Folha de S.Paulo - Poder - Deficiência do Bolsa Família é positiva, diz filósofo belga - 09/12/2012 Assine 0800 703 3000 Opinião Política SAC Mundo 11/12/12 17:21 Bate-papo E-mail E-mail Grátis Notícias Esporte Entretenimento Mulher Rádio Vídeo Shopping Economia Cotidiano Esporte Cultura F5 Tec Ciência Saúde Blogs +SEÇÕES SÃO PAULO 29.9°C LOGIN OUTRAS CIDADES ASSINE A FOLHA ATENDIMENTO Site TERÇA-FEIRA, 11 DE DEZEMBRO DE 2012 TEMAS DO DIA MENSALÃO ENCHENTES CASO MATSUNAGA MUNDIAL DE CLUBES OK 14H21 CLASSIFICADOS TV FOLHA HORÓSCOPO ÚLTIMAS NOTÍCIAS 'O Cavaleiro Solitário', com Johnny Depp, tem novo trailer divulgado ACERVO FOLHA EN ES DOMINGO, 9 DE DEZEMBRO DE 2012 Navegue por editoria Edição São Paulo TAMANHO DA LETRA COMUNICAR ERROS IMPRIMIR LINK TEXTO ANTERIOR Edição Nacional EXPERIMENTE A VERSÃO DIGITAL SÓ PARA ASSINANTES DA FOLHA COMPARTILHAR PRÓXIMO TEXTO ENTREVISTA PHILIPPE VAN PARIJS Deficiência do Bolsa Família é positiva, diz filósofo belga Para defensor da renda básica, falta de inspeção rigorosa aproxima programa de modelo ideal RICARDO MENDONÇA EDITOR-ASSISTENTE DE “PODER” Referência internacional em programas de transferência de renda, o filósofo belga Phillippe Van Parijs diz que um dos aspectos positivos do Bolsa Família advém de uma deficiência do programa. Para ele, a falta de inspeção rigorosa para remover beneficiários torna o Bolsa Família mais parecido com um sistema de renda básica universal, o que julga ideal. Ciceroneado pelo senador Eduardo Suplicy (PT-SP), outro defensor histórico da proposta, Parijs esteve em São Paulo na semana passada, onde deu palestras na USP e na Fundação Getúlio Vargas. Fac-símile da capa Folha - Que avaliação o senhor faz do Bolsa Família? Poder Mundo Phillippe Van Parijs - Acho um programa muito importante, imprescindível. Não há dúvida sobre sua contribuição para reduzir a pobreza e a desigualdade. Acho muito bom que seja pago em dinheiro, não em vale alimentação. E acho uma boa ideia ter condicionantes de saúde e educação. As dificuldades são a focalização -encontrar milhões de famílias pobres- e, principalmente, a regra que faz com que as pessoas saiam quando conseguem obter um pouco mais de dinheiro com suas próprias fontes. Ciência + Saúde Por que isso é um problema? Corrida Mercado Cotidiano Esporte Ilustrada Quadrinhos Ribeirão É um defeito dos programas desse tipo, pois cria dependência. Uma armadilha: se a http://www1.folha.uol.com.br/fsp/poder/82801-deficiencia-do-bolsa-familia-e-positiva-diz-filosofo-belga.shtml Page 1 of 3 Folha de S.Paulo - Poder - Deficiência do Bolsa Família é positiva, diz filósofo belga - 09/12/2012 pessoa encontra um emprego, é punida, precisa ser tirada do programa. Então muitos permanecem nessa situação de dependência. [...] Na angústia de perder o benefício, não faz nada, fica parada, não muda sua situação. Esse é o perigo. É por isso que acho importante o aspecto universal. Dizer: "Olha, não há risco de perder, pode ir adiante, pode assumir um trabalho, mesmo que seja mal remunerado no início". 11/12/12 17:21 Editoriais Tendências/Debates Painel do Leitor Erramos Semana do leitor Mas não há evidência de que os inscritos no Bolsa Família deixem de procurar emprego. É verdade. Mas no último congresso de que participei, recebi a informação de que é muito pequeno o número de famílias que deixam o programa. Elas recebem o Bolsa Família porque estão nas condições de ingresso, mas depois não são visitadas para ver se arrumaram emprego. Dessa forma, o Bolsa Família já opera como um programa de renda básica universal. O que eu e outras pessoas como o senador Suplicy dizemos é que seria melhor ter um piso de renda que possa ser dado para todo mundo. Saber The New York Times Tec Equilíbrio Fovest Comida Turismo Todos? Folhinha Todos. Se a pessoa encontra um trabalho, ela mantém o benefício. Mas a forma como o Bolsa Família funciona de fato já é similar a isso, porque não tira a família se alguém acha trabalho, é formalizado e fica um pouco acima do patamar de ingresso. Isso é bom. [...] Essa disfunção do Bolsa Família é um elemento de dinamismo do programa com efeito positivo. Alguém já adotou um programa como o senhor propõe: universal e incondicional? No Alasca (EUA) há uma pequena renda básica, produto de um fundo originário do petróleo. O dinheiro é distribuído para todos. Cerca de US$ 2 mil por ano. Vem desde 1982. E funciona. Ilustríssima Especial Imóveis Carreiras e Empregos Veículos Guia da Folha sãopaulo Serafina O senhor diria que dinheiro é um direito humano? Não gosto [dessa definição] porque há uma inflação dos direitos humanos. Seria uma retórica útil, mas prefiro formular as coisas em termos de uma sociedade justa. Uma sociedade na qual há liberdade real para viver. O ingresso universal [num programa de renda básica] é um dos elementos centrais. Uma boa educação, um bom sistema de saúde, um ambiente público agradável também são. 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