ISSN 2316 2953 fator vida Prevenção é saúde Publicação da federação Brasileira de hemofilia • Ano 02 • Edição 07 • julho-setembro 2013 Trabalho coletivo Associações estaduais devem estar diretamente relacionadas à melhoria do tratamento e ao acesso à informação Fatores SAÚDE TRATAMENTO Representante da WFH acredita no potencial e elogia os avanços brasileiros na área Doença de von Willebrand: Diagnóstico dificultado pelas semelhanças com a hemofilia Reconheça os diferentes tipos de tratamento e a responsabilidade de pacientes e familiares 2 Julho - setembro 2013 NESTE NÚMERO 10 cenário As associações estaduais transmitem informações e promovem integração entre as pessoas com coagulopatias 06 Fatores Luisa Durante, gerente do programa regional para as Américas da Federação Mundial de Hemofilia 16 22 26 saúde Exemplo tratamento Veja quais são os sintomas e principais tratamentos para a doença de von Willebrand A história da estudante Aminadabe Lima, que possui a doença de von Willebrand e teve um diagnóstico tardio Êxito no tratamento depende da pessoa com hemofilia, da familia e da equipe multidisciplinar do CTH 30 32 Em tempo NA REDE Com a palavra, a Federação Brasileira de Hemofilia (FBH) Em artigo, o procurador Carlos Henrique Lima opina sobre o direito à informação, focado em coagulopatias Confira como foram os eventos que tiveram a participação da FBH e associações regionais 34 Agenda © Shutterstock 04 editorial Confira os principais congressos e cursos programados para os próximos meses e programe-se! julho - setembro 2013 3 editorial A integração em destaque No último editorial da Fator Vida, ressaltamos a importância da informação como ferramenta primordial para que as pessoas com hemofilia e demais coagulopatias possam lutar pelos seus direitos em relação ao tratamento equânime e as melhores práticas disponíveis no Brasil. Essa nossa preocupação em oferecer informação aos leitores da revista também está presente nas páginas a seguir. A matéria da seção Tratamento explica as diferenças entre profilaxia primária, profilaxia secundária de curta e de longa duração, imunotolerância e tratamento sob demanda. Também nesta sétima edição, falamos mais sobre os sintomas e as formas de tratamento da Doença de Von Willebrand (DVW) – em parte semelhantes aos da hemofilia –, em duas matérias sobre o assunto: a primeira em Saúde, que explica tudo sobre a coagulopatia, e a outra em Exemplo, com a história de uma pessoa que convive com a coagulopatia. Indo mais à frente, buscamos trazer à tona outro aspecto importante para a disseminação das informações. Estamos falando da integração necessária que se dá a partir do interesse, da organização e da participação dos membros das associações, federações e grupos locais de apoio às pessoas com hemofilia e demais coagulopatias. A atuação dessas instituições é tema da matéria de capa, na editoria Cenário. Por meio do trabalho realizado nos estados, é possível conhecer pessoas em situações semelhantes, participar de ações e compartilhar desse valioso intercâmbio. Por fim, confira entrevista exclusiva com a gerente do Programa para as Américas da Federação Mundial de Hemofilia (WFH, sigla em inglês), Luisa Durante. Tenham todos uma ótima leitura! Tania Maria Onzi Pietrobelli Presidente da Federação Brasileira de Hemofilia ISSN 2316 2953 FATOR VIDA é uma publicação trimestral da Federação Brasileira de Hemofilia distribuída gratuitamente para pessoas com hemofilia, von Willebrand e outras coagulopatias hereditárias e profissionais da saúde. O conteúdo dos artigos é de inteira responsabilidade de seus autores e não representa necessariamente a opinião da FBH. Jornalista responsável Roberto Souza (Mtb 11.408) Editor-chefe Fábio Berklian Editor Rodrigo Moraes SUBEditorA Tatiana Piva Reportagem Anderson Dias, Marina Panham e Samantha Cerquetani REVISÃO Paulo Furstenau Projeto Editorial Fábio Berklian Projeto Gráfico Luiz Fernando Almeida Designers Felipe Santiago, Leonardo Fial e Luiz Fernando Almeida Tiragem 6.000 exemplares IMPRESSÃO Gráfica Mundo Av. Itália, 325, Sl. 204, São Pelegrino, Caxias do Sul – RS – 95010-040 54 3224.1004 [email protected] www.hemofiliabrasil.org.br 4 Julho - setembro 2013 Rua Cayowaá, 228, Perdizes | São Paulo - SP | CEP: 05018-000 11 3875-6296 | [email protected] www.rspress.com.br fatores julho - setembro 2013 5 fatores Reconhecimento internacional Gerente do Programa Regional para as Américas da WFH acredita que o Brasil ainda tem espaço para progredir no tratamento da hemofilia, e considera o País um exemplo a ser seguido POR Samantha Cerquetani Graduada em desenvolvimento internacional e antropologia no Canadá, Luisa Durante atua há anos em Organizações Não Governamentais (ONGs) locais e internacionais. Atualmente trabalha na Federação Mundial de Hemofilia (WFH, sigla em inglês) como gerente do Programa Regional para as Américas. Nessa posição, ela acompanha toda a evolução no tratamento de pessoas com coagulopatias em países com problemas socioeconômicos. Recentemente, esteve no Brasil para participar do Simpósio Fator Vida e expôs a missão e os desafios da WFH. Em entrevista exclusiva, ela destaca em que pontos o Brasil ainda precisa avançar, mas afirma que o considera um exemplo para os outros países da América. Confira na íntegra: Como é seu trabalho na WFH? Sou gerente do Programa Regional para as Américas, responsável pela gestão e execução de programas no continente. Minha principal tarefa é garantir uma coordenação eficaz, desenvolvimento, monitoramento, relatórios e avaliação de programas e iniciativas locais. O que significa para a senhora atuar na área? É muito gratificante estar nessa posição, e é um privilégio presenciar os avanços das realidades das pessoas com distúrbios hemorrágicos nas Américas. Fazemos um trabalho 6 julho - setembrO 2013 humano, em parceria com organizações, profissionais de saúde e autoridades da área para desenvolver o cuidado e a sustentabilidade adequados. Temos a intenção de ser solidários e úteis para esses países. O acesso aos cuidados de saúde é um direito fundamental que é importante defender. Gosto muito dessa parceria, e de nossos esforços conjuntos para alcançar mudanças positivas para as pessoas com distúrbios hemorrágicos. Também sou grata pelo que aprendo diariamente com nossos membros, que igualmente trabalham em conjunto para que ocorram mudanças e alcancemos nossos objetivos. Quais são os objetivos da Federação Mundial? Nossa visão de “tratamento para todos” é a de que um dia todas as pessoas com um distúrbio de sangramento receberão o devido cuidado, não importa onde vivam – é o que trabalhamos em parceria com nossos membros, a comunidade médica e autoridades de saúde. Por isso, a missão da WFH é melhorar os cuidados para pessoas com distúrbios hemorrágicos hereditários ao redor do mundo. Fazemos isso por meio do uso de nosso modelo de desenvolvimento para a criação de atendimento sustentável para essas pessoas. Quais as expectativas da WFH em relação à FBH? Um de nossos principais objetivos foi o de ajudar a fortalecer a FBH como uma organização e consolidá-la como uma entidade. Ao longo dos anos, a FBH cresceu e evoluiu muito. Todas as organizações passam por diferentes estágios de crescimento desde o início de sua criação, até que amadureçam © RS Press / Divulgação fatores na garantia de que todos tenham o tratamento adequado. Resumindo, nosso objetivo é fornecer orientação contínua, e visamos à melhoria das áreas mencionadas e avaliamos com todos esses parceiros como podemos continuar a desenvolver o cuidado de forma sustentável. Luisa Durante destaca as expectativas da WFH em relacão à FBH e tornem-se sustentáveis. A FBH está atualmente em uma nova fase de desenvolvimento, se reestruturando, avaliando estrategicamente como manter os avanços obtidos e se consolidando cada vez mais. Em sua opinião, no que o Brasil ainda precisa avançar? A WFH começou há vários anos sua colaboração com a FBH, a comunidade médica e o Ministério da Saúde para melhorar o atendimento e tratamento no Brasil, e ao longo desse período temos sido testemunhas de importantes avanços e mudanças. Além disso, com a introdução de terapias como a profilaxia primária, secundária e indução de tolerância imunológica (imunotolerância), foi possível que esses indivíduos tivessem melhor qualidade de vida. O Brasil é muito grande, e é um desafio constante ampliar os serviços de saúde em áreas como problemas músculo-esqueléticos e No Simpósio Fator Vida a senhora afirmou que o Brasil tornou-se um exemplo para outros lugares do mundo. Por quê? Quando a WFH começou a trabalhar no Brasil, existia uma enorme necessidade de organizar a prestação de cuidados e de estabelecer o diagnóstico e cadastro nacional corretos. Ao longo dos anos temos visto uma compreensão da necessidade de proporcionar igualdade de tratamento em todo o País e desenvolver estrategicamente um programa nacional de hemofilia que fosse sustentável. O modelo, que foi desenvolvido pelo Ministério da Saúde, é uma abordagem que permite a sustentabilidade para esses indivíduos. É necessário julho - setembrO 2013 7 fatores avaliar continuamente as necessidades de pessoas com coagulopatias, saber quais são os passos para alcançar melhor assistência clínica que promova a sustentabilidade a longo prazo e que melhorias estão sendo feitas na qualidade de vida. Hoje mais de 13 mil pessoas foram diagnosticadas, o que é magnífico, e quantitativo de UI per capita é também um dos mais altos da região no momento. O que a experiência no Brasil trouxe de positivo? A experiência no Brasil mostra a importância de desenvolver a assistência de forma estratégica, otimizar todos os recursos disponíveis e estabelecer colaboração entre a FBH, as autoridades de saúde e a comunidade médica para alcançar melhorias na vida desses indivíduos. É maravilhoso ver como o tratamento evoluiu. Os avanços foram possíveis como resultado dessas claras coligação e estratégia em âmbito nacional para desenvolver a atenção adequada. Somos testemunhas dessas notáveis mudanças. É inspirador ver que as pessoas têm maior acesso aos cuidados e o impacto que isso tem sobre suas vidas, bem como suas famílias. Qual é a diferença entre o tratamento oferecido no Brasil e nos demais países da América Latina? Todos os países da América Latina são únicos no que diz respeito aos cuidados e tratamentos. Como um país pode avançar na melhoria e na prestação de cuidados, depende de vários elementos: o interesse em investir no atendimento; o clima po- 8 julho - setembrO 2013 “A experiência no Brasil mostra a importância de desenvolver estrategicamente a assistência, otimizar todos os recursos disponíveis e estabelecer colaboração entre a FBH, as autoridades de saúde e a comunidade médica para alcançar melhorias na vida desses indivíduos” Luisa Durante, gerente da WFH lítico e econômico; a união e a visão da comunidade do indivíduo, bem como a colaboração entre médicos e governo. No Brasil, a implementação de tal abordagem metodológica foi capaz de gerar mudanças significativas com a intenção de criar o cuidado sustentável. O Ministério da Saúde tem feito das desordens hemorrágicas uma prioridade, e isso teve grande impacto na melhoria dos cuidados em todo o País. de 2002 a 2008 aumento de 5% no número de crianças com distúrbios hemorrágicos que sobrevivem até a idade adulta nos países em desenvolvimento; mais de 225% de aumento na disponibilidade de produtos de tratamento desde 2001; a missão da WFH realizada em mais de 100 países e programas de atendimento nacional de hemofilia estabelecidos em 16 países, por meio da Aliança Global para o Progresso. Neste ano, a WFH fez 50 anos. Quais foram as principais realizações durante o período? Desde 1963, a WFH vem trabalhando globalmente para preencher a lacuna no atendimento e conseguir tratamento para todas as pessoas com hemofilia e outros distúrbios hemorrágicos hereditários, independentemente do local onde vivem. Neste momento, estamos refletindo sobre nossas realizações, metas e lições aprendidas. Os resultados são notáveis: identificação de 240 mil pessoas com coagulopatias; O que ainda precisa ser conquistado? Apesar do tremendo progresso feito ao longo dos últimos 50 anos, a maioria das pessoas com distúrbios hemorrágicos que vive nos países em desenvolvimento ainda não tem acesso a cuidados adequados. A WFH também reconhece que ainda há muitas necessidades não satisfeitas, e continua a trabalhar com a comunidade global para que o tratamento adequado esteja disponível para todo o mundo. fatores julho - setembrO 2013 9 cenário Parceiros de divulgação Associações estaduais transmitem informações importantes e promovem a integração entre as pessoas com hemofilia POR Samantha Cerquetani 10 julho - setembro 2013 © Shutterstock cenário “A informação leva ao melhor tratamento.” A frase da presidente da Federação Brasileira de Hemofilia (FBH), Tania Pietrobelli, define o quão importante é ter conhecimento sobre todas as possibilidades de tratamento, e como isso pode resultar em melhor atendimento e consequentemente uma qualidade de vida adequada para as pessoas com coagulopatias. Para tal, as associações estaduais atuam diretamente com esses indivíduos e familiares, dando suporte, apoio e principalmente informações para os pacientes associados, familiares, profissionais e leigos. Essas associações podem receber denominações diferentes, mas seus objetivos e constituição jurídica são bem parecidos. Têm a missão em comum de defender, em âmbito regional, os direitos de todas as pessoas com hemofilia, von Willebrand e demais desordens hemorrágicas hereditárias, garantindo a elas tratamento de qualidade, além de desfazer preconceitos perante a sociedade. “Por meio das associações é que os pais e filhos terão acesso ao que há de mais atual em tratamento. É importante ressaltar que nem todos os centros médicos estão atualizados ou têm disponibilidade para tratar essas pessoas da forma mais humanizada”, destaca a vice-presidente da FBH, Mariana Battazza Freire. Para ela, a troca de experiências é fundamental para resolver questões do cotidiano, trazer tranquilidade para os pais e mostrar que atualmente, devido à profilaxia, os indivíduos com coagulopatias conseguem ter uma vida normal, com muito menos intercorrências e com qualidade de vida. “Encontrar pessoas na mesma situação tranquiliza, torna tudo mais leve, sem grandes dúvidas, e o ambiente é completamente diferente de um hospital, por exemplo. Geralmente, nas associações, há aconchego, as informações são repassadas com tranquilidade, sempre com foco em quem tem a desordem hemorrágica hereditária”, opina. Direitos e deveres Ao todo, são 25 associações no País. Cada uma atua em um estado ou região determinada do estado, tendo por objetivo trabalhar juntamente com os hemocentros, que estão ligados às Secretarias Estaduais de Saúde. São grupos independentes, que podem ter seu próprio estatuto e que sobrevivem por meio de doações, de pessoa física ou jurídica. O principal objetivo das associações é defender os direitos individuais e coletivos de seus associados. Como representante do seu estado, é possível até mesmo procurar na Justiça as medidas necessárias para preservar a vida dessas pessoas e garantir seu bem-estar. “Essas associações são filiadas à FBH, que dá o suporte necessário para seu fortalecimento e julho - setembro 2013 11 cenário Confira a estadual mais próxima Acre Centro dos Hemofílicos do Estado do Acre (CHESAC) Telefone: (68) 9974-6587 E-mail: [email protected] Responsável: Francisca das Chagas do Nascimento Garcia Alagoas Associação dos Hemofílicos de Alagoas Telefone: (82) 3221-0008 E-mail: [email protected] Responsável: Alexsandro dos Santos Amapá Associação dos Hemofílicos do Amapá Telefone: (96) 9915-3630 E-mail: [email protected] Responsável: Claudionor de Oliveira Filho Amazonas Associação de Hemofílicos do Amazonas Telefone: (92) 3658-3065 E-mail: [email protected] Responsável: Sonia da Silva Guimarães Bahia Associação Baiana de Hemofílicos Telefone: (71) 3017-3822 E-mail: [email protected] Responsável: Wilson Azevedo Lima Brasília Associação e Casa dos Hemofílicos do Distrito Federal Telefone: (61) 8137-4904 E-mail: [email protected] Responsável: Raimundo Ferreira da Silva Ceará Associação dos Hemofílicos do Estado do Ceará Telefone: (85) 8629-1817 E-mail: [email protected] Responsável: Francisco Marcelino Rogério Filho Espírito Santo Associação dos Hemofílicos do Espírito Santo Telefone: (27) 3345-4377 E-mail: [email protected] Responsável: Maria Lucia Gozzi Goiás Associação dos Hemofílicos de Goiás Telefone: (62) 3291-2210 E-mail: [email protected] Facebook: http://goo.gl/mlyFYR Responsável: Jorge Pereira Porto 12 julho - setembro 2013 Maranhão Associação Maranhense de Hemofílicos Telefone: (98) 3238-2403 E-mail: [email protected] Responsável: Luiz Guilherme Torres de Azevedo Mato Grosso Associação dos Hemofílicos e Von Willebrand de Mato Grosso Telefone: (65) 3627-2933 E-mail: [email protected] Responsável: Celson Ribeiro Minas Gerais Centro dos Hemofílicos do Estado de Minas Gerais Telefone: (31) 3455-6866 E-mails: prosimeirepereiramota@yahoo. com e [email protected] Site: www.cheminas.xpg.com.br Responsável: Roberto Pereira Mota Pará Associação Paraense de Portadores de Hemofilia e Coagulopatias Hereditárias Telefone: (91) 3210-7522 E-mail: [email protected] Responsável: Christianne de Oliveira Costa Paraíba Sociedade de Hemofílicos da Paraíba Telefone: (83) 3245-4150 E-mail: [email protected] Responsável: Elias Marques Ferreira Paraná Associação Paranaense dos Hemofílicos Telefone: (41) 3328-3993 E-mail: [email protected] Responsável: Anderson Luiz da Silveira Pernambuco Sociedade Pernambucana de Hemofilia Telefone: (87) 3241-4319 E-mail: [email protected] Responsável: Synara Duarte Piauí Associação dos Hemofílicos do Estado do Piauí Telefone: (86) 3232-7059 E-mail: [email protected] Responsável: Isabel Virgília Batista de Carvalho Rondônia Associação dos Hemofílicos e Pessoas com Doenças Hemorrágicas Hereditárias de Rondônia Telefone: (69) 9981-6603 E-mail: [email protected] Responsável: Cristiane Garcia Rio de Janeiro Associação dos Hemofílicos do Estado do Rio de Janeiro E-mail: [email protected] Responsável: Mauricio Gonçalves de Oliveira Associação dos Hemofílicos e Pessoas com Doenças Hemorrágicas Hereditárias Telefone: (21) 2332-8611 – ramal 2246 E-mail: [email protected] Responsável: Emilio Antonio da Rocha Neto Rio Grande do Sul Associação dos Hemofílicos da Região Nordeste do Estado do Rio Grande do Sul (AHEMORS) Telefones: (54) 3221-4747/ (54) 8402-0984 E-mail: [email protected] Responsável: Tania Maria Onzi Pietrobelli Santa Catarina Associação dos Hemofílicos do Estado de Santa Catarina Telefone: (48) 3228-0918 E-mail: [email protected] Responsável: Paulo Ferreira São Paulo Centro dos Hemofílicos do Estado de São Paulo Telefone: (11) 5573-4814 E-mail: [email protected] Responsável: Maria Cecília C. Magalhães Pinto Sergipe Associação Sergipana de Hemofilia Telefone: (79) 8803-6943 E-mail: [email protected] Responsável: Glauber da Costa Tocantins Associação dos Hemofílicos de Tocantins Telefone: (63) 9963-1095 E-mail: [email protected] Responsáveis: José Carlos da Silva e Ibrahim Alves Fernandes © Shutterstock cenário Outras atribuições São também responsabilidades das associações: Filiar-se à FBH para receber suporte e orientação necessária para assegurar a qualidade do atendimento prestado a pacientes e familiares; Prestar orientação e apoio moral aos associados, bem como a seus familiares; Trabalhar junto às autoridades de saúde, para que proporcionem diagnósticos e tratamentos adequados, incluindo o fornecimento de medicamentos de qualidade em quantidade suficiente; Organizar treinamentos locais e regionais e participar dos eventos nacionais desenvolvidos ou apoiados pela Federação; Promover eventos e campanhas públicas de esclarecimento com o objetivo de educar, desfazer preconceitos e propiciar maior inserção social. sua representação nos estados, e as auxilia quando requisitada. Frequentemente há palestras para treinamento e buscamos sempre conhecer esses locais, as pessoas que passam por essa experiência, além de buscar melhorias”, conta Tania. A presidente também destaca que por meio desses encontros é possível reforçar que as pessoas com coagulopatias e seus parentes têm o dever de transmitir o que aprenderam para conscientizar médicos e a sociedade em geral. “Trata-se de um elo colaborativo. As associações são ferramentas de divulgação da informação, mas também cobram os deveres dos indivíduos com coagulopatias, assim como os deveres dos profissionais da saúde”, diz Mariana. O presidente da Associação dos Hemofílicos de Goiás, Jorge Porto, relata que no estado há cerca de 320 associados. Por lá são realizados diversos projetos, tais como oficina digital, visitas domiciliares para que sejam realizados acompanhamentos, distribuição de kits escolares, oficinas em universidades públicas e particulares e escolas, além de distribuição de panfletos próprios e outros produzidos pela FBH. “Temos a intenção de julho - setembro 2013 13 cenário capacitar as crianças com hemofilia para que busquem uma profissão, além de terem conhecimentos sobre as coagulopatias e possam discutir o assunto com outras pessoas”, diz. Ele ressalta ser importante a troca de experiências entre os associados, principalmente com os mais velhos: “Para os novatos, tentamos mostrar que é possível ter uma vida normal e principalmente expor como eles têm sorte por ter acesso a um tratamento adequado e não ter sequelas como os ‘veteranos’ nas coagulopatias”. Para dezembro, a FBH planeja realizar a 1a Oficina de Plano Estratégico e de Ação para Associações, com a função de continuar o trabalho de “Trata-se de um elo colaborativo. As associações são ferramentas de divulgação da informação, mas também cobram os deveres dos indivíduos com coagulopatia” Mariana Battazza Freire, vice-presidente da FBH qualificar e capacitar as associações, com treinamento teórico e prático, de acordo com os resultados do programa Hemofilia no Tom da Vida (confira o box) na Fundação Hemocentro de Brasília (FHB). “Todas as associações serão convidadas, pois os avanços alcançados são enormes, as pessoas com hemofilia hoje em dia não têm acesso apenas a um tratamento de sobrevivência, mas a um tratamento preventivo que visa à qualidade de vida. Por isso a responsabilidade e o comprometimento das associações deve ser ainda maior, para que realmente todos tenham acesso ao tratamento”, explica Tania. Hemofilia no Tom da Vida Criado em janeiro de 2011, o programa Hemofilia no Tom da Vida é uma campanha continuada pela internet promovida pela FBH com o apoio da indústria farmacêutica, que difunde informações e fornece ferramentas de gestão para as associações estaduais. Sendo assim, por meio do hotsite (www.hemofiliabrasil. org.br/notomdavida), após cadastro gratuito, é possível acessar um conteúdo que esclarece as principais dúvidas sobre hemofilia. Dentre os objetivos, destacam-se: treinar e capacitar as associações para um melhor 14 julho - setembro 2013 atendimento; assegurar que todos tenham a informação adequada; desenvolver novos líderes; identificar as necessidades de pessoas com hemofilia; identificar novos casos; conscientizar sobre a importância do tratamento; fortalecer a comunidade frente ao governo e contribuir para posicionar o Brasil como referência em tratamento de hemofilia. “Foram disponibilizados cinco módulos, cada um com três volumes, e há desde informações sobre hemofilia até como criar uma associação. Após a conclusão de cada módulo, a associação recebe um certificado”, explica Tania. A presidente relata que a campanha vem obtendo resultados positivos e que diversas entidades têm procurado a FBH buscando informações. De acordo com Porto, o programa mudou as rotinas das associações de todo o País: “Quem participa do Hemofilia no Tom da Vida tem acesso a técnicas importantes e consegue se capacitar. Desenvolvemos bastante em nosso objetivo, que é ter conhecimentos na área e conseguir transmiti-los para que as pessoas com coagulopatias assumam sua condição de saúde e sejam autores de sua própria história”, diz. © Shutterstock cenário julho - setembro 2013 15 saúde Desvendando a doença de von Willebrand Conheça os sintomas, tratamentos e semelhanças entre essa coagulopatia e a hemofilia POR Anderson Dias Embora desconhecida por boa parte da população e dos médicos, a Doença de Von Willebrand (DVW) é a coagulopatia hereditária mais comum em todo o mundo. Tecnicamente, a DVW caracteriza-se por uma deficiência quantitativa e/ou qualitativa do fator de von Willebrand, uma glicoproteína plasmática complexa sintetizada pelos megacariócitos e células endoteliais, aquelas que revestem a parede interna dos vasos sanguíneos. Seus sintomas são semelhantes aos da hemofilia, sendo assim seu diagnóstico correto demanda exames específicos e exige atualização de todos os profissionais da área da saúde. É importante ressaltar que o tratamento dessa coagulopatia proporciona uma vida normal a seus portadores. De acordo com a hematologista do Hospital Metropolitano, locali- 16 julho - setembrO 2013 zado no Espírito Santo, Alessandra Nunes Prezotti, o diagnóstico é um dos pontos mais complexos da DVW. “Dependendo do sítio funcional que se apresentar alterado, somente alguns testes estarão modificados, fazendo com que a investigação laboratorial exija um conjunto de determinações que avaliem quantitativa e qualitativamente o fator VIII e o Fator de Von Willebrand (FVW)”, explica. Outros dados que podem contribuir para um diagnóstico preciso são o histórico pessoal de sangramento, testes laboratoriais compatíveis com a DVW, tipo e história familiar positiva. O gene do distúrbio está localizado no braço curto do cromossomo 12. “Especificamente, os exames necessários para detectar o problema são a dosagem do FVIII:C, a dosagem do fator von Willebrand antígeno (FVW:Ag) e do A DVW é a coagulopatia hereditária mais comum em todo o mundo e seus sintomas são parecidos com os da hemofilia © Shutterstock saúde Cofator de Ristocetina (VWF:RCo), que mede a atividade do FVW”, detalha a especialista. Além disso, um ponto que deve ser observado com cuidado é que o fator de von Willebrand, presente no organismo de todas as pessoas, pode estar alterado sem que a pessoa, de fato, possua a DVW. “Os níveis do FVW podem variar com estresse, infecções, cirurgias, neoplasias, flutuações hormonais (por exemplo, na gestação), sendo muitas vezes necessário repetir os exames várias vezes até a conclusão diagnóstica”, explica. Realidade brasileira A exemplo da hemofilia, a DVW está na lista de coagulopatias tratáveis pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “O tratamento é garantido pelo Ministério da Saúde às pessoas com DVW cadastradas no Hemovida WEB Coagulopatias (HWC – ver Fator Vida edição no 6) ”, afirma Alessandra, completando que todos os procedimentos estão disponíveis nos Centros de Tratamento de Hemofilia (CTHs) de todo o País. Assim como os medicamentos e hemoderivados necessários para tratar a coagulopatia. São eles: FVW, os antifibrino- líticos e o DDAVP, na forma endovenosa e subcutânea, que pode ser utilizado inclusive em regime domiciliar, se for o caso. “Com a medicação e tratamento adequados, as pessoas com DVW levam uma vida normal. Grande parte dos indivíduos com a coagulopatia não tem sangramentos expressivos, ou apresenta sangramento apenas quando submetida a procedimentos invasivos”, pontua a especialista. Em todas as pessoas com a coagulopatia que apresentam sangramento, a ação imediata recomendada é julho - setembrO 2013 17 saúde a aplicação de medidas locais com DDAVP, antifibrinolíticos ou reposição dos fatores VIII ou FVW. Em 2006, o Ministério da Saúde lançou uma cartilha geral sobre a coagulopatia, explicando diagnóstico, tratamento, exames necessários e demais informações sobre a DVW. O documento é intitulado Manual de Diagnóstico e Tratamento da Doença de Von Willebrand, e expõe que a prevalência da DVW é de um caso para cada 100 habitantes brasileiros. No entanto, esse número pode ser maior, devido ao diagnóstico complexo e falta de contabilidade segura desse tipo de problema. “A menor prevalência em países subdesenvolvidos deve-se à subnotificação dos casos, pela dificuldade diagnóstica”, conta Alessandra. Semelhanças com a hemofilia Sangramentos, hematomas e algumas dores. Os sintomas da DVW são praticamente os mesmos da hemofilia. Esse é um dos fatores que dificulta o diagnóstico preciso da coagulopatia. De acordo com Alessandra, as pessoas com DVW podem ser confundidas com aquelas com hemofilia A leve, principalmente se forem do sexo masculino. Vale lembrar que uma das principais diferenças entre as coagulopatias está no sexo dos portadores: enquanto a hemofilia atinge apenas homens, a DVW, embora possível em ambos os sexos, tem maior prevalência entre as mulheres. Outras diferenças podem ser notadas nos tipos de sangramento. “Na DVW, as mucosas são os locais mais atingidos, sendo frequentes os sangramentos nasais (epistaxes) e nas gengivas (gengivorragias), bem 18 julho - setembrO 2013 como manchas roxas na pele (equimoses) e hipermenorragia, nas mulheres”, pontua a especialista. Já na hemofilia, os sangramentos mais frequentes ocorrem em articulações ou em forma de hematomas. De acordo com Alessandra, as pessoas com DVW tipo 2N, cujo problema está na ligação com o fator VIII, o único exame alterado é o FVIII:C, que deve estar baixo e também pode ser confundido com hemofilia. No que se refere a localidades geográficas, não existem registros de áreas com mais ou menos casos de DVW em comparação com a hemofilia. Detalhes diagnósticos Em novembro de 2010, o Ministério da Saúde, por meio da Coordenação Geral de Sangue e Hemoderivados, lançou o Manual de Diagnóstico Laboratorial das Coagulopatias Hereditárias e Plaquetopatias. O documento foi elaborado por seis profissionais com ênfase na área diagnóstica, entre eles a farmacêutica bioquímica do Laboratório de Hemostasia do Serviço de Hematologia do Hospital das Clínicas (HC) de São Paulo Tânia Rúbia Flores da Rocha. De acordo com a especialista, o diagnóstico da DVW é geralmente realizado em três etapas: identificação baseada na história clínica e em testes laboratoriais, diagnóstico e definição do tipo de DVW e caracterização do subtipo da coagulopatia. Os testes necessários para diagnóstico da DVW também são divididos em testes de triagem, testes confirmatórios e testes especiais. O primeiro tipo é dividido entre tempo de sangramento, contagem de plaquetas e Tempo de Tromboplastina Parcial Ativada (TTPA). Nos testes confirmatórios, são diagnosticadas a determinação do fator VIII:C, determinação plasmática do FVW antígeno, determinação da atividade do FVW e ligação do FVW ao colágeno. Na última etaFotos: © Shutterstock © Tipz / Divulgação saúde “Os níveis do FVW podem variar com estresse, infecções, cirurgias, neoplasias, flutuações hormonais (por exemplo, na gestação), sendo muitas vezes necessário repetir os exames várias vezes até a conclusão diagnóstica” Alessandra Prezotti pa, ou seja, nos testes especiais, são verificadas a agregação plaquetária induzida pela ristocetina e a capacidade de ligação ao fator VIII, além da análise multimérica do FVW. Na coleta de sangue de crianças, no momento do exame a agitação pode causar níveis falsamente elevados de FVW. Esse cenário pode ocorrer também em adultos que se sentem tensos para procedimentos com agulhas ou vendo sangue. Vale lembrar que a rede pública do Brasil não está integralmente preparada para diagnosticar a DVW. “No Brasil, até o momento existem muito poucos laboratórios especializados no problema”, lembra Tânia. A especialista, no entanto, relata que o Ministério da Saúde, em parceria com o Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, tem investido na formação de profissionais para atuar nesse tipo de diagnóstico em todos os hemocentros do País. Alessandra Prezotti, hematologista do Hospital Metropolitano de Serra (ES) julho - setembrO 2013 19 saúde 20 julho - setembrO 2013 saúde julho - setembrO 2013 21 EXEMPLO Enfim, o tratamento Com a doença de von Willebrand, estudante paraense recebeu diagnóstico tardio, mas hoje convive bem com os sintomas do distúrbio POR Anderson Dias O correto diagnóstico de doenças em geral requer informação atualizada para diversas especialidades médicas e profissionais de saúde. A estudante paraense de pedagogia e técnica em enfermagem Aminadabe Pereira Lima, 27 anos, é um exemplo claro disso. Ela possui a Doença de Von Willebrand (DVW), mas como os sintomas da coagulopatia são praticamente idênticos aos da hemofilia, o diagnóstico veio tardiamente, apenas em fevereiro de 2012. Após se internar para uma cirurgia de retirada de pedras na vesícula, a estudante sofreu alguns sangramentos severos. “Passei por diversos exames e diagnósticos, e uma amostra do meu sangue foi enviada para a Fundação Centro de Hemoterapia e Hematologia do Pará (Hemopa). E somente em setembro do ano passado foi confirmada a doença”, diz. Desde a infância, a paraense apresentava sintomas que deveriam ser analisados. “Em alguns momentos, havia sangue em minhas fezes, em outros, alguns he- 22 julho - setembrO 2013 Aminadabe Lima possui DVW e é apaixonada por música matomas apareciam sem que houvesse quedas ou traumas”, recorda. Quando menstruou pela primeira vez, aos 11 anos, Aminadabe também sofreu um forte sangramento, surpreendendo até mesmo os médicos que a atenderam. Apesar dos sintomas, os especialistas disseram que se tratava de síndrome do ovário policístico (problema de saúde que causa alterações no ciclo menstrual). Em 2006 e 2007, ela teve menstruações de aproximadamente três meses, seguidas de muitas dores. “Em 2009, tive minha primeira hemorragia anal. Depois, ocorreram problemas de sangramento em procedimentos como retirada de dente e também hemorragia pelo nariz”, lembra. O tratamento Mesmo antes de ser informada de que possuía DVW, os médicos do hospital onde ela estava internada decidiram iniciar o tratamento profilático com fator vW. ”A melhora foi quase instantânea, me senti muito bem. Os sangramentos cessaram junto com as dores. Como descobri o problema com atraso, é normal que algumas hemorragias tenham ocorrido dessa maneira.” Apesar dos momentos difíceis por que passou, ela faz questão de valorizar a eficiência do tratamento com o fator VIII/vW. Apaixonada © Aminadabe Lima/Arquivo pessoal © Hemopa/Divulgação © Reprodução EXEMPLO correto por música, a jovem voltou a praticar uma de suas atividades prediletas: as aulas de violino. “O tratamento com o fator VIII/vW tem dado resultados rápidos”, comemora. A estudante ressalta que aos poucos, a vida tem retornado à normalidade. “Vivi momentos difíceis, mas, de fato, tudo começou a se transformar após o diagnóstico de DVW”, afirma. O convívio diário com a coagulopatia foi outro ponto citado por Aminadabe: “Admito que, até por conta de todos os sangramentos e dores por que passei, fiquei desesperada. No entanto, após saber exatamente o que tinha e como tratar, comecei a acreditar que tudo ficaria bem”. A importância da informação O caso de Aminadabe é emblemático e pode ocorrer em outras regiões do Brasil. Um diagnóstico antecipado teria evitado diversos transtornos à paciente, já que os tratamentos oferecidos atualmente proporcionam uma vida normal às pessoas com coagulopatias. Em 2006, o Ministério da Saúde lançou seu último material informativo sobre a DVW. O Manual de Diagnóstico e Tratamento da Doença de Von Willebrand, em seu texto de apresentação, admite que há falta de conhecimento de médicos brasileiros acerca do distúrbio. O descobridor O médico finlandês Erik Adolf von Willebrand é quem dá nome à coagulopatia. O especialista foi o responsável pela primeira descrição do problema em 1925. Nesse ano, a hemofilia já era conhecida, mas poucos estudos eram realizados sobre o assunto. Até que o especialista recebeu uma paciente de cinco anos, das Ilhas Aland, com sangramentos. Ao analisar o caso, von Willebrand descobriu que quatro de seus 11 irmãos haviam morrido por hemorragia e que na família o problema era recorrente. Em 1926, publicou o trabalho Pseudo-Hemofilia Hereditária, que explanava sobre o distúrbio que posteriormente levaria seu sobrenome. Hemopa é onde a jovem foi diagnosticada corretamente e realiza seu tratamento julho - setembrO 2013 23 EXEMPLO Tratamento com fator VIII melhorou a qualidade de vida da estudante “Entre as doenças hemorrágicas hereditárias, trata-se da mais prevalente, chegando até a um caso para cada 100 habitantes. Não obstante, ainda é bastante subdiagnosticada em nosso meio, devido a vários fatores, tais como: desconhecimento da doença e das suas apresentações clínicas pelos profissionais de saúde, indisponibilidade de testes laboratoriais de diagnósticos e dificuldades técnicas para a realização destes testes”, expõe o documento do Ministério da Saúde. A cartilha também esclarece que a DVW geralmente é genética. Daí a necessidade de hematologistas, hemoterapeutas, patologistas, enfermeiros e profissionais de saúde em geral conhecerem bem todos os sintomas e opções de tratamento da DVW. Justamente para fazer com que essa informação seja divulgada entre portadores da coagulopatia, médicos e demais interessados no assunto, Aminadabe realiza um exercício quase diário: posta mensagens contando seus sintomas, efeitos do tratamento e procedimentos em geral na página oficial do Facebook da Federação Brasileira de Hemofilia (FBH) – facebook.com/Hemofilia. “É importante essa troca de informações, até para as pessoas chegarem aos hospitais, hemocentros e demais centros de tratamento com mais conhecimento sobre o assunto”, diz ela, que escreveu aberta- 24 julho - setembrO 2013 A troca de informações é importante para que todos cheguem ao local de atendimento com mais conhecimento mente na rede social todos os seus sintomas, dores e medos, na época em que ficou internada, assim como recentemente tem postado os avanços com o tratamento por meio do fator VIII/vW. Assumindo sua parte de “culpa”, ela relata que não tinha conhecimento sobre a DVW antes de seu diagnóstico. “Faltava informação sobre a DVW entre médicos e enfermeiros no hospital onde fui atendida inicialmente”, lembra. Religiosa, Aminadabe citou em diversos pontos de sua entrevista à Revista Fator Vida sua fé em Deus para superar os momentos difíceis que viveu antes de ser diagnosticada com a DVW. “Uma dica que repasso para quem descobriu recentemente ter DVW é manter a perseverança. É importante também se apegar àquelas pessoas que realmente nos amam. Esse apoio é fundamental”, opina. Ela se emociona ao dizer que a coagulopatia pode causar medo, mas que é ótima a sensação de ter vencido o problema. © Aminadabe Lima/Arquivo pessoal tratamento Responsabilidade mútua Direitos e deveres foram conquistados pelos brasileiros com hemofilia e outras coagulopatias hereditárias nos últimos anos. Na área desde a década de 1980, a hematologista Rosângela Ribeiro, do Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará (Hemoce), testemunhou essa evolução. A especialista recorda que, a partir dos anos 1990, o Ministério da Saúde passou a dedicar uma atenção maior às pessoas com hemofilia e, no final de 2011, programas de assistência a esses indivíduos, semelhantes aos de países desenvolvidos, começaram a ser instituídos 26 julho - setembrO 2013 A pessoa com hemofilia e seus familiares são tão responsáveis pelo êxito no tratamento quanto a equipe multidisciplinar do CTH POR Marina Panham no Brasil. “Ainda precisamos avançar, mas os programas estabelecidos no País melhoraram bastante a qualidade de vida dos brasileiros com hemofilia”, comemora. O tratamento sob demanda, por exemplo, é capaz de interromper um determinado sangramento existente. As profilaxias primária e secundária de longa duração previnem o desenvolvimento das artropatias hemofílicas, além de reduzirem outros sangramentos. A profilaxia secundária de curta duração previne a ocorrência de sangramentos em © Shutterstock © Hemoce/Divulgação tratamento articulações-alvo – que podem sofrer três ou mais sangramentos em um período de seis meses –, reduzindo as complicações dos sangramentos de repetição. Já a imunotolerância neutraliza o inibidor (anticorpo) em pessoas com hemofilia A grave. Rosângela enfatiza que qualquer protocolo de tratamento só terá êxito se a pessoa com hemofilia cumprir seu papel. Para que o resultado esperado seja alcançado, é fundamental a postura corresponsável do indivíduo com coagulopatia e de seus familiares, pois a maioria dos tratamentos é realizada em casa. No tratamento preventivo, os dias pré-determinados para a administração do fator devem ser mantidos e nunca alterados. A hematologista do Hemoce enfatiza que o caderno de controle – fornecido pelo Centro de Tratamento de Hemofilia (CTH) – deve ser preenchido regularmente com os episódios de sangramento e os dados sobre as infusões, e é necessário o comparecimento às consultas previamente agendadas. Caso surja alguma necessidade de fator profilático em um dia que não é o determinado para profilaxia, por exemplo, o indivíduo ter que fazer uma viagem longa de ônibus, ele deve receber uma dose nesse dia também, além das que já recebe habitualmente. Segundo a vice-presidente da Federação Brasileira de Hemofilia (FBH), Mariana Battazza Freire, o organismo já está acostumado a receber as doses nos dias marcados e não pode ficar descoberto quando Paciente recebe profilaxia no Hemoce Assistência cearense A hematologista do Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará (Hemoce) Rosângela Ribeiro conta que 459 pessoas com hemofilia estão cadastradas atualmente no hemocentro. Desse total, 418 possuem hemofilia A e 41 têm hemofilia B. São 82 pessoas no programa de profilaxia e 12 no de imunotolerância do Hemoce. Rosângela destaca que, em Fortaleza (CE), já foi iniciado o uso de fator recombinante em profilaxia primária para pessoas com hemofilia A com até 18 anos de idade. Paciente faz autoinfusão julho - setembrO 2013 27 tratamento ocorrer um imprevisto. Nesse caso, a anotação deve descrever o dia, a hora, a dose e o motivo pelo qual a dose extra foi utilizada. Ainda de acordo com Mariana, o mais importante é que seja realizada a anotação correta de seu tratamento no caderno de controle e que se saiba identificar a necessidade do uso do fator de demanda, além da profilaxia, quando necessário. No caso das doses sob demanda, deve-se ter ainda mais cuidado, observa a vice-presidente da FBH: a pessoa com hemofilia deve estar ciente de que três ou mais hemartroses em três meses já são indicação para o tratamento de radiosinoviortese, e o objetivo da profilaxia é que não haja sangramento. “Isso é responsabilidade da pessoa com coagulopatia também”, afirma Mariana. Confira as modalidades de tratamento para hemofilia e suas especificidades: Tratamento sob demanda Reposição de concentrado de fator para todas as pessoas com hemofilia e outras coagulopatias hereditárias após a ocorrência de algum episódio hemorrágico. A pessoa tem direito de levar até 12 doses de fator para seu domicílio para uso nestas circunstâncias. Não há limite de idade. Profilaxia secundária de curta duração Reposição de concentrado de fator por tempo determinado para o tratamento de sangramentos frequentes e complicações. Indicada para pessoas acima de três anos, sem limite de idade ou gravidade da hemofilia, após a ocorrência de três ou mais sangramentos em uma mesma articulação em um período de seis meses. As infusões podem ser administradas de uma a três vezes por semana e o tratamento pode durar de três a 12 meses. Sua realização não necessita de autorização prévia do Ministério da Saúde. Profilaxia primária Reposição de concentrado de fator de forma contínua e ininterrupta a longo prazo para crianças antes dos três anos de idade com hemofilia grave. No Brasil, a modalidade proposta foi a de doses escalonadas de uma a três vezes por semana. É realizada antes ou após a ocorrência da primeira hemartrose ou hemorragia grave. Profilaxia secundária de longa duração Reposição de concentrado de fator de forma contínua e ininterrupta a longo prazo para pessoas com hemofilia grave. Indicada para indivíduos com idade acima de três anos, sem limite de faixa etária, após a ocorrência de dois ou mais sangramentos em uma mesma articulação ou 28 julho - setembrO 2013 © Hemoce/Divulgação tratamento Apesar das recentes conquistas, a assistência à pessoa com hemofilia não é plena se não houver colaboração dos familiares e médicos Equipe multidisciplinar do Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará (Hemoce) hemorragia grave. A infusão pode ser administrada de uma a três vezes por semana, sem prazo de término - o perfil da pessoa vai determinar a indicação. Sua realização não necessita de autorização prévia do Ministério da Saúde. Imunotolerância Reposição de concentrado de fator de três a cinco vezes por semana. Indicada para casos de hemofilia A grave que desenvolvem inibidor (anticorpo) contra o fator. O objetivo do tratamento é neutralizar o inibidor. Sem limite de idade. Tratamento com duração variável entre dois e cinco anos. Neste caso, a profilaxia é realizada concomitantemente, com o uso de feiba ou fator VII ativado, dependendo de cada caso. O protocolo adotado é de baixas doses, mas dependendo do perfil da pessoa e da resposta a esse protocolo de baixas doses, existe a possibilidade de aumentar a dose do fator. Toda vez que o indivíduo visitar o CTH, ele deve apresentar essas informações para que a equipe multidisciplinar possa identificar se ele está cumprindo corretamente o protocolo de seu tratamento. O registro regular no caderno de controle indica se há necessidade de alteração no protocolo de tratamento. Mariana adverte que se há sangramento, principalmente nas articulações, os profissionais da equipe multidisciplinar do CTH onde é realizado o atendimento devem ser alertados. “O monitoramento pela equipe multidisciplinar deve ser constante, para que o tratamento alcance o maior êxito possível”, elucida Rosângela. E continua: “Se a pessoa com hemofilia nos dá subsídios sobre seu perfil de sangramento, temos como adaptar a frequência da infusão ou a dose do fator para evitar sangramentos repetitivos, principalmente os articulares, que podem provocar danos irreversíveis”. As equipes multidisciplinares dos CTHs e as pessoas com coagulopatias hereditárias, segundo Mariana, devem trabalhar em parceria em benefício do tratamento. Portanto, devem manter um diálogo de cooperação na busca do melhor resultado. julho - setembrO 2013 29 em tempo Direito ao acesso à informação É Dr. Carlos Henrique Martins Lima é procurador da República 30 julho - setembrO 2013 curioso saber que a falta de informação ainda seja um dos grandes fatores complicadores em determinadas situações. Ainda mais se pensarmos nos tempos atuais em que somos “bombardeados” por notícias e imagens, 24 horas por dia, e existam tantas formas de acesso a essas informações em diferentes plataformas, como TV, internet, smartphones, tablets. O acesso à informação é um direito. Um direito assegurado. Essa questão decorre basicamente da Lei do Direito à Informação conjugada ao direito de certidão que está presente na Constituição Federal, desde 1988. Essa questão aparece especificamente no caso das pessoas com hemofilia, em que boa parte do tratamento se dá via medicamento, os fatores de coagulação que inclusive são disponibilizados para uso domiciliar, com a questão da dose, e outros que são utilizados nas próprias unidades de saúde. Esses pacientes, não raro, ao buscarem as unidades de atendimento recebem a informação de que o fator está em falta e voltam para suas casas sem serem atendidos, inclusive muitos que se deslocaram para outras cidades em busca do tratamento. A resposta negativa gera um prejuízo enorme. Embora essa resposta seja negativa, eles voltam pra casa sem sequer um documento que comprove que estiveram na unidade de saúde e que não havia fator naquele momento. É aí que está o problema. Munidos dessas informações, no papel, sobre a falta do fator, fica muito mais fácil para que a pessoa possa exigir o devido atendimento, ou acionar as devidas instituições para defender seus direitos. Assim como facilita para os gestores, que passam a ter dados reais sobre os locais onde os fatores estão realmente em falta, onde há algum tipo de deficiência no atendimento, podendo assim se organizar. Recentemente a Procuradoria da República no Distrito Federal fez uma recomendação para a Secreta- em tempo ria de Saúde do Distrito Federal com o objetivo de garantir o fornecimento de uma certidão – ou documento equivalente – em que constasse, no mínimo, nome do usuário, unidade de saúde, data, hora e motivo da recusa de atendimento, a todos os usuários do SUS não atendidos pelas unidades de saúde, que a requeiram, de modo a dar cumprimento aos preceitos constitucionais e à Lei de Acesso à Informação. No caso do governo do Distrito Federal, fomos prontamente atendidos. Na mesma semana da recomendação (5 de junho), o governo disponibilizou no site uma certidão com essas informações básicas que podem ser exigidas pelo paciente e que são obrigação do serviço prestar. O que queríamos colocar para a Secretaria é que todo cidadão que procura o sistema de saúde ou uma unidade de atendimento, tem o DIREITO de receber uma resposta por escrito desse atendimento. Na verdade, a recomendação só alertava o gestor de que esse direito já existe. Decorre da Lei de Acesso à Informação, que independe de um processo de regulamentação e que já deveria estar sendo atendido. É isso que estamos sustentando e que conseguimos no Distrito Federal. Entretanto, precisamos espalhar essa prática por todo o País. O texto é muito claro e a ideia é singela. O desafio agora é fazer com que essa prática vire uma corrente e que essas pessoas tenham a consciência real sobre esse direito, e que os gestores se adaptem e se organizem para atender a esse direito. Esse deve ser um trabalho organizado, de formiguinha. Começa pelo que a própria Federação Brasileira de Hemofilia (FBH) vem fazendo a partir dos seus meios de comunicação, pela revista Fator Vida. Porque as pessoas realmente desconhecem que detêm o direito a esse documento. Portanto, se não o exigirem, tanto faz estar disponível ou não no serviço de saúde. Isso não vai funcionar. Primeiro precisamos informar as pessoas. E, por outro lado, as instituições que detêm alguma responsabilidade sobre o problema devem “forçar” na prática que esse atendimento seja equânime e universal dentro do País. Então isso passa pelas organizações e entidades representantes dos pacientes, como é o caso FBH, que têm o poder de discutir e disseminar esse tipo de prática e informação, como também passa pelo Ministério Público atuar junto às instituições para que elas também tenham esse conhecimento e possam adotar tais práticas. E nós já estamos fazendo esse encaminhamento junto ao Ministério da Saúde e também aos colegas do Ministério Público de outros estados e seguir com a disseminação dessas informações pelo Brasil todo. Faça sua parte, continue exigindo e exercendo seu direito como cidadão brasileiro! “Todo cidadão que procura uma unidade de saúde tem o direito a receber uma resposta por escrito desse atendimento. Precisamos espalhar essa prática por todo o País” Carlos Henrique Lima, procurador da República julho - setembrO 2013 31 NA REDE Livro reúne histórias de pessoas com hemofilia A Clínica de Hematologia do Hemocentro do Estado do Rio Grande do Sul (HEMORGS), com apoio da Associação dos Hemofílicos da Região Nordeste do Estado do Rio Grande do Sul (AHEMORS), da Federação Brasileira de Hemofilia (FBH) e da Fundação Estadual de Produção e Pesquisa em Saúde (FEPPS), promoveu o evento Reconstruindo a História da Hemofilia, no dia 17 de abril, em Porto Alegre (RS), em comemoração ao Dia Mundial da Hemofilia. Além de debates sobre os avanços no tratamento das coagulopatias e as novidades em termos de programas governamentais de distribuição de medicamentos, ocorreu o pré-lançamento e sessão de autógrafos do livro Essa é a minha história. A obra reúne textos de pessoas com hemofilia cadastradas no Hemocentro. Diretorias da FBH e da Hemobrás durante reunião realizada em 26 de junho Hemobrás e FBH fortalecem parceria Reunião entre a diretoria da Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás) e dirigentes da Federação Brasileira de Hemofilia (FBH), realizada em 26 de junho, fortaleceu a parceria entre as duas instituições. O diretor de Assuntos Estratégicos e Inovação da Hemobrás, Luiz Amorim, a chefe de Gabinete, Heloiza Machado, e os gerentes de Planejamento e Projetos, Gaspar Novelli, e de Incorporação Tecnológica, Antonio Edson Lucena, receberam a presidente da FBH, Tania Pietrobelli, e a vice-presidente, Mariana Battazza. Na ocasião, a diretoria da He- mobrás esclareceu dúvidas sobre o processo de transferência de tecnologia e sobre todas as medidas tomadas pela empresa, tanto pelo corpo técnico quanto dirigente, para garantir a qualidade dos medicamentos que serão produzidos em sua fábrica, em Goiana (PE). Heloiza Machado declarou que, a partir desse encontro, a Hemobrás manterá uma agenda regular de reuniões com a FBH e ampliará as relações com outras lideranças, de outras representações. Segundo ela, agendas como essa garantem mais transparência a todas as ações da estatal. WFH comemora 50º aniversário No dia 25 de junho, a World Federation of Hemophilia (WFH) comemorou seu 50º aniversário e lançou webcasts com os expresidentes da organização Brian O’Mahony e Mark W. Skinner, e o atual, Alan Weill. Nos vídeos, eles discorrem sobre suas experiências pessoais, principais eventos da WFH nas últimas cinco décadas e as perspectivas para o futuro da comunidade hemofílica mundial. Confira: www.wfh.org/50. 32 julho - setembrO 2013 © HEMORGS/Reprodução © Hemobrás/Divulgação © RS Press/Divulgação © AHEG/Divulgação Hemofilia na mídia A vice-presidente da Federação Brasileira de Hemofilia (FBH), Mariana Battazza, concedeu enMariana Battazza em gravação de entrevista para Rede CNT trevista ao programa Notícias & Mais, da Rede A FBH também ganhou destaque CNT, sobre tratamento profilático e sua importância para os pacientes no site da revista Trip. Em entrevista com hemofilia. A entrevista foi exi- à publicação, a cantora baiana Márbida pelo canal no dia 31 de julho e cia Castro falou sobre o trabalho reatambém contou com a participação lizado pela presidente da FBH, Tania da médica Nivia Foschi e do pacien- Pietrobelli, em prol do tratamento te Leandro Rufato, que recebe profi- das pessoas com hemofilia no Brasil, na seção Trip Transformadores. laxia há quatro anos. Ação Solidária à Comunidade promovida pela AHEG contempla 35 famílias Ação Solidária à Comunidade A Associação dos Hemofílicos do Estado de Goiás (AHEG) mantém projeto assistencial em Goiânia (GO) de ajuda às pessoas com coagulopatias e seus familiares. A Ação Solidária à Comunidade arrecada cestas básicas e fraldas e faz a distribuição para os sócios cadastrados no programa social. No dia 3 de agos- to, 35 famílias foram contempladas com as doações e mais uma etapa do projeto assistencial foi concluída. Na ocasião, a AHEG aproveitou para divulgar os avanços no tratamento da hemofilia e cobrar o comprometimento dos participantes com o tratamento, em prol de melhores resultados. Entrega de assinaturas coletadas pelo Movimento Saúde + 10 A Federação Brasileira de Hemofilia (FBH) participou da entrega de 1,5 milhão de assinaturas coletadas pelo Movimento Saúde + 10 no dia 5 de agosto, em prol do projeto de lei de iniciativa popular para o repasse efetivo e integral de 10% da receita bruta da União para a Saúde, alterando a Lei Complementar nº 141 de 13 de janeiro de 2012. O material será entregue ao presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), em Brasília. Presente na ocasião, a vice-presidente da FBH, Mariana Battazza, acredita que o momento político atual é propício para a união de diferentes entidades representativas das várias áreas que compõem a saúde, para somar forças. “Precisamos lutar não apenas em causa própria, mas também pela principal meta do Sistema Único de Saúde (SUS), que é a equidade, integralidade e universalidade do acesso à saúde.” julho - setembrO 2013 33 agenda Programe-se para conferir os eventos que ocorrem nos próximos meses e prepare-se para um segundo semestre repleto de importantes encontros da área HEMO 2013 DATA: 7 A 10 DE NOVEMBRO LOCAL: CENTRO DE CONVENÇÕES ULYSSES GUIMARÃES – BRASÍLIA(DF) INFORMAÇÕES: WWW.HEMO.ORG.BR Promovido pela Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH), o Congresso Brasileiro de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (HEMO 2013) é o maior evento da especialidade na América Latina. Na ocasião, acontecerá o 3o Fórum Educacional das Instituições de Apoio a Pacientes Portadores de Doenças Hematológicas ou Onco-Hematológicas. Participe! 1° Congresso Iberoamericano de Doenças Raras Data: 24 e 25 DE NOVEMBRO Local: Brasília (DF) INFORMAÇÕES: congressoiberoamericanodedrs. blogspot.com.br/ 24/09: Audiência Pública na Câmara dos Deputados – Comissão de Seguridade Social e Família. 25/09: Auditório Prof. José de Lima Acioli, do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Brasília, UnB. Prédio Multiuso II, Campus Universitário. Mais 5th EAST ASIA HEMOPHILIA FORUM KOREAN SOCIETY OF HEMATOLOGY AND THE KOREA HEMOPHILIA FOUNDATION DATA: 7 E 8 DE SETEMBRO LOCAL: SEUL – COREIA DO SUL INFORMAÇÕES: www.hematology.or.kr/2013EAHF WFH GLOBAL FORUM ON THE SAFETY AND SUPPLY OF TREATMENT PRODUCTS FOR BLEEDING DISORDERS DATA: 26 E 27 DE SETEMBRO LOCAL: MONTREAL – CANADÁ INFORMAÇÕES: [email protected] 34 julho - setembro 2013