Universidade de Évora Mestrado Integrado em Medicina Veterinária Ano Lectivo 2011/2012 Unidade Curricular: Medicina Preventiva e Saúde Pública Incêndio rural- Análise de risco Docentes: Professora Drª Manuela Vilhena Professor Dr. Raúl Vargas Elaborado por: Ana Lourenço, nº23250 Mariana Dias, nº23640 19 Abril de 2012 Classificação do desastre Natural: quando o homem não intervém; Artificial: resultado da acção do homem. Análise de Risco A análise de risco é uma ferramenta que facilita a tomada de decisões, fornecendo informações sobre o risco de introdução de agentes que afectam negativamente a saúde, através do comércio de animais, produtos e subprodutos de origem animal. Análise de Risco Segundo a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE): Identificação inicial do perigo que pode afectar uma população específica; Avaliação do risco envolvido, que implica a descrição das características desse risco e sua determinação; Gestão do risco ao estabelecer medidas para a sua prevenção e/ou controlo; Comunicação do risco, suas características e gestão, aos diversos grupos de interesse envolvidos. Os três primeiros ocorrem em sequência, e o quarto, em paralelo com eles. Análise de Risco Componentes da Análise de Risco Identificação do perigo Avaliação do risco Gestão do risco Comunicação do risco Análise de Risco Identificação do perigo Probabilidade da ocorrência de incêndio/fogo em meio rural. Análise de Risco Avaliação do risco A avaliação de riscos é um processo sistemático que avalia a probabilidade de um de risco ingressar, se disseminar ou se estabelecer, bem como o efeito adverso que pode causar na população. Os componentes do processo de avaliação de risco incluem: Identificar a população em risco: necessário identificar a população susceptível, assim como a cadeia de eventos que determinariam a manifestação dos danos; Determinar a probabilidade de entrada: considerar a susceptibilidade, sobrevivência, local de origem, sistemas produtivos utilizados, sistemas de vigilância, etc; Análise de Risco Avaliação do risco Determinar a probabilidade de exposição - a exposição é definida como a oportunidade na qual o perigo entra em contacto com a população susceptível; Determinação do impacto ou as consequências da entrada - na Saúde pública: mortalidade, morbidade; Saúde Animal: perda de produtividade; Saúde Ambiental: diminuição da biodiversidade, introdução de espécies exóticas) e impacto Político e / ou económico. Estimativa final do risco. Análise de Risco Avaliação do risco Identificação da população em risco: - População humana Fauna/Flora Factores de risco: -Natureza biofísica: o Declive o Exposição solar o Distância às linhas de água -Humanização: o Densidade demográfica o Densidade de pastoreio o Ocupação do solo -Infra-estruturas: o Distância à rede rodoviária o Visibilidade dos postos de vigia Análise de Risco Avaliação do risco Consequências: - Diminuição da biodiversidade; - Impacto ambiental: poluição, perda de florestação, efeito de estufa, erosão do solo; - Saúde pública (problemas respiratórios principalmente em crianças e idosos, problemas cardíacos e do sistema nervoso, cefaleias, náuseas, intoxicações, alergias, maior ocorrência de cancro, até morte); - Impacto económico: gastos com bombeiros e equipas de socorro; perda bens particulares e comunitários; reflorestação pós-incêndio. Análise de Risco Gestão do risco A gestão de riscos é o processo de exame, selecção e implementação de acções sanitárias, a fim de diminuir o risco ou perigo associado ao produto ou bem, contemplando a implementação e execução de tais acções sociais, exigências legais e custos económicos. Detecção do risco: Identifica o problema, estabelece o perfil de risco, classifica o perigo para efeitos de prioridades de avaliação e gestão e estabelece a política de avaliação de risco. Avaliação das opções da “gestão de risco”: Identifica as opções disponíveis, selecciona as opções preferidas e determina a opção final. Implementação das decisões de gestão: Aplica no terreno os procedimentos e as técnicas de controlo activo. Monitorização e revisão: Avalia a eficácia das medidas. Análise de Risco Gestão do Risco Prevenção primária: Plano de zonas de risco: realizado em todo o país, tendo por base parâmetros como o índice de vegetação, declive do terreno, condições climáticas, histórico de fogos anteriores de forma a saber quais as zonas críticas. Campanhas educativas: Educação ambiental através da consciencialização e sensibilização das populações - risco de fogueiras e queimadas, identificação das zonas e períodos do ano onde é permitido a sua realização, confirmar se as fogueiras e queimadas são controladas e se ficam correctamente apagadas, não atirar cigarros para os campos. Limpeza dos campos: principalmente nas épocas de maior risco. Análise de Risco Gestão do Risco Prevenção primária: Monitorização meteorológica: Temperatura, humidade relativa do ar, ventos, pluviosidade são variáveis significativas na ocorrência dos fogos. Plano de Maneio do Fogo: estabelecer regulamentos e normas para se evitar incêndios nestas áreas. Parques que estejam protegidos do fogo (rodeado de zonas lavradas – linhas de fogo, com pouca vegetação à volta), acesso a grandes quantidades de água para usar em caso de incêndio (lagos, tanques, poços). Obras e equipamentos: Construção ou abertura de caminhos internos e externos, construção de caminhos internos para facilitar o acesso a pontos estratégicos dentro dos campos, construção de pequenas barragens no interior dos campos, construção de torres de observação; queimadas prescritas. Análise de Risco Gestão do Risco Prevenção secundária: Apurar responsabilidades - determinar se o incêndio ocorreu de forma natural ou com a intervenção do homem, averiguar os custos e prejuízos dos envolvidos – eventualmente atribuição de subsídios. Alimentos e rações - armazenados em locais protegidos em caso de incêndio. Recursos humanos disponíveis: bombeiros, polícia, médicos, médicos veterinários, psicólogos. Análise de Risco Gestão do Risco Prevenção secundária: Papel do Médico – Veterinário Observação, tratamento ou encaminhamento dos animais afectados para Centros de Atendimento médico-veterinário ou Centros de Recuperação e Reabilitação; Recolha e destruição de cadáveres; Integrar equipas multidisciplinares (veterinários, biólogos, ambientalistas) na recuperação dos ecossistemas. Avaliar se a zona poderá ser novamente povoada, avaliando o estado do habitat e os recursos disponíveis para a manutenção das espécies em causa; Análise de Risco Gestão do Risco Acções de resposta imediata: Acções que permitam minimizar os estragos e abram caminho à recuperação – lavrar as terras. Acções de recuperação: Que reponham no mais curto espaço de tempo possível, o nível de vida anterior ou o melhorem – atribuição de subsídios, reflorestação, reconstrução habitações perdidas. Pretende-se recuperar as áreas de elevado valor ambiental percorridas por incêndios rurais / florestais, estabelecendo mecanismos de monitorização e implementando medidas e acções de contenção do solo e recuperação do coberto vegetal. Análise de Risco Comunicação de risco Transmitir informações através de todo o processo de análise, com mensagens que permitam a qualquer pessoa ou parte interessada tomar as melhores decisões possíveis para o seu bem-estar, dada uma situação de risco. O processo envolve a divulgação dos perigos, riscos e medidas para o seu controlo, a todas as partes envolvidas na utilização ou introdução do bem ou produtos objecto de análise. Análise de Risco Comunicação de risco Entidades envolvidas: - Bombeiros , Polícia, Representantes da Protecção civil, Guarda Florestal, imprensa e comunidade no geral. Informar: - Acerca da probabilidade de ocorrência de incêndios, bem como das alturas do ano e zonas em que esta é mais elevada. - Sensibilização para a aplicação das medidas tomadas e para a importância dos comportamentos de risco consequências que daí poderão advir. Ministério do Ambiente e do Ornamento do Território Segundo o Ministério do Ambiente e do Ornamento do Território, pode constatar-se que no ano de 2010: • No mês de Outubro, fora do denominado período crítico de incêndios, arderam 778 ha o que corresponde a 4,3 % do total de área ardida durante todo o ano. Distribuição do tipo de incêndio por tipo de causa 16 35 76 198 2 • Durante o período crítico de incêndios, no mês de Agosto, a área ardida foi de 16 997, 30 ha, o que corresponde a mais de 92 % do total de área ardida durante todo o ano. Uso do fogo 36 Acidentais 5 Estruturais • O valor máximo do número de incêndios Incêndiarismo registou-se no mês de Agosto, com 133 Naturais incêndios o que corresponde a cerca de 36% Indeterminadas do total de incêndios registados durante todo Sem registo o ano. Bibliografia Ministério do Ambiente e do Ornamento do Território, Relatório dos Incêndios rurais e florestais na Rede Nacional de áreas protegidas, 2010. Consultado em 13 de Abril de 2012. Disponível em: http://portal.icnb.pt/NR/rdonlyres/57081AD9-B619-4219BB37-8754455D7C92/0/Relat_Inc_rur_RNAP_2010.pdf; Terras de Bouro, Plano distrital de Combate Distrital de Combate a Incêndios apresentado no Governo Civil. Consultado em 12 de Abril de 2012. Disponível em: http://terrasbouro.blogspot.pt/; Formação incêndios rurais e florestais. Consultado em 12 de Abril de 2012. Disponível em: http://www.bvcamarate.com/incendios-r-f.php.