Sacramento fflam DICCIONARIO BIBLIOGRÂPHIGO BRAZILEIRO 2» Vol. Reimpressão de Off-set Conselho Federal de Cultura 1970 Edição do CONSELHO FEDERAL (GB) — BRASIL DE CULTURA — 1970 UlCClONARIO BIBLIOGRÀPHIGO BRAZILEIRO PELO DOUTOR augusto licíoriuo âlWs Sacramento âfaiz DO INSTITUTO HISTÓRICO E ÔEOGRAPHICO BRAZILEIRO, DO ATHENEO DE LIMA, ETC. SEGUNDO VOLUME RIO DE JANEIRO 1893 Neste paiz quem não for dotado de muita força de vontade reunida á vocação irresistivel -para as lettras, cahirá desanimado quando pretender levar a effeito a publicação de qualquer trabalho de longo fôlego — tantos são os obstáculos com que tem de luctar antes de se pôr á prova da indiferença publica. E' por isso que nossa litteratura quasi que somente se compõe de pequenos volumes de versos, poucos romances possue e de quasi nenhum escriptor dramático consta mais de um trabalho, não obstante terem «sido promissoras as estréas dos. Pinheiro Guimarães, Achilles Varejão e Teixeira e Souza, Obras volumosas, qualquer que seja o assumpto, poucas, bem poucas existem e destas algumas, como o importantíssimo Direito Mercantil do sábio Visconde de Cayrú, quando chegam a ver luz após longo período de perambulação pelas typographias do Governo, ficam-se carcomendo pelas prateleiras dos Belchiores de livros. E desta sorte de quantas riquezas não estamos privados ! . . . E' tal a fatalidade que pesa sobre os escriptores, que mesmo aquelles que conseguem, á força de solicitações e boa vontade de amigos, ter esses escriptos entregues ás officinas do IV Estado, só após longos mezes de espera alcançam a ventura de ver sahir dos prelos um volume, quando já muitos dos acquisidores dos antecedentes ou tem morrido ou já não contam mais com a continuação da obra. E' dolorosa a gestação typographica desta minha pobre publicação. A 19 de janeiro de 1883 foi pelo Ministério da Fazenda autorizada a Administração da Typographia Nacional a imprimir o Diccionario bibliographjco brazileiro, «conforme requereu o seu autor ». Havia eu pedido ao governo a graça de mandar imprimir o primeiro volume de meu livro, pagando as despezas feitas com o numero de exemplares suficiente para cobril-as e, para obter esta graça, offereci as seguintes vantagens : 1.° Não expor á venda a obra em livraria alguma, antes de haver a typographia vendido seus exemplares ou de haver eu retirado os que restassem ; 2.° Não promover subscripção antes de sahir á luz o livro, nem dirigil-o com circulares a quem possa compral-o, como ê de costume; 3. ° Não imprimir em outra typographia a continuação da obra antes da venda total dos exemplares dados em pagamento ou do resgate dos que existissem ; 4.° Promover esse resgate como cousa de meu máximo interesse no mais curto prazo possível. Finalmente, como o livro se refere a todo;, o Bràzil, propuz ao governo que offerecesse á cada uma assembléa provincial um exemplar desse volume com o fim de ver si subscreveria com qualquer numero de exemplares, e assim ficaria a typographia indemnisada mais fácil, segura e promptamente. Este favor, que por si só seria bastante para ser a typographia satisfeita das despezas e para ir avante a publicação de um livro, que o Brazil, no estado de adeantamento em que se acha, era o único paiz que ainda não possue — não obtive do honrado Sr, Ministro da Fazenda por haver deixado o poder, nem de seu digno successor que, entretanto, approvou muito a idéa e prometteu-me pôl-a em pratica. Em hora aziaga sahiu o volume dos prelos. Era no fim de outubro de 1883. Fechadas achavam-se as câmaras e os estudantes andavam ás voltas com os exames, pois nesse período — todos sabem— elles não teem outra idéa mais, do que recuperarem o tempo esperdiçado nos primeiros mezes do anno. Dos grupos, portanto, onde poderia encontrar leitores, dous me faltaram. Além disto, para cumulo de males, o Diário Oflicial foi o único periódico que annunciava á venda, e na ultima pagina, de sorte que, póde-se dizer, meu livro passou despercebido. Muitos ha que ignoram sua existência, pois nem ás bibliothecas. publicas o enviou o governo ou quem suas vezes fazia. Em resultado, quasi toda edição existe ém ser. Não podia, pois, emprehender a impressão do segundo volume eu, ,que tanto confiava quando levei á typographia os primeiros autographos. Só quem já passou por essas circumstancias poderá aquilatar as amarguras que libei. •Vi Lembrei-me então de um alvitre : requeri ao parlamento sua imprescindível protecção para levar a effeito empreza tão grande e de tão grande alcance e na sessão de 1885 foi apresentado o parecer da commissão respectiva, marcando para essa publicação a quantia de 10:000$ ; mas poucos dias depois mudaram-se as scenas políticas, subindo ao poder o gabinete de 20 de agosto. Desanimei — e, ainda que não interrompesse minhas pesquizas, só lhes dava o tempo que me sobrava das árduas funcções de delegado da Inspectoría geral de hygiene. Entretanto, o livro não fora mal recebido dos poucos que o leram, e de uma associação benemérita e conspicua recebi o prêmio inestimável de ser escolhido para membro effectivo — o Instituto histórico e geographico brazileiro. Quando estavam as cousas neste pé, dá-se o advento da Republica e é nomeado Ministro da Fazenda um cidadão, que sabia bem comprehender o valor de obras da qualidade desta, ainda mesmo quando escriptas por pessoas menos habilitadas, como sem falsa modéstia me reconheço. Um dia fui procurado pelo official de gabinete daquellé alto funccionario,propondo-mea compra de meus autographos. Era a aurora que se ia abrir. Por mais vantajosa que julgasse a proposta, entendi que devia não ficar áquem da generosidade do ministro e, com a lealdade com que sempre procedo, respondi que, si o governo tinha em vista dar á publicidade meu livro, por esse modo. faria uma despeza dupla: a da comprados autographos e a da publi- :; VII cação que, entretanto, não podia ser feita, sinão sob minhas vistas. Dous dias depois esse digno ministro, com o peito eheio de amor ás lettras e á pátria, mandou quo a Imprensa Nacional fizesse' a publicação, sem ônus algum para o autor. Infelizmente a aínuencia de trabalho na Imprensa Nacional era tal, que só em novembro de 1891 pôde entrar o segundo volume do livro em composição e só agora pôde esta ser concluída. Está, porém, publicado mais um volume de meu Diccionario. Foi minha primeira idéa, em vez delle, aproveitar a boa vontade do ministro para dap nova edição do primeiro volume, tão deficiente foi elle, mesmo na época em que foi impresso, pelas razões que na introducção desse volume apontei; mas, em vista da delonga que houve, mais acertado julguei dar matéria inteiramente nova, reservando o mais para o supplemento, que darei, si a publicação proseguir, como espero. Minha consciência me diz que este novo volume é mais completo e methodico. E ainda mais sel-o-hão os que se seguirem. Sem mudar de plano, pareceu-me útil dar maior amplitude aos artigos; em vez de restringir-me ao papel de mero relator bibliographico, ser também um pouco biographo e critico, e neste sentido tenho modificado as paginas escriptas. Encontrando difficuldades enormes em conseguir noticias, seüdo poucas as pessoas que teem vindo em meu auxilio, o trabalho torna-se improbo é fatigante. Não obstante, creio que VIII poderei tornar mais copioso e completo, ainda do que este, o volume que vai seguir, assim o publico me anime a boa vontade, cooperando para um trabalho que é de nós todos, é um trabalho nacional, pois que é um documento do valor intellectual dos brazileiros. Ha erros, ha inexactidões, ha apreciações menos judiciosas ? Apontem-os, e no supplemento serão reparados, porque uns e outros não são filhos da vontade, mas sim de minha fraqueza intellectual. Rio de Janeiro, 29 de março de 1893. DICCIONARIO BIBLIOGRAPHICO BRAZILE1RO c C a e t a n o -A.llberto <ie JV£iinli.oz; — Filho do tenentecoronel Caetano Alberto de Munhoz e natural da província, hoje. Estado do Paraná, é um distincto funccionario da repartição geral de Fazenda, e exercendo o cargo de inspector da Alfândega de Paranaguá, depois de ter exercido o . de chefe de secção da de Santos, foi transferido em fevereiro ultimo para o de inspector da Thesouraria de S. Paulo. Escreveu: — Apontamentos sobre as attribuições e expediente das inspectorias commerciaes. Santos, 1886. — Canhenho dos.conferentes e despachantes das alfândegas e mesas de rendas. Santos, 1887 — Comprehende a parte da Consolidação das leis das alfândegas e mesas de rendas que trata do assumpto e mais interessa aos conferentes e aos despachantes, com muitas notas e disposições que são necessárias a todos os empregados. O autor declara •que, conforme o acolhimento dado a esta obra, de que occupou-se a revista O Direito de janeiro de 1888, cccupar-se-ha de outra parte da mesmaeonsolidacao.com o Canhenho dos empregados das alfândegas e mesas de rendas. — Processo administrativo por contrabando ou apprehensão: disposições compiladas em 1889, contendo grande numero de notas referentes ao assumpto. Santos, 1889 — Sei que o autor tem para dar ao prelo um trabalho sobre — Escripturação commerciai, com definições claras e acompanhada de muitos cálculos para o commercio e alfândegas. CA C a e t a n o A l b e r t o S o a r e s - r Filho de Antônio Soares Filgueiras e Dona Anna de Oliveira, nasceu na ilha dá Madeira, Portugal, a 13 de maio de 1790, e falleceu.no Rio de Janeiro a 28 de fevereiro de 1867, sendo presbytero secular ; doutor em direito pela universidade de Coimbra ; advogado da casa imperial ; membro do conselho director e da commissão de reJacção da Revista do Instituto da Ordem dos advogados brazileiros, do qual foi presidente; soco do Instituto histórico e geographico brazileiro e da Sociedade Auxiliadora da industria nacional ; membro da directoria da estrada de ferro de Magé a Sapucaiae commendador da ordem da Rosa. Orphão de mãe na mais tenra idade e educado por seu tio, o conego Caetano Alberto de Araújo, e por duas irmãs deste, senhoras excessivamente religiosas a austeras, abraçou o estado ecclesiastico, cursando depois as aulas de direito e foi, no logar de seu nascimento, vigário geral e professor regio de latim, ao mesmo tempo que exercia a advocacia, ató 1826. Deputado ás cortes portuguezas, quando, em 1828, foi revogada a Constituição e com a reacção absolutista de Dom Miguel eram perseguidos os deputados de idéas liberaes, deixou a pátria, fez uma excursão pela Inglaterra edahi passou ao Brazil, onde estabeleceu-se, adoptando-o por pátria em 1833. Bem que dotado de excellentes virtudes, abandonou as funcções ecclesiasticas para dedicar-se somente à profissão de advogado, a qual honrou como um sacerdócio, sendo um de seus luzeiros, e um dos caracteres mais puros, sempre disposto a proteger e tratar da libertação do escravo, que á ella podia ter qualquer direitoExerceu interinamente o cargo de juiz de orphãos da corte e diversas commissões,honrosas e diííiceis, como a de confeccionar os regulamentos commerciaes em 1850, e em 1853, com o Marquez de Abrantes e o Marquez de Paraná, os regulamentos para execução da lei das terras, de 18 de setembro de 1850. — Relatório de uma commissão nomeada pelo governo, demonstrando três theses de direito publico ecclesiastico brazileiro. Rio de Janeiro 1837, in-8° — As theses são : 1.° Os bispos do Brazil canonicamente eleitos, podem ser nomeados vigários capitulares, governadores de seus bispados, antes de receberem a confirmação, sempre que a necessidade, a utilidade das igrejas o exigir ? 2." Os bispos do Brazil, canonicamente eleitos, sendo nomealos vigários capitulares, gover. nadores de seus bispados, têm direito a perceber por inteiro os rendimentos da Câmara episcopal? 3. Os vigários capitulares do Brazil têm jurisdicção para dispensar nos impedimentos matrimoniaes, si os bispos, antes de sua morte, transferencia ou renuncia, não houverem communicado esta faculdade a sacerdotes idôneos dos respectivos OA. 3 bispados com cláusula de a poderem exercer na sê vagi ? 0 relatório é também assignado por José" Clemente Pereira e Dr. Antônio José CoelhoLouzada. — Memória para melhorar a sorte dos nossos escravos, lida na ses ãogeral do Instituto dos advogados de 7 de setembro de 1845. Rio de Janeiro, 1847, 36 pags. in-8°, — Memória, em que se apontam as omissões de nossa legislação pátria e algumas providencias a adoptar nella para supprir estas* omissões. Sobre o casamento como contr"acto civil, formação, estabilidade e direitos de família. Rio de Janeiro, 1848, 26 pags. in-4* — Esta memória foi também lida no Instituto dos advogados, e vem na respectiva Revista, 1863, pags. 77 a 111. — Regulamentos commercia.es. Trabalho que confeccionou, encarregado pelo governo imperial, em 1850. — Regulamento para a execução da lei das terras (de 18 de setembro do 1850) — Deste trabalho foi também encarregado pelo mesmo govprno em 1853, tendo por companheiros ou collaboradores o Marquez de Abrantes e o Marquez de Paraná. Na.Revista do Instituto da Ordem dos advogados bà diversos trabalhos de sua penna, como o — Discurso proferido pelo presidente do Instituto, em sessão de 16 de junho de 1857. — Na respectiva Revista, 1865, pags. 30 a 42. C a e t a n o A l v e s d e S o u z a F i l g r u e i r a s — Filho do capitão de fragata Caetano Alves de Souza Filgueiras e de dona Maria Petronilla do Souza Filgueiras, nasceu na capital da Bahia a 22 de junho de 1830 e falleceu na capital da Parabyba a 28 de julho de 1882 Feitos os necessários preparatórios para o curso juridico com diversas interrupções e em logares diversos, á que seu pae era levado em cumprimento de ordens, ainda assim, com 16 annos incompletos, matriculou-se na faculdade de Olinda, onde recebeu o gráo de bacharel om 1850, e no anno seguinte o de doutor. Vantajosamente conhecido desdeos Lanços escolares por sua applicação e seriedade, foi empregado em exames do curso de humanidades e, vindo à corto tratar de sua nomeação para lente de uma cadeira, que se creara, de direito romano, e nãoa obtendo, aqui estabeleceu-se como advogado e casou-se. Presidiu a província de Goyaz e, depois de uma commissão de que o encarregara o governo imperial, estabeleceu-se como advogado na província da P a rahyba, que deu-lhe uma cadeira em sua assembléa na ultima legislatura, antes de sua morte. Era membro do Instituto histórico e geograpbico brazileiro, no qual fez parte da commissão de trabalhos históricos, e serviu os logares de orador e de 2o secretario; sócio de varias 4 CA. associações litterarias de Pernambuco, da Bahia e do Rio de Janeiro, o escreveu: — Meu primeiro dedilhar da lyra. Pernambuco, 1846—São seus primeiros versos offerecidos ao Dr. Bandeira de .Mello. Tinha o autor 16 annos, e cursava o primeiro anno de direito. — Arremedos de poesia. Pernambuco, 1851, in-8 J — E' um volume de versos ao gosto das Folhas cahidas de Garret e foi muito applaudido pela imprensa diária. — Idylios : poesias. Rio de Janeiro, 1872, in-8° —Este volume e escripto em portuguez castiço, mas com uma orthographia especial, adoptada então pelo autor. — Teteias. Rio do Janeiro, 1873, 88 pags. in-8 0 -^ São escriptos em prosa e parece-me que por esse tempo publicou elle mais um opusculo igual com o titulo Pijrilampos. — Dissertaçco e theses para obter o gráo de doutor em direito. Pernambuco, 1851 —Nunca pude ver. — Elementos do direito natural. Traducçãodo francez. Pernambuco, 185*— Também não pude ver. — Historia do direito romano (traducção do capitulo consagrado a essa especialidade da grande obra de A. Gibbon « Ruin and fali of Rornan Empire»). Pernambuco, 185* — Do melhodo histórico em matéria do jurisprudência e do seu futuro, por Eduardo La Boulaye. Versão em lingua vernácula. Rio de Janeiro, 1855, 28 pags. in-4°—E' offerecido ao Visconde de Sapueahy. — Reflexões sobre as primeiras épocas da historia em geral e sobre a instituição das capitanias em particular—Esta obra foi offerecida ao Instituto histórico e publicada na Revista Trimcnsal, tomo 19°, 1856, pags. 398 a 424. Abi, com o estudo da historia, deixa o autor patentes seus sentimentos, como catholico fervoroso o sincero, e na introducção aventa a idéa, que hoje occupa intelligencias superiores, da creação do uma universidade no Rio de Janeiro. Este trabalho deu-lhe entrada no Instituto. — 0 Tapuia : periódico litterario. Parahyba, 1848-1849, in40 — Este periódico foi escripto sem collaboração de alguém, de novembro de 1848 a maio do anno seguinte. Desta época até sua formatura collaborou no Noticiador desta província ; durante sua residência na corte collaborou no Futuro, no Guanabara, no Jornal das Fa?, milias, onde publicou diversas poesias, romances, contos e estudos litterarios, o no periódico político Constitucional, em que teve por companheiro o Dr. P de Calazans, e onde publicou sua CA — Epístola a Machado de Assis — que tanto echo teve no Brazil e em Portugal. Foi em 18G7 um dos cinco redactores do Diário do Rio de Janeiro, onde escrevia a — Semana Lilteraria — resenha critica de obras que se publicavam ; e finalmente redigiu — 0 Conservador : órgão constitucional, e catholico. Parahyba, 1875 a 1877, in foi. — Ha diversas poesias suas em outras revistas e collecções, mesmo européas, como — 0 hynvemo—no Echo Americano de 15 de novembro de 1872, com uma epigraphe de A. Dumas, filho. — Canção do marinheiro — no Cancioneiro alegre, de C. CastelloBranco, pags. 81 a 83. — Deus — na Revista Popular, tomo 3 o , pag. 119. — Oblação a Deus. Ao meu doutíssimo amigo o Sr. Castilho José — Idem, tomo 14" pag. 57 e seguintes. Deixou inéditas muitas possias, sendo a ultima dellas um soneto com o titulo Sonhando, composto nas proximidades da morte e escripto por sua espoza ; e além de poesias as seguintes obras : — Constantino : comedia. Foi representada, e delia faz menção o Dr. Frankin Tavora no discurso recitado na sessão magna do Instituto histórico a 15 de dezembro de 1882. — Lagrimas de crocodilo: comedia — idem. — A Baroneza de Cayapò : comedia — idem. — O chapéu : scena cômica — idem. — Ora ! bolas : scena cômica — idem. — Por minha mãe que está cega. Traducção (incompleta) da alta comedia de Giacommetti — Vem no dito discurso mencionada. — Rosas e phanlasias : contos — idem. — Esboço debiographia e critica do Barão de Itamaracà, dividido em três partes com todas as producções poéticas de tão apreciado engenho— idem. — Vocabulário etymologico (onde expõe os princípios em que funda a orthographia que adoptara ) — idem. O Dr. Caetano Filgueiras escreveu mais aintroducção do volume Crysálidas de J. M. Machado de Assis, que o autor do «Diccionario Universal Portuguez » classifica de esplendida e admiravelmente bem escripta, reproduzindo grande parte delia no mesmo Diccionario. Caetano Antônio S a l a z a r d o s S a n t o s — E' na- tural do Maranhão, onde fez alguns estudos de humanidades, casou-se e dedicou-se á lavoura,, estabelecendo-se no Codó á margem esquerda 6 CA do rio Itapicurú, onde reside e amenisa a monotonia da vida campestre, cultivando a poesia — e escreveu : — Prelúdios.- collecção de poesias. Maranhão, 1865 — E' um livro de 164 paginas de composições do gênero e metrificação diversos. C a e t a n o D i a s d e F i g u e i r e d o — Filho de Antônio Dias e nascido na cidade da Bahia em 1697, falleceu depois de 1735, sendo presbytero secular. Estudou no Collegio dos jesuita3, onde foi graduado mestre em artes e, partindo para Coimbra, matriculou-se no curso de cânones da universidade, em que foi graduado bacharel. De volta á pátria, foi nomeado conego da Cathedral, e mais tarde desembargador da Relação ecclesiastica. Foi um distincto orador sagrado ; mas de seus sermões apenas publicou: — Sermão pregado nas exéquias dos sacerdotes irmãos de S. Pedro, na sua capella tia Bahia em 1732. Lisboa, 1732, in-4°. C a e t a n o D i a s d a S i l v a — Nascido em Portugal, falleceu no Rio de Janeiro a 4 de dezembro de 1868. Com carta de piloto de alto bordo sahiu muito joven de sua pátria, percorreu vários paizes e veiu estabelecer-se depois no Espirito-Santo, onde casou-se e fez-se cidadão brazileiro. Foi um homem emprehendedor, de idéas adiantadas, e a quem esta província deve gratidão. Ahi fundou a colônia do Rio-Novo em 1856 em terrenos seus, consumindo boa parte de sua fortuna, a qual, por não poder sustentai-a, ficou a cargo de uma associação por ello formada, e que por sua vez passou-a ao Estado. Iniciou a idéa da companhia de navegação Espirito-Santo, de que foi presidente, e montou, também em terras de sua propriedade, uma fabrica de distillação de alcalóides, espíritos, óleos e extracção de resi-. nas, que não ficou concluída. Sem freqüentar academia alguma, possuia conhecimentos de physica, chimica, mecânica e astronomia. Prestou serviços e era major da guarda nacional e, além de outros escriptos sobre emprezas que promoveu ou'dirigiu, escreveu: — Associação Colonial do Rio-Novo. Breves considerações a respeito das vantagens que offerece a colônia do Rio-Novo, etc. Rio de Janeiro, 1855, li pags. iu-4°. — Relatório da Associação Colonial do Rio-Novo, apresentado e lido no dia 28 de setembro de 1856 por occasião de reunir-se a assembléa geral dos accionistas. Rio de Janeiro, 1856, in-4°. — Relatório enviado á Repartição Geral das Terras Publicas pelo director da imperial colônia do Rio-Nòvo, e t \ Rio de Janeiro, 1857, 45 pags. in-4°, com dous mappas. CA — Relatório dos factos que têm occorrido a rospeito- da empreza colonial do Rio-Novo, offerecido aos accionistas da mesma empreza pelo seu director, e t c , em 31 de outubro de 1861. Rio de Janeiro, 1861, in-4°. C a e t a n o F e r r a z J P i n t o — Portuguez de nascimento, e brazileiro pela Constituição do Império, sendo formado em direito pela universidade de Coimbra, serviu como juiz de fora de Monção em sua pátria, exerceu outros cargos da magistratura, sendo de 1825 até 1827 intendente da policia do Rio de Janeiro, e teve as honras de desembargador. Foi um magistrado probo e recto, mas — diz o Dr. J, Felicio dos Santos —«deixou um nome odioso,por ter querido renovar o antigo systema de despotismo, quando dominavam outras idéas. Escreveu : — Questão da reunião das duas câmaras: 1°, sustentando a opinião da Câmara electiva; 2o, refutando os argumentos da imprensa ; 3", respondendo aos argumentos do Senado ; 4°, mostrando que a convocação para a dita reunião compete ao poder executivo. Rio de Janeiro, 1845, 41 pags. in-4°. C a e t a n o F n r q u i m . d e A l m e i d a — Filho de Manoel Furquim de Almeida e de dona Anna Bernardina de Mello, irmão de Baptista Caetano de Almeida, e tio materno de Baptista Caetano de Almeida Nogueira, já neste livro mencionados, nasceu em Jaguary, Minas Géraes, a 11 de novembro de 1816 e falleceu a 21 de janeiro de 1879, em Cachambú. Formado em direito pela faculdade de S. Paulo em 1838, firmou sua residência na cidade de Vassouras, onde dedicou-se ao commercio; foi mais tarde sócio da firma social Furquim, Joppert & Ç.?, de commissões de café e gêneros do paiz, no Rio de Janeiro, e achou-se á frente de associações de melhoramentos e emprezas de utilidade publica. Tal preponderância- e taes créditos adquiriu, que foi designado para cargos de alta representação o de confiança política, como o de inspector da Alfândega da corte, e o de ministro de estado, que por excessiva modéstia recusou. Escreveu : — Relatório do estudo comparativo de dous alinhamentos da estrada de ferro entre as cidades da Cachoeira e Alegrete na província do Rio Grande do Sul, apresentado ao Ministério da Agricultura pelos empresários Caetano F. de Almeida^ C. B. Ottoni e Herculano Velloso Ferreira Penna. Rio de Janeiro, 1874, 35 pags. in-4°. — Memória justificativa dos planos apresentados ao Governo Imperial para construcção da estrada de feiro de Porto Alegre a Uruguayana pelos concessionários (os mesmos acima). Rio de Janeiro, 1875, 2.67 pags. in-4°, com uma carta e diversos mappas. 8 CA — Conflicto entre as estradas de ferro Leopoldina e Rio Doce de lado, e a União Mineira de outro. Rio de Janeiro, 1878, 10 pags. m- C a e t a n o F r a n c i s c o L u m a c M d e iMello do capitão de milícias Giacomo Lumachi e de Dona Maria da Conceição Mello Barroso, nasceu na cidade do Recife, Pernambuco, a 27 de novembro de 1773 e falleceu em 1827. Assentando praça como cadete no 2o regimento da armada real de Lisboa, deixou a carreira militar em 1799 para servir o logar de escrivão e depois inspector da mesa grande da alfândega de Pernambuco, sendo-lhe mais tarde conferida por patente regia a nomeação de sargento-mòr das ordenanças na commenda de Trossos e Rossos da sagrada religião da Malta com licença de residir no logar de seu emprego, assim como a de cavalleiro de Santiago da Espada, em cuja ordem professou, sendo transferido depois, a seu pedido, para a de Christo. Gozou sempre da mais elevada estima e consideração como funccionario publico, merecendo elogios de vários membros do corpo consular estrangeiro. Foi um homem de vasta erudição ; escreveu diversos trabalhos e seu nome figura na relação dos escriptores públicos de sua província, annexa á Historia Ecclesiastica de Pernambuco do Dr. F. Soares Mariz, e no Diccionario biographico de pernambucanos celebres de F. A. Pereira da Costa. Este biographo, porém, declara que nenhuma noticia pôde obter de seus escriptos e locubrações litterarias, com excepção de dous opusculos publicados pelo autor, cujos títulos, entretanto, não ássignala. Versam estas publicações sobre : — Rendimentos da alfândega de Pernambuco em 1808, acompanhados de um mappa demonstrativo de sua importação e exportação. Londres, 1810 — Por esta occasião foi Lumachi de Mello severamente censurado pelo governador Caetano Pinto, que declara « ser inconveniente se demonstrar aos estrangeiros, maxime aos inglezes, o estado do nosso commercio e os dados estatísticos relativos ». E foielle muito feliz em não ser logo punido com perda do emprego e alguma prisão ou multa. — Estatística commercial, com a declaração minuciosa da importação relativa aos annos de 1822 a 1824 ; o rendimento da alfândega, o numero das embarcações entradas e sahidas do porto do Recife, etc. Recife, 1825 - T i n h a o autor administrado a alfândega durante' o período a* que se refere e nada sofíreu, porque então o paia era independente. No Diccionario Universal Portuguez, tomo 1° pa°- 5^3 s a e. menção deste escriptor, augmentando-se-lhe 03 appellidos Barroso de Albuquerque, com a declaração de haver sido elevado a fidalgo em 1802 CA 9 C a e t a n o «Tose d e A n d r a d e Finto—Filho do Dr. João José de Andrade Pinto e dona Maria Josó de Paiva Andrade Pinto, e natural do Rio de Janeiro, nasceu a 11 de agosto de 1834 e falleceu a 26 de novembro de 1890. Moço fidalgo com exercício na casa imperial, ba" charel em lettrag pelo antigo collegio de Pedro II e bacharel formado em direito pela faculdade de S. Paulo em 1855, seguiu a carreira da magistratura, na qual serviu vários cargos e, sendo juiz de direito da primeira vara eivei da corte, passou a desembargador da Relação do Ceará, cargo em que foi aposentado. Escreveu : — Classificação das leis, decretos, regulamentos e deliberações da província do Rio de Janeiro desde 1835 até 1859, inclusive. Rio de Janeiro, 1860, 512 pags. in-8°. — Attribuições dos presidentes de províncias: estudo dividido em duas partes: 1." Ocommentario da lei n. 38 de 3 de outubro de 1834 5 2.a A nomenclatura dos serviços administrativos, pertencentes aos presidentes de província. Paris, 1865, 319 pags. in-8». — Impostos e rendas geraes do império do Brazil: estudo do juiz de direito, etc. Parte 1 / Guaratinguetá, 1870, 192 pags. in-8°. — Attribuições dos juizes de direito nas comarcas geraes. Rio de Janeiro, 18"—Esta obra foi reimpressa em 1880 pelo juiz de direito Carlos Hònorio Benedicto Ottoni em seguimento a sua obra com o titulo de Estudos correccimiaes. (Veja-se Carlos Honorio Benedicto Ottoni.) — Aadulação e o ouro: comelia-drama em quatro actos e sete quadros — Não pude ver esta composição, que, entretanto, se acha impressa, e-a>possue a bibliotheca de marinha. Como esta talvez existam outras obras suas e mesmo sobre sciencias jurídicas e sociaes. Creio que ô elle o autor da obra : — Misérias do mundo : comedia-drama. Rio de Janeiro, 18". C a e t a n o L o p e s d e Moura—Nasceu na cidade da Bahia em 1780, e falleceu em Paris a 3 de dezembro de 1860. Desherdado da fortuna e, portanto, na pobreza, apenas puderam seus pães mandal-o aprender, além das matérias da instrucção primaria, a língua latina, que elle estudou em um anuo e meio com tanta applicação e proveito, que passou a ser mestre delia, e assim pôde com o produeto de suas lições aprender outras matérias ao mesmo tempo, e seguir para a universidade de Coimbra, onde fez o curso de melicina. Entrando no serviço de saúde do exercito, militou na guerra da Península até que, finda a campanha, mudou-se para a França, e abi se doutorou em medicina: Estabelecendo-se como clinico em Paris, nunca pôde da clinica haver os recursos necessários para viver; dava-se para isso ã 10 ^ A activissimos trabalhos de gabinete, já compondo, já traduzindo livros, de que deixou muitos e importantíssimos, sem ter às ve*zes tempo P» r a os limar convenientemente. Chegando taes factos ao conhecimento de D. Pedro II, Sua Magestade lhe concedeu uma pensão de seu bolso particular e de então em deante o Dr. Lopes de Moura pôde viver mais desembaraçado, escrevendo sempre suas obras; porém, já velho e cançado, pouco tempo sobreviveu a imperial muniftcencia. Exerceu por algum tempo o cargo de cirurgião-mór da legião portugueza ao serviço do imperador Napoleão, e depois serviu na armada frauceza, durante o império. Dalle conheço as seguintes obras : —i Casiriòto Lusitano ou historia da guerra entre o Brazil e a Hollanda durante os annos de 1624 a 1654, terminada pela gloriosa restauração de Pernambuco e das capitanias confinantes : nova edição, dedicada a Sua Magestade o Senhor D. Pedro II, Imperador do Brazil, ornada com o retrato de José Fernandas Vieira, e duas estampas históricas. Paris,-1814—A primeira edição deste livro foi feita em 1679 por Antônio Craesbec de Mello e offerecida a José Fernandes Vieira, muito cheia de erros e defeitos, de que expurgou-a o Dr. Lopes de Moura, incumbido deste trabalho pelo editor J. P. Allaud. No prólogo desta segunda edição se diz que ô ella uma reproducção da primeira; mas logo vêm mencionados 03 defeitos desta, e o Dr. Lopes de Moura corrigiu estes defeitos por tal fôrma, e por tal fôrma coordenou os facto3, supprimindo reflexões e conceitos desconnexos, que a segunda edição parece obra inteiramente outra do Caslriolo Lusitano de Raphaelde Jesus. ( Veja-se a noticia a respeito na* Nouvelle biographie general, tomo 34», e na Revista do Instituto histórico, tomo 24°, seu elogio pelo Dr. Macedo. ) — Livro indispensável ou novíssima collecção da receitas concernentes ás artes, oíílcios e economia domestica e rural, colligidas das obras mais celebres e recentemente publicadas. Paris, 18.45, in-160.— Ha uma edição de Lisboa in-8°. — Harmonias da creação ou considerações sobre as maravilhas da natureza, especialmente sobre o instineto dos animae3, contemplado com provas evidentes e demonstrativas da existência, da sabedoria, da bondade e da omnípotencia do Creador. Paris, 1846, in-12° com ests.— Ha uma nova edição Cambem de Paris, 1860,366 pags. ín-12» com 2 ests. — Historh, de Nanoíeão Bonaparte desde seu nascimento até sua morte; seguida dá des;ripç,ão das ceremonias que tiveram logar na trasladação de seü corpo da ilha de Santa Halena para Paris e de seu funeral. Ornada com doze estampis e o retrato dê NUppleão. Paris, 1846, 2 vols. in-S°. CA 11 — Diccionario histórico, descriptivo e geographico do Império do Brazil, contendo a historia e origem de cada província, cidade, villa e aldeia; sui população, commercio, industria, agricultura e productos mineralogicos; o nome e a descripção de seus rios, lagoas, serras e montes; estabelecimentos litterarios, navegação e o mais que lhe é relativo. Obra por Milliet de Saint Adolphe, trasladada em portuguez do manuscripto inédito francez, com numerosas observações e a Idições, ornada com um mappa geral do Império do Brazil e cinco plantas dos portos e cidades principaes. Paris, 1845,2 vols., 1.375 pags. in-8»— Ha uma edição de Paris, 1863, in-8°. . — Cancioneiro alegre de El-rei D. Diniz, pela primeira vez impresso sobre o manuscripto do Vaticano com algumas notas illustrativas e uma prefacção historico-litteraria. Paris, 1847, in-4°. — Nova guia da conversação moderna, em francez e portuguez, para uso dos viajantes e das pessoas que se dão ao estudo das duas línguas. Paris, 18** — Nova edição, revista, correcta e augmentada de diálogos sobre ás viagens, caminhos de ferro, navios a vapor, etc. Paris (1865) —Não vem declarada a data. — Tratado de geographia universal, physica, histórica e política; redigido segundo um novo plano, o conforme os últimos tratados do paz; precedido dos princípios geraes de geographia astronômica, physica e política, colligidos principalmente do Tratado de geographia de Adrien Balbi. Paris, 1858, 2 vols. in-8° com um atlas— Esta éa segunda edição, revista e inteiramente refundida pelo Dr. Caetano Lopes. — Tratado de geographia elementar, physica, histórica, ecclesiastica e política do Império do Brazil. Paris, 1861, in-8°—E'escripto de collaboração com Malte Brun. — Os Luziadas de Luiz de Camões : nova ediçlo, segundo a do morgado de Matheus, com as notas e vida do autor pelo mesmo, corrigida segundo as edições de Hamburgo e de Lisboa, e enriquecida de novas notas e de uma prefacção pelo Dr. Caetano Lopes de Moura. Paris. 1847, in-12°—Foi depois reproduzida em 1859. — Epitome chronologico da historia do Brazil para uso da mocidade braziloira. Paris, 1863, 349 pags. in-8°, com um mappa. — Mythologia da mocidade, historia dos deuses, semideuses e. divindades allogoricas da fábula, seguida da descripção dos logares celebres pela antigüidade mytbologica, com 28 estampas. Paris, 1840, in-8°. Muito versado ora diversas línguas da Europa, o doutor Lopes de Moura traduziu dellas as seguintes obras: — Jesus Oiristo perante o século, ou o triumpho da religião christã proclamado pelas recentes descobertas das sciencias naturaes, por 12 CA A. F. F. V. de Rossely de Lorgues. Traduzido etc. Paris, 1844, in-8° — Esta obra foi também traduzida no Império pelo Dr. Futpp© Nery Corlaço, de quem se trata neste livro. — Mes de Maria ou nova imitação da Santíssima Virgem por mad. Tharbé des Sablons, etc, traduzido do francez. Paris, 1845, in-12°. — Contos a meus filhos, escriptos em allemão por Katzebue. Paris, 1838, 2 vols. in-12°. — Arte de curar a si mesmo nas doenças venereas com o receituario correspondente, por Godde de Liancourt. Paris, 1839, in-8°, com uma estampa. — Máximas e sentenças moraes pelo Duque de La Rochefoucauld, traduzidas do francez. Paris, 1840, in-16". — Historia dos cães celebres, na qual se relata grande numero de historias recreativas e extremamente interessantes acerca do instincto destes animaes, por Freville. Paris, 1845, in-12°. com estampas. — Deus è todo puro amor : preces e orações quotidianas, por Echartshauseni, vertido do allemão. Terceira edição. Paris, 1849, in-16". — Cartas de Heloísa e Abelard, traduzidas por Caetano Lopes de Moura, seguidas das cartas amorosas de uma religiosa portugueza, restituidas á lingua materna por dom José Maria de Souza, morgado de Matheus, augmentadas com as imitaçõ ;s Dorat e outras, traduzi Ias do francez por Filinto Elisio e Caetano Lopes de Moura. Paris, 1838,2 vols. in-8° — Começa o tomo 1° pela carta de Abelard a um amigo seü, a qual no original se divide em quinze capítulos, que encerram memórias do mesmo Abelard. Segue-se a correspondência dos dous amantes, cinco cartas, conformes, não á lição authentica, que hoje se pôde estular nas traducções de Oddoul, de Villenave e Paulo Lacroix, sinão a alguma das imitações dos. séculos XVII e XVIII, talvez a de dom Gervaise, ou a de Bastien, talvez a do Conde de BussyRabutin, « qui fit parler Heloise comme MUa de Ia Vallière aurait parle dans sou couvent de carmélites, et qui donna également à Abelard le ton de Ia cour de Louis XIV ». Vem depois a traducção, em prosa, da carta de Pope, uma resposta, em prosa também, de autor desconhecido, e por ultimo duas epístolas em versos portuguezef. A primeira, Epístola de Heloísa a Abelard, tem a assignatura J. da F. com que anteriormente sahira impressa na Collecção de epístolas eróticas e philosophicas, Paris, 1834, ó traduzida da imitação francezado Colardeiu, e não do original de Pope, e com leves variantes a mesma que tem corrido om nome de José Anastácio da Cunha, e que como tal foi por Innocencio da Silva inserida nas Composições poíticas do autor. CA 13 A cltima, Epístola de Abelard a Heloísa, é anonyma e diversa da que attribuem por modo similhante a José Anastácio. O tomo 2° comprehendo dezesete cartas de uma Religiosa portugueza, as quaes formam duas series, uma havida por authentica, ontra supposta : esta de doze cartas, traduzidas por Filinto Elisio; aquella de cinco, restituidas á lingua materna pelo morgado de Matheus. A ellas, e para remate do volume, a juntou o Dr. Lopes de Moura a sua traducção das dezeseis cartas que, á imitação das precedentes, e em verso francez, compuzera Dorat. — Os Incas ou a destruição do Império do Peru: romance por Marmontel. Paris, 1837, 2 vols. in-12». — Os Natchez : novella americana'por Chateaubriand. Paris, 1837, 4 vols. in-12°. — Dona Ignez de Castro : novella pela Condessa de Genlis, com estampas. Paris, 1837, in-12° — Nova edição, Paris, 1882. Ha uma edição de Paris, 1855. — O derradeiro mohicano: historia americana, acontecida em 1757, por Fenimore Cooper. Paris, 1838, 4 vols. in-12°. — O piloto: novella americana por Fenimore Cooper. Paris, 1838, 4 vols. in-12°. — O talismã; ou Ricardo na Palestina, por Walter Scott. Paris, 1837, 3 vols. in-12". — Os puritanos na Escossia, por Walter Scott. Paris, 1837, 4 vols. in-12°. — Quintino Doward, ou o escossez na corte de Luiz XI, por Walter Scott. Paris, 1838, 4 vols. in-12° — Neste mesmo anno, e também em Paris foi publicada uma traducção deste romance, por A. J. R. de Souza. — O misanthropo ou o anão das pedras negras, por Walter ScoottParis, 1836, in-12». — Waverley ou ha dezoito annos, romance por Walter Scott. Paris, 1844, 4 vols. in-12°. — A prisão de Edimburgo, por Walter Scott. Paris. 1844, 4 vols. — Obras selectas de sir Walter Scott, traduzidas em portuguez Paris, Guillard, Aillaud & C.,° 24 vols. in-12°. — Compõe-se esta collecção dos seis romances procedentes, e mais do — Jvanhoè, ou o regresso do cruzado, por Walter Scott, 4 vols. — Este deixou de ser publicado antes, porque, quando ia ser dado ao prelo, sahia á luz em Parid uma traducção por E. P. da Camera, em 1837, e já no anno anterior havia sido publicada outra traducção em Lisboa, de A. I. Ramalho. 14 *~>j*. — Misamropia e arrependimento: drama em cinco actos, escripto em allemão por Kotzbue. Paris, 1841 — Foi traduzido e impresso no mesmo anno em Lisboa, por A. A. de Aguiar. — Arthur ou dezeseis annos depois : drama-vaudeville em dous actos, de Dupeuty, Fontau e Dravigny. Paris, 1841, in-8°— O Dr. Lopes de Moura escreveu mais: — Auto-biographía do Dr. Caetano Lopes de Moura, natural da Bahia, 29 pags. in-fol. — Pertence este autographo ao Instituto histórico.E segundo affirma Pierre Larousse no seu grande Diccionario Universal, este autor collaborou no — Quadro elementar das relações polifcas, e"tc. — Obra em 9 vols. C a e t a n o L o p e s F e r e i r a — Filho de José Lopes Pereira e de dona Marianna da Silva Barbosa, nasceu na villa de Santo Antônio de Sá, província do Rio de Janeiro, a 29 de julho de 1721, e falleceu em Minas-Geraes, sem que conste o dia e anno de seu óbito. Destinando-se ao estado ecclesiastico, estudou humanidades no collegio dos jesuítas da cidade do Rio de Janeiro e recebeu o grão de mestre em artes, dedicando-se com mais especialidade ao estudo da theologia e da língua latina, matérias de que adquiriu os mais profundos conhecimentos, e leccionou a segunda no seminário dos orpbãos de S. Joaquim e depois no semÍDario episcopal de S. José. Seguindo para Portugal, em dezembro de 1749, ahi recebeu ordens de presbytero e voltou à pátria, onde distinguiu-se ainda como orador sagrado, eloqüente e fecundo e foi nomeado vigário geral da freguezia de S. Caetano das Minas, depois do respectivo concurso em 1572. Escreveu grande numero de sermões; mas desappareceram depois de sua morte. Delles apenas ficaram : — Sermões da Immaculada Conceição da Virgem Santíssima, pregados na manhã e tarde em o seu próprio dia, 8 de dezembro de 1747, no templo da Boa-Morte* da cidade do Rio de Janeiro, na solemnidade que annualmente lhe consagra aquella devotissima irmandade. Lisboa, 1749, in-4». C a e t a n o M a r i a L o p e s G a m a , Visconde de Maranguape — Filho do Dr. João Lopes Cardoso Machado (de quem tratarei em tempo) e de dona Anna Bernarda do Sacramento Lopes Gama, e irmão do padre Miguel do Sacramento Lopes Gama nasceu na cidade do Recife a 5 de agosto de 1795 e falleceu no Rio de Janeiro a 21 de junho de 1864. Destinando-se á vida monastica entrou para o noviciado do mosteiro de S. Bento de Olinda, onde CA 15 fez o curso de humanidades; mas, em vez de professai-, foi para Coimbra, formou-se em direito e entrou para a carreira da magistratura no logar de juiz de fora do Penedo, em Alagoas. Duhi passou á ouvidor da capital, e neste cargo tanto cooperou para a independência do Brazil, que foi eleito presidente do governo provisório e deputado á Constituinte, por essa província, que elle ainda foi pacificar em 1844, administrando-a, sem se derramar uma só gotta de sangue. Subiu na magistratura até aposentar-se no cargo de ministro do Supremo Tribunal de Justiça; foi o primeiro presidente da província de Goyaz, por onde foi eleito deputado na 2 l legislatura, já havendo-o sido por sua província natal, na I a ; serviu em diversos gabinetes oecupando as pastas do Império e dos Estrangeiros e a da Justiça', em cujo exercício morreu, sendo senador pelo Rio de Janeiro ; do conselho do Imperador; conselheiro de estado ; grande do Império; grande dignitario da Ordem da Rosa, commendador da de Christo e ofiicial da do Cruzeiro ; gran-cruz da Ordem de S. Januário de Nápoles e da ordem turca do Medgidié, de Ia classe; sócio do Instituto histórico e geographico brazileiro e da Academia de archeologia da Bélgica, e um dos homens mais sympathicos e de mais ameno trato que tenho conhecido. Escreveu vários Relatórios apresentados á assembléa gerai e" às assembléas de Goyaz e de Alagoas, sendo um dellos o — Relatório da Repartição dos Negócios Estrangeiros, apresentado á assembléa geral legislativa na 2a sessão da 10a legislatura. Rio de Janeiro, 1858, in-fol.— todos impressos, e bem assim vários pareceres apresentados no conselho de estado, sendo um destes o" — Parecer em separado sobre a questão: « Quaes as providencias que se devem tomar e que disposições se devem adoptar para regular no Brazil os casamentos mixtos e evangélicos? Casamento de Catharina Scheid, protestante, casada com Francisco Fagundes, catholico romano.» — Vem no Livro : «Casamento civil. Ministério dos Negócios da Justiça, sendo ministro da Justiça o conselheiro Nabuco, etc. Rio de Janeiro, 1860. — Memorandum reservado, dirigido ao IUm. e Exm. Sr. AureIiano de Souza e Oliveira Coutinho, etc, sobre a questão do Oyapok — Acha-se annexo á « Memória sobre os limites entre o Império e a Guyana Franceza, por Manoel Maria Lisboa.» Na exposição de Historia pátria de 1881 estiveram presentes os originaes seguintes : — Estatística da província de Goyaz, remettida á secretaria de estado dos negócios do império, 1825, 6 fls. in-fol. — Ofpcio dirigido a José Feliciano Fernandes Pinheiro, em que dão-se esclarecimentos necessários para se conhecer da possibilidade e 16 proveito da abertura de uma estrada que vá de algum ponto desta província até às cabeceiras do rio Mojú ou Igarapé-mirim e outros objéctos; datado da cidade de Goyaz a 24 de maio de 1826, 7 fls. in-fol. — Officios dirigidos pelo ministério dos negócios estrangeiros, etc.— ( Veja-se Aureliano de Souza e Oliveira Coitinho, I o ) Ha, finalmente, do Visconde de Maranguape muitas — Poesias inéditas — de que aqui apresento estes mimosos versos : Fagueiro vibrar de amor, De peregrina affeição, D'alma virente flor, Ternura, encanto, expressão, Bafejo do meu sentir... Pura és tu, sympathica Qual é dos céos a harmonia, Qual é da virgem sorrir ! C a e t a n o F i n t o d e " V e r a s — Natural do Pernambuco, ahi falleceu pelo anuo de 1880, servindo na alfândega do Recife, como empregado da repartição geral da fazenda. Servia também o cargo de inspector das lojas maçonicas dessa província por nomeação do grande oriente do Lavradio, e escreveu ou publicou sob seu nome : — Manifesto que a todos os Maç. dirige o Ir. . etc. Pernambuco, 1862, 64 pags. in-8°. C a e t a n o d a B o c h a P a c o v a — Nasceu na província do Maranhão, e falleceu, ha muitos annos, depois de dolorosos soffrimentos, na cidade de Campos, província do Rio de Janeiro. Ourives de profissão, obtendo da assembléa de sua província meios para ir â Europa estudar sciencias naturaes, foi com effeito á França, e ahi fez esses estudos, para os quaes mostrara especial aptidão. Escreveu : — Apontamentos sobre a necessidade de uma escola de agricultura theorica e pratica, apresentados ao Exm. Sr. Ministro do Império. Rio de Janeiro, 1859,23 pags. in-4° — Vem reproduzido, no periódico Adualidade n. 47 e outros deste anno. C a i n i l l o H e n r i q u e S a l g a d o — E' professor de pedagogia da Escola Normal da província, hoje Estado do Pará, donde me parece que é natural, e escreveu : — Compêndio elementar para o ensino dos primeiros rudimentos de leitura da lingua nacional. Pará, 1878, in-8°. CA 17 O a m i l l o J o s é O a d a v a l B o q u e t t e — Ignoro sua naturalidade ; parece-me que nasceu em Minas Geraes : si não foi brazileiro por nascimento, o foi pela independência. Escreveu : —Discurso dedicado ao faustissimo anniversario de S. M. I. D. Pdo Brazil, o Sr. dom Pedro I em o dia 12 de outubro de 1823. Rio de Janeiro, 1823, in-4°. C a m i l l o J o s é d o B o z a r i o Q u e d e a — Consta-me que nasceu em Lisboa pelo anno de 1780. E', porém, certo quede Portugal veiu para o Rio de Janeiro pela época da independência, adlheriu á ella eaqui continuou a residir até fallecer, depois do anno de 1840. Na cidade de Lisboa foi empregado da câmara municipal, e tinha a seu cargo o serviço da limpeza publica. Dado à litteratura, escreveu diversos opusculos, tanto em prosa, como em verso, dos quaes conheço : — Sentimento de Portugal pela Augustissima rainha dona Maria I : ode. Lisboa, 1816, 7 pags. in-4° —Ode heróica ao lllm. e Exm. Sr. W. Carr Beresford, marechal general dos exércitos de sua magestade fidelissíma. Lisboa, 1816,8 pags. in-8°, com o retrato do marechal. —A gloria de Portugal, ode pindarica quo dedica ao augusto e soberano Congresso da nação portugueza. Lisboa, 1821, 15 pags. in-8". —A' memória dos doze portuguezes beneméritos da pátria, que em 18 de outubro de .1817 soffreram martyrio por causa da liberdade e da independência nacional. Lisboa, 1820, 26 pags. in-4°—E' uma elegia. — Oração fúnebre, consagrada aos martyres pela sociedade patriótica Constituição. Lisboa, 1822, 21 pags. in-4°. —A pateada : nova farça. Lisboa, 1816, 36 pags. in-8°—Vem assignada com as quatro lettras iniciaes do nome do autor. — O dia de júbilo para os amantes da liberdade ou a quedado tyranno: drama liberal em três actos. Rio de Janeiro, 1831, in-4°. — O resultado do uma experiência ou a disciplina militar : drama em três actos, traduzido, etc. Rio de Janeiro, 1840, 62 pags. in-8°. Deixou inéditos, nâo só poesias, como diversos dramas, sendo alguns representados, como : O homem da selva negra : drama em três actos, representado em Lisboa em 1819 — Não sei si foi impresso. C a n a i l l o d e L e l l i s M a s s o u — Nasceu na cidade de Nazaretb, na proviucia da Bahia, e n cuja capital estabeleceu-se com uma officina typographica e falleceu ha annos, tendo publicado : Almanak administrativo, mercantil e industrial da Bahia para 18 O A o anno de 1855, organizado por Camillo de L. Masson ( Io anno). Bahia, 1854. — Almanah administrativo, mercantil e industrial da Bahia (para os annos de 1856 a 1863, organizados, etc. 2 o ao 9 o anno). Bahia, 1855 a 1862, 8 vols. C a m i l l o d e L e l l i s e S i l v a , 1° — Natural da cidade da Cachoeira, da província da Bahia, nasceu a 2 de março de 1819 e foi educado no collegio dos nobres em Lisboa. Tendo praça do piloto da armada a 27 de abril de 1845 por nomeação do commandante das forças navaes da provincia do Rio Gran le do Sul, foi promovido a segundo tenente a 6 de abril do 1855, a primeiro tenente a 2 de dezembro de 1860 e reformado neste posto por decreto de 19 de outubro de 1866. E' archivista do quartel general da marinha, fidalgo cavalheiro da extincta casa imperial, cavalleiro da ordem de Christo o da de S. Bento de Aviz, condecorado com a medalha da c.mpanha do Paraguay — e escreveu : — Diário da viagem feita pelos sertõís de Guarapuava ao rio Pa"* ranan — Sahiu na Revista Trimensal do Instituto Histórico, tomo 28», 1865, parte I a , pags. 5 a 31. A bibliothoca nacional possa e o original com uma rozenha da caça, peixes e abelheiras que o autor encontrara duranle o curso do sua viagem de ida o volta ao rio Paranan. Além de um mappa da exploração feita pelos sertões que percorreu até o dito rio, e que acompanha o Diário, escreveu elle por esta occasião : — Relatório de Camillo de Lellis Silva, chefe interino da commissão encarregada da abertura da estrada de Guarapuava ao Paranan. S. Paulo, 1852, 11 pags. in-4" C a m i l l o d e L e l l i s e S i l v a , 2o — Filho do precedente e de dona Rachel Aurora do Andrade de Lellis o Silva, nasceu na cidade de S. Pau'o a 20 de fevereiro de 1849 e íalleceu a 18 do novembro de 1882 em Petropolis. Gridnaio em sciencias physicas e naturaes e engenheiro civil pela escola, central em 187;?, e exercendo o cargo de professor de portugnez do curso nocturno, creado pela sociedade auxiliadora da industria, foi transferido em 1873 para a cadeira de technologia das artes, inaugurando suas lições com uma serie de prelecções sobre essa matéria. Foi nomeado depois examinador da insti ucção publica; mais tarde professor adjunto de mathematicas elementares do externato do antigo collegio do Pedro II, e finalmente, não sendo confirmado nesse logar, depois do uma digressão que fez por sua provincia, foi encarregado da direcção da fabrica de tecidos C.V 19 Petropolitana, na Cascatinh», onde contrahiu a moléstia de que morreu. Era moço fidalgo da casa imperial, cavalleiro da ordem da Rosa e escreveu : — Discurso proferi Io por oceasião d i inauguração do curso nccturno para adultos, creado pela sociedade auxiliadora da industria nacional, etc. Rio de Janeiro, 1871, in-8". — These de concurso ao logar de professor substituto de mathemrticas elementares do imperial collegio de Pedro 11. Rio de Jmeiro, 1879, 61 pags. ín^4l>— Trata-se ahi de tracçous continuas e regra de companhia. P r . C a m i l l o d e M o n s e r r a t e — Filho do Duque de Berrv, o segun Io filho do Conde de Artois (Carlos X), o qual foi assassinado ao sahir da opeia pelo fanático Louvei, que queria ver extincta a raça dos Bourbons, e de uma senhora da antiga família Malatesta, da Itália, nasceu em Paris a 14 de novembro de 1818, depois do casamento daquelle príncipe com dona Carolina, a filha de Francisco I das duas Sicilias, e falleceu no Rio de Janeiro a 19 de novembro de 1870. Confiado desde que viu a luz a Jorge Gabriel Cleau o à sua esposa, que se diziam seus pães, chamando-se por essa razão Camillo Cleau,teve educação tão esmerada, que aos quinze annos tinha perfeito conhecimento da liugua ingleza e da lntina, algumas noções do historia e de philosophin, e começava os estudos de archeologia e de critica (pura os quaes tinha deci lida vocação) pelo museo de antigüidades ogypcianas, com permissão do director geral dos museos reaes pam frequental-o antes da hora ordinária. Contrai iedades da vida, quando jà conhecia a origem de sou nascimento, levaram-no a uma excursão pela Nova Zelândia, onde demoiou-se de 1837 a 1839, e de volta á pátria, leccionou, latim e grego no lyceo de Corbeil, leccionou depois em um collegio de Fontenaj -aux-Roses, o qual fez mais tarde fusãocom o Prytaneo de Menars, sendo elle um dos directores. De compleição mui fraca, leccionaudo varias línguas e scienc;as ao mesmo tempo, deixou Memrs ao cabo de poucos mezes e veiu para o Rio de Janeiro, onde naturalisou-se cidadão brazileiro. No Rio d Janeiro soffreu aiuda contrariedades e desgostos, a que buscou dar fira, recoIhendo-se á ordem benedictinn, onde professou a 1 de janeiro de 1849, com o nome de Fr. Camillo de Monserrate. Já religioso professo, foi nomeado em 1850 professor de geographia e historia do collegio Pedro II, cargo de que pediu demissão em 1855 ; director da bibliotheca nacional em 1853 e membro do Conselho director da ir.strucção publica do município neutro em 1868, exercendo taes cargos até sua. 20 ÜA morte. Era também palcographo honorário do archivo publi'0; membro da sociedade dos anliquarios do Norte de Copenhague e do varias assoeiações do lettras ; cavalleiro da ordem portugueza do N. S. da Conceição de Villa Viçosa e da honrosissima ordem dos Serafins, da Suécia, a qual somente conta de trinta e um membros e apenas oito estrangeiros. Deste sábio heilenista e archeologo, nascido para as investigações eruditas e dotado pela Providencia com o instincto de savant, como diz o Barão de Fsamiz, acham-se circumstanciadas noticias no « Estudo biographico », que o mesmo Barão escreveu o constitue o vol. 12° dos annaes da bibliotheci nacional do Rio de Janeiro, de 521 pags. in-4°. Das obras ahi mencionadas, escriptas umas «m França, e outras no Brazil, citarei as seguintes : — Une esiatue d'Heraclite: memória em solução de um problema archeologico, 1832 — Tinha-o autor 14 annosde idade ! — jEnigmatis, grèce scripti, nova interpretatio — Foi publicada na Minerva Brazileira, vol. 3", 1844, n. 1, com 27 notas. — Cliiodemc biographie— Na biographie uuiverselle ancienne et moderno, vol. 61°. Paris, 1837. — Notice biograplúque sur Duris, historien et tiran de Samos — Vem, como outros escriptos, nos citados Annaes, pags. 301 a 310. Foi escripta para a biograplra universal e não foi publicada, talvez por ser extensa e ir além do programma geral do livro, sondo por esto motivo que o autor não apresentou outros artigos, de que se encontraram notas interessantes entre seus papeis. — Vocabulaire neo-zelandais — Nos Nouvelles Annales des Voyages, tomo I o , 1842, pags. 192 a 204, sob o pseudonymo de Gu:do Mala testa. — Discurso em acção de graças pela entrada do safito padre Pio IX. em Roma. 1850 — O mosteiro de S. Bento não teve um orador que -podesse preparar um discurso para o Te-Deum celebrado logo que teve a uoticia do f.icto occorrido em Roma, e então fr. Camillo escreveu esse trabalho em francez, que foi traduzido e recitado por fr. 7 , da P . Franco. Acha-se no citado Estudo biographico, pag. 350 e segs. — Lições de geographi i antiga — No dito livro, pags. 354 a 374. E1 parte de uma obra escripta para seus alunnos. Ali também se acha o seu programma do curso da aula para o anno de 1853, á pags. 94 o 95, o qual foi desenvolvido à risca. — Parecer sobre o Manual de historia geral contemporânea dos Srs. Barão de Thautphoeus e bacharel Gonçalves da Silva — idem, pags. 376 a 380. CA 21 — Cartas escriptas dé Botafogo por Carlota Frederica — São doze cartas. Idem de pags. 400 a 452. As duas primeiras foram publicadasem portuguez antes na Revista Popular, tomo 1", 1859, pags. 176 a 243 ; as outras em francez no Echo du Brèsil, 1860. — Antigüidades mexicanas (fragmentos) — Idem, pags. 472 a 517. E' um trabalho que revela grande erudição, e em que o autor pugna. pela origem asiática da civilisação americana, delineando tradições, lendas e monumentos relativos à historia do México, e estudando a questão por todas as suas faces. O Barão de Ramiz, em sumim, dá noticia do muitos trabalhos ainda de fr. Camillo, comprovando sua rara illustração e perseverante applicação ao estudo. Parece que elle collaborou em sua mocidade, quando secretario de J. A. Letronne, um dos mais notáveis archeologos da França, na obra. : — Leitres d'un antiquaire a un artiste. 1835-1837, ou na celebre memória «Origine grecque des zodiaques pretendus egyptiens». Por combinações de datas assim o presume seu biographo. Em sua chegada ao Brazil, finalmente, redigiu: — Le CourrierEuropêen. Rio de Janeiro, 1844. C a m i l l o P a s s a l a c q u a — E' presbytero do habito de S. Pedro, professor de portuguez no seminário episcopal e professorda quarta cadeira na escola normal do S. Paulo. Escreveu : — Pedagogia e methodologia theorica o pratica para uso dos alumnosda escola normal de S . P a u l o . S. Paulo, 1887. — Discurso proferido na cidade do Rio Claro por occasião da posso do vigário collado, padre E. Paulino Bueno. S. Paulo, 1888. r>. C â n d i d a F o r t e s — natural da cidade da Cachoeira, da provincia, hoje estado do Rio Grande do Sul, e nascida no anno de 1863, cultiva com esmero as lettras, tem sido constante collaboradora do Jorml do Commercio de Porto Alegre e tem promptos para dar ao prelo os seguintes volumes: — Reverberos; poesias. — Contos á minhas irmãs. I>. C â n d i d a I s o l i n a d e A b r e u — natural de Porto Alegro, capital da provincia, hoje estado do Rio Grande do Sul, e nascida no anno de 1862, é uma cultora mimosa da poesia, tem col- 22 C A laborado para varias revistas de Pelotas, onde reside, e tem inédita uma collecção de : — Poesias lyricas — que serão publicadas, segundo sou inforniado, em um volume. Da Arena Litteraria transcrevo aqui sua poesia: In isões. Emquanto o potentado em farta e lauta mesa Dá contas ao prazer, á grande suturnal, Além se escuta a voz da ínfima pobrexa Um leito mendigando ás portas do hospital. Sem ter um seio amigo, errante, abandonada, AO poso da desgraça e de afflicções austeras Expira tristeaiHiite em lagrimas banhada A desditosa mãe do autor das Primaveras. Mais longe para um vulto, enfermo, soluçante, De fronte embranquecida em fundas agonias... Embaklo erguendo a mão murmura ao caminhante: « Esmola á pobre mãe do bom Gonçalves Uias.» Tributo pago ao vate ! . . . E ante a vil grandeza O prantu do infortúnio, ó Deus ! o que é que vai, Tó mesmo que a virtude à fome sendo preza, No vicio desvairada se entregue ao lodaçal í Que importa a dor alheia ? . . . Os ricos — homens d'ouro AS flores da pureza arrojam polo chão ; E vis, querem lançar — co'as faces sem decoro As li lhas da desgraça ás mesas de. um balcão ! Si um dia a triste flor, seguindo a negra sina, As festas lhes turbar, pedindo-lhes um pão, ü rico M) lhe brada: «arreda messalina, Não podes ter siquer do mundo a compaixão». Que importa o crimooa dôr, si em farta e lauta mesa Dão contas ao prazer, alento à satnrnal ! Lá fora, no abandono, a misera pobreza Mendiga pala m a ou morre no hospital ! Cândido Augusto Pereira F r a n c o — Filho do Luiz Pereira Franco e ne'.o materno do desembargador Joaquim Anselmo Alves Branco Mon z Birreto, de quoin tratarei opportunamente, nascou na cidade da Bahia, falleceu em Maceió a 6 de março de 1884. Formado cm direito pela Faculdade do Recife em 1854, entrou para o serviço da magistratura no cargo de juiz municipal de Canavieira, provincia da Bahia ; serviu successivamente igual cargo em Aracaju, o de juiz de direito de Penedo, chefe de policia da provincia do Maranhão, e juiz de direito de Maceió, sondo também primeiro vicepresidente de Alagoas. Escreveu: — Compilação das leis provinciaes de Sergipe, de 1835 a 1880. Aracaju (sem data), typ. de F. das Chagas Lima, 2 tomos. — Relatório com que... ao Exm. Sr. Dr. José Barbosa Torres passou C A 23 a administração da, praviacia das Alago is o . . . Io vice-presidente da mesma provincia em 16 de março de 1882. Maceió, 1882, in-8°. — Relatório com q u e . . . pissou a administração da provincia das Alagoas ao 4o vice-presidente, e t c , no dia6 de julho de 1882. Maceió, 1882, i n - 8 \ — Appellação no crime: Está no inteiro vigor o art. 451 do Regulamento n. 120 de 31 de janeiro de 1842— No Direito, tomo 8", pags. 440 a 444. C â n d i d o d e A z e r e d o O o u t i n h o — Falleceu na cidade * do Rio de Janeiro a 5 de julho de 1878, sendo licenciado em ínathematicas, lente de chimica jubilado da antiga escola militar, provedor da casa da moeda, do conselho do Imperador, commondador da orlem da Rosa e da de Christo, commendador de segunda classe da ordem Ernestina da casa ducal da Saxonia, sócio da socie lade auxiliadora da industria nacional o de outras associações de lettras e sciencias, quer nacionaes, quer estrangeiras. Escreveu: — Reflexões sobre o nosso systema monetário e indicações das melhores maneiras de retirar o papel-moeda. Paris, 1837, 47 pags. in-12°. — Apreciação do medalheiro da casa da moeda, apresentada na exposição de 1861 e offerocida aos empregados, praticantes e operários da mesma casa. Rio de Janeiro, 1862, 65 pags. in-4° com tí retrato de D. Pedro l . — O Senhor Dom João, príncipe regente, perante a historia: cartas publicadas no Jornal do Commercio de 8, 13 o 14 de outubro. Rio de Janeiro, 1866 — Refere-se esta obra ao descobrimento, na thesouraria da casa da moeda, de uma caixa, contendo os padrões para um novo systema decimal de pesos e medidas, fabricados em Lisboa, no arsenal do exercito em 1815. Consta-me que se oecupara desse assumpto Manoel Vicente do Couto, de quem hei de tratar, assim como João Bernardo da Rocha Loureiro, portuguez, no seu « Portuguez em Londres, ou Mercúrio político, commercial e litterario», publicado em Londres de 1814 a 1821. — Noticia sobre as moedas do Brazil e seu valor intrínseco em diversos paizes estrangeiros. Rio de Janeiro, 1867, 29 pags. in-88 — Além de um estudo indispensável sobre os valores de nossa moeda, aqui se acha um estudo sobre os valores da moeda de diversos paizes estrangeiros. — Metrologia actual do Brazil. Rio de Janeiro, 1867, 15 pags. in-8°. — Necessitade do augmento do senhoriagem na moeda auxiliar de prata do Brazil. R ; o de Janeiro, 1867, 31 pags. in-8°. 24 C A rtio de Ja— A aclual moda do prata ou a nova moeda auxiliar neiro, 1868, 32 pags. in-8 n . . «r . i„,in sua emissão. — A««a -moeda auxiliaria o cousas que tom rctar iauu Rio de Janeiro, 1868, 11 pags. in-8". — Estudo sobre a moeda de cobre e a subsidiaria do Brazil: artigoj publicados no Jornal do Commercio. Rio de Janeiro, 1869, 81 pags. in-8» T, ii- . • • ( . , ,i«tn-mtor publicados em revistas, — Ha alem disto vanos escriptos deste aiuor, [mum, como: . , — Astronomia. . n^ „ n m ,•.,, Na y;i.hcroi/, DOS c o m .'ias — >•"<• - ' " revista braziliense, •>» Paris, tomo Io, 1830, pags. 7 a 34. — Physica industrial. Das caldeiras — Idem, tomo 2o, pags. 39 a 87. — Comparação ontre os princípios constituintes da canna e da beterraba e exposição do algumas generalidades— Na Minerva Braziliense, Rio de Janeiro, tomo 1°, 1843, pags. 191 a 195. — Fermentação alcoólica — Idem, tomo 2", pags. 379 a 382 e 411 a 414. — Demonstração do parallelogrammo das forças — Idem, tomo 3 o , 1845, pag. 156 e s e g . C â n d i d o I B a p t i s t a d e O l i v e i r a — Filho de Francisco Baptista dos Anjos o de dona Franisca Cândida de Oliveira, nasceu em Porto-Alegre, capital do Rio Grande do Sul, a 15 de fevereiro de 1801, e falleceu a 26 de maio de 1865 a bordo do paquete francez Pelouse, em que seguia para a Europa com o fim de tratar do sua saúde, nas proximidades da Bahia, onde ficou seu cadáver. Seus pães, destinando-o ao estado clerical, o recolheram ao seminário de S. José do Rio de Janeiro, onde fez o curso de humanidades ; mas dahi seguiu para Coimbra, em cuja universidade fez os cursos de mathematicas e de philosophia com applicação tal, que foi premiado em todos os annos, foi classificado de sábio por um de seus lentes e a congregação da faculdade propoz ao governo que, ainda como prêmio, se mandasse graduar gratuitamente o estudante brazileiro. Recebendo o gráo de bacharel em 1824, passou á França, onde freqüentou a escola polytechnica, merecendo muita estima e amizade do sábio astrônomo Arago e, regressando á pátria, o i nomeado em 1827 lente substituto da academia militar, passando logo a lente cathedratico de mecânica, em que se jubilou ao cabo de vinte annos. Serviu o logar de inspector do thesouro nacional desde a abdicação do primeiro Imperador até 1834, e de 1837 a 1838, sendo esta interrupção devida a ter elle exercido neste ínterim o car<»o de ministro residente em Turim. Foi deputado por sua provincia em diversas legislaturas desde a segunda, e senador escolhido em dezom- » CA 25 bro de 1848 ; foi encarregado do uma missão diplomática á S. Petersburgo e depois à Vienna d'Austria ; ministro da fazenda e interinamente dos negócios estrangeiros no gabinete de 1839; ministro da marinha em 1848 ; o depois disto serviu ainda os cargos do director do Banco do Brazil é de director do Jardim Botânico. Era conselheiro de estado, do conselho do Imperador, veador da casa imperial, commendador da ordem da Rosa e da de Christo, gran-cruz da ordem russiana de Santo Estanislau, membro do Instituto histórico e geographieo brazileiro. etc. Escreveu: — Compêndio de arithmetica, composto para uso das escolas primarias do Brazil. Rio de Janeiro, 1832, in-4° — Sahiu também impresso com o periódico Oitanabar/t, e teve nova edição em 1863, seguindo-se um appendice sobre a Metrologia. — Relatório sobre o melhoramento do systema de pesos e medidas e o monetário; apresentado pela commissão para esse fim nomeada por decreto de 8 de janeiro de 1833. Rio de Janeiro, 1834, 158 pags. in-4° com duas tabellas — Neste livro, além do relatório, que é também assignado por Franeisco Cordeiro da Silva Torres o Ignaclo Ratton» acham-se: Apontamentos, exlrahidos do Relatório de J. Quiney Adams sobro pesos e medidas dos Estados-Unidos por S. Torres; Dados extrahidos de Kelly ; Systema de pesos e medidas do Brazil ; Relatório sobre os cunhos de ouro da União, traduzido pelo mesmo S. Torres. — A escravatura no Brazil e a época provável de sua extineção. S. Petersburgo, 1842, in-8° — A escravidão no Brazil oscupou sempre a attenção do autor. Já em 1839, quando assumira peel a gerencia dos negócios da fazenda e interinamente a de estrangeiros, tentara dar um golpe de extermínio em tão immoral e repugnante trafico. — Systema financial do Brazil. S. Petersburgo, 1842, 181 pags.-in-S» e mais 47 de um appendice com as formulas usadas na resolução dos problemas relativos ás operações de credito, e princípios geraes de finanças, exti'ahidos da obra de Robert Hamilton sobre a divida publica da Gran-Bretanha. — A questão do ouro. S. Petersburgo, 1842, in-8' — Não afflrmo que seja esse o verdadeiro titulo da obra, porque não a vi, — Reconhecimento topographico da fronteira do império do Brazil na provincia de S. Pedro do Rio Grando do Sul na parte confinante com o Estado Oriental do Uruguay, etc. Rio de Janeiro, 1850, in-S". — Apontamentos sobre alguns factos importantes da conquista do Rioda Prata pelos hespanhóes. Rio de Janeiro, 1851, in-8J — Este trabalho foi lido nas sessões do Instituto histórico de 18 de julho e de 22. de agosto deste anno. 26 ^^*. — Systema metricj decimal. Tabellas para a conversão d a s m e " didas métricas nas que correspondem ao systema usual do P e 3 ° medidas do Brazil e vice-versa. Rio de Janeiro, 1865, in-8°. — Problemas de ^cálculos astronômicos (duas memórias)— Achamse em additamento ás Ephemerides do observatório astronômico do Rio •de Janeiro para 1855. — Memória sobre a theoria da orientação do plano oscillatorio do pêndulo simples e sua applicaçãoà determinação approximada do achatamento esp'ieroide terrestre — Em ad litamento ás Ephemerides do mesmo observatório para 1856, e também no I o tomo, pags. 1 a 25 da — Revista. Brazileira .-jornal de sciencias, lettras e artes. Publicação trimensal. Rio de Janeiro, 1857 a 1861, 3 vols. in-4» com estampas — Nesta revista, de que foi redactor, além do escripto precedente e de muitos outros de sua penna, se notam: — Theoria da Unha recta Q do plano considerado no espaço— No tomo Io, pags. 129 a 209, com estampas. — Memória sobre as condições geológicas do porto do Rio de Janeiro. Formulas applicaveis ao calculo das distanchs lunares na determinação das latitudes terrestres— No tomo 2o, pags. 57 a 72. — Theoria da composição o resolução, das operações numéricas e dos seres elementares, etc. — No tomo 2 o , n. 7 e tomo 3', n. 9. — Estudos de anulyse mathematica. Theoria dos logarithmos tabulares, applicaveis ao calculo numérico —No tomo 3 o , pags. 181 a 223 e 383 a 410. O conselheiro Cândido Baptista tem alguns escriptos na Revista do Instituto histórico, como por exemplo: — Parecer sobre a memória do coronel J. J . Machado de Oliveira sobre a questão de limites entre o Brazil e Montevidéo — No tomo 16% 1853,'pag. 464 o segs. (Veja-se José Joaquim Machado de Oliveira e Duarte de Bute Ribeiro.) — Elogio histórico do Marquez de Paranaguá, recitado na sessão ordinária do Instituto de 4 de março de 1847 —No tomo 10°, pags. 398 a 408. Gollaborou também na Revista Popular, jornal illustrado que se publicou nesta corte de 1859 a 1862; no Correio Mercantil, de que lhe são attribuidos os escriptos sobre assumptos econômicos, publicados em 1858 e 1859 sob o pseudonymo de Vadius, e finalmente no Guanabara, onde^se acha a sua. — Lucía de Miranda: ensaio romântico sobre um acontecimento trágico da conquista do Rio da Prata— No n. 9, 1851. C â n d i d o B a r a t a R i b e i r o - F i l h o de José Maria Cândido "Ribeiro o dona Veridiana Barata Ribeiro e neto materno do notável CA 27 patriota Cypriano José Barata de Almeida, de quem vou já occupar-me, nasceu na capital da Bahia a 11 do marçe de 1843; é doutor em medicioa e lente de clinica de moléstias de criançis da faculdade do Rio de Janeiro, na qual, sendo estudante, foi interno da clinica medica e cirúrgica e depois preparador do gabinete anatômico pathologico do hospital da Misericórdia. Residiu algum tempo em Campinas, no Estado de S. Paulo, sendo alli director do serviço medico-cirúrgico do hospital de caridade e escreveu : — Das causas e tratamento da retenção de urinas ; Qual a influencia que exercem as sangrias geraes na marcha e terminação da pneumonia; Rupturas do perineo : these inaugural. Rio de Janeiro, 1867, in-4". — Discurso pronunci do na faculdade de mediei ti i do Rio de Janeiro por occasião do gráo de doutoramento. Rio de Janeiro, 1867, in-8'. — Q taes as medidas sanitárias que devem ser aconselhadas para impedir o desenvolvimento e propagação da febre amarelia na cidade do Rio de Janeiro : these apresentada no concurso ao logar de substituto da secção medica. Rio de Janeiro, 1877, in-4°—E' um volume de mais de 150 paginas. — Relatório medico sobre ohospital publico da cidade de S. Paulo durante a epidemia de .varíola de 1873 a 1874. S. Paulo, 1875, 55 pags. in-4 j com vários mappas. — Relatório sobre a questão medico-lega"! Castro Malta, apresentado ao juiz de direito do O1 districto criminal da corte. Rio de Janeiro, 1885, 96 pags. in-3°, e mais as da introducção e de documentos, com est.—E' escripto com os Drs. Oscar Adolpho de Bulhões Ribeiro e José Borges Ribeiro da Costa, como peritos nomeados para o exame do cadáver de João Alvos de Castro Malta em 23 de dezembro de 1884. Sahiu publicada uma refutaçio escripta pelo Dr. Henrique Augusto Monat, com o titulo «Questão medico-legal Castro Malta», publicada nos Annaes Brazilienses de Medicina, tomo 36, ns. 3 e 4, pags. 241 a 432. (Veja-se este autor.) — Discurso pronunciado por occasião da collação do gráo aos doutorandos de 1887. Rio de Janeiro, 1888—Sahiu também no Brazil Medico, anno 2°, 1888, ns. 5, 0, 7, 8, 9, 10 e 11. Versa sobre jurisprudência medica. — O Segredo do lar: drama em quatro actos, original brazileiro — Não sei si foi impresso ; foi porém levado à scena pela primeira, vez no theatro Lucinda a 6 de setembro de 1881. O Dr. Barata foi umdo3 redactores da — Revista do Atheneo Medico. Rio de Janeiro, 1865 e 1866, in-fol.— Foram também seus redactores : A. C. de Souza Costa, J. A. Porto 28 CA Rocha, S. J. Saldanha da Gama, Cláudio V. da Motta Maia, C. A. de Paula Costa o J. Pereira Rego. Publicou-se ainda em 1807, redigida peloídous primeiros e por Milaquias A. Gonçalves, J. E. dos Santos Andrade e J. G. Kemnitz. C â n d i d o B o r g e s M o n t e i r o , Visconde de Itaúna — Filho do capitão José Borges Monteiro e dona üertrudes Maria da Conceição, nasceu na ciJade do Rio do Janeiro a 12 de outubro de 1812 e falleceu a 25 de agosto de 1872, cirurgião.formado pela antiga academia medico-cirurgica em 1833; doutor em medicina pela faculdade desta cidade e professorjubilado da mesma faculdade; grande do Império; medico da imperial câmara e parteiro da Imperatriz; do conselho do Imperador; senador pela provincia do Rio de Janeiro; condecorado com as honras de official-maior da casa imperial; dignitario da ordem da Rosa e commemlador da de Christo; gran-cruz da mesma ordem de Portugal e da de Nossa Senhora da Conceição de Villa Viçosa ; da ordem Ernestina da casa ducal da Saxonia e da ordem austríaca, da Coroa de Ferro; membro titular da imperial academia de medicina, etc. No mesmo anno daquella sua formatura, reformando-se o ensino medice, foi nomeado lente substituto da secção cirúrgica e, recebendo no anno* seguinte o gráo de doutor, passou em 1838 a lente cathedratico de operações, anatomia topographica e apparelhos. Occupou cargos de eleição popular antes de entrar para o senado, como o de vereador da câmara municipal, quo presidiu em quasi todo o quatriennio de J 848 a 1S51, conseguindo amortizar consideravelmente a divida existente e augmentar a renda; o de deputado provincial em 1850 e geral em 1853, e também cargos de confiança da coroa, como o de presidente da commissão central de saúde publica, presidente da provincia de S. Paulo e ministro da agricultura, commercio e obras publicas, cargo em que falleceu. Em 1869 fez à Europa uma viagem para estudar mais de perto os progressos da sciencia e, pouco depois, outra viagem, acompanhando o Imperador e sua augusta esposa. Seu ultimo acto como ministro foi a autorização dada ao Visconde de Mauá para estabelecer um cabo submarino entre o Brazil o Portugal e a ultima palavra que pronunciou, revelando bem seus sentimentos catholicos, foi « vou despertar... » e expirou. Escreveu : — Considerações geraes sobre as hérnias abdominaes e da hérnia inguinal em particular : these apresentada- à faculdade de medicina do Rio de Janeiro para o concurso a um logar de substituto da secção cirúrgica. Rio de Janeiro, 1833, in-4°. CA 29 — Da amputação circular pela continuidade da aòx.:, meios empregados para vedar a hemorrhagiae maneira de fazer o curativo: these, e t c , paia o concurso ao logar de lente de anatomia topographica, medicina operatoriaeappirelhos. Rio de Janeiro, 1838, in-4°. — E' escripta em 67 proposições com muitas o extensas notas. — Queimaduras: lições oraes de clinica cirúrgica, feitas a 27 de julho e 12 de outubro de 1844 — No Archivo Medico Brazileiroy tomo Io, pags. 16 a 21 e 58 a 65. — Resumo estatístico da clinica cirúrgica da escola de medicina, dirigida pelo doutor Cândido Borges Monteiro no anno lective que decorreu de maio a outubro de 1843, etc. seguido de algumas reflexões acerca dos meios therapeuticos empregados pelo doutor Roberto Jorge Haddock Lobo — Na mesma Revista, e no mesmo tomo, pags. 5 a 11, 25a34, 51 a 65, 84 a 88, 102 a 105 e 148 a 156. — Memória acerca da ligadura da artéria aorta abdominal, precedida de algumas considerações geraes sobre as operações do aneurisma, e seguida de uma estampa lithographada que representa um novo porta-fios e sua posição durante a operação. Rio de JaneL-o, 1845, 42 pags. in-4° — Esta memória foi apreciada pelo dr. Haddock, nos Annaes Brasilienses de Medicina, tomo 13°, pags. 116 a 125 ; pelo dr. J. M. de Noronha Feita), no citado Archivo Medico, tomo Io, pags. 190 a 192, o por escriptor anonymo na Revista Medica Brazileiro, tomo 2 o , pags. 192 a 238. Foi escripta a pedido do celebre professor Velpeau, sendo o autor o primeiro operador que no Brazil praticou no homem vivo a ligadura da aorta acima da bifurcação iliaca. — Discurso pronunciado por occasião da abertura da aula do operações, etc. Rio de Janeiro, 1841, 16 pags. in-8°. — Discurso pronunciado por occasião da abertura da aula de anatomia topographica, medicina operatoria e apparelho, etc. Rio de Janeiro, 1842, 16 pags. iu-8°. — Discurso pronunciado na abertura do curso de clinica cirúrgica, etc. Rio de Janeiro, 1843, 18 pags. in-8°. — Discurso pronuaeiado por occasião da abertura do curso de clínica externa, etc. Rio de Janeiro, 1844, in-4". — Discurso pronunciado em 1845 por occasião da abertura da aula de anatomia topographica, etc. Rio de Janeiro, 1845, 16 pags. in-8.° — Regulamento da instrucção publica da provincia de S. Paulo ; confeccionado pelo Exm. Sr. presidente da mesma provincia, Barão de Itaúna. S. Paulo, 1869, in-4». — Descripção da febre amarella que tem reinado opidemicameiite nb Rio do Janeiro nos primeiros mezes do corrente anno. Rio de 30 C A Janeiro, 1850, 24 pags. in-4° — Depois do doutor Cândido Borges, assignam também este opusculo os doutores J. Segaud, M. do Valladao Pimentel, li. J. Haddock Lobo, J. M. do Noronha Feital, Joaquim J. da Silva, L. V- de Simoai, A. Felix Martins e J. P Rego. Sahiu também nos Annaes Brazilienses de Medicina, tomo 5', pags. 165 a 182 e foi dirigida ao ministro do império, com officio a este pelo autor, como presideuti da commissão central de saúde publica. Ha outros trabalhos seus em revistas médicas, como : — Relatório Sobre os queimados na explosão da caldeira da baica a vapor Especuladora a 25 de maio de 1844 — Nos mesmos Annaes, tomo 1°, pag. 130 e s e g s . — Memória acerca do diagnoslico dos cálculos vesicaes — Idem, tomo 2', pag. 80 e segs. C â n d i d o C a l d e i r a d e S o u z a — Natural «Io Rio de Janeiro, onde falleceu, ha annos, sen Io moço da imperial câmara, commendador da ordem de Christo e officiul da ordem da Rosa. Fez na Europa estudos do mecânica, á quo sempre dedicou-se, e escreveu: — Resposta à analyse feita ÜO Relatório da commissão de exame da directoria do fazen Ia da provincia do Rio de Jan;iro, no anno de 1863, por CandidT Cal leira de Souza, membro da commissão. Rio de Janeiro, 1864, 94 p*gs. in-4°. Cândido de Jesus B r a n c o — Creio que nasceu na antiga provincia de Minas-Geraes ; pelo menos ahi viveu muitos annos e ainda vive talvez, foi nesta província o primeiro cultivador de abelhas, como elle se denuncia na obra abaixo mencionada, e dedicava-sj à agricultura. Escreveu: — As abelhas, sua cultura, propigação e tr.it imonto adaptado ao clima do Brazil. Seguido da pr<eparação da cera e do fabrico das velas. 2» edição. Rio do Janeiro, 1859, 81 pags. in-8°. Cândido José de A r a i g o V i a n n a , Marquez de Sapucahy — Filho do Cipitão-môr Minoel de Araújo Cunha e D. Marianna Clara da Cunha, nasceu em Sabarà, provincia de Minas-Geraes, a 15 do setembro de 1793, e falleceu no Rio de Janeiro a 23 de janeiro de 1875, bacharel em direito pela universidade de Coimbra ; gentilhomem da imperial câmara ; senador do império, conselheiro de estado ; do conselho do Imperador ; ministro aposentado do supremo tribunal de justiça ; dignitario da ordem do Cruzeiro; cavalleho das. C A 31 de Chriato o da Rosa ; gran-cruzda muito nobre è antiga ordem portuguezada Torre e Espada e da ordem Ernestina da cnsi ducal da Saxonia ; membro do Instituto histórico e geographico brazileiro, etc. Freqüentou também em Coimbra parte do curso medico, e no mesmo anno de sua formatura foi nomeado juiz de fora da comarca de seu nascimento. Representou sua provincia na constituinte de 1823 e nas quatro legislaturas subsequentes até entrar para o senado por escolha da regência em 1839. Presidiu a provincia de Alagoas e a do Maranhão ; dirigiu a pasta dos negócios da fazenda e interinamente a da justiça de 14 de dezembro de 1832 a junho de 1834, e a do império de 1841 a» 1843, e desempenhou outivs commissões honrosas, como as de mealre de litteratuiu e seiencias positivas do Imperador, D. Padro II, de mostre das princ3zas D. Isabel e D. Leopoldina, e de testemunha do casamento desta princeza com o Duque do Saxe. Cultivou as lutlras, como as sciencias; mas, excessivamente modesto, pouco escreveu e menos ainda publicou além de seus relatórios como ministro de estado e presidente de proviucia o de numerosos — Discursos ( pronunciados como presidente do Instituto histórico durante trinta annos,) e outros — que se acham na Revista Trimensal do Instituto desde o anno de 1843 aió o de 1873. Redigiu o — Diário da Assembléa geral constituinte e legislativa do império do Brazil. Rio de Janeiro, 1823, 774 pags. ÍG-4* — Ha 2 J volume deste Diário, de 1824, mis redigido por outra penna. Escreveu depois : — Relatório sobre o melhoramento do meio circulante, apresentado á Assembléa Geral em a sessão extraordinária de 1833. Rio de Janeiro, 1833, 124 pags. in-4° — Era então o autor ministro da fazenda. A' este relatório aeham-ie annexos: Mappa das moedas ; Decretos e quesitos feitos à commissão ; Pareceres da Jorge March, Henrique Riedy, Ignacio RattoD, Francisco José da Rocha, Carlos Baker, conselheiro José Antônio Lisboa e Francisco Cordeiro da Silva Torres. O Marquez de Sapucahy cultivou a poesia; só vi, porém, de sua penna: — Soneto improvisado n'um sarào por occasião de partir para a índia, na galera Vasco da Gama, a senhora D. Carlota Midosi com seu marido — Vem no Florilegio da infância de J. R. da F . Jordão, tomo 2 o , pag. 25. — Saudades de minha filhi — Não me < ccorre onde vi esta poesia, que aqui reproduzo : Da planta que mais prezavas, Que era, filha, teus amores, Venho, de pranto orvalhaoas, Trazer-te as primeiras dores. 32 CA Em vez de afiàgar-to o seio, De enfeitar-te as longas, trancas, Perfumarão eata louza Do jazigo em que descançns. Já lhes falta aquelle viço Que teu desvelo lhes dava Gelou-se a mão protectora Que tão fagueira as regava ! Desgraçadas violetas ! A' tím prematuro correm ! Pobres flores também sentem ! Também de saudades morrem ! C â n d i d o J o s é O a r d o z o — Filho do commendador Francisco José Cardozo e dona Propicia Francisca Cardozo, nasceu em Itaguahy, antiga provincia o hojo Estado do Rio de Janeiro, a 25 de abril de 1828, e falleceu a 30 do janeiro, de 1877, doutor em medicina pela faculdade desta capital, onde deu-se ao exercicio de sua profissão, e escreveu : — Da hemathose ; Que fenômenos se passam no pericarpo na época da disseminação ? Que aeções, tanto chimicas, como vitaes, durante à germinação de uma semente? Diagnostico da prenhez extra-uterina : dissertação inaugural. Rio de Janeiro, 1851, 42 pags. in-4° gr. — Industria serica. Rio de Janeiro, 1800 — E' uma serie de artigos <jue sahiram no Jornal do Commercio de 13, 14, "«17 e 21 de julho de 1860, contendo a historia da cultura da seda, desde seu descobrimento na China até á introducção do bicho da seda no Brazil, os quaes vêm assignados comas lettras iniciaes C. C. C â n d i d o J o s é C a s c a d o L i m a — Natural de Pernambuco, onde falleceu pelo anno de 1880 ou pouco depois. Doutor em •medicina pela faculdade de Paris, exerceu muitos annos o logar de lente de francez do curso de preparatórios, annexo á faculdade de direito do Recife — e escreveu um : — Compendio de grammatica da lingua franceza...— Nunca pude vèl-o ; mas sei que o autor segue o Curso theorico e pratico de E. Poitevin. C â n d i d o J o s é d a M o t t a — E' natural da provincia do S. Paulo, segundo me consta; pelo menos ahi residiu, em Santos. Não conheço mais particularidades de sua vida; só sei que escreveu : — O Tiratlentes: drama histórico. Santos, 1853, in-8". — A conspiração effeetuada em Minas em 1782 deu assumpto á este drama. CA 33 Cândido Ladislau J a p i a s s ú de F i g u e i r e d o e M e l l o — Filho do coronel João Ladislau de Figueiredo e Mello, nasceu na cidade da Bahia em 1799 e ahi falleceu a 17 de agosto de 1861, sendo bacharel em direito canonico e em direito civil pela universidade de Coimbra, doutor em medicina pela faculdade daquella cidade, desembargador da Relação e cavalleiro da ordem de Christo. Exercia o cargo de ouvidor na cidade de S. Paulo em 1830, quando foi assassinado traiçoeiramente o doutor João Baptista Libero Badarój redactor do Observador Constitucional, o qual havia aggredido com vehemencia o ouvidor da comarca pelo modo, por que executava a nova lei sobre a liberdade da imprensa e então, sendo indigitado pela opinião publica como mandante do crime, exigindo-se sua prisão immediata, occultou-se Japiassú em casa do commandante das armas, donde só sahiu depois de quatro dias, acompanhado de um official até Santos. Ahi embarcou com sua familia numa canoa para o Rio de Janeiro, sendo aqui sujeito â processo e absolvido daquella accusação. Estudou medicina, sendo desembargador. Collaborou em diversos órgãos da política liberal que esposara desde seus primeiros annoS) com particularidade no periódico: — O Século: jornal político, litterario e commercial. Bahia» 1848 a 1851 in-fol. — Foi depois redactor deste jornal em substituição do fundador, o doutor João José Barboza de Oliveira, de quem occuparme-hei opportunamente. Escreveu mais : — Defesa, que no dia 28 de setembro do corrente anno, improvisou no jury, orando a favor de Jorge Theodoro Cabral e Thimotheo José Pinto pelos acontecimentos de 3 de abril do anno passado. Rio de Janeiro, 1833, 16 pags. in-4°. — Defesa, que fez no jury da corte, do Illm. e Exm. Sr. conselheiro José Bonifácio de Andrada e Silva, pae da pátria, patriarcha da independência do Brazil, etc. Rio de Janeiro, 1835. 120 pags. in-4° com o retrato do mesmo conselheiro — Segunda edição, Bahia, 1856, in-4°. — Memória sobre a febre amarella e sobre o seu tratamento. Bahia, 1852, 140 pags. in-4° gr. de 2 cols., além das de frontispicio, offerecimentos, prefacio, proposições e aphorismos — E' sua these inauguravel, dividida em quatro partes, a saber: Na li0 parte trata-se da moléstia e apresenta-se a bibliographia delia, com especificação dos livros escriptos em portuguez, francez, allemão, inglez, italiano e hespanhol. Na 2a trata-se de experiências, observações e factos notáveis relativos à febre amarella. Na 3 a , da historia da medicina, de Hippocrates, de A-lsipiades e dô Galeno, dos Árabes, de Paracelso, 34 CA Boherave, Descartes,Stahl, Rasori, Broussais e outros; da homoepathia; do empirismo ; de processos e meios curativos e hygienicos ; do magnetismo animal, etc. Na 4a e ultima trata-se particularmente da hydrotherapia, como meio curativo mais efficaz das febres essenciaes, abortando ou anniquilando a febre amarella. Além disto apresenta a nomenclatura de todas as moléstias tratadas pela hydrotherapia, referidas nas obras de Baldou, Fleury, Gillebert, Yedart, Pigeaire, Schedel, Lubanski, e muitos outros. Desta these publicou-se: — A febre amarella no Brazil: extractos da these etc.— nos Annaes Brasilienses de Medicina, tomo 9o, pags. 68, 92 e 117 e segs. Cândido Luiz Maria de O l i v e i r a — Filho do tenente-coronel Cândido Theodoro de Oliveira, nasceu na cidade de Ouro Preto, capital de Minas Geraes, a 6 de julho de 1845. Formado em direito pela faculdade de S. Paulo, foi nomeado promotor publico da cidade de seu nascimento ; ahi serviu também o cargo de procurador fiscal da thesouraria de fazenda e foi depois nomeado juiz municipal de Curvello, deixando a carreira da magistratura depois do quatriennio de exercício. Foi deputado por sua provincia de 1878 a 1885, e no anno seguinte eleito senador. Occupou a pasta dos negócios da guerra no gabinete de 6 de junho do 1884 e a da justiça no ultimo gabinete do império. Sendo um dos deportados pelo governo provisório da Republica, esteve na Europa até à suspensão do exilio. Tem o titulo de conselho do Imperador e escreveu : — Discursos proferidos na câmara dos senhores deputados nas sessões de 1879 a 1880. Rio de Janeiro, 1880, 390 pags. in-8u —« A' delicadae, quiçá imprudente obsequiosidade de um amigo » diz o autor, teve de ceder para publicar esse livro que é oilerecido á provincia de Minas. Publicou, porém, mais: — Discursos proferidos na câmara doa senhores deputados nas sessões de 25 de maio e 3 de junho de 1880. Rio do Janeiro, 1880, 59 pags. in-8°. — Discursos proferidos, etc. nas legislaturas do 1882, 1883, 1884 o 1885. Rio de Janeiro, 1885, 2 vols. in-8" — O Crime de Botafogo : defesa dos advogados, etc. Rio do Janeiro, 1886 — O outro advogado é o dr. Ignacio Antônio de Assis Martins. Trata-se de um crime de sevicias e morte de uma escrava, ou scenas de escravidão. C â n d i d o M a r i a n o R o d r i g u e s — Seu nome SQ acha no Almanak de Laemmert, de 1880, pag. 193, como inspector do 10° CA 35 quarteirão do primeiro districto da freguezia de SanfAnna. Nada mais sei delle, sinão que escreveu: — 0 Senlior Gregorio da Silvn, amante das eleições: scena cômica original. Rio de Janeiro, 1880, 8 pags. in-8°. C â n d i d o M a t h e u s d e F a r i a F a r d a i — Natural do Rio de Janeiro e nascido a 10 de janeiro de 1818, falleceu a 15 de junho de 1888. Serviu cumulativamente os cargos de professor de desenho do antigo collegio de Pedro II, e de professor da instrucção primaria na freguezia de Santa Rita e, depois de obter em ambos sua jubilação, exerceu ainda o cargo de director das escolas da municipalidade. Era offlcial da ordem da Rosa e escreveu: — Grammatica analytica e explicativa da lingua portugueza. Rio de Janeiro, 1871, in-8° — Foi escripta com o distincto professor, dr. José Ortiz, e teve seis edições, sendo a segunda em 1873, e a quinta em 1884. — Instrucção publica. Manifesto dos professores públicos da instrucção primaria. Rio de Janeiro, 1871, 21 pags. in-8° — Versa sobre melhoramentos para a classe e é assignado também por Manoel José Pereira Frazão e João José Moreira. C â n d i d o M e n d e s d e A l m e i d a — Filho do capitão Fernando Mendes de Almeida e de dona Esmeria Alves de Almeida, nasceu na villa do Brejo, do Maranhão, a 16 de outubro de 1818 e falleceu no Rio de Janeiro a 1 de março de 1881, victima de uma congestão cerebral. Bacharel em direito pela faculdade de Olinda, formado em 1839, exerceu na capital de sua provincia o cargo de promotor publico, de 1841 a 1842, e obtendo por concurso a nomeação de professor de geographia e historia — matérias, em que era muito versado, leccionou no Lyceo de S. Luiz por espaço de 14 annos. Estabelecendo-se depois disto na corte, exerceu o cargo de chefe de secção da secretaria do império, donde passou para o de director de secção da secretaria da justiça e finalmente dedicou-se à advocacia. Representou por diversas vezes aquella provincia na câmara temporária desde 1843, e Ho Senado desde 1871, anno em que foi eleito e •escolhido senador. Tornòu-se notável por suas idéas ultramontanas em relação àmaçonaria por occasião da questão religiosa que levou à processo dous bispos do império, dos quaes constituiu-se advogado espontâneo e gratuito com seu collega, o conselheiro Zacarias de Góes e Vasconcellos (veja-se este nome). Foi não menos notável jurisconsulto e historiador ; sócio do Instituto histórico e geographico bra- 36 CA zileiro ; sócio o presidente da secção da Sociedade do geographia de Lisboa no Brazil ; da Sociedade de geographia de Londres e da de Paris ;" official da ordem da Rosa, e commcudador da de S. Gregorio Magno de Roma. Escreveu : — Direito civil, ecclesiastico brazileiro, antigo e moderno em suas relações com o direito canonico ou collecção completa, chronologicamente disposta desde a primeira dynastia até o presente, comprehendendo, além do sacro^anto concilio de Trento, concordatas, bullas e breves ; leis, alvarás e decretos ; provisões, accentos o decisões, relativos ao direito publico da igreja o sua jurisprudência e disciplina, á administração temporal das cathedraes e parochias, ás corporações religiosas, aos seminários, confrarias, cabidos, missões, etc; a que se addicionam notas históricas, explicativas, indicando a legislação actualmente em vigor e que hoje constitue ajurisdicção civil e ecclesiastica do Brazil. Rio de Janeiro, 1866-1873,2 tomos em quatro vols. in-8° — O 1" tomo contém três partes, de que a primeira foi publicada em Petropolis, a saber: Ia parte. Concordatas, 332 pags., com uma extensa introducção de 424 pags. 2a parte. Legislação sobre o padroado, dizimas e creação de dioceses no império, de pags. 333 a 855. 3 a parte. Legislação da capella imperial, eleição e confirmação dos bispos, bullada cruzada, ordens monasticas, concursos de benefícios, etc, de pags. 856 a 1.338. O 2o tomo, que contém um só vol. e mais de mil pags., contém o concilio de Trento em portuguez e em latim ; a legislação portugueza que o recebeu; diversas bullas, condemnando a maçonaria ; a bulla de Pio IX de 8 de dezembro de 1864 com o Syllabus ; as constituições dogmáticas do concilio do Yaticano de fide e a primeira Ecclesía Christi, definindo o dogma da infallibilidade do papa e muitos documentos com relação ap direito civil ecclesiastico brazileiro. Esta obra foi recebida com applauso por diversos prelados do Brazil e de Portugal. — Código Filippino ou ordenações e leis do reino de Portugal, recopiladas por mandado d'el-rei D. Felippe I. Décima quarta edição segundo a Ia de 1603, e a 9» de Coimbra de 1824. Addicionadas com diversas notas philosophieas, históricas e exegeticas, em que se indicam as differenças entre aquellas edições e a Vicentina de 1747 ; a origem, desenvolvimento e extineção de cada instituição, sobretudo as disposições hoje em desuso e revogadas; acompanhando cada paragrapho sua fonte, etc, e, em additamento á cada livro, a respectiva legislação brazileira, concernente ás matérias codificadas em cada um sendo de quotidiana consulta, além da bibliographia dos jurisconsultos que têm escripto sobre as mesmas ordenações desde 1603 até o presente. CA 37 Rio de Janeiro, 1870, in-4° — E' um grosso volume de 1.487 pags. de duas columnas, além de 78 com a introducção do editor e uma noticia bibliographica de toda legislação e obras citadas no livro, e de mais 24 de supplemento ao appendice. E' a primeira edição brazileira deste código. — Auxiliar jurídico, devendo servir de appendice à 14a edição do Código Filippino, ou Ordenações do reino de Portugal, recopiladas por mandado d'el-rei D. Felippe I, etc. Obra útil aos que se dedicam ao estudo de direito e da jurisprudência pratica. Rio de Janeiro, 1869, 849 pags. in-4° gr, — Princípios de direito mercantil e leis de marinha por José da Silva Lisboa, Visconde de Cairú. 6a edição, accrescentada, annotada, etc. Rio de Janeiro, 1874, 2 vols. in-4° — O primeiro volume, de cerca de 450 pags., contém uma importante, curiosa e bem elaborada historia do commercio em geral em dífferentes épocas, suas classes e importância social ; o segundo, com 1.000 pags., contém os « Princípios de direito mercantil » de Silva Lisboa, annotado e accrescentado com a antiga legislação portugueza e a legislação nacional até 1874. — Arestos do supremo tribunal de justiça, colligidos em ordem alphabetica até hoje. Rio de Janeiro, 1880, 2 vols. in-4° — Esta obra, que abrange mais de 1.160 pags., comprehende as sentenças proferidas por aquelle tribunal desde sua organização e, além do índice alphabetico, ha o indice chronologico, escripto pelo filho do autor, o dr. Fernando Mendes de Almeida. E' uma publicação posthuma. — As eleições da provincia do Maranhão em 1842 sob a presidência do dr. Venancio José Lisboa. Rio de Janeiro, 1843, 61 pags. in-8°. — Cartas ao redactor da Revista (F. Sotero dos Reis). Maranhão, 1847 — São duas cartas, tendo cada uma 6 pags. in-8°. — Cartas aos redactores do Progresso ( dr. Antônio do Rego e dr. Fábio Alexandrino de Moraes Rego). Maranhão, 1847, 4 pags. in-8°. — Cartas ao redactor do Publicador Maranhense (J. F. Lisboa). Maranhão, 1847 — São duas, de 10 e 24 pags. in-8°. — Os serviços relevantes de Manoel Telles da Silva Lobo, na provincia do Maranhão. Maranhão, 1851, in-8". — O Tury-assü ou a incorporação deste território à provincia do Maranhão. Rio de Janeiro, 1851, 152 pags. in-8°, com um mappa. — A Carolina ou a definitiva fixação dos limites entre as provincias do Maranhão e de Goyaz : questão submettida á decisão da câmara dos Srs. deputados desde 15 de junho de 1835. Rio de Janeiro, J852, 413 pags. in-8° com um mappa, 38 ÜA — A Carolina ou a definitiva fixação de limites entre as províncias do Maranhão e Goyaz. Questão resolvida pela câmara dos Srs. deputados em 26 de maio deste anno e submettida á dos Srs. senadores em 30 do mesmo mez e anno. Rio de Janeiro, 1854, 8 pags. in-4° com um mappa. — Atlas do império do Brazil, conprehendendo as respectivas divisões administrativas, ecclesiasticas, eleitoraes e judiciaos, dedicado á S. M. o Imperador o Sr. dom Pedro II, e destinado a instrucção publica do império, com especialidade á dos alumnos do imperial collegio de Pedro II. Rio de Janeiro, 1868 — Esta obra, impressa em grande formato e cinco columnas, contém 24 mappas, organizados conforme os mappas, cartas, plantas, roteiros, e t c , do império, sondo daquelle numero o da provincia de Pinsonia (projecto). — Memórias para a historia do extineto estado do Maranhão, cujo território comprehende hoje as províncias do Maranhão, Piauhy, Gran-Pará e Amazonas ; colligidas e annotadas. Rio de Janeiro, 18601874, in-8", 2 tomos — O primeiro tomo comprehende a Historia da companhia de Jesus na oxtineta provincia do Maranhão e Pará pelo padre José de Moraes, da mesma companhia ; mas somente a primeira parte, porque a segunda « naufragou no confisco que os ministros da justiça fizeram em todos os papeis no collegio do Pará » como se declara nesta obra o no autographo existente na bibliotheca eborense, e ainda no catalogo do conselheiro Rivara. (Na Chorographia Histórica do Dr. Mello Moraes, tomo. 3o, vem impressa essa historia com pequenas alterações). O 2° tomo, publicado depois de quatorze annos, traz diversos escriptos inéditos, ou pouco conhecidos, importantes para a historia do paiz e devidamente annotados. — Pinsonia ou elevação do território septentrional da provincia do Gran-Pará á categoria de provincia, com a mesma denominação. Rio de Janeiro, 1873, 122 pags. in-4", com a vista da Fortaleza e da cidade de Macapá. — Pio IX e a França em 1849 a 1859, pelo Conde de Montalembert; traduzido em vulgar. Rio de Janeiro, 1860, 40 pags. in-4°. — O Papa. Questões na ordem do dia, por monsenhor de Segur. Traducção em vulgar. Rio de Janeiro, 1860, 44 pags. in-4° — S.Luiz • o pontificado : estudo histórico. Rio de Janeiro, 1869, 32 pags. in-8". — Discurso, etc. combatendo a medida da venda dos bens das corporações monasticas, e conversão do respectivo produeto em apólices da divida publica. Rio de Janeiro, 1869, 23 pags. in-4°— O Jornal do OA 39 Commercio em opposicão publicou uma serie de artigos de 24 de setembro em diante. Este discurso teve segunda edição em S. Luiz do Maranhão, 1869,78 pags. in-8°— Resposta ao protesto da maçonaria da Bahia : discurso pronunciado na sessão de 10 de março de 1873 (no senado). Rio de Janeiro, 1873, 29 pags. in-4°. — Política religiosa do ministério: discurso pronunciado na sessão de 30 de junho de 1873 na discussão do voto de graças. Rio de Janeiro, 1873, 68 pags. í n - 4 \ — A política internacional do ministério e a eleição directa : discurso proferido na sessão de 22 de fevereiro de 1873. Rio de Janeiro, 1873, 52 pags. in-8°. — Discurso pronunciado no supremo tribunal de justiça na sessão de 21 de fevereiro de 1874 por occasião do julgamento do exm. e revm. sr. bispo de Olinda. Rio de Janeiro, 1874, in-8° — Sahiu com o discurso na mesma sessão proferido pelo conselheiro Zacarias de G. e Vasconcellos. — Discursos parlamentares. Primeira parte : matéria religiosa. Rio de Janeiro, 1881—E' uma publicação posthuma, feita pelo dr. Fernando Mendes de Almeida. — Bens da igreja — Na revista O Direito, tomo 34", pags. 227 a 237. Sustenta o autor que a igreja tem o direito natural de propriedade. Ha do senador Cândido Mendes na Revista do Instituto histórico e noutros jornaes, muitos escriptos, dos quaes citarei : — Primeiros tempos da descoberta do Brazil; Vários assumptos; Rectificações ; Quem levou a noticia da descoberta do Brazil ? — Na Revista do Instituto, tomo 39°, parte 2 a , pags. 5 a 24. E' uma memória, lida na sessão de 10 de.dezembro de 1875. — O nome de America será americano ? memória lida, etc.— Idem, no mesmo tomo, pags. 191 a 210. — Os primeiros povoaâores; Quem era o bacharel de Cananéa ? memória, etc. Idem, tomo 40°, parte 2 a , pags. 163 a 247. — Por que razão os indígenas do nosso litoral chamavam aos francezes Mair e aos portuguezes Però? memória, etc. Idem, tomo 41°, pags. 71 a 141. — A catastrophe de João Bolos foi uma realidade ? Idem, tomo 42° pags. 141 a 205. Todos estes escriptos estão sob o titulo : Notas para a historia pátria. Instrucção synodal de monsenhor Pie, actual bispo Poitiers sobre os principaes erros do tempo presente. Traducção —No Correio da Tarde, 1856. 40 — SiMiimmitt* de Napoleão Bonaparte sobre o christianismo. Traducção — Idem. Redigiu em summa: — 0 Brado dr Caxias. Throno e liberdade. Caxias, 1845, in-fol. — O Observador. Maranhão, 1847 a 1850, in-fol. C â n d i d o M i l i t ã o d e S o u z a N e i v a - Sei apenas que é natural do Rio de Janeiro, muito moço se casou e, por causa de sua liberalidade, tem gasto grande parte de sua fortuna ; cultiva as lettras e escreveu : — A herança de meu tio .- comedia original em um acto. Rio de Ja* neiro, 1883, 15 pags. in-8". — Morreu o meu cadáver: comedia em um acto. Rio de Janeiro, 1884, in-8". — Maldito barbeiro: comedia em um acto. Rio de Janeiro, 1884, in-8°, — Uma noite de orgia: versos. Rio de Janeiro, 1884, in-8°. — O nó gordio : comedia em um acto. — Uma sogra amável: comedia em três actos — Esta e a precedente tinha o autor a publicar em 1883, como se declara na capa da primeira •comedia. Nunca as vi impressas e, naturalmente, terá elle outras composições iguaes. Cândido Pereira M o n t e i r o — Natural do Rio de Janeiro, onde nasceu no anno de 1837, falleceu a 25 de dezembro de 1885, sendo bacharel em direito pela faculdade do Recife, cavalheiro da ordem de Christo, delegado da instrucção publica na freguezia de Santo Antônio e chefe de secção da secretaria da guerra. Neste exercício escreveu : — Consultas, do conselho de estado sobre negócios relativos ao ministério da guerra até 1842, colligidas e annotadas, etc. Rio de Janeiro, 1872, in-8°— Esta obra foi continuada pelo chefe de secção Manoel Joaquim do Nascimento e Silva. (Veja-se este nome.) C â n d i d o X a v i e r d e A l m e i d a e S o u z a — Filho do doutor Luciano de Souza Azevedo e de dona Isabel Garcia de Almeida, nasceu em S. Paulo em 1748 e falleceu a 25 de dezembro de 1831. Assentando praça no exercito em 1762, subiu suecessivamente á todos os postos até o de tenente-general em que reformou-se em março de 1831. Foi o descobridor dos campos de Guarapuava em 1771 e depois explorando as regiões que demoravam entre as possessões brazileiras e' hespanholas ás margens do Paraná e do Paraguay, descobriu o rio Iguarey, que veiu pôr termo às duvidas que então subsistiam para as CA 41 demarcações de limites entre taes possessões e fez a exploração do rio Tietê, da capital até o salto do Itú. Serviu em Matto Grosso, e no Rio Grande do Sul em honrosas commissões ; foi nomeado presidente do Governo provisório, creado pela lei de 25 de junho de 1822 e escreveu: — Parte, que deu sobre o descobrimento do rio Iguarey. 1783 — Vem na Revista do Instituto histórico, tomo 18°, pags. 244 a 251. — Descripção diária, dos progressos da expedição destinada da capitania de S. Paulo para a fronteira do Paraguay em 9 de outubro de 1800, dedicada ao Illm. e Exm. Sr. d. Rodrigo de Souza Coutinho» etc— Existe no archivo militar em manuscripto, e ha outras cópias incompletas. E' dividida em 6 partes de 25, 17, 26, 18, 57 e 20, pags, in-4°. Não só dá noticia de todos os suocessos durante a expedição, como dos habitantes, dos montes, rios, lagos e distancias do vasto continente da capitania de Matto Grosso. — Plano do rio Paraná, desde a barra do rio Igatemy até â cachoeira que está duas-léguas ao sul do rio Iguarey. 0m,305X404 — A bibliotheca nacional possue cópia offlcial e authentíca de 1783, Acha-se este plano na correspondência entre o vice-rei do Estado do Brazil, d. Luiz de Vasconcellos e Souza e a corte, tomo 5o. — Plantado forte, de S. Caetano do Monte-Negro, e t c , em 24 de dezembro de 1801. 0m,180 — A mesma bibliotheca e o archivo militar possuem esta planta. C a r l o s A d o l p h o L e m a i r e T e s t e — Nasceu em Paris a 19 de junho de 1824, veiu para o Brazil em 1861 e naturalisou-se cidadão brazileiro em 1867. E' engenheiro constructor pela escola central de artes e manufacturas de sua pátria ; serviu como ajudante do engenheiro fiscal da estrada de ferro da Bahia ao rio de S. Francisco, e successivamente como chefe de secção da estrada de ferro D. Pedro II, membro da commissão da carta geral do império, director da estrada de ferro de Baturité, membro da commissão auxiliar do ministério da agricultura, engenheiro fiscal da via férrea de Santos a Jundiahy, director da de D. Francisca em Santa Catharina e calculador em chefe do imperial observatório, sendo depois nomeado fiscal da estrada do Natal á Nova-Cruz — Escreveu: — Estudos sobre os cálculos de triangulisação e nivelamento geodesico. Rio de Janeiro, 1876, 30 pags. in-4°com 5 quadros e 1 est. Commissão da carta geral.do império. Estudos de niveis. Rio de Janeiro, 1878, 66 pags. in-4». Commissão da carta geral do império. Resumo dos cálculos relativos à medição da base geodesica de Santa Cruz e ao estudo dos 42 \ J A respectivos instrumentos. Rio de Janeiro, 1878, in-4°— com » col aboração de outros. — Projecto de calendário universal, exclusivamente baseado em considerações astronômicas — Sahiu publicado no Fluminense de 2 de outubro de 1883. C a r l o s A f f o n s o d e A s s i s F i g u e i r e d o — Filho de João Antônio Affonso e de dona Maria Magdalena de Figueiredo Affonso e irmão do Visconde de Ouro-Preto, nasceu em Minas Geraes no anno de 1845. Bacharel em direito pela faculdade de S. Paulo, dedicou-se sempre á advocacia. Serviu ocargo de procurador da fazenda em sua provincia, pela qual foi eleito deputado nas legislaturas de 1878 a 1884 e occupou a pasta dos negócios da guerra no gabinete de 3 de julho de 1882, sendo agraciado com o titulo de conselho do Imperador. Acompanhou o dito seu irmão no exilio determinado pelo governo provisório da Republica. Escreveu de collaboração em vários jornaes políticos e mais : — Relatório ( da administração dos negócios da guerra). Rio de Janeiro, 1883, in-fol. — Discursos proferidos nas sessões da câmara dos deputados de 20 e 29 de agosto de 1883. Rio de Janeiro, 1883, 177 pags. in-8°. C a r l o s A l l b e r t o d e M e n e z e s — Natural do Rio de Janeiro, é bacharel em lettras pelo collegio de Pedro II e engenheiro pela escola polytechnica. Ainda estudante desta escola, escreveu: — Biographia do professor americano Carlos Frederico Hartt, chefe da commissão geológica do Brazil, fallecido no Rio de Janeiro a 18 de março de 1878 ; publicada em homenagem á sua memória pelos estudantes da escola polytechnica e escripta pelo estudante. Rio de •Janeiro, 1878, 84 pags. in-8°. « C a r l o s A l l b e r t o d e Moraes—Filho de João Augusto de Abreu e nascido em Portugal a 21 de março de 1851, vindo com seu pae para o Brazil em 1863, é cidadão brazileiro desde a subsequente naturalização deste. Typographo de profissão, deu-se também ás lettras, collaborando para algumas folhas do Rio de Janeiro, como o Novo Ramalhete e o Povo em 1873 e 1874, a Gazeta dos Operários em 1875, e o Trabalho em 1882. Compilou e publicou as Viagens do major Serpa Pinto; editou a traducção do «Portugal á vol d'oiseau» da Princeza Ratazzi,e escreveu: — Amor fatal : romance. Rio de Janeiro, 1874 — Foi elogiado este trabalho no Echo Litterario de 15 de março deste anno. OA 43 — Adosinãa e Antenor: romance. Rio de Janeiro, 1875. — Amalia : romance publicado no Jornal do Commercio em 1875— Ha também publicadas nas mencionadas revistas varias poesias de sua penna como: Hoje e amanhã, e o Canto de cysne, reimpresso no Trovador. C a r l o s A l l b e r t o M o r s i n g - — filho do antigo cônsul da Suécia, de igual nome, e nascido no Rio de Janeiro, é engenheiro, membro do conselho do club de engenharia, do instituto dos engenheiros civis de Londres e offlcial da ordem da Rosa. Sendo chefe da commissão do estudos da estrada de ferro do Madeira á Mamoré, escreveu: — Commissão de estudos da estrada de ferro do Madeira á Mamoré. Relatório do anno de 1883, etc. Manáos. 1883, 20 pags. in-fol. C a r l o s A m T b r o s i o d o R e g o B a r r o c a — Natural de Pernambuco e primeiro tenente da armada, tendo cursado a escola de marinha com praça a 10 de março de 1877, escreveu : — Compêndio theorico e pratico de hydrographia — Não o vi impresso ; mas foi apresentado ao ministério da marinha e foi seu autor elogiado pelo ministro Luiz Antônio Vieira da Silva, depois Visconde de Vieira da Silva. C a r l o s A m é r i c o d e S a m p a i o "Vianna, Barão de Sampaio Vianna — E' natural da provincia da Bahia, onde nasceu a 24 de junho de 1835. Dedicando-se ao serviço de fazenda, depois de exercer outros logares, serviu até á proclamação da Republica o de inspector da alfândega do Rio de Janeiro, sendo do conselho do Imperador ; offlcial da ordem da Rosa e cavalheiro da de Christo de Portugal ; condecorado com a medalha de ouro do Imperador dos francezes, e com a medalha de prata do Rei dos Paizes-Baixos. Tendo ido á Europa eommissionado pelo governo brazileiro, em sua volta escreveu : — Relatório da commissão nomeada para estudar na Europa differentes ramos de fabricação industrial e a administração aduaneira de alguns paizes, 105 pags. in-fol. — Vem annexo ao Relatório do ministério da fazenda de 1878 e é dividido em três partes. Na I a parte se dá noticia da tarifa e regulamento das alfândegas inglezas ; tarifa franceza; tarifa belga. Na segunda se estuda a lã, o linho, o canbamo e fibras semelhantes ; o algodão; a seda; a tecelagem; os tecidos, etc. Na terceira trata-se de vitrificações, incluindo-se a louça e porcellana ; metaes, cutelaria e outros artefactos. E' um trabalho de alto valor, 44 CA sobretudo no que diz respeito a tecidos, de que nos falta o necessário estudo. Assigna-o também Alexandre A. R. Sattamini. C a r l o s A n t ô n i o C o r d e i r o — Nascido na cidade do Rio de Janeiro a 25 de março de 1812, falleceu a 23 de junho de 1866, bacharel em sciencias sociaes e jurídicas pela faculdade de S. Paulo ; advogado nos auditórios do município neutro e provincia do Rio de Janeiro ; cavalleiro da ordem da Rosa e commendador da de Christo de Portugal; sócio do instituto da ordem dos advogados, do conservatório dramático e de outras associações litterarias e beneficentes. Apenas formado, foi promotor publico da comarca de Vassouras, e exerceu depois o cargo de conferente da alfândega. Dando-se á advocacia, foi defensor gratuito dos presos e dedicou-se ao cultivo, tanto da sciencia, como da litteratura dramática. Além de vários trabalhos em revistas, como o Universo Pittoresco, escreveu: —Álbum Semanal chronologico, litterario, critico e de modas. Rio de Janeiro, 1851-1852, in-4°. — Collecção das principaes regras e axiomas de direito divino, natural, civil, publico, das gentes e criminal, adoptadas pelas ordenações, decretos e mais leis que vigoram no Brazil. Rio de Janeiro, ,1850, 121 pags. in-8° — Tendo-se esgotado esta obra, o autor deu-lhe mais desenvolvimento na composição do — Abecedario jurídico ou collecção dos princípios, regras, máximas e axiomas do direito divino, natural, publico, das gentes, civil, criminal, commercial, financeiro, administrativo, e orphanologico, com as fontes da legislação, de onde são colhidos e explicados pela opinião dos autores os mais seguidos no foro brazileiro. Rio de Janeiro, 1858, in-8° — O assessor forense ou formulário de todas as acções conhecidas no foro brazileiro. I a parte : Acções criminaes. Rio de Janeiro, 1857, 312 pags. in-8° — Este livro foi tão bem acolhido, que foi logo esgotada sua edição, sahindo a segunda mais correcta e augmentada com os processos das injurias verbaes, da moeda falsa, crime de resistência, e da apprehensão de africanos livres. Rio de Janeiro, 1859—Hoje ha quinta edição, mais correcta, melhorada e augmentada, em conformidade com a nova reforma judiciaria. 1880, 584 pags. in-8°. — O assessor forense, etc. 2a parte : Acções cíveis. Rio de Janeiro 1858, 325 pags. in-8° — Foi também esgotada em pouco tempo a primeira edição, sahindo a segunda em 1861, è existe actualmente em quinta edição, augmentada com muitos termos e aceões diversas inclusive as que foram creadas pela lei n. 2.033 de 20 de setembro de 1871, e t c , 502 pags, in-8°. CA 45 — O assessor forense, etc 3 a parte: Acções commerciaes. Rio de Janeiro, 1861, in-8°— Ha segunda edição, feita pelo Dr. Joaquim José Pereira da Silva Ramos. Rio de Janeiro, 660 pags. in-8°. — O assessor forense, etc. 4a parte: Acções orphanologicas, contendo o novo roteiro dos orphãos, guia pratica do processo orphanologico, fundamentada na legislação respectiva e illustrada pela lição dos praxistas com muitas disposições novas e arestos dos tribunaes até o presente e com o formulário de todos os processos ; composto para uso dos juizes, escrivães, tutores, curadores e orphãos. Rio de Janeiro. — Consultor civil acerca de todas as acções seguidas no foro civil, segundo o systema adoptado por Correia Telles no seu «Manual do processo civil» com as suppressões, alterações e accrescimos exigidos pela legislação, estylos e pratica do foro civil etc. Rio de Janeiro, 1863, in-8* — Esta obra foi elogiada por jurisconsultos como os conselheiros J. Thomaz Nabuco de Araújo, Ângelo M. da S. Ferraz e Bernardo de Souza Franco. Ha segunda edição, contendo em appendice muitas notas, correspondentes a cada um dos seus paragraphos e o formulário das acções summarissimas e summarias, e execuções respectivas, segundo a novíssima reforma judiciaria, por M. G. de A. Autran. Rio de Janeiro, 1880, in-8° — (Veja-se Manoel Godofredo de Albuquerque Autran.) — Consultor criminal ou formulário de todas as acções seguidas no foro criminal, precedido de disposições concernentes á organização jurídica e attribuições das autoridades policiaese criminaes. Rio de Janeiro, 1864, h>8°— Idem. — Consultor commercial ou formulário de todas as acções commerciaes, segundo o regulamento de 1850, contendo os modelos de todas as petições, despachos, termos, autos, allegaçõe?, embargos; sentenças, finalmente todos os termos do processo ; seguido do processo das quebras, quer no juízo commercial, quer nojuizo criminal. Rio de Janeiro, 1864, in-8°— Ha nova edição, augmentada com as disposições relativas a cada um de seus artigos, segundo a novíssima reforma judiciaria e o processo das execuções das sentenças criminaes, pelo mesmo Dr. Autran. Rio de Janeiro, 1880. — Consultor orphanologico ou formulário de todas as acçOes seguidas no juizo dos orphãos, precedido das attribuições das differentes pessoas que nelle figuram e enriquecido com diversas regras e preceitos tendentes ao mesmo juizo de orphãos, e bem assim ao da provedoria com a legislação respectiva. Rio de Janeiro, 1864, in-8°— Ha segunda edição pelo mesmo Dr. Autran, contendo em appendice muitas notas, segando a reforma judiciaria e leis promulgadas, não só 46 para a arrecadação dos bens de defuntos e ausentes, vagos e do evento, como para a arrecadação do imposto de transmissão de propriedade e as convenções particulares. Rio de Janeiro, 1880. — Director do juizo de paz ou formulário de todas as acções ornais incidentes que se dão neste juizo, com a legislação respectiva, regras e preceitos que devem seguir, não só os juizes de paz, como os demais empregados e todas as pessoas que no mesmo juizo tiverem dependência. Rio de Janeiro, 1864, 375 pags. in-8° — Segunda edição, Rio de Janeiro, 1882, pelo Dr. M. G. A. Autran, contendo em appendice várias notas referentes ao conteúdo da obra, de accordo com a legislação vigente, e a nova lei de locação de serviços. — Código Criminal do império do Brazil, contendo não só a legislação altorante ou modificante de suas disposições, publicadas até ao fim do anno do 1860, como todas as penas de seus differentes artigos, calculadas segundo seus gráo3 e as diversas qualidades dos criminosos. Rio de Janeiro, 1861, 268 pags. in-8°. — São estes os mais felizes : comedia em cinco actos. Rio de Janeiro, 1853, 129 pags. in-8°. — Fatalidades da vida: drama em quatro actos e sete quadros. Rio de Janeiro, 1854, 130 pags. in-8°. — Notável coincidência ou a justiça divina: drama em cinco actos, um prólogo e oito quadros. Rio de Janeiro, 1854, 131 pags. in-8°. — A rainha da Hespanha, ou a vingança de um filho: drama em cinco actos, um prólogo e dez quadros. Rio de Janeiro, 1854, 166 pags. in-8°. — Os parentes desálmados: drama em três actos. Rio de Janeiro, 1856, 96 pags. in-8°. —•Ofilhodo alfaiate ou as más companhias: drama em cinco actos e um prólogo. Rio de Janeiro, 1855,123 pags. in-8°— Sendo este drama reprovado pelo conservatório dramático, como immoralH o autor recorreu deste juizo ao governo imperial que, depois de ouvir o conselho de estado, determinou que fosse elle submettido ao julgamento de um jury dramático especial, creado adhoc, pelo qual foi approvado. O parecer deste jury e os de dezesete litteratos, a quem o autor submetteu o drama, todos concordes em que não havia ahi immoralidade, mas merecimento, sahiram impressos no Correio Mercantil da corte, 1858. — O escravofiel:drama original em cinco actos, representado pela primeira vez no theatro de S. Pedro de Alcântara em 21 de dezembro de 1859. Rio de Janeiro, 1865, 104 pags. in-8°. — Theatro do Dr. Carlos Antônio Cordeiro, 6 vols.— Não vi estes volumes, sinão mencionados num catalogo de livros da oxtincta CA 47 livraria de Bernardo Xavier Pinto de Souza, e creio que são os mesmos dramas já mencionados que, á excepção do ultimo, foram impressos separadamente na offlcina typographica do mesmo Souza. — O reinado de Salomão: drama sacro, inédito — Foi representado com muitos applausos no Rio de Janeiro. — Os milagres de S. Francisco de Paula: drama sacro, inédito—Idem. Diversos dramas, emfim, traduziu este autor, que ficaram inéditos. C a r l o s A n t ô n i o d a F r a n ç a C a r v a l h o — Filho do doutor Carlos Antônio de Carvalho e de dona Maria Luiza de Azdvedo Carvalho e irmão do conselheiro Carlos Leoncio de Carvalho, de quem se trata neste volume ; nascido em Iguassú, Rio de Janeiro, em 1845 ; bacharel em sciencias sociaes e jurídicas pela faculdade de S. Paulo; um dos fundadores da associação propagadora dos cursos nocturnos e seu vice-presidente, foi deputado provincial em varias legislaturas, e geral nas 17a e 19a, assim como ao actual Congresso federal. No seu primeiro anno jurídico fundou com outros a sociedade Fraternisação que conseguiu libertar do captiveiro muitos infelizes, e depois, possuindo com seu irmão um importante estabelecimento agrícola em S. Paulo, alforriou todos os escravos antes da lei de 13 de maio. Por nomeação dos mais eminentes chefes liberaes foi o redactor em chefe da — Reforma : órgão democrático—que se publicou em o Rio de Janeiro, de 1869 a 1879.'Escreveu: —Discursos pronunciados na assembléa provincial do Rio de Janeiro em 1874-1875. Rio de Janeiro, 1876, in-8°. — Discursos de Carlos Antônio da França Carvalho, membro da assembléa provincial do Rio de Janeiro, reeleito em 1876. Rio de Janeiro, 1876, 178 pags. in-8". — Discurso proferido na câmara dos Srs. deputados na sessão do 6 de maio de 1879. Rio de Janeiro, 1879, 64 pags. in-8°. C a r l o s A n t ô n i o d e P a u l a Costa—Filho do doutor Francisco de Paula Costa e de dona Michaela de Mattos Paula Costa, nasceu na cidade do Rio de Janeiro a 2 de setembro de 1844. E' doutorem medicina e bibliothecario da faculdade desta cidade, em cujo caracter emprehendeu e levou aeffeito uma exposição medica; cavalleiro da ordem da Rosa ; membro da sociedade de sciencias médicas de Lisboa, da sociedade de medicina e cirurgia do Rio de Janeiro, da sociedade auxiliadora da industria nacional, da sociedade propagadora da instrucção ás classes operárias da freguezia da Lagoa e fundador da associação de saneamento desta capital. Serviu em 1867 no hospital militar de 48 CA Andarahy e em 1876 como medico da escola militar e de uma das enfermarias creadas pelo governo para os affectados de febre amarella. Escreveu : — Iridiotomia ; Diagnostico differencial entre o typho e a febre typhoide ; Gangrena ; Reconhecimento analytico das manchas espermaticas: these, etc. Rio de Janeiro, 1866, in-4°. — Curso de hygiene popular para as classes operárias. Rio de Janeiro, 1877, 218 pags. in-16o—Esta obra é um complexo de lições professadas na escola nocturna da sociedade propagadora da instrucção ás classes operárias da freguezia da Lagoa, da qual fora o autor presidente. — A vida normal e a saúde : tratado completo da. structuj-a do corpo humano, das funcções e do papel dos órgãos em todas as idades da vida, com estudo raciocinado dos instinctos e das paixões do homem, e explicação dos meios naturaes de prolongar a existência, assegurando a conservação da saúde, pelo Dr. J. Rengade ; traduzido, annotado e applicado ao nosso clima, costumes, etc. Rio de Janeiro, 1880 — Começou a publicação em fasciculos de 24 pags. in-4° e não continuou. — A mãi de familià: educação da infância, hygiene da família, e modas para crianças. Rio de Janeiro, 1880-1881. — E' uma publicação quinzenal de que o Dr. Carlos Costa foi o principal redactor. — Movimento scientifico medico brazileiro : annuario medico brazileiro, fundado e redigido, etc. Primeiro anno, 1886. Rio de Janeiro, 1887, 152 pags. in-8°. — Movimento scientifico medico brazileiro: annuario, etc. Segundo anno, 1887. Rio de Janeiro, 1888, in-8°. — Movimento scientifico medico brazileiro: annuario, etc. Terceiro anno, 1888. Rio de Janeiro, 1889.in-8.° — Ha o volume de 1889, publicado em 1890. — Da syphilis infantil no Brazil, suas relações com a escrophulose e rachitismo. Rio de Janeiro, 1890 in-8°— O autor sustenta em contrario á opinião do professor Parrot, de Paris, mas de accordo com o professor Cantami, de Nápoles, que aquellas moléstias são perfeitamente distinctas na infância. Foi um dos redactores da Revista do Atheneo Medico (veja-se Cândido Barata Ribeiro) e da Revista Medica (veja-se Francisco Ribeiro de Mendonça). De seus escriptos publicados nestes e noutros periódicos citarei: — Da fecundação. — Na Revista do Atheneo Medico,, 1866. — Da acção abortiva do sulfato de quinino — Na Revista Medica da Rio de Janeiro, 1874. — Breves pdavras sobre algumas medidas hygienicas a tomar em C A 49 relação aos vinhos e outras bebidas fermentadas à venda no Rio de Janeiro — Na Revista Pharmaceutica, 1876. — Hygiene dos artistas — Na Reforma, 1878. Com esta publicação obteve o autor o titulo de sócio honorário da associação typographica fluminense. — Hygiene popular — Na Gazeta de Noticias, 1879. E' uma serie de artigos a pedido da associação de saneamento da cidade do Rio de Janeiro. Carlos A r t h u r Busch V a r e i l a — Filho do deputado ás cortes portuguezas de 1821 e depois Jente da faculdade de direito de S. Paulo em sua installação, Luiz Nicolau Fagundes Várella, é natural da cidade do Rio de Janeiro, bacharel em lettras pelo antigo collegio de Pedro II, bacharel em direito pela dita faculdade, advogado ua capital federal e sócio do instituto dos advogados. Escreveu: — Discurso contra a liberdade do Brazil. Rio de Janeiro, 1865. — Da instrucção ao vagabundo, ao engeitado, ao filho do proletário, e ao joven delinqüente; meios de tornal-a effectiva: discurso proferido na escola publica da Gloria no dia 17 de novembro de 1874. 3 a conferência. Rio de Janeiro, 1874, 32 pags. in-4° e mais 7 de juizos da imprensa . — A emancipação dos escravos, conferência, etc. Rio de Janeiro...— Tive este escripto e perdi-o; nem me recordo bem do titulo. E' um bello discurso proferido por occasião do projecto do conselheiro M. P. de Souza Dantas. — A lei de 7 de novembro de 1831: conferência, etc. Rio de Janeiro, 1884—Ha vários trabalhos seus, publicados no exercício da advocacia, como: — Defesa do capitão de mar e guerra Gervazio Mancebo, chefe da divisão naval do segundo districto. Rio de Janeiro, 1865, 44 pags. in-8*. — Tribunal do jury. Processo de lllicn: resumo da defesa. Rio de Janeiro, 1866, 47 pags. in-4». C a r l o s A r t h u r M o n c o r v o d e F i g u e i r e d o -* Filho do doutor Carlos Honorio de Figueiredo, de quem occupar-mehei adeante, e de dona Emilia Dulce Moncorvo de Figueiredo; nasceu na cidade do Rio de Janeiro a 31 de agosto de 1846. Bacharel em lettras pelo antigo collegio de Pedro II e doutor em medicina pela faculdade da mesma cidade, é professor de clinica das moléstias da infância na Polyclinica do Rio de Janeiro; membro do instituto dos bacharéis em lettras, do instituto histórico e geographieo brazileiro, e da academia nacional de medicina; professor honorário da faculdade de medicina de Santiago do Chile; membro da academia real das sciencias de Lisboa; 50 da sociedade medica de emulação de Paris; da academia real <ie medicina de Roma e da de Barcelona; da sociedade real das sciencias naturaes de Bruxellas; da academianle medicina de Lima ; da sociedade de medicina de Paris e das de Bordeaux, Marseille, Reims, Alger, Lisboa, Gênova, Buenos-Aires e Santiago do Chile. E' um dos clínicos brazileiros que mais trabalhos têm publicado sobre as sciencias médicas. Além de sua these inaugural e do livro que segue, escreveu : — Dyspepsias e seu tratamento; Diagnostico differencial entre a hemorrhagia cerebral e a meningo-encephalite; Mòrmo ; Calorieo em geral: these inaugural. Rio de Janeiro, 1871, 254 pags. in-4°. — Os seis primeiros documentos da historia do Brazil. Rio de J a neiro, 1874, 59 pags. in-8° — Este livro deu-lhe ingresso no instituto histórico e geographico brazileiro. — Da acção abortiva do sulfato de quinino. Rio de Janeiro, 1874, 23 pags. in-8". — Da acção da genciana, associada ao sulfato de quinino, Rio de J a neiro, 1874, 29 pags. in 8° — Physiologia da digestão. Rio de Janeiro, 1874, in-8°. — Do exercido e ensino da medicina no Brazil. Rio de Janeiro, 1874,. 203 pags. in-8°. — Du diagnostic differencíel entre Ia dyspepsie essentielle et Thypoemie intertropicale (opilation). Paris, 1874, 16 pags. in-8°, — Do emprego do chlorato de potassa na diarrhéa das crianças. Rio de Janeiro, 1875, 8 pags. in-8° — E' uma reproducção de um artigo publicado na Revista Medica, tomo 2», pags. 233 e segs. Continuando nas observações, escreveu mais tarde no Progresso Medico, tomo 2°r outro trabalho que publicou em separado, isto é : — Do emprego do chlorato de potassa nas diarrhéas das crianças.. Rio de Janeiro, 1877, 40 pags. in-8". — Projecto de um regulamento das amas de leite. Bahia, 1876, II pags. in-8°—E' extrahido da Gazeta Medica da Bahia, deste anno,. pag. 498. — Do ainhum: algumas considerações sobre esta moléstia, a propósito de um caso communicado á academia imperial de medicina. Rio de Janeiro, 1876, 51 pags. in-8» - E' um estudo desta moléstia, tão rara, quão pouco conhecida, e de que foi o Dr. J. F. da Silva Lima, na Bahia, o primeiro medico que no Brazil tratou na Gazeta Medica da mesma* cidade. — Da Uenteria na infância e seu tratamento pelo ácido chlorhydrico Rio de Janeiro, 1879, 33 pags. in-8» - Publicado antes no Progresso Medico, tomo 3.» CA 51 — Nota sobre a acção physiologica e therapeutica da carica-papaia (mamoeiro). Rio de Janeiro, 1879, 25 pags. in-4° — Idem na Gazeta Medica da Bahia, 1879, pag. 465 a 489. Deste trabalho occupou-se a Gazeta Medica Italiana do dito anno, pag. 474, e La Union Medicale de Paris, 1880, pags. 103 e segs. em noticia escripta pelo Dr. M. R. Perrin. — Estudo sobre o rheumatismo chronico na infanciae seu tratamento, á propósito de um caso ohservado em uma menina de dous annos e meio, curada pelo emprego das correntes galvanicas. Rio de Janeiro, 1879, 106 pags. in-8° —Foi também publicado no Progresso Medico, tomos 2° e 3°. — Estudo sobre o. rheumatismo chronico nodoso da infanciae seu tratamento: memória apresentada á sociedade medico-cirurgica de Bordeaux para obter o titulo de sócio correspondente. Rio de Janeiro, 1880, in-8° — Designado o Dr. Mauriac para dar parecer sobre este escripto, traduzindo-o em francez e publicando-o em Paris num vol. de 148 pags. in-8°, disse o mesmo doutor: « Esta monographia é a primeira que me consta haver sido escripta sobre o rheumatismo chronico nodoso das crianças. Esta circumstancia somente, quando o livro não se recommendasse por outros títulos, tornal-o-hia recommendavel aos médicos francezes ». O Journal d'Hygiene, tomo 5o, pag. 360, occupa-se desta obra. — Da dilatação do estômago nas crianças e seu tratamento. Rio de Janeiro, 1883, 79 pags. in-8» — Sahiu antes na União Medica e mais tarde publicou o autor: — Dela dilatation de l'estomac chez les enfants et d'un nouveau moyen d'exploration pour Ia reconnaitre. Reproduit de Ia Revue Mensuelle des maladies de 1'enfance. Paris, 1885, in-8°. — Traitement du spina-bifida, par les injections iodo-glycérinées. Paris, 1884, in-8°—Sahiu antes na dita Revista. — De Ia nature de Ia coqueluche et de son traitement par Ia resorcine. Paris, 1884, 97 pags. in-8» — Sahiu também na União Medica, tomos 4° e 5o, com uma nota do Dr. J. de Aquino Fonseca, e na Gazeta Medica da Bahia, e ha sobre este trabalho uma analyse no Bulletin General de Therapeutique,\SM, pag. 235. — Contribution à 1'ótude de Ia sclerose multiloculaire chez les enfants. Paris, 1884, 56 pags.— Acha-se também na União Medica deste mesmo anno com o titulo «De Ia sclesosa en plaques chez les enfants» pags. 16 a 31, 49 a 62,97 a 108 e 145 a 152. De Vemploi du chlorhydrate de cocalne dans le traitement de Ia coqueluche. Rio de Janeiro, 1885, in-8°— Foi publicado antes na União Medica e depois no Bulletin General de Therapeutique de 30 de setembro deste anno. 52 ->-^ — De Ia tempêrature de Ia paroi abdominale dans les cas d'entérito aigue et chronique. .Reproduit de Ia Revue Mensuelle des maladies de 1'enfance. Paris, 1885, in-8°. — De Vèlêphantiasis des Árabes chez les enfants. Paris, 1886, in-8° — E' reproducção da dita revista. Mais tarde, em 1888, publicou o Dr. Moncorvo de Magalhães outro escripto sobre o mesmo objecto, ainda nessa revista. — De Vasthme dans l'enfance et de son traitement. Paris, 1888, 156 pags. in-8° — São lições professadas na Polyclinica do Rio de Janeiro. — De V àtiologie de Ia sclérose en plaques, chez les enfants, et notamment de 1'influence pathogéniquedePhérédo-syphilis. Paris, 1887, in_8°— Acha-se na citada revista deste anno. — De V antipyrine dans Ia therapeutique enfantine. Paris, 1886, 157 pags. in-8°. — De Vantipyrine dans les maladies infantiles et le traitement de Ia chorée. Paris, 1888. — Valeur des injections hypodermiques de cafeine dans Ia therapeutique enfantine. Paris, 1888. — Sur Vemploi clinique du strophantus, avec Ia collaboration du docteur Clemente Ferreira. Paris, 1888. — Sur les troúbles dyspeptiques dans 1'enfance et sur leur diagnostic par Ia recherche chimique du sue gastrique. Paris, 1888. — De Vantipyrine, de Ia thaline, de 1'antifébrine et de Ia phónacétineau point de vue hémostatique. Paris, 1889. — Du traitement de Ia chorée par 1'antipyrine. Paris, 1889. — De Vemploi du strophantus dans Ia therapeutique enfantine. Paris, 1890, 19 pags. in-4». — Erytheme noueux palustre: leçon professée à Polyclináque generale de Rio de Janeiro. Paris, 1890. — Sur Vemploi du salol dans le traitement de Ia diarrhée maremmatique chez les enfants. Paris, 1890. — Le traitement de Ia syphilis enfantine par les injections souscutauées des seis mercuriels. Paris, 1891—E' escripto de collaboração com seucollega o Dr. Clemente Ferreira. (Veja-se este nome.) C a r l o s A u g u s t o d e B r i t o e Silva—Filho do doutor Felisberto Augusto da Silva e de dona Maria Guilhermina de Brito e Silva, nasceu na cidade do Rio de Janeiro em 1860. Doutor em medicina pela faculdade da mesma cidade em 1883, foi logo nomeado ajudante do bibliothecario da mesma faculdade. Escreveu : — Dysenteria (dissertação) ; Hygrometria; Meningeas ; Medicação CA 53 revulsiva, these, e t c , afim de obter o grau de doutor em medicina. Rio de Janeiro, 1883, pags. 74 in 4.° — Diagnostico differencial dos tumores do seio pelo professor Masse , traduzido da Gazette de Gynecologie. Rio de Janeiro, 1888, in-8°. — Novo formulário infantil, contendo a descripção por extenso do tratamento de algumas affeeções mais freqüentes da infância e numerosas formulas, etc. Rio de Janeiro, 1888, 188 pags. in-8°. — Contribuição para o estudo do tratamento das cystites blenorrhagicas pelas instillações de glycerina iodoformada. Rio de Janeiro, 1890, in-8°. C a r l o s A u g u s t o d e C a r v a l h o - Filho do tenentecoronel José Carlos de Carvalho, de quem occupar-me-hei mais tarde, e de dona Antonia Francisca Ferraz de Carvalho, nasceu no Rio de Janeiro a 20 de março de 1851. Bacharel em lettras pelo antigo collegio de Pedro II, e bacharel em sciencias sociaes e jurídicas pela faculdade de S. Paulo, advogado na capital federal e commendador da ordem de Christo, administrou a provincia do Pará e a do Paraná, tendo antes servido nesta o cargo de chefe de policia. Escreveu vários — Relatórios ( de sua administração nas províncias do Pará e do Paraná e sobre a policia desta ultima ). — Administração dos trabalhos e serviços de engenharia civil, minas, e manufacturas ( dissertação ) ; Caixas econômicas ; Condições necessárias a uma boa organização administrativa : these de concurso da segunda secção do curso de engenharia civil, que apresentou, etc. Rio de Janeiro, 1880, 188 pags. in-4°. — Projecto de Código de justiça militar para o exercito brazileiro, apresentado ao ministério da guerra pela commissão nomeada para organizal-o, composta dos srs. Dr. Carlos Augusto de Carvalho, Visconde de Beaurepaire, general de brigada João Manoel de Lima e Silva, Dr. Agostinho de Carvalho Dias Lima. Rio de Janeiro, 1890 — Em tempo de estudante foi um dos redactores, por eleição, da — Imprensa Acadêmica, jornal dos estudantes de S. Paulo, commercial, agrícola, noticioso e litterario. S. Paulo, 1864 a 1871, in-fol. — Foi o primeiro redactor o bacharel Luiz Ramos Figueira, e Carlos de Carvalho na ultima phase. C a r l o s A u g u s t o P e i x o t o d e A l e n c a r — Natural da provincia do Ceará, falleceu a 15 de novembro de 1866 com sessenta annos de idade, sendo presbytero do habito de S. Pedro ; vigário collado do Icó, villa da proviúcia do seu nascimento e onde era geralmente estimado por suas virtudes ; sócio do instituto histórico e 54 CA geographico brazileiro, etc. Foi deputado á assembléa geral em três legislaturas, director da instrucção publica e escreveu, além de relatórios no exercício deste cargo: — Roteiro dos bispados do Brazil e seus respectivos bispos, desde os primeiros tempos coToniaes até ao presente. Ceará, 186.6, 298 pags. in-8°. — Itinerário da visita do Sr. d. Luiz Antônio dos Santos ao norte do bispado, no anno de 1862. Ceará, 1863, 160 pags. in-8°. — Oração fúnebre que recitou no dia 9 de dezembro de 1846 nas exéquias do major João Facundo de Castro Menezes, assassinado a 8 de dezembro de 1841. Fortaleza, 1846. — Oração fúnebre nas exéquias de d. Pedro V, Rei de Portugal — Acha-se no livro « Exéquias que á saudosa memória de Sua Magestade El-Rei o Senhor d. Pedro V, mandou celebrar a commissão de portuguezes residentes no Ceará na cathedral da Fortaleza, no dia 15 de março de 1852». Fortaleza, 1852. — Discurso que pronunciou na câmara temporária defendendo a administração do senador José Martiniano de Alencar, na qualidade 'de presidente da mesma provincia. Rio de Janeiro, 1841, 51 pags. in-4°— O Senhor Francisco de Souza Martins, desmentido na representação nacional. Ceará, 1841, 66 pags. in-4°. C a r l o s A u g u s t o d e S á — Nascido em Lisboa a 13 de novembro de 1827, veiu para o Rio de Janeiro, aqui estudou humanidades, naturalisou-se brazileiro e entrou para o funccionalismo publico como amanuense do consulado. Passando depois para a secretaria de estado dos negócios da fazenda, aposentou-se no logar de chefe de secção. E' offlcial da ordem da Rosa e escreveu: — O baile mascarado : comedia em um acto e dous quadros, representada pela primeira vez no theatro de Santa Thereza de Nitheroy em 1849. Rio de Janeiro, 1851, 21 pags. in-4° —Nesta comedia collaborou José Virgílio Ramos de Azevedo. — Segredos de minh'alma: poesias. Rio de Janeiro, 1854, 304 pags. in-8°. — Cyprína : canções eróticas. Rio de Janeiro, 1854, 151 pags. in-8°. — Amor e lagrimas : collecção de poesias, publicadas no Panamá, periódico semanário, litterario e recreativo. Nitheroy, 1858, in-8°. — A chapelada : poema heroi-comico-satyrico, dividido em oito encapellações. Rio de Janeiro, 1857, 80 pags. in-8°. — O assumpto deste poema é tirado de uma determinação, oucousa semelhante, do ministro da fazenda, para que todos os empregados de sua secretaria lhe tirassem o chapéo á sua entrada na repartição. Foi publicado sob o CA 55 anonynio e ainda hoje não está conhecido o verdadeiro autor. Quando foi publicado este poema, a diversos litteratos da corte foi attribuida sua paternidade, como por exemplo ao Dr. Francisco José Pinheiro Guimarães, ao Dr. Antônio de Castro Lopes, Antônio Sérgio Fernandes da Costa, João José de Souza e Silva Rio e outros. — Noticia sobre a vida publica do cirurgião de divisão do exercito, Dr. Polycarpo Cesario de Barros. Rio de Janeiro, 1869, 29 pags. in-8° — Publicou além disto artigos em prosa e grande numero de poesias nos seguintes periódicos do Rio de Janeiro: Chronica Utteraria, 1848 ; Harpejos poéticos, 1849; Guaraciàba, 1851 ; Curupira, 1852 ; Miscellanea poética, 1853, e ainda no Jornal das Senhoras, no Beija¥lor, Diário do Rio e Correio Mercantil. Carlos Augusto Soares B r a s i l — Professor da segunda cadeira da instrucção primaria da freguezia do Espirito Santo, onde se conservou até o começo de 1880, escreveu: — Systema métrico decimal, coordenado, etc. Rio de Janeiro, 1874, 20 pags. in-8°. — Elementos de arithmetica para a infância. Rio de Janeiro... — Ha varias edições. C a r l o s A u g u s t o T a u n a y — Filho de um dos fundadores de nossa academia de bellas-artes, Nicolau Antônio Taunay, Barão de Taunay e da Baroneza do mesmo titulo, e irmão de Felix Emilio Taunay, depois Barão deste titulo, do qual occupar-me-hei neste livro, nasceu na França e falleceu no Rio de Janeiro a 22 de outubro de 1867. Em 1816 veiu para esta cidade com sua familia e éb outros homens de elevada categoria social e artística daquelle reino, como Grandjean de Montigny, de Gestas, Debret, Le-Breton e Pradier, a convite do Marquez de Marialva em nome de d. João VI. Sendo major do exercito francez, posto a que foi elevado, com 22 annos de edade, por seu valor e heroísmo no assalto de Sagunto, ^pa Hespanha, foi-lhe conservado esse posto por occasião da independência, reformando-se mais tarde. Além de vários artigos no Reverbero Constitucional, redigido pelos dous mais notáveis patriotas e batalhadores de nossa emancipação política, o padre Januário da Cunha Barbosa e Joaquim Gonçalves Ledo ( vejam-se estes nomes), escreveu: — Os dous Pedros: ode em francez, dedicada a sua alteza real, o príncipe regente do Brazil, com a traducção em portuguez. Rio de Ja" neiro, 1822, in-8°. 56 C A — Algumas considerações sobre a colonisação, offereeidas à socieda Auxiliadora da industria nacional. Rio de Janeiro, 1834,40 pags. m— Manual do agricultor brazileiro: obra indispensável a todo senhor de engenho, fazendeiro e lavrador por apresentar uma idéa geral e philosophica da agricultura applicada ao Brazil e ao seu especial modo de producção, bem como noções exactas sobre todos os gêneros de cultura em uso, ou cuja adopção for profícua, e t c ; ornado com varias estampas. Rio de Janeiro, 1839, 330 pags. in-4° - Trabalhou de collaboração na parte agronômica e botânica L. Riedel, botanista do Imperador da Rússia, como o declara o autor. — Viagem pittoresca à Petropolis para servir de roteiro aos viajantes e recordação deste ameno torrão brazileiro; adornada com seis vistas. Rio de Janeiro, 1862, 152 pags. in-8.1- — Além das seis vistas tem ainda uma planta colorida. — Tratado da cultura do algodoeiro no Brazil, ou arte de tirar vantagens desta plantação, etc. Rio de Janeiro, 1862, 110 pags. in-8°— Esta obra foi escripta de collaboração com o padre Antônio Caetano da Fonseca, de quem já fiz menção no primeiro volume deste livro, pag. 121. Deixou inédita uma — Traducção das comédias de Terencio, em versos francezes. C a r l o s B a n d e i r a R e n a u l t — Filho de Carlos Laroche Renault e de dona Nicolina Bandeira Renault, nasceu em Bagó, provincia, hoje Estado do Rio Grande do Sul, em agosto de 185G. E' sócio e secretario do grêmio litterario de Pelotas, poeta distincto e tem publicado grande numero de poesias em vários jornaes desta cidade e da do Rio Grande. Foi com os cidadãos Francisco de Paula Pires (veja-se este nome) e Júlio Soeiro, proprietário e redactor do — Radical: órgão republicano. Pelotas, 1890, in-fol. de 4 cols.— Esta folha começou a 5 de janeiro e é hoje de exclusiva propriedade e redacção do primeiro sócio. Renault foi um dos escriptores do opusculo: — Omritas, publicação promovida pelo grêmio litterario em beneficio do inditoso poeta Lobo da Costa, reduzido á extrema miséria. Pelotas, 1887, in-8°— De sua penna acham-se ahi as poesias : Caridade, O supplicio, A mãe. Este autor tem a publicar : — Pomponias : poesias — de que possuo a cópia de um soneto ao mote « Ao longo dágua o niveo cysne canta », o qual entrou em um concurso poético e sahiu vencedor com os votos de Machado de Assis de Affonso Celso Júnior e de Valentim Magalhães, assim como a de outro de surprehendente inspiração, que começa: « Não balouces, ó brisa, a flor mimosa ! CA 57 C a r l o s B e r n a r d i n o d e M o u r a — Filho de Joaquim Bernardinode Moura e de dona Rosa Luiza de Viterbo Moura, nasceu no Rio de Janeiro a 11 de agosto de 1826 e, matriculando-se na academia de marinha em 1840, passou no anno seguinte para a academia militar, onde, depois de dous annos de approvação plena, tendo praça no I o batalhão de artilharia a pé, foi promovido a alferes alumno. Depois de feito o curso desta arma, já segundo tenente, prestou serviços por occasião da revolução de Alagoas em 1845, e ainda por occasião da revolução praieira de Pernambuco em 1849 ; mas, soffrendo de sua saúde, deixou o serviço activo de guerra e estabeleceu-se como professor primário em Nitheroy até 1853, dedicando-se desta época em deante ao jornalismo e redigindo : — O Restaurador: folha exclusiva da'provincia do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 1853 a 1854, in-fol. — A Pátria (folha democrata) : Nitheroy e Rio de Janeiro, 1854 a 1890, in-fol. — Esta folha tem tido diversas phases : passou a chamarSe Echo da Nação á 25 de março de 1860, A Revolução Pacifica, Jornal político, litterario e agrícola em 1861, e a 15 de outubro de 1862 tornou ao. primitivo titulo. Seu redactor fez varias conferências por occasião da guerra contra o Paraguay, como as duas seguintes : — Conferência sobre a abolição do poder moderador. Rio de Janeiro, 1868 —Foi feita em nome do club radical no theatro Phenix dramática. — Conferência sobre o senado temporário. Rio de Janeiro, 1868 — Idem. — Considerações feitas na conferência de 2 de junho do corrente anno, etc, sobre o assumpto da emancipação do estado servil, etc. Rio de Janeiro, 1871, 32 pags. in-8° — Sobre este assumpto se tem C. B. de Moura occupado ainda, quer na tribuna, quer na imprensa. — Compilações- de algumas reflexões sobre o regimen constitucional do Brazil. Nitheroy, 1860, 72 pags'. in-8°. C a r l o s B r a o o n n o t — Filho de João Julião André Braconnot e de dona Martha Braconnot, nasceu no Rio de Janeiro a 9 de dezembro de 1831 e falleceu em Paris a 13 de outubro de 1882, capitão de fragata reformado da armada; offlcial da ordem da Rosa e da ordem franceza da Legião de Honra ; commendador da de Christo e condecorado com a medalha da campanha do Uruguay de 1852. Fez o curso acadêmico e serviu o cargo de director das offlcinas de machinas no arsenal desta capital. Escreveu- : O Independência e a discussão do senado. Rio de Janeiro, 1877, 44 pags. in-4° — Refere-se às occurrencias relativas ao celebre transporte 58 C A mandado construir pelo governo imperial e depois vendido ao governo inglez. C a r l o s C a r n e i r o d e C a m p o s , 3° Visconde de Caravellas — Nasceu na Bahia a 1 de novembro de 1805 e falleceu no Rio de Janeiro a 28 de abril de 1878. Serviu com praça de cadete no batalhão de d. Pedro I, estudou dous annos na escola militar, e depois, dando baixa e indo á França, fez em Paris o curso de direito, de que recebeu o gráo de doutor em 1827. Na instituição das academias de direito, foi nomeado lente da de S. Paulo, onde exerceu também o cargo de director. Foi por esta provincia deputado à sua assembléa, deputado geral, e senador em 1857; foi director do banco do Brazil e inspector geral do thesouro nacional ; presidiu por três vezes a provincia de Minas Geraes ; serviu em três gabinetes, occupando as pastas dos negócios estrangeiros e da fazenda. Era conselheiro de estado, veador de Sua Magestade a Imperatriz ; commêndador da ordem de Christo, gran-cruz das ordens de Leopoldo da Bélgica, da Legião de Honra da França, da Águia Vermelha da Allemanha, da Coroa da Itália, da Coroa de Ferro da Áustria, da Ernestina de Saxe Coburgo e Gotha — e escreveu, além de vários — Relatórios—no exercicio dos cargos de ministro de estado e de presidente de provincia, etc. — A crise commercial de setembro de 1864, seguida dos actos do ministério da fazenda que lhe são relativos, etc. Rio de Janeiro, 1865, 43 pags. in-4° — E ' extrahido de seu relatório apresentado à assembléa legislativa em 1865, sendo o autor ministro da fazenda. — Revista da sociedade philomatica. S. Paulo, 1833, in-4° — Foram seus companheiros nesta publicação F B. Ribeiro e J. I. Silveira da Motta, assim como na sociedade de que Carneiro de Campos foi o fundador. C a r l o s O e s a r B u r l a m a q u e — Nascido em Portugal e brazileiro pela independência do Brazil, foi militar, e vivia em 1825, tendo o posto de tenente-coronel do estado-maior do exercito. Nomeado governador da capitania do Piauhy, tomou posse do cargo a 21 de j a neiro de 1806, sendo então capitão de infantaria. Em outubro de 1810 foi suspenso do exercicio, preso, sendo seus bens confiscados pelo capitãogeneral do Maranhão; mas por carta regia do príncipe regente, de 8 de março do anno seguinte, foi restituido á liberdade com a posse de seus bens e dos soldos vencidos, reprovando no mesmo acto o dito príncipe « por excesso de jurisdicção e mero arbítrio » o procedimento daquelle C A 59 capitão-general. Mais tarde, declarada independente a capitania de Sergipe, que era sujeita á Bahia, foi elle nomeado seu governador em 1821, e neste cargo escreveu: — Memória histórica e documentada dos suecessos em Sergipe d'El-Rei, sendo governador daquella provincia Carlos César Burlamaque que a foi crear ; ora independente e separada totalmente da da Bahia por decreto de sua magestade fidelissima de 8 de julho de 1820 e carta patente de 25 do mesmo mez e anno. Rio de Janeiro, 1821, 40 pags. in-4°. — Mappas geraes da população da capitania de S. José do Piauhy e das forças militares da mesma capitania, remettidos, e t c , em 1809. 21 fls. in-fol. — A esses mappas acompanham quatro officios de Burlamaque. Acham-se no archivo militar os originaes. C a r l o s C l i a r l t o n C o p s e y — Natural da Inglaterra e brazileiro por naturalisação, ó professor de inglez do lyceo mineiro e também de uma das cadeiras da escola normal em Ouro-Preto. Antes disso foi professor publico em S. João d'El-Rei, e leccionou no collegio Apollo, e no collegio Duval da mesma cidade. Escreveu: — Breve tratado sobre o uso dos globos artificiaes e construcção dos mappas, seguido de artigos a respeito da latitude, longitude e alguns instrumentos astronômicos, etc. Rio de Janeiro, 1854, in-8° com figuras. — Breve tratado de geographia geral e do Império do Brazil, especialmente da provincia de Minas Geraes. Rio de Janeiro, 1878, in-8°. — Curso de versões para o inglez. Rio de Janeiro, 1879, in-8". C a r l o s C h i d l o i — Nascido na cidade do Rio de Janeiro a 5 de setembro do 1813 e doutor em medicina pela universidade de Giessen, abraçou a doutrina de Hahnemann em sua inauguração no Brazil e com dedicação tal, que não só foi secretario e lente da escola homoeopathica, fundada nesta cidade, como foi á Europa adquirir mais sólidos conhecimentos da nova doutrina, freqüentando os cursos e hospitaes respectivos na Allémanha, na Bélgica, na Inglaterra e na França e, com o fim de propagal-a, fez excursões por algumas províncias depois que voltou da Europa. E' cavalleiro da ordem da Rosa, sócio do instituto liomceopathico Jo Rio de Janeiro, e de outros iguaes da Europa e da America, e sócio correspondente da sociedade de sciencias médicas de Lisboa, e escreveu: — Hormcopathia domestica ou instrucções para qualquer pessoa poder curar homa-opathicamonte nos logares, ondo não ha medico. Rio de Janeiro, 185:1, in-8° — E' um grossí volume de 708 paginas, ao alcance de iodas as intelligencias e dividido em duas partes, e um appendice. ira- 60 CA tando: Na Ia parte, das viagens pelas províncias do norte do Brazil e por diversos Estados da Europa, etc. Na 2a parte, de todas as enfermidades, especialmente das que são freqüentes no Brazil; soccorros que se devem prestar aos envenenados, asphixiados, etc. No appendice da polemica que sustentara em 1851 pelo Jornal do Commercio e Correto Mercantil com o director da faculdade de medicina do Rio de Janeiro, seguida dosdiscurso3 que a favor da homoeopathia proferiram nas sessões de 7 de junho e de 24 de julho de 1852 os senadores Marquez de Olinda e d. Manoel de Assis Mascarenhas. — Bemposta, sitio da Bella-Vista. Consultório medico-homoeopathico e cirúrgico do Dr. Carlos Chidloi. Rio de Janeiro, 1858, 76 pags. in-8° — Contém estatísticas de sua clinica e um resumo de homneopathia domestica, concernente á historia e tratamento da febre amarella e do choleramorbus. — Memória sobre a cataracta e outras moléstias dos olhos, sem operação. Rio de Janeiro, 1883. C a r l o s C l e m e n t i n o C a r v a l h a e s — Serviu no exercito, e sendo segundo tenente de artilharia, foi reformado a 25 de janeiro de 1868, exercendo entretanto depois disto alguns cargos, como o de instructor do deposito de aprendizes artilheiros no Rio de Janeiro. Escreveu : — Amor e infâmia: drama brazileiro em um prólogo e três actos por José Cândido dos Reis Montenegro e Carlos Clementino Carvalhaes, offlciaes de artilharia. Rio de Janeiro, 1872, 67 pags. in-8° — Este drama foi representado na escola militar a 13 de janeiro de 1872 pela sociedade dramática particular União escolastica. C a r l o s J D e l a m a r e — Natural da França, nasceu no Havre de Grace em 1788 e falleceu no Rio de Janeiro em 1850. Chegando ao Brazil em 1815, aqui firmou sua residência, adoptou a constituição do império, foi professor publico da lingua franceza e leccionou também geographia e historia. Escreveu : — Oureha, ou a historia de uma negra : romance pela Duqueza de Duras, traduzido do francez. Rio de Janeiro, 1830. — A Condessa com dous maridos ou historia de Chabert : facto histórico, traduzido do francez. Rio de Janeiro, 1837, in-8°. — Compêndio de historia e chronologia. dividido em quarenta e uma lições. Rio de Janeiro, 1839, in-8°. — Methodo elementar da lingua franceza— Não vi sinão a terceira edição. Rio de Janeiro, 1847, in-8». E' dividido em duas partes. A CA 61 segunda parte consta de themas; uma lista alphabetica dos nomes próprios, geographicos e gentilicos, que se encontram nos precedentes exercícios; significados de que se deve evitar a confusão; algumas outras noções, diálogos e phrases familiares. — Supplemento, ao methodo elementar da lingua franceza, ou curso completo de exercícios e themas. Rio de Janeiro, 18.., in-80-. C a r l o s DEholi— Nascido na Itália em 1832, e brazileiro naturalisado, falleceu em Nova Friburgo, provincia,"hoje Estado do Rio de Janeiro, em fevereiro de 1885, sendo doutor em medicina pela faculdade de Paris, formado em 1856. Depois de clinicar em alguns logares do Brazil, estabelecáu-se em Nova Friburgo, onde fundou e dirigiu um importante estabelecimento hydrotherapico, introduzindo no paiz a hydrotherapia como systema razoável de therapeutica, e foi vereador da câmara municipal. Era membro correspondente da antiga academia imperial de medicina e escreveu.: — Diagnostico, prognostico e tratamento das moléstias em geral : these de sufficiencia apresentada à faculdade de medicina do Rio de Janeiro, e sustentada om 13 de maio de 1803. Rio de Janeiro, 1863, in-4» — Hydrotherapia: memória apresentada à imperial academia de medicina, etc. — Nos Annaes da mesma academia, tomo 36°. 1870-1871, pags. 369 e 409 e tomo 38°. 1872-1873, pags. 68, 209, 281. 321. 364 e 458. Naquelle volume publicou o Dr. Eboli dous casos de sua clinica, curados pela hydrotherapia : Io Tremor choreico parcial de cinco annos e angina do peito, intercurrente. curados em dous mezes, pag. 236; 2o Hysterismo, pag. 239. C a r l o s J B m i l i o A d e t — Nascido em Paris a 1 de janeiro de 1818, ahi falleceu a 30 dé outubro de 1867. Vindo, muito criança para o Rio áe Janiero, aqui principiou o curso de humanidades e foi concluil-o em sua pátria; mas, já affeiçoado ao Brazil, tornou ao Rio de Janeiro, naturalisou-se cidadão brazileiro e dedicou-se às lettras, ao jornalismo e ao magistério, leccionando geographia, historia, a' lingua franceza e a grega em alguns collegios, e sendo um dos professores 3b atheneo fluminense, instituído em 1844 por J. B. Calogeras na academia militar. Deu-se ao jornalismo começando como revisor do Jornal do Commercio ; passou á fazer parte da f edacção em 1851, e por ultimo foi director gerente até 1867. Neste ihtervallo, porém, indo à França levado por interesses particulares, foi correspondente de* alguns órgãos da imprensa do Rio de Janeiro, e alii 62 C A tornando para tratar da educação de seus filhos, foi, ao cabo de dous dias de sua chegada, acommettido de uma febre de caracter pernicioso, de que veiu a morrer. Era sócio do instituto histérico e geographico brazileiro, da sociedade Auxiliadora da industria nacional e de outras, e escreveu: — Plutarco brazileiro: poesias brazileiras, antigas e modernas, raras e inéditas, acompanhadas de notas, noticias biographicas e criticas e de uma introducção sobre a litteratura nacional; publicado sob os auspícios de uma sociedade. Rio de Janeiro, 1844 —Foi seu sócio nesta empreza J. Norberto de Souza e Silva, de quem hei de tratar. — Zootechnia applícada. Hippologia: o cavallo, raças, producções, creação, hygiene. Rio de Janeiro, 1859 — Este livro é dividido em cinco partes : Na I a parte se estuda a historia natural do cavallo, as principaes raças e as coudelarias ; na 2 a , os modos de melhorar as raças ; na 3 a , a criação do cavallo ; na 4 a , a hygiene e alimentação, a construcção de cavallarices, o cavallo considerado como animal de trabalho ; na 5 a . a conformação exterior do cavallo, seus defeitos, suas proporções e symetria de fôrmas. — D. Carlos: tragédia— E' escripta em francez e inédita. —Resenha da historia da America desde sua independência — Sahiu no «Annuaire des deux mondes» tomo I o , escripta em francez. Nesta revista se acham ainda diversos escriptos de Emilio Adet, tanto em proza, como em verso, assim como se acham outros na Encyclopedia do século XIX, na Revista Independente, no Artista., e na Minerva Braziliense. Desta ultima, mencionarei os seguintes : —Um officio de defunto eumaabenção nupcial : novella—No vol. I o , pags. 238 a 244. —Amélia : romance — No volume 2», pags. 455, 517 e 615 e segs. — Litteratura contemporânea franceza — No volume I o , pags. 37, 89 e 108 e segs. —» Resposta ao artigo da « Revista » dos dous mundos, intitulado « O Brazil em 1844; sua situação moral, política, commercial, e financeira » por Chavagne no tomo 7°, 1844, pag. 66 —No volume 2°, pags. 719 a 725 — Neste escripto refuta Emilio Adet as asserções falsas e insolentes do escriptor seu conterrâneo sobre o Brazil e os brazileiros, e conclue promettendo enviar áquella revista no.tas exactas sobre o Brazil, philosophicamente tratadas. Araújo Porto-Alegre respondendo na mesma occasião ás injurias do ingrato seguidor de* Jacquemont, não mostra mais amor ao Brazil,-do que Emilio Adet. — Priere d Dieu pour sa altesse imperiale — Sahiu esta poesia, posta em musica com acompanhamento para piano pelo professor Noronha C A 63 no volume Io, pag. 311, e um artigo de Santiago Nunes Ribeiro, tecendo elogios quer á poesia, quer á musica. Foi escripta por occasião de grave enfermidade da princeza imperial. 1844. — Ode a un lis : — Volume 1°, pags. 215 a 217. Ao lado do original francez vem uma traducção em verso portuguez por J. Norberto d e S . S. — Ode ü une rose: — Volume 3 o , pags. 73 a 75. Tem ao lado a traducção em verso portuguez e em verso italiano por L. V. de Simoni. Muito antes de sua morte, em 1848, tinha prompto a publicar. —Diccionario das notabilidades contemporâneas do Brazil—que, entretanto, nunca viu a luz. Vi essa noticia na «Revista Universal Brazileira», Rio de Janeiro, 1847-1848, pag. 48. C a r l o s E m i l i o A n t u n e s — Filho do doutor Antônio Salustiano Antunes e natural da Bahia, por cuja faculdade ó pharmaceutico, formado em 1888, escreveu: — Ensaios de chimica: processo para o reconhecimento dos gêneros ou elementos electro-negativos e das espécies ou elementos electropositivos dos saes inorgânicos. Bahia, 1890 — Contém diversas formulas para analyse qualitativa e quantitativa das substancias componentes de um preparado determinado. C a r l o s E s c o b a r — Natural da cidade de Campinas, Estado de S. Paulo, e ainda muito moço, ó professor pela escola normal do mesmo Estado e escreveu: — Estudos de sociologia, S. Paulo, 1890 — E' um opusculo dividido em duas partes : a primeira sob o titulo O divorcio é de Arthur Broes, também professor ; a segunda ou Phathologia do adultério é de C. Escobar. Sei que este tem a publicar: — O louco : conto — em que se estudam os diversos estados da consciência, como a volubilidade, a desconfiança, a covardia, o idiotismo, a loucura, segundo se lê no Correio de Campinas de setembro de 1888. C a r l o s D E s p e r i d i ã o d e M e l l o e M a t t o s — Nascido na capital da Bahia a 30 de outubro de 1835, falleceu a 6 de março de 1889 em Cuyabá, em cuja Relação occupava uma cadeira. Formado em direito pela faculdade do Recife, entrou na carreira da magistratura como promotor publico da provincia de Sergipe ; exerceu depois diversos cargos, até o de desembargador, sendo, desde o principio de sua vida 64 «~"A- publica, notórias e proverbiaes sua probidade e inteireza de caracter, assim como a severidade de seus costumes. Escreveu: — Tratado da conformidade com a vontade de Deus, por S. Affonso de Liguori ; traduzido e publicado com approvação do excellentissimo arcebispo da Bahia, primaz do império. Bahia, 1861, in-16°. C a r l o s E u g ê n i o F o n t a n a — Nasceu na cidade de Pelotas, provincia, hoje Estado do Rio Grande do Sul, a 4 de novembro de 1830. Por causa da guerra civil que ateou-se em sua provincia em 1835, ainda criança foi com sua família para o Rio da Prata, fez parte de seus estudos em Buenos-Aires, e voltou à pátria em 1853. Nomeado offlcial da mesa de rendas provinciaes do Rio Grande, serviu por espaço de seis annos o cargo de guarda-mór e exerce ainda um logar na mesma repartição. Cultivando as lettras, dedicou-se ao jornalismo, sendo ós primeiros ensaios de sua penna publicados em revistas de Montevidéo sob o pseudonymo de Anna Rosa Flecont, auagramma de seu nome, e fundando na fronteira o — Commercio do Littoral, 1853—E' um periódico escripto em castelhano e portuguez, o primeiro que se publicou na campanha, quer oriental, quer da provincia ; mas que viveu pouco por falta de recursos. Redigiu depois : — El Fanal. periódico — que se publicou em a fronteira de Jaguarão. Assumiu depois a redacção do: — Imparcial. Jaguarão, 1857 — No anno. seguinte tomou parte na redacção do Echo do Sul, com o qual passou para o Rio Grande ; tem collaborado finalmente em outros periódicos como o Diário do Rio Grande, o Artista no qual estão publicadas suas « Scenas da vida » em 1868, e a Arcadia, e escreveu : — O homem maldito : romance. Rio Grande, 1859. — Apontamentos históricos, topographicos e descriptivos da cidade do Rio Grande desde o descobrimento da provincia e sua fundação até á presente data. Rio Grande, 1867 — Sobre este assumpto, isto é, sob o titulo « O progresso dá cidade do Rio Grande » publicou vários artigos em 1883. C a r l o s E u s t a q u i o d a C o s t a — Filho de Aatonio Luiz da Costa e de dona Anna Julia da Costa, e nascido no Rio de Janeiro a 20 de setembro de 1844, ó primeiro escripturario do thesouro e offlcial da ordem da Rosa por serviços prestados no espaço de dezoito annos ao Lyceo de artes e offlcios. Entrou no funccionalismo publico, como praticante da contadoria de marinha, logar em que passou para o CA 65 thesouro ; foi examinador de grammatica portugueza, de geographia e de historia do Brazil, para as vagas ao3 logares de primeira e de segunda entrancia das repartições de fazenda ; foi encarregado, em janeiro de 1890, do exame e fiscalização da repartição dos telegraphos, onde descobriu um alcance de quasi 1.800:000§, tendo organizado muitas contas correntes, dando á cada responsável a parte que lhe cabia, e determinando desde quando e até quando esse desfalque se deu — trabalho, pelo qual o elogiou o governo. Escreveu: — Exemplos moraes: livro de leitura para uso das escolas primarias, approvado pelo conselho superior da instrucção publica. Rio de Janeiro, 1879 — Para o theatro ha.de sua penna: — Lua de mel, e phases de fel: drama... — A sereia, de Guaratiba: comedia... C a r l o s F e r n a n d e s E i r a s — Filho do doutor Manoel Joaquim Fernandes Eiras e de dona Francisca Fragozo Fernandes Erras, e natural da cidade do Rio de Janeiro, é doutor em medicina pela faculdade da mesma cidade — e escreveu : — Das indicações e contra-indicações da hydrotherapia no tratamento das moléstias do systema nervoso ; Das quinas ; Da loucura puerperal; Nervos vaso-motores : these apresentada, etc. Rio de Janeiro, 1877,117 pags. in-4°. — Uma viagem á Poças de Caldas. Rio de Janeiro, 1884, in-8°. Oarlos Ferreira ou Carlos Augusto Fer- r e i r a — Natural de Porto Alegre, capital da provincia, hoje Estado do Rio Grande do Sul e nascido no anno de 1846, é actualmente, por nomeação do governo da Republica dos Estados Unidos do Brazil, primeiro tabellião da cidade de Campinas, no Estado de S. Paulo, onde, ha muitos annos, estabeleceu sua residência. Depois de cursar as aulas de humanidades, dedicoü-se às lettras, mais apaixonadamente a litteratura poética e a dramática em que se distinguem seus conterrâneos, e também ao jornalismo, publicando numa offlcina typographica de propriedade sua a Gazeta de Campinas. Campinas, in-fol.—Foi redactor proprietário desta folha o Dr. Francisco Quirino dos Santos (veja-se este nome), por morte do qual, a 6 de maio de 1886, passou ella à Carlos Ferreira ató maio do corrente anno, quando assumiu o tabellionato, para que foi nomeado. Escreveu: — Cantos juvenis: poesias. Porto Alegre, 1864, in-8°. 66 — Rosas loucas: poesias. S. Paulo, 1868, in-8° — Teve segunda edição, Paris, 1871, 222 pags. in-8°, — Alcyones: poesias. Rio de Janeiro, 1870, in-8° — Algumas composições deste livro têm sido traduzidas em inglez e em castelhano, o que attesta o merecimento e acceitação que tiveram no estrangeiro. — Redivivas: poesias. Campinas, 1881, in-8», com o retrato do autor, e um prefacio de F. Quirino dos Santos. — O baile das mumias: impressão da meia-noite. Rio de Janeiro, (sem data) 6 pags., in-8° — Não affirmo que seja deste autor. — Historias cambiantes : collecção de pequenos romances. S. Paulo, 1872, in-8. n , com o retrato do autor. — A primeira culpa: romance. S. Paulo, 1889, 350 pags. in-8°— E' livro de costumes e também histórico. Ha delle com igual titulo : — A primeira culpa: drama - - que acaba de ser enviado ao emprezario do theatro Recreio dramático, do Rio de Janeiro, Dias Braga, para ser aqui levado á scena. Nesse gênero de litteratura escreveu ainda Carlos Ferreira : — Magdalcna: drama em dous actos, representado nos theatros de S. Paulo. 1868. — Lúcia : drama em quatro actos, idem. 1868. — Martyres do coração .- drama em cinco actos, idem. 1869 — Neste drama e nos dous precedentes teve o autor a collaboração de José Felizardo Júnior. — Arnaldo . drama representado no Rio Grande do Sul. 1865. — A calumnía : drama representado nos theatros da provincia de S. Paulo. 1871. — Os pequenos e os grandes : drama, idem. 1872. — O marido da douda : drama em quatro, actos, representado no Rio de Janeiro e na provincia de S. Paulo. 1874 — Foi traduzido em inglez pelo professor John Bryau, residente em Campinas, e pelo mesmo professor foi enviado o manuscripto para os Estados-Unidos, para ser ahi publicado. — A esposa : drama representado no Rio de Janeiro, Rio Grande d o S u l e S . Paulo. 1880. — Peccado de Juventina : comedia em três actos representada em 1885—Esta peça com as precedentes vai ser impressa brevemente. O autor tem publicado grande collecção de folhetins no Correio do Brazil, no Correio Paulistano, e na Gazeta que redige, e sei que tem entre mãos trabalho litterario, cm proza e em verso, muito importante. CA 67 C a x - l o s F e r i - e i r a F r a n ç a , filho do bacharel de igual nome e de dona Anna Braga Espinola França, e nascido em S. Paulo a 14 de março cie 1854, é bacharel em lettras pelo collegio de Pedro II, bacharel em sciencias sociaes e jurídicas pela faculdade daquella cidade, advogado na capital federal e lente substituto de rhetorica e litteratura nacional no dito collegio, hoje instituto nacional. Durante o anno de 1889 leccionou francez na escola normal, e tem feito parte, cm épocas diversas, de differentes commissões de ensino. Collaborou em vários periódicos e revistas, como o Correio Paulistano, a Tribuna Liberal de S. Paulo, o Globo, órgão da agencia americana telegraphica em 1877, e a Revista Brazileira. Religiu: — A Consciência. S. Paulo, 1876, in-fol.— com Affonso Celso Júnior, Ezequiel Freire, Fernandes da Cunha e Alberto Fialho. — O Constitucional : órgão do club constitucional acadêmico. S. Paulo, 1878, in-fol.— Esta folha começou a ser publicada em 1874 ; Carlos França collaborou para ella de 1876 até fins de 1877, assumindo no anno seguinte o logar de redactor-chefe. ' — Direito e Lettras: revista acadêmica do atheneo jurídico e litterario. Parte jurídica, director Tristão da Fonseca. Parte litteraria, director Affonso Celso Júnior. S. Paulo, 1878, in-fol.— Escreveu mais : — A escola romântica no Brazil : these para o concurso de professor substituto de rhetorica, poética o litteratura nacional do imperial collegio de Pedro II. Rio de Janeiro, 1879, 50 pags. in-8° — E tem inéditos trabalhos, alguns dos quaes lidos em sessões litterarias e que pretende imprimir. C a r l o s F e r r e i r a d e S o u z a F e r n a n d e s — Filho de Bento José Fernandes e de dona Maria Luiza de Souza Fernandes, nasceu na provincia, hoje listado do Rio de Janeiro a 28 de outubro de 1829 e falleceu a 21 de maio de 1888. Doutor em medicina pela faculdade da corte, depois de exercer o cargo de vaccinador na provincia do Espirito-Santo, exerceu de 1860 a t é seu fallecimento o de secretario da dita faculdade. Serviu também como medico do asylo dos meninos desvalidos, e era commendador da ordem de Christo, offlcial da ordem da Rosa, e oflícial da academia de França. Escreveu : — Das differentes forças mecânicas que concorrem na circulação do homem, tanto durante a vida intra, como extra-uterina: these inaugur a l . Rio de Janeiro, 1852 —E' seguida de proposições sobre os seguintes pontos : Em que casos as lesões traumáticas do canal rachidiano devem ser necessariamente mortaes ? Em que casos podem ser curaveis ? Quaes os logares que, na cidade do Rio de Janeiro e seus arrabaldes, '68 C A são mais favoráveis a saúde ? Quaes os mais insalubres ? A que causas se deve essa differença de salubridade ? — A febre amarella em Campinas. Rio de Janeiro, 1876 — Sahiu nos Annaes Brazilienses de Medicina, vol. 28", 1876-1877, pags. 405 e segs. — As águas mineraes no Brazil. Rio de Janeiro, 1877, 78 pags. in-8° — Sobre esta obra escreveu o Dr. Joaquim dos Remédios Monteiro uma noticia muito circumstanciada, que se acha inserta no Progresso Medico, vol. 2°, pags. 332 a 336. — As águas mineraes de Caxambú, pelo Dr. P. Viotti; Notice sur 1'hydrographie et Ia climatologie du Brésil, presentée à Ia seance d'ouverture du Congrès national de Biarritz par le Dr. A. de Azambuja, (Paris, 1886; As águas mineraes do Araxá : juizo critico) — No Annuario Medico Brazileiro, anno 1°, 1886, pags. 4 a 29. E' precedido este escripto de um ligeiro estudo das águas mineraes do Brazil. Carlos Frederico Marques F e r d i g ã o — Filho do tabellião João Marques Perdigão e sobrinho do fallecido bispo de Olinda d. João da Purificação Marques Perdigão, nasceu na cidade do Rio de Janeiro a 5 de dezembro de 1830. Formado em direito pela faculdade de Olinda em 1842, substituiu por algum tempo seu pae no respectivo cartório. É' distincto advogado, membro do instituto da ordem dos advogados brazileiros, fidalgo acavalleiro da extincta casa imperial e redactor proprietário da — Gazeta Jurídica : órgão de legislação, doutrina e jurisprudência do império do Brazil. Rio de Janeiro, 1873-1887, 37, vols. e mais 2 do índice geral — O primeiro vol. foi publicado in-fol. ; os outros in-8°, sendo reimpressos os de 1873 neste formato. — Manual do Código penal brazileiro, estudos syntheticos e práticos. Rio de Janeiro, 1882-1883, dous voJs. in-4° de 662 e 832 pags. in-4°— Diz o autor, que tendo notado em sua Gazeta a utilidade de reunir numa obra tudo quanto diz respeito ás nossas leis criminaes, emprehendera-o, preparando um diccionario de direito penal brazileiro com um plano mais amplo do que o deste livro, por incluir nesse diccionario todas as disposições do Código criminal, as leis penaes, esparsas em nossa legislação, as de policia, as do código do processo criminal, assim como as reformas que são de urgente necessidade ; mas, como esse trabalho levaria muito tempo para ser concluído e offereceria o inconveniente de ficar subordinado ás palavras capitães que dão direcção e ordem alphabetica ao repertório, onde não é possível dar-lhe valor sem o constante jogo das mesmas palavras, umas com as outras, mudou de plano. Assim, bem que mais resumida a obra, ha mais liber- CA 69 dade na classificação das matérias. A imprensa recommendou esta obra, como gloria para o autor e para o paiz, a que pertence. — Ariosto e Tasso: these de concurso e para o provimento da cadeira de portuguez e litteratura do sétimo anno do externato do imperial collegio de Pedro II. Rio de Janeiro, 1.878, 47 pags. in-4° gr.— Na imprensa diária e em revistas de lettras acham-se trabalhos deste autor, como : — Delinqüentes impuberes — Na Revista Brasileira, tomo 3°, 1888, pags. 98 a 108. — O segredo do jury : serie de artigos — na Gazeta de Noticiasmio Rio de Janeiro de 1884. — O espirito da família na escola — Na mesma folha, de fevereiro a abril de 1884. O capitulo 31, com que se encerra a obra, no n. de 22 de abril, assim termina: « Tende qualquer religião. Sede catholicos ou protestantes; sede judeus e até turcos, mas tende qualquer religião. Enganarmo-nos sobre o verdadeiro Deus é grande desgraça ; mas não reconhecel-o, nem adoral-oó abominável crime. Viver sem , Deus, sem altar, sem orações, sem culto é recuar mais longe do que o bárbaro, é descer abaixo do selvagem, é renegar a humanidade ! E' ultrajar a Deus ! Deus poz em nós o senso da religião, e fora de nós o facto da religião; um conduz á outro ; este é declarado verdadeiro por aquelle. Basta observar e ouvir'; porém observar com a vista humilde e ouvir com o coração puro. Sob estas duas condições o homem ergue-se e diz : Não, semelhante vida sem religião não é possível! A razão, a consciência, a voz de todos os séculos, minha dignidade de homem, a própria honra, o meu eterno interesse não consentem que viva eu sem Deus ! » Carlos F r e d e r i c o dos Santos X a v i e r de Azev e d o — Filho do tenente João Francisco Xavier de Azevedo e de dona Margarida Maria Flores Xavier de Azevedo, nasceu a 2 de novembro de 1825 na cidade de Montevidéo, então provincia brazileira. Doutor em medicina pela faculdade do Rio de Janeiro, entrou para o serviço de saúde da armada, serviu em todas as luctas que o império tem tido. quer internas, quer externas desde a revolução de Pernambuco de 1848 até à campanha ultima do Uruguay, e a subsequente do Paraguay. Besempenhou importantes commissões do governo, tanto dentro, como fora do império, e subiu successivamente a todos os postos no corpo de saúde da armada, até o de chefe de divisão e cirurgião-mór, chefe do dito corpo, cargo a que foi promovido por merecimento e que exerceu até 1890. Tem o titulo de con- 70 C A selho do Imperador; é dignitario da ordem da Rosa ; offlcial da do Cruzeiro; cavalheiro da de S. Bento d e A v i z ; condecorado com a medalha concedida á esquadra em operações no Rio da Prata de 1851 a 1852, com a medalha da campanha do Uruguay de 1864, a da rendição de Urnguayana, e da guerra do Paraguay; membro do instituto nacional de medicina do Rio de Janeiro, da sociedade medica de Pernambuco e da de Lisboa, da sociedade de hygiene da Bélgica, etc. Escreveu: — Considerações gcraes sobre certas difficuldades, que o medico parteiro, pouco experiente, encontra no exercicio de seu ministério : these apresentada e sustentada perante a faculdade de medicina, etc. Rio de Janeiro, 1847, in-4°. — Historia medico-cirurgica da esquadra brazileira nas campanhas do Uruguay e do Paraguay de 1804 a 1869. Rio de Janeiro, 1870, 530 pags. in-4" com algumas figuras explicativas e com o desenho do hospital de marinha em Comentes — Trata-se dos hospitaesem geral, dos hospitaes de sangue, da respectiva cirurgia, e t c , e alem dos applausos que teve este livro no império, foi elogiado pelo Dr. Bourel Roncière, medico principal da marinha franceza, em um extenso juizo critico, em 1872. — Estudo sobro hospitaes: reforma destes estabelecimentos e hospitaes de Paris e de Lisboa ; apresentado ao governo imperial. Rio de Janeiro, 1881, 55 pags. in-8" com seis estampas — O autor nesta obra condemna os hospitaes monumentaes e aconselha sua substituição por hospitaes de pavilhões isolados e temporários, e por hospitaes-barracas. — Formulário para uso dos hospitaes o enfermarias de marinha, confeccionado por uma commissão composta dos Drs. Carlos Frederico dos Santos Xavier de Azevedo, Bento de Carvalho e Souza e João Ribeiro do Almeida. Rio de Janeiro, 1878, 38 pags. in-4°. — Discurso proferido por occasião de inaugurar-se no Rio de Janeiro a primeira enfermaria-barraca da America do Sul. Rio de Janeiro, 1884, in-8° — Vem também nos Annaes Brazílienses de Medicina, tomo 35, pags. 361 a 381. — Tratamento do cholera-morbus: relatório da academia imperial de medicina — No livro « Tratamento e prophylaxia do choleramorbus». Rio, 1884. E'assignado também por outros. O autor teve parte também no relatório da junta central de hygiene, de 1878, constante do mesmo livro. Sempre dedicado ao serviço de saúde naval, o conselheiro C. Frederico escreveu outros trabalhos sobre o mesmo serviço desde que a elle dedicou-se, e dentre estes: — Breve analysc sobre o hospital de marinha da provincia da Bahia — Vem na Gazeta dos Hospitaes, tomo Io, 1850-1851, pags. 83 a 90. C A 71 — Analysc sobre o hospital de marinha da provincia de Pernambuco — Idem, pags. 112 a 119. C a r l o s G r e y — Filho de Roberto Grey e natural da cidade do Rio de Janeiro, ó doutor em medicina pela faculdade da mesma cidade, formado em 1884, e escreveu : —Medulla espinhal: Feridas penetrantes do abdômen; Sclerose espinhal posterior; Do ópio, chimico-pharmacologicamente considerado: these apresentada, etc. Rio de Janeiro, 1884, 52 pags. in-4°. —Tratamento dos tumores fibrosos do utero. Rio de Janeiro, 1801. C a i - l o s G u i l h e r m e H a r i n g — Natural da Allemanha, onde nasceu a 28 de dezembro de 1812, falleceu no Rio de Janeiro depois de naturalisar-se cidadão brazileiro, a 26 de julho de 1871. Vindo para o Brazil com o intuito de exercer sua profissão de encadernador, aqui abriu uma pequena typographia, associado a um patrício seu e pouco depois entrou para as officinas de E.. e H. Laemmert, das quaes, mais tarde, passou a ser sócio e gerente por ausência dos proprietários, applicando-se nas folgas, que tinha de seus encargos, a estudos lítterarios, de modo a collaborar na organização do Almanak administrativo, mercantil e industrial, que se publica nas referidas officinas desde 1844 até o presente, assim como nas Folhinhas. Era cavalleiro da ordem da Rosa, sócio da sociedade auxiliadora da industria nacional, presidente honorário da associação typographica fluminense, e escreveu: —Folhinha maçonica. Rio de Janeiro, 1802 a 1869—A compilação destas folhinhas éattribuida a Carlos Haring. —Manual maçonico, ou cobridor do rito escossêz antigo e acceito, ou francez e moderno, com estampas. Segunda edição, augmentada com o Ritual para a inauguração de um novo templo, com o hymno para se cantar na occasião de apparecer a Gr. -. l u z . . . , o Ritual fúnebre para os enterros e exéquias dos maçons brazileiros, etc. Rio de Janeiro, 1861. —Instrucções para os sublimes capítulos dos sublimes príncipes de Heredon de Kihvining com o titulo de Rosa-cruz, publicadas por ordem do M. P- - Sup. Conselho, junto ao Gr. Or. . do Brazil no valle doLavradio. Rio de Jaueiro, 1864 — Estas duas obras sahiram sem assignatura. —Philosophia maçonica : catechismo para uso do aspirante á iniciação maçonica. Rio de Janeiro, 1866. —A água mineral purgativa de Pullna, na Bohemia, seu emprego, eífeito salutifero, etc. Traduzido do allemão. Rio de Janeiro, 1869. 72 UA — Carlsbad, suas fontes, preparações saponaceas e saes. Exposição acerca da acção medicinal, virtudes curativas, etc. Traduzido do allemão. Rio de Janeiro, 1869. C a r l o s H o n o r i o B e n e d i c t o Ottoni—Natural de Minas Geraes, nasceu na cidade do Serro a 20 de abril de 1846, e formado em sciencias sociaese jurídicas pela faculdade de S. Paulo em 1806, entrou no anno seguinte para a carreira da magistratura, exercendo o cargo de promotor publico da comarca de Jequitinhonha, do qual foi exonerado em 1868. Em 1872, porém, foi nomeado juiz municipal de Diamantina, e em 1877 juiz de direito de Itapirassaba, donde passou à outras comarcas, todas de sua provincia natal, exercendo ahi as funcções de chefe de policia em 1880 e 1881. Administrou a província de S. Paulo em 1884. Escreveu : — O Dezeseis de Julho e a imprensa: ensaios políticos. Rio de Janeiro, 1870, 109pags. in-8". — Ensaios políticos : Diamantina, 1871, in-8°. — A republica: cartas políticas. Diamantina, 1871, 57 pags. in-8°. — Repertório ou indice alphabetico da lei do recrutamento, ordenado, e t c , seguido da lei de 26 de setembro de 1874 e do regulamento de 27 de fevereiro de 1875. Rio de Janeiro, 1875, in-8°. — NulUdades do processo criminal ou compilação dos accordãos dos tribunaes superiores do império; seguida de um formulário perante o jury. Rio de Janeiro, 1876, in-8°. — Estudos correccionaes, contendo provimentos geraes de correição <* dous promptuarios de avisos do ministério da justiça, referentes á reforma judiciaria e regimento de custas ; seguidos, em appendice, das attribuições dos juizes de direito nas comarcas geraes, pelo Exm. Sr.. Dr. Caetano José de Andrade Pinto e da lei n. 5467 de 12 de novembro de 1873 e do decreto n. 5385 de 30 de novembro de 1870. Rio de Janeiro, 1880, in-8°. — Mineiros distinctos: perfis biographicos. Ouro-Preto, 1884, 89 pags. in-8° — São noticias, já publicadas no Liberal Mineiro, de dezoito conterrâneos e correligionários do autor, a que se segue um esboço biographico seu por um dos biographados, de pags. 83 a 89. — A eleição do Ceará, vista á luz de documentos ofiiciaes: relatório documentado, dirigido ao governo imperial pelo respectivo presidente da provincia, e t c Fortaleza, 1885, 104 pags. in-4° g r . — Discurso pronunciado nas exéquias que se celebraram no 30° dia do fallecimento do senador Martinho Campos. Ouro Preto, 1887. CA 73 — Apontamentos de magistratura, contendo estudos e decisões de Ia e 2a instâncias, votos meus na Relação, revistas, avisos, consultas, pareceres de jurisconsultos e, em appendice, todas as leis recentemente publicadas. Rio de Janeiro, 1891 — O Dr. Carlos Ottoni tem collaborado em varias revistas e jornaes, como a Gazeta Jurídica e o JequitinhonJia de Diamantina, e foi um dos redactores do — Sete de Abril: jornal acadêmico. S. Paulo, 1865 — De seus trabalhos em revistas citarei: — O juiz presidente do jury pode e deve propor aos jurados os factos constituintes de flagrante delicto 1 — No Direito, tomo 9o, pags. 687 a 632. — Reforma judiciaria. Promptuarios dos avisos do ministério da justiça relativos á reforma judiciaria — Idem, tomo 20°, pags. 17 a 32. C a r l o s H o n o r i o d e F i g u e i r e d o — Filho do coronel Joaquim Bernardo de Figueiredo e nascido em Pernambuco a 20 de setembro de 1824, falleceu no Rio de Janeiro a 27 de junho de 1881, bacharel em sciencias sociaes e jurídicas pela faculdade de Olinda, formado em 1843, fidalgo cavalleiro da casa imperial; sócio do instituto histórico o geographico brazileiro, da sociedade Auxiliadora da industria nacional, da sociedade Amante da instrucção e do Conservatório dramático do Rio de Janeiro; do instituto archeologico e geographico pernambucano e da secção da sociedade de geographia de Lisboa; commendador da ordem portugueza da Conceição de Villa Viçosa e da ordem romana de S. Gregorio Magno ; cavalleiro da ordem militar de Malta, da de S. João de Jerusalém, e da de Pio IX. Depois de servir na magistratura serviu como addido à secretaria do império de 1857 a 1858 e passando à da agricultura como segundo offlcial em 1859, subiu a chefe de secção. Escreveu, além de vários outros trabalhos, apresentados ao instituto histórico, os seguintes: — Fundação do bispado do Rio de Janeiro : memória lida ante a augusta presença de S. M. o Imperador — Na Revista Trimenso!, tomo 19», 1856, pags. 579.a606. — Memória sobre a fundação das faculdades de direito do Brazil — idem, tomo 22°, 1859, pags. 507 a 526. — Breve noticia acerca do fallecido bispo do Maranhão d. Fr. Carlos de S. José e Souza — Idem, tomo 33°, 1876, parte 2 a , pags. 183 a 190. — Biographía do Exm. Sr. senador Marquez de Itanhaém. Rio de Janeiro, 1867. — Novos estatutos do instituto episcopal religioso. Rio de Janeiro, 1857, 14 pags. in-4°. 74 CA Carlos Hipolyto de Santa Helena Ma-S"110 "" Natural da provincia do Pará, onde' nasceu em 1847, ahi falleceu em outubro de 1882, bacharel formado em sciencias sociaes e jurídicas pe a faculdade doltecife em 1871 e professor de geographia no lyceo de Belém. Cultivou as lettras e escreveu : — Harpejos: poesias. Recife, 1866 — Algumas destas poesias e outras, escriptas depois, foram publicadas em revistas como : — A sêcca do Ceará — Na Revista Illustrada do Rio de Janeiro, tomo 3°, n. 106, occupando três columnas. — O meu anniversario — Na Revista Brazileira, tomo 9°, pags. 172 a 177. — Invocação á Santíssima Virgem — Na Estrella do Norte, revista religiosa do Pará, tomo 2°, 1864, pags. 71 e 72. — Surremit — Idem, pags. 151 a 153. — Poesia offerecida ao Exm. e Revm. Sr. d. Antônio de Macedo Costa no anniversario de sua sagração — Idem, pags. 135 e 136. C a r l o s I l i d r o d a S i l v a — Natural de Itú, provincia de S. Paulo, e ahi fallecido a 8 de dezembro de 1884, fez na faculdade de sua provincia natal o curso de sciencias sociaes e jurídicas, em que recebeu o gráo de bacharel.em 1837, e depois o de doutor. Exerceu cargos da magistratura e com muita acceitação a advocacia no logar de seu nascimento; foi deputado provincial e dedicou-se depois á agricultura. Escreveu : — Theses apresentadas á faculdade de direito de S. Paulo, afim de obter o gráo de doutor. S. Paulo, 1838. — O agricultor paulista. Itú, 1860.— E' um volume de 462 pags. 'in-4°, de duas columnas, publicado em fasciculos quinzenaes. O primeiro destes sahiu a 15 de janeiro e o ultimo a 31 de dezembro, se occupando dos mais importantes assumptos em relação á agricultura. — Contrastes do Brazil com os Estados Uriidos do Norte — No Almanak de S. Paulo de 1879, pags. 195 a 207. C a r l o s J a n s e n — Filho de Antônio Jansen, e nascido na cidade da Colônia, império da Allemanha, falleceu no Rio de Janeiro a 21 de setembro de 1889. Veiu para o Brazil em 1851 em um corpo de allemães, engajado para o serviço do império e, dando depois baixa, casou-se na provincia do Rio Grande do Sul, naturalisou-se brazileiro, deu-se ao jornalismo litterario e ao magistério, e exerceu o cargo de inspector de terras e colonisação. Passando-se depois para o Rio de CA 75 Janeiro e continuando naquelle exercicio, dirigiu um collegio de educação para o sexo masculino, foi professor interino da escola normal, e depois professor de allemão no collegio de Pedro II, hoje Instituto nacional do ensino secundário. Além de trabalhos publicados em jornaes do Rio Grande, de Buenos-Aires e outros, como o Cruzeiro, do Rio de Janeiro, de cuja redacção fez parte, escreveu : — Geographia physica de A. Geikie, professor da universidade de Edimburgo, adaptada ao portuguez porC. Jansen. Rio de Janeiro, 1880, in-8° — Segunda edição, 1882. Esta obra e as três que se seguem sahiram sob o titulo: « Bibliotheca do ensino intuitivo. Primeira serie de Sciencias naturaes. Opusculos elementares, adaptados ao portuguez». Ns. 1, 2, 3 e 4 . •> — Geologia de A. Geikie, adaptada ao portuguez, etc. Rio de Janeiro, 1880, in-8». — Astronomia de Loockie, membro da real sociedade de Londres ; adaptada ao portuguez, etc. Rio de Janeiro, 1880, in-8° — C/Umjça de H. E. Roscoe, professor da universidade de Manchester; adaptada ao portuguez, etc. Rio de Janeiro, 1883, in-8°. — Contos selectos das Mil e uma noites, extrahidos e redigidos para a mocidade brazileira, segundo o plano do educacionista allemão Franz Hoffmann. Rio de Janeiro, 1882, in-8°. — O pronome na lingua allemã : these de concurso ao logar de lente do collegio de Pedro II. Rio de Janeiro, 1883. — Robinson Crusoè, redigido para a mocidade brazileira, segundo o plano de F. Hoffmann, prefaciado com um erudito artigo sobre pedagogia, pelo Dr. Silvio Romero. Rio de Janeiro, 1885, in-8°— E' uma edição nítida com bellos chromos. — Contos selectos, extrahidos e redigidos para a mocidade brazileira segundo o plano de F. Hoffmann. Rio de Janeiro, 1885, in-8°. — A lingua franceza, pelo Dr. F. Ahn: methodo elementar pratico e intuitivo para aprender a ler, escrever e fallar francez ; adaptado ao portuguez. Rio de Janeiro, 1885, in-8°. — A lingua franceza ensinada pelo systema Ollendorff: novo systema pratico e theorico, confeccionado pelos professores Carlos Jansen e Francisco Polly. — D. Quixote, vertido do allemão : resumo. Rio de Janeiro, 1886, in-8°. — Compêndio de geometria elementar de H. B. Lucben; traduzido. Rio de Janeiro, 1887, in-8°. — Grammatíca allemã. Rio de Janeiro, 1888, in-8°. — Selecção litteraria dos principaes autores allemães, organizada 76 CA para servir de exercicio de traducção. Rio de Janeiro, 1888, 362 pags. in-8° — são de Lessing, Schiller, Goethe, Klopstock e outros. — Viagens de Gulliver á terras desconhecidas, por Jonathan Swift, redigidas para a mocidade brazileira, com estampas e um prefacio pelo conselheiro Ruy Barbosa. Rio de Janeiro, 1888, in-8° — Aventuras maravilhosas do celeberrimo Barão de Munchausen ou a fiel e verídica narrativa das memórias extraordinárias e aventuras admiráveis daquelle narrador immortal, apresentada á mocidade brazileira, e t c Rio de Janeiro, 1891, 182 pags. in-4° com gravuras coloridas— E' uma edição nítida. Ha em revistas trabalhos de sua penna' como: — O Patud (romance) — Na Revista Brazileira, tomo 2o, 1879, pags. 293 a 308, 414 a 421, 453 a 463 e tomo 3o, pags. 37 a 50, 73 a 83 e 141 a 153. — Ha ainda deste autor : — EUza (romance) — publicado em vários números de uma revista litteraria, cuja nota perdi entre diversos papeis. C a r l o s J o s é P i n h e i r o — Nasceu na cidade de VillaRica, depois cidade de Ouro-Preto, capital da provincia de Minas Geraes, no ultimo quartel do século XVIII, e falleceu a 21 de março de 1844 na cidade de Coimbra, em cuja universidade fez 6 curso de medicina, recebeu o gráo de doutor, e foi lente cathedratico de anatomia é operações, sendo exonerado, como outros muitos collegas seus, em 1834. Foi medico de vasta erudição, e sócio da academia real das sciencias de Lisboa, e de outras associações scienti ficas. Escreveu : — Inventario das peças e preparados conteúdos no theatro anatômico e museo pathologico da universidade de Coimbra. Coimbra, 1828. — Relatório da epidemia de Aveiro. Lisboa, 1833 — O doutor Lima Leitão, tratando depois do mesmo assumpto, faz sobre este trabalho considerações bem severas. — Topographia medica do logar de Cava, junto â Figueira da Foz — Foi publicada na Gazeta Medica do Porto, tomo Io, e o doutor Rodrigues de Gusmão a considera uma obra modelo para quem tiver de emprehender trabalho igual. — Ensaio sobre um novo methodo de ligar a artéria no aneurisma — Idem, tomo 2o. C a r l o s J o s é d o R o z a r i o — Filho de Manoel José do Rozario e de dona Joaquina Zefôrina do Rozario, nasceu a 15 de junho de 1824 no Rio de Janeiro, onde falleceu a 28 de abril de 1885. Bacharel em mathematicas pela antiga academia militar, primeiro CA 77 escripturario da directoria da tomada de contas do thesouro nacional e cavalleiro da ordem da Rosa, foi um dos brazileiros mais versados na lingua franceza, cuja litteratura conhecia bastante, e leccionou particularmente e por gosto a mesma lingua. Foi um dos redactores do antigo Correio Mercantil, do Rio de Janeiro, e também da — Revista Popular, noticiosa, scientifica, industrial, histórica, e t c Rio de Janeiro, 1859 a 1862, 16 vols. in-4° com algumas estampas e retratos — Sahia quinzenalmente. Escreveu depois : — Diccionario dos verbos irregulares. Rio de Janeiro, 1881. — Discurso, etc. — No livro « Discursos e mais peças de arch^tectura, recitados por occasião da posse das luzes e mais dignidades da sempre Aug.\ e Resp. L." Un. . Esc. . etc. Rio de Janeiro, 1847. C a r l o s J o s é d e S o u z a INolbre — Filho de Carlos José de Souza Nobre e de dona Carolina Maria Fragozo Nobre, nasceu na capital da Bahia a 2 de agosto de 1839 e falleceu.na cidade de Buenos-Aires a. 23 de agosto de 1882, sendo doutor em medicina pela faculdade áaquella capital e primeiro cirurgião do exercito. Representou a provincia de.Matto Grosso na 16a legislatura ; era cavalleiro da ordem da Rosa e da de Christo, condecorado com a medalha concedida às forças em operações na provincia de Matto Grosso e escreveu : — Acção physiologica e therapeutica do iodo : dissertação inaugural. Bahia, 1803 — E' seguida de proposições sobre três pontos do ensino medico. — Discurso pronunciado na câmara dos Srs. deputados na sessão de 21 de julho de 1877 pelo deputado da provincia de Matto Grosso, etc Rio de Janeiro, 1877, in-4° — Versa sobre a estrada de Curytiba á Miranda, que o orador condemna. C a r l o s KLornis d e T o t v a r d — Natural da Hungria e nascido na cidade de Ar;1 d a 18 de abril de 1822, alli falleceu, sendo brazileiro por naturalisação. Feitos os cursos de philosophia e de theologia para seguir o estado ecclesiastico, como queriam seus pães, resolveu matricular-se no de direito da universidade de Pesth, onde recebeu o gráo de doutor e foi nomeado lente da cadeira de direito criminal, depois da independência com a revolução de 15 de março de 1848. Dando-se a invasão das forças austríacas ao mando de J. Maschich com o fim de destruir a obra da independência, foi elle um dos que tomaram armas contra os invasores e, vendo-se perdido por ser subjugada a causa que abraçara, foi obrigado a fugir, pois fora condemnado á pena capital, e executada a sentença em effigie. Então foi 78 •»—-.c^. para a America do Norte, donde passou em 1851 ao Rio de Janeiro, e aqui, para ter meios de subsistência, abriu uma offlcina de daguerreotypo, onde em pouco tempo sua saúde alterou-se por fôrma tal, que foi obrigado a uma excursão por varias províncias, sem resultado algum. Amnistiado, porém, pelo governo de seu paiz, tornou à elle em 1862. Foi o instituidor e presidente da academia philosophica do Rio de Janeiro e escreveu, além de diversos artigos, publicados em jornaes sobre jurisprudência e philosophia, as seguintes obras: — Compêndio, de direito criminal para uso de seus alumnos... — Não sei em que idioma, nem em que logar foi publicado ; só sei que o foi em 1849 e que este compêndio é apropriado às circumstancias e à indole das novas instituições. — Processus Villa-Nova do Minho: pars criminalis. Discussione jurídica pertractata per Carolum Kornis Totvard, ete. Rio de Janeiro, 1856, 56 pags. in-4°. — Institutiones grammaticae latinas ex classicorum, celeberrimorumque grammaticorum operibus excerptíe et methodo synthetico analyptico, duplicique textu latino nempe et lusitano conscript. Rio de Janeiro, 1857, in-8° — O autor escreveu este livro em vista da« apparição do latim culinar de certo Novo methodo que, promettendo resultados pasmosos pela pratica vulgar de uma latinidade de duvidoso quilate, tendia a postergar o estudo serio da latinidade clássica». Dividido em seis partes, não foram, entretanto, publicadas mais do que duas: a I a ou Orthoepia, orthographia e eíymologia da lingua latina, e a 3 a ou Syntaxe da concordância, regras de traducção, etc. Os outros quatro volumes, bem que promptos para entrarem no prelo, não se publicaram, em conseqüência de perseguições que soffria, diz o autor, por discordar completamente do methodo e das opiniões do Dr. Castro Lopes. Tratavam estes volumes: o 2°, da conjugação dos verbos, preposições, advérbios, etc.; o 4o, da syntaxe de regência ; o 5 o , da pureza de lingua, adagios, elegância e variedade de sentenças ; syntaxe figurada, etc.; o 6o, da prosódia, metrificação, estylo sublime, etc. Esta obra é offerecida ao Imperador d. Pedro II. — O casamento civil, ou os direitos do poder temporal em negócios de casamento: discussão juridico-historico-philosophica em duas partes. Rio de Janeiro, 1858-1859, 2 vols. de 222 e 235 pags. in-8° — O autor intitulou, assim, os dous volumes publicados: Parte I a , juridicohistorica, que contém argumentos de direito natural; os costumes e leis matrimoniaes de quasi todos os povos da antigüidade com a r e futação da primeira these do Illm. e Exm. Sr. conego Joaquim Pinto de Campos. Parte 2 a , theologico-historica em dous capítulos. Capitulo CA 79 Io, contendo argumentos do Evangelho, das epístolas dos apóstolos e dos escriptos dos primeiros padres do christianismo, da doutrina dos differentes theologos e da historia ecclesiastica — Não sahiu a lume o 2o capitulo. A Revista Popular illustrada, dando noticia, no seu artigo Bibliograpbia, das obras de mérito sahida3 á luz, menciona este livro. O autor, porém, teve de sustentar uma longa polemica no Correio Mercantil, em 1861, com o Dr. Augusto Teixeira de Freitas, depois da qual os protestantes residentes no Rio de Janeiro offereceram-lhe um primoroso álbum. — Os negócios de matrimônio no império do Brazil com a exposição da proposta do governo e dos differentes pareceres e projectos sobre uma lei matrimonial. Rio de Janeiro, 1860, 63 pags. in-8°. — Refutação da doutrina do Dr. Braz Florentino Heuriqüesde Souza, lente da faculdade de direito do Recife, apresentada na sua obra « O casamento civil e o casamento religioso ». Rio de Janeiro, 1860,278 pags. in-8°. — Reflexões sobre a emenda substitutiva, apresentada sob os auspícios do Illm. e Exm. Sr. Dr. João Lustoza da Cunha Paranaguá, ministro da justiça, na sessão da câmara dos Srs. deputados de 11 de agosto de 1860 em referencia à proposta do governo imperial de 19 de julho de 1858. Os paradoxos do discurso pronunciado pelo Sr. Dr. Villela Tavares na sessão de 11 de agosto de 1860. Em complemento da obra « O casamento civil ». Rio de Janeiro, 1861, 96 pags. in-8°. — Discussão jurídica sobre os princípios que regem o procedimento e o juizo em referencia ás escrípturas de assignatura particular, arguidas de falsidade da assignatura com applicação ao processo commercial, que a caixa filial do Banco do Brazil em Pernambuco intentou contra O. N. Bieber & C.a e contra J. Keller & C.a sobre a base de duas letras da terra, arguidas de falsidade. Rio de Janeiro, 1860, 46 pags. in-4°. C a r l o s v o n K o z ê r i t z — Nascido na cidade de Dessau, na Allemanha, em 1830, vindo em 1851 para o Brazil com a força allemã ao serviço do império, aqui naturalisou-se cidadão brazileiro, estabelecendo-se na provincia do Rio Grande do Sul, e falleceu na cidade de Porto Alegre a 30 de maio de 1890. Foi inspector geral das colônias desta provincia, hoje Estado ; director das exposições provinciaes de 1866 e 1875; presidente da exposição brazilico-allemã de 1881 e* quando pela reforma eleitoral permittiu-se elegibilidade aos . naturalisados e aos acatholicos, foi em três legislaturas deputado à assembléa provincial. Era presidente da sociedade filial de geographia 80 — - commercial de Porto Alegre ; membro honorário do pantheon litterario e da sociedade gymnastica allemã da mesma cidade; membro honorário da sociedade central de geographia commercial de Berlin ; correspondente da sociedade de geographia de Dresden ; mestre do « Frere Deutsche Hochstiff», de Frankfort sobre o Meno ; representante da sociedade ethnographica de Leipzig, etc. Desde o anno de 1856 até morrer foi uma forte e perseverante columna do jornalismo, na qualidade de collaborador dos seguintes jornaes: o Noticiador, 1856, e o Brado do Sul, ambos de Pelotas ; o Echo do Sul da cidade do Rio Grande ; a Ordem, o Mercantil, Jornal do Commercio, o Rio Grandense, a Gazeta de Porto Alegre, todos da cidade deste nome e redigiu ainda : — A Sentinella do Sul: jornal litterario, critico e joco-serio. Porto Alegre, 1867, in-fol. — A Lanterna. Porto Alegre — E' uma publicação no estylo da precedente, ambas illustradas e creadas por Kozêritz. — A Acácia : folha maçonica. Porto Alegre, 1876-1877, in-fol. — Deutsche Zeitung. Porto Alegre, 1864 a 1885, in-fol.—Foi o órgão da colônia allemã na provincia. — O Combate : jornal hebdomadário. Porto Alegre, 1886 — Começou a ser publicado em abril, sendo também redigido pelo Dr. Argemiro Galvão. — A Reforma: folha política. Porto Alegre — que ainda redigia quando morreu. Em gênero diverso publicou: — Relatório da administração central das colônias da provincia de S. Pedro do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 1867, in-4°. — Resumo da historia universal para uso dos collegios. Rio Grande, 1857, in-8». — Descripção da provincia do Rio Grande do Sul. Rio Grande, 1860, in-8° — E' escripto em allemão, como os quatro seguintes : — Hydrographia da provincia de Matto Grosso. Porto Alegre, 1861. — A vida na campanha do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 1861. — Estudos morphologicos sobre a raça africana. Porto Alegre, 1862. — ConseUios aos emigrantes allemães. Porto Alegre, 1880, com o mappa do Brazil Meridional — Este mesmo trabalho publicou elle, como jà disse, em allemão: « Rathschlage f ür Auswànderer nach Snd Brasilíen », tendo por auxiliares o Dr. Dorfell e A. \V. Sellin. — Roma perante o século. Porto Alegre, 1871, in-8° — Foi no anno seguinte traduzido e publicado em allemão: Rom von dem Tribunal des Jahrhunderts. Porto Alegre, 1872. — Resumo de economia nacional, especialmente applicada ás cirenmstancias do paiz. Porto Alegre, 1870, in-8°. CA 81 — A maçoneria e a egreja : Reflexões sobre a pastoral de d. Sebastião Dias Laranjeira. Porto-Alegre, 1873. — Nova phasedo partido liberal. Porto-Alegre, 1874. — Medidas, pesos e moedas do Brazil. Porto-Alegre, 1884. — Bosquejos ethnologieos. Porto-Alegre, 1884, 87 pags. in-8.° — E' uma collecção de escriptos que o autor publicara na Gazeta de Porto-Alegre. A primeira serie « Subsídios ethnologieos » foi escripta antes de abrir-se a exposição anthropologica. Trata-se depois da hypothese phemeia, que o autor aventou, acompanhando o Barão de Teffé em suas deducções e, finalmente, de noticias do Rio Grande do Sul. Delles se oecupa o Dr. Theophilo Braga na revista dos estudos livres, com elogios. — A terra e o homem : conferência, 1878. Porto-Alegre, 1884, in-8°. — A terra e o homem á luz da moderna sciència : duas conferências feitas em 1878. Porto-Alegre, 1884, in-8°. — E' um livro em que o autor patentea-se fervoroso adepto do positivismo, despido dos atavios de todo dogma e da doutrina da evolução livre de certas applicações particulares que lhe têm sido dadas até agora. Combate o Gênesis desde a creação do mundo até o Creador. — Bilder ans Brasílien von C. von Kozêritz. Mit einem Vorwort von A W Sellin etc. Leipzig. 1885, 379 pags. in-8°. — Deutscher Volkskal ender für die Prov. Rio Grande do Sul, Porto-Alegre, 1877 a 1886, 10 vols. — São destinados á colonisação do paiz. No de 1885 acha-se e d'ahi foi traduzido e escripto : — Alfredo d'Escragnolle Taunay : Esboço característico etc. traduzido do allemão por R. P. B. ( Rodolpho Pau Brasil) 2a edição. Rio de Janeiro, 1886, 46 pags. in-8° com as da introducção do traduetor, e dos juizos de Ernest Aimé e de Pinheiro Chagas acerca da « Retirada da Laguna », do Visconde do Taunay. — Impressões de viagem á Itália. Porto-Alegre, 1887, in-8° — E' um volume de mais de 500 pags, contendo a reproducção de escriptos publicados no Jornal do Commercio de Porto-Alegre. A língua universal válapük em três lições, adaptada ao idioma portuguez, segundo o methodo de Siegimund Spielmann. Porto-Alegret 1887 — Na litteratura amena ha de Kozêritz trabalhos diversos, como: A donzela de Veneza : novella. Rio Grande, 1858. A véspera da batalha : novella. Rio Grande, 1858. Um drama no mar : novella. Porto-Alegre, 1863. — Loura: também um perfil de mulher. Porto-Alegre, 1875 — Ha segunda edição, de Pelotas. 82 o - i — Nini: drama — Não sei si foi impresso; sei que foi representado em Pelotas em 1859 e 1860. — Ignez : drama— Idem. E, como este, ha outros escriptos originaes e traduzidos e também poesias publicadas, como : — No dia sete de setembro : poesia recitada no theatro de Pelotas. C a r l o s L e o n c i o d e C a r v a l h o — Filho do Dr. Carlos Antônio de Carvalho, nasceu no Rio de Janeiro a 18 de junho de 1847. Doutor em direito pela faculdade de S. Paulo, foi nomeado lente substituto em 1871 e cathedratico da mesma faculdade em junho de 1881. Chamado para occupar a pasta dos negócios do império no gabinete de 15 de janeiro de 1878, foi eleito deputado pela provincia de S. Paulo na legislatura deste anno a 1881. Foi o iniciador da liberdade do ensino nas faculdades do império, pondo em execução a respectiva reforma, assim como da exposição pedagógica effectuada em 1883, em cujo congresso serviu o cargo de secretario; é presidente da associação propagadora dos cursos nocturnos — e escreveu: — Theses e dissertação para obter o grão de doutor, etc. S. Paulo, 1869, 21 pags. in-4° —O ponto da dissertação ó: Nas acções executivas tem logar a suspeição do juiz ? — Theses e dissertação para o concurso a uma cadeira vaga. S. Paulo, 1870, 22 pags. in-4° —O ponto da dissertação é o seguinte: Pôde-o cego fazer testamento, cerrando ? — Faculdade de direito de S. Paulo. Memória histórica do anno de 1874. Rio de Janeiro, 1875, in-fol. — Vem no Relatório do ministério dos negócios do império. — Reforma eleitoral. Naturalisação dos estrangeiros. Rio de Janeiro, 1881 — E' um opusculo, em que o autor dá as razões que tivera para oppor-se ás emendas á nova lei de eleições, e que não pudera expor na câmara temporária. Alguns trechos desse opusculo, onde se discutem também questões políticas e sociaes, foram reproduzidos na Gazeta de Noticias, do Rio de Janeiro. — Educação da infância desamparada: conferência realizada durante a exposição pedagógica do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 1883, 30 pags. in-12" — Sahiu depois no volume «Conferências effectuadas na exposição pedagógica, etc» publicado no Rio de Janeiro em 1884. — Primeira exposição pedagógica no Rio de Janeiro (documentos.) Rio de Janeiro, 1884, in-8° — E' um grosso volume em que o Dr. Leoncio, numa introducção de 259 pags., tratados factos mais notáveis da exposição e mostra com o estudo das legislações e dos pare- CA 83 ceres ahi exhibidos quaes os princípios geralmente adoptados na organização do ensino primário. — Actas e parecer es do congresso de instrucção do Rio de Janeiro. Rio do Janeiro, 1884, in-4rt gr. — Relatório apresentado na I a sessão da 17a legislatura pelo ministro e secretario dos negócios do império, etc. Rio de Janeiro, 1878, in-4". — Relatório apresentado na 2a sessão da 17a legislatura, etc. em 1879. Rio de Janeiro, 1879, in-4° — Desde estudante o Dr. Leoncio deu-se ao jornalismo e redigiu : — Palestra Acadêmica: revista scientifica e litteraria. Publicarão mensal sob a direcção de Cândido Leitão, Didimo da Veiga e Leoncio de Carvalho. S. Paulo, 1866, in-4». — O Acadêmico : jornal jurídico, litterario e noticioso. Directores da redacção Leoncio de Carvalho e J. F. Vianna. S. Paulo, 1868, in-fol. — Tribuna Liberal: jornal político e litterario. S. Paulo, 1867, in foi. — Esta folha é diversa da que redigiu, annos depois, o Dr. Bento de Paula e Souza, com igual titulo. C a r l o s J L i i b e r a l l i J ú n i o r — Natural, si me não engano, do Rio de Janeiro, ò professor publico da instrucção primaria em Quissamã, município de Macahé e escreveu : — Breves noções de arithmetica para uso das crianças; adaptadas ao ensino primário das classes principiantes das aulas publicas do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 1882. J X C a r l o s J L u i z d ' A i n o u r , Bispo de Matto Grosso — Nascido na cidade de S. Luiz, capital do Maranhão, a 11 de abril de 1837, de pães desprotegidos da fortuna, recebeu a 30 de novembro de 1860 ordens de presbytero das mãos do bispo d. Manuel J. da Silveira que chamou-o a si. e apresentou-o no anno seguinte no beneficio da cathedral maranhense. Grato a taes favores, não separou-se mais deste bispo desde sua remoção á prelazia da Bahia até sua morte, acompanhando-o á corte por occasião do casamento das princezas dona Isabel e dona Leopoldina como seu secretario, e à Roma por occasião do concilio do Vaticano. Chegado à Bahia em 1861, foi nomeado mestre de ceremonias do solio primacial neste anno, lente de francez do seminário archiepiscopal em 1862; depois conego, monsenhor e vigário capitular por morte do prelado, e finalmente bispo de Cuyabà. Agraciado camarista de Pío IX quando esteve em Roma em 1870, foi em 1871 nomeado seu prelado doméstico e ultimamente prelado assistente do 84 <JA throno pontifício e conde romano. Tem o titulo de conselho do Imperador e é commendador da ordem de Christo. Escreveu muitos sermões e pastoraes, de que só conheço as seguintes : — Pastoral implorando aos fieis um obulo 'em favor de sua santidade Pio IX, de 30 de novembro de 1874. Bahia, 1874. — Pastoral dispensando no preceito da abstinência das carnes na quaresma, de 1 de janeiro de 1875. Bahia, 1875. — Pastoral annunciando o grande jubileu universal denominado Anno Santo no corrente 1875, concedido pelo summo pontífice Pio IX, pela encyclita de 24 de dezembro de 1874. Bahia, 1875, 39 pags. in-8°. — Pastoral convidando os fieis para a segunda procissão do j ubileu, de 28 de outubro de 1875. — Pastoral annunciando o encerramento do grande jubileu e implorando aos fieis um obulo em favor do Asylo de Mendicidade, em 3 de dezembro de 1875. — Pastoral da quaresma, em 1876. — (Pastoral recommendando aos parochos da diocese de Cuyabâ que lessem á estação da missa conventual a integra da gloriosa lei n. 3353 de 13 de maio de 1888 e a todos os diocesanos, fazendo-lhes ver que depois da promulgação dessa lei cumpre proteger os libertos ministrando-lhes o indispensável trabalho, afim de que estes possam aproveitar-se da liberdade.) Cuyabà, 1888. C a r l o s L u i z d e S a u l e s — Filho de Henrique de Saules, nasceu na cidade do Rio de Janeiro a 2 de dezembro de 1824 e falleceu a 4 de novembro de 1880. Doutor em medicina pela faculdade da mesma cidade, aqui exerceu sempre a clinica; foi medico do hospital da Misericórdia e do internato do collegio de Pedro II e prestou serviços por occasião da primeira epidemia de febre amarella em 1850, sendo por isso condecorado com o habito da Rosa. Era membro da imperial academia de medicina, da sociedade Auxiliadora da industria nacional, do conservatório dramático, e correspondente da sociedade das sciencias médicas de Lisboa. Escreveu : — Considerações sobre a ambahiba e sua applicação á cura do cancro: dissertação inaugural. Rio de Janeiro, 1848,in-4.° —Gazeta dos Hospitaes: repertório'medico brazileiro. Rio de Janeiro, 1850-1852, in-4.°—Esta publicação foi fundada e redigida somente pelo Dr. Saules. Dentre os numerosos escriptos que ahi se acham de sua penna, citarei o seguinte: — Matéria medica do senhor S. Dieu. Cantharidas —Acha-se no tomo 2°, ns. 10,11, 12, 13, 14, 15, 16 e 17. CA 85 — Estudos sobre a phthisica pulmonar no Rio de Janeiro, acompanha dos de uma estatística da mortalidade por esta affecção durante os annos de 1855 a 1858, apresentados á academia imperial de medicina do Rio de Janeiro, afim de obter o titulo de membro titular da mesma academia. Rio de Janeiro, 1859, com um mappa—Sahiram também nos Annaes da academia, tomo 13°, 1859-1860. — Manoel Beckman : drama original brazileiro em cinco actos. Rio de Janeiro, 1848, 141 pags. in-8° — Fecha-se o livro com um juizo critico de F. M. Raposo de Almeida. Este drama, escripto quando o autor era estudante, foi levado á scena pelo laureado actor Jeão Caetano dos Santos ; foi a primeira producção de sua penna, e consta que outros trabalhos deixara inéditos do mesmo gênero, assim como diversas poesias. C a r l o s M a r i a n o G a l v ã o B u e n o — Filho de Francisco Mariano Galvão Bueno e de dona Maria Euphrosina da Cruz Almada, nasceu em S. Paulo em janeiro de 1834 e falleceu a 24 de maio de 1883, afogando-se casualmente no rio Tamanduahy, n'uma pescaria à que fora por divertimento. Bacharel em sciencias sociaes e jurídicas, formado pela faculdade de sua provincia em 1860, era professor de philosophia do curso annexo à mesma faculdade e, além de vários trabalhos publicados em revistas litterarias, e de muitas poesias e pequenos romances, que, segundo consta, deixara inéditos — escreveu: — Noções de philosophia, accommodadas ao systema de Krause, e extrahidas das obras philosophicas de G. Tiberghiene Ahrens. S. Paulo, 1877, 750 pags. in-8° — Depois dos prolegomenos das sciencias se trata: I o da Psychologia, que é dividida em três partes, ou essência da alma, vida da alma e combinações da alma; 2o da lógica, que ó dividida em duas partes ou theorias dos conhecimentos em geral, e organização dos conhecimentos; 3o Metaphisica; 4o Moral, que é dividida em três partes, isto é: base analytica ou subjectiva da philosophia moral; base objectiva ou metaphysica da philosophia moral; deontologia. Deu-se também ao jornalismo político e collaborou na Lucta, periódico de idéas republicanas, de S. Paulo. C a r l o s M a x i m i a n o P i m e n t a d e JLaet — Filho de Joaquim Ferreira Pimenta de Laet e nascido no Rio de Janeiro a 3 de outubro de 1847, é bacharel em lettras pelo antigo collegio de Pedro II, engenheiro geographo pela escola central, hoje polytechnica, professor aposentado de portuguez, geographia e arithmetica do Io anno daquelle collegio, hoje instituto nacional de instrucção secun- 86 CA daria e cavalleiro da ordem da Rosa. Serviu muitos annos como redactor dos debates do senado, e foi, na ultima legislatura do regimen monarchico, eleito deputado pela provincia da Parahyba e pela de Goyaz. Deu-se ao jornalismo collaborando para vários periódicos e revistas como a Revista Litleraría, onde escreveu muitos artigos de critica, 1879 a 1880, e o Jornal do Commercio, onde escreveu os folhetins sob o titulo de Microcosmo e redigiu : — O Brazil: diário político, commercial, scientifico, litterario e noticioso. Rio de Janeiro, 1890 e 1891, in-fol.— Escreveu: — Escolas normaes. Sua organização, plano de estudos, methodos e programma de ensino. 15 pags. in-4° — No livro « Actas e pareceres do congresso de instrucção do Rio de Janeiro », 1884. — Creação de uma faculdade de lettras ; sua organização e plano de estudo. 19 pags. in-4° gr. — Idem. — Relatório dos successos mais notáveis no anno lectivo de 1880 e da s condições do ensino da escola normal do município da corte, e t c ; apresentado à congregação da mesma escola na sessão de 7 de fevereiro de 1881, 13 pags. in-fol.—No relatório do ministério do império do mesmo anno. — Relatório dos successos mais notáveis no anno lectivo de 1882 e das condições do ensino no imperial collegio de Pedro 11 ; apresentado a 7 de março de 1883, 15 pags. in-fol.—Idem de 1883. Foi impresso em avulso in-8°. C a r l o s M o n t e z u m a d e A n d r a d e — Natural da provincia de Minas Geraes, ou de S. Paulo, residiu muitos annos na do Rio Grande do Sul, onde falleceu. Exercia a profissão de dentista, e me parece que não tinha perfeito arranjo nas faculdades mentaes, visto como se assigna de doutor, titulo que nunca teve, na obra, que menciono, e que talvez, devesse omittir. — O Brazil: breves reflexões pelo Dr. Carlos Montezuma de Andrade, capitão da guarda nacional, etc. Porto Alegre, 1865, 25 pags. in-4°. C a r l o s d e M o r a e s — E' natural do Rio de Janeiro, exerce a profissão de guarda-livros, cultiva as lettras e escreveu : — Canções ridentes (collecção de poesias). Rio de Janeiro, 1883. Carlos F i n t o d e F i g u e i r e d o — Natural de Ouro- Preto, capital de Minas Geraes, seguindo o funccionalismo publico e sendo primeiro conferente da alfândega do Rio de Janeiro, representou CA 87 a provincia do Espirito Santo na 13a legislatura. Subiu depois a outros cargos na repartição de fazenda e aposentou-se em 1890, como director de rendas do thesouro nacional. E' commendador da ordem de Christo, membro de varias associações, como a de estatística do Brazil, fundada em 1855 — e escreveu : — Discurso proferido na sessão ( da câmara dos deputados) de 11 de julho de 1868. Rio de Janeiro, 1868, 16 pags. in-4° de duas cols. — Refere-se ás questões da alfândega desta cidade. — Relatório apresentado aos sócios da sociedade de navegação a vapor de Itabapoana pelo procurador da mesma sociedade na reunião de 15 de dezembro de 1869. Rio de Janeiro, 1870, in-4». — Informações prestadas sobre o estado financeiro de cada provincia pelo seu respectivo presidente com a receita e despeza de cada uma no decennio de 1876-1877 a 1885-1886, etc. Rio de Janeiro, 1887 — E' um trabalho escripto de ordem do governo imperial. C a r l o s R i o e y r o l l e s — Natural de Martel, departamento de Lot, na França, falleceu a 1 de junho de 1860 no Rio de Janeiro, para onde veiu expatriado, como foram Victor Hugo, Louis Blanc, Rollin e outros por Napoleão III. Amou tanto o Brazil, tanto procurou com seus escriptos exaltar-lhe as bellezas naturaes, que sobre seu túmulo a municipalidade de uma capital importante e illustrada do império, a de Nitheroy, mandou collocar uma lapide de mármore branco com a inscripção de seu nome e a data de sua morte, e construir um monumento para guardar seus ossos, com um epitaphio escripto por Victor Hugo. Um ex-ministro da Republica foi, talvez, quem mais contribuiu para tão merecidas homenagens, e o autor deste livro tem a honra de associar-se ao illustre cidadão e áquelles que o acompanharam então, contemplando aqui o nome do illustre patriota francez apezar de nunca haver este se naturalisado brazileiro. Ribeyrolles escreveu: — Brazil pittoresco : historia, descripção, viagens, instituições, colonização por Charles Ribeyrolles; acompanhado de um álbum de vistas, panoramas, paizagens, costumes, e t c , por Victor Frond. Rio de Janeiro, 1859, três tomos em 1 vol. in-4° gr. — Estudo sobre a colonização brazileira, extrahido do 3o volume do Brazil pittoresco. Rio de Janeiro, 1860, 236 pags. in-4° — E' talvez dahi que foi reproduzido : — O solo brasileiro — no Sul Mineiro, 1862, ns. 113, 114 e 115. Trata-se da superfície, configuração, producção natural e industrial. 88 CA Carlos Bodrlgrnes de Vasooncellos — Filho de José Ruflno Rodrigues de Vasconcellos, de quem se trata neste livro e nascido na cidade do Rio de Janeiro a 15 de outubro de 1856, é doutor em medicina pela faculdade desta cidade e na mesma faculdade adjunto da clinica medica dos adultos. E' membro titular da academia imperial de medicina, e exerceu o cargo de delegado da ihspectoria geral de hygiene e escreveu: — Do diagnostico differencial das moléstias que apresentam a eólica no numero dos seus symptomas ; Das quinas ; Do protoplasma cellular e de sua importância anatômica e dynamica na formação e manutenção da cellula ; Chyluria: these apresentada, etc. Rio de Janeiro, 1881, 143 pags. in-4°. — Hygiene escolar e suas applicações á cidade do Rio de Janeiro, these de concurso à cadeira de hygiene, etc. Rio de Janeiro, 1888, 147 pags. in-49. — Do augmento das lesões cardio-vasculares no Rio de Janeiro e suas causas: trabalho apresentado à inspectoria geral de hygiene por ordem do Exm. Sr. inspector geral, Dr. Barão de Ibituruna. Rio de Janeiro, 1887, 37 pags. in-4° com o mappa das lesões do apparelho circulatório no anno de 1886. — Píptadenia peregrina na asthma e bronchite asthmatica: memória — Foi publicada nos Annaes brazilienses de medicina, tomo 54°, 1888-1889, pags. 73 a 96, servindo-lhe para admissão na academia de medicina, e sendo dado a respeito um parecer, que se acha em seguida na mesma revista, pelo Dr. Peçanha. Carlos Sangio de Avellar Brotero — Natural de S. João d'El-Rei, provincia, hoje Estado de Minas Geraes, e residente no logar de seu nascimento, onde dedica-se ao jornalismo e cultiva as lettras, escreveu: — A Verdade Política. S. João d'El-Rei...—E'uma publicação periódica que foi por Avellar Brotero redigida. — A Renascença. S. João d'El-Rei, 1890 — E'outra egual que se publica actualmente. — Alvôres matínaes: poesias, precedidas de uma carta do Dr. Affonso Celso Júnior. Rio de Janeiro, 1887, in-8°. C a r l o s d a S i l v a L o p e s — Natural da Bahia e filho do capitão Francisco da Silva Lopes e de dona Cândida Amélia Gomes Lopes, falleceu sem ter ainda 30 annos de edade, a 5 de fevereiro de 1881. Depois de formado em pharmacia na faculdade de sua pro- CA 89 vincia, fez o curso de medicina, sendo gratuitamente preparador da cadeira de chimica mineral nos dous últimos annos deste curso e recebeu o gráo de doutor em 1877. Muito appl içado às sciencias accessorias e sobretudo á botânica, foi á concurso para um logar de substituto da secção respectiva, mas já affectado do beriberi, falleceu apenas terminado o mesmo concurso. Escreveu: — Galvano-caustíco e suas indicações. Rio de Janeiro,*1877, 101 pagsin-4°— E' sua dissertação inaugural enriquecida de varias observações e de uma estatística de operações praticadas com os instrumentos galvano-causticos, e seguida de proposições sobre : Importância da auscultação no diagnostico da prenhez; Estando cultivado e conhecido entre nós o eucaliptus, quaes são as preparações pharmaceuticas que pode fornecer e qual ou quaes as mais vantajosas ? Regimen sanitário. —A theoria das ondulações explica todos os phenomenos luminosos: these de concurso á um logar de substituto da secção de sciencias accessorias. Bahia, 1881, in-4°. C a r l o s S o a r e s G u i m a r ã e s — Filho de Joaquim Soares da Costa Guimarães e nascido na cidade do Rio de Janeiro, é bacharel ein sciencias sociaes e jurídicas pela faculdade de S. Paulo e exerce a advocacia na cidade de seu nascimento. Escreveu: — Primeiros elementos de economia política pelo professor Luigi Cossa da universidade de Pa via, traduzidos do italiano. Rio de Janeiro, 1888, 203 pags. in-8°. C a r l o s d e S o u z a R a n g e l — Natural, segundo sou informado, da provincia, hoje Estado da Parahyba, e professor da instrucção primaria. Escreveu: — Elementos de arithmetica para uso das escolas primarias. Rio de Janeiro, in-12°. — Ensino de arithmetica ou guia do calculador. Rio de Janeiro C a r l o s T e i x e i r a ou C a r l o s J o s é T e i x e i r a — Filho de João Nepomuceno Teixeira e de dona Affonsina Teixeira Leite, é natural da provincia, hoje Estado de Minas Geraes, doutor em medicina pela faculdade do Rio de Janeiro, cirurgião do hospital da santa casa da Misericórdia desta cidade, professor de clinica de moléstias d e mulheres e secretario da administração da polyclinica geral, sócio fun dador da sociedade de medicina e cirurgia etc. Antes de sua formatura serviu como interno naquelle hospital ; depois foi à Europa, demorando-se mais tempo em Vienna d'Áustria com o fim de aperfeiçoar-se nos t^uA. 90 estudos da secção cirúrgica e particularmente em gynecologia, em que é distinctissimo clinico. Escreveu: — Indicações e contra-indicações do esvasiamento dos ossos; Atmosphera; Curativo das feridas accidentaes e cirúrgicas; Sclerose espinhal superior: these etc. Rio de Janeiro, 1880, 132 pags. in-4° com figs. e quadros demonstrativos. — Considerações sobre a epidemia (de febre amarella) de Vassouras. Rio de Janeiro, 1880, 24 pags. in-8° — Era o autor estudante quando publicou este trabalho. — Der Kaffee von Brasilicn. Auf Grund zweier von prof. dr. ErnstLudwig inVien ausgeführter chemischer analysen hesprocher von Dr. C. Teixeira. Vien, 1883,30 pags. in-8.°—Trata-se da acçã0 physiologica, cultura e consumo do café, e mostra-se com a analyse chimica feita pelo professor de Vianna, que o nosso café é superior á maior parte dos que se conhecem. No mesmo anno,foi publicada a traducção desta obra, isto é : — O café do Brazil, etc, contendo a analyse chimica, feita expressamente em café brazileiro, comparado ao de outras procedências pelo professor Ernesto Ludwig (de Vienna): traducção do original allemão, publicada sob os auspícios da sociedade Centro da lavoura e commercio do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 1883, 24 pags. in-4°. — Etyologia parasitaria da tuberculose. Vienna, 29 de setembro de 1883 — Foi publicada no Jornal do Commercio de 22 de novembro deste anno. — Ablação total do utero pela hysterotomia vaginal. Rio de Janeiro, 1888, 85 pags. in-40.— E' escripto em resposta á contestação feita pelo Dr. Abel Parente no Brazil Medico quanto ao diagnostico e tratamento communicado à sociedade de medicina e cirurgia, de uma doente do autor, sem estar o mesmo doutor habilitado e nem ter competência para isso. E, como o Dr. Abel replicasse, escreveu elle : — Ablação total do utero pela hysterotomia vaginal : tréplica ao Sr. Dr. Abel Parente (Rio de Janeiro, 1888), 9 pags. in-fol. de 3 cols. até pag. 6, e de 2 cols. de pag. 7 em deante. Este escripto não foi publicado no Brazil Medico, por ser muito longo e, áiz também o redactor desta revista, « por não poder publical-o tal qual está redigido. » Carlos Theodoro de B u s t a m a a t e — Filho do Barão de Pouso-Alto e nascido em Minas Geraes, é bacharel em sciencias sociaes e jurídicas, formado em 1855 pela faculdade do Recife. Dispondo de avultada fortuna, tem cooperado para emprezas úteis, como a viação C A 91 férrea de Victoria á Natividade, e para associações benéficas, como a associação promotora da instrucção, tendo feito parte da commissão encarregada de erigir o sumptuoso edifício da escola da Gloria. Escreveu: — Estrada de ferro de Victoria á Natividade: memória justificativa da proposta. Rio de Janeiro, 1882,64 pags. in-fol. com muitos annexos de numeração especial — Com o titulo acima vê-se no Jornal do Commercio de junho a julho deste anno uma serie de artigos deste autor. C a r l o s V i c t o r B o i s s p n — Filho do capitão de ma* e guerra Balthazar Victor Maria Boisson e de dona Gabriella de Mattos Boisson, nasceu em Nitheroy, capital do Rio de Janeiro, e falleceu a 19 de dezembro de 1883. Tendo feito o curso da academia de marinha com praça de aspirante, passou para o da escola militar, onde recebeu o gráo de bacharel em sciencias physicas e mathematicas. Em 1850, por occasião da grande reforma do thesouro nacional, obteve por concurso um logar de escripturario; depois, deixando o serviço de fazenda, dedioou-se ao magistério, entrando para a escola de marinha a 15 de novembro de 1859 como oppositor de mathematicas, e sendo ultimamente nomeado lente cathedratico de artilharia. Era primeiro tenente honorário da armada, presidente da caixa geral das famílias ou sociedade de seguros sobre a vida para instituição de heranças, dotes e pensões, e escreveu: — Differentes methodos de differenciação; Theoria das secçõesconicas; Choque dos corpos elásticos de fôrma qualquer: these de concurso para a primeira cadeira do segundo anno da escola de marinha. Rio de Janeiro, 1872, in-4°. — Metaloides e suas propriedades, combinações que formam entre si; Fuiminatosorgânicos: these de concurso, etc. Rio de Janeiro, 1880, in 4o — Esta these é seguida de um appendice contendo um projecto de programma para a 3 a cadeira do 3o anno da escola de marinha. —Organização iheorica das estrias dos canhões raiados, these apresentada para a vaga de lente da segunda cadeira do terceiro anno da escola de marinha. Rio de Janeiro, 1882, 73 pags. in-4°— E' seguida de proposições sobre: Relação entre os meios defensivos e os meios de ataque em geral. A invenção dos canhões raiados é meio favorável à defesa ou ao ataque ? —Arithmetica. I a parte. Instrucçãe primaria: Theoria epratica das quatro operações. Rio de Janeiro, 1879, 178 pags. in-89. — Compêndio de arithmetica para uso das classes de mathematicas elementares, seguido de numerosas applicações ao commercio, compre- 92 <UA hendendo as principaes questões relativas ao credito publico; e seguido de um appendice concernente ás operações de seguro sobre a vida. Rio de Janeiro, 1883, 472 pags. — Compêndio de artilharia — Apresentado ao governo em 1883, foi nomeada uma commissão composta dos capitães de fragata João Cândido Guilhobel e Pedro Benjamin de Cerqueira Lima e capitão-tenente José Victor Delamare para dar sobre elle parecer. Não o vi ainda publicado. — Estudo das formulas e tarifas do monte-pio geral. Rio de Janeiro, 1882, in-8° — Ahi se acha um parecer ou juizo sobre a obra, escripto por vários membros do monte-pio, parte do qual vem reproduzida no Jornal do Commercio de 10 de fevereiro deste anno com a noticia da obra. Sobre o monte-pio geral escreveu Carlos Boisson vários artigos na imprensa do dia, e fez também varias conferências, em-que mostrou grande competência, prevendo o fim, á que esta instituição chegou. C a r l o s V i d a l d e O l i v e i r a F r e i t a s — Filho de Manoel Gonçalves de Freitas e de dona Leonor Lopes de Oliveira e irmão do conego Gabriel Evaristo de Oliveira Freitas, de quem occupar-mehei opportunamente, nasceu em Pirahy, provincia do Rio de Janeiro, a 4 de novembro de 1853. E' capitão-tenente da armada, director da bibliotheca da marinha e cavalleiro da ordem de S. Bento de Aviz. Tendo terminado o curso acadêmico em 1870, seguiu em viagem de instrucção pelo Atlântico sul, e depois pela África Occidental; serviu varias commissões com elogio de seus chefes, inclusive a de professor dos guardas-marinha em 1884, para instrucção dos quaes escreveu: —Elementos de direito internacional marítimo para uso dos guardasmarinha do 4° anno da escola de marinha. Rio de Janeiro, 1884, 429 pags. in-4° — E' dividido este livro em três partes: l. a Prolegomenos e noções geraes do direito internacional marítimo; 2.a Estado de paz. 3. a Estado de guerra, e contém mais um appendice. O capitão-tenente Freitas ó um dos redactores da — Revista Marítima Brazileira. Rio de Janeiro, in-4°—Nesta revista se acham em grande quantidade trabalhos seus, quer originaes, quer traduzidos, como : — Ensaio sobre tactlca de combate e o emprego dos actuaes meios de ataque e defesa pelo capitão de fragata francez M. L. Rivet — No 4o anno, 1884-1885, ns. 7, 8, 9 e 10. Ha na imprensa periódica alguns escriptos seus de litteratura, como: « Maridos, Guerra ao balão ! » e < Quem sahe aos seus...» publicados no Rio Grande do Sul, e também desenhos, como — Carta topographica do estabelecimento naval de Itaquy. CA 93 — Carta hydrographica de uma parte do alto Uruguay e de seu affluente, o Cambahy. C a r l o s V i t r u v i o A c c i o l i L o o a t o —Filho do doutor João Climaco Lobato e natural do Maranhão, é primeiro tenente da armada, lente .da cadeira de navegação e hydrographia da escola naval e exerce o cargo de secretario do ministro da marinha. Foi instructor de taes matérias da turma de guardas-marinha de 1883; fez em 1885 o curso de artilharia, electricidade e, torpedos e, no anno seguinte, concurso para professor de electricidade e torpedos da «scola pratica de artilharia, onde leccionou até sua nomeação para a escola naval. Escreveu : — Memória sobre um apparelho photo-electrico para a exploração de torpedeiras e sua descripção. Rio de Janeiro, 1885, 13 pags. in-4°. —Determinação da longitude; Levantamento de uma costa : these de concurso á vaga de lente da cadeira de navegação e hydrographia da escola naval. Rio de Janeiro, 1889, 95 pags. in-4°. I>. C a r m e n F r e i r e , Baroneza de Mamanguape — Nascida na cidade do Rio de Janeiro a 2 de março de 1855 e casada com o ex-senador do império Barão de Mamanguape, falleceu a 13 de setembro de 1891. Teve uma educação litteraria pouco commum no seu sexo e dedicou-se a estudos naturalistas. De 1888 para cá, porém, dedicou-se á litteratura amena e particularmente á poesia com applauso de vultos da altura do conselheiro F. Octaviano e do Visconde de Taunay, estreando na Gazeta de Noticias, e escreveu: — Visões e sombras: poesias — Estavam no prelo quando a autora falleceu. São poesias que, como disse o notável escriptor portuguez, Castro. Soromenho, respiram um sentimentalismo adorável, palpitam talvez muito nervosamente, repletas de lagrimas e adorações virginaes. Ha muitas poesias suas, publicadas por todo o Brazil e até no estrangeiro, como —A lagrima: soneto—publicado na Gazeta de Noticias de 18 de junho,no Norte do Brazil (de Manáos) de 15 de agosto; no Dia (de Lisboa) de 22 de agosto e no Diário do Gram-Pará de 28, ainda deste mez, de 1888. De outros jornaes e revistas, que têm publicado poesias da Baroneza de Mamanguape, citarei: o Jornal de Notícias, da Bahia ; o Jornal da Parahyba; a Província, do Espirito Santo; o Diário de S. João, do Rio Claro; o Progressista, de S. João da Barra; o Treze de Maio ; o Archivo Contemporâneo Illustrado, etc. 94 *^A I > . C a r o l i n a V o n K o z ê r i t z — Filha de Carlos Kozêritz, de quem fiz a devida menção neste volume, nasceu em Porto-Alegre, capital do Rio Grande do Sul, no anno de 186). Veiu com seu pae em 1883 ao Rio de Janeiro e, de educação aprimorada, como seu pae versada em varias- línguas e dedicada às lettras, traduziu e publicou varias obras, como: — Requiem por F S. Drammor: poema publicado em 1868. Versão portugueza com um prólogo pelo doutor Silvio Romero. Rio de Janeiro, 1883, 58 pags. in-8». — HeAmann e Dorothéa : poema de Goétlie, vertido em prosa portugueza. Porto-Alegre, 1884, 76 pags. in-8°. — As relíquias vivas: conto de Tourgueneff: traducção. Lisboa, 1884 — Vi aununciada esta traducção com outra do mesmo autor, feita por Argemiro, precedida de um longo estudo acerca da litteratura slava pele doutor Tobias Barreto de Menezes. — Manfredo : Mazeppa; Oscar d'Alva, de Lord Byron: versão. Porto-Alegre, 1886, in-80. — ü grillo da lareira, de Carlos Dickens: versão. Porto-Alegre, 1886, in-8n. — Collaboradora do Jornal do Commercio de Porto-Alegre, ahi publicou, sob os pseudonymos de Walcheria, Cerstonoz eConsuélo, e vae dar, reunidos, ao. prelo os seguintes : — Contos: Soluços da briza; Flor de neve; A Freira; Ao luar; Carmella; A louca; Era elle; Flor de Iguapé; O ninho; Flores do coração ; Os ciganos ; Um perfil; Recordações de uma estatua ; Historia de uma flor ; A sereia ; A morto do poeta ; Canto do cysne ; Aurora boreal. C a r o l i n o F r a n c i s c o d e L i m a S a n t o s — Nasceu na cidade da Cachoeira, da Bahia; fez em sua província todos os estudos até os da faculdade de medicina, recebendo na do Rio de Janeiro o gráo de doutor ; viajou pela Europa, aperfeiçoando-se em seus estudos médicos; clinicou em a provincia do Pernambuco e se acha, ha alguns annos, no Rio de Janeiro; Escreveu: — Proposições sobre os diversos ramos da medicina: these inaugural. Rio de Janeiro, 1844, in-4°. — Discurso proferido na augusta e respeitável 1. - União do vai. da cidade do Recife, etc. Recife, 1864, 20 pags. in-4°. — Analyse scientifica e pratica sobre a craneotomia com relação ao máo suecesso^da sereníssima princeza imperial, a Sra. dona Isabel. Rio de Janeiro, 1875, 133 pags. in-4 0 — Neste livro, a que precede uma introducção ao paiz, affirma o autor que houve erro dos a&sistentes da CA 95 princeza imperial praticando elles a craneotomia e que dessa operação resultou a morte da princeza do Gram-Pará. São artigos já publicados no Jornal do Commercio e reproduzidos na Reforma e no Diário da Bahia. Ha outros trabalhos seus na imprensa diária, como: — A viagem do Exm. Sr. Santa Isabel, ainda como parteiro !... e sua defesa no Progresso Medico!... — serie de escriptos publicados no Diário do Rio de Janeiro de 26 de abril, 1, 3 e 6 de maio de 1878, refutando a supposta esterilidade da princeza imperial e mostrando os erros praticados por occasião de proceder-se à craneotomia. O artigo do Progresso Medico, a que se refere, sahira no n. 9 de 1 deinarço de 1878. Em seguida a este trabalho escreveu o Dr. Carolino na mesma folha: — A inviolabilidade da vida humana e a pena de morte — nos ns. de 11 e 12 do dito mez e anno. — O Sr. Dr. Fort (de Paris) já como physiologista, já como operador no Rio de Janeiro — serie de artigos publicados no Jornal do Commercio em 1881. Em referencia ao mesmo Fort ha ainda: — A ovaríotomia produzindo assombro no estado actual da sciencia e no anno dô 1881 ! !... — no dito jornal de 16 de novembro de 1881, e ha mais: — O electrolyse e a nota do Dr. Fort na academia imperial de medicina—serie de artigos, publicados no mesmo jornal em janeiro de 1883. — Da etíologia, natureza e.tratamento da febre amarella com relação ao juizo e proceder do lente de chimica orgânica da faculdade de medicina da corte:— serie de escriptos, publicados no Cruzeiro, 1880, ns. de 19, 20, 22, 23, 27 de abri), 4, 10 e 24 de maio. — O micróbio cryptococcus xantogenicus ou alga não é a causa da febre amarella. Essa apregoada vaccinação pela cultura attenuante deste ou de outro contra elle, não passa de um ideal — idem, no Jornal do Commercio, 1884, ns. de 1, 22, etc. Tenho idéa de haver o Dr. Carolino escripto um opusculo sobre a — Diabetes assucarada. Recife.... C a s i m i r o F e r r e i r a C é s a r —Era professor, segundo me parece, da instrucção primaria, e natural da provincia da Bahia, quando escreveu: — Manual pratico ou methodo resumido do ensino, recopilado dos mais adoptados e mais próprios para as aulas da lingua nacional do Brazil. Bahia, 1832, in-8°—Depois desta obra publicou: — Grammatíca portugueza composta por... dada pela terceira vez á luz por C. F. César. Bahia, 1834, in-12. 96 CA C a s i m i r o J o s é M a r q u e s d e A T b r e u — Filho do negociante portuguez José Joaquim Marques de Abreu e de dona Luiza Joaquina das Neves, nasceu em S. João da Barra, da então provincia do Rio de Janeiro, a 4 de janeiro de 1837 e falleceu a 18 de outubro de 1860. Entregue por seu pae ao collegio Freese em Nova Friburgo com expressa recòmmendação de preparal-o para a vida do commercio, ahi estudou geographia, historia, mathematicas e algumas línguas e, apenas com quinze annos, revelou-se poeta com a composição de sua « Ave-Maria » e com varias outras que escreveu, dominado de sincero amor por certa menina. Então veiu seu pai buscal-o e collocou-o em seu escriptorio, ao que sujeitou-se só por obediência, mas contrariado, porque sentia aversão por essa vida. Nas horas, entretanto, de desçanço do continuo trabalho de cifras e de calculo, entregava-se Casimiro de Abreu ao cultivo da poesia, jâ lendo os bons livros que podia obter, já escrevendo essas bellissimas composições que a imaginação em sonhos de ouro lhe dictava; mas ás occultas, porque isso mesmo lhe era vedado e tudo isso concorria para estragar-lhe as molas da existência, como effectivamente aconteceu. Mandado, jâ doente, á Portugal em novembro de 1853, sua saúde não melhorou; ao contrario, as saudades da pátria vieram mais aggraval-a e symptomas de tuberculose pulmonar se denunciaram; voltou â pátria e ao escriptorio, a que seu pae teimava de entregal-o, depois de tel-o alguns mezes numa fazenda de sua propriedade. A moléstia progredia eo jovem poeta veiu delia a perecer em "Nova Friburgo. Escreveu: —Canções do exíliOi Lisboa, 1854, in-8° — São poesias escriptas, quasi todas em Lisboa, nas quaes transluz a melancolia que lhe geravam na alma as saudades da pátria. — Camões e o Jáo: scena dramática original, representada no theatro de D. Fernando em o diâ 18 de fevereiro de 1856. Lisboa, 1856, 23 pags. in-8°—O autographo figurou na exposição camoneana da bibliotheca nacional de. 10 de junho de 1880 e é datado de 1 de dezembro de 1855, incompleto, parecendo o primeiro esboço da composição. — As primaveras. 1855-1858. Rio de Janeiro, 1859, 276 pags. in-8° —E'dividido este livro em quatro partes e, após sua publicação, appareceram diversas noticias, elogiando-o, sendo uma dellas no Correio Mercantil de 19 de março de 1860 pelo Dr. Pedro Luiz Pereira de Souza, de quem se trata opportunamente. Depois foram publicadas as seguintes edições, de que algumas trazem designações inexactas: 2.° As primaveras 2a edição, Lisboa, 1864, in-8°. — pelo livreiro Antônio José Fernandes Lopes, com quem o autor fizera um contracto para a impressão de suas obras. CA 97 3.° As primaveras. 2a edição. Porto, 1866 in-8°. 4.<- As primaveras. 2a edição (terceira de Lisboa), accrescentada com novas poesias, e Camões e o Jáo, e dous romances em prosa, o juizo critico de vários escriptores brazileiros e um prólogo de Manuel Pinheiro Chagas. Lisboa, 1867, 265 pags. in-8°, gr. com o retrato do autor — É do mesmo editor da 2 a , o qual declara no fim do livro ser ella feita para competir no mercado com a edição do Porto, a 3 a , em que elle considera violados seus direitos de propriedade, segundo o contrato que tinha. 5.° As primaveras : novíssima edição accrescentada de novas poesias e da scena dramática o Camões e o Jáo, e dous romances em prosa, etc. Lisboa, 1871, 237 pags. in-8°, gr. com o retrato do autor— Ainda é de A. J. Fernandes Lopes. 6.° Obras completas, colligidas, annotadas, precedidas de um juizo critico dos escriptores nacionaes e estrangeiros e de uma noticia de seu autor e de seus escriptos por J. Norberto de Souza e S. 5 a edição, ornada com o seu retrato, mais correcta e augmentada. Rio de Janeiro, 1877, 376 pags. in-8°. 7.° Obras completas. Contém : Camões e o Jáo, dous romances, etc. Precedidas de um estudo critico pelo Dr. Joaquim José de Carvalho Filho. Rio de Janeiro, 1884, in-8u— Os dous romances que o autor deixara inéditos são : — A virgem loura : paginas do coração. — Camilla : memórias de uma virgem — O autor dividiu, como disse, seu livro em quatro partes : Canções do exilio; Cantos do amor ; Poesias diversas; Livro negro ou poesias elegíacas. O Sr. J. Norberto, porém, mudou a collocação de algumas poesias que não se achavam realmente bem collocadas. Dellas têm sido reproduzidas algumas em folhas ou publicações litterarias : assim, nos Contos do Brazil ou collecção de poesias de autores brazileiros, editada em 1880, se acham as quatro seguintes : — Minha alma è triste; Minha terra; Amor e medo; Meu livr negro. C a s i m i r o J o s é d e M o r a e s S a r m e n t o — Nascido na'antiga provincia do Piauhy a 13 de agosto de 1813, falleceu em Paris a 10 de fevereiro de 1860, bacharel em direito pela faculdade de Olinda em 1836, doutor pela mesma faculdade em 1840, lente da escola militar e de applicação do Rio de Janeiro com as honras de major, e offlcial da ordem da Rosa. Administrou a provincia do Rio Grande do Norte de abril de 1845 a dezembro de 1847, e havia partido para <JA Europa em busca de allivio á seus soffrimentos no anuo anterior ao do sua morte : — Elementos de direito político, por M. A. Maçarei, traduzidos em vulgar. Pernambuco, 1842, in-4°, —Da solidão, das cousas que a fazem amar, das vantagens c desvantagens, e da sua influencia sobre a imaginação, sobre o espirito e sobro o coração, por George Zimmormann. Traduzido em vulgar. Pernambuco, 1842, in-4°, — Compêndio de historia sagrada por perguntas e respostas, seguido do um resumo da vida de Jesus Christo; traduzido em vulgar da terceira edição franceza. Ceará, 18-17, 135 pags. in-8.° — Discurso com (jue o presidente desta provincia do Rio Grande do Norte abriu a primeira sessão da O legislatura da assembléa provincial. Anno de 1840, Pernambuco. 1846, in-4.' — Discurso apresentado pelo presidente da provincia do Rio Orando do Norte, na abertura da segunda sessão da 6a legislatura, no dia 7 de setembro de 1847. Pernambuco, 1847, 20 pags. in-4ü, com vários mappas demonstrativos. — Opusculo sobre a educação physica dos meninos. Rio de Janeiro, 1858, 176 pags. in-8." — Consta-me que o Dr. Moraes Sarmento traduziu para a lingua vernácula uma obra sobre Physiologia das paixões. Cassiano Cândido Tavares B a s t o s — Filho do conselheiro José Tavares Bastos e de dona Rosa Cândida Tavares Bastos, irmão do- Dr. Aureliano Cândido Tavares Bastos, de quem já fiz menção, e nascido na cidade de Alagoas, antiga capital da provincia deste nome, a 12 de novembro de 1844, é bacharel em direito pela faculdade de S. Paulo. No mesmo anno de sua.formatura, 1866, foi nomeado addido à missão especial, enviada á Bolívia por occasião da guerra do Paraguay e dahi passou ao Peni, onde serviu o cargo de secretario da legação. Entrou para a classe da magistratura em 1871 com o cargo de promotor publico da capital do Espirito Santo, ondo foi mais tarde chefe de policia, e serviu como juiz de direito no Ceará, donde foi exonerado por pedido seu, e em S. Paulo, e por ultimo como chefe de policia do Estado om que nasceu c que o elegeu senador para o congresso federal de 1W)0. Escreveu : —Praxe policial ou formulário de todos os processos policiaes. Rio de Janeiro, 1881 — Desta obra, escripta no Paraná e distribuída gratuitamente pelas autoridades policiaes da provincia, deu segunda edição com o titulo : — Direito e praxe policial, contendo o formulário de todos os processou CA 99 policiaes conforme a nova reforma judiciaria e jurisprudência dos tribunaes. Rio de Janeiro, 1883 — E' dividido em sete partes, começando por tratar das autoridades policiaes, occupando-se de toda matéria esparsa na legislação do paiz, nas gazetas dos tribunaes e em obras sobre o assumpto, terminando com um Índice alphabetico, tudo com mais de 600 paginas. — Consolidação das leis sobre organização judiciaria quanto ao processo civil e criminal, contendo as decisões do governo, jurisprudência dos tribunaes e opiniões dos jurisconsultos. Rio de Janeiro, 1884—E' um grosso volume dividido em duas partes, relativas ao processq civil eao criminal. — Guia dos inspectorcs de quarteirão, contendo as disposições legaes referentes á nomeação, ao exercicio, á recusa, ao modo de substituição, juramento, attribuições e modelos de todos os seus actos. Rio de Janeiro, 1885, in-8° — Guia dos delegados e subdelegados de policia, contendo tudo quanto diz respeito a estas autoridades e os formulários de todos os processos policiaes. Rio de Janeiro, 1886, in-8°. — Empregos e offlcios de justiça, contendo o respectivo regulamento n. 9420 de 28 de abril de 1885 e os regimentos dos tabelliães, escrivães, contadores, partidores, distribuidores e olficiaes de justiça com a integra de toda a legislação referente aos mesmos assumptos. Rio de Janeiro, 1886, in-8°. —Processo das execuções civis, coininerciaes e hypothecarias, contendo as respectivas disposições legislativas e regulamentos, jurisprudência dos tribunaes e opiniões dos praxistas. Rio de Janeiro, 1887, in-8". — Registro civil dos nascimentos, casamentos e óbitos. Rio de Janeiro, 1887, in-8°. C a s s i a n o J E s p e r i d i ã o d e M e l l o e M a t t o s — Filho de Eusebio Nunes de Paiva e Mattos e de dona Maria Magdalena de Mattos, nasceu na cidade da Bahia a 11 de setembro de 1797 e falleceu no Rio de Janeiro a 5 de junho de 1857. Bacharel em leis pela universidade de Coimbra, seguiu a magistratura, subindo até o supremo tribunal de justiça ; foi deputado por sua provincia em 1830, e senador em 1836, cabendo-lhe a honra de ser oorador da deputação da assembléa geral legislativa que foi ao Imperador lhe annunciar que havia sido proclamada sua maioridade. Foi grande orador, notável pela lógica severa de seus discursos, que constam dos annaes do parlamento; mas delle só conheço, além desses discursos, a seguinte publicação: Ao senhor redactor da Gazeta do Rio de Janeiro : (carta) Rio de 100 UA Janeiro, 1821, 7 pags. in-40.—Nesta publicação, que só no fim traz o nome do autor, o logar e data da impressão, se trata da installação do governo provisório em Villa-Rica. C a t ã o G u e r r e i r o d e C a s t r o — F i l h o do tenente-coronel Manuel Joaquim Pereira de Castro e de dona Maria .loanna Guerreiro de Castro, nasceu na villa de Minas do Rio de Contas, na Bahia, a 18 de abril de 1837. E' um distincto membro da magistratura brazileira, em que occupa uma vara de juiz de direito. Sendo bacharel em direito pela faculdade do Recife, formado em 1863, recebeu o gráo de doutor em 1864; foi eleito deputado á assembléa de sua provincia no mesmo anno de sua formatura; serviu os cargos de promotor publico e depois o de juiz municipal na mesma provincia e, antes de ser despachado juiz de direito, foi administrador da penitenciaria em 1868 e exerceu a advocacia depois disto até o anno de 1879. Escreveu: — Uma these de direito criminal: O direito de agraciar ó necessário para o complemento da justiça social. Bahia, 1868, 33 pags. in-8°. — Theses e dissertação, apresentadas á faculdade de direito do Recife para o concurso que vae ter logar em maio de 1877. Pernambuco, 1877, 21 pags. in-8°—A dissertação é sobre o programma.: Os autores dos crimes justificáveis estão sujeitos à reparação do damno da mesma maneira que os considerados não criminosos pelo art. 10 do Código criminal? — Theses e dissertação, apresentadas á faculdade de direito do Recife para o concurso que deve ter logar em junho de 1878. Pernambuco, 1878, 31 pags. in-8°—Versa a dissertação sobre o programma. Para a reforma da Constituição são necessários o voto do senado e a sancção do Imperador ? — Manejos triumviraes e seis mezes de viagem. Bahia, 1872, 169 pags. in-8°— Este livro é dividido em quatro partes, e nelle relata o autor perseguições políticas de que foi victima e, depois, uma viagem terrestre de quatrocentas léguas que foi obrigado a fazer ao Rio de Janeiro, passando por três províncias. — Geographia poética, por um antigo estudante. Bahia, 1883,59 pags. in-8°—« Quando, ha muitos annos, estudei geographia, percebendo que me era muito mais fácil decorar verso do que proza—diz o autor— tive a paciência de metrificar e resumir as partes mais importantes de minhas lições diárias. Assim, tive de escrever este mísero trabalho que a necessidade de aprender me inspirou secretamente e que nunca C E 101 pensei de publicar.» Depois explica o motivo por que publica a obra. Ha em revistas trabalhos do Dr. Catão, como : — Discurso por occasião de tomar o gráo de doutor na academia do Recife—Acha-se na Estreita do Norte, periódico sob os auspícios do bispo do Pará, d. Antônio de Macedo Costa (depois arcebispo da Bahia), tomo 2o, 1864, pags. 363 a 371. — Com o progresso da riqueza qual é a lei do valor dos serviços industriaes e dos serviços dos capitães ?—No Direito, tomo 20, pags. 209 a 221. Celestino do Nascimento e S i l v a — Filho de Joaquim Antônio da Silva e de dona Antonia Maria da Conceição, nasceu na provincia do Rio de Janeiro no anno de 1845. Doutor em medicina pela faculdade desta capital, exerceu a clinica em sua provincia, dedicando-se logo á homoeopathia — e escreveu : — These apresentada á faculdade de medicina do Rio de Janeiro e sustentada no dia 29 de novembro de 1858. Rio de Janeiro, 1858, in-4°— Contém uma dissertação sobre o esporão de centeio e suas preparações mais empregadas na medicina; apreciação philosophica de sua acção em relação ás causas, symptomas, sede e lesões pathologicas das moléstias em que sua applicação ó reclamada; precedida de proposições sobre as feridas das artérias, sobre a calorificação animal, e sobre as causas mais freqüentes do aborto. — Manual de medicina veterinária homoepathica por M. W. Traduzido do allemão por Sarrasin, e da traducção franceza deste para o portuguez por Celestino dó Nascimento e Silva. Rio de Janeiro, 1860, in-12». — Breves reflexões sobre a homoepathia e minha conversão — Vem na Revista Homceopathica, 1853, p. 52 e segs. C e l s o d a C u n h a M a g a l h ã e s — Natural da provincia, hoje Estado do Maranhão, e bacharel em sciencias sociaes e jurídicas, formado pela faculdade do Recife em 1873, applicou-se sempre às lettras com vantagem. Sinto não poder neste momento dar de tão distincto litterato, sinão : —Versos de Celso da Cunha Magalhães. 1867 a 1870. Rio de Janeiro (?) 1870, 220 pags. in-8° — Contém os poemas: Os Calhambolas e Dom Paes, traducção de A. de Musset e mais vinte e seis poesias diversas' que, como vê-se pela data, são de bem verdes annos. — Um estudo de temperamento: romance brazileiro — Foi publicado na Revista Brazileira, 3» anno, tomo 9o, pags. 91 a 114, 183 a 193,267 a 102 C E 285, 339 a 364, 445 a 463 e tomo 10", pags. 81 a 97, 175 a 188, 257 a 273, 345 a 358, 431 a 445, deixando infelizmente de sor concluído por cessar a publicação da Revista. O e z a r A u g u s t o M a r q u e s — Filho do pharmaceutico Antônio José Marques e de dona Feliciana Maria Marques, nasceu em Caxias, provincia do Maranhão, a 12 de dezembro de 1826. Matriculando-se em 1844 no curso de mathematicas da universidade de Coimbra, foi obrigado a interrompel-o em 1846 por se fechar a universidade com a revolução denominada de Maria da Fonte e, voltando á pátria, fez o curso do medicina na faculdade da Bahia, onde recebeu o gráo do doutor em 1854. Entrou para o corpo de saúde do exercito, da qual, depois de servir algum tempo, pediu e obteve demissão em 1857. Exerceu depois, successivamente, varies cargos no Amazonas, no Piauhy e no Maranhão ; mais tarde o de archivista da câmara municipal e serve actualmente ode secretario da inspectoria geral de instrucção publica. R' official da ordem da Rosa, commendador da ordem da Conceição de Villa Viçosa e cavalleiro da de Christo, do Portugal; commendador da ordem hespanhola de Isabel a Catholica e da de Carlos III; official da instrucção publica da França ; condecorado com a medalha de Simão Bolívar o Libertador, da Venezuella ; é sócio da academia real das sciencias de Lisboa, do instituto de medicina do Rio de Janeiro, do instituto historico-geograpliico brazileiro, instituto litterario maranhense, do atheneu maranhense, do Instituto do histórico e geographico Rio-Grandense, do instituto histórico e do conservatório dramático da Bahia, do instituto archeologico pernambucano e do instituto archeologico alagoano. Escreveu : — Provas da existência do outro mundo, fundadas sobre a natureza, historia, philosophia e religião. Bahia, 1852, 119 pags. in-8°. — Conquistas da religião christã por M. V. Robert, traduzidas do francez, Bahia, 1852. — Maria de Kerowise : romance por Júlio Sandeau, traducção. Bahia, 1853. — Breve memória sobre o clima e moléstias mais freqüentes da provincia do Maranhão. Bahia, 1854, in-4°— E' sua these para o doutorado. — Breve memória sobre a.introducção da vaccina no Maranhão. Maranhão, 1862. —Almanah histórico de lembranças brazileiras. Io, 2o e 3o anno. Maranhão, 1861, 1862 0 1863, 3 vols. C E 103 — Apontamentos para o Diccionario histórico, geographico, topographico e estatístico do Maranhão. Maranhão, 1864—A apresentação desta obra ao instituto histórico e geographico brazileiro deu-lhe ingresso nesta associação. — Diccionario historico-geograhico da provincia do Maranhão. Maranhão, 1870,558 pags. in-fol. de duas col. e mais 50 pags. de frontespicio, introducção, memorandum etc.— Este livro deu-lhe diversas condecorações e entrada em diversas associações. — Diccionario histórico, geographico e estatístico da provincia do Espirito Sinto. Rio de Janeiro, 1878, com alguns mappas. — Biographía de d. Manoel Joaquim da Silveira, arcebispo da Bahia, etc. Maranhão, 1861,36 pags. in-8°. — A meus filhos ou os fructos do bom exemplo: leitura para meninos por Prospero Blanchard, traduzida do francez. Maranhão, 1872, 165 pags. in-8 0 — Ha mais edições, sendo uma de 1878, do Maranhão, in-8°. — Aos meus meninos : contos úteis, organizados, compostos, etc. Maranhão, 1872, in-8°. — Discurso que por occasião da collocação da pedra fundamental para o edifício do prédio, oude deve funccionar a escola publica da freguezia de N. S. da Conceição, recitou, etc. Maranhão, 1873, in-8°. — Exposição de Philadelphia. A provincia do Maranhão: breve memória, etc. Rio de Janeiro, 1876, 55 pags. in-8.1— Historia das missões dos padres capuchinhos na ilha do Maranhão e suas circumvizinhas em 1611 a 1613 pelo padre Cláudio d'Habbeville, traduzida e annotada, etc. Maranhão, 1874, 476 pags. in-8°. — Viagem AO norte do Brazil feita nos annos de 1613 a 1614 pelo padre Ivo d'Evreux, publicada conforme o exemplar único, conservado na bibliotheca imperial de Paris, com introducção e notas de Mr. Ferdinand Denis. Traduzida, etc. Maranhão, 1874, 480 pags. in-8°. — Província do Maranhão. Breve noticia. Rio de Janeiro, 1876, 75 pags. in-8 0 com um mappa dos gêneros de producção, entrados nos dous exercícios de 1871 a 1873 e outro dos negociantes matriculados da creação do tribunal do commercio, em 1855, até 1874. — Vida e feitos de d. frei Miguel de Bulhões e Souza, 3 8 bispo do Pará: memória histórica, etc. Rio de Janeiro, 1886, 22 pags. in-8." — Memória histórica da administração provincial do Maranhão pelo bacharel Flanklin Américo de Menezes D.oria, escripta etc. Vem na Revista do Instituto histórico, tomo 41 ,parte 2 a . pags. 5a'69. Nesta revista notam-se ainda vários trabalhos do Dr. Cezar Marques, 104 %^>XL, C e z a r A u g u s t o V i a n n a d e U m a — Filho do Barão de Jaurú, Cezar Sauvan Vianna de Lima, ó doutor em mathematicas, graduado na Allemanha; offlcial da ordem saxonia de Alberto, o Valoroso ; cavalleiro da ordem hespanhola de Isabel, a Catholica ; da ordem prussiana da Águia Vermelha, 4a classe; da ordem da Casa Ernestina de Saxe Coburgo e Gotha; da ordem portugueza de Christo e da Coroa da Itália. Dedicou-se á carreira diplomática como addido de I a classe na legação da Gran-Bretanha,e passou em novembro de 1885 a secretario da de Buenos-Aires, sendo pelo governo da republica nomeado ministro e encarregado de negócios no Peru. Escreveu, além de outros trabalhos talvez, de que não posso por agora dar noticia: — Estudo sobre o ensino primário no reino unido da Gran-Bretanha e Irlanda. Rio de Janeiro, 1885, 98 pags. in-8°. C e z a r d e R a i n v i l l e — Natural da Allemanha e brazileiro por naturalisação, é formado em mathematicas pela escola polytechnica de Hannover e pela de Carlsruhe. Vindo para o Brazil, exerceu o cargo de inspector geral das obras publicas na provincia do Espirito Santo e foi nomeado depois engenheiro de I a classe da repartição geral dos telegraphos e chefe do districto de Itabapoana e Caravellas. Foi sob sua direcção que a 19 de fevereiro de 1874 inaugurou-se a estação telegraphica da Victoria, capital do Espirito Santo, para Itapemirim, Campos e' Rio de Janeiro. E' membro da associação de engenheiros e architectos de Carlsruhe — e escreveu: — O systema métrico adoptado no império do Brazil, contendo uma exposição simplificada e da mais fácil comprehensão de tudo que lhe é relativo; a maneira de calcular com decimaes ; tabellas comparativas de pesos e medidas do Brazil com as dos differentes paizes para uso das repartições publicas, do commercio, das aulas e de todos em geral. Rio de Janeiro, 1866 in-8°. — Vem reproduzido em appendice na 5* edição dos Elementos de arithmetica do conselheiro C. B. Ottoni, assim como na 6a de 1883. — O vínhola brazileiro: novo manual pratico do engenheiro, architecto, do pedreiro, carpinteiro, marceneiro e serralheiro, em que são ensinadas as principaes regras de construcção conforme os princípios da arte elucidados por numerosas estampas intercalladas no texto. Rio de Janeiro, 1881, in-8°. — Na Collecção de plantas telegraphicas, construídas no império do Brazil pela repartição geral dos telegraphos, ha oito plantas de Rainville, levantadas de 187© a 1880, e quatro não reduzidas, sendo deste numero a. — Carta do sul e centro da provincia doEspirito Santo. OU 105 C e z a r d o R e g o M o n t e i r o — Natural da provincia do Piauhy e bacharel'formado em sciencias sociaes e jurídicas pela faculdade do Recife em 1885, escreveu, sendo estudante ainda: — Theoria darwinica. Recife, 1883 —Nunca pude ver este trabalho. O e z a r i o E u g ê n i o G o m e s d e A r a ú j o — Filho de Francisco Gomes de Araújo e nascido na villa de Cunha, em S. Paulo, no anno de 1806, é formado pela antiga academia medico-cirurgica e doutor em medicina pela faculdade do Rio de Janeiro; cirurgião-mór de divisão reformado do exercito ; commendador da ordem de Christo ; cavalleiro da de S. Bento de Aviz, e condecorado com a medalha da campanha do Paraguay. Escreveu: — Hygiene das prisões, precedida de considerações sobre a reforma do systema penitenciário: these inaugural, etc. Rio de Janeiro, 1845, in-4°— Memória sobre a cidade de Angra dos Reis desde seu primeiro berço até á presente óra de 1849 — Foi publicada em extracto no íris, volume 3o, pags. 30 a 34 e 59 a 64. Cezario Nazianzeno de A z e v e d o Motta Ma- g a l h ã e s — Filho do doutor Cezario Nazianzeno de Azevedo Motta Magalhães, nasceu em Porto Feliz, da então provincia de S. Paulo. Doutor em medicina pela faculdade do Rio de Janeiro, dedicou-se á clinica na dita provincia, a cuja assembléa foi eleito deputado — e escreveu : — Das condições pathognomonicas da angina do peito, seu diagnostico e tratamento; Entosoarios do homem e dos animaes domésticos em geral, do berne; Nervo pneumogastrico; Hypoemia intertropical: These etc Rio de Janeiro, 1876, in-4°. — Resposta ao questionário do programma do congresso agrícola — Vem no « Congresso agrícola: collecção de documentos. Rio de Janeiro, 1878, in-fol. », pags. 36 e seguintes. Represontava o autor os lavradores de Porto Feliz e Capivary. — Porto Feliz e as monções para Cuyabá — Vem no Almanah Litterario de S. Paulo para 1884, publicado por José Maria Lisboa, pags. 131 a 151. C h r i s p i n i a n o G a r c i a B o z a — Natural de Sergipe, freqüentou a faculdade de medicina da Bahia, mas foi por circumstancias particulares obrigado a interromper o respectivo curso. E' poeta e, entre algumas composições suas, nota-se : — O Norte a Eleonora Duse Checci. Bahia, 1885, 16 pags. in-8° — São três poesias- 106 CH C h r i s p i n i a n o T a v a r e s — E' natural, segundo me informam, do Estado do Ceará, engenheiro de minas pela escola de Minas Geraes, onde reside actualmente, e escreveu : — Memória sobre as vantagens da exploração das jazidas de galena argentifera do Abaeté. Rio de Janeiro, 1881, 23 pags. in-4°. — Projecto sobre a exploração do carvão de pedra na bacia do Arassuahy. Rio de Janeiro, 1881 — Constou-me que o autor tratava de levantar capitães para essa exploração. Christiano Benedicto O t t o n i — Filho de Jorge Benedicto Ottoni e de dona Rosalia Benedicta Ottoni, irmão de Eloy e de Thepohilo Benedicto Ottoni, de quem se faz menção neste livro, nasceu na villa do Príncipe, hoje cidade do Serro, da provincia de Minas Geraes, a 21 de maio de 1811. Com praça de aspirante a guarda-marinha, fez o curso acadêmico respectivo, que concluiu em 1830 e, sendo promovido a offlcial, serviu o cargo de professor de geometria em OuroPreto até 1833. Vindo então para a corte, fez na antiga escola militar o curso de engenharia, que concluiu em 1837, sendo antes desta data, em 1834, nomeado.lente substituto da de marinha. Nomeado lente cathedratico em 1844 e exercendo o magistério até 1855, obteve, não só sua jubilação, mas também reforma no posto, que tinha, de capitão-tenente da armada. Foi o primeiro director que teve a estrada de ferro D. Pedro II ; delia presidente, a principio por eleição da companhia constructora, depois por designação do governo imperial, e neste cargo continuou, até que a mesma estrada, em 1865, passou a ser propriedade do Estado. Foi deputado á assembléa do Rio de Janeiro em sua primeira legislatura, em 1835, deputado por sua provincia em diversas legislaturas geraes desde 1848, e finalmente, sendo eleito por duas vezes (por ser annullada a primeira eleição) senador pelo Espirito Santo, foi escolhido pela coro i e tomou assento em 1880. Foi sempre notável por suas ídéas democráticas, republicanas, desde que no império se organizou o partido republicano. E' professor honorário da academia de bellas-artes, do conselho do ex-imperador, dignitario da ordem do Cruzeiro, offlcial da de S. Leopoldo, da Bélgica e escreveu : — Theoria das machinas a vapor, acompanhada da descripção de cada parte e'da exposição das principaes circumstancias e resultados práticos, relativos à sua construcção, direcção, etc. Rio de Janeiro, 1844, 104 pags. in-8°com duas tabellas e três estampas. — As machinas a vapor, explicadas familiarmente, com um esboço histórico de sua invenção e progressivos melhoramentos, suas applicações á navegação, etc pelo reverendo Dionysio Lardner ; seguido de O H 107 addições e notas por James Renwieh, traducção feita sobre a terceira edição americana. Rio de Janeiro, 1846, 168 pags. in-8" com 4 ests. — Relatórios apresentados á companhia da"estrada deferroD.PedroII. Rio de Janeiro 1856 a 1865, 20 vols. com diversos mappas e documentos — Relativament e estae á outras vias de communicação accelerada escreveu o conselheiro Ottoni uma serio de artigos no Jornal do Commercio de 1 a 20 de junho de 1855, analysando o contrato celebrado pela legação imperial para a construcção da dita estrada, assignados por C O . ; outra serie com sua assignatura, contestando um engenheiro inglez, que aconselhava o emprego de planos inclinados e de macmhas fixas para transpor a cordilheira com a estrada de ferro ; e as obras seguintes : — Estrada de ferro D. Pedro II : collecção de artigos de fundo do Correio Mercantil. Rio de Janeiro, 1857, 48 pags. in-8°. — O estado actual da estrada de ferro D. Pedro II: exame especial, instituído por ordem dos accionistas. Rio de Janeiro, 1859, 51 pags. in-8°. — O senhor major de engenheiros Francisco Primo de Souza Aguiar e a estrada de ferro D. Pedro II: collecção de artigos publicados no Correio Mercantil. Rio de Janeiro, 1860, 61 pags. in-8°. — Discursos proferidos pelo presidente da companhia (da estrada 'de ferro D. Pedro II ) nodia 16 e resumo das declarações feitas pelo sr. director Fonseca no intervallo dos dous discursos. Rio de Janeiro, 1862, 44 pags. in-8». — Conta da construcção das treze mi.lhas de bifurcação no ramal de Macacos até o aterro próximo ao maior dos tunneis inclusive. Rio de Janeiro, 1864, 102 pags. in-4°. — Supplemento: Correspondência offlcial depois do relatório, 45 pags. — Sam declaração do logar e anno da impressão. — Conclusão da correspondência offlcial e mais documentos relativos á accusação de malversor, movida pelo engenheiro do governo contra a companhia. Rio de Janeiro, 1865, 61 pags. in-4. 8 — O futuro das estradas de ferro no Brazil. Rio de Janeiro, 1859, 86 pags. in-8° e mais 20 de um Appendice. — Um brazileiro em Londres, AO sr. capitão João Ernesto Viriato de Medeiros: agradecimento pela delicada offerta, que, ao embarcar no paquete de setembro, dignou-se dirigir a C. B. Ottoni. Rio de Janeiro, 1865, 21 pags. in-8° — E' a contestação de um opusculo que publicara o dito capitão com o titulo . « Estrada de ferro para Minas Geraes. Aos exms. senhores senador Theophilo Ottoni e conselheiro Christiano Benedicto Ottoni. » 108 CH — Relatório do eneorporador da companhia mineira. Rio de Janeiro, 1867, 24 pags. in-8°. — Uma visita á estrada de ferro de Cantagallo. Rio de Janeiro, 1873, in-8». — Relatório do estudo comparativo dos dous alinhamentos da estrada de ferro da cidade da Cachoeira e Alegrete, na provincia do Rio Grande do Sul, etc, pelos emprezarios Caetano Furquim de Almeida, Christiano Benedicto Ottoni e Herculano Velloso Ferreira Penna. Rio de Janeiro, 1874, 35 pags. in-4». — Memória justificativa dos planos apresentados ao governo imperial para a construcção das estradas de ferro de Porto-Alegre á Uruguayana pelos concessionários, etc. (os mesmos). Rio de Janeiro, 1875, 267 pags. in-4° com 1 carta e mappas — Sobre outros assumptos escreveu : — Juizo critico sobre o compêndio de geometria adoptado pela academia de marinha do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 1845, 32 pags. in-8°. — (Veja-se Francisco Villela Barboza.) — Elementos de arithmetica. Rio de Janeiro, 1852, in-8°. — Segunda edição, Rio de Janeiro, 1855; ha outras, sendo uma de 1866, com um appendice, contendo o « Systema métrico » pelo engenheiro Cezar de Rainville (veja-se este autor), depois da pag. 222 e com numeração especial; a sexta de 1883 ; e a de 1886, que ó a sétima. — Elementos de álgebra para os estabelecimentos de instrucção superior e secundaria. Rio de Janeiro, 1852, in-8°. —Segunda edição com additamentos e numerosas correcções, 1856, 208 pags. in-8° Terceira, 1872. Quinta, 1882, todas no Rio de, Janeiro. — Elementos de geometria e trigonometria rectilinea. Rio de Janeiro, 1853, in-8°. — Segunda edição, 1857 ; Terceira, 1870; e sexta, 1883, todas do Rio de Janeiro. Esta obra e as duas precedentes têm sido adoptadas em muitos estabelecimentos de instrucção, quer públicos, quer particulares. — Resposta às aleivosias do conselheiro Francisco de Paula da Silveira Lobo, pelo deputado, etc. Rio de Janeiro, 1868,32 pags.— Versa sobre questões políticas, trazidas ao parlamento. — Bíographia de Theophilo Ottoni. Rio de Janeiro, 1870, 46 pags. in-4° com o retrato do biographado — Sahira antes em vários números do Jornal do Commercio de novembro e dezembro de 1869. Por este mesmo jornal deu o autor uma resposta a alguns reparos feitos sobre esta obra. — A emancipação dos escravos : parecer de C. B. Ottoni. Rio de Janeiro, 1871, 106 pags. in-8°.—Esta publicação foi contestada por outra OH 109 sob o anonymo com o titulo: «Carta aos fazendeiros e commerciantes fluminenses sobre o elemento servil ou refutação ao parecer do Sr. conselheiro Christiano Benedicto Ottoni sobre o mesmo assumpto, por um conservador. Rio de Janeiro, 1871.» — Questão religiosa. A liberdade de cultos: cartas escriptas do Rio de Janeiro para um jornal de provincia. Rio de Janeiro, 1877, 280pags. in-4° —São 49 cartas, publicadas antes no Correio Paulistano de maio a dezembro de 1876. — Manifesto á provincia de Minas Geraes. Rio de Janeiro, 1878, 12 pags. in-Í2. — Emancipação dos escravos: discurso proferido no senado. Rio de Janeiro, 1883, in-12. — Discurso proferido no senado sobre a confederação abolicionista em 9 de junho de 1884. Rio de Janeiro, 1884. — O advento da Republica no Brazil. Rio de Janeiro, 1890 —São quatro as causas do advento da Republica, no parecer do autor: I a , a abolição do elemento servil; 2 a , a evolução da idéa ; 3 a , as queixas dos officiaes do exercito ; 4a, o descrédito da monarchia pela política imperial — O Visconde de Ouro-Preto responde a este escripto no seu livro « Advento da Republica brazileira», publicado em Paris, 1891, 233 pags. in-8°. No livro « Congresso Agrícola, collecção de documentos», publicado no Rio de Janeiro, 1878, ha um importante discurso do conselheiro Ottoni sobre melhoramentos da lavoura. C h r i s t o v ã o B a r r e t o — Reside na Feira de SanfAnna, Estado da Bahia, d'onde o supponho natural ; applica-se a estudos de anthropologia ; é um polemista de conhecimentos variados e escreveu um livro de — Poesias. Bahia, 18..— Nunca pude ver esse livro, nem sei qual é o verdadeiro titulo delle. F r . C h r i s t o v ã o d a M a d r e d e D e u s ILuz —Filho de Francisco Dias da Cruz e de dona Domingas da Silveira, nasceu na cidade do Rio de Janeiro, segundo posso calcular, pelo anno de 1630, e falleceu com bem avançada idade no de 1720. O que não parece, porém, admissível é que sou pae fosse, como diz Barbosa Machado, « um dos alentados capitães que em companhia do general Mendo de Sâ expulsaram do Rio de Janeiro aos francozes, colligados com os Tamoyos », porque nem ha noticia de pessoa deste nome entre as pessoas notáveis que concorreram para a fundação do Rio de Janeiro, nem quando a houvesse, poderia ter sido o progenitor de frei Christovão, por isso que — dando-se a expulsão dos francezes em 1567, e fallecendo o filho de um dos alentados capitães da empreza em 1720, fora preciso que o filho morresse centenário, e que fosse gerado quando o pae contava cerca de 80 annos. Religioso da ordem seraphica, cujo habito recebeu na provincia de Santo Antônio do Brazil, foi guardião na dita ordem, <, definidor e procurador geral, indo neste caracter á Portugal solicitar a erecção da provincia da Immuculada Conceição, o que effectivamente alcançou a 15 de junho de 1675 por breve de Iunocencio X. Foi por duas vezes provincial e. visitador da ordem e exerceu por muitos annos o cargo de commissario do santo offlcio no Brazil. Gozou de solida reputação, não só por sua intelligencia e por sua sabedoria, como por outros dotes de espirito, e escreveu, segundo o testemunho do citado Barbosa Machado, deixando entretanto manuscriptos : — Cuidado contra o tempo. In-4°—Nesta obra dá o autor varias noticias do estado do Brazil desde seu descobrimento, e da provincia seraphica. Diz Barbosa Machado que este livro se achava sob a guarda do ex-de(inidor da referida provincia frei Salvador da Conceição Gaio e que delle extrahiu frei Apollinario da Conceição diversas noticias para sua obra, intitulada * Primazia Seraphica na região da America ». — Cartório da provincia da Immaculada Conceição do Estado do Brazil — Este livro, escripto por frei Christovão, quando era provincial em 1683, consta de dez capítulos, nos quaes recopilou a origem da mesma provincia com todos os breves, e mais noticias até á data em que escreveu. t C i c e r o O d o n P e r e g r i n o d a S i l v a — E' natural do Pernambuco, bacharel em sciencias sociaes o jurídicas pela faculdade do Recife, professor de arithmetica no gymnasio pernambucano, professor particular de línguas e sciencias, sócio effectivo do instituto archeologico e geographico pernambucano e um dos seus fundadores. Foi deputado à assembléa provincial e escreveu: — Compêndio do systema métrico e reducção dos pesos e medidas do antigo para o novo systema. Recife, 18...— Não vi esta obra. Em fevereiro de 1866, oDr. Cicero foi um dos redactores eleitos da — Revista do Instituto archeologico e geographico pernambucano — que começou a ser publicada no Recife em 1853 e ainda continua. (Veja-se Francisco Leopoldino de Gusmão Lobo.) C i o i l l o L a v r a — Natural de Campos ou de S. João da Barra, actual Estado do Rio de Janeiro, falleceu ainda moço naquella cidade * wl 111 em novembro de 1887. Ahi exercia a profissão de typographo, cultivando a poesia, e escreveu — Angelina: poesias. Campos, 1883, in-8" — Ha algumas composições suas, anteriormente publicados em avulso, como : —Impressões — São treze oitavas rimadas que vem no Almauak de Campos, de João de Alvarenga, para 1882, pags.343 e segs. C i n c i n a t o A m é r i c o L o p e s — Filho do general José Joaquim Rodrigues Lopes, Barão de Mattoso e da Baroueza de igual titulo, e nascido em Pernambuco a 25 de abril de 1847, é doutor cm medicina pela faculdade do Rio de Janeiro c moço fidalgo da oxtincta casa imperial. Fez em 18U0 uma viagem à Europa o escreveu —Da loucura puerperal; Do infantícidio ; Do cérebro; Lesões orgânicas do coração : these, etc. Rio de Janeiro, 1877, 102 pags. in-4°. —A cremaç.ão perante a moral, a religião e asciencia. Rio de Janeiro, 1886 — E' em favor da cremação. —Tratamento do cholera-morbus: relatório da junta central de hygiene — No livro « Tratamento e prophylaxia do cholera-morbus ». Rio de Janeiro, 1884, in-8° — E' também assignado pelo Dr. Luciano de Moraes Sarmento. —Projecto para creação de um serviço permanente para conducção de doentes da cidade do Rio de Janeiro — Está annexo ao relatório do ministério do império de 1884, e é assignado pelo mesmo Dr. Luciano Cordeiro. O Dr. Cincinato assigna também com este seu collega e os Drs. A. F. Campos da Paz e João Paulo de Carvalho, relator, o — Projecto dos novos alojamentos para as classes pobres do Rio de Janeiro— Idem. C i n c i n a t o I P i n t o d a S i l v a — Filho do tenente-coronel José Pinto da Silva e de dona Maria Constança Borges da Silva, nasceu cm 1835 na cidade da Cachoeira, da Bahia. Doutor em medicina pela faculdade desse Estado, entrou para o corpo de saúde da armada, onde pouco tempo serviu, passando a occupar o logar de secretario da dita faculdade. Administrou a provincia de Sergipe em 1864, e em 1879 a de Alagoas, donde passou à do Maranhão. E' commendador da ordem da Rosa, e escreveu: —Convalescença ; Responsabilidade medica ; Indicações que exigem a operação cezariana : these apresentada, etc. Bahia, 1857, in-4°. — Os homens de cera: drama em quatro actos. Bahia in-8° — Parece-me que foi reimpresso no Maranhão em 1881. — A v ida do poeta bahiano Luiz J osé Junqueira Freire — Foi publicada 112 nos Annaes da Academia philosophica do Rio de Janeiro, 1858, ns. , 4 e 5. Ha vários relatórios seus, como: — Falia com que o... presidente da provincia installou a 2 sessão ordinária da 22a legislatura provincial das Alagoas em 30 de abril do 1879. Maceió, 1879, in-4». — Falia com que installou a I a sessão ordinária da 23a legislatura provincial das Alagoas em 16 de abril de 1880. Maceió, 1880, in-4°. — Relatório com que ao... 3o vice-presidente passou a administração da provincia das Alagoas etc. Maceió, 1880, in-4°. —Falia com que installou a 2a sessão ordinária da 23a legislatura provincial do Maranhão em 19 de fevereiro de 1881. Maranhão, 1881, in-4°. —Relatório com que o... presidente da provincia do Maranhão passou a administração da mesma ao... Io vice-presidente no dia 17 de novembro de 1881. Maranhão, 1881, in-8°. 13. C l a r i n d a d a C o s t a S i q u e i r a — Nascida a 26 de dezembro de 1818 na cidade do Rio Grande, da então provincia deS. Pedro do Rio Grande do Sul, falleceu na cidade de Pelotas a 27 de outubro de 1867, tendo-se casado em 1835 com José da Costa Siqueira. De caridade excessiva, bem que não fosse rica, â viuva, á orphã, á pessoa emflm, que lhe estendesse a mão, nunca negou o auxilio que pudesse prestar. Bastante prendada, ha trabalhada por suas mãos uma vestimenta do Senhor dos Passos da matriz dessa cidade, com ricos bordados a ouro, e sanefas, também bordadas a ouro, na igreja de S. Francisco de Paula. De trato amenissimo, conquistava a estima e sympathias de todos que a communicavam. De intelligencia esclarecida e de gênio poético, escreveu grande cópia de poesias lyricas, patrióticas e religiosas, de que muitas foram publicadas em revistas de sua provincia, ficando a maior parte inédita. Ultimamente, porém, foi editado um volume com o titulo: —Poesias de D. Clarinda da Costa Siqueira. Porto Alegre, 1881, in-8°. — Talvez sejam as mesmas do volume de: —Poesias inéditas que se acham na bibliotheca pelotense, e de que, por obséquio do digno bibliothecario, F . de Paula Pires, possuo a cópia de uma décima glozada pela autora na idade de 16 annos, dando-selhe o mote: « As cordas que tocam n'alma Têm horas que desafinam. » Esta décima, que publiquei na Revista Brazileira, tomo 8o, pag. 330, é sua primeira composição poética* *J-L. Claudemiro Augusto 113 de Moraes Caldas — Filho de Firmino Soriano Caldas e de dona Eufrozina Carolina de Moraes Caldas, nasceu na então provincia da Bahia em 1844 e ahi falleceu a 6 de abril de 1883, doutor em medicina pela faculdade da dita província, lente cathedratico de hygiene e historia da medicina na mesma faculdade, e professor livre de philosophia, sciencia, por que era apaixonado. Serviu antes de sua formatura como interno da clinica medica e cirúrgica. Escreveu: — As raças humanas provêm de uma só origem ? Medicação antisyphilitica ; Feridas por armas de fogo ; Theoria da respiração : these apresentada etc. Bahia, 1868, in-4° gr.—Ao primeiro ponto, sobre o qual o autor disserta, precedem, como introducção, considerações sobre homem e sobre a historia do espirito humano. — Faculdade de medicina da Bahia. Concurso para um logar de oppositor da secção medica. Funcções do flgado : these sustentada em fevereiro de 1871. Bahia, 1871, in-4° gr.— E' precedida de considerações anatomico-histologicas sobre o figado. — Memória histórica da faculdade de medicina da Bahia no anno de 1881, apresentada á respectiva congregação em cumprimento do artigo 192 dos estatutos. Rio de Janeiro, 1882. — Ligeiras considerações médicas acerca das principaes theorias syphilographicas— Vem na Gazeta Medica da Bahia, tomo Io, 18661867, ns. 5, 8, 14, 18 e 19. Como este ha diversos trabalhos do mesmo autor em revistas médicas, assim como escriptos, tanto em prosa como em verso, em revistas de lettras. C l a u d i n o d e A l b r e u — E' natural da cidade do Rio de Janeiro e na modesta posição de typographo, empregado, ha muitos annos, nas officinas do Jornal do Commercio, se dedica com paixão à litteratura, e escreveu : — A innocencia no crime: conto histórico. Rio de Janeiro, 1863, 24 pags. in-4°. — A douda : romance original brazileiro. Rio de Janeiro, 1864 24 pags. in-8", com um romance para canto e piano. Irinia .-narrativa nacional. Rio de Janeiro, 1865. O engeitado feliz: novella brazileira. Rio de Janeiro, 1866,56 pags. in-8°. As ruínas do passado : legenda. Rio de Janeiro, 1869, in-8°. Evangelina ou os companheiros da morte: historieta romântica. Rio de Janeiro, 1870, 37 pags. in-8° — Magdalena: lenda religiosa. Rio.de Janeiro, 1870, in-8u. 114 — Uma pagina de poeta: reminiscencias intimas. Rio de Janeiro, 1873, 38 pags. in-8° com o retrato do autor. — Wenceslau ou os três infantes : phantasia. Rio de Janeiro, 1875, in-8°. — Vírgilía ou o amor e a mulher: poema do coração. Rio de Janeiro, 1877, in-16. — Flores sem perfume: leitura ephemera. Rio de Janeiro, 1882, 47 pag. in-16 — Sahiram nas Folhinhas de Laemmert para 1883. — Pétalas dispersas: leitura momentânea. Rio de Janeiro, in-8° — Zina ou os transviados da ventura: romance intimo. Rio de Janeiro, 1884, 115 pags. in-8°. — Virgílio ou o amor e a vaidade, poema de dores—inédito. — As flores de minha carteira : escriptos litterarios — idem. — Escrínio intellectual: álbum de máximas e pensamentos — idem. C l a u d i n o d o s S a n t o s — Natural de Pernambuco, bacharel em sciencias sociaes e jurídicas, formado pela faculdade do Recife 1886, ainda estudante da mesma faculdade, escreveu. — Estatuetas: poesias. Recife, 1883. — EbulHções: poesias de Fernando de Castro e Claudino dos Santos. Recife, 1884. I>. C l á u d i o J o s é G o n ç a l v e s P o n c e d e L e ã o , bispo do Rio Grande do Sul — Filho do bacharel Domingos José Gonçalves Ponce de Leão e de dona Gertrudes Gonçalves de Araújo Ponce de Leão, e nascido na cidade da Bahia, seguiu o estado ecclesiastico, professando na congregação das Missões de S. Vicente de Paulo ; exerceu seu ministério em diversos pontos do Brazil, principalmente no Ceará e Rio de Janeiro, e sendo vice-reitor do seminário de S. José, foi apresentado bispo de Goyaz a 7 de janeiro de 1881. Neste mesmo anno, a 30 de setembro, fez sua entrada solemne na diocese, de que acaba de ser transferido para a do Rio Grande do Sul. Foi um dos poucos bispos brazileiros que tôm alcançado reunir um synodo em sua diocese. Escreveu: — Carta pastoral, saudando seus diocesanos e dirigindo-lhes algumas exhortações. Rio de Janeiro, 1881 — Ha muitas outras, pastoraes deste bispo, de que só conheço: — Carta pastoral annunciando e convocando o synodo diocesano. Goyaz, 1887, 20 pags. in-8°. — Pastoral publicando e mandando observar as decisões do synodo > reunido em sua diocese. Goyaz, 1887— E' datada de 27 de setembro. CL 115 — Carta pastoral aconselhando respeito e obediência ao governo constituído e firmeza na união catholica — E' datada de 5 de julho de 1890 e vem reproduzida no Apóstolo de 8 e no Brazil de 10 de agosto deste anno. — Pastoral saudando ao clero e aos fieis da diocese do Rio Grande do Sul. Rio de Janeiro, 1890—Foi reimpressano Brazil de 14 de setembro, dia immediato ao da partida do prelado para sua nova diocese. C l á u d i o L u i z d a C o s t a — Filho do sargento-mór João Luiz Ignacio da Costa e de dona Maria Joaquina de Bittencourt, nasceu Ba cidade do Desterro, capital de Santa Catharina, a 26 de setembro de 1798 e falleceu no Rio de Janeiro a 27 de maio de 1869 com o titulo de conselho do imperador, offlcial da ordem do Cruzeiro, cavalleiro da de Christo, condecorado com a medalha da campanha da independência, sócio do instituto histórico e geographico brazileiro, da sociedade de medicina, depois academia imperial de medicina, etc. Cirurgião pela antiga escola medico-cirurgica da corte, recebeu depois o gráo de doutor em medicina em 1849. Apenas, porém, com o primeiro titulo passou-se para a provincia da Bahia ; estabeleceu-se na villa de S. Francisco ; prestou relevantes serviços na guerra da independência e como cirurgião-mór de batalhão, veiu para o Rio de Janeiro, foi aqui transferido no mesmo posto para o de policia em 1826, e reformado em 1839, a seu pedido. Residiu depois disto em Santos, provincia de S. Paulo, onde por seus serviços clínicos foi collocado o seu retrato no consistorio da igreja da Misericórdia, e finalmente foi director do instituto dos cegos por decreto de 15 de outubro de 1856, por morte do primeiro director, o Dr. Sigaud. Escreveu: — Causas da infecção da atmosphera da corte: relatório da commissão de salubridade da sociedade de medicina do Rio de Janeiro, approvado, etc. Rio de Janeiro, 1832, 37 pags. in-4° —Assignam também este relatório Agostinho Thomaz de Aquino e José Martins da Cruz Jobim. — Memória helmintologica, suscitada-pela observação da expulsão de uma tenia cucurbitina, promovida pelo tratamento anti-irritativo, etc. —Acha-se na. Revista Medica Fluminense, tomo 3o, 1837, págs. 265 a 276 e 305 a 319. Proposições sobre therapeutica: these apresentada à faculdade de medicina, e t c Rio de Janeiro, 1849, in-4°. Noticia sobre os lazaretos estabelecidos na vill? de Itapetininga, provincia de S. Paulo, por Pedro Etechén, para cura dos morpheticos — Nos Annaes Braiilienses de Medicina, tomo 7o, 1851-1852, pags. 244» 264 e seguintes. 116 CL — Memória descriptiva dos attentados da facção demagógica da provincia da Bahia, contendo a narração circumstanciada da rebellião de 25 de outubro de 1824 e mais factos relativos até o, dia do embarque para Pernambuco do 3o batalhão de linha, denominado dos Periquitos, e as relações otficiaes da tropa reunida fora da cidade por causa da dita rebellião— Na Revista do Instituto, tomo 30°, 1867, parte I a , pags. 233 a 355. — Historia chronologica do imperial instituto dos meninos cegos — Mans. de 241 fis., inédito, na bibliotheca do Instituto histórico. — Memória histórica sobre a conquista da Guyana Franceza, feita pelas forças enviadas do Para no anno de 1809 — Idem de 37 fls. idem. — Apontamentos concernentes aos erros e omissões que escaparam ao coronel Ignacio Accioli nas suas Memórias históricas da provincia da Bahia — Na mesma bibliotheca. Estes manuscriptos foram encontrados entre os papeis do Dr. Cláudio e offerecídos ao Instituto pelo conego Dr. J. C. Fernandes Pinheiro. C l á u d i o M a n u e l d a C o s t a — Filho de João Gonçalves da Costa e de dona Thereza Ribeiro de Alvarenga e uma das victimas da conjuração mineira de Tiradentes, nasceu na villa do -Carmo, depois cidade de Marianna, em Minas Geraes, a 6 de junho de 1729 e não como escreveu o abbade Barbosa Machado, de 1703, e falleceu a 3 de julho de 1789 com 60 annos de idade e não octogenário como, sem duvida guiado pelo mesmo abbade, disse o Dr. J. Gonçalves de Magalhães. Bacharel em direito pela universidade de Coimbra, formado em 1753, regressou à pátria em 1705, depois de viajar por diversos paizes da Europa e, estabelecendo-se como advogado em Minas, adquiriu pelo seu saber e probidade uma reputação tal, que os governadores o consultavam muitas vezes e foi nomeado segundo secretario de estado em 1780 pelo governador Rodrigo José de Menezes ; mas deixando este cargo quando Rodrigo foi substituído na administração da capitania, tornou à profissão de advogado, donde foi pouco depois arrastado.e preso como um dos chefes da conjuração. Encontrado morto na prisão, e examinado seu cadáver, foi declarada a morte como resultado de suicídio por estrangulação, havendo entretanto quem suspeitasse que fora elle assassinado. Mas ó natural que, sendo preso quando se achava num leito de dores com uma affecção rheumatica, privado do preciso tratamento e de tudo, no meio de assassinos e de salteadores, e aterrado pela rigorosa devassa já iniciada, e pelos interrogatórios a que teve de sujeitar-se, o desanimo ou o desespero o levassem ao suicídio. E nem assim escapou ao famigerado accordão de 18 de abril de 1792 que de" CL 117 clara «infame a sua memória, infames seus filhos e netos (!!) e seus bens confiscados para o fisco e câmara real ». Foi sócio da academia brazilica dos renascidos, da arcadia ultramarina e um dos mais distinctos poetas do Brazil, não só na opinião dos seus patrícios, mas na de estrangeiros illustres como Sismondi e F. Denis. Além destes e de outros, trataram de Cláudio Manuel o Dr. Teixeira de Mello no seu juizo critico; Innocencio da Silva que o colloca na escola italiana, * ainda que no seu estylo apparecem ainda ás vezes resaibos de gongorismo» ; o Dr. J. M. da Costa e Silva que o classifica na escola hespanhola ; o conego J. C. Fernandes Pinheiro e o Dr. J. Manuel de Macedo que considera-o no soneto emulo de Bocage, de Petrarca e dos melhores poetas castelhanos, igual aos mais abalisados mestres» nas cantatas, sublime nas eclogas e nas odes, e ainda mais nas lyras e cantatas, porque « além da musica que enfeitiça pelo metro, ha a idéa, *as imagens e,. emfim, o sentimento que arrebatam e commovem». Escreveu : — Manusculo métrico. Romance heróico, consagrado ao illustrissimo e reverendissimo Sr. d. Francisco da Annunciação, segunda vez confirmado na dignidade de reitor da universidade de Coimbra. Coimbra, 1751, in-4°. — Números harmônicos, temperados em heróica e lyrica consonância : (poesias diversas) Coimbra, 1753, in-8°. —Epicedio consagrado á memória do reverendissimo Sr. fr. Gaspar dá Encarnação, reformador dos conegos regulares de Santo Agostinho da congregação de Santa Cruz de Coimbra. Coimbra, 1753, in-8°. — Labyrintho de amor: poema. Coimbra, 1753, in-8°. — Obras, de Cláudio Manuel da Costa, na Arcadia Glauceste Saturnio. Coimbra, 1768, 346 pags. in-8° — Comprehende este livro romances, sonetos, epicedios, eclogas, epístolas e outras composições com exclusão das impressas quando o autor se achava em Coimbra. O litterato portuguez Pinheiro Chagas, notando na historia deste amenissimo poeta os mais estreitos pontos de contacto e de semelhança com a do ameno e mavioso Thomaz Gonzaga, no seu livro Portuguezes illustres assim se exprime : « Singular destino ligou dous dos mais nota-veis poetas com que o Brazil enriqueceu a litteratura portugueza, Cláudio Manuel da Costa e Thomaz Antônio Gonzaga. Ambos lyricos de primeira ordem, ambos tendo no estylo uns leves toques de saudosa melancolia, no espirito uma elevação philosophica de pensamento, que transparecem nas composições que lhes são dictadas pelo coração; ambos adorando o esmero da fôrma, e cuidando a melodia do verso; ambos sacrificando nos altares da musa frivola, um com as suas ana- 118 CL creonticas, outro com as suas canções ; ambos inscrevendo um nome só na dedicatória dos seus amorosos poemas, Gonzaga o de Marilia, Costa o de Nise ; ambos seguindo a carreira das leis ; ambos emflm implicados na prematura tentativa de revolução, que em 1788 quiz fazer da capitania de Minas Geraes uma republica, e chamar o Brazil á independência. Só na morte se separaram, porque Gonzaga arrastou no exilio uns últimos annos de vida fatigada e desalumiada da luz da intelligencia; e Cláudio Manuel da Costa suicidou-se no cárcere, não se achando com animo de supportar os transes do processo, e talvez o martyrio affrontoso.» Quem ler porém a collecção dos escriptos do cantor de Nise, verá que não ha neste ponto a completa semilhança delle com o cantor de Marilia. Algumas vezes se inspira todo de patriotismo, como na fábula do ribeirão do Carmo, a qual no parecer de Fernandes Pinheiro marca o segundo período embryonario de nossa litteratura ; mas muitas vezes procura imitar os grandes poetas da Itália, principalmente Metastario, Petrarca e Guarini, chegando a escrever cantatas em italiano. Cláudio Manuel deixou varias ob ras, de que algumas se publicaram depois, a saber : —Villa Rica, poema offerecido ao illustrissimo e excellentissimo SrJosé Anastácio Freire de Andrade, Conde de Bobadella, etc. Ouro Preto, 1839, in-4° — dando-se no fim a data de 1841 depois de um soneto de José Maria Francisco de Assis. Este poema tem por assumpto a fundação de Villa Rica, depois Ouro Preto, e foi dado à estampa à expensas do conselheiro José Pedro Dias de Carvalho. A bibliotheca nacional possue delle duas cópias; afluminensetem uma e o Instituto histórico o original de 96 fls. Foi escripto em 1773 e alguns de seus cantos já haviam sido publicados num jornal do Rio de Janeiro. — Cartas chilenas. Rio de Janeiro, 1845,88 pags. in-8°— Constituo esta publicação o n. 8o da bibliotheca brazilica ou collecção de obras originaes ou traduzidas de autores celebres. Só sahiram 7 cartas. Ha segunda edição com o titulo : — Cartas chilenas em que o poeta Critillo conta a Dorothêo os factos de Fanfarrão Minezio, governador do Chile, etc, com uma introducção por Luiz Francisco da Veiga. Rio de Janeiro, 1863 — Estas cartas são em verso em estylo joco-serio e mordaz. Ainda ha duvidas a respeito de seu verdadeiro autor. Uns com Francisco das Chagas Ribeiro que assevera ter motivos para o certificar, afflrmam serem ellas de Thomaz Antônio Gonzaga ; outros com os quaes esteve á principio o Visconde de Porto Seguro, as attribuem a Ignacio J. de Alvarenga Peixoto; outros, à que se reunira mais tarde o mesmo Visconde, têm boas razões para acreditar que são de Cláudio Manuel. Inclino-me a esta opinião CL 119 pela semelhança do estylo, do phraseado, da textura métrica que se observa nos poemas deste autor. Esta edição écompleta ; contém treze cartas. — Memória histórica e geographica da descoberta das Minas, extrahída dos manuscriptos de Carlos Manuel da Costa, secretario do governador daquella capitania, que consultou muitos documentos authenticos, existentes na secretaria do governo, e em outros archivos — Vem no Potriota, tomo-Io, 1813, n. 4, pags. 40 a 68, e depois no Correio Brasiliense, tomo Io, 1819. Destes manuscriptos muitos ficaram inéditos, como uma traducção do — Compêndio da origem das riquezas das nações por Adão Smith, commentado, etc— Consta que ó o primeiro trabalho sobre economia política, de penna brazileira. Esta obra foi depois traduzida pelo Barão de Cayrú (veja-se Bento da Silva Lisboa). — Epicedio ou lagrimas saudosas que derramaram as capitanias de Minas e Rio de Janeiro na lamentável morte do illustrissimo e excellentissimo senhor Gomes Freire de Andrade, etc— Não me consta que se publicasse; o manuscripto foi offerecido em 1876 pelo Dr. J. M. de Macedo ao Instituto histórico, que também possue de Cláudio Manuel, manuscripta: — Noticia da capitania de Minas Geraes, 79 fls.— Reproduzidas depois de sua morte em revistas e collecções ha ainda : — Saudação á arcadia ultramarina — No Musaico poético de Emilio Adet e J. Norberto de S. S. Rio de Janeiro, 1844. — Três odes — Na collecção de poesias inéditas dos melhores autores portuguezes. Lisboa, tomo Io, 1809, pag. 90 e tomo 2o, 1811, pags. 3 e 74. — Doze sonetos ; Três cantatas ; A lyra ; A vida do campo ; Palinodia ; Adeuses ; Resposta ; Desprezo — No Parnaso brazileiro de J. M. Pereira da Silva. Rio de Janeiro, 1843, tomo I o . Adeuses é uma canção de 135 versos de metro variado; Resposta a uma canção de outros tantos versos iguaes, terminando cada um na mesma palavra de cada verso correspondente da precedente. Por occasião, finalmente, da commemoração do centenário de Cláudio Manuel da Costa pelo Instituto histórico foram escolhidas por alguns sócios, conforme o programma, para serem lidas na respectiva sessão solemne e acham-se na Revista do mesmo instituto, tomo 53, parte I a , pags. 59 a 114, as seguintes poesias : 44 sonetos, sendo quatro em italiano; o Epicedio àmemória de fr. Ga.spar da Encarnação; a Saudação à arcadia ultramarina ; a Ode ao sepulchro de -Carlos Magno; e mais onze composições diversas, sendo três em italiano. 120 CL Cláudio V e l h o da Motta Mala, Conde de Motta Maia — Filho de Manuel Domingos da Motta Maia e de dona Mana Isabel Velho da Motta e nascido na cidade do Rio de Janeiro a 14 de abril de 1845, foi o medico particular do Imperador d. Pedro II, e que acompanhou-o á Europa em seu exilio e banimento, sendo doutor em medicina pela faculdade dessa cidade ; lente de anatomia topographica, operações e apparelhos da dita faculdade; lente de anatomia e physiologia da academia de bellas-artes, moço fidalgo da extincta casa imperial; facultativo da santa casa da Misericórdia; membro do Instituto histórico e geographico brazileiro ; commendador da ordem de Christo do Brazil eda de Portugal; commendador da ordem belga de Leopoldo. Foi antes á Europa duas vezes: primeiramente em commissão da faculdade de medicina em 1876, e depois com o mesmo Imperador por occasião da grave moléstia, que obrigou este príncipe a ausentar-se do império em 1887. Escreveu: — Ovariotomia; Febre intermittente biliosa dos paizes inter-tropicaes; Morte real e morte apparente ; Anesthesia cirúrgica: these apresentada, etc— Rio de Janeiro, 1866, in-8° gr. com est.— Acha-se ainda em seguida, neste livro, o discurso que o autor pronunciou, como orador ad hoc, no acto do doutoramento em resposta ao do conselheiro Dr. J. M. da Cruz Jobim. — Tratamento cirúrgico do estrangulamento intestinal interno: these apresentada, etc. para o concurso á um logar de oppositor da secção cirúrgica. Rio de Janeiro, 1871, in-4° gr. — Breves apontamentos para o estudo do ensino medico em Paris: primeiro relatório semestral, apresentado â faculdade de medicina do Rio de Janeiro. Paris, 1876, 164 pags. in-4°. — Contribuição para o estudo dos progressos da histologia na França: segundo relatório semestral, etc. Vienna, 1877, in-4°. — Estudo sobre o ensino medico na Áustria e Allemanha: terceiro relatório etc. Rio de Janeiro, 1877, 316 pags. in-4°. — Note sur Ia estructure et Ia signiflcation morphologique des glandes estomacales de Ia cistule d'Europe. Paris, 1876 — Este trabalho foi escripto no laboratório de histologia do collegio de França, em collaboração com o Dr. J. Renaut e foiinserto depois nos « Archives de physiologie normale et pathologique * publicados pelos Drs. Brown Sequard, Charcot e Vulpian, serie 2 a , 1877, pags. 67 e segs. com 1 est. colorida. — Memória histórica da faculdade de medicinado Rio de Janeiro relativa ao anno lectivo de 1878. Rio de Janeiro, 1879. — Revista do Atheneo Medico —(Veja-seCândido Barata Ribeiro.) CL 121 C l e m e n t e A l v a r e s d e O l i v e i r a M e n d e s — Filho do Doutor Luiz Antônio de Oliveira Mendes, de quem occupar-me-hei opportunamente, nasceu na Bahia nos últimos annos do século XV11I e falleceu depois de 1855 em Lisboa, onde foi o primeiro cônsul do Brazil depois de acclamada a independência. Era bacharel em direito pela universidade de Coimbra, membro do Instituto histórico e geographico brazileiro, e exerceu naquella cidade a advocacia com muito boa reputação. Escreveu: — Memória offerecida aos agricultores e negociantes de assucar do império do Brazil, em a qual, expondo-3e a damniflcação que experimenta o assucar exportado nos portos da Europa e principalmente no de Londres, se lembram algumas medidas e cautelas, cujo emprego parece ser acertado a evitar tão grande mal. Londres, 1831, 16 pags. in-80.— E* escripta com Manuel Corrêa de Araújo Júnior. — Memorando em que se consigna uma noticia fidedigna e na máxima parte documentada : Io, de quanto se passou no congresso reunido em Lisboa acerca da independência e separação do Brazil, com especialidade depois que em agosto de 1822 se soube que o sr. d. Pedro, então príncipe real e regente do Brazil, tinha convocado cortes geraes e constituintes para se reunirem no Rio de Janeiro; 2o, do que durante a lucta da independência teve logar, também em Lisboa, relativamente aos brazileiros, quer residentes em Portugal, quer mandados presos das diversas províncias brazileiras por quererem a independência ; 3o, de muitos dos factos occorridos em Lisboa relativamente á independência desde a dissolução do congresso em 1823 até o reconhecimento da independência em 1825 ; 4o, da recepção do primeiro agente do Brazil como nação livre e independente pelo governo portuguez — O original de 154 fls.-in-fol. pertencia ao exImperador. E' datado de 10 de março de 1854. C l e m e n t e F a l c ã o d e Souza—Filho do Doutor Clemente Falcão de Souza, nasceu na cidade de S. Paulo a 18 de outubro de 1834 e falleceu a 4 de abril de 1887, doutor em sciencias sociaes e jurídicas pela faculdade da mesma cidade, leute cathedratico da I a cadeira do quarto anno da mesma faculdade, e commendador da ordem da Rosa. De rara intelligencia e actividade, o doutor Falcão achou-se á frente de diversos melhoramentos introduzidos em S. Paulo, como sejam a viação férrea de Jundiahy à Campinas, e a do norte ao Rio de Janeiro; e sendo veneravel da loja maçonica Amizade, esta brindou-o com uma rica medalha de ouro, em que se lêem as seguintes inscripções: « A loja Amizade ao seu venera vel. Tributo ao mérito e ao trabalho.» 122 «_;JU Escreveu durante sua vida escolastica em varias revistas acadêmicas e, depois, folhetins, variedades e artigos de interesse á industria e a lavoura no Correio Paulistano — e : — Theses e dissertação para o doutorado em direito. S. Paulo, 1857» in-4° — A dissertação tem por titulo : Exposição da theoria das obrigações individuaes segundo o direito romano. — Theses e dissertação para o concurso que deve ter logar em 1859. S. Paulo, 1859, in-4° — Ponto da dissertação : Por direito pátrio basta o simples pacto para transferencia do domínio ? — Theses e dissertação, apresentadas à faculdade de direito de S. Paulo para o concurso que deve ter logar em abril de 1860. S. Paulo, 1860, 27 pags. in-4° — Ponto de dissertação : A disposição do artigo 9o, § 2o, do Código penal ó sustentável nos paizes que admittem uma religião nacional ? — Memória histórica acadêmica, apresentada na primeira sessão do anno de 1861 á faculdade de direito de S. Paulo na fôrma do art. 164 dos Estatutos. Rio de Janeiro, 1861, in-fol. — Creação de universidade. Reforma das faculdades de direito, (parecer). S. Paulo, 1874, in-8° — Companhia da estrada de ferro S. Paulo e Rio de Janeiro. Futuro da empreza. Rio de Janeiro, 1874, in-8°. — Discurso da defesa do estudante do 2o anno da faculdade de direito de S. Paulo, Leocadio Leopoldino da Fonseca e Silva, proferido perante o tribunal do jury a 31 de outubro de 1879 — Vem no volume « O processo de Leocadio Leopoldino da Fonseca e Silva, etc.» pags. 25 a 62. Este discurso, proferido no duplo caracter de patrono e mestre, foi muitas vezes interrompido pelos applausos e palmas. Ha, como este, outros trabalhos de advocacia, bem como producções litterarias inéditas e muito apreciadas por seus amigos que as conhecem, e de que citarei: — O mendigo de S. Paulo : drama — representado com applausos nos theatros da provincia. — Coração e dinheiro : drama — idem. — O libertino: drama — idem. Clemente F e r r e i r a ou Clemente Miguel da C u n h a F e r r e i r a — Filho de José da Cunha Ferreira e natural de Rezende, provincia do Rio de Janeiro, é doutor em medicina pela faculdade da actual capital federal, chefe de clinica na polyclinica geral, e membro correspondente da sociedade medico-pratica de Paris. Clinicou alguns annos, depois de formado, na cidade de seu nascimento, onde exerceu o cargo de vaccinador — e escreveu: C L 123 —Phthisica pulmonar; Valor da dyalise de Graham nas investigações toxicologicas ; Scleroma dos recém-nascidos ; Casamentos sob o ponto de vista hygienico : these apresentada á faculdade, etc. Rio de Janeiro, 1880, 470 pags. in-4° — Como these inaugural é um trabalho do maior fôlego que se encontra. — Discurso pronunciado no acto da collação do gráo dos doutorandos de 1880. Rio de Janeiro, 1880, 16 pags. in-8°. — Ligeiros ensaios de therapeutica geral: apontamentos para servirem de contribuição ao estudo da classificação dos purgativos. Rezende, 1883, 16 pags. ín-4°. — Breves apontamentos sobre climatologia brazileira: contribuições para o estudo do valor prophylactico do clima dos Campos do Jordão. Rezende, 1883, 48 pags. in-4° — Foram antes publicados na Gazeta Medica Brazileira, pags. 75, 83, 126, 207, 258, 298 e segs. — Fragmentos de clinica therapeutica. Rio de Janeiro, 1884, 95 pags. in-8°. — Do emprego da strycnina no alcoolismo — Na União Medica, 1884, pags. 159 e segs. — Do valor clinico do bacyllus phimatogenico no diagnostico e tratamento da tuberculose pulmonar— Idem, 1884, pags. 288 a 296. — Contribution à 1'étude clinique des applications therapeutiques de 1'antipyrine. Rio de Janeiro, 1885, in-8°. — Etude sur Ia coqueluche. Paris, 1887, 170 pags. in-8°. — Clinica de temperamentos nas moléstias infantis : prova elaborada dentro de três horas no concurso de adjunto á cadeira de clinica de crianças, etc. Rio de Janeiro, 1887, in-8°. — Delia nefrite parenchimale nell' infanzia e delia sua cura. Rio do Janeiro (?) 1888 — E' um trabalho extrahido do Archivo de pathologia infantil, da Itália. Ha ainda vários artigos deste autor, publicados no Bulletin General de Therapeutique, na Revue Mensuelle des maladies de 1'enfance e na Union Mcdicale, revistas de Paris, e t c C l e m e n t e F e r r e i r a F r a n ç a , Marquez de Nazareth — Filho de Joaquim Ferreira França e de dona Anna Ignacia de Jesus França e irmão do doutor Antônio Ferreira França I o , nasceu na Bahia em 1774 e falleceu no Rio de Janeiro a 11 de março de 1827. Doutor em direito pela universidade de Coimbra, foi deputado à constituinte brazileira, logo ministro da justiça e senador em 1826. Occupava essa pasta no gabinete de 15 de janeiro de 1827, quando o arrebatou a morte, merecendo na moléstia, que a precedera, ser por varias vezes visitado pelo Imperador, que j á o tinha distinguido com 124 CL o titulo de Visconde e depois de Marquez, e com a dignitaria da ordem do Cruzeiro. Fez parte do conselho de estado convocado pelo Imperador quando chamado a occupar o throno de Portugal por occasião da morte de d. João VI, e aconselhou-lhe a abdicação que realizou-se na princeza do Gram-Parà. Foi também membro do conselho de estado, que elaborou a constituição política do império, sendo de sua penna a máxima parte do — Projecto de constituição para o império do Brazil, organizado no conselho de estado sobre as bases apresentadas por S. M. I. O Sr. D. Pedro I, Imperador constitucional e perpetuo defensor do Brazil. Rio de Janeiro, 1823, 46 pags. in-4° — Com Clemente França fizeram parte do conselho João Severiano Maciel da Costa, José Joaquim Carneiro de Campos, João Gomes da Silveira Mendonça, Francisco Villela Barbosa, Antônio Luiz Pereira da Cunha, Manuel Jacintho Nogueira da Gama, Mariano José Pereira da Fonseca, Barão de Santo Amaro e Luiz José de Carvalho e Mello. A bibliotheca nacional possue o original com as assignaturas autographas, datado de 11 de dezembro de 1823 e'são innumeras as edições deste projecto que ô o que foi adoptado e muito diverso do que foi elaborado por Antônio Carlos Ribeiro de Andrada Machado (veja-se este nome) e por outros em commissão ad hoc da constituinte — Além de seus discursos só conheço de Clemente França: — Conta, que a S. M. o Imperador dá o ministro dos negócios da justiça do tempo de sua administração. Rio de Janeiro, 1826, in-4°. Clemente de Lemos de A z e r e d o Coutinho e M e l l o — Irmão de d. Francisco de Lemos de Faria Pereira Coutinho, João Pereira Ramos de Azeredo Coutinho e Ignacio de Andrade Souto-Maior Rondon, dos quaes occupar-me-hei, e filho do capitãomór Manuel Pereira Ramos de Lemos e Faria e de dona Helena de Andrade Souto-Maior, nasceu em Santo Antônio de Jacutinga, Rio de Janeiro, a 31 de outubro de 1731 e falleceu em Lisboa a 13 de fevereiro de 1774. Doutor em leis pela universidade de Coimbra, abraçou a carreira militar como capitão de dragões com a condição de ir formar uma companhia no Piauhy, e tão relevantes serviços prestou com sacriflcio de sua saúde e de sua fortuna, que ao voltar à forte foi elevado a coronel e nomeado governador da capitania do Maranhão a 25 de janeiro de 1774, commissão que não desempenhou por fallecer poucos dias depois. No regresso â corte offereceu ao rei d. José : — Noticias sobre atopographia dos paizes percorridos desde o Piauhy até á Bahia quando atravessara estes sertões acompanhando o Conde CL 125 de Azambuja; marcando essa viagem por serras, rios e valles com as principaes circumstancias observadas e que deveriam servir depois aos que fossem encarregados de abrir uma estrada real por onde se communicassem essas províncias do norte — Este trabalho foi considerado de magno interesse e deve existir no archivo da secretaria dos negócios do reino, pois não me consta que fossem dados à luz. C l e m e n t i n o J o s é P e r e i r a G u i m a r ã e s , Barão de Manàos — E' natural da provincia do Pará; foi gerente da companhia do Amazonas ; esteve algum tempo em Londres, e escreveu : — 0 Amazonas, seu commercio e navegação. Manáos, 1877,81 pags. in8o — Nesta obra usa o autor do pseudonymo de Ajuricaba. — A' Câmara dos senhores deputados offerece os artigos de que se compõe este folheto Clementino José Pereira Guimarães. Manáos, 1877, 46 pags. in-4° —São artigos sobre política da localidade. Clementino Plácido de Miranda Machado — Natural da provincia do Maranhão, fez o curso da academia de marinha, e falleceu em 1852 ou 1853, sendo primeiro tenente da armada. Escreveu : — Manvud do artilheiro de marinha. Rio de Janeiro, 1852, 59 pags. in-8°, com varias figuras — E' offerecido ao chefe de divisão Pedro Ferreira de Oliveira. C l i m a c o A n n a n i a s B a r b o s a d e O l i v e i r a , ou simplesmente Climaco Barbosa — E' natural da cidade de S. Salvador, capital da Bahia, e doutor em medicina pela faculdade do Rio de Janeiro. Serviu como pensionista, antes de receber o gráo, no hospital da Misericórdia desta cidade, e como adjunto no hospital de caridade de Petropolis ; clinicou depois na provincia do Rio de Janeiro e na do Espirito Santo, onde foi eleito deputado provincial, e actualmente reside em S. Paulo. Escreveu : — Do aborto provocado; Angina diaphoretica e o melhor methodo de a curar ; Infanticidio por omissão: these e t c , Rio de Janeiro, 1862, in-4° — A' dissertação do primeiro ponto acompanha o desenho de um pelvimetro inventado pelo Dr. Climaco. — Albuminuria e quaes as condições pathologicas que a determinam; Da angina diaphoretica e de seu melhor methodo curativo ; Da prenhez composta; Estudo chimico pharmacologico do ácido prussico: these apresentada, etc. Rio de Janeiro, 1864, in-4°. — Tristese intimas: poesias. Paris, 1863, in-8". 126 <s*J — Companhias agrícolas: considerações para attender. S. Paulo, 1879, 39 pags. in-4». — Exposição medica. De que falleceu o Dr. Francisco Quirino dos Santos ? artigos publicados no Diário Mercantil em homenagem ao seu talento medico, colleccionados por alguns amigos seus. S. Paulo, 1886, in-8° —E' uma demonstração de que os médicos que assistiram o Dr. Querino não acertaram no diagnostico e tratamento da moléstia, como já o autor, numa conferência, havia affirmado. C l i m e r i o C a r d o s o d e O l i v e i r a — Filho de Rodolpho Cardoso de Oliveira e de dona Maria Virgínia de Mattos Oliveira, nasceu em 1854 na Bahia. Doutor em medicina pela faculdade de sua provincia, e professor da cadeira de clinica obstetrica, antes de formar- ÍO serviu como interno de medicina e de cirurgia da mesma faculdade. Deu-se eom dedicação ao cultivo das lettras, já escrevendo, já fazendo parte de associações como o Instituto acadêmico. Foi também um dos fundadores da sociedade de beneficência acadêmica e seu orador, e escreveu : — Eclampsia ; Valor dos extractos pharmaceuticos ; Circulação capillar ; Das feridas em geral e seu curativo : these apresentada, etc Bahia, 1877, 162 pags. in-4°. — Estudo genérico da bossa sero-sanguinea e deformação parietal, manifestadas no feto, e suas relações com a entocia : these de concurso â cadeira de clinica obstetrica e gynecologia. Bahia, 1885, 133 pags. in-4°. — Instituto acadêmico : órgão da sociedade instituto acadêmico, dedicado á medicina e à litteratura. Bahia, 1873-1874, de 3 cols. in-fol. — Ha nesta revista, em cuja redacção teve por companheiros Romualdo A. de Seixas Filho, F. de Castro Rebello, Guilherme P. Rebello e J. C. Balthazar da Silveira, diversos artigos seus, quer em prosa, quer em verso. — O Incentivo : periódico da faculdade de medicina da Bahia. Sciencias e lettras. Redactores e proprietários Romualdo A. de Seixas Filho e Cümerio C. de Oliveira. Bahia, 1874-1875, de 2 cols. in-fol.— Sahia em folhetos mensaes. (Veja-se Romualdo Antônio de Seixas 3o.) C l o d o v ê u P e r e i r a R e o e l l o — Filho de João Pereira Rebello e de dona Maria Rosa de Menezes Rebello, nascido na Bahia e, ha muitos annos, fallecido, foi professor da instrucção primaria e escreveu : — Grammatica elementar da lingua portugueza. Bahia... CO 127 O l o v i s B e v i l á q u a — F i l h o de José Beviláqua, nasceu em Villa Viçosa, provincia do Ceará, no anno de 1861. Bacharel em sciencias sociaes e jurídicas pela faculdade do Recife, formado em 1882, foi nomeado no anno seguinte bibliothecario da mesma faculdade e escreveu : — Vigílias litterarias por Clovis Beviláqua e José Isidoro Martins Júnior. Recife, 1879, in-8° — Dividem-se em duas partes. A primeira, da penna de Beviláqua, comprehende : A republica no Brazil ; Um ligeiro olhar sobre o estado intellectual do Brazil; A mulher entre nós ; Vislumbres (versos de Ribeiro Gonçalves). A segunda pertence a J. Isidoro Martins, tem o titulo de : Estilhaços (versos) e ó dedicada aos pães do autor, que em 1885 a reimprimiu. (Veja-se José Isidoro Martins.) — O st.ereographo : estudos de critica genérica. Recife, 1882, 34 pags. in-8° — E' um escripto de collaboração com o mesmo Isidoro Martins. — O escalpello. Recife, 1882, in-8° — Idem. Nunca vi este escripto. — A philosophia positivista no Brazil. Recife, 1883, 130 pags. in-8° — E' um estudo historico-critico. — O theatro brazileiro e as condições de sua existência. Recife, 1884, in-8°. — Discurso : pronunciado no sarào litterario do gabinete portuguez de leitura emsolemnisação commemorativa do tricentenario de Camões. Recife, 1880, 13 pags. in-8°— Era o autor o orador eleito pelos terceiro-annistas de direito. Consta que tem a publicar : — O romantismo no Brazil — Inédito. — Por diversão : contos — Idem. C o l i n e r i o L e i t e d e F a r i a P i n t o — Natural da então provincia do Rio Grande do Sul e nascido na cidade de Pelotas em 1852 falleceu em março de 1887, na mesma cidade, onde dedicara-se ao magistério. Muito joveu dedicou-se ás lettras e appareceu no jornalismo litterario, dando publicidade à escriptos que eram lidos com avidez, sendo constante collaborador do Progresso Litterario. Escreveu : — Albertina : romance. Pelotas, 1873 — O Dr. Henrique Antão de Vasconcellos se occupa deste escripto num artigo publicado no Diário de Campos, elogiando o autor, chamando-o de poeta mimoso, dramaturgo e ousado campeão da imprensa. Este romance é a historia infeliz de uma desventurada que só na campa repousou das luctas do mundo. — Meus serões. Pelotas, 1879 — E' uma serie de 16 romanceies quasi todos já dados à luz em diversos jornaes, na seguinte ordem : 128 ^^> Lavinia, publicado em 1872; Um suicida, em 1873 ; A virgem do cemitério ; Um phantasma; Uma historia seria, todos em 1874 ; Amor macarronico, eUm don Juan, em 1875; Ostilia e A calumnia, em 1876; A pena de morte, e 0 mundo se acaba, em 1877 ; A herança do poeta ; Em Veneza, em 1878; Um conto de Hoffmann ; Quadros da vida e Uma historia sem titulo, em 1879. — Bibliotheca variada. Pelotas, 1881 — Aqui estão reunidos dez romanceies, mas traduzidos, a saber: A querida do pirata, Angela, Thereza Hermann, publicados em 1876; O castello de Bethania, Ondina, A cruz de Pedra, Othla, O pobre, em 1877 ; Almeraya, em 1878 e Eduardo, em 1881. Além de vários dos escriptos mencionados, a bibliotheca pelotense possue outros de que me falia o digno bibliothecario, e que supponho estarem inéditos. São estes: — Queda de um anjo: romance. — Uma lagrima salvadora : bailada traduzida. — 0 mendigo : poesia. — 0 que eu invejo : idem. — Traços biographicos de dona Clarinda da Costa Siqueira. — Os cães do monte de S. Bernardo: traducção. — Caixas econômicas escolares — Sobre theatro Colimerio Leite escreveu muito, sem ter podido, entretanto, imprimir todas as suas produoções, que neste gênero são: — Mais vale calar, que mal fallar : comedia em um acto, representada no theatro de Pelotas em 1870— Inédita. — Travessuras de um estudante: comedia em um acto, 1871 — Idem, — Carmosina : drama em três actos por A. de Musset, traduzido. 1871 — Idem. — O agente secreto: comedia em dous actos por A. de Musset, traduzida. 1872 — Idem. — Uma para dous: comedia em dous actos. 1872 — Idem. — Caim: drama em cinco actos. 1874 — Idem. — Os francos juizes ou os invisíveis: drama em quatro actos, traduzido. 1873 — Idem. — Por um irmão: comedia em três actos, traduzida. 1873 — Idem. — A' espera da noiva: comedia em um acto, 1874 — Idem. — Que criança ! comedia em um acto, traduzida. 1875 — Idem. — O voluntário: drama em um prólogo e três actos. Pelotas, 1875. — Roma e a família : drama em um prólogo e quatro actos. 1878 — O prólogo desta peça foi publicado na Arena Litteraria em 1880. — Albertina : drama em cinco actos. 1878 — Inédito. — Catharinada Rússia: drama em três actos, traduzido. 1878— Idem. CO 129 — Paulo e o bandido: drama em três actos, escripto e representado em Pelotas em 7 de setembro de 1879 — Idem. — A ultima conquista: comedia em um acto, escripta e representada em 1879 — Idem. — A mulher-homem : comedia em três actos, traduzida. 1881 — Idem. — 0 rei de Roma : drama em cinco actos por Desnoyer e Loon Beauvallet, traduzido. 1881 — Idem. Finalmente em 1881 Colimerio Leite possuía: —Varias poesias—que pretendia dar a lume enfeixadas com outras jã publicadas em jornaes, e um — Compêndio de geographia do Brazil (compilações) escripto em 1879. O o l l a t i n o C â n d i d o T u p i n a m b á — Nascido na Bahia a 29 de agosto de 1843, ahi falleceu pelo anno de 1883 pois que, sendo capitão reformado do exercito por decreto de setembro de 1880, seu nome não consta dos almanaks militares de 1884 em diante. Teve praça em janeiro de 1861; foi promovido a alferes em 1868 e ao posto immediato no anno seguinte por acto de bravura na campanha do Paraguay, onde serviu até à terminação delia. Era condecorado com a medalha desta campanha e offlcial da ordem da Rosa. Escreveu: — Nomenclatura e manejo da clavina de repetição de Spencer, examinados, correctos e approvados pela commissão de melhoramentos do material do exercito e mandados adoptar por aviso do ministério da guerra de 11 de outubro de 1873. Rio de Janeiro, 1873, in-8—E' este livro precedido de considerações sobre as vantagens do systema de Spencer, e contém o desenho da arma, de que o autor foi instructor. C o l l a t i n o M a r q u e s d e S o u z a — Natural da Bahia, nasceu a 20 de junho de 1831. Reformado no posto de tenente da armada, foi nomeado lente da escola de machinistas. E' cavalleiro da ordem de S. Bento de Aviz, condecorado com a medalha da campanha do Uruguay de 1852 e com a da campanha contra o Paraguay. Por decreto de 30 de novembro de 1876 obteve do governo imperial um privilegio para conservação, por meio de processo quo inventara, de carnes, frutas, ovos e outras substancias alimentícias, exhibindo djgso provas e sendo seu estabelecimento visitado pelo Imperador e por pessoas, altamente collocadas. Escreveu: — Roteiro da costa do Brazil, comprehendlda entre a Bahia de Todos os Santos e a capitania do Espirito Santo. Rio de Janeiro, 1860, 40 pags. in-4°. 130 — Descobertas e aventuras nos mares e regiões polares por Sir John Leslie, Roberto Jameson e Hug Murray, com uma narrativa das recentes expedições em busca de Sir John Franklin, traduzidas do inglez — Esta obra foi publicada em folhetos, sendo o primeiro em Pernambuco 1862, e os demais na Bahia, 1863 e 1864, in-8° com diversas estampas. Divide-se em treze capítulos, cujo assumpto é: l.« O clima das regiões polares. 2.° Vida animal e vegetal nas regiões polares. 3." Antigas viagens ao norte. 4.9 Viagem em busca de uma passagem nordeste. 5.° Primeiras viagens ao pólo do norte. 6.° Primeiras viagens em busca de uma passagem noroeste. 7. c Viagens de Ross e Parry em busca de uma passagem noroeste. 8.° Segunda viagem de Ross. 9.' Recentes viagens ao polo do norte. 10.° Expedição aos mares circum-adjacentes á Boothia. 11." A expedição de Franklin. 12.° A pesca de balêas do norte. 13.° Geologia arctica ; Expedições pesquizadoras de 1850 a 1851 ; Expedições pesquizadoras de 1851 a 1852; Descoberta da passagem noroeste e ultimas noticias da comitiva de Franklin. — Commercio de carnes verdes. Rio de Janeiro, 1883 — E'uma reimpressão de escriptos que publicara no Jornal do Commercio sobre seu systema de conservar carnes. — Roteiro da costa do Brazil entre Pernambuco e Maranhão, abrangendo 825 milhas de costa marítima. Rio de Janeiro, 1884. — Meio de attenuar os effeitos das sêccas e de fornecer a melhor água possível às habitações urbanas, suburbanas e ruraes pelo emprego de poços hygienicos. Rio de Janeiro, 1889, 16 pags. in-8° — O autor obteve do governo privilegio para taes poços. — A doca Quinze de novembro e a nova cidade commercial do Rio de Janeiro, delineadas e solicitadas do governo provisório dos Estado^ Unidos do Brazil. Rio de Janeiro, 1889, 19 pags. in-8°. — Projecto de melhoramento da praia de Botafogo, apresentado á intendencia municipal. Rio de Janeiro, 1890, 8 pags. in-8°. C o n r a d o J a c o o d e I S T i e m e y e r 1"—Filho do coronel Conrado Henrique de Niemeyer e de dona Firmina Angélica de Niemeyer, nasceu em Lisboa a 28 de outubro de 1788 e falleceu no Rio de Janeiro a 5 de março de 1862. Tendo no collegio militar de sua pátria estudado com praça de cadete todos os preparatórios, sahiu de Portugal por causa da invasão franceza, indo ter á Portsmouth, donde passou ao Brazil, e aqui, sendo addido ao regimento de artilharia e promovido segundo tenente em 1809, fez o curso desta arma e ode mathematicas. Pelos movimentos de 1817 e 1824 serviu em Pernambuco, CO 131 donde neste anno passou ao Ceará, como commandante da força expedicionária e presidente da commissão militar, instituída para julgar os implicados nos ditos movimentos de 1824, em cuja connnissüo foi accusado por abusos e arbitrariedades, e foi pelo governo imperial chamado á corte em 1828, justifícando-se então de taes accusações. Em 1832, accusado ainda de ter contrariado ao governo, e concorrido para a perturbação da ordem publica, foi sujeito á processo, defendendo-se igualmente dessas imputações ; mas em seguida, desgostoso, pediu e obteve em 1833 sua reforma no posto, que tinha, de coronel, exercendo dahi em diante diversas commissões como engenheiro. Era dignatario da ordem da Rosa e da do Cruzeiro, commendador da de S. Bento de Aviz, condecorado com a medalha da divisão cooperadora da boa ordem ; sócio do instituto histórico e geographico ; sócio da sociedade de geographia de Berlin e da sociedade geographica de Ratisbone, e escreveu : — Memória hydrographica sobre a reprêza do rio Beberibe para servir aos projectos de encanamento e navegação do dito rio com aproveitamento do terreno actualmente alagado, contendo também duas ligeiras indicações: Io sobre o meio de tornar continua a navegação entre Olinda e Recife sem espera de marés ; 2o sobre o methodo de elevar as águas em Olinda para serem conduzidas ao Recife ; que por ordem da exma. junta do governo provincial fez etc, em o anno de 1822. Pernambuco, 1823, 17 pags. in-4°. — Encanamento das águas potáveis para a cidade do Recife em Pernambuco: memória e projecto organizados e offerecidos á companhia do Beberibe pelos engenheiros Conrado Jacob de Niemeyer e Pedro de Alcântara Bellegarde. Rio de Janeiro, 1841, 27 pags. in-4°. — Relatório dos trabalhos concluídos na estrada do Commercio entre os rios Iguassu e Parahyba. Rio de Janeiro, 1844, 28 pags. in-4° com uma carta geographica. — Projecto de encanamento do rio Beberibe entre a povoação deste nome e a cidade do Recife. Recife, 1855, in-8° — O coronel Conrado escreveu esta obra para se effectuar uma navegação effectiva entre o Beberibe, Olinda e Recife, evitando-se os estragos constantes que resultam das enchentes do rio Camaragibe. — Encanamento das águas potáveis para a cidade de Maceió com a planta, plano e orçamento. Rio de Janeiro, 1860, in-8°. — Carta corographica da provincia do Rio de Janeiro, mandada organizar por decreto provincial de 30 de outubro de 1857 pelo presidente da mesma provincia ; encarregada aos engenheiros Pedro de Alcântara Bellegarde e Conrado Jacob de Niemeyer. 1858 a 1861 132 CO (relatório). Rio de Janeiro, 1863, 22 pags. in-8° — E' uma publicação posthuma. — Planta do reconhecimento feito nas capitanias de Pernambuco e Alagoas para servir ao projecto da estrada militar, defesa da costa e correspondência telegraphica entre a villa de Santo Antônio do Recife o a cidade da Bahia. 1819—Era então o autor capitão de engenheiros. — Carta corographica offerecida a S. M. I. o Sr. D. Pedro II, contendo as províncias das Alagoas, Pernambuco, Parahyba, Rio Grande do Norte e Ceará, arranjada sobre os trabalhos existentes e esclarecimentos mais exactos, feitos desde 1810 pelo coronel Conrado Jacob do Niemeyer, sendo ultimamente auxiliado pelo primeiro tenente de artilharia Marcos Pereira de Salles. Rio de Janeiro, 1843. — Carta geral do império do Brazil, organizada sobre os melhores trabalhos existentes, antigos e modernos, contendo igualmente os planos que se puderam obter das cidades capitães e outros logares notáveis. Rio de Janeiro, 1846 — Esta carta, bem que com imperfeições e erros, foi de grande importância pela falta, que havia de semelhante trabalho. Foi pelo autor offerecida ao instituto histórico, que o elevou, por isso, de sócio effectivo à honorário, e conferiu-lhe em prêmio a medalha de ouro, em 1847. — Planta corographica de urna parte da cidade do Rio de Janeiro, na qual se inclue a imperial fazenda de Santa Cruz, segundo a primeira indicação dos jesuítas em 1729 e remedição em 1783, medição annullada em 1827 e de sua posse actual para ser annexada ás reflexões tendentes a determinar definitivamente os seus limites ; lithographada em 1848. — Quadro estatístico do império do Brazil conforme os relatórios offlciaes e outros documentos ; lithographado em 1850. — Nova carta corographica do império do Brazil, confeccionada á vista dos trabalhos existentes, por ordem do illm. e exm. sr. tenentegeneral Marquez de Caxias, ministro, etc Rio de Janeiro, 1857— * Esta carta, diz o Barão de Ponte Ribeiro, construída positivamente para mostrar a fronteira do império com a republica do Paraguay, está longe de haver conseguido seu fim ; nem emendou os erros que se tinham notado em 1846.» — Planta e orçamento para encanamento das águas potáveis, destinadas para o abastecimento da capital das Alagoas. Rio de Janeiro, 1860. — Planta da estrada de Santa Cruz, Rio de Janeiro, 1866. — Foi lithographada no archivo militar depois da morto do autor. CO 133 Conrado Jacolb de Niemeyer 2o— Filho do precedente, e nascido no Rio de Janeiro a 21 de abril de 1831, ébachare' em mathematicas pela antiga academia militar; general de brigada do exercito; commendador da ordem da Rosa, offlcial da de S. Bento de Aviz' e cavalleiro da de Christo ; condecorado com a medalha da campanha da Paraguay, etc. Assentando praça em 1851, serviu no corpo d e engenheiros até ao posto de coronel ; foi commandante do corpo de bombeiros ; tem exercido varias commissões importantes quer do ministério da guerra, quer de outros, como a de presidente da provincia» hoje Estado do Amazonas. Escreveu: — lmpugnação à obrado Exm. Sr. conselheiro João Manuel Pereira da Silva « Segundo período do reinado do Senhor D. Pedro I, no Brazil: narrativa histórica, 1871» na parte relativa ao commandante das armas e presidente da commissão militar na provincia do Ceará, de 1824 a 1828. Rio de Janeiro, 1872, 208 pags. in-4°— Além de erros e inexactidões da parte aqui mencionada, esta obra aponta erros e inexactidões, contidos em todo o livro do conselheiro Pereira da Silva. — Protesto apresentado em 6 de agosto de 1873 e neste mesmo dia remettido á commissão dò obras publicas. Rio de Janeiro, 1873, in-8°— Versa sobre a concessão da empreza do arrazamento do morro do Castello à J . A. Fernandes Pinheiro. E' dirigido á assembléa geral e assignado pelos bacharéis C. J. de Niemeyer e O. G. de Niemeyer. — Conferência acerca da concessão da linha da Copacabana. Rio de Janeiro, 1883 — Escreveu-a o autor, sendo chefe da commissão de estudos desta linha por parte dos concessionários Duvivier & C.L — Memória justificativa. Questão technica. Estrada de ferro-carril Copacabana. Rio de Janeiro, 1884, in-4°, com documentos e plantas. — Mappa geographico da provincia de S. Pedro do Rio Grande do Sul, precedido de uma breve noticia sobre a natureza de seu solo, riqueza mineral e vegetal, productos agrícolas e navegação de seus rios e arroios em referencia às transacções commerciaes. Rio de Janeiro, T877, in-4° — E' escripto de collaboração com José Ignacio Coimbra. — Uma idéa da posição que occupam os belligerantes no Paraguay. Lithographada pelo instituto artístico. Conrado Maria da Silva Bittencourt — Filho do "-onerai Francisco Antônio da Silva Bittencourt e nascido no Rio de Janeiro a 11 de janeiro de 1829, falleceu a 8 de maio de 1885, sendo brigadeiro do exercito ; quartel-mestre general e presidente do con- 134 CO selho de fornecimento de viveres e forragens militares ; moço fidalgo com exercicio na casa imperial ; commendador da ordem de S. Bento de Aviz, offlcial das do Cruzeiro e da Rosa, cavalleiro da de Christo ; condecorado com as medalhas da campanha oriental de 1852, da campanha de Paysandú de 1865 e da subsequente do Paraguay, etc. Fez na antiga academia militar todo o curso de artilharia, arma em que serviu e exerceu commissões importantes, assim como do corpo de estado-maior de primeira classe. Escreveu: — Instrucções para o serviço das peças de campanha de artilharia a cavallo, organizadas, etc. Rio de Janeiro, 1862, in-8° — Ha deste autor diversas plantas, como: — Planta do Passo da Pátria — publicada no instituto artístico. — Esboço da batalha de Tuyuty, e t c — Lithographada e publicada em supplemento á Semana Illustrada. — Mappa do theatro da guerra (do Paraguay) entre a lagoa Pires e a villa de S. João, além do arroio Inhembucú — Idem. — O antigo acampamento de Tuyu-Cué— Idem. — Esboço do assalto de 16 de julho de 1868 às fortificações de Humaytà — Idem. C o n s t a n c i o A n t ô n i o A l v e s — Filho de outro de igual nome e nascido na'Bahia, ó doutorem medicina pela faculdade desta cidade, formado em 1886 e dedicou-se ao jornalismo, cultivando também as lettras amenas. Actualmente na capital federal redige o — Jornal do Brazil . publicação diária. Rio de Janeiro, 1891-1892, in-fol. gr. de 8 cols.— E' da penna do seu redactor a secção intitulada Dia a dia. Escreveu: — Da cremação e inhumação perante a hygiene ; Synthese das substancias orgânicas ; Electro-therapia ; Histologia: these apresentada, etc. Bahia, 1885, in-4° — A pátria agradecida á um de seus mais dignos filhos. Bahia, 1888, 56 pags. in-4.°— E' uma collecção de poesias do conselhero Pedro Luiz Pereira de Souza, prefaciada pelo Dr. Constancio. C o n s t a n t e d a S i l v a J a r d i m — Filho de Anacleto da Silva Jardim e de dona Maria Theroza de Jesus, e nascido em Araruama, provincia do Rio de Janeiro, ó doutor em medicina pela faculdade desta cidade, onde exerce clinica e tem servido cargos de eleição popular como o de juiz de paz e membro da câmara municipal, e de nomeação do governo como o de subdelegado e de membro de uma commissão sanitária parochial. Escreveu: CO 135 — Das emanações palustres : Estudo chimico-pharmacologico sobre as quinas ; Baço ; Funcções do grande sympathico: these apresentada, etc. Rio de Janeiro, 1878, 241 pags. in-4° — Annexos a este trabalho, de pags. 210 em diante, acha:n-se os « Ensaios para o estudo da flora dos pântanos do Brazil » pelo professor Joaquim Monteiro Caminhoà (veja-se este autor), sendo feita por províncias a relação das plantas. — Águas publicas, systema de circulação continua, influencia das obras da estrada de ferro do Corcovado sobre o rio Carioca (conferência realizada na escola publica da Gloria). Rio de Janeiro, 1885, 40 pags. in-8° e mais as do frontispicio e offerecimento ao Barão de Ibituruna — Vem além disso na União Medica, tomo 4o, pags. 469 a 482, 537 a 551 e segue no tomo 5 o . C o n s t a n t i n o d o A m a r a l T a v a r e s — Nascido na cidade do S. Salvador, capital da Bahia, a 17 de junho de 1828, ahi falleceu a 28 de abril de 1889. Fazendo o curso da escola de marinha, entrou para o serviço da armada, fez a campanha do Uruguay de 1851 a 1852 e, pedindo sua demissão da armada em 1858, obteve por concurso um logar de estereometra da alfândega da Bahia, onde serviu até 1864. Pedindo também demissão deste logar e vindo para o Rio de Janeiro, foi nomeado director de secção da secretaria da marinha e, aposentando-se neste cargo em 1872, exerceu durante esse tempo algumas commissões, como a de offlcial de gabinete de diversos ministros. Era do conselho do Imperador, offlcial da ordem da Rosa, cavalleiro da de Christo e condecorado com a medalha da campanha do Uruguay de 1852 ; sócio da sociedade Amante da instrucção, da sociedade Propagadora das bellas-artes e do Conservatório dramático do Rio de Janeiro ; do Conservatório dramático e do Instituto histórico e geographico da Bahia — e escreveu : — Minhas poesias. Bahia, 1856, 172 pags. in-8°. — Elogio dramático, composto para ser representado no theatro de S. João da Bahia no dia 2 de julho de 1857. Bahia, 1857, in-8° — E' em verso e escripto à pedido do actor De-Vechy, sendo seus personagens : o Brazil, o Despotismo, Commercio, Lettras, Industria e Dous de julho. — Saudação allegorica á SS. MM. II. Bahia, 1859, 8 pags. in-8° — Foi escripta quando o Imperador visitou a Bahia, traduzida em italiano, posta em musica e cantada pela companhia lyrica. — Noticia histórica e uma poesia — que, com a Oração fúnebre do conego J . J. da Fonseca Lima e com a Homenagem poética de F Muniz Barreto, vem no livro « Discurso e poesias recitadas no dia 24 de setembro de 1859, por occasião dos suffragios pelo fundador do im- 136 *->*J perio e seus companheiros na lucta da independência do Brazil, pe a sociedade Vinte e Quatro de Setembro ». Bahia, 1859, in-4°. — S. Gmrjorio, o dramaturgo: drama sacro em três actos. Bahia, 1859, 92 pags. in-8°. — O conde de Zampíerí: drama em cinco actos. Bahia, 1860,151 pags. in-8" — Foi levado á scena pela primeira vez no theatro de S. Pedro de Alcântara, da Bahia, em agosto de 1861. — O.* tempos da independência : drama histórico cm três actos, prólogo e opilogo. Bahia, 1801, 171 pags. in-8°— Foi representado e muito applaudido no mesmo theatro a 4 de julho deste anno. — O pavilhão de sangue. Bahia, 1863, 16 pags. in-8» — E' em verso. — Gonzaga: drama histórico em três actos. Rio de Janeiro, 1869, 72 pags. in-8°. — O Lucas da feira de SanfAnna: drama em quatro actos — Nunca foi impresso. E' um drama histórico: Lucas foi um famoso salteador que por muitos annos constituiu-se o terror da villa, hoje cidade da Feira de SanfAnna e seus arredores, sendo afinal preso e enforcado. — Um casamento da época: drama em cinco actos — inédito. A Revista Popular, porém, dá noticia delle no artigo « A litteratura na Bahia », tomo 8o, pag. 17 e foi representado no Gymnasio em 1862. — Lição para meninos. Bahia, 1861, 92 pags. in-8°— Teve segunda edição, também na Bahia, 1804, 121 pags. in-8°, sendo approvada para uso das escolas pelo governo das três províncias, da Bahia, Alagoas e Maranhão. Neste livro encontram-se traços da historia pátria e .noticia de prosadores e poetas illustres do Brazil. — Consultas' do conselho de estado sobre negócios concernentes ao ministério da marinha, colligidase annotadas de 1851 a 1875. Rio do Janeiro, 1877, 2 vols.— E' continuação de um trabalho do offlcial da secretaria Antônio Carlos César de Mello e Andrada. (Veja-se este nome.) Amaral Tavares collaborou em' alguns jornaes e revistas da Bahia e do Rio de Janeiro, entre os quaes o Correio Mercantil, da Bahia em 1855, e o Globo, do Rio de Janeiro, 1873 a 1875, e foi o principal redactor do jornal — O Cruzeiro. Rio de Janeiro, 1880 e 1881, in-fol.— Esta folha começou a sahir em 1878 e terminou em 1883, sendo Amaral Tavares, antes de redigil-a, collaborador. Em 1870 encetou este autor a composição de um — Diccionario biographico de todos os personagens, nacionaes e estrangeiros, que se tornaram notáveis na historia do Brazil, e de um — Diccionario de datas da historia pátria — segundo vô-se do expediente constante da acta da sessão do Instituto histórico de 3 de julho CO 137 deste anno, onde se acha uma carta sua, pedindo uma collecção da Revista Trímensal para facilitar esse trabalho. De suas publicações em revistas, citarei: — D. Pedro Fernandes Sardinha — artigo que foi impresso no Vulgarizador, tomo Io, pags. 237 e segs. Constantino da Costa Pereira — E' natural da provincia do Piauhy, e bacharel em sciencias sociaes o jurídicas pela faculdade do Recife, formado em 1882, tendo-se dedicado ao magistério em alguns collegios ao mesmo tempo que estudava. Depois de sua formatura foi nomeado promotor publico da capital da Parahyba, e tem escripto: — A Mocidade : periódico litterario. Maranhão, 187* — Recreio Juvenil: periódico litterario. Maranhão, 187*—Esta publicação e a precedente, que nunca pude encontrar, são do tempo em que seu redactor estudava preparatórios. — A namoradcira : romance — Vem no Almanak litterario pernambucano de 1882. — Tesouradas acadêmicas: comedia em um acto. Recife, 1880. — Os artistas improvisados : comedia em um acto. Recife, 1881 — Foi escripta expressamente para ser representada pelos alumnos do Gymnasio Pernambucano; é própria para crianças. Constantino Comes de Mattos — Filho de Manuel Francisco Gomes de Mattos e de dona Maria Cândida de Mattos, nasceu na cidade do Icó, no Ceará, em 1844. Presbytero secular, ordenado em 1868, foi obrigado por incommodos de saúde a transferir sua residência para S. Paulo, onde permaneceu de 1873 a 1881, e foi vigário da Limeira, pro-parocho de Campinas e vigário de Atibaia. Regressando ao Ceará em 1882, foi cura da Sé e é actualmente parodio da Pendência. Foi nomeado por decreto de 13 de abril de 1889 bispo do Rio Grande do Sul, e não acceitou o cargo por causa de suas idéas políticas, sendo entre os parochos quem fundou o partido catholico no Brazil com o nome de Club republicano catholico. Cooperou para a abolição do elemento escravo ; collaborou com artigos sobre religião para os periódicos a Ordem e a Sentínella em S. Paulo, e no estado de seu nascimento, para diversos periódicos. Pela tribuna e pela imprensa proíligou sempre a propaganda protestante e neste sentido publicou : — O Purgatório. Fortaleza... (dous opusculos) — que nunca pude ver. 138 v-»«_» — O culto dos santos. Fortaleza, 1884 (dous opusculos) — de que apenas vi um em « resposta ao senhor Lacy, ministro do culto evangélico» e publicado em 1884. — A Igreja e o Pontificado. Fortaleza... — Ultimamente tem escripto vários trabalhos no periódico A Verdade pela liberdade da igreja catholica. Constantino José Comes de S o u z a — Filho de José Maria Gomes de Souza, nasceu em 1827 na antiga provincia de Sergipe, e falleceu a 2 de setembro de 1875 no Rio de Janeiro. Na capital da Bahia fez os estudos de humanidades, e matriculou-se na faculdade de medicina, cujo curso veiu concluir na do Rio de Janeiro, onde recebeu o gráo de doutorem 1853. Estabelecendo-se nesta cidade, luctou constantemente com a adversidade — e tanto, que falleceu em completo abandono, victima de uma congestão cerebral, não se encontrando em sua casa com que se lhe fazer o enterro. Desde estudante na Bahia foi muito applicado á litteratura, cultivando-a com successo em todos os gêneros, e escreveu : —Quaes são as causas da morte súbita ? Qual é, e qual deve ser a nossa legislação relativa aos mortos ? (dissertação) ; Signaes e tratamento das feridas envenenadas (idem) ; Da albuminuria (proposições). Rio de Janeiro, 1853, in-4° — E' sua these inaugural. — A filha do salineiro : drama. Rio de Janeiro, 185*. — O espectro da floresta: drama. Rio de Janeiro, 1854 in-8°— Foi pela primeira vez representado em julho deste anno no theatro S.Pedro de Alcântara. — O engeítado : drama original brazileiro em três actos, representado pela primeira vez a 4 de dezembro de 1860 no theatro S. Pedro de Alcântara. Rio de Janeiro, 1861, 134 pags. in-8° — Os três companheiros : drama em quatro actos. Rio de Janeiro, 1861, in-8°. — Vingança por vingança : drama original em quatro actos. Rio de Janeiro, 1869, 134 pags. in-8°. — Os libertinos: drama — Creio que não foi impresso. — Os ladrões titulares : drama — Idem. — O desengano : romance brazileiro. Rio de Janeiro, 1871, in-8.° — A filha sem mãí: romance brazileiro. Rio de Janeiro, 1873, in-8°. — O cego: romance — Foi publicado pela lllustração Brasileira depois da morte do autor. — Hymnos de minha alma : poesias. Rio de Janeiro, 1851, 282 pags. in-8° gr — Contém o livro 39 poesias diversas e mais : O indio CO 139 mysterioso (poemeto) e 0 mendigo, romance em verso. Fundou e redigiu : — Época Litteraría : periódico scientifico, litterario, histórico e de bellas-artes, redigido por uma associação e debaixo da direcção de Constantino José Gomes de Souza. Rahia, 1849-1850, in-4°. —A Grinalda: revista semanal, litteraria e recreativa. Rio de Janeiro, 1861, in-8°— Publicou, além disto, em diversas revistas, desde estudante, escriptos em prosa e em verso, como : — Palmira, ou a ceguinha brazileira : — critica litteraria do çomance em verso de igual titulo, do doutor Francisco Bonifácio de Abreu, inserta no Atheneu, periódico scientifico e litterario, Bahia, 1849, pags. 55 e seguintes. — Alfeno e Clorínda: romance (em verso) — no Crepúsculo, periódico instructivo e moral. Bahia, tomo Io, 1845, ns. 1 e 2 . — A consolação, ode ; o Escravo, poesia; a Rosa e as flores murchas» fábula; a Voz da consciência, ode — no mesmo periódico tomo Io, n. 2, e tomo 2o, ns. 15,19 e24. I>. C o r i n n a d e " V i v a l d i C o a r a c y — Filha do jornalista Carlos F, de Vivaldi e nascida no estado de Kansas, America do Norte, a 18 de abril de 1858, ó casada com o primeiro offlcial da secretaria da guerra, José Alves Visconti Coaracy, de quem occupar-me-hei mais tarde. Vindo para o Brazil em tenra idade com seus pães, aqui fez sua educação litteraria, concluindo em 1873 o curso dos estudos do collegio brazileiro, o nosso então mais notável estabelecimento de ensino para o sexo feminino, e em 1875 encetou vida jornalística no South-American Mãil, redigido em inglez e na lllustração do Brazil, periódicos de propriedade de seu pae, assumindo em 1877 a direcção litteraria da — lllustração Popular. Propriedade de Carlos F, de Vivaldi. Rio de Janeiro, 1877 a 1878, in-4°—Foi depois correspondente do Arauto, folha de propriedade de Viard, Silva & Comp., de Petropolis, e também da Folha Nova, publicada no Rio de Janeiro, durante a existência destes dous jornaes ; collaborou de 1888 a 1889 por convite do respectivo administrador no grande jornal New-Yorh Herald onde foi publicada uma serie de cartas suas, nas quaes estudou e previu todo o movimento político que veiu a realizar-se a 15 de novembro de 1889, e em janeiro seguinte, de 1890, entrou para a redacção da — Cidade do Rio. Director José do Patrocínio. Capital Federal. Anno 4o — Encarregou-se dona Corinna das chronicas semanaes A'esmo 140 KJ*J e das críticas litterarias, publicando mais diversos contos, phantasias, etc. São ainda de sua penna : — A Rússia Vermelha"-, romance contemporâneo por Victor Tissot e Constant Amero. Traducção do francez. Rio de Janeiro, 1883, 339 pags. in-8° — Este livro foi recebido no Brazil com o mesmo interesse' com que foi na Europa o original, pela descripção amena do actual estado social do império moscovita «agitado no seu âmago pelas aspirações de liberdade de um povo ainda rude, infelizmente manchadas pelo punhal assassino do hediondo nihilismo». — O dever com exemplos de coragem, paciência e abnegação' por Samuel Smiles. Traducção. Rio de Janeiro, 1884, 423 pags' in-8°. — Vida e trabalho, por Samuel Smiles. Traducção. Rio de Janeiro, in-8° — Destas traducções do inglez foi ella incumbida pelo editor B. L. Garnier, assim como da — Selection of choice passage from Longfellow and Macaullay. Rio de Janeiro, 1887, in-8° —São excerptos de poesias do primeiro e dos ensaios críticos e litterarios do segundo para os exames de inglez na instrucção publica, sendo o livro admittido como obrigatório no programma dos estudos da escola naval. — Moema: drama em cinco actos e dez quadros, extrahido do romance O Guarany do conselheiro José de Alencar por Visconti Coaracy e Corinna Coaracy — Foi representado pela primeira vez em junho de 1885 no Theatro D. Pedro II. — A alegria causa medo : comedia em um acto de Mme.de Girardin: traducção do francez. — A rehabilitação : drama em quatro actos de E. Montescoboli. Traducção do italiano — Sei que dona Corinna tem ainda : — Contos — Não sei si traduzidos ou originaes. Devem ser publicados brevemente. — Matar ou morrer : romance original — Inédito. C o r n e l i o C a r n e i r o d e B a r r o s A z e v e d o — Filho de José Manuel da Costa Barros e de dona Henriqueta Carneiro de Campos Barros de Azevedo, nasceu na cidade do Rio de Janeiro a 3 do janeiro de 1838. E' bacharel em sciencias physicas e mathematicas pela escola central, hoje polytechnica ; tenente-coronel do corpo de engenheiros ; membro da primeira secção das obras militares ; chefe da directoria das obras municipaes e offlcial da ordem de S. Bento de Aviz. Com praça no exercito em 1858, foi promovido no anno seguinte a alferes servindo no corpo de estado-maior de primeira classe até 1872, e CO 141 alumno, sendo durante muitos annos empregado no archivo militar. Escreveu : — Auxiliar do constructor, contendo a nomenclatura technologica e alpliabetica da construcção e detalhes para a organização dos orçamentos e muitas outras noções e indicações de utilidade. Rio de Janeiro, 1882 — Consta-me que o autor tem inédito um trabalho sobre engenharia e que será breve publicado. C o r n e l i o F e r r e i r a F r a n ç a — Filho do doutor Antônio Ferreira França 1", de quem fiz menção, e de dona Anna da Costa Baroadas, nasceu na cidade da Bahia a 19 de março de 1802 e falleceu Uo Rio de Janeiro a 6 de junho de 1878. Doutor em direito pela universidade de Coimbra, entrou na classe da magistratura onde subiu até occupar uma cadeira no tribunal de justiça, em que foi aposentado forçadamente em 1864, recebendo assim profundo golpe que sangrou durante o resto de sua existência. Era também fidalgo cavalleiro da casa imperial, cavalleiro da ordem de Christo e jurisconsulto muito illustrado. Deputado pela Bahia nas legislaturas de 1830 a 1837, tendo por seus collegas seu venerando pae e seu irmão Ernesto F. França, conquistou os foros de grande orador como provam seus bellos discursos constantes dos Annaes do parlamento e, emquanto na câmara discutia questões importantíssimas, como o acto addicional, publicava luminosos artigos na imprensa política de então. Foi um dos primeiros brazileiros que alimentaram a idéa de emancipação dos escravos, adoptando elle o systema de alforriar todos os seus depois de um certo período de serviços. Collaborou para vários órgãos da imprensa política e principalmente para o Diário do Rio de Janeiro ; redigiu o — Athleta (periódico politico)... — o escreveu : — Biographia do doutor Antônio Ferreira França. Rio de Janeiro, 1870, in-4° — E' a única publicação sua em avulso ; deixou, porém, inéditas : — Consultas do supremo tribunal de justiça — obra de alta importância no estylo de Gomes e Velasco, na qual são commentâdas quasi todas as decisões deste tribunal durante o tempo em que o autor foi delle membro. Existem em poder de seus herdeiros e pessoa, que viu-as, assevera que a jurisprudência do paiz assaz lucraria com a publicação desta obra. C o r n e l i o P a c h e c o — Natural, si me não engano, de Pernambuco, vivia nos meiados do século XVIII. Estudou no collegio dos jesuítas, onde recebeu a roupeta e as ordens sacras, e escreveu: — Oração fúnebre nas exéquias de Autonio Borges da Fonseca, co- 142 C O ronel do regimento de infantaria paga da guarnição da cidade de Olinda e governador da capitania da Parahyba; recitada na cathedral da mesma cidade. Lisboa, 1755, in-4°. C o r n e l i o P e r e i r a d e M a g a l h ã e s — Filho do doutor Manoel Joaquim Pereira de Magalhães, nasceu em Baependy, Minas Geraes e, sendo doutor em medicina pela faculdade do Rio de Janeiro, falleceu a 30 de novembro de 1882. Foi deputado á assembléa de sua provincia e presidente de Goyaz. Em Goyaz, sentindo-se doente, deixou a administração ; mas na viagem de volta seus soffrimentos aggravaram-se por fôrma tal, que morreu em S. Paulo, sem ter podido terminar essa viagem. Escreveu: — A musica e seus effeitos: conferência que fez em Baependy. Rio de Janeiro, 1874 — Este trabalho,. escripto no tempo em que o autor estudava medicina, é aberto com uma introducção de Amaro Carlos Nogueira. — Do systema penitenciário e sua influencia sobre o homem ; Asphyxia por submersão; Tracheotomia; Condições pathologicas, causas, diagnostico e tratamento do beriberi: these apresentada, etc. Rio de Janeiro, 1875, in-4°. C o s m e d e S á P e r e i r a — Nascido em Pernambuco pelo anno de 1822, é doutor em medicina pela faculdade da Bahia, e clinico, gozando de distincta nomeada desde os bancos escolares. Exerceu vários cargos, como o de inspector do serviço de hygiene em sua provincia e viajou ultimamente pela Europa. Escreveu : — Proposições sobre os diversos ramos do curso medico : these apresentada, e t c Bahia, 1845, in-4°. — Da necessidade e utilidade da historia de qualquer repartição; da policia sanitária em Pernambuco até 1845; creação de um conselho geral de salubridade nesta época, suas attribuições, sua importância transcendente para o legislador, commerciante, agricultor, etc. e antigüidade das leis desta ordem — Na collecção de trabalhos do conselho de salubridade publica da provincia de Pernambuco, 5° anno, 1849, pags. 135 a 153. — Relatório do estado sanitário de Pernambuco no anno de 1856, apresentado pela commissão de hygiene publica. Pernambuco, 1857, 146 pags. in-4°, com um mappa. — Biographia do doutor João José Innocencio Poggi. Pernambuco, 1861, in-4°, com o retrato do biographado. — Conferências médicas á cabeceira do doente. Pernambuco, 1870 CU 143 E' um opusculo em que o autor oecupa-se de questões de ética medica, descuradas dos facultativos brazileiros. — O beri-beri em Pernambuco. Pernambuco, 1871, 36 pags. in-4°. — Reorganização do serviço medico-cirurgico do hospital Pedro II em Pernambuco — Na Gazeta Medica da Bahia, tomo 5o, 1871-1872, pags. 321 e 333. — Dos anti-microbios ou da anti-sepsia e sua influencia na therapeutica : discurso pronunciado... — Não me lembra onde foi pronunciado. Ha outros trabalhos seus publicados na « collecção de trabalhos do conselho geral de salubridade publica da provincia de Pernambuco, Io a 6o anno, de 1845 a 1852». (Veja-se Joaquim de Aquino Fonseca.) C u s t o d i o A l v e s S e r r ã o — Filho de José Custodio Alves Serrão e de dona Joanna Francisca da Costa Leite, nasceu na villa, depois cidade de Alcântara, no Maranhão, a 2 de outubro de 1799, e falleceu no Rio de Janeiro a 10 de março de 1873. Carmelita professo aos quinze annos de idade, apezar de sua manifesta aversão á vida claustral, mas por imposição de seus pães, em vista da rara intelligencia que demonstrava, foi mandado, á expensas da Ordem, para Coimbra, com o fim de seguir o curso dos estudos superiores ; mas bem depressa teve de entrar em lueta com os frades conimbrenses, porque queriam estes obrigal-o a estudar theôlogia e, como elle teimasse em seguir o curso de sciencias naturaes, chegaram ao ponto de negar-lhe um talher em seu refeitório ! Obtendo, entretanto, o gráo de bacharel com as melhores approvações e com grandes sacrifícios, veiu para o Rio de Janeiro em 1825; foi nomeado em 1826 lente do botânica e zoologia da academia militar, passando logo com a reforma da academia á lente de chimica a mineralogia, e em 1828 director do museo nacional. Do primeiro destes logares obteve aposentadoria em 1847; do segundo a exoneração que pediu, depois de elevar o museo ao gráo de aperfeiçoamento que elle ideava. Antes disto, em 1834, exerceu as funeções de membro da commissão de melhoramentos da casa da moeda, onde introduziu úteis reformas e processos de analyse e refinação de metaes, que então eram novidade; depois disto, em 1859, foi nomeado para o cargo de director do jardim botânico, onde conservou-se alguns annos, tendo alcançado breve de secularisação em 1840. Por occasião de uma viagem ao Norte, em 1835, explorou, em Sergipe, as serras de Itabaiana, onde se dizia existirem minas de ouro e de salitre, e em Alagoas a formação betuminosa das praias de Camaragibe, remettendo amostras ao governo. Conhecia a lingua grega e varias línguas orientaes e era notável naturalista, vindo a cegar 14-1 C IL completamente antes de fallecer, em conseqüência das repetidas observações microscópicas a que se entregava. Foi membro do Instituto fluminense de agricultura, sócio fundador da sociedade de melhoramentos da instrucção elementar, sócio do Instituto histórico do Brazil, sócio e presidente honorário da sociedade Auxiliadora da industria nacional, o commendador da ordem de Christo. Redigiu o — Diário da Câmara dos Deputados, de 1820 a 1828 — Pediu exoneração deste encargo por assumir a direcção do museo nacional. Escreveu depois : — Lições de chimica e mineralogia. Rio de Janeiro, 1833. — Breve notícia sobre a collecção de madeiras do Brazil, apresentada na exposição internacional de 1867, pelos Srs. F. Freire Allemão, Custodio Alves Serrão, Ladislào NettoeJ. Saldanha da Gama. Rio de Janeiro, 1867, in-4°— Consta-me que frei Custodio, em vista de uma inscripção em caracteres phenicios, já muito carcomidas pela accao destruidora do tempo, encontrada em uma das montanhas do littoral do Rio de Janeiro, ao sul da barra, escrevera uma — Memória em que se prova que o Brazil fora visitado por alguma nação conhecedora da navegação, antes que aqui viessem os portuguezes — Esta memória foi examinada por uma commissão do Instituto histórico, mas nunca se tratou mais disto. Escreveu ainda alguns artigos no Auxiliado? da Industria Nacional, como : — Processo para separar o paládio de outros metaes com que se acha ligado — No n. 5, de outubro de 1845. C u s t o d i o A m é r i c o d o s S a n t o s — Filho de Custodio Américo dos Santos e de dona Maria Thereza da Silva Santos, nasceu na cidade do Rio de Janeiro a 17 de outubro de 1848 e falleceu a 7 de abril de 1889, bacharel em lettras pelo antigo collegio de Pedro II, e ahi professor de inglez; doutor em medicina pela faculdade desta cidade, e sócio do Instituto dos bacharéis em lettras. Escreveu : — Dos cálculos da próstata ; Da escolha dos medicamentos em geral e em particular da dos vegetaes em relação á idade, solo, clima, cultura, estação e época da colheita ; Lrethrotomia ; Encephalite e seu tratamento : these, etc. Rio de Janeiro, 1871, in 4°-gr. — Artigo. Lord Byron: these para o concurso á cadeira de inglez do collegio de Pedro II. Rio de Janeiro, 1879, in-4u F r . C u s t o d i o d e F a r i a — Nascido na villa, depois cidade de Guimarães, em Portugal, a 16 de dezembro de 1761, falleceu no Rio de Janeiro a 6 de setembro de 1828. Religioso da ordem de '&'ü 145 Santo Agostinho, professo no convento da Graça, de Lisboa, a 19 de março de 1785, foi professor de qrego e de hebraico no collegio da Graça, de Coimbra ; foi depois professor de hebraico e de rhetorica no seminário de Santarém, sendo nomeado pelo cardeal patriarcha Mendonça em 1797 censor do ordinário pura a qualificação de livros. Depois de cerca de dez annos, vindo p >ra o Brazil, foi exaininador synodal do bispado do Rio de Janeiro e professor de exe^etica, moral e grego no seminário de S. José. Versado não somente nas sciencias ecclesiasticas como em varias línguas, escreveu: — Arte nova da lingua grejra p ira usodo collegio da Graça de Coimbra. Coimbra, 1790, 142 pags. in 4o — Esta grammitica ia ter nova edição* por Francisco Chrispi'<íaiio Vnldetaro (veja-se este nome), discípulo e particular amigo do autor, com accrescimos e alterações por indicação deste; mas não chegou isso a realizar-se por circumstancias que ignoro. — Instructio moralis ad ordinandos, id est, tractatus de actibus humanis et eorum regulis. Rio de Janeiro, 1816, iu 8o— Fez-se desta obra nova edição accrescentada com o titulo: — Instructio moralis ad ordinandos, il est, tractatus de actibus humanis et eorum regulis ; de decalogo et legibus ; de peccatis, de sacramentis in genere et ordine ; de irregularitatibus et censuris ex auctoribus classicis colledus et juventuü brasiliensi primum dicatus, quippe primas typis excussus in civitate fluminensi. Rio de Janeiro, 1819, 295-54 pags. in 8o — Precede uma dedicatória em portuguez ao bispo do Rio de Jaueiro, e vem fechando o livro nas 54 pags. de numeração separada o — Tractatus de sacrifitio missas, ex auctoribus classicis selectus — Houve ainda uma 3 a ediçâo-Rio de Janeiro, 1824, in 8o — Rhetoricce breve compendium in usum juventutis brasiliensis ex Quintíliano et notis variorum de pr<>mptum offert fr. Custodius de Faria, etc. Rio de Janeiro, 1822, 175 pags in 8o C u s t o d i o J o s é d e . M e l l o — Filho do tenente-coronel José Francisco de Mello e de dona Maria Roza. de Mello, nasceu na cidade da Bahia a 9 de janeiro de 1840; é eontra-almirante da armada ; ministro dos negócios da marinha; offleiUdt ordem da Rosa, da do Cruzeiro e da de S. Bento de Aviz; commendador da ordem portugueza da Conceição de Villa Viçosa; cavalleiro da de Christo e da ordem franceza da Legião de Honra; condecorado com a medalha commemorativa da passagem de Humayta e a da campanha do Paraguay. Com praça de aspirante á guarda-marinha a 1 de março de 1856, fez 146 C J o curso acadêmico e foi promovido á este posto em 1858, sendo sucessivamente promovido aos outros. Estudou na Europa artilharia e tropedo Whestehead, sendo um dos quatro offlciaes brasileiros iniciados no segredo do mesmo torpedo. E' um dos offlciaes mais distinctos de nossa armada, tanto pelos conhecimentos scientificos que possue, como por seus serviços ao Estado, sendo da guarnição do encouraçado Rio de Janeiro quando este navio foi posto a pique por um torpe Io paraguayo. Tem desempenhado varias commissões importantes, como a de addido naval junto a diversas legações no estrangeiro e foi commandante do cruzador Almirante Barroso, que tão galhardamente fez a ultima viagem de circumvolução. Foi eleito deputado à constituinte da Republica pelo Estado de seu nascimento, e escreveu: — O Canhão Rcwolvrr Hotchkiss : replica ao agente do Sr. Nordenfeldt no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 1882, in-8° — Relatório da commissão de estudos de artilharia, nomeada pelo ministério da marinha por aviso de 14 de maio de 1872. Rio de Janeiro, 1874, 225 pags. in-8° com 10 estampas— E' dividido este livro em cinco partes, tendo por assumpto: I a parte, Construcção. 2 a , Formação da alma do canhão raiado, etc. 3 a , Estudo comparativo dos projectis usados nos diversos systemas de artilharia. 4 a , Condições primarias e mais essencialmente desejáveis em um systema de artilharia raiada. 5 a , Condições secundarias. Esta obra é escripta com o chefe de divisão João Mendes Salgado e o capitão de fragata Joaquim Antônio Cordovil Maurity, membros da commissão. — Documentos relativos á questão do commando da divisão de encouraçados — inédito. O contra-almirante Mello pediu ao respectivo ministro licença para dar á lume esses documentos, segundo vê-se em uma folha de nossa imprensa de 29 de novembro de 1890. Collaborador da Revista Marítima, só no 7o anno dessa revista escreveu elle : — Moléstias e ferimentos a bordo : guia dos primeiros soecorros na falta de assistência medica pelo Dr. M. Uhlict, I o cirurgião da imperiae marinha da Áustria. Traducção— pags. 33 a 61. — A grande guerra de 1881: versão — pags. 104 a 123. — Theoria das minas subaquáticas em seu desenvolvimento desd. 1810 até 1886 por Frieclerik Jedhczaca. Traducção — pags. 298 a 3101 — O emprego do óleo para acalmar as agitações do mar — pags. 312 a 350— Foi uma conferência em presença de S. A. o Conde d'Eu. C u s t o d i o L u i z d e M i r a n d a — Natural de Gòa, índia portugueza, e nascido no anno de 1807, falleceu na cidade de Rezende CXJ 147 no de 1878, sendo brazileiro por adherir á constituição do império o doutor em medicina pela faculdade do Rio de Janeiro. Foi um clinico muito estimado naquella cidade, onde viveu muitos annos — e escreveu: — Dissertação inaugural sobre a cholera-morbus epidêmica ou asiática: these apresentada à faculdade de medicina do Rio de Janeiro, e t c Rio de Janeiro, 1838, in-4°. — Instrucções, para conhecer e tratar a cholera-morbus, dirigidas aos senhores fazendeiros. Rio de Janeiro, 1855, 50 pags. in-8°. — Instrucções sobre a hygiene que se deve observar em occasião de epidemias, e sobre a medicação que se deve empregar logo que appareçam os primeiros symtomas da cholera-morbus, apresentadas à câmara municipal de Rezende pela commissão medica. Rio de Janeiro 1885 —Assignam também como membros da commissão o Dr. Gustavo Gomes Jardim e José Pimentel Tavares. — Primeira e ultima resposta do Dr. Miranda ao senhor Dr. Dionysio Badiali. Rio de Janeiro, 1845 — E' um opusculo que nunca pude ler sobre uma questão medica. C u s t o d i o d e O l i v e i r a L i m a 1."—Nascido no Porto, veiu para o Brazil com tenra idade em 1810, adoptou a constituição do império e applicou-se á vários misteres, como elle mesmo o diz n'um dos trabalhos que publicou. Depois tornando á Portugal, foi um dos fundadores da sociedade de beneficência brazileira, de Lisboa, e não só collaborou em vários jornaes, como redigiu outros, occupando-se sempre do Brazil. Creio que ainda vive. Escreveu: — Elogio, á S. M. I. o Sr. D. Pedro, Duque de Bragança, feito em Montevidéo em 12 de outubro de 1834. Rio de Janeiro, 1835, 24 pags. in-8°. — Ode dedicada a S. M. D. Pedro V. Lisboa, 1856, in-8°. — Guia do jardineiro, horticultor e lavrador brazileiro ou tratado resumido e claro acerca da cultura das flores, hortaliças, legumes, fructos e cereaes ; da criação e tratamento das abelhas, bicho da seda, animaes e aves domesticas; virtudes e propriedade das plantas, .sua classificação, uso e applieações ; do kalendario do jardineiro e horticultor e outros muitos artigos de utilidade. Composto e accrescentado segundo os melhores autores. Rio de Janeiro, 1853, 470 pags. in-8°—Ha nova edição, do Rio de Janeiro, sem data. — Jogo dos disparates amatorios: lindo divertimento para qualquer sociedade, contendo 104 cartões, 52 perguntas e 52 respostas em verso rimado, offerecidos para o divertimento do bello sexo — São impressos na casa Laemmert em bello tachini. 148 C~~ — Secretario de bom gosto ou collecção de cartas em verso rimado de declarações e peditorios com referencia a casamento e outros objeotos familiares ; felicitações para consórcios, annos, baptisados, nascimentos, parabéns, pozames, sentimentos de vários assumptos, assim como versos para álbuns e quadrinhas para lenços. Rio de Janeiro. C u s t o d i o de O l i v e i r a Lima, 2o— Portuguez de nascimento, mas brazileiro por naturalisação, falleceu no naufrágio do vapor Bahia entre a provincia da Parahyba e a de Pernambuco, \ 24 de março de 1887. Entrou como piloto para o serviço da armada a 24 de abril de 1877 e, deixaudo pouco tempo depois esse serviço, casou-se e estabeleceu residência no Pará. Era agrimeusor, sectário fervoroso do espiritismo, e fazia versos sob a influencia dos espíritos. Escreveu: — Da Phenicía ao Brazil: considerações sobre a marinha mercante do Brazil. Rio de Janeiro, 38 pags. in-8°. — Jesus e Magdalena ( para as senhoras lerem). Rio de Janeiro, 18.S3, 24 pags. in-8°— 0 autor parece que tinha consciência de seus versos, quando dá a paternidade delles á habitantes de outros mundos ; não a quizparasi. Elle mesmo o diz: E' um poema de idilios e de amores Sublimes, castos, puros, divinaes, Que me transmittern uns inspiradores Habitantes dos mundos celesti.ies. — Eurico o presbytero: drama histórico em quatro actos, sete quadros e epílogo; extrahido do celebre romance do mesmo nome, de Alexandre Herculano. Rio de Janeiro, 1880 — Dh o autor que publicou: — O cárcere do rei — e que tinha á publicar: — Heròes portuguezes: drama. — O orphão e o escravo: drama. — O anjo da caridade: drama— Não sei si ficaram inéditos estes dramas ; nunca os vi. C u s t o d i o P e r e i r a da V e i g a —Natural, segundo me consta, de Goyaz, ao menos ahi residiu, e é só o que sei relativamente a sua pessoa. Escreveu: — Memória sobre o descobrimento, governo, população e cousas mais notáveis da capitania de Goyaz. Viila-Bôa, 30 de setembro de 1818, 143 pags. in-fol.— Existe uma cópia in-fol. no archivo militar. C Y 149 C y p r i a n o B a r b o s a B e t t a m i o — Nascido pelo anno de 1818 na cidade da Bahia, e fallecido a 5 de setembro de 1855, dedicou-se ao commercio como guarda-livros e,]não visando nessa cksse um futuro melhor por lhe faltarem os meios de ter um estabelecimento próprio, resoiveu-se a estudar medicina, preparou-se convenientemente, fez o curso da faculdade de sua provincia, e recebeu o grão de doutor em 1847. Achavi-se inscripto para um concurso na faculdade por occasião da epidemia da cholera-morbus de 1855 a 1856 e, offerecendo-se para prestar serviços médicos na cidade de Santo Amaro, de onde se haviam ausentado todas as autoridades,»e todos fugiam, porque foi esse o logar em que a epidemia fez mais horrorosos estragos, ahi f >i delia affectado, e morreu no duplo exercicio de medico e delegado de policia. Tinha grande paixão pelo estudo da physiologia, e além de sua these inaugural, escreveu alguns trabalhos sobre esse ramo de conhecimentos médicos, como: — A círcu'ação nos vegetaes e animaes, explicada pelos mesmos princípios: these para o doutorado em medicina. Bahia, 1847, in-4° gr. — Physiologia geral — Sahiu no periódico Crepúsculo, da Bahia, tomo I o , 1845, pags. 65, 84, 101 e 117. — Secreção physiologíca — Sahiu no dito periódico, tomo 2", 1846, pags. 161 e 177, e depois no Archivo Medico brazileiro, tomo 3o» pags. 54 e seguintes. Cypriano Fenelon Guedes Alcoforado — Natural do Ceará e nascido em 1828, é bacharel em sciencias sociaes e jurídicas pela faculdade de S. Paulo, tendo estudado na de Olinda osqu.itro primeiros annos do curso. No anuo immeliato ao de sua formatura, em 1850, serviu na cidade do Rio de Janeiro o cargo de juiz municipal. Dedicando-se á advocacia, ha muitos annos, e residindo em Pernambuco, tem sido encarregado de questões que, por mais de uma vez, o têm levado á Europa. Na exposição internacional de hygiene e educação em Londres, foi elle commissario por parte do Brazil e escreveu: — Exposição internacional de hygiene e educação em Londres: Trabalhos da associação brazileira. Rio de Janeiro, 1885, 67 pags. in-8° — Contém, depois do offlcio da legação do Brazil em Londres ao ministro dos estrangeiros, o relatório do autor e também o do adjunto à commissão, C E. Gerard. Na qualidade de advogado da companhia Recife Drainage, escreveu: — A Companhia Recife Drainage, defendida perante os tribunaes do império. Rio de Janeiro, 1879, 61 pags. in-4°. 150 C ¥ C y p r i a n o J o s é B a r a t a d e A l m e i d a — Filho de João Alves Barata de Almeida, nasceu na capital da Bahia a 26 de setembro de 1762, e falleceu na do Rio Grande do Norte a 1 de junho de 1838. Formado em medicina pela universidade de Coimbra, adheriuaos diversos tentamens para liberdade e independência da pátria, e tão notável se tornou, pela firmeza de suas idé.is, por sua audácia e coragem inexcediveis, que, sendo eleito por sua provincia deputado ás cortes de Lisboa, foi alvo das iras da maioria que lhe era contraria e até de injurias que lhe atiravam das galerias e que elle impávido desprezava. Foi um dos deputados brazileiros que recusaram assignar a carta da constituição portugueza e um dos sete que, ameaçados pela populaça, sahiram ás occultas de Lisboa, para em Falmouth assignarem o protesto-dirigido ás cortes. Deputado à constituinte brazileira em 1823, não quiz ir tomar assento por entender que serviria melhor, fora da câmara, sustentando pela imprensa a causa que adoptara ; mas foi por isso preso em Pernambuco, como conspirador. Desta prisão sahiu em 1829, com a cabeça coberta de longas cãs; mas se achando na Bahia por occasião da abdicação de d. Pedro I, elle que só nos annos envelhecera, e cujas idéas ardentíssimas de liberdade se conservariam viventes, elle a quem o povo idolatrava o seguia cegamente, foi de novo preso e enviado á corte. Ao cabo de dous annos, livre da segunda prisão, já velho, sem forças para trabalhar, sem fortuna, foi para a provincia do Rio Grande do Norte, e ahi passou o resto de seus dias com os recursos de sua clinica, e de lições do ensino primário. Foi o presidente da sociedade política Club dos amigos, que bastante influiu na revolução de 7 de abril, tendo sido um dos brazileiros que mais se esforçaram pela independência da pátria em 1822, e por cujos serviços foi condecorado com a dignataria do Cruzeiro. Escreveu: — Sentínella da Liberdade na guarita de .Pernambuco (órgão republicano). Pernambuco, 1823, in-4°.—Foi o primeiro órgão republicano que o Brazil teve, e foi publicado na typographia nacional de Pernambuco. Sahiram 66 números e, depois de varias interrupções, devidas às perseguições que o autor soffreu, publicou-se novamente nessa provincia de 1834 a 1835. Nesse ínterim sahiram: — Sentínellada Liberdade à beira do mar da Praia Grande. Nitheroy, 1823, in-fol. — Publicaram-se apenas 32 números. — Nova Sentínella da Liberdade na guarita do forte de S. Pedro da Bahia de Todos os Santos. Bahia, 1831, in-4° — E' uma collecção de 37 números, de que sahiu o 1° a 29 dé maio, formando uma serie de 302 pags. Havia estado o autor preso alguns annos quando deu á luz essa nova serie e a interrompeu por subsequente prisão. CY 151 — Sentínella da Libárdade no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 1833, in-fol. — E' possível que ainda alguma serie exista. — Manifesto à Bahia de todos os Santos por um deputado ás cortes geraes constituintes de Portugal, com algumas notas. Desengano para brazileiros e europeus residentes no Brazil. Pernambuco, 1823, 16 pags. in-4° — 2 a edição, Rio de Janeiro, 1823, in-8° — Motivos de minha prisão e desgraças em Pernambuco e Rio de J a neiro, ou breve e curiosa memória e relação dos acontecimentos interessantes ao bem do Brazil, para, no caso de que eu falleça, servir ad perpetuam rei memoriam e, em quanto vivo, para minha defesa, 1823. — O manuscripto foi apresentado por occasião da exposição da historia do Brazil, ein 1831. — Dissertação abráviada sobre a presiganga existente no Rio de Janeiro — Mans. de 46 pags. na bibliotheca do instituto histórico. Nesta presiganga esteve o autor. — Defesa do bacharel Cypriano José Barata contraas falsas accusações da devassa tirada em Pernambuco em novembro e dezembro de 1824. Rio de Janeiro, 1825 — Correm impressas: Cópia dos accordãos proferiJos na casa de supplicação deste império nos autos crimes, em que são réos Cypriano José Barata de Almeida e João Mendes Vianna, Rio de Janeiro, 1825 ; e um opusculo que me parece ser escripto pelo mesmo Barata, com o titulo de — Allegação em defesa do réo Cypriano José Barata de Almeida, apresentada ao supremo tribunal de justiça, em o recurso de revista interposto da sentença, que o condemnou á prisão perpetua em uma fortaleza. Rio de Janeiro, 1830. — Requerimento que á augusta câmara dos Srs. deputados dirigiu em 15 de junho de 1827. Rio de Janeiro (sem data),in-folio. — Falia que fez o deputado Barata em o congresso de Lisboa por occasião do parecer da commissão sobre os negócios do Brazil, que vem no Diário das Cortes â folha 899, etc. Rio de Janeiro, 1830, in-4° — Manifesto que ao respeitável publico apresenta o cidadão Cypriano José Barata de Almeida sobre a sua súbita e tyranna prisão na Bahia e remessa vi denta para a corte, onde se acha ainda preso j com varias noticias u t d s ao Brazil inteiro. Rio de Janeiro, 1831, 24 pags. in-8° — Este opusculo é datado de 20 de julho de 1831. Cypriano Lopes de Arroxellas Galvão — Filho de Mmoel Ignacio-de Vasconcellos Galvão e de d<na Maria Manuela de Arroxellas Galvão, nasceu em Olinda a 28 de fevereiro de 1763 e falleceu a 7 de abril de 1848 em Maceió, capital de Alagoas, para onde 152 C Y se mudara, sendo presbytero secular, e no tempo em que esta província era capitania de Pernambuco. Foi notável pregador, advoga o no ÍÔro da antiga capital de Alagoas, conselheiro do governo na insta Ilação da dita provincia, pr.fessor de latim e poeta distncto, principalmente na satyra. Escreveu grande numero de composições poéticas de todos os gêneros ; mas nunca publicou-as. Constam ellas de — Poemetos, odes, sonetos, lyras, e t c — em tão grande quantidade, que muitas pessoas no Estado de Alagoas ainda possuem quadernos cheios, em original ou copiadas. E' possível que sua família ainda as dê ao prelo, enriquecendo nossa litteratura. Cypriano de Souza F r e i t a s — Filho de Eustaquio Epiphanio de Souza Freitas e natural da provincia do Maranhão, sendo doutor em medicina pela faculdade do Rio de Janeiro, foi á Paris, onde dedicou-se ao estudo das moléstias nervosas e applicações da ejectricidide, freqüentando notáveis especialistas, e ainda mais ao estudo da physiologia experimental com o cdebre professor Vulpian que à elle se refere em seu livro « Maladies du systéme nerveaux » publicado em 1879, por havel-o o Dr. Cypriano de Freitas acompanhado em suas lições, incumbindo-se de fazer para ellas as preparações necessárias. Naquella faculdade, serviu o cargo de chefe de gabinete de physiologia experimental e agora é lente cathedratico de anatomia e physiologia pathologicas Escreveu: — Neomlgías : Athmosphera ; Nevrotomia ; Hypoemia intertropical: these apresentada á faculdade de medicina do Rio de Janeiro, etc. Rio de Janeiro, 1875, 169 pai^s. in-4°. — Enervação vaso-motora : these apresentada, etc. para o concurso à um logar de substituto da secção medica. Rio de Janeiro, 1879, in-4°. — Reproduction experimentale de Ia paraplegie brachiale — Está nos Comptes rendus de Ia societó de biolo:i°, Paris, 1876. — Physiologíe et therapeutique experimentale: recherches experimentales sur 1'a.ction physiologique du páo-pereira (geissospermum Vellosii, Freire Allemão, geissospermum loeve, Baillon)—Na dita revista e nos Comptes rendus de faca hmiie des sciences, Paris, 1877. Nesse trabalho collaborou M. Bachefontune, e sobre o geissospermo de Velloso, ou páo-pereira, páo forquilha, páo de pente, canudo amargoso» etc. como é também clnmado, escreveuo Dr. Fraucisco Freire Allemão (veja-se este autor ) um artigo com o desenho da planta, no Archivo Medico Brazileiro, tomo 2>, pa^s. 73 a 79. — Observations sur les buis ( buxus superviens ) visant specialement C Y 153' Ia vraie nature du tetanos — Nos Archives de Physiologie de Brown, Segnard, Charcot et Vulpian. Paris, 1878. — Hereditariedade das moléstias ihfectuosas. Rio de Janeiro, 1887 — O Dr. Cypriano de Freitas é um dos redactores da — Revista dos cursos práticos e theoricos da faculdade de medicina do Rio de Janeiro — cujo I o numero, de 142 pags. in-8°, foi publicado em dezembro de 1884. C y r i a c o A n t ô n i o A r a ú j o — Era natural de Pernambuco, segundo me parece, alumno do seminário de N. S. da Graça fundado em Olinda pelo bispo Azeredo Coitinho, e bastante versado na lingua latina, como demonstra na seguinte producção sua: — Excellentissimo, nec non reverendissimo domino Josepho Joaquino a Cunia Azeredio Coitinio, pernambucanensi episcopo, seminarii o]indensis fundatori, studiorum reformatori, atque doctori Cyriacus Antonius Aráujus, ejusdem seminarii alumnus, orationem academicam peracto anno primo recitatam D. O. C.— Vem na obra « A gratidão pernambucana ao seu bemfeitor, etc. », impressa em Lisboa, 1808, in-4°, pags. 130 a 137. C y r i a c o A n t ô n i o d o s S a n t o s e S i l v a — E' natural da província de Pernambuco, empregado de fazenda com exercicio na thesouraria geral do Recife e escreveu: — A malversação de mãos dadas com os depredadores da thesouraria de fazenda da provincia de Pernambuco. Recife, 1875, 44 pags. in-8°. — Cathecismo brazileiro para uso das escolas prim irias de ambos os sexos, adoptado em diversas províncias do. império — Não SJÍ quando veiu á luz a I a edição desta obra; só sei que ha sete edições, sendo a ultima da Bahia, 1882, in-8°. C y r i a c o L o u r e n ç o d e S o u z a — E' bacharel em mathematicas e professor de arithmetica do arsenal de guerra do Pará, de onde me parece que é natural, e escreveu : — Elementos de arithmetica para uso das escolas primarias. Rio de Janeiro, 1877— Segunda, edição, Rio de Janeiro, 1880. C y r i d i ã o D u r v a l — Filho de Rogério José de SanfAnna e de dona Theot.onia Maria de SanfAnna Durval e nascido em Tatuamunha, termo de Porto de Pedras e comarca de Porto Calvo, no Estado de Alagoas, a 3 de março de 1860, é bacharel em sciencias sociaes e jurídicas pela faculdade do Recife, e juiz • substituto na 154 " -^ capital da Bahia. No anno seguinte ao de sua formatura iniciou, em fevereiro de 1886, a carreira da magistratura, como promotor publico da comarca de Ilhéos, neste Estado, tendo, logo na estréa, de sustentar renhida lucta na tribuna judiciaria, no celebre processo instaurado contra o tenente-coronel Gentil José de Castro e seus irmãos que tinham por defensores os notáveis advogados, conselheiro A. Carneiro da Rocha, e Brs. Affonso Celso Júnior e Izaias Guedes de Mello. Por motivo de moléstia em-1887 pediu remoção para a comarca de Villa Nova da Rainha, sertão do dito Estado, da qual passou ao logar que exerce. Cultor das lettras desde muito joven, e poeta inspirado, collaborou no Diário de Pernambuco, no Jornal do Recife, Provincia, Repórter e outros órgãos de publicidade durante o curso de direito e redigiu : — Revista de Pernambuco. Recife.,.—Teve por companheiro na redacção o inditoso poeta alagoano Antônio José Figueiredo Júnior. — A Republica : orgàu do club republicano acadêmico. Recife...— Teve outros companheiros de redacção — Depois de bacharelado collaborou no Jornal de Noticias da Bahia, onde tem publicado varias poesias, e onde em 1886 publicou em vários artigos uma critica ao primoroso livro Cavatínas, do festejado poeta bahiano, o infortunado acadêmico de direito Francisco de Salles Barbosa. Escreveu mais : — Alagoas : (fragmento) verSos. Pernambuco, 1881, 16 pags. in-8°. — Ruínas: poesias. Pernambuco, 1884, in-8». — Versos (de Cyridião Durval e Francisco Peixoto de Lacerda Wernek). Pernambuco, 1885, in-8°. — Accordes: poesias. Bahia, 1890, 313 pags. in-88 — Neste volume acha-se o poemêto « Alagoas » de que o autor publicara em 1881 um fragmento e, encerrando o livro, o poeméto « Catastrophe do Taboão » que é o triste idyllio das soenas lugubres e lutuosas. que era 1889 encheram de consternação todos os habitantes da Bahia. Não é para uma penna qualquer o esboço de tão negros horrores, e o Dr. Durval o fez como melhor não seria possível. Sei que elle tem inéditos : — Sem titulo : collecção de poesias.. — Currente calamo : escriptos diversos. C y r i l l o A u g u s t o d a S i l v a S a n t i a g o — E' natural de Pernambuco, professor da instrucção primaria, membro honorário do conselho da instrucção publica nesse Estado e escreveu : — Conferência pedagógica sobre lições de cousas : trabalhos da sessão anniversaria de 25 de março de 1881. Recife, 1881 — Sahiu sob o titulo de « Publicação do grêmio dos professores primários », contendo OY 155 mais o programma do curso de sua aula e alguns discursos proferidos na dita sessão por outros professores. — Ensino religioso; por quem deve ser dado, em que proporções deve entrar no programma das escolas ? Nas condições em que se acha a educação domestica entre nós pôde o professor transmittir convenientemente e com proveito para os alumnos o ensino primário com as leis e regulamentos vigentes ? — Vem nas « Conferências pedagógicas, etc. Recife, 1879 » pags. 65 a 72 e 123 a 133. Cyrillo Dilermaudo da Silveira — Natural.do Ceará e nascido no segundo decennkrdo século actual, falleceu no Rio de Janeiro, ha poucos annos. Foi professor de grammatica portugueza nesta cidade, e dirigiu depois um collegio de meninos; mas antes servira na recebedoria do município neutro no logar de amanuense. Escreveu: — Collecção de traslados ofíerecidos para uso da mocidade brazileira. Rio de Janeiro, in-fol. — Compêndio de grammatica da lingua portugueza da primeira idade: obra adoptada pelo conselho da instrucção publica. Rio de Janeiro, 1855, in-8° — Ha outras edições, sendo uma de i862, de 102 pags. in-4° A sexta foi feita na typographia de Quirino & Irmão. Rio de Janeiro, 1872, e a oitava feita por Garnier, sem data. — Exercícios de analyse lexicographica ou grammatical, e de analyse syntaxica ou lógica. Rio de Janeiro, 1870, 124 pags. in-8°. C y r i l l o E l o y P e s s o a d e B a r r o s — Filho do brigadeiro José Eloy Pessoa da Silva, de quem occupar-me-hei, nasceu na cidade da Bahia e falleceu no Rio de Janeiro. Matriculou-se na antiga academia militar, onde entretanto não concluiu o curso e, assentando praça de Io cadete no exercito, também pouco tempo ahi serviu. Deixando a carreira militar, residiu alguns annos em sua provincia natal, onde exerceu o cargo de inspector geral das aulas, de abril de 1871 a março de 1872, sendo demittido deste cargo e do de collaborador da Revista da Instrucção Publica por conveniência do serviço publico» Escreveu : — Adelaide: novella. Rio de Janeiro, 18" — O annel preto: romance de uina infeliz. Rio de Janeiro, 18**, 2 vols. — Zenobia: drama em cinco actos, extraindo da novella Adelaide. Rio de Janeiro, 18** — Maria : drama romântico em cinco actos. Bahia, 1858, in-8°. 156 C Y — Alcibiades: drama histórico em três actos. Bahia, 1858, in-8°. — Contos bíblicos por J. Durandeau, traduzidos'para uso das aulas primarias — Nunca vi as duas primeiras edições ; mas apenas a terceira, que é do Rio de Janeiro, 1872, 52 pags. in-3°. Este livrinho, onde se encontram em resumo os factos mais notáveis da escriptura sagrada mima linguagem apropriada as jovens intelligencias, foi pela directoria geral dos estudos da Bahia mandado admittir nos cursos de ensino primário. — Reorganização do ensino. Rio de Janeiro, 1874, 128 pigs. in-8.° — Curso de sciencia hippica ensinado na escola das coudelarias por Ephrem Houel ; traduzido do francez por ordem do ministro da guerra, o Exm. Sr. conselheiro João José de Oliveira Jun jueíra, e mandado imprimir polo Exm. Sr. Duque de Caxias. Rio de Janeiro, 1875,368 pags. in-8°— Foi um dos instituidoresde — A Nação : jornal político, commerehl e litterario. Rio de Janeiro, 1872-1876, 8 vols.— Teve por companheiro na redacção desta folha o bacharel João Juvencio Ferreira de Aguiar, mas deixou a outros depois do primeiro anno. — Jornal da Corte : folha política, commercial, littorpria e industrial. Rio de Janeiro, 1873-1874, in-fol.— (Veja-se Cyro Cardoso de Menezes) Em alguns outros órgãos da imprensa ha trabalhos seus, como: — A' memória do distincto poeta Francisco Muniz Barreto: linhas á seu filho do mesmo nome.— No Jonal da Balàa e depois no Correio Mercantil, do Rio de Janeiro, de 11 de agosto de 1868. C y r i l l o d e L e m o s N u n e s F a g u n d e s — F i l h o de Cyrill Nunes Fagundes e natural de Itaborahy, provincia do Rio de Janeiro, é bacharel em sciencias sociaes e jurídicas pela faculdade do Recife, formado em 1869 ; ex 'rce a advocacia; foi deputado à assembléa provinriil em varias legislaturas, e eleito á constituinte do Estado do Rio de Janeiro em 1890. Es-reveu : — Suspiros d-nlma: poesias. S. Paulo, in-8°. — O cântico dos cânticos, traduzido do hebraico com divisões e explicações scenicas por Ernesto Renan. e vertido para verso portuguez por Cyrillo de Lemos. Pernambuco, 1865, 68 pags. in-8° C y r i l l o d o s R e i s L i m a — Nasceu na provincia do Maranhão, e ahi falleceu na villa do Codó, ha alguns annos, com uma tuberculose. Foi religioso da ordem carjnelitana, professor no convento do Maranhão e, obtendo breve de secularisação, parochiou diversas freguezias em sua provincia natal e foi professor da instrucção C Y 157 primaria no pequeno seminário de Nossa Senhora das Mercês. Era considerado como homem de taleuto e trabalhador. De sua penna, porém, só conheço: — Máximas, sentenças e provérbios reduzidos a historia pátria nos quaes figuram como principaes personagens os meninos de uni e outro sexo, para a leitura dos mesmos. Maranhão, 1868, 203 pags. in-12°. — Resumo da doutrina santa do antigo e novo testamento para uso dos meninos. Maranhão... C y r o C a r d o s o d e M e n e z e s — Nascido na antiga província da Bahia, falleceu no Rio de Janeiro pelo anno de 1877. Depois de alguns estudos de humanidades, viajou pela Europa, onde aperfeiçoou-se em varias línguas, como a franceza, a allemã, a ingleza, as quaes fallava perfí-itaii^ente e leccionou em diversos collegios do Rio de Janeiro, no afamado collegio de Kõpke em Petropolis e também particularmente. Escreveu: — Vinte annos depois ou os três mosqueteiros, de Alexandre Dumas, traduzidos, e t c Rio de Janeiro, 1846. 5 vols. in-8°— Esta obra foi pelo mesmo tempo traduzida e publicada em Lisboa por José Hermeuegildo Corrêa, que delia íez duas ediçõ s. — Novo curso da lingua ingleza, pratico, analytico, theorico e synthetico, de F. Robertson ; adaptado ao eusino da mocidade brazileira. Rio de Janeiro, 1856 — Creio qüe este livro, ainda em vida do autor, teve segunda edição. — lllustração Brazileira: publicição mensal. Rio de Janeiro, 1854 a 1855, in-fol.— Teve por companheiro na redacção desta revista o dr. Ernesto de Souza Oliveira Coitiulio, de quem occupai-me-hei neste volume. Com o mesmo titulo publicou-se muito depois no Rio de Janeiro outra revista, redigida pelos irmãos B. e C. Fleiuss. — Brasil Illustrado : publicação luterana. Rio de Janeiro, 1855 a 1856, in-fol. com ests.—Foram também da redacção F. J. Bethencourt da Silva, F de Paula Menezes, F. de P.tula Caudido e F. Nunes de Souza. Começou esta publicação a 14 de março de 1855, e terminou em dezembro dó anno seguinte. — Jornal da corte: folha política, commercial, litteraria e industrial. Rio de Janeiro, 1873-1874, in-fol.— Era-public .do ás tardes e também teve Cyro Cardoso outro companheiro de redacção, que foi Cyrillo Eloy Pessoa de Barros. Cyro J D e o o l e e i a n o R i b e i r o P e s s o a — Filho de outro de igual nome e natural da província, hoje Estado da Parahyba» 158 I>A- falleceu na capital federal a 21 de fevereiro de 1892, sendo engenheiro formado pela escola polytechnica. Foi offlcial da inspectoria geral das terras e colonisação, annexa à secretaria de estado dos negócios da agricultura, no gabinete de cujo ministro serviu em 1883, e depois passou a servir nesta secretaria. Escreveu: — Estudo descríptivo das estradas de ferro do Brazil; precedido da respectiva legislação. Rio de Janeiro, 1886, 509 pags. in-4° com vários mappas demonstrativos — Em dezembro do anno precedente havia sido o autographo apresentado ao respectivo ministro com apreciações muito lisonjeiras do distincto engenheiro, hoje fallecido, Dr. João Martins da Silva Coutinho, de quem occupar-me-hei, afim de ser examinado e impresso por conta do Estado. C y r o F r a n k l i n d e A z e v e d o — Filho de Domingos José da Silva Azevedo e nascido na província, hoje Estado de Sergipe, a 18 de abril de 1858, ó bacharel em sciencias sociaes e jurídicas pela faculdade de S. Paulo, exerceu na corte o cargo de delegado de policia e foi, depois, nomeado ministro do Brazil junto á republica do Peru. Collaborou, sendo estudante, para alguns jornaes e redigiu: — O Americano. Proprietários e redactores Cyro de Azevedo e Sá Miranda. S. Paulo, 1881 — Depois escreveu: — Estudos sociaes e litterarios. S. Paulo, 1882, 95 pags. in-8» — São artigos jâ publicados no Constituinte e na Gazeta do Povo, versando sobre o principio de autoridade e a liberdade humana; os reis e os povos ; a revolução; a prostituição e o adultério, etc. — Discurso pronunciado na defesa de A Ibérico De lascar de Souza Leite. Rio de Janeiro, 1886 — Trata-se de um dos crimes mais celebres no Rio de Janeiro. — Defesa Alberico (segunda). Rio de Janeiro, 1886. — Propaganda Republicana. Rio de Janeiro, 1889. D D a m i ã o B a r b o s a d e A r a ú j o — Filho de Francisco Barbosa de Araújo, nasceu a 27 de setembro de 1778, na villa, depois cidade de Itaparica, da Bahia, e falleceu pelo meiado do século actual. Seu pae, hábil sapateiro, era tão amante da musica que, não só a cultivava, como destinava para essa arte três filhos que tinha • mas como dous delles fallecessem, só Damião pôde realizar seus desejos e X>A 159 por fôrma tal, que mesmo na Bahia, sem escola, sem mestres, tornotí-se um musico notável, quanto o poderia ser naquella época. Na vinda do príncipe regente ao Rio de Janeiro, pôde elle obter um logar de addido á musica da brigada do dito príncipe, da qual foi depois chefe e compositor. No Rio de Janeiro não encontrou ainda conservatório, nem o esperado cultivo da arte. Procurou, porém, relacionar-se com os primeiros mestres, como José Maurício e Marcos Portugal; foi admittido na capella imperial como violino e foi mestre de uma banda de musica de menores. Escreveu em grande cópia : — Marchas e outras composições militares. — AríàS) duettos e coros para operas theatraes, que então se representavam na Bahia. — Árias, romances, concertos, etc, para salão; sendo ainda hoje apreciadas algumas de taes composições. — Quarttêto, offerecido ao ministro Antônio de Araújo. — A intriga amorosa, composição para canto, com lettra italiana. — Missa, offerecida ao Sr. D. Pedro I. — Missas e matinas (duas) offerecidas a João Baptista Lisboa— Para solemnidades da igreja ha varias composições suas, ainda em uso na Bahia. D a m i ã o d a H o r a — E' natural da Bahia, e ahi tem residência. No intuito de dedicar-se ao estado ecclesiastico, fez alguns estudos; mas não proseguiu riellea por mudar de resolução. Escreveu: — Traços biographicos do padre-mestre frei Antônio Itaparica. Bahia, 1879, 31 pags: in-8° — Refere-se o autor ao sábio franciscano, frei Antônio da Virgem Maria Itaparica. D a n i e l A r t j i u r H o r t a 0 ' L e a r y — Filho de Daniel Arthur O' Leary 6 de dona Mathilde da Silva Horta 0'Leary, nasceu em Sabarà, Minas Geraes, a 25 de agosto de 1836 e falleceu a 13 de março de 1884. Bacharel em direito, pela faculdade de S. Paulo, serviu na magistratura como promotor e depois juiz municipal em sua provincia e, vindo para o Rio de Janeiro em 1866, aqui exerceu no ministério da marinha o cargo de bibliothecario interino e o de primeiro offlcial do conselho natal, intérprete e archivista. Era cavalleiro da ordem da Rosa. Escreveu : — Regras para' prevenir os abalroamentos no alto mar. Traducção do original inglez. Rio de Janeiro, 1870,59 pags. in-8° com 4 160 DA D a n i e l G a r ç ã o d e M e l l o — Nasceu no ultimo quartel do século XVIII na antiga provincia do Pará, segundo uns, ou em Lisboa, segundo outros. 0 que é certo é que fizera sua educação litteraria em Portugal, de onde veiu para o Brazil com seu amigo Felippe Alberto Patroni, e que estabeleceu-se no Pará, quando foi acclam ida a independência, cuja causa abraçou, persistindo no império. Era tachygrapho f foi quem introduziu no Pará a primeira officina typographica que a provincia teve. Sua grande intimidade com Patroni fez que alguém suppuzesse serem da penna deste obras que escreveu e deu ao prelo, como : — Peças interessantes relativas á revolução effectuada no Pará, afim de se unir á sagrada causa da regeneração portugueza. Lisboa, 1821, 110 pags. in-8° — Redigiu : — O Indagador Constitucional (periódico político). Lisboa, 1821, in-fol. D a n i e l G a r d e r — Oriundo de família ingleza, não pude saber onde nasceu, nem quando falleceu. Doutor em medicina, foi professor de chimica da academia militar e ainda vivia no Rio de Janeiro em 1825. Escreveu: — Syllabus ou compêndio das lições de chimica com a protecção de sua alteza real, o príncipe regente de Portugal. Rio de Janeiro, 1810, in-4°. D a n i e l P e d r o M u l l e r — Filho de João Guilherme Christiano Muller, nasceu no mar, em viagem da Allemanha para Lis >oa, pelo anno de 1785 e falleceu em S. Paulo a 1 de agosto de 1841 no elevado posto de marechal de campo do exercito imperial, em que se reformara em 1838 com mais de 34 annos de serviço. Fez o curso de mathematicas em Lisboa com praça de cadete de artilharia e o concluiu com o posto de capitão, passando a servir como major na antiga provincia de S. Paulo, onde o çapitão-general Antônio José da França e Horta chamou-o para seu ajudante de ordens. Transferido para o corpo de engenheiros com a promoção ao posto immediato, foi um dos membros do governo provisório dessa provincia. Em 1825, já brigadeiro, militou na campanha de Buenos-Aires como ajudante general e commandante da praça, e depois de feita a paz, commandou no Rio de Janeiro a fortaleza de Santa Cruz. Não só cultivou as lettras, como também a pintura, tornando-se notável na perspectiva. Era membro do Instituto histórico, possuía diversas condecorações e escreveu uma collecção de cathecismos sobre diversos ramos dos conhecimentos humanos, dos DA 161 quaes publicou alguns, e outros ficaram inéditos. Tenho notícia das seguintes obras suas: — Princípios de grammatica da lingua portugueza. Rio de Janeiro, 18*. — Cathecísmo da religião christã. Rio de Janeiro, 18— Cathecísmo de arithmetica. Rio de Janeiro, 18*. — Cathecísmo de geographia. Rio de Janeiro, 18* — Estas quatro obras foram as primeiras que escreveu e que offereceu ao Instituto, donde desappareceram ! — Cathecísmo de mythologia. Rio de Janeiro, 1841. — Cathecísmo de historia natural. Rio de Janeiro, 1841. — Estatística da provincia de S. Paulo. S. Paulo, 1837 — Foi escripta por Incumbência do governo da provincia em 1836 e impressa por ordem do mesmo governo. — Mappa chorographico da provincia de S. Paulo — Este mappa foi gravado em Paris, donde chegou depois de ter o autor fallecido, em 1841, e é o mais exacto de todos os trabalhos deste gênero, até então publicados, da provincia de S. Paulo. Consta que deixara outras obras, promptas a irem ao prelo. D a r i o R a p h a e l C a l l a d o — Filho do general João Chrysostomo Callado, nasceu em Montevidéo, ainda provincia Cisplatina e sendo bacharel em sciencias sociaes e jurídicas pela faculdade de S. Paulo, entrou na carreira da magistratura como promotor da Estrella e foi eleito juiz de direito servindo como chefe de policia em Minas Geraes, depois no Rio Grande do Sul e por ultimo na corte. Neste cargo desappareceu elle em 1867, sem que se soubesse seu destino, suppondo-se ser o seu um cadáver que, quasi reduzido á ossada foi descoberto na caixa d'agua de Santa Thereza, alguns mezes depois, quando se procedia â lavagem da mesma caixa. Escreveu: — Projecto de regulamento para a venda e corte de gado no mercado da corte. Rio de Janeiro, 1867, in-4° — Ao projecto seguem o protesto do presidente da câmara municipal, que era então o Dr. João Baptista dos Santos, hoje Visconde de lbituruna; a informação do chefe de policia e por ultimo o voto do ministro do império, Marquez de Olinda. D a v i d B e n e d i c t o O t t o n i — Filho de Augusto Benedicto Ottoni e de dona Maria Carlota Ottoni e nascido na provincia, hoje Estado de Minas Geraes, é doutor em medicina pela faculdade da Bahia, tendo feito todo o curso na do Rio de Janeiro, e exerce a clinica nesse 162 DA Estado, dedicando-se com especialidade ao estudo da ophtalmologia. Escreveu: — Beriberí; Valor da docimacia pulmonar nas investigações medicolegaes; Do melhor tratamento das hydroceles da túnica vaginal; Phtisica pulmonar aguda: these inaugural. Bahia, 1879,123 pags. in-4*. — Ophtalmia, purulenta das crianças recém-nascidas. Rio de Janeiro, 1888, 31 pags. in-8°—Este opusculo.foi distribuído gratuitamente, prestando assim o autor um grande serviço á muitos « entes infelizes que vivem illudidos sobre a procedência de sua desgraça». Diz elle que muitas vezes tem ouvido as pobres victimas do deleixo dizerem: sou cego de nascimento, fazendo á natureza uma injustiça. — Nota sobre casos de syphilis ocular. Rio de Janeiro, 1888, in-8°— E' uma collecção de factos observados pelo autor numa excursão pelo Estado de Minas Geraes. D a v i d C o r r e i a S a n o h e s d e F r i a s — Brazileiro se declara elle ; si não de nascimento, é naturalisado. Nada mais sei a seu respeito. Escreveu: — O sello da roda, drama em três actos e um prólogo, extraindo do romance do mesmo titulo de Pedro Ivo. Pará, 1878 — Vi mais annunciada a seguinte producção sua: — Notas a lapís, passeios e digressões peninsulares. 1886. D a v i d d a F o n s e c a P i n t o — Natural de Cacheu, África portugueza, ahi falleceu pelo anno de 1850 ou pouco antes. Residindo no Brazil, adheriu à sua independência e viveu ainda alguns annos no Maranhão e depois no Rio de Janeiro, donde passou á Lisboa. Sendo então brazileiro adoptivo, não só figurou na imprensa política do reino, como entrou no funecionalismo publico, e servia no logar de seu nascimento, quando morreu. Escreveu : — Odes à S. M. I. o Sr. D. Pedro I — São duas odes, publicadas no livro «Fidelidade maranhense, demonstrada na sumptuosa festividade, que no dia 12 de outubro e seguintes fez a câmara da cidade de S. Luiz, Maranhão, 1826» pags. 63 a 95 e 106 a 110. — A' independência do Brazil: soneto — Idem, pag. 121. Redigia : — Minerva. Maranhão, 1825-1826, in-fol.— E' uma folha retrograda na opinião muito competente de Joaquim M. Serra. — Caramurú : Villa da Praia Grande, 1832, in-fol. — Chroníca Constitucional. Lisboa, 1834 — Cessou com a convenção de Évora Mente, em maio deste anno. — Diário da Câmara dos Deputados — Lisboa, 1839-1840. DA 163 D a v i d M o r e i r a C a l d a s — Nasceu na villa das Barras, provincia do Piauhy, a 26 de junho de 1835 e falleceu na cidade de*Therezina, capital da mesma provincia, ha poucos annos. Tendo feito alguns estudos de humanidades, serviu o cargo de oíflcial archivista da secretaria da presidência ; foi nomeado professor de historia e de geographia do lyceo de Therezina ; deu-se com fervor á estudos do estatística, mormente aos relativos á sua provincia e ás que lhe são limitrophes, e foi deputado á assembléa provincial em 1868. Escreveu: — Relatório da viagem feita de Therezina até á cidade da Parna* hyba pelo rio do mesmo nome, inclusive todo o seu delta, por ordem do presidente do Piauhy. Therezina, 1867, 126 pags. in-4°— Por esta mesma occasião levantou a — Planta da cidade de Therezina, 1867— Já existia desta cidade uma planta, cujo autor ignoro quem seja, a qual foi accrescentada e rectificada por Moreira Caldas, e é este o trabalho de que se trata. Neste mesmo anno fez elle a planta topographica do rio Parnahyba. — Oitenta e nove : monitor republicano do Piauhy sob a direcção de David Moreira. Therezina, 1873-1874, in-fol. — Onde foi impresso o Ferro em braza e de quem seja este novo periódico. Therezina, 1877, in-fol.— Esta publicação sahiu em diversos números, e o Ferro em braza foi uma folha que por essa época ahi se publicou. Desse autor ha um — Diccionario histórico e geographico do Piauhy — que elle, quando falleceu, acabava de escrever, e deve existir em poder de algum parente ou amigo. F r . D a v i d d o s R e i s — Nasceu no recôncavo da Bahia em 1698 e falleceu pelo anno de 1761, sendo religioso da ordem seraphica de S. Francisco, professo no convento de Paraguassú a 6 de janeiro de 1718.1 Foi muito applicado aos estudos superiores ; leccionou artes no convento da Bahia por três annos e dahi passou para o de Olinda, em Pernambuco, onde leccionou theologia nove annos. Sendo distincto orador sagrado, apenas publicou: — Sermão da profissão de soror Justina de SanfAnna, pregado no convento da Lapa da cidade da Bahia. Lisboa, 1755, in-4°. D a v i n o N o m i s i o d e A q u i n o — Filho do major Manoel Thomaz de Aquino e de dona Clara Maria de Mello Aquino, nasceu na cidade de Própria, do actual Estado de Sergipe, é doutor em medicina pela faculdade da Bahia e foi deputado áassembléa do mesmo Eestado, 164 DiU então provincia. Collaborou em vários periódicos, como o Collegíaly Lince, Liberal, e outros, todos de Sergipe, e escreveu : — Nenia escripta por occasião da morte de uma joven esposa. Bahia, 1879, 16 pags. |in-12°. — Feridas envenenadas (dissertação) ; Apreciação dos meios empregados na cura dos estreitamentos da urethra ; Juizo critico acerca dos extractos pharmaceuticos ; Heranças pathologicas : these apresentada, etc. Bahia. 1880, 72 pags. in-4° gr. D. Delfina Benigna da C u n h a — Filha do capitão- mór Joaquim Ferreira da Cunha Sá e Menezes e de dona Maria de Paula e Cunha, nasceu na villa de S. José do Norte, da antiga provincia do Rio Grande do Sul, a 17 de junho de 1791, e falleceu a 13 de abril de 1857. Cega desde a idade de 20 mezes, em conseqüência do soffrimento de varíola, possuía uma intelligencia brilhante e conhecimentos pouco vulgares n'uma moça, sobretudo na época em que floresceu ; e foi tão favorecida das musas que aos doze annos compunha excellentes versos, distinguindo-se mais tarde como repentista. Em todas as suas composições, porém, se nota facilmente esse cunho do desgosto que lhe pungia a alma por não ver a luz. N'uma dellas, por exemplo, assim se exprime : Hoje, qual uma taboa no oceano Abandonada ao impeto das ondas E perdida para todos — tal me vejo ! Tudo careço, porque a luz é tudo. Dai-me l u z . . . dai-me luz, em vão vos peço ! Pois bem — o braço ao menos o, segura, Meus passos levarei á sepultura. São de sua penna.: — Poesias offerecidas ás senhoras rio-grandenses. Porto Alegre, 1834, in-8° — Precede o livro um soneto, servindo-lhe de introducção, no qual a autora patenteia os amargumes que traga em seu viver de trevas. — Poesias offerecidas às senhoras brazileiras por sua patrícia, etc. Rio de Janeiro, typ. Austral, 1838, 160 pags. in-12 —Houve outra edição no mesmo anno e no Rio de Janeiro, typ. Imperial e Constitucional de J. Villeneuve & C.a, 150 pags. in-8°, contendo mais uma quadra glozada. — Collecção de varias poesias (dedicadas á Imperatriz viuva). Rio de Janeiro, 1846, 191 pags. in-8° — Ainda ha algumas composições de dona Delfina, posteriormente escriptas e das mencionadas têm sido DE 165 algumas reproduzidas em diversas publicações, como o Florilegio da infância, a Selecta Brazileira, o Parnaso Brazileiro, etc. Encontrara-se dona Delfina com A. F. de Castilho, também poeta e cego, e depois de palestrarem e recitarem seus melhores versos, elle mostrando-se arrependido de haver escripto contra as mulheres, pediu-lhe que desculpasse aquellas palavras que tanto as feriam nos seus Ciúmes, proferidas pelo bardo—ao que ella immediatamente respondeu: « Não ha que desculpar ; o senhor o puniu assaz. « Então o que fiz, minha senhora ? Explique-se. « Afogou-o nas ondas do lago... D . D e l m i n d a S i l v e i r a d e S o u z a — Filha de José Silveira de Souza e de dona Caetana Silve' ra de Souza, e sobrinha do doutor João Silveira de Souza, de quem hei de occupar-me, nasceu na capital de Santa Catharina ; é uma distincta poetisa que tem publicado varias composições suas em folhas deste Estado, dos de S. Paulo, Rio Grande do Sul o Rio de Janeiro, bem como no Almanok de lembranças luso-brazileiro. Destas composições citarei: — Elegia á inesperada e consternadora morte da excelsa senhora D. Thereza Christina- Maria,, ex-imperatriz do Brazil — No citado Almanak para 1891, pags. 379 e 380. — Na convalescença — publicada em S. Paulo. D. Delminda vae dar ao prelo um livro de poesias inéditas com o titulo: — Crenças e phantasias — das quaes possuo um folheto de lettra sua, contendo as poesias: Deus; Mãe ; Vésper ; Saudade ; Minha infância; Não sei ; Duas flores; Recordações, que termina com os seguintes versos : Mas a flor dura um dia ; a bríza passa ; geme a rola ; suspira a briza pura, e morre a onda quando chega á praia.... E assim passa-se a quadrada ventura !... E da avezinha, que o voar ensaia, Rasga-se o peito contra a rocha dura ! Esse quaderno fecha-se com três escriptos em proza : Edelweis, conto instantâneo ; A volta do Sol depois da tempestade ; A flor do poeta. D e m e t r i o A c a c i o F e r n a n d e s d a C r u z — Natural da província de Pernambuco, nasceu a 9 de abril"de 1831. Principiou sua vida publica, com praça de cadete no segundo batalhão de artilharia a pé, estudando na antiga escola militar. Depois, porém, obtendo sua demissão do exercito, entrou para o serviço publico de 166 DE; fazenda, foi inspector da alfândega de Paranaguá e serviu como conferente na do Rio de Janeiro pelo menos de 1864 a 1871. Reside actualmente, segundo me consta, em Uruguayana, Estado do Rio Grande do Sul. Escreveu: — Apontamentos históricos, topographicos e doscriptivos da cidade de Paranaguá. Rio de Janeiro, 1863, dous tomos — Esta obra comprehende os tomos 11°, 123 pags. in-8° e 12°, 140 pags. in-8°, da Bibliotheca brazileira publicada por Quintino Bocayuva, e sobre ella sahiu um juizo critico no Constitucional em abril de 1863. Foi um dos redactores do — Commercio do Paraná: folha commercial, litteraria e noticiosa. Publicação hebdomadária. Proprietário e principal redactor Leocadio Pereira da Costa. Paranaguá, 1862 a 1863, in-fol.—Foi sua a redacção durante seu exercicio na provincia, continuando a folha depois disto. Ha ahi artigos seus sobre agricultura, navegação, política e interesses da provincia. D e m e t r i o C y r i a c o T o u r i u h o — Filho do commendador José Vicente Gonçalves Tourinho e de dona Francisca Guilhermina Pinto da Cunha Tourinho, nasceu na cidade da Bahia a 16 de março de 1826 e falleceu a 15 de abril de 1888, sendo doutor em medicina pela faculdade do Rio de Janeiro, onde estudou apenas o ultimo anno do respectivo curso; lente da pathologia da faculdade daquella cidade ; professor jubilado de grego do lyceo provincial; director do asylo do S. João de Deus, para alienados ; membro effectivo do conselho superior da instrucção publica; do conselho do Imperador; membro da academia nacional de medicina ; do instituto medico pernambucano ; do instituto histórico e geographico brazileiro ; da academia de sciencias médicas, e do instituto litterario da Bahia ; da sociedade Amante da instrucção e da sociedade propagadora das bollas artes do Rio de Janeiro; commendador da ordem de Christo. Foi deputado á assembléa de sua provincia por varias vezes; membro da antiga commissão de hygiene publica e desempenhou varias commíssões do governo imperial. Escreveu : — Antagonismo entre as febres paludosas e a thisica pulmonar: dissertação inaugural. Rio de Janeiro, 1847, in-4°. — Exposição breve do estado da epidemia reinante na cidade de Santo Amaro nos dias 25, 26 e 27 de agosto. Bahia, 1855, in-8° — Refere-se á epidemia de cholera-morbus que em Santo Amaro grassou de modo tal, que quasi toda a população foi acommettida da moléstia, todas as autoridades abandonaram a ei lado, e o numero dos mortos foi tal, que não se pôde proceder à inhumação ; foram incinerados. DE 167 — O auxilio fornecido pela escutação e percussão será sufflciente para o diagnostico das lesões do coração ? These de concurso para um logar de oppositor da faculdade de medicina. Bahia, 1857, in-4°. — Innervação: these apresentado no concurso á um logar de oppositor da secção medica. Bahia, 1859, in-4°. — Qual è a natureza da febre puerperal? Qual é o seu melhor tratamento ? These apresentada no concurso a um logar de oppositor da secção medica. Bahia, 1860, in-4°. — Funcção do grande sympathico : these apresentada no concurso ao logar de .'ente de physiologia. Bahia, 1865, in-4°. — Quaes as causas que mais concorrem para o desenvolvimento da hypoemia intertropical ? Sob o ponto de vista etiologico poder-se-ha determinar e achar relações entre essa affecção e a presença do anchylostomura duodenal ? These apresentada no concurso á cadeira de pathologia interna. Bahia, 1871,in-4°. — Memória histórica dos acontecimentos notáveis, occorridos no anno de 1870 na faculdade de medicina da Bahia. Rio de Janeiro, 1871, in-fol.— Acha-se também no relatório do ministério do império, deste anno, e na Gazeta Medica da Bahia, 1871-1872, pags. 105, 121, 137 e segs.— O Dr. Demetrio redigiu a — Gazeta Medica da Bahia, publicada por uma associação de facultativos. Bahia, 1871 a 1874— Esta revista, que se publica mensalmente em livretos, começou em 1830 sen.Io sou primeiro redactor o Dr. Virgílio Climaco Damasio, de quem farei menção e depois pelo Dr. Antônio Pacifico Pereira até sua viagem à Europa ( vejam-se estes nomes ). Notam-se ahi do Dr. Demetrio : — Os cryptogamas agentes das moléstias infectuosas. Investigações sobre as causas das febres palustros — No vol. de 1871-1872, pags. 30 e segs. — Breves considerações sobre a fundação do asylo de alienados na quinta-da Boa-Vista, denominado S. João de Deus. Carta dirigida á Mesa da Santa Casa da Misericórdia desta cidade (Bahia), eleita em junho de 1872 — No vol. de 1872-1873, pags. 23 e 40 e segs. Redigiu antes disto o — Diário da Bahia. Bahia, 1855 a 1857, in-fol. gr.— Esta folha, que nada tem com outra de igual titulo, muitos annos antes publicada namisma provincia, começou a publicar-se a 1 de janeiro de 1855» fundada e redigida pelo Dr. Demetrio e por seu cunhado, o Dr. Manuel Jesuino Ferreira (veja-se este nome). Ainda estudante foi um dos collaboradores do Crepúsculo, periódico instruetivo e 168 ~ ~ moral da sociedade Emulação litteraria da Bahia, a que pertencia e ahi publicou: — Nelly •• romance de Charles Dickens — no tomo 2o, pags. 15, 28, 45, 62, 75 e segs. — Madamede Stael — Idem, pags. 137, 164 a 185 e segs.— E mais estes trabalhos em prosa: — A imprema ; As lettras no Brazil; Monumentos; Reflexões sobre a mulher — no tomo I o , pags. 94 e 186, e íomo 2o, pags. 18 e 120 e segs. — Ballata imitada de Lewis e Castilho — no tomo I o , pags. 182 a 185— E mais estas poesias : — O paricrida, ode ; A andorinha mensageira de Eurico Meyer; A innocencia ( á L e l i a ) — no dito tomo, pags. 162, e tomo 2 o , pags. 122 e 134 e segs. D e m e t r i o N u n e s R i b e i r o — Natural do Estado do Rio Grande do Sul, é bacharel em sciencias physicas e mathematicas pela escola central e professor de sciencias naluraes da escola normal de Porto Alegre. Conhecido por suas idéas democráticas e pela nobreza de seu caracter, foi o primeiro nomeado pelo governo provisório dos Estados Unidos do Brazil para ministro dos negócios da agricultura, commercio e obras publicas por occasião de ser proclamada a Republica, mas por muito pouco tempo geriu essa pasta, pedindo exoneração do cargo e sendo depois eleito deputado ao congresso nacional. E' um dos redactores da — Federação. Porto Alegre, 1890 e 1891 — e escreveu: — Curso elementar de arithmetica. l a p ' . r t e : Arithmetica parv as escolas. Pelotas, 1881. — Segunda edição, Pelotas, 1883, 120 pags. in-8°, sendo cada exemplar numerado e rubricado pelo autor. — Curso elementar de arithmetica. 2a- parte: Arithmetica elementar. Pelotas, 1882, 190 pags. in-8". D e o c l e c i a n o l í a m o s — Filho do capitão Deocleciano Casimiro Ramos e de dona Maria Emilia da Silva Ramose natural da Bahia, é doutor em medicina e adjunto de clinica cirúrgica na faculdade deste Estado, e escreveu: — Doutrina da pyemia ; Considerações acerca da eclampsia e seu tratamento; Valor do exame da urina nas moléstias de figado ; Phenomenos capillares e suas leis: these inaugural. Bahia, 1881, 51 pags. in-4°. — Indicações obstetricas nos casos do estreitamento da bacia : these D E 163 de concurso para lente cathedratico de clínica obstetrica e gynecologica. Bahia, 1885, 53 pags. in-4°. — Discurso proferido no acto da collação do gráo, etc. em 14 de dezembro de 1881, mandado imprimir por seus collegas. Bahia, 1881, 12 pags. in-4°. — Boletim geral de medicina e cirurgia. Bahia 1887 — E' destinada esta revista á registrar o movimento medico do Brazil e dos paizes mais adiantados, sendo o Dr. D-ocleciano Ramos seu principal redactor, com os Drs. F . Braulio Pereira, Alfredo Brito, Almeida Couto, Victorino Pereira e Virgílio Damasio. D e o c l e c i a n o J ú l i o P e g a d o — Filho docapifão Augusto Júlio Pegado e de dona Emilia Augusta Pegado, nasceu em Pirahy, provincia do Rio de Janeiro, a 3 de julho de 1851. Doutor em medicina pela faculdade da capital federal, formado em 1877, antes disto — em 1873, prestou perante a instrucção publica exames de latim e de francez com o fim de habilitar-se para o magistério e leccionou essas matérias em diversos collegios. Depois de doutorado deu-se exclusivamente ao exercicio de sua profissão, demorando-se no Riacho Novo, município e freguezia de Valença, na dita provincia e, desde estudante tem sabido amenisar as asperezas da sciencia á que dedicou-se, cultivando a litteratura amena. Escreveu: — Vespertinas : poesias. Rio de Janeiro, 1876, in-8\ — De insania puerperalí: De infanticidio ; De entropio et de ectropio ; De medicatione tônica: thesis, quam facultate medico fluminensi ad medicina doctoris gradum obtinendum, e t c — Fluvii Januaríí, 1877, 65 pags. ín-4°. — A Dosimetria perante a therapeutica. Breve discussão sobre o systema do Dr. Burggraeve: memória offerecida á imperial academia de medicina. Valença, 1881, 24 pags. in-8° — A emancipação dos ingênuos : serie de artigos publicados no Tempo, periódico de Valença, 1881 — Fazendo parte da redacção deste periódico, ahi o Dr. Pegado escreveu, além de artigos sobre a educação dos iugenuos. sobre eleição clirecta e sobre outros assumptos, o seguinte: — Duas palavras sobre a catalepsia — Sei que ainda tem alguns trabalhos inéditos, como: — Sete annos perdidos: romance. — A educarão feminina sob o ponto de vista physico, moral e intellectual: dissertação. Deolindo Américo do Brazil Pontes— Natural 170 JL»X da Bahia e ahi fallecido pelo anno de 1867, foi professor do gymnasio bahiano, e escreveu : — Poesias. Bahia, 1860, in-8°. — Poesia recitada na occasião do festim no gymnasio bahiano em applauso á nomeação do senhor doutor padre Antônio de Macedo Costa, professor de historia e religião do mesmo estabelecimento, para bispo do Pará. Bahia, 1860, 9 pags. in-8". — Canto ao dia, 9 de setembro de 1860, anniversario natalicio do lllm. Sr. Dr. Abilío César Borges— Vem nas « Poesias offerecidas ao Dr. Abilío César Borges, etc, Bahia, 1860 » pags. 3 a 6. — Ao immortal Dous de julho : canto recitado a 3 do mesmo mez no Outeiro dos alumnos do gymnasio bahiano ; Ao dia Sete de setembro — Nas « Poesias o allocuções recitadas nos Outeiros do gymnasio bahiano ou festas litterarias patrióticas havidas no mesmo gymnasio a 2 de julho e 7 de setembro do corrente anno. Bahia, 1860 » pags. 12 a 16 e 29 a 33. D e r m e v a l J o s é d a F o n s e c a — Filho de Ladislau José da Fonseca e nascido na cidade de Rezende a 23 de março de 1852, é doutor em medicina pela faculdade do Rio de Janeiro, e cavalleiro da ordem da Rosa, Sendo delegado da inspectoria geral de hygiene foi eleito senador do Estado do Rio de Janeiro em 1891. Serviu depois de sua formatura como ajudante do director da bibliotheca da mencionada faculdade e por duas vezes tem viajado pela Europa. Faz parte da redacção da — Gazela de Noticias. Rio de Janeiro — Esta folha está no seu 18° anno de existência, começando sua publicação a 2 de agosto de 1875. Escreveu : — Phlhisica pulmonar aguda; Das quinas; Apparaího ua respiração ; Do diagnostico diUarencial das moléstias chronicas do encephalo : these apresentada, etc. Rio de Janeiro, 1879, 168 pags. in-4°. — O padeiro de Sorocaba... — Nunca pude ver esse trabalho. — Madame TorpilU, modista para ambos os sexos, rua do Ouvidor 69 A : vaudeviüe em dous actos— Foi escripto de collaboração com Soares de Souza Júnior, e levado á scena no theatro SanfAnna, a 17 de agosto de 1888. D i d i r n o A g a p i t o d a "Veiga, Io — Filho do conselheiro João José da Veiga e de dona Eugenia da Veiga, nasceu, segundo me affirma pessoa muito competente, no Rio de Janeiro ou, segundo vejo na lista geral dos bacharéis e doutores que têm obtido o grão no curso Dl 171 jurídico da faculdade de S. Paulo, em Portugal a 9 de março de 1818. Bacharel por esta faculdade, formado em 1842, e moço fidalgo da extincta casa imperial, seguiu a carreira da magistratura, na qual subiu até o cargo de desembargador — e escreveu: — Manual das custas do processo, contendo o regulamento de 3 de março de 1855 e a legislação relativa, explicando, modificando, e ampliando; offerecido aos juizes, escrivães e contadores do foro. Paris, 1868, 141 pags. in-8°. — Processo da fallencia, coordenado conforme o Código do commercio e as ultimas leis, decretos e avisos publicados. Rio de Janeiro, 1869, KO pags. in-8°—A respeito deste livro se pronunciou, louvando-o, a Revista Jurídica, tomo 6o, pag. 248. — O amigo e conselheiro dos commerciantes : obra popular, accessivel a todas as comprehensões, contendo o Código completo do commercio com a explicação minuciosa e succinta de todas as disposições que lhe são relativos, de todos os pontos duvidosos a negociantes, que por esse meio adquirirão facilmente um perfeito e exacto conhecimento de todas as cláusulas do Código commercial. Rio de Janeiro, 1873,2 tomos, 400-413 pags. in-8°. D i d i m o A g - a p i t o d a " V e i g a , 2° — Filho do precedente o de dona Francisca Osório da Veiga, nasceu a 28 de junho de 1847 no Rio de J ineiro. Como seu pae, bacharel em sciencias sociaes e jurídicas pela faculdade de S. Paulo, onde terminou o curso em 1868, como elle dedicou-se á magistratura, servindo um logar de juiz municipal em S. João da Barra, e depois o de juiz de orphãos de Campos, na provincia do Rio de Janeiro, do qual pissou a juiz de direito de Itapemirim na do Espirito Santo, onde entrou em exercicio a 25 de abril do 1876, sendo o primeiro juiz de direito que teve essa comarca. Pelo governo da Republica foi nomeado em 1891 procurador fiscal do thesouro nacional. Foi um dos jovens que durante o curso acadêmico mais se distinguiram, não só por sua applicação ás sciencias jurídicas» como por ser um dos mais mimosos cultores das lettras amenas. Escreveu: — Direito criminal. Da tentativa e da cumplicidade. Rio de Janeiro, 1871, in-8». — Direito criminal. Da autoria. Rio de Janeiro, 1876, in-8°. — A lei do recrutamento de 26 de setembro de 1874, annotada com os decretos, avisos e circulares, que lhe .dizem respeito; seguida dos regulamentos que baixaram com os decretos n. 5831 de 27 de fevereiro de 1875 e n. 5914 de 1 de maio do mesmo anno, e de um índice alphabetico 172 D l para facilitar a consulta. Rio de Janeiro, 1876, 285 pags. in-8°, com 7 mappas e modelos. — Primeiras linhas sobre o processo orphanologico por José Pereira de Carvalho: nova edição, extensa e cuidadosamente annotada com toda legislação, jurisprudência dos tribunaes superiores e discussão doutrinai das questões mais controvertidas do direito civil pátrio com applicação ao juizo orphanologico. Rio de Janeiro, 1879-1880, 2 vols. in-8° — E' a 3 a edição da obra de J . P de Carvalho. —Marcas de fabricas. Decreto legislativo n. 2682 de 23 de outubro de 1875, annotado com toda legislação brazileira e estrangeira, jurisprudência dos tribunaes nacionaes e francezes, consultas do conselho de estado e doutrina referente ao assumpto. Rio de Janeiro, 1877, 187 pags. in-8°. — As servidões reaes : estudo de direito civil. Rio de Janeiro, 1887, in-8°— A obra ó dividida em três partes, em que se trata: da doutrina geral sobre as servidões, das servidões urbanas e das ruraes. — Commentario da lei das sociedades anonymas. Rio de Janeiro, 1888, in-8°— E' um grosso volume em que se elucidam muitos pontos e questões, a que a interpretação dessa lei pôde dar logar. — Registro civil. Annotações ao decreto de 7 de março de 1888. Rio de Janeiro, 1889, in-8° — Ondinas : poesias. Rio de Janeiro, 1868, 156 pags. in-8° — Este livro é dividido em duas partes: Miragens e vozes d'alma. São versos que o autor compuzera desde seu primeiro anno acadêmico ; são versos cheios de imaginação, de viva e enérgica inspiração e de que alguns já haviam sido publicados em 186G no volume « Retratos biographicos de acadêmicos contemporâneos.» (Veja-se Antero Ferreira de Ávila.) — Palmas e louros. O. D. C. á Sua Magestade o Imperador, à incuta armada, ao heróico exercito. Rio de Janeiro, 1869, in-8°. — Mariposas : poesias. Rio de Janeiro, 1870, in-8° — Lery dos Santos, no seu Pantheon fluminense fazendo menção deste poeta, refere-se particularmente a diversas composições suas como o poemêto americano Jacyara, que vem publicado no volume Ondinas, o diz que elle publicara um romance, que não conheço. Ainda estudante, collaborou para o Archivo Jurídico e Litterario e para a Imprensa Acadêmica, e redigiu : — A Crença. S. Paulo, 1864, in-fol.— Nunca a vi. — Palestra acadêmica : revista scientifica e litteraria. Publicação mensal sob a direcção de Cândido Leitão, Didimo da Veiga e Leoncio de Carvalho, S. Paulo, 1866, in-4». Dl 173 D i o g e n e s A . O . D o u r a d o — Natural da Bahia, segundo elle mesmo o declara, é um autor que só conheço por ver a sua: — Gracínda, ou um amigo pérfido: drama em um acto, original. Rio de Janeiro, 1877, 30 pags. in-8". D i o g o A n t ô n i o F e i j ó — Nascido na cidade de S. Paulo a 17 de agosto de 1784 e ahi fallecido a 9 de novembro de 1843, não conheceu seus pães, porque estes o lançaram à porta de uma alma caridosa que o acolheu, educou-o como a um filho até receber ordens de presbytero em 1807. E esse homem, assim abandonado ao ver a luz, por seu distincto mérito subiu á altura, á que nenhum brazileiro havia chegado, qual a de reger o império na menoridade de D. Pedro II ! Dedicou-se ao ensino de latim, rhetorica e philosophia até que foi eleito deputado ás cortes portuguezas, onde em notável discurso pugnou pelos direitos do Brazil, feridos pela constituinte. Deputado á primeira legislatura brazileira, sustentou o projecto do Dr. A. F. França, propondo a abolição do celibato clerical, e apresentou um voto em separado. Ministro da justiça em 1831, suffocou energicamente conspirações e revoltas e deixou o poder por cahir no senado a suspenção da tutoria dos príncipes à cargo de José Bonifácio. Foi depois eleito senador pelo Rio de Janeiro em duas eleições consecutivas por ser annullada a primeira, e finalmente o primeiro regente, único, do império em 1835, cargo que renunciou em outubro de 1837. Eleito bispo de Marianna por morte de D. frei José da SS. Trindade, não acceitou a mitra, sinão por modéstia, por conjecturar que não seria confirmado pelo papa por causa de sua attitude na câmara dos deputados em relação ao celibato dos padres. Gran-cruz da ordem do Cruzeiro, já velho e pobre, obteve uma pensão annual de 4:000$ em junho de 1841, da qual pouco tempo se utilisou por fallecer dous annos depois. Finalmente, compromettendo-se na revolução de S. Paulo de 1842, foi preso e esteve alguns mezes detido na provincia do Espirito Santo. Ha diversos escriptos acerca do padre Feijó: do conego Geraldo Leite Bastos, do Barão Homem de Mello, de José Marcellino Pereira de Vasconcellos (na sua Selecta Braziliense), do Dr. J. M. de Macedo (no seu Anno Biographico) e do senador Cândido Mendes de Almeida que na apreciação das qualidades nobres de Feijó se afasta de todos os outros quando se exprime: « O seu nome por si só é uma revolução. Em matéria religiosa seu nome significa scisma, heresia e insubordinação ecclesiastica ». Escreveu : — Discurso pronunciado na assembléa constituinte de Lisboa a 15 de abril de 1821. Lisboa, 1821— E' um notável discurso em que se defen- 174 dem os direitos do Brazil, ameaçados pela maioria da constituinte portugueza. — Voto como membro da commissão do ecclesiastico sobre a indicação do sr. deputado Ferreira França, em que se propõe que o clero do Brazil seja casado. Rio de Janeiro, 1827. — Resposta às parvoices, absurdos, impiedades e contradicções do sr. padre Luiz Gonçalves dos Santos na sua obra intitulada « Defesa do celibato clerical contra o voto em separado do padre Diogo Antônio Feijó». Rio de Janeiro, 1827, in-4° — Como se vê deste escripto, foi contestado o voto de Feijó ; seguindo-se ainda uma replica do padre Gonçalves dos Santos, escreveu elle: — Demonstração da necessidade da abolição do celibato clerical, pela assembléa geral do Brazil, e de sua verdadeira e legitima competência nesta matéria. Rio de Janeiro, 1828, 76 pags. m-4"— Esta obra foi impressa em 1879, no periódico O Novo Mundo, com o titulo O celibato clerical, pelo deputado padre Diogo Antônio Feijó, e teve nova edição em S. Paulo, em 1887. Se disse que depois de 1838 o autor se retractara das idéas que emittira ; isso não é verdade. Elle morreu com suas idéas, e estas, comquanto nunca podesse ler seus escriptos sobre o assumpto, á meu ver, eram muito sensatas, porque Deus imprimiu na natureza á inclinação de um sexo para outro, mesmo antes do peccado original, e para isso instituiu o matrimônio. Para o homem privar-se das inclinações, das potências naturaes, quer da alma, quer do corpo, é preciso expresso mandato divino ; e do celibato e da virgindade não ha mais do que um conselho, como disse S. Pedro : « De virginibus proeceptum Domini non habeo, consilium autem do». Este conselho não pode ligar-se por voto ou lei para ser observado, transformando a sua natureza e elevando-o á preceito. Nem entre as próprias virtudes moraes pôde estar incluído o celibato ou a virgindade, porque virtudes moraes ou naturaes são as que encontram disposição na natureza e a disposição natural lhe é inteiramente con» traria. Demais, cada virtude oppõe-se a um vicio ou desordem natural, assim como cada vicio se oppõe a uma virtude, entretanto que ao celibato ou virgindade só se oppõe o matrimônio ou a instituição divina para satisfação da inclinação impressa por Deus na natureza. Pensando certamente como eu penso, Feijó queria com o casamento clerical acabar a desordem, o escândalo e o funesto exemplo que resultam da lei do celibato. A prova disso, e de que morreu com suas idéas, está nas seguintes palavras de seu testamento.- « Tudo quanto tenho dito e escripto sobre a disciplina da igreja, tem sido por zelo e affecto á mesma igreja, e desejo que se removam os obstáculos que a D l 175 experiência mostra haverem na mesma à salvação dos fieis. > O homem que assim se exprime em momento tão solemne, não pôde ser accusado de insubordinação ecclesiastica, e ainda menos por um defensor de bispos que calcam aos pés caprichosamente as leis da igreja, como a que ordena o concurso para a collação dos p trochos, e matam assim as verdadeiras vocações para o estado ecclesiastico. Outras publicações appareceram ainda contestando as iléas do padre Feijó, como : 0 celibato clerical, sustentado por um camponez, na correspondência que imprimiu em o n. 77 d.o Pharol Paulistano, e t c , Rio de Janeiro, 1828 e « Causa da religião e disciplina ecclesiastica cle» rical, defendida da inconstitucional tentativa do padre Diogo Antônio Feijó», Rio de Janeiro, 1828. Este segundo escripto, da penna de José da Silva Lisboa, Visconde de Cayrú, foi reproduzido, no Guaripocaba, periódico da cidade de Bragança, em S. Paulo, de 1880 a 1881. — Manifesto aos brazileiros. Rio de Janeiro, 1837 — E' uma publicação feita quando o autor passou a regência do império à Pedro de Araújo Lima, depois Marquez de Olinda. E' um documento histórico de maior importância e de grande elevação de sentimentos. — Resposta dada no senado sobre a pronuncia de cabeça de rebellião, contra elle proferida pelo chefe de policia da provincia de S. Paulo, J. A. G, de Menezes, no processo de revolta de 17 de maio de 1842. Rio de Janeiro, 1843, 13 pags. in-4° — O retrato do homem de honra e verdadeiro sábio — Sahiu no Almanak litterario de S. Paulo para 1880, pags. 107 a 117 — Fora presenteado este eScripto pelo autor ao cirurgião-mór Francisco Mariano da Costa que conservava o autographo como lembrança de um amigo. O padre Feijó collaborou também em vários órgãos da imprensa política e redigiu : — O Justiceiro. S. Paulo, 1834-1835, in-fol. — O Paulista: jornal do governo provisório, installado em Sorocaba em 1842. Sorocaba, 1842 — O Io numero sahiu a 27 de maio, e o ultimo após a entrada das forças commandadas pelo Barão de Caxias. Foi fundado com a proclamàção do brigadeiro Raphael Tobias de Aguiar para presidente interino da provincia na rebellião deste anno. No Almanak de S. Paulo para 1877, pags. 147 a 150, depois de uma noticia desta folha, se acham alguns artigos escriptos pelo padre Feijó, e a ella destinadas, os quaes existiam em poder do mencionado cirurgião-mór Miguel Dutra. Diogo Arouche de Moraes L a r a — Filho do te- cente-general José Arouche de Toledo Rendon de quem occupâr-me- 176 Dl hei adiante, nasceu em S. Paulo no anno de 1789 e falleceu em 1819. Com praça na legião dos voluntários reaes do S. Paulo, marchou para a provincia do Rio Grande do Sul, então em campanha, entrou em vários combates e, como parlamentario foi por diversas vezes ao campo inimigo, demonstrando tanta intrepidez e circumspecção, quanto valor nas pelejas demonstrava. Dissolvido o exercito, já com o posto de capitão foi nomeado director do arsenal de guerra de Porto Alegre e neste cargo, rompendo em 1816 a nova campanha de Artigas e voltando para ella a legião paulista, reuniu-se elle, à seu pedido, aos antigos companheiros de armas, entrou com estes na batalha de Catalã, onde portou-se heroicamente, penetrando á frente de alguns bravos n'um bosque em que se entrincheirara o inimigo, e obrigando-o à render-se com mais de duzentos presioneiros. Em 1819, sendo tenente-coronel, marchou ainda contra as forças de Artigas que, em numero mais que duplo invadira as Missões da margem esquerda do Uruguay, bateu-as e, de animo resoluto á pôr termo á nova campanha, obtida a permissão do general em chefe, tendo atacado e desalojado o inimigo das posições occupadas, quando procurava descançar das fadigas, este com novos reforços fez-lhe uma forte surpreza com descargas de fusilaria, e ahi foi elle com outros bravos gravemente ferido, e falleceu em poucas horas. Escreveu : — Memória da campanha de 1816 com a exposição dos acontecimentos militares das fronteiras de Missões e Rio Pardo da capitania do Rio Grande de S. Pedro do Sul, etc. escripta em 1817—Foi publicada na «Revista do Instituto», tomo 7°, pags. 125 a 177. — Apêndice á Memória da campanha de 1816 —Idern, pags. 273 a 328, seguido de um mappa desdobrável da batalha de Catalã, do ataque do potreiro de Arapehy e da batalha de S. Borja. D i o g o D u a r t e e S i l v a — Filho de Diogo Romualdo da Silva e de dona Anna Victoria da Silva, nasceu em Setúbal, reino de Portugal, a 10 de julho de 1779 e falleceu no Rio de Janeiro a 24 de maio de 1857, sendo do conselho do Imperador, membro da directoria do banco do Brazil e cavalleiro da ordem de Christo. Muito joven veiu para o Brazil, por cuja independência trabalhou, achando-se então no exercicio do cargo de delegado na junta de fazenda da capitania de Santa Catharina. Foi depois secretario do governo e inspector da thesouraria provincial; deputado à constituinte brazileira e nas três primeiras legsilaturas geraes e, finalmente, nomeado secretario do banco do Brazil por occasião da fundação desse banco. Escreveu: — Elogio que ao muito alto e poderoso Sr. D. João VI, rei do reino Dl 177 unido de Portugal, e do Brazil e Algarves, por occasião de sua faustissima e tão desejada acelamação O. D. C, etc. Rio de Janeiro, 1818, 5 pags. in-4°. — Soneto ofierecido á S. A. R. o príncipe regente. Rio de Janeiro, 1821—Foi publicado em folha avulsa. — Versos que na occasião de celebrar o corpo do commercio na ilha de Santa Catharina e haver-se alli jurado a Constituição, recitou seu autor, Diogo Duarte e Silva. Dados ao publico por um amigo da Constituição e do autor. Rio de Janeiro, 1821, 14 pags. in-4° — Contém o opusculo: um elogio, um hymno, duas odes e dous sonetos. — Poemas que recitou, celebrando a junta do governo de Santa Catharina a independência do Brazil e a desejada acelamação de S. M. I no faustissimo dia 12 de outubro. Rio de Janeiro, 1823, 24 pags. in-4° — Antes do titulo lê-se no rosto do volume:« Ao muito alto e constitucional Imperador do Brazil, o Sr. D. Pedro I, O. D. e C. Diogo Duarte e Silva. » D i o g o d e C o e s L a r a d e A n d r a d e — Nascido no Rio de Janeiro no ultimo quartel do soculo XVIII, falleceu om Setúbal, Portugal, a 3 de abril de 1844, em serviço deste reino, onde se achava pela independência, e onde exorceu o cargo de director da bibliotheca publica do Porto, o de juiz da alfândega de Faial, e por ultimo o de director das alfândegas do Sul. Escreveu: — Lições de direito publico constitucional, para uso das escolas da Hespanha, pelo dr. Ramon Salas, traduzidas do hespanhol em portuguez com varias notas. Lisboa, 1822, 222 pags. in-8°— Ha segunda edição do Rio de Janeiro, typ. de R. Ogier, 1831, 222 pags. in-4° ; terceira edição de Olinda, typ. de Pinheiro Faria & C , 1831, in-4°, e quarta como titulo de segunda, de Lisboa, 1835, in-4°. — Traducção de varias obras do sábio jurisconsulto J. Benthan, vertidas do inglez na lingua portugueza por mandado do soberano congresso das cortes geraes extraordinárias e constituintes da mesma nação. Lisboa, 1822, 2 vols., 344 e 313 pags. in-4°— Consta o 1» tomo da theoria das penas legaes ; o 2o da theoria dos prêmios. Em conseqüência da queda do governo constitucional deixou de ser continuada a traducção das obras de Benthan. — Reflexões políticas. Angra, 1831, 52 pags. in-8"— Segunda edição, Porto, 1834, 48 pags. in-8". — Da responsabilidade e das garantias dos agentes do Poder. Lisboa, 1842, 192 pags. in-8°— Lara de Andrade redigiu o — Diário do Governo. Lisboa, 1821 a 1823, in-fol —Começou elle seu encargo em abril daquelle anno e foi até 12 de junho deste. 178 DJ. D i o g o C o m e s C a r n e i r o — Nascido no Rio de Janeiro a 9 de fevereiro de 1618 e não de 1628, como querem Balthazar da Silva Lisboa e o Dr. Macedo, falleceu em Lisboa a 26 de fevereiro de 1676, sendo doutor em leis pela universidade de Coimbra e chronista-mór dos estados do Brazil, cargo que serviu depois de haver por muitos annos exercido o de secretario do Marquez de Aguiar. Foi um homem de muito merecimento, versado nas principaes línguas da Europa, na historia do novo continente americano, na poesia e em varias sciencias. Escreveu: — Oração apodixica aos scismaticos da pátria ; offerecida á Francisco Lucena. Lisboa, 1641, 38 pags. in-4°. — Historia da guerra dos Tartaros, em que se refere como invadiram o império da China e o têm quasi todo occupado. Lisboa 1657, in-12° — E' uma traducção do original latino, do padre Martin Martinez. — Historia do capuchinho escossez, escripta em toscano por monsenhor João Bautista Ranuccio, príncipe e arcebispo de Ferno, traduzida na lingua portugueza. Offerece-a à senhora dona Ignez Antonia de Tavora o Dr. Diogo Gomes Carneiro. Lisboa, 1657, in-12° — A segunda parte desta obra foi publicada em 1667, por D. frei Christovam de Almeida, bispo titular de Martyria e vigário geral do arcebispado de Lisboa, isso quando já não existiam exemplares da primeira parte á venda, como diz este n'uma nota ao livro. — Instrucção para bem crer, bem obrar e bem pedir em cinco tratados do padre João Euzebio Nieremberg, da companhia de Jesus ; traduzida do castelhano, à que se juntam mais dous tratados, das regras de viver christãmente. Lisboa, 1658, in-12°. — Memorial da pratica do Montante etc.— Inédito. O manuscripto estava no collegio da Companhia de Évora, segundo affirma Bento Farinha. — Epigramma latino — Vem nas « Memórias fúnebres » de dona Maria de Athaide. Lisboa, 1650, pag. 85. D i o g o G r a s s o u T i n o c o - N ã o sei em que logar do Brazil nasceu. Sei que è brazileiro, porque o affirma para mim a autoridade mais competente, o Visconde de Porto Seguro, incluindo seu nome no Florilegio da poesia brazileira, sem entretanto mencionar alguma das particularidades que lhe são relativas. Só nos diz que Grasson Tinoco escrevera: — Descobrimento das esmeraldas: poema. 1689 — E desta obra Dl 179 transcreve duas estâncias, isto é: Partida de Fernão Dias Paes e o índio do lago Vupabussú que Tinoco descrevcassim : Era o silvestre moço valoroso Sobre nervudo, de perfídia alheio ; O gesto respirava um ar brioso Que nunca conhecera o vão receio ; Pintado de urucú vinha pomposo, E o lábio baixo roto pelo meio, Com três pennas de arara, laureado De flechas, de arco, e de garrote armado. D . D i o g o d e J e s u s J a r d i m , 11° bispo de Pernambuco — Nasceu em Sabara, Minas Geraes e falleceu em Elvas, Portugal, a 31 de dezembro de 1796. Sendo religioso da ordem de S. Jeronymo, professo em Portugal, foi nomeado por dona Maria 1 bispo de Pernambuco a 11 de maio de 1784, confirmado por Pio VI a 14 de fevereiro de 1785 e sagrado a 17 de abril do mesmo anno. A 16 de maio do 1793 foi obrigado por soffrimentos physicos a ir á Lisboa, donde não tornou ao Brazil por haver sido trasladado para o arcebispado de Elvas a 21 de fevereiro de 1794. Foi de uma caridade excessiva : todo dinheiro de que podia dispor, distribuía em esmolas á pobreza e em donativos á estabelecimentos pios ou à egrejas. Escreveu varias pastoraes, mas só tenho noticia das seguintes: — Pastoral recommendando o bom regimen das freguezias e o zelo no esplendor do culto divino. 1786 — Fui uma das primeiras ou talvez a primeira que escreveu, apenas chegado á diocese. — Pastoral ordenando que no dia daSS. Trindade de todos os annos tivesse logar na cathedr.il e nas matrizes a solemnidade e renovação dos votos do baptismo, e concedendo indulgências ás pessoas que assistissem ao acto religioso. 1788— E' datada de 17 de abril. — Pastoral ordenando que os sacerdotes na celebração da missa recitassem a oração « ad petendam pluviam » e que se fizessem preces publicas nas respectivas igrejas. 1792 — Uma sccca flagellava então a diocese. D i o g o J o r g e d e 13 r i t t o — Falleceu poucos annos depois da independência, no elevado posto de chefe de esquadra da armada. Sendo capitão de mar e guerra quando fui proclamada a independência, foi um dos membros da commissão nomeada por dom Pedro l, afim de tratar de todos os objectos que lhe fossem propostos pelo respectivo ministro, e incumbida de conhecer, escrupulosamente investigar e informar-lhe da conduetae adhesão dos offlciaes á causa do Brazil, etc. Nomeado commandante dos guardas-marinha e director da academia a 180 Dl 29 de outubro de 1823, foi quem recebeu daquelles o do pessoal da academia, a 7 de abril de 1824, o juramento á constituição. Entrou na organização ministerial de 20 de novembro de 1827 com a pasta da marinha, que geriu até 30 de maio do anno seguinte, e escreveu diversos trabalhos offlciaes, uns publicados e outros inéditos, como: — Relatório do ministério da marinha no anno de 1828. Rio de Janeiro, 1828, in-4°. — Methodo que se seguiu no trabalho hydrographico da Planta do porto do Rio de Janeiro, levantada em 1810 — Existe no Archivo militar o autographo datado de 1811, 7 fls. — Roteiro do porto de Pernambuco ou instrucções náuticas para uso e intelligencia do Plano do mesmo porto. Anno de 1816 — Dona Antonia R. de Carvalho possue uma cópia de 27 pags. in-4°, que esteve na exposição de historia pátria em 1880. — Planta hydrographíca do porto de Pernambuco, levantada por 0rdem de Sua Magestade, sendo ministro da marinha o Conde da Barca. Anno de 1816—Esteve na mesma exposição. — Planta hydrographíca do porto do Rio de Janeiro. Anno de 1810— Foi lithographada no Archivo militar em 1827, 4 fls., sendo 2 de 0m,370X0m,350 e2de0m,370X0m,350. Foi copiada em 1849, em menor escala, com alteração na sondagem, pelo chefe de esquadra Elisiario A. dos Santos e lithographada no dito archivo, 1870, 2 fls. de 0"\830X625 e 0m,830X610. Ha outras plantas deste offlcial, com a do porto de Tamandaré, das ilhas de Paquetâ e do Borocoyó, etc. D i o g o L o p e s d e S a n t i a g o — Natural de Pernambuco, segundo informação que tive. Nada mais sei de sua pessoa, senão que escreveu : — Historia da guerra de Pernambuco e feitos memoráveis do mestre de campo João Fernandes Vieira, heroe digno de eterna memória — Foi publicada na Revista do Instituto, tomo 38°, parte I a , 1875, pags. 249 a 336 ; tomo 39°, parte I a , pags. 97 a 195, e 323 a 410 ; tomo 40°, parte I a pags. 410 a 504 ; tomo 41°, parte I a . pags. 143 a 181 e 387 a 429 ; tomo 42°, parte Ia-, pags. 91 a 105, e 157 a 198 ; tomo 43°, parte Ia, pags. 5 a 79 e 191 a 262. E' dividida em quatro livros. D i o g o Luiz de Almeida P e r e i r a de V a s c o n c e l l o s — Natural de Minas Geraes, onde nasceu a 8 de maio de 1843, e formado em direito pela faculdade de S. Paulo em 1867, goza no Estado de seu nascimento de alta reputação como advogado e jornalista. Exerceu alli vários cargos de eleição popular, e foi deputado » I 181 à assembléa geral da décima quarta á décima sexta legislatura. Redige — Jornal de Minas : Ouro-Preto — E tem publicado : — Sociedade propagadora da instrucção em Ouro-Preto. Sessão magna da installação a 25 de março de 1872. Discurso proferido pelo sócio fundador Diogo Luiz de Almeida Vasconcellos. Marianna, 1872, 14 pags. in-4°. — Orçamento do ministério do império : discurso pronunciado á 14 do corrente na câmara temporária. Rio de Janeiro, 1871, 45 pags. in-8°. — Orçamento do ministério da agricultura: discurso pronunciado na sessão de 27 de julho de 1875. Rio de Janeiro, 1875, in-8°. — A questão religiosa: discurso pronunciado na sessão de 31 de julho de 1875. Rio de Janeiro, 1875, 22 pags. in-8°. D i o g o d e M e n d o n ç a P i n t o — Filho do tenente-coronel Caetano Pinto Homem e nascido em S. Paulo pelo anno de 1818, é bacharel em sciencias sociaes e jurídicas pela faculdade dessa provincia; lente juhilado da cadeira de geographia e historia do curso de preparatórios á mesma faculdade annexo; membro de varias associações de lettras e cavalleiro da ordem de Christo. Depois de formado serviu cargos de magistratura como. o de juiz municipal de Arêas e de S. Sebastião ; foi inspector geral da instrucção publica por mais de vinte annos; representou a provincia em sua assembléa em varias legislaturas, etc. Escreveu : — Relatórios sobre o estado da instrucção publica na provincia de S. Paulo nos annos de 1851 a 1872, apresentados, e t c S. Paulo, 1852 a 1873, 22 vols. in-4°. — Código de instrucção publica da província de S. Paulo ; organizado pela commissão composta dos drs. João Dabney de Avellar Brotero, Antônio Joaquim Ribas e Diogo de Mendonça Pinto, nomeada pelo governo em virtude da lei provincial n. 30 de 10 de maio de 1854. S. Paulo, 1857, in-8° — Instrucção para a execução do art. 12, § 11, do regulamento provincial de 8 de novembro de 1854, referente aos relatórios trimensaes que deverão ser enviados à inspectoria geral. S. Paulo, 1860, in-4". — Ensaios dramáticos. S. Paulo, 1872, in-8° — O Dr. Mendonça Pinto collaborou em vários órgãos da imprensa periódica e redigiu outros. Diogo Pereira Ribeiro de "Vasconcellos — Pae dos notáveis estadistas Bernardo Pereira de Vasconcellos, de quem já tratei, e Francisco Diogo Pereira de Vasconcellos, ambos senadores 182 Dl por Minas Geraes, era formado em direito pela universidade do Coimbra e escreveu: — Breve descripção geographica, physica e política da capitania dfMinas Geraes, offerecida ao illm. e exm. senhor Pedro Maria Xavier de Athaide e Mello, do conselho de sua alteza real, governador o ca-pitão-general da capitania de Minas Geraes, com o seu elogio—Inédita. Além de uma cópia incompleta que existe na bibliotheca nacional, se conhecem mais duas completas, sendo uma de dona Joauna T. de Carvalho, de 180 pags. iu-4°, e outra da mesma bibliotheca, com 14« pags. e 17 fls. in-4°. E' escripta em 1807. — Ao Mm. e Exm. Snr. Pedro Maria Xavier de Athaide e Mello, governador e capitão-general da capitania de Minas Geraes, no dia de seu natalicio: (canto poético) 18 pags. in-4° — E' escripto em oitavas rimadas, no mesmo anno, precedido de uma dedicatória tu' mesmo governador, e seguido de notas e de um « Mappa do donativo voluntário que ao augusto príncipe regente offereceram os povos da capitania de Minas Geraes em 1806». Na l 1 pag. abaixo do titulo, lê-se: « Primeiras provas de impressão calcographica pelo padre José Joaquim Viegas de Menezes, natural de Ouro Preto, em o anno de 1807. O mesmo padre abriu todas estas chapas e ainda mais outra com os retratos do governador e de sua espoza, para acompanhar este impresso que foi o primeiro publicado em Minas Geraes. J. M. Augusto M.» Esta obra foi apresentada em i880 na exposição de historia do Brazil pela referida dona Joanna T. de Carvalho, mas sem os retratos. D i o g o S o a r e s d a S i l v a d e B i v a r — Filho do Dr. Rodrigo Soares da Silva Bivar, e páe de dona Violante Atabalipa Ximencs de Bivar e Vellasco e de Luiz Garcia Soares de Bivar, neste livro mencionados, nasceu na villa de Abrantes da provincia da Extremadura, em Portugal, a 6 de fevereiro de 1785, e falleceu no Rio de Janeiro a 14 de outubro de 1865, formado em direito pela universidade de Coimbra ; do conselho do Imperador ; cavalleiro da ordem da Rosa o da de Christo ; sócio fundador da sociedade tubuciana em Portugal a também fundador do Conservatório dramático fluminense, de que fo1 presidente; sócio dó Instituto histórico e geographico brazileiro, etc Por conservar-se no cargo, que occupava, de juiz de fora na villa de seu nascimento durante a invasão franceza, foi preso, sujeito á processo e deportado, obtendo ficar na. Bahia. Amnistiado pelo príncipe regente em sua chegada à Bahia, continuou a residir no Brazil, que adptou por pátria ao proclamar-se a independência ; exerceu a advocacia, á principio nesta provincia e depois no Rio de Janeiro, ond^ DX 183 serviu o logar de inspector das aulas do commercio que, reunidas, passaram a formar mais tarde o Instituto commercial da corte. Escreveu: — Memória em que se prova que a villa de Abrantes fora a antiga. Tubucei dos romano,1? e não Tancos como outros suppoem. Lisboa, 1802. — Estatutos em que convieram os primeiros sócios da sociedade litteraría Tubuciana, estabelecida em a notável villa de Abrantes. Lisboa, 1802, 26 pags.— O nome do conselheiro Bivar vem ahi seguido de outros; este trabalho porém é exclusivamente de sua penna. — Princípios geraes para aprender o francez. Bahia, 1812 — Teve segunda edição mesmo na Bahia. — Novo atlas geographico, político e histórico de todos os estados que compõem a Europa, indicando as diversas mudanças sobrevindas aos mesmos estados desde a época da revolução franceza até a publicação do presente atlas. Lisboa, 1810, 35 pags. in-4" com dous mappas do império da Rússia — Este trabalho não foi concluído ; diz Innocencio da Silva ter encontrado a continuação na bibliotheca nacional com frontespicio especial, tratando da, Áustria. Lisboa, 1810. Será esta uma segunda parte desta obra, que o autor começou a escrever quando se achava preso no presidio da Trafariá pela accusação, que soffreu,- do jacobinismo ? — Idade de Ouro do Brazil. Bahia, 1812 a 1823, in-4° — E' o segundo periódico que teve o Brazil, ou antes o primeiro digno deste titulo» porque até então só havia sido publicada a Cazeta do Rio de Janeiro, que consistia em meia folha do papel dobrada em dous quartos, sahindn duas vezes por semana, apenas com alguns (K-spachos do governo, e publicações européas. Foi seu companheiro nesta redacção o padre Ignacio José de Macedo, d« quem tratarei adianto. Sahiu o 1" numero a 7 de janeiro de 1812. — Mappa estatístico commercial da provincia da Bihia desde 1798 até 1810. Bahia... — Almanak da Bahia. Bahia, 1812 — Contém muitas noticias históricas, estatísticas e coinmerciaes. — Representação que a praça do commercio da Bahia dirigiu ao príncipe regente contra a tomadia de navios brazileiros na costa d'Africa, etc.—Vem no Correio Braziliense o no Investigador Portuguez. Foi depois traduzida era francez e apresentada ao congresso de Vianna dando logar à convenção de 21 de janeiro de 1815. — Parecer sobre a segunda parte da Chronica dos frades menores da provincia de San-o Antônio do Brazil per frei Antônio do Santa Maria 184 -m^ Jaboatão. Rio de Janeiro, 1840— Sahiu na Revista do Instituto histórico, tomo 2o, pags. 370 a 377. — Appendice áChronica do anno de 1842—Na mesma revista, tomo o", da 3 a edição, pags. 413 a 430. Trata-se da divida publica do Brazil, das rendas internas e das geraes de importação, do commercio de café, assucar e couros, do correio geral e de outros assumptos de interesso publico. — As Variedades: (publicação mensal)—Creio quo desta publicação, que nunca vi, só sahiram dous folhetos, relativos a dous mezes, no Rio de Janeiro. — Resposta em fôrma de memória que o s r . dr. Ramon Azcarate dirigiu ao sr. Miguel Maria Lisboa, encarregado dos negócios do Brazi1 no Chile, relativa à negociação por barcos a vapor dos rios Acahyaly, Apurinac e Beni, apresentada ao Instituto histórico e geographico brazileiro, e por ordem deste vertida do hespanhol, 1841 — Existe o autographo na bibliotheca nacional, o ha também uma traducção feita por Miguel Maria Lisboa. Esta memória trata da navegação do Amazonas e seus tributários, e da possibilidade da communícação fluvial do Brazil com o Peru. Diogo de Toledo Lara O r d o n h e s — Filho do mejtre de campo Agostinho Delgado Arouche e de dona Maria Thereza de Lara, e irmão de José Arouche de Toledo Lara, que será memorado neste livro, nasceu em S. Paulo pelo anno de 1758 e falleceu no Rio de Janeiro em 1826. Formado em leis pola universidade de Coimbra, serviu diversos cargos de magistratura ora sua pátria até o do desembargador do paço, conselheiro da fazenda e fiscal das mercês. Era alcaide-mór da villa de Paranaguá, sócio da academia real das sciencias de Lisboa e foi eleito doputado á constituinte brazileira, onde porém não tomou assento. Escreveu: — Josephi de Anchíeta epístola, quam plurimarum rerum naturalium, quoe S. Vicentii (nunc S. Pauli) provinciam incolunt, sisteus descriptionem, a Didaco do Toledo Lara Ordonhes, adjectis annotationibus edita. Olisipone, 1799, 52 pags. in-4° — Esta obra sahira antes nas « Noticias para a historia e geographia das nações ultramarinas» tomo Io, n. 3, pags. 127 a 178. Ultimamente foi traduzida pelo Dr. J. A. Teixeira de Mello e publicada nos Annaes da Bibliotheca Nacional, tomo 1", pags. 275 a 305, sendo supprimidasas annotações do Ordonhes. E' datada essa carta de 1560. D i o n y s i o G o n ç a l v e s M a r t i n s — Filho do Visconde d e S . Lourenço e da Viscondessa do mesmo titulo, nasceu na cidade Dl. 185 de Santo Amaro, da então provincia da Bahia, a 4 de fevereiro do 1837. Começando o curso de engenharia na antiga escola militar do Rio de Janeiro, foi concluil-o em Paris, em cuja escola central formou-se. Quer em serviço publico, quer na industria privada exerceu diversos cargos de sua profissão ; foi deputado por sua provincia na legislatura de 1868 a 1872, sendo um dos que votaram a lei da abolição do elemento servil e foi o primeiro que no parlamento fez sentir a necessidade do ensino agrícola, iniciando o projecto que concedia uma subvenção à escola agrícola da Bahia, para cuja realização muito concorreu como secretario que era e membro da directoria do imperial instituto de agricultura. Exerce na Bahia o cargo de delegado de segunda classe da inspectoria das terras publicas e colonisação por nomeação do governo da Republica; éofflcial da ordem da Rosa — e escreveu: — A agricultura em 18ti7 — Acha-se no Relatório sobre a exposição universal de 1867, redigido pelo secretario da commissão brazileira Júlio C. Villeneuve. Paris, 1868, tomo 2". Foi o autor um dos membros da commissão. — A mecânica agrícola em 1868. Rio de Janeiro, 1872, in-8". — Discurso pronunciado na inauguração da exposição provincial da Bahia em 1875. Bahia, 1875, in-8". — Catalogo da exposição bahiana no anno de 1875. Bahia, 1875, 20:: pags. in-8"—E'precedido, até á pag. 85, de longas considerações sobre o assumpto, o do discurso da inauguração, já mencionado, atéá pag. 113. Era o autor secretario da commissão incumbida pelo governo de promover essa exposição. — Relatório sobre a escola agrícola, de Juiz do Fora e a exposição mineira — Publicado no Diário Offlcial, 1869. — Relatórios da estrada de ferro da Bahia a S. Francisco (1868 a 1881). Bahia, 1809-1882,13 vols.—Foram escriptos, sendo o autor o fiscal da mesma estrada. — Navegação do Jequitinhonha : relatório apresentado ao ministério da agricultura, 1878 — Não me consta que fosse publicado ; acha-se na secretaria do ministério. — Colônias do sul da Bahia : relatório, 1878 — Idem. — Representação dirigida por Dionysio Gonçalves Martins e Luiz Moreau acerca da questão do elemento servil. Rio de Janeiro, 1884 — E' um opusculo, em que se apresenta um projecto com o fim de organizar uma associação anonyma para fundar e desenvolver uma serie de núcleos coloniaes, comportando cada um delles quinhentas famílias. Ha diversos relatórios do Dr. Dionysio Martins apresentados ao Instituto agrícola e publicados no Jornal da Bahia e na Revista Agrícola do Rio 186 MJKJ de Janeiro, assim como diversos trabalhos na imprensa diária, de que citarei : — O trabalho Uvre e o trabalho escravo : serie de artigos publicados no Diário da Bahia, 1864. — A canna de assucar: serie de artigos — no mesmo Diário e no Correio Mercantil do Rio de Janeiro, ns. 202, 204, 214, 216, 271 de 1866 e outros números de 1867. — Cartas sobre a exposição universal de 1867 : serie— publicada no dito Diário, 1867. — Imperial instituto bahiano de agricultura. Discurso apresentado m sessão da directoria e conselho fiscal em 5 de julho de 1864 pelo conselheiro fiscal nomeado, etc. — publicado na imprensa diária da Bahia e reproduzido no Correio Mercantil do Rio de Janeiro, ns. 286 e 288 de 1866. — Estudo sobre a industria de sabão — no Monitor da Bahia, 1877 — Ha finalmente artigos políticos na respectiva imprensa, onde redigiu — A verdade. Alagoinhas...— Esta folha viveu três annos. D i o n y s i o M a n h ã e s B a r r e t o — N a s c e u no município de Campos, provincia do Rio de Janeiro, a 21 de março de 1842. Fez o curso da academia de marinha, assentando praça de aspirante a guarda-marinha em 1860; contra-almirante da armad.i ; offlcial da ordem da Rosa e da de S. Bento de Aviz; cavalleiro das do Cruzeiro e de Christo ; condecorado com a medalha da campanha do Paraguay e e a medalha commemorativa do forçameuto do passo de Humaytá — e escroveu: — Cabo submarino. Provincia do Maranhão. Rio de Janeiro, 1877, 32 pags. in-8° — com uma taboa das sonlas obtidas pela canhoneira Araguaya na costa do Maranhão, em commissão do ministério da agricultura com outros, etc. Domiciano Leite Ribeiro,Visconde de Araxá — Nasceu na cidade de S. João d'El-Rei, em Minas Geraes, a 3 de abril de 1812, e falleceu em Vassouras, da antiga provincia do Rio de Janeiro, a 10 de junho de 1881, sendo bacharel formado em direito pela faculdade de S. Paulo em 1833, grande do império,do conselho do Imperador, e conselheiro de estado ordinário. Foi deputado á assembléa geral em 1840 e em 1863 ; ministro dos negócios da agricultura, commercio e obras publicas no gabinete organizado a 16 de dezembro deste anno pelo conselheiro Zacarias de Góes e Vasconcellos e administrou depois disto a provincia do Rio de Janeiro, havendo já administrado a do JDO 187 S. Paulo em 1848. Exerceu o cargo de juiz de direito da comarca do Rio das Mortes e depois a advocacia no logar em que falleceu. Escreveu, além de diversos artigos, quer em prosa, quer em verso, cm jovnaes políticos e litterarios, sendo algumas poesias publicadas no Correio Mercantil da corte com o pseudonymo de Poeta Vassourense n de relatórios como presidente de provincia, o seguinte : — Relatório apresentado á assembléa geral legislativa na segunda sessão da 13a legislatura pelo ministro, etc. Rio de Janeiro, 1864, infol.— com appensos, mappas, etc. — Estrada de ferro do Recife. Questão de garantia de juros. Rjo de Janeiro, 1865, 66 pags. in-8°. — Remíniscencías e fantasias com uma introducção pelo Barão de S. João Nepomuceno. Vassouras, 1883-1884, 2 vols. in-8°—E' uma publicação posthuma em favor do asylo Furquim, de Vassouras. D o m i n g o s d e A l m e i d a M a r t i n s C o s t a — Filho do tene te-coronel Luiz de Almeida Martins Costa e de doua Justina Teixeira de Almeida, e nascido em 1848 na villa do Brejo, da província, hoje Estado do Maranhão, falleceu em Petropol:s a 2 de abril de 1891, sendo doutor em medicina pela faculdade do Rio de J.ineiro, lente da segunda cadeira de clinica medica da mesma faculdade, membro titular da academia nacional de medicina, sócio correspondente da sociedade de hygiene dí Paris, da sociedade medica de Buenos-Aires e da sociedade medica de Santiago. Estabelecendo-se como clinico no Rio de Janeiro, estreou prestando serviços por occasião de urna epidemia de febre amarella, em 1876, sendo por isso agraciado com a venera de cavalleiro da ordem da Rosa. Nomeado depois ajudante da inspectoria de saúde do porto, fez uma excursão pela Europa, onde aperfeiçoou seus estudos scientific >s e, de volta ao Brazil, apresentou-se ao concurso aberto em 1879 para um logar de substituto da secção medica da mencionada faculdade. Foi um dos nossos mais distinctosclínicos — e escreveu: — Preparação de peças sêccas para muzeos.e gabinetes anatômicos : memória—publicada na Imprensa Medica, anno Io, 1872, ns. 1 e 2. — Phitographía medica brazileira : estudo de matéria medica e therapeutica sobre algumas plantas brazileiras— Na Revista Medica, tomo 2 o , nos 1, 2, 3 e 4 e depois publicado sob o titulo : — Ensaios de matéria medica e therapeutica brazileira. Rio de Janeiro, 1878, 12Ò pags. in-8°. — Pyogenia ou memória sobre a gênese do pus no organismo. Rio de Janeiro, 1874, 123 pag. in-8° — Desse trabalho se occuparam o Dr. Nuno de Andrade nos Archivos de Medicina, tomo Io, 1874, ns. 3 e 4, e 188 o Dr. J. D. Peçanha da Silva nos Annaes Brazilienses de Medicina, tomo 26° de 1874 a 1875. — Do ainhum: estudo sobre a moléstia conhecida sob esta denominação. Rio de Janeiro, 1875, 42 pags. in-4° com 1 fig- no texto — Os trabalhos até aqui apontados são escriptos durante o curso acadêmico do autor. — Do valor das investigações thermometricas no diagnostico, prognostico e tratamento das pyrexias que reinam no Rio de Janeiro (dissertação); Cafeína; Pyogenia; Hypohemia intertropical: these apresentada, etc. Rio de Janeiro, 1875, 79 pags. in-4° com 1 fig. — Albumino-pymeluria ou urinas leitosas : estudo sobre esta moléstia, precedido de uma carta do Dr. João Vicente Torres Homem. Rio de Janeiro, 1876, in-8°. — Lijmphadenomas abdominaes e mesentericas : parecer apresentado á sociedade medica do Rio de Janeiro sobre uma observação do Sr. Dr. Júlio de Moura. Rio de Janeiro, 1876, 23 pags. in-4° — Sahiu antes na Revista Medica. — Do photphorêto de zinco, sua acção physiologica,e therapeutica. Rio do JaDeiro, 1877, 22 pags. in-8° — E' uma reproducção do Progresso Medico. — Do diagnostico das diversas fôrmas clinicas da moléstia dé Brigth: these de concurso ao logar de lente substituto da secção de sciencias médicas. Rio de Janeiro, 1879, 96 pags. in-4° com 2 figs. no texto — Occupou-se dessa these o Jornal de Hygiene, tomo 5 o , 1880, pag. 374. — Contribuição para o estudo dos aneurismas da artéria hepatica. Rio de Janeiro, 1882. — A malária e suas diversas modalidades clinicas. Rio de Janeiro 1885, iu-4° — E' um livro que por si só firmaria a reputação de um distincto medico, si o autor ja não a tivesse. Não chegou elle infelizmente a concluir um livro sobre — As affecções cardíacas — que tinha entre mãos, quando falleceu. Na imprensa medica fundara e redigira com o Dr. Carlos Arthur Moncorvo de Figueiredo (vôde este nome) : — O Progresso Medico. Rio de Janeiro, 1875 a 1876, 3 vols. in-4» — no qual publicou alguns dos trabalhos já mencionados e muitos outros, como A pathogenia da anuria da febre amarella, o Estudo zoochimico sobre o berna, etc. D o m i n g o s A l v e s B a r c e l l o s C o r d e i r o , Barão de Barcellos — Natural da provincia do Rio de- Jafieiro e bacharel em direito pela faculdade de S, Paulo, e fazendeiro no município de DO 189 S. João da Barra, onde inaugurou em fins do anno de 1878, na presença do Imperador e sua augusta consorte, a uzina Barcellos, segundo estabelecimento deste gênero que se fundou no Rio de Janeiro, sendo por isso agraciado com o título de Barão. Escreveu : — A crise do assucar: ligeiras considerações. Rio de Janeiro, 1887. Domingos Alves Branco Muniz Barreto — Filho do capitão de egual nome do regimento de infantaria de Estremóz e pae de Jacintho Alves Branco Muniz Barreto, de quem hei de oecupar-me, nasceujna Bahia depois domeiado do século XVIII e falleceu no Rio de Janeiro a 19 de junho de 1831 no elevado posto de marechal de campo do exercito, vogai do conselho supremo militar, sócio de varias corporações de lettras, commendador da ordem de S. Bento de Aviz, etc. Prestou como militar os mais relevantes serviços á sua pátria, de cuja independência foi um dos mais esforçados obreiros, sendo entretanto um dos cidadãos comprehendidos no processo e devassas, instaurados por ordem do ministro José Bonifácio de Andrada e Silva « para justificar os acontecimentos do famoso 30 de outubro de 1822 ». Foi, por este motivo, preso, mas julgado sem culpa por não haver provas para tal aceusação, como o foram seus companheiros nesse processo e devassas com excepção de João Soares Lisboa. Sendo grande orador do grande oriente maçonico, foi o primeiro, que ahi em uma sessão, em 1822, propôz que se desse a dom Pedro I, o fundador da monarchia brazileira, o titulo de imperador e não de rei. Possuidor de vasta erudição, além de muitas obras que publicou, deixou outras inéditas, e na sessão do Instituto histórico de 22 de fevereiro de 1840, o secretario desta associação, conego Januário da Cunha Barboza, lendo uma relação de seus manuscriptos inéditos, propôz qne se nomeasse uma commissão do seio do instituto para examinar e dar um parecer sobre elles e saber de seu preço, pois iam ser vendidos. De suas obras conheço: — índice militar de todas as leis, alvarás, cartas regias, decretos, resoluções, estatutos e editaes promulgados desde o anno de 1752 até 1807, em que sua alteza o príncipe regente embarcou para os Estados do Brazil; eguàlmente o que se ha promulgado depois da feliz chegada do mesmo augusto senhor à este continente até 1810, com as curiosas declarações das ordens, cartas regias e provisões expedidas para o Brazil de 1806 em diante. Rio de Janeiro, 1812, 350 pags. in-4° — Neste livro encontram-se ainda muitas citações e noticias da legislação anterior com referencia aosassumptos em questão. — índice pelas matérias, civil, criminal, orphanologica e de finanças, das leis, alvarás, decretos, cartas regias, avisos, regimentos, provi- 190 -m-j soes regias, foraes, editaes, resoluções, sentenças, tratados de paz e de commírcioe assentos da casa da supplicação edo Porto ; offerecido, etc. com dous appendices : Io Da legislação promulgada na corte do Brazil ; 2o que contém um roteiro do processo com a norma das petições que se devem fazer, não só quando se propõem as demandas, mas pelo decurso dellas e com algumas notas instructivas a respeito do foro. Obra muito necessária, etc. Rio de Janeiro, 1815, 690 pags. in-fl. com as do rosto, dedicatória, advertências, etc. — Appendice das petições mais necessárias no foro do contencioso) segundo o costume até agora seguido no cível, crime, orphãos, e finanças» com algumas advertências instructivas para maior intelligencia dos senhores juizes, advogados e solicitadores. Rio de Janeiro, 1815, 150 pags. in-fol. — Voto que, como eleitor da parochia do Sacramento da corte do Rio de Janeiro, ha de apresentar no dia 25 do corrente na junta eleitoral para a installação do governo desta provincia. Rio de Janeiro, 1821 — Em Lisboa, no anno seguinte, foi refutado esse escripto, como « contrario ao pacto social da nação portugueza e aos direitos e liberdade das províncias do Brazil ». — Justificação patriótica, demonstrada em duas cartas dirigidas ao Sr. D. Pedro 1, dedicada aos povos da provincia da Bahia, sua pátria. Rio de Janeiro, 1823, 31 pags. in-4°. — Sustentação do voto que prestou como vogai do conselho de guerra, que por ordem de S. M. 1. se fez ao brigadeiro Pedro Labatut. Rio de Janeiro, 1824, in-fol. — Este escripto também foi contestado, sendo então publicada a — Resposta ao dialogo intitulado Nova edição da sustentação do voto que prestou o brigadeiro D. A. B. M. B. como vogai do conselho de guerra, etc. Rio de Janeiro, 1824, 27 pags. in-4°. — Aos habitantes da provincia da Bahia: proclamição ao povo bahiano afim de repellir com firmeza as pérfidas suggestões dos inimigos do systema constitucional que juramos, etc. Rio de Janeiro, 1824, 4 pags. in-fol. — Proposição que deve ser agradável a todos os bons cidadãos do império do Brazil. Rio de Janeiro (1824), in-fol. — Versa sobre o levantamento de uma estatua a D. Pedro I. — Participação do redactor do Despertador Constitucional que no dia 14 do presente mez dá maio devem todos concorrer na casa da residência do tenente general, governador das armas da corte e provincia para nomearem a commissão que deve cuidar do andamento e conclusão da inauguração da estatua eqüestre do senhor D. Pedro I. Rio de Janeiro, 1825, in-4°. DO 191 — Apologia da religião no espiritual e dos impérios no temporal. Rio de Janeiro, 1825, in-4°. — D\scurso proferido no grande Oriente do Brazil, na qualidade de grande orador, na occasião em que o senhor D. Pedro I tomou posse do malhête de grão-mestre — Vem inserto no Brazil Histórico n, 45. — Memória, sobre a abolição do commercio de escravatura. Rio de Janeiro, 1837, 46 pags. in-4° — Sahiu posthuma, publicada por Antônio Alves Branco Moniz Barreto, filho do autor. — Observações sobre a prosperidade do novo império do Brazil — Y^ esta obra em uma relação de manuscriptos a respeito da historia do Brazil, existentes na secretaria dos negócios estrangeiros, a qual vem na Revista do Instituto histórico, tomo 4o, pags. 394 a 398. — Plano sobre a civilisação dos Índios do Brazil, principalmente para a capitania da Bahia, com uma breve noticia da missão que entre os mesmos indios foi feita pelos proscriptos jesuítas, dedicado ao sereníssimo senhor D. João VI, príncipe do Brazil, etc. — Sahiu na Revista do Instituto histórico, tomo 19°, pags. 33 a 91 e existem diversas cópias desta obra. A bibliotheca nacional do Rio de Janeiro possue uma de 50 fols. com uma estampa e com a declaração de ser de novo correcta e augmentada pelo autor em 1794, a qual foi conferida com a do Instituto por A. Gonçalves Dias, que notou as variantes encontradas. Ha outra cópia da bibliotheca eborense, como se vê no catalogo de manuscriptos de Cunha Rivera. .— Requerimento feito à S. M. em nome dos indios domesticados da capitania da Bahia, etc. — Vem em seguida a obra precedente, de pags. 91 a 98 — Neste requerimento pedem os indios, não somente missionários de boa vida e novos directores, como também varias medidas tendentes ao culto religioso, á instrucção e civilisação. — Observações relativas á agricultura, commercio e navegação no continente do Rio Grande de S. Pedro do Brazil, dedicadas ao ex m0 . e rev m0 . sr. bispo titular do Algarve, etc. — O manuscripto de 14 fls. in-fol. pertence ao Instituto histórico. — Observações que mostram, não só o crime de rebellião que temerária e sacrilegamente intentaram alguns moradores da capitania de Minas Geraes, mas a legitima posse que têm os senhores reis de Portugal àquellas conquistas, etc. Lisboa, 16 de novembro de 1793 — Cópia de 17 fls., idem. — Appendix que se promette na quinta demonstração do discurso formado sobre a premeditada conspiração de alguns réos, moradores na capitania de Minas, a qual mostra os abusos que se têm introduzido na 192 — administração da justiça e governo da capitania da Bahia — Existe o manuscripto na bibliotheca nacional, de 52 fls. — Noticia da viagem e jornadas que fez entre os indios sublevados nas villas e aldeias das comarcas dos Uhéos e Norte, na capitania da Bahia — O original de 17 fls., de 1792, com cinco estampas coloridas, feitas á mão, pertence á bibliotheca nacional. — Representação feita á assembléa acerca das occurrencias politicas, relativas á independência do Brazil — O autographo de 24 fls. pertence a dona Joanna T. de Carvalho e esteve na exposição de historia pátria, como os outros citados. — Discurso que foi repetido na presença do povo indiano da villa de Santarém, na capitania da Bahia, na missa que em louvor do Santíssimo Coração de Jesus foi celebrada pelo reverendo vigário, etc. — O original de 7 fls. pertence á bibliotheca nacional. — Memória dos successos acontecidos na cidade de Lisboa desde 29 de novembro de 1807 até 3 de fevereiro de 1808, escripta e dirigida ao Sr. D. João VI — Fazia parte dos manuscriptos da coroa de Portugal sob a guarda do Visconde de Villa Nova da Rainha, que passaram do Brazil à Portugal com a corte. Moniz Barreto, finalmente, redigiu. — O Despertador Constitucional Extraordinário. Rio de Janeiro, 1825 e 1826, in-fol. Domingos d e A n d r a d e F i g u e i r a — Natural de Itaguahy, antiga provincia do Rio de Janeiro, onde nasceu a 24 de junho de 1834; doutor em direito pela faculdade de S. Paulo e advogado na capital federal, foi muitas vezes deputado à assembléa de sua provincia e á geral, de que fói sempre considerado um dos melhores ornamentos, quer por sua illustração, quer por caracter honesto e puro. Seus discursos eram publicados como eram pronunciados; nunca os lia antes. Talento robusto, porém modesto, além de alguns trabalhos em revistas do tempo de estudante, e de suas provas para o doutorado, apenas algum discurso seu foi dado à lume por diligencia de amigos. São de sua penna:. — Observações sobre a invasão dos hollandezes no Brazil—Na Revista Litteraria, jornal do Ensaio philosophico paulistano, serie 2a n. 5. — Direito constitucional. As duas câmaras — Idem, serie 3 a ns. 1 e 2 — A divisão das pessoas em nobres de diversas jerarchias e plebeus consagrada pelo direito civil portuguez nas ordenações, subsiste entre nós ? S. Paulo, 1857, 86 pags. in-4° — E' sua dissertação para o gráo de doutor. DO 193 — Theses para obter o gráo de doutor, etc. S. Paulo, 1857,7 pags. in-8°. — Discussão do voto de graças: discurso proferido na sessão da câmara dos deputados de 30 de maio de 1871, Rio de Janeiro, 1871, 32 pags. in-8°. D o m i n g o s A n t ô n i o A l v e s R i b e i r o — Natural de Aracaty, do Ceará, e bacharel em direito pela faculdade do Recife, formado em 1857, seguiu a carreira da magistractura e, sendo desembargador da relação desta cidade, foi aposentado em novembro de 1890 por causa de seus soffrimentos physicos. Foi amigo de seu conterrâneo > padre Thomaz Pompeo de Souza Brazil (vede este nome) sob a chefia e magistério do qual, diz elle, fez a aprendizagem em política. Escreveu: — Um conto político: acontecimentos parlamentares do segundo reinado a partir de 1863. Rio de Janeiro, 1879— E' uma narração dos accontecimentos parlamentares dessa época, narração em que ás vezes o autor parece exagerado. Domingos A - n t o n i o R o i o l , Barão de Guajará — Filho de Pedro Antônio Roiol e de dona Archangela Maria da Costa Roiol, nasceu a 30 de março de 1830 na cidade da Vigia, antiga provincia do Pará, onde estudou humanidades. Bacharel em direito e formado em 1854 pela faculdade do Recife, com o intuito de dedicar-se á advocacia, veiu ao Rio de Janeiro, procurou o escriptorio de seu conterrâneo, o conselheiro B. de Souza Franco e com este trabalhou dous annos, findos os quaes, voltou á provincia, ahi estabeleceu-se e foi nomeado procurador dos feitos da fazenda nacional. Foi por diversas vezes eleito deputado á assembléa provincial, e na legislatura de 1864 a 1866 á geral^ onde pugnou pela abertura dos portos do Amazonas á livre navegação e commercio com os paizes cultos do velho mundo. Administrou a provincia de Alagoas, em cujo exercicio foi agraciado com o titulo de Barão de Guajará; é sócio do Instituto histórico e geographico brazileiro e, além de diversos trabalhos na imprensa diária, escreveu: — O Brazil político, dedicado ao conselheiro Bernardo de Souza Franco. Pará, 1858, 76 pag3., in-4° — Motins políticos ou historia dos principaes acontecimentos políticos da provincia do Pará desde o anno de 1821 até 1835, 4 vols. in-8° — O Io foi publicado no Rio de Janeiro, 1865,370pags. como retrato do auctor; o 2o em S. Luiz de Maranhão, 1868, 412 pags.; o 3 o no Rio de Janeiro, 1883, 469 pags.; o 4o em 1884, 194 D O — Abertura do Amazonas: extracto dos debates no parlamento brazileiro acerca do projecto de lei sobre a abertura do rio Amazonas à navegação e ao commercio do mundo. Reflexões sobre a colonisação e liberdade religiosa, e vários outros assumptos. Rio de Janeiro, 1867, 125 pags. in-fol. — Ha ainda deste autor: — Limites do Brazil com a Guyana franceza — obra que não pude ver. D o m i n g o s d e A r a ú j o e S i l v a — Filho do brigadeiro Gabriel de Araújo e Silva e de dona Josepha L'.>opoldina da Silva Guimarães, nascido na cidade de Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, a 22 de novembro de 1834, é doutor em sciencias physicas e mathematicas pela escola central; lente cathedratico do segundo anno da escola polytechnica, e também lente ultimamente jubilado, de mathematicas applicadas da academia de bellas-artes ; do conselho do Imperador ; cavalleiro da ordem de S. Bento de Aviz e sócio do Instituto polytechnico do Rio de Janeiro. Fez todo o curso do estado-maior de primeira classe na antiga academia militar e serviu neste corpo até o posto de capitão, á que foi promovido a 25 de novembro de 1863, do qual depois pediu demissão. Escreveu: — Diccionario histórico e geographico da provincia de S. Pedro do Rio Grande do Sul, contendo a historia e descripção da provincia em relação aos três reinos da natureza, sua descripção geographica, jurídica, ecclesiastica, etc. Rio de Janeiro, 1869, 198 pags. in-8". — Theoria das integraes definidas ; Funcções eulerianas: These por occasião do concurso para o preenchimento da vaga de lente da primeira cadeira do segundo anno da escola polytechnica. Rio de Janeiro, 1874, 168 pags. in-4°. — Curso completo de topographia. Rio de Janeiro, 1881-1882, 3 vols. in-8° — No primeiro volume trata-se de planimetria; no segundo, de nivelamentos; no terceiro, da agrimensura e da cópia á reduccão de plantas, terminando com a legislação pátria, relativa ás terras publicas, e com as taboas destinadas a facilitar o calculo das formulas reduzidas nas differentes partes. — Trabalhos graphicos. Rio de Janeiro.... — Ainda não vi esta obra. Ha algumas cartas levantadas pelo Dr. Araújo e Silva, como a Carta da provincia do Rio Grande do Sul, a do Pará e do Maranhão. Domingos de Azevedo Coutinho Duque-Est r a d a — Natural do Rio de Janeiro e nascido a 14 de abril de 1812, doutor em medicina pela universidade de Bruxellas ; approvado D O 195 em medicina e cirurgia pela faculdade daquella cidade ; cirurgião reformado da guarda nacional; do conselho do Imperador; cavalleiro da ordem da Rosa e da de Christo, e da ordem italiana de S. Maurício e S. Lázaro; sócio da sociedade Amante da instrucção e de outras, é um dos mais antigos e conceituados clinicos, homoeopathas, que o Brazil tem tido. Foi o fundador da caixa municipal de beneficência, sendo vereador da câmara em 1860 e provedor dos soccorros públicos. Escreveu: — Relatório da sociedade. Amante da instrucção, lido na assembléa geral da dita sociedade no dia 1 de agosto de 1832. Rio de Janeiro, 1835 — Anda n'um volume com os relatórios do Dr. Luiz Vicente de Simoni, Ignacio José Malta e Joaquim Bernardo Leal. — Relatório da Caixa municipal de beneficência, fundada pela actual câmara municipal sob proposta do vereador, etc. Rio de Janeiro, 1860, 24 pags. in-8°, — Relatório da provedoria de soccorros públicos, lido na assembléa geral dos membros da Caixa municipal de beneficência, reunidos sob a presidência da illustrissima câmara no dia 29 de junho de 1861. Rio de Janeiro, 1861, 31 pags. in-8°— Depois deste tem escripto em diversos annos outros relatórios, que têm sido publicados. — Prólogo para a verdadeira historia da imperial sociedade Amante da instrucção, em o qual se distingue esta sociedade de outras, com que se tem confundido. Rio de Janeiro, 1868, 39 pags. in-8° — Ha ahi apreciações que levaram um dos sócios, Luiz José Murinelli (vejase este nome), a publicar um opusculo em resposta. — Honras fúnebres em memória do m. - pod. sup. -- e 111. irmão, Visconde de Inhaúma, grão m. adj. 1. t. -. comm. do gr. or. . e sup. - conselho do Brazil, Vai le dos Benedictinos. Rio de Janeiro, Í869, 139 pags. com o retrato do Visconde — Contém um discurso do Dr. A. Coutinho e escriptos, quer em prosa, quer em verso de outros autores. — Guia para o tratamento homoeopathico da cholera-morbus. Rio de Janeiro, 1874. — Pathogenesía do cactus grandiflorus, medicamento ultimamente descoberto para moléstias do coração, pneumonias, etc.— Ha duas edições que não vi, e uma mais que vem no Pequeno guia homoeopathico pelo doutor Bruckner, traduzido, e t c , terceira edição, augmentada com os factos da clinica do mesmo Sr. Dr. Duque-Estrada e com uma gravura, representando o cactus grandiflorus e sua descripção botânica. Rio de Janeiro 1877, pags. 91 a 115 (Veja-se Antônio Gonçalves de Araújo Penna). — Duas palavras sobre a verdade da homoeopathia o sua incontestável 196 DO superioridade sobre o systema medico ordinário. Analyse e refutações do que a respeito delia avançou o Sr. Dr. Meirelles na Tribuna Brasileira, etc. Rio de Janeiro, 1845, in-8°. D o m i n g o s B a r b o s a — Nasceu na cidade da Bahia em 1632 e falleceu a 22 de novembro de 1685, jesuíta, recebendo a roupêta_ no collegio desta cidade, depois de ser graduado mestre em artes. Alli foi muitos annos mestre de noviços e depois procurador geral da ordem, em cujo caracter foi duas vezes á Roma, e por fim reitor do collegio, cargo que exercia quando morreu. Tinha um extraordinário dom de persuadir e sabia implantar no animo de seus discípulos o amor às sciencias e ás virtudes de um modo admirável. Cultor da poesia, compoz muitos versos, quer na lingua portugueza, quer na latina em que era muito versado, mas só publicou: — Passío Salvatoris Jesu Chrístí: poema — em que, segundo Barbosa Machado, compete a elegância do metro com a ternura do affecto. Creio que este poema foi publicado em Roma, onde o autor tornou-se celebre por suas poesias latinas. D o m i n g o s B o r g e s d e B a r r o s , Visconde da Pedra Branca — Filho do capitão-mór Francisco Borges de Barros e de dona Luiza Borges e descendente de família nobre e opulenta, nasceu na cidade da Bahia a 10 de outubro de 1780 e falleceu a 20 de março de 1855, doutor em direito pela universidade de Coimbra, senador e grande do império, do conselho do Imperador. Muito applicado desde estudante á philosophia, á agricultura e ás lettras, com particularidade á poética, foi eleito deputado á constituinte portugueza, onde apresentou um projecto "de emancipação do sexo feminino, e de onde retirouse por não querer jurar a constituição votada. Passando de Portugal à França, foi encarregada da nobre missão de obter do soberano o reconhecimento da independência do Brazil e, mais tarde, desempenhou missão não menos melindrosa, ajustando o casamento da princeza dona Amélia de Leuchtemberg com o imperador dom Pedro I, por cujo serviço obteve a gran-cruz da ordem de Christo, a dignataria da Rosa e ser elevado de barão a visconde. Foi eleito senador quando viajava pela Europa e apezar de ter escripto aos seus amigos empenhando-se para que não o contemplassem na lista tríplice, em 1825. Tomando assento no senado, fallou uma só vez para agradecer a seus conterrâneos o voto que lhe deram, e ao Imperador a escolha, e retirou-se, sem comparecer mais â câmara. Escreveu: «— Diccionario francez-portuguez e portuguez-francez. Paris, 1812, DO 197 dous vols. in-8° — Sahiu, como as outras suas obras, sem declaração de seu nome. Balbi, porém, e outros affirmaram desde logo que era sua essa obra. — O merecimento das mulheres: poema de Mr. G. Legouvé, do instituto de França, traduzido do francez em portuguez por B**k Rio de Janeiro, 1813, 40 pags. in-8°. — Poesias offerecidas ás senhoras brazileiras por um bahiano. Paris, 1825, 2 vols., 224-208 pags. in-16o —Nestes dous volumes se acham muitas poesias já publicadas no Patriota, com as obras de Felinto Elisio e outras já conhecidas, assim como o poema « Merecimento das mulheres ». Estas poesias dão a seu autor um logar distincto entre os mais distinctos poetas do Brazil. — Os túmulos : poema philosophico. Paris, 1826 — Este poema foi escripto por occasião do fallecimento de um filho do autor. Ha delle uma edição feita na Bahia, 1850, com algumas notas, pelo Dr. A. J. de Mello Moraes Io. — Ode ao Conde dos Arcos—impressa na «Relação do festim ao Illm. e Exm. Senhor Conde dos Arcos etc.» Borges de Barros foi collaborador do Patriota, jornal litterario, político e mercantil, o primeiro deste gênero que se publicou no Brazil e de que fora instituidor seu conterrâneo M. F. de Araújo Guimarães; ahi se acham muitos escriptos seus, assignados por B***, dos quaes citarei : — Memória sobre a plantação e fabrico do uructí — No tomo 1n, n. 1. — Memória sobre o café, sua historia, cultura e amanho— No tomo 1°, ns. 5 e 6 e tomo 2o, n. 1. — Memória sobre os muros de apoio ou muros que servem de sustentar a terra — No tomo 2o, n. 4, pags. 3 a 11. — Memsria sobre os meios de desaguar ou esgotar as terras inundadas ou enxarcadas por methodo fácil e pouco dispendioso— No dito tomo, n. 5, pags. 3 a 13. — Vantagens da vida campestre em resposta à carta, em que de Lisboa se. despediu, devendo partir para a Bahia, Paulo José de Mello.escriptas em Paris aos 2 de maio de 1806 — No tomo Io, n. 5, pags. 37 a 44. E' uma poesia em verso heróico. D o m i n g o s C a d a v i l l a V e l l o s o — Nascido em Portugal, e residindo no Maranhão na época da independência do Brazil, adheriu com enthusiasmo a esta. Era clérigo secular e parece que gozava de alguma influencia no logar, a julgar pelo facto, qne denunciara em 1824, de ter sidoconvidado pelo presidente da junta civil Miguel Ignacio 198 D o dos Santos Freire de Bruce e por dous filhos deste, à cooperar para que fosse adoptado na provincia o systema republicano, resultando de sua denuncia a reunião do conselho do governador das armas, José Felix Pereira de Burgos, depois Barão de Itapicurú-mirim, perante o qual conselho respondeu o dito presidente. Por essa occasião escreveu elle : — A cascavel. Rio de Janeiro, 1824, 11 pags. in-folio — A denuncia do padre Cadavilla foi publicada com a acta do governador das armas, e depois no impresso assignado pelo guarda-mór da relação da capital, Joaquim da Costa Barradas, em resposta á dita denuncia; e além deste impresso se publicaram diversos escriptos, quer a favor, quer contra os accusados, sendo de Cadavilla : — Reflexões offerecidas ao publico imparcial sobre a correspondência publicada no n. 14 do Grito da Razão, assignada por um maranhense que se diz amigo da verdade. Rio de Janeiro, 1825, 11 pags. in-folio. — Ao publico: respeito a Bruce. Rio de Janeiro, 1825, 7 pags. in-folio — Creio que é também da penna do mesmo autor o opusculo sob o titulo de — Petisco offerecido ao meritissimo Bruce por um seu amigo velho. Rio de Janeiro, 1825 — O Dr. César Marques em seu Diccionario do Maranhão, pag. 488, faz menção dos factos á que me refiro. D o m i n g o s C a l d a s B a r b o s a — Filho de um portuguez e de uma africana, nasceu na cidade do Rio de Janeiro, segundo informam parentes seus e o conego J. da Cunha Barbosa, ou a bordo de um navio em viagem para o Rio de Janeiro, onde foi solemnemente baptizado em 1738, segundo o Visconde de Porto-Seguro e outros ; ou na Bahia, como diz o autor dos Varões illustres do Brazil e o padre Ignacio Felix de Alvarenga Salles por «lhe afflrmarem pessoas de grande credito, » e falleceu em Lisboa a 9 de novembro de 1800. Estudava no collegio dos jesuítas daquella cidade, primando entre os primeiros por sua bella intelligencia ; mas, de gênio excessivamente satyrico, a ninguém poupando como o celebre Gregorio de Mattos, creou por isso poderosos inimigos que alcançaram do Conde de Bobadella ser elle preso, alistado no exercito e enviado para a colônia do Sacramento, onde militou até ser tomada a praça pelos hespanhóes em 1762. De volta então ao Rio de Janeiro, obtendo sua baixa, foi para Portugal e, merecendo por suas maneiras sempre affaveis e attraheutes a amizade e protecçãq do doutor José de Vasconcellos e Souza, regedor das justiças e mais tarde Conde de- Pombeiro e Marquez de Bellas, obteve deste, não só os meios de continuar seus estudos até ser presbytero secular, mas também um beneficio e um logar na casa da supplicação. DO 199 Nem se limitaram á isso os favores do Conde ; apresentou-o e relaciouou-o com toda a nobreza ; deu-lhe cama e mesa, quer nos seus aposentos de Bemposta, onde com sua espoza o tratava como pessoa da família, quer no palácio de seu irmão, o Marquez de Castello-Melhor. No palácio de tão leal e desinteressado amigo morava e falleceu Caldas Barbosa, que foi sempre grato a tão generoso bemfeitor. Esta posição lisonjeira, porém, attrahira-lhe a inveja e as iras de Bocage, antes disso seu amigo e cuja vida é por demais conhecida, e do celebre cantor dos burros, mais tarde seu elogíador, José Agostinho de Macedo, o «frade renegado que era completamente incapaz de qualquer sentimento nobre » como disse Pinheiro Chagas, e que foi declarado «ineorrigivel, mandando-se-lhe cuspir no habito em presença da communidade» por sentença do definitorio provincial dos eremitas calçados de Santo Agostinho — de cuja ordem era a vergonha, o opprobrio — datada de 4 de fevereiro de 1792, impressa no Constitucional n. do mesmo anno, e reproduzida no Diccionario de Innocencio da Silva, tomo 7 o , pag. 239. E esses dous homens o cobriam de insultos e apodos, prevalecendo-se para isto até da côr parda do conspicuo brazileiro, de quem entretanto com merecidos elogios se oecuparam vultos os mais elevados por sua ilustração e probidade. O padre Caldas Barbosa foi da Arcadia de Roma com o nome de Lereno Seliauntino . fundador e presidente da academia de bellas-artes de Lisboa, mais tarde denominada Nova arcadia ; poeta e notabilissimo. repentista. Escreveu : — Collecção de poesias feitas por occasião da inauguração da estatua do rei r . José 1 em 6 de junho de 1775. Lisboa, 1775, 27 pags. in-8°— São cinco odes e seis sonetos que também se acham no volume « Narração dos applausos com que o juiz do povo e casa dos vinte e quatro festejam a felicíssima inauguração da estatua eqüestre, etc. Lisboa, 1775.» — A doença: poema offerecido á gratidão. Lisboa, 1777,49 pags. in-8° — Segunda edição. Lisboa, 1801. E' um poema em quatro cantos, em versos hendecasyllabos rimados. — Epitalamio nas felicíssimas nupeias do Exm. Sr. Conde de Calheta com a Exma. Sra. dona Marianna de Assis Mascarenhas. Lisboa, 1777, 7 pags. in-8°—Vem reproduzido no 1° supplemento do Florilegio.da poesia brazileira, pag. 298 e seguintes. — Recapitulação dos successos principaes da escriptura sagrada ( em verso). Porto, 1792 — Segunda edição augmentada e addicionada de um indice mui copioso, Lisboa, 1793, 184 pags. in-8°— Terceira edição, Lisboa, 1819 — Quarta edição com a biographia do autor e com finas gravuras pelo conego doutor Joaquim Caetano Fernandes Pinheiro, Rio de Janeiro, 1865. 200 DO — Almanak das muzas, offerecido ao gênio portuguez. Lisboa, 1793, 4 vols.— Não são suas todas as poesias desta obra; mas a maior parte dellas, umas com seu próprio nome, outras com o de Lereno Selinuntino e algumas anonymas. — Traducção de algumas odes de Horacio. Lisboa, 17**.— A I a destas odes vem no 3o vol. do dito Almanak. — Os viajantes ditosos: drama jocoso em musica para se representar no theatro do Salitre no anuo de 1790. Lisboa, 1790, 96 pags. in-8°. — A Saloia namorada ou o remédio ó casar: pequena força dramática que ás senhoras portuguezas offerecem e dedicam Domingos Caporalini e Miguel Cavani, representada por ellesepor outros no real theatro de S. Carlos. Lisboa, 1793, 22 pags. in-8*. — A vingança da cigana : drama joco-serio em um acto para ser representado no real theatro de S. Carlos pela companhia italiana, offerecido ao publico por Domingos Caporalini. Lisboa, 1794, 47 pags. in-8°. — A escola dos ciosos: drama jocoso em um só acto, traduzido livremente do italiano em versos port.uguezes para se representar em musica no real theatro de S. Carlos, etc. Lisboa, 1795, 66 pags. in-8°. — A viola de Lereno ; collecção de suas cantigas. Io tomo, Lisboa, 1798 in-120.— Deu-se segunda edição em Lisboa, 1806 ; terceira na Bahia, 1813 ; quarta em Lisboa, 1819. O segundo tomo só foi publicado em Lisboa, 1826, in-12°. Parece-me que ainda houve uma edição brazileira de 1825. São peças improvisadas, como disse Innocencio da Silva, entre as quaes ha- algumas de distincto merecimento que denunciam o grande talento de seu autor como repentista. Li, porém, a mais severa censura á este livro, escripta por habilissima penna portugueza que avaliava o mérito do autor desapiedadamente por causa de suas cantigas! Que injustiça avaliar-se o mérito de um poeta por cantigas chulas, improvisadas na mais estreita intimidade, entre commensaes, no lar, sob o império da rima, na linguagem própria do povo ignorante, ao mesmo tempo em que se desferem as cordas de uma viola ! Sabe-se que Caldas Barbosa, sempre alegre, galhofeiro, sustentava uma conversação, exprimindo-se somente em verso, e em verso rimado, e não pôde haver quem por um momento admitia a hypothese dó que elle, fallando seriamente, commettesse os erros, empregasse enfim essa linguagem chula que muitas vezes empregava em suas cantigas, arremedando o povo ignorante, fallando errado de propósito, como este. Sabe-se que elle não guardava taes improvisos. Seus amigos que o apreciavam, foram os colleceionadores e os editores das Cantigas do Lereno ; e essas cantigas tiveram muitas edições posthumas, porque sem duvida revelam a admirável facilidade DO 201 de expressão, a natural originalidade, o gênio poético do autor. Quem sabe, si o autor levou á mal essa publicação? Quem sabe si prohibiu a publicação do segundo tomo deste livro, só feita depois de sua morte, em 1826 ? Parece-me que o leitor não levará a mal que aqui transcreva os seguintes versos que o padre Caldas Improvisou uma vez cantando á sua viola n'um grupo de moças, e assim ver-se-ha como elle compunha taes versos. Cantava elle : Si é um crime o ser amante Bem criminoso sou eu ; Mas é tão gostoso o crime Que eu gosto bem de ser reu. e, como uma das senhoras lhe observasse que não ficava bem a um padre exprimir-se por tal modo, elle respondeu : Não cuides, formosa Elfina, Que impias lições te dicte. Um puro amor é virtude, E' crime o amor de appetite. « Mas não sou eu quem o censura, é o mundo, a gente que o ouvir.» — E elle retorquiu : Gosto de amar, vou amando... Que importa murmure a gente, Si a gente, que assim murmura, Talvez não seja innocente ? « E como se chama a sua amada ? » A esta pergunta que lhe fez uma joven fidalga, cançada talvez de ouvil-o cantar de amores, elle continuou : Não quero dizer seu nome Que dizel-o não convém, Basta só que este segredo Saiba-o eu, saiba-o meu bem. Instado finalmente pala joven, sem hesitar terminou : Menina, minha menina, Que tanta gracinha tem, Deixe lá fallar quem falia, Que só você é meu bem. Uma feita, em 1773, achava-se o poeta em Cintra em uma quinta com o seu amigo José Basilio da Gama (veja-se este nome) e escrevendo Gama no tronco de uma arvore : Neste tronco com meus votos Escrevo os de Mareia bella... 202 uma senhora suspende-o de continuar, pede a Barbosa que prosiga e este immediatamente disse : Porém, si o tronco murchar, Não ó por mim, é por ella. Muitas vezes nas sociedades o padre Caldas Barbosa improvisava não só no motte, como ao consoante que lhe davam com o propósito de embaraçal-o. Assim, dando-lhe uma senhora o motte «Tem dó do meu coração » e outra a palavra pião para consoante, elle em continente disse : Tu me fazes dar mil voltas Como si eu fosse um pião. Dà-me a corda que quizeres, Tem dó de meu coração. No Archivo Popular, tomo 14°, acham-se esses improvisos e também um soneto em resposta a outro que lhe dirigiu seu patrício Lucas José de Alvarenga, terminando cada verso na mesma palavra do soneto a que responde. — Descripção da grandiosa quinta dos senhores de Bellas e noticia de seu melhoramento. Lisboa, 1799, 87 pags. in-4°— E' offerecido áesposa de seu amigo e protector. — Tratado de educação das meninas, traduzido em portuguez — Não sei si foi publicado, nem onde pára, sei apenas que o autor o deixara inédito e era escripto em 13 capítulos com 328 pags. in-4°. — Henrique IV : poema épico, traduzido do original francez por **" Lisboa, 1807, 203 pags. in--í° — Aqui menciono esta obra por dizer Innocencio da Silva que, bem-que o Marquez de Bellas a publicasse como sua depois da morte de Caldas Barbosa, não faltou quem a julgasse deste. Talvez nem o Marquez tivesse a pretensão de passar como autor, pois que nem assignou-a. Esta traducção é muito superior á do Dr. Thomaz Bello e Freitas, publicada em Lisboa em 1789 e reimpressa no Rio de Janeiro em 1812. — Poema Mariano ou narração dos mais espantosos e extraordinários milagres de N. Senhora da Penha, venerada na provincia do Espirito Santo e em todas as partes do Brazil, por Domingos Caldas, natural da Bahia, dada á luz por Ignacio Felix de Alvarenga Salles, padre-mestre jubilado, etc. Victoria, 1854 — Teve segunda edição no livro «As maravilhas da Penha ou lendas e historias da Santa e do virtuoso frei Pedro de Palácios» pelo major J. J. Gomes da Silva Netto, de pags. 184 a 221. Compõe-se de 76 oitavas em verso heróico e foi escripto em 1770. DO 203 — Lebreida: poema em 50 décimas rimadas, escripto por occasião da inauguração da estatua eqüestre do rei D. José em 1778 — Tomara o poeta por assumpto deste poema uma caçada de lebres, feita pelo monarcha, á qual elle assistira. Vem no Florilegio da poesia brazileira, tomo 2o. Nesta collecção se acham mais do padre Caldas : — Boas festas ao arcebispo inquisidor; Aos annos da Condessa de Pombeiro; Fragmento dirigido ao primogênito da Condessa de Pombeiro. Lyra, ao dito primogênito ; O que é a saudade ; Melancolia ; Zabumba; Retrato ; Dous sonetos; Epitalamio nas nupcias da Condessa de Colheta—No volume publicado por J. Norbertode Sou^za e Silva sob o titulo « A Cantora brazileira ou nova collecção dehymnos, canções e lundus, tanto amorosos como sentimentaes » Rio de Janeiro, 1878, se acham 33 composições daquelle gênero do padre Caldas, de sete das quaes elle compoz também a musica. Intitulam-se Chupar no dedo ; E então 1 Ouvir, ver e calar ; Ais de amor ; Zabumba ; Tenho medo de papão Tape, tepe, tipe, ti; Amor brazileiro, etc. Houve quem attribuisse ao padre Caldas Barbosa as celebres « Cartas chilenas de Critillo e Dorothêo » á tantas pennas attribuidas, mas hoje se sabe perfeitamente que de taes cartas não foi autor. (Veja-se Cláudio Manoel da Costa.) D o m i n g o s C a r l o s d a Silva—Filho de Carlos Manoel da Silva e de dona Anna da Silva Cunha, nascido na cidade de S. Salvador, capital da provincia, hoje Estado da Bahia, ó doutor em medicina pela faculdade da mesma cidade, tendo antes de sua formatura servido como interno da clinica medica, quer do hospital de misericórdia, quer dessa faculdade ; ó nella lente cathedratico de pathologia externa, e agraciado com o titulo de conselho do Imperador. Também antes de graduado, prestou serviços aos affectados da epidemia de cholera-morbusi que grassou no Brazil de 1855 a 1856, tendo estado em vários pontos de sua provincia e na de Pernambuco. Ultimamente foi nomeado inspector geral de hygiene, cargo de que pediu logo exoneração. Escreveu : — Dissertação sobre os meios cirúrgicos empregados no tratamento do cancro do seio, seguida de algumas proposições em solução aos seguintes pontos : Como explicar-se a coincidência que existe entre a dureza do pulso e a força e energia das contracções uterinas no trabalho do parto? Menstruação ; Como reconhecer-se que houve aborto em um caso medico-legal ? Tributo acadêmico, etc, afim de receber o gráo de doutor em medicina. Bahia, 1859, in-4° gr. — Theoria das cellulas, consideradas como elemento anatômico : theso 204 MJKS publicamente sustentada, etc, em concurso.para um dos três logares de oppositor da secção cirúrgica, Bahia, 1860, in-4° gr. — Das glândulas em geral: these em concurso á cadeira de anatomia descriptiva; apresentada, etc Bahia, 1862, in-4° gr. — Estudo das principaes questões relativas ás feridas por armas de fogo : these em concurso para á cadeira de pathologia externa, apresentada, etc. Bahia, 1874, 272 pags. in-4° gr. — Compêndio de pathologia cirúrgica elementar ou resumo das lições feitas em 1878 na faculdade de medicina da Bahia : obra adaptada aos estudos e destinada ao uso dos alumnos. Bahia, 1878' 194 pags, in-4° — Este compêndio continuou a ser publicado em mais dous fasciculos. — Conferências de clinica cirúrgica, feitas no hospital de caridade, recolhidas e publicadas pelo alumno Constancio Pontual. Bahia, 1871, 428 pags. in-4°. — Hérnias inguinaes engastadas : prova escripta no concurso que teve logar em agosto de 1874 para a cadeira de pathologia externa. Bahia, 1876, 32 pags. in-4°. — Reforma de ensino superior no Brazil. Bahia, 1883, 120 pags. in-8°. — Da cholera-morbus epidêmica. Considerações históricas, administrativas e prophylacticas. Conferência feita na escola da Gloria no dia 2 de agosto de 1884. Rio de Janeiro, 1884, 39 pags. in-8". — Ha outra edição de 1888, Rio de Janeiro, com 42 pags. in-4°. Deste autor ha em revistas alguns escriptos, como: — A ilha de Itaparica e o beriberí — Na Revista Medica da Bahia, 1877, pags. 187 e segs. e depois nos Annaes Brazilienses de Medicina, tomo 29°, pag. 103 e segs. D o m i n g o s F u l g e n c i o d a S i l v a L e s s a — Natural de Alagoas, ó presbytero secular, conego honorário da antiga capella imperial, capellão capitão honorário do exercito por serviços prestados na campanha do Paraguay, capellão do corpo de policia daquelle Estado' cavalleiro da ordem da Rosa e da de Christo, e condecorado coma medalha da dita campanha. Escreveu: — Sermão de Nossa Senhora da Conceição, pregado em sua festa no dia 8 de dezembro de 1869 na ilha do Cerrito, no Paraguay. Rio de Janeiro, 1869. — A egreja catholica, apostólica, romana. A companhia de Jesus e a maçonaria, etc. Maceió, 1874, 131 pags. in-8°— E'escripto por occasião da questão religiosa em defesa dos bispos, etc. DO 205 — 0 poder temporal do papa — Sahiu na Estreita do Norte, do Pará, tomo 2o, 1864, pags. 346, 355 e 371. D o m i n g o s d e G ó e s e " V a s c o n c e l l o s — Filho do conselheiro Zacarias de Góes e Vasconcellos e de dona Carolina de Mattos e Vasconcellos, natural da cidade do Rio de Janeiro, onde nasceu a 15 de dezembro de 1856, é doutor em medicina pela faculdade da mesma cidade, adjunto da segunda cadeira de clinica cirúrgica da dita faculdade, cirurgião adjunto do hospital da misericórdia, e membro titular da academia nacional de medicina. Escreveu : — Paralysias; Valor da docimasia pulmonar; Meningeas craneanas ; Hydropisias : these apresentadafá faculdade de medicina do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 1880, 68 pags. in-4°. — Apontamentos de clinica cirúrgica. Rio de Janeiro, 1885, in-8°— Precede este livro uma carta do conselheiro Saboia. São trabalhos relativos a factos notáveis da clinica cirúrgica do hospital da misericórdia e da clinica particular do autor. — Estudo crítico e clinico dos differentes processos cirúrgicos do tratamento das hepatites suppuradas. Rio de Janeiro, 1887, 31 pags. in-8° com 1 mappa — E' uma memória que o autor apresentou à academia nacional de medicina como titulo para sua admissão, e que foi publicada nos Annaes Brazilienses, tomo 52°. — Contribuição para o estudo clinico das hepatites suppurados ; memória lida no segundo congresso brazileiro de medicina e cirurgia em 1889. D o m i n g o s G u e d e s C a b r a l — Filho de Antônio Guedes Quinhones de Mattos Cabral e de dona Anna Rita do Carmo Cabral, nasceu a 4 de julho de 1811 na cidade de Pelotas, da antiga provincia de S. Pedro do Sul, e falleceu na Bahia a 6 de março de 1871. Seu pae, que era portuguez, dedicado á causa da metrópole, sentindo-se arruinado após os movimentos da independência do Brazil, retirou-se para Portugal, tendo apenas podido dar á seu filho os primeiros rudimentos da educação litteraria e envial-o para a Bahia com destino ao commercio; mas este, já guarda-livros de importante casa, deixou o emprego que tinha para dar-se ás lettras, e fez um curso de humanidades ainda com alguns recursos que seu pae pôde fornecer-lhe. Com a morte, porém, deste foi-lhe forçoso seguir o magistério como professor publico de primeiras lettras mediaute o respectivo concurso. Todo entregue às idéas republicanas, depois fez-se jornalista, principiando por ccllaborar na imprensa republicana da Bahia e depois 206 DO creando e redigindo novos órgãos de propaganda, e com ardor tal, que renunciou ser deputado provincial, porque « não podia pela palavra oral fazer tanto, como pela palavra escripta». Por sua dedicação, porém, á causa que abraçara, soffrèu desgostos e injustiças até dos próprios amigos e, por isso, de certa época em diante começou a declinar seu ardor primitivo até que voltou de todo à vida particular. Escreveu: — O Democrata (órgão de propaganda). Bahia, 1836 a 1842, in-fol. — O Guaycurú (órgão francamente republicano). Bahia, 1842 a 1850, in-fol.— Do Guaycurú disse o Dr. Borges da Fonseca, um dos mais decididos adeptos da propaganda : « Si cada provincia tivesse um Guaycurú, a republica entre nós seria questão de dez annos. » Esta folha, que fez em 1848 a mais vigorosa opposição á administração do general Andréa, depois Barão de Caçapava, tinha, por epigraphe estes dous versos da tragédia Catão, de Garret, : Da liberdade a arvore não*cresce, Si a não rega dos déspotas o sangue. Nos assumptos políticos deste jornal, de sua penna, sobresahe : — Fôrma republicana : serie de artigos — muito applaudidos pelos sectários da idéa. Nos assumptos particulares notam-se : — Tenebrosos mysterios da Bahia ; serie de oitenta artigos sobre a celebre questão Passos, que então agitava a Bahia — Redigiu ainda : — O Interesse Publico. Bahia, 1860-1861, in-fol.— Foi fundado depois de certa ausência de Guedes Cabral do jornalismo. Escreveu enfim : — A política e os políticos — Ficou inédita essa obra, escripta quando o autor, desilludido, pôde bem apreciar os caracteres políticosSei que um dia, revendo elle alguns fragmentos, viu que iria deixar á seus filhos um legado de perseguição, e então inutilisou-os. Boa parte, porém, do livro ficou e existia em poder de seu filho de egual nome ;, com a morte deste não sei onde pára. D o m i n g o s G u e d e s C a b r a l , 2o — Filho do precedente e de dona Faustina Maria do Nascimento Cabral, nasceu na cidade da Bahia a 29 de outubro de 1852 e falleceu a 27 de janeiro de 1883. Preparado para o curso jurídico, e não se matriculando nesse curso em virtude de moléstia que a isso obstou por quasi dous annos, deu-se particularmente ao estudo da philosophia e depois resolveu-se a estudar medicinada faculdade da dita cidade, onde recebeu o gráo de doutor em 1875. De vigoroso talento, já com pendor para os estudos philo- DO 207 sophicos contra as idéas espiritualistas, estudando anatomia e zoologia, leu Huscly, Burgmeister e Darwin e recordou-se do que talvez lera em Nicolas. « Estudos sobre o christianismo», na parte que se refere a Moysés perante a sciencia, e então, todo enlevado nas novas doutrinas, esquecendo as que bebera nas aulas e as crenças religiosas, bebidas em sua infância, deu novo rumo á suas idéas á proporção que estudava physiologia. Andou lendo, sem duvida, Taine, Wagner, Valentin, Huschle, Leves, Schaller, Paschappe, Robin, Uyrtl, C. Vogt, Lamarck, Hàckel, Luís, Moleschott, Liell, Coita, Broca, Zimmerman, todos os contribuidores, emfim, que pôde encontrar da escola radicalista, e formou suas convicções de que a alma é uma funcção do cérebro e o homem o ultimo gráo apenas da animalidade, e escreveu para these inaugural: — Funcções do cérebro. Bahia, 1876,265 pags. in-4° — Sob sua paixão dominante pela nova philosophia, emprehendeu, segundo me consta, a publicação de três obras snccessivamente complementares entre à physiologia e a anthropologia. Esboçou uma obra « A questão do homem », que devia ser complemento de outra, isto é « Cérebro e alma », a qual por sua vez completa o trabalho « Funcções do cérebro », que apresentou á faculdade como sua these inaugural. Apparecendo, porém, dissidências na commissão revisora, esta as submotteu á congregação, que, depois de calorosa discussão, resolveu rejeitar a these como lesiva á religião do Estado, sendo por isso dada à estampa sem caracter de these pelos collegasdo autor. Elle ahi, com effeito, se declara darwinista e francamente materialista ; mas me parece que a faculdade, pelo facto de rèpellir as idéas emittidas n'uma these, não devia repellir a these. Ha um lente encarregado de escrever os acontecimentos mais notáveis do anno, e então podia a congregação fazer que se mencionasse o facto na historia de taes acontecimentos, que é sempre impressa, até com um resumo dos argumentos apresentados contra as idéas errôneas, e com isso também a sciencia lucraria. Sustentando o autor que a alma é apenas uma funcção physiologica como qualquer outra e que a cosmogonia de Moysés é insustentável perante a sciencia, esse livro causou grande sensação e provocou, sobretudo por parte do clero, uma verdadeira reacção. Foi assim que, além da Chronica Religiosa, periódico do archiepiscopado, que sahiu-lhe ao encontro com mais de trinta artigos editoriaes e outros de collaboração, apresentaram-se em vários jornaes combatendo-o muitos contendores, clérigos e seculares, d'entre os quaes salientaram-se o publicista Bellarmino Barreto e o conego doutor Romualdo Maria de Seixas Barroso, que simultaneamente publicaram no Diário da Bahia duas series de bellos artigos, cheios de erudição e pro- 208 DO ficiencia. (Vejam-se estes dous nomes.) A seus contendores respondeu o autor com os dous trabalhos: — A sciencia e os padres: serie de artigos dirigidos particularmente ao clero — Não o affirmo, mas creio que foram publicados no mesmo jornal e na mesma occasião. — A propósito das Funcções do cérebro: serie de artigos em resposta aos contendores da imprensa secular — publicados no Diário da Bahia de fevereiro de 1876. — Qual o melhor tratamento da febre amarella ; Queimaduras; Do infanticidio considerado sob o ponto de vista medico-legal; Si o ferro augmenta o numero dos glóbulos, e a quantidade da ematosina e diminuo a parte serosa do sangue, á que são devidos estes resultados ? these apresentada à faculdade de medicina para ser sustentada, etc. Bahia, 1875, in-4° — E' a these que o autor apresentou em substituição da que foi repellida pela faculdade. O Dr. Guedes Cabral escreveu alguns trabalhos em revistas acadêmicas e deixou inéditos outros que seriam publicados si não morresse tão cedo; são estes : — Cérebro e alma. — O homem perante a sciencia por Buchner: traducção. — A bíblia na índia porL. Jacolliot: traducção. — Manhãs do ermo : poesias. D o m i n g o s B o r a c i o d e B a r r a i , Conde de Barrai — Filho do Conde de Barrai (da França) e da Condessa do mesmo titulo e também Condessa da Pedra Branca, dona Luiza Margarida Portugal de Barros, nasceu na Bahia em 1850 e, educado na França, entrou no serviço deste paiz, exercendo o logar de membro da embaixada á Roma e depois o de conselheiro municipal do distrieto de Etreeley. Escreveu : — Uetude sur 1'histoire diplomatique de 1'Europe de 1648 a 1791, contenant: L'Europe occidentale de 1648 à 1713; le Nord et POrient depuis 1648 jusqu' à Ia mort de Pierre, le Grand, Louis XV, Marie Therese et Frederic, le Grand; partage de Ia Pologne, independence des Etats-Unis. Paris, 1880, in-8°— Depois de ter segunda edição foi publicado o segundo volume ou : —Uetude sur 1'histoire diplomatique de l'Europe de 1792 a 1815, etc. Paris, 1885, in-8°—Abrange factos do começo da revolução franceza á paz de Campo Formio. E' um livro de alto valor histórico que permitte ao leitor penetrar certos arcanos. D o m i n g o s J a c y M o n t e i r o 1." — Filho de Francisco José Monteiro Mesquita e de dona Joaquina Pereira Monteiro, nasceu na DO 209 cidade do Rio de Janeiro a 13 de março de 1831. Doutor em medicina pela faculdade da mesma cidade, fez uma viagem á Europa, donde voltou também doutor em direito. Desde estudante tomou parte activa no movimento litterario de sua época e dedicou-se ao magistério em alguns collegios. Depois leccionou latim e francez como professor coadjuvante na escola central; historia moderna como professor interino no antigo collegio de Pedro II; portuguez na escola normal; geographia e historia do Brazil no asylo da infância desvalida e foi, além disso, examinador em concursos de instrucção secundaria, e em exames de preparatórios para cursos superiores, nos quaes presidiu mesas; foi delegado da instrucção primaria e secundaria do município da corte, emembro do conselho superior da instrucção publica. Serviu muitos annos na secretaria do império, hoje do interior, donde, sendo sub-director, foi demittido contra expressa disposição do regulamento, na situação liberal iniciada a 5 de janeiro de 1878, sendo mais tarde reintegrado nesse cargo,em que logo aposentou-se,e antes disto presidiu a provincia do Amazonas, de 1876 a 1877. Foi sócio fundador e vicepresidente da sociedade propagadora das bellas-artes á qual, assim como ao lyceu de artes e offlcios, prestou os mais relevantes serviços. E' offlcial da ordem da Rosa e cavalleiro da de Christo. Escreveu: — Arsênico e seus compostos, effeitos physiologicos e therapeuticos; De pondere characterum ab ovario fructuque in eadem planta ministratuum; De casibus ototomiam reclamantibus, methodisacrationibus: theses, etc. Rio de Janeiro, 1854, in-4° — Só o primeiro é desenvolvido em dissertação ; os outros, em proposição, são escriptos em latim. — A justiça. Satyra I a : O ministério. (Rio de Janeiro, 1866) 24 pags. in-8° —Sahiu sem frontispicio e não continuou a publicação. — Canto e soneto a memória do poeta brazileiro Antônio Gonçalves Dias. Rio de Janeiro, 1867, 9 pags. in-8° — O Dr. Jacy foi, quem por obséquio à viuva do poeta que vendera á casa Garnier a propriedade da publicação, coordenou a quinta edição das poesias de Gonçalves Dias, augmentada de muitas poesias,.inclusive os Timbiras, e que é a edição mais completa. — Canto à inauguração da estatua eqüestre de D. Pedro I, monumento commemorativo da independência do Brazil. Rio de Janeiro, 1862,1 foi. — Foi reproduzido pelo Jornal do Commercio e por outros jornaes. — Discurso biographico do bacharel M. A. Alvares de Azevedo, recitado na 4* sessão solemne do Gymnasio Brazileiro, etc.—Vem como introducção das obras de Manoel Antônio Alvares de Azevedo, colligidas e publicadas por Jacy Monteiro em 1853 e nas duas edições subsequentes. 210 DO — Discurso pronunciado na sessão da assembléa geral do montepio geral de economia dos servidores do estado no dia 24 de novembro de 1872. Rio de Janeiro, 1872, in-4°— Esta sessão teve logar pela inauguração do retrato do Visconde do Rio Branco. — A conversão dos bens das ordens regulares em apólices da divida publica intransferíveis. Rio de Janeiro, 1870, 24 pags. in-8°. — Relatório apresentado ao Exm. Sr. Dr. Agesiláo Pereira da Silva, presidente da provincia do Amazonas, depois de ter entregue a administração da provincia em 26 de maio de 1877. Manáos, 1878, 69 pags. in-fol., seguido de annexos — Este relatório foi impresso um anno depois, na ausência do autor e, segundo fui informado, com algumas omissões ou alterações. Jacy Monteiro desde 1847 escreveu artigos, principalmente sobre lettras e sciencias e muitas poesias no Diário do Rio de Janeiro sob a redacção do conselheiro Josino do Nascimento e Silva, sendo notáveis os escriptos políticos com o titulo Nova época, em 1857; no Correio Mercantil sob a direcção de J. M. da S. Paranhos (depois Visconde do Rio Branco) e Francisco Octaviano ; no Philanthropo que, começando em 1849, passou a ser do n. 76 em diante órgão da sociedade contra o trafico dos africanos e promotora da colonisação e civilisação dos indígenas, da qual elle foi sócio ; no Correio do Brazil e no Velho Brazil, redigidos por Justiniano J . da Rocha ; no Atheneo, da Bahia, redigido pelo autor destas linhas; na Época Litteraria também, da Bahia; na Revista Universal Maranhense ; no Beija-flor ; na Gazeta dos Hospitaes ; nos Harpejos Poéticos; na Semana Illustrada; no Bazar Volante e na Voz da Juventude, donde o seu — Epicedio por occasião da morte -do bacharel Manoel Antônio Alvares de Azevedo— foi reimpresso no Florilegio da. infância. A Voz da Juventude, publicada no Rio de Janeiro de junho de 1849 a novembro de 1850, foi depois declarada revista do gymnasio brazileiro, passando a seu redactor o Dr. Jacy Monteiro, que ainda redigiu : — Guaracinga: revista litteraria. Rio de Janeiro, 1850-1851, 72 pags. in-8° — Só sahiram seis números, sendo também da redacção Antônio Carlos Ribeiro de Andrada Machado e Manoel Antônio Duarte de Azevedo, depois lentes da faculdade de S. Paulo. — Três de Maio : (folha política) Rio de Janeiro, 1858, in-fol. — Brazü Artístico : revista da sociedade propagadora das bellas-artes. Rio de Janeiro, 1857-1858, in-fol. de duas columnas.— Foi também da redacção F . J . Bethencourt da Silva e só sahiram seis números, sendo o primeiro a 25 de março de 1857 e o ultimo em março de 1858. Nesta revista acha-se de Jacy Monteiro: DO 211 — Discurso recitado na sessão solemne da inauguração da sociedade propagadora das bellas-artes do Rio de Janeiro — no n. 3, occupando 16 columnas, assim como —Um fauno vivo: anecdota da vida de Coysewox por Molière — no n. 5, occupando 11 columnas. D o m i n g o s J a c y M o n t e i r o , 2o — Filho do precedente, e de dona Maria Dulce Monteiro, nasceu na cidade do Rio de Janeiro a 20 de julho de 1852. Doutor em medicina pela faculdade da mesma cidade, foi medico do hospício dos alienados, annexo ao hospital» de S. João Baptista de Nitheroy, desde julho de 1881 até ser extincto esse hospício em 1890 ; depois entrou em concurso para a cadeira de psychiatrica, foi nomeado adjunto da mesma cadeira e passou a lente substituto na ultima reforma da faculdade. Escreveu: — Dos systemas penitenciários, e de sua influencia sobre o homem ; Respiração vegetal ; Hemorrhagias puerperaes ; Diatheses e moléstias diathesicas: these, e t c , afim de obter o gráo de doutor em medicina. Rio de Janeiro, 1875, in-4°. — Relatório da commissão medica da Estrella — Refere-se á epidemia de febres graves que alli grassou em 1879, e foi publicado na Revista clinica do hospital de S. João Baptista de Nitheroy, n . 1, de pags. 5 a 11, não continuando por cessar a publicação desta revista. — Relatórios (do movimento do hospício dos alienados, annexo ao hospital de S. João Baptista, de Nitheroy)—Acham-se annexos aos relatórios da presidência da provincia, hoje Estado, do Rio de Janeiro de 1882 a 1886. D o m i n g o s J o a q u i m d a F o n s e c a — Nasceu na cidade da Bahia em' 1829 e é irmão do chefe de esquadra Ignacio Joaquim da Fonseca, de quem occupar-me-hei. Tendo o curso da academia de marinha, serviu na armada até o posto de primeiro tenente, a que foi promovido em 1855 e, pedindo demissão delle em 1863, foi nomeado inspector da alfândega do Rio Grande do Norte. Na armada, fez parte da esquadra que sob o commando do chefe de esquadra P . F. de Oliveira foi ao Paraguay effectuar os tratados de limites com esta republica ; desempenhou commissões importantes como a do levantamento do pharol dos Abrolhos em 1858 e a direcção dos trabalhos para melhoramento do porto do Rio Grande do Sul em 1861. Em 1864, já no serviço da fazenda nacional, foi nomeado, mediante concurso, segundo conferente da alfândega de sua provincia natal, e no anno seguinte, também por concurso, stereometra da mesma alfândega, logar que 212 DO foi mais tarde supprimido, passando elle por este motivo para o de primeiro conferente. Exercendo este cargo na alfândega de Pernambuco, foi a seu pedido aposentado. E'cavalleiro da ordem da Rosa, sócio do conservatório dramático da Bahia, e escreveu: — Apontamentos sobre um roteiro da costa do Brazil. Rio de Janeiro, 1854— Sahiu na Revista marítima brazileira, 1854. — Remorsos: drama. Bahia, 1868 — Ignoro si foi impresso. Foi, porém, neste anno apresentado ao conservatório dramático, e em 1875 levado â scena nessa provincia. — A ambição : drama. Bahia, 1870. — Mathilde : drama. Bahia, 1875. — Amor e morte: romance. Bahia, 1876. — Manuel Bechman : drama histórico em verso, em seis actos. Pernambuco, 1888 — Foi representado na Bahia vinte annos antes de ser impresso. Talvez ainda outras peças theatraes tenha o autor impressas. Inéditas sei que tem algumas. D o m i n g o s J o s é A n t ô n i o R e b e l l o — Natural da cidade da Bahia, e nascido, segundo penso, nos últimos annos do século XV11I, foi negociante matriculado na praça de sua provincia e exerceu o cargo de director da companhia de seguros Commercio marítimo. Foi pae do desembargador Henrique Jorge Rebello e do doutor Tito Adrião Rebello eavô do doutor Eugênio Guimarães Rebello, dos quaes occupar-me-hei neste livro. Escreveu: — Corographia ou abreviada historia geographica do império do Brazil, especialmente da provincia e cidade de S. Salvador, Bahia de todos os Santos, coordenada e dedicada á casa pia e collegio dos orphãos de S. Joaquim desta cidade para uso de seus alumnos. Bahia, 1829, 259 pags. in-8°. D o m i n g o s J o s é F r e i r e , Io — Pae do distincto professor da faculdade de medicina do Rio de Janeiro, de igual nome, foi um hábil educador da mocidade, dirigiu o collegio de S. Christovão que funccionou na rua do Pedregulho desta cidade, n. 56, até o anno de 1862, e escreveu: — A paixão de Olympía: episódio romântico. Rio de Janeiro — Foi publicado pela casa Garnier. D o m i n g o s J o s é F r e i r e , 2o — Filho do precedente e de dona Lauriana Lucinda Rosa Freire, e nascido na cidade do Rio de Janeiro, ó bacharel em lettras polo antigo collegio de Pedro II; DO 213 doutor em medicina pela faculdade desta cidade ; lente de chimica orgânica e biológica da mesma faculdade ; lente de chimica do Lyceu de artes e officios; cirurgião-mór de brigada honorário por serviços prestados na guerra do Paraguay; membro titular da antiga academia de medicina e honorário do Instituto pharmaceutico do Rio de Janeiro ; membro honorário da sociedade de cremação de Haya ; correspondente do circulo medico argentino de Buenos-Aires e da academia livre de medicina de Lima ; offlcial da ordem da Rosa e condecorado com a medalha da campanha do Paraguay e com a medalha honorífica do conselho geral da Guyana franceza. Viajou pela Europa em commissão scientifica do governo ; presidiu a secção de pharmacologia no congresso internacional de sciencias médicas de Bruxellas e leccionou interinamente, por nomeação do governo, no curso de sciencias naturaes da escola polytechnica. Incansável nas investigações e no estudo da sciencia de sua predilecção, a chimica, descobriu em 1881 um apparelho destinado a extrahir todos os gazes que se acharem dissolvidos nos differentes líquidos orgânicos, em substituição à bomba pneumatica á mercúrio de Alberguiat, cujo preço é elevado e cujo trabalho ó moroso, baseando o mecanismo desse apparelho: Io, no deslocamento dos gazes pelo chloroformio, análogo ao do oxygenio do sangue pelo oxydo de carbono ; 2°, na producção do vácuo no final da operação, o que acarreta alguns restos de gazes que ainda fiquem retidos no seio do liquido orgânico. Ultimamente deu-se com fervor ao estudo do micróbio da febre amarella, e da vaccinação preventiva desta moléstia, estudo em que tem sido infatigavel, mas que lhe assignala logar distinctissimo entre os homens da sciencia. Escreveu: — Albumínuria e lesões anatomo-pathologicas dos rins respectivos; Fractura da clavicula; Signaes tirados da voz e da palavra ; Gravidade, attracção molecular: these apresentada á faculdade de medicina, etc. Rio de Janeiro, 1866, 84 pags. in-4° gr. — Da electricidade em geral e em particular da electricidade animal: these de concurso à um logar de oppositor de secção de sciencias médicas. Rio de Janeiro, 1871,32 pags. in-4°. — Estudo analytico e comparativo dos principaes ácidos orgânicos : these de concurso á cadeira de chimica orgânica da faculdade de medicina. Rio de Janeiro, 1874, 131 pags. in-4° com dous quadros. Chloral e chloroformio: prova escripta do concurso à cadeira de chimica orgânica. Rio de Janeiro, 1874.28 pags. in-8°. — Relatório apresentado à faculdade de medicina do Rio de Janeiro, pelo doutor, etc. em commissão na fôrma do art. 13 dos estatutos. 1° semestre (setembro de 1874 a fevereiro de 1875). Rio de Janeiro, 214 DO 1876, 52 pags. in-4°— Trata-se dos meios de melhorar o material e pessoal do ensino medico. — Relatório apresentado e t c , 2o semestre de fevereiro á agosto de 1875. Bruxellas. Rio de Janeiro, 1876, 78 pags. in-4° — Trata-se dos trabalhos dos laboratórios de sciencias physicas e naturaes de Paris. — Relatório apresentado, etc. 3o semestre. Vienna d'Áustria. Rio de Janeiro, 1876, in-4° — Trata-se do ensino medico em Londres e em Bruxellas. — Relatório apresentado, etc. 4o semestre. Vienna d'Áustria. Rio de Janeiro, 1876, in-4° — Occupa-se da descripção dos laboratórios de chimica de Leipzig, Marburgo, e t c , com figuras intercaladas no texto, os desenhos de taes laboratórios e, em duas bellas gravuras, os do exterior do laboratório chimico da universidade de Leipzig e do interior do auditorium. Annexo à este volume acham-se : — Movimentos gyratorios da camphora, suas causas, suas leis, e relações com a constituição molecular dos corpos : trabalhos experimentaes do relator com figuras intercaladas no texto. — Relatório apresentado, etc. 5» semestre. Rio de Janeiro, 1877, 320 pags. in-4° — Tem por assumpto a organização das universidades da Allemanha, Áustria, Suissa e províncias allemãs da Rússia. — Relatório apresentado, etc 6o e ultimo semestre. Rio de Janeiro, 1878, 128 pags. in-4° — Occupa-se do ensino superior na Itália, especialmente do ensino medico e, da pag. 85 em diante (segunda parte), das faculdades da Prússia e da Itália ; horário da faculdade de Vienna ; ensino medico, ordem dos médicos ; o nosso estado e o que convém para melhoral-o ; conclusões e despedida. — Sur Vetamage —publicado nos Comptes Rendus do congresso internacional das sciencias médicas de Bruxellas, 1876 E' um trabalho apresentado ao mesmo congresso. — Noticias clinicas da campanha do Paraguay: memória publicada na Revista Medica do Rio de Janeiro, 1876. — Accidentes que complicam os ferimentos por arma de fogo com applicação á campanha do Paraguay : memória — Idem, 1876-1877. Sahiu em dezesete números da revista. — Estudo sobre um cryptogamo, causa da oxidação dos óleos, feito no laboratório, da faculdade de medicina. Rio de Janeiro, 1878, in-4°. — Considerações sobre os usos das sodas e potassas, e sobre as vantagens da fundação no nosso paiz da industria destes productos. Rio de Janeiro', 1879. — Sur Vatoxicité des eaux météoriques : note presentóe à 1'academie DO 215 des sciences de Paris. Rio de Janeiro, 1880 — Foi também publicado nos Comptes rendus da mesma academia. — Lições de chimica orgânica, professadas na faculdade de medicina do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 1880 —E' a parte primeira, publicada em fasciculos, sem frontispicio, com 272 pags. Depois sahiram à luz: — Lições elementares de chimica orgânica, professadas na escola de medicina do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 1882,330 pags. in-4°. — A synihese da chimica orgânica : these de concurso para a segunda secção do curso de sciencias pnysicas e naturaes da escola polytechnica. Rio de Janeiro, 1880, 277 pags. in-4° — Da pag. 262 em diante esjão proposições sobre Analyse dos gazes e Vaccas de leite. — Recueil des travaux chimiques, suivie des recherches sur Ia cause, nature et traitement de Ia flevre jaune, avec figures dans le texte. Rio de Janeiro, 1880, 348 pags. in-8° — A segunda parte foi traduzida para o inglez pelo Dr. Justin Donvar, medico do almirantado inglez, em 1883. — Etudes experimentales sur Ia contagion de Ia fievre jaune. Rio de Janeiro, 1883, in-4" com estampas —E' um opusculo de 48 pags., em que o autor chega à conclusão de que : Io a febre amarella é uma moléstia especifica e infecto-contagiosa ; 2o sua especificidade é devida á presença no sangue de um parasita que elle chamou cryptococcus xanthogenicus ; 3o é provável conseguir-se a profilaxia da moléstia mediante a vaccinação preventiva. — Investigações sobre a febre amarella — Na União Medica, 1883, pags. 167, 358 e 409 esegs. — Ptomainas da febre amarella: memória apresentada à academia imperial de medicina para obter o gráo de membro titular. Rio de Janeiro, 1885, 45 pags. in-8°— Publicou-se também nos Annaes Brazilienses, tomo 51°, pags. 129 a 173 e em seguida, até pag. 179, acha-se o parecer sobre esta memória pelo Dr. F. M. de Mello e Oliveira. — Doctrine microbienne de Ia fievre jaune et ses innoculations preventives: rapport des etudes experimentales sur cette maladie, presente au gouvernement imperial du Bresil. Rio de Janeiro, 1885, 461 pags. in-8° e mais 181 de annexos com numerosas gravuras chromolithographadas e esboços thermographicos e sphygmographicos. — La vaccine de fievre jaune: resultats estatistiques des innoculations preventivos avec Ia culture du microbe, attenué, de janvier á aoüt 1885. Rio de Janeiro, 1836, 29 pags. in-8°. — Notice sur Ia regeneration de Ia virulence des cultures attenués du microbe de Ia flevre jaune. Extrait du journal O Paiz; traduction ieVEtoile duSud. Rio de Janeiro, 1886, 8 pags. in-4°. 216 ^ ~ — Refutation des recherches sur Ia fievre jaune, fartes par mr. P . Gibier à Ia Havane. Rio de Janeiro, 1888. — La missionm Bresil du Dr. Itemberg. Refutation du rapport publió par ce medecin sur Ia fievre jaune dans le Medicai News, de Philadelphia. Rio de Janeiro, 1888. — Estatistique des vaccinations au moyen de culture de microbe attenué de Ia fievre jaune, peudant Tepidemie de 1888 a 1889. Rio de Janeiro, 1890. — Relatório apresentado ao governo imperial pelo D r . . . presidente da junta de hygiene publica. Rio de Janeiro, 1884, in-fol. — Hygiene publica: A inspectoria geral de hygiene e seu parecer sobre a falsificação e fraude das bebidas alcoólicas e das principaes disposições referentes ao assumpto em vários paizes civilisados. Rio de Janeiro, 1888, 132 pags. in-8" com uma tabeliã— E' escripto de collaboração com osDrs. L. de Moraes Sarmento e A. F . Campos da Paz. — Manual de trabalhos práticos de chimica orgânica para servir de guia no curso pratico do laboratório da faculdade de medicina do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 1887, in-8° — E' publicação de 1886, emoora, como se vê na frente do livro, tenha outra data. — Prémières etudes experimentales sur Ia nature du câncer. Rio de Janeiro, 1887, 55 pags. in-8°, — Differentes aspectos da urina nos casos de chyluria. Rio de Janeiro, 1888, in-8.° — Recherches sur Ia nature parasitaire du scorbut, sur 1'allotropie du brome, sur 1'alcaloide et deux resines de Ia jurubebe. Rio de Janeiro, 1890 — Ha ainda do autor muitos trabalhos em jornaes e revistas, dos quaes mencionarei : — Sobre a falsificação dos vinhos; resumo da lição pronunciada no imperial Lyceu de artes e officios, a 6 de novembro de 1878 — No Jornal do Commercio de 10 do dito mez. — Moléstias das vinhas : lição proferida no mesmo lyceu, a 7 de novembro de 1878 — No dito jornal. — Das contusões por castigo — Na Revista Medica do Rio de Janeiro, n. 6, 1878. — Algumas medidas sanitárias applicaveis á cidade do Rio de Janeiro: memória — publicada na Gazeta de Noticias em fevereiro de 1879. — Assumptos hygíenicos : memória — publicada no Cruzeiro, em novembro de 1879. — Os medicamentos officinaes de importação: pesquizas feitas no laboratório da faculdade de medicina da corte"— Na União Medica tomo 1°, 1881, pags. 639 a 660. DO 217 — Processo de dosar a gelatina que falsifica as peptonas medicinaes: pesquizas feitas no laboratório da faculdade de medicina da corte — Na União Medica, 1882, pags. 61 e seguintes. Foi traduzido em italiano, e publicado nos Annali de Chimica, tomo 74°, 1882, pags. 231 e seguintes. Domingos José Gonçalves de Magalhães, Visconde de Araguaya — Filho de Pedro Gonçalves de Magalhães Chaves, e nascido na cidade do Rio de Janeiro a 13 de agosto de 1811, falleceu em Roma a 10 de julho de 1882, sendo enviado extraordinário e ministro plenipotenciario do Brazil junto a esta corte; grande do império; do conselho do Imperador ; cavalleiro da ordem do Cruzeiro, commendador da ordem da Rosa e da de Christo; da ordem napolitana de Francisco I e da do Mérito; sócio do Instituto histórico e geographico brazileiro e de outras associações de lettras. Graduado em medicina pela antiga faculdade do Rio de Janeiro em 1832, fez em 1834 uma viagem á Europa, como addido á legação brazileira em Paris. De volta à pátria, serviu no Maranhão o cargo de secretario do governo e depois o mesmo cargo no Rio Grande do Sul, então em convulsões politicas, sendo, depois de pacificada esta provincia, eleito seu representante na legislatura de 1845 a 1848 e, antes de ahi servir, nomeado lente de philosophia do collegio de Pedro II. Dedicando-se desde 1847 â carreira diplomática, foi. encarregado de negócios nas cortes de Turim e de Nápoles, depois ministro residente em Vienna d'Áustria; dahi passou em 1867 como enviado extraordinário e ministro plenipotenciario aos Estados-Unidos da America do Norte; em 1871 foi em missão especial á Buenos-Aires; em 1873, em igual missão ao Paraguay para celebrar os tratados com o general Mitre ; finalmente serviu como ministro junto á Santa Sé, resolvendo as questões pendentes entre o império e a cúria romana por occasião da questão religiosa. Foi um dos mais notáveis poetas do Brazil, o chefe de nossa escola poética, como alguns o designaram, e escreveu: — Poesias. Rio de Janeiro, 1832, in-8°— São suas primeiras composições dos tempos de estudante. — Episódio da infernal comedia, ou viagem ao inferno. Inferno na rua do Fogo, canto da do Sabão, 1836 — Sabe-se que esta obra viu a luz em Paris. E" uma satyra escripta por Magalhães, quando esteve addido á legação de Paris, depois de desgostos que teve com o chefe da legação brazileira. Ha neste escripto umas notas em prosa que são attribuidas, assim como o prefacio, à Manoel de Araújo Porto-Alegre' amigo intimo do autor. 218 — Suspiros poéticos e saudades. Paris, 1836, in-8» — Segunda edição mais correcta e augmentada com quatro cantos. Paris, 1859. A máxima parte destas poesias foram escriptas na Itália, e o autographo dos Suspiros poéticos, encontrado na Bahia, foi com outros escriptos remettido pelo presidente da provincia para a exposição de historia pátria, effectuada na bibliotheca publica da corte. Neste interessante livro em que o poeta despreza as divindades ridículas, de que se inspiravam os poetas da antiga Grécia, para inspirar-se na sublime magestade do christianismo, reunem-se, segundo a expressão do conego Fernandes Pinheiro, o sentimentalismo de Lamartine, a suave melancolia de Chateaubriand, a vigorosa imaginação de Byron ou Victor Hugo, as graves e profundas meditações de Schiller e,de Gcethe. — Nitheroy: revista brazileira Sciencias, lettras e artes. Paris, 1836, in-8. 1 '— De collaboração com F . de Salles Torres Homem, M. de A. Porto-Alegre e E. Monglave. Desta revista citarei os dous seguintes trabalhos seus : — Ensaio sobre a historia da litteratura do Brazil — no tomo I o , pags. 132 a 159. — Philosophia da religião e sua relação com a moral — no tomo 2o, pags. 7 a 38. — Antônio José ou o poeta e a inquisição: tragédia. Rio de Janeiro, 1839, 118 pags. in-8°— Esta tragédia, cujo assumpto é o horroroso assassinato catholico-juridico do desditoso poeta, é o primeiro drama, si me não engano, de assumpto hm7ileiro e de penna brazileira. No original acha-se a seguinte declaração do autor: « Acabei este drama em 31'de dezembro de 1836 ás 11 da noite em Bruxellas. » — Olgiato : tragédia em cinco actos. Rio de Janeiro, 1841, 128 pags. in-80—- Foi levada á scena pela primeira vez a 7 de setembro de 1839 na restauração do theatro de S. Pedro de Alcântara. — Othello ou o mouro de Veneza: tragédia de Ducis. Traducção. Rio de Janeiro, 1842, in-8° — Amancia : romance — Vem na Minerva Braziliense, n s . 9 e 10 do 1° vol., 1844. — Ode á sua magestade o Sr. D. Pedro II, Imperador do Brazil, na visita que se dignou fazer à provincia do Rio Grande do Sul, etc. Porto-Alegre, 1845, in-4°. — Os mysterios: cântico fúnebre à memória de meus filhos. Paris -1858, in-8° — Os mysterios foram escriptos por occasião da morte de três filhos do autor. Dividem-se em oito cantos : A morte • Lamentações ; Recordações dolorosas ; O lethargo; A visão ; A consciência • DO 219 A duvida; A fé. Seguem-se três epitaphios, que foram gravados sobre a pedra sepulchral dos três mancebo. — Confederação dos Tamoyos : poema. Rio de Janeiro, 1857, in-4» — Este poema, verdadeiramente americano, brazileiro, contém dez cantos, e a edição, nitidamente feita á ex pensas do Imperador, traz na frente o retrato do autor. Após a publicação appareceu no Diário do Rio de Janeiro uma critica severa n'uma serie de cartas, depois publicadas em opusculo, assignadas por Ig. (pseudonymo de José Martiniano de Alencar); mas não menos de três admiradores do autor sahiram à campo em defesa de seu livro, no Jornal do Commercio e no Correio da Tarde, sendo um destes Frei Francisco de MonfAlverne. A critica, portanto, não abalou a reputação do poeta, nem offuscou c mérito do livro que teve duas versões para o italiano, feitas pelo coronel Ricardo Cerani e pelo Dr. L. V. de Simoni, e uma nova edição em Coimbra, em 1864, feita pelo Dr. Rodrigo Vellozo. Diz MonfAlverne que 4. o poema em geral contém uma idéa nobre e um pensamento altamente patriótico ; esta orvalhado de immensas bellezas; revela estudos profundos e traços de uma imaginação brilhante e fecunda. Suas comparações em geral são verdadeiras o bem apropriadas ; o fogo e a energia d'alma aquecem todo o poema ; o coração do autor acha-se em toda r sua obra; a pátria está sempre diante dos olhos... » (Vejam-se Frei Francisco de MonfAlverne e José Martiniano de Alencar, 2 o ). A Confederação dos tamoyos foi um dos poemas brazileiros que o Imperador expôz na festa do Instituto histórico a 31 de outubro de 1889 em homenagem á nação chilena, ricamente encadernados,tendo na folha anterior as bandeiras do Brazil e do Chile com suas cores distinctivas. — Memória histórica e documentada da revolução da provincia do Maranhão desde 1838 até 1840 — Sahiu na Revista do Instituto, tomo 10°, de pags. 263 a 362. Esta memória, dividida em 36 capítulos, começa por uma noticia dos usos e costumes do Maranhão e do estado da provincia antes da revolução, e foi premiada pelo mesmo Instituto. — O autor a escreveu quando servia o logar de secretario do governo da provincia. — Os indígenas do Brazil perante a historia : memória offerecida ao Instituto histórico e geographico em 1859 — Sahiu na mesma revista, tomo 23°, de pags. 3 a 66, e si me não engano foi também publicada em avulso em 1860. — Urania : poesias. Vienna, 1862 — Este volume consta de poesias lyricas pelo autor dedicadas à sua esposa. — Factosdo espirito humano. Paris, 1858, in-8° — Segunda edição, 220 MJKJ Paris, 1865, Apenas publicada pela primeira vez, foi esta obra traduzida em francez, e dada á estampa em Paris por N. P. Shansselle em 1859. Delia occupou-se o Dr. Silvio Romero em sua Philosophia no Brazil — Obras completas. Vienna, 1864-1865, 8 vols. —a saber: — 1." Poesias avulsas. 368 pags .— Consta das que compõem o volume publicado em 1832 e de outras, posteriormente escriptas. — 2.° Suspiros poéticos e saudades. 361 pags. —precedidos de um artigo publicado em Paris, em 1836, de F. de S. Torres Homem. — 3.° Tragédias: Olgiato; Antônio José ; Othello. 363 pags. — 4.° Urania : 344 pags. — 5.° Confederação dos Tamoyos: 354 pags. — 6.° Cânticos fúnebres: Os mysterios ; O loucp do cemitério ; A morte de Sócrates, poema traduzido de Lamartine. 348 pags. — 7." Factos do espirito humano : philosophia. 401 pags. — 8.° Opusculos históricos e litteraríos : Memória histórica da revolução da provincia do Maranhão ; Os indígenas do Brazil perante a historia ; Discurso sobre a litteratura no Brazil; Biographia de Frei Francisco de MonfAlverne ; Amancia; romance, etc. 397 pags. — A alma e o cérebro : estudos de psychologia. Roma, 1876, 436 pags. in-8° — Sobre este livro diversas criticas appareceram, sendo mais severa a do Dr. Silvio Romero, em sua Philosophia no Brazil. — Commentarios e pensamentos sobre varias questões philosophicas que dedica á seu filho. Roma, 1880, in-8° — E' seu ultimo escripto. Nelle combate o autor as novas theorias positivistas, de que procura arredar seu filho. Este livro teve nova edição no Rio de Janeiro, 1888. 164 pags. in-8° — Acham-se em varias revistas alguns dos escriptos de Magalhães, quer em prosa, quer em verso, como: — Ode pindarica ao segundo anniversario do glorioso dia sete de abril, recitada na Defensora — Vem no Independente n. 162, de abril de 1833, pags. 151 a 153. — A velhice (considerações philosophicas) — Na Revista Popular, tomo 14°, pags. 24 a 29. — O poeta infeliz : poesia — Na Revista Universal Brazileira, Rio de Janeiro, 1847-1848, pags. 53 a 55 — Magalhães collaborou na Minerva Braziliense, o tez parte da redacção do — Jornal dos Debates políticos e litteraríos. Rio de Janeiro, 18371838, in-fol. (Veja-se Francisco de Salles Torres Homem.) D o m i n g o s J o s é M a r t i n s — Filho de Joaquim Ribeiro e de dona Joanna Martins, nasceu em Itapemirim, provincia do Espirito Santo, o falleceuna Bahia, arcabuzado, a 12 de junho de 1817, com 36 DO 221 annos de edade. Muito joven viera para esta provincia, onde se dedicou ao commercio; da Bahia passou á Lisboa, e de Lisboa á Londres, onde estabeleceu-se associando-se á casa commercial Dourado, Dias e Carvalho como director ou caixa. Adquirindo a sociedade fundos consideráveis, resolveu elle estabelecer feitorias em Maranhão, Ceará, Pernambuco e Bahia; empregando quatro navios de sua propriedade no serviço respectivo. Progredindo admiravelmente sua fortuna, e fornecendo-lhe meios para cuidar da emancipação das colônias, objecto então em discussão nos clubs do general Miranda, o chefe da emancipação geral da America hespanhola desde a Venezuela, com este travou relações e veiu ao Brazil, assegurando a seus sócios novas especulações mercantis; visitou todas as feitorias, fazendo-se idolatrar por suas maneiras, affaveis, philantropicas, e seguiu para Europa. Chegando á Londres, congregou seus sócios, segurou protecções, estabeleceu correspondências e voltou á Pernambuco em 1815. Ahi pôz-se á frente dos movimentos políticos de 1817, em conseqüência dos quaes foi preso e remettido para a Bahia, onde chegou a 9 de junho ; foi sentenciado á morte pela commissão militar a 11, e no dia seguinte executado. Foi poeta, escreveu varias poesias, que ficaram inéditas e talvez perdidas com o trágico fim do autor, mas dellas existe um — Soneto (composto na Bahia, quando foi sentenciado á morte) — Vem no Mosaico pernambucano de F. A. Pereira da Costa, pag. 11. E, como não são conhecidas outras producções de Domingos Martins, e nem seu nome foi ainda contemplado como autor em obra alguma, releve-se-me que aqui reproduza o soneto : Meus ternos pensamentos, que sagrados Me fostes quasi a par dá liberdade ! Em vós não tem poder a iniqüidade ; A' esposa voae, narrae meus fados ! Dizei-lhe que nos transes apertados Ao passar desta vida á eternidade, Ella n'alma reinava na ametade ; E com a pátria partia-lhe os cuidados. A pátria foi o meu Numen primeiro, A esposa depois o mais querido Objecto do desvelo verdadeiro ; E na morte entre ambas repartido, Será de uma o suspiro derradeiro, Será da outra o ultimo gemido. Domingos Martins foi um dos assignatarios do — Preciso dos acontecimentos que tiverem logar em Pernambuco, etc. (Veja-se Antônio Carlos Ribeiro de Andrada Machado.) 222 — D o m i n g o s J o s é N o g u e i r a J a g u a r i b e , Visconde de Jaguaribe — Nascido no Ceará em 1820, falleceu no Rio de Janeiro a 5 de junho de 1890. Formado em direito pela faculdade de Olinda^ foi deputado em varias legislaturas, senador eleito em 1870, e ministro da guerra no gabinete de 7 de março, sob a direcção do Visconde do Rio Branco ; do conselho do Imperador e grande do império. Exerceu cargos de magistratura, sendo nomeado desembargador da relação do Recife em janeiro daquelle anno, da qual fora removido ern abril para a do Rio de Janeiro, onde chegara cinco dias antes de fallecer. Prestou também serviços na guerra do Paraguay, cuja medalha possuía. Fundou e redigiu por muito tempo: — A Constituição : folha política, commercial e noticiosa. Ceará, 1862, in-fol.— Escreveu depois: — Relatório da commissão inspectora da casa de correcção da corte. Rio de Janeiro, 1874, 65 pags. in-8° — E' assignado também pelos outros membros da commissão. — Orçamento do ministério do império: discurso proferido na sessão (do senado) de 23 de agosto de 1880. Rio de Janeiro, 1880, 96 pags. in-8°. — Discurso pronunciado na sessão do senado de 15 de junho de 1880. Rio de Janeiro, 1880. Domingos José Nogueira J a g u a r i b e , 2o — Filho do precedente e de dona Clodis Santiago de Alencar Jaguaribe, e nascido na provincia do Ceará em 1848, é doutor em medicina pela faculdade do Rio de Janeiro, offlcial da ordem da^Rosa, sócio do Instituto histórico e geographico brazileiro e da sociedade Auxiliadora da industria nacional. Foi deputado por sua provincia na ultima legislatura do império e em varias legislaturas á assembléa da provincia, hoje Estado de S. Paulo, onde é proprietário. Escreveu: — Acclímatamento das raças sob o ponto de vista de colonisação em relação ao Brazil; Aborto criminoso ; Fracturas complicadas ; Curare considerado pharmacologica e. therapeuticamente : these apresentada, etc. Rio de Janeiro, 1874, 229 pags. in-4° — Desenvolvendo o primeiro ponto, o autor estuda o clima do Brazil em diversas províncias segundo o mesmo clima varja, e apresenta diversos quadros de observações meteorológicas. — A mutamba: noticia sobre uma planta brazileira — Sahiu na Revista Medica, tomo 2o, n. 1. — Clima da provincia de S. Paulo e salubridade publica, com especialidade no município do Rio-Claro : relatório, com que respondeu a um D O 223 offlcio da câmara municipal do Rio-Claro, incumbindo-o de dar noticias do clima e salubridade do município. S. Paulo, 1876. — Algumas palavras sobre a emigração ; meios práticos de colonisar ; colônias do Barão de Porto-Feliz e estatística do Brazil. S. Paulo, 1877, 52 pags. in-8°. —Discurso proferido na segunda sessão do congresso agrícola em 9 de julho de 1878. S. João do Rio Claro, 1878, 11 pags. in-4<>. —Reflexões sobre acolonisação do Brazil. Paris, 1879, 300 pags. in-4°— E' um volume nitidamente impresso. —Arte de formar homens de bem, offerecida ás mães de família. S. Paulo, 1880, 215 pags. in-8" — Segunda edição, consideravelmente augmentada, Rio de Janeiro, 1886. E' um tratado de educação physica e moral, precedido de uma carta do doutor Antônio Corrêa de Souza Costa e de uma carta-prologo do doutor João Mendes de Almeida. Deste livro offereceu o autor 25 exemplares ao club abolicionista do Riachuelo, Rio de Janeiro, para uso de sua escola gratuita. — Meios de estabelecer a corrente emigratoria e a substituição de braços — Vem na Gazeta de Noticias do Rio de Janeiro, 15 de novembro de 1880. São considerações apresentadas n'uma reunião de fazendeiros e negociantes do Rio Claro para serem tomadas pelo governo na consideração que merecerem. — Os herdeiros de Caramurü : romance histórico, brazileiro. Rio de Janeiro, 1880, 2 tomos, 205 e 232 pags. in-8° — E' um livro de propaganda para a abolição da escravatura. — Imposto sobre escravos: discurso pronunciado na assembléa provincial de S. Paulo na sessão de 22 de março de 1882. S. Paulo, 1882, in-8°. — Organização do trabalho. Questões sociaes. S. Paulo, 1884, 86 pags. in-8». — Cartas a Sua Magestade o Imperador por um grande desconhecido. Rio de Janeiro, 1885, in-8°. — O sul de S. Paulo .- contribuição para o estudo da geographia physica desta zona da provincia. S. Paulo, 1886, 86 pags. in-8° com ir mappa desdobrável. — Intelligencia e moral do homem. S.Paulo, 1887, in-8°—E'complemento da Arte de formar homens de bem. — Homens e idéas no Brazil: collectanea de artigos publicados na imprensa diária da corte, 2 a edição. Rio de Janeiro, 1888, in-8°. — Interesses do quinto districto: discursos pronunciados na assembléa provincial de S. Paulo em 1888. S. Paulo, 1888, 32 pags. in-4° 224 - — — Discurso pronunciado na sessão de I o de agosto de 1888 (na câmara dos Srs. deputados). Rio de Janeiro, 1888. — Manual de instrucção cívica de Numa Dias: traducção. Rio de Janeiro, 1891 — Este livro foi impresso pelo governo da republica. D o m i n g o s J o s é R o d r i g u e s — Natural da provincia do Ceará, ou do Maranhão, efallecido a 5 de maio de 1883, era bacharel em mathematicas, e entre as commissões, que exerceu, se conta a de engenheiro das obras publicas da provincia da Parahyba, onde escreveu: — Refutação do parecer do procurador fiscal da thesouraria de fazenda da provincia da Parahyba, padre Lindulpho José Correia das Neves, sobre os celebres concertos da alfândega, inserido no Publicador n. 27 de 24 de abril do corrente anno. Parahyba, 1875, in-40.— Foi por este engenheiro levantada uma. — Planta da fortaleza do Cabedello. 0m,902+0IB,568 — Existe o original á aquarella no archivo militar. Domingos Marinho de Azevedo Americano — Filho de José Marinho de Azevedo e de dona Anna Rosa da Cunha Azevedo, nasceu em Paraopeba, município de Queluz e provincia de Minas Geraes, a 12 de fevereiro de 1813 e falleceu a 9 de junho de 1851. Doutor em medicina pela faculdade do Rio de Janeiro, tendo sustentado these a 20 de dezembro de 1838, foi nomeado substituto da secção cirúrgica em maio do anno seguinte, e um anno depois foi à Europa em commissão scientifica na fôrma dos estatutos da mesma faculdade. Voltando da Europa em 1844, deu um curso especial de moléstias do peito, publicando delle algumas lições no Archivo Medico Brazileiro, e foi nomeado lente cathedratico de partos a 17 de janeiro de 1851, cinco mezes antes de fallecer. Era segundo medico do hospital militar da guarnição da corte com a graduação de major, membro titular da academia imperial de medicina e sócio do instituto histórico e geographico brazileiro. Escreveu : — Dissertação sobre a phrenologia: these apresentada e sustentada perante a faculdade de medicina do Rio de Janeiro a 15 de dezembro de 1838. Rio de Janeiro, 1838, 72 pags. in-4°gr. — E' dividida em três partes : Analyse philosophica, Bases fundamentaes da phrenologia, e Organologia especial, concluindo com um capitulo, em que se desenvolve a seguinte questão: A phrenologia conduz ao materialismo ? Seguem-se três figuras para mais fácil comprehensão das faculdades instinctivas, affectivas e intellèctuaes, que fazem objecto da terceira parte da these e um quadro synoptico das mesmas faculdades. DO 225 — Dissertação inaugural sobre a lithotricia: these, e t c , do concurso ao logar de lente substituto da secção cirúrgica a 26 de abril de 1839. Rio de Janeiro, 1839, 53 pags. in-4° g r . — Memória sobre o estado actual das instituições médicas na França, na Prússia e na Gran-Bretanha. Rio de Janeiro, 1845, 193 pags. in-4°. — Historia da escutação: lição feita a 15 de setembro de 1844 — Sahiu no Archivo Medico Brazileiro, tomo 1", pags. 77 a 84. — Lições geographieo-meteorolojíicas, feitas em seu curso particular de moléstias do peito — Na mesma revista, tomo 2o, pags. 37, 63 e 105, e turno 3°, pags. 14 e seguintes. — Relatório sobre o estado actual do hospital militar, suas precisões e população enferma durante o anno de 1845. Rio de Janeiro, 1846, 25 pags. in-4°. — Relatório annual dos doentes tratados durante o anno de 1848, p e o Dr. Domingos Marinho de Azevedo Americano. Rio de Janeiro, 1849, 40 pags. in-8° — Academia imperial de medi;ina. Discurso recitado na sessão solemne de 6 de novembro de 1848. Rio de Janeiro, 1848, 28 pags. in-8' — Versa sobre os diversos systemas da medicina. D o m i n g o s M i g u e l M a r q u e s d e S o u z a — Natural da Bahia, tendo o curso da academia de marinha e sendo primeiro tenente da armada, falleceu pelo anno. de 1850, depois de ter feito uma viagem á Europa. Em 1846 serviu como secretario da estação central, sob o commando do capitão de fragata J. Marques Lisboa, hoje Marquez de Tamandaró, e então confeccionou o — Mappa hydrographico da Bahia de Todos os Santos, levantado no ministério do ill.m° e ex. m0 sr. Antônio Francisco de Paula Cavalcanti, etc. - Foi lithographado este mappa e delle fazem menção o Dr. Cândido Mendes de Almeida por lhe haver auxiliado no seu « Atlas do Brazil » e o Barão da Ponte Ribeiro por lhe haver servido na confecção da «Carta geral do império », exhibida na exposição de 1875. Foi reduzido a esca'a no archivo militar e lithographado em 1863. D o m i n g o s M o n d i m P e s t a n a — Nasceu na cidade da Bahia pelo anno de 1805, e falleceu na capital de Sergipe em 1875. Tomou parta na luctada independência, travada na Bahia, alistando-se como praça voluntária com os dous irmãos Manoel e Antônio Rebouças, Francisco Miuiiz Barreto e muitos outros jovens bahiaues e bem que, linda a c a m p n h a , não persistisse, na carreira das armas, como esses 226 DO conterrâneos seus de quem faço menção no logar competente, sempre teve interesse e tendência para essa carreira, já servindo a principio, como offlcial de milícias e depois da guarda nacional, na qual chegou ao posto de tenente-coronol, j á escrevendo sobre assumptos de guerra. Advogou algum tempo ho foro de sua provincia, donde passou para a de Sergipe por occasião da revolução de 1837; ahi exerceu um lógar na secretaria do governo, aposentando-se no de official-maior, e esteve depois algum tempo em Alagoas, onde foi eleito deputado provincial. Escreveu: — Systema geral de instrucção para os corpos de caçadores. Rio de Janeiro, 1850 — Esta obra de grande utilidade para a classe á que é destinada, sobretudo na época em que foi publicada, tão pobre de trabalhos deste gênero, foi muito estimada, e ainda hoje é. Teve nova edição com o titulo: — Systema geral de instrucção para os corpos de caçadores, contendo também as dezenove manobras de infantaria. Bahia, 1855. — Descripção de todos os actos e sòlemnidades por occasião da exhumação, trasladação, exéquias e definitivo eucerramento dos ossos venerandos do Dr. Ignacio Joaquim Barbosa, presidente da provincia de Sergipe, e t c , colligidos por ordem do ill.n10 e ex. mo sr. doutor João Dabney de Avellar Brotero, presidente desta provincia. Aracaju, 1858, 47 pags in-8°. — Defesa que ante o conselho de guerra apresentou como advogado do tenente Cláudio Marques de Souza, accusado de ter-se batido à espada com o ai feres Aristides Balthazar da Silveira. Bahia, 1861, 54 pags. in-8°. D o m i n g o s d o N a s c i m e n t o — Filho de Francisco Luiz do Nascimento e nascido na villa de Guarakessava, no Paraná, a 21 de maio de 1862, fez o curso da escola militar e ó primeiro tenente de artilharia. Escreveu: — Revoadas:, poesias. Rio de Janeiro, 1883, 85 pags. in-16° — Contém este livro 32 composições. — Threnos e ar ruídos : poesias. Porto Alegre, 1887. Domingos de Oliveira Menna B a r r e t o — E' natural, segundo me consta, do Estado do Rio Grande do Sul, empregado nacontadoria da marinha e escreveu: — Philosophia do throno e do altar, do império e do sacerdócio, por João Pressor, traduzida, etc. Rio de Janeiro, 1884 — E' uma publicarão em fasciculos, de que sahiu o primeiro a 16 de maio, com 16 pags. DO 227 D . D o m i n g o s Q u e r i n o d e S o u z a , 2o bispo de Goyaz — Filho de João Querino de Souza e de dona Victoria Gonçalves Stella, nasceu na freguezia da Estância, Sergipe, a 2 de outubro de 1815 e falleceu em Goyaz a 12 de setembro de 1863, deixando na maior indigencia sua família, com quatro senhoras loucas, que eram, sua mãe e, três irmãs, perdendo uma destas a razão com a morte do prelado, e as outras, durante a penosa viagem que fizeram com elle para a diocese. Presbytero secular, residindo em Sergipe e nomeado bispo, foi preconisado em consistorio secreto de 18 de março de 1861, com o arcebispo monsenhor Silveira. Acceitando o baculo pastoral de Goyaí, acceitou o martyrio, como se exprime o Dr. Teixeira de Mello, nas suas Ephemerides Nacíonaes. Elevado, pela notoriedade de suas virtudes, às eminências do episcopado, chegou á seu destino pela vía-dolorosa, pelo caminho das amarguras. Nunca se lhe ouviu uma queixa; supportava corn a mais evangélica resignação os desatinos de suas infelizes mãe e irmãs ; mas seu ar de tristeza gelador, as palavras raras que pronunciava, deixavam comprehender quanto soffrimento tinha n'alma. Nutrira a esperança de sanar os males resultantes da ausência de seu antecessor, motivada pela moléstia que o privara da vista, mas só sete mezes penou na diocese. Era do conselho do Imperador, e só me consta que escrevesse a — Carta pastoral, à seus amados diocesanos, escripta da cidade da Estância, na provincia de Sergipe, exhortando-os á confiadamente adorarem aomnipotencia de Deus em sua Providencia; asegurarem sua salvação por meio de boas e santas obras e, emfim, acautelarem-se contra o mal. Bahia, 1862, 22 pags. in-4°. D o m i n g o s B a m o s — Filho de Manoel Ramos Parentes e de dona Andrèza Cazado Ramos, nasceu na cidade da Bahia a 27 de abril de 1653, e falleceu a 11 de junho de 1728. Entrou para a companhia de Jesus, tomando a roupêta aos treze annos de idade, em 1666, e ahi fez todo o curso de sciencias e lettras, causando admiração á seus próprios mestres pela grande intelligencia de que era dotado, e passando logo a mestre de philosophia e de theologia no respectivo collegio. Em 1694 foi á Roma na qualidade de procurador geral da ordem ; alli confirmou a reputação, que tinha, de grande theologo, eximio pregador e litterato, e mereceu particular confiança e amizade do geral dos jesuítas, o padre Tyrso Gonçalves. Escreveu muito principalmente sobre philosophia, mas infelizmente, quasi todas as suas obras ficaram inéditas, e só se conhecem: — Sermão nas exéquias da rainha, nossa senhora, D. Maria Sophia 228 3DO Isabel, celebradas na cathedral metropolitana da cidade da Bahia aos 31 de dezembro de 1700. Lisboa, 1702, in-4". v — Sermão nas exéquias d'el-rei D. Pedro II, senhor nosso, celebradas na cathedral metropolitana da cidade da Bahia aos 20 de outubro de 1707. Lisboa, 1709, in-4°. — Cursus phílosophícus — Mans. in-fol. — Questiones selectce — Idem in-fol. — De opiníone probabile — Idem in-fol. Esta obra foi escripta por insinuação do geral da ordem. D o m i n g o s R a m o s d e M e l l o — Filho de Domingos Ramos de Mello, ó natural do Rio de Janeiro, bacharel em sciencias sociaes e jurídicas pela faculdade de S. Paulo, professor de historia universal no collegio de Pedro II, hoje instituto nacional de instrucção secundaria e escreveu: — Lições elementares de historia da idade média. Rio de Janeiro, 1871, in-8». Domingos Ribeiro dos Guimarães Peixoto, Barão de Iguarassú — Nascido em Pernambuco a 14 de agosto de 1790, falleceu no Rio de Janeiro a 28 de abril de 1846, sendo formado em cirurgia pela antiga escola medico-cirurgica do Rio de Janeiro ; doutor em medicina pela faculdade de Paris ; lente de physiologia jubilado, d'aquella escola, de que foi o primeiro director ; do conselho do Imperador ; fidalgo cavalleiro da casa imperial; medico da imperial câmara, em cujo caracter assistiu ao nascimento do segundo Imperador, D. Pedro de Alcântara, e de suas augustas irmãs; oflícial da ordem da Rosa e commendador da de Christo ; membro da real academia de medicina de Paris e de outras associações scientificas. Na falta de examinadores na escola em que estudou, por não haver lentes substitutos, sendo deliberado que para isso fossem chamados três estudantes de maior applicação, foi elle escolhido com seus collegas Francisco Gomes da Silva e Manoel Joaquim de Menezes e, antes de sua partida para a Europa, sendo separada a cadeira de physiologia da de anatomia por decreto de 10 de junho do 1822, foi elle nomeado para reger aquella cadeira. Depois, já lente cathedratico, foi ainda á Europa em observância à nova lei, estudar os melhoramentos do ensino medico, sendo o primeiro que prestou-se a essa viagem scientifica, â que seus collegas se esquivavam em vista da exiguidade do subsidio marcado, que era apenas de 900$000 annuaes. O Dr. Guimarães Peixoto muito contribuiu para ser melhorado este ensino no Brazil DO 229 e para a reforma das respectivas escolas da Bahia e do Rio de Janeiro, determinada por decreto de 3 de fevereiro de 1832, sendo elle quem elaborou e mandou imprimir os estatutos á expensas suas. Foi um homem de elevado mérito. Escreveu: —Aos sereníssimos príncipes reaes do reino unido de Portugal, do Brazil e do Algarve, os senhores D. Pedro de Alcântara e D. Carolina Josepha Leopoldina, offerece em signal de gratidão, amor, respeito e reconhecimento estes Prolegomenos, dictados pela obediência, que servirão às observações que for dando das moléstias cirúrgicas do paiz em cada trimestre, etc. Rio. de Janeiro, 1820, in-8°. — Díssertatíon inaugurale sur les medicaments bresiliens, que l'on peut sustituer aux medicaments exotiques dans Ia pratique de Ia medecine au Bresil et sur les sympathies considerées sous les rapports physiologique et medicale: thèse presentée et soutenue à Ia faculte de medecinede Paris, etc. Paris, 1830,152 pags. in-4° — A primeira parte desta these, sobre os medicamentos brazileiros, que podem substituir os medicamentos de fora do paiz, foi traduzida e publicada na Revista Pharmaceutica do Rio de Janeiro, tomo 2o, 1852 a 1853. — Projecto de estatutos para a escola de medicina do Rio de Janeiro, offerecido à faculdade respectiva. Rio de Janeiro, 1832, 64 pags. in-4°, contendo modelos, documentos e estampas. — Memória sobre a encephalite, acompanhada da observação de uma hydro-encephalocelle, curada no hospital real militar do Rio de Janeiro e recolhida, etc. Rio de Janeiro, 1812, in-4° — Sahiu reproduzida no Archivo Medico Brazileiro, tomo 3o, de pags. 49 a 54 e 102 & 108. Foi escripta quaudo o autor estudava medicina e clinica cirúrgica no 2° anno do curso de então, no Rio de Janeiro. — Memória sobre as instituições médicas na França, Prússia e Inglaterra. Rio de Janeiro, 1843, in-4». D o m i n g o s d a B o c h a M u s s u r u n g a — Nasceu na cidade da Bahia em 1805, e falleceu pelo anno de 1850. Foi um grande musico, e grande latinista ; e tanto de musica, como de latim foi mestre no logar de seu nascimento. Foi também poeta ; mas sua musa, sempre travessa, disposta â galhofa ou á satyra, foi muitas vezes mordaz e audaciosa. Compromettendo-se na revolução de 7 de novembro de 1837, conhecida pela denominação de Sábínada, soffreu por isso prisões e outros desgostos, que lhe alteraram profundamente a saúde e lhe abre viaram a existência. Escreveu muitas composições, quer poeticasquer da arte de sua predilecção, a musica ; mas quasi tudo desappareceu 230 JLH_> depois de sua morte. Só sei que se publicasse, além de muitas poesias sob oanonymo, o seguinte: — Compêndio de musica, para uso da mocidade brazileira. Bahia, 1834 — Teve 2a edição com o titulo: — Novo Compêndio de musica para uso da mocidade brazileira, reformado da edição de 1834. Bahia, 1846. — Memória sobre a creaçãô de um conservatório de musica na Bahia — Não a vi publicada, mas foi apresentada á assembléa da provincia em 1846 e sobre essa memória escreveu Ambrosiô Ronzi um artigo no Crepúsculo, tomo 2o, pags. 74 e seguintes. De seus trabalhos inéditos citarei: — Munguzá : dueto — cuja lettra e musica são de Mussurunga e que foi levado muitas vezes á scena no theatrinhò particular da rua do Maciel até 1837 e depois no theatro de S. João, sempre com geral applauso. Das poesias inéditas vi um poemeto escripto depois da revolução de 1837,. no qual o autor, com a maior originalidade e graça, expõe ao ridículo os vultos mais notáveis, contrários ás suas idéas políticas. De composições musicaes, quer sacras, quer profanas, deixou Mussurunga boa cópia. Entre estas ha muitas modinhas e romances brazileiros, muitíssimo superiores na graça, na expressão â muita banalidade insulsa que, nesse gênero, nos vem da Europa, e é em nossos salões applaudida, mas que delles seria repellida, si fosse musica nacional. Dentre aquellas, nota-se a — Missa n. 9— que ainda è executada nas festividades mais solemnes com geral applauso. D o m i n g o s R o d r i g u e s S e i x a s — Filho do brigadeiro honorário do exercito Domingos Rodrigues Seixas e de dona Anna Marques Seixas, nasceu na cidade da Bahia a 6 de janeiro de 1829 e falleceu a 6 de setembro de 1890 a bordo do paquete Finance, quando este paquete, em viagem do Rio de Janeiro, entrava no porto daquella cidade. Era doutor em medicina pela faculdade da Bahia, e lente jubilado da mesma faculdade, para a qual entrara como substituto da secção medica, por occasião da reforma de 1855; do conselho do Imperador ; membro honorário da academia imperial, hoje instituto nacional de medicina, e cavalleiro da ordem da Rosa e da de Christo. Depois de uma ausência de cerca de dez annos, voltava elle ao Estado de seu nascimento, onde havia também servido como membro do instituto vaccinico, o foi cirurgião da guarda nacional. Escreveu: — Considerações physieo-pathologícas sobre os homens de lettras: these apresentada e sustentada, etc, para receber o gráo de doutor DO 231 em medicina. Bahia, 1851, in-4° — Trata dos trabalhos de espirito e de sua influencia sobre o physico, e das moléstias peculiares aos homens de lettras. — Memória sobre a salubridade publica na provincia da Bahia. Bahia, 1854, 175 pags. in-8". — Da cholera-morbus epidêmica em 1855 na provincia da Bahia. Bahia, 1860, 296 pags. in-8°. — Memória histórica dos acontecimentos mais notáveis da faculdade de medicina da Bahiano anno de 1862, apresentada á respectiva congregação, etc. Bahia, 1863, in-fol. com dous mappas— Antes desta„foi á congregação da faculdade: — Memória histórica dos acontecimentos mais notáveis da faculdade dè medicina da Bahia no anno de 1862, offerecida ao publico, etc. Bahia, 1863, 92 pags. in-4° com dóus mappas — Apresentada à congregação, e resolvendo esta que fosse devolvida ao autor, que então se achava com assento na assembléa provincial, para que a reconsiderasse, tomou o Dr. Seixas a deliberação de apresental-a ao publico. Na introducção « Ao publico » diz elle que esta memória fora taxada pela congregação de « phüippica, catilinaria e libello accusatorio e infamante >. A propósito deste trabalho escreveu o conselheiro J. M. Caminhoá a « Critica á memória histórica do Sr. Dr. Domingos Rodrigues Seixas » na Gazeta Medica do Rio de Janeiro, 1863, pags. 170, 182 e 195. Ainda estudante publicou em revistas algumas poesias, e redigiu: — Cantos brazileiros ou collecção de poesias modernas de autores brazileiros. Io volume.Bahia, 1850, in-4° — Sahiu apenas um volume em fasciculos de 16 paginas e são do redactor as poesias: Uns olhos ; A louca ; Ciúme e dureza ; Minha esperança ; Os meus gemidos ; Não te creio; O canto do triste ; Quem me dera umâ certeza ; A jura quebrada — O conselheiro Seixas foi um dos escriptores do volume: — A' S. M. o Imperador e aos repesentantes da nação, pela viuva e filhos menores do Dr. Malaquias Alvares dos Santos. Bahia, 1858, 56 pags. in-4° — De sua penna ha ahi um discurso no meio de vários discursos e poesias. F r . D o m i n g o s d e S . J o s é — Nasceu na villa, depois cidade capital da capitania de S. Paulo, pelo anno de 1670, havendo portanto engano em Barbosa Machado que o dá nascido emS. Paulo, «capital do reino de Angola, onde recebeu o habito de religioso capucho da provincia de Santo Antônio da Bahia e depois se passou para a provincia da Arrabida ». Foi confessor do arcebispo da Bahia dom João Franco de Oliveira, com o qual foi á Lisboa no anno de 1700, quando 232 JJÜ este prelado voltou ao reino por ser transferido para o bispado de Miranda. Ahi foi examinador synodal e penso que falleceu. Escreveu: — Sermão em a festiva acção de graças com que os passageiros e navegantes da náo S. João de Deus gratificaram ao dito santo na sua igreja o favor de os haver livrado das grandes tempestades que no anno de 1700 padeceram na navegação da Bahia para este reino. Lisboa, 1707, in-4». — Sermão da Soledade de Nossa Senhora. Lisboa, 1722, in-4°. D o m i n g o s S i m õ e s d a C u n h a — Filho do capitãomôr Clemente Simões da Cunha, que foi um homem de abastada fortuna e possuidor de lavras de mineração de ouro, nasceu em Paracatú, Minas Geraes, no anno de 1755 e falleceu a 29 de setembro de 1824, sendo presbytero do habito de S. Pedro. Grande latinista, tendo por mestre o famoso professor padre Rebordão, era também versado na lingua italiana, na franceza e possuía conhecimentos do dialecto indígena. Cultivou também a poesia, a litteratura dramática e a musica, organizando um coro musical e introduzindo os espectaculos theatraes em Paracatú. Como poeta pendia muito para a satyra, mas como homem, ninguém de trato mais gentil, mais attrahente. Escreveu não só diversos sermões, alguns dos quaes nem pregou desde que foi censurado de certos assomos liberaes, que lhe notara no púlpito o vigário Antônio Joaquim Corrêa de Mello, mas também diversas peças de musica, sendo algumas acompanhadas.de poesia de sua lavra, e que o povo de sua terra natal, ha bem pouco tempo, ainda apreciava. Escreveu também diversas comédias, farças e poesias, de que citarei: — Gil Braz: comedia representada com muito applauso. — Poema dedicado a D. João VI — o qual foi mandado com uma collecção de poesias á seu conterrâneo e amigo, o Dr. F. de Mello Franco, para ser tudo publicado no Rio de Janeiro, mas, como se demorasse a publicação e parecesse ao autor ser a demora devida a menospreço de seus escriptos, chamou-os á si e queimou-os. Diz-se que essa collecção compunha-se do que elle de melhor nesse gênero havia escripto. Conhecem-se, entretanto, do autor: — Queixas do presbytero indigente: poesia — publicada na Bibliotheca Brazileira, revista mensal, Rio de Janeiro, 1863, tomo Io, pags. 30 a 32. — Ao abuso que se fazia do chapéo de sol: satyra — na mesma revista, pags. 33 a 36. — A' feliz e estimada vinda do nosso amado pastor, o revm. sr. Joaquim de Mello Franco: ode — idem, pags, 38 a 41 — Ha nesta DO 233 re\ ísta ainda dous sonetos, oito décimas, duas oitavas por occasião de uma grande trovoada, de que resultou ser fulminado um indivíduo á quem elle consagrou no mesmo instante estes dous versos latinos: Fulminat Omnipotens, sumrno cadit aethere fulmen, Quos amat, hos própria verberate ipse manu; e mais este dístico nas exéquias do padre Belchior: Dormit et in feretro nunc audit tristia fratrum Carmina, quse cecinit, concomit ante choro. D o m i n g o s S o a r e s M a r t i n s P e n n a — Natural de Minas Geraes e nascido em Marianna, de cujo seminário cursou algumas aulas, falleceu no Pará a 9 de janeiro de 1888, professor da escola normal dessa provincia, sócio do Instituto histórico e geographico brazileiro, membro correspondente do museo nacional, etc. Depois de ter exercido um logar na secretaria da assembléa de Minas, do qual foi exonerado por motivos políticos em 1850, serviu como offlcial àa secretaria da policia da corte, donde passou ao Pará em 1859 ou 1860 como Secretario do governo, e nesse cargo dedicòu-se ao mais acurado estudo dos diversos ramos da administração, assim como ao da geographia e historia da província, já. desempenhando commissões do governo, já viajando á sua custa, sem temer difflculdades e perigosjmuito freqüentes por logares insalubres e contaminados de febres de mào caracter. Assim foi em 1863 incumbido do exame e exploração dos rios Tocantins e Anapú em companhia do então primeiro tenente de engenheiros J. R. de Moraes Jardim ; do estudo dos productos naturaes de maior proveito para o commercio; do estudo da agricultura e seus principaes productos, e de outros relativamente à industria da provincia, aos estabelecimentos fabris e agrícolas, à população fixa, e ao estado das povoações e suas necessidades urgentes em relação com os melhoramentos que reclamam. Escreveu: — O Tocantins e Anapú: relatório do secretario da provincia. Pará, 1864,46 pags.in-8» — Este relatório ó escripto em desempenho de uma commissão a que me referi, e dividido em duas partes; I a parte. De Cametá às cachoeiras. 2a parte. Do Tocantins às bahias do Anapú. Anda annexo ao Relatório do presidente do Pará, doutor Couto de Magalhães, mas com numeração especial e seguido de um appendice, em que se trata do ca^áo, das castanhas, do cravo, da gutta-percha, da gomma elástica e de seus artefactos, com dous quadros de seus preços e da exportação de 1827 a 1864. Tem numeração especial, de 40 pags. in-8°. 234 DO — A região occidental da província do Pará: resenhas estatísticas das comarcas de Óbidos e Santarém. Pará, 1869, in-8°. — Noticia geral das comarcas de Gurupá e Macapá. Pará, 1874,33 pags. in-8°. — A ilha de Marajó: relatório apresentado ao presidente da provincia do Pará. Pará, 1876. — Algumas palavras da lingua dos Aruans. Pará, 1876. — Breve noticia sobre os Sambaquis do Pará — No Archivo do Museo Nacional, tomo Io, 1876, pags. 85 e segs. — Apontamentos sobre os ceramios do Pará — Idem, tomo 2», 1877, pags. 47 e segs. — Observações sobre as duas urnas descriptas e figuradas pelo Dr. João Barbosa Rodrigues (veja-se este nome) no seu artigo «Antigüidades do Amazonas »— Idem, pags. 73 e segs. Ainda em Minas, quando empregado na secretaria da assembléa, redigiu: — O Itamontano: periódico industrial e litterario. Ouro Preto, 1848-1849, in-fol.— Depois de exonerado do logar queahi exercia redigiu: — O Apóstolo : órgão do partido republicano. Ouro Preto, 1850 a 1852. Domingos Theodoro de Azevedo Júnior — Filho de outro de egual nome e natural do Rio de Janeiro, é importante fazendeiro em Santa Thereza de Valença, do mesmo Estado, coronel da guarda nacional, commendador da ordem da Rosa e da ordem portugueza de Christo. Com o tenente-coronel Augusto Soares de Miranda Jordão escreveu : — Proposta apresentada aos poderes do Estado, a qual tem por fim: Amortização da divida publica, fundada pela lei de 15.de novembro de 1827; conversão da moeda-papel do governo em ouro ao par ; empréstimo à lavoura à juro módico e longo prazo. Rio de Janeiro, 1876, in-4° Domingos Thomaz "Velles Perdigão — Filho do Dr. Feliciano Marques Perdigão e natural do Maranhão, falleceu, ha pouco, em Coimbra, onde estudou theologia, mas não ordenou-se sacerdote, como à principio projectara, e sim casou-se com uma prima. Fundou um collegio de educação com o titulo de N. S. dos Remédios, que foi muito conceituado. Muito modesto e também muito curioso, foi relojoeiro, musico e até deu-se ao fabrico de muitas compótas de frutas do Estado do seu nascimento. Escreveu: — Princípios elementares de musica em dez lições, destinados para DT7 235 a aula de musica do collegio Perdigão, revistos e augmentados pelo sr. Francisco Xavier Beckman, professor de musica desta capital. Maranhão, 1869, 23 pags. in-4°. D o m i n g o s " V i d a l d e B a r b o s a I ^ a g e — Natural do Rio de Janeiro, nasceu em 1761, e falleceu exilado em Cabo-Verde em 1793 com 32 annos de idade, sendo doutor em medicina pela faculdade de Bordeaux. Durante sua estada na França cultivou a amizado do ministro dos Estados-Unidos em Paris, amizade que conservou de volta á pátria e, só por causa destas relações, talvez, foi accusado de cumplicidade na conspiração denominada da inconfidência, como tendo intelligencias com o referido ministro relativamente á conspiração ; foi preso, submettido à processo e condemnado á pena de morte, que lhe foi commutada na de dez annos de degredo na ilha de S. Thiago de Cabo-Verde. Chegado ao seu exilio, no principio do anno de 1793, foi no mesmo anno affectado de febres, que ahi reinavam endemicamente, com caracter pernicioso, de que morreu. Era poeta, e deixou grande cópia de versos, escriptos desde os tempos de estudante e que não teve occasião de colleccionar e dar à estampa. Delles só sei que foram publicados no Parnazo brazileiro do conego Januário da Cunha Barbosa: — Ode ao vice-rei Luiz de Vasconcellos e Souza — Acha-se no 3o caderno, pag. 22. — Ode á Affonso de Albuquerque — Acha-se no Io caderno, pag. 31 e também no tomo 1°, pags. 244 a 248 do Parnazo brazileiro deJ. M. Pereira da Silva. D u a r t e A u t r a n d e M e l l o — Filho do bacharel Duarte José de Mello Pitada, de quem faço aqui menção, e natural do Rio de Janeiro, foi professor no externato do mosteiro de S. Bento e reside aCtualmente em Petropolis. Escreveu: — A filha do Cálífa: opera phantasticà, extrahida de Oberon, poema de Vieland — Nunca a vi impressa. Foi, porém, apresentada à directoria da Phenix dramática em 1881 e sobre ella deu o Atirador Franco de 6 de julho deste anno nma noticia lisonjeira. D u a r t e DTuet B a c e l l a r P i n t o G u e d e s — Filho do tenente-coronel Vicente Huet Bacellar Pinto Guedes, nasceu na província do Rio Grande do Sul a 19 de fevereiro de 1852 ; fez o curso da escola de marinha como praça de aspirante a guarda-marinha, sondo promovido ã este posto a 29 de fevereiro de 1868 e subindo á outros até 236 ^MU o de capitão-tenente, em que pediu demissão da armada. E' fidalgo cavalleiro da extincta casa imperial; offlcial da ordem da Rosa; cavalleiro da.de S. Bento de Aviz e da de Christo de Portugal. Fez parte da commissão mandada á China em 1879, e ultimamente foi governador do Estado do Pará. Escreveu: — Conferências feitas á bordo da corveta Vital de Oliveira sobre os methodos de observação durante a viagem de circumnavegàção que fez na mesma corveta. Rio de Janeiro, 1881. — Relatório apresentado ao illm. sr. Júlio César de Noronha, capitão de fragata, commandante da corveta Vital de Oliveira em viagem de circumnavegàção. Rio de Janeiro, 1883, 104 pags. in-fol. com fig3. e taboas — Versa sobre a navegação deste vaso, da qual era o autor encarregado. — Os canhões do encouraçado Riachuelo e sua transformação pelo systema Armstrong. Rio de Janeiro, 1885, 124 pags. in-8° com estampas e mappas desdobráveis. — Memorial da sociedade anonyma Estaleiros e forjas de marinha. Rio de Janeiro (?), 1889. Duarte José d e M e l l o P i t a d a — Natural do Rio de Janeiro e nascido a 23 de julho de 1837, é bacharel em lettras pelo antigo collegio de Pedro II, bacharelem sciencias sociaes e jurídicas pela faculdade do Recife, formado em 1858, e cavalleiro da ordem da Rosa. Tem escripto, ou traduzido, vários dramas e outros trabalhos, de que citarei os seguintes : — A conversão de um calcêta : drama em um prólogo e treze quadros, tirado do celebre romance de Victor Hugo « Os miseráveis». Rio de Janeiro, 1868, 118 pags. in-8°, com o retrato do autor. — A Condessa de Monte Christo : drama por Jean Boys, traduzido do francez. Rio de Janeiro, 1871, in-8». — Os bandidos : opera cômica em três actos, de Henry Meilhac e Ludovic Halóvy; com musica de Jacques Offechban ; traduzido do francez. Rio de Janeiro, 1875, in-8°. — As mulheres aventureiras: scenas intimas para passatempo dos homens, pelo Dr. P. M. J. Duarte. Rio de Janeiro, 1881,208 pags. in-8°. — Os homens aventureiros, por P. M. J. Duarte. Rio de Janeiro . . . . in-8° — Pessoa competente affirma que é da penna de Mello Pitada a seguinte traducção : — Os amores de Pio IX, por um antigo camari3ta do papa. Versão livre. Lisboa, 1883, 165 pags. in-8° — Ha ainda delle : — Os miseráveis: drama extrahido do i'omance « Os miseráveis » de DXJ 237 Victor Hugo— Foi lido pelo autor no theatro Phenix dramática a 25 de outubro de 1886 e não me consta que fosse impresso. D u a r t e M e n d e s d e S . P a i o — Nasceu, na freguezia da Lagoa, depois villa de Santa Catharina, segundo parece, depois do meiado do século XVIII, pelo anno de 1760, e falleceu no Rio de Janeiro a 1 de fevereiro de 1846, Abraçando o estado ecclesiastico como presbytero secular, foi conego magistral na só do Rio de Janeiro, monsenhor, reitor do seminário de N. S. da Lapa (veja-se Ângelo de Siqueira Ribeiro do Prado); semilher da cortina e inspector da capella imperial ; pregador regio muito estimado e predilecto de D. João VI e fidalgo da casa real. Escreveu vários sermões, de que só conheço: — Oração sagrada, que em acção de graças pelo feliz transito de sua alteza real e sua sereníssima família da Europa portugueza para os seus Estados do Brazil foi recitada na santa só cathedral do Rio de Janeiro, estando presente o mesmo senhor, em o dia 15 de março de 1808. Rio de Janeiro, 1808, 23 pags. in-4". D u a r t e P a r a n h o s S c h u t e l — Filho do»doutor Henrique Schutel, é natural da cidade do Desterro, capital de Santa Catharina, bacharel em lettras pelo antigo collegio de Pedro II, doutor em medicina pela faculdade do Rio de Janeiro e no logar de seu nascimento exerceu cargos de eleição popular e de confiança do governo, como os de deputado provincial, vereador da câmara municipal, de que foi presidente, e inspector de saúde publica. Durante o curso acadêmico fez parte, dos extinctos Instituto philosophico e Instituto medico. Escreveu. : — Os agentes anesthesicos com relação á pratica da cirurgia e os meios de remover os accidentes que elles podem determinar ; O hypnotismo applicado ás operações cirúrgicas ; Phrenologia da medulla espinhal ; Envenenamento em geral: these, etc. Rio de Janeiro, 1861, 76 pags. in-4» gr. — Relatório da exposição provincial de Santa Catharina em 1866, seguido do catalogo dos objectos expostos. Cidade do Desterro, 1866, 57 pags. in-8°— E' assignado também por outros. — Breve noticia sobre três esqueletos de indígenas brazilienses da província de Santa Catharina. Rio de Janeiro, typ. de Brandão & C, 1875, 10 pags. in-8°—Foi ao mesmo tempo publicado na typ. de Moreira, Maximino & C , 1875, 12 pags. in-8°—O Dr. Schutel escreveu, com o pseudonymo de Insulano, muitas poesias na Revista Popular e foi um dos redactores da — Regeneração: órgão do partido liberal. Desterro, 1869 a 1876, in-fol. 238 J J Ü D u a r t e d a P o n t e R i b e i r o , Barão da Ponto Ribeiro — Filho do cirurgião-mór José da Costa Quéiroga da Ponte Ribeiro e de dona Anna da Ponte Ribeiro, nasceu em Portugal na freguezia de S. Pedro da Pavolide, bispado de Vizeu, a 2 de março de 1794 e falleceu no Rio de Janeiro a 1 de setembro de 1878. Vindo em 1808 para o Brazil com seu pae, que acompanhava a família real, aqui fez o curso da academia medico-cirurgica com applicação tal que ao cabo do terceiro anno foi nomeado examinador de anatomia e foi à Lisboa como medico de um vaso de guerra. De volta ao Rio de Janeiro foi nomeado thesoureiro da fazenda dos defuntos e ausentes e adoptou a constituição do império, depois da qual entrou na carreira diplomática como cônsul geral na Hespanha, encarregado de promover o reconhecimento da independência. Passou em 1828 á Portugal e no anno seguinte foi removido para o Peru, de onde foi, promovido á encarregado dos negócios, ao México com o fim de observar as disposições dos plenipotenciarios do congresso americano, que se suppunham hostis ao novo império. Do México passou no mesmo caracter ao Peru, ao Chile e à Bolívia, e em 1841 foi nomeado chefe de secção da secretaria dos estrangeiros. Serviu ainda como ministro residente em Buenos-Aires até à declaração da guerra ao governo de Rozas em 1851, seguindo dahi para as republicas do Pacifico afimde prevenil-as, como ministro plenipotenciario, dos motivos da mesma guerra e, regressando pelo Peru, ahi firmou o tratado de 23 de outubro de 1851. Esteve depois em disponibilidade na secretaria dos estrangeiros, onde se aposentou em 1857, e ainda desempenhou algumas commissões até fallecer em avançada idade, sendo do conselho do Imperador, fidalgo cavalleiro da casa imperial; grande dignitario da ordem da Rosa e commendador da de Christo ; sócio do Instituto histórico e geographico brazileiro e da sociedade Auxiliadora da industria nacional ; do Instituto da África em Paris, do Instituto histórico de Buenos-Aires, da real Academia das sciencias e da Sociedade geographica de Lisboa. Escreveu : — Memória, sobre a republica Mexicana. Rio de Janeiro, 1850. — Parecer sobre a memória histórica acerca da questão de limites entre o Brazil e Montevidóo por J. J. Machado de Oliveira — Impresso na Revista do Instituto histórico, tomo 16°, 1853, pags. 421 a 463. Sustentando esse parecer ha neste volume outro escripto de Ponte Ribeiro, com o titulo de Defesa do parecer, e t c , pags. 506 a 519. — Memória sobre os rios Periry-Guaxú (ou Periri-Gúassú) e Santo Antônio. Apontamentos relativos á negociação do tratado de limites entre o império do Brazil e a Confederação Argentina — Acha-se no livro «Tratado de limites entre o império do Brazil e a Confederação DXJ 239 Argentina, celebrado em 14 de agosto de 1857. Rio de Janeiro, 1878, in-fol. de pags. 9 a 20. — Memória sobre as questões de limites entre o império do Brazil e a republica da Nova Granada. Rio de Janeiro, 1870, in-4°,com uma carta. — Limites do Brazil com o Paraguay. Rio de Janeiro, 1872, 2 fls. in-fol. — Apontamentos relativos á fronteira do Brazii com a republica do Paraguay. Rio de Janeiro, 1872, 1 fl. in-fol.— Com o precedente escripto vem também pubilcado na Revista do Instituto, tomo 25°, pags! 185 a 199, da 2a parte. — Exposição dos trabalhos históricos, geographicos e hydrographicos que serviram de base á Carta geral do império do Brazil, exhibida na exposição nacional de 1875. Rio de Janeiro, 1875, 90 pags. in-8". — Catalogo dos mappas geographicos do império possuídos pela secretaria dos negócios estrangeiros, organizado com a respectiva classificação e annotações. Rio de Janeiro, 1876,256 pags. in-8». — Commissões scientificas, nomeadas pelo governo imperial desde 1843, para exames de limites e demarcações da fronteira do Brazil com as colônias e Estados confinantes. Rio de Janeiro, 1876, 20 pags. in-8°. — Resenha histórica da navegação e reconhecimento dus rios Guaporó e Mamoré. Rio de Janeiro, 1876, in-fol.— Ha ainda vários trabalhos inéditos deste autor sobre limites do Brazil, como : — Reflexões sobre as vantagens da reunião do preconisado congresso americano. 1841 — Acha-se na bibliotheca nacional. — Memória sobre os limites do Brazil com a Guyanna Ingleza, 1842, 51 fls. in-fol. — Na mesma bibliotheca. — Memória sobre os limites e navegação do império do Brazil com as republicas do Peru, Bolívia e Paraguay. 1842, 70 pags. — Idem. A esta memória acompanha um appendice com 13 fls. Na bibliotheca do Imperador existia toda esta obra: a memória e o appendice, e também: — Apontamentos sobre a fronteira do império em additamento à memória de Duarte dá Ponte Ribeiro. 1844, 24 pags. — E' o autographo, que supponho ser trabalho diverso dos — Apontamentos sobre o estado actual da fronteira do Brazil. 1844, 8 fls. —Este trabalho acha-se na bibliotheca nacional. — Exposição circumstanciada do estado das negociações entre o Brazil e a França sobre terrenos contestados pelo lado do rio Oyapock. 1842, 45 pags. —Na mesma bibliotheca. Observações sobre as vinte e cinco classes de documentos encontrados por F. A. de Warnhagem em Simancas —Na mesma bibliotheca, precedidas da relação das classes. 240 DU — Memória sobre o actual estado das relações do império do Brazil com as republicas do Rio da Prata, comprehendendo em resumo todas as negociações diplomáticas entre o governo imperial e os daquelles Estados desde 1829 até 1843 — Oautographo, de 113 fls., existia na bibliotheca do Imperador, constando de 216 paragraphos, e dividido em duas partes : A primeira parte versa sobre a política das actuaes republicas do Rio da Prata com o império do Brazil; a segunda sobre o tratado com Rozas. Esta obra ó datada de 1844. — Carta do império do Brazil, organizada pela commissão da Carta geral sob a presidência do general Henrique de Beaurepaire Rohan coma coadjuvação do Barão da Ponte Ribeiro. 1875 —Com uma exposição já mencionada. — Mappa da fronteira do império com a republica do Paraguay, organizado para ser appenso ao Relatório do ministério dos estrangeiros com uma exposição de todos os trabalhos scientificos que serviram para a organização do referido mappa. 1872. — Esboço geographico, organizado com o fim de mostrar a fronteira do território entre o Madeira e o Javary. D u r v a l A u g u s t o F o n t o u r a d e C a s t r o — Serviu no funccionalismo publico de fazenda com exercicio na alfândega do Rio de Janeiro desde 1859, ou antes disto, e era offlcial do segundo batalhão da reserva da guarda nacional em 1875. Escreveu: — O orplião e o mendigo : drama em quatro actos, licenciado pelo Conservatório dramático brazileiro. Rio de Janeiro, 1862, 107 pags. in-8°. — Amélia: drama D u r v a l V i e i r a d e A g u i a r — N a t u r a l da provincia, hoje Estado da Bahia, onde commandou o corpo de policia com o posto de tenente-coronel. Antes disto, em 1882, sendo capitão do mesmo corpo, foi encarregado de inspeccionar os destacamentos do centro da provincia, acerca dos quaes havia queixas de falta de fardamento, de disciplina, e de instrucção, assim como de serem victimas de uma agiotagem escandalosa, sendo também encarregado da pacificação da villa dó Chique-Chique, conflagrada por questões políticas. Escreveu: — Instrucções praticas da provincia da Bahia com declaração dé todas as distancias intermediárias das cidades, villas e povoações. Bahia, 1888, 332 pags. in-4» com a carta da provincia — Foram antes publicadas no Diário da Bahia com o fim de facilitar a immlgraçãb para essa parte do império* ED 241 E E d g a r r^uiz d e G o u v ê a — Filho do doutor João Joaquim de Gouvêa, e natural da cidade do Rio do Janeiro, ó doutor em medicina pela faculdade da mesma cidade. Escreveu: — Da influencia dos climas sobre o desenvolvimento da thisica pulmonar e quaes as condições hygienicas mais favoráveis ao tratamento desta moléstia ; lnfanticidios ; Diagnostico das prenhezes e causas de erro; Escrophulas : these apresentada, etc. Rio de Janeiro, 1877, 42 pags. in-4°. — Manual de medicina homoepathica e summario de homopathia com uma collecção completa de preceitos baseados nos princípios fundamentaes da medicina homoepathica e em harmonia com o progresso das luzes e recommendados por alguns médicos distinctos desta capital; revistos conforme as principaes obras desta medicina e segundo a experiência necessária. Rio de Janeiro, 1883, 140 pags. in-4°. E d i s t i o M a r t i n s — Natural da Bahia, segundo me consta, ahi residia, exercendo a arte typographica quando escreveu : — Misérias de Roma e misérias do estado (verdades cruas). Bahia, 1889 — E' um livro de versos. Edmundo Oastrioto de Oliveira Coutinho — Joven estudante de preparatórios, filho do doutor Ernesto de Souza e Oliveira Coutinho, de quem adeante se trata, nasceu na cidade do Rio de Janeiro e falleceu com 18 anuos de edade, tendo escripto um anno antes: — Apontamentos para o drama « O assassinato do tenente Jorge > a propósito do assassinato do tenente Lucas. Rio de Janeiro, 1885 — Foi o primeiro ensaio de uma penna tão cedo quebrada pela mão da fatalidade. O tenente Lucas, a que se refere o autor, foi um brioso militar que, bem no verdor da existência, succumbiu ao punhal de covarde salteador, à noute, quando se dirigia á Praia Vermelha. E d u a r d o A d o l p h o d e L i m a B a r r o s — Filho de Francisco José de Lima Barros e de dona Maria Barbara Lisboa Barros, nasceu na cidade do Rio de Janeiro, onde falleceu a 1 de maio de 1886, sendo bacharel em lettras pelo collegio de Pedro II, bacharel em mathematicas e sciencias physicas, engenheiro geographo e civil pela escola central, e engenheiro fiscal da Companhia City Improvements. Exerceu o magistorio durante o curso acadêmico, loccionando varias 242 JfcüJL» matérias da instrucção primaria e secundaria e serviu de 1875 a 1876 na commissão de estudos para o prolongamento da estrada de ferro de S. Paulo á Matto Grosso, sendo seu nome declinado com elogios pelo chefe da commissão na memória justificativa dos planos, apresentada ao governo. Cultivou a poesia, collaborou em varias revistas e foi um dos redactores do — Centro Acadêmico (jornal redigido por doze alumnos das escolas central e de medicina). Rio de Janeiro, 1872, in-fol. — Escreveu : — A Piedade suprema, de Victor Hugo. Traducção (em verso). Rio de Janeiro, 1881, 101 pags. in-8°— Foi antes publicada na Revista Brazileira, tomo 5°, 1880, pags. 327 a 354 e 414 a 449. Das diversas traducções, que conheço, deste livro, a do Dr. Lima Barros occupa o primeiro logar. Não menos de quatro elogios teve esta obra no Jornal do Commercio, desde sua primeira apparição, e se occuparam também delia encomiasticamente o Diário Offlcial, a Revista Illustrada, a Gazeta da Tarde, a Gazeta de Noticias e o Cruzeiro. Sei que este autor tinha promptos para entrar no prelo : — Religiões e religião: poema de Victor Hugo. Traducção em verso. — Flores exóticas: collecção de poesias dos mais notáveis poetas da moderna litteratura. Traducção em verso. — O menino Torres : poemêto épico em homenagem ao cadete Antônio Joaquim Rodrigues Torres, morto no combate da ilha da Redempção (na guerra do Paraguay) — Foi lido na sessão do Instituto dos bacharéis em lettras e consta do relatório dos trabalhos annuaes do mesmo instituto, publicado com o titulo « Sessão magna do Instituto dos bacharéis em lettras em 2 de julho de 1868». — As preciosas ridículas : comedia em um acto, de Molière. E d u a r d o A u g u s t o d e M e n e z e s — Filho de Camillo Maria de Menezes, é natural do Rio de Janeiro, doutor em medicina pela faculdade desta cidade, membro titular da academia imperial, hoje instituto nacional de medicina e escreveu : — Do valor therapeutico das injecções hypodermicas no tratamento das moléstias internas ; Estudo medico-legal das manchas do sangue ; Anesthesicos ; Differença entre o sangue venoso e o arterial, formação de seus elementos morphologicos: these apresentada, etc. Rio de Janeiro, 1881, 168 pags. in-4». — Dos abcessos latentes do figado : memória apresentada à academia imperial de "medicina com o fim de obter o titulo de membro titular. Rio de Janeiro, 1885, in-8°— Sahiu também nos Annaes da academia, tomo 51°, 1885-1886, pags. 14 a 50. ED 243 E d u a r d o A u g u s t o M o n t a n d o n — Filho de Augusto Montandon, nasceu em Araxá, provincia de Minas Geraes. Doutor em medicina pela faculdade do Rio de Janeiro, exerceu antes de sua formatura o magistério, leccionando latinidade e philosophia em estabelecimentos de educação, como o collegio Marinho ; depois foi deputado á assembléa de sua provinha, deputado geral na legislatura de 1881 a 1884 e nas duas seguintes que foram as ultimas do império, e foi presidente de Govaz. Escreveu : — Symptomas fornecidos pela respiração ; Água, quaes os corpos que a tornam impura e maneira de reconhecer estes corpos ; Aneurismas arterio-venosos; Natureza ou essência das moléstias: these, etc. Rio de Janeiro, 1859, in-4°. — Prolongamento da estrada de ferro mogyana: discurso proferido na sessão (da câmara dos deputados) de 20 de outubro de 1882. Rio de Janeiro, 1882, 49 pags. in-12°. — Duas palavras aos eleitores do 16° districto de Minas Geraes. Rio de Janeiro, 1883, 14 pags. in-8° — Ainda estudante collaborou para a Rovista da sociedade Physico-chimica e foi um dos redactores dos: — Annaes da Academia philosophica do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 1858, in-4°— Nesta revista, que se publicava mensalmente, entre vários artigos seus estão os « Estudos philosophicos». E d u a r d o A u g u s t o P e r e i r a d e A b r e u — Filho do commendador Plácido Antônio Pereira de Abreu e de dona Anna Senhorinha Pereira de Abreu, nasceu na cidade do Rio de Janeiro em 1833. Doutorem medicina pela faculdade da mesma cidade, exerceu o cargo de medico da antiga junta central de hygiene publica e de vereador da câmara municipal. E' segundo cirurgião do corpo de saúde do exercito, primeiro cirurgião honDrario do dito corpo, fidalgo cavalleiro da extincta casa imperial, cavalleiro da ordem da Rosa, sócio correspondente da academia real das sciencias de Lisboa, membro do Instituto nacional de medicina, da sociedade Auxiliadora da industria nacional, da sociedade Amante da instrucção, e escreveu: — Das causas da menstruação; Diagnostico da prenhez composta ; Calor animal; Elephantiasis dos árabes, suas causas e tratamento: these apresentada, etc. Rio de Janeiro, 1855, in-4 o . — Utilidade do emprego do laryngoscopio nas moléstias da garganta: memória apresentada á academia imperial de medicina a 1 de janeiro de 1863, afim de obter o gráo de membro titular. Rio de Janeiro, 1864 — Sahiu também nos Annaes da academia, tomo 28", pag. 187 e segs. 244 ED — Memória sobre ás causas geraes e especiaes do escorbnto nO exercito e na armada, lida em sessão da academia imperial de medicina, etc. Rio de Janeiro, 1867, 27 pags. in-4° — Sahiu também nos mesmos Annaes, tomo 34», pag. 249 e segs. — Estudo hygienico sobre a educação physica, moral e intellectual do soldado, e escolha do pessoal para a boa organização do nosso exercito. Rio de Janeiro, 1867, 44 pags. in-4°. — Considerações hygienicas e philosophicas sobre o recrutamento do exercito: discurso pronunciado perante SS. MM. II. em sessão publica e anniversaria da academia imperial de medicina de 30 de junho de 1868. Rio de Janeiro, 1868, 16 pags. in-4°. — Parecer sobre os matadouros públicos ; considerações sobre o commercio de carne verde; exame de vários projectos — Foi publicado nos Boletins da illustrissima câmara municipal. — Necrológio do conselheiro Lourenço de Assis Pereira da Cunha, lido na sessão solemne e anniversaria da academia imperial de medicina de 30 de junho de 1867. Rio de Janeiro, 1867. — Necrológio dos membros fallecidos de 1874 a 1875, lido em sessão anniversaria de 30 de junho de 1875 — Vem nos Annaes, tomo 41°, pags. 403, 443 e 465, e tomo 42°, pags. 18, 82, 121 e 144. — Elogio biológico dos membros titulares e honorários Dr. Luiz da Cunha Feijó (Visconde de Santa Isabel), Dr. Joaquim Marcos de Almeida Rego, Dr. Carlos Luiz de Saules e Dr. Luiz Pientznauer; lido em sessão anniversaria da academia imperial de medicina de 30 de junho de 1880. Rio de Janeiro, 1880. — Qual o meio de melhorar o serviço de saúde do exercito, memória lida, etc— Nos Annaes de Medicina, tomo 31°, 1866, pags. 52 a 60. — Memória sobre a abóbora jurumum com observações chimicaâ relativas á sua acção physiologica e therapeutica— Idem, tomo 46°, pag. 297 e segs. — Do melão, suas qualidades medicinaes e therapeuticas : memória — Idem, tomo 47°, pag. 393 e segs. — A phisicatura-mór do reino e o corpo de saúde do exercito — E' um volume inédito, in-fol., que foi offerecido ao Instituto histórico, em cuja bibliotheca se acha. E d u a r d o A u g u s t o R i b e i r o G u i m a r ã e s — Filho do doutor Antenor Augusto Ribeiro Guimarães e de dona Augusta Leopoldina Nascentes Guimarães, nasceu na cidade do Pomba, em Minas Geraes, a 20 de janeiro de 1860. Doutor em medicina, foi preparador de therapeutica da faculdade de medicina do Rio de Janeiro; ED 245 antes disto, porém, sendo alumno do quinto anno, praticou no laboratório de physiologia experimental do museu nacional. Actualmente exerce a clinica no Estado de S. Paulo'. Escreveu : — Investigações experimentaes sobre a acção physiologica da asclepias curassavica. Rio de Janeiro, 1881, in-4» — O autor, antes de dar á publicidade este trabalho, fez as experiências necessárias no museu, perante muitos homens da sciencia. — Do uso e abuso do café ; Experimentação physiologica applicada á toxicologia ; Do coração ; Vias de absorpção dos medicamentos: these apresentada, etc. Rio de Janeiro, 1882, 91 pags. in-4°. — Acção physiologica do café —Vem em diversos números da Gazeta Medica Brazileira, Rio de Janeiro, 1882, tendo também a assignatura de Juvenal Rapozo. — Da acção physiologica da pereirina e de seu mecanismo — Na União Medica, tomo 4°, pags. 269 a 280. E d u a r d o A u g u s t o d e S o u z a S a a t o a — Filho do commendador Joaquim José dos Santos e natural do Rio de Janeiro, é doutor em medicina pela faculdade desta cidade, onde serviu interinamente como adjunto de clinica medica, e ó medico da policlinica geral. Escreveu: — Do diagnostico e tratamento das diversas fôrmas de febre perniciosa que reinam no Rio de Janeiro ; Dos signaes da morte ; Amputação em geral; Dos anthelmmticos: these inaugural, apresentada, etc Rio de Janeiro, 1878, 93 pags. in-4". — Contribuição para a historia da vaccina animal no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 1890, 53 pags. in-8°. E d u a r d o d e C a r v a l h o — Natural da provincia, hoje Estado de Pernambuco, ahi residia quando escreveu QS dous livros que passo a mencionar. E' apenas o que pude apurar a seu respeito: — Sonhos da mocidade: poesias. Recife, 1870 — Vi o offerecimento deste livro ao Instituto histórico e archeologico de Pernambuco e sei que o autor escreveu antes : — Vôos e quedas : poesias. Pernambuco (?)... Eduardo Chapot P r e v o s t — Filho de Luiz Chapot Prevost e de dona Luiza Land Chapot, nascido em Cantagallo, provincia e hoje Estado do Rio de Janeiro, a 25 de julho de 1864, é doutor em medicina pela faculdade da Bahia, tendo, porém, feito o curso na da capital federal, onde foi preparador da cadeira de histologia theorica e 246 ED pratica,* e hoje 6 lente cathetfratieo da referida cadeira. Fez parfe da commissão que foi á Berlin estudar o processo do- dr. Koch para a cura da tuberculose. Escreveu: — Das formas clinicas âtí puerperismo infeccioso e sen tratamento : these inaugural. Rio de Janeiro, 1885, 1'67 pags. in-4°, com duas estampas. — Pesquisas histologicas sobre a innervação das vias bilíares extrabepatieas: these de concurso ao logar de lente éathedratico de hisfôfogia. Rio de Janeiro, 1889, 129 pags. in-4° com sete estampas. E d u a r d o Diniac V i í l a s - B ô a s " — Natural da cidade do Rio de Janeiro, stcftfi falleceu a 29 de novembro dè I89Í no exercício do cargo de sub-offlcial juramentado do registro geral das hypothecas. Teve, ha muitos annos, nesta cidade um escriptorio de agencias e uma officina typographica, e pertenceu a algumas associações políticas ou philanthropicas, já extinctas. Foi também poeta, jornalista e escreveu: — Segredos do coração: poesias. Rio de Janeiro, 1853, in-8» —Segunda edição, Rio de Janeiro, 1855, 200 pags. in-80, São poesias compostas, diz o autor; ào desabrochar da vida na doCe quadra doS quinze annos. — Poesia á memória do orador sagrado, leüte de philosophia e pregador imperial, frei Francisco de Monte Alverne. Rio de Janeiro, 1859, in-8° —São de sua redacção: — O Microscópio: jornal critico, variado e semanal. Rlq de Janeiro, 1857 á 1838 e 1862, in-fol. — A Voz do Povo: jornal critico, variado e semanal. Rio de Janeiro, 1859, in-fol. — Revista Theairal: jornal dilètttíMe, varado è imparcial, publicado todos os domingos. Rio de Janeiro, 1860, in-fol. peq. D . E d u a r d o D u a r t e S i l v a , b i s p o d e Gíoyaz — Nascido em Sátita Catharina a 27 de janeiro de Í85Í, doutor em theologia, graduado em Roma, e conego da cathedral do Rio de Janeiro, serviu aqui os cargos de defensor dos casamentos io bispado, de secretario do cabido, e visitador da ordem carmelitana fluminense. Saudades da cidaae pontifícia, Onde recebera sua educação litteraria no collegio pio latino-americano, o decidiram a ir á mesma cidade, acompanhando dous de seus antigos condiscipúlos que acabavam dê ser nomeados bispos do Pará e de Goyaz. Succedeu que 0 segundo destes, depois de sua sagração, renunciasse tão elevado cargo e então foi ED 247 para elle nomeado o conego Duarte, e sagrado pelo pontífice Leão XIII a 8 de fevereiro de 1891, escrevendo nesta data : — Carta pastoral do bispo, e t c , saudando aos seus diocesanos no dia de sua sagração. Roma, 1891 — Só a vi reproduzida no Brasil, diário político, commercial, scientifico, litterario e noticioso, números de 18 e 19 de março deste anno, occupando doze columnas do mesmo diário. E d u a r d o F e r n a n d e s d e L i m a — Filho do coronel Belisario Fernandes de Lima, nasceu na cidade do Rio Grande, e ó formado em sciencias sociaes e jurídicas pela faculdade de S. Pau] o em 1881. Reside no Estado de seu nascimento e escreveu: — Estudos políticos. O art. 5» da constituição do Brazil em face da razão e do direito. S.Paulo, 1879, 37 pags. in-8° — E' o primeiro opusculo de uma serie que o autor promette publicar. Nelle se pugna pela liberdade de cultos, e contra o art. 5o da Constituição. E d u a r d o F e r r e i r a F r a n ç a — Filho do celebre medico e philosopho Antônio Ferreira França, 1», de quem tratei, e de dona Anna da Costa Barradas, nasceu na cidade da Bahia a 8 de junho de 1809 e falleceu a 11 de março de 1857 em viagem para a Europa. Era doutor em medicina pela faculdade dó Paris, onde foi apontado como o primeiro estudante do curso respectivo e, com effeito, desde seus mais verdes annos demonstrara robusta intelligencia, foi depois distincto medico, grande philosopho, um sábio. Apenas de volta á pátria, foi nomeado professor de chimica medica e principios elementares de mineralogia da faculdade da Bahia. Representou a Bahia nas legislaturas, de 1848 a 1851 dissolvida em 1849, de 1849 a 1852 como deputado supplente e, eleito para a seguinte, não tomou assento, por moléstia que obrigou-o a emprehender essa viagem, em que morreu. Pertencia a diversas associações litterarias de jovens acadêmicos e discutia muitas vezes com seus alumnos, sendo um destes quem hoje escreve estas linhas, os quaes, lisonjeados com a honra que lhes fazia o sábio mestre, cada vez mais veneração e affecto lhe consagravam. Escreveu: — Essaí sur 1'influence des aliments et des boissons sur le moral de 1'homme : thèse presentée et soutenue à Ia faculto de médecine de Paris le l»r aoüt de 1834 pour obtenir le grade de docteur en médecine. Paris 1834, in-4° —Esta these foi traduzida e publicada em 1851 pelo Dr. João Ferreira de Bittencourt e Sá. (Veja-se este nome.) — Influencia dos pântanos sobre o homem. Bahia, 1850, in-8.° — Também escreveu sobre o assumpto no Mozaico, 1845-1846, pags. 53 248 - — a 56, 101 a 104, 163 a 166, um trabalho reproduzido depois no Archivo Medico Brazileiro, tomo 2o, pags. 183, 208, 250 e segs. — Influencia das emanações pútridas animaes sobre o homem. Bahia, 1850,23 pags. in-8°. — Investigações de psychologia. Bahia, 1854, 2 vols., 295 e 426 pags. in-4° — E' uma das obras que deram assumpto ao livro * Philosophia no Brazil » e foi elogiado pelo severo autor deste livro, o Dr. Silvio .Romero. — Parecer da commissão que, em virtude de lei provincial da assembléa da Bahia, fora nomeada para examinar as águas mineraes de Itapicurú, comarca da mesma provincia, e resultado por ella apresentado ao Exm. presidente, depois de investigações feitas nas fontes thermaes. Bahia, 1843 —Foi publicado no periódico Mozaíco e também no Archivo Medico Brasileiro, tomo 2o, pags. 124 a 129, e 147 a 151. Fizeram parte da commissão o Dr. Ignacio Ferreira do Paço e o pharmaceutico Manoel Rodrigues da Silva. — Systema penitenciário : relatório em nome da commissão encarregada pelo Exm. Sr. presidente da provincia de examinar as questões relativas á casa de prisão com trabalho da Bahia. Bahia 1847, 147 pags. in-4° — Acham-se também assignados: Casimiro de Senna Madureira, Luiz Maria Alves Falcão Muniz Barreto, João Baptista dos Anjos, Francisco Primo de Souza e Aguiar, João José Barbosa de Oliveira e J. B. Ferrari. — Ornithología brazileira — No Crepúsculo, da Bahia, tomo Io, pag. 133 e tomo 2o, pags. 97, 180 e segs. O Dr. Eduardo França escreveu ainda vários — Discursos introduetorios ao estudo de chimica medica — que foram publicados pelos seus alumnos em opusculos. Possui alguns, que perdi, assim como uma these de seu concurso á cadeira que regia. Creio que versava sobre o ácido oxalico. E d u a r d o F r u o t u o s o d a O o s t a — Natural do Rio de Janeiro, fez no seminário de S. José todos os estudos necessários para receber as ordens de presbytero, não tendo, entretanto, recebido taes ordens, e escreveu: — Philosophia moderna. Methodo geral por J. de Estrada. Traducção. Rio de Janeiro, 1876. E d u a r d o G t o r d i l h o d a O o s t a — Filho de Emilio Bartholomeu da Costa e de dona Anna Constança de Lima Gordilho Costa, natural da Bahia e doutor em medicina pela faculdade deste Estado, ED 249 ó medico adjunto do hospital da Misericórdia, e cirurgião oculista, gratuito, do hospital militar do dito Estado. Escreveu: — Considerações sobre o estado puerperal; Operação cesariana; Das exhumações jurídicas; Do regímen lácteo: these apresentada, etc. Bahia, 1879, 69 pags. in-4° — Dissertação sobre o glaucoma: these de concurso á cadeira de clinica ophtalmologica, apresentada à faculdade de medicina da Bahia, etc. Bahia, 1886, 108 pags. in-4". — Representação a S. M. I. contra irregularidades de concurso à cadeira de clinica ophtalmologica, etc. Bahia, 1886, 9 pags. in-8", sem folha de frontespicio. E d u a r d o «Tose d e M o i r a — Natural de Campos, cidade do Rio de Janeiro, presbytero do habito de S. Pedro, doutor em theologia e conego da capella imperial, foi vigário collado da freguezia de S. Salvador da cidade de seu nascimento desde os primeiros annos do século actual até depois da independência do Brazil e escreveu: — Oração qne no dia 22 de janeiro de 1809 recitou na solemne acção de graças pela feliz restauração de Portugal, presentes o senado, clero, nobreza e povo, offerecida ao illustrissimo senhor Paulo Fernandes Vianna, etc. Rio de Janeiro, 1809, in-4° — Discurso que no dia da eleição de deputados recitou o conego Eduardo José de Moira, arcipreste e parodio da freguezix de S. Salvador dos Campos. Rio de Janeiro (1822), in-4". E d u a r d o J o s é d e M o r a e s — Nascido na Bahia a. 30 de maio de 1830, bacharel em mathematicas e sciencias physicas, tendo completo o curso de engenharia militar, que começou na respectiva e antiga academia e concluiu na escola central, nesta escola recebeu o gráo de engenheiro geographo e engenheiro civil. Serviu no corpo de engenheiros, tendo praça no exercito a 7 de fevereiro de 1857 e sendo promovido a alferes alumnoa 14 de março do anno seguinte. E' general de brigada, reformado; sócio do Instituto histórico e geographico brazileiro, do Institituto polytechnico e do Atheneo central; offlcial da ordem da Rosa e da de S. Bento de Aviz; condecorado com a medalha de campanha do Paraguay e com a de mérito « A' bravura militar ?. Além de commissões do ministério da guerra, tem exercido outras do da agricultura, commercio e obras publicas, como a de fiscal do governo íunto á companhia ingleza da via férrea de Santos à Jundiahy, a de engenheiro chefe da estrada de ferro de Paulo Affonso, etc. Escreveu: — Hydrographie du haut San Francisco et du Rio das Velhas, ou 250 ED resultats, au point de vue hydrographique, d'une voyage effectuó e dans Ia province de Minas-Geraes par Emm.-Liais: ouvrage acompagné de cartes levóes par 1'auteur avec Ia collaboration de MM. Eduardo José de Moraes e Ladislau da Silva Netto. Paris, 1865, in-folio com •20 cartas. — Rapport partiel sur lehaut San Francisco ou description topographique et statistique des parties de Ia province de Minas-Geraes, comprises dans le bassin du haut San-Francisco (Brésil), precedée des quelques aperçus generales sur Ia môme province. Paris, 1866, 82 pags. in-4° — Navegação do interior do Brazil: noticia dos projectos apresentados para a juncção de diversas bacias hydrographicas do Brazil, ou rápido esboço da futura rede geral de suas vias navegáveis. Rio de Janeiro, 1869, 247 pags. in-8°, com uma carta. — Esboço geographico de uma parte do império do Brazil. Rio de Janeiro, 1872, in-8°. — Relatório sobre a estrada D. Francisca. Joinville, 1872, in-8». — A via de communicação á Matto-Grosso: memória apresentada à consideração do governo imperial. Rio de Janeiro, 1873, 214 pags. in-4° — E' dividida em três partes: I a Esboço da questão do traçado. 2. a Rede de viação, constituindo systema. 3." Descripção geral das linhas de Cananéa, Antonina e S. Francisco do Sul ao rio Paraná. — Estudos sobre o rio Madeira. Joinville, 1874, ih-8°. — Resposta ao opusculo Provincia do Paraná. Solução ao conflicto dos caminhos de ferro. Rio de Janeiro, 1875, in-8°. — Caminho de ferro do Rio Grande ao Alegrete, linha de Cangussú: estudos da commissão fiscal do governo. Rio de Janeiro, 1875. — Estudos definitivos da linha de Cangussú, variante da estrada de ferro do Rio Grande á Alegrete, executados, etc.: memória justificativa. Rio de Janeiro, 1876, 320 pags. in-4°. — Estrada de ferro do Rio Grande á Alegrete : pareceres. Rio de Janeiro, 1876. — Estrada de ferro de Porto Alegre à Uruguayana: orçamento das despezas a fazer para a execução do projecto (bitola larga). Rio de Janeiro, 1876. — Estradas de ferro da provincia de S. Pedro do Rio Grande do Sul: pareceres. Rio de Janeiro, 1876, 80 pags. io-4», com um mappa. — Memorial sobre uma via férrea ínter-oceanica do Rio de Janeiro á Lima por Ch. Palm. Traducção do inglez. Rio de Janeiro, 1876. — Considerações sqbre a estrada de ferro D. Isabel. Rio de Janeiro 1876, 15 pags. in-4°. E D 251 — indicador das estradas de ferro da provincia de S. Paulo e do ramal de S. Paulo da estrada de ferro D. Pedro II, e das linhas de navegação dos paquetes à vapor entre Santos e o Rio de Janeiro. S. Paulo, 1877; 46 pags. in-4», com uma carta — Houve segunda edição em 1880. — Guia das estradas de ferro da provincia de S. Paulo, e do ramal de S. Paulo da estrada de ferro D. Pedro II. S. Paulo, 1877, 128pags. in-8», com uma carta. — A estrada de ferro de Pelotas â Bagó, S. Paulo, 1878. — O canal da Laguna á Porto Alegre: memória justificativa de seu projecto. S. Paulo, 1879,105 pags. in-4». — Relatório apresentado pela commissão encarregada de estudar e dar parecer sobre os projectos para construcção do edifício da Santa Casa da Misericórdia de S. Paulo. S. Paulo, 1879, h>8°—E'escripto em collaboração com o Dr. Antônio Caetano de Campos. — Plano de viação férrea da provincia do Rio Grande do Sul: memória, etc. Rio de Janeiro, 1882, 37 pags. in-8». — O Rio de S. Francisco e a estrada de ferro de Paulo Affonso. Rio de Janeiro, 1882, 155 pags. in-8°, — Estrada de ferro de Paulo Affonso. O engenheiro chefe a seus detraetores. Rio de Janeiro, 1882, in-8°. — Estrada de ferro de Paulo Affonso. O ex-chefe Krüger e seus contractos. Rio de Janeiro, 1882, 151 pags. in-4» — Precede este livro a seguinte declaração: « O ex-chefe da estrada de ferro de Paulo Affonso, Reinaldo von Krüger, entendm conveniente reunir, como reuniu, em folheto, os artigos que publicou no Jornal do Commercio da. corte a respeito da questão dos contractos por elle celebrados. E S. S. teve a delicadeza de nos offerecer um exemplar de seu trabalho. Seguindo o mesmo exemplo, reunimos igualmente no presente folheto, não só os offlcios que sobre a questão endereçámos ao governo imperial, os quaes foram por elle mandados publicar no Diário Offlcial, como os artigos que fizemos inserir no Jornal do Commercio, afim de retribuirmos a corteziade S. S., offerecendo-lhe também um exemplar. Amor com amor se paga. Pela leitura dos dous folhetos o publico ficará em estado de poder julgar da questão. » Ha ainda uma collecção de documentos publicados em opusculo, por E. Moraes em 1883, como resposta à accusações feitas por tetos de sua administração. — Breves considerações sobre o melhoramento do Alto S. Francisco. Piranhas, 1883, in-8». — A futura cidade de Jatobá no ponto territorial da estrada de ferro de Paulo Affonso. Rio de Janeiro, 1882, 44 pags. in-4», com a planta da projectada cidade. 252 BJI_» — O resgate das estradas de ferro inglezas. Rio de Janeiro, 1884, in-8». — A vistoria judicial da draga Maracajú (XXIII memória). Para, 1885, 44 pag. in-16." — E' uma collecção de escriptos já impressos no Liberal do Pará e Provincia do Pará de 11, 13, 14, 15, 17.0 18 de outubro deste anno. — Requerimento e memorial, pedindo privilegio do canal de juncção da Laguna á Porto Alegre. Rio de Janeiro, 1886, in-8». — Grande canal de juncção da Laguna à Porto Alegre ou canal Príncipe D. Affonso. Rio de Janeiro, 1887, 104 pags. in-8°. — A ferro-via da corte á Cuyabá. Rio de Janeiro, 1887, in-8». — Canal Príncipe D. Affonso. Rio de Janeiro, 1888, in-8». — Canalisação de vários rios de Sergipe e melhoramentos da barra do rio Cotinguiba. Rio de Janeiro, 1890. — Navegação franca dos rios Paranapanema, Paraná, Ivinheima e Brilhante, desde o porto da Serra do Diabo até o de Santa Rozalinda : memória submettida á consideração do governo imperial a 10 de junho de 1889 (XXIX memória). Rio de Janeiro, 1890, 36 pags. in-8». — Melhoramentos da barra de Icapara e abertura do canal marítimo do isthmo do Varadouro. Rio de Janeiro, 1890 — E' uma petição dirigida ao governo da republica. — A juncção do Amazonas até o Prata. Rio de Janeiro, 1890 — Começa este livro com a petiçãp de favores, de que carece o autor, para essa juncção, cujo fim é serem todas as vias do commercio, na zona das fronteiras, subordinadas ás vistas militares para defesa do paiz. — Carta geographica representativa do traçado do canal Príncipe D. Affonso (da cidade da Laguna á Porto Alegre), projectado pelo tenente-coronel de engenheiros Eduardo José de Moraes ; coordenada e desenhada pelo engenheiro Paulo Hamelin. 1887. Lit. Rio de Janeiro, 1877. — Memória militar apresentada pelo 1» tenente do corpo de engenheiros Eduardo José de Moraes, encarregado dos fortes de Tabatinga em construcção na provincia do Amazonas no anno de 1868 — Inédita. Ha uma cópia de 36 pags. com uma planta na bibliotheca nacional e outra no archivo militar, de 31 pags. E d u a r d o M a n o e l F r a n c i s c o d a S i l v a — E' tabellião na cidade de Campos, provincia do Rio de Janeiro, de onde me consta que é natural, e escreveu : — Registro das hypothecas, Succinta exposição do direito hypothecario H:M> 253 ao alcance de todos. Campos, 1884, 32 pags. in-8» — Sahira antes no Monitor Campista. E d u a r d o d e M e l l o C o u t i n h o M e r c i e r — Portuguez de nascimento, viveu muitos annos na provincia do Espirito Santo e, naturalizado brazileiro, foi professor publico no município de Nova Almeida, da dita provincia, onde exerceu cargos de eleição popular, como o de presidente da câmara municipal e deputado provincial. Escreveu: — ?loticia histórica da villa de Nova Almeida. Victoria, 1883", 86 pags. in-8» — A' pag. 63 se acha um alvará, assignado pelo Marquez de Pombal a 16 de janeiro de 1773, decretando a liberdade do ventre escravo no Brazil. E d u a r d o N o g u e i r a A n g e l i m — Nascido pelos últimos annos do século passado em Aracaty, actual Estado do Ceará, de onde emigrou por occasião da sêcca de 1825, é figura notável de nossa historia no governo da provincia do Pará por occasião da cabanada ; foi processado e esteve alguns annos em Fernando de Noronha. Valente, generoso, de bella intelligencia, mas de pouca instrucção, escreveu varias — Memórias históricas — de certo interesse, que foram vistas por Antônio Gonçalves Dias e ficaram em poder de sua família. Gonçalves Dias fazia delle alto conceito e tratava de escrever sua biographia. E d u a r d o N u n e s P i r e s — Filho do professor de inglez Amphiloquio Nunes Pires è de dona Henriqueta Julia Nunes Pires, nasceu na cidade do Rio de Janeiro a 15 de fevereiro de 1845. Tendo feito o curso do extincto lyceo de Santa Catharina, fundou em 1867 um collegio de educação, onde com seu irmão Gustavo N. Pires leccionou varias matérias. Nomeado em 1869 escrivão da mesa de rendas da cidade da Laguna, passou em 1874 a servir o cargo de conferente do consulado provincial, e depois deste exerceu o cargo de escrivão na mesma repartição. Cultiva as lettras, tem publicado varias poesias em periódicos, e tem muitas inéditas, sendo algumas em latim. Conheço deste autor: — Durante o carnaval. Rio de Janeiro, 1874, in-8° — E' um poemôto em que ao lado de esplendidos e ruidosos festejos do carnaval se descrevem scenasde completa miséria. — Ad inclui viri, Visconde do Rio Branco, memoriam. Exiliopoli, pridie ídus novembrits, 1880 — Sahiu em uma folha avulsa., in-fol. 254 jtuÁj — O encontro de Eliezer e Rebecca. Ao IUm. Sr. Isidro Carneiro da França — Vem no Jornal do Commercio do Desterro, n. 37, ,1883. — Noções do systema métrico decimal. Desterro, 1873, 50 pags. in-4», com diversas tabellas. — Pequeno tratado da versificação. Desterro.... — Foi impresso antes do precedente. Sei que o autor possue inédito : — Compêndio de arithmetica — mas que trata de resumil-o, cçrceando-lhe muitas superabundancias, porque o destina para o ensiup das escolas primarias. E d u a r d o O l y m p i o M a c h a d o — Filho de Antônio do Rosário Silva Machado e de dona Rita Joaquina de S. José Machado, nasceu em Inhambupe, Bahia, a 31 de março de 1817efaileceu.no Maranhão, exercendo o cargo de presidente da provincia, a 14 de agosto de 1855. Doutor em direito pela faculdade de S. .Paulo, estabelecendo-se como advogado no Rio de Janeiro, foi nomeado secretario do governo da provincia, dahi sahiu para administrar a provincia de Goyaz, e de Goyaz passou á do Maranhão. Sua caridade era tal, que — disse-o uma folha desta provincia — mais elle parecia um virtuoso prelado, do que um alto funccionarip civil. Em 1858, após solemnes exéquias, foi collocada sobre sua sepultura uma lapide com esta inscripção: « Ao Dr. Eduardo Olympio Machado a província agradecida. Lei n. 442 de 14 de agosto de 1856.» Era commendador da ordem da Rosa, profundo nas sciencias jurídicas, e distincto litterato. Escreveu : — Theses para receber o gráo de doutor em sciencias sociaes e jurídicas, sustentadas em presença de S. M. o Imperador. S. Paulo, 1846.— Nunca pude vel-as. — Diversos relatórios, como presidente de Goyaz e do Maranhão, de 1848 a 1855 — « Desde julho de 1854 até abril de 1855 — diz seu biographo, Francisco Sotero dos Reis — só regulamentos e instrucções expediu uns doze, alguns dos quaes extensos e dos melhores que formulou, sem fallar em muitos trabalhos importantes, remettidos para a corte, e no seu bem acabado e ultimo relatório, apresentado á assembléa provincial. O resultado desse excesso de trabalho foi.a recahida, de que morreu. » Cm desses relatórios tenho á vista; ó a — Falia que dirigiu á assembléa legislativa provincial por,occasião de sua installação no dia 7 de setembro de 1851. Maranhão, 1851, in-4°. — Poesias — que deixou inéditas. Não me consta que publicasse alguma. Vi duas, cujos títulos me não lembra, em mãos, de um seu ED 255 amigo. Lembra-me apenas que respiravam suave melancolia, como as seguintes oitavas, que elle improvisara no álbum de uma senhora maranhense: Peregrino de romagem Nessa jornada da vida, Sem uma estrella querida Que me illumine a viagem, Em balde busco outra llôr, Sem ser a roxa saudade, Para vir aqui depor No sacrario da amizade. Meiga flor— que symbolisas A constância da affeição, Que nas lages eternisas As magoas do coração, Sobre este livro repousa Teu singelo diadema ! Seja o livro a tua lousa ; Tu serás o meu emblema ! E d u a r d o P a u l o d a S i l v a P r a d o — Filho do bacharel Martinhoda Silva Prado e de dona Veridiana Valeria da Silva Prado, e nascido a 27 de fevereiro de 1860 na cidade de S. Paulo, é bacharel em sciencias sociaes e jurídicas, formado em 1881 na faculdade da dita cidade, sócio do Instiiuto histórico e geographico brazileiro, e viaja, ha annos, pela Europa. Ainda estudante collaborou ou fez parte da redacção do — Correio Paulistano : periódico — que começou a ser publicado em S. Paulo no anno de 1854, e ahi publicou em 1881 artigos de critica litteraria, sobre a assembléa provincial, vários folhetins sobre o Chile, os Estados Unidos da America, etc. Na Europa, além de varias memórias, e impressões de viagens, publicadas na Gazeta de Noticias do Rio de Janeiro, collaborou com o Barão do Rio Branco (veja-se José Maria da Silva Paranhos, 2») e outros para o livro: — Le Brêsil en 1889: ouvrage publièe par les soins du. sindicai du comitê franc-brésilien pour 1'exposition universelle de Paris avec Ia collaboration de nombreux écrivains du Brésil sous Ia direction de Mr. F. J. de SanfAnna Nery. Paris, 1889, XIX, 699 pags. in-4° — São do Dr. Eduardo Prado os capítulos 26 e 28, com os títulos: «Immigration » de pags. 473 a 507 e <t L'arte plumaria » de pags. 519 a 562. Era elle commissario adjunto da exposição (Veja-se Frederico José de SanfAnna Nery). Escreveu além disto : — Viagens. A Sicilia-Malta. O Egypto. Paris, 1886, 246 pags. in-12» — E' uma edição nitida à duas cores, com vinhetas. 256 JSD — Fastos da dictadura militar no Brazil. • 1* serie. 4a edição. Artigos publicados na Revista de Portugal de dezembro de 1889 a junho de 1890 (sem designação de logar). 1890, 374 pags. in-8° — E' assignado por Frederico de S. este livro, que é dividido em seis partes: Acontecimentos do Brazil; Ainda acontecimentos do Brazil; Fastos da dictadura ; A dictadura no Brazil ; As finanças da administração; A republica brazileira. Estes artigos foram transcriptos da Revista de Portugal, quasi integralmente, no Brazil, nos Estados Unidos da America do Norte, na Allemanha e na Inglaterra. Eduardo de Sá Pereira de Oastro — Filho do coronel José de Sá Carneiro Pereira de Castro e de dona Juliana Maria Luiza de Abreu e Sá, nasceu na Bahia, a 4 de abril de 1828 e falleceu no Rio de Janeiro a 7 de setembro de 1872, sendo tenente reformado do estado-maior de segunda classe, bacharel em mathematicas e sciencias physicas e lente de mathematicas da escola militar, tendo antes do bacharelado, eomo adjunto ao curso preparatório, annexo á mesma escola, regido a cadeira de historia e geographia. Erasociodo Instituto histórico e geographico brazileiro, e dirigiu na corte um collegio de educação para o sexo masculino. Assentara praça no exercito em 1842, sendo promovido a alferes em 1847 e, quando foi reformado por decreto de 22 de setembro de 1859, exercia o logar de escripturario na repartição de ajudante general. Escreveu: — Compêndio de metrologia. Rio de Janeiro, 1863, 15 pags. in-8», com figuras. — Explicador de arithmetica: obra apropriada aos alumnos das academias militar e de marinha e ao instituto commercial, aos aspirantes a empregos públicos, negociantes, artistas, etc. Rio de Janeiro, 1854, in-8°— Teve segunda edição em 1863 ; terceira em 1869; quarta em 1873; quinta, com augmentos, feita pelo filho do autor, o bacharel João Crokatt de Sá Pereira de Castro, 1876, 249 pags. in-8° ; sexta, feita pelo mesmo, 1883, 244 pags. in-8° ; sétima, augmentada com muitas notas intercalladas, 1885. — Systema de leitura, mandado adoptar pela instrucção publica da corte e provincia do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 1861, 84 pags. in-12° com duas tabellas. — Postillas de geographia astronômica. Rio de Janeiro, 1865, 91 pags. in-8». — Os heroes brazileiros da campanha do Sul em 1865, pelo bacharel E. de Sá Pereira de Castro e A. E. Zaluar. Rio de Janeiro, 1865, ín-4°, com retratos — Esta publicação sahiu em 15 livrctos. E D 257 — Resposta á primeira Carta de Erasmo a S. M. o Imperador, por Scaliger. Rio de Janeiro, 1865, 7 pags. in-4°. — Resposta de Scaliger à segunda Carta de Erasmo à S. M. o Imperador. Rio de Janeiro, 1866, 8 pags. in-4». (Veja-se José Martiniano de Alencar.) — Ao povo. Carta de Erasmo Júnior. Que de tal pae tal filho se esperava. Rio de Janeiro, 1868, 21 pags. in-4° — No catalogo da exposição de historia do Brazil se attribue este opusculo a Eduardo de Sá. Este autor colleccionou, deu ao prelo e ollereceu ao imperador as « Poesias de Laurindo José da Silva Rabello, etc. Rio de Janeiro, 1867.» E d u a r d o S a l o m é — Natural do Rio Grande do Sul. Sô conheço este autor por ver seu nome mencionado entre os escriptores rio grandenses na ultima pagina do livro de Damasceno Vieira «Esboços litteraríos» publicado em Porto Alegre em 1883. Escreveu: — Livro de orações drama E d u a r d o " W a n d e n k o l k — Filho do capitão de mar e guerra José Eduardo Wandenkolk e de dona Martina Gomensoro Wandenkolk, nasceu no Rio de Janeiro a 29 de junho de 1838. Um dos offlciaes mais briosos e illustrados da armada brazileira, tendo assentado praça de aspirante á guarda-marinha em 1853 e feito o respectivo curso, foi promovido a este posto em 1855, e subiu suecessivamente até o de vice-almirante. Dirigiu a pasta dos negócios da marinha, sendo o primeiro ministro desta repartição, nomeado depois de proclamada a Republica dos Estados Unidos do Brazil e foi eleito senador pela capital federal ao Congresso de 1890. Prestou relevantes serviços na guerra do Paraguay; tem desempenhado importantes commissões e feito algumas viagens de longo curso, como á África, ao Baltico e â outros pontos do globo. E' commendador da ordem de S. Bento de Aviz e da de Nossa Senbora da Conceição da Villa Viçosa de Portugal ; official da ordem da Rosa e da do Cruzeiro ; cavalleiro da ordem de Christo ; condecorado com a medalha da campanha do Uruguay de 1865, a da rendição de Uruguayana, a da passagem do Humaytá eda guerra do Paraguay, e escreveu: — Relatório da viagem da corveta Bahiana ao mar das índias, apresentado, etc. Rio de Janeiro, 1879,187 pags. in-8° — Fecha-se este livro, de pag. 173 em deante, com uma collecção de artigos extrahidos de diversos jornaes estrangeiros sobre a corveta Bahiana, todas muito honrosas para o Brazil. Commandava o autor este navio, sendo capitão de fragata. 258 JCÍW — Tactica naval para uma frota encouraçada. Rio de Janeiro, 1876, 44 pags. in-8»— Esta obra ó offerecida ao conselheiro Joaquim Raymündo De-Lamare. — Manobreiro para navios de vela. Rio de Janeiro, 1876, in-80--com um atlas. — Relatório da corveta Vital de Oliveira ao mal' Baltico, etc. Rio de Janeiro, 1884, in-8°— Este trabalho foi também publicado na Revista Marítima Brazileira, onde ha outros escriptos do autor. — Tactica para escaleres a remos, armados em guerra, pelo capitãotenente da marinha franceza Gourie de Refuge: traducção desenvolvida, augmentada e adaptada ás bandeiras do regimento de signaes da armada brazileira. Rio de Janeiro, 1887. — Relatório apresentado ao generalissimo chefe do governo provisório pelo vice-almirante,etc, ministro da marinha. Rio de Janeiro, 1891, in-4° — Repertório da legislação naval durante o governo provisório. Administração do vice-almirante, e t c , Io ministro da marinha da Republica — Acha-se na Revista Marítima Brasileira, anno 1°, pags. 127 a 229, continuando em outro numero. D . E d u v i g e s B a e t a s d e S c h r e i n e r — Filha do en-, genheiro e architecto Luiz Schreiner e natural do Rio de Janeiro escreveu com seu pae a seguinte obra a propósito da exposição pedagógica de 1883, à que foi apresentada: — Idéas sobre instrucção primaria no Brazil, Rio de Janeiro, 1883, 25 pags. in-8°— Divide-se o opusculo em duas partes. A primeira, que pertence a dona Eduviges, trata da necessidade de d> senvolver o amor ao trabalho e de estabelecer uma escola de moças incumbidas dos primeiros cuidados á infância. A segunda, que é escripta por t>eu pae, propõe o desenho, a musica e a gymnastica como bases da educação primaria, por desenvolverem o physico e ao mesmo tempo o gosto para imprimir aos trabalhos o cunho da superioridade. E g a a M o n i z S u d r é d e A r a g ã o — Filho do commendador Antônio Ferrão Moniz de Aragão, de quem oecupei-me no 1° volume deste livro, e de dona Maria Adelaide Sudré Muniz, e nascido na provincia, hoje Estado da Bahia, em 1843, sendo doutor em medicina, foi nomeado lente oppositor da secção medica da faculdade da mesma provincia em 1871 e cathedratico de pathologia geral em 1875. Escreveu: — Visão; Qual o modo de obrar dos ferruginosos no tratamento da chlorose ? Qual a nevrologia da lingua ? Qual a funcção de cada nervo ? Serão todos solidários ? Poderá o medico, pelo exame de um cadáver, EG- 259 determinar si houve suicídio ou homicídio ? these quo deve sustentar, etc Bahia, 1865, 94 pags. in-4°. — Funcções do grande sympathico : these sustentada no concurso á um logar d.) oppositor da secção medica. Bahia, 1871, 55 pags. in-8°. — Faculdade de medicina da Bahia. Memória histórica dos acontecimentos mais notáveis do anno de 1877. Rio de Janeiro, 1878, 34 pags. in-fol. — O salteador : drama em cinco actos. Bahia, 1863, in — 8°. E g y d i o B a r b o s a d e O l i v e i r a I t a q u i — Natural da antiga provincia do Rio Grande do Sul, bacharel em direito pela faculdade de S. Paulo em 1862 e doutor em 1863, foi eleito por sua provincia deputado á 19a legislatura, dissolvida na primeira sessão, em 1886, e pouco depois falleceu. Esoreveu : — Dissertação para obter o gráo de doutor, etc. S. Paulo, 1863, 22 pags. in-8° — 0 ponto é este : Como se rege o direito que teem os herdeiros do offendido para haverem a indemnisação do damno ? Como se amplia ou restringe ? Que pessoas podem exercel-o e que qualidades devem ter? Este direito se estende só ás offensas durante a vida, ou também ás de além-tumulo ? — Theses para obter o gráo de doutor, etc. S. Paulo, 1863, 10 pags. in-8». — Monarchia federal. Porto Alegre, 1887, in.-8'. — Divida do Paraguay. Permuta das apólices: requerimento dirigido á assembléa geral pelos prejudicados do Alto Uruguay e Matto Grosso Rio de Janeiro, 1882, 16 pags. in-8°. — Os prejuízos causados pela invasão paraguaya no império do Brazil são pagos em apólices sem cotação por ter o Brazil desistido da garantia estipulada no tratado. Rio de Janeiro, 1882, 15 pags. in-8» — Este e o precedente escripto são publicados, sendo o autor advogado e procurador dos cidadãos prejudicados. E g y d i o J o s é d e L o r e n a — Nascido no Rio de Janeiro a 1 de setembro de 1802, falleceu em Lisboa a 30 de agosto de 1863, sendo engenheiro militar e civil ; major reformado do corpo de engenheiros; cavalleiro das ordens de Multa, de S. Bento de Aviz, da Rosa e de Christo e commendador da ordem portugueza deste titulo ; sócio da 30ciedade Auxiliadora da industria nacional do Rio de Janeiro e de outras. Tendo feito o curso de nossa academia militar e já segundo tenente do referido corpo, foi àEuropa aperfeiçoar seus estudos e freqüentou as escolas de engenharia civil da França, dedicando-so com iiartieulari 260 E G dade aos estudos de pontes e calçadas ; percorreu grande parte desse continente e, voltando ao Brazil, foi nomeado chefe dos trabalhos hydraulicos da provincia do Rio de Janeiro. Moléstias, porém, que lhe sobrevieram no serviço laborioso desse cargo, o obrigaram a pedir sua reforma e tornar à Europa em busca de allivio a seus soffrimentos. Baldados foram os esforços da medicina: achando-se em Lisboa, e conhecendo que se lhe approximava o termo da existencia,mandou chamar o procurador da igreja do Lorêto, o incumbiu de seu enterro, sem ostentação, mas apenas com a devida decência ; pagou as despezas a fazer-se e expirou ao cabo de poucas horas. Fundara na Europa uma associação com o fim de dar á publicidade e distribuir gratuitamente diccionarios e livros próprios á propaganda da religião catholica e escreveu: — Compte rendu des etudes d'application, faits en Europe de 1838 a 1841. Fecamp, 1841, 162 pags. in-8». — Extrait des Annales des ponts et chaussées de France, de novembre et décembre 1842. Entretien Ides routes. Paris, 1842, 24 pags. in-8°, com 1 est.— Houve no mesmo anno uma edição no Brazil, feita por J. Villeneuve Comp., de 20 pags. in-8°. — Fiel Companheiro do christão, contendo os principaes e interessantes deveres que lhe o ílerece sua santa religião, dedicado á immaculada V. S. das Dores : offerecido á paternidade dos muito veneraveis senhores vigários brazileiros e portuguezes como seu afilhado para o fim de o fazerem acceito, profícuo e conservado ; dado sempre grátis aos fieis do paiz de Santa Cruz, Brazil, e do paiz das cinco chagas Portugal. Paris, 1860, 320 pags. in-12°, com estampas da Virgem, das quartorze estações e dos sete passos de Christo — Segunda edição. Lisboa, 1862,212 pags. in-12». — Cathecísmo histórico, contendo em abreviado a historia santa e a doutrina christã, vertido do francez para anteceder ao Fiel companheiro do christão e constituído nas mesmas condições para ser dado sempre grátis aos fieis do paiz de Santa Cruz, Brazil, e do paiz das cinco chagas, Portugal. Paris, 1860, 355 pags. in-12» — Precedem o livro o Discurso sobre o uso deste cathecismo,pelo abbade Fleury eapprovação de J. B. Bossuet, bispo de Maux edo dr. Pirot, professor em Sorbona. Segunda edição augmentada de quinze lições preliminares, pelo reverendo J. B. S. e de um summario da doutrina christã. Lisboa, 1862, in-12°. — Resumo do cathecismo da historia santa e doutrina christã do abbade de Fleury, vertido do francez. Lisboa, 1867 — E'uma terceira edição da primeira parte do livro precedente, publicação posthuma, como a do — Breve compêndio de doutrina christã e instrucções para a confissão e a communhão. Lisboa, 1867. EOL. 261 E g y d i o B i b e i r o d e A n d r a d e — Natural de Minas Geraes, falleceu no Rio de Janeiro em 1871 ou 1872, sendo segundo escripturario da segunda secção da directoria geral das rendas publicas. Publicou : — Portarias da directoria geral das rendas publicas desde julho de 1864 até dezembro de 1867, colleccionadas pelo segundo escripturario do Thesouro Nacional, etc. Rio de Janeiro, 1868, in-4». E l e u t e r i o A u g u s t o d e A t a h i d e — Natural de Pernambuco e bacharel em sciencias sociaes e jurídicas pela faculdade deste estado, formado em 1844, falleceu a 20 de fevereiro de 1888 na cidade de Porto Alegre, onde exercia a advocacia. Servira como offlcial da directoria geral do contencioso no Thesouro Nacional, e escreveu alguns trabalhos sobre consulados e alfândegas, entre os quaes : — O Regulamento das alfândegas e mesas de rendas (decreto n. 2674 de 19 de outubro de 18ü0), annotado com todas as leis, decretos e decisões do governo, que o tem alterado e explicado desde a sua publicação até dezembro de 1865, e com as disposições anteriores que ainda se acham em vigor, remontando ao regulamento de 22 de junho de 1836. Rio de Janeiro, 1866, in-4». E l e u t e r i o M a r q u e s d a S i l v a B o s a — Natural do Maranhão, ahi falleceu em janeiro de 1865, sendo presbytero secular, conego da cathedral de S. Luiz edistincto pregador. De seus sermões, porém, só conheço : — Oração fúnebre de sua alteza a princeza imperial, D. Maria Amélia, recitada na igreja do Rosário no dia 11 demarco de 1853. Maranhão, 1853, 13 pags. in-8». E l i a s A l e x a n d r e d a S i l v a — Nasceu no Rio de Janeiro ou em Santa Catharina por cerca do anno de 1740. Foi militar, não sei até que posto subiu, nem a que arma do exercito pertencia; sei apenas que prestara serviços em Santa Catharina, e que escreveu: — Relação ou noticia particular da infeliz viagem da náo de sua magestade fidelissima « Nossa Senhora da Ajuda e S. Pedro de Alcântara», do Rio de Janeiro para Lisboa em 1778. Lisboa, 1778, 78 pags. in-4». E l i a s A l v a r e s Lobo—Filho de José Manoel Lobo e de dona Thereza Xavier Lobo, nasceu em Itú, S. Paulo, a 9 de agosto de 1834. Ainda criança, orphão de pae, estudou num collegio latim, francez, arithmetica, geometria e musica com a protecção do padre Feijó; mas 262 ET.. aos quinze annos, vendo-se, pódo-so dizer, pela segunda vez orphão com a morte de s ÍU pmtector, cons grou-se t o l o á musica começando por fantasiar na rabeca pequenas peças para salão e bandis marciaes e depois, compondo operas sacras o profanas, tornou-se um dos mais notáveis compositores brazileiros. Fundou em 186)5 a sociedade musical Philomella, fornecendo elle as peças precisas, que compunha, e em 1866 a sociedade Orphelina, também musical. Abriu em 1865 uma aula gratuita dessa arte, e em 1875 convocou em S. Paulo todos os professores delia à um congresso, onde se tratasse de elevar a classe o auxiliar as vocações esparsas para o estudo dos bons methodos, pedindo ao governo uma subvenção para uma aula superior de musica e a isenção do sorteio militar para a classe. Foi em 1863 escolhido pelo directorio da opera nacional para ir á Europa estudar os grandes theatros; mas, sendo casado e não obtendo meios com que sua família pudesse subsistir em sua ausência, não acceitou a distincção, continuando em Campinas a leccionar piano e canto. Escreveu: — Methodo de musica. S. Paulo, 1876. in-4° — Segunda edição, S. Paulo, 1882. — Missa n.l — escripta em 1855 e exhibida pela primeira vez na grande festa colebrada em setembro do mesmo anno na cidade de Tietê. — Missa n. 2 — escripta em 1856 para a festa de Nossa Senhora do Carmo ; executada a 20 de julho. — Missa n. .? — em 1857 para a festa do Espirito Santo, executada a 31 de maio. — Missa n.4 — em 1858 a pedido do conselheiro Antônio Francisco de Paula e Souza, que ouvindo-a em ensaios, quiz que fosse dedicada ao Imperador com o titulo de missa de S. Pedro de Alcântara. Foi cantada este anno na cidade de Itú, e na capella imperial a 1 de dezembro. — Missa n. ."> — em 1864 por occasião da solemnidado feita pela ordem 3» do Carmo na restauração da referida igreja. — Missa n. O — escripta em 1867 com dous credos. — Missa n. 7 — em 1873 para a festa de Senhor Bom Jesus a 1 de janeiro de 1874. Esta missa tem grandes solos, concertatos, etc. — Missa n.8— em 1874 para a mesma festa de 1 de janeiro de 1875. — Missas ns. O e 10 — em 1870. São duas menores. — Oratória de Nossa Senhora do Carmo com coros de anjos, de irmãos terceiros, e de povo, com as personagens de S. Simão Stokoc, de Santa Thereza ; escripta e executada em 1864 na solemnidade da missa n. 5, E-L, 263 — Oratória do nascimento e circumcisão de Jesus Christo — escripta em 1874 e executada a 1 de janeiro de 1875, com dous coros de anjos, de pastores e camponezes com os personagens, o archanjo S. Gabriel, a Virgem Santíssima e S. José. — As três horas da agonia — em 1867, exe3utada na sexta-feira santa em Itü. E* de grande execução. — Semana Santa — em 1872, executada no mesmo anno. 0 autor nesta obra separou-se do estylo seguido pelos outros mestres, procurando traduzir os textos em notas, como si escrevesse uma tragédia lyrica. — Matinas do SS. Sacramento. — Matinas do Espirito Santo. — Encommendações de defuntos (duas). — Novena de Nossa Senhora da Assumpção. — Te-Deum laudamus. — Árias de pregador. — Motêtos para o Senhor dos Passos. — Padre Nosso (em portuguez). — Salve Rainha (idem) — No gênero lyrico compôz : — A noite de S. João : comedia lyrica em dous actos. Lettra de José de Alencar. Rio de Janeiro, 1860, 49 pags. in-8» — Foi escripta para piano e canto no período de 28 dias em 1858 para ser cantada em família ; mas os applausos que teve em S. Paulo e os conselhos de varies amigos o decidiram á pôl-a em orchestra e trazel-a ao Rio de Janeiro, onde foi executada pela companhia da opera nacional a 14 de dezembro de 1860, e mais cinco vezes seguidas, com geral applauso, sendo regente da orchestra o celebre Carlos Gomes. Com a exhibição desta opera foi reorganisada a companhia da opera nacional. — A Louca : libretto do Dr. A. Achilles de Miranda Varejão, em 4 actos — Escripta em 1861 para ser representada pela dita companhia a 25 de março do anno seguinte, por occasião da inauguração da estatua eqüestre de D. Pedro I, depois de ensaiada, foi retirada por motivos pouco acceitaveis e, tendo entrado mais duas vezes em ensaios no mesmo anno, foi ainda retirada. O autor, contrariado por taes occurrencias, deixou a opera nacional e recolheu-se á sua província. Deixando, porém, a partitura por lh'a pedirem sob promessa de que iriaà scena, nunca se realizou isto, porque deram ao 4» acto da peça tal descaminho que nunca se houve delle noticia. Só houve da Louca uma exhibição particular entre muitos sócios do club fluminense, por empenho do seu director e das redaoções dos principaes órgãos da im. 264 E L prensa, unanimes em seus applausos. De suas composições de menos fôlego vi publicadas : — Amor de mãe •• romance para piano. — Jâ não vive Delia : idem. — Bem te-vi : idem. — A despedida de S. Paulo : idem. — Eu vi o anjo da morte : idem. — Nerina, 'magna estrella : idem. — Chá preto, Sinhá : modinha. — 0 carnaval do Itú : valsa. — Uma lembrança de amizade : idem. — Alegria do pobre : polka. — A noite de S. João : quadrilha — E* tirada da opera deste titulo. Desta' opera e da Louca, tem Elias Lobo arranjado algumas peças para se contar em salão, como : — 0 meu amor : rondo final da noite de S. João. — Meu pensamento é todo amor : cavatina da opera A Louca — Ambas estão publicadas. E l i a s F a u s t o P a c l x e c o J o r d ã o — Filho do doutor José Elias Pacheco Jordão e natural do Itú, de S. Paulo, foi o primeiro brazileiro que estudou engenharia na universidade de Cornei 1, onde formou-se engenheiro civil, recebendo o grau de doutor a 2 de julho de 1874. Ainda nos Estados-Unidos da America, foi um dos redactores da — Aurora Brazileira : periódico litterario e noticioso. Itaca, 1873 a 1875, 2 vols. in-fol. de duas cols. — Foi fundado este periódico pelos estudantes paulistas Thomaz de Aquino e Castro e Francisco de Assis Vieira Bueno Júnior, seus principaes redactores, sahindo o Io numero a 22 de outubro de 1873 e o ultimo a 20 de junho de 1875. De seus escriptos nesta revista citarei : — Ainda a questão da bitola estreita — no 1» vol. pags. 50, 58 e 69 e segs. — Fundou e redigiu depois: — Revista do Instituto polytechnico de S. Paulo. S. Paulo, 1878, infol. peq. de duas cols., com estampas. E l i a s d e F i g u e i r e d o N a z a r e t h — Natural da Bahia, foi professor publico da instrucção primaria da freguezia da Victoria» na capital desse estado, é professor da escola pratica, annexa ao externato normal, e escreveu: — Compêndio de desenho linear, adaptado às escolas normaes. Bahia, 1871. — Systema métrico decimal. B a h i a . . . . E l i a s J o s é P e d r o s a — Filho de Elias José Pedrosa e nascido na villa, depois cidade de Itaparica, Bahia, falleceu na capital deste estado depois de 1885 em idade avançada, sendo cirurgião formado pela academia medico-cirurgica; doutor em medicina e lente jubü&do da faculdade da dita capital; do conselho do Imperador, e cavalleiro da ordem de Christo. Antes de graduado doutor, exercia o cargo de cirurgião-mór da guarda policial, era membro da sociedade philonatico-chimica da Bahia e da sociedade polytechnica de Paris. Escreveu: — Sobre as feridas por mordedura de animaes damaados: these apresentada e sustentada a 29 de abril de 1837 para obter o grau de doitor. Bahia, 1837, 22 pags. in-4» gr. — faculdade de medicina da Bahia. Memória histórica do anno de 1871, apresentada á respectiva congregação. Bahia, 1872, 36 pags. infol. — Está ainda publicada na Gazeta Medica da Bahia, tomo 6», pags, 49, 63, 81 e segs. F r . E l i a s d a P i e d a d e — Natural da Bahia, vivia na wimeira metade do século XVIII, foi religioso carmelita, professo no convento da mesma cidade e escreveu, além de outros talvez, o — Sermão de Nossa Senhora da Graça na igreja de Nossa Senhora da Piedade dos reverendos Capuchinhos em 16 de agosto de 1739. Lisboa, 1740, in-4». E l i s i a r i o L a p a P i n t o — Natural de Sergipe e cavalleiro da ordem da Rosa, serviu no funccionalismo publico de fazenda e esteve empregado na alfândega da Bahia. Exonerado desse serviço, fez uma viagem à uma das republicas do Prata, deu-se ao estudo da homoeopathia e a pratica actualmente. Escreveu : — Reformas. A emancipação dos escravos. O. C. D. às sociedades maçonicas e abolicionistas do império. Bahia, 1870, 79 pags. in-4» — No fim deste livro diz o autor que brevemente publicaria « Estudos sobre as reformas » em três volumes de 250 pags. cada um, sendo o primeiro consagrado ainda á emancipação dos escravos; mas nunca foi cumprida a promessa. D . E l i z a d e B u l l i õ e s P e d r e i r a — Filha do doutor João Pedreira do Couto Ferraz e de dona Eliza de Bulhões Pedreira, nasceu na cidade de Nitheroy, capital da provincia, hoje Estado do Rio de Janeiro, a 5 de abril de 1857. Com quatorze annos de idade apenas tinha completa sua educação litteraria, conhecendo 266 üí-i-. a lingua franceza, a italiana, diversas sciencias e artes liberaes. Escreveu: — O adolescente educado na bondade, sciencia e industria, por C. Cantu; traduzido por uma menina brazileira. Rio de Janeiro, 1871, in-8» peq.— Este livro contém diversas estampas in terçai ladas no texto, e notas que demonstram uma erudição não vulgar n» sexo feminino, e ainda menos na idade da traductora, até de astronomia. Depois da pagina 244, seguem-se o juizo crítico da traducçãc, pelos Drs. Antônio de Castro Lopes, Felippe da Motta Azevedo Correia, e Ernesto de Souza e Oliveira Coutinho; doze sonetos em italiaro, pelo Dr. Luiz Vicente de Simoni em resposta a uma carta, tamb«m em italiano, com o pseudonymo de Zelia, anagramma de Eliza, na cual se pede seu juizo acerca da traducção, e mais um soneto, offencido á mesma Zelia. E l o y B e n e d i c t o O t t o n i — Filho de Jorge Bemdicto Ottoni e de dona Rozalia Benedicto Ottoni, e irmão mais moço de Theophilo e de Christiano Benedicto Ottoni, nasceu na cidade do Serro, eu Minas Geraes. Doutor em medicina pela faculdade do Rio de Janeirc, fez uma excursão pela Europa, onde aperfeiçoou seus estudos, t deu-se depois ao exercicio de sua profissão, tanto em Minas, como em S. Paulo. Nunca pertencendo á política activa, prestou em seu gabinete serviços às idéas que mais directamente conduzem ao único ponto, para onde devem caminhar resolutamente os brazileiros livres, segundo exprime-se elle, à republica. Neste empenho publicou diversos escriptos em jornaes do partido liberal histórico e republicanos, e também escriptos sobre litteratura e varias poesias. São de sua penna: — Breves considerações sobre o calor animal no homem: these inaugurai. Rio de Janeiro, 1848, in-4». — Breve noticia de um trabalho do Dr. Mágnan sobre álcool e absinthio. Nova hypothese sobre a allucinação. S. Paulo, 1872, 68 pags. in-12° —Referindo-se á allucinação, o autor considera este phenomeno um movimento reflexo psycho-sensorial, que não pôde ter logar, contra a opinião de Leuret, sem formação ou renovação de idéas. — Mechanismo das faculdades intellectuaes pelo Dr. Poincaró ; traduzido e commentado, etc. Rio de Janeiro, 1884, 408 pags. in-8» — O autor, provan to que a matéria ó livre e responsável pelas idéas que fabrica, pretende que dessa liberdade provém uma regra de direitos e uma prescripção de deveres, isto ó, a Moral, e dahi resultam estas ver- E L 267 dades: « a sciencia harmonisa-se com a moral; a religião é compatível com a sciencia; materialismo e atheismo não são synonymos.> O traductor ajunta importantes accrescimos e commentarios, divergindo, às vezes, das idéas do autor. — Crenças políticas, dedicadas aos manes de Theòphilo Ottoni, aos liberaes históricos e aos republicanos. Rio de Janeiro, 1891, 369 pags. in-12° — Contém este livro artigos políticos, publicados nos jornaes Ypiranga, Sapucaiensc. Radical de S. Paulo, Correio de Cantagallo e outros. Um de taes artigos com o titulo : — A loucura dos reis — foi traduzido em francez por Adrien Desprez e reproduzido no Progrâs, jornal político de Lion, de 20 de setembro de 1872. Entre suas poesias publicadas vias seguintes : — A borboleta e a rosa—de Victor Hugo; Recordação de uma poesia, de Victor Hugo ; Recordação, de Millevoye ; Lúcida idéa ; Democracia, por João de Barros; A estatua e o pelourinho, pela Sombra de Ratcliff ; Thiers; Aujourd'hui, publicada em francez no Sapucaiensc ; O phtisico, poesia escripta e publicada em 1857 por occasião de seu autor ter escarrado sangue — Entre suas poesias inéditas possuo por copia as seguintes : — A rosa e o túmulo, de Victor Hugo ; Canção, de Victor Hugo. Da estima que se deve votrr aos homens de talento, traducção livre de Voltaire ; Saudade infinda ; Estrellas verdes ; Vem dar-me um beijo ; Meu ultimo canto (em parte imitado de Lamartine); Les poetes et Ia ferame, poesia que, por ser breve, aqui transcrevo: Les poetes sont fous, c'est verité, lis s'inspirent toujours dans Ia folie, Dans 1'amour, et Ia femme plus jolie Quand elle n'eat pas folie, elle est tccquée. Ils revent dans ce monde un paradis, Un seul regard sufflt pour enflammer ; Mais Ia fernm * ensuite fait tomber Le songe qu'embellait toute sa vie. Quel est donc le plus fou ? L'homme ou Ia femme ? L'un revê à son cote Ia femme hereuse ! L'autre fuit le bonheur et dedaigneuse. Lui jette Ia folie au fond de 1'àme! Dentre seus escriptos sobre litteratura citarei : — Um ovo de passarinJio : romanceie, publicado na Reforma. E l o y J o s é F e r r e i r a M a r t i n s — Filho de Antônio José Ferreira Martins e de dona Anna M. L. Ferreira Martins, nasceu na cidade de Campos, Rio de Janeiro, a 1 de dezembro de 1861 e falleceu a 2 de outubro de 1880, estudante do 2» anno de medicina, sócio do 268 *-*- gymnasip acadêmico e do grêmio litterario Castro Alves, ambos do Rio de Janeiro, Foi poeta e, depois de sua morte, foram publicados : — Tropheos: poesias de Eloy Martins. Rio de Janeiro, 1882, X I I 52 pags. in-16». E l p i d i o P e r e i r a d e M e s q u i t a — Natural do centro da Bahia, ó bacharel em sciencias sociaes e j uridicas pela faculdade do Recife, formado em 1882 e advogado no mesmo estado. Foi eleito deputado na ultima legislatura do império, na vaga deixada pelo fallecimento do deputado Barão da Villa da Barra, e escreveu : — Africanos livres : Bahia, 1887 — E' uma collecção de artigos edictoriaes do Diário da Bahia sobre a execução e applicação da lei de 7 de fevereiro de 1881. — Discurso proferido no theatro Isabel em Pernambuco na noite de 2 de julho de 1880. Recife, 1880. E m i g d i o D a n t a s B a r r e t o — E' natural da provincia de Pernambuco, onde nasceu em 1848, major do exercito, cavalleiro da ordem da Rosa e condecorado com a medalha de mérito e a da campanha do Paraguay. Na edade de 17 annos, seguiu como voluntário para essa campanha, em 1865, foi promovido a offlcial por actos de bravura na batalha de 11 de dezembro de 1868 e, voltando á pátria depois de terminada a guerra, matriculou-se na escola militar, onde fez o curso de artilharia, obtendo duas promoções por estudos ahi feitos: uma em 1878, e outra em 1882. Em 1879, passou a servir no Rio Grande do Sul em commissão junto aocommando das armas. Escreveu: — Ofilhode D. João : poema realista — Annunciada sua publicação pela Revista da sociedade Phenix litteraria e já achando-se no prelo, foi retirado por conveniência litteraria. — Lucinda e Coletta : episódios da vida fluminense. Pelotas, 1883. — A Condessa Hertninia: drama em quatro actos e cinco quadros. Pelotas, 1883 — Foi levado á scena com applausos no theatro de S. Pedro, de Porto-Alegre, em 1882. — Margarida Nobre: romance realista. Porto Alegre, 1886 — Na corte collaborou para varias folhas e redigiu: — Revista Americana. Rio de Janeiro, 1878, in-4» — Esta revista cessou por quebra da casa editora de H. Fleiuss & C.a Foi também um dos redactores da — Revista da sociedade Phenix litteraria. Rio de Janeiro, 1878-1879» in-4» — Ahi se acham seus trabalhos: 0 plebeu e a fidalga, poesia pags. 11 a 15; Dous pintores da renascença ( Giovani Cimabue ò Giotto EM 269 Bondini), pags. 25 a 30 ; A poesia no século XIX,pags.56 a 61; Do atelier para o templo, pags. 95 a 101. Collaborou depois para o Artista, da cidade do Rio Grande, onde publicou uma serie de cartas ao Dr. Lopes Trovão sobre assumptos sociaes e por*"M<timo entrou para a redacção do Jornal do Commercio de Porto-Alegre, occupando-se em questões de critica e de litteratura amena. D . E m i l i a L e o p o l d i n a G e r a q u e O o l l e t — E' professora da lingua nacional no externato normal da Bahia. Não obtive as noticias que pedi para este artigo e, por isso, sei apenas que escreveu: — Lições de calligraphía theorica. B.ihia.•.. — Novíssimas taboadas para o ensino de arithmetica. Bahia...— E' dividido este escripto em duas partes: I a , para o ensino intuitivo e verbal; 2», para o calculo mental. D . E m i l i a A u g u s t a G o m i d e P e n i d o — Filha do doutor Jeronymo Máximo Nogueira Penido e de dona Emilia Luiza Gomide Penido e natural de Minas Geraes, nasceu a 17 de abril de 1840 e falleceu em Ouro-Preto, capital desse estado, a 29 de agosto de 1886. De uma educação apurada, conhecia varias línguas e era versada na geographia, na historia universal, principalmente na historia religiosa, o que fazia o bispo d. Pedro de Lacerda denominal-a doutora de borla e capello. Fazia consistir toda sua felicidade no estudo das lettras, que ella amenisàva cultivando, não só a musica instrumental e vocal, como o desenho, de que deixou bellissimos quadros, e no achêgo da família, recusando, por isso, allianças matrimoniaes, aliás vantajosas que se lhe proporcionaram. De caridade e modéstia excessivas, tinha o titulo de irmã de caridade honorária, conferido pelo geral da congregação em Paris e, quando comparecia às festas nos collegios desta capital, se comprazia em âcercar-se das meninas pobres, das cegas, para quem tinha sempre palavras de consolação e de amor. O bispo de Camaco, d. Silverio Pimenta, referindo-se à sua morte, disse que esse facto não foi só uma perda para a família, mas também para a pátria e para a religião. D. Emilia escreveu: — Por que somos catholícos, e não protestantes? Traduzido do inglez por um sacerdote do clero de Paris e vertido da Ia edição franceza para portuguez. Rio de Janeiro, 1869, 423 pags. in-8°— Esta traducção foi emprehendida a pedido do bispo de Marianna, d. Antônio Viçoso, e delia se occuparam com applauso varias folhas do Rio de Janeiro. — O ramalhete de flores: Rio de Janeiro, 1875, 150 pags. in-8»— E' um livro altamente moral, doutrinário, em que resplandecem as vir- 270 EM tudes evangélicas em todas as posiçSes sociaes, escripto em fôrma de romance como mais própria, do que os cathecismos e os tratados plnloãophicos, para o ensinamento.das verdades moraes. E'seguido, da pag. 117 em deaute, das Máximas do senador Antônio Gonçalves Gomide, de quem já occupei-me. Foi approvado pelo conselho de instrucção publica do Rio de Janeiro para uso das escolas primarias e teve segunda edição em 1884 nesta cidade, com 130 pigs. in-8°, precedidas de mais 22 do frontespicio, palavras ao leitor e juizos da imprensa. D. Emilia publicou vários escriptos sobre historia, moral e religião, collaborando em revistas como o Jornal das famílias, e principalmente o Apóstolo, onde no volume 5°, por exemplo, ha de sua penna: — Não se deve contrariar vocações; José, o Salvador do Egypto; A exaltação de Maria, pags. 216, 279 e 405 — Deixou, finalmente, inéditos vários trabalhos sobre educação social, moral e religião. E m i l i a n o D a v i d P e r n e t t a — Filho de Francisco David Pernetta e natural do Paraná, é bacharel, formado em sciencias sociaes e jurídicas pela faculdade de S. Paulo em 1889, e escreveu : — Musicas : versos. S. Paulo, 1888 — Nunca vi este livro, mas já ouvi que o titulo é mais sonoroso do que os versos. Talvez não seja assim. E m i l i a n o F a u s t i n o L i n s — Filho do Ignacio José Lins e de dona Anna Innocencia da Silva, nasceu no Rio de Janeiro a 8 de fevereiro de 1791 e filleceu a 18 de dezembro de 1857. Depois de alguns estudos no seminário de S. José, cursou a aula do commercio e entrou para o funccionalismo publico como praticante da junta de fazenda. Dahi subiu até o cargo de contador geral do Thesouro, no qual aposentou-se. Era do conselho do Imperador, commendador da ordem de Christo, cavalleiro da de Cruzeiro e sócio do Instituto histórico e geographico brazileiro. Escreveu : — Estatutos da venoravel Ordem 3 a de Nossa Senhora do Carmo, novamente impressos com as reformas feitas, etc. ; precedidos de um epitome histórico da mesma veneravól ordem desde sua fundação em 18 de julho de 1648 até 31 de outubro de 1850. Rio de Janeiro. 1850, 72 pags. in-80.— Assigna-o também o prior da ordem, João Baptista Lopes Gonçalves. E m i l i o C a r l o s J o u r d a n — Nascido em Namur, provincia da Bélgica, a 19 de julho de 1835 e formado em engenharia, natu-r ralizou-se cidadão brazileiro e fez toda a campanha do Paraguay, como EM 271 offlcial do corpo de pontoneiros e membro da commissão de engenheiros com o posto de tenente de artilharia, do qual foi exonerado á seu pedido em 1870, obtendo ultimamente do governo da Republica as honras de tenente-coronel, e a nome ição de engenheiro da Intendencia Municipal da capital federal. Administrou os terrenos da provincia, hoje Estado de Santa Catharina, concedidos ao príncipe Conde d'Eu por occasião de seu consórcio com a princeza dona Isabel. E' cavalleiro da ordem da Rosa, condecorado com a medalha da campanha mencionada e escreveu: — Guerra do Paraguay. Rio de Janeiro, 1871, 154 pags. in-4í— Esta obra ó dividida em quatro partes ou épocas e delia faz complemento : — Atlas histórico da guerra do Paraguay, organisado sobre trabalhos seus e de outros offlciaes da mesma commissão. Rio de Janeiro, 1871 — Contém dezesete plantas relativas ás operações da guerra com desenhos de alguns estabelecimentos, como o palácio do dictador Ljpez em Assumpção; precedidos de um quadro com retratos de D. Pedro II, dos dous chefes aluados, dos ministros do Brazil, do coronel Frederico Carneiro de Campos e vários generaes nossos, de mar e terra. Fez-se daquelle livro segunda edição em 1890, 250 pags. in-4», com a nomenclatura de muitos offlciaes mortos na campanha, e sem o quadro dos retratos. — Os lavradores, os escravos e a colonisação. (Sem frontespicio, mas do Rio de Janeiro, 1871) 8 pags. in-4». E m i l i o J o a q u i m d a S i l v a M a i a — Filho do negociante da praça da Bahia Joaquim José da Silva Maia e de dona Joaquina Roza da Costa Maia, nasceu na capital dessa provincia a 8 de agosto de 1808 e falleceu no Rio de Janeiro a 21 de novembro de 1859, doutor em medicina pela universidade de Paris; professor de zoologia,botânica, mineralogia e geologia do antigo collegio de Pedro II ; secretario e director da secção de anatomia comparada e zoologia do museo nacional; membro honorário da academia imperial de medicina e da academia philosophica ; effectivo do Instituto histórico e geographico brazileiro, da sociedade vellosiana e da Auxiliadora da industria nacional, e correspondente da sociedade de sciencias médicas de Lisboa, da de sciencias naturaes da França, da dos antiquarios do Norte e do Instituto litterario da Bahia ; cavalleiro da ordem de Christo e da ordem portugueza da Conceição de Villa Viçosa. Já com alguns estudos de humanidades, feitos na cidade de seu nascimento, em conseqüência das convulsões políticas precursoras de nossa independência passou com sua 272 JMJML família ao Maranhão e dahi para Coimbra, onde os concluiu e formou-se em philosophia. Em seguida dispuuha-se a estudar medicina quando, por causa da guerra entre constitucionaes e abolicionistas, foi obrigado a nova interrupção e, então, trocando os livros pela espada, tomou parte na lucta e combateu como um bravo ao lado dos primeiros.Sendo, porém, a victoria contraria aos seus, dirigiu-se foragido á Hespanha ; da Hespanha á Inglaterra e da Inglaterra à França, onde fez o curso medico, vindo a final para o Rio de Janeiro. Escreveu : — Essai sur les dangers de Pallaitement par les nourrices. Paris, 1833, 20 pags. in«4» — E' sua these inaugural, que foi traduzida e ampliada com o titulo : — Ensaio sobre os perigos à que estão sujeitos os meninos, quando não são amamentados por suas próprias mães. Rio de Janeiro, 1834» 47 pags. in-4°. — Memória sobre o tabaco, lida nas sessões da sociedade medica do Rio de Janeiro de 6 e 18 de dezembro de 1834 — Foi publicada na Revista Medica Fluminense, tomo 1», ns. 1 e seguintes, e também no Auxilíador da Industria, 1835. Ahi se estuda a historia, os usos e as applicações médicas de tão importante planta. — Utilidade e necessidade da gymnastica — Vem naquella revista, tomo 8°, 1839-1840. — Elephantiases dos gregos. Resposta á uns artigos do Sr. Dr. De-Simoni acerca da experiência feita no infeliz Machado com a mordedura da cobra cascavel. — Discurso sobre as sociedades scientificas e de beneficência, que teem sido estabelecidas na America, recitado na sociedade litteraria do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 1836, 45 pags. in-4°. — Elogio histórico do conselheiro José Bonifácio de Andrada e Silva, lido na sessão publica da imperial academia de medicina de 30 de junho do corrente anno. Rio de Janeiro, 1838, 37 pags. in-8° — Sahiu depois na Revista do Instituto Histórico, tomo 8°, 1846, pags. 116 a 140. — Elogio histórico do doutor José Pinto de Azeredo — Na dita revista, tomo II, 1840, pags. 615 a 621, e na Revista Medica, jà citada. — Oração recitada na augusta presença de SS. MM. o Imperador e a Imperatriz e das sereníssimas princezas imperiaes, por occasião da distribuição dos prêmios do collegio do Pedro II, em 12 de dezembro de 1842. Rio de Janeiro, 1842, 22 pags. in-4». — Discurso pronunciado na sessão do Instituto histórico, commemorativa do infausto passamento do príncipe d. Aílbnso, primogênito de SS. MM. II.— Vem na « Oblação á memória do príncipe imperial, etc. E M 273 Rio de Janeiro, 1847 » pags. Zü e segs. e também na Revista do Instituto, tomo 11°, pa^rs. 32 e segs. — Memória sobre os beija-flores onde se referem os usos e li íbitos do muitas espécies brazileiras, observados e escriptos, e t c — Vem no Jornal da sociedade Velloiiaua, pags. 45 a 52 e 61 a 69. — Duas espécies de beija-flores. ( Trochilus Vandelli e Ornisuyn Luduvicii.) — Idem, pags. 109 a 116. — Duas especi"s novas de beija-flores (< 'rnismya Theresiaj, Ornismya Januariae)—Na Minerva Braziliense, tomo 1», pag. 2, 1843, cornos desenhos coloridos. Na França e no; listados-Unidos naturalistas como Dekay, de New-York e J . Boursier, de Liou acceitaram as classificações e escreveram, elogiando o autor, entretanto que no Brazil recebeu elle golpes atirados pela inveja e pelo despeito. — Museo nacional— Apenas foi publicada a introducçfo no/ris, 1848, tomo 1", pags. 195 a 199 o 237 a 240. — Estatutos da sociedade Vellpsiaua do Rio do Janeiro. Rio de Janeiro, 1850, 12 pag. in-8» — São também assignados pelo Dr. F. Freire All«mão e G. S. de Capanema, e sahiram na Gasetu t'us Hospitaes, 1850-1851. — Quadros synopticos do reino anirml, onde se adopta o methodo natural de Cuvier com algumas moditicições, conforme o estado actunl dascienciu, para facilitar o estudo da zoologia no collegio de Pedro II. Rio de Janeiro, 1858, 13 pags. in-fol., precedendo cinco quadros in-fol. gr.— Foram approva los pelo conselho director da instrucção publica e adoptados no ensino do collegio de Pedro II e da escola central. — Exposição dos successos políticos de 1821 na província da Bahia : memória lida nas sessões do Instituto histórico de 0 de agosto o 17 de setembro de 1852 — Creio que foi publicada com o titulo de « Historia da revolução effectuada na B.ihia a 10 de fevereiro de 1821. Rio de Janeiro, 1852 ». O instituto possue o original. O Dr. Emílio Maia foi um dos redactores da Minerva Braziliense, e também da Revista Medica Fluminense, depois Annaes Brazilienses de Medicina e nesta revista se acham os seguintes trabalhos, que escreveu mais : — Relatório sobre a epidemia de febre catarrhal quo grnssou nos primeiros mezes de 1836 — No tomo 4. — Parecer sobre a memória do Dr. Francisco José de Araújo e Oliveira, relativamente á paraly^ii — No mesnio'tomo. — Parecer sobre a obra do Dr. De Kirckof sobre o cholera-morbus — Idem. — Males que tem produzido no Brazil o corte das mattas e meios de ns remediar — Td«rn. 274 EM — Hygiene publica. Arrasam^nto do morro do Castello — No tomo 8°. E' escripto em resposta á uma cunsulta do governo. — Matéria me li a br zileira — No mesmo tomo, pags. 93, 202, 289 e 515 e tomo 9o, pags. 104, 336 e 489. E m i l i o JL.opes F r e i r e L o b o — Natural da Bahia, conego da cathedral e doutor em theologia, formado em Roma, é desembargador da Relação ecclesiastica, director da instrucção publica, vigário geral do arcebispado e, ultimamente, íoi membro da lntendencia Municipal, de que pediu exonerarão em conseqüência de ser declarada a inelegibilidade do clero. Viajou pela Europa ; ó muito applicdo às sciencias mathematicas, disthicto orador e escreveu, além de outros trabalhos: — Discurso por occasião da festa, uo Lyceo, da distribuição dos prêmios escolares e das cartas aos normalistas. Bahia, 1879, 13 pags. in-8», — Discurso proferido n i missa solemne, mandada celebrar nó hospício de Nossa Senhora da Piedade, na Bahia, pelos duutorandos de 1882. Bahia, 1882. — Oração sacra, proferida no Te-Deum de Dous de julho, uo corrente anno (1888), no convento de S. Francisco da cidade da Bahia. Bahia, 1888, in-8". — Oração fúnebre que nas solemaos exéquias do Exm. e Rvm. Sr. arcabispu D. Antônio de Macedo Costa pronunciou na cathedral metropolitana uo dia 27 de abril do corrente anno. Bahia, 1891 — Foi reproduzida em algumas folhas do paiz, como o Brazil, ns. de 21 e 23 de maio. — Oração fúnebre nas solemnes exéquias do Sr. D. Pedro de Alcântara, na igreja cathedral da Bahia, a 4 de janeiro de 1892, promovidas pela Associação Commercial — Ha muitos sjrmOes do doutor Freire Lobo, dos quaes sinto não poder neste momento dar noticia. E m i l i o X a v i e r S o b r e i r a d e M e l l o — Natural de Pernambuco, falleceu de uma apoplexia fulminante na cidade do Rio de Janeiro a 10 de abril de 1885, sendo sub-director das rendas publicas, no exercicio interiuo de director geral das rendas do Thesouro Nacional, commeudadur da ordem da Ro^a e condecorado coin a medalha da campanha contra o Paraguay, com passador de ouro. Ne»s i campanha uccupou o cargo de delegado do The^ou.o em Montevidéo, tendo sob sua guarda o erário nacional e fazendo pagamentos dj milhires de coutos de réis com tão escrupulosa severidade, que para o mesmo EM 275 Thesouro entrou considerável somma pelas fracções desprezadas do dinh iro que pagava. Escreveu: — Collecção das disposições acerca da arrecadação e escripturação íío imposto do sello desde 1850 até 1855. Recife, 1856 — E' um commentario ao regulamento e ordens qne então regiam o imposto do sello, onde além do methodo e clareza só acham em notas as explicações necessárias sotre o assumpto. Este livro foi bem recebido e é hoje raro. — Commentario á legislação brazileira sobre os bens de defuntos e ausentes, vagos e do evento. Rio de Janeiro, 1859, in-8°— Esta obra foi reimpressa no Rio de Janeiro, 1868, contendo mais um appendice acerca das heranças jacentes estrangeiras ; e ainda teve uma edição, feita em 1875, em três volumes, contendo no 3o volume as ultimas disposições relativas ao assumpto, e as ultimas convenções consulares, tudo annotado. — Consultas e imperiaes resoluções do Conselho de estado na secção de fazenda, desde o anno em que começou a funccionar o mesmo conselho até 1864. Rio de Janeiro, 1867, in-4°— Esta obra foi escripta em cumprimento de ordem do governo. O autor não continuou por ter de seguir em commissão para o Rio da Prata por occasião da guerra contra o governo do Paraguay. Pelo seu programma, obrigava-se elle a dar a integra de cada uma consulta e dos pareceres, informações e documentos mais notáveis em que ella se fundara, quando isso fosse preciso para melhor apreciação de seus fundamentos ; o histórico da legislação reguladora do assumpto, ou objecto da consulta, e a indiiação da que ficava substituindo, bem como a integra das disposições mais importantes referidas na mesma consulta. O continuador da.obra, porém, simplificou-a muito do segundo volume em deante. — Memória acerca dos impostos lançados pela assembléa provincial de Pernambuco, comparando-os com os impostos geraes, sua influencia sobre a renda geral, etc.— Inédita nos archivos do Thesouro. Foi escripta em 1874, em observância à ordens do ministério da fazenda, sendo o autor inspector da thesouraria. — Manual p-atíco do procurador judicial e extra-judicial, ou collecção systematica e completa de todas as disposições contidas nas ordenações, le)s, regulamentos, avisos, decisões, e t c , concernentes ás procurações j udiciaes e extra-judiciaes. Rio de Janeiro, 1878 —E' precedida esta obra de um breve tratado sobre o mandato. — Repertório do novo regulamento das alfândegas. Rio de Janeiro, 1879 — Foi escripto com seu collega Joaquim Gomes Braga, por occasião de ser publicado o decreto n. 6272", reformando o regulamento das alfândegas em sua parte orgânica. 276 JBN — Guia do fazendeiro, ou formulário do processo necessário paru haver do governo a inde nnisa,ão pecuniária feita pela creaçã", até os oito annos, dos ingênuos, filhos da mulher escrava. Rio de Janeiro, 1882. — Impostos provinciaesi Rio de Janeiro, 1883 — Desta obra fora o autor encarregado pelo governo imperial, em 1873. Analysando os impostos, apresenta elle um plano de reorganização destes, em relação à matéria tributável, e divide-a em tributável para a renda geral, para a provincial e para a municipal. — Assessor do procurador da fazenda em primeira instância — E' este o ultimo tiabalho ?m que se occupou Sobreira de Mello. Não sei si foi publica Io. E n é a s d e A r r o x e l l a s d a i v ã o — Natural da provincia hoje Estado da Parahyba e bacharel em sciencias sociaes e jurídicas, formado pela faculdade do Recife em 1873, eutrou para a carreira da magistratura, e um dos cargos que exerceu foi o de juiz municipal de Mago. Escreveu: — Repertório ou indice alphabetico da reforma eleitoral, comprehendendo o r. gulamento n. «213 de 13 de agosto de 1880. Rio de Janeiro, 1881, in-8». — Repertório ou indice alphabetico do regulamento n. 9549 de 23 de janeiro de 1886, sobre o processo civil, commercbil e hypothecario, que alterou e consolidou diversas disposições referentes às execuções civis e commerciaes. Rio de Janeiro, 1880, 135 pags. in-8°. E n é a s G a l v ã o — Filho do Visconde de Mracajú e da Víscondessa do mesmo titulo, nasceu em S. José do Norte, na então provincia do Rio Grande do Sul, a 20 de março de 1863; é bacharel em direito pela faculdade de S. Paulo e, entrando na classe da magistratura, serviu o cargo de promotor publico de Barra Mansa, passando dahi para o de juiz municipal na capital federal, onde é a ctualmente pretor do 6° districto. Escreveu : — Miragens: poesias, com uma carta de Machado de Assis. Rio de Janeiro, 1885, in-8» — São composições ainda da vida acadêmica, em que, si faltam estudo e arte, que só se adquirem com o tempo, como pensa Machado de Assis, luzem os dotes essenciaes da poesia, que só ti natureza outorga : inspiração e sentimento. E n é a s O s c a r d e F a r i a R a m o s — Filho do major Antônio Nnnr-fí Romns n <\c dona PraT«iesNun*;Ma de Faria Ramos, nasceu EI» na cidade de Bagé, Estado do Rio Grande do Sul, a 6 de agosto de 1854, e ó capilão-t mente da armada. Depois de coocluir o curso da escola de marinha fez sua viagem de instrucção à Europa como guarda-marinha, sendo promovido a 2° tenente em 1877. Nomeado professor da oscola naval em 1891, tem até o presente exercido este cargo, e escevou: — Classificação das inastreaçõíS dos navios modernos — Acha-se no boletim do club naval em 1890. Além deste trabalho e de lições professadas na escola naval, inédita*, tem entre mãos e me consta que serão dadas à luz: — Noções da meeauici applicada á manobra dus navios. E n g r r a c i o O . T a b o r d a R i b a s —15' engenheiro e pelo appellido me parece natural do Rio Grande do Sul ou do Paraná. Nada pude colher a seu respeito até agora. Escreveu : — As estradas de ferro da província do Rio Grande do Sul... 1883 — E' uma demonstração das razões, por que se deve dar preferencia á cidade de Santa Maria sobre Cacequi ou S. Gabriel para ponto de juncção das estradas de fero do sul o norte da província. E p a m í n o n d a s C a v a l c a n t i — Espero ainda notas prometlilas por um amigo, que darei no fim doste volume. Sô sei que cultiva a poesia, foi um dos collaboradores da Revista dos Estados Unidos do Brazil e escreveu : — A orgia dos grandes, com um prólogo de Mucio Teixeira. Rio de Janeiro, 1890, 39 pags. in-8». E p a m í n o n d a s V i e i r a — Cidadão brazileiro, segundo se assigna, consta-me que nasceu em Portugal e naturalisou-se no império, onde estabeleceu residência e escreveu : — Os portuguezes no Brasil. Pamphleto histórico, dedicado à colônia portugueza uo Brazil. Rio de Janeiro, 1876, 34 pags. in-8°— Occupa-se da questão religiosa que SJ agitara nesta época, justifica os portuguezes de uccusaçõüs malignas, contra elles levantadas, de serem perturbadores da ordem, e prova que ao contrario são e foram sempre os maiores admiradores da religião catholici. E p i p h a n i o C â n d i d o d e S o u z a Pitanga,—Filho de João de Souza Gomes Pituuga e de dona M iria Clara de Souza Pitanga, nasceu na cidade da Bahia a 3. de outubro de 1829; é doutor em mathematicas pela antiga academia militar, director e professor cathe- S78 ÊJP dratico da escola polytechnica, com o titulo de conselho do Imperador d. Pedro I I ; 1» vice-presidente do Instituto polytechnico brazileiro; membro da sociedade de physica de Paris, do Instituto histórico e geographico brazileiro, da sociedade Auxiliadora da industria nacional, da sociedade Amante da instrucção, etc. Com praça no exercito cm dezembro de 1849, quando estudava, foi promovido a alferes alucino em 1851, a segundo tenente de engenheiros em 1852 e em 1854 a primeiro tenente, posto em que deixou o serviço militar. Antes disto, porém, em 1854 foi nomeado inspector das terras devolutas da provincia do Maranhão, donde passou em egual commissão á de Alagoas e exerceu uma commissão do governo em Matto Grosso. Exerceu ainda outros cargos, como os de membro da exposição nacional de 1861, e de presidente da commissão de reforma do systema métrico brazileiro, e em 1875 foi à Europa para illustrar-se no objecto da cadeira de que é distincto professor, physica experimental e mineralogia, demorando-se nessa commissão até maio de 1878. Escreveu : — Itinerário do reconhecimento do estado da estrada que de Antonina leva à colônia militar de Jatahy na provincia do Paraná; escripto em 1857 —Sahiu na Revista do Instituto Histórico, tomo 26°, 1863, pags. 537 a 588. — Diário da viagem do porto de Jatahy, Paranapanema, Paraná Samambaif, ívinheima e Brilhante, o varadouro de Nioac e os rios Nioac e Miranda— Na mesma Revista, tomo27°, 1864, pags. 147 a 192. — Cartas scientificas (physica experimental)—E' urna serie de cartas publicadas no Jornal do Commercio em 1878, sahindo a primeira a 16 de junho, escriptas por occasião da viagem do autor á Europa. — Organização do professorado dos estabelecimentos de ensino superior. Seus direitos e prerogativas. Incompatibilidades á que devem estar sujeitos. Meios de animação — Sahiu sob a designação de 10» Questão no livro « Actas e pareceres do Congresso de instrucção no Rio de Janeiro, 1884», occupando 11 paginas in-fol.— Além de escriptos no magistério e na direcção da escola polytechnica, o conselheiro Pitanga tem outros por determinação do governo, como: — Reforma da escola polytechnica ( organização scientifica e estatutos) — E' a que baixou com o decreto de z5 de abril de 1874. trio de Janeiro, 1874, in-8° e foi escripta em commissão com os professores Borja Castro e Lossio. — Estatutos da escola polytechnica, baixados com o decreto n. 1073 de 22 de novembro de 1890. Rio de Janeiro, 1891, 35 paginas in-8". — Código de ensino supeiior— feito por determinação do actual ministro do interior em commissão com o director da faculdade de EI» 279 medicina Visconde de Alvarenga, e com o conselheiro C. Leoncio de Carvalho. Foi apresentado ao c >nselho de minUtros. Tem finalmente: — Planta do rio Javary desde sui foz até 6° 12' de latitude sul, organizada, á vista dos trabilhos anteriormente feitos em 1866 pelo capitão-tenente João Soares Pinto, Dr. Manoel Paz Soldan, e t c , e mandados lithographar em quatro folhas pelo ministério dos negócios estrangeiros, em 1868. — Planta de uma parte do rio Içá ou Putomayo, organizada de conformidade com os planos levantados pelo seu antecessor, o almirante Sr. Costa Azevedo, em 1868—Foi também mandada lithographar pelo mesmo ministério, e serviu, assim como a precedente, de base á carta geral do império, exhibida na exposição nacional de 1875 pelo conselheiro Barão da Ponte Ribeiro. Epiphanio J o s é de Meirelles — Natural da s cidade da Cachoeira, Estado da Bahia, ahi falleceu pelo anno de 1868 com cerca de 33 annos de edade, affectado de tuberculos pulmonares. Estudou o curso de medicina na faculdade do dito Estado até o terceiro anno e, deixando-o por faltar-lhe a vocação para essa sciencia, dedicou-se ao commercio e escreveu vários trabalhos que deixou inéditos, como : — Esb' ço descriptivo da cidade da Cachoeira ( província da Bahia), 1866—Exist9 o original de 28 folhas na livraria particular de d. Antonia Rjsa de Carvalho, que o expoz na bibliotheca nacional em 1881. — Notas sobre algumas particularidades relativas a Cachoeira. Bahia, 1866—Existe o original de 38 folhas na dita livraria e esteve como o precedente na bibliotheca nacional. — A capella de N. S. da Ajuda na Cachoeira ( B ihia ). O convento do Carmo (Idem) — Foram publicados na Luz, jornal litterario, instructivo, etc. Rio de Janeiro, 1872, pags. 249 e 257. Epiphanio J o s é Pedroza ou Epiphanio Pedroza — Filho de Elias José Pedroza e irmão do conselheiro Elias José Pedroza e do doutor Salustiano José Pedroza, de quem occupar-me-hei, nasceu na cidade da Bahia pelo anno de 1818 e ahi falleceu a 5 de agosto de 1864. Cursou algumas aulas de humanidades; era cavalleiro da ordem da Rosa e estabelecido com uma officina typographica. Escreveu : Narração dos preparos, festejos e felicitações que tiveram logar pa provincja da Bahia por occasião da visita de SS. MM. II. em outubro e novembro de 18õ9. Bahia, 1860. A Verdadeira Marmota (folha humorística). Bahia, 1850 a 1856 — Esta folha fora instituída em sua officina por Prospero Ribeiro Diniz, 2S0 n;rc que a. redigira de 1846 até 1850 com o titulo de Mar mota, somente ; mas, ausentando-se Prospero Diniz, passou Pedroza a proprietário e redactor delia, modificando-lhe o titulo. E p i p l i a n i o J o s é d o s R e i s — Natural de Inhambupe, villa da Bahia, antigo professor da Instrucção publica, tendo feito o curso da escola normal, dedicou-se sempre ao magistério. Depois de ter dirigido o collegio S. Salvador de Campos, passou a leccionar no collegio Abílio e ultimamente, 0111 fevereiro de 1891, foi nomeado director do externato do gymnasio. Escr -veu : — Breves respostas h directoria da instrucção publica da provincia do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 18/4, 54 pags. in-8» — Neste opusculo expõe o autor, respondendo a uma consulta, do director da instrucção publica, as causas do atra/.o do ensino publico o aponta os meios de nielhoral-o, no seu entender. — Necessidade da instrucção : epístolas dirigidas aos alumnos da escola, publica do Becco (Campos) — No periolico L"s., de Campos, 1874, pags. 32..47, 66 e 7 8 . Epiphanio José da Rocha B i t t e n c o u r t — E' natural da Bahia e bacharel em sciencias soeiaos ojuridieas pela faculdade do Recife, formado no anno de lKfil. seguiu a carreira da magistratura, em que tem exercido diversos cargos, como o de ch de de policia da província de Sergipe, o depois o do juiz de direito em sua provincia. Cultiva a poesia, e escreveu: — Primeiros cantos (poesias). Recife, 1861 — Não sei si publicou outro volume, ou si ain Ia conserva inédita a collemio de seus versos, posteriormente escriptos. E r i c o M a r i n h o t i a G a m a C o e l h o — Filho do doutor Francisco José Coelho e de dona Kngracia da Gama Coelho,ó natural do Estado do Rio de Janeiro, doutor era medicina e lente de clinica obstetrica e gyneeologica da faculdade da capital federal, e membro titular do Instituto nacional de medicina. Foi vereador e presidente da câmara municipal de S. Fidelis, do Estado do Rio de Janeiro, de que é deputado ao congresso federal. Escreveu : — Diagnostico differeiicial dos tumores do seio: dissertação inaugural. Rio de Janeiro, 1870, 88 pags- in-4° gr.— Seguem á dissertação proposições sobre os seguintes pontos: 1. Da influencia dos climas quentes sobre as func^õjs da geração; 2.° Dos abusos venereos e de sua influencia no organismo; 3.° Dos ferimentos da urethra; 4.» Desde quando E B -.'81 existe o primeiro vegetal ! Qaem precedeu no apparecimento sobre a terra— o animal ou o vegetal? — Algunvs observações do beriberi, examinadas sob o ponto de vista psyehologico: memória apresentada à Academia imperial de medicina, etc. Rio de Janeiro, 1886, in-4"—São doze observações e sahiram também nos Annaes da Academia, tomo 51°, pags. 457 e segs. — Discurso inaugural da cadeira de clinica obstetrica e gynecologica. Rio de Janeiro, 1884, 16 pags. in-8». — Bibliotheca republicana. Conferência popular (Distribuição gratuita ). Rio de Janeiro, setembro de 1888, 11 pags. in-8. 1 — Reforma da faculdade de medicina, do Rio de Janeiro (Distribuição offlcial e gratuita). Rio de Janeiro, 189!), XXli - 142 p igs. in-4" — Consta o livro do projecto de estatutos da faculdade pelo Dr. Erico, do parecer contrario, occupan Io quatro pigin .s e da contra-refutação e desenvolvimento do projecto. Depois do doutora Io, quando residiu em S. Fidelis, fundou e redigiu: — O Povo : órgão do partido republicado. S. Fidelis... l ^ r m e i i n o J o s é E x p o s t o — Nasceu na. Bahia em 1824 e falleceu no Rio de Janeiro a 15 de janeiro de 1855. Depois de estudar varias línguas e sciencias no lyceo ria Bahia, vindo para a corte, freqüentou a antiga acalomia militar, serviu como substituto dos professores da instrucção primaria até 1854, lecoionando particularmente portuguez, francez, latim e arithmetica, e só neste anno «bteve ser nomeado professor publico da freguezia de SanfAnna. Poeta desde seus primeiros estudos e sempre em lucta. com a adversidade, de que resultou-lhe uma tuberculose, fatalmente terminada, são de sua penna muitas poesias publicadas 'in nome rle Ignacio J. F. Maranhense e de outros, e a — Cmdianeídn : põem! lyrico ew quatro cantos, por ** E. Rio de Janeiro, 1845, -H> pags. in-8» X>. E J r n e s t i n a F a g u n d e s V a r e l l a — P i l h a do bacharel Emiliano Fagundes Varella e de dona Emilia de Andrade Varella e irmã do laureado poeta, Luiz Nicolau Fagundes Varella, de quem adeante occupir-ine-hei, foi também mimosa poetiza e com este seu irmão escreveu: — Poesias religiosas. Rio de.Janeiro,' 1876, in-12" —E* precedido este livro de uma dedicatorii á mãe dos autores. Creio que houve outra edição, porque vejo no catalogo da bibliotheca do museo escolar uma edição com alteração do titulo, verdade è... 282 B B — Cantos religiosos, 1878, in-8» ( veja-se Luiz Nicolau Fagundes Varella) —Ha das composições de dona Ernestina algumas soltas, como: — Oração — no Almanak Brazileiro illustrado, anno de 1880, pelo bacharel A- M. dos Reis, pag. 258. São desta poesia as seguintes quadrias : Oh ! tu, que tens compaixão Dos mais pequenos insectos E ouves as tristes queixas Dos seres mais abjectos... Dá aos entes que idolatro... Da santa paz a ventura ; Não te lembres de seus erros ; Dá-lhes de pae a ternura. E, quando o somno da morte Vier seus olhos fechar, Sobre a terra, onde desc «nsem Vém, Senhor, os despertar. E r n e s t o A d o l p h o d e F r e i t a s — Natural da cidade de S. Luiz,capital do Maranhão, falleceu em Lisboa a 22 de junho de 1889, sendo bacharel em direito pela universidade de Coimbra e advogado de grande nomeada na corte portugueza. Indo para Portugal ainda muito joven, fez o curso de humanidades no collegio das artes de Coimbra, e preparou-se nas matérias precisas para entrar naquella universidade. Foi tão consummado latinista, quão hábil jurisconsulto. Em direito ecclesiastico, principalmente, era consultado com freqüência por notabilidades do paiz e tratou de importantes litígios nesse ramo das sciencias jurídicas. Em sua juventude tomou parte nas lutas que deram victoria à causa constitucional, alistando-se no memorável batalhão acadêmico, e,houve-se com bravura e patriotismo taes, que grangeou a amizade e consideração dos Duques de Saldanha e da Terceira. Foi elle quem accusou nos tribunaes de Portugal o bacharel José Cardoso Vieira de Castro, por occasião do assassinato, pelo mesmo Vieira de Castro perpetrado na pessoa de uma joven, cuja fortuna o determinara a vir casar-sé com ella no. Rio de Janeiro, segundo a voz publica. Escreveu : — Considerações sobre o opusculo publicado no Rio de Janeiro com o titulo « Considerações relativas ao beneplácito e recurso à coroa » pelo conselheiro de estado Marquez de S.-Vicente. Lisboa, 1874, 28 pags. in-8"— E' uma refutação ao citado opusculo. — Os Orizes conquistados, ou noticia da invasão dos Orizes procazes, povos bárbaros e guerreiros do sertão do Brazil — Esta boa obra foi E R 283 offerecida pelo autor ao Instituto histórico e geographico brazileiro em 1866. — Da imitação de Christo: quatro livros traduzidos do original latino. Lisboa, 1878, 329 pags. in-8°— E' uma obra que, apresentada á academia das sciencias de Lisboa, valeu-lhe, não só o titulo de sócio desta academia, mas também distincções de varias academias estrangeiras e de contemporâneos eminentes, entre os quaes o actual pontífice. E r n e s t o A n t ô n i o d e S o u z a L e c o n t e — Cônsul geral do Brazil na Dinamarca, Suécia e Noruega, offlcial da ordem da Rosa e cavalleiro da de Christo, escreveu: — Informações sobre a posição commercial dos productos do Brazil na Dinamarca, Suécia e Noruega — Vêem no livro « Informações sobre a posição commercial dos productos do Brazil nas praças estrangeiras. Rio de Janeiro, 1875», pags. 62 a 90. — N"vegação e commercio entre o Brazil e a Dinamarca, Suécia e Noruega no anno de 1875- 1877 — No livro « Informações dos agentes diplomáticos e consulares, publicadas em execução do decreto n. 4258, de 30 de setembro de 1868, tomo 4», 1875-1877. Rio de Janeiro, 1878 », pags. 457 a 468. E r n e s t o d e A q u i n o F o n s e c a — Filho de Thomaz de Aquino Fonseca, nascido em Pernambuco DO anno de 1831 e bacharel em sciencias sociaes e jurídicas pela faculdade de Olinda, exerceu o cargo de jniz municipal na cidade do Recife, depois retirou-se á vida privada e, nesse retiro onde, entretanto, recebeu em agosto de 1890 a nomeação de director da mencionada faculdade, consagrou-se às lettras e principalmente à poesia. Tem muitas composições nesse gênero, mas só conheço sua traducção do — Idylio do quinto acto de Hernani—publicado na Revista Brazileira, anno 2°, tomo 8», 1881, pags. 421 a^442. E' a traducção da 3a scena do flm do drama, na qual, como disse o Dr. Pedro Deiró, o traductor fez prova de um talento flexível, abundante, vigoroso e, ao mesmo tempo, melodioso e comprehensivo de todos os sentimentos que Victor Hugo pôz em jogo nestas scenas. E r n e s t o A u g u s t o d e S o u z a e S i l v a R i o —Filho de João José de Souza e Silva Rio e de dona Olympia Cândida da Motta Rio, e sobrinho de Joaquim Norberto de Souza e Silva, nasceu na cidade do Rio de Janeiro; fez o curso da escola central, cultivando a litteratura e também o desenho, para que tem admirável inclinação, e 284 Jüli exerceo cargo de chefe do archivo technico da repartição geral dos telegraphos. Escreveu : — A Tocandyra : conto brazileiro. Rio de Janeiro, 1884—E' assignado por Flumen Junius, como subscrevia muitos e espirituosos escriptos, quer em prosa, quer em verso, na revista de cuja redacção fez parte, o — Bnzor Volante. Rio de Janeiro, 1863 a 1866, três vols. in-4°, illustrado — Nesta, revista não foi só constante e assíduo escriptor, mas desenhista e << sua penna tão escrupulosa como o lápis, não produzia frioleiras », como disse na Gazeta de Noticias um apreciador da Tocandyra, recordando seus escriptos no Bazar E r n e s t o B e n e d i c t o O t t o n i — Filho de Jorge Benedicto Ottoni e de dona Rozalia Benedicta Ottoni, o irmão de Christiano, de Eloy e de Theophilo Benedicto Ottoni, dos quaes se faz menção neste livro, nasceu na provincia de Minas Geraes em 1821 e falleceu a 8 de outubro de 1881. Doutor em medicina pela faculdade do Rio de Janeiro, exerceu a clinica na provincia de S. Paulo e depois disto serviu muitos annos, até 1878, no hospital de marinha do Rio de Janeiro. Escreveu : — Algumas palavras sobre o clima, da provincia de Minas e sobre as moléstias que miis freqüentemente acommettem seus habitantes : these apresentada e sustentada perante a Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, etc. Rio de Januro, 1841, 33 pags. in-4» g r . — Observações sobre o cholera-morbus em 1867 no hospital de marinha da corte, seguidas de breve noticia do cholera-morbus de 1868, no mesmo hospital, dada ao Instituto Acadêmico, e da resposta ao relatório do president i da junta de hygiene, relativa á estatística do cholera de 1867. Rio de Janeiro, 1868, 30 pags. in-4° — Sahiu antes na Revista do Instituto Acadêmico. — Relatório que ao ex-director da companhia do Mucury dirigiu, sendo commissario arbitro e encarregado, de parte dos accionistas, de superintender na legislação da mesma companhia. Rio de Janeiro, 1862, 86 pigs. in-4", com duas estampas. E r n e s t o C a r n e i r o R i l b e i r o — E ' natural da cidade da Bahia, e doutor em medicina pela faculdade da mesma cidade. Devotado ao magistério desde estudante, foi professor de francez pelo conselho da instrucção publica e professor do gymnasio bahiano. Actualmente é lente cathedratico de grammatica phifosophica no lyceo da Bahia e dirige um collegio de educação. Escreveu: — Relações da medicina com as sciencias philosophicas; Como obra, E B 285 o sulfato de quinino nas febres intermittentes^ Do centeio espigado e sua applicução na obstetrícia; Theoria da respiração vegetal: these que sustenta para obter o grau de doutor, etc. Bahia, 1864, in-4", — Perturbações psychicas no domínio da hysteria : these de concurso ájcadeira de clinica obstetrica e gynecologica. Bahia, 1885, in-4°. — Grammatica portugueza philosophica. Bahia, 1881, in-8° — Consta-me que este autor tem uma grammatica ingleza de sua composição, pela qual lecciona em seu collegio, e varias poesias, de que apenas conheço: — Poesia offerecida ao lllm. Sr. Dr. Abílio César Borges por occasião de seu fausto natalicio — Vem no volume « Poesias offerecidas, etc. Bahia, 1860», pags. 2 4 a 26. — Nenía a Ernesto Pereira de Castro ( Veja-se este nome ). E r n e s t o d a C u n h a d e A r a ú j o V i a n n a —Filho do Dr. Ernesto Augusto de Araújo Vianna e do dona Marianna da Cunha Vasconcellos.de Araújo Vianna, nasceu na cidade do Rio de Janeiro a 28 de maio de 1852. Bacharel cm sciencias physicas e mathematicas pela escola central, praticou, ainda estudante, na repartição d is obras publicas em 1872 e depois na commissão do terras publicas auxiliou os trabalhos da organização das cartas topographicas das colônias de S. Paulo e de Santa Catharina. Já formado, foi nomeado pela presidência da provincia do Rio de Janeiro para servir como engenheiro interino das obras da mesma provincia com fiscalização da estrada de ferro de Cantagallo em substituição do respectivo engenheiro A. Pralon em commissão extraordinari i da dita presidência. Entrou no quadro do pessoal da inspéctoria d« terras e colonisaçÊj,o quando foi reorganizado esse serviço, exercendo interinamente por varias vezes o logar de chefe das duas secções. Fez parte dos trabalhos da commissão da exposição nacional de 1876, como vê-se do livro « O Brazil na exposição de Philadelphia em 1876» e exerceu outras commissões, quer geraes, quer provinciaes, como a de engenheiro da câmara municipal da oidade do Rio de Janeiro. E' membro do Instituto polytechnico, do Club de engenharia, e da Sociedade de geographia de Lisboa; foi um dos fundadores do Instituto litterario, composto de alumnos das escolas central e de medicina que floresceu de 1870 a 1873, e escreveu, além de trabalhos no desempenho de seus encargos e já publicados: — Um dia no mar : conto. Rio de Janeiro, 1868 — E' um trabalho do tempo de estudante; foi sua estróa. — Os caminhos de ferro. Breves considerações históricas e technicas. Rio de Janeiro, 1875, 55 pags. in-8", seguidas do indice e com uma, 286 -tOS* carta de mr. A- Debauve, escripta de Pithiviers ao autor com o titulo de Bitola dos caminhos de ferro. — Do sumidouro do Rio Pomba. Rio de Janeiro, 1876, in-8». — Le níveau à miroir horisontal ou nivelement de Gaiffe, perfectionné. Rio de Janeiro, 1878, 11 pags. in-8» com estampas —Neste trabalho o autor descreve um instrumento de sua invenção. —Processo elementar de traçar a meridiana sobre o terreno. Rio de Janeiro, 1879, in-4» — O autor descreve outro processo por elle descoberto. — Do Nonius e do Verníer : nota contestando o que expendeu sobre o assumpto o Sr. juiz de direito Macedo Soares no seu Tratado juridicopratico de medições. Rio de Janeiro, 1879, in-8» — Contestando ao doutor Macedo Soares, o autor mostra a differença que ha entre os dous instrumentos, insistindo em que é um erro confundil-os como fazem alguns autores por espirito de mal entendido patriotismo. — Da medida dos ângulos nos trab ilhos geodesicos e apreciação completa dos erros, a que está sujeita: dissertação apresentada à escola politechnica no concurso para duas vagas de lente da 2a secção do curso de sciencias physicas. e mathematicas. Rio de Janeiro, 1881, iu-4» — Contém ainda proposições sobre os motores e sobre a perspectiva oxometrica. Ha alguns escriptos do Dr. Araújo Vianna em periódicos, como : — Memória histórica sobre a escola central — No Monitor do Povo, 1871 ; mas foi apenas encetada a publicação. — The Fel system in Brasil — Revista de engenharia Engeenering, Londres, 2 de novembro, 1876. — Critica sobre o Tratado juridico-pratieo de medição de terras, com duas estampas: artigos — publicados no Pharol de Juiz de Fora, 1879. — Mathematícos brazileiros : perfis biographicos — Na Gazrta da Noite, 1880. Referem-se ao Bispo de Chrisopolis, Josó Saturnino da Costa Pereira, Marquez de Paranaguá e Francisco Vülela Barbosa. Cursando preparatórios, redigiu : — Perseverança : periódico hebdomadário, litterario. Rio de Janeiro, 1868 — Actualment) redige : — Revista dos constructores: publicação mensal. Rio de Janeiro, 1882-1 «92, in-fol. com estampas — E' uma excellente revista. E r n e s t o F e r r e i r a F r a n ç a — Filho do conselheiro Ernesto Ferreira França que lôra ministro do supremo tribunal de justiça e ministro dos negócios estrangeiros, e de dona tsabel Helena VeUoso de' Oliveira França, neto paterno do celebre medico e philosopho Anto- Süfc 287 nio Ferreira França 1» e materno do desembargador Antônio Rodrigues Velloso de Oliveira, ambos mencionados neste livro, nasceu em Pernambuco a 1 de novembro de 1828, e falleceu no Rio de Janeiro a 24 de dezembro de 1888. Era doutor em direito civil e canoníco pela faculdade de Leipzig; doutor em sciencias sociaes ejurídicas pela faculdade de S. Paulo ; professor jubilado da cadeira de direito natural, publico universal, direito das gentes e diplomacia nesta faculdade ; advogado do conselho de e,=tado; moço fidalgo da casa imperial; sócio do Instituto histórico e geographico brazileiro, do Instituto da ordem dos advogados brazileiros, da Academia real das sciencias de Lisboa e de outras associações de lettras, e cavalleiro-commendador da ordem de S. Gregorio Magno de Roma. Depois de sua juoilação, mudou de residência para o Rio de Janeiro, onde abriu escriptorio de advocacia. Notável jurisconsulto, versado em varias línguas e poeta, escrjveu : — O livro de Irtilía. Paris, 1854, 332 pags. in-12°— São suas primeiras producções poéticas. — De jure bellí ex historia enucleato. Lipsise, 1858, 29 pags. in-8». — De jure et civítate. Lipsia?, 1858, 29 pags. in-80.— E' uma dissertação em três capítulos com um appendice. — Institutionum D. Justiniani libri IV in usum academiarum brasiliensium edidit. Lipsiae, 1858, 342 pags. in-8°. — Brasílien und Dautsclaud, ein offener Brif und die redactionem der deutschen Tagespresse von dr. & Leipzig, 1858, 39 pags. in-8°. — Chrestomatia da lingua brazileira. Leipzig, 1859, 248 pags. in-8» — O Dr. Ernesto França, para escrever esta obra, como elle diz, soccorreu-se de um manuscripto que encontrou no museo britânico e da obra « Tesoro de là lingua guarany » de Montoya. Neste mesmo anno começou a imprimir em Leipzig a « Arte de grammatica mais usada na costa do Brazil » do padre J. de Anchieta, mas a impressão não se concluiu. O mesmo succedeu com a reimpressão, por elle feita, do « Compêndio da doutrina christã na lingua portugueza e brazileira » do padre J. Filippe Betendorf, que pouco faltou para ser concluída, também em Leipzig, e de que existem alguns exemplares no Brazil. (Veja-se frei José Mariano da Conceição Velloso.) — Líndoya : tragédia lyrica em quatro actos. Leipzig, 1859, 120 pags. in-12». — Moêma e Paraguassú, episódio de Ia seoperta dei Brasile: opera lirica en tre atti di Francisco Bonifácio de Abreu, redotta in italiano, etc. Rio de Janeiro, 1860, 65 pags, iu-8" com o texto portuguez ao lado. (Veja-se Francisco Bonifácio de Abreu.) — Tncompatibilidad.e das penas e prescripções dos delictos em todas 288 as suas questões: dissertação e theses pira obter o grau de doutor em sciencias juridi.;as e sociaes pela faculdade de. S. Paulo. S. Paulo, 1860, 22 pags. in-8». — As leis anteriores podem sempre servir de luz para as posteriores í these que, na conformidade do a r t . 128 do R»g. n. 1568 de 24 de fevereiro de 1855. apresentou, etc. S. Paulo, 1861,75 pags. in-8°—E' a these de concurso para 1 mte substituto. — Memória histérica da faculdade de direito de S. Paulo, apresentada, etc. Rio de Janeiro, 1866, in-fol.— Ha do Sr. Ernesto França outros escriptos, como:' — Da instrucção publica na Europa — No Correio Mercantil do Rio de Janeiro, em janeiro de 1854. — Apontamentos diplomáticos sobre os Hmit"S do Brazil,offerecidosao Instituto histórico e geographico brazileiro — Na Revista Trimensal, tomo 33», parte segunda, pags. 213 a 236. — Código do Commercio — Na Regista do Instituto da ordem dos advogados brazileiros, 1«70, pags. I a 32. — Competência dos poderes geraes do Estado para cr^ar estabelecimentos de instrucção primaria e secundaria nas províncias. 27 pags. in-fol.— No livro « Actas e pareceres do congresso de instrucção do Rio de Janeiro », 1884. E r n e s t o F r e d e r i c o d a C a n h a — Filho de Domingos José da Cunha, e natural de Minas Geraes, é doutor em medicina pela faculdade do Rio de Janeiro e reside na cidade de Valença, Estado do Rio de Janeiro, onde tem exercido cargos de eleição popular. Escreveu : — Das operação reclamadas pelos polypos na-o-pharyngianos; Qual a influencia que exercem as sangrias geraes na marcha e terminação das pneum •nias; Das operações reclamad is pelos tumores hemorrhoidaes; Do infanticídio por omissão: these apresentada, etc. Rio de J.neiro, 1869, in-4» gr. — Hygiene elementar da primeira infância. Valença, 1881, 14 pags. in-r2». Ernesto Frederico L*ires d e Figueiredo C a m a r g o —' Filho de Manoel Innocencio Pires de Figueiredo Camargo, que tivera a honra de apres-entar á imperatriz dona Leopoldina as íelicitaçõis das senhoras brazileir.is por occasião de proclamar-se a independência, e*ao me mo tempo a offeita, que faziam, de todas as suas jóias, si necessárias fossem, para sustentar-se a lucta sagrada da fundação do império — e de dona Barbara Generosa Pires de Camargo, ER. 289 nasceu na cidade do Rio de Janeiro pelo anno de 1822 e na mesma cidade falleceu pelo anno de 1865. Doutor em medicina pela faculdade desta cidade, tendo feito parte do curso na da Bahia, serviu voluntariamente na esquadra em operações nas republicas do Prata em 1851. Depois entrou como segundo cirurgião para o corpo de saúde da armada, foi como tal á Europa e em sua volta pediu demissão do posto que tinha. Era um talento robusto, e distincto litterato ; sócio da sociedade Amante da instrucção e do conservatório dramático do Rio de Janeiro ; da sociedade philosophica e da sociedade Blibliotheca clássica portugueza da Bahia ; cavalleiro da ordem da Rosa ; condescorado com a medalha da campanha do Rio da Prata de 1851 a 1852, e escreveu: — Elogio de João Gomes da Silva Chaves ; feito e publicado de ordem do conselho de direcção da sociedade Bibliotheca clássica portugueza. Bahia, 1841, in-8». — Honras e saudades tributadas à memória de Arestides Franco Velasco, cirurgião do corpo de artilharia da guarda nacional desta cidade, etc. 1841 30 pags. in-4». — Honras e saudales em homenagem à cara memória do exímio, sábio bahiano Francisco Agostinho Gomes, tributadas pela sociedade Philosophica da Bahia por occasião de se inhumarem seus despojos mortaes. Bahia, 1842, 17 pags. in-4». — E' um discurso que o Dr. Camargo proferiu por esta occasião, como orador da sociedade philosophica, seguido de um discurso de Manoel Pessoa da Silva e de uma poesia do Dr. J. J. Barboza de Oliveira. — Considerações medico-philosophicas sobre a influencia do estado moral na producção, marcha e tratamento das moléstias e como contraindicação das operações cirúrgicas: these inaugural. Rio de Janeiro, 1845, in-4°— Esta these é uma bella traducção de outra publicada, poucos annos antes, na França, a cada um de cujos capítulos antepôz o doutor Camargo diversas epigraphes, ainda nisto demonstrando a vasta litteratura que tinha. Entretanto era elle um moço de intelligencia robusta, de palavra fácil, muito eloqüente, apto para escrever muitas theses. — Uma theoria .de tétano — No Archivo Medico brazileiro, vol. 2°, pags. 197 a 200. Rio de Janeiro, 1846. — Discurso proferido na occasião de dar-se á sepultura os restos mortaes do brigadeiro Miguel de Frias Vasconcellos — No livro «Monumento á memória do brigadeiro Miguel de Frias Vasconcellos, etc. > por F. de Paula Brito, pag. 17 e segs. e também no Jornal do Commercio, do Rio de Janeiro, de 29 de maio de 1859. 290 222* E r n e s t o d e F r e i t a s C r i s s i ú m a — F i l h o de Francisco Antônio de Freitas Crissiúma e de dona Carolina Maria de Carvalho Freitas, nasceu no Rio de Janeiro, em cuja faculdade medica foi doutorado em 1875. E' adjunto de anatomia descriptiva da mesma faculdade e membro titular do instituto de medicina. Escreveu : — Do diagnostico das moléstias do ligado e seu tratamento; Aborto criminoso; Hemorrhagias puerperaes ; As grandes epidemias pestilenciaes e regras e preceitos hygienicos que se devem observar no intuito de obstar o seu desenvolvimento ou propagação : these, etc. Rio de Janeiro, 1875, 97 pags. in-4». — Diagnostico e tratamento da coxalgia : these para o concurso a um logar de substituto da secção cirúrgica. Rio de Janeiro, 1881, 80 pags. in-4°. — Estudo critico sobre a operação de Pirogoff: these para o concurso a um logar de lente substituto da secção de sciencias cirúrgicas. Rio de Janeiro, 1882, 84 págs. in-4°. — Da fractura transversa da rotula: memória apresentada á imperial academia de medicina para obter o logar de membro titular da mesma academia. Rio de Janeiro, 1886 —Sahiu também nos Annaes BrazilienSes de medicina, tomo 5o, pags. 319 a 350. E r n e s t o G e r m a c l c I » o s s o l l o — Fiiho de Ruy Germáck Possóllo, natural da cidade do Rio de Janeiro e bacharel em sciencias sociaes e jurídicas pela faculdade de S. Paulo, é advogado nos auditórios daquella cidade, onde tem exercido o cargo de delegado de policia, e escreveu: — Arithmetica de vovó ou historia de dous meninos vendedores de maçãs, por João Mace. Edictores Nuno Alvares e Ernesto Possóllo. Rio de Janeiro, 1874 — O facto de ser a intelligencia das crianças violentada com o ensino das regras abstractas e, depois, da evolução de problemas, o que (diz o autor) é marchar contra o desenvolvimento do espirito humano, que para ascreanças se acha no mesmo ponto em que estava na infância da espécie, o levou a emprehender esse methodo agradável de ensinar arithmetica. O livro é offerecido ás famílias e a todas as mães, cujos olhos se teem molhado de lagrimas, vendo o filho abrir a formidável arithmetica, que ellas próprias Se lembram de nuncía terem comprehendido. E r n e s t o G o m e s M o r e i r a M a i a — Natural de Ni* ctheroy, onde tem exercido cargos de eleição popular, é doutor em matehmaticas, professor doourso de Sciencias. physicas e mathematicas dá EU 291 escola polytechnica, professor jubilado de desenho geométrico e director da academia de bellas-artes, do conselho do Imperador, capitão honorário do exercito e offlcial da ordem da Rosa — e escreveu além de outros trabalhos talvez : — Postulas de theoria das sombras, segundo o programma da 3* cadeira do 1° anno do curso de sciencias physicas e mathematicas da escola polytechnica. Rio de Janeiro, 1877, in-8». — Postulas de perspectiva, segundo o programma da 3!l aedeira do 1» anno do curso de sciencias physicas e mathematicas, etc. Rio de Janeiro, 1877, in-8». — Escola polytechnica. Relatório sobre o ensino de desenho, apresentado à congregação, de conformidade com a oitava das respectivas instrucções especiaes, actualmente em vigor. Rio de Janeiro, 1885 — Foi também publicado no Diário Offlcial de 3 de novembro deste anuo, occupando 21 columnas. E r n e s t o J a u — E' natural da província do Rio Grande do Sul, onde reside. Ignoro as particularidades que lhe são relativas; sei apenas que cultiva as lettras e que escreveu : — O caçador de avestruzes, romance. Alegrete, 1880. E r n e s t o J l a g n o T i g n a d a C u n h a — Nascido no Rio de Janeiro, é bacharel em mathematicas e agrimensor pela escola polytechnica e tem o curso do instituto commercial; escreveu : — População máxima da terra, etc. Rio de Janeiro, 1883, 105 pags. in-4» — E' um livro de muito estudo, profundo calculo e grande paciência. O autor imagina que dia ha de vir, em que a população attingirá o seu máximo, além do qual não passará, por faltar á terra força e espaço para sustental-a e abrangel-a. Faz também um calculo dos annos que são para isso precisos. Na Revista Militar ha alguns escriptos do Dr. Tigna. E r n e s t o P e r e i r a de C a s t r o — Filho do capitão Pedro Pereira de Castro e de dona Francisca de Souza Lima, nasceu em Caeteté, Estado da Bahia, no anno de 1839 e falleceu a 12 de agosto de 1862, quando freqüentava naquellè Estado o ultimo anno do curso medico. Escreveu : — Quando a má conformação da bacia tornar o parto impossível, convirà praticar-se a operação cezaria ou a embryotomia í Bahia, 1862 — É' sua these inaugural, que não tivera tempo de apresentar á faculdade, e que sob o titulo Dor e saudade foi publicada posthuma nor seus 292 E B pães. E' seguida de proposições sobre os três pontos : Qual o diagnostico differencial, o prognostico e o tratamento da commoção e compressão do cérebro ? Qual é o tratamento dos tuberculos pulmonares que possa apresentar algum resultado favorável ? Dos meios desinlectantes e sua acção chimica. Contém este livro mais três escriptos : Discurso sobre o túmulo do autor, por seu collega Odorico Octavio Odillon ; Nenia por Ernesto Carneiro Ribeiro ; Canto fúnebre por occasião de solemnisar-se uma missa por sua alma, recitado por José Pinto de Souza Velloso Júnior. E r n e s t o S e n n a — Natural do Rio de Janeiro, nasceu a 22 de setembro de 1858. E' cavalleiro da ordem da Rosa, jornalista, tendo escripto, quer de collaboração, quer fazendo parte da redacção de alguns jornaes, como a Folha Nova, o Diário de Noticias e o Jornal do Commercio, e também litterato e poeta. Escreveu : — Eaiilianas : poesias. Rio de Janeiro, 1883 — O titulo deste livro é derivado do nome Emilia, da esposa do autor, a quem elle o dedica. E r n e s t o S i l v a — Natural da provincia, hoje Estado do Rio Grande do Sul, cultiva a poesia. E' somente o que pude apurar a seu respeito e que publicou um livro de versos com o titulo : — Lampejos ephemeros. Porto-Alegre (?)... Ernesto da Silva B r a g a - Filho de José da Silva Braga e natural da provincia, hoje Estado de Minas-Geraes, é doutor em medicina pela faculdade do Rio de Janeiro, tem exercido no.mesmo Estado vários cargos de eleição popular e escreveu : — Orchíte; Rheumatismo articular agudo ; Da kyesteina e seu valor como signal da prenhez ; Historia medico-legal do aborto : these apresentada á faculdade de medicina do Rio de Janeiro e sustentada em 21 de novembro de 1865. Rio de Janeiro, 1865, 5ü pags. in-4°. — Descripção do município da cidade do Turvo — O autographo de 50 pags. in-folio, em resposta ao questionário da bibliotheca nacional do Rio de Janeiro por occasião de exposição de historia pátria, acha-se nesta bibliotheca. Consta-me que foi impresso depois. E r n e s t o d e S o u z a e O l i v e i r a C o u t i n h o — Filho do Visconde de Sepetiba e nascido a 23 de novembro de 1830 na cidade de S.João d'El-Rei, Minas Geraes, é doutor em medicina pela faculdade do Rio de Janeiro; professor jubilado da escola normal de Nietheroy ; moço fidalgo da extincta casa imperial ; bibliothecario da escola ES 293 polytechnica ; primeiro cirurgião honorário da armada por serviços prestados na campanha contra o Paraguay e condecor ido com a respectiva medalha commemorativa ; cavalleiro da ordem de Christo e commendador da ordem da Rosa. Estudou humanidades em Fontenayaux-Roses, em França, sob a direcção do doutor José da Silva Tavares. Escreveu : — Quaes as modificações, que o thoro floral pode offerecer, jà transformando mais ou menos as posições normaes dos verticillos, jà concorrendo para formação do fructo ; Diagnostico differencial dos tumores do craneo em geral e, em particular, dos tumores fungosos da duramater ; Primeiras linhas da topographia medica da cidade do Rio de Janeiro; Qual a influencia que sobre a saúde publica desta cidade exercem suas condições topographicas ; these, etc. Rio de Janeiro, 1851, 57 pags. in-4° gr. — lllustração Brazileira. Rio de Janeiro, 1854-1855, dous vols. in-fol. com ests.— ( Veja-se Cyro Cardozo de Menezes.) O doutor Oliveira Coutinho collaborou com escriptos em prosa e em verso para a Minerva Braziliense, o íris, Correio Mercantil, Diário do Rio de Janeiro, quando propriedade de Nicolau Lobo Vianna e para o Jornal do Commercio, onde publicou uma apreciação sobre Talberg — que foi traduzida e publicada na Allemanha. Tem inéditos: — A monarchia americana —Este escripto foi confiado ao Imperador, que não consentiu na publicação ; deve existir entre os papeis desse príncipe. O autor aprecia nossa constituição democrática, comparando-a com as demais constituições americanas. — Memória, sobre a vantagem e importância da lingua grega. 16 pags. in-fol.— Pertence ao Instituto histórico. E s t a n i s l a u P r z e w o d o - w s k i — Filho do engenheiro André Przewodowski, de quem já fiz menção e nascido na cidade da Bahia a 22 de outubro de 1843, é capitão-tenente reformado da armada, tendo feito o curso da escola de marinha com praça de aspirante de 22 de fevereiro de 1858 e depois o de engenharia ; cavalleiro das ordens de S. Bento de Aviz, do Cruzeiro, da Rosa e de Christo; condecorado com as medalhas da campanha oriental de 1865, da campanha subsequente do Paraguay e do combate naval de Riaehuelo. Escreveu: A barra do Rio Grande do Sul, causas da obstrucção e de sua remoção: projecto organizado pelos engenheiros Estanislau Przewodowski e Collatino Marques de Souza Filho. Rio de Janeiro, 1889, in-8», com uma planta. 294 ES E s t a n i s l á o V i e i r a C a r d o a s o — De sua naturalidade nada pude obter; só me consta que falleceu no Rio de Janeiro depois de 1844. Servira antes da independência do Brazil o logar de escripturario do banco do Brazil e o do secretario do primeiro regimento de cavallaria do milícias. Era cavalleiro da ordem de Christo ; cultivou a poesia e escreveu : — Canto épico á acelamação faustissima do muito alto e muito poderoso rei do reino unido de Portugal, Brazil e Algarves, o Sr. D. João VI —Vem na « Relação dos festejos que á feliz acelamação, etc, com tanta cordialidade, como respeito, votaram os habitantes do Rio de Janeiro ». Rio de Janeiro, 1818, pags. 35 a 51. (Veja-se Bernardo Avelino Ferreira de Souza.) Innocencio da Silva acha que o autor tinha bastante lição de Francisco Manoel do Nascimento, em vista desse canto, de que são os seguintes versos : Là vejo em Portugal o pátrio brio, Qual occulto.brazeiro entre madeiros, Que impei lido do vento a ílamma altêa, Desenvolto entre vivas instaurando O governo real e as luzas quinas ! Roja por terra a tricolor bandeira ! Águias, que oceultam condição milvinn, De bosque em bosque vão gyrando a modo! — Hymnos Constilncionacs (por E. V. ( \ , M . J. S. P. e J. P. F.) Rio de Janeiro, 1821, 8 pags. in-4" — As iuiciaes que seguem-se ás de Cardozo são de Manoel Joaquim da Silva Porto e José Pedro Fernandes, dos quaes oecupar-me-hei opportunamento. — Elegia que, no funeral do honrado coronel de engenheiros Manoel José de Oliveira, recitou, etc.—No livro «O orador maçou», publicado no Rio de Janeiro, 1839, pags. 34 a 37. E' seguida de outra composição poética, ou «Oílrenda poética e de respeito que, na inauguração do novo templo no circulo do Gr. Or. . brazileiro, recitou, etc», de pags. 38 a 41. — Oração fúnebre recitada na sessão celebrada pelo Gr. . Or. .do Brazil em memória do 111. - e Resp. . I . - . Gr. - Conserv. da Ord. . Barão do Rio Bonito, em 21 do 2° M.;. do An. . de 1843 — Foi publicado na «Collecção de peças fúnebres, etc. Rio de Janeiro, 1843, pags. 3 a 12. Mais adeante, de pags. 18 a 21, se acha uma elogia do mesmo autor. E s t e v ã o B e n e d i c t o F r a n c o ou Estevão de Albuquerque Mello Montenegro, como a principio se assignava—Natural de Pernambuco, falleceu em 1860, sendo barbaramente assassinado, som que ES 295 Se soubesse por que motivo, na comarca de Flores, dessa provincia, onde servia o cargo de juiz municipal e de orphãos do termo de Villa Bella. Formado em direito pela faculdade de Olinda em 1845, serviu os cargos de promotor publico do Recife e de secretario do governo, antes de 1848, involveu-se na revolução deste anno, e depois firmou sua residência em Flores, como advogado. Foi deputado provincial em 1863 ; sócio do Instituto archeologico e geographico pernambucano, e dotado de notável eloqüência. Escreveu : — O Esforço: (publicação periódica, política.) Pernambuco, 1849. — A Imprensa : jornal político e social. Pernambuco, 1850 a 1861, in-fol.—Teve por collaborador nesta folha o publicista O Connell Jersey. e outros. Sahiu o n. 1 a 7 de setembro daquelle anno. E s t e v ã o L e ã o B o u r r o u l — Filho do pharmaceutico Camillo Borroul e de dona Mathilde Bourroul, nasceu em Nice, França, em 1859. Bacharel em sciencias sociaes e jurídicas pela faculdade de S. Paulo, ainda estudante tornou-se notável por sua adhesão franca e pronunciada ao catholicismo, cujas idéas sustentou pela imprensa, creando e dirigindo publicações neste sentido, abraçando com enthusiasmo as doutrinas do Sillabus e defendendo fervorosamente a causa dos bispos processados por occasião da questão religiosa. Apenas concluido seu tirocinio acadêmico em 1881, foi eleito deputado provincial pelo nono districto de S. Paulo, declarando-se candidato autonomista e catholico. Exerce a advocacia, tanto no foro civil, como no ecolesiastico por provisão de 10 de fevereiro de 1882, e escreveu : — Frei Caetano de Messina : estudo histórico 8 religioso. S. Paulo, 1879, 159 pags. in-8», com o retrato e um fac-símile de frei Caetano, e uma introducção feita por A. M. dos Reis. — Pio IX, o Grande : estudo biographico. S. Paulo, 1879 — Neste livro deixa o autor transparecer a missão elevadíssima do pontífice no seu cargo de chefe da igreja catholica, cercado de immensa responsabilidade. — O Exm. e Revm. Sr. Bispo diocesano (d. Lino Deodato Rodrigues de Carvalho) — Vem no Almanak litterario de S. Paulo para 1879, pags. 101 a 107. Os estudantes brazileiros na Bélgica : opusculo de propaganda. S. Paulo, 1880, 24 pags. in-4». — Um golpe em falso. I O sr. João Kopke e o seminário episcopal. II O Sr. Kopke o o Monitor Catholico. S. Paulo, 188Ò (?). — O partido conservador da Franca. Breves considerações sobre a política hodierna, S, Paulo, 1883, 42 pags, in-4», S9o E S — Consolidação do código de posturas da câmara municipal da cidade da Franca do Imperador ; seguida da demarcação do Rocio da Villa em 1824. Franca, 1884. — Não : simples resposta a uma pergunta. S. Paulo, 1890, 18 pags. in-4°— Versa sobre política. — O Conde da Pamahyba : apontamentos biographicos. S. Paulo, 1890, 178 pags. in-4.° com o retrato do biographado. — O município da Franca : apontamentos históricos e dados estatísticos acompanhados de grande cópia de documentos importantes e pouco conhecidos — E' uma monographiu inédita de que foi publicado o 2o capitulo ou «Origem da Franca do Imperador» no Almanak litterario de S. Paulo para 1884, pags. 59 a 67. — Historia do movimento de 15 de novembro de 1889 em S. Paulo — Vi annunciada a publicação deste livro com documentos e annotações do autor em 1891, mas não o vi impresso. — A crise republicana, por lscandel. S. Paulo, 1892—Não pude verificar si o trabalho publicado sob o pseudonymo de lscandel é o annunciado em 1891. O Dr. Bourroul collaborou no Correio Paulistano, e redigiu: — O Catholico : periódico acadêmico. Redactores Benedicto Philadelpho de Castro e Estevam Leão Bourroul. S. Paulo, 1876, in-fol. — A Vanguarda : periódico acadêmico de propaganda catholica. S. Paulo, 1879, in-fol. — Monitor Catholico: publicação semanal. S. Paulo, 1880-1882, in-fol. — Teve uma interrupção de alguns mezes e começou depois a ser publicado o segundo volume, duas vezes por semana, a 25 de junho de 1881, terminando a 24 de junho seguinte. — A Justiça : órgão do partido conservador. Franca, 1888. — Correio da Franca: órgão da partido conservador. Franca, 1889. Estevão Rapbael «le C a r v a l h o — Natural do Maranhão, falleceu na cidade de S. Luiz a 26 de março de 1846. Tendo feito o curso de sciencias naturaes na universidade de Coimbra, quando foi chamado para receber o gráo de bacharel, recusou-o, dizendo que « estudava para saber e não para receber gráos e, como este, ha outros factos que patenteiam a excentricidade de seu gênio. Sendo deputado á terceira legislatura geral, propôz elle em sessão de 9 de junho de 1836 que a egreja brazileira licasse separada da egreja romana e que o supremo sacerdócio ficasse incluído no governo projecto este que deu assumpto para o bosquejo litterario do general José Ignacio de Abreu Lima. Mais singular ainda é este outro projecto, ES 297 também apresentado à câmara legislativa: «Art. l.« Todo o indivíduo que se intitular patriota ou se provar que o seja pelas suas palavras, escriptos, acções e pensamentos: penas de 4 a 12 annos de prisão com trabalho. Nesta classe entram os pães da pátria, martyres da liberdade. defensores das liberdades publicas, etc. Art. 2,' Todo aquelle que se intitular philantropo, ou se provar que o seja pelas suas palavras, acções, escriptos e pensamentos: penas de 6 a 12 annos de enfermaria privada no hospital. Nesta classe entram os defensores da humanidade opprimida, os pescadores de almas perdidas, etc.» Era, entretanto, um homem de vastos conhecimentos, de espirito muito atilado e tornou-se notável por seus ditos agudos e por seus epigrammas. Uma vez, por exemplo, propondo o deputado Patroni ( veja-se Filippe Alberto Patroni Martins Maciel Parente) na assembléa geral, a que também foi eleito Raphael de Carvalho na legislatura de 1834 a 1837 — que fosse o império dividido em 72 províncias e declarando o presidente que o projecto iria ás commissões de estatística, divisão e administração civil, disse elle em um aparte que « era melhor mandal-o primeiramente à commissão de hygiene publica». Foi professor da aula do commercio, depois inspector da thesouraria provincial o sócio do Instituto histórico e geographico brazileiro. Escreveu: — A primavera : poema de Kleirt, traduzido na lingua portugueza, oílerecido á Illma. Sra. D. Anna Virgínia Pereira da Silva Cajueiro. Maranhão, 1833, 19 pags. in-12. — A metaphysica da contabilidade commercial para uso dos alumnos do autor, offerecida ao Dr. José Miguel Pereira Cardoso. Rio de Janeiro, 1837, 122 pags. in-8°, com dous modelos de balanços de contas. — Bem-te-vi : periódico satyrico em prosa e verso. Maranhão, 1838, iQ_4<>—Começou a apparecer a 30 de junho e o ultimo numero foi publicado a 6 de outubro. Foi uma folha incendiaria, á que se attribue a revolução do Balaio. Em opposição o partido cabano ou conservador publicou: — O Caçador do Bem-te-vi. 1838, in-4°— egualmente virulento, cujo redactor ainda ignoro quem fosse e, por isso, aproveito o ensejo de dar noticia delle, assim como das folhas seguintes, pubicadas mais tarde pelos partidários do primeiro: — Bem-te-vi. Maranhão, 1847 a 1849, in-4». — O Bem-ti-vi Maranhense. Viva a liga. Maranhão, 1847, in-4». O Bem-fí-vi^Caxiense. Caxias, 1849, in-4». E s t e v ã o R i b e i r o d e S o u z a R e z e n d e — Filho do Marquez de Valença e da Marqueza do mesmo titulo, nascido no Rio 298 EU de Janeiro no anno de 1842 e bacharel em sciencias sociaes e jurídicas pela faculdade de S. Paulo, representou esta provincia em sua assembléa por vezes, e na câmara temporária na 16» legislatura, dissolvida em 1878A; é proprietário de uma fazenda de café em Piracicaba, onde reside ; tem-se applicado ao estudo da historia política do paiz e escreveu: — Fragmentos historico-politícos sobre o Brazil. Parte 1*. S. Paulo, 1862, 160 pags. in-8° — São estudos sobre o partido conservador. — Fragmentos historico-politícos sobre o Brazil. A revolução de 1842 em S. Paulo. S. Paulo, 1868, 110 pags. in-8°. — Estudos historico-politícos. S. Paulo, 1879-1880, 6 vols., 83, 28, 85, 153,59, 120 pags. in-8° —Os três primeiros volumes ou series teem por titulo: As reformas constitucionaes ; o 4° Preliminares de nossa independência política ; o 5» Acelamação do Senhor D. Pedro I, imperador do Brazil, o ministério de 1822-1823 e a política dos Andradas ; o 6o Os Andradas. — Questão constitucional. A câmara reformadora e o senado. Piracicaba (sem data), 22 pags. in-8». — Memória relativa à "via de communicação entre a provincia de Matto-Grosso e olittoral. S. Paulo, 1881, 26 pags. in-8.L E u c l i d e s A l v e s d e Freitas—Filho do capitão Pompilio Alves de Freitas, e neto de Francisco Alves de Freitas, mencionado neste livro, nasceu na cidade da Bahia a 5 de abril de 1855 e é empregado na recebedoria do thesouro nacional. Entrou para o funecionalismo publico como praticante da alfândega do Rio de Janeiro e, passando a terceiro escripturario,foi nessa categoria transferido para apagadoria das tropas. Poeta, como seu avô, tem publicado varias poesias em vários jornaes para que tem col laborado, como a Gazeta da Tarde, onde publica actualmente os — Echos semanaes e folhetins, 1891-1892 — Foi um dos redactores do Diário de Noticias, e escreveu: — Pretenções: poesias. Rio de Janeiro, 1884, 176 pags. in-8» —Este livro tem por epigraphe as palavras de Boilleau: « Que le debut soit simple et n'ait rien d'affecté.» — Sombras da tarde : poesias prefaciadas pelo Dr. Mello Moraes — Estão a sahir do prólo. Euolides A . l v e s r t e q u i ã o — Filho de Domingos de Souza Requião e de dona Umbelina Alves Requião e nascido na cidade da Bahia a 5 de maio de }854, depois de graduado pharmaceutico, rece-> EU 299 beu o gráo de doutor em medicina na faculdade da mesma cidade, onde exerceu cargos de eleição popular, como o de vereador da câmara municipal. Entrou depois para o corpo de saudo do exercito, onde se1 conserva como cirurgião capitão de 4a classe. Escreveu: — Intervenção da cirurgia na sacro-coxalgia; Diagnostico e tratamento da ataxia locomotriz progressiva; Feridas penetrantes do peito e seu tratamento ; Suicídio em suas relações medico-legaes: these para o doutorado em medicina, etc, Bahia, 1877, 166 pags, in-4» gr. —Breveresposia à Carta circular da'commissão nomeada pelo governo geral para estudar o beriberi na Bahia. Bahia, 1880, 56 pags. in-4°. E u c l i d c s F a r i a — Natural da provincia, hoje Estado do Maranhão, onde fazia parte do funecionalismo publico, foi demittido de seu emprego por alta influencia do logar, e então escreveu : —Retratos a giz. Maranhão, 1886, 67 pags. in-4» —E' em verso e são dez os retratos de pessoas de quem soffreu perseguições ou injustiça. Não vem o nome das pessoas a quem o autor allude, mas conhecem-se. A primeira é o Dr. Gomes de Castro e a ultima o vice-presidento da provincia Dr. Viveiros. Ha outros trabalhos seus, como: — Arabescos: verso e prosa. S. Luiz, 1876, in-4°. — Miscellanea; verso e prosa. S. Luiz, 1882 in-4° K u d o r o B r a z i l e i r o B e r l i n o k — Natural da província, hoje- Estado do Rio Grande do Sul, falleceu no Rio de Janeiro a 29 de janeiro de 1880. Foi escriptor e jornalista de aproveitável talento e um dos primeiros redactores do jornal — O Cruzeiro. Rio de Janeiro, 1878 a 1879, in-fol.—Esta folha continuou a publicar-se depois de sua morte. Usava do pseudonymo de Cassius, com o qual escreveu uma serie de artigos políticos contra o ministério de 5 de janeiro, presidido pelo conselheiro J. L. V. Cansanção de Sinimbú, depois Visconde de Slnimbú, de quem oecupar-me-hei opportunamente, e escreveu mais : — Compêndio de geographia da provincia do Rio Grande do Sul. 3 a edição, Porto-Alegre, 1872, 103 pags. in-8" — Não vi as edições precedentes, mas a quarta, também de Porto-Alegre, 1877, com igual numero de-paginas e formato. — Mulher e mãe : drama — Não sei si foi impresso. — Vingança de um medico : romance — Idem. — Biographía do Visconde do Rio Branco — Inédita. — Biographid do Barão de S. Borja — Tdem, 300 Eli E u d o r o d e C a r v a l h o O a s t e l l o - B r a n c o — Filho de Mariano de Carvalho Castello-Brancoe de dona Rosa Maria Pires Ferreira, nasceu na villa das Barras, em Piauhy, a 9 de junho de 1839, e falleceu no Rio de Janeiro a 12 de janeiro de 1878. Como praça no exercito em 1860, fez o curso e serviu na arma de infantaria até o posto de major, em que pediu e obteve reforma, sendo commendador da ordem da Rosa, cavalleiro das do Cruzeiro e de Christo, e condecorado com a medalha de Mérito e a da campanha contra o Paraguay. Escreveu : — O assalto do Estabelecimento, ao Exm. Sr. Marquez de Caxias. Rio de Janeiro, 1868— E' uma composição poética de mais de trezentos versos hendecasyllabos, também publicada no Correio Mercantil do Rio de Janeiro de 25 de julho deste anno. Ha outras poesias suas, publicadas e inéditas. E u g ê n i o Adriano P e r e i r a da Cunha e Mello —Nascido na provincia do Rio Grande do Sul, falleceu na capital federal a 21 de setembro de 1891, bacharel em sciencias physicas emathemfiticas e capitão reformado do corpo de engenheiros. Militou na campanha do Paraguay, depois da qual retirou-se do serviço activo de guerra em outubro de 1872. Depois de proclamada a republica, foi incumbido da direcção da estrada de ferro Central e jà havia elle dirigido a de Pernambuco e a de Porto-Alegre á Urugauayana. Escreveu vários trabalhos em taes cargos de que só posso agora mencionar : —As obras d'arte no prolongamento da ostrada de ferro de Pernambuco durante a minha administração. 1878-1881. Rio de Janeiro —Relatório dos trabalhos executados no prolongamento da estrada de ferro de Pernambuco durante oanno de 1879; apresentado ao Exm. Sr. ministro e secretario de estado dos negócios da agricultura, etc. Recife, 1880 — Ha de sua penna plantas e esboços levantados na campanha do Paraguay. E u g ê n i o Augusto de CarvaDio Menezes — Natural do Rio de Janeiro e formado em sciencias sociaes e jurídicas pela faculdade do Recife em 1854, escreveu : — Analyse do código commercial brazileiro, na parte, em que trata de lettras, notas promissórias e créditos mercantis. Recife, 1854, 107 pags. in-4°. E u g ê n i o G u i m a r ã e s R e o e l l o — Filho do desembargador Henrique Jorge Rebello, e natural de Sergipe, onde nasceu em EU 301 1847, sendo doutor em medicina pela faculdade da Bahia, serviu algum tempo no corpo de saúde da armada e depois na inspectoria geral de hygiene. Leccionou também na escola normal da capital federal e ó actualmente professor adjunto do curso preparatório da escola naval. Escreveu : — As raças humanas descendem de uma só origem ? Influencia do celibato sobre a saúde do homem; Do iníánticidio sob o ponto de vista medico-legal; Ferimentos por armade fogo: these,etc. Bahia, 1869, in-4°. — Discurso proferido no acto solemne da collação de gráo aos doutorandos em medicina, a 29 de novembro de 1869, pelo orador, etc. Bahia, 1869, 14 pags. in-8». — Ecole mílitaíre de Rio de Janeiro. These de concours pour ia chaire de français. Rio de Janeiro, 1886, 63 pags. in-8° — Os pontos da these são : Theorie logique et grammaticale de Tinterjection ; Origine de Ia langue française, prouvée par le vocabulaire. Ha mais duas ou três theses de concursos, a que se tem apresentado o autor, o constam ellas de uma noticia que havia eu escripto para este livro e que, confiando-lhe para corrigil-a, nunca me foi devolvida. E' um facto constante: Negam-me qualquer auxilio; confio o trabalho feito, com sacrifício ás vezes, e não o vejo mais. Ha ainda a seguinte revista, que fundou e redigiu : — Revista de Hygiene: publicação mensal. Rio de Janeiro, 1886, 240 pags. in-4» — Sahiram apenas seis números, de maio a outubro. E u g ê n i o «Tose d e L i m a — Consta-me que ô natural de Sergipe, e nada mais sei, sinão que escreveu ou publicou: — Memorial apresentado ao governo sobre o projecto da estrada de Aracaju á Simão Dias, para a qual pede garantia de juros. Rio de Janeiro, 1875,32 pags. in-4». _ E u g ê n i o L e o n e l — Natural de Itapetininga, da provincia hoje Estado de S. Paulo, foi deputado á assembléa provincial, cultiva a poesia, a musica e dá-se ainda ao jornalismo, redigindo — A Reorganização: periódico político e litterario. Faxina, 1890 — Redige actualmente: — A Federação: S. Paulo. Tem varias composições musicaes e poéticas e publicou: — Heras: pimeiros versos. S. Paulo, 1888. E u g ê n i o d e M a g a l h ã e s C a r v a l h o — Filho de um conceituado negociante do Rio de Janeiro e natural desta cidade, muito 302 EU joven dedicou-se às lettras e collaborou no periódico O Tempo escrevendo sob o psèudonymo de Braz Patife uma collecção de versos humorísticos com u titulo Musa alegre, e acaba de publicar nm livro com o mesmo titulo: — Muza alegre. Rio de Janeiro, 1892 — Não pude ainda ver o livro, mas sei que é uma reimpressão daquellas poesias. E u g ê n i o M a r i a d e A z e v e d o — Nasceu em Lisboa no ultimo quartel do século XVIII, e falleceu no actual Estado do Rio de Janeiro entre o anno de 1835 e o de 1838, escrivão da câmara municipal da villa, hoje cidade de S. João da Barra. Viera para o Brazil em 1807 com a família real, e aqui se achava quando foi proclamada a independência, cuja causa abraçou. De caracter excessivamente orgulhoso e irascivel, poucos de seus amigos o procuravam; não menos desinteressado, quanto dinheiro ganhava, gastava logo ou mesmo distribuía com os amigos para pedir-lhes depois, quando se achava desprovido inteiramente delle. De talento raro, admirável para a poesia e ainda mais para o improviso, neste ponto não tenho noticia de quem o excedesse. «Ouvi-o numa noite de illuminações em abril de 1831 na villa da Praia Grande (hoje Nictheroy)—disse o mais insuspeito de seus admiradores, J. Norberto de S. e Silva—improvisar largo tempo com muito applauso de pessoasv entendidas, glosando três sonetos em quarenta oitavas com a maior facilidade. Tinha notável vocação para o theatro, e vi-o por vezes representar em theatros particulares da mesma villa quasi sempre em composições suas. Não costumava estudar o seu papel, e no dia da representação improvisava, como bem lhe parecia e lá desnorteava o dialogo ! Vi-o compor tragédias em uma noite ! Assistia um tachigrapho para tomar notas, e elle tendo uma garrafa de agua-ardente e um copo sobre a mesa, com um maço de charutos, começava a passear na sala, e ia declamando e, declamando, improvisava scenas inteiras sem tomar fôlego.» Escreveu: — Elegia á morte da Sereníssima Sra. D. Maria Leopoldina Josepha Carolina, Imperatriz do Brazil; offerecida ás senhoras brazileiras. Rio de Janeiro, 1826, 10 paginas in-8° — E' escripta em verso hendecasyllabo e em terce to. — Zulíma : tragédia em três actos, inédita — O autor, de quem citei o trecho acima, nas noticias que transmittiu para o Diccionario bibliographico portuguez, e de que me utilizo neste momento, affirma que o actor João Caetano dos Santos ainda nos últimos annos de vida possuía o manuscripto desta tragédia, e o de — Emilia, ou os cavalleiros da cruzada : tragédia em cinco actos EU 303 inédita — Seria longo o catalogo das obras de E. de Azevedo, si elle as escrevesse. Ficaram todas inéditas, e em mãos de diversos amigos que as escreviam. São de um soneto seu estes dous lindos versos : « Os Trópicos pulando as palmas batem, Em pó nas ondas o Equador dá vivas ! » E u r i c o P e d r o s o B a r r e t o de A l b u q u e r q u e Filho do Dr. Propicio Pedroso Barreto de Albuquerque e nascido na cidade do Rio de Janeiro, fez o curso da escola de marinha, é 2o tenente da armada o escreveu: — Tratado de navegação. 1888 — Li na imprensa do dia 17 de setembro deste anno, que esta obra tinha sido approvada pela congregação da escola naval. Continua inédita. E u t i c h i o P e r e i r a d a R o c h a — Nasceu na Bahia, segundo posso calcular pelo anno de 1820 e falleceu na capital do Pará a 20 de agosto de 1880. Recebendo ordens de presbytero secular em süa provincia, dedicôu-se á educação da mocidade, fundando um collegio e leccionando philosophia. Depois de 1850 mudou sua residência para o Pará, onde foi presidente do convento dos carmelitas e distinguiu-se no jornalismo político principalmente e sustentou com grande vantagem e com applauso uma polemica com um carto Dr. Olden, protestante que nessa provincia apparecera com o intuito de fazer propaganda. Sendo conego da cathedral e membro da maçonaria, caracter probo, consciência pura e espirito illustrado, entendeu que eram desarrasoadas as pretenções da cúria romana na questão religiosa; nesse sentido se pronunciou e por esse motivo teve dissenções com o diocesano, esteve suspenso de ordens por muitos annos, e soffreu desgostos, que, .si não foram a causa de sua morte, como se disse e se deduz de declarações que deixara e que foram publicadas na imprensa periódica, mdito contribuíram para isso. Por affirmar-m'o um distincto cavalheiro do. Pará, sei que o conego Eutichio escreveu dous sermões que nunca publicou: um por occasião da missa nova do padre.Eguez, e outro na festividade dó Santa Cecília — e mais : — Curso de philosophia racional e moral: Lógica e metaphysica. Dous volumes — de quô tenho noticia por uma carta do Dr. Francisco da Silva Castro, do Pará; não pude enóontral-o em bibliotheca alguma do Rio de Janeiro. — Duvidas suscitadas pela resposta do Illm. Sr. Dr. Jeronymo Vilella de Castro Tavares, lente substituto da academia juridica de Olinda, á carta do Exm. e Revm.Sr. Arcebispo da Bahia, transcripta no 304 JÜ«-* Communicador ns. 10, l i e 12 —Depois de publicado no Noticiador Catholico, foi reproduzido este escripto no Appendice à discussão entre o Exm. e Revm. Sr. D. Romualdo Antônio de Seixas e o Illm. Sr. Dr. Jeronymo Vilella de Castro Tavares acerca do parecer de S. Ex. sobre a seguinte consulta : « si os parochos podem ser processados e punidos pelo poder temporal, quando violam as obrigações mixtas e a lei do Estado, Recife, 1853 » ; de pags. 36 a 54. O autor tem os seguintes escriptos, publicados no Crepúsculo, da Bahia : — Psychología; Sensibilidade e actividade d'almo, — No tomo Io, 1845, ns. 4, 5e 13. — Introducção á um curso de philosophia — Idem, n . 8. — Discurso introductorio ao curso de philosophia—No tomo 2», n. 17. — Encerramento de um curso de philosophia — No tomo 3», n. 2. — A consciência moral — Idem, n. 1. E u t i c h i o S o l e d a d e — Filho de Manoel Joaquim Soledade e de dona Maria Joaquina Baptista Soledade, e nascido na cidade da Bahia a 25 de abril de 1845, é doutor em medicina pela faculdade desta cidade, para a qual entrou depois como preparador de toxicologia ; medico de terceira classe da repartição sanitária do exercito e director do'hospital do Paraná ; cavalleiro da ordem da Rosa e condecorada com a medalha da campanha do Paraguay. Nesta campanha serviu, sendo estudante, e delia regressou com as honras de primeiro cirurgião. Escreveu : — Commemorações da historia do Brazil. Bahia, 1864. — Conto de cavallaría no estylo de Século XV. Bahia, 1871. — Febre amarella; Hemorrhagias puerperaes e seu tratamento ; Espécie humana; Elephantiasis dos Gregos: these, e t c , Bahia, 1871, in-4° — A dissertação sobre o primeiro ponto se conclue com três mappas estatísticos. — Discurso proferido a 16 de dezembro de 1871 no acto solemne da collação do gráo, aos doutorandos em medicina. Bahia, 1871, 14 pags. in-8 u — Medicina dosímetríca. Cartas ao Dr. Horacio Cezar. Bahia, 1881. — Dos apparelhos algodoados nas ambulâncias militares. Bahia, 1882. — Methodo scientifico. lu volume. Bahia, 1883, 127 pags. in-4° — O autor trata, com nitidez de idéas, do methodo scientifico e adopta a ordem progressiva das sciencias, segundo Comte, limitadas aos factos seguros e averiguados pela sciencia com o auxilio da analyse e da syn these. — Compêndio de chimica legal. Bahia, 1884 — Esta obra foi emprehendida pelo autor em poucos dias por não achar elle um compêndio EU 305 le texicologia no curso de medicina legal. Não pôde, portanto, ser um trabalho completo. E' dividido em trc-s partes : 1" Do processo geral de pesquizas chimico-legaes nos casos de envenenamento ; 2» Dos processos especiaes para determinação de cada um dos principaes agentes tóxicos; 3o Dos meios de conhecer e distinguir nodoas ou manchas do sangue, de pus, ferrugem, etc. A publicação é feita em fasciculos. — Allocução proferida na abertura do curso pratico de toxicologia da faculdade de medicina da Bahia. Bahia, 1884 — Vem também na Gazeta Medica. E u z e b i o d e A l m e i d a M a r t i n s O o s t a — Filho do tenente-coronel Luiz de Almeida Martins Costa e de dona Justina Teixeira de Almeida, e nascido no Maranhão a 3 de março de 1853, sendo pharmaceutico pela faculdade do Rio de Janeiro e como tal dirigindo a pharmacia da casa de saúde de Nossa Senhora da Ajuda, fez na mesma faculdade o curso medico, recebendo o gráo de doutor em 1884. E' membro do instituto pharmaceutico desta cidade, e da sociedade de geographia de Lisboa o medico adjunto da repartição sanitária do exercito. Escreveu: — Da pharmacia no Brazil o seu exercicio. Rio de Janeiro, 1880, in-8°— O autor depois de tratar da pharmacia e de seu exercicio no império, se occupa do regulamento da junta de hygiene publica, sua execução, sua utilidade, e desvantagens. — As boubas, sua natureza e tratamento; Saes em geral; Os aneurismas em gerai; A lepra e sua etiologia : these apresentada etc. Rio de Janeiro, 1884, in-4° — Revista pharmaceutica destinada aos interesses profissionaes da classepharmaceutica, etc. Redactores: Augusto César Diogo, F. M. de Mello e Oliveira, Euzebio A. Martins Costa. Rio de Janeiro, 1883-1884, in-8»— E' uma publicação quinzenal que substituiu a Tribuna Pharmaceutica, e onde vem do autor : — Considerações sobre o vinho — nos ns. 3, 8, 9 e outros. Euaselbio F r a n c i s c o d e A n d r a d e — Filho do enge^ nheiro Manoel Cândido da Rocha Andradeededona Leopoldina Pimentel Goulart de Andrade, nasceu na colônia militar Leopoldina em Alagoas, a 15 de abril de 1866. Começou a preparar-se para estudar direito; mas, não podendo fazel-o por circumstancias alheias a sua vontade, dedicou-se ao magistério leccionando no lyceo de artes e otflcios da capital de Alagoas, e ao jornalismo. Foi enthusiasta do abolicionismo, pêlo qual trabalhou, sendo um dos fundadores do club abolicionista 306 *±>*J estudantesco alagoano, seu secretario e depois presidente, e hoje ó professor da escola central de lettras e artes para ingênuos, mantida pela sociedade Libertadora alagoana, de que também é sócio. Entrou no jornalismo, fazendo parte da redacção da — Gazeta de Noticias. Maceió, 1885, in-fol. — Esta folha já existia desde 1879. Naquelle mesmo anno passou a chefe da redacção do — José de Alencar: órgão do club Josó de Alencar. Maceió, 1885 a 1887 —Fez ainda parte da redacção do — Lincoln. Maceió, 1887 — Collaborou pelo mesmo tempo no Gutenberg e escreveu: — O crime de Jaraguà : romance — escripto de collaboração com outro, por causa de quem, estando já em parte impresso, n^o veiu á luz o romance. —A flor de liz: comedia tirada da operêta Flor de líz de A. de Azevedo, e especialmente feita para a sociedade dramática Thalia, de Maceió—Tem ainda um drama inédito, cujo titulo ignoro. EuaseTbio J o s é A n t u n e s — Filho de Theotonio Josó Antunes e de dona Senhorinha Maria da Conceição Antunes, nasceu na cidade da Bahia a 14 de agosto de 1830 e falleceu no Rio de Janeiro a 21 de setembro de 1886, sendo chefe de secção aposentado da secretaria da marinha; gerente da companhia nacional de navegação a vapor ; deputado á assembléa geral legislativa pela provincia de Matto Grosso; offlcial da ordem da Rosa, cavalleiro da de Aviz e condecorado com as medalhas da campanha do Uruguay de 1865 eda campanha subsequente do Paraguay. Fez o curso da escola de marinha e serviu na armada até oposto de capitão-tenente, do qual, em sua volta dessa campanha pediu demissão, passando a exercer as funcções de official, de gabinete junto a dous ministros da repartição da marinha, etc. Escreveu : — Brazil Marítimo : periódico dedicado á propagação dos conhecimentos marítimos e dos melhoramentos feitos na difflcil arte de navegar ; collaborado por offlciaes da marinha imperial, e redigido pelo 1» tenente Euzebio José Antunes e pelo 2° tenente Francisco Manoel Alvares de Araújo. Pernambuco, 1854-1859, 3 vols. — Regras internacionaes e diplomacia do mar por T. Ortolan: traducção. Recife, 1855-1858,2 vols.—O que pôde attestaro mérito da obra de T. Ortolan é que, logo depois de sua publicação, teve 2 a edição em 1853, 3* em 1856, e 4a em 1864, todas em Paris. E u z e b i o d e M a t t o s ou F r e i E u z e b i o d a So-> l e d a d e — Filho de Pedro Gonçalves de Mattos e de dona Maria da EU 307 Guerra, e irmão do celebre poeta satyrico Gregorio de Mattos Guerra, nasceu na Bahia em 1629 e fallecou a 7 de julho de 1692. Estudou humanidades no collegio dos jesuítas de sua pátria, onde tomou a roupeta a 14 de março de 1844, tendo por companheiro de estudos o dito seu irmão, e por mestre de philosophia o padre Antônio Vieira, a quem substituiu no magistério, leccionando também rhetorica por muitos annos. Grande pregador, na Bahia — onde eram enthusiasticamente applaudidos o padre Antônio Vieira e seu rival no estylo, o padre Antônio de Sá — dizia-se que este era superior aos outros na voz e no accionado ; Vieira na lógica e clareza das provas e Euzebio de Mattos no polimento da phrase e na subtileza. Grande musico e compositor, tocava perfeitamente harpa e viola, instrumento muito usado em seu tempo e compoz muitos hymnos religiosos e cantos profanos, amenissimos sobre poesias suas. Poeta notável, seus próprios collegas o appellidavam de inspirado. Desenhista admirável, fazia quadros com perfeição tal, que pareciam gravuras. Eis como a seu respeito se exprime Barbosa, Machado em sua Bibliotheca Luzitana : < Insigne pregador, assim na substancia dos discursos, como na vehemencia dus affectos ; poeta vulgar e latino, cujos versos eram tão discretos, como elegantes; musico por arte e natureza, compondo as lettras que accommodava aos preceitos da solfa ; ai ithmetico grande, sendo sempre eleito para arbitro das maiores contas ; pintor engenhoso, do qual se conservam com estimação particular muitos debuxos ; discreto, jovial na conversação, e ultimamente tão consummado em todas as partes que constituem um homem perfeito, que aífirmava delle o padre Antônio Vieira que Deus se apostara em o fazer em tudo grande e não o fora mais por não querer....* Desgostos e mesmo accusações que se suppoem injustas, partidas de seus irmãos, os jesuítas, o decidiram, depois de ter ordens sacras, a tomar o habito dos carmelitas com o nome de frei Euzebio da Soledade, facto que se deu na ausência do Antônio Vieirae que foi por este amargamente lamentado. Suas obras como succedeu com as de muitos brazileiros illustres, foram em grande parte perdidas. São conhecidas: — Ecce Homo. Praticas pregadas no collegio da Bahia nas sextasfeiras à noite, mostrando-se em todas o Ecce Homo. Lisboa, 1677, 79 pags. in-4° — São objecto destas praticas: os Espinhos de Jesus Christo, a Purpura, as Chagas, as Cordas, a Canna e o titulo de homem. Este livro ó um monumento de erudição ; é um perfeito modelo de estylo sublime, cheio de uncção religiosa e digno de ser estudado como tal segundo diz Warnhagem. O conselheiro Pereira da Silva, por equivoco, no seu livro « Varões illustres do Brazil »,tomo 2», pag. 312, 308 EU dá noticia do Ecce Homo entre as poesias que Euzebio de Mattos escrevera. — Sermão da Soledade e Lagrimas de Maria Santíssima pregado na Só da Bahia. Lisboa, 1681, in-4°. — Sermões do padre-mestre frei Euzebio de Mattos, etc. Parte Ia que contém quinze sermões. Lisboa, 1694, 434 pags. in-4° — São discursos oratórios, colligidos por um companheiro do autor, frei João de Santa Maria que, entretanto, não continuou a publicação encetada, como projectava. A collecção compunha-se de quatro partes ou volumes. — Qrcção fúnebre nas exéquias do Ulm. e Revm. Senhor D. Estevam dos Santos, bispo do Brazil, celebradas a 14 de julho de 1672. Lisboa, 1735, 54 pags. in-4° — E' uma publicação posthuma como a precedente. Bento Farinha em seu < Summario da bibliotheca luzitana » falia em — Seis sermões do Rozario —dos quaes também Barbosa Machado faz menção, mas dizendo que desappareceram. Das poesias de Euzebio de Mattos foi maior o extravio. Se disse que ficaram em poder de seu irmão Gregorio de Mattos ; mas entre os papeis deste só se encontrou, que se lhe attribuisse, uma — Collecção de poesias — que, com certeza, não contém todas ~as que elle escrevera, e que foi addicionada a um dos grossos volumes de manuscriptos do dito seu irmão. Apenas se publicaram de sua penna: — Dez estâncias — parodiando outras tantas, escriptasporseu irmão a uma certa dona Brites, íinalisando cada vei\so seu com a mesma palavra deste. Vêem no « Florilegio da poesia brazileira». O Visconde de Porto Seguro transcreve também esta composição poética ná noticia que de Euzebio de Mattos vem publicada na Revista do Instituto, tomo 8o, pags. 540a 546. E u z e b i o de Q u e i r o z C o i t i n h o Mattozo da C â m a r a — Filho do conselheiro Euzebio de Queiroz Coitinho e Silva, e nascido em S. Paulo de Loanda, quando seu pae ahi exercia cargo de magistratura, a 27 de dezembro de 1812, falleceu no Rio de Janeiro a 7 de maio de 1868, bacharel em direito pela faculdade de Olinda ,- do conselho do Imperador; veador da casa imperial; conselheiro de estado; cavalleiro da ordem de Christo, commendador da ordem da Rosa e da ordem turca de Medjidié de primeira classe, etc. Despachado depois de sua formatura para um logar de juiz de fora, em 1833, foi no anno seguinte nomeado EU 309 chefe de polícia da corte, onde conservou-se até 1844, sendo, durante a administração da policia, nomeado desembargador da relação do Rio de Janeiro. Foi deputado em varias legislaturas, senador pela provincia do Rio de Janeiro e ministro da justiça no gabinete de 29 de setembro de 184?. Extraordinariamente sympathico, orador eloqüente e substancioso, parlamentar e jurisconsulto erudito, além de muitos artigos políticos na respectiva imprensa, de luminosos pareceres nas sessões do conselho de estado e de eloqüentes discursos, constantes dos annaes do parlamento, escreveu muitos relatórios e regulamentos, como: — Relatório do estado da instrucção primaria e secundaria do município neutro, durante o anno de 1855, apresentado a 18 de fevereiro de 1856, etc. Rio de Janeiro, 1856. — Regulam entos para os tribunaes do commercio e do processo das quebras ; sobre a ordem e origem do juizo no processo ccmmercial e instrucção para os deputados e supplentes dos tribunaes do commercio. Rio de Janeiro, 1851. — Código commercial do império do Brazil e os regulamentos para sua execução, acompanhados do regulamento sobre o uso, e preparo e venda do papel sellado. Rio de Janeiro, 1853 — Foi em 1861 reimpresso sob o titulo de Manual do negociante, com os appendices : Sellos, Corretores, Leilões, Interpretes, etc. — Questão do trafego : discurso proferido na câmara dos Srs. deputados. Rio de Janeiro, 1852, 44 pags. in-8° —Este discurso ó um monumento de eloqüência e de lógica que honra o orgulho nacional, como disse o Dr. Teixeira de Mello (veja-se Josó Alexandre Teixeira de Mello)' ó ao mesmo tempo o reflexo de um grande coração e de um espirito privilegiado. — Discursos dos deputados F. Ramiro de Assis Coelho, E. de Q. C. Mattoso da Câmara, etc. sobre o voto de graça na sessão de 15 de maio de 1844. Rio de Janeiro, 1844, in-8°— Dentre seus discursos no parlamento nota-se ainda o — Discurso contra o projecto de reforma eleitoral, apresentado pelo Marquez de Paraná em 1856, creando districtos eleitoraes para deputados — E' tão vigoroso, eloqüente e substancioso, que o Marquez mandou-lhe dizer, finda a sessão, que « lhe bastaria este discurso para perpetuar seu nome na historia parlamentar do Brazil». — Discurso dirigido a S. M. o Senhor D. Pedro II, Imperador constitucional e perpetuo defensor do Brazil, pelo conselheiro, etc, presidente da commissão encarregada de erigir a estatua eqüestre do fundador do império. Rio de Janeiro, 1862, in-8°. 310 E V — Estatutos da sociedade Propagadora das bellas-artes do Rio do Janeiro, installada,etc. pelo architecto Francisco Joaquim Bethencourt da Silva. Rio de Janeiro, 1871, 23 pags. in-8» — São assignados pelo conselheiro Euzebio, como presidente e pelos membros da mesa. E u z e b i o V a n e r i o — Nascido, segundo penso, na Bahia entre o terceiro e o ultimo quartel do século passado, falleceu antes de 1850, nesta cidade, onde serviu o cargo de guarda-livros e interprete da alfândega, depois de ter sido professor substituto da real aula do commercio, e por ultimo teve um collegio de meninos, si me não engano. Cooperou para a independência do Brazil o escreveu : — Deveres do homem ou cultura moral, ampliada e traduzida de diversos autores para uso da mocidade. Offerecido ao Illm. e Exm. Sr. Conde da Palma. Lisboa, 1819, 296 pags. in-8°. — Provincia da Bahia. Estatística financial. 1831, julho 1 a 30 de junho do 1832 (3o anno financeiro). Extrahida dos registros das r e partições publicas, coordenada e offerecida ao poder executivo. Bahia, 1833, 34 pags. in-4° gr. com vários mappas — Creio que ha mais duas publicações iguaes, de outros annos. — Guia das boas mães de família, ou educação physica dos meninos —• O manuscripto de 88 paginas existe na bibliotheca do Instituto histórico. Com o Dr. Josó Avelino Barbosa e com Montezuma (vede Francisco Gô Acaiaba de Montezuma) redigiu : — Diário Constitucional. Bahia, 1821 e 1822, in-fol.—Esta folha foi fundada para preparar os elementos para nossa independência por Francisco Josó Côrte-Real, depois Corte Imperial, offlcial da secretaria do governo ; passou depois a intitular-se O Constitucional, sendo continuada na villa da Cachoeira durante a guerra da Independência com o titulo O Independente Constitucional até á retirada de Montezuma para a assembléa constituinte, donde seguiu este para Europa deportado. Por ultimo, em 1824, publicou-se ainda, parece-me, redigido por Euzebio Vanerio : — O Independente Constitucional. Bahia, 1824, in-fol. Evaristo Affonso de C a s t r o — Filho de Lourenço Affonso de Castro, ó natural da provincia, hoje Estado do Rio Grande do Sul e escreveu : — Noticia descriptiva da região missionária da provincia de S. Pedro do Rio Grande do Sul, comprehendendo os municípios de Cruz-Alta, S. Martinho, Palmeira, Passo-Fundo, Soledade, Santo EV 311 Ângelo, S. Luiz, S. Borja, Boqueirão, S. Francisco de Assis, S. Vicente e Itaqui. Cruz-Alta 1889, 367 pags. in-4°. E v a r i s t o F e r r e i r a d a "Veiga — Filho do professor primário Francisco Luiz Saturnino, com quem aprendeu os rudimentos da lingua vernácula, nasceu na cidade do Rio de Janeiro a 8 de outubro de 1799 e falleceu a 12 de maio de 1837 na mesma cidade. Depois de"íer estudado as aulas secundarias, que concluiu no seminário de S. Josó, entrou como caixeiro para uma loja de livros que seu pae abrira, jà retirado do magistério; ao cabo de cinco annos estabeleceu» se com negocio igual, de sociedade com seu irmão João Pedro da Veiga e, mais tarde, sob sua firma individual. Já versado em diversas línguas, e fazendo em seu gabinete estudos de economia política e outros ramos dos conhecimentos humanos, dedicou-se ao jornalismo, onde adquiriu em pouco immarcessiveis louros e uma influencia que, na opinião de muitos, ainda um jornalista no Brazil não teve. Patriota sincero e desinteressado, de coragem civica a toda prova, e ao mesmo tempo de moderação exemplar, mais de uma vez salvou o império nas crises tumultuarias, por que o paiz depois de sua independência passou, e foi elle quem, querendo pôr termo aos insultos que aos brazileiros fazia o partido portuguez e ás desgraças eminentes, redigiu a representação de 17 de março, assignada por 23 deputados e por um senador, na qual se pedia ao Imperador que « desaffrontasse o Brazil vilipendiado e pungido », representação, a que seguiu-se a abdicação, que elle lamentou e desejou impedir. Teve, como era natural, muitos inimigos, depois de 7 de abril sobretudo, e inimigos que até tentaram contra seus dias, como fizeram a 8 de novembro de 1832, desfechando-lhe alguns tiros de pistola, quando se achava em sua loja com vários amigos, três dos quaes foram feridos, assim como elle, levemente, no rosto. Foi um dos fundadores da sociedade Defensora da liberdade e da independência nacional, e em nossa historia política é um dos vultos gigantes, digno de estima, de sympathia,de veneração. Foi eleito deputado por Minas em três legislaturas de 1830 a 1837, sendo nesta ultima eleito também pelo Rio de Janeiro, e era sócio benemérito da sociedade Amante da instrucção, sócio do ins tituto histórico da França e da Arcadia romana. Escreveu : — A Aurora Fluminense: jornal político e litterario.Rio de Janeiro, 1827 a 1835, oito vols. in-fol.— Esta folha, fandada por José Apollinario de Moraes, estudante do seminário de S.Josó e natural de Popto Alegre, onde falleceu pouco antes de romper a revolução de 20 de setembro de 1834, com o concurso do Dr. José Francisco Sigaud, Francisco Chrispi- 312 xis v niano Valdetaro (vej&m-se estes nomes) e Evaristo Ferreira da Veiga, tinha por epigraphe a seguinte quadra de uma poesia do imperador dom Pedro I : * Pelo Brazil dar a vida, Manter a Constituição, Sustentar a independência E' a nossa obrigação. começando a publicação em dezembro de 1827 e terminando em dezembro de 1835. Depois de 1828 foi Evaristo seu único redactor, e foi nella que elevou-se á altura, a que nenhum jornalista nosso tem subido. Escripta de accordo com as idéas liberaes, em linguagem moderada, discutindo sempre com critério, respeitando as leis e os direitos do cidadão, sem que seu redactor pedisse ou ambicionasse cousa alguma para si, esta folha soube dirigir a opinião publica, e com o mais feliz resultado; ella pôde ser consultada com segurança como um thesouro da historia da época. Penso que, sendo Evaristo o promotor, a alma da sociedade Defensora da liberdade e independência nacional, e seu secretario, teve também parte na redacção do órgão de propaganda dessa sociedade, isto é: — O Homem e a America : jornal da sociedade Defensora da liberdade e independência nacional, do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 1832, in-fol. peq. — Historia do Brazil desde a chegada da real familia de Bragança em 1808 até 1831, por João de Armitage, traduzido do inglez por um brazileiro. Rio de Janeiro, 1837, 330 pags. in-8° — Não posso desde jà afflrmal-o; mas tenho razões para,acreditar que grande parte deste livro, sinão todo elle, é escripto por Evaristo da Veiga; Armitage foi o traductor para o inglez... — Discurso, pronunciado na câmara dos deputados na sessão de 12 de maio, discutindo o voto de graças. Rio de Janeiro, 1832, in-8° — Consta-me que Evaristo dera a lume, pela época da independência, diversos opusculos sobre assumptos patrióticos, sob o anonymo, e que deixou uma grande cópia de poesias inéditas, que se acham em poder de seu sobrinho, o Dr. Luiz Francisco da Veiga. Algumas, entretanto, foram publicadas, como: — Ode á Grécia— Vem na Miscellania poética. — Hymnos patrióticos, compostos por occasião da independência do Brazil — E' uma collecção de sete hymnos, publicados nas épocas respectivas e depois reunidos a uma pequena memória, lida pelo Dr. L. F. da Veiga na sessão do Instituto histórico de 3 de agosto de 1877, tudo inserto na Revista do mesmo instituto, tomo 40°, 1877, parte 2". EV 313 de pags. 39 a 71 — O primeiro destes hymnos ó o hymno constitucional brazileiro, cuja musica ó composta por dom Pedro I, sendo por muitos também attribuida ao imperante a lettra que foi escripta a 16 de agosto de 1822, vinte e um dias antes do grito do Ypiranga. E' o hymno que começa : Já podeis, da pátria filhos, Ver contente a mãe gentil. Jà raiou a liberdade No horizonte do Brazil. Brava gente brazileira ! Longe vá temor servil. Ou ficar a pátria livre, Ou morrer pelo Brazil... — Despedidas : poesia (a ultima que publicou)— Se acha no MuseoUniversal, n. 35, 1838—Ha diversas publicações que podem ser consultadas por aquelles quequizerem conhecer e apreciar a vida de tão distincto brazileiro, como por exemplo: o Esboço biographico pelo Barão Homem de Mello; o artigo biographico publicado no Ostensor Brazileiro, tomo 1», pag, 291 ; o artigo da Galeria dos brazileiros illustres por Sisson ; o artigo do Pantheon Fluminense por Lery dos Santos e outros. Em honra sua foram publicados por occasião de sua morte diversos escriptos, cujos autores ignoro e mais os que passo a mencionar : — Honras e saudades á memória de Evaristo Ferreira da Veiga, tributadas pela sociedade Amante da instrucção em 12 de agosto de 1837, 58 pags. in-8°, com o retrato do mesmo. — Collecção de diversas peças, relativas á morte do illustre brazileiro Evaristo Ferreira da Veiga para servir de continuação ao folheto intitulado « Honras e saudades». Rio de Janeiro, 1837, 102 pags. in-8». E v a r i s t o J o s é V i e i r a — Filho do commandante de antigo vapor da companhia de paquetes do Norte, o capitão-tenente Mauuel José Vieira, nasceu na cidade da Bahia em 1847 e falleceu na do Rio de Janeiro a 1 de agosto de 1891. Entrando para o commercio de molhados em 1864, deixou-o ao cabo de quatro annos para ir á Europa e, de volta ao Brazil, dedicou-se á profissão de guarda-livros, na qual gqsou sempre de estima e consideração. Era sócio benemérito da associação dos empregados do commercio desta capital, onde escreveu : — Compêndio fácil de escripturação mercantil. Rio de Janeiro, 1883, 170 pags. in-8°— E' um livro escripto com a necessária clareza para que uma pessoa sem estudo especial possa conhecer a escripturação e 314 ^ , saber como se escreve a historia mercantil de uma casa commercial. Ha segunda edição de 1887, 174 pags. in-4°, e o autor projectava dar a terceira com accrescimos. —Bellesasde S. Paulo: artigos publicados no Diário de Noticias sob o pseudonymo de Sir Toave, quando o autor esteve em Açores, de 1868 a 1870. E v a r i s t o L a d i s l a u e S i l v a — N a s c i d o n a cidade da Bahia, bacharel em sciencias sociaes e jurídicas, formado pela faculdade de S. Paulo em 1835, e advogado naquella cidade, foi alli muitos annos commandante do batalhão de artilharia da guarda nacional, o batalhão mais bem disciplinado e luzido da Bahia, e depois, jà reformado com o posto de coronel e de avançada idade, offereceu-se para servir na campanha contra o Paraguay, para onde foi commandante de uma brigada de voluntários ; fez toda a campanha, conferindo-se-lhe as honras de brigadeiro do exercito em 1866. Possue diversas condecorações e escreveu: — Recordações biographicas do coronel João Ladislau de Figueiredo e Mello, ordenadas por seu neto, etc. Bahia, 1866, 160 pags. in-4 u com o retrato do biograpliado. E v a r i s t o N u n e s P i r e s — Filho de Manoel Nunes Pires e de donaCezarina NunesiaPiíes e nascidona provincia, hoje Estado do Rio Grande do Sul, é bacharel em lettras pelo antigo collegio de Pedro II, doutor em medicina pela faculdade do Rio de Janeiro, professor interino da escola normal e actualmente professor do collegio militar, sócio do instituto dos bacharéis em lettras, e da sociedade Auxiliadora da industria nacional. Serviu algum tem po no corpo de saúde do exercito, reformando-se no posto de 2o cirurgião por decreto de 17 de agosto de 1866. Escreveu: — Das altas localidades e dos valles em relação á hygiene; Atmosphera; Histologia dos dentes ; Influencia da atmosphera marítima: these apresentada, etc. Rio de Janeiro, 1861, in-4°. — Esboços históricos e biographicos ( Primeira tentativa ). Rio de Janeiro, 1874, 44 pags. in-8° — Occupa-se neste opusculo de Feliciano Nunes Pires, Dr. Emilio Joaquim da Silva Maia, José Joaquim Cândido de Macedo Júnior, Ângelo Moniz da esllva Ferraz e Dr. Josó Augusto de Souza Pitanga. — Relatório dos trabalhos do anno soc;al ( do instituto dos bacharéis em lettras ) de 1873 a 1874, apresentado na sessão magna commemorativa, e t c , em 2de julho de 1874 pelo Io secretario. Rio de Janeiro 1875, in-8.°- E Z 315 — Progressos do Brazil no século XVIII até á chegada da família imperial: these para o concurso à cadeira de historia e geographia do Brazil do imperial collegio de Pedro II. Rio de Janeiro, 1878, in-8». — Descobrimento do Brazil e seu desenvolvimento durante o século XVI: these de concurso á cadeira de historia e corographia do Brazil do externato do imperial collegio de Pedro It. Rio de Janeiro, 1883. E z e c h i a s G a l v ã o d a F o n t o u r a — E' natural da provincia, hoje Estado de S. Paulo, presbytero secular, conego da cathedral do mesmo Estado, lente de direito canonico do seminarip episcopal, escrivão da câmara ecclesiastica e secretario do bispado. Escreveu: — Questões religiosas, expendidas, etc. S. Paulo, 1881 — E' uma collecção de artigos, jà publicados em periódicos da provincia, formando dezoito capítulos, nos quaes se trata, entre outros assumptos, das contradicções do protestantismo, da hierarchia catholica, do casamento civil e do registro civil. — Lições de direito ecclesiastico. S. Paulo, 1887-1888, três vols. in-8 — Comprehende esta obra um curso de cem lições. Ezeq.uiel B e n i g n o d e V a s c o n c e l l o s — Filho do Ezequiel Benigno de Vasconcellos, ó professor de portuguez e de geographia, como se declara na seguinte obra, que escreveu: — Pontos de geographia do Brazil segundo o novo programma para os exames geraes de preparatórios. Prova escripta. Rio de Janeiro, 1884, in-8». E z e q u i e l C o r r ê a d o s S a n t o s : Io —Filho de Ezequiel Antônio dos Santos e de dona Maria Rosa de Oliveira Santos, nasceu na provincia, hoje Estado do Rio de Janeiro a 10 de abril de 1801 e falleceu a 28 de dezembro de 1864. Foi um conceituado pharmaceutico e, vulto proeminente na política da ópoca,fez parte da sociedade secreta dos Amigos livres, fundada depois da dissolução da constituinte brazileira, e foi um dos fundadores da sociedade Federalista, envolvendo-se nos movimentos de 1831. Foi membro titular da academia imperial de medicina ; da sociedade Auxiliadora da industria nacional ; sócio fundador e presidente da sociedade Pharmaceutica ; sócio e tambsm presidente da sociedade- nacional dos artistas brazileiros, Trabalho, união e moralidade. Escreveu: — Nova Luz Brasileira. Rio de Janeiro, 1829 a 1831, dous tomos jn.4<>— E' uma publicação periódica em que collaboraram outros. 316 -— ÂA — Revista pharmaceutica: jornal da sociedade Pharmaceutica brazileira. Rio de Janeiro, 1851 a 1857, cinco tomos in-4° — Teve por companheiros nessa revista seu filho de igual nome e outros médicos e pharmaceuticos. No primeiro tomo acha-se seu discurso de installação da sociedade, sendo o autor presidente delia. — Dísourso histórico sobre a pharmacia no Brazil, recitado na academia imperial de medicina a 30 de junho de 1837 Rio de Janeiro, 1837, 16 pags. in-8°— Anda também na «Revista Medica Fluminense», tomo 3° — Ha nesta revista outros escriptos seus, como : — Discurso sobre a necessidade de um código pharmaceutico brazileiro ; lido, etc— No tomo 2o, 1836. — Observações sobre a cataplasma de linhaça; lidas, etc.— No tomo 3°, 1837. — Breves reflexões sobre os ferruginosos destinados para usos médicos — Nos annaes de medicina, tomo 1°, 1845-1846, ou tomo 13» dos annaes brasilienses. E z e q u i e l C o r r o a d o s S a n t o s , 2o— Filho do precedente e de dona Francisca das Chagas Santos, nasceu na cidade do Rio de Janeiro, fez o curso de pharmacia, e depois o de medicina, recebendo o gráo de doutor em 1848 na faculdade desta cidade. Nomeado por occasião de serem reformadas as faculdades de medicina, em 1855, lente substituto da do Rio de Janeiro, passou em 1859 a lente effectivo da cadeira de pharmacia. Teve o titulo de conselho do Imperador ; é commendador da ordem de Christo ; sócio da associação brazileira de acclimação, da sociedade pharmaceutica brazileira, etc. Escreveu : — Monographia do geisospermum Vellosii (páo pereira): dissertação inaugural. Rio de Janeiro, 1848,26 pags. in-4». — Memória histórica dos acontecimentos notáveis no anno lectivo de 1875. Rio de Janeiro, 1876, 64 pags. in-fol. — Relatório da analyse qualitativa e quantitativa das águas mineraes de Baependy e Campanha na provincia de Minas Geraes. Rio de Janeiro, 1874, 29 pags. in-4» —Vem também nos annaes braziíienses de medicina, tomo 34», 1874-1875, sendo também assignado pelos Drs. Agostinho José de Souza Lima e Josó Borges Ribeiro da Costa. — Relatórios sobre as águas mineraes de Baependy, da Campanha e de Caldas na provincia de Minas Geraes, apresentados ao ministério dos negócios do império pela commissão nomeada para analysal-as, 1874-1875. Rio de Janeiro, 1875, 35 pags. in-fol. — São dous relatórios, em collaboração com os Drs. Souza Lima e Borges da Costa. Vem também na Revista Medica, 1874-1875, pags. 89, 97, 123, 129, 153 e PÁ 317 segs. eno Relatório do ministério do império de 1875. O Dr. Ezequiel foi, com seu pae, um dos redactores da Revista Pharmaceutica. E z e q u i e l R a m o s J ú n i o r — Estudante da faculdade de direito de S. Paulo, com 19 annos de idade, poeta, acaba de dar á publicidade : — Poemas. S. Paulo, (?) 1892 — Tenbo noticia apenas de que os versos são bonitos^4TÍH*%.são tristes, revelando sentimento profundo de quem os escreveu. E já isso se devo esperar, espera quando à frente do livro vô-se estampada, ornando-o, uma caveira ! P F á b i o A l e x a n d r i n o d e C a r v a l h o R e i s — Filho de Antônio José dos Reis e de dona Anna Rosa de Carvalho Reis, nasceu em Itapicurú-mirim, do actual Estado do maranhão, a 13 de outubro de 1815 e falleceu no Rio de Janeiro a 26 de fevereiro de 1890, bacharel em direito pela faculdade de Olinda, formado em 1838 e offlcial da ordem da Rosa. Em dezembro de 1840 foi nomeado collector geral das rendas do Maranhão e, passando em 1842 a servir o cargo de procurador fiscal, foi ao cabo de dez annos nomeado inspector da alfândega do Pará pelo ministro da fazenda Visconde de Itaborahy, um dos chefes do partido que elle combatia na imprensa e no parlamento, e administrou esta provincia, como seu 1° vice-presidente, de maio a agosto de 1860.Da alfândega do Pará foi em 1863 removido para a de Pernambuco e desta em 1864 para a do Rio de Janeiro. Em 1867, deixando o serviço de fazenda por ter sido removido para a inspectoria do Rio Grande do Sul, fundou no Rio de Janeiro um estabelecimento de instrucção com o titulo de collegio Perseverança; mas em 1872 deixou-o por haver sido reintegrado no cargo de inspector da alfândega de Pernambuco, donde passou em 1882 para a da Bahia, e foi aposentado em janeiro do anno seguinte, sendo poucos dias depois nomeado membro interino do conselho naval. Foi deputado à assembléa de sua provincia em duas legislaturas : á geral na de 1848, que foi dissolvida, e em três posteriores, e figurou numa 4ista tríplice para senador. Além de muitos pareceres que constam de relatórios do ministério da fazenda, escreveu : —Breves considerações sobre a nossa lavoura e outros artigos publicados no Diário do Maranhão e no Progresso. S. Luiz, 1852,64 pags. in-8»* 318 * A — Breves considerações sobre a nossa lavoura. S. Luiz, 1856, 66 pags. in-8». — Cartas a um amigo velho. Ligeiro estudo econômico e industrial do Maranhão. Rio de Janeiro, 1877, 48 pags. in-8». — Crcação e augmento de impostos: parecer do inspector da alfândega da corte, etc. Rio de Janeiro — Sahiu depois no Diário do Povo, 1868, ns. 77, 78, 82, 83 e 84. — Relatório sobre a provincia do Gram-Parà, apresentado ao passar a administração ao Exm. Sr. Ângelo Thomaz do Amaral em 8 de agosto de 1860. — Relatório apresentado a S. Ex. o Sr. ministro da fazenda pela commissão de inquérito industrial. Rio de Janeiro, 1882, dous vols. in-4° — Assignado também por Alexandre A. R. Sattamini e Honorio A. de Aquino Franco — O Dr. Fábio collaborou para alguns jornaes, como o Archivo Maranhense e redigiu : — O Argos Maranhense : periódico moral, político e litterario. Pernambuco, 1838, in-fol. — Com seus collegas F. J. Furtado, Borges Castello Branco, J. P. Dias Vieira e Carvalho Moreira, depois Barão de Penedo. — O Dissidente (folha política). Maranhão, 1842, in-fol. — Foi creado para combater o Correio Maranhense, redigido pelo Dr. Manoel Jansen do Paço. Eram também da redacção d'0 Dissidente o citado Dias Vieira, os irmãos Francisco e Fernando Vilhena e J. Francisco Lisboa. Esta folha passou depois a chamar-se o Echo da Opposição. — O Progresso. Maranhão, 1847 a 1857, in-fol. — com A. do Rego e A. T. de Carvalho Leal. Foi a primeira publicação que à provincia do Maranhão teve, em que começaram a publicar-se folhetins em rodapé, sendo ahi impressos os romances traduzidos por A. do Rego: Os mysterios da inquisição, do Fereal ; Quitança à meia-noite, e o Mendigo Negro, de Paulo Feval. Sahiu o Io numero a 2 de janeiro de 1847. Em 1848 passou a redacção ao Dr. Carlos Ribeiro e J. J. Ferreira Valle. Desapparecendo em 1856, reappareceu em 1861, a 27 de março, mas só duas vezes por semana. F á b i o H o s t i l i o d e M o r a e s R e g o — Genro do pre.cedente, filho de João Baptista de Moraes Rego e também natural do Maranhão, é bacharel em sciencias physicas e mathematicas e tem exercido varias commissões importantes por nomeação do governo. Servia o cargo de chefe da commissão de melhoramentos hydraulicos do Estado do Maranhão, quando, em julho de 1890, foi nomeado primeiro engenheiro da estrada de ferro Central, e deste logar passou, FA 319 em fevereiro de 1891, para o de sub-intendente geral de todos os serviços da companhia geral de melhoramentos naquelle Estado e chefe da secção hydraulica. Escreveu : — Breve noticia: sobre a provincia do Maranhão. Exposição nacional. Rio de Janeiro, 1875, 82 pags. in-8°. — Theoria completa dos cometas : these de concurso na escola polytechnica. Rio de Janeiro, 1881, in-4° — E' dividida em três partes e seguida de proposições sobre dinâmica celeste e equações simultâneas. — Relatório sobre o melhor porto de mar para a estrada de ferro D. Thereza Christina, meios mais efflcazes para melhorar o trafego desta estrada, e estado das minas de carvão do Tubarão. Rio de Janeiro, 1890—E' assignado também por Luiz Felippe Gonzaga de Campos e João Caldeira de Alvarenga Messeder. F á b i o N u n e s L e a l — Natural do Maranhão e bacharel em sciencias sociaes e jurídicas pela faculdade do Recife, formado em 1868, escreveu : —Anti-projecto de constituição do Estado do Maranhão. S. Luiz, 1890. Fausto de Aguiar C a r d o s o — Filho do tenente- coronel Felix Zeferino Cardoso, ó natural de Sergipe e bacharel em sciencias sociaes e j uridicas, formado pela faculdade do Recife em 1884, e professor da faculdade livre de direito. Foi delegado de policia na capital federal, collaborou na União Federal e escreveu: — Cosmogonia política e americana. Rio de Janeiro (?), 1892 — E' um livro em que o autor mostra séria applicação ao assumpto e faz referencia á nossa historia política desde a monarchia até á republica federal. Dá-nos a razão de ser esta fôrma política na America a única acceitavel e, pela sua plasticidade e maleabilidade, capaz de corresponder às necessidades de uma evolução summaria abreviada ; procura explicar a existência da fôrma monarchica no Brazil, sua não assimilação pelo paiz e, finalmente, sua eliminação no momento em que começava a surgir uma autonomia, uma característica no grupo humano constituído pelo povo brazileiro; procura ainda explicar a razão de ser do militarismo entre nós. Este autor tem outros trabalhos de alta sciencia, como : — A illusão teleologica : serie de escriptos — que começou a publicar no Diário de Noticias de 8 de agosto de 1892, e em seguida: — A hereditaricdade psychologica; sua influencia no indivíduo, na família, nas raças e nas nações — na dita folha, agosto e setembro de 1892. 320 *v*. F a u s t o A u g u s t o d e A g u i a r — Filho de João Francisco de Aguiar e de dona Narciza Angélica de Aguiar, nasceu na cidade do Rio de Janeiro a 19 de dezembro de 1817, e falleceu a 25 de fevereiro de 1890 na mesma cidade. Bacharel em direito pela faculdade de S. Paulo, exerceu diversos cargos, sendo aposentado no de director geral da secretaria do império, e presidiu as províncias do Ceará e do Pará que o elegeu seu representante nas três legislaturas geraes de 1856 a 1864 e nas de 1869 a 1875, anno em que foi eleito senador pela mesma provincia. Era do conselho do Imperador, commendador da ordem da Rosa, sócio do Instituto histórico e geographico brazileiro, etc. Escreveu : — Relatório da presidência do Gram-Pará na abertura da 2a sessão ordinária da sétima legislatura provincial no dia 15 de agosto de 1851. Pará, 1851, in-4". — Exposição apresentada ao... presidente do Amazonas, João Baptista de Figueiredo Tenreiro Aranha por occasião de seguir para a mesma provincia. Pará, 1851, in-fol. — Era o autor presidente do Pará. — Exposição de algumas questões concernentes aos limites e modo de exercicio de varias attribuições, conferidas pelo acto addicional ás assembléas provinciaes e aos presidentes de provincia. Rio de Janeiro, 1864, 65 pags. in-8». F a u s t o C a r l o s B a r r e t o — Filho de Antônio Carlos Barreto, e natural da provincia do Ceará, matriculou-se em 1874 no primeiro anno da faculdade de medicina do Rio de Janeiro, onde estudou até o quarto anno e depois deu-se ao magistério, a principio como professor livre de portuguez, francez, latim e inglez, e depois como professor da lingua pátria no collegio de Pedro II. Representou o Ceará na ultima legislatura geral da monarchia. Collaborou activamente na Tribuna, órgão do partido liberal e escreveu : — Archaismos e neologismos da lingua : these para o concurso a um logar de substituto da cadeira de portuguez e litteratura geral do collegio de Pedro 11. Rio de Janeiro, 1879, in-8". — Thernas e raises : these para o concurso a cadeira de portuguez do 2° ao 5o anno do internato do imperial collegio de Pedro II. Rio de Janeiro, 1883, 58 pags. in-8». — Selecção litteraria ( em verso e prosa ) de alguns dos principaes escriptores da lingua portugueza do século XVI ao século XIX. Rio de Janeiro, 1887 — E' precedida de duas introducções, uma sobre grammatica, outra sobre versificação portugueza, e escripta de collaboração F E 321 com o Dr. Vicente de Souza. Adoptada no gymnasio nacional e na escola normal, teve segunda edição muito melhorada em 1891. Feliciano Antônio Falcão —# Filho do brigadeiro Manoel Antônio Falcão e de dona Maria do Carmo Monteiro Falcão, nasceu em S. Luiz do Maranhão a 31 de maio de 1810, e falleceu de uma congestão cerebral a 19 de junho de 1853 em Pernambuco no exercicio de commandante das armas, brigadeiro do exercito, dignitario da ordem do Cruzeiro, offlcial da ordem da Rosa, cavalleiro da de S. Bento de Aviz e condecorado com a medalha da divisão que assistiu à batalha de Monte-Caseros em 1852. Assentou praça com três annos de idade e havia sido promovido ao ultimo posto poucos dias antes de morrer, servindo sempre na arma de infantaria. Escreveu : — Resposta do coronel Feliciano Antônio Falcão aos artigos da queixa que contra elle articulou o major Josó Maria da Costa Araújo. Porto Alegre, 1852, 73 pags. in-8 ü . Feliciano Oalliope Monteiro de Mello —Natural de Pernambuco, por onde foi eleito senador estadoal depois de proclamada a republica, assentou praça no exercito em 1848, estudou os dous primeiros annos da escola militar do Rio Grande do Sul, e serviu na arma da infantaria, achando-se actualmente reformado no posto de general de divisão. E'offlcial da ordem da Rosa e d a d e S . Bento de Aviz, condecorado com a medalha da campanha do Uruguay de 1851 a 1852, com a das forças expedicionárias de Matto Grosso por occasião da guerra do Paraguay, e com a medalha dessa guerra. Escreveu : — 0 consultor militar. Alde memoire. Rio de Janeiro, in-85 — Contém por ordem alphabetica a synopse das disposições em vigor, contidas nas leis, decretos, regulamentos, avisos, instrucções e peculiares publicadas nas ordens do dia do ajudante general do exercito desde a primeira destas até á ultima do anno de 1871. — As eleições de Villa-Maria : poema dedicado aos liberaes. Rio de Janeiro, 1866, 11 pags. in-8°— Assim está no frontispicio deste trabalho; dentro se diz : Poema necrologico em um acto e um prólogo. Feliciano Joaquim de Souza Nunes — Nasceu na cidade do Rio de Janeiro, segundo posso calcular, entre o primeiro e o segundo quartel do século XVIII, e falleceu em 1809 ou 1810. Exerceu o cargo de almoxarife dos armazéns dessa mesma cidade por nomeação do capitão general Gomes Freire de Andrade, que muito o estimava e a quem foi sempre reconhecido e tanto, que foi o iniciador 322 F E da idéa de fundar-se uma academia composta de homens de lettras com o fim de cantarem-se em prosa e verso as virtudes do mesmo governador, quando este foi promovido ao posto de mestre de campo general e a primeiro commissario da medição e demarcação dos limites meridionaes do Brazil. Realizando-se a fundação da academia dos selectos, foi um dos que mais se esforçaram, não direi para o engrandecimento desta associação, porque ei Ia finou-se ao nascer ; mas para essa sessão que se chamou acto acadêmico panegyrico. Escreveu: — Discursos políticos moraes, comprovados com vasta erudição das divinas e humanas lettras afim de desterrar do mundo os vicios mais inveterados, introduzidos e dissimulados. Tomo primeiro, dedicado ao Mm. e Exm. Sr. Sebastião Josó de Carvalho e Mello, do conselho de Sua Magestade, secretario de estado dos negócios do reino, etc. Lisboa, 1758, in-8° —E' um livro de cerca de 300 paginas com as da dedicatória, prólogo, e t c , essencialmente doutrinai. Houve segunda edição no Rio de Janeiro, 1851, com um prefacio do Dr. Emilio Joaquim da Silva Maia. Os outros volumes não foram publicados. Seu autor tinha ido a Portugal com os autographos, animado das mais lisoDjeiras esperanças e imprimiu o primeiro tomo que apresentou ao ministro portuguez sem pedir-lhe antes licença para dedicar-lhe a obra. E tanto bastou para que fosse mal recebido deste, fosse reprehendidõ acrimoniosamente por dar á publicidade doutrinas anarchicas e fosse mandado voltar immediatamente ao Brazil, sendo relevado de maior pena que não fosse a de queimar desde logo o volume impresso e os que estavam promptos a entrar no prelo! Poderá não ser assim, si Souza Nunes era brazileiro illustrado e até queria ver no Brazil uma sociedade de lettras! Só três exemplares do livro escaparam das chammas, sendo de um delles extrahidos excerptos que foram publicados na antiga Revista Brasileira, tomo 2o, pag. 8, tomo 3o pag. 5 e tomo 5» pag. 6. Deste livro publicou-se ainda : — Do estado conjugai: discurso político e moral, etc. Rio de Janeiro, 23 pags. in-4» — Vem sob o titulo de Bibliotheca Brazilica, ou collecção de obras originaes ou traduzidas de autores celebres da Minerva Braziliense, tomo Io, e forma com outra obra o 4o numero. — Venturosos annuncios da chegada do Illm. e Exm. Sr. Marquez de Lavradio á cidade do Rio de Janeiro por vice-rei e capitão general do Estado do Brazil. Lisboa, 1771, 29 pags. iu 8° — São escriptos em verso e prosa. — Demonstração do maior júbilo no fausto dia 12 de março de 1769 em que se celebraram os annos do Illm. e Elm. Sr. Conde de Azambuja. Lisboa, 1771, 19 pags. in-8°. F E 323 .— Relação panegyrica dedicada a Gomes Freire de Andrade sobre a procisbão do Triumpho, feita pelas freiras do novo convento de Nossa Senhora da Ajuda — Desta obra dá noticia o commendador J. Norberto tratando da academia dos selectos na Revista Popular, anno 4o, n. 90, pags. 263 a 276 — assim como do — Discurso político e histórico contra a loquacidade vaidosa a favor do silencio profundo ; dedicado ao mestre de campo André Ribeiro Coutinho — Ha finalmente de Souza Nunes: — Política brasileira-— E' um tratado de moral, inédito, de que o Visconde de Porto Seguro possuía uma cópia e dizia ser escripto ao gosto dos « Deveres do homem » de Silvio Pellico. F e l i c i a n o «Tose N e v e s G o n z a g a — Filho de Feliciano José Neves Gonzaga e de dona Maria Luiza Jordanis Gonzaga, nasceu na cidade do Rio de Janeiro a 6 de junho de 1859. Foi alumno em 1875 do antigo externato da escola de marinha e, entrando no anno seguinte para a directoria geral dos correios como praticante, ainda freqüentou a escola polytechnica em 1877 e depois a faculdade de medicina. Actualmente é primeiro official daquella directoria, onde já exerceu o cargo de chefe de secção em commissão ; é cavalleiro da ordem da Rosa por serviços relevantes à sua repartição — Para o funccionalismo dessa repartição escreveu vários trabalhos que foram publicados sem sua assignatura ; mas que vê-se de documentos officiaes que são de sua penna. São elles : — Regulamento dos Correios do Império, approvado pelo decreto n. 9912 A, de 26 de março de 1888. Rio de Janeiro, 1888— Este trabalho é escripto em collaboração. — Convenção de 1 de junho de 1878 e seu regulamento, com as alterações constantes dos actos addicionaes do Congresso Postal de Lisboa (traducção). Rio de Janeiro, 1889. — Instrucções para execução do Regulamento dos Correios, approvado pelo decreto n. 9912 A, de 26 de março de 1888. Rio de Janeiro, 1889. — Instrucções para a execução do serviço de permutação de correspondência com os paizes estrangeiros. Rio de Janeiro, 1889. — Regulamento dos Correios da Republica, approvado pelo decreto n. 368 A, de 1 de maio de 1890. Rio de Janeiro, 1890 — E' escripto em collaboração. — Instrucções para execução do serviço de encommendas registradas com valor declarado. Rio de Janeiro, 1890. — Instrucções para o estabelecimento da posta rural no município federal — No Boletim Postal de 1890. Rio de Janeiro, 1890. 324 F E — Instrucções para o serviço da distribuição por expressos. Riqde Janeiro, 1890. — Regulamento para as caixas econômicas postaes (inédito)— 1890. — Codificação dos regulamentos postaes vigentes, 1884 — Não me consta que fossem impressos. Sei que estavam no archivo do ministério da agricultura. E como esta, sei que Neves Gonzaga tem as seguintes obras : — Historia Postal Universal, com grande desenvolvimento quanto ao Brazil. — Tratado de geographia postal. — Diccionario geographico postal dó Bruzil. — Compêndio de legislação postal. — Guia postal do Brazil. — Guia do agente do correio — Neves Gonzaga fuudou e redigiu : — Gazeta Postal. Rio de Janeiro, 1883 — Sahiu o primeiro numero em julho e o ultimo em dezembro deste anno. F e l i c i a n o d e M e l l o (Fr.) — Filho de Pantaleão Ferraz e de dona Maria de Mello e Silva, nascido em Pernambuco, na villa de Iguarassú em 1679, foi religioso carmelita, professo no convento de Olinda a 27 de dezembro de 1714, leccionou sciencias ecclosiasticas em sua ordem e, depois de jubilado na cadoira de prima, recebeu o gráo de doutor em theologia na universidade de Coimbra. Escreveu muitos sermões ; mas só consta que publicasse : — Sermão pregado na solemnidade do Desaggravo, quo os capitulares da Sé da Bahia fizeram celebrar pelo desacato que se fez ao Santíssimo Sacramento na mesma cathedral. Lisboa, 1730, in-4". F e l i c i a n o N u n e s P i r e s — Natural da provincia de Santa Catharina e filho de Antônio Nunes Ramos e de dona Maria Joaquina Pires, falleceu a 12 de setembro de 1840 na cidade do Rio de Janeiro. Exerceu o cargo de inspector tia alfândega da dita cidade, donde passou a administrar a província do Rio Grande do Sul ; representou esta provincia de 1827 a 1829 como deputado supplente: deu-se na mesma provincia ao magistério, leccionando latim e outras matérias, e também ao foro como advogado provisionado. Antes disto presidiu sua provincia natal. Além do relatórios que publicou neste e em igual exercicio no Rio Grande do Sul, escreveu : — Grammatica da lingua ingleza — Nunca pude ver este livro, assim corno vários hymnos, que foram cantados em festividades solemnes, e diversas poesias. Destas só conheço: F E 325 — Dous sonetos — sobre a liberdade religiosa, que se acham reproduzidos na « Breve noticia e elogio histórico de Feliciano Nunes Pires » por seu sobrinho, o Dr. Evaristo N. Pires. Sahiram sob a assignatura « 0 Brazileiro na razão ». Feliciano P i n h e i r o de B i t t e n c o u r t — F i l h o de Eugênio Francisco de Bittencourt e de dona Alexandrina Pinheiro de Bittencourt, nasceu na villa de Santa Maria da Bocca do Monte, no Rio Grande do Sul, a 9 de junho de 1854, e é doutor em medicina pela faculdade do Rio de Janeiro; sócio benemérito da associação Promotor» da instrucção; sócio do Instituto histórico e geographico brazileiro e da sociedade de geographia,. e cavalleiro da ordem da Rosa. Desde seu terceiro anno medico freqüentou a tribuna popular, fazendo conferências na escola da Gloria; leccionou varias disciplinas em collegios desta capital; foi professor gratuito da associação de que ó sócio benemérito e do lyceo de artes e offlcios e, em 1882, apresentou-se a concurso para a cadeira de historia e corographia do Brazil do antigo collegio de Pedro II hoje gymnasio nacional, sendo habilitado para o magistério por unanimidade de votos. Escreveu : — Hemorrhagia cerebral; Falsificação do sulfato de quinino; Resecções em geral; Funcções do fígado : these apresentada, etc. Rio de Janeiro, 1878, 77 pags. in-4°. — Do uso e abuso do tabaco. Rio de Janeiro — Descobrimento do Brazil e seus primeiros exploradores : these de concurso para a cadeira de historia e corographia do Brazil, etc. Rio de Janeiro, 1882, in-4». — Origem das espécies e America prehistorica: conferências, etc. Rio de Janeiro, 1889, in-4» — Na primeira parte deste livro o autor declara-se francamente poligenista e sectário da theoria dos centros múltiplos da creação; na segunda diz que ó dogma scientifico ter o homem vivido no período quaternário ou glacial, anterior ao actual; que está bem demonstrado ter elle sido contemporâneo do elephante primitivo (mammouth), do rhinoceronte, do urso das cavernas, da hyena fóssil, etc.; que não se pôde hoje em dia contestar o facto de haver elle luctado com esses animaes e tel-os vencido com o auxilio de seus rudes instrumentos de pedra lascada. Occupa-se depois do darwinismo em duas conferências e passa a tratar da America prehistorica, dos seus aborígenes, etc. F e l i n t o P e r r y — Nascido no actual Estado do Rio Grande do Sul, a 23 de janeiro de 1844, e ahi fallecido a 3 de abril de 1892 no exercicio do cargo de capitão do porto, fez o curso da academia de 320 F E marinha e era capitão de mar e guerra da armada ; offlcial da ordem da Rosa e da de S. Bento de Aviz ; cavalleiro da de Christo ; condecorado com a medalha da campanha oriental do Uruguay de 1865, c o r n a d a campanha do Paraguay, e a do combato naval de Riachuelo. Escreveu: — O Presidente Garfield por Emilio de Lavelley, membro do instituto de direito internacional, das academias reaes da Bélgica, de Madrid, de Lisboa, etc. Vertido do francez. Rio Grande do Sul, 1882, in-4» F e l i s b e l l o F i r m o d e O l i v e i r a F r e i r e — Filho do major Felisbello Firmo de Oliveira Freire e de dona Rosa do Amarante Góes Freire, nascido em Itaporang.i, Sergipe, no anno de 1858 e doutor em medicina pela faculdade da Bahia, foi o primeiro governador do Estado de seu nascimento, do qual ó deputado no congresso federal. Começou a exercer a clinica na cidade de Larangeiras, em cuja imprensa figurou, e foi quem creou om Sergipe o partido republicano. Na câmara dos deputados foi o relator da commissão de reorganização dos Estados depois do movimento de 23 de novembro de 1891. e do julgamento do Congresso sobre a constitucionalidade da decretação de sitio a 10 de abril de 1892 e do projecto de amnistia. E' sócio do Instituto histórico e geographico brazileiro e escreveu: — Os caracteres clínicos da scirrhose hypertrophic.i são' sufficientes para classiflcal-a como uma moléstia da scirrhose atrophica ? Das complicações cardíacas nas diversas fôrmas de novrites e sua pathogenia ; Asphyxia por submersão ; Considerações acerca da eclampsia e seu tratamento: these, etc. Bahia, 1881, 71 pags. in-4°. — Evolução da matéria, leis e causas de suas formas: conferência recitada na noite de 25 de novembro de 1887, em sessão do club democrático. Larangeiras, 1888, 37 pags. in-8°. — Historia de Sergipe. Rio de Janeiro, 1891 — E' um livro de valor histórico abangendo épocas do descobrimento do Brazil a 1855 ; e delle foi publicada: — Colonisação de Sergipe de 1500 a 1600 ; governo de Thomé da Rocha e Diogo de Castro: memória offerecida ao Instituto histórico e geographico brazileiro — no livro c Instituto Histórico. Homenagem ao seu quinquagenario em 21 de outubro de 1888 » de pags. 205 a 227. Alguns trechos foram também reproduzidos no periódico: — O Republicano. Larangeiras, 1889-1890, in-fol.—Este periódico foi fundado e redigido pelo Dr. Felisbello até assumir o governo de Sergipe. Tem na imprensa diária vários escriptos, como: — O protestantismo e a sciencia: serie de artigos — no Republicano, 1885. FE — Parallelo entre Roberto serie de artigos — no mesmo — População de Sergipe, artigos — Idem, 1886. — O Habeas-corpus: serie foi um dos redactores. 327 Pires Ferreira e o padre Antônio Vieira: jornal, 1886. leis de seu desenvolvimento: serie de de artigos — no Jornal do Brazil, de que F e l i s b e r t o C a l d e i r a B r a n t F o n t e s , Marquez de Barbacena — Filho do coronel Gregorio Caldeira Brant e de dona Maria Francisca de Oliveira Horta, nasceu em Marianna, Minas Geraes, a 19# de setembro de 1772 e falleceu no Rio de Janeiro a 13 de junho de 1841, •sendo marechal do exercito ; conselheiro de estado ; senador do império ; gentil-homem da imperial câmara; mordomo da Imperatriz ; alcaide-mór da villa de Jaguaripe ; cavalleiro da ordem de Pedro I, gran-cruz das do Cruzeiro e da Rosa, commendador da de Christo, etc. Aspirante a guarda-marinha, matriculou-se na academia respectiva, quando se estabelecera para animar o talento um posto de accesso para os alumnos premiados e tantos foram os prêmios que alcançara, que lhe competia no fim do curso o posto de capitão de mar e guerra ! Não parecendo, porém, razoável dar-se a um mancebo tão alto posto, deu-se-lhe o de major do estado-maior do exercito, com a nomeação de ajudante de campo de seu tio, o governador de Angola, onde esteve dous annos. Foi o descobridor da conspiração mineira em 1789, achando-se então no governo da capitania, e adquirindo por isso muitos inimigos; desempenhou outras commissões militares de paz e de guerra; foi deputado á constituinte brazileira pela provincia da Bahia, onde se casara; entrou depois em listas para senador por três províncias ao mesmo tempo, da Bahia, de Minas e de Alagoas, por onde foi escolhido; foi a Londres em 1824 negociar um empréstimo e tratar do reconhecimento definitivo de nossa independência ; tornou à Europa em 1828 acompanhando'a joven rainha de dona Maria II que ia ser confiada a seu avô materno, o Imperador da Áustria, e ao mesmo tempo com instrucções e poderes para celebração dos esponsaes de D. Pedro I com a princeza dona Amélia de Leuchtemberg, com a qual chegou á corte em outubro de 1829; organizou o ministério de 4 de dezembro deste anno, occupando a pasta da fazenda, sendo demittido a 2 de outubro do anno seguinte pela conveniência de liquidar-se a divida de Portugal contrahida em 1825 e ser para isso necessário tomarem-se previamente as contas da caixa de Londres, e finalmente foi à Inglaterra em 1836 tratar da interpretação do tratado de commercio que devia cessar com a Gran-Bretanha. O doutor J. M. de Macedo no seu 3&8 «.' -«-^ Anno biographico, tomo 3°, assim como Pinheiro Chagas nos Brazileiros illustres e Antônio de Vasconcellos Menezes Druinond em suas Memórias, dão noticia do occorrido em diversas commissões, e de actos de cavalheirismo, generosidade, philanthropia e civismo do Marquez de Barbacena, de cuja vida e acções publicou J. J. da Silva Guimarães uma noticia abreviada em 1825. Escreveu: — Officío, dando conta para a corte de haverem abortado os planos de Tiradentes e seus sócios — Vem na Revista do Instituto histórico, tomo 49°, parte I a . paus. 157 a 175. E' datado de Villa Rica, 11 de julho de 1789. — Defesa dos negociadores do empréstimo brazileiro em Londres contra as invectivas do parecer da câmara dos deputados sobre o relatório do ministro da fazenda. Rio de Janeiro, 1826, 26 pags. in-4° — Conta geral da caixa de Londres desde a sua installação no anno de 1804 até ao fim de 1830. Rio de Janeiro, 1831-1832, 2 partes com diversos mappas — Neste volume se acham também relatórios da commissão de exame, pareceres, etc. (Veja-se Antônio José da Silva, 2" e Joaquim Teixeira de Macedo) relativamente ás despezas feitas com S. M. Fidelissima, com os emigrados portuguezes na Inglaterra e principalmente com o casamento do Imperador. Foi o exame destas despezas que não se podiam verificar legalmente sendo o Marquez ministro da fazenda, como se declara no decreto, que deram motivo á sua demissão do gabinete ; e por esta occasião já havia elle dirigido ao ministro, que referendou o decreto, um longo — Officio — em que se defende (combatendo as asserções do decreto, e atira allusõesao governo pessoal do Imperador e á influencia de uma camarilha secreta). Rio de Janeiro, 1829. — Reforma da constituição: discurso proferido na câmara dos senadores na sessão de 18 de maio. Rio de Janeiro, 1832, in-8° — São de sua penna as — Instrucções que estão em pratica nos corpos de cavailaria do império do Brazil, mandadas ensinar pelo Visconde de Barbacena, quando inspector desta arma. Colligidas por um official, etc. Rio de Janeiro, 1832, in-8°— Ha quem supponha da penna do Marquez de Barbacena: — Historia da campanha do Sul em 1827. Batalha de Ituzaingo por*** — Foi publicada na Revista do Instituto histórico, tomo 49°, pags. 289 a 554, sondo offerecida ao mesmo instituto por um filho do Marquez, o Visconde de Barbacena. E' uma obra de subido valor, onde se verificam com documentos, até então desconhecidos, os factos, taes FE 329 quaes se deram; destroem-se opiniões dominantes que alteram certos factos, discutem-se taes opiniões e apontam-se as causas que influíram para que ellas dominassem. F e l i s b e r t o I g n a e i o J a n u á r i o C o r d e i r o — Nascido em Lisboa no anno de 1774, ahi falleceu cidadão brazileiro em fins de 1855 com mais de oitenta annos de idade. Alguns opusculos que publicara contra Napoleão e os invasores francozès o fizeram temer, vendo o exercito de Massena approximar-se de Lisboa em 1810, que fosse chamado a contas, e então tratou do retirar-se para o Brazil cçm a nomeação que alcançou de escrivão de um navio de guerra, deixando o logar que tinha de offlcial da secretaria da junta de fazenda, diz Innocencio da Silva. Effectivãmente veiu para o Brazil, onde foi encarregado de rever diversas repartições publicas; depois foi nomeado offlcial da junta de fazenda dos arsenaes do exercito, servindo como secretario até 1816, data em que passou a thesoureiro da casa real. Foi contador do erário, e sócio da Arcadia com o nome de Falmeno. Consta-me mais que fora patriota exaltado da independência do Brazil, e estava por isso determinado seu exílio para a África, quando foi proclamada a independência. Foi um dos redactores do — Jornal scientifico, econômico e litterario. Rio de Janeiro, 1826, 276 pags. in-4° — e escreveu : — Poesias de um lisbonense F. I. J. C. Lisboa, 1805, 128 pags. in-8". — Bonaparte erguido pela fortuna. Lisboa, 1808, 15 pags. in-4°— E' um opusculo de versos soltos. — Furores, remorsos e transportes do tyranno e falsário Napoleão. Lisboa, 1808, 14 pags. in-4» — E' um opusculo igual ao precedente em verso. — Inventario dos roubos feitos pelos francezes em os paizes invadidos pelos seus exércitos, traduzido de um papel inglez, intitulado « Cartas de Alfredo ». Lisboa, 1808, 16 pags. in-4». — Manifestação política contra as actuaes circumstancias, traduzida do hespanhol. Lisboa, 1808, 8 pags. in-4°. — O tyranno da Europa, Napoleão I: manifesto que a todos os povos do mundo e particularmente aos hespanhoes, apresenta o licenciado D. J. A. C. Traduzido do hespanhol. 25 pags in-4» — Não se declara o logar, nem o anno da publicação. — Bonaparte sem mascara. Traduzido do hespanhol. Lisboa, 1808, 11 pags. in-4°. — Como se pensa em França de Bonaparte, ou noticia particular da vida deste homem. Traduzido do hespanhol. Lisboa, 1808, 27 pags. in-4». 330 — Obras poéticas. Rio de Janeiro, 1827 e 1828, 5 vols. in-8°— ^° primeiro volume acha-se a tragédia original Nuno Gonçalves Faria, e no quarto a comedia Frederico II em Habelschwert. — Epístola sobre o poder da formosura e cinco soliloquios- Rio de Janeiro, 1835, in-8°— Seguem-se a estas composições outras poesias, e tem o livro a designação de soxto volume. — Obras poéticas de Falmeno. Rio de Janeiro, 1840, 2 vols. in-8» — Com designação de sétimo e oitavo volumes. Felisberto Rodrigues Fereira de Carvalho — E' natural do Estado do Rio de Janeiro e na3cido a 9 de agosto de 1 8 . . . Professor publico, habilitado pela escola normal, foi professor interino da cadeira de pedagogia da extincta escola normal para o sexo feminino e actualmente é professor adjunto da escola normal e membro do conselho da instrucção da capital federal. Escreveu : — Elementos de grammatica portugueza para uso dos alumnos da instrucção primaria. Rio de Janeiro, 1880, in-8°— A quinta edição ó de 1883. — Selecta dos autores modernos, destinada aos exames de leitura das classes adiantadas nas escolas primarias, etc. Rio de Janeiro, 1881, in-8». — Exercícios da lingua portugueza, concernentes á grammatica elementar. Rio de Janeiro, 1883, in-8°— O seu fim, diz elle, é dar o lado pratico da disciplina, de que apenas apresentou o lado theorico. Segunda edição, 1885. — Exercidos de estylo. Redacção. Rio de Janeiro, 1885, in-8°—São exercícios de redacção. — Diccionario grammatical auxiliar dos exercícios de analyse etymologica e lógica da lingua portugueza. Rio de Janeiro, 1886, in-8°. — Trechos escolhidos para os exercícios de analyse lógica. Rio de Janeiro, 1887, in-8.» — Tratado de methodologia. Rio de Janeiro, 1888, 218 pags. in-8» com duas gravuras. — Arithmetica das escolas primarias. Rio de Janeiro, 1888. — Lições de historia natural. Rio de Janeiro, 1888, in-8». — Exercícios de arithmetica e geometria. Rio de Janeiro — Instrucção cívica moral, destinada aos alumnos das escolas normaes, lyceos e collegios, compilada de Bert, Machilioau, Sicard e outros conhecidos autores, 2 a edição. Rio do Janeiro, 1892, com gravuras. — Primeiro livro de leitura. Rio de Janeiro, 1892. — Segundo livro de leitura—no prelo. FE 331 F e l i x A n t ô n i o C l e m e n t e M a l c h e r — Natural, segundo me consta, do Pará, foi ahi assassinado em um motim político a 26 de fevereiro de 1835. Era tenente-coronel de milícias e achavase preso por se ter envolvido nas facções que dilaceravam o Pará, quando sendo assassinado a 7 de janeiro do dito anno o presidente da provincia Bernardo Lobo de Souza, foi pelos revoltosós acclamado para o logar deste, som audiência do governo geral; mas teve em pouco tempo igual fim por desharmonia com um aventureiro, também iIlegalmente revestido do cargo de commandante das armas. Escreveu : — Defesa de Felix Antônio Clemente Malcher, tenente-coronel de milícias do Pará, um dos presos remettidos daquella provincia á corte do Império. Rio de Janeiro, 1824, 8 pags. in-fol. F e l i x E m i l i o T a u n a y — Filho do Barão de Taunay, Nicoláo Antônio Taunay e da Baroneza do mesmo titulo, pae do Visconde de igual titulo, e nascido em Montmorency, França, falleceu IJO Rio de Janeiro a 10 de abril de 1881, sendo cidadão brazileiro; commendador da ordem da Rosa; cavalleiro da de Christo e da ordem franceza da Legião de Honra; sócio fundador do Instituto histórico e geographico brazileiro, etc. Chegou á cidade do Rio de Janeiro ainda muito criança a 26 de fevereirod e 1816 com seu pae que fazia parte da< notável colônia de homeDS de elevada categoria social e artística que, a chamado de D. João VI e convite do Conde da Barca, se transportara para essa cidade naquella época ». Distinctissimo pintor, como seu pàó que era bastante estimado na corte de Luiz XV, o substituiu na direcção da academia de bellas-artes, por eleição da congregação dos lentes da academia e confirmação do governo imperial, sendo jà professor de pintura e paizagem. Foi também professor de francez do finado D. Podro de Alcântara a de suas augustas irmãs, e ainda de pintura e paizagem, espontânea e gratuitamente, em substituição do respectivo professor Simplicio Rodrigues de Sá. Escreveu: — Astronomíe de jeune age. Paris...— Ha segunda edição também de Paris, annotada por E. Liay. — Idilios brazileiros por Theodoro Taunay: traducção do latim. Rio de Janeiro... — A batalha de Poitiers: poema em vinte e quatro cantos — Inédita, assim como uma grande collecção de primorosas e bellas poesias que naturalmente ainda serão publicadas por seu distincto filho, o Visconde de Taunay ; dellas só foi impressa: A' Vombre d'Adríen : ode a seu filho mais moço. Amado Adriano 332 Taunay—Acha-se na Revista do instituto, tomo 54n, parte 2 a , pags. 20 a 30. Dentre seus quadros notam-se: — A derrubada. — A mãe d'água. — O caçador e a onça. F e l i x F e r r e i r a — Natural do Rio de Janeiro, muito joven foi empregado na bibliotheca nacional e dedicou-so ás lettras e ao jornalismo, S9ndo o Cruzeiro do Brazil, órgão do instituto catholico, uma das revistas para que collaborou. Estabeleceu-se em 1877 ou 1878 com commercio de livros á rua de S. Josó n. 110 sob a lirma Felix Ferreira & C. a ; pouco depois, porém, tornou ao jornalismo e ás lettras. Escreveu: — As deusas do Balão : comedia em um acto (em verso), Rio de Janeiro, 1867, in-12». — Os dramas do adultério por Xavier de Montepin. Rio de Janeiro, 1873, in-12» — E' um romance dividido em três partes e cada uma destas em dous vols. a saber : 1» parte: O marido de Margarida, 152-142 pags.. 2 a parte: O amante de Alice, 132-100 pags.. 3 a parte: A condessa de Nancey, 128-129 pags. Faz parte da « Bibliotheca de Algibeira.» — Bethencourt da Silva: perfil artístico. Rio de Janeiro 1876,56 pags. in-.4° — E' uma edição particular de 100 exemplares com photographia. — Do ensino profissional. Lyceo de Artes e Offieios. Rio de Janeiro, 1876, 245 pags. in-12»—Contém o livro os estatutos da sociedade Propagadora das bellas-artes e o regulamento interno do dito lyceo. — Selecta dos autores clássicos ; Camões, Vieira, Bernardes, Garret, Herculano, Lisboa e Rebello da Silva. Rio de Janeiro, 1876. — Trechos selectos dos autores clássicos. Rio de Janeiro, 1879 — Os trechos são de Bernardes, fr. Luiz de Souza, Rodrigues Lobo e Camões ; de autor brazileiro não se faz menção. — Methodo popular, da lingua franceza. baseado nos princípios de Ahn e Graesser. Com a collaboração de um professor. Rio de Janeiro, 1879. — Noções da vida domestica para uso das escolas brazileira i do sexo feminino. Rio de Janeiro, 1879— Ha também outras edições ; a terceira que tenho á vista, tem este titulo: Noções da vida domestica, adaptadas com acerescímos do original francez á instrucção do sexo feminino nas escolas brazileiras. Adoptadas pelo conselho da instrucção publica da provincia de Pernambuco e por muitos collogios da corte. Rio do J a neiro (sem data), Typ. de Dias da Silva Júnior, 244 pags. in-8».—E' uma compilação do que o autor considerou mais conveniente de varias obras FE que leu. mormente do curso de economia domestica da Sra. Eugenia Hippeau, com accrescimos seus. — Noções da vida pratiea : livro de leitura para as escolas e de '•onhecimentos para o povo. Rio de Janeiro, 1879 — Ha outras edições; a quinta é de 1883 e a oitava de 1892, illustrada. Este livro è escripto, como o precedente, para o mesmo fim, com a mesma introducção, mas para instrucção primaria do sexo masculino. — Guia das águas mineraes de Caxambú, extraindo dos artigos que publicou na Imprensa industrial. Rio de Janeiro, 1877, 46 pags. in-12». — Guia do estrangeiro no Rio de Janeiro, contendo a lista alphabetica* das ruas, travessas, beccos, praças, ladeiras da cidade do Rio de Janeiro e seus subúrbios, bem como a nomenclatura e local de todos os monumentos, igrejas, theatros, bibliothecas, repartições do Estado, bancos, etc. e uma noticia histórica sobre os primeiros monumentos. Rio de Janeiro, 1879, in-120. — A má eslrella, (romance). Rio de Janeiro, 1879 252 pags. in-12° — Sob o titulo de Bibliotheca para todos. — Sciencia para o povo: publicação mensal (traducções e extractos). Rio de Janeiro, 1880-1881, in-16»—Sahiram vinte números. — O lyceo de artes e officios e as aulas de desenho para o sexo feminino. Rio de Janeiro, 1881, 48 pags. in-12°. — A imprensa e o lyceo de artes e offlcios. Aulas para o sexo feminino. Rio de Janeiro, 1881, in 8o. — A educação da mulher : notas colligidas de vários autores, etc. Rio de Janeiro, 1881, 62 pags. in-16 < . — Notas biblíographicas. A exposição de historia do Brazil na bibliotheca nacional. Rio de Janeiro, 1882, in-16°—E' uma serie de artigos publicados no Cruzeiro. — Selecta dos quatro autores, adoptados pelo conselho director da instrucção publica, e approvados por-aviso de 11 de junho de 1883 para os exames de lingüas na corte e nas províncias. Rio de Janeiro, 1883. — O collegio Menezes Vieira na exposição pedagógica do Rio de Janeiro, .lio de Janeiro, 1885, 38 pags. in-8» com 1 est. — O Instituto Abilío. Methodo, collegio e compêndios : noticias e apreciações. Rio de Janeiro, 1885, 200 pags. in-8». — Bellas-artes: estudos e apreciações. Rio de Janeiro, 1885, 341 pags. in-8» e mais 16 de frontispicio, relação de amadores e artistas, etc. — A reforma da bibliotheca fluminense : considerações e projecto de uma sociedade bibliographica brazileira. Rio de Janeiro, 1886,19 pags. in-4» de duas columnas. — A provincia do Rio de Janeiro : noticias para emigrantes. Rio de 334 F E Janeiro, 1888 — São noticias geographicas, estatísticas, industriaes, econômicas, etc. — Parecer sobro os objectos apresentados á exposição escolar em 1888. Rio de Janeiro, 1889, 45 pags. in-4»— E' escripto com outros. — Cartilha infantil : simples methodo para aprender a ler — Nunca a vi impressa. — 0 auxíliador da imprensa brazileira para uso dos escriptores, revisores e compositores —idem. Redigiu com outros : — 0 Guarany : folha illustrada, litteraria, estatística, noticiosa e critica. Rio de Janeiro, 1871, in-fol. — O Contemporâneo. Rio de Janeiro, 1877a 1878, in-fol.—Felix Ferreira, Guilherme Cândido Bellegarde e o doutor José Maria Velho da Silva ( vejam-se estes nomes ) foram os organizadores da — Polyanthea commemorativa da inauguração das aulas do sexo feminino do imperial lyceo de artes e offlcios. Rio de Janeiro, 1881. in-4» — E'uma edição nítida, cujo titulo da primeira folha: «Lyceo de artes e offlcios. Polyanthea commemorativa. Aulas do sexo feminino> ó lithographadc, a duas cores ; ó adornada com o retrato da princeza dona Isabel e mais quatro retratos. A tiragem foi limitada a trezentos exemplares. F e l i x M a r i a d e F r e i t a s e A l b u q u e r q u e — Filho do conselheiro Francisco .Maria de Freitas e Albuquerque, nasceu em Coimbra no anno de 1825, quando seu pae ahi cursava a universidade, e falleceu no Rio de Janeiro a 27 de setembro de 1883. Benedictino professo no mosteiro da Bahia com o nome de frei Felix da Piedade, e deposto pelo severo abbade frei Marcelino do Coração de Jesus por sahir de noite para ir á maçonaria, foi muitos annos parodio collado na freguezia de Irajá e depois conego e monsenhor dá capella imperial. Regeu o bispado do Rio de Janeiro na qualidade de vigário capitular e geral da cúria episcopal desde a morte do bispo Conde de Irajá em 1863 até 8 de março de 1869, dia em que o novo bispo fez sua entrada na diocese. Foi confessor do Imperador e dé sua augusta esposa ; professor de instrucção religiosa no collegio de Pedro II ; visitador apostólico da provincia carmelitana no Rio de Janeiro e commendadof da ordem de Christo. O Marquez de Olinda desejou muito nomeal-o bispo do Rio de Janeiro, e não o fez por elle escusar-se sempre a isso. Escreveu : — Lições de doutrina christã em fôrma de cathecismo, adaptadas para o ensino da religião catholica no imperial collegio de Pedro II, etc. Rio de Janeiro, 1872, 167 pags. in-8» — Ha outras edições sendo uma de 1884. FE 335 *— Circular aos parochos para que previnam os seus freguezes contra os funestos effeitos do opusculo do doutor Antônio Joaquim de Macedo Soares com o titulo A liberdade religiosa no Brazil. Rio de Janeiro, 1866 —Além desta circular appareceram outras publicações, refutando o livro de que se trata. (Veja-se Antônio Joaquim de Macedo Soares.) Ha outras circulares de monsenhor Felix, que foi um dos redactores do — Apóstolo: periódico religioso, moral e doutrinário, etc. Rio do Janeiro, 1866-1882, in-fol.— O principal e mais constante redactor desta folha foi o conego José Gonçalves Ferreira. O 1» numero do Apóstolo sahiu a 7 de janeiro de 1866; a publicação continua. Felix Feixoto de B r i t o e M e l l o — Filho de Felix José de Abreu e Brito e de dona Antonia Maria de Macedo e Mello, nasceu na cidade do Recife, Pernambuco, a 24 de agosto de 1807 e falleceu a 13 de janeiro de 1878, sendo bacharel em direito pela faculdade de Olinda, formado em 1834; cônsul geral do Brazil na Hespanha ; do conselho do Imperador ; dignitario da ordem da Rosa ; commendador das de Christo, da Conceição de Villa Viçosa de Portugal e de Carlos III da Hespanha. Foi cadete do exercito e como tal tomou parte na campanha da independência na Bahia em 1822 e na revolução de Pernambuco em 1824. Foi depois caixeiro, deixando o commercio para com grande difficuldade matricular-se na faculdade de direito. Serviu na magistratura até o cargo de juiz de direito; foi deputado provincial e geral em quatro legislaturas; presidiu a provincia de Alagoas em 1847 e, sendo um dos chefes da revolução praieira de 1849, sahiu do Brazil e estabeleceu-se em Lisboa, donde passou para a Hespanha, como membro do corpo consular. Pouco antes de morrer havia regressado á pátria. Escreveu: — Considerações geraes sobre a emancipação dos escravos no império do Brazil e indicação dos meios próprios para realizal-a. Lisboa, 1870, in-4». — Informações sobre a posição commercial dos productos do Brazil na Hespanha — Sahiu no livro « Informações sobre a posição commercial dos productos do Brazil nas praças estrangeiras ». Rio de Janeiro, 1875, pags. 104 a 109. — Navegação e commercio entre o Brazil e a Hespanha no anno de 1875-1876 — No livro « Informações dos agentes diplomáticos e consulares, etc.» tomo 4», 1875-1877. Rio de Janeiro, 1878, pags. 457 a 468. F e l i x V o g e l i — Francez de nascimento, foi por muitos annos professor de hippiatrica na escola militar da Praia Vermelha. Amigo 336 F E muito dedicado do professor Agassiz, acompanhou-o em suas excursões scientificas pelo Amazonas e escreveu: — Mm6 et M. Louís Agassiz. Voynge au Brésil, traduit de 1'anglais avec 1'autorisation des auteurs. Paris, 1869, in-4° com estampas — Esta traducção foi mais tarde resumida por J. Belin de Lannay e publicada em Paris, 1872. — Considerações scientificas sobre o Amazonas, feitas na sala do externato do collegio de Pedro II, redigidas e publicadas por Felix Vogeli. Rio de Janeiro, 1806, 71 pags. iu-4". — Do algodão: relatório — publicado no « Relatório sobre a exposição universal de 1867 pelo secretario da commissão brazileira Júlio Constancio de Viileneuve. Paris, 1868 ». F e l i x " X a v i e r d a C u n h a —Filho do brigadeiro Felix Xavier da Cunha e nascido no Rio Grande do Sul a 16 de setembro de 1833, falleceu em Porto Alegre a 21 de fevereiro de 1865, bacharel em sciencias sociaes e jurídicas pela faculdade de S. Paulo, tendo sido deputado por sua provincia na legislatura de 1861 a 1864. Além do hábil publicista, foi habilissimo poeta. Comas flores da poesia amenisava os amargumes da política, a cujo jornalismo se dedicou, collaborando para mais de uma folha e redigindo outras, como o — Mercantil. Porto Alegre. 1861 — Substituiu nesta empreza em 186I a João Cândido Gomes. Escreveu mais: — Poesias. Porto Alegre, 1874, 201 pags. in-8° — E' uma publicação posthuma de muitas e bellas composições lyricas e patrióticas, colligidas por seu irmão Francisco Xavier da Cunha. — Victor: drama em cinco actos. Porto Alegro, 1874—E' outra publicação posthuma e, além das que vão mencionadas, consta que o Dr. Felix da Cunha deixara inéditas outras obras que elle tencionava publicar quando a morte o arrebatou. E antes de formar-se em S. Paulo publicara algumas poesias; como : — Sete de setembro : composição em quatro cantos e metriflcação variada, na Revista Litteraria, jornal do Ensaio philosophico de S. Paulo, serie 4», pag. 178. São desta composição os seguintes e arrojados versos: Brazil, de teus irmãos prantéa os vôos Sopeados pelas roscas das algemas; E ao laurel popular permeia um goivo, Que o luto exprima em funeraes emblemas ! Aprende no epitaphío desses túmulos, Ao santuário incensar da liberdade — Fanal de Deus — que aclarando o abysmo, Da pátria salva a tnáo da tempestade. FE 337 Aprende nas lições, que a historia escreve, Nos pergaminhos reaes com seeptros rotos, Que o povo e Deus somente alfim serão Dos mares do porvir os dous pilotos. Sim, que o gênio de Deus erguendo o globo, Ninguém, em vez de Deus, o globo adora. E si o gênio do povo é que ergue os r,eis, Por que, em vez delle, os reis amaes agora ? Morre — e quando entre as angustias a tu'alma, Erguer-se em leve adêjo á Eternidade, Teus vingadores surgirão das cinzas Bradando — « viva ! viva a liberdade ! »... Tem também trabalhos em prosa, como: — Athenas : artigo— que vem na mesma revista, serie 2a, n. 4 e serie 3 a , n. 1. — üma noite de vigília : — romanceie. Idem, serie 4a, pag. 152 e seguintes: F e r n a n d o A b b o t t — Filho do Dr. Jonathas Abbott e neto paterno do grande anatomista e distincto professor da faculdade da Bahia, de igual nome, nasceu na provincia do Rio Grande do Sul, é doutor em medicina pela faculdade do Rio de Janeiro, deputado federal pelo Estado do Rio Grande do Sul e vice-governador do mesmo Estado. Escreveu: — Ligeiro estudo sobre a affinidade chimica. Rio de Janeiro, 1877, 90 pags. in-8». — Do jaborandy, sua acção physiologica e therapeutica ; Qual o ácido de sueco gástrico ? Da hematocele ; Hysteria: these apresentada à faculdade de medicina do Rio de Jaueiro. Rio de Janeiro, 1878. 86 pags. in-4». Fernando Antônio F e r e i r a de Vasconcellos — Natural da provincia de Minas Geraes, e formado não sei em que faculdade, ó somente o que sei a seu respeito. Escreveu : — Memória sobre a plantação, cultura e fabrico do chá — Foi publicada no Jornal do Commercio do Rio de Janeiro, em agosto de 1845, e dahi reproduzida no Crepúsculo, da Bahia, tomo Io, ns. 5, 6 e 7. Traz a data de Ouro-Preto 4 de novembro de 1839. F e r n a n d o A u g u s t o d a S i l v a V e i g a — Filho de Fernando Joaquim da Silva Veiga, nasceu no Rio de Janeiro a 23 de fevereiro de 1848; é tenente-coronel do estado-maior de segunda classe do exercito; bibliothecario da bibliotheca do exercito ; cavalleiro da 338 - r ••*=-> ordem da Rosa, olficial da de S. Bento de Aviz, condecorado com a medalha da campanha do Paraguay e a de Mérito á bravura militar. Com praça no exercito a 7 de outubro de 1864, serviu na arma de artilharia, na qual fez a referida campanha, passando no posto de tenente para aquelle corpo. Foi professor e instructor da escola de aprendizes artilheiros por mais de oito annos, e escreveu : — Curso regimental ou livro do soldado, organizado, etc. Primeiro anno. Rio de Janeiro, 1881—Segunda edição, 1883, 112 pags. in-8". Este livro comprehende os primeiros rudimentos da instrucção primaria até leitura corrente e não conheço outro mais adaptado para um curso regimental ; o soldado em todos os exemplos, em todas as situações, em toda a leitura corrente, emflm, vae encontrando e adquirindo conhecimentos do que mais interessa à classe militar. — Curso regimental ou livro do soldado, organizado, etc. Segundo anno. Rio de Janeiro, 1881— Segunda edição, 1883, 240 pags. in-12». Comprehende a grammatica, arithmetica, geometria, geographia geral, enoticia abreviada do império do Brazil e de sua constituição. — A Sciencia e a consciência, por Louis Viarclot. Traduzido do francez. Rio de Janeiro, 1881, 145 pags. in-4»—precedidas de uma' carta de J. de Saldanha Marinho, a quem a traducção é offerecida. Sei que tem a publicar : — Elementos de tactica : compilação. F e r n a n d o d e C a s t r o P a e s B a r r e t o — Natural de Pernambuco e bacharel em sciencias sociaes e jurídicas pela faculdade do Recife, formado em 1886, escreveu, sondo ainda estudante, os seguintes trabalhos e talvez outros depois disto, de que não posso agora dar noticia : — Reforma social: versos de propaganda abolicionista. Recife, 1883. — Folhas soltas : versos. Recife, 1884. — Ebulições : versos modernos ( de collaboração com Claudino dos Santos). Recife, 1884, 32 pags. in-4» — Veja-se Claudino Ragoherto Ferreira dos Santos. — Conferência abolicíoni.ta no theatro de Santa Isabel a 25 de março de 1885, mandada publicar pela sociedade Ave, Libertas. Pernambuco, 1885, 41 pags. in-S». F e r n a n d o F r a n c i s c o d a C o s t a F e r r a z —Filho do capitão-tenente Antônio Francisco Ferraz o de dona Francisca Rosa de Jesus Ferraz, e nascido na cidade do Rio do Janeiro a 8 de novemUrr» FE 339 de 1838, ó doutor em medicina pela faculdade da mesma cidade, cavalleiro da ordem da Rosa', cavalleiro da de Christo de Portugal e membro titular da academia nacional de medicina. Foi vereador da câmara municipal da corte e por varias vezes deputado á assembléa da provincia do Rio de Janeiro. Escreveu : — Anatomia pathologica do cancro e do cancroide; Histologia das artérias ; Balsamo de copahiba, considerado pharmacologica e therapeuticamente ; Leite, sua composição, conservação, falsificação e meios de reconhece 1-a. Rio de Janeiro, 1802, in-4°—E' sua these inaugural. — Apreciação medico-legal da analyse das vísceras do cadáver de Antônio José dos Passos, feita pelos peritos privativos e juramentados da policia da corte. Rio de Janeiro, 1868, 10 pags. in-4». — Alimentação do povo, abastecimento de carnes verdes, e as classes menos favorecidas. Rio de Janeiro, 1891— E' um opusculo precedido de uma carta do conselheiro Saldanha Marinho, declarando à população desta capital que toma a si tudo quanto o autor expõe. Este começa com a exposição que apresentou á câmara municipal em 1883, combatendo o monopólio e as preferencias no abastecimento de carnes verdes. Relativamente a salubridade publica ha em collaboração outros trabalhos do Dr. Costa Farraz, como: — Parecer sobre o saneamento das. habitações para operários e empregados subalternos que na cidade do Rio de Janeiro pretende ediflcar o Dr. Arthur Sauer. Rio de Janeiro, 1887, 38 pags. in-4°— Trata-se da synthese do projecto, de considerações sociológicas e considerações hygienicas e este trabalho é escripto em commissão da academia nacional de medicina. — Da regulamentação da prostituição. Rio de Janeiro, 1890, in-4» — Sahiu também nos AQnaes Brazilienses de Medicina, tomo 55», pags. 259 a 278. E' uma memória lida na sessão da academia nacional de medicina de 6 de fevereiro deste anno. Nesta mesma revista ha muitos trabalhos do Dr. Costa Ferraz — dos quaes citarei: — Os vômitos íncoerciveis durante a prenhez serão causa de provocação do aborto ? memória apresentada á academia imperial de medicina, etc. — No tomo 18°, 1866-1867, pags. 104 a 113. — Relatório medico-legal acerca das faculdades mentaes de Domingos de Faria Lopes, accusado pelo crime de homicídio, etc. — Idem, tomo 20", 1868-1869, pags. 169 e segs. — Questão de defloramento. Crime previsto no art. 219 do Código criminal.— Idem, tomo 23°, pag. 388 e segs. — Qual o melhor meio para a cura dos estreitamentos da uretara — Idem, tomo 22°, 1870-1871, pags. 139 e segs. 340 F E — A salubridade da capital do império e os cortiços — Idem, tomo 35°, 1884, pags. 443 a 469. F e r n a n d o J o a q u i m d e M a t t o s — Nenhuma noticia pude até hoje colher a seu respeito. Sei apenas que escreveu : — Memória para instrucção do plano de sociedade, relativo aos inventos. Rio de Janeiro, 1828, 24 pags. in-8° — Trata-se de melhoramentos da industria e da lavoura. F e r n a n d o J o s é M a r t i n s — Pae do doutor João Martins da Silva Coitinho, de quem se trata nesta obra, nasceu a 24 de abril de 1809 na villa, hoje cidade de S. João da Barra, do Estado do Rio de Janeiro, onde falleceu, ha mais de vinte annos. Aos quatorze annos de idade, tomado de nobre enthusiasmo pela independência da pátria, entrou para o exercito e como militar prestou serviços em Pernambuco por occasião dos movimentos de 1824. Deixou depois a carreira encetada, dando um substituto ; foi advogado provisionado no logar de seu nascimento, major da guarda nacional, vereador da câmara municipal, etc. Escreveu : — Historia do desenvolvimento e povoa cão da cidade de S. João da Barra e dos campos de Goytacazes, antiga capitania da Parahyba do Sul, e da causa e origem do levante denominado dos fidalgos ; dividida em três partes. Rio de Janeiro, 1868, 276 pags. in-8° com ests. — O antor tratava de uma nova edição, accrescentada, desse livro, quando morreu. — O tolo fingido : comedia burlesca. Campos... — Logro não previsto : comedia— Não sei si foi impressa. — O Parahyba>w .-jornal — que fundou em 1859. Collaborou com escriptos em prosa e em verso para outras folhas, como o Monitor Campista e o Domingueiro de 184(5 em deante; em 1865 para o Popular de Campos, oude ha alguns artigos seus sobre a creação de uma provincia no districto de Campos. F e r n a n d o X ^ u i z F e r r e i r a — Filho do tenente-coronel Miguel Ignacio Ferreira e de dona Catharina de Senna Ferreira de Mendonça a pae de Luiz e Miguel Vieira Ferreira, dos quaes occuparme-hei mais tarde, nasceu na capital do Maranhão a 1 de agosto de 1803 e falleceu no Rio de Janeiro em 1879. Bacharel em mathematicas e sciencias physicas pela academia militar, serviu no corpo de engenheiros, reformando-se em 1848 no posto de tenente-coronel, FE 341 depois de muitos e valiosos serviços prestados desde a abdicação de dom Pedro I. Escreveu: — Arithmetica pratica : compêndio para a instrucção primaria, adoptado pela presidenta da provincia do Maranhão, para as aulas de primeiras lettras. Maranhão, 1856. — Compêndio do systema métrico. Maranhão... — Nunca o vi; sei, porém, que ó um dos melhores compêndios sobre o assumpto. — Informação acerca da missão dos Guajajaras no rio Pindaró — O original de 5 fls. in-fol. pertence ao Instituto histórico. Este autor foi um dos redactores do — Artista: jornal dedicado á industria e principalmente ás artes. Maranhão, 1868, in-4». F e r n a n d o L u i z O s ó r i o — Filho do Marquez do Horval e da Viscondessa do mesmo titulo, fallecida antes de ser seu marido elevado a Marquez, nasceu em Bagé, Estado do Rio Grande do Sul, a 30 de maio de 1848, e óbachare' em direito pela faculdade do Recife. Sendo estudante,-offereceu-se com outros para servir na campanha do Paraguay e, já fazendo exercícios de guerra sob as ordens de um offlcial do exercito, não realizou seu intento, por não ser de approvação de seu pae. Concorreu para a fundação de associações de lettras, como o Núcleo jurídico, defendendo no jury presos desprotegidos da fortuna, quer por parte desta associação, quer por acto espontâneo, e foi exaltado propagandista da abolição do elemento escravo. Depois de formado, já advogado em Pelotas, foi o fundador da primeira aula nocturna que ahi houve de adultos, e das confere'ncias contra o jesuitismo, realizando elle a primeira, que na imprensa do dia foi publicada err resumo e instituiu em SanfAnna do Livramento, onde andava em excursão política, uma sociedade para prelecções luteranas, fazendo a primeira sob o thema Amor da pátria. Foi deputado à 17a legislatura geral, e á constituinte do Estado de seu nascimento. Cultivou a poesia desde seu tirocinio acadêmico, e a musica, compondo varias peças, e fez parte da redacção dos periódicos seguintes : — A Tribuna Liberal: jornal político e litterario. S. Paulo, 1867, in-foh — O Acadêmico : jornal jurídico, litterario e noticioso. S. Paulo, 18P8, in-fol.—Neste e no precedente publicou vários trabalhos sobre política e sobre direito constitucional. — Diário de Pelotas : jornal político e litterario. Pelotas, in-fol.— Começou esta folha a ser publicada em 1868; mas só de 1874 em deante 342 o Dr: Osório incumbiu-se da parte política, sustentando lucta com varias folhas do partido conservador. — A Discussão: órgão do partido liberal. Pelotas, 1881 — Foi fundada pelo Dr. Osório e viveu por muito tempo. Escreveu : — Discurso proferido na primeira sessão maçonica em uma das lojas maçonicas de Pernambuco, por occasião da questão religiosa— Não foi publicado (mas apenas annunciado com elogio por varias folhas do logar e particularmente pela Tribuna), porque, quando ia ser impresso na Tribuna, que era o órgão da maçonaria, foi suspensa esta revista. — Protesto da maçonaria de Pelotas, dirigido ao bispo diocesano — Assignado por muitas pessoas importantes, inclusive o Marquez do Herval, foi publicado no Diário de Pelotas e reproduzido no Rio de Janeiro . — O quadro da batalha de Avahy, de Pedro Américo : discurso pronunciado na câmara dos deputados em sessão de 30 de agosto de 1877, contendo em resumo a opinião européa e nacional sobre o mesmo quadro. Rio de Janeiro, 1877, 29 pags. in-8". —O General Osório, defendido por seu filho na sessão de 11 de junho de 1880. Rio de Janeiro, 1880, 108 pags. in-8» peq. — A defesa refèrcse acensuras com relação à política local e, baseada em documentos authenticos, e até do punho dos próprios censuradores, não podia ser ella mais completa. E'um trabalho de interesse para a historia política do Rió Grande do Sul e foi reproduzido em alguns jornaes do império. —Assembléa provincial : discurso na sessão de 15 de março de 1883 (Porto Alegre, 1883), 30 pags. in-4° de 2 columnas —E' seguido de outro pronunciado a 17 de marçj, de 14 pags.. in-4» e 2 columnas, ambos sobre verificação de poderes. — Historia do marechal Manoel Luiz Osório, Marquez do Herval, por seu filho, etc.— E' um livro em que com a biographia assaz minuciosa do legendário general sob os pontos de vista do homem privado, do poeta, do político e do soldado, segundo estou informado, desenvolvese a historia política e militar do Sul do Brazil, quer interna, querem relação com as republicas platinas. Deve ser distribuído a 10 de maio vindouro, de 1893, por occasião de inaugurar-se o monumento que ao mesmo general vae ser levantado. Das poesias do .Sr. Osório citarei: — O escravo : poesia de propaganda abolicionista, publicada em quasi toda imprensa rio-grandense e cantada nos clubs. abolicionistas. — Hymno do Estado do Rio Grande do Sul — cuja musica é também do autor J t^E 343 F e r n a n d o M a n o e l F e r n a n d e s — Filho de Antônio Manoel Fernandes e irmão do desembargador deste nome, de quem fiz menção no primeiro volume deste livro, nasceu no Rio de Janeiro no anno de 1818 e aqui falleceu pelo anno de 1870, sendo bacharel em direito pela faculdade de Olinda e tendo exercido logares de magistratura, como o de juiz municipal de Valença o Vassouras. Escreveu: — Penas, a que estão sujeitos os corpos de policia nas províncias, e juizes perante os quaes devem responder na primeira e segunda instâncias. Rio de Janeiro, 1857, 16 pags. in-4°— Esta publicação foi feita sob o titulo de Additamento à consulta da secção de justiça do conselho, de estado sobre o direito, que teem as assembléas provinciaes, de legislar decretando penas para os corpos de policia, etc. Fernando de Mello Coutinho de Vilhena — Irmão de Francisco de Mello Coutinho de Vilhena, de quem se trata neste volume, oriundo da nobre família portugueza dos Marquezes de Vilhena e fidalgo cavalleiro da casa imperial, nasceu em Caxias, Estado do Maranhão, e falleceu na cidade de S. Luiz, depois do anno de 1870. Era formado em sciencias sociaes e jurídicas, habilissimo j urisconsulto è também jornalista notável pela vernaculidade da phrase, assim como seu irmão, diz o autor dos « Sessenta annos de jornalismo». Si a morte o não tivesse arrebatado tão cedo, diz ainda este autor, talvez tivéssemos um — Código civil—de que o Dr. Fernando de Vilhena jà havia escripto uma parte e era essa obra sua preoccupação dominante, quando morreu. Já ouvi, que esse trabalho era de seu irmão, facto de que por ora não tenho certeza. O Dr. Fernando de Vilhena redigiu: — O Maranhão (periódico político). S. Luiz, 1843 — Com o dito seu irmão, durante a administração do conselheiro Jeronymo Martiniauo Figueira de Mello. — O Dissidente (idem). S. Luiz...— Veja-se Fábio Alexandrino de Carvalho Reis. F e r n a n d o M e n d e s d e A l m e i d a — F.ilho do senador Cândido Mendes de Almeida e de dona Rosalina Ribeiro de Campos e Almeida, e nascido na cidade do Rio de Janeiro a 26 de junho de 1857, ó bacharel em lettras pelo collegio de Pedro II; doutor em direito pela faculdade de S.Paulo; advogado noa auditórios do Rio de Janeiro; membro do Instituto dos advogados brazileiros e do Instituto dos bacharéis em lettras ; sócio beneficente do Circulo dos estudantes catiiolicos de S- Paulo, do qual foi presidente; sócio fundador 344 * • '.MÍ, da associação de seguro mutuo escolar e da sociedade de geographia de Lisboa no Brazil e coronel da guarda nacional. Escreveu: — Theses e dissertação que para obter o gráo de doutor em sciencias sociaes e jurídicas apresentou e defendeu perante a faculdade de direito de S. Paulo. S. Paulo, 1880,74 pags. in-4» — A dissertação versa sobre este ponto : «O que ó tutela administrativa ? Quaes são os seus limites'{» — A academia de S. Paulo em 1879. Rio de Janeiro, 1880, 124 pags. in-8» — Occupa-se do movimento e das producções litterarias dos acadêmicos. — Revista acadêmica de sciencias e lettras : publicação mensal sob a direcção de Fernando Mendes de Almeida. Recife, 1874, in-4». — Revista mensal da secção da sociedade de geographia de Lisboa no Brazil, publicada sob a direcção do Dr. Fernando Mendes de Almeida. Rio de Janeiro, 1881 — Teve parte ainda na redacção de outras revistas, como o Constitucional, órgão do club constitucional acadêmico de S. Paulo e actualmente é o redactor chefe do — Diário do Commercio: propriedade de uma sociedade commanditaria. Rio de Janeiro, in-fol. gr.— Está no seu 3o anno. Ha em revistas trabalhos seus, como: — O que è tutela administrativa ? Quaes são os seus limites ? — No Direito, tomo 12°, pags. 19 a 34. Fr Fernando de O l i v e i r a F i n t o — Nascido no Rio de Janeiro pelo meiado do século XVIII, foi carmelita, éxaminador synodal em sua pátria e distincto theologo. Escreveu : — Sermão em acção de graças pelo beneficio de afastar Deus desta cidade a revolução de Minas Geraes contra o governo portuguez ; pregado em 26 de abril de 179ü — O orador apresentou a 24 do dito mez as bases de seu sermão por estes termos : « Dar graças pelo beneficio em se descobrir a famosa conspiração ajustada em Minas antes de se pôr em execução e de se seguirem as péssimas conseqüências que deviam experimentar os vassallos de S. M.'; dar graças por ficar isenta esta cidade do contagio da dita conspiração ; persuadir os povos à fidelidade á soberana tão pura e clemente, e rogar a Deus que lhe conserve a vida ». Balthazar Lisboa diz que elle « o praticou muito engenhosamente, persuadido de não ha ver-se projectado a supposta revolução •». F e r n a n d o P i r e s F e r r e i r a — E' natural do Estado do Piauhy e nascido a 26 de abril de 1843. Doutor em medicina pela fa- FI 345 culdade de Paris, ahi dedicou-se com especialidade á ophtalmologia, sendo chefe do instituto ophtalmologico do grande oculista Wecker, cuja amizade cultivou sempre. Voltando ao Brazil, estabeleceu-se no Rio de Janeiro ; representou no parlamento sua província natal,na 16* legislatura, e fez ainda uma viagem à Europa. E' membro titular da academia nacional de medicina, official da ordem da Rosa — e escreveu : — De Vopératíon de Ia cataracte par 1'extraction línéaire scleroticale: these par le doctorat en médecine, presentée et soutenue, le mardi 2 juillet 1807. Paris, 1867, 72 pags, in-4». — De Vopératíon de Ia cataracte par 1'operation linóaire scleroticale. Paris, 1867, 60 pags. in-8» com 1 est. — Breves considerações sobre as applicações da iridiotomia no tratamento da cataracta : these de sufficiencia, apresentada à faculdade de medicina do Rio de Janeiro, etc. Rio de Janeiro, 1868, in-4» — Ha alguns trabalhos seus em revistas médicas, como : — Breves considerações sobre o pterygio e seu tratamento — Nos Annaes Brazilienses de Medicina, tomo 23», 1871-1872. Fernando Teixeira de Souza Magalhães — Filho de Manoel Teixeira de Souza, Barão de Camargos o da Baroneza de igual titulo, é natural de Minas Geraes e bacharel em sciencias sociaes e jurídicas pela faculdade do Recife, formado em 1868, tendo feito parte do respectivo curso em S. Paulo. Escreveu : — Poesias: S, Paulo, 1866, in-8° — Era o autor estudante. F e r n a n d o V a s c d e M e l l o — Natural, segundo me consta, de S. Paulo, onde achava-se em 1859 em desempenho de uma commissão do governo provincial, sendo engenheiro civil e escreveu: — Memorial sobre o curso dos rios Pardo e Mogy-guassú, e possibilidade de sua navegação, apresentado ao Exm. presidente da provincia. S. Paulo, 1859, 32 pags. in-8». Fidelis Honorio da S i l v a dos Santos P e r e i r a — Natural do Rio de Janeiro, seguiu a carreira do funccionalismo publico e ainda vivia em 1848 no exercicio do cargo de trocador na secção de assignatura; troco e resgate do papel-moeda da caixa de amortização. Era sócio da sociedade Amante da instrucção, cavalleiro da ordem da Rosa e da de Christo. Cultivou a poesia e escreveu entre outras composições iguaes: — Votos a Deus na gloriosa sagração e coroação de S. M. o Imperador o Sr. D. Pedro II, á imitação dos do rei David por seu filho 346 FI Salomão no psalmo XVII, paraphraseado em verso portuguez. Rio de Janeiro, 1841. — Ao muito alto e muito poderoso senhor dom Pedro II no dia de seus faustos e felizes annos (poesia). Rio de Janeiro, 1842. — Ao muito alto e muito poderoso senhor dom Pedro II no dia 2 do dezembro de 1845 (poesia). Rio de Janeiro, 1845. — A' S. M. Imperial, a augusta e pia Imperatriz do Brazil a Senhora D. Thereza Christina Maria no dia de seu precioso e- festivo natalicioa 14 de março de 1846. Rio de Janeiro, 1846. — A SS. MM. II. o Imperador e a Imperatriz pelo feliz e suspirado regresso de sua viagem à;f províncias do Sul do Brazil (poesia). Rio de Janeiro, 1846. — Canto sacro à Immaculada Senhora do Carmo. Rio de Janeiro, 1846, in-8» gr. —Consta-me que ha outras composições poéticas desto autor e até colleccionadas num volume com o titulo de — Füilêtes : poesias. Rio de Janeiro... F i d e l i s M a r t i n s B a s t o s —Falleceu no Rio de Janeiro a 17 de março de 1847. Era bacharel em lettras, licenciado em sciencias e doutor em meilicina.pela universidade de Paris, onde" recebeu o gráo em 1824 ; primeiro medico do hospital militar da corte ; medico da imperial câmara ; cavalleiro da-ordem da Rosa eda de Christo e membro da antiga academia de medicina. Escreveu : — Dissertatíon sur 1'épUepsie. Paris, 1624, in-4". — Formulário dos hospitaes militares do império. Rio de Janeiro, 1827 — Li annunciada igual publicação em 1844, e me parece que é a mesma obra, refundida e accrescentada, que foi reimpressa depois da morte do Dr. Fidelis com o titulo: — Formulário para o hospital militar da guarnição da corte ou escolha das mais usadas formulas na praxe medico-cirurgica, com a indicação das doses tiradas de differentes obras. Rio de Janeiro, 1856, 123 pags. ,in-8°— E' offerecido ao conselheiro Jeronymo Francisco Coelho. No exemplar que possuo não se acha o indice, que o autor promette na Advertência. — Hospital Militar da guarnição da corte : distineção estatística dg(s enfermidades de medicina, a cargo do Dr. Bastos nos annos de 1845 e de 1846 —No Archivo Medico Brazileiro, tomo 31, n. 6 e tomo 4», n. 7. — Relatório da moléstia de Sua Alteza, a sereníssima princeza Senhora D. Paula Marianna. Rio de Janeiro, 1833, 15 pags. in-4» — Assignam também este relatório os Drs; Francisco José do Sá, Joaquim FI 347 Vicente Torres Homem e J . Martins da Cruz Jobim. O Dr. Fidelis collaborou no Propugnador das Sciencias Médicas e foi um dos redactores do — Semanário de saúde publica. Rio de Janeiro. 1831-1833, Ires tonos, in-4», do 2 columnas — Foram seus collegas de redacção o mesmo Dr. Jobim eo Dr. J. F. Sigaud e ha ahi de sua penna vários pareceres como membro da commissão permanente de vaccina e vários artigos, sendo um delles sobre a — Febre intermittente perniciosa, cerebral — no tomo 1», pags. 10 e segs. F i d e l i s S i g m a r i n g a d e M o r a e s — Natural de São Paulo, em cuja cidade capital falleceu em 1863, sendo conego da cathedral, lente de rhetorica e poética do curso annexo á faculdade do direito e cavalleiro da ordem de Christo. Escreveu : — Apostíllas de rhetorica para uso de seus discípulos — Não foram, entretanto, publicadas, apezar de seu autor leccionar trinta e cinco annos, ou desde a iustallação da faculdade. Filippe Allberto Fatroni Martins Maciel P a r e n t e — Filho do alferes Manoel Joaquim da Silva Martins o afilhado do capitão de fragata, mas não chefe de divisão, como Iunooencio disse, Filippe Alberto Patroni, de quem tomou o nome, nasceu na cidade de Belém, do Pará, polo anno de 1798 e falleceu em Lisboa a 15 de julho de 1866. Matriculando-se em 1816 no curso de direito da universidade de Coimbra, por occasião de inangurar-se o governo constitucional adheriu a elle e veiu ao Pará com o fim de envidar os meios a seu alcance para que sua provincia acquiescesse ao mesmo governo, e isto obteve, sendo um dos directores do pronunciamento do povo e da tropa. Voltou depois a Coimbra, onde recebeu o gráo de bacharel em direito; declarada porém, a independência do império, tornou á pátria, entrou na classe da magistratura, que deixou logo para dedicar-se à advocacia, que também deixou ao cabo de pouco tempo. Eleito deputado pelo Pará, na legislatura de 1842 a 1845, dissolvida na primeira sessão, não sendo reeleito, resolveu-se a ir a Portugal com o fim de publicar com mais vantagem suas obras, e para ahi partiu em 1851, não voltando mais ao Brazil. Quando estudava direito, segundo refere o Dr. Macedo, um pouco desordenado em su a ambição de luzes, estudava tudo : mathematicas, philosophia, religião' geographia e historia, línguas mortas, e de modo que, avantajando-se em quasi tudo, prejudicava a regularidade do adeantamento anmial, 348 Fjr, na faculdade que seguia. Possuía assim uma vasta ilustração em desordem ; maç, dotado smpre de uma memória prodigiosa, repetia de principio a fim livros inteiros do Novo e Velho Testamentos, e escrevia em latim, como na própria lingua. Dotado desde estudante de idéas exaltadissimas, pouco coherentes às vezes, ou excêntricas, mostrou, depois de 1840, certo dísarranjo das faculdades mentaes, que foi progredindo até completa loucura, em cujo estado falleceu. Alguns annuncios que elle fez quando resolveu sua viagem, jà denunciam o estado de seu cérebro. Começando por declarar nesses annuncios que « se muda para Lisboa, levando comsigo a família, sua mulher e sua sogra, só com o fim de promover perante o governo e as cortes a prompta adopção do Código remunera*orío do reino de Portugal, como único meip de conciliar os partidos e fundar a paz interna do paiz, pela sabedoria e justiçi do poder publico, amor ao trabalho e sua recompensa que ó o priucipio inconeusso e solido da Biblía do justo meio, base uníca da Álgebra política », passa a relacionar os escravos, que vende, pelo modo mais singular, como se pôde ver no Diário do Rio de Janeiro de abril de 1848. Com effeito, chegando a Lisboa, apresentou seu projecto de Código remuneratorio e Jeu ao prelo muitas de suas obras, tarefa que não concluiu por se aggravar sua saúde e por nãp terem seus. livros a extracção que esperava. Escreveu : — Dissertação sobre o direito de cassoar que compete aos veteranos das academias. Lisboa, 1818, 78 pags. in-12». — Carta que de Lisboa escreveu a Salvador Rodrigues do Couto, na" tural da mesma cidade e nella presbytero secular, etc— Sahiu no Jornal de Coimbra n. 60, parte 2a, pags. 269 a 291. — Roteiro da viagem da cidade do Pará ati às ultimas colônias dos domínios portuguezes em os rios Amazonas e Negro; illustrado com algumas noticias que podem interessar a curiosidade dos navegantes, e t c - r No mesmo jornal, n 87, parte I a , pags. 87 a 146 -r Diz Patroni desta obra « não ser producção sua, nem saber de qujm seja, apezar de o ter indagado; mas assevera que merece grande credito, porque o autor viu com os próprios olhos o que escreveu, e mostra muita erudição e critica ». — Falia do deputado do governo do Pará, Filippe Alberto Patroni Maciel Parente; feita a el-rei na audiência de 22 de novembro, Lisboa, 1821. 4 pngs. in-4». — Discurso pronunciado na sala das cortes, na sessão de 5 de abril, pqr uni do? illustres deputados dp Pará.'Lisboa, 1821-, 8 pags. in*4°, sem folha de frontespicio — Foi publicado no mesmo anno pp Rio de Janeiro, na regia officina typographica, 4 pags. in-fol. #1 349 — O Paraense: jornal político. Fará, 1822 — Nestes Seus últimos escriptos o estylo ó vehemente e a linguagem é arrebatada, por demais animada, como que revelando o estado a que o autor chegaria mais tarde. — Arte social ou systema de direito publico universal» Lisboa, 1823, in-8u. — Pánegyrieo dedicado ao Sr. D, João VI, pae da pátria e do seu século, modelo dos imperantes, rei melhor que optimo rei. No dia 13 de maio do 1823. Lisboa, 1823, 29 pags. in-4» — Correio do Imperador ou o direito de propriedade. Rio de Janeiro, 1837-1838, in-fol.— E' uma publicação periódica. «— O pesadelo, poema hèroitcomico, O. D C. por F. A. P. M. M. F- aos admiradores do portentoso Instincto e aos Exms. e Revms» Chicheios. Rio de Janeiro, 1838—Houve outra edição no Pará, 1838, in-16». — Obras diversas de Filippe Alberto Patroni Martins Maciel Parente. Nictheroy e Rio de Janeiro, 1840*1841, 2 vols. in-8". — A Èíblía do Jüsto-méio da política moderada ou prolegomenos do direito constitucional da natureza, explicados pelas leis physicas do mundo. Rio de Janeiro, 1835, 149 pags. in-12» — Segunda edição, Lisboa, 1851, 131 pags. iu-8° com üm mappa. — Álgebra política. Analyse das íntegraes o das diííerenciaés das equações das llibrulidades, no quadro genealogico da organização social, por systema» conforme a Bíblia dó Justo-meio. Pará, 184Ó, in-8° — Segunda edição, Lisboa» 1851, 182 pags. in-8». — Cartilha imperial para uso do Sr. D. Pedro II nas suas Iiçojg de litteratura e sciencias positivas. Pará, 1840 —Segunda edição, Lisboa, 1851, 75 pags. in-8» — A viagem de Patroni pelas províncias brazíleiras do Ceará, Rio de S. Francisco, B.ihia, Minas Geraes e Rio de Janeiro nos annos de 1829 e 1830, dividida em quatro partes. Lisboa, 1851, 2 vols. de 134 págs. in 8» cada um* — Prólogo gulcato da festa de N. S. de Nazareth nó dia de seu cirio em 9 de outubro de 1850 na cidade de Belém, capital do Gram-Parã. Lisboa, 1851, 83 pags. in-4» com um mappa —Sahiu antes em 1850 rio jornal Voz Paraense. — Torre de menagem. A união patriótica dos três partidos portuguezes legitimiáta, carlista, setembrista, em honra do crucificado Jesus Christo, o Homem- Deus, pela sciencia exacta do governo com o Evangelho da Álgebra e Bíblia de ambos os testamentos na heróica, grande e divina revolução (Ximeues, S. Miguel, Thomar, Saldanha) feita na cidade d) Porto, reino de Portugal no dia 24 do abril de 1851. 350 Fx Lisboa, 1851, 323 pags. in-8°—Neste livro acham-se seis supplementos, extrahidos do outras obras de Patroni, publicadas no Brazil. — A profecia do novo mundo : primeira collecção dos fragmentos, artigos, ou extràctos das obras do Dr. Patroni, publicadas no Brazil, e. agora com a chegada do autor a Lisboa, a 20 de março de 1851, reimpressas e publicadas, etc. Lisboa, 1851, 92 pags. in-4». — Annuncío da próxima edição do capitulo do Golgotha : circular dirigida aos homens esclarecidos de todas as nações, e muito principalmente aos naturaes e habitantes da Rússia, da Inglaterra e de Portugal, cujos governos formam a trindade celeste do anjo architecto do Apocalypse. Lisboa, 1851, 49 pags. in-4». — Projecto de código remuneratorio do reino de Portugal, composto e dedicado a S . M. Fidelissima, a senhora D. MariaII, e aos senhores representantes da nação, portugueza. Segunda edição, Lisboa, 1851, 89 pags. in-8°. — Exposição das obras do Dr. Patroni para servir de segunda premissa ao grande raciocínio celeste da sociedade universal (ecclesia catholica em grego e latim) na exposição physica de Londres, cuja conseqüência e ultimo termo do mesnio raciocínio é sem replica a constituição formal do Congresso da paz em Lisboa! Precisamente pelas regras scientificas das três secções conicas da Biblia, toda inteira, reduzida a uma só curva, parábola do pasloradouro, que estabelece a unidade do gênero humano, constituindo o reino de Deus no capitulo XXI e ultimo do Evangelho de S. João. Lisboa, 1851, in-fol. —Começou esta publicação em folhetos semanaes, mas ficou no quarto numero. — Specímen dos estudos bíblicos do reino santiíicado, puro na fé com as promessas de Christo no campo de Ourique, em principio commum da matéria e fôrma dos livros que devem preceder a publicação da obra intitulada Antíloquio do catholicismo e unidade social de todas as nações da terra para servir de preliminar scientifico à revelação dos profundos segredos da natureza e mysterios utilissimos, celestes e terrestres, da política e da religião na carta constitucional de D. Affonso Henriques em Coimbra. Lisboa, 1865, 32 pags. in-8» gr. — Antíloquio do catholicismo, etc. — Inédito. Diz Innocencio da Silva (que o viu) que esta obra se comprehendia numa immensa quantidade de quadernos manuscriptos, que pejavam as gavetas de uma commoda, etc. — Memória de Filippe Alberto Patroni . Martins Maciel Parente, natural do Pará, sobre o que lhe aconteceu, escripta por elle mesmo — Inédita. Existe o original na bibliotheca nacional, escripto em 1835, 14 fis.— O Dr. Macsdo om seu Anno biographico, tomo 4°, faz menção de uma FX 351 — Ode em , latim macarronico que Patroni escreveu em 1837 contra o regente Feijó e o ministro Bernardo Pereira de Vasccncellos, — a qual tão applaudida foi da gente curiosa da época, quanto 'irritou o animo dos dous. Começa elle com a allusão ao padre Feijó no verso : Pater patratus, grandis maravita e termina com outra allusão a Vasconcellos : Et vas cum cellis. F i l i p p e J B e n i c i o B a r b o s a — Filho de Manoel Barbosa Ferreira e de dona Ignacia Maria Barbosa, e nascido na cidade do Recife, em Pernambuco, no anno de 1722, falleceu nos últimos annos do século passado com mais de setenta annos de idade, presbytero secular, distincto pregador e poeta repentista, sempre propenso á satyra que sabia manejar ainda nos acto3 mais sérios. Assim, quando tomava ordens "menores, tendo por companheiro, entre outros, um estudante que viera de Santo Antão muito opilado, amarello e bisonho em conseqüência de soffrer do fígado, elle improvisou a seguinte décima: Da mais horrenda espessura Das brenhas de Santo Antão Sahiu um camalieão Em fôrma de creatura. Quando nem prima tonsura Merecia por inchado Menores tem alcançado ! Seja assim, porque se veja Que esta coruja de igreja Injuria o nosso estado. Vou ainda reproduzir aqui outro improviso : — Soneto ao ouvir um sermão, que recitara um padre que havia sido donato franciscano : ' Quem na vossa oração quízer pôr tacha Por ser vosso inimigo ou ter-vos rexa, Um inchaço lhe nasça na bochecha, Mais voltas tenha em si que uma tarracha. E quando não, pegai do lenha uma acha E na cabeça lhe fazei tal brecha, Que leve mais de um palmo ou dous de niecha l£ lhe tireis do sangue uma borracha. Qhando vós tal fazeis sendo machucho, Que farieis no tempo de muchacho, Tempo em que vós ainda ereis capucho '•' Linda a vossa oração em tudo eu acho; Na algibeira a trarei feita cartucho, Ou posta no chapéo por meu penuacho. 352 e i Vem este soneto no Musaico Pernambucano de Pereira da Costa. Neste gosto escreveu muitas décimas, satyras e glosas e também muitos sonetos e poesias serias, de que não consta que fizesse collecção. De seus sôrmões conheço o — Sermão da quinta dominga de quaresma, exposto no anno de 1756, havendo chegado noticia da grande ruina de Portugal. Lisboa, 1757, in-4». F i l i p p e F i r m i n o R o d r i g u e s C h a v e s — Natural do Rio de Janeiro, e nascido a 11 de outubro de 1838, fez o curso da academia de marinha, sendo promovido a segundo tenente em 1858 e é actualmente coníra-al mirante da armada ; offlcial da ordem da Rosa e dâ de S. Bento de Aviz ; cavalleiro da do Cruzeiro ; condecorado com as medalhas da campanha oriental de 1865, da campanha do Paraguay e do combate naval de Riachuelo. Neste combate, sendo segundo commandante da canhoneira Parndhyba, e vendo esse navio cercado de quatro vapores paraguayos nos estreitos canaes do Paraná, portandosé heroicamente para não ser abordado seu navio e, já sem esperança de salvação, ia lançar fogo ao paiol da pólvora, quando inesperadamente foi soccorrido pelos três vasos brazileiros Amazonas, Mearim e Belmonte. Preferia, como disse «a morte gloriosa do soldado que Succumbe em sua bandeira á dura contingência de entregar-se á duvidosa generosidade de bárbaros vencedores; preferia voar com seus amigos e inimigos a render-se á estes ». Por accusação, que então soffrera, escreveu: -^-Defesa do immediato da canhoneira Parnahyba no combate do Riachuelo, o 1° tenente Filippe Firmino Rodrigues Chaves, apresentada no conselho de guerra. Rio de Janeiro, 1867, in-8° — E' escripta a bordo da corveta encouraçada Brazil no rio Paraguay ( Curusú ) a 23 de novembro de 1366. F i l i p p e F r a n c i s c o F e r r e i r a — Offlcial de náutica habilitado com carta de piloto pela escola de marinha, entrou para o serviço da armada em 1873 como pratico da costa do norte do Brazil e escreveu: .— Roteiro da costa do Norte do Brazil desde Maceió, até o Pará, publicado sob os auspícios do Exm. Sr. conselheiro Dr. Luiz Antônio Pereira Franco, ministro da marinha, Comprehendendo todos os portos, barras e enseadas, e indicando á maneira de demandal-os, a navegação por dentro e por fora do canal de S. Roque e as derrotas com as marcas de bordejar no mesmo. Pernambuco, 1878; 180 pags. in-4.° — Neste FI 353 livro, que é offerecido ao Imperador e aos collegas do autor, depois da descripção de todos os logares mencionados, acham-se quatro planos: da barra de Goyauna, tomado da ponta das Pedras à ponta da barra dos Outeirôs ; da barra do Acaraôú até o logar Forfinho ; da barra do Acaracú até o porto das Cacimbas, comprehendendo a ilha de Fernando, e da barra da Granja até o porto de Camocim. Acham-se ainda nove estampas das costas de Pernambuco, Rio Grande do Norte, Ceará, Maranhão e Pará comprehendendo seus cabos, serras, morros, ilhas, enseadas, fortalezas, e t c , e finalmente quatro tabellas diversas. O autor vaodar ao prelo segunla edição deste livro. — Parecer sobre a construcção de uma doca de embarque e desembarque na província do Ceará, seguido de um esboço do ancoradouro do Ceará, traçado a bico de penna e com diversas cores—Achasse na Memória sobre o porto do Ceará pelo major Francisco Antônio Pimenta Bueno. ( Veja-se este nome.) F i l i p p e F r a n c o d e S á — Filho do senador Joaquim Franco de Sá e de dona Luciana Rosa da Costa Ferreira, que foi filha do Birão de Pindaré, nasceu na provincia do Maranhão a 2 de junho de 1841. Bacharel em sciencias sociaes e jurídicas pela faculdade do Recife, formado em 1864, exerceu alguns cargos, começando pelo de promotor publico, e representou sua provincia na legislatura de 1878 a 1881. Dissolvida esta, foi de novo eleito deputado e, entrando numa lista tríplice para senador, foi escolhido pela coroa, tomou assento em 1882 e fez parte do gabinete organizado na mesma occasião pelo conselheiro Martinho Campos, a 21 de janeiro, occupando a pasta dos negócios estrangeiros. E' grau-cruz da ordôm russa de SanfAnna e condecorado com a ordem do Duplo-Dragão, da ChinaEscreveu : — Justificação do ex-promotor publico da capital do Maranhão. S. Luiz, 1872,158 pags. in-8°—E' uma justificação de faltas, por que foi accusado, provavelmente por • des tffeições políticas. — A reforma da Constituição : estudo de historia pátria e direito constitucional. Rio de Janeiro, 1880, 203 pags. in-4°— Consta este livro de artigos publicados no Jornal do Commercio quando se dismtiao projecto dessa reforma, apresentado ao parlamento pelo gabinete do 5 de janeiro ; de dous discursos do Dr, Franoo de Sá, que vão mencionados em s-iguida, e de varias notas em np/jn ;'L-e. — Reforma constitucional: discurso p-.viiiinciado na cimora dos deputados' na sessão de 20 do maio do 1879. Rio do Jaueivr, 1879, 55 pags. ín-8°—Publicou também.o 354 U-A — Discurso pronunciado na câmara dos deputados na sessão de 30, de junho de 1879. Rio de Janeiro, 1879, in-8°-—Redigiu : — A Coalísão : Maranhão, 1862-1865—apenas no ultimo anno. — Publicador Maranhense : jorn;il do commercio, administração, lavoura e industria. Maranhão—apenas dos annos de 1865 a 1866, sendo, porém, esse jornal fundado em 1841 e continuando até à proclamação da Republica sob diversas redacçõas. F i l i p p e H y p o l i t o A c h e — Nascido em Pontivy, na França, a 26 di janeiro de 1834, falleceu na cidade do Rio de Janeiro a 30 de dezembro de 1881, bacharel em mathematicas e sciencias physicas pela antiga escola militar, doutor pela escola central, major do corpo de engenheiros, lente de artilharia da escola de marinha, membro do Instituto polyteehnico brazileiro e cavalheiro da ordem de S. Bento de Aviz. Assentou praça no exercito a 10 de dezembro de 1855 e havia passado de oppositor a lente cathedratico nesta escola, depois do respectivo concurso, no anno anterior ao de sua morte. Escreveu: — These apresentada à escola central do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 1862, in-4°— E' dividida em du is partes : I a , Quaes os princípios àanalyse, reduzindo-os ao menor possível ; 2 a , Demonstrar que a electricidade nãoé uma causa, mas simplesmente effeito dos phenomenos naturaos em que entra, ainda que a electricidade não ó siuão a p a r ê n cia desses phenomenos. E' lithographada. — These apresentada á escola de marinha para o concurso ao logar de lente da primeira cadeira do 2o anno. Rio de Janeiro, 1872, in-4°— E' dividida em duas partes : na I a trata-se das series em geral e secções conicas; na 2 a , de considerações sobre o equilíbrio do polygono funicular. — Metaloides, suas propriedades, combinações entre si e com os outros corpos: these de concurso etc. Rio de Janeiro, 1880, in-4»—Contém também proposições sobre salitre. — O movimento do ar nos projectis lançados por armas de fogo, raiadas : these para o concurso á vaga de lente da segunda cadeira do 3» anno da escola de marinha. Rio de Janeiro, 1881, in-4°—Contém também proposições sobre : Resistência dos canhões . raiados; Meios de ataque e defesa nos desembarques. F i l i p p e J o s é A l o e r t o — Natural da Bahia e fallecido em NMheroy a 2 de u.ato de 1887, deu-se sempre ao magistério da instrucção primaria e apresentou-se em concurso a um logar de lente do collegio de Pedro II, escrevendo : — Archaísmos e neologismos da liDgua: these para o concurso ao FI 355 logar de substituto de portuguez e litteratura geral do Collegio de Pedro II. Rio de Janeiro, 1879, in-4° — Ha também uma — Grammatica portugueza. Bahia (?).... — e — Desenho linear — Não pude ver taes livros. F i l i p p e J o s é F e r e i r a L e a l — Filho de Josó Antônio Pereira Leal e de dona Leocadia Joaquina da Natividade, nasceu no Rio de Janeiro a 27 de agosto de 1812 e falleceu na Bahia a 13 de agosto de 1880. Fez o curso da acidemia de marinha, assentando praça de aspirante em 1827, sendo pr-omovido a guarda-marinha.em 1829 e dahi gradualmente a outros postos ati o de capitão-tenente, em que foi reformado. Em i843, ainda no quadro effectivo da armada, entrou pira a carreira diplomática como addido de Ia classe na legação do Uruguay, donde passou no mesmo caracter para a dos Estados-Unidos em 1845, tendo servido interinamente n is duas republicas como encarregado dos negócios. Em 1852 passou com este cargo para o Paraguay, e serviu depois successi vãmente na Venezuela, Nova Granada e Equador, na Hespanha, no Chile, na Itália e, elevado a ministro residente, de 1863 até 1867 na Republica Argentina. Neste anno, sendo promovido a enviado extraordinário e ministro plenipotenciario, foi segunda vez à Venezuela, servindo em seguida no Peru, depois no Paraguay e afinal no Chile até que obteve, como pedira, ficar em disponibilidade activa, em 1878. Era do conselho do Imperador ; veador da casa imperial ; sócio do Instituto históricoe geographico brazileiro e da sociedade Auxiliadora da industria ; dignitario d t ordem da Rosa, cavalleiro das de S. Bento de Aviz, do Cruzeiro e de Christo, e grande offlcial da de S. Maurício e S. Lázaro. Escreveu : — Correcções e ampliações ao que sobre a revolução que arrebentou na cidade do Pará, em 1835, publicou o conselheiro João Manoel Pereira da Silva em sua Historia do Brazil, de 1831 a 1840. Bahia, 1879, 78 pags. in-4». (Veja-se este autor.) — Memória sobre os acontecimentos políticos que tiveram logar no Pará em 1822 a 1823 — Foi publicada na Revista do instituto, tomo 22°, 1859, pags. 161 a 200. — Memória offerecida a Ia consideracion de los honorables senadores y deputados ai próximo Cóngreso y á toda Ia republica sobre ei tratado de limites y navegacion fluvial, ajustado y firmado por plenipotenciarios dei Brasil y de Venezuela en 5 de mayo de 1859. Caracas, 1860, in-8». F i l i p p © J o s ó F e r e i r a L e a l , 2° — Filho de José Antônio Pereira Leal Júnior e de dona Maria Thomazia Pereira Leal, 356 FI e sobrinho do precedente, nasceu tto Rio de Janeiro, a 22 de janeiro de 1834 e falleceu a 16 de outubro de 1884. Empregado na contâdoria de marinha desde 1857, serviu diversos logares, inclusive o de pâ1gador è era chefe de secção na mesma contâdoria. Durante quatro annos fez parte da commissão nomeada para liquidara distribuição das prezas feitas na lucta da independência e na campanha da Cisplatina ; exerceu ainda algumas commissões fora de sua repartição, sendo a ultima dellas a de secretario da inspecção dos corpos e estabelecimentos de marinha ao sul do império. Escreveu : <— Pr.omptuario da legislação dô marinha, compilado da legislação impressa, do expediente dos diversos ministérios e das ordens do dia do quartel-general, e organizado por ordem alphabetica. Rio de Janeiro, 1881*1882, 6 vols. in-8» — tendo o 1» 480 pags., o 2» 777, o 3» 472, o 4» 524, õ 5o 510 e o ultimo, de lettras Q a Z, 647. Constaime que Ferreira Leal trabalhava na continuação desta obra, quando morreu. F i l i p p e I j o p e s N e t t o «•>• Nascido na cidade do Recife a 6 de junho de 1814, é doutor em direito pela .universidade de Piza ; do conselho do ex-imperador ; commendador da ordem da Rosa e dignitario da do Cruzeiro ; gran*cruz da ordem de Isabel a Catholica ; grande offlcial da ordem de Nishan da Tunísia, da ordem da Coroa da Itália e da ordem russa da Estrella Polar; offl :ial da ordem de Leopoldo da Bélgica ; sócio do Instituto histórico e geographico brazileiro, do Institutofluminensede agricultura, etc. Cursando o ultimo anno da academia de Olinda, por causa dos acontecimentos políticos, passou á Europa, onde, depois de graluado em Piza, estudou em Paris medicina legal com o celebre professor Barruel em 1837. Foi deputado por suâ provincia na legislatura de 1845 a 1848 e por Sergipe na de 1864 a 1867. Compromettendo^se na revolução praieíra de 1848, e condernnado à prisão perpetua, esteve no presidio de Fernando de Noronha e, sendo amnistiado em junho de 1852, exerceu a advocacia ató que voltou á Europi em 1859. Tem exercido vários cargos de diplomacia, começando em 1865 pelo de ministro plenipotenciario na Bolívia onde firmou o tratado de limites Com o Brazil, e foi vice-presidente da commisisão brazileira na exposição dd Philadelphia. Escreveu: — Relatório acerca do systema penitenciário, ele—publicado no Relatório do ministério da justiça em 1866, em annexo. Incumbido pelo governo imperial de visitar as prisões da Europa .-.-, com esp eíalidndo, as prisões intermediárias da Inglaterra cas co'onins dos libertados da Bélgica, o autor não tratou destoa por cão existirem* noiu terom sido FI 357 creadas. Mesmo de muitos estabelecimentos que visitou, deixou de occupar-se neste trabalho para fazel-o noutro em continuação, que nunca foi publicado. Em seu relatório combate elle com factos verificados na Europa a colonisação penal, que no Brazil, segundo seu pensar, só serve para sobrecarregar o estado de despezas e facilitar a fuga do grandes criminosos, como suocedp>u com os degradados do Alto-Amazonas no primeiro reinado e com presos de Fernando de Noronha. Ha, alguns discursos seus em avulso, como : — Discurso proferido na câmara dos Srs. deputados na sessão de 31 de maio de 1865. Rio de Janeiro, 1865, in-4°. — Discurso proferido na câmara dos Srs. deputados na sessão de 4 de julho de 1866, Rio de Janeiro, 1886, 20 pags. in-4" F i l i p p e M e n n a O a l l a d o d a F o n s e c a — Natural de Lisboa, foi brazileiro pela constituição do império. Veiu a Pernambuco como caudatàrio do bispo D. Josó Maria, e depois do fallecimento deste serviu o logar de escrivão da correcção do Ceará, onde casou-se. Tornando a Pernambuco em janeiro de 1817, adheríu à revolução de 6 de março, foi por isso preso e enviado para a cadeia da Bahia, sendo um dos presos que mais se applicaram ao estude no curso litterario alli fundado, Depois de solto, indo pira a provincia da Parahyba, deu-se ao exercicio da medicina « com grandes acertos, applauso e acceitação do publico » na phrase do autor dos « Martyres pernambucanos, vjctimas da liberdade nas duas revoluções de 1710e 1817»,- mas em 1821 voltou ainda a Pernambuco e foi eleito secretario do governo temporário, creado depois da morte de Luiz do Rego. Era um homem de variada instrucção, adquirida quasi todo. em seu gabinete, e escreveu : — Tratado sobre a educação da mocidade — Esta noticia achei no citado livro, cujo' autor diz que cora esta obra dera Fonseca uma amostra de seus grandes progressos nas sciencias econômicas, mas que a obra « contudo não viu ainda a luz da imprensa, talvez por falta de subscriptores ». Redigiu : — A Segar rega (periódico liberal e constitucional). Pernambuco, 1821-1822—Começou este periódico em dezembro de 1821, de modo que seu quarto numero é de 29 de janeiro de 1822. E' o segundo jornal que se publicou em Pernambuco, sendo o primeiro a Aurora Pernambucana redigida pelo conselheiro Rodrigo da Fonseca Magalhães, portuguez, de 27 de março a outubro daquelle anno. F i l i p p e d a M o t t a A z e v e d o C o r r ê a - Natural do Maranhão, falleceu em Paris pelo anno de 1879, bacharel em direito 358 F I pela faculdade do Recife e professor jubilado de inglez do collegio de Pedro II. Foi membro do conselho director da instrucção publica, membro do instituto da ordem dos advogados e offlcial da ordem da Rosa. Escreveu : — Grammatica praticada lingua ingleza. Rio.de Janeiro, 1862, in-8»— Approvada para servir de compêndio no collegio d•> Pedro II e no instituto commercial, teve depois varias edições, sendo uma correcta e augmentada em 1869 ; outra em 1876, e a sexta consideravelmente augmentada em 1880, todas no Rio de Janeiro. — Chave dos exercícios de grammatica pratica da lingua ingrleza. Rio de Janeiro, 1870, in-8». — Selecta clássica ou collecção de trechos extrahidos dos autores clássicos portuguezes. Rio de Janeiro, 1871, in-8». — Selecta anglo-americana: obra adoptada pelo conselho director da instrucção publica para os exames geraes de preparatórios. Rio de Janeiro, 1876, in-8°. — As escolas normaes nos Estados Unidos. Rio dí> Janeiro, 1877, in-8». F i l i p p e N e r y O o l l a ç o — E' natural de Pernambuco e doutcr em sciencias sociaes e jurídicas pela faculdade de sua provincia em 1858. Dedicado às sciencias mathematicas, fez dellas em seu gibinete um estudo tão profundo, que desempenhou por muito tempo, como profissional, um logar na câmara municipal do Recife. Exerce a advocacia no foro desta cidade, assim como o magistério de algumas matérias da instrucção secundaria, e escreveu : — Jesus Christo perante o século ou novos testemunhos das sciencias em abono do catholicismo por Rosselly de Lorgues. Traducção. Pernambuco,. 1845, in-8» gr.— Ha outras traducçõos portuguezas desta importante e sublime obra, sendo uma do doutor Caetano Lopes de Moura, de quem já fiz menção, publicada em Paris em 1844, e outra do escriptor portuguez Camillo Castello Branco, publicada no Porto em 1867. — Refutação das heresias pregadas pelo Sr. Antônio Vicente do Nascimento Feitoza ou defesa dos dogmas da liberdade de Deus e da Santíssima Trindade. Recife, 1857, in-8°. — Defesa dos dogmas da liberdade de Deus e da Santíssima Trindade. Pernambuco, 1859. — O Homem. Realidade constitucional ou dissolução social. Pernambuco, 1876, in-folio — Sahiu em fôrma de periódico em doze números. — Arithmetica pratica para uso das escolas de ambos os sexos. Pernambuco, in-8»'— Ha varias edições; a 4 a é anterior a 1862: F I 359 — Geometria ensinada aos meninos. Pernunbuco, 18.,, in-8". — O Conselheiro da família br-izileira : encyclopedia dos conhecimentos indispensáveis na vida pratica etc. Rio de Janeiro, 18S3, in-8» com muitas gravuras— E' uma encyclopedia de educação para todas as idades, e de conselhos e regras úteis para bem viver. F i l i p p e F i n t o M a r q u e s — E' secretario da directoria do lyceo paraense. Nada mais sei, nem tive quem me desse noticia a seu respeito — Escreveu : — Compêndio de geographia para uso das escolas da instrucção primaria, seguido de brevíssimas noçõ9s de cosmographia, physica e historia natural. Pará, 1874, 134 pags. in-8° com um mappa da provincia. — Grammatica elementar da lingua portmrueza, extrahida dos melhores autores e coordenada, etc. Quarta edição. Pará, 1882, 162 pags. in-160 — Só vi esta edição. Filippe de Sampaio C o r r ê a — E' natural do Rio de Janeiro e bacharel em sciencias sociaes e jurídicas pela faculdade de S. Paulo, formado em 1870. Exerceu o cargo de juiz municipal em Campos e exerce actualmente a advocacia ahi. Escreveu : — Elementos de economia politica. Exposição fiel das doutrinas de Henrique Dunning Macleod. Rio do Janeiro, 1873, in-8° — E' um livro de 164 pags. e mais 44 da introducção, divi iido em duas partes, tendo o traductor por collaboradores seus collegas Aureliano de Campos e J. M. Duque-Estrada Campos. F i r m i n o C â n d i d o d e F i g - u e i r e d o — Natural de Pernambuco, teve uma officina photographici na cidade de Aracaty, Estado do Ceará, donde passou à capital do mesmo Estado, estabelecendo-se como photographo, associado a outro, e depois disto negociante de fazendas, também associado com certo Pinheiro da Palma. Fallindo no commercio de fazendas, tornou a Pernambuco, sua pátria, onde apresentou a descoberta de um preparado medicinal, denominado «Cajurubeba» que tem sido muito apregoado. Poeta e dotado de optima voz, cantava ao violão muitas de suas bellas composições. Escreveu: — Confidencias : poesias. Maranhão, 1868, 200 pags. in-8° com o retrato do autor — Segunda edição, Pernambuco, 1885. E' o poeta brazileiro, que conheço, mais fecundo na rima. Ha neste livro com- 360 J^l posições cujos versos não conteem menos de quatro rimas, como a que tem por titulo Elisa, e começa assim : Eliza, a briza que devassa e passa A relva e selva de florinh-.is mil, Teu colo, solo de can *ura, pura, Bafeja, adeja num soprar subtil. Muitas de suas composições teem sido postas em musica, ou são recitadas ao piano, ao que so prestam perfeitamente. Este livro teve segunda edição em 1885 no Recife. Em Aracaty publicou Figueiredo um drama, de que não sei ainda nem o titulo. F r . F i r m i n o d e C e n t e l h a s — Natural da Itália e religioso da ordem dos Capuchos, viveu alguns annos em S. Paulo foi ahi lente do seminário episcopal e actualmente acha-se na Hespanha para onde foi com o fim de tratar da restauração de sua ordem. Escreveu : — Go'pe de vista sobre a historia universal, apresentado com algum desenvolvimento aos alumnos do seminário episcopal de S. Paulo. S. Paulo, 1857, in-8». — Oração, que por occasião da abertura da aula de philosophia r a cional e moral recitou aos 13 de outubro do corrente anno (1854). S. Paulo, 1854, in-8". — Discurso sobre a autoridade da Igreja, pregado na sé de S. Paulo a 4 de dezembro de 1859, segunda dominga do advento. Rio de Janeiro, 1860, in-8° peq. — Sermões. Kio de Janeiro, 1867, in-4» — Creio que escreveu um — Compêndio de philosophia F i r m i n o C o e l h o d o A m a r a l - Filho de Simphronio Coelho do Amaral, nasceu na cidade da Bahia em 1827 e ahi falleceu em setembro de 1851, doutor em medicina pela faculdade da mesma cidade. Distinguindo-se desde estudante, quer por sua bella intolligencia, quer por sua applicação ás lettras, particularmente á poesia, escreveu muito, e muito mais teria escripto, deixando a mais honrosa memória de seu nome,. si não fallecesse tão' pouco tempo depois de deixar os bancos da faculdade, si não vivesse sempre perseguido de desgostos e cpntrariedades, provindos do seu próprio pae, porque amara com toda a vehemencia de sua alma desde criança e se casara com uma moça pobre ! Dominado por essa paixão, como Dircêo, e como Cláudio Manoel da Costa, em todas as suas poesias insorevia F í 361 um único nome na dedicatória, o de Enaira de Ajonàz, anagramma de Anna Januaria de Souza. Suas numerosas composições poéticas que, colleccionadas, dariam volumes, acham-se, umas inéditas e outras esparsas em revista, como as duas seguintes por elle fundadas : — A Borboleta. Bahia, 1848 a 1849, in-4» — Foi seu companheiro an redacção seu collega que estas linhas escreve. Esta folha era publicada aos domingos em papel de cores diversas e continha muitos trabalhos em prosa, de Amaral. — O Horisonte: periódico de lettras e sciencias. Bahia, 1849, iu-4" — Era publicado em folhetos uma vez por mez, contendo também trabalhos de sua penna em prosa, e sendo também da redacção seu collega Josó Cândido da Costa. Citarei outras poesias de Amaral: — Os meus amores: no íris, do Rio de Janeiro, tomo 2°, pags. 354 a 356. E' dividida em três partes : Amores que tive ; Amores deixados ; Amores presentes. Ha nesta revista outra poesia — As armas de amor—qxxa faz lembrar as lyras de Dircêo. — Uma lagrima delia : Amor etirno — Na Chronica litteraria, jornal de instrucção e recreio. Rio de Janeiro, pags. 168 e 175. — Uma noite de lua ,- O suspiro da professa ; Os meus desejos ; A noite de Santo Antônio ; Saudade; No álbum de A. V. A. S. ( i m proviso)— No Atheneo, periódico dos estudantes da faculdade de medicina da Bahia, pags. 8, 19, 38, 5S, 65 e 233. A poesia (A noite de Santo Antônio) em que o poeta descreve o modo, por que se festeja esta noite no norte do Brazil, ainda ó de licada á sua Enaira, a quem lembrando duas noites dessas, passadas a seu lado, quando a ella chegava a vez de consultar a sorte, diz o poeta : Tremia a minha mão, si eu dava os dados ; Tremia a minha voz, si eu lia a sorte. De seus escriptos em prosa, além dos publicados na Tolerância em 1849 e no Correio Mercantil, da Bahia, em 1850 e 1851, ha: — O Calouro namorado: rom mce—uo Atheneo, ns. 1, 3 e 4, não proseguindo por motivo de certas censuras. — O calorico è um corpo — no Horisonte n. 1. E' a contestação de um escripto de Josó Moniz Cordeiro Gitahy que diz que o calorico não é um corpo, mas o resultado de uma combinação. (Veja-se este nome e Antônio Mariano do Bomfim.) — Considerações sobre o medico na Bahia. Bahia, 1849, in-4» — E, sua these inaugural. — A ep:demía em 1849 seria importada? — Na Gazeta dos Hospitaes do Rio de Janeiro, tomo 2», pags. 116 a 122 e216 a 224. Sustenta 362 FI Amaral a importação da moléstia e como na mesma Gazeta fosse sua opinião contestada pelo Dr. De-Simoni, escreveu elle segundo artigo que foi pub içado com a noticia de sua morte no numero 15 de outubro de 1851, noticia que fez seu illustre contendor suspender a penna da •polemica para escrever uma nenia nas pags. 253 a 256. F i r m i n o J o s é d e F i g u e i r e d o — Sei apenas que é brazileiro, presbytero Secular, reside em Pernambuco, eescreveu: — Oração fúnebre nas exéquias do conselheiro Francisco Xavier Paes Barreto, celebradas em Ipojuca a 25 de março de 1865, recitada, etc. Recife, 1867, 12 pags. in-8». Firmino R o d r i g u e s S i l v a — Nasceu na cidade de Nictheroy em 1816, e falleceu a 4 de julho de 1879 em Paris, victima de desarranjos das faculdades mentaes. Graduado bacharel em sciencias sociaes e jurídicas na faculdade de S- Paulo, em 1836, e vindo psra o Rio de Janeiro, deu-se á advocacia e ao jornalismo politico. Nomeado juiz de direito de Ouro Preto em 1841 e depois chefe de policia de Minas Geraes, achou-se nesta provincia. por occasião da rebellião de 1842, e ahi, como era de esperar, soffreu aggressões dos partidários dessa rebellião que teve de combater ; mas a provincia, agradecida a seus serviços, o elegeu seu representante na câmara temporária om 1843, e o contemplou em três listas tríplices para senador, sendo escolhido pela coroa em 1861. Depois dos serviços prestados em Minas, fpi nomeado desembargador da relação do Rio de Janeiro e esteve em exercicio no tribunal do commercio, sendo, pouco antes de fallecer, aposentado por causa de seus soffrimentos. Cultivou com muito gosto a poesia e fo uma das mais hábeis pennas do jornalismo brazileiro. Era commendador da ordem de Christo, offlcial da ordem da Rosa, sócio do Instituto histórico e geographico brazileiro e escreveu: — O Chronista. Rio do Janeiro, 1836-1837, 2 vols. in-4»— E' uma folha de opposição ao governo da regência Feijó, e de cuja redacção se encarregara elle apenas voltara de S. Paulo com o titulo de bacharel. Teve nessa folha por companheiros Justiniano José ria Rocha que foi delia fundador e principal redactor, e o conselheiro Josino do Nascimento e Silva, dos quaes hei de occupar-me. Depois d'0 Chronista collaborou n'0 Brazil e em outras folhas do Rio de Janeiro e de Minas, e redigiu com outros — O Constitucional. Rio de Janeiro, 1862-1864, in-fol. — Com igual titulo houve aqui outros jornaes, que na Ia teem com este. — A dissolução do gabinete de 5 de meio, ou a facção áulica. Rio de F I 363 Janeiro, 1847— E' um opusculo político que sahiu sob o anonymo, sendo também uttribuido, a principio, ao Marquez de Paraná. Em resposta a elle publicou o conselheiro F. de S. Torres Homem um pamphleto com o titulo A opposição e a coroa. (Veja-se Francisco de Salles Torres Homem.) — Discurso prof rido na discussão do voto de graças, a 8 de março de 1873. Rio de Janeiro, 1873, 35 pags. in-8°. — Discurso sobre a questão religiosa, pronunciado na sessão de 5 de julho de 1873. Kio de Janeiro, 1853, in-8». — Discurso proferido no dia 27 de junho de 1874 na discussão do voto de graçMS. Rio de Janeiro, 1874, 54 pags. in-8»— Versa sobre a questão religiosa. — Discurso proferido na discussão do voto de graças, na sessão de 8 de março de 1877. Rio de Janeiro, 1877, 54 pags. in-8». — Nenía á morte de Francisco Beraardino Ribeiro. Rio de Janeiro, 1841, in-8" — Esta nenia foi escripta em 1837, e sahiu também na Minerva Braziliense, tomo 2», pag. 558, e no Parnaso Brazileiro de J. M. Pereira da Silva, tomo 2», pag. 193. — o 0om censo. Por *'* Rio de Janeiro, 1849, 68 pags. in-8? — Ha esparsas algumas composiçõ.-s poéticas deste autor. No mesmo Parnaso se encontram: — Concelho. As lagrimas, ode; A saudade, ode ao Sr. Josó Maria do Amaral por occasião de partir para França, afim de alli continuar seus estudos ; A coroação, ode — Acham-se todas no tomo 2o. F i r m i n o R o d r i g u e s V i e i r a — Natural de Sergipe, ó bacharel em sciencias physicas e mathematicas, tendo começado o curso na antiga escola militar e concluído na escola central. Escreveu : — Estudos sobre as sêccas do Brazil. Bahia (?), 1891 — 0 autor não só estuda as causas desse flagello que tem soffrido o norte do Brazil, como também os meios de eliminai-o de alguns pontos. Firmino Theotonio da M o r a d a — Engenheiro geographo e chefe da estrada de ferro central de Alagoas. Escreveu : — Memória descriptiva soSre o Estado das Alagoas e justificativa dos planos organizados pelo engenheiro Firmino Morada, e apresentados ao governo federal para a construcção da primeira secção da estrada de ferro central alagoana pelo commendador Luiz Plínio de Oliveira. Rio de Janeiro, 1892. 364 .K- - ou< F l a u s i n o J o s é d a G a m a — Natural do Rio de Janeiro' e surdo-mudo de nascimento, teve ainda a desventura de perder o uso completo da razão e, depois de estar algum tempo no hospício dos alienados, acha-se agora em companhia de sua mãe. Educado no instituto dos surdos-mudos, ahi exerceu o cargo de repetidor do pri* meiro e segundo anno de estudos, até que seu estado mórbido o arredou do estabelecimento, onde, segundo disse-me o honrado director, sua falta tem sido muito sensivel. Escreveu: — lconographía dos signaes dos surdos-mudos. Rio de Janeiro, 1875, in-8°. F l a v i o F a r n e s e d a P a i x ã o — Filho de Flavio Farnese da Paixão, nasceu na cidade do Serro, em Minas Geraes, e falleceu no Rio de Janeiro a 6 de setembro de 1871 com cerca de 35 annos. Bacharel em direito pela faculdade do S. Paulo, formado em 1856, foi, neste mesmo anno, nomeado procurador fiscal da thesouraria, e em 1858, promotor publico da capital de sua provincia, que o elegeu seu deputado na legislatura de 1867 a 1870. Exerceu a advocacia ao mesmo tempo que, republicauo 'sincero e liberal extreme, pugnou por suas idéas, jà collaborando para diversos periódicos? já redigindo. — A Actualidade : jornal político, litterario e noticioso. Redactores Flavio Farnese, Lafayette Rodrigues Pereira. Bernardo Joaquim da Silva Guimarães e Pedro Luiz Pereira de Souza. Rio de Janeiro, 1858 a 1864, in foi.—Foi elle o fundador e principal redactor desta- folha, que neste ultimo anno passou a ser redigida pelos Drs. Antônio e Luiz Barbosa da Silva. — Le Brêsil. Proprietaire, Flavio Farnese. rRedaction M M. Flavio Farnese, LafaietteRodrigues Pereira e Pedro Luiz Pereira de Souza. Rio de Janeiro, 1862-1863, in-folio. — A Republica. Propriedade do club republicano. Rio de Janeiro, 1870-1874, in-fol.—Foi suspensa a publicação a 28 de fevereiro deste ultimo anno e foram também da redacção Quii.tino Bocayuva, Lafayette Rodrigues Pereira, Aristides da Silveira Lobo e outros. Farnesa escreveu vários opusculos sobre questão do foro, e a — Biographía de monsenhor José Antônio Marinho — Na galeria dos brazileiros illustres, vol. 2». F l o r e n o i o A n t ô n i o B a r r e t o — Fallecido antes de 1837, por isso que no Almanak do Rio de Janeiro deste anno uão vem in- FIJ 365 cluido seu nome, sei apenas que foi medico da imperial câmara de dom Pedro I e quó escreveu : — Instrucções sobre o modo de vaccinar, e deFenvolvimento comparado da vaccina falsa com a verdadeira. Rio de Janeiro, 1827, in-4». F l o r e n c i o C a r l o s d e A b r e u e S i l v a — Nascido na cidade de Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, falleceu no Rio de Janeiro, victima de uma tuberculose, em 1882, sendo bacharel em direito pala faculdade de S. Paulo e presidente desta provincia. Foi deputado na legislatura d? 1878 a 1881 e em 1880 nomeado senador por carta imperial de 27 de setembro. Escreveu : — A quebra do juramento, romance — Nos exercícios litteraríos do Culto á Sciencia, revista de S. Paulo, 1860. Era então o autor estudante e como tal redigiu : — O Tymbíra, jornal político, litterario e noticioso, redigido por alguns acadêmicos. S. Paulo, iu-fol. — Este jornal começou em 1859 sob a redacção de Rodrigo Octavio, H. Limpo de Abreu, Josó Luiz Monteiro de Souza, J. Roquette Carneiro Mendonça, A. V. Pinto Coelho e J. C. de Paiva Tavares. No4» anno, 1861, foi que passou a Florencio Carlos e F. Rangel Pestana. Em 1881 publicou se n> mesma provincia, em Aréas, outro jornal com igual titulo, sob a redacção de Raphael Braga. Na carreira política o Dr. Florencio Carlos publicou alguns trabalhos, c^mo : — Forças de mar: discurso pronunciado na câmara dos deputados na sessão de 18 de julho de 1879. Rio de Janeiro, 1879, in-8». F l o r o s t a n d o Itoz>vado^vsl^:i, C o n d e d e B o z w a d o w s k i — í^atural da Allemanha e brazileiro por naturalisação, falleceu em 1879 no Rio de Janeiro, onde era professor livre de francez,italiano e allemão, e sócio do Instituto polytechnico brazileiro. Era engenheiro,formado em sua pátria; serviu no corpo de engenheiros, da Áustria com o posto do capitão e, vindo para o Brazil, foi addido ao corpo de estado-maior de primeira classe cem o posto de major. Militou na campanha do listado Oriental do uruguay de 1852, pelo que foi condecorado com a respectiva medalha de ouro. Escreveu : — Relatório da viagem do vapor Marajó da cidade da Barra do Rio NeTO à povoação de Nauta, na republica do Peru, apresentado em janeiro de 1854 ao presi lente da provincia do Amazonas. Rio de Janeiio, 185-i.fc'3pags. in-4» com am mappa — Foi isso em desempenho de uma conimissão por occasião da primitiva navegação e commercio do Amazonas. 366 *•*-' — O governo e a colonísação ou considerações sobre o Brazil e engajamento de estrangeiros: publicação offerecida aos brazileiros e aos estrangeiros amigos do Brazil. Rio de Janeiro, 1857, 56 pags in-4» com o retrato do autor. — Orçamento de uma olaria provincial no Amazonas, para fabricação annual de 1.000.000 de tijolos e 300.000 telhas. 1853—Inédito. O original de 9 fls. in-fol. pertence ao archivo militar e esteve na exposição de historia pátria. — Projecto dé Tabatinga, comprehendendo duas baterias de cinco peças cada uma, acompanhadas e flanqueadas por fogos de fuzilaria e completadas por um entrincheiramento, etc—Inédito. 0*original, de 61 fls. in foi., pertence ao mesmo archivo e esteve na dita exposição. Ha do autor uma planta deste projecto, de 2 fls. F l o r i a n o A l v e s d a C o s t a — Natural do Rio de Janeiro e nascido a 25 de fevereiro de 1825, encetou a vida commercial aos quatorze annos de idade, dedicou-se à profissão de guarda-livros que exerceu até 1851 e, estabelecendo-se na praça do Rio de Janeiro nesta data, como negociante, matriculou-se em 1868 no antigo tribunal do commercio da capital do império. Desde muito moço, dado à leitura de bons autores, tornou-so enthusiasta dos poetas clássicos, com cujos livros se deleitava nas horas de descanço de seus affazeres, e escreveu : — O passeio dos bardos ao Baldeador : poemêto. Rio de Janeiro, 1848, 32 pags. in-8"— E' escripto em verso heróico e lyrico e a edição é nitida, com filêtes e vinhetas. — Amores e saudades : poesias. Rio de Janeiro 1849, 216 pags. in-8° — O autor começou a imprimir este livro na typographia braziliense de F. M. Ferreira ; mas da pagina 145 em deante a impressão é feita na typographia clássica de F. M. de Almeida. — Uma casa perto de tudo: comedia em dous actos. Rio de Janeiro, 1856 — Esta comedia foi approvada pelo conservatório dramático em 1857, representada na provincia de Minas Geraes, e na Villa-Real em Portugal. — Guaraciaba: jornal litterario e instructivo. Rio de Janeiro, 18501851 — Este jornal, fundado e redigido por Floriano da Costa, do collaboração com L. Maximiano Pecegueiro e Luiz Corrêa de Azevedo se publiexva uma vez por semana, com 8 paginas de duas columnas m-4°, sahindo o primeiro numero a 15 de setembro de 1830 e o ultimo a & de abril do anno seguinte. Depois disto, em 1853, passou a ser propriedade de um parente de seu fundador, o qnal com Pecegueiro e *n«J 367 Corrêa de Azevedo publicou mais 17 números de 9 de outubro de 1873 a 29 de janeiro de 1854. — A luz jornal litterario e instructivo. Rio de Janeiro, 1872 a 1874, in-fol.— Este jornal, fundado sob as mesmas bases do precedente, circulou por quasi todo o império sahindo aos domingos, completando dous volumes de 416 pags. e ficando incompleto o terceiro volume de que sahiram apenas onze números. O primeiro volume contém algumas gravuras de assumptos nacionaes. Floriano A. da Costa collaborou de 1848 a 1858 nos periódicos Chronica, Saudade, Beja-flòr, Brazil e Cruzeiro, todos do Rio de Janeiro, e também no Atheneo, da Bahia. Nosalmanaks de lembranças de Lisboa dos annos de 1858, 1871, 1872, 1873 e 1879 se acham cinco escriptos de sua penna. Finalmente tem inéditas muitas composições poéticas. F l o r i a n o J o s é d e M i r a n d a — Filho de João José de Miranda e de dona Thereza de Jesus Miranda, nasceu em Maceió, capital das Alagoas, em 1841, e falleceu uo Rio de Janeiro a 15 de novembro de 1884. Bacharel em direito pela faculdade de S. Paulo, apenas formado serviu como voluntário da pátria com o posto de capitão na guerra contra o Paraguay e, depois de exercer alguns annos a advocacia em sua provinc ; a, entrou para a. secretaria dos negócios da justiça no logar d Í amanueuse. Era cavalleiro da ordem da Rosa, sócio do Instituto archeologico alagoano e escreveu: — Ângelo, drama em quatro actos — Vem nos Exercícios litteraríos do Culto a sciencia, S. Paulo, 1861. Era o autor neste tompo estudante. Fortunato A n t ô n i o d e F r e i t a s — Filho de José Antônio de Frcit;.s c de dona Maria Joaquina de SanfAnna, nasceu na cidade da Bahia em 1835. Feitos os preparatórios necessários para o curso de medicina e o da escola normal, projectava matricular-se na faculdade de sua provincia, quando a falta de recursos para isso e a necessidade de prover logo ai s meios de subsistência o levaram ao concurso para uma cadeira de primeiras lettras, que obteve; mas antes de entrar em exercicio foi a outro concurso para um logar de praticante na thesouraria provincial e o obteve também. Deste emprego, porém, desgostoso por não ter accesso depois de alguns annos, pediu exoneração, e passou a servir na companhia bahiana de navegação á vapor, como encarregado da escripturação e depois superintendente interino. Em 1864, comprando uma typographia, dedicou.se ao jornalismo até 1868. Serviu depois na secretaria da Misericórdia 368 *."- *-» e sendo inspector da mesma secretaria, retirou-se para servir como amanuense na secretaria da policia, levado por conselhos e promessas de melhor logar com a reforma projectada desta repartição. Fundou e dirigiu o collegio Onze de julho, onde leccionou varias matérias. Exerceu diversos cargos de eleição popular, iuclusive o de presidente da câmara municipal, e cargos de confiança do governo como o de major da guarda nacional ; é membro do conservatório dramático, de que foi presidente e do Instituto histórico da Bahia, e escreveu: — Os meus amores, poesias. Bahia, 1853, in-8°—E' o primeiro volume de suas poesias. Era então o a, itor muito joven e o livro revela ser de musa infantil. — Momentos de dhtracção. Bahia, 186), in-8°— E' o segundo volume, onde acham-se muitas composições, já publicadas em varias revistas. De uma dellas, a Judia, são os seguintes versos : « Judia ! . . . Si tu és judia, Jud 'U também quero s e r . . . . Si de amar os teus encantos Cm christão não tem poder, Ensiua-me as tuas crenças, Eu quero comtigo ciêr. Dá-me a luz desses teus olhos. Num sorrir meiga expressão.. Amor igual ao que eu sinto No fundo docor.-ção... Que eu juro amar tuas crenças, Que eu deixo de ser christão...» Collaborou para algumas folhas políticas, como o Pedro II, o Cruzeiro, a Imprensa, o Constitucional e a Nova Epocha e redigiu: — A Constituição, periódico político. Bahia, 1861 a 1868—E' escripto de accordo com as idéas da política conservadora e, muitas vezes, em linguagem vehemente. F o r t u n a t o d a F o n s e c a D u a r t e — F i l h o de Joaquim Donato da Fonseea e de dona Graciana Florisbella Duarte da Fonseca e natural da proviucia de Minas Geraes, nasceu a 7 do maio de 1847 ; é doutor em medicina pela faculdade do Rio do Janeiro e professor de latim do antigo collegio do Pedro II. boje gymnasio brazileiro. Rscreveu : — Diagnostico dí ffc-rencia 1 dos tumores do scrctuin; Ha real disiineçào entre a chimea minera! o n orgânica ? vantagem da compressão na therapeutica cirúrgica ; Apoplexia: th*?se apresentada á faculdade do medicinado Rio de Janeiro, etc. Rio de Janeiro, 1873, it>l" FO 369 — De Utterís apud Romanos adhibitis : dissertatio philologica, quam lege jubente conscripsit Fortunatus da Fonseca Duarte, M. D., latinitatis loci hypodidascali in imperiale cillegio Petrí II competitor. Potamopoli. MDCCCLXXIX, 40 pags. in-4» — De éllípsi in sermone latino adhibita. Hanc dissertationem proponebat imperialis collegii Petri II professoribus ad cathedram latinitatis obtinendam Fortunatus de Fonseca Duarte, M. D., in eodem collegio latinas linguao hypodidascalus. Potamopoli, 1873 54 pags. in-4» — O Dr. Duarte tem ainda trabalhos no exercicio de sua cadeira, como : — Programma do ensino do imperial collegio de Pedro II, organisadp de conformidade com o § Io do art.'2° do decreto n. 8227 de 24 de agosto de 1881, approvado etc, Rio de Janeiro, 1883, 59 pags. in-4» — E' escripto em collaboração com outros lentes. Fortunato Gonçalves P e r e i r a de Andrade— Natural da provincia de S. Paulo, onde falleceu, era presbytero do habito de S. Pedro, grande musico, excellente cantor e compositor inspirado. O piano era seu instrumento favorito. Não sei si deu á estampa suas numerosíssimas composições; ellas, porém, são conhecidas em sua provincia e constam de — Missas, ladainhas, antiphonas de igreja, concertos e coros para theatro, valsas, contradansas, árias, etc. — Numa noticia, que publicou o Almanak litterario paulista para 1876, onde o padre Fortunato é classilicado como um gênio, bem como seu contemporâneo, o padre Mamede José Gomes da Silva, também compositor, lê-se o seguinte : « Mamede é vivaz e imaginoso em suas composições; Fortunato plácido e sentimental. Aquelle dá ás suas harmonias toda a pompa da expressão; este toda a ternura de uma melancolia ideal. Mamede parece Strauss em suas valsas arrebatadoras ; Fortunato simula Beethowen em suas melodias embaidoras. Um falia aos sentidos com vigorosa eloqüência, emquanto que o outro desce ao coração com iueffavel doçura, São ambos gênios...» F o r t n n a t o B a p h a e l N o g u e i r a F e n í d o —Filho do doutor Agostinho Nogueira Penido, nasceu na provincia de Minas Geraes e ahi falleceu entre os annos de 1867 e 1870, sendo bacharelem sciencias sociaes e jurídicas pela faculdade de S. Paulo, formado em 1834. Seus próprios lentes o tinham em consideração e nelle reconheciam um dos mais brilhantes talentos que essa faculdade teve. Dedicou-se á advocacia e, apezar de cego e até paralytico, trabalhou sempre, quer na tribuna, quer no gabinete, Possuía vastos conhecimentos 370 FÍC de outras sciencias, além daquellas que cursara, como demonstrou escrevendo : — Tratado de Medicina e de outros variadrs interesses do Brazil e da humanidade. Rio de Janeiro, 1858, 442 pags. in-4n— E' dividido este livro em três partes: Na primeira trata-se de assumptos que teem relação com a medicina; nas outras duas, sob o titulo de « Variados interesses do Brazil e da humanidade» trata-se da agricultura, da instrucção publica, de vias de communic ição, naturalisação, systema eleitoral, foro civil e criminal, magistratura, etc. I>. F r a n e i s c a I s i d o r a G o n ç a l v e s d a R o c h a — Filha de Isidoro Gonçalves da Rocha e de dona Franeisca Herculana Gonçalves da Rocha, é natural do Estado de Pernambuco e nascida no engenho Santo André, na comarca do Jaboatão. Dotada de educação esmerada, conhece varias línguas, cultiva as lettras, é uma das mais distinetas poetisas do Brazil e tem escripto varias obras, quer em prosa, quer em verso, que ella, excessivamente modesta, se esquiva de dar a lume e até, segundo me consta, se empenha em viver desconhecida. A uma noticia que delia escreveu o doutor ÍI. Cipitulino P. de Melle, devo o conhecimento de duas poesias suas, que são : — Scena campestre— Vem nas Pernambucanas illustres, pags. 77 e 79. E' um quadro da natureza campestre, cujo desenho de maviosa belleza conclue a autora com os seguintes versos: Meu Deus! quuita ventura neste quadro E como ao coração f^lla de amores! Que estrophes liadas de um poema d'ouro! Que lindo prisma de animadas cores! — Ailhade Coral—Idem, pags. 180e 181. Além destas duas composições, declara o doutor Capitulino ter em seu poder : —Tarde de eslio; Resignação; Heart Strings, paraphrase de Gcethe — Diz mais que D. Franeisca Isidora entre as diversas producções, que a honram muito, possue: — A filha dos Tvpys: drama lyrico em três actos. — O sítio de Lysandro: romance. — Traducção de Manfredo, de Byron. I>. F r a n e i s c a M a r a n h ã o C a v a l c a n t i A l b u q u e r q u e — Filha de Loureuço Cavalcanti de Albuquerque Maranhão e de dona Anna Luiza Vieira Maranhão, Birão e Baroneza de Atalaia, e casada com seu primo, o conselheiro Lourenço Cavalcanti de Albuquerque, nasceu em Maceió, capital de Alagoas, a 9 de maio de 1844. FJEfc 371 De esmerada educação, falia perfeitamente francez e allemão, viajou mais de uma vez pela Europa, e escreveu : — Emma de Teneburgo : conto moral do conego Schmid ; traduzido do allemão. Rio de Janeiro, 1858; 194 pags. in-8° — Foi o primeiro e feliz ensaio de sua penna, ainda infantil, e consta-me que ha da traductora outros trabalhos, que, talvez, ainda venham á luz. I>. F r a n e i s c a S e n h o r i n h a d a M o t t a D i n i z — Filha de Eduardo Gonçalves.da Motta Ramos e de dona Gertrudes Alves de Mello Ramos, é natural de S. José d'El-Rei, Estado de Minas Geraes e foi casada com o advogado José Joaquim da Silva Diniz jà fallecido. Sempre dedicada ao magistério da instrucção primaria, leccionou com distiucção em sua provincia natal, na de S. Paulo e no Rio de Janeiro, onde dirige actualmente o collegio de Santa Isabel para meninas ; dedicada ás lettras, collaborou na Estação, jornal de modas, e redigiu : — A Vos da Verdade : jornal semanário, noticioso e instruetivo — Nunca o vi ; mas sei que foi uma publicação de ephemera duração. — A Primavera : revista semanal instruetiva e noticiosa. Rio de Janeiro, 1880, in-4» — Sahiu o 1° numero a 1 de setembro e cessou a publicação no 8». Esta revista nada tem com outra de titulo igual, publicada em 1861. — O Sexo Feminino : jornal semanário, dedicado aos interesses da mulher. Rio de Janeiro, 1884-1886, in-4" gr.— E' um jornal de propaganda da instrucção, no qual sua redactora se oceupa também da abolição do elemento servil. — A Judia Rachcl\ romance original de costumes, por D. Franeisca Senhorinha da Motta Diniz e sua filha A. A. Diniz. Rio de Janeiro, 1886, 254 pags. in-8". Francisco Aecioli JLãns — Filho de Sebastião da Cunha Aecioli Lins e natural de Pernambuco, é bacharel em sciencias sociaes o jurídicas, formado em 1884 e creio que foi delegado de policia da capital federal. Escreveu : — Canções da Aurora : poesias. Ouro Preto, 1886. — Harpa das selvas : poesias. Juiz de Fora, 1887. Francisco Adolpho de Varnhagen, Visconde de Porto Seguro — Filho do tenente-coronel Frederico Luiz Guilherme de Varnhagen, nasceu a 17 de fevereiro de 1816 na freguezia de S. João de Ipanema, do actual Estado de S. Paulo, quando seu pai 372 F R ahi se achava restaurando as fundições nacionaes e administrando a fabrica de ferro, e falleceu em Vienna d'Austria a 29 de junho de 1878. Estudava em Portugal o curso de mathematicas no collegio militar e foi obrigado a interromper esse curso para vir concluil-o no Brazil, porque alistou-se voluntariamente pela causa do imperador D. Pedro 1 quando esse príncipe quiz firmar no reino a restauração constitucional. Depois de 1840, anno em que concluiu seus estudos, tornou a Portugal, por achar-se ahi seu pai gravemente doente. Voltando á pátria, foi em 1842 promovido a offlcial do imperial corpo de engenheiros, do qual alguns annos depois pediu demissão para dedicar-se á carreira diplomática como addido á legação em Lisboa—carreira em que prestou ao Brazil os mais relevantes serviços o ao mesmo tempo accumulava considerável cabedal de conhecimentos, de que exhibiu inconcussas provas nas obras que escreveu como historiador, corographo, geographo, poeta, dramaturgo, biographo e mathematico. Em 1851 foi promovido a encarregado de negócios em Madrid donde em 1859 passou ã Republica do Paraguay, que elle deixou sem licença de seu governo, por ver a crueldade com que o dictador Lopez, o velho, tratava seus subordinados e a miséria, a que o mesmo dictador reduzia aquelle misero paiz. Serviu depois successivamente nas republicas da Venezuela, Nova-Granada, Equador, Chile e Peru, tendo a gloria de protestar nesta ultima contra o modo por que o presidente Prado defendia o governo do Paraguay, censurado de não guardar com o Brazil a cortezia á que o Brazil tinha direito, e finalmente em Vienna d'Áustria, sendo enviado extraordinário e ministro plenipotenciario. Barão e depois Visconde de Porto Seguro, titulo que lembra o descobrimento do Brazil, cuja historia tanto o preoccupou, levando-o a revolver poentos e já carcomidos archivos, Varnhagen era grande do império: commendador da ordem da Rosa e cavalleiro da de Christo ; gran-cruz da ordem russiana de Santo Estanislau ; da ordem austríaca da Coroa de Ferro ; da ordem hespanhola de Isabel, a Catholica, e da do Carlos III; membro do Instituto histórico e geographico brazileiro, da academia real das sciencias de Lisboa e de muitas associações de sciencias e lettras. Escreveu: — Reflexões criticas sobre o escripto do século 16°, impresso com o titulo de Noticias do Brazil (de Gabriel Soares de Souza), no tomo 3» da «Collecção de noticias para a historia e geographia das nações ultramarinas». Lisboa, 1839, in-4°— Sujeitas ao juizo de uma commissão da real academia das sciencias de Lisboa, que as elogiou, sahiram antes no 5" volume da mesma collecção de noticias. Escrevera o autor esta obra, sendo ainda estudante c obtendo o titulo de membro da academia, o também o du membro do Instituto histórico brazileiro. F B 373 — Diário da navegação da armada, que foi á terra do Brazil em 1530 sob a capitania-mór de Martin Affonso de Souza, escripto por seu irmão Pero Lopes de Souza. Lisboa, 1839, 154 pags. in.-8° — Acompanha esta obra, também publicada durante o tirocinio escolastieo do editor, o retrato de Martim Affonso, sua biographia e a de seu irmão Pero, annotações e documentos. Houve posteriormente uma edição, feita em S. Paulo á custa da provincia, com accreseimos e correcções de Varnhagen, havendo ao todo quatro edições, e a ultima com o titulo : — Diário da navegação, de Pero Lopes de Souza pela costa do Brazil até o rio Uruguay (de 1530 a 1532). Quarta edição, acompanhada de vários documentos e notas, e livro da viagem da nao BretSa ao Cabo Frio (em 1511), por Duarte Fernandes. Nova edição ; tudo annotado e precedido de um minucioso prólogo, escripto por seu editor F. A. de Varnhagen. Rio de Janeiro, 1867, 113 pags. in-8» gr. —Acha-se também na Revista do Instituto, tomo 24. — O descobrimento do Brazil: chronica do fim do 15° século. Segunda edição authentica, revista, correcta e augmentada pelo autor. Rio de Janeiro, 1840, 7.0 pags. in-8°— Tinha sido publicado no periódico Panorama, tomo 4», 1840, pags. 21, 33, 53, 68, 101 e segs. em 12 capítulos com o titulo de Chronica do descobrimento do Brazil, sendo escripto em fôrma de romance, afim de melhor adaptar-se ao gosto do paiz, como diz o autor. — iVoíicia Wsforica e descriptiva do mosteiro de Belém. Lisboa, 1842» 59 pags. in-8» com uma estampa — Fecha-se o escripto com o glossário de alguns termos relativos á architectura, e foi também publicado no Panorama, tomo 6», 1842, pags. 58, 66, 73, 99, 109, 125, 130 e 138» accrescentado de mais um capitulo, o 13", com additamento aos precedentes e um desenho do interior do mosteiro, no tomo 7°, pags. 385 e segs. — Corographia cabo-verdiana ou descripção geographico-historica da provincia das Ilhas de Cabo-Verde e Guiné ; publicada por José Conrado Carlos de Chelmicki e Francisco Adolpho de Varnhagen. Lisboa, 1841, 2 vols. de 304 e 511 pags. in-8» com seis estampas — A indicação do nome do segnndo autor só vem no segundo volume. — As primeiras negociações diplomáticas relativas ao Brazil. Rio de Janeiro, 1843 — Foi feita a publicação pelo Instituto histórico, em virtude de deliberação tomada na sessão de 2 de dezembro de 1842. — Épicos brazileiros. Lisboa, 1843 — Houve segunda edição, de Lisboa, 451 pags. in-12»j—A primeira contém o poema Caramurú ; a segunda contém este e o poema Uruguay, acompanhados de notas biogra- 374 F R phicas acerca de seus autores frei. José de Santa Rita Durão e José Basilio da Gama, e de notas instructivas de Varnhagen. — OCaramurü perante a historia : dissertação. Rio de Janeiro, 1846, in-8» — Este trabalho foi apresentado ao Instituto histórico, que premiou o autor com uma medalha de ouro no valor de quatrocentos mil réis, prêmio que elle cedeu em troca de outra remuneração de ordem litteraria. Foi também publicado na Revista Trimensal, tomo 10». 1848, pags. 129 a 152. — Narrativa epistolar de uma viagem e missão jesuitica pela Bahia, llhéos, Porto Seguro, Pernambuco, e t c , escripta pelo P. Fernâo Cardim. Lisboa, 1847, 129 pags. in-8°— Esta obra existia na bibliotheca publica eborense, muito incorrecta. Varnhagem corrigiu-a e addicionou-lhe muitas notas que, entretanto, não sahiram impressas por motivos que elle expõe no fim do livro numa advertência final. — Replica apologetica de um escriptor calumniado e juizo final de um plagiario diffamador que se intitula general. Madrid, 1840, 24 pags. m-8» — Refere-se a uma publicação do general Abreu Lima em vista do juizo critico que escrevera Varnhagen sobre seu « Compêndio da Historia do Brazil », o qual juizo vem na Revista do Instituto, tomo 13», pags. 60 a 83. (Veja-se José Ignacio de Abreu Lima.) — Qual o gráo de veracidade em que se deve ter o facto maravilhoso de Diogo Alvares Cabral e da celebre Paraguassú, conforme refere Rocha Pitta na sua « America portugueza •», livro 1», pag. 59, ns. 98 e 99, de que, deixando a nado as praias da Bahia de Todos os Santos, .'oram acolhidos em uma nào franceza e levados á França, onde reinava Henrique II, alli foi ella baptisada com o nome da rainha Catharina de Medicis e unidos em matrimônio, sendo os dous sobreditos soberanos os padrinhos: programma do Instituto histórico — que Varnhagen desenvolveu, merecendo a medalha de ouro. 1847. — Memorial orgânico que à consideração das assembléas geral e provinciaes do império do Brazil apresenta um brazileiro. 1849 (sem indicação do logar), 54 pags. in-4° — Trata-se da divisão das províncias e da mudança da capital do império. No anno seguinte publicou elle: — Memorial orgânico. Segunda parte, em que se insiste sobre a adopção. de medidas da maior transcendência para o Brazil. Madrid, 1850, 16 pags. in-4» — O trafico dos africanos e a escravidão. Madrid, 1850 — Neste livro pede o autor a promulgação de uma lei que desde logo decrete a liberdade de ventre, depois de um prazo dado, como propuzerá o Dr. A. F. França na câmara dos deputados na sessão de 15 de julho FI» 375 de 1837 (veja-se Antônio Ferreira França, 1°), e como realizara depois o Visconde do Rio Branco. — Memória sobre os trabalhos que se podem consultar nas negociações de limites do império, com algum is lembranças para a demarcação destes, escripta por ordem do Exm. Sr. conselheiro PaulinoJosó Soares de Souza, ministro, etc. 1851 — Existe na bibliotheca nacional a cópia, datada de 15 de julho de3te anno, 21 fls., com um mappa. — Tratado descriptivo do Brazil em 1587, obra de Gabriel Soares de Souza, senhor de engenho na Bahia e nella residente dezasete annos, seu vereador da câmara, etc. Edição castigada pelo estudo e exame de muitos códices manuscriptos, existentes no Brazil, Portugal, Hespanha e França e accrescentada de alguns commentarios à obra, etc. Rio de Janeiro, 1851, 422 pags. in-8» gr. — Vem também na Revista do Instituto, tomo 14», pags. 1 a 422 da primeira edição da Revista, ou pags.l a 330 da segunda edição, precedidas de um prólogo, com 28 pags. de numeração especial, e de « Algumas noticias biographicas acerca de Gabriel Soares de Souza, tiradas do 2° volume da Historia do Brazil do editor Visconde de Porto Seguro » e seguidas de « Breves commentarios ao dito tratado de Gabriel Soares e do códice, de pags. 3H a 382. Diz Innocencio da Silva que esta edição é em tulo incomparavelmente superior á que fizera pela primeira vez a academia real das sciencias de Lisboa, quando ainda se ignorava quem fosse o autor, na Collecção de noticias, etc. — Historia geral do Brazil, isto é, do descobrimento, colonisação, legislação e desenvolvimento deste Estado, hoje império independente, escripta em presença de muitos documentos authenticos, recolhidos nos archivos do Brazil, do Portug•>], da Hespanha o da Hollanda por um sócio do Instituto histórico do Brazil, nttural de Sorocaba. Madrid, 1854,2 tomos de XV-198 e XXVIIl-489 pags. in-4» com 27 estampas — achanio-se o prefacio e o discurso introductorio no 2» tomo. « Esta obra, objecto incessante das vigílias do autor nos melhores annos de sua vida, não só lhe grangeou o suffragio e approvação dos homens competentes, cujo testemunho elle se compraz de mencionar no P. S., com que termina o segundo tomo, mas abriu-lha as portas de varias corporações scientificas e litterarias, como a academia das sciencias de Munich e a sociedade geographica de Paris, que espontaneamente se apressaram em chamal-o ao seu grêmio. » Depois publicou-se : — Historia Geral do Brazil antes de sua separação e independência de Portugal.Segunda, edição,muito augmentada e melhorada (sem data, com a declaração da casa de Laemmert & C, mas notando-seno verso da folha do rosto do 1° volume «Imprensa do filho de Carlos Gerold» e na 376 FR do 2» volume a mesma declaração, com a designação Vienna) — E uma edição nitida de 1222 pags. in-4° e mais 28 da introducção, com vários retratos de homens ilustres, desenhos e mappas, offerecida ao Imperador D. Pedro II. Após a publicação da primeira edição appareceu em Pariz a obra « Considerations geographiques sur 1'histoire du Brésil, reoemment publiée em portugais à Madrid, par Mr. François Adolphe de Varnhagen: rapport fait par Mr. d'Avezac» e então escreveu Varnhagen : — Examen de quelques poincs de 1'histoire geographique du Brésil, comprenant des eclaircissemehts nouveaux sur le second voyage de Vespucci, sur les explorations des cotes soptentrionales du Brésil par Hojeda et parPinzon,sur 1'ouvrage de Navarrete, sur le véritable ligne de demarcation de Tordezillas, sur 1'Oyapok de Vincent Pinzon, sur le véritable point do vue ou doit se placer tout 1'histoire du Brésil, ou Analyse critique du Rapport de M. d'Avezac sur Ia recente Histoire générale du Brésil. Paris, 1858, 70 pags. in-8° com J mappa—E ainda mais, si não é a mesma obra : — Bulletin de Ia Societé de geographio. Examen de quelques points de 1'histoire geographique du Brésil (sem logar, nem data), in. 8° — Primera epístola dei almirante d. Christobal Colon, dando cuenta de su grau descubrimiento a d. Gabriel Sanchez, tesorero de Aragon. Acompana ai texto original castellano ei do Ia traducion latina de Leandro de Cosso, segun Ia primera odicion de Roma de 1493 y preceíe Ia noticia de una nueva copia dei original manuscrito y de Ias antiguas edíciones dei texto eu latin. hecha por el editor d. Genaro II. Yolafan. Valencia. 1858, 35 pags. iii-4» —Tiraram-se apenas desta edição cem exemplares numerados, sendo, portanto, urna obra muito rara. Depois de alguns annos, fez-se nova edição com o titulo : — Carta de Christobal Colon, enviada de Lisboa á Barcelona en marzo de 1493. Nueva edition critica conteniendo Ias variantes de los diferentes textos, juicio sobre estos, reflexiones tendentes a mostrara quien Ia carta fue escrita, y varias otras noticias. Por el seudonimo de Valencia. Vienna, 1869, 85 pags. in-8» com uma carta do districto das Antilhas, visitado por Colon, como suppõe o editor — Serviu-se para esta obra do texto de um exemplar da primitiva edição castelhana, encontrado na bibliotheca ambrosiana de Milão. Foram tirados só 120 exemplares, também numerados. — Succinta indicação de alguns manuscriptos importantes, relativos ao Brazil eá Portugal, existentes no museo brilannico de Londres e não comprehendidos no Catalogo Figanieri, publicado em Lisboa em 1853, ou simples additamento ao dito catalogo Habana, 1863, 15 pags. in-8*. FR 377 — La verdadera Guanahaní de Colou: memória, etc. Santiago, 1864, 120 pags. in-4», com uma carta em folha de grande formato — Foi publicada nos Annaes do Chile e depois traduzida em allemão. Nella prova o autor que a Guanahani de Colombo não era sinão a Mayaguana e nunca alguma das pretendidas Lucayas. Esta memória sahiu também nos Annaes do Chile, e depois traduzida em allemão, isto é : Das wahre Guanahani desColumbus & Wien, in-8». — Aun Ias questiones de limites dei Ecuador ó sea Pedro Moncayo y su nuevo folheto, sus absurdos y su mala fé, etc., por E. P Lima, 1862, 76 pags. in-4»— Bem que no rosto deste opusculo não venha o nome de Varnhagen, comtudo muito trabalhou nelle sua penna, e quasi exclusivamente sua ó a parte relativa á diplomacia. — Amerigo Vespucci, son caractere, ses écripts (même les moins authentiques), sa vieetses navigations. Lima, 1865, in-fol. com uma carta das derrotas — A continuação, que ahi se prome tte, desta obra, foi publicada em Vienna, como se verá adeante. — Vespucci et son premier voyage ou notice d'une decouverte et exploration primitive du golfe du Mexique et des cotes des Etats-Unis, en 1497 et 1498, avec le texte de trois notes importantes de Ia main de Colomb. Paris, 1858,31 pags. in-8» com uma estampa—Sahira antes no «Bulletin de Ia Societé de Geographie » de janeiro e fevereiro deste anno. — Le premier voyage d'Amerigo Vespucci, definitivement explique dans ses details. Vienna, 1809, in-fol. — Nouvellcs recherches sur les derniers voyages du navigateur florentin A. Vespucci. Vienna, 1868, in-fol. — Nouvelles recherches sur les derniers voyages du navigateur florentin et le reste des documents et eclaircissements sur lui. Vienna, 1869, in-fl. com uma carta e um fac-simile. — Ainda Amerigo Vespucci. Novos estudos e achegos, especialmente da interpretação dada á sua primeira viagem, em 1497 e 1498, ás costas de Yucatan e golfo Mexicano. Vienna d'Áustria, 1874, in-8° com um fac-simile do mappa-mundi de Ruysch. —Historia completadas luctashollandezas no Brazil, desde 1624a 1654, pelo autor da Historia Geral do Brazil. Vienna d'Áustria, 1871, 395 pags. com uma estampa — Fez-se no anno seguinte uma nova edição melhorada e accrescentada, Lisboa, 1872, 432 pags. Esta obra deu motivo à publicação em Haya de um opusculo com o titulo « Les hollandais au Brésil : un mot de replique à M. Varnhagen, par le Lieut.-Colonel P>M. Netseher» em Haya, 1873, ao qual respondeu Varnhagen com : — Les hollandais au Brésil: un mot de reponse à M. Netscher. Vienna, edition de 1'auteur, 1874, in-4°. 378 F S — Io Schõner et P . Apianus ( Benewitz ) Influencia de um e de outro e de vários de seus companheiros na adopção do nome America o primeiros globos e mappas-mundi com este nome. Vienna, 1872 — Sahiu também na Revista do Instituto, tomo 35, 1872, parte 2 a , pags. 171 a 202. — SulV importanza d'um manuscripto inédito delia Biblioteca imperial de Viena per verificare quale fu Ia prima isola scoperta dal Colombo ed anche altos punti delia historia delia America: discorso, etc. Vienna, 1869, in-8». — Em serviço ao Norte da Europa (paginas não officiaes). Stockholm, 1874, in-3. c — Officioprotesto,dirigido ao Instituto histórico e geographicodo Brazil pelo seu antigo primeiro secretario contra varias asserções injustas insólitas e infuudadas do Dr. Antônio Henriques Leal em certa pequena nota de seus «Apontamentos», publicado com algumas notas additivas e um prefacio também protesto. Vienna. 1874, 23 pags. in-8». — L'origine touranienne des Americains Tupis-caribcs et des anciens Egyptiens, iudiquée principalemento par Ia philologie comparée: traces d'une ancienne migration en Amérique, invasion du Brésil par les Tupis, etc. Vienne, 1876, 175 pags. in-8". — Historia da paixão de Christo e taboas dos parentescos, em lingua Tupi, por Nicolas Yapugnay, com uma resenhados impressos acerca da dita lingua, por, etc. Vienna, 1876, 58 pags. in-8» — Essa historia é extrahida da « Explication dei catechismo en lengua guarani », obra rarissima, impressa em 1724. Precedo a hLtoria uma introducção de Varnhagen, de 15 pags., acerca dos citados impressos. A Varnhagen se deve a reimpressão das duas obras seguintes: — Arte de Ia lengua guarani, ó mas bien tupi, per el p . Antônio Ruiz de Montoya. Nueva edicion, mas correta y esmerada que Ia primera y con Ias vocês Índias en tipo diferente. Vienna, 1876, 104 pags. in-8° — Precede-a uma introducção do editor. — Vocabulário y tesoro de Ia lengua guarani, ó mas bien, tupi, en dos partes : 1°, Vocabulário espanol-guarani, ó tupi ; 2°, Tesoro guarani, ó tupi-espanol, por el p . Antônio Ruiz de Montoya. Nueva edicion, mas correta y esmerada que ia primera e con Ias vocês índias en tipo diferente. Vienna, 1876, in-8». — A caça no Brazil ou manual do caçador em toda America tropical, acompanhada de um glossário dos termos usuaes da caça, por um brazileiro devoto de Santo Huberto. Rio de Janeiro, 1860, 146 pags. in-8». — Os indies bravios eo Sr. Lisboa, Timon 3.' Apostilla e nota G aos ns. 11 e 12 do Jornal de Timon, contendo vinte e seis cartas in- F R 379 editas do jornalista e um extracto do folheto « Diatribe contra a timonice » (em parte agora reimpressn). Lima, 1867,128 pags. in-8»— Este opusculo, aqui apontado, é escripto por Frederico Augusto Pereira de Moraes, portuguez, com o titulo:« Diatribe contra a timonice do Jornal de Timon » acerca da Historia geral do Brazil, pelo Sr. Varnhagen. Lisboa, 1859, 47 pags. in-8» e é assignado por Erasmo, anagramma de Moraes. — Carta ao Sr. Dr. L. F. da Veiga acerca do autor das cartas chilenas. Rio de Janeiro, 1867, 15 pags.— E' datada de 30 de novembro e declara o autor ter convicção de que taes cartaã são da penna d9 Cláudio Maneei da Costa (veja-se e^te nome) e não de Alvarenga Peixoto, como se suppunha. — A questão da capital: marítima ou interior ? Vienna, 1877, 17 pags. in-4»—Foi depois r^impresso esse trabalho n'0 Cruzeiro de 7 e 12 de janeiro de 1878. — Projecto de uma lei addicional à das terras publicas, com a imposição do censo por maior, e favores aos que promovem a colonisação agrícola no Brazil. Madrid, 1856, 8 pags. in-4». — Relatório do congresso estatístico de S. Petersburg em agosto de li62 — Neste .congresso foi Varnhagen um dos vice-presidentes. — Carta ao Exm. ministro da agricultura a respeito principalmente de vários melhoramentos nos engenhos de assucar nas Antilhas, applicaveis ao Brazil. Caracas, 1863, 15 pags. in-8» — Este opusculo teve outra edição no mesmo anno. — O Tabaco na Bahia. De que modo se ha de melhorar, assim o cultivo da planta, como especialmente a curada folha para charutos, afim de poderem rivalisar com os havanos. Caracas, 1863, 14 pags. in-8°— Este escripto foi publicado com outro de João Francisco dos Santos « A lavoura rotineira. Idéas praticas ». — O café da bahia — Acha-se este trabalho no opusculo publicado no Rio de Janeiro, sem data, mas de 1868 com o titulo: O enigma commercial do café moka, patenteado na exposição de 1867. — A cultura do trigo no Brazil — Na Revista Popular, tomo 5», pag. 94 e seguintes. — Memória sobre a necessidade do ensino e estudo das quinze línguas indígenas no Brazil, lida na sessão do Instituto de I de agosto de 1840— e publicada na Revista Trimensal, tomo 3", 1841, pags. 53 a 63. —Excerptos de varias listas de condemnados pela inquisição de Lisboa desde o anno de 1711 ao de 1767, comprehendendo só brazileiros e colonos estabelecidos no Brazil — Na mesma Revista, tomo 7°, 1845, pags. 54 a 86. Consta de 221 nomes com as accusações e sentenças do 380 FR terrível e execrando tribunal, entre elles os dos infelizes Antônio Josc da Silva, sua joven esposa e sua velha mãi. — Ethnographia indígena. Línguas, emigrações e archeologia. Padrões de mármores dos primeiros descobridores — Na mesma Revista, tomo 12», 1851, pags. 366 a 376. — Cartas de Américo Vespucci na parte que respeita às suas três viagens ao Brazil, traduzidas e annotadas criticamente — Idem, tomo 41», 1878, parte I a , pags. 5 a 31. — Gabriel Soares de Souza: memória — Idem, tomo 21°, pags. 455 a 468. — Naturalidade de Felippe Antônio Camarão — Idem, tomo 30°, parte I a , pags. 500 a 508 — Ha, além do que se refere á historia do Brazil, a cujo estudo Varnhagen consagrou toda a sua actividade e intelligencia, muitos trabalhos, de que citarei: — Trovas e cantores de um códice do 14° século, ou antes mui provavelmente o « Livro das cantigas » do Conde de Barcellos ( com dous fac-similes ) . Madrid, 1849, XLII-339, in-12» — Tudo faz crer que se trata do Cancioneiro do collegio dos nobres. As poesias do códice manuscripto e original que existia na bibliotheca real da Ajuda, em Lisboa, precede um nobiliario ou livro de linhagens, escripto pela mesma lettra, em pergaminho e em folio de duas columnas ; a lettra, que se julga ser do próprio Conde de Barcellos, é do século 14»; o idioma, o portuguez castiço, é deste século, e do secuto 13», anterior mesmo ao reinado de D. Diniz. Jà havia sido impresso esse códice, notavelmente adulterado, por Lavanha e Faria no século 17°, e Varnhagen, não só deu ás trovas e cantigas a ordem e nexo que faltam no códice, como o illustrou com o que pôde tornal-o mais interessante histórica e litterariamente considerado, como se pôde ajuizar da introducção e dopost-scriptumpor ellé^elaborados com apurada critica. Ao original deste códice foram unidas mais algumas folhas encontradas na bibliotheca publica eborense, e escriptas em pergaminho do mesmo formato e da mesma lettra. Esse post-scriptum foi publicado depois, para ser reunido ao livro com a numeração seglíida de 340 a 369. Por ultimo deu elle ainda à publicidade: — Novas paginas de notas. Vienna d'Áustria, 1868 — A numeração é continuada do precedente, isto é, de 371 a 399. Nestas notas o autor, em vista de estudos posteriores e da confrontação com o Códice do Vaticano, reforma a opinião, que alimentava, de ser o Cancioneiro do collegip dos nobres trabalho de uma só peuna. — Florilegío da poesia brazileira ou collecção das mais notáveis composições de poetas brazileiros fallecidos, contendo as biographias de F R 381 muitos delles, tudo precedido de um ensaio histórico sobre as lettras no Brazil. Lisboa e Madrid, 1850-1853, 3 vols. a saber: O 1° tem 359 pags. precedidas de mais de 54 pags., contendo o ensaio histórico ; o 2° tem 361 pags., em continuação do precedente, até 720; o 3", que ó impresso em Madrid, 1853, tem 311 pags. a que segue-se um appendice publicado em Vienna em 1872, de 102 pags. O Dr. A. J. de Mello Moraes, 1», de quem já fiz menção, transcreve fielmente o ensaio litterario precedendo o primeiro volume no seu livro intitulado « Elementos de litteratura », dando-lhe, porém, o titulo de Historia da litteratura brazileira. • — Amador Bueno : drama historico-americano em quatro actos e três mutações. Lisboa, 1847, in-12» — Segunda edição, Madrid, 1858, 16 pags. in-8» gr. — Sumé: lenda mitho-religiosa americana, recolhida em outras oras por um indio Moranduçara, agora traduzida e dada à luz com algumas notas por um paulista de Sorocaba. Madrid, 1855, 39 pags. in-12» — Sahiu também no periódico Panorama, tomo 12°, 1855, pags. 347 a 351, e ainda no periódico Abelha, n. 9. — Caramurú : romance histórico, brazileiro. Rio de. Janeiro, 1859 — Ê escripto em quadras de redondilha de seis syllabas e foi antes publicado no Florilegio. — Cancioneirinho de trovas antigas, colligidas de um Grande Cancioneiro da bibliotheca do Vaticano, precedido de uma noticia critica do mesmo Grande Cancioneiro com a lista de todos os trovadores que comprehende, pela maior parte, portuguezes e gallegos. Vienna, 1870, 217 pags. in-8» — E' uma primorosa edição, em que se encontram preciosas trovas inéditas do códice do Vaticano, do qual o doutor Caetano Lopes de Moura publicou uma parte apenas com o titulo de Cancioneiro alegre d'el-rei D. Diniz. Em sua introducção Varnhagen apresenta espécies mais circumstanciadas que completam e rectiflcam o que sobre o códice escreveu Lopes de Moura ; corrigem-se algumas asserções de escriptores alleinães que, mal informados, do celebre códice se teem occupado; estudam- se e esclarecem-se certos pontos obscuros ou duvidosos, e dá-se noticia de trabalho portuguez, manuscripto existente na bibliotheca imperial de Vienna d'Áustria. — O memorial das • proezas da segunda Tavola redonda e a edição Triumpho de Sagramor. Vienna, 1872, in-16"— Litteratura dos livros de cavallaria. Vienna, 1872 — Trata-se dos romances de cavallaria, dos Amádis de Gaulis, Palmeirim de Inglaterra e de outros. 382 *-j«, — Relatório e parecer apresentado ao Conservatório real da arte dramática por uma commissão especial acerca das peças submettidas ás provas publicas em 1841. (Extraindo da Revista Lisbonense.) Lisboa, 1812, 14 pags. in-8° gr.—E' também assignado por F . S. Margiochi. — Elogio histórico do vice-almirante Iguacio da Costa Quintella, lido na sessão publica do conservatório real. (Sem data e logar.) Typ. Nacional, in-4° — Publicou-se também nas Memórias do Conservatório. — Os dous Vellosos, botânicos brazileiros — Na Gazela Medica da Bahia, 1880-1881, reproduzido da publicação em folheto feita em Vienna, segundo me consta. Refere-se o autor a frei José Mariano da Conceição Velloso e João Velloso de Miranda. De brazileiros illustres é outros homens que representam papel importante de nossi historia ha publicadas por Varnhagen na Revista do Instituto as biographias seguintes: D. Francisco de Lemos do Faria Pereira Coutinho—tomo 2°, pag. 378. Salvador Conêa de Sá e Beneviies— tomo 3"', pag. 100 e tomo 5", pag. 224. João Fernandes Vieira — tomo õ», pag. 82, Martirn Affonso de Souza—Idem, pag. 232. Pero Lopes de Souza — Idem, pag. 252 e tomo 0" pag. 118. Euzebio de Mattos —tomo 8°, pag. 510. Fr. José de Santi Rita Durão— idem, pag. 276. Antônio José da Silva — tomo 9», pag. 114. Manoel Botelho de Oliveira — id.mi, pag. 124. Vicente Coelho de Seabra— idem, pag. 25). João de Brito Lima — tomo 10", pag. 116. Fr. Manoel de Santa Rita Itaparica— idem, pag. 240. Thomaz Antônio Gonzaga — tomos 12°, 13° e 30», pags. 120, 4.05 e 425 da 2 a parte. Domingos Caldas Barboza — tomo 14°, pag. 449. Antônio de Moraes e Silva — tomo 15", pag. 244. Jorge de Albuquerque Maranhão — tomo 25°, pag. 353. Francisco Josó de Lacerda o Almeida — tomo 36", parte I a , pag. 177. Antônio Pires da Silva Pontes Leme — ide ti, pag. 184. Finalmente Varnhagen deixou inéditos vários trabalhos, como: — Relação em 25 classes de documentos existentes no archivo real de Simancas, relativos aos limites meridionaes do Brazil para delles se tirar cópia — Se acha inédita na bibliotheca nacional, acompanhada das «Observações, e t c . , pelo Barão da Ponte Ribeiro». (Veja-se Duarte da Ponte Ribeiro.) — Historia da independência — O grande valor deste livro póde-se calcular pelo que o autor diz na sua Historia Geral do Brazil, dada à lume F R 383 depois de sua morte ; diz elle: « Essa nossa Historia da Independência já se acha escripta e será publicada apenas consigamos elucidar algumas poucas duvidas que ainda temos. A mesma historia unicamente se recommenda pela pureza das fontes e abundância de documentos que se tiveram presentes, além dos publicados por Cayrú e aproveitados por Pereira da Silva, a saber: 1." As collecções mais ou menos completas dos periódicos do tempo, e com especialidade o Reverbero, a Malagueta, o Espelho e o Rsgenerador. 2.» Todas as publicações avulsas, não periódicas, do mes no tempo, que são muitíssimas e hoje raras de encontrar. 3.» Varias informações verbaes, recolhidas desde 1840 pelo autor (e desde logo por elle protocollisadas) em conversações com vários coriphêos da independência que conheceu e tratou, incluindo os Marquezes de Paranaguá, Valença, Rezende, Monte-Alegre e Sapucahy e também Januário, LóJo, Vergueiro, Raphael Tobias e outros. 4.' Finalmente, as importantíssimas confidencias offlciaes dos agentes diplomáticos e consulares hespanhol, francez, inglez e àustriaco, desde 1821 a 1825, consultados pelo autor, e t c , etc. ;> Alguns trechos deste livro foram publicados em Pariz pelo Barão do Rio Branco. F r a n c i s c o A g o s t i n h o G o m e s — Filho de Agostinho Gomes, fidalgo cavalleiro da casa real, oriundo da nobre familia dos Fontouras e Carneiros, e de dona Isabel Maria Maciel Teixeira, nasceu na Bahia a 4 de julho de 17G9 e falleceu a 19 de fevereiro de 1842. Fez os estudos necessários para seguir o estado ecclesiastico, como desejavam seus pais, e depois de receber as ordens de diacono, fallecendo seu pai e ficando possuidor de grande fortuna, deixou o estado em que se filiara sem ter a necessária vocação o deu-se apaixonadamente ao estudo das sciencias naturaes, economia política e litteratura, nas quaes tornou-se notável. Concorreu poderosamente para a fundação da bibliotheca publica da Bahia, doando-a de grande parte de sua importante livraria, que então era a primeira, depois da dosjesuitas; introduziu na provincia machinas e instrumentos agrícolas dos mais aperfeiçoados, que elle sabia existirem na Europa ; mandou vir da Europa e propagou no paiz muitas plantas exóticas ; dotou o museo bahiano de ricas collecções mineralogicas e finalmente despendeu uma parte de sua fjrtuna, auxiliando jovens conterrâneos seus a irem estudar no velho mundo. Eleito deputado às cortes portuguezas, foi dos que se recusaram a jurar a constituição, sahindo por isso de Lisboa para Inglaterra, donde voltou à pátria deniorando-se um anuo na provincia de Pernambuco. Foi ainda debutado á primeira legislatura brazileira em substituição do V;sconde de Cayrú, eleito senador em 1826. 384 FR, Era sócio correspondente da sociedade dos estudiosos da natureza de Edemburg, á qual fez diversas remessas de preciosas collecções de um museo, que possuía, de productos naturaes do paiz, que elle com admirável perfeição preparava, pois que possuía também um laboratório chimico e um gabinete de physica. Finalmente, conhecedor de varias línguas, além de muitos trabalhos, que publicou na Gazeta Commercial e em outros periódicos, escreveu: — 0 Escudo da Liberdade. Pernambuco, 1822— Procurei esta publicação, que Agostinho Gomes redigira em sua volta da Inglaterra e nunca pude encontral-a. — Jornal da Sociedade de agricultura, commercio e industria cia província da Bahia. Bahia, 1833 a 1836 — Sahiu em folhetos mensalmente e os trabalhos de sua penna eram apreciados, pelo assumpto e pela pureza e elegância do estylo. — Memória apologetica do tratado de commercio entre o ministro do Brazil e o ministro de Portugal e dos Srs. deputados que na câmara temporária o sustentaram. Bahia, 1837, 56 pags. in-4». — Dissertação sobre a origem e estudo da lingua portugueza, offerecida á sociedade Bibliotheca clássica portugueza da Bahia em 1841 — Creio quo não foi publicada. Affirmaram-me ser de F. A. Gomes: — Lei natural ou princípios physicos de moral, deduzidos da organização do homem e do universo, por C. F. Volney, traduzidos por um bahiano. Bahia, 1835, in-8° —Philosophia moral de Dugald Stewart — Ia ser dada à luz a traducção commentada desta obra, quando a morte surprehendeu o traductor. Naturalmente está o manuscripto com os numerosos trabalhos que ficaram inéditos. O coronel. Ignacio Aecioli de Cerqueira e Silva, de quem adeante oecupar-me-hei, enviando ao Instituto histórico e geographico brazileiro, em 1842, a biographia de F, Agostinho Gomes, depois impressa na Revista trimensal, diz que lhe foram entregues os manuscriptos deste, isto é: — Traducções de diversas obras de philosophia, de economia política, de theologia e dramáticas —as quaesnão enviava logo ao Instituto, por se acharem em grande confusão e ser preciso tempo para coordenal-as. (Veja-se a acta da sessão de 7 de julho de 1842, Revista, tomo 5».) O Instituto, porém, nunca taes obras viu, nem se sabe que destino tiveram ellas com o fallecimento do coronel Aecioli, nem isto admira, porque também não ha noticia da immensidade de seus papeis, relativos, principalmente, á historia pátria, de que elle era o chronista-mór. O Dr. Mello Moraes, já fallecido, em casa de quem residia e morreu Ignacio Aecioli, ó quem poderia alguma cousa dizer a tal respeito. FR 385 F r a n c i s c o A g o s t i n h o R i b e i r o — Advogado no Estado de Matto Grosso e natural, segundo peusc, desse Estado, escreveu: — 0 despotismo em acção ou a falta de liberdade individual. Cuyabà, 1888 —Não pude ver essa obra, mas é sem duvida sobre política; ó uma discussão de actos do presidente da provincia, coronel Francisco Raphael de Mello Rego. — 0 Sr. Dr. Joaquim Murtinho e o seu manifesto. Cuyabà, 1890 — E' um escripto político, impugnando um manifesto do Dr. Murtinho, publicado pela imprensa do Estado. — Biographia do general de divisão Antônio Maria Coelho. Cuyabà, (?) 1890, com o retrato do general. F r a n c i s c o A l b e r t o d e S o u z a e S i l v a — Irmão de João José de Souza e Silva Rio e de Joaquim Norberto de Souza e Silva, dos quaes se fará menção neste livro, nasceu na cidade do Rio de Janeiro a 27 de novembro de 1822, e falleceu na cidade da Barra Mansa a 16 de janeiro de 1872, com 49 annos de idade. Depois de cursar diversas matérias de humanidades, se alistou no exercito, e serviu na arma de cavallaria, de que pediu depois e obteve demissão, tendo o posto de tenente. Poeta, como seus irmãos, escreveu, além de muitas poesias em diversos periódicos e revistas de lettras: — A visão : phases de um império. 1831 a 1834. Rio de Janeiro, 1842, in-8» — Comprehende esta obra: A revolução ; A abdicação ; A menoridade; A maioridade. E' escripta em verso hendecasyllabo solto. F r a n c i s c o A l b e r t o T e i x e i r a d e A r a g ã o — Filho de Felisberto Teixeira de Aragão e de dona Anna Teixeira de Aragão, nasceu em Lisboa em 1788 e falleceu no Rio de Janeiro a 15 de junho de 1847. Formado em direito pela universidade de Coimbra, depois de exercer um logar de juiz de fora em Portugal, foi á França, donde passou ao Brazil e aqui serviu o cargo de intendente da policia, fazendo nesse ramo do serviço melhoramentos que lhe valeram a nomeação de commendador da ordem de Christo e o titulo de conselho do Imperador. • Foi desembargador na relação da Bahia e depois desembargador do paço e deputado da mesa de consciência e ordens e por ultimo ministro do snpremo tribunal de justiça. A elle se deve chamar-se do Aragão o toque de sino da igreja de S. Francisco de Paula, ás 10 horas da hoite, ainda em uso no Rio de Janeiro, ha poucos annos. Escreveu : — Gazela dos Tribunaes, dos juizes e factos judiciaes do foro e da jurisprudência. Rio de Janeiro, 1843 a 1846, in-folio — E' uma excellente revista, de que o conselheiro Aragão foi o fundador. Diz o 386 1^-K. Dr. José Francisco Sigaud (veja-se este nome) no seu Annuario político, histórico e estatístico do Brazil, 1847, que elle escrevera diversos trabalhos litteraríos, que lhe abreviaram o termo da existência. So conheço, além de sua revista : —A instituição do jury criminal. Rio de Janeiro, 1824, in-8°— Outros trabalhos de que falia o Dr. Sigaud estão, sem duvida, publicados sob o anonymo ou ficaram inéditos. F r a n c i s c o A l i p i o — E' proprietário rural na provincia do Rio de Janeiro, como elle mesmo o declara, e talvez ahi nascido ; cultiva a poesia e escreveu: — sí/sul e sombras (collecção de versos): Rio de Janeiro, 1884, in-M». F r a n c i s c o d e A l m e i d a — Filho do capitão-mór Amaro Ferreira de Almeida e de dona Barbara de Souza Almeida, e natural da villa da Cachoeira, depois cidade da provincia e hoje Estado da Bahia, nasceu em 1706 e não em 1724, como suppõe o doutor .1. M. de Macedo. Com quinze annos de idade, a 7 de dezembro de 1721, tomou a roupêta no collegio dos jesuítas, onde estudou sciencias, sendo admirado pelo seu talento e applicação ; recebeu ordens sacras e leccionou diversas matérias. Foi orador sagrado muito applaudido, poeta e grande latinista; escreveu muitos sermões e muitas composições poéticas em latim e na própria lingua ; mas apenas publicou: — Orpheus brasilicus, sive eximius elementaris mundi Harmostes, nempe V. P. Josephus de Anchieta, novi orbis thaumatnrgus et Brasilias apostolus. Ulyssipone, 1737, in-4» — E' um poema em verso heróico. — Sermão de S. Francisco Xavier, protector da cidade da Bahia, na solemnidade anniversaria, com que o festeja o nobilissimo senado da câmara pelo beneficio que fez a todo o Estado do Brazil, livrando-o da peste chamada vulgarmente a biclia. Lisboa, 1743, in-4». — Oração ética e política da terceira quarta-feira de quaresma, na igreja da Misericórdia da Bahia, em o anno de 1742. Lisboa, 1743, in-4°. F r a n c i s c o A l t i n o C o r r ê a d e A r a ú j o — Nascido em Pernambuco no mez de dezembro de 1849 e bacharel em sciencias sociaes e jurídicas, formado em 1875, administrou a provincia, hoje Estado do Rio Grande do Norte e tem exercido cargos de magistratura, como o de promotor publico no Recife e o de juiz de direito em Goyaz. Cultiva desde muito joven as lettras, é um idealista romântico, « mas de um lyrismo suave, límpido » e publicou durante o curso jurídico F R 387 muitas poesias e estudos críticos no jornalismo acadêmico do Recife. Delle só conheço as seguintes composições: — Sonhando. Escuta. A' uma menina. No álbum de um poeta. Não crês ?! Não me fujas... Dea. Eu tinha um coração. Adeus... Visão. A'Eurico Dominici. Senhora. Platão — São poesias de um volume inédito, que um seu.parente, o Dr. Silvio Romero, possuía e foram publicadas na Revista Brazileira, anno 2», tomo 7°, 1881, pags. 458 a 470. Sinto não poder dar outras publicações do mimoso poeta. Francisco Alvares Machado de Vascon- c e l l o s — Filho do cirurgião Joaquim Theobaldo Machado de Vasconcellos e de dona Maria Alvares da Silva Bueno, nasceu na cidade de S. Paulo a 21 de dezembro de 1791, e falleceu no Rio dê Janeiro a 4 de julho de 1846. Com vocação irresistível para a medicina, começou a estudar esta sciencia com seu pai e depois, para ter direito as lições dadas nessa época pelo physico-mór das tropas de S. Paulo, o Dr. Mariano José do Amaral, entrou como ajudante de cirurgia na legião de voluntários desta provincia. Pedindo mais tarde demissão desse corpo, foi medico do hospital militar, e foi cirurgião da imperial câmara. Já em 1814 havia elle obtido a nomeação de cirurgião-mór de um regimento de linha. Representou sua provincia em três legislaturas ; foi nella membro do conselho central, e presidiu o Rio Grande do Sul èm 1840, sendo por isso condecorado com o officialato do Cruzeiro. Foi orador incisivo, eloqüente, ás vezes satyrico, e poeta distincto, deixando uma collecção de poesias em poder do conselheiro Olegario Herculano de Aquino e Castro, que provavelmente ainda serão impressas. Vi delle publicadas : — A um libertino : soneto — Vem no Almanak de S. Paulo, dè 1878, pag. 114. — Saudades da pátria: soneto—No mesmo Almanak, de 1879, pag. 77. — Ode — Idem, pag. 192. F r a n c i s c o A l v a r e s d a S i l v a C a m p o s —Filho do doutor Francisco Alvares da Silva Campos e sobrinho do conselheiro Martinho Alvares da Silva Campos, de quem occupar-me-hei, nasceu em Minas Geraes, é bacharelem lettras pelo antigo collegio de Pedro II e formado em sciencias sociaes e jurídicas pela faculdade de S. Paulo. Escreveu : — E' legitima a nossa constituição ? discurso proferido no Club político e litterario de S. Paulo em sessão de 2"0 de agosto de 1881. S. Paulo, 1881, 24 pags. in-4». 388 l^R, F r a n c i s c o A l v e s F r e i t a s — Filho do antigo pagador das tropas da provincia da Bahia, Joaquim Alves Freitas e avô de Euclides Alves Freitas, jà mencionado neste livro, nasceu na dita provincia e ahi falleceu de avançada idade a 1 de junho de 1881. Veterano da independência, fez a campanha da Bahia de 1821 a 1822 e viveu muitos annos cego e, além de cego, com outros soffrimentos physicos que lhe tornavam pesadíssima a existência. Foi um desvelado cultor da poesia e repentista muito feliz. De grande cópia de composições suas, que elle pediaa um amigo para escrever, publicou um volume com o titulo de — Nuvens negras. Bahia, 1872—Das inéditas, que são innumeraveis' vi, ha poucos annos, algumas em poder do Dr. Affonso Josó dos Santos. De gênio alegre, apezar de seus soffrimentos, foi um dos fundadores da — Marmota da Bahia—(Veja-se Prospero Ribeiro Diniz). Nesta folha escreveu muito sob o pseudonymo « Pantaleão da Saubára » e de uma feita, sendo offerecido um prêmio a quem melhor glozasse a quadra: Faz-se preciso saber, Segundo as leis sociaes, Si são os filhos ou filhas Que dão mais gostos aos pais, foi Alves Freitas quem, entre crescido numero de glozadores, obteve o prêmio promettido. F r a n c i s c o A l v e s L i m a — Filho de Francisco Alves de Moraes e de dona Rachel Cecília de Oliveira Lima, nasceu no Piauhy a 2 de janeiro de 1869 e é bacharel em sciencias sociaes e jurídicas, formado pela faculdade do Recife em 1891. Fez seus estudos de humanidades no Ceará,, para onde voltou depois de formado e havia sido nomeado promotor publico da cidade de Quixeramobim quando explodiu a revolta de 16 de março de 1892. Cultor da poesia, mas muito modesto, só a instantes pedidos de amigos publicou seu primeiro livro de versos com o titulo : — Estrophes. Fortaleza, 1891, in-8° —O autor, surgindo para as lettras sob o influxo da escola poética, que tão alto levantou o ascendente da plástica em litteratura, não seguiu, entretanto, esta escola em toda sua comprehensão. Seguindo em larga escala o methodo eccletico, combateu o parnasianismo moderno e fez reviver em seu livro uma das fôrmas mais fecundas da poesia, o sentimento tão desprezado infelizmente, pólos exagerados admiradores da fôrma. F r a n c i s c o A l v e s d a S i l v a C a s t i l h o — E' natural da freguezia de Nossa Senhora do Desterro do Campo Grande, íreffuezi.i FR 389 suburbana do municipio neutro, e foi para ahi a 5 de fevereiro de 1849, nomeado professor publico da instrucção primaria, em cujo magistério jubilou-se, sendo actualmente nessa freguezia delegado da instrucção publica. Escreveu: — Methodo para o ensino rápido e aprazível de ler impresso, manuscripto e numeração, e de escrever. Rio de Janeiro, 1850, 64 pags.— Segunda edição, Lisboa, 1853. — Manual explicativo ou methodo de leitura, denominado Escola brazileira, offerecido e dedicado á classe dos professores de primeiras lettras. Rio de Janeiro, 1859, 64 pags. in-8» — E' um methodo novo e especial pela divisão e ordem dos elementos phonicos da palavra, e pela leitura immediata, independente de alphabetos e de syllabarios. — Methodo de leitura para o ensino dos meninos e adultos. Rio de Janeiro, 1863, 100 pags. in-8° — E' também publicado sob o titulo de Escola brazileira, assim como outros livros deste autor. — ABC de amor, ou methodo ameno de ensinar as moças, conforme o systema da Escola brazileira, seguido de uma mimosa collecção de poesias amorosas e ternas, extrahidas dos melhores poetas, além de um Diccionario das flores, da explicação das cores e do thermometro do amor. Rio de Janeiro, 1864, in-8° — Preliminares de grammatica, dispostos em leitura apropriada para exercitar a intelligencia dos principiantes e preparal-os para o estudo desta doutrina em obras de maior desenvolvimento, representando o systema grammatical figurado por meio da arvore da sciencia. Rio de Janeiro, 1864, in-8». — Grammatica pittoresca ou systema grammatical explicado pela arvore da sciencia: mappa appenso aos Preliminares de grammatica da Escola brazileira. Rio de Janeiro, 1864, 11 pags. in-8°. — O principio da sabedoria ó o temor de Deus : máxima desenvolvida e explicada por meio de trechos de leitura apropriada para despertar a reflexão da mocidade, etc. Obra dedicada a S. M. o Sr. D. Pedro II e ás mais de família. Rio de Janeiro, 1872, in-8». — Analyse e considerações sobre o relatório da commissão visitadora dos estabelecimentos da instrucção primaria e secundaria do municipio da corte, offerecidas a seus collegas. Rio de Janeiro, 1874, 47 pags. in-8». F r a n c i s c o A m e d é e P e u t — De origem franceza, como seu nome indica, sei apenas que é natural de Ouro-Preto, capital do Estado de Minas Geraes e que escreveu : — Ouro-Pretanas-. poesias. Ouro-Preto (?), 1890—E' um livro de 390 F R estróa e, como de estréa, devem ser desculpaveis pequenos defeitos, naturaes de quem começa. F r a n c i s c o A m y n t a s d e C a r v a l h o M o u r a — Natural da provincia, hoje Estado de Pernambuco, e bacharelem sciencias sociaes e jurídicas, formado pela faculdade do Recife em 1861, é administrador do consulado do mesmo Estado e foi governador do Rio Grande do Norte, nomeado pelo ministério do Barão de Lucena. Escreveu: — Ensaios econômicos e apreciações praticas sobre o estado financeiro do Brazil. Rio de Janeiro, 1885. — Estudo sobre o meio circulante. Rio de Janeiro, 1888. — A republicanisação do Brazil perante a historia. Recife, 1891 — E' uma reproducção de artigos publicados no Diário de Pernambuco sob o pseudonymo de Ignotus civis. F r a n c i s c o A n t ô n i o d e A l m e i d a — Filho do coronel Francisco Antônio de Almeida, doutor em sciencias physicas e mathematicas e cavalleiro da ordem da Rosa, regeu interinamente a segunda cadeira do curso de minas da escola polytechnica ; viajou pela Europa e, a convite do governo imperial, foi addido á commissão do governo francez encarregada de observar a passagem de Veuus no Japão em 1874. Exercia o cargo de director do Diário Offlcial e dello foi exonerado, quando o general Deodoro deixou a presidência da Republica ; depois, accusado de entrar na conspiração de 10 de abril de 1892, foi preso e recolhido á fortaleza de S. João. Escreveu : — Noticia sobre as minas de ferro de Jacupiranguinha e bases de um projecto de exploração : memória apresentada a S. Ex. o Sr. Visconde do Rio Branco, director da escola polytechnica. Rio de Janeiro, 1878, 40 pags. in-8». — A paralaxe do sol e as passagens de Venus, acompanhadas de uma carta para a passagem do mesmo planeta a 6 de dezembro de 1882, que será visto no Brazil ; organizada para o meridiano do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 1878. — Da França ao Japão : narração de viagem e descripção histórica, usos e costumes dos habitantes da China, do Japão e de outros paizes da Ásia. Rio de Janeiro, 1879, 236 pags. in-4°— Este livro é nitidamente impresso, illustrado com varias estampas, precedido do retrato do autor e tem no fim a — Carta do império do Japão, organizada segundo documentos offlciaes. Rio de Janeiro, 1878. — A federação e a republica. Rio de Janeiro, 1889. FR Francisco Antônio de Andrade e 391 Silva — Natural da Bahia, viveu na época da independência e exercia, si não me engano, o cargo de vereador da Câmara Municipal da antiga villa de Sergipe do Conde, quando escreveu : — Exposição da collocação do retrato do Senhor D. Pedro de Alcântara, 1» imperador do Brazil, na casa da câmara da villa de S. Francisco de Sergipe do Conde, na provincia da Bahia. Rio de Janeiro, 1825, 27 pags. in-4». F r a n c i s c o A n t ô n i o d e A z e v e d o — Filho de An-, tonio Ferreira de Azevedo, nasceu na cidade de Goyaz a 7 de setembro de 1815 e falleceu alli em outubro de 1884. Doutor em medicina pela faculdade do Rio de Janeiro, entrou para o serviço militar de saúde em 1845 com o posto de alferes cirurgião ajudante, e subiu successivamento até o de tenente-coronel cirurgião-mór de divisão, em que reformou-se, sendo cavalleiro da ordem de S. Bento de Aviz, e escreveu: — Algumas considerações acerca da importância e hygiene dos hospitaes civis: these que foi apresentada á faculdade de medicina, etc. Rio de Janeiro, 1844, in-4». — Manual de agricultura elementar, precedido de algumas considerações geraes a respeito do auxilio á lavoura do Brazil. Goyaz, 1875, in-4» F r a n c i s c o A n t ô n i o B r a n d ã o — Natural da provincia do Maranhão e doutor em sciencias naturaes pela Universidade de Bruxellas, foi por varias vezes deputado á assembléa de sua provincia, e ahi, segundo mo consta, se deu ao magistério como professor da instrucção superior. Escreveu: — A escravatura no Brazil, precedida de um artigo sobre a agricultura e colonisação no Maranhão. Bruxellas, 1865, 188 pags. in-12» — Este livro ó dedicado ao Dr. Luiz Pereira Barreto, de quem farei menção no logar competente e que cursara com o autor a mesma universidade seguindo, porém, o curso medico. F r a n c i s c o A n t ô n i o C a r n e i r o d a Cunha—E' natural da antiga provincia da Parahyba, major honorário do exercito, bacharel em mathematicas, lente substituto da escola polytechnica e cathedratico do curso superior da escola militar, cavalleiro da ordem da Rosa e da de Christo, condecorado com a medalha da campanha do Paraguay, tendo servido no exercito, e reformando-se com o posto de capitão. Escreveu ; Os heròes parahgbanos na campanha do Paraguay de 1865. Rio 392 F-M de Janeiro, 1867 — Foi feita esta publicação por cadernetas. Occupa-se do alferes Leoncio Frederico Augusto Neiva e do tenente Rufino Borges Marques Camacho, com seus retratos. — Historia da descoberta dos principaes metaes : these de concurso á uma das vagas da segunda secção do curso geral da escola polytechnica. Rio de Janeiro, 1880, in-4»-E' seguida de proposições sobre a constituição da matéria. — Da electricidade estática, comprehendendo o estudo da electricidade atmospherica e dos phenomenos que delia dependem, e o estudo comparativo das diversas machinas electrico-estaticas : these de concurso para o preenchimento da vaga de repetidor da 2a secção do curso superior da escola militar da corte. Rio de Janeiro, 1887, in-4». — Memória sobre as instituições e organização militares. Rio de Janeiro, 1889 — O governo da Republica mandou gratificar ao autor com a quantia de 1:500$, como foi arbitrado pela congregação da escola militar, que considerou a dita memória de utilidade para o ensino. F r a n c i s c o A n t ô n i o d e C a r v a l h o — Filho de Francisco Antônio de Carvalho e de dona Rosa Filgueiras de Carvalho, nasceu na cidade do Rio de Janeiro a 6 de maio de 1855, e falleceu a 3 de maio de 1879. Bacharel em sciencias sociaes e jurídicas, formado em 1877 pela faculdade de S. Paulo, tendo estudado na do Recife o terceiro e quarto annos do curso, foi nomeado promotor publico de Angra dos Reis dous ou três mezes depois de sua formatura, e no anno seguinte, nomeado juiz municipal, veio ao Rio de Janeiro, onde a morte o arrebatou. Dedicado ás lettras, escreveu como collaborador em alguns periódicos, sobretudo na Republica, de S. Paulo, e seus escriptos foram dados á lume sob o titulo: — Escriptos posthumos de F. A. de Carvalho Júnior. Rio de Janeiro, 1879,' in-8», com o retrato do autor, e uma noticia biographica, escripta por Arthur Barreiros — Constitue a primeira parte das obras posthumas a Parisina, drama em três actos, que o autor escrevera depois de ler o poema de Byron com o mesmo titulo. As outras partes de que se compõe o livro, são: 2a, Hesperides, collecção de versos; 3 a , Folhetins ; 4a, Critica; 5a, Vários, que abrange dous escriptos políticos e fragmento de uma conferência sobre a liberdade de cultos. Francisco Antônio Castorino de F a r i a — Filho de Antônio Francisco de Faria e natural de Santa Catharina, F R 393 é professor da instrucção primaria, da primeira cadeira da freguezia da Gloria no municipio da capital federal e escreveu: — Conferências pedagógicas. ( Considerações acerca da terceira these do programma das^conferencias pedagógicas e apreciação da critica feita ao seu trabalho na Revista da Liga tio ensino). Rio de Janeiro, 1884, 12 pags. in-<x», sem folhas de rosto. — Lasthania. Rio de Janeiro, 1884, 170 pags. in-8» — E' um romance que o autor tinha escripto e conservava inédito, ha muitos annos, como outros de sua penna, segundo diz elle. Francisco Antônio Cesarío de Azevedo — Natural de Pernambuco e bacharel em sciencias sociaes e jurídicas pela faculdade do Recife, formado em 1861, escreveu: — Illasões perdidas: primeiros cantos. Pernambuco, 1861. F r a n c i s c o A n t ô n i o D u t r a Rodingues—Natural da cidade do Rio de Janeiro, falleceu na de S. Paulo a 29 de setembro de 1888. Era doutor em direito pela faculdade desta cidade, lente de direito romano, do conselho de sua magestade o imperador, e presidente da directoria do banco de credito real. Foi deputado à assembléa de S. Paulo mais de uma vez. Escreveu: — Theses e dissertação para obter o gráo de doutor, etc. S. Paulo, 1866, 24 pags. in-4» — O ponto da dissertação é este: E' razoável a responsabilidade de terceiro por conta de quem saca a letra de cambio, imposta pelo a r t . 317 do código commercial ? Será ella tratada pela mesma acção decendiaria ou por acção ordinária V — Dissertação e theses para o concurso do logar de lente substituto, etc. S. Paulo, 1868, 30 pags. in-4» — Ponto da dissertação: A classificação dos direitos civis em reaes e pessoaes abrange o quadro de todo direito privado ? Qual a classificação preferível. — Theses e dissertação em virtude do disposto no art. 128 do Reg. n. 1868 de 24 de fevereiro de 1855. S. Paulo, 1871, 26 pags. in-4° — Ponto da dissertação: A legitimação por subsequente matrimônio estende-se a todos os filhos ? — Theses e dissertação que apresentou conforme o disposto no artigo 128 do Regulamento, etc. S. Paulo, 1872, 21 pags. in-4°—Ponto da dissertação: Qual a importância e a autoridade dos jurisconsultos e dos casos julgados na formação da culpa ? Postillas de pratica .- collecção completa de lições de pratica do anno de 1865, precedidas de cinco lições de hermenêutica jurídica e seguidas de dez lições do processo criminal, inteiramente correctas. 394 S. Paulo, 1872, 359 pags. in-8» — E' segunda edição. Parece-me que a primeira é de 1866. As lições de pratica são dadas pelo professor Joaquim Ignacio Ramalho. — Prelecções de direito romano. Volume 1°. Rio de Janeiro, 1887, in-8». — Direito romano. Resumo completo das prelecções desta matéria (tachigraphadas na faculdade de direito de S. Paulo em 1882, por um bacharel em direito). S. Paulo, 1888, 246 pags. in-4° — E' uma publicação posthuma. — Discurso recitado perante a congregação da faculdade de direito de S. Paulo, por occasião de receber o gráo de doutor em sciencias sociaes e jurídicas. S. Paulo, 1866, 8 pags. in-8». — Faculdade de direito de S. Paulo. Memória histórica.acadêmica do anno de 1872, apresentada em sessão de 1 de março de 1873. Rio de Janeiro, 1873, in-4" g r . — Banco de credito rural de S. Paulo. Relatório apresentado á assembléa geral dos accionistas em reunião de 20 de março de 1885. Anno de 1884. S. Paulo, 1885, in-4» — Ha outros trabalhos iguaes. Francisco Antônio Filg-ueiras Sobrinho — Filho de Luiz Antônio Filgueiras e de dona Carolina de Seixas Filgueiras, nasceu na cidade da Bahia a 5 de janeiro de 1842 e falleceu a 17 de abril de 1878 em Paris na casa de saúde—Maison des Bois. Fez o curso de sciencias sociaes e jurídicas na faculdade do Recife, onde recebeu o gráo de bacharel a 12 do dezembro de 1863 e o de doutor a 13 de novembro de 1870. Poeta desde seus verdes annos e desvelado cultor das lettras, escreveu, além de sua — Dissertação e theses para obter o gráo de doutor, etc. Pernambuco, 1870, in-4» — o seguinte: — Discurso proferido na faculdade de direito do Recife no dia 30 de novembro de 1870, na ceremonia da collação do gráo. Pernambuco, 1871, 12pags. in-4". — Auroras e crepúsculos (1° volume de poesias). Pernambuco, 1863. — Consoladoras (2° volume de poesias). Paris, 1876. — Estudos biogrophicos. I Furtado Coelho. Recife, 1863, 178 pags. in-8»— Teve outra edição no mesmo anno no Maranhão, typ. de Bellarmino de Mattos, 172 pags. in-8°. E' dividido este livro em duas partes. Além da parte biographica, de artigos e poesias ao biographado, ha ahi varias considerações sobre o theatro em suas relações com a civilisação e sobre a arte dramática no Brazil. — Ouro ê o que ouro vale : provérbio. Bahia, 1864. F R 395 — Legenda de um paria: drama em quatro actos — Sei que foi escripto em 1864. — Amor com amor se paga : provérbio. Bahia, 1865. — A phenix do amor : romance. Bahia, 1865. — Penelope brazileira: comedia em dous actos — Foi escripta em 1866. Inédita. — Eschola dos pais : comedia em dous actos. Bahia, 1871. — Resumo de um curso de philcsophia elementar. Bahia, 1876. — Curso elementar de direito penal para uso da instrucção primaria edo povo. Bahia, 1874. — 0 inferno.- refutação philosophica á esta crença. Bahia, 1880 — Foi escripta esta obra em 1877. — O Sillabus: traducção com commentarios á todos os seus artigos — Foi escripta também em 1877 e supponho que ainda está inédita. F r a n c i s c o A n t ô n i o d a L u z — Natural da provincia de S. Paulo e formado em sciencias sociaes e jurídicas pela faculdade da mesma provincia, alli falleceu a 3 de setembro de 1889 em Ubatuba, onde exercia o cargo de promotor publico. Dedicou-se às lettras e também á musica, compondo varias peças. De suas obras conheço: — Alberto: romance. S. Paulo, 1859 — tí' seu primeiro trabalho de lettras escripto em estylo ligeiro, mas gracioso e correcto. — A cruz preta: romance — Sahiu no Correio Paulistano, 1859-1860. — Sacrifício : romance. S. Paulo, 1861 — Cotrpoz também algumas melodias para canto, sendo ainda estudante, e mesmo depois, sobre lettra de diversos poetas, entre ellas a — Não me deixes, não : modinha com poesia de Gonçalves Dias. Francisco Antônio Monteiro Tourinho — Nasceu na provincia de S. Paulo a 19 de dezembro de 1836 e fallecen em 1884 ou 1885, bacharel em mathematicas e sciencias physicas, major do corpo de estado-maior de 1*classe, membro do instituto polytechnico brazileiro e cavalleiro da ordem de S. Bento de Aviz. Escreveu: — Provincia do Paraná. Caminhos de ferro para Matto Grosso e Bolívia. Salto do Guayra. Rio de Janeiro, 1876, in-4» — Da penna de Tourinho é somente a primeira parte do livro, isto ó: Observações de traçados. O mais ó do Dr. André Rebouças, sendo do capitão Nostor Borba uma descripção de viagem a Sete-quódas. — Estrada de ferro de Matto Grosso á Bolívia. Observações ao traçado Lhoyd e ao projecto do capitão Poleu : trabalho organizado por ordem da presidência do Paraná. Rio de Janeiro, 1876. 396 F r a n c i s c o A n t ô n i o d e M o u r a — Natural do Rio de Janeiro, onde nasceu a 29 de outubro de 1839, é general de brigada do exercito ; ministro dos negócios da guerra; cavalleiro das ordens de Christo, do Cruzeiro e .da Rosa; offlcial da de S. Bento de Aviz ; condecorado com as medalhas da campanha oriental de 1865 e da do Paraguay, e com a do Mérito e bravura militar. Com o curso de artilharia pelo regulamento de 1860, e praça em 1857, serviu sempre na respectiva arma e exerceu commissões importantes, sendo as ultimas a de commandante da escola de tiro do Campo Grande, director da escola militar do Rio Grande do Sul, director da escola militar do Rio de Janeiro, cargo em que foi elogiado por ordem do dia do exercito e commandante de artilharia. Militar illustrado, possue, talvez, a melhor bibliotheca da classe a que pertence. Escreveu: — Regulamento para instrucção de artilharia, organizado pelo coronel Severiano M. da Fonseca (veja-se este nome), coadjuvado pelo major Francisco Antônio de Moura e capitão Luiz Carlos de Moraes Pinheiro. Rio de Janeiro, 1877, 293 pags. in-8», com 79 estampas — Este livro foi adoptado para instrucção do exercito. — Guia para o jogo de guerra — Na Revista Militar, anno 3°, pags. 4, 73, 105, 137 e 233, com figuras coloridas. — Relatório apresentado ao general Vice-Prcsidente da Republica pelo ministro e secretario dos negócios da guerra. Rio de Janeiro, 1892, 152 pags. in-4°, seguidas de annexos e documentos. F r a n c i s c o A n t ô n i o F e r e i r a d a Rocha—Natural da Bahia, falleceu com avançada idade em junho de 1882, sendo bacharel em direito, formado pela faculdade de Olinda em 1834 e doutor pela universidade de Coimbra. Exerceu a advocacia na capital de sua província com brilhante nomeada, possuía grande cópia de conhecimentos de historia natural, e achou-se á frente de vários melhoramentos. Tentara elle introduzir em sua provincia uma locomotiva de rodas forradas de borracha vulcanisada de considerável grossura, sendo a machina movida a vapor, do systema de Thomsons Road Steamer. Esta locomotiva fez diversas evoluções a 12 de maio de 1871, percorreu logares planos e ladeiras sem auxilio de trilhos, com a grande vantagem de suas rodas não se aprofundarem no terreno não pedrado ; transporem com mais segurança a mais íngreme ladeira ; não produzirem barulho em sua marcha e, no caso de' desastre, não causarem tão graves damnos, como os bonds em geral fazem. Escreveu: — Breves noções sobre piscicultura, extrahidas das memórias da academia de Berlin de 1764 por Clleditsck, e das obras de Goste, Millet, F R 397 Koltz, Jourdier e Carbonier. Bahia, 1876 — De muitos trabalhos que, como advogado, deu á publicidade, citarei as — Razões de recurso interposto para o superior tribunal da relação por Francisco Justiniano de Castro Rebello, Francisco Sampaio Vianna, Joaquim de Castro Guimarães o João Coelho de Oliveira. Bahia, 1867, 70 pags in-4» — Referem-se a uma causa celebre da Bahia e são também assignadas pelo Dr. Pedro Eunapio da Silva Deiró. F r a n c i s c o A n t ô n i o P e s s o a d e B a r r o s —Filho de Antônio de Barros Itaparica, nascido na cidade da Bahia, no anno de 1833 e formado em sciencias sociaes e jurídicas pela faculdade do Recife no anno de 1856, exerceu cargos de magistratura e actualmente exerce a advocacia no Rio de Janeiro. Foi o presidente da primeira intendencia municipal da capital federal depois da proclamação da Republica. Escreveu: — Poesias americanas. Bahia, 1862, 134 pags. in-X". — Rodolpho ou o louco assassino: romance. Pernambuco, 1858, 150 pags. in-8». — Barbara de Alvarenga ou os inconlidentes: drama histórico em quatro actos, um prólogo e sois quadros. Rio de Janeiro, 1877, 157 pags. in-8». — Synopsc política, do império do Brazil desde o primeiro reinado até o presente. Rio de Janeiro, 1368, 56 pags. in-8". F r a n c i s c o A n t ô n i o P i m e n t a B u e n o — Filho do doutor José.Antônio Pimenta Bueno e de dona Balbina Henriqueta de Faria e Albuquerque, Marquez e Marqueza de S. Viceute, nasceu em Cuyabà, capital de Matto Grosso, a 10 de novembro de 1836 e falleceu no Rio de Janeiro a 7 de dezembro de 1888, sendo bacharel em mathematicas e sciencias physicas pela antiga academia militar ; coronel do corpo de estado-maior de primeira classe ; sócio do Instituto histórico e geographico brazileiro ; offlcial da ordem da Rosa; cavalleiro das de Aviz e do Cruzeiro, e condecorado com a medalha da campanha do Paraguay. Acabava de administrar a provincia do Amazonas e de ser nomeado para elevado cargo, quando a morte arrebatou-o e, como disse o orador do Instituto histórico « em todos os degráos da nobre e digna carreira militar sustentou com brilho, quer nos recontros da lucta armada, quer nos labores da sciencia, o venerando nome que carregava como filho do nunca olvidado estadista Marquez de S. Vicente». Escreveu: — Prolongamento da estrada de ferro de S. Paulo: parecer üobre a 398 F R petição dos directores da Companhia Paulista. Rio de Janeiro, 1876, 30 pags. in-8° com 1 mappa. — Memória justificativa sobre o prolongamento da estrada de ferro de S. Paulo. Rio de Janeiro, 1876. — Memória justificativa dos planos apresentados ao governo para prolongamento da estrada de ferro de S. Paulo. Rio de Janeiro, 1877, 164 pags. in-fol. com 1 carta geral das estradas de ferro da mesma provincia. — Informações sobre o requerimento da directoria da Companhia Paulista, concernente à preferencia do valle Mogy-Guassú para prolongamento da estrada de S. Paulo. Rio de Janeiro, 1877, 62 pags. com 1 mappa das estradas de ferro desta provincia e do prolongamento desde a cidade de S. João do Rio Claro até o porto do Parnahyba. — A estrada de ferro de Matto Grosso á Bolívia. Rio de Janeiro, 1877. — Memória justificativa dos trabalhos, de que foi encarregado na provincia de Matto Grosso, segundo as instrucções do ministério da agricultura de 27 de maio de 1879. Rio de Janeiro, 1880. — Relatório sobre a preferencia dos traçados para estradas de ferro na provincia de Sergipe, apresentado ao conselheiro Pedro Luiz Pereira de Souza, etc. Rio de Janeiro, 1882, com um mappa da provincia. — A borracha. Rio de Janeiro, 1882— Foi publicado antes no Jornal do Commercio sob o titulo de Industria extractiva. — Memória sobre o porto do Ceará, ou estudo para a construcção de uma doca de embarque e desembarque na provincia do Ceará — Ao ex-Imperador pertencia o autographo, acompanhado de um esboço do porto da Fortaleza, capital do Ceará e do futuro porto da Fortaleza ; de um parecer do pratico Filippe Francisco Pereira, e de um esboço do ancoradouro da Fortaleza, feito pelo dito pratico á. bico do penna com diversas cores. — Projecto de regulamento dos práticos para a navegação do Amazonas, cuja promulgação é de grande interesse — Foi apresentado o manuscripto perante o conselho naval, poucos dias antes da morte do autor. — Historia da provincia de Matto Grosso— Ficou também inédita e consta-me que é um trabalho de alta importância. — Carta da provincia de Matto Grosso, organizada em 1880— Está na secretaria da agricultura. Pimenta Bueno muito cooperou para o — Atlas do Império do Brazil segundo os dados existentes e outros documentos fornecidos pelo Barão Homem de Mello e tenente-coronel Francisco Antônio Pimenta Bueno e pelos mesmos revisto. Rio de Janeiro ( 1880), com 23 mappas. FR ;!99 — Carla da fronteira do Brazil — Este trabalho é de inestimável valor. Poucos dias antes de morrer foi o autor admittido em conferência do ministério de então para se resolver acerca da publicação dessa carta. F r a n c i s c o A n t ô n i o R a u l i n o — Nascido na provincia (hoje Estado) da Bahia ou na de Sergipe, exerceu por muitos annos a vida commercial e dedicou-se depois á lavoura. Escreveu : — Novo processo para a extracção do assucar da canna e da beterraba por Mr. Melsens, lente da escola de medicina e agricultura de Bruxellas ; traduzido, etc. Bahia, 1849, 114 pags. in-8». F r a n c i s c o A n t ô n i o S a m p a i o — Natural da cidade da Cachoeira, provincia, hoje Estado da Bahia, ahi vivia em 1782, sendo licenciado e exercendo a cirurgia, considerado como um homem de muitos e variados conhecimentos. Escreveu : — Historia dos reinos animal, vegetal e mineral, pertencentes á medicina — Esta obra foi offerecida em manuscripto, ao Instituto histórico e geographico brazileiro pelo doutor Emilio Joaquim da Silva Maia em 1853, e pelo instituto offerecida á sociedade pharmaceutica. Não sei si foi publicada por esta sociedade, ou si esta, à seu turno, a offeréceu á alguém. F r a n c i s c o A n t ô n i o S o a r e s — O brazileiro resoluto, como era conhecido, falleceu em Pernambuco,donde osupponho natural, a 17 de setembro de 1842. Accusado e processado por tomar parte activa nos movimentos políticos de 1824, escreveu : — Defesa de Francisco Antônio Soares, offerecida ao governo de Pernambuco antes da amnistia de S. M. I. e C. Rio de Janeiro, 1825, 10 pags. in-fol. F r a n c i s c o A n t u n e s F e r r e i r a d a L u z — Filho do doutor Antônio Antunes da Luz que, achando-se como medico militar na provincia, hoje Estado de Matto Grosso, por occasião da invasão das forças do nefando dictador Lopez, foi aprisionado e morreu nos tormentos infligidos por esse abominável tyranno, é natural do Rio Grande do Sul, e doutor em medicina pela faculdade do Rio de Janeiro. Reside no Estado do Rio de Janeiro, á cuja constituinte é deputado. Escreveu : — Da nutrição : Matéria, força e movimento ; Indicações econtraindicações da sangria durante o estado puerperal ; Tuberculos mesentericos : these apresentada, etc. Rio de Janeiro, 1876, in-4°. 400 — Harmonias ephemcras : poesias. Rio de Janeiro, 1876,207 pags. in-8». — Echos de Rig-Veda — inéditos. Deste livro O Paiz de 25 de julho de 1888 diz conter bellissimas traducções em formosos versos suaves e insinuantes como a religião primitiva que inspirou os hymnos immortaes de que são cópia e publicou em seguida o hymno Ao sol. F r a n c i s c o A n t u n e s d o S i q u e i r a — Filho de Francisco Antunes de Siqueira e de dona Maria Luiza do Rosário, nascido na cidade da Victoria, capital do Espirito Santo, a 3 de fevereiro de 1832, e presbytero do habito de S. Pedro, obteve, quando estudava no seminário de S. José, taes notas e tão grande estima do reitor, o monsenhor Manoel Joaquim da Silveira, que este, quando foi nomeado bispo do Maranhão, instou para que elle o acompanhasse como seu secretario, apezar de ser ainda menorista. Não acceitando o convite por se anteporem ao futuro rico de esperanças as saudades da família, e concluindo nessa mesma occasião seus estudos, com 19 annos de idade, foi á provincia; mas pouco depois, a convite dos directores do collegio de S. Pedro de Alcântara do Rio de Janeiro, veiu fazer parte do corpo docente, lendo diversas matérias, o que fez também no collegio Tautphceus. Obtendo do bispo D. Manoel do Monte, sem a idade precisa, além das ordens de sub-diacono e de diacono, provisão para pregar em todo o bispado, fez-se ouvir em vários templos e, por causa de um de seus sermões, o da primeira dominga da quaresma de 1854, foi-lhe concedido o uso do annel, solidóo e banda. Ordenado presbytero e partindo para sua provincia, foi nomeado vigário de S. João da Campina e, por concurso, professor da instrucção primaria — cargos que deixou em 1856 por motivos políticos, sendo depois nomeado lente de rhetorica do lyceo da capital, e no anno seguinte, vigário da villa de Santa Cruz, onde fundou um curso de instrucção para os meninos pobres. Resignando o beneficio da pàrochia de Santa Cruz, tornou ao magistério em 1876, como lente de geographia e historia na escola normal do sexo feminino e no collegio Espirito Santo, e em 1877 foi provido na cadeira de grammatica latina do atheneo provincial. Foi muitas vezes deputado á assembléa provincial' e tem sido desde 1855 o mais constante orador nas festividades religiosas, patrióticas e nacionaes. De seus discursos oratórios v i : — Os fructos da palavra divina : sermão pregado na primeira dominga da quaresma na cathedral do Rio de Janeiro'em 1854 — manuscripto. Ainda o orador não tinha ordens de presbyterado. — Sermão sobre a propagação do Evangelho o animando os ordc- F R 401 nandos, seus companheiros, para as nobres conquistas da religião do Calvário; pregado na capella da Conceição no dia em que recebeu ordens de presbytero — também manuscripto. Estavam presentes seus discípulos dos collegios de S. Pedro e Tautphoeus, os quaes em coro cantaram sob a regência do professor J. M. Leoni o versículo « Orantes imposuerunt eis manus, et verbum Domini crescebat et multiplicabutur in Jerusalém valdi» na occasião da imposição de mãos feita pelo bispo. — Discurso pronunciado no dia 28 de março (de 1870) por occasião do Te-Deum em acção de graças pela gloriosa terminação da guerra do Paraguay. Victoria, 1870, in-4». — Sermão do Te-Deum por occasião da visita de S3. MM. II. á capital do Espirito Santo, em 1860 — Não o vi impresso; mas apenas o original offerecido ao Imperador e acompanhado de diversos sonetos do autor e de um acrostico, em que se lia < Visita imperial ». — Oração gratulatoria pronunciada por occasião da benção da inauguração do gazometro da cidade da Victoria; offerecida à seu emprezario M. da C. Madeira, a 16 de novembro de 1878 — Sahiu publicado no Espirito-Santense de 20 de novembro de 1878. — Oração fúnebre proferida nas exéquias solemnes, celebradas em memória do SS. Papa Pio IX. Victoria, 1879. — Oração gratulatoria pronunciada no Te-Deum em acção de graças ao Todo-Poderoso pelo 42» anniversario natalicio da Princeza Regente, D. Isabel, etc. Victoria, 1888. — Estudo sobre a orthagraphia da lingua luso-brazileira, revisto e approvado pelo Dr. José Ortiz e Luiz Alves Leite de Azambuja Suzano. Victoria, 1877. — A família da roça e as astucias de um seminarista: farça. Victoria, 1874. — A provincia do Espirito Santo: poemeto descriptivo em oito cantos, nos quaes se referem os seus logares, cidades, rios, edifícios, monumentos, producções e personagens. Victoria, 1884, 87 pags. in-8» — Em avulso tem publicado ainda muitas poesias, como : — Deus na natureza : ode — Escripta a 4 de outubro de 1878 e publicada no periódico Actualidade de 9 deste mez e depois reproduzida em outros órgãos da imprensa. — Ao memorável e faustoso dia7 de setembro: ode—Sahiu na Actualidade de 7 de setembro de 1879. — Uma noite de luar: ode — Idem de 13 de outubro de 1879. — Em honra do Dr. Eliseu de Souza Martins (poesia em verso hendecasyllabo solto). 1 folha in-fol. — E' datada da Victoria 21 de julho, 1880, e tem por assignatura « A justiça indignada». O padre Siqueira, 402 F R finalmente, tem collaborado no Correio da Victoria, no Tempo, na União, na Regeneração, na Semana, no Espirito-Santense, na ídèa e na Gazeta da Victoria; foi correspondente do Monarchísta, do .lorml do Commercio e do Cruzeiro do Rio de Janeiro e redigiu: — O Marimbondo... F r a n c i s c o d e A s s i s d e O l i v e i r a B r a g a — Filho de outro de igual nome e natural de Guaratinguetá, Estado de S. Paulo, é bacharel em sciencias sociaes e jurídicas pela faculdade do mesmo Estado, formado em 1881, advogado na cidade de seu nascimento e foi eleito deputado provincial na legislatura de 1882 a 1883. Poeta satyrico e repentista de grande merecimento, tem publicado muitas poesias em vários jornaes, e um volume com o titulo : — Pilhérias rimadas. S. Paulo, 1880 — Como specimen de seus felizes improvisos aqui apresento o seguinte : — Soneto escripto no álbum de um collega — quando estudava na, faculdade de direito : Irra ! cèbo ! Que cavaco 1 Embalde as muzas depreco, Nenhuma idéa no caco... Nunca vi-me assim tão pêcco ! Bem fugi. Velho macaco Teme combuca. Eis-me sòcco Sem achar rimas no saco, Sem ver sahida do bêcco... Embaldo Caliope invoco Tal desgraça não explico ; Ao desespero já toco... Mas calado, irra ! não fico, Pois que o nome aqui colloco Deste teu amigo — o Chico. F r a n c i s c o d e A s s i s F a c h e c o T N e t o — Filho do bacharel Francisco de Assis Pacheco e natural da provincia, hoje Estado de S. Paulo, é bacharel em sciencias sociaes e jurídicas pela faculdade do mesmo Estado e escreveu ainda estudante: — Vespertinas : lyrica. S. Paulo, 1887, 114 pags. in-8". F r a n c i s c o d e A s s i s P e i x o t o G o m i d e — Natural da provincia. hoje Estado de S. Paulo, em cuja faculdade recebeu o grão de bacharel em sciencias sociaes e jurídicas a 29 de outubro do 1838, falleceu a 4 de abril de 1850, quando acabava esta provincia do elegel-o seu representante á legislatura de 1850 a 1852. Foi ahi pro- F R 403 motor publico da capital, amanuense da secretaria do governo e juiz municipal em Mogy das Cruzes. Escreveu : — Necrologia do Revm. Sr. D. Manoel Joaquim Gonçalves de Andrade, etc. por um amigo. S. Paulo, 1847, 27 pags. in-4°. F r a n c i s c o d e A s s i s V i e i r a B u e n o — Natural da provincia, hoje Estado de S. Paulo, nascido pelo anno de 1821, e bacharel em sciencias sociaes e jurídicas pela faculdade de sua provincia. onde recebeu o gráo de doutorem 1841, foi presidente do banco do Brazil e deputado da junta commereial, vereador da câmara municipal do Rio de Janeiro, etc. Escreveu diversos artigos sobre jurisprudência e administração na imprensa periódica de S. Paulo e da corte, e o volume : — Grinalda de um poeta. S. Paulo, 1852 — E' uma collecção de poesias, de cuja publicação foi editor seu amigo e collega, o doutor Paulo Antônio do Valle, de quem hei de occupar-me. I>. F r a n c i s c o d a A s s u m p ç ã o e B r i t t o — Natural de Minas Geraes, nasceu entre o primeiro e o segundo quartel do século 18» e falleceu em Lisboa a 16 de dezembro de 1808 em conseqüência de queda de uma escada. Religioso da ordem dos eremitas descalços de Santo Agostinho, e geralmente venerado por seu saber e virtudes, foi nomeado por D. José I para bispo de Olinda, confirmado a 14 de março de 1772 e sagrado em sua igreja a 5 de dezembro. Não tomou, porém, posse desse cargo, porque foi trasladado para o de arcebispo de Gôa, recebendo o pallio a 30 de janeiro de 1774 Depois de servil-o alguns annos, renunciou o novo cargo em janeiro de 1783. Como arcebispo mais antigo da junta denominada dos três estados, foi elle o primeiro, que a 23 de maio de 1808 assignou a petição, pela mesma, junta dirigida ao imperador dos írancezes, de um rei de sua escolha para Portugal. O padre Lino do Monte Carmello dá deste prelado noticias na sua « Memória do clero pernambucano». Escreveu: — Entrevista do ex-abbade de Seyés com o ex-bispo de Talleyrand : obra posthuma, e t c , continuada ou adaptada ás presentes circumstancias da Europa. Lisboa, 1809,30 pags. in-4» —A paternidade desta obra foi também dada á outro arcebispo de Gôa, D. frei Manoel de S. Galdino, e ao abbade do Valle, Lourenço Justiniano Osório. Innocencio da Silva, que a attribuira ao primeiro, dando-a depois a D. frei Francisco da Assumpção, a quem se dizia pertencer, diz que « a dar credito a certo documento,.que possuía, pertenciaellaao abbade 404 F R Lourenço Justiniano Osório ». Por que não apparece esse documento ? Em vista de tal confusão, não posso ter certeza do verdadeiro autor do escripto, mas não devo também omittir esta noticia. F r a n c i s c o A u g u s t o d e A l m e i d a — Natural do Rio de Janeiro, nascido a 29 de abril de 1 8 . . . e doutor em medicina pela universidade da Pensylvania ou por outra faculdade do estrangeiro, deu-se ao exercicio da homrwopathia na corte, hoje capital federal. Depois entrou para o serviço de fazenda e, sendo lançador da rocebedoria, foi aposentado a seu pedido. Tem exercido cargos de eleição popular e de confiança do governo, e escreveu : — O medico de si mesmo ou instrucção de medicina homoeopatlia. Rio de Janeiro, 1878, 231 pags. in-8°. — Regulamento do sello, organizado alphabeticamente e annotado» etc. Rio de Janeiro, 1866. — Revista da Sociedade Commemorativa da Independência do Império do Brazil; organizada pelo Dr., etc. Rio de Janeiro, 1867, com o retrato de D. Pedro I. — Roma e a maçoneria por Guatimozim. Primeira serie. Recife, 1876, 8 pags. in-4". Francisco A u g u s t o F e r e i r a d a C o s t a — Filho de Manoel Augusto de Menezes Costa e de dona Maria Augusta Pereira da Costa, nasceu a 16 de dezembro de 1851 na cidade do Recife, capital de Pernambuco, onde faz parte do funccionalismo publico e dedicou-se sempre ao estudo da historia pátria. Por causa dessa dedicação foi pela administração da provincia incumbido de colligir no archivo da resspectiva secretaria documentos de interesse histórico para a exposição effectuada na bibliotheca nacional do Rio de Janeiro, sendo louvado pelo modo por que satisfez semelhante serviço e foi depois incumbido de outras commissões do mesmo gênero. E' membro do Instituto histórico e geographico brazileiro, do Instituto archeologico pernambucano, da sociedade de Geographia de Lisboa, da sociedade Propagadora da instrucção de Pernambuco e da dos Artistas mecânicos e liberaes, a cujo lyceo prestou serviços. Escreveu : — Modesto monumento á memória de Demetrio Acacio de Albuquerque e Mello. Pernambuco, 1877, in-8». — Esboço biographico do desembargador Joaquim Nunes Machado. Pernambuco, 1879, 16 pags. in-8°. — Diccionario biographico de pernambucanos celebres. Recife, 1882, 818 pags. in-4»— Este livro foi recebido com bem merecidos elogios pela imprensa. F R 405 — Discurso pronunciado na sessão magna do 41» anniversario da imperial sociedade dos Artistas mecânicos e liberaes em 17 de dezembro de 1882 na qualidade de orador da mesma sociedade. Recife, 1882, 18 pags. in-8°. — Musaico pernambucano: collecção de excerptos históricos, poesias populares, anecdotas, curiosidades, lendas* antigualhas, uzanças, ditos celebres, inéditos, etc., tudo relativo á provincia de Pernambuco. Pernambuco, 1884, 263 pags. in-8». — Informações sobre as comarcas da provincia de Pernambuco; organizadas em virtude do aviso-circular do Exm. Sr. conselheiro ministro da justiça, expedido em 20 de setembro de 1883, etc. Recife, 1884, 50 pags. in-4°— Noticia sobre as comarcas da provincia do Piauhy. Theresina, 1885, 130 pags. in-8». — Pernambuco ao Ceará. O dia 25 de março de 1884. Histórico das festas celebradas por occasião da redempção da provincia do Ceará. Recife, 1884, in-8». — Relatório em que se dá conta ao Exm. Sr. presidente da provincia da commissão de que fora encarregado em 2 de março de 1886. Recife, 1886. — A ilha de Fernando de Noronha. Pernambuco, 1888, in-8°. Francisco de A z e v e d o Monteiro Oaminhbá— Filho de Manuel Josó Caminhoà e de dona Luiza Monteiro Caminhoà, natural da cidade da Bahia, e engenheiro civil, formado em Paris, escreveu : — Documentos, juizo critico e orçamento relativos ao monumento patriótico do Brazil, destinado ao • campo da Acelamação no Rio de Janeiro ; publicados por ordem da Illma. câmara municipal da corte. Rio de Janeiro, 1874, 173 pags. in-4°. F r a n c i s c o B a p t i s t a M a r q u e s F i n h e i r o — Nascido na villa de Mirandella, comarca de Bragança, em Portugal, a 4 de setembro de 1841, veio para o Brazil muito joven ; fez o corso de direito na faculdade de S. Paulo, recebendo o gráo de bacharel em 1865; é advogado no foro da capital federal; sócio e membro do conselho fiscal da associação de Soccorros à invalidez; sócio honorário da associação litteraria e scientifica Culto á sciencia, da qual foi presidente quando estudava em S. Paulo, e sócio fundador do lyceo litterario portuguez. Escreveu : — Jurisprudência commercial: Collecção de todas as sentenças pro- •406 F R feridas em gráo de revista pelo supremo tribunal de justiça eaccordãos revisores dos tribunaes do commercio, desdi: a promulgação do código do commercio, lei de 25 de julho de 1850 e regulamento n. 737 de 25 de novembro de 1850 até hoje. Rio de Janeiro, 1870, 392 pags. in-8 1 . — Josó Fsievam : traços hiographicos. S. Paulo, 1864, 48 pags. in-8°— São os mais importantes traços da vida do eximio orador portuguez, de que o doutor Jacintho Augusto de Freitas escreveu em Lisboa em 186'! um.bem elaborado esboço biographico. — Apontamentos sobre pontos differenciaes entre a constituição do Brazil e a carta constitucional do reino de Portugal —Vem nas Memórias da associação Culto á scien:ia, novembro de 1864, pags. 75 a 83. — Regulamento das aulas gratuitas do lyceo litterario portuguez. Rio de Janeiro, 1870, 12 pags. in-4» — O Dr. Marques Pinheiro foi o relator da commissão que apresentou este regulamento. — CÍ>ro da. Candelária. Rio de Janeiro, 1890 — E' um trabalho histórico desde a installação da irmandade o do coro da Candelária, no qual o autor põe em relevo os serviços prestados pelos irmãos dessa irmandade. F r a n c i s c o B a r r e t o P i c a n ç o d a C o s t a — E' filho do chefe de divisão José Mmoel Picanço da Costa e de dona Maria Julia Barreto Picanço, e natural da provincia do Rio Grande do Sul. Bacharel em sciencias physicas e mathematicas e engenheiro civil, servia o cargo de engenheiro residente na estrada de ferro de Biturité, de onde se retirou doente para o Rio de Janeiro em outubro de 1881 o desde então vive exclusivamente para o estudo. Foi o fundador da — Revista de engenharia, publicação mensal. Rio de Janeiro, 187U a 1880, in-4° — Sahiu o I" numero desta' publicação sob a redacção somente de Picanço da Costa em maio de 1870, completando um volume em dezembro deste anno; em janeiro seguinte associou-se á redacção o engenheiro Josó Américo dos Santos, que ficou só de julho ein deante por ter de retirar-se o fundador da empreza, a qual continuou além de 1830. Entre os artigos de sua penna, ha ahi: — Notiria sobre o projecto de melhoramento do porto do Rio de Janeiro, do engenheiro llenri Law—Vem no tomo 2°, n. 2. Escreveu mais : — Ensaio de um vocabulário de estradas de ferro e de rodagem e aas sciencias e artes accessorias. Rio de Janeiro, 1880, 219 pags. in-fol. — Nos te livro, de impressão nitida, encontram-se os termos technicos cm três línguas, portugueza, franceza e ingleza, isto é, divide-se o livro em três partes: Portuguez, francez, inglez; Francez, portuguez, inglez; Inglez, francez, portuguez. F R 407 — Viaeão ferre", do Brazil: descripção technica e estatística de todas as nossas estradas. Rio de Janeiro, 1884, 445 pags. in-4n — Dá-se aqui uma descripção technica e estatística de todas as nossas vias férreas, quer em trafego, quer em construcção ou em estudos. — Carteira do engenheiro: ephemerides das estradas de ferro do Brazil e bibliographia das estiadas de ferro; autores nacionaes e estrangeiros que se referem ao Brazil. Rio de Janeiro, 1884, 203 pags. in-10» — As ephemerides .são escriptas deixando-se um espaço em branco para lembranças quotidianas. — Estradas de ferro : vários estudos. Rio de Janeiro, 1887, in-S,J — Compoe-se o livro de trabalhos inéditos e de trabalhos já publicados em revistas. — Diccionario de estradas de ferro, sciencias e artes accessorias, acompanhado de um vocabulário em francez, inglez e allemão. Volume 1», Rio de Janeiro, 1891 — Este volume abrange as lettras A a E e ò illustrado com muitas gravuras. O Diccionario ó offerecido ao Visconde de Ouro-Preto. — Amor mathematíco : capricho cômico por François Pivert. Rio de Janeiro, 1876, 31 pags. in-8» — E' uma comedia em verso, ollerecida a seus collegas da escola polytechnica. Actualmente redige oDr. Picanço: — O Commercio. Rio de Janeiro, 1892 — Sahiu o primeiro numero deste periódico em agosto. Não o vi ; mas, annunciada sua publicação do modo seguinte: Operoso e illustrado, o Dr. Picanço procurou dar ao seu periódico o caracter que lhe competia de folha technica da classe a que se destina, oecupando-so única e exclusivamente dos assumptos que a interessam, sob o ponto de vista especulativo, discutidos à luz dos princípios e das 'leis scientificas. Francisco de Barros Aecioli de Vascon- c e l l o s — Filho de José de Barros Aecioli de Vasconcellos e de dona Anna Carlota de Albuquerque e Mello, nasceu em Alagoas a 23 de setembro de 1847, e militou na campanha do Paraguay, donde voltou com a graduação de major, obtendo mais tarde as honras de coronel. Serviu o cargo de secretario da directoria do arsenal de guerra da corte, donde passou a chefe de secção da secretaria da agricultura, e por fim a inspector geral das terras e colonização, logar em que foi aposentado. E' offlcial di ordem da Rosa, cavalleiro da do Cruzeiro, condecorado com a medalha daquella campanha, e escreveu: — Guia do emigrante para o império do Brazil. Rio de Janeiro, 1884, in-8" — E' uma publicação official, que foi vertida para o francez pelo professor F. X. Fabre e no mesmo anno publicada no Rio de Janeiro. 408 Francisco Ü- ^w de B a r r o s Lima M o n t e - B a z o — Natural do municipio das Dores da Boa Esperança, do actual Estado de Minas Geraes, falleceu em maio de 1879. Bacharel em sciencias sociaes e jurídicas, formado pela faculdade de Olinda em 1852, seguiu a carreira da magistratura e era juiz de direito de Tocantins em Goyaz. Gosava da reputação de magistrado distincto e illustrado, e escreveu: — Notas forenses, contendo princípios, máximas, regras e questões praticas de direito em diversos ramos com a legislação respectiva, e em appendice a novíssima reforma judiciaria e actos do ministério da justiça desde a data da mesma lei até hoje. Rio de Janeiro, 1878, 2 vols., 377-240 pags. in-4°. F r a n c i s c o B a s i l i o B u q u ê — Filho de Francisco Manoel Duque e de dona Carolina Leopoldina Lage Duque, nasceu em Parahybuna, Minas Geraes, ó doutor em medicina pela faculdade do Rio de Janeiro, e escreveu: — Discurso pronunciado pelo relator da commissão encarregada pelo Atheneo Medico de acompanhar ao ultimo jazigo os restos mortaes de seu distincto membro o estudante do 6» anno de medicina bacherel Carlos Josó Moreira. Rio de Janeiro, 1864, 7 pags. in-4» — O autor foi um dos fundadores do Atheneo. — Hygiene da criança, do nascimento á queda do cordão umbilical; O que mais convém: crear os expostos em um só estabelecimento ou distribuil-os por casas diversas ? Da imperfuração do ânus; Do infanticidio por omissão : these apresentada, etc. e sustentada em 12 de dezembro de 1864. Rio de Janeiro, 1864, 54 pags. in-4». F r a n c i s c o B e l i s a r i o S o a r e s d e S o u z a — Filho do desembargador Bernardo Belisario Soares de Souza e de dona Marianna Alvares de Macedo Soares de Souza, nasceu em Itaborahy, provincia, hoje Estado do Rio de Janeiro, a 9 de novembro de 1839, e falleceu a 24 de setembro de 1889, bacharel em sciencias sociaes e jurídicas pela faculdade de S. Paulo, do conselho do Imperador e senador do Império. Fez parte do gabinete de 20 de agosto de 1885, gerindo a pasta da fazenda, revelando-se grande estadista e financeiro, e foi director do banco do Brazil, de 1873 a 1878. Collaborou no Diário do Rio de Janeiro, onde publicou excellentes artigos em favor da eleição directa, e fundou: — O Brazil. Rio de Janeiro, 1883 — Escreveu: — O systema eleitoral no Brazil: como funcciona, como tem funccionado e como deve ser reformado. Rio de Janeiro, 1872, 150 pa^s. FR 409 in-4°— Divide-se o livro em três partes. O Novo Mundo, dando delle noticia, transcreve alguns trechos no seu tomo 3». — Reforma eleitoral. Rio de Janeiro, 1878 —Sahiu no Jornal do Commercio sob o pseudonymo de Flaminio. — Notas de um viajante brazileiro. Rio de Janeiro, 1882, in-8» — E' a segunda edição em livro de uma serie de escriptos que publicara antes no Jornal do Commercio quando viajava pela Europa. Entre noticias de mera curiosidade ahi se discutem assumptos econômicos, industriaes e commerciaes sempre com a applicação que podem ter no Brazil. — Situação actual da cultura do café no Brazil: conferência effectuada no dia 1 de novembro de 1882, por occasião da segunda exposição de café no Brazil — Vem no Cruzeiro de 10 do dito mez, occupando seis columnas. Sobre taes assumptos e sobre política ha outros escriptos do conselheiro Belisario em periódicos. — Discursos proferidos na câmara dos Srs. deputados e no senado, 1886. Rio de Janeiro, 1887, 211 pags. in-8». — Ministério da Fazenda. Proposta e relatório apresentado à assembléa geral legislativa na 20a sessão legislativa. Rio de Janeiro, 1887, in-4» gr. F r a n c i s c o B e r n a r d i n o R i b e i r o — Filho de Francisco das Chagas Ribeiro e de dona Bernardina Rosa Ribeiro, nasceu no Rio de Janeiro a 12 de julho de 1815, e ahi falleceu a 16 de junho de 1837. Em outubro de 1834 havia recebido o gráo de bacharel em sciencias sociaes e jurídicas na faculdade de S. Paulo ; em 12 de maio de 1835 o de doutor, apresentando-se dous dias depois oppositor á uma cadeira da dita faculdade, e em 1836 ahi leccionava direito criminal. Ninguém ousou apresentar-se a esse concurso, para que os próprios juizes foram os arguentes, tão conhecido jà era esse moço, que seus collegas, ainda estudante, chamavam de mestrinho, e no quarto anno do curso jâ advogava em S. Paulo com provisão! Pennas babeis, bem aparadas, lamentaram sua morte, tecendo-lhe o derradeiro elogio jà em prosa, já em verso, e uma destas, a do Dr. Firmino Rodrigues Silva (vede este nome), numa nenia á sua memória assim exprimiu-se : «Marchai avante, prole de esperança, A' gloria, á gloria que o futuro é nosso... Mas que é delle? Não vae na vossa frente.... Óh ! que é feito do rei da mocidade ?... » « Morreu ! — disse o conego Januário da C. Barbosa — E um nome puro e límpido como a virtude, brilhante como o gênio, foi resplen- 410 F R decer nessa longa lista de nomes mais afamados, que ditosos, dos jovens inspirados que na aurora da vida se eclipsaram totalmente e para sempre... » E finalmente disse o Dr. Justiniano José da Rocha : « Ninguém o excedeu na variedade dos conhecimentos e no desenvolvimento intellectual. » Foi sócio e fundador da sociedade Philomatica em 1833, sócio do Instituto histórico da França e de outras associações de lettras, e escreveu : — A Voz Paulistana (periódico político). S. Paulo, 1831 —Ahi estreou Bernardino Ribeiro a vida jornalística com 16 annos de idade, tomado de enthusiasmo com os movimentos de 7 de abril. — O Novo Pharol Paulistano. S. Paulo, 1834. — Revista da sociedade Philomatica. S. Paulo, 1833 — Nesta revista, entre vários trabalhos seus, notam-se os dous spguintes : — Ensaio sobre a tragédia — trabalho que demonstra grande erudição e em que collaboraram os Drs. Queiroga e J. J. da Rocha. — Traducção do livro terceiro de Joseph, romance épico de Bithaube — reproduzida na Minerva Brazileira, tomo 2°, pags. 620 e 680 e segs. Consta de 560 versos hendecasyllabos. — Tlieses para obter o giáo de doutor em sciencias sociaes e jurídicas, etc. S. Paulo, 1835. —-Qual o melhor intermédio das permutações : as moedas metallicas ou o papel-moeda? dissertação. S. Paulo, 1835 — Foi também reproduzida na Minerva Brazileira, tomo 2», pngs. 539 e segs. — Direito Criminal: discurso com que abriu a segunda aula. do terceiro anno do curso jurídico de S. Paulo em 1836—Idem, pags. 583 8 segs. e mais tarde no Direito, tomo 36°, pags. 497 a 504. — Noites lugubres, de Cadalso — Idem, pags. 483 e 515 e segs. — A paz : discurso recitado na Harmonia paulistana — publicado em S. Paulo e reproduzido no livro Annos acadêmicos, de Peç^nha Povoas, pags- 101 a 103. Publicou ainda muitas poesias,de que algumas constam do Florilegio de Varnhagem, do Parnaso Brazileiro de Pereira da Silva, e t c , deixando muitas inéditas, assim os seguintes trabalhos de maior fôlego, dos quaes se occupava, quando falleceu : -— Historia do Brazil desde sua independência até nossos dias. — Penas correctivas ou que servem para emenda dos pacientes, contrapesando o systema americano das penitenciárias com o systema hollaadez das colônias agrícolas. Francisco Bernardino de S o u z a — Natural da Bahia, nasceu na cidade de Itaparica a 29 de janeiro de 1834. Presbytero secular, cujas ordens recebeu do venerando arcebispo D. Romualdo que F R 411 sempre o distinguiu, mudando de residência para o Rio de Janeiro pelo anno de 1860, aqui foi conego da capella imperial, capellão e professor de religião, latim e portuguez do collegio de Pedro II e lente de geographia e de rhetorica do curso de preparatórios annexo ao seminário episcopal. Fez do Rio de Janeiro uma viagem as províncias hoje Estados do Pará e do Amazonas, percorrendo-as como membro da commissão do Madeira, encarregado dos trabalhos ethnographicos. Depois voltou a residir na Bahia, onde continuou a dar-se ao magistério, foi nomeado examinador synodal do arcebispado e admittido ao Instituto histórico. Notável pregador, litterato e escriptor, escreveu": — Breve resposta ao discurso do Sr. senador Dantas ou protesto em favor dos principios catholicos. Rio de Janeiro, 1861, 24 pags. in-8». — Compêndio de historia universal por Victor Duruy, ministro da instrucção publica na França e ex-professor de historia do lyceo Napoleão ; traduzida, etc. Paris, 447 pags. in-8» — Houve segunda edição correcta e augmentada com um appendice da historia contemporânea por ***. Paris (1868), 549 pags. in-8», sendo da penna do conego Bernardino os novos capítulos concernentes à historia de Portugal, e duas outras, sendo a ultima correcta e augmentada com factos relativos á guerra do Paraguay e feita pela casaGarnier, 1877. — A primeira communhão: romance do conego Schmidt. Paris, in-8° — E' edição da mesma casa que, segundo me consta, incumbiu o conego Bernardino da traducção dos romances deste autor, os quaes foram effecti vãmente traduzidos e publicados sem o nome do traductòr. — Importância da primeira communhão, demonstrada por exemplos: obra de grande uttilidade aos pregadores e catechistas, às mães de família christãs e aos que teem de fazer a primeira communhão, pelo rev. padre Huguet ; traduzida, etc. Rio de Janeiro, 1873, in-8». — O Espirito de Pio IX ou bellissimos traços da vida deste grande papa pelo rev. padre Huguet. Traducção da segunda edição. Rio de Janeiro, 1873, in-8». — Directorio do joven sacerdote no que é tocante á sua vida intima e em suas relações com a sociedade, pelo padre R.eaume; traduzido da terceira edição. Rio de Janeiro, 1872, in-8». — Lembranças e curiosidades do valle do Amazonas. Pará, 1873, 328 pags. in-8». — Commissão do Madeira. Pará e Amazonas. Rio de Janeiro, 1884 - 1885, tres tomos, 145, 147, 145pags. in-8° —Nesta obra dá o autor muito curiosas e importantes noticias da historia natural e civil de tão vasta porção do território brazileiro, assim como dos indios que ahi habitam, sua vida, seus costumes, etc. 412 F R — Novo methodo da grammatica latina, reduzido a compêndio pelo padre Antônio Pereira e acompanhado de um supplemento de exemplos da syntaxe pelo padre F . Bernardino de Souza. Paris, 1868, in-8» — Ha uma edição de 1881, feita pela casa Garnier. Collaborou para algumas revistas do norte e depois que veio para o Rio de Janeiro collaborou para outras, como a Revista Popular, o Jornal das Famílias, Tribuna Catholica e também para o Jornal do Commercio. De seus escriptos de então citarei : — A litteratura na Bahia — Na Revista Popular, tomo 8», pags. 17 e segs. — A ilha de Itaparica — Idem, no mesmo tomo, pags. 152 e 229 e segs. — O recolhimento de S. Raymundo na Bahia —Idem, tomo 9°,pags. 17 e segs. — Um passeio à villa do Rio Preto — Idem no mesmo tomo, pags. 224 e 350, e tomo 10», pags. 34 e 89 e segs. — O mosteiro de S. Bento — Idem, tomo 11», pags. 112 e segs. — A lenda de Mimosa: romance traduzido —Idem, tomo 14°, pags. 29, 80, 159, 215, 291, 320 e tomo 15», pags. 25 e 91 e segs. — Spiritus, que vadit, redit aut non ? — Na dita revista. Neste escripto estuda os phenomenos então em inicio no Brazil e que constituem hoje a sciencia ou que melhor nome possa ter de occultismo, citando factos dados comsigo e com o arcebispo D. Romualdo. — Julião, o apóstata — Na Cruz, jornal religioso, litterario, histórico e philosophico, publicado no Rio de Janeiro de 1861 a 1864, anno I o n. 6. — A arca de Noè — Idem, n. 4. — Uma academia para o clero — Idem,n. 7. — A torre de Babel — Idem, n. 11. — A morte de Magdalena — Idem, ns. 15 e 17. — Reminiscencia de minha infância. O Santo Antônio da Velha Barbara — Idem, n. 20. — A morte do bom ladrão, traduzida do poema de Klopstok — Idem, 2» anno, n. 26. — A escriptura e a sciencia— Idem, n . 27. — Os derradeiros momentos da vida — Idem, ns. 48 e 51. — O dedo de Deus — Na Estreita do Norte, periódico religioso Sob os auspícios do Exm. bispo do Pará, tomo 2», pags. 4 a 7 . — Uma mãe : poesia — na Tribuna Catholica, n . 22. Foi escripta quando o autor tinha 16 annos de idade e publicada no Noticiador Catholico da Bahia. E', me parece, sua primeira composição poética. Como collaborador do Jornal do Commercio publicou não só vários F R 413 artigos, como romances e folhetins. Na Bahia também escreveu varias memórias que offereceu ao Instituto histórico da provincia e redigiu : — 0 Noticiador Catholico: periódico religioso. Bahia, in-fol.—E' uma revista hebdomadária de 8 pags. e 2 cols. fundada sob os auspícios do arcebispo D. Romualdo, e redigida pelo padre Mariano de Santa Rosa de Lima, de quem hei de occupar-me, desde 1847 até 1852, data em que este foi nomeado vigário de uma freguezia do sertão, e em que passou a redacção ao padre Bernardino. — Jornal da Bahia. Bahia, in-fol.— Este jornal, depois propriedade. do Dr. Francisco José da Rocha, foi fundado em 1848. Ahi acham-se do autor importantes trabalhos sobre questões de interesse local, política, litteratura e também romances traduzidos, sendo notáveis: — Typos parlamentares .- serie de artigos. — Horas vagas : folhetins — De seus sermões nunca me constou que publicasse algum. Só o ouvi pregar uma vez sobre as Dores de Maria Santíssima na Igreja da Cruz dos Militares em 1868 um sermão, que tanto arrebatava o auditório pela sublimidade do assumpto, como pela belleza do trabalho e pela exposição do autor. Francisco Bittencourt S a m p a i o — Filho do ba- charel Francisco Leito de Bittencourt Sampaio, de quem occupar-mehei mais adeante, nasceu na cidade do Rio de Janeiro ; ó bacharel em sciencias sociaes e jurídicas, formado pela faculdade de S. Paulo em 1884, e escreveu : — Casamento civil. Rio de Janeiro, 1892—Este livro contém o texto da lei que estabeleceu no Brazil o casamento civil e numerosas annotações elucidando os pontos importantes da mesma. F r a n c i s c o B o n i f á c i o d e A b r e u , Barão da Villa da Barra—Filho de Francisco Bonifácio de Abreu e de dona Joanna Franeisca da Motta, nasceu na villa da Barra, Bahia, a 29 de novembro de 1819 e falleceu no Rio de Janeiro a 30 de julho de 1887, doutor em medicina e lent» jubilado da faculdade desta cidade, tendo feito na da Bahia os quatro primeiros annos do curso; grande do império ; do conselho do Imperador e medico de sua imperial câmara ; coronel cirurgião-mór honorário do exercito por serviços prestados na campanha do Paraguay, occupando esse cargo ; deputado por sua provincia natal, como j á o havia sido em varias legislaturas desde 1869 ; grande dignitario da ordem da Rosa, commendador da de Christo, e condecorado com a medalha commemorativa da referida campanha e membro de varias asso- 414 •*• J-»> ciações de sciencias e lettras. Depois de sua formatura foi nomeado por concurso lente de geographia do lyceo bahiano; e mais tarde, tendo transferido sua residência para a corte e sendo lente substituto da faculdade de medicina, fez uma viagem á Europa, onde se achava quando, por occasião da reforma das faculdades médicas, foi nomeado lente da cadeira de chimica orgânica. Então, como nunca tivesse estudado essa matéria, só nessa occasião exigida pelo novo regulamento, procurou na França o professor Wurtz com quem estudou e este, ao cabo de poucos mezes, dizia que Bonifácio de Abreu era um talento maravilhoso e que estava habilitado para ensinar chimica orgânica em qualquer faculdade. Viajou depois pelo norte do Brazil, acompanhando o Imperador e sua augusta consorte, e ultimamente presidiu a provincia, hoje Estado de Minas Geraes. Foi distincto poeta e escreveu : — These apresentada à faculdade de medicina do Rio de Janeiro, etc. I. Os homens julgam acertadamente de seus semelhantes? Si não, o porque ? E como, si não acertar, se quer chegar da certeza de seu jui/o ? II. A organização tem sido prejudicada com a reforma que o capricho dos homens entendeu devia dar ao seu funccionar ? III. O numero e a virtude dos medicamentos tem procurado á sociedade os bens que delles se promettia ? Qualquer será apto a administral-os ? Muitos, que o são, fazem-no com sizudez ? A falta de seu effeito é motivo de dezar ao medico ? IV. Os bailes motivam alguma quebra na saúde publica ? Rio de Janeiro, 1845, in-4° — Dissertação na qual se justifica o aborto provocado e depois se demonstra: 1° Que o aborto provocado por legitima indicação é menos arriscado e funesto que o parto instrumental correspondente, e como corollarios desta proposição ; 2» Que o aborto espontâneo é menos perigoso do que o parto natural respectivo ; 3» Que o aborto complicado, mas ainda espontâneo, é menos perigoso que o parto complicado, mas ainda effectuado somente pelas forças da natureza: these do Dr., ele. candidato á uma cadeira de lente substituto da faculdade de medicina do Rio de Janeiro. Rio dé Janeiro, 1851 in-4». — De chirurgo et de oceulorum effusione: theses quae apud fluminensem medicinai facultatem, doctori Francisco Bonifácio Abreo, candidato ad umam cathedram seccionis chirurgiae professore vicario carentem tuenda; sunt. Flumine Januário, 1852, in-4». — Memória histórica da faculdade de medicina do Rio de Janeiro, no anno de 1863.1 Rio de Janeiro, 1864. in-fol. — Historia e geographia : proposições, etc. Bahia, 1850, in-8°—E' sua these no concurso á cadeira de geographia no lyceo da Bahia. FR 415 — Relatório apresentado á assembléa legislativa da provincia de Minas Geraes na sessão ordinária de 1876. Ouro Preto, 1876. jn-4°— Relatório com que ao Illm. e Exm. Sr. Barão de Camargos passou a administração da provincia etc. Ouro Preto, 1877, in-4». — Tersína: romance brazileiro (em verso). Bahia, 1848, in-8». — Palmira ou a ceguinha brazileira: romance (em verso). Bahia, 1849, in-8» — Deste livro escreveu C. J. Gomes de Souza uma noticia no Atheneo, periódico da Bahia, pag. 55, reproduzindo parte de um bello episódio da infeliz Julia Fetal, traiçoeiramente assassinada por um bo.mem à quem não queria dar a mão de esposa,— episódio em que o poeta a apresenta « meio confusa, turbada um pouco da fadigosa jornada > e assim começa: « Trajada de neve pura, Belleza, lyrio em candura, Calou o Olympo em procura De fallar com a Divindade... Anjos, Archanjos topou ; Anjos, Archanjos saudou, E tudo em stasi deixou Pasmado da novidade ». — Moema e Paraguassú: episódio da descoberta do Brazil. Operes lyrica em três actos, vertida para o italiano por Ernesto Ferreira. França (veja-se este nome). Rio de Janeiro, 1860, 65 pags. in-8° e naaia 8 dos apontamentos históricos. — A divina comedia, de Dante Alighieri, fielmente vertida de texto (obra posthuma). Rio de Janeiro, 1888, 505 pags. in-8» e 31 do prefacio do editor e da introducção de T. de A. Araripe — Este livro é o primeiro de seus escriptos inéditos que seu sobrinho, o Dr. José Carlos Mariani, se propõe a dar ao prelo, Do Barão da Villa da Barra andam esparsas muitas composições poéticas como: — Soneto á morte do Duque de Caxias — no Jornal do Commercio^ — Soneto ao tricentenario de Camões — idem. — Saudação á Cachoeira de Paulo Affonso — E' um improviso por occasião da visita do Imperador à dita cachoeira^ e em resposta a um desafio, também em verso, e de improviso, que lhe dirigiu o doutor Deiró. (Veja-se Pedro Eunapio da Silva Deiró.) Tanto este, como Bonifácio de Abreu achavam-se verdadeiramente inspirados em vista do portentoso espectaculo da magestosa natureza. Esta poesia vem nas « Memórias da viagem de suas magestades imperiaes à provincia da 416 F R Bahia, colligidas e publicadas por P. de S. Rio de Janeiro, 1867» e termina assim: acceita o preito Que humilde à teus pés deponho. Deixaste de ser um sonho Na harpa do trovador. Si as nayades do San-Francisco Pedirem-te um dia a historia De teu passado de gloria, Narra um só facto — só este: Que em teus paços recebeste O Imperador do Brazil ! Algumas de suas composições poéticas teem sido postas em musica, como a bem conhecida modinha Saudades do nosso amor e em grande somma se conservam inéditas. Finalmente existem de sua penna diversos trabalhos em prosa, em revistas litterarias, como — Extirpação de uma lupia (lobinho) que pesou mais de uma arroba. — No Atheneo da Bahia, 1849, n. 1. E' a historia de uma operação, que praticara nesta provincia. F r a n c i s c o B o r g e s d a S i l v a — Filho do major Francisco Borges da Silva e de dona Custodia Maria de Jesus Borges, e nascido na Bahia, sendo doutor em medicina pela faculdade deste Estado e formado em 1870, entrou a 31 de janeiro do anno seguinte para Q corpo de saúde da armada, onde serve como primeiro cirurgião. Escreveu: —Accidentes produzidos pelo raio ; Feridas por arma de fogo ; Póde-se em geral ou excepcionalmente affirmar que houve estupro ? Do emprego da sangria na congestão do cérebro e na apoplexia: these apresentada, etc. Bahia, 1870, in-4». — Considerações sobre o beriberi. Fortaleza, 1874, 37 pagS in-4«. F r a n c i s c o d e B o r j a M a r q u e s FâsTboa — Filho do almirante Visconde de Tamandaró e da Viscondessa do mesmo titulo, nasceu a 10 de outubro de 1841 no Rio de Janeiro, e aqui falleceu em 1886. Alistando-se na armada por occasião da guerra contra o Paraguay como segundo tenente de commissão e fazendo parte da esquadra em operações no Rio da Prata, assistiu à passagem de Cuevas e á tomada do Passo da Pátria ; como secretario do chefe Alvim subiu ao alto Paraguay e assistiu á tomada de Curuzú em 1866. Era segundo tenente honorário da armada, condecorado com a medalha da campanha em que militou, professor de inglez do collegio naval e escreveu: — Medições de terra. Rio de Janeiro, 1881, in-8». F R 417 — Os torpedos e seu emprego, contendo a narrativa completa da apparição e incremento da arte da guerra submarina e bem assim o exame detalhado dos assumptos correlativos, inclusive os últimos aperfeiçoamentos por C. "W- Sleeman. Traducção que por ordem do Exm. Sr. conselheiro José Rodrigues de Lima Duarte fez, etc. Rio de Janeiro, 1881, 303 pags. in-4», com diversas estampas. F r a n c i s c o d e B o r j a O l i v e i r a — Em 1869 estudava na faculdade de direito do Recife: é somente o que sei a seu respeito. Por esse tempo escreveu : — O pomo da discórdia .- comedia em um acto. Recife, 1869 (?) — Li o offerecimento de um exemplar desta comedia ao Instituto archeologico pernambucano a 11 de novembro deste anno. — Paulo: romance. Recife, 1870. Francisco do Brazil Finto Bandeira e Aec i o l i d e V a s c o n c e l l o s — Natural da antiga provincia de Pernambuco, e irmão de Antônio Witruvio Pinto Bandeira e Aecioli de Vasconcellos, já commemorado neste livro, nasceu em 1849 e falleceu com 33 annos de idade a 29 de março de 1882 na cidade do Recife apóz longos soffrimentos que o levaram á procurar allivio nos últimos sertões da dita provincia. Era professor de rhetorica e poética do gymnasio pernambucano, poeta muito applaudido e exímio litterato. Com seu trespasso — diz o Diário de Pernambuco de 30 de março deste anno — perdeu Pernambuco, que lhe dera o berço, um filho distincto, e a republica das lettras um cidadão já prestimoso e que muito mais promettia dar á litteratura pátria.» Com effeito Pinto Bandeira, versado em diversas línguas, escreveu e deixou diversas obras, sob o pseudonymo, de que usava, de Francino Cismontano, como : — Echos da antigüidade: ensaio? clássicos — São dous grossos volumes, contendo: o 1° mais de duzentos sonetos e cem fábulas; e o 2» odes, cantatas, elegias, dithyrambos, epístolas, epigrammas, satyras, e uma comedia original em um só acto, em verso heróico, intitulada « Ou casa ou morre ». A máxima parte dos Ensaios clássicos corre impressa nos jornaes de Pernambuco, e a comedia « Ou casa ou morre » está na America Illustrada sob o psendonymo de Zebedeu Xixarro. — Trovas e Provas: tentativas românticas — São dous grossos volumes de cerca de 400 pags. cada um, sendo divididos: o 1» em três livros denominados Intimas, Phantasticás e Avulsas; e o 2» em dous livros ou Religiosas e Brasilianas. Também as Tentativas correm impressas, em grande parte, nos jornaes de Pernambuco. 418 Fi», — Ultramarinas: traducções — São dous volumes, contendo: o l'1 Ligeiras traducções e paraphrases poéticas das línguas franceza, ingleza, hespanhola e italiana; o 2° Amynthas, drama pastoril em cinco actos, traduzido verso a verso, do original italiano, de Torquato Tasso, o o Ensaio sobre critica, traduzido quasi verso a verso do original inglez, de Pope. Grande parte do 1» volume corro impressa em diversos jornaes; e do drama Amynthas, do 2° volume íbram publicados alguns fragmentos no Diário de Pernambuco e no Dxtmcto Jornal da Tarde. — Telemaco, traduzido do original francez, de Fenelon, para verso heróico solto—Inédito. Parece-me que Pinto Bandeira não chegou a concluir o segundo volume dessa traducção. Pelo menos a 20 de janeiro de 1881, numa carta que dirigiu-me de Garanhuns, onde se achava à conselho da medicina, dando-me uma noticia circumstanciada de todas as suas obras, que projectava dar á publicidade conforme as tenho classificado, assim m'o dizia. E desta época em deante a moléstia não Iho deixara trabalhar. — Parnaso pernambucano ou galeria dos melhores poetas da provincia de Pernambuco desdo Bento Teixeira Pinto até aos nossos dias. Dous grossos volumes, inéditos — contendo, o 1» as poesias dos antigos, e o 2" ama selecção das poesias dos modernos e contemporâneos, precedidas tanto umas, como outras, de esboços biographicos ou breve noticia sobre a vida, e as obras dos respectivos autores. Parece-me que o 2" Tolume também ficou incompleto. — Poética compilada de Hughes Blair e outros. Pernambuco, 1882, 136 pags. in-4» gr.— Foi approvado este livro pela directoria da insirucção publica de Pernambuco e depois pelo conselho litterario da instrucção publica. Consta-me que foi também publicada sua —.Antholagia nacional ou supplemento á Poética compilada de Hughes Blair. — Rhetcn-ica compilada de Hughes Blair e outros—Supponho que conserva-se inédita. — Grammatica latina para uso dos que faliam a lingua portugueza — Inédita. — Picciolo: Corso de litteratura italiana ad -uzo delia gioventu stndioza che parla Ia lingua — Idem. — Fábulas origínaes, traduzidas e imitadas por Francino Cismontano. Recife, 1877, 112 pags. in-8°—Estás fábulas são as que fazem parte do 1° volume dos Ensaios clássicos, e foram approvadas pelo conselho .hrecior da instrucção publica. Em varias publicações, quer do Brazil, qoer da Europa acham-se deste autor poesias, como F R 419 — Uma lagrima: traducção paraphraseada em verso—No Almanak de lembranças luso-brazileiro. Lisboa. 1883, pags. 101 e seguintes. — Ode — No livro « Collecção de discursos e poesias, recitados por occasião do assentamento da primeira pedra do hospício dos alienados de Pernambuco. Recife, 1875, pags. 57 e seguintes. Francisco de Brito G u e r r a — Natural, parece-me, do Rio Grande do Norte, de que foi representante na terceira legislatura de 1834 a 1837 e neste anno eleito e reconhecido senador, alli falleceu a 23 de fevereiro de 1845. Era presbytero secular, muijo versado na lingua latina e escreveu : — Orado acadêmica coram excellentissimo ac reverendissimo domino Josepho Joachíno a Cunia Azeredio Coitinio, episcopo pernamsmcanensi, seminarii olindensis fundatore, studiorum doctore ac reformatore. Anno MDCCCI, litterario secundo — Vem no livro « A gratidão pernambucana ao seu benfeitor, etc. », publicado em Lisboa, 1808, pags. 107 a 129. F r a n c i s c o d e B r i t o P e i x o t o — Filho de Domingos de Brito Peixoto e de dona Anna da Guerra, nasceu em S. Paulo em meiados do século 17° e falleceu em 1733. Foi com seu pai o fundador da villa de Santo Antônio da Laguna ; mais tarde deu-se a descobrimentos e explorações pelos campos do Rio Grande do Sul de 1715 a 1718 •e, sendo pelos seus serviços « capitão-mór das terras da Laguna e seu districto com a ilha de Santa Catharina e do Rio Grande de S. Pedro » por carta patente de 1 de fevereiro de 1721, sustentou com seu genro João de Magalhães uma lucta contra os indios tupis e minuanos que, ligados aos hespanhóes, procuravam apossar-se daquellas regiões do Rio Grande. Escreveu : — Noticias da povoação e fundação da villa da Laguna, feita por Francisco de Brito Peixoto que foi capitão-mór delia e doou os seus serviços em seu sobrinho Diogo Pinto Rego — Inéditas, não sei onde param ; só sei que a bibliotheca nacional possue uma parte desta obra. Francisco Oalheiros d a G r a ç a — Filho do com- mendador Guilherme José da Uraça e de dona Balbina Calheiros da Graça, nasceu na cidade de Maceió, capital da antiga provincia de Alagoas, a 3 de julho de 1849. Tendo feito o curso da escola de marinha com praça de aspirante de 26 de fevereiro de 1864, foi promovido a guarda-marinha em 1866, a segundo tenente a 5 de março de 1868, a primeiro tenente a 12 de abril do mesmo anno e a capitão- 420 FI* tenente em 1879 e por ultimo a capitão de fragata. E' director da repartição hydrographíca, sócio do Instituto histórico e geographico brazileiro, offlcial da ordem da Rosa e da de S. Bento do Aviz, cavalleiro da ordem de Christo, condecorado com a medalha da esquadra em operações na guerra do Paraguay e tem feito mais de uma viagem ao estrangeiro, achando-se actualmente em importante commissão do governo na Europa — e escreveu: — Memória sobre a origem e causa do aquecimento das águas do Gulf-stream. Rio de Janeiro, 1874, 60 pags. in-8» — E' seguida da opinião ultimamente sustentada na Inglaterra sobre o assumpto pelo doutor William Carpenter, da pag. 47 em deante. Esta memória foi traduzida na França em 1875 por Desiré Mouren, e as idéas nella emittidas foram contestadas pelo capitão-tenente A. A. Câmara. ( Veja-se Antônio Alves Câmara.) — Theoria do desviometro. Rio de Janeiro, 1876, in-8». — Transferidor de sondas. Rio de Janeiro, 1876, in-8°. — Investigações sobre os instrumentos destinados á hydrographia. Rio de Janeiro, 1878, in-8». — Determinação das linhas magnéticas do Brazil: relatório apresentado ao capitão de mar e guerra Barão de Teffó, director geral da repartição hydraulica. Rio de Janeiro, 1882, 30 pags. in-fol. — Vem no relatório do ministério da marinha deste anno, e sahiu antes na Revista Marítima brazileira. Dividido em duas partes, ahi se trata: 1°, do magnetismo terrestre; 2», dos instrumentos e methodos de determinação de suas curvas. — Estudos sobre a barra da Laguna. Rio de Janeiro, 1882, in-8» — Segunda edição, 1883. Sobre a Laguna ha mais dous trabalhos seus : — Preferencia do porto da Laguna sobre a enseada de Imbituba. Rio de Janeiro, 1883, in-8° — E'uma reimpressão de artigos que publicara no Jornal do Commercio. — Porto da Laguna: artigos publicados no Jornal do Commercio, ns. de 7, 8 e 9 de janeiro de 1884. — Analyse da informação do capitão-tenente João Justino de Proença, capitão do porto da provincia de Santa Catharina. Rio de Janeiro, 1884, in-8°. — Primeiros trabalhos da commissão de longitudes, incumbida ao capitão-tenente Francisco Calheiros da Graça e primeiro tenente Arthur índio de Brazil. Repartição hydrographíca do império do Brazil. Rio de Janeiro, 1888, 278 pags. in-4». — Carta reduzida da costa do Brazil e das Guyanas entre o Cabo Gurupy e o rio Suriman, demarcando as sondas feitas pela F R 421 corveta Vital de Oliveira; organizada por ordem do governo imperial em 1874. — Carta comprehendendo as costas das Guyanas, Venezuela e Antilhas entre o rio Iracoubo e a ilha de Santa Luzia. 1874. — Carta comprehendendo as ilhas da Trindade e Porto-Rico. 1874. F r a n c i s o o C a l m o u — Filho de Francisco Calmon e de dona Ignacia de Almeida Pereira, e nascido na Bahia a 18 de setembro de 1703, foi fidalgo da casa real, sócio da academia brazilica dos renascidos, fundada nesta provincia a 6 de junho de 1759, e escreveu : — Relação das faustissimas festas que celebrou a câmara da villa de N. S. da Purificação e Santo Amaro, da comarca da Bahia, pelos augustissimos desposorios da sereníssima senhora D. Maria, princeza do Brazil, como sereníssimo senhor D. Pedro, infante de Portugal. Lisboa, 1762, 16 pags. in-4». B . F r a n c i s c o C a r d o s o A y r e s , bispo de Olinda — Filho de João Cardoso A yres e de dona Maria Cardoso Ayres, nasceu na cidade do Recife a 18 de dezembro de 1821 e falleceu a 14 de março de 1870 em Roma. Destinado por seus pais á vida do commercio, apenas preparado com a instrucção primaria, se estabeleceu numa loja de livros, de propriedade delles; mas depois começou a dar-se aos estudos superiores, e ao passo que nesses progredia, sentindo vocação para o estado religioso, abandonou de todo o commercio e foi para Roma, onde matriculou-se na universidade de Sapiência em 1840. Fechada, porém, anniversidade com a revolução de 1848, sahiu de Roma com o abbade dom A. Rosmini Serbati, seu amigo e fundador do instituto da Caridade, resolvido a entrar no mesmo instituto ; foi á cidade de Strezza no Lago-maior, então reino do Piemonte, onde se fazia o noviciado ; dahi foi à Inglaterra, onde, no collegio de Ratcliffe, concluiu o noviciado e o curso theologico, recebendo as ordens de diacono das mãos do bispo diocesano. Passou dahi á casa de Rugby, onde recebeu as ordens do presbyterado,e leccionou uma cadeira. Fez ainda uma excursão por algun3 logares da Europa, visitando o Santo Padre, e tornou-se tão notável por suas raras virtudes e por sua illustração, que foi nomeado sub-reitor da casa de Santa Maria de Upton no condado de Cork, na Irlanda, e lhe foi offerecida pelo governo imperial, fora da pátria, uma mitra, de que pediu que o dispensassem. Nomeado mais tarde bispo de Olinda, ainda elle quiz eximir-se a tão alto encargo ; mas desta vez, eedendo á vontade do chefe da Igreja, foi sagrado em Roma a 15 de março de 1868, e fez em sua diocese entrada solemne a 2 de agosto do 422 F R mesmo anno. Bem recebido nella, cahiu logo no desagrado de seus diocesanos por prohibir que fosse sepultado em cemitério sagrado o cadáver do general José Ignacio de Abreu Lima e por ordenar a todo o clero o retiro espiritual no convento de S. Francisco do Recife, com leitura diária do cathecismo, feita por padres estrangeiros. Achava-se em Roma fazenlo parte do concilio ecumênico do Vaticano, convocado para 8 de dezembro de 1869, quando a morte o surprehendeu. Escreveu: — Carta pastoral de saudação a seus diocesanos. Roma, 1808 — Fizeram-se duas elições desta pastoral ao mesmo tempo com a data de 15 de março, sendo uma em portuguez e outra em latim : Prima epístola pastorata. — Pastoral de 28 de abril de 1869. Recife, 1869 —Nesta pastoral occupa-se o prelado das accusações que lhe fazia parte da imprensa pela denegação de sepultura em logar sagrado ao general Abreu Lima, e de outros factos. — Pastoral a respeito do seminário de Olinda. Recife, 1869, en-4». — Carta pastoral de despedida aos seus diocesanos. Recife, 1869 — E' datada de 14 de setembro deste anno, dia em que embarcou para assistir em Roma ao concilio ecumênico. D. Francisco Cardoso Ayres era poeta e publicou algumas poesias, antes de tomar o estado ecclesiastico, como : — Epístola a João Lustosa da Cunha Paranaguá ( hoje Marquez de Paranaguá). Recife, 1844. — Poesias publicadas no Phileídemon, periódico scientifico e litterario da sociedade Phileidemica Olindense. Pernambuco, 1846, pags. 31 e 151 — São duas composições. F r a n c i s c o C a r l o s B r a n d ã o — Nascido em Pernambuco eahi fallecido depois de 1870, sendo bacharel em sciencias sociaes e jurídicas, formado pela faculdade de Olinda em 1836, exerceu a advocacia, foi deputado á assembléa provincial e também á geral da nona ã décima terceira legislatura, de 1853 a 1868, e escreveu, além de outros trabalhos talvez : — Sobre a carestia e monopólio dos gêneros alimentícios e concessão de loterias : discurso recitado na sessão de 4 de agosto de 1857. Nictheroy, 1857, 14 pags. in-4». — A eleição do 5» districto da provincia de Pernambuco. Rio da Janeiro, 1861, in-fol. F r a n c i s c o C a r l o s d a L u z — Filho de José Maria da Luz e natural de Santa Catharina, onde nasceu em 1830, é doutor em F R 123 mathematicas pela antiga academia militar; general de brigada do exercito ; lente cathedratico da escola superior de guerra ; commendador da ordem de Christo, offlcial da ordem da Rosa e da de S. Benta de Aviz. Assentando praça em 1846, serviu no corpo de engenheiros até novembro de 1865, e depois na arma e corpo de estado-maior áe. artilharia. Representou a provincia, hoje Est ido, de seu nascimento na undecima, décima quinta e décima sexta legislaturas ; foi à Europa por mais de uma vez em commissão do governo e exerceu muitas commissões como a de director do laboratório pyrotechnico do Campinho, sendo ao mesmo tempo professor da aula de applicação. Tem o titwlo de conselho do Imperador e é um dos redactores da — Revista da commissão technica militar. Rio de Janeiro, 1891-1892 — onde ha vários trabalhos seus. Escreveu: — Ligeiras considerações sobre os canhões raiados em uso do exercito do Brazil. Rio de Janeiro, 1866, in-8°, com uma grande folha, contendo 22 figuras. — Questão de limites entre as províncias de Santa Catharina e do Paraná : discursos proferidos, etc. Rio de Janeiro, 1876, 58 pags. in-8». — Conferências populares. 2 a serie. Cursos livres de instrucção superior. N. 4. Curso elementar e popular de sciencias physicas. Da origem e classificação das sciencias physicas. Rio de Janeiro, 1879, in-8». — Influencia do chumbo sobre as águas potáveis : memória apresentada ao Instituto polytechnico brazileiro. Rio de Janeiro, 1879, 19 pags:. in-8». — Pyrotechnia militar Duas palavras sobre o mixto das espoletas de tempo. Rio de Janeiro, in-8°— As armas de retro-carga e o fuzil de Comblain, com seis estampas, contendo mais um estudo minucioso sobre o cartuchame metaíüca. Rio de Janeiro. 1880, in-8». — Estudos sobre as polvoras de guerra, antigas e modernas. Paris, 1889, 210 pags. in-8». Francisco C a r l o s d a S i l v a C a b r i t a — Filho de Francisco de Paula Avellar Cabrita e sobrinho do bravo tenente-corouel. de artilharia João Carlos de Willagran Cabrita — que falleceu de feirimento pro luzido por uma granada inimiga quando ditava a p;>rte orficial da tomada de Itapicurú na campanha contra o Paraguay — nasceu. na cidade do Rio de Janeiro a 10 de março de 1857 ; é engenheiro civil pela escola polytechnica; director e professor da cadeira de mathamaticas da escola normal da capital federal; lente de desenho topogra- 424 F-tc phico daquella escola ; cavalleiro das ordens da Rosa e de Christo; sócio conservador da sociedade Propagadora das bellas-artes, etc. Serviu alguns annos como secretario e professor no lyceo de artes e offlcios e escreveu: — Curso de mathematicas elementares. Calculo arithmetico. Rio de Janeiro, 1883, in-4» — Foi publicada em fasciculos e é um trabalho que, denotando grande proficiência de seu autor, parece destinado mais para consultas, do que para compêndio. — Monographia e involução : idéas geraes. Rio de Janeiro, 1884, 26 pags. in-12», com 8 figuras intercaladas no texto — E' destinado para uso dos candidatos á matricula na escola polytechnica que não puderem consultar os tratados de geometria superior. — Elementos de geometria. Estados Unidos do Brazil,Capital Federal, anno de 1890, 2» da Republica, 130 pags. in-4» com flgs. intercaladas no texto — Este livro é escripto segundo o plano dos Elementos de geometria de Clairaut, publicados em 1871 — Sei que o Dr- Cabrita tinha, ha alguns annos, a publicar — Noções sobre projecções — Creio que estão inéditas. F r a n c i s c o C a r l t o n O t h o d a S i l v a — Nascido no Rio de Janeiro a 29 de maio de 1847, fez o curso da escola de marinha que concluiu em 1867 ; é capitão de fragata da armada e foi professor interino da escola pratica de artilharia por aviso de 20 de janeiro de 1884, tendo antes prestado serviços na campanha do Paraguay, de que tem a respectiva medalha, e feito uma viagem à Europa em commissão do governo. Escreveu : — Algumas palavras sobre torpedos no armamento dos vaporestorpedos ou dos navios de guerra, por M. Cthchensnovecth. Traducção do francez. Rio de Janeiro, 1880 — Sahira antes no Cruzeiro de 9 de setembro deste anno em deante. Francisco de Carvalho Soares B r a n d ã o— Nascido em Pernambuco a 31 de outubro de 1839 e bacharel em sciencias sociaes e jurídicas, formado pela faculdade do Recife em 1861, representou sua provincia natal na décima sétima legislatura de 1878 a 1880 ; foi eleito senador em 1882; entrou no ministério de 24 de maio do anno seguinte como ministro dos estrangeiros, obtendo o titulo do conselho do Imperador; presidiu as províncias de Alagoas, do Rio Grande do Sul e de S. Paulo; foi sócio fundador do Instituto archeologico pernambucano; agraciado com a commenda da ordem de Christo» de Portugal, com a gran-cruz da ordem russiaua da Águia Branca, da F R 425 ordem belga de Leopoldo e com a medalha do Libertador da Bolívia. Escreveu além de — Relatórios apresentados—às respectivas assembléas no desempenho de cargos administrativos, o — Discurso proferido na sessão magna do décimo quinto anniversario do Instituto archeologico pernambucano e mandado publicar por alguns de seus amigos. Recife, 1877,28 pags. in-8» — Foi um dos redactores da — Revista do Instituto archeologico e geographico pernambucano. Recife, 1863 a 1872, dous vols. de 561 e 811 pags. in-4» com estampas — Esta revista continua. Começou sua publicação em outubro de 1863 sob a redacção dos Drs. Antônio Rangel Torres Bandeira, Aprigfo Justiniano da Silva Guimarães e Pedro Autran da Matta e Albuquerque a quem Soares Brandão substituiu do n. 10 em deante. O ultimo numero do 1° volume sahiu em fevereiro de 1866, e o primeiro do 2» volume em outubro deste anno. F r a n c i s c o d e C a s t r o — Filho de Joaquim de Castro Guimarães e de dona Maria Heloísa de Mattos Castro, nasceu na cidade da Bahia a 17 de setembro de 1857. E' doutor em medicina pela faculdade daquella cidade, tendo feito parte do curso na do Rio de Janeiro e nesta professor de clinica medica; director da repartição sanitária, recentemente instituida na capital federal e membro titular do Instituto nacional de medicina. Apenas formado entrou para o corpo de saúde do exercito, onde serviu alguns annos, e escreveu: — Correlação das funcções; Therapeutica geral dos envenenamentos; Da septiccmia; Da susceptibilidadc recurrente: these apresentada à faculdade do medicina do Rio de Janeiro a 23 de setembro de 1879 e sustentada na da Bahia a 13 do janeiro de 1880. Bahia, 1880, 223 pags. in-4». — Fôrmas curaveis das moléstias chronicas do coração, inclusive a syphilis cardíaca: preleccão do Dr. G. Mayer, traduzida e annotada, etc. Rio de Janeiro, 1889, in-8». — Do prognostico das moléstias do coração pelo professor E. Layden: monogrophia traduzida e annotada, etc. Rio de Janeiro, 1892, in-8°— Centros corticaes psychologicos: memória apresentada à imperial academia de medicina, etc.— Nos Annaes Brasilienses, tomo 33°, pags. 334 a 353 e, si me não engano, foram publicados também em opusculo. — Elementos de clinica propedêutica. Exame;physico do apparelho da respiração — No Brazil Medico, 1891, pags. 213 a 269. E' o primeiro capitulo de um livro destinado para compêndio da faculdade de medicina. 426 WJM — Elogio histórico dos acadêmicos fallecidos durante o anno acadêmico de 1884-1885 (sessão anniversaria em 30 de junho de 1885). Rio de Janeiro, 1885, 16 pags. in-8». — Elogio histórico, e t c , durante o anno acadêmico de 1885-1886. Rio de Janeiro, 1886, in-8». — Elogio histórico, e t c , durante o anno acadêmico de 1886-1887. Rio de Janeiro, 1887, in-8» — Estes elogios foram escriptos sendo o autor orador da academia, e foram todos publicados nos Annaes. — Harmonias errantes: versos. Rio de Janeiro, 1878, in-8». — Castro Alves: poesia no decennio da morte do poeta—Acha-se na Revista Brazileira, tomo 9°, 1881, pags. 170 e 171. O Dr. Castro foi um dos redactores da — Revista Acadêmica: órgão do Instituto dos acadêmicos. Publicação mensal. Rio de Janeiro, 1877-1878, in-4». F r a n c i s c o d a s C h a g a s L i m a — Brazileiro, não sei si nato ou adoptivo, nasceu, segundo posso calcular, pelo anno de 1780. Presbytero secular, foi o capellão que em 1809 partiu para Guarapuava, onde estabelecia-se uma colônia e foi primeiro missionário quando no anno seguinte .fundaram-se ahi as missões. Depois disto foi parodio collado da freguezia de Nossa Senhora de Belém, cargo que ainda exercia em 1827. Escreveu: — Memória sobre o descobrimento e colônia de Guarapuava. 1809 — Foi publicada na Revista do Instituto histórico, tomo 4», pa<?s. 43 a 64 e delia se faz menção no Atlas de C. M. de Almeida. O autor dà noticia do idioma dos indios de Guarapuava e dos que h bitam o vasto sertão entre o rio Paraná e a estrada geral de Itapetininga para o sul. — Mappa do campo de Guarapuava e seus recintos de mattas. 1818— O original á aquarella esteve na exposição de historia pátria em 1881. — Cathecísmo escripto na lingua nacional e na dos Purys — Não me consta que se publicasse. Sei apenas que o manuscripto existia em poder do finado José Rebouças de Palmas. Manoel Eufrasio de Oliveira, dando desta obra noticia ao Instituto histórico, promettera obtel-a e fazer delia presente ao mesmo instituto. Creio que a não pôde conseguir ou então, sobre vindo sua morte, não teve tempo de cumprir a promessa feita. Sou informado de que ó da penna do padre Chagas a — Noticia da fundação da villa de S. João de Queluz, provincia de S. Paulo — da qual o mesmo Manoel Eufrasio extrahiu uma cópia do livro 1» do tombo da dita villa, e enviou-a ao instituto em 1843. FR Francisco 427- C h r i s p i n i a n o V a l d e t a r o — Filho do doutor Manuel de Jesus Valdetaro, nasceu no Rio de Janeiro a 25 de outubro de 1805 e falleceu a. 9 de janeiro do 1802. Formado em medicina, foi o segundo administrador que teve a Imprensa nacional, em, cujo cargo substituiu o conego Januário da Cunha Barboza. Deu-se aeexercicio de educador da mocidade, dirigindo um collegio, publicandopara este flm diversos livros e foi mestre do grammatica portugueza das princezas, filhas do Imperador dom Pedro 11. Escreveu : — Novo formulário pratico dos hospitaes ou escolha de formulas dos hospitaes civis e militares da' França, Inglaterra, Allemanha» Itália, e t c , contendo a indicação das doses ora que se administram as substancias simples e as preparações magistraes e oífleinaes do co lox ; o emprego dos medicamentos novos e noções sobre a arte de formulan, pelos senhores Milne Edward e P Vavasseur ; traduzido da segunda edição de 1834 por Rio de Janeiro, 1836, in-8». — Poesias sacras e profanas para uso da escola da sociedade de instrucção elementar do Rio de Janeiro, colligidas por Francisco Chrispiniano Valdetaro. Rio de Janeiro, 1841, in-8». — Lições de leitura : Aos discípulos da escola da sociedade de instrucção elementar do Rio de Janeiro. Terceira edição, publicada para o ensino das primeiras lettras (I a e2« parte). Rio de Janeiro, 1856 — Houve uma edição de 1864, feita por João Braulio Moniz. Deixou prompta para entrar no prelo uma — Grammatica grega ( veja-se frei Custodio de Faria) — e uma traducção do Formulário de Bouchardat. Publicou alguns trabalhos em revista de sciencias, como o Semanário de saúde publica, e redigiu: — Diário de Saúde ou ephemerides das sciencias médicas e naturaes do Brazil. Rio de Janeiro, 1835-1836, in-4° — Sahiu o 1° numero a 18 de abril daquelle anno e o ultimo, 53, a 16 de abril deste, sondo também da redacção os doutores Francisco de Paula Cândido e J. F Sigaud. — Aurora Fluminense : jornal político e litterario. Rio de Janeiro, 1827-1828, in-fol.— Foram também seus redactores o mesmo doutor Sigaud, José Apollinario de Moraes e Evaristo F. da Veiga, que desta ultima data até 18S5 foi o único redactor. E' um jornal abundante do noticias para a historia da época. Posteriormente, em 1855, houve outra folha de igual titulo. — O Patriota Brazileiro, amigo da moral e da industria, contendo os trabalhos da instrucção elementar. Rio de Janeiro, 1832, in-4 ü — Nesta publicação collaborou o conselheiro José Maria do Amaral, de quem liei de tratar. 428 FR F r a n c i s c o C l e m e n t i n o d e Santiagfo B a n t a s — Natural do Rio de Janeiro, falleceu em Matto Grosso pela época da proclamação da republica, sendo bacharel em mathematicas e sciencias physicas, major do corpo de estado-maior de artilharia, offlcial da ordem da Rosa, cavalleiro da de S. Bento de Aviz, condecorado com a medalha da campanha do Paraguay e a de Mérito á bravura militar. Assentando praça em 1863 e pertencendo sempre á arma de artilharia, foi um offlcial illustrado, desempenhou varias commissões importantes como a de instructor da escola de tiro no Campo Grande; de engenheiro na provincia do Rio Grande do Sul, á cuja assembléa foi deputado ; fundador da colônia militar de Chopim na do Paraná, etc. Escreveu : — Ligeira noticia sobre as operações militares contra os Muckers na provincia do Rio Grande do Sul. Rio de Janeiro, 1877, 18 pags. in-8». — Estudos militares : defesa da provincia do Rio Grande do Sul. Rio de Janeiro, 1878, 28 pags. in-4» — O Aquidaban perante a historia. Operações finaes da campanha do Paraguay. Porto Alegre, 1880, in-8» — Sobre o casamento: prelecção feita em saráo do Pantheon Litterario de Porto Alegre — publicada na Revista Contemporânea da mesma sociedade. Exaltando o casamento, o autor compenetrou-se do que expunha por fôrma tal, que nessa mesma occasião eontractou alliança matrimonial com interessante joven rio-grandense, dona Justa de Azambuja. — Planta da estrada de Palmas á Boa Vista e Cotihipó. Francisco Coelho D u a r t e B a d a r ó — Filho de Justiniano Cursino Duarte Badaró, é natural de Minas Geraes, bacharel em sciencias sociaes e jurídicas pela faculdade de S. Paulo e foi um dos deputados eleitos ao primeiro congresso republicano em 1890 Escreveu: — Fautina: (scenas da escravidão) com um juizo critico por Bernardo Guimarães. Rio de Janeiro, 1881, in-8» — Era o autor estudante de direito. — Parnazo mineiro: noticia de poetas da provincia de Minas Geraes. Ouro Preto, 1887. Francisco Cordeiro da Silva T o r r e s e Alvim, Visconde de Jerumerim — Filho de Antônio 'de Souza Mello e Alvim, o senhor dos morgados de Olaia, Cadaval e Painho, e de dona Maria Barbara da Silva Torres, nasceu na quinta da Olaia, termo de Ouróm, em Portugal, a 24 de fevereiro de 1775, e falleceu no Rio de Janeiro *•«, 429 a 8 de maio de 1856, sendo brazileiro por haver adherido à independência do Brazil; marechal de campo do exercito ; grande do império ; do conselho do Imperador ; veador da Imperatriz ; conselheiro de estado ; grande dignitario da ordem da Rosa, commendador da de Christo, offlcial da do Cruzeiro, cavalleiro da de Aviz; sócio e presidente da sociedade Auxiliadora da industria nacional, em cuja sala das sessões foi collocado seu busto, e sócio do Instituto histórico e geographico brazileiro. Assentando praça de aspirante em Portugal, cursou alli a academia de marinha e, promovido a guarda-marinha em 1798, veio ao Rio de Janeiro, mas decorridos dous annos tornando á Lisboa, fez o curso da escola militar, formou-se em mathematicas e passou da armada para o corpo de engenheiros. Por occasião da invasão franceza passou de Portugal para Inglaterra, donde veio ao Brazil; foi nomeado lente da academia militar e incumbido de dar os compêndios para a mesma academia, onde leccionou mais de vinte e cinco annos. Ministro da guerra a 15 de junho de 1828, deixou a pasta ao cabo de oito dias, porque — dizia elle — um cordeiro não servia para a guerra. Prestou outros serviços á pátria adoptiva, como os de inspector da caixa de amortisação, de que foi fundador. Escreveu: — Tratado elementar de arithmetica de Lacroix ; traduzido do francez por ordem de sua alteza real, o principe regente, para uso da real academia militar, e accrescentado com taboas para a reducção das medidas francezas, antigas e modernas, entre si á medidas portuguezas, e reciprocamente. Rio de Janeiro, 1810, 156 pags. in-8». — Elementos de álgebra por Mr. Lacroix, traduzidos em portuguez por ordem de sua alteza real o principe regente, e t c , para uso dos alumnos da real academia militar, desta corte. Rio de Janeiro, 1811. 345 pags. in-8». — Tratado elementar de calculo differencial e de calculo integral por Mr. Lacroix, por ordem de sua alteza real, traduzido em portuguez para uzo dos alumnos da real academia militar desta corte. Rio de Janeiro, 1812-1814, 2? parte, òu 2 vols. de 220 e 360 pags. in-8», com estampas. — Memória sobre o credito em geral, operações de credito, caixas de amortisação e suas funcções, com uma exposição exacta das operações e expediente da caixa de amortisação do império do Brazil. Rio de Janeiro, 1832, 56 pags. in-4° — Relatório sobre o melhoramento do systema de pesos e medidas e monetário ; apresentado pela commissão para esse fim nomeada por decreto de 8 de janeiro de 1832. Rio de Janeiro, 1834, 148 pags. in-4», com duas tabellas — Assignam como membros da commissão Cândido 430 Baptista de Oliveira e Ignacio Ratton. Vem ahi annexos á obra precedente : Dados extrahidos de Kelly ; Systema de pesos e medidas do Brazil e Relatório sobre os cunhos de ouro da União, traduzido pelo mesmo Torres e Alvim. (Veja-se Francisco Vieira Goulart.) — Apontamentos extrahidos de Mr. John Quiney Adams sobre pesos e medidas dos Estados Unidos. Rio de Janeiro, 1833, in-4». — Apontamentos sobre o systema monetário e resgate do cobre, mandados imprimir pelo Marquez de Barbacena. Rio de Janeiro, 1833, 39 pags. in-8» — Segunda edição, com um appendice sobre o credito publico e remédio às queixas do Brazil. Rio de Janeiro, 1843, 46 pags. in-4*. — Memórias sobre o meio circulante. 1837-1838, 2 vols.— Inéditas. — Exposição e informações sobre o encanamento das águas do Maracanã para o chafariz do campo de Sant'Anna. 1816 — Idem. — Memória, apresentando um systema geral de pharoes sobre as costas do Brazil. 1829 — Idem. — Observações sobre a caixa de amortisação e os meios de consolidar cada vez mais o credito publico. 1835 — Idem. — Discurso proferido na abertura das aulas da academia militar no anno de 1826 — Idem. F r a n c i s c o C o r r ê a d a C o n c e i ç ã o — Natural do Rio de Janeiro, exerceu um logar de fazenda no thesouro nacional e estabeleceu-se depois como negociante na praça do Rio de Janeiro. Escreveu: — Estudo sobre finanças e economia das nações, extrahido da obra deste titulo, publicada em Paris por H. Price. Rio de Janeiro, 1877, i!3pags. in-8». F r a n c i s c o C o r r ê a T e l l e s d e M e n e z e s — Filho do licenciado Manoel Corrêa Telles e de dona Rosa de Vasconcellos Saraiva, nasceu na cidade de Olinda, em Pernambuco, pelo meiado do século décimo oitavo, e falleceu na avançada idade de mais de noventa annos. Desde criança se votara ao estado ecclesiastico, preparando-se para elle, mas teve de ver demorada por algum tempo a realização de seus ardentes votos por lhe faltar seu velho pai. Depois de receber as ordens do presbyterato percorreu os sertões do Ceará, do Rio Grande do Norte e da Parahyba, fazendo predicas evangélicas, e celebrando missa, pois trazia comsigo um altar portátil com os paramentos necessários, e mais tarde se escusou ao offerecimento que lhe fizera o bispo Azeredo Coitinho de uma cadeira no seminário de Olinda, porque •FR 431' á sua vasta illustração reunia elle uma excessiva modéstia. Foi também um apóstolo fervoroso da independência de sua pátria, e bem que não se ache seu nome entre os -< Martyres pernambucanos, victimas da liberdade nas duas revoluções ensaiadas em 1710 e 1817 » do padre J . Dias Martins, elle fez parte dos movimentos de 1817, e foi por isso preso e perseguido. Escreveu muitas obras que, como succedeu a outros muitos brazileiros, nunca pôde imprimir á falta de typographia no Brazil, e por isso se perderam. Além das obras perdidas, sendo algumas sobre botânica e sobre mineralogia, escreveu outras que se conhecem •em sua provincia, bem que inéditas, como: — Lamentação brazilica discernitiva de occultos segredos por linha, prumo e nivel do fiel da balança braziliana ; ornada de ricos theáouros temporaes e eternos ; dividida em três partes distinctas; dedicada a sua alteza real, o fidelissimo principe regente, etc. Parte Iaescripta desde o anno de 1799 e reformada neste de 1807. No norte do Brazil, Ceará. 013 pags. in-4». — Nova seara do ricos thesouros temporaes e eternos. Arte de conquista, de novo descoberta nos gemidos fraternos com os melhores modelos para a sua cultura e vindima ; oíTerecida, etc. Parte 2 1 da Lamentação brazilica desde o anno de 1800, completa em 1817 e accrescentada desde 1824 até 1827.. 198 pags. in-4». — Mappa curioso do novo descoberto. Parte 3 a da Lamentação brazilica ; dividida em seis capítulos, dedicados, e t c ; começada em 1799 e concluída em 1806, na freguezia de Páo dos Ferros, Ribeira do Apody. 432 pags. in-4» e 28 mappas. — Lamentação brazilica. Código dos brados populares, continuado á parto I a , e relativo á parte 2;x da mesma, que acaba de demonstrar as verdades occultas. Tomo 4», contra os peccados que bradam ao céo, e t c Vai oflerecido á sua magestade imperial do Brazil ; organizado desde o anno de 1817 e completo em 1826, ao depois augmentado até ao fim do presente de 1828 no norte do Brazil. 386 pags. in-4». — Códice geral do Mappa curioso de novos descobertos, pertencente á parto 3 a da Lamentação brazilica, continuado do capitulo 6» delia. Das iudagações feitas desde o anno de 1808 até o presente de 1817. 130 pags. in-4»— Estas obrasse acham inéditas por lettra do autor, e pertencem ao Instituto histórico. No frontespicio do 2» volume lê-se esta declaração por lettra difTerente: « Pertence esta obra a Joaquim Henrique Ferreira Burity, que llie deixou seu tio, o reverendo padre Francisco Telles de Menezes. » Foi o mesmo Burity quem fez ao instituto a offerta de taes obras em 1858. — Sobre a lingua dos aborígenes do Brazil — Ficou também inédita. 432 *?-.** — Sobre a riqueza vegetal do Brazil — Idem. Escripta por occasião das sêccas dos sertões do norte. Trata-se ahi desenvolvidamente de muitos productos vegetaes, como a carnahuba. — Sobre mineralogia — Idem. Trata-se ahi com muita especialidade do ouro, da prata, do carvão de pedra, do alumen e de mais alguns mineraes, e particularmente « da cochinilha vegetal e do ouro em pó que elle descobrira nos diversos ramos em que abunda a natureza do rico e prodigioso solo deste paiz » como diz o autor do Diccionario biographico de pernambucanos celebres. — Sobre genealogia —Idem. Occupa-se o padre Telles de Menezes nesta obra com todo o critério da linhagem das famílias mais distinctas de Pernambuco. Diz o autor que acabo de citar que — muitos dos manuscriptos do padre Telles de Menezes foram parar ás mãos do senador Francisco de Brito Guerra, um dos homens mais conceituados da província do Rio Grande do Norte, que isto mesmo declarou a um irmão ; a estes manuscriptos, especialmente os históricos, dignos d