Infecções sexualmente transmissíveis Hepatite B • É uma doença infecciosa crónica do fígado, causada pelo vírus VHB. Estudos epidemiológicos demonstram que a hepatite B é responsável por 2 milhões de mortos por ano em todo o mundo, sendo a incidência extremamente elevada (70-95%) na Ásia, África subsaariana, América Latina, Médio Oriente e Leste da Europa, sendo a incidência média calculada em cerca de 27%. Por outro lado, as estatísticas confirmam, em todo o mundo, a existência de 200 milhões de portadores da hepatite B, o que corresponde a 5% da população. Define-se portador como o indivíduo que apresenta antigénios por um período superior a 6 meses. Como se transmite • O vírus está presente nos líquidos orgânicos, particularmente no sangue, no sémen, nas secreções vaginais e na saliva, daí que as principais vias de transmissão sejam a percutânea, a sexual e a vertical. A saliva pode ser veículo de transmissão através de mordeduras, não estando provadas outras formas de contágio pela saliva. • Estão descritos casos esporádicos e maior prevalência em algumas famílias de portadores sem que as vias de transmissão sejam conhecidas. É possível que nestes casos a transmissão percutânea inaparente desempenhe algum papel • A rejeição de dádivas de sangue de indivíduos com serologia positivas para o VHB e dos com alterações das aminotransferases reduziu de forma drástica a incidência de casos de hepatite pós-transfusional. A inactivação do vírus pelo calor nos derivados de sangue e a adopção de medidas mais rigorosas de higiene, a utilização de agulhas e outros materiais descartáveis e a esterilização de outros instrumentos médicos permitiu também uma redução acentuada de casos adquiridos em consequência de actos médicos • A transmissão parentérica continua a ser importante no grupo dos toxicodependentes com uso de drogas endovenosas. Os politransfundidos e os hemodialisados viram reduzido de forma clara o risco de aquisição da infecção, devido às alterações registadas no seu tratamento. Nos países de baixa prevalência, a transmissão sexual, sobretudo em indivíduos com múltiplos parceiros, constitui o modo de contágio mais frequente. • Têm ainda maior risco de aquisição da infecção os recém-nascidos de mães portadoras, os contactos caseiros dos portadores, equipas médicas, os homossexuais masculinos, os heterossexuais com parceiros múltiplos, reclusos, doentes internados em instituições psiquiátricas, agentes de forças policiais e outras instituições estatais. Como actua no organismo • Quando o vírus entra no corpo do seu novo hospedeiro, a sua resposta inicial, se passar pelo sistema imunitário, é infectar as células do fígado. O vírus ataca a membrana das células do fígado, penetra nas células hepáticas largando em seguida o seu DNA no núcleo da célula invadida, Induzindo estas a produzir cópias do vírus da hepatite B. Estas cópias do vírus vão ser libertadas da membrana das células do fígado para a circulação sanguínea e daqui podem infectar outras células do fígado, que se vão replicar. Contudo, ao longo da replicação, podem ocorrer erros originando cadeias diferentes ou cadeias mutantes da hepatite B. • A evolução da doença pode ser perigosa – os sintomas podem estar mascarados e não se manifestarem durante anos, mas o fígado vai ser afectado lentamente e a evolução pode desencadear cirrose ou mesmo carcinoma hepatocelular. • O CHC é um dos principais cancros que afectam a humanidade, sendo causado pela infecção crónica do vírus Vírus da hepatite B Para além da partícula infecciosa, existem outras partículas subvirais mais pequenas (20 nm de diâmetro), que podem ser encontrados no soro de um indivíduo infectado, de forma filamentosa e esférica. Estas formas são constituídas exclusivamente por antigénios de superfície, e como não contêm o genoma do vírus, não são infecciosas sintomas • Os sinais da doença surgem normalmente após uma fase de incubação de 20 a 180 dias, enquanto o vírus se multiplica nas células hepáticas. Na maior parte dos casos, a doença aguda é assintomática, surgindo por vezes com os mesmos sintomas da gripe (febre, náuseas, vómitos, falta de apetite, debilidade, mal-estar geral e fadiga) precedido, em certos casos, de uma alteração da cor da urina, que se torna escura, e das fezes, que se tornam claras e dos olhos e pele, que adquirem uma coloração amarela. prevenção • O objectivo da prevenção da hepatite B é diminuir a incidência da doença e assim minorar as graves consequências que a evolução crónica pode acarretar. Algumas medidas gerais de prevenção são importantes: • vigilância e declaração dos casos: • informação e aconselhamento dos doentes (não partilhar objectos pessoais eventualmente contaminados – lâminas, escovas dentárias, tesouras, roupas interiores, usar barreiras protectoras nas relações sexuais,...); • usar luvas no manuseamento de sangue e outros produtos orgânicos; • seleccionar os dadores e recusar as dádivas pagas. • A vacina da hepatite B é eficaz, segura, e confere imunidade em cerca de 90-95% dos casos. Os imunodeprimidos, os infectados por VIH, os diabéticos, os obesos, os fumadores e os idosos respondem pior à vacinação. A vacina é administrada em três doses, em geral aos 0, 1 e 6 meses, embora esquemas de imunização mais rápida possam também ser utilizados (a taxa de imunização é, contudo, mais baixa). A revacinação é feita em caso de falha da imunização inicial, que acontece em 5 a 10% dos casos tratamento • A hepatite B é uma doença em que cerca de 90% dos casos evolui naturalmente para a cura. • tratamento dos doentes com hepatite B aguda envolve decisões sobre: • duração do repouso; • escolha de uma dieta; • valor de diversos fármacos específicos (não existe nenhum fármaco antiviral que se tenha mostrado capaz de alterar o curso da hepatite B consistentemente). • Acerca do repouso, na fase aguda da doença – fase sintomática – deve-se tomar uma atitude liberal, pois é preferível do que obrigar o doente ao repouso. De um modo geral, as crianças retomam a actividade normal mais depressa que os adultos. A dieta é regulada pelo doente; enquanto este manifestar anorexia devem-se fornecer líquidos. Quando o doente volta a ter apetite, recomenda-se o fornecimento de uma dieta normal, nutritiva e equilibrada. Não existe qualquer contraindicação relativamente à ingestão de lípidos, desde que esta seja feita em quantidades moderadas. Não são indicados durante a fase aguda da doença, corticosteróides e agentes virais • Os doentes com hepatite B crónica activa são submetidos a um tratamento com um antivírico, sendo os seguintes os objectivos de um tratamento precoce: • erradicar o VHB; • diminuir a infecciosidade; • evitar e evolução para a cirrose hepática e hepatoma. • Outra forma de tratamento é o transplante hepático, que habitualmente é realizado quando existe cirrose hepática com a finalidade de prevenir complicações fatais (o principal problema é que pode acontecer uma reacção do vírus após o transplante) bibliografia • http://images.google.pt/imgres?imgurl=http://evu nix.uevora.pt/~sinogas/TRABALHOS/2001/Imun o01_Hepatite%2520B_files/image009.jpg&imgre furl=http://evunix.uevora.pt/~sinogas/TRABALH OS/2001/Imuno01_Hepatite%2520B.htm&h=348 &w=456&sz=30&hl=ptPT&start=7&tbnid=jhEsXVKF9TkE8M:&tbnh=98 &tbnw=128&prev=/images%3Fq%3Dhepatite%2 BB%26gbv%3D2%26hl%3Dpt-PT%26sa%3DG • http://www.unimedro.com.br/img/noticias/Images/hepatiteb.jpg • http://www.anvisa.gov.br/paf/viajantes/mapa_hepat ite_b.gif • http://www.pfizer.pt/saude/inf_doen_parent.php • Daniel Monteiro • Nº5 11ºB