FACULDADE TECSOMA Administração de Empresas Árina Aparecida Silva Carvalho QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO: um estudo de caso na DG Conservadora LTDA - Paracatu/MG Paracatu/MG 2012 Árina Aparecida Silva Carvalho QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO: um estudo de caso na DG Conservadora LTDA – Paracatu/MG Monografia apresentada à disciplina Metodologia do Estágio Supervisionado II ministrada pelo Professor Geraldo B. B. de Oliveira como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Administração pela Faculdade Tecsoma de Paracatu-MG. Orientador: Prof. Alan Kardec Guimarães Júnior. Paracatu/MG 2012 Carvalho, Árina Aparecida Silva Qualidade de Vida no Trabalho: um estudo de caso na DG Conservadora Ltda – Paracatu-MG. / Árina Aparecida Silva Carvalho. Paracatu, 2012 94f. Orientadora: Alan Kardec Guimarães Júnior Monografia (Graduação) – Faculdade Tecsoma, Curso de Bacharel em Administração 1. Gestão de pessoas. 2. Qualidade de vida no trabalho. 3. Saúde do trabalhador. I. Guimarães Júnior, Alan Kardec. II. Faculdade Tecsoma. III. Título. CDU: 658.3 Árina Aparecida Silva Carvalho QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO: um estudo de caso na DG Conservadora Ltda - Paracatu/MG Monografia apresentada ao Curso de Administração da Faculdade Tecsoma de Paracatu – Minas Gerais, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Administração. Alan Kardec Guimarães Júnior (Orientador Teórico) – Faculdade Tecsoma Geraldo B. B. de Oliveira (Orientador Metodológico) – Faculdade Tecsoma Fernando Antônio Antunes (Coordenador do Curso) – Faculdade Tecsoma Professor Convidado Paracatu/MG, 06 de Julho de 2012. Dedico esse trabalho à minha mãe que na sua sabedoria infinita, soube acalentar-me nos momentos que achei que não seria mais possível a caminhada e a minha família que soube compreender minhas ausências, quando desejavam que estivesse presente. Vocês são meu porto seguro, jamais teria vencido uma batalha sequer sem esse amor dedicado a mim. Amo vocês! AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus, por sua fidelidade em minha vida. Ao meu pai, por seu exemplo de vida. À minha mãe, por toda a sua dedicação e suas orações. Aos meus irmãos Walber, Arilson, Ariádna e Ariana que sempre me apoiaram e incentivaram para que não desistisse nunca. Meu irmão Arilson obrigada por me “obrigar” a entrar na faculdade, você é meu exemplo de líder. Aos meus sobrinhos e afilhados Emanuelle, Walber Felipe, Samuel e Lucas pelo amor a mim dedicado; eu amo vocês. Aos meus tios Antônio e Dininha; e por fim a todos que me apoiaram durante todos esses anos, a vocês minha gratidão eterna. Agradeço também aos que no inicio do curso eram apenas colegas e no decorrer da nossa caminhada tornaram amigos de verdade: Eliana, Eraldo, Hassan e Sandra. LISTA DE SIGLAS ARH – Administração em Recursos Humanos BEO – Bem Estar Organizacional BEO – Bem Estar Organizacional. CLT – Consolidação das Leis Trabalhistas CNPJ – Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas CNPJ – Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas. DO – Diagnóstico Organizacional. GQVT – Gestão de Qualidade de Vida no Trabalho IDH – Índice de Desenvolvimento Humano. IDS – Índice de Desenvolvimento Social OMS – Organização Mundial da Saúde. ONU – Organização das Nações Unidas. PIB – Produto Interno Bruto PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento QV – Qualidade de Vida QVT – Qualidade de Vida no Trabalho RH – Recursos Humanos TST - Tribunal Superior do Trabalho LISTA DE FIGURAS FIGURA 1 – Cronograma das Atividades ...................................................... 24 FIGURA 2 – Organograma da Empresa DG Conservadora Ltda .................. 28 FIGURA 3 – Organograma básico do setor de RH ........................................ 35 FIGURA 4 – Competência do Bem Estar Organizacional .............................. 49 FIGURA 5 – Indicadores de QVT de acordo com Walton .............................. 51 FIGURA 6 – Indicadores Empresariais de GQVT – Limongi-França ............. 64 FIGURA 7 – Cronograma de implantação do projeto de QVT na DG Conservadora ............................................................................ 86 LISTA DE TABELAS TABELA 1 – Recursos humanos utilizados no projeto monográfico .............. 25 TABELA 1 – Valor total do projeto ................................................................. 25 TABELA 2 – Recursos materiais utilizados no projeto monográfico .............. 25 TABELA 4 – Valor total do projeto ................................................................. 26 TABELA 5 – Divisão do capital social da DG Conservadora Ltda ................. 27 TABELA 6 – Custos para implantação do Projeto de QVT na DG Conservadora ............................................................................ 85 LISTA DE GRÁFICOS GRÁFICO 1 – Gênero dos participantes da pesquisa, DG Conservadora, 2012 ...................................................................................... 68 GRÁFICO 2 – Faixa etária dos participantes da pesquisa, DG Conservadora, 2012 .............................................................. 68 GRÁFICO 3 – Tempo de trabalho dos participantes da pesquisa, DG Conservadora, 2012 .............................................................. 69 GRÁFICO 4 – Grau de escolaridade dos entrevistados, DG Conservadora, 2012 ...................................................................................... 69 GRÁFICO 5 – Entrevistados da DG Conservadora, questionados quanto a estudar atualmente ............................................................... 70 GRÁFICO 6 – Disponibilização de equipamentos e materiais necessários para as tarefas ....................................................................... 70 GRÁFICO 7 – Associação do trabalho a algum desgaste emocional e/ou sofrimento psicológico ........................................................... 71 GRÁFICO 8 – Oferta de local de trabalho limpo agradável e organizado .... 72 GRÁFICO 9 – Jornada de trabalho adequada aos padrões legais .............. 72 GRÁFICO 10 – Interferência da jornada de trabalho na vida particular ......... 73 GRÁFICO 11 – Existe liberdade para planejar as prioridades do seu trabalho e para executá-lo .................................................... 74 GRÁFICO 12 – Fornecimento de retorno sobre suas atitudes, comportamento e resultados ................................................. 74 GRÁFICO 13 – Existência de políticas de incentivos das potencialidades do processo de educação continuada ........................................ 75 GRÁFICO 14 – Consideração do trabalho como forma de crescimento e realização pessoal e profissional .......................................... 76 GRÁFICO 15 – Existência de políticas e programas de treinamento e desenvolvimento sólidos e sistematizados para todas as funções ................................................................................. 77 GRÁFICO 16 – Compatibilidade da política de remuneração com suas necessidades pessoais ......................................................... 78 GRÁFICO 17 – Existe discriminação quanto à aparência, estilo de vida, sexo, raça ou religião ............................................................ 79 GRÁFICO 18 – Transmissão de segurança para a manutenção dos empregos por parte da gestão da empresa .......................... 79 GRÁFICO 19 – Adoção de políticas de integração e interação dos funcionários no ato de sua contratação ................................ 80 GRÁFICO 20 – Oferta de manual de procedimentos acerca das normas e obrigatoriedade na execução de suas atividades ................. 81 RESUMO O presente estudo apresenta resultados de uma pesquisa sobre a qualidade de vida no trabalho junto a uma organização com ramo de atividade de conservação e manutenção, localizada no noroeste de Minas Gerais, na cidade de Paracatu. A perspectiva teórica conceitual adotada refere-se à qualidade de vida no trabalho com ênfase nas oito categorias de Walton (1973). Os resultados da pesquisa demonstram que apesar da maioria dos funcionários estarem satisfeitos, existem insatisfações por parte de alguns. Ressalta ainda a contribuição do estudo no sentido de fornecer relatórios sobre as análises obtidas junto aos participantes da pesquisa. Todo este estudo realizado ratifica a necessidade de se aplicar avaliações constantes nas empresas para que a qualidade de vida no trabalho esteja sempre sendo monitorada para determinar os diferenciados perfis dos profissionais que trabalham juntos numa organização empresarial. Percebe-se que por meio das pesquisas desenvolvidas obtiveram-se informações e conhecimentos que possam auxiliar os profissionais na gestão de programas e atividades a serem desenvolvidas de acordo com os perfis detectados. Palavra Chave: Qualidade de vida no trabalho. Saúde do trabalhador. Gestão de Pessoas. ABSTRACT This study presents results of a survey of business activity with the organization of repair and maintenance, located in the northwest of Minas Gerais in the city of Paracatu. The theoretical perspective adopted concept refers to the quality of work life with emphasis on eight categories of Walton (1973). The survey results show that although most employees are satisfied. Pointed out the contribution of the study in order to provide reports on the analysis obtained from the research participants. All this study confirms the need to apply constant evaluations in companies that QVT is always being monitored to determine the different profiles of professionals working together in a business organization. It can be seen that by means of surveys were obtained developed information and knowledge that can help professionals in the management of programs and activities to be developed in accordance with the detected profiles. Key words: Quality of work life. Occupational health. People Management. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 15 2 PROJETO MONOGRÁFICO ....................................................................... 2.1 Título ........................................................................................................ 2.2 Tema ........................................................................................................ 2.3 Objetivos ................................................................................................. 2.3.1 Objetivo geral ....................................................................................... 2.3.2 Objetivos específicos .......................................................................... 2.4 Problematização ..................................................................................... 2.4.1 Hipótese ............................................................................................... 2.5 Justificativa ............................................................................................. 2.6 Resultados Esperados ........................................................................... 2.7 Metodologia do projeto ........................................................................... 2.8 Cronograma ............................................................................................ 2.9 Recursos utilizados no projeto monográfico ...................................... 2.9.1 Recursos humanos utilizados no projeto monográfico ................... 2.9.2 Recursos materiais utilizados no projeto monográfico ................... 2.9.3 Recursos financeiros utilizados no projeto monográfico ............... 2.9.4 Total de recursos utilizados no projeto monográfico ...................... 19 19 19 19 19 19 19 20 20 21 22 24 25 25 25 25 26 3 DADOS DA EMPRESA ............................................................................... 3.1 Razão social ............................................................................................ 3.2 Nome fantasia ......................................................................................... 3.3 Endereço ................................................................................................. 3.4 CNPJ ........................................................................................................ 3.5 Inscrição estadual .................................................................................. 3.6 Quadro societário ................................................................................... 3.7 Capital social .......................................................................................... 3.8 Organograma .......................................................................................... 3.9 Objetivos Sociais da empresa ............................................................... 3.10 Missão ................................................................................................... 3.11 Público alvo da empresa ..................................................................... 3.12 Atividades a desenvolver na empresa ................................................ 27 27 27 27 27 27 27 28 28 29 29 29 29 4 REFERENCIAL TEÓRICO .......................................................................... 4.1 Novos paradigmas para a gestão de recursos humanos com vistas à qualidade de vida no trabalho .................................................................. 4.2 Qualidade de vida no trabalho .............................................................. 4.2.1 Conceito de Qualidade de Vida .......................................................... 4.2.2 perspectiva histórica e conceito de qualidade de vida no trabalho ........................................................................................................................ 4.3 Qualidade de vida no trabalho e sua importância ............................... 4.4 A valorização do bem estar da organização ......................................... 4.5 Visão de qualidade de vida no trabalho segundo Walton .................. 4.5.1 Aspectos intrínsecos à qualidade de vida no trabalho, segundo Walton ........................................................................................................... 4.5.2 Recursos humanos versus qualidade de vida no trabalho ............. 30 30 38 38 39 42 45 50 55 60 4.6 Ferramentas para a gestão de qualidade de vida no trabalho ........... 62 5 ESTUDO DE CASO .................................................................................... 5.1 Local do estudo ...................................................................................... 5.2 Características do local ......................................................................... 5.3 Pesquisa exploratória por estudo de caso com aplicação de questionário .................................................................................................. 5.4 Universo do estudo ................................................................................ 5.5 Variáveis estudadas ............................................................................... 5.6 Coleta de dados ...................................................................................... 5.7 Desenvolvimento do estudo .................................................................. 65 65 65 66 66 66 66 67 6 ANÁLISE DE RESULTADOS ..................................................................... 68 7 CONCLUSÃO ............................................................................................. 82 8 PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DA QVT NA DG .................................... 8.1 Título do Projeto ..................................................................................... 8.2 Objetivo do Projeto ................................................................................. 8.3 Objetivos Específicos ............................................................................ 8.4 Descrição ................................................................................................ 8.5 Custos do Projeto .................................................................................. 8.6 Cronograma do Projeto ......................................................................... 8.7 Benefícios esperados ............................................................................ 8.8 Considerações finais ............................................................................. 84 84 84 84 84 85 86 86 86 REFERÊNCIAS .............................................................................................. 87 APÊNDICE ..................................................................................................... 91 15 1 INTRODUÇÃO Anos atrás, a satisfação no trabalho era sinônimo de carteira assinada. Hoje esse sentimento foi mudado para crescimento profissional, qualidade de vida e reconhecimento profissional também. Contudo, manter-se satisfeito diante das crises e pressões que acontecem no mundo e dentro do mercado de trabalho tornou-se tarefa árdua e difícil tanto para as empresas quanto para os profissionais. Sabe-se que milhares de trabalhadores em todo o mundo, nos diversos segmentos empresariais, diferentes classes e níveis, sofrem as consequências por trabalharem em organizações onde o fator humano não tem nenhuma relevância. Em decorrência do exposto, torna-se muito importante conhecer e identificar as necessidades e os anseios das pessoas. A QVT - Qualidade de Vida no Trabalho pode contribuir para criar condições que motivam os profissionais, através de um ambiente de trabalho saudável, onde se identificam as necessidades e anseios das pessoas, reconhecendo essas mesmas pelo desempenho profissional. Para que isso aconteça é necessário que os colaboradores participem das decisões da empresa, facilitando o desenvolvimento pessoal e meios de feedback positivo proporcionando novos desafios. A qualidade de vida no trabalho, busca por novas formas para otimizar a organização do trabalho mediante a harmonização deste, contribuindo, assim, para a satisfação tanto do colaborador como a organização. Até pouco tempo, satisfação e realização no trabalho eram sinônimos para carteira de trabalho assinada, significavam permanência e garantia no emprego. Atualmente, esse sentimento abrange outros fatores do contexto de trabalho, como por exemplo, crescimento profissional, qualidade de vida, reconhecimento e participação. Entretanto, manter-se satisfeito diante das crises e pressões que acontecem no mercado de trabalho tornou-se um grande desafio para os profissionais. Frente a essas dificuldades enfrentadas pelas organizações no contexto atual globalizado de públicos tanto interno quanto externo exigentes, impera o desafio da sobrevivência e da conscientização de que a competitividade exige produtividade com qualidade, o que significa não apenas investir em 16 tecnologias, porém também nas pessoas e quanto no ambiente em que elas trabalham. É necessário refletir sobre até que ponto a possibilidade de investimentos destinados à Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) contribui ou não para a criação de condições que motivem os profissionais, dentre eles o oferecimento de um ambiente de trabalho saudável, a identificação de necessidades e o reconhecimento do desempenho profissional. O estado de satisfação e contentamento do trabalhador ao realizar suas tarefas é um dos aspectos a ser considerado no âmbito da QVT, conceito que congrega e traduz a importância da humanização do trabalho e responsabilidade social da empresa para com os seus funcionários. A QVT não é assunto separado dentro das empresas, mas é um conjunto de ações que uma empresa pode desenvolver a partir da identificação e da implantação de melhorias e novidades gerenciais, tecnológicas e estruturais tanto internas quanto fora do ambiente de trabalho, visando propiciar plenas condições de desenvolvimento humano para e durante a realização do trabalho. (ALBUQUERQUE, 2002, p. 35). O interesse observado sobre as condições de saúde e expectativa da vida humana tem gerado grandes avanços em relação à melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores visto que um ambiente agradável, onde o trabalhador atue com um baixo nível de pressões apresentará melhores resultados paras a empresa. Logo, faz-se necessário lançar mão de grandes investimentos tanto para a saúde dos indivíduos como para que as organizações sobrevivam. Conforme Fernandes (1996) a QVT é uma gestão dinâmica de fatores físicos e tecnológicos e sócio-psicológicos, atuando dinamicamente, que afeta a cultura e renovam o clima organizacional, refletindo na satisfação do trabalhador e na produtividade das empresas. É dinâmica porque pessoas e organizações mudam constantemente, fatores físicos, sociológicos e psicológicos interferem na satisfação dos indivíduos que consequentemente afetam o desenvolvimento normal e operacional das organizações, sem deixar de ressaltar os aspectos tecnológicos que também, afetam e interferem no clima organizacional e na qualidade e satisfação dos empregados. 17 QVT é um universo de fatores, entre eles: renda capaz de satisfazer as experiências pessoais e sociais, orgulho pelo trabalho realizado, vida emocional satisfatória, autoestima, imagem da empresa/Instituição junto à opinião pública. Além de equilíbrio entre trabalho e lazer, horários e condições de trabalhos sensatos, oportunidades e perspectivas de carreira, assim como possibilidade de uso do potencial e o respeito aos direitos, e a justiça nas recompensas. (BOM SUCESSO, 1998, p. 201). Numa visão mais ampla, a QVT busca por novas maneiras para aperfeiçoar a produtividade e que tenham como objetivo de melhorar seu posicionamento no mercado, obtendo ganhos com as práticas de competitividade e bem estar dos trabalhadores. (ALBUQUERQUE, 2002). A importância dos estudos referentes à QVT se dá devido à preocupação com a valorização da pessoa, dando-lhe oportunidades para melhorar seu desempenho ao realizar suas atividades, gerando maior autonomia, participação na tomada de decisão, visando a sua realização e crescimento pessoal e profissional. Considerando a relevância do assunto diante da sociedade, uma vez que a produtividade está relacionada com a saúde do trabalhador, bem como a ausência de riscos que possam afetar as condições de trabalho, cabe ressaltar que conforme afirmam Limongi-França (2004) e Albuquerque (2002), a QVT tem sido objeto de estudos e preocupação nas diversas áreas do conhecimento humano, entre elas saúde, ecologia, ergonomia, psicologia, sociologia, econômica, administração e engenharia. O presente estudo apresenta uma pesquisa sobre a temática QVT no contexto de trabalho da empresa DG Conservadora Ltda., do setor de conservação, manutenção e limpeza predial com atuação em nível industrial. Trata-se de uma organização familiar fundada em quatro de outubro de 1984 (04/10/84). A empresa DG Conservadora Ltda. emprega cerca de 270 trabalhadores e está sediada na cidade de Paracatu, região noroeste de Minas Gerais. Nos últimos anos, a empresa registrou crescimento significativo em relação à contratação de mão de obra em virtude da criação de novas empresas na Região de Paracatu, fomentando todo o comércio e aumentando a empregabilidade no local. Por isso torna-se importante propor sugestões de melhoria da Qualidade de Vida no Trabalho, tema desta pesquisa. 18 A fim de apresentar base teórica satisfatória serão consultados os autores citados anteriormente e outros como Barros (1991), Basil e Cook (1999), Vergara (2007) e outros mais disponíveis em obras impressas e online. 19 2 PROJETO MONOGRÁFICO 2.1 Título Qualidade de vida no trabalho, na DG Conservadora Ltda. 2.2 Tema Qualidade de Vida no Trabalho. 2.3 Objetivos 2.3.1 Objetivo geral Propor sugestões de melhoria da Qualidade de Vida no Trabalho. 2.3.2 Objetivos específicos Identificar a percepção dos trabalhadores, quanto à qualidade de vida no trabalho; Avaliar o grau de satisfação do empregado com o trabalho; Analisar as transformações no trabalho e as relações trabalhistas, bem como as formas de organização do trabalho; Estudar os fatores que contribuem para que a empresa possa obter a qualidade de vida no trabalho para os seus funcionários. 2.4 Problematização Há poucas décadas atrás, para que uma empresa se tornasse competitiva, bastava trabalhar com os últimos conceitos de tecnologia e qualidade aplicados àquele momento. Contudo, para que estes conceitos e programas fossem aplicados, era de suma importância a adesão e o comprometimento dos empregados dos mais variados níveis hierárquicos da 20 empresa. Desta forma, as empresas necessitavam de pessoas motivadas e comprometidas com os objetivos da empresa. Na realidade, uma pesquisa para verificação do nível de Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) permite saber como as pessoas se sentem em relação aos vários fatores (tanto internos como externos) da empresa e, a partir daí, gerenciar essa informação. Propor sugestões a empresa que serviram de base para a pesquisa, as sugestões têm por objetivo desenvolver uma proposta, junto aos empregados, que envolva satisfação, produtividade com qualidade, superando os contra tempos do dia-a-dia. A empresa caracterizada – DG Conservadora Ltda. – tem como meta trabalhar com pessoas que se sintam mais satisfeitas e realizadas profissionalmente com o trabalho, consequentemente obterá aumento de produtividade e maior qualidade no segmento de conservação e manutenção. 2.4.1 Hipótese Espera-se que os indivíduos que desempenham suas funções em diversos setores apresentem uma melhor QVT, através da motivação, pois indivíduos satisfeitos tendem a ter alto nível de produtividade e na saúde, um sistema de trabalho que reduzem riscos de doenças geradas pelo trabalho, vistas em QVT tem por objetivo minimizar riscos de absenteísmo e melhora na qualidade dos funcionários. 2.5 Justificativa Vivemos um processo acelerado de mudanças que é diagnosticado a cada passo e que atinge todas as áreas da atividade humana. As inovações tecnológicas, o aprimoramento das políticas empresariais e a adoção de novos procedimentos administrativos exigem profissionais especializados e preparados para as necessidades das organizações. Como o desenvolvimento humano constitui força vital para a realização dos objetivos da organização, deve-se buscar não somente o aumento da produtividade, mas também proporcionar satisfação ao profissional e uma 21 qualidade de vida no trabalho, focando a motivação e o comprometimento com os resultados. A QVT está voltada para os todos os aspectos da satisfação do indivíduo no cargo e no trabalho. É vista como meio para alcançar o desenvolvimento do ambiente de trabalho, obtenção de maior produtividade e qualidade em processos e produtos. Partindo da premissa de que os resultados organizacionais dependem, essencialmente, do desempenho e da motivação de seus colaboradores, percebe-se que a chave empresarial é mantê-los motivados em seu trabalho. Isso somente será alcançado se os indivíduos estiverem satisfeitos em todos os aspectos de sua vida, que incluem também uma boa qualidade de vida no trabalho. Por Qualidade de Vida no Trabalho, define-se: Um conjunto de ações de uma empresa que envolve diagnóstico e implantação de melhorias e inovações gerenciais, tecnológicas e estruturais dentro e fora do ambiente de trabalho, visando propiciar condições plenas de desenvolvimento humano para e durante a realização do trabalho. (LIMONGI-FRANÇA, 2004, p. 41). Justifica-se a importância deste estudo, que busca conhecer e avaliar a satisfação dos colaboradores, fatores estes que influenciam sua qualidade de vida como um todo, procurando observar como a empresa pode agir sobre os aspectos que causam insatisfação para assim contribuir para melhor qualidade de vida no trabalho. 2.6 Resultados Esperados Como o desenvolvimento humano constitui força vital para a realização dos objetivos da empresa, visando não somente o aumento da produtividade, mas também proporcionar satisfação ao profissional e uma qualidade de vida no trabalho, focando a motivação e o comprometimento com os resultados. Falar em busca de realização, crescimento organizacional e bem estar e satisfação no trabalho vêm demonstrar a questão da Qualidade de Vida no Trabalho (QVT), esse termo congrega e traz consigo a importância da humanização do Trabalho e responsabilidade social da empresa, que procura o 22 atendimento e aspiração do indivíduo, que muitas vezes vêm sendo negligenciados pelas organizações. A Qualidade de Vida no Trabalho está voltada para todos os aspectos da satisfação do indivíduo no cargo e no trabalho. É vista como meio para alcançar o desenvolvimento do ambiente de trabalho, obtenção de maior produtividade e qualidade em processos e produtos. Numa visão mais ampla, busca por novas formas para otimizar a organização do trabalho mediante a harmonização deste, contribuindo, assim, para satisfação tanto do colaborador quanto da organização. Procurando sempre favorecer o desenvolvimento de um perfil humano condizente com os padrões inerentes a cada organização significa contribuir para a construção de um mundo mais humano e um desenvolvimento sustentável cada vez mais crescente. 2.7 Metodologia do projeto O estágio foi realizado no período de agosto a dezembro do ano de 2011, onde deverá ser cumprida uma carga horária mínima de 140 horas (cento e quarenta), com o objetivo de propor sugestões de melhoria da Qualidade de Vida do Trabalho. A pesquisa exploratória foca na maior familiaridade com o problema, com o objetivo de torná-lo mais explícito ou a facilitar a construção de hipóteses. Esse tipo de pesquisa tem como principal objetivo o aprimoramento de ideias ou a descoberta de intuições e novas ideias. Conforme Vergara (2007, p. 48) “a pesquisa bibliográfica é o estudo sistematizado desenvolvido com base em material publicado em livros, revistas, jornais, redes eletrônicas, isto é material acessível ao público em geral”. Ainda de acordo com esta autora, a pesquisa documental ou „investigação documental‟ é realizada em documentos conservados no interior de órgãos públicos e privados de qualquer natureza, ou mesmo com pessoas, tais como: registro, anuais, regulamentos, circulares, ofícios, memorandos, balancetes, comunicações informais, filmes, microfilmes, fotografias, videoteipe, informações em disquete, diários, cartas pessoais e outros. 23 A principal vantagem da pesquisa bibliográfica reside no fato de permitir ao investigador a cobertura de uma gama de fenômenos muito mais ampla do que aquela que poderia pesquisar diretamente. Esta vantagem se torna particularmente importante quando o problema de pesquisa requer dados muito dispersos pelo espaço e tempo. A pesquisa de campo é a investigação baseada em documentação direta, o levantamento de dados é realizado no local onde ocorrem ou ocorreram os fenômenos com objetivo de obter informações sobre um problema, ou confirmar uma hipótese, ou discutir relações entre fatos por meio de observações. Considerando-se que o objetivo da presente pesquisa é investigar a satisfação dos colaboradores da DG Conservadora Ltda., no que se refere à sua qualidade de vida no trabalho, a única técnica que permitiria identificar os indicadores mais adequados à situação em estudo e realizar um diagnóstico confiável e propor sugestões à empresa para a melhoria da QVT dos funcionários, é um estudo de caso, que se caracteriza pelo estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira a permitir conhecimento amplo e detalhado do mesmo. (GIL, 1999). Assim sendo, pode-se constatar que o estudo está caracterizado como uma pesquisa exploratória, com levantamento de dados primários (pesquisa de campo) e secundários (pesquisa bibliográfica). A empresa conta com uma equipe de colaboradores que atuam em diversos setores, em diferentes funções totalizando o quadro de funcionários em 270 colaboradores, onde os mesmos são o público alvo desta pesquisa, visando assim identificar e analisar os pontos positivos e negativos da empresa em relação ao que se diz respeito QVT. Foi realizada uma sondagem preliminar por meio de um instrumento de consulta simples, junto aos sócios e gerentes dos setores explicando a finalidade da pesquisa e a importância relacionadas à Qualidade de Vida no Trabalho como fator de melhoria na Gestão das Pessoas. Os dados serão obtidos através da observação, entrevistas, questionários e/ou pesquisas documentais. É de extrema importância que o pesquisador-autor tenha senso investigativo e flexível transformando situações imprevistas em oportunidades, ou seja, é necessário que o pesquisador-autor 24 construa uma ponte entre a informação recebida e a teoria (preposições) a fim de processar o que é mais relevante para o estudo em questão e evitar o risco de erros. De posse dos questionários respondidos, será feita uma análise para averiguação de onde deverá haver uma melhoria ou uma nova implantação (sugestão), e indicações para melhoria na qualidade de vida no trabalho dos funcionários. Esse relatório dará subsídios para apontar as necessidades e insatisfações dos funcionários. 2.8 Cronograma Figura 1 – Cronograma das Atividades Etapas 08 09 a) Estabelecimento dos objetivos X X b) Leitura X X 2011 2012 Meses Meses 10 11 12 01 02 03 04 05 06 X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X Revisão Bibliográfica X c) Coleta de dados X d) Elaboração do pré-projeto X X X X e) Ajuste da revisão bibliográfica f) Coleta de dados g) Análise dos dados X X X X X X X X X X X X X X X Considerações finais X h) Entrega final Fonte: Elaborada pela autora, 2011 25 2.9 Recursos utilizados no projeto monográfico 2.9.1 Recursos humanos utilizados no projeto monográfico Tabela 1 – Recursos humanos utilizados no projeto monográfico Atividade Responsável Valor (R%) Sócios da empresa Dionísio Guedes e Bruno Edgard Guedes 00,00 Gerente da empresa Arilson Silva Carvalho 00,00 Colaboradores 270 funcionários 0,00 Aplicação do questionário Autora do projeto 00,00 TOTAL 00,00 Fonte: Elaborada pela autora, 2011 2.9.2 Recursos materiais utilizados no projeto monográfico Tabela 2 – Recursos materiais utilizados no projeto monográfico Atividade Quantidade Papel A4 (pct 500folhas) 1 13,50 13,90 200 50,00 50,00 2 10,00 20,00 Caneta Recarga de tinta Valor unitário (R$) Valor total (R$) TOTAL 83,90 Fonte: Elaborada pela autora, 2011 2.9.3 Recursos financeiros utilizados no projeto monográfico Tabela 3 – Recursos financeiros utilizados no projeto monográfico Despesas Internet Quantidade/tempo 4 meses Valor total 119,60 Livros 0,00 Artigos 0,00 Planilhas da empresa 0,00 TOTAL 119,60 Fonte: Elaborada pela autora, 2011 26 2.9.4 Total de recursos utilizados no projeto monográfico Tabela 4 - Valor total do projeto Recursos Total (R$) Humanos 0,00 Materiais 83,90 Financeiros 119,60 Total Geral 203,50 Fonte: Elaborado pela autora 27 3 DADOS DA EMPRESA 3.1 Razão social DG Conservadora Ltda. 3.2 Nome fantasia DG 3.3 Endereço Marginal BR 040, KM 43,7 – Jardim Serrano– Paracatu/MG - CEP 38.600-000. 3.4 CNPJ 25.542.887/0001-70 3.5 Inscrição estadual Isento 3.6 Quadro societário Sociedade Limitada Tabela 5 - Divisão do capital social da DG Conservadora Ltda Sócio Valor unit. (R$) Quotas (%) Valor em reais R$ Bruno Edgard Novais Guedes 1,00 39 50.700,00 Flávia Maria Novais Guedes 1,00 29 37.700,00 Daniel Novais Guedes 1,00 29 37.700,00 Dionísio Guedes 1,00 3 3.900,00 100 130.000,00 TOTAL Fonte: Elaborada pela autora 28 3.7 Capital social O capital social da DG Conservadora Ltda. é de R$ 130.000,00 (Cento e trinta mil reais), sendo dividido entre os sócios 130.000 (Cento e trinta mil) quotas no valor de R$ 1,00 (Hum real) cada uma. 3.8 Organograma Figura 2 - Organograma da Empresa DG Conservadora Ltda DIRETORIA (2) CONTABILIDADE TERCEIRIZADA GERÊNCIA ADMINISTRATIVA SESMT – Serviços de Saúde e Segurança Coordenador Departamento de medições e controles – Encarregado Adm. Médico do trabalho Engenheiro Segurança do trabalho Enfermeira do Trabalho Técnico de Segurança Assistente Administrativo Auxiliar Administrativo Serviços de cessão de mão-de-obra Departamento de RH - Encarregado de RH Auxiliar Administrativo Líder de Serviços mecânica terceirizada Líder serviços de transportes Líder serviços de limpeza e conservação Fonte: Arquivo da empresa Líder de serviços gerais Líder de Manutenção de equipamentos 29 3.9 Objetivos Sociais da empresa Criar oportunidades para portadores de necessidades especiais, meio ambiente, serviços comunitários, empregabilidade para a comunidade local. 3.10 Missão A missão da DG Conservadora Ltda. é conservar os princípios éticos e os valores morais herdados da família, promover o pleno desenvolvimento do ser humano e estabelecer parcerias com os fornecedores, clientes e a comunidade, constituem a base da missão solidificar as relações, assegurar a fidelidade e atender a carteira de clientes em suas demandas e desejos, respeitando a legislação, o homem e o meio ambiente. Sua política de qualidade é o compromisso permanente no atendimento das necessidades dos clientes e na superação de suas expectativas, garantindo excelência nos serviços prestados e competitividades nos preços. 3.11 Público alvo da empresa Os principais clientes da empresa são: empresas no ramo de mineração, beneficiamento de sementes, agronegócios, cooperativa de créditos, concessionárias. 3.12 Atividades a desenvolver na empresa Ajudar no preenchimento de fichas, atender telefone, agendar exames pré-admissional, periódicos e demissional, faturas de convênios, etc... 30 4 REFERENCIAL TEÓRICO A qualidade de vida no trabalho justifica-se para o indivíduo e para a organização de trabalho pela importância de uma gestão da saúde do trabalhador com uma visão mais abrangente, valorizando fatores essenciais para se ter uma boa QVT. A partir do momento em que a empresa possui estas informações, pode melhor direcionar e fundamentar programas de promoção da saúde de colaboradores, proporcionando melhores condições de trabalho ao indivíduo, oferecendo-lhe a oportunidade de utilizar todo o seu potencial produtivo. (TIMOSSI et al., 2010). 4.1 Novos paradigmas para a gestão de recursos humanos com vistas à qualidade de vida no trabalho A presente seção aborda a revisão bibliográfica sobre QVT, considerando suas interfaces e proporcionando maior esclarecimento da importância da Gestão dos Recursos Humanos como instrumento de valorização tanto quanto para a empresa como para o trabalhador. Nas concepções de Marras (2002) o homem é essencialmente um animal dotado de necessidades que se alternam ou sucedem conjunta ou isoladamente. Essas necessidades são infinitas e contínuas motivando o comportamento das pessoas e dando-lhes a direção e conteúdo de suas ações. A realização de grande parte dessas necessidades é alcançada através do trabalho que é direta ou indiretamente uma atividade coletiva e como tal tem resultados proporcionais ao grau de satisfação alcançado nas relações interpessoais. No ambiente empresarial as relações pessoais são sempre intermediadas por administradores que precisam ter grande habilidade de gerenciamento de pessoas tendo em vista sempre os objetivos e estratégias que satisfaçam funcionários e meios de produção. A administração precisa tratar os empregados como membros de grupos e sujeitos às influências sociais desses grupos. Assim, dá-se o controle social sobre o comportamento individual que caracteriza as relações entre grupos e, dentre eles, os empresariais. (MARRAS, 2002, p.17). Esse ambiente adequado, de acordo com Barros (2002) deve ser criado 31 a partir do conhecimento da realidade interna da organização e, para tal, é precisa realizr avaliações e observações que permitam identificar pontos onde haverá intervenção, constituindo o diagnóstico Organizacional (DO). O DO consiste na primeira parte de um processo de consultoria ou assistência técnica que visa proporcionar à organização as condições necessárias para o desenvolvimento e aprimoramento de modo que seu desempenho atinja níveis satisfatórios de eficiência e eficácia. Com base nas informações obtidas no Diagnóstico Organizacional, será possível realizar o processo decisório mais assertivo. Para Barros (2002) a realização de um DO é tão importante quanto nossas visitas ao consultório médico, pois é por meio de um DO que apura-se o potencial ou dificuldades da organização, pois ao realizarmos tal diagnóstico é possível avaliar a situação atual da empresa, assim como quando detectamos uma doença em fase inicial o processo de cura é mais seguro do que quando a doença já se encontra em um estágio mais avançado, onde os riscos se tornam maiores. Realizar um diagnóstico organizacional é de suma importância para uma empresa, pois é através deste que apuramos o potencial ou as dificuldades da mesma.Consiste numa análise minuciosa da organização cujo propósito é levantar todas as características: forças, fraquezas, ameaças e oportunidades. (BARROS, 2002, p. 36). Chiavenato (2003) acrescenta que um diagnóstico é cabível tanto nos bons como nos maus momentos de uma empresa. É um instrumento indispensável de gestão, uma técnica gerencial de primeira ordem, mesmo que a empresa apresente resultados satisfatórios. Toda e qualquer organização depende do desempenho humano para o sucesso, por esse motivo é necessário desenvolver e organizar uma forma de atuação do comportamento humano, para a gestão de pessoas. Entende-se, segundo Chiavenato (2003), por modelo de gestão de pessoas a maneira pelo qual uma empresa se organiza para gerenciar e orientar o comportamento humano no trabalho. Para isso, a empresa se estrutura definindo princípios, estratégias, políticas e práticas ou processos de gestão. Através destes mecanismos, implementa diretrizes e orienta os estilos de atuação dos gestores em sua relação com aqueles que nela trabalham. 32 De acordo com Marras (2002), a postura de um gestor de RH está diretamente relacionada ao seu perfil cognitivo e cultural, no seu sentido mais amplo. A gestão de pessoas é uma área muito sensível à mentalidade que predomina nas organizações, pois dependem de vários aspectos como a cultura que existe em cada organização, a estrutura organizacional adotada, as características do contexto ambiental, o negócio da organização, a tecnologia utilizada, os processos internos e uma infinidade de outras variáveis importantes. O modelo de gestão da organização tenderá a pautar-se por valores, e não por regras e papéis, enfatizando-se o aprendizado e os aperfeiçoamentos contínuos. A organização assimilará conceitos como sistemas flexíveis e procedimentos adaptativos, ampla delegação no processo de tomada de decisões, múltiplos fluxos de comunicação em todas as direções com base nas tecnologias da informação, recursos humanos de múltiplas habilidades cumprindo tarefas variáveis, autodefinidas e quase sempre autocontroladas. (TACHIZAWA, 2001, p. 74). Este novo contexto exigirá uma gestão de pessoas que leve em conta a existência na organização, de um acervo intelectual constituído de experiências acumuladas pelos trabalhadores. Com a globalização dos negócios, continua Marras (2002), o desempenho tecnológico, o forte impacto da mudança e o intenso movimento pela qualidade e produtividade, surgem uma eloquente contratação na maioria das organizações, o grande diferencial, a principal vantagem competitiva das empresas, decorre das pessoas que nela trabalham. Tachizawa (2001) afirma que são as pessoas que mantém e conservam o status quo já existentes e são elas que geram e fortalecem a inovação. São as pessoas que produzem, vendem, motivam, comunicam, supervisionam, gerenciam e dirige os negócios das empresas. Dirigem inclusive outras pessoas, pois não pode haver organizações sem pessoas. E no fundo, as organizações são conjuntos de pessoas. Ao se falar em organizações, forçadamente se fala em pessoas que as representam, que as vivificam e que lhes dão personalidades próprias. No que se refere a pessoas e talentos, há que levar em conta certas novidades como autocontrole, autoavaliação e constante capacitação interna num ambiente generalista. Registra-se ainda, a perspectiva de evolução da mão-de-obra, tendo como valores centrais o capital humano, competência, motivação, criatividade, trabalho em grupo, 33 adaptabilidade a mudanças (TACHIZAWA, 2001, p. 77). e alto grau de compromisso. Pode-se afirmar, segundo Tachizawa (2001), que para gerir as pessoas dentro das organizações os gestores devem levar em consideração o comportamento das mesmas dentro das organizações, suas capacitações, criatividades, adaptação e motivação, todos esses fatores devem ser considerados na gestão das pessoas. Nas concepções de Chiavenato (2003) no local de trabalho, as pessoas participam de grupos sociais dentro da organização e mantêm-se em uma constante interação social. Para explicar o comportamento humano nas organizações, a teoria nas relações humanas passou a estudar essa interação social. As relações humanas são as ações e as atitudes desenvolvidas a partir dos contatos entre pessoas e grupos. Cada pessoa possui uma personalidade própria e diferenciada que influi no comportamento e nas atitudes das outras com quem matem contatos e é, por outro lado, igualmente influenciada pelas outras. As pessoas procuram ajustar-se às demais pessoas e grupos: querem ser compreendidas, aceitas e participar, no intuito de atender a seus interesses e aspirações pessoais. O comportamento humano é influenciado pelas atitudes e normas informais existentes nos grupos dos quais participa. É dentro da organização que surgem as oportunidades de relações humanas, devido ao grande número de grupos e interações resultantes. A compreensão das relações humanas permite ao administrador melhores resultados de seus subordinados e a criação de uma atmosfera na qual cada pessoa é encorajada a exprimir-se de forma livre e sadia. (CHIAVENATO, 2003). O advento da teoria das Relações Humanas que embasam as concepções anteriores trouxe uma nova linguagem que passou a dominar o repertório administrativo. Fala-se agora em motivação, liderança, comunicação, organização informal, dinâmica de grupo e etc. os conceitos clássicos de autoridade, hierarquia, racionalização do trabalho, departamentalização, princípios gerais de Administração e etc. passam a ser contestados ou deixados de lado. Essa revolução na Administração ocorreu nos prenúncios da Segunda Guerra Mundial, ressaltando o caráter democrático da Administração. A ênfase nas tarefas w na estrutura é substituída pela ênfase nas pessoas. (CHIAVENATO, 2003, p. 102). 34 Com a Teoria das Relações Humanas, surge uma nova concepção sobre a natureza do homem como um ser social, que se baseia no princípio de que as pessoas são motivadas por necessidades humanas e alcançam suas satisfações por meio dos grupos sociais com que interagem. Dificuldades em participar e em se relacionar com o grupo provocam elevação da rotatividade de pessoal, abaixamento do moral, fadiga psicológica, redução dos níveis de desempenho e outras consequências. As pessoas constituem o mais importante item das organizações. Tanto as primeiras quanto as últimas variam e o relacionamento entre ambas, antes baseado em conflitos, hoje baseiam-se na condição de ganhos para os dois lados. Cada uma das partes tem objetivos organizacionais e individuais e a gestão de pessoas depende da mentalidade dominante que atualmente deve estender o conceito de parceria para os funcionários a fim de receber retornos positivos. (CHIAVENATO, 2003). O ambiente interno influencia decisivamente na produtividade da empresa. Quando aprazível cria condições de maior satisfação do funcionário, gerando maior dedicação e empenho. Essa característica torna o trabalho mais prazeroso, pois segundo Chiavenato (2004) o homem é essencialmente um animal dotado de necessidades que se alternam ou ocorrem conjunta ou isoladamente. Essas necessidades são infinitas e contínuas motivando o comportamento das pessoas e dando-lhes a direção e conteúdo de suas ações e a realização de grande parte dessas necessidades é alcançada através do trabalho que é direta ou indiretamente, atividade coletiva e como tal tem resultados diretamente ligados ao grau de satisfação alcançado nas relações interpessoais. De acordo com Chiavenato (2004) a moderna Gestão de pessoas consiste de varias atividades integradas, como descrição e análise de cargos, planejamento de recursos humanos (RH), recrutamento de seleção, orientação e motivação das pessoas, avaliação do desempenho, remuneração, treinamento e desenvolvimento, relações sindicais, segurança, saúde e bem estar. O organograma abaixo posiciona os diversos segmentos ligados ao setor de RH. 35 Figura 3 – Organograma básico do setor de RH Fonte: RH Supruicel, 2011 De acordo com Chiavenato (2004) a Administração de Recursos Humanos pode aumentar ou reduzir as forças e fraquezas de uma organização dependendo da maneira como elas são tratadas. Elas podem ser a fonte de sucesso como podem ser a fonte de problemas. É melhor tratá-las como fonte de sucesso. Para que o objetivo da gestão de pessoas seja alcançado, é necessário que as pessoas sejam tratadas como elemento básico para a eficácia organizacional. Para Boudreau e Milkovich (2000) os objetivos da gestão de pessoas são variados. A Administração em Recursos Humanos (ARH) deve contribuir para eficácia organizacional através dos seguintes meios: Propor a organização a alcançar seus objetivos e realizar sua missão, pois o salto para a eficácia veio com a preocupação em atingir objetivo e resultados. 36 Proporcionar competitividade à organização. A função da administração em RH é fazer com que as forças das pessoas sejam mais produtivas para beneficiar clientes, parceiros e empregados. Proporcionar à organização pessoas bem treinadas e bem motivadas. O primeiro passo prepara e capacitar continuamente às pessoas, segundo passo é dar reconhecimento às pessoas e não apenas dinheiro, pois o reconhecimento leva a satisfação mútua. Aumentar a auto-atualização e a satisfação das pessoas no trabalho. A felicidade na organização e a satisfação no trabalho são fortes determinantes do sucesso organizacional. Desenvolver e manter qualidade de vida no trabalho. Esta ligada no conceito experiência do trabalho, como estilo de gestão, liberdade e autonomia para tomar decisões, ambiente de trabalho agradável, segurança no emprego, horas tarefas no emprego adequado e agradável. Manter políticas éticas e comportamentos socialmente responsáveis. O principio ético devem ser aplicado a todas as atividades da ARH. Tanto as pessoas as organizações devem seguir padrões éticos e de responsabilidade social. (BOUDREAU; MILKOVICH, 2000). Além dos direitos e vantagens previstos legalmente, acrescentam Boudreau e Milkovich (2000), muitas empresas adotam programas de incentivo aos trabalhadores, complementando o que está registrado no contrato trabalhista. Comumente também as empresas utilizam de recursos que não geram gastos financeiros, mas dá ao trabalhador a certeza de ser valorizado e reconhecido pelo seu esforço. Através de políticas como desenvolvimento de confiança nos indivíduos, estímulos rumo às mudanças e avaliação de prioridades o gestor consegue abrir canais de comunicação eficientes, exercer liderança democrática, motivar positivamente seus auxiliares, resolver conflitos e transformar o funcionário em um participante ativo de produções com qualidade. Como o sucesso da organização depende diretamente das pessoas, o trabalho básico do administrador é lidar com pessoas que fazem parte da organização e, às vezes sentem a empresa como uma continuação de sua 37 vida. Para tal, deve ser um líder conhecedor das habilidades necessárias à administração competente e contemporânea. O gestor precisa estar apto para reconhecer as mudanças e usar ferramentas apropriadas para tratar o problema dentro de todo o contexto organizacional. Aprimorar conhecimento em todas as áreas da organização unindo o conhecimento analítico à prática, desenvolvendo um entendimento na área administrativa para utilizar este conhecimento na tomada de decisão. (CERTO; PETER, 1993, p. 61). De acordo com Certo e Peter (1993) o processo de administração estratégica é assegurar que a organização se integre ao seu ambiente em constante mudança. A empresa deve acompanhar estas transformações sem perder a sua identidade e assegurar que as metas e os objetivos préestabelecidos sejam alcançados. Nas concepções de Chiavenato (2003) no local de trabalho, as pessoas participam de grupos sociais internos e mantem-se em uma constante interação social. Para explicar o comportamento humano nas organizações, a teoria nas relações humanas passou a estudar essa interação social. Segundo Chiavenato (2003), as relações humanas são as ações e as atitudes desenvolvidas a partir dos contatos entre pessoas e grupos. Cada pessoa possui uma personalidade própria e diferenciada que influi no comportamento e nas atitudes das outras com quem matem contatos e é, por outro lado, igualmente influenciada pelas outras. As pessoas procuram ajustarse às demais pessoas e grupos: querem ser compreendidas, aceitas e participar, no intuito de atender a seus interesses e aspirações pessoais. O comportamento humano é influenciado pelas atitudes e normas informais existentes nos grupos dos quais participa. É dentro da organização que surgem as oportunidades de relações humanas, devido ao grande número de grupos e interações resultantes. A compreensão das relações humanas permite ao administrador melhores resultados de seus subordinados e a criação de uma atmosfera na qual cada pessoa é encorajada a exprimir-se de forma livre e sadia. (CHIAVENATO, 2003). Assim, um tipo de comportamento positivo, considerado ético, determina que tipos de resultados surgirão do trabalho do grupo, onde as ações e resultados são interdependentes entre si. Especificamente em âmbito público, 38 atitudes e valores morais precisam ser verdadeiros e intrínsecos ao comportamento de cada individuo, pois os campos de atuação são amplos e interligados, dificultando as formas de controle desenvolvida nos diversos grupos sociais. 4.2 Qualidade de vida no trabalho O tema tem ampla abrangência e complexidade, envolvendo diretamente ações e resultados empresariais, com grande preocupação no bem estar humano e seu desenvolvimento dentro da Organização, bem como as relações que estabelecida com a Qualidade de Vida de cada indivíduo, incluindo sua satisfação e realização profissional. A satisfação, fator diretamente ligado à produção, demonstra que colaboradores satisfeitos desenvolvem suas tarefas com maior eficiência e eficácia. Satisfação no trabalho é um fenômeno complexo e de difícil definição, pois é um estado pessoal, oscilando de acordo com cada pessoa e com cada situação ao longo do tempo. Estudos mais interessantes relacionados à satisfação e motivação no ambiente de trabalho foi conduzido por Frederick Herzberg (HERZBERG, 1997), à teoria dos Dois Fatores ou teoria Motivação – Higiene , explica como o ambiente de trabalho e o próprio trabalho interage para motivar, e essa motivação é resultado de dois fatores: os higiênicos e os motivacionais. Os primeiros fatores segundo Herzberg, causam satisfação ou motivação, mas a falta não necessariamente causa insatisfação. 4.2.2 Conceito de Qualidade de Vida De acordo com Limongi-França (2004) o assunto Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) tem despertado grande interesse dos vários segmentos sociais, seja por parte de empresas públicas ou privadas, em função de inúmeros pesquisadores que buscam novos conhecimentos sobre o tema e apontam estudos específicos diferenciadores sobre a sua relevância para as organizações e indivíduos. 39 Esse interesse explica também que o atual estado da arte desta abordagem, conforme comentam Vilarta e Gutierrez (2007, p. 79): Ao dizermos que é um campo recente estamos pressupondo a ausência de um debate conceitual amadurecido, onde diferentes escolas de pensamento se digladiam oferecendo um leque de interpretações distintas, que possam orientar e legitimar diferentes propostas de intervenção no interior de um projeto metodológico coerente e adequado. Estudos em QVT derivam-se, segundo Limongi-França (2004), de um conceito mais amplo que é a Qualidade Vida. O tema Qualidade de Vida (QV) tem merecido maior atenção nos últimos anos, consolidando como uma das principais necessidades e aspirações do ser humano. O conceito apresenta várias definições, por vezes divergentes, que dependem, dentre outros fatores, da área de interesse de investigações. Apesar disso, é consenso que não inclui apenas fatores relacionados à saúde, como bem- estar físico, funcional, emocional e mental, mas outros elementos importantes da vida humana, como trabalho, família, amigos, lazer e outros. Para Vilarta e Gutierrez (2007) a Organização Mundial da Saúde (OMS), instituição especializada em saúde, fundada em 7 de abril de 1948 e subordinada à Organização das Nações Unidas (ONU) apresenta como objetivo o desenvolvimento e melhoria do nível de saúde de todo o ser humano de qualquer parte do planeta, a saúde é estado de completo bem-estar físico, mental e social e não consistindo somente da ausência de uma doença ou enfermidade. Considera que a qualidade de vida engloba as seguintes dimensões: saúde física, saúde psicológica, nível de independência, relações sociais, satisfação pessoal e meio ambiente. 4.2.2 perspectiva histórica e conceito de qualidade de vida no trabalho A denominação terminológica QVT, explicam Limongi-França e Arellano (2002), surgiu a partir da década de 50, oriunda dos estudos de Erick Trist, no instituto de Tavistock, momento em que se aplicava uma nova técnica de organização do trabalho, em que se resgatava a relação: indivíduo, trabalho e organização. Em alguns estudos realizados, verificou-se que, em determinadas empresas, havia um estreitamento dos sistemas sociais em que eram 40 representados por uma estrutura organizacional sistematizada, ou seja, havia a representação por parte do indivíduo de um lado, isto é, o trabalhador e sua função na empresa; e a tecnologia de outro lado, fazendo com que as empresas se conduzissem com formas estratégicas diferenciadas culminando e inter-relacionando esses dois eixos. Nas palavras de Limongi-França (2004) a ideia de evolução do QVT teve início no ano de 1959 a 1972 e apresenta uma qualidade de vida no trabalho sendo vista como uma variável, ou seja, haveria relativização do processo de qualidade de vida no trabalho. Passa-se, portanto, a uma investigação mais detalhada de como melhorar as condições de vida no ambiente de trabalho. A discussão sobre a QVT tem seu ápice nos anos de 1975 a 1980, quando da ocorrência do início da produção, surgindo, assim, um questionamento do que se era necessário para que as pessoas começassem a ser mais produtivas. Cabe ressaltar que para a literatura a questão da qualidade de vida, datada por volta do século XX, objetivando tornar o trabalho mais agradável, harmônico e com aplicação de melhorias na qualidade de vida dos operários, trabalhadores da época, impulsionando a ampliação de novos estudos que não pararam e têm gerado novos estudiosos no assunto em todas as épocas que buscam sempre neutralizar a insalubridade proporcionada no ambiente de trabalho. Rodrigues (2001) comenta que estudos em QVT, aumentam cada vez mais a partir do momento que se prioriza o prazer, a satisfação e o bem-estar do trabalhador. Surgiram propostas de democracia no âmbito organizacional e gerenciamento participativo condizentes com a busca da qualidade de vida no trabalho, que visa o ambiente do trabalho mais saudável. A Qualidade de Vida no Trabalho orienta-se por estudar especificidades ligadas ao bem-estar dos profissionais e sua relação direta com o trabalho que executa, envolvendo as demais características, tais como local, tempo, cargos, produtividade e seus reflexos. A visão sobre Qualidade de Vida é prioritariamente humana, com abrangência em muitos significados que refletem conhecimentos, experiências e valores dos indivíduos na coletividade. A essa noção, acrescentam-se diferentes dimensões, inclusive estudos empíricos para melhor compreensão do fenômeno, sua extensão e suas implicações. A relação organização, trabalho e indivíduo, tornam-se relevante a partir do instante que passa a ter como objetivo prioritário a reestruturação das 41 tarefas dos trabalhadores, tornando tais atividades menos penosas e promovendo bem-estar e satisfação dos trabalhadores, resume Limongi-França (2004). Dessa forma, geram-se impactos profundos na economia mundial, uma vez que o processo de globalização propicia mudanças complexas tanto nos indivíduos quanto nas organizações. Considera-se ainda que a produtividade dos trabalhadores esteja associada a um nível satisfatório de qualidade de vida em seu ambiente de trabalho. Cabe ressaltar, continua Limongi-França (2004), que a atenção em destaque se há ou não há insatisfação do trabalhador em uma organização. Observa-se e se acompanha uma sequência de sinais na esfera comportamental no campo do trabalho, envolvendo inúmeros indicadores que possuem influência direta na relação indivíduo, trabalho e empresa. Tais indicadores podem ser identificados como diminuição do rendimento, rotatividade nos setores de trabalho, surgimento de problemas emocionais ou psicossomáticos, estresses físicos e emocionais. Para Limongi-França (2004), existe uma influência em várias dimensões que permeiam esses indicadores para se executar a Qualidade de Vida no Trabalho, sendo elas: a socioeconômica, organizacional e da condição humana no trabalho. Para a autora, são dimensões básicas em que se desenvolvem as teorias sobre a QVT. Os aspectos que envolvem a dimensão organizacional, dimensão em que se destaca o autor Walton (1973) comentado por Limongi-França e Arellano (2002) - que baseou suas contribuições, enfocando principalmente as questões relativas à saúde física e psicológica do trabalhador - enfoca cada situação concernente ao trabalhador, desde a sua valorização no trabalho, a sua capacitação, sua qualidade pessoal, o tempo livre, a motivação e comprometimento, a imagem corporativa e a comunicação interna. Por fim, a dimensão da condição humana no trabalho é conceituada pela concepção biopsicossocial do homem/trabalhador. Buscando destacar a evolução das perspectivas sobre QVT, LimongiFrança (2004) apresenta uma sugestão que é preciso promover algumas mudanças no perfil do próprio gestor que gerencia essas práticas das referidas dimensões. Isso devido ao surgimento da operacionalização com aspectos que envolvem necessidades contendo habilidades mais complexas, que vão além 42 do ato de gerenciar ações voltadas para a qualidade, a produção, a comunicação e as estratégias de negócios. Na QVT, o gestor deve conhecer, prioritariamente, o lado humano da organização, ou seja, entender de pessoas, saber da importância do significado do trabalho, buscar reconhecer nos treinamentos e projetos de educação para o trabalho, além das novas tecnologias e todo o conhecimento sobre o mercado de trabalho no qual a organização está inserida, características que proporcionem o bom resultado dessa relação entre o indivíduo e a empresa. O papel do gestor é enfocado, na obra da autora citada, como aquele que sinaliza e evidencia ações contendo novas competência gerenciais, condições básicas para lidar com as especificidades atuais nas organizações de trabalho. Atrela-se a esta ideia de competências gerenciais as ações de melhoria nas condições de trabalho, na área da saúde física e psicológica dos trabalhadores e, obviamente, executa-se a esperada responsabilidade social, característica ímpar para a sustentabilidade das relações organizacionais. O gestor é visto como o conhecedor das competências que envolvem conhecimento, técnicas/habilidades e estratégias ou atitudes, observados “numa perspectiva de interfaces, de diálogos com ambientes globalizados, de integração comunitária, organizacional e da pessoa no trabalho”. (LIMONGIFRANÇA, 2004 apud TRIERWEILER; SILVA, 2007, P. 185). A nova visão de Qualidade de vida no trabalho traz o enfoque de que o funcionário detém merecida importância por parte da organização, uma vez que estão envolvidos em diversas áreas, conhecidos como parceiros e não como recursos humanos, proporcionando a integração entre indivíduos e organização de forma harmoniosa. 4.3 Qualidade de vida no trabalho e sua importância Para a construção dos indicadores de qualidade de vida para o trabalho (para as organizações) e para as pessoas (para os colaboradores), do trabalho que tem por base o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e o Índice de Desenvolvimento Social (IDS). Ressalta-se que tal procedimento se deve ao fato de tentar abranger as várias dimensões da qualidade de vida pessoal e da 43 qualidade de vida do trabalho, valendo-se dos pontos de vista do trabalhador e da empresa. Desenvolvimento humano é um processo para ampliação da gama de opções e oportunidades das pessoas e deve incorporar as dimensões em que se manifestam essas opções: econômica, social, política, cultural e ambiental (LIMONGI-FRANÇA, 2009). Com isso, faz-se necessário acreditar que as pesquisas realizadas sobre QVT, tanto para as pessoas quanto para as organizações, estão fundamentadas em dados coletados e consolidados por setores de credibilidade. Segundo Limongi-França (2003, p. 203): É uma medida socioeconômica que complementa os dados do PIB e é um índice de natureza basicamente estrutural. O conceito de índice de desenvolvimento humano – IDH e sua divulgação no Brasil, através do PNUD, tiveram início em 1990. “Os indicadores estão associados ao ciclo social de conferências da Organização das Nações Unidas (ONU) e referem-se à natureza e sentido do desenvolvimento, mais especificamente à realização (ou satisfação) pessoal dos indivíduos de um país ou região. Para Matos (1997) alguns pontos estratégicos são analisados e necessariamente empregados nas organizações, tais como: a compreensão das relações trabalho\saúde, em como essas relações configuram a qualidade de vida e de trabalho, no plano pessoal e empresarial; mudanças nos processos e condições de humanização do trabalho; revisando as atuações entre equipes e em equipes multidisciplinares, que passam a dar suporte aos estilos de vida intra e também extra-organizacional, enfocando basicamente os aspectos dos ambientes físicos e psíquicos, promovendo a gestão da saúde. Não se dispensa, dessa forma, a participação dos colaboradores nas sugestões e implantações de melhorias diante de cada procedimento avaliado e analisado. Não há Qualidade de Vida no Trabalho sem Qualidade Total, ou seja, sem que a empresa seja boa. Não confundir QVT com política de benefícios, nem com atividades efetivas de congraçamento, embora essas sejam importantes em uma estratégia global. A qualidade tem a ver, essencialmente com a cultura da organização. São fundamentalmente os valores, a filosofia da empresa, sua missão, o clima participativo, o gosto por pertencer a ela e as perspectivas concretas de desenvolvimento pessoal que criam a identificação empresa-empregado. O ser humano fazendo a diferença na concepção da empresa e em suas estratégias. (MATOS, 1997, p. 73). 44 A importância dos estudos sobre QVT para as pessoas e para as organizações, esclarece Limongi-França (2009), apresenta novos processos organizacionais, apresentando pessoas inovadoras, que estão prontas para superarem novos desafios, tornando-se mais participativos, presentes nas ações e, obviamente, corresponsáveis pelo processo de implantação dos novos estudos de otimização das organizações. Ressalta-se a importância da qualidade de vida no trabalho para as pessoas e para as organizações, a necessidade de atuação eficaz de cada segmento representado, além da valorização das condições de trabalho, no tocante aos procedimentos de cada tarefa em si, ao próprio ambiente físico e aos padrões de relacionamentos entre os colaboradores, a empresa e demais elementos constitutivos da organização. Assim para Limongi-França (2009, p. 209): Em cada organização, é preciso dar ênfase na satisfação, no compromisso e na empregabilidade que busca o prazer por meio do trabalho, ou seja, utilizando-se do trabalho para promoção do bemestar social, psicológico, físico, econômico e até mesmo moral. Muitos anos de estudo, levam-nos a crer que o trabalho de 40 horas semanais, existente em várias empresas, faz sua remuneração baseada no resultado financeiro da organização, atrelando, como ferramenta de mensuração, a avaliação de desempenho que a cada instante é repensada estrategicamente como meio que possibilite a reorganização da estrutura empresarial, aliando satisfação empresa\colaborador. Para se gerar um programa de Qualidade de Vida no Trabalho, de acordo com Matos (1997), é preciso ter como meta, uma organização mais humanizada. Nessa organização, trabalhadores se envolvem, simultaneamente, de acordo com o seu grau de responsabilidade, de autonomia, de seu nível de cargo, recebimento de estruturas de „feedback’ sobre cada desempenho, adequando cada tarefa à variedade e ao enriquecimento pessoal dos colaboradores. Pode-se dizer que nem todos os problemas de produtividade nas organizações, nem todo tipo de insatisfação do colaborador, quer em qualquer nível na empresa, seja resolvido pela Qualidade de Vida no Trabalho. Porém pode-se afirmar que grande parte dessas fragilidades são repensadas e reestruturadas para posteriores reformulações das ações internas na organização, de forma a solucionar os problemas, tornando-os potencialidades futuras. 45 A presença da informalidade na organização, esclarece Matos (1997), auxilia na implantação da Qualidade de Vida no Trabalho, gerando uma conscientização definitiva de que o colaborador, ao ser contratado, não passará por um processo burocrático, que o ignora quanto indivíduo existente na empresa. Destarte, quando a conduta aplicada na organização é a de que respeita o indivíduo em suas especificidades, respeitando a máxima de que as pessoas, quando são empregadas, o são em sua integralidade, respeitando cada função a ser executada com sua elaboração de qualidade, tanto para a empresa quanto para o empregado. Cabe à organização, de acordo com o autor anterior, continuar sua busca pela racionalidade, estabelecendo a melhor estrutura formal entre empregador e empregado, visando ao comportamento humano que se insere numa organização empresarial, pois há um interesse na gestão das funções das pessoas e suas relações diretas com seus cargos. Haverá, assim, uma preocupação com a condição humana global dentro e fora do trabalho, pois o ser humano não pode ser considerado uma simples peça na organização empresarial. Mesmo com tantos sinais importantes na evolução das relações e nas condições de trabalho dentro das organizações, existem características desafiadoras que propiciam inovações e renovações no processo estrutural da Qualidade de Vida no Trabalho. No Brasil, comenta Limongi-França (2004), existem ações e programas de gestão de recursos humanos que possibilitam a Qualidade de Vida no Trabalho, nos quais a potencialidade humana passa a ser objeto real de competência, valorizando-se os cuidados com relação à humanização, sem desacreditar a organização, posto que as relações entre trabalhador e trabalho são passíveis de descréditos, caso não haja uma reflexão ostensiva entre ambos dentro da estrutura organizacional. 4.4 A valorização do bem estar da organização Muitas inquietudes são destacáveis em determinadas organizações. Podem ser oriundas de diversas fusões, de atitudes coletivas, individuais, por novos conhecimentos, conciliação de expectativas entre trabalho, família e consumo, impactos tecnológicos e outros. Mas, a base do bem-estar em uma 46 organização é constituída por diversas ações e programas, como já se vem demonstrando neste trabalho, quando se ressalta a importância da QVT e sua gestão constante. É necessário, portanto, fazer a gestão desta competência do bem-estar organizacional que deve ser realizada com estratégias que envolvem pelos menos os seguintes fatores críticos de gestão: cultura organizacional. legitimidade; perfil das Lideranças; produtividade; visão de Pessoa no Trabalho; Uma organização que priorize esses fatores consegue, sem dúvida, estruturar tanto o investimento como o envolvimento de pessoas e grupos, possibilitando uma vida saudável dentro e fora da empresa. Destaca-se, neste ínterim, uma representação bem maior da solidez na atuação da gestão organizacional, dos especialistas e praticantes da qualidade de vida. Para que possa realizar seu processo de mudança organizacional, fazendo a travessia do lugar atual no qual se encontra rumo a um novo patamar de atuação, com vistas a obter mais sucesso e melhores resultados, a organização precisa ter algumas competências bem claras e definidas. Tê-las instaladas entre seu pessoal significará o sucesso na empreitada da transformação organizacional exigida por tempos cada dia mais exigentes e complexos. (CYRINO, 2011). Para se analisar tais fatores críticos, primeiramente é preciso se observar, e com muito critério, a qualidade de vida existente na realidade social e contextual da organização que se estuda, não de maneira genérica, superficial, mas específica, detalhada, com consistência e compromisso na análise dos hábitos e no desenvolvimento organizacional sustentável. Muitas adaptações desses fenômenos atingem as pessoas – trabalhadores – quanto às instituições – organizações. O certo é a procura do bem-estar lançando-se análise das perspectivas a curto, médio e longo prazos. As responsabilidades dos profissionais envolvidos nos processos que estudam as QVT‟s ascenderam de forma contínua e se tornaram muito mais 47 abrangentes nos últimos anos. Tais atividades requerem novas competências e habilidades por parte dos gestores, a apuração da visão crítica das pessoas, a preocupação com a produtividade não pode ser deixada de lado, a legitimação dos procedimentos e mecanismos e, é claro, sem se esquecer do perfil do administrador e, principalmente, da cultura organizacional, ou seja, o contexto da empresa e da sociedade em que ela está inserida. Quando se fala de fator crítico de gestão com visão de pessoas, o que se devem levar em consideração é que, na maioria das empresas, não passam de ações aleatórias ou apenas de reação a algumas exigências que são transparentemente de responsabilidade social. Ao se utilizar uma correta avaliação das competências pessoais dentro de uma organização não só se alinham as ações de RH à realidade, como também ajuda no planejamento estratégico da empresa. Em muitos desses casos, o importante é mapear as competências, para possibilitar saber construir ferramentas de avaliação, tornando-se essencial para o crescimento da empresa a visão do vínculo e da estrutura da vida pessoal para a organização, assim como seus fatores socioeconômicos, as metas empresariais e, sem se esquecer, das pressões organizacionais. Todos esses fatores alinhados permitem a criação de novos paradigmas para as questões de QVT e bem-estar nas organizações. A produtividade, como fator crítico de gestão e numa visão taylorista, observou-se como prática da administração das empresas contemporâneas na busca da excelência. Já como conceito de excelência, usa-se muito a avaliação de desempenho empresarial como responsabilidade social e ambiental. O ponto crítico da produtividade pode ser associado ao processo de inovação das ferramentas tecnológicas: A modernização foi um imperativo às exigências crescentes do mercado em matéria de evolução tecnológica, [...] pressão dos consumidores para redução de custo, exigência de aumento de produtividade, exigência de resposta mais rápida às solicitações de solução de problemas técnicos, de modo que não dava para continuar o trabalho de rotina; tínhamos de acompanhar a evolução do mercado. (LIMONGI-FRANÇA, 2009, p.118). Em época de globalização, deve-se atentar para a construção de critérios com base em fundamentos essenciais para que se obtenha a 48 excelência do desempenho, considerando os padrões de desempenho fixados pela economia vigente, aumentando a produtividade e a qualidade requerida pela competição globalizada. A legitimidade pode ser entendida como uma espécie de caráter daquilo que é legítimo, ou seja, aquilo que se legitimou, pela perspectiva da justiça ou a harmonização dos princípios justos, racionais ou legais. Nesse contexto, o Estado é a instituição capaz de assegurar a obediência e a necessidade de recorrer ao uso da força de forma legítima, desde que dentro dos princípios legais. A legalidade e a legitimidade devem estar relacionadas com a garantia do livre desenvolvimento da personalidade humana, dentro e fora das organizações. (GASPARINI, 2001). No âmbito organizacional, Milkovich e Boudreau (2000) definem legitimidade como imparcialidade percebida pelos atores envolvidos sobre as decisões adotadas. Legitimidade tem a ver com a noção de que, além de os deveres e direitos serem obedecidos e observados, as decisões, os comportamentos e as atitudes individuais e específicos são também aceitos e respeitados. Outro fator crítico a se observar é o perfil do gestor, ou do administrador. Valorizam-se as demandas do administrador referentes à QVT, uma vez que estão presentes na formação da organização, utilizando-se como objetivo o contribuir para o aprimoramento da formação do próprio administrador, como cidadão e profissional; cabe integrar um processo de avaliação amplo e contínuo, além de subsidiar a interface dos novos parâmetros do processo de crescimento organizacional. Faz-se necessário destacar a competência do BEO – Bem Estar Organizacional - caracterizada pela conceituação apresentada no triângulo a seguir, composto por: conhecimento, técnica, estratégia e atitude, alinhando as especificidades de cada foco. 49 Figura 4 - Competência do Bem Estar Organizacional Fonte: Limongi-França (2009, p.184) É preciso relacionar tais objetivos para se desenvolver os processos capazes de aumentar a efetividade do aprendizado individual e possibilitar a identificação das influências dos ambientes interno e externo, além das condições de trabalho. Para a cultura organizacional, os principais requisitos são as questões de competitividade e sobrevivência. Fundamenta-se esse quesito na dinâmica de organização como processo de aprendizagem operacional e conceitual utilizando-se todos os níveis. São características dessa questão cultural-organizacional: o processo da aprendizagem coletivo; o comprometimento com objetivos individuais de autodesenvolvimento e o próprio desenvolvimento organizacional; destaca-se, ainda, a comunicação organizacional, que deve fluir entre as pessoas, as áreas, níveis e valorando as competências interdisciplinares; o fenômeno organizacional é desenvolvido por uma visão sistêmica e dinâmica. A sociedade depende, cada vez mais, da geração de novas tecnologias e de forte aparato científico. É a era da gestão do conhecimento. O século XX, denominado o „século da pressa‟, consagrou uma nova verdade que ressalta a importância da comunicação nos contextos empresarial e social, mudando o antigo conceito „pode mais quem sabe mais‟ para „pode mais quem sabe antes‟. Em geral, as redes têm como objetivo, um enfoque mais ético na prática de negócios, pois informa e encoraja os que procuram humanizar e harmonizar as suas vidas de negócios. (LIMONGIFRANÇA, 2009, p. 229). 50 A competência do BEO forma-se por conhecimentos ligados à gestão de pessoas. Elementos que somados às contribuições de ideias e modelos administrativos consolidam os negócios da organização empresarial. Existem desafios de revisão dessas características e desses valores quanto à natureza de resultados de capital e de benefícios sociais, levando-se em consideração os resultados em benefício do desenvolvimento humano e da cidadania. 4.5 Visão de qualidade de vida no trabalho segundo Walton Todas as organizações buscam o lucro e a produtividade, gerando um comprometimento na qualidade de vida e na saúde dos trabalhadores envolvidos, que muita das vezes são sacrificados pelo sucesso e permanência no emprego. O estudo da Qualidade de Vida no Trabalho passa a ser imprescindível na atual situação econômica. Desta maneira, este capítulo apresenta com o objetivo de averiguar o nível de satisfação/motivação dos funcionários de uma empresa. Assim, a QVT continua sendo um dos fatores importantes no nível de satisfação e ou motivação dos funcionários em seus ambientes de trabalho, além, é claro, de estabelecer algumas especificidades da teoria de Walton. Teoria que influencia no contexto de cada funcionário, levando-se como ponto principal de observância o bem-estar mais ou menos motivado de cada um deles; é o que defende Medeiros (2002). A importância de se buscar a Qualidade de Vida no Trabalho se torna fundamental em nossa sociedade organizacional, uma vez que, em seu contexto cultural, destina-se, ou impõem-se, aos trabalhadores algumas condições desfavoráveis. Vale ressaltar que apenas se visava o lucro através da produtividade. Uma organização cultural contendo este tipo de visão passa a perder a sua importância quando os seus trabalhadores deixam de ser apenas trabalhadores e se tornam elementos para a excelência das estratégias, e destarte, seu desempenho se torna parte inerente ao desenvolvimento da organização. Usando Walton (1973) como referência, para que se possa determinar o nível de QVT, algumas questões precisam ser levantadas porque se tornam fundamentais, uma vez que servem para fornecer uma estrutura mais clara, tais como: Como deveria a QVT ser conceituada e como ela pode ser medida? 51 Quais são os critérios apropriados e como eles são interrelacionados? Como cada um é relacionado à produtividade? E são estes critérios uniformemente destacados em todos os grupos de trabalho? O conjunto de critérios de Qualidade de Vida no Trabalho mais utilizado no Brasil é o proposto por Walton (1975), que devem ser operacionalizados de acordo com a proposta do programa de QVT de cada empresa. São eles: 1- compensação justa e adequada; 2condições de trabalho; 3- integração social na organização; 4oportunidade de crescimento e segurança; 5- uso e desenvolvimento das capacidades pessoais; 6- cidadania; 7- trabalho e espaço total de vida; 8- relevância social do trabalho. (LIMONGI-FRANÇA, 2009, p.170). O quadro a seguir apresenta os critérios e fatores determinantes (ou indicadores) de QVT Walton (1973). Figura 5 - Indicadores de QVT de acordo com Walton (continua) CATEGORIAS CONCEITUAIS FATORES DE QVT Equidade interna e externa 1- Compensação Justa e Justiça na compensação Adequada Partilha nos ganhos de produtividade Proporcionalidade entre salários Jornada de trabalho razoável 2. Condições de Trabalho Ambiente físico seguro e saudável Ausência de insalubridade Autonomia 3. Uso e Desenvolvimento de Habilidades múltiplas Capacidades Informações sobre o processo de trabalho Autocontrole relativo Possibilidade de carreira 4. Oportunidade de Crescimento e Crescimento pessoal Segurança Perspectiva de avanço salarial Segurança no emprego Ausência de preconceitos 5. Integração Social na Igualdade Organização Mobilidade Relacionamento Senso Comunitário 52 (conclusão) CATEGORIAS CONCEITUAIS FATORES DE QVT Privacidade pessoal Liberdade de expressão 6. Constitucionalismo Tratamento imparcial Direitos de proteção do trabalhador Direitos trabalhistas Estabilidade de horários 7. O Trabalho e o Espaço Total de Poucas mudanças geográficas Vida Tempo para lazer e família Papel balanceado no trabalho Imagem da empresa 8. Relevância Social da Vida no Responsabilidade social da empresa Trabalho Responsabilidade pelos produtos Práticas de emprego Fonte: Adaptado de Walton, 1973 Ao analisar a situação da QVT, observa-se que é indispensável a aplicação das estratégias citadas, pelo simples fato de que os trabalhadores, de modo geral, passam, em média, 8 horas em seu ambiente de trabalho, isso durante pelo menos 35 anos de suas vidas. Deve-se ressaltar que não se trata de citar que o trabalhador vivencie seus problemas de casa no trabalho, e nem mesmo, os do trabalho em casa, mas, de acordo com os critérios citados por Walton, não acumular as tensões, os receios e as angústias acumulados no ambiente de trabalho no dia a dia. Toda proposta do programa de QVT visa à saúde integral do trabalhador. Sobre o modelo de Walton, comentam Goulart e Sampaio (1999. p. 203): Cobre desde as necessidades básicas do ser humano até condições da organização, passando pelas necessidades secundárias do ser humano, com realce para a autorrealização. Algumas dimensões do modelo de Walton englobam aspectos da hierarquia das necessidades de Maslow; fundamentada pelas seguintes necessidades: fisiológicas, segurança, amor, estima e autorrealização. A QVT possui como enfoque a situação biopsicossocial (BPS) do trabalhador, isto é, o trabalhador é visto como pessoa, ou seja, um indivíduo, e deve ser considerado, na visão de Dejours citado por Albuquerque (2002, p. 3) “um complexo dinâmico, que não pode ser dividido em partes, mas visto como 53 um todo (visão holística) e tem potencialidades biopsicossociais que respondem simultaneamente às condições de vida”. O estudo da QVT em empresas passa a ter lugar de destaque, independente se o cenário econômico apresenta-se em situação de recessão ou de crescimento, com perda de poder aquisitivo ou aumento do desemprego. A finalidade passa a ser a de estudar a satisfação do trabalhador em ambiente de trabalho, associando-se a tudo isso à motivação, à qualidade de vida no trabalho. Baseando-se na humanização do trabalho e responsabilidade social da empresa, destacando-se o envolvimento do atendimento de necessidade e aspiração do indivíduo, que, muitas vezes, aparecem negligenciadas pelas organizações em favor da produtividade e do crescimento econômico. Para Walton (1973, p. 11): A expressão Qualidade de Vida tem sido utilizada com crescente frequência para descrever certos valores ambientais e humanos, negligenciados pelas sociedades industriais em favor do avanço tecnológico, da produtividade e do crescimento econômico. A visão do modelo de Walton (1973), mesmo quando se é considerado em sua anterioridade, é tida como uma das mais aceitas e utilizadas por muitos pesquisadores brasileiros, mesmo que sua aplicabilidade apresente uma série problematizada em se tratando de sua linguagem. Muitos colaboradores, quando da aplicação do instrumento, demonstram dificuldades em interpretar e entender a forma original do modelo, visto que a utilização de termos e expressões técnicas, em muitos casos, apresenta a origem em traduções literais. Outra fragilidade encontrada é a ausência de perguntas diretas e específicas para definir cada critério. O objetivo deste estudo é apresentar o modelo de avaliação da QVT proposto por Walton, que possui uma linguagem simples e direta, de maneira a permitir sua aplicação em grupos de menor escolaridade, de maneira que o entendimento do instrumento seja facilitado. Ressalta-se que outros autores serão mencionados e relacionados ao longo deste trabalho para que se possa fazer uma analogia entre os modelos vigentes a respeito da QVT. Limongi-França (2009) comenta que existem inúmeras possibilidades que enfocam a Gestão da Qualidade de Vida no Trabalho e que podem inferir nas estruturas organizacionais das empresas: 54 Gestão Estratégia de QVT, quando é declarada na missão e política da empresa, juntamente coma imagem corporativa. Gestão Gerencial de QVT, quando aparece como responsabilidade e atribuição dos líderes e chefes das áreas e departamentos específicos no segundo ou terceiro nível hierárquico, com ênfase em objetivos, metas e produtividade organizacional. Gestão Operacional de QVT, quando há ações específicas – aleatórias, reativas ou planejadas – que visam ao bem-estar e à conscientização de novas práticas de estilo de vida para as pessoas da empresa, mas não alinhadas aos propósitos de competitividade ou otimização do gerenciamento, da produtividade e da performance para o trabalho. (LIMONGI-FRANÇA, 2009, p.240). Destaca-se que os critérios citados e enumerados pelo modelo de Walton (1973) não estão dispostos e nem pretendem apresentar uma ordem de prioridade, sendo que podem ser arranjados de maneiras diversas, assumindo outras importâncias, de acordo com a realidade de cada organização. Entende-se que a percepção e ou observação do indivíduo de QVT possui uma conotação subjetiva. E, como se sabe, quantificar algo subjetivo torna-se possível com a construção de um modelo de pensamento racional que, em sua essência, não existe numa realidade norteada por irracionalidades, pois se apresenta como uma realidade concreta. Mesmo analisando outros pontos que fragilizam o estudo da Gestão de Qualidade de Vida no Trabalho (GQVT), obtém-se um conceito vazio de conteúdo real, que pode servir como característica de contraste, mas que permitem situar percepções subjetivas na realidade. Portanto, os resultados obtidos, após inúmeras análises, não são nem hipótese nem proposição, não podendo ser falsos nem verdadeiros, mas válidos ou não-válidos, de acordo com sua característica útil, causando uma compreensão mais significativa dos acontecimentos e objetos de estudos realizados pelos investigadores e ou observadores. Pode-se, desta forma, comparar os resultados obtidos com a aplicação do modelo de Walton, é claro, que numa versão adaptada, indicaram que tal adaptação proposta apresenta consistência interna elevada, tornando-se, assim, o modelo original proposto por Walton (1973), vislumbrando a sua adequação, para subsidiar pesquisas na área da qualidade de vida no trabalho. 55 4.5.1 Aspectos intrínsecos à qualidade de vida no trabalho, segundo Walton Segundo Walton (1973), a QVT deve ser entendida como um conceito global que compreende atos legislativos, protegendo os direitos dos trabalhadores, o atendimento das expectativas e aspirações humanas e a responsabilidade social das organizações. Na perspectiva do autor o termo Qualidade de Vida recupera certos valores ambientais e humanísticos negligenciados em favor do avanço tecnológico, da produtividade industrial e do crescimento econômico. Walton (1973) propõe um modelo de QVT com as seguintes categorias: a) Compensação justa e Adequada: Visa caracterizar a QVT em relação à remuneração recebida pelo trabalho realizado. Busca-se a obtenção de remuneração adequada pelo trabalho feito, assim como a equidade interna (comparação com outros membros da empresa) e externa (comparação com o mercado de trabalho). Dessa maneira, o trabalho é tido como prioridade, pois garante a sobrevivência do trabalhador. Walton afirma que a relação entre trabalho e remuneração é muito subjetiva, portanto, difícil de ser definida. Assim sendo, podem-se analisar os seguintes fatores: Remuneração adequada: remuneração necessária para o empregado viver dignamente dentro das necessidades pessoais e dos padrões culturais, econômicos e sociais em que vive; Equidade interna: equidade na remuneração entre outros membros da organização; Equidade externa: equidade na remuneração com membros de outras organizações. E contempla os seguintes indicadores: Justiça na compensação: é a remuneração necessária para o trabalhador viver dignamente diante das suas necessidades pessoais, sociais e econômicas. proporcionalidade entre os salários: equidade na remuneração entre outros membros. (WALTON, 1973). Não existe um modelo objetivo ou subjetivo que sirva para julgar se a compensação é adequada para cada colaborador, entretanto, existem alguns meios operacionais capazes de ajudar nessa análise, como: o nível de 56 treinamento requerido para determinada tarefa; nível de responsabilidade do trabalho e nível de periculosidade presente no trabalho. b) Condições de trabalho Reportam-se á preservação da saúde e ao bem-estar do trabalhador. Esta categoria apresenta os seguintes indicadores: Ambiente físico: local de trabalho e suas condições de bem-estar e organização para o desempenho do trabalho; Jornada de trabalho: número de horas trabalhadas e sua relação com as tarefas desempenhadas; Saúde ocupacional: é a saúde no trabalho. Refere-se ao bem estar físico e mental do trabalhador; Salubridade: condições ambientais propícias à saúde; Recursos materiais: quantidade e qualidade de materiais disponíveis para a execução do trabalho. (WALTON, 1973). Os colaboradores não devem ser expostos a condições físicas ou mentais que prejudiquem de alguma forma seu trabalho. O autor sugere alguns aspectos importantes para minimizar os riscos durante o trabalho: criação de um período de trabalho padrão; criar condições físicas mínimas para execução da tarefa, de forma a minimizar os riscos de lesões e imposição de limite de idade para determinadas funções. O autor, no entanto, cita que com o passar dos anos e com a possível melhoria dos ambientes de trabalho, há a possibilidade de existir um “relaxamento” quanto à imposição de condições físicas e limite de idade em determinadas tarefas. c) Uso e desenvolvimento das capacidades É a oportunidade de o trabalhador aplicar no seu dia-a-dia o seu saber e as suas aptidões profissionais. Destacam-se os seguintes indicadores: Autonomia: independência no planejamento e execução de seu trabalho; Qualidades múltiplas: variedade de habilidades Informação sobre o processo total de trabalho: ter informações e conhecimento sobre o processo de trabalho. (WALTON, 1973). O trabalho tem sido cada vez mais fracionado, autodestruído e controlado rigidamente, gerando uma separação de todo o plano de trabalho em pequenas partes. Esses aspectos acabam limitando o colaborador no uso 57 de suas capacidades e habilidades, podendo criar sentimentos de agonia pelo excesso de organização necessário, diminuindo a sua autonomia e o seu conhecimento sobre o processo total do trabalho. d) Oportunidade de crescimento Destina-se à valorização do trabalhador através de oportunidades. possibilidade de carreira: viabilidade de oportunidade avanços na carreira; crescimento pessoal: processo de educação continuada para desenvolvimento do trabalhador; segurança e estabilidade: o trabalhador deve se sentir seguro na organização em que trabalha. (WALTON, 1973). Refere-se à possibilidade de carreira, desenvolvimento pessoal, perspectivas de avanços salariais e estabilidade no emprego. Walton (1973) descreve esses critérios como fundamentais para um movimento de ascensão profissional na empresa, melhorando o desempenho e, consequentemente, diminuindo os riscos de demissão. e) Integração social É a ausência de diferenças hierárquicas altamente marcantes. ausência de preconceitos: inexistência de conceitos formados antecipadamente. igualdade: ausência de estratificação no ambiente de trabalho mobilidade: oportunidade de circulação ou movimento de idéias, de valores sociais no ambiente de trabalho; relacionamento: auxílio recíproco marcado pelo apoio sócio-emocional, abertura interpessoal e respeito às individualidades; senso comunitário: companheirismo e espírito coletivo. (WALTON, 1973). Walton (1973) analisou esse critério baseado na ausência de preconceitos na organização; na igualdade de tratamento entre os colaboradores; relacionamento entre chefes e subordinados e entre colegas do mesmo nível e senso de valor comunitário. Esses indicadores, quando favoráveis, diminuem a sensação de exclusão dentro da empresa; criam um ambiente diplomático e educado e há uma valorização das tarefas pela 58 empresa, sendo considerados fundamentais para a qualidade de vida no trabalho. f) Constitucionalismo Respeito e zelo que a organização tem pelos direitos do trabalhador. direitos trabalhistas: refere-se à observância ao cumprimento das normas que regem as relações de trabalho entre trabalhadores e a organização; privacidade pessoal: respeito à individualidade que o trabalhador possui dentro da organização; liberdade de expressão: forma como o trabalhador pode manifestar , expressando seus pontos de vista aos seus chefes , sem medo de sofrer punições. (WALTON, 1973). Os indicadores para analisar esse critério são: o direito de proteção ao trabalhador; a privacidade pessoal preservada dentro do ambiente de trabalho; garantia de liberdade de expressão; tratamento imparcial entre todos os colaboradores e direitos trabalhistas garantidos. Esses indicadores garantem aos indivíduos o pagamento de férias, seguros e benefícios; garantem a vida pessoal preservada, de forma a não ser obrigado a dar informações sobre sua família dentro do seu trabalho e garantem também o direito de ser tratado de forma igual a de seus colegas, no que diz respeito a compensação justa, recompensas simbólicas e segurança no trabalho. g) Trabalho e espaço total de vida É o sentido de equilíbrio existente entre o trabalho e a vida pessoal do trabalhador. Consideram-se os seguintes indicadores: tempo para lazer e para a família: relacionamento equilibrado entre o trabalho e o convívio familiar; papel balanceado do trabalho: distribuição racional dos horários de trabalho com relação às outras esferas da vida ; significado do trabalho: refere-se à representatividade do trabalho na vida do trabalhador. (WALTON, 1973). A experiência profissional de uma pessoa pode ter efeitos positivos ou negativos em outras esferas da vida, inclusive nas relações familiares. Os indicadores referentes a esses critérios são: ter funções balanceadas no 59 trabalho; ter estabilidade de horários; ter poucas mudanças geográficas e ter tempo disponível para lazer com a família. Para o autor, a aplicação desses critérios é discutível. Quando um indivíduo gasta muito tempo e energia no trabalho acaba abdicando da família, mas ainda não está claro se o fato do trabalhador dedicar mais tempo ao trabalho é, de fato, o causador da falta de sintonia entre a família. O fato de a empresa proporcionar mais tempo livre ao colaborador não impede que ele vá praticar seus hobbies ou outras atividades cívicas, ao invés de investir na sua família. h) Relevância social do trabalho Diz respeito ao empenho do trabalhador, no sentido de a organização não propiciar a depreciação de seu trabalho e da sua profissão. Essa categoria destaca os seguintes indicadores: valorização do trabalho: percepção do sentido de valorização e relevância do trabalhador, atribuído ao seu trabalho, pela organização e pela comunidade; imagem e responsabilidade social da organização: percepção do trabalhador quanto à importância e responsabilidade do seu trabalho e da sua organização em dar um retorno à comunidade. (WALTON, 1973). Os colaboradores percebem o valor de suas carreiras e do seu trabalho ao perceberem as atitudes de responsabilidade social da empresa. Algumas atitudes das empresas acabam deixando os colaboradores orgulhosos, de forma que cada atitude de responsabilidade social adotada pela empresa tem o poder de aumentar a qualidade de vida dos indivíduos, como a participação em campanhas políticas; se relacionar com países em desenvolvimento, entre outras. Segundo o autor, essas atitudes aumentam a credibilidade da empresa na comunidade, melhorando a imagem da organização perante a população como um todo. Esses critérios preconizados por Walton (1973), ao se interrelacionarem mostram as possibilidades que o indivíduo possui para construir seu próprio conceito de QVT. Esses critérios não tem a mesma relevância para todos os indivíduos, o tempo de lazer para a família, por exemplo, pode ser extremamente importante na vida de algumas pessoas e pode não ser tão importante para outras, gerando uma visão diferente de QVT. 60 A proposta de Walton é considerada um modelo clássico e tem sido utilizada como referência na análise de experimentos sobre a QVT, segundo Fernandes (1996). Alguns questionamentos feitos por Walton, que servem de diretrizes para determinar seus oito “critérios” para a QVT, são descritos por Rodrigues (2001, p. 82): Como deveria a Qualidade de Vida no Trabalho ser conceituada e como ela pode ser medida? Quais são os critérios apropriados e como eles são inter-relacionados? Como cada um é relacionado à produtividade? São estes critérios uniformemente destacados em todos os grupos de trabalho? Segundo Walton comentado por Rodrigues (2001), esses questionamentos são importantes para a pesquisa de QVT nas empresas. Desse modo, como aponta Rodrigues (2001), essas oito “categorias conceituais” são propostas com a intenção de fornecer estrutura para analisar as características da QVT. O modelo de Walton é considerado abrangente porque inclui em sua abordagem questões relacionadas à força de trabalho, ou seja, está diretamente relacionada ao indivíduo e, como afirma Alves (2001), esse fato justifica-se porque o modelo inclui fatores de higiene do trabalho, condições físicas do trabalhador, aspectos relacionados à segurança e também à remuneração, segundo Lima (1995). Fernandes (1996) considera que mesmo as divergências das preferências pessoais, bem como as diferenças individuais ligadas à cultura, classe social, educação, formação da personalidade, etc., são fatores intervenientes na Qualidade de Vida no Trabalho, para a grande maioria da população. Desconsiderar esses fatores na QVT pode provocar reações adversas nos trabalhadores, tendo-se como consequência uma redução da satisfação no trabalho. 4.5.2 Recursos humanos versus qualidade de vida no trabalho O setor de RH além do desafio de promover iguais oportunidades de emprego, também procura melhorar a qualidade de vida no trabalho. Os esforços para melhorar a qualidade de vida no trabalho procuram tornar os 61 cargos mais produtivos e satisfatórios. Quando os cargos precisam ser reformulados, as mudanças são feitas por gerentes operativos sem o envolvimento direto do setor de Recursos Humanos. Porem outros gerentes buscam na assistência desse departamento, motivos que possam ajudar a combinar as necessidades humanas com as do cargo. Os especialistas de pessoas precisam estar informados a respeito de como melhorar a qualidade de vida no trabalho por meio a reformulação de cargo e fatores que influenciam o projeto de cargo e qualidade de vida no trabalho. (FERNANDES, 1996; WETHE). A qualidade de vida no trabalho é um desafio importante à administração do setor de Recursos Humanos. De Acordo com Wether e Davis (1983) as exigências sobre o projeto de cargo são organizacionais, ambientais e comportamentais. Quando são cuidadosamente consideradas e consequentemente combinadas com um projeto apropriado do cargo, o resultado é um cargo produtivo e satisfatório. Mas quando os insumos ou produtos desejados são omitidos, resultam problemas. Os elementos organizacionais do projeto de cargo dizem respeito à eficiência e os cargos projetados eficientemente permitem que um trabalhador altamente motivado e capaz consiga o máximo de produção. Outro aspecto do projeto de cargos refere-se aos elementos ambientais. Como acontece com a maioria das atividades de pessoal, o projeto de cargo não podem ignorar a influência do ambiente externo. Ao projetar cargos, os especialistas de pessoal e os gerentes devem considerar a habilidade e a disponibilidade de empregados potenciais ao mesmo tempo, as expectativas sociais também devem ser ponderadas. Habilidades e disponibilidades de empregados, as considerações de eficiência precisam estar equilibradas com as habilidades e disponibilidades das pessoas que vão realizar o trabalho. (WERTHER; DAVIES, 1983). Os cargos não podem ser projetados, utilizando apenas os elementos que ajudam a eficiência. Agir dessa maneira omite as necessidades humanas das pessoas que devem desempenhar o trabalho. Em lugar disso, os projetistas de cargo recorrem pesadamente à pesquisa comportamental a fim de promoverem um ambiente de trabalho que ajude a satisfazer as necessidades individuais. (FERNANDES, 1996). 62 Conforme Pedroso, Pilatti e Cantorani (2009) o problema com alguns cargos é que eles têm falta de qualquer identidade de tarefa. Os trabalhadores não podem apontar alguma peça de trabalho completo quando um cargo tem falta de identidade. Eles têm pouco senso de responsabilidade e podem não sentir orgulho pelos resultados. Depois de completarem seu trabalho, podem sentir pouco senso de realização. Quando as tarefas são agrupadas de modo que os empregados sintam que estão fazendo uma contribuição identificável, a satisfação no cargo aumenta de modo significativo. Os elementos comportamentais de projeto de cargo informam os especialistas de pessoal para acrescentar mais autonomia, variedade, identidade de tarefa e retroinformação. Mas os elementos de eficiência apontam para maior especialização, menor variedade, autonomia mínima e outros elementos contraditórios. Assim, tornar os cargos mais eficientes pode fazer com que sejam menos satisfatórios. Inversamente, cargos satisfatórios podem revelar ser ineficientes. (RODRIGUES, 1994). A fim de aumentar a qualidade de vida no trabalho, para os que têm cargos que não ofereçam oportunidades para realização, reconhecimento e crescimento psicológico, os setores de Recursos Humanos podem usar uma variedade de métodos a fim de melhorar os cargos através de reformulação. As técnicas mais amplamente praticadas incluem rotação de cargo, aumento de cargo e enriquecimento de grupo de trabalho. Essas técnicas, usualmente, são referidas como programas de qualidade de vida no trabalho. (CHIAVENATO, 2004). 4.6 Ferramentas para a gestão de qualidade de vida no trabalho Destacando a característica do modelo de Walton para o estudo do QVT, é preciso refletir sobre os focos, os indicadores que atuam no gerenciamento desse estudo. São destacados os focos: potencial humano, saúde e segurança do trabalho e sistemas de qualidade. (LIMONGI-FRANÇA, 2009). Quanto ao potencial humano, especifica-se a capacitação, a motivação e o desenvolvimento profissional da força de trabalho, sem deixar de lado todas as políticas e ações que são inerentes ao aprendizado organizacional. 63 Referindo à saúde e segurança do trabalho, observa-se a prevenção, correção ou reparação de aspectos humanos no tocante à neutralização dos possíveis riscos nas condições de trabalho para os funcionários. O fator de grande importância dos mecanismos e indicadores da QVT, a área que responde pela segurança industrial, higiene e medicina do trabalho, interfere diretamente na relação dos empregados e empresa, pois existem mecanismos que interferem constantemente na prevenção, na correção das ações que estão ligadas a esta área, viabilizando o subsistema das ações do RH. (VASCONCELOS, 2001). Para os sistemas de qualidade, o destaque maior fica para as políticas voltadas para a Qualidade Total. Pode-se citar como exemplo a certificação ISO 9000 e outras práticas que estão literalmente centradas na satisfação do cliente. Conforme Ohashi e Melhado (2004), fazendo e destacando a revisão das normas que avaliavam os indicadores, nos anos de 2000, passou a se considerar a medição de desempenho como parte integrante do processo de avaliação e como sistema de gestão da qualidade. E, utilizando-se do monitoramento de cada um dos processos, dos produtos, dos serviços e da satisfação dos consumidores é que se pode buscar a melhoria contínua do sistema organizacional. Os indicadores para a gestão de QVT são as ferramentas que permitem um melhor planejamento dos critérios e objetivação para a avaliação do controle da qualidade em determinadas ações e contextos. A ideia é – com o auxílio de indicadores – viabilizar maior capacidade estratégica, gerencial e operacional para questões de Qualidade de Vida no Trabalho. A consolidação de indicadores de Gestão de Qualidade de Vida no Trabalho pode levar a área de gestão de pessoas a um amadurecimento conceitual e metodológico com a mesma importância de outras áreas da organização. Devem-se localizar e descrever aspectos que permitam registro, comparações e avaliações na construção de um método de análise baseado em indicadores. (LIMONGI-FRANÇA, 2009, p.177). Cabe ressaltar que a QVT é consolidada pelos indicadores quando estes permitem que todo o processo de avaliação seja construído de maneira que possibilite avaliações constantes com reflexibilidade e gerenciamento do contexto da organização empresarial. Tais procedimentos levam a uma constante análise por parte da área de gestão de pessoas que, com as 64 medidas devidas, tornam a empresa com uma estrutura mais amadurecida e melhor preparada, além de solidificada, em seus próprios critérios avaliativos e sistematizáveis. Figura 6 - Indicadores Empresariais de GQVT – Limongi-França Critérios Foco Organizacional Imagem, Treinamento & Desenvolvimento, Processos e Tecnologia, Comitês de Decisão, Ausência de Burocracia, Rotina de Pessoal Biológico Semana Interna de Prevenção de Acidentes, Controle de Riscos Ergonômicos – PPRA, Ambulatório Médico, Ginástica Laboral Refeição (Refeitório), Saúde – PCSMO, Comissão – CIPA Psicológico Recrutamento e Seleção, Avaliação do Desempenho Camaradagem – Clima Organizacional, Carreira, Salário, Vida Pessoal Social Convênios Comerciais, tempo livre – Lazer, Filhos, Cesta Básica, Previdência Privada, Financiamento de Custos Fonte: adaptado de Limongi-França, 2009. Quando se usam os indicadores, observa-se uma das melhores formas de se medir e avaliar a qualidade de produtos, processos e clientes, permitindo que a QVT seja constantemente analisada e avaliada. É importante ressaltar que o uso de um sistema de indicadores requer uma constante estruturação de cada indicador utilizado, de maneira que a cada coleta, a cada processamento e cada análise da mão-de-obra e sua utilização sejam levados em consideração os resultados obtidos, de forma que seja avaliado, sistematicamente, cada momento. 65 5 ESTUDO DE CASO 5.1 Local do estudo Empresa DG Conservadora Ltda. 5.2 Características do local A DG Conservadora é uma empresa familiar, cuja atividade principal é: Terceirização de prestação de serviços em geral sendo: Serviços no Segmento de conservação e limpeza, Serviços de Manutenção nas áreas civil, elétrica, mecânica, mecânica Industrial, hidráulica, locação de máquinas e veículos (caminhão pipa). Ressalta-se a importância de conceituar o real sentido de Terceirização, sendo: uma moderna técnica de gestão estratégica de empresas que visa ao fomento da competitividade empresarial através da distribuição das atividades intermediárias, a empresas especializadas nessas atividades. A fim de que possam concentrar-se no planejamento, na organização, no controle, na coordenação e na direção da atividade principal. (QUEIROZ, 2004). “É um processo planejado de transferência de atividades para serem realizadas por terceiros”. (PAGNONCELLI, 1993, p.10). É considerado um processo, porque é contínuo e permanente. Devendo ser planejado, considerando o referencial do planejamento estratégico, para não comprometer o próprio futuro da organização. E observado a atividade que não seja o âmago da missão da empresa, e sim para ser autorizada a sua execução fora da empresa. Definida ainda como sendo a contratação de serviços por meio de empresas, intermediárias entre o tomador de serviços e a mão-de-obra, mediante contrato de prestação de serviços. Em resumo podemos definir Terceirização, sendo a transferência de atividade-meio (não essenciais) da empresa para os profissionais contratados para a execução das mesmas. Resultando em garantia para que a empresa concentre suas energias nas atividades-fim. Passando a atividade não essencial da empresa tomadora (cliente), para ser a atividade principal na 66 terceirizada. Na terceirização, os parceiros têm interdependência empresarial estabelecendo-se uma relação de confiança. A legislação que regulamenta a atividade de terceirização é o Enunciado do Tribunal Superior do Trabalho TST nº 331, que reconhece a legitimidade da subcontratação de atividades que seja o objetivo principal, para qual a empresa foi instituída. (SILVA, 2011). Fica alheia a esta modalidade a ação de subordinação e pessoalidade das pessoas contratadas para efetuar as atividades repassadas, a contratação de atividades que seja o objetivo principal, para qual a empresa foi instituída. 5.3 Pesquisa exploratória por estudo de caso com aplicação de questionário Estudo de caso. 5.4 Universo do estudo Funcionários da DG Conservadora. 5.5 Variáveis estudadas Grau de satisfação dos funcionários com relação ao ambiente interno; Nível de adequação das práticas de recursos humanos desenvolvidas; Influência de políticas internas de valorização profissional no empenho dos funcionários; Viabilidade dos instrumentos de motivação profissional aplicados. 5.6 Coleta de dados Realizada através de observação, entrevistas, questionários e pesquisas bibliográficas e documentais. 67 5.7 Desenvolvimento do estudo Foi realizada uma sondagem preliminar por meio de um instrumento de consulta simples junto aos sócios e gerentes dos setores explicando a finalidade da pesquisa e a importância relacionadas à Qualidade de Vida no Trabalho como fator de melhoria na Gestão das Pessoas. Os dados foram obtidos através da observação e questionários. É de extrema importância que o pesquisador-autor tenha senso investigativo e flexível transformando situações imprevistas em oportunidades, ou seja, é necessário que o pesquisador-autor construa uma ponte entre a informação recebida e a teoria (preposições) a fim de processar o que é mais relevante para o estudo em questão e evitar o risco de erros. De posse dos questionários respondidos, foi feita uma análise para averiguação de onde deverá haver uma melhoria ou uma nova implantação (sugestão), e indicações para melhoria na qualidade de vida no trabalho dos funcionários. Esse relatório forneceu subsídios para apontar as necessidades e insatisfações dos funcionários. Diante de todas as informações, será sugerido um programa de Qualidade de vida no trabalho na empresa DG Conservadora Ltda. 68 6 ANÁLISE DE RESULTADOS Após aplicado o questionário os dados coletados foram tabulados e apresentados graficamente a seguir. Gráfico 1 - Gênero dos participantes da pesquisa, DG Conservadora, 2012 Masculino 30,89% Feminino 69,11% Fonte: Questionário aplicado na pesquisa, 2012 A caracterização da população baseada nos gêneros masculino e feminino, mostrando que a grande maioria dos entrevistados, 69,11%, pertence ao gênero masculino e 30,89% ao gênero feminino. Gráfico 2 - Faixa etária dos participantes da pesquisa, DG Conservadora, 2012 2% 2% 11% 11% 24% 26% 24% Até 18 à 23 Anos de 24 à 29 Anos de 30 à 35 Anos de 42 à 46 Anos de 47 à 52 Anos Acima de 53 Anos Fonte: Questionário aplicado na pesquisa, 2012 de 36 à 41 Anos 69 A idade dos participantes variou de 18 a 53 anos, sendo que estão na faixa etária de 36 a 41 anos; 26,02%, e na faixa etária entre 24 a 35 anos representam 59 participantes, 47,97% . Gráfico 3 - Tempo de trabalho dos participantes da pesquisa, DG Conservadora, 2012 2% 3% 1% 11% 43% 40% 06 Meses À 1 Ano de 01 à 5 Anos de 06 à 11 Anos de 12 à 17 Anos de 18 à 23 Anos Acima de 23 Anos Fonte: Questionário aplicado na pesquisa, 2012 Verificou-se que o tempo de permanência dos colaboradores da DG Conservadora é variado, sendo que o maior período apresentado é de 06 meses a 01 ano correspondendo a 53 funcionários, o equivalente a 43%, sendo que o percentual de 40% corresponde a 49 respondentes que estão no período de 01 a 05 anos na empresa. Gráfico 4 - Grau de escolaridade dos entrevistados, DG Conservadora, 2012 5% 3% Nível Básico Nível Médio 47% Nível Superior Outros 45% Fonte: Questionário aplicado na pesquisa, 2012 70 A maioria dos respondentes possui apenas o nível básico de escolaridade, perfazendo um total de 47%, do qual corresponde a 58 pessoas, e 44% que correspondem a 55 pessoas. Gráfico 5 – Entrevistados da DG Conservadora, questionados quanto a estudar atualmente 27,64% Estuda Sim Estuda Não 72,36% Fonte: Questionário aplicado na pesquisa, 2012 De acordo com a amostragem 72,36% dos respondentes disseram que não estudam, e o restante de 27,64%, disseram que estão estudando. 1) A empresa disponibiliza equipamentos e materiais necessários para execução de suas tarefas? Gráfico 6 - Disponibilização de equipamentos e materiais necessários para as tarefas 3,25% Sim Não 96,75% Fonte: Questionário aplicado na pesquisa, 2012 71 Do total dos respondentes, 96,75% afirmaram que a empresa disponibiliza equipamentos e materiais para execução de suas tarefas se somente 3,25% responderam o contrário. 2) O seu trabalho se associa a algum desgaste emocional e/ou sofrimento psicológico? Gráfico 7 - Associação do trabalho a algum desgaste emocional e/ou sofrimento psicológico Sim 15,45% Não 37,40% Às vezes 47,15% Fonte: Questionário aplicado na pesquisa, 2012 Conforme dados demonstrados pelos entrevistados, para 50 pessoas que representam 47,15% concordam que seu trabalho não associa a nenhum desgaste emocional, 37,4% às vezes, dependendo da carga horária, tempo de execução e quantidade de tarefas poderá sim, sofrer desgaste ou sofrimento psicológico. No entanto para 19 pessoas, 15,45% considerando seu trabalho um sofrimento, associado com desgaste emocional. 72 3) A empresa oferece aos funcionários um local de trabalho limpo agradável e organizado? Gráfico 8 - Oferta de local de trabalho limpo agradável e organizado Sim 30,89% Não Às vezes 64,23% 4,88% Fonte: Questionário aplicado na pesquisa, 2012. Total dos entrevistados de 123 pessoas, 79 respondentes disseram que sim, a empresa fornece um local limpo, agradável e organizado o qual corresponde 64,23%, para 38 pessoas consideram que o ambiente, às vezes se encontra limpo, agradável e organizado que totaliza um percentual de 30,89% e para 06 pessoas a empresa não oferece um ambiente favorável o que corresponde 4,88%. 4) A jornada de trabalho está adequada aos padrões legais? Gráfico 9 - Jornada de trabalho adequada aos padrões legais 5,69% Sim Não 94,31% Fonte: Questionário aplicado na pesquisa, 2012. 73 A maioria dos entrevistados representados por 94,31% concordaram que a empresa oferece uma jornada de trabalho de acordo com as leis trabalhistas, respeitando os direitos dos trabalhadores, sem excesso de carga horária, nos critérios da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), considerando horário normal de trabalho. 5) Sua jornada de trabalho interfere na sua vida particular? Gráfico 10 - Interferência da jornada de trabalho na vida particular Sim 14% Não 28% Às vezes 58% Fonte: Questionário aplicado na pesquisa, 2012 Considerando que o colaborador fica a maioria do dia em seu ambiente de trabalho, do total de 123 respondentes para 71 pessoas (58%), a jornada de trabalho não interfere em sua vida particular. Porém, para 35 colaboradores (28%), afirmam que o seu trabalho às vezes interfere em sua vida particular provocando algum tipo de desgaste e para 17 pessoas (14%), consideram existir interferência do trabalho em vida particular. 74 6) Existe liberdade para planejar as prioridades do seu trabalho e para executá-lo dentro do ambiente organizacional? Gráfico 11 - Existe liberdade para planejar as prioridades do seu trabalho e para executá-lo Sim Não 29,27% Às vezes 60,16% 10,57% Fonte: Questionário aplicado na pesquisa, 2012 Durante a execução das tarefas diárias de trabalho, 74 pessoas que correspondem 60,16% afirmaram ter liberdade para planejá-las, já 36 pessoas das quais representam 29,27%, afirmam que às vezes existe essa liberdade de planejamento das atividades, já 13 pessoas que totaliza 10,57% consideram não ter liberdade para o planejamento das atividades. 7) Há fornecimento, por parte da empresa, de retorno ao trabalhador sobre suas atitudes, comportamentos e resultados? Gráfico 12 - Fornecimento de retorno sobre suas atitudes, comportamento e resultados Sim Não 34,96% 49,59% 15,45% Fonte: Questionário aplicado na pesquisa, 2012 Às vezes 75 De acordo com os dados 49,59% colaboradores dizem receberem feedback de suas atitudes e comportamentos, outros 43 pessoas que somam 34,96% afirmam que o feedback acontece ocasionalmente, já o restante 19 pessoas que totalizam 15,45% afirmam nunca receberam o retorno de suas atitudes e comportamentos. 8) Existem políticas de incentivos que buscam desenvolver as potencialidades das pessoas e visam facilitar o processo de educação continuada? Gráfico 13 - Existência de políticas de incentivos das potencialidades do processo de educação continuada Sim 28,46% Não 71,54% Fonte: Questionário aplicado na pesquisa, 2012 Quanto às políticas de incentivo, educação continuada e realização pessoal e profissional, a maioria respondeu que existem grandes incentivos para o crescimento profissional sendo que 88 dos entrevistados (71,54%) acreditam também ser um dos pontos positivos para a empresa. Porém 35 pessoas (28,46%) afirmaram o contrario, desconhecem as políticas de incentivo. 76 9) Você considera seu trabalho uma forma de crescimento e realização pessoal e profissional? Gráfico 14 - Consideração do trabalho como forma de crescimento e realização pessoal e profissional Sim 21,95% Não Às vezes 53,66% 24,39% Fonte: Questionário aplicado na pesquisa, 2012 De acordo com dados do questionário para 53,66% dos funcionários, consideram que o trabalho é uma forma de crescimento e realização, para 24,39% das pessoas não consideram o trabalho como forma de crescimento e realização, já para o restante 21,95%, acham que às vezes o trabalho é uma forma de realização pessoal e profissional. 77 10) A empresa tem políticas e programas de treinamento e desenvolvimento sólidos e sistematizados para todas as funções? Gráfico 15 - Existência de políticas e programas de treinamento e desenvolvimento sólidos e sistematizados para todas as funções Sim 28,46% Não Às vezes 6,50% 65,04% Fonte: Questionário aplicado na pesquisa, 2012 Quanto à política de treinamento e desenvolvimentos a maioria composta por 65,04% dos participantes afirma que todos os funcionários participam de treinamentos e desenvolvimento, outros 28,46% dizem que os treinamentos acontecem de vez enquanto, o restante de 6,5% diz que não recebe treinamentos. 78 11) A política de remuneração está dignamente compatível com suas as necessidades pessoais? Gráfico 16 - Compatibilidade da política de remuneração com suas necessidades pessoais Sim 28,46% Não 71,54% Fonte: Questionário aplicado na pesquisa, 2012 Para a maioria 88 pessoas (71,54%), concordaram com a política de remuneração estão compatíveis com as necessidades pessoais, para as outras pessoas 35 pessoas (28,46%) dizem que a política não é compatível com as suas necessidades. 79 12) Na empresa, seus colegas são discriminados pela aparência, estilo de vida, sexo, raça ou religião? Gráfico 17 - Existe discriminação quanto à aparência, estilo de vida, sexo, raça ou religião 14,63% 17,89% Sim Não Ás vezes 67,48% Fonte: Questionário aplicado na pesquisa, 2012 No quesito discriminação 67,48% dizem que não existe nenhum tipo de discriminação, já outros 17,89% afirmam que às vezes acontece algum tipo de discriminação, e para os outros 14,63% declara que sofrem algum tipo de discriminação na empresa. 13) A gestão da empresa transmite segurança para a manutenção dos empregos? Gráfico 18 – Transmissão de segurança para a manutenção dos empregos por parte da gestão da empresa 12,20% Sim Não 87,80% Fonte: Questionário aplicado na pesquisa, 2012 80 O ponto forte das empresas é exclusivamente sua gestão que busca transmitir segurança na relação empregador e empregado, dos entrevistados 108 respondentes (87,8%) afirmaram com categoria ser de grande relevância a gestão para manutenção dos empregos e para 15 (12,2%) não acreditam na gestão como sendo ferramenta que auxilia o relacionamento nos empregos. 14) A empresa adota a política de integração e interação dos funcionários na ato de sua contratação? Gráfico 19 - Adoção de políticas de integração e interação dos funcionários no ato de sua contratação 11,38% Sim Não 88,62% Fonte: Questionário aplicado na pesquisa, 2012. No que tange sobre a interação e integração dos funcionários no ato de sua contratação, para 109 entrevistados que representam (88,62%) responderam de maneira positiva sobre a política adotada na admissão, como fator de relevância no inicio do relacionamento em seu ambiente de trabalho. Mas para 14 pessoas (11,38%) negam conhecer qualquer forma de política. 81 15) Os funcionários recebem manual de procedimentos, para conscientização das normas e obrigatoriedade para execução de suas atividades? Gráfico 20 - Oferta de manual de procedimentos acerca das normas e obrigatoriedade na execução de suas atividades Sim 17,07% Não 82,93% Fonte: Questionário aplicado na pesquisa, 2012 Para a maioria dos colaboradores 82,93% a empresa fornece o manual de procedimentos de conhecimentos de normas e obrigatoriedade de execução das atividades, já para 17,07% desconhece o recebimento de manual. 82 7 CONCLUSÃO A monografia abordou a temática qualidade de vida no trabalho por meio de um estudo cujo objetivo foi captar as percepções dos trabalhadores sobre a relevância da qualidade como atributo essencial à vida, visando compreensão sobre como a empresa em que trabalham se comporta diante de suas variáveis. Diante deste contexto, observou-se a importância das organizações buscarem através da conscientização de cada colaborador, o desejo de se criar um ambiente mais humano, buscando soluções para questões que envolvem a satisfação dos mesmos, pois o trabalho é o diferencial que contribui para o desenvolvimento, crescimento, satisfação e realização profissional e pessoal. Diante de tantas necessidades, o presente estudo foi desenvolvido a partir do objetivo de se conhecer a percepção dos colaboradores da DG CONSERVADORA LTDA sobre a qualidade de vida no trabalho. O estudo partiu do pressuposto que a qualidade de vida no trabalho é imprescindível para as organizações, visto que ela traz consigo maior competitividade e produtividade, pois trabalhadores satisfeitos são motivados e comprometidos com seu trabalho. Pode-se constatar que a empresa pesquisada apresenta condições favoráveis no atendimento das condições de trabalho, tais como clima organizacional adequado, liberdade na programação das tarefas, investimento em formação e política de igualdade e oportunidades. O tema QVT no contexto estudado foi conhecido preliminarmente através de observações na organização, nos postos de trabalhos e posteriormente, com observações e reflexões na aplicação do questionário e entrevista, que possibilitou aos colaboradores a oportunidade da reflexão e conscientização da QVT com base em suas experiências. O estudo proporcionou um conjunto de conhecimento sistematizado sobre a qualidade de vida no trabalho com a relevância de apresentá-lo como de grande importância para o desenvolvimento do trabalhador e da empresa. Constatou-se mediante o questionário que a empresa acata integralmente a legislação trabalhista e observa os padrões legais. Confirmou também que os recursos de trabalho e equipamentos são adequados e de 83 qualidade. O ambiente é limpo, confortável e bem estruturado, e os funcionários trabalham dentro dos padrões de saúde exigidos por lei. Com o intuito de amenizar, suplantar e até extinguir esse desafio, notouse que a organização procura criar incentivos e meios para a melhoria da produtividade, sendo que estes vão além da remuneração e gratificações, buscam promover a qualidade, proporcionar maior resistência ao estresse, tornando-os mais motivados para desenvolver seu trabalho com mais eficiência, apresentando maior estabilidade emocional, melhorando a sua autoestima e relacionamento. Observou-se que um dos pontos favoráveis durante a entrevista, foi a conscientização da maioria, quanto à política de remuneração, que está compatível com as necessidade pessoais, demonstrando a importância da satisfação com o trabalho e conseqüentemente aumento de produtividade. 84 8 PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DA QVT NA DG 8.1 Título do Projeto Importância da Qualidade de Vida no Trabalho 8.2 Objetivo do Projeto Propor sugestões de melhoria da Qualidade de Vida no Trabalho 8.3 Objetivos Específicos Envolver a participação dos gestores da empresa, em relação ao levantamento e apresentação dos dados; Criar formas de intensificar a participação dos colaboradores e seus pares, promovendo maior interação e companheirismo; Despertar a conscientização dos gestores visando promover a qualidade de vida do trabalhador, que visa facilitar e satisfazer as necessidades do trabalhador ao desenvolver suas atividades na organização; Avaliar o grau de comprometimento dos colaboradores, através da satisfação com o trabalho e conseqüentemente procurar desenvolver um ambiente mais humano. 8.4 Descrição A complexidade do tema QVT no contexto estudado foi conhecida preliminarmente através de visitas na organização, nos postos de trabalhos e posteriormente, com observações e reflexões na aplicação do questionário, que possibilitou aos colaboradores a oportunidade da reflexão e conscientização da QVT com base em suas experiências. Ações de melhoria na Qualidade de Vida do funcionário podem gerar um aumento da produtividade da companhia. Limongi-França (2004, p. 42) afirma que há uma “íntima correlação entre melhoria da Qualidade de Vida das pessoas e estilo da vida dentro e fora da organização” e que essa melhoria 85 “causará impacto na excelência e na produtividade dos indivíduos em seu trabalho”. Tendo em vista que o QVT esta relacionado com a satisfação do funcionário, pode-se constatar conforme pesquisa aplicada na empresa, a existência de um elevado grau de satisfação dos funcionários para com a mesma, de acordo com os gráficos confeccionados para demonstração de tais resultados. No entanto, pode-se ainda constatar que alguns fatores devem ainda ser melhorados e outros ainda implantados. Um dos pontos que pode ser trabalhados, esta relacionado ao desgaste emocional e/ou sofrimento psicológico. Tendo em vista que importância da implantação QVT consiste com o objetivo primordial que o desenvolvimento e melhoria do nível da saúde do ser humano, que é o completo bem estar físico, mental e social, propõe-se neste projeto a implantação de um acompanhamento psicológico. Sugere-se ainda a implantação de treinamentos visando a reciclagem dos colaboradores. Estima-se que diante de tais ações haverá um aumento no nível de satisfação do funcionário para com a empresa e com seu desenvolvimento. 8.5 Custos do Projeto Tabela 6 - Custos para implantação do Projeto de QVT na DG Conservadora Atividades Profissional Valor (R$) Consultoria/Treinamentos 2.000,00 Acompanhamento Psicológico 2.500,00 Materiais Didáticos 800,00 Material de escritório 90,00 Aluguel/ Sala 600,00 Total 5.990,00 Fonte: Elaborado pela autora auto- 86 8.6 Cronograma do Projeto Figura 7 - Cronograma de implantação do projeto de QVT na DG Conservadora 2012 ATIVIDADES / PERÍODOS 8 1 Reunião com o Gerente X 2 Definição do Profissional X 3 Contratação do Profissional 4 Aplicação do Programa 5 Mensuração dos Resultados 9 10 11 X X 12 X X X Fonte: Elaborado pela autora 8.7 Benefícios esperados Espera-se com tais ações um conjunto de conhecimento sistematizado sobre a qualidade de vida no trabalho com a relevância de apresentá-lo como de grande importância para o desenvolvimento do trabalhador e da empresa. Sendo que uma das preocupações que os empresários e administradores têm hoje, com relação aos trabalhadores, é justamente no sentido da humanização. Visando que uma empresa mais humanizada agrega valores, promovem melhoria na qualidade de vida e no trabalho, buscam relações mais justas e livres de preconceitos, além de contribuírem para o crescimento e desenvolvimento das pessoas tornando-as mais satisfeitas com suas atuações. 8.8 Considerações finais A importância da implantação QVT consiste com o objetivo primordial que o desenvolvimento e melhoria do nível da saúde do ser humano, que é o completo bem estar físico, mental e social. O grande diferencial quando se fala em satisfação, percebe-se que quanto maior o seu grau, maior comprometimento e melhores resultados. 87 Buscar um ambiente de trabalho mais humano, que proporcione evolução profissional e pessoal, traz tanto para empregador como para empregado vínculos mais forte, que geram benefícios para ambos. 88 REFERÊNCIAS ALBUQUERQUE, Lindolgo Galavão de. A gestão estratégica de pessoas. In: FLEURY, Maria Tereza Leme (Org.). As Pessoas na Organização. São Paulo: Gente, 2002. BARROS, Claudius Dartagman C. de. Qualidade & participação: o caminho para o êxito. São Paulo: Nobel, 2002. BASIL, Douglas; COOK, Curtis. O empresário diante das transformações sociais, Econômicas e Tecnológicas. 2. ed. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1999. BOM SUCESSO, Edna de Paula. Relações interpessoais e qualidade de vida no trabalho. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1998. BOUDREAU, John W.; MILKOVICH, George T. Administração de recursos humanos. São Paulo: Atlas, 2000. 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São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1983. 91 APÊNDICE 92 APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO APLICADO AOS FUNCIONÁRIOS DA DG CONSERVADORA LTDA - PARACATU/MG. FICHA DOS DADOS PESSOAIS DOS ENTREVISTADOS Seu cargo/ Função atual na empresa:________________ Gênero: ( ) Masculino ( ) Faixa Etária : ( ) até 18 a 23 anos ( ) de 30 a 35 anos ( ) de 42 a 46 anos ( ) Acima de 53 anos Feminino ( ) de 24 a 29 anos ( ) de 36 a 41 anos ( ) de 47 a 52 anos Tempo de trabalho na empresa: ( ) 06 meses a 1 ano ( ) de 1 a 5 anos ( ) de 06 a 11 anos ( ) de 12 a 17 anos ( ) de 18 a 23 anos ( ) Acima de 23 anos Grau de escolaridade completa: ( ) Nível Básico ( ) Nível Médio ( ) Nível Superior ( ) Outros Estuda Atualmente: ( ) Sim ( ) Não 01) A empresa disponibiliza equipamentos e materiais necessários para execução de suas tarefas? ( ) Sim ( ) Não 02) O seu trabalho se associa a algum desgaste emocional e/ou sofrimento psicológico? ( ) Sim ( ) Não ( ) Ás vezes 03) A empresa oferece aos funcionários um local de trabalho limpo agradável e organizado? ( ) Sim ( ) Não ( ) Ás vezes 04) A jornada de trabalho está adequada aos padrões legais? ( ) Sim ( ) Não 05) ( ) Sua jornada de trabalho interferi na sua vida particular? Sim ( ) Não ( ) Ás vezes 06) Existe liberdade para planejar as prioridades do seu trabalho e para executá-lo dentro do ambiente organizacional? ( ) Sim ( ) Não ( ) Ás vezes 07) Há fornecimento, por parte da empresa, de retorno ao trabalhador sobre suas atitudes, comportamentos e resultados? ( ) Sim ( ) Não ( ) Ás vezes 93 08) Existem políticas de incentivos que buscam desenvolver as potencialidades das pessoas e visam facilitar o processo de educação continuada? ( ) Sim ( ) Não 09) Você considera seu trabalho uma forma de crescimento e realização pessoal e profissional? ( ) Sim ( ) Não ( ) Ás vezes 10) A empresa tem políticas e programas de treinamento e desenvolvimento sólidos e sistematizados para todas as funções? ( ) Sim ( ) Não ( ) Ás vezes 11) A política de remuneração está dignamente compatível com suas as necessidades pessoais? ( ) Sim ( ) Não 12) Na empresa, seus colegas são discriminados pela aparência, estilo de vida, sexo, raça ou religião? ( ) Sim ( ) Não ( ) Ás vezes 13) A gestão da empresa transmite segurança para a manutenção dos empregos? ( ) Sim ( ) Não 14) A empresa adota a política de integração e interação dos funcionários na ato de sua contratação? ( ) Sim ( ) Não 15) Os funcionários recebem manual de procedimentos, para conscientização das normas e obrigatoriedade para execução de suas atividades. ( ) Sim ( ) Não