Curso de Formação Básica em Dinâmica dos Grupos
Caxias do Sul – RS
Coordenação: Doralício Siqueira Filho e Roberto Scola
INCLUSÃO:
UMA QUESTÃO DIALÉTICA
ADRIANA MARQUES RECH
LUCIANA RODRIGUES BARRO
LUCIANE LAZZARETTI
VIVIANE FIALHO ALMEIDA
OBJETIVOS
Objetivo geral
Abordar os conceitos de
inclusão,
focando a dialética desta
questão.
Objetivos específicos
Fundamentar teoricamente a
inclusão.
Caracterizar as diversas formas
de manifestação da inclusão
grupal e individual.
Identificar possíveis sentimentos
que surgem através da inclusão.
Utilizar a ferramenta de pesquisa
qualitativa para colaborar com as
hipóteses elencadas.
JUSTIFICATIVA
O desejo de estudar mais profundamente o tema da
inclusão surgiu através do funcionamento e vivência no
Grupo de Formação da SBDG Turma 153. Percebeu-se,
através da dinâmica grupal, que mesmo já estando no
módulo III, sentimentos de inclusão e exclusão dentro do
grupo eram constantemente trazidos para o campo grupal.
Inclusão, segundo a definição do dicionário Aurélio, significa
compreender, abranger; conter em si; inserir, introduzir;
estar incluído ou compreendido; fazer parte. Neste sentido o
conceito de inclusão é estruturante tanto para o indivíduo
enquanto ser único quanto ser grupal.
Em nossas vidas estamos sempre inseridos em grupo,
pensando nisso e no funcionamento do nosso grupo de
formação da SBDG, abordaremos a inclusão.
Será discutido se a inclusão é um processo grupal,
individual ou ambos?!
QUESTÕES NORTEADORAS
1. Você se sente incluído no seu grupo de
formação? Por quê?
2. Pensando no início da formação, você se
sentia incluído no grupo?
2. O que você faz para ser incluído?
3. Na possibilidade de não se sentir inserido no grupo, quais
seus sentimentos em relação a isso? Qual suas atitudes?
4. Na possibilidade de se sentir inserido no grupo, que
atitudes contribuíram para isso?
5. Em sua opinião, quando existem membros que não se
sentem incluídos no grupo,
PROCEDIMENTOS
METODOLÓGICOS
Pesquisa exploratória
Estudo de caso
Pesquisa de campo
Delimitação da população ou do objeto de estudo
Esta pesquisa foi desenvolvida baseando-se no questionário
aplicado no Grupo 153 da SBDG.
Técnicas de coleta e análise de dados
Para a coleta e análise de dados foi realizado um
questionário com perguntas abertas para o grupo
Metamorfose da SBDG.
ANALISE DOS RESULTADOS
A respeito da inclusão, no início da formação, alguns
integrantes do grupo afirmaram não sentirem-se incluídos.
Pode-se perceber o desejo de receber atenção ou medo de
não receber, desejo de efetuar interações e de ser
compreendido.
“Não. Sentia medo de ser mal interpretada e excluída. Tinha
medo de que as pessoas não gostassem de mim ou de
alguma coisa que eu dissesse. Mas acho que era um
sentimento meu, não do grupo...”.
“Não. Primeiro preciso conhecer
as pessoas que fazem parte do grupo”
ANALISE DOS RESULTADOS
Porém, no terceiro módulo, a maioria dos membros do grupo
sentem-se incluídos.
“Sim... me sinto tranqüila para me abrir e contar os meus
sentimentos sem nenhuma restrição”.
“Sim, me sinto incluída no grupo de formação, porque quando falo
tenho a sensação de estar sendo escutada. Consigo participar das
atividades e mesmo quando não me posiciono me sinto incluída”.
“Atualmente me sinto aceita e acolhida devido a atenção que todos
podem me dar”.
“Sim porque me sinto ouvida e querida.”
“Sim, sou ouvida, me sinto respeitada, sinto que faço parte da
dinâmica (movimentos) do nosso grupo.”
“Sim, já troquei diversas vezes de papéis e me senti aceita”
ANALISE DOS RESULTADOS
Dos 14 questionários respondidos, 13 membros afirmaram que sentem-se,
atualmente, incluídos no grupo. Conforme descrições acima, as questões
de respeito, da escuta, da aceitação estão bastante claras. As afirmações
demonstram o relacionamento e os sentimentos de afeto entre o grupo
muito mais do que a ansiedade de pertencer ou não a este grupo, que é a
característica da inclusão.
Considerando o momento que o questionário foi aplicado, fim da formação,
o grupo já teria passado pelas três fases: inclusão, controle e afeto, já
distante dos sentimentos da primeira fase do grupo. Algumas respostas
confirmam esta hipótese:
“Sim. Penso que seja uma caminhada que foi construída pouco a pouco.”
“Sim, já ultrapassamos o período de adaptação, aceitação e controle.”
“No início estávamos nos conhecendo, estávamos nos preparando para
nos sentirmos incluídos. Acho que a inclusão vem com a confiança que
tenho das pessoas que participam do grupo, de estar aberta para entender
seus comportamentos e opiniões e sentir que elas também estão abertas
para entender os meus. Por isso, no começo, penso que para mim não
tinha um sentimento de inclusão, esse sentimento foi construído”.
“...Conforme fui amadurecendo fui entendendo que era um reflexo da minha
insegurança. Mas também acho que a proximidade e o maior tempo de
convivência faz com que percamos esse tipo de medo”
ANALISE DOS RESULTADOS
Entende-se que quanto mais verdadeiro o indivíduo for, a
possibilidade de ser incluído no grupo é maior.
Conforme questionário aplicado, segue relatos dos colegas:
“Sim, quando sou verdadeira, me sinto incluída”.
“Sim, porque não tenho medo de não ser ouvida ou de ser
esquecida. Também não tenho medo de me expor...”
“Sim, pois me sinto a vontade de falar o que penso e não
tenho receios...”
ANALISE DOS RESULTADOS
Uma dos membros não sente-se incluído:
“Não 100%. Porque o grupo não aceita todos igualmente,
digo, alguns são escolhidos para serem protegidos e outros
como bode espiatório, etc...”.
O termo escolha, para este membro, aparece como uma
responsabilidade do grupo, como se ele mesmo não fizesse
parte deste processo. É possível pensar que as escolhas
deste indivíduo o levaram a não desempenhar nenhum
papel idealizado por ele e ficar/se sentir a margem do grupo.
Neste caso, não existe a consciência das escolhas pessoais
e responsabilidade pela própria vida.
ANALISE DOS RESULTADOS
Por outro lado pode-se observar que também existe a
consciência de responsabilidade pessoal, ou seja, o indivíduo
percebe que suas atitudes é que fazem o grupo reagir a ele:
“Não me senti acolhida devido as minhas atitudes de auto
proteção”.
“Não. Sentia que o grupo não me aceitava, assim como eu
também não me aceitava”.
“Acho que a pessoa que não se sente incluída deveria se
questionar porque e não culpar o grupo por isso. Novamente,
acredito que a reação do grupo seja reflexo das
atitudes/pensamentos da pessoa. A pessoa que não se sente
incluída deve ser sincera e colocar isso ao grupo (obvio que
isso só acontecerá quando o grupo atingir determinado grau de
maturidade, não será no início da formação).”
ANALISE DOS RESULTADOS
A responsabilidade pelas próprias escolhas deve-se à consciência de
si mesmo que, conseqüentemente, cria um relacionamento verdadeiro
com si mesmo e com o outro. O auto-conhecimento, conforme já citado
em estudos da SBDG, é um dos ganhos desta vivência de formação
em dinâmica de grupo. Através do amadurecimento do grupo e dos
membros individualmente é possível experimentar ser verdadeiro.
Através de algumas respostas é possível perceber a busca por autoconhecimento e autenticidade no relacionamento entre os integrantes
deste grupo.
“Sempre que discordo de alguma coisa, me coloco, dizendo o que me
incomoda e procurando resolver os meus conflitos com a pessoa ou
com a situação...”
“Converso com as pessoas, se tenho algum problema com alguém
tento conversar com a pessoa para resolvê-lo... Também sempre
procuro expor minha opinião dentro do grupo...”
“Contato interpessoal, penso o que falo”
“Procuro estar aberto a mim e ao outro”.
“Me aceito como sou e procuro entrar no grupo”.
ANALISE DOS RESULTADOS
Ainda refletindo sobre o amadurecimento das relações dentro do grupo, foi
possível identificar através dos questionários, apenas duas das três formas
de funcionamento individual na busca pela inclusão.
SUPERSOCIAL:
“falo sempre, não consigo me segurar. E procuro sempre buscar a atenção
do grupo quando quero me colocar”.
SOCIÁVEL:
“Me sinto incluída através de minha participação, contribuição, do meu
silêncio”
“Participo falando e fazendo silêncio...”
Acredita-se que o funcionamento subsocial não foi descrito, assim como os
sentimentos característicos da fase da inclusão, pois o grupo já havia
passado desta fase. No final da formação, o aprendizado sobre a
sinceridade/ verdade nos relacionamentos já está sendo construído.
PRINCIPAIS BIBLIOGRAFIAS
ROGERS, Carl R:
Grupos de Encontro
SHUTZ, William Carl:
Inclusão
ZIMERMAN, David E:
Como trabalhar em Grupos
’Devia ter arriscado
mais
E até errado mais
Ter feito o que eu
queria fazer...
Queria ter aceitado
As pessoas como
elas são
Cada um sabe alegria
E a dor que traz no
coração...
Devia ter me importado
menos
Com problemas
pequenos
Queria ter aceitado
A vida como ela é´
Epitáfio Titãs
Composição: Sérgio Britto
FIM...
Perguntas?...... Sugestões?.....
Dúvidas?..... Essas até nós temos ainda!!!
Obrigada!!!!!
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