UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI CLÁUDIA SORIA PARÂMETROS PARA GESTÃO DE EFLUENTE E DRENAGEM EM INDÚSTRIA SÃO PAULO 2009 2 CLÁUDIA SORIA PARÂMETROS PARA GESTÃO DE EFLUENTE E DRENAGEM EM INDÚSTRIA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como exigência parcial para a obtenção do título de Graduação do Curso de Engenharia Civil da Universidade Anhembi Morumbi Orientador: Profª Drª Adir Janete Godoy dos Santos SÃO PAULO 2009 3 CLÁUDIA SORIA PARÂMETROS PARA GESTÃO DE EFLUENTE E DRENAGEM EM INDÚSTRIA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como exigência parcial para a obtenção do título de Graduação do Curso de Engenharia Civil da Universidade Anhembi Morumbi Trabalho____________ em: ____ de_______________de 2009. ______________________________________________ Nome do Orientador ______________________________________________ Nome do professor da banca Comentários:_________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 4 Dedico este trabalho aos meus pais, Oscar e Eunice, a minha irmã Fernanda, pelo apoio incondicional em todos os momentos da minha vida, ao Elias que não verá o fim desta minha etapa mais sempre será minha referência intelectual mais presente e onde estiver sei que estará orgulhoso, ao Carlos Reis pela paciência no dia a dia, ao Julio Freitas, prof.o Maurício Cabral e a prof.a Adir. 5 AGRADECIMENTOS Agradeço à Universidade Anhembi Morumbi. 6 RESUMO Pela descrição dos métodos utilizados para um projeto de drenagem industrial, este trabalho descreveu a responsabilidade de uma indústria com a sua geração de efluentes e com os impactos que uma ampliação de sua área de trabalho pode gerar. Esta preocupação se dá tanto a necessidade do cumprimento das normas regulamentadoras, em relação aos aspectos ambientais e de segurança, como para a economia alcançada ao processo de Tratamento de Efluentes, garantidos uma boa gestão dos diversos sistemas de fluidos e seus contaminantes gerados pela indústria. Com sua ampliação, criando-se uma Nova Unidade, houve um esgotamento da sua captação da vazão do sistema contaminado, caracterizado pela eventual presença de hidrocarbonetos. Com cálculos hidrológicos e hidráulicos foi possível determinar as vazões de projeto, sendo de 440m3 para um tempo de concentração de 10 min, e um volume de 50m3 necessário para o dimensionamento de um poço de captação. Determinou-se também as capacidades de suas três bombas com capacidade de 220m3/h, atendendo as chuvas médias da região de Cubatão e garantindo segurança na ocorrência de chuva de 20 anos. Palavras Chave: Sistema de Drenagem Contaminado/ Oleoso/ Pluvial, Efluentes Industriais, Hidrocarbonetos 7 ABSTRACT By enumerating the methods used in an industrial draining project, this work describes the factory responsibility on the effluents generation and the impacts that can be caused by an expansion on its working area. This concern comes from both, the need to comply to regulatory rules, relating to environmental and safety aspects, and the economy achieved by the effluents treatment process, granting a better handling of the multiple fluid systems and the contaminants generated by the factory. Due to the expansion and the creation of a new unit, the rate of flow of the contaminated system reached its cap, demonstrated by the casual presence of hydrocarbon. Hydrological and hydraulic calculations enabled the determination of the rate of flow for the project: 440 cubic meters for a ten minutes concentration time and a volume of 50 cubic meters necessary to dimension a collection pit. The capacity of its three pumps was also determined: 220 cubic meters per hour, according to the average rainfall at the Cubatão region, granting safety in the event of a 20 year rainfall. Keywords: contaminated draining system / oily / pluvial / effluents / hydrocarbon / factory 8 LISTA DE FIGURAS Figura 5.1 – Trecho da Serra da SP Railway ............................................................ 22 Figura 5.2 – Antigas vias de acesso a cidade de São Paulo ..................................... 23 Figura 5.3 – Inauguração da Via Anchieta ................................................................ 23 Figura 5.4– Ar poluído em Cubatão - SP .................................................................. 26 Figura 5.5 – Comparação das características físicas de vários tipos de óleo ........... 32 Figura 5.6 – Restos da explosão ............................................................................... 34 Figura 6.1 – Infra-estruturas existentes ..................................................................... 42 Figura 6.2 – Sinalização dos sistemas de drenagem ................................................ 44 Figura 6.3 – Sinalização dos sistemas de drenagem, bombas ................................. 45 Figura 6.4 – Unidade de Coque ................................................................................ 46 Figura 6.5 – Área de captação contida e não controlada .......................................... 47 Figura 6.6 – Área de captação segregada e controlada ............................................ 48 Figura 6.7 – Indicação dos pontos de cálculo ........................................................... 65 Figura 6.8 – Curva de recalque da bomba ................................................................ 73 Figura 6.9 Operação do sistema contaminado durante a chuva ............................... 74 Figura 6.10 Operação do sistema contaminado após a chuva ................................. 74 Figura 7.1 – Dimensionamento hidráulico ................................................................. 78 9 LISTA DE TABELAS Tabela 5.1 – Composição típica do gás natural 36 Tabela 6.1 – Cálculo da vazão para TR = 20 anos 69 Tabela 6.2 – Cálculo da vazão para TR = 2 anos 70 Tabela 6.3 – Valores de volumes 70 Tabela 7.1 Drenagem Pluvial – Área da Nova Unidade 75 Tabela 7.2 Drenagem Pluvial – Área de Carregamento de Caminhões 76 Tabela 7.3 Drenagem Contaminada – Área da Nova Unidade 77 Tabela 7.4 Dimensionamento da Tubulação de Drenagem Pluvial – Área da Nova Unidade 79 Tabela 7.5 Dimensionamento de Canaleta de Drenagem Pluvial – Área de Carregamento de Caminhões 80 Tabela 7.6 Dimensionamento da Tubulação e Canaleta de Drenagem Contaminada – Área da Nova Unidade 81 10 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS BLx boca de lobo C3h3 propano C4h10 butano CANx canaleta CETESB Companhia Ambiental do Estado de São Paulo CH4 metano COMGAS Companhia de Gás e São Paulo CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente CPx caixa de passagem Cx caixa DAEE Departamento de Água e Energia Elétrica DBO demanda bioquímica de oxigênio DQO demanda química de oxigênio ETDI Estação de Tratamento de Despejos Industriais ETE Estação de Tratamento de Esgoto FCTH Fundação Centro Tecnológico de Hidráulica FISPQ Ficha de Informações de Segurança de produtos Químicos Flash Point ponto de ignição GLP gás liquefeito de petróleo LTV Theshold Limit Values - Limite de Tolerância N norte n° CAS registro único no banco de dados do Chemical Abstracts Service N-amoniacal nitrogênio amoniacal NE nordeste N-nitrato nitrogênio nitrato N-nitrito nitrogênio nitrito NO noroeste N-orgânico nitrogênio orgânico N-total nitrogênio total O oeste OD oxigênio dissolvido 11 off-site instalações fora do limite de bateria da indústria on-site instalações dentro do limite de baterias da indústria ONU Organização das Nações Unidas PIB Produto Interno Bruto PIGs pipeline inspection gauge – dispositivo de inspeção de dutos PVx poço de visita RFFSA Rede Ferroviária Federal S.A. RPBC Refinaria Presidente Bernardes S sul SE sudeste SO sudoeste SO2 dióxido de enxofre TQx tanque W14 sistema contaminado W4 sistema oleoso W5 sistema pluvial limpo Y/D% percentual de uso do tubo 12 LISTA DE SÍMBOLOS % percentagem ∆h borda seca mínima em canais A área c coeficiente de escoamento superficial cm centímetro h altura da lâmina d´água ha hectare i declividade I intensidade de pluviométrica kg/kmol quilograma por quilo mol km² quilômetro quadrado L comprimento l/s litro pro segundo ln logarítimo natural m metro m/m metro por metro m/s metro por segundo m² metro quadrado m³ metro cúbico m³/d metro cúbico por dia m³/h metro cúbico por hora m³/s metro cúbico por segundo min minuto mm milímetro mm/ano milímetros por ano mm/min milímetro por minuto n coeficiente de rugosidade de Manning Ø diâmetro ºC graus Celsius ph potencial hidrogeniônico Q vazão 13 RH raio hidráulico S área de seção molhada t tempo tc tempo de concentração tf tonelada força TR período de retorno v velocidade V volume vc viscosidade 14 SUMÁRIO p. 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 16 2. OBJETIVOS ....................................................................................................... 18 2.1 Objetivo Geral ........................................................................................................... 18 2.2 Objetivo Específico ................................................................................................. 18 3. MÉTODO DE TRABALHO ................................................................................ 19 4 JUSTIFICATIVA ................................................................................................ 20 5 IMPORTÂNCIA PARA GESTÃO DE EFLUENTES .......................................... 21 5.1 Parque Industrial de Cubatão............................................................................... 21 5.1.1 Históricos Ambientais na região de Cubatão .................................................... 24 5.1.2 Recuperação de áreas em Cubatão ................................................................... 27 5.2 Utilização da água em Indústrias ........................................................................ 29 5.3 Efluentes .................................................................................................................... 30 5.3.1 Físico e Químico .................................................................................................... 30 5.3.2 Riscos e Acidentes ................................................................................................ 32 5.4 Licença Ambiental ................................................................................................... 36 5.5 Memória de Cálculo ................................................................................................ 38 5.5.1 Estudos Hidrológicos............................................................................................. 38 5.5.2 Estudos Hidráulicos ............................................................................................... 40 6 ESTUDO DE CASO ........................................................................................... 42 6.1 Tipos de Instalações Terrestres .......................................................................... 43 6.2 Drenagem na Área de Estudo .............................................................................. 43 6.2.1 Determinação das áreas....................................................................................... 46 15 6.3 Contribuição, Coleta e Escoamento ................................................................... 48 6.4 Classificação dos Sistemas .................................................................................. 49 6.4.1 Sistema Pluvial Limpo (W5) ................................................................................. 49 6.4.2 Sistema Contaminado (W14) ............................................................................... 50 6.4.3 Sistema Oleoso (W4) ............................................................................................ 51 6.4.4 Cálculos Hidrológicos ............................................................................................ 52 6.5 Dimensionamento do poço ................................................................................... 69 7 ANÁLISE DOS RESULTADOS ......................................................................... 75 8 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ............................................................ 82 REFERÊNCIAS......................................................................................................... 84 16 1. INTRODUÇÃO Para a realização deste estudo de caso, o nome da indústria será preservado por motivos sigilosos das informações previstas em contrato, e será usado o nome fictício de “Óleo & Gás”. Por se tratar de uma ampliação da unidade existente esta ampliação receberá a simples denominação de “Nova Unidade”. Na história mundial ocorreram muitos acidentes industriais, provocando a morte de milhares de vítimas, causando diversos prejuízos ambientais e afetando a imagem das indústrias e das autoridades púbicas perante o olhar mundial. Nos anos 60, as indústrias químicas e petroquímicas começaram a se desenvolver ocasionando mudanças, como alterações nas condições de temperatura e pressão, tornando-as mais críticas e, por conseqüência, com uma maior capacidade de armazenagem de energia utilizada nos processos, representando, portanto, um perigo maior. Paralelamente, suas instalações começaram a crescer vertiginosamente em seu tamanho, passando a operar com fluxo contínuo e aumentando o número de interligações com outros layouts, tornando o processo mais eficiente e mais complexo. Apesar da tragédia, estes eventos foram fundamentais para despertar as autoridades governamentais e a sociedade como um todo. Por exemplo, em 1974 um reator de produção explodiu, em Flixborough – Inglaterra. Este evento tornou-se um marco na questão de avaliação de riscos e prevenção de perdas na indústria química. Outros acidentes de grande impacto, entre eles San Carlos (Espanha, 1978), Bophal (Índia, 1984), Chernobyl (Ucrânia, 1986), de trágicas se tornaram de grande importância para reforçar a necessidade de desenvolvimento na avaliação de riscos, bem como o estabelecimento de diretrizes, regulamentos e legislações sobre o tema para evitar estas tristes ocorrências (CETESB, 2009). No Estado de São Paulo, esta preocupação ganhou ênfase em 1984, quando um duto de gasolina da Petrobras rompeu causando um incêndio no município de Cubatão que matou oficialmente 93 pessoas. 17 Este contexto social levou outras preocupações para a comunidade e as autoridades públicas como a questão ambiental, representada principalmente pelas emissões de poluentes no ar e nos corpos de água. Como conseqüência, as indústrias foram obrigadas a examinar os efeitos de seus processos. Foi indispensável à criação de normas que disciplinaram o uso de recursos naturais pelas indústrias (CETESB, 2009). A Óleo & Gás está situada no município de Cubatão, fazendo parte do Complexo Industrial e, como a maiorias das indústrias lá existentes, foi instalada em uma época com poucos regulamentos ambientais, adequando-se posteriormente. Para se enquadrar nos requisitos estabelecidos por órgãos competentes, a Óleo & Gás possui sistemas de drenagem classificados para cada tipo de efluente gerado no seu processo, visando impedir o lançamento de águas contaminadas/oleosas no corpo receptor. Os efluentes coletados passam por diversos processos de tratamento dentro da unidade da indústria. Porém, para não sobrecarregar a Estação de Tratamento de Efluentes com efluentes livres de contaminações ou de necessidades de tratamento não compatíveis, o sistema é separado em: - Sistema Oleoso (W4) - Sistema Pluvial Limpo (W5) - e Sistema Contaminado (W14) Cada Sistema é projetado e executado levando em consideração as características químicas e físicas do efluente drenado, para uma melhor eficiência de escoamento, sobrecargas e segurança. 18 2. OBJETIVOS Este trabalho de conclusão de curso (TCC) discutiu a necessidade de gestão ambiental de efluentes líquidos e fluidos de drenagem com composição mista de aquosos e oleosos em instalações Industriais. 2.1 Objetivo Geral Descrever as metodologias aplicáveis a drenagem de efluentes mistos do tipo aquoso, oleoso e contaminado de instalações Industriais. 2.2 Objetivo Específico Avaliar a metodologia de drenagem empregada em indústria situada na cidade de Cubatão, para efluentes aquosos e contaminados (composto aquoso contaminado pela eventual presença de hidrocarbonetos e outras características). A metodologia de drenagem para a ampliação da Nova Área que foi calculada e instalada compreende a avaliação de vazões dos sistemas existentes, captação e escoamento até seu reservatório de espera para sua recuperação, reuso e lançamento para a rede receptora seguindo os limites vigentes. 19 3. MÉTODO DE TRABALHO Para o desenvolvimento e montagem desse trabalho foi usada a seguinte metodologia: avaliação dos critérios prescritos pelas normas regulamentadoras nacionais e internacionais, pesquisa bibliográfica e leitura de livros e artigos técnicos. Estudo do projeto executivo de drenagem pluvial, contaminada e oleosa da Indústria em questão. Visita técnica em instalações industriais e área industrial da cidade de Cubatão, consultas e entrevistas com profissionais especialistas na área, os quais fizeram parte do corpo técnico da execução de projeto e consultoria de infra estrutura. Avaliar os conceitos e regulamentos no âmbito proposto, com aplicação em uma indústria em fase operacional. 20 4 JUSTIFICATIVA Na atividade industrial são gerados efluentes considerados impróprios para o seu lançamento direto na rede de esgoto ou em águas superficiais. No Art. 1o a Resolução CONAMA n° 357 de 2005 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) “que dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes”, regulamenta: “Esta Resolução dispõe sobre a classificação e diretrizes ambientais para o enquadramento dos corpos de água superficiais, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes.” Tais efluentes líquidos necessitam a segregação completa entre os sistemas oleoso/contaminado e o sistema pluvial limpo. A drenagem associada ao terreno de uma instalação industrial, com manejo de condensado de gás natural apresenta especialmente hidrocarbonetos (petróleo e gás), além de sulfetos, mercaptídeos e amônia*, entre outros contaminantes. Na operacionalidade de uma instalação industrial é essencial a gestão ambiental dos diversos tipos de efluentes e líquidos de drenagem. A gestão ambiental possui um âmbito transdisciplinar, sendo um campo de atuação para o engenheiro civil. Este TCC torna-se importante, pois avalia tópicos inerentes à área da engenharia civil, que possuem significativa geração econômica e exigências ambientais específicas, integrante da gestão ambiental em Indústrias. *sulfetos, mercaptídeose amônia - encontrado em águas subterrâneas e ocorre freqüentemente em águas residuárias, oriundo de despejos industriais e da decomposição de matéria orgânica 21 5 IMPORTÂNCIA PARA GESTÃO DE EFLUENTES 5.1 Parque Industrial de Cubatão No parque industrial de Cubatão há 25 grandes indústrias e mais de 80 de porte médio e pequeno, destacando-se a Refinaria Presidente Bernardes Cubatão (RPBC) da Petrobras (petroquímico), Cosipa (siderúrgico), Bunge (fertilizantes), Fosfértil (fertilizantes), Ripasa (papel), DowBrasil (químico), Carbocloro (químico), Copebrás (químico), Cimento Rio Branco (cimento), Columbian (químico), Petrocoque (químico), Estireno (químico) entre outras (NOVO MILÉNIO, 2009). O marco inicial da industrialização de Cubatão é considerado a partir da instalação da Curtidora Max, em 1895. Como na época, a região se dedicava à agricultura, principalmente ao cultivo de banana, a curtidora que mais tarde seria conhecida como Costa Muniz Indústria e Comércio se instalou em Cubatão em decorrência desta exploração agrícola, utilizando o tanino extraído das bananeiras para curtição de couro. Com supressão dos manguezais diminuiu a importância dos curtumes que prossegui suas atividades até 1924, onde ocorreu a sua extinção completa. (A TRIBUNA, 2009; FERREIRA, 1993). Em 1950 o então deputado federal Antônio Feliciano decidiu instalar na baixada santista a primeira refinaria de petróleo do País. Um fato curioso contribuiu para essa escolha, Cubatão é cercada pelo paredão da Serra do Mar, que na época consideravam um local de difícil acesso por aviões e navios em caso de guerra, um local seguro para armazenar combustível. A preocupação era tanta que havia projetos para construção de túneis em rocha onde os tanques de armazenamento pudessem ficar protegidos, pois seria um alvo difícil em uma guerra (A TRIBUNA, 2009). A instalação da Refinaria Presidente Bernardes (RPBC) da Petrobras no município de Cubatão possibilitou que outras indústrias se instalassem na região. Elas foram atraídas pelos subprodutos da RPBC iniciando-se assim o parque industrial de Cubatão (FERREIRA, 1993). 22 Outros fatores são relevantes para a implantação do parque industrial. Um efeito é a São Paulo Railway, estrada de ferro inglesa que liga Jundiaí, cidade do interior de São Paulo, e Santos que em 16 de fevereiro de 1897 foi liberada para tráfego, onde passou a ser denominada Estrada de Ferro Santos/Jundiaí. Em 1946 passou a fazer parte da Rede Ferroviária Federal S.A. – RFFSA em 1957 (NOVO MILÉNIO, 2009). A Figura 5.1 apresenta a São Paulo Railway, em foto da primeira metade do século XX. Figura 5.1 – Trecho da Serra da SP Railway Fonte: MILÊNIO (2009), cartão postal do arcevo do prof.° e pesquisador santista Francisco Caballa Com o tempo, a Estrada de Ferro que ligava o litoral ao planalto como o Caminho do Mar já se tornara obsoleto, pois não atendia mais às crescentes necessidades viárias do Estado de São Paulo. Em 9 de julho de 1939 iniciou-se a construção da Via Anchieta, estada de 67 quilômetros que ligaria o planalto ao Porto de Santos (NOVO MILÉNIO, 2009). A Figura 5.2 apresenta a foto do Caminho do Mar (Estrada Velha de Santos). 23 Figura 5.2 – Antigas vias de acesso a cidade de São Paulo Fonte: Fonte: Departamento de Estradas e Rodagem de São Paulo (2003). As indústrias químicas e petroquímicas optaram quase que exclusivamente pelo modal rodoviário, tanto para recebimento de matérias-primas como para o escoamento de sua produção, com destino ao planalto ou ao porto de Santos (NOVO MILÉNIO, 2009; FERREIRA, 1993). A Figura 5.3 apresenta a inauguração da Via Anchieta. Figura 5.3 – Inauguração da Via Anchieta Fonte: NOVO MILÊNIO (2009) 24 A circulação entre o planalto de Piratininga e litoral tendo Cubatão como passagem obrigatória foi um dos principais pressupostos para a decisão de instalar ali um centro processador de matérias-primas (NOVO MILÉNIO, 2009). 5.1.1 Históricos Ambientais na região de Cubatão Cubatão é um município da região metropolitana de São Paulo que tem uma localização estratégica e uma abundante disponibilidade de recursos hídricos e energéticos. Possui uma área de 142,30 km2 de extensão sendo cerca de 50% deste território constituído de serras, 18% de mangues aterrados e planícies aluviais de piemonte e 24% de manguezais propriamente ditos. Abrange uma planície sedimentar, quase ao nível do mar onde aproximadamente 60% desta planície e 24% dos manguezais estão ocupados pelo complexo industrial. Todas essas interferências atuam no funcionamento natural do meio ambiente uma vez que todos os elementos influenciam-se mutuamente (FERREIRA, 1993). O clima é tropical quente e úmido, com temperatura média de 23° C e umidade variável entre 70 e 90% (FERREIRA, 1993). Os corpos de água e o comportamento dos mangues têm influência direta com a Serra do Mar. A região apresenta um regime pluviométrico torrencial, com precipitação da ordem de 3.500 mm/ano, os dias de chuva chegam a 270 por ano (MILARÉ e MAGRI, 1992). Os mangues têm a função de reter os sedimentos que provem da serra somado à água, funcionam como filtros que impedem que grande quantidade de finos se deposite ao fundo dos rios e canais, evitando o seu assoreamento que provoca a diminuição da vazão das águas que buscam o mar. Como os rios, mangues e canais estão instalados na planície que tem uma declividade quase nula, esta significativa diminuição da vazão dos rios e canais pode causar inundações (FERREIRA, 1993; MILARÉ e MAGRI, 1992). 25 O município de Cubatão é encapsulado entre paredões da Serra do Mar a Norte, Noroeste (NO) e Nordeste (NE) e divide-se em duas sub-bacias, quase independentes entre si. Em uma delas está instalada a Refinaria Presidente Bernardes – Cubatão (RPBC) da Petrobras além de outras indústrias de pequeno porte. É cercada pela serra a Norte (N), Leste (L) e Oeste (O) e pouco aberta pelo Sul. A segunda bacia contém indústrias de fertilizantes, pela Cosipa e a já extinta Vila Parisi. Nesse cenário as massas de ar se mobilizam num permanente mormaço (FERREIRA, 1993; MILARÉ e MAGRI, 1992). Devido a sua topografia acidentada, em condições de instabilidade atmosférica (inversão térmica ou calmaria) transforma o município de Cubatão em verdadeiras caixas fechadas, um caldeirão climático que desfavorece a dispersão dos poluentes. O regime dos ventos da região é predominante a Sudoeste (SO), Sul (S) e Sudeste (SE), deslocando das bacias para os paredões, ou seja, leva os poluentes gerados nas indústrias (que se instalam nas bacias) para a Serra do Mar causando prejuízos irreparáveis a vegetação (FERREIRA, 1993; MILARÉ e MAGRI, 1992). Ao longo de milhões de anos a Mata Atlântica formou um sistema de interação recíproca. O sistema radicular da vegetação local atua como um freio a erosão hídrica com o travamento do solo. Este efeito pode aumentar em até quatro vezes a resistência ao cisalhamento e ao escorregamento do solo (MILARÉ e MAGRI, 1992). Assim, nesse ambiente, a tecnoburocracia brasileira insistiu em remar contra a maré decidindo instalar um Complexo Industrial deste porte em Cubatão, as custa de grandes investimentos e muitas tragédias que estariam por vir, segundo Léa Goldenstein, 1977 “a industrialização da região não se deu em função de condições locais favoráveis, mas apesar das condições locais desfavoráveis” (FERREIRA, 1993). Em 1970 começava o chamado “Milagre Brasileiro” buscando um grande desenvolvimento econômico. A outra face da moeda era sentida por Cubatão cujo silêncio, que até aqui cercou a questão ambiental, se rompeu e foi ouvida pelo mundo quando tragédias como diversos caso anencefalia e o incêndio na Vila Socó (NOVO MILÊNIO, 2003). 26 Segundo da CETESB (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) o Complexo Industrial estava emitindo cerca de 30 mil toneladas/mês de material poluente apenas no ar e por volta de um milhão e meio de toneladas/ano de partículas sólidas. Havia 75 tipos de poluentes principais que eram emitidos pelas fábricas, inclusive aos finais de semana (NOVO MILÊNIO, 2003). Estes poluentes tendem a se combinar, dependendo com as condições climáticas, podendo formar substâncias químicas (NOVO MILÊNIO, 2003). A Figura 5.4 mostra o cenário de Cubatão na década de 80. Figura 5.4– Ar poluído em Cubatão - SP Fonte: LETRASDESPIDAS (2009). A qualidade de vida dos trabalhadores e dos moradores não fazia parte das preocupações das elites dirigentes responsáveis pelo desenvolvimento do País. Por outro lado as promessas de expansão do setor produtivo que viria com mais obras no complexo e infra-estrutura para a cidade atenderia a necessidade de emprego. Essa abundância de empregos gerados dentro das indústrias ou em trono conseguiu desviar a atenção de todos sobre a questão ambiental, mesmo quando esta ficou evidenciada. O silêncio viria dos próprios moradores que temiam perder seus empregos (FERREIRA, 1993). Toda a área era coberta por uma atmosfera sufocante, caracterizada por uma névoa colorida formada pelos efluentes despejados das chaminés das indústrias. Havia um 27 sentimento de perplexidade por parte dos moradores, principalmente do, já extinto, bairro de Vila Parisi, onde habitavam 12 mil pessoas, em plena área de aglomeração industrial. Começavam a surgir muitos casos de crianças com malformações congênitas, trabalhadores com deformados causados por produtos de seu trabalho, o cotidiano nas indústrias não ofereciam as mínimas condições de segurança, levas de asmáticos, leucopênicos, neuróticos, e também mortos (FERREIRA, 1993). A imprensa, em conjunto com associações locais, Prefeitura de Cubatão e a comunidade, teve papel fundamental para essas denúncias através da divulgação da emergência de Cubatão de maneira sensacionalista. Manchetes como “Fábrica de Monstros em Cubatão” serviram para que o grito das vítimas do “Vale da Morte” pudesse ecoar para o mundo. Começa assim, uma longa fase de denúncias ligadas à poluição gerada pelo Complexo Industrial (FERREIRA, 1993). O golpe de misericórdia acontece em 24 de fevereiro de 1984 com a explosão de um oleoduto da Petrobras que passava pela favela da Vila Socó, que foi destruída pelas chamas matando centenas de pessoas, embora as autoridades e imprensa não tiverem confirmado pelo menos 508 pessoas devem ter sido motas pelo incêndio, dentre elas 450 crianças, A temperatura, em alguns pontos, ultrapassou a mil graus, muitos foram os desaparecidos, muitos foram na verdade reduzidos a cinzas (FERREIRA, 1993; NOVO MILÊNIO, 2003). Diante dos fatos, Cubatão se mostrou um local inadequado para a instalação de um complexo industrial 5.1.2 Recuperação de áreas em Cubatão Para a promoção do desenvolvimento sustentável, que é o desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender as necessidades das futuras gerações, no parque industrial de Cubatão houve uma emergência da necessidade de políticas públicas. Em 1983, por decisão do então governador do Estado de São Paulo André Franco Montoro, iniciou-se o Programa de Controle de Poluição de Cubatão. Implementado pela CETESB – Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental teve como diretrizes básicas 28 controlar as fontes de poluição do ar, água e solo, desenvolver estudos, pesquisas e atividades que obtenha um quadro mais preciso da problemática ambiental. Este programa foi dividido em diversas etapas de execução, sendo a primeira encerrada em dezembro de 1989 onde houve a redução de 89% das 320 fontes de poluição (CIESP, 2009; PASCHOAL, 1997). Desde o início do programa houve significativas reduções nas emissões atmosféricas, efluentes líquidos e sólidos. Um exemplo deste avanço é a diminuição de 98,98% de materiais particulados, 95,79 de hidrocarbonetos, 72,17% de óxidos de enxofre, 99,43% de amônia, 8,96% de óxidos de nitrogênio, e, 99,11% fluoretos para emissões atmosféricas. Nos corpos de água houve uma redução de 28,3% na sua captação, mesmo para um aumento de 12,8% no consumo, uma redução no lançamento de efluentes das indústrias de 29,4%, aumento de 65,6% na utilização de água de reuso e diminuição de 43,4% da produção de carga orgânica (CIESP, 2009). A gestão de recursos sólidos também teve grandes melhorias com a redução de 17,6% na geração de resíduos, 89,6% no uso de aterro sanitário e incineração, que em paralelo atua como ação positiva nas emissões atmosféricas, e aumento de 19,6% na reciclagem de resíduos (CIESP, 2009). A ONU – Organização das Nações Unidas em 1992 concedeu ao município de Cubatão o título de “Cidade-Símbolo da Ecologia e Exemplo Mundial de Recuperação Ambiental”. Em 1993 o Programa de Controle da Poluição executado pela CETESB foi o maior responsável pelos resultados de melhorias ambientais vistos no município de Cubatão. Apesar deste avanço ainda não há a sustentabilidade dos recursos naturais, nem está garantida a qualidade de vida exigida pelo desenvolvimento sustentável (FERREIRA, 2007). Indicadores demonstram que a qualidade da água ainda está muito abaixo do exigido para a proteção ambiental de Cubatão, especial nos Rios Mogi e Piaçaguera. Ainda há condições precárias de saneamento básico, com atendimento 29 de 35% dos domicílios por rede geral de esgoto sanitário, sendo possível concluir que 65% deste esgoto vêm tendo como destino final os corpos d’água da região. Apesar deste fato o PIB (Produto Interno Bruto) no município teve aumento entre 1999 a 2004, além de ser cinco vezes superior ao PIB do Estado de São Paulo no ano 2004. (FERREIRA, 2007). As indústrias no começo do Programa pouco contribuíram para a melhoria da qualidade ambiental, somente quando a CETESB aplicou inúmeras autuações obrigou-as a se adequarem suas atividades à legislação vigente. Boa parte deste avanço é mérito da comunidade do município em conjunto com a mídia, pressionaram as indústrias para que adotasse uma conduta mais pró ativa (FERREIRA, 2007). 5.2 Utilização da água em Indústrias A Indústria demanda água para diversas aplicações como: - Matéria-prima: a água é incorporada ao produto final, o grau de qualidade pode variar significamente; - Uso como fluído auxiliar: a água atua como preparação de suspensões e soluções químicas, compostos intermediários, reagentes químicos, como veículo ou em operações de lavagem; - Uso para geração de energia: transformação de energia cinética, potencial ou térmica acumulada na água em energia elétrica; - Uso como fluido de aquecimento e/ou resfriamento: a água é utilizada para aquecer (vapor) ou remover calor de operações que gerem altas temperaturas que podem comprometer o desempenho do sistema ou danificar equipamentos; - Transporte e assimilação de contaminantes: a água é utilizada em instalações sanitárias, na lavagem de equipamentos e instalações ou para incorporação de 30 subprodutos sólidos, líquidos ou gasosos provenientes dos processos industriais. (MIERZWA e HESPANHOL, 2005) Este último item foi mais significativo para o estudo deste trabalho, lavagem em áreas contidas de unidades de processo como bombas, áreas de descarregamento de caminhões e lavagem de equipamentos são algumas contribuições que necessitam de um bom projeto de drenagem classificando seu sistema pela característica do efluente a ser drenado e o seu destino que pode ser Estações de Tratamento de Efluentes, ou direto para o corpo receptor, para água pluvial limpa. (MIERZWA e HESPANHOL, 2005) Na execução de projetos de drenagem a segregação dos sistemas contaminado, oleoso e pluvial das áreas de contribuição deve ser completa para impedir que sejam lançados líquidos impróprios no corpo receptor e evitar que haja sobrecarga na Estação de Tratamento de Efluentes com a efluência desnecessária de água pluvial limpa. 5.3 Efluentes Para um correto projeto de drenagem e tratamento, a caracterização dos efluentes é de necessária importância. Na unidade deve dispor de dados suficientes para essa caracterização como medir ou estimar as vazões mínima, média e máxima através de vertedores, calhas ou outros dispositivos de medição. Analisar amostras em laboratório todos os parâmetros dos poluentes incorporados, como teor de óleos e graxas, e estudos de trabalhabilidade para prever taxas de remoção. 5.3.1 Físico e Químico O Petróleo é um derivado de matéria orgânica. Restos de plantas e animais sedimentam-se e com o tempo, depois de submetidos a transformações aeróbicas e anaeróbicas por bactérias e sob forte pressão e temperaturas, transformam em um líquido oleoso cuja cor varia segundo a origem. Devido às condições dessa formação ser variável cada óleo formado apresentará características diferentes, tendo os hidrocarbonetos como o principal componente (98% do total), entre 31 enxofre, nitrogênio e oxigênio. Devido a essa predominância no petróleo a sua presença em efluentes são indicadores de poluição (CETESB, 2009). Há classes que organizam os compostos de carbono, pois são muito numerosos e apresentam estruturas e tamanhos diferentes, são ramificados ou não ramificados. Os hidrocarbonetos é a classe mais simples dos compostos orgânicos, constituído apenas de carbono e hidrogênio, e são divididos em quatro tipos que se diferenciam pelo tipo de ligação carbono-carbono em suas moléculas: alcanos, alcenos, alcinos e hidrocarbonetos aromáticos (BROWN; LEMAY; BURSTEN, 2005). Os alcanos são bem conhecidos, pois são muito utilizados no dia a dia como combustível para aquecimento e em alguns países para geração de eletricidade. O metano (CH4) e o propano (C3H8) são os principais componentes do gás natural e do gás engarrafado – GLP – Gás Liquefeito de Petróleo - respectivamente, ambos utilizados para aquecimento doméstico em fogões a gás e aquecimento de água. O butano (C4H10) é utilizado em isqueiros descartáveis e lanternas a gás de acampamento. Os alcanos de 5 a 12 átomos de carbono por molécula são encontrados na gasolina (BROWN; LEMAY; BURSTEN, 2005). O que varia para cada tipo de produto refinado é o seu ponto de ebulição processo realizado pelas refinarias através da destilação. Conforme o óleo é submetido a temperaturas maiores, diferentes componentes atingem seu ponto de ebulição, o que caracteriza a volatilidade do óleo, que se destila a uma dada temperatura (CETESB, 2009). A relação dos diversos comportamentos do óleo em relação à temperatura também caracteriza o seu ponto de ignição ou “Flash Point”. Essa propriedade é de enorme importância para a segurança durante o processo com esses produtos, pois é a temperatura que seus vapores irão ignizar quando em contato de uma fonte de ignição. Óleos leves como querosene e nafta ignizam mais facilmente, proporcionando um risco eminente a incêndios (CETESB, 2009). Viscosidade e tensão superficial também são propriedades importantes do óleo. A viscosidade é a sua resistência ao fluxo, informação utilizada no dimensionamento 32 de sistemas de drenagem contaminada e oleosa. Em temperaturas baixas o fluido pode não escoar, resultado da formação de uma estrutura microcristalina. Está diretamente relacionado à temperatura e quantidade de frações leves na mistura. A força de atração entre as moléculas de um líquido caracteriza a tensão superficial, que decresce com o aumento da temperatura e em óleos leves. Junto com a viscosidade determina a taxa de espalhamento e espessura das machas de óleo (CETESB, 2009). Em geral os óleos são classificados como: - não persistentes que tendem a dissipar rapidamente (gasolina, nafta, querosene e óleos leves); - persistentes demoram a dissipar (óleos crus). Essa persistência depende da gravidade específica do produto, da sua densidade em relação à água pura. Praticamente todos os óleos têm densidade menor que 1 (CETESB, 2009). A solubilidade é a capacidade dos óleos de se dissolver em um solvente, que no caso do sistema de drenagem é a água. Porém a solubilidade do óleo em água é muito baixa. A Figura 5.5 mostra os tipos de óleo e suas características. Figura 5.5 – Comparação das características físicas de vários tipos de óleo Fonte: CETESB (2009). 5.3.2 Riscos e Acidentes Os produtos gerados pelo refino do petróleo e os componentes utilizados para o processo possuem grande potencial para causar incêndios, explosões ou riscos a saúde do homem e organismos que habitam as proximidades da refinaria. E importante para que os manipulam saibam as característica de cada componente e 33 que ações tomar em caso de acidentes ou exposição direta. A história nos mostra à proporção que pode chegar um acidente e os inúmeros prejuízos que causam principalmente a vida humana. Um exemplo famoso ocorreu na Vila Socó (atual vila São José), no município de Cubatão/SP onde a empresa responsável foi a RPBC da Petrobras. No dia 24/02/1984 por volta das 22:30hs os moradores perceberam um vazamento de gasolina em um oleoduto da Petrobras, ocorrido por um inadequado alinhamento que transferiu gasolina para um duto que se encontrava fechado, gerando sobrepressão e ruptura. Pelo mangue se espalhou cerca de 700 mil litros de gasolina e interessados pela possibilidade de venda deste combustível, muitos moradores o coletaram e armazenaram em suas casas. O produto se espalhou pela região alagada devido a maré e com uma ignição, após duas horas do início do vazamento um incêndio se alastrou por toda área alagadiça (CETESB, 2009). O número oficial é 93 mortes, porém fontes extra-oficiais demonstram que foram mais de 500 mortes entre as quais aproximadamente 450 crianças, baseado no número de alunos que não compareceram mais às aulas e sumiço de famílias inteiras cujos corpos não foram reclamados (CETESB, 2009; NOVO MILÊNIO, 2009). A Figura 5.6 mostra o mangue após o incêndio, o vazamento não foi percebido e a gasolina bombeada misturou-se ao mangue. 34 Figura 5.6 – Restos da explosão Foto: Nieis Andreas/AE - 25/2/1984 Fonte: NOVO MILÉNIO (2009). Além de gasolina há diversos produtos como Asfalto, Enxofre, Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) e Gás Natural. Asfalto Características e Aplicações - Obtido após as frações leves (querosene, nafta) são retiradas. Possui propriedade aglutinante, flexibilidade e alta resistência à ação de ácidos, sais e álcalis. Utilizado na construção de revestimentos asfáltico de pavimentação. Riscos - Na sua manipulação o asfalto quente pode aderir à pele sendo difícil sua remoção provocando queimaduras. Vapores provocam irritação ocular, respiratórios e efeitos ao sistema nervoso central. Pode inflamar quando exposto a calor ou fagulhas. Prejuízos ao Meio Ambiente - Ar: Provoca cheiro característico. Água: Vazamento pode causar mortalidade de organismos aquáticos e prejudicar animais selvagens. Transmite qualidades indesejáveis, afetando seu uso. Solo: contamina o lençol freático. 35 Precauções - Utilizar na manipulação proteção para os olhos e face. Em contato com a pele lavar com água fria e óleos minerais para a sua remoção. No contato com os olhos lavar em água corrente por 15 min (REFAB, 2009). Enxofre Características e Aplicações – Se apresenta sob forma de cristais ou pó e possui uma coloração amarela. Utilizado em diversos ramos da indústria. Riscos – Em pó forma uma mistura de fácil ignição podendo ser explosiva, apesar de o enxofre sólido apresentar pequeno risco de incêndio. Quando queimado libera SO2, que é tóxico e irritante para as mucosas e vias respiratórias. Quando líquido libera gás sulfídrico devido às impurezas de hidrocarbonetos. Prejuízos ao Meio Ambiente – Ar: resultante da queima seus gases são poluentes. Água: causa poluição, pois em forma sólida é insolúvel. Precauções - Manter em local ventilado. Em contato com os olhos lavar com água corrente (REFAB, 2009). GLP (Gás Liquefeito de Petróleo) Características e Aplicações – É separado das frações mais leves do petróleo ou mais pesada do gás natural. Por ser um produto inodoro, deve-se incorporar odor ao produto para melhor identificar o seu vazamento. Devido à facilidade de transporte, no estado líquido é armazenado em botijões, é muito utilizado como combustível, principalmente como “gás de cozinha”. Riscos – Altamente inflamável e explosivo. Causa asfixia simples. Prejuízos ao Meio Ambiente – Ar: pode causar contaminações atmosféricas. Precauções – Manter o local longe de fontes de calor e em caso de vazamento diluir com neblina de água (REFAB, 2009). 36 Gás Natural O gás natural é um combustível considerado “limpo”, em relação aos outros combustíveis como o óleo, o carvão e a lenha ele permite uma redução da poluição contribuindo para a proteção do meio ambiente e a melhoria da qualidade de vida nos centros urbanos. Normalmente apresenta baixos teores de contaminantes como o dióxido de carbono, nitrogênio e compostos de enxofre. Sobre pressão atmosférica e temperatura ambiente permanece em estado gasoso. É incolor e inodoro, e por ser mais leve que o ar, em caso de vazamento, dissipa-se facilmente na atmosfera. Para melhor identificar esses vazamentos, o gás natural é odorizado com enxofre. Na Tabela 5.1 mostra a composição típica do gás natural, sendo os limites de tolerância (LTV) uma referência no controle da saúde e não como divisões entre concentrações perigosas e/ou seguras (COMGÁS, 2009). Tabela 5.1 – Composição típica do gás natural Fonte: Companhia de Gás de São Paulo - COMGÁS (2009). 5.4 Licença Ambiental 37 Foi realizado um estudo prévio de impacto ambiental (EIA) e relatório de impactos ambientais (RIMA) para obter a Licença Ambiental composta pela Licença Prévia (LI), concedida na fase de planejamento da obra, Licença de Instalação (LI), autoriza a instalação da atividade a ser desenvolvida, e Licença de Operação (LO) autoriza para funcionar ou iniciar a execução das atividades. Segundo a Licença de Operação os efluentes líquidos gerados somente poderão ser lançados, direta ou indiretamente, nas coleções de água, desde que obedeçam às condições estabelecidas no Regulamento da Lei 997/76, aprovado pelo Decreto Estadual 8.468/76 e na Resolução CONAMA 357/05, incluindo as águas de lavagem e limpeza de piso e equipamentos, bem como as drenagens de tanques e esferas ou qualquer outro tipo de operação (CETESB, 2009). Não há lançamento de águas pluviais e águas de refrigeração não contaminada nos sistemas de tratamento de efluentes industriais e domésticos. As diversas redes de drenagem de águas da entidade deverão ser segregadas e tratadas conforme suas características específicas (CETESB, 2009). As lagoas de armazenamento de água pluvial e/ou efluentes líquidos industriais foram revestidas, visando à impermeabilização (CETESB, 2009). Realizar automonitoramento mensal do efluente final da Estação de Tratamento de Despejos Industriais (ETDI), para os parâmetros: amônia, cianeto, coliformes totais, demanda bioquímica de oxigênio (DBO), demanda química de oxigênio (DQO), fenol, pH, OD, sulfetos, resíduos sedimentáveis, chumbo, cobre, cromo total, ferro solúvel, fosfato, N-amoniacal, N-nitrato, N-nitrito, N-orgânico, N-total, série de sólidos, solventes aromáticos, solventes halogenados, sulfatos, surfactantes, temperatura, vazão, zinco, e, ainda, benzo(a) pireno, benzo(a) fluoranteno, benzo(k) fluoranteno, indeno (1,2,3-cd) pireno, dibenzo (a,h)antraceno, tolueno e vanádio total, com apresentação de relatório trimestralmente. Caso durante um ano seja confirmado que alguns desses parâmetros não se fazem presentes no efluente tratado, eles poderão ser retirados do monitoramento (CETESB, 2009). Realizar auto-monitoramento do efluente final das Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs), com freqüência semanal, para os parâmetros: coliformes totais, 38 DQO, DBO, sulfeto e materiais sedimentáveis, com apresentação de relatório trimestralmente (CETESB, 2009). 5.5 Memória de Cálculo Seguindo os dados descritos no item 6.2.146 foi possível realizar o cálculo das vazões de contribuição para assim realizar o dimensionamento das redes dos sistemas. 5.5.1 Estudos Hidrológicos Os estudos hidrológicos têm como objetivo a coleta de dados climatológicos, bem como sua tabulação a fim de subsidiar valores para o dimensionamento das obras de drenagem pluvial. Para tanto foram empregados as metodologias e parâmetros adiante definidos. 5.5.1.1 Estudos de Chuvas Intensas Para o estudo das chuvas intensas foi utilizada a equação Eq. (1) desenvolvida para a cidade de Cubatão e região, desenvolvida pelo DAEE-FCTH (Martinez e Magni): Estação Piaçaguera – E3-038R Coordenadas geográficas: Lat. 23°52’S; Long. 46°23’O Altitude: 5m Períodos de dados utilizados: 1972-90; 1992-96 (24 anos) ⎧ ⎛ ⎛ TR ⎞ ⎞⎫ I = 25,102(tc + 20)−0,752 + 6,427(tc + 20)−0,705 ⎨− 0,477 − 0,901ln⎜⎜ ln⎜ ⎟ ⎟⎟⎬ TR 1 − ⎝ ⎠ ⎠⎭ Eq.(1) ⎝ ⎩ onde: I = intensidade pluviométrica, em mm/min; tc = tempo de concentração, em min; TR = período de retorno, em anos. 5.5.1.2 Tempo de Concentração 39 Define-se o tempo de concentração como sendo o tempo que uma gota d’água teórica leva para ir do ponto mais afastado da bacia até o ponto de estudo. Esta grandeza foi utilizada para definir a duração da chuva em determinada bacia. O tempo de concentração mínimo adotado foi de 5 minutos para drenagem superficial. 5.5.1.3 Tempo de Recorrência Os dispositivos de drenagem são dimensionados para absorver a vazão correspondente a um tempo de recorrência predeterminado. Na fixação deste parâmetro foi adotado o seguinte valor: TR = 20 anos 5.5.1.4 Vazão de Projeto As vazões de projeto foram determinadas pelo método Racional, descrito a seguir: Método Racional Aplicado para bacias com áreas até 50 ha, este método admite como critério básico, que o pico da vazão de uma bacia hidrográfica ocorra quando toda a bacia esteja contribuindo, sob a ação de uma chuva de intensidade constante, com duração igual ao tempo de concentração, e uniformemente distribuída. O método é definido pela Eq.(2): Q= c⋅ I ⋅ A 6 onde: Q = vazão de projeto, em m³/s; c = coeficiente de escoamento superficial; A = área da bacia, em ha. Eq.(2) 40 Para o cálculo de vazão, neste trabalho foi utilizado o valor para o coeficiente de escoamento superficial (c) apenas para áreas pavimentadas. c = 0,90, para áreas pavimentadas; c = 0,60, para as superfícies em taludes e pavimentadas com brita; c = 0,30, para as áreas gramadas. 5.5.2 Estudos Hidráulicos Os estudos hidráulicos consistem em resultados obtidos nos estudos hidrológicos, para em dimensionar e detalhar os dispositivos de drenagem empregados na concepção do sistema projetado. A drenagem das áreas consideradas foi composta por dutos, canaletas, sarjetas, caixas coletoras, bocas de lobo, dentre outros dispositivos. Para o dimensionamento dos dispositivos de condução foi empregada a equação de Manning associada à equação da continuidade, representados pelas eq.(3) e eq.(4): v= RH 2 / 3 ⋅ i 1 / 2 n Q = v⋅S eq.(3) eq.(4) onde: v = velocidade média de escoamento, em m/s; RH = raio hidráulico da seção, em m; i = declividade longitudinal, em m/m; n = coeficiente de rugosidade de Manning; Q = vazão, em m³/s; S = área da seção molhada, em m². O coeficiente de rugosidade de Manning foi adotado conforme o material empregado no dispositivo, a saber: 41 Tubos de concreto n = 0,0130 Tubos de Ferro Fundido n = 0,0130 Canais trapezoidais ou retangulares: Em concreto n = 0,0130 Sarjetas e valetas de grama n = 0,030 a 0,065 (função da declividade) A declividade mínima adotada para os dispositivos de drenagem foi de 0,0006 m/m. Relação máxima entre seção molhada / diâmetro do tubo: Y/D = 0,67% As velocidades máximas e mínimas de escoamento foram estabelecidas para não ocasionar abrasão e impedir o assoreamento. Estas velocidades estão relacionadas seguir: Mínima (m/s) Máxima (m/s) Canaletas ou canais de concreto 0,60 4,00 Dutos fechados 0,60 2,00 Borda seca mínima em canais: Δh = 5 cm Drenagem Pluvial e Contaminada No cálculo da rede contaminada foram consideradas as seguintes condições de operação: - Áreas contidas e não valvuladas: contribuição diretamente para o sistema; - Demais áreas contidas e valvuladas: as válvulas permanecem fechadas durante as chuvas. 42 6 ESTUDO DE CASO Visando expandir a produção de gás natural a Óleo & Gás adequou a sua atual Unidade. Para essa nova unidade, o projeto de drenagem aproveitou algumas infraestruturas como caixas de passagem do sistema pluvial, contaminado e oleoso. Seguindo as ruas existentes que passariam por reformas avaliou-se o caminhamento das canaletas de drenagem do Recebimento de PIGs*, e da área de Recebimento, passando pela nova Unidade até um Vaso de Pump-Out**. A Figura 6.1 mostra a avaliação das infra-estruturas existes para aproveitamento. Figura 6.1 – Infra-estruturas existentes Fonte: Genpro Engenharia S.A. (2008). * PIGs – pipeline inspection gauge; dispositivo de inspesão de dutos. ** Pump-Out – caixa de inspesão. 43 6.1 Tipos de Instalações Terrestres A unidade foi adequada para produzir gás de venda especificado. Para tanto se incluiu um Sistema de Refrigeração a Propano e um Sistema de Glicol para o processamento de 2.220.000 m³/d de gás natural e 740m³/d de condensado de gás natural. O off-site* tem por objetivo elaborar o projeto das interligações entre linhas de processo existente na planta com linhas futuras, em virtudes da implementação dos Sistemas de Refrigeração a Propano e de Desidratação do Gás com Glicol, bem como das interligações das linhas de utilidades. Está previsto pelo off-site sistemas de recebimento, estocagem e transferência de etanol, glicol e propano. O projeto de off-site incluiu o dimensionamento de um sistema de drenagem fechada (pump-out) adequado, para receber condensado de gás natural dos equipamentos, propano refrigerante do on-site**, em caso de parada da unidade ou contaminação, e eventualmente água, visto que atualmente esta drenagem é feita para canaleta. Está previsto, também, um vaso para drenagem de glicol que é esgotado através de caminhão vácuo. Devido à adequação houve um aumento no consumo de água de resfriamento e, portanto, foi necessário instalar uma nova Torre de Resfriamento. 6.2 Drenagem na Área de Estudo Para atender ao projeto estava prevista a interligação da drenagem contaminada (W14) das novas áreas de contribuição à rede existente, que atualmente descarrega em um poço de drenagem, localizado em outra unidade. A Figura 6.2 mostra a sinalização de uma captação de efluente contaminada (W14). * off-site - instalações fora do limite de bateria da indústria ** on-site - instalações dentro do limite de bateria da indústria 44 Figura 6.2 – Sinalização dos sistemas de drenagem Fonte: Genpro Engenharia S.A. (2008). Verificou-se se o sistema existente suportaria as novas demandas, considerando as as áreas de contribuição da Área Nova. Verificou-se que o Tanque de Acúmulo de Água Oleosa e das Bombas de Transferência de Água Oleosa existentes, não estava atendendo às necessidades das áreas atuais. Após identificação dos parâmetros levantados em campo e de documentos existentes, e considerando as áreas de contribuição do sistema existente fornecidas pela Óleo & Gás, verificou-se que um Tanque que operava com as Bombas J-8443 A/B, ilustrada na Figura 6.3, tinha capacidade para bombear as vazões contribuintes ao sistema. 45 Figura 6.3 – Sinalização dos sistemas de drenagem, bombas Fonte: Genpro Engenharia S.A. (2008). Foi verificado em levantamento de campo e documentação recebida que há outras contribuições além da área indicada pela cliente ao Tanque existente P-8404. Para o acréscimo de vazão, devido ao aumento de área de contribuição, verificou-se a necessidade de aumento de capacidade das bombas. Para a verificação do sistema do Tanque P-8404 foi considerada a área de contribuição existente de 6841m², da área do Coque, e o acréscimo de 1600 m² relativos à nova Unidade. Não foi considerada a vazão proveniente das outras áreas que afluem ao tanque P-8404. Em reunião com a Óleo & Gás foi esclarecido que os problemas relatados sobre o Tanque P-8404 devem-se ao estrangulamento da válvula de descarga da bomba J8443, em função da falta de capacidade da caixa 7 que recebe a vazão da bomba. Também foi informado que existe em andamento projeto de alteração da descarga das bombas J-8443 A/B que passarão a descarregar para o sistema oleoso W4, ao 46 invés do sistema contaminado W14, visando adequar as características das drenagens existentes da área da Unidade Coque, ilustrado na Figura 6.4. Figura 6.4 – Unidade de Coque Fonte: Genpro Engenharia S.A. (2008). Foi definida a premissa que dado a condição de saturação do sistema contaminado W14 em dias de chuvas intensas, foi prevista a coleta, bombeamento e estocagem dos picos de vazão de drenagem contaminada. 6.2.1 Determinação das áreas Para unidade, foi feito um estudo para minimizar as áreas de contribuição ao sistema contaminado (W14) pela segregação da área de cada equipamento utilizando-se canaletas, tornando a área contida, que é uma área circundada por muretas, ressaltos, canaletas, ou rebaixada, a fim de limitar o espalhamento dos líquidos no seu interior e favorecer o seu escoamento através de ralos, de modo a impedir o recebimento de contribuições de fora da área contida. 47 Desta forma foi possível reduzir as áreas de contribuição de 2500 m² para 1280 m². A esta área foi acrescida a contribuição da área existente. Estas áreas estão indicadas na Figura 6.5 referem-se a áreas segregadas, mas não controladas. Áreas não Controladas: Existente = 1.100 m² Nova = 1.250 m² Recebedor de Pig = 50 m² TOTAL = 2.400 m² Figura 6.5 – Área de captação contida e não controlada Fonte: Genpro Engenharia S.A. (2008). As áreas segregadas e controladas (que possuem dispositivos de controle de fluxo do efluente nelas recebidos) encontram-se indicadas na Figura 6.6. Áreas controladas: Ilha de recebimento de produtos (nova) = 210 m² Recebedor de Condensado (existente) = 1.600 m² TOTAL = 1.810 m² 48 Figura 6.6 – Área de captação segregada e controlada Fonte: Genpro Engenharia S.A. (2008). 6.3 Contribuição, Coleta e Escoamento Há diretrizes, como normas internas especificada pela Óleo & Gás, necessárias para regulamentar e guiar a atividade de implantação dos sistemas de drenagem pluvial, contaminada e oleosa, devendo ser observado na sua íntegra quanto a sua execução, verificação e revisão. A drenagem pluvial abrange desde as tubulações de saída das calhas de coberturas dos telhados, canaletas, caixas de válvulas de manobras e poços de visita até as canaletas existentes. A drenagem contaminada abrange desde as áreas segregadas das tubovias, áreas de piso, áreas de bombas, bacias dos tanques, caixas de válvulas de manobra até as canaletas existentes. A drenagem oleosa compreende a captação de efluentes de áreas contidas onde haja presença constante de hidrocarbonetos. 49 6.4 Classificação dos Sistemas O projeto dos sistemas de drenagem deve atender a completa separação do sistema de pluvial limpo, visando impedir o lançamento de efluentes contaminados/oleosos no corpo receptor e para que a Estação de Tratamento de Efluentes não seja sobrecarregada com a contribuição desnecessária de águas pluviais limpas. O dimensionamento dos sistemas de drenagem deve atender a maior vazão de contribuição: - Descarga de emergência, chuva, drenos de equipamentos, água de resfriamento de máquinas e efluentes de processo (ocorrendo simultaneamente); - Águas de controle de emergência. A contribuição da água de chuva é calculada considerando o tempo de chegada da contribuição mais distante até o ponto de interesse, levando-se em consideração o coeficiente de absorção do terreno. Foi considerado um tempo de recorrência de 20 anos para a precipitação pluviométrica da região. 6.4.1 Sistema Pluvial Limpo (W5) Sistema para o qual são enviadas águas pluviais, de lavagem de piso, de emergência, correntes aquosas precipitadas em áreas onde não apresentam contaminação por hidrocarbonetos. Por admitir presença de substâncias em concentrações tais que possibilitem o seu lançamento direto no corpo receptor, segundo a Resolução CONAMA 357/05, estes são escoados preferencialmente por gravidade através de canaleta aberta. Principais tipos de contribuição são: - área administrativa; - ruas externas aos limites de bateria da unidade; - prédios, rua e áreas não sujeitas à contaminação de unidades de processo, áreas de transferência e estocagem e centrais de utilidades; - áreas de esferas e cilindros de gases, mesmo liquefeitos, bem como os respectivos - canais de fuga e bacia de contenção; 50 - bacias de tanques de GLP ou outros gases refrigerados; - bacias de tanques que possuam sistema segregado de drenagem de fundo de tanque; - tubovias, exceto suas áreas contidas; - áreas terraplenadas destinadas a futuras ampliações. O escoamento foi realizado por gravidade em canaleta aberta e/ou meia cana, construída de concreto armado, sendo necessária em locais de travessia a utilização de tampas resistente a carga concentrada de 7,5 tf, e tubulação de concreto, podendo ser armado ou não. Para as tubulações de descidas de águas pluviais das coberturas foi utilizado ferro fundido, ponta e ponta, junta elástica, com anel de borracha. Tubulações de ventilação dos poços de visita são de aço carbono, extremidade chanfrada, sem costura. As tubulações enterradas de aço carbono foram revestidas externamente com fita anticorrosiva, a base de polietileno laminada com selante betuminoso, protegido com material antiaderente, e/ou a base de polietileno laminada com selante elastomérico. Nas tubulações de aço carbono ascendentes, o revestimento foi prolongado até 30cm acima da superfície do terreno ou pavimento. Já as tubulações de aço carbono aéreas foram pintadas externamente na cor preto 0010. O sistema deve passar por tratamentos de remoção de sólidos grosseiros e areia antes de ser lançado ao corpo receptor. 6.4.2 Sistema Contaminado (W14) Sistema para o qual são enviados efluentes provenientes de água de chuva, de resfriamento, de controle de emergência, de lavagem de pisos ou drenos coletados que sejam caracterizados pela eventual presença de hidrocarbonetos, podendo conter sólidos suspensos e dissolvidos e/ou outros contaminantes. Principais tipos de contribuições são: 51 - bacias de tanque, exceto as bacias de tanque de GLP e outros gases liquefeitos ou refrigerados; - áreas contidas de tubovias que são sujeitas a vazamentos; - áreas não contidas de unidades de processo, de centrais de termoelétricas e de bombas; - áreas contidas da Estação de Tratamento de Efluentes Líquidos; - áreas contidas de estações de compressores; - área de recolhimento e limpeza de materiais e equipamentos de combate a poluição por óleo; - área de conferência de cargas de caminhões-tanques. O escoamento do sistema contaminado é realizado por gravidade, preferencialmente por canaletas abertas e em concreto armado, até a entrada da Estação de Tratamento de Efluentes Líquidos. No caso de drenagem de bacia de Tanques esta foi ser totalmente segregada da drenagem de fundo de tanque. Os efluentes contaminados provenientes de áreas não contidas de unidades de processo, central termoelétrica e casa de bombas, por exemplo, a drenagem é feita através de sistema selado e enterrado até o limite de bateria da unidade por questões de segurança. Todo o sistema foi realizado com tubulação de ferro fundido dúctil, ponta e bolsa, junta elástica, com anel de borracha nitrílica. 6.4.3 Sistema Oleoso (W4) Sistema para o qual são enviados efluentes provenientes de água de chuva, de resfriamento, de controle de emergência, de lavagem de pisos ou drenos coletados que sejam caracterizados pela presença constante de hidrocarbonetos, podendo conter sólidos suspensos e dissolvidos e/ou outros contaminantes. Principais tipos de contribuições são água de chuva, de controle de emergência, de resfriamento, de lavagem de pisos e drenos coletados em locais tais como: - áreas contidas de unidade de processo, de centrais de bombas; 52 - áreas de carga e descarga de caminhões e vagões-tanque para petróleo ou seus derivados; - área de lavagem de equipamentos em oficinas; - área de lavagem de feixe de permutadores; - áreas contidas do campo de treinamento de combate a incêndio; - postos de serviços e garagens onde ocorram lubrificação e lavagem de veículos. Efluentes tais como: - drenagem de fundo dos tanques de petróleo e derivados exceto GLP e outros gases liquefeitos ou refrigerados; - drenagem de fundo de aterro industrial; - drenos de fundo dos equipamentos de unidades de processo, de áreas de bombas que contenham ou movimentem óleos; - purga intermitente de superfície das bacias de acumulação das torres de resfriamento; - efluentes das dessalgadoras; - água de produção de petróleo; - água oleosa de lastro de tanque; - efluentes de tanques de lavagem de peças, equipamentos e instrumentos que se utilizam de derivados de petróleo e outros produtos químicos. 6.4.4 Cálculos Hidrológicos 6.4.4.1 Critérios de Cálculo Para o dimensionamento do sistema de drenagem pluvial e contaminada foi utilizado os critérios de cálculo de vazões conforme o item 5.5.1. Com a eq.(1), descrita no item 5.5.1.1, foi calculado primeiramente as respectivas intensidades I (mm/min) de cada trecho de montante para jusante: = 25,102 + 20 , + 6,427 + 20 , −0,477 − 0,901 eq.(1) 53 onde, o tc (tempo de concentração) se iniciou em 5min e foi acumulando de acordo com o tempo de percurso de cada trecho. A vazão de chegada à jusante foi calculada pelo método Racional conforme descrito no item 5.5.1.4 e através da eq.(2): = . . eq. (2) onde, c (coeficiente de escoamento superficial) adotado foi 0,90 para áreas pavimentadas; A (área de contribuição) é utilizada em ha (hectares) e acumulou-se no decorrer da linha de captação. 6.4.4.2 Memória de Cálculo para Drenagem Pluvial – Área da Nova Unidade de PV1 para PV2: 25,102 5 + 20 , + 6,427 5 + 20 , −0,477 − 0,901 20 20 − 1 I = 3,692 mm/min = 0,9 3,692 0,211 6 Q = 0,1140 m³/s 25,102 5,51 + 20 , I = 3,637 mm/min = 0,9 3,637 0,388 6 Q = 0,2107 m³/s de PV3 para PV4: + 6,427 5,51 + 20 , −0,477 − 0,901 20 20 − 1 54 , 25,102 5,98 + 20 + 6,427 5,98 + 20 , −0,477 − 0,901 20 20 − 1 + 6,427 6,17 + 20 , −0,477 − 0,901 20 20 − 1 I = 3,590 mm/min = 0,9 3,590 0,511 6 Q = 0,2755 m³/s de PV4 para PV5: , 25,102 6,17 + 20 I = 3,570 mm/min = 0,9 3,570 0,611 6 Q = 0,3300 m³/s de PV5 para CX: , 25,102 6,3 + 20 + 6,427 6,3 + 20 , −0,477 − 0,901 20 20 − 1 I = 3,576 mm/min = 0,9 3,576 0,722 6 Q = 0,3866 m³/s de CP5 para CP6: 25,102 5 + 20 , + 6,427 5 + 20 I = 3,692 mm/min = 0,9 3,692 0,009 6 Q = 0,0050 m³/s de CP6 para CP7: , −0,477 − 0,901 20 20 − 1 55 25,102 5 + 20 , + 6,427 5 + 20 , −0,477 − 0,901 20 20 − 1 , −0,477 − 0,901 20 20 − 1 , −0,477 − 0,901 20 20 − 1 , −0,477 − 0,901 20 20 − 1 I = 3,692 mm/min = 0,9 3,692 0,022 6 Q = 0,0122 m³/s de CP7 para CP12: 25,102 5 + 20 , + 6,427 5 + 20 I = 3,692 mm/min = 0,9 3,692 0,0299 6 Q = 0,0166 m³/s de CP8 para CP9: 25,102 5 + 20 , + 6,427 5 + 20 I = 3,692 mm/min = 0,9 3,692 0,090 6 Q = 0,0050 m³/s de CP9 para CP10: 25,102 5 + 20 , + 6,427 5 + 20 I = 3,692 mm/min = 0,9 3,692 0,022 6 Q = 0,0122 m³/s de CP10 para CP11: 56 25,102 5 + 20 , + 6,427 5 + 20 , −0,477 − 0,901 20 20 − 1 , −0,477 − 0,901 20 20 − 1 , −0,477 − 0,901 20 20 − 1 , −0,477 − 0,901 20 20 − 1 I = 3,692 mm/min = 0,9 3,692 0,035 6 Q = 0,0194 m³/s de CP11 para CP12: 25,102 5 + 20 , + 6,427 5 + 20 I = 3,692 mm/min = 0,9 3,692 0,043 6 Q = 0,0238 m³/s de CP12 para PV2: 25,102 5 + 20 , + 6,427 5 + 20 I = 3,692 mm/min = 0,9 3,692 0,073 6 Q = 0,0404 m³/s de BL1 para PV1: 25,102 5 + 20 , + 6,427 5 + 20 I = 3,692 mm/min = 0,9 3,692 0,0615 6 Q = 0,0341 m³/s de BL3 para PV2: 57 25,102 5 + 20 , + 6,427 5 + 20 , −0,477 − 0,901 20 20 − 1 , −0,477 − 0,901 20 20 − 1 , −0,477 − 0,901 20 20 − 1 , −0,477 − 0,901 20 20 − 1 I = 3,692 mm/min = 0,9 3,692 0,0071 6 Q = 0,0395 m³/s de BL5 para PV3: 25,102 5 + 20 , + 6,427 5 + 20 I = 3,692 mm/min = 0,9 3,692 0,0076 6 Q = 0,0424 m³/s de BL7 para BL8: 25,102 5 + 20 , + 6,427 5 + 20 I = 3,692 mm/min = 0,9 3,692 0,0807 6 Q = 0,00447 m³/s de BL2 para PV1: 25,102 5 + 20 , + 6,427 5 + 20 I = 3,692 mm/min = 0,9 3,692 0,144 6 Q = 0,0799 m³/s de BL4 para PV2: 58 25,102 5 + 20 , + 6,427 5 + 20 , −0,477 − 0,901 20 20 − 1 , −0,477 − 0,901 20 20 − 1 , −0,477 − 0,901 20 20 − 1 , −0,477 − 0,901 20 20 − 1 I = 3,692 mm/min = 0,9 3,692 0,035 6 Q = 0,0198 m³/s de BL6 para PV3: 25,102 5 + 20 , + 6,427 5 + 20 I = 3,692 mm/min = 0,9 3,692 0,0489 6 Q = 0,0271 m³/s de BL8 para PV4: 25,102 5 + 20 , + 6,427 5 + 20 I = 3,692 mm/min = 0,9 3,692 0,0236 6 Q = 0,0131 m³/s de CP1 para BL4: 25,102 5 + 20 , + 6,427 5 + 20 I = 3,692 mm/min = 0,9 3,692 0,013 6 Q = 0,0072 m³/s de CP2 para CP3: 59 25,102 5 + 20 , + 6,427 5 + 20 , −0,477 − 0,901 20 20 − 1 , −0,477 − 0,901 20 20 − 1 , −0,477 − 0,901 20 20 − 1 , −0,477 − 0,901 20 20 − 1 I = 3,692 mm/min = 0,9 3,692 0,0079 6 Q = 0,0044 m³/s de CP3 para BL6: 25,102 5 + 20 , + 6,427 5 + 20 I = 3,692 mm/min = 0,9 3,692 0,021 6 Q = 0,0116 m³/s de CP4 para BL8: 25,102 5 + 20 , + 6,427 5 + 20 I = 3,692 mm/min = 0,9 3,692 0,009 6 Q = 0,0050 m³/s de C7 para C8: 25,102 5 + 20 , + 6,427 5 + 20 I = 3,692 mm/min = 0,9 3,692 0,07 6 Q = 0,0388 m³/s de C8 para BL2: 60 25,102 5 + 20 , + 6,427 5 + 20 , −0,477 − 0,901 20 20 − 1 , −0,477 − 0,901 20 20 − 1 , −0,477 − 0,901 20 20 − 1 , −0,477 − 0,901 20 20 − 1 I = 3,692 mm/min = 0,9 3,692 0,07 6 Q = 0,0388 m³/s de CAN1 para CAN2: 25,102 5 + 20 , + 6,427 5 + 20 I = 3,692 mm/min = 0,9 3,692 0,117 6 Q = 0,0648 m³/s de CAN3 para CAN2: 25,102 5 + 20 , + 6,427 5 + 20 I = 3,692 mm/min = 0,9 3,692 0,0404 6 Q = 0,0224 m³/s de CAN4 para CAN5: 25,102 5 + 20 , + 6,427 5 + 20 I = 3,692 mm/min = 0,9 3,692 0,104 6 Q = 0,0576 m³/s de CAN6 para CAN5: 61 25,102 5 + 20 , + 6,427 5 + 20 , −0,477 − 0,901 20 20 − 1 , −0,477 − 0,901 20 20 − 1 , −0,477 − 0,901 20 20 − 1 I = 3,692 mm/min = 0,9 3,692 0,078 6 Q = 0,0434 m³/s de CAN2 para CAN5: 25,102 5 + 20 , + 6,427 5 + 20 I = 3,692 mm/min = 0,9 3,692 0,1576 6 Q = 0,0873 m³/s de CAN5 para CANAL EXISTENTE: 25,102 5 + 20 , + 6,427 5 + 20 I = 3,692 mm/min = 0,9 3,692 0,340 6 Q = 0,1883 m³/s 62 6.4.4.3 Memória de Cálculo para Drenagem Pluvial – Área Carregamento de Caminhões de CAN10 para CAN11: 25,102 5 + 20 , + 6,427 5 + 20 , −0,477 − 0,901 20 20 − 1 I= 3,692 mm/min = 0,9 3,692 0,1107 6 Q = 0,0613 m³/s de CAN12 para CAN11: , 25,102 6,44 + 20 + 6,427 6,44 + 20 , −0,477 − 0,901 20 20 − 1 I = 3,543 mm/min = 0,9 3,543 0,0555 6 Q = 0,0295 m³/s de CAN15 para CAN16: 25,102 5 + 20 , + 6,427 5 + 20 , −0,477 − 0,901 20 20 − 1 I= 3,692 mm/min = 0,9 3,692 0,1016 6 Q = 0,0563 m³/s de CAN17 para CAN16: 25,102 1,48 + 20 I = 4,127 mm/min , + 6,427 1,48 + 20 , −0,477 − 0,901 20 20 − 1 63 = 0,9 4,127 0,1016 6 Q = 0,0629 m³/s de CAN16 para CAN11 25,102 5 + 20 , + 6,427 5 + 20 , −0,477 − 0,901 20 20 − 1 , −0,477 − 0,901 20 20 − 1 , −0,477 − 0,901 20 20 − 1 I= 3,692 mm/min = 0,9 3,692 0,203 6 Q = 0,1126 m³/s de CAN11 para CANAL1: 25,102 5 + 20 , + 6,427 5 + 20 I = 3,692 mm/min = 0,9 3,692 0,369 6 Q = 0,2046 m³/s de CAN16 para CAN11 25,102 5 + 20 , + 6,427 5 + 20 I= 3,692 mm/min = 0,9 3,692 0,0505 6 Q = 0,0280 m³/s de CAN12 para CAN13: 25,102 6,77 + 20 I = 3,512 mm/min , + 6,427 6,77 + 20 , −0,477 − 0,901 20 20 − 1 64 = 0,9 3,512 0,2088 6 Q = 0,1100 m³/s de CAN17 para CAN18 25,102 5 + 20 , + 6,427 5 + 20 , −0,477 − 0,901 20 20 − 1 , −0,477 − 0,901 20 20 − 1 , −0,477 − 0,901 20 20 − 1 , −0,477 − 0,901 20 20 − 1 I= 3,692 mm/min = 0,9 3,692 0,0464 6 Q = 0,0257 m³/s de CAN19 para CAN18: 25,102 5 + 20 , + 6,427 5 + 20 I = 3,692 mm/min = 0,9 3,692 0,0513 6 Q = 0,0284 m³/s de CAN18 para CAN13 25,102 5 + 20 , + 6,427 5 + 20 I= 3,692 mm/min = 0,9 3,692 0,0928 6 Q = 0,0514 m³/s de CAN13 para CANAL2: 25,102 5 + 20 , I = 3,692 mm/min + 6,427 5 + 20 65 = 0,9 3,692 0,352 6 Q = 0,1951 m³/s 6.4.4.4 Memória de Cálculo para Drenagem Contaminada – Área da Nova Unidade Para o cálculo da drenagem contaminada foi utilizados os mesmos critérios descritos no item 6.4.4.1. Na Figura 6.7 mostra os pontos de cálculos indicados no projeto, seguindo o caminhamento do fluxo até o TQ 1230001, onde está recebendo toda a contribuição do sistema contaminado da Nova Unidade. C17 C16 TQ 1230001 C11 C9 C13 C10 C6 C8 Figura 6.7 – Indicação dos pontos de cálculo Fonte: Genpro Engenharia S.A. (2008). de C1 para C2 25,102 5 + 20 , + 6,427 5 + 20 I= 3,692 mm/min = 0,9 3,692 0,0848 6 , −0,477 − 0,901 20 20 − 1 66 Q = 0,0514 m³/s de C2 para C3: , 25,102 6,13 + 20 + 6,427 6,13 + 20 , −0,477 − 0,901 20 20 − 1 + 6,427 6,56 + 20 , −0,477 − 0,901 20 20 − 1 I = 3,574 mm/min = 0,9 3,574 0,147 6 Q = 0,079 m³/s de C3 para C4: , 25,102 6,56 + 20 I = 3,532 mm/min = 0,9 3,574 0,1472 6 Q = 0,078 m³/s de C5 para C4 25,102 5 + 20 , + 6,427 5 + 20 , −0,477 − 0,901 20 20 − 1 I= 3,692 mm/min = 0,9 3,692 0,01986 6 Q = 0,011 m³/s de C4 para C6 25,102 6,62 + 20 , + 6,427 6,62 + 20 I= 3,526 mm/min = 0,9 3,526 0,1569 6 Q = 0,083 m³/s de C12 para C13 , −0,477 − 0,901 20 20 − 1 67 25,102 5 + 20 , + 6,427 5 + 20 , −0,477 − 0,901 20 20 − 1 , −0,477 − 0,901 20 20 − 1 , −0,477 − 0,901 20 20 − 1 , −0,477 − 0,901 20 20 − 1 I= 3,692 mm/min = 0,9 3,692 0,1047 6 Q = 0,058 m³/s de C13 para C11 25,102 5 + 20 , + 6,427 5 + 20 I= 3,692 mm/min = 0,9 3,692 0,1047 6 Q = 0,058 m³/s de C7 para C8 25,102 5 + 20 , + 6,427 5 + 20 I= 3,692 mm/min = 0,9 3,692 0,0921 6 Q = 0,051 m³/s de C8 para C6 25,102 5 + 20 , + 6,427 5 + 20 I= 3,692 mm/min = 0,9 3,692 0,0921 6 Q = 0,051 m³/s de C6 para C10 25,102 6,98 + 20 I= 3,492 mm/min , + 6,427 6,98 + 20 , −0,477 − 0,901 20 20 − 1 68 = 0,9 3,492 0,158 6 Q = 0,083 m³/s de C10 para C11 25,102 7,08 + 20 , , −0,477 − 0,901 20 20 − 1 + 6,427 7,16 + 20 , −0,477 − 0,901 20 20 − 1 + 6,427 7,32 + 20 , −0,477 − 0,901 20 20 − 1 , −0,477 − 0,901 20 20 − 1 + 6,427 7,08 + 20 I= 3,482 mm/min = 0,9 3,482 0,1569 6 Q = 0,082 m³/s de C11 para C17 25,102 7,16 + 20 , I= 3,474 mm/min = 0,9 3,474 0,263 6 Q = 0,137 m³/s de C17 para C18 25,102 7,32 + 20 , I= 3,459 mm/min = 0,9 3,459 0,264 6 Q = 0,137 m³/s de C18 para TQ1230001 25,102 7,56 + 20 , I= 3,437 mm/min = 0,9 3,437 0,264 6 Q = 0,136 m³/s + 6,427 7,56 + 20 69 6.5 Dimensionamento do poço Para a determinação das dimensões do poço de transferência do efluente contaminado foi elaborada uma planilha de vazão afluente em função do tempo de concentração. A partir dos valores de vazão, em função do tempo de concentração foram calculados os diversos volumes acumulados no poço. Estes valores de volumes estão descritos na Tabela 6.3. Na Tabela 6.1 e Tabela 6.2 demonstra os cálculos realizados de conformes critérios descritos no item 6.4.4.1, sendo na Tabela 6.2 considerado um TR = 2 anos. Tabela 6.1 – Cálculo da vazão para TR = 20 anos Sub-Áreas de Tempo de Coef. Intensidade Vazão Vazão Concentração pluviométrica Drenagem - Escoam. Total CONCRETO TOTAL Acum. A (m²) c Axc min mm/min 2400 0,90 0,22 10,00 3,230 m³/s m³/h 0,116 418,6 70 Tabela 6.2 – Cálculo da vazão para TR = 2 anos Sub-Áreas de Tempo de Coef. Intensidade Vazão Vazão Concentração pluviométrica Drenagem - Escoam. Total CONCRETO TOTAL Acum. A (m²) c Axc min mm/min m³/s 2400 0,90 0,22 10,00 1,859 0,067 241,0 m³/h Em função destes valores escolheu-se uma bomba de 440 m³/h (duas bombas de 220 m³/h). Conforme a Tabela 6.3 foi calculado valores de volume acumulado para cada tempo de concentração, sendo que aos 6 minutos o poço atinge seu nível máximo e uma das bombas é acionada para começar a bombear o efluente para fora do poço. O volume no poço vai diminuindo nos minutos seguintes, pois a bomba continua em funcionamento. Com 10 minutos o volume acumulado no poço começa a diminuir. Tabela 6.3 – Valores de volumes Sub-Áreas de Drenagem CONCRETO Intensidade Coef. Escoam. TOTAL Concentração c min pluviométrica bomba = 440,000 Vazão mm/min volume Vazão acumulado bomba 4,349 3 m /s 3 m /h m 3 volume volume bombeado excedente 3 m /s m 3 m 3 A (m2) 0,90 2400 0,90 1,00 4,196 0,157 563,6 9,4 0,122 -36,7 2400 0,90 2,00 4,055 0,151 543,8 18,1 0,122 -29,3 2400 0,90 3,00 3,925 0,146 525,5 26,3 0,122 -22,0 2400 0,90 4,00 3,804 0,141 508,7 33,9 0,122 -14,7 2400 0,90 5,00 3,692 0,137 493,0 41,1 0,122 -7,3 2400 0,90 6,00 3,587 0,133 478,5 47,8 0,122 2400 0,90 7,00 3,489 0,129 464,9 54,2 0,122 7,3 46,91 2400 0,90 8,00 3,398 0,126 452,2 60,3 0,122 14,7 45,63 2400 0,90 9,00 3,311 0,122 440,3 66,0 0,122 22,0 44,05 2400 0,90 10,00 3,230 0,119 429,1 71,5 0,122 29,3 42,19 2400 0,90 11,00 3,153 0,116 418,6 76,7 0,122 36,7 40,08 2400 0,90 12,00 3,081 0,114 408,7 81,7 0,122 44,0 37,73 2400 0,90 13,00 3,012 0,111 399,3 86,5 0,122 51,3 35,17 2400 0,90 14,00 2,947 0,108 390,3 91,1 0,122 58,7 32,41 47,85 71 2400 0,90 15,00 2,885 0,106 381,9 95,5 0,122 66,0 29,47 2400 0,90 16,00 2,826 0,104 373,9 99,7 0,122 73,3 26,36 2400 0,90 17,00 2,770 0,102 366,2 103,8 0,122 80,7 23,09 2400 0,90 18,00 2,716 0,100 358,9 107,7 0,122 88,0 19,68 2400 0,90 19,00 2,665 0,098 352,0 111,5 0,122 95,3 16,13 2400 0,90 20,00 2,616 0,096 345,3 115,1 0,122 102,7 12,45 2400 0,90 21,00 2,569 0,094 339,0 118,6 0,122 110,0 8,65 2400 0,90 22,00 2,524 0,092 332,9 122,1 0,122 117,3 4,73 2400 0,90 23,00 2,481 0,091 327,1 125,4 0,122 124,7 0,71 2400 0,90 24,00 2,439 0,089 321,5 128,6 0,122 132,0 -3,40 2400 0,90 25,00 2,399 0,088 316,1 131,7 0,122 139,3 -7,62 2400 0,90 26,00 2,361 0,086 310,9 134,7 0,122 146,7 -11,92 2400 0,90 27,00 2,324 0,085 306,0 137,7 0,122 154,0 -16,31 2400 0,90 28,00 2,288 0,084 301,2 140,6 0,122 161,3 -20,78 2400 0,90 29,00 2,254 0,082 296,6 143,3 0,122 168,7 -25,32 2400 0,90 30,00 2,221 0,081 292,1 146,1 0,122 176,0 -29,93 2400 0,90 31,00 2,189 0,080 287,8 148,7 0,122 183,3 -34,62 2400 0,90 32,00 2,158 0,079 283,7 151,3 0,122 190,7 -39,37 2400 0,90 33,00 2,128 0,078 279,7 153,8 0,122 198,0 -44,18 2400 0,90 34,00 2,099 0,077 275,8 156,3 0,122 205,3 -49,05 2400 0,90 35,00 2,071 0,076 272,0 158,7 0,122 212,7 -53,97 2400 0,90 36,00 2,044 0,075 268,4 161,0 0,122 220,0 -58,95 2400 0,90 37,00 2,018 0,074 264,9 163,4 0,122 227,3 -63,98 2400 0,90 38,00 1,992 0,073 261,5 165,6 0,122 234,7 -69,06 2400 0,90 39,00 1,967 0,072 258,2 167,8 0,122 242,0 -74,19 2400 0,90 40,00 1,943 0,071 255,0 170,0 0,122 249,3 -79,37 2400 0,90 41,00 1,920 0,070 251,8 172,1 0,122 256,7 -84,58 2400 0,90 42,00 1,897 0,069 248,8 174,2 0,122 264,0 -89,84 2400 0,90 43,00 1,875 0,068 245,9 176,2 0,122 271,3 -95,14 2400 0,90 44,00 1,853 0,067 243,0 178,2 0,122 278,7 -100,48 2400 0,90 45,00 1,832 0,067 240,2 180,1 0,122 286,0 -105,85 2400 0,90 46,00 1,812 0,066 237,5 182,1 0,122 293,3 -111,26 2400 0,90 47,00 1,792 0,065 234,8 184,0 0,122 300,7 -116,71 2400 0,90 48,00 1,773 0,065 232,3 185,8 0,122 308,0 -122,19 2400 0,90 49,00 1,754 0,064 229,8 187,6 0,122 315,3 -127,70 2400 0,90 50,00 1,736 0,063 227,3 189,4 0,122 322,7 -133,24 2400 0,90 51,00 1,718 0,062 224,9 191,2 0,122 330,0 -138,81 2400 0,90 52,00 1,700 0,062 222,6 192,9 0,122 337,3 -144,41 2400 0,90 53,00 1,683 0,061 220,3 194,6 0,122 344,7 -150,04 2400 0,90 54,00 1,666 0,061 218,1 196,3 0,122 352,0 -155,70 2400 0,90 55,00 1,650 0,060 216,0 198,0 0,122 359,3 -161,38 2400 0,90 56,00 1,634 0,059 213,8 199,6 0,122 366,7 -167,08 2400 0,90 57,00 1,618 0,059 211,8 201,2 0,122 374,0 -172,82 2400 0,90 58,00 1,603 0,058 209,8 202,8 0,122 381,3 -178,57 2400 0,90 59,00 1,588 0,058 207,8 204,3 0,122 388,7 -184,35 2400 0,90 60,00 1,574 0,057 205,8 205,8 0,122 396,0 -190,15 72 2400 0,90 61,00 1,560 0,057 204,0 207,4 0,122 403,3 -195,97 2400 0,90 62,00 1,546 0,056 202,1 208,8 0,122 410,7 -201,82 2400 0,90 63,00 1,532 0,056 200,3 210,3 0,122 418,0 -207,68 2400 0,90 64,00 1,518 0,055 198,5 211,8 0,122 425,3 -213,57 2400 0,90 65,00 1,505 0,055 196,8 213,2 0,122 432,7 -219,47 2400 0,90 66,00 1,493 0,054 195,1 214,6 0,122 440,0 -225,39 2400 0,90 67,00 1,480 0,054 193,4 216,0 0,122 447,3 -231,33 2400 0,90 68,00 1,468 0,053 191,8 217,4 0,122 454,7 -237,29 2400 0,90 69,00 1,456 0,053 190,2 218,7 0,122 462,0 -243,27 2400 0,90 70,00 1,444 0,052 188,6 220,1 0,122 469,3 -249,26 2400 0,90 71,00 1,432 0,052 187,1 221,4 0,122 476,7 -255,27 2400 0,90 72,00 1,421 0,052 185,6 222,7 0,122 484,0 -261,30 2400 0,90 73,00 1,409 0,051 184,1 224,0 0,122 491,3 -267,34 2400 0,90 74,00 1,398 0,051 182,7 225,3 0,122 498,7 -273,39 2400 0,90 75,00 1,388 0,050 181,2 226,5 0,122 506,0 -279,46 2400 0,90 76,00 1,377 0,050 179,8 227,8 0,122 513,3 -285,55 2400 0,90 77,00 1,367 0,050 178,5 229,0 0,122 520,7 -291,65 2400 0,90 78,00 1,356 0,049 177,1 230,2 0,122 528,0 -297,76 2400 0,90 79,00 1,346 0,049 175,8 231,4 0,122 535,3 -303,89 2400 0,90 80,00 1,336 0,048 174,5 232,6 0,122 542,7 -310,03 2400 0,90 81,00 1,327 0,048 173,2 233,8 0,122 550,0 -316,19 2400 0,90 82,00 1,317 0,048 171,9 235,0 0,122 557,3 -322,35 2400 0,90 83,00 1,308 0,047 170,7 236,1 0,122 564,7 -328,53 2400 0,90 84,00 1,299 0,047 169,5 237,3 0,122 572,0 -334,72 2400 0,90 85,00 1,289 0,047 168,3 238,4 0,122 579,3 -340,92 2400 0,90 86,00 1,281 0,046 167,1 239,5 0,122 586,7 -347,14 2400 0,90 87,00 1,272 0,046 166,0 240,6 0,122 594,0 -353,36 2400 0,90 88,00 1,263 0,046 164,8 241,7 0,122 601,3 -359,60 2400 0,90 89,00 1,255 0,045 163,7 242,8 0,122 608,7 -365,84 2400 0,90 90,00 1,246 0,045 162,6 243,9 0,122 616,0 -372,10 2400 0,90 91,00 1,238 0,045 161,5 245,0 0,122 623,3 -378,37 2400 0,90 92,00 1,230 0,045 160,4 246,0 0,122 630,7 -384,65 2400 0,90 93,00 1,222 0,044 159,4 247,1 0,122 638,0 -390,93 2400 0,90 94,00 1,214 0,044 158,4 248,1 0,122 645,3 -397,23 2400 0,90 95,00 1,206 0,044 157,3 249,1 0,122 652,7 -403,54 2400 0,90 96,00 1,199 0,043 156,3 250,1 0,122 660,0 -409,86 2400 0,90 97,00 1,191 0,043 155,4 251,2 0,122 667,3 -416,18 2400 0,90 98,00 1,184 0,043 154,4 252,1 0,122 674,7 -422,52 2400 0,90 99,00 1,176 0,043 153,4 253,1 0,122 682,0 -428,86 2400 0,90 100,00 1,169 0,042 152,5 254,1 0,122 689,3 -435,21 2400 0,90 101,00 1,162 0,042 151,5 255,1 0,122 696,7 -441,57 2400 0,90 102,00 1,155 0,042 150,6 256,1 0,122 704,0 -447,94 2400 0,90 103,00 1,148 0,042 149,7 257,0 0,122 711,3 -454,32 2400 0,90 104,00 1,142 0,041 148,8 258,0 0,122 718,7 -460,70 2400 0,90 105,00 1,135 0,041 147,9 258,9 0,122 726,0 -467,10 2400 0,90 106,00 1,128 0,041 147,1 259,8 0,122 733,3 -473,50 73 2400 0,90 107,00 1,122 0,041 146,2 260,8 0,122 740,7 -479,91 2400 0,90 108,00 1,115 0,040 145,4 261,7 0,122 748,0 -486,32 2400 0,90 109,00 1,109 0,040 144,5 262,6 0,122 755,3 -492,75 2400 0,90 110,00 1,103 0,040 143,7 263,5 0,122 762,7 -499,18 2400 0,90 111,00 1,097 0,040 142,9 264,4 0,122 770,0 -505,62 2400 0,90 112,00 1,090 0,039 142,1 265,3 0,122 777,3 -512,06 2400 0,90 113,00 1,084 0,039 141,3 266,2 0,122 784,7 -518,51 2400 0,90 114,00 1,078 0,039 140,5 267,0 0,122 792,0 -524,97 2400 0,90 115,00 1,073 0,039 139,8 267,9 0,122 799,3 -531,43 2400 0,90 116,00 1,067 0,039 139,0 268,8 0,122 806,7 -537,91 2400 0,90 117,00 1,061 0,038 138,3 269,6 0,122 814,0 -544,38 2400 0,90 118,00 1,056 0,038 137,5 270,5 0,122 821,3 -550,87 2400 0,90 119,00 1,050 0,038 136,8 271,3 0,122 828,7 -557,36 2400 0,90 120,00 1,044 0,038 136,1 272,1 0,122 836,0 -563,86 2400 0,90 121,00 1,039 0,038 135,4 273,0 0,122 843,3 -570,36 Com 24 minutos o volume excedente volta a zero e a bomba para de funcionar o volume do poço de transferência é determinado pela diferença dos volumes que entram e saem. Plotou-se a curva de recalque da bomba em função do tempo de concentração conforme a Figura 6.8. 900,0 800,0 700,0 V (m3) 600,0 VOLUME PRECIPITADO BOMBA 500,0 400,0 300,0 200,0 100,0 90 10 0 11 0 12 0 70 80 50 60 30 40 0 10 20 0,0 t (min) Figura 6.8 – Curva de recalque da bomba Fonte: Genpro Engenharia S.A. (2008). Para a operação do sistema foi considerada as seguintes condições: - Áreas contidas e não valvuladas tem contribuição direta para o sistema. 74 - Demais áreas contidas e valvuladas terão que permanecer com as válvulas fechadas durante as chuvas, e ao liberar sua contribuição, a abertura das válvulas é realizada de forma a não exceder a vazão das bombas do TQ 1230001, conforme representação nas Figura 6.9 e Figura 6.10. 1) OPERAÇÃO DURANTE A CHUVA: ÁREA CONTIDA ÁREA CONTIDA E CONTROLADA F Q=Pluvial Q=0 VAZÃO AFLUENTE AO TQ DE TRANSFERÊNCIA DE DRENAGEM CONTAMINADA W14 TQ-1230001 Figura 6.9 Operação do sistema contaminado durante a chuva Fonte: Genpro Engenharia S.A. (2008). 2) OPERAÇÃO APÓS A CHUVA: ÁREA CONTIDA ÁREA CONTIDA E CONTROLADA A Q=0 Q=CONTROLADA VAZÃO AFLUENTE AO TQ DE TRANSFERÊNCIA DE DRENAGEM CONTAMINADA W14 TQ-1230001 NOTA 1: A VÁLVULA DE SAÍDA DA ÁREA CONTIDA E CONTROLADA PARA O SISTEMA CONTAMINADO DEVERÁ TER SUA ABERTURA REALIZADA DE FORMA QUE A VAZÃO DE SAÍDA NÃO ULTRAPASSE A VAZÃO DAS BOMBAS DO TQ 1230001 NOTA 2: CONSIDERAR SEMPRE A CONDIÇÃO DE ESCOAMENTO DE UMA ÁREA CONTROLADA POR VEZ. Figura 6.10 Operação do sistema contaminado após a chuva Fonte: Genpro Engenharia S.A. (2008). 75 7 ANÁLISE DOS RESULTADOS Conforme os cálculos do item 6.4.4 foram possíveis determinar as vazões para o sistema pluvial, que será lançado em uma rede existente para enfim serem lançados direto no corpo receptor, e as vazões para o sistema contaminado, que será encaminhado para o tanque TQ 1230001. Na Tabela 7.1 mostra os resultados dos cálculos realizados no item 6.4.4.2. Tabela 7.1 Drenagem Pluvial – Área da Nova Unidade Trecho Sub-Áreas de Coef. Drenagem - Escoam. CONCRETO TOTAL Sub- Total Montante Jusante A (m²) c Axc Axc PV1 PV2 PV3 PV4 PV5 PV2 PV3 PV4 PV5 CX 2059 1802 1256 1045 0,90 0,90 0,90 0,90 0,90 0,19 0,16 0,11 0,09 0,09 0,19 0,35 0,46 0,55 0,65 CP5 CP6 CP7 CP8 CP9 CP10 CP11 CP12 CP6 CP7 CP12 CP9 CP10 CP11 CP12 PV2 90 130 80 90 130 130 80 0,90 0,90 0,90 0,90 0,90 0,90 0,90 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 BL1 BL3 BL5 BL7 BL2 BL4 BL6 BL8 PV1 PV2 PV3 BL8 PV1 PV2 PV3 PV4 616 714 766 808 1443 358 490 237 0,90 0,90 0,90 0,90 0,90 0,90 0,90 0,90 CP1 CP2 CP3 CP4 BL4 CP3 BL6 BL8 130 80 130 90 C7 C8 C8 BL2 CAN1 CAN3 Tempo de Concentr. Áreas Acum. Percurso Int. Precip. Vazão Acumulado I Total min min mm/min mᶟ/s 0,51 0,46 0,19 0,13 5,00 5,51 5,98 6,17 6,11 3,692 3,637 3,590 3,570 3,576 0,1140 0,2107 0,2755 0,3300 0,3866 0,01 0,02 0,03 0,01 0,02 0,03 0,04 0,07 5,00 5,00 5,00 5,00 5,00 5,00 5,00 5,00 3,692 3,692 3,692 3,692 3,692 3,692 3,692 3,692 0,0050 0,0122 0,0166 0,0050 0,0122 0,0194 0,0238 0,0404 0,06 0,06 0,07 0,07 0,13 0,03 0,04 0,02 0,06 0,06 0,07 0,07 0,13 0,03 0,04 0,02 5,00 5,00 5,00 5,00 5,00 5,00 5,00 5,00 3,692 3,692 3,692 3,692 3,692 3,692 3,692 3,692 0,0341 0,0395 0,0424 0,0447 0,0799 0,0198 0,0271 0,0131 0,90 0,90 0,90 0,90 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,02 0,01 5,00 5,00 5,00 5,00 3,692 3,692 3,692 3,692 0,0072 0,0044 0,0116 0,0050 700 0,90 0,06 0,06 0,06 5,00 5,00 3,692 3,692 0,0388 0,0388 CAN2 CAN2 1171 405 0,90 0,90 0,11 0,04 0,11 0,04 5,00 5,00 3,692 3,692 0,0648 0,0224 CAN4 CAN6 CAN5 CAN5 1040 784 0,90 0,90 0,09 0,07 0,09 0,07 5,00 5,00 3,692 3,692 0,0576 0,0434 CAN2 CAN5 0,14 5,00 3,692 0,0873 CAN5 CANAL EXIST 0,31 5,00 3,692 0,1883 76 Na Tabela 7.2 mostra os resultados dos cálculos realizados no item 6.4.4.3. Tabela 7.2 Drenagem Pluvial – Área de Carregamento de Caminhões Trecho Montante Jusante Sub-Áreas de Coef. Drenagem - Escoam. CONCRETO TOTAL A (m²) Tempo de Concentr. Sub- Total Áreas Acum. Percurso c Axc Axc min Int. Precip. Vazão Acumulado I Total min mm/min mᶟ/s 5,00 3,692 0,0613 6,44 3,543 0,0295 5,00 3,692 0,0563 1,48 4,127 0,0629 CAN10 CAN11 1107 0,90 0,10 0,10 CAN12 CAN11 554 0,90 0,05 0,05 CAN15 CAN16 1017 0,90 0,09 0,09 CAN17 CAN16 509 0,90 0,09 0,09 CAN16 CAN11 0,18 5,00 3,692 0,1126 CAN11 CANAL1 0,33 5,00 3,692 0,2046 CAN12 CAN13 506 0,90 0,05 0,05 5,00 3,692 0,0280 CAN14 CAN13 2089 0,90 0,19 0,19 6,77 3,512 0,1100 CAN17 CAN18 464 0,90 0,04 0,04 5,00 3,692 0,0257 CAN19 CAN18 1277 0,90 0,04 0,04 1,85 4,076 0,0284 CAN18 CAN13 0,08 5,00 3,692 0,0514 CAN13 CANAL2 0,32 5,00 3,692 0,1951 1,44 1,48 1,77 1,85 77 Na Tabela 7.3 mostra os resultados dos cálculos realizados no item 6.4.4.4 Tabela 7.3 Drenagem Contaminada – Área da Nova Unidade Trecho Montante Jusante Sub-Áreas de Coef. Drenagem - Escoam. CONCRETO TOTAL A (m²) c Axc Axc Sub- Total Tempo de Concentr. Int. Precip. Vazão I Pluvial min mm/min mᶟ/s 5,00 3,692 0,047 Áreas Acum. Percurso Acumulado min C1 C2 854 0,90 0,08 0,08 C2 C3 625 0,90 0,06 0,13 1,13 6,13 3,574 0,079 C3 C4 0,13 0,43 6,56 3,532 0,078 C5 C4 5,00 3,692 0,011 C4 C6 6,62 3,526 0,083 C12 C13 0,09 5,00 3,692 0,058 C13 C11 0,09 5,00 3,692 0,058 C7 C8 0,08 5,00 3,692 0,051 C8 C6 0,08 5,00 3,692 0,051 C6 C10 0,15 0,36 6,98 3,492 0,083 C10 C11 0,14 0,11 7,08 3,482 0,082 C11 C17 0,24 0,08 7,16 3,474 0,137 C14 C15 0,100 C15 C16 0,100 C16 C17 0,100 C17 C18 C18 TQ 1230001 200 0,90 0,02 0,02 0,14 1054 919 0,90 0,90 0,09 0,08 0,06 0,24 0,16 7,32 3,459 0,137 0,24 0,24 7,56 3,437 0,136 78 O caminhamento, inclinação (i) diâmetros tubulações e/ou largura de canaletas foram dimensionados conforme a vazão de cada trecho e a elevação da topografia do terreno conforme a Figura 7.1. Para canais trapezoidais o procedimento é o mesmo, substituindo pela seção correspondente ao projeto. Figura 7.1 – Dimensionamento hidráulico Foi adotado em tubulações um percentual de uso de 67% da área de seção do tubo. No caso de canaleta foi mantida uma borda seca mínima de 5 cm. As velocidade e declividades também foram fixadas limites: velocidade mínima para canais, canaletas e dutos = 0,60 m/s velocidade máxima – canais e canaletas = 4,00 m/s - dutos = 2,00 m/s declividade mínima = 0,0006 m/m declividade máxima = deve ser limitada pela velocidade 79 Na Tabela 7.4 mostra os cálculos para o dimensionamento da tubulação para drenagem de água pluvial na área da Nova Unidade. Tabela 7.4 Dimensionamento da Tubulação de Drenagem Pluvial – Área da Nova Unidade TUBULAÇÃO Trecho Montante Vazão Jusante Diâmetro Extensão Decliv. Tirante Veloc. CANALETAS Seção LÂMINA Veloc. Total φ L i Y/D v b h v m³/s m m m/m % m/s m m m/s 0,40 0,10 0,92 PV1 PV2 PV2 PV3 0,1140 0,2107 0,60 0,60 28,50 29,75 0,0020 0,0020 45 66 0,92 1,07 PV3 PV4 0,2755 0,60 17,24 0,0040 63 1,49 PV4 PV5 0,3300 0,80 9,63 0,0020 53 1,21 PV5 CX 0,3866 0,80 25,54 0,0020 59 1,26 CP5 CP6 0,0050 0,15 13,00 0,0030 56 0,49 0,62 CP6 CP7 0,0122 0,20 13,00 0,0030 61 CP7 CP12 0,0166 0,25 4,00 0,0030 50 0,67 CP8 CP9 0,0050 0,15 13,00 0,0030 56 0,49 CP9 CP10 0,0122 0,20 13,00 0,0030 61 0,62 CP10 CP11 0,0194 0,25 13,00 0,0030 56 0,69 CP11 CP12 0,0238 0,25 4,00 0,0030 64 0,73 CP12 PV2 0,0404 0,30 20,00 0,0030 66 0,83 BL1 PV1 0,0341 0,40 2,95 0,0030 37 0,79 BL3 PV2 0,0395 0,40 3,45 0,0030 40 0,82 BL5 PV3 0,0424 0,40 2,95 0,0030 42 0,84 BL7 BL8 0,0447 0,40 10,00 0,0030 43 0,85 BL2 PV1 0,0799 0,40 2,95 0,0030 62 0,98 BL4 PV2 0,0198 0,40 4,95 0,0030 28 0,68 BL6 PV3 0,0271 0,40 2,95 0,0030 34 0,75 BL8 PV4 0,0131 0,40 6,70 0,0030 23 0,60 CP1 BL4 0,0072 0,15 0,0050 60 0,65 CP2 CP3 0,0044 0,15 0,0050 44 0,58 CP3 BL6 0,0116 0,15 0,0050 85 0,69 CP4 BL8 0,0050 0,15 0,0050 48 0,60 54 1,00 C7 C8 0,0388 C8 BL2 0,0388 CAN1 CAN2 0,0648 0,0030 0,40 0,20 0,90 CAN3 CAN2 0,0224 0,0030 0,40 0,09 0,67 CAN4 CAN5 0,0576 0,0030 0,40 0,18 0,87 CAN6 CAN5 0,0434 0,0030 0,40 0,15 0,80 CAN2 CAN5 0,0873 0,40 0,0050 56 1,22 0,1883 0,50 0,0050 62 1,48 CAN5 CANAL EXIST 0,0050 0,30 0,0050 80 Na Tabela 7.5 mostra os cálculos para o dimensionamento das canaleta para drenagem da água pluvial na área de carregamento de caminhões. Tabela 7.5 Dimensionamento de Canaleta de Drenagem Pluvial – Área de Carregamento de Caminhões TUBULAÇÃO Trecho Montante Jusante CANALETAS Vazão Diâmetro Extensão Decliv. Tirante Veloc. Seção LÂMINA Veloc. Total ϕ L i Y/D v b h v l/s m m m/m % m/s m m m/s CAN10 CAN11 61,3 75,30 0,0030 0,40 0,17 0,87 CAN12 CAN11 29,5 37,70 0,0030 0,40 0,10 0,71 CAN15 CAN16 56,3 75,30 0,0030 0,40 0,17 0,85 CAN17 CAN16 62,9 37,70 0,0030 0,40 0,18 0,88 CAN16 CAN11 112,6 0,40 7,00 0,0050 66 1,29 CAN11 CANAL1 204,6 0,60 13,00 0,0050 48 1,51 CAN12 CAN13 28,0 75,30 0,0030 0,40 0,10 0,71 CAN14 CAN13 110,0 37,70 0,0030 0,40 0,28 1,00 CAN17 CAN18 25,7 75,30 0,0030 0,40 0,10 0,68 CAN19 CAN18 28,4 37,70 0,0030 0,40 0,10 0,69 CAN18 CAN13 51,4 0,40 7,00 0,0050 41 1,06 CAN13 CANAL2 195,1 0,60 13,00 0,0050 47 1,49 81 Na Tabela 7.6 mostra os cálculos para o dimensionamento das tubulações e canaletas para drenagem de efluentes contaminados. Tabela 7.6 Dimensionamento da Tubulação e Canaleta de Drenagem Contaminada – Área da Nova Unidade TUBULAÇÃO Trecho Montante Vazão Diâmetro Extensão Decliv. Jusante CANALETAS Tirante Veloc. Seção LÂMINA Veloc. Total ϕ L i Y Y/D v b h v mᶟ/s m m m/m m % m/s m m m/s C1 C2 0,0473 69,00 0,0050 0,30 0,18 1,02 C2 C3 0,0793 29,00 0,0050 0,30 0,26 1,13 C3 C4 0,0784 0,40 4,50 0,0050 0,21 52 1,19 C5 C4 0,011 0,20 20,00 0,0050 0,10 48 0,73 C4 C6 0,0835 0,40 26,00 0,0050 0,22 54 1,21 C12 C13 0,0584 0,40 42,00 0,0050 0,17 43 1,10 C13 C11 0,0584 0,40 8,00 0,0050 0,17 43 1,10 C7 C8 0,0509 82,00 0,0050 0,40 0,20 1,16 C8 C6 0,0509 0,20 7,90 0,0050 C6 C10 0,0826 0,40 7,60 0,0050 0,21 5654 1,22 C10 C11 0,0824 0,40 5,50 0,0050 0,21 53 1,20 C11 C17 0,1372 0,40 15,00 0,0070 0,27 67 1,54 C14 C15 0,1000 0,40 19,00 0,0050 0,24 61 1,26 C15 C16 0,1000 0,40 42,00 0,0050 0,24 61 1,26 C16 C17 0,1000 0,40 44,00 0,0050 0,24 61 1,26 C17 C18 0,1366 0,40 22,00 0,0070 0,27 67 1,54 0,1357 0,40 0,80 0,0070 0,27 67 1,54 C18 TQ 1230001 82 8 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES Com as metodologias utilizadas neste trabalho, como os Estudos de Chuvas Intensas para o Estado de São Paulo desenvolvido pelo DAEE-FCTH, sendo utilizada a equação para o município de Cubatão, e o Método Racional foi possível calcular as vazões de projeto que atenderá a Nova Unidade ampliada pela Óleo & Gás. Os cálculos demonstraram que a vazão a ser atendida para um TR = 20 anos, com tempo de concentração de 10 min é de 440 m³/h e que a vazão da Chuva Média necessária é de 220 m³/h, baseado no que foi definido Óleo & Gás, utilizando TR = 2 anos. O sistema de captação e transferência de água contaminada (sistema W4) projetos foi constituído de um poço de captação que receberá toda a drenagem contaminada da área da Nova Unidade. Este poço foi construído em concreto armado, e possui volume útil de 50 m³, para atender o liga/desliga das bombas. Em função da cota de chegada das tubulações de drenagem (-1,5m) e das características necessárias para a instalação de bombas verticais, o poço possui um volume total de aproximadamente 100 m³. Foram instaladas três Bombas de Drenagem Contaminada B-1230014 A/B/C, cada bomba com capacidade de 220 m³/h localizadas no poço de captação, sendo que de forma normal apenas uma bomba irá operar e desta forma atenderá a Chuva Média da Unidade Nova. Caso ocorra a chuva de 20 anos, através de aumento do nível do poço partirá a segunda bomba. A terceira bomba será reserva. A vazão de efluentes contaminados é bombeada para um tanque de contenção para posterior descarte após os picos de chuva. A localização, capacidade e demais características deste tanque foram definidos pela Óleo & Gás. Para o sistema Pluvial Limpo (W5) a vazão calculada de 678m3/h é lançada no canal existente. 83 As indústrias estão sempre evoluindo seus processos para uma melhor eficiência na fabricação de inúmeros produtos de primeira necessidade para a sociedade e gerar lucro. Esta corrida tem outro lado onde normas disciplinam o uso dos recursos hídricos para minimizar os problemas de poluição ambiental, já bem conhecidos, causados pela emissão de efluentes nos corpos receptores. O comércio nacional e internacional já opta por produtos que seu processo esteja em conformidade com questões ambientais e de segurança, gerando uma concorrência maior. De olho neste novo cenário, a indústria precisou aperfeiçoar seus processos de infra-estrutura para se adequar as crescentes exigências na geração de efluentes e gestão da demanda de água. O sistema de drenagem de uma indústria vem não apenas com um meio por onde se descarta o que não se precisa, mas como um comunicador entre o progresso e a sustentabilidade. Como uma coleta seletiva de lixo, cabe aos diversos sistemas de drenagem separar as vazões com características diferentes para uma melhor eficiência dos sistemas de tratamento, garantindo economia devida ao: - reuso de fluídos antes descartados; - diminuição do volume de tanques de armazenamento; - diminuição dos gastos com manutenção de dispositivos de drenagem onde seu material não é compatível com o fluido que transporta; - com estudos hidrológicos evita-se o superdimensionamento do sistema garantindo escoamento de vazões máximas prevista para um período de retorno admitido; - durabilidade e segurança; - melhor encaminhamento das linhas. A água é um recurso de vital importância para os seres humanos e sua disponibilidade está cada vez mais limitada. A otimização do uso e reuso da água deve ter mais destaque entre os diversos setores que dependem deste recurso. Em muitas as atividades industriais é tolerável utilizar água com grau de qualidade inferior ao da água potável. Investir no correto uso da água é a condição essencial para um melhor nível de desenvolvimento. 84 REFERÊNCIAS A TRIBUNA (São Paulo). Consulta geral a homepage. <http://atribunadigital.globo.com>. Acesso em: 06 maio 2009. Disponível em: AGÊNCIA NACIONAL DO PETRÓLEO GÁS NATURAL E BIOCOMBUSTÍVEIS ANP. CONSULTA GERAL A HOMEPAGE. Disponível em: <www.anp.gov.br>. Acesso em: 30 maio 2009. BROWN, Theodore L; LEMAY JUNIOR, H Eugene; BURSTEN, Bruce E. QUÍMICA: A CIÊNCIA CENTRAL. 9ª São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. 965 p. CENTRO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DE SÃO PAULO. Consulta geral a homepage. Disponível em: <http://www.ciesp.com.br/ciesp/>. Acesso em: 06 maio 2009. CHOW, Ven Te. OPEN - CHANNEL HYDRAULICS. Company, 1959. 679 p. Illinois: Mc Graw-hill Book COMPANHIA DE GÁS DE SÃO PAULO COMGÁS (São Paulo). GÁS NATURAL. Disponível em: <www.comgas.com.br>. Acesso em: 30 maio 2009. FERREIRA, Lidiane Garcia. 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