4 SAÚDE DO HOMEM: Dificuldades enfrentadas pelos homens na adesão ao atendimento em uma Unidade Básica de Saúde de Imperatriz- MA Health man: Difficulties faced by men in adherence to treatment in a Basic Health Unit of Imperatriz - MA Daiana Vieira Ribeiro1 Helena Dutra Leocádio1 Paula Cristina Alves da Silva2 Rodson Glauber Ribeiro Chaves3 RESUMO Trata-se de um estudo exploratório de abordagem qualitativa, cujo objetivo central foi investigar as dificuldades enfrentadas pelos homens na adesão ao atendimento na Unidade Básica de Saúde. Objetivos específicos: avaliar o nível de conhecimento dos usuários sobre os cuidados primários a saúde relacionada à prevenção; verificar a frequência e a razão da procura pelos serviços da unidade básica de saúde e levantar os obstáculos referidos pelos homens na procura aos serviços da unidade básica de saúde. A participação no estudo incluiu somente os homens cadastrados na unidade predisponente totalizando 14 entrevistados, o tamanho da amostra foi determinado pela saturação de dados. A coleta de dados ocorreu por meio de entrevista semiestruturada, com aplicação de questionário contendo perguntas abertas, tendo sido os participantes esclarecidos sobre a pesquisa e assinado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. A análise das informações colhidas foi realizada de acordo com o que propõe Minayo. Os resultados obtidos mostraram que as dificuldades enfrentadas pelos homens na adesão ao atendimento na Unidade Básica de Saúde deveu-se a carga horária do trabalho, medo de descobrir algum processo patológico, demora no atendimento e utilização da rede particular de saúde. Portanto, faz-se necessário ocorrer mudanças tanto no comportamento dos homens como dos profissionais de saúde. Dessa forma, espera-se com este estudo contribuir para melhora da adequação dos serviços de saúde quanto às ações direcionadas ao público masculino, assim como, estimular a população masculina ao autocuidado. Palavras-chave: Saúde do Homem. Atenção Básica. Prevenção. 1 INTRODUÇÃO Nos últimos anos tem se percebido um crescente interesse voltado especificamente à saúde da população masculina, como fator precursor desse novo foco da saúde pública têm-se os resultados de vários estudos, os quais demonstram que, em geral, os homens vivem menos que as mulheres. Segundo Laurenti, Jorge e 1Alunas do curso de graduação de Bacharel em enfermagem da Universidade Federal do Maranhão. Email: [email protected]/[email protected] 2Orientadora: Profª Esp. Paula Cristina Alves da Silva. Email: [email protected]. 3Prof. Esp. Substituto do Curso de Enfermagem da Universidade Federal do Maranhão. E-mail: [email protected] 5 Gotlieb (2005), a partir de dados de vários países das Américas, revela-se que os homens tinham, uma expectativa de vida ao nascer sempre menor quando comparada à das mulheres. Seguindo essa estatística, no Brasil, para praticamente todas as causas, são maiores os coeficientes de mortalidade masculinos, sendo uma proporção de três mortes masculina para cada óbito feminino. A saúde do homem na fase adulta ainda é pouca discutida, estudos mostram que há um padrão social hegemônico sobre o masculino que influência comportamentos que dificultam medidas preventivas de homens diante da saúde e através deste modelo do que é ser homem têm ocorrido sérias consequências para a saúde e a vida dos mesmos. No Brasil, a porta de entrada aos serviços de saúde fornecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) são as chamadas Unidades Básicas de Saúde (UBS) que são locais responsáveis por prestar os serviços de atenção básica. Com respeito a pouca presença masculina nos serviços de atenção primária à saúde, muitas são as suposições e/ou justificativas. Entretanto, por questões atribuladas ao gênero, cabe ao homem sempre ser forte e inabalável o que muitas vezes resulta em descuido com o próprio corpo. Nesta perspectiva, pedir ajuda quando necessário, é sinônimo de fragilidade. Assim o presente estudo se justifica como forma de estimular as ações de saúde voltadas ao homem para que dessa forma as políticas públicas possam ser adequadas e contribuam para o autocuidado masculino, independentemente da faixa etária. Considerando os altos níveis de morbimortalidade masculina e assumindo a pouca procura dos homens aos serviços de atenção primária a saúde, este estudo possui como objetivo central, conhecer as dificuldades enfrentadas pelos homens na adesão ao atendimento em uma unidade básica de saúde de Imperatriz- MA, além de avaliar o nível de conhecimento dos usuários sobre os cuidados primários a saúde relacionada à prevenção; verificar a frequência e a razão da procura pelos serviços da unidade básica de saúde e levantar os obstáculos referidos pelos homens na procura aos serviços da unidade básica de saúde. Portanto, diante dos argumentos acima descritos, faz se necessário que os profissionais de saúde e toda comunidade social tenham conhecimento dos principais obstáculos enfrentados pelo público masculino adulto que interferem na busca por atenção primária a saúde, assim como fornecer subsídios para se investir em ações de promoção, prevenção e assistência á saúde direcionadas aos homens. 6 2 REFERENCIAL TEÓRICO Vários estudos constatam que os homens, em geral, padecem mais de condições severas e crônicas de saúde do que as mulheres e também morrem mais do que elas pelas principais causas de morte. Entretanto, apesar de as taxas masculinas assumirem um peso significativo nos perfis de morbimortalidade, observa-se que a presença de homens nos serviços de atenção básica à saúde é menor do que a das mulheres (GOMES, NASCIMENTO e ARAÚJO, 2007; COURTENAY, 2000). De acordo com Brasil (2009), a população masculina brasileira vem apresentando uma expectativa de vida inferior às mulheres. A cada cinco pessoas que morrem de 20 a 30 anos, quatro são homens. Eles vivem, em média, sete anos menos do que as mulheres e têm maior incidência de doenças do coração, câncer, diabetes, colesterol e pressão arterial mais elevada. Foi constatado que aproximadamente 75% das enfermidades e agravos da população adulta de homens está concentrada, sobretudo, em 5 (cinco) grandes áreas especializadas: cardiologia, urologia, saúde mental, gastroenterologia e pneumologia (BRASIL, 2009). Figueiredo (2005), afirma que muitas dessas causas podem ser prevenidas ou controladas por meio de intervenção em atitudes e práticas cotidianas que contribuem para a ocorrência desses problemas. Ou seja, muitas das necessidades de saúde não se manifestam como um problema imediato, mas como algo evitável, na qual as UBS’s podem intervir com ações preventivas e de promoção à saúde. Incluir a participação do homem nas ações de saúde é, no mínimo, um desafio, por diferentes razões. Uma delas se refere ao fato de, em geral, ao cuidar de si e a valorização do corpo no sentido da saúde, também no que se refere ao cuidar dos outros, não serem questões colocadas na socialização dos homens (DE KEIJZER, 2003). Partindo dessa ideia, em março de 2008, com o objetivo de complementar a atenção básica, o Ministério da Saúde lança uma proposta de política de atenção à saúde do homem, a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem (PNAISH), a qual visa nortear as ações de atenção integral à saúde do homem, 7 buscando estimular o autocuidado, principalmente, o reconhecimento por parte do homem que a saúde é um direito de cidadania de todos os indivíduos do gênero masculino. Por fim, a mesma entrou em vigor pela portaria Nº 1944 de 27 de agosto de 2009 (BRASIL, 2009). 3 METODOLOGIA Estudo exploratório, de abordagem qualitativa, desenvolvido com indivíduos do sexo masculino, cadastrados na Unidade Básica de Saúde Bacuri I. De acordo com Minayo (2004), a pesquisa qualitativa trabalha com o universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das relações, dos processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis. A participação no estudo incluiu somente homens na faixa etária de 25 a 59 anos cadastrados nesta referida Unidade. A escolha de usuários circunscritos nessa faixa etária se deveu à intenção de estudar a população masculina adulta, excluindo os adolescentes e os idosos, pois considera-se que essas parcelas da população já contam com ações de saúde específicas voltadas para eles, totalizando 14 entrevistados, que aceitaram participar, espontaneamente da pesquisa. A coleta de dados foi realizada entre os meses de Outubro a Novembro de 2012. As entrevistas foram agendadas de acordo com a disponibilidade do sujeito, conduzidas por meio de um roteiro semiestruturado e gravadas em aparelho de áudio (Gravador de voz digital Sony ICD PX 312) e posteriormente transcritas na íntegra, para análise dos resultados. O roteiro semiestruturado apresentou linguagem de fácil compreensão, composto de perguntas abertas, referentes aos motivos que os leva a procurar os serviços prestados na UBS, assim como, sua frequência em utilizar a unidade básica e os motivos que dificulta sua ida. Além disso, foram questionados quanto ao seu entender do que é prevenção, dificuldade de se expressar perante o profissional de saúde, quanto ao acolhimento oferecido na UBS e sua avaliação aos serviços prestados. Tomou-se como base os princípios de amostra em pesquisa qualitativa, o foco incidiu em homens cadastrados, considerados em número suficiente para que fosse possível a saturação de sentidos, prevendo a possibilidade de haver inclusões 8 sucessivas de sujeitos até que fosse possível uma discussão densa das questões da pesquisa (MINAYO, 2004). Neste estudo, após a realização das 14 entrevistas, observou-se que o material era suficiente para a discussão das questões da pesquisa. Para a análise dos dados foram utilizados os pressupostos da Análise Temática definidos por Minayo (2004), que consiste em “descobrir os núcleos de sentido que compõem uma comunicação cuja presença ou frequência signifiquem alguma coisa para o objetivo analítico visado”. Primeiramente ocorreu a ordenação dos dados, onde as entrevistas foram transcritas e organizadas, em seguida ocorreu à classificação dos dados e divisão, em cinco categorias de estudo, conforme as questões contidas no instrumento de coleta de dados: 1) Percepção masculina do ato de prevenir; 2) Motivos que levam o homem a frequentar a Unidade Básica de Saúde; 3) Dificuldades enfrentadas pelos homens em frequentar a unidade básica de saúde; 4) O acolhimento determinando a minimização das dificuldades na comunicação paciente x profissional; 5) Avaliação da assistência prestada na Unidade Básica de Saúde. Por fim, análise final, estabelecendo articulações entre os dados e os referenciais teóricos da pesquisa, respondendo às questões formuladas com base em seus objetivos. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Centro de Estudos Superiores de Caxias da Universidade Estadual do Maranhão sob parecer nº 034205/2012. Antes da coleta de dados, foi entregue duas vias, aos participantes da pesquisa, o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido feito em duas vias, informando os objetivos da pesquisa, a participação voluntária, a desistência da pesquisa a qualquer momento sem quaisquer penalidades, a isenção de qualquer custo, bem como o sigilo na identidade, por isso cada entrevistado recebeu um nome de deuses da mitologia grega, conforme prevê a Resolução nº 196/96 do Conselho Nacional de Saúde. 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES Os participantes do estudo foram 14 indivíduos do sexo masculino, todos com cadastro na Unidade Básica de Saúde. Em relação aos aspectos sociais e pessoais dos participantes, 71,4% apresentam-se na faixa etária entre 25 a 42 anos e 28,6% entre 43 a 59 anos. Sobre o grau de escolaridade 42,8% possuem o ensino 9 fundamental completo, 35,7% possuem o ensino médio e 21,4% o superior. Quanto ao estado civil, 42,8% são casados e 57,2% solteiros. Dentre as profissões, 21,4% são pedreiros, 14,2% vigilantes, 14,2% autônomos, 7,1% ajudantes de pedreiro, 7,1% fiscais sanitário, 7,1% professores, 7,1% analistas de sistema, 7,1% operadores de máquinas pesadas e 7,1% aposentados por acidente de trabalho. 4.1 Percepção masculina do ato de prevenir De acordo com Czeresnia e Freitas (2003), ações preventivas podem ser definidas como intervenções orientadas a evitar o surgimento de doenças específicas, reduzindo sua incidência e prevalência nas populações. As falas dos participantes indicam as diferentes concepções que cada homem tem sobre o que seria prevenção de doenças. Enquanto a minoria dos entrevistados caminham na direção correta sobre o conceito de prevenção, grande parte demonstraram dificuldades a respeito do tema, pois os mesmos relataram de modo superficial, sem especificações mais claras o que seriam ações voltadas à prevenção primária, tal afirmação pode ser percebida diante dos seguintes depoimentos: “(...) a gente vai lá no médico, ele avalia a gente, dar os sintomas da doença que a gente tem, eu acho que é isso prevenção de doença,” (ARES). “(...) é assim que quando a gente ta doente, que não pode trabalhar (...) gente tem que ir no posto caçar algum remédio até a gente melhorar,” (HEFESTO). Nas falas dos depoentes já transcritas, fica explícito que acreditam que ao procurarem o médico ou algum profissional da saúde quando já sofrem os efeitos causados pela evolução da doença, estão tomando atitudes consideradas como prevenção de doenças. Assim, pode-se intuir, que por o homem creditar que uma pessoa só deva procurar o médico quando está doente, ele associa tal ação como preventiva, pois, para muitos, a pessoa só está doente quando essa se torna incapacitada. Retomando o conceito de prevenção de doença, observa-se que esse termo se relaciona a uma ação antecipada, baseada no conhecimento da história natural, a fim de tornar improvável a ocorrência do processo patológico 10 (CZERESNIA; FREITAS, 2003). Esta parece ser a percepção de uma pequena parcela dos entrevistados. “Pra prevenir uma doença, primeiro é necessário que se conheça pelo menos um pouco da causa da doença... pra mim prevenção de doença é isso ai atacar a causa pra poder descobrir o efeito,” (HADES). “Prevenção de doença é ter boa atividade física, boa alimentação, frequentar regularmente o médico, é isso que é prevenção,” (EROS). Nesse sentido, a prevenção se volta para uma ação orientada para que o sujeito não adoeça e possa desfrutar de melhor qualidade de vida; para tal, é necessário envolvê-lo com informações relevantes para que se insira ativamente e possa incorporar hábitos preventivos. Assim, sugere-se a frequência às UBS’s, pois é sabido que as UBS’s, conhecidas popularmente como postos de saúde, são serviços voltados, principalmente, para área de prevenção primária, no qual consiste em um conjunto de ações que visam evitar a doença na população, removendo os fatores causais, ou seja, tem em vista a diminuição da incidência da doença. Possui como objetivo a promoção de saúde e proteção específica. Nos postos a prevenção primária se dar por meio de vacinas, distribuição de camisinhas e educação para saúde. Direcionando para Política Nacional de Atenção Integral a Saúde do Homem, existente a mais de três anos, notou-se pouco ou até mesmo nenhum conhecimento por parte dos depoentes sobre a temática abordada. Embora o escasso conhecimento da minoria, observou-se que reconhecem essa política como um grande passo a favor do homem, principalmente quando essa é comparada a saúde da mulher. “(...) este é um problema que é quase, é quase hoje em relação o a saúde da mulher, de uns tempo pra cá foi que o ministério da saúde, no nosso caso, se preocupou em tratar o homem, a princípio era saúde da mulher, saúde da mulher, saúde da mulher,” (HADES). “(...) bom né, pra gente homem que não tinha tempos atrás esse projeto que chega a beneficiar a raça homem (...) antigamente não existia isso pra homem né, mas graça a Deus hoje existe,” (HÉLIO). Nota-se, nos depoimentos, que o homem é ciente de que apenas nos últimos anos vem a fazer parte do grupo prioritário nas ações de saúde. Como exemplo, se pode citar a Portaria nº. 399/GM, de 22 de fevereiro de 2006, onde divulga as prioridades do Pacto Pela Vida (BRASIL, 2006). Os objetivos tiveram 11 como foco as mulheres, crianças e idosos, deixando o homem descoberto, salvo quando se trata de doenças emergentes e endemias, que não especificam gênero e faixa etária. Mas não se pode deixar de perceber que muitos homens ainda permanecem na obscuridade quando se trata de ações voltadas a eles. Desse modo concluiu-se que a propagação dessa política ainda é insuficiente para impactar o público alvo. Essa ausência de informação pode fazer parte de uma cadeia mais complexa, na qual encontra-se na ponta o profissional de saúde que muitas vezes está inapto para assistir ao homem. 4.2 Motivos que levam o homem a frequentar a Unidade Básica de Saúde A questão da pouca procura dos serviços de atenção primária pelo homem vem sendo apontada em inúmeros estudos (FIGUEIREDO; SCHRAIBER, 2003; FIGUEIREDO, 2005; GOMES; NASCIMENTO; ARAÚJO, 2007; GOMES et all., 2011). Os participantes deste estudo quando questionados sobre a frequência e a razão da procura da unidade básica de saúde, os depoimentos tornaram-se discrepantes em relação à frequência, alguns dos entrevistados afirmam não utilizar o serviço, já outros relatam fazer uso regular, quanto ao motivo da procura observase que são praticamente os mesmos. “(...) às vezes eu sinto um probleminha de saúde eu vou lá (...) uma vez ou duas vezes por trimestre, algo parecido,” (EROS). “(...) numa média, vamos dizer a cada três meses,” (ZEUS). “(...) é quando eu não tou me sentindo muito bem tem alguma coisa que eu acho que não é normal ai eu procuro o médico no posto,” (NEREU). Percebe-se claramente nos depoimentos citados, que embora o homem não procure os serviços de saúde como forma preventiva e sim para diagnóstico e tratamento, essas poucas oportunidades devem ser aproveitadas pelos profissionais de saúde, como forma de praticar educação e saúde voltadas para esse público. No entanto, há homens que não utilizam os serviços ofertados na unidade básica, seja por acreditarem que não necessitam ou por que preferem utilizar o sistema hospitalar quando sentem necessidade ou até mesmo por possuírem plano de saúde o que faz com que sejam atendidos na rede particular. 12 “(...) graça a Deus não venho utilizando... não uso com frequência nenhuma,” (POSÊIDON). “(...) sinceramente nunca utilizei a unidade de saúde bacuri (...) não tenho como julgar por experiência própria sobre a unidade de saúde,” (APOLO). Em relação à motivação da procura pelos serviços de saúde, notou-se que a totalidades dos depoentes, afirmam buscar ajuda médica somente quando já estão incomodados com os sintomas de uma possível doença. Esse também foi um dos motivos relatados pelos participantes dos estudos de Figueiredo e Schraiber (2008) e Gomes et all., (2011), onde ressaltam que os homens só procuram um serviço de saúde se sentem muitas dores, sendo a dor um referencial para procurar cuidados, ratificando uma tendência ainda hegemônica do modelo curativo, no perfil de utilização dos serviços. “(...) eu vou quando fico doente, com muita dor e o remédio da farmácia não ta servindo mais,” (MORFEU). Um aspecto que chamou atenção foi o relato de um dos depoentes, afirmando que procuram os serviços de saúde quando sua esposa exige. Segundo Figueiredo e Schraiber (2008), o mais comum é que homens casados dependam de suas mulheres no cuidado à saúde, resultando que, para eles, o casamento é fator de proteção em uma variedade de doenças, o que não acontece para as mulheres. “(...) muita das vezes eu vou pra fazer exame de rotina, é exame de sangue, fezes, urina porque muita das vezes é a mulher que exige,” (HÉLIO). Apesar dos sujeitos desta pesquisa não relatarem outros fatores, no estudo Gomes, Nascimento e Araújo (2007), é apontado novos fatores que revelam que, ainda que pontualmente ou para cumprir exigências burocráticas, as demandas das empresas empregadoras podem suscitar momentos de prevenção ou de cuidados em saúde. Nesse sentido, os usuários procuram no serviço de atenção primária atestados de boas condições de saúde, no entanto, tal fator não foi explicitado pelos entrevistados dessa pesquisa. 4.3 Dificuldades enfrentadas pelos homens em frequentar a unidade básica de saúde 13 De Keijzer (2003), advoga que, a boa saúde e o autocuidado não fazem parte do processo de construção social da masculinidade, e que esse processo configura, determina e influência o surgimento de problemas de saúde, assim como o modo como os homens lidam com essas questões. Ao falar das dificuldades enfrentadas ao frequentar a unidade básica de saúde, quatro aspectos sobressaíram nos relatos dos entrevistados. Em primeiro lugar, estar o trabalho, pois, as atividades laborativas ocupa o lugar de maior importância na lista de preocupações masculinas. “(...) não vou mais por causa do serviço, porque eu entro sete hora, saiu onze e meia, ai volto uma e meia e saio seis hora, que é o horário que o posto ta fechado, se abrisse dia de sábado eu ia,” (HEFESTO). “(...) é mais por conta do horário mesmo, não dar pra ficar faltando serviço,” (MORFEU). “(...) sempre é por serviço, é muito serviço né, a gente quase não vai só vai quando ta assim muito doente é que a gente vai porque não pode faltar o serviço,” (URANO). Alguns autores, como Gomes; Nascimento; Araújo (2007), demonstram em suas pesquisas, que quando se trata de cuidado com a saúde, a atividade laborativa tem sido considerada como obstáculo para o acesso aos serviços de saúde ou a continuidade de tratamentos já estabelecidos, o mesmo pode ser notado na fala dos entrevistados deste estudo. É de nosso conhecimento que, em grande maioria, as unidades básicas de saúde funcionam de segunda a sexta em horário comercial, o que torna seus horários praticamente incompatíveis com a disponibilidade do homem que trabalha. No entanto, sabe-se que muitas mulheres que utilizam os serviços de saúde também trabalham fora de casa o que não justificaria a “desculpa” utilizada pela maioria dos homens. Dessa forma, como bem sugere Machin et all., (2011), o trabalho da mulher, mesmo aquele remunerado, não é visto como uma forma socialmente justificada para explicar uma possível indisponibilidade para o serviço de saúde. O tempo feminino parece ser visto como o que está a serviço dos cuidados em saúde. Neste sentido, Schraiber (2005), destaca que a flexibilização do horário de trabalho das mulheres para frequentar os serviços indica haver, por parte dos empregadores, a presença do imaginário social de que a mulher tem que se cuidar. 14 Um segundo aspecto diz respeito ao medo de descobrir algum problema de saúde, caso evidenciado na fala que segue: “(...) não sei se estou doente, se estou, não sei e até sinceramente falando, eu tenho medo de ir porque de repente o médico diz você já tá é morto, ai eu morro mesmo sem querer morrer já morri principalmente do susto (...),” (HADES). Gomes; Nascimento e Araújo (2007), encontram resultados semelhantes em sua pesquisa, onde afirma que a explicação para a pouca procura masculina pelos serviços de saúde, se relaciona ao medo de descobrir que algo vai mal. Esse não é um sentimento exclusivo do homem, sendo comum a todos, independentemente do gênero. O que diferencia é que apesar do medo, as mulheres procuram o médico, pois, essa atitude faz parte do seu processo de socialização, onde ela é vista como um ser frágil que necessita de cuidados constantes. Um terceiro aspecto diz respeito à utilização do serviço privado, onde segundo os depoimentos sugerem que o atendimento particular é melhor e mais seguro do que o público, essa visão pode ser devido à experiência nos dois serviços ou por um conceito equivocadamente formado de que “tudo que é “pago” é melhor.” “(...) e também eu tenho plano de saúde eu pago todo mês pra que eu não precise utilizar o serviço público,” (POSÊIDON). “(...) a pessoa vai lá ai eles mandam ir para outro posto porque lá não resolve e depois fica andando de posto em posto e a gente acaba resolvendo rapidinho no particular mesmo, é bem mais seguro,” (APOLO). Essa ideia é discutida em estudos realizados por Bós (2004). Esse autor aponta que a intenção de buscar os serviços de saúde da rede privada está associada à ideia de uma maior segurança de atendimento em comparação à rede pública, principalmente quando há um maior comprometimento da saúde do usuário. Pode-se entender que essa segurança no atendimento está relacionada a visão de que ao pagar pelo serviço o usuário deixa de ser paciente e passar a ser cliente, podendo exigir uma melhor qualidade no atendimento prestado. No entanto, ao olhar por outro ângulo, observa-se que quanto aos recursos profissionais, a probabilidade do sistema público esta mais bem servida é maior, já que os profissionais devem passar por um rigoroso processo de seleção, o que não ocorre de forma rígida no sistema particular. Por último, ocorreu desagrado com a demora no atendimento: 15 “A primeira dificuldade maior é fato de você ter que ficar horas e horas pra ser atendido, não ter uma atenção especial ao público que ta doente, porque você fica esperando o dia todo o médico chegar, aí você é atendido é, mas você é atendido de qualquer jeito,” (ZEUS). “(...) é a demora no atendimento né às vezes a qualidade do posto, você não se sente bem no local né, e tem que esperar e esperar,” (EROS). “Muitas vezes eu não vou porque eles não quer atender a gente direito, chega e fica lá plantado (...) outras vezes não vai em fulano fulano ai a gente se esquenta e não vai mais só uma vez só e pronto, perde muito tempo,” (DIONÍSIO). Essa insatisfação relacionada à demora no atendimento é uma queixa comum dos usuários dos serviços públicos de saúde. Uma avaliação da satisfação com a assistência de saúde prestada, com base na Pesquisa Mundial de Saúde, realizada no Brasil no ano de 2003, demonstrou que o tempo de espera foi o item que obteve menor grau de satisfação (Gouveia et all., 2005). Os motivos da demora podem ser os mais variados possíveis, no entanto os mais perceptíveis estão relacionados com a demanda, ou seja, oferta x procura, pois o número de profissionais é insuficiente para atender a grande demanda, fazendo com que acumule consultas ou nem todos conseguem ser atendidos. Outro motivo esta relacionada a negligência por parte do profissional, onde esse não cumpre sua carga horária, pois, chegam atrasados ou algumas vezes faltam ao serviço provocando um acréscimo nos atendimentos. Há estudos, a exemplo de Figueiredo (2005), que apontam que o descontentamento com a demora no atendimento faz com que o homem procure os prontos-socorros e as farmácias. Nesses locais, os homens seriam atendidos mais rapidamente e conseguiriam expor seus problemas com maior facilidade. Tal argumento não foi citado pelos entrevistados desta pesquisa. Pesquisa realizada por Gomes (2008), obteve como um dos principais motivos dos homens não irem aos serviços de saúde, a vergonha de se expor. Segundo o autor essa vergonha é associada à falta de hábito do homem em se expor ao médico ao contrário da mulher que em sua socialização foi mais acostumada a ter o seu corpo exposto para a medicina. Os participantes deste estudo não utilizaram desse argumento como fator contribuinte para não adesão aos serviços da unidade básica. 4.4 O acolhimento determinando a minimização das dificuldades na comunicação paciente x profissional 16 O acolhimento no campo da saúde deve ser entendido como uma ferramenta de intervenção na qualidade da escuta, construção de vínculo, garantia do acesso com responsabilização e resolutividade nos serviços. Quanto à questão do acolhimento, os entrevistados foram bem divergentes, enquanto uns afirmam terem sido bem acolhidos, outros negam ter recebido qualquer atenção por parte dos funcionários. Percebe-se que os participantes que alegam boa recepção, não levam em consideração a resolução de seus problemas, mas sim a simpatia dos profissionais. “Sim, fui bem recebido, não resolveu o meu problema porque eu fui encaminhado para outro lugar, mas me receberam bem, conheço um bocado deles, são meus vizinhos,” (HEFESTO). “Sim, falta melhorar algumas coisas, mais os trabalhadores foram simpáticos,” (ORFEU). Esse acolhimento seguido de boa receptividade está aliado à conquista de confiança e segurança dos pacientes. Como fruto dessa relação, os entrevistados relatam não possuírem dificuldades ao se expressarem diante do profissional de saúde, como se pode observar nos trechos transcritos que seguem: “Não tenho nenhuma dificuldade em expor o que eu sinto,” (POSÊIDON). “Não, porque o médico só vai saber o que tô sentindo se eu falar,” (MORFEU). “Não eu não tenho não esse problema na hora de falar, digo tudo o que sinto,” (ARISTEU). O fato dos usuários conhecerem os profissionais do posto, por grande parte deles residirem no bairro, também pode ser considerado um fator determinante nessa facilidade de expressão. O acolhimento como postura e prática cotidiana nas ações de atenção e gestão nas unidades de saúde beneficia a construção de uma relação de confiança e compromisso dos usuários com as equipes, contribuindo assim, para maior participação desse público nas ações de saúde. 4.5 Avaliação da assistência prestada na Unidade Básica de Saúde Em relação à avaliação dos entrevistados quanto aos serviços prestados pela unidade básica, houve uma divisão de opinião, muitos consideraram positivos utilizando como critério a comparação com outros serviços. No entanto, ouve 17 avaliações negativas, levando em conta a falta de profissional, de equipamentos e a demora no atendimento. As falas que a seguir, dizem respeito à avaliação positiva: “Eu acho que é bom, tem uns que passa na televisão que são pior,” (HEFESTO). “Bom, normal (...) todos tem problema, norma,l” (URANO). “É bom, né,” (ORFEU). Segundo Silva; Andrade e Thomsom (2002), essa avaliação positiva não quer dizer que houve necessariamente avaliação crítica acerca do atendimento, podendo expressar ausência de opinião ou mesmo uma aceitação passiva do atendimento que é prestado. Seguem transcritos trechos dos depoimentos com avaliações negativas: “Tem que melhorar muito (...) é feito de qualquer maneira (...) a pessoa fica esperando demais, o médico não vem (...) informa de última hora pras pessoas também e o pessoal perde tempo com isso é muito ruim nesse aspecto,” (ZEUS). “(...) falta de profissionais às vezes as consultas marcadas são adiadas, são canceladas sem informar antes, eu diria que é ruim, porque a estrutura atrapalha o serviço dos pessoal que trabalha lá,” (APOLO). “Ruim, falta médico, falta organização, falta aparelho e na maioria das vezes falta até mesmo funcionário,” (MORFEU). Pode-se perceber que essa avaliação não é baseada somente na questão pessoal, ou seja, na simpatia, comunicação e atenção dada pelos profissionais, mas também envolve a estrutura física e a falta de equipamentos necessários para que essa equipe possa desenvolver de forma eficaz seu trabalho. Ou seja, por mais que os profissionais se esforcem a fazer sua parte, eles não conseguem sobressair aos outros aspectos negativos. 5 CONCLUSÃO Quase a totalidade dos entrevistados não soube definir o que seria prevenção de doenças; Escasso conhecimento dos participantes em relação a existência da Política nacional de Atenção Integral a Saúde do Homem; 18 A frequência por parte de alguns dos participantes deixa a desejar, no entanto, pequena parcela não utiliza a UBS; A principal razão pela busca dos serviços ofertados na UBS relatada pelos participantes foi estarem se sentindo mal ao ponto de interferir nas suas atividades diárias; Como dificuldades enfrentadas pelos homens na adesão ao atendimento na UBS, encontramos a carga horária do trabalho, medo de descobrir algum problema de saúde, utilização dos serviços privados e a demora no atendimento; Os participantes negaram qualquer dificuldade de se expressar perante os profissionais de saúde; Houve uma divisão de opinião quanto ao acolhimento na UBS, uns afirma ser bom, enquanto outros consideraram ruim; Muitos avaliaram de forma positiva o atendimento prestado, em comparação com outros locais. Outros consideram negativos, utilizando como critério a estrutura física e a falta de equipamento. Portanto, se considera ser necessário haver mudanças não somente por parte dos homens, mas também por parte dos profissionais de saúde responsáveis pelo acolhimento do homem na UBS. Para que isso ocorra é imprescindível que na formação dos profissionais tenha a oferta do componente curricular voltada à saúde do homem, como estímulo a prática do cuidado deste segmento populacional. ABSTRACT This is an exploratory qualitative approach whose objective was to investigate the difficulties faced by men in adherence to treatment in a Basic Health Unit. Specific objectives: to assess the level of knowledge of users on primary care health-related prevention, check the frequency and the ratio of demand for the services of basic health unit and remove obstacles reported by the men in seeking the services of a basic health unit. The participation in the study included only men enrolled in the unit predisposing total of 14 respondents; the sample size was determined by data saturation. The data was collected through semi-structured interviews with a questionnaire containing open questions; the participants were informed about the study and signed the Instrument of Consent. The analysis of data collected was performed according to the proposing Minayo. The results showed that the low demand for health services in parts of the men of this research is due to hours of work, fear of discovering some pathological process, delays in care and use of the particular health service. Therefore, it is necessary to be changes in the behavior of both men and health professionals. Thus, it is expected to contribute to this study improves the adequacy of health services as actions aimed at male viewers, as well as stimulate the male population to self-care. Keywords: Men's Health. Basic attention. Prevention. 19 Health man: Difficulties faced by men in adherence to treatment in a Basic Health Unit of Imperatriz - MA REFERÊNCIAS BÓS, A. M. G.; BÓS, A. J. G. Determinantes na escolha entre atendimento de saúde privada e pública por idosos. Rev Saúde Publica; 38 suppl 1: 113-20. 2004. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem. Brasília: 2009. Disponível em: <http://dtr2001.saude.gov.br/sas/PORTARIAS/ Port2008/PT-09-CONS.pdf>. Acesso em: 20 de dez. 2012 BRASIL. Portaria n. 399/GM de 22 de fevereiro de 2006. Divulga o Pacto pela Saúde 2006 – Consolidação do SUS e aprova as Diretrizes Operacionais do Referido Pacto. Disponível em: <http:// dtr2001.saude.gov.br/sas/PORTARIAS/Port2006/ GM/GM-399.htm>. Acesso em: 20 de dez. 2009. COURTENAY, W.H. Construction of masculinity and their influence on men’s wellbeing: a theory of gender and health. Social Science & Medicine, vol. 50, issue 10, p. 1385- 1401, 2000. CZERESNIA. D.; FREITAS, C. M. Promoção da saúde: conceitos, reflexões, tendências. Rio de Janeiro: Fiocruz; 2003. DE KEIJZER, B. de Hasta Donde el Cuerpo Aguante: Género, Cuerpo y Salud Masculina. In: CACERES, C.; CUETO, M.; RAMOS, M.; VALLENS, S. (coord.) La Salud como Derecho Ciudadano: Perspectiva y Propuestas desde América Latina. Lima; Facultad de Salud Publica y Administración de la Universidad Peruana Cayetano Herida. 2003. pp. 137-152. FIGUEIREDO, Wagner. Assistência à saúde dos homens: um desafio para os serviços de atenção primária. Ciênc. saúde coletiva; Rio de Janeiro, v. 10, n. 1, mar. 2005. Disponível em: <http:// w w w . s c i e l o s p . o r g / s c i e l o . p h p ? s c r i p t = s c i _ a r t t e x t & p i d = S 1 4 1 3 -81232005000100017&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 15 dez. 2010. FIGUEIREDO, Wagner dos Santos; SCHRAIBER, Lilia Blima. Concepções de gênero de homens usuários e profissionais de saúde de serviços de atenção primária e os possíveis impactos na saúde da população masculina, São Paulo, Brasil. Ciênc. saúde coletiva; Rio de Janeiro, 2003 . Disponível em: 20 <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S141381232011000700025&lng=en&nrm=iso>. acesso em 16 dez. 2012. FIGUEIREDO, W. S. ; SCHRAIBER, Lilia B . Masculinidades e Saúde: construindo gênero e (des)cuidando da saúde.. In: IIIº Colóquio Internacional de estudios sobre varones y maculinidades, 2008, Medellin. IIIº Colóquio Internacional de estudios sobre varones y maculinidades, 2008. GOMES, R. Sexualidade masculina, gênero e saúde. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2008. GOMES, Romeu; NASCIMENTO, Elaine Ferreira do; ARAUJO, Fábio Carvalho de. Por que os homens buscam menos os serviços de saúde do que as mulheres? As explicações de homens com baixa escolaridade e homens com ensino superior. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 23, n. 3, Mar. 2007 . Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102311X2007000300015&lng=en&nrm=iso>. acesso em 12 dez. 2012. GOMES, Romeu et al . A atenção básica à saúde do homem sob a ótica do usuário: um estudo qualitativo em três serviços do Rio de Janeiro. Ciênc. saúde coletiva; Rio de Janeiro, v. 16, n. 11, Nov. 2011 . Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S141381232011001200024&lng=en&nrm=iso>. acesso em 16 dez. 2012. GOUVEIA, G. C et all. Health care users’ satisfacton in Brazil 2003. Cad Saúde Pública; 21 suppl 1:109-18. 2005. LAURENTI, R.; JORGE, M.H.P.M.; GOTLIEB, S.L.D. Perfil epidemiológico da morbimortalidade masculina. Ciências & Saúde Coletiva; Rio de Janeiro, v. 10, nº 1, p.35-46, 2005. MACHIN, Rosana et all . Concepções de gênero, masculinidade e cuidados em saúde: estudo com profissionais de saúde da atenção primária. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro, v. 16, n. 11, Nov. 2011 . Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S141381232011001200023&lng=en&nrm=iso>. acesso em 17 dez. 2012. MINAYO, Maria Cecília de Souza. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 8. ed. São Paulo: Hucitec, 2004. PINHEIRO, R.S et all. Gênero, morbidade, acesso e utilização de serviços de saúde no Brasil. Ciência & Saúde Coletiva, vol. 7, n. 4, p. 687-707, jan.-mar. 2002. SCHRAIBER, L.B. Eqüidade de Gênero e Saúde: o cotidiano das práticas no Programa de Saúde da Família do Recife. In: VILLELA W.; MONTEIRO S. (Org.). Gênero e saúde: Programa Saúde da Família em questão. Rio de Janeiro, ABRASCO, UNFPA, p. 39-61. 2005. 21 SILVA, A. M. R.; ANDRADE, S. M.; THOMSOM, Z. Opiniões de mães de crianças que morreram no primeiro ano de vida no Município de Londrina, Paraná, Brasil. Cad. Saúde Pública; 18 (5): 1295-1302. 2002.