OS EMPREENDEDORES
BRASILEIROS DA DÉCADA DE 90:
DESEMPENHO DAS EMPRESAS
BASEADAS EM CONHECIMENTO
Prof. Luiz Antônio T. Vasconcelos
e Prof. Miguel Juan Bacic
IE - UNICAMP
OS EMPREENDEDORES BRASILEIROS DA DÉCADA DE 90:
DESEMPENHO DAS EMPRESAS BASEADAS EM
CONHECIMENTO.
Miguel Juan Bacic
RESUMO
A palestra apresenta os resultados de pesquisa sobre
os fatores que contribuíram com a formação de novas
empresas industriais e de serviços durante a década de
90 no Brasil. Mostra o perfil do empreendedor e a
importância de fatores tais como o nível de
escolaridade, o trabalho anterior e a rede de contatos
para o sucesso da empresa nascente. Apresenta
informações sobre as empresas com base no
conhecimento (p. ex. informática).
Objetivos da pesquisa

Objetivo: Contribuir para a formulação
de
políticas
públicas
visando
a
promoção de novos empreendimentos
industriais e de base tecnológica.
Objetivos da pesquisa
Foram
estudados
empreendimentos
de
América
Latina (Argentina, Brasil, México, Costa Rica e Peru) e
Lesta Asiático (Japão, Coréia do Sul, Taiwan e
Singapura).
Pesquisa
financiada
pelo
Desenvolvimento do Japão.
BID
e
o
Banco
de
A Pesquisa no Brasil

Período da Realização:


Etapa 1: Planejamento e formulação da
pesquisa (1999/2000);
Etapa 2: Desenvolvimento
(2000/2001).
da pesquisa
Caracterização da Amostra

Abrangência:


Empresas industriais convencionais: têxtil,
metalúrgica, mecânica, cerâmica, etc
Empresas
intensivas
em
conhecimento:
software,
dados,
negócios
de
telecomunicações e relacionados à Internet
Caracterização da Amostra

Abrangência: empresas que


Foram constituídas a partir de 1990 ...
e localizadas nas regiões metropolitanas de
Campinas e São Paulo (região metropolitana) e
no município de Americana.
Caracterização da Amostra


As empresas pesquisadas foram divididas em
dois grupos:
 Grupo objetivo (target): empresas com mais
de 15 empregados e com maior potencial de
crescimento; e
 Grupo de controle (control): empresas com
menos de 10 empregados.
Base de Dados: 169 empresas, 120 do grupo
objetivo; 49 do grupo de controle
Caracterização da Amostra

Distribuição geográfica das empresas:


43 empresas na Região Metropolitana de Campinas,
incluindo Indaiatuba e Americana (predominância de
PEs); e
126 empresas na Região Metropolitana de São
Paulo.

Distribuição por Setor:

57 empresas de conhecimento; e

112 do setor convencional.
Características das Empresas
e dos Empreendedores


Tempo médio decorrido entre a idéia de
se tornar empreendedor e o início do
primeiro negócio: 3 anos.
A maioria das empresas foi criada por
mais de um sócio, em geral 2 ou 3
sócios.
Características das Empresas
e dos Empreendedores



O sócio fundador é, em 89% dos casos, do sexo
masculino e com idade média de 41 anos.
Pensou em tornar-se empreendedor aos 27 anos,
iniciou seu primeiro empreendimento aos 30 anos de
idade e começou o empreendimento atual aos 34
anos.
Em 47% dos casos o empreendedor teve sua origem
social na classe média, em 29% dos casos na classe
média-baixa e em 16% na classe baixa.
Características das Empresas
e dos Empreendedores

Independentemente do porte atual, a maioria
das empresas iniciou com pequeno montante
de capital:

em 80,9% dos casos, inferior a 100 mil dólares;

em 97%, inferior a 500 mil dólares.

Observe-se que estes pequenos investimentos
(todos abertos depois de 1990) geravam, no
momento da pesquisa, 30 empregos em média.
Fatores necessários
Modelo teórico
Incubação
Motivações
Competências
Redes
Recursos financeiros
Etapas
Início
Consolidação
O processo de
empreender
Incubação - Primeiro estágio:
a maturação da idéia.
Principais motivações para
iniciar o empreendimento
Principais motivações para
iniciar o empreendimento
Busca de auto-realização;
 Vontade de por em prática os
conhecimentos; e
 Desejo de aumentar os rendimentos.

A busca de status e a riqueza não foram
consideradas importantes: motivações endógenas
como principais impulsionadoras da decisão.
Propensão a correr riscos
Empreendedor tende a assumir riscos:
Posição pessoal em relação à seguinte afirmação: “freqüentemente
assumo riscos quando tomo decisões relacionadas com minha
empresa”
Principais fatores que influenciam
na decisão final de empreender



Identificação de demanda crescente para os
produtos (maioria dos casos).
Fatores não monetários e monetários:
importância semelhante na decisão de abrir
a empresa (45% e 55%, respectivamente).
Empresas do grupo mais dinâmico (target):
maior importância aos fatores
não
econômicos.
Principais fatores que influenciam
na decisão final de empreender

Realização de estudos prévios à abertura da
empresa:

Projeções de vendas e custos (80%);

Cálculo da renda esperada (53%);

Plano de negócios detalhado (50%);


Comparação resultados esperados versus projetos
alternativos (32%);
Comparação renda esperada versus ganhos como
empregado (35%).
Principais fatores que influenciam
na decisão final de empreender

Fatores econômicos menos favoráveis:

Impostos (60,9%);

Custos de abertura (45,6%);

Disponibilidade de financiamento (36,7%); e

Risco de falência (33,1%).
Principais fatores que influenciam
na decisão final de empreender

Fatores econômicos positivos:



Expectativa de melhora da renda (86,4%);
Tamanho e
(76,3%); e
crescimento
do
mercado
Crescimento esperado da economia nacional
(64,5%).
Educação

Educação: elevada em comparação a média da população
com destaque para as empresas com base no
conhecimento
Local de aquisição das competências
empresarias
O trabalho anterior é o local onde o empreendedor adquire as
competências empresariais. Universidade tem papel importante na
aquisição de conhecimento técnico
Bases de aquisição de tecnologia para
iniciar a empresa

Experiência profissional e educação pósuniversitária são fundamentais para aquisição
de tecnologia para iniciar a empresa
Papel da Educação e da Experiência
na Aquisição de Competências
Empresariais

Capacidades
resultado:



empreendedoras
são
o
da articulação de experiência anterior no
trabalho (conhecimentos e relações);
de estudos superiores; e
de um contexto familiar e social favorável.
Papel da Educação e da Experiência
na Aquisição de Competências
Empresariais: as redes



Trabalho, estudos superiores (especialmente de
pós-graduação), colegas, família e amigos são a
base a partir da qual se formam as redes de
relacionamento, que são fundamentais para o
desenvolvimento do negócio.
Estas redes podem ser de origem pessoal (família,
amigos, colegas) ou decorrentes da atuação
profissional anterior do empresário (fornecedores,
clientes).
Finalmente existem as redes institucionais
(universidades, SEBRAE, Associação Comercial,
organismos de apóio, com papel menos importante
que aquele das outras duas redes)
Papel da Educação e da Experiência
na Aquisição de Competências
Empresariais

Empreendedores
objetivo:




de
empresas
do
grupo
Maior experiência anterior;
Rede maior de relações profissionais;
Nível superior de instrução; e
Estudos mais aprofundados na análise da viabilidade
do empreendimento.
Como resultado, essas empresas têm maior
capacidade de crescimento comparativamente às
do grupo de controle.
Fontes de informação relevantes para identificar
a oportunidade que originou a idéia de negócio
%
Fonte
Experiências em trabalhos/atividades anteriores
Interação/discussão com outras pessoas
Participação em feiras comerciais
Revistas
Leitura de jornais
Leitura de artigos acadêmicos
Outros
Internet
Televisão, radio
Média de mençoes
Total
78,1
71,0
37,3
29,0
26,0
13,0
8,9
8,3
4,1
2,8
Principais caractéristicas das pessoas que
contribuiram com informações para
identificar a oportunidade de negócio
A identificação da oportunidade


Verifica-se a importância do trabalho anterior e o
das redes profissionais para identificar a
oportunidade de negócio.
A identificação da oportunidade necessita de uma
acumulação anterior de competências e
relacionamentos, processos que visem estimular o
surgimento de novas empresas, que não
considerem este fator estão fadados ao fracasso.
Por outro lado, a interação deve ser com
interlocutores qualificados, que tenham
experiência e visão profissional: executivos ou
pessoas empregadas, que contribuam com o
levantamento de aspectos de aspectos críticos para
qualificar a oportunidade.
Papel das redes no referente ao fornecimento de
informações para iniciar a empresa




Nas empresas convencionais o papel mais importante é
cumprido pelos amigos e fornecedores da região, ficando em
terceiro lugar os conhecidos.
Nas empresas com base no conhecimento a ordem de
importância é: amigos, conhecidos e consumidores da região.
Isto parece mostrar que as primeiras tendem a ser mais
orientadas aos aspectos relativos à produção e as segundas
às necessidades dos clientes.
Outro aspecto no qual é possível observar sensíveis diferenças
entre as duas categorias é no papel dos diversos componentes
da rede institucional, bem mais ativos no caso das
empresas com base no conhecimento: professores,
universidades e instituições (SOFTEX) parecem apoiar melhor
esta classe de empreendimento. A associação comercial é mais útil
para as empresas tradicionais.
Papel das redes no referente ao fornecimento da
tecnologia-chave para iniciar a empresa




Nas empresas com base no conhecimento amigos,
conhecidos e professores foram os componentes mais
importantes.
Nas empresas tradicionais, os fornecedores, amigos e
conhecidos tiveram o papel mais importante.
Fica claro, nesse caso a dinâmica diferente existente entre as
duas categorias de empresas. As empresas tradicionais
dependem de fornecedores para o acesso à tecnologia, as
empresas com base no conhecimento têm maior espaço de
criação ou pesquisa para obter a tecnologia.
Os componentes institucionais, especialmente professores e
universidades mostraram-se novamente bem mais
importantes no caso das empresas com base no
conhecimento.
O processo de
empreender
Segundo estágio: dando
início à empresa.
Fontes de Informação

Experiência profissional.

Educação formal.


Redes de relacionamento
(relacionamentos profissionais mais
relevantes que os pessoais).
Clientes (mais importante para
empresas intensivas em conhecimento).
Informações disponíveis ao
iniciar a empresa
Bases Competitivas do Período
Inicial de Funcionamento

Quanto aos clientes:


Predominantemente, vendas para outras
empresas, tanto PMEs quanto GEs.
Quanto aos produtos:


Em sua maioria já estavam disponíveis no
mercado (interno ou externo);
Busca de competitividade pela diferenciação
(adaptação do produto ao mercado local) e
por preços menores.
Estratégia de produto no
lançamento
Empresas com base no conhecimento são
mais inovadoras

Bases Competitivas do Período
Inicial de Funcionamento
O papel das GEs para o surgimento e
desenvolvimento das PMEs é mais
importante no Brasil relativamente à
América Latina:



Maiores oportunidades de negócios com
GEs;
Maior peso relativo da terceirização como
oportunidade de negócios.
Recursos Utilizados no Período
Inicial de Funcionamento





Rede de relacionamentos profissionais e
pessoais (compostas em geral de 1 a 8
pessoas).
Poupanças pessoais.
Utilização de máquinas de 2a. mão.
Créditos de fornecedores.
Adiantamentos de clientes.
O processo de
empreender
Consolidação - Terceiro
estágio: os três primeiros anos.
Principais problemas nos 3
anos iniciais
Fontes de apóio para resolver
os problemas
Restrições à Consolidação da
Empresa





Financiamento e administração do fluxo de
caixa.
Conquista de clientes.
Acesso a mão-de-obra qualificada.
Obtenção de informações sobre o mercado.
Administração operacional do negócio.
Principal mecanismo para atenuar essas
restrições: redes de relacionamento.
Fatores Favoráveis à
Consolidação da Empresa

Natureza da concorrência:



grau de intensidade;
porte dos concorrentes.
Estratégia competitiva:


Grupo de controle: estratégias mais
defensivas;
Grupo objetivo: estratégias mais
agressivas.
Fontes de Financiamento no início e nos 3
primeiros anos de vida
Fontes de Financiamento
Recursos próprios.
 Fornecedores e clientes (prazos de compra e
venda e adiantamentos).




Rede de relacionamentos pessoais.
Atraso no pagamento de impostos.
Crédito pessoal.
Crédito bancário é pouco importante.
O empreendedor ajusta o tamanho da empresa ao financiamento
disponível ou compra máquinas e equipamentos usados ou de
menor desempenho
Recomendações
Ações Estruturantes
Visando aumento da capacidade inovativa
das empresas na cidade de menor porte:


Ações
de
apoio
para
aumentar
a
especialização e a cooperação inter-firmas,
como meio para a produção intensiva em
conhecimento.
Evolução de segmentos de mercados preço-sensíveis
para mercados sensíveis a design e qualidade.
Ações Estruturantes
Visando aumento da capacidade inovativa das empresas
na cidade de menor porte:





Conscientização
dos
empresários
quanto
à
racionalidade econômica das ações cooperativas;
Criação de centros de apoio e serviços de informação
(novas tecnologias, mercados e quadro regulatório);
Cursos de treinamento;
Infra-estrutura de pesquisa e tecnologia (interação
instituições-empresas).
Ações Estruturantes
Visando aumento do nível geral de
educação:


Programas sistemáticos e continuados para
a educação formal.
Base sólida para a capacidade do aprender a
gerenciar; deveria preceder as ações de
capacitação tecnológica e gerencial.
Ações Específicas
Utilização do FGTS para constituição da
empresa (capital inicial).

Constituição de um fundo de garantia de
crédito comercial para fornecedores que
emprestem a prazo dilatado para
empresas nascentes e jovens (capital de
giro).

Ações Específicas
Implementação, ampliação e divulgação
de bancos de dados e informações (de
universidades, instituições de pesquisa e
outras instituições públicas) úteis à
constituição e administração da empresa
(perfis sócio-econômicos, estudos de
mercado e etc.).

Ações Específicas
Estimulo a cursos de formação de
empreendedores em universidades e
colégios técnicos.
 Destinação
de bolsas de instituições
públicas
de
pesquisa
apoiando
o
desenvolvimento de tecnologias aplicáveis
a novos negócios.

Características do estudo internacional

Amostra da pesquisa: 1.271 fundadores de empresas, 582 no Leste Asiático,
689 na América Latina
 Datas da pesquisa: As entrevistas locais foram conduzidas entre novembro de
2000 e fevereiro de 2001
 Amostra de países: Mais de 100 firmas dinâmicas em cada país; ao menos 30
firmas menos dinâmicas em cada país (grupo de controle)
 Países: Japão, Coréia, Singapura, Taiwan, Argentina, Brasil, Costa Rica,
México, Peru.
 Áreas metropolitanas: Tóquio, Kanagawa, Saitama, Chiba, Osaka, Hyogo,
Kyoto, Aichi; Seoul, Inchon, Pusan, Taegu, Kwangju, Taejon; Taipei, Kaoshung;
Cidade-estado de Singapura; Buenos Aires; São Paulo, Campinas; San José de Costa
Rica, Alajuela, Cartago, Heredia; Cidade do México, Guadalajara; Lima
 Áreas locais com pesada presença de PMEs: Kanazawa, Suwa; Ansan,
Shihung, Anyang Bucheon; TaiChung-Xian, TaiPei-Xian, Cidade De XienZhu;
Rafaela, Mar del Plata; Americana; Jalisco, León, Guanajuato, Puebla, Taxco,
Guerrero; Trujillo
 Localização das firmas: Áreas metropolitanas: 76% - Leste Asiático; 72% América Latina . Áreas locais: 24% - Leste Asiático; 28% - América Latina
Diferenças Ásia e AL

No Leste Asiático, as empresas crescem
a uma taxa maior e tornam-se maiores
do que na América Latina, existe um
número maior de grupos
empreendedores que estabelecem
empresas e há uma maior confiança na
criação de parcerias para superar os
problemas da falta de financiamento.
Diferenças Ásia e AL

No Leste Asiático, os empreendedores
lançam-se em empreendimentos
intensivos em conhecimento e as
empresas estão envolvidas com
exportações em um maior grau do que
os empreendimentos latino-americanos
Diferenças Ásia e AL

Aproximadamente dois terços das
firmas do Leste Asiático operam no
setor intensivo em conhecimento
enquanto somente um terço dos
negócios latino americanos estão
baseados neste setor.
Diferenças Ásia e AL

Os empreendedores do Leste Asiático
beneficiam-se de uma grande
mobilidade social, ao contrário do que
ocorre na América Latina: 48% dos
empreendimentos dinâmicos no Leste
Asiático foram fundados pelas classes
mais baixas e médias, enquanto que na
América Latina somente 28,6% dos
empreendedores vieram destas classes.
Diferenças Ásia e AL

O número de empreendedores que
continua com sua empresa inicial no
Leste Asiático é muito maior do que na
América Latina, sugerindo desta forma,
um ambiente de negócio mais
favorável, que torna possível aos
homens de negócios serem bem
sucedidos em seus empreendimentos
iniciais.
Diferenças Ásia e AL

Para os empreendedores latino-americanos, o
tempo que decorre entre pensar em um
negócio e lançá-lo é mais longo do que no
Leste Asiático, e há significativamente um
menor número de novos negócios no setor
intensivo em conhecimento, incluindo
softwares, call centers e informações
tecnológicas baseadas nas telecomunicações.
Diferenças Ásia e AL: vendas



A expansão dos empreendimentos é mais
intensa no Leste Asiático.
Isto é mostrado na evolução das vendas: os
novos empreendimentos dinâmicos do Leste
Asiático têm vendas mais elevadas no início e
suas vendas crescem mais rapidamente do
que entre as firmas latino-americanas.
No início as vendas das empresas do LA são o
dobro que na AL. Depois de 3 anos as vendas
são 5 vezes maiores.
Diferenças Ásia e AL: emprego



A expansão da força de trabalho, entretanto, é mais
similar em ambas as regiões.
No primeiro ano, as firmas do Leste Asiático
empregam em média 12 trabalhadores enquanto os
empreendimentos latino-americanos empregam 15
pessoas, e no terceiro ano de operações as firmas do
Leste Asiático empregam 30 trabalhadores e as
companhias latino-americanas, 26 trabalhadores.
As vendas por empregado no terceiro ano são em
média de $141.000 no Leste Asiático e de $33.000 na
América Latina. Esta diferença é explicada
provavelmente pelo uso mais elevado de
subcontratados e de maior número de novas firmas
que são intensivas em conhecimento no Leste
Asiático.
Ásia e AL: Incubação

O período de incubação das empresas é
relativamente longo. Do momento em que os
empreendedores começam a ter idéias até
identificarem a oportunidade de negócio, dois
a três anos decorreram entre os
empreendedores do Leste Asiático e quatro a
cinco anos se passaram na América Latina.
Uma vez que o nicho de mercado e de
produto foi identificado e a decisão de
começar foi adotada, os empreendedores
lançam seus negócios dentro de um ano.
LA e AL: motivações na
incubação
Gráfico : Principal motivação para iniciar um negócio dinâmico
100
80
% de
firmas 60
40
20
0
Realização
pessoal
Contribuir com a
sociedade
Aumentar a
renda
(fluxo)
Leste
Asiático
Tornar-se
rico
(estoque)
América Latina
Ser o
próprio
chefe
Tornar-se
admirado
na mídia
LA e AL: fontes para
identificar oportunidades
Gráfico : Fontes para identificar oportunidades
100
80
% de
firmas 60
40
20
0
Trabalho Redes
Prévio
Artigos Artigos Feira de Internet Papers
TV,
Comércio
Acadêmicos Rádio
de de
Jornal
Revista
Leste
Asiático
América Latina
LA e AL: Fontes de
oportunidades


A principal fonte de oportunidades nos novos
empreendimentos encontra-se na venda de produtos
ou serviços para outras companhias, particularmente
para pequenas e médias empresas.
A maioria dos novos empreendimentos fornece bens
manufaturados ou serviços na indústria de
conhecimento incluindo softwares e serviços
relacionados à Internet. O outsourcing e a
subcontratação são importantes fontes de negócios,
particularmente entre as firmas do Leste Asiático.
LA e AL :Fontes de
oportunidades


Em ambas as regiões, os empreendimentos
mais dinâmicos posicionam-se melhor que as
firmas menos dinâmicas, fornecendo aos
segmentos de mercado, nos quais a demanda
está crescendo.
A grande maioria das novas firmas em ambas
as regiões fornece para o mercado
doméstico, embora no final da primeira
década do negócio aproximadamente 40%
das firmas do Leste Asiático estejam
envolvidas com exportações.
LA e AL: Fontes de
oportunidades

As atividades inovativas são também
mais difundidas no Leste Asiático, onde
as firmas intensivas em conhecimento
são mais numerosas e uma maior
proporção de empreendimentos
manufatureiros e de serviços são
baseados em idéias inovativas.
LA e AL: redes




As redes – os contatos e relacionamentos do
empreendedor e de seus sócios – são um dos dois
fatores vitais no desenvolvimento dos negócios.
As redes são críticas às novas firmas a partir do
momento que as idéias do negócio são
primeiramente estudadas.
Mais de 70% dos empreendedores, em ambas as
regiões, disseram que a chave para identificar as
oportunidades de negócio é a “interação com as
pessoas” e a “experiência em um trabalho ou tarefa
prévia”.
Uma tendência geral em ambas as regiões é que as
firmas mais dinâmicas possuam maiores redes de
contatos pessoais e comerciais.
0
Leste
Asiático
América
Latina
Disponibilidade
financeira
Tornar-se rico
Recursos/ renda
familiar
Expectativa de
crescimento
No. e tamanho
dos
concorrentes
Tamanho e
crescimento do
mercado
Aumentar a
renda
% defirmas
LA e AL: fatores econômicos
ao iniciar o negócio
Gráfico : Principais motivos econ. para iniciar o funcionamento
100
80
60
40
20
LA e AL: fatores não econômicos
ao iniciar o negócio
Gráfico : Principais fatores não econômicos que influenciam na
decisão de iniciar o funcionamento
100
80
% de
60
firmas
40
20
0
Realização
própria
Enfrentar
desafios
contínuos
Contribuir
com a
sociedade
Leste
Asiático
Ser seu
próprio
chefe
América
Latina
Ser como
uma pessoa
que se admire
LA e AL: financiamento



A disponibilidade ou a falta de financiamento é um fator
importante na decisão de lançar uma empresa, mas não
tem uma influência tão grande nos empreendedores
quanto aqueles fatores que os motivam.
E, mesmo que o financiamento seja escasso, este fato não
impede o começo do negócio. Se o financiamento é um
problema, os estudos mostram que os empreendedores
conseguem encontrar uma maneira de superá-lo. fator
positivo.
Ao decidirem lançar uma empresa, a disponibilidade de
financiamento é considerada um fator positivo mais
freqüentemente no Leste Asiático do que na América
Latina.
Leste
Asiático
América
Latina
Atraso no pagamento
de impostos
Uso do limite do
cheque especial
Adiantamento dos
clientes
Empreendimentos
de capital
Governos locais
Investidores privados
Comprar equipamentos
de segunda mão
Créditos comerciais
Instituições públicas
nacionais
Parentes e amigos
Empréstimos
bancários
Economias de sócios
% defirmas
LA e AL: fontes de
financiamento
Gráfico : Onde conseguir financiamento no estágio de início de funcionamento
80
60
40
20
0
LA e AL: redes e inicio do
negócio



A habilidade para alcançar e para mobilizar recursos
não financeiros e financeiros é essencial para um
começo bem sucedido no negócio.
A experiência de trabalho anterior e as redes,
tipicamente, abrem as portas aos recursos
necessários para se lançar um empreendimento.
Mais de 80% dos empreendedores em ambas as
regiões disseram que suas experiências de trabalho
ajudaram-lhes a obter a tecnologia e os outros
recursos não financeiros incluindo as informações, as
matérias-primas, os projetos e os equipamentos.
Leste
Asiático
América
Latina
Contratar gerentes
Adaptar o produto
Conseguir fornecedores
adequados
Ter equipamentos
adequados
Contratar trabalhadores
qualificados
Financiamentos
Conseguir clientes
% defirmas
LA e AL: principais problemas
nos primeiros 3 anos
Gráfico : Principais problemasnos primeirostrês anos
80
60
40
20
0
LA e AL: empresas dinâmicas




Um traço comum das empresas mais dinâmicas é a de que
possuem as redes maiores e mais heterogêneas, que incluem as
ligações com os sócios-gerentes de PMEs e com os executivos
das grandes firmas.
Estas redes ajudam a alcançar os recursos necessários,
particularmente na fase de lançamento, e ajudam a identificar
oportunidades e a criar o projeto de negócio na fase da
incubação e a procurar sócios.
Os negócios mais dinâmicos são compostos por uma equipe de
sócios com funções especializadas e qualificadas.
Perfil demográfico típico de empreendedores dinâmicos: estão
por volta de 25 a 35 anos, freqüentaram uma universidade e
têm origem na classe média.
Em resumo:



Redes: Uns dos segredos do sucesso. As firmas
mais dinâmicas fazem grande uso de suas redes
sociais e de suas redes com os clientes,
fornecedores e dos contatos profissionais e
comerciais.
Teamwork: Uns dos segredos do sucesso. A
maioria das firmas dinâmicas é fundada por uma
equipe de empreendedores com qualificações
complementares.
O dinheiro não é tudo. As motivações dos
empreendedores incluem o desejo de
desenvolvimento pessoal, a contribuição com a
sociedade e melhoria da renda pessoal.
Em resumo:



Os empreendedores: Predominantemente homens,
idade média de 40 anos, graduados ou com pós
graduação; os negócios foram fundados quando tinham
30 anos; as economias pessoais financiaram o
lançamento do empreendimento.
Todas as firmas dinâmicas têm líderes com
experiência de trabalho relevante em setores
econômicos similares ou relacionados, e seus
fundadores possuem redes variáveis e extensivas.
Experiência de trabalho: Uns dos segredos do
sucesso. Dos trabalhos precedentes, os
empreendedores começaram a ter idéias, habilidades no
negócio e contatos profissionais, que criam a base para
lançar seus empreendimentos.
Em resumo:



Em um grau importante, os empreendedores dizem que a
instrução formal não têm um papel decisivo no estímulo ao
desejo de criar um empreendimento de negócio, embora seus
estudos na universidade forneçam-lhes o conhecimento
técnico relevante.
As firmas mais dinâmicas compartilham de estratégias de
negócio similares: servem a nichos de mercado com
demanda em crescimento, seu produto é diferenciado
pela qualidade e pelo serviço, seus clientes são as outras
firmas e muitos trabalham em relação de outsourcing.
A disponibilidade de financiamento é crítica em cada fase do
desenvolvimento do negócio, desde o início da incubação, no
início da empresa e no estágio do início do desenvolvimento.
Em resumo:


O ambiente de negócio latino-americano é
menos convidativo aos novos
empreendimentos: o financiamento é escasso, a
burocracia é intensa e os impostos e os custos
gerados pela burocracia governamental são
elevados.
O ambiente de negócio no Leste Asiático é
mais convidativo aos novos empreendimentos
porque o financiamento está muito mais
prontamente disponível na região e o outsourcing é
uma prática muito difundida, criando uma base de
clientes para as novas firmas.
Em resumo:




Os negócios do Leste Asiático crescem mais rápido e
tornam-se maiores do que os empreendimentos latinoamericanos.
Os negócios dinâmicos do Leste Asiático têm redes mais
estáveis e uma escala mais variada de contatos do que os
negócios dinâmicos na América Latina.
Na América Latina, a rede de contatos pessoais é maior
para as firmas mais dinâmicas, mas a rede de contatos
específicos de negócio é menor do que no Leste
Asiático.
Os empreendedores do Leste Asiático são influenciados pelos
modelos apresentados pela mídia, e eles encontram mais
oportunidades de mobilidade social com o empreendimento.
Recomendações para as
políticas públicas

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(a) O número de empreendedores dinâmicos deve ser
aumentado e as condições para o crescimento de seus negócios
devem ser melhoradas
(b) A experiência da indústria e a rede de negócios de
empreendedores devem ser a base para as políticas que visam a
promoção de empreendedores dinâmicos
(c) Promover novas firmas dinâmicas requer uma estratégia
integrada baseada em um processo de aproximação e em um
conjunto de instituições adequadas baseadas localmente
(d) Uma estratégia para promover os empreendimentos
dinâmicos é um investimento social, e requer uma visão a longo
prazo; mas tal estratégia pode também incluir algumas
iniciativas a curto prazo para acelerar seu impacto
Recomendações para AL
(a)
Ampliar a base de potenciais empreendedores:
estimulando as motivações e as habilidades de negócio
para criar e controlar novos empreendimentos
dinâmicos.
(b) Desenvolver recursos chaves: redes e equipes
empreendedoras
c) Acelerar a fase inicial: determinando o tempo certo para
a criação das firmas
(d) Desencadear o potencial de novos empreendimentos
pela eliminação de barreiras ao lançamento e ao
crescimento inicial
(e) Incentivar instituições diversas para que se engajem
em promover o empreendedorismo
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GESITI_Miguel_Juan_Bacic_26-06