UFRJ/NCE MEMÓRIA E REPRESENTAÇÃO DO CONHECIMENTO Profa. Adriana Livro: Psicologia Cognitiva Autor: Robert J. Sternberg PSICOLOGIA COGNITIVA Capítulo 5 Representação do Conhecimento: Imagens e Proposições Capítulo 6 Representação do Conhecimento e Processamento da Informação Maria Teresa Gouvêa Julho/2002 1 Representação do Conhecimento: Imagens e Proposições UFRJ/NCE MEMÓRIA E REPRESENTAÇÃO DO CONHECIMENTO Profa. Adriana PSICOLOGIA COGNITIVA Maria Teresa Gouvêa Julho/2002 2 Representação do Conhecimento: Imagens e Proposições UFRJ/NCE MEMÓRIA E REPRESENTAÇÃO DO CONHECIMENTO Profa. Adriana Representação do Conhecimento PSICOLOGIA COGNITIVA Maria Teresa Gouvêa Julho/2002 Forma mental pela qual as pessoas conhecem as coisas, idéias, eventos, etc, que existem fora de suas mentes. 3 Representação do Conhecimento: Imagens e Proposições UFRJ/NCE MEMÓRIA E REPRESENTAÇÃO DO CONHECIMENTO Profa. Adriana Abordagem Racionalista: • Uma das formas utilizadas para entender como as pessoas representam o conhecimento. • Dividida em 2 classes de estruturas do conhecimento: – Conhecimento declarativo: PSICOLOGIA COGNITIVA – fatos que podem ser declarados, ou seja, informações reais que as pessoas conhecem sobre objetos, idéias e eventos. » Exemplo: data de seu nascimento, nome do esposo/esposa ou a maneira como um gato mia. – Conhecimento procedural: Maria Teresa Gouvêa Julho/2002 – Procedimentos que odem ser executados » Exemplo: as etapas envolvidas para dirigir um carro. 4 Representação do Conhecimento: Imagens e Proposições UFRJ/NCE MEMÓRIA E REPRESENTAÇÃO DO CONHECIMENTO Profa. Adriana Representação do conhecimento declarativo: palavras X figuras • Algumas idéias são representadas de modo melhor e mais facilmente em figuras e outras em palavras. PSICOLOGIA COGNITIVA Qual a forma de um ovo de galinha? Você pode achar mais fácil desenhar um ovo que descrevê-lo. O que é justiça? Por mais difícil que seja descrever esse conceito abstrato em palavras, seria ainda mais difícil fazer isso pictoricamente. Maria Teresa Gouvêa Julho/2002 5 Representação do Conhecimento: Imagens e Proposições UFRJ/NCE MEMÓRIA E REPRESENTAÇÃO DO CONHECIMENTO Profa. Adriana PSICOLOGIA COGNITIVA Maria Teresa Gouvêa Julho/2002 6 Representação do Conhecimento: Imagens e Proposições UFRJ/NCE MEMÓRIA E REPRESENTAÇÃO DO CONHECIMENTO Profa. Adriana Tipos de representação externa do conhecimento: • Analógica (figuras): forma de representação que preserva as principais características perceptivas de tudo o que está sendo representado. » Exemplo: parte da figura de um gato • Simbólica (palavras): forma de representação que foi escolhida arbitrariamente para representar algo e que não se assemelha perceptivamente a tudo o que está sendo representado. » Exemplo: a palavra gato PSICOLOGIA COGNITIVA Maria Teresa Gouvêa Julho/2002 7 Representação do Conhecimento: Imagens e Proposições UFRJ/NCE MEMÓRIA E REPRESENTAÇÃO DO CONHECIMENTO Profa. Adriana Tipo de representação interna do conhecimento: • Imaginação: representação mental das coisas que presentemente não estão sendo percebidas pelos órgãos sensoriais. – A imaginação mental pode representar coisas que jamais haviam sido observadas pelos seus sentidos em algum momento. PSICOLOGIA COGNITIVA Pense em sua aparência se você tivesse um terceiro olho no centro de sua testa. Maria Teresa Gouvêa Julho/2002 8 Representação do Conhecimento: Imagens e Proposições UFRJ/NCE MEMÓRIA E REPRESENTAÇÃO DO CONHECIMENTO Profa. Adriana Representação das imagens em nossa mente – Principais Hipóteses: • Hipótese do código dual: – Existem 2 códigos mentais representar o conhecimento: separados – Imaginário (analógico) e não imagens » Exemplo: face de uma pessoa PSICOLOGIA COGNITIVA para verbal: – Código verbal (simbólico): palavras e outros símbolos » Exemplo: verdade – Baseia-se nas diferenças individuais quanto à representação mental. Maria Teresa Gouvêa Julho/2002 9 Representação do Conhecimento: Imagens e Proposições UFRJ/NCE MEMÓRIA E REPRESENTAÇÃO DO CONHECIMENTO Profa. Adriana Representação das imagens em nossa mente – Principais Hipóteses: • Hipótese Proposicional: – Tanto as imagens como as palavras são representadas em uma forma proposicional. – Uma proposição é o significado subjacente a uma relação particular entre conceitos. – A forma proposicional de representação mental não está nas palavras, nem nas imagens, mas, certamente, em uma forma abstrata de representar os significados subjacentes do conhecimento. – Podemos usar proposições para representar qualquer tipo de relação, inclusive ações, atributos, posições espaciais, categorias classificatórias ou praticamente qualquer outra relação conceitual. PSICOLOGIA COGNITIVA Maria Teresa Gouvêa Julho/2002 10 Representação do Conhecimento: Imagens e Proposições UFRJ/NCE MEMÓRIA E REPRESENTAÇÃO DO CONHECIMENTO Profa. Adriana PSICOLOGIA COGNITIVA Maria Teresa Gouvêa Julho/2002 11 Representação do Conhecimento: Imagens e Proposições UFRJ/NCE MEMÓRIA E REPRESENTAÇÃO DO CONHECIMENTO Profa. Adriana Limites para a representação analógica (Stephen red, 1974): • Determinar formas integrantes que fazem parte de uma figura interna: uso de um código proposicional (“estrela de Davi ou 2 triângulos superpostos, um dos quais está invertido”). PSICOLOGIA COGNITIVA Maria Teresa Gouvêa Julho/2002 • Figura ambígua: pode ser interpretada em mais de uma maneira. São usadas para determinar se as representações mentais de imagens são verdadeiramente analógicas às percepções de objetos físicos. 12 Representação do Conhecimento: Imagens e Proposições UFRJ/NCE MEMÓRIA E REPRESENTAÇÃO DO CONHECIMENTO Profa. Adriana Formas integrantes PSICOLOGIA COGNITIVA Figuras Ambígua Maria Teresa Gouvêa Julho/2002 13 Representação do Conhecimento: Imagens e Proposições UFRJ/NCE MEMÓRIA E REPRESENTAÇÃO DO CONHECIMENTO Profa. Adriana Hipótese da equivalência funcional: • As imagens podem envolver tanto a forma análoga como a proposicional de representação do conhecimento. • Embora a imaginação visual não seja idêntica a percepção visual, elas são funcionalmente equivalente. • Algo do que sabemos sobre imagens é representado em uma forma análoga à percepção, enquanto outras coisas que conhecemos sobre elas são representadas em uma forma proposicional. PSICOLOGIA COGNITIVA Maria Teresa Gouvêa Julho/2002 14 Representação do Conhecimento: Imagens e Proposições UFRJ/NCE MEMÓRIA E REPRESENTAÇÃO DO CONHECIMENTO Profa. Adriana Rotações Mentais: • Demora-se mais para fazer a rotação de objetos em maiores ângulos de rotação e pouco importa se os objetos rotam no sentido horário, anti-horário ou na terceira dimensão da profundidade. Gradação da Imagem: PSICOLOGIA COGNITIVA Maria Teresa Gouvêa Julho/2002 • Fenômenos relacionados ao tamanho da imagem. • Na percepção visual, há limitações sobre a resolução ou a clareza com que percebemos detalhes no que observamos. • Em geral é mais fácil ver detalhes de aspectos de grandes objetos do que de objetos pequenos, e respondermos mais rapidamente a questões sobre objetos grandes do que objetos pequenos. 15 Representação do Conhecimento: Imagens e Proposições UFRJ/NCE MEMÓRIA E REPRESENTAÇÃO DO CONHECIMENTO Profa. Adriana Perscrutação da Imagem: – Exploração da imagem perseguindo um determinado objetivo. – As imagens como representações espaciais, podem ser perscrutadas, quase do mesmo modo que os perceptos físicos podem ser perscrutados. » Exemplo: na percepção demora-se mais para perscrutar ao longo das grandes distâncias do que ao longo das menores. PSICOLOGIA COGNITIVA Mapas Cognitivos: – Representações mentais do ambiente físico, centralizando-se nas relações espaciais entre os objetos no ambiente. Maria Teresa Gouvêa Julho/2002 16 Representação do Conhecimento: Imagens e Proposições UFRJ/NCE MEMÓRIA E REPRESENTAÇÃO DO CONHECIMENTO Profa. Adriana PSICOLOGIA COGNITIVA “Tolman demonstrou que os ratos estavam aprendendo Um mapa cognitivo, uma representação interna do labirinto, durante os experimentos comportamentais”. Maria Teresa Gouvêa Julho/2002 17 Representação do Conhecimento: Imagens e Proposições UFRJ/NCE MEMÓRIA E REPRESENTAÇÃO DO CONHECIMENTO Profa. Adriana Os humanos parecem utilizar 3 tipos de conhecimento durante a formação e o uso de mapas cognitivos: • Conhecimento por pontos de referência: informações sobre as características particulares de um local; • Conhecimentos rota-estrada: envolve caminhos específicos para mover-se de um lugar para outro; PSICOLOGIA COGNITIVA • Conhecimento por levantamento: envolve as distâncias estimadas entre os pontos de referência. – Exemplo: distâncias especificadas numericamente As pessoas tendem a distorcer seus próprios mapas mentais de forma que uniformizam muitos aspectos dos mapas, tais como tender a imaginar ângulos retos, limites verticais ou horizontais (não oblíquos), formas simétricas, figuras e objetos bem-alinhados. Maria Teresa Gouvêa Julho/2002 18 Representação do Conhecimento e Processamento da Informação UFRJ/NCE MEMÓRIA E REPRESENTAÇÃO DO CONHECIMENTO Profa. Adriana Escreva rápido e legível quanto possível, sua assinatura normal desde a primeira letra até a última letra. Agora escreva sua assinatura de trás para frente. Agora compare ambas as assinaturas. Qual delas foi produzida com mais facilidade e perfeição? PSICOLOGIA COGNITIVA Para ambas as assinaturas, você dispunha de conhecimentos declarativo das letras que precediam ou seguiam umas as outras; mas para a primeira tarefa, você também podia recorrer ao conhecimento de procedimento (procedural), baseado nos anos de conhecimento de como assinar seu nome. Maria Teresa Gouvêa Julho/2002 19 Representação do Conhecimento e Processamento da Informação UFRJ/NCE MEMÓRIA E REPRESENTAÇÃO DO CONHECIMENTO Profa. Adriana Representação do conhecimento declarativo: • Pode ser expresso em palavras e outros símbolos (“saber o que”). – Exemplo: conhecimento de fatos sobre a história mundial Conceitos e Esquemas: PSICOLOGIA COGNITIVA Maria Teresa Gouvêa Julho/2002 • A unidade fundamental do conhecimento simbólico é o conceito – uma idéia sobre alguma coisa. • Os conceitos podem ser organizados em esquemas (estruturas mentais para representar o conhecimento, abrangendo uma série de conceitos inter-relacionados em uma organização significativa) que podem incluir outros esquemas, variar em aplicação e em abstracionismo, e incluir informações sobre as relações entre conceitos, atributos, contextos e conhecimento geral, bem como informações sobre relações causais. 20 Representação do Conhecimento e Processamento da Informação UFRJ/NCE MEMÓRIA E REPRESENTAÇÃO DO CONHECIMENTO Profa. Adriana Os esquemas podem incluir informações sobre relações, como: • conceitos: relação entre caminhões e automóveis • atributos dentro dos conceitos: altura e o peso de um elefante • atributos em conceitos relacionados: vermelhidão de uma cereja e a de uma maçã • conceitos e contextos particulares: peixe e o oceano • conceitos específicos e o conhecimento básico geral: conceitos sobre presidentes brasileiros específicos e o conhecimento geral sobre o governo e a história do Brasil PSICOLOGIA COGNITIVA Maria Teresa Gouvêa Julho/2002 21 Representação do Conhecimento e Processamento da Informação UFRJ/NCE MEMÓRIA E REPRESENTAÇÃO DO CONHECIMENTO Profa. Adriana Modelo de Rede Semântica: • Um modelo alternativo para representar o conhecimento declarativo é uma rede semântica, a qual é um conjunto de elementos interconectados, denominados “nós” , que representam conceitos. • economia cognitiva: o sistema deve ser planejado em um modo que permita o mínimo de redundância e o máximo de uso eficiente da capacidade. PSICOLOGIA COGNITIVA – Exemplo: Modelo de rede computadorizado: – Se você sabe que cães e gatos são mamíferos, você armazena tudo o que sabe sobre mamífero (tem pêlos, amamentam, etc) no nível de mamíferos, sem ter de repetir essas informações no nível para cães e gatos. Maria Teresa Gouvêa Julho/2002 22 Representação do Conhecimento e Processamento da Informação UFRJ/NCE MEMÓRIA E REPRESENTAÇÃO DO CONHECIMENTO Profa. Adriana Modelo de Rede Semântica: PSICOLOGIA COGNITIVA Maria Teresa Gouvêa Julho/2002 23 Representação do Conhecimento e Processamento da Informação UFRJ/NCE MEMÓRIA E REPRESENTAÇÃO DO CONHECIMENTO Profa. Adriana Representação do conhecimento de procedimento (procedural): • Conhecimento sobre como seguir vários passos de procedimentos (procedurais) para desempenhar as ações (“saber como”). – Exemplo: como andar de bicicleta • Modelos mais antigos: pesquisas sobre I.A (Inteligência Artificial) e de simulação computadorizada. • Um meio no qual os computadores podem representar o conhecimento procedural é sob a forma de conjunto de regras que governam uma produção (geração e resultados de um procedimento). PSICOLOGIA COGNITIVA Maria Teresa Gouvêa Julho/2002 – Exemplo: SE seu carro está desviando para o lado esquerdo da estrada, ENTÃO voc6e deverá guiá-lo em direção ao lado direito da estrada. 24 Representação do Conhecimento e Processamento da Informação UFRJ/NCE MEMÓRIA E REPRESENTAÇÃO DO CONHECIMENTO Profa. Adriana Modelos baseados no cérebro humano: • O cérebro humano usa um tratamento paralelo (múltiplas operações acontecem juntas) da informação, diferente dos computadores que o tratamento da informação é em série. • Um modelo para a representação do conhecimento e para o processamento da informação humana, é o modelo paralelo (PDP) ou modelo conexionista. PSICOLOGIA COGNITIVA • A idéia é que podemos ser capazes de tratar as informações tão eficientemente quanto o fazemos, porque podemos manipular uma quantidade muito grande de operações cognitivas ao mesmo tempo. Maria Teresa Gouvêa Julho/2002 25 Representação do Conhecimento e Processamento da Informação UFRJ/NCE MEMÓRIA E REPRESENTAÇÃO DO CONHECIMENTO Profa. Adriana Modelos baseados no cérebro humano: • Sempre que usamos o conhecimento mudamos nossa representação dele. Assim, a representação do conhecimento não é realmente um produto final, mas, sim um processo. • Frequentemente, podemos usar as limitadas informações disponíveis para gerar informações adicionais. PSICOLOGIA COGNITIVA – Exemplo: denomine o seguinte objeto: ele tem coluna vertebral, respira, mia, tem pêlos, tem 4 pés e come carne animal. – Uma vez que você tenha gerado o padrão para esse objeto, provavelmente o usará para acrescentar detalhes a essas informações, imaginando por exemplo, o tamanho do objeto, locais em que pode ser encontrado. Maria Teresa Gouvêa Julho/2002 26