6 Jornal do Comércio - Porto Alegre Terça-feira, 14 de abril de 2015 magistratura Ajuris defende previdência pública do Estado O presidente da Ajuris, Eugênio Couto Terra, acompanhou, no dia 8 de abril, a posse do novo presidente do Instituto de Previdência do Estado (Ipergs), José Alfredo Parode, em evento realizado no auditório do Centro Administrativo Fernando Ferrari (Caff). Parode assume o instituto que tem mais de um milhão de beneficiários, sendo o nono no País em número de vidas seguradas. A Associação, que tradicionalmente tem participação na União Gaúcha (UG), se fez presente para demonstrar a preocupação da magistratura e dos servidores públicos com a manutenção da previdência social e pública, como é no estado do Rio Grande do Sul. Preocupa a União Gaúcha e a Ajuris a possibilidade de implementação de previdência privada. O discurso do novo presidente, embora não tenha apontado objetivamente nesse sentido, abriu a possibilidade de discussão sobre a privatização da previdência. Parode falou sobre a existência de um déficit no Ipergs, sem considerar que até 1998, quando a Emenda Constitucional 20 modificou o sistema de previdência social, os servidores públicos não contribuíam para a previdência, sendo, portanto, encargo do Tesouro do Estado o custeio das aposentadorias. Para a Associação, não se pode entender como déficit do instituto uma obrigação que é do Estado. “Temos a preocupação que se resguarde os interesses dos magistrados, dos pensionistas e dos servidores públicos em geral. Acompanhamos atentamente o tema, pois temos a convicção de que a previdência deve permanecer pública. A previdência é um patrimônio dos servidores públicos e precisa ser preservada”, afirmou Terra. A Ajuris levará para avaliação na UG as propostas apresentadas pelo novo presidente no discurso de posse. O desembargador e diretor da Escola da Ajuris, Cláudio Luís Martinewski, que representou o Tribunal de Justiça, destacou que Parode, diante da atual situação vivida no instituto, enfrentará desafios. O entendimento do magistrado e conselheiro do IPE é de que o passivo anterior com os vencimentos de aposentados e pensionistas é obrigação do Estado, não devendo ser acrescido ao cálculo que gera distorções de interpretação. O governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori, também participou da posse e voltou a destacar os desafios econômicos do Estado. Reforçou a necessidade de qualificar os serviços públicos, mas que a capacidade de investimento é pequena. Sartori não se manifestou especificamente sobre como será feita a gestão do IPE. Escola da Ajuris promove cursos nas áreas do Direito da Saúde e Ambiental A Escola da Ajuris realiza em parceria com a Uniritter a realização do curso de especialização Direito da Saúde: Aspectos Teóricos e Práticos. A especialização tem como objetivo capacitar profissionais do direito para a análise de novas tecnologias para a saúde com foco no processo crítico e cientificamente. As aulas se iniciam no dia 24 de abril. Já em parceria com a Escola de Formação, Aperfeiçoamento e Qualificação (E-FAQ), a Escola da Ajuris realiza o curso Novos Desafios de Direito Ambiental. A formação busca atualizar magistrados e demais profissionais das carreiras jurídicas interessados em atuar na área ambiental. A preparação de empresários e gestores públicos para atenderem as exigências impostas pela legislação ambiental também estão nos programas das aulas. O curso terá início no dia 14 de maio e será realizado às quintas-feiras, das 19h às 22h20. Departamento de Comunicação Social Ajuris [email protected] - www.ajuris.org.br Lewandowski afirma que nova Loman não mudará papel do CNJ NELSON JR./SCO/STF/DIVULGAÇÃO/JC Presidente do Conselho e do STF afirma que missão do órgão seguirá ‘intocada’ O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowski, garantiu que o anteprojeto da nova Lei Orgânica da Magistratura (Loman) não considera qualquer alteração que esvazie as funções do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A garantia foi dada na abertura da 206ª Sessão Ordinária do CNJ, na semana passada. O ministro assegurou que as recentes notícias sobre o tema não correspondem à realidade e derivam de incompreensões. “Sempre que muda a presidência de um órgão muda-se a perspectiva, muda-se a visão, muda-se, enfim, a direção que se imprime ao órgão. E essa presidência tem procurado imprimir direções sem prejuízo da função correicional, que a própria Constituição atribui ao CNJ e não pode ser de qualquer forma diminuída”, argumentou Lewandowski. “Todos têm desempenhado excelente trabalho e essa missão permanece intocada”, completou. O ministro lembrou que o anteprojeto para atualizar o texto de 1979 da Loman começou Ministro diz que notícias sobre o tema não correspondem à realidade a ser discutido no Supremo Tribunal Federal há pelo menos dez anos, especialmente após a aprovação da Emenda Constitucional 45/2004, a chamada Reforma do Judiciário. Ele destacou que, desde então, o texto vem sendo construído de forma colaborativa, e que o anteprojeto ainda vai ser discutido pelos ministros do STF e, posteriormente, pelo Congresso Nacional. Ainda segundo Lewandowski, são inverídicas as notícias de que, a partir da nova Loman, os conselheiros deixarão de interrogar os juízes durante as apurações correicionais. “Essa notícia não tem o menor cabimento. Os conselheiros têm sua função assegurada na Constituição”, asseverou. O ministro argumentou que esse trecho do anteprojeto trata de outros procedimentos disciplinares envolvendo magistrados e que não interferem no trabalho do CNJ. sistema penal Novo projeto estimulará penas alternativas Foram assinados na quinta-feira passada pelo presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowski, e pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, acordos de cooperação técnica para facilitar a implantação do projeto Audiência de Custódia em todo o Brasil. As medidas previstas nos acordos buscam estimular e aproveitar o “potencial desencarcerador” da monitoração eletrônica e das alternativas penais, assegurando o uso dessas ferramentas “com respeito aos direitos fundamentais”. A assinatura dos documentos alinha-se a uma das principais diretrizes da atual gestão do CNJ, que é o combate à “cultura do encarceramento”. Entre os compromissos assumidos com a implantação do projeto está a definição de parâmetros nacionais a serem seguidos pelos órgãos que atuam na aplicação e fiscalização da monitoração eletrônica e das alternativas penais, inclusive propondo regras quanto ao tratamento dos dados coletados com o uso da tecnologia e de práticas com enfoque restaurativo. Educação Acadêmicos visitarão Corte de Direitos Humanos Alunos do curso de Direito da Instituição Educacional São Judas Tadeu, de Porto Alegre, visitarão a Corte Interamericana de Direitos Humanos, em São José, na Costa Rica. A Corte Interamericana é uma instituição judicial autônoma instituída em 1979 com a função de aplicar e interpretar a Convenção Americana de Direitos Humanos. O grupo de 16 alunos, acompanhado pelo professor Fabiano Justin Cerveira, sairá de Porto Alegre no dia 17 e retornará no dia 22 de abril. A visita proporcionará aos acadêmicos viverem o conhecimento na prática, verificando de perto os procedimentos que são adotados na Corte.