UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE CURSO DE FISIOTERAPIA Regiane do Nascimento Pires AVALIAÇÃO DA CORRELAÇÃO DA PRÁTICA DA ATIVIDADE FÍSICA E QUALIDADE DE VIDA EM PACIENTES COM DIAGNÓSTICO DE INSUFICIÊNCIA CORONARIANA. BELÉM-PARÁ 2010 REGIANE DO NASCIMENTO PIRES AVALIAÇÃO DA CORRELAÇÃO DA PRÁTICA DA ATIVIDADE FÍSICA E QUALIDADE DE VIDA EM PACIENTES COM DIAGNÓSTICO DE INSUFICIÊNCIA CORONÁRIANA Trabalho de conclusão de Curso de Fisioterapia apresentada a Universidade da Amazônia como pré-requisito para obtenção da graduação em bacharel em fisioterapia. Orientador: Prof. Paulo Avila BELÉM-PA 2010 REGIANE DO NASCIMENTO PIRES AVALIAÇÃO DA CORRELAÇÃO DA PRÁTICA DA ATIVIDADE FÍSICA E QUALIDADE DE VIDA EM PACIENTES COM DIAGNÓSTICO DE INSUFICIÊNCIA CORONÁRIANA Trabalho de conclusão de Curso de Fisioterapia apresentada a Universidade da Amazônia como pré-requisito para obtenção da graduação em bacharel em fisioterapia. Orientador: Prof. Paulo Avila ___________________________________________________ Prof. Esp. Paulo Avila (Universidade da Amazônia) Orientador ____________________________________________ Prof. Ms. Saul Rassy (Hospital de Clínicas Gaspar Viana) Examinador externo ____________________________________________ Prof. Augusto Acácio (Universidade da Amazônia) Examinador interno Apresentado em: _____ / _____ / _____ Conceito __________ Belém – Pará 2010 RESUMO PIRES, R. N. Avaliação da correlação da prática da atividade física e qualidade de vida entre pacientes com diagnóstico de insuficiência coronariana. Universidade da Amazônia – UNAMA, Belém – PA, 2010. A doença arterial coronariana (DAC), em especial, o infarto agudo do miocárdio, é a principal representante das mortes súbitas. Estas doenças são as principais causas de mortes no Brasil, com cerca de 30% dos óbitos para todas as faixas etárias. No âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), 16,2% do total dos recursos públicos são gastos com essa patologia, totalizando R$ 7,2 milhões. A mortalidade proporcional causada pelas doenças cardiovasculares cresce progressivamente com a elevação da faixa etária. Obter uma qualidade de vida de coronariopatas é um desafio terapêutico e devido ao aumento de sobreviventes nesta categoria, houve um interesse maior de profissionais da área de saúde em estudar como oferecer uma qualidade de vida a essa população. A reabilitação de doentes coronarianos é uma tarefa sempre desafiadora para os profissionais da área de saúde. Nesse sentido, a prática de atividade física tem surgido como alternativa de tratamento e melhora da qualidade de vida desses pacientes coronarianos. Pesquisas mencionam importantes conexões entre a atividade física e a qualidade de vida, tais interações se manifestam claramente, considerando os efeitos benéficos da atividade física sistemática para o bem estar da pessoa. Este estudo teve como objetivo avaliar a correlação entre a prática de atividade física e a qualidade de vida em pacientes com diagnóstico de insuficiência coronariana, podendo ser classificado como hipotético-dedutivo e de corte transversal. A amostra foi constituída de 39 voluntários, sendo 24 masculinos e 15 femininos, na faixa etária de 45-65 anos, recrutados no Instituto de Previdência e Assistência de Belém (IPAMB). Empregou-se o International Physical Activity Questionnaire (IPAQ) para avaliar o nível de atividade física e o SF-36 para avaliar a percepção de qualidade de vida. Para avaliar a associação entre o nível de atividade física e os domínios de qualidade de vida dos pacientes, utilizou-se o coeficiente de correlação de Spearman. A freqüência de classificações de atividade física, segundo o IPAQ, foi de 14 indivíduos sedentários, o que corresponde a 35,90% da amostra; 13 foram classificados como insuficientemente ativos 33,33% do total; 12 classificados como ativos, 30,77%; e nenhum dos indivíduos pesquisados foi classificado como muito ativo. Observou-se que a atividade física apresentou correlações positivas e significantes com quatro domínios de qualidade de vida: Capacidade Funcional (CFU), Aspectos Físicos (AFI), Aspectos Emocionais (LAE) e Saúde Mental (SME). Portanto, com base nos resultados, pode-se concluir que a associação entre prática de atividade física e a qualidade de vida de pacientes com diagnóstico de insuficiência coronariana existe e é positiva. Palavras – chave: Doença arterial coronariana, qualidade de vida, atividade física. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 16 1.1OBJETIVOS .......................................................................................................................... 19 1.1.1 Geral .................................................................................................................................. 19 1.1.2 Específicos ......................................................................................................................... 19 2 REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................................ 20 2.1 ANATOMIAS DAS CORONÁRIANAS ............................................................................. 20 2.2 ARTÉRIA CORONÁRIA DIREITA.................................................................................... 21 2.3 ARTÉRIA CORONÁRIA ESQUERDA.............................................................................. 21 2.4 ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SUPRIMENTO SANGUINEO CORONARIANO....... 22 2.5 FLUXO SANGUINEO CORONARIANO NORMAL ........................................................ 23 2.6 DOENÇAS CARDIACAS ISQUÊMICAS........................................................................... 24 2.7 FATORES DE RISCO CORONARIANO........................................................................... 26 2.7.1Tabagismo.......................................................................................................................... 27 2.7.2 Hipertensão arterial (HAS) ............................................................................................. 28 2.7.3 Obesidade ......................................................................................................................... 29 2.7.4 Descondicionamento físico .............................................................................................. 30 2.7.5 Antecedente familiar ........................................................................................................ 31 2.7.6 Diabete melittus ................................................................................................................ 32 2.7.7 Dislipidemia ...................................................................................................................... 33 2.8 QUALIDADE DE VIDA ...................................................................................................... 34 2.8.1 Instrumentos para medir qualidade de vida em cardiopatas ...................................... 36 2.9 EXERCÍCIO FÍSICO ........................................................................................................... 37 2.9.1 Efeitos agudos do exercício físico sobre a função cardiovascular........................................... 38 2.9.1.1 Freqüência cardíaca ........................................................................................................ 38 2.9.1.2 Pressão arterial................................................................................................................. 38 2.9.1.3 Consumo de O2 .............................................................................................................. 39 2.9.1.4 Função ventricular........................................................................................................... 40 2.10 ESTUDOS EMPÍRICOS RELACIONADOS À PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA E QUALIDADE DE VIDA............................................................................................................. 42 3 METODOLOGIA .................................................................................................................. 43 3.1 TIPOS DE ESTUDO E ABORDAGEM .............................................................................. 43 3.2 LOCAL DO ESTUDO........................................................................................................... 43 3.3 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO.............................................................................................. 44 3.4 CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO.............................................................................................. 44 3.5 RISCOS E BENEFÍCIOS...................................................................................................... 44 3.5.1 Riscos.................................................................................................................................. 44 3.5.2 Beneficios........................................................................................................................... 44 3.6 COLETAS DE DADOS: ETAPAS E INSTRUMENTOS................................................ 45 3.6.1 Técnica da pesquisa.......................................................................................................... 45 3.6.2 Procedimentos para coleta de dados............................................................................... 45 3.6.3 Instrumentos para coletas de dados................................................................................ 45 3.6.3.1 Questionário de qualidade de vida SF-36 ....................................................................... 45 3.6.3.2 Questionário internacional de atividade física IPAQ...................................................... 48 3.7 TRATAMENTOS DOS DADOS.......................................................................................... 48 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................................... 53 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................ 62 REFERÊNCIAS........................................................................................................................ 64 APÊNDICE A - Indicadores do nível da prática de atividade física e qualidade de vida de pacientes com diagnóstico de insuficiência coronariana, entre 45 e 65 anos.............................. 68 APÊNDICE B - Termo de aceite livre esclarecido (TCLE)....................................................... 69 APÊNDICE C - Questionário Internacional de atividade Física (IPAQ)................................... 71 APÊNDICE D - Aceite da instituição........................................................................................ 72 APÊNDICE D - Aceite da instituição........................................................................................ 73 APÊNDICE E – Aceite do orientador........................................................................................ 74 ANEXO A – Questionário genérico de qualidade de vida SF-36............................................... 75 ANEXO B – Certificado de aprovação do CEP.......................................................................... 78 PIRES, N.R Correlação da atividade física e qualidade de vida em pacientes com diagnóstico de insuficiência coronariana. Trabalho de conclusão de curso (Bacharelado em Fisioterapia) – Universidade da Amazônia. 1. Atividade física 2. Insuficiência coronariana 3. Qualidade de vida AGRADECIMENTO Ao meu Deus, por ter me dado força nesta caminhada longa em busca do conhecimento. Aos meus pais, Angelo Pires e Maria do Socorro do Nascimento Pires (In memoria), pelo apoio incondicional. Ao professor Dr. Alessandro Correa, pelo apoio em todos os momentos que mesmo com as adversidades me proporcionou cursar fisioterapia. A meu Filho Arthur Correa, que me entendeu todas as vezes que não pude dar à atenção, por todas as vezes que não tive tempo de olhar a lição de casa, não por irresponsabilidade, mas por cansaço. Filho. A mamãe te ama! Aos meus irmãos, Geane Pires, Helen Patrícia Pires, Marcelo Pires. Obrigada! Aos meus avôs, José Ferreira e Raimunda Ferreira principalmente a minha avó por suas orações. As minhas Tias Maria José Ferreira, Raimunda Antonia Ferreira, Benedita Correa pelo pensamento positivo. Aos meus primos, Jaqueline Correa e Daniel Correa, pelo apoio em todos os momentos, por ter aceitado e todas as vezes que se dispuseram a ficar com o Arthur até mais tarde. Ao meu tio Sandoval, pelo apoio incondicional. A minha querida e adorável professora Carla Cristina Serrão, que iniciou esta caminhada juntamente comigo. Meu muito, muito obrigado! Ao meu orientador Paulo Ávila, meu muito obrigado! A toda família Mácola, Gilson Mácola, Nazaré Mácola, Zingará Mácola, por terem aberto as portas do local da pesquisa (adoro vocês). A Dr.ª Fernanda Velloso, muito obrigada por confiar em mim, indicando seus pacientes para minha pesquisa. A minha grande Amiga Thaise Vaz. Amiga, você é minha amiga do meu S2 muito obrigada! Por fim, só tenho a agradecer a Deus ter colocado pessoas maravilhosas em minha vida que só fizeram acréscimos a ela. Obrigada! Regiane do Nascimento Pires. DEDICATÓRIA Dedico essa monografia a Deus. A minha família Alessandro Correa e meu filho Arthur Correa com todo carinho. EPÍGRAFE “Ama-se mais o que se conquista com esforço” (Benjamin Disraeli) LISTA DE FIGURAS FIGURA- 1 Anatomia e fisiologia do suprimento sanguíneo coronariano ...................... 23 FIGURA- 2 Fatores do equilíbrio oferta/consumo de 02 pelo miocárdio ......................... 25 FIGURA- 3 Formação do trombo sobre placa aterosclerótica instável ........................... 26 LISTA DE QUADROS QUADRO- 1 Instrumentos genéricos utilizados na avaliação QV em cardiopatia isquêmica................................................................................................ 36 QUADRO- 2 Pontuação do SF-36 por item de questão.............................................. 46 QUADRO- 3 Pontuação do SF-36 por domínio........................................................... 47 QUADRO- 4 Classificação do nível de atividade física IPAQ.................................... 48 LISTAS DE TABELAS TABELA - 1 Classificação da PA (> 18 anos) ................................................................ TABELA - 2 Índice de massa corporal e hipertensão arterial (HAS), condições que 29 favorecem o desenvolvimento de doenças cardiovasculares (DCV).......... 30 TABELA - 3 Componente da síndrome metabólica segundo NCEP- ATP III. .............. 33 TABELA - 4 Valores de referência para o diagnostico da dislipidemia em adultos........ 34 TABELA - 5 Efeitos agudos do exercício físico sobre a função cardiovascular.............. 41 TABELA - 6 Distribuição da freqüência da classificação da atividade física de pacientes com diagnóstico de insuficiência coronariana, entre 45 e 65 anos, segundo o IPAQ................................................................................ TABELA - 7 53 Estatística dos indicadores de qualidade de vida de pacientes com diagnóstico de insuficiência coronariana entre 45 e 65 anos, segundo SF36................................................................................................................. 55 TABELA - 8 Estatística de associação entre os níveis da prática da atividade física entre 45 e 65 anos....................................................................................... 56 LISTAS DE GRÁFICOS GRÁFICO -1 Distribuição da amostra por sexo de pacientes com diagnóstico de insuficiência coronariana, entre 45 a 65 anos ......................................... GRÁFICO- 2 53 Distribuição de freqüência da Classificação Atividade Física de pacientes com diagnóstico de insuficiência coronariana, entre 45 a 65 anos, segundo o IPAQ............................................................................... GRÁFICO - 3 Boxplot dos indicadores de qualidade de vida de pacientes com diagnóstico de insuficiência coronariana, entre 45 a 65 anos................... GRÁFICO - 4 54 55 Relação entre os níveis de prática de atividade física e o indicador de capacidade funcional de pacientes com diagnóstico de insuficiência coronariana, entre 45 a 65 anos................................................................. GRÁFICO - 5 57 Relação entre os níveis de prática de atividade e o indicador de limitação aspectos físicos de pacientes com diagnóstico de insuficiência coronariana, entre 45 a 65 anos .......................................... GRÁFICO - 6 58 Relação entre os níveis da prática da atividade física e os indicadores de aspectos emocionais e pacientes com diagnóstico de insuficiência coronariana................................................................................................. 59 GRÁFICO - 7 Relação entre os níveis da prática da atividade física e o indicador de saúde mental da pacientes com diagnostico de insuficiência coronariana.................................................................................................. 60 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS AVDS - Atividade de vida diária ACD - Artéria coronária direita AS - Nó sino atrial AF - Atividade física AD - Átrio Direito AE - Átrio Esquerdo AVC - Acidente vascular cerebral DAC - Doença arterial coronariana DM - Diabetes melittus FR - Freqüência respiratória HDL - High Density Lipoproteins HAS - Hipertensão arterial sistêmica IAM - Infarto agudo do miocárdio IMC - Índice de Massa corpórea LDL - Density Lipoproteins OMS - Organização mundial de saúde PAS - Pressão arterial sistêmica SUS - Sistema único de saúde VE - Ventrículo esquerdo VD - ventrículo direito 16 1 INTRODUÇÃO A reabilitação de doentes coronarianos é uma tarefa sempre desafiadora para os profissionais da área de saúde. Nesse sentido, a prática de atividade física tem surgido como alternativa de tratamento e melhora da qualidade de vida desses pacientes coronarianos; contudo, em nossa região, são ainda raras as investigações sobre o tema. As doenças cardíacas ainda são responsáveis, no mundo, por um terço total de morte, tornando-se um problema sério de saúde pública. A doença arterial coronariana é a primeira causa de morte súbita, tendo como principal causa o infarto agudo do miocárdio. Só no Brasil, as doenças cardiovasculares são responsáveis por 18 milhões de mortes por ano, sendo as doenças coronarianas e cérebros vasculares responsáveis por um terço delas (SERRANO; NOBR, 2005) Tortora (2000) conceitua a doença arterial coronariana (DAC) como sendo um mecanismo responsável por uma redução no fluxo sanguíneo para o músculo cardíaco e um processo trombolítico, associada a um evento constritivo. Segundo Nobre e Serrano (2005), as doenças coronarianas são as que mais consomem os recursos na área de saúde nos países industrializados. No âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), 16,2% do total dos recursos públicos são gastos com esta patologia, somando um total de R$ 7,2 milhões. (OMS, 2003). A mortalidade proporcional causada pelas doenças cardiovasculares cresce progressivamente com a elevação da faixa etária. A mulher na faixa ataria de 45 a 55 anos possui uma melhor proteção cardiovascular do que o homem. A partir desta idade o risco cardiovascular aumenta podendo vir tornarem-se iguais ou superiores que o sexo masculino. Na mulher, os fatores importantes para o aumento dos riscos cardiovasculares podem ser : alterações metabólicas, dislipidemias, diabetes e obesidades. (SANCHES et al., 2006). Há diversos fatores relacionados a patologias cardiovasculares, como: tabagismos, hipertensão arterial, idade, sexo, obesidade, diabetes mellito, dislipidemias e o estresse psicossocial. As manifestações clínicas das doenças coronarianas podem ocorrer de maneira crônica e aguda, caracterizando angina do peito e as síndromes coronarianas, trazendo como a mais grave o Infarto agudo do miocárdio (TORTORA, 2000). Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia, o diagnóstico da doença coronariana é realizado através do eletrocardiograma, que oferece ao profissional a 17 atividade elétrica do coração; do teste ergométrico e do cateterismo, considerado o exame definitivo, sendo um exame invasivo o qual indicará com precisão a forma e a extensão da gravidade da lesão. Segundo Regenga (2001), o tratamento da insuficiência coronariana, por ser uma lesão isquêmica, tem o objetivo de perfundir o miocárdio através da utilização de medicações, como agentes tromboembolísticos, angioplastia transluminal coronária e, em casos mais graves, a revascularização do miocárdio. A angioplastia transluminal, conhecida como stents, é um procedimento que revolucionou a intervenção coronariana percutânea, oferecendo um resultado em curto prazo, diminuindo assim a incidência das cirurgias de revascularização de emergência e a freqüência de reestenose da angioplastia com balão que era de 30% a 40% nos anos 80. Embora os resultados dos procedimentos tenham sido excelentes, a reincidência de reestenose permanece uma limitação importante. A cirurgia de revascularização é indicada somente a indivíduos com insuficiência coronariana aguda, sendo multivascular ou angina debilitante (RUNGE; OHMAN, 2006). A insuficiência coronariana é uma patologia complexa e causadora de altos índices de mortalidade, podendo evoluir de maneira súbita ou lentamente. As síndromes coronarianas representam um dos problemas com maior impacto socioeconômico, devido comprometer o indivíduo na sua fase mais produtiva. (OLIVEIRA e CURY, 1995). Obter uma qualidade de vida após um evento como infarto agudo do miocárdio (IAM) ainda é um desafio terapêutico. Porém recentemente devido ao aumento de sobreviventes nesta categoria, houve um interesse maior de profissionais da área de saúde em estudar como oferecer uma qualidade de vida a essa população (ERLBAUM, 1995 apud ZANNON, 2004). Indivíduos que tenham passado por um evento de infarto agudo do miocárdio podem sim retornar as suas atividades e vida diária (AVDS), melhorando assim a qualidade de vida desses indivíduos. Todavia, há fatores que dificultam esse retorno as suas AVDS como: grau da doença, sexo, idade, resistência emocional e ausência de programa de reabilitação (BITTAR, 1993). Segundo a OMS (2003), qualidade de vida é “a percepção do indivíduo de sua posição na vida, no contexto da cultura e sistema de valores nos quais ele vive em relação aos seus objetivos, expectativas e padrões”. Estudos epidemiológicos têm mostrado a prática de atividade física relacionada com a prevenção, reabilitação de doenças e qualidade de vida. A qualidade de vida do indivíduo varia de acordo com o 18 seu nível de saúde, de modo que a qualidade de vida de pessoas portadoras de doenças crônicas tem sido um desafio. Estudos têm sugerido que pode haver uma associação entre atividade física e a qualidade de vida de pacientes com insuficiência coronariana. Brown et al. (1999 apud ARAÚJO, 2000) observaram associação entre atividades física e a melhora na qualidade de vida de pacientes coronarianos. Regenga (2001) cita a existência de possíveis mecanismos biológicos induzidos pelo exercício físico em relação às doenças cardiovasculares, como o aumento da contratilidade do miocárdio e do volume de ejeção, redução da freqüência cardíaca e pressão arterial, aumento da atividade fibrinolítica, aumento do tônus venoso periférico, melhora na síntese de óxido nítrico e possíveis aumentos de fluxo sanguíneo coronário, nos vasos colaterais coronários, capacidade capilar miocárdica, melhorando a oferta de oxigênio e do nível da demanda cardíaco de oxigênio, beneficiando a qualidade de vida do portador de coronariopatia. Apesar da importância, são raros ainda os estudos sobre o tema na região Norte. De fato, após pesquisa bibliográfica, não foram encontrados, até o momento, trabalhos acadêmicos dedicados à relação entre a prática da atividade física e a qualidade vida de coronariopatas que tenham sido realizados nas instituições do estado. Assim, no intuito de contribuir para preencher esse hiato, esta pesquisa tem a finalidade de investigar o seguinte problema: há correlação entre a prática atividade física e a qualidade de vida de pacientes com diagnóstico de insuficiência coronariana? 19 1.1. OBJETIVOS 1.1.1 Geral Avaliar a correlação entre a prática de atividade física a qualidade de vida percebida de pacientes com diagnóstico de insuficiência coronariana. 1.1.2 Específicos a) Aplicar questionário internacional de atividade física; b) Aplicar questionário de qualidade de vida SF 36; c) Coletar dados como sexo, idade; d) Identificar pacientes que realizaram reabilitação cardíaca; e) Orientar os pacientes quanto aos resultados dos questionários de prática atividade físicos e qualidade de vida. 20 2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 ANATOMIA DAS CORONÁRIAS Para Amoretti e Brion (2001), as artérias coronarianas têm como obrigação satisfazer a demanda metabólica miocárdicas cuja freqüência cardíaca, pressão arterial, contratilidade do miocárdico e o volume de ejeção sistólica são os principais determinantes. O débito coronariano pode variar de acordo com a demanda, não existe uma regulação do débito coronariano, porém ocorre uma adaptação do mesmo à demanda metabólica. Segundo os autores, o metabolismo enaeróbio do miocárdio baseia-se num aporte de O2 considerado contínuo, utilizando-se preferencialmente dos ácidos graxos encontrados nas mitocôndrias do ciclo de Krebs. O oxigênio extraído do sangue arterial pelo músculo cardíaco é máximo num indivíduo em repouso, fazendo assim que qualquer mudança metabólica ocorra pelo aumento paralelo do débito coronariano. O fluxo coronariano, especialmente na parede ventricular esquerda, em conseqüência da pressão intracárdica, possui uma porcentagem de 70 a 80% durante a sístole. Além disso, o período cárdico diminui à custa da diástole. As artérias coronárias constituem-se nos primeiros ramos emergentes da aorta, logo acima do plano valvar aórtico, e seu início pode ser observado nos dois óstios das artérias coronárias, situados nos seios aórticos ou seios de valsalva direito e esquerdo. A existência de apenas um óstio ou mesmo mais de dois pode ocorrer, embora raramente, havendo relato, na literatura, de até cinco óstios independentes. (MANO, 2006) As artérias coronárias suprem o miocárdio e o epicárdico do coração, suprindo também ambos os átrios e ventrículos; entretanto, os ramos atriais normalmente são pequenos e dificilmente aparentes no cadáver. A dominância do sistema arterial coronário é definida pela artéria que dá origem à artéria interventricular posterior (artéria descendente posterior). A dominância da artéria coronária direita é típica, com esta artéria suprindo a maior parte diafragmática. A artéria coronária esquerda é dominante em aproximadamente 10% das pessoas (MOORE; DALLEY, 2001). 21 2.2 ARTÉRIA CORONÁRIA DIREITA A artéria coronária direita (ACD) origina-se do seio direito da parte ascendente da aorta e corre no sulco coronário. Próximo de sua origem, a artéria coronária direita normalmente emite um ramo do nó sino atrial (SA) ascendente que supre o nó sino atrial, descendo assim no sulco coronário e emite o ramo marginal direito que supre a margem direita do coração à medida que corre para o ápice do coração. Após emitir esse ramo à ACD, curva-se para a esquerda e continua no sulco coronário até a face posterior do coração. A junção dos septos e paredes das câmaras do coração à ACD dá origem ao ramo do nó átrio ventricular, que supre o nó átrio ventricular. A ACD então emite a grande artéria interventricular posterior que desce no sulco interventricular posterior em direção ao ápice do coração. Tipicamente a artéria coronária direita supre o átrio direito, maior parte do ventrículo direito, parte do ventrículo esquerdo, parte do septo atrioventricular (parte terço posterior), nó sino atrial e o nó atrioventricular. Perpendicular ao vaso de origem, surge quase todos os ramos ventriculares direitos da artéria coronária direita, enquanto os do sulco átrioventricular direito para a parede anterior do ventrículo direito possuem uma saída em espiral (MOORE; DALLEY, 2001). 2.3 ARTÉRIA CORONÁRIA ESQUERDA Mano (2006) explica que a artéria coronária esquerda origina-se do seio esquerdo da parte ascendente da aorta e passa entre a aurícula esquerda e o tronco pulmonar no sulco coronário. Em aproximadamente 40% das pessoas, o ramo do nó sino atrial origina-se do ramo circunflexo da artéria coronária esquerda e sobe na face posterior do átrio esquerdo até o no sino atrial. Na extremidade esquerda do sulco coronário a artéria coronária esquerda dividiu-se em dois ramos, um ramo interventricular anterior (ramo descendente anterior esquerdo, ramo DAE, circunflexo). O ramo interventricular anterior passa ao longo do sulco interventricular em direção ao ápice do coração. O ramo interventricular anterior supre ambos os ventrículos e o septo interventricular. A artéria coronária esquerda supre o átrio esquerdo, a maior parte do ventrículo esquerdo, parte do ventrículo direito e o no sino atrial em 40% das pessoas. A artéria descendente anterior tem direção anterior ocupa o sulco interventricular anterior e se dirige à ponta do ventrículo esquerdo, podendo, em alguns casos, até mesmo 22 ultrapassá-la e prosseguir por poucos centímetros em direção ao sulco interventricular posterior, apresentando comprimento médio de 10 a 13 cm e cerca de 3mm de diâmetro. Há duas categorias de ramos que se originam a partir da artéria descendente anterior: os ramos septais e os diagonais. Os septais se dirigem ao septo interventricular e se originam a partir da parede posterior da artéria descendente anterior, são intramiocárdicos e ocorrem em número variado, do início da artéria descendente anterior à ponta do ventrículo esquerdo. Já os ramos diagonais se originam lateralmente à parede esquerda da artéria descendente anterior, têm sentido oblíquo, se dirigem à parede lateral alta do ventrículo esquerdo e são também conhecidos como ramos anteriores do ventrículo esquerdo. A artéria descendente anterior, ainda que geralmente seja uma estrutura epicárdica, pode se converter em intramiocárdica em alguns trechos do seu trajeto para depois emergir à sua posição epicárdica habitual. Estes segmentos de músculo sobre a artéria são denominados ponte miocárdica (MOORE; DALLEY, 2001) A artéria circunflexa posiciona-se no sulco átrio-ventricular esquerdo e o percorre, desde o seu início, a partir do tronco da coronária esquerda, apresentando entre 6 e 8cm de comprimento. Em cerca de 30% dos casos, a artéria do nó sinusal origina-se da artéria circunflexa em lugar da coronária direita, podendo ocasionalmente, cerca de 10% dos casos, originam diretamente do tronco da coronária esquerda. Em seu trajeto, ao longo do sulco atrioventricular, a artéria circunflexa emite inúmeros ramos para a parede lateral do ventrículo esquerdo. Eles são conhecidos como marginais, quanto mais proximais, e ventriculares posteriores, quanto mais distais e próximos ao sulco interventricular posterior. Em uma porcentagem reduzida de casos, a artéria circunflexa pode ocupar o sulco interventricular posterior, caracterizando uma dominância do tipo esquerdo. Neste caso, este ramo recebe o nome de interventricular posterior da coronária esquerda (MANO, 2006). 2.4 ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SUPRIMENTO SANGUÍNEO CORONARIANO Segundo Guyton e Hall (1998), as artérias coronárias ficam na superfície do coração, enquanto que as artérias menores penetram da superfície para a interior da massa muscular cardíaca. É quase inteiramente por meio dessas artérias que o coração recebe seu suprimento nutritivo. A artéria coronária esquerda supre sobre tudo as porções anteriores e laterais do ventrículo esquerdo, enquanto que a artéria coronária direita supre a maior parte do ventrículo direito e parte posterior do ventrículo esquerdo em 80 a 90% de todas as s pessoas. A maior 23 parte do sangue venoso do ventrículo esquerdo (VE) sai por meio do seio coronário, o que é cerca de 80% % do fluxo sanguíneo coronário total e a maior parte do fluxo venoso do ventrículo direito flui pelas pequenas veias cárdicas anteriores diretamente para o átrio direito não por meio do seio coronário, coronário conforme ilustrado na Figura 1. Artéria coronária direita Artéria coronária esquerda Figura 1: Artéria coronária direita e esquerda Fonte: Sciense Photo Library, 2010 2.5 FLUXO LUXO SANGUÍNEO CORONÁRIO NORMAL. NORMAL Segundo Tortora (2002), (2002) os nutrientes não teriam como se difundir através das câmaras cardíacas e através través de todas to as as camadas de células que formam o material cardíaco. Razão esta pela qual a parede do coração tem seu próprio meio de nutrição. A nutrição do músculo cardíaco e feita pelos numerosos vasos que penetram no miocárdio e são chamados de artérias coronarianas. As artérias coronarianas circundam o músculo cardíaco como uma coroa. Enquanto que o músculo cardíaco se contrai, o coração recebe uma quantidade muito pequena de sangue oxigenado através a das coronarianas que se formam através da aorta ascendente; porém, é durante urante o relaxamento do coração, coração que ocorre uma alta pressão do sangue na aorta, o que envia o sangue pelas coronarianas até os capilares e, e depois, para as veias coronarianas. Guyton e Hall (1998) 1998) explicam que o fluxo sanguíneo coronário de repouso no homem é em média aproximadamente 225 ml/min., o que é cerca de 0,7 a 0,8 mililitros por grama de músculo cardíaco, ou 4 a 5% do débito cardíaco total. No exercício extenuante, o coração do 24 adulto jovem aumenta seu débito cardíaco de quatro a sete vezes e bombeia este sangue contra uma pressão arterial mais alta que o normal. Conseqüentemente, a produção de trabalho do músculo cardíaco sobre graves condições pode aumentar de seis a oito vezes. O fluxo sanguíneo coronário aumenta até quatro vezes para fornecer os nutrientes extras requeridos pelo coração. Obviamente esse aumento não é tão grande quanto o aumento da carga de trabalho, que significa que a relação do fluxo coronário com o gasto de energia pelo coração diminui; no entanto, a “eficiência” da utilização cardíaca de energia aumenta para compensar esta deficiência. 2.6 DOENÇAS CARDÍACAS ISQUÊMICAS Para Josep e Libonati et al. (2004), as doenças isquêmicas estão relacionadas ao auto número de mortalidade de portadores dessa patologia. A insuficiência coronariana é uma deficiência na irrigação miocárdica ocasionada pela diminuição da luz ou diâmetro interno de uma ou mais artérias coronarianas. O processo de diminuição do diâmetro interno de uma artéria coronária ocorre principalmente devido ao depósito de colesterol na camada média da artéria. No ponto onde as placas gordurosas se acumulam, o revestimento interno engrossa, o vaso sanguíneo estreita-se e o fluxo sanguíneo fica mais lento. Tal acúmulo de gordura também é chamado de placas ou lesões. À medida que os ateromas crescem, alguns se rompem e fragmentos livres caem na corrente sangüínea ou pode ocorrer à formação de pequenos coágulos sangüíneos sobre sua superfície. Para que o coração se contraia e bombeie o sangue normalmente, o músculo cardíaco (miocárdio) necessita de um fornecimento contínuo, através das artérias coronárias, de sangue enriquecido de oxigênio. No entanto, à medida que a obstrução de uma artéria coronária agrava, pode ocorrer uma isquemia (irrigação sangüínea inadequada) do miocárdio com conseqüente lesão cardíaca. A causa mais comum de isquemia do miocárdio é a doença arterial coronariana, cujas principais complicações são a angina e o infarto do miocárdio (GOTTLIEB; BONARDI; MORIGUCHI, 2005) Segundo Stefanini, Kasinski e Carvalho (2005), no caso da patogenia das doenças coronarianas, condições predisponentes favorecem ao precoce aparecimento e desenvolvimento dessas placas, condições estas denominadas de fatores de riscos, podendo ser classificados como tratáveis e não – tratáveis. Segundo os autores, o histórico familiar, idade, sexo e pós-menopausa representam fatores não tratáveis. Autores citam também que a 25 hipertensão arterial, a hipercolesterolemia, a diabete mellito e a taxa sanguínea baixa do colesterol de alta densidade (HDL colesterol) representam os fatores tratáveis. Quando ocorrer obstrução severa da luz das artérias coronárias (> 70% da área luminal), o indivíduo poderá apresentar episódios de isquemia miocárdica, devido à desproporção entre o consumo e a oferta do oxigênio a célula miocárdica (Figura 2) Resistência vascular coronária Resistência artério venosa de O2 Pressão aórtica Fluxo coronário Estado contrátil Freqüência cardíaca Pressão arterial Pressão Ventricular Tensão da parede ventricular Volume Ventricular Oferta de O2 Consumo de O2 Isquemia =>Necrose Figura 2: Fatores do equilíbrio oferta/consumo de 02 pelo miocárdio. Fonte: Adaptado de Stefanini, Kasinski e Carvalho, 2005. Segundo Runge e Ohman (2006), para conseguir manter um suprimento adequado de O2 ao músculo cardíaco, um aumento na necessidade de oxigênio será acompanhado por um aumento do fluxo coronariano. Se ocorrer uma obstrução apicárdica subjacente, significa que durante o fluxo sanguíneo ocorrerá uma dilatação compensatória no leito além da obstrução. Esse evento poderá gerar redução nas reservas do fluxo sanguíneo coronariano, incapacitando, assim, as coronárias de suprir a necessidades de oxigênio à medida que o miocárdio aumenta, criando diferença entre a oferta e a demanda de O2 ao músculo cardíaco. A vasorreatividade parece ter a responsabilidade pelos componentes circadianos, sazonais e emocionais associados às angina, podendo modificar de indivíduo para indivíduo. O aumento da vasorreatividade e ruptura das placas de ateroma podem diminuir o fluxo sanguíneo do miocárdio, sendo o primeiro através do aumento da demanda do fluxo e o segundo, através do estreitamento súbito ou oclusão do vaso sanguíneo. 26 A aterosclerose é um processo inflamatório, principal representante das doenças cardiovasculares ligado ao idoso uma vez que aparece em indivíduos adultos, onde a incidência tem tido um aumento significante a partir dos 45 anos de idade. A literatura tem mostrado estudos relatando a prevalência em 40% de placa aterosclerótica em autopsias adultos jovens, sugerindo assim, que este processo acontece ainda durante a infância. A aterosclerose e a causa primordial com 50% de todas as mortes juntamente com IAM e AVC nos povos ocidentais. Atualmente, um milhão de pessoas por ano nos Estados Unidos é internado com IAM, sendo que 300 mil morrem antes de chegar ao hospital (GOTTLIEB; BONARDI; MORIGUCHI, 2005). Segundo dados da DATASUS, no Brasil, no ano de 2000, houve 579.960 óbitos entre indivíduos com idades iguais ou superiores a 55 anos. Segundo os atestados de óbito, 36,5% destes (211.598) foram devidos a doenças cardiovasculares. Para Stefanini, Kasinski e Carvalho (2005), a ruptura de uma placa aterosclerótica é considerada com mais freqüência a responsável pelos quadros de doenças coronarianas. Muitas vezes, o vaso afetado a luz do vaso não tem a luz totalmente obstruída antes da ruptura. Cerca de 2/3 dos casos, a obstrução inferior é de 50%. Um lugar muito comum para placa aterioesclerótica são os primeiros centímetros das principais artérias coronárias, conforme é demonstrado na Figura 3. Figura 3: Formação do trombo sobre placa aterosclerótica instável. Fonte: Stefanini, Kasinski e Carvalho, 2005. 2.7 FATORES DE RISCO CORONÁRIANO Segundo Amoretti e Brian (2001), a redução do débito coronariano pode ser devido a diversas patologias que reduzem a superfície transversa da micro circulação, tais como a 27 hipertensão arterial, diabetes, tabagismo, obesidade, dislipidemia, descondicionamento físico, sexo e idade. Esses fatores podem contribuir para diminuição da reserva coronariana, como a hipertrofia da camada média das arteríolas, fibrose perivascular, compressão extrínseca dos vasos. Os fatores de riscos são sintomas ou sinais em pessoas não doentes que são associadas estatisticamente a maior probabilidade de desenvolver uma doença. Os fatores de riscos para a DAC podem ser divididos em modificáveis e não modificáveis. Doenças cardiovasculares coronarianas, dislipidemias, hipertensão, obesidade e diabetes mellito formam um conjunto de morbidades geralmente associadas entre si, constituindo-se em graves problemas de Saúde Pública. No Brasil, tais morbidades são responsáveis por grande número de mortes prematuras entre adultos (MARTINS et al , 1993). 2.7.1 Tabagismo Para Boas (2005), as doenças cardiovasculares estão diretamente interligadas ao tabagismo sendo a campeã entre as doenças relacionadas ao tabaco. Segundo Martinez, 2004 a estimativa da OMS é que cerca de um terço da população adulta mundial é fumante e de 80000 a 100000 começam a fumar diariamente. O número de cigarros vendidos diariamente chega a um número de 15 milhões diariamente. Nos Estados unidos, um milhão de pessoas morrem por ano por causa de doenças cardiovasculares, sendo 600 mil de aterosclerose estando 200 mil associadas ao tabagismo. Os prejuízos causados a saúde decorrente ao uso do cigarro este diretamente relacionado ao numero e a idade em que se iniciou esta prática. Para Corrêa (2003), o tabagismo ativo ainda é a principal causa de morte por doenças previsíveis no Brasil em 1990 causava três milhões de morte ao ano. Hoje, segundo estudos da UFMG o tabagismo é responsável pela morte de um a cada cinco homens e de uma a cada dez mulheres no Brasil. segundo também estudos realizados na UFRJ em 2008 do sistema único de saúde (SUS) e a previdência social gastam anualmente cerca de 37 milhões de reais com doenças e mortes causadas pelo tabagismo passivo. Cantos et al, (2004), citaram em seu trabalho que o consumo do cigarro é um fator independente bem estabelecido, tanto em homens como em mulheres referente a DAC.O tabagismo na formação e na evolução da placa aterosclerótica é capaz de produzir lesões endotelial de forma direta levando a uma melhor oxidação do LDL reduzindo a produção do HDL. A redução da resposta vasodilatoras depende do endotélio durante o esforço pode, 28 inclusive, induzir vaso constrição em repouso. Esse efeito é possível observar tanto nos fumantes ativos como nos passivos. Para Martinez, 2004 o tabagista acaba sendo grande canditado a desenvolver doenças isquêmicas e aterosclerose uma vez que, os radicais livres que constam no tabaco, acabam favorecendo a oxidação da LDL diminuindo o aporte de O2 arterial. O autor cita ainda que, alterações hemodinâmicas como, o aumento da freqüência cárdica e conseqüentemente aumento do débito cardíaco e consumo do oxigênio em repouso são conseqüências em decorrência da presença da nicotina, devido à liberação da noradrenalina e adrenalina. A abstinência, para Martinez, 2004 pode reduzir os riscos coronarianos até dez anos para pessoas sintomáticas e dois a três anos para pessoas que apresentam doença coronariana. Para Boas (2005), os efeitos deletérios envolvem ações sobre a parede dos vasos sanguíneos, sistema de coagulação e lipídeos. Dentre esses efeitos deletérios o autor cita: alterações eletrofisiológicas incluindo aumento ventricular e atrial, aumento fibrinogênico, ativação das plaquetas, ativação das plaquetas e aumento das hemácias, aumento das catecolaminas circulantes, alterações metabólicas, diminuição do HDL, aumento do LDL, resistência a insulina, disfunção endotelial e estresse oxidativo, espessamento endotelial e formação de placas e outros. 2.7.2 Hipertensão arterial (HAS) Nos dias de hoje estudos mostra que a pressão arterial sistólica (PAS) é considerada um importante indicador de doença coronariana. Hipertensão arterial é uma patologia sistêmica que envolve estruturas das artérias do miocárdio associado à disfunção endotelial, a constrição e ao remodelamento cardíaco. De acordo com a IV diretriz Brasileira, considerouse hipertensão arterial quando pressão sistólica se encontra em níveis iguais ou a cima de 140 mm/hg ou quando a PA diastólica for igual ou maior que 90 mm/hg em duas ou mais ocasiões, na ausência de medicação hipertensiva. A TABELA 1 mostra a classificação da PA para indivíduos adultos. Boas (2005) citam tipos de hipertensão arterial: hipertensão sistólica isolada, hipertensão arterial predominantemente arterial e a hipertensão combinada. A primeira ocorre com aumento da idade até a sexta década de vida ocorrendo depois um declínio a segunda aumenta com o decorrer da idade (tornando-se hipertensão sistólica isolada forma mais comum após os 60 anos de idade). 29 Tabela - 1 Classificação da PA (> 18 anos) Classificação Sistólica (mmhg) Ótima < 120 Normal < 130 Normal-alta 130-139 HIPERTENSÂO ARTERIAL Estágio (leve) Estágio II (moderado) Estágio III (grave) Hipertensão sistólica isolada FONTE: Boas (2005) 140-159 160-179 ≥ 180 ≥ 140 Diastólica (mmhg) 80 < 85 85-89 90-99 100-109 ≥ 110 < 90 Weber (1994) apud Martinez (2004) explicam em seu trabalho a ligação entre a hipertensão arterial e a doença coronariana através de uma hipótese de três componentes que juntas sinergicamente contribuem para uma coronariopatia: 1) modificação proliferativa e hipertrófica do tecido vascular causada pela anormalidade neuroendócrina e parácrinas, 2) fatores de risco que possam acelerar a formação de lesões ateroscleróticas e 3) os efeitos hemodinâmicos causados pela flutuação da pressão arterial e FR, podendo precipitar eventos agudos pelas desestabilizações da lesão vascular. 2.7.3 Obesidade A prevalência de obesidade tem aumentado em todo o mundo e vem se tornando o maior problema de saúde na sociedade moderna na maioria dos países desenvolvidos e em desenvolvimento. Quando comparados aos indivíduos com peso normal, aqueles com sobrepeso possuem maior risco de desenvolver diabetes mellitus1 (DM), dislipidemia. Pitanga e Lessa (2005), relatam em seus estudos que, a obesidade abdominal esta relacionada com o aumento do risco do IAM, acidente vascular cerebral e morte prematura. E este estudo foi importante na medida em que, até então existia associação somente entre índices de obesidade geral e as doenças mencionadas. Na época o mais alto riscos de infarto agudo do miocárdio (IAM) foram encontrados em homens com alta quantidade de gordura abdominal, sugerindo que homens magros, porém com gordura corporal concentrada no abdome, são aqueles com mais risco para desenvolver doenças cardiovasculares. Umeda, 30 2005 conceitua obesidade como, “o excesso de peso atribuído ao aumento do peso corporal, a autora indica o IMC como parâmetro mais utilizado para diagnostico e classificação da doença. Para Martinez (2004), a obesidade é um dos fatores modificáveis que contribui bastante para DAC, estando ela acompanhada ou não de outros fatores. Tabela 2- Índice de massa corporal e hipertensão arterial (HAS), condições que favorecem o desenvolvimento de doenças cardiovasculares (DCV) Carneiro et al, 2003. Classificação Valores (Kg)/m2 Desejável 18,5 a 24,9 Sobrepeso 25 a 29,9 Obesidade > 30 Obesidade mórbida > 40 Fonte: Boas (2005) Para Boas (2005), o tecido adiposo principalmente o branco é responsável pela produção de uma serie de ocitocinas, ou adipocitocinas, que desempenham um papel importante em um estado pró-trombolitico, pró-esclerotico e pró- inflamatório da DAC. A autora, ainda fala que, a medida da circunferência abdominal e outro parâmetro avaliador para determinar obesidade. Pesquisas realizadas por Pitanga e Lessas (2006), relataram que a gordura vem sendo considerada como fator de risco primordial em contraposição a outro indicador de obesidade fator já amplamente estudado. De acordo com Associação sobre indicadores de obesidade ABESO, 2001 apud Martinez, 2004 o Índice de massa corpórea (IMC) entre o valor 18 e 24 Kg.m-2 diminui a freqüência em 25% a mortalidade coronariana tendo como valor normal 18 a 25 Kg.m-2. 2.7.4 Descondicionamento físico Segundo Bedinghaus, Leshan e Diehr (2001), o sedentarismo é comum fator de riscos de DAC em mulheres. Na redução da mortalidade geral por doenças cardíacas, Shephard e Balady (1999) apud Martinez (2004) enumeram possíveis mecanismos biológicos induzido pelo exercício físico como: redução da freqüência cardíaca e da pressão sanguínea em repouso e durante os exercícios; expansão do volume plasmático; aumento da contratilidade miocárdica e aumento 31 do volume de ejeção; aumento do tônus venoso periférico; mudanças no sistema fibrinolítico, aumento do vaso dilatação do endotélio independente; e possíveis aumento do fluxo sanguíneo coronário ; melhora na função endotelial; milhando a oferta de oxigênio do miocárdio e do nível da demanda cardíaca de oxigênio. Martinez (2004) cita a redução da obesidade, o aumento da sensibilidade a insulina e a melhora do perfil lipídico, mudança no estilo de vida, diminuição da vontade de fumar e redução relativa de apetite como influencia metabólica. Ainda segundo o Autor, o exercício físico vem se mostrando um forte protetor cardíaco independendo da idade e outros fatores. A ausência da prática de atividade física e um fator de riscos nos países industrializados, fazendo disso um fator de importância para saúde pública. Para Paffenbarger (1993) apud Martinez (2004), a prática da atividade moderadamente intensa reduziria de 23 % para 29% o risco de morte. E necessário segundo Martinez 2004 o entendimento do mecanismo envolvido durante a atividade física, para que haja uma orientação adequada em relação tempo, freqüência, intensidade, modo, bem como o tipo de exercício. Estudos realizados por Steptoe et al (2001) apud Marteinez (2004), onde foram selecionados pessoas com um ou mais fatores de riscos modificáveis- fumar regularmente pelo menos um cigarro por dia, colesterol alto (6,5 a 9 mmol/L) ou a combinação de IMC de 25 a 35 kg.m-2 com baixa atividade física (menos de doze sessões moderadas de exercícios por 20 minutos ou mais , nas últimas 4 semanas)- após aconselhamento sobre qualidade de vida , supõe-se que mudanças no estilo de vida , como a diminuição da gordura corporal e o aumento no numero de atividade física podem reduzir o risco do aparecimento de doenças cárdicas . Para Tortora (2002), não importa qual o estado físico da pessoa, ele pode ser melhorado em qualquer idade, pela atividade física regular. O autor cita também sobre a eficácia de alguns axercícios para melhorar a saúde cardiovascular como os exercícios aeróbicos, qualquer atividade que trabalhe os grandes músculos do corpo por pelo menos vinte minutos, aumentando o debito cárdico e o metabolismo. 2.7.5 Antecedente familiar. Segundo Ronaldini et al, (1996), estudos associam histórico familiar de DAC e a presença de fatores de riscos para a aterosclerose em crianças e adolescentes. Segundo ainda o 32 autor a presença de DAC prematura, em ascendente de 55 a 65 anos de idade, respectivamente para o sexo masculino e feminino, confere um risco significativo para a doença. Para Gus, FIschmann e Medina (2002) Os antecedentes familiares como Fator de risco Coronariano não modificável e independente e deve ser ainda muito estudado , mas já considerado. Pacientes em primeiro grau precocemente com cardiopatia coronariana tem maior risco de desenvolver DAC. 2.7.6 Diabete melittus (DM) A doença cardiovascular é responsável por até 80% das mortes em indivíduos com diabetes melittus (DM) do tipo 2. De fato, o risco relativo de morte por eventos cardiovasculares, ajustado para a idade, em diabéticos é três vezes maior do que o da população em geral. Estudo observacional recente mostrou que o risco de morte por doença arterial coronariana em pacientes com DM do tipo 2 é semelhante àquele observado em indivíduos não diabéticos que tiveram um infarto agudo do miocárdio prévio.As mulheres, que habitualmente têm menor risco de doença cardiovascular do que os homens, passam a ter maior risco do que elas se forem diabéticas (GUS, FISCHMANN e MEDINA, 2004) O DM do tipo 2 sabidamente associa-se a vários fatores de risco cardiovasculares, incluindo hipertensão arterial sistêmica (HAS), obesidade, resistência à insulina, microalbuminúria e anormalidades nos lipídios e lipoproteínas plasmáticas, caracteristicamente elevação de triglicerídeos e redução de colesterol contido na lipoproteína de alta densidade (colesterol HDL). A associação desses fatores de risco tem sido denominada síndrome metabólica ou síndrome X. A relação entre hiperglicemia e doença cardiovascular pode ser atribuída à prevalência elevada desses fatores de risco nos pacientes com a síndrome metabólica ou a um antecedente comum a todos esses fatores (GUS, FISCHMANN, MEDINA, 2004). Para Boas (2005), o diabete melittus é uma doença caracterizada por uma doença total ou parcial da insulina ou da sua ação, ocasionando níveis elevados de glicose e alterações no metabolismo de lipídios e proteínas. Segundo a classificação da Associação Americana de Diabetes, o diabete pode ser dividido em tipo I(Insulino-dependente), tipoII (insulini-independente), diabete melittus gestacional e outros tipos. 33 Tabela 3 - Componente da síndrome metabólica segundo NCEP- ATP III Componentes Níveis Obesidade abdominal Circunferência . abdominal Homens/mulheres >102 Homem >88 Mulher Triglicerídeos > 150 mg/dl HDL colesterol Homens/mulher < 40 homem / < 50 mg/dl Pressão arterial > 130 mmHg/85 mmHg Glicemia de jejum >110 mg/dl Fonte: Boas, 2005, p. 3 Segundo Martinez (2004), indivíduos com diabetes têm maior risco de desenvolver doenças coronarianas que os não diabéticos. Isso pode se dever ao fato de existir associação de fatores de riscos tradicionais como hipertensão e dislipidemia e mudanças que podem ocorrer em diabéticos como alterações do sistema trombolítico, composição lipoproteica, função cárdica endotelial, tônus muscular, função microvascular e mudanças oxidativas. 2.7.7 Dislipidemia. Martinez (2004) define a dislipidemia como sendo um valor anormal de uma ou mais frações lipídicas no plasma. O autor cita ainda que normalmente, os lipídios são compostos, que se encontram estratificados na forma de triacilglicirol (TG), colesterol e fosfolipídio. O triacilglicerol é uma molécula formada por uma condensação de uma molécula de glicerol com três de ácido graxo, sendo um importante substrato energético para utilização imediata ou armazenamento no tecido adiposo. O colesterol é um álcool monoinsaturado, que geralmente se encontra na forma de éster, em ligação com ácidos graxos, e é elemento essencial para síntese da membrana plasmática. Alterações metabólicas lipídicas decorrentes de distúrbios em qualquer fase do metabolismo são alterações característica da dislipidemia. Essas alterações irão repercutir sobre os níveis séricos das lipoproteínas e as concentrações do seu diferente componentes (BOAS, 2005). A autora classificou as lipoproteínas de acordo com suas características físicoquímicas: quilomícrons, lipoproteínas de densidade muito baixa (VLDL), lipoproteína de baixa densidade (LDL), lipoproteína de densidade intermediarias (ILDL) e lipoproteína de 34 alta densidade (HDL). Os valores de referência para o diagnóstico de dislipidemia em adultos estão descritas na tabela 4 Tabela 4- valores de referência para o diagnostico da dislipidemia em adultos Lipídeos CT Valores <200 200-239 240 < 100 100-119 130-159 160- 189 ≥ 190 < 40 > 60 < 150 150-200 201-499 500 LDL- C HDL- C TG Categoria Ótimo Limítrofe Alto Ótimo Desejável Limítrofe Alto Muito alto Baixo Alto Ótimo Limítrofe Alto Muito alto Fonte: Boas (2005) p. 7 Para Boas (2005) O HDL tem como maior componente protéico, a proteína A-I constituindo 70% a 80% da massa protéica. Quando essa proteína se encontra em níveis baixos tem uma virtual ausência de HDL e desenvolve m prematuramente a doença coronária. O VLDL (30%) possui como maior componente protéico a proteína B, (60%) do IDL e LDL (95%), sendo assim a concentração desse componente podem ser iguais ao numero de suas partículas aterogênicas que estão relacionadas ao aumento do número do risco de doença coronária. Segundo ainda a autora, níveis de colesterol total (CT) e LDL colesterol (LDL-C) acima do nível desejado, o risco para DAC aumenta significativamente. A autora cita também que para o nível de HDL colesterol (HDL-C), a relação de risco é inversa: quanto mais elevado seu valor, menos o risco de DAC. A alta concentração de TG também é um fator importante, sendo ela a fonte de principal reserva do organismo humano e esta também relacionada à DAC. 2.8 QUALIDADE DE VIDA Segundo Culmmins (2000) e Rapley (2003), desde os anos 60 do século XX, que a expressão “qualidade de vida” vem sendo utilizada de forma cada vez mais freqüente. O interesse pela qualidade de vida (QV) surgiu ligado ao sistema de indicadores sociais, em que prevalecia uma abordagem essencialmente economista que observava o crescimento 35 econômico da sociedade através da evolução do respectivo Produto Interno Bruto (PIB) ou do rendimento percapta. O deslocamento progressivo do conceito de qualidade de vida vem sendo associado a teorias que refletem como: satisfação com a vida, felicidade, existência com significado e bem estar subjetivo; na maioria das vezes utilizada indiscrinadamente como sinônimos. Esse fato tem contribuído, para dificultar na delimitação científica do conceito. No entanto, ainda que relacionadas, essas designações são estruturalmente diferentes no conceito de QV. (FISCH, 2000). A curiosidade e a aplicabilidade da expressão QV na área da saúde, ocorreu, sobretudo da definição de saúde assumida pela OMS (1949) como sendo, ”Um estado completo de bemestar físico, mental e social” e, não somente ausência de doença. Esta definição implica que, as iniciativas de promoção a saúde, não seja apenas controle de sintomas, ou aumento da expectativa de vida, mais sim, um conjunto de bem estar (FEINSTEIN, 1987). Segundo Fleck et al. (2008), o final do século XX foi marcado por um alto número de doenças crônicas devido, em parte, a melhor prevenção de doenças infecciosas,porém ocorreu um grande aumento do número de indivíduos que adotarão um habito de vida não saudável. Sendo assim, as doenças cardiovasculares, ainda são maiores responsáveis por cerca de um quarto de todas as mortes no mundo e por aproximadamente metade das mortes em países desenvolvidos. As doenças coronarianas, ainda é particularmente a principal causa de morte e incapacidade nos países de primeiro mundo, impondo restrições ao funcionamento físico, psicológico,social e ocupacional do individuo,resultando na redução funcional global na qualidade de vida, não apenas para o paciente, mas para toda a família. Segundo ainda o autor, os recentes avanços nos estudos relacionados à terapeuta dessa patologia têm colocado aos profissionais da área de saúde um grande número de alternativas relacionado ao seu tratamento; no entanto, essas alternativas não têm apresentando vantagens em relação ao aumento de sobrevida quando comparadas entre si, além de representarem um significativo aumento no custo da saúde. Nesse sentido, na ausência de tais benefícios, a avaliação da QV pode oferecer uma medida adicional de efetividade dos diferentes tratamentos. Durante a evolução clínica da doença, há inúmeros fatores que podem interferir na QV dos pacientes, como sintomas de angina e insuficiência cárdica, capacidade reduzida ao exercício, o estresse psicológico associado a uma doença crônica (THONPSON, 2003, p.603695 apud FLECK et al., 2008). Pacientes com cardiopatia isquêmica tem qualidade de vida pior em relação à população em geral. Torres et al. (2004) compararam pontuações do SF-36 de pacientes com 36 IAM e angina instáveis com pontuações da população espanhola e notaram que pacientes com cardiopatia apresentavam pontuação 25% abaixo do percentual da população em geral, em todos os domínios do instrumento, principalmente na faixa etária abaixo de 65 anos. Brown et al. (1999), da mesma maneira comparando pontuação na SF-36 de pacientes, quatro anos pós infarto, encontraram importante redução na qualidade de vida em relação à população do Reino Unido. Para Almeida (1998), existem conexões importantes entre QV e aptidão Física e tais conexões se manifestam claramente, quando consideramos os efeitos benéficos da atividade física (ATF) sistemática para bem estar das pessoas. Esta estreita associação entre a prática regular de ATF e a prevenção e tratamento de problemas de saúde, tem-se evidenciado, por interferir, no processo de saúde doenças, alem de propiciar, melhoria no processo de qualidade de vida (QV) Porém se faz necessário a adoção de comportamentos saudáveis, evidenciando o importante papel coadjuvante da atividade física (ATF) e do exercício físico na busca de um estilo de qualidade de vida melhor. 2.8.1 Instrumentos para medir qualidade de vida em cardiopatas. O termo “Qualidade de vida” foi primeiramente mencionado em 1964, por Lyndon Jonhson, presidente dos EUA, ao declarar. “Os objetivos não podem ser medidos através dos balanços dos bancos. Eles só podem ser medidos, através de qualidade de vida que proporcionam as pessoas” (SIVIERO, 2003). Atualmente existem dois tipos de instrumentos para verificar QV: Os genéricos e os específicos. Os genéricos abrangem um conjunto de funções, percepção de saúde e sintomas, e podem ser utilizados, em diversas populações permitindo a comparação entre diferentes patologias. No quadro 1 observam-se exemplos de instrumentos genéricos mais utilizados na avaliação da qualidade de vida na cardiopatia isquêmica. Quadro 1 - Instrumentos genéricos utilizados na avaliação QV em cardiopatia isquêmica Instrumentos genéricos Instrumentos específicos Sickkness Impact Profile Nottingham Health profile MOS Short- Form 36 (SF- 36) WHOQOL-bref (The WHOQOL Group) Seattle Angina Questionnaire New York Heart Association Functional Minne Living With Heart Failure Questionnaire Canadian Cardiovascular Society Classification Fonte: Fleck et al. (2008) 37 Os genéricos mais comumente utilizados em doentes coronarianos são Sickness Impact profile (SIP) e o MOS- Short- form 36 (SF-36) (WERE et al., 1993 apud FLECK, 2008) o segundo, já traduzido, validado e adaptado no Brasil. Para Fleck et al. (2008) os instrumentos específicos buscam problemas intimamente ligado a uma determinada doença, ou sintoma.Quando utilizado, como único instrumento de avaliação,é limitado, podendo perder aspecto importante referente a uma doença. No quadro 1 cima mostra os instrumentos específicos mais utilizados com desempenho satisfatório em estudos internacionais foram: Seattle Angina Questionnaire, que avalia o estado funcional do paciente com angina em cinco domínios relevantes: Limitação física, estado da angina, freqüência da angina, satisfação com a percepção do tratamento da doença. O Minne Living With Heart Failure Questionnaire, onde o questionário ao ser utilizado avalia sinais e sintomas típicos de insuficiência cardíaca. A qualidade de vida pode ser analisada através de questionários, que após terem sido aplicados a uma determinada população, podem servir de orientação para a terapêutica administrada a esses indivíduos. Existem questionários que foram criados para avaliar mudança na qualidade de vida do paciente pós-infarto agudo do miocárdio e doenças crônicas dentre elas a IC que segue ao IAM. Os questionários são de fácil entendimento, que abordam as funções físicas, emocionais e sociais, apresentando total confiabilidade. 2.9 EXERCÍCIO FÍSICO Segundo Us Department of Health And Human Services, (1996) A atividade física (AF) representa qualquer movimento corporal que é produzido pela contração da musculatura esquelética que aumenta a substancialmente o gasto energético. Incluindo também as atividades da vida diária (banhar-se, vestir-se), atividades realizadas no trabalho (andar, levantar, carregar objetos) e atividades de lazer (exercitar-se, praticar esportes, dançar). O termo exercício físico e um termo utilizado inadequadamente como sinônimo de atividade física, representa uma das formas de atividade física. Por se tratar de uma modalidade de AF que é, em geral, planejada, estruturada e repetitiva, tendo por objetivo a melhoria da aptidão física ou a reabilitação orgânico-funcional (CASPERSEN, POWELL α CHRISTENSON, 1985). 38 A prática regular de atividade física durante a semana, com intensidade e tempo moderado continuamente, tem mostrado benéfica na redução do risco de varias patologias, incluído a DAC. A vida atual nas grandes cidades é tão corrida propiciando pouca ou nenhuma oportunidade para a atividade física, principalmente o lazer. Com os avanços e tecnologias, cada vez mais reduz no trabalho a atividade muscular aumentando mais a capacidade intelectual. Se o lazer da população não fosse sedentário, e o dia a dia cheio de comportamentos agressivos ou danosos a saúde o fato de não estar envolvido em uma atividade física não traria tanta conseqüência (COX, SHEPHARD e COREY, 1987). A ausência da prática da atividade física assim como (dislipidemia, hipertensão arterial, e o fumo) são considerados fatores de riscos para a DAC. Berlin e Colditz (1990) we Powell et al. (1987) demonstraram que pessoas moderadamente ativas quando comparadas aos sedentários, apresentam menos risco de sofrerem ataque cardíacos independentes de outros fatores de riscos. 2.9.1 Efeitos agudos do exercício físico sobre a função cardiovascular 2.9.1.1 Freqüência cárdica Segundo diretrizes Brasileiras de cardiologia o exercício físico tem grande efeito sobre a FC, esses efeitos parecem ser devido à redução da hiperatividade simpática e ao aumento da atividade parassimpática mudando o marca-passo cardíaco ou mesmo melhorando a função sistólica. Apesar de o treinamento físico induzir a melhora da potência aeróbica máxima, ele não modifica, de modo apreciável, a freqüência cardíaca máxima. Ou seja, pacientes treinados aerobicamente alcançarão a mesma freqüência cardíaca máxima de antes do treinamento, porém serão necessários níveis mais intensos de esforço para que essa freqüência cardíaca máxima seja alcançada. 2.9.1.2 Pressão arterial Fuchs et al. (1993) afirma que o treinamento físico reduz a pressão arterial de repouso e durante exercício submáximo. Da mesma forma que ocorre com a freqüência 39 cardíaca, o treinamento físico parece provocar pouca alteração na pressão arterial máxima aferida no pico do esforço. Brum et al. (2004) realizou um estudo envolvendo 217 pacientes de ambos os sexos, com idade variando de 35 a 83 anos, mostrou que a adesão a medidas não farmacológicas, dentre as quais a prática de exercício físico, promoveu sensível efeito na redução dos níveis pressóricos. No estudo de Overton et al. (1998), a medições do fluxo sanguíneo, através do doppler, nas artérias ilíaca, mesentérica superior e renal de ratos, geneticamente hipertensos, treinados a 60% e 70% do VO2 máximo, não mostraram diminuição na resistência vascular regional em nenhuma das artérias, sugerindo que a redução do débito cardíaco seja o mecanismo responsável. Estudo realizado por Grassi et al. (1994) mostra que, após 10 semanas de exercícios físicos em jovens normotensos, houve a redução significativa dos níveis de PA sistólica e diastólica, bem como da atividade simpática (redução de 36%), fato não observado no grupo controle, que não realizou exercícios físicos. Ishikawa et al. (1999) estudaram 109 indivíduos hipertensos nos estágios I e II e realizaram treinamento leve por oito semanas, em academias. Constataram que houve redução significativa da pressão arterial em todos eles; os indivíduos idosos apresentaram menor redução nos níveis pressóricos do que os indivíduos jovens. Nesse estudo, não foi observada a influência do sexo nos resultados. 2.9.1.3 Consumo de O2 Segundo Froelicher e Myers (2000), o consumo de oxigênio é determinado pelo débito cardíaco e pela diferença arteriovenosa de oxigênio. O consumo máximo de oxigênio (VO2 máx) avalia de forma específica a capacidade aeróbica de um indivíduo. O sistema de transporte do oxigênio sofre uma adaptação favorável com o treinamento físico, que se exterioriza através de maiores valores de VO2 máx. O consumo de oxigênio é determinado pelo débito cardíaco e pela diferença arteriovenosa de oxigênio. Nos pacientes portadores de cardiopatia, o treinamento aumenta em 10% a 30% o VO2 máx, sendo este aumento mais evidente nos primeiros três meses de treinamento. 40 2.9.1.4 Função ventricular Para Froelicher e Myers (2000), uma mesma intensidade de esforço submáximo, o indivíduo treinado apresenta o mesmo débito cardíaco, porém à custa de freqüência cardíaca mais baixa e volume sistólico maior. A maior extração periférica de oxigênio durante o exercício pode permitir que o indivíduo treinado atinja a mesma intensidade de exercício com menor débito cardíaco. Como a freqüência cardíaca no esforço máximo é semelhante no indivíduo treinado e no destreinado, o aumento do débito cardíaco ocorre devido a aumento no volume sistólico. Segundo autor nem um estudo até o momento mostrou melhora da fração do ventrículo esquerdo, com a prática da atividade física. O exercício físico caracteriza-se por uma situação que retira o organismo de sua homeostase, pois implica no aumento instantâneo da demanda energética da musculatura exercitada e, conseqüentemente, do organismo como um todo. Assim, para suprir a nova demanda metabólica, várias adaptações fisiológicas são necessárias e, dentre elas, as referentes à função cardiovascular durante o exercício físico (BRUM et al., 2004) Segundo a sociedade Brasileira de cardiologia a prática da atividade física em pacientes com insuficiência coronariana estável, tem beneficiado a qualidade vida dos coronariopatas, através dos seus benefícios fisiológicos como: melhora da angina em repouso, a atenuação da isquemia induzida pelo esforço a melhora da capacidade funcional, e o controle de alguns dos fatores de risco para doença cardiovascular. Segundo Brum et al. (2004), os estudos realizados nessa área hoje são abrangentes e envolvem desde estudos clínicos até estudos com experimentação animal, com intuito de investigar os mecanismos pelo qual o exercício físico agudo e crônico influenciam o sistema cardiovascular de indivíduos controle e portadores de diversas cardiopatias e distúrbios metabólicos. Na tabela 5, é apresentado um sumário das principais respostas cardiovasculares ao exercício físico agudo. No entanto, o tipo e a magnitude da resposta cardiovascular dependem das características do exercício executado, ou seja, o tipo, a intensidade, a duração e a massa muscular envolvida. Brum et al. (2004) classificou, na tabela acima, dois tipos de exercício : exercício dinâmicos ou isotônicos e estáticos ou isométricos sendo que cada um tem uma resposta diferente no sistema cardiovascular. 41 TABELA 5 - Efeitos agudos do exercício físico sobre a função cardiovascular. EXERCÍCIO FC VS DC RVP PA PAS DINÂMICO MECANISMO Mecanorreceptores musculares e comando central atividade simpática PAD ESTÁTICO Ativação dos quimiorreceptores atividade simpática RESISTIDO ? Nota: As setas para cima, para o lado e para baixo indicam, respectivamente, o aumento, a manutenção ou a diminuição da função cardiovascular. FC é a freqüência cardíaca, VS é o volume sistólico, DC é o débito cardíaco, resistência vascular periférica, PA é a pressão arterial, PAS é a pressão arterial sistólica e PAD é a pressão arterial diastólica. FONTE: Adaptado de Brum et al. (2004, p.22). Segundo autores supracitados, durante o exercício estático observa-se o aumento da freqüência cardíaca, com manutenção, e até redução do volume sistólico, podendo haver até um pequeno aumento do débito cardíaco. Em contrapartida observa-se aumento da resistência vascular periférica, que resulta na elevação exacerbada da pressão arterial. È importante observar que a resposta cardiovascular do exercício estático é dependente da intensidade do exercício. Por outro lado, nos exercícios dinâmicos, como as contrações são seguida de movimentos articulares, não existe obstrução mecânica do fluxo sangüíneo, de modo que, nesse tipo de exercício, também se observa aumento da atividade nervosa simpática, que é desencadeado pela ativação do comando central mecanorreceptores musculares e, dependendo de intensidade do exercício metaborreceptores musculares. Para Regenga (2001), possíveis mecanismos biológicos induzidos pelo exercício físico em relação às doenças cardiovasculares como: aumento da contratilidade do miocárdio e do volume de ejeção, redução da freqüência cardíaca e pressão arterial, aumento da atividade fibrinolítica, aumento do tônus venoso periférico, melhora na síntese de óxido nítrico e possíveis aumentos de fluxo sanguíneo coronário, nos vasos colaterais coronários, capacidade capilar miocárdica, melhorando a oferta de oxigênio e do nível da demanda cardíaco de oxigênio beneficiando a qualidade de vida do doente coronariano. 42 2.10 ESTUDOS IMPÍRICOS RELACIONADOS À PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA E QUALIDADE DE VIDA. Brown et al. (1999 apud ARAÚJO, 2000) submeterem 900 pacientes infartados a questionário de qualidade de vida SF-36, com objetivo de verificar mudanças na qualidade de vida das mesmas, 476 delas, após quatro anos da intervenção relataram melhora na capacidade de trabalho, aumentando assim os níveis de qualidade de vida. Os autores relatam ainda que, após submeterem 124 pacientes a atividade física após infarto agudo do miocárdio por um período de cinco anos, reduziu o número de mortalidade entre esses indivíduos, através do incremento cardiorespiratório desses pacientes, melhorando a qualidade de vida dos mesmos. Macedo et.(2006) na tentativa de demonstrar o impacto da prática da atividade física na melhoria da qualidade de vida obtiveram resultados significantes quando compararam indivíduos praticantes de atividade física e indivíduos pouco ativos. A fim de estudar qualidade de vida em pacientes coronarianos, Benetti; Nahaa; Rabelo et al. (2001) pegaram 45 pacientes e dividiram em três grupos, GI,GII,GII e submeteram cada grupo a um tratamento diferenciado onde o GI era tratamento clínico, reabilitação cárdica mais exercícios físicos supervisionados, GII tratamento clínico mais atividade física espontânea e o GII tratamento clínico convencional. O resultado do estudo o grupo GI obteve escores superior aos escores do GII e GII sendo estatisticamente significante seguindo a mesma linha de pesquisa onde a prática de atividade física contribui para uma melhora de qualidade de vida. Mazo; Mota; Gonçalves (2004) em seu estudo de análise da relação da atividade física e qualidade de vida em mulheres idosas utilizando outro questionário o Whoqol abreviado, verificou que a atividade física tem efeitos benéficos, proporcionando um envelhecimento saudável e melhoria na qualidade de vida no idoso. Costa e Duarte (2002) avaliaram qualidade de vida com o SF-36 em 18 pessoas acometidas de acidente vascular cerebral isquêmico (AVCI), sendo eles submetidos posteriormente a um programa de atividade física regular durante seis meses. Ao termino do período do programa, foi novamente reaplicado o SF-36 e comparado estatisticamente os dados verificando uma significativa melhoria da qualidade geral de vida dos participantes. 43 3 METODOLOGIA 3.1 TIPOS DE ESTUDO E ABORDAGEM Para a classificação do presente estudo, utilizou-se a tipologia proposta por Marconi e Lakatos (2005) na qual as autoras distinguem o método de abordagem dos métodos de procedimentos. O primeiro se caracteriza por uma abordagem mais ampla e nível de abstração mais elevada dos fenômenos estudados. Já os métodos de procedimentos são definidos como etapas mais concretas de investigação. Assim, chegou-se à seguinte classificação: a) Quanto ao método de abordagem, o estudo pode ser classificado como hipotéticodedutivo, uma vez que parte da identificação de um problema, que é a necessidade de verificação empírica da existência de correlação entre atividade física e a qualidade de vida do paciente com diagnóstico de insuficiência coronariana, seguindo da proposição de hipóteses que devem ser submetidas a testes de falseamento. b) Quanto aos métodos de procedimento, classifica-se como método estatístico, pois serão utilizados processos estatísticos para, quantitativamente, testar a hipótese proposta de existência de correlação entre atividade física e a qualidade de vida do paciente com diagnóstico de insuficiência coronariana. O estudo pode ser ainda classificado como tipo corte transversal já que as observações foram colhidas em um período determinado de tempo. 3.2 LOCAL O estudo foi realizado no Instituto de Previdência e Assistência do Município de Belém (IPAMB) no período de fevereiro a abril de 2010. De segunda a sexta-feira de 8h. às 10h da manhã. 44 3.3 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO • Indivíduos com diagnóstico de insuficiência coronariana, ambos os sexos, com idade entre 45 e 65 anos; • Pacientes portadores de doenças coronarianas crônicas; • Pacientes que tenham realizado angioplastia a partir de seis meses; • Pacientes que realizaram revascularização do miocárdio a partir de um ano. 3.4 CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO • Todos que não se enquadrem nos critérios de inclusão • Indivíduos que se recusarem a assinar o TCLE • Portadores de Insuficiência cardíaca grave • Pacientes que tenham realizado revascularização do miocárdio no período de 1ano e angioplastia no período de 6 meses. 3.5 RISCOS E BENEFÍCIOS 3.5.1 Riscos Durante a realização desta pesquisa, os pacientes que aceitarem colaborar respondendo aos questionários poderão sentir-se constrangidos em responder alguma pergunta do questionário. 3.5.2 Benefícios Os dados encontrados na pesquisa poderão contribuir para acrescentar à literatura os resultados referentes ao tema, além de verificar a correlação dos benefícios da atividade física no incremento da qualidade de vida do paciente com diagnóstico de insuficiência coronariana. Podendo beneficiá-los com orientações sobre a importância da prática de atividade física, para o beneficio da qualidade de vida dos mesmos. 45 3.6 COLETAS DE DADOS: ETAPAS TÉCNICAS E INSTRUMENTOS 3.6.1 Técnica de pesquisa Relativamente à técnica, optou-se pela observação direta e extensiva, mais especificamente, a técnica de formulário, definida por Marconi e Lakatos (2005) como um “roteiro de perguntas enunciadas pelo entrevistador e preenchidas por ele com as respostas do pesquisado” (p. 224). 3.6.2 Procedimentos para coleta de dados Os pacientes foram selecionados de acordo com os critérios de inclusão da pesquisa, sendo os mesmos encaminhados pelo médico cardiologista do IPAMB. Após assinar o termo livre esclarecido (Apêndice B), os mesmos respondiam as perguntas dos questionários feitas pela pesquisadora. 3.6.3 Instrumentos para coleta de dados Na coleta de dados, foi utilizado o questionário de qualidade de vida SF- 36 Genérico e o Questionário Internacional de Atividade Física (adaptado), indicados por Boas (2005) e descritos a seguir: 3.6.3.1 Questionário de qualidade de vida SF- 36 Genérico O questionário de qualidade de vida SF 36 genérico (apêndice A), trás, em sua estrutura, um conceito amplo sem fazer referências as disfunções ou agravos específicos. As medidas de avaliação genérica são úteis para demonstrar se o paciente consegue executar determinadas atividades de sua vida diária, e como se sente executando-as. Ciconelli (1999) 46 traduziu e validou a SF-36. A SF 36 é um instrumento, que questiona o paciente sobre sua saúde, é um questionário multidimensional. O SF-36 é composto por 11 questões, num total de 36 itens que abordam oito componentes, também denominados domínios ou dimensões, quais sejam: • Capacidade funcional (dez itens), • Aspectos físicos (quatro itens), • Dor (dois itens), • Estado geral da saúde (cinco itens), • Vitalidade (quatro itens), • Aspectos sociais (dois itens), • Aspectos emocionais (três itens), • Saúde mental (cinco itens). O SF inclui ainda uma questão (36º item) sobre a percepção do paciente de sua saúde atual e há um ano. O indivíduo recebe um escore em cada domínio, que varia de 0 a 100, sendo 0 o pior escore e 100, o melhor escore. Quadro 2 – Questão 01 03 04 05 06 07 08 09 10 11 Pontuação do SF-36 por item de questão. Pontuação 1=>5,0 2=>4,4 3=>3,4 4=>2,0 5 =>1,0 Soma normal dos valores dos itens da questão Soma normal dos valores dos itens da questão Soma normal dos valores dos itens da questão 1=>5 2=>4 3=>3 4=>2 5=>1 1=>6,0 2=>5,4 3=>4,2 4=>3,1 5=>2,2 Se 8=>1 e 7=>1 =========6 1=>6,0 Se 8=>1 e 7=>de 2 a 6 =====5 2=>4,75 Se 8=>2 e 7=>de 2 a 6 =====4 3=>3,75 Se 8=>3 e 7=>de 2 a 6 =====3 4=>2,25 Se 8=>4 e 7=>de 2 a 6 =====2 5=>1,0 Se 8=>5 e 7=>de 2 a 6 =====1 Se a questão 07 não for respondida 1=>6,0 2=>4,75 3=>3,75 4=>2,25 5=>1,0 A, D, E, H = valores contrários (1=6, 2=5, 3=4, 4=3, 5=2, 6=1) Vitalidade = A + E + G + I Saúde Mental = B + C + D + F + H Soma normal dos valores dos itens da questão Soma de: A + C (valores normais) B + D (valores contrários: 1=5, 2=4, 3=3, 4=2, 5=1) Fonte: Adaptado de Villas Boas et al. (2005) e Ciconelli et al. (2008). 6=>1,0 47 Os cálculos dos escores da qualidade de vida dos pacientes a partir dos dados obtidos pela aplicação do SF-36 foram efetuados em três etapas, conforme orientação de Villas Boas (2005), Ciconelli et al. (2008) e Pimenta et al. (2008). Na primeira etapa, atribuiu-se a pontuação para cada um dos itens respondidos pelos pacientes, conforme quadro 2. Na segunda etapa, calcularam-se os valores de cada um dos oito domínios contemplados pelo questionário SF-36 (capacidade funcional, aspectos físicos, dor, estado geral da saúde, vitalidade, aspectos sociais, aspectos emocionais e saúde mental) e soma dos pontos obtidos em cada item relativo ao domínio correspondente, para cada paciente. Na terceira etapa, calculou-se o valor transformado dos domínios com o uso dos valores mínimos e máximos possíveis em cada item para calcular o valor transformado, com o emprego da fórmula: Yij = X ij − min j vj ×100 (1) Onde j representa o domínio; i representa o paciente avaliado, Yij é o valor do domínio j para o paciente i, Xij é o valor da questão do domínio j para paciente i; minj é o valor mínimo possível para o domínio j; e vj variação (score range ou máxj - minj). Os valores de minj, máxj, e vj são apresentados no Quadro 3. Quadro 3 – Pontuação do SF-36 por domínio. Item Questão Limite minj 10 4 2 5 4 2 3 5 Limite maxj 30 8 12 25 24 10 6 30 Capacidade Funcional 3 Aspecto Físico 4 Dor 7+8 Estado Geral de Saúde 1 + 11 Vitalidade 9 A, E, G, I Aspectos Sociais 6 + 10 Aspecto Emocional 5 Saúde Mental 9 B, C, D, F, H Fonte: Adaptado de Villas Boas et al. (2005) e Ciconelli et al. (2008). Variação vj=máxj-minj 20 4 10 20 20 8 3 25 48 3.6.3.2 Questionário internacional de atividade física (adaptado) Para avaliação do nível de ATF foi utilizada a versão curta do International Physical Activity Questionaire (IPAQ), com a classificação sugerida pela Umeda (2005). O IPAQ é um instrumento que permite estimar o tempo semanal gasto na realização de caminhada e da prática de atividade física (ATF) de intensidade moderada vigorosa. Ao IPAQ, foram acrescidas perguntas referentes à reabilitação cárdica (Apêndice C) A classificação do nível de ATF dos pacientes, a partir dos dados obtidos pela aplicação do IPAQ, foi realizada conforme orientação de Boas (2005) e apresentada a seguir: Quadro 4 – Classificação do nível de atividade física IPAQ (adaptado de 45). Classificação Critério Sedentário Insuficientemente Ativo Ativo Muito Ativo Não realizou nenhuma atividade física por pelo menos 10 minutos contínuos durante a semana. Realiza atividade física por pelo menos 10 minutos por semana, porém insuficiente para ser classificado como ativo. Pode ser dividido em dois grupos: a) Atinge pelo menos um dos critérios da recomendação a. Freqüência: 5 dias/semana OU b. Duração: 50 min./semana b) Não atingiu nenhum dos critérios da recomendação Obs: Para realizar essa classificação somam-se a freqüência e a duração dos diferentes tipos de atividade (CAMINHADA + MODERADA + VIGOROSA) Cumpriu as recomendações a) VIGOROSA: > 3 dias / sem e > 20 minutos por sessão b) MODERADA ou CAMINHADA: > 5 dias/ sem e 30 minutos por sessão c) qualquer atividade somada: > 5 dias/sem e > 150 minutos/sem (CAMINHADA + MODERADA + VOGOROSA) Cumpriu as recomendações e: a) VIGOROSA: > 5 dias/sem e > 30 minutos por sessão OU b) VIGOROSA: > 3 dias/ sem e > 20 minutos por sessão + MODERADA e/ou CAMINHADA: > 5 dias/sem e > 30minutos por sessão Fonte: adaptado de Boas (2005, p. 32) 3.7 TRATAMENTOS DOS DADOS Os dados da pesquisa foram inseridos em planilha eletrônica para armazenamento digital e cálculo de pontuação da qualidade de vida e atividade dos pacientes. Para o tratamento estatístico, fez-se o uso de programa de estatística R que pode ser definido como um sistema de análise estatística, matemática e gráfica (R DEVELOPMENT CORE TEAM, 2010). Corrêa 49 (2007) destaca que entre as vantagens do programa R estão a sua simplicidade e ser um programa estatístico utilizado por uma vasta comunidade acadêmica, estando disponível gratuitamente no sítio http://www.r-project.org/ , sob os termos da GNU General Public License. Foram calculadas as pontuações de qualidade de vida e a prática de atividade física dos pacientes com base nos dados obtidos por meio dos questionários SF-36 e IPAQ, respectivamente, como detalhado a seguir. O tratamento estatístico dos dados, realizado com apoio do programa estatístico R, iniciou pela descrição dos pacientes que participaram da entrevistas, destacando faixa etária e sexo. Posteriormente, calcularam-se as estatísticas descritivas, média, desvio-padrão, valores mínimos e máximos das nove variáveis estudadas (oito referentes à qualidade de vida e uma referente à aptidão física). Na definição das variáveis, incluiu-se a classificação de seu nível de mensuração, por ser uma característica determinante no seu tratamento estatístico. As variáveis estudadas, neste estudo, foram classificadas em dois níveis de mensuração1: o ordinal e o intervalar. O nível de mensuração ordinal proporciona informação sobre a ordenação da categoria, mas não indica a magnitude de diferenças entre os números. Dada uma escala nominal, se a relação de “esta é maior do que aquela” e essa relação vale para as demais classes, tem-se uma escala ordinal. Já o nível de mensuração intervalar indica a ordenação e a distância entre as categorias (SIEGEL, 1975; LEVIN; FOX, 2004). A seguir não listadas as variáveis de interesse da pesquisa juntamente com as respectivas siglas: a) Capacidade funcional (CFU), variável de nível de mensuração intervalar; b) Aspectos físicos (AFI), variável de nível de mensuração intervalar; c) Dor (DOR), variável de nível de mensuração intervalar; d) Estado geral da saúde (EGS), variável de nível de mensuração intervalar; e) Vitalidade (VIT) , variável de nível de mensuração intervalar; f) Aspectos sociais (ASO), variável de nível de mensuração intervalar; g) Aspectos emocionais (LAE), variável de nível de mensuração intervalar; h) Saúde mental (SME), variável de nível de mensuração intervalar i) Nível de aptidão física (CAF), variável de nível de mensuração ordinal. 1 Há ainda o nível de mensuração nominal que é o caso da do sexo dos indivíduos estudados, no entanto, essa variável não foi objeto de testes estatísticos, sendo uma variável apenas descritiva no contexto desta pesquisa, não contribuindo para o teste da hipótese nula, nem para conclusões adicionais. 50 A seguir, com a finalidade de medir a associação entre a atividade física e a qualidade de vida de pacientes com diagnóstico de insuficiência coronariana, optou-se pela utilização de um teste não-paramétrico, o coeficiente de correlação de Spearman, uma vez que a variável de classificação de atividades física (CAF) é uma variável de nível de mensuração ordinal, já que classifica os indivíduos e níveis de atividade física (em ordem crescente: sedentário, insuficientemente ativo, ativo e muito ativo) e, segundo esclarecimento de Siegel (1975), os clássicos testes paramétricos2 exigem que as variáveis sejam de escala de mensuração intervalar; portanto, a alternativa não paramétrica é a recomendada, neste estudo, pelo fato da variável Nível de aptidão física (CAF), cuja correlação com as demais será testada, não possuir o nível de mensuração intervalar exigida pelos testes paramétricos, mas somente ordinal. Siegel (1975) explica que o coeficiente de correlação de Spearman (rs) mede o nível da relação linear entre duas variáveis. O seu valor varia entre -1 e 1. Um coeficiente de correlação igual a -1 indica correlação linear negativa perfeita. Um coeficiente de correlação igual a 1 indica correlação linear positiva perfeita. Quanto mais próximo estiver da unidade, mais forte será a correlação. Quando seu valor é zero, indica total ausência de relação linear. Quanto mais próximo de zero mais fraca será a correlação. O também denominado “rho” (ρ) de Spearman, é aqui designado simplesmente por rs e calculado por meio da seguinte equação n rs = 6∑ d i2 i =1 n3 − n (2) onde n é o número de observações e ∑di2 é a soma dos quadrados das diferenças entre os postos. No intuito de facilitar o entendimento do nível de associação entre as variáveis, calculou-se também o coeficiente de determinação (r2) pelo fato dessa medida de associação ser expressa em termos percentuais. O coeficiente de determinação é simplesmente elevando o coeficiente de correlação, como demonstrado na seguinte equação: 2 A medida de associação paramétrica entre duas variáveis é o coeficiente de correlação de Pearson (SIEGEL, 1975). 51 r 2 = ( rs ) 2 (3) onde rs é coeficiente de correlação de Spearman anteriormente calculado. Finalmente, para testar formalmente a hipótese de nulidade de que NÃO há correlação entre a atividade física e a qualidade de vida de pacientes com diagnóstico de insuficiência coronariana, os valores de rs calculados foram comprovados, conforme orienta Siegel (1975), por meio da seguinte prova: t = rs n−2 1 − rs2 (4) onde rs é coeficiente de correlação de Spearman e n é o número de observações. Para um número de observações maior do que 10, a fórmula Nº tem uma distribuição t de Student com n-2 graus de liberdade. Os valores reportados nos resultados imediatamente abaixo dos coeficientes de correlação de Spearman são os valores-p. Os valores-p são conhecidos como “o nível de significância, que representa o menor nível a partir do qual H0 pode ser rejeitada para um determinado conjunto de dados” (LEVINE et. al., 2005, p.317). Se o valor-p for maior ou igual ao nível de significância (α), a hipótese nula não é rejeitada. Se o valor-p for menor do que o nível de significância (α), a hipótese nula é rejeitada (LEVINE et. al., 2005, p.317; LEVIN e FOX, 2004, p. 234). O nível de significância adotado nesta pesquisa foi de 5%. Para determinação do tamanho da amostra foram seguidas as orientações de Levine et al. (2005) e Fávero et al. (2009). Para cálculo do tamanho da amostra, inicialmente, deve-se determinar se a população a ser estudada é finita ou infinita em relação à quantidade de indivíduos com as características de interesse. No caso, observou-se que, no período estudado, foram atendidos 820 pacientes cardiopatas, dos quais 53 apresentaram as características de interesse, na faixa etária de 45 a 65 anos que atenderam os critérios de inclusão, correspondendo a 6,46% do total. Como a proporção de indivíduos que pertence à categoria que se está interessado em estudar é maior do que 5% da população, diz-se que a população é finita. Considerando que o nível de mensuração da variável de interesse, nomeadamente a variável que classifica a prática atividade física dos indivíduos (CAF), é ordinal e de cuja associação com as demais deve ser avaliada, optou-se pela fórmula para proporções para 52 determinação do tamanho ótimo da amostra (n0), com fator de correção para populações finitas, sugerida por Levine et al. (2005) e Fávero et al. (2009): n0 = Npq ( Z α / 2 ) 2 pq ( Z α / 2 ) 2 + ( N − 1)e 2 (5) onde n0 é o tamanho da amostra; N é o tamanho da população; Z é uma variável normal padronizada correspondente ao grau de confiança desejado; e é o erro de amostragem, que corresponde á margem de erro máximo de estimativa, identificando a diferença entre a proporção amostral e a verdadeira proporção; p é a proporção de indivíduos que pertence a categoria que estamos interessados em estudar, q é a proporção populacional de indivíduos que não pertencem à categoria que estamos interessados em estudar (q = 1-p). Nesta investigação, N = 820; Z a 5% de confiança é Z0,05/2 = 1,96; e escolhido foi de 10%, p = 0,0646, q = 0,9354 (= 1-0,0646), de forma que o tamanho da amostra (n0) deve ser, no mínino, de 23 indivíduos, como recomendam os autores. Ressalta-se que foram analisados 39 indivíduos, ou seja, um número superior ao mínimo necessário, (n0) = 23 indivíduos. 53 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO Foram entrevistados entrevistado 39 pacientes com diagnóstico de insuficiência coronariana, entre 45 a 65 anos. No gráfico 1, 1, é exibida a distribuição da amostra estudada por sexo. Podese observar que 24 indivíduos da amostra são do sexo masculino, representando 62% 62 do total, e 15 são do sexo feminino, 38% do total. 15; 38% Masculino 24; 62% Feminino Gráfico 1 Distribuição da amostra por sexo de pacientes com diagnóstico de insuficiência coronariana, coronariana, entre 45 a 65 anos. anos Fonte: Pesquisa Pesqui de campo. Tabela 6 – Distribuição de freqüência da Classificação Atividade Física de pacientes com diagnóstico de insuficiência coronariana, coronariana, entre 45 a 65 anos, anos segundo o IPAQ. Classificação fa % Sedentário 14 35,90 Insuficientemente uficientemente Ativo 13 33,33 Ativo 12 30,77 Muito Ativo 0 0,00 Total 39 100,00 Fonte: Pesquisa de campo. A Tabela 6 e o Gráfico 2 apresentam a distribuição de freqüências de classificações de atividade física dos pacientes da amostra, segundo o IPAQ. 14 indivíduos foram classificados como sedentário o que corresponde a 35,90% da amostra; 13 foram classificados como insuficientemente ativos 33,33% do total; 12 foram classificados como ativos 30,77%; e nenhum dos indivíduos pesquisados foi classificado como muito ativo. 54 14 Frequência 12 10 8 6 4 2 0 Sedentário Ins. Ativo Ativo Muito Ativo Classificação Prática de Atividade Física Gráfico 2 – Distribuição de freqüência da Classificação Atividade Física de pacientes com diagnóstico de insuficiência coronariana, entre 45 a 65 anos, anos, segundo o IPAQ. Na análise do nível de atividade física (ATF) o elevado percentual de indivíduos sedentários e a ausência de muito ativo era uma possibilidade esperada, tendo em vista que os voluntários eram de faixa etária média 65 anos que realizaram revascularização do miocárdio (RV), angioplastia ou doença arterial crônica, porém nunca realizaram fisioterapia ou participaram de programas as reabilitação cárdica. Valores diferentes foram observados em estudo de corte transversal realizados por Porto e Campos (2009) ao avaliarem avaliar qualidade de vida (QV) e nível de atividade física em pacientes de reabilitação cárdica em fase ambulatorial, ambulatorial, encontraram valores diferentes na analise da atividade física. Foi observado um percentual elevado de indivíduos ativos e muito ativos, tendo em vista que todos os voluntários eram participantes de programas formais de reabilitação cárdica. Benetti et al (2002) avaliaram qualidade de vida em 42 pacientes coronarianos, com idade média de 61 anos, vinculados de um programa de reabilitação cárdica, cárdica os pacientes foram divididos em 3 grupos, onde GI recebeu tratamento com exercícios físicos regulares, GII recebeu ecebeu apenas recomendações de higiene dietética e orientação sobre a importância da reformulação de hábitos alimentares, e que praticaram atividade física espontânea e o GII apenas recebeu orientações. Os resultados do estudo relacionado ao ponto de vista físico a 55 percepção de qualidade de vida dos sujeitos do GI onde foi realizada a prática da atividade fisica foi bem superior aos demais. Tabela 7 Estatísticas dos indicadores de qualidade de vida de pacientes com diagnóstico de insuficiência coronariana entre 45 a 65 anos, segundo o SF-36. Indicador Média DP Mediana Mín. Máx. CFU 58,21 26,67 65,0 0,0 100,0 AFI 44,87 37,25 50,0 0,0 100,0 DOR 55,59 19,21 52,0 10,0 100,0 EGS 40,00 14,89 37,0 10,0 80,0 VIT 60,51 18,31 55,0 20,0 100,0 ASO 59,29 17,38 62,5 12,5 87,5 LAE 47,01 43,07 33,3 0,0 100,0 SME 65,64 19,04 64,0 8,0 100,0 0 20 40 Escore 60 80 100 Fonte: Pesquisa de campo. CFU AFI DOR EGS VIT ASO LAE SME Indicadores de qualidade de vida Gráfico 3– Boxplot dos indicadores de qualidade de vida de pacientes com diagnóstico de insuficiência coronariana, entre 45 a 65 anos. Fonte: Pesquisa de campo. Nesta pesquisa, identificou-se que os voluntários entrevistados não possuem uma boa percepção do seu estado de saúde relacionado à qualidade de vida, com valores médios e medianos abaixo de 70 pontos. Campos e Porto (2009), apesar na inexistência de pontos de 56 corte na escala do SF-36, consideraram, em sua pesquisa, que uma boa percepção de qualidade de vida, utilizando SF-36, resulta em valores acima de 70 pontos em uma escala de 1 a 100 para qualquer um dos oito domínios do questionário. Os indivíduos estudados por Campos e Porto (2009) eram todos os voluntários eram participantes formais de um programa de reabilitação cárdica e apresentaram boa percepção do grupo em relação à própria qualidade de vida, com valores medianos acima de 71,9 pontos nos oitos domínios do SF-36, em contraste com os indivíduos examinados nesta pesquisa na qual nem um paciente participava ou participou de qualquer programa de reabilitação cárdica. Na tabela 8, são apresentadas as estatísticas de associação entre a classificação da prática de atividade física (CAF), segundo o IPAQ, e os oito indicadores de qualidade de vida pacientes com diagnóstico de insuficiência coronariana, entre 45 a 65 anos. Constatam-se coeficientes de correlação significativos entre a prática de atividade física e quatro indicadores de qualidade de vida: CFU, AFI, LAE e SME. Tabela 8 – Estatísticas de associação entre nível da prática de atividade física e indicadores de qualidade de vida de pacientes com diagnóstico de insuficiência coronariana, entre 45 a 65 anos. Est. CFU AFI DOR EGS VIT ASO LAE SME rs r2 0,6647** 0,6593** 0,1680 0,0067 0,2607 -0,0126 0,5169** (0,0000) (0,0000) (0,3067) (0,9679) (0,1089) (0,9393) (0,0008) 0,00 6,80 0,02 44,18 43,46 2,82 26,71 0,3214* (0,0460) 10,33 NOTA: rs é o Coeficiente de correlação de Spearman, r2 é o Coeficiente de determinação, CFU é o indicador de capacidade funcional, AFI é a limitação por aspectos físicos, DOR é o indicador de dor, EGS é o estado geral da saúde, VIT é o indicador de vitalidade, ASO corresponde aos aspectos sociais, LAE é a limitação por aspectos emocionais e SME é a saúde mental. Fonte: Elaborado pelo autor a partir dos dados da pesquisa de campo. Observa-se a existência de correlação positiva (rs = 0,6647), forte e significativa (P<1%) entre o nível de atividade física (CAF) e o indicador de capacidade funcional (CFU), ou seja, quanto maior o nível de prática atividade física do indivíduo, maior sua capacidade funcional, sugerido que a prática de atividade física pode contribuir para a melhoria da capacidade funcional dos indivíduos. 60 40 0 20 Capacidade Funcional (CFU) 80 100 57 Sedentário Ins. ativo Ativo Muito ativo Classificação do nível de prática de atividade física (CAF) Gráfico 4 Relação entre os níveis de prática de atividade físico e o indicador de capacidade funcional de pacientes com diagnóstico de insuficiência coronariana, entre 45 a 65 anos. Fonte: Pesquisa de campo. O Gráfico 4 exibe com maior clareza a associação positiva entre CAF e CFU. Os indivíduos classificados como insuficientemente ativos têm a possibilidade de apresentar escores de CFU maiores do que os escores alcançados pelos indivíduos sedentários, logo podem apresentar níveis de qualidade de vida melhor. Na medida em que a classificação de atividade física vai sendo elevada de sedentário para insuficientemente ativo e ativo, maiores podem ser os escores de CFU obtidos pelos indivíduos, o que confirma a correlação positiva medida pelo coeficiente de correlação de Spearman. O coeficiente de determinação entre CAF e CFU indica que 44,18% das variações em CFU podem ser explicadas pelas variações no nível de atividade física dos indivíduos da amostra, os demais 55,82% são atribuídos a fatores não considerados na pesquisa. Tal fato evidencia a relevância da prática de atividade física como instrumento para a melhora na qualidade de vida dos indivíduos. A correlação entre o nível de atividade física (CAF) e o indicador de aspectos físicos (AFI) é positiva (rs = 0,6593), forte e significativa (P<1%) ou seja, quanto maior o nível de prática atividade física do indivíduo, maior seu escore de AFI, sugerido que a prática 58 de atividade física pode contribuir para a melhoria da qualidade de vida em termos de 60 40 0 20 Aspectos Físicos (AFI) 80 100 aspectos físicos. Sedentário Ins. ativo Ativo Muito ativo Classificação do nível de prática de atividade física (CAF) Gráfico 5 Relação entre os níveis de prática de atividade e o indicador de lim aspectos físicos de pacientes com diagnóstico de insuficiência coronariana, entre 45 a 65 anos. Fonte: Pesquisa de campo. O Gráfico 5 exibe a associação positiva entre CAF e AFI. Os indivíduos classificados como insuficientemente ativos podem apresentar níveis de escores de AFI mais elevados do que os escores alcançados pelos indivíduos sedentários, logo podem possuem níveis qualidade de vida melhor. Quando se compara os escores dos indivíduos insuficientemente ativos com os dos ativos, observa-se que, em geral, aqueles podem ter escores menores do que os ativos, apesar da existência de uma observação atípica (outlier) no grupo dos ativos, trata-se de um indivíduo que obteve um escore de AFI muito baixo quando comparado com demais indivíduos classificados no grupo de ativos. O coeficiente de determinação entre CAF e AFI indica que 43,46% das variações em AFI podem ser explicadas pelas variações no nível de atividade física dos indivíduos da amostra, os demais 56,54% devem ser atribuídos a fatores não considerados na pesquisa. Novamente, a importância da prática de atividade física como instrumento para a melhora na qualidade de vida dos indivíduos é evidenciada. 60 40 0 20 Aspecotos Emocionais (LAE) 80 100 59 Sedentário Ins. ativo Ativo Muito ativo Classificação do nível de prática de atividade física (CAF) Gráfico 6 Relação entre os níveis de prática de atividade e o indicador de aspectos emocionais de pacientes com diagnóstico de insuficiência coronariana, entre 45 a 65 anos. Fonte: Pesquisa de campo. A correlação observada entre nível de atividade física (CAF) e o indicador de aspectos emocionais (LME) também é positiva (rs = 0,5169) e significativa (P<1%), contudo, é moderada, Assim, quanto maior o CAF, maior o escore de LME, sugerido que a prática de atividade física contribui para melhoria do nível da qualidade de vida dos indivíduos em termos emocionais, conforme é exibido no Gráfico 7, no qual pode-se observar que, na medida em que a classificação de atividade física vai sendo elevada de sedentário para insuficientemente ativo e ativo, maiores são as medianas dos escores de LAE obtidos pelos indivíduos. O coeficiente de determinação entre CAF e LME indica que 26,71% das variações em LME podem ser explicadas pelas variações no nível de atividade física dos indivíduos da amostra. 60 40 20 Saúde Mental (SME) 80 100 60 Sedentário Ins. ativo Ativo Muito ativo Classificação do nível de prática de atividade física (CAF) Gráfico 7 - Relação entre os níveis de prática de atividade e o indicador de saúde mental de pacientes com diagnóstico de insuficiência coronariana, entre 45 a 65 anos (Pesquisa de campo). O quarto indicador de qualidade de vida que apresenta correlação significativa (P<5%) com o nível de atividade física (CAF) é o de saúde mental (SME), correlação essa positiva (rs = 0,3214) e moderada, sugerindo que a atividade física contribui para a melhora, ainda que moderadamente, a saúde mental dos indivíduos. O exame desse gráfico X revela a possibilidade de obtenção de maiores escores de SME, a medida em que o nível de atividade física aumenta. O coeficiente de determinação entre CAF e LME indica que 10,33% das variações em SME podem ser explicadas pelas variações no nível de atividade física dos indivíduos da amostra. Portanto, diante do fato de que as correlações entre o nível prática de atividade física dos indivíduos pesquisados e quatro dos indicadores de qualidade de vida são significantes, pode-se rejeitar a hipótese nula de que não há correlação entre a atividade física e a qualidade de vida de pacientes com diagnóstico de insuficiência coronariana. Com base nos resultados, parece razoável concluir que a associação entre prática de atividade física e a qualidade de vida de pacientes com diagnóstico de insuficiência coronariana existe e é positiva. 61 Os resultados dessa pesquisa estão em linha com os resultados de outras investigações relatados na literatura. Brown et al. (1999 apud ARAÚJO, 2000) também observaram associação entre atividades física e a melhora na qualidade de vida de pacientes coronarianos. Rabelo et al (2001) observaram que pacientes submetidos a tratamento clínico reabilitação cárdica mais exercícios físicos supervisionados obtiveram escores significantemente maiores do que pacientes submetidos a tratamento clínico mais atividade física espontânea e do que pacientes submetidos somente a tratamento clínico convencional. Macedo et al. (2006), na demonstraram o impacto da prática da atividade física na melhoria da qualidade de vida obtiveram resultados significantes quando compararam indivíduos praticantes de atividade física e indivíduos pouco ativos. Finalmente, Porto e Campos (2008), observaram boa percepção do grupo em relação à própria qualidade de vida, com valores medianos acima de 71,9 pontos nos oitos domínios do SF-36, tendo em vista que todos os voluntários eram participantes formais de um programa de reabilitação cárdica, sendo, neste aspecto, diferentes dos indivíduos examinados nesta pesquisa na qual nem um paciente participava ou participou de qualquer programa de reabilitação cárdica. 62 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS O objetivo da pesquisa foi avaliar a correlação entre a prática da atividade física e qualidade de vida em pacientes com diagnostico de insuficiência coronariana. Nos últimos anos, muitas têm sido as discussões entre os profissionais da área de saúde relacionadas à inclusão de pessoas portadoras de doenças cardíacas em programas de atividade física, quer seja como apoio da reabilitação, atividades recreativas, manutenção da saúde ou desenvolvimento da potencialidade desses indivíduos. O questionário utilizado SF-36 é um instrumento, que avalia genericamente o estado de saúde e qualidade de vida do individuo, distribuído entre oito domínios e 36 itens, os quais deverão ser discutidos e analisados individualmente, já que saúde e qualidade d e vida não devem ser vista apenas como uma soma total de cada um desses domínios. Em função dos resultados encontrados na amostra estudada, pode-se confirmar que existe associação entre a prática da atividade física e a percepção da qualidade de vida quando avaliada pelo SF-36. A conclusão da pesquisa vem, portanto, confirmar as suposições de autores sobre a associação positiva entre a prática da atividade física e qualidade de vida, estando em linha com outras investigações encontradas na literatura especializada. Infelizmente, em nossa região, ainda há uma carência muito grande de estudos relacionados ao tema da pesquisa, talvez por essa razão sejam poucos os profissionais especializados e habilitados em reabilitação cárdica, impossibilitando que o cardiologista ou o médico responsável indique seu paciente para um profissional, ficando esse paciente a mercê de panfletos e mantendo uma vida limitada, prejudicando sua capacidade física e emocional contribuindo assim, para uma qualidade de vida aquém do que poderia ser alcançada. Diante dos resultados, pode-se considerar a utilização de protocolos fisioterapêuticos que incluam a prática de exercícios físicos necessários para melhores condições físicas, mentais e sociais, de forma que esse paciente consiga, pelo seu próprio esforço, reconquistar sua posição normal na comunidade e levar uma vida ativa e produtiva, melhorando, desta forma, a sua qualidade de vida. Finalmente, para pesquisas futuras, no intuito de obter novas informações sobre associação da avaliação da correlação da atividade física e qualidade de vida em pacientes coronarianos, a amostra poderia ser ampliada, recrutada em locais diferentes, incluindo outras faixas etárias. Sugere-se também a avaliação da evolução de pacientes que sigam um 63 protocolo da prática de atividade física em comparação com outros protocolos sem a inclusão da prática de atividade física. 64 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA, M. A. A. Atividade física como estratégia de prevenção de agravo á saúde: considerações teóricas, metodológicas e de aplicação. 1998. Dissertação (Mestrado) - Escola de educação Física e esporte, Universidade de São Paulo. São Paulo 1998. BARROS, M. V. G.; NAHAS, M. V. Reprodutibilidade (teste-reteste) do Questionário Internacional de Atividade Física (qiaf-versão 6): um estudo piloto com adultos no Brasil. 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I IDADE 1 65 2 65 3 63 4 58 5 62 6 59 7 60 8 56 9 61 10 63 11 62 12 65 13 57 14 58 15 45 16 65 17 55 18 46 19 54 20 46 21 65 22 62 23 63 24 65 25 62 26 49 27 58 28 60 29 52 30 60 31 59 32 48 33 50 34 55 35 60 36 59 37 49 38 60 39 63 SEXO M M F M M M M F M F M M M F M M F M M M F M M M F F F M F F F M M M F F M M F CAF Sedentário Sedentário Ativo Ativo Ins. ativo Ativo Ins. ativo Sedentário Ativo Ins. ativo Ativo Ativo Ins. ativo Sedentário Sedentário Ativo Sedentário Ins. ativo Sedentário Sedentário Sedentário Ins. ativo Ativo Sedentário Ativo Sedentário Ins. ativo Ins. ativo Ativo Ins. ativo Ativo Ativo Ins. ativo Ins. ativo Ins. ativo Ins. ativo Sedentário Sedentário Sedentário CFU 0 45 75 95 40 100 95 40 85 60 70 65 65 75 15 60 70 55 60 55 15 30 60 5 100 45 65 70 70 75 70 85 85 60 70 80 20 30 10 AFI DOR 50 52 0 10 75 100 75 31 100 62 100 80 25 61 25 41 50 64 100 72 75 72 100 41 75 74 0 31 0 74 25 62 0 52 50 52 0 74 0 74 0 51 0 51 0 52 0 74 100 41 0 41 50 41 50 41 75 51 50 74 75 62 100 100 75 41 25 41 25 41 100 41 25 41 50 74 25 31 EGS 17 10 42 40 32 32 32 32 42 32 27 27 27 77 62 52 52 37 42 42 55 80 52 30 52 37 37 37 32 32 32 32 57 50 52 52 45 20 20 VIT 30 70 95 95 100 60 80 80 80 70 85 55 55 65 55 45 45 50 45 45 65 85 55 75 65 65 45 60 60 50 45 80 40 40 45 55 55 20 50 ASO 87.5 50.0 12.5 87.5 75.0 75.0 87.5 62.5 37.5 50.0 37.5 50.0 50.0 62.5 87.5 62.5 62.5 75.0 50.0 50.0 50.0 75.0 75.0 50.0 75.0 87.5 62.5 50.0 75.0 50.0 50.0 62.5 37.5 37.5 50.0 62.5 62.5 37.5 50.0 LAE 0.0 33.3 100.0 100.0 100.0 100.0 100.0 0.0 66.7 66.7 33.3 100.0 66.7 100.0 0.0 0.0 0.0 66.7 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 66.7 66.7 100.0 100.0 100.0 66.7 33.3 33.3 100.0 100.0 0.0 33.3 0.0 SME 44 24 92 96 72 52 88 76 88 88 84 60 60 68 52 64 72 44 64 64 68 68 56 60 84 84 52 64 84 56 56 100 64 64 60 72 72 8 36 NOTA: CAF é a classificação do nível atividade física, AFI é a limitação por aspectos físicos, DOR é dor, EGS é o estado geral da saúde, VIT é a vitalidade, ASO correspondem aos aspectos sociais, LAE é a limitação por aspectos emocionais e SME é a saúde mental. Fonte: dados da pesquisa de camp 69 APÊNDICE B TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO CORRELAÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA E A QUALIDADE DE VIDA EM PACIENTES COM DIAGNÓSTICO DE INSUFICIENCIA CORONARIANA Você está sendo convidado (a) a participar do projeto de pesquisa acima citado. O documento abaixo contém todas as informações necessárias sobre a pesquisa que estamos fazendo. Sua colaboração neste estudo será de muita importância para nós, mas se desistir a qualquer momento, isso não causará nenhum prejuízo a você. Eu, ___________________________, residente e domiciliado na ______________________, portador da Cédula de identidade, RG ____________ , e inscrito no CPF_________________ nascido (a) em _____ / _____ /_______ , abaixo assinado (a), concordo de livre e espontânea vontade em participar como voluntário (a) do estudo “AVALIAÇÃO DA CORRELAÇÃO DA PRÁTICA ATIVIDADE FÍSICA E A QUALIDADE DE VIDA EM PACIENTES COM DIAGNÓSTICO DE INSUFICIENCIA CORONARIANA”. Estou ciente que: I) A pesquisa será realizada no Instituto de Previdência e Assistência ao município de Belém (IPAMB) – localizada na Avenida Almirante barroso, 2070 – Belém-Pa, cujo o objetivo é Avaliar se existe correlação entre a prática da atividade física e a qualidade de vida em pacientes que tenham diagnóstico de Insuficiência Coronariana; II) Os dados serão coletados no próprio IPAMB - através da aplicação do questionário internacional de atividade física (IPAQ) e questionário de qualidade de vida SF 36; III) Não sou obrigado a responder as perguntas realizadas no questionário de avaliação; IV) Durante a realização desta pesquisa, os pacientes poderão sentir-se constrangido em responder alguma pergunta relacionado aos questionários. V) A participação neste projeto não tem objetivo de me submeter a um tratamento, bem como não me causará nenhum gasto. VI) Tenho a liberdade de desistir ou de interromper a colaboração neste estudo no momento em que desejar, sem necessidade de qualquer explicação; VII) A desistência não causará nenhum prejuízo à minha saúde ou bem estar físico. Não virá interferir no atendimento ou tratamento médico; VIII) A minha participação neste projeto contribuirá para acrescentar à literatura dados referentes ao tema, direcionando as ações voltadas para a promoção da saúde e não causará nenhum risco a minha integridade física, psicológica, social e intelectual; IX) Não receberei remuneração e nenhum tipo de recompensa nesta pesquisa, sendo minha participação voluntária; 70 X) Os resultados obtidos durante este ensaio serão mantidos em sigilo; XI) Concordo que os resultados sejam divulgados em publicações científicas, desde que meus dados pessoais não sejam mencionados; XII) Caso eu desejar, poderei pessoalmente tomar conhecimento dos resultados parciais e finais desta pesquisa. ( ) Desejo conhecer os resultados desta pesquisa. ( ) Não desejo conhecer os resultados desta pesquisa. Belém,___de________ de 2009 Declaro que obtive todas as informações necessárias, bem como todos os eventuais esclarecimentos quanto às dúvidas por mim apresentadas. Voluntário:___________________________________________________ Testemunha 1 : _______________________________________________ Nome / RG / Telefone Testemunha 2 : ________________________________________________ Nome / RG / Telefone Responsável pelo Projeto: Paulo Ávila Regiane Pires do Nascimento – 8881-9171/ 32337632 71 APÊNDICE C - IPAQ Nome: ________________________________________________________ Data : ___/___/___ Idade: ____ Sexo F ( ) M ( ) As perguntas estão relacionadas o tempo que você gastou fazendo atividade física na ÚLTIMA SEMANA. As perguntas incluem as atividades que você fez no trabalho, para ir de um lugar a outro, por lazer, por esporte, por exercício ou como parte de suas atividades em casa ou no jardim. Para responder às perguntas pense somente nas atividades que você realiza por pelo menos 10 minutos contínuos de cada vez. 1a. Em quantos dias da ultima semana você caminhou por pelo menos 10 minutos contínuos em casa ou no trabalho, para ir de um lugar para outro, por lazer, por prazer ou como forma de exercício? Dias___ por SEMANA ( ) Nenhum 1b. Nos dias em que você caminhou por pelo menos 10 minutos contínuos, quanto tempo total você gastou caminhando por dia? horas: ______ minutos: _____ 2a. Em quantos dias na ultima semana você realizou atividades MODERADAS por pelo menos 10 minutos contínuos, como pedalar leve na bicicleta, nadar, dançar, fazer ginástica aeróbica leve, jogar vôlei recreativo, carregar pesos leves, fazer serviços domésticos na casa, no quintal ou no jardim ou qualquer atividade que fez aumentar moderadamente sua respiração ou batimentos do coração (POR FAVOR NÃO INCLUA CAMINHADA)? ( ) Nenhum dias ____por SEMANA 2b. Nos dias em que você fez essas atividades moderadas por pelo menos 10 minutos contínuos, quanto tempo no total você gastou fazendo essas atividades por dia? horas: ______ minutos: _____ 3a. Em quantos dias da ultima semana você realizou atividades VIGOROSAS por pelo menos 10 minutos contínuos, como correr, fazer ginástica aeróbica, jogar futebol, pedalar, cuidar do jardim, carregar pesos elevados ou qualquer atividade que fez aumentar MUITO sua respiração ou batimentos do coração? dias: _____ por SEMANA ( ) Nenhum 3b. Nos dias em que você fez essas atividades vigorosas pelo menos 10 minutos contínuos, quanto tempo no total você gastou fazendo essas atividades ? horas: ______ minutos: _____ Realizou reabilitação cardíaca SIM ( ) Não ( ) 72 73 74 75 ANEXO A - QUESTIONÁRIO GENÉRICO DE QUALIDADE DE VIDA / SF-3647 Nome: ______________________________________ RG: ____________ Data: __/__/__ Instruções: Esta pesquisa questiona você sobre sua saúde. Estas informações nos manterão informados sobre como você se sente e quão bem você é capaz de fazer suas atividades de vida diária. Responda cada questionário assinalando a resposta. Caso você esteja inseguro ou em dúvida sobre como responder, por favor tente responder o melhor que puder. 1- Em geral você diria que sua saúde é: Excelente 1 Muito Boa 2 Boa 3 Ruim 4 Muito Ruim 5 2- Comparada há um ano atrás, como você se classificaria sua idade em geral, agora? Muito Melhor 1 Um Pouco Melhor 2 Quase a Mesma 3 Um Pouco Pior 4 Muito Pior 5 3- Os seguintes itens são sobre atividades que você poderia fazer atualmente durante um dia comum. Devido à sua saúde, você teria dificuldade para fazer estas atividades? Neste caso, quando? Atividades a) Atividades Vigorosas, que exigem muito esforço, tais como correr, levantar objetos pesados, participar em esportes árduos. b) Atividades moderadas, tais como mover uma mesa, passar aspirador de pó, jogar bola, varrer a casa. c) Levantar ou carregar mantimentos d) Subir vários lances de escada e) Subir um lance de escada f) Curvar-se, ajoelhar-se ou dobrar-se g) Andar mais de 1 km h) Andar vários quarteirões i) Andar um quarteirão j) Tomar banho ou vestir-se Sim, dificulta muito Sim, dificulta um pouco Não, não dificulta de modo algum 1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 1 2 2 3 3 1 2 3 1 1 1 1 2 2 2 2 3 3 3 3 76 4- Durante as últimas 4 semanas, você teve algum dos seguintes problemas com seu trabalho ou com alguma atividade regular, como conseqüência de sua saúde física? Sim Não 1 2 a) Você diminui a quantidade de tempo que se dedicava ao seu trabalho ou a outras atividades? 1 2 b) Realizou menos tarefas do que você gostaria? 1 2 c) Esteve limitado no seu tipo de trabalho ou a outras atividades. 1 2 d) Teve dificuldade de fazer seu trabalho ou outras atividades (p. ex. necessitou de um esforço extra). 5- Durante as últimas 4 semanas, você teve algum dos seguintes problemas com seu trabalho ou outra atividade regular diária, como conseqüência de algum problema emocional (como se sentir deprimido ou ansioso)? Sim Não 1 2 a) Você diminui a quantidade de tempo que se dedicava ao seu trabalho ou a outras atividades? 1 2 b) Realizou menos tarefas do que você gostaria? 1 2 c) Não realizou ou fez qualquer das atividades com tanto cuidado como geralmente faz. 6- Durante as últimas 4 semanas, de que maneira sua saúde física ou problemas emocionais interferiram nas suas atividades sociais normais, em relação à família, amigos ou em grupo? De forma nenhuma 1 Ligeiramente 2 Moderadamente 3 Bastante 4 Extremamente 5 7- Quanta dor no corpo você teve durante as últimas 4 semanas? Nenhuma 1 Muito leve 2 Leve 3 Moderada 4 Grave 5 Muito grave 6 8- Durante as últimas 4 semanas, quanto a dor interferiu com seu trabalho normal (incluindo o trabalho dentro de casa)? De maneira alguma 1 Um pouco 2 Moderadamente 3 Bastante 4 Extremamente 5 77 9- Estas questões são sobre como você se sente e como tudo tem acontecido com você durante as últimas 4 semanas. Para cada questão, por favor, dê uma resposta que mais se aproxime da maneira como você se sente, em relação às últimas 4 semanas. a) Quanto tempo você tem se sentindo cheio de vigor, de vontade, de força? b) Quanto tempo você tem se sentido uma pessoa muito nervosa? c) Quanto tempo você tem se sentido tão deprimido que nada pode animá-lo? d) Quanto tempo você tem se sentido calmo ou tranqüilo? e) Quanto tempo você tem se sentido com muita energia? f) Quanto tempo você tem se sentido desanimado ou abatido? g) Quanto tempo você tem se sentido esgotado? h) Quanto tempo você tem se sentido uma pessoa feliz? i) Quanto tempo você tem se sentido cansado? Uma pequena Nunca parte do tempo Todo Tempo A maior parte do tempo Uma boa parte do tempo Alguma parte do tempo 1 2 3 4 5 6 1 2 3 4 5 6 1 2 3 4 5 6 1 2 3 4 5 6 1 2 3 4 5 6 1 2 3 4 5 6 1 2 3 4 5 6 1 2 3 4 5 6 1 2 3 4 5 6 78 10- Durante as últimas 4 semanas, quanto de seu tempo a sua saúde física ou problemas emocionais interferiram com as suas atividades sociais (como visitar amigos, parentes, etc.)? Todo Tempo 1 A maior parte do tempo 2 Alguma parte do tempo 3 Uma pequena parte do tempo 4 Nenhuma parte do tempo 5 11- O quanto verdadeiro ou falso é cada uma das afirmações para você? a) Eu costumo adoecer um pouco mais facilmente que as outras pessoas b) Eu sou tão saudável quanto qualquer pessoa que eu conheço c) Eu acho que a minha saúde vai piorar d) Minha saúde é excelente Definitivamente verdadeiro A maioria das vezes verdadeiro Não sei A maioria das vezes falso Definitivamente falso 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 79