BRA Novos Produtos Esquema de tratamento Como se faz plasmaférese com equipamento de hemodiálise? No procedimento com equipamento de hemodiálise utiliza-se uma infusão da solução de reposição. de evitar o bloqueio na filtração por um agregado protéico e o O sangue é removido por uma bomba peristáltica, passa pelo aparecimento de hemólise. Outro fator importante é que o fluxo de plasmafiltro filtro especial para técnica de plasmaférese e retorna sangue deve ficar em torno de 100 a 150 ml/min. Também deve-se para o paciente, após reconstituição com uma infusão de mesmo ter atenção à heparinização, que deve ser em bolus inicialmente, volume do que foi retirado. Detectores de pressão, de ar e as com infusão contínua a seguir. bombas de drenagem e infusão tornam o procedimento seguro. Um informativo da Fresenius Medical Care do Brasil l Ano IlI l Nº 6 Pode-se fazer plasmaférese associada à hemodiálise ou Alguns cuidados devem ser tomados durante o uso do plasmafiltro. hemodiafiltração. Para esse procedimento é realizada uma O primeiro é que a pressão transmembrana não deve ultrapassar interposição do plasmafiltro na linha venosa, colocando-o entre o 100 mm Hg; de preferência deve estar menor que 75 mm Hg, a fim dialisador e o cata-bolha venoso. Além da diálise Clínicas mostram que é possível oferecer serviços diferenciados, impactando Plasmafiltros - PlasmaFlux PSU diretamente no bem estar e na qualidade de vida do paciente. Completando um portifólio de produtos, que atende todas as Páginas 4 e 5 Plasmasulfona Fresenius Membrana para Plasmaférese necessidades das equipes de saúde da área nefrológica, a Membrana de Diálise Fresenius também se concentrou na técnica de plasmaférese. 1.0 Acaba de chegar ao Brasil um novo conjunto de plasmafiltros: os PlasmaFlux PSu. Esses novos filtros eliminam substâncias em larga escala, devido ao coeficiente de filtração de 1, para moléculas com peso molecular superior a 2 milhões de Daltons. Além desse diferencial, os filtros PlasmaFlux PSu contêm uma nova 0.8 Coeficiente Sieving 12 bomba de infusão dupla para controle da retirada do plasma e 0.6 0.4 0.2 polisulfona, baseada na membrana plasmasulfona da Fresenius 0.0 Medical Care. O desenvolvimento dessa nova fibra foi baseado na 10² Creatinina (113) extensa experiência em procedimentos de plasma-separação e 10³ 10 4 Vitamina B12 Insulina (1355) (5200) sua grande vantagem é minimizar a ativação do sistema 10 5 10 6 Albumina IgC LP-B IgM (69000) (150000) (940000) (2400000) Peso molecular (Dalton) imunológico do paciente durante a interação sangue-membrana, pela sua reconhecida biocompatibilidade. PlasmaFlux PSu 1S Dados Técnicos PlasmaFlux PSu 2S Material da membrana Fresenius Plasmasulfona Fresenius Plasmasulfona Diâmetro interno/Espessura da parede 340/70 340/70 Área de superfície (m²) 0.3 0.6 Coeficiente de siving para moléculas até 2 X 10 6 d -1 -1 Pressão transmembrana máxima PTM (mmHg) 100 100 Volume de priming (ml) 36 70 Taxa recomendada de fluxo de sangue (ml/min) Fluxo máximo de filtração+ 40 - 150 20% do fluxo efetivo de sangue 80 - 250 20% do fluxo efetivo de sangue Método de esterilização Vapor Vapor Fale Conosco l Envie sua mensagem para o BRA pelo nosso e-mail: [email protected] Atualização Clínica - Sustentabilidade dos atuais Aférese Terapêutica modelos de sistemas de Dr. Fred Ruzany explica a técnica de Plasmaférese, suas indicações e estudos publicados. Editora: Silvia Coelho Rua do Carmo, 8/4 º andar Tel.: Fax: Web: BRA é um informativo da Fresenius Medical Care do Centro, Rio de Janeiro, RJ Brasil Ltda., com periodicidade trimestral. Proibida a Brasil - 20011-020 + 55 (21) 2131-2400 + 55 (21) 2524-9850 www.fmc-ag.com.br reprodução total ou parcial, salvo com autorização expressa da Fresenius Medical Care. Publicação de distribuição interna e gratuita. Estagiária: Priscila Dalcin Colaboração: Valéria Marques Revisão: Sonia de Onofre Design e Produção Gráfica: Nobrasso.com Fotografias: Alex Ferro / Pedra Viva e Tati Nolla As matérias contidas neste veículo são de inteira responsabilidade dos seus autores. E mais: Como fazer Plasmaférese com equipamento de diálise: Plasmaflux a solução Fresenius. Páginas 10, 11 e 12 saúde: futuro promissor ou preocupante? Fresenius sai na frente e propõe uma solução viável para usuários e pagadores. Leia a entrevista com o Dr. Depine, membro da Sociedade Latino Americana de Hipertensão e Nefrologia - SLANH Páginas 6, 7 e 8 BRA Abril l 2006 Fresenius pelo Mundo Editorial Nova máquina Fresenius ganha prêmio de inovação 2 A Fresenius Medical Care é uma companhia global. Ao meu ver, este é um grande diferencial, que afeta diretamente todos os serviços e produtos oferecidos por nós. O nosso mix cultural, que atende diferentes A Fresenius Medical Care recebeu o 26° Prêmio Alemão de Inovação em Negócios pelo necessidades de mercados distintos nos dão qualidade, força e flexibilidade suficiente para estarmos desenvolvimento de sua nova máquina de diálise, a 5008. Outras 220 empresas prontos para o mercado. Esta nossa boa mistura, faz de nós uma companhia especial, bem posicionada e a concorreram à premiação que reconhece as melhores inovações e os mais ousados frente do mercado. avanços científico-tecnológicos desenvolvidos na Alemanha desde 1980. Duas mil clínicas de diálise em todo mundo, tratamento dialítico para mais de 157 mil pacientes por ano e 54 A máquina 5008 oferece operação simplificada. A manutenção e os processos rotineiros mil funcionários são os nossos números, grandiosos, mas são só números. O que melhor podemos tirar deles sofreram significativa redução. Além disso, gasta cerca de 30% menos de água e é a experiência que a prática constante e focada na qualidade nos dá. Hoje, nenhuma empresa é mais eletricidade. Com isso, a Fresenius Medical Care prova que o avanço científico não aumenta, necessariamente, os custos. Pela primeira vez, a terapia de hemodiafiltração dedicada, comprometida ou conhece melhor diálise do que a Fresenius Medical Care. (Online HDF) se torna também um método dialítico padrão. Este vasto campo de conhecimento e estudos nos brinda diariamente com novas possibilidades de negócios, Fresenius Brasil que tem um objetivo maior, desenvolver produtos e serviços que representem ganhos em qualidade de vida para os pacientes renais. Nesta edição vocês lerão novidades e poderão conferir como estamos inovando em oferecer aos segmentos de saúde, sempre mais e melhor. Information Service O nosso selo e o seu conhecimento E quando falo em inovação me refiro ao cuidado integral, ao olhar crítico e completo que toda a nossa equipe tem sobre os problemas renais. Refiro-me a nos dedicar a prevenção, a identificação e ao controle das doenças renais, à atenção a chegada de novas terapias, à promoção do conhecimento e tantos outros fatores que objetivem nada mais do que oferecer mais que diálise. Leiam e confiram, Desde o início do ano, a Fresenius Medical Care laçou um projeto o Dr. Augusto Guimarães, nefrologista do Hospital Geral de pioneiro e inovador: o Information Service . O objetivo deste serviço Fortaleza, Ceará. é oferecer aos nefrologistas brasileiros informações médicocientíficas e educacionais de qualidade, sempre em português, Armin Karch Gerente-geral da Fresenius Medical Care do Brasil sejam elas internacionais ou nacionais. A primeira iniciativa do Information Service foi oferecer a todos os nefrologistas uma edição especial da revista Kidney International, uma das mais importantes do setor, totalmente traduzida e distribuída a cada três m e s e s . “ X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXXXXXXXXX”, fala Dr. Hugo Abensur, diretor da Sociedade Brasileira de Nefrologia - SBN. Os materiais do Information Service são desenvolvidos para toda a equipe de saúde: médicos, equipe de enfermagem e residentes. Para o Dr. Milton Campos, da Santa Casa de Belo Horizonte, Minas Gerais, este é mais um benefício. “Esta é uma grande conquista para a nefrologia brasileira, possibilitando que nos atualizássemos de uma forma imediata e moderna. Para os residentes também foi fantástico: eles passaram a ter acesso a informações muito almejadas e de qualidade. Além disso, utilizar nesta publicação a língua portuguesa é extremamente importante para as equipes de enfermagem, que também necessitam dessas informações, mas No segundo momento, nossa equipe se concentrou em buscar muitas vezes ainda têm dificuldades com a leitura em inglês”, destaques nacionais para promover a discussão de pontos contou ele. Fresenius e SBN: parceria reconhecida relevantes à nefrologia. A primeira convidada foi a infectologista Cristiane Rosa, que escreveu nosso primeiro boletim nacional sobre Infectologia - Complicações Infecciosas em Diálise. Com uma abordagem prática, pronta para ser usada no dia-a-dia das A Fresenius Medical Care encerrou o ano de 2005 recebendo da reconhecimento por parte dessas entidades de que as empresas Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) o certificado de empresa não se voltam apenas para o mercado, mas, sim, para a qualidade, “Amiga da Nefrologia Brasileira”. O evento foi realizado durante um e para isso, investem grandes quantias em pesquisa e almoço em São Paulo, onde estiveram presentes o presidente e toda desenvolvimento de novas tecnologias”, afirma o diretor de a diretoria da SBN. “A aproximação da indústria com órgãos Marketing e Vendas, João Pasquini. unidades de diálise, Dra. Cristiane ofereceu informações preciosas para a busca da qualidade. “Esse material é valioso. Ele nos atualiza, traz as notícias dos últimos acontecimentos da parte científica e tecnológica. E a gente que vive nessa vida corrida, com pouco tempo para se atualizar, o Muito ainda está por vir. No ciclo internacional de informações científicas, publicamos no mês de abril a primeira edição do Dialysis Update, uma publicação do Grupo Fresenius, que traz um resumo dos artigos mais importantes da temporada. “Com ele temos acesso as versões resumidas e comentadas dos artigos de maior importância. É um material acessível e extremamente útil para o crescimento da prática clínica”, XXXXXXXX, enfermeira. nos acrescenta muito”, declara científico-educacionais é um grande avanço e também o Para participar do Information Service, basta que o interessado se cadastre no site da Sociedade Brasileira de Nefrologia www.sbn.org.br ou na Fresenius www.fresenius.com.br. 3 BRA Abril l 2006 Destaque l Fresenius Atividades lúdicas no Grupo CDR-RJ. Além da diálise 4 Qualidade de Vida, um verdadeiro desafio ter uma vida melhor. É esse importante fator que move as equipes pacientes que não se deixam abater pela tristeza e seguem a vida de saúde a fazer, sempre, mais do que o possível. “Ser participativo felizes. Ana Suely Brasil, carioca, estudante de Direito e paciente é muito importante e causa impacto diretamente no tratamento do renal há 14 anos, é um exemplo disso. Para ilustrar o depoimento paciente. As pessoas costumam sentir piedade pelo paciente dado pelas equipes de saúde, que fazem o possível para tornar renal. Diálise não é bom, e ninguém quer fazê-la, mas permite que a mais especial a vida dos pacientes, nos encontramos com ela e pessoa tenha uma excelente vida”, esclarece a Dra. Edy Alves, da ouvimos o seguinte depoimento: Clínica de Doenças Renais Anil, no Rio de Janeiro. Ela tem 5 A busca pela qualidade de vida em diálise é uma meta desafiadora para todos: equipes de saúde, indústria e pacientes. Cada qual com o seu exercício diário: oferecer o melhor atendimento e acompanhamento médico, desenvolver e disponibilizar produtos e serviços de qualidade e ter boa aderência ao tratamento; todos completam o sucesso de um programa de tratamento. “Esses trabalhos têm de existir. É a maneira de levar o paciente de volta ao “Para mim, a hemodiálise significa VIDA”. convívio social e de evitar que eles deixem de estudar, mas Ana está sempre vendo o lado bom das situações. Com uma persistam em ter objetivos na vida”, diz o diretor de Clínicas e enorme vontade de viver, ela não entende o pavor das pessoas com consultor médico da FME, Dr. Marco Leite. relação à doença. Diversas vezes ouve opiniões cheias de piedade: Na luta diária pela conquista do melhor resultado clínico e seu “Coitada! Tão nova, deve sofrer tanto...”, Se fosse eu, preferiria impacto na vida do paciente, clínicas de diálise buscam atividades morrer!”, “Não sei como você agüenta viver acorrentada a uma paralelas, que vão além da diálise, causando impacto diretamente máquina!” Para ela, tais comentários são infundados, pois advêm na qualidade de vida. Sessões de fisioterapia, aulas de desenho e de pessoas que não têm conhecimento sobre a doença. “Sempre pintura, suporte escolar para crianças e adolescentes são me pergunto o porquê de tanto horror com a hemodiálise.” soluções encontradas e executadas com êxito em muitas Ela soube que tinha insuficiência renal crônica aos 28 anos, já unidades do Brasil. casada e com uma filha de 7, Amanda. “Naquele momento não senti “Os pacientes ficam fragilizados com a mudança de vida e de rotina que a doença traz. Para eles, é muito difícil aceitar a nova realidade, e a depressão inicial é comum. Mas as atividades Ana Suely - sua clínica, família e equipe nefrológica. o mundo cair, não me desesperei, tampouco me revoltei com o Uma das pioneiras - IDR - Espírito Santo há 10 anos oferecendo mais que diálise. “extras” evitam isso, dando novas perspectivas e mostrando que destino, apenas percebi que a minha vida seria um pouco diferente dali para frente.” O tratamento deu a oportunidade de Ana acompanhar o crescimento da filha, que atualmente cursa a eles podem e devem continuar levando uma vida normal”, explica a assistente social da Clínica de Doenças Renais CDR Niterói sua clínica participam de projetos que envolvem aspectos Maria de Fátima Garcia. psicológicos, educacionais e até nutricionais. “A resposta deles é maravilhosa: elevamos a auto-estima e, em alguns casos, A CDR-Niterói já tem experiência nessa proposta. A unidade melhoramos a pressão arterial e a condição nutricional. Vale todo o faculdade de Direito. “Para mim, a vida é a mesma, continua a correria que sempre foi. Para muitos, estar lá é revoltante, representa o fim de tudo. Isto, sim, me deixa triste: perceber quanta energia é gasta com negatividade que deveria ser transformada e usada em benefício próprio.” Ana cuida da casa sozinha e pratica diversas atividades. “O ser humano acredita que quando se tem bem-estar mental é porque se tem dinheiro. Meu marido é taxista, e nada é tão fácil para a gente, mas se fosse o contrário, que graça teria?! O que não posso é parar, se não, vem o trem do tempo e atropela a vida, e nesses trilhos ficam os sonhos não sonhados e o que é pior, os não vividos. Aprendi a priorizar o que é realmente importante para mim. No mês oferece atendimento psicológico aos pacientes renais, dando esforço que fazemos”, pontua ele. Para o IDR, esse tipo de iniciativa oportunidade para que eles conversem e recebam apoio não é novidade. Neste ano a unidade completa dez anos de E é seguindo essa otimista filosofia de vida que Ana consegue posso fazer nos membros superiores por causa da fístula, mas qual emocional. Para a equipe médica da clínica, essa é uma forma de desenvolvimento do projeto Portas, que num primeiro momento driblar o tempo e viver o seu dia-a-dia normalmente. Formada em mulher quer ficar com ombros largos?” eles entenderem e enfrentarem melhor a nova realidade que estão alfabetizou todas as crianças que dialisavam na unidade, e hoje se Letras, agora está cursando a sua segunda graduação. “Ano que vivenciando. “O trabalho psicológico é de extrema importância estende a todos os pacientes, não só educando, como também vem me formo em Direito. Consegui uma bolsa de 30% que me principalmente quando falamos em qualidade de vida. O realizando trabalhos artísticos. “O nosso esforço não é só facilitou bastante. Pretendo fazer carreira na Promotoria, mesmo psicólogo trabalha junto ao paciente para dar o suporte e o reconhecido pelos pacientes. No ano passado fomos premiados sabendo que é difícil passar na prova, mas três vezes por semana, acolhimento necessários, sempre buscando adaptá-lo à sua nova como o melhor projeto no Congresso Brasileiro de Psicologia durante quatro horas, fico sentada e isso é uma vantagem para realidade. Trabalhamos focando o aumento da auto-estima, a Hospitalar”, complementa Assbu. E o fôlego do IDR não acaba aí. A criação de novos objetivos e, conseqüentemente, uma visão de clínica ainda oferece sessões de fisioterapia durante a diálise e futuro”, afirma a psicóloga da CDR Niterói Juliana Medina. dieta personalizada, que um grupo de nutricionistas desenvolve de O verdadeiro sucesso de programas como esse é a resposta do acordo com o gosto e limitações dos pacientes. paciente. No Instituto de Doenças Renais (IDR), no Espírito Santo, Todos os exemplos citados têm uma característica comum: o o Dr. Michel Assbu vive isso diariamente. Todos os pacientes da esforço dos profissionais de saúde para incentivar os pacientes a estudar.” passado entrei na academia: estou fazendo musculação! Só não Brincadeiras à parte, a tristeza também chega para ela. Nesses momentos, contorna os obstáculos. “Sofro também, e como qualquer outro também choro, mas depois passa....Costumo dizer que também tenho outras coisas a fazer...” Além da amizade com os pacientes, a relação com os médicos também é especial. “Impossível não ter um mínimo de gratidão por tudo o que eles fazem pela gente. Tenho orgulho em poder dizer que considero as minhas médicas amigas de verdade. Tenho admiração e orgulho pelo que fazem por todos os pacientes.” BRA Abril l 2006 Fresenius l Notícias Notícias l Fresenius “Se tratados previamente, a doença renal pode ser retardada, as doenças cardiovasculares prevenidas, fazendo com que ele viva mais, melhor e com menores custos aos órgãos públicos.” 6 Entrevista com Dr. Santos Delpine Dr. Santos Delpine, coordenador do Comitê para o Desenvolvimento da Nefrologia e dos Problemas Nacionais da SLANH Hoje, no Brasil, existem 90 mil pacientes renais crônicos, em estágio avançado da doença renal, necessitando de tratamento renal substitutivo. Essa terapia, que é a fase mais cara do tratamento, custa ao governo federal R$ 1,4 bilhão/ano (em 2003), o segundo maior orçamento do Ministério da Saúde. Segundo estudos internacionais, o crescimento de doentes renais em diálise gira em torno de 4-7% ao ano. Ou seja, esse é um custo alto e crescente, e resta questionar, assim como fez a Price, até quando os governos poderão financiá-lo, garantindo atendimento universal, responsabilidade pelos custos e qualidade de atendimento. BRA Que proposta seria viável? Dr. Depine Num primeiro aspecto deveríamos tratar dos doentes antes que eles entrassem em diálise. Eles não possuem sintomas, mas se tratados previamente, a doença renal pode ser retardada, as doenças cardiovasculares BRA Uma proposta assim deve ter envolvimento de outros setores do sistema de saúde. Esse também é um fator crucial? Dr. Depine É fundamental. O programa BRA E como podemos nos preparar para pretende “controlar” a saúde renal, um isso? Dr. Depine O Brasil precisa se preparar conceito que vai além da prevenção. Ele para cuidar dos pacientes antes que eles lida com promoção da saúde, interagindo cheguem à diálise. É necessário conter com os programas de saúde comunitária, esse crescimento no início do processo e prevenção no aspecto secundário e oferecer a milhares de cidadãos a atenção, como cuidado terciário, até o possibilidade de viver melhor. Esse modelo tratamento renal, controlando as equações também otimizará os custos. Um paciente custo versus efetividade e custo versus bem cuidado, monitorado, tem menos benefício. Para que isso dê certo é preciso intercorrência e gera menos gastos para o haver o envolvimento de todos: das sistema de saúde. instituições educacionais, dos prevenidas, fazendo com que ele viva mais, desenvolvedores de produtos e tecnologia, BRA Precisamos desse modelo de “saúde melhor e com menores custos aos órgãos Alguns países já começaram a pensar em soluções que têm como tema principal políticas de prevenção, fator crucial quando se avaliam públicos. Também é preciso que os das equipes de saúde e da própria renal”? comunidade, que deve ser educada para o Dr. Depine Sim. O Brasil necessita mudar as doenças crônicas alto custo versus muito tempo. A Sociedade Latino-Americana de Nefrologia e Hipertensão (SLANH), desde 2002, e integrantes do setor entendam esse autocuidado. em parceria com a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), estuda propostas para tentar amenizar o problema. O coordenador do conceito e se unam nesse trabalho, Comitê para o Desenvolvimento da Nefrologia e dos Problemas Nacionais da SLANH, Dr. Santos Depine, conversou com o BRA e nos buscando ações em comum. Muito já foi mostrou um panorama do que vem sendo feito nos países latino-americanos sobre o tema prevenção. BRA Quais são os grandes desafios da América Latina para conter o crescimento de doentes crônicos, especialmente os feito isoladamente, mas o que acreditamos paradigmas, deixar de olhar para a doença e enxergar a saúde. E este é o conceito de BRA Essa é uma proposta abrangente, saúde renal: um dueto entre qualidade de que realmente muda e expande o conceito vida versus sustentabilidade. Esse é o até então trabalhado na maior parte do caminho para o sucesso. ser viável é a união e a implantação de um mundo. Como o projeto de Disease State BRA Mas hoje esta realidade já funciona... Dr. Depine Mas passará muito em breve a não funcionar. O programa de saúde renal, que contemple Management, já conhecido por muitos, se promoção, prevenção, atenção, crescimento assustador da diabetes e da hipertensão, principais reabilitação, investigação e educação. encaixa nesse novo perfil? Dr. Depine Uma das partes mais doentes renais? Dr. Depine Eu diria que são vários. Conter essa “epidemia” é um doenças relacionadas aos problemas renais, e o aumento da enorme desafio. Cada vez mais há maior prevalência de pessoas expectativa de vida, já desenham o panorama futuro. Na América BRA Em que consiste uma proposta como essa? Dr. Depine que necessitam de diálise e/ou transplante, cujos elevados custos Latina, deveríamos cuidar de mais dois terços dos pacientes. Eles globais causam impacto negativo nas economias dos países. Sem já estão doentes e não os conhecemos. Daqui a pouco tempo financiamento não há expectativa de vida para estas pessoas. O estarão nas clínicas de diálise, já em fase avançada da doença, principal desafio é otimizar a relação pacientes em tratamento onde pouco nos resta a fazer e com custos altíssimos para os versus custo. Ou seja, o país deve ser capaz de pagar os governos. Esse sistema não tem como funcionar. tratamentos, e os pacientes devem ter sua vida mantida por esse Os atuais sistemas de saúde não persistirão no futuro. Essa foi a conclusão de um recente estudo realizado pela empresa XXXXXX de consultoria PriceWaterHouseCoopers (PWC). Chamado de HealthCast 2020 Criando sustentabilidade para o futuro, o trabalho apontou pontos cruciais para sustentabilidade dos programas de saúde: demanda crescente, aumentos de custo, qualidade desigual. Segundo os consultores Essa é a proposta de um é só ele. No programa, também interagimos modelo de saúde renal, que mude o com pessoas sadias, educando, paradigma sobre como interagir com a doença renal. Um modelo como esse deve ser não só viável financeiramente, mas sustentável ao longo dos anos. Para sistema. “O maior potencial de redução dos custos está nos programas de prevenção e gerenciamento de doenças crônicas.” da Price, esses fatores se tornam ainda mais alarmantes quando se leva em conta o pensamento, classificado por eles como “provinciano”, de que os sistemas de saúde devem ser nacionais. "Se a produtividade, financiamento e oferta permanecerem no nível atual, a maioria dos sistemas nacionais de saúde não sobreviverá nos próximos 15 anos", disse Harald Schmidt, de PWC, em congresso de saúde em Berlin. importantes do Programa de Saúde Renal é o gerenciamento da doença renal, mas não garantir esses dois aspectos, a nossa O que pensam as autoridades promovendo a saúde e identificando grupos BRA brasileiras sobre o assunto? Dr. Depine Elas concordam conosco. No BRA E como o Brasil participa desse novo mês de fevereiro estivemos em Brasília, na de riscos. Essa é a diferença. conceito? Dr. Depine Sociedade Brasileira de Nefrologia, e A realidade brasileira é proposta é unir o controle e o tratamento da preocupante, e políticas de saúde doença renal, estratégias integradas e vinculadas à doença renal são articuladas entre si, que incluam os imprescindíveis, pois aqui se cuida de aspectos econômicos, com um programa apenas um terço dos doentes, de acordo de disponibilização de recursos claramente com as estatísticas mundiais. Isso significa estabelecido, o trabalho em rede do setor que há uma grande quantidade de pessoas prestador de serviço e o fortalecimento dos que não está recebendo cuidados e falece programas de transplante. antes de ter acesso ao tratamento. Nesse grupo estão os diabéticos, os hipertensos, os obesos, etc. Se considerarmos apenas o As conclusões da Price se baseiam em pesquisas científicas e em entrevistas realizadas com 700 experts de 27 países membros da impacto econômico que significa esse OCDE. Mas nem tudo é alarmante no relatório. Os pesquisadores apontam alguns caminhos, além da globalização das gestões de saúde, número de pacientes em diálise, caso o para uma sustentabilidade de longo prazo. “O maior potencial de redução dos custos está nos programas de prevenção e gerenciamento Brasil passe a tratar todos os que deveriam, de doenças crônicas (Disease Management). Porém o principal obstáculo para a realização destes programas é a escassez de conceitos estamos falando em triplicar o custo direto preventivos integrados”, apontam eles. dos tratamento. participamos de uma reunião com a coordenação de alta complexidade do Ministério da Saúde. Discutimos um modelo de promoção da saúde e prevenção a ser implantado no Brasil. E para firmar esse compromisso, assinamos uma carta de intensões. Nela estabelecemos que algumas ações imediatas devem ser tomadas: formaremos um grupo de trabalho que elaborará um modelo para promoção à saúde e prevenção, controle e tratamento das doenças cardiocerebrovasculares, renais e endócrino-metabólicas. 7 BRA Abril l 2006 Fresenius l Notícias Notícias l Fresenius Desafio Fresenius: uma nova proposta para a 'saúde renal’ 8 Diálise Peritoneal - A terapia está em nosso foco “Essa é uma nova fase. Vamos indicar a diálise peritoneal “Essa é uma iniciativa ética, de união de profissionais para um melhoramento da gestão de qualidade em diálise peritoneal.” Custo alto + orçamentos insuficientes, essa é fórmula que consome vida, melhor controle de doenças associadas e, como uma alternativa real e não por falta de opção por outras a nefrologia brasileira, uma área que oferece tratamento de ponta, conseqüentemente, um menor custo para os sistemas de saúde. modalidades.” com tecnologia avançada, mantendo vivos cerca de 90 mil pacientes. Porém falta acrescentar a essa equação o resultado: apenas um terço dos pacientes renais brasileiros é tratado. Parece polêmico, mas segundo a Sociedade Brasileira de Nefrologia, é um dado real e preocupante. Com pouco recurso disponível, o sistema brasileiro prioriza automaticamente os pacientes que necessitam de tratamento para continuarem vivos. E estes custam muito, todo o orçamento. Aliás, custam mais, pois se considerarmos que inciaram seus tratamentos tardiamente e chegaram à diálise em condições relativamente complicadas, acabam utilizando outros recursos disponíveis no sistema de saúde: mais internações, drogas diferenciadas ou exames extras. Pensando assim, resta a pergunta: por quanto devemos multiplicar o orçamento para chegarmos ao valor real da equação? Essa resposta ainda não existe. O que existe é o movimento de buscar soluções que encontrem respostas não só para o custo, como também para abranger mais pessoas nos programas atuais de nefrologia e postergar sua entrada na terapia renal substitutiva. A Fresenius Medical Care é pioneira nessa proposta e neste ano lançou o seu modelo de Diasease State Management, inspirada no conceito de atendimento integral ao paciente renal. “O nosso objetivo é cuidar do paciente renal de maneira completa, não somente sob o aspecto dos rins. Cuidamos do indivíduo em todos os estágios para que ele tenha uma vida o mais saudável possível”, explica o diretor de gestão do programa, Alberto Pereira. Com essa proposta, o resultado é claro. O paciente tem mais qualidade de A idéia é inovadora também por outros aspectos. Ao cuidar do indivíduo de forma ampla, não somente focada na doença renal, a equipe de saúde passa a ser responsável por outros fatores que influem na saúde do paciente. Ou seja, caso o paciente necessite de medicamento para hipertensão, doença cardiovascular ou até anemia, exame especial, vacinas, suporte de call center com profissionais de saúde na escuta, visita domiciliar para acompanhamento de rotina, o programa os oferecerá. Se o paciente tem dano renal avançado e necessita de acesso vascular, diálise ou até transplante, o programa fará o mesmo. “Passamos a ser os gestores da saúde dos nossos pacientes. Tudo o que acontece com ele, em decorrência da doença renal, tudo o que ele necessite, poderá contar conosco, é de nossa responsabilidade”, explica Pereira. Acreditar que o paciente renal viverá mais e melhor dentro do Dr. Paulo Benigno - Hospital Monte Tabor Salvador, BA Dr. José Carlos Barbosa - Instituto de Nefrologia do Norte de Minas Montes Claros, MG Embalada por essas declarações, dadas ao BRA após o primeiro encontro do PDServe Brasil Valorizando Conhecimento em Diálise Peritoneal, a equipe da Fresenius começou a planejar o segundo encontro. A certeza de que a Fresenius disponibilizou uma ferramenta diferenciada, apoiada em conceitos científicos e de qualidade, era cada vez mais clara, e essa motivação nos levou ainda mais longe. No segundo encontro pudemos avaliar os primeiros resultados e aí, sim, trocar idéias, rever procedimentos e, com certeza, melhorar a qualidade de vida dos pacientes. “Essa foi uma iniciativa bárbara, na qual, pela primeira, vez foram oferecidas às clínicas de diálise ferramentas de gestão voltadas para a qualidade, um programa de controle macro, onde tudo pode ser visto e analisado e a partir daí se tomar as decisões médicas mais programa é uma lógica natural. Pela primeira vez, tudo está sob seguras”, avalia a Dra. Rosina Dalmaso, médica nefrologista da uma única ótica. Pela primeira vez, médicos nefrologistas, Sociedade Santamarense Benemérita do Guarujá. enfermeiros, assistentes sociais, nutricionistas e pessoal administrativo estarão juntos para solucionar as graves questões que afetam a qualidade de vida do paciente, incluindo nesse ponto o custo financeiro do tratamento. “A prevenção, não só da doença renal crônica, como a prevenção de comorbidades relacionadas e intercorrências, evita gastos desnecessários e possibilita gestão da saúde do paciente e não da doença que ele apresenta”, explica o diretor-médico do programa, Dr. Walter Gouvêa. desempenho e de suas práticas médicas em A cidade escolhida foi São Paulo. Durante dois relação ao CQI e ao padrão médio das outras dias, uma equipe de cerca de cem médicos e clínicas do grupo PDServe. “Ganhamos uma enfermeiras que atuam em diálise peritoneal visão gerencial do tratamento. Fatos que se uniram à Fresenius para discutir e reavaliar antes eram tratados de forma isolada agora suas práticas. No time Fresenius, Dr. Francisco formam estatísticas, índices que devem ser Alves, consultor em Diálise Peritoneal, liderou revistos e resolvidos. As informações que as apresentações, mostrando os dados do ficavam descentralizadas dentro da unidade p r i m e i ro re l a t ó r i o c o m i n f o r m a ç õ e s consolidadas das unidades participantes. Os itens destacados estão agrupadas e sendo avaliadas sob uma única ótica”, completa a Dra. Rosina. Foi por acreditar nessa proposta que a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) escolheu o programa para gerenciar foram gestão da unidade de DP, adequação de diálise em DP, a população que faz parte do seu novo plano de saúde, o Firjan Saúde. Desde o início de fevereiro, dez mil pacientes começaram a passar complicações com o cateter e expansão do programa e peritonites. O próximo encontro trará como tarefa principal avaliar um número por um screening, gerenciado pelos médicos de família do plano, que identifica os “potenciais” pacientes renais. “As pessoas “A Fresenius introduziu um conceito que para muitos ainda era superior de dados, e a partir deles traçar planos de ação identificadas como tendo doença renal serão devidamente estadiadas e passarão a fazer parte do programa, recebendo atendimento desconhecido, a gestão da qualidade. Essa prática interfere e direcionados paras as necessidades mais urgentes. “Estaremos integral. Elas serão envolvidas em programas de promoção da saúde, prevenção primária, secundária e terciária. Inclusive as que já se aprimora a operação de todos: nos processos da clínica, no dia-a- todos juntos para construir um futuro de qualidade total para a encontram em terapia renal substitutiva passarão a ser monitoradas por nós”, afirma o Dr. Gouvêa. dia da equipe de saúde e na qualidade de vida do paciente”, diálise peritoneal no Brasil”, planeja a gerente de diálise peritoneal, explica a Dra. Rosina. Para a Firjan, foi um casamento perfeito. “Desde a criação do plano tínhamos em mente que o nosso trabalho era manter a saúde e não Claudia Ferreira. Para o Dr. Fernando Frattini, da Unicom de Jundiaí, São Paulo, um dos mais interessantes pontos do PDserve somente cuidar da doença. O programa tem a mesma proposta. Chega de reclamarmos da ineficiência dos sistemas de saúde. Temos de Um grande número de pacientes e as conseqüentes práticas das criar novas propostas, e agora temos uma”, diz o diretor do plano, Dr. Otelo Corrêa. Para a equipe do programa a parceria também é vista unidades de diálise formaram um excelente e seguro banco de diferentes regiões. “Esse fator pode contribuir para um diagnóstico como o início de uma história de sucesso. “Assim como eles, queremos conhecer os pacientes, seu histórico, suas doenças anteriores e dados. “Ficou muito claro onde estamos acertando e errando. As do porquê a DP, que é mais barata, de fácil aprendizado, domiciliar principalmente seus riscos de não manter a saúde”, conclui o Dr. Gouvêa. é motivar a troca de experiências e reflexões entre centros de ferramentas de qualidade mostraram a necessidade de se medir e que não tem desvantagens, em especial no início da TRS, pode constantemente o desempenho da unidade e de traçar planos de ser tão subutilizada”, diz ele. A expectativa para o próximo ação para um crescimento virtuoso, em qualidade e quantidade”, encontro é grande. “Vamos discutir estratégias para enfrentar os esclarece o Dr. Francisco Alves. Com esses recursos e os relatórios pontos críticos: melhorar o conhecimento significa indicar o que é gerados pela equipe do programa. Cada equipe de saúde volta à bom para o paciente mais adequado e não utilizar o que é bom sua cidade e aos seus pacientes com uma avaliação crítica de seu como "quebra-galho””, completa o Dr. Frattini. 9 BRA Abril l 2006 Comparação da utilização da plasmaférese para as principais indicações Atualização Clínica DOENÇA / SÍNDROME Aférese terapêutica - PLASMAFÉRESE 10 ARGENTINA (1) CANADÁ (2) (n = 304 procedimentos) 1993 - 2005 (n = 103.416 procedimentos) 1980 -1997 PREVALÊNCIA Guillian-Barrè e variantes 20/milhão/ ano 72% 6% Polineuropatia crônica N.a. 0% 14% Miastenia gravis 2,5/milhão/ano 9% 14% Púrpura trombocitopênica trombótica 3,7/milhão/ano 11% 34% 8% 25% Macroglobulinemia de Waldenstrom 7% Outras (*) Por Dr. Fred Ruzany (*) Correspondem às doenças: nefropatia LES, goodpasture, vasculite, transplante renal. 11 Prática clínica As principais indicações, o volume e a freqüência dos tratamentos estão apresentados na tabela abaixo. Como as imunoglobulinas A plasmaférese, por definição, é uma técnica de purificação De um modo geral, algumas regras devem ser obedecidas como apresentam um longo período de rebote, as sessões de tratamento possuem o melhor beneficio quando executadas em dias alternados. Deve-se considerar uma exceção para casos de S. De Goodpastore com hemorragia pulmonar ou SHU/PTT, onde a reposição de plasma extracorpórea do plasma, designada para remover substâncias justificativas para utilização do método: alta concentração da nocivas de elevado peso molecular, superior a 15.000 Daltons, que substância no plasma, vida média prolongada e toxicidade aguda fresco congelado é fundamental. Nas plasmaféreses diárias uma parte da reposição, ou sua totalidade, deve ser feita com plasma fresco não são retiradas por técnicas de diálise ou de hemofiltração. ou cumulativa. Outro tipo de indicação, um pouco menos comum para evitar depleção dos fatores de coagulação. Auto-anticorpos, imunocomplexos, crioglobulinas, endotoxinas e que as citadas anteriormente, porém com o mesmo grau de lipoproteínas estão entre as substâncias mais freqüentemente sucesso, é a necessidade de infundir grandes volumes de plasma no paciente, sem correr o risco de induzir hipervolemia. removidas pela plasmaférese. Indicações EFICAZ EFICAZ COMO TERAPIA ADJUVANTE EFICIÊNCIA DISCUTÍVEL - BENEFÍCIOS ESPORÁDICOS - INEFICAZ, UTILIZAÇÃO EXCEPCIONAL Polineuroradiculopatia desmielinizante aguda ou crônica Inibidores de fatores de coagulação Síndrome hemolítica urêmica Nefrite lúpica S. Goodpature Doença associada a aglutininas a frio Lupus eritematoso sistêmico Rejeição transplante renal Categoria III Guillian Barre 1 VP 3 x semana por 10 - 14 dias - Repor com solução de albumina 1 VP diário por 7 - 14 dias - Repor com plasma fresco congelado Síndrome de hiperviscosidade e mieloma múltiplo 1 VP 3 x semana por 5 - 7 dias por 1 - 4 semanas. Repor com solução de albumina As principais indicações de plasmaférese foram classificadas pela Associação Americana de Bancos de Sangue (AABB) e divididas em Categoria II Volumes efetivos 1,5 VP 3 x semana por 10 - 14 dias - Repor com solução de albumina Síndrome hemolítica urêmica SHU e púrpura trombótica-trombocitopênica - PTT Crioglobulinemia 1,5 VP 3 x semana por 2 - 3 semanas - Repor com solução de albumina Doença antimembrana basal glomerular 1 VP diário por 7 - 14 dias Repor com solução de albumina e 1/3 com plasma fresco Pancreatite aguda clínica hipertrigliceridemia 1 VP acompanhar resposta clínica nível de triglicérides Repor com solução de albumina categorias de acordo com seu nível de eficiência. Categoria I Doença Miastenia gravis Categoria IV Perspectivas para o futuro Novos tratamentos com restauração do plasma após passagem por albumina que, a seguir, passa por cartuchos de adsorção cartuchos adsorventes e reinfusão em linha (sem a necessidade de removendo bilirrubina, sais biliares, dentre outras toxinas S. Guillian-Barré Crioglobulinemia Glomeruloesclerose recorrente Púrpura trombocitopênica idiopática crônica desprezar o plasma) bem como novas indicações prometem um necessárias para o clareamento na insuficiência hepática. Outra Miastenia gravis Paraproteínas e síndrome de hiperviscosidade Anemia aplástica ou aplasia isolada da série vermelha Aids futuro agitado para essa modalidade terapêutica. Dentre eles, modalidade é o sistema de remoção seletiva de IgG em cartuchos citamos a diálise hepática com o Sistema Prometheus. Nele ocorre específicos como o utilizado no Imunosorba. Púrpura trombótica trombocitopênica Síndrome miastênica de Eaton-Lambert Hipersensibilização transplante renal Hipercolesterolemia familiar Glomerulonefrite rapidamente progressiva Insuficiência hepática aguda Insuficiência renal aguda devido à nefropatia do mieloma Vasculites uma aférese parcial do plasma separando uma fração rica em (1)Drs. R. Giachi, A. Bustos, C. Graf do Instituto de Nefrologia Iner , Paraná, Entre Rios, entre 1993 a 2005. (2)Clark, W.F., Rock, G.A., Buskard, N., et al. Therapeutic plasma exchange: an update from the Canadian Apheresis Group. Ann Intern Med, 1999, 131:453. (3)Bernd G. Stegmayr, MD, PhD, Ravjet Banga, Lars Berggren, Rut Norda, Anders Rydvall, Tomas Vikerfors, Plasma exchange as rescue therapy in multiple organ failure including acute renal failure. Crit Care Med, 2003, 31:1730 1736 Novos Produtos Estudos Dois estudos internacionais, um argentino (1) e outro canadense benéfica, reduzindo as seqüelas das necroses isquêmicas. Na (2), mostraram quais as indicações mais prevalentes de segunda indicação, quando existe sepse associada à FMOS, a plasmaférese em seus serviços. união da plasmaférese com hemodiálise ou hemodiafiltração tem Como pode-se concluir com base na planilha que segue, a freqüência de utilização da plasmaférese varia conforme a cultura local e a patologia de referência. Confirmando que a prática da plasmaférese está, em muitos casos, mais ligada à doença de referência do centro de tratamento, vemos que, por exemplo, os centros que tratam miastenia têm essa indicação como a mais prevalente. Além das indicações citadas para plasmaférese, outras têm sido demonstrado benefícios surpreendentes. Essa associação foi Plasmaférese com equipamento de diálise analisada em um recente estudo na Suécia, onde os pacientes que foram submetidos a plasma-substituição apresentaram uma sobrevida excepcional, acima de 80%, contra 20% previsto (3). Também se executa a plasmaférese, associada à hemodiálise ou hemodiafiltração, em casos de falência hepática aguda reversível. Essa união de terapias com reposição de plasma fresco permite a Existem duas técnicas de plasmaférese: por centrifugação e por filtração. Na plasmaférese por centrifugação é necessário o uso de uma máquina específica, tipo centrífuga, comum em bancos de sangue. Nesse procedimento, o plasma é 100% trocado. Na técnica de filtração, com o uso de membranas, o plasma é filtrado. Ou seja, o plasma atravessa a membrana, extremamente porosa, deixando passar as substâncias com tamanho menor que o poro da membrana. retirada de fatores tóxicos não metabolizados pelo fígado nem A técnica de filtração pode ser realizada utilizando máquinas de hemodiálise. Muitos nefrologistas já praticam esse dialisáveis, como também permite a reposição de fatores da método, aproveitando sua experiência profissional com técnicas de depuração, à semelhança da plamaférese com propostas, como para meningococcemia e como tratamento coagulação, que reduzem o risco de hemorragia, uma complicação a técnica de hemodiálise e a facilidade de acesso às máquinas de hemodiálise, que já são utilizadas em centros de adjuvante na falência de múltiplos órgãos e sistemas (FMOS). Na freqüente e de difícil controle nesses casos. terapia intensiva. primeira, a plasmaférese empregada na fase inicial tem sido