QUARTA-FEIRA 14 NOVEMBRO 2012 www.imobiliario.publico.pt SUPLEMENTO COMERCIAL DR PUBLICIDADE Rede de lojas Arrenda na Hora especializa-se no arrendamento A rede de franchising já tem 10 lojas e vai abrir mais três até ao final do ano. Em 3013, a meta são as 25 aberturas. p04 Novo QREEN vai apoiar a melhoria do ambiente urbano e a regeneração física e económica das comunidades urbanas mais desfavorecidas Novo QREN 2014-20 é uma oportunidade para a reabilitação urbana em Portugal Pelo menos 5% dos recursos do FEDER serão concedidos a cada Estado Membro, para ações de desenvolvimento urbano, refere a consultora Strategy XXI p03 Este suplemento é parte integrante do jornal PÚBLICO e não pode ser vendido separadamente Compra de habitação para arrendamento anima mercado em Gondomar Os investidores continuam a comprar casas para colocar no mercado do arrendamento. Contudo, procuram imóveis com preços baixos, que rondam os 50 mil euros. p06 02 Opinião IMOBILIÁRIO 14 NOVEMBRO 2012 Um Porto que saiba atravessar o Rio Douro e a Circunvalação A melhor vista da Montanha do Pico, na ilha açoriana homónia, é aquela que se vê da cidade da Horta, na Ilha do Faial, e a melhor vista do Porto Luís Lima aquela que vê quem “vem e atravessa o rio junto à Serra do Pilar”, no feliz verso de Carlos Tê que Rui Veloso canta. Numa Reforma Administrativa serena, a Serra do Pilar ficaria no Porto, num Porto margem Sul, e até – quem sabe – Matosinhos Sul, que o imobiliário chegou a baptizar de Foz Nova, poderia vir a ser também Porto, um Porto Norte. Tudo isto seria pacificamente aceitável se bem discutido. E se há sector sensível para estas nuances, o Numa Reforma imobiliário é Administrativa serena, do um deles. a Serra do Pilar Num quadro de ordenamenficaria no Porto, num to harmonioso Porto margem Sul, do território, o e até – quem sabe – peso subjectivo que resulta da Matosinhos Sul, que localização de o imobiliário chegou um imóvel não a baptizar de Foz varia significativamente se o Nova, poderia vir a se ergue ser também Porto, um imóvel na margem direiPorto Norte ta ou na margem esquerda de um rio, como acontece em Budapeste, relativamente ao Danúbio, mas não acontece entre o Porto e Gaia relativamente ao Douro. Senti tudo isto quando, há dias, visitei em Gaia um empreendimento imobiliário de elevadíssima qualidade, com vistas soberbas, que está a ser comercializado a preços artificialmente esmagados, fruto de algumas estratégias e alguns erros bem comuns no presente, mas também fruto da circunstância de se erguer na margem esquerda. A polémica Reforma Administrati- va Local, pelo menos em zonas rurais onde a extinção de freguesias volatilizará a presença do Estado, seria muito menos polémica se mobilizasse forças para uma discussão serena em torno das potencialidades que se abrem com outro ordenamento territorial de regiões como a do Grande Porto. Quem, nascido em Gaia ou em Matosinhos, para citar apenas dois municípios do Grande Porto, quiser dizer de onde é, a alguém que acaba de conhecer, longe da terra natal, no estrangeiro ou mesmo em Portugal, tem a natural tendência para referir que é do Porto, sem qualquer sombra de pecado. Esta é a lógica normal da consolidação das grandes cidades. Budapeste, a capital da Hungria que acima citei, nasceu em 1873 da fusão de Buda, na margem direita, com Peste, na margem esquerda do Rio Danúbio, um dos mais famosos da Europa, atravessado naquela zona por dez pontes. O Rio Douro, entre Porto e Gaia, já tem seis pontes, mas ainda não conseguiu encontrar as dinâmicas de desenvolvimento de um espaço administrativo único que sabe integrar um rio, como o Douro ou como o Danúbio, olhando-o não como um muro de águas profundas que separa mas como mais uma ponte que une. Tal como a cidade de Budapeste – a sexta maior da União Europeia - que é hoje muito mais do que a soma do que seriam Buda e Peste se se tivessem mantido separadas como até 1873, também o Porto, alargado à margem Sul do Douro e até para Norte da Estrada da Circunvalação, pode ser muito mais do que a soma destas partes. Presidente da APEMIP e Presidente da CIMLOP Confederação da Construção e do Imobiliário de Língua Oficial Portuguesa [email protected] Refundir o sector da Construção e do Imobiliário A Construção e o Imobiliário são atividades com forte capacidade de movimentar a maior parte das indústrias do nosso país, e, consequenTeresa Ramos temente, criar postos de trabalho e Pinto colmatar o défice de emprego que penaliza as famílias e tanto preocupa a classe política. Ouvirmos falar de medidas que promovam as indústrias de novas tecnologias e maior competitividade, embora de forma vaga e com pouco conteúdo, é algo a que já estamos habituados e que muito nos satisfaz. Contudo, a atividade da construção e do imobiliário não tem sido objeto da atenção da classe política, senão quando a palavra reconstrução vem à baila em discursos de quem a acha essencial, mas não tem muita ideia do que efetivamente se trata nem como pode“A atividade da rá acontecer. construção e do Eram muiimobiliário não tem sido tas as empresas que trabalhavam objeto da atenção da neste sector que classe política, senão entraram em faquando a palavra lência ou encerraram por falta reconstrução vem à de meios, embaila em discursos purrando para o de quem a acha desemprego não só os que lá laessencial, mas não como tem muita ideia do que boravam, outros que não efetivamente se trata estando diretamente ligados, nem como poderá trabalhavam nas acontecer empresas que faziam parte do que habitualmente chamamos a fileira da construção. Existe demasiada legislação neste sector, mas nunca houve a preocupação de avaliar o impacto económico e financeiro que da sua aplicação poderia resultar. E como consequência vivemos num dilema; os investidores não se sentem cativados para investir, os potenciais compradores não têm meios para usufruir do bem mais essencial para as suas famílias, “uma casa condigna para habitar”. Se descermos à terra, facilmente deparamos com graves problemas sociais, com cidades que foram luminosas mas precisam urgentemente de cuidados para cativarem quem lá vive ou quem as visita, e que com algumas medidas concretas seria possível atingir o que tanto desejamos, potenciar a criação de emprego e tornar o sector da construção economicamente viável. As associações cujas empresas associadas trabalham nesta área têm a noção das pequenas alterações que poderiam ser introduzidas, a fim de criar as sinergias necessárias de modo a inverter a situação. Nas últimas décadas foram impostas políticas incorretas, que hoje demonstram como algumas práticas erradas podem degenerar em situações futuras de difícil solução. Sem analisar o passado não podemos construir um futuro sustentável e justo. A AICE - Associação dos Industriais da Construção de Edifícios está pronta para, com a experiencia de 40 anos que adquiriu com os seus associados, colaborar de uma forma transparente na construção de um futuro próspero para o Sector da Construção e do Imobiliário. Pertencemos a um Universo, e só juntos podemos ambicionar um Mundo melhor. Presidente da AICE PUBLICIDADE Não perca a Nova App NOVO GRÁTIS VINews mobile é a nova App da Vida Imobiliária que lhe permite ter acesso gratuito às últimas notícias, português, brasileiro e angolano. Os seus imóveis agora também na VINews mobile! IMOBILIÁRIO 14 NOVEMBRO 2012 Atualidade 03 QREN 2014-20 é uma oportunidade para a reabilitação urbana em Portugal Pelo menos 5% dos recursos do FEDER serão concedidos a cada Estado Membro, para ações de desenvolvimento urbano, refere a Strategy XXI DR Elisabete Soares Numa altura em o sector da construção e do imobiliário procura desesperadamente salvar o que resta deste mercado, procurando canalizar as verbas do atual Quadro Comunitário de Apoio – QREN - que não foram utilizadas nas grandes obras públicas, para a reabilitação urbana -, as novidades sobre as linhas de orientação do novo ciclo de programação comunitária 2014-2020 são muito positivas para Portugal. De acordo com uma newsletter publicada pela consultora Strategy XXI - especializada em reabilitação urbana -, “entre as prioridades de investimento anunciadas nos documentos FEDER e Fundo de Coesão e no documento Desenvolvimento Urbano Sustentável Integrado, encontram-se a melhoria do ambiente urbano e a regeneração física e económica das comunidades urbanas mais desfavorecidas, através do desenvolvimento de economias locais sustentáveis e inclusivas”. Assim, adianta o documento, “a importância atribuída à dimensão urbana e à territorialização das políticas sectoriais privilegiando as intervenções integradas de base territorial, encontra-se expressa num conjunto de orientações, contidas nos instrumentos fundamentais da política de coesão 2014-20 já disponíveis, principalmente o Marques da Silva considera que o novo QREN é uma oportunidade para o país de demonstração e estudos relacionados de interesse europeu. Reforço do sector privado Orçamento e o Pacote Legislativo, e, em particular, nas prioridades do FEDER”. Na opinião de José Marques da Silva, gestor da Strategy XXI, “pelo menos 5% dos recursos do FEDER serão concedidos a cada Estado membro, para ações de desenvolvimento urbano sustentável integrado; para a sua implementação será criado um novo instrumento financeiro colocado à disposição dos Estados Membros - Investimento Territorial Integrado (ITI), cuja gestão ficará a cargo das cidades e que irá permitir e encorajar a mobilização de vários fundos (FEDER, FSE e FC), favorecendo amplamente a implementação de estratégias integradas de carácter multidimensional”. O responsável da consultora refere que, neste momento, há um conjunto de outras orientações já definidas. Trata-se, na sua opinião, “da criação de uma Plataforma de Desenvolvimento Urbano constituída por cidades a selecionar em cada um dos Estados Membros com o objectivo de promover o diálogo sobre desenvolvimento urbano, estimular ações integradas e inovadoras de desenvolvimento sustentável, em meio urbano, e explorar os resultados obtidos. Simultaneamente, o FEDER pode, por iniciativa da Comissão, apoiar este tipo de ações até ao limite de 0,2% do envelope total deste Fundo. Estas ações incluem projetos-piloto urbanos, projetos A Strategy XXI adianta que, “este quadro coloca especial enfase no reforço do papel das cidades na política de coesão, bem como no nível de governação local e, em particular, na constituição de parcerias com forte capacidade mobilizadora de vontades e recursos organizadas em torno de um programa estratégico de base local”. Em Portugal, a aprovação do novo Regime Jurídico da Reabilitação Urbana (Decreto-Lei n.º 307/2009 de 23 outubro, alterado pela Lei nº 32/2012, de 14 de agosto), constitui um marco importante nas políticas e na gestão urbana, alargando a abrangência da reabilitação quer em termos do seu objeto quer em termos territoriais. Como elemento diferenciador destaca-se, ainda, o maior envolvimento e compromisso dos privados (proprietários e investidores) o que comporta um novo desafio para estes, decorrente dos seus direitos e deveres (o dever de assegurar a reabilitação de imóveis num quadro de programação pública), mas, também, no plano da concertação de interesses (públicos e privados). Immochan investe 110 milhões de euros no Alegro Setúbal Elisabete Soares A Immochan, imobiliária do grupo Auchan, avança com a construção de mais um centro comercial da marca Alegro. Com um investimento adicional de 110 milhões de euros, dos quais 70 milhões de euros dizem respeito às obras da galeria comercial, o Alegro Setú- bal é a mais recente aposta, depois de Alfragide e Castelo Branco. As obras arrancam durante o mês de novembro e a abertura ao público está prevista para o segundo semestre de 2014. Tal como nos projetos anteriores, o Alegro nasce da ampliação da galeria comercial do Jumbo de Setúbal que completa este ano o seu 20.º aniversário e que irá surgir também ele renovado, sem nunca deixar de estar em funcionamento. O projeto cumpre os principais requisitos que se prendem com a integração na envolvente, em termos ambientais e sustentabilidade. Para além disso privilegia a redução de consumos energéti- cos, o conforto ambiental para o cliente, bem como a preservação de espécies vegetais, criando mais zonas verdes e espaços de encontro e convívio. Este projeto integra uma área de lazer com uma área de entretenimento, restaurantes temáticos e inovadores, bem como um health club e 10 salas de cinema da última geração. Nova lei das rendas entrou em vigor A nova lei das rendas entrou em vigor, esta segunda-feira, mas a sua aplicação efetiva, aos mais de 255 mil contratos com rendas antigas, ainda não está garantida. Falta publicar, em Diário da República, um conjunto de diplomas que vêm regulamentar aspetos específicos, mas fundamentais, para um conjunto alargado de contratos. Tratase da definição das novas regras de cálculo do rendimento anual bruto corrigido (RABC), necessário para os agregados que venham a alegar carência económica — uma boa parte dos atuais arrendatários. Outro diploma importante prende-se com a criação do balcão do arrendamento, que pretende agilizar as ações de despejo. Para além dos diplomas já aprovados em Concelho de Ministro, mas que ainda não foram promulgados pelo Presidente da República, outra limitação tem a ver com a atualização das rendas antigas — anteriores a 1990, no caso das habitações, e a 1995, para os estabelecimentos comerciais — só pode fazer-se no caso de imóveis já reavaliados com base no CIMI – Código do Imposto Municipal sobre Imóveis. CBRE vende edifício no Arquiparque A CBRE foi a consultora imobiliária responsável pela venda de um edifício situado no Arquiparque, em Miraflores, a um family office português. O edifício de 2.500 m2 de área de escritórios e 54 lugares de estacionamento será a futura sede da Sovena, uma referência no mercado global do azeite, pertencente ao grupo Nutrinveste. O Arquiparque foi o 1ºoffice park de Lisboa, criado no princípio da década de 90, onde atualmente estão sediadas muitas empresas de grande prestígio nacional e internacional. “A venda deste imóvel e a vinda da Sovena para o Arquiparque confirmam a atualidade deste parque de escritórios, que continua a ser um empreendimento atual e uma excelente opção para muitas empresas”, salienta André Almada, diretor dos departamentos de agência de escritórios, comércio e industrial e logística da CBRE. 04 Arrendamento e Reabilitação IMOBILIÁRIO 14 NOVEMBRO 2012 DR Consultório Jurídico O arrendamento passou a ser uma opção para muitos casais Rede de lojas Arrenda na Hora especializa-se no arrendamento Elisabete Soares A atual conjuntura económica e a consequente diminuição da venda de casas, por força da dificuldade dos bancos em conceder crédito, vão impulsionar, nos próximos anos, o crescimento do mercado do arrendamento. Foi com esta convicção que um grupo de empresários, ligados à área financeira e ao franchising, avançou com a criação da rede de lojas Arrenda na Hora. O novo conceito de empresa - que surge no mercado com o objectivo de encontrar melhores soluções de arrendamento e prestar serviços complementares - foi lançado no iniciou deste ano, mas, até ao momento, já abriu 10 lojas, seis na Grande Lisboa e quatro no Grande Porto. De acordo com António Marques, administrador da empresa, “até ao final do ano vamos abrir mais três novas lojas, uma delas no Funchal e duas no continente”. Para 2013 o projeto de abertura de lojas ainda é mais ambicioso. “Em 2013 queremos abrir 25 lojas”, refere o responsável. O modelo de franchising assenta na “seleção de empresários com perfil de empreendedores e com grande garra na área comercial”, diz. Em termos de direito de ingresso o montante de entrada é de 12.500 euros, que dá direito à formação inicial, aos manuais, ao software de apoio, ao acesso ao site e às parcerias e protocolos da rede Arrendar na Hora. A abertura das lojas e as obras ficam a cargo dos empresários. Contudo, António Marques, garante que o master franchising apoia na procura do local, faz o acompanhamento das obras e na escolha do mobiliário, tendo optado por uma solução low cost igual em todas as lojas. Depois de um período de carência de três meses, os empresários passam a pagar uma taxa mensal de 500 euros, parte como royalties e outra parte como taxa de publicidade. Prestação de serviços global A rede Arrendar na Hora quer ter uma palavra numa ótica de presta- ção de serviços de arrendamento. “Acreditamos que através da especialização encontraremos as melhores soluções de arrendamento e serviços complementares para proprietários e inquilinos”, salienta. Assim, as lojas Arrenda na Hora estão preparadas para prestar soluções personalizadas e ajustadas à realidade atual, complementadas por um vasto leque de serviços, como a requisição de água, luz, internet, realização de obras ou pedidos financiamento. Um leque de serviços que poderão ser prestados tanto a proprietários como a arrendatários. No caso dos proprietários as tarefas vão desde a gestão e aconselhamento; documentação contratual; análise de risco inquilino; certificação energética, até aos seguros e ao crédito. No caso dos inquilinos, para além do contrato de arrendamento e da documentação, pode abranger o kit de instalação, água/luz/telefone/ TV/Internet, aos serviços multi-casa (mudanças/canalizador/carpinteiro/ eletricista). A Abreu Advogados inicia hoje uma colaboração regular com o Público Imobiliário. Esta colaboração para a Abreu Advogados faz todo o sentido, pois o jornal Público é reconhecidamente um projeto de excelência em Portugal a que temos o gosto de nos associar. Através desta colaboração propomo-nos abordar questões jurídicas que possam interessar à vasta audiência dos leitores do jornal Público. Tentaremos cuidar de temas reais com que se defrontam regularmente as pessoas, como o arrendamento, a reabilitação urbana, as obras, a aplicação da poupança e o financiamento, a tributação, etc. tratando estas questões numa perspetiva do seu esclarecimento. O sector do imobiliário é um sector central no dia-a-dia das pessoas, desde a habitação - “lar doce lar”, “minha casa meu castelo”- ao local de trabalho - onde passamos uma parte significativa das nossas vidas - ao supermercado e ao centro comercial - onde nos aprovisionamos - ao hotel ou empreendimento turístico - onde desfrutamos momentos de lazer - os imóveis ocupam sempre um lugar central da vida social e são um dos principais ativos do investimento das famílias e das empresas. De todas as aplicações possíveis (imobiliário, ações, obrigações e outros ativos financeiros, metais preciosos) o investimento em imóveis continua a ser, historicamente, aquele que demonstra maior estabilidade. Em Portugal de acordo com dados do Banco de Portugal os imóveis continuem a ser o ativo preferido para o investimento dos portugueses, cerca de 50% do total da riqueza das famílias, está aplicada em imóveis. Até agora sobretudo para habitação própria e segunda habitação, no futuro, espera-se, para arrendar, cada vez mais, como investimento das poupanças. O crescimento exponencial do crédito ao sector do imobiliário a que assistimos durante vários anos, a que não terão sido alheias as facilidades de acesso e as baixas taxas de juro, trouxe um crescimento do endividamento e agora incumprimento no crédito ao sector. A atividade do sector está a retrair-se sem precedentes, a atividade de construção vêse obrigada a procurar outros mercados. No mercado interno a construção de novas habitações quase que parou, depositando-se alguma esperança no mercado da reabilitação urbana, sobretudo nas cidades. Todas estas alterações que assistimos na nossa sociedade, como a maior esperança de vida - hoje em dia devido ao progresso da medicina e dos serviços de saúde os portugueses vivem mais anos – mas, as famílias têm em média menos filhos nos últimos anos o número de óbitos foi superior ao número de nascimentos! Todas estas alterações tão vastas e difusas têm também consequências nas relações jurídicas. Sendo a nossa atividade na área do direito, estamos atentos a estas alterações com repercussão na esfera jurídica dos imóveis e dos titulares das relações que se estabelecem à volta deles. A título de exemplo e invocando alterações recentes na legislação com interesse para a vasta audiência do Público, poderemos referir a revisão do regime jurídico do arrendamento urbano, o novo regime jurídico da reabilitação urbana e o regime jurídico em obras em prédios arrendados. Será, pois, nesta vertente da resposta a questões prática dos leitores do Público Imobiliário que nos propomos colaborar, esperando assim contribuir para um maior esclarecimento dos aspetos jurídicos relativas aos imóveis. Rui Peixoto Duarte, [email protected] abreuadvogados.com PUBLICIDADE 06 Oportunidades IMOBILIÁRIO 14 NOVEMBRO 2012 Compra de habitação para arrendamento anima mercado em Gondomar Arrendamento Opinião José Araújo E Os investidores continuam a comprar casas para colocar no mercado do arrendamento. Contudo, procuram imóveis com preços baixos, que rondam os 50 mil euros DR Cidade em análise Elisabete Soares A compra de casas, especialmente, por parte dos investidores, para colocar no mercado do arrendamento é, neste momento, um dos negócios com alguma expressão no concelho de Gondomar. A convicção das empresas de mediação contatadas é que a aquisição de casas, por parte dos investidores e alguns proprietários, que resultam, especialmente, das retomas dos bancos, permite que o mercado apresente algum dinamismo, concretizado em algumas vendas de frações. De acordo com Abílio Alves, da Dialves House, “os investidores procuram, essencialmente, casas usadas com preços que vão até aos 50 mil euros, que resultam da retoma dos bancos”. Na sua opinião, são casas, sobretudo, usadas que precisam de algumas obras e que, depois, são colocadas no mercado do arrendamento, onde, neste momento, a oferta a valores mais baixos, continua a existir. Este mercado é limitado pelos valores de aquisição, já que se destina ao mercado do arrendamento onde os valores de renda também são baixos. Também o responsável da Dialprogresso, mediação imobiliária, está de acordo que o mercado continua a ser animado pela oferta que resulta das retomas dos bancos, sendo que, na sua opinião, a par dos investidores, aparecem alguns particulares que compram as frações com dinheiro das suas poupanças. Arminda Azeredo, da Azeredo &Sousa, confirma o interesse dos investidores na aquisição de apartamentos usados, destinados ao arrendamento. Na sua opinião, o agravamento dos impostos, anunciada pelo governo, especialmente do IMI (Imposto Municipal de Imóveis), está a levar os investidores a um compasso de espera, de forma a confirmarem se haverá, ou não, alterações significativas nos valores das taxas a pagar ao Estado. Adverte, no entanto, que quem procura casa para comprar ou arrendar, quer um produto barato. No entanto, os responsáveis das Gondomar foi um dos concelhos do Grande Porto que registou grande crescimento de habitação mediadoras alertam para o facto de a procura de casa para arrendamento, neste concelho, apresentar alguns sinais de abrandamento. Esta situação prende-se com o facto de os casais, devido a atual situação económica das famílias, apresentarem cada vez mais dificuldade em pagar os valores de renda e optarem, sempre que têm essa possibilidade, a ir viver com os pais ou outros familiares. Excesso de casas à venda Gondomar foi um dos primeiros concelhos da Área Metropolitana do Porto que cedo apresentou sinais de que havia um excesso de casas à venda no mercado, especialmente de apartamentos T2 e T3. Na opinião de quem constrói e vende na zona, a queda das vendas começou a verificar-se há cinco, seis anos, resultando daí, promotores que acabaram por nem sequer concluir a construção dos prédios e das moradias. De acordo com a Confidencial Imobiliária o número de fogos em oferta nas 12 freguesias do concelho é de 5.669, sendo que 2.393 se localizam em Rio Tinto, uma das freguesias mais populosas do con- celho de Gondomar. Basta referir que a oferta disponível no concelho de Gondomar o coloca no 10º lugar a nível nacional. Curiosamente, a oferta de habitação na freguesia de Rio Tinto assume um destacado quarto lugar, quando comparada com o número de frações das outras freguesias do país. 5660 Oferta de fogos, sendo que 63% são usados No que se refere à estrutura da oferta por estado do uso verifica-se que, na média das várias freguesias, 63% dos fogos são usados, e só 37% são novos. No caso da freguesia de Rio Tinto os fogos usados ultrapassam os 65% do total. Quanto à estrutura da oferta, por tipologia, temos que no concelho de Gondomar quase metade são T2, que representam 41,8% do total. Seguem-se os apartamentos T3, com 23,7%, e as moradias até T3, com 12,7%. Considerando isoladamente a freguesia de Rio Tinto constata-se que os apartamentos T2 representam 42,3%, seguido dos T3, com 28%. As moradias T4 ou superior e os apartamentos T1 surgem com 10%, para cada um. Na análise da dinâmica de absorção e valorização da habitação, conclui-se que no ano passado foram vendidas 859 casas em todo o concelho, sendo que 386 aconteceram em Rio Tinto. O tempo de absorção desta oferta é significativo, já que cada fração tem um tempo médio de venda de 14 meses. É visível que a procura de imóveis, a nível do concelho, incide especialmente sobre os usados (65%), sendo, ainda, mais significativa no caso de Rio Tinto onde aumenta para 69%. No que toca à oferta de frações para arrendamento verifica-se que, a nível do concelho, situa-se nos 278 e, em Rio Tinto, é de 159. Os preços rondam os 4 euros/m2, na média das várias freguesias do concelho, sendo de 5 euros/m2 em Rio Tinto. Recorde-se que a média nacional é de 7 euros/m2. ntrou finalmente em vigor a nova lei do arrendamento da qual se espera um avanço importante para a dinamização e recuperação do mercado imobiliário. É uma lei positiva no equilíbrio que promove entre os aumentos de rendas, o ritmo das suas atualizações e a proteção aos mais carenciados. A definição de uma taxa de imposto liberatória é também uma conquista importante e equilibra os investimentos em imobiliário com os investimentos em produtos financeiros. Estes fatores devem começar a proporcionar um mercado animado por aforradores / investidores que procurem yields interessantes para o investimento e por jovens à procura de uma primeira habitação, onde o arrendamento se adequa à mobilidade atual exigida pelas oportunidades de emprego. Também as dificuldades económicas existentes e a reduzida liquidez para novo crédito, dinamizam implicitamente o arrendamento em vez da compra de habitação. A oferta de imóveis para arrendamento habitacional é ainda limitada e espartilhada por um número elevado de proprietários, sem intervenientes com dimensão a operarem neste mercado, pese embora a existência de alguns fundos de investimento imobiliário e outras instituições com habitações para arrendar. A procura destes imóveis está aumentar mas os preços parecem estar a baixar. É estranho mas parece ser a situação de crise que está a regular o mercado e não a lei da oferta e da procura. Esperamos que a nova lei vá mostrar a sua utilidade para que o arrendamento seja uma verdadeira opção para todos os operadores. Prescreve a nova lei que “o processo de despejo se pode iniciar se o inquilino não pagar a renda 2 meses seguidos” (atualmente 3 rendas). O atraso no pagamento da renda passa a ser razão de cessação do contrato se “durante 5 meses seguidos ou 5 alternados existir atraso de mais de 8 dias, no período de um ano”. Espera-se, assim, acelerar as situações de despejo, embora tal possa levar a um aumento dos litígios. Será a Justiça capaz de ser mais rápida e eficaz? A eficácia do novo modelo de arrendamento fica agora muito dependente do sistema judicial e das soluções específicas de cobrança, garantia e execução que se avizinham, agilizado que está no seu regime pelas recentes alterações legislativas. Millennium bcp IMOBILIÁRIO 14 NOVEMBRO 2012 Oportunidades 07 Oportunidades Mais Oportunidades Millennium na área de imobiliário de millenniumbcp.pt. Marque as suas visitas através da linha M Imóveis 707 91 20 20 (atendimento personalizado das 10h-22h). Gondomar Índice confidencial imobiliário Apartamentos Edifício Concórdia 110 105 (Ref. 22035+22226) 100 Freguesia de Valbom 205.000 euros Apartamento T3 com 160 m2 + 31 m2 de área dependente. 95 90 1.º T 2005 2.º T 2012 (Ref. 22033+22224) Freguesia de Valbom 245.000 euros Apartamento T4 com 191 m2 + 62 m2 de área dependente. Perfil demográfico Concelho de Gondomar Perfil sociodemográfico Valor Ranking nacional 132 212º 168.027 12º Área (km2) População (n.º) Densidade populacional (n.º/km2) 1274 17º Famílias (n.º) 61.480 13º N.º de fogos 73.473 14º Valor médio de oferta/m2 Total 2.º T de 2012 A I C O Edifício Concórdia, localizado na Avenida Escritor Costa Barreto, dispõe de uma paisagem deslumbrante sobre o Rio Douro e uma envolvente única. Trata-se de um condomínio com jardins, court de ténis, piscina e ancoradouro privativo. Atualmente o Edifício Concórdia ainda tem disponível para venda habitações do tipo T3 e T4. As duas referências em cima são alguns exemplos de habitações com valores promocionais até 30 de novembro. K L J Apartamento (Ref. 56424) E D B Freguesia de Fânzeres Base de licitação: 45.000 euros H G F A Baguim do Monte H Melres 900€ – 1200€ B Covelo I Rio Tinto 1200€ – 1400€ C Fânzeres J São Cosme 1400€ – 1600€ D Foz do Sousa K São Pedro da Cova E Jovim L F Lomba Valbom Sem informação G Medas 600€ – 900€ (Este imóvel irá a leilão em 23/11/2012, na Sucursal Gaia Câmara do Millennium bcp) Apartamento T2 com área de 94 m2 + 12 m2 de área dependente. Fica localizado na Rua do Repelão, 346, R/C Habitação 2, em Fânzeres. Apartamento (Ref. 62141) Freguesia de Fânzeres 79.000 euros Licenciamento de novas habitações Dinâmica de promoção nova Valor Ranking nacional N.º novos fogos licenciados (acum. 2007-09) 887 26º N.º fogos com DCR emitido (acum. 2009-10 ) 600 40º % de 1 quarto ou inferior 2% % de 2 quartos 22% % de 3 quartos 54% % de 4 quartos ou superior 23% % com certificação A ou A+ 61% Apartamento T3 com 122 m2 + 27 m2 de área dependente, lugar de garagem, arrumos e varanda. Fica localizado na Rua Egas Moniz 102, 1º Esq-Fte, em Fânzeres.