O que você deve saber sobre
PRONOMES POSSESSIVOS E DEMONSTRATIVOS
Os pronomes possessivos estabelecem relação de posse entre o
possuidor e o ser possuído. Os demonstrativos determinam as
pessoas gramaticais e indicam a posição no tempo e no espaço das
expressões, das orações e dos seres em geral.
I. Pronomes possessivos
 Meu irmão ainda é um pré-adolescente.
 Nossos pais são advogados.
Classificação dos pronomes possessivos
PRONOMES POSSESSIVOS E DEMONSTRATIVOS
I. Pronomes possessivos
Concordância do pronome possessivo
 Seu irmão e sua irmã são advogados?
 Suas ideias são sempre ousadas.
PRONOMES POSSESSIVOS E DEMONSTRATIVOS
(gênero)
(número)
I. Pronomes possessivos
Semântica do pronome possessivo
Pronomes possessivos pospostos ao substantivo
 Tive conhecimento de informações suas.
Pronomes possessivos antepostos ao substantivo
 Tive conhecimento de suas informações.
PRONOMES POSSESSIVOS E DEMONSTRATIVOS
I. Pronomes possessivos
Emprego de alguns pronomes possessivos
 Pedro deve ter seus trinta anos. (indeterminação numérica)
 Viu com seus olhos.
(valor enfático)
 Não faça isso, seu estúpido!
(valor negativo ou depreciativo)
 João nada tinha de seu e mesmo assim não se abatia. (valor reflexivo)
 Quem sai aos seus não degenera. (valor substantivo)
 É isso mesmo, meu amigo, vou ajudá-lo nessa luta.
(noção de intimidade ou tratamento cerimonioso)
PRONOMES POSSESSIVOS E DEMONSTRATIVOS
I. Pronomes possessivos
 O petróleo e seus derivados são importantes para o crescimento
econômico de muitos países. (valor de origem e fonte)
 Aquele é o meu irmão. (noção pontual, específica)
 Aquele é meu irmão.
(noção genérica. É provável que haja outro(s) irmão(s).)
 Nossa! Que bagunça é essa?
(função de interjeição, por derivação imprópria)
PRONOMES POSSESSIVOS E DEMONSTRATIVOS
I. Pronomes possessivos
Ambiguidade dos pronomes possessivos
 Gostei muito da atuação do Robert De Niro naquele filme, João!
Seu estilo é fantástico.
A quem se refere o pronome possessivo seu nesse período? Ao
estilo de Robert De Niro ou ao estilo de João?
PRONOMES POSSESSIVOS E DEMONSTRATIVOS
I. Pronomes possessivos
Relação entre pronomes possessivos e pronomes
pessoais e de tratamento
 Aquela criança chutou-me a perna. (pronome pessoal oblíquo =
pronome possessivo / me = minha perna)
 Seu Pedro é um senhor bastante distinto e solitário. (pronome
possessivo = pronome de tratamento / seu = senhor)
PRONOMES POSSESSIVOS E DEMONSTRATIVOS
II. Pronomes demonstrativos
 Nasci em 1970. Nesse ano o Brasil foi tricampeão do mundo.
(noção temporal)
 Aquele é o garoto a que me referia.
(noção espacial)
Classificação dos pronomes demonstrativos
PRONOMES POSSESSIVOS E DEMONSTRATIVOS
II. Pronomes demonstrativos
Pronomes demonstrativos e noções espacial e
temporal
 Esta caneta que uso é importada.
(proximidade de quem se manifesta)
 Nesta tarde estou trabalhando demais. (presente)
 Por isso, nesta noite vou descansar bastante. (futuro)
 Essa camisa que está usando é nova?
(proximidade da pessoa a quem se dirige o manifestante)
 Essa noite dormi mal. Não vejo a hora de chegar em casa e
dormir cedo.
(tempo passado ou relativamente próximo em relação à primeira
pessoa do discurso)
PRONOMES POSSESSIVOS E DEMONSTRATIVOS
II. Pronomes demonstrativos
Pronomes demonstrativos e noções espacial e
temporal
 Aquele rapaz do outro lado da rua é seu irmão?
(distância da primeira pessoa do discurso ou de ambos os interlocutores)
 Aquele ano de 1970 foi inesquecível para o futebol brasileiro.
(tempo passado distante)
PRONOMES POSSESSIVOS E DEMONSTRATIVOS
II. Pronomes demonstrativos
Pronomes demonstrativos e noções espacial e
temporal
Observação
Empregados no plural, os pronomes demonstrativos indicam
tempo passado ou futuro e noções temporais imprecisas.
 Um dia destes viajarei com vocês. (tempo futuro impreciso)
 Um dia desses vi o Pedro no clube. (tempo passado impreciso)
Se empregados no singular, indicam tempo presente ou momento
pontual.
 Os alunos estavam na maior algazarra; nisso chegou o diretor.
PRONOMES POSSESSIVOS E DEMONSTRATIVOS
II. Pronomes demonstrativos
Pronomes demonstrativos e discurso textual
 O problema é este: a assombrosa impunidade!
(referência ao que será enunciado)
 A assombrosa impunidade: é esse o problema!
(referência ao que foi enunciado)
(referência a termos imediatamente
mencionados no discurso)
 João e Pedro foram ao cinema, este de casaco vermelho,
aquele de blusa verde. (referência a termos mais distantes)
PRONOMES POSSESSIVOS E DEMONSTRATIVOS
II. Pronomes demonstrativos
Emprego de alguns pronomes demonstrativos
 Sei o que eles fizeram. (Sei aquilo que eles fizeram.)
 Nem tudo o que dizem é verdade.
(Nem tudo isso ou aquilo que dizem é verdade.)
 Eles mesmos reconhecem isso?
 Eles próprios são os mandantes?
PRONOMES POSSESSIVOS E DEMONSTRATIVOS
EXERCÍCIOS ESSENCIAIS
1
(UFSCar-SP)
Autoestima
“Fiz a cirurgia com 16 anos. Não fiz pelas outras pessoas, fiz para me olhar no espelho e me sentir bem (...) Eu sinto como se
o meu corpo tivesse absorvido o silicone, como se o peito fosse meu mesmo. E é: meu pai pagou, e ele é meu.”
C. S., 17, sobre cirurgia plástica que fez nos seios.
Folha de S.Paulo, 3 ago. 2004.
Refletindo sobre o emprego dos pronomes possessivos, responda:
a) Como, no texto, pode ser definido o sentido de posse presente na
expressão “como se o peito fosse meu mesmo”?
RESPOSTA:
O sentido de posse de “como se o peito fosse meu mesmo” diz
respeito à pertinência, e não à propriedade. Como se o peito
fizesse parte do corpo.
b) E como pode ser definido o sentido de posse na expressão “E é:
meu pai pagou, e ele é meu”?
RESPOSTA:
No caso de “meu pai pagou, e ele é meu”, a posse relaciona-se à
propriedade, ou seja, por pagar se é dono.
PRONOMES POSSESSIVOS E DEMONSTRATIVOS — NO VESTIBULAR
EXERCÍCIOS ESSENCIAIS
2
(UFV-MG, adaptado)
(...)
Habitante de outra galáxia
aceita corresponder-se com o menino
do planeta azul.
O mundo deste habitante é todo
feito de vento e cheira a jasmim.
Não há fome nem há guerra,
e nas tardes perfumadas
as pessoas passeiam de mãos dadas
e costumam rir à toa.
Nesta galáxia ninguém faz a morte,
ela acontece naturalmente,
como o sono depois da festa.
Os habitantes não mentem
e por isso os seus olhos
brilham como riachos.
O habitante de outra galáxia
aceita trocar selos e figurinhas
e pede ao menino
que encha os bolsos de esperanças,
e não só os bolsos, mas também as mãos,
e os cabelos, a voz, o coração
que a doença do planeta azul
ainda tem solução.
MURRAY, Roseana. Folhinha, 19 jun. 2004.
Leia o trecho a seguir, retirado do texto: “e por isso os seus olhos brilham como riachos”.
O pronome ISSO está substituindo uma informação que já apareceu
no poema. Qual é ela?
RESPOSTA:
O pronome está substituindo a informação de que os habitantes
da outra galáxia não mentem (não são mentirosos).
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EXERCÍCIOS ESSENCIAIS
5
(UEL-PR)
A frase em que se emprega corretamente o pronome em destaque é:
a) Ninguém sabe PORQUE, ele se recusa a assinar o recibo.
b) Deu-me algumas razões, CUJAS me pareceram inconsistentes.
c) Por favor, vá dizer a VOSSA EXCELÊNCIA que já chegamos.
d) O delegado chamou o detento para LHE interrogar.
e) Li o poema, analisei-LHE os versos, mas nada entendi.
RESPOSTA: E
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EXERCÍCIOS ESSENCIAIS
6
(ITA-SP)
O emprego de “o mesmo”, comumente criticado por gramáticos, é usado, muitas vezes, para evitar repetição de palavras ou
ambiguidade. Aponte a opção em que o uso de “o mesmo” não assegura clareza na mensagem.
a) Esta agência possui cofre com fechadura eletrônica de retardo, não
permitindo a abertura do mesmo fora dos horários programados.
(Cartaz em uma agência dos Correios)
b) A reunião da Associação será na próxima semana. Peço a todos que
confirmem a participação na mesma. (Mensagem, enviada por e-mail,
para chamada dos associados para uma reunião)
c) Antes de entrar no elevador, verifique se o mesmo se encontra
parado neste andar. (Lei 9.502)
d) Após o preenchimento do questionário para levantamento de
necessidade de treinamento, solicito a devolução do mesmo a este
Setor. (Ofício de uma instituição pública)
e) A grama é colhida, empilhada e carregada sem contato manual,
portanto a manipulação fica restrita à descarga do caminhão
manualmente ao lado do mesmo. (Folheto de instruções para plantio
de grama na forma de tapete de grama)
RESPOSTA: B
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EXERCÍCIOS ESSENCIAIS
10
(FGV-RJ, adaptado)
(...) “O Brasil para ser feliz não tem necessidade de tratados com nação alguma, pois basta somente proteger a agricultura,
animar a indústria manufatureira, libertar o comércio, e franquear seus portos ao mundo inteiro. O Brasil não precisa dos
favores da Inglaterra.” Poucas linhas atrás, Mello Moraes via com esperança o aumento das nossas (ref. 8) exportações de
café para os Estados Unidos. O espírito de 1808, que rompera com o monopólio português, demandava agora seu pleno
desdobramento. Nada de entraves.
Na esteira do processo de integração pós-colonial dos países latino-americanos, o Brasil deveria realizar o princípio mais geral
do sistema dando o maior raio possível de ação, legal ou ilegal, a quem de direito: ao senhor do café, ao senhor de engenho e
aos seus agenciadores da força de trabalho, os traficantes.
Para a classe dominante, o óbice maior não vinha, então, do nosso Estado constitucional, que representava o latifúndio e dele
se servia; o obstáculo era interposto pela nova matriz internacional, o novo exclusivo, a Inglaterra. Entende-se a reivindicação
do mais desbridado laissez-faire; entende-se a hostilidade que despertava entre os proprietários o controle da sua (ref. 7)
nação por um Estado estrangeiro.
Mas como o denominador ideológico comum era o liberalismo econômico, que conhece na época a sua fase áurea, só restava à
retórica escravista uma saída para o impasse: mostrar que as ideias mestras da doutrina clássica, porque justas, deveriam
aplicar-se com justeza às circunstâncias, às peculiaridades nacionais.
BOSI, Alfredo. Dialética da colonização. 3. ed.
São Paulo: Cia. das Letras, 1992. p. 209-210.
Na referência 7, nota-se que o pronome possessivo SUA se opõe ao pronome NOSSAS (ref. 8). Esse uso de SUA, no texto, é
um recurso do autor para demonstrar que os proprietários:
a) Eram, realmente, os donos da nação.
b) Comportavam-se como se fossem os donos da nação.
c) Como brasileiros, sentiam-se coproprietários da nação.
d) Sentiam-se coproprietários da nação e deveriam agir como tais.
e) Não deveriam sentir-se coproprietários da nação, mas deveriam
agir como tais.
RESPOSTA: B
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