CAPITAL SOCIAL NA AGRICULTURA FAMILIAR: UMA APRECIAÇÃO SOBRE A SUSTENTABILIDADE NO PROJETO SOBRE A COOPERATIVA AGROINDUSTRIAL EM BELA VISTA DO TOLDO-SC. Reinaldo Knorek1 INTRODUÇÃO Relacionar o capital social, como um fator extraordinário voltado a sustentabilidade na agroindústria da agricultura familiar, almejando-se o foco do desenvolvimento local-regional é, sobretudo, dizer que o mesmo é de fundamental importância para o crescimento das atividades na agroindústria familiar. O capital social é fundamental, pois, quando articulado, como é o caso do projeto que se configura na cooperação entre as prefeituras de Canoinhas, Bela Vista do Toldo, Três Barras e a Universidade do Contestado, voltados ao desenvolvimento do agronegócio na agricultura familiar, faz do mesmo a busca de sustentabilidade que, procura criar condições entre os atores e arranjos institucionais, moldados numa diversidade de agentes, especialmente no objetivo de obter um maior grau de bem estar baseado no sucesso coletivo. O capital social tem sido empregado na literatura nacional e internacional, em uma vasta gama de disciplinas, entre as quais: sociólogos, antropólogos, em áreas da educação, economia, ciências políticas, criminologia, saúde e, de certa forma no momento, acentua-se em trabalhos relacionados em estudos sobre o desenvolvimento local-regional. Trata-se de um conceito desafiador, pois se incorpora freqüentemente o social como submisso ao capital. O capital social enfatiza o fato de que formas e relações não monetárias podem ser fontes determinantes de poder e de influências ao desenvolvimento e, de modo inclusivo ao crescimento econômico. Compreender como o capital social se configurou na forma da confiança, do associativismo, da cooperação, da participação e da ação conjunta entre as 1 Doutor em Engenharia de Produção e Sistemas, graduado em Administração de Empresas e Filosofia, professor do programa de mestrado em Desenvolvimento Regional da Universidade do Contestado (UnC) – campus Canoinhas. quatro prefeituras e a universidade, na ação de instalar o agronegócio voltado à agricultura familiar é, sobretudo, dizer que o capital social pode equivaler na determinante para o sucesso e na sustentabilidade do projeto. Esse projeto que está sendo implantado no município de Bela Vista do Toldo, denominado: Desenvolvimento regional: o agronegócio para a agricultura familiar com sustentabilidade e diversificação produtiva voltada ao fortalecimento das potencialidades dos arranjos produtivos locais para os pequenos produtores inseridos na 26a SDR – tem se afirmado que a simples existência de capital social não resolverá todos os problemas no direcionamento das ações combinadas, mas que, outros recursos como o capital humano, mediático, institucional associados na propriedade da cooperação e na confiança participativa deverá gerar o desenvolvimento econômico, cultural e social: tanto no local como no contexto regional. Todavia, é na base teórica do desenvolvimento endógeno que se focalizam, com toda atenção, a questão regional de desenvolvimento. Endógeno na busca de resolver a problemática das desigualdades sociais, das quais a solução pode estar nos melhores instrumentos das políticas públicas aplicadas na base da cooperação, com os ajustes e correções necessárias para que as mesmas sejam diminuídas dentro do próprio sistema implantado. O desenvolvimento endógeno tem suas origens na década de 1970, quando as propostas de desenvolvimento, da base para o topo, emergiram com maior notoriedade na colaboração de dar respostas aos novos enfoques ao problema do crescimento desequilibrado. Nesta trajetória a contribuição da teoria endógena de desenvolvimento identifica alguns fatores de produção que, sobretudo, com o capital social associado ao capital humano, perpetram na diferença do desenvolvimento de um local ou de uma região. O desenvolvimento regional endógeno se fundamenta na década de 1990, como um processo que nascem de dentro do sistema e, se amplia continuamente para fora, agregando valores na produção, absolvendo e retendo ganhos excedentes gerados na economia local, associados com o que vem exogenamente de outras regiões, formando assim, o desenvolvimento sustentável. Com esse processo sistêmico de entradas, processo e saídas, os resultados para a mesma é o sucesso na ampliação dos empregos, produtos, renda e, assim se configura como um arquétipo de desenvolvimento sustentável. A capacidade de gerar o próprio desenvolvimento, local-regional, condiciona-se a mobilizar fatores produtivos de potencialidade endógena que, faz do capital social empregado pela sociedade organizada, o diferencial entre a sustentabilidade na base regional, e a não sustentabilidade, como se destaca na visão de Boisier (1997), a sociedade civil, e nela compreendida as formas locais de solidariedade, integração social e cooperação, pode ser considerada o principal agente da modernização e da transformação sócio-econômica em uma região. Portanto uma das chaves para o desenvolvimento, local e regional, reside na cooperação entre atores envolvidos e, também na própria capacidade institucional voluntária, que pode produzir e motivar o contato entre eles: criando assim condições de gerar o capital social voltado na configuração do desenvolvimento sustentável. Essa motivação entre atores locais é o que podemos chamar de mobilidade de capital humano, fundamentado evidentemente na cooperação e na associação que, focada no conhecimento individual, levada ao coletivo, pode gerar o desenvolvimento local. Partindo dessas idéias desenvolvimentistas, o pesquisador Robert Putnam, estudou os distintos aspectos que levaram as diferenças estabelecidas no norte e no sul da Itália. Em suas conclusões, Robert Putnam (1996, p. 162) destaca “na Itália contemporânea, a comunidade cívica está estritamente ligada aos níveis de desenvolvimento social e econômico”2. 2 Putnam estuda duas regiões da Itália: Emila-romana, ao norte e, ao sul a região da Calábria. Essas regiões, no início do século vinte, tinham padrões de desenvolvimento semelhantes, décadas mais tarde, a desigualdade foi notória, tornando o norte com a grande participação política embasadas na solidariedade uma das regiões de maior desenvolvimento da união européia, enquanto que n a região da Calábria, sem o capital social envolvido a mesma manteve-se com características medievais de estilo feudal, isolada e atrasada. Putnam introduz a idéia de que o capital social foi o grande diferencial de desenvolvimento econômico na organização da região. O capital social envolveu as redes de relações, normas de comportamentos, valores, confiança mútua, obrigações, informações e conclui que o capital social, quando é existente em uma região,possibilita a tomada das ações colaborativas das quais é concretizada em desenvolvimento para a comunidade local e, sobretudo disseminada na região. Pode-se concluir que a existência de um capital social, leva uma região adquirir habilidades de criar e tornar as associações fundamentadas, na confiança e confiabilidade sustentáveis. A configuração do agronegócio voltado à agricultura familiar, na região da 26ª SDR, tornar-se-á próspera se os cidadãos envolvidos estiverem dispostos a trabalhar de forma colaborativa - organizada em prol da associação voluntária entre as instituições – e, que as políticas públicas, voltadas para uma estratégia de desenvolvimento regional, não podem ser, simplesmente configuradas em ações ortodoxas como, por exemplo, a abertura de crédito, incentivos fiscais e investimentos fixos, mas, principalmente, levar em conta a ampliação do capital social como fonte de sustentabilidade do negócio abrigado no território. Será necessário, manter e ampliar o acúmulo de capital social na comunidade local e, fortalecer assim a auto-organização social, estimulada por práticas de colaboração e cooperação entre os atores que buscam promover soluções aos problemas comuns da região, fundamentalmente na participação e na abertura de diálogos com os atores integrantes na região. Essa deve ser a prática que envolve o projeto de desenvolvimento voltado à agricultura familiar na região da 26ª SDR. COMPREENDENDO O CONCEITO DE CAPITAL SOCIAL O conceito de capital social desenvolveu-se por meio de diversas acepções, conexo a algumas criações, teórico-metodológicos, de forma distinta em estudos voltados a análise de desenvolvimento regional. A disseminação desses estudos científicos, principalmente pela academia, tem sua expressão a partir dos anos 80, em especial, pela sociologia e difundidos pelos cientistas políticos e na atualidade por planejadores. Destaca-se que uma das fontes pioneiras é Pierre Bourdieu, sendo um sociólogo da escola francesa, que sistematizou esse conceito. Assim, o conceito de Bourdieu sobre o capital pode ser considerado em sua forma econômica, no campo da aplicação das trocas mercantis, e ele define o capital social como: “Um conjunto dos recursos reais ou potenciais que estão ligados à posse de uma rede durável de relações mais ou menos institucionalizadas de inter-reconhecimento e de inter-reconhecimento mútuos, ou, em outros termos, à vinculação a um grupo, como o conjunto de agentes que não somente são dotados de propriedades comuns (passíveis de serem percebidas pelo observador, pelos outros e por eles mesmos), mas também que são unidos por ligações permanentes e úteis”. (BOURDIEU, 1998, P.67). O capital social está associado à própria noção de estratégias, pois elas são as que constroem, dentro das redes organizadas, as ligações de investimentos na produção, na transformação, no capital humano, enfim, são utilizadas em prol da inserção de cada membro no grupo, para fortalecer as afinidades e as ações adotadas coletivamente. Outro pioneiro nessa discussão é Putnam (1984) que realiza estudos sobre o capital social. Ele estuda o grau de confiança existente entre diversos personagens ou atores sociais, destacando o grau de associativismo e a reverência ás normas de comportamento cívico dos envolvidos. Esse comportamento está relacionado ao pagamento de impostos e também aos cuidados com as coisas públicas e bens comuns. Já destacado, que o capital humano é um produto de ações individuais que buscam na aprendizagem e no aperfeiçoamento e, que o capital social se fundamenta nas relações estabelecidas nas obrigações e nas expectativas que ambos desenvolveram nas idéias da confiabilidade e fortalecimento das relações sociais com o fluxo de informações entre eles, tanto no âmbito interno como no externo, a união entre o indivíduo e o coletivo é o que irá fazer a diferença nos resultados esperados ao desenvolvimento econômico e social de uma região. Essas relações de confiança favorecem, sobretudo, o funcionamento das normas e sanções aprovadas pelo interesse público coletivo. Formar um capital humano é estimular o indivíduo para arquitetar, no capital social, a coesão de desenvolvimento, tanto na família, na comunidade e na sociedade em geral. As raízes do desenvolvimento, no caso de uma nação, segundo Putnam, o êxito está na formação do capital social distribuídos em quatro dimensões: a) os valores éticos dominantes em uma sociedade; b) sua capacidade associativista; c) o grau de confiança de seus cidadãos, e d) a consciência cívica. Com essas quatro demissões, destaca-e que o capital social, quanto mais ter, maior será o desenvolvimento de uma região ou país: mais crescimento e desenvolvimento. Putnam não ignora o peso das dimensões na macroeconomia, mais destaca a soma deles. O capital social significa praticar confiança, solidariedade, reciprocidade e, é o próprio exercício da cidadania. Bourdieu (1983) e Putnam (2000) desenvolveram um conceito de capital social individualizados. Putnam é um conjunto de recursos possuídos pelos indivíduos de um grupo formando: tanto para o indivíduo como para o grupo. Já, para Bourdieu o capital social é uma conseqüência das relações sociais que é percebida pelos atores envolvidos que pode ser transformado em outra forma de capital, ele destaca numa forma individualista embutida no coletivo. Bourdieu constitui uma definição de capital social sendo como: “social capital is the aggregate of the actual and potential resources which are linked to possession of a durable network of more or less institucionalizad relationships of mutual acquaintance and recognition – in other words, to membership of a group - which provides each of the members with the backing of the collectivityowned capital” (BOURDIEU, 1983, p. 248-249). Então, neste conceito o capital social é o que agrega os recursos atuais e potenciais dos quais serão unidos a possessão de uma instituição reconhecida, pelos sócios desse capital e, oferecem apoio necessário ao crescimento que buscam na coletividade. Para Putnam, o conceito de capital social é, “refers to connection among individuals-social networks and the norms of reciprocity and trustworthiness that arise from them” (PUTNAM, 2000, p. 19). Então, ele está se referindo as conexões entre as cadeias de indivíduos e sócios que estabelecem a relação entre as normas de troca e probidade que vai surgir entre eles no decorrer da busca de desenvolvimento. O World Bank (2000) define assim o capital social: "….the rules, norms, obligations, reciprocity and trust embedded in social relations, social structures and society’s institutional arrangements which enable members to achieve their individual and community objectives3". Então, esse conceito fala de regras, normas, obrigações, reciprocidade e confiança embutidas nas relações sociais, nas estruturas sociais e nos arranjos institucionais que a sociedade permite aos sócios alcançarem tanto no individual como nos objetivos da própria comunidade organizada. 3 www.worldbank.org/poverty. acesso setembro 2011. Boisier4 (2011) destaca a função do capital social como: “El capital social es lo que permite a los miembros de una comunidad, confiar el uno en el otro y cooperar en la formación de nuevos grupos o en realizar acciones en común. Se basa en la reciprocidad difusa. Una comunidad con elevado capital social alcanza mayores logros con recursos dados. Se reconoce la existencia de capital social en la densidad del tejido social. Es un bien público y por tanto hay una tendencia a sub-invertir en él.” (BOISIER, 2011) Algumas conclusões importante sobre o desenvolvimento endógeno de um territorio, segundo Boisier5: “EL CRECIMIENTO ECONÓMICO DE UN TERRITORIO ES FUNCIÓN PRINCIPAL DE LA INTERACCIÓN DEL SISTEMA CON SU ENTORNO, DEL INTERCAMBIO DE ENERGÍA, INFORMACIÓN Y MATERIA (SE TRATA DE UN SISTEMA CUASI-AISLADO). ELLO EXPLICA QUE EL CRECIMIENTO CONTENGA UN ALTO GRADO DE EXOGENEIDAD”( BOISIER, 2011) Boisier destaca que o desenvolvimento territorial está baseado na sinergia do capital social e destaca: “EL DESARROLLO TERRITORIAL ES FUNCIÓN PRIMORDIAL DE LA COMPLEJIDAD DEL SISTEMA TERRITORIAL, DE LA SINAPSIS Y DE LA SINERGÍA COGNITIVA. ELLO EXPLICA QUE EL DESARROLLO SEA SIEMPRE UN PROCESO ENDÓGENO, NECESARIAMENTE DESCENTRALIZADO Y DE ESCALA SOCIAL Y TERRITORIAL PEQUEÑA”. (BOISIER, 2011). O grau de sinergia que envolve o capital social, como mediação do fortalecimento da sociedade, dará o sentido das ações coletivas que estimulam o cidadão a ter opiniões firmes e cobrar, sobretudo, de governantes um melhor desempenho - por meio de políticas públicas - que tornem imprescindiveis essa ações de mudanças: se issa discussão for se confirmando o bom desenvolvimento local chegará até o ámbito do regional. Para Putnam (1996) a cidadania o civismo e a democracia, estão relacionados ao capital social e a partir daí, ele desenvolve um conceito de comunidade cívica, destacando as diferenças entre as regiões que estão relacionadas às raízes histórico-culturais, destacando-se que as mais cívicas 4 Palestra ministrada por Boisier, no Seminário sobre cultura e Desenvolvimento, dia 30 de abril de 2011, em Canoinhas-SC. 5 Ibdem. são aquelas que são mais organizadas e que estão baseadas na cooperação, confiança, normas de reciprocidade na coletividade do território. É a confiança social a chave para a cooperação o ganho de desenvolvimento nas redes de engajamento cívico. Essas idéias se associam na configuração do capital social como destaca Putnam: 1) Grupos e redes – considera a participação do cooperado em organizações sociais formais e informais, bem como as vantagens dadas e recebidas nestas relações. 2) Rede (Individual) – trata das relações de amizade informal que o cooperado tem em seu cotidiano. 3) Confiança e solidariedade leva em conta dados sobre a confiança nos relacionamentos interpessoais do cooperado, inter e extrafamiliar. 4) Ação coletiva e cooperação - investiga as relações de trabalho na celula familiar, nos produtos em conjuntos e na punição de ações oportunistas. 5) Informação e comunicação – como se dá o fluxo de informações e a facilidade de comunicação dos cooperados na comunidade e com outras regiões. 6) Coesão e inclusão social – buscar identificar como se processam as interações entre os cooperados inter e intra-cooperativa. 7) Autoridade (ou capacitação) [empowerment] e ação coletiva – envolve o nível de empoderamento psicosocial dos cooperados e ainda a capacidade dos cooperados de agir agregadamente. Os grupos e redes, a rede individual, a confiança, a ação coletiva, as informações, a coesão e inclusão social e a autoridade são idéias, sobre o capital social elaborada por Putnam (1996) que se espandem nas possíbilidades de aplicaçãom em diversos trabalhos que tentam compreender a influencia do mesmo em projetos de desenvolvimento local e regional. A aplicação do capital social se identificam nos impactos sobre a melhora de renda e a influência da ação coletiva na comunidade. O Banco Mundial, nos estudo “Social Capital initiative”, o capital social determina a sustentabilidade de projetos voltados ao desenvolvimento local e regional. Para Boquero, (2003, p. 95) uma diferença importante entre o capital social e outras formas de capital é que o capital social existe em uma “relação social”. Reside nas nessas relações e não no indivíduo sozinho, como é o caso de habilidades que adevém do capital humano. É constituído em coletividades institucionalizadas tais como: universidades, corporações, governos, associações informais de pessoas em que, o conhecimento e as visões de mundo, formam-se e são transferidas na coletividade. Capital social não são simplesmente um atributo cultural, cujas raízes só podem ser fincadas ao longo do tempo ao longo da formação de muitos povos e gerações. Ele pode ser criado – desde que haja organizações suficientesmente fortes - para sinalizar aos indivíduoas as alternativas que eles podem, por meio de seus comportamentos políticos, transportar na coletividade a voltade do indivíduo. Esse envolvimento entre os atores é o que pode ser observado na configuração e na diferença, entre desenvolvimento e estagnação, entre uma região e outra. CAPITAL SOCIAL: PROJETO DO AGRONEGÓCIO COMO A LAVANCAGEM PARA O DESENVOLVIMENTO DA ECONOMIA LOCAL-REGIONAL. O projeto da agroindústria familiar, como fonte geradora de riquezas e desenvolvimento regional, destaca-se no que constam as mudanças ocorridas na problemática de todas as atividades agropecuárias, em especial na região do Planalto Norte Catarinense que se apresenta como uma realidade de múltiplas dificuldades, tanto no âmbito social como no económico. Essas dificuldades se conjecturam em dificuldades na produção, industrialização e comercialização dos productos, produzidos por pequenos agricultores, dessa região. De certa forma inclui-se a ação a ser justificada, como relevancia prática, o desenvolvimento de uma agroindustria nesse território, pois a mesma irá contribuir para suprir a necessidade local, dos pequenos agricultores familiares que estão voltados em suas atividades para o desenvolvimento do agronegócio. O fato é que, essas famílias de agricultores necessitam desenvolver sua vocação endógena, ou seja, produzir alimentos e agregar valores para se fortalecem. Fortes eles, podem completar o ciclo da produção, industrialização e comercialização, no sistema agroindustrial de foram sustentável. Com a aplicação de uma ação conjunta entre a Universidade do Contestado, Prefeituras Municipais de Canoinhas, Três Barras, Major Vieira e Bela Vista do Toldo, MDA ( Ministerio do Desenvolvimento Agrário), e da FAPESC ( Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina) - para ser estruturada a agroindústria no território da 26a SDR, de forma organizada. Entrementes, a formação do capital social no agronegócio para esses agricultores familiares, com certeza, irá ser a grande fonte para o desenvolvimento local e regional. Além do mais, ajudará a evitar o êxodo rural, motivado pela falta de oportunidades, do qual, esas pessoas almejam num futuro próximo a própria sobrevivência. No mapa nº 1 o local da instalação do agronegócio em Bela Vista do Toldo. Mapa nº 1 - localização da 26ª SDR e da sede da agroindústria. Muitos são as justificativas do investimento em projetos de instalação de agronegócios voltados a agricultura familiar. Segundo o Relatório - A força da agricultura / Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MDA, 2009) o agronegócio diversificado, moderno e eficiente desenvolvido no Brasil elevou o País à categoria de grande fornecedor mundial de alimentos. Mas não é só isso. A alavancagem neste setor de agroenergia, com produção sustentável e de qualidade, conquistou o mercado internacional. O desempenho das safras e da balança comercial se supera a cada ano e, em 2008 não foi diferente. No entanto, nos últimos meses, a crise financeira global, iniciada no segundo semestre de 2009, puxou o freio deste acelerado desenvolvimento e trouxe apreensões. Incertezas quanto ao crédito e ao comportamento dos mercados chegaram juntos e o Brasil, sendo o terceiro exportador de produtos agrícolas, com desempenho expressivo e aumentando a cada ano. O relatório destaca que em 2008, as vendas externas do setor agropecuário resultaram em US$ 71,8 bilhões, 23% a mais do que em 2007, e o agronegócio respondeu por 36,3% das exportações totais do País. Esse potencial é sinônimo de liderança que os indicadores para 2010-11 apontam com um acréscimo ainda maior. O Brasil é o maior produtor e o maior exportador de café, açúcar, etanol de canade-açúcar e suco de laranja. Lidera o ranking das vendas externas de carne bovina, carne de frango e tabaco. O País já é o principal pólo de bicombustíveis obtidos a partir de cana-de-açúcar. E tem tudo para ser, em breve, destaque mundial na produção de combustíveis a partir de óleos vegetais. Destaca-se também na exportação de algodão, milho, frutas frescas, cacau, castanhas, couro e suínos, entre outros. O crédito é o motor da economia e o agronegócio vem se beneficiando com linhas específicas, a taxas de juros controlados, e com medidas emergenciais de suporte para os efeitos da crise financeira mundial. A qualidade, a sanidade e a sustentabilidade ambiental do agronegócio brasileiro conquistaram reconhecimento mundial. Mesmo em épocas de desvantagens cambiais e de crises globais, as vendas externas do Brasil cresceram. Para COUTO FILHO (2007, pg. 21) desde a criação do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF) em 1996, os agricultores e agricultoras familiares brasileiras têm recebido crescente atenção das políticas públicas. Essas políticas, diga-se de passagem, construídas com a participação e a legitima representação dos movimentos sociais organizados. Para o autor o setor público deve promover políticas que permitam o crescimento da atividade. De forma resumida, os municípios, o Estado e a União devem oferecer infraestrutura, assistência técnica e extensão, estudos e pesquisas, fiscalização e controle ambiental, e por fim organizar a comercialização. Não se pode falar de Política Pública sem que sejam tratados outros pontos fundamentais como: 1) programas especiais regionalmente localizados; b) desencontros das políticas agrícolas e agrárias; c) falta de uma política específica e substancial de apoio a agricultura familiar; e d) a política agrícola do MERCOSUL e a sua relação com outras regiões. Para a Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo (MDA, 2008) a associação “é uma sociedade civil sem fins lucrativos, onde vários indivíduos se organizam de forma democrática em defesa de seus interesses”. Pode existir em vários campos da atividade humana e sua criação deriva de motivos sociais, filantrópicos, científicos, econômicos e culturais. A associação é uma maneira de participar da sociedade. É muito comum que as pessoas se reúnam para alcançar objetivos que, individualmente, seriam bem mais difíceis ou mesmo impossíveis de ser conseguidos. Gradativamente e em diferentes atividades, organizações não-governamentais (ONGs), entidades representativas de categorias profissionais, grupos sociais ou setores produtivos reivindicam sua participação no planejamento. Essa participação é definitiva para influenciar a direcionar os recursos públicos aos projetos desejados pela maioria da população, bem como fiscalizar sua aplicação. Ao mesmo tempo, o associativismo se constitui em alternativa necessária de viabilização das atividades econômicas, possibilitando aos trabalhadores e pequenos proprietários um caminho efetivo para participar do mercado em melhores condições de concorrência. Com a cooperação formal entre sócios afins, a produção e comercialização de bens e serviços podem ser muito mais rentáveis, tendo-se em vista que a meta é construir uma estrutura coletiva da quais todos são beneficiários. Os pequenos produtores, que normalmente apresentam as mesmas dificuldades para obter um bom desempenho econômico, têm na formação de associações um mecanismo que lhes garante melhor desempenho para competir no mercado. Transformar a participação individual e familiar em participação grupal e comunitária se apresenta como uma alavanca, um mecanismo que acrescenta capacidade produtiva e comercial a todos os associados, colocando-os em melhor situação para viabilizar suas atividades. A troca de experiências e a utilização de uma estrutura comum possibilitam lhes explorar o potencial de cada um e, conseqüentemente, conseguir maior retorno financeiro por seu trabalho. A união dos pequenos produtores em associações torna possível a aquisição de insumos e equipamentos com menores preços e melhores prazos de pagamento, como também o uso coletivo de tratores, colheitadeiras, caminhões para transporte, etc. Tais recursos, quando divididos entre vários associados, tornam-se acessíveis e o produtor certamente sai lucrando, pois reúne esforços em benefício comum, bem como o compartilhamento do custo da assistência técnica do agrônomo, do veterinário, de tecnologias e de capacitação profissional. O conceito de associação de produtores rurais é: “uma sociedade formal, criada com o objetivo de integrar esforços e ações dos agricultores e seus familiares em benefício da melhoria do processo produtivo e da própria comunidade a qual pertencem”. Objetivos Desenvolver um projeto coletivo de trabalho. Defender os interesses dos associados. A foto nº 1 destaca o prédio da agroindústria da agricultura familiar em Bela Vista do Toldo-SC. Foto nº 1- vista da sede da agroindústria em Bela Vista do Toldo. Fonte:Reinaldo Knorek, 2010. Formar um capital social para que esse agronegócio, voltado a agricultura familiar é o grande desafio. Vale (2006), destaca que o capital social representa o conjunto de recursos enraizados (embedded) em redes sociais, de usufruto de atores (individuais e coletivos) e resultante de relacionamentos, conexões e laços. Tais recursos garantem a seus detentores informações, permitem acesso a bens valiosos e regam oportunidades ajudando-os na obtenção de resultados pretendidos. Neste contexto atores sociais, com conexões capazes de lhes permitir transpor distancias sociais e estabelecer pontes com outros atores e redes (grupos sócias) distintos gozarão de condições mais privilegiadas. Em um determinado território, uma aglomeração produtiva, o capital social seria representado pelo conjunto de recursos inserido nas conexões e laços à disposição de atores aí presentes, vinculados entre si e com o “resto do mundo” e condicionados a natureza dos empreendimentos ( individuais e coletivos) que são capazes de implementar. Produzir industrializar e comercializar de forma cooperada e reunir esforços para reivindicar melhorias em sua atividade e a comunidade, além de melhorar a qualidade de vida e participar do desenvolvimento de sua região deve ser características das associações rurais que, geralmente, são formadas por grupos de vizinhos que, pela proximidade e conhecimento, se agrupam para discutir problemas comuns, faz a formação de um capital social sustentável. Ao buscarem soluções em conjunto, evoluem para decisões mais definitivas, aperfeiçoando a parceira, inicialmente informal, para uma forma de união organizada e associativa, onde terão maiores chances de sucesso. Para tanto, a participação democrática e a ajuda mútua são os princípios fundamentais, sem os quais as associações perdem sua razão de existir, já que defendem os interesses e anseios da maioria. O mutirão - que antes ocorria como uma ação eventual de colaboração entre amigos – se transforma num método, os membros da associação passam a trabalhar juntos e/ou de forma complementar, tanto na fase produtiva como na comercial. As vantagens das associações que se organizam e garantem um processo participativo, tendo como principal objetivo o permanente interesse do grupo, tendem a prosperar. Ao atingirem suas metas, novos horizontes se estabelecem, impulsionando suas atividades. Abramovay (2006) indica que a visão do desenvolvimento territorial pela ótica do “embeddedeness”, ou seja, o enraizamento ou imersão, do qual se revela um recurso analítico adequado para compreender os dois elementos centrais para o sucesso das experiências de desenvolvimento, que são os mecanismos de cooperação entre atores e o papel dos mercados. A coesão territorial apóia-se em formas de cooperação que correspondem à capacidade de diferentes grupos em oferecer os padrões em torno dos quais a interação social se estabiliza. Os participantes de qualquer mercado procuram, permanentemente, estabilizar suas relações ou, em outras palavras, reduzir ao mínimo os riscos que ocorrem pelo fato de estarem expostos ao sistema de preços. Os protagonistas dos mercados não são fundamentalmente maximizadores de lucro vivendo num mundo atomizado em que as oportunidades são aproveitadas sob a forma de um leilão permanente estabelecido entre participantes anônimos e impessoais. (ABRAMOVAY ,2006, p. 32) De fato, quando se busca o desenvolvimento local-regional, fala-se do território a ser desenvolvido do qual inspira grandes estudos de discussões; sobre as características do mesmo e do enraizamento ou imersão (embeddedness) das atividades econômicas em contextos, espaços ou ambientes sociais marcados pelas fortes relações de proximidade e interconhecimento: fundamenta a formação co capital social para esse envolvimento. Neste sentido as perspectivas culturalistas de Putnam (2000), os estudiosos da sociologia econômica afirmam que as relações entre os atores são socialmente construídas e negociadas, formando estruturas, hierarquias e lutas sociais por poder. Discutir o território rural, as perspectivas de imersão e as relações econômicas não são simplesmente um conjunto de fatores naturais de dotações humanas capazes de determinar as opções de localização das empresas e dos trabalhadores: eles constituem por laços informais, por modalidades de cooperação que é o ponto fundamental do capital social. Certamente, no que tange o momento da cooperação entre os lideres dos municípios inserido nesse projeto, a definição dos produtores que farão parte do negócio e o apoio da universidade será determinante para o sucesso ou fracasso da agroindústria. Dentro desse contexto devem ocorrer fatores como a inovação tecnológica endógena que surgem como maximização das estruturas a serem montadas em busca dos lucros a ser conseguido, o capital humano, ou seja, o estoque de conhecimentos dos agentes econômicos e os arranjos institucionais, incluindo a política governamental e as organizações da sociedade civil. Isso é fundamental no crescimento econômico e contínuo da renda per capita em qualquer sistema econômico. E, nesse ponto em que se insere o papel fundamental, exercido por atores sociais, que comandam as políticas de desenvolvimento como: as citadas prefeituras, o MDA, as SDR e a Universidade do Contestado. Contudo, é aberta a discussão em que na teoria o crescimento endógeno, constitui-se para a legitimidade da endogeização territorial, mas que a partir de ações concretas, com investimentos localizados, o crescimento econômico pose sir ser visível no território. A forma de cooperação e de parceria desenvolvida entre os atores citados podem sim, de certa forma, ser o ponto forte de alavancagem para o desenvolvimento da agroindústria. Esse ponto forte, a cooperação e a formação de parcerias, ficaram evidenciadas e se destacaram com a realização, no dia 19 de novembro de 2010, em Canoinhas, do II Seminário sobre Ferramentas de Desenvolvimento: os desafios do agronegócio na região da 26ª SDR. Neste seminário foi discutido o agronegócio voltado à agricultura familiar e as atividades das prefeituras como apoio ao desenvolvimento e a sustentabilidade dessa atividade. Foram mais de 150 pessoas participantes, entre agricultores, prefeitos, sindicalistas, vereadores, secretários de agricultura, mestrandos do programa de mestrado em desenvolvimento regional e, publico em geral discutir e compreender os desafios do agronegócio na região. Na medida em que as economias vão se consolidando, observa-se que tende a ocorrer um processo de interdependência entre setores e territórios com seus segmentos produtivos e neste momento que novos padrões passam a ser ditados pelos atores mais dinâmicos da economia. A produção agrícola e pecuária tem como principal objetivo obter lucro ou ganhos quantitativos através de aumento de produção e produtividade. Nessa idéia de cooperação para se desenvolver uma agroindústria do qual, muitos farão parte, é evidente que os atores quando obtiverem lucros agregados em seus produtos, entrarão na dinâmica da economia que é circular a produção e aumentar cada vez mais a produtividade e, sobretudo o ganho da qualidade desses produtos: cooperação e dinâmica de mercado levam ao desenvolvimento. Neste contexto de produção, dinâmica da economia, inovação e ampliação do leque de produtos produzidos com a agregação de valores à produção innatura que surge na literatura especializada a terminologia de agribusiness ou agronegócio. Agronegócio abrange a produção agropecuária propriamente dita (produção vegetal, produção animal, e as atividades vinculadas ao extrativismo), as atividades situadas a montante da produção agropecuária (indústria de insumos, máquinas e equipamentos, estrutura de financiamento à produção, instituições de pesquisa) e as atividades situadas à jusante da produção rural ( setor de transporte, beneficiamento, armazenamento, estruturas de atacado e varejo incluindo os restaurantes e bares). (ARBAGE, ALEXANDRO, 2006, P. 184) Todas essas empresas fazem parte do sistema chamado agribusiness ou agronegócio. Desenvolver a partir das experiências dos produtores, cooperação entre municípios e universidade e estruturação do agronegócio é, sobretudo, a maneira de consolidar a região do Canoinhas como um território endogenamente agrícola que passa a ser um novo território de agronegócios com novas empresas e novas formas de crescimento da economia local. Este é o objetivo de consolidar o agronegócio nos municípios da 26 a SDR, desenvolvendo, equipando e organizando um agronegócio para agricultores familiares, construindo o associativismo e cooperativismo garantirá o desenvolvimento territorial e a sustentabilidade dos mesmos. O capital social mobilizado nesse projeto beneficiara 80 famílias diretamente por cada um dos quatro municípios envolvidos e aproximadamente 1500 pessoas indiretamente na região da 26a SDR. De certa maneira essa realidade apresentada nesses números, necessariamente, precisa ser alterada para mais. Os valores financiados pela FAPESC é um montante de R$ 128.845,00, dos quais R$ 32.910,00 se destina ao custeio da pesquisa e R$ 96.935,00 é o valor para compra dos equipamentos da agroindústria. Também tendo de contra partida das prefeituras de Canoinhas, Três Barras, Major Vieira e Bela Vista do Toldo o valor de R$ 15.000,00. A universidade nesta parceria entra com uma contrapartida de R$ 45.000,00, O MDA financiou a construção da sede com R$ 140.000,00 e, está um acréscimo demais investimentos na ordem de R$ 91.000,00 para garantir o início da produção da agroindústria. O projeto tem por objetivo geral: Promover o desenvolvimento local-regional por meio do agronegócio - completando o ciclo produção, industrialização, comercialização - voltado à sustentabilidade e diversificação produtiva da agricultura familiar fortalecendo assim a potencialidade dos arranjos produtivos locais para pequenos produtores inseridos na 26a SDR. Para que os mesmos sejam atingidos destacam-se os objetivos específicos como: 1. Fomentar o setor produtivo agropecuário para a agroindústria, 2. Instalação e de uma unidade agroindustrial para ser um instrumento de geração de emprego e renda voltado a novas oportunidades de trabalho da agricultura familiar no âmbito localregional da 26a SDR, 3. Incentivar e apoiar os pequenos produtores nas atividades de produção, inovação, desenvolvimento científico e tecnológico aliados a gestão, transferência de tecnologias, promoção do capital humano, desenvolvendo a natureza mercadológica, por meio da educação, cultura e treinamento dos pequenos produtores rurais associados a agroindústria. 4. Promover a produção, industrialização e comercialização da produção da agricultura familiar de forma sustentável; 5. Elaborar um diagnóstico dos produtos comercializados na região 26ª SDR; 6. Elaborar um diagnóstico das potencialidades de produção da agricultura familiar na região da 26 a SDR; 7. Identificar a capacidade de diversificação da agricultura familiar na região da 26aSDR; 8. Promover a feira livre como canal de comercialização dos produtos produzidos na agroindústria da agricultura familiar na região da 26ª SDR; 9. Estimular e capacitar os pequenos produtores rurais para produção associada voltados a agregação de valores dos seus produtos para a agroindústria; 10. Sensibilizar os pequenos produtores rurais de forma para que desenvolvam a consciência organizacional de trabalhos associativista-cooperativista na região 26ª SDR. Entrementes, o capital social a ser construído na forma da cooperação entre os atores envolvidos será o grande diferencial, tanto no momento da sua implementação: como no que tange a própria sustentabilidade do negócio. CONSIDERAÇÕES FINAIS A perspectiva do desenvolvimento endógeno rural no território da 26ª SDR e da edificação de um capital social, formado na cooperação, vem evoluindo de vários segmentos da sociedade, de forma expressiva, desde a construção da sede da agroindústria, em Bela Vista do Toldo, com o projeto de equipar e instrumentalizar a mesma, será determinante para a sustentabilidade do agronegócio familiar. Muitas das ações que deverão ser efetivadas no projeto, terão o apoio da Universidade do Contestado e dos governos dos municípios de Canoinhas, Bela Vista do Toldo, Major Vieira e Três Barras. Os formuladores de políticas que, por muitas razões buscam o desenvolvimento de territórios, especialmente os rurais, precisam, de certa forma ser refinados e aprofundados por novas pesquisas: tanto na área técnica como na forma de gestão dos negócios. Exatamente o que esta sendo configurado neste projeto: ações inovadoras para a região e norteada para o desenvolvimento econômico de forma sustentável. A teoria do capital social inovada por Putnam (1993; 2000) presume segundo o autor de que quanto mais relacionarmo-nos com outras pessoas, mais confiamos nelas, e vice-versa. (PUTNAM, 1995b, p.665). Essa idéia de formar parcerias para projetos inter-institucionais, muitos problemas defrontado com os atores políticos de diversas formas como, por exemplo: o partidarismo, o territorialismo e as paixões discursivas em torno das potencialidades locais dos quais todos querem ser os propulsores das idéias, são questões que envolvem muito mais relações e envolvimentos pra ser compreendidas como uma sinergia de ligação entre poderes.. Mas, sobretudo, o capital social envolvido está criando a sinergia necessária para o projeto seja sustentável em todo o seu processo de formulação como de desenvolvimento: é do local que emergem o capital social para o crescimento econômico e o desenvolvimento da comunidade de forma sustentável do qual o sucesso ou fracasso se estabelecerão. Neste sentido, o capital social, oferece uma maneira nova e excitante de revitalizar as pesquisas em desenvolvimento de um território com vocação endógena voltado a agricultura familiar e se manifestará em desenvolvimento na promoção da justiça e da solidariedade institucionalizada. Por fim, destaca as idéias de BOQUERO (2003): o capital social como instrumento de empowerment das pessoas para agirem coletivamente pode ser o mecanismo que estava faltando para gerar uma democracia mais eficiente e com qualidade, em que as demandas de grupos tradicionalmente excluídos não sejam esquecidas, ao mesmo tempo em que tais experiências fortaleçam o conceito de cidadania. BIBLIOGRAFIA ABRAMOVAY, R. O futuro das regiões rurais. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2006. ARBAGE, ALEXANDRE. Fundamentos da economia rural. Chapecó: Argos, 2006. BAQUERO, Marcello. Construindo uma outra sociedade: o capital social na estruturação de uma cultura política participativa no Brasil. Rev. Sociol. 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