Pontifícia Universidade Católica de Goiás
A
N
F
O
16ª Semana Nacional em Defesa da Escola
Pública de Qualidade
I Seminário do Grupo de Estudos e Pesquisas
sobre Cultura e Educação na Infância
A Formação do Professor e a
qualidade do trabalho na Escola
P
E
Iria Brzezinski
[email protected]
PUCGoiás/EDU, 23.4.2015
Questões
De que lugar se fala?
Qualidade?
Qualidade total? ou Qualidade social?
Qualidade do trabalho na Escola?
Ensinagem?
Valorização do Trabalho do Estudante e o
realizado nos movimento sociais
Qualidade na Graduação e na Pós Graduação ?
DCN de Formação Inicial e Continuada de
Profissionais do Magistério – Parâmetros de
Qualidade
Base Comum Nacional de Formação de
INDAGAÇÕES HISTÓRICAS? CONTEMPORÂNEAS?
• QUAL A POSSÍVEL, A REAL E A NECESSÁRIA
IDENTIDADE DO PROFESSOR, DA PROFESSORA?
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Um professor?
Um profissional do humano?
Um profissional da formação omnilateral?
Um pensador solitário, um auto-didata?
Um intelectual?
Um pesquisador?
Um protagonista do movimento de valorização docente?
Um produtor e um socializador de conhecimento?
Um idealista? Um sábio?
Um amigo do saber? Um técnico?
Um cientista? Um tecnólogo?
Um ator? Um comunicador?
Um treinador, porque “treinado em serviço” (LDB art. 87) ?
Um trabalhador da educação?
CENÁRIO CONTRADITÓRIO e CONFLITANTE
MODELO DESIGUAL E COMBINADO
• Progresso
tecnológico X Desemprego estrutural
desvalorização da força física (muscular) do trabalho
e
• Progresso no capitalismo X Naturalização da miséria
• Inovações
tecnológicas
na
informática,
nas
telecomunicações, na biotecnologia, na agricultura, nos
novos materiais X Resistência na área da educação às
inovações tecnológicas
• Destruição global das fontes de energia não renováveis X
Capacidade de trabalho socialmente combinada (abstração
e capacidade intelectual de trabalhadores de várias
nacionalidades+meios
de
comunicação
simultânea
hiperintegrada)
• Aumento do trabalho feminino, absorvido mais pelo capital
de modo precarizado e informal ”terceirizadas” X inclusão
criminosa do trabalho de crianças e exclusão de jovens e
homens de meia idade
• A classe social que-vive-do-trabalho, instigada a aprofundar
o sentimento de pertença X mais tempo livre e menor
liberdade inclusive no tempo de lazer que se volta para a
busca de qualidade para melhor desempenhar o labor
• Massa de empregados e bem
homogênea de desempregados
qualificados
X massa
• Relação social tensa entre os cada vez mais ricos e os muitos
cada vez mais pobres (violência, banalização da miséria)
MODELO ECONÔMICO MUNDIAL
• Atingiu a classe trabalhadora em três dimensões:
• descartou trabalhadores com domínio de habilidades simples
• desmobilizou o movimento sindical que tradicionalmente
negociava aumento de salário e menos horas trabalhadas,
mudando o eixo para o trabalhador permanecer no posto de
trabalho: garantia de emprego – horas - salário
• degradou o vínculo diploma – emprego
CENÁRIO EDUCACIONAL E ESCOLAR
• O Estado Mínimo não destina verbas públicas para as
políticas
educacionais,
a
fim
de
haver
um
desenvolvimento do setor educacional semelhantemente
ao da empresa, mas com qualidade socialmente
referenciada.
• O espaço institucionalizado da escola de “massa”
mantém-se refém da histórica resistência à mudança,
porque mudança exige rupturas, disputa de poder e
desmobilização de grupos hegemônicos
QUAL É A GARANTIA DOS 10% DO PIB PARA A
EDUCAÇÃO?
CENÁRIO EDUCACIONAL E ESCOLAR
• O capital captura a imobilidade da escola pública e
empreende a expansão da “escola empresa”,
universidade “empresa” (a pesquisa sumiu!) ou as
organizações sociais (terceirização/militarização da
escola pública)
• A violência da sociedade diante da falácia do ethos da
condição humana (ser político e solidário) e de
valores morais se reproduz intensamente na escola
• A disputa e a busca do sucesso a qualquer preço
transforma homens e mulheres em “desumanos
insensíveis”
• Há total insegurança quanto aos modelos de
conhecimento com a orfandade paradigmática com a
falência do modelo racionalista moderno e da adoção
de modelos baseados na pedagogia histórico-crítica
• Expressão que tomou corpo na linguagem dos
ecologistas, sobretudo, na década de 1980 com
o uso do termo QUALIDADE DE VIDA
• Na
linguagem
pedagógica
ela
penetra
a
literatura, na década de 1990, com o Programa de
"Escola de Qualidade Total" que busca aplicar os
princípios empresariais de controle de qualidade
no campo pedagógico.
• “[...] a qualidade se refere
à proporção na qual os
processos, produtos, serviços e as relações estão livres
de defeitos, constrangimentos e rumores que não
acrescentam valor para o consumidor”.
•“ [...] qualidade significa atender ou até exceder às
exigências dos seus clientes”.
• “ [...] qualidade é estar conforme as exigências e
requisitos”
PRYOR, DEMING, CROSBY estudados por Assmann
(1998) na obra Reencantar a Educação
•“[...] qualidade significa estar em conformidade
com
uma
norma
padrão
ou
diversas
especificações a serem adotadas pelo coletivo de
trabalho na empresa, independentemente do
nível hierárquico dos trabalhadores” (HIRATA,
1991).
Chauí, em a Universidade em ruínas (1999) denuncia que a
qualidade para a universidade é definida pelo MEC:
• “[...] como competência e excelência cujo critério é o
atendimento às necessidades de modernização da
economia e desenvolvimento social; e é medida pela
produtividade orientada por três critérios:
• quanto uma universidade produz,
• em quanto tempo produz
• qual o custo do que produz”
Requer:
•a
humanização
como
projeto
da
sociedade da informação, das inovações
tecnológicas e do conhecimento;
•a humanização como ponto de partida e
de chegada de toda ação pedagógica, seja
ela desenvolvida dentro ou fora da
educação básica e superior projeto da
sociedade da informação, das inovações
tecnológicas e do conhecimento;
Neste novo cenário mundial, sob os ditames do
neoliberalismo, Ianni (1992) anuncia que, para a
ideologia da qualidade total, a mercadoria
adquire cidadania muito antes que o próprio
homem,
tendo
em
vista
que
o
mercado
sabiamente obedece a lógica da exclusão para
os que não têm poder aquisitivo.
• o humanismo é a matriz teórica
fundamental da noção de qualidade social
da educação.
Para tanto são necessárias mudanças no
paradigma clássico de ciência com base na
racionalidade instrumental e na ordem das
coisas que favorece a organização disciplinar
das ciências que despedaça o saber, hoje,
valendo-se da arrogância da tecnociência e do
desprezo pela subjetividade do sujeito.
Para Chauí, em a Universidade em ruínas (1999), as
Questões que devem ser colocadas para a
universidade sob a perspectiva da qualidade social
são:
• O que se produz?
• Como se produz?
• Para que se produz?
• Para quem se produz?
Tempo de trabalho
pedagógico na
escola
Parceria escola/família e
comunidade
Como se construirá pelas atuais Políticas
Educacionais do governo?
Formação:
orientada
pelas
Diretrizes
Curriculares Nacionais de Formação Inicial e
Continuada de Profissionais do Magistério 2015
Ingresso na carreira docente pública:
Prova Nacional de Ingresso Docente
O COTIDIANO DO (A) PROFESSOR (A) DEVE
IMPRIMIR QUALIDADE SOCIAL À ESCOLA
 qualifica-se também no fazer o ato docente
acontecer
 no diálogo com o conhecimento, com o cotidiano da
escola, com os saberes dos estudantes, com os
saberes dos ambientes educativos não formais
 em um processo de interação reflexiva;
 com o compromisso social, político e pedagógico e
seus contextos;
 com os saberes de referência de sua disciplina;
 com a reflexão consigo próprio antes, durante e
depois da prática educativa;
 com os outros coletivamente
Zaragoza (2001), inspirando-se em José
Saramago,
faz
a
seguinte
indagação:
Chegamos à tecnologia 100, pensamento 0?
Cada vez maior a uniformidade, cada vez os
fios do tecido popular de mais pálidas
cores...Cegos, surdos, insensíveis?
Não. Confusos, desconcertados (...). Cada vez
mais - agora que, por fim e a que preço,
desfrutamos
expressão
a
liberdade
irrestrita
da
menor capacidade para expressar nossos
pontos de vista, um léxico mais restrito...
(...) daí que cada dia temos menos tempo
para
pensar,
refletir,
para
elaborar
respostas próprias - e é nisto que consiste a
educação -, para participar, para sentir,
para discordar, para protestar, para contar
(valer) como cidadão e não apenas ser
contado” (p.9).
ARROYO, Miguel G. Currículo: território em disputa. 2 ed. Petrópolis: Vozes,
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Semana Nacional Palestra Iria Brzezinski