8 e 9 de junho de 2012 ISSN 1984-9354 ESTUDO DE AGLOMERADO COM AS CINQUENTA MAIORES EMPRESAS EXPORTADORAS: UM RETRATO A PARTIR DA EXAME 2008-2011 Robson Ramos Oliveira (Univercidade/Gama Filho) Fernanda Mendes de Souza (Univercidade/Gama Filho) Maria Regina Menezes Alves (Univercidade/Gama Filho) Josir Simeone Gomes (Unigranrio) Resumo A globalização dos mercados, a concorrência, a necessidade de aumentar receitas e expandir os negócios tem levado empresas brasileiras a incluírem o processo de internacionalização em seus planos estratégicos. Anualmente, a Revista Exame diisponibiliza, em edição especial, um ranking com as melhores e maiores empresas do Brasil, contemplando diversos indicadores e variáveis, um dos quais é a participação da exportação nas vendas. Assim, o objetivo deste trabalho é levantar quem são as maiores empresas exportadoras, em que estados estão sediadas, a que setores pertencem. E, por fim, como podem ser agrupadas em termos de participação das exportações nas vendas? Para tanto, foram utilizados dados secundários disponibilizados pela Revista Exame 2008-2011, referindo-se, respectivamente, a informações dos exercícios de 2007 a 2010. Buscou-se a seção da revista que apresentava as 50 maiores exportadoras em cada ano, totalizando 79 empresas investigadas. Os achados da pesquisa revelam que as maiores empresas exportadoras estão sediadas nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Petrobras (RJ) e Vale (RJ) são as principais no ranking. Em relação ao setor a que as empresas estão inseridas destacaram-se o de Bens de Consumo, Siderurgia e Metalurgia e Mineração. Por fim, as maiores empresas exportadoras foram agrupadas em três clusters. Palavras-chaves: Internacionalização; Exportação; Maiores Exportadoras. VIII CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 8 e 9 de junho de 2012 1. Introdução: Nos últimos anos, as mudanças na economia, na tecnologia e nas políticas internacionais refletiram no ambiente dos negócios, exigindo das empresas a procura de mecanismos para se tornarem, e se manterem, cada vez mais competitivas. Nesse contexto, uma das estratégias é o processo internacionalização que se refere às trocas econômicas, políticas, culturais entre nações, decorrendo daí relações, as verzes pacíficas; outras vezes conflituosas, de complementaridade ou de concorrência de mercado. O Brasil, apesar de ser um entrante tardio (late movers) tem apresentado resultados exitosos, pois várias empresas brasileiras já se encontram em estágios avançados no processo de internacionalização, são exemplos a Petrobras, a WEG, a Vale, o Boticário, a Natura, entre outras. Revistas especializadas apresentam, anualmente, benchmarking, que é um processo contínuo de comparação de produtos, de serviços e de práticas empresarias entre os mais fortes concorrentes ou empresas reconhecidas como líderes. É o caso da Revista Exame, que em edição especial, apresenta as melhores e maiores empresas do Brasil. A revista considera vários indicadores, tais como: Vendas, EBITDA, Percentual de Exportação sobre Vendas, Liquidez Geral, Endividamento, Lucro, Patrimônio, Rentabilidade, número de empregados, dentre outros. Nesta pesquisa, optou-se por analisar o percentual das exportações nas vendas das maiores empresas. Nesse contexto, o objetivo deste trabalho é levantar quem são as maiores empresas exportadoras, em que estados estão sediadas, a que setores pertencem. E, por fim, como podem ser agrupadas em termos de participação das exportações nas vendas? Para tanto, foram utilizados dados secundários disponibilizados pela Revista Exame 2008-2011. Para tanto, realizou-se pesquisa descritiva e documental com abordagem quantitativa. O artigo foi organizado em cinco seções. Na introdução descreve-se o objetivo da pesquisa. Na dois, levanta-se o referencial teórico. Na seção três relata-se a metodologia. Na quarta são apresentados os resultados da pesquisa. Por último, na seção cinco, são feitas as considerações finais e sugestões para futuras pesquisas. 2. Revisão Bibliográfica Internacionalização é um “processo crescente e continuado de envolvimento de uma empresa nas operações com outros países, fora da sua base de origem”. (RUBIM, 2004) Welch e Luostarinen (1988) definem internacionalização como um processo decrescente de envolvimento com operações internacionais. 2 VIII CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 8 e 9 de junho de 2012 Segundo Guilhoto (2001), o comércio internacional é uma atividade que existe para ir ao encontro das necessidades e desejos dos consumidores globais e dar às empresas a oportunidade de expandir a sua atuação em vários mercados. De acordo com Lacerda (2004), são várias as motivações para a internacionalização de empresas no Brasil. A primeira é superar barreiras tarifárias e não- tarifárias às exportações. A segunda motivação é de ordem econômico-financeira. Geração de receitas em dólares se transforma em grande vantagem competitiva. A terceira motivação é mercadológica. O melhor modo de ser competitivo no mercado global é participando efetivamente dele. Isso significa não só exportar, mas criar frentes de produção e de serviços no exterior, instituir canais de distribuição e de divulgação de marcas. Para Keegan (2005, p. 171), as empresas entram no mercado internacional de duas formas, sendo a primeira diretamente, “expandindo-se a partir de um investimento inicial ou pela aquisição de uma empresa estabelecida localmente; a segunda, indiretamente, utilizando agentes ou representantes”. Segundo Dunning (1988) as empresas para se internacionalizarem devem possuir certos tipos de vantagens sobre os seus competidores, que justifiquem o investimento feito no exterior. Nesse sentido, Urbasch (2004, p. 18) relacionou algumas vantagens para se desenvolver negócios internacionais, são elas: “Alavancar a competitividade brasileira de custo; Acesso a novos mercados; Compensar ciclos econômicos no Brasil; Aumentar o volume de venda e produção, reduzindo ociosidade; Receita em moeda forte; Vantagens de posicionamento no mercado doméstico”. Contudo, Veiga e Iglesias (2002) apontam alguns fatores que prejudicam o processo de internacionalização de empresas brasileiras. São eles: dificuldades de obter financiamento no Brasil para as unidades no exterior; diferenças culturais entre os países; dificuldade de obter acesso ao mercado financeiro local; elevado custo do financiamento; dificuldade de movimentar funcionários para outros países; e dificuldade de obtenção de informação a respeito dos mercados externos Além disso, Rocha, Silva e Carneiro (2007) explicam que o processo de internacionalização de empresas brasileiras é tardio quando comparado com o de países desenvolvidos, pois foram os primeiros a internacionalizarem as suas empresas (first movers ou primeiros entrantes), e com outros países emergentes (late movers ou entrantes tardios). Segundo os autores, o investimento direto no exterior (IED) ocorreu a partir de 1990. Antes, algumas empresas, nas décadas de 1960 e 1970 possuíam, de forma singular e tímida, subsidiária no exterior. As pioneiras brasileiras foram Petrobrás e Companhia Vale do Rio Doce. Existem algumas alternativas para uma empresa entrar no mercado global ou internacional. Rossi e Sacchi (2006, p. 112-116) apontam as seguintes: a) exportação e importação direta e indireta; b) licenciamento; c) franquia; d) contrato de manufatura; e) contratos gerenciais; f) participação acionária, total ou parcial; e g)joint venture. 3 VIII CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 8 e 9 de junho de 2012 Cada uma dessas alternativas, ou etapas de internacionalização, oferecem diferentes opções de atuação e implementação. Urbasch (2004, p.21-42) que o processo se inicia com a “exportação”, passando para a “presença comercial local”, seguido de “produção local” até chegar ao estágio de “desenvolvimento local”. A exportação geralmente é o primeiro passo. Urbasch (2004, p.21) explicou que: Ela [a exportação] é apenas o primeiro passo na conquista dos mercados lá fora. Uma vez superada a barreira para exportar, o jogo internacional continuará ainda muito mais – e por bens motivos. Um dos motivos é o ‘efeito-aspirador’ que surge para os nossos produtos quando temos uma presença local eficaz. Na concepção de Urbasch, as empresas percorreriam todos os passos, ou seja, pulariam de uma etapa para outra. Contudo, Rocha et al. (2004, p. 173) explicam que a teoria comportamental da internacionalização da firma vem-se opondo a tais afirmações, uma vez que “evidências empíricas sobre empresas que já surgem ou nascem para atender o mercado internacional, são as born globals, não passando, assim, pelos processos graduais previstos na literatura. 3. Metodologia As referências bibliográficas sobre metodologia científica apresentam uma infinidade de tipos de estudos e pesquisas, é o que expõem Traldi e Dias (1998, p. 41), Cervo e Bervian (2002, p. 65) e Vergara (2003, p. 46). Quanto à abordagem do problema, a pesquisa é quantitativa. Segundo Collis e Hussey (2005, p. 65) este tipo de pesquisa se baseia em métodos estatísticos e abordagem quantitativa. Aqui, objetivamente, se contará a freqüência das maiores empresas exportadoras do Brasil. Em relação aos objetivos da pesquisa, ela é descritiva, em face das definições de Gil (1999) e Vergara (2003), que explicaram que as pesquisas descritivas têm como objetivo descrever características de determinada população ou fenômeno, além de ser documental, pois está baseada em dados de uma revista especializada que fornece informações sobre empresas (Benchmarking). Os dados analisados são de fonte secundária, pois foram extraídos da Revista Exame (2008, 2009, 2010 e 2011), edição “Melhores e Maiores Empresas do Brasil”: A edição de 2008 apresentou resultado das 500 maiores; nas edições de 2009 a 2011 foram apresentados resultados das 1000 maiores. Contudo, o estudo está alicerçado na seção que apresenta o resultado das 50 maiores exportadoras, que montam 79 empresas. Os dados são referentes ao período compreendido entre os anos de 2007 a 2010. Basicamente, se contou a frequência dessas empresas na perspectiva de três variáveis: estado em que a empresa está sediada, setor da economia a que a empresa pertence e participação, em percentual, das exportações nas vendas das empresas. 4 VIII CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 8 e 9 de junho de 2012 E, ainda, os dados contemplados na análise de agrupamentos (clustering) foram os da edição da Exame 2011. Para Berry e Linoff (1997) o principal objetivo da análise de agrupamentos é classificar objetos em grupo relativamente homogêneos, chamados conglomerados, com base no conjunto de variáveis consideradas. Assim, os objetos em um grupo são relativamente semelhantes em termos dessas variáveis, e diferentes de objetos de outros grupos. Hair et al (1998) também explicam que essa análise consiste de uma técnica analítica para o desenvolvimento de agrupamento de objetos ou indivíduos segundo suas características, formando grupos ou conglomerados homogêneos. Para os autores, os objetos em cada conglomerado tendem a ser semelhantes entre si, porém diferentes dos demais objetos dos outros conglomerados. 4. Análise dos Resultados Esta seção apresenta a análise dos resultados obtidos por meio do levantamento efetuado na Revista Exame no período de 2008-2011, cujos resultados serão apresentados em três subseções, tratando, respectivamente, das variáveis estados, setor da economia e por fim o agrupamento das maiores empresas exportadoras. 4.1 Maiores Empresas Exportadoras por Estados Os resultados do levantamento efetuado mostram que as maiores empresas exportadoras estão sediadas nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro (Figura n.º 1). 20 18 16 14 12 10 8 6 4 2 0 2010 2009 2008 Ja ne G ir o ra nd e do Sa Su nt l a Ca ta r in a Sã o Pa ul o de Pa ra ná Ri o Ri o Pa rá G er ai s at o G ro ss o M s in as G oi á M Sa nt o to Ba hi a Es pi ri az on as Am Al ag oa s 2007 Fonte: os autores, a partir dos dados da Revista Exame 2008-2011 Figura n.º 1 – Frequência das maiores empresas exportadoras por estados no período de 2007-2010 O resultado dos três estados, localizados na região sudeste, representa 80,64% das receitas com exportação das 50 maiores exportadoras por vendas em 2010. Apesar de São 5 VIII CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 8 e 9 de junho de 2012 Paulo e Minas Gerais, nessa ordem, apresentarem a maior frequência no ranking, é o estado do Rio de Janeiro que mais contribui nesse cenário, representando 40,63% de tais receitas. A Petrobras (RJ) foi a empresa de maior destaque no período de 2007 a 2009. Em 2010, a Vale (RJ) passou a ser a primeira no ranking. Em relação à participação das exportações nas vendas em 2010, a da Petrobras foi de 16,4% e a da Vale, 81,2%. Os estados de Alagoas, Amazonas, Goiás, Mato Grosso e Paraná foram os estados que apresentaram menor frequência. 4.2 Maiores Empresas Exportadoras por Setor Em relação ao setor da economia em que estão inseridas as 50 maiores exportadoras, os que mais se destacaram, em frequência, foram: Bens de Consumo, Siderurgia e Metalurgia e Mineração, conforme ilustra a Figura n.º 2. 2010 2009 2008 2007 At ac ad Au o to in dú Be st ns ria d e Be C ns ap de it a l C on El su et m ro o el et rô In ni dú co st ria En da er gi Co a ns tru çã o M in Pa er aç pe Pr ão le od uç Ce ão lu Q lo Ag uí se m ro ica pe cu e ár Pe ia tro qu im Si ic de a ru Se rg rv ia iço e s M et al ur gi a Tr an sp or te 14 12 10 8 6 4 2 0 Fonte: os autores, a partir dos dados da Revista Exame 2008-2011 Figura n.º 3 – Frequência das maiores empresas exportadoras por setor no período de 2007-2010 Os setores de mineração e produção agropecuária vêm ganhando participação em termos de frequência; e perdendo no setor de siderurgia e metalurgia. 4.3 Empresas Exportadoras por Agrupamento A análise de agrupamentos foi realizada em duas etapas. Na primeira determinou-se o número de clusters ou grupos homogêneos formados por meio da análise do gráfico dendrograma, emitido pelo software SPSS, gerado a partir do método hierárquico de análise (Analyse/Classify/Hierarchical Cluster). Depois, identificaram-se os grupos. Neste trabalho, a análise de cluster evidencia três agrupamentos de empresas, aqui denominados de Cluster 1, Cluster 2 e Cluster 3. O Cluster 1 (Tabela n.º 1) é representado por empresas que apresentam o percentual de exportação nas vendas no intervalo de 70% a 100%, totalizando 14 empresas, são grandes 6 VIII CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 8 e 9 de junho de 2012 global players, atuam mais para o mercado internacional que para o doméstico. Portanto, possuem características de born globals conforme explicado por Rocha et al. (2004, p. 173). Tabela n.º 1 – Empresas que compõem o Cluster 1 Empresa Namisa Kinross Paracatu Samarco CBMM Bianchine Albras Cenibra Embraer Multigrain Alunorte Vale Doux Amaggi Fibria Estado MG MG MG MG RS PA MG SP SP PA RJ RS MT SP Setor Mineração Mineração Mineração Mineração Bens de Consumo Siderurgia e Metalurgia Papel e Celulose Autoindústria Atacado Mineração Mineração Bens de Consumo Atacado Papel e Celulose % 99,7 99,4 94,8 93,3 92,3 92,1 90,6 88,0 87,6 84,6 81,2 76,0 74,3 72,5 Fonte: os autores, a partir dos dados da Revista Exame 2011 Ressalta-se que no Cluster 1 o setor de mineração foi o mais representativo, além de contemplar a empresa Vale (RJ) que é a primeira no ranking das 50 maiores exportadoras de 2011, com receita de exportação na valor de US$ 26.516,6 (milhões). O Cluster 2 (Tabela n.º 2) é representado por empresas que apresentam o percentual de exportação nas vendas no intervalo de 50% a 69,9%, totalizando 9 empresas, são grandes global players, da mesma forma que as empresas constantes do Cluster 1, uma vez que mais da metade de suas vendas se dá no contexto internacional, com a exportação. Tabela n.º 2 – Empresas que compõem Cluster 2 Empresa Cargil Cosan Frigorífico Minerva Louis Dreyfus Votorantin Metais Níquel ADM Cosan Açucar e Álcool Bunge Alimentos Usina Caeté Estado SP SP SP SP MG SP SP SC AL Setor Bens de Consumo Energia Bens de Consumo Produção Agropecuária Mineração Produção Agropecuária Energia Bens de Consumo Energia % 69,8 69,5 65,8 61,0 58,6 52,9 51,5 50,5 50,5 Fonte: os autores, a partir dos dados da Revista Exame 2011 O Cluster 3 (Tabela n.º 3) é representado por empresas que apresentam o percentual de exportação nas vendas no intervalo de 1% a 49,9%, totalizando 27 empresas. 7 VIII CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 8 e 9 de junho de 2012 Tabela n.º 3 – Empresas que compõem Cluster 3 Empresa Suzano Caramuru Alimentos Gerdau Açominas LDC Bioenergia Tupy Marfrig Sadia JBS Brasil TAM BRF Coamo Weg Equipamentos Whirlpool Renaut Estado BA GO MG SP SP SP SC SP SP SC PR SC SP PR Setor Papel e Celulose Produção Agropecuária Siderurgia e Metalurgia Energia Siderurgia e Metalurgia Produção Agropecuária Bens de Consumo Bens de Consumo Transporte Bens de Consumo Produção Agropecuária Bens de Capital Eletroeletrônico Autoindústria % 48,2 46,7 40,7 38,8 37,4 35,2 34,7 34,2 32,4 31,7 29,4 26,5 22,5 22,2 Empresa Brasken ArcelorMittal Brasil Robert Bosch Petrobrás Usiminas Case New Holland Toyota Gol Volkswagen CSN Fiat Souza Cruz BR Distribuidora Estado BA MG SP RJ MG MG SP SP SP RJ MG RJ RJ Setor Química e Petroquimica Siderurgia e Metalurgia Autoindústria Energia Siderurgia e Metalurgia Autoindústria Autoindústria Transporte Autoindústria Siderurgia e Metalurgia Autoindústria Bens de Consumo Atacado % 21,7 21,5 18,5 16,4 12,9 12,8 11,0 11,0 9,8 8,1 7,5 7,5 1,5 Fonte: os autores, a partir dos dados da Revista Exame 2011 É nesse cluster que se localiza a maior frequência da distribuição das maiores empresas exportadoras, onde se localiza a Petrobrás, que foi a primeira no ranking das exportações da Revista Exame nas edições de 2008, 2009 e 2010, sendo a segunda na edição de 2011, apresentando receita com exportação no montante de US$ 20.675,6 (milhões). 5. Considerações Finais Com base na Revista Exame 2008-2011 e com o objetivo de levantar quem são as maiores empresas exportadoras, em que estados estão sediadas, a que setores pertencem, apresenta-se o retrato das maiores empresas exportadoras brasileiras, conforme sugere o título da pesquisa. Em relação à variável estado, os resultados do levantamento efetuado mostram que as maiores empresas exportadoras estão sediadas na região sudeste, especificamente, nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Em relação ao setor, os que mais se destacaram foram: Bens de Consumo, Siderurgia e Metalurgia e Mineração. Foram formados três clusters, o primeiro formado por empresas que atuam mais para o mercado internacional, o segundo formado por empresas que já podem ser consideradas grandes global players, pois as receitas com exportação representam mais de 50% do faturamento dessas empresas. O terceiro cluster, o maior, representado por 27 empresas, onde se inclui a Petrobras (RJ). 8 VIII CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 8 e 9 de junho de 2012 Este estudo apresenta limitações por ter tomado por base apenas os dados das 50 maiores exportadoras, apresentados pela Revista Exame, quando outras empresas, inclusive pequenas, já estão inseridas no processo de internacionalização de seus produtos, serviços e marcas que não estão contempladas como as maiores, mas não menos importe. Assim, sugere-se que futuros estudos possam examinar outras amostras, em diferentes séries históricas. E, ainda, estudos qualitativos poderiam ser realizados no sentido de se investigar experiências das empresas internacionalizadas. 6 Referências Bibliograficas BERRY, M. J. A.; LINOFF, G. Data Mining Techniques: for marketing, sales, and customer support. New York: John Wiley & Sons, Inc. 1997. CERVO, Amado L.; BERVIAN, Pedro A. Metodologia Científica. 5. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2002. 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