetros das câmeras foi desenvolvido
um software na linguagem C++ que, através
da função solvePnPRansac da biblioteca
OpenCV, calculou as matrizes de projeção
para ambas as câmeras.
Foi também desenvolvido um software em
MatLab com interface gráfica para a
comparação dos resultados dos diferentes
métodos de rastreamento disponíveis na
literatura e implementados anteriormente
neste projeto. Este software correlaciona os
rótulos dados por cada um dos métodos.
Este
mesmo
software
também
é
responsável por calcular a dose recebida
por cada trabalhador do reator para cada
método de forma a comparar, ao término do
vídeo da operação, o cálculo da dose para
os diversos métodos de rastreamento
implementados. Este cálculo é realizado
através do mapa de doses, previamente
criado, onde para um determinado ponto no
P á g . 100
sistema de coordenadas do mundo real
(salão do Reator) é possível se obter a dose
de radiação recebida naquele local. A
posição do operador no mundo real foi
determinada transformando a coordenada
da base do bounding box de cada método
de rastreamento através da matriz de
homografia obtida de cada câmera. De
posse da posição do operador, do mapa de
doses e da taxa de quadros do vídeo em
questão conseguiu-se estimar a quantidade
de dose que aquele indivíduo recebeu na
operação. O programa gera uma série de
gráficos com resultados das comparações
de forma a facilitar a interpretação dos
dados.
Por fim, implementou-se um novo método
de
rastreamento
baseando-se
nos
parâmetros SURF da imagem. Neste
método, utilizamos um método de detecção
para gerar os bounding boxes iniciais. Esses
bounding box são então filtrados. Este filtro
tem como objetivo a eliminação de falsas
detecções bem como o aprimoramento da
região envolvida pelo bounding box inicial.
Após este filtro são extraídos os parâmetros
SURF da imagem. Do segundo quadro
analisa-se a quantidades de pontos casados
entre os quadros anteriores e atual,
contando os pontos casados que estão
dentro da área do bounding box atual.
Atribui-se a mesma identidade àquele maior
casamento de pontos proporcional ao
número total de pontos comparados.(Para
mais detalhes, ver [1]).
RESULTADOS
Fig.2 – Rastreamento obtido pelo método implementado.
Fig. 3 – Interface gráfica
CONCLUSÕES
Pode-se perceber que foi possível realizar
com sucesso a calibração das câmeras,
bem como a correção das imagens e a
obtenção das matrizes de projeção das
mesmas. Conseguiu-se também comparar
satisfatoriamente os resultados dos métodos
anteriormente implementados através de
gráficos e tabela gerados pelo software
desenvolvido. Além disso, observamos que
o algoritmo para rastreamento dos
operadores do Reator Argonauta através
dos parâmetros SURF da imagem geraram
resultados satisfatórios, podendo-se obter
as doses aproximadas recebidas pelos
mesmos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[70] JORGE,C.A.F., Received Radiation
Dose Assessment for Nuclear Plant's
Personnel by Video-based Surveillance,
Tese de Doutorado do Programa de
Engenharia Elétrica, COPPE, Universidade
Federal do Rio de Janeiro, 2015.
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
Fig. 1 – Exemplo de distorção e correção da
imagem.
Programa
Iniciação
Institucional de Bolsas de
Científica
–
PIBIC/CNPq.
P á g . 101
Avaliação da Interação Homem-Sistema na Operação das Interfaces do
Sistema de Captação da Tireóide
Larissa Pereira de Farias e Isaac José Antonio Luquetti dos Santos
Instituto de Engenharia Nuclear - IEN
INTRODUÇÃO
OBJETIVO
O câncer de tireóide é uma forma
relativamente comum de doença maligna.
De acordo com dados da Sociedade
Brasileira de Endocrinologia e Metabologia,
85% dos pacientes com a doença
diagnosticada em estágio inicial, conseguem
permanecer vivos e ativos. Equipamentos e
equipe médica de alta qualidade são
fundamentais para o diagnóstico precoce e
tratamento da enfermidade. Equipamentos
médicos complexos com falhas no projeto
das interfaces e problemas na interação
humano-sistema podem contribuir para os
erros humanos [1]. Interação é o processo
de comunicação entre pessoas e sistemas
interativos [2]. Alguns dos principais
objetivos de se realizar avaliação de
sistemas interativos são: identificar as
necessidades de usuários; identificar
problemas de interação; investigar como
uma interface afeta a forma de trabalhar dos
usuários; comparar alternativas de projeto
de
interface;
alcançar
objetivos
quantificáveis em métricas de usabilidade;
verificar conformidade com um padrão ou
conjunto de heurísticas. O sistema de
diagnóstico da função da tireóide é um
sistema digital de contagens de pulsos
nucleares compacto e baixo custo. O
sistema é constituído por uma sonda
portátil, para detecção da radiação gama
proveniente do iodo radioativo absorvido na
glândula tireóide do paciente, pelo hardware
e interfaces que realizam o controle de
todas as funções que envolvem a operação
do sistema.
O seguinte objetivo foi definido:
- desenvolver estrutura metodológica para
realizar a avaliação ergonômica das novas
interfaces humano-sistema do sistema de
captação da tireoide
METODOLOGIA
A seguinte metodologia foi utilizada:
 Verificação final do funcionamento das
novas interfaces já considerando o
sistema de controle por toque em tela.
 Avaliação das interfaces humanosistema: critérios de usabilidade e
facilidade/tempo de navegação
RESULTADOS
As telas do sistema foram desenvolvidas
utilizando a abordagem centrada na análise
das tarefas. A operação do sistema está
baseada na navegação entre 12 interfaces.
A figura 1 apresenta uma dessas interfaces:
a interface isótopos.
Figura 1. Interface isótopos
P á g . 102
A metodologia utilizada na avaliação das 12
interfaces engloba os seguintes itens:
usabilidade (avaliação heurística das
interfaces); facilidade de uso (opinião dos
especialistas); tempo / erros de navegação.
Para quantificação do número de erros
cometidos e do tempo médio de navegação
entre as interfaces foi utilizado o sistema de
simulação via rede http (Figura 2). Sete
especialistas foram selecionados e atuaram
na operação do sistema.
heurísticos de usabilidade: cor; capacidade
de leitura; ações mínimas; facilitação;
densidade da informação: agrupamento por
localização e formato. Para cada problema
encontrado, ou seja, para cada heurística
violada, foram definidas a localização do
problema, ou seja, onde ele ocorre na
interface, e sua severidade. A severidade do
problema foi avaliada utilizando uma escala
likert de 5 pontos (0-sem gravidade; 1pequeno problema; 2-médio problema; 3grande problema; 4-problema catastrófico).
Os especialistas avaliaram a usabilidade
das interfaces como sendo boa com
pequenos problemas de severidades.
CONCLUSÕES
Figura 2. Ambiente de rede utilizado no
processo
de
avaliação
do
tempo
navegação.
Os tempos decorridos para realizar as
seguintes sequências de navegação nas
interfaces foram quantificados:
O projeto teve como objetivo avaliar a
interação na operação das interfaces do
sistema de captação da tireóide com uma
abordagem centrada nas necessidades dos
usuários, nos critérios de usabilidade e no
uso de um sistema de simulação via http.. O
processo de avaliação enfatizou a
participação de especialistas e usuários,
testes de navegação e uso de critérios
heurísticos de usabilidade.
REFERÊNCIAS
1)Tempo = 13 segundos. Sequência de
navegação (Início – Calibração – Início cadastro paciente - cadastro médico cadastro isótopo - início).
[1] Hyman, W.A. Errors in the Use of
Medical Equipment. In:Bogner, M.S.(Ed.),
Human Error in Medicine, Lawrence
Erlbaum Associates,. Inc., London, 1994.
2) Tempo = 16 segundos. Sequência de
navegação (Início – Calibração – Início Contagem – Contagem fundo – Contagem
padrão – Contagem paciente – Contagem
fundo paciente - Início).
[2] Preece, J.; Rogers, Y.; Sharp, E.
Interaction
Design:
Beyond
Humancomputer Interaction. New York, NY: John
Wiley & Sons. 2002.
Os tempos citados anteriormente foram
considerados menores ou iguais quando
comparados com os tempos de navegação
nas interfaces do sistema antigo. O número
de erros cometidos durante o processo de
navegação foi considerado baixo. Através
da participação de especialistas foram
selecionados
os
seguintes
critérios
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
Os autores agradecem ao suporte
propiciado pelo CNPQ e pela CNEN. Este
trabalho foi realizado no Laboratório de
Usabilidade e Confiabilidade Humana
(LABUCH) do Instituto de Engenharia
Nuclear/ Comissão Nacional Energia
Nuclear.
P á g . 103
Estudo do Volume Sensível Efetivo de Detectores de NaI(Tl) Utilizando o
Código MCNP-X
Letícia Lins Ramos e César Marques Salgado
Instituto de Engenharia Nuclear - IEN
INTRODUÇÃO
METODOLOGIA
O processo de cintilação é um dos métodos
disponíveis para detecção e espectroscopia
de várias radiações. Neste trabalho, o
elemento sensor de radiação gama é um
cristal formado por iodeto de sódio dopado
com tálio - NaI(Tl). Estes detectores são
higroscópicos, "envelhecem", são frágeis e
as propriedades do tubo fotomultiplicador
variam com a temperatura [1]. No entanto,
apresentam
muitas
características
importantes e uma vantagem que se
destaca neste detector é sua alta eficiência
de contagem para raios gamas incidentes
numa faixa ampla de energia [2]. O cristal
pode apresentar uma eficiência menor o que
pode ser indicado pelos efeitos do seu
envelhecimento. Para tal, desenvolveu-se
um modelo deste cristal utilizando o código
matemático MCNP-X, baseado no método
de Monte Carlo (MC), que é utilizado para
simulação do transporte de radiação [3]. O
detector foi validado experimentalmente
utilizando a eficiência absoluta de fotopico
[4]. Foi feita uma estimativa do volume
sensível efetivo do cristal visto que seu
envelhecimento
poderia
causar
uma
diminuição de eficiência. Os resultados
experimentais encontrados apresentam
valores de eficiência inferiores aos
resultados obtidos pelo código MCNP-X. O
volume sensível efetivo do detector foi
calculado usando fontes padrão de Am241 e
Cs137 frontalmente ao detector.
Potencialidade da Simulação
OBJETIVO
Este trabalho tem como objetivo modelar,
validar e estimar o volume sensível efetivo
de um detector de cintilação NaI(Tl)
utilizando o código MCNP-X.
Na primeira etapa do estudo, visando avaliar
a potencialidade do código, calculou-se a
eficiência relativa do detector utilizando um
modelo matemático desenvolvido no código
MCNP-X. O modelo consiste de uma fonte
de radiação (60Co - 1332 keV) mono
energética
com
emissão
isotrópica
puntiforme que foi posicionada a 25 cm no
mesmo eixo axial de um detector NaI(Tl)
3''x3'' (bare) com raio de 3,81 cm. No
modelo matemático representativo inseriuse entre a fonte e o detector uma amostra
de NaI(Tl) para calcular seu coeficiente de
atenuação linear e assim calcular a
eficiência intrínseca.
Modelagem do Detector e Estimativa do
Volume Efetivo
Foi simulado um detector real de NaI(Tl)
com dimensões de 3,175 de diâmetro e
1,905 cm de espessura, respectivamente,
onde fontes foram posicionadas a uma
distância de 5,45 cm do detector no mesmo
eixo
axial
do
detector.
Medidas
experimentais foram feitas utilizando fontes
de Am241 e Cs137 e foi constatado que os
valores obtidos não eram compatíveis com
os valores simulados [5]. Foi necessário,
então, modificar o volume do cristal de
NaI(Tl), considerando que o volume
sensível do detector é menor do que o
volume real. Foi realizado um processo
interativo entre as contagens obtidas na
simulação e a variação da espessura e do
diâmetro do cristal. Novos cálculos foram
realizados, diminuindo-se gradativamente o
volume do cristal, até que o valor da
contagem total obtida estivesse de acordo
P á g . 104
com o valor experimental para irradiação
longitudinal [6][7].
RESULTADOS
Avaliação da Potencialidade do Código
MCNP-X
Visando avaliar se o nível de confiança da
resposta do código tem significado nos
parâmetros utilizados neste trabalho,
calcularam-se a eficiência relativa e
intrínseca do detector de 3”x3”. Para obter a
eficiência intrínseca é necessario calcular o
ângulo sólido e o coeficiente de atenuação
linear do material do cristal. Os valores
obtidos para ângulo sólido e coeficiente de
atenuação linear apresentão erro relativo
de 0,8% e 1,55%, respectivamente. Após,
foi possível calcular a eficiência intrínseca
por meio do código MCNP-X cujo valor foi
de 0,96 e por equação analítica utilizando a
Equação 1, para feixe paralelo.
 int  1  exp( .x) (1)
Este valor foi comparado com a eficiencia
obtida pela equação 1 que apresentou um
erro relativo de 42,2%.
Validação Experimental do Detector
Nal(Tl)
Considerando o novo valor do volume
sensível efetivo do cristal que passou a ter
as dimensões de 3,175 cm de diâmetro por
1,757 cm de espessura, houve uma
diminuição do seu volume de 7,95%
fazendo
com
os
valores
obtidos
experimentalmente se aproximassem do
valor simulado.
CONCLUSÕES
Os valores dos coeficientes de atenuação e
eficiência relativa obtidos por simulação
matemática se aproximaram com os dados
descritos na literatura, o que possibilitou a
partir dos bons resultados obtidos pelo
código MCNP-X a continuação da pesquisa.
Depois do ajuste do volume efetivo do
cristal realizado com bons resultados para
Am241 e Cs137 para as simulações frontais foi
possível diminuir o erro percentual das
eficiências.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] G. Erdi-Krausz, M. Matolin, B. Minty, J.
P. Nicolet, W. S. Reford, and E.
Schetselaar, Guidelines for radioelement
mapping using gamma ray spectrometry
data. International Atomic Energy Agency n°
1363, Viena, Austria, 179 pp. (2003).
[2] C. A. Lima, "Avaliação da performance
dos detectores de iodeto de sódio NaI(Tl)
em centrais nucleares" COPPE/UFRJ,
M.Sc., Engenharia Nuclear, (2006).
[3] D. B. Pelowitz, “MCNP-X TM User’s
Manual”, Version 2.5.0. Los Alamos Nat.
Lab.report LA-CP-05-0369, Apr. (2005).
[4] C. M. Salgado, ''Identificação de regimes
de fluxo e predição de frações de volume
em sistemas multifásicos usando técnica
nuclear
e
rede
neural
artificial.''
COPPE/UFRJ/Programa de Engenharia
Nuclear, Tese de Doutoramento, RJ, Brasil,
Fev. (2014).
[5] C.M. Salgado, L.E.B. Brandão, C.M.N.A.
Pereira, Robson Ramos, R. Schirru e
Ademir X. Silva, "Validation of a NaI(Tl)
detector’s model developed with MCNP-X
code", Progress in Nuclear Energy 59,
pp.19-25 (2012).
[6] C.C. Conti, Medida de KERMA no ar e
determinação de coeficientes de conversão
para dose devido à radiação gama
ambiental, Tese D.Sc. COPPE/UFRJ, Rio
de Janeiro, RJ – Brasil, (1999).
[7] C.C. Conti, I.A. Sachet, L. Bertelli, R.T.
Lopes, Ge detectors calibration procedure at
IEN/CNEN for in situ measurements. In: II
International symposium on technologically
enhanced natural radiation, Rio de Janeiro
(1999).
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
Este trabalho teve apoio financeiro da
CNPq/PIBIC.
P á g . 105
Modelagem da Sala de Controle de Emergência de um Reator Produtor de
Radioisótopos
Luana Tayt-Son Leal Ponte e Isaac José Antonio Luquetti dos Santos
Instituto de Engenharia Nuclear / IEN
INTRODUÇÃO
Sala de controle é um dispositivo que
contém os sistemas e as instruções
necessárias para controle das condições
operacionais de uma planta industrial, de
modo a assegurar o seu funcionamento e
desligamento confiável e seguro, em
situações normais e de acidentes (ISO
11064-1, 2). A sala de controle de
emergência é uma sala de controle
alternativa com o objetivo de desligar ou
manter as facilidades em um estado seguro,
quando a sala de controle principal não
estiver habitada. A sala de controle de
emergência
disponibiliza
controles
e
informações suficientes para manter a
condição de desligamento seguro da planta,
depois que ocorreu a retirada dos
operadores da sala de controle principal.
Todos os controles, alarmes, equipamentos,
informações, unidades de supervisão (SUs)
e displays necessários para manter a planta
na condição de desligamento seguro estão
disponíveis no console de controle e
operação, localizado na sala de controle de
emergência. Os principais componentes da
sala de controle de emergência (ECR) são:
- Console emergência (EC)
- Telões operação / Monitores CCTV
- Sistema anunciador de incêndio
- Local para impressoras
- Local para estantes
O projeto do console de emergência é
similar e possui as mesmas características
que o console dos operadores da sala de
controle principal. O console de emergência
é dividido nas áreas correspondentes aos
seguintes sistemas:
- ações de desligamento, alarmes;
- sistemas correspondentes aos processos
nuclear e convencional; informações e
ações das barras de controle;
- autorizações e comandos relacionados
com sistemas convencionais;
- sistema comunicação interno e externo,
além do sistema CCTV.
O console de emergência possui quatro
unidades de supervisão:
- Supervisão unidade Alarmes (Unidade de
vídeo)
- Supervisão unidade sistema proteção
reator (painel hardware)
- Supervisão unidade operação (Unidade de
vídeo)
- Supervisão unidade facilidades / CCTV
(Unidade de vídeo)
OBJETIVO
O seguinte objetivo foi definido: desenvolver
um protótipo 3D da sala de controle de
emergência de um reator produtor de
radioisótopo, utilizando informações obtidas
da experiência operacional de especialistas,
análise de salas de controle similares e
normas internacionais de fatores humanos.
A partir do modelo 3D foi construído o
mock-up dessa sala com o uso de uma
impressora 3D.
METODOLOGIA
A seguinte metodologia foi utilizada:
 Estudo das normas de projeto de salas
de controle. Foram estudadas as normas
e guias de fatores humanos ISO 11064
[1] e NUREG 700 [2].
 Análise de salas de controle de
emergência similares. Os reatores de
referência estudados foram reator
P á g . 106



australiano OPAL e reator argentino RA10.
Definição dos critérios para obtenção de
dados
dos
especialistas.
Foram
selecionados especialistas em fatores
humanos, técnico mecânico, projetistas
de instrumentação nuclear e desenhistas
industriais
Escolha, estudo e uso do software de
modelagem da sala de controle de
emergência. O software SOLIDWORKS
foi estudado e utilizado
Construção do mock-up com o uso de
uma impressora 3D.
Figura 2. Mock-up utilizando impressora 3D
RESULTADOS
O projeto foi desenvolvido através da
multidisciplinaridade e participação da
estudante de desenho industrial com a
equipe desenvolvedora do mock-up da sala
de controle de emergência.
CONCLUSÕES
O projeto teve como objetivo desenvolver o
mock-up 3D com uma abordagem centrada
no conhecimento de especialistas, estudo
de salas de controle similares e no uso de
normas de fatores humanos/ergonomia. A
figura 1 apresenta o modelo 3D da sala de
controle desenvolvida, usando o software
solidworks. As figuras 2 e 3 apresentam a
maquete 3D da referida sala construída
utilizando a impressora 3D.
Figura 3. Vista do Mock-up
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] International Standard ISO 11064.
Ergonomic Design of Control Centres, 1999.
[2]NUREG 700 ( Revision 2). Human
System Interface Design Review Guideline,
Office of Nuclear Regulatory Research,
Washington, 2002.
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
Figura 1. Modelo 3D
Os autores agradecem ao suporte
propiciado pelo Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico
(CNPQ) e pela Comissão Nacional de
Energia Nuclear (CNEN). Este trabalho foi
realizado no Laboratório de Usabilidade e
Confiabilidade Humana (LABUCH) do
Instituto de Engenharia Nuclear/ Comissão
Nacional Energia Nuclear.
P á g . 107
Plataforma Carpe dIEN: Uma ferramenta de Preservação e Recuperação do
Conhecimento
Marina Coutinho Lemos e Luana Farias Sales
Instituto de Engenharia Nuclear – IEN
INTRODUÇÃO
A tecnologia passa por mudanças
constantes que influenciam no processo de
tratamento, recuperação, disseminação e
acesso à informação. Por outro lado, tanto a
tecnologia quanto as informações geradas a
partir dela se tornam cada vez mais
importantes para o desenvolvimento de
pesquisas técnico-científicas. Com o
crescimento exponencial da produção
intelectual das instituições a preocupação
em classificar assuntos e organizar o
conhecimento tornou-se determinante no
processo de recuperação de informações,
pois viabilizam a geração de outros novos
conhecimentos. De acordo com [1] um
repositório institucional permite reunir,
preservar e dar acesso ao conhecimento de
uma instituição ao mesmo tempo em que
amplia a visibilidade de sua produção
científica e potencializa processos de
compartilhamento e disseminação da
informação. Os repositórios podem ser
institucionais ou temáticos e são utilizados
para reunir a produção científica de uma
instituição ou de uma área respectivamente,
sendo possível fazer o depósito de artigos
que já foram anteriormente publicados
online em acesso aberto, seja nas próprias
revistas ou em outros repositórios. [4] No
caso do Instituto de Engenharia Nuclear –
IEN, o repositório, denominado plataforma
Carpe dIEN, é um tipo de repositório
institucional, pois visa reunir a memória
técnico-científica
da
Instituição.
A
preocupação com a preservação digital é de
fundamental importância, pois cada vez
mais as instituições de ensino e pesquisa
necessitam
que
suas
informações
produzidas em meio eletrônico sejam
armazenadas com segurança para que no
futuro sejam recuperadas e acessadas com
facilidade. Dessa maneira, um repositório
institucional deve seguir padrões e
estratégias que permitam que essas
informações estejam disponíveis no futuro.
Entre os padrões e estratégias necessários
para a preservação digital, destaca-se o uso
de metadados específicos para preservação
que são definidos como “informação que
apoia e documenta a preservação de longo
prazo de materiais digitais” [2]. Podem ser
citadas como outras estratégias, a
atualização do suporte de software e
hardware e o uso de identificadores
persistentes, através de links acessíveis
mesmo quando determinados recursos
tenham sido movidos. [3] Recuperar
informação e facilitar seu acesso
é
imprescindível para o avanço da ciência e
os repositórios digitais são uma ferramenta
importante que favorecem o acesso e a
disseminação da informação técnicocientífica.
OBJETIVO
Reunir a produção técnico-científica do
Instituto de Engenharia Nuclear (IEN)
facilitando sua recuperação e acesso,
garantindo a preservação da memória digital
do instituto e gerando maior visibilidade para
as pesquisas realizadas.
METODOLOGIA
O Instituto de Engenharia Nuclear (IEN) é
uma instituição de pesquisa e preza pela
reunião e preservação de sua produção
científica e da memória digital.
A metodologia quem vem sendo adotada
para a preservação da produção científica
P á g . 108
do IEN envolve as seguintes: levantamento
da produção bibliográfica dos pesquisadores
registradas no currículo lattes, levantamento
e análise das políticas editoriais das revistas
onde os artigos são publicados nos
repositórios Sherpa¹ e Diadorim², com a
finalidade de preservar os direitos autorais
dos autores e das próprias revistas. Antes
de serem inseridos nas bases de dados os
documentos são catalogados e os nomes
dos autores padronizados, para que a
recuperação da informação seja mais
precisa.
para a preservação do conhecimento na
área nuclear, mas também para a sua
disseminação. Nesse sentido, a plataforma
Carpe dIEN tem se mostrado eficaz para os
pesquisadores do IEN, pois além de manter
sua a produção bibliográfica preservada, ela
vem permitindo a disseminação desse
conhecimento na Web, o que aumenta a
possibilidade das pesquisas realizadas no
âmbito da instituição serem encontradas e
conhecidas pelos pares externos, bem como
pela sociedade em geral.
REFERÊNCIAS
RESULTADOS
Os resultados do projeto de repositório
institucional abrangem não somente a
reunião da produção intelectual do IEN, mas
também a disponibilização desse material
online, possibilitando o havershing por
ferramentas de busca como Google e
Google Acadêmico. Isso é possível graças
aos padrões internacionais sob o qual a
plataforma foi desenvolvida. Além disso, por
meio da produção bibliográfica das
comunidades por áreas temáticas, podem
ser gerados indicadores que revelam as
áreas mais produtivas do IEN. Atualmente,
são mais de 500 documentos distribuídos na
plataforma, que podem ser acessados pelo
endereço <http://carpedien.ien.gov.br/>.
O repositório está em funcionamento, mas
ainda em fase de upgrade. Algumas
possibilidades
de
melhorias
e
aperfeiçoamentos vem sendo pensadas, no
que diz respeito ao uso de um vocabulário
controlado para padronizar o assunto dos
documentos,
melhorando
assim
a
recuperação temática da informação.
[1] COSTA, Sely; LEITE, Fernando César Lima.
Repositórios institucionais como ferramentas de
gestão do conhecimento científico no ambiente
acadêmico. Perspectivas em ciência da
informação, p. 206-219, 2006.
[2] SAYÃO, Luís Fernando. Uma outra face dos
metadados: informações para a gestão da
preservação digital. Encontros Bibli: revista
eletrônica de biblioteconomia e ciência da
informação, v. 15, n. 30, p. 1-31, 2010.
[3] TOMAÉL, Maria Inês; SILVA, Terezinha
Elisabeth
da. Repositórios institucionais:
diretrizes para políticas de informação. In:
Encontro Nacional de Pesquisa em Ciência da
Informação, 8. 2013, Salvador. Anais...
Salvador: 2013.
[4] WEITZEL, Simone da Rocha. O papel dos
repositórios institucionais e temáticos na
estrutura da produção científica. Em Questão,
v. 12, n. 1, 2007.
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
PIBITI/CNPq
CONCLUSÕES
Conclui-se que o repositório institucional é
uma ferramenta poderosa, não somente
P á g . 109
Transferência de 137cs Liberado por Acidente em Centrais Nucleares: o
Caso Fukushima
Nathalia Gomes Mendonça e Francisco Fernando Lamego Simões Filho
Instituto de Engenharia Nuclear – IEN
INTRODUÇÃO
A localização do arquipélago japonês,
situado entre três placas tectônicas, ajuda a
explicar a frequência com que o pais oriental
sofre abalos sísmicos e a magnitude com
que isso acontece. A área em que o Japão
se encontra e toda a costa do Pacifico é
chamada de Circulo do Fogo, pela grande
quantidade de atividade das placas
tectônicas.
Os tremores ocorridos em 11 de março de
2011 abalaram o território japonês, com
magnitudes em que dentre os abalos o mais
forte alcançou 8,9 graus na escala Richter,
sendo classificado como o 7° terremoto
mais forte já ocorrido no mundo. Além de ter
abalado o pais, o terremoto deslocou o pais
quatro metros para o leste. O terremoto foi
causado pelos choques entre as placas da
Eurásia e a placa do Pacifico.
O terremoto causou muitos estragos nas
cidades atingidas. Foi ele quem gerou a
tsunami que alcançou áreas da cidade
japonesa de Sendai, na ilha de Honshu. E
ajudou a dar pane em um dos reatores da
usina, assim, parando de resfriar e
aumentando o perigo de derretimento em
razão do superaquecimento. Com esse
terremoto, ocorreu mudança do relevo
japonês e também mudou um pouco o eixo
da terra, ocasionando uma maior duração
ou do dia ou da noite.
Como os tremores que ocorreram no mar,
originou-se uma enorme onda de até 23
metros de altura, que trouxe a devastação a
uma área de 400 quilômetros quadrados. Os
dois desastres naturais causaram 11.082
mortos, segundo agência de noticias NHK.
O número de desaparecidos ficou em torno
de 16.700.
Depois o tsunami, que devastou a costa do
Japão, também atingiu a usina de
Fukushima, porém a onda foi de menor
proporção, com apenas 10 metros. Esse
tsunami ocasionou a poluição do mar, com
dejetos e sujeiras, ocasionando a morte de
várias espécies. Causou também, grande
preocupação ao governo e autoridades
competentes devido ao vazamento de
elementos radioativos, sendo, assim,
exigidas estratégias tanto imediatas como
de longo prazo por parte do governo para
garantir o bem estar da população e a
reconstrução das áreas devastadas.
OBJETIVO
Analisar o acidente, as causas e
consequências do abalo sísmico e o efeito
biológico causado pela radiação.
METODOLOGIA
A
pesquisa
para
o
levantamento
bibliográfico referente ao assunto abordado
foi desenvolvida por meio de bases de
dados como SCIELO, NOAA e sites. Foi
realizado um estudo acerca do assunto e os
critérios de inclusão para o desenvolvimento
da revisão de literatura foram artigos e sites
com confiabilidade no assunto investigado.
Feito isso, extraiu-se os dados de interesse,
analisou-os e tratou-os em planilhas de
Excel.
RESULTADOS
Como é possível observar através da
planilha (TABELA 1) de uma das estações
de água afetadas pelo tsunami, mostra-se
elevado nível de césio-137 no mês de abril,
menos de um mês após o acidente nuclear.
Nos meses seguintes a tendência é que
P á g . 110
haja um decaimento desses níveis de césio137, medidos em becquerel por litro (Bq/L),
no ambiente e, então, chegue a zero.
Contudo, a medicina até os dias de hoje já
sabe alguns efeitos que são originados
devido a exposição a materiais radioativos.
Dentre os exemplos podemos citar
mutações no DNA, nos órgãos e tecidos de
todos os afetados, porém é necessário
estudo mais aprofundado sobre os efeitos
causados na biota marinha, pois os níveis
de césio-137 a que os animais foram
expostos varia de acordo com a
profundidade da coluna d’água que esses
animais estavam e com a magnificação
trófica.
TABELA 1: Níveis de césio-137 medidos na
estação de água Iwasana posteriores ao
acidente.
Coleta
Concentração
17/04/20111
390
18/04/2011
380
22/04/2011
120
25/04/2011
81
26/04/2011
67
29/04/2011
40
30/04/2011
40
03/05/2011
16
04/05/2011
18
05/05/2011
20
06/05/2011
21
07/05/2011
30
09/05/2011
14
10/05/2011
17
15/05/2011
17
16/05/2011
11
18/05/2011
9,1
20/05/2011
13
21/05/2011
11
22/05/2011
0
23/05/2011
7,4
24/05/2011
17
27/05/2011
18
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17
03/06/2011
12
05/06/2011
19
15/06/2011
7,4
17/06/2011
0
19/06/2011
21/06/2011
23/06/2011
27/06/2011
29/06/2011
01/07/2011
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0
CONCLUSÕES
Mesmo com todo o levantamento de dados
feito para conhecimento dos eventos que
possivelmente possam vir a ocorrer, como
mutações nos organismos afetados pela
radiação, são necessários mais estudos
acerca do assunto, tendo em vista que o
acidente é um evento relativamente recente,
ocorrido em 2011.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[71]"As consequências do acidente nuclear
de
Fukushima";
<http://monstersports.com.br/blog/asconsequencias-do-acidente-nuclear-defukushima/> Acessado em 08/06/2015 às
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[72]"Consequências do terremoto e tsunami
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as-do-terremoto-e-tsunami-do-japao/>
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08/06/2015 às 20:20h
[73]“Fukushima” – COPPE
[74]“Fukushima-derived radionuclides in the
ocean and biota off Japan” – Buesseler
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[75]“National
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Atmospheric
Administration” - < http://www.noaa.gov>
Acessado em 11/06/2015.
[76]“Scientific Electronic Library Online” - <
http://www.scielo.br/>
Acessado
em
10/06/2015.
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico - CNPq
P á g . 111
Estudo Experimental do Movimento de Bolhas Alongadas Individuais em
Tubos Verticais e Ligeiramente Inclinados Usando uma Técnica de
Visualização
Nathália Nunes Araújo, José Luiz Horacio Faccini e Jian Su
Instituto de Engenharia Nuclear-IEN/CNEN
INTRODUÇÃO
O estudo do movimento ascendente de
bolhas alongadas em um líquido estagnado
é de grande importância na teoria dos
escoamentos bifásicos gás-líquido. O
trabalho
pioneiro
[1]
estabeleceu
correlações para a velocidade de ascenção
de bolhas em tubos verticais circulares
selados nas extremidades. [2] estudou a
influência do ângulo de inclinação nos
parâmetros interfaciais de bolhas de Taylor
e verificou a velocidade da bolha cresce
com o aumento do ângulo de inclinação em
relação a vertical, atinge um valor máximo
entre os ângulos de 40° e 60° e depois
decresce até atingir a posição horizontal.
ao tubo, que permite variar os ângulos de
inclinação. O sistema de visualização é
formado por uma câmera de vídeo de alta
velocidade Olympus i-Speed 2 (resolução
máxima de 800 x 600 pixels), lentes de
zoom, um programa de aquisição e análise
de imagem e um laptop. A técnica de
processamento é feita utilizando o software
comercial Olympus I-Speed Sofware Suíte.
O processamento das imagens consiste em
determinar um ponto de referência na
interface gás-líquido. Avançando-se um
intervalo de quadros, o ponto de referência
é identificado na nova posição, permitindo
que o programa calcule o deslocamento e a
velocidade desse ponto. O programa calcula
automaticamente as velocidades medidas
entre cada dois pontos de referência, em
metros/segundo. A velocidade média da
bolha alongada foi obtida calculando-se a
média dessas velocidades.
OBJETIVO
O objetivo desse trabalho é a verificação da
influência da inclinação e das propriedades
do fluido, em especial a viscosidade, nas
velocidades e nos comprimentos das bolhas
de Taylor em tubos vertical e inclinado,
utilizando uma técnica de visualização e
dois processamentos diferentes, um por
meio de um software comercial e outro por
meio de um aplicativo desenvolvido no
Laboratório
de
Termo-Hidráulica
Experimental do Instituto de Engenharia
Nuclear (LTE/IEN).
METODOLOGIA
Neste
trabalho,
foram
realizados
experimentos em um tubo de líquido
estagnado localizado no LTE/IEN, as
extremidades do tubo foram vedadas e
fixadas em um suporte de metal, alinhado
O processamento por meio do aplicativo
desenvolvido no Matlab no LTE/IEN
consiste em converter os filmes das bolhas
alongadas do tipo AVI em matrizes binárias
de colunas de pixels. O valor 1 (cor branca)
caracteriza as bolhas e o valor 0 (cor preta)
caracteriza o restante da imagem. O Matlab
identifica o primeiro objeto de maior
comprimento no quadro como sendo a
bolha. Oito regiões são definidas para o
cálculo da velocidade de ascensão, contudo
somente se a bolha passar por, pelo menos,
cinco dessas regiões, a posição e o tempo
de propagação desta são considerados. A
velocidade de ascensão da bolha é definida
pelo coeficiente linear da relação posição vs
tempo. O comprimento é obtido pelo produto
da velocidade pelo tempo de permanência
da bolha em cada uma das regiões.
P á g . 112
RESULTADOS
CONCLUSÕES
Foram analisadas aproximadamente 600
bolhas
ascendendo
em
diferentes
condições. Na Tabela 1 são apresentados
os líquidos utilizados, suas densidades (ρ),
suas viscosidades dinâmicas (µ), bem como
os
valores
calculados
do
número
adimensional inverso da viscosidade
(
).
Observou-se um aumento no comprimento
das bolhas com a diminuição do Nf. As
velocidades de ascensão tiveram um
comportamento inverso ao do comprimento,
visto que diminuíram com a redução do Nf,
para todas as inclinações.
TABELA 1. Condições Experimentais.
Fluido
ρ (kg/m³)
µ (N.s/m²)
Nf
100% Água
997
0,0009
12900
80% Água
1060
0,0017
7321
50% Água
1144
0,0068
1952
20% Água
1217
0,0629
224
100%
Glicerina
1261
0,9875
15
Verifica-se pela Figura 1 que os valores da
velocidade e do comprimento através do
processamento pela Olympus (UOL e LOL) e
pelo
aplicativo
(UMA
e
LMA)
são
concordantes, logo o aplicativo se mostrou
confiável na determinação dos parâmetros
desejados. Essa tendência se mostrou igual
para todos os fluidos.
As velocidades aumentaram com o aumento
do ângulo θ de inclinação para todos os
líquidos, o que está em concordância com
as observações feitas por Zukoski [2].
Também foi observado que as velocidades
de bolhas ascendendo nos mesmo líquidos
e nas mesmas condições de inclinação, se
mostraram
independentes
dos
seus
comprimentos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] Nicklin, D., Wilkes, J. and Davidson, J.,
“Two-Phase Flow in Vertical Tubes”, Trans.
Instn. Chem. Engr, 40, pp. 61–68 (1962).
[2] Zukoski, E.E., “Influence of viscosity,
surface tension, and inclination angle on
motion of long bubbles in closed tubes”,
Journal of Fluid Mechanics, 25, n 4, pp.
821–837 (1966).
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
CNEN/CNPQ.
Figura 2. Razão entre os valores do processamento por meio
do software Olympus e por meio do aplicativo do Matlab da
velocidade e do comprimento em função do ângulo θ de
inclinação (0º na vertical).
P á g . 113
Desenvolvimento de aplicações web para
Repositórios Intitucionais
Nayara Kelly de Lima Barbosa (bolsista PIBIC), Luana Farias Sales (orientador)
Instituto de Engenharia Nuclear - IEN
INTRODUÇÃO
Ao longo dos últimos anos, com a expansão
das tecnologias e o aumento no volume de
informações produzidas pela ciência, as
instituições tem buscado melhores práticas
de
como
preservar
e
transferir
conhecimentos,
priorizando o acesso
aberto às informações por meio digital.
Segundo [1], quando consideramos os
dados de pesquisa, as condições e
delineamentos
preconizados
pelos
movimentos em prol da prática de uma
ciência aberta se consolidam como
consensual entre cientistas, organizações
de fomento, editores científicos e outros
atores envolvidos no mundo científico. Em
1998, algumas instituições começaram a
pensar em como preservar as informações,
e desde então, vinham criando seus
próprios repositórios digitais. No entanto, a
maioria ainda não possuía normas para o
seu
desenvolvimento
nem
para
o
estabelecimento de parcerias com outras
instituições [2]. O dSpace, foi originalmente
criado pelo Massachusetts Institute of
Technology (MIT) em colaboração com a
Hewlett Packard Corporation, e suporta
diversos tipos de conteúdo e formatos de
arquivos
digitais,
com
função
de
armazenamento,
gerenciamento,
preservação e visibilidade da produção
intelectual [3]. Outras características do
DSpace estão: a) ser um software livre, b)
sua arquitetura de software é simples e
eficiente, c) uso de tecnologia de ponta, d)
direcionado para o acesso aberto, e e)
intencionalmente implementado para servir
de repositório institucional. No dSpace os
dados estão organizados de forma a refletir
a estrutura da instituição e se organizam em
coleções
que
possuem
informações
descritas por meio de metadados [4]. A Web
Semântica é tida como uma extensão da
Web atual, em que nela a informação é
dada com um significado bem definido,
permitindo uma melhor interação entre os
computadores e as pessoas. Com a intensa
utilização de metadados, a Web Semântica
tem como objetivo, prover acesso
automatizado às informações através das
máquinas, baseado no processamento de
dados e de heurísticas, visando construir
uma rede que, além de ligar documentos
entre si, seja capaz de reconhecer o
significado desses documentos e, através
de um processamento via máquina, inferir
novos conhecimentos [5].
OBJETIVO
Desenvolver e manter uma plataforma
interativa,
que além de preservar o
conhecimento produzido no IEN, forneça
maior visibilidade às pesquisas realizadas
no IEN.
METODOLOGIA
O Instituto de Engenharia Nuclear (IEN),
instituição de pesquisa ligada à Comissão
Nacional de Energia Nuclear (CNEN),
percebendo a mudança existente na
maneira como as informações e resultados
de pesquisas realizadas pela instituição
podem ser capturadas, armazenadas,
P á g . 114
indexadas, preservadas e disponibilizadas
para a comunidade científica, buscou no
software dSpace a criação de uma
plataforma que através de customizações
que suprisse essas necessidades. Foram
realizadas duas abordagens durante o
desenvolvimento do trabalho: uma de
caráter exploratório, buscando uma melhor
fundamentação teórica sobre o software
dSpace, e outra empírica, na customização
da ferramenta e dos metadados, onde os
estudos estão sendo aplicados por meio da
solução dos problemas encontrados na
prática.
RESULTADOS
Esse projeto se encontra em andamento. E
como resultado, temos a plataforma Carpe
dIEN. Inicialmente houve um trabalho de
mudança de versionamento para a 4.2, em
que várias melhorias no repositório foram
implementadas, por exemplo, como mostrar
uma forma mais fácil de visualizar os itens
adicionados mais recentes, adicionar a
opção de tradução para a língua
portuguesa, além da modernização das
páginas com a utilização do framework
Bootstrap, que tem como base HTML, CSS
e JavaScript. Além disso, vem sendo
implementado um novo layout para o Carpe
dIEN, buscando um melhor resultado em
termos de design de interação e mobilefriendly, permitindo ao usuário uma
facilidade na navegação dentro do
repositório.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considerando que a plataforma Carpe dIEN
atualmente é eficaz ao que se propõe, isto
é, a preservação e disponibilização das
produções técnico-científicas do IEN. Deve
se enfatizar que todo repositório institucional
é um serviço que requer continuidade,
sendo assim, estudos direcionam o projeto
para uma nova etapa em que será
trabalhado a padronização de termos
semânticos, no que se refere à visão do
W3C da Web dos Dados Linkados,
podendo haver definição de novas formas
de como as informações devem ser
apresentadas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] SAYÃO, Luís Fernando ; SALES, Luana.
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O Conceito De Acesso Livre. RECIIS.
Electronic Journal of Communication
Information and Innovation in Health
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2014.,
Disponível
em:
<http://www.reciis.icict.fiocruz.br/index.php/reciis/arti
cle/viewFile/611/1252>. Acesso em: 20 jun.
2015;
[2] HEDSTROM, M.; MONTGOMERY, S.
Digital preservation needs and requirements
in RLG member institutions. [S.l.]: RLG,
1998.
Disponível
em:
<https://www.oclc.org/content/dam/research/activitie
s/digpresneeds/digpres.pdf> Acesso em: 29 mai.
2015.
[3] IBICT. Sistema para Construção de
Repositórios Institucionais Digitais (Dspace).
Disponível em:
<http://www.ibict.br/pesquisadesenvolvimento-tecnologico-e-inovacao/Sistemapara-Construcao-de-Repositorios-InstitucionaisDigitais>. Acesso em 20 jun. 2015.
[4] Viana, Cassandra L. de M.; Arellano,
Miguel A. M.; Shintaku, Milton. Repositórios
Institucionais em Ciência e Tecnologia: Uma
Experiência de Customização do Dspace.
Brasília, DF, 2013. Disponível em:
<http://eprints.rclis.org/7168/1/viana358.pdf.
> Acesso em: 12 jun. 2015.
[5] BERNERS-LEE, T. H; J. LASSILA, O.
The Semantic Web. Scientific American,
Maio 2001.
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
PIBIC/CNPq
P á g . 115
Inteligência Artificial associada à modelagem 3D
Tainá Motta de Aquino e Márcio Henrique da Silva
Instituto de Engenharia Nuclear - IEN
INTRODUÇÃO
RESULTADOS
Este documento descreve resumidamente
as atividades desenvolvidas pela bolsista
Tainá
Motta
Aquino
no
período
compreendido
entre
01/09/2014
a
01/04/2015,
data
de
seu
efetivo
desligamento por razões médicas.
Tendo em vista que a bolsista foi afastada
do projeto por motivos médicos, não há
informação disponível referente a este
tópico. O projeto segue em andamento até o
dias de hoje, portanto ainda não resultados
a serem divulgados no momento.
A bolsista participou de aulas onde recebeu
treinamento para a utilização do programa
3Ds
Max,
necessário
para
o
desenvolvimento do projeto de pesquisa ao
qual esteve vinculada.
CONCLUSÕES
Além disso, contribuiu com o design e
diagramação de um produto editorial
produzido pela equipe do laboratório ainda
por ser divulgado. Suas atividades também
envolveram tratamento de imagens e o
desenvolvimento de modelos 3D utilizados
nos ambientes interativos criados no Lab
RV.
OBJETIVO
Otimizar o desenvolvimento de ambientes
de simulação 3D através do uso de técnicas
baseadas em inteligência Artificial.].
METODOLOGIA
Revisão bibliográfica;
Desenvolvimento do protótipo em Unity 3D;
Definição de uma plataforma de testes;
Tratamento de dados;
Análise de dados.
A bolsista recebeu treinamento no uso de
algumas das ferramentas utilizadas no
desenvolvimento do projeto com as realizou
atividades como modelagem de estruturas e
ambientes
no
protótipo
3D
em
desenvolvimento.
Além
disso,
foi
responsável pelo design e diagramação de
um cartilha educacional elaborada pelos
membros do grupo que ainda aguarda para
ser publicada.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[77]AGHINA, M. A. C.; MÓL, A. C. A.;
ALMEIDA, A. A. H.; PEREIRA, C. M. N.A.;
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2007.
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[79]AUGUSTO, S. C.; MÓL, A. C. A.;
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P á g . 116
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[80]FRANCIS, G. A.; TAN, H. S. Virtual
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Evacuação de Prédios e Circulação em
Áreas Sujeitas a Radiação. Mostra de
Produtos e Protótipos de RV e RA – IX
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Computer Game Engines for Developing
First-Person Virtual Environments. Virtual
Reality 12 (3), 181 – 187. 2008
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado
do Rio de Janeiro - FAPERJ
[87]LOUKA, M. N.; GUSTAVSEN, M. A.;
EDVARDSEN, S.; OLSEN, A.; RINDAHL, G.
The Halden Viewer, A Tool for Virtual
Walkthrough,
Annotation,
Radiation
Visualisation, and Dose Evaluation (HWR803). Halden, Norway: OECD Halden
Reactor Project, 2005.
[88]MÓL, A. C. A.; JORGE, C. A. F.;
COUTO, P. M. Estudo do Uso de Núcleos
P á g . 117
Audiovisual Como Instrumento de Ensino: Vídeo Mono/3D Sobre as Fontes
de Geração de Energia Elétrica
Tiago Lima Rocha e Ana Paula Legey de Siqueira
Instituto de Engenharia Nuclear - IEN
INTRODUÇÃO
O audiovisual pode ser utilizado como um
importante
meio
de
informação
e
entretenimento. Segundo Mary Scolfield [1],
Mestre em Educação Brasileira, na linha
pesquisa Tecnologias de Informação e
Comunicação. “Quando se passa para esta
área mais lúdica, próxima ao entretenimento
e do lazer, é possível chamar muito mais a
atenção do aluno. Trabalhando melhor a
informação e a busca do conhecimento.
Despertando no aluno a curiosidade, e ir
mais além do assunto tratado”. Sendo assim
este resumo apresenta o desenvolvimento
de um vídeo mono/3D no processo de
ensino sobre as fontes de energia elétrica
(solar, nuclear, fóssil, eólica e hídrica).
Tema este, que gera muitas dúvidas dentro
e fora das salas de aula, como por exemplo,
a energia nuclear, que diferente das outras
fontes de energia é reconhecida como
sinônimo de catástrofe, devido aos vários
acontecimentos registrados ao longo da
história da humanidade, como por exemplo,
o acidente nuclear em Fukushima, no
Japão. Na realidade a energia nuclear tem
muitos benefícios para população e
sociedade, inclusive a geração de energia
elétrica.
Quando se diz a um aluno que será exibido
um vídeo didático em uma sala de aula ou
outro tipo de local apropriado, nem sempre
o aluno recebe isto como algo bom e
divertido. Ou até mesmo encara como
tempo vago. Quando o assunto então é
energia elétrica e suas fontes, imagina-se
algo técnico que irá lhe dizer o que é certo
ou errado, de onde vem e como ser
sustentável. O objetivo do vídeo mono/3D
sobre as fontes de energia, é fazer com que
o aluno se sinta interessado no decorrer do
vídeo, aprenda e reflita sobre o seu
conteúdo de maneira mais lúdica, não muito
técnica e divertida. Para Moraes e Torres
(2004) [2], as estratégias de ensino devem
favorecer uma aprendizagem que integre
vários sentidos: imaginação, intuição,
colaboração e impactos emocionais. Os
aspectos estéticos, tais como a fotografia, o
filme, a música, a dança, o teatro, a
literatura e as artes plásticas agregam uma
sofisticação à relação ensino-aprendizagem,
visto que proporcionam a vivência e a
interatividade,
conectando
sentidos,
sentimentos e razão. O vídeo mono/3D não
visa substituir o professor da sala de aula e
sim criar uma ponte de interatividade entre
professor e aluno gerando debate sobre o
assunto em sala de aula. Davel, Vergara e
Ghadiri
(2007)
[3]
citam
diversas
experiências de sucesso com a utilização do
vídeo
no
processo
de
ensino
e
aprendizagem, mostrando que a alunos
ficam mais motivados e que pode ser um
ótimo instrumento de ensino nas salas de
aula.
OBJETIVO
Desenvolver um vídeo 3D estereoscópico
sobre as fontes de geração de energia
elétrica
METODOLOGIA
Para elaboração da pesquisa, foram feitos
diversos levantamentos sobre diferentes
tipos de vídeos em 3D, do mais lúdico ao
mais técnico em diversos tipos de
linguagem visual. De cores quentes
(amarelo, vermelho, laranja etc.) frias (azul,
violeta, verde etc.) e tons pasteis que são
cores mais suaves. Levantamento sobre a
P á g . 118
faixa etária e público alvo. Quais
ferramentas utilizadas para a produção do
vídeo mono/3D. Onde aplicar e como aplicar
o material. E um storyboard para a vinheta e
a sequência narrativa do vídeo. Para
modelagem foi utilizado o programa 3D
MAX. Para renderização, o programa Sony
Vegas Pro 10.0; e a geração de vídeos pelo
programa Adobe After Effects. Os vídeos
criados serão visualizados no Laboratório de
Realidade Virtual por meio de óculos 3D
para que os pesquisadores atestem a
qualidade das imagens, som, narração,
coerência da sequencia das cenas dos
vídeos, adequação das imagens para o
conteúdo abordado.
RESULTADOS
Depois do levantamento de dados a respeito
da pesquisa foi decidido que o vídeo teria
uma abordagem mais cartoon, uma temática
que cada vez mais vem ganhando espaço
entre o público infantil, adulto e adolescente.
Devido a grandes animações 2D/3D,
produzidas pelos famosos estúdios, como
por exemplo a Pixar Animation Studios® e
DreamWorks Animation®. O vídeo mono/3D
será composto de cores vivas (quentes e
frias) que chamassem e prendesse a
atenção do aluno. Como resultados
preliminares, o vídeo é constituído por uma
vinheta contendo um passeio de câmera
que percorre uma cidade fictícia de
ambiente noturno. No qual em seu percurso
as luzes dos apartamentos e casas antes
apagadas, começam a acender em
sincronia com a passagem da câmera,
mostrando as luzes de casas e prédios
acendendo. A vinheta tem seu fim com o
surgimento da logo “As fontes de energia
elétrica”.
Seguida
da
narração
posteriormente explicando as cinco fontes
de energia elétrica (solar, nuclear, fóssil,
eólica e hídrica). As fontes de geração de
energia elétrica serão quadros que farão a
composição do restante do vídeo. A faixa
etária escolhida é dos 11 aos 15 anos. As
ferramentas para a produção do vídeo
foram respectivamente: 3Ds Max®, Daz 3D
Studio® (usado na modelagem de
personagens, ambiente 3D e steresoscopia)
e o Adobe After Effects® (usado para pósprodução: narração, render final etc.).
Quanto a tecnologia para exibição do vídeo
em mono, seriam os próprios equipamentos
da instituição de ensino na qual seria
exibido o vídeo. Quanto a exibição do vídeo
em 3D estereoscópico seria fornecida uma
TV Full HD de 79 polegadas com tecnologia
3D passivo, capaz de transmitir os efeitos
desejados.
CONCLUSÕES
Todo o levantamento feito a respeito da
criação do vídeo mono/3D foram positivas
para que o projeto saísse do papel e se
tornasse algo palpável do roteiro. Os
softwares
escolhidos
atenderam
às
expectativas necessárias, gerando de
acordo com o storyboard um animatic
(storyboard animado).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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de setembro, 2014]. Tve Alagoas: Programa
Escola Viva. Entrevista concedida a Anete
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e práticas para reencantar a educação.
Petrópolis/RJ: Vozes, 2004.
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VERGARA,
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arte: experiências vividas de ensinoaprendizagem. São Paulo: Atlas, 2007.
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico (CNPq).
P á g . 119
Estudo de Interfaces Naturais para Promover a Interação Humano-Computador
Vanessa Márcia de Paula e Antônio Carlos de Abreu
Instituto de Engenharia Nuclear - IEN
INTRODUÇÃO
A evolução dos computadores e das suas
interfaces permitiu que o ser humano se
comunicasse de uma maneira simples e
direta. O desenvolvimento de novas
interfaces e soluções para a comunicação
tem se tornado cada vez mais real e sendo
o foco de pesquisas nos últimos anos. O
paradigma Interface Tangível de Usuário ou
a TUI (Tangible User Interface) pode ser
utilizada no desenvolvimento de aplicações
em diversas áreas como realidade virtual,
acessibilidade, jogos, educação, animação e
entre outras.
Com o crescimento tecnológico, têm surgido
novas interações entre o usuário e
computador com o foco no paradigma de
interface natural. Segundo Bill Buxton [1],
uma interface é considerada natural quando
se explora as habilidades que o usuário
adquiriu durante a vida ao interagir
normalmente com o mundo.
Atualmente, os softwares não devem exigir
que o usuário tenha conhecimento na área
de computação para utiliza-lo, mas devem
sempre procurar ser o mais intuitivo. “O
objetivo da interação homem-computador é,
ou deveria ser, prover uma interface tão
natural quanto possível. De fato, a solução
perfeita seria aquela na qual o usuário não
percebesse a utilização de uma interface”,
expõe Tebbutt (1995) [2]. As interfaces
naturais se caracterizam pela invisibilidade
de um controle físico ao usuário. Esse tipo
de interface utiliza uma linguagem natural
para a interação humana com o aplicativo
por meio de gestos e comando de voz, tal
recurso permite que o usuário esteja imerso
na realidade virtual do ambiente.
O sensor Kinect for Windows é uma das
ferramentas que utiliza o conceito de
interface tangível e foi escolhido para ser o
nosso objeto de estudo. O sensor capta os
movimentos ou comandos de voz do
usuário, abrindo para novas possibilidades.
Quando foi criado o sensor Kinect teve
como primeiro nome Projeto Natal, fazendo
referência à cidade brasileira Natal, pois um
dos idealizadores foi um brasileiro chamado
Alex Kipman. O Kinect certamente causou
um
estranhamento
por
parte
dos
desenvolvedores,
que
já
estavam
acostumados a desenvolver aplicações para
consoles de jogos.
O foco principal da pesquisa foi estudar o
conceito de interfaces tangíveis, com o
intuito de desenvolver uma aplicação de
interface natural para o usuário manipular o
sistema operacional de um computador,
através dos gestos e para isso foi escolhido
o sensor Kinect. A interação do usuário fica
por conta dos seus movimentos naturais,
com isto ele fica cada vez mais imerso no
ambiente que manipula, sem o contato com
qualquer meio físico, como teclado ou
mouse.
METODOLOGIA
O Kinect for Windows SDK (Software
Development
Kit)
permite
aos
desenvolvedores criar aplicativos que
reconhecem gestos e vozes. Em termos de
programação, o Kinect reconhece C#, C++
e Visual Basic.
Para a manipulação do Kinect no Windows
Seven foi preciso à instalação de alguns
drives oferecidos pela Microsoft. No nosso
caso usamos o SDK 1.8, o Developer
P á g . 120
Toolkit 1.8 e o software Visual Studio 2010
Express
for
Desktop
para
o
desenvolvimento da aplicação que seria a
manipulação do cursor do mouse, através
do reconhecimento dos movimentos das
mãos de uma pessoa. A linguagem de
programação escolhida para a pesquisa foi
a C#. Foram feitos também estudos sobre o
funcionamento do Kinect, através de
pesquisas e artigos científicos relacionados
ao assunto.
RESULTADOS
Durante o desenvolvimento da pesquisa, foi
observado que para o reconhecimento do
corpo humano é necessário ficar a uma
distância mínima de 1 metro do Kinect. Isso
acontece devido aos raios infravermelhos
que direcionam as ondas horizontalmente
em busca do esqueleto. Depois do corpo
reconhecido, essa distância pode ser
diminuída pela metade aproximadamente. O
Kinect for Windows reconhece o corpo
humano dividindo em 20 pontos principais.
A partir dos testes, foram verificados que o
funcionamento correto do Kinect acontece
em ambiente com boa iluminação. Por
fabricação, o Kinect rastreia as articulações
de dois esqueletos, sendo que este número
de rastreamento pode ser alterado por meio
de programação, chegando até reconhecer
no máximo seis usuários.
CONCLUSÕES
Desta forma, foi apresentada uma
introdução sobre o conceito de interface
tangível e como isso tem afetado a
interação entre homem e a máquina. O
sensor Kinect foi utilizado para mostrar este
conceito na prática. Ele foi usado na
aplicação que foi feita para ilustrar como
funciona a realidade virtual, onde um
usuário controlava o computador com os
movimentos das mãos. Ao longo da
pesquisa, foram feitos leitura de artigos
científicos e vários testes com o sensor.
Cada área que foi abordada pode necessitar
de novas investigações.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[98]BUXTON, Bill. CES 2010: NUI with Bill
Buxton.
2010.
Disponível
em:
<http://channel9.msdn.com/blogs/larrylarsen
/ces-2010-nuiwith-bill-buxton>
[99]TEBBUTT, David. In touch with
tomorrow. In PC PRO, Feb 1995, p. 206-11.
Dennis Publication, United Kingdom.
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico (CNPq)
Então foi criada uma aplicação no Visual
Studio usando a linguagem de programação
C#, onde uma pessoa fica em frente ao
sensor Kinect e consegue manipular o
cursor do mouse do computador através
dos movimentos das mãos e com a
capacidade de fazer um simples clique no
objeto virtual que desejar. A aplicação pode
ser executada independentemente se tiver
outros programas em operação, pois ela
roda em primeiro plano. Assim o usuário fica
imerso no ambiente virtual, sem a
necessidade do mouse ou teclado.
P á g . 121
Processamento Coloidal de Suspensões de Óxido de Alumínio
Yuri Garcia da Silva Santa Maria e Elizabeth Eugenio de Mello Oliveira
Instituto de Engenharia Nuclear - IEN
INTRODUÇÃO
Os processos de separação por membranas
(PSM) são considerados uma tecnologia
limpa e vem sendo cada vez mais utilizada
na indústria substituindo os processos
convencionais de separação, como a
destilação, centrifugação e troca iônica. Isso
se deve pelo fato de apresentar vantagens
como: alcançar a separação sem mudança
de fase, isto é, são atérmicos e, por
consequência, redução do consumo de
energia; fácil operação, equipamentos
compactos e possibilita acoplamento com
outros processos e pode-se obter produtos
de melhor qualidade (BORGES, et al, 2006).
A membrana pode ser constituída por
materiais
orgânicos
(polímeros)
ou
inorgânicos
(óxidos
metálicos).
Os
cerâmicos se destacam, permitindo ser
aplicadas em condições extremas de
temperatura (< 120 ºC) e pH (12 a 14), o
que não ocorre com as membranas
poliméricas, que operam em temperaturas <
90 ºC e pH na faixa de 2-12, dependendo do
polímero. Entre os materiais empregados
para a fabricação de membranas cerâmicas,
encontramos os óxidos de alumínio (Al2O3),
conhecido como alumina; sílica (SiO2);
zircônia (ZrO2) e titânio (TiO2) ou uma
combinação destes, porém, o material mais
utilizado é a alumina (91% do mercado
mundial).
A
membrana
cerâmica
ideal
deve
apresentar poros abertos, de forma a
permitir a passagem do solvente, e que
retenha o soluto desejado. A porosidade de
corpos cerâmicos pode ser controlada
através da adição de um material formador
de poros, e/ou controlando a temperatura de
sinterização (GERMAN, 1984).
As membranas podem apresentar diferentes
tamanhos de poros e são classificadas
como: microfiltração (MF), poro na faixa de
4-0,02 µm; ultrafiltração (UF), 0,2-0,02 µm;
nanofiltração (NF) e osmose inversa (OI)
<0,002 µm (PEI WANG, 1999). Esses
processos utilizam a pressão como força
motriz, sendo a MF o processo que requer
menor pressão (0,5-2 bar).
OBJETIVO
Avaliar a porosidade de suportes cerâmicos
após a sinterização, obtidos a partir de três
suspensões de óxido de alumínio contendo
amido de milho como agente formador de
poros.
METODOLOGIA
As três suspensões de óxido de alumínio
foram preparadas sob agitação contínua,
onde em cada suspensão adicionou-se
amido de milho em concentrações de 0, 15
e 30%. Uma solução 10% de álcool poli
vinílico (PVA), foi adicionado como
aglomerante e 0,3% de defloculante
(Disperlam LA). Em seguida as suspensões
foram secas em spray dryer para obtenção
de um pó granulado e homogêneo. Utilizouse uma prensa uniaxial para compactar
pastilhas na forma de discos de 25 mm de
diâmetro e 2 mm de espessura. A pressão
aplicada foi de 1,5 Kgf/cm2. As pastilhas
foram sinterizadas em forno de resistência
nas temperaturas de 1300; 1350 e 1400º C
por 1 h (Fig. 1).
Figura 1 – Pastilhas de alumina sinterizadas nas
temperaturas de 1300, 1350 e 1400º C
P á g . 122
A
influência
da
temperatura
de
sinterização e da concentração de amido foi
avaliado através da determinação da
densidade geométrica (D(a)) de cada pastilha
através da equação abaixo:
D(a) (%) = M / V(g) . dt x 100
(eq. 1)
onde:
M= massa da pastilha seca (g)
V= volume geométrico (cm3)
dt = densidade teórica da alumina (3,96
g/cm3)
Optou-se por fazer a densidade geométrica
das pastilhas uma vez que os valores
obtidos pelo método hidrostático foram
equivalentes em experimentos anteriores. A
porosidade aparente foi obtida por diferença
da porcentagem da densidade aparente.
P (%) = 100 – D(a) (%)
(eq. 2)
Porosidade (%)
RESULTADOS
70
60
50
40
30
20
10
0
Figura 2 – Evolução da Porosidade com a
Concentração de Amido e Temperatura de
Sinterização das Pastilhas de Alumina.
Observa-se que o amido apresenta grande
influência na porosidade para todas as
temperaturas. As suspensões sem amido
apresentaram porosidade média de 40%, e
diminui com o aumento da temperatura.
CONCLUSÕES
A Tabela 1 apresenta os valores obtidos de
densidade e porosidade das pastilhas de
óxido de alumínio sinterizados a 1300; 1350
e 1400º C.
A faixa de porosidade encontrada na
literatura para uso como suporte de
membrana é de 30 a 40%, para que o
suporte apresente boa permeabilidade.
Neste estudo, as condições 1350 e 1400º C,
sem adição de amido, apresentaram
porosidade de 40 e 36%, respectivamente.
TABELA 1 - Valores de Densidade e
Porosidade das Pastilhas de Alumina
Sinterizadas a 1300; 1350 e 1400º C.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICAS
Concentração Temp. Densidade Porosidade
de amido
Sint.
aparente
(%)
(º C)
(%)
(%)
0
1300
54,7
45,3
15
1300
43,2
56,8
30
1300
0
1350
59,4
40,6
15
1350
46,4
53,6
30
1350
41,6
58,4
0
1400
63,5
36,5
15
1400
50,0
50,0
30
1400
36,6
63,6
[100] C. P. Borges; A. C. Habert; R.
Nobrega, Processos de Separação por
Membranas. Editora E-papers, 2006.
[101] R. M. Germam. Powder Metallurgy
Science. Editora Metal Powder Industries
Federation, Princeton, New Jersey, 1984.
[3] Pei Wang, Nanping Xu, “Effects of
sintering on properties of Al2O3 MF
membranes”.
J. Membranes Science, V.155, 309-314,
1999.
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico (CNPq).
Instituto de Engenharia Nuclear (IEN).
P á g . 123
I ns t i t ut o d e P e s q ui s a s E ne r g é t i c a s e Nuc l e a r e s
I PEN
P á g . 124
Desenvolvimento e Construção de um Sistema para Avaliação de
Catalisadores para a Reforma a Vapor do Etanol Visando à Produção de
Hidrogênio
Adenilson Almeida Silva e Estevam Vitorio Spinacé
Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares – IPEN
INTRODUÇÃO
A preocupação com o aumento na emissão
de poluentes ao meio ambiente nos últimos
anos tem aumentado os esforços no sentido
do desenvolvimento de tecnologias limpas e
eficazes para produção de energia, tanto
para produção de energia automotiva como
para
geração
de
energia
elétrica
estacionária. Portanto, o desenvolvimento
de tecnologias alternativas e mais eficientes
do ponto de vista energético e ambiental
deve ser de interesse para a sociedade
como um todo. As células a combustível são
dispositivos eletroquímicos que convertem
energia química de um combustível
diretamente em energia elétrica e calor e
são
consideradas
uma
tecnologia
promissora para produção de energia pela
sua alta eficiência energética. As células de
baixa temperatura de operação do tipo
PEMFC (Proton Exchange Membrane Fuel
Cell) utilizando hidrogênio como combustível
apresentam eficiência elétrica da ordem de
40-50% [1].
A produção de hidrogênio a partir de fontes
renováveis tem sido um tema de grande
interesse nas últimas décadas. Para o
Brasil, o uso de etanol proveniente da cana
de açúcar possui um grande potencial para
a produção de hidrogênio, pois o etanol
possui um alto teor de hidrogênio e uma boa
infraestrutura para sua distribuição. O
processo mais utilizado para a obtenção de
hidrogênio a partir de hidrocarbonetos
provenientes
de fontes fósseis ou
renováveis é o processo de reforma a
vapor, onde a fonte de hidrogênio é
convertida em um reator catalítico em uma
mistura de gases onde predomina o
hidrogênio [2,3]. A reação global de
produção de hidrogênio a partir da reforma a
vapor de etanol (Eq. 1) leva à formação de 6
mols de H2 por mol de etanol:
C2H5OH(v) + 3 H2O(v) → 2 CO2(g) + 6 H2(g) (1)
Dependendo das condições reacionais
temperatura, pressão, tipo de catalisador e
razão etanol / água outros subprodutos (CO,
CH4, CH3CHO, CH3COOH, C2H5OC2H5,
etc.) podem ser formados além de CO2 e H2
[2,3].
OBJETIVO
O
trabalho
tem
com
objetivo
o
desenvolvimento e a construção de um
sistema de testes catalíticos para a
avaliação de catalisadores para a reforma a
vapor do etanol visando a produção de
hidrogênio.
METODOLOGIA
Para o desenvolvimento do sistema para
avaliação de catalisadores na reforma a
vapor do etanol são efetuadas as seguintes
etapas: Projeto, construção, testes de
funcionalidade e de segurança do sistema.
RESULTADOS
Esquema do equipamento para estudo
da reforma a vapor do etanol
O sistema de avaliação de catalisadores foi
projetado de modo que várias operações
previstas durante seu uso pudessem ser
realizadas e controladas. Dentre estas
P á g . 125
operações temos: a ativação do catalisador,
a operação do teste catalítico, a
quantificação dos reagentes de partidas e
dos produtos formados por Cromatografia a
gás e a limpeza do sistema (purga). Com
base nesses casos de uso foi definida a
utilização de gases, dispositivos elétricos e
eletrônicos.
Na Figura 1 é mostrado o diagrama do
equipamento para a reação de reforma a
vapor do etanol e a análise dos produtos por
cromatografia a gás (CG).
Na Figura 3 é mostrada a visão frontal do
sistema de avaliação de catalisadores
finalizado.
Figura 3: Sistema de avaliação de catalisadores
CONCLUSÕES
Figura 1: Sistema catalítico para a reforma a
vapor do etanol.
Na Figura 2 é mostrada a construção das
tubulações de gás. No planejamento e
montagem foi tomado um cuidado especial
de modo a minimizar as perdas por calor e
transferência de massa durante a avaliação
da atividade catalítica. Desse modo, foram
evitadas curvas muito acentuadas nas
tubulações do sistema e as distâncias foram
minimizadas para evitar as perdas por calor.
A montagem do sistema de avaliação de
catalisadores foi concluída conforme
previsto nas etapas do projeto. Na próxima
etapa do trabalho será iniciado o
procedimento de testes do equipamento tais
como as funcionalidades dos componentes
instalados e a segurança de operação.
Serão também iniciados os testes catalíticos
da reforma a vapor do etanol.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[102] B. C. H. Steele, A. Heinzel, Materials
for uel-cell technologis, Nature 2001, 414,
345-352
[103] M. Ni, D.Y.C. Leung, M.K.H. Leung, A
review
on reforming bio-ethanol for
hydrogen production, International Journal of
Hydrogen Energy 2007, 32, 3238 – 3247
[104] A. Bshish, Z. Yaakob, B. Narayanan,
R. Ramakrishnan, A.Ebshish, Steamreforming
of
ethanol
for
hydrogen
production, Chemical Papers 2011, 65, 251–
266
Figura 2: Construção das Tubulações de gás do
sistema
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
CNPq.
P á g . 126
Caracterização e Quantificação de Fases de Alumina e Zircônia por
Difratometria de Raios-X, como Material Adsorvedor em Geradores de
Tecnécio - 99m
Amon Solano Lopes Ribeiro e Rafael Henrique Lazzari Garcia
Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares -IPEN
INTRODUÇÃO
A alta capacidade de adsorção da alumina e
zircônia, sintetizados via template justificam
sua
aplicabilidade
em
colunas
cromatográficas de geradores Mo99/Tc99m.
Porém, a propriedade de adsorção depende
das estruturas cristalinas de cada composto.
Desse modo, é necessário identificar e
quantificar
as
fases
dos
materiais
sintetizados. Assim, o foco do trabalho é
baseado na caracterização destes materiais
cerâmicos por meio da técnica de difração
de raios X e posterior refinamento dos
resultados pelo método de Rietveld, que
permite a quantificação das fases cristalinas
do material com boa acurácia e de maneira
não-destrutiva.
OBJETIVO
Caracterizar por difração de raios X as fases
cristalinas
da
alumina
e
zircônia,
sintetizadas pelo método template, para
utilização como adsorvedores em colunas
de geradores de radioisótopos.
sal (cloreto ou nitrato) ou alcoóxido
precursor, junto com ácido clorídrico e ácido
cítrico. A solução é mantida em estufa a
68°C por 48h, para que o solvente seja
evaporado lentamente, havendo formação
do gel e sua secagem. Após a secagem, o
material deve ser calcinado, de forma a
eliminar o surfactante em temperatura
suficientemente adequadas (400-600°C).
Após essa calcinação para eliminação do
template, o material é tratado em diferentes
temperaturas (variando de 800 a 1200°C),
para estudo da evolução estrutural de
morfologia quanto à fase cristalina.
Os pós foram analisados em difratômetro
Bruker Advance D8, com tubo de cobre na
potência de 1200W, com 20 segundos para
cada passo de 0,02º, em faixa 2θ de 14º a
90º.
Com os difratogramas das fases cristalinas
adquiridos, os dados são transferidos para
softwares de refinamento, como GSAS [1] e
TOPAS [2] .
RESULTADOS
METODOLOGIA.
A síntese proposta para obtenção dos
óxidos Al2O3 e ZrO2 mesoporosos se baseia
na utilização da auto-organização de
moléculas de surfactante como template e
um precursor do óxido de interesse. Para
este trabalho, foram utilizados dois tipos de
surfactante: F127 e L64. O surfactante é
dissolvido à temperatura ambiente, sob
agitação vigorosa, devendo ser adicionado o
Analisando o perfil dos picos de difração,
pode-se observar que a estrutura do
composto é mais desorganizada para
amostras
submetidas
a
tratamentos
térmicos realizados em temperaturas mais
baixas. Em temperaturas mais elevadas, a
estrutura demonstra maior ordenação
espacial. Este efeito da temperatura se deu
tanto para concentrações menores do
surfactante aplicado (5%), como para
P á g . 127
concentrações maiores (20%). Este efeito
foi observado para ambos os surfactantes
[3].
[2] TOPAS v 4.2, Total Pattern Analysis
Solution Software, Bruker AXS, Karlsruhe,
Germany, (2009).
Em relação ao surfactante F127, foi
encontrada a fase gama quando tratado a
800°C, e as fases alfa, gama e teta quando
tratado a 1200°C. Para o surfactante L64, a
fase encontrada para as amostras tratadas
a 800°C foi a gama e a 1200°C, a alfa.
[3] DIFFRAC.EVA v.1.2, Software for phase
identification
and
quantitative
phase
analysis, Bruker AXS, Karlsruhe, Germany.
(2011).
Amostra
F_5_800
F_5_1200
F_20_800
F_20_1200
L_5_800
L_5_1200
L_10_800
L_10_1200
Temperatura 2°
Surfactante Concentração
tratamento
F127
F127
F127
F127
L64
L64
L64
L64
5%
5%
20%
20%
5%
5%
10%
10%
Tabela1.
800°C
1200°C
800°C
1200°C
800°C
1200°C
800°C
1200°C
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
Bolsa de Iniciação Científica CNPq/PIBIC
CONCLUSÕES
A análise de DRX permitiu a identificação
das fases cristalinas de forma clara e
objetiva. Pode-se notar a evolução cristalina
das estruturas, de forma que dependendo
da concentração de surfactante em que se
esta trabalhando, a estrutura irá se
reorganizar de acordo com a temperatura de
tratamento.
Após este estudo de evolução morfológica,
testes de adsorção serão conduzidos e
permitirão correlacionar as fases cristalinas
e seus desempenhos na coluna.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] A. C. Larson and R. B. Von Dreele,
“General
Structure
Analysis
System
(GSAS),” Gen. Struct. Anal. Syst. LANSCE
MS-H805 Los Alamos N. M., (1994).
P á g . 128
Expressão do antagonista de receptor do hormônio do crescimento humano
G120R-hGH no espaço periplásmico de Escherichia coli e sua
caracterização físico-química e biológica
Ana Carolina da Silva Cordeiro de Menezes e Carlos Roberto Jorge Soares
Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares, IPEN - CNEN/SP
INTRODUÇÃO
O hormônio do crescimento humano (hGH)
é uma proteína sintetizada pela hipófise e
apresenta 191 aminoácidos e 22 kDa.
Pertence à família das citocinas e se liga a
receptores de hGH e de prolactina humana
(hPRL). A simples troca, nessa proteína, do
aminoácido glicina na posição 120 pela
lisina, levou à descoberta de um antagonista
de receptor de hGH e de hPRL [1]. Outras
modificações adicionais resultaram em um
antagonista específico para receptores de
hGH, originando a droga Pegvisomant,
aprovada para uso em pacientes com
acromegalia [2]. Considerando que em
nossas pesquisas utilizamos antagonistas
de hPRL para comprovar o envolvimento da
prolactina com o aumento da diabetes e a
proliferação do câncer, optamos por
sintetizar esse antagonista de G120R-hGH,
de difícil disponibilidade, e que por ser
também antagonista de hPRL será utilizado
em nossos estudos.
OBJETIVO
Síntese em bactérias E. coli, purificação e
caracterização do antagonista de receptor
do hormônio de crescimento humano
G120R-hGH.
O
antagonista
será
caracterizado por técnicas físico-químicas
como HPLC, SDS-PAGE, Western Blotting
e por ensaios biológicos de proliferação in
vitro com células Nb2.
METODOLOGIA
A sequência do cDNA do antagonista do
hGH contendo o gene correspondente ao
peptídio sinalizador bacteriano DsbA e os
sítios para as enzimas de restrição NdeI e
BamHI foi introduzido no cassete de
expressão,
desenvolvido
em
nosso
laboratório [3], que contém o promotor λPL
e o gene para resistência a ampicilina. Após
confirmação da correta construção o
plasmídeo foi amplificado e introduzido por
choque térmico das cepas W3110 e RRI.
O crescimento dos clones bacterianos foi
inicialmente realizado a 30°C até uma
densidade óptica máxima, seguida da
elevação da temperatura para expressão da
proteína, por um período de 6 horas. Foram
comparadas diferentes temperaturas: 32°C,
35°C, 37°C e 42°C. Nesse estudo o
promotor atuou de forma constitutiva,
portanto sem a presença do repressor.
A caracterização físico-química foi feita por
SDS-PAGE, Western Blotting (WB) e HPLC
de fase reversa (RP-HPLC) e de exclusão
molecular (HPSEC) [3].
Os ensaios de proliferação celular foram
realizados com a linhagem Nb2, derivada de
linfoma de rato. Foram avaliados os efeitos
de inibição do antagonista no crescimento
celular na presença do hGH. A leitura foi
feita na absorbância de 490 nm, após
adição de MTS/PMS.
RESULTADOS
O sucesso na obtenção do plasmídeo foi
comprovado por análise de restrição e
sequenciamento do DNA. O estudo com as
cepas W3110 e RRI comparando diferentes
temperaturas de expressão mostrou que a
melhor condição ocorreu na temperatura de
37°C com a cepa W3110, com expressão
de 1,60 ± 0,26 µg/mL/A600 (Fig. 1).
P á g . 129
No ensaio de proliferação celular com
células de linfoma de rato Nb2 na presença
de hGH (1 ng/mL) e do antagonista G120RhGH (100 ng/mL) mostrou cerca de 30% de
inibição na proliferação celular.
Figura 1. Comparação da produção de
G120R-hGH pelas cepas W3110 e RRI em
diferentes temperaturas. Quantificação por
RP-HPLC (n = 4).
Após a extração do G120R-hGH do
periplasma das bactérias, por choque
osmótico, seguiu-se a purificação realizada
em três etapas, com rendimento final de
32%. Nas figuras 2A e 2B observamos que
as amostras de cada etapa da purificação
analisada por SDS-PAGE apresentaram
diminuição nas formas de alta massa
molecular e o Western Blotting confirmou o
reconhecimento da proteína pelo anticorpo.
O produto final analisado por RP-HPLC
apresentou 3% de formas oxidadas e
desamidadas (Fig. 2C) e na análise por
HPSEC confirmou um grau de pureza
superior a 99% (Fig. 2D).
Figura 3. Ensaio biológico de proliferação
com células Nb2 adicionando hGH e
G120R-hGH (n = 3, média de 3 ensaios).
CONCLUSÕES
Pela primeira vez, foi obtida a expressão do
antagonista
de
hGH
no
espaço
periplásmico. A produção em escala
laboratorial a partir de 3L de meio de cultura
LB resultou em 5 mg de G120R-hGH com
pureza superior a 99%. Esse trabalho abre
perspectivas para estudar novas aplicações
terapêuticas, incluindo futuros ensaios
biológicos in vivo para esse antagonista,
que a princípio estava esquecido.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[105]Fuh,
G.,
Cunningham,
B.
C.,
Fukunaga, R., Nagata, S., Goeddel, D. V. &
Wells, J. A., Science, v. 256, p. 1677-80,
1992.
Figura 2. Caracterização físico-química do
G120R-hGH: SDS-PAGE (A) e WB (B) de
amostras da purificação: 1, marcador de
massa molecular; 2, rec-hGH (OMS); 3,
fluido periplásmico; 4 a 6 coletas da Q
Sepharose Fast Flow, Sephacryl S100 e
HPSEC, respectivamente; cromatograma
em RP-HPLC (C) e HPSEC (D) do produto
final.
[106]Kopchick, J. J., List, E. O., Kelder, B.,
Gosney, E. S. & Berryman, D. E., Mol Cell
Endocrinol, v. 386, p. 34-45, 2014.
[107]Soares, C. R., Ueda, E. K., Oliveira, T.
L., Gomide, F. I., Heller, S. R., Bartolini, P.,
J Biotechnol, v. 133, p. 27-35, 2008.
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
FAPESP e CNPq.
P á g . 130
Avaliação da Fração Mássica De Chumbo (Pb) em Folhas de tibouchina
granulosa (Desr.) Cogn. (melastomataceae)
Ana Carolina Ribeiro da Silva Couto, Jorge Eduardo S. Sarkis, Maria Cristina T. Zampieri
Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares-IPEN
INTRODUÇÃO
METODOLOGIA
A qualidade do ar de uma região é
influenciada diretamente pelos níveis de
poluição atmosférica, os quais estão
vinculados a um complexo sistema de
fontes emissoras estacionárias (indústrias,
queima de lixo, emissões naturais, entre
outras) e móveis (veículos automotores,
aviões, trens) [1]. A magnitude do
lançamento
dessas
emissões,
seu
transporte e diluição na atmosfera,
determinam o estado atual da qualidade do
ar atmosférico [2].
Os metais potencialmente tóxicos, como o
chumbo, estão entre os poluentes
atmosféricos, que adsorvidos a outras
partículas se depositam no meio ambiente
[4]. A emissão de chumbo provém do
escapamento dos carros e pelo desgaste
pneumático devido a presença do metal nos
componentes dos tanques da gasolina e das
rodas [3].
A presença natural do Pb no meio ambiente
não causa problemas à saúde, por se tratar
de pequenas frações. No entanto, a sua
utilização em muitos processos e a
liberação para o ambiente, tornou-se
necessário o seu monitoramento [5].
Uma das formas mais estudadas é a
utilização de seres vivos com potencial
biomonitor para identificar a ação de
poluentes atmosféricos no meio ambiente.
Os pontos de coleta foram localizados por
meio de georreferenciamento. As folhas
analisadas foram retiradas do terceiro nó,
contando de cima para baixo, dos diferentes
ramos.
Inicialmente as folhas foram digitalizadas
para mensuração da área com o auxílio do
programa de imagem ImageJ.
Após a digitalização, as folhas foram
depositadas em saquinhos de papel Kraft
para determinação da perda de umidade,
em estufa por 120 h em temperatura ± 40ºC.
Duas folhas dos ramos, de cada ponto de
coleta, foram lixiviadas em água régia e
banho ultrassônico por 1 h. A mistura foi
levada a secura total, em placa aquecedora
em temperatura de ± 80 ºC, após a secura
acrescentou-se 2 mL de HCl (10M). Após a
diminuição da temperatura acrescentou-se
15 mL de HCl (0,5 M).
A curva de calibração foi realizada utilizando
solução contendo 50,0 ng mL-1 de Pb,
preparada a partir de solução padrão
estoque (SPEX CertiPrep).
Uma solução de índio (In) 1,0 ng mL-1 foi
utilizada como padrão interno para otimizar
os parâmetros instrumentais do ICP-MS
(NexION300 - PerkinElmer).
RESULTADOS
OBJETIVO
Avaliar o potencial das amostras ambientais,
com ênfase em folhas de Tibouchina
granulosa Desr. Cogn. (Melastomataceae)
coletadas em pontos distintos da cidade de
São Paulo.
Neste trabalho foi observado que a amostra
localizada na Praça Melo Freire, apresentou
maior fração mássica de chumbo (Tab.1).
Comparando amostra na região de Tatuapé
com a amostra controle localizada no Jardim
Botânico existe o aumento significativo de
P á g . 131
3,7 vezes. Isso devido a localização e
proximidade das avenidas e rodovias mais
movimentadas da Capital, tais como a
Marginal Tietê, Rodovia Airton Sena, Radial
Leste e Av. Salim Fara Maluf, no bairro do
Tatuapé.
Além
disso,
não
houve
interferência no tempo de exposição, visto
que as folhas permaneceram por três meses
em cada ramo [4;6].
Nos demais pontos os resultados variaram,
mas
não
apresentaram
diferenças
significativas nas concentrações de chumbo
devido as atividades de tráfegos veiculares.
As frações mássicas de chumbo no
ambiente aumentam de acordo com a
densidade crescente do tráfego veicular. O
chumbo é proveniente da liberação dos
gases do escape dos veículos para a
atmosfera numa quantidade muito mais
elevada do que outras fontes [3; 5].
TABELA.1. Fração mássica de Pb nas folhas
de Tibouchina granulosa (Desr.) Cogn.
(Melastomataceae)
Amostras
NIF (Av. Indianópolis, 281 –
Indianópolis, SP-SP)
FHF (Av. Frederico Hermann Junior, Alto de Pinheiros, SP-SP)
SAS (Rua São Bento – Santo Amaro,
SP-SP
MFF (Praça Melo Freire,- Tatuapé, SPSP
APA (Av. Paulista, 1682 – Jardim
Paulista, SP-SP)
IBT (Av. Miguel Stefano, 3061- Água
Funda, SP-SP (Região Controle))
ng/cm2
476
454
318
1544
531
417
CONCLUSÕES
Pode ser concluído que as folhas da
Tibouchina
granulosa
(Desr.) Cogn.,
coletadas na Capital de São Paulo
apresentaram
frações
mássicas
diferenciadas de acordo com a localização.
Além disso demonstrou que a exposição ao
chumbo está diretamente relacionado ao
tráfego veicular.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[108] CETESB – Companhia de Tecnologia
e Saneamento Ambiental – Relatório de
Qualidade do Ar no Estado de São Paulo.
2012.
[109] DRUMM, F. C.; Gerhardt, A. E.,
Fernandes G. D., Chagas, P., Sucolotti, M.
S., Kemerich, P. D. C., Poluição atmosférica
proveniente da queima de combustíveis
derivados do petróleo em veículos
automotores. Revista Eletrônica em Gestão,
Educação e Tecnologia Ambiental - REGET
- V. 18 p. 66-78, 2014
[110] Ferron, M. M. Intoxicação ambiental
por chumbo em crianças de uma vila de
Porto Alegre e avaliação ambiental
preliminar das fontes de contaminação.São
Paulo, 2010.
[111] ZAMPIERI, M.C.T.; SARKIS, J.E.S.;
PESTANA, R.C.B.; TAVARES, A.R.; MELODE-PINNA, G.F.A. Characterization of
Tibouchina
granulosa
(Desr.)
Cong.
(Melastomataceae) as a biomonitor of air
pollution and quantification of particulate
matter adsorbed by leaves. Ecological
Engineering, v. 61, p. 316-327, 2013.
[112] ALVES,
A.C.M.;
ROSA,
P.F.;
AGUIAR,
M.
L.
Determinação
da
concentração de chumbo (Pb) presente no
material particulado fino (MP 2,5) e grosso
(MP 10) da região central de Goiânia – GO.
Enciclopédia Biosfera, Centro Científico
Conhecer - Goiânia, v.11 n.21; p. 2556,
2015.
[113] RIBEIRO,
A.P.;
FIGUEIREDO,
A.M.G.; SARKIS, J.E.S.; HOTELLANI, M.A.;
MARKET, B. First study on anthropogenic
Pt, Pd, and Rh levels in soils from major
avenues of São Paulo city, Brazil.
Environment Monitor Assessment, V. 184,
pp.7373-7382, 2012.
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
Ao apoio da Instituição e a concessão de
bolsa IPEN/CNEN.
P á g . 132
Síntese por Combustão de Pós de Manganita de Lantânio Dopada com
Estrôncio (LSM)
Ana Paula Queiroz Araújo e Fabio Coral Fonseca
Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares - IPEN
INTRODUÇÃO
Nos últimos anos, novas fontes alternativas
para geração de energia elétrica eficiente e
com baixo impacto ambiental tem sido
pesquisadas e desenvolvidas. Dentre estas,
destacam-se as células a combustível,
sendo uma tecnologia bastante promissora
[1,2]. As células a combustível convertem
energia química em energia elétrica e
térmica,
baseado
nas
propriedades
eletroquímicas dos materiais componentes,
de maneira não poluidora e com alta
eficiência [3]. As células a combustível de
óxidos sólidos (SOFC), dentre outros tipos
de tecnologia de célula a combustível, são
as que possuem uma maior perspectiva
futura para a aplicação no setor estacionário
de geração de energia e como unidade de
potência
auxiliar
em
veículos,
em
substituição às baterias convencionais [4].
As células a combustível de óxidos sólidos
(SOFC), utilizam eletrólitos sólidos, feitos de
materiais cerâmicos, entre eles o mais
utilizados é a zircônia estabilizada com ítria
(YSZ), essas cerâmicas apresentam alta
condutividade
iônica
(íons
O2-)
e
estabilidade em atmosferas oxidantes e
redutoras [5]. O funcionamento das células
a combustível de óxidos sólidos, consiste
basicamente em dois eletrodos porosos
(catodo e anodo), separados por um
eletrólito denso [3]. O catodo é a interface
entre o oxidante (ar ou oxigênio) e o
eletrólito; sua principal função é catalisar a
reação de redução e conduzir os elétrons do
circuito externo até o sítio da reação de
redução. Os materiais convencionais
utilizados como catodos são as manganitas
de lantânio (LaMnO3) que apresentam
estrutura cristalina do tipo perovskita
(ABO3). A manganita de lantânio dopado
com estrôncio (La1-xSrxMnO3 – LSM) é o
material catódico mais utilizado em SOFCs.
Para a obtenção dos pós catódicos tipo
LSM, são utilizados várias técnicas de
síntese, algumas técnicas se mostram
bastantes
promissoras
no
aspecto
econômico, no tempo e na simplicidade de
preparo, como o método de combustão [2].
OBJETIVO
O objetivo deste trabalho é a obtenção do
LSM pelo método de síntese por combustão
utilizando uma solução precursora (ureia) e
a caracterização dos pós formados.
METODOLOGIA
Para preparação das células simétricas
foram utilizados pós comerciais do eletrólito
YSZ e foi sintetizado por técnica química
(combustão) o composto do catodo. A
compactação dos pós de YSZ foi realizada
em uma prensa uniaxial, com uma pressão
de 4Mpa, e sinterizadas a temperatura de
1500ºC com patamar de 1 hora e taxa de
aquecimento de 10ºC/min. O fluxograma da
Figura 1 mostra a preparação da amostra de
manganita de lantânio dopadas com
estrôncio La1-xSrxMnO3 pelo método de
combustão.
P á g . 133
calcinada não apresentou formação de fase.
A camada funcional apresentou uma boa
aderência ao eletrólito, devido ao contato
entre os grãos e o eletrólito ser homogêneo
e sem falha em toda a superfície analisada
na interface eletrólito/catodo. Observou-se
também a ótima porosidade tanto do catodo
funcional, como do catodo coletor, o que é
essencial para o transporte de elétrons.
CONCLUSÕES
Figura 1. Fluxograma da síntese do catodo de LSM
por combustão.
Nesta técnica as suspensões para a
camada funcional e coletora foram
formuladas em 27% terpineol, 1% PVP, 2%
PVB, 30% etanol, 4% etil celulose, 36%
LSM-YSZ (50/50 peso%) para camada
funcional e 36% LSM para camada coletora.
As suspensões foram depositadas e
recobertas no substrato por meio de uma
aceleração centrípeta, com velocidade de
6000rpm por 6s em ambos os lados do
eletrólito. As células com catodos simétricos
fabricadas
possuem
a
configuração
catodo/eletrólito/catodo. Os compostos e as
células simétricas foram caracterizados por
DRX e MEV.
RESULTADOS
A micrografia do pó de LSM resultante da
síntese por combustão. Observou-se a
formação de aglomerados com tamanho de
partículas variados, e distribuição de
partículas
homogêneas.
As
resinas
calcinadas a 800ºC durante 1h, apresentam
uma boa formação de fase LSM, sendo as
amostras de alta cristalinidade e com fase
única, o que comprova a eficiência do
método empregado. Porém a resina não
Como conclusão geral, considerando o
tempo de preparo, quantidade de matéria
prima utilizada e facilidade na obtenção de
pós com boas propriedades, o método de
combustão se apresenta como uma
alternativa econômica e viável para a
produção de pós precursores usados na
preparação de camadas finas aplicadas em
dispositivos eletroquímicos de SOFC.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] Amado, R. S.; Garrido, F. M. S.; Malta, L.
F. B.; Medeiros, Química Nova, 30,189-197.
2007.
[2] CHAVES, E. S.; BARRETO, L. S.;
SANTOS, V. B., In: 20º CBECIMATCongresso Brasileiro de Engenharia e
Ciência dos Materiais, 2012.
[3] MINH, N. Q., J. Am. Ceram. Soc, 76,
563-588, 1993.
[4]
NOBREGA,
SHAYENNE
DINIZ
DA. Fabricação e testes de células a
combustível de óxido sólido a etanol direto
usando camada catalítica, Tese (Doutorado
em Tecnologia Nuclear - Materiais), 2013.
[5] SINGHAL, S. C., MRS Bulletin, 25, 16-21. 2000.
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico (CNPq)
P á g . 134
Tratamento de Águas Superficiais a Partir do Processo de Adsorção e
Fotodecomposição com a Utilização de Limonita, Quitosana e Radiação UV
Anna Carolina Salazar Reis e Nilce Ortiz
Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares - IPEN
INTRODUÇÃO
Alguns trabalhos publicados tem destacado
a necessidade de remoção e decomposição
da amoxicilina residual e de outros
antibióticos, tendo em vista que eles
possuem
baixa
biodegradabilidade,
promovem
o
desenvolvimento
de
microrganismos resistentes, permanecem
na água após o tratamento em Estações de
Tratamento
de
Esgotos
ETE
convencionais, e potencializam seus efeitos
no ecossistema (Li, D. et al, 2010) (Armisen,
T. G. et al, 2013). O desenvolvimento do
processo de adsorção e fotodecomposição
de amoxicilina em teores equivalentes de
descargas domésticas apresenta uma
possibilidade de atenuação da concentração
de compostos tóxicos fármacos, visando
principalmente a manutenção da qualidade
da água de superfície e reservatórios
sempre sujeitos a crescente pressão do
adensamento urbano. Os cálculos de
velocidade de adsorção e fotodecomposição
foram realizados baseados no processo de
adsorção
da
amoxicilina
e
UVfotodecomposição (Ortiz et al , 2012). Os
processos foram estudados com a
determinação da velocidade de adsorção
(Kab) Langergren (equação I), de pseudo
primeira ordem (equação II) e de HO e
McKay (equação III) [1].
Log (q-qe) = log qe – (Kab t)/2,303
t/q= 1/(K2qe2) - (1/qe)t
h=K2qe2
I
II
III
Onde: q = massa de amoxicilina adsorvida
(mg g-1), qe = massa de amoxicilina
adsorvida no equilíbrio (mg g-1), Kab
=velocidad e de adsorção(mg.g-1.min-1)
K2 =
Velocidade
de
adsorção
e
-1
-1
decomposição (mg.g .min ).
H =é a velocidade inicial de adsorção e
decomposição (mg.g-1.min-1).
O valor de Kab, h e de K2 foi obtido a 180
min , tempo de equilíbrio.
OBJETIVO
O desenvolvimento de processo de
adsorção e fotodecomposição do antibiótico
amoxicilina em teores equivalentes aos de
águas superficiais com o uso de limonita e
quitosana
e
radiação
ultravioleta
contribuindo no tratamento e remoção de
poluentes fármacos de águas de superfície
próximas aos grandes centros urbanos.
METODOLOGIA
As amostras de Limonita foram recebidas e
caracterizadas, os valores de propriedades
físico químicas e granulometria podem ser
observados nas Tabelas 1 e Figura 1.
Tabela 1: Propriedades Físico-químicas da
Limonita
CAS Nº
Fe2O3
Humidade
PF
Diâmetro <300 (ASTM D-1514)
Densidade
Massa específica (ASTM-D 153)
pH na água (ASTM-D 1208-84)
Solubilidade (na water)
Área superficial
Tamanho de partícula
1309-37-1
85.0 % min
1.0 % max
5.0 % max
1.0 % max
0.8 g/cm3
3.0 à 5.0 g/cm3
6,0 to 8,0
Insoluvel
1.45 m2/g
90%< 36.73 µm
A caracterização da Limonita confirmou a
composição de óxido de ferro hematita e
goethita, as propriedades físico-químicas e
a área superficial favorável para o
desenvolvimento do processo de adsorção
P á g . 135
seguido por decomposição da amoxicilina,
Tabela 1 e Figura 1.
Para o desenvolvimento do processo de
adsorção e de fotodecomposição foi
construída uma câmara de irradiação
ultravioleta, utilizando uma lâmpada GE UV,
disposta a 10 cm de distância da placa do
agitador magnético. Um béquer foi utilizado
contendo 200 ml da solução sintética de
amoxicilina, com 0,05g de óxido de ferro
(limonita) e 0,01g de quitosana para
promover a sedimentação e fotodegradação
da amoxicilina adsorvida. A temperatura do
sistema foi mantida constante.
H
250
H=Hematite
G= Goethite
Q= Quartz
G
H
Intensity
H
G
Q
100
Q
H
G
50
H
H QG
QG
H
H
G
0
0
10
20
30
40
50
60
70
80
Concentração
Remoção Kab 10- K2
de amoxicilina
h 10-3
3
(%)
10-3
-1
(mg L )
1.0
72
8.78
0.72 0.81
1.3
83
5.40
1.20 1.50
4.3
92
13.43 1.41 1.80
CONCLUSÕES
200
150
Tabela 2: Valores de velocidade de
adsorção para amoxicilina.
Kab, K2 e h (mg.g-1.min-1)
300
G
13,43 10-3mg.g-1.min-1. As taxas percentuais
de
remoção,
de
adsorção
e
de
fotodegradação foram maiores com o
aumento da concentração inicial de
amoxicilina. Este efeito é similar aos
descritos em literatura para as reações de
pseudo segunda ordem com adsorvedores
não convencionais (Ortiz, 2001), Tabela 2.
90
2Theta
Figura 1: Difratograma de Raios X da
amostra de Limonita.
O uso de óxido de ferro - limonita
combinados com quitosana, sob radiação
Ultravioleta, gerou uma porcentagem de
92% de remoção e decomposição de
amoxicilina, o mesmo deve ser esperado
para outros antibióticos de estrutura química
semelhante.
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Os ensaios foram realizados em diversas
temperaturas no intervalo de 20ºC a 24ºC, o
que permitiu o estudo da variação da
velocidade e capacidade de adsorção.
[1].HO,Y.S.; MacKay,G.
Second-Order
Model
Processes-Process
v.34,p.451-465.
Foram coletadas 8 alíquotas nos diferentes
tempos de agitação: 0, 30, 60, 90, 120,
180,240 e 300 minutos Todas as alíquotas
das soluções de amoxicilina foram medidas
espectrofotometria UV- Vis Varian Cary E1,
O menor teor de amoxicilina obtido foi entre
180 minutos, correspondente ao tempo de
equilíbrio.
[2] Li, D. et al, 2010) (Armisen, T. G. et al,
2013
RESULTADOS
PIBIC CNPq e IPEN-CNEN/SP.
(1999)-Pseudofor
Sorption
Biochemistry,
[3] Ortiz et al , 2012
[4] Ortiz, 2001
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
Os Valores de Kab, K2 e h obtidos revelam
apenas pequenas variações entre 0,72 e
P á g . 136
Desenvolvimento e validação de determinação de urânio e tório em
amostras de água por ICP-MS
Bianca dos Reis Rodrigues, João Cristiano Ulrich, Jorge Eduardo de Souza Sarkis
Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN/CNEN-SP)
INTRODUÇÃO
A água potável é utilizada em várias
atividades diárias para o ser humano, no
entanto, para o consumo deve corresponder
aos padrões de qualidade. Segundo o Artigo
5, da Portaria Nº 2.914, do Ministério da
saúde [1], a água para consumo humano é
água potável destinada à ingestão,
preparação e produção de alimentos e à
higiene pessoal, independentemente da sua
origem e deve atender ao padrão de
potabilidade estabelecido e que não ofereça
riscos à saúde, contendo um conjunto de
valores permitidos como parâmetro da
qualidade da água. No Artigo 37, é definido
que água potável deve estar em
conformidade com o padrão de substâncias
químicas que representam risco à saúde e
assim, é expresso que para urânio (U) o
valor máximo permitido (VMP) é igual a 0,03
mg L-1. Já no Artigo 38, a potabilidade da
água do ponto de vista radiológico são
valores de concentração de atividade que
não excedem 0,5 Bq/L (Bequerel por litro)
para atividade alfa total e 1 Bq/L para beta
total, porém neste artigo somente estão
inseridos os nuclídeos Ra226 e Ra228. Cabe
salientar, que a portaria não estabelece
qualquer VMP para tório.
Os elementos urânio (U) e tório (Th)
presentes em solos, rochas e outros
materiais podem ser transferidos para a
água e consequentemente incorporados aos
seres
humanos.
A importância desses
elementos está baseada em toxicidade
química e radiológica e em seus produtos
de decaimento [2]. Dessa forma, tendo em
vista as consequências causadas por tais
elementos determinamos a presença e
concentração dos mesmos na água
utilizando a técnica de espectrometria de
massas com fonte de plasma indutivamente
acoplada (ICP-MS).
OBJETIVO
Desenvolver
e
validar
ensaio
de
determinação de U e Th em água, por meio
da técnica ICP-MS.
METODOLOGIA
Método de validação: Os parâmetros
utilizados para a validação do método foram
linearidade, seletividade, limites de detecção
e
quantificação
e
participação
em
comparação interlaboratorial. A linearidade
foi testada com a obtenção da curva de
calibração. A curva foi preparada com
soluções padrão de U e Th de várias
concentrações (1, 5, 10, 20, 30 e 40 g kg-1)
com solução de HNO3 1 % em água Milli-Q
(18,2 cm MΩ, Millipore). Estas soluções
foram feitas por diluição, em massa, de
soluções padrões certificadas com 1000 g
g-1 U e Th (soluções padrão ICP, SPEX
Industries).
Preparou-se outra curva com os mesmos
pontos, mas utilizando água de torneira com
solução de HNO3 1%, para confirmar a
seletividade do método. A solução padrão
de referência NIST (SRM 1640a) foi
analisada.
Participação
em
comparação
interlaboratorial: As amostras analisadas
foram provenientes do Instituto de
Radioproteção e Dosimetria (IRD, Brasil). A
preparação recomendada pelo fornecedor
consistiu de diluição na proporção de 1:8.
Em seguida, em um tubo plástico, foram
P á g . 137
adicionados 0,3 g de solução de índio (In)
(padrão interno) com concentração igual a
50 µg kg-1 e completada até 10 g com a
amostra de água diluída.
Em relação às amostras analisadas da
comparação interlaboratorial, todas elas
ficaram dentro da faixa dos limites de
máxima e mínima concentração.
RESULTADOS
CONCLUSÕES:
A linearidade foi comprovada através dos
cálculos de validade de regressão linear,
análise dos resíduos e eficiência de
regressão [3], com obtenção do coeficiente
de determinação (R2) igual a 0,9981.
A elevada precisão obtida tanto para
validação quanto da parte experimental das
amostras, mostrou que a técnica por ICPMS é eficaz para a determinação de U e Th
em amostras de água. Os resultados das
amostras do IRD estão dentro da faixa de
erro declarado, o que comprova o bom
desempenho do método utilizado. O valor
encontrado para a recuperação do material
de referência mostrou a exatidão utilizando
esta metodologia para U. No caso de Th,
foram analisadas amostras simuladas, com
adição de concentrações conhecidas do
elemento, e todas as determinações foram
satisfatórias, obtendo-se recuperação na
faixa de 90 – 100 %.
O teste de seletividade foi avaliado através
dos resultados obtidos pelas determinações
com a curva de calibração com água de
torneira e água Milli-Q e a análise com o
material de referência. Os resultados
obtidos mostram que método é seletivo e
não há interferência da matriz. Isso foi
confirmado através da aplicação do teste t.
Na tabela 1, são mostrados os limites de
detecção e quantificação calculados para
cada elemento analisado.
TABELA 1. Resultados de Validação
Urânio (U)
Limite de
Detecção (g kg-1)
Limite de
Quantificação
(g kg-1)
Tório (Th)
0,12
0,63
0,29
1,7
Na tabela 2, são mostrados os resultados
obtidos na análise de U na solução padrão
de referência.
TABELA 2. Valor de Referência
238
Alíquota analisada U
(g kg-1)
Recuperação ((valor
observado / valor
certificado)x100 ) (%)
Valor Certificado U238
(g kg-1)
Valor de
Referência
19.85  0.07
79
25.15
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1]Portaria MS n°2914 de 12/12/2011.
Procedimentos de controle e vigilância da
qualidade da agua para consumo humano e
seu padrão de potabilidade.
[2]Rozmaric, M.; Ivsic, A.G.; Grahek, Z(s).
Determination of uranium and thorium in
complex samples using chromatographic
separation, ICP-MS and spectrophotometric
detection. Talanta, Vol. 80, pp.352-362,
(2009).
[3] Instituto Nacional de Metrologia,
Qualidade e Tecnologia – INMETRO, DOQCGCRE-008 - Orientação sobre validação
de métodos analíticos, ver. 04, (2011).
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico (CNPq) e
REMAEX-Formação e Estruturação da
Rede de Monitoramento Ambiental com foco
em Exportações.
P á g . 138
Caracterização Microestrutural de Ligas Al-Si Hipereutéticas Fundidas por
Centrifugação
Bruna Gonçalves Duca de Souza e Antônio Augusto Couto
Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares - IPEN
INTRODUÇÃO
Ligas do sistema Al-Si são as mais
importantes entre as ligas fundidas de
alumínio, principalmente por sua alta fluidez,
baixa contração nos fundidos, elevada
resistência à corrosão, boa soldabilidade,
fácil brasagem e seu baixo coeficiente de
expansão térmica [1,2]. As principais
propriedades exigidas nas camisas de
cilindros automotivos são: a resistência ao
desgaste devido à abrasão que o pistão
exerce na superfície interna da camisa
quando do funcionamento do motor e o
limite de fadiga relativa especificamente aos
esforços aplicados no raio de concordância
da
camisa.
Neste
trabalho
foram
investigadas as ligas Al-Si hipereutética
fundida por centrifugação aplicada como
camisa de cilindro. A centrifugação tende a
concentrar a fase de menor densidade
(silício) na parede interna da camisa. Com
isto, a parede interna da camisa com uma
maior concentração de partículas duras de
silício
primário
aumentaria
significativamente a resistência ao desgaste
sem deteriorar a ductilidade no restante da
camisa com menor concentração de silício
[3-5].
METODOLOGIA
Uma liga Al-19%Si foi fundida em forno por
indução ao ar e centrifugada num
equipamento cujo esquema é apresentado
na figura 1. A temperatura de vazamento foi
750°C e a rotação da centrifuga foi de 1.700
rpm.
Figura 1: Esquema da fundição por centrifugação.
O tubo centrifugado obtido foi cortado para
caracterização
microestrutural
por
microscopia óptica segundo o esquema
apresentado na figura 2. A preparação das
amostras metalográficas para observação
por microscopia óptica foi executada por
meio de técnicas convencionais de corte,
embutimento, lixamento e polimento.
OBJETIVO
Este estudo tem como objetivo geral estudar
os efeitos dos parâmetros do processo de
fundição por centrifugação na microestrutura
de ligas hipereutéticas Al-Si para aplicações
como camisa de cilindro automotivo. Nesta
primeira etapa são apresentados os
resultados obtidos da caracterização de um
tubo da liga Al-19%Si fundido por
centrifugação.
Figura 2: Esquema de corte do tubo fundido por centrifugação.
A microestrutura da seção ao longo da
camisa do cilindro foi observada num
P á g . 139
microscópio óptico Olympus acoplado a um
sistema de digitalização de imagens.
RESULTADOS
Em todos os perfis metalográficos observase que numa fina camada próxima à parede
externa do tubo uma quantidade elevada da
fase β (silício) primária. Esta fase forma-se
imediatamente quando o metal líquido entra
em contacto com a parede da coquilha. A
solidificação quase imediata desta camada
não permite que o silício possa deslocar-se
em direção da parede interna da camisa
devido à força centrifuga.
ser observado nas micrografias da figura 3.
Esta microestrutura ocorreu em todas as
amostras observadas segundo o plano de
cortes da figura 2.
CONCLUSÕES
A
caracterização
microestrutural
por
microscopia óptica de tubo da liga Al-19%Si
fundida por centrifugação para aplicações
automotivas permitiu concluir que, como
desejado, ocorre a segregação de partículas
de silício primário para a parede interna do
tubo centrifugado, implicando num aumento
da resistência à abrasão nesta região.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. ASM HANDBOOK: Properties and
Selection: Nonferrous Alloys and Pure
Metals. The Ninth Edition of Metals
Handbook, v. 2, 1991.
2. DASH, M.; MAKHLOUF, M.; Effect of key
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aluminum-silicon casting alloy. Journal of
Light Metals, 1(2001), 251-265.
(A)
3. ZHANG, J.; FAN.Z.; WANG, Y.; ZHOU,
B.; Hypereutectic aluminum alloy tubes with
graded distribution of Mg2Si particles
prepared by centrifugal casting. Materials
and design, 21 (2000), 149-153.
4. Chirita, G.; Soares, D.; Silva, F.S. –
Advantages of the centrifugal casting
technique for the production of structural
components with Al-Si alloys – ELSEVIER –
Materials and Design 29 (2008) 20-27
(B)
Figura 3: Micrografias da região próxima à parede interna do tubo
centrifugado, evidenciando uma grande quantidade de partículas de
silício primário.
5. Rajan, T.P.D.; Pillai R.M.; Pai, B.C. –
“Characterization
of
centrifugal
cast
functionally graded aluminum-silicion carbide
metal
matrix
composites.”
Materials
Characterization 61 (2010) 923-928
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
À medida que a solidificação evolui, as
partículas de silício primário deslocam-se
para a parede interna do tubo, como pode
CNPq, IPEN-CNEN
P á g . 140
Utilização de Nanopartículas de Ouro Associadas a Fotossensibilizadores
em Terapias da Aterosclerose
Bruna Henrique Teixeira e Lilia Coronato Courrol
Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares - IPEN
INTRODUÇÃO
A aterosclerose é uma doença degenerativa
crônica que acomete artérias de médio e
grande calibre caracterizadas pela presença
de lesões com aspectos de placas ou
ateromas. É a causa primária de doenças
cardiovasculares e infarto, que por sua vez
representam a principal causa de morte por
doença no mundo. A oxidação do LDL
(colesterol
“ruim”)
impede
que
os
macrófagos possam combater esse “corpo
estranho” presente na camada íntima do
vaso sanguíneo. Esse processo inflamatório
e a consequente formação de placas se dá
quando células como os macrófagos entram
em contato com o LDL. As células
espumosas são derivadas dos macrófagos
(macrócitos e linfócitos sanguíneos, e
células musculares lisas da parede arterial)
que contêm gotículas de gordura. Por esta
razão o estudo da provocação da morte
celular em macrófagos é de extrema
importância para tratar a aterosclerose, por
meio
da
eliminação
das
placas
ateroscleróticas.
OBJETIVO
Utilização destas nanopartículas de ouro de
dimensões sintetizadas por uma via sintética
“verde” (Curcumina), como agentes termo,
foto e sonosensitizadores, a fim de induzir a
morte
celular
das
células
THP-1
diferenciadas em macrófagos, e assim,
reduzir
ou
eliminar
as
placas
ateroscleróticas de modo não invasivo. A
droga composta por nanopartículas de ouro
(que com o calor, induzem a morte celular)
aliada à Curcumina (elemento natural com
propriedades
anti-inflamatórias
e
reconhecidas como sonosensibilizador [1]) e
às terapias sonodinâmica e fotodinâmica,
provavelmente resultará em uma eliminação
potencializada das placas que obstruem o
fluxo sanguíneo. Para que o estudo em
humanos futuramente seja possível, uma
primeira avaliação de como essa terapia
reage na escala microbiológica é de
extrema importância.
METODOLOGIA
O HAuCl4 da Sigma, água destilada Milli-Q
e curcumina (açafrão) em pó obtido em lojas
do comércio de São Paulo, foram utilizados.
A mistura foi irradiada com lâmpada de Hg e
foram
determinados
os
seguintes
parâmetros:
-melhores concentrações dos reagentes
(estequiometria)
-melhores tempos de iluminação.
Depois de preparada, a amostra de
nanopartículas de ouro permaneceu na
geladeira e sem o contato com a luz, envolta
por papel alumínio.
As células humanas THP-1 (terceira
passagem-2013)
foram
previamente
descongeladas. A troca de meio foi
realizada em aproximadamente de 3 em 3
dias. Após a manutenção do meio, e
alcançado um número significativo de
células, elas foram cultivadas em meio
RPMI 1640 contendo 20% de soro fetal
bovino. As células permaneceram em
estufa, a 36,70C. As células são
diferenciadas em macrófagos adicionando
75 μL de Phorbol-12-myristate-13-acetate
(PMA) para 15 mL de meio por 24 horas em
placas de 96 poços, e em placas de Petri de
P á g . 141
35 milímetros. A contagem de células será
realizada após a diferenciação, por meio da
Câmara de Neubauer.
com as drogas e as terapias, o número de
células viáveis caia significantemente.
RESULTADOS
Primeiramente foi analisada a melhor
concentração de ouro a ser utilizada. Em
todos os testes foram utilizados 50 mL de
água Milli-Q como solvente (Tabela 1).
Testes
1
2
3
Ouro (g)
0,0073
0,0032
0,0141
Curcumina (g)
0,0387
0,0406
0,0384
TABELA 1- Teste de Concentração
Após a análise das amostras no
espectrofotômetro Uv-Vis, na faixa de
200nm à 800 nm, foi possível concluir que a
amostra do teste 1 apresentou melhores
resultados.
Posteriormente, o melhor tempo de
irradiação com luz Hg para a produção de
nanopartículas foi estudado. As quantidades
de ouro e curcumina do teste 1 foram
mantidas,
porém
agora
com
a
estequiometria para 100mL de água Milli-Q.
Dez diferentes tempos de irradiação foram
propostos: 5 segundos (s), 20s, 40s, 80s,
160s, 320s, 640s, 1280s e 7’20’’. Uma das
amostras não foi irradiada. (Gráfico 1).
De acordo com a literatura [2], quanto mais
estreita a curva e mais próximo o pico da
curva está de 520 nm, mais esférica é a
nanopartícula. Portanto, a curva de 640s foi
escolhida como o melhor tempo para a
produção de nanopartículas de ouro
associadas
ao
fotossensibilizador
(curcumina).
O próximo passo da pesquisa será avaliar a
viabilidade da cultura de células humanas
da linhagem THP-1 diferenciadas em
macrófagos em contato com a amostra de
640s mais as terapias foto e sonodinamicas
será analisada e discutida. Espera-se que
GRÁFICO 1- Teste de irradiação
CONCLUSÕES
A síntese de nanopartículas de ouro a partir
de curcumina foi possível. O tempero, de
fácil acesso, foi reconhecido como
fotossensibilizador. A droga composta por
nanopartículas de ouro e curcumina aliada
às
terapias
foto
e
sonodinâmica
possivelmente induzirão a morte celular dos
macrófagos (próxima etapa da pesquisa).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] Gao, Qianping, et al. "Sonodynamic
effect of an anti-inflammatory agent–emodin
on macrophages." Ultrasound in medicine &
biology 37.9 (2011): 1478-1485
[2] SAMAD, Ricardo Elgul; Bizeto MA; Coronato
Courrol, Lilia. Participação em banca de
Ricardo de Almeida Matos.Síntese Verde de
Nanopartículas de Prata e de Ouro. 2011.
Trabalho
de
Conclusão
de
Curso
(Graduação em Bacharelado em Química) Universidade Federal de São Paulo Campus Diadema.
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
PIBIC/PROBIC- CNPq
P á g . 142
“Síntese e Caracterização de óxidos mesoporosos para utilização como
adsorvedores”
Carolina Marques de Paula – Orientadora: Larissa Otubo
“Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares – IPEN”
INTRODUÇÃO
Óxidos de alumínio são materiais cerâmicos
que apresentam grande variedade de
aplicações, devido a suas diversas
propriedades físicas. Tais óxidos podem ser
usados em aplicações biomédicas, suportes
para dispositivos eletrônicos, catalisadores
e revestimento contra corrosão de materiais
metálicos [1,2,3,4,5].
As
propriedades
dessas
cerâmicas
dependem, dentre outros fatores, da sua
estrutura cristalina, já que pode existir em
estruturas metaestáveis, chamadas de
aluminas de transição (bastante utilizadas
para aplicações que precisam de elevadas
áreas de superfície e altas atividades
catalíticas [6]). A fase estável, alfa-alumina
é a mais utilizada, pois apresenta alta
resistência mecânica, ótimas propriedades
elétricas e boa condutividade térmica [7].
OBJETIVO
Estudo da síntese da alumina porosa
utilizando o método template, e analisando
as estruturas e propriedades do material
obtido.
METODOLOGIA
Síntese de Alumina Mesoporosa: em um
balão de fundo redondo foram adicionados o
polímero pluronic L64 (nas concentrações
finais de 2,5, 5 e 10% em massa) e 1,8 g de
ácido cítrico, sob agitação magnética em
80ml de etanol. Com uma pipeta graduada
foi adicionado 6,4 ml de ácido clorídrico.
Ainda sob agitação, foi adicionado
lentamente 8,2 g de isopropóxido de
alumínio. O pH foi medido( ficou entre 0 e 1)
e em seguida o balão foi tampado com
papel filme para evitar evaporação do
solvente. Após o período de 12h de
agitação, o pH se manteve inalterado.
A solução foi transferida para uma placa de
Petri e levada a estufa a 60oC por 72h. Após
secagem, as amostras foram denominadas
de xerogel. Os xerogéis foram tratados
termicamente a 400, 800, 1200 °C por 4h.
Teste de adsorção de molibdênio:
Suspensões contendo 0,1g de alumina em
30 mL de solução 1,5x10-3 M de molibdato
de amônio foram submetidas à agitação por
30 min. Após esse período, as suspensões
foram filtradas e a quantidade de molibdênio
foi determinada por ICP-OES.
RESULTADOS
TABELA 1: Teste de adsorção de molibdênio:
Amostras
800_2,5%
800_5%
800_10%
1200_2,5%
1200_5%
1200_10%
Mg de Mo/ g de alumina
81,24
72,39
52,57
2,94
8,30
13,86
As aluminas tratadas a 400oC não foram
utilizadas nos testes porque ainda são
amorfos. Comparando-se os valores de Mo
adsorvido observou-se maiores valores de
adsorção para as aluminas tratadas a
800oC.
Microscopia eletrônica de Transmissão
(MET): Nas amostras tratadas a 400°C, a
concentração de polímero influenciou nos
resultados, pois a morfologia dos poros foi
mudando com o aumento da concentração.
P á g . 143
A 800°C a concentração do polímero
influenciou na morfologia dos poros.
As
aluminas
tratadas
a
1200°C
apresentaram um nível de porosidade muito
baixo, e com o aumento da concentração a
quantidade de poros foi diminuindo devido
ao processo de coalescência e crescimento
das partículas.
Microscopia eletrônica de Varredura (MEV):
Os resultados apresentados nas amostras a
400°C, mostrou que a superfície porosa, foi
tornando-se significativa com o aumento da
concentração, isto é, somente a de 10%
apresentou partículas com superfície porosa
na parte
interna e externa na escala
observada por MEV.
A 800°C observou-se que a superfície
porosa das partículas, foi novamente se
tornando significativa com o aumento da
concentração do pluronic L64.
A 1200°C as partículas apresentaram
superfície mais porosa em relação às outras
temperaturas trabalhadas, mas novamente
a de maior concentração (10%) apresentou
superfície bastante porosa.
Difração de Raio X: Os difratogramas de
raios X mostraram que a 400 oC a alumina
se mantém não cristalina, sendo que a 800
oC, quando o polímero todo já foi eliminado
através da sua calcinação, houve a
formação da fase γ-alumina. Após o
tratamento térmico a 1200 oC, houve a
formação da fase α-alumina, concomitante
ao colapso da estrutura de mesoporos,
formando partículas de tamanhos variados
de acordo com o a concentração do
polímero utilizado.
No teste de adsorção de molibdênio a
resposta foi acima do parâmetro quando
tratadas a 800°C e a maior quantidade de
molibdênio adsorvido, apresentado na
tabela, foi a de concentração de 2,5%. Em
relação aos resultados das microscopias, no
MET as estruturas que apresentaram maior
porosidade foram as aluminas tratadas a
800°C, enquanto no MEV, as de superfícies
mais porosas observadas nas amostras
tratadas a 1200°C indica a coalescência dos
poros manométricos, formando-se as
estruturas observadas.
Tendo em vista esses resultados, é
interessante se trabalhar com temperaturas
próximas as 800°C e com baixa
concentração de polímeros para obter
aluminas
com maior
porosidade e
capacidade de adsorção de Mo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[114] DASH, A.; KANPP Jr., F.F.; PILLAI,
M.R.A. Nuclear Medicine and Biology, v.40,
p. 167-176, 2013.
[115] MOLINSKI, V.J. Int. Appl. Radiat. Isot.,
v. 33, p.811-809, 1982.
[116] VERBEEK, P. State of the art.
Association of Imaging Producers &
Equipment Suppliers (AIPES), 2008.
[117] BOYS, R.E. Int. Appl, Radiat. Isot., v.
33, p. 801-809, 1982
[118] LEBOWITZ, E.; RICHARDS, P.
Seminars in Nuclear Medicine, v. 4, p.257268,1974.
[119]Ilse,
Z.
Technetium
-99m
pharmaceutically. Springer, Vienna: 2007.
[120]DOWDALLL, M.; SELNAS, O.G.,
GWYNN, J.P., LIND,B. Water, Air, and Soil
Pollution,v. 156, p.287-297, 2004.
CONCLUSÕES
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
Os diferentes resultados obtidos devido a
variação de concentrações (2.5%,5% e
10%) e temperaturas (400°C, 800°C e
1200°C), mostrou que a a variação da
concentração de polímero influcenciou na
morfologia dos poros da Alumina sintetizada
e que a temperatura de tratamento térmico
leva a fases cristalinas diferente.
CNPq, IPEN-CNEN
P á g . 144
Caracterização geofísica de sítios para deposição de rejeitos
Caroline Andreassa Caracho e Roberto Vincente
Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares – IPEN
INTRODUÇÃO
Para a caracterização de uma área, são
utilizados métodos geológicos e geofísicos
que, a partir de parâmetros químicos e
físicos contidos nas rochas apresentadas no
meio, é possível a realização de análises
minuciosas para o levantamento de
características de um local.
Para o projeto em questão, é necessária
uma área afastada de centros urbanos e
áreas ecológicas, na qual possua um
embasamento cristalino não muito profundo
e sem fraturas preenchidas com água. Para
isso, foram discutidos métodos geofísicos
viáveis para o projeto, bem como feita uma
compilação de softwares de processamento
de dados geofísicos aplicáveis. Além disso,
foi feita uma compilação de áreas viáveis,
com regiões graníticas aflorantes, e
analisadas por meio de programas de
imagem de satélite.
OBJETIVO
Com o objetivo de compilar diversos
softwares para processamento e análise de
dados geofísicos, para diferentes métodos e
objetivos, foi elaborada uma análise desses
com
suas
diferentes
características,
utilidades e requisitos básicos para se obter
uma noção básica de qual deles é o melhor
para ser utilizado em cada trabalho
realizado.
Em relação a área ideal para a realização
do projeto, utilizando o inventário granítico
de São Paulo [1], foram compiladas em uma
tabela e plotadas utilizando o programa
Google Earth [2] diversas áreas de interesse
afim de analisá-las de forma mais
aprofundada, por meio das imagens de
satélite obtidas pelo mesmo.
METODOLOGIA
Foi feita uma vasta pesquisa bibliográfica,
por meio de livros, sites especializados e
artigos. Com isto, foram estudados diversos
métodos geofísicos para aplicação no
projeto e, consequentemente, compilados
em tabelas, diversos softwares para
processamento de dados geofísicos em
geral. Dentro destas tabelas, foram
especificados os requerimentos básicos de
sistema para a utilização de cada software,
bem como os métodos geofísicos em que
cada um deles é utilizado e os recursos de
processamento de dados que cada um
disponibiliza.
Após isto, por meio do inventário granítico
de São Paulo [1], foram compiladas em uma
tabela áreas de interesse de aplicação do
projeto, visualizando do as por meio do
programa Google Earth [2] e as plotando,
para serem analisadas posteriormente por
meio de imagens de satélite e mapas
topográficos dados pelo próprio programa.
RESULTADOS
As tabelas, tanto de softwares como de
áreas graniticas de interesse, podem ser
visualizadas no relatório completo. Métodos
geofísicos podem ser aplicáveis para
descobrir a profundidade do embasamento
(método de Sísmica Rasa de Reflexão [3]
ou Sondagem Elétrica Vertical–SEV [3,4]),
quanto para verificar a existência de tais
fraturas
e
preenchidos
com
água
(Caminhamento Elétrico–CE e Polarização
Induzida-IP [3,4]). Com isso, podemos filtrar
alguns softwares contidos na tabela, na qual
P á g . 145
podem ser utilizados no projeto, como o
Res2Dinv [5], que é geralmente utilizado
para caminhamento elétrico e polarização
induzida, por exemplo.
Além disso, as imagens dadas pelo Google
Earth [2] nos dão uma noção visual da
extensão dos batólitos e um estudo de
imageamento para posterior escolha de
melhores áreas de aplicação, para um futuro
estudo aprofundado por meio de utilização
de métodos geofísicos.
CONCLUSÕES
Com os resultados obtidos, podemos
escolher
o
melhor
software
de
processamento de métodos geofísicos,
perante suas características econômicas e
de aplicabilidade, de acordo com o a
necessidade do projeto em questão. Além
disso, foi possível filtrar alguns softwares
aplicáveis de acordo com os prováveis
métodos geofísicos a serem utilizados para
a caracterização do sítio.
Com a compilação das áreas de interesse
para o projeto, por meio do inventário
granítico de São Paulo [1], e suas plotagens
por meio do programa Google Earth [2], foi
possível ter uma gama de análise maior
sobre possíveis áreas interessantes e
acessíveis para a aplicação do projeto,
sendo possível analisar características
primordiais como topografia e proximidade
com áreas urbanas e reservas ecológicas
para, posteriormente, escolher áreas para a
aplicação de métodos geofísicos e uma
análise geológica mais profunda para uma
caracterização mais minuciosa.
sci_arttext&pid=S010262751992000100002&lng=pt&nrm=iso>.
Acessos em: 13 de abril de 2015.
[2] GOOGLE INC., Google Earth. Disponível
em: < https://www.google.com/earth/>.
[3] DE VALLEJO, L.G. et al. (ed.) Ingeniería
geológica - Madrid [etc.] : Prentice Hall,
2002
[4] BRAGA, Antonio Celso de Oliveira,
Notas de Aula. Métodos Geoelétricos
Aplicados nos Estudos de Captação e
Contaminação das Águas Subterrâneas,
2007. Universidade Estadual Paulista "Júlio
de Mesquita Filho", Rio Claro. Disponível
em:
<
http://www.rc.unesp.br/igce/aplicada/DIDATI
COS/BRAGA/Geofisica/GeoeletricosV4.pdf>. Acesso em: 25 de junho de 2014.
[5] GEOTOMO SOFTWARE,
RES2DINVx32/x64, Penang, Malásia.
Disponível em:
<http://www.geotomosoft.com/ordering.php>. Acesso
em: 25 de junho de 2014.
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
Agradecimento a bolsa concedida pela
CNPq- PIBIC nesse período para a
realização do projeto.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] JANASI, Valdecir A.; ULBRICH,
Horstpeter H.G.J.. Inventário bibliográfico de
granitos do Estado de São Paulo. Bol. IGUSP, Publ. espec., São Paulo, n. 11, abr.
1992
.
Disponível
em
<http://ppegeo.igc.usp.br/scielo.php?script=
P á g . 146
Estudo da Permissividade Elétrica de Óxidos Mistos
Déborah Yohana Bertoldo da Silva e Eliana Navarro dos Santos Muccillo
Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares-IPEN
OBJETIVO
O trabalho tem como objetivo a obtenção do
óxido misto BCTO por meio de reações em
estado sólido em temperaturas variadas,
visando diminuir a temperatura de reação,
frente ao que é encontrado na literatura [2].
Isto possibilita aumento da densificação e,
otimização da microestrutura. Outro objetivo
é a obtenção do BCTO sem fases
secundárias. As cerâmicas obtidas serão
avaliadas por diversas técnicas.
METODOLOGIA
Foram utilizados como materiais de partida
os óxidos de bismuto, titânio e cobre. Foi
feita a mistura dos materiais de partida na
proporção estequiométrica em misturador
mecânico por 5 h com álcool isopropílico.
Após
a
secagem
a
mistura
foi
RESULTADOS
(440)
(422)
(400)
(220)
(321)
(221)
(013)
(220)
A Figura 1 mostra os difratogramas de raios
X das amostras tratadas termicamente até
870ºC e antes do tratamento térmico
(calcinação).
(110)
Materiais com alta permissividade elétrica
tem ampla faixa de aplicação em
dispositivos
eletrônicos
como
supercapacitores, atuadores piezoelétricos e
dispositivos para armazenamento de
energia. Cerâmicas policristalinas com
estrutura cristalina tipo perovsquita são
conhecidas por apresentar propriedades
dielétricas
especiais
tais
como
permissividade elétrica gigante e baixas
perdas dielétricas. Dentre estas cerâmicas,
e recentemente descoberto, encontra-se o
óxido misto Bi2/3Cu3Ti4O12, BCTO, que
apresenta uma microestrutura consistindo
de grãos semicondutores e contornos de
grão
isolantes.
Estas
características
conferem ao BCTO valor de permissividade
elétrica gigante e baixas perdas dielétricas
[1].
homogeneizada em almofariz de ágata. A
mistura resultante foi tratada termicamente
em diferentes temperaturas, entre 850 e
900ºC por tempos de 10 h. Após a
calcinação foi feita a caracterização
estrutural por difração de raios X e
observação
da
microestrutura
em
microscópio eletrônico de varredura (MEV).
Intensidade
INTRODUÇÃO
870 °C
860 °C
850 °C
1
1-TiO2
2
2-Bi2O3
2
2 31
3
20
40
3-CuO
1
2 3
sem calcinação
11
1
1,3
60
80
2(grau)
Figura 1: Padrões de difração de raios X
dos pós após mistura e tratamento térmico a
850°C, 860°C e 870°C, e sem qualquer
tratamento térmico.
Após o tratamento térmico a 850ºC obtevese a fase desejada (indexada) característica
do BCTO. Entretanto, reflexões de baixa
intensidade revelam que a reação não está
P á g . 147
completa. Ao aumentar a temperatura de
tratamento térmico para 860° e 870° as
intensidades das reflexões das fases
secundárias diminuíram, mas não foram
eliminadas. A mistura sem tratamento
térmico
apresenta
as
reflexões
características dos elementos constituintes.
As Figuras 2 e 3 mostram imagens obtidas
em microscópio eletrônico de varredura dos
pós tratados termicamente a 850 e 900ºC,
respectivamente.
sinterização das mesmas. Para o material
tratado termicamente a 900ºC observa-se
que os grãos já estão formados, ou seja, o
pó está sinterizado. Este resultado indica
que esta temperatura, que é usualmente
citada na literatura, é muito elevada e deve
resultar em baixa sinterabilidade da
cerâmica.
CONCLUSÕES
Os resultados mostram que a fase BCTO
pode ser obtida por meio de tratamentos
térmicos em temperaturas inferiores às
usuais, e que altas temperaturas promovem
a sinterização do pó.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Hardy, “Large Dieletric Constant and
Maxwell-Wagner
Relaxation
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Bi2/3Cu3Ti4O12”, Physical Review B 70
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Figura 2: Micrografia de MEV do BCTO calcinado
a 850°C
[122]Y.Q.Tan, J. L. Zhang, W. T. Hao, G.
Chen, W. B. Su, C. L. Wang, “Giant
Dielectric-Permittivity Property and Relevant
Mechanism of Bi2/3Cu3Ti4O12 Ceramics”,
Material Chemistry and Physics 124 (2010)
1100-1104.
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
CNPq/PIBIC
Figura 3: Micrografia de MEV do BCTO calcinado
a 900°C.
Observa-se nestas imagens uma estrutura
heterogênea consistindo de partículas
micrométricas. Para a temperatura de 850ºC
já se observa a formação de pescoço entre
as partículas evidenciando o início da
P á g . 148
Efeito da Deformação na Resistência à Corrosão Localizada do Aço
Inoxidável Austenítico ISO 5832-1
Denise Bento dos Santos Cordeiro e Isolda Costa
Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares - IPEN
INTRODUÇÃO
OBJETIVO
Os aços inoxidáveis austeníticos são os
mais utilizados para a fabricação de
próteses por apresentarem boa resistência à
corrosão
e
não
apresentarem
ferromagnetismo. O estudo da resistência à
corrosão do aço ISO 5832-1 para próteses é
indispensavel uma vez que este estará
exposto a meios fisiológicos, como os
fluidos
corporais
que
apresentam
componentes corrosivos. Os produtos de
corrosão liberados podem causar danos ao
organismo afetando a funcionalidade da
prótese.
O objetivo deste trabalho é investigar o
efeito da laminação a frio na resistência à
corrosão localizada do aço NBR ISO5832-1,
através da comparação do efeito de
diversos níveis de deformação; 0% (como
recebido), 30% e 50% em redução de
espessura em relação ao como recebido.
Na produção de algumas próteses, como a
prótese de fixação, é realizada a laminação
a frio para redução de espessura do
material de partida. Este processo causa
encruamento do material o que afeta suas
propriedades mecânicas e resistência à
corrosão, sendo importante investigar estes
efeitos [1-3]. Os resultados de literatura
sobre o efeito da deformação a frio na
resistência à corrosão destes aços não são
conclusivos. O processo de laminação
influencia a interface entre a matriz e os
precipitados do aço devido a deformações
nesta região além de possibilitar a formação
de frestas [1].
METODOLOGIA
A resistência à corrosão foi avaliada por
ensaios de polarização potenciodinâmica,
após 10 minutos de imersão no eletrólito. Os
ensaios
foram
conduzidos
solução
tamponada
de
fosfato
(PBS)
cuja
composição contem 9 g/L de NaCl, 1,42 g/L
de Na2HPO4 e 2,72 g/L de KH2PO4. A faixa
de potencial investigado foi do potencial
circuito aberto (Eca), até se atingir
densidades de corrente de 2.10–2 A/cm2, com
taxa de varredura de 1 mV/s. Para cada
condição estudada foram realizados pelo
menos seis ensaios.
RESULTADOS
A Figura 1 mostra curvas de polarização
anódica potenciodinâmicas representativas
de cada uma das condições estudadas.
P á g . 149
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
A – 30%
B - 50%
C- 0%
[1] RAMIREZ, A.H., RAMIREZ, C.H.,
COSTA, I., Int. J. Electrochem. Sci., 8,
12801 - 12815 , 2013.
[2] PEGUET, L., MALKI, B., BAROUX, B.,
Corr. Sci., 49 (4), 1933-1948, 2007.
[3] ZOR, S., SONCU, M., CAPAN, L., J.
Alloys & Comp., 480, 885-888, 2009.
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
Figura 1. Curvas de polarização
potenciodinâmica para o aço ISO 5832-1 nas
condições, 0% , 30% e 50% em eletrólito PBS.
CNPq
Foi observada maior tendência ao ataque
localizado na forma de corrosão por pite nos
aços com redução de espessura de 50% em
relação ao recebido. Isto é indicado na
Figura 1 pelo menor potencial de quebra
(Equebra) da camada passiva indicado no
gráfico. Por sua vez, o aço com 30% de
deformação apresentou resistência à
corrosão localizada similar ao como
recebido (0%). A Figura 1 também indica
densidades de corrente passiva (ipass)
ligeiramente maiores para o aço com 50%
de deformação, o que apoia a indicação do
efeito prejudicial de alto níveis de
deformação na resistência ao ataque
localizado. Foram também observados pites
mais profundos para este nível de
deformação e maior tendência à corrosão
em frestas.
CONCLUSÕES
Os resultados mostraram efeito prejudicial
dos altos níveis de deformação a frio (50%
em redução de espessura) na resistência à
corrosão localizada do aço ISO 5832-1, o
que foi associado à introdução de defeitos
entre a matriz do aço e os precipitados
intermetálicos deste. Nível de deformação
mais baixo (30%) não teve efeito danoso na
resistência à corrosão localizada deste aço.
P á g . 150
Estudo in vitro dos Efeitos da Radiação Ionizante em Tecidos Ósseos por
Espectrocopia Vibracional
Derly Augusto Dias e Denise Maria Zezell
Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares, IPEN
INTRODUÇÃO
A interação da radiação ionizante com o
tecido biológico promove mudanças a nível
molecular e é frequentemente usada na
medicina
para
diversos
fins.
Particularmente, no caso do tecido ósseo, a
radiação ionizante induz alterações nas
fibras de colágeno e, consequentemente,
nas propriedades dinâmico-mecânicas do
osso. Neste sentido, definir e entender as
alterações bioquímicas que diferentes doses
de radiação ionizante promovem no tecido
ósseo é de fundamental importância para a
elaboração de melhores protocolos de
esterilização e também dos efeitos
colaterais
causados
em
pacientes
submetidos a radioterapia [1-2].
OBJETIVO
Parâmetros
Intervalo de Aquisição
(cm-1)
Intervalo de dados (cm-1)
Velocidade de aquisição
(cm-1/s)
Scans
Scans Background
Valores
4000 - 400
2
0,6329
32
32
Tabela 3 - Parâmetros utilizados para aquisição
dos espectros[2]
RESULTADOS
A Figura 1 mostra a região de impressão
digital (400-1800 cm-1) de um típico espectro
de tecido ósseo, no qual é possível
identificar modos vibracionais associados ao
conteúdo ósseo orgânico e inorgânico.
Avaliar as alterações moleculares no tecido
ósseo em função de diferentes doses de
radiação ionizante via espectroscopia de
absorção no infravermelho por transformada
de Fourier (FTIR).
METODOLOGIA
Amostras de 7mm x 7mm x 1mm foram
obtidas a partir de fêmur bovino e
posteriormente submetidas a diferentes
doses de radiação gama (0,01 kGy, 0,1
kGy, 1 kGy e 15 kGy e 75 kGy) [2]. Na
sequência, espectros FTIR foram coletados
utilizando
um
espectrofotômetro
interferométrico no modo de reflexão total
atenuada (ATR) com os parâmetros
descritos na Tabela 1.
Figura 15 - Espectro ATR-FTIR característico de
tecido ósseo
Análise de Cristalinidade
A partir dos espectros coletados, calculouse o índice de cristalinidade do tecido ósseo
utilizando-se a seguinte equação:
P á g . 151
A Figura 2 mostra o índice de cristalinidade
médio obtido para cada dose de radiação
abordada. Observou-se que apenas os
grupos irradiados com 0.1 kGy e 15 kGy,
apresentaram
diferenças
estatísticas
significantes em relação ao grupo não
irradiado.
CONCLUSÕES
O presente trabalho permite-nos concluir
que a radiação ionizante não afetou a
estrutura inorgânica do tecido ósseo.
Adicionalmente, para avaliar as alterações
na matriz orgânica mais estudos serão
necessários.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] C.J. Hernandez; T.M. Keaveny "A
biomechanical perspective on bone quality",
The bone Journal, Julho 2006.
Figura 16 - Índice de cristalinidade
A Figura 3 mostra a razão entre as
intensidades dos modos vibracionais
associados ao Fosfato e Amida I, a qual
mostrou
diferença
estatisticamente
significante entre os grupos irradiados com
o grupo controle, enquanto os grupos
irradiados não apresentaram diferença
estatisticamente significante entre si.
[2]Marcelo
Noronha
Veloso.
2013.
Dissertação (Mestrado) - IPEN-CNEN/SP –
Universidade de São Paulo.
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
INCT/CNPq INFO (Proc. 573.916/2008-0)
CNPq/PIBIC
Razão de áreas de fosfato/amida I
Figura 17 –Razão de áreas de fosfato/amida I.
P á g . 152
Desenvolvimento de Tecnologia e Dispositivo para a Medição de Torque em
Implantes Dentários
Eduardo José Nogueira e Jesualdo Luiz Rossi
Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares - IPEN
INTRODUÇÃO
implantes dentários.
O controle do torque de fixação de
elementos roscados (porcas, parafusos,
etc.) constitui fator importante utilizado pela
indústria, pois, se adequadamente utilizado,
garante a repetibilidade dos apertos dos
elementos de fixação, nas linhas de
montagem. Os equipamentos deste tipo já
são amplamente disponíveis e utilizados no
mercado da automação. Por outro lado, há
áreas em que apertos de elementos
roscados devem ser realizados com igual
cuidado, mas com valores muito baixos de
torque, para evitar danos as partes,
especialmente nos implantes dentários, pois
neste caso, estes devem sofrer apertos em
torques menores que 80 Ncm.
O projeto dispositivo protótipo de medição
de micro-torque foi planejado com as
seguintes seções [1]: layout e design;
projeto da barra de micro-torque e
extensometria eletrônica; movimento linear
preciso
da
barra
de
micro-torque;
movimentação mecânica do suporte de
amostra; passo do motor interface eletrônica
programável.
O princípio de funcionamento do protótipo é
simples. Um suporte de amostra é girado
por meio de um motor de passo controlado
eletronicamente, isto enquanto o pilar é
linearmente inserido no implante fixado ao
suporte. O dispositivo do protótipo projetado
e construído é mostrado na Fig. 1.
OBJETIVO
O objetivo deste trabalho concentra-se no
desenvolvimento do conhecimento para a
realização de medidas de torque, na faixa
abaixo de 100 Ncm - chamado micro-torque.
O controle do torque de fixação de
elementos roscados constitui um assunto de
grande importância para a área de pesquisa
e
desenvolvimento
de
implantes
ortodônticos.
METODOLOGIA
Para este desenvolvimento foram utilizados
os conhecimentos da mecatrônica, para a
construção de um dispositivo capaz de
garantir a inserção de um pilar protético em
um implante até um determinado valor de
torque e a sua extração. O dispositivo
destinou-se a obtenção de dados para
análise in vitro de torque e destorque de
Figura 1. A imagem do dispositivo de protótipo
que mostra as partes principais. A guia
mecânica, o sensor de torque e de aquisição de
dados.
Da esquerda para a direita pode-se ver o
acionamento mecânico (motor de passo e
engrenagens), o eixo de transmissão e
rolamentos, uma junta flexível e um suporte
de amostras. O eixo do aparelho foi
alinhado do mandril a barra de micro-torque
(que contém o strain gage) para uma
P á g . 153
precisão linear de 0,01 mm/m. A barra
micro-torque é fixada a um trilho para
rolamento linear de precisão, o que permite
um movimento linear livre e preciso do pilar
ou do implante. O projeto pode aceitar
modificações, tanto de hardware e software.
RESULTADOS
A análise dos dados obtidos permitiu a
observação de assinaturas de sinal
características, associadas com o tipo de
pilar, bem como a do próprio dispositivo. A
correlação entre os fenômenos associados
com as assinaturas de sinal indicam que o
procedimento desenvolvido para a medição
pode ser estendido a outros sistemas de
implante e pilar.
Os resultados de dois conjuntos de
experiências estão resumidos na Fig. 2 e 3.
Foram analisadas as curvas de evolução no
tempo decorrido com o micro-torqueamento
e o micro-detorqueamento. Os resultados
mostram claramente impressões digitais de
sinal para cada tipo de sistema de pilares.
CONCLUSÕES
O projeto e a construção do protótipo de
dispositivo em fase de desenvolvimento
apresentado levou a um equipamento capaz
de medir o micro torques para implante
dentário e análise de inserção de pilares e
avaliações de protocolos.
O desenvolvimento do processo de medição
permitiu a análise da interação mecânica
entre o implante e o pilar para dois sistemas
diferentes. A correlação entre os fenômenos
associados às assinaturas de sinais indica
que o protocolo de medição desenvolvido
pode ser estendido a outros sistemas de
implantes/pilares e a outros fabricantes de
sistemas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[123] Mucsi CS, Rossi Jl, Jesus ERB,
Aranha LC, Ceoni FC, Nogueira EJ.
Desenvolvimentos
de
tecnologia
e
dispositivo para a medição de torque de
fixação de elementos roscados. Anais do
CONCISTEC'14, 5º Congresso Científico da
Semana Tecnológica - IFSP, 20-24 Oct.
2014, Bragança Paulista, SP, Brazil, 2014.
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
Figura 2. Evolução das curvas de torque e
destorque para o pilar tipo sólido.
Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico - CNPq.
Figura 3. Evolução das curvas de torque e
destorque para pilar tipo index.
P á g . 154
Zircônio – Caracterização da esponja de Zircônio metálico
Gabriel Lima de Oliveira e Emília Satoshi Miyamaru Seo
Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares - IPEN
INTRODUÇÃO
O Zircônio metálico é um dos materiais
estruturais de grande importância na
indústria nuclear. Ele é matriz da liga que
compõe o elemento combustível (EC) nos
reatores nucleares. Seu emprego justifica-se
por sua resistência à corrosão elevada e
baixa seção de choque de nêutrons
térmicos (0,2 barn)[1-3]. O metal pode ser
obtido pelo processo denominado KROLL
no qual abrange as etapas de Purificação,
destilação e Redução do ZrCl4. No final do
processo obtém-se o Zircônio metálico na
forma de esponja. O objetivo deste relatório
é caracterizar química e estruturalmente a
esponja de Zircônio metálico. Com relação
às propriedades químicas, identificar o grau
de pureza e o teor dos elementos presentes
no material por FRX (fluorescência de raios
X) e CG (Cromatografia Gasosa). Já para
os parâmetros estruturais, foram utilizadas
técnicas de DRX (difração de raios X) e
MEV (Microscopia Eletrônica de Varredura),
para identificar sua célula cristalina, a fase
predominante e a porosidade, morfologia,
tamanho dos grãos respectivamente.
OBJETIVO
Ao final da caracterização pretende-se ter o conhecimento
das propriedades químicas e estruturais da esponja de
Zircônio metálico, identificando o teor de impurezas e sua
influência no comportamento do material, estrutura
cristalina, a morfologia e a distribuição dos grãos na rede
cristalográfica.
METODOLOGIA
para analisar sua morfologia, porosidade e
tamanho dos grãos; As técnicas de Análise
química foram realizadas por fluorescência
de raios X visando estabelecer o teor e a
quantidade de elementos presentes na
esponja e cromatografia gasosa para
identificar as espécies químicas gasosas
contidas no material.
RESULTADOS
Elemento
Alumínio
Boro
Cádmio
Carbono
Cromo
Cobalto
Cobre
Háfnio
Hidrogênio
Ferro
Magnésio
Manganês
Molibdênio
Níquel
Nitrogênio
Silício
Titânio
Tungstênio
Urânio
oxigênio
Enxofre
ASTM
B – 349
Grau de uso
Nuclear
(% massa)
0,00750
0,00005
0,00005
0,02700
0,02000
0,00200
0,00500
0,01000
0,00250
0,15000
0,00200
0,00500
0,00500
0,00700
0,00800
0,01200
0,00500
0,01000
0,00035
-
Esponja de
Zircônio metálico
Analisada
(% massa)
<0,05000
0,0120 ± 0,0020
0,1700 ± 0,0500
2,0000 ± 0,3000
0,0072 ± 0,0009
0,4000 ± 0,1000
0,1100 ± 0,0500
<0,0050
0,0041 ± 0,0010
0,3000 ± 0,1000
0,0025 ± 0,0000
0,1000 ± 0,0500
TABELA 1: São mostrados os resultados das
caracterizações química da esponja: fluorescência
de raios X e cromatografia gasosa.
Os teores de impurezas no Zircônio metálico
se mostraram, pela análise química, acima
do especificado para seu emprego na
indústria nuclear.
As técnicas de identificação e análise
estrutural foram: difração de raios X que tem
o objetivo de identificar a estrutura cristalina
e a fase predominante no material, e
microscopia eletrônica de varredura (MEV)
P á g . 155
possuem tamanho de grão entre 5 a 20 μm
arranjados
em
estrutura
porosa
característica da forma de esponja.
Partículas
menores
(0,5
μm)
são
observadas nas micrografias da região
inferior e da fratura da esponja, decorrentes
do processo de preparação das amostras.
4000
Zr_Met_Gr-Nuc lear data - bac kground
Zr_Met_Gr-Nuc lear peaks
5-665 Zirconium
3500
3000
2500
2000
1500
1000
CONCLUSÕES
500
20.0
30.0
40.0
50.0
70.0
60.0
90.0
80.0
Figura 1: Caracterização estrutural por difração de raios X
Os picos de difração do Zircônio metálico
caracterizado (curva preta) são compatíveis
com os picos encontrados para o mesmo
material na literatura (curva vermelha)
indicando a fase α predominante estável a
862ºC de célula cristalina Hexagonal
Compacta.
As figuras 2, 3 e
caracterização por MEV.
4
mostram
a
A Caracterização química da esponja de
Zircônio
metálico
apresentou
teores
elevados de impurezas e é inadequada para
uso em elementos estruturais de reatores
nucleares segundo a norma ASTM – B349.
Outras propriedades estruturais da esponja
são compatíveis com dados encontrados na
literatura, bem como: morfologia equiaxial
dos grãos, célula cristalina Hexagonal
compacta, predominando a fase α estável
a 862 ºC [4] e elevada porosidade.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Figura 2: MEV da região inferior
Figura 3: MEV da região da fratura
Figura 4: MEV da região superior
As micrografias foram obtidas a partir de 3
regiões distintas da esponja. Ambas
[1] Standard specification for Zirconium
Sponge and Other Forms of Virgin Metal For
Nuclear Application. AMERICAN SOCIETY
FOR TESTING AND MATERIALS, 1998.
[2] CALLISTER, William. Ciência e
Engenharia de Materiais: Uma introdução.
8. ed. São Paulo: LTC, 2012.
[3] Monzani, D., Estudo experimental do
processo de obtenção de Zircônio
metálico por Magnesiotermia, Dissertação
apresentada como parte dos requisitos para
obtenção do Grau de Mestre em Tecnologia
Nuclear, 117, 1989.
[4] DE LIMA, S. C. N.; SOARES, E. P.;
ANDREOLI, M.; CHIBA, R.; SEO, E. S. M.
Caracterização da esponja de zircônio
metálico. 2012, 9p. Laboratório de Cloração
e Redução – Prédio 7A, Centro de Ciências
e Tecnologia de Materiais – CCTM, Instituto
de Pesquisas Energéticos e Nucleares –
IPEN-CNEN/SP. São Paulo, 2012.
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
CNPq, FINEP.
P á g . 156
Determinação de 210Pb em Amostras de Solo Coletadas no Campus do IPEN
Gustavo Roseira de Freitas e Sandra Regina Damatto
Instituto de Pesquisa Energéticas e Nucleares - IPEN
INTRODUÇÃO
A radiação natural está presente na
atmosfera da Terra, na radiação cósmica e
nos minerais encontrados na crosta
terrestre. Os principais radionuclídeos
existentes na crota terrestre são os
associados à sua formação, e pertencem as
séries radioativas naturais do 238U, 235U e
232Th (UNSCEAR, 2000). O radionuclídeo
226Ra (T =1620 a) da série natural do 238U,
1/2
pode ser encontrado em solos e sedimentos
devido ao intemperismo das rochas e, decai
formando o radionuclídeo 222Rn (T1/2=3,5 d).
Este, sendo um gás inerte, é liberado de
solos e sedimento para atmosfera e decai
para o radionuclídeo 210Pb. O 210Pb
deposita-se no solo por fallout seco, ou por
lavagem da atmosfera pela chuva [1].
Embora existam na literatura muitos
trabalhos referentes à caracterização
química do solo da cidade de São Paulo,
poucos trabalhos são encontrados quanto à
quantificação do radionuclídeo 210Pb em
amostras de solo.
OBJETIVO
micro-ondas
e
submetida
a
um
procedimento radioquímico sequencial para
determinação da concentração de atividade
do radionuclídeo Pb-210, segundo Damatto,
2009. A medida da concentração foi
realizada em um detector proporcional de
fluxo gasoso de baixo radiação de fundo,
marca Berthold, modelo LB 770. Para
auxiliar a interpretação dos resultados
obtidos foram determinados também os pH
das amostras medidos em KCl 1mol.L-1,
CaCl2 0,01mol/L -1 e H2O e a composição
granulométrica das amostras coletadas. A
análise granulométrica foi determinada
peneirando 5 g de cada amostra, com
auxílio de água superpura, em um conjunto
de peneiras que possibilitou determinar a %
areia, % silte e % argila [2].
RESULTADOS
Foram coletados de agosto de 2014 a abril
de 2015, 16 amostras de solo. Na Fig. 1 são
apresentados os índices pluviométricos
mensais, em mm do período de estudo,
obtidos do PMRA do IPEN [3].
O objetivo deste trabalho foi determinar a
concentração de atividade do 210Pb em
amostras de solo coletadas quinzenalmente
no campus do IPEN, no período de agosto
de 2014 a abril de 2015.
METODOLOGIA
As amostras de solo foram coletadas
quinzenalmente
em
uma
área
de
30 X 30 cm e profundidade de até 5 cm em
um ponto localizado no campus do IPEN,
coordenadas 23º33’59’’S e 46º44’15’O. As
mesmas foram secas à temperatura
ambiente, moídas e peneiradas em malha
115 mesh. Uma alíquota de 1,0 g da
amostra, em duplicata, foi dissolvida com
ácidos minerais e H2O2 em digestor de
Fig. 1 Índices pluviométricos mensais do período
estudado
Na Tabela 1 são apresentados as datas de
coleta, os valores do pH medidos em
KCl 1mol.L-1, CaCl2 0,01mol.L-1 e H2O e a
composição granulométrica das amostras.
P á g . 157
Data
KCl
1 mol. L-1
CaCl2
0,01mol.L-1
H2O
%
areia
%
silte
%
argila
04/08/14
6,86
6,58
7,20
64,2
8,9
26,6
29/08/14
6,57
6,43
7,07
73,6
6,4
19,7
12/09/14
7,05
6,54
6,69
70,6
4,4
20,3
26/09/14
6,03
6,29
6,99
69,4
4,7
25,2
10/10/14
5,14
6,09
6,24
75,1
4,2
18,6
24/10/14
6,07
5,87
6,53
76,0
4,9
16,3
07/11/14
5,98
5,95
6,97
69,4
11,2
19,2
24/11/14
6,78
6,76
7,34
70,2
6,8
20,0
08/12/14
5,90
5,94
6,89
74,0
8,6
13,4
22/12/14
7,80
7,66
8,27
72,6
10,2
15,4
09/01/15
5,87
6,17
6,61
74,8
8,6
16,2
23/01/15
7,85
7,74
8,30
66,6
10,6
19,6
06/02/15
6,01
6,44
6,26
67,6
10,0
18,0
20/02/15
5,60
5,81
6,36
83,4
5,8
10,0
08/03/15
5,79
5,80
6,53
79,2
7,0
12,4
24/03/15
6,04
6,18
6,61
77,8
7,2
14,8
13/04/15
5,77
5,81
6,66
71,0
8,2
17,0
30/04/15
5,57
5,75
6,60
73,4
8,4
14,4
Tabela 1 – Valores de pH em KCl 1 mol.L , CaCl2
0,01 mol.L-1 e H2O e % areia, % silte e % argila
-1
Na
Fig.
2
são
apresentadas
as
concentrações em mBq. g-1 de 210Pb e a %
da fração fina, (s+arg) e na Fig. 3 as
concentrações em mBq. g-1 de 210Pb e os
índices pluviométricos, mm.
Fig. 2 Concentrações de 210Pb, mBq.g-1 e % da
fração fina
CONCLUSÕES
Todas as amostras apresentaram valores
acima de 60% de porcentagem de areia,
caracterizando-as como arenosa.
Os maiores valores de pH foram obtidos nas
amostras coletadas no período chuvoso,
meses de novembro a março e os menores
no período de seca, meses de abril e de
agosto a outubro, nas três soluções de
medida, sugerindo uma contribuição da
composição química da água de chuva nos
valores de pH medidos no solo.
As maiores concentrações de 210Pb foram
obtidas nas amostras que apresentaram
maiores porcentagens de fração fina, na
maioria das amostras, confirmando a
afinidade de elementos métalicos pela
fração fina do solo e nos meses do inverno,
onde ocorreram os menores índices
pluviométricos
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[124] DAMATTO, S. R Dating lacustrine and
marine sediments using 210Pb: some
Brazilian examples. In: International Topical
Conference on Po and Radioactive Pb
isotopes – Sevilla, October, 2009.
[125] DAMATTO, S. R.; MESSIAS J., J.;
MAZZILLI, B. P. Seasonal variation of 210Pb
concentration measured in rainfall in São
Paulo – Brazil. In: International Topical
Conference on Po and Radioactive Pb
isotopes – Sevilla, October, 2009.
[126]Relatório PRMA IPEN- Relatorio de
Avaliação do Programa de Monitoração
Rradiologica Ambiental do IPEN 2014
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
PROBIC - CNEN
Fig. 3 Concentrações de 210Pb, mBq.g-1, e índices
pluviométricos, mm
P á g . 158
Efeito da Mistura do Fármaco Cloridrato de Propanolol com Cloridrato de
Fluoxetina para o anfípoda Hyalella azteca
Hayani Perez e Sueli Ivone Borrely
Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares - Ipen
INTRODUÇÃO
METODOLOGIA
Ao CNPq pelo auxílio financeiro e ao
Segundo Knie e Lopes [1], a poluição de
águas superficiais e, de forma crescente,
dos
lençóis
freáticos,
é
causada
principalmente pelo lançamento direto e
indireto de despejos industriais, domésticos
e
agropecuários
não
tratados
ou
insuficientemente tratados. Um exemplo a
ser discutido é o despejo de fármacos e
resíduos de medicamentos em corpos
hídricos, muitas vezes, sem qualquer
tratamento.
Para determinar as concentrações de efeito
para Hyallela utilizou-se o Cloridrato de
Propanolol 80mg e Fluoxetina (10mg). Um
comprimido de cada foi dissolvido em água
destilada com a ajuda de um agitador
magnético. Estas soluções iniciais foram
transferidas a um balão volumétrico de 1000
mL, para o Propanolol e 2000 mL para a
Fluoxetina e completadas com água
destilada. Em seguida um balão volumétrico
de 1000 mL foi completado com 500 mL da
solução de Fluoxetina e 500 ml da solução
de Propanolol. A partir da solução mista
foram preparadas as concentracões iniciais
de: 0,30; 0,60; 1,25; 2,5 ppm estas diluídas
em água de cultivo, perfazendo volume de
200mL para o ensaio. Para o controle foi
utilizada água proveniente de Salto/SP, a
mesma água utilizada no cultivo dos
organismos.
O Cloridrato de Propanolol e a Fluoxetina
estão entre essas substâncias passíveis de
serem detectadas no meio aquático. O
Propanolol atua no controle da hipertensão
e da ansiedade [2] e evidências sugerem
que peixes contenham receptores ßadrenérgicos [3]. Já a Fluoxetina é um
inibidor
seletivo
da
recaptação de
serotonina, sendo este seu suposto
mecanismo de ação [4].
Os organismos empregados no presente
estudo são da espécie Hyalella azteca,
estes são animais bentônicos e detritívoros,
duas características essências que tornam
estes organismos excelentes quando se
pretende fazer ensaios ecotoxicológicos de
sedimentos, o que complementa a avaliação
da qualidade das águas em rios e
reservatórios
OBJETIVO
Determinar a concentração letal da
combinação do fármaco Propanolol com o
fármaco Fluoxetina para o organismo
Hyallela azteca.
Foram preparadas 10 réplicas de cada
concentração mais o controle, cada réplica
recebeu 20 mL de solução das respectivas
concentrações, um pequeno pedaço de
malha de nylon, servindo como substrato,
uma gota alimento, R.L. (Solução composta
por ração de peixe e levedura), sendo então
adicionado um organismo neonato. A partir
desse momento se inicia efetivamente o
ensaio e a exposição do organismo-teste ao
composto de interesse. O ensaio foi mantido
durante 96h em incubadora com fotoperíodo
de 16h e mantidos a 26°C±1.
RESULTADOS
Na figura 1
concentrações
foram
do
apresentadas as
Propanolol
que
P á g . 159
resultaram em mortalidade para a Hyallela
azteca.
Figura 1: Mortalidade versus concentração de
Propanolol.
No teste com a mistura dos fármacos, não
houve mortalidade para as concentrações
utilizadas.
Silvestrii (Cladocera, Crustacea) Com
Ênfase Em Efeitos Nas Populações.
Instituto de Pesquisas Energéticas e
Nucleares. Dissertação de Mestrado. São
Paulo. 2008.
[130]MERCK.
Disponível
em:
<http://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q
=&esrc=s&source=web&cd=8&ved=0CF0Q
FjAHahUKEwjWoJDGkuDGAhXMlZAKHX6
BCrw&url=http%3A%2F%2Fwww2.merck.co
m.br%2Fpdf%2Fbulas%2Fgenericos%2Fflu
oxetina.pdf&ei=tOWnVdb2GMyrwgTgqrgCw&usg=AFQjCNF9gjm20aQSFX9exKt
lIcT9xIk50Q&sig2=rDCyXABrawctTwl0LVxm
pg&bvm=bv.97949915,d.Y2I> 2015.
[131]ABNT. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA
DE NORMAS TÉCNICAS. Toxicidade em
sedimento – Método de ensaio com Hyalella
spp (Amphipoda).nº15470,2007.
CONCLUSÃO
Os ensaios foram conduzidos de acordo
com metodologia padronizada [5]. A
concentração de efeito mediano do
Propanolol, CL50 foi de 6,39 ppm, sendo que
a 15ppm a mortalidade atinge mais de 90%
dos organismos expostos. Quanto a mistura
de fármacos, não houve mortalidade em
nenhuma das concentrações utilizadas,
havendo a necessidade de aumento nas
concentrações e novos testes.
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
IPEN/CTR pela oportunidade de estágio e
aprendizado.
BIBLIOGRAFIA
[127]KNIE, J. L. W; LOPES, E. W. B.
Testes Ecotoxicológicos: Métodos, Técnicas
e Aplicações. 20. ed. Florianópolis: Gráfica
Coan, 2004.
[128]EMS-S/A,
Cloridrato
de
propanolol/propanolol. São Bernardo do
Campo. São Paulo. 2014. Pode ser
encontrado
em:
<http://www.medicinanet.com.br/bula/4322/p
ropranolol.htm
[129]ROSA, G.A.B. Estudo Dos Efeitos
Fármaco Propanolol Para Ceriodaphnia
P á g . 160
Atualização e Modernização dos Sistemas de Controle, Segurança e
Supervisão do Irradiador Multipropósito de Cobalto-60
Heitor Gameiro Duarte e Fabio Eduardo da Costa
Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares – IPEN
INTRODUÇÃO
O Irradiador Multipropósito do Centro de
Tecnologia das Radiações-IPEN atendendo
diariamente um grande número de usuários
e com as mais diversas finalidades. Como
se trata de um processo que envolve
radiação e principalmente neste tipo de
aplicação, com fontes de atividades
elevadíssimas, atualmente cerca de 300.000
Ci na instalação do IPEN, todo processo de
controle e segurança, bem como auxílio
para a supervisão são controlados por
sistemas
eletrônicos
baseados
em
controladores lógico programáveis (CLP).
Todo este sistema foi desenvolvido até o
ano de 2004, atendendo todas as normas
existentes e com a melhor tecnologia
disponível na época. Atualmente dispõe-se
de mais tecnologia e recursos, o que conduz
obrigatoriamente a algumas modernizações
no projeto inicial do Irradiador bem como a
inclusão de novos recursos para o
gerenciamento da instalação.
OBJETIVO
As seguintes modernizações e atualizações
nos processos de segurança e controle
foram propostos:
-Comunicação entre computadores por
protocolo TCP-IP do sistema supervisório
da instalação. Este conjunto permitirá aos
envolvidos no processo de segurança e
controle de processo do Irradiador,
monitorar
e
dentro
de
limites
preestabelecidos interferir no sistema.
Deverá ser dotada de alta confiabilidade e
imunidade a interferências indesejáveis. O
processo também incluirá níveis de
hierarquia para selecionar quem e qual
equipamento
processo.
pode
vir
a
interferir
no
- Monitoração do funcionamento do
computador que é utilizado com o software
supervisório. Este software auxilia os
operadores da instalação no monitoramento
em tempo real do funcionamento e do
processo ocorrendo dentro do irradiador e
por questões de segurança ele não interfere
nos sistemas de segurança do Irradiador.
Procurando minimizar os efeitos de uma
possível falha deste sistema é desejado
introduzir no software do CLP um protocolo
que alerta qualquer falha entre o CLP e o
software supervisório no computador e
alertando o operador deste evento.
Reforçando, este sistema não altera os
sistemas de segurança, mas irá aumentar a
confiabilidade na visualização dos eventos
mostrados
nos
quadro
sinóticos
apresentados pelo software supervisório..
METODOLOGIA
Utilizou-se as linguagens Simens S7 para
controladores lógico programáveis, Indusoft
Web Studio para o supervisório, Eclipse
ADT para Android e linguagem AT para
unidades GSM.
RESULTADOS
Foi observada uma instabilidade na
transferência de dados entre computadores
tanto em função da versão do Indusoft®
como na versão do Windows®. A
comunicação via TCP-IP apresentou uma
inconsistência
com
relação
a
bidirecionalidade do envio de informações,
funcionando em alguns dos casos em um
único sentido. Observou-se ainda que em
função da variedade de versões de
P á g . 161
Windows® existentes nos computadores
disponíveis, ficou difícil assegurar uma
comunicação entre as diversas máquinas,
na qualidade desejada para o processo.
Paralelamente,
estudou-se
o
comportamento de um sistema de alerta que
envia um SMS quando uma determinada
situação de risco acontece e espera a
confirmação do recebimento. O sistema
inclui a verificação do SMS de resposta,
comparando o número de telefone ao qual o
alerta foi enviado. Esta versão apresentou
uma confiabilidade limitada pela qualidade
da rede de comunicação, mas mostrou-se
positiva e será implantada.
A visualização e acompanhamento dos
processos no Irradiador também foram
enviados a telefones celulares com
plataforma Android. O sistema permite
apenas o acompanhamento do processo,
mas apresenta características de alta
mobilidade
o
que
permite
grande
versatilidade ao sistema. Este processo
também foi testado através do acesso ao
VPN da rede do IPEN e permitiu o
acompanhamento do processo também fora
das instalações da Instituição através da
rede de telefonia móvel.
operacionais testados. Este processo
deverá ser melhorado ao longo do próximo
período.
O sistema de envio de SMS será
aprimorado, incluindo um sistema
de
senha, além da verificação do número do
telefone que responde, para propiciar maior
segurança ao sistema.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[132]Siemens.
SIMATIC
S7-200
Programmable Controller, Alemanha, 1999.
[133]indusoft,
Documentation
Unidos, 2013.
Indusoft
Web
Ready
and Literature, Estados
[134]EclipseADT,http://developer.android.co
m/sdk/index.html,
disponível
em
16/07/2014.
[135]SIM340 AT Command Set Software
Specification V01.00, 2006-01-11
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
Bolsa PIBIC CNPq.
Como opção iniciou-se o estudo de
hospedagem de uma página em HTML no
equipamento
para
disponibilizar
as
informações do irradiador via rede. Deve ser
observado que estes processos apresentam
conexões opto acopladas
ao CLP de
segurança e apenas enviam informações,
não apresentando nenhuma possibilidade
de acesso externo ao comando de qualquer
instrução.
CONCLUSÕES
A opção atual de hospedar uma página
HTML no próprio equipamento tem
demonstrado ser mais confiável na
visualização do processo à distância e a
página tem apresentado compatibilidade na
grande maioria dos navegadores e sistemas
P á g . 162
Estudo da Viabilidade de Descontaminação de Amostras do Tubo de
Refrigeração do Reator do IPEN Via Laser
Hélio Pires Julião Borges Coelho, Marcello Secco e Marcus Paulo Raele
Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares – IPEN
INTRODUÇÃO
Após quase 60 anos de pesquisas e
investimentos na área nuclear o Brasil ainda
não possui uma política de manejo do rejeito
nuclear e radioativo gerado e nem de um
depósito para armazenamento de rejeitos de
longa
vida,
o
investimento
para
desenvolvimento de pesquisas e estudos
para o tratamento destes rejeitos é baixo.
Existem
diversos
métodos
para
a
descontaminação de materiais radioativos,
por exemplo: ataque químico, onde se
promove uma reação química dissolvendo o
contaminante ou por abrasão, através do
desgaste da superfície do rejeito é possível
a retirada do material radioativo da peça de
interesse.
Um dos métodos mais recentes de
descontaminação superficial de rejeitos
radioativos é a ablação LASER [1]. Porém
existem, devido ao seu ineditismo, lacunas
na avaliação deste processo que encorajam
investigações complementares.
Alguns estudos já demonstraram a
viabilidade da descontaminação por laser
para uma gama de materiais [2], indicando
inclusive
vantagens
econômicas
e
ambientais. Outro fator de interessante do
processamento a laser é o tempo de
descontaminação, significativamente menor
que os processos anteriores.
Uma característica relevante, tanto do ponto
de vista ambiental como do ponto de vista
econômico é a possibilidade de reciclar
materiais
contaminados,
pois
o
processamento laser age apenas na
superfície do material de interesse.
Também existe o fato do LASER, ao
descontaminar um material, não gerar
resíduos muito além do contaminante [3].
Isso porque não são utilizados insumos
adicionais no processo, afinal ocorre apenas
uma deposição de energia local em forma
de luz.
A interação luz-matéria que promove a
descontaminação é conhecida como
ablação LASER, i.e ejeção de material por
depósito de uma quantidade expressiva de
energia.
OBJETIVO
Este trabalho teve como objetivo determinar
a eficiência da remoção de radiação
utilizando LASER, determinando também
um valor de energia em que a remoção
fosse eficiente.
METODOLOGIA
Para a realização deste trabalho foi utilizado
um LASER Nd:YAG chaveado (Q-Switch)
marca Quantel modelo Brilliant, operando
em um comprimento de onda fundamental, e
tempo de pulso de 5 ns, com um diâmetro
de feixe de ~4 mm.
Como amostras foram utilizados pedaços do
tubo de refrigeração retirados do reator do
IPEN (aço inox) num procedimento de
manutenção em 2014, para suporte das
amostras foi desenvolvido um gabarito em
metal fixado a um translador XY, marca
Newport e modelo M-UTM25CC1HL.
O translador XY movia-se em padrão raster
a uma velocidade de 17,30mm/s, com isso o
P á g . 163
LASER fazia uma sobreposição de pulso de
78%.
As amostras foram divididas em grupos com
fluências distintas. Separou-se 7 amostras
para uma fluência de 0.7 J/cm², 8 amostras
para uma fluência de 1 J/cm² e 6 amostras
para uma fluência de 1.4 J/cm², uma
amostra foi processada a uma fluência de
3.6 J/cm² para que houvesse um parâmetro
medido a uma potencia pico muito maior
que as outras, com o intuito de verificar se o
FD(Fator de Descontaminação) seria muito
maior.
RESULTADOS
Os dados referentes à atividade radioativa
foram obtidos através de uma transição γ de
657,76keV(110Ag), Figura 1. Os valores
obtidos foram, para uma fluência de
0,7 J/cm² um FD médio de 81,0(11)% no
valor das contagens, mudando a fluência
para 1 J/cm² foi obtida um FD médio de
84,9(12)% no valor das contagens, e para
um fluência de 1.4 J/cm² se obtém um FD
médio de 88,74(72)% nas contagens. O FD
obtido para a fluência de 3.6 J/cm² foi de
aproximadamente 91.68(75)%
2
Intensidade(W/cm )
0.0
100
2.0x10
8
4.0x10
8
6.0x10
8
8.0x10
A fim de avaliar a potencialidade da
descontaminação irradiou-se amostras do
sistema de refrigeração do reator IEA-R1 do
IPEN, comparando as atividades das
amostras antes e depois do tratamento.
A descontaminação por LASER teve um FD
de 81% até 93%, e por analise percebe que
as amostras possuem um comportamento
de saturação pois, a diferença do FD de
uma fluência para a outra foi baixo. Pode-se
verificar que a descontaminação atinge um
valor de eficiência (custo benefício) melhor
a uma fluência de 1.4 J/cm² visto que a uma
fluência muito maior se obtêm praticamente
o mesmo FD.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1]Kumar A, Bhatt RB, Behere PG, Afzal M,
Kumar A, Nilaya JP, Biswas DJ. Laserassisted surface cleaning of metallic
components. Pramana-Journal of Physics
2014;82(2):237-242.
[2]Potiens AJ, Jr., Dellamano JC, Vicente R,
Raele MP, Wetter NU, Landulfo E. Laser
decontamination of the radioactive lightning
rods. Radiation Physics and Chemistry
2014;95:188-190.
[3]Herrmann M, Lippmann W, Hurtado A,
Asme.
THE
RELEASE
OF
RADIONUCLIDES
IN
THE
LASER
DECONTAMINATION PROCESS. Icone17,
Vol 5 2009:211-216.
80
60
FD(%)
8
CONCLUSÕES
40
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
20
CNPq
0
0
1
2
3
4
2
Fluência(J/cm )
Figura 18 – Gráfico que relaciona o FD obtido
com a fluência do LASER
P á g . 164
Bancada de Testes de Vibrações Induzidas por Escoamento em Elementos
Combustíveis de Reatores Nucleares de Pesquisa Tipo Placas Paralelas
Henrique Daer Ortolan , Alfredo José Alvim de Castro e Delvonei Alves de Andrade
Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares - IPEN
INTRODUÇÃO
A velocidade crítica é a velocidade na qual
placas podem flambar e colapsar umas nas
outras como resultados de vibrações
induzidas por escoamento e consequente
distribuição assimétrica de pressões.
Embora não haja ruptura das placas durante
o colapso, as deflexões permanentes
excessivas podem causar bloqueio ao
escoamento no núcleo de reatores com
elemento combustível do tipo placas
paralelas e levar ao superaquecimento na
superfície.
A maioria dos núcleos de reatores nucleares
não possuem as condições ideais de
escoamento
devido
a
turbulências,
escoamentos axiais e flutuações de pressão
produzidas
pela
bomba
e
outros
equipamentos de processo de planta. Assim
sendo, não podemos assumir uma
distribuição uniforme de velocidades nos
canais de resfriamento.
Este fenômeno representa uma importante
consideração no projeto de reatores
nucleares com elementos combustíveis do
tipo
placas
paralelas.
O
Reator
Multipropósito Brasileiro (RMB) deverá
utilizar um núcleo composto por elementos
combustíveis formados por placas paralelas,
o que justifica a importância dos estudos a
serem realizados.
plataforma de programação do “ LabVIEW
10” da National Instruments .
METODOLOGIA
O trabalho proposto consiste na capacitação
do aluno em técnicas experimentais de
medidas, instrumentação científica, cadeia
de instrumentação, programação gráfica, e
aquisições de dados, bem como o
desenvolvimento inicial da infraestrutura
instrumental e de aquisição de sinais para
os estudos do “Projeto de Investigação de
Velocidade Crítica e Vibrações Induzidas
em escoamentos de refrigerante do tipo
água leve em reatores com elementos
combustíveis tipos placas paralelas”.
RESULTADOS
O estudo ainda não está concluido pois a
bancada de testes para o estudo de
velocidade crítica ainda não está em pleno
funcionamento. Ela foi montada e está em
fase final de comissionamento. A Figura 1
abaixo apresenta uma foto da bancada de
estudos com a sua seção de testes.
OBJETIVO
Desenvolvimento e implementação do
programa para controle, monitoração e
aquisição dos sinais da seção de teste do
modelo do elemento combustível. Este
programa está sendo desenvolvido com a
Figura 1: Bancada Velocidade Crítica.
P á g . 165
Com a bancada comissionada será
instalado o simulador do elemento
combustível com os seus instrumentos,
Fig.2, e serão realizados os primeiros
experimentos. Durante estes experimentos
serão testados os programa de monitoração
e aquisição de sinais para estudo da
fenomenologia
de
velocidade
crítica
utilizando o programa baseado na
plataforma LabVIEW10 e nos componentes
de aquisição de dados (NI-DAQ) da National
Instruments , Fig.3.
Figura 2: Seção de Testes com o simulador
instrumentado do elemento combustível.
Figura 3: Seção de Testes com o simulador
instrumentado do elemento combustível.
CONCLUSÕES
Foi proporcionado e desenvolvido muito
estudo em cima do LabVIEW visando a
capacitação em técnicas experimentais de
medidas, instrumentação científica, cadeia
de instrumentação, programação gráfica, e
aquisições de dados. Foram realizados
testes em bancada com os componentes de
processamento de sinais (NI-DAQ). Com o
funcionamento da bancada experimental
com a sua seção de testes, agora serão
realizados os testes para que se conclua o
que foi previsto no planejamento, no tempo
proposto.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1]
Andrade, D. A.; Castro, A.J.A.;
Rocha, M.S. et aL, Bancada de testes de
vibrações induzidas por escoamentos em
elementos
combustíveis
de
reatores
nucleares de pesquisa tipo placas paralelas,
PROJETO
DE
PESQUISA,
EDITAL
UNIVERSAL – CNPq No. 14/2012
[2]
Silva,
J.E.R.,
RMB-N01-00-PC10300-RD-006- “Descrição do projeto de
concepção do núcleo, componentes,
estruturas e instalações associadas ao
núcleo do Reator Multipropósito Brasileiro –
RMB” – IPEN – 04/2013 – Brazil.
[3]
LABVIEW 10, User Manual, National
Instrumets, 2010.
[4]
National
Instruments,
“LabView
Enviroment”, http://www.ni.com/labview/, (2011).
[5]
National
Instruments,
“Data
Acquisition
–
DAQ”,
http://www.ni.com/dataacquisition, (2011).
[6]
Regazzi, R.D.; Pereira, P.S.; Silva Jr,
M.F., Soluções práticas de Instrumentação
e Automação, Edição 3R.KWG – Brazil,
2005.
[7]
Bitter, R.; Mohiuddin, T.; Nawrocki,
M., LabView – Advanced Programming
Techniques, Second Edition, CRC-Press,
2006.
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
CNPq/PIBIC
P á g . 166
Desenvolvimento de Filmes de Polipropileno Contendo Nanopartículas de
Prata e Avaliação da Atividade Antibacteriana
Isabelle Oliveira Berenguer, Washington Luiz Oliani, Duclerc Fernandes Parra
Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares – IPEN
INTRODUÇÃO
OBJETIVO
Poliolefínas, assim como polietileno (PE) e
polipropileno (PP), são termoplásticos
altamente versáteis por conta de suas
propriedades físicas e mecânicas, boa
estabilidade de mistura e de fácil
processamento com baixo custo, o que faz
deles materiais versáteis com inúmeras
aplicações [1]. Pela razão de sua boa
capacidade de processamento, custo
benefício e enormes aplicações industriais,
o polipropileno foi considerado como uma
das melhores alternativas de polímeros
amplamente utilizados no momento. No
entanto, o PP tem uma estrutura linear, o
que significa que tem uma baixa resistência
do fundido e não pode ser utilizar no
processo que exige alto estiramento . Para
este caso , para modificar os polipropilenos,
vários métodos têm sido aplicados pela
adição de ramificações de cadeia longa
usando
irradiação
[2].
O
HMSPP
“polipropileno modificado por irradiação” tem
demonstrado ser uma boa opção e é obtido
através do gás acetileno na dose de 12,5
kGy. Ao polímero (HMSPP) é adicionada
argila
montmorilonita
(MMT)
e
nanopartículas
de
prata
(NPsAg),
preparados por intercalação do fundido em
uma extrusora com dupla rosca. Como
agente compatibilizante, é utilizado um
anidrido maleico de polipropileno (PP-g-MA)
e ácido oleico como agente tensioactivo
(AO). Os nanocompósitos foram avaliados
por microscopia eletrônica de varredura
(MEV) e espectroscopia por dispersão
(SEM/EDX),
espectroscopia
(FTIR),
calorimetria exploratória diferencial (DSC),
difração de raio-X (DRX) e determinação de
atividade antibacteriana.
O objetivo deste projeto é a elaboração de
filmes de polipropileno via processamento
por extrusão com a adição de nanoargila e
nanopartículas de prata com o intuito de
melhorar a eficácia da ação biocida.
METODOLOGIA
As amostras em grãos de polipropileno
isotático (iPP) da Braskem foram dispostas
em recipiente plástico com adição de gás
acetileno, posteriormente irradiados a taxa
de dose de 12,5 kGy e efetuado o pós
tratamento térmico a 90 °C. A irradiação foi
realizada em um irradiador de fonte de
cobalto (60Co), à temperatura ambiente e
taxa de irradiação de 5 kGy h-1 sendo
monitorado com dosímetro marca Harwell
Red Perspex 4034. Foram elaboradas duas
formulações de nanocompósitos de HMSPP
representada na Tabela 1.
Tabela 1: Nanocompósitos de polipropileno
PP1
PP2
Dose
NPsAg
12,5 kGy
12,5kGy
0,1%
Cloisite
20
1%
As amostras foram homogeneizadas
utilizando-se uma extrusora com dupla
rosca (Thermo Haake). O material
extrudado foi picotado obtendo-se grãos.
Medições de difracção de raios-X foram
realizadas no modo de reflexão sobre um
difractómetro Rigaku Mini- Flex II (Tóquio ,
Japão) e a morfologia foi observada por
caloria diferencial exploratória (DSC),
equipamento DSC 822, Mettler Toledo.
P á g . 167
Tabela 2: Valores de Tm1, Tc, Tm2 e Xc da
amostra.
RESULTADOS
Na figura 1, a estrutura de difracção de PP
foi observada. No entanto, para PP2,
existem picos de argila deslocados, o que
significa que as cadeias de polímero estão
passando pelo processo de intercalação [3].
Amostra
Temp. de
Fusão 1,
Tm1 /°C
(±0.1)
Temp. de
Cristalinizaç
ão, Tc /°C
(±0.1%)
Temp. de
Fusão 2,
Tm2 /°C
(±0.1%)
Grau de
Cristalinade,
Xc /% (±0.5%)
PP1
PP2
164.6
163.2
127.8
124.1
163.6
162.0
48.4
44.7
9000
8000
CONCLUSÕES
Intensidade / cps
7000
6000
PP1
PP2
Cloisite 20
5000
4000
(040)
68.8 nm
Os resultados de DSC revelaram que a
introdução de conteúdo de argila em filmes
de PP diminuiram o grau de cristalinidade.
PP2 demonstrou um pico de difracção
intensiva deslocado mostrando que ocorreu
intercalação.
(001)
3000
(130)
66.0 nm (020)
11.3 nm
(110)
77.1 nm
2000
(060)
73 nm
1000
0
2
4
6
8
10
12
14.3
14
16
17.2
18
18.9
20
22
24
25.9
26
28
30
2/º
Figura 1: Raios-X padrão de difração de PP1, PP2
e Cloisite
Endo Fluxo de calor / w g
-1
De acordo com a figura 2 e tabela 2, as
curvas de DSC correspondentes a PP1 e
PP2 mostraram um pico de fusão a 164,6
°C e 163,2 °C, respectivamente. Em termos
de cristalinidade, a amostra 1 mostrou um
pico em 127,8 °C e uma amostra 2 um pico
a 124,1 °C. Outro pico de fusão é
observado a 163,6 °C para amostra 1 e
162,0 °C para PP2. O grau de cristalinidade
é muito intenso, valores de 48,4% e 44,7%
[4].
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] Sanchez-Valdes, S, “Sonochemical deposition of silver
nanoparticles on linear low density polyethylene/cyclo olefin
copolymer blend films,” Polymer Bulletin, 71, pp.1611-1624 (2014).
[2] Oliani, W. L., Lima, L. F. C. P., Parra, D.
F., Dias, D. B., Lugão, A.B., “Study of the
morphology, thermal and mechanical
properties
of
irradiated
isotactic
polypropylene films,” Radiation Physics and
Chemistry, 79, pp.325-328 (2010).
[3] Paul, D. R., Robeson, L. M., “Polymer
nanotechnology:
Nanocomposites,”
Polymer, 49, pp.3187-3204 (2008).
25
[4] Yuan, Q., Awate, S., Misra, R.D.K.,
“Nonisothermal crystallization behavior of
polypropylene
clay
nanocomposites,”
European Polymer Journal, 42, pp.19942003 (2006).
20
15
PP1
PP2
10
5
0
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
-5
-10
CNPq e Projeto CAPES-PVE’s - 2014.
1° Fusão
2° Fusão
-15
110
120
130
140
150
160
170
180
190
200
Temperatura /%
Figura 2: As curvas de DSC na fusão de PP1 e
PP2.
P á g . 168
Desenvolvimento de Materiais para Marcação Biológica
Jaqueline A. P. Silva e Maria Claudia França da Cunha Felinto
Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares – IPEN
INTRODUÇÃO
Às terras raras (TR) são atribuídas a várias
aplicações devido suas propriedades
singulares, como por exemplo suas
propriedades
espectroscópicas
e
magnéticas. Marcadores luminescentes
podem ser obtidos através de luminóforos
derivados de TR, pois uma das maiores
vantagens de sua utilização é o fato de que
esses compostos apresentam bandas de
emissão extremamente finas e bem
definidas na região do visível. Isso pode ser
explicado devido a blindagem efetiva dos
elétrons 4f pelos elétrons das subcamadas
preenchidas 5s2 e 5p6 [1].
OBJETIVO
O presente trabalho teve como objetivo a
síntese de complexos de TR, para serem
utilizadas como marcadores biológicos.
coordenação resultando em um material
final mais luminescente. A adição deste
ligante também segue uma relação
estequiométrica que depende da quantidade
de águas de hidratação.
TR(β–dic.)3·xH2O+xLTR(β–dic.)3.xL
(2)
Os reagentes são dissolvidos em solventes
orgânicos e em seguida o ligante é
adicionado lentamente na solução do
complexo hidratado sob agitação constante.
Deixa-se a mistura reacional reagir por
aproximadamente uma hora e posterior
evaporação do solvente.
Caracterização física do material
Os materiais obtidos foram caracterizados
via:
estudos
espectroscópicos
de
luminescência, Difratometria de Raios X
utilizando o método do pó e espectroscopia
de absorção do infravermelho.
METODOLOGIA
Síntese dos luminóforos de lantanídeos.
A obtenção dos luminóforos de TR foi feita a
partir da reação entre o cloreto de európio
em meio aquoso e um primeiro ligante
(geralmente
uma
β-dicetona,
β-dic,
tenoiltrifluoracetonato
(tta))
em
meio
cetônico. A reação é feita baseada na
relação estequiométrica de 1:3 Eq.1 abaixo:
TRCl3·6H2O+3β–dicTR(β–dic)3·2H2O
(1)
pós a adição, ajusta-se o pH da solução em
6, isto leva a formação do complexo
hidratado. Após evaporação do solvente o
complexo obtido é ressolubilizado em
solvente orgânico para recristalização e
purificação. Esse complexo hidratado obtido
reage com um segundo ligante (L), a
fluoxetina (FX) para substituir as águas de
RESULTADOS
Síntese dos luminóforos de lantanídeos.
Observa-se que os complexos que possuem
dois ligantes, ou seja, não possuem águas
de hidratação possuem uma luminescência
muito mais intensa. Isso ocorre porque
apesar de os íons metálicos apresentarem
uma
intensidade
de
luminescência
relativamente baixa, eles são capazes de
formar complexos em que o ligante absorve
a luz e a transfere em forma de energia para
o centro metálico (como pode ser visto na
figura 2), e devido à sua baixa absortividade
molar, ocorre um fenômeno conhecido como
“efeito antena”.
P á g . 169
temperatura de 77K apresentam-se mais
intensa.
Caracterização física do material:
Difratometria de raios X
Os difratogramas dos complexos Eu(tta)3(FX)2 e
Eu(tta)3•3H2O estão apresentados na Figura 1.
2
4000000
intensidade / cps
600
Intensidade / u.a.
Eu(tta)3(FX)2
300
3000000
60
2000000
1000000
T = 300K
1
3
4
600
620
90
Nota-se que os dois difratogramas
apresentam o mesmo perfil cristalográfico, o
que evidencia o fato de que a substituição
das águas de hidratação do complexo pela
fluoxetina não alterou a cristalinidade do
composto, no entanto, alterou a intensidade
de alguns picos, principalmente o pico (6,75;
494).
absorção
640
660
680
700
720
nm
Figura 1 – Difratograma dos complexos Eu(tta)3(FX)2 e
Eu(tta)3•2H2O.
de
J
onde J = 0; 1; 2; 3; 4
580
2°
Espectroscopia
infravermelho
7F
0
0
Eu(tta)3•2H2O
30
395 nm
5D
0
0
Eu(tta)3(FX)2
T = 77K
do
A partir do espectro do infravermelho do
complexo Eu(tta)3(FX)2 (Fig. não mostrada)
pôde-se evidenciar a presença dos
compostos em questão devido à presença
das bandas do tta: 1606; 1538 e 1411cm-1
[2] e para a fluoxetina bandas em 1619;
1310; 1537 e 1619 cm-1) [3].
Figura 2 – espectro de emissão do complexo
Eu(tta)3(FX)2
CONCLUSÕES
O método da síntese se mostrou simples,
pois não há gasto energético para tal e não
há geração de resíduos, no entanto, sua
síntese é muito lenta e o rendimento é
baixo. Devido as suas propriedades
luminescentes, os complexos mostram-se
promissores biomarcadores.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[136] E. Rampazzo; S. Bonacchi; D.
Genovese; et al. J. Coord. Chem. 256
(2012) 1664-1681
[137]. Holtzclar H. Jr. e Collman J. P. J. Am.
Chem. Soc., 79 (1957) 3318-3322
Estudo espectroscópico de luminescência
[138]. Souza F.B;.Ddenadai A.M.L.; et al.
International Journal of Pharmaceutics 353
(2008) 160–169.
Os espectros de emissão do complexo
Eu(tta)3(FX)2
apresentaram
transições
intraconfiguracionais
do
Eu3+
e
a
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
CNEN; PIBIC.
P á g . 170
Caracterização do Fluxo de Nêutrons Epitérmicos do Reator IEA-R1
Utilizando o Método Bare Triple Monitor para o Uso em Análise por Ativação
João Pedro de Oliveira Flores e Renato Semmler
Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares - IPEN
INTRODUÇÃO
O método k0 [1] de ativação neutrônica,
desenvolvido pelo Institute for Nuclear
Sciences, em Gent, Bélgica, é uma técnica
de análise por ativação com nêutrons
considerada “quase absoluta”, que, em
razão da sua excelente exatidão e
praticidade, surgiu como técnica alternativa
e complementar ao método comparativo,
que tem sido utilizado com sucesso em
inúmeros experimentos realizados pelo
Laboratório de Ativação Neutrônica (LAN)
do IPEN.
A utilização do método k0 requer uma
caracterização precisa das instalações de
irradiação e do sistema de detecção. A
caracterização precisa da instalação de
irradiação requer a determinação da razão
entre os fluxos de nêutrons térmico e
epitérmico (f) e do parâmetro ()
relacionado com a distribuição de fluxo de
nêutrons epitérmicos, aproximadamente
dada por 1/E1+. É uma medida de quanto
se afasta o fluxo de nêutrons epitérmicos do
comportamento ideal 1/E. Estes parâmetros
são característicos da posição de irradiação
no reator nuclear. Na caracterização do
sistema de detecção, um parâmetro de
grande importância a ser determinado é a
eficiência de detecção no intervalo de
energia de interesse e na geometria do
arranjo experimental.
O objetivo principal do presente trabalho
consistiu na determinação dos parâmetros 
e f do espectro de nêutrons epitérmicos E(1+) para a estação pneumática do reator
IEA-R1, utilizando o método bare triple
monitor [2] e o método dos bi-monitores [2]
considerando agora a incerteza no
parâmetro  calculada pela técnica de
Monte Carlo. Uma caracterização precisa
desta posição de irradiação possibilitará a
implantação e utilização do método k0 de
ativação neutrônica no Laboratório de
Ativação para irradiações de curta duração
(até 30min).
METODOLOGIA
O valor do parâmetro alfa foi determinado
pelo método bare triple monitor. Um
conjunto de três monitores (97Zr, 95Zr e
198Au) foi irradiado, sem cobertura de
cádmio, sob um fluxo de nêutrons térmicos.
Em seguida, as atividades induzidas (Asp)
nestes monitores foram obtidas utilizando-se
um detector de Ge hiperpuro devidamente
calibrado em eficiência.
A técnica de Monte Carlo foi utilizada para o
cálculo da incerteza no parâmetro ,
A razão (f) entre os fluxos de nêutrons
térmico e epitérmico foi determinada pelo
método dos “bi monitores” utilizando-se os
dois isótopos do Zircônio (97Zr, 95Zr).
RESULTADOS
Anteriormente [3] foram utilizados valores
estimados para a incerteza do parâmetro α.
Com a finalidade de refinarmos os dados,
realizamos o procedimento de Monte Carlo
afim de encontrar um valor mais próximo da
realidade para a incerteza de α, onde os
valores de α gerados são mostrados
conforme a distribuição gaussiana da
Figura1.
P á g . 171
HOSTE. Journal of Radioanalytical and
Nuclear Chemistry, 52, 295, 1979.
[3] J.P.O. FLORES. Relatório Semestral de
Iniciação Científica. Programa CNPq-PIBIC.
2013
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
Figura 1:Distribuição gaussiana dos 10 4 valores para
α usando matlab
Programa de Bolsas de Iniciação Científica
do CNPq – PIBIC/PROBIC.
Comparando os valores de α estimado e os
valores de α simulado através de monte
Carlo temos a tabela 1.
Tabela1:Comparação entre os valores de α.
α estimado
0,0396±0,0006
α simulado
0,03537±0,01080
A metodologia para a obtenção desses
resultados para α foi discutida no trabalho
anterior[3].
CONCLUSÕES
O valor estimado de α é significativamente
diferente do valor simulado, tendo como
critério de compatibilidade valores de até 3
desvios padrões, o que mostra que tais
valores não são compatíveis. Com a
simulação, o parâmetro α é obtido com uma
melhor precisão. Vale destacar os valores
de entrada de alguns parâmetros na
simulação e suas respectivas incertezas:
pequenas alterações nesses parâmetros
mudão drasticamente o comportamento da
curva gaussiana.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] A. SIMONITS, F. DE CORTE, J.
HOSTE. Journal of Radioanalytical and
Nuclear Chemistry, 24, 31–46, 1975.
[2] F. DE CORTE, L. MOENS, A.
SIMONITS, A. DE WISPERLAERE, J.
P á g . 172
Uso de Espectrômetro Compacto de Fluorescência de Raios X como
Alternativa para Prática Clínica
Laís de Fátima Ferreira Lopes da Silva e Cibele Bugno Zamboni
Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares - IPEN
INTRODUÇÃO
A busca de procedimentos alternativos que
forneçam uma análise quantitativa dos
elementos constituintes dos materiais
biológicos
usados
para
diagnóstico
(principalmente soro e urina) de forma
reprodutível, ágil, de baixo custo e,
principalmente, com simplificações e
vantagens
comparativamente
aos
procedimentos usuais é de grande
relevância na prática clínica. Com base
nisto e com o apoio do CNPq deu-se início a
implantação de um sistema Portátil de
Fluorescência de Raios X (PSXRF) no
Laboratório
de
Espectroscopia
e
Espectrometria das Radiações (LEER) para
dosagem de íons em fluídos corpóreos.
OBJETIVO
Implantar o uso do espectrômetro portátil de
FRX (PSXRF) para análise de Ferro em
amostras de sangue.
METODOLOGIA
Foram utilizadas amostras de sangue total
de humanos (n= 26) coletados no Banco de
Sangue Paulista (BSP). A coleta (~0,3mL) é
feita por punção venosa em tubo seco (pela
equipe do BSP) e o preparo reduz-se a
depositar 100L de sangue em papel de
filtro (Whatman, nº 41) imediatamente após
a coleta (em duplicata). As amostras que
foram utilizadas neste estudo encontram –
se armazenadas no LEER, fruto de
colaborações realizadas com o BSP e a
Universidade Santo Amaro (UNISA). Devido
à portabilidade do equipamento, a amostra é
posicionada na frente do tubo de RX
(mantendo-se uma distância fixa de 3mm),
para que ocorra a excitação dos átomos dos
elementos químicos da amostra, e os Raios
X produzidos são detectados usando um
detector de Silício. A análise é realizada
utilizando o programa WINAQXAS.
RESULTADOS
As concentrações Fe em sangue são
apresentadas na Tabela 1. Os resultados
das medidas de FRX foram comparados
com as medidas de AAN [1] (realizadas
utilizando as mesmas amostras depositadas
em papel). Para ilustração foi elaborada a
Figura 1 na qual são apresentados
resultados para a concentração de Ferro em
sangue por ambas as técnicas.
Tabela 1. Concentração de Fe em sangue
de humanos utilizando as técnicas de FRX e
AAN.
Fe, mg L-1
FRX
AAN [1]
Valor médio
453
464
± 1DP
46
40
Mediana
343
407
Moda
387
398
Valor mínimo
378
385
Valor máximo
515
525
Range (±2DP)* 361 – 545
384– 544
* intervalo de confiabilidade adotada na
prática clínica; DP: Desvio Padrão.
P á g . 173
700
a disponibilidade do material biológico é
escassa (bebes prematuros).
Dados Experimentais:
NAA
XRF
Fe, mg/L
600
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
500
[139]New Trends for Radiation Applications
in
Medicine.
Zamboni
CB
et
al.
SYMPOSIUM LAS-ANS/2013, Argentina
400
300
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
200
1
2
3
4
5
6
7
8
amostras de sangue
CNPq
Figura 1. Concentração de Fe em sangue total de
humanos
O uso do espectrômetro portátil permitiu
determinar a concentração de Fe no sangue
com vantagens comparativamente ao
procedimento
convencional:
uso
de
pequenas
quantidades
de
sangue,
simplicidade no preparo e armazenamento
da amostra, além de ser um procedimento
não destrutível, simplificações que não
podem ser realizadas pelo procedimento
clínico convencional (realizado em soro
utilizando pelo menos 1mL). Além disso, a
possibilidade de realização das análises
com uma quantidade mínima de amostra
também é um benefício ao se considerar a
sua utilização na clínica pediátrica de
prematuros. Com relação à comparação dos
de Fe (FRX e AAN) os resultados são
compatíveis (t-Student, p>0,05).
CONCLUSÕES
O PSXRF foi utilizado para quantificação de
Fe em sangue de humanos. Os resultados
obtidos mostram a viabilidade do uso deste
equipamento portátil em bioquímica clínica
e, particularmente, para avaliação do Ferro
em sangue compõe um procedimento rápido
(minutos) com potencial de uso em áreas
carentes (portabilidade e baixo custo) que
não
dispõem
de
infraestrutura
de
laboratórios de análises clínicas, ou quando
P á g . 174
Estudo da Viabilidade de Descontaminação de Amostras de Pb Via Laser
Leonardo Vieira Costa, Marcello Secco e Marcus Paulo Raele
Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares – IPEN
INTRODUÇÃO
OBJETIVO
Apesar do crescente investimento nas
aplicações nucleares é preciso lidar com um
problema gerado por tal desenvolvimento,
tais aplicações tendem a gerar rejeitos
radioativos altamente prejudiciais ao meio
ambiente e a saúde humana caso não
sejam tratados corretamente, nesses casos
se faz possível realizar a descontaminação
de uma superfície impregnada por um
material radioativo. Esse procedimento pode
ser realizado de várias formas: ataque
químico, ataque abrasivo, transferência e
outros [1], contudo esses procedimentos
necessitam de insumos que acabam
gerando subprodutos contaminados com
material radioativo.
Há vantagens no uso do laser para
descontaminação. Primeiramente o laser
conta com fótons como insumo, ou seja,
utiliza de luz para descontaminar, não
gerando assim subprodutos contaminados.
O laser deposita uma expressiva quantidade
de energia que ablaciona [2] a superfície do
material ferindo no processo gases e
material partícula que podem ser aspirados
e capturados em filtros. Assim um único
filtro poderia armazenar a contaminação de
várias peças, facilitando assim o processo
de armazenamento do material radiativo. Na
literatura já existem trabalhos publicados
referentes à descontaminação via laser [34], o que torna um estudo muito realizado na
atualidade.
O projeto tem como objetivo avaliar a
descontaminação
de
superfícies
de
amostras de chumbo impregnadas com
60Co via laser em diversas condições de
irradiação.
METODOLOGIA
Para a realização da parte experimental foi
utilizado um laser chaveado Nd:YAG (marca
Quantel, modelo Brilliant), comprimento de
onda de 1064 nm (infravermelho). Para
avaliar a energia do laser foi utilizado um
medidor FIELDMAXII-TOP e um sensor J50MB-YAG.
Como amostras foram produzidas 21
“moedas” de chumbo impregnadas por 60Co.
Tanto a contaminação quanto as medidas
de radioatividade foram realizadas nos
laboratórios do CRPq. Agrupamentos de
três amostras receberam a mesma potência
pico e fluência a fim de verificar como
a energia do
laser
influenciava na
descontaminação do material.
RESULTADOS
Os resultados estão dispostos na Tabela 4
onde é possível analisar a relação entre a
descontaminação média de cada conjunto
de amostras com a energia utilizada, assim
como sua fluência. A Figura 19 representa o
gráfico da descontaminação em função
tanto da fluência quanto da intensidade
utilizadas.
P á g . 175
Tabela 4 – Fator de descontaminação em função
da energia
Conjunto
Energia
(J)
Fluência
(J/cm²)
Descontaminação
Média (%)
Inc. (%)
1
2
3
4
5
6
7
125
25
80
100
150
220
320
1,15
0,23
0,74
0,92
1,38
2,02
2,94
69,1
39,0
89,22
54,6
56,4
62,2
52,7
0,4
0,6
0,19
0,5
0,5
0,5
0,5
Acreditamos que na ablação do chumbo
com laser de nanosegundos ocorre um
fenômeno térmico (liquefação de sua
superfície), o que faz com que o material
radioativo seja levado para camadas mais
internas da amostra, este fenômeno
explicaria a relativa baixa eficiência do
processo de descontaminação nesse
estudo. Aconselha-se em experimentos
futuros o uso do laser femtosegundo que é
capaz de resolver este problema.
2
Descontaminação (%)
0.0
100
Intensidade(W/cm )
8
8
8
2.0x10
4.0x10
6.0x10
8.0x10
8
80
60
40
20
0
0
1
2
3
4
2
Fluência(J/cm )
Figura 19 – Gráfico da descontaminação em
função da fluência e intensidade.
CONCLUSÕES
Algumas
amostras
obtiveram
uma
descontaminação alta, próxima de 90%,
embora outras tenham apresentado uma
taxa de descontaminação bem menor,
próxima de 40%. Também foi notado que
quanto maior a quantidade de radiação no
material maior era sua descontaminação, o
que leva a crer que existe um limite para se
descontaminar o material usado no
experimento. O uso de energias muito
baixas ou muito altas não geraram
diferenças significativas na taxa de
descontaminação. Para a fluência próxima
de 1 J/cm2 se mostrou ideal para este tipo
de amostra.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[140] Severa J, Bár J. Handbook of
Radioactive
Contamination
and
Decontamination: Elsevier Science, 1991.
[141] Potiens AJ, Jr., Dellamano JC, Vicente
R, Raele MP, Wetter NU, Landulfo E. Laser
decontamination of the radioactive lightning
rods. Radiation Physics and Chemistry
2014; 95: 188-90.
[142] Roberts DE, Modise TS. Laser
removal of loose uranium compound
contamination from metal surfaces. Applied
Surface Science 2007; 253: 5258-67
[143] Savina M, Xu ZY, Wang Y, Pellin M,
Leong K. Pulsed laser ablation of cement
and concrete. Journal of Laser Applications
1999; 11: 284-87.
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
Agrademos a CNPq pela bolsa PIBIC
fornecida durante o período em que o
projeto foi realizado.
P á g . 176
Estudos de Processos Eletroquímicos na Produção de Alvos de Irradiação e
Controle de Efluentes Industriais
Lucas dos Santos Rocha e Adonis Marcelo Saliba Silva
Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares- IPEN
INTRODUÇÃO
A eletrodeposição de urânio se apresenta
como uma via alternativa para a fabricação
de alvos de irradiação para produçao de
Técnecio99m. Porém, como a eletroquímica
do urânio em temperaturas baixas ainda é
errática, esta via é um objeto de estudos, e
para melhor compreensão desta é
necessário
a
avaliação
de
suas
propriedades.
Como
todo
processo
industrial gera resíduos, o controle deste é
essencial, uma vez que a falta de controle
destes
pode
resultar
em
graves
consequências para a natureza. Sendo
assim, é parte deste estudo a avaliação do
efeito do tratamento eletroquímico na
contaminação de urânio na água de
resfriamento do reator IEA-R1.
OBJETIVO
Tem-se como objetivo a otimização do
processo de eletrodeposição de urânio em
substratos de níquel por meio do
crescimento
mássico
da
camada
eletrodepositada e a verificação, por
análises voltamétricas, da contaminação de
urânio em efluentes industriais de fábrica de
elementos combustíveis nucleares.
METODOLOGIA
Para o estudo da eletrodeposição de urânio
foi utilizando um potenciostato PGSTAT
(Metrohm) variando-se parâmetros tais
como: tempo de deposição; potencial de
deposição; solvente para confecção da
solução de urânio e tipo de pontecial
(pulsado ou direto). Para a quantificação da
massa de urânio depositada foi utilizado um
contador α-β (Alpha/Beta Sample Counter
Ludlum Model 3030P 48-3509).
Foi utilizado um analisador voltamétrico
VA797(Metrohm) para as análises da água
de resfriamento do reator.
RESULTADOS
Determinação da concentração de urânio na
água de resfriação do reator IEA-R1.
Foi obtida a regressão linear da curva
analítica da concentração de urânio
presente na água deionizada bidestilada
utilizada como solvente, indicando o valor
de 0,055 μg/L. Como este valor é muito
baixo em relação à quantidade de urânio
presente na água do reator, pode-se dizer
que não será associado nenhum erro às
análises por parte deste solvente.
Para compreensão dos resultados como um
todo foi necessário o estudo do complexante
ácido cloroanílico, assim determinando sua
influência no resultado. A partir dos estudos
realizados é possível dizer que o
complexante possui um comportamento
“quasi” reversível, apresentando variações
nos picos de redução e oxidação, que
podem ser originadas pela falta de difusão
dos reagentes no eletrodo.
Baseando se em estudos realizados por
Boulet[1] e Mostafa[2], que propuseram uma
estrutura cristalina 221 para o complexo
formado
urânio-caa,
sugere-se
uma
formação polimérica do complexante com o
urânio, formando uma molécula mais
estável químicamente e evitando a
formação de outras substâncias redox do
composto.
Observando a Tabela 1 vê-se que a
concentração
nas
amostras
é
P á g . 177
aproximadamente 20 vezes menor que o
limite imposto pelo CONAMA (Nº 357/2005)
[3], provando que o controle é confiável e
adequado, não promovendo riscos de
contaminação na periferia do reator.
TABELA 1: Concentração de urânio por
amostra de água do reator IEA-R1
deposição de tório não é favorável,
priorizando a deposição do urânio.
CONCLUSÕES
O estudo realizado comprova a eficiencia da
utilização da técnica AdCSV para o estudo
de águas, como o já realizado para a água
do reator IEA-R1. Os resultados mostraramse satisfatórios para o tratamento utilizado e
dentro das normas estabelecidas por lei. O
estudo da eletrodeposição demonstrou
resultados satisfatórios. Estudos prévios
determinaram
algumas
características
importantes tais como a diferença inicial
entre as duas técnicas de deposição. A
polarização direta apresentou-se como uma
técnica propícia para a produção de alvos
por apresentar uma superfície de deposição
pouco porosa.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Eletrodeposição de urânio em substrato de
níquel.
Num primeiro momento realizou-se o estudo
do potencial na polarização direta e como
este influencia na quantidade de urânio
depositado
A partir dos dados obtidos tem-se que o
potencial ideial para deposição, utilizando a
polarização direta, é -2.1 devido a menor
relação de beta/alfa caracterizando uma
maior parte de urânio depositada na placa.
Foi feito um estudo comparando as técnicas
para deposição por polarização direta e
polarização pulsada. Os resultados obtidos
indicam que a deposição por polarização
pulsada favorece a deposição de urânio,
como a de tório.
[144]Boulet B,Joubert L, Cote G,et al.(2008)
Theoretical study of the uranyl complexation
by hydroxamic and carboxylic acid groups.
Inorg
Chem
47:798391.doi:10.1021/ic7018633
[145]Mostafa(1999) Complexes of 2,5dihydroxy-1,4-benzoquinome
and
chloraniacid with second and third row
transition elements. Transit Met Chem
24:306-310
[146]Conama, “Resolução n 357, 18 de
março de 2005,” Diário Of., no. 053, pp. 58–
63, 2005.
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
Bolsa de Iniciação Científica CNPq/PIBIC
Espera-se que exista uma diferença na
quantidade de urânio depositada variando o
solvente utilizado para preparação da
solução, e o pH desta. Tendo em mente que
em meios altamente ácidos (pH <1.0) a
P á g . 178
Organização e Criação de Banco de Dados MSP-LIDAR
Marcelo Osneide Alfredo e Eduardo Landulfo
Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares - IPEN
INTRODUÇÃO
A partir de 2001 começou um esforço na
América
Latina
para
promover
a
comunicação e a cooperação entre os
membros
da
comunidade
científica
envolvida com pesquisas em aplicações
LIDAR (Light Detection and Ranging) na
atmosfera. Depois de muito esforço
colaborativo nos últimos 10 anos, foi
reconhecido
internacionalmente
e
a
comunidade de LIDAR da América Latina foi
encorajada a fundar uma rede de pesquisa
formal, a qual chamamos inicialmente
LaLinet (Latin America Lidar Network) e hoje
ALINE (American Lidar Network). Com a
continuidade das pesquisas, uma grande
quantidade de dados foram e são gerados
continuamente. Sendo assim, a melhor
forma
de
armazenar,
organizar
e
posteriormente distribuir em rede de forma
segura é com a criação de um Banco de
Dados que facilite a interação com o
sistema.
OBJETIVO
Podemos dividir o objetivo desse projeto em
duas partes, a Operacional e a Científica.
Operacionais:
Operação da rede de acordo com os
protocolos de medidas e análise de dados
implementados na ALINE.
Científicos
Como objetivos científicos temos, a
atualização continuada do sítio web com
todas as informações pertinentes à rede;
Garantir
que
as
estações
listadas
satisfaçam os requisitos estipulados pela
WMO/GAW e manutenção das descrições
de metadados no GAWSIS;
Categorizar a obtenção de medidas de
transporte de aerossóis em escala regional
e global: queima de biomassa, cinzas
vulcânicas e poeira desértica;
Categorizar os dados com os parâmetros
ópticos para aerossóis perfilados (extinção,
retroespalhamento, razão de LIDAR);
E por fim, organizar os resultados dos
estudos dos efeitos indiretos de aerossóis e
formação de nuvens.
METODOLOGIA
Foram utilizados os seguintes softwares no
desenvolvimento do projeto:
Edição: Microsoft Word, Excel e Google
Code.
Programação: PostgreSQL, PgAdminIII,
NetBeans-IDE e Java-SE.
Documentação:
Microsoft
Office
e
LibreOffice
Linguagem de programação: Java e SQL.
São descritos apenas os softwares usados
para desenvolvimento da programação do
banco de dados. O PostgreSQL é um
Sistema Gerenciador de Banco de Dados
(SGBD) completo e Open Soucer [1], ou
seja totalmente gratuito e com código aberto
para criação de Banco de Dados (BD). O
benefício
desta
ferramenta
é
sua
compatibilidade com outros softwares
necessários para uma boa conexão. O
PgAdminIII é um software para a
manipulação de um Banco de Dados na
forma gráfica, e também gratuita, distribuída
pelos
próprios
desenvolvedores
do
PostgreSQL, com os mesmos princípios de
licença livre. O NetBeans IDE é um
ambiente
de
desenvolvimento.
Uma
ferramenta para programadores, que
permite escrever, compilar, depurar e
instalar programas. O IDE é completamente
P á g . 179
escrito em Java, mas pode suportar
qualquer linguagem de programação. Existe
também um grande número de módulos
para estender as funcionalidades do IDE
NetBeans. O NetBeans IDE é um produto
livre, sem restrições à sua forma de
utilização. Para a criação e desenvolvimento
de ferramentas em Java faz-se necessário o
uso de suas ferramentas como o JDK e
JRE. Ambas são partes do conjunto de
software denominado Java SE.
RESULTADOS
A primeira etapa desenvolvida foi a criação
de uma Banco de Dados, para isso foi
utilizado o PostgreSQL como o fornecedor
de toda a arquitetura e estrutura lógica do
Sistema de Gerenciamento de Banco de
Dados, como a criação das tabelas lógicas,
segurança e ferramentas/software de
consultas otimizadas. O PgAdminIII foi
aplicado para facilitar a manipulação das
tabelas lógicas criando outras tabelas,
excluindo e inserindo dados no SGBD,
dispensando a utilização via linha de
comando. Assim, toda a manipulação foi
feita de forma gráfica. Por ser um recurso
limitado, fez-se necessário o conhecimento
da linguagem SQL (Structured Query
Language) para um banco de dado mais
completo. As tabelas criadas neste
processo foram baseadas nas informações
mais pertinentes ao grupo do Laboratório de
Aplicações Ambientais a Laser (LAAL),
situado no Centro de Lasers e Aplicações
no IPEN (Instituto de Pesquisas Energéticas
e Nucleares) como: dia, mês, ano e
comprimentos de ondas utilizados nas
medidas, usuário, armazenamento dos
arquivos gerado pelo LIDAR, sendo esses,
arquivos no formato binário que contém as
informações para serem tratadas e
transformadas em um gráfico da distribuição
vertical e de propriedades ópticas de
aerossóis atmosféricos. A segunda parte
consiste na criação de uma interface de
interação com o Banco de Dados (BD). A
linguagem escolhida foi Java, que fará uma
conexão ao Banco de Dados e o software
irá inserir, alterar ou excluir dados conforme
a necessidade do usuário, podendo assim,
após o tratamento dos dados, o usuário
armazenar novas informações no BD, ou
seja, metadados.
CONCLUSÕES
Com a proposta da criação de um Banco de
Dados do projeto, teremos um ganho em
segurança e na forma de organizar e
armazenar os dados gerados pelo sistema
MSP-LIDAR, possibilitando ao usuário fazer
pesquisas otimizadas por período, dia, mês,
ano, comprimento de onda, entre outros
aspectos técnicos. Outro grande benefício é
a criação de metadados, podendo o usuário
salvar informações referentes ao dia da
coleta dos dados, informação especificas
que facilitariam na hora de filtrar os dados
para novas pesquisas científicas dos
colaboradores do grupo. E também a forma
de disponibilizar tais informações em rede,
controlando o acesso e os dados a serem
compartilhados.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] The PostgreSQL Global Development
Group, Documentação do PostgreSQL
8.0.0; Projeto de Tradução para o
Português
do
Brasil; disponível
em: http://sourceforge.net/proje
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
Programa Institucional de Bolsas
Iniciação Científica – PIBIC/CNPq
de
P á g . 180
Preparação e Caracterização de Cerâmicas Porosas de Zircônia-Ítria
Maria José Lima Victor, Reginaldo Muccillo
Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares - IPEN
INTRODUÇÃO
O óxido de zircônio (zircônia, ZrO2) tem
várias fases estruturais, dependendo da
temperatura, sendo a fase cúbica estável a
T > 2300 °C. A adição de cátions aliovalentes permite estabilizar a fase cúbica na
temperatura ambiente, induzindo a formação de vacâncias de oxigênio para compensação de carga, tornando-a um condutor de
íons de oxigênio, sendo utilizada em sensores de oxigênio e em células a combustível
de óxido sólido (SOFC) operacionais a T >
800oC. A solução sólida mais estudada é a
de zircônia:ítria por causa das propriedades mecânica e elétrica. Cerâmicas de
ZrO2: 8 mol% Y2O3 são eletrocerâmicas
amplamente utilizadas em dispositivos
comerciais, tais como sensores de oxigênio
(para a medição do teor de oxigênio no cano
de escapamento de veículos, a fim de
otimizar a relação ar-combustível em
motores de combustão para um menor
consumo de combustível e diminuição da
poluição) e em SOFCs para a conversão de
energia química em elétrica. Cerâmicas
policristalinas podem ser preparadas com
baixo teor de poros ou com teor controlado
de porosidade, dependendo da aplicação.
Inúmeras técnicas foram desenvolvidas para
produzir cerâmicas porosas. A técnica
desenvolvida nesse trabalho foi a de moldes
sacrificiais, que consiste na pre-paração de
uma composição bifásica com-posta pelas
partículas de cerâmica e um material
distribuído homogeneamente, e depois
extraído termicamente para gerar poros.
Essa extração depende do tipo de formador
de poro. Normalmente o material sacrificial é
oxidado, decomposto ou vapori-zado
durante a sinterização, gerando ou deixando
poros na estrutura da cerâmica. Diferentes
tipos de formador de poros são utilizados,
incluindo amido, fibras orgânicas e sais[1].
SOFCs são dispositivos eletroquímicos que
convertem energia química de combustíveis
gasosos, como hidrogênio e gás natural, em
energia elétrica, produzindo corrente
contínua. A célula é basicamente composta
por um eletrólito sólido e dois eletrodos
porosos, o anodo e o catodo. Os materiais
mais comuns utilizados para a produção de
SOFCs são zircônia estabilizada com ítria
(YSZ) para o eletrólito sólido, manganita de
lantânio dopada com estrôncio para o
catodo e YSZ/níquel para o anodo. O anodo
poroso é geralmente preparado com grafite
como elemento formador de poros[2].
OBJETIVO
Preparação por meio de adição e remoção
térmica de NaCl, e caracterização elétrica,
por meio de medidas de espectroscopia de
impedância, de cerâmicas porosas de
zircônia: 8 mol% ítria.
METODOLOGIA
Foram preparadas amostras de ZrO2: 8
mol% Y2O3 por meio de homogeneização
em almofariz de ágata com NaCl. Foram
preparadas 8 amostras com diferentes
teores de NaCl: 0, 20, 30, 40, 50, 60, 70 e
80 peso%. Após as misturas, os pós foram
compactados unixialmente a 1 ton com
matriz de diâmetro 12 mm, e isostaticamnte
a 30000 psi. Todas as amostras foram
tratadas termicamente com taxa de
aquecimento de 5 °C/min e resfriamento
P á g . 181
10°C/min, com dois patamares a 800 °C/30
min e 1450 °C/1 h.
Para as medidas elétricas as cerâmicas
porosas sinterizadas tiveram pintadas as
faces paralelas com prata coloidal, sendo
efetuado tratamento térmico a 230 °C/30
min para eliminação do componente
orgânico. As medidas foram feitas em
câmara porta-amostra de alumina, inserida
em forno resistivo. A temperatura foi
monitorada com termopar de cromelalumel, sendo a força eletromotriz aferida
em multímetro Agilent U1252A. O comportamento
elétrico
foi
analisado
por
espectroscopia de impedância na faixa de
frequências de 5 Hz a 13 MHz, entre 200 oC
e 500oC em um analisador de impedância
HP 4192A. Um programa especial foi
utilizado para coleta de dados [-Z’’()x Z’()]
e deconvolução dos diagramas de
impedância.
- Z'' (kOhm.cm)
YSZ
Foram obtidas cerâmicas porosas de
zircônia:ítria por meio de mistura com
cloreto de sódio, seguida de tratamento
térmico para eliminação de NaCl e
densificação. Os diagramas de impedância
mostraram que quanto maior a temperatura
menor a resistividade elétrica e que
amostras com maior teor de poros
apresentavam também maior resistividade
elétrica.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[148] MINH, N.Q. Solid oxide fuel cell
technology – features and applications.
Solid State Ionics, V. 174, p. 271-277,
2004.
T = 394 °C
8
6
4
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
2
0
0
5
10
15
20
Z' (kOhm.cm)
- Z'' (kOhm.cm)
CONCLUSÕES
[147]COLOMBO, P. In Praise of Pores.
Science, V. 332, p. 381-383, 2008.
RESULTADOS
10
mol% ítria sem e com adição de formador
de poro (NaCl). O valor de resistividade total
(medido na intersecção do semicírculo de
baixas frequências com o eixo dos reais)
aumenta com a formação de poros pela
introdução e remoção de NaCl.
YSZ + 30% NaCl
50
T = 394 °C
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado
de S. Paulo - FAPESP, Conselho Nacional
de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq
40
30
20
10
0
0
20
40
60
80
100
Z' (kOhm.cm)
Figure 1. Diagramas de impedância de
cerâmica de zircônia:ítria com 30% e sem
adição de NaCl.
A Figura 1 mostra os diagramas de
impedância das cerâmicas de zircônia:8
P á g . 182
Caracterização Microestrutural da Liga Ti-6Al-4V Nitretada por Plasma
Mariana Ferreira Gutierrez da Silva e Antônio Augusto Couto
Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares - IPEN
INTRODUÇÃO
O titânio e suas ligas são excelentes
materiais
para
aplicações
como
componentes estruturais submetidos a
temperaturas elevadas. A liga Ti-6Al-4V é a
mais importante das ligas de titânio e tem
sido bastante utilizada nas indústrias
nuclear e aeronáutica, particularmente para
aplicações que requerem resistência em
altas temperaturas. A liga Ti-6Al-4V
apresenta na sua microestrutura as fases α
(estrutura cristalina hexagonal compacta) e
β (estrutura cristalina cúbica de corpo
centrado) [1,2]. Várias formas de nitretação
têm sido investigadas para melhorar as
propriedades superficiais das ligas à base
de titânio [3,4]. A nitretação por plasma das
ligas de titânio mostraram várias vantagens
sobre outros métodos, principalmente
devido à facilidade de despassivação
superficial por pulverização catódica,
reduzindo a quantidade de impurezas [4].
terceira com 50% de nitrogênio (4 horas a
750°C) e a quarta com 50% de nitrogênio (6
horas a 770°C). As amostras nitretadas
foram cortadas transversalmente, lixadas e
polidas. As amostras foram observadas por
microscopia óptica e eletrônica de
varredura. As amostras foram também
analisadas por difração de raios-X.
RESULTADOS
Na figura 1 são apresentadas amostras
nitretadas com diferentes teores de
nitrogênio. Nota-se uma variação das cores
devido à esta variação. Indicações na
literatura evidenciam que a cor próxima do
dourado (50% de nitrogênio) é a melhor
condição de formação de nitretos.
OBJETIVO
Este estudo tem como objetivo analisar os
parâmetros do processo de nitretação por
plasma na microestrutura da liga Ti-6Al-4V.
METODOLOGIA
Na preparação das amostras para
nitretação, primeiramente foi feito o
embutimento do material e logo em seguida
seu lixamento e polimento. Foram usadas
lixas de 120 a 4000. O polimento foi
executado com sílica coloidal. O processo
de nitretação por plasma foi executado
utilizando quatro condições com diferentes
quantidades de nitrogênio e em diferentes
temperaturas. A primeira amostra com 75%
de nitrogênio (4 horas a 770°C), a segunda
com 25% de nitrogênio (4 horas a 720°C), a
Figura 1: Fotografia das amostras nitretadas por
plasma com 25, 50 e 75% de nitrogênio.
Nas figuras 2 e 3 são apresentadas imagens
obtidas por microscopia óptica e eletrônica
de varredura das camadas nitretadas com
50% de nitrogênio. Na análise por difração
de raios-X desta amostra (Figura 4) foram
identificadas as fases α (estrutura cristalina
hexagonal compacta) e β (estrutura
cristalina cúbica de corpo centrado), os
nitretos TiN, Ti2N e o óxido de vanádio VO.
P á g . 183
Figura 2: Micrografia óptica em campo escuro da amostra
de Ti-6Al-4V nitretada por plasma com 50% de nitrogênio.
Figura 3: Micrografia da amostra de Ti-6Al-4V nitretada
por plasma com 50% de nitrogênio, observada por
microscopia eletrônica de varredura utilizando elétrons
secundários.
Figura 4: Difração de raios-X: 50% de N2.
CONCLUSÕES
Neste
trabalho
estudou-se
diversas
condições de nitretação por plasma da liga
Ti-6Al-4V para se verificar a espessura da
camada de nitretos e os compostos
formados. A amostra nitretada por 4 horas a
uma temperatura de 750°C em uma
atmosfera de 50% de nitrogênio foi a que
teve a maior espessura de camada de
nitretos com aproximadamente 12 μm. Em
todas as condições de nitretação foram
encontrados na análise por DRX a formação
das fases α e β, além dos compostos Ti2N,
TiN e VO.
Presented
on
Titanium USA 2013
Conference Proceedings. Titanium USA
2013, 2013.
[151] ZHECHEVA, A.; MALINOV, S.; SHA,
W. Titanium alloys after surface gas
nitriding. Surface and Coatings Technology,
v. 201, n. 6, p. 2467–2474, 2006.
[152] ROLINSKI,
E.;
SHARP,
G.;
COWGILL, D. F.; PETERMAN, D. J. Ion
nitriding of titanium alpha plus beta alloy for
fusion reactor applications. Journal of
Nuclear Materials, v. 252, n. 3, p. 200–208,
1998.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
[149] R. R. Boyer, “An overview on the use
of titanium in the aerospace industry,” Mater.
Sci. Eng. A, vol. 213, no. 1–2, pp. 103–114,
Aug. 1996.
CNPq, IPEN-CNEN
[150] H. R. Dalton, “Titanium Demand and
Trends in the Jet Engine Market,” in Paper
P á g . 184
Isolamento das Toxinas do Veneno de Crotalus durissus terrificus
Marina Gordillo Fernandes e Patrick Jack Spencer
Instituição de Pesquisas Energéticas e Nucleares – IPEN
INTRODUÇÃO
METODOLOGIA
O gênero de serpente Crotalus, existente
nas mais diversas regiões do Brasil tem
uma grande importância e vem sendo
bastante estudado. É representada por uma
única espécie, C. durissus, classificada em
subespécies como, C. d. terrificus, C. d.
ruruima, C. d collilineatus, C. d. cascavella e
C. d. marajoensis. A mais estuda é a C. d.
terrificus,
cujo
veneno
tem
ação
neurotóxica, miotoxica e coagulante, e as
toxinas que o compõe são crotoxina,
crotamina, giroxina e convulxina [1].
Os venenos de serpentes apresentam
diferentes
composições
químicas,
acarretando variações das propriedades
biológicas, toxicidades e características
farmacodinâmicas e farmacocinéticas. É de
suma importância a pesquisa sobre
caracterização das peçonhas pois contribui
para
um
melhor
conhecimento
da
fisiopatologia
do
envenenamento,
e
consequentemente leva a melhorias no
tratamento de acidentados. Os venenos de
serpentes são constituídos por proteínas e
peptídeos (90 %), sendo o restante,
carboidratos, nucleosídeos, aminas, cátions
metálicos, aminoácidos livres e lipídeos. [2].
O “pool” de veneno de C. d. terrificus foi
cedido gentilmente pelo Instituto Butantan já
liofilizado.
Foram
pesados
30 mg do veneno e dissolvidos em 0.6 ml
tampão Fosfato de sódio 20 mM em pH 7,5.
Para a caracterização do veneno no
equipamento AKTA Purifier, utilizamos a
coluna Superdex 75 10/300 GL (GE
Healthcare),
que
foi
previamente
ambientada com o tampão Fosfato de sódio.
Utilizamos absorbância de 280 nm, com
fluxo de 0,6 ml/min. Os picos indicados no
cromatograma foram coletados, congelados
à -80 ºC e liofilizados para a realização de
novos
experimentos,
que
serão:
Eletroforese (SDS-PAGE), western-blot e
cromatografia de troca iônica para
purificação final das toxinas.
OBJETIVO
O objetivo do trabalho é caracterizar as
frações do veneno bruto da espécie
Crotalus durissus terrificus.
RESULTADOS
A cromatografia de exclusão molecular
resultou em 5 picos (figura 1) que
representam as
principais frações do
veneno crotálico, sendo elas por ordem de
eluição :convulxina , giroxina , crotoxina,
crotamina, e, por último o pico V que vem
sendo estudado por apresentar intensa
atividade analgésica. Analisando as áreas
relativas dos picos, observamos que cerca
de 50 % da área total do cromatograma
corresponde ao pico da crotoxina (pico 3).
P á g . 185
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
III
CNPq
IV
I
II
V
Figura 1. Fracionamento do veneno de C. d.
terrificus por cromatografia de exclusão
molecular, correspondendo respectivamente a:
convulxina (I), giroxina (II), crotoxina (III),
crotamina (IV) e peptídeos (V).
CONCLUSÕES
O método cromatográfico foi eficiente no
isolamento das toxinas do veneno de C. d.
terrificus. O perfil obtido está em plena
consonância com a literatura [3].
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] CARVALHO, D. Efeitos comportamentais
do veneno de Crotalus durissus terrificus e
do soro anticrotálico em Ratos Wistar.
Dissertação – Instituto de Biociências da
Universidade de São Paulo, São Paulo.
2010.
[2] CAPRONI, P. Ação da Bothrops toxina-1
do veneno total de Bothrops jararacussu
irradiados sobre o sistema imune.
Dissertação (Mestrado) – Instituto de
Pesquisas
Energéticas
e
Nucleares,
Universidade de São Paulo, São Paulo
2009.
[3] AIRD SD, YATES JR 3RD, MARTINO
PA, SHABANOWITZ J, HUNT DF, KAISER
II.The amino acid sequence of the acidic
subunit B-chain of crotoxin. Biochim Biophys
Acta. Sep 3;1040 (2):217-24 1990.
P á g . 186
Estudo da energia mecânica necessária para a geração de pulsos
mecânicos em uma barra de Kolsky.
Maurilio Pereira Gomes - Jesualdo Luiz Rossi
Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares- IPEN
INTRODUÇÃO
A análise da resposta a pulsos mecânicos
em materiais a serem utilizados em
sistemas para transporte de substâncias
radioativas é uma das condições para a sua
respectiva seleção e dimensionamento.
Para que se faça a caracterização da
resposta dos materiais “candidatos” a este
tipo de solicitação é necessária a
construção de aparatos experimentais,
sendo que neles é aplicado um pulso
mecânico de forma controlada e com
parâmetros
conhecidos,
possibilitando
assim a obtenção das características
mecânicas do corpo de prova – aparato este
conhecido como barra de Kolsky.
A geração deste pulso mecânico é uma
etapa fundamental para que o ensaio seja
bem sucedido. A energia que se propaga
deverá ser gerada por um dispositivo que a
libere dentro da escala de tempo utilizada
no ensaio, ou seja, na ordem de
milissegundos. Sistemas explosivos e
sistemas de ar comprimido são capazes de
fornecer esta quantidade de energia no
tempo esperado, entretanto por razões de
segurança será utilizado o último.
OBJETIVO
O objetivo é o de construir um aparato para
caracterização mecânica de materiais
submetidos a altas taxas de deformação, tal
aparato é conhecido como barra de Kolsky.
Por este equipamento não ser produzido
industrialmente, houve a necessidade de
realizar a fabricação própria de todos os
seus elementos não normalizados.
Após o dimensionamento e detalhamento do
equipamento utilizando aplicativos 3d (vide
Fig. 1), verificou-se que uma parte crítica do
aparato seria o mancal de suporte das
barras, pois o ensaio é por sua vez
considerado unidimensional [1]. Portanto o
menor desalinhamento do aparato iria
causar uma distorção na onda mecânica de
compressão, que por sua vez poderá ser
detectada pelo extensômetros na superfície
das barras, obtendo assim resultados não
condizentes com a realidade.
Figura 1. Desenho do aparato.
METODOLOGIA
Um protótipo de mancal foi desenvolvido
com a ideia inicial de possibilitar o
alinhamento dos eixos x, y manualmente e
até mesmo com o auxílio de um servomotor, pois o alinhamento de todo o aparato
é de fundamental importância para a
obtenção de dados reais do comportamento
mecânico do corpo de prova.
Após essas definições de projeto, e
analisando as máquinas operatrizes e
ferramentas
disponíveis
para
serem
utilizadas, foi escolhido o material no qual o
mancal seria fabricado. O polipropileno foi
P á g . 187
escolhido por ter um custo relativamente
baixo, ter boa usinabilidade e ser de fácil
obtenção no comércio. A partir daí, foi feita
a aquisição de um blank retangular e
começou-se a realização das operações de
usinagem.
Então deu-se início as operações de
usinagem utilizando as seguintes máquinas
operatrizes: serra de fita vertical, fresadora
universal, furadeira de coordenada e torno
universal.
Figura 2. Montagem do mancal.
RESULTADOS
Após a usinagem de todas as peças de
fabricação própria, foi feito um levantamento
de todos os elementos normalizados
necessários para a montagem do mancal,
tais elementos foram: parafusos de cabeça
cilíndrica com sextavado interno (DIN 912),
pinos guia paralelo (ISO 2338) e parafusos
sem cabeça (DIN 916).
Então foi realizada a aquisição dos
elementos normalizados, e após isso com o
auxílio de ferramentas adequadas, foi
realizada a montagem do mancal conforme
Fig. 2.
Os resultados foram muito bons, sendo que
o mancal sofreu apenas algumas alterações
em relação ao seu desenvolvimento inicial,
pois nem tudo o que é projetado é viável
para a sua obtenção na prática. Depois as
alterações foram repassadas aos aplicativos
de CAD, concretizando assim o As Built do
mancal.
Para finalizar o mancal, resta apenas
projetar algum meio de acoplar o servomotor ao parafuso de movimento, para que
atual regulagem dos eixos x,y ao invés de
ser feita manualmente, possa ser feita
automaticamente.
Figura 3. Representação do sinal obtido [1].
CONCLUSÕES
Após a realização de simulações prática no
mancal protótipo, verificou-se que o mesmo
atende às necessidades para a qual foi
projetado. Para a total análise do
desempenho do mancal, é necessário
realizar a construção de todo o aparato,
este que por sua vez já está em construção.
Para a verificação do alinhamento dos
mancais no aparato (após a conclusão
completa do aparato) deve ser simulado um
ensaio, porém sem o corpo de prova, e
após o ensaio deve ser obtida os sinais
trapezoidais (vide Fig. 3).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] KOLSKY, H., (1963) “Stress Waves in
Solids”, Dover Publications, New York
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico
e
Tecnológico
CNPQ
P á g . 188
Determinação da Microestrutura e Tensão Residual de Ligas de Alumínio
Extrudadas AA 6082 e AA 6005A
Mayara Cardoso de Araujo e Antônio Augusto Couto
Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares - IPEN
INTRODUÇÃO
O
alumínio
possui
uma
excelente
combinação de propriedades, como alta
resistência a corrosão e baixo peso
específico. Por razões econômicas e
ambientais, as ligas Al-Mg-Si AA 6082 e AA
6005A são fortes candidatas à aplicação em
veículos de carga, razão da importância do
estudo da microestrutura e tensão residual
de barras jateadas com granalha de aço
destas ligas [1].
OBJETIVO
Estudar as curvas de dureza das ligas de
alumínio AA 6005A e AA 6082, variando-se
as condições dos tratamentos térmicos de
solubilização e de envelhecimento. Estudar
os efeitos do jateamento com granalha de
aço (shot peening) na tensão residual das
ligas de alumínio AA 6005A e AA 6082.
se o tempo de 30 minutos a 24 horas.
Foram realizadas cinco medidas de dureza
para cada amostra nas diversas condições.
O jateamento com granalhas de aço foi
realizado variando-se o tamanho e a
velocidade da esfera e o tempo de
exposição. A medição de tensão residual
superficial foi feita por difração de raios-X
utilizando-se um tubo de cromo em tensão
de 40 kV e corrente de 20 mA.
RESULTADOS
Nas figuras 1 e 2 são apresentados gráficos
com as curvas de dureza para as ligas AA
6082 e AA 6005A nas diferentes condições
de solubilização e envelhecimento. Na
tabela 1 são apresentados os resultados
preliminares de tensão residual, obtidos por
DRX, para os jateamentos com granalha de
aço.
METODOLOGIA
Inicialmente foram feitos tratamentos
térmicos de solubilização e envelhecimento
nas barras extrudadas das ligas de alumínio
6005A e 6082. Para os tratamentos
térmicos foram cortadas amostras de 10 mm
de comprimento. Os tratamentos térmicos
foram realizados em forno tipo mufla com
temperatura
controlada
utilizando-se
termopar do tipo K. A solubilização foi
realizada nas temperaturas de 545ºC e
560ºC por 30 minutos e resfriamento em
água. O envelhecimento foi feito nas
temperaturas de 175ºC e 185ºC, variando-
Figura 1: Valores de dureza da liga AA 6082
submetida à solubilização e envelhecimento.
P á g . 189
ao jateamento, as condições de maiores
valores de tensão residual de compressão
foram os cps 1 para a liga 6082 e 2 para a
liga 6005A.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] ASM HANDBOOK; Properties and
Selection: Nonferrous Alloys and Pure
Metals. The Ninth Edition of Metals
Handbook, v. 2, 1991.
Figura 2: Valores de dureza da liga AA 6005A
submetida à solubilização e envelhecimento.
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
CONCLUSÕES
CNPq, IPEN-CNEN
A amostra que obteve melhor resultado foi a
solubilizada a 560ºC e envelhecida a 185ºC
para a liga AA 6082 com tempo de
envelhecimento de 5 horas. Para a liga
6005A, a melhor condição foi a solubilizada
a 545ºC e envelhecida a 185ºC. Estas
condições foram escolhidas para a
realização dos jateamentos dos corpos de
prova para ensaios de fadiga. Com relação
Tabela 1: Valores de tensão residual, obtidos por DRX, das ligas AA 6082 e AA 6005A em
várias condições de jateamento com granalha de aço.
AA 6082
CP Rotação Corrente Tempo
1 1000 rpm
12A
120 s
2 1500 rpm
15A
90 s
3 2000 rpm
17A
30s
4 2500 rpm
20A
30s
5 3000 rpm
23A
30s
AA 6005A
CP Rotação Corrente Tempo
1 1000 rpm
12A
120 s
2 1500 rpm
15A
90 s
3 2000 rpm
17A
30s
4 2500 rpm
20A
30s
5 3000 rpm
23A
30s
Tensão Residual (MPa)
Tangencial
Longitudinal
-80
-82
-105
-92
-58
-64
-80
-69
-43
-49
-64
-64
-51
-51
-68
-59
-58
-53
-59
-53
Tensão Residual (MPa)
Tangencial
Longitudinal
-77
-91
-95
-91
-95
-107
-111
-96
-81
-92
-100
-106
-81
-80
-90
-91
-70
-74
-83
-79
P á g . 190
Caracterização Primária de Rejeitos Radioativos Líquidos da GRR
Nathália da Silva Couvo e Ademar José Potiens Júnior
Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares - IPEN
INTRODUÇÃO
METODOLOGIA
O Instituto de Pesquisas Energéticas e
Nucleares (IPEN) é responsável pelos
rejeitos radioativos gerados na própria
instituição, e além de receber, trata e
armazena rejeitos provenientes de outras
instalações radioativas, atuando como
depósito intermediário da CNEN (Comissão
Nacional de Energia Nuclear). A GRR
(Gerência de Rejeitos Radioativos) do IPEN
vem
desenvolvendo
métodos
para
caracterizar e tratar esses rejeitos.
A caracterização é realizada através de
técnicas de análise para emissão de
partículas alfa, beta ou gama. Para a
quantificação de partículas beta é utilizado
um equipamento analisador de cintilação
líquida, modelo HIDEX 300 SL, com um
amostrador automático e um conjunto de
três fotomultiplicadoras. Ele discrimina os
radionuclídeos emissores alfa e beta puros
das amostras [2], que podem ser medidas
em vials de 20 e 7 mL. As amostras a serem
analisadas no equipamento precisam ser
preparadas em triplicatas, assim como seus
respectivos
brancos,
com
solução
cintiladora e colocadas em vials de 20 mL.
Sendo assim, a proporção de amostra para
solução cintiladora não pode passar desse
volume. Uma solução cintiladora, ou
coquetel de cintilação, é constituído por
duas ou mais substâncias que possuem a
função
de
produzir
fótons,
com
comprimentos de onda adequados à
máxima
sensibilização
do
tubo
fotomultiplicador utilizado, e, ao mesmo
tempo, servir de suporte de fonte para a
amostra radioativa que se deseja medir.
A gerência de rejeitos radioativos (GRR) é
responsável pelas etapas de coleta,
segregação, caracterização primária, prétratamento, tratamento, acondicionamento,
armazenagem temporária, transporte e
deposição final do rejeito [1]. A etapa
abordada nesse trabalho é a de
caracterização primária, onde é definido o
destino final do rejeito radioativo, ou seja, se
o rejeito pode ser liberado para o meio
ambiente, obedecendo a limites de dispensa
estabelecidos pela norma (CNEN 112/11),
ou deve receber o tratamento adequado.
OBJETIVO
O objetivo da pesquisa é inicializar técnicas
de caracterização primária de rejeitos
radioativos líquidos presentes na GRR
através do equipamento HIDEX 300 SL.
Para isso, primeiramente, será realizada a
validação dos resultados do equipamento
através
do
Programa
Nacional de
Intercomparação;
em
seguida,
a
caracterização do rejeito. Se constatado
rejeito radioativo, proceder seu tratamento;
e posteriormente, análise para certificar se o
material radioativo foi eliminado.
A fim de estabelecer qual a proporção de
amostra para solução cintiladora que
fornece melhor resultado, com menor desvio
padrão
e
coeficiente
de
variação,
analisaram-se quatro amostras contendo 1,
2, 3 e 4 mL de trítio. Para a obtenção dos
resultados
foi
utilizado
o
software
desenvolvido para o próprio detector
(Mikrowin 2000), que permitiu que os
resultados fossem importados para o Excel,
e assim, devidamente trabalhados: o branco
foi subtraído das amostras, as atividades
dadas pelo equipamento foram convertidas
em becquerel por litro, calculou-se a média
P á g . 191
aritmética das triplicatas e, então se obteve
os desvios padrões e coeficientes de
variação.
– Aplicações. Instituto de Pesquisas
MARUMO Energéticas e Nucleares, 2010.
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
RESULTADOS
CNPq
A amostra com proporção de 2 mL de
amostra para 18 mL de solução cintiladora
obteve melhor reprodutibilidade, sendo seu
desvio padrão e coeficiente de variação,
respectivamente, 7,863 e 1,592.
Para a validação do método do
equipamento, enviou-se os dados obtidos
na análise de 2 mL para o Instituto de
Radioproteção e Dosimetria (IRD) que
avalia os resultados do Programa Nacional
de Intercomparação (PNI). Em resposta, o
IRD retornou os resultados da avaliação,
neles constaram que as analises feitas no
detector HIDEX 300 SL estão dentro do
intervalo de valores aceitáveis, entre os
limites do controle.
CONCLUSÕES
A partir dos dados obtidos no teste dos
volumes de amostra versus solução
cintiladora, e sua posterior verificação pelo
IRD, foi estabelecido um protocolo de
preparação de amostra onde as análises
obtêm bons resultados, o que é ideal para a
caracterização dos rejeitos radioativos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[153] HIROMOTO, G.; DELLAMANO, J. C.;,
J. T.; ENDO, L.S.; VICENTE, R.;
HIRAYAMA, T. Introdução à Gerência de
Rejeitos Radioativos. Instituto de Pesquisas
Energéticas e Nucleares, São Paulo. 1999.
[2] BARRIO, Graciela: Desenvolvimento de
tecnologias de preparo de geradores de
90Sr/90Y na diretoria de radiofarmácia do
IPEN/CNEN-SP, São Paulo, 2010. 118 p.
Dissertação apresentada como parte do
requisito para obtenção do grau de Mestre
em Ciências na Área de Tecnologia Nuclear
P á g . 192
Cálculo de Correlação de Atividades para Caracterização de Rejeitos
Radioativos
Paloma Suzane Cabrera e Roberto Vicente
Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares - IPEN
INTRODUÇÃO
O IEA-R1 é um reator tipo piscina aberta,
cujo núcleo está imerso sob uma coluna de
água desmineralizada que age como líquido
refrigerante e também como blindagem
biológica e refletor de nêutrons. Atualmente,
o combustível nuclear de tal reator é
constituído por 3gUcm-3 de U3Si2 disperso
em uma matriz de alumínio com grau de
enriquecimento do isótopo 235-U igual a
19,75%.
A água presente no reator está sujeita à
presença de radionuclídeos gerados pela
ativação do material estrutural, irradiação de
urânio contaminante presente em baixa
concentração na superfície externa do
combustível nuclear ou ainda, proveniente
de vazamentos ocorridos a partir de
descontinuidades no próprio revestimento
do combustível nuclear. Assim, para garantir
a desmineralização, a água do reator passa
por um sistema de filtragem constituída por
filtros a fim de que a concentração de
impurezas permaneça em torno de 2 ppm
em substâncias solúveis.
Este trabalho trata de dois tipos de rejeitos
gerados no processo de filtragem da água
do reator IEA-R1: carvão ativado e resinas
de troca iônica.
OBJETIVO
O objetivo deste trabalho é colaborar com
os diversos trabalhos realizados na
Gerência de Rejeitos Radioativos, do IPEN
no sentido de desenvolver métodos de
caracterização de rejeitos, neste caso em
particular, para os rejeitos gerados no
tratamento da água de resfriamento do
reator nuclear IEA-R1 do IPEN.
METODOLOGIA
Analisou-se os dados disponíveis no IPEN
para estas duas matrizes de rejeito, de
forma a relacioná-los e comprová-los a partir
de comparação de resultados.
Os
radionuclídeos
emissores
gama
(produtos de fissão e ativação) e os
radionuclídeos emissores beta exclusivos
(produtos de fissão e ativação encontrados
nos rejeitos avaliados foram divididos entre
RCs e RDMs.
São chamados Radionuclídeos Chaves
(RCs) os radionuclídeos que podem ser
detectados utilizando métodos externos e
simples (emitem raios gama com frequência
e energia suficientemente alta para permitir
a detecção de forma simples; têm meia vida
suficientemente longa; estão presentes em
quantidades significativas).
Já os
Radionuclídeos de Difícil Medição (RDMs)
são aqueles cuja detecção é dificultada e
requer métodos radioquímicos complexos
(não emitem raios gama ou raios-x; emitem
raios gama ou raios-x com energia e/ou
intensidades muito baixas; têm baixa
atividade por terem meia vida muito longa;
são gerados em pouca quantidade ou estão
presentes em pequena quantidade no
rejeito).
O método de fatores de escala permite uma
estimativa das concentrações de atividade a
partir da correlação entre um RDM e um
RC, já que se espera tal correlação entre
RDMs e RCs produzidos de forma
P á g . 193
semelhante ou que tenham características
químicas próximas.
um intervalor dentro do qual se encontra o
valor verdadeiro da atividade de cada
tambor.
RESULTADOS
Após avaliar a matriz de rejeito, foram
considerados RDMS: 3-H; 14-C; 55-Fe; 59Ni; 63-Ni; 90-Sr; 99-Tc; 108m-Ag; 129-I;
135-Cs; 234-U; 235-U; 236-U; 238-U; 237Np; 238-Pu; 239-Pu; 240-Pu; 241-Pu; 241Am; 243-Am; 242-Cm; 243-Cm e 244-Cm.
Além disso, identificou-se como RCs: 60-Co
e 137-Cs.
A partir dos fatores de escala e
concentrações de atividade de cada
radionuclídeo disponíveis [1] e dos valores
de atividade total dos RCs em cada tambor
[2] determinou-se os valores de atividade
total de cada um dos RDMs em cada
tambor.
CONCLUSÕES
Os trabalhos desenvolvidos na GRR [1,2]
foram relacionados de forma que obteve-se
valores para as atividades totais de cada
RDM relacionando-os a dois RCs. Os
resultados mostraram-se compatíveis do
ponto de vista da gestão de rejeitos
radioativos. Todos os tambores foram
caracterizados de forma a determinar não
somente os radionuclídeos contidos no
tambor, mas também a atividade de cada
um deles e, por fim, a atividade total de
cada tambor.
Embora não seja possível determinar as
incertezas de tais valores, a compatibilidade
e veracidade de tais dados podem ser
afirmadas quando os valores para as
atividades totais obtidas para cada tambor
utilizando o método dos fatores de escala
são comparados com os valores obtidos
pelo produto da massa de cada tambor pela
concentração de atividade de cada
radionuclídeo no tambor. Dessa forma, a
diferença entre as atividades obtidas pelos
diferentes métodos pode ser considerada
Esta aproximação, do ponto de vista da
gestão de rejeitos radioativos, tem se
mostrado coerente com fatores econômicos,
sociais e éticos. Sendo assim, no caso de
tambores que contém mais água que
material sólido absorvedor, embora a
caracterização tenha sido particularmente
mais difícil e os resultados obtidos pelos
diferentes métodos não compatíveis entre
si. Nestes casos as atividades são
seguramente menores que no caso dos
demais tambores, de forma que trata-los
como os demais já assegura a correta
gestão dos resíduos.
O método dos fatores de escala mostrou-se
simples e verídico, de forma que
futuramente, seu uso poderá não somente
facilitar como demandar menos tempo e
gastos financeiros para promover a
caracterização de outros rejeitos do reator
IEA-R1.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[154]Taddei, Maria Helena T., Determinação
de fatores de escala para estimativa do
inventário de radionuclídeos em rejeitos de
média e baixa atividades do reator IEA-R1,
2010.
[155]Souza, Daiane de Desenvolvimento de
método para caracterização de embalados
de rejeitos radioativos, 2013.
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico (CNPq).
P á g . 194
Caracterização Físico-Química das Cerâmicas Arqueológicas de Cusco Peru
Patricia Ramos Carvalho; Casimiro Sepúlveda Munita
Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares – IPEN
INTRODUÇÃO
Um dos principais objetivos da arqueologia
é a reconstrução da cultura e história das
sociedades passadas, por meio de sua
cultura material, ou registro arqueológico [1].
As análises físico-químicas dos vestígios
arqueológicos têm sido realizadas por meio
das ciências exatas sob a denominação de
Arqueometria, uma área interdisciplinar de
estudos que liga as ciências exatas à
conservação, restauração e estudo do
patrimônio.
As cerâmicas tem sido o principal foco de
estudos arqueométricos devido ao fato de
serem encontradas com maior frequência
nos sítios arqueológicos, por serem
duráveis e resistentes às variações
climáticas.
Para a determinação da composição
química dos fragmentos cerâmicos, o
método da análise por ativação com
nêutrons instrumental (INAA) se destaca por
apresentar várias vantagens, entre outras,
por ser multielementar [2].
Devido à determinação quantitativa de
vários elementos, se faz necessário utilizar
métodos estatísticos multivariados para
agrupar as amostras por sua composição
química, de forma que os grupos formados
tenham algum significado arqueológico e/ou
geoquímico [3].
Os estudos de datação representam um
campo
importante
para
teorias
arqueológicas, permitindo contextualizar os
vestígios arqueológicos em seu espaço
temporal. Dentre os métodos físicos
existentes para esse estudo se destaca o de
termoluminescência (TL) [4].
Para o entendimento da tecnologia
empregada pelos povos antigos na
fabricação de utensílios cerâmicos utiliza-se
o estudo da temperatura de queima. Entre
os
métodos
existentes
para
sua
determinação, o mais usado, é a
ressonância
paramagnética
eletrônica
(EPR), que baseia-se na mudança das
características físicas que ocorre quando a
argila sofre aquecimento.
Neste trabalho, os estudos das cerâmicas
arqueológicas,
em
seu
contexto
arqueológico,
visam
compreender
a
ocupação das sociedades Incas e pré-Incas
que habitaram a região e entender o modo
de vida das comunidades e seu
desenvolvimento tecnológico.
OBJETIVO
Trata-se de um estudo interdisciplinar
envolvendo a aplicação de três técnicas
analíticas, INAA, TL e EPR a 48 fragmentos
cerâmicos de Cusco; Peru, proveniente dos
sítios arqueológicos Batan Urqu Waro,
Quenqo Pas, Ollanta Urubumba, Qotaqalle
San Sebastian e Quiscapata San Cristobal.
O conjunto das análises tem como propósito
contribuir com a discussão sobre os
materiais empregados na sua manufatura, a
tecnologia utilizada na sua produção e a
determinação da idade dos objetos
cerâmicos visando encontrar a relação com
os dados arqueológicos já existentes.
METODOLOGIA
Inicialmente, para a análise por INAA, as
amostras na forma de pó foram irradiadas
por 8 h sob um fluxo de nêutrons térmicos
da
ordem
de
1012n.cm-2.s-1,
onde
realizaram-se duas medidas, determinando:
P á g . 195
após 7 dias de decaimento K, La, Lu, Na,
Nd, Sm, U e Yb e após 25-30 dias de
decaimento, Ce, Co, Cr, Cs, Eu, Fe, Hf, Rb,
Sc, Ta, Tb e Th.
O método da datação por TL consiste em
submeter a amostra, na forma de pó, à um
tratamento químico para extração dos grãos
de quartzo, que posteriormente foram
irradiados com radiação-. A idade da
cerâmica é dada pela razão entre a dose
acumulada (Dac) e a dose anual (Da). A Dac
foi determinada extrapolando a curva de
calibração, que relaciona a intensidade de
luz emitida com a dose de radiação
absorvida, até o eixo, e a Da foi calculada
através de valores tabelados, utilizando
como parâmetro as concentrações de U, Th
e K, e informações como a altitude,
longitude e profundidade, na qual as
amostras se encontravam quando foram
coletas.
Para o estudo por EPR separam-se 10
alíquotas de cada amostra, dessas 9 foram
queimadas em mufla a partir de 400 °C, em
incrementos de 50 °C, até 850 °C, por 30
min. Utilizando um espectrômetro EPR
Bruker EMX, monitoraram se os valores de
temperatura até que o valor de sofra uma
variação, pois a temperatura ou faixa de
temperatura em que isso ocorre é a
temperatura na qual o material cerâmico foi
queimado.
RESULTADOS
Inicialmente, determinou-se a precisão do
método de INAA por meio da análise de 18
amostras do material de referência IAEA
Soil–7. O estudo da precisão do método
mostrou que os elementos Na, K, La, Sm,
Yb, Sc, Cr, Fe, Cs, Ce, Eu, Hf e Th
apresentaram uma precisão ≤ 10%, os que
foram usados no estudos subsequentes.
A análise por INAA teve como propósito
estudar a similaridade/dissimilaridade entre
as amostras. Os resultados foram
interpretados por métodos estatísticos
multivariados:
como
análise
de
conglomerados, análise discriminante e
gráficos biplots. Mostrando a existência de
três grupos composicionais distintos, onde a
proveniência dos sítios arqueológicos não
influenciou na sua formação. Escolheram-se
2 amostras de cada grupo de composição
química similar, para realizar a datação e
determinar a temperatura de queima. Os
resultados de TL mostraram que as idades
variam de 574±166 a 1505±152 anos d.C. O
estudo por EPR permitiu inferir que a
temperatura de queima das cerâmicas foi
inferior a 600º C.
CONCLUSÕES
A análise das 48 amostras dos 5 sítios de
Cusco, Peru, mostrou que a pasta usada na
fabricação das peças cerâmicas é diferente
entre os sítios. Esta diferenciação não é
concordante com a localização dos
mesmos. Fato justificado pelo estudo da
variação temporal, onde há dois grupos de
amostras pertencentes ao período da
civilização Inca e um grupo pertencente ao
período pré-inca. Pelo estudo de EPR, não
foi possível diferenciar as amostras de cada
grupo. Os resultados encontrados neste
trabalho são concordantes com os dados
arqueológicos da região.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[156]Jones, A. Archeometry, 46, 327-338,
2004.
[157]Glascock, D., Neff, H., Vaughn, J.
HyperfineInteracyions, 154, 95-105, 2004.
[158]Munita, S. Canindé, 6, 159-181, 2005.
[159]Rocca, R. Tese (Doutorado) – Instituto
de Física, Universidade de São Paulo, 2012.
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
CNPq – CNEN.
P á g . 196
Caracterização bioquímica via Espectroscopia de Absorção no
Infravermelho por transformada de Fourier (FTIR) de pele sadia após lesão
térmica
Pedro A. A. de Castro; Denise Maria Zezell
Laboratório de Biofotônica, Centro de Lasers e Aplicações, Instituo de Pesquisas
Energéticas e Nucleares, IPEN-CNEN/SP
INTRODUÇÃO
As queimaduras são lesões desencadeadas
por agentes físicos, químicos, elétricos e
térmicos os quais resultam em níveis
variados de perda tecidual. Essas lesões
causam alterações na estrutura anatômica
da pele associadas a trauma e assim
ocasionando às vítimas perda de líquido
corpóreo, injúria no sistema vascular
cutâneo e retardando o processo de
cicatrização. Nesse sentido, o tratamento de
queimaduras é ditado pela profundidade das
lesões e a biopsia da região queimada é o
método mais recorrente para se avaliar o
grau de queimadura. No entanto, a biópsia é
um processo caro, requer alto consumo de
tempo e deixa cicatriz no local[1]. Assim, a
técnica de infravermelho por transformada
de Fourier (FTIR) consegue colaborar neste
contexto porque têm-se obtidos bons
resultados
quando
aplicada
para
caracterização de tecidos biológicos.
Ressalta-se também, FTIR, ser uma técnica
não destrutiva e menos invasiva do que a
biopsia.
Esse trabalho, concebendo a importância de
um diagnóstico precoce para queimaduras,
avalia alterações bioquímicas em pele
sadia, pele debridada e pele queimada.
METODOLOGIA
As amostras de pele de ratos Wistar
utilizadas
são
originadas
de
um
doutoramento desenvolvido anteriormente
no laboratório de Biofotônica[2]. Os
espectros FTIR foram obtidos usando um
espectrofotômetro interferométrico (Thermo
Nicolet Instruments, 6700 USA) no modo de
reflexão total atenuada (ATR).
Na sequência, aplicou-se nos espectros a
normalização vetorial.
Com intuito de
determinar a posição exata dos modos
vibracionais sobrepostos no espectro bruto,
submeteu-se análise de segunda derivada.
E, para melhores resultados com mínimo de
ruído, adotou-se filtro de suavização de
Savitzky-Golay com janelas de 11 pontos.
RESULTADOS
A espectroscopia ATR-FTIR serviu de
método instrumental para comparar as
características bioquímicas apresentadas
pelas lesões térmicas em pele normal de
rato Wistar. Observa-se, pela Figura 1, o
espectro médio de cada grupo na região de
900 cm-1 a 1800 cm-1 porque é o intervalo
correspondente a modos vibracionais de
importantes componentes bioquímicos dos
tecidos biológicos.
OBJETIVO
Avaliar as características bioquímicas de
pele queimada, pele debridada e pele
queimada pela técnica FTIR.
P á g . 197
CONCLUSÕES
Figura 1. Espectros médios de cada grupo
Nota-se, na Figura 1, a sobreposição de
bandas no espectro e para prover condições
de reconhecimento das características
bioquímicas faz-se útil calcular a derivada
de segunda ordem da absorbância dos
espectros obtidos. Nessa perspectiva, a
sensibilidade apresentada pela derivada de
segunda ordem faz com que ocorra
maximização de inclinações, ruídos e
pequenas flutuações decorrente dos
artefatos da técnica e por consequência
promovendo
vales
os
quais
não
representam modos vibracionais. A partir
disso, para reduzir a presença destes vales
os
quais
não
detêm
significância
espectroscópica, submeteu-se a segunda
derivada de todos os espectros a
suavização de Savitzky-Golay, conforme
mostra a Figura 2.
Os espectros de pele sadia, pele debridada
e pele queimada apresentam perfil distintos
no conteúdo proteico. Nesse sentido, a
espectroscopia ATR-FTIR expressa grande
potencial para o estudo bioquímico de
lesões térmicas no tecido cutâneo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[160]PAPP, a. K. et al. The progression of
burn depth in experimental burns: A
histological and methodological study.
Burns, Burn Unit, Departament of Sugery,
Kuopio University Hospital, P.O
[161]SANTOS, Moisés Oliveira dos. Ablação
de pele queimada com laser de pulsos ultracurtos para promoção da cicatrização.
Avaliação por tomografia por coerência
óptica, histologia, μATR-FTIR e microscopia
não-linear. 2012. Tese (Doutorado em
Tecnologia Nuclear - Materiais) - Instituto de
Pesquisas
Energéticas
e
Nucleares,
University of São Paulo, São Paulo, 2012.
[162]ALBERTS,B. et al. Biologia Molecular
da Célula. Artmed, 2010. p. 1728
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
INCT/CNPq INFO (Proc. 573.916/2008-0)
Figura 2. Derivada e suavização SavitskyGolay
As bandas localizadas na região de 1500
cm-1 e 1700 cm-1 correspondem a modos
vibracionais provenientes de ligações
peptídicas e estrutura secundária de
proteínas[3]. Conforme, demonstra Figura 2,
as bandas de Amida I e Amida II
caracterizam diferenças de intensidade.
P á g . 198
Crescimento de fibras monocristalinas pela Técnica de micro-pulling down
de LiLa(WO4)2 Puro e Dopado com Yb para Estudos de Ação Laser
Rafael Lima Denaldi e Sonia Licia Baldochi
Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares – IPEN
INTRODUÇÃO
Matrizes laser ativas na forma de fibras
monocristalinas
apresentam-se
como
alternativa interessante em relação aos já
conhecidos cristais volumétricos. Para
aplicações laser, as propriedades de guia de
onda de materiais em forma de fibra podem
ser combinadas com as propriedades de
conversão dos cristais laser e suas
características de absorção e emissão que
permitem largas secções de choque de
absorção e emissão. Ainda, a alta razão de
aspecto (relação comprimento/diâmetro) das
fibras permite uma maior eficiência na
retirada do calor gerado, aumentando a
potência do laser, sendo muito promissoras
para o desenvolvimento de lasers
compactos. O método de micro-pulling down
(m-PD) [1], permite o crescimento de fibras
monocristalinas com alta velocidade de
puxamento, resultando na obtenção de
amostras cristalinas de forma mais rápida
comparativamente aos cristais “bulk”.
incongruente do composto LLW [2]. A
mistura foi aquecida a taxa de 50°C/h e
tratada à temperatura de 700°C por 48h.
Para o puxamento de fibras monocristalinas
foi utilizado um forno resistivo comercial de
m-PD da Linn Therm. Os cadinhos foram
preparados manualmente a partir de chapas
de platina e capilares de 1,2mm de diâmetro
interno e 2mm de comprimento. A soldagem
dos capilares nos cadinhos foi realizada
termicamente, no próprio equipamento de
m-PD, e/ou por soldagem a laser. A Figura
1 apresenta um esquema do processo de
m-PD.
OBJETIVO
Estudar e otimizar o crescimento de fibras
monocristalinas, com orientações definidas,
da matriz laser LiLa(WO4)2 (LLW), pura e
dopada com Yb, através do método de mPD.
METODOLOGIA
Para
o
processo
de
crescimento
inicialmente
foram
sintetizados
os
compostos de partida através da reação de
estado sólido de 52% mol de Li2W 2O7 e
48% mol de La2W 2O9, o excesso de Li na
composição é necessário devido a fusão
Figura 20. Diagrama do sistema m-PD resistivo.
Para obtenção de sementes orientadas
utilizou-se o método de Laue. Para
preparação prévia de sementes utilizou-se
um cristal de NaLa(WO4)2:Nd, de estrutura
tetragonal análoga ao LLW. A análise do
padrão de difração foi realizada utilizando-se
o software CLIP [3]. A caracterização por
difração de raios-X (DRX) foi realizada em
um equipamento da Rigaku DMAXB. Os
dados foram coletados a temperatura
ambiente, no intervalo 2θ de 10° a 100° e
varredura em passos de 0.02°/10s.
P á g . 199
RESULTADOS
A análise por DRX do material sintetizado
(Figura 2) evidenciou a presença de três
fases: Li2W 2O7, La2W 2O9 e LLW conforme
esperado. Este material com excesso de Li
foi utilizado no processo de puxamento das
fibras monocristalinas.
Figura 4. Difratograma de Laue de um cristal “bulk” de
NLW:Nd utilizado para corte de sementes.
Foram obtidas fibras com até 20mm de
comprimento e 1,0 mm de diâmetro. A
orientação das fibras crescidas está sendo
analisada para comparação com a
orientação inicial da semente.
Figura 21. DRX do LLW após sinterização por
reação de estado sólido.
A utilização de cadinhos soldados no próprio
equipamento de m-PD resultou em
vazamento de material; cadinhos soldados a
laser não apresentaram este problema,
favorecendo inicialmente o crescimento de
fibras com boa transparência, mas que
ficaram opacas ao longo do processo de
puxamento. Este problema decorre de um
elevado gradiente térmico na região do
menisco (fase líquida). Para ajuste do
gradiente de temperatura o after-heater foi
reposicionado diminuindo-se a distância
deste ao cadinho. A correção possibilitou o
crescimento de fibras transparentes de
LLW, livres de defeitos macroscópicos. A
partir da mesma configuração experimental
foram também crescidas fibras de LLW
dopadas com 2% mol de Yb (Figura 3). O
crescimento foi efetuado à velocidade de
puxamento de 0,09mm/min, sendo utilizada
semente orientada previamente. A Figura 4
mostra o difratograma de Laue do cristal
orientado para corte da semente.
CONCLUSÕES
O crescimento de LLW:Yb mostrou-se mais
estável do que a partir da matriz pura. A
distância entre o cadinho e o after heater é
um parâmetro essencial para o ajuste do
crescimento devido à formação de um
gradiente de temperatura que favorece a
cristalização da forma desejada. A partir dos
materiais obtidos será possível dar
continuidade ao processo de caracterização
das fibras crescidas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[163] T. Fukuda, P. Rudolph, S. Uda (eds.),
Fiber crystal growth from the melt, Advances
in Materials Research (2004).
[164] De Moraes, J. R. Dissertação de
Doutorado. IPEN/USP (2013).
[165] Site: www.iucr.org.br
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
Os autores agradecem ao CNPq pelo apoio
financeiro.
Figura 3. Microscopia Ótica da região central de
uma fibra de LLW:Yb (2%mol).
P á g . 200
Projeto Mecânico de Componentes para Medição Precisa de Micro Torques
em Dispositivo de Avaliação de Implantes
Raphael Pascoato e Jesualdo Luiz Rossi
Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares – IPEN
INTRODUÇÃO
METODOLOGIA
O controle do torque de fixação de
elementos roscados (porcas, parafusos,
etc.)
constitui
fator
importante
em
equipamentos utilizados na indústria, pois,
se adequadamente utilizados, garantem a
repetibilidade dos apertos dos elementos de
fixação, nas linhas de montagem de
máquinas e equipamentos. No caso da
fixação de implantes ortopédicos e
especialmente dentários, estes devem
sofrer apertos em torques menores que 80
Ncm [1]. Devido aos valores pequenos das
medidas da grandeza mecânica torque, as
dimensões e materiais utilizados na
confecção dos elementos mecânicos do
dispositivo de medição [2] devem ser
calculados e escolhidos com bastante
cuidado e baseando-se em projetos que
busquem isolar as influências de cargas
mecânicas indesejadas.
Este trabalho foi dividido em duas etapas:
1.
Determinação das cargas de torção
na barra de torque do protótipo de microtorquímetro,
2.
Proposição de nova geometria e
recálculo dos esforços na barra de microtorque, proporcionando importante aumento
da deformação de torção em cerca de três
vezes.
Na Fig. 1 é mostrada uma imagem da barra
de micro-torque do protótipo [2], analisada
na primeira etapa do trabalho. Para este
componente, foram calculados o momento
de inércia e o momento de resistência à
torção, e a deformação devida à torção do
componente devida à carga de torção de
operação do protótipo.
OBJETIVO
Investigar os esforços mecânicos envolvidos
em componentes de um dispositivo de
medição de micro-torque, para a inserção
de próteses e pilares dentários. Após esta
etapa do trabalho deverão ser propostas
alterações do projeto com o objetivo de
aumentar a sensibilidade do equipamento
em três vezes, em relação ao protótipo
original.
Figura 1. Imagem da barra de torque
original do protótipo de dispositivo para
medição de micro-torques, com
indicação dos componentes à ela
acoplados [2].
Foi concebida uma nova geometria para a
barra de torque, aumentando a sua
resistência à flexão vertical e a sua
deformação angular. Esta nova concepção
de geometria é apresentada na Fig. 2.
Novamente, foi calculada a resistência à
P á g . 201
torção, para, a seguir, ser comparada
àquela do projeto original.
12 mm e largura de 18 mm (espaço
necessário para colar o strain gage):
0,492858°,
um
aumento
de
aproximadamente 6 vezes em relação a
seção tubular da barra de torque original.
Para a mesma lâmina, com espessura de 3
mm, a deformação angular iguala-se a 2,5
vezes aquela da deformação da barra e
torque original.
CONCLUSÃO
Figura 2. Imagem gerada em aplicativo
CAD, onde é apresentada a nova
concepção da barra de torque. A
extremidade em verde é dedicada à
fixação no dispositivo base; em amarelo
tem-se a região de fixação direta de
ferramenta e em vermelho, a lâmina onde
é fixado o strain gage.
Para a determinação das resistências
mecânicas foram utilizadas as seguintes
equações [3]:
Para a deformação angular do tubo:
J

 D 4  d 4 
64
T  L  64
G   D4  d 4


Para a deformação angular da lâmina:
1
b
b 4 

J  ab 3   0,21 1 
a  12  a 4 
3

TL
JG
A análise comparativa do comportamento
mecânico das geometrias, original e
proposta, apresentou resultados favoráveis
à substituição da barra de torque de um
modelo tubular, para um modelo plano
aumentando em 2,5 vezes a deformação
angular, favorecendo, assim o aumento da
sensibilidade do dispositivo de medição de
micro-torques.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] MUCSI, C. S.;
NOGUEIRA E. J.;
ARANHA, L. C.; CEONI, F. C.; ROSSI, J. L.
Desenvolvimentos
de
tecnologia
e
dispositivo para a medição de torque de
fixação de elementos roscados. 5º
Congresso
Científico
da
Semana
Tecnológica - IFSP. 2014, 20-24 out. 2014,
Bragança Paulista, SP, Brasil.
[2] LIOUBAVINA-HACK, N.; LANG N.P,
KARRING T. Significance of primary stability
for osseointegration of dental implants. Clin.
Oral Implants Res. v. 17, p. 244-250, 2006.
[3] YOUNG, W. C; BUDYNAS, R. G.
Roark's formulas for stress & strain. 7th
Edition. McGraw-Hill Co., Sept. 13, 2001.
851 p.
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
RESULTADOS
Os resultados obtidos, para a torção de uma
lâmina com 2 mm de espessura, altura de
Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico - CNPq.
P á g . 202
Síntese de Nanopartículas de Molibdatos e de Tungstatos de Terras Raras
com Propriedades Luminescentes para Aplicação em Dosimetria
Renan Paes Moreira e Maria Claudia França da Cunha Felinto
Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares - IPEN
INTRODUÇÃO
Recentes
avanços
em
nanocristais
semicondutores (quantum dots) abriram um
promissor
campo
em
direção
ao
desenvolvimento de uma nova geração de
marcadores luminescentes. Sugere-se que
estes materiais são melhores agentes
marcadores que os materiais orgânicos
comumente usados [1].
As vantagens em utilizar os íons
lantanídeos
como
marcadores
luminescentes são inúmeras: é um método
seguro, de baixo custo, apresenta maior
especificidade, os ensaios são mais
sensíveis e a luminescência pode ser
medida rapidamente, com alto grau de
sensibilidade e exatidão [2].
Nos últimos anos, os métodos de precursor
polimérico (Pechini) e de combustão estão
sendo utilizados com maior ênfase devido à
corrida pela obtenção de compostos
nanoparticulados,
com
morfologia
homogênea com o intuito de melhorar a
performance dos materiais luminescentes
com aplicação na área de nanotecnologia.
Os compostos relatados neste trabalho
foram sintetizados pelo método de Pechini e
serão apresentados os resultados obtidos
para a matriz BaWO4:Eu3+.
composição química, estrutura cristalina e
propriedades luminescentes; avaliar por
termoluminescência
suas
propriedades
como cintilador para dosimetria.
METODOLOGIA
Os pós de Ba(1-x)WO4 :xEu3+ foram
sintetizados utilizando-se o método de
Pechini, onde reagiu-se soluções dos sais
dos percussores Ba2+ e Eu3+ na forma de
íons NO3. Foram adicionadas a estas,
soluções de ácido cítrico e etileno glicol na
razão molar 1:4, sob agitação contínua e
aquecimento, para formar a resina
polimérica, ajustando-se o pH para 7, com
hidróxido de amônio, o que resultou na
formação de uma resina marrom e
transparente. Esta resina foi aquecida a 300
ºC por 2 horas, resultando em uma massa
preta, que foi macerada para a obtenção do
precussor na forma de pó. O precursor foi
calcinado em uma temperatura predeterminada de 900oC para a produção do
tungstato de Bário.
A caracterização foi feita via técnicas de
difração de Raios X método de pó,
microscopia eletrônica de varredura e
espectros de luminescência:
OBJETIVO
RESULTADOS
Obter nanomateriais a partir de molibdatos e
tungstatos dopados com terras raras para
utilização destes materiais em dosimetria e
como marcadores.
Foi realizada a síntese através do método
de Pechini para a preparação de
nanopartículas de BaWO4 dopado com
Eu3+. Os materiais obtidos são pós
cristalinos de cor branca na luz ambiente,
que quando sob irradiação de uma fonte de
energia UV (366nm) apresentam emissão
no visível.
Objetivo Específico:
- Sintetizar por via úmida matrizes de
molibdatos e tungstatos dopadas com terras
raras. Caracterizar as matrizes obtidas
quanto às suas propriedades morfológicas,
P á g . 203
BaWO4:x%Eu
Intensidade (Unid. Arb.)
Eu 1%
Eu 3%
Eu 5%
Eu 7%
Eu 10%
= 1.5406 A (CuK1)
20
40
60
80
2 (graus)
Fig. 1 Difratogramas de raios X método do pó da
matriz BaWO4:Eu3+ dopada com Európio nas
concentrações molar (em % 1,3,5,7,10%).
Os espectros de excitação e de emissão
(Fig 2) mostram bandas finas características
das transições intraconfiguracionais, 4f-4f,
do íon európio e no espectro de excitação
bandas alargadas na região de 250-350 nm
atribuídas a LMCT do íon tungstatos e do
íon Eu3+ (O→M).
1% em=617.4nm T= 300K slit 6.0/1.5
em=617.4nm T= 300K slit 4.0/1.0
5%em=617.4nm T= 300K slit 4.0/1.0
Intensidade (U. Arb.)
10% em=614.0nm T= 300K slit 4.0/1.0
A
5
3+
BaWO4:xEu
D2
5
L6
3+
xEu :BaWO4
x=1% EX=299.4nm T= 300K slit 6.0/1.5
xex=298.6nm T= 300K slit 6.0/1.9
x=ex=304.8nm T= 300K slit 4.0/1.0
Intensidade (U. Arb.)
Os difratogramas de raios X concordam com
atribuição de fase tetragonal da estrutura
scheelita. Estes dados estão de acordo com
o respectivo JCPDS (Joint Committee on
Powder Diffraction Standards) 43-0646
(BaWO4) (Fig. 1). Os tamanhos dos
cristalitos variaram de 61 a 51nm para as
dopagens estudadas. Foi identificada mais
uma fase para o material dopado com 7 e
10% de Eu3+ pelos difratogramas de raio X e
que se atribuiu ao Eu2O3 na fase
monoclínica.
7
F2
5
D0
1%
7
7
F0
F1
500
550
F4
3%
5%
450
7
600
7
F3
650
700
750
Comprimento de onda (nm)
Fig. 2. Espectros de excitação(a) e de emissão
(b) da matriz BaWO4:X%Eu3+ (X:1%, 3%, 5%, 10%)
na temperatura ambiente (300K).
CONCLUSÕES
Foi realizada com sucesso a síntese de
nanopartículas de BaWO4 dopado com Eu3+
pelo método de Pechini. Com o estudo do
DRX pode-se afirmar que se formou um
sistema nitidamente cristalino embora este
método dificulte a substituição do Ba2+ pelo
Eu3+ (Lei de Vegard). A amostra com 7 e
10% de material dopante apresentam mais
de uma fase. Os materiais são potenciais
marcadores luminescentes .
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[166] SANTRA, S.; ZHANG, P.; WANG, K.;
TAPEC, R.; TAN, W. Conjugation of
biomolecules with luminophore-doped silica
nanoparticles for photostable biomarkers.
Analytical Chemistry, v.73, n.20, p.49884993, 2001.
[167]DAFINOVA, R.; PAPAZOVA, K.; BOJINOVA A.
Photoluminescence of Eu3+ and SO42− doped tungstate
systems. Journal of Luminescence, v. 75, n. 1, p. 51-55,
1997.
7
F0
LMCT
O W
O Eu
5
D1
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
5
L7
5
D4
5
D3
250
300
350
400
450
500
550
Comprimento de onda (nm)
B
Programa Institucional de Bolsas de
Iniciação Cientifica e de Iniciação em
Desenvolvimento Tecnológico e Inovação
PIBIC / PIBITI, INCT-INAMI, CNPq, CAPES,
FAPESP.
P á g . 204
Síntese de filmes poliméricos dopados com terras raras para a obtenção de
filmes OLEDs
Renato Ferreira Ribeiro - Orientadora: Maria Claudia França da Cunha Felinto *, Ivan
Guedes Nunes Silva**, Hermi Felinto Brito**
Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares – IPEN
Instituto de Quimica da Universidade de São Paulo – IQ-USP
INTRODUÇÃO
METODOLOGIA
Atualmente há um interesse em se
estudar materiais lantanídeos, devido a
suas
propriedades
luminescentes
proporcionarem cores puras. Abrindo um
leque grande para seu uso na indústria
(lâmpadas) [1] e em analises (possui uma
medida extremamente precisa), anda sendo
de fácil utilização.
Um exemplo de seu uso como sensor
é a marcação biológica, que torna o método
seguro, de baixo custo, apresenta maior
especificidade, os ensaios são mais
sensíveis e a luminescência pode ser
medida rapidamente, com alto grau de
sensibilidade e exatidão[2].
Ao empregar os filmes para
marcação, juntamente com os íons terras
raras tem-se vantagem de se agregar
facilmente
aos
fluidos
biológicos,
proporcionando assim a formação de
plataformas de ensaios[3].
Para
a
obtenção
de
filmes
poliméricos, diversas técnicas podem ser
empregadas; desde uso de diferentes
solventes como acetona, clorofórmio, até
uso de diferentes temperaturas. Onde nesse
processo o composto de lantanídeo é
acrescentado
enquanto
o
material
permanece dessolvido para que possa fazer
parte da estrutura.
Para a obtenção de filmes de PMMA,
optou-se pelo método de derramamento.
Para tanto dissolveu-se pequenos pedaços
de PMMA em clorofórmio, sob agitação e
aquecimento constante.
Dispersou-se
as
nanopartículas
partículas do complexo TbTMA:0,2%Eu3+
em clorofórmio, e adicionou-se a esta
dispersão à solução contendo o polímero.
Este complexo foi previamente preparado
utilizando-se a técnica descrita por SILVA e
colaboradores[4].
Retirou-se a solução do PMMA com as
nanopartículas do sistema de aquecimento,
e a depositou sobre uma placa de Petri,
para a total evaporação do solvente,
resultando apenas o filme polimérico com as
nanopartículas do complexo dispersadas no
mesmo. A evaporação do solvente ocorreu
lentamente e a temperatura ambiente, para
que a superfície do filme ficasse
homogênea.
Para caracterização dos filmes, utilizouse
espectroscopia
de
infravermelho,
Difração de raios X pelo método do pó e
espectroscopia eletrônica de emissão e
excitação. Para analise, devido a presença
de dois íons terras raras (Tb3+ e Eu3+),
utilizou-se de dois comprimentos de ondas
(545 nm e 614 nm respectivamente) para o
espectro de excitação[4].
OBJETIVOS
O presente trabalho tem por objetivo
obter filmes poliméricos de PMMA
(polimetilametacrilato) dopados com terras
raras, a fim de uso para marcação biológica.
P á g . 205
RESULTADOS
Os espectros de excitação (Fig 1) mostram
as bandas provenientes do ligante TMA,
convoluidas com as bandas finas oriundas
das transições interconfiguracionais 4f6 e 4f8
do ions Eu3+ e Tb3+. Já os espectros de
emissão (Fig. 2) apresentam as bandas
características
das
transições
5D 7F
0
J
(J=0-4) e 5D47FJ’ (J’=6-0) que são bandas
características
dos
íons
Eu3+
e
Tb3+
respectivamente. Da analise do espectro de
emissão pode-se afirmar que a transferência
de energia do ligante para o metal é
eficiente e que o polímero PMMA também
tem um efeito cooperativo na transferência
de energia.
Figura 2. Espectros de emissão registrados
a temperatura ambiente, no intervalo de
400–750nm, sob excitação em 298nm dos
filmes
de
PMMA
dopados
com
3+
TbTMA:0,2%Eu
em
diferentes
concentrações.
CONCLUSÕES
Foi verificado, que houve uma boa
dispersão do TbTMA:0,2Eu comprovado
nos gráficos pela cristalinidade dos filmes e(
tanto em emissão quanto em excitação) dos
filmes sintetizados.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Figura
1.
Espectros
de
excitação
registrados a temperatura ambiente, no
intervalo de 200–550 nm, sob emissão em
595nm e 614nm(Fig. inserida) dos filmes de
PMMA dopados com TbTMA:0,2%Eu3+ em
diferentes concentrações.
[168]MARTINS, T. S.; ISOLANI, P. C.. Química
Nova, v.28, n.1, p.111-117, 2005.
[169]MACIEL, A. P.; LONGO, E.; LEITE, E. R..
Quim. Nova. v.26, n.6, p.855–862, 2003.
[170] SCHAFFAZICK,SR; GUTERRESS,S.S.;
FREITAS,
L.L.;POHLMANN,A.R.
“Quim.Nova,Vol.26, NO.5, 726-737,2003
[171]SILVA, I.G.N.; MUSTAFA, D.; ANDREOLI,
B.; FELINTO, M.C.F.C.; MALTA, O.L.; BRITO,
H.F. J. Lumin. (OL -01-2014) in press.
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
Programa Institucional de Bolsas de
Iniciação Cientifica e de Iniciação em
Desenvolvimento Tecnológico e Inovação
PIBIC / PIBITI, INCT-INAMI, CNPq, CAPES,
FAPESP.
P á g . 206
Avaliação de Três Métodos de Contagem para Uso em Procedimentos de Pureza
Radioquímica de Radiofármacos Marcados Com 99mTc.
Ricardo Santos Nawoé e Margareth Mie Nakamura Matsuda
Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares – IPEN-CNEN/SP
OBJETIVO
O objetivo deste trabalho foi avaliar
sistemas cromatográficos adquiridos da
Biodex e comparar os resultados de %PRq
de radiofármacos de 99mTc, utilizando três
equipamentos para medir a radioatividade, a
saber, contador gama, calibrador de doses e
gama câmara.
(2)
RESULTADOS
A utilização dos suportes CP ou CCD da
Biodex e contagem da radioatividade na
gama câmara resultou no cálculo de
%Impureza. A %PRq variou entre 92,6 e
97,6% nos RL analisados (Fig. 1). Devido à
dificuldade em delimitar a região de
concentração da radioatividade referente à
impureza, que se apresentava em baixa
porcentagem, foi feita uma estimativa da
sua localização baseada na região da
localização do produto.
%99mTcO4-
As marcações dos reagentes liofilizados
(RL) DMSA, DTPA, ECD, MAA, MDP, MIBI
e PIRO com 99mTcO4- (eluato de gerador de
99Mo/99mTc) foram realizadas conforme os
procedimentos do Centro de RadiofarmáciaIPEN-CNEN/SP.
A
separação
cromatográfica para determinação das
impurezas 99mTcO2 e/ou 99mTcO4- foi feita
%99mTcO2
%PRq
100
80
%
METODOLOGIA
(1)
Tc
Radiofármacos
são
substâncias
que
possuem um radionuclídeo em sua
composição e possuem afinidade por um
determinado órgão ou função fisiológica,
permitindo a aplicação da radioatividade na
prática da medicina nuclear [1-2]. Alguns
dos métodos analíticos mais usados para
determinar a pureza radioquímica (%PRq)
são a cromatografia em papel (CP) e
cromatografia em camada delgada (CCD)
associada a um equipamento para
determinar a distribuição da radioatividade
[2-5]. Em uma radiofarmácia, são utilizados
contadores gama, e nas clínicas de
medicina nuclear, os equipamentos mais
utilizados são os calibradores de doses e
gama-câmaras, para uso em humanos.
Cada equipamento possui uma faixa
adequada de medição de radioatividade,
que deve ser observada para minimizar os
erros na quantificação.
com suportes de CP ou CCP da Biodex e
solventes
PA
da
Merck.
Os
suportes/segmentos de 1 cm foram
colocados para contagem da radioatividade,
nos equipamentos, na sequência a seguir,
MiniGama Câmara Mediso modelo Nucline
TH-22, calibrador de doses modelo Capintec
CRC-15R e contador gama Perkin Elmer
modelo Cobra D-5002. A % PRq foi
determinada pelo cálculo da %Impureza
(Equação 1) e pela equação de balanço de
massa (Equação 2).
99m
INTRODUÇÃO
60
40
20
0
DTPA
MAA
MDP
PIRO
Reagente liofilizado
Figura 1. Cálculo da %Impureza e %PRq de
alguns RL com o uso de suportes Biodex e gama
câmara.
P á g . 207
%99mTcO4-
100
90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
%99mTcO2
%PRq
%
99m
Tc
a)
DMSA DTPA ECD
MAA MDP
MIBI PIRO
Reagente liofilizado
b)
%99mTcO4-
%99mTcO2
%PRq
100
Tc
99m
Tc
99m
%99mTcO2
%PRq
100
90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
DMSA DTPA ECD
MAA
MDP
MIBI PIRO
Reagente liofilizado
Figura 3. Cálculo da %Impureza e %PRq de
alguns RL com o uso de suportes Biodex e
contador gama.
CONCLUSÕES
Para os RL ECD e MIBI, o suporte da
Biodex não apresentou eficiência na
separação entre 99mTcO4- e o produto, além
de não apresentar método de análise para
99mTcO . Para DMSA, não foi possível
2
separar e quantificar 99mTcO2 utilizando-se o
sistema Biodex; para 99mTcO4- o sistema
indicado mostrou-se adequado.
A contagem da radioatividade nos três
equipamentos resultou em %PRq superior a
90%, após adaptação da forma de fazer a
medição da radioatividade.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
80
%
%99mTcO4-
%
Após a contagem da radioatividade em
gama câmara, os suportes foram cortados
nas regiões marcadas e cada segmento foi
contado
em
calibrador
de
doses.
Inicialmente, o segmento na região da
impureza foi contado individualmente (Fig.
2a), porém posteriormente foi feita a
contagem com todos os segmentos
subtraída da radioatividade referente às
impurezas, para cálculo da %Produto (Fig.
2b). A diferença para 100 resultou na
% Impureza. A %PRq variou entre 72 e
97,8% para os mesmos RL.
60
40
20
0
DTPA
MAA
MDP
PIRO
Reagente liofilizado
Figura 2. Cálculo da %Impureza e %PRq de
alguns RL com o uso de suportes Biodex e
calibrador de doses
A contagem da radioatividade no contador
gama resultou em cálculo de %PRq que
variou entre 66 e 99,8% para os RL
analisados (Fig. 3).
[172]AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA
SANITÁRIA (ANVISA). Resolução da Diretoria
Colegiada (RDC) n. 64. Dez. 18, 2009. Brasília:
Diário Oficial da União Poder Executivo, Dez.
23,2009. n. 245, seção 1.
[173]SAHA, G. B. Fundamentals of nuclear
pharmacy. USA: Springer, 1998. p. 79.
[174]UNITED
STATES
PHARMACOPEIAL
CONVENTION (USP). The United States
Pharmacopeia. Rockville, 38 ed., 2015.
[175]Knoll, Glenn F. Radiation Detection and
Measurement, 4ª Ed. Wiley: New Jersey, 2010.
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
Agradeço ao CNPq pelo suporte financeiro e
ao CR pela infraestrutura.
P á g . 208
Efeitos de Diferentes Tipos de Cama na Reprodução de Camundongos
BALB/C.
Sinday Pinheiro Alves, Cleide Falcone e Nanci Nascimento
Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares-IPEN
Um dos problemas observados na criação e
manutenção de camundongos Balb/C é a
quantidade de amônia acumulada nos
isoladores, podendo afetar o bem-estar dos
animais e, consequentemente, interferir nas
taxas de reprodução [1,2]. Neste contexto
esta pesquisa visa comparar a fisiologia
reprodutiva de casais de camundongos da
linhagem Balb/C mantidos em camas
irradiadas: G1) maravalha, G2) sabugo
simples, G3) sabugo + filete de celulose,
G4) misto de dois tamanhos de sabugo de
milho(1.4 e 1.8 cm).
OBJETIVO
Especificamente pretende-se:
- verificar se há utilização do artefato de
celulose,
- avaliar o peso, consumo de água e
alimentação dos animais;
- comparar o desenvolvimento reprodutivo
dos casais, acompanhando o número de
filhotes e peso ao desmame.
METODOLOGIA
Foram utilizados 32 animais, camundongos
da linhagem Balb/C, sendo 16 fêmeas e 16
machos com 3 meses de vida. Os casais
foram divididos em 04 grupos de camas
irradiadas a 25 kGy: G1) maravalha, G2)
sabugo de milho tradicional, G3) sabugo de
milho + filete de celulose e G4) sabugo de
milho misto.
Foram avaliados os pesos dos filhotes de
cada casal no intervalo de 21 a 28 dias. A
ração e água foram oferecidos ad libitum e o
consumo foi mensurado semanalmente.
Também foi registrado o número de filhotes
por grupo, sendo os resultados analisados
via software GraphPad Prism, através do
teste de Tukey, considerando significativos
valores de p<0.05. As trocas das camas
foram feitas a cada 07 dias para o G1 e a
cada 15 dias para os G2, G3 e G4.[2,3]
RESULTADOS
Os resultados mostram que não ocorreram
diferenças significativas, entre os grupos,
com relação ao consumo de água, alimento
e
número
de
filhotes.
Entretanto,
encontramos diferença significativa (p<0.05)
em relação ao peso do desmame entre o G3
e o G4. É importante citar também, que o
artefato de celulose, no G3, foi utilizado
pelos animais para a formação de ninho.
Quantidade de água (mL)
INTRODUÇÃO
200
Maravalha(1)
Sabugo simples(2)
150
Sabugo+ filete de
celulose(3)
100
Sabugo misto(4)
50
0
0
1
2
3
4
5
Tempo de consumo (meses)
Figura 1: Consumo de água durante os meses de
Julho a Outubro.
P á g . 209
CONCLUSÕES
Quantidade de alimento(g)
160
Maravalha(1)
Sabugo simples(2)
140
Sabugo+ filete de
celulose(3)
120
Sabugo misto(4)
100
80
2
1
0
3
5
4
Tempo de consumo (meses)
Figura 2: Consumo de alimento durante os
meses de Julho a Outubro.
número de filhotes
15
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
10
[1] Sherwin C. M. Comfortable quarters for mice in research
institutions. In: Comfortable Quarters for Laboratory Animals, Animal
Welfare Institute, Washington, DC USA (2002).
5
0
G1
G2
G3
G4
Diferentes tipos de camas
Figura 3: Número de filhotes nos diferentes tipos
de cama.
15
número de filhotes
Com
base
nos
resultados
obtidos
verificamos que houve diferença (p<0,05) no
peso dos filhotes entre o G4 (sabugo misto)
e G3 (sabugo +filete de celulose). Além
disso, os animais do G3 (sabugo+ filetes de
celulose) utilizaram o artefato de celulose
para formação de ninho, sendo importante
aprofundar a pesquisa sobre essa
característica, pois esse artefato sugere
atender às questões de bem-estar [4,5]. Em
relação à quantidade de água, alimento e
número de filhotes não foram notadas
diferenças significativas.
[2] Moreira, V. B. Eficiência reprodutiva de camundongos
endogâmicos balb/C em diferentes idades de acasalamento, com
ou sem enriquecimento ambiental. 2011. 42 f. Dissertação
(Mestrado Acadêmico em Zootecnia) - Universidade Estadual
Paulista Júlio De Mesquita Filho, Botucatu, 2011.
[3] National Research Council, Institute for
Laboratory Animal Resources. The Guide
for the Care and Use of Laboratory
Animals.,
National
Academy
Press,Washington DC (1996).
[4] Fishbein, E. A. “What price mice?” Journal of the American
Medical Association, 235, pp.939–941 (2001).
10
[5] James G. Fox,“The Mouse in Biologycal
Reserch Normative Biology, Husbandry, and
Models .Academic Press, (2006).
5
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
0
G1
G2
G3
G4
Diferentes tipos de camas
CNPq – Bolsa PIBIC (Projeto 115546/20146) e Empresa Qualitécnica pelo apoio
técnico dos produtos.
Figura 4: Peso dos filhotes nos diferentes tipos
de cama.
P á g . 210
Avaliação de Toxicidade e Remoção da Cor de Efluente Têxtil Antes e Após a Irradiação
Com Feixe de Elétrons
Stephanie Valencia Del Sole e Sueli Ivone Borrely
Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares – Ipen
INTRODUÇÃO
METODOLOGIA
Um dos consumidores de água em volumes
consideráveis no Brasil é o setor industrial,
sendo que a indústria têxtil se destaca,
utilizando aproximadamente 17% do volume
de água. (ROCHA et al, 2011) As indústrias
têxteis produzem efluentes com alta carga
de poluentes devido às variações em seus
processos, e o descarte incorreto desta
água pode causar impacto ambiental
atingindo a comunidade aquática.
Para determinação das concentrações
utilizadas para toxicidade e remoção de cor,
foi utilizado o efluente produzido no serviço
nacional
de
aprendizagem
industrial
(SENAI). A solução bruta foi irradiada com
feixes de elétrons, em seguida foi preparada
uma solução-mãe a partir da diluição de 100
ml de efluente têxtil amarelo em um balão
volumétrico de 1000 ml e completada com
água destilada.
Morais (2015) afirma que os efluentes
gerados durante o beneficiamento de
tecidos, pelas indústrias têxteis são uma
mistura complexa de vários compostos
devido aos corantes e diversos produtos
utilizados. Assim, os efluentes do setor têxtil
com frequência apresentam coloração
variada, excesso de matéria orgânica,
resíduos de detergentes, e toxicidade.
O efluente foi submetido a diferentes doses
de radiação. Para a remoção de cor foram
utilizadas doses entre 0,5 kGy a 20 kGy.
Objetivando a redução da toxicidade, foram
empregadas como organismo-teste Daphnia
similis, com exposição de 48 horas.
RESULTADOS
As tecnologias de tratamento mais recentes
incluem
os
Processos
Oxidativos
Avançados (POA’s), responsáveis pela
oxidação química, sendo que um deles
aplica a irradiação com feixe de elétrons
(aceleradores de elétrons) (PINHEIROS,
2011)
Na figura 1 foram apresentadas as
concentrações do efluente que resultaram a
mortalidade da Daphnia similis. Na figura 2
foram apresentadas a remoção de cor do
efluente com feixes de elétrons.
OBJETIVO
Avaliar a remoção de cor e de toxicidade
aguda de um efluente têxtil amarelo (CI
Reactive Yellow 160), produzido no
laboratório de Química Têxtil (SENAI), antes
e após a irradiação com feixes de elétrons.
P á g . 211
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[176] ASSOCIAÇÃO
BRASILEIRA
DE
NORMAS
TÉCNICAS.
Ecotoxicologia
Aquática – Preservação e preparo de
amostras (ensaios de toxicidade). Rio de
Janeiro: ABNT, 2007. (NBR 15469).
[177] ASSOCIAÇÃO
BRASILEIRA
DE
NORMAS
TÉCNICAS.
Ecotoxicologia
aquática – Toxicidade aguda – Método de
ensaios com Daphnia spp (Crustacea,
Cladocera). Rio de Janeiro: ABNT, 2009.
(NBR 12713)
Figura 1: Sobrevivência/ concentração letal
média de um efluente.
[178] MORAIS, A.V. Avaliação da toxicidade
e remoção da cor de um efluente têxtil
tratado com feixe de elétrons. 2015. Tese
(Mestrado) – Instituto de Pesquisas
Energéticas e Nucleares, São Paulo.
[179] ROCHA, G.A.; ASSIS, N.M.N.V.;
MANCINI,
R.M.O.M.;
MELO,
T.S.;
BUCHIANERI, V.; BARBOSA, W.E.S.
Recursos hídricos. São Paulo: SMA, CEA,
2011.
Figura 2: Remoção de cor de um efluente
com feixes de elétrons.
[180] PINHEIRO,
A.S.
Avaliação
de
toxicidade e genoticidade dos corantes azo
reativos remazol preto b e remazol
alaranjado 3R e da eficácia da radiação com
feixe de elétrons na redução da cor e efeitos
tóxicos. 2011. Tese (Doutorado) – Instituto
de Pesquisas Energéticas e Nucleares, São
Paulo.
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
CONCLUSÕES
Nos resultados preliminares, foi determinada
elevada toxicidade do efluente ao organismo
empregado (CE50 = 17,4 ± 5,25). Com
relação ao tratamento em estudo, foi
observada a remoção de cor acima de 90%
a partir da dose de 10 kGy, contudo esse
tratamento ainda não demonstrou benefício
com relação à remoção de toxicidade.
Ao CNPq pelo auxílio financeiro, ao
IPEN/CTR pela oportunidade de estágio e
aprendizado e ao SENAI pela parceria.
P á g . 212
Estudo da Composição Elementar de Melissa officinalis de Diferentes
Procedências por Análise por Ativação Neutrônica
Tamires Gomes da Silva, Paulo Sergio Cardoso da Silva
Instituto de Pesquisa Energéticas e Nucleares- IPEN
INTRODUÇÃO
A composição mineral assim como a
qualidade das plantas está relacionada com
a absorção de elementos presentes no solo
e nas águas. Entretanto, o sistema de
cultivo e a influência de fatores externos
podem explicar por qual razão as plantas
provenientes
de
regiões
distintas
apresentam diferenças com relação à
composição elementar [1]. A Melissa
officinalis, conhecida popularmente como
erva-cidreira verdadeira, é uma espécie
botânica de origem Asiática e Europeia.
Encontra-se numa posição de destaque no
rol das plantas medicinais devido aos seus
constituintes químicos já conhecidos e sua
eficácia fitoterápica [2]. Com a variedade de
seus óleos essenciais também tem sido
explorada comercialmente pelas indústrias
alimentícias e cosméticas na fabricação de
aromatizantes e licores.
OBJETIVO
O objetivo deste trabalho é caracterizar a
composição elementar de amostras de
Melissa
officinalis
comercializadas,
provenientes de diferentes fornecedores
bem como de diferentes regiões, para
verificar o grau de heterogeneidade desta
planta em função de sua procedência, e
contribuir para o conhecimento sobre a
espécie e sua constituição química e
mineral.
METODOLOGIA
regiões sul, sudeste, centro-oeste e
nordeste bem como amostras procedentes
da Alemanha, Itália e Portugal. No período
anterior essas amostras foram identificadas
e separadas de acordo com sua
procedência, em seguida foi realizado a
determinação dos teores de impureza,
umidade, cinzas totais e cinzas insolúveis
em ácido. Para a Análise por Ativação
Neutrônica Instrumental (AANI), 10 destas
amostras foram pesadas, embaladas e
enviadas ao reator onde permaneceram
expostas a um fluxo de nêutrons por um
tempo de 20 a 25 segundos, essas
irradiações foram realizadas para a
determinação de elementos de meia vida
curta como Cl, Mg, Mn. Para a
determinação dos elementos de meia vida
longa (As, Ba, Br, Ce, Co, Cu, Cr, Cs, Eu,
Fe, Hf, K, La, Lu, Na, Nd, Rb, Sb, Sc, Se,
Sm, Ta, Tb, Th, U, Yb, Zn e Zr), as
amostras foram irradiadas por um período
de 8 horas. A contagem da atividade gama
induzida é feita utilizando-se um detector de
germânio hiper puro com eficiência nominal
relativa de 25%, resolução de 2,1keV para o
pico de 1332keV do 60Co e eletrônica
associada, e a análise dos espectros é feita
utilizando-se o programa Vispect2.
RESULTADOS
Para uma melhor interpretação dos
resultados obtidos pela Análise por Ativação
Neutrônica os elementos determinados e
suas concentrações são apresentados na
forma gráfica.
As amostras foram obtidas em casas de
produtos naturais de diferentes regiões do
país. Foram analisadas 27 amostras, das
P á g . 213
FIGURA 1.1. Concentração (mg/Kg) de (As, Cs, Sb, Sc,
Se, Ta, Th, U), nas amostras da Alemanha, Itália, Minas
Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Sul e Santa
Catarina.
FIGURA 1.2. Concentração (mg/Kg) de (Co, Cr, Hf, Zn,
Zr), nas amostras da Alemanha, Itália, Minas Gerais,
Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Sul e Santa
As maiores concentrações de Cr foram
encontradas nas amostras do Rio Grande do
Sul e da Itália. As concentrações de Ba, Br,
Rb e Zn das amostras da Alemanha e Itália
são menores que das amostras nacionais. A
concentração de Fe apresentou grande
variação entre as duas amostras do Paraná.
As maiores concentrações de Co foram
observadas nas amostras da Itália, São
Paulo e Rio Grande do Sul. O arsênio só foi
encontrado nas amostras de Minas Gerais e
o antimônio apenas nas amostras de Minas
Gerais e Itália. O selênio só foi determinado
na amostra proveniente da Itália. As maiores
concentrações de Ca foram obtidas nas
amostras provenientes do Pernambuco e de
Minas Gerais. A amostra da Alemanha é
caracterizada por apresentar baixos teores
de praticamente todos os elementos e a
amostra da Itália por seu alto teor de Na.
CONCLUSÕES
Pelos resultados obtidos é possível concluir
que a composição elementar da Melissa
officinalis varia de acordo com a região onde
foi produzida, e a técnica utilizada (AANI)
apresentou sensibilidade adequada para a
determinação das concentrações para a
maior parte dos elementos presentes nas
amostras de droga vegetal.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Catarina.
FIGURA 1.3. Concentração (mg/Kg) de (Ba, Br, Na, Rb),
nas amostras da Alemanha, Itália, Minas Gerais, Paraná,
Pernambuco, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
[1] SUSSA, F.V. Estudo da composição
inorgânica e avaliação da atividade biológica
de Peperômia pelúcida no crescimento de
Aspergillus flavus. 2011. Dissertação
(Mestrado) – Instituto de Pesquisas
Energéticas e Nucleares, São Paulo, 2011.
[2] AOYAMA, E. M.; INDRIUNAS, A.;
FURLAN, M. R. Produção de folhas em
Melissa officinalis L. (Lamiaceae) em
Taubaté, São Paulo. Revista Biociências,
UNITAU, v. 17(1), 2011.
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
FIGURA 1.4. Concentração (mg/Kg) de (Ca, Fe, K), nas
amostras da Alemanha, Itália, Minas Gerais, Paraná,
Pernambuco, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
CNPq / PIBIC/ / CNEN
P á g . 214
Preparação e Caracterização da Fibra da Folha do Milho para Obtenção de
Compósito Polimérico e Aplicação na Fabricação de Tubulações de Gás
Tatiana Martinez Moreira e Emília Satoshi Miyamaru Seo
Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares - IPEN
INTRODUÇÃO
Novos usos de resíduos agrícolas são
importantes para o meio ambiente e na
redução da dependência de matérias primas
provenientes do petróleo.
A caracterização destes materiais abre
perspectivas de usos mais nobres de um
produto considerado resíduo agrícola,
valorizando a produção em pequenas
comunidades
e
promovendo
o
desenvolvimento sustentável. [1]
Figura 1: Ensaio de tração.
OBJETIVO
Desenvolver um material compósito para
fabricação de tubulações de gás, com
Polietileno de Alta Densidade (PEAD) e
fibras das folhas de milho usadas como
reforço.
METODOLOGIA
A preparação das fibras da folha de milho foi
realizada por secagem, ataque químico e
mercerização. A caracterização foi feita nas
dependências dos laboratórios do Centro de
Ciência e Tecnologia de Materiais (CCTM)
do Instituto de Pesquisas Energéticas e
Nucleares (IPEN).
A preparação e desenvolvimento do material
compósito foi executado por Extrusão,
moldado por Injeção e testado através de
ensaios de tração (figura 1), no laboratório
de Materiais da Faculdade de Tecnologia de
São Paulo. Confeccionou-se dez corpos de
prova de cada formulação, sendo: matriz
(PEAD), 1%, 3% e 5% de concentração de
fibras (figura 2).
Figura 2: Corpos de prova para ensaio de tração.
Para aumentar a interação entre fibra e
matriz, adicionou-se na formulação o agente
compatibilizante Anidrido Maleico, na
concentração de 1%.
O material compósito também passou pelo
estudo térmico por Calorimetria Diferencial
Exploratória (DSC).
RESULTADOS
Os gráficos sobrepostos e os comparativos
demonstraram que o material compósito
mais eficiente foi o da formulação com
adição de 3% de fibras, este apresentou
cerca de 5% mais resistência do que a
matriz.
A composição com 1% não obteve resultado
relevante, pois a baixa quantidade de fibras
não ofereceu resistência ao material,
mantendo-o semelhante à matriz, já a
composição com 5% demostrou diminuição
da resistência com o aumento da
P á g . 215
concentração de fibras, ficando
fragilizado do que o polímero original.
mais
Figura 3: Gráficos sobrepostos do ensaio de
tração.
hemicelulose da fibra, demonstrando a
oxidação do material. [2]
Figura 6: Gráfico DSC da fibra de milho.
CONCLUSÕES
Os resultados encontrados até o momento
são
promissores,
levando
a
uma
possibilidade de novos usos tecnológicos
para as fibras da folha de milho.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Figura 4: Gráfico comparativo com a média dos
corpos de prova.
Por meio do ensaio de DSC verifica-se que
os compósitos (figura 5) apresentaram
temperatura de Transição Vítrea (Tg) em
aproximadamente 50ºC e Fusão (Tm) em
125ºC. Valores característicos para este tipo
de polímero (PEAD).
[1] ARAÚJO, J. R., Compósitos de
Polietileno de Alta Densidade reforçados
com fibra de curauá obtidos por extrusão e
injeção. 2009. Dissertação (Mestrado em
Química) – Universidade Estadual de
Campinas Instituto de Química, Campinas,
2009.
[2] CORDEIRO, A. O. T., Efeito do
Tratamento Alcalino nas Propriedades
Mecânicas da Fibra do Bagaço da Cana-deaçúcar em Compósitos Reforçados com
Fibras Naturais. 2014. Trabalho de
Conclusão de Curso – Faculdade de
Tecnologia de São Paulo, São Paulo, 2014.
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
Bolsa de Iniciação Científica CNPq/CNEN.
Figura 5: Gráficos DSC sobrepostos.
O gráfico da fibra de milho (figura 6)
apresentou pico exotérmico em 300ºC, onde
ocorreu perda de massa devido à
decomposição
da
celulose
e
da
P á g . 216
Influência da Composição e Tratamento Térmico na Síntese de Nanocristais
de NaYF4 por Co-Precipitação
Tayná de Fatima Amorim da Silva e Sonia Licia Baldochi
Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares – IPEN
INTRODUÇÃO
METODOLOGIA
Recentemente, nanocristais (NCs) dopados
com íons lantanídeos receberam uma
grande atenção devido a sua aplicação em
painéis de alta resolução, sistemas ópticos
integrados, lasers de estado sólido e
marcadores biológicos. Para aplicação
eficiente destes materiais, é importante que
os mesmos tenham alta eficiência quântica
luminescente, a qual pode ser otimizada
através da manipulação do tamanho do
NCs, da concentração de íons de terras
raras, da co-dopagem e da escolha do
material hospedeiro [1].
O composto NaYF4 é uma matriz
hospedeira bastante eficiente para íons
terras raras trivalentes como Yb/Er e Yb/Tm
para sistemas de conversão ascendente,
sendo amplamente investigado nos últimos
anos na forma de nanocristais.
Este
fluoreto pode ser cristalizado em várias
dimensões e formas tanto em sua fase
cúbica como hexagonal, entretanto, a fase
hexagonal mostra-se três vezes mais
eficiente do que a fase cubica. Visamos na
primeira etapa deste projeto investigar
parâmetros de síntese de nanocristais
(NCs) de NaYF4 para obtenção da fase
hexagonal.
O NaYF4 foi preparado pelo método de coprecipitação. Os compostos utilizados
foram: solução de YCl3 preparada a partir da
dissolução de Y2O3 em HCl; solução de NaF
dissolvido em água destilada e como agente
fluorinante a solução de NH4F.HF em água
destilada. As soluções aquecidas de NaF e
NH4F.HF foram adicionadas lentamente à
solução de YCl3 também sob aquecimento
(~100°C)
e
agitação.
Após
a
homogeneização o precipitado formado foi
centrifugado e lavado por 5 vezes com água
destilada. Em seguida o material foi
submetido à secagem por aquecimento à
~40°C por mais de 24 horas. As síntese
foram preparadas nas concentrações Na:Y
de 3:1, 6:1, 9:1, 12:1. Amostras dos
materiais obtidos foram submetidas à
tratamento térmico a temperatura de 500°C,
em reator fechado, sob fluxo de Argônio,
com taxa de aquecimento de 1,5°C/mim e
resfriamento inercial.
Medidas de difração de raios-X (DRX) para
determinação das fases obtidas foram
realizadas em um equipamento da Rigaku
DMAXB. Os dados foram coletados a
temperatura ambiente no intervalo 2θ de 10°
a 100° com varredura em passos de
0.02°/10s.
Medidas
de
calorimetria
exploratória
diferencial (DSC) e termogravimetria (TG)
foram realizadas em equipamento Netzch,
modelo STA 409 PC Luxx, sendo utilizadas
taxas de aquecimento de 10°C/mim, fluxo
de Argônio e cadinhos de Pt/Au5%.
OBJETIVO
Nossa proposta consiste em estudar o
processo de preparação de nanocristais
(NCs) de NaYF4, pelo método de coprecipitação procurando caracterizar a
influência da composição inicial (Na/Y) e do
uso de bifluoreto de amônio (NH4F.HF) no
processo de síntese de nanopartículas de
NaYF4.
P á g . 217
200
0,4
RESULTADOS
300
400
500
600
700
800
100
20
40
60
80
*
*
*
98
NaYF4 9:1
NaYF4 12:1
0,0
94
-0,2
92
-0,4
200
300
400
500
600
700
800
Temperatura ( C)
o
Figura 23. Curvas DSC de NCs de NaYF4 em
função da composição de Na:Y
18
16
YF3
NaYF4
3
Intensidade(10 fotons)
14
12
10
8
6
12:1
2
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
2 (graus)
*
*
*
*
*
*
*
9:1
*
6:1
3:1
20
96
m
o
3:1
NaYF4 6:1
4
Fase Cْ bica (*)
*
0,2
T( C)
Cristais de NaYF4 cristalizam em duas
diferentes fases cristalográficas: a fase α
(cúbica) e a fase β (hexagonal) que é
considerada termodinamicamente estável
em relação aos aníons [2]. Tendo em vista
ainda que relaxações não radioativas entre
estados excitados são mais eficientes na
fase α do que na fase β, para estudos de
conversão ascendente nestes NCs dopados
com íons terras raras a fase β é mais
eficiente e, neste estudo, nosso objetivo.
A monitoração das fases obtidas por DRX
mostrou a presença da fase α NaYF4
(padrão
ICSD 60257), em todas as
amostras, exceto na amostra 3:1, onde não
foi observada a formação de nenhuma fase
cristalina (Fig.1). Na Amostra 12:1
observou-se também a formação de uma
fase secundária, identificada como Y2O3,
provavelmente devido a não conversão total
óxido-fluoreto no processo de síntese.
40
60
80
2(graus)
Figura 22. Curvas de DRX de NaYF4 em função
da composição de Na:Y
A análise térmica (Fig.2) destas amostras
evidenciou
perda
de
massa
em
temperaturas próximas a 300-400ºC (~2%)
em todas as amostras. Para as amostras
6:1 e 9:1 foram observados eventos
térmicos entre 400-450°C, faixa de
temperatura próxima à transição de fase
esperada. Entretanto, o tratamento térmico
das amostras à 500ºC não resultou na
transição de fase α → β segundo a análise
de DRX (Fig.3)
Figura 3. Curvas de DRX (6:1) após tratamento
térmico e análise de Rietveld, com fase cúbica.
CONCLUSÕES
No presente ainda não foi possível obter a
formação da fase hexagonal nos NCs de
NaYF4. Estão em andamento experiências
adicionais em diferentes condições de
síntese.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] P.N. Prasad, Nanophotonics, Wiley,
Hoboken, NJ, 2004.
[2] M. Banski, A. Podhorodecki, J.
Misiewiicz, M.Afzaal, A. L. Abdelhady, P.
O’Brien. J. Mater. Chem. C, 1 (2013) 801807.
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
CNPq/ PIBITI e FAPESP
P á g . 218
Síntese do Nano Compósito Óxido de Grafeno/Prata Via Feixe de Elétrons
com Atividade Antimicrobiana
Thainá Silva e Souza e Solange Kazumi Sakata
Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares - IPEN
INTRODUÇÃO
O óxido de grafeno possui uma alta área
superficial específica, alta estabilidade
química, excelentes condutividades elétrica
e térmica e alta resistência mecânica, além
dos grupos funcionais de oxigênio, que
facilitam a dispersão em solventes polares e
permitem posterior funcionalização do nano
material.
Dentre as funcionalizações do óxido de
grafeno pode se destacar a incorporação da
prata. O nano compósito óxido de
grafeno/prata
apresenta
propriedades
antimicrobianas.
OBJETIVO
O objetivo deste trabalho foi o de
desenvolver um método de incorporação da
prata no óxido de grafeno com atividade
antimicrobiana.
e calorimetria diferencial em um analisador
térmico diferencial simultâneo (SDTA). As
imagens foram obtidas em um equipamento
de microscopia eletrônica de transmissão
(TEM) e por microscopia eletrônica de
varredura (MEV).
RESULTADOS
Óxido de grafeno: A síntese do óxido de
grafeno necessitou de um controle rígido da
temperatura, pois os oxidantes fortes
poderiam levar a uma oxidação excessiva
deste nano material.
Caracterização do nano compósito óxido de
grafeno/prata: Para verificar se houve a
incorporação da prata no OG foi realizada
uma
comparação
das
curvas
termogravimétricas do OG com e sem o
metal e por microscopia eletrônica de
transmissão do nano compósito.
METODOLOGIA
A
metodologia
utilizada
consistiu
primeiramente no preparo do óxido de
grafeno a partir do método de Hummers [1]
modificado com posterior preparação do
nano compósito óxido de grafeno/prata feita
de uma adaptação da metodologia descrita
por Geraldes [2]. O processo de irradiação
por feixe de elétrons foi realizado em um
acelerador de elétrons e para a confirmação
da atividade antibacteriana do nano
compósito OG/Ag foi selecionada uma
bactéria Gram negativa, a Escherichia coli e
uma bactéria Gram positiva, a Bacillus
subtilis. A caracterização do nano compósito
foi feita através de termogravimetria (TGA)
Figura 1 - Curvas termogravimétricas do óxido de
grafeno e do nano compósito do óxido de
grafeno/prata.
A presença da prata foi confirmada através
da microscopia de transmissão eletrônica.
P á g . 219
Atividade
antimicrobiana:
não
foram
verificadas zonas de inibição ao redor do
OG sem a prata. Esses resultados
comprovam os obtidos por BAO [3]. que
verificou que a nano partícula de Ag em OG
inibe o crescimento da bactéria E. Coli por
ZHU [4] que verificou a inibição do
crescimento da Bacillus subtilis pelo nano
compósito OG/Ag.
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
Os autores agradecem ao CNPq pela bolsa
de iniciação cientifica.
CONCLUSÕES
Os experimentos realizados evidenciam que
é possível aplicar o feixe de elétrons na
síntese de nano compósitos de óxido de
grafeno/prata em um processo que não
utiliza reagentes tóxicos e nem gera
resíduos perigosos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[181] Geraldes, A. N.; Silva, D.F.; Pino,
E.S.; Silva, J.C.M.; ” Ethanol electrooxidation in an alkaline medium using Pd/C,
Au/C and PdAu/C electrocatalysts prepared
by electron beam irradiation”, Electrochim.
Acta, 111,455-465 2013.
[182] Hummers, W. S.e Offeman, R. E.
“Preparation of Graphitic Oxide”. J. Am.
Chem. Soc., 80, 1339–1339, 1958.
[183] Bao, Q.; Zhang, D.e Qi, P., “ Synthesis
and characterization of silver nanoparticle
and graphene oxide nanosheet composites
as a bacterial agent for water disinfection”.
J. Colloid Interface Sci, 360, 463-470, 2011.
[184]Zhu, Z.; Su, M.; Ma, L.; Liu D. e Wang
Z., “Preparation of graphene oxide –silver
nanoparticle
nanohybrids
with
highly
antibacterial capability”, Talanta, 117, 449455, 2013.
P á g . 220
Avaliação da Concentração de 210Pb e 210Po na nicotiana tabacum L. variedade Virgínia - Cultivada no Brasil
Thiago Oliveira Santos e Sandra Regina Damatto
Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares – IPEN
INTRODUÇÃO
A planta tabaco Nicotiana tabacum L. é
utilizada na fabricação de todos os produtos
derivados e a composição química
resultante do fumo varia conforme o tipo de
folhas de tabaco, como são cultivadas, a
região de origem, as características de
preparação e as variações de temperatura
resultantes da combustão incompleta do
tabaco.
Os derivados do tabaco são os produtos
comercializados mais consumidos no
mundo, como por exemplo, o cigarro, o
charuto e o narguilé.
O Brasil é o segundo produtor mundial de
tabaco e maior exportador do mundo desde
1993, graças à qualidade e integridade do
produto [1].
Existem na literatura muitos trabalhos sobre
a caracterização radiológica e química do
cigarro e poucos trabalhos sobre esta
mesma caracterização das plantas de
Nicotiana tabacum L.
na literatura
internacional e pouquíssimos trabalhos na
literatura
brasileira,
também
desta
caracterização, sobre as variedades de
tabaco cultivadas no Brasil [2,3].
OBJETIVO
Determinar a concentração de atividade de
210
Pb e 210Po amostras da Nicotiana
tabacum L., variedade Virgínia, cultivada no
Brasil.
METODOLOGIA
As concentrações de 210Pb e 210Po foram
determinadas na variedade Virgínia da
Nicotiana tabacum L. cultivada no IPEN ao
ar livre usando fertilizante NPK 20:10:20 e
20:20:20 e em plantas da mesma variedade
adquirida da cidade de Arvorezinha, RS.
Foram analisadas de todas as plantas as
raízes, caules e folhas, juntamente com o
substrato dos vasos, solo das culturas e os
fertilizantes. No laboratório as amostras
foram secas em estufa, por 24h a 50°C para
evitar perda do 210Po por volatilização. Após
a secagem as amostras foram maceradas,
homogeneizadas. Todas as partes das
plantas analisadas foram solubilizadas em
chapa aquecedora com HNO3 conc. e H2O2
30% e os substratos e solo em digestor de
micro-ondas com HNO3 conc., HF 40% e
H2O2 30%.
O procedimento experimental analítico para
determinação de 210Pb consistiu na adição
dos carregadores de Ba2+ e de Pb2+, ácido
cítrico e vermelho de metila e uma primeira
precipitação com H2SO4 3 mol L-1. O
precipitado foi dissolvido com ácido
nitrilotriacético (NTA), em meio básico onde
o
chumbo
permanece
na
solução
complexado com o NTA. Adicionou-se Na2S
1 mol L-1 para que ocorresse a precipitação
do chumbo na forma de sulfeto, o qual é
dissolvido com HNO3 50%. A medida da
concentração do 210Pb foi realizada em um
detector proporcional de fluxo gasoso de
baixa radiação de fundo, por 200 min.
O procedimento experimental analítico para
determinação de 210Po consistiu na adição
do traçador de 209Po, quando da dissolução
das amostras em chapa aquecedora a 80ºC
com HNO3 conc. e H2O2 30%. Após a
dissolução a amostra foi evaporada com
HCl 6,25 mol L-1. Adicionaram-se cloridrato
de hidroxilamina 20%, citrato de sódio 25%
e carregador de Bi 3+. O pH foi ajustado com
NH4OH e a mesma foi levada a banho
maria
sob agitação e temperatura
controlada de 80°C para deposição
espontânea do 210Po em disco de prata
por 2 h. A medida da concentração de
atividade do 210Po foi determinada em um
P á g . 221
espectrômetro alfa de barreira de superfície,
por um tempo de medida de 150000s.
RESULTADOS
As folhas das plantas do IPEN e do produtor
foram analisadas de acordo com a
classificação usada na indústria do cigarro
[1] que as divide em raiz (R), caule (C),
baixeira (B), semimeeira (S), meeira (M) e
ponteira (P). Nas Fig. 1 e 2 são
apresentados
os
resultados
da
concentração 210Pb e 210Po (Bq.kg-1) em
todas as partes da planta, respectivamente.
Na
Fig.3
são
apresentadas
as
concentrações (Bq.kg-1) do substrato in
natura, substrato e solo. As plantas
adquiridas do produtor não possuíam
ponteira, pois essa é retirada da planta,
ainda no estágio inicial de desenvolvimento,
para que as folhas inferiores a ela tenham
um melhor desenvolvimento e crescimento.
Os valores das concentrações de 210Pb e
210Po nos fertilizantes NPK 20:10:20 e
20:20:20 apresentaram valores menores
que
4,9
Bq.kg-1
e
4,2
Bq.kg-1,
respectivamente.
CONCLUSÕES
De acordo com os resultados obtidos
conclui-se que o 210Pb apresentou maiores
concentrações quando comparadas às
concentrações do 210Po e que as plantas
dos produtores apresentaram também as
maiores concentrações, para ambos os
radionuclídeos na maioria das amostras.
Estas diferentes concentrações obtidas
indicam uma provável influência do
fertilizante usado, principalmente no cultivo
do produtor.
Entretanto na parte mais alta da planta,
passível de comparação, as plantas
cultivadas no IPEN apresentaram uma
maior concentração de 210Pb, o que pode
ser justificado devido às mesmas possuírem
uma grande área de deposição dos
radionuclídeos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Figura 1 - Concentração de 210Pb, (Bq kg-1),
Variedade Virginia, Nicotiana tabacum L.
Figura 2 - Concentração de 210Po, (Bq kg-1),
Variedade Virginia, Nicotiana tabacum L.
[1] Associação Brasileira das Indústrias do
Fumo. Produção de Fumo. 2011. Disponível
em: www.abifumo.org.br/produ.htm. Acesso
em: 25/07/2011.
[2] Damatto, SR; Leonardo, Lucio ; Mazzilli,
BP. Monitoring anthropogenic airborne 210Pb
e 210Po in the vicinity of a TENORM industry
using lichen as bio-indicator. In: International
Topical Conference on Po and Radioactive
Pb isotopes, 2009, Seville.
[3] Prata, VM; Emídio, ES; Dórea, HD.
Aplicação de métodos quimiométricos na
caracterização de charutos utilizando
extração por dispersão da matriz em fase
sólida e análise por cromatografia gasosa
acoplada à espectrometria de massas.
Quim. Nova, v. 34, n. 1, 53-58, 2011.
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
Figura 3 - Concentração de 210Pb e 210Po, (Bq kg1
), Variedade Virginia, Nicotiana tabacum L.
FAPESP – Bolsa de Iniciação Científica.
Processo: 2014/09640-5.
P á g . 222
Síntese e Caracterização de Pós de Silicatos de Magnésio e Cálcio
Vanessa Galvão Rodrigues e Chieko Yamagata
Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares - IPEN
INTRODUÇÃO
A partir da descoberta do Bioglass® 45S5,
no final da década de 60, surgiu o conceito
de bioatividade [1]. Diz-se que o material é
bioativo
quando
este
interage
especificamente com o ambiente fisiológico
quando
implantado,
conduzindo
a
integração de material no tecido vivo. A
bioatividade das biocerâmicas pode ser
avaliada através do crescimento superficial
de uma camada de hidroxiapatita
relacionada à fase mineral dos tecidos
ósseos.
Pesquisas relatam que a
vitrocerâmica do sistema ternário [2] CaOMgO-SiO2 apresenta tais bioativas, devido
as fases cristalinas, tais como diopside
(CaMgSi2O6), merwinite (Ca3MgSi2O8),
akermanite
(Ca2MgSi2O7),
volasonite
(CaSiO3), e silicato dicálcio (Ca2SiO4).
Testes efetuados com cerâmicas deste
sistema em solução de SBF (Simulate
Blood Fluid) mostram que estas fases
induzem a formação da hidroxiapatita na
sua superfície [3]. No presente trabalho
propõe-se a obtenção das fases bioativas
sistema do CaO-MgO-SiO2, pelo método
sol gel. As fases cristalinas obtidas são
analisadas por difração de raios X (DRX).
OBJETIVO
O presente trabalho tem como objetivo a
obtenção de fases cristalinas bioativas do
sistema CaO-MgO-SiO2. Propõe-se a
síntese de silicatos de cálcio e magnésio
utilizando o método sol gel, a partir de
TEOS e Na2SiO3 (silicato de sódio
proveniente da lixiviação do produto de
fusão alcalina da zirconita) como fonte de
sílica.
METODOLOGIA
Utilizou-se como materiais de partida:
soluções de silicato de sódio, Si(OC2H5)4
(TEOS(tetraetilortosilicato)), como fonte de
sílica e soluções ácidas (HCl ou HNO3) de
A composição molar das amostras
preparadas foi de 43,30% CaO, 10,72 % e
MgO e 45,98% SiO2. A Fig. 1 mostra o
fluxograma do processo de síntese.
Amostras SMC-T1 e SMC-P1 foram
sintetizados, a partir de TEOS e Na2SiO3,
respectivamente.
Solução de Na2SiO3 / TEOS
HCl / HNO3
MgO, CaO
2+
2+
Mg e Ca em gel de sílica
NaOH / NH4OH
Gel de sílica e hidróxidos de Mg e Ca
Filtração e lavagem com
H2O e etanol
Secagem e calcinação
Pó cerâmico CaO-MgO-SiO2
Compactação e sinterização
Cerâmica CaO-MgO-SiO2
Caracterização (DRX)
Figura 1- Fluxograma do processo de síntese.
RESULTADOS
A Fig. 1 e Fig. 2 apresentam os
difratogramas da amostra do pó cerâmico
de SMC-T1 calcinado a 600ºC por 1 h e
após a sinterização a 1320ºC por 1 h.
P á g . 223
o
v Ca2MgSi2O7
o Ca2SiO4
x
Intensidade( u. a.)
Figura 3- DRX do pó cerâmico da amostra SMCP1, calcinado a 550ºC por 4 h.
x CaSiO3
o
v
x
v Ca2MgSi2O7
x
x
22
24
x x v v
v
26
28 30 32
2graus)
34
36
x
38
40
o Ca2SiO4
Intensidade (u.a)
v
20
x CaSiO3
Figura 1- DRX da amostra do pó cerâmico de
SMC-T1 calcinado a 600ºC por 1 h.
x
v
v
v
x
x
x
x
x
o
x
x
vv
x
227-14-SMC-T1 13-06
20
x CaSiO3
o
o
Intensidade( u. a.)
x
v
v
22
24
x
x x
26
x
v
v
20
28 30 32
2graus)
34
36
38
40
Figura 2- DRX da amostra SMC-T1 compactada e
sinterizada 1320ºC por 1h.
Na Fig. 1 e Fig. 2. Observa-se a presença
das fases cristalinas bioativas: wollastonita
(CaSiO3), akermanite (Ca2MgSi2O7), e
dicalcio silicato (Ca2SiO4). As fases
presentes na amostra SMC-T1 são
observadas na amostra SMC-P1, porém
com maior cristalinidade, como mostram as
Fig. 3 e Fig. 4.
x CaSiO3
x
v Ca2MgSi2O7
Intensidade( u. a.)
o Ca2SiO4
20
x
v
v
x
24
26
x
28
30
32
26
34
28 30 32
2(graus)
34
36
38
40
CONCLUSÕES
Foram obtidas cerâmicas com fases
bioativas a partir de silicato de sódio como
fonte de sílica. Assim este pode substituir
TEOS. Esta substituição é interessante
uma vez que silicato de sódio é proveniente
de um efluente do processo de fusão
alcalina da zirconita, sendo o seu uso
ambientalmente correto.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] R.L. Siqueira ,E.D. Zanotto, E.D., Biosilicato®:
Histórico de uma vitrocerâmica brasileira de elevada
bioatividade, Quím. Nova, 2011, 34, 1231-1241
[2] C. Yamagata, M. Paiva, A. Misso,O. Z. Higa, T.
Cunha, A. Rodas, A. Silveira, Síntese e caracterização
de vitro-cerâmica do sistema CaO-MgO-SiO2 para
aplicação biomédica, Congresso Latino Americano de
Órgãos Artificiais e Biomateriais, Natal, 2012.
[3] C. Wu, Y. Xiao, Evaluation of the in vitro Bioactivy
of Bioceramics, Bone and Tissue Regeneration Insights,
2009, 2, 25-29
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
x
x
22
24
Figura 4: DRX da amostra SMC-P1 sinterizada a
1200ºC por 2 h.
o Ca2SiO4
x
22
v Ca2MgSi2O7
36
38
40
Agradecimentos ao CNPq e IPEN,
respectivamente, pela bolsa concedida e
apoio de infraestrutura à pesquisa.
2graus)
P á g . 224
Caracterização Microestrutural e Eletroquímica do Aço Inoxidável Lean
Duplex UNS32304 Soldado pelo Método FSW (Friction Stir Welded)
Victor Hugo Ayusso, Maysa Terada e Isolda Costa
Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares - IPEN
INTRODUÇÃO
O aço inoxidável lean duplex UNS 32304
apresenta boas propriedades físicas e
mecânicas,
excelente
resistência
à
corrosão e boa soldabilidade [1-3].
A soldagem por atrito com pino não
consumível (SAPNC) ou Friction Stir
Welding (FSW) é um processo de união
(mistura) no estado sólido desenvolvido em
1991 [4], em que o material ao longo do
cordão de solda é aquecido e misturado
plasticamente através da rotação de um
pino não consumível [5]. As vantagens do
processo resultam do fato de que o
processo FSW mistura as fases sólidas a
uma temperatura de aproximadamente 70%
do ponto de fusão e não permitem a
precipitação de fases devido ao rápido
resfriamento. Este processo tem sido
estudado para aplicações em tubos de
petróleo/gás e indústria aeroespacial, e
produz zonas com microestruturas e
propriedades únicas que são muito
diferentes das observadas em soldagens
por processos convencionais.
Figura 1. Solda FSW
OBJETIVO
Avaliar a resistência à corrosão do aço
inoxidável lean duplex UNS S32304
soldado por atrito com pino não consumível
através das diferentes zonas geradas pelo
processo, correlacionando a microestrutura
e mesoestrutura ao comportamento de
resistência à corrosão e ao desempenho
das juntas soldadas.
METODOLOGIA
As placas de 350 mm (C) 70 mm (L), 1,8
mm (E) de aço inoxidável duplex
UNS32304 foram soldadas pelo processo
FSW, nesse processo um pino de
comprimento 1,8mm de policristalino nitreto
de boro cúbico (60% NBPC-40% WRe /
25% Re) é rotacionado juntamente a um
ombro de 25 mm que amolecem e
espalham o aço formando o cordão de
solda. A velocidade de rotação utilizada foi
e 200 rpm e a velocidade de avanço da
solda foi de 100mm / min. As amostras
foram retiradas a partir do metal base (MB)
e da zona misturada (ZM), em que o
material foi processado pela ferramenta,
todas as amostras foram embutidas em
baquelite e tinham a área de 1 cm².
Algumas amostras foram lixadas e polidas
até 1 μm, imersas em uma solução de
ácido Behara Modificado ( 20 mL de ácido
clorídrico, 80 mL de água destilada e 1g de
metabissulfito de potássio; a esta solução
em estoque, foram adicionados 2 g de
bifluoreto de amônio) ,à temperatura
ambiente por 20 s e depois observadas no
microscópio óptico.
A resistência à corrosão das diferentes
amostras
foi
determinada
utilizando
espectroscopia
de
impedância
eletroquímica e curvas de polarização
anódicas. Todos os testes foram realizados
em uma solução de
NaCl a 3,5%, à temperatura ambiente,
utilizando uma célula de três eletrodos de
P á g . 225
configuração, utilizando um fio de platina
como contra eletrodo, um eletrodo de Ag /
AgKCl como eletrodo de referência e a
amostra como eletrodo de trabalho.
A quantidade de ferrita de cada amostra foi
medida usando um ferritoscópio e os
resultados foram correlacionados com a
resistência à corrosão.
RESULTADOS
As microestruturas da zona misturada
mostrou a presença de grãos equiaxiais
finos, mais pronunciadas na fase austenita,
devido à uma maior taxa de difusão da
ferrita.
A quantidade de ferrita foi medida em todas
as amostras. Amostras de MB e ZM
apresentaram aproximadamente a mesma
quantidade de ferrita, o que sugere que o
FSW não diminui a quantidade de ferrita,
em contraste com os processos de
soldagem tradicionais.
Os resultados eletroquímicos indicam a
presença de um óxido de elevada
estabilidade na superfície do aço inoxidável
lean duplex soldado por FSW não somente
no metal de base, mas também na zona
misturada das amostras. Todos os
diagramas de fase de Bode apresentaram
dois picos associados com a camada de
óxido formada sobre a superfície e o
processo de transferência de carga. No
entanto, a resistência à corrosão das
amostras da zona misturada são menores
em comparação ao metal base.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] Thomas, W.M. et al, U.S. Patent No.
5,460,317.
[2] Ellis, M. and Strangwood, M., TWI Bull.,
Vol. 6, (1995), pp. 138–146.
[3] Magnani, M. et al, “ Microstructural and
Electrochemical Characterization of Friction
Stir Welded Duplex Stainless Steels”, Int. J.
Electrochem. Sci., 9 (2014) 2966 – 2977
[4] Thomas, W.M. et al, U.S. Patent No.
5,460,317.
[5] Ellis, M. and Strangwood, M., TWI
Bull.,6 (1995) 138–146.
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
Os autores reconhecem CNEN pelo apoio
financeiro a Victor Hugo Ayusso, CAPES
pelo apoio financeiro a Dr. Maysa Terada e
à Petrobras pelo fornecimento de amostras.
CONCLUSÕES
As juntas soldadas por FSW apresentaram
quantidades de ferrita similares às do metal
de base.
Os testes eletroquímicos indicaram elevada
estabilidade da camada de óxido sobre a
superfície das amostras, mas também
menor resistência à corrosão localizada das
juntas soldadas em comparação com o
metal de base.
P á g . 226
Hidrogéis de Poli (N-Vinil 2-Pirrolidona) com Nano Argilas Laponite RD
Sintetizados por Irradiação Gama
Vinicius Juvino dos Santos, Angélica Tamião Zafalon e Duclerc Fernandes Parra
Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares – IPEN
INTRODUÇÃO
Os hidrogéis são polímeros que têm uma
boa biocompatibilidade e se assemelham a
tecidos macios. Estes materiais têm sido
usados
como
curativos,
devido
à
capacidade de intumescimento na presença
de água. Os hidrogéis são polímeros com
massa molecular elevada, devido às redes
tridimensionais das cadeias poliméricas.
Vários métodos estão disponíveis para a
síntese de hidrogel incluindo o processo por
irradiação gama em solução aquosa. Este
processo permite a síntese de irradiação e
de esterilização do hidrogel em apenas um
passo. Polímeros em solução aquosa
submetida à irradiação gama sofre radiólise.
Como resultado, são formadas espécies
reativas de vida curta, como os radicais OH,
H-átomos e elétrons hidratados. Os átomos
de hidrogênio e hidroxilas podem extrair
átomos de hidrogênio de macromoléculas,
gerando radicais livres poliméricos. Poli (Nvinil-2-pirrolidona) (PVP) é um polímero
hidrofílico e apresenta uma excelente
biocompatibilidade. Este polímero é utilizado
para obter curativo em sistemas de
liberação de drogas [1-2]. O poli (etileno
glicol) (PEG) é utilizado para melhorar as
propriedades, tais como a elasticidade,
barreira
contra
as
bactérias
e
biocompatibilidade. PEG é habitualmente
utilizado para aumentar a solubilidade
aquosa da droga [3]. A aplicação de Nano
partículas
de
materiais
aumenta
significativamente as suas propriedades,
devido à sua grande área de contato.
Pequenas quantidades de Nano partículas
permitem ganhos de propriedades em
baixas concentrações. Laponite (LP), uma
nano-argila
sintética,
frequentemente
utilizada em cosméticos e produtos
farmacêuticos tem a fórmula química:
Na+0.7[(Si8Mg5.5Li0.3)O20(OH)4]-0.7,
e
sua
morfologia tem uma lamela óxido de
magnésio octaédrico entre duas paralelas
lamela de sílica tetraédrica. Esta argila
possui a forma de um disco de cerca de 1
nm de espessura e 25 nm de diâmetro [3,4].
OBJETIVO
O objetivo do presente estudo é preparar
curativos com poli (N-vinil-2-pirrolidona)
(PVP), poli (etileno-glicol), ágar e Laponite
RD usando irradiação gama para reticular e
a esterilizar o hidrogel. A influência da
concentração de Laponite (1 e 2%) foi
investigada de acordo com a metodologia
da fração de gel e determinação
intumescimento máximo.
METODOLOGIA
Poli (N-vinil-2-pirrolidona) (PVP) fornecida
por Êxodo Científica foi diluído em água
durante 24 h até a solubilização completa. A
Laponite RD foi fornecida por BYK Aditivos
e instrumentos e foi solubilizada em água,
sob agitação, durante 3,5 h antes de ser
adicionada na solução de PVP. Poli (etilenoglicol) foi fornecido por Brennt AG, Agar foi
fornecido por OXOID. A solução final foi
aquecida a 80 °C durante cinco minutos,
utilizando uma placa quente com agitador
magnético. Foram depositados 10 ml de
solução em moldes termoformados de
polietileno tereftalato (PET) e irradiadas a
25 kGy. A fração de gel é a fração insolúvel
do polímero, relacionada à fração reticulada
do polímero, enquanto a fração não
reticulada está relacionada à fração solúvel
após a operação de extração. Utilizou-se
dois métodos de extração, Soxhlet, extração
que consiste em 6 horas a 100°C em
solvente (água), e outra com imersão em
água durante 3 semanas. Em ambos os
métodos, as amostras foram removidas e
P á g . 227
secadas em estufa a 50°C durante 12 horas
e então pesadas. O intumescimento máximo
foi determinado por imersão do hidrogel
após sínteses, em água, durante 48 horas.
O intumescimento foi medido cada período
de uma hora até 10 horas e uma medição
final foi feita depois de 48 horas. Para
calcular o Intumescimento máximo foi
utilizada a seguinte equação (1):
CONCLUSÕES
A fração de gel dos hidrogéis com 1% e 2%
de Laponite RD apresentaram semelhantes
resultados. Os hidrogéis com Laponite
mostrou maior intumescimento do que o
hidrogel sem Laponite.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] S. Kadlubowski, Radiation-induced synthesis of nanogels based
on poly (N-vinyl-2-pyrrolidone) - A review, Radiation Physics and
Chemistry, Poland, April 2014, 102, 29-39 (2014).
Equação 1 (MF - massa final; MI - massa inicial).
RESULTADOS
As amostras de hidrogel com laponite
exibiram uma boa transparência. A figura 1
mostra os resultados da fração gel onde
foram observados resultados semelhantes
na comparação de ambos os métodos.
A
B
Figura 1 - Fração gel (Métodos de extração: A Soxhlet; B - 3 semanas).
O intumescimento das amostras com
laponite apresentou resultados semelhante,
consideravelmente maior do que a amostra
sem laponite o resultado foi evidenciado na
figura 2.
[2] J. M. Rosiak, P. Ulański, Synthesis of hydrogels by irradiation of
polymers in aqueous solution, Radiation Physics and Chemistry,
Poland, April 1998, 55, 139-151 (1999).
[3] J. de Medeiros, L. A. Kanis, Avaliação do
efeito de polietilenoglicóis no perfil de
extratos de Mikania glomerata Spreng.,
Asteraceae, e Passiflora edulis Sims,
Passifloraceae,
Brazilian
Journal
of
Pharmacognosy, Brazil, October 2009,
20(5), 796-802 (2010).
[4] M. G. Neumann, F. Gessner, A. P. P.
Cione, R. A. Sartori, C. C. S. Cavalheiro,
Interações entre corantes e argilas em
suspensão aquosa, Química nova, Brazil,
March 2000, 23(6), 818-824 (2000)
[5] K. Shikinaka K. Aizawa, Y. Murakami, Y.
Osada, M. Tokita, J. Watanabe, K.
Shigehara, Structural and mechanical
properties of Laponite–PEG hybrid films,
Journal of Colloid and Interface Science,
Japan, November 2011, 369, 470-476
(2012)
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico
e
Tecnológico
(processo
113098/2015-4).
Figura 2 - Gráfico de intumecimento x tempo.
P á g . 228
Instituto de Radioproteção e Dosimetria
IRD
P á g . 229
Comparação entre Métodos Físicos e Matemáticos para Calibração de
Contador de Corpo Inteiro Visando à Determinação da Radionuclídeos de
Alta Energia
Jaqueline Quince de Mello e Bernardo Maranhão Dantas
Instituto de Radioproteção e Dosimetria- IRD
INTRODUÇÃO
A
determinação
de
radionuclídeos
emissores de fótons de alta energia no
corpo humano, através de métodos de
monitoração in vivo requer a aplicação de
técnicas específicas de calibração dos
detetores visando à obtenção de fatores de
calibração. Tais fatores convertem a taxa de
contagem dos fótons na atividade do
radionuclídeo presente no corpo do
indivíduo sendo monitorado. Os fatores de
calibração são obtidos experimentalmente
com simuladores físicos antropomórficos
contendo
atividades
certificadas dos
radionuclídeos de interesse para a área de
dosimetria interna ocupacional de rotina ou
de acidentes. Um método alternativo para
se obter os fatores de calibração consiste
na simulação matemática do detetor, da
fonte contaminante e do corpo humano,
utilizando o Método de Monte Carlo.
OBJETIVO
Comparar os fatores de calibração do
contador de corpo inteiro para determinação
de radionuclídeos de alta energia, utilizando
o método convencional e a simulação
matemática.
METODOLOGIA
Será utilizado um simulador BOMAB,
preenchido com solução calibrada de K-40,
para determinação do fator de calibração
através do método convencional. Em
seguida será realizada a simulação
matemática do simulador e do detetor
NaI(Tl)8x4, posicionado na geometria de
corpo inteiro, utilizando o software VMC. A
técnica de simulação matemática será
validada através da comparação entre o
valor de atividade referência adicionada ao
simulador físico e o valor calculado pelo
software VMC.
RESULTADOS
Tabela 1. Fatores de calibração do detetor
NaI(Tl)3x3 para medição de 40K no corpo
inteiro, obtidos pelos métodos experimental
e simulação matemática.
FC (cps/Bq) x 10-5
z-variável
z-fixo
Posição BOMAB
VMC
VMC
1
1,04
1,28
1,55
2
1,42
2,34
2,45
3
2,13
2,70
3,12
4
2,55
2,77
3,64
5
2,74
3,69
4,05
6
2,61
3,57
3,88
A comparação entre os FCs obtidos por
simulação matemática em relação ao
BOMAB demonstra que a diferença entre os
valores de z-variável, isto é, quando
aplicada a correção entre as dimensões do
fantoma matemático em relação ao físico,
são menores que os valores obtidos com zfixo.
Tabela 2. Avaliação dos valores de FC
obtidos por simulação, em relação valores
de referência obtidos experimentalmente
com fantoma BOMAB.
P á g . 230
Posição
1
2
3
4
5
6
R (VMC/BOMAB)
z variável z fixo
1.23
1.49
1.65
1.72
1.26
1.46
1.09
1.43
1.34
1.47
1.37
1.48
Entre os valores obtidos, destaca-se a
posição 4, correspondente ao centro do
fantoma, onde os valores de FC em ambas
as simulações se aproximam mais do valor
experimental de referência.
De acordo com o critério de avaliação de
desempenho de ensaios, sugerido pela
ANSI (1996), observa-se que, apesar das
diferenças observadas entre os valores
obtidos pelo método experimental e por
simulação computacional, com exceção do
FC na posição 2, todos os demais se
encontram no intervalo de aceitação (0,75 <
R < 1,5).
CONCLUSÕES
Supõe-se que as discrepâncias observadas
entre os valores experimentais e teóricos se
justificam por diferenças de formato nas
sessões do simulador BOMAB real em
relação ao simulador matemático gerado por
meio do software VMC. Tais diferenças
serão mais facilmente observáveis quanto
mais próximo for posicionado o detetor em
relação ao simulador, resultando em
sensíveis diferenças nos valores de FC
nestas condições de medição e simulação.
Por outro lado, verifica-se que o ajuste da
distância entre o detetor em relação à
superfície do BOMAB aproxima os valores
experimentais e os teóricos. Tais resultados
atestam a aplicabilidade da técnica de
simulação matemática para o tipo de
medição estudado neste trabalho. Os
resultados preliminares apresentados neste
trabalho refletem o estágio inicial deste
projeto. Atualmente está sendo revisto o
método de estimativa de background do
aplicado para o cálculo da taxa de contagem
líquida do BOMAB. Está em andamento
também um esforço no sentido de ajustar as
dimensões do simulador matemático em
relação ao simulador físico, assim como das
características físicas do detetor, o que
possivelmente irá proporcionar uma maior
aproximação
entre
os
resultados
experimentais e teóricos. A utilização de tais
recursos de simulação em monitoração in
vivo permite a simulação de uma grande
variedade de radionuclídeos em diferentes
geometrias e detetores, o que pode vir a se
tornar um método de baixo custo e fácil
utilização tanto em monitoração ocupacional
de rotina quanto em situações de acidentes
envolvendo
a
exposição interna a
radionuclídeos emissores gama.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
HUNT, John G, DANTAS, B. M., LUCENA,
Eder A
Calibration of in vivo measurement systems
using a voxel phantom. Radiation Protection
Dosimetry. , v.79, p.425 - 427, 1998
HUNT, John G, Malátová, I., FONTÁNOVA,
S., DANTAS, B. M.
Calibration of In Vivo Measurement Systems
Using a Voxel Phantom and the Monte Carlo
Technique. Radiation Protection Dosimetry.
, v.89, p.283 - 286, 2000
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico (CNPq)
P á g . 231
Determinação dos Coeficientes de Absorção de Energia em Massa para
Feixes de Raios x de Baixas e Médias Energias
Vitor Moura de Paula e José Guilherme Pereira Peixoto
Instituto de Radioproteção e Dosimetria - IRD
INTRODUÇÃO
OBJETIVO
Conhecer o processo de interação da
radiação
com a matéria tornou-se
fundamental para assegurar condições
relativas às medições das grandezas de
radiações ionizantes a fim de assegurar a
rastreabilidade tanto no âmbito nacional e
internacional.
O objetivo deste trabalho é determinar da
grandeza Kerma no ar para os fótons de
baixas e médias energias, obtenção dos
espectros nos campos de referência e
simulação dos espectros e determinação da
fluência, utilizando um sistema de raios X
industrial com alvo de Tungstênio, tensão
de pico de 160kV, que se encontra nas
dependências LNMRI / IRD / CNEN. Com
isso o aluno determinará e aprenderá a
importância
na
determinação
dos
coeficientes de energia em massa para uma
determinada referência de feixe e a com
isso vai obter uma visão de radioproteção.
Além disso, com a obtenção dos mesmos
pode se conseguir uma melhoria para o
padrão referência do laboratório de
calibração.
Como o processo de interação da radiação
com a matéria é importante tanto para
Medicina, Biologia, Energia Nuclear e
Tecnologias aplicadas que fazem o uso da
mesma. Faz-se necessário um estudo
voltado para os processos de interação,
sendo mais específico, um estudo voltado
para os coeficientes de absorção de energia
em massa, estes coeficientes são fatores de
conversão que são usados para relacionar a
influência da energia dos fótons em um
meio
irradiado
para
quantidades
aproximadas da radiação dispersa ou
absorvida através dos diversos tipos de
radiação.
Existem
inúmeras
recomendações e
protocolos de organizações preocupadas
com a padronização, rastreabilidade e
dosimetria das radiações. Muito se fala dos
coeficientes
de
atenuação
linear,
coeficientes de transferência de energia e
coeficientes de absorção de energia, mas
sempre
voltados
para
o
feixe
monoenergéticos, onde essa energia é bem
definida. Já para feixes polienergéticos, na
faixa do radiodiagnóstico que varia entre
20kV a 150kV, onde os fótons possuem
diferentes valores de energia e suas
atenuação em um determinado material é
diferente de um feixe monoenergético,
pouco se tem como referências para estudo.
METODOLOGIA
Acompanhamento da rotina do técnico em
metrologia no setor de calibração;
Verificação
da
rastreabilidade;
Posicionamento da câmara de ionização;
Arranjo experimental; Métodos de calibração
por
substituição;
Funcionamento
do
espectro processor; Determinação do
campo de referência; Determinação do
Kerma no ar;
Determinação da fluência; Determinação
dos coeficientes de absorção de massa em
energia.
CONCLUSÕES
Os valores atuais encontrados na literatura
são para feixe de fótons monoenergéticos, o
que na realidade utilizada em feixes de raios
X de baixas e médias energias não condiz
P á g . 232
com os resultados encontrados. Então como
continuidade desta revisão, vamos calcular
experimentalmente e também por simulação
os coeficientes de absorção de energia em
massa para feixes de raios X na faixa de
energia do radiodiagnóstico.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1}ATTIX, F. H., Introduction to Radiological
Physics and Radiation Dosimetry, New York
, Ed. John Wiley&Sons Inc, 1986.
L. Radioproteção e Dosimetria:
Fundamentos, Rio de Janeiro- IRD/CNEN.
10ª revisão. Abril , 344p, 2014
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico (CNPq) Programa
Institucional de Bolsas de Iniciação
Científica (PIBIC).
[2]KNOLL, G.T., “Radiation Detection and
Mensurements”, J.Wiley and Sons, 3ª
edição, New York, 2000
[3]IAEA, International Atomic Energy
Agency, Technical Report Series nº 398,
Absorbed Dose Determination in External
Beam Radiotherapy, Vienna, 2000.
[4]IPEM,
Institute
of
Physics
and
Engineering in Medicine, , Report 78
Spectrum Processor, Software, United
Kingdom, 1997.
[5]PEIXOTO J. G. e ANDREO P.,
Determination of absorbed dose to water in
reference conditions for radiotherapy
kilovoltagem x-rays between 10 and 300 kV:
a comparison of the data in the IAEA,
IPEMB, DIN and NCS dosimetry protocols,
Phys. Med. Biol. 45, pp. 563-575, 2000.
[6]NIST, Nation Institute of Standards and
Technology.<www.physics.nist.gov/PhysRef
Data/XrayMassCoef>. Acesso em: 09 ago
2014.
[7]HUBELL, J.H. Review and history of
photon cross section calculations. Phys Med
Biol. 2006;51(13): R245-62.
[8] TAUHATA, L.; SALATI, I. P. A.;
PRINZIO, DI R.; PRINZIO, DI A TAUHATA,
P á g . 233
Laboratório de Poços de Caldas
LAPOC
P á g . 234
Apresentação de um Banco de Dados Georreferenciado para Consolidar
Dados de Monitoração Ambiental de uma Instalação Nuclear
Alessandra Faldoni Benedito e Alexandre Pereira de Oliveira
Laboratório de Poços de Caldas - LAPOC
INTRODUÇÃO
O Laboratório de Poços de Caldas da
Comissão Nacional de Energia Nuclear
(CNEN) realiza o Serviço de Inspeção
Residente na UTM-INB Caldas (antiga
instalação de mineração de processamento
de urânio). No escopo deste serviço são
realizadas, dentre outras atividades, visitas
técnicas e coletas semanais de amostras.
Além disso, a empresa estatal Indústrias
Nucleares do Brasil, operadora da
instalação, anualmente emite o relatório do
Programa de Monitoração Radiológica
Ambiental (PMRA) e o encaminha à CNEN
para avaliação[1,2].
Os dados de monitoração ambiental
referentes à UTM-INB Caldas produzidos
tanto pelo LAPOC quanto pela INB,
compõem uma massa de dados que precisa
ser mantida adequadamente de tal modo
que permita consultas ágeis e precisas.
Desenvolveu-se então um sistema de banco
de dados georreferenciado (geodatabase)
para que fosse possível armazenar não só
as informações geográficas e demais
atributos dos pontos de coleta, mas também
a grande quantidade de informações
temporais associadas a eles.
OBJETIVO
O presente trabalho tem por objetivo
apresentar a estrutura e a maneira de uso
do geodatabase desenvolvido pela equipe
do Setor Geoambiental do Laboratório de
Poços de Caldas.
METODOLOGIA
O geodatabase é um banco de dados capaz
de
armazenar
e
manipular
dados
geográficos e não-geográficos. Em termos
de lógica de funcionamento, é necessário
um software de geoprocessamento que vai
ser executado sobre uma plataforma de
banco de dados [3]. O software utilizado no
presente trabalho é o ArcGIS Editor 9.3.1,
distribuído pelo fabricante ESRI, que opera
sobre a plataforma de banco de dados do
Microsoft SQL Server.
O geodatabase foi estruturado de acordo
com as necessidades apresentadas pela
equipe do LAPOC. Basicamente, ele
precisaria organizar as informações de
diversos pontos amostrais, sendo que cada
ponto gera diversas amostras, e cada
amostra gera diferentes análises.
Para isso, foram concebidas três tabelas
para acomodar esses dados: uma tabela de
pontos amostrais, uma tabela de amostras e
uma tabela de medições. Cada tabela deve
ter seus campos preenchidos a partir das
informações disponíveis. Em alguns campos
usa-se o recurso de domínios, não só para
facilitar o preenchimento como também para
limitar as opções do usuário.
As três tabelas do geodatabase são ligadas
entre si através de campos em comum,
sendo que cada tabela possui campos
específicos. Esse recurso permite um
mecanismo de busca parametrizado por
dados contidos em campos das três tabelas
simultaneamente.
Para realizar esse tipo de busca, usa-se o
ambiente ArcMap do ArcGIS, aplicando-se
primeiramente o comando join por duas
vezes para conectar as três tabelas. Na
sintaxe do comando join, são informadas as
duas tabelas que se deseja conectar, além
P á g . 235
do campo comum às duas. O resultado final
após as duas execuções do comando é uma
única tabela que agrupa todos os dados do
geodatabase.
LAPOC, é possível afirmar que a estrutura
das tabelas se mostrou adequada para a
aplicação desejada, assim como os
recursos
disponíveis
na
ferramenta
computacional utilizada.
O próprio ambiente ArcMap é utilizado para
executar a busca, usando-se o recurso de
“seleção por atributos”. Visto que a tabela
resultante das conexões contém todos os
campos do geodatabase, a seleção por
atributos pode incorporar parâmetros de
quaisquer campos desejados.
Além
disso,
as
informações
são
recuperadas de modo ágil, permitindo que
se tomem decisões em curto espaço de
tempo, aumentando a eficiência do Serviço
de Inspeção Residente e, por conseqüência,
do licenciamento nuclear da unidade.
RESULTADOS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Para exemplificar o tipo de resultado que
pode ser obtido no uso do geodatabase,
será apresentado um gráfico resultante de
uma busca. Neste caso, foram recuperadas
as concentrações de urânio solúvel em
amostras de água coletadas no ano de
2012, num certo ponto da instalação.
[185]Página da INB – Indústrias Nucleares
do Brasil na internet, www.inb.gov.br,
acessado em 14/07/2015.
A Figura 1 apresenta o gráfico construído
com o resultado da busca executada.
0,30
0,25
[187] M. Zeiler , Modeling Our World, The
ESRI Guide to Geodatabase Design,
Environmental Systems Research Institute,
Redlands, California, USA (1999).
0,20
Concentração [Bq/L]
[186] M. Cipriani, Mitigação dos Impactos
Sociais e Ambientais Decorrentes do
Fechamento Definitivo de Minas de Urânio,
Tese de doutorado em Ciências nas Áreas
de Administração e Políticas de Recursos
Minerais,
Universidade
Estadual
de
Campinas, Campinas, São Paulo, 360p.
(2002).
0,15
0,10
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
0,05
0,00
2/1
1/2
2/3
1/4
1/5
31/5
30/6
30/7
29/8
28/9
28/10
27/11
27/12
Figura 1: Gráfico da concentração de urânio
solúvel num determinado ponto da
instalação, no ano de 2012.
Os autores agradecem à Fundação de
Amparo à Pesquisa do Estado de Minas
Gerais (FAPEMIG) pelo apoio financeiro na
forma de concessão de bolsas de iniciação
científica.
CONCLUSÕES
A partir do bom funcionamento do
geodatabase, comprovado pela equipe do
P á g . 236
Procedimentação das atividades da inspeção Residente da UTM-INB Caldas
à Luz da ISO 17025 e do MEG da FNQ
Almir Donizette Vicente Gouvêa e Daniela Villa Flor Montes Rey Silva
Laboratório de Poços de Caldas - LAPOC
INTRODUÇÃO
OBJETIVO
A Fundação Nacional da Qualidade (FNQ) é
uma organização não governamental,
focada na área de gestão a nível mundial,
que utiliza uma metodologia chamada
Modelo de Excelência da Gestão (MEG)
composta por ferramentas e práticas que
auxiliam as organizações brasileiras a atingir
o nível de excelência em gestão [1].
Apresentar os resultados da aplicação de
alguns conceitos do MEG e da Norma ISO
17025 no aperfeiçoamento das atividades
do Serviço de Inspeção Residente na UTMINB Caldas.
O Laboratório de Poços de Caldas da
Comissão Nacional de Energia Nuclear
(CNEN) realiza o Serviço de Inspeção
Residente na UTM-INB Caldas (antiga
instalação de mineração e processamento
de urânio), que consiste em um programa
de acompanhamento das condições de
operação e ambientais da referida unidade
[2].
No escopo deste serviço são realizadas
visitas técnicas, coletas semanais de
amostras, análises de documentos com
emissão
de
pareceres
técnicos
e
acompanhamento de inspeções com
finalidades diversas. Além disso, são
realizadas algumas tarefas antes e depois
da inspeção, tais como o preparo do
material para as coletas e a preparação das
amostras coletadas para posterior envio
para análise em outros setores do LAPOC
[3].
A padronização das atividades com o
objetivo de garantir resultados confiáveis é
uma diretriz do Setor Geoambiental do
LAPOC.
Por
isso,
percebeu-se
a
oportunidade de se aplicar a metodologia do
MEG, assim como alguns requisitos da
Norma ISO 17025, nas atividades do setor,
notadamente nas tarefas do Serviço de
Inspeção Residente [4].
METODOLOGIA
Verificar todas as etapas pertinentes aos
processos de trabalho de acordo com a
experiência dos colaboradores que realizam
as atividades; mapear os processos de
trabalho; e elaborar procedimentos internos
para a execução das tarefas.
RESULTADOS
Na fase de levantamento das etapas
pertinentes ao processo foram agendados
horários com cada um dos colaboradores
para a realização de entrevistas.
Em
seguida
foram
analisadas
a
documentação existente e as anotações dos
colaboradores para que fosse possível
registrar os detalhes das etapas. Com isso
foi necessário realizar o acompanhamento
das atividades na prática para avaliar se
deveria ser acrescentado algum detalhe.
Na fase de mapear os processos de
trabalho foram elaborados os mapas do
“serviço de inspeção residente”, “limpeza e
descontaminação de frascos plásticos,
vidrarias e dos equipamentos de filtração”, e
“filtração das amostras de água”.
Com base nos mapas de processo foi
possível analisar o encadeamento das
atividades e através do seu detalhamento
elaborar
os
procedimentos
internos
associados com as tarefas.
P á g . 237
Para padronizar a documentação à luz da
Norma ISO 17025, foi incorporada uma
estrutura formal na redação e apresentação
dos procedimentos e dos formulários
associados.
Os procedimentos internos devem ser
numerados a partir de uma série fornecida
pela Gerência de Qualidade do LAPOC e
podem possuir formulários de controle
associados que devem seguir a mesma
estrutura de codificação dos procedimentos.
para a função possa realizar as atividades
seguindo o passo-a-passo do roteiro
descrito nos procedimentos.
Devido à importância da padronização,
fundamentada na Norma ISO 17025, a
metodologia proposta nesse trabalho será
adotada para as tarefas de calibração e
utilização de diversos equipamentos, tais
como uma sonda multiparamétrica de
campo e peagâmetros de bancada.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Os elementos textuais que compõem o
procedimento necessitam seguir um modelo
padrão. Devem apresentar o objetivo, o
campo de aplicação e os documentos que
foram utilizados como referência. Devem
conter uma lista com as definições e siglas,
indicar os documentos complementares que
forem citados ao longo do texto, assim como
citar os clientes/usuários. O corpo principal
do procedimento deve apresentar as rotinas
detalhadas das atividades. No final, o
procedimento deve conter um quadro de
edição que registra todas as alterações
efetivadas, seguido da lista de anexos
pertinentes à realização das atividades.
CONCLUSÕES
[1]
“Fundação Nacional da Qualidade –
FNQ”,
2005.
Disponível
em:
http://www.fnq.org.br/. Acesso em: 10 jun.
2015.
[2]
Cipriani, M. Mitigação dos impactos
sociais e ambientais decorrentes do
fechamento definitivo de minas de urânio,
Tese de doutorado em Ciências nas Áreas
de Administração e Políticas de Recursos
Minerais,
Universidade
Estadual
de
Campinas, Campinas, São Paulo, 360p.,
2002.
[3]
Página da CNEN – Comissão
Nacional de Energia Nuclear na internet.
Disponível em: http://www.cnen.gov.br/.
Acesso em 19 jun. 2015.
O mapeamento de processos realizado e a
consequente elaboração dos procedimentos
internos consolidaram as etapas das tarefas
do Serviço de Inspeção Residente e de
duas
outras
atividades
do
Setor
Geoambiental do LAPOC, padronizando-se,
além disso, os documentos pertinentes.
[4]
Associação Brasileira de Normas
Técnicas – ABNT. NBR ISO/IEC 17025:
Requisitos gerais para competência de
laboratórios de ensaio e calibração, 1ª
edição. Rio de Janeiro, 2005.
A padronização é importante para que se
tenha um registro uniforme de como é
realizada determinada tarefa. Além disso,
permite que qualquer pessoa designada
Os autores agradecem à Fundação de
Amparo à Pesquisa do Estado de Minas
Gerais (FAPEMIG) pelo apoio financeiro.
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
P á g . 238
Validação de Método de Análise de Urânio e Tório em Amostras de Águas
por ICP-MS
Daniela de Assis Bócoli e Rodrigo Leandro Bonifácio
Laboratório de Poços de Caldas – LAPOC
INTRODUÇÃO
Diversas técnicas podem ser aplicadas para
determinação de Urânio e Tório em
amostras de água, tais como ICP-MS [1],
ICP-OES e espectrofotometria. A técnica de
espectrofotometria exige um instrumental de
baixo custo e conduz a resultados
confiáveis, mas esta metodologia apresenta
desvantagens, como o uso de vários
reagentes químicos e elevado tempo de
análise global. As desvantagens deste
método são suprimidas com o uso da
técnica de ICP-MS, apesar do maior custo
de aquisição e de operação pertinentes a
este instrumento.
De acordo com a Associação Brasileira de
Normas técnicas (NBR ISO/IEC 17025),
validar um método consiste em confirmar,
examinando e fornecendo evidências
objetivas, que os requisitos específicos para
um determinado uso pretendido são
atendidos.
OBJETIVO
Validar a metodologia de análise de tório e
urânio em águas pelo método de ICP-MS.
METODOLOGIA
de ácido nítrico destilado. A amostra
digerida foi diluída 10 vezes com adição de
índio na concentração final de 1µg/L.
Urânio e Tório foram analisados no modo
standard do instrumento nas massas 238 e
232, respectivamente.
Para o parâmetro de linearidade, foram
preparadas cinco curvas de calibração com
as concentrações de: 0,25; 1; 2; 5 e 10 ug/L
de cada elemento em meio de ácido nítrico
1% na presença de índio 1µg/L.
Para a exatidão foram realizados ensaios de
materiais de referência certificados (MRC).
Os valores obtidos pelo laboratório (média e
o desvio padrão de uma série de ensaios
em replicata) devem ser comparados com
os valores certificados, para poder se utilizar
o índice z (z score), que é calculado a partir
da equação 1:
(1)
Onde: Xlab=valor obtido pelo laboratório;
XV=valor aceito como verdadeiro (valor
certificado do MRC); s=unidade de desvio
(incerteza do MRC).
A precisão foi estudada a partir do parâmetro de repetitividade, que
Os reagentes utilizados foram de grau
pureza analítica e o ácido nítrico foi
destilado antes do uso. Os padrões de
trabalho de tório e urânio foram obtidos a
partir de diluição de padrão rastreável de
tório 1000mg/L e urânio 1000mg/L. Utilizouse índio como padrão interno partindo da
solução padrão de 100 mg/L. Utilizou-se o
espectrômetro de ICP-MS Perkin Elmer
NexIon 300D.
foi determinada utilizando-se três diferentes
soluções de tório ou urânio. A precisão é
expressa a partir do desvio-padrão relativo
(equação 2).
Alíquotas de 50mL de amostra foram
digeridas em chapa aquecedora com 5mL
A incerteza da medição foi avaliada em
quatro
etapas:
especificação
do
mensurando; identificação das fontes de
(2)
Onde: DPR: desvio-padrão relativo; s:
desvio-padrão amostral;
: média das
observações obtidas.
P á g . 239
incerteza; quantificação dos componentes
de incerteza; e cálculo da incerteza
combinada.
-Repetibilidade: considerou-se para esta
fonte de incerteza o valor de DPR calculado
no estudo de precisão.
RESULTADOS
CONCLUSÕES
Para verificação da linearidade, verificou-se
o coeficiente de correlação de Pearson (r2),
que apresentou valores iguais a 0,995 para
as curvas de ambos os analitos e por esse
valor conclui-se que a curva é linear, pois
ele é maior que 0,99.
A metodologia analítica para quantificação
de tório e urânio por ICP-MS mostrou-se
adequada para determinar a concentração
dos analitos em amostras de água. O
método proposto foi devidamente validado,
através do estudo dos parâmetros de
precisão, linearidade, exatidão, incerteza de
medição e limite de quantificação. A
incerteza de medição também foi avaliada
nestes estudos.
No estudo da exatidão os valores de zscore, calculados pela equação 1, para os
ensaios de Th encontram-se entre 0,68 e
0,74, e para os ensaios de U entre 0,11 e
0,82. Os valores são menores que 2, o que
permite inferir que o método é exato.
Para a análise da precisão foi calculado o
DPR (equação 2). Sugere-se como faixa de
aceitação para o DPR valores 15% (US
EPA [2]), especificamente para ensaios em
matrizes ambientais. Foram obtidos valores
inferiores a 3%, que podem ser
considerados aceitáveis com base nesse
critério.
O limite de quantificação foi adotado como o
valor do menor ponto da curva de calibração
(0,25 ug/L) de tório ou urânio. Com uma
diluição da amostra de 10 vezes, este limite
será de 2,5 ug/L. O Ministério da Saúde
inclui como limite máximo para urânio em
água
de
consumo
humano
uma
concentração de 30ug/L [3]. O limite deste
método, então, atende a legislação de
potabilidade para urânio. Não há definições
na legislação brasileira para Th em águas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[188]M. Rozmaric, A.G. Ivsić, Z. Grahek,
“Determination of uranium and thorium in
complex samples using chromatographic
separation, ICP-MS and spectrophotometric
detection,” Talanta, vol 80/1, pp.352-362
(2009).
[189]USEPA, “Guidance For Methods
Development And Methods Validation For
The RCRA Program”, Unites States
Environmental Protection Agency, 1992.
[190]. BRASIL, PORTARIA Nº 2.914, DE 12
DE DEZEMBRO DE 2011, Ministério da
Saúde, 2011.
[191]S L R Ellison e A Williams (Eds).
“Eurachem/CITAC
guide:
Quantifying
Uncertainty in Analytical Measurement”,
Third edition, (2012).
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
Foram especificadas as principais fontes de
incerteza, que são:
Fundação de Amparo à Pesquisa do estado
de Minas Gerais – FAPEMIG.
- Fator de diluição: considera a incerteza
dos materiais volumétricos utilizados na
etapa de diluição da amostra;
- Concentração de analito na solução: como
os resultados são calculados por uma curva
analítica foram utilizadas as considerações
do guia EURACHEM/CITAC [4] para este
cálculo;
P á g . 240
Implementação de bioensaios para testes ecotoxicológicos sobre os
efluentes radioativos, de acordo com as metodologias: ABNT, OCDE e ISO
Emília Gabriela Costa Silvério; Carla Rolim Ferrari e Heliana de Azevedo Franco do
Nascimento
Laboratório de Poços de Caldas - LAPOC
INTRODUÇÃO
METODOLOGIA
Na Unidade de Tratamento de Minérios das
Indústrias Nucleares do Brasil UTM/INB,
efluentes radioativos são gerados por
processos de drenagem ácida de mina
(DAM), procedente de pilhas de rejeito de
minério de baixo teor de urânio, os quais
são tratados por processos químicos, para
serem lançados na represa das Antas.
Os cladóceros C. silvestrii e D. magna foram
alimentados com suspensões da alga
Raphidocelis
subcapitata
com
concentrações variando de 1 a 5 x 105 e 1 x
106 células/organismo, respectivamente.
Complemento
alimentar
para
peixe
Tetramin® (5.10-3g/mL), foi fornecido para
os cladóceros. Para C. silvestrii a água de
cultivo teve composição química de acordo
com a ABNT [3]. Para D. magna, a água do
meio de cultivo foi preparada de acordo com
as composições dos meios descritos em [2,
5].
Testes de sensibilidade foram realizados
quinzenalmente com as substâncias: NaCl
para C. silvestrii [1] e K2Cr2O7 para D.
magna [2, 4].
Atualmente, a UTM/INB encontra-se em
fase de fechamento e os órgãos
reguladores, nuclear e ambiental, têm a
responsabilidade legal de realizar a análise
de segurança in situ nos corpos de água
receptores adjacentes, que recebem os
efluentes tratados. O presente estudo
utilizou testes ecotoxicológicos como
ferramentas aplicáveis para detectar e
avaliar a capacidade inerente ao agente
tóxico, em causar possíveis efeitos
deletérios
em
bioindicadores.
OBJETIVO
O objetivo do presente estudo foi capacitar
o Laboratório de Radioecologia do
LAPOC/CNEN com a implantação de
metodologias de cultivos de acordo com as
normas ABNT [1] para Ceriodaphnia
silvestrii e Daphnia magna ABNT [4], OECD
[5] e ISO [6]. Testes de sensibilidade com
as substâncias de referência NaCl para C.
silvestrii e K2Cr2O7 para D. magna foram
aplicados.
RESULTADOS
Um aspecto verificado, nos cultivos de D.
magna relacionado a quantidade de
organismos/L, propostas pelas normas
ABNT [2] e ISO [4], é que nas proporções
recomendadas de 25 a 50 adultos/L os
organismos apresentaram ocasionalmente
reprodução sexuada, produzindo ovos de
resistência, além de uma média de 20 ± 7
machos por cultura. Tal fato impede a
utilização desses neonatos em testes
ecotoxicológicos.
Diante
de
tais
observações 8 adultos/L foram utilizados,
visando à manutenção da partenogênese.
Também, foi observado que a partir da 6ª
geração, as fêmeas podem ocasionalmente,
P á g . 241
apresentar reprodução sexuada, gerando
machos nos cultivos. Em tal condição, a
ABNT [2] e ISO [4] recomendam o descarte
dessas culturas. Assim, a utilização de
neonatos entre a 2ª e 5ª gerações para
montagem de novos cultivos foi adotada
como recomendado pelas normas citadas
(3ª e 10ª ninhadas), porém, num intervalo
mais restrito de gerações.
86±10 dias, já o pico de fecundidade se deu
entre a 10 e a 18ª ninhada, com até 50
neonatos por fêmea.
Os testes de sensibilidade com a substância
de referência (NaCl) até o presente
momento, mostraram EC50 no valor de 1,4
g/L para espécies de C. silvestrii. Já para D.
magna houve registro de EC50 48h variando
de 1,05 a 1,29 mg/L K2Cr2O7. Tais valores
se mostraram dentro da faixa esperada,
quando comparado com outros laboratórios,
que apresentaram EC50 24h na faixa entre
0,43 a 2,31 mg/L para mesma espécie [6].
Para avaliar o ciclo de vida de D.magna três
neonatos foram avaliados (fecundidade e
longevidade). Os resultados mostraram que
a média de vida desses organismos foi
CONCLUSÕES
O seguinte protocolo foi definido:
Ceriodaphnia silvestrii
ABNT [2]
Daphnia magna
LAPOC
ABNT [1], OECD [3] e ISO [4]
LAPOC
100% água processada:
destilada, deionizada, osmose
reversa ou natural
50% destilada
+ 50% deionizada
Cultivo
Tipo de água
100% água processada:
destilada, deionizada,
osmose reversa ou natural
50% destilada
+ 50% deionizada
Meio de cultura
ABNT
ABNT
ABNT
ABNT
Organismos/L
Neonatos para
novas culturas
70 org/L
70 org/L
25-50org/L
8 org/L
a partir da 3ª ninhada
a partir da 3ª ninhada
entre a 3ª e a 10ª ninhada
entre a 3ª e a 5ª ninhada
2mL/organismo (testes
agudo e de sensibilidade)
2mL/organismo (testes
agudo e de sensibilidade)
3mL/organismo (crônico)
3mL/organismo (crônico)
2mL/organismo (testes agudo e
de sensibilidade)
10mL/organismo (teste
agudo e de sensibilidade)
a partir da 3ª
a partir da 3ª
entre a 3ª e a 10ª ninhada
entre a 3ª e a 10ª ninhada
Testes
Volume
Gerações
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. ASSOCIAÇÃO
BRASILEIRA
DE
NORMAS TÉCNICAS (ABNT) NBR12713,
pp. 23, Rio de Janeiro, 2009.
2. ASSOCIAÇÃO
BRASILEIRA
DE
NORMAS TÉCNICAS (ABNT) NBR13373,
pp. 18, Rio de Janeiro, 2010.
3. OECD GUIDELINE FOR TESTING OF
CHEMICALS.
Daphnia
sp.,
Acute
Immobilisation Test. Adopted: 13 April 2004.
4. EUROPEAN
COMMITTEE
FOR
STANDARDIZATION.
BS
EN
ISO
6341:2012. Water quality - Determination of
the inhibition of the mobility of Daphnia
magna Straus (Cladocera, Crustacea) Acute toxicity test. pp. 22, 2012.
5. B. P. Elendt; W. R. Bias. Trace nutrient
deficiency in Daphnia magna cultured in
standard medium for toxicity testing. Effects
of the optimization of culture conditions on
life history parameters of D. magna. Water
Research, (24): 1157-1167, 1990.
6. G. Persoone et al. Review on the acute
Daphnia magna toxicity test- Evaluation of
the sensitivity and the precision of assays
performed with organisms from laboratory
cultures or hatched from dormant eggs.
Knowledge and Management of Aquatic
Ecosystems, 393 (1): 1-29, 2009.
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
A FAPEMIG e DMEd
P á g . 242
Determinação de Isótopos de Urânio em Urina de Indivíduos
Ocupacionalmente Expostos
Fernanda Forin de Souza e Maria Helena Tirollo Taddei
Laboratório de Poços de Caldas - LAPOC
INTRODUÇÃO
METODOLOGIA
Indivíduos que exercem atividades em áreas
controladas, onde existe probabilidade de
incorporação de materiais radioativos em
condições normais de operação, necessitam
ser submetidos a um Programa de
Monitoração Individual Interna de Rotina,
sob o ponto de vista de proteção radiológica
[1].
Co-precipitação da Amostra de Urina
A bioanálise “in vitro” é um método indireto
que identifica e quantifica radionuclídeos
depositados internamente, por meio de
análise de material biológico (urina e fezes)
[1].
Em geral, amostras de urina são fáceis de
serem coletadas e analisadas, sendo base
para a determinação da incorporação de
materiais
prontamente
absorvidos,
permitindo ainda estimar os níveis da
atividade sistêmica nos tecidos do corpo [2].
A separação radioquímica seguida por
contagem em espectrometria alfa é mais
sensível
que outras técnicas para
determinação de urânio e permite a
quantificação de seus isótopos (234U, 235U e
238U) [3].
Amostras de urina coletadas no período de 24
horas de indivíduos ocupacionalmente expostos
foram selecionadas para análise, o volume de
cada amostra foi medido e utilizado
integralmente
para
a
co-precipitação, adicionou-se 0,04 Bq do
traçador de 232U para determinação do
rendimento químico da análise.
Adicionou-se 30 mL de H2O2 na amostra, a
qual foi levada a aquecimento em chapa
elétrica até obter-se uma coloração amarelo
claro, posteriormente adicionou-se 200 µL
de hidrogênio fosfato de amônio e 4 gotas
do indicador fenolftaleína. Esperou-se o
resfriamento
até
aproximadamente
70-80 ºC e, sob agitação, precipitou-se a
amostra com NH4OH até a viragem de
coloração do indicador, caso não ocorresse
a precipitação, 1 mL de Ca(NO3)2
1,25 mol.L-1 foi adicionado.
Deixou-se a amostra decantar até o dia
seguinte.
Em
seguida
sinfonou
o
sobrenadante e o precipitado foi diluído em
meio HNO3 3 mol.L-1.
OBJETIVO
Separação radioquímica do Urânio
Determinação dos isótopos de urânio (234U,
235U
238U)
e
utilizando
resinas
cromatográficas para separação dos
interferentes diminuindo desse modo o
tempo de determinação, alem de validar a
metodologia por meio de análise do
programa de intercomparação.
A solução de amostra foi percolada em
colunas cromatográficas UTEVA précondicionadas com HNO3 3 mol.L-1. O
efluente foi descartado, em seguida 10 mL
de HCl 9 mol.L-1 foi percolado através da
resina para modificação do meio ácido, este
efluente também foi descartado, e o urânio
foi eluído com HCl 0,01 mol.L-1.
P á g . 243
O efluente foi seco em chapa aquecedora e
os sais obtidos foram dissolvidos com
H2SO4 3 mol.L-1 e sulfato de amônio
0,8 mol.L-1.
Eletrodeposição e quantificação do
Urânio
As amostras foram eletrodepositados em
plaquetas de prata polidas, sob corrente
elétrica de 1,2 A durante 60 minutos. Para
quantificação dos isótopos de urânio no
Espectrômetro Alfa foram utilizadas as
energias de 4,31 MeV para o traçados
232U, 4,74 MeV para o 234U, 4,47 MeV
para o 235U e 4,19 MeV para o 238U. As
amostras foram contadas durante 200000
segundos.
A partir dos resultados obtidos no exercício
de intercomparação apresentados na tabela
acima foi possível verificar a boa
performance quanto à determinação dos
radionuclídeos, pois apresentaram boa
exatidão nos resultados.
CONCLUSÕES
A concentração de isótopos de urânio em
amostras biológicas, bioanálise “in vitro”,
pôde ser avaliada quanto a incorporação em
urinas de trabalhadores ocupacionalmente
exposto. Foi possível concluir que a
metodologia
foi
adequada
para
a
determinação dos isótopos de urânio em
urina ao avaliar o resultado do exercício de
intercomparação.
RESULTADOS
Os resultados das amostras de urina
obtidos por Espectrometria Alfa para as
determinações de 234U, 235U e 238U de
alguns trabalhadores ocupacionalmente
expostos, estão apresentados na Tabela 1.
234
235
238
U
(mBq.L-1)
U
(mBq.L-1)
U
(mBq.L-1)
1
8,99 ± 1,03
0,94 ± 0,28
1,51 ± 0,36
2
31,70 ± 3,23
2,07 ± 0,52
1,03 ± 0,36
3
12,50 ± 0,93
0,69 ± 0,17
0,98 ± 0,20
4
89,10 ± 4,05
4,36 ± 0,34
2,38 ± 0,23
5
1,32 ± 0,25
< 0,30
0,82 ± 0,19
A tabela 2 apresenta os resultados da
validação da metodologia a qual foi
realizada com uma amostra do exercício de
intercomparação
promovido
pela
PROCORAD (Association pour la promotion
du controle de qualite des analyses de
biologie medicale em radiotoxicologie) em
2014.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Castro, M. X., “Interpretação de resultados
de monitoração individual interna de
trabalhadores da fábrica de combustível
nuclear – FCN”, Dissertação (mestrado) Instituto de Radioproteção e Dosimetria Rio de Janeiro, 2005.
International Atomic Energy Agency (IAEA),
“Ocupational radiation protection. Safety
guide. No. RS-G-1.1 Vienna,.1999.
Taddei, M. H. T.; Silva, N. C.; Fernandes, E.
A. N.; Cipriani, M. Determination of alphaemitting isotopes of uranium and thorium in
vegetables
and
excreta.
Journal
Radioanalytical and Nuclear Chemistry. Vol.
248: 483-486, 2001.
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
FAPEMIG
-1
234
U
U
238
U
235
Espectrometria Alfa (Bq.amostra )
Resultado
Resultado
Laboratório
Real
2,03E-01 ± 9,41E-03
2,42E-01 ± 1,40E-02
1,01E-02 ± 1,05E-03
1,10E-02 ± 6,00E-04
2,16E-01 ± 9,97E-03
2,40E-01 ± 1,40E-02
P á g . 244
Estudo de Remoção de Urânio em Solvente Orgânico Utilizado em
Processos Hidrometalúrgicos
Fernando Henrique Marques e Rodrigo Leandro Bonifácio
Laboratório de Poços de Caldas - LAPOC
INTRODUÇÃO
O urânio (U) é um elemento radioativo
localizado na família dos actinídeos, na
tabela periódica. Com uma massa atômica
de 238, é considerado o elemento de
ocorrência natural mais denso, sendo
encontrado na forma de minério na
natureza. Seu número atômico é 92. A
principal e atual aplicação do urânio é como
fonte energética, como combustível em
reatores nucleares para geração de energia
[1, 2].
O Laboratório de Poços de Caldas
(LAPOC/CNEN), no setor de Processos
Químicos, tem desenvolvido processos de
extração e recuperação de urânio de
minérios com o intuito de melhorar as
metodologias
extrativas
atualmente
utilizadas. Há estocado nas dependências
do laboratório um composto orgânico,
Alamine 336, oriundo de plantas pilotos de
tais estudos que foram realizados, contendo
urânio em um teor apreciável.
Em função dos aspectos supracitados, é
necessário gerenciar o destino final deste
rejeito orgânico. Baseado na literatura é
feito um estudo de extração líquido-líquido
para recuperar e purificar o urânio contido
no solvente já citado acima, permitindo o
projeto de uma planta piloto para o processo
de separação.
A extração líquido-líquido (ELL) ocorre pelo
contato de duas fases imiscíveis (uma fase
aquosa e uma fase orgânica), em que as
substâncias de interesse passam de uma
fase para a outra. É chamada extração a
operação onde a espécie de interesse
passa da fase aquosa para a fase orgânica,
e reextração é quando ocorre o processo
inverso [2]. Para uma unidade contínua de
ELL é necessário determinar o número de
estágios para que se possa ocorrer uma
extração com máxima eficiência possível. O
diagrama de McCabe-Thiele possibilita
determinar
quantos
estágios
são
necessários em tal operação [3].
O material tratado estará adequado nas
diretrizes
ambientais
e
radiológicas,
podendo o solvente ser reaproveitado, e o
urânio ser comercializado.
OBJETIVO
O principal objetivo do trabalho é remover o
urânio contido em solvente orgânico,
utilizando a técnica de extração líquidolíquido em escala laboratorial. São objetivos
específicos recuperar o solvente orgânico
adequando-o, do ponto de vista radiológico
e ambiental, para fins de reaproveitamento
ou destinação final; além de purificar o
urânio extraído da fase orgânica do rejeito.
METODOLOGIA
O processo de regeneração do solvente
orgânico e recuperação de urânio propostos
são
baseados
nas
metodologias
empregadas em unidades hidrometalúrgicas
de beneficiamento de urânio, tal consiste em
extrair o metal do rejeito utilizando
carbonato de sódio (reextração), extrair o
urânio do reextrato aquoso com o solvente
regenerado, concentrando-o, reextraí-lo
novamente com cloreto de sódio (NaCl) e
precipitá-lo na forma de diuranato de
amônio utilizando hidróxido de amônio
(NH4OH). Em cada unidade de extração do
processo foi realizado um estudo para
P á g . 245
construir o diagrama de McCabe-Thiele e
determinar o número de estágios.
A determinação de urânio antes e após
cada etapa do processo foi realizada via
espectrofotometria UV/VIS (método do
arsenazo III), que consiste na separação de
urânio por extração e formação de um
complexo estável de cor vermelho-violeta
cuja absorção é medida pelo comprimento
de onda de 650 nm no espectrofotômetro.
Foi necessário estabelecer uma curva
analítica de calibração, e utilizou-se
alíquotas de 5 mL de cada amostra para
preparação antes da análise. A preparação
foi realizada com ácido nítrico concentrado
(HNO3), ácido perclórico concentrado
(HClO4) e peróxido de hidrogênio 30%
(H2O2).
Os ensaios de extração com o solvente
regenerado e reextração resultaram em
processos
de
2
e
3
estágios
respectivamente para cada operação.
CONCLUSÕES
Conclui-se que é possível regenerar o
solvente orgânico e recuperar o urânio do
mesmo através de uma ELL com carbonato
de sódio.
Porém há interferências
impossibilitando uma extração para relações
FA/FO menores que 1/1.
Pode-se concluir que é possível purificar e
concentrar o urânio contido no rejeito
através de um processo de extração e
reextração
de
2
e
3
estágios
respectivamente.
RESULTADOS
O rejeito foi caracterizado, com o propósito
de determinar a concentração de urânio no
mesmo, e chegou-se no seguinte resultado:
424 mg/L de urânio.
Foram realizados testes de extração com
carbonato de sódio (Na2CO3), para
determinar o melhor ponto de extração. Os
resultados estão na tabela 1, sendo viável a
extração dada pela relação volumétrica fase
aquosa e fase orgânica (FA/FO) 1/1.
TABELA 1. Concentração de Urânio do
Ensaio de Extração com Na2CO3
Relação
FA/FO
5/1
3/1
2/1
1/1
1/2
1/3
1/5
1/10
Concentração Concentração
de U (mg/L)
de U (mg/L)
na FA
na FO
84,50
141,30
206,70
422,9
98,12
0,00
0,00
0,00
1,80
0,29
0,00
0,00
350,92
434,92
433,82
430,20
[1]Santos, E. A. dos, Recuperação de
Urânio de Rejeito de Mina por Meio de
Lixiviação Alcalina, Dissertação (Mestrado
em Tecnologia Mineral e Meio Ambiente) –
Centro de Desenvolvimento da Tecnologia
Nuclear / Comissão Nacional de Energia
Nuclear, 2010.
[2] Alvarenga, C. L. G. de, Estudo de
Extração Líquido-Líquido de Urânio com
Alamine 336 a Partir de Meio Sulfúrico na
Ausência e na Presença de Íons Cloreto,
Dissertação (Mestrado em Tecnologia
Mineral e Meio Ambiente) – Centro de
Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear /
Comissão Nacional de Energia Nuclear,
2010.
[3] Fukuma, H. T., Purificação de Ácido
Fosfórico de Itataia, Ceará: Remoção de
Tório e Outras Espécies Químicas. (Tese
Doutorado) – Centro de Energia Nuclear na
Agricultura, 2004.
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
CNPq.
P á g . 246
Determinação de Gás Radônio-222 e de Parâmetros Físico-Químicos na
Água de Nascente e na Água Subterrânea sob influência da Mina de Urânio
no Planalto de Poços de Caldas/MG
Flavio Henrique de Souza Moreira e Heber Luiz Caponi Albert
Laboratórios de Poços de Caldas-LAPOC
INTRODUÇÃO
OBJETIVO
A origem da radioatividade natural da água
é proveniente, principalmente, das rochas e
minerais com que a água esteve em
contato. O elemento que melhor caracteriza
uma água radioativa e o mais fácil de ser
encontrado é o radônio-222 que é o mais
abundante e com meia-vida razoavelmente.
O 222Rn ocorre naturalmente proveniente do
226Ra
e difunde-se facilmente para o
ambiente, sendo considerado um dos
elementos naturais radioativos com maior
mobilidade na crosta terrestre. É encontrado
em águas que estão em contato com as
rochas com alta concentração de urânio. O
teor de gás radônio na água está
relacionado a fatores como a litológica da
zona percorrida pela água, o grau de
alteração por hidrotermalismo, a extensão
da superfície e o tempo de contato entre a
água e a rocha. E dos fatores físicoquímicos que foram aferidos durante o
projeto: pressão, oxigênio dissolvido,
condutividade, turbidez, temperatura, pH e
potencial de oxidação-redução. As medidas
de concentração de 222Rn e de parâmetros
físico-químicos nas águas subterrâneas na
área da mina Osamu Utsumi, nas águas das
nascentes da cidade de Poços de
Caldas/MG e nas águas das nascentes da
cidade de Águas da Prata/SP, foram obtidas
com os métodos do Radon Proficional
Monitor (AlphaGUARD), o método de
Contagem de Cintilações Liquidas (LSC) e
sonda multiparamétrica Horiba U-23.
O objetivo principal o mensurar os valores
de 222Rn nas nascentes de água utilizada
para consumo humano e nas águas
subterrâneas sob influência da mina de
urânio Osamu Utsumi no Planalto Alcalino
de Poços de Caldas/MG.
METODOLOGIA
As amostragens de águas subterrâneas
foram realizadas em 11 (onze) poços
subterrâneos de monitoramento da INBCaldas utilizando bombeamento de baixa
vazão. O princípio básico deste sistema
consiste em coletar a água diretamente da
seção filtrante do poço, evitando a entrada
da água com vazão acima da produção
fornecida pelo aquífero, norma ABNT NBR
15847. As amostras foram diretamente
acopladas
a
câmara
de
ionização
AlphaGUARD, assim que a sonda
multiparamétrica Horiba U-23 informou a
estabilização dos parâmetros, realizada no
local da coleta da amostra. As amostras de
água de nascentes foram captadas em 15
(quinze) nascentes utilizando um cooktail
que preserva as propriedades e o gás, para
serem
posteriormente
analisadas no
LAPOC,
pelo
método
de
LSC.
Simultaneamente amostras foram coletadas
e analisadas pelo AlphaGUARD no próprio
local da amostragem.
P á g . 247
RESULTADOS
O estudo avaliou a qualidade ambiental da
água através da análise dos parâmetros
físico-químicos: pH, potencial de oxidaçãoredução, condutividade, turbidez, oxigênio
dissolvido e temperatura. A análise
caracterizou a água subterrânea de dez, os
onze poços analisados como ácidas e com
média de pH para estes dez de 4,8,
destaque para o poço PM-1, com pH=3.65 e
localização na última barragem antes da
liberação do afluente no Córrego da
Consulta. Este ponto é impactado pelos
processos de drenagem ácida de mina
(DAM) do Bota-Fora 4 da INB-Caldas. A
concentração de 222Rn encontradas foram
altas em dois poços o PM-30 e o PM-33 na
área de cava da mina, com valores de
1763,2
Bq.L-1 e 1685,7 Bq.L-1. Os
resultados do método LSC para amostras
de águas de nascente demonstrou que 80%
apresentaram concentrações de 222Rn
inferiores a 150 Bq.L-1, e que 13,34%
apresentaram concentrações entre 150-250
Bq.L-1. Já o método do AlphaGUARD
obteve valores que demonstram que
73,32%
das
amostras
apresentaram
concentrações de 222Rn inferiores a 150
Bq.L-1 e 13,34% das amostras aferidas
apresentaram concentrações entre 150-250
Bq.L-1 para as mesmas nascentes.
CONCLUSÕES
Os resultados encontrados em ambos os
métodos utilizados para analisar a
concentração de 222Rn em amostras de
água potável não apresentaram variações
significativas. A sonda Horiba U-23
demonstrou ser eficiente na medição dos
parâmetros físico-químicos e possibilitou a
realização de uma avaliação preliminar da
qualidade da água subterrânea e determinar
os poços impactados pela DAM. De acordo
com os limites de dosagem estabelecida em
todo o mundo para o gás radônio deve
variar de 5 a 500 mSv.ano-1. Portanto,
considerando que a maior concentração
encontrada nas nascentes na região de
Poços de Caldas era inferior a 270 Bq.L-1,
equivalente a uma dose pessoal máxima de
0,81 mSv.ano-1, e nas nascentes de águas
de Águas da Prata, foi de 657,15 Bq.L-1,
equivalente a uma dose pessoal de no
máximo de 1,97 mSv.ano-1. Pode concluirse que os valores de concentração obtidos
para as amostras de água recolhidas em
nascentes do Planalto de Poços de Caldas
não são nocivos para a população local. O
risco associado com a ingestão de água
contendo uma pequena concentração de
radônio é desprezível, como foi relatado em
outros estudos. Entretanto em relação a
determinação de 222Rn na água subterrânea
da mina de urânio Osamu Utsumi onde o
maior valor encontrado foi no PM-30 com
uma dose pessoal equivalente a 5,05
mSv.ano-1 fora dos limites de dosagem
estabelecidos, assim como a maioria dos
parâmetros Físico-químicos encontram-se
fora dos padrões de potabilidade.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] Dias F.F.,Taddei M.H.T. 2009. “Rn222 Determination in Drinking Water
Samples in a Region with Elevated
Natural
Radioactivity
in
Brazil :
Comparison Between Liquid Scintillation
Counting and Gamma Spectrometry,”
Scientific Communication - TERRAE 6.
[2] ALBERTI, H. L. C. Caracterização
fisiografica e avaliação hidrologica na
bacia do Ribeirão das Antas, Planalto de
Poços de Caldas, MG 2008. (Mestrado).
Instituto de Geociências Universidade
Estadual de Campinas, Campinas;
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
Agradeço a Fundação de Amparo à
Pesquisa do Estado de Minas GeraisFAPEMIG, toda a sua equipe de
coordenação e apoio.
P á g . 248
Determinação do Potencial de Radônio Geogênico (GEORP) no Município de
Poços de Caldas
Marcelo Terek dos Santos e Nivaldo Carlos da Silva
Laboratório de Poços de Caldas - LAPOC
INTRODUÇÃO
OBJETIVO
O radônio é um gás nobre, radioativo,
incolor e inodoro, meia vida de 3,8 dias e
seu isótopo mais conhecido é o 222Rn,
produto do decaimento do 238U. Este
elemento está presente nos solos, rochas e
materiais de construção. Parte do gás
radônio gerado em tais materiais escapa
através de falhas fraturas em rochas e
também por diferença de pressão para
dentro das casas [1]. Assim o radônio está
presente em todos os lugares em diferentes
níveis de concentração.
Realizar um mapeamento da permeabilidade
e concentração de radônio intersticial no
Maciço Alcalino de Poços de Caldas e
determinar o potencial de radônio.
Uma vez inalado o Rn decai para seus
“filhos” como o bismuto, polônio e chumbo
tornando-se um dos maiores causadores de
câncer de pulmão, dentre os não fumantes.
Tal fato data da observação de morte dos
trabalhadores de minas subterrâneas no
início do século XX onde a concentração do
gás era maior [2].
Não há um consenso internacional acerca
da concentração interna do gás radônio na
Europa, por exemplo, esse limite está entre
200 e 400 Bq.m-3 [3]. O Brasil por sua vez
não possui um nível de referência, portanto,
adota-se 10 mSv/year estipulado pela OMS
[4].
Alguns fatores influenciam a concentração
do gás em moradias tais como taxa de
ventilação, impermeabilização e outros.
Uma vez que o gás é gerado nas rochas e
solos subjacentes às moradias, um modo de
quantificar sua concentração é determinar o
chamado Potencial de Radônio Geogênico
(GEORP), isto é, dar um valor à quantidade
de gás que emerge do solo.
METODOLOGIA
Para caracterizar o GEORP em Poços de
Caldas foram estabelecidas áreas de
interesse de acordo com estudos anteriores
de taxa de dose, geologia local e regiões de
desenvolvimento urbano.
Para determinar a permeabilidade utilizou-se
o RADON-JOK equipamento Tcheco
desenvolvido para tal finalidade. Para
realizar a medição penetra-se uma sonda de
aço oca de 80 cm no solo, que possui uma
ponteira. Esta é extrudida 5 cm para o gás
do solo fluir. O equipamento é então
conectado à sonda por meio de um tubo de
borracha e o tempo de bombeamento para
encher um saco de 2 l é medido a
permeabilidade é dada pela Equação 1.
k
Q. 
F .P 
(1)
A concentração de radônio no solo é medida
conectando-se o tubo de borracha ao
ALPHAPUMP que bombeia o ar para o
ALPHAGUARD, um monitor de radônio que
detecta a concentração do elemento no
solo. O potencial de radônio é dado por
meio da Equação 2, para CA e k deve-se
adotar o terceiro quartil da série de dados.
RP 
CA  1
 log k  10
(2)
P á g . 249
RESULTADOS
CONCLUSÕES
A TABELA 1 mostra os valores de campo
de concentração e permeabilidade.
Os resultados se mostraram elevados para
60% dos pontos medidos na cidade de
Poços de Caldas, quando comprados a
níveis estabelecidos internacionalmente. É
importante salientar que o fato da
concentração no solo ser elevada não
significa que a mesma concentração está no
ar ou dentro das casas. Desde modo, se faz
necessário o aumento do número estudos
sobre o assunto que possam comprovar
esses dados, assim como é necessário
aumentar a quantidade de pontos ao redor
da cidade, para uma maior confiabilidade e
futuras tomadas de decisão, acerca das
técnicas
de
construção
a
serem
empregadas.
TABELA 1: Concentração de radônio intersticial
e permeabilidade do solo nos pontos medidos
Ponto
P1
P2
P3
P4
P5
P6
P7
P8*
P9
P10
P11
P12
P13
P14
P15
K (m²)
8,49 10-14
8,95 10-12
1,33 10-12
2,61 10-12
1,25 10-11
1,25 10-11
4,82 10-13
1,12 10-12
7,35 10-14
7,55 10-14
3,91 10-12
6,52 10-13
4,82 10-12
5,22 10-14
CA (kBq.m3
)
327
205
187
68
1.000
76
78
113
115
33
121
87
97
176
RP
106,15
194,61
99,19
42,32
1.107,39
83,14
33,23
57,40
36,38
10,25
85,27
39,40
72,89
53,32
Os dados da TABELA 1 são melhor
interpretados nas Figuras 1 e 2 que
mostram parâmetros estabelecidos com
valores de baixa, média e alta
permeabilidade.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[192]Colingnan, B., Powaga, E., “Procedure
for Characterization of Radon Potential in
Existing Dwellings and to Assess the Annual
Average Indoor Radon,” Journal of
Environmental Radioactivity, 137, 64 – 70,
(2014).
[193] Catelinois, O., Rogel, A., Laurier, D.,
Billon, S., Hemon, D., Verger, P., Tirmarche,
M., “Lung Cancer Attributable to Indoor
Radon Exposure in France: Impact of Risk
Models and Uncertainty Analysis,” Environ
Health Prospect, 114, pp.1361-1366 (2006).
Figura 24. Concentração de radônio e
permeabilidade do elemento no solo.
[194] Talbot, D. K., Appleton, J. D., Ball, T.
K., Strutt, M. H., “A Comparison of Field and
Laboratory Analytical Methods for Radon
Site Investigation,” Journal of Geochemical
Exploration, 65, 79 – 90, (1998).
[195] OMS, WHO Handbook on Indoor
Radon: A Public Health Perspective, World
Health
Organization
Press,
Geneva,
Switzerland (2009).
Figura 25. Potencial de radônio nos pontos
medidos.
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
FAPEMIG.
P á g . 250
Detecção dos Microrganismos dos Domínios Bactéria e Archaea em
Amostras de Água da Unidade de Tratamento de Minérios – Caldas/MG,
Utilizando a Técnica Molecular de Hibridização Fluorescente in situ
Palvo Jouber Borba Junior e Heliana de Azevedo Franco do Nascimento
Laboratório de Poços de Caldas - LAPOC/CNEN
INTRODUÇÃO
METODOLOGIA
A mina Osamu Utsumi, primeira mina de
exploração de Urânio no Brasil, encontra-se
atualmente
em
fase
de
descomissionamento. Situada na Unidade
de Tratamento de Minérios das Indústrias
Nucleares do Brasil (UTM-INB), tem sido
foco de diversos estudos ambientais, devido
aos impasses que enfrenta desde o final das
suas atividades de mineração. Um dos
principais passivos ambientais que a
unidade vem sofrendo é a drenagem ácida
de mina (DAM) procedente das pilhas de
rejeitos de mineração, onde há oxidação de
sulfeto de ferro (FeS2 - pirita), que, reagindo
com água e oxigênio presente na cava da
mina (CM) propicia a formação de ácido
sulfúrico, diminuindo o pH, acarretando na
dissolução de metais estáveis na CM.
Na UTM-INB é feito um tratamento com
hidróxido de cálcio e decantadores, com o
intuito de elevar o pH e decantar os metais
estáveis e radioativos na bacia de
decantação (BD) para posterior lançamento
dos efluentes tratados na Represa das
Antas (RA). Por se tratar de um ambiente
utilizado pela comunidade no seu entorno, a
RA se tornou importante ambiente de
estudos, em termos de qualidade da água.
Nesses estudos, foram feitas análises
físicas, químicas e biológicas, importantes
indicadores de qualidade das águas. Os
parâmetros físicos e químicos foram
avaliados a partir de metodologias
convencionais e os biológicos através da
técnica
molecular
de
Hibridização
Fluorescente in situ (FISH), que utiliza
sondas com sequências específicas de
genes de interesse, que se emparelham
com as sequências complementares do
rRNA dos domínios de interesse.
OBJETIVOS
Em Nov/2014 (estação seca) e Fev/2015
(estação
chuvosa)
foram
coletadas
amostras de água em quatro pontos na
UTM-INB e RA (Cabeceira RA – P1, Ponto
41 na saída da BD – P2, Ponto 41 na
entrada dos efluentes tratados na RA – P3 e
Ponto 14 – P4). Para os parâmetros físicos
e
químicos
de
temperatura,
pH,
condutividade elétrica (CE), oxigênio
dissolvido (OD), potencial de oxirredução
(ORP) e turbidez foi utilizada uma sonda
multiparamétrica que aferia os resultados
diretamente no local da coleta. A partir de
metodologias
convencionais
foram
determinados: amônio [2], nitrogênio total
(Nt) e nitrato (NO3) [3], fósforo total (Pt) [4] e
nitrito (NO2) e silicato (Si) [5]. Para análise
microbiológica, foi utilizada a técnica de
FISH padronizada no LAPOC [1], sendo
utilizadas as sondas: EUB338 I, II e III e
ARC915,
para
microrganismos
dos
domínios
Bacteria
e
Archaea,
respectivamente.
Resultados de parâmetros físicos e
químicos para as coletas de Nov/2014 e
Fev/2015 são mostrados nas Tabelas 1 e 2.
Tabela 1. Parâmetros Coleta Nov/2014.
Parâmetro
P1
P2
P3
25,4
24,2
26,9
Temp ºC
6,65
8,38
7,15
pH
3,38
2,90
6,93
OD mg/L
673,0
1500
958,0
CE µS/cm
0,460
2,69
6,03
Turb NTU
302
239
362
ORP mV
18,1
2,93
7,98
NH4 µ/L
5,3
1,9
2,5
Pt µ/L
733,74
714,14
Nt µ/L
11,15
64,05
27,05
NO3 µ/L
0,01
0,2
0,0
NO2 µ/L
0,6
0,6
1,0
Si mg/L
P4
25,3
7,04
3,29
547,0
0,950
324
8,12
3,8
378,14
27,55
0,0
2,0
Detecção de microrganismos dos domínios
Bacteria e Archaea em amostras de água
provenientes da UTM-INB, bem como a
análise da qualidade dessas amostras.
P á g . 251
Tabela 2. Parâmetros Coleta Fev/2015.
Parâmetro
P1
P2
P3
25,8
25,3
25,0
Temp ºC
5,79
7,80
6,82
pH
5,98
5,81
6,03
OD mg/L
26,0
981
660
CE µS/cm
8,33
4,78
11,1
Turb NTU
326
253
294
ORP mV
7,9
4,9
9,5
NH4 µ/L
16,5
3,15
15,5
Pt µ/L
666,4
460,1
532,0
Nt µ/L
10,1
85,1
18,4
NO3 µ/L
0,68
1,5
0,69
NO2 µ/L
2,3
0,8
2,3
Si mg/L
P4
25,2
6,87
7,09
108
3,44
243
12
13,7
625,8
24,7
0,75
3,0
Resultados de FISH para as coletas de
Nov/2014 e Fev/2015 são mostrados nas
Tabelas 3 e 4 (resultados em 108 cél/L).
Tabela 3. Resultados FISH coleta Nov/2014.
Ponto
P1
P2
P3
22,4
3,14
15,6
DAPI
3,74
0,55
2,99
EUB338
16,7
17,6
19,1
%Hibrid
20,6
3,90
19,1
DAPI
0,0255
0,191
0,180
ARC915
0,124
4,90
0,943
%Hibrid
P4
17,7
3,30
18,7
46,6
2,39
5,14
Tabela 4. Resultados FISH coleta Fev/2015.
Ponto
P1
P2
P3
DAPI
39,8
26,5
36,9
EUB338
4,70
4,73
1,75
%Hibrid
11,8
17,8
4,73
DAPI
38,2
36,6
36,4
ARC915
0,650
3,30
1,77
%Hibrid
1,70
9,01
4,86
P4
31,1
3,98
12,8
33,5
2,78
8,29
CONCLUSÕES
- Os valores de nutrientes estiveram dentro
dos limites estipulados pela Resolução
CONAMA 357 [6].
- As densidades celulares foram maiores em
amostras de água da coleta de Fev/2015.
As amostras de água procedentes de P2,
P3 e P4 apresentaram maior densidade de
microrganismos do domínio Archaea em
relação a P1, provavelmente devido à
influência da UTM-INB nesses locais.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1]
RONQUI, L. B. Estudo de rede trófica
microbiana
(Protozooplâncton
e
Bacterioplâncton)
e
aspectos
limnoquímicos em lago ácido de mina de
urânio (cava da mina Osamu Utsumi), no
reservatório das Antas e no reservatório
Bortolan, sob influência de efluentes da
Unidade de Tratamento de Minérios,
Caldas, M.G. Tese de Doutorado. Instituto
de Ciências Biomédicas. Universidade de
São Paulo, São Paulo, 2013.
[2] KOROLEFF, F. Determination of
nutrients. In: GRASSHOFF, K. Methods of
sea water analysis. Verlag. Chemie
Weinhein., p. 117-181, 1976.
[3] MACKERETH, F. J. H.; HERON, J.;
TALLING, J. F. Water analysis: some
revised
methods
for
limnologists.
Freshwater Biological Association. Scientific
Association. Kendall: Titus Wilson & Son
Ltd., 1978.
[4] VALDERRAMA, J. C. The simultaneous
analysis
of
total
nitrogen
and
phosphorus in natural waters. Marc.
Chem., v. 10, p. 109-122, 1981.
[5] GOLTERMAN, H. L.; CLYMO, R. S.;
OHNSTAD, M. A. M. Methods for
chemical analysis of freshwater. IBP
Handbook, n. 8, 2 ed. Oxford: Blackwell
Scientific Publications, 1978.
[6] CONSELHO NACIONAL DO MEIO
AMBIENTE (CONAMA). Resolução Nº 357:
Dispõe sobre a classificação dos corpos de
água e diretrizes ambientais para o seu
enquadramento, bem como estabelece as
condições e padrões de lançamento de
efluentes. Brasília, 2005.
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico (CNPq).
P á g . 252
Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo
CTMSP
Introdução
P á g . 253
Introdução
O Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo é
uma organização militar que foi criada pelo decreto n°
93.439, de 17 de outubro de 1986, sob o nome de
Coordenadoria para Projetos Especiais (COPESP),
tendo sua denominação alterada em 1995 para Centro
Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP).
No CTMSP é desenvolvido o Programa Nuclear
da Marinha do Brasil que visa a capacitação no domínio
dos processos tecnológicos, industriais e operacionais
de instalações nucleares aplicáveis à propulsão naval.
Devido a esse grande campo de pesquisa, o CTMSP está dividido em dois sítios,
CTMSP-SEDE e Centro Experimental Aramar (CEA).
O CTMSP-SEDE, está localizado na cidade de São Paulo, inserido dentro da
Universidade de São Paulo (USP), onde trabalham servidores militares e civis que exercem
atividades técnicas de engenharia, pesquisa e desenvolvimento, gerenciamento de projetos e
atividades administrativas.
O CEA está localizado em Iperó, SP, a cerca de 120 km da capital, onde estão sendo
implantadas as principais oficinas, usinas, laboratórios e protótipos desenvolvidos pelo CTMSP.
Entre eles destacam-se o Laboratório Radioecológico (LARE), responsável pelo controle dos
efluentes liberados para o meio externo do CEA e pela monitoração de amostras ambientais ao
redor do centro, e o Laboratório de Geração de Energia Nucleoelétrica (LABGENE), que será
uma instalação experimental em terra de uma planta de propulsão nuclear.
O Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC) no CTMSP teve início
em 2004 e o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e
Inovação (PIBITI) em 2010. A maior parte dos trabalhos desenvolvidos pelos bolsistas PIBIC e
PIBITI no CTMSP é da área de concentração de Ciências Exatas e da Terra e Engenharias,
com ênfase em aspectos de interesse da instituição na área nuclear. Os trabalhos são
desenvolvidos nas instalações do CTMSP, sob orientação de pesquisadores que atuam na
instituição. Atualmente, o CTMSP conta com uma cota institucional de 10 bolsas PIBIC e
PIBITI.
O Processo de Avaliação das bolsas PIBIC e PIBITI do CTMSP é feito, desde 2009, em
conjunto com o da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) por meio do Seminário
Anual de Avaliação dos Programas de Iniciação Científica e Tecnológica.
Comitê Institucional CTMSP
PIBIC / PIBITI
P á g . 254
Desenvolvimento de uma Metodologia para Avaliação de Desempenho
Humano Aplicada à Segurança de Sistemas de Operação Complexos
Eugênio Anselmo Pessoa do Prado e André da Silva Serra
Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo-CTMSP
INTRODUÇÃO
O
estudo
neurocientífico
sobre
o
comportamento humano avançou muito nas
últimas décadas e hoje representa uma
ferramenta de grande valor quando o
objetivo é estudar o comportamento humano
diante de várias situações, permitindo o
tratamento de limitações das metodologias
disponíveis para a análise da contribuição
do fator humano na operação de sistemas
de controle complexos através da
identificação e avaliação de fatores
envolvidos nos processos decisórios, como
a influência de fatores ergonômicos nos
critérios
de
habilidades
adquiridas
(treinamento) e cognitivas. A ergonomia
cognitiva refere-se aos processos mentais,
tais como percepção, memória, raciocínio e
resposta motora conforme afetem as
interações entre seres humanos e outros
elementos de um sistema. Os tópicos
relevantes incluem o estudo da carga
mental de trabalho, tomada de decisão,
desempenho
especializado,
interação
homem-máquina, estresse e treinamento
conforme
correlação
entre
projetos
envolvendo
sistemas
de
operação
complexos e operador humano.
OBJETIVO
O
trabalho
realizado
visou
ao
desenvolvimento de uma metodologia para
a avaliação da contribuição do fator humano
diante de várias situações, permitindo o
tratamento de limitações das metodologias
disponíveis para a análise da contribuição
do fator humano na operação de sistemas
complexos por meio da identificação e
avaliação de fatores envolvidos nos
processos decisórios, como a influência de
fatores
emocionais,
atencionais
e
estressores. Para este fim deverão ser
disponibilizados recursos experimentais
necessários que permitam a identificação
dos
fatores
que
influenciam
o
comportamento
humano
em
um
determinado cenário.
METODOLOGIA
Em geral, técnicas para identificação de erro
humano estão voltadas para a criação de
questionários e índices comportamentais.
Nestes casos, a contribuição do fator
humano na operação do sistema é avaliada
a partir das respostas dadas a estes
questionários por especialista no problema
ou sistema analisado. Porém, ao ser
aplicado o questionário, o especialista, não
submetido ao cenário em que operador
estaria no momento da operação do
sistema, racionaliza o processo antes de dar
sua resposta o que introduz um viés e
influencia o processo de tomada de decisão
associado e a análise do problema, sendo
esta uma limitação fundamental das
metodologias atuais para avaliação do
desempenho
humano.
As restrições ao trabalho produzidas pelo
ambiente dificultam a operação, a realização
dessas tarefas com sucesso permitindo a
identificação de causadores de acidentes
durante uma atividade rotineira, quando
comparadas às restrições nas análises de
acidentes. Por outro lado, esta análise
também pode indicar que as práticas de
trabalho são inerentes e talvez até mesmo
necessárias para a operação (produção), o
que pode configurar um paradoxo, que deve
servir como futura melhoria do sistema de
trabalho dentro da organização. O que se
chama de práticas de trabalho está
relacionado ao conceito de hábitos de ação,
P á g . 255
sobre as diversas maneiras pelas quais os
organismos constroem interativamente sua
adaptação ao ambiente.Por meio de uma
metodologia etnográfica, realiza-se o estudo
de campo nos sistemas de operação nos
quais procura-se identificar e classificar as
práticas de trabalho, analisando as
maneiras pelas quais os operadores utilizam
as possibilidades de ação oferecidas e as
restrições impostas pelo ambiente de
trabalho.
Estudar
os
processos
cognitivos
relacionados à capacidade de tomada de
decisão e potencial de memorização em
voluntários submetidos a um aprendizado
de um protocolo desenvolvido pelos
engenheiros
que
trabalham
com
confiabilidade humana em Refinarias de
Petróleo, Transporte Marítimo e/ou Usinas
Nucleares. Para a captação e monitoração
dos parâmetros de interesse serão
utilizados os seguintes equipamentos ou
procedimentos
(não
limitado
a):
Eletroencefalografia,
Resposta
Eletro
Dérmica ou Galvânica, Pressão Venosa
Sanguínea – BVP ,Variabilidade da
Frequência Cardíaca e Eye Tracker.
RESULTADOS
A análise ergonômica foi realizada com foco
na carga cognitiva dos operadores de uma
sala de controle de sistemas complexos em
procedimentos de falhas em diversos níveis,
visando a melhor avaliar o nível dos
operadores com objetivo de aprimorar suas
habilidades adquiridas e cognitivas além de
corrigir problemas de operação. O foco
deste trabalho é introduzir a utilização de
um conjunto de aparelhos de avaliação
cognitiva constituídos por um Eye Tracking,
juntamente com um aparelho EEG e
medidor galvânico visando a monitorar
todos os procedimentos de operação do
indivíduo em questão, podendo quantificar
fatores importantes como: Tempo de
reação; Níveis de atenção; Nível de
Habilidade (Skill); Nível de Conhecimento
(Knowledge); Nível de Treinamento (Rule)
CONCLUSÕES
O principal foco foi reduzir e quantificar as
falhas de operação, otimizar as qualidades
do operador além de fornecer dados para
melhora do sistema operacional e
treinamento como níveis de automação,
prioridade de ações e critérios de IHM
(Interface Homem Máquina) da planta. A
utilização destes recursos elimina o
monitoramento presencial do analista,
resolvendo o problema da metodologia
convencional, fazendo com que o operador
aja exatamente como se não estivesse
sendo avaliado, tornando os dados
coletados mais factíveis.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[196]Rasmussen, J., and Svedung, I., 2000.
Proactive Risk Management in a Dynamic
Society, Swedish Rescue Services Agency,
Karlstad.
[197]Reason, J., 1997. Managing the Risks
of Organizational Accidents, Ashgate
Publishing Company, Aldershot.
[198] CARVALHO, P., VIDAL, M. C., &
CARVALHO, E. (2005). Análise de
microincidentes na operação de usinas
nucleares: estudo de caso sobre o uso de
procedimentos em organizações que lidam
com tecnologias perigosas. Revista Gestão
e Produção, 12(2), 219-237.
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
PIBIC / CNPq
P á g . 256
Monitoramento das Áreas Vegetadas do Centro Experimental - Aramar
Gabriel Borges de Andrade Dayan e Cézar Braga Alves
Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP)
INTRODUÇÃO
O Centro Tecnológico da Marinha em São
Paulo (CTMSP) é uma organização militar
que está dividida em dois sítios, a Sede na
cidade de São Paulo e o Centro
Experimental Aramar (CEA), objeto desse
estudo, localizado em Iperó, ambos no
estado de São Paulo. O CEA possui uma
área de 892 hectares, em uma região de
tensão entre os biomas da Mata Atlântica e
Cerrado. Em consonância com a crescente
preocupação social e ambiental quanto à
preservação das florestas e áreas nativas, o
CTMSP, por meio de seu Sistema de
Gestão Ambiental, baseado na norma ABNT
NBR ISO 14.001:2004 [1] vêm aprimorando
os métodos para análise de suas áreas
florestadas em cumprimento à legislação
ambiental, a partir do uso do sensoriamento
remoto por meio do trato de imagens de
satélite.
OBJETIVO
O objetivo deste trabalho é mensurar as
áreas vegetadas do CEA e avaliá-las
perante os parâmetros determinados no
Código Florestal Brasileiro [2], em especial,
sobre as Áreas de Preservação Permanente
(APP),
utilizando
ferramentas
de
sensoriamento remoto..
METODOLOGIA
Para realizar a análise das áreas verdes,
foram utilizadas as imagens disponibilizadas
pelo software Google Earth Pro. A partir
dessas imagens, todos os fragmentos
florestais do CEA foram delimitados pela
ferramenta de criação de polígonos. Após
essa etapa, foram analisadas as APP. Para
tanto, utilizou-se uma ferramenta de buffer
fornecida pelo GeoNews [3], a partir dos
dados de hidrografia do CEA [4], com a
finalidade de criar visualmente uma área
tampão no entorno dos corpos hídricos com
a delimitação teórica das APP. Após a
delimitação destes parâmetros, foram
estabelecidos os polígonos das áreas que
necessitam de manutenção de sua
vegetação frente à realidade atual do sítio e
o solicitado no Código Florestal.
RESULTADOS
A partir do georreferenciamento e soma das
áreas dos polígonos realizados chegou-se
que o total de Áreas Verdes do CEA é de
4.186.220 m², correspondendo a 46,71% do
terreno do CEA. Nesse total estão incluídos
as Áreas de Preservação Permanente,
áreas com potencial para Reserva Legal, e
as outras áreas vegetadas que não fazem
parte das zonas de proteção definidas na
legislação. Já as APP teóricas tem uma
área total de 978.146 m², correspondendo a
10,92% da área do terreno. Desse total,
excluindo a vegetação ciliar já existente, é
apontada a necessidade de recomposição
de uma área de 247.988,41 m², equivalente
a 2,77% da área do CEA e a 25,25% da
área total de APP teórica.
P á g . 257
CONCLUSÕES
Com os resultados obtidos é notório que o
CTMSP apresenta uma grande área
florestada. Todavia, é necessário direcionar
esforços para acelerar a regeneração de
alguns fragmentos para que suas APP se
encontrem em total equilíbrio. Com as
informações levantadas, tal pesquisa entra
como base para o Sistema de Gestão do
CTMSP reproduzir um planejamento que
foque
em
uma
conservação
da
biodiversidade mais ampla, levando em
conta a inter-relação entre as áreas verdes
do CEA, sua localização geográfica na zona
de amortecimento da Floresta Nacional de
Ipanema e a fragmentação florestal do
bioma da Mata Atlântica
[202]<http://www.geonews.net/index_buffer.php>.
Junho de 2015.
Acesso
em
[203][4] CENTRO TECNOLÓGICO DA
MARINHA EM SÃO PAULO – CTMSP.
Programa de Monitoração Ambiental do
Centro Experimental ARAMAR. São Paulo,
SP, 2007.
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[199] ASSOCIAÇÃO
BRASILEIRA
DE
NORMAS TÉCNICAS – ABNT. Sistemas de
Gestão Ambiental – Requisitos com
orientação para uso. Rio de Janeiro: ABNT,
2004 (NBR ISO 14001).
[200][2] BRASIL. Lei nº 12.651, de 25 de
maio de 2012. Diário Oficial da União
Brasília, DF, 2012. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato20
112014/2012/lei/L12651compilado.htm>.
Acesso em Março de 2015.
[201][3]GEONEWS: BUFFERING
FOR
GOOGLE
EARTH.
2015.
Disponível
em:
P á g . 258
Modelagem de Transdutores Piezelétricos de Ultrassom
Jamile Lebkuchen Zarif,
David Julio da Costa
Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo - CTMSP
Além disso, os sistemas de ensaios não
INTRODUÇÃO
Os transdutores de ultrassom são
usados
tanto
receptores
de
transformando
elétrica)
como
emissores
vibrações
pulsos
em
mecânicas,
elétricos
deformações
e/ou
(energia
destrutivos por ultrassom requerem uma
grande resolução, sendo necessário utilizar
transdutores de banda larga, ou seja,
transdutores que gerem pulsos estreitos.
estruturais
(energia mecânica), que excitam o meio,
OBJETIVO
gerando a onda ultrassônica, e vice-versa,
Este trabalho tem por objetivo estudar a
sendo largamente utilizados em ensaios não
modelagem de transdutores piezelétricos de
destrutivos de materiais. Atualmente, os
ultrassom usando o modelo da matriz
avanços tecnológicos dos equipamentos
distribuída. Tal modelo têm aplicabilidade no
que realizam ensaios não destrutivos por
projeto de construção de transdutores de
ultrassom estão relacionados basicamente
ultrassom com acoplamento em água para
com o desenvolvimento dos transdutores.
ensaios não destrutivos. O trabalho envolve
Normalmente, cada aplicação exige o
a análise da largura de banda e do fator de
projeto e a construção de um transdutor
acoplamento eletromecânico e da curva de
específico,
impedância elétrica desses transdutores.
onde
se
deseja
obter
determinadas características, tais como:
freqüência
de
banda,
fator
ressonância,
de
largura
de
acoplamento
eletromecânico, diretividade, profundidade
de foco, amortecimento mecânico etc.[1].
Um emissor acústico deve ter eficiência
elevada, enquanto que um receptor deve ter
alta sensibilidade.
dependem
Essas características
diretamente
METODOLOGIA
do
fator
de
acoplamento eletromecânico do transdutor.
Para calcular a resposta impulsiva, a
impedância elétrica e a resposta em
freqüência de um transdutor ultrassônico
pode-se utilizar o modelo da matriz
distribuída. Esse modelo trabalha no
domínio da frequência e a resposta
impulsiva é obtida através da FFT
(Transformada Rápida de Fourier) inversa.
Nesse modelo, o transdutor piezelétrico (ou
piezocompósito) é representado por meio de
modelos de linhas de transmissão acústicas
ou eletroacústicas [2]. Neste trabalho,
P á g . 259
considera-se o material piezelétrico ou
piezocompósito como elemento ativo do
transdutor e as camadas de acoplamento
frontais como elementos passivos.
Na figura abaixo é mostrada a curva de
impedância elétrica do transdutor.
RESULTADOS
A figura abaixo mostra a representação
esquemática de um transdutor composto por
um elemento ativo, uma camada de
retaguarda e duas camadas de acoplamento
frontal.
CONCLUSÕES
lc
Foi possível a abtenção da curva de
impedância. Pela análise da curva é
possível notar que a frequência do
transdutor é de 1 MHz.
lm1 lm2
ZA (carga)
2ª camada de acoplamento
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1ª camada de acoplamento
ZB (camada de
retaguarda)
[1] Kino, G.S., Acoustics Waves - Devices,
Imaging & Analog Signal Processing,
Prentice Hall, New Jersey, USA, 1987.
[2] Lamberti, N., Giua, P. E., Pappalardo,
M., “Modello Matriciale e suo Impiego
Nell’Ottimizzazione della Risposta Impulsiva
del Trasduttore Multielemento”, Relatório
Técnico, Universitá di Salerno, 1987.
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
Na análise que se segue, modela-se o
transdutor por meio de um sistema de três
portas, duas acústicas e uma elétrica,
conforme mostra a figura abaixo.
Porta acústica
vB
F2
2ª camada de
casamento
Porta elétrica
F1
1ª camada de
casamento
FB
Porta acústica
vA
v2
v1
Cerâmica
piezelétrica
ZB
PIBIT – Programa Institucional de Bolsa de
Iniciação, Desenvolvimento Tecnológico e
Inovação.
FA
ZA
V
RG
I
~
E
P á g . 260
A BOBINA DE ROGOWSKI PARA UTILIZAÇÃO EM MEDIDORES INTELIGENTES DE
ENERGIA ELÉTRICA
Rafael Pess, Mario Alves dos Santos Junior
Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo - CTMSP
INTRODUÇÃO
O presente trabalho compreende em
fazer um estudo da curva de resposta da
bobina de Rogowski, sendo utilizada como
um sensor de corrente para um medidor
inteligente de energia, bem como um
sistema de amplificação e filtro deste sinal,
junto com a indicação do respectivo valor de
corrente
através
de
um
módulo
microprocessado.
OBJETIVO
O objetivo central deste trabalho é
realizar um estudo que compreende o
levantamento da curva de resposta da
bobina de Rogowski, sendo utilizado como
um sensor de corrente, bem como um
sistema de amplificação e filtro deste sinal,
compatibilizando-o com o módulo Arduino
Mega 2560.
RESULTADOS
O projeto teve como premissa a utilização
da bobina de Rogowski já desenvolvida pelo
grupo de pesquisa e a validação do seu
possível uso em um medidor de energia.
Desta forma, o primeiro passo foi o
levantamento da curva de resposta da
bobina em função da corrente de excitação.
Nesta etapa verificou-se que a sensibilidade
do conjunto ficou em 120mV/A e com alta
linearidade (comprovada através do índice
de correlação R2 mostrado na figura 1).
Além da linearidade, também foi testada a
repetibilidade do sistema, onde os valores
encontrados ficaram com o erro dentro da
margem esperada pelo valor médio
quadrático, abaixo de 0,3mV/A.
Curva de calibração
METODOLOGIA
A metodologia empregada neste trabalho
foi, inicialmente, o levantamento da curva de
resposta da tensão de saída da bobina de
Rogowski para uma corrente de excitação
conhecida, posteriormente foi desenvolvido
(projetado, simulado, montado e testado) o
sistema de condicionamento de sinal,
composto por filtro e amplificadores
diferenciais de modo a obter um sinal de
entrada compatível com a entrada analógica
de tensão do módulo Arduino Mega 2560.
Ainda foi desenvolvido um software para o
módulo Arduino Mega 2560 de modo a fazer
a curva de correção e calibração do sinal
amostrado e posterior indicação em um
display de cristal líquido.
Figura 1: Gráfico tensão induzida pela corrente de excitação
Como a curva de resposta da bobina de
Rogoswki apresenta elevado índice de
correlação entre os pontos, considerando
como resposta esperada uma reta
(correlação de 0,9991) e baixa dispersão
dos valores medidos (comprovado pelo
P á g . 261
ensaio de repetibilidade pela dispersão do
erro médio quadrático abaixo de 0,3 mV), o
sinal pode ser considerado uma reta, e
desta forma, passível de ser corrigido por
uma curva calibração.
Uma vez conhecida a resposta da
bobina, foi desenvolvido um circuito de
condicionamento do sinal responsável por
filtrar a amplificar o sinal. Abaixo o diagrama
em blocos deste circuito.
O circuito de condicionamento de sinal
pode ser otimizado, em custo e
desempenho, caso necessário, adicionando
um amplificador de instrumentação para
sinais de baixa intensidade, circuito de
rejeição de ruído de modo comum e
eliminação do somador de nível DC.
Não se sabe a resposta do sistema para
medições de corrente para elevada taxa de
distorção harmônica. Recomenda-se uma
análise mais detalhada sobre o assunto
antes do uso desta topologia de medição.
BASTOS. João
P.
de
Assunção,
Eletromagnetismo para Engenharia: Estática
e Quase - Estática, Editora UFSC, 2ª
edição, 2008.
Figura 2: Diagrama de blocos do conjunto
O circuito de amplificação foi otimizado
para uma excursão do sinal de entrada
correspondente a 20A e 60Hz e a excursão
do sinal de saída foi limitado a faixa de 0V a
5V. Ressalta-se o fato do circuito ser
projetado, simulado e testado com uma
frequência de excitação de 60Hz.
O módulo Arduino foi utilizado para fazer
a curva de calibração e compensação do
sinal de entrada e a indicação do respectivo
sinal em um display de cristal líquido.
RIGONI, Mauricio. Desenvolvimento e
aplicações de sensores de campo
magnético por indução. 2009. Dissertação –
Universidade Federal de Santa Catarina,
Florianópolis. 2008.
WEIR, Steve; MUCCIOLI, James.
Interference suppression using a balanced
MLCC. 2007.
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
CNPq, Centro Universitário Católica de
Santa Catarina Santa Catarina.
CONCLUSÕES
Apesar do conjunto bobina e circuito de
amplificação se mostrar estável e repetitivo,
o circuito apresenta uma alta sensibilidade
eletromagnética a distúrbios do meio. Por
isso há uma pequena perda de linearidade
para correntes acima de 10A, devido a
interferência gerada pelo circuito de
excitação. Recomenda-se avaliar o circuito
de medição conforme os requisitos
obrigatórios para sistemas de medição de
energia para ver se o mesmo atende aos
requisitos impostos pelas normas.
P á g . 262
I ns t i t ut o T e c nol óg i c o P r e s i d e nt e Ant ôni o C a r l os
I T PA C
P á g . 263
Análise Microbiológica do Leite Humano Cru do Banco de Leite de um
Hospital de Araguaína-TO
Rachel Carvalho Coelho e Ricardo Consigliero Guerra
Instituto Tocantinense Presidente Antônio Carlos - ITPAC
INTRODUÇÃO
O Leite Humano (LH) é considerado a
melhor forma de suprimento nutricional e
imunológico necessário para o crescimento
e desenvolvimento dos recém-nascidos[1].
O Banco de Leite Humano (BLH) é uma
instituição responsável pela promoção do
incentivo ao aleitamento materno e pela
coleta,
processamento,
controle
de
qualidade e distribuição do leite ordenhado
de doadoras voluntárias[2]. O LH normal é
isento de microrganismos patogênicos e
deve permanecer assim até o momento do
consumo pelo recém-nascido, entretanto,
práticas de higiene e antissepsia deficitárias
por parte das mães doadoras, assim como,
condições inadequadas do ambiente de
coleta e armazenamento, representam risco
à qualidade microbiológica do LH. A
contaminação do leite doado aos BLHs
representa um considerável prejuízo à
população atendida pelas doações, visto
que, muitas amostras são consideradas
inadequadas e descartadas durante as
etapas inicias de análise do leite[3].
OBJETIVO
Investigar a qualidade microbiológica do LH
cru doado ao BLH do Hospital Maternidade
Dom Orione (HDO) de Araguaína, TO.
METODOLOGIA
As amostras de LH submetidas à avaliação
da
qualidade
microbiológica
compreenderam doações reprovadas, que
não atendiam aos requisitos de qualidade
propostos pela análise sensorial, assim
como, amostras aprovadas mas que em
virtude do volume insuficiente, não foram
submetidas à pasteurização. O transporte
do LH foi realizado em caixas térmicas e as
amostras descongeladas à temperatura
ambiente. Ao todo, 66 amostras de LH
foram submetidas à avaliação da qualidade
microbiológica. Os métodos de ánalise
foram executados de acordo com as
orientações da Instrução Normativa n° 62 do
Ministério da Agricultura[4]. Os parâmetros
avaliados
envolveram
as
seguintes
determinações: (1) Contagem Padrão em
Placa, realizada pelo método de Pour Plate
em meio de cultura Plate Count Agar
(HIMEDIA®). As amostras foram inoculadas
em duplicata, seguido da incubação das
placas a 36°C por 48 horas; (2)
Determinação do Número Mais Provável
(NMP)
de
Coliformes
totais
e
termotolerantes.
As
amostras
foram
consideradas positivas quando observada
produção de gás nos tubos de Durhan, após
48 horas de incubação em Caldo Verde
Brilhante Bile Lactose 2% (Kasvi®) e Caldo
EC (Kasvi®); (3) Contaminação por
Staphylococcus coagulase positivo, as
amostras foram inoculadas pelo método de
plaqueamento superficial em meio Agar Sal
Manitol (Kasvi®), seguido de incubação a
37ºC por 24-48 horas. Colônias com
atividade positiva para a fermentação do
manitol foram submetidas à microscopia
pela técnica de coloração diferencial de
Gram e prova de coagulase em tubo.
RESULTADOS
A Contagem Padrão em Placa permite
determinar o número de bactérias mesófilas,
aeróbias estritas e facultativas viáveis. Entre
as
amostras
avaliadas,
41
(62%)
apresentaram contagens superiores ao
estabelecido pela norma. Quanto ao teste
P á g . 264
do NMP para coliformes totais e
termotolerantes, 19 amostras (29%) foram
positivas para a presença de coliformes
totais e, destas, 12 (18%) apresentaram
resultado positivo para a presença de
coliformes termotolerantes. A triagem da
contaminação
por
Staphylococcus
coagulase positivo resultou em 29 amostras
com crescimento presuntivo da bactéria
(colônias positivas para a fermentação de
manitol). Dessas amostras, 16 (24%)
apresentaram resultado positivo para
produção de coagulase, sugerindo a
presença da bactéria.
CONCLUSÕES
Os resultados indicaram que as amostras
analisadas apresentaram parâmetros não
compatíveis com a RDC nº 12 de 2001[5].
Verificou-se que a contagem padrão de
bactérias mesófilas apresentou valores
elevados, mesmo considerando a utilização
de amostras de LH cru.
A presença de Staphylococcus coagulase
positivo nas amostras de LH representou
um importante indício da contaminação por
S. aureus, um microrganismo cuja presença
pode ser associada à colonização da pele e,
mais frequentemente, das vias aéreas.
Entretanto, a contaminação de alimentos
pela bactéria está associada à produção de
enterotoxinas associadas a episódios de
intoxicação alimentar. Amostras positivas
para coliformes totais e termotolerantes
indicam que o manejo do leite não está
sendo realizado corretamente, seja durante
a coleta ou armazenamento do LH. Esses
microrganismos
são
indicadores
da
contaminação por dejetos humanos, assim,
a presença destes está normalmente
associada ao risco de infecções e/ou
intoxicações de origem alimentar.
Diante dos resultados da avaliação da
qualidade microbiológica do LH, sugerimos
que o BLH do HDO de Araguaína, TO
intensificasse os treinamentos destinados às
mães doadoras, sobre temas como:
antissepsia prévia à ordenha do leite;
procedimento de desinfecção dos frascos de
armazenamento e cuidados no transporte
do leite. Essas medidas visam destacar a
importância de procedimentos críticos na
qualidade do produto final, assim como,
diminuir
a
quantidade
de
material
descartado pela avaliação sensorial do LH
doado.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[204] SOUSA, C. L.; NEVES, E. C. A.;
LOURENÇO, L. F. H.; LUCENA, M. R.;
LINS, R. T. Diagnóstico das Condições
Higiênicas e Microbiológicas do Banco de
Leite Humano do Hospital Santa Casa de
Misericórdia, na Cidade de Belém, Estado
Do
Pará.
Alimentos
e
Nutrição,
Araraquara, v. 18, n.2. p. 133-140, 2007.
[205] NOVAK, F.R.; ALMEIDA, J.A.G.de.
Teste alternativo para detecção de
coliformes em leite humano ordenhado.
Jornal de Pediatria, Rio de Janeiro, v. 78,
n. 3, p. 193-196, 2002.
[206] MITSUE, S. C. Perfil Socio-Econômico
e ambiental de doadoras de um Banco de
Leite Humano no Vale da Paraíba, SP e a
qualidade sanitária do leite ordenhado. 76f.
Dissertação (Mestrado em Ciências
Ambientais). Universidade de Taubaté,
2010.
[207] BRASIL. Instrução Normativa n. 62, de
26 de agosto de 2003. Métodos analíticos
oficiais para análises microbiológicas para
controle de produtos de origem animal
água. Ministério da Agricultura e do
Abastecimento, Brasília, 26 ago. 2003.
[208] BRASIL. ANVISA (Agência Nacional
de Vigilância Sanitária). 2001. Resolução
RDC n°12, de 02.01.01: Regulamento
técnico sobre padrões microbiológicos para
alimentos. Diário Oficial da União, Brasília,
10 jan. 2001. Brasil.
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
ITPAC - Programa Institucional de Bolsas
de
Iniciação
Científica
(PROBIC)
P á g . 265
Perfil Microbiológico das Úlceras de Pé Diabético e Padrão de Sensibilidade
a Antimicrobianos dos Agentes Isolados em Pacientes de Hospital de
Referência do Interior Norte do Brasil
Rangel de Sousa Costa e Ricardo Consigliero Guerra
Instituto Tocantinense Presidente Antônio Carlos (ITPAC)
INTRODUÇÃO
OBJETIVO
O pé diabético é uma complicação crônica
do Diabetes Mellitus, causada por distúrbios
neuropáticos ou vasculares. A neuropatia
pode ser sensitiva, autonômica ou motora,
que promove maior vulnerabilidade a
pequenos ferimentos, causados por excesso
de pressão, lesões mecânicas ou insulto
térmico (em virtude do déficit de secreção
sudorípara) o que, na maioria das vezes,
juntamente com a angiopatia (que gera
isquemia) culmina com a formação da úlcera
ou lesão. A infecção piora a condição da
ferida, retarda o mecanismo de cura e, se
medidas adequadas não forem tomadas a
tempo, pode levar à infecção sistêmica,
septicemia ou até mesmo morte[1]. Logo,
para a boa conduta e tratamento do pé
diabético infectado é crucial que se
identifique os microrganismos causadores
da infecção e seu perfil de sensibilidade aos
agentes antimicrobianos, o que permite a
instituição de um tratamento mais eficaz na
erradicação dos microrganismos infectantes,
contribuindo com o menor emprego de
antimicrobianos de largo espectro e
diminuição dos níveis de resistência
microbiana.[2]
Identificar os principais agentes causadores
de infecção em pacientes com quadro de pé
diabético e elaborar perfil de sensibilidade
aos
fármacos
antimicrobianos
dos
microrganismos isolados em lesões de
pacientes encaminhados ao Hospital
Regional de Araguaína
(HRA),
no
Tocantins.
METODOLOGIA
Foram incluídos no estudo todos os
pacientes internados no HRA no período de
Julho de 2014 a Julho de 2015, com
diagnóstico de pé diabético e que foram
submetidos a algum procedimento cirúrgico
(desbridamento
ou
amputação).
As
amostras foram coletadas no centro
cirúrgico de planos profundos das lesões,
após
antissepsia
adequada
e
desbridamento dos planos superficiais. Os
fragmentos
adquiridos
durante
o
procedimento foram alocados em meio de
transporte líquido composto de Tioglicolato.
Após essa etapa, os espécimes foram
transportados até o laboratório de
Microbiologia da instituição participante da
pesquisa. No laboratório, as amostras foram
processadas de acordo com as normas de
identificação e isolamento da Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA)
[3]. Os microrganismos identificados foram
submetidos ao teste de antibiograma, por
meio do método de disco difusão.
Figura1. Aspecto das feridas infeccionadas do
quadro de pé diabético
P á g . 266
RESULTADOS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
No período citado foram coletadas 53
amostras, das quais 81,13% tratavam-se de
infecções de caráter polimicrobiano e
apenas 18,87% monomicrobianas. Houve
maior prevalência de microrganismos Gram
negativos (56%), seguidos dos Gram
positivos (36%) e 8% de fungos. Dos Gram
negativos, cerca de 70% pertenceram à
família Enterobacteriaceae e 30% aos
gêneros não fermentadores. Dos Gram
positivos, 52% foram estreptococos, 40%
estafilococos e 8% bacilos Gram positivos.
Em relação aos perfis de sensibilidade,
entre as enterobactérias houve maior
resistência à ciprofloxacina (52% das
amostras). Já entre os bacilos Gram
negativos não fermentadores, o antibiótico
menos eficaz foi a Ceftriaxona (36% dos
isolados foram resistentes). No que se
refere aos estreptococos e bacilos Gram
positivos, a maior resistência encontrada foi
à Doxiciclina (52%). Os estafilococos
apresentaram resistência considerável à
Oxacilina (80% dos isolados).
[209]NELSON, Andrea E et al. Concordance
in diabetic foot ulcer infection. BMJ Open.
Sheffield, v.2013, n.3, p. 1-8. 2013.
CONCLUSÕES
Podemos considerar as conclusões apenas
parciais, uma vez que o projeto está em
andamento e o processo de identificação
por espécie ainda carece de maior
refinamento. Todavia, alguns aspectos já
são notáveis, como a prevalência de bacilos
Gram
negativos,
seguida
pela
de
estreptococos, em detrimento da baixa
frequência de estafilococos, o que não é
compatível com a maioria dos estudos
presentes na literatura, uma vez que quase
sempre há predominância deste último
grupo4,5,6. No que tange aos perfis de
resistência, pode-se destacar a alta
resistência à ciprofloxacina, (um dos
antibióticos mais utilizados para tratar
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RBPS. Fortaleza, v.23, n.3, p.231-236,
Fevereiro, 2010.
APOIO FINANCEIRO AO PROJETO
Instituto Tocantinense Presidente Antônio
Carlos- Programa Institucional de Bolsas de
Iniciação Científica (PROBIC)
P á g . 267
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