Universidade de Évora - Geologia do Ambiente Sistema de Gestão Ambiental Descrição: Localização No Lavre, concelho de Montemor-o-Novo, um espaço com 20 ha que combina um parque de lazer e uma reserva animal. Com cerca de 200 animais distribuídos por entre 60 espécies diferentes, que num montado típico alentejano de sobreiros e azinheiras encontram um refugio de bemestar. Com quase dois anos de abertura ao público, tem vindo a ser planeado e concebido segundo princípios de coerência ambiental em consonância com as ultimas directrizes comunitárias europeias. Não tem pretensões em relação a espécies de animais a alojar, pois só aloja animais excedentes de outros parques ou animais que necessitam de cativeiros apropriados, conduzidos pelas autoridades oficiais. Privilegiando o conceito de família, e através de um projecto pedagógico com um programa abrangente, é um espaço onde pode em simultâneo aprender, divertir-se e interagir com o meio ambiente sempre em sua defesa. 1 - Levantamento Ambiental: Matérias Primas: • Produtos para a alimentação animal; • Produtos para cuidados veterinários; • Material didáctico de apoio ao projecto pedagógico; • Material de escritório inerente à gestão do projecto; • Géneros alimentares e outros para fornecimento do restaurante; • Material e produtos para limpeza e manutenção. Energia: Situação Actual: No momento apenas é utilizada energia eléctrica. Processo que implica o uso de recursos naturais, a consequente degradação dos ecossistemas e da qualidade do ar. Medidas de Gestão Ambiental: Porém, está em execução um projecto de utilização de painéis solares que tem em vista assegurar 40% das necessidades energéticas do Parque, e sua respectiva orçamentação. Água: Situação Actual: Abastecimento de água potável garantido por captações em 2 furos artesianos (análises químicas e bacteriológicas efectuadas periodicamente). Abastecimento de água não potável garantido por uma pequena barragem existente numa linha de água inserida no Parque. Medidas de Gestão Ambiental: Para minimizar o impacte do uso deste recurso natural, o Monte Selvagem tem implementado: • Nas estruturas de apoio aos funcionários e ao visitante – Torneiras doseadoras; • Nos habitats dos animais – Bebedouros de bóias; Efluentes Líquidos: Os efluentes líquidos de origem doméstica, provenientes das instalações sanitárias são conduzidos para uma mini ETAR existente no parque. Os detergentes e outros materiais de limpeza ou desinfecção usados não são tóxicos. A água contida em tanques e lagos dos habitats dos animais é renovada e filtrada com a frequência necessária à manutenção das suas condições higio-sanitárias. Os efluentes líquidos provenientes destas estruturas são aproveitados para rega. As instalações do parque são concebidas de forma a possuírem uma boa capacidade de drenagem de águas sujas e os animais não tem acesso a tubos de drenagem de águas residuais. Emissões gasosas: Não possui fontes fixas de emissão de poluentes. Com a implementação deste projecto vai se verificar um aumento do tráfego automóvel, porém, de acordo com o estudo de incidências ambientais realizado na fase inicial do projecto, este aumento não é relevante para a deterioração da qualidade do ar. Resíduos: Resíduos Urbanos Mistos: Faz-se recolha selectiva através de Ecopontos espalhados pelo parque e colocados em pontos estratégicos. Após esta triagem estes resíduos são recolhidos pela Câmara Municipal de Montemor-o-Novo. Resíduos resultantes do gabinete de cuidados veterinários: Este tipo de resíduos representa uma minoria da totalidade dos resíduos do parque, mas por se tratarem de produtos nocivos para o ambiente, são encaminhados para operadores autorizados para a recolha de resíduos hospitalares. Os medicamentos e embalagens fora de uso são recolhidos pelo veterinário responsável do parque, seguindo o tramito anteriormente referido, ou são entregues na farmácia mais próxima para recolha pela Valormed. Estrumes dos animais e resíduos silvícolas: Juntamente com parte dos resíduos orgânicos obtidos da triagem dos resíduos urbanos mistos, estes são enviados para uma unidade de compostagem contígua às instalações do parque. Reciclagem de materiais O cuidado do Monte Selvagem com o ambiente é notório no quotidiano do parque também através da reciclagem de produtos da região, nomeadamente: • a utilização de árvores mortas, da herdade onde está inserido, para construção dos seus habitats e estruturas do parque (ex. mobiliário de escritório); • a reciclagem de materiais resultantes da poda das árvores no enriquecimento ambiental das instalações dos animais; •a utilização de pedras já existentes no terreno como peças decorativas ou barreiras visuais e de contenção; •a utilização de madeiras já não utilizáveis por uma serração próxima do parque para a construção de estruturas; •o aproveitamento de raízes de árvores mortas (que anteriormente eram para queimar) da herdade ou doadas ao parque pelos vizinhos, Estes aspectos são fundamentais para uma boa gestão ambiental. Ruído: Tendo em conta a distância a que se encontra o Parque da população vizinha não existe incomodidade. De referir que o aumento do tráfego automóvel, já anteriormente mencionado, provocado pelo acréscimo normal de visitantes do Parque, pode constituir um factor indirecto de produção de ruído. Porém, de acordo com o estudo de incidências ambientais realizado na fase inicial do projecto, este aumento não é relevante para a produção de ruído. Ao mesmo tempo que, segundo dados fornecidos pelo Parque, mais de metade dos seus visitantes deslocam-se em grupos (escolares, associações recreativas, etc.) e em transporte colectivo. Odores, poeiras e vibrações: A limpeza diária rigorosa das instalações do Monte Selvagem evita odores desagradáveis aos seus visitantes pois consiste na remoção total dos resíduos sólidos, quer de todos os habitats, quer dos espaços públicos, seguida de lavagem e desinfecção (quando necessário - Note-se que, dada a tipologia naturalística do Monte Selvagem, a maior parte dos espaços não necessita de lavagem e desinfecção diárias mas sim periódicas). Por outro lado, provoca a suspensão de poeiras, pelo que todos os trabalhos de higiene são executados em horário desfasado com o das visitas. Também pelo facto de o parque ser um espaço aberto o impacte destes factores encontra-se minimizado. Apenas a unidade de compostagem produz maior impacte a nível dos odores, encontrando-se afastada da zona de circulação dos visitantes, e representando pouca relevância em termos ambientais. Impactes Visuais: A paisagem predominante é a campina, o montado, e policultura sub mediterrânea. A interferência na paisagem é mínima, dado que, para além de ser mantida a vegetação autóctone e as espécies vegetais introduzidas serem as mais adaptadas a esta região, há um forte cuidado ao nível da escolha dos materiais utilizados em todas as estruturas do parque. Através da optimização dos recursos naturais desta área, consegue-se um melhor enquadramento no ambiente natural, resultando assim um impacte visual mínimo. 2 - Legislação e requisitos locais De modo a possibilitar um elevado rigor técnico e um bom desempenho do sistema de gestão ambiental, foi constituída uma equipa de profissionais com reconhecida qualificação em diversos domínios do conhecimento. Considerando que no sistema ambiental interagem factores de ordem física, biótica e social, estes profissionais qualificados em ciências naturais e humanas, trabalham sempre com base na legislação existente, nomeadamente na ambiental, e nos requisitos locais (PDM da Câmara). Neste trabalho fizemos um levantamento da legislação ambiental pelo que referimos alguns decretos de lei neste âmbito: Lei de bases do ambiente nº11/87 de 7 de Abril; Lei de bases do ordenamento do territorio nº48/98 de 11 de Agosto; Legislação AIA (decreto lei 197/2005); Domínio hídrico (decreto lei 236/98); Resíduos sólidos (decreto lei 239/97); Decreto lei do ruído 292/2000; 3 - Objectivos e metas ambientais do Parque: Contribuir para a conservação das espécies: - alojando, em condições de bem-estar, animais que necessitem de cativeiros apropriados (excedentes de parques zoológicos ou que vivam em condições inapropriadas, doados por particulares ou encaminhados tanto pelo ICN - Instituto de Conservação da Natureza, como pela DGV – Direcção Geral de Veterinária); - preservando a flora natural e privilegiando o crescimento controlado de espécies adaptadas à região Educar e sensibilizar as populações para as questões ambientais e de conservação da biodiversidade, envolvendo-as através do contacto íntimo, divertido e harmonioso com a Natureza; Estimular o gosto pela aprendizagem em lazer e o respeito pelo ambiente, pelos animais e pelas plantas; Estabelecer contactos com outros projectos inovadores com prioridades ambientais de forma a encontrarmos soluções conjuntas de valorização, divulgação e dinamização dos nossos projectos; Aumentar as nossas estruturas e evoluir com base em princípios de coerência ambiental, segundo a legislação em vigor e sempre no sentido do respeito pela Natureza e por aqueles que a apreciam e ajudam a preservar! Trabalho realizado por: Helena Sabino