QUARTA-FEIRA 14 NOVEMBRO 2012 www.imobiliario.publico.pt
SUPLEMENTO COMERCIAL
DR
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Rede de
lojas Arrenda
na Hora
especializa-se no
arrendamento
A rede de franchising já
tem 10 lojas e vai abrir
mais três até ao final do
ano. Em 3013, a meta
são as 25 aberturas.
p04
Novo QREEN vai apoiar a
melhoria do ambiente urbano
e a regeneração física e
económica das comunidades
urbanas mais desfavorecidas
Novo QREN 2014-20
é uma oportunidade
para a reabilitação urbana
em Portugal
Pelo menos 5% dos recursos do FEDER serão concedidos a cada Estado Membro, para
ações de desenvolvimento urbano, refere a consultora Strategy XXI p03
Este suplemento é parte integrante do jornal PÚBLICO e não pode ser vendido separadamente
Compra de
habitação
para
arrendamento
anima
mercado em
Gondomar
Os investidores
continuam a comprar
casas para colocar
no mercado do
arrendamento.
Contudo, procuram
imóveis com preços
baixos, que rondam os
50 mil euros. p06
02 Opinião IMOBILIÁRIO 14 NOVEMBRO 2012
Um Porto que saiba
atravessar o Rio Douro
e a Circunvalação
A
melhor
vista
da
Montanha do Pico, na
ilha açoriana homónia,
é aquela que se vê da cidade da Horta, na Ilha
do Faial, e a melhor vista do Porto
Luís Lima
aquela que vê quem “vem e atravessa o rio junto à Serra do Pilar”,
no feliz verso de Carlos Tê que Rui
Veloso canta.
Numa Reforma Administrativa serena, a Serra do Pilar ficaria no Porto,
num Porto margem Sul, e até – quem
sabe – Matosinhos Sul, que o imobiliário chegou a baptizar de Foz Nova,
poderia vir a ser também Porto, um
Porto Norte. Tudo isto seria pacificamente aceitável se bem discutido. E se há sector sensível para
estas nuances, o
Numa Reforma
imobiliário é
Administrativa serena, do
um deles.
a Serra do Pilar
Num quadro
de ordenamenficaria no Porto, num
to harmonioso
Porto margem Sul,
do território, o
e até – quem sabe –
peso subjectivo
que resulta da
Matosinhos Sul, que
localização de
o imobiliário chegou
um imóvel não
a baptizar de Foz
varia significativamente se o
Nova, poderia vir a
se ergue
ser também Porto, um imóvel
na margem direiPorto Norte
ta ou na margem
esquerda de um
rio, como acontece em Budapeste,
relativamente ao Danúbio, mas não
acontece entre o Porto e Gaia relativamente ao Douro.
Senti tudo isto quando, há dias,
visitei em Gaia um empreendimento imobiliário de elevadíssima qualidade, com vistas soberbas, que está
a ser comercializado a preços artificialmente esmagados, fruto de algumas estratégias e alguns erros bem
comuns no presente, mas também
fruto da circunstância de se erguer
na margem esquerda.
A polémica Reforma Administrati-
va Local, pelo menos em zonas rurais
onde a extinção de freguesias volatilizará a presença do Estado, seria
muito menos polémica se mobilizasse forças para uma discussão serena
em torno das potencialidades que se
abrem com outro ordenamento territorial de regiões como a do Grande
Porto.
Quem, nascido em Gaia ou em
Matosinhos, para citar apenas dois
municípios do Grande Porto, quiser
dizer de onde é, a alguém que acaba
de conhecer, longe da terra natal, no
estrangeiro ou mesmo em Portugal,
tem a natural tendência para referir
que é do Porto, sem qualquer sombra de pecado.
Esta é a lógica normal da consolidação das grandes cidades. Budapeste, a capital da Hungria que acima citei, nasceu em 1873 da fusão
de Buda, na margem direita, com
Peste, na margem esquerda do Rio
Danúbio, um dos mais famosos da
Europa, atravessado naquela zona
por dez pontes.
O Rio Douro, entre Porto e Gaia,
já tem seis pontes, mas ainda não
conseguiu encontrar as dinâmicas
de desenvolvimento de um espaço
administrativo único que sabe integrar um rio, como o Douro ou como
o Danúbio, olhando-o não como um
muro de águas profundas que separa
mas como mais uma ponte que une.
Tal como a cidade de Budapeste
– a sexta maior da União Europeia
- que é hoje muito mais do que a soma do que seriam Buda e Peste se se
tivessem mantido separadas como
até 1873, também o Porto, alargado
à margem Sul do Douro e até para
Norte da Estrada da Circunvalação,
pode ser muito mais do que a soma
destas partes.
Presidente da APEMIP e Presidente da CIMLOP
Confederação da Construção e
do Imobiliário de Língua Oficial
Portuguesa
[email protected]
Refundir o sector
da Construção
e do Imobiliário
A
Construção
e
o
Imobiliário são atividades com forte capacidade de movimentar a
maior parte das indústrias do nosso país, e, consequenTeresa Ramos
temente, criar postos de trabalho e
Pinto
colmatar o défice de emprego que
penaliza as famílias e tanto preocupa a classe política.
Ouvirmos falar de medidas que
promovam as indústrias de novas
tecnologias e maior competitividade,
embora de forma vaga e com pouco
conteúdo, é algo a que já estamos
habituados e que muito nos satisfaz.
Contudo, a atividade da construção
e do imobiliário não tem sido objeto
da atenção da classe política, senão
quando a palavra reconstrução vem
à baila em discursos de quem a acha
essencial, mas não tem muita ideia
do que efetivamente se trata
nem como pode“A atividade da
rá acontecer.
construção e do
Eram muiimobiliário não tem sido tas as empresas
que trabalhavam
objeto da atenção da
neste sector que
classe política, senão
entraram em faquando a palavra
lência ou encerraram por falta
reconstrução vem à
de meios, embaila em discursos
purrando para o
de quem a acha
desemprego não
só os que lá laessencial, mas não
como
tem muita ideia do que boravam,
outros que não
efetivamente se trata
estando diretamente ligados,
nem como poderá
trabalhavam nas
acontecer
empresas que
faziam parte do
que habitualmente chamamos a fileira da construção.
Existe demasiada legislação neste
sector, mas nunca houve a preocupação de avaliar o impacto económico
e financeiro que da sua aplicação poderia resultar. E como consequência
vivemos num dilema; os investidores
não se sentem cativados para investir, os potenciais compradores não
têm meios para usufruir do bem mais
essencial para as suas famílias, “uma
casa condigna para habitar”.
Se descermos à terra, facilmente
deparamos com graves problemas
sociais, com cidades que foram luminosas mas precisam urgentemente
de cuidados para cativarem quem lá
vive ou quem as visita, e que com algumas medidas concretas seria possível atingir o que tanto desejamos,
potenciar a criação de emprego e
tornar o sector da construção economicamente viável.
As associações cujas empresas associadas trabalham nesta área têm a
noção das pequenas alterações que
poderiam ser introduzidas, a fim de
criar as sinergias necessárias de modo a inverter a situação.
Nas últimas décadas foram impostas políticas incorretas, que hoje demonstram como algumas práticas erradas podem degenerar em situações
futuras de difícil solução.
Sem analisar o passado não podemos construir um futuro sustentável
e justo.
A AICE - Associação dos Industriais
da Construção de Edifícios está pronta
para, com a experiencia de 40 anos
que adquiriu com os seus associados,
colaborar de uma forma transparente
na construção de um futuro próspero
para o Sector da Construção e do Imobiliário. Pertencemos a um Universo,
e só juntos podemos ambicionar um
Mundo melhor.
Presidente da AICE
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IMOBILIÁRIO 14 NOVEMBRO 2012 Atualidade 03
QREN 2014-20 é uma
oportunidade para a
reabilitação urbana em Portugal
Pelo menos 5% dos recursos do FEDER serão concedidos a cada Estado Membro,
para ações de desenvolvimento urbano, refere a Strategy XXI
DR
Elisabete Soares
Numa altura em o sector da construção e do imobiliário procura
desesperadamente salvar o que
resta deste mercado, procurando
canalizar as verbas do atual Quadro
Comunitário de Apoio – QREN - que
não foram utilizadas nas grandes
obras públicas, para a reabilitação urbana -, as novidades sobre
as linhas de orientação do novo ciclo de programação comunitária
2014-2020 são muito positivas para
Portugal.
De acordo com uma newsletter
publicada pela consultora Strategy
XXI - especializada em reabilitação
urbana -, “entre as prioridades de
investimento anunciadas nos documentos FEDER e Fundo de Coesão
e no documento Desenvolvimento
Urbano Sustentável Integrado, encontram-se a melhoria do ambiente urbano e a regeneração física e
económica das comunidades urbanas mais desfavorecidas, através do
desenvolvimento de economias
locais sustentáveis e inclusivas”.
Assim, adianta o documento, “a
importância atribuída à dimensão
urbana e à territorialização das
políticas sectoriais privilegiando
as intervenções integradas de base territorial, encontra-se expressa
num conjunto de orientações, contidas nos instrumentos fundamentais da política de coesão 2014-20
já disponíveis, principalmente o
Marques da Silva considera
que o novo QREN é uma
oportunidade para o país
de demonstração e estudos relacionados de interesse europeu.
Reforço do sector privado
Orçamento e o Pacote Legislativo,
e, em particular, nas prioridades
do FEDER”.
Na opinião de José Marques da
Silva, gestor da Strategy XXI, “pelo
menos 5% dos recursos do FEDER
serão concedidos a cada Estado
membro, para ações de desenvolvimento urbano sustentável integrado; para a sua implementação
será criado um novo instrumento financeiro colocado à disposição dos
Estados Membros - Investimento
Territorial Integrado (ITI), cuja gestão ficará a cargo das cidades e que
irá permitir e encorajar a mobilização de vários fundos (FEDER, FSE e
FC), favorecendo amplamente a implementação de estratégias integradas de carácter multidimensional”.
O responsável da consultora refere que, neste momento, há um
conjunto de outras orientações já
definidas. Trata-se, na sua opinião,
“da criação de uma Plataforma de
Desenvolvimento Urbano constituída por cidades a selecionar em cada
um dos Estados Membros com o objectivo de promover o diálogo sobre
desenvolvimento urbano, estimular
ações integradas e inovadoras de
desenvolvimento sustentável, em
meio urbano, e explorar os resultados obtidos.
Simultaneamente, o FEDER pode, por iniciativa da Comissão,
apoiar este tipo de ações até ao
limite de 0,2% do envelope total
deste Fundo. Estas ações incluem
projetos-piloto urbanos, projetos
A Strategy XXI adianta que, “este
quadro coloca especial enfase no
reforço do papel das cidades na
política de coesão, bem como no
nível de governação local e, em
particular, na constituição de parcerias com forte capacidade mobilizadora de vontades e recursos
organizadas em torno de um programa estratégico de base local”.
Em Portugal, a aprovação do novo Regime Jurídico da Reabilitação
Urbana (Decreto-Lei n.º 307/2009
de 23 outubro, alterado pela Lei nº
32/2012, de 14 de agosto), constitui
um marco importante nas políticas e na gestão urbana, alargando
a abrangência da reabilitação quer
em termos do seu objeto quer em
termos territoriais. Como elemento diferenciador destaca-se, ainda,
o maior envolvimento e compromisso dos privados (proprietários
e investidores) o que comporta
um novo desafio para estes, decorrente dos seus direitos e deveres (o dever de assegurar a reabilitação de imóveis num quadro de
programação pública), mas, também, no plano da concertação de
interesses (públicos e privados).
Immochan investe 110 milhões de euros
no Alegro Setúbal
Elisabete Soares
A Immochan, imobiliária do grupo
Auchan, avança com a construção
de mais um centro comercial da
marca Alegro. Com um investimento adicional de 110 milhões
de euros, dos quais 70 milhões de
euros dizem respeito às obras da
galeria comercial, o Alegro Setú-
bal é a mais recente aposta, depois
de Alfragide e Castelo Branco. As
obras arrancam durante o mês de
novembro e a abertura ao público
está prevista para o segundo semestre de 2014.
Tal como nos projetos anteriores, o Alegro nasce da ampliação
da galeria comercial do Jumbo de
Setúbal que completa este ano o
seu 20.º aniversário e que irá surgir também ele renovado, sem
nunca deixar de estar em funcionamento.
O projeto cumpre os principais
requisitos que se prendem com
a integração na envolvente, em
termos ambientais e sustentabilidade. Para além disso privilegia
a redução de consumos energéti-
cos, o conforto ambiental para o
cliente, bem como a preservação
de espécies vegetais, criando mais
zonas verdes e espaços de encontro e convívio. Este projeto integra
uma área de lazer com uma área
de entretenimento, restaurantes
temáticos e inovadores, bem como um health club e 10 salas de
cinema da última geração.
Nova lei
das rendas
entrou
em vigor
A nova lei das rendas entrou em
vigor, esta segunda-feira, mas a
sua aplicação efetiva, aos mais de
255 mil contratos com rendas antigas, ainda não está garantida. Falta
publicar, em Diário da República,
um conjunto de diplomas que vêm
regulamentar aspetos específicos,
mas fundamentais, para um conjunto alargado de contratos. Tratase da definição das novas regras de
cálculo do rendimento anual bruto
corrigido (RABC), necessário para
os agregados que venham a alegar
carência económica — uma boa parte dos atuais arrendatários.
Outro diploma importante prende-se com a criação do balcão do
arrendamento, que pretende agilizar as ações de despejo. Para além
dos diplomas já aprovados em Concelho de Ministro, mas que ainda
não foram promulgados pelo Presidente da República, outra limitação tem a ver com a atualização das
rendas antigas — anteriores a 1990,
no caso das habitações, e a 1995,
para os estabelecimentos comerciais — só pode fazer-se no caso de
imóveis já reavaliados com base no
CIMI – Código do Imposto Municipal sobre Imóveis.
CBRE vende
edifício no
Arquiparque
A CBRE foi a consultora imobiliária
responsável pela venda de um edifício situado no Arquiparque, em
Miraflores, a um family office português. O edifício de 2.500 m2 de
área de escritórios e 54 lugares de
estacionamento será a futura sede
da Sovena, uma referência no mercado global do azeite, pertencente
ao grupo Nutrinveste.
O Arquiparque foi o 1ºoffice park de Lisboa, criado no princípio
da década de 90, onde atualmente
estão sediadas muitas empresas de
grande prestígio nacional e internacional. “A venda deste imóvel e
a vinda da Sovena para o Arquiparque confirmam a atualidade deste
parque de escritórios, que continua a ser um empreendimento
atual e uma excelente opção para
muitas empresas”, salienta André
Almada, diretor dos departamentos de agência de escritórios, comércio e industrial e logística da
CBRE.
04 Arrendamento e Reabilitação IMOBILIÁRIO 14 NOVEMBRO 2012
DR
Consultório Jurídico
O arrendamento
passou a ser
uma opção para
muitos casais
Rede de lojas Arrenda na Hora
especializa-se no arrendamento
Elisabete Soares
A atual conjuntura económica e a
consequente diminuição da venda
de casas, por força da dificuldade dos
bancos em conceder crédito, vão impulsionar, nos próximos anos, o crescimento do mercado do arrendamento. Foi com esta convicção que um
grupo de empresários, ligados à área
financeira e ao franchising, avançou
com a criação da rede de lojas Arrenda na Hora. O novo conceito de
empresa - que surge no mercado com
o objectivo de encontrar melhores
soluções de arrendamento e prestar
serviços complementares - foi lançado no iniciou deste ano, mas, até ao
momento, já abriu 10 lojas, seis na
Grande Lisboa e quatro no Grande
Porto. De acordo com António Marques, administrador da empresa,
“até ao final do ano vamos abrir mais
três novas lojas, uma delas no Funchal e duas no continente”. Para 2013
o projeto de abertura de lojas ainda é
mais ambicioso. “Em 2013 queremos
abrir 25 lojas”, refere o responsável.
O modelo de franchising assenta
na “seleção de empresários com perfil de empreendedores e com grande
garra na área comercial”, diz. Em
termos de direito de ingresso o montante de entrada é de 12.500 euros,
que dá direito à formação inicial, aos
manuais, ao software de apoio, ao
acesso ao site e às parcerias e protocolos da rede Arrendar na Hora.
A abertura das lojas e as obras ficam a cargo dos empresários. Contudo, António Marques, garante que
o master franchising apoia na procura do local, faz o acompanhamento
das obras e na escolha do mobiliário, tendo optado por uma solução
low cost igual em todas as lojas.
Depois de um período de carência de três meses, os empresários
passam a pagar uma taxa mensal
de 500 euros, parte como royalties
e outra parte como taxa de publicidade.
Prestação de serviços global
A rede Arrendar na Hora quer ter
uma palavra numa ótica de presta-
ção de serviços de arrendamento.
“Acreditamos que através da especialização encontraremos as melhores soluções de arrendamento e serviços complementares para proprietários e inquilinos”, salienta.
Assim, as lojas Arrenda na Hora
estão preparadas para prestar soluções personalizadas e ajustadas à realidade atual, complementadas por
um vasto leque de serviços, como
a requisição de água, luz, internet,
realização de obras ou pedidos financiamento. Um leque de serviços
que poderão ser prestados tanto a
proprietários como a arrendatários.
No caso dos proprietários as tarefas
vão desde a gestão e aconselhamento; documentação contratual; análise de risco inquilino; certificação
energética, até aos seguros e ao crédito. No caso dos inquilinos, para
além do contrato de arrendamento e
da documentação, pode abranger o
kit de instalação, água/luz/telefone/
TV/Internet, aos serviços multi-casa
(mudanças/canalizador/carpinteiro/
eletricista).
A Abreu Advogados inicia hoje
uma colaboração regular com o
Público Imobiliário.
Esta colaboração para a
Abreu Advogados faz todo o
sentido, pois o jornal Público é
reconhecidamente um projeto
de excelência em Portugal a que
temos o gosto de nos associar.
Através desta colaboração
propomo-nos abordar questões
jurídicas que possam interessar
à vasta audiência dos leitores do
jornal Público.
Tentaremos cuidar de temas
reais com que se defrontam
regularmente as pessoas, como
o arrendamento, a reabilitação
urbana, as obras, a aplicação da
poupança e o financiamento, a
tributação, etc. tratando estas
questões numa perspetiva do seu
esclarecimento.
O sector do imobiliário é um
sector central no dia-a-dia das
pessoas, desde a habitação
- “lar doce lar”, “minha casa
meu castelo”- ao local de
trabalho - onde passamos uma
parte significativa das nossas
vidas - ao supermercado e ao
centro comercial - onde nos
aprovisionamos - ao hotel ou
empreendimento turístico - onde
desfrutamos momentos de lazer
- os imóveis ocupam sempre
um lugar central da vida social e
são um dos principais ativos do
investimento das famílias e das
empresas.
De todas as aplicações
possíveis (imobiliário, ações,
obrigações e outros ativos
financeiros, metais preciosos) o
investimento em imóveis continua
a ser, historicamente, aquele que
demonstra maior estabilidade.
Em Portugal de acordo com
dados do Banco de Portugal os
imóveis continuem a ser o ativo
preferido para o investimento dos
portugueses, cerca de 50% do
total da riqueza das famílias, está
aplicada em imóveis. Até agora
sobretudo para habitação própria
e segunda habitação, no futuro,
espera-se, para arrendar, cada
vez mais, como investimento das
poupanças.
O crescimento exponencial do
crédito ao sector do imobiliário
a que assistimos durante vários
anos, a que não terão sido alheias
as facilidades de acesso e as
baixas taxas de juro, trouxe um
crescimento do endividamento e
agora incumprimento no crédito
ao sector.
A atividade do sector está
a retrair-se sem precedentes,
a atividade de construção vêse obrigada a procurar outros
mercados. No mercado interno a
construção de novas habitações
quase que parou, depositando-se
alguma esperança no mercado
da reabilitação urbana, sobretudo
nas cidades.
Todas estas alterações que
assistimos na nossa sociedade,
como a maior esperança de vida
- hoje em dia devido ao progresso
da medicina e dos serviços de
saúde os portugueses vivem
mais anos – mas, as famílias
têm em média menos filhos nos últimos anos o número de
óbitos foi superior ao número de
nascimentos!
Todas estas alterações tão
vastas e difusas têm também
consequências nas relações
jurídicas.
Sendo a nossa atividade na
área do direito, estamos atentos a
estas alterações com repercussão
na esfera jurídica dos imóveis e
dos titulares das relações que
se estabelecem à volta deles. A
título de exemplo e invocando
alterações recentes na legislação
com interesse para a vasta
audiência do Público, poderemos
referir a revisão do regime jurídico
do arrendamento urbano, o novo
regime jurídico da reabilitação
urbana e o regime jurídico em
obras em prédios arrendados.
Será, pois, nesta vertente da
resposta a questões prática dos
leitores do Público Imobiliário
que nos propomos colaborar,
esperando assim contribuir para
um maior esclarecimento dos
aspetos jurídicos relativas aos
imóveis.
Rui Peixoto Duarte, rui.p.duarte@
abreuadvogados.com
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06 Oportunidades IMOBILIÁRIO 14 NOVEMBRO 2012
Compra de habitação
para arrendamento anima
mercado em Gondomar
Arrendamento
Opinião
José Araújo
E
Os investidores continuam a comprar casas para colocar no mercado do arrendamento.
Contudo, procuram imóveis com preços baixos, que rondam os 50 mil euros
DR
Cidade em análise
Elisabete Soares
A compra de casas, especialmente,
por parte dos investidores, para colocar no mercado do arrendamento
é, neste momento, um dos negócios
com alguma expressão no concelho
de Gondomar. A convicção das empresas de mediação contatadas é
que a aquisição de casas, por parte
dos investidores e alguns proprietários, que resultam, especialmente,
das retomas dos bancos, permite
que o mercado apresente algum
dinamismo, concretizado em algumas vendas de frações.
De acordo com Abílio Alves, da
Dialves House, “os investidores
procuram, essencialmente, casas
usadas com preços que vão até aos
50 mil euros, que resultam da retoma dos bancos”. Na sua opinião,
são casas, sobretudo, usadas que
precisam de algumas obras e que,
depois, são colocadas no mercado
do arrendamento, onde, neste momento, a oferta a valores mais baixos, continua a existir. Este mercado é limitado pelos valores de aquisição, já que se destina ao mercado
do arrendamento onde os valores
de renda também são baixos.
Também o responsável da Dialprogresso, mediação imobiliária,
está de acordo que o mercado continua a ser animado pela oferta que
resulta das retomas dos bancos,
sendo que, na sua opinião, a par
dos investidores, aparecem alguns
particulares que compram as frações com dinheiro das suas poupanças.
Arminda Azeredo, da Azeredo
&Sousa, confirma o interesse dos
investidores na aquisição de apartamentos usados, destinados ao
arrendamento. Na sua opinião, o
agravamento dos impostos, anunciada pelo governo, especialmente
do IMI (Imposto Municipal de Imóveis), está a levar os investidores a
um compasso de espera, de forma
a confirmarem se haverá, ou não,
alterações significativas nos valores
das taxas a pagar ao Estado. Adverte, no entanto, que quem procura
casa para comprar ou arrendar,
quer um produto barato.
No entanto, os responsáveis das
Gondomar foi um dos concelhos do Grande Porto que registou grande crescimento de habitação
mediadoras alertam para o facto
de a procura de casa para arrendamento, neste concelho, apresentar
alguns sinais de abrandamento. Esta situação prende-se com o facto
de os casais, devido a atual situação
económica das famílias, apresentarem cada vez mais dificuldade em
pagar os valores de renda e optarem, sempre que têm essa possibilidade, a ir viver com os pais ou
outros familiares.
Excesso de casas à venda
Gondomar foi um dos primeiros
concelhos da Área Metropolitana
do Porto que cedo apresentou sinais de que havia um excesso de
casas à venda no mercado, especialmente de apartamentos T2 e
T3. Na opinião de quem constrói
e vende na zona, a queda das vendas começou a verificar-se há cinco,
seis anos, resultando daí, promotores que acabaram por nem sequer
concluir a construção dos prédios
e das moradias.
De acordo com a Confidencial
Imobiliária o número de fogos em
oferta nas 12 freguesias do concelho é de 5.669, sendo que 2.393 se
localizam em Rio Tinto, uma das
freguesias mais populosas do con-
celho de Gondomar. Basta referir
que a oferta disponível no concelho
de Gondomar o coloca no 10º lugar
a nível nacional. Curiosamente, a
oferta de habitação na freguesia
de Rio Tinto assume um destacado quarto lugar, quando comparada com o número de frações das
outras freguesias do país.
5660
Oferta de fogos, sendo que 63%
são usados
No que se refere à estrutura da
oferta por estado do uso verifica-se
que, na média das várias freguesias,
63% dos fogos são usados, e só 37%
são novos. No caso da freguesia de
Rio Tinto os fogos usados ultrapassam os 65% do total.
Quanto à estrutura da oferta, por
tipologia, temos que no concelho
de Gondomar quase metade são T2,
que representam 41,8% do total. Seguem-se os apartamentos T3, com
23,7%, e as moradias até T3, com
12,7%. Considerando isoladamente
a freguesia de Rio Tinto constata-se
que os apartamentos T2 representam 42,3%, seguido dos T3, com
28%. As moradias T4 ou superior
e os apartamentos T1 surgem com
10%, para cada um.
Na análise da dinâmica de absorção e valorização da habitação,
conclui-se que no ano passado foram vendidas 859 casas em todo o
concelho, sendo que 386 aconteceram em Rio Tinto. O tempo de
absorção desta oferta é significativo, já que cada fração tem um tempo médio de venda de 14 meses. É
visível que a procura de imóveis,
a nível do concelho, incide especialmente sobre os usados (65%),
sendo, ainda, mais significativa no
caso de Rio Tinto onde aumenta
para 69%.
No que toca à oferta de frações
para arrendamento verifica-se que,
a nível do concelho, situa-se nos 278
e, em Rio Tinto, é de 159. Os preços
rondam os 4 euros/m2, na média
das várias freguesias do concelho,
sendo de 5 euros/m2 em Rio Tinto.
Recorde-se que a média nacional é
de 7 euros/m2.
ntrou finalmente em vigor a nova lei do arrendamento da qual se espera
um avanço importante
para a dinamização e recuperação do mercado imobiliário.
É uma lei positiva no equilíbrio
que promove entre os aumentos de
rendas, o ritmo das suas atualizações
e a proteção aos mais carenciados.
A definição de uma taxa de imposto
liberatória é também uma conquista importante e equilibra os investimentos em imobiliário com os investimentos em produtos financeiros.
Estes fatores devem começar a
proporcionar um mercado animado por aforradores / investidores
que procurem yields interessantes
para o investimento e por jovens
à procura de uma primeira habitação, onde o arrendamento se
adequa à mobilidade atual exigida
pelas oportunidades de emprego.
Também as dificuldades económicas existentes e a reduzida liquidez para novo crédito, dinamizam
implicitamente o arrendamento
em vez da compra de habitação.
A oferta de imóveis para arrendamento habitacional é ainda limitada
e espartilhada por um número elevado de proprietários, sem intervenientes com dimensão a operarem
neste mercado, pese embora a existência de alguns fundos de investimento imobiliário e outras instituições com habitações para arrendar.
A procura destes imóveis está aumentar mas os preços parecem estar a baixar. É estranho
mas parece ser a situação de crise que está a regular o mercado
e não a lei da oferta e da procura.
Esperamos que a nova lei vá mostrar a sua utilidade para que o arrendamento seja uma verdadeira
opção para todos os operadores.
Prescreve a nova lei que “o processo de despejo se pode iniciar se o
inquilino não pagar a renda 2 meses
seguidos” (atualmente 3 rendas). O
atraso no pagamento da renda passa
a ser razão de cessação do contrato se “durante 5 meses seguidos ou
5 alternados existir atraso de mais
de 8 dias, no período de um ano”.
Espera-se, assim, acelerar as situações de despejo, embora tal possa
levar a um aumento dos litígios.
Será a Justiça capaz de ser mais rápida e eficaz? A eficácia do novo modelo de arrendamento fica agora muito dependente do sistema judicial e
das soluções específicas de cobrança,
garantia e execução que se avizinham,
agilizado que está no seu regime pelas recentes alterações legislativas.
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95
90
1.º T 2005
2.º T 2012
(Ref. 22033+22224)
Freguesia de Valbom
245.000 euros
Apartamento T4 com 191 m2 + 62
m2 de área dependente.
Perfil demográfico
Concelho de Gondomar
Perfil sociodemográfico
Valor
Ranking nacional
132
212º
168.027
12º
Área (km2)
População (n.º)
Densidade populacional (n.º/km2)
1274
17º
Famílias (n.º)
61.480
13º
N.º de fogos
73.473
14º
Valor médio de oferta/m2
Total 2.º T de 2012
A
I
C
O Edifício Concórdia, localizado
na Avenida Escritor Costa
Barreto, dispõe de uma paisagem
deslumbrante sobre o Rio
Douro e uma envolvente única.
Trata-se de um condomínio
com jardins, court de ténis,
piscina e ancoradouro privativo.
Atualmente o Edifício Concórdia
ainda tem disponível para venda
habitações do tipo T3 e T4.
As duas referências em cima são
alguns exemplos de habitações
com valores promocionais até 30
de novembro.
K
L
J
Apartamento
(Ref. 56424)
E
D
B
Freguesia de Fânzeres
Base de licitação: 45.000 euros
H
G
F
A Baguim do Monte
H Melres
900€ – 1200€
B Covelo
I
Rio Tinto
1200€ – 1400€
C Fânzeres
J
São Cosme
1400€ – 1600€
D Foz do Sousa
K
São Pedro da Cova
E Jovim
L
F Lomba
Valbom
Sem informação
G Medas
600€ – 900€
(Este imóvel irá a leilão em
23/11/2012, na Sucursal Gaia
Câmara do Millennium bcp)
Apartamento T2 com área de 94
m2 + 12 m2 de área dependente.
Fica localizado na Rua do
Repelão, 346, R/C Habitação 2,
em Fânzeres.
Apartamento
(Ref. 62141)
Freguesia de Fânzeres
79.000 euros
Licenciamento de novas habitações
Dinâmica de promoção nova
Valor
Ranking nacional
N.º novos fogos licenciados (acum. 2007-09)
887
26º
N.º fogos com DCR emitido (acum. 2009-10 )
600
40º
% de 1 quarto ou inferior
2%
% de 2 quartos
22%
% de 3 quartos
54%
% de 4 quartos ou superior
23%
% com certificação A ou A+
61%
Apartamento T3 com 122 m2 + 27
m2 de área dependente, lugar de
garagem, arrumos e varanda. Fica
localizado na Rua Egas Moniz 102,
1º Esq-Fte, em Fânzeres.
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