São Paulo, Brasil, Março 1991 Ano 80 – Número 973 Antecessora da revista Avicultura Industrial, da Gessulli Agribusiness DE VOLTA PARA A AVICULTURA O velho Gessulli tem a sua vida ligada à galinha desde os 8 anos de idade. E assim continua. Por Inês Correa D e Norte a Sul, no meio rural e urbano, entre veterinários, criadores e industriais do setor avícola, uma pergunta é constantemente pronunciada: “Onde anda o velho Gessulli?”. Nascido em ‘Princesa D’Oeste’, Ribeirão Preto – SP, no dia 2 de fevereiro de 1921, o “velho”, aos 70 anos de idade, retorna à atividade que sempre se dedicou e que o consagrou: a avicultura. Afinal, como diz o “Velho Sábio” chinês: “... Avançar é chegar acolá. Chegar acolá quer dizer retornar ...” Logo, na avicultura, o velho Gessulli começou sua carreira e por ela trabalhou durante toda a vida divulgando-a para o Brasil e para o mundo. É natural portanto que, em 1991, esteja novamente criando galinhas. Não são mais ornamentais mas, para manter a tradição, adota uma ave exótica – a galinha caipira. Ao longo destes anos muitas estórias... Avicultura e Suinocultura Industrial – Antes da Editora, o que fazia o velho Gessulli? Oswaldo Gessulli – Eu era administrador de empresa e trabalhava em grandes empresas multinacionais mas, já naquela época, participava da avicultura criando aves ornamentais, sem fins comerciais. A.S.I. – Onde criava e qual a linhagem escolhida? Gessulli – Eu praticava a chamada “avicultura de quintal” e a linhagem que eu tinha era da raça Sussex. Em 1962, um galo da minha criação foi campeão dessa raça numa Exposição do Parque da Água Branca, aqui em São Paulo. A.S.I. – Quais os cuidados que tinha com as aves ornamentais? Gessulli – Limpava diariamente. Lustrava, passava produto nas suas penas para deixá-las mais brilhantes como, hoje em dia, faz o criador de cães. Elas se tornavam mansas. A.S.I. – Então o fascínio pela avicultura não é financeiro? Gessulli – Para o setor avícola progredir, o importante é cuidar dos animais como se fossem filhos da gente. Se não for possível acompanhar o seu desenvolvimento dia e noite, é necessário, ao menos, tem um veterinário full time (o tempo todo). A.S.I. – Como conheceu a revista Avicultura Industrial, antiga Chácaras e Quintaes? Gessulli – Quando trabalhava na Arno, onde era Chefe do Departamento de Vendas conheci o genro do diretor da revista e, por seu intermédio, fiz meu primeiro contato com o Conde Amadeu Amidei Barbiellini, fundador da revista. Quis fazer esse contato porque era leitor assíduo de Chácaras e Quintaes, desde 1928, e criador. A.S.I. – Quando iniciou seu trabalho na revista e o que fazia? Gessulli – Por volta de 1948, o conde me convidou para colaborar mais intensamente na realização da revista. Eu trabalhava como foca (repórter iniciante) na seção de avicultura. A.S.I. – Quais as reportagens mais importantes no início da carreira? Gessulli – A mais importante foi com o juiz do Parque da Água Branca, Henrique Francisco Rayno. A partir de então, iniciei uma criação de codornas domésticas. A.S.I – Quando se tornou sócio da editora? Gessulli – Em 1966, após 12 anos de trabalho, me tornei único sócio e pude realizar o que tinha na minha mente. (...) *Texto reproduzido com a grafia original da época.