Aula 3 Conjuntura Econômica e Estratégia Corporativa Conceitos Fundamentais Prof. João Carlos Bragança Objetivo Teoria da elasticidade (Parte 1) Teoria da Produção (Parte 2) 2 Parte 1 Teoria da Elasticidade Definição A elasticidade é uma relação adimensional que mede o impacto que uma variação, em termos percentuais, num determinado fator (preço ou renda, p. ex.) exerce sobre a quantidade (ofertada ou demandada) de um bem qualquer, permanecendo todos os demais fatores constantes, ceteris paribus. Ela é uma medida de sensibilidade dos agentes econômicos. 4 Relação Geral da elasticidade no ponto 5 Tipos de elasticidades Tipos de elasticidades: 1) Elasticidade-preço da demanda. Variação no preço → variação na demanda 2) Elasticidade-renda da demanda. Variação na renda → variação na demanda 3) Elasticidade-preço cruzada. Variação no preço → variação na demanda de outro bem. 4) Elasticidade-preço da oferta. Variação no preço → variação na oferta 6 Elasticidade-preço da demanda A elasticidade-preço da demanda mede o grau em que a quantidade demandada responde a uma variação de preços. 7 Elasticidade-preço da demanda • Segundo seus valores podemos classificar em: a) Demanda elástica ε p >1 Indica uma sensibilidade relativamente demanda em relação ao preço da mercadoria. alta da Desta forma, uma elevação no preço provoca redução na quantidade demandada, quando avaliada em termos percentuais, maior que a elevação no preço, que também é avaliada percentualmente. # Quando a curva de demanda for achatada, a demanda será perfeitamente (infinitamente) elástica ( ε p → ∞). 8 Elasticidade-preço da demanda b) Demanda inelástica ε p <1 Indica uma sensibilidade relativamente baixa da demanda em relação ao preço da mercadoria. Desta forma, uma dada variação percentual no preço resultará numa variação percentual menor na quantidade demandada do bem. # A demanda quando não responder as variações dos preços será chamada perfeitamente inelástica ou anelástica ( ε p = 0) 9 Elasticidade-preço da demanda c) Demanda preço unitária ε p =1 Indica que a variação percentual na quantidade é exatamente igual a variação percentual no preço. 10 Elasticidade-preço da demanda A elasticidade dos bens tende a ser grande quando se trata de bens de luxo, quando existem substitutos disponíveis e quando os consumidores têm bastante tempo para ajustar sua conduta. A elasticidade dos bens de primeira necessidade tende a ser baixa, pois seu consumo é quase compulsório. Portanto, as variações da quantidade demandada diante de mudanças no preço serão pequenas. 11 Elasticidade-preço da demanda entre duas curvas Graficamente temos: P PA P A PA B PB PB A’ B’ D D’ 0 QA QB Q 0 QA’ QB’ Q QAQB > QA’QB’ 12 Relação Geral da elasticidade no ponto médio (arco) A definição discutida é válida quando se medem as conseqüências de uma mudança muito pequena nos preços ... observe que se mudarmos o ponto inicial da variação o valor da elasticidade mudará ... p. ex.: na fig. 3.4, EP(A) = 0,8 / 0,4 = 2 ... EP(B) = 0,44 / 0,67 = 0,66. Essa imprecisão é contornada pela elasticidade média entre os pontos (elasticidade no ponto médio ou no arco) ... vale ressaltar que essa imprecisão some no cálculo infinitesimal (elasticidade no ponto) ... 13 Elasticidade-preço da demanda 14 Elasticidade-preço da demanda Acima do ponto médio (M) de qualquer curva de demanda com forma de linha reta, a demanda é elástica, ε p > 1. No ponto médio, é de elasticidade unitária ( ε p = 1) e, abaixo de M, é inelástica, ε p < 1. 15 Elasticidade-preço da demanda 16 Elasticidade-preço da demanda e receita total 17 Elasticidade-preço da demanda e receita total 18 Elasticidade-preço da demanda e receita total 19 Elasticidade-preço da demanda e receita total • Conclusões: Δ Qd % εp = ΔP % Tipo de demanda >1 Preçoelástica =1 Preçounitária <1 Preçoinelástica ∆P ∆P ∆RT ∆P ∆GT ↑P Reduz Reduz ↓P Aumenta Aumenta ↑P ↓P Permanece constante Permanece constante ↑P Aumenta Aumenta ↓P Reduz Reduz ∆Qd (em sentido oposto) Mais que proporcionalmente Proporcionalmente Menos que proporcionalmente 20 Elasticidade-renda da demanda É a sensibilidade da quantidade demanda de um determinado bem (mantidas todas as outras variáveis constantes) quando ocorre uma variação na renda do consumidor. 21 Elasticidade-renda da demanda • Segundo seus valores podemos classificar em: a) Superior (εr > 1) Indica uma sensibilidade relativamente alta da demanda em relação à variação da renda do consumidor. Desta forma, uma elevação na renda do consumidor provoca aumento na quantidade demandada, quando avaliada em termos percentuais, maior que a elevação no renda, também avaliada percentualmente. Algumas vezes é chamado também de bem ultrasuperior. 22 Elasticidade-renda da demanda b) Bem normal (0 < εr < 1) Caso em que a quantidade demandada não é muito sensível à variação na renda, apresentando valores positivos, indicando que acréscimos na renda tendem a elevar a quantidade demandada, porém em termos percentuais menores. Alguns manuais consideram todos os bens cuja εr > 0 (positiva). 23 Elasticidade-renda da demanda c) Bem inferior (εr < 0) Caso em que a quantidade comprada do bem varia inversamente com a renda. Desta forma, acréscimo na renda tende a reduzir a quantidade demandada do bem e vice-versa. 24 Elasticidade-renda da demanda 25 Elasticidade-preço cruzada da demanda É a sensibilidade da quantidade demanda de um determinado bem (mantidas todas as outras variáveis constantes) quando ocorre uma variação no preço de outro bem dependente. 26 Elasticidade-preço cruzada da demanda a) Bem substituto Ela é positiva (εc > 0), caso em que a quantidade demandada de um bem varia diretamente com a alteração no preço de um outro bem. b) Bem complementar Ela é negativa (εc < 0), caso em que a quantidade demandada de um bem varia inversamente com a alteração no preço de um outro bem. 27 Elasticidade-preço da oferta A elasticidade-preço da oferta de um bem está condicionada pela flexibilidade dos vendedores em alterar a quantidade que produzem desse bem Ela, também, pode ser afetada pelo período de tempo examinado ... normalmente, a oferta é mais elástica no longo prazo do que no curto prazo devido à impossibilidade de aumentar a capacidade de produção rapidamente. 28 Elasticidade-preço da oferta 29 Elasticidade da oferta 30 Parte 2 Teoria da Produção Teoria da Produção •Terra (Recursos Naturais) Fatores de Produção •Trabalho •Capital •Capacidade Empresarial PRODUÇÃO PRODUTO 32 Teoria da Produção A firma é a unidade básica de produção em um sistema econômico. Os recursos produtivos são contratados e transformados em bens e serviços que são colocados a disposição a sociedade (consumidores: bens finais e outras firmas: bens intermediários). 33 Teoria da Produção Elementos fundamentais da firma: 1. Firma (unidade técnica de produção); 2. Empresário; 3. Fatores de Produção (bens utilizados no processo produtivo); 4. Produção (transformação); 5. Produto (resultado do processo); e 6. Tecnologia (estado da arte ou possibilidades técnicas de uma época). O empresário estabelece os objetivos da empresa, negocia por diferentes fatores e coordena as relações no contexto em que ela se desenvolve. 34 Teoria da Produção Eficiência Técnica: Trata-se do método de produção tecnologicamente mais eficiente para uma época que possibilita a melhor combinação e utilização dos recursos produtivos, sendo caracterizado pela inexistência de desperdício de fatores. Eficiência Econômica: Quando a produção de bens ou serviços é realizada ao menor custo possível. 35 Função de produção Sintetiza a produção máxima de um bem qualquer ao relacionar (combinar) determinadas quantidades de fatores de produção (trabalho, terra ou capital). Convencionalmente tratado nos manuais com dois fatores de produção (K = capital e L = trabalho). 36 Curto e longo prazo (CP e LP) Retratam as condições de produção. Desta forma, dizemos que no CP existe pelo menos um fator de produção que é fixado, ou seja, seu incremento objetivando o aumento da produção não pode ser implementado instantaneamente. Quando for possível modificar a quantidade de todos os fatores de produção dizemos que a análise é de LP. Observe que a denominação CP ou LP está relacionada com a existência ou não de pelo menos um fator fixo. Uma estrutura produtiva grande e complexa tende a apresentar um LP bem maior do que uma organização produtiva simples (fábrica de aviões e calçados, p. ex.). 37 Curto e longo prazo (CP e LP) 38 Produto total (PT), Médio (PMe) e Marginal (PMg) São medidas de produtividade para um dado estado da arte. O PT retrata a produção máxima obtida com determinada quantidade de fatores de produção. A PMe e PMg retratam a contribuição de um fator produtivo à produção final. 39 Produto total (PT), Médio (PMe) e Marginal (PMg) Contribuição média do fator trabalho (variável) na produção final: Contribuição marginal do fator trabalho (variável) quando é utilizada uma unidade adicional deste fator. 40 Produto total (PT), Médio (PMe) e Marginal (PMg) 41 Produto total (PT), Médio (PMe) e Marginal (PMg) 42 Produto total (PT), Médio (PMe) e Marginal (PMg) 43 Produto total (PT), Médio (PMe) e Marginal (PMg) • Estágio 1: Vai da origem até a PMeX máxima, ou seja, corresponde a inclinação da reta tangente que parte da origem e toca a curva de produção. Nesse trecho a função da PMeX é crescente. Ao longo do trecho, a PMgX > PMeX. Vale destacar, também, que no ponto de tangência a PMeX é igual a PMgX. 44 Produto total (PT), Médio (PMe) e Marginal (PMg) • Estágio 2: Corresponde ao trecho que vai da PMeX máxima até a PMgX = 0. Nesse trecho, a PMgX é decrescente porém positiva e a PMeX é decrescente. Observe, também, que no ponto, onde a PMgX = 0, a produção total é máxima, esse fato corresponde a reta tangente que passa pelo ponto e que é paralela ao eixo das abscissas, ou seja, inclinação zero para a curva de produção. 45 Produto total (PT), Médio (PMe) e Marginal (PMg) • Estágio 3: Trata-se da região onde o insumo fixo é utilizado intensivamente denotando a proporção não econômica entre os fatores fixo e variável. Observe que a curva de produção total torna-se decrescente, ou seja, a PMgX torna-se negativa. 46 Lei dos rendimentos marginais decrescentes Considerando como dado o estado da arte e toda a dotação de insumos utilizada na produção, exceto um deles, conforme são adicionados quantidades iguais desse fator variável, além de um certo ponto a taxa resultante do aumento do produto irá diminuir. Sendo assim, a lei destaca que fica cada vez mais difícil aumentar o produto através de acréscimos de um único fator produtivo. 47 Produção no longo prazo Os rendimentos de escala refletem a resposta do produto total quando todos os fatores aumentam proporcionalmente. A produção mostrará rendimentos de escala crescentes, decrescentes ou constantes, conforme um incremento proporcional nos fatores provoque no produto, respectivamente, um incremento mais que proporcional, menos que proporcional ou exatamente proporcional. 48 Produção no longo prazo 49