Diário de Aula
Cristiane Pavioti
06/03/02
Conhecer - se e Fazer - se Conhecer
As impressões que me ficaram desta aula foram as melhores possíveis. Como nunca atuei em sala de
aula e, particularmente não sei se é bem este o caminho que pretendo seguir, tive medo de entrar em
conflitos com as disciplinas de metodologia, uma vez que imaginei que as aulas iniciariam – se
falando de assuntos que não tinha o menor conhecimento.
Mas nada disso ocorreu. O método da professora de começar com um auto – retrato (escrito) de nós
mesmos e distribui – los entre a sala fez – me perceber o quanto é importante nós nos apegarmos aos
detalhes das pessoas.
Soube identificar muito bem meus colegas. É engraçado como pequenos detalhes nos remetem a pessoas
de forma que nunca poderia imaginar. Confesso que senti um pouco de medo que ninguém “me
reconhecesse”, pois sempre tive essas “neuroses” de achar que eu era diferente dos demais e ninguém
notava minha presença. Mas tudo acabou bem. Fui reconhecida!!!
O trabalho com a música de Almir Sater foi extremamente prazeroso. Fiquei refletindo na letra da
mesma e me identifiquei com vários trechos. A reflexão em grupo e a discussão com o professor e seus
auxiliares me fizeram compreender ainda mais o poder de decisão que temos sobre nossas vidas.
Realmente a aula foi muito agradável e gostei bastante das dinâmicas.
13/03/02
Auto – retrato
Infelizmente não pude comparecer a esta aula por compromissos surgidos em ultima hora. Porém
busquei alguns comentários com a turma e todos disseram que aula foi muito legal e proveitosa.
20/03/02
O despertar das sensações
Estava ansiosa por esta aula, pois pela leitura do cronograma ela me parecia muito interessante.
Infelizmente, dinâmica com qual mais me identifiquei não ocorreu: “Comunicação de Mãos”;
realmente acho que esta dinâmica seria muito legal e até havia comentado com algumas colegas,
alguns dias antes, que não poderíamos perder a aula da próxima quarta. Fazer o que, nem tudo
acontece como a gente espera.
A dinâmica usada também foi interessante. A atividade de descobrir objetos com a mão sem o uso da
fala, nos mostrou o quanto somos dependentes da linguagem oral e estamos presos a determinados
conceitos. Realmente foi um exercício que me fez pensar em como somos dependentes de certos
artifícios e me fez enxergar alguns “caminhos alternativos”.
O texto “Os sons da floresta” é muito inteligente. Às vezes não nos damos conta de como deixamos
passar certos detalhes, coisas pequenas, que fazem grande diferença no nosso dia – a – dia e nós nem
percebemos. Talvez só iremos perceber isto no dia em que perdermos estas coisas.
Sempre tive o costume de ”ouvir o silencio” das coisas / situações. É algo que sempre me leva a uma
maior reflexão sobre as coisas que acontecem em minha vida. Gostei muito da dinâmica.
27/03/02
Descobrindo as formas
Neste dia, deveríamos levar para a aula qualquer tipo de sucata que encontrássemos em nossa
casa. Tudo valia: copinhos, papelões, caixas velhas, enfim, aqueles apetrechos que qualquer
pessoa que tenha passado pela educação infantil conhece muito bem.
Ao chegarmos a sala de aula, todas as sucatas trazidas foram colocadas no chão e a classe
dividida em pequenos grupos, neste momento, a professora passou – nos a tarefa a ser
desenvolvida: cada grupo teria que conversar entre si e estabelecer um critério através de qual,
indo a frente da sala de aula, escolheria algumas sucatas que atendessem a esse critério e tivesse
ao menos duas características em comum.
Meu grupo chegou ao consenso de que o critério que obedeceríamos seria a transparência. Fomos
então ao monte sucatas e escolhemos objetos fabricados com plástico e que tivessem a mesma
textura.
Após todos os grupos terem escolhidos seus objetos, um grupo teria que adivinhar qual o critério
de outro grupo na escolha de seus objetos. Nosso critério foi logo descoberto e julgado bastante
fácil pelos colegas da sala de aula. Alguns grupos conseguiram nos confundir bastante, mas após
várias explicações, a maioria conseguia nos convencer o porque de suas escolhas.
Após esta atividade e de explicar – nos que ela havia sido feita para que tomássemos
consciência das diversas formas (na maioria da vezes geométricas) da natureza e de seus
possíveis critérios de classificação, a professora, utilizando – se da sucata que havia sido
trazida, apresentou – nos os principais conceitos de geometria existentes. Pudemos ter
exemplos práticos de curva, superfície e solido e acredito que este foi o principal ponto da aula.
Quando falamos de geometria, as coisas nos parecem muito abstratas, mas ao vivenciarmos a
situação com batatas, barbantes, etc. conseguimos ter uma idéia real do que se trata. Àqueles
que dão aula, acredito que se depararam com uma nova forma de ensinar a seus alunos
conceitos que muitas vezes são vistos como difíceis de serem ensinados.
Para encerrar a aula, fizemos a leitura e discussão em grupo do texto “ O mito: conhecimento
ancestral da essência humana”, o qual acredito que também contribui bastante à nossa
formação. Dessa discussão, gerou – se um texto do grupo, o qual será incluído na página da
disciplina.
03/04/02
Palestra sobre “Frações”
Neste dia a professora Erika M. T. Calani apresentou – nos os principais resultados e descobertas
provindos de sua pesquisa de mestrado cujo tema é “ A inter – relação forma e conteúdo no
desenvolvimento intelectual da fração e as conexões com o conceito de fração.
Em minha opinião a aula – palestra foi bem interessante para aquelas pessoas que estão diariamente
em sala de aula e já se depararam com os problemas no ensino de fração. Em meu caso, que ainda não
estive em sala de aula, as idéias expostas ficaram – me muito vagas, pois acredito que não há como
haver compreensão de um tema difícil de se ensinar (e digo difícil baseada em minhas experiências
como aluna que teve algumas dificuldades em aprender fração) sem estar intimamente ligada com a
prática de ensino do mesmo.
De qualquer forma, acredito que qualquer conhecimento adquirido é válido e espero que possa um dia
fazer uso daquilo que nos foi colocado.
10/04/02
Cursenaire e excel
Esta aula foi realizada no laboratório de informática da Faculdade de Educação, pois o tema da aula é
: Cuisenaire e Excel, cuja aula foi ministrada pelo professor Luís Augusto.
Nesta aula, nós pudemos conhecer o material, as barrinhas de Cuisenaire, conhecendo e vivenciando
atividades que podemos realizar com as crianças, utilizando determinadas barrinhas.
No decorrer desta aula, quando eu estava realizando as atividades propostas com as barrinhas de
Cuisenaire eu já ficava imaginando como eu poderia aplicá-las nas minhas salas de aula de educação
infantil, pois antes desta aula, eu acreditava que as barrinhas de Cuisenaire só poderiam ser
trabalhadas com crianças do ensino fundamental.
Particularmente achei o material muito interessante, pois podemos trabalhar diversos conceitos
matemáticos com as crianças, e além do material, das barrinhas, o professor ofereceu para gente
possibilidades de podermos trabalhar com atividades das barrinhas utilizando o programa Excel,
abrindo ainda mais o leque de possibilidades de atividades, cujo o enfoque é o material de
Cuisenaire.
Durante a aula, nós pudemos ter um contato bem próximo com outras pessoas, pois esta atividade foi
realizada em grupo, e como o nosso grupo foi todo constituído por professoras que trabalham com
educação infantil, nós pudemos levantar atividades que experenciamos naquele momento, para
trabalhar com a s nossas crianças em sala de aula, fato que é achamos muito importante e que ás
vezes falta em algumas das outras disciplinas de fundamentos: esta relação entre o que nós
aprendemos na Universidade com a prática que desenvolvemos em nossa sala de aula.
17/04/02
Dispensa para estágio
Estou praticando meu estágio em uma classe de educação de jovens e adultos de uma escola
municipal de Sumaré. Na classe estão matriculados cerca de 30 alunos com faixa etária entre 17 e
40 anos, sendo que aproximadamente 18 alunos cursam a 4ª série e os demais estão cursando a 3ª
série. Pelas dificuldades e carência de materiais por parte da professora, o ensino que deveria ser
multiseriado acaba tornando – se igual para todos, e neste dia, as atividades matemáticas passadas
foram as mesma para todos os alunos.
Tratava – se de uma folha contendo diversas contas de adição e subtração, escrita de numerais por
extenso e, por ultimo, alguns problemas a serem resolvidos. Entregue a folha aos alunos, comecei a
observar como cada um se comportaria frente aqueles exercícios, uma vez que a professora havia nos
adiantado que eles apresentavam bastante dificuldades nesta disciplina.
Realmente a impressão que eles nos passam é a de ser para eles um sacrifício resolver aqueles
exercícios; apresentam dificuldades em montar as contas, colocar centena abaixo de centena,
unidade abaixo de unidade, etc., mas tem por outro lado grande vontade de aprender. A dificuldade
maior esta na resolução dos problemas matemáticos. Mas acredito que a maior dificuldade que eles
encontram não esta na resolução dos cálculos em si, mas sim na leitura e interpretação daquilo que
está escrito. Como eles apresentam grandes dificuldades de escrita e leitura, a interpretação dos
mesmos torna – se difícil para eles.
Voltando ao campo matemático, foi extremamente difícil para eu ajudar aqueles alunos; não que a
dificuldade deles fosse insuperável, mas ver pessoas que tem praticamente minha idade contando nos
dedos contas que em minha cabeça já se resolviam automaticamente foi estranho. Pude perceber que
quando automatizamos alguma coisa, fica difícil voltar ao início. Mas logo consegui entrar no ritmo
deles e pude ajuda – los. Na resolução das contas, utilizei – me do velho método dos “pauzinhos” a
serem contatos e parece que deu certo. Acredito porém, que se me utilizar de novos materiais (grãos,
pedras, etc.) daqui pra frente, o ensino irá se tornar mais agradável.
Estou buscando leituras e métodos que me ajudem a formular uma proposta de trabalho com eles
através da qual a matemática seja feita prazerosamente, e não vista como o grande “monstro” da
escola. Espero que consiga...
24/04/02
O movimento do conhecimento cientifico
Em minha opinião, a aula poderia ter sido bem mais proveitosa se tivesse existido a colaboração da
classe para que as atividades se realizassem. As professoras haviam solicitado que trouxéssemos
copinhos de iorgute, guache e material de pintura, porém ao chegarmos na sala, ninguém havia
trazido o material, uns porque não haviam recebido o material e outros porque acharam que se ria
inútil. Uma pena, pois perdemos a oportunidade de aprender novas dinâmicas.
Mesmo assim, a professora convidada deu – nos a palestra na qual nos expôs conceitos de qualidade
e quantidade de acordo com a visão de alguns alunos com os quais ela havia feito as pesquisas.
Achei o trabalho apresentado muito interessante por mostra – nos as diferentes concepções que uma
criança pode ter em relação a outra. O trabalho foi exposto de forma clara e acredito que todos que
estavam presentes em sala de aula puderam compreende – lo sem maiores problemas.
01/05/02:
Feriado
Acho que todos nós estávamos precisando e merecendo descanso !!!!
08/05/02
Ambiente Logo
Nesta aula pude ter o primeiro contato com o ambiente LOGO.
Como sou formada em processamento de dados, não tive muitas dificuldades em entender qual era
a lógica do programa, e assim como todas as linguagens computacionais de programação, já
esperava que para que desse certo todos os comandos teriam de ser bem detalhados. De inicio tive
um pouco de dificuldade em situar – me com tantos pontos à direita, outros tantos à esquerda,
mas acredito que com um pouco mais de prática conseguirei utilizar bem o sistema.
Pode ser uma dinâmica interessante para se trabalhar com os alunos, haja visto que, atualmente,
as crianças estão cada vez mais acostumadas a lidar com computadores e programas educativos.
Com ele, poderemos ampliar as hipóteses de ensino de conteúdo aos alunos, além de estarmos
também nos aperfeiçoando em um determinado programa computacional.
15/05/02
Home - Page
Nesta aula, iniciamos nossa Home - page. O Programa com o qual iremos trabalhar para
monta – la será o Front – Page e através dele poderemos criar nosso material.
O programa é bem simples e interessante e, tendo em mãos a apostila com as instruções ficou
bem fácil de se trabalhar. Para construirmos nossa página, pensamos em algo que não fosse tão
estático e vazio, mas que também não contaminasse a tela com muitas informações ao mesmo
tempo.
Buscamos cores que não cansam e procuramos colocar um pouco de cada aula no projeto;
acredito que depois dos links inseridos e todo o material da aula anexado, o resultado será
bastante interessante.
Gostei muito desta aula e estou bem interessada em formular um trabalho que não apenas
sirva para nós, mas que outras pessoas possam tirar informações que necessitem.
22/05/02
Paralisação na Faculdade
Conforme decidido em assembléia, as atividades deste dia foram suspensas.
29/05/02
Inspiration
O programa Inspiration também pareceu – me bastante interessante. A criação de mapas
conceituais facilita muito a leitura e interpretação de um texto. Os comandos não são difíceis, mas
com certeza exigem uma leitura prévia para que se possa contextualizar – se com o ambiente. Diria
que não é difícil , mas sim trabalhoso e exige dedicação.
Já havia trabalhado uma mesma técnica, denominada Método ZOPP, que acarreta praticamente o
mesmo esquema, mas é feito através de cartões em folhas de papel.
A disponibilidade de figuras presentes no programa também ajudara em muito na hora de
esquematizar um tema / assunto e torná – lo de fácil visualização pelo leitor. Acredito que este
programa possa ser utilizado em inúmeras situações e auxiliará muito seus usuários.
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