ESTRATÉGIA INTENSIVA EM TECNOLOGIA APLICADA NA AVIAÇÃO EXECUTIVA: FATORES DE SUCESSO DA INDÚSTRIA AERONÁUTICA BRASILEIRA RESUMO Diante do cenário atual de competitividade as empresas necessitam estar em constante mudança, com objetivo de adaptarem-se as novas tendências e a sobreviverem aos desafios impostos pelo mercado instável e em constante transformação. Face ao exposto é preciso se antecipar as mudanças e sair na frente se quiserem ser bem sucedidos, ou elaborar um planejamento estratégico baseado nas competências chaves da empresa, a fim de buscar novos mercados e oportunidades de crescimento e superação como empresas. Este trabalho pretende mostrar a trajetória e os fatores de sucesso de uma empresa aeronáutica ao ingressar no promissor mercado de aviação executiva, buscando novos clientes e um posicionamento global e sólido neste novo negócio através de ações estratégicas e planejadas a fim de alcançar o sucesso através da introdução de produtos de alta tecnologia e alto valor agregado, estabelecendo novos patamares de qualidade, conforto e custos de operações. Também será abordada a liderança e a comunicação como fatores de sucesso na execução das ações estrategicamente planejadas, motivando os colaboradores no alcance dos objetivos estabelecidos. Palavras-chave: Estratégia, Liderança, Inovação Tecnológica. ABSTRACT Ahead the current scene of competitiveness the companies need to be in constant change, with objective to shaping the new trends and to survive to the challenges taxes for the unstable market and in constant transformation. Face to the displayed one is necessary if to anticipate the changes and to leave in the front if to want to be successful, or to elaborate an established strategical planning in the abilities keys of the company, in order to search new markets and chances of growth and overcoming as companies. This work intends to show to the trajectory and the factors of success of an aeronautical company when entering the promising market of executive aviation, searching new customers and a global and solid positioning in this new business through actions strategical and planned in order to reach the success through the introduction of products of high technology and high added value, establishing new platforms of quality, comfort and costs of operations. Also she will be boarded the leadership and the communication as factors of success in the execution of the strategically planned actions, motivating the collaborators in the reach of the established objectives. Keywords: Strategy, Leadership, Technological Innovation. . 1. INTRODUÇÃO A Embraer - Empresa Brasileira de Aeronáutica S.A. é uma das maiores empresas aeroespaciais do mundo, fundada em 19 de agosto de 1969 pelo Decreto-Lei nº 770, como empresa de capital misto, e mais tarde privatizada em 07 de dezembro de 1994 ainda com seu controle em mãos brasileiras e uma empresa de sucesso com mais de 39 anos de experiência em projeto, fabricação, comercialização e pós-venda, a Empresa já produziu cerca de 4.995 aviões, que hoje operam em 78 países, nos cinco continentes. A empresa tem uma base global de clientes e importantes parceiros de renome mundial, o que resulta em uma significativa participação no mercado. Foi a maior exportadora brasileira entre os anos de 1999 e 2001, e foi a segunda maior empresa exportadora nos anos de 2002, 2003 e 2004. Atualmente sua força de trabalho totaliza mais de 23.509 empregados, 87,7% baseados no Brasil. No ano 2000, após 30 anos com foco na aviação comercial e de defesa a Embraer anuncia sua entrada no mercado da Aviação Corporativa com o lançamento do programa Legacy, aeronave executiva baseada na bem-sucedida plataforma do ERJ 135 em duas versões: Shuttle e Executive. Este foi o primeiro passo para o então bem sucedido mercado de aviação executiva. No ano em 2001 ocorre a primeiro vôo do Legacy, e ainda neste ano a aeronave recebe sua certificação pelo CTA e em 2002 recebe sua a certificação pelo órgão europeu JAA - Joint Aviation Authorities e o órgão americano FAA - Federal Aviation Administration / USA. Após receber as certificações as vendas não param de crescer, e a aeronave se torna um sucesso no mercado de aviação executiva. Ao final de 2003, a Embraer entrega à Flight Options dos Estados Unidos quatro jatos Legacy, introduzindo o modelo em sua operação de propriedade compartilhada de aeronaves. Com plataforma robusta e projetada para a intensa utilização, o Legacy custa até 30 por cento menos para operar que os aviões da mesma classe. E o resultado disto é que a frota de aviões Legacy da Flight Options tem voado até 130 horas ao mês desde a sua entrada em serviço. Ainda neste período O Legacy registra um aumento de quase 63 por cento nas entregas de 2003 sobre o ano anterior, apesar do momento adverso vivido pelo mercado. Com investimentos acertados a Embraer entra no mercado executivo ganhando espaço, sempre se antecipando à evolução dos requisitos dos clientes e investindo continuamente para aperfeiçoar o desempenho de suas aeronaves, alguns dos avanços apresentados em 2004, foi o aumento do alcance da aeronave Legacy para 3.250 milhas náuticas (6.019 km) e a obtenção do certificado de tipo da Comunidade dos Estados Independentes (CEI), além disso, a aeronave também foi certificada pelas autoridades de aviação do Brasil e dos Estados Unidos, respectivamente o CTA e o FAA, para operar em aeroportos situados a até 8.500 pés de altitude. 2. AVIAÇÃO EXECUTIVA – FATORES DE SUCESSO A Embraer marcou sua entrada na aviação executiva no ano de 2000, com o lançamento do jato Legacy 600 na categoria super mid-size (aeronave executiva de 10 a 19 passageiros), que desde sua entrada em serviço tem sido um sucesso. Já no início de 2004, com o sucesso do Jato Legacy, Embraer se posiciona mais concretamente na aviação executiva, investindo no aperfeiçoamento do desempenho de sua aeronave e em busca de novas certificações que ampliem sua gama de operações, diante deste cenário, a Embraer prevê que a demanda global por aeronaves executivas nos próximos dez anos será de aproximadamente 6.525 aeronaves. E em meados de 2005 face às previsões a empresa anuncia o fortalecimento dos serviços de suporte ao cliente e o lançamento dos novos produtos revolucionários da categoria very light (VLJ), aeronave executiva de até 4 passageiros e light (LJ), aeronave executiva de seis a oito passageiros, que reforçam o seu compromisso com o segmento da aviação executiva. Durante a evolução dos acontecimentos nota-se que a empresa quando lançou seu primeiro produto para a aviação executiva, já tinha fortes intenções de investir pesado neste mercado, atitude que certamente está ligado a planejamento estratégico da empresa com o objetivo de conquistar sua posição neste mercado tão competitivo. De acordo com Oliveira (1999), O Planejamento estratégico tem sido uma ferramenta bastante usada pelas organizações, é através dele que normalmente a alta administração da empresa define as ações a serem tomadas e as metas a serem alcançadas, abrangendo tanto os cenários interno e externo e sua evolução esperada. Dando continuidade nos seus investimentos na aviação executiva a Embraer em meados de 2006 apresenta um jato executivo da categoria ultra-large baseado na plataforma do avião comercial EMBRAER 190. Esta é a quarta aeronave no crescente portfólio de jatos executivos da Embraer. Ainda neste a empresa anuncia o lançamento do Embraer Executive Care um abrangente programa de apoio ao cliente que sucede o atual Total Legacy Care, oferecendo uma cobertura mais ampla e incluindo todos os jatos executivos da empresa, e também a ampliação da rede de centros de serviços autorizados para seus jatos executivos nos Estados Unidos e Europa, que até meados de 2008, contará com uma rede de apoio aos clientes com sete centros de serviço próprios e 38 autorizados em todas as regiões do mundo. Trata-se de mais uma ação estratégica visando um melhor atendimento de seus clientes, ação estratégica, pois consiste em um conjunto de transformações competitivas e abordagens comerciais executadas pela alta direção para alcançar o melhor desempenho da empresa. É o planejamento da alta direção para reforçar a posição da organização no mercado, atingindo os objetivos de desempenho da empresa e promovendo a satisfação dos clientes. (THOMPSON e STRICKLAND, 2000). Andrews e Christensem (apud MONTGOMERY e PORTER, 1998) consideram estratégia uma idéia que unifica e conecta as áreas funcionais de uma empresa e relaciona o ambiente externo com suas atividades, nesta abordagem a estratégia envolve o agrupamento dos pontos fortes e fracos da empresa e suas oportunidades e ameaças apresentadas pelo ambiente externo conforme ilustrado na Figura 1. Em setembro de 2007, a Embraer estrategicamente apresenta os novos conceitos dos jatos executivos midsize (MSJ) e midlight (MLJ) durante uma coletiva com a imprensa no 60º Encontro Anual e Convenção da National Business Aviation Association (NBAA), em Atlanta, nos Estados Unidos. Reforçando sua intenção de ganhar espaço neste mercado promissor. E dezembro recebe o Prêmio FINEP 2007 de Inovação Tecnológica, na categoria Produto, pelo projeto da aeronave Phenom 100, jato executivo de pequeno porte (categoria Very Light) que combina requisitos arrojados de desempenho, conforto e design aliados a um baixo custo de operação e manutenção. Figura 1 - Esquema do Desenvolvimento da Estratégia Econômica. (MONTGOMERY; PORTER, 1998). Para a Embraer 2008 é um ano de realizações, em janeiro anuncia a entrega de 61 jatos para os segmentos de Aviação Comercial, Aviação Executiva e de Defesa e Governo no quarto trimestre de 2007 (4T07), cumprindo sua meta de entregar entre 165 e 170 aeronaves em 2007, registrando o maior número de aviões entregues em um ano na sua história, 169 jatos, tendo também registrado um novo recorde de pedidos firmes em carteira, totalizando US$ 18,8 bilhões em 31 de dezembro de 2007. Em fevereiro de 2008 reforça sua equipe de vendas de jatos executivos incorporando mais três representantes, visando atender o recente crescimento da demanda na América Latina. Ainda em fevereiro apresenta o balanço da aviação executiva divulgando a entrega de 36 jatos executivos Legacy 600 em 2007, ultrapassando a projeção feita pela Companhia em janeiro de 2007, que previa a entrega de 30 aeronaves. Este valor representou um aumento de 33% em relação a 2006 e 80% em comparação com 2005. Em março o novo Embraer Jets Center, localizado no aeroporto de Le Bourget, na França, inicia suas operações após receber o Certificado de Aprovação Part 145 da European Aviation Safety Agency (EASA) (antigo JAA) para atuar na Europa. As instalações são dedicadas exclusivamente à frota de jatos executivos da Embraer e fazem parte da rede de centros de serviço que inclui a OGMA, em Portugal, e outros quatro centros de serviço autorizados na região. Em abril de 2008, a empresa apresenta formalmente, os novos programas dos jatos executivos de sete a dez passageiros, o Embraer MSJ da categoria midsize, com alcance de 5.560 km (3.000 milhas náuticas), e o Embraer MLJ, da categoria midlight, com alcance de 4.260 km (2.300 milhas náuticas), que estarão posicionados entre o “super mid-size” Legacy 600 e “light” (LJ) Phenom 300 e que futuramente em maio chamaram Legacy 450 e Legacy 500, respectivamente, criando a família Legacy, juntamente com o bem-sucedido Legacy 600, já em operação. Em junho os jatos executivos da família Phenom (Phenom 100 e Phenom 300) e o Lineage 1000 da Embraer conquistam o prêmio IDEA/Brasil de design, a versão brasileira do prêmio IDEA/USA – uma das mais prestigiadas premiações de design do mundo. Em julho anuncia o projeto de implantação de duas novas unidades industriais – uma dedicada à fabricação de estruturas metálicas usinadas e outra à fabricação de conjuntos em materiais compósitos, ambas localizadas na cidade de Évora, em Portugal. Em setembro inaugura o hangar de 4.431 metros quadrados (47.700 pés quadrados) no Aeroporto Phoenix-Mesa Gateway, na cidade de Mesa, Estado do Arizona, nos Estados Unidos. A nova instalação presta serviços completos para todos os jatos executivos da Companhia, com exceção do Lineage 1000. Em outubro inaugura o hangar no Aeroporto International Bradley, em Windsor Locks, Estado de Connecticut, ainda neste mês a joint venture para treinamento entre a CAE e a Embraer, a Embraer CAE Training Services (ECTS), anunciam o lançamento dos primeiros programas de treinamento de pilotos e de técnicos para a aeronave Phenom 100, a se realizar nas instalações da CAE, em Dallas, Estado do Texas, Estados Unidos, ainda em outubro inaugura o terceiro centro de serviços próprio para jatos executivos nos Estados Unidos. Localizado no Aeroporto Internacional Ft. Lauderdale - Hollywood, no Estado da Flórida, as instalações de última geração, com 5.156 metros quadrados, oferecerem suporte completo para os todos os jatos executivos da empresa. 2.1 Inovações Tecnológicas como Fator de Sucesso Atualmente no mercado competitivo o avanço tecnológico tem sido um fator decisivo para sobrevivência das empresas, muitas delas investem pesado na inovação tecnológica a fim de sair na frente na corrida pela conquista dos clientes. De acordo Fleury (1999) ao partir de uma analise ampla da situação atual temos a incerteza, competição e mudança como “palavras de ordem”, ou seja, estas palavras decorrem da ampliação gradativa da capacidade produtiva mundial, que induziu a exasperação da competição, à incessante procura de inovações de produtos e serviços para garantir os clientes, a permanente busca por novos mercados e a racionalização das atividades para aperfeiçoar custos e preços. A inovação é caracterizada pela busca, descoberta, experimentação, desenvolvimento, reprodução e adoção de novos produtos, processos e novas técnicas organizacionais, e se divide em dois tipos: inovação radical e inovação incremental. A inovação radical pode ser entendida como a introdução de um novo produto, processo ou formas organizacionais da produção, capaz de causar uma ruptura estrutural com o padrão tecnológico vigente, originando novas indústrias, setores e mercados. Já a inovação incremental entende-se pelas melhorias nos produtos, processos ou organização da produção das empresas e não alteram a estrutura industrial. (DOSI, 1988 apud MARION; SONAGLIO, 2007). A inovação também é um processo absolutamente revolucionário na condição de desenvolvimento econômico, sendo representada pelas novas combinações de produção descontinuadas, substituindo assim a tradicional forma de competição, a competição de preços. O autor ainda distingue crescimento e desenvolvimento econômico. Considera o crescimento um processo contínuo e gradual, e o desenvolvimento econômico como um fenômeno de “mudança espontânea e descontínua nos canais de fluxo, perturbação do equilíbrio que altera e desloca para sempre o estado de equilíbrio previamente existente”. Logo é instável é não ocorre no espaço como um todo e, sim, em clusters localizados, desenvolvendo alguns setores em função da perda de outros. (SCHUMPETER, 1982 apud MARION; SONAGLIO, 2007). A definição Schumpeteriana ainda distingue a inovação em cinco tipos: inovação de produtos e de processo, utilização de nova matéria prima, inovação organizacional e abertura de novo mercado. Desta maneira, a inovação envolve todo o processo que inclui a invenção e sua efetiva incorporação no sistema econômico de modo transformá-lo, enquanto que o termo invenção descreve simplesmente à criação de novos artefatos técnicos ou mesmo organizacional. Daí decorre a necessidade da associação entre inovação e desenvolvimento econômico. (SCHUMPETER, 1985 apud NICOLAU; PARANHOS, 2006). Conforme Nicolau e Paranhos (2006) podemos de maneira moderna distinguir o processo de inovação em quatros esferas: a esfera da ciência, a esfera da produção, a esfera da tecnologia e a esfera do mercado. • A esfera da ciência é aquela que se encontra nas universidades, centros de pesquisa e laboratórios das grandes empresas; • A esfera da tecnologia é aquela centrada nos laboratórios de P&D das empresas; • A esfera da produção é aquela representada pelas linhas de produção das empresas; • A esfera do mercado é aquela que envolve as atividades de distribuição e marketing e o próprio consumo final. As interações entre essas quatro esferas do processo econômico são bidirecionais, ou seja, ocorrem nos dois sentidos, como é ilustrado na Figura 2. Etapas Endógena: inovação incremental Etapa Exógena: inovação radical Ciência Tecnologia Produção Mercado Figura 2 – Etapas da Inovação. (NICOLAU; PARANHOS, 2006). As esferas científica e tecnológica são responsáveis por fornecer tecnologias e protótipos para o setor produtivo e para o mercado, enquanto que no fluxo inverso, o mercado e os problemas de produção é que fornecem temas de pesquisa e de desenvolvimento para as esferas tecnológica e científica. Na aviação executiva isto não é diferente, a incerteza dos mercados, a concorrência com outras empresas e as mudanças de requisitos e exigências dos clientes e que regem as ações e os comportamentos das empresas, que freqüentemente apresentam como frutos da inovação produtos com tecnologia de ponta para atrair os clientes que estão cada vez mais exigentes. A Embraer em 2000 deu seu primeiro passo para o ingresso neste mercado lançou o Legacy 600 seu primeiro produto executivo baseado na plataforma do ERJ 135, herdando toda a tecnologia utilizada na aviação comercial, com a exceção do interior e os sistemas de entretenimento dando inicio a sua trajetória tecnológica neste novo mercado que é a aviação executiva. As trajetórias tecnológicas são determinadas por estratégias das empresas resultados da tomada decisão a partir de trade-offs durante o processo de inovação, combinando fatores técnicos e econômicos dentro de um regime tecnológico. (DOSI, 1988 apud NICOLAU; PARANHOS, 2006). O regime tecnológico é definido pelo nível e tipo de condições de oportunidade e apropriabilidade, pela cumulatividade do conhecimento tecnológico, pela natureza do conhecimento e pelos meios de transmissão e comunicação de conhecimento. (BRESCHI; MALERBA, 1997 apud NICOLAU; PARANHOS, 2006, p. 132). A indústria aeronáutica oferece uma ilustração para a noção de trajetória tecnológica. Por exemplo, a construção de um avião apresenta trade-offs entre economia de combustível e velocidade: um avião com asa menor será mais veloz e terá maior consumo de combustível, por outro lado, um avião com asa maior terá menos velocidade e consumirá menos combustível. A viabilidade dos dois produtos depende da utilização do produto final. A aeronáutica por exemplo, necessitará de aviões mais rápidos, enquanto uma companhia área comercial preferirá um avião mais econômico, Portanto, possibilidades tecnológicas e de mercado são variáveis determinantes de uma determinada trajetória tecnológica. Diante de um mercado promissor e muito atraente a empresa decidiu pela inovação e investiu em novos produtos que pudessem alavancar sua participação no mercado de aviação executiva. Inovação, pois de acordo com a PAEP do SEAD (Pesquisa da Atividade Econômica Paulista da Fundação Sistema de Análise de Dados) corresponde à introdução de novos produtos na linha de produção da empresa ou a modificações tecnológicas dos mesmos, ao contrário do que define o autor está inovação também inclui questões de estética e de estilo. E caracteriza uma inovação de produto de natureza significativa, porque se refere aos produtos inteiramente novos que apresentam características tecnológicas ou de uso e finalidade que os distinguem dos demais já produzidos até então. (QUADROS et al., 1999). E em 2005 com o lançamento dos jatos Phenom 100 e Phenom 300 aeronaves executivas da categoria VLJ e LJ respectivamente a empresa reforça seu posicionamento. O Phenom 100 projetado para transportar confortavelmente quatro passageiros na configuração executiva típica (club seat configuration), foi primeiro a ser desenvolvido, utilizou o software de engenharia CATIA V5 em seu desenvolvimento, realizou seu primeiro vôo em julho de 2007. Após o vôo, os pilotos relataram que todas as manobras e ensaios foram executados conforme previsto e que ficaram muito impressionados com o desempenho, as características de vôo, com o conforto e ergonomia excepcionais da cabine de pilotagem. Sendo o melhor da sua classe, o Phenom 100 atende os requisitos imprescindíveis em seu projeto, como conforto superior, desempenho excepcional e baixo custo de operação, oferecendo aos pilotos e passageiros conforto e estilo sem paralelo em suas categorias, dando a sensação de ambiente agradável e relaxante que é ainda mais enfatizada pelas amplas janelas e comodidade proporcionada pela cabine, a maior de sua classe. A cabine de pilotagem e baseada nos sistemas aviônicos da Garmin, que são completamente integrados e inteiramente digitais e permitem a operação por apenas um piloto, denomina Prodigy, a cabine de comando oferece aos pilotos mais vantagem do que qualquer outro conjunto de aviônicos no mercado possui três monitores intercambiáveis de 12 polegadas, sendo dois monitores primários de vôo (PFD – Primary Flight Display) e um monitor de função múltipla (MFD – Multi-Function Display). Todas as informações primárias sobre vôo, navegação, comunicação, topologia, tráfego, meteorologia, instrumentação dos motores e sistemas de alerta da tripulação são integrados pelo sistema que apresenta a informação consolidada nos três monitores coloridos de alto brilho e plenamente legíveis à luz do sol. O jato foi construído para alta utilização e disponibilidade e para garantir segurança e confiabilidade adicionais, o mesmo oferecerá um sistema brake-by-wire com a funcionalidade antiderrapante na configuração padrão. O amplo compartimento de bagagem, com capacidade total de 1,56 metros cúbicos (55 pés cúbicos), é suficientemente espaçoso para acomodar as malas e equipamentos de golfe e esqui. Equipado com dois motores PW617F-E da Pratt & Whitney Canada, com 1.695 libras de empuxo cada e quatro ocupantes a bordo desenvolve uma velocidade máxima de Mach 0,70, possui um alcance de 1.178 milhas náuticas (2.182 quilômetros ou 1.356 milhas), com reservas NBAA IFR (35 minutos de espera e 100 milhas náuticas de alternativo) e tem capacidade de voar a 12.497 metros (41 mil pés), atingidos em subidas diretas, mesmo com peso máximo. Além do mais, o Phenom 100 foi projetado para decolagens e pousos em pistas curtas, e para voar à velocidade máxima de Mach 0.70, ou 390 ktas (true air speed). E todas estas características permitem que os clientes voem sem escalas de Nova York a Miami; Paris a Atenas; São Paulo a Buenos Aires; e de Taipei a Tóquio a um custo operacional menor que o de aeronaves concorrentes, incluindo turboélices. Com um preço de US$ 3,6 milhões para certificação da FAA, US$ 3,65 milhões para certificação da ANAC e US$ 3,68 milhões para a certificação da EASA, de acordo com as condições econômicas de janeiro de 2009, o Phenom 100 certamente é um sucesso. Seus primeiros clientes o casal James e Elizabeth Frost que receberam seu avião no dia 24 de dezembro de 2008 ficaram muitos satisfeitos. De acordo com Elizabeth Frost “O Phenom 100 é rápido, fácil e divertido de se pilotar. Voá-lo por ocasião do treinamento no Texas e no Brasil proporcionou-me grande satisfação em muitos anos. Desejávamos um avião com o qual pudéssemos divertir nossa família e nossos amigos, em rápidas viagens entre Houston e Colorado, assim como outros destinos, e com amplo espaço para bagagem. O sistema aviônico Prodigy é realmente fácil de operar e muito amigável, sempre propiciando total consciência situacional do vôo.” Segundo James Frost “O Phenom 100 é fabuloso! O alto nível de automação o torna um ótimo jato para operação por um único piloto e, como proprietário-operador, estou fascinado pela fenomenal cabine de pilotagem. O Phenom 100 é capaz de completar nossa missão padrão utilizando menos combustível e em muito menos tempo que o turboélice que estará substituindo.” ”Estamos ansiosos para tirar partido dos benefícios do avançado projeto digitais da aeronave, gerando menores custos de manutenção e menos tempo parados.” Afirmou James Frost. Ao todo, o projeto, o desenvolvimento, a certificação, e a primeira entrega do Phenom 100 levaram aproximadamente três anos e meio, um feito significativo para este tipo de indústria. Isto demonstra que a empresa está no caminho certo e tão logo será referência no mercado da aviação executiva. 3. CONCLUSÃO Com a diversidade de produtos para aviação executiva a Embraer certamente é uma empresa de sucesso que aos poucos vem conquistando seu espaço, e tudo isto só foi possível pelo grande investimento em inovação tecnológica e pela competência de seus executivos, como o ex Diretor-Presidente Mauricio Botelho um líder imprescindível na criação da Embraer de hoje, que de 1994 a 2007 realizou um excelente trabalho, transformado a empresa e uma organização de presença global e que é motivo de orgulho para muitos brasileiros. Pois a liderança é fator importante na transformação das empresas é ela que dá a uma organização, sua visão e capacidade para transformar essa visão em realidade (BENNIS, apud CAVALCANTI et al., 2007). É ela que dá um propósito ao esforço coletivo e provoca o desejo de despender este esforço para se atingir o objetivo e também exerce influência pessoal em determinada situação e através do processo de comunicação, contribui para alcance de um objetivo específico ou objetivo. (YUKL, apud CAVALCANTI et al., 2007). E é esta liderança que o Mauricio Botelho exercia sobre os seus empregados através de seus discursos, expondo as ações e os avanços da empresa durante sua trajetória e assim conquistando a confiança de seus colaboradores o que resultou no alcance dos objetivos da empresa e seu posicionamento atual. Com jatos executivos como o Phenom 100 (VLJ), Phenom 300 (LJ), Legacy 450 (MLJ), Legacy 500 (MSJ), Legacy 600, bem como o Lineage 1000, estando posicionados no topo de suas categorias, oferecendo espaço e conforto superiores, desempenho excelente e baixo custo operacional, garantindo a satisfação das necessidades dos clientes e por meio de seu posicionamento justificando a larga aceitação de seus produtos no mercado que confirma o comprometimento com seus clientes. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CAVALCANTI, V. L.; CARPILOVSKY, M.; LUND, M.; LAGO, R. A. Publicações FGV Management Liderança e motivação. 2. ed. Rio de Janeiro: FGV, 2007. EMPRESA BRASILEIRA DE AERONAUTICA. Histórico: Linha do tempo. Disponível em: <http://www.embraer.com.br/timeline/portugues/> Acessado em 15 Mar. 09. FLEURY, A. Gerenciamento do Desenvolvimento de Produtos na Economia Globalizada. Anais do 1º. Congresso Brasileiro de Gestão de Desenvolvimento de Produto. Belo Horizonte. UFMG. 1999. 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