Universidade Federal de São Carlos Departamento de Metodologia de Ensino PÂMILLA NAYARA ALVES MANIA Mães adolescentes moradoras do Bairro Jardim Gonzaga de São Carlos- SP: percepções e conhecimentos sobre o cuidado de seus filhos menores de 1 ano Agosto/ 2012 PÂMILLA NAYARA ALVES MANIA Mães adolescentes moradoras do Bairro Jardim Gonzaga de São Carlos- SP: percepções e conhecimentos sobre o cuidado de seus filhos menores de 1 ano Relatório de Iniciação Cientifica do Curso de Bacharelado e Licenciatura em Enfermagem da Universidade Federal de São Carlos - UFSCar. Orientação: Profa. Dra. Aida Victoria Garcia Montrone Co-orientação: Rosa Maria Castilho Martins São Carlos 2012 Sumário Identificação__________________________________________________ 2 Resumo_______________________________________________________3 Introdução ____________________________________________________5 Metodologia __________________________________________________12 Resultados e discussão __________________________________________15 Conclusões ___________________________________________________29 Referências bibliográficas ______________________________________ 31 Apêndices____________________________________________________ 39 Produção Técnico-científico ______________________________________42 Auto - avaliação _______________________________________________43 Avaliação do orientador ________________________________________ 44 Destino do aluno (a) ___________________________________________ 45 Relatório Final 1. Identificação Universidade Federal de São Carlos Departamento de Metodologia de Ensino Orientadora: Profa. Dra. Aida Victoria Garcia Montrone Aluna: Pâmilla Nayara Alves Mania- Bacharelado e Licenciatura em Enfermagem Nome do Projeto: Mães adolescentes moradoras do Bairro Jardim Gonzaga de São Carlos- SP: percepções e conhecimentos sobre o cuidado de seus filhos menores de 1 ano Agosto/ 2012 2. Resumo do Plano Inicial A gravidez na adolescência é um assunto abordado em demasia na literatura, existem muitas visões sobre o período da adolescência e sobre a gravidez, ainda mais quando se trata de dois acontecimentos importantes da vida humana ocorrendo concomitantemente. Entretanto a forma de cuidado, a percepção do cuidar e o conhecimento sobre o cuidado prestado á criança é algo ainda pouco abordado. A presente pesquisa teve como propósito compreender, analisar e descrever as percepções, atitudes e os conhecimentos de mães adolescentes, entre 12 e 19 anos, moradoras do Bairro Jardim Gonzaga, bairro socioeconomicamente desfavorecido da Cidade de São Carlos, sobre o cuidado de seus filhos menores de 1 ano, tendo assim uma melhor compreensão sobre a visão e os conhecimentos dessas adolescentes sobre o cuidado de seus filhos. Por meio deste trabalho, também se visou à aproximação real com a comunidade, ativa e intensamente, praticando a escuta qualificada e a empatia e a partir das demandas encontradas. Este estudo é do tipo qualitativo descritivo e contou com o auxilio de entrevista semi estruturada. As entrevistas foram gravadas e transcritas na integra e a análise e a discussão dos dados foi realizada através da leitura exaustiva e categorização dos resultados encontrados. Através da investigação foi possível conhecer a percepção sobre cuidado das adolescentes e quais ações de cuidado eram realizadas pelas mães para com seus filhos. As adolescentes mostraram grande conhecimento sobre o cuidado em relação à higiene e alimentação, e destacaram a importância do vínculo afetivo como o brincar e dar atenção como atos importantes para o desenvolvimento da criança. Ainda mostraram reconhecer a importância da amamentação nos primeiros seis meses de vida da criança, mesmo que não o fizessem exclusivamente nesse período. Foi possível também constatar que o cuidado era aprendido com a família, os serviços de saúde, e em algumas situações a adolescente aprendeu com a própria prática. As adolescentes ainda identificaram a gestação como uma responsabilidade, e uma fase com grandes dificuldades e limitações, porém mostraram-se muito felizes e satisfeitas com a gravidez, acreditando ser uma dádiva divina ou uma forma de amadurecimento. Dessa forma, é possível compreender as diferentes percepções de cuidado existentes entre as adolescentes, e as diferentes formas de lidar em relação à gestação e maternidade. Foi possível compreender também as limitações e dificuldades da gravidez na adolescência, assim como as facilidades da gravidez nesta fase da vida. Frente a diferentes situações encontradas, o estudo torna-se relevante a conhecer a gravidez na adolescência e mostra a importância de realizar ações de educação e saúde que procurem viabilizar as adolescentes a análise da gravidez na adolescência, escolha do melhor momento em ser mãe e busca pelos seus direitos sexuais e reprodutivos através do desejo ou não em serem mães. 3. Introdução A adolescência é um período de transição entre a infância e a fase adulta. É uma fase cheia de expectativas e de mudanças, seja na área biológica, psicológica ou social. Ao mesmo tempo em que a adolescente pode se sentir frágil, pode se sentir independente. Rondon (2006) traz que nessa transição a adolescente pode passar por uma perturbação a qual não a permite elaborar psicologicamente os conflitos que lhe causam sofrimento. A adolescência pode ser vista de diferentes formas de acordo com ambiente sócio-cultural em que o individuo está inserido, e essa fase é marcada por crises e questionamentos onde o (a) próprio (a) adolescente tentará entender o mundo sob sua percepção, conversando e trocando informações com outros indivíduos da mesma idade, com os pais, familiares, professores e assim ampliando suas visões acerca do mundo. A fase da adolescência é composta por mudanças emocionais e cognitivas, sendo assim, a adolescente ainda não está preparada para enfrentar demandas maternas que requerem recursos psicológicos ainda não amadurecidos (SILVA; SALOMÃO, 2003). De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), Lei n° 8.069, de 13 de julho de 1990, Art. 2 diz: “Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade”. A Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde, em um consenso, definem como adolescente indivíduos entre 10 e 19 anos, dividindo-os em 2 etapas dos 10 aos 14 e dos 15 aos 19 anos. Apesar de não haver um consenso sobre a abrangência de idades na adolescência, sabemos que não é só a idade que define o (a) adolescente, também existem os aspectos biológicos, psicológicos, sociais e culturais que se inter-relacionam durante o seu desenvolvimento, como: as mudanças físicas em seu corpo, início da fase fértil, novos vínculos afetivos, percepções, valores, questionamento das regras, construção da própria identidade. Faz parte da adolescência o inicio do relacionamento amoroso, e então se iniciam as relações sexuais. O inicio das relações sexuais tem começado cada vez mais cedo, e por consequência, há uma maior ocorrência de gravidez na adolescência (LIMA et al, 2004). No ano de 2006, de acordo com a Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde (PNDS), 33% das adolescentes até 15 anos, já tinham tido sua primeira relação sexual, número que se triplica em relação ao ano de 1996. A descoberta da gestação, em geral, ocorre depois do atraso menstrual. A adolescência por si só já é uma fase cheia de mudanças e questionamentos, e torna-se ainda mais intensa quando ocorre junto a uma gestação, que também é um período de mudanças e novidades na vida de qualquer pessoa. A gravidez é um período muito importante para a mulher, em todas as idades, e para a família também, pois se constitui um momento particular e muito especial que requer atenção e planejamento para que o novo bebê possa ser gerado em perfeitas condições e possa se desenvolver. De acordo com Hercowitz (2002), Motta et al (2004) e Silva (2003), atualmente, as gestações na adolescência se devem a ocorrência da menarca cada vez mais cedo, ao inicio precoce das relações sexuais, ao não uso ou uso incorreto dos métodos contraceptivos, a ansiedade por ter um filho frente a dúvidas sobre a própria fertilidade, ao anseio de mudança de status, ao desejo de inserção precoce na vida adulta, a repetição de historia familiar, por achar que nunca vai acontecer consigo e por violência sexual, mas também tem ocorrido de forma planejada onde a adolescente demonstra interesse em ter um filho, seja por vontade própria ou para atender ao pedido do companheiro. Em estudo realizado por Silva, em 2003, em relação à decisão em ter filhos, muitas adolescentes decidem engravidar como uma forma de obter maior atenção afetuosa, seja por parte da família, namorado ou amigos, ou por motivo de desamparo, miséria e a falta de condições dignas de vida. No Brasil, no ano de 2009, 6,43% das mulheres que tiveram filhos eram adolescentes menores de 18 anos (SEADE, 2009), sendo que até outubro desse mesmo ano, foram realizados 408.400 partos na faixa etária de 10 a19 anos (BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2009). Na cidade de São Carlos foram registrados 2.835 nascimentos no ano de 2008, dos quais 13,51% eram de mães adolescentes (DATASUS, 2010). O impacto da gravidez pode ocorrer com todas as mulheres, independente da idade, porém para as adolescentes esse impacto pode ser maior devido à falta de preparo e imaturidade emocional que podem levar a adolescente a ter dificuldades em estabelecer relações afetivas com o filho, o que pode interferir na sua autoestima, por achar que não sabe ou não é capaz de cuidar do bebê. De acordo com Rangel e Queiroz (2008) as adolescentes definem a gravidez como um momento de mudança, de responsabilidades e que esta não seria a idade ideal para a gestação acontecer. Muitas vezes, a incapacidade de adaptar-se as mudanças de transição da adolescência para a vida adulta pode ser proveniente da interferência dos pais dos adolescentes em suas vidas, uma vez que alguns deles contribuem para prolongar o período da adolescência, não permitindo que seus filhos cresçam e passem a tomar suas próprias decisões e ter responsabilidades (GONÇALVES; KNAUTH, 2006). Outro fator a ser considerado quando falamos de gravidez na adolescência é a classe social. Estudos mostram que a maior ocorrência de gravidez na adolescência ocorre em populações de nível sócio-econômico-demográfico baixo (NSED), assim como definem as autoras Rangel e Queiroz (2008). Registros históricos apontam que era comum o casamento entre 13 e 14 anos de idade, sendo que as adolescentes tinham seus filhos logo após a primeira menstruação (PARAHYBA, 2002). As mulheres, desde crianças, já eram educadas para casar, ter filhos e cuidar do marido e da casa, sem planos de estudo e trabalho, ou seja, a maternidade era o futuro de toda mulher, era o espaço que a mulher ocupava na sociedade (MOREIRA et al, 2008.). O papel da mulher na sociedade no decorrer dos anos tem se modificado, levando a mudança nas formas de relacionamento e conquistas no mercado de trabalho, até mesmo em funções historicamente masculina. Porém, algumas funções e papéis ainda são desempenhados, na grande maioria das vezes, pelas mulheres, e isso se deve ao fato dessas funções e papéis serem socialmente considerados específicos desse sexo, como por exemplo, o cuidado do filho. (ALVES, 2003; NEIVERTH, 2002). A gravidez na adolescência pode ser vista e encarada de duas maneiras diferentes: negativamente e positivamente. Oliveira (2008) traz em sua pesquisa que para os jovens a gravidez na adolescência pode demonstrar ser uma ação irresponsável, sendo assim não planejada e imatura. Motta et al (2004) consideram a gravidez inesperada na adolescência, como causadora de desordem com a adolescente e sua família, isto devido à preparação física e emocional imatura das jovens. Estudos identificam a gestação durante a adolescência como propícia para: renúncias ou interrupção dos estudos, restrições a empregos, declínio do padrão de vida, poucas perspectivas, insegurança sobre si, insegurança em relação a seu papel como mãe e sobre o cuidado do bebê (GODINHO et al, 2000; LEAL; WALL, 2005; MOTTA et al, 2004; OTSUKA et al, 2005; SILVA; TONETE, 2006; SILVA, 2009). Em opinião contrária Hoga, Borges e Alvarez (2009) trazem a idéia de que a gestação pode sim ser planejada, podendo ser até um projeto de vida da adolescente, defendendo a idéia de que a gravidez também pode ser vista de forma positiva. Rangel e Queiroz (2008), através de sua pesquisa, mostraram que a gravidez nesta fase da vida, aparece como sendo a única forma de reconhecimento e realização pessoal na sociedade. Em documento do Ministério da Saúde (BRASIL, s\d) encontramos que a gravidez pode ser um elemento reorganizador quando faz parte dos planos das adolescentes, e não um elemento desestruturador, já que o nascimento de uma criança pode unir a adolescente á sua família e ao seu companheiro. Em alguns casos as adolescentes planejam a gravidez, seja por desejo de serem mães,seja por desejo do parceiro, seja por aspiração de um status na sociedade, mas independente da causa, a gravidez foi planejada e não aconteceu por falta de informação, orientação, ou por descuido. Ximenes et al.(2008) mostra esses dois lados, onde a gravidez nessa fase da vida pode ser encarada negativamente pela família, podendo ocorrer o incentivo ao aborto e afastamento do grupo de convivência, mas também mostra que a gravidez na adolescência pode ser encarada positivamente, quando se tem o apoio da família durante a gestação e depois no cuidado com a nova criança. Dentre tantas visões e percepções sobre a gravidez na adolescência, Dias e Teixeira (2010) argumentam que ela nem sempre foi considerada um risco e um problema de saúde pública, pois o número de incidências de gestação nessa fase da vida era pequeno. Após a década de 90 esse olhar se modificou, pois os índices de natalidade na adolescência começaram a aumentar. Hoje, em nosso país, a gravidez na adolescência é considerada um risco social e um problema de saúde pública, pois traz consigo outras modificações na sociedade e para a própria adolescência como: utilização de álcool e droga, destruição de planos de vida, adiamento de sonhos, abandono escolar, não realização ou precária realização de acompanhamento pré-natal, realização de abortos, risco de infecções, além de conflitos familiares (CHALEM et al. 2006; DIAS; LEVANDOWSKI et al, 2008; TEIXEIRA, 2010; XIMENES et al, 2008). Os estudos mostram duas situações opostas sobre o risco de complicações na gestação na adolescência. Para Alonso Uria et al (2005); Dias e Teixeira (2010) e Moreira et al (2008) a gestação na adolescência traz mais complicações médicas do que se comparada com gestação de mulheres com maior idade, como por exemplo: depressão pós- parto, recém-nascidos prematuros e com baixo peso, tentativas de abortamento, anemia, desnutrição, sobrepeso, hipertensão, (pré) eclampsia, desproporção céfalo-pélvica e hipertensão. Outros estudos apontam que o corpo da adolescente não está pronto para engravidar dado que está em desenvolvimento o tamanho e conformidade da pelve, e a elasticidade dos músculos uterinos (ABREU et al, 2010; HERCOWITZ, 2002; SILVA; TONETE, 2006; YAZLLE, 2006). Porém, outros estudos também dizem que se for realizado acompanhamento adequados com consultas periódicas (pré-natal) e equipe de saúde preparada para receber as adolescentes, cuidados com higiene e com alimentação, apoio emocional tanto da equipe de saúde quanto dos familiares os riscos da gravidez na adolescência podem ser diminuídos, podendo ser igualados aos de gestações em mulheres adultas. ( HERCOWITZ, 2002; MOREIRA et al,2008). Na questão fisiológica, estudos mostram que meninas de 13 anos já estão hormonalmente prontas para capacidade reprodutiva (SANTOS JÚNIOR, 1999; XIMENES et al, 2008). Para Motta et al (2004) a gravidez implica numa série de mudanças na vida da adolescente, como a forma de se relacionar com o companheiro, com os familiares, redefinindo suas formas de ver o mundo. A falta de preparo, conhecimento e imaturidade emocional podem levar a prejuízos físicos e emocionais na adolescente, prejudicando a prestação de cuidado que e consequentemente o desenvolvimento de seu filho. Quando a adolescente sente-se incapaz ou despreparada para realizar o cuidado de seu filho, delega esse papel às avós. Por isto, algumas mães consideram suas filhas adolescentes infantis, sem informação e preparo para uma gestação e para realizar e cuidado de seus filhos (OLIVEIRA, 2008). Nesse mesmo estudo algumas adolescentes se consideram como crianças. Entretanto, outras adolescentes acreditam já serem adultas ou estarem entrando nessa fase da vida a partir do momento que tomam para si o cuidado do filho e a nova vida que está por vir após a gestação, e agora com a maternidade. A percepção da adolescência e de suas potencialidades será diferente se levarmos em conta a sociedade onde o (a) adolescente está inserido (o), que papel exerce e sua percepção de si mesmo (a) e de suas potencialidades. (DIAS; TEIXEIRA, 2010). O contexto social e econômico em que a adolescente está inserida pode significar um risco para o desenvolvimento da criança, levando em consideração que as demandas da maternidade muitas vezes são maiores do que a capacidade de resposta das mães adolescentes (DIAS; TEIXEIRA, 2010; SILVA; SALOMÃO, 2003). Filhos de mães adolescentes de baixo nível escolar, baixo nível de nutrição, assistência mínima de pré-natal, solteiras e sem apoio da família ou do companheiro, tem maior probabilidade de transtornos emocionais, mas em contrapartida Papalia e Olds (2000) dizem que os filhos de mães adolescentes, que contam com apoio familiar e dos serviços de saúde, têm um bom desenvolvimento físico e psicológico. A ação de cuidar possui diversas definições, e cada uma dessas definições tem relação direta com o (a) provedor (a) do cuidado. Alguns autores mostram que a adolescente não consegue passar pela transição de forma completa, pois o papel de cuidador ainda é direcionado a sua mãe, dificultando que elas possam cuidar de seus filhos de forma integral. Acredita-se que as adolescentes ainda não alcançaram a maturidade e não tem condições de satisfazer as necessidades do filho (ROMERO et al, 1984). Essa ideia também é defendida por outros autores que apontam que a adolescente quando grávida teve sua adolescência interrompida, pois se transformou em mãe, o que faz com que ela tenha que lidar com uma criança, quando ainda não cresceu totalmente. Porém, outros autores, como Patricio (1992), apontam que as adolescentes grávidas irão adquirir habilidades para cuidar de seus bebês principalmente durante o tempo de cuidado, muitas vezes procurando auxilio de suas mães, avós e irmãs mais velhas. Isso pode mostrar que o cuidado não está inteiramente ligado a idade da mãe e sim ao tempo de cuidado prestado a criança. Outra questão a ser considerada, é que a gravidez na adolescência pode estar associada a diversos fatores complicadores, tais como abandono escolar, falta de maturidade, falta de conhecimento, falta de emprego, pobreza, entre outros, já que muitas mães adolescentes encontram-se em condições sócio econômicas precárias, onde não podem providenciar condições adequadas de habitação, higiene, alimentação e saúde, podendo expor os filhos a situações de doença e morte (DIAS; TEIXEIRA, 2010; KASSAR et al. 2006; YAZLLE et al, 2002). Entendese que todas essas ocorrências interferem no cuidado da mãe com a criança e Sosa (1988) traz que a maternidade vai além da gestação e do parto, ela tem continuidade no cuidado com a criança, pois a nova mãe tem a responsabilidade de dar um cuidado adequado ao filho ao longo de seu crescimento e desenvolvimento. A adolescente mãe tem um papel fundamental no desenvolvimento integral de seu/sua filho/a, pois o desenvolvimento infantil é resultante do cuidado prestado ao bebê nas ações que estimulam o seu desenvolvimento físico, emocional, cognitivo, intelectual e psicológico. Neste sentido a interação mãe – bebê e as atividades cotidianas do cuidado tornam-se importantes momentos para alcançar o pleno desenvolvimento das crianças. Frente ao exposto e considerando a importância do cuidado oferecido às crianças menores de 1 ano torna-se relevante conhecer percepções e conhecimentos sobre o cuidado de bebês menores de um ano por mães adolescentes, na sua vivencia da maternidade. Este estudo objetivou identificar e compreender percepções, conhecimentos e atitudes de mães adolescentes em relação ao cuidado de suas crianças. 4. Metodologia Trata-se de um estudo qualitativo descritivo. A escolha da pesquisa qualitativa foi feita, pois ela permite, de acordo com Bogdan e Birklen (1994), compreender o comportamento das pessoas através de uma analise minuciosa das palavras, gestos, diálogos e meio ambiente. Além disso, a pesquisa qualitativa não visa enumerar os resultados, ela busca entender os fenômenos sem planejar hipóteses anteriores e estabelecer metas, na busca de resultados muitas vezes subjetivos (NEVES, 1996). Este estudo foi desenvolvido no Bairro Jardim Gonzaga na cidade de São Carlos, e a coleta de dados, ocorreu no período de março a junho de 2012. Esse bairro foi escolhido por ser conhecido como um bairro de alta vulnerabilidade social da cidade e com alta ocorrência de gravidez na adolescência. Os dados foram coletados através de entrevistas semiestruturadas, seguindo um roteiro com intuito de auxiliar a pesquisadora na formulação das perguntas. (Apêndice 1). De acordo com Rosa e Arnoldi (2008) a entrevista permite que o (a) entrevistado (a) não se prenda a respostas afirmativas e negativas, mas que possa abranger assuntos e relacionar ideias ao responder as perguntas. A entrevista na pesquisa qualitativa deve permitir que o momento seja de confiança, onde o (a) entrevistado (a) fique a vontade para compartilhar com o (a) entrevistador (a) sobre o que lhe foi questionado. Apresentamos a seguir as etapas do trabalho de campo. 1º Etapa: Identificação das Adolescentes O levantamento dos dados das mães adolescentes, com idade entre 12-19 anos, que foram mães entre março de 2011 e fevereiro de 2012, foi realizado na Unidade de Saúde da Família (USF) do Gonzaga através de consultas às fichas A, que são registros das famílias cadastradas para atendimento, pelos agentes comunitários de saúde, da USF. Também foram realizadas consultas às fichas de registro de vacinas das crianças da USF, filhos de mães adolescentes, encontrando, nestas duas fontes, um total de 10 adolescentes. Ressaltamos que previamente a consulta das fichas A e fichas de vacina, foi feito contato com a equipe da Unidade com intenção de explicar o projeto e pedir auxilio para encontrar as adolescentes. No intuito de identificar outras mães adolescentes também se fez contato e foi visitada a Pastoral da Criança do bairro, no dia de pesagem das crianças. Durante as primeiras entrevistas foi possível perceber adolescentes, que mesmo moradoras do Bairro Gonzaga e cadastradas na Unidade de Saúde da Família do Gonzaga, frequentavam outra Unidade próxima do Bairro, a Unidade Básica de Saúde (UBS) do Cruzeiro do Sul. Após contato com a enfermeira da UBS do Cruzeiro do Sul foi possível encontrar outras 4 mães adolescentes, nas fichas de vacina dos bebês que eram atendidos no local. Assim foram identificadas no total 14 mães adolescentes. 2º Etapa: Contato para entrevista Depois de identificadas as mães adolescentes com filhos menores de um ano, foram realizadas visitas na casa delas. Inicialmente foi feito contato para marcar dia e horário da entrevista no domicilio da cada participante. Do total de 14 adolescentes identificadas, sete aceitaram participar do estudo. Das sete restantes, uma não aceitou participar, três não residiam mais no endereço nem no bairro e três não foram encontradas em suas residências, mesmo realizando visitas em horários diferentes. Todas as adolescentes contatadas foram informadas sobre o objetivo desta pesquisa e, após aceitarem participar da mesma, assinaram o Termo de Consentimento Livre e EsclarecidoTCLE (Apêndice 2). No caso das entrevistadas menores de idade, além de suas assinaturas, o responsável por elas também assinava o TCLE. Após o aceite, o dia e horário da entrevista era marcado, ou era realizada já nesse momento da visita, conforme preferência da adolescente. 3º Etapa: Entrevistas Das sete entrevistas, seis foram realizadas do domicilio das adolescentes e uma das entrevistas foi realizada fora de casa, em lugar escolhido pela própria adolescente. As entrevistas tiveram duração entre 20 e 52 minutos, foram gravadas e transcritas na integra. Inicialmente a adolescente era questionada sobre seus dados pessoais, como nome completo, idade, estado civil, escolaridade e número de filhos, e posteriormente a esses dados, as adolescentes eram questionadas sobre suas percepções sobre a gestação, o parto e o nascimento. Também foi perguntado sobre o que entendiam por cuidado, como era sua rotina de cuidado com seu (sua) filho (a) e qual era sua percepção de ser mãe na adolescência. 4ºEtapa: Organização e Análise dos Dados De acordo com Campos (2004), a análise de dados pode ser divida em 3 fases, as quais ele denominou como: I) Fase de pré-exploração do material ou de leituras flutuantes do corpus das entrevistas; II) A seleção das unidades de análise (ou unidades de significados); III) O processo de categorização e subcategorização. Através dessas 3 fases, o autor considera que se possa entrar em contato com os dados, organizá-los de forma a facilitar a análise e assim conseguir compreender as ideias e significados dos dados. A primeira fase é constituída de leituras do material e associação com impressões e lembranças do contato pessoal, que possam relacionar-se e auxiliar na análise propriamente dita. A segunda fase consiste em associar palavras, frases ou textos inteiros que possam responder a pergunta de pesquisa, apoiando-se nos objetivos do estudo para que a escolha das unidades de análise possam suprir e responder os questionamentos do trabalho e também levantar hipóteses e ideias. As unidades de análise serão posteriormente categorizadas na terceira fase. Seguindo essas fases, a análise dos dados foi realizada partindo da transcrição das entrevistas, leitura exaustiva do material e organização dos dados em 2 categorias que pudessem responder os objetivos propostos para este estudo, as quais são: 1) Conhecimento e Percepção do Cuidado e 2) Percepção da Gravidez e Maternidade na Adolescência. Este projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos da UFSCar, parecer nº 451/2011 e de acordo com o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), para que não ocorra o reconhecimentos das adolescentes, na apresentação dos resultados foram utilizados nomes fictícios estabelecidos pela pesquisadora. 5. Resultados e Discussão 5.1 Caracterização das participantes Do total de 7 adolescentes, três tinham 16 anos, duas tinham 17 anos, uma tinha 18 anos e uma tinha 19. Uma engravidou com 14 anos, uma engravidou com 15 anos, três engravidaram com 16 anos, e duas engravidaram com 17 anos. Em relação ao estado civil, três das adolescentes eram amasiadas, duas eram solteiras, uma era casada e uma era amigada. Três delas moram com a mãe, três moram com os companheiros e uma delas mora com a mãe e o companheiro na mesma casa. Em relação à paridade, uma das adolescentes tinha 2 filhos, outra adolescente estava grávida do segundo filho e as outras cinco adolescentes tinham apenas 1 filho. O grau de escolaridade apareceu bem variado, sendo que quatro referiram ter o ensino fundamental incompleto, duas ensino médio incompleto e uma ensino fundamental completo. Nenhuma das adolescentes trabalhava no momento das entrevistas, embora 3 delas referiram ter trabalhado antes da gestação; dessas três, uma foi despedida devido à gestação, uma afastou-se por vontade própria quando a gravidez já estava avançada, alegando que não conseguia trabalhar mais, e outra havia deixado o trabalho, mas não pela gravidez. Em relação aos estudos, das 7 adolescentes, 2 referiram não estar na escola nem antes e nem depois da gestação; as outras cinco adolescentes estudavam antes da gravidez, porém uma delas disse que abandonou os estudos, mas não por causa da gravidez, as outras quatro relataram ter abandonado os estudos por causa da gravidez e uma delas relatou não ter vontade de voltar à escola. Dentre as 5 adolescentes que estudavam antes da gravidez, apenas uma delas retornou aos estudos depois que o filho nasceu. Sobre o tipo de parto, duas das adolescentes tiveram parto cesárea devido a complicações que impossibilitavam o parto normal, as outras 5 realizaram o parto normal. Em relação a formas de prevenção da gravidez, quatro das sete adolescentes não faziam uso de preservativo, nem de anticoncepcionais hormonais. Após o nascimento do filho, todas elas referiram usar alguma forma de proteção, seja preservativo seja anticoncepcional hormonal como a pílula e a injeção. Todas elas amamentaram os filhos ao nascer, mas antes dos 5 meses, iniciaram a utilização de mamadeira e outros tipos de alimentos. Apresentamos a seguir os resultados e a discussão dos mesmos, com base nas duas categorias de análise identificadas. 1) Conhecimento e Percepção do Cuidado O cuidado é essencial para qualquer ser humano, mas não é algo padronizado e que tenha que ser realizado da mesma forma por todas as pessoas. Os bebês mostram de forma muito clara sua dependência pelo cuidado, principalmente porque ele deve ser prestado por alguém e não pode ser realizado pelo próprio bebê. Com isto percebemos a importância de um cuidador para uma criança menor de 1 ano de idade. Na percepção das participantes deste estudo no cuidado com as crianças deve-se valorizar tanto o cuidado físico quanto psicológico. Destacam cuidados como a higiene, a alimentação, saúde e o acompanhamento da criança nas unidades de saúde. “Eu entendo que é dar comida, é cuida, é dar banho, é trocar (...)” (Valkiria). “(..) entendo que seja cuidar em todas as partes (..) alimenta e dar banho na hora certa (...)” (Suzana). “Ah dou banho, comida, leite na hora certa.” (Débora). “Ah, trocar fralda, dá de mamar de madrugada, quando ele não ta bom sou eu que fico balançando (...) Ele gosta bastante de fica engatinhando, então eu fico atrás pra ele não se machuca,não cai.(...) mas mesmo assim eu morro de medo dele fica doente” (Sonia) “Tá levando ele no médico todo mês pra ver se tá com algum problema, alguma coisa, cuidar da higiene dele (..) Ah,a alimentação dele também é fundamental,toda vez que eu vou ao médico eu pergunto pra ele o que eu posso dar,o que eu não posso dar, que pode fazer mal pra ele lá na frente né?! Porque o médico me disse que o que eu der pra ele agora pode prejudica o intestino dele mais pra frente, então eu pergunto sempre pro médico o que eu posso e o que eu não posso” (Giovana) Todas as participantes do estudo destacaram a importância do afeto, ressaltando a importância de dar atenção, conversar e brincar com a criança, como aspectos indispensáveis no cuidado, o que pode ser verificado nas falas a seguir: “AH, dou bastante carinho né!?(...) eu pego ele no colo, balanço, faço carinho na cabeça dele assim (...) Porque assim,eu entendo assim, criança precisa de carinho,atenção e hoje em dia você vê essas mães que abandonam os filhos e eu sempre ai eu não tenho coragem de abandona´. (..)Ai eu penso assim, eu gosto muito do meu filho,não tenho coragem de abandona ele.” (Soraia) “Ah,dá carinho(..)eu olho ele, porque a gente fala que tem mãe que não cuida né?!Eu não largo meu filho com os outros, não deixo pra ninguém cuidar dele(..)Ah eu canto.Ele gosta,até dorme.Eu brinco” (Vivian) “(...)sou eu que fico agradando, eu fico brincando com ele de dia, converso bastante com ele,(...)tudo sou eu.(...) eu fico conversando com ele, às vezes ele fica chorado e eu fico perguntando o que que ele tem, peço pra ele me conta.(...)” (Sonia) “(...)dá carinho, que é o que a criança mais precisa.”(Suzana) Nas várias dimensões do cuidar, o cuidado ainda pode ser visto como uma ação de proteção ou ainda de estímulo para criança, por exemplo, através das falas das adolescentes, elas indicam que cuidado é não permitir que a criança se machuque ou esteja em situações de risco, mas também citam que cuidado é brincar e ensinar coisas as crianças. Bustamante e Trad (2007) defendem que o brincar é uma forma de gerar aprendizado a criança e de gerar desenvolvimento físico e social dela, demonstrando que as adolescentes tinham referências em avaliar o bom desenvolvimento de suas crianças. Através das falas a seguir, nota-se que as mães adolescentes avaliam o cuidado como importante para educação e para vida futura de seus filhos. “Porque é educação dele.”( Valkiria) “Ah porque quando ela crescer ela vai aprender né, as coisas?! ela já tá aprendendo..tá aprendendo a falar..ela fala..fala pra caramba,tem que ver,“( Débora) “Ah porque se a pessoa não der carinho,só maltrata,maltrata a criança vai nasceu e cresce revoltada né?!E dando,não,é diferente” (Suzana) “É uma responsabilidade muito grande porque é uma vida né?! Então depende de mim o que ele vai ser daqui pra frente(...)” (Giovana) Todas as adolescentes mostraram cuidar de seus filhos, pois acham muito importante que a mãe faça isso. Ao serem questionadas sobre como aprenderam a cuidar de seus filhos, algumas adolescentes referenciaram esse aprendizado através do cuidado de outras crianças como irmãs e filhos de parentes e conhecidas ou através da observação das suas mães, irmãs, avós ao realizarem o cuidado. É possível ver essa relação nas falas a seguir: “ Porque eu prestava atenção na minha irmã.(..) É,eu ficava olhando ela faze, ficava prestando atenção (...)” Soraia “(...) mas na época que ele nasceu minha vó tava de férias do serviço dela então minha vó me ajudou bastante, a cuida do umbigo, da banho(...)Eu sabia um pouco porque eu tenho irmã mais nova e eu cuidei um pouco dela pra minha mãe,mas ela(mãe) me explicava bastante às coisas, sobre a papinha,o banho,tudo ela me explicava bastante.”( Giovana) “Ah (...)eu já cuidei de um monte de criança.(..) da minha irmã, da pequenininha dela que eu já cuidei também.( Débora) “ Eu aprendi a cuidar do meu filho,cuidando do meu irmãozinho (..)eu tive que cuidar dele,cuidei dele até ela(mãe) poder cuidar(..)Ai eu cuidei dele,eu que dava banho,trocava,saia, levava ele pra fora pra tomar sol(..) então quando tive meu filho eu sabia faze tudo tudo” (Valkiria) “ eram vizinhas aqui(primas e irmãs que recebiam cuidado)(..) tudo que sei de cuidar de criança foi porque cuidei deles” (Suzana) “Às vezes minha sobrinha ia em casa então eu cuidava dela.(...)” ( Sonia) O cuidado, assim como foi visto nas falas das adolescentes, é algo que se aprende através da observação de outra pessoa, pois pode ser passada por gerações, ou acontece quando a própria adolescente dá o cuidado porque teve esse contato com outras crianças anteriormente (VASCONCELOS et al, 2009). Além do aprendizado, as adolescentes ainda contam com a ajuda de suas famílias para que possa oferecer o cuidado necessário ao seu filho. Na maioria das entrevistas, as adolescentes referiram receber ajuda de pessoas conhecidas, como mães, irmãs e avós. Mas também citaram terem ajuda das sogras e do pai das crianças, para cuidarem de seus filhos. “Quando tá doente ele (marido) pega ela no colo e fica com ela(...)eu deixo ela com a minha mãe pra sair(...) (Débora) “O que ele vai precisando ela vai comprando, ela pergunta, ela vai lá e compra(...) mas é minha mãe que me ajuda”( Giovana) “(...)enquanto isso ela fica com o nenê, ou meu marido fica com o nenê pra ela pode adianta alguma coisa que ela precisa fazer(...) Esses dias eu tava ruim, eu tava doente, daí ela que cuidou do nenê ,sabe?! Ela fico com ele pra eu pode dormir um pouco(...)Ela é muito presente na vida dele.”(Sonia) “Ah, quando eu vou muito longe eu deixo ele com a minha irmã(...) Soraia De acordo com as falas acima é possível ver que as adolescentes têm um amparo familiar para o cuidado de seus filhos. É descrito na literatura que o cuidado prestado, nas camadas populares, em geral, conta com a ajuda de familiares, assim como foi apresentado em nosso estudo ( Oliveira; Bastos, 2000). Mesmo que o cuidado possa ser aprendido através da observação de outras pessoas e que se tenha ajuda de familiares, algumas adolescentes relataram também terem aprendido sozinhas, através da rotina de cuidados dia a dia com os seus filhos. Sonia, mãe aos 16 anos, conta como aprendeu a cuidar de seu filho: “Sabe que eu não sei?!Eu tive que aprender(...) eu fico aqui(...)o dia inteiro sozinha, não tinha quem me ajuda.(...) então eu tive que sair da maternidade e coloca na minha cabeça que eu não podia ter medo e eu tinha que ter atitude, então eu cheguei, fiquei com medo mas dei banho nele e na maternidade teve um dia que eu fiquei sozinha e tive que dá banho nele.(..) Ai chegou em casa que eu me senti mais a vontade e não foi tão difícil quanto da primeira vez, foi bem mais fácil, sabe? Ai eu tive que me adaptar.” Mesmo aprendendo a cuidar de seu filho com a ajuda da avó e com a experiência de ter cuidado da irmã mais nova , Giovana, mãe aos 16 anos, conta que aprendeu quando se viu sozinha: “Eu fui me adaptando um pouco sozinha, porque minha mãe trabalha né!?(..)” As adolescentes, através de suas falas, explicitam que o cuidado para elas é como uma responsabilidade, assim como Ayres (2004) também traz, dizendo que o cuidado é responsabilizar-se e não apenas projetar. Entendendo a importância da participação do pai durante todas as fases da maternidade, uma das adolescentes relata a dificuldade encontrada no cuidado de seu filho na situação onde o pai está ausente. “Porque eu achava que pelo pai dele não liga pra ele, eu não ia consegui sozinha. Eu achava que sem o pai eu não ia conseguir, até me falaram que agora sem o nome do pai a criança não estuda mais, e aquilo foi me deixando mais,mais...mas eu gosto muito de cuidar dele.” (Giovana). Mas além do cuidado encontrado a partir de ajuda de pessoas próximas, ele também foi identificado através de algumas entrevistas que as adolescentes buscaram ajuda no cuidado dos seus filhos nos serviços de saúde, através dos profissionais. “ Toda vez que eu vou ao médico eu pergunto pra ele o que eu posso dar,o que eu não posso dar,que pode fazer mal pra ele lá na frente né ?!” (Giovana) “ Elas (enfermeira e técnica de enfermagem da Maternidade) me orientavam bastante, mas mesmo assim eu morria de medo. Nunca tinha dado banho em um neném de 2,800 kg e 45 cm sabe? Então eu tive que me virar. “ (Sonia) Estudos mostram que os serviços de saúde têm muito a proporcionar as mães, dado os diversos conhecimentos sobre o assunto a compartilhar com as adolescentes antes e após o nascimento das crianças ( FERRARI; THOMSON; MELCHIOR, 2008 citando FRANCO, MERHY, 1999; VASCONCELOS et al, 2009). Vasconcelos(2009), citando Jerusalinsky (2002), atribui aos profissionais à supervisão do cuidado materno com seu filho levando em consideração as característicos psico sociais e econômicas da mãe. Apesar do serviço de saúde ter se mostrado muito eficiente no ensino e ajuda do cuidado das crianças, uma das adolescentes referiu uma situação onde o serviço de saúde, apesar de ter sido requisitado, não prestou o auxilio necessário. “Ai eu não sabia que corria risco de pegar doença (Toxoplasmose) comendo carne cru porque nenhum posto avisa que não pode, que pode pega doença comendo carne cru(..)da doença, ninguém fala nada disso, eu me senti perdida.No posto não tem nada avisando, o medico não fala o que você pode pegar na sua gravidez, não manda ler nada, (..)Eles só dão a receita, e você vai embora só(..) sobre essa doença ninguém sabe.(..)Tudo que falavam que ele podia ter eu ficava com medo(..) No posto lá em cima, eles só falavam a parte ruim(..)” (Valkiria) Em concordância com a fala exposta anteriormente, Bustamante; Trad (2007) também trazem, experiências de mães que não tiveram acesso ao bom atendimento do serviço de saúde. Isso mostra que nem sempre o serviço está preparado para atender mães adolescentes. Em relação à alimentação, as adolescentes mostraram ter bastante conhecimento sobre o assunto e diversificam bastante a alimentação da criança, para que ela não deixe de comer o que é necessário para seu desenvolvimento. “Arroz,feijão,carne,fruta, milho(..) (Débora) “AH, agora eu já dou comida normal, do leite(...)do à mamadeira, agora eu do comida, suco,fruta(...)arroz, feijão, carne, uma batatinha amassada (..)dou beterraba, tomate, verdura(...)macarrão quando minha mãe faz eu dou pra ele,cenoura(...)”(Giovana) “Ah, batata. Eu dou bastante batata. Toda papinha que eu vo faze pra ele eu coloco a batata(...) Ele gosta bastante de batata(...)Bolacha recheada, coca e qualquer suco ele gosta(...)Fruta, ele gosta bastante de pera, mamão, laranja.(...)tem dia que eu faço(papinha) de macarrão com beterraba, cenoura e batata.Ai às vezes eu faço de arroz, com caldinho de feijão, batata,cenoura e beterraba.Ou eu coloco outro legume,couve, uma salsinha, coloco tudo colorido.(...) (Sonia) A adolescente Giovana mostra, através da sua fala, a preocupação em relação á alimentação do seu filho, e por isso está sempre procurando e questionando o médico sobre o que é melhor: “(...)a alimentação dele também é fundamental,toda vez que eu vou ao médico eu pergunto pra ele o que eu posso dar,o que eu não posso dar, que pode fazer mal pra ele lá na frente né?!” (Giovana) Sobre a amamentação, as adolescentes relataram que achavam importante que seus filhos recebessem o leite materno, embora não tenha prevalecido o aleitamento materno exclusivo durante os 6 primeiros meses de vida da criança. Para uma das mães o desmame se deu por pouco leite, outra mãe adolescente destaca a importância de deixar mamar quanto o bebê quiser. “No começo eu dava o peito, daí ele fez 1 mês, eu não tinha bastante leite porque diminuiu o leite e é onde ele procurava mais. Dai foi onde eu fui no posto e eu comecei a dá o NAN . Ai depois de um tempo ele não quis mais o NAN e ele acostumo a toma o de caixinha.” (Soraia) “se ele quiser o peito, é o peito(...)E ele dorme a noite inteira mamando no peito,a noite inteira, eu nem durmo direito” (Giovana) “Dou peito, comida e mamadeira também” (Sonia) Algumas mostraram o desejo que a criança passe a usar a mamadeira e outro tipo de alimentação e o porquê disso: “(...)to tirando ele do peito porque senão não vai ter como terminar meus estudos, que vira e mexe tem que ir embora porque ele ta chorando muito”. (Giovana) Nessa fala a adolescente deixa claro que os estudos têm grande importância para sua vida e por isso a amamentação de seu filho deve ser trocada por outro tipo de alimentação. “(...)eu queria tira ele do peito, mas eu to com dó, to querendo que ele pega, se ele acostuma com a mamadeira e ele solta ele mesmo sozinho(...)porque eu não quero ele com 2 anos e ele mamando no peito, então eu quero que ele desacostume mesmo.” (Sonia) Sobre a higiene, as adolescentes mostraram-se preocupadas e que estão sempre atentas, trocando a fralda, dando banho. Também relataram que o banho é um momento de interação entre a mãe e filho,onde a criança começa a mostrar suas vontades: “Agora ele já senta, bate na água e joga tudo pro banheiro, agora ele crio a mania que não quer mais sentar na banheira, quer tomar banho em pé. Ai eu vo abaixa pra dá banho nele,ele já me molha toda..”(Giovana) “Ah, ele gosta.(...) Ele quer levantar na banheira, às vezes eu fico nervosa porque eu tenho medo que ele escorrega e cai sabe?! Mas ele gosta bastante, se eu encher a banheira cheia de bichinho pra ele brincar, ele se ´interte´ com aquilo. (...)Daí eu fico brincando com ele também. (Sonia) Podemos dizer que na categoria descrita acima foi possível apresentar quais são as percepções e conhecimentos das adolescentes em referência ao cuidado prestado aos seus filhos. Demonstraram que o cuidado físico é de grande importância, mas o cuidado afetivo tem grande relevância também. Foi possível conhecer as formas de cuidado das adolescentes e quais seus conhecimentos especifico em relação à alimentação, higiene e brincar. 2) Percepção da Gravidez e Maternidade na Adolescência A gestação e a maternidade são momentos da vida de uma mulher que trazem muita responsabilidade. Durante os 9 meses de gestação, as mães tem todo um cuidado para que a criança se desenvolva bem no útero. Após o nascimento, a preocupação e as responsabilidades aumentam, pois, é preciso cuidar de uma criança que já está formada, mas, que ainda precisa de total atenção e cuidado. Apesar do susto e apreensão no primeiro momento ao saber da gravidez, posteriormente as adolescentes demonstraram grande satisfação em ter um filho. Ao perguntar para Valkiria o que foi bom em ter sido mãe nessa idade,(16 anos), ela responde: “Ter ele, já basta.” Ainda encontramos Soraia que atribuía a gravidez a uma satisfação e realização pessoal: “Pra mim foi ótimo, porque eu tava com vontade de ser mãe sabe?” Demorou, mas depois de varias vezes eu consegui.. mas eu fiquei contente.” “Eu não esperava agora né!? mas já que aconteceu eu acho que foi bom porque eu posso aproveita bastante meu filho agora, eu pensei que fosse atrapalhar mais assim na minha vida, meus estudos, mas eu to conseguindo terminar. Mas agora assim eu gosto muito, porque no momento tinha sido um choque ,agora eu gosto muito sim.(Giovana) “ Mas eu gosto muito de cuidar dele, tudo que ele vai aprendendo no dia a dia é motivo de riso, de felicidade, mas no começo foi muito difícil.” (Giovana) Sonia relatou que a experiência de ser mãe na adolescência é muito boa, pois, tem a satisfação em ver seu filho crescendo e se desenvolvendo, e por ser uma mãe nova, poderá ser um motivo de orgulho do filho, no futuro. “Foi boa porque é uma experiência de vida, ser mãe, cuidar de um bebe, vê que ta crescendo, tá andando, quando ele tive grande eu vou ser mãe nova, acho que vai ser um orgulho pra ele na escola e os outros falarem ´ai, sua mãe é nova´(..)” Ai,eu achei que ia ser mais difícil, (...)Mas assim,não foi tão ruim, achei que ia ser mais difícil, ia ficar muito presa, eu sou presa sabe?(...) (Sonia) Os dados do estudo mostraram que estas mães adolescentes definiram a gravidez como um momento de mudança, de responsabilidades. Também destacaram que a sua idade não é ainda uma idade ideal para engravidar. Algumas das adolescentes referiram não ter planejado a gravidez, e no caso de ter sido planejada, relataram que o desejo não era próprio e sim para satisfazer o companheiro. Tanto no caso de Valkiria, como de Viviam, a gravidez ocorreu por desejo do companheiro, sendo elas contra ter um filho nesse momento, depois cederam à vontade do companheiro, como mostram as falas a seguir: “Agora eu não queria ter filho, mas pela vontade dele eu quis, ele falo que queria, dai a partir dele eu quis, mas por mim não.” (Valkiria) “o pai do meu filho que falava que queria ter um filho.” (Viviam) A noticia de uma gravidez, na adolescência, não é sempre encarada com felicidade, principalmente quando o casal usa de métodos anticoncepcionais e, portanto não planeja ter filhos , nesse momento. Giovana, de 17 anos mostra como foi receber a noticia que estava grávida aos 16 anos, mesmo prevenindo-se: “ Ah, foi um choque né 16 anos (..)ah , sei lá, assim, foi um choque porque eu não esperava, eu me prevenia, mas mesmo assim aconteceu.” Valkiria também demonstra que não acreditava ser o momento certo: “ Quando eu soube que tava grávida (..)na hora eu chorei porque não queria, tava cedo,(..), Valkiria A fala de Sonia a seguir, mostra que ela percebeu sua gravidez cedo, pois acredita que tanto ela quanto seu companheiro, não estavam prontos para serem pais, embora ela tivesse o desejo de ser mãe. A maior preocupação foi para a reação de seus pais frente à gravidez. “Ah, assim, eu queria. Na hora a gente fica meio assim com medo por causa dos pais, mas eu queria,(..) por a gente ser novo né?! Porque eu tenho 17 e ele tem 19, praticamente duas crianças.” De acordo com Oliveira (2008), a aceitação da gravidez se dá por fases e de forma gradual, sendo aceita pela adolescente, depois pela família e no final pelo circulo social. Durante as entrevistas, as adolescentes foram questionadas sobre as facilidades e dificuldades da gestação e da maternidade na adolescência. Em algumas situações, as adolescentes referiram serem muito novas para cuidar de suas crianças, e que muitas vezes não sabiam como fazê-lo. Elas apontaram limitações na vida cotidiana devido à maternidade como: impedimento de sair com as amigas, tempo dispensado em cuidar da criança, evasão escolar, entre outros. Apontaram também que num momento em que elas eram cuidadas passaram a deixar de ser cuidadas, e se viram com a responsabilidade de ter que cuidar de seu bebê, o que trouxe grandes transformações nas suas vidas. Sonia, mãe aos 16 anos, conta como foram as mudanças que passou após o nascimento de seu filho: “Ah, antes eu trabalhava(...)hoje eu não trabalho por causa dele(...),tinha meu próprio dinheiro, eu não precisava me preocupar. Agora eu tenho que me preocupar com casa, deixar casa limpa (..) Minha mãe que fazia tudo. Hoje é tudo diferente, eu tenho que lavar roupa, tenho que limpar a casa, tenho que fazer comida ,tenho que cuidar dele entendeu?E tudo mais diferente.” Valkiria de 16 anos, que engravidou aos 15 anos, ao ser questionada sobre, o que foi ter sido mãe para ela, conta sobre os impasses da maternidade refletidos em sua rotina: “Ter sido mãe nessa idade, uma parte é ruim porque eu quero sair, quero trabalhar, (..) arrumar um serviço e ele não fica na creche, ele chora,ele fica doente direto por causa da doença.(...) Mudou que antes eu saia, todo dia eu saia” “O lado ruim é que eu perdi bastante minha liberdade, mas agora eu não saio mais com os meus amigos(...)” (Giovana) Vivian, mãe de 16 anos e que engravidou nessa mesma idade, mostra a mudanças no cotidiano de sua vida após ser mãe: “Eu saia muito, agora não saio mais” Outras adolescentes contaram que ao descobrir que estavam grávidas, foram levadas a abandonar os estudos e o trabalho: “(..)o francês eu não consegui (terminar), e o emprego eu fui mandada embora, eu tava no segundo colegial e tive que parar,”( Giovana) “Não frequento a escola porque eu tava grávida dele, dai eu parei. (..)Logo que eu soube que eu tava grávida não fui mais. Fiz até a 6ª serie e não trabalho hoje em dia” . (Valkiria) Nota-se que as adolescentes entendem que assumir a maternidade é um período cheio de responsabilidades, e que a partir de então precisam pensar em seus filhos e não mais em si mesmas. Todas as adolescentes participantes desta pesquisa abandonaram os estudos ao descobrir a gravidez, algumas delas têm no seu projeto de vida o desejo de retornar as suas atividades escolares e de trabalho, em vistas a um futuro melhor para elas e seus filhos. “ Eu penso em terminar meus estudos, porque eu estou no 3° colegial agora, penso em fazer o ENEM e entrar pra faculdade de direito.” (Giovana) “Mas agora eu pretendo voltar(pra escola)” (Valkiria) “No Centro da Juventude vai ter a oitava série, porque tá tendo a sétima, daí vai te a oitava e eu vo termina. (..)”(Vivian) Algumas adolescentes vêem a gestação como uma mudança de seu status na sua comunidade ou sociedade, pois ela já não mais será identificada como adolescente, e sim como mãe, papel este, que representa um reconhecimento social muito grande, mas que também traz consigo grandes atribuições que muitas vezes são desconhecidas pelas adolescentes. Assim para adolescente que almejam ser reconhecidas e respeitadas pela sociedade à gravidez pode lhes trazer essa realização, pois acaba sendo a única forma de realização social e de plano de vida ao alcance da adolescente. Elas sentem-se adultas quando passam a cuidar de seus filhos. Sonia relata na sua fala abaixo, que a maternidade lhe proporcionou a entrada na vida adulta, onde deixou de ser filha e passou a ser mãe e dona de casa: “Tanto que às vezes eu paro e penso ´Eu tenho 17 anos?´ Será que eu tenho mesmo porque parece assim que eu tenho mais, eu já me habituei de ser dona de casa, de cuidar dele, de ser mãe sabe?” (Sonia) Giovana , mãe aos 16 anos, também demonstrou ter sido um momento de amadurecimento: “(...)Mas o bom também e que eu amadureci, amadureci bastante.(...) Porque a gente cria mais cabeça né?!” Rangel e Queiroz (2008) trazem que a relação da idade e da ascensão à fase adulta devido à maturidade é inversamente proporcional, ou seja, quanto mais nova é a adolescente mais longe ela estará da vida adulta, e conforme os anos vão passando e ela vai tornando-se mais velha, a fase adulta tende a se aproximar. As adolescentes entrevistadas mostraram que a gestação serviu para que elas mudassem seus hábitos e rotinas e passassem a ter um estilo de vida diferente, agregando para si as atividades designadas à maternidade e donas de casa. Levandowskil et al.(2008) em pesquisa realizada com mães adolescentes e adultas norte americanas, mostrou que elas ausentavam-se do cuidado e da responsabilidade do filho, demonstrando pouca satisfação na maternidade. Já em nosso estudo os resultados mostraram que as adolescentes gastam a maior parte do seu tempo dedicando-se ao cuidado do seu bebê e responsabilizando-se por ele e ainda referiram enorme satisfação em ser mãe. Em geral elas ficaram felizes com a gestação, aceitaram bem a chegada do filho e hoje mostram-se totalmente felizes em serem mães. XIMENES et al. 2007 trazem que muitas vezes a maternidade pode ser usada como forma de suprir certas carências ou como uma tentativa de fuga de certas situações. Soraia, ao ser questionada sobre, o que foi ruim em ser mãe na adolescência, inicialmente refere que não teve nada de ruim nesse acontecimento, e completa dizendo “Ah pra mim eu não acho que foi ruim ser mãe, porque é bem melhor ser mãe, do que ter uma doença. Porque um filho,você vai criar do jeito jeito,vai fica bem. Mas e uma doença?Doença é pior.” Assim como a Soraia, Vivian também demonstrou a mesma percepção quanto ao nascimento do filho: “Ah porque eu acho melhor um filho do que uma doença” . Soraia ainda atribui o nascimento do filho a uma vontade de Deus : “Porque uma criança, ela já não pede pra nasce, ela na pede, e ela só vem porque você quis ou porque você planejou e Deus colocou no seu caminho e não foi à toa.” Nessa categoria foi possível conhecer as percepções das adolescentes sobre a gestação, e qual o impacto da mesma em suas vidas, apontando as facilidades e as dificuldades. Também foi possível conhecer o que levou as adolescentes a engravidarem e como essa escolha tem afetado suas vidas. 6. CONCLUSÃO Neste estudo foi possível conhecer o que um grupo de mães adolescentes, de uma classe econômica desfavorecida, entendem por cuidado de seus filhos menores de 1 ano, quais são suas percepções sobre a prática desse cuidado no dia a dia e, como percebem a maternidade na adolescência. Os resultados mostraram que a maioria das mães adolescentes aprendeu a cuidar de crianças através da observação das suas mães, irmãs, avós ao realizarem o cuidado de bebês. Para as que não tiveram essa experiência o aprender a cuidar, se deu na própria prática de cuidar de seu bebê. Em relação ao conhecimento e percepções sobre o cuidado de bebes menores de um ano, os dados mostraram que elas conhecem e realizam os cuidados de higiene e alimentação necessários para a faixa etária. Todas reconheceram a importância da amamentação nos primeiros meses de vida do bebê, embora a maioria delas não tenha amamentado exclusivamente seu bebê até os seis meses, conforme recomendado pela Organização Mundial da Saúde e pelo Ministério da Saúde. Destaca-se também que elas reconhecem a importância dos vínculos afetivos assim como o brincar para o desenvolvimento integral do bebê e, que os realizam com responsabilidade e empenho, ressaltando que no cuidar é fundamental dar carinho e atenção. Sabem também que estas atividades de cuidado permitem que as crianças desenvolvam suas capacidades de aprendizado desde muito pequenas. Constatou-se que o aprendizado do cuidado destas mães ocorreu na família, em especial com as avós. Também se mostrou indispensável para elas, o acompanhamento na Unidade de Saúde, por entenderem que os profissionais dominam o assunto e podem contribuir para um melhor cuidado de seus filhos. Para a maioria das participantes a gravidez foi inesperada, mas, uma vez que se tornaram mães sentiram-se felizes e realizadas em seu novo papel. Algumas referiram que a gravidez na adolescência foi uma dádiva divina. Verificou-se que as adolescentes procuram ser boas mães para que seus filhos tenham uma vida e um futuro melhor que o delas e de suas famílias. Verificou-se que todas as participantes não freqüentavam mais a escola, no momento da coleta de dados. È importante destacar que algumas deixaram de freqüentar a escola antes da gravidez, portanto o estudo verificou também, que nem sempre a gravidez na adolescência é causa de evasão escolar. Para a maioria delas, continuar os estudos é muito importante sendo que algumas colocaram a volta aos estudos como um projeto de vida, em vista a uma vida de qualidade, no futuro. Para estas adolescentes a maternidade tornou-se um período de grandes responsabilidades, e de limitações. Responsabilidade no cuidado e na busca de um futuro melhor. Limitações na vida cotidiana como sair, estudar e trabalhar. Para estas jovens esse novo status de mãe significou pensar em seus filhos e não mais em si mesmas. Assim o estudo mostra a relevância de ações de educação e saúde que visem possibilitar que as adolescentes possam exercer seus direitos sexuais e reprodutivos, podendo analisar criticamente as facilidades e dificuldades de uma gravidez na adolescência, tendo acesso a métodos anticoncepcionais quando assim desejar, de forma a poder decidir livremente sobre o melhor momento para ser mãe. 7- REFERÊNCIAS ABREU, C. W. D. P. Aspectos obstétricos, sócio-demográficos e psicossociais de puérperas adolescentes assistidas pelo sistema de saúde do município de Muriaé: Zona da Mata Mineira, Brasil. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2010, vol.32, n.7, pp. 359-359. ALONSO URIA, R. M. et al. Embarazo en la adolescência: algunos factores biopsicosociales. Revista Cubana de Medicina General Integral. 2005, vol.21, n.5-6,pp. 0 0. ANDRADE, S. A. et al. Ambiente familiarizado e Desenvolvimento cognitivo infantil : UMA Abordagem epidemiológica . Rev. 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APÊNDICE 1 ROTEIRO DE ENTREVISTA Objetivo: Identificar mães adolescentes e descrever e analisar percepções e conhecimentos do cuidado com os seus filhos menores de 1 ano 1. ENTREVISTADORA: _____________________________________________ 2. LOCAL DA ENTREVISTA: ________________________________________ 3. DATA: ______/ _______/ _______ 4. NOME: _________________________________________________________ 5. IDADE: ________SEXO: __________ ESTADO CIVIL:_________________ 6. FILHOS: QUANTOS?_____________IDADES?_____________ 7. QUANTOS ANOS VOCÊ TINHA QUANDO ENGRAVIDOU?__________________ 8. ME CONTE COMO FOI SUA GESTAÇÃO E O MOMENTO DO PARTO 9. APÓS O NASCIMENTO COMO VOCÊ ALIMENTOU O SEU FILHO? 10. FREQUENTA A ESCOLA NO MOMENTO?____________________________ SE SIM, OU NÃO, PORQUE? SE SIM, COM QUEM FICA SEU FILHO NO PERIODO DA ESCOLA? 11. FREQUENTAVA A ESCOLA ENQUANTO ESTAVA GRÁVIDA? SE SIM, OU NÃO, PORQUE?_______________________________ 12. ESCOLARIDADE: 13. TRABALHA? SE SIM: ONDE? PERIODO: COM QUEM FICA SEU FILHO NO PERIODO DE TRABALHO? 14. PARA VOCÊ, O QUE SIGNIFICA CUIDADO? 15. NA SUA OPINIÃO, QUAIS SÃO OS CUIDADOS MAIS IMPORTANTES A SEREM DADOS PARA O BEBÊ? PORQUE? 16. AINDA SOBRE O CUIDADO, PORQUE E PARA QUE VOCÊ ACHA QUE OS BEBÊS PRECISAM SER CUIDADOS? 17. CONTE-ME COMO É SEU DIA COM O SEU FILHO? 18. VOCÊ ACHA FÁCIL OU DIFICIL CUIDAR DO SEU FILHO, MENOR DE 1 ANO, SENDO ADOLESCENTE? O QUE VOCÊ ACHA MAIS FÁCIL E O QUE VOCÊ ACHA MAIS DIFICIL? 19. VOCÊ JÁ CUIDOU DE OUTRA CRIANÇA MENOR DE 1 ANO. SE SIM, QUEM? QUANDO? QUE TIPO DE CUIDADO OFERECEU? 20. CONTE-ME, O QUE É PARA VOCÊ SER MÃE E ADOLESCENTE? 21. VOCÊ CONHECE ALGUMA OUTRA ADOLESCENTE AQUI DO BAIRRO QUE TAMBÉM TENHA FILHO MENOR DE 1 ANO? 22. VOCÊ QUER ME FALAR MAIS ALGUMA COISA? OBRIGADA APÊNDICE 2 TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE e ESCLARECIDO TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE e ESCLARECIDO A adolescente __________________________________________ está sendo convidada a participar da pesquisa Mães adolescentes moradoras do Bairro Jardim Gonzaga de São Carlos- SP: percepções e conhecimentos sobre o cuidado de seus filhos menores de 1 ano que será realizada com mães adolescentes, a fim de entender as percepções e conhecimentos das mesmas sobre o cuidado de seus filhos menores de 1 ano. Os procedimentos realizados serão entrevista semi-estruturada sendo que durante estes momentos será utilizado um gravador que gravará toda a sessão. Não haverá gastos de qualquer natureza. Há o risco de se sentir incomodada por dedicar um tempo para responder as questões da entrevista. As conversas serão realizadas em ambiente privado e as informações pessoais serão mantidas em segredo. O nome ou qualquer forma de identificação pessoal não aparecerá em nenhum lugar (a não ser nesta folha). A participação é voluntária, ou seja, a pessoa só participa se quiser, sendo que a qualquer momento a adolescente pode desistir de participar e retirar seu consentimento. Os resultados desta pesquisa serão divulgados através da elaboração de um projeto de Iniciação Cientifica e artigos em revistas e periódicos. Vocês receberão uma cópia deste termo onde consta o telefone e o endereço do pesquisador principal, podendo tirar suas dúvidas sobre o projeto agora ou a qualquer momento. ____________________________________________ Aida Victoria Garcia Montrone End: Rodovia Washington Luiz, Km 235; Departamento de Metodologia do Ensino Tel: (16) 3351-8375; e-mail:[email protected] Declaramos que entendemos os objetivos, riscos e benefícios de participar desta pesquisa e concordamos com a participação. O pesquisador nos informou que o projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos da UFSCar que funciona na Pró-Reitoria de Pesquisa da Universidade Federal de São Carlos, localizada na Rodovia Washington Luiz, Km. 235 - Caixa Postal 676 - CEP 13.565-905 - São Carlos - SP – Brasil. Fone (16) 3351-8110. Endereço eletrônico: [email protected] Local e data __________________________________________ Assinatura do responsável legal _________________________________________ Assinatura do sujeito da pesquisa 8. Produção Técnico-Científica Este trabalho será apresentado no XX Congresso de Iniciação Científica da Universidade Federal de São Carlos, no ano de 2012. 9. Auto-Avaliação: Acredito que tenha cumprido minhas tarefas, me esforçando sempre para fazer o meu melhor. Ainda tive a oportunidade de confeccionar o projeto inicial, realizar as entrevistas, análise dos dados e confecção do relatório final. Apesar de muitas dificuldades também tive muitos aprendizados tanto sobre relatórios, como realização de entrevistas, vinculo com entrevistados, e aproximação do assunto. Após todo o trabalho, adquiri um melhor senso crítico e aproveitei todas as oportunidades que me foram oferecidas. São Carlos, 10 de setembro de 2012 Assinatura: ~. ~ oJvv, ~ Pâmilla Nayara Alves Mania 10. Avaliação da Orientadora: A bolsista se dedicou em todas as etapas de desenvolvimento do projeto, mostrando-se interessada com o alcance dos objetivos da pesquisa e com o cumprimento das atividades previstas no cronograma. Destacou-se pela responsabilidade e disponibilidade na realização da coleta dos dados. Conseguiu aprofundar-se teoricamente no tema do estudo e apreender os princípios da metodologia utilizada, atingindo os objetivos esperados para a iniciação científica. São Carlos, 10 de setembro de 2012 Assinatura : ---------I~., - . ..... ------------ 11. Destino da Aluna A estudante encontra-se cursando o penúltimo ano Curso de Bacharelado e Licenciatura em Enfermagem. Manifestou interesse em continuar participando das atividades do Grupo de estudos e pesquisas em Saúde, Educação, Gênero e Direitos (NESEA), das quais participa desde 2010, e onde se insere este projeto.