Governo do Brasil Presidência da República Dilma Vana Rousseff Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação Marco Antonio Raupp Instituto Nacional do Semiárido Diretor Ignacio Hernán Salcedo Assessores Técnicos Aldrin Martin Perez-Marin Salomão de Sousa Medeiros Assistente Técnico Vinícius Sampaio Duarte Projeto Gráfico Wedscley Oliveira de Melo Elaboração e Editoração Aldrin Martin Perez Marins Walter Alves de Vasconcelos Claudia Facini Reis Anny Kelly Vasconcelos Oliveira Leonardo Bezerra de Melo Tinôco Wedscley Oliveira de Melo I Mostra de Produção Cientifica do INSA 19 a 20 de março de 2013 Campina Grande – PB RESUMOS INSTITUTO NACIONAL DO SEMIÁRIDO Campina Grande – PB 2013 Tiragem: 100 exemplares Ficha catalográfica I Mostra de Produção Cientifica do INSA Promoção: Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação Realização: Instituto Nacional do Semiárido Colaboração: CNPq FINEP Apoio: UEPB Comissão Organizadora Presidente: Aldrin Martin Perez Marin Ana Paula Silva dos Santos (Tecnologias Sociais) Ana Maria Vidal (MARANATA) Anderson Maciel Lima de Medeiros (Geoprocessamento) Anny Kelly Vasconcelos de Oliveira Lima (Agroindústria) Claudia Facini Reis (Recursos Hídricos) Catarina Buriti (Comunicação) Danilo Ataíde (Informática) Luis Felipe Ulloa (Tecnologias Sociais) Rodeildo Clemente (Comunicação) Walter Alves de Vasconcelos (Meio Ambiente e Desertificação) Wedscley Oliveira de Melo (Comunicação) APRESENTAÇÃO A I Mostra de Produção Científica do INSA foi realizada nos dias 19 e 20 de março de 2013. Contou com a participação intensiva de funcionários e colaboradores do Instituto Nacional do Semiárido, bem como de estudantes universitários, professores, pesquisadores de instituições de ensino e pesquisa, membros de entidades não governamentais e de movimentos sociais, e de cidadãos interessados em ciência, tecnologia e inovação do Semiárido brasileiro – SAB. O evento constituiu-se de iniciativa empreendida pelos pesquisadores-bolsistas do Instituto Nacional do Semiárido, voltada à divulgação de suas produções científicas e tecnológicas à sociedade, particularmente aos habitantes do SAB. O evento pôde ser realizado com o apoio do INSA, bem como dos programas de bolsas de produção científica ofertadas pelas agências FINEP e CNPq. Como mostra científica, o evento contou com exposições de trabalhos em sessões de apresentação oral e pôsteres. Também contou com palestras, apresentadas em mesasredondas, sobre temas de interesse do Semiárido brasileiro, coerentes com as temáticas desenvolvidas pelos pesquisadores-bolsistas nos diversos campos conceituais, abrangidos pelas pesquisas apresentadas. As mesas-redondas versaram sobre temas, tais como: Promoção da Inovação (proferida pelo pesquisador Geovergue R. de Medeiros); Fortalecimento da pesquisa e da infraestrutura científica e tecnológica (proferida pelos pesquisadores Ricardo C. C. Lima e Alexandre P. Bakker); Formação e capacitação de pessoas (proferida pelos pesquisadores José J. Duarte e Leonardo B. M. Tinôco); e Pesquisa e Inclusão Social no Semiárido brasileiro (proferida pelo pesquisador Salomão de S. Medeiros). Essas palestras tornaram mais visível aos participantes, os contornos do ethos com o qual os pesquisadores bolsistas vêm desempenhando as suas funções e realizando pesquisas no âmbito do Semiárido brasileiro, mediante as diretrizes estabelecidas pela Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação brasileira, bem como pelo Plano Diretor do INSA. As sessões orais e os pôsteres, por sua vez, discorreram sobre temas como biodiversidade, agroindústria, recursos hídricos e reuso de águas, desertificação e mudanças climáticas, educação, tecnologias sociais, desenvolvimento humano. Também foi realizada uma visita técnica a Estação Experimental do INSA. A visita possibilitou aos participantes conhecer campos de pesquisa, bem como visualizar as transformações que estão sendo realizadas pelo Instituto, no sentido de dotar o Semiárido brasileiro de infraestrutura laboratorial de alta complexidade, com vistas a impulsionar a inovação tecnológica, mediante pesquisas científicas básicas e aplicadas, com potencial para ultrapassar as fronteiras do conhecimento científico atual, da região semiárido do Brasil. A metodologia adotada partiu da perspectiva interdisciplinar, participativa e de interação e diálogo com os participantes, tornando as atividades dinâmicas e estimuladoras ao pensamento criativo. Os pesquisadores bolsistas reconhecem os avanços empreendidos pelos seus esforços individuais e coletivos, especialmente pelo valoroso trabalho em equipe, fielmente desempenhado quanto ao cumprimento das metas estabelecidas, sem prejuízo a eventuais participações de alguns bolsistas em programas de mestrado ou doutorado. No entanto, também entendem que ainda há muito a fazer e o trabalho não pode parar, ainda que as restrições impostas pela legislação e pelos órgãos de controle do Estado, normalmente impeçam o avanço científico e a conquista de novas patentes, constituindo-se em grave preocupação quanto à viabilidade do Brasil vir a se firmar como Nação soberana, ante ao mundo globalizado. A Mostra Científica, finalmente, constituiu-se em sucesso, particularmente devido à exposição de trabalhos científicos realizados, mesmo sob forte pressão de cancelamento de bolsas do CNPq de participantes de programas de pós-graduação, proibição de pagamento de diárias para pesquisadores-bolsistas, trâmites burocráticos extremamente demorados inviabilizando experimentos, dentre outros. Assim, a produção científica apresentada, resultou do esforço individual de cada bolsista, do trabalho solidário e em equipe e do apoio do Instituto Nacional do Semiárido. Espera-se que a próxima Mostra Científica seja enriquecida ainda mais de produção científica relevante para a região, e assim o será, visto a continuidade dos trabalhos e o empenho ainda maior de todos os pesquisadores bolsistas do INSA e de seus orientadores. No entanto, também se espera que as instâncias governamentais, especialmente os órgãos de controle do Estado, amadureçam no sentido de entenderem que o fazer científico é incompatível com a lentidão burocrática do Estado, bem como se dá a partir do esforço e do trabalho dinâmico e abnegado de estudiosos, que dedicam a sua vida não a usurpar o Estado, mas sim a contribuir na importante missão de tornar o Brasil, uma grande Nação, livre, soberana, justa, democrática e acima de tudo, avançada. E a fórmula para essa conquista, por mais conhecida que seja, mas ainda não entendida e aplicada pelo Estado brasileiro, vale sempre ser ressaltada: Mais investimentos em EDUCAÇÃO e em PRODUÇÃO CIENTÍFICA e TECNOLÓGICA. Aldrin Martin Perez Marin Coordenador de Pesquisa Índice de Trabalhos 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 DIFUSÃO DE TECNOLOGIAS E FORMAÇÃO DE TALENTOS: A EDUCAÇÃO CONTEXTUALIZADA PARA A CONVIVÊNCIA COM O SEMIÁRIDO BRASILEIRO NA PAUTA DAS UNIVERSIDADES. Andrews Rafael Bruno de Araújo Cunha; José Jonas Duarte da Costa; Daniel Duarte Pereira; João Macedo Moreira. ESTUDO DA VEGETAÇÃO EM ÁREA DE TENSÃO ECOLÓGICA LOCALIZADA EM RIO DO FOGO/RN. Adriana Carrhá Leitão; Leonardo Bezerra de Melo Tinôco; Walter Alves de Vasconcelos. ESTUDO PROSPECTIVO DE CACTÁCEAS ATRAVÉS DA ANÁLISE DE PEDIDOS DE PATENTES. Anny Kelly Vasconcelos Oliveira de Lima; Maristela de Fátima Simplício de Santana. SUBSTRATOS E MANEJO DO EFLUENTE DOMÉSTICO NA EMERGÊNCIA E VIGOR DO GIRASSOL. Antônio Ramos Cavalcante; José Amilton Santos Júnior; Hans Raj Gheyi, Nildo da Silva Dias. TROCAS DE CALOR E MASSA ENTRE O ECOSSISTEMA CAATINGA E A ATMOSFERA: RESULTADOS PRELIMINARES. Bergson G. Bezerra; Aldrin M. Perez-Marin; Carlos A. C. Santos. ZONEAMENTO DA PALMA FORRAGEIRA (Opuntia sp.) PARA O ESTADO PARAÍBA. Bergson G. Bezerra; Jucilene S. Araujo; Daniel Duarte Pereira; Gustavo Q. Laurentino. REUSO DE ÁGUA E SUAS POTENCIALIDADES PARA O SEMIÁRIDO BRASILEIRO. Claudia Facini Reis; Delfran Batista dos Santos; Juan José Soriano Cea; Salomão de Sousa Medeiros. EDUCAÇÃO CONTEXTUALIZADA E ESCOLAS DO CAMPO EM NÚCLEOS DE DESERTIFICAÇÃO E ÁREAS PILOTO PARA ESTUDOS DA DESERTIFICAÇÃO DO SEMIÁRIDO BRASILEIRO. Daniel Duarte Pereira; José Jonas Duarte da Costa; Andrews Rafael Bruno de Araújo Cunha; Aldrin Martin Perez Marin; João Macedo Moreira. PROJETO DE DOMESTICAÇÃO DE ESSÊNCIAS FLORESTAIS FORRAGEIRAS DO SEMIÁRIDO: DADOS BIOMÉTRICOS DE FRUTOS DE CANAFÍSTULA-DE-BESOURO (Senna spectabilis). Daniel Duarte Pereira; Wagner S. Lima; João Macedo Moreira; José Jonas Duarte Costa; Magno Antonio Feitosa. TECNOLOGIAS SOCIAIS DO SEMIÁRIDO. Daniel Duarte Pereira; José Jonas Duarte Costa; João Macedo Moreira; Andrews Rafael Bruno Araujo Cunha; Valéria da Silva Araujo. PROJEÇÕES DE MUDANÇAS NO CICLO ANUAL DA PRECIPITAÇÃO PARA O SEMIÁRIDO BRASILEIRO. Domingo Cassain Sales; Arnóbio de Mendonça Barreto Cavalcante; Emerson Mariano da Silva; Alexandre Araújo Costa. EFEITO DO FRACIONAMENTO DO CLADÓDIO E TEMPO DE CURA NA PRODUÇÃO DE MUDAS DE PALMAS FORRAGEIRAS RESISTENTES A COCHONILHA-DO-CARMIM. Gustavo Queiroz Laurentino; Jucilene Silva Araújo; Tiago Ferreira Pinto; Daniel Duarte Pereira. PROJETO RESGATE DOCUMENTAL, HISTÓRIA AMBIENTAL E ETNOHISTÓRIADO SEMIÁRIDO BRASILEIRO NOS PERÍODOS IMPERIAL E COLONIAL. Hallyson Alves Bezerra; Rosilene C. S. Alves de Lima; Juciene Ricarte Apolinário; Raissa Barbosa; Catarina Oliveira Buriti. PROJETO DE DOMESTICAÇÃO DE ESSÊNCIAS FLORESTAIS FORRAGEIRAS DO SEMIÁRIDO: PRODUÇÃO DE MUDAS DE CANAFÍSTULA-DE-BESOURO (Senna spectabilis). João Macedo Moreira; Daniel Duarte Pereira; Wagner dos Santos Lima; Valéria da Silva Araújo; Magno . Antônio Feitosa PROJETO DE DOMESTICAÇÃO DE ESSÊNCIAS FLORESTAIS FORRAGEIRAS DO SEMIÁRIDO: QUEBRA DE DORMÊNCIA DE SEMENTES DE CANAFÍSTULA-DE-BESOURO (Senna spectabilis). João Macedo Moreira; Daniel Duarte Pereira; Wagner dos Santos Lima; Valéria da Silva Araújo; Gustavo Queiroz Clementino. QUALIDADE SENSORIAL DO DOCE DE LEITE PASTOSO PRODUZIDO COM LEITE DE VACAS CURRALEIRO PÉ-DURO. Jucileide Barboza Borburema; Geovergue Rodrigues de Medeiros; Carlos Ticiano Coutinho Ramos; Andreza Moraes Duarte; Rita de Cássia Ramos do Egypto Queiroga. DESLOCAMENTO VERTICAL DE P SUBMETIDO À CHUVA SIMULADA. Juliana Zomazete dos Santos; Mírian Alice da Silva Bhrem; Ignácio Hernan Salcedo; Vânia da Silva Fraga. APLICAÇÃO DAS GEOTECNOLOGIAS NA CONSTRUÇÃO DO SISTEMA DE GESTÃO DO CONHECIMENTO DO SEMIÁRIDO BRASILEIRO. Julie Eugênio da Silva Francisco; Anderson Maciel Lima de Medeiros; Ricardo da Cunha Correia Lima; Leonardo Bezerra de Melo Tinôco. UM MÉTODO PARTICIPATIVO DE INVESTIGAÇÃO DA HISTÓRIA DO RECENTE NAS COMUNIDADES E ORGANIZAÇÕES. Luis Felipe Ulloa Forero; Aldrin Martin Perez Marin. MANEJO ALIMENTAR E SANITÁRIO DO GADO CURRALEIRO PÉ-DURO NO NORDESTE BRASILEIRO. Patricy Andrade Salles; Vanessa Virginia Barbosa; Cristiano Morais Sousa; Mathias Weller; Geovergue Rodrigues Medeiros. CARACTERÍSTICAS BIOMÉTRICAS DE PALMA FORRAGEIRA (Opuntia tuna) RESISTENTE A COCHONILHA-DO-CARMIM COM QUATRO FONTES DE ADUBAÇÃO ORGÂNICA. Tiago Ferreira Pinto; Jucilene Silva Araújo; André Japiassú; Adão Francisco José da Silva; Antonio Lucena Neto. REPOSIÇÃO DE ESPÉCIES VEGETATIVAS LENHOSAS NATIVAS COMO ESTRATÉGIA DE 13 17 22 27 32 38 43 49 53 57 61 66 70 75 79 83 88 93 98 103 108 113 23 24 REVITALIZAÇÃO DA BIODIVERSIDADE RIBEIRINHA NA ESTAÇÃO EXPERIMENTAL LAGOA BONITAPB. Valéria da Silva Araújo; Arnóbio de Mendonça Barreto Cavalcante. PRODUÇÃO DE MADEIRA EM UMA ÁREA DE CAATINGA DEGRADADA. Walter Alves de Vasconcelos; Aldrin Martin Perez Marin. ÍNDICE DE SOBREVIVÊNCIA DE ESPÉCIES NATIVAS EM QUATRO MODELOS DIFERENTES DE REVEGETAÇÃO EM ÁREAS DEGRADADAS. Walter Alves de Vasconcelos; Aldrin Martin Perez Marin. 118 123 DIFUSÃO DE TECNOLOGIAS E FORMAÇÃO DE TALENTOS: A EDUCAÇÃO CONTEXTUALIZADA PARA A CONVIVÊNCIA COM O SEMIÁRIDO BRASILEIRO NA PAUTA DAS UNIVERSIDADES ANDREWS RAFAEL BRUNO ARAUJO CUNHA1, JOSE JONAS DUARTE COSTA2, DANIEL DUARTE PEREIRA3, JOAO MACEDO MOREIRA4 1 Mnd. Pesquisador Bolsista do INSA. E-mail: [email protected] Dr. Pesquisador Bolsista do INSA. E-mail: [email protected] 3 Dr. Pesquisador Bolsista do INSA. E-mail: [email protected] 4 Esp. Pesquisador Bolsista do INSA. E-mail: [email protected] 2 RESUMO: O Semiárido brasileiro, historicamente, foi cenário de inúmeras injustiças sociais. Talvez a de maior impacto tenha sido a negação total ou parcial da oferta educacional ao povo do campo para manutenção da alienação. Desta maneira, criou-se um estereótipo de “local pobre” que resultou, além do êxodo rural, num atraso do entendimento das particularidades locais. A partir da reflexão de tais ações, surgiu a proposta de Convivência com o Semiárido pautada num ideal de Educação Contextualizada. Estas, por sua vez, visam à compreensão e o desenvolvimento do Semiárido a partir das realidades e da singularidade da região. Nessa perspectiva, o INSA vem acompanhando, através de reuniões e parcerias, 21 Cursos de Especialização com foco em Educação Contextualizada para a Convivência com o Semiárido no intuito de reverter o quadro social da região através da Formação de Talentos Humanos e da Difusão de Tecnologias Sociais apropriadas e adaptadas às particularidades locais. Os cursos têm tido uma excelente aceitação e têm resultado numa série de avanços essenciais para o desenvolvimento do Semiárido. Palavras-chave: Cursos de especialização, desenvolvimento, tecnologias sociais INTRODUÇÃO Historicamente, o Semiárido monopólio dos bens naturais e da negação brasileiro serviu de palco para a atuação da educação ao povo. Ou seja, eram dos grandes poderosos do Nordeste, os estratégias dos poderosos (1) o monopólio quais, para manutenção de suas riquezas, do privilégios e dominação, utilizavam-se do Semiárido, principalmente da terra e da uso dos recursos naturais do água, e (2) a negação da oferta da desenvolvimento de ações apropriadas e educação (2) ao povo, esta última a defesa de uma Educação consequência do entendimento de que, Contextualizada que leve em consideração ‘para são a cultura e os conhecimentos locais em necessários conhecimentos aprofundados. detrimento de um modo urbanocêntrico utilizar a enxada, não Desta última, surge a criação de de vida. estereótipos de que o Semiárido, ou o O Instituto Nacional do Semiárido – nordeste brasileiro em geral, é pobre, INSA, seco, fadado ao fracasso por castigo histórico a partir do debate acima exposto divino, local de lamúrias eternas, de solo e exercendo suas funções de articulação e rachado e povoado por gente banguela de formação, vem acompanhando, desde calça deste 2011, vinte e um cursos de especialização processo, surgem diversos Movimentos e três projetos de elaboração de materiais Sociais e demais segmentos da sociedade didáticos e paradidáticos, distribuídos em civil organizada que lutam para ter acesso sete estados do Semiárido, aprovados na aos bens naturais do Semiárido e para Linha 4 do Edital 35/2010 CNPq/INSA/CT- viabilizar a oferta da educação ao povo Hidro. Tal ação tem como principal sertanejo com o objetivo de proporcionar- objetivo a formação de talentos humanos lhes a formação de um senso crítico e, para o desenvolvimento apropriado do consequentemente, enfrentamento Semiárido brasileiro a partir do ensino, da estrategicamente pesquisa e da inovação e faz parte do Eixo rasgada. destes Na contramão o estereótipos compreendendo tal processo construídos de que para o Semiárido de brasileiro ‘não existe solução. Capacitação de Recursos Humanos e do Duas das estratégias utilizadas por Sustentação IV: Formação e Programa 3.1: Promoção da Educação, do estes segmentos para o enfretamento Desenvolvimento supracitado são: (1) a consolidação da Tecnologias Sociais para o SAB, do Plano proposta de Convivência com o Semiárido, Diretor 2012-2015 do Instituto. a qual, grosso modo, defende a Humano e de Tal Programa tem como objetivo compreensão e o conhecimento das “desenvolver particularidades da região semiárida para educacional junto aos cursos de nível uma boa vida neste local através do superior e pós-graduação, bem como em ações de formação escolas rurais, no âmbito formal e no na âmbito não formal, associando o trabalho Semiárido, em Campina Grande/PB, e têm produtivo ao conhecimento explícito e como principais objetivos: tácito no SAB, visando o fortalecimento socioeconômico e o sede do Instituto Nacional do 1. Debater questões relacionadas aos desenvolvimento cursos, tais como modelos humano da população da região” (BRASIL, pedagógicos fundamentados na 2012: p. 17). Educação Contextualizada e na Tal ação, ainda no que se refere ao Pedagogia da Alternância, Plano Diretor, faz parte da meta 21, a qual processos burocráticos, formas de prevê a “promoção, até 2015, de vinte avaliação cursos conhecimentos etc; regionais talentos para humanos convivência formação em CT&I transformadora de para com governamentais e experiências o não produção de 2. Realizar troca de conhecimentos e Semiárido brasileiro, em associação com instituições e entre os coordenadores dos cursos; 3. Refletir ações para melhoria dos governamentais” (BRASIL, 2012: p. 17). cursos através de uma discussão avaliativa; MATERIAL E MÉTODOS 4. Organizar e sistematizar materiais para publicação de artigos visando A metodologia utilizada para à difusão de conhecimentos. acompanhamento dos 24 projetos tem As visitas aos cursos ocorrerão a como base a realização de encontros partir periódicos com os coordenadores dos organizados pelos mesmos em suas fases cursos de especialização e com os finais como parte das defesas das coordenadores monografias, dos projetos de elaboração de materiais didáticos e da realização artigos, de eventos relatos de experiências etc. paradidáticos; e a presença em eventos organizados pelos mesmos. RESULTADOS E DISCUSSÕES Os encontros ocorrem ao menos duas vezes por ano, em uma data pensada em comum acordo com os participantes, Como resultado do referido acompanhamento, podem ser citados o mapeamento dos cursos de especialização devidamente reconhecidas pelo Ministério fundamentados da Educação – MEC; e têm previsão para na Educação Contextualizada na região semiárida; a difusão de Tecnologias Sociais; a serem finalizados até novembro de 2013. A partir dos encontros com os Formação de Talentos Humanos com coordenadores, conhecimentos o importante relevância dos cursos, ainda, Semiárido; a difusão e consolidação da através dos relatos dos discentes e da proposta de Convivência com Semiárido; o grande procura por novas ofertas de papel de articulação que o INSA tem vagas. Desta forma, atualmente avalia-se assumido universidades as possibilidades de solicitação de um executoras dos cursos e com a Rede de novo edital e progressão dos cursos de Educação do Semiárido Brasileiro – RESAB, especialização inclusive com o estabelecimento de profissionalizante, dentre outros fatores. apropriados frente às sobre tem-se observado para a mestrado parcerias; o aumento do número de pesquisas sobre as particularidades do CONCLUSÕES bioma caatinga, o clima semiárido, o potencial hídrico e diversos outros temas; Nos propagação de conhecimentos através da acompanhamento publicação supracitados, das monografias e/ou quase dois dos pôde-se cursos perceber o educação no importante estudantes resultantes de suas pesquisas; processo de formação e capacitação de etc. talentos humanos, bem como sua inegável em eficácia na difusão de tecnologias sociais andamento estão sendo realizados em apropriadas ao Semiárido. A inserção da sete estados do Semiárido brasileiro: proposta de Educação Contextualizada Alagoas, Paraíba, dentro das universidades tem resultado na Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte; apropriação de conhecimentos essenciais são Universidades para um desenvolvimento mais pautado Federais e na prudência ecológica, na eficiência elas econômica, na justiça social e no principio Bahia, executados Federais, os Ceará, por Institutos Universidades cursos da de Trabalhos de Conclusão de Cursos dos Atualmente, papel anos Estaduais, todas Instituições de Ensino Superior (IES) democrático. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL. Ministério da Ciência Tecnologia e Inovação. Plano Diretor da Unidade de Pesquisa: Instituto Nacional do Semiárido – INSA. Campina Grande, PB, 2012. 25 pags. ESTUDO DA VEGETAÇÃO EM ÁREA DE TENSÃO ECOLÓGICA LOCALIZADA EM RIO DO FOGO/RN ADRIANA CARRHÁ LEITÃO1, LEONARDO BEZERRA DE MELO TINÔCO2, WALTER ALVES DE VASCONCELOS2 1 2 Dra Pesquisadora Bolsista do INSA. E-mail: [email protected] Dnd. Pesquisador bolsista. E-mail: [email protected] RESUMO: O presente estudo foi realizado em Rio do Fogo/RN numa área de 300 hectares. A vegetação existente foi caracterizada como restinga, com fácies de caatinga e fisionomia savânica, e está inserida em uma área de grande tensão ecológica. Foram registradas 108 espécies, entre plantas arbóreas, arbustivas, subarbustivas, herbáceas (vasculares e não vasculares), trepadeiras e epífitas, distribuídas em 91 gêneros e 49 famílias. As famílias com maior riqueza florística foram: Fabaceae (8 gêneros e 11 espécies), Rubiaceae (8 gêneros e 8 espécies), Cyperaceae (6 gêneros e 7 espécies), Myrtaceae (3 gêneros e 6 espécies) e Orchidaceae (6 gêneros e 6 espécies). Em termos gerais, a família Fabaceae foi a mais representativa; mas considerando somente as espécies lenhosas (arbustos e árvores), a família Myrtaceae foi a que mais se destacou. Palavras-chave: Ecótono, florística, restinga. INTRODUÇÃO costeiras, estuários vegetacional e bastante um complexo particular. Por O litoral oriental do Rio Grande do causas dessas características, este trecho Norte é conhecido internacionalmente por do litoral norte-rio-grandense vem sendo suas belezas naturais, atraindo diversas alvo de fortes especulações imobiliárias atividades e pessoas de todas as partes do para a construção de condomínios e mundo. unidades resorts. Nesta porção do litoral não há geomorfológicas confere a este lugar uma grandes aglomerações humanas, apenas beleza única e encantam a todos com suas pequenos povoados de pescadores e praias arenosas, dunas, falésias, lagoas pequenas cidades. Também A diversidade de não há atividades agrícolas ou pecuárias de destaque, prevalecendo um cenário MATERIAL E MÉTODOS natural quase intocado. Os fragmentos e remanescentes de O presente estudo foi realizado no Mata Atlântica nesta área apresentam município de Rio do Fogo/RN, em uma grande importância de cunho ecológico área situada a 2 km do vilarejo de para a região litorânea, por seu papel de Pititinga, a 64 km ao norte da capital do captação e proteção hídrica, estabilização Rio Grande do Norte, Natal. A área tem das areias e amenização do microclima. aproximadamente 1 km de largura e 3 km Além disso, por se caracterizar uma região de comprimento, perfazendo um total de de grande tensão ecológica (ecótono), 300 ha (5°22’35”S e 35°21’17”O). onde a flora de domínios fitoecológicos Para o estudo florístico, foi distintos se justapõe e interpenetra, utilizada uma área de 300 ha. Esta área guardam suas próprias características abrange um ecossistema de restinga ecológicas, o que faz com que essas áreas bastante complexo, devido a sua posição apresentem grande diversidade biológica, fitogeográfica abrigando fauna e flora autóctones, com geomorfológicas. Por isso, para um melhor espécies endêmicas, raras ou em vias de direcionamento técnico do estudo e extinção (OLIVEIRA, 2011). melhor conhecimento do ecossistema, a e características A região litorânea localizada entre área de estudo foi dividida em quatro Genipabu e Touros apresenta grande subáreas: 1) Primeiro Cordão Dunar; 2) fragilidade ambiental e grande suscetibilidade à erosão costeira (LIMA, Áreas Alagadas; 3) Entrecordões e; 4) Dunas (exceto primeiro cordão dunar). 2010). Nestas áreas, a geomorfologia local O método adotado para a florística apresenta-se muito afetada pela ação das foi o caminhamento, conforme Filgueiras águas do mar e dos ventos constantes, et al. (1994), que consiste em seguir podendo tornar-se muito vulnerável com transectos imaginários e anotar todas as a ocupação comprometer ecossistemas. que pode espécies ocorrentes ao longo das linhas qualidade dos percorridas. São feitas tantas linhas de humana, a o caminhada quantas forem necessárias, com o objetivo de se anotar o maior número possível de espécies ocorrentes coletados estão depositados no Herbário em cada subárea. A coleta do material da Universidade Federal do Rio Grande do botânico, referente à florística, seguiu os Norte (UFRN). padrões usuais para este tipo de pesquisa, onde foram incluídas todas as espécies encontradas: herbáceas, RESULTADOS E DISCUSSÕES subarbustos, arbustos, árvores, trepadeiras e epífitas. Em toda a área de estudo, Este material foi coletado, de preferência considerando na fase reprodutiva (com botões florais formações estudados, foram registradas e/ou frutos), com auxílio de tesoura de 108 espécies, entre plantas arbóreas, poda manual e de tesoura de poda alta, arbustivas, sendo etiquetados e acondicionados em (vasculares e não-vasculares), trepadeiras sacos plásticos. No caderno de campo, e epífitas, distribuídas em 91 gêneros e 49 foram anotadas todas as informações famílias. As famílias com maior riqueza relativas cada florística foram: Fabaceae (8 gêneros e 11 espécime, tais como: nome vulgar, hábito, espécies), Rubiaceae (8 gêneros e 8 localização, coloração das flores e frutos, espécies), Cyperaceae (6 gêneros e 7 bem características espécies), Myrtaceae (3 gêneros e 6 pertinentes. Após a coleta, foi realizado o espécies) e Orchidaceae (6 gêneros e 6 processo de herborização do material espécies). botânico, o qual foi prensado entre folhas Em às características como outras de os quatro subarbustivas, termos tipos de herbáceas gerais, a família de jornais e papelão, deixando secar Fabaceae foi a mais representativa; mas naturalmente em temperatura ambiente. considerando O material herborizado foi encaminhado lenhosas (arbustos e árvores), a família ao laboratório, onde foi seco em estufas e Myrtaceae foi a que mais se destacou. posteriormente preparadas as exsicatas, Segundo Andrade & Rodal (2004), a devidamente padronizadas e identificadas. família A identificação foi realizada com o auxílio estrutura de quase todas essas florestas de de bibliografia especializada, por somente Fabaceae terras baixas, é as espécies importante independente na se comparação e, quando necessário, com o ombrófilas ou estacionais. E, de acordo auxílio de especialistas. Os exemplares com Peixoto & Gentry (1990), a família Myrtaceae tem grande importância florística nas áreas litorâneas, hexasperma; sendo esta última também encontrada na floresta amazônica. principalmente em áreas de floresta atlântica, devido à elevada riqueza de CONCLUSÕES espécies lenhosas. Considerando ser uma área de 1. Rio do Fogo é uma área de tensão contato entre fitodomínios ecológicos ecológica, consistindo numa região distintos, foram observadas tanto espécies de transição ambiental entre a de caatinga, quanto espécies de restinga, restinga e a caatinga. Isto faz deste o que fortalece a ideia de ecótono. Dentre pedaço do litoral um lugar muito as espécies exclusivas do fitodomínio especial caatinga, foram encontradas as espécies ecológico, pois são considerados Hancornia potenciais speciosa, trichospiroides, Stilpnopappus Aspilia procumbens, do Andira crassifolia, vista de respostas a mudanças climáticas e reguladores Byrsonima de indicadores Handroanthus sp., Croton adamantinus, humilis, ponto de fluxos nos Cuphea campestris, ambientes e, por isso, possuem gardneriana, Byrsonima uma grande biodiversidade, sendo Habenaria glazioviana e encontrados organismos Guetarda angelica; do fitodomínio mata pertencentes aos ecossistemas em atlântica, foram encontradas as espécies contato ou espécies endêmicas do Blutaparon sp., Schinus terebinthifolius, próprio Temnadenia regiões icaco, odorífera, Couepia Chrysobalanus com Por serem características Remirea presentes nos ecossistemas que a maritima, Tetracera breyniana, Tephrosia compõem, possuem características egregia, Eugenia muito próprias, o que faz com que luschnathiana, Epidendrum cinnabarinum, essas áreas apresentem flora e Cattleya granulosa, Polygala longicaulis, fauna autóctones, com espécies Jacquinia brasiliensis, Mitracarpus eichleri, endêmicas, raras ou ameaçadas de Manilkara extinção. Eugenia impressa, ecótono. azeda, salzmannii e Schoepfia brasiliensis; duas espécies do fitodomínio 2. Além disso, este trecho do litoral é cerrado, Manihot carthaginensi e Ouratea contemplado por uma diversidade de ambientes, tais como áreas alagadas, dunas e praia, bem como REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS um OLIVEIRA, A. C. P. Caracterização e composição florística de uma comunidade savânica no Rio Grande do Norte, Brasil: subsídios para uma conservação. Natal, 87 p. Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento de Meio Ambiente) - UFRN. 2011. gradiente em função do distanciamento com o oceano. Esta diversidade de habitats também determina a alta diversidade de espécies, pois está relacionada aos processos ecológicos que ocorrem em cada tipo. LIMA, E. Q. Vulnerabilidade ambiental da zona costeira de Pititinga, Rio do Fogo, Rio Grande do Norte. Natal, 116 p. Dissertação (Mestrado em Geodinâmica e Geofísica) - UFRN. 2010. ESTUDO PROSPECTIVO DE CACTÁCEAS ATRAVÉS DA ANÁLISE DE PEDIDOS DE PATENTES ANNY KELLY VASCONCELOS OLIVEIRA DE LIMA¹, MARISTELA DE FÁTIMA SIMPLÍCIO DE SANTANA2 1 2 Dra Pesquisadora Bolsista do INSA. E-mail: [email protected] Dra Pesquisadora do INSA/MCTI. E-mail: [email protected] RESUMO: As novidades implantadas por meio de pesquisas ou investimentos, que venham a aumentar a eficiência do processo produtivo ou que impliquem no aprimoramento de um produto, já existente, ou até em um novo produto é denominado Inovação Tecnológica. Diante do progresso tecnológico de países desenvolvidos, que vem sendo tomado como modelo pelos países emergentes, incluindo o Brasil, a inovação tecnológica tem sido fundamental para o progresso e desenvolvimento de pesquisas que buscam solucionar problemas pertinentes à sociedade. A pesquisa foi realizada tendo como base os pedidos de patentes depositados no European Patent Office. O foco foi à família Cactácea e sua utilização na forma in natura ou como produtos, usando a palavras chave cactus, nos campos de pesquisa título e resumo. Neste estudo, foi analisada a Classificação Internacional de Patentes, CIP, com dados coletados entre novembro e dezembro de 2012. Encontrou-se 1547 patentes, sendo a maioria com classificação, referente a Produtos alimentares, alimentação animal, fármacos e preparações medicinais, de higiene pessoal e compostos químicos. Palavras chave: Cactáceas, inovação tecnológica, propriedade intelectual. INTRODUÇÃO A prospecção tecnológica é uma forma sistemática de mapear desenvolvimentos científicos e tecnológicos futuros capazes de influenciar de forma significativa uma indústria, a economia ou a sociedade como um todo, diferentemente das atividades de previsão clássica, que se dedicam a antecipar um futuro suposto como único, os exercícios de prospecção são construídos a partir da premissa de que são vários os futuros possíveis. Esses O levantamento sobre a utilização de são tipicamente os casos em que as ações cactáceas presentes alteram o futuro, como ocorre patentes e identificação dos diversos usos com a inovação tecnológica. Avanços torna o fomento a pesquisa, tecnologia e tecnológicos futuros dependem de modo inovação nas regiões de uso desta família complexo e imprevisível de decisões mais propícia a um desenvolvimento alocativas tomadas no presente por um sustentável. Essa família é amplamente conjunto relativamente grande de agentes utilizada na alimentação humana e animal, (KUPFER e TIGRE, 2004). na Por ser a agroindústria um segmento através formulação dos de registros de medicamentos, cosméticos dentre outros fins. com grande capacidade de agregar valor à Segundo Serafini e Silva (2011), para produção agropecuária e gerador de prospecção, um formato importante para empregos e renda, atenção especial deve agilizar buscas nas bases patentárias é a ser dada as tecnologias e aos segmentos Classificação Internacional de Patentes de suas cadeias produtivas. A instalação (CIP), na qual as patentes são classificadas de empreendimentos agroindustriais nas de acordo com a aplicação. São divididas regiões brasileiras deverá, provavelmente, em 8 seções, 21 subseções, 120 classes, passar 628 subclasses e 69000 grupos. por processo respeitando de inovação, obviamente as Este trabalho tem congruência com o particularidades de cada região, partindo Plano Diretor da Unidade de Pesquisa- desde o beneficiamento, e seguindo INSA, inserido no Eixo de Sustentação 1: outras Promoção da Inovação, no programa 1.2 etapas como armazenamento, outras. Dessa processamento, distribuição, forma a entre investigação Agroindústria, inserido na meta 8: Elaboração e implementação de estudos, científica se apresenta como uma das visando alternativas para identificação de algumas agroindustrial de cactáceas no SAB, necessidades de pesquisa, para melhoria envolvendo a pós-colheita e propriedades de produtos e/ou estudos de novos funcionais, produtos no intuito de auxiliar na tomada biofilmes, de caracterização de óleos, com vistas à decisão investimentos. em relação a novos quantificar atividades o potencial antimicrobianas, armazenamento e obtenção de substâncias terapêuticas, 2012. Utilizou-se o campo de pesquisa antioxidantes e alimentares. “título” e “resumo e a palavra-chave Diante do exposto a finalidade deste, analisada foi “Cactus”. foi mapear as tecnologias já desenvolvidas e patenteadas, referentes às cactáceas, RESULTADOS com fins de elaborar e subsidiar futuras Os resultados de número de ações de ciência, tecnologia e inovação patentes encontrados na Seção A nesta cadeia produtiva. referente a necessidades humanas e em METODOLOGIA suas principais subseções e classes para o da termo cactus estão apresentados na prospecção, foi tomado como base os Tabela 1. Observa-se um numero total de pedidos de patentes depositados no 1547 produtos registrados, entre eles em European Patent Office (EPO - Espacenet – sua Worlwide). A pesquisa foi realizada entre alimentação animal e humana, além de Para o desenvolvimento os meses de novembro e dezembro de maioria uso na aqueles medicina, utilizados preparação na de compostos químicos e cosméticos. Tabela 1. Número de patentes depositadas na base European Patent Office, para a busca cactus, para a Classificação Internacional de Patentes, na seção A, referente a Necessidades humanas. Subseção A01 Agricultura; silvicultura; pecuária; caça; captura em armadilhas; pesca Classe Descrição* Número de Patentes A01G Horticultura; cultivo de vegetais, flores, arroz, frutas, vinhas, lúpulos ou algas; silvicultura; irrigação Novas plantas ou processos para obtenção das mesmas; reprodução de plantas por meio de técnicas de cultura de tecidos Conservação de corpos de seres humanos ou animais ou plantas ou partes dos mesmos; biocidas, por ex. Como desinfetantes, como pesticidas ou como herbicidas; repelentes ou atrativos de pestes; reguladores do crescimento de plantas Tratamento. Por ex. Conservação, de farinhas ou massas, pela adição de materiais; cozimento; produtos de padaria; conservação dos mesmos 43 Produtos de laticínio, por ex., Leite, manteiga, queijo; substitutos do leite ou do queijo; produção dos mesmos Café; chá; seus substitutos; manufatura, preparo, ou infusão dos mesmos 25 A01H A01N A21 A21D Cozedura ao forno; equipamento para preparo ou processamento de massas; massas para cozedura ao forno A23 A23C Alimentos ou produtos alimentícios; seu A23F 19 16 28 23 beneficiamento, não abrangido por outras classes A23G A23K A23L A61 A61K Saúde; salvamento; recreação A61P A61Q A63 A63F Esportes; jogos; recreação Cacau; produtos de cacau, por ex.,Chocolate; substitutos de cacau ou produtos de cacau; confeitos; goma de mascar; sorvetes; preparações dos mesmos Forragem Alimentos, produtos alimentícios ou bebidas não alcoólicas ou; seu preparo ou tratamento, por ex.,Cozimento, modificação das qualidades nutritivas, tratamento físico; conservação de alimentos ou produtos alimentícios, em geral Preparações para finalidades médicas, odontológicas ou higiênicas Atividade terapêutica de compostos químicos ou preparações medicinais Uso de cosméticos ou preparações similares para higiene pessoal Jogos de cartas, mesa ou roleta; jogos em recintos fechados usando pequenas peças móveis para jogo; jogos não incluídos em outro local TOTAL DE PATENTES 12 122 317 609 289 34 10 1547 *Fonte: patentesonline.com.br Foram encontrados ainda resultados 1b apresenta os valores encontrados na nas outras seções de depósitos como busca. Para o Brasil não foi encontrado expostos na Figura 1a. Onde o que mais se nenhum registro referente à busca, destacou foi à subseção C12G que trata da deixando preparação de Vinho e outras bebidas estudos com produtos advindos de cactos, alcoólicas com cactáceas. para uma futura tomada de decisão. Para melhor conhecimento dos países detentores das patentes, a Figura exposta a necessidade de busca, para que possa configurar como uma família de grande importância agroindustrial para as regiões áridas e semiáridas. CONCLUSÃO As patentes relacionadas à Cactus revelaram utilizações principalmente nas áreas de alimentares, alimentos e produtos alimentação animal, fármacos e preparações medicinais, de higiene pessoal e compostos químicos. A China foi até o presente o maior detentor de patentes publicadas para cactus. Assim, pode-se concluir que este família ainda necessita de aporte de ciência, tecnologia e inovações principalmente no Brasil onde ainda não há nenhuma referencia de REFERÊNCIAS KUPFER, D.; TIGRE, P. B. Modelo SENAI de Prospecção: Documento Metodológico. Capítulo 2: Prospecção Tecnológica. In: Organizacion Internacional Del Trabajo CINTERFOR Papeles de La Oficina Técnica no.14, Montevidéu, 2004. SERAFINI, M. R.; SILVA, G. F. Prospecção Tecnológica no Brasil: Características da Propriedade Intelectual no Nordeste. Universidade Federal de Sergipe. 2011. SUBSTRATOS E MANEJO DO EFLUENTE DOMÉSTICO NA EMERGÊNCIA E VIGOR DO GIRASSOL Antônio Ramos Cavalcante1, José Amilton Santos Júnior2, Hans Raj Gheyi3, Nildo da Silva Dias4 1 Téc. Agri. Pesquisador Bolsista do INSA. E-mail: [email protected] 2 Dr. Técnico OII, INSA/MCTI. E-mail: [email protected]; Dr. NEAS/UFRB. E-mai: [email protected]; 4 Dr. UFERSA. E-mail: [email protected]; 3 RESUMO: Os substratos desempenham função importante no processo de germinação das sementes, sendo determinantes para a obtenção de mudas sadias e vigorosas. O objetivo foi estudar o vigor e a emergência do girassol, para fins de flor de corte, quando irrigados com efluente doméstico sob diferentes manejos e cultivados em diferentes substratos. O delineamento estatístico utilizado foi o inteiramente casualizado, analisado em esquema fatorial 4x3, com três repetições, totalizando 36 unidades experimentais. O manejo da irrigação consistiu na renovação do efluente doméstico diariamente, a cada 2, 3 e 4 dias com reaplicação do lixiviado três vezes ao dia; os substratos utilizados foram: fibra de coco, areia lavada e bagaço de cana. Verificou-se que o tempo de renovação do efluente doméstico não interferiu em nenhuma variável estudada. Palavras Chave: hidroponia, reutização de água, semiárido INTRODUÇÃO além de reduzir custos com fertilizantes e O efluente domestico quando não tratado e lançado diretamente no meio ambiente, eutrofiza provoca corpos danos hídricos, ao além solo, de reutilizar a água, ampliando sua oferta para irrigação, reduz significativamente os impactos negativos ambiente e a saúde pública. suscitarem doenças de veiculação hídrica; o aproveitamento deste efluente como solução nutritiva em sistemas hidropônicos, quando bem manejado, sobre MATERIAL E MÉTODOS o meio O trabalho foi conduzido, em casa de vegetação pertencente ao Campus I da octógono, de modo que permitisse uma maior distância entre plântulas. Universidade Federal de Campina Grande, município de Campina Grande- PB, O delineamento Aos 20 DAS, utilizando 8 plantas por experimental repetição, analisou-se variáveis biométricas, de produção de fitomassa e utilizado foi o inteiramente casualizado, fisiológicas. As variáveis biométricas analisado em esquema fatorial 4 x 3 com foram: comprimento do caule (CC) – três repetições, totalizando 36 unidades medido do colo da planta a gema apical; o experimentais, de modo que estudou-se o comprimento da raiz (CR) – do colo da efeito do tempo de aplicação/renovação planta até o ápice da raiz; diâmetro do do efluente doméstico diariamente, a caule (DC) – mensurado sempre a 3 cm do cada dois, três e quatro dias com nível do substrato; número de folhas (NF) reaplicação do lixiviado três vezes por dia, – foram contadas as folhas superiores a e três substratos alternativos de cultivo três centímetros e foto sinteticamente (fibra de coco, areia e bagaço de cana) ativas. sobre a emergência e o vigor do girassol Os resultados do experimento cultivado em sistema hidropônico. Cada foram submetidos à análise de variância, parcela experimental foi composta por um comparando-se por meio de análise de vaso volumétrica regressão o tempo de renovação do equivalente a 6 L, preenchidos com 0,5 kg efluente doméstico (fator quantitativo) e de brita na parte inferior, uma tela de por meio de comparação de médias pelo nylon como envelope separando a brita e teste Tukey os diferentes substratos (fator 1 kg de substrato. qualitativo) com A capacidade variedade estudada foi a ao probabilidade, nível de utilizando-se 0,05 de software EMBRAPA 122-V2000, cujas sementes estatístico SISVAR versão 5.2 (Ferreira, foram fornecidas pela EMBRAPA Soja, 2008). escritório de Dourados, MS. Semearam-se nove sementes, distribuídas nos as quais vasos em foram formato octogonal e mais uma no centro do RESULTADOS E DISCURSÃO Verificou-se na figura 1A, as plantas cultivadas em fibra de coco e areia, o %G foram de 95%, já as plantas cultivadas cana não diferiram entre si, indicando uma apresentaram uma media de 80%. Na velocidade de germinação de 35% maior figura 1B nota-se se que o IVE verificado nas que as plantas cultivadas em bagaço de plantas cultivadas em fibra ra de coco e areia cana; Observou-se se na figura 1C que os valores 5,5 cm, respectivamente. Na Figura 1D de CR diferiram quando comparados os observa-se que quanto anto maior o intervalo resultados das plantas cultivadas, nos três de tempo de renovação do ED, as plantas substratos, areia, fibra de coco e bagaço cultivadas de cana, com médias de 10 cm 8,2 cm e desempenho em relação ao CR. O NF das plantas cultivadas em fibra de não houve diferença significativa entre os coco resultados e no areia eia bagaço não de diferiram em areia melhoram observados nas seu plantas significativamente (p>0,05), com médias cultivadas em areia, fibra de coco, com de 7 folhas; este resultado foi 3,5 vezes média de 25 cm, 27 cm respectivamente, superior ao observado no NF das plantas já com bagaço de cana o CC foram cultivadas em bagaço de cana (Figura 1E). inferiores Os valores de CC (Figura 1F) indicam que testados, média de 13 cm. Os valores de os demais tratamentos DC (Figura 1G) apresentaram tendências cultivadas em bagaço de cana foram semelhantes, entre as plantas cultivadas significativamente inferiores aos outros em fibra de coco e areia; Já as plantas substrato testados. Figura 1. Porcentagem média de germinação (A); índice médio de velocidade de emergência (B); comprimento médio da raiz (C); desdobramento do fator substrato dentro do fator tempo de renovação do ED para o comprimento daa raiz (D); número médio de folhas (E); comprimento médio do caule (F) e diâmetro médio do caule (G), aos 20 DAS, do girassol (var. EMBRAPA 122-V2000) V2000) cultivado em sistema hidropônico e irrigado com diferentes tempos de renovação do efluente doméstico e substratos bstratos de cultivo. hidropônico do girassol, na fase de CONCLUSÕES crescimento inicial. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS METCALF & EDDY, INC. Wastewater engineering: treatment and reuse. 4th. ed. – New York: McGraw-Hill, McGraw 1819 p, 2003. HENRIQUE, I. N. 2006. Tratamento de Água Residuária Doméstica e sua Utilização na Agricultura. (Dissertação) – Programa de Desenvolvimento do Meio Ambiente – PRODEMA. UEPB/UFPB, 122p. 1 - O fator tempo de renovação do efluente doméstico utilizado na irrigação das plantas não influenciou significativamente o comportamento da SIDA. Ecological Sanitation, Estocolmo, 1998. Disponível em: <http://www.ecosanres.org/PDF%20files/ Ecological%20Sanitation.pdf> Acessado em: 2 jun. 2004. emergência e vigor do girassol (var. EMBRAPA 122-V2000); 2 - Recomenda-se a utilização lização da fibra de coco ou areia como substrato no cultivo SCHNEITER, A. A.; MILLER, J.F. Description of sunflower growth stages. Crop Science, v. 21, p. 901-903, 1981. MUNNS, H.; HUSAIN, S.; RIVELLI, A. R.; JAMES, R. A.; CONDON, A. G. T.; LINDSAY, M. P.; LAGUDAH, E. S.; SCHACHTMAN, D. P.; HARE, R. A. Avenues for increasing salt tolerance of crops, and the role of physiologically based selection traits. Plant and Soil, v. 247, n. 1, p. 93- 105, 2002. FITTSCHEN, I.; HAHN, H. H. Characterization of the municipal wastewaterpaert human urine and preliminary comparison with liquid cattle excretion. Water science technology, v. 38, n. 6, p. 9-16, 1998. WOLGAST, M. Rena vatten. Om tankar I kretslopp (Clean Waters.Thoughts about recirculation). Uppsala, Creamon 1993. 186 p. TROCAS DE CALOR E MASSA ENTRE O ECOSSISTEMA CAATINGA E A ATMOSFERA: RESULTADOS PRELIMINARES BERGSON G. BEZERRA1, ALDRIN MARTIN PEREZ-MARIN2, CARLOS A. C. SANTOS3 1 Dr. Pesquisador Bolsista do INSA. E-mail: [email protected] Dr. Pesquisador do INSA/MCTI. E-mail: [email protected] 3 Dr. Universidade Federal de Campina Grande. E-mail: [email protected] 2 RESUMO: O objetivo do presente estudo foi determinar o balanço de energia (BE) e o fluxo de CO2 no ecossistema caatinga, usando o método das correlações turbulentas. Durante o período de observação verificou-se que a maior parte da energia líquida (cerca de 70%) foi convertida em fluxo de calor sensível (H). O CO2 absorvido pelo dossel foi baixo cujo valor máximo foi -0,190 µmol m-2 s-1. O elevado valor de H e o baixo conteúdo de CO2 absorvido se devem a baixa atividade fotossintética do dossel devido comportamento caducifólio da caatinga durante o período de observações, devido ao estresse hídrico. O curto período de observações não permite conclusões finais, tendo em vista que se trata da fase inicial do estudo. No entanto, quando comparados com a literatura se constata que os resultados apresentam bastante consistência e coerência. Palavras-chave: Balanço de energia, fluxos de calor latente e sensível, fluxo de CO2. INTRODUÇÃO (SAB), alguns estudos preliminares foram iniciados, porém interrompidos de forma As trocas de calor e massa entre os ecossistemas terrestres e a atmosfera têm sido intensamente sem gerar informações relevantes. em No entanto, as trocas de calor e diferentes condições climáticas em todo o massa entre os ecossistemas de regiões mundo (WILSON et al., 2002; AMIRO, semiáridas e a atmosfera constituem 2010; SÁNCHEZ et al., 2010). No Brasil, a informações valiosas para o sistema floresta amazônica tem sido intensamente climático global principalmente devido ao estudada (SOTTA et al., 2007; ZERI e SÁ, seu 2010). caatinga, terrestre), pela grande disponibilidade de brasileiro energia e por representar condições No característico estudadas intempestiva ecossistema do semiárido tamanho (∼17% da superfície climáticas esperadas atualmente mais para úmidas áreas devido às (Equação 01) diariamente estão sendo utilizando a técnica alterações climáticas (OTTERMAN, 1974; micrometeorológica eteorológica IPCC, 2007; ROTENBERG ENBERG e YAKIR, 2010). 2010) turbulentas, método utilizado pela rede Diante do exposto, o presente estudo tem por objetivo avaliar das medidas correlações FLUXNET (WILSON et al., 2002). o 01 comportamento sazonal e diário das onde: Rn (W m-2) é o saldo de radiação, LE partições do balanço de energia (BE) em (W m-2) é o fluxo de calor latente, H (W m- ambiente preservado do ecossistema 2 caatinga, no SAB. fluxo de calor no solo e ) é o fluxo de calor sensível, G (W m-2) é o (µmol m-2 s-1) é o fluxo líquido de dióxido de carbono (CO2). Rn e G são medidos com um saldo MATERIAL E MÉTODOS radiômetro modelo CNR4 (KIPP & ZONEN) e duas placas de fluxo de calor no solo O estudo está sendo realizado em uma área preservada de caatinga, modelo Sensors) s) HFP01 (Hukselflux enterradas a 2 Thermal cm de localizada na Estação Experimental Lagoa profundidade, Bonita, Campina Grande-PB. PB. As variáveis demais fluxos estão sendo estimados requeridas para a determinação do BE pelas equações seguintes: , aquecimento da camada limite , transpiração + evaporação , fotossíntese + respiração onde: , , e são as respectivamente. (W m-2) Os 02 (W m-2) 03 04 ( (µmol m-2 s-1) e c estão sendo obtidas usando um covariâncias entre velocidade vertical do analisador de gases modelo EC150 vento (w) e a temperatura (T), a umidade (Campbell Sci.) acoplado a anemômetro específica (q) e a concentração de CO2 (c), sônico tridimensional modelo CSAT3A respectivamente, ρ é a densidade da ar, cP (Campbell Sci.), enquanto T está sendo é o calor específico do ar a pressão medido usando uma sonda modelo HC2S3 constante e L é o calor latente de (Rotronic Instrument strument Corp.). Todos os vaporização da água. As medições de w, q sensores, exceto as placas HFP01, estão instalados 2,5 m acima da altura média do caatinga dossel. predominantemente sem folhas devido ao seu encontrava-se comportamento caducifólio em resposta ao estresse hídrico. A presença RESULTADOS PRELIMINARES E de folhas nesse período é restrita a DISCUSSÕES algumas espécies tais como pereiro (Aspidosperma pirifolium), feijão bravo Os valores médios diários dos (Capparis cynophallophora) e baraúna componentes do BE, albedo (α) e das (Schinopsis brasiliensis). A baixa atividade partições do BE dos 20 primeiros dias transpirativa estudados, são mostrados na Tabela 1. De período devido ao seu comportamento acordo com a referida Tabela constata-se caducifólio é evidenciado pelo percentual que o maior percentual de Rn foi do Rn convertido em LE, cujo valor é da convertido em H, ou seja, usado no ordem de 3,50%. Os menores percentuais aquecimento da camada limite. Esse do Rn foi convertido em G cujo valor é resultado é esperado, pois durante o igual a 3,00%. das plantas durante o período de observação o dossel da Tabela 1: Valores médios diários de Rn, LE, H, G, α e as partições do balanço de energia Elementos do BE (MJ m2 dia-1) Partições do BE (%) Rn LE H G α LE/Rn H/Rn G/Rn 13,20 0,46 9,23 0,36 0,12 3,50 70,00 3,00 O valor médio diário do α foi de Na Figura 1a é mostrado o ciclo 0,12. Este valor é aparentemente baixo, médio diário dos componentes do BE. porém, de acordo com Rotenberg e Yakir Todos os componentes do BE apresentam (2010) o albedo médio anual das florestas, ciclos concordantes com o ciclo diário da inclusive de regiões semiáridas, apresenta radiação solar. valores da ordem de 0,10. Figura 1: a) Ciclos médios diários dos componentes do BE e b) e do fluxo de CO2 O ciclo médio diário do fluxo de CO2 pode ser visto na Figura 1b. O CO2 máximo absorvido pela caatinga foi CONSIDERAÇÕES FINAIS de aproximadamente -0,190 µmol m-2 s-1 O curto período de observações não entre 11:30 h e meio dia. Em comparação permite conclusões finais, tendo em vista com resultados de outros ecossistemas que se trata da fase inicial do estudo. tais como Amazônia, floresta de pinus e Porém, plantações de eucaliptos (Zeri e Sá, 2010; literatura se constata que os resultados Amiro, 2010; Cabral et al., 2011), constata- apresentam se que a absorção da caatinga foi muito coerência. baixa no período. No entanto, deve ser comportamento sazonal das partições do considerada nessa comparação a grande BE deve ser bastante diferente entre as diferença estações seca e chuvosa, quando o dossel de biomassa entre os quando bastante a consistência Espera-se e que o da salientar ainda que durante o período de recoberto de folhas e apresentará intensa observação a caatinga se encontrava com atividade de transpiração. Nesse período dossel predominantemente sem folhas. espera-se Neste caso a absorção de CO2 foi restrita consideravelmente as atividades fotossintéticas de algumas diminuição do H/LE e que a quantidade de espécies CO2 absorvida seja aumentada em face da citadas, que mantém a folhagem mesmo em condições de estresse hídrico. estará com ecossistemas citados e a caatinga. Vale anteriormente caatinga comparados que completamente LE/Rn em aumente razão da intensificação da atividade fotossintética. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Earth System Sciences, v.14, p.1487-1497, AMIRO, B. Estimating annual carbon 2010. dioxide eddy fluxes using open-path analyses for cold forest sites. Agricultural SOTTA, and Forest Meteorology, v.150, 1366- SCHWENDENMANN, L.; GUIMARÃES, B. R.; 1372. PAIXÃO, R. K.; RUIVO, M. L.; LOLA, A. C.; E. D.; VELDKAMP. E.; MEIR, P. Effects of an induced drought and CABRAL, O. M. R.; GASH, J. H. C.; ROCHA, soil carbon dioxide (CO2) efflux and soil H. R.; MARSDEN, C.; LIGO, M. A. V. V.; CO2 production in an Eastern Amazonian FREITAS, H. C.; TATSCH, J. D.; GOMES, E. rainforest, Brazil. Global Change Biology, Fluxes of CO2 above a plantation of v.13, p.2218-229, 2007. Eucalyptus in southeast Brazil. Agricultural and Forest Meteorology, v.151, p.49-59, WILSON, K.; GOLDSTEIN, A.; FALGE, E.; 2011. AUBINET, M.; BOLDOCCHI, D.; BERBIGIER, P.; BERNHOFER, C.; CEULEMANS, R.; IPCC AR4. Intergovernamental Panel for DOLMAN, H.; FIELD, C.; GRELLE, A.; Climate Change – Assessment Report 4, IBROM. A.; LAW, B. E.; KOWALSKI, A.; 2007. MEYERS, T.; MONCRIEFF, J.; MONSON, R.; OTTERMAN, J. Baring high-albedo soils by OECHEL, W.; TENHUNEN, J.; VALENTINE, overgrazing a hypothesized desertification R.; VERMA, S. Energy balance closure at mechanism. Science, v.186, p.531-533, FLUXNET sites. Agricultural and Forest 1974. Meteorology, v.113, p.223-243, 2002. ROTENBERG, E.; YAKIR, D. Contribution of ZERI, M.; SÁ, L. D. A. The impacts of data Semi-Arid Forests to the Climate System. gaps and quality of control filtering on the Science, v.327, p.451-454. balances of energy and carbon for a Southwest Amazon forest. Agricultural SÁNCHEZ, J. M.; CASELLES, V.; NICLÒS, R.; and Forest Meteorology, v.150, p.1543- COLL, C.; KUSTAS, W. P. Analyses of the 1552, 2010. energy balance closure over a FLUXNET boreal forest in Finland. Hydrology and ZONEAMENTO DA PALMA FORRAGEIRA (Opuntia sp.) PARA O ESTADO PARAÍBA BERGSON G. BEZERRA1, JUCILENE S. ARAUJO2, DANIEL DUARTE PEREIRA1, GUSTAVO Q. LAURENTINO3 1 Dr. Pesquisador Bolsista do INSA. E-mail: [email protected] Dra. Pesquisadora do INSA. E-mail: [email protected] 3 Tec. Agrí. Pesquisador Bolsista do INSA. E-mail: [email protected] 2 RESUMO: A palma forrageira se tornou ao longo dos anos uma importante alternativa forrageira, principalmente em longos períodos de estiagens. Apesar de sua importância para a agropecuária, o seu cultivo tem dispensando tratos culturais básicos e embasamento técnico-científico quanto às suas exigências climáticas. Assim, o principal objetivo desse estudo foi elaborar o zoneamento agroclimático da cultura da palma forrageira (Opuntia sp.) para o estado da Paraíba. De acordo com os resultados obtidos, a mesorregião da Borborema é a que apresenta as condições climáticas mais favoráveis para o cultivo da palma forrageira. As mesorregiões do Agreste, Sertão Paraibano e a parte do Litoral Paraibano são aptas, porém com restrições. No entanto, recomenda-se o cultivo da palma forrageira em todo o território do estado da Paraíba, exceto a parte costeira da mesorregião do Litoral e região em torno de Areia-PB. Em ambos os casos a inaptidão ocorre em função do excesso de precipitação. Palavras-chave: Balanço hídrico climático, climatologia, precipitação INTRODUÇÃO agropecuárias no semiárido brasileiro. Apesar de sua importância para a A palma forrageira se tornou ao longo dos alternativa anos uma forrageira no agropecuária, em seu cultivo têm sido importante dispensados tratos culturais básicos tais Semiárido como fertilização, controle de plantas longos daninhas, pragas e doenças além do períodos de estiagens. Atualmente é delineamento da densidade de plantio considerada uma aliada importante na adequado para expressar seu potencial sustentabilidade produtivo. Brasileiro, principalmente vulnerabilidade e na das em redução da atividades Nesse contexto, o conhecimento das Para a elaboração do zoneamento condições climáticas específicas de modo agroclimático da palma forrageira foram que propicie um bom desenvolvimento é utilizados os dados climatológicos de 97 extremamente de localidades do estado da Paraíba, bem a distribuídos espacialmente. Os dados realização do zoneamento agroclimático climáticos mencionados correspondem visa obter maiores informações sobre a aos adaptabilidade das culturas selecionadas temperatura (média - Tmed, máxima - e, sobretudo, proporcionar maior retorno Tmax e mínima - Tmin) e aos totais dos investimentos a médio e longo prazos mensais e anuais da precipitação (P), para os produtores contribuindo, desta disponíveis na página virtual da Unidade forma, para uma agricultura racional e Acadêmica sustentável (Nunes et al., 2007; Possas et (UACA) al., 2012). Campina maximizar útil sua no produção. sentido Assim, Assim, o principal objetivo desse estudo foi agroclimático elaborar cultura de e Ciências Universidade anuais da Atmosféricas Federal Grande de (UFCG) (www.dca.ufcg.edu.br). zoneamento Os indicadores climáticos da palma forrageira utilizados no presente estudo forrageira (Opuntia sp.) para o estado da foram estabelecidos por Souza et al. Paraíba (2008), os quais estão apresentados na base nos da da mensais palma com da o valores indicadores climáticos delineados por Sousa et al. Tabela 1. (2008). Tabela 1: Indicadores climáticos utilizados na MATERIAL E MÉTODOS elaboração do zoneamento agroclimático da palma forrageira para o estado da Paraíba Parâmetro climático Aptidão Tmed (ºC) Plena 16,1 ≤ Tmed ≤ 25,4 Com Restrições Tmed < 16,1 e Tmed >25,4 Inapta - Tmax (ºC) 28,5 ≤ Tmax ≤ 31,5 Tmax < 28,5 e Tmax 31,5 - Tmin (ºC) 8,6 ≤ Tmin ≤ 20,4 Tmin < 8,6 e Tmin > 20,4 - AT* (ºC) 10,0 ≤ ΔT ≤ 17,2 ΔT < 10,0 e ΔT > 17,2 - * P (mm) 368,4 ≤ P ≤ 812,4 812,4 ≤ P ≤ 1089,9 e P < 368,4 P > 1089,9 Iu (-) -65,6 ≤ Iu ≤ -31,8 31,8 -31,8 ≤ P ≤ -7,7 e Iu < -65,6 Iu > 7,7 Amplitude térmica O índice de umidade no solo (Iu) de climática utilizando o método de cada posto meteorológico foi obtido interpolação conhecido como “krigagem mediante o cálculo do balanço hídrico ordinária”. climatológico utilizando o modelo proposto por Thornthwaite (1948), o qual RESULTADOS E DISCUSSÕES pode ser encontrado detalhadamente descrito em Vianello & Alves (1991). O zoneamento foi elaborada para cada De acordo climáticos com delineados os para indicadores a palma um das 97 localidades e para cada um dos forrageira (SOUSA et al., 2008), os quais indicadores da Tabela 1. Em seguinda estão apresentados na Tabela 1, à todos os zoneamentos foram cruzados e mesorregião da Borborema é a que elaborado o zoneamento final de acordo propicia as melhores condições climáticas com Moura et al. (2011). Depois desse para ao cultivo da palma forrageira procedimento foi feito a interpolação ou a (Figuras 1, coloração verde). confecção do mapa de classes de aptidão Figura 1. Aptidão climática da palma forrageira para o estado da Paraíba As únicas restrições para o cultivo da palma na mesorregião da Borborema é quanto à precipitação nas regiões polarizadas por Cabaceiras, Caraúbas e Picuí, cujas médias climatológicas são inferiores a 368 mm (Figura 1), o limite inferior entre as aptidões plena e restrita. Outra restrição ocorre no noroeste da mesorregião, em torno do município de São Mamede (Figura 1). Essa restrição é (Opuntia sp.) no estado da Paraíba. 2. A região costeira mesorregião do da Litoral Paraibano e a região em torno de Areia, no Agreste Paraibano, apresentam as condições climáticas mais desfavoráveis para o cultivo da palma forrageira no estado da Paraíba. quanto à temperatura máxima cujos 3. Recomenda-se o cultivo da valores são superiores a 32°C. As mesorregiões do Sertão e do Agreste palma forrageira em todo o apresentam aptidão predominantemente território do estado da Paraíba, com com exceção da parte costeira restrições principalmente a precipitação e a temperatura. No Litoral e da na região em torno de Areia a inaptidão Paraibano e o brejo de altitude (Figura em torno de Areia no Agreste 1, coloração vermelha) é relacionada ao excesso de precipitação. mesorregião do Litoral Paraibano, embora mesorregião do a Agreste Paraibano e a mesorregião do CONCLUSÕES Sertão Paraibano apresentem 1. A mesorregião da Borborema e a parte centro-ocidental da mesorregião do restrições quanto à precipitação e/ou à temperatura. Agreste Paraibano foram às áreas que apresentam as condições climáticas mais favoráveis para o cultivo da palma forrageira REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS MOURA, M. S. B.; BASTOS, L. S.; SILVA, T. G. F.; SÁ, I. I. S. Zoneamento agroclimático SOUZA, L. S. B.; MOURA, M. S. B.; SILVA, T. da palma forrageira para o estado de G. F.; SOARES, J. M.; CARMO, J. F. A.; Pernambuco. BRANDÃO. E. O. Indicadores climáticos Petrolina: Embrapa Semiárido (Documentos 242), 2011. para o zoneamento agrícola da palma forrageira (Opuntia sp.). In: Jornada de NUNES, E. L.; FERREIRA, R. C. F.; SOUZA, Iniciação Científica da Embrapa Semiárido, W. G.; RIBEIRO, A.; SENNA, M. C. A.; LEAL, 3, 2008, Petrolina. Anais... Petrolina: B. G. Zoneamento agroclimático da cultura Embrapa do café para a bacia do rio doce. Revista (Embrapa Semiárido. Documentos, 210). Semiárido, 2008. p.23-28. Brasileira de Meteorologia, v.22, n.3, p.297-302, 2007. THORNTHWAITE, C. W. An approach toward a rational classification of climate. POSSAS, J. M. C.; CORREA, M. M.; MOURA, Geographical Review, v.38, n.1, p.55-94, G. B. A.; LOPES, P. M. O.; CALDAS, A. M.; 1948. FONTES JÚNIOR, R. V. F. Zoneamento agroclimático para a cultura do pinhão- VIANELLO, manso no Estado de Pernambuco. Revista Meteorologia básica e aplicações. Viçosa: Brasileira de Engenharia Agrícola e Editora da UFV, 1991. 449p. Ambiental, v. 16, n.9, p.993-998, 2012. R. L.; ALVES, A. R. REUSO DE ÁGUA E SUAS POTENCIALIDADES PARA O SEMIÁRIDO BRASILEIRO CLAUDIA FACINI REIS1, DELFRAN B. SANTOS2, JUAN J. CEA SORIANO3, SALOMÃO SOUZA MEDEIROS4 1 Dnda Pesquisadora Bolsista do INSA. E-mail: [email protected] Dr. IF Baiano/INSA. E-mail: [email protected] 3 MsC. Pesquisador Bolsista do INSA/MCTI. E-mail: [email protected] 4 Dr. Pesquisador do INSA. E-mail: [email protected] 2 RESUMO: Diante da realidade da escassez de água em regiões semiáridas e da produção em grande escala de esgoto doméstico, a execução do presente trabalho objetiva analisar o desenvolvimento de cinco espécies nativas da caatinga com potencial madeireiro, utilizando irrigação com água residuária de esgoto doméstico e polímero hidrorretentor de umidade no solo. Para a realização do experimento foram utilizadas 600 plantas, nas quais estão sendo atualmente testados 10 tratamentos, sendo estes: 5 diferentes frequências de irrigação por gotejamento, com e sem a utilização de polímero hidrorretentor. Os resultados preliminares demonstraram que as cinco espécies vegetais apresentaram taxa de sobrevivência acima de 98% durante o decorrer do experimento até os 120 dias de plantio. Também foi verificado que nesse período não ocorreu diferença significativa na porcentagem de umidade do solo na comparação dos tratamentos com e sem utilização de polímero hidrorretentor. Demais resultados referentes à uniformidade do sistema de irrigação por gotejamento, mostraram que a distribuição de água no sistema está classificada como excelente. Palavras-chave: Estação de tratamento de esgoto; irrigação; reuso. INTRODUÇÃO brasileiro, cuja vegetação predominante é A desertificação é um problema de dimensões globais que afeta as regiões de clima árido, semiárido e subúmido seco. No Brasil, as áreas susceptíveis a desertificação compreendem os estados da região semiárida do Nordeste a caatinga. Sabe-se que a vegetação arbustiva e arbórea da caatinga vem sendo substituída por pastos herbáceos ou culturas de ciclo curto, favorecendo ao processo de descobrimento do solo e consequentemente aumentando a intensidade de perdas de solo e o processo erosivo. Deste modo, o cultivo continuado, com a retirada dos produtos MATERIAL E MÉTODOS agrícolas e sem reposição dos nutrientes, O presente estudo foi desenvolvido leva à perda da fertilidade do solo. em área localizada na sede do Instituto (DUBEUX et al., 2005; PEREZ-MARIN et al., Nacional do Semiárido (INSA), sendo 2006). conduzido numa área 3.600 m2, na qual Também se faz realidade a questão da produção excessiva de foram plantadas 600 mudas de cinco esgoto espécies nativas da caatinga com potencial doméstico sem disposição adequada, de madeireiro, manejadas com irrigação por modo que diversas pesquisas vêm sendo gotejamento e com utilização de 6.67 g, realizadas com o intuito de avaliar o reuso por planta, de polímero hidrorretentor de dessas águas para fins agrícolas via umidade no solo. irrigação por gotejamento. Entretanto, Para manejo da irrigação a inicialmente utilizou-se água tratada, para importância da avaliação quanto ao posterior aplicação de água residuária de impacto solo, esgoto doméstico que será obtida através sodicidade, de uma estação de tratamento de esgoto do principalmente destaca-se o reuso sobre quanto a o salinidade, excesso de nutrientes e, localizada sobretudo, os aspectos sanitários. instituto, iniciando a aplicação somente Diante desta problemática, justificase a execução do presente trabalho, com o na área experimental do após 4 meses de plantio. Desta forma, visando à objetivo de avaliar o desenvolvimento de recuperação de área degradada em espécies nativas da caatinga, mantidas função da retirada da camada superficial com irrigação por gotejamento, utilizando de um Planossolo, foram plantadas mudas inicialmente água tratada, seguida de água de: Aroeira branca - Astroium urundeuva residuária objetivando de esgoto também doméstico e (Allemão), avaliar a avellanedae, Ipê roxo Braúna – Tabebuia Schinopsis uniformidade de distribuição de água no brasiliensis Engl Catingueira – Caesalpinia sistema e a dinâmica da umidade no solo pyramidalis e Freijó – Cordia trichotoma. com utilização de polímero hidrorretentor. O plantio das mudas foi feito em nível colocando 01 (uma) muda por cova com espaçamento 3,0 x 2,0 m e e teste de Tukey 1% para comparação das dimensões de 30 x 30 x 30 cm, sendo que médias. a adubação de fundação foi realizada com A descrição geral do experimento 5 kg de matéria orgânica por cova. Para foi: Número total de plantas: 600; Número fins a de tratamentos: 10; Número Núme de plantas porcentagem de umidade do solo foram por tratamento: 60; Número de parcelas: instalados 40 tubos de acesso para 20; Número de subparcelas: 20; Número determinação de umidade através de de plantas por parcela: 30; Número de sonda modelo Device Profile Probe PR2, PR2 repetições: 04; Número de plantas por com precisão de 99% e variação de 0,1%. espécie: 120 e Número de frequências de Sendo que 20 tubos de acesso foram irrigação: 05. de comparação quanto instalados nas parcelas com utilização de Quanto a avaliação do sistema de polímero hidrorretentor e 20 tubos em irrigação, foi adotada a metodologia de parcelas sem sua utilização. A umidade do Deniculli (1980) para o posicionamento solo foi medida em mm3 / mm3 nas dos profundidades de 10 até 40 cm e calculado posteriormente uniformidade de Christiansen convertida para gotejadores o CUC avaliados, - sendo coeficiente de (1942), percentual de umidade utilizando o conforme Equação 1; e o CUD - coeficiente coeficiente dee calibração do equipamento. de uniformidade de distribuição de Keller Os dados de umidade do solo foram & Bliesner (1990), conforme Equação 2. avaliados através de estatística descritiva CUC Eq. (1) Em que, qi - vazão de cada emissor L.h-1 ; qa - vazão média dos emissores L.h-1; n - número de emissores. CUD Em que, qn - vazão média das 25% menores descargas dos emissores L.h L. -1; qa – vazão média L.h-1. Eq. (2) Na tabela 1 constam as Classificações de CUD de acordo com Bralts (1986) e Classificação do CUC segundo Bernardo et al. (2006). Tabela 1.. Classificação dos coeficientes de uniformidade do sistema de irrigação CUD > 90% 80% a 90% 70% a 80% < 70% CLASSIFICAÇÃO Exelente Bom Regular Ruim CUC > 90% 80 - 90% 70 - 80% 60 - 70% < 60% CLASSIFICAÇÃO Excelente Bom Regular Ruim Inaceitável Fonte: Bralts (1986) e Bernardo et al. (2006). Para o presente trabalho também Os resultados preliminares do foi calculada a taxa de sobrevivência das experimento referem-se se a uniformidade cinco espécies nativas da caatinga até os do sistema de irrigação rigação por gotejamento, 120 dias de plantio. Bem como, serão percentual de umidade no solo, e as taxas realizadas mensalmente a partir do 4º mês de sobrevivência das cinco espécies de biométricas, nativas da caatinga avaliadas até os 120 fisiológicas e calculadas as taxas de dias de plantio. Desta forma, a tabela 2 crescimento relativo das espécies após apresenta 720 dias de plantio. uniformidade do sistema de irrigação em e plantio, avaliações os resultados quanto quatro pressões iniciais de serviço. RESULTADOS E DISCUSSÃO Tabela 2. Uniformidade do sistema de irrigação por gotejamento Pressão de serviço CUC psi mca bar CUD CV a 15 20 25 30 10 14 18 21 1,0 1,4 1,8 2,1 87,54 91,52 91,06 90,90 77,71 83,21 82,27 82,81 0,16 0,13 0,15 0,13 Fonte: Dados da pesquisa. Quanto a uniformidade na distribuição da mca, entretanto, no cálculo do CUD a água avaliada através do calculo do CUC, melhor uniformidade de distribuição foi verificou-se que resultados superiores e detectada aumentando a pressão para 18 inferiores foram encontrados nas pressões mca. de 14 e 10 mca, respectivamente. Do Em relação à taxa de sobrevivência mesmo modo, para o calculo do CUD das verificou-se apresenta os principais resultados: que o menor resultado espécies avaliadas a tabela 3 também foi encontrado na pressão de 10 Tabela 3. Representação da taxa de sobrevivência das espécies vegetais Espécie Nº de mudas plantadas Nº de plantas mortas Nº de plantas vivas Taxa de sobrevivência Taxa de mortalidade Aroeira Freijó Catingueira Braúna Ipê 600 600 600 600 600 8 6 7 0 3 592 594 593 600 597 98.6% 99% 98.8% 100% 99.5% 1.4% 1% 1.2% 0 0.5% Fonte: Dados da pesquisa Verificou-se que as cinco espécies Quanto ao percentual de umidade, avaliadas apresentaram taxa de sobrevivência com 95% de confiança, verificou-se que acima de 98%, sendo que a espécie com aos 120 dias após a adição de polímero melhor resultado (100%) foi a Braúna - hidrorretentor no solo, não ocorreram Schinopsis brasiliensis Engl Entretanto, diferenças significativas na porcentagem Aroeira branca - Astroium urundeuva de umidade, quando comparadas as (Allemão), foi aquela que apresentou médias entre os tratamentos: com e sem menor utilização do polímero, conforme tabela 4. taxa de sobrevivência, consequentemente maior número de plantas mortas. Tabela 4. Testes de Tukey 5% e 1% para comparação das médias de umidade do solo (%) Tratamentos Profundidade Tukey 5% Tukey 1% 12,9 % 10 – 40 cm A A Sem utilização de 13,1% polímero hidrorretentor Fonte: Dados da pesquisa 10 – 40 cm A A Com utilização polímero hidrorretentor Percentual médio umidade do solo da de CONCLUSÕES 3. Com 120 dias após a adição de polímero hidrorretentor não é 1. As espécies branca - vegetais Astroium Aroeira possível concluir a respeito da urundeuva eficiência na retenção de umidade (Allemão), Ipê roxo - Tabebuia no solo. avellanedae, Braúna – Schinopsis brasiliensis Engl Catingueira – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Caesalpinia pyramidalis e Freijó – Cordia trichotoma, apresentam alta taxa de sobrevivência em região semiárida, quando mantidas sob irrigação. 2. O sistema de irrigação por DUBEUX JR. J. C.; BRNTOS, M. V. F. Exigências nutricionais da palma forrageira. In. MEDEIROS, S. S. et al Características químicas do solo sob algodoeiro em área que recebeu água residuária da suinocultura. Revista Brasileira de Ciência do Solo (Impresso), v. 35, p. 1047-1055, 2011. gotejamento apresenta excelente uniformidade de distribuição de água ao longo do sistema, quando se mantém a pressão de serviço em 14 mca. METCALF & EDDY. Inc. Wastewater Engineering treatment DispoBrl Reuse. 4. ed. New York, McGraw - Hill Book, 1815p. 2003. EDUCAÇÃO CONTEXTUALIZADA E ESCOLAS DO CAMPO EM NÚCLEOS DE DESERTIFICAÇÃO E ÁREAS PILOTO PARA ESTUDOS DA DESERTIFICAÇÃO DO SEMIÁRIDO BRASILEIRO DANIEL DUARTE PEREIRA1, JOSÉ JONAS DUARTE COSTA2, ANDREWS RAFAEL BRUNO ARAUJO CUNHA3, ALDRIN M. PEREZ-MARIN4, JOÃO MACEDO MOREIRA5 1 Dr.Pesquisador Bolsista do INSA. E-mail: [email protected] Dr.Pesquisador Bolsista do INSA. E-mail: [email protected] 3 Mnd.Pesquisador Bolsista. E-mail : [email protected] 4 Dr. Pesquisador do INSA/MCTI. E-mail: [email protected] 5 Esp. Pesquisador Bolsista do INSA. E-mail: [email protected] 2 RESUMO: O Semiárido Brasileiro apresenta realidades, particularidades e singularidades que o torna uma região extremamente distinta do restante do país sendo comum o apregoamento de soluções e a ênfase de ações que visam mais denotar o paupérrimo, o insalubre, o inviável e a dependência. Dificilmente são explicitadas a resistência, as formas seculares de convivência, as riquezas existentes, as contribuições históricas, econômicas e sociais na formação do território nacional, entre outras particularidades. E isto está bem nítido na formação escolar e nos processos pedagógicos e de formação cidadã vigentes. A educação contextualizada se contrapõe a toda esta conjuntura destacando o meio e as suas particularidades e despertando e formando sendo crítico e, consequentemente, induzindo a reavaliações cotidianas do que se entende por desenvolvimento. Neste sentido, e tomando como base o ensino fundamental estão sendo incubadas/implantadas Escolas do Campo nos Núcleos de Desertificação do Seridó - RN, Irauçuba - CE e Cabrobó – PE e na Área Piloto de Estudo da Desertificação do Cariri Paraibano com destaque para o Núcleo do Cariri a incubação da Escola do Campo de Caturité e da criação da Escola do Campo do Congo. Palavras-chave: Convivência com o Semiárido; currículos; incubação de escolas. INTRODUÇÃO abrangendo 1.488 municípios e cerca de 30.000.000 de pessoas. Nestas ASD’s Segundo BRASIL (2007) a Área existem quatro Núcleos de Desertificação Susceptível à Desertificação (ASD’s) no identificados por: Gilbués – PI (5.912,86 Brasil km²/20.459 hab/02 municípios); Irauçuba totalizava 1.340.863 km² – CE (4.101,18 km²/192.324 hab/03 aventuras e experiências da vivência, do municípios); Seridó (2.792,39 km²/91.673 fazer e ser nesse ambiente e que proposta hab/06 da Educação para a Convivência com o municípios); Cabrobó – PE (8.573,02 km²/85.571 hab/05 municípios) Semiárido e nove Áreas Piloto de Estudos da processos formais como nos informais Desertificação (APED’s) localizadas nos uma prática educativa, fecunda, com estados do Maranhão, Ceará, Paraíba, valores, costumes, ideias e sentimentos Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, objetivados através da pluralidade Minas Gerais e Espírito Santo. A APED da manifestações culturais despertando a Paraíba abrange as regiões conhecidas consciência como Cariri capacidade de se relacionar com o mundo enquadradas na Área Semiárida e de em sua amplitude e pluralidade a partir do processo muito grave de desertificação. seu próprio espaço. Seridó, Curimataú e de consequentemente de para autenticidade os das e a e Campo é aquela que “trabalha desde os aspectos interesses, a política, a cultura e a terras dos conduzir Para Caldart (2003) a Escola do A desertificação é um processo de degradação deseja econômicos, ambientais, sociais, históricos economia e sociológicos de uma região. Por ser um trabalhadores e trabalhadoras do campo” processo, participação e ela somente será construída deste jeito, expressiva, notadamente negativa, do se os povos do campo, em sua identidade núcleo humano que habita o local e de e diversidade, assumirem este desafio. políticas, Não sozinhos, mas também não sem sua tem planos, uma ações, projetos e programas por parte das diversas esferas governamentais. Neste tocante, dos diversos grupos de própria luta e organização. a Para o INSA/MCTI no seu PDU educação contextualizada pode em muito 2012-2015 Eixo de Sustentação IV; ajudar a modificar este quadro de Programa 3.1 formação educacional de combate aliando-o ao de convivência com nível superior e pós-graduação e escolas a semiaridez. rurais a Meta 20 é a de realizar a A RESAB (s.d.) apud Farias (2009) incubação de seis Escolas Rurais nos observou que para o Semiárido se tem Núcleos de Desertificação, com inserção desenvolvido um ensino desenraizado das das propostas de Educação Contextualizada para Convivência com o contextualizada. Em ambas as abordagens Semiárido. Para tanto foram escolhidos o direcionamento principal é o da para adequação inicial do projeto os convivência com semiaridez. municípios de Caturité e Congo localizados na ASD de processo muito grave de RESULTADOS E DISCUSSÃO desertificação e inseridos na APED-PB Os resultados já alcançados para a Escola Rural de Caturité apontam para a nítida migração de Escola Rural para MATERIAL E MÉTODOS Escola do Campo visto que, além das ações preliminares do Projeto de Extensão Para a efetiva ação da Pesquisa-Ação PROBEX/PRAC/UFPB/CCA no tocante a estão sendo utilizadas duas formas de inserção da discussão e produção de abordagens. na mudas de palma forrageira resistentes a unidades cochonilha-do-carmim foi realizado já escolares onde princípios e ações da como uma ação do INSA/NDTS um dia de educação contextualizada já estejam campo e implantação de um micro-viveiro sendo discutidos, implantados, pelos próprios estudantes, uma palestra A identificação primeira de redimensionados, consiste possíveis Estas na Câmara Municipal de Caturité, o ser processo de escolha da nova sede da incubadas e inicia-se todo um processo de escola em área rural pelos pais e adequação mais aprofundado incluindo estudantes, ações pedagógicas formais e informais e construção do projeto político-pedagógico as discussões sobre o projeto político- e uma Trilha Ecológica e um micro-viveiro pedagógico inclusive com a participação na comunidade Rural em Campo das de pais e estudantes. Emas, onde será a nova sede da escola. unidades revistos, escolares etc. passam a duas reuniões sobre a na No município do Congo a área onde identificação de município onde exista será implantada a Escola do Campo, uma predisposição no âmbito municipal atendendo já as prerrogativas observadas de criação de uma escola do campo por Caldart (2003), está em processo de baseada nos princípios da educação avaliação onde duas comunidades rurais A segunda forma consiste (Barra do Rio e Riacho do Algodão) já foram visitadas estando em análise a BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. infraestrutura existente em cada uma para Atlas a efetiva implantação. Para as duas Desertificação do Brasil. Brasília: MMA. escolas do 2007. 134 p. Il. recursos campo do serão destinados município, das Áreas Susceptíveis a dotação orçamentária do próprio INSA/MCTI na BRASIL. Ministério da Ciência Tecnologia e forma sendo Inovação. Plano Diretor da Unidade de providenciados contatos junto ao MEC no Pesquisa: Instituto Nacional do Semiárido programa PRONACAMPO. – INSA. Campina Grande, PB, 2012. 25 p. mensurável e estão CONCLUSÕES Educação As ações desenvolvidas junto aos FARIAS, municípios possibilidades contextualizada e a convivência com o advindas das gestões municipais, corpo de Semiárido no assentamento Acauã- PB. docentes, pais e estudantes além do apoio Dissertação técnico e financeiro mensurável por parte PPGH/CCHLA/UFPB.João do INSA e as possibilidade dos recursos do 2009. 100f. : il. dois e PRONACAMPO/MEC as permitem A. E. M. de. de Mestrado. Pessoa: [s.n.], uma certeza quanto a ampliação do processo CALDART, R. S. A escola do campo em para as ASD’s nos seus núcleos e APED’s. movimento. Currículo sem Fronteiras, v.3, n.1, pp.60-81, Jan/Jun. 2003. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS PROJETO DE DOMESTICAÇÃO DE ESSÊNCIAS FLORESTAIS FORRAGEIRAS DO SEMIÁRIDO: DADOS BIOMÉTRICOS DE FRUTOS DE CANAFÍSTULA-DE-BESOURO Senna spectabilis DANIEL DUARTE PEREIRA1, WAGNER S. LIMA1, JOAO MACEDO MOREIRA3, JOSÉ JONAS DUARTE COSTA4, MAGNO ANTONIO FEITOSA5 1 Dr. Pesquisador Bolsista do INSA. E-mail: [email protected] Mnd. CCA/UFPB. E-mail: [email protected] 3 Esp. Pesquisador Bolsista do INSA. E-mail: [email protected] 4 Dr. Pesquisador Bolsista do INSA. E-mail: [email protected] 5 Gdo. IICA. E-mail: [email protected] 2 RESUMO: As canafístulas são espécies lenhosas pertencentes a família Leguminoseae e amplamente distribuídas no Semiárido Brasileiro. Dentro do gênero Senna destaca-se como forrageira S. spectabilis ou Canafístula-de-Besouro. A espécie necessita de um processo de domesticação tendo em vista a sua possível utilização em bancos de proteína e sistemas agroflorestais. Neste sentido, os procedimentos iniciais podem ser direcionados para a biometria de frutos e viabilidade de sementes subsidiando a produção de mudas em larga escala. Verificou-se que os frutos tem, em média, 27,01 cm e apresentam peso médio de 9,19 g, sendo 6,54 de cascas e 3,58 g de sementes, totalizando 67,95 unidades/fruto das quais 49,70 unidades (73,14%) são viáveis. Por estes valores 1,0 kg de sementes apresenta 13.881 sementes viáveis. Entretanto, valores elevados de coeficiente de variação (CV) para o componente sementes indicam a necessidade de maiores e mais diversificadas amostragens para a composição de dados mais absolutos. Palavras-chave: Banco forrageiro; domesticação de planta; sistemas agroflorestais. INTRODUÇÃO No espaço conhecido como uma das metas a “... prospecção e Semiárido Brasileiro predomina o Bioma conservação da variabilidade genética de Caatinga e a vegetação de caatinga rica forrageiras nativas da caatinga, com em espécies forrageiras. Algumas chegam potencial de uso na alimentação animal a serem disputadas pelos animais quer ...” (Brasil, 2012). seja como folhagem verde ou fenada, Mesmo sendo uma espécie rústica, frutos, sementes, cascas, etc. Dentre estas produzindo bem mesmo sob condições espécies destacam-se as Canafístulas e, severas de semiaridez, a Canafistula-de- dentre a elas, a Canafistula-de-Besouro, Besouro é vista apenas como mais uma Cássia-do-Nordeste, Pau-de-Ovelha ou São espécie fornecedora de “rama” e de João alguns frutos/vagens do que mesmo participando criadores é o “chocolate das caatingas” e ativamente dos sistemas de produção do sua folhagem e ramas finas moídas Semiárido na forma de bancos de constituem para proteína, banco de volumoso, ou em caprinos e ovinos com altos índices de sistemas agroflorestais (SAF’s), no que palatabilidade. A estes indicativos de muito pode vir a beneficiar outras culturas frutos e folhagem ou “rama”, alia-se o fato pela sombra não muito adensada, como de que a Canafistula-de-Besouro ocorre de quebra-ventos, na ciclagem de nutrientes forma espontânea nas mais diversas e principalmente na fixação de nitrogênio representatividades de clima e de solo pelo fato de ser uma leguminosa. Senna spectabilis. excelente Para forragem com excelente produção de frutos e mediana produção de massa verde. A resposta excelente Porém, para ser inserida nos sistemas de produção é preciso que a ao espécie venha ser paulatinamente rebaixamento, aliada à palatabilidade de “domesticada”, frutos e folhagem, indicam que a essência pela resposta da mesma em termos de florestal pode ser inserida no Programa produção de sementes, viabilidade de 1.1: Biodiversidade e uso sustentável no sementes, dimensões de frutos entre Semiárido Brasileiro – SAB do Plano outras Diretor INSA 2012-2015 que tem como iniciando-se o processo características biométricas interessantes ao processo de produção de como retiradas das porções mais baixas mudas em larga escala das matrizes. De um total de 20 (vinte) vagens MATERIAL E MÉTODOS foram observados os seguintes parâmetros: Comprimento; Peso Total; Em uma visita a uma comunidade Peso de Casca; Peso de Sementes; de Número de sementes total; Número de Boqueirão, Cariri Paraibano, em março de sementes viáveis; Número de sementes 2012, não viáveis. Dos dados processados foram denominada Relva verificou-se utilizava a no município que folhagem o e agricultor rama de Canafístula-de-Besouro como “reforço” na obtidos: Média, Desvio Padrão e Coeficiente de Variação. alimentação de caprinos e ovinos e que o mesmo já desenvolvia de forma empírica RESULTADOS E DISCUSSÃO o rebaixamento desta espécie visando incrementar a produção de material Dos resultados obtidos pode-se herbáceo em detrimento do material verificar que uma vagem de Canafístula- lenhoso. de-Besouro apresenta valores médios de Diante deste fato, e devido à 27,01 cm de comprimento e peso total de ausência maiores estudos sobre a espécie, 9,19 g, podendo-se estimar que 1,0 kg de optou-se para que no INSA/MCTI fosse vagem apresenta 108 unidades (v. Tabela criado o Projeto Canafístula visando a 1). Por sua vez, uma vagem com peso total domesticação da essência e a sua inserção médio de 9,19 g apresenta um peso médio em sistemas de produção de comunidades de correspondente a casca de 6,54 g ou e agricultores assistidos pelo Instituto. A 71,16% do peso total. O que significa que primeira etapa constituiu na biometria de em cada 1,0 kg de vagem cerca de 0,711 frutos e sementes de vagens obtidas kg diretamente em condições de campo e de Restaram 28,84% do fruto equivalente a forma aleatória tanto colhidas no solo sua porção semente. correspondem a porção casca. Tabela 1 – Valores biométricos de vagens de Senna spectabilis Vagem Comprimento Peso Total Peso Casca Peso Sementes Sementes Total Sementes Viáveis Sementes Não Viáveis nº Média DP CV % cm 27,01 2,99 11,06 g 9,19 2,08 22,63 g 6,54 1,59 24,31 g 3,58 4,28 119,55 nº 67,95 20,80 30,61 nº 49,70 23,24 46,76 nº 18,20 8,14 44,72 DP = Desvio Padrão; CV = Coeficiente de Variação. Fonte: Pesquisa de Campo. Comunidade Relva. Boqueirão. Paraíba. 2012 O número médio de sementes por Lorenzi (1992) encontrou para 1,0 kg de fruto é de 67,95 unidades que, pesando sementes 27.600 unidades, o que destoa 3,58 g, significa uma estimativa de 18.980 em muito do encontrado nesta pesquisa unidades/kg. Entretanto, o número de inicial. sementes viáveis em um fruto é de cerca de 49,70 unidades (73,14%), o que CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES significa que para 18.980 sementes, 13.881 são viáveis. Para a produção, por A espécie pelas observações de exemplo, de 10.000 mudas, a razão de 02 arraçoamento de (duas) sementes viáveis por recipiente rusticidade seriam necessários 1,440 kg de sementes domesticação observando-se um maior viáveis que por sua vez exigiriam a coleta número e diversidade de amostras para de 813,55 frutos ou um quantidade de composição de dados mais precisos de 7,47 kg de frutos. biometria de frutos e sementes. é rebanhos e recomendável pela para Do obtido com relação à amostra inicial de frutos é possível verificar que os REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS valores de CV (%) para comprimento, peso BRASIL. Ministério da Ciência Tecnologia e total e peso de casca de frutos são Inovação. Plano Diretor da Unidade de admissíveis Pesquisa: Instituto Nacional do Semiárido mesmo considerando a variação natural. Entretanto, para o componente apontam sementes, para a os – INSA. Campina Grande, PB, 2012. 25 p. valores necessidade de amostragens maiores, haja vista que LORENZI. H. Árvores brasileiras. Nova Odessa: Editora Plantarum. 369 p. Il. 1992. TECNOLOGIAS SOCIAIS DO SEMIÁRIDO DANIEL DUARTE PEREIRA1, JOSÉ JONAS DUARTE COSTA2, JOAO MACEDO MOREIRA3, ANDREWS RAFAEL BRUNO ARAUJO CUNHA4, VALÉRIA DA SILVA ARAÚJO5 1 Dr.Pesquisador Bolsista do INSA. E-mail: [email protected] Dr.Pesquisador Bolsista do INSA. E-mail: [email protected] 3 Esp. Pesquisador Bolsista do INSA. E-mail [email protected] 4 Mnd.Pesquisador Bolsista. E-mail : [email protected] 5 Téc. Agri. Pesquisadora Bolsista do INSA. E-mail: [email protected] 2 RESUMO: Após mais de 350 anos de ocupação do espaço semiárido brasileiro a população desenvolveu várias tecnologias sociais que tem garantido a presença da mesma na região. É possível que algumas tecnologias já tenham sido substituídas, outras estejam em pleno processo de criação e muitas ainda venham a ser desenvolvidas devido as novas dinâmicas de ocupação e produção. Ressalta-se, porém, que existe uma ênfase muito grande com relação as tecnologias para o Semiárido como se não houvesse tecnologias do Semiárido. Neste sentido, o NDTS/INSA tem procurado identificar as tecnologias geradas pela região promovendo o cadastramento, análises de custos e difusão. Já foram identificadas e cadastradas duas Tecnologias de Plantio; duas Tecnologias de Armazenamento de Água e oito Tecnologias de Apoio a Produção. O destaque maior é que nenhuma delas até o momento havia sido evidenciada em cadastros e descrições anteriores demonstrando o quanto de tecnologias geradas pelas demandas do dia-a-dia ainda existem passíveis de serem utilizadas e fomentadas. Palavras-chave: Tecnologias de armazenamento, tecnologias de apoio, tecnologias de plantio. INTRODUÇÃO obrigando o desenvolvimento de formas autóctones de apropriação dos recursos No que se entende atualmente ambientais e de geração de tecnologias e Região equipamentos mais adequados ao bem Semiárida sempre foi notório o isolamento viver de pessoas e animais. Fruto da de imaginação e gênio de muitos habitantes como espaço semiárido propriedades e ou comunidades da região existe atualmente milhares de têm mais chance de se viabilizarem, pois tecnologias e equipamentos os agentes econômicos que se encarregam São pequenas peças, reciclagem ou adaptações de peças, pequenas obras ou de projetos caros em geral têm grande poder de fogo. pequenas máquinas que na ausência de A criação do Núcleo de maiores recursos advindos do orçamento Desenvolvimento e Tecnologias Sociais – familiar ou de fomentos institucionais vão NDTS do Instituto Nacional do Semiárido – cumprindo as diferentes funções para que INSA/MCTI vem justamente nesse sentido foram criadas/adaptadas. Muitas são de pelo fato de que ao registrar e cadastrar uma singularidade e de uma praticidade as TS’s e equipamentos derivados delas, que desafiam até mesmo a inventividade em paralelo se deve estar promovendo o das academias e dos acadêmicos. Na sua fortalecimento destas ações e a proteção grande maioria resolvem plenamente o dos agentes criativos na forma de auxílio problema que desencadeou a sua criação. na eficiência de mecanismos e materiais, Lassance Junior & Pedreira (2004) patenteamentos, inclusão em políticas observaram que na maioria dos casos, as públicas entre outras ações obedecendo tecnologias surgem não da força e ao que se observa no seu Plano Diretor de influência das pessoas e organizações que 2012-2015, Eixo dela se utilizam, mas justamente da Programa 2.1: condição de total abandono político em desenvolvimento científico e tecnológico que se encontram e que “quanto mais na Sede e na Estação Experimental do simples a tecnologia, é sinal de que a vida INSA se tornou mais complexa”. consolidação, Meta de Sustentação Infraestrutura 15: até Implantação 2015, na III: de e Estação Ainda Lassance Junior & Pedreira Experimental do INSA, um Centro de (2004) alertaram para o fato de que as Difusão de Inovações Produtivas e de Tecnologias Sociais (TS’s) em geral são Tecnologias mais baratas, mais adequadas, mais Semiárido. sustentáveis, têm impacto ambiental positivo, mas correm sérios riscos de perder a batalha para projetos que, mesmo sendo mais caros, muitas vezes de Convivência com o MATERIAL E MÉTODOS utilizado, o tempo de utilização, o tempo de Para a efetiva duração, custos, adaptações detecção e posteriores, aceitação pela vizinhança e tecnologias e registro fotográfico. Após a sistematização equipamentos associados a elas está dos dados e informações se prevê a havendo a princípio um processo de confecção de um catálogo e sempre que otimização de viagens por parte dos necessário a aquisição do equipamento diversos técnicos do NDTS no sentido de para compor o Centro de Tecnologias que Sociais do INSA/MCTI cadastramento ao se comunidade, das deslocar para propriedade qualquer ou cidade procure se inteirar do que existe de novo ou “diferente” desenvolvido RESULTADOS E DISCUSSÕES por agricultores(a)s, ferreiros, marceneiros, Os resultados alcançados estão liberais, contidos na Tabela 1, nele se pode técnicos, etc, sempre procurando observar observar que do levantamento já realizado se o que está sendo criado/adaptado é em dois municípios (Campina Grande e realmente do Semiárido e não para o Caturité) já foram catalogadas doze Semiárido. tecnologias/equipamentos incluindo os serralheiros, profissionais Esta diferenciação procede pelo fato respectivos custos. de que muito do que criado ou indicado O tempo de criação variou de dois para o Semiárido nem sempre está de a cinquenta anos e os custos de fabricação acordo com os componentes ambientais, variaram de R$ 10,00 a 1.590,38 reais históricos, sociais e econômicos da região entendendo que muitos dos materiais fazendo parte de inúmeros pacotes utilizados são oriundos de descartes e que tecnológicos ou ações isoladas muitas a mão de obra é local, exceto para o vezes contraditórias ou escusas. Daí a carretel de ferro confeccionado em importância do registro das TS’s geradas Campina Grande. pelo Semiárido. A abordagem é realizada na forma de visitas onde se procura saber o motivo da criação, a natureza do material As TS’s foram divididas em TS de Armazenamento de água (02); TS de Plantio (02) e TS de Apoio (08). Tabela 1 – Listagem das tecnologias cadastradas Tecnologia Cisterna de Pedra Local CBC Município CG Inventor Diversos Custo 1.590,38 Diversos Rogério Damião Trovão Rogério Rogério Assis Antonio Trovão Tempo > 20 anos ? 06 08 10 05 02 02 Pedreira Trincheira Enxadão Plantadeira Banco de Coroa Garfo de Cultivador Carrambeque Saleiros de Tambor Plástico Carretel de Ferro Desenrolador de Arame Farpado Tripé de Colheita Prumo Redondo CBC CE SM CE CE CE SM CG CT CT CT CT CT CT SM SM CT CT Geraldo Damião Trovão 50 05 Variado 100,00 SM SM CT CT Antonio Trovão Antonio Trovão 03 10 20,00 50,00 Variado 20,00 Variado 20,00 10,00 600,00 100,00 CBV = Catolé de Boa Vista; CE = Campo de Emas; SM = Sítio Mineiro. CG = Campina Grande; CT = Caturité. Fonte: Pesquisa de Campo. Campina Grande e Caturité. Paraíba. 2012-2013 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Pelos resultados obtidos nesta BRASIL. Ministério da Ciência Tecnologia e primeira amostragem é importante a Inovação. Plano Diretor da Unidade de ampliação Pesquisa: Instituto Nacional do Semiárido da área de coleta de informações e cadastramento primeiro em – INSA. Campina Grande, PB, 2012. 25 p. nível de Paraíba e logo após outros estados que compõem o Semiárido desta LASSANCE JÚNIOR; A. E.; PEDREIRA, J. S. vez através de projeto e financiamento de Tecnologias Sociais e Políticas Públicas. maior envergadura. IN: LASSANCE JÚNIOR; A. E.; BARBOSA, C. J. M. E. J. S.; BRANDÃO, F. A. J. F. C.; NOVAES, H. T.; RUTKOWSKI, J.; PENA, J. de O.; PEDREIRA, J. S.; DOWBOR, L.; OTERO, M. R.; SINGER, P.; DAGNINO, R.; LIANZA, S.; BAVA, S. C.; KRUPPA, S. M. P. desenvolvimento. Fundação Banco do Tecnologia social: uma estratégia para o Brasil – Rio de Janeiro: 2004. 216p. PROJEÇÕES DE MUDANÇAS NO CICLO ANUAL DA PRECIPITAÇÃO PARA O SEMIÁRIDO BRASILEIRO DOMINGO CASSAIN SALES1, ARNÓBIO DE MENDONÇA BARRETO CAVALCANTE2, EMERSON MARIANO DA SILVA3, ALEXANDRE ARAÚJO COSTA4 1 Ms. Pesquisador Bolsista do INSA. E-mail: [email protected] Dr. Pesquisador INSA/MCTI. E-mail: [email protected] 3 Dr. Universidade Estadual do Ceará. E-mail: [email protected] 4 Dr. Universidade Estadual do Ceará. E-mail: [email protected] 2 RESUMO: O presente estudo apresenta projeções do ciclo anual da precipitação, durante o século XXI, para a região do semiárido brasileiro a partir dos dados de um modelo climático regional (RAMS6.0) forçado com os resultados de um global (HadGEM2-ES) a partir da técnica de downscaling dinâmico. Os dados do HadGEM2-ES também foram avaliados. Foi encontrado que ambos os modelos apresentaram aumento da precipitação média anual nesta região (exceto o global a médio prazo), porém, os dois modelos mostram uma tendência de redução da precipitação na estação seca para a mesma. Palavras-chave: Downscaling dinâmico, mudanças climáticas, nordeste brasileiro. INTRODUÇÃO para o clima futuro sob diversos cenários O semiárido brasileiro é uma região de emissões de gases de efeito estufa marcada possuem podendo horizontal de centenas de quilômetros. apresentar secas severas ou chuvas Isto dificulta uma avaliação local ou até intensas de modo a prejudicar setores mesmo regional sobre as mudanças que como a agricultura e os recursos hídricos, podem vir a ocorrer em tais regiões. vulnerável por variabilidade possuir climática, uma resolução espacial refletindo, assim, problemas para a Uma das técnicas que realiza a sociedade local. Com isso, esta região regionalização de tais dados é a do ganha destaque em estudo de mudanças downscaling dinâmico. Assim, os dados de climáticas. um MCG serve de entrada para um Climáticos Modelo Climático Regional – MCR (de Globais (MCGs) que realizam projeções dezenas de quilômetros de resolução Os atuais Modelos horizontal), de tal forma que alguns padrões climáticos, antes O MCR utilizado para as simulações não de downscaling dinâmico foi o RAMS6.0 – representados pelos MCGs, passam a ser Regional Atmospheric Modelling System, simulados pelos MCRs. version 6.0 – (PIELKE et al., 1992, COTTON Neste contexto, este trabalho tem o objetivo de realizar o et al., 2003). Os dados de entrada para o downscaling MCR são provenientes do HadGEM2-ES dinâmico de um determinado MCG, para (Hadley Centre Global Enviroment Model avaliar mudanças no ciclo anual da version 2 – Earth System). precipitação durante o século XXI (sob o A região utilizada nas simulações foi cenário de emissão RCP8.5, o mais a das Américas Tropicais do CORDEX pessimista entre os RCPs – Representative (Coordinated Concentration Pathways) sobre a região Experiment, GIORGI et al., 2009), porém, do semiárido brasileiro. para este estudo, foi avaliado apenas a região MATERIAL E MÉTODOS do Regional semiárido Downscaling brasileiro compreendido entre as longitudes 47W e 34,5W e entre as latitudes 17,5S e 2,5S (Figura 01). Figura 01: Domínio das Américas Tropicais utilizado nas simulações (à esquerda) e região do semiárido utilizado no presente estudo (à direita). O período que representa o clima prazo (entre 2080 e 2099). Foram feitos os atual foi definido entre 1986 e 2005. Já o gráficos do ciclo anual da precipitação dos que representa o futuro (século XXI) foi quatro períodos analisados e calculado a dividido em três: curto (entre 2016 e mudança percentual da precipitação de 2035), médio (entre 2046 e 2065) e longo cada período futuro, comparado com o período histórico, tanto sazonalmente quanto anualmente, ambos para o RAMS6. 0 quanto para o HadGEM2-ES. A Figura 02 mostra o ciclo anual da precipitação do modelo global HadGEM2ES (linha pontilhada) e do modelo regional RAMS6.0 (linha contínua), para os quatro RESULTADOS E DISCUSSÕES intervalos de tempo analisados. Figura 02: Ciclo anual da precipitação em mm/dia na região do semiárido brasileiro, simuladas pelo modelo regional RAMS-HadGEM (linhas sólidas) e pelo modelo global HadGEM2-ES (linhas pontilhadas) para os quatro intervalos de tempo analisados: presente (preta), curto prazo (2016 a 2035 - verde), médio prazo (2046 a 2065 - laranja) e longo prazo (2080 a 2099 - vermelha). No gráfico é notória uma projeção pós-estação do semiárido e na estação de aumento desta variável, por parte do seca, em contrapartida, é projetada modelo regional, do período histórico para redução da precipitação ao longo do o de curto prazo, não havendo, porém, tempo uma na presente e de curto prazo, em que no transição do período de curto para o de trimestre JJA há um aumento). Na média médio prazo. Na última transição, de anual, o modelo regional projeta um médio para longo prazo, há uma projeção aumento de 23,35% na precipitação sobre de aumento significativo da precipitação o semiárido nordestino ao final do século na XXI. modificação estação chuvosa considerável da região do semiárido. Os valores correspondentes podem ser verificados na Tabela 01. Na (exceção entre os períodos Já de acordo com o modelo global, as alterações projetadas para a precipitação são de menor intensidade. É redução para o período futuro seguinte. A projetado ligeiro projeção para o final do século XXI é de aumento na precipitação da transição do pequena alteração na precipitação total período histórico para o futuro de curto anual, mas com mudanças no ciclo anual prazo (exceto no trimestre SON), e uma (aumento em DJF, redução em JJA e SON). inicialmente um Tabela 01: Aumento/redução, em porcentagem, da precipitação no semiárido, sazonalmente e anualmente, simulado pelo modelo global (HadGEM2-ES) e pelo modelo regional (RAMS-HadGEM), dos períodos futuros (curto, médio e longo prazo) em comparação com o período presente. Modelo – Intervalo de tempo Curto prazo Médio prazo Longo prazo Curto prazo Médio prazo Longo prazo HadGEM2-ES RAMS6.0 Aumento/redução em % em comparação com o período histórico DJF MAM JJA SON Anual 9,85 4,38 10,42 -24,25 4,26 -2,16 -3,89 -17,44 -30,45 -6,15 15,45 -1,76 -40,18 -50,15 0,28 22,55 5,35 33,71 -12,04 11,86 20,23 4,97 -7,93 -14,08 8,91 54,46 16,81 -30,88 -58,08 23,35 CONCLUSÕES 2. Os dois modelos mostram uma tendência 1. Analisando a média anual da precipitação para o clima futuro, o modelo RAMS6.0 projeta um de redução da precipitação na estação seca do semiárido brasileiro. 3. É importante frisar que os aumento desta variável nos três resultados de um único modelo períodos futuros analisados, em isoladamente não podem ser como comparação com o clima presente, uma projeção capaz de servir de com o aumento mais pronunciado base para a elaboração de políticas na projeção de longo prazo. Já o públicas. Em nosso entendimento, modelo HadGEM2-ES apresenta os resultados do RAMS6.0 devem uma projeção menor de aumento ser considerados conjuntamente da precipitação a curto prazo com (4,26%), mas com redução (-6,15%) CORDEX e do CMIP5 (Coupled a médio prazo. Model os demais modelos Intercomparison do Project, Phase 5) , compondo um “ensemble” multi-modelo. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS COTTON, W. R.; PIELKE, R. A.; WALKO, R. L.; LISTON, G. E.; TREMBACK, C. J.; JANG, H.; MCANELLY, R. L.; HARRINGTON, J.-Y.; NICHOLLS, M. E.; CARRIO, G. G.; MCFADDEN, J. P. RAMS 2001. Current status and future directions. Meteorology and Atmospheric Physics, 82: 5-29, 2003. GIORGI, F.; JONES, C.; ASRAR, G. R. Addressing climate information needs at the regional level: the CORDEX framework. WMO Bulletin, 58: 175-183, 2009. PIELKE, R. A.; COTTON, W. R.; WALKO, R. L.; TREMBACK, C. J.; LYONS, W. A.; GRASSO, L. D.; NICHOLLS, M. E.; MORAN, M. D.; WESLEY, D. A.; LEE, T. J.; COPELAND, M. E. A comprehensive meteorological modeling system – RAMS. Meteorology and Atmospheric Physics, 49: 69-91, 1992. EFEITO DO FRACIONAMENTO DO CLADÓDIO E TEMPO DE CURA NA PRODUÇÃO DE MUDAS DE PALMAS FORRAGEIRAS RESISTENTES A COCHONILHA-DO-CARMIM GUSTAVO QUEIROZ LAURENTINO1, JUCILENE SILVA ARAÚJO2, TIAGO FERREIRA PINTO3, DANIEL DUARTE PEREIRA4 1 Téc. Agri. Pesquisador Bolsista do INSA. E-mail: [email protected] Dra. Pesquisadora do INSA/MCTI. E-mail: [email protected] 3 Dnd.Pesquisador Bolsista do INSA. E-mail: [email protected] 4 Dr.Pesquisador Bolsista do INSA. E-mail: [email protected] 2 RESUMO: O objetivo deste trabalho é testar variedades de palmas resistentes à cochonilha do carmim Dactylopius sp, no sentido de fracionamento onde as variedades foram submetidas a tempo de cura e cortes transversais, ponta, meio e base, e plantadas em saquinhos de polietileno com substrato de areia e massame, esse método é mais eficaz e rápido do que o método tradicional porém ainda não se sabe precisamente se até que ponto se posicionamento e seu tempo de cura pode influenciar na qualidade das mudas. Palavras-chave: Cactácea, multiplicação, produtividade. INTRODUÇÃO fornecer um alimento verde, supre grande parte das necessidades de água dos A palma forrageira é uma cultura adaptada ao clima semiárido e tem se animais na época de escassez (SANTOS et al., 2006). de O cultivo da palma tem recebido sustentabilidade para a pecuária regional, atenção especial devido a sua grande por ser uma cultura com maior eficiência importância no Semiárido brasileiro como no uso da água, apresentando elevada principal recurso forrageiro. Por muitas capacidade produtiva de biomassa, além décadas se tornou a salvação de muitos de ser uma planta de múltiplos usos pela produtores variedade e ingrediente da dieta animal praticamente subprodutos (NASCIMENTO, 2008). É um durante todo o ano. Entretanto, a praga alimento de grande importância para os cochonilha-do-carmim Dactylopius sp se rebanhos, notadamente nos períodos de tornou a principal dificuldade no cultivo destacado como dos alternativa seus produtos estiagens prolongadas, pois além de principalmente como das variedades utilizadas na referida foram identificadas como Baiana Nopalea região. sp e Doce ou Miúda Nopalea cochenilifera. As raquetes integrais após um A revitalização dos campos de variedades tempo de cura/cicratização de 15 dias resistentes, tem ocorrido de forma lenta foram submetidas a cortes longitudinais e pelo método tradicional de plantio de transversais que originaram fragmentos raquetes/folhas Ultimamente, identificados como: Ponta, Meio e Base. , tem se utilizado de um recurso que é o de Um mês após plantio (30 DAP) as mudas fracionamento que pode originar até começaram a serem avaliadas obtendo-se trinta fragmentos/raquete. Porém, não se dados De cada raquete (altura, largura, sabe até que ponto o posicionamento dos perímetro e espessura e mortalidade). fragmentos na raquete e o seu tempo de Estes tratamentos foram dispostos em 3 cicatrização após o corte pode interferir blocos/repetições de forma casualizada. palma, desta vez com inteiras. Cada tratamento foi representado na quantidade e qualidade das mudas produzidas. por blocos 1 e 2 e (3) que no momento não mostrou resultado, O plantio foi MATERIAL E MÉTODOS realizado em saquinhos de polietileno com substrato As atividades experimentais estão de areia e massame na proporção de 1:1. Os dados foram sendo desenvolvidas de setembro de 2012 submetidos a junho de 2013, na Estação Experimental originando médias, variâncias, desvio Miguel Arraes do Instituto Nacional do padrão (DP) e coeficientes de variação Semiárido – INSA/MCTI, Campina Grande, (CV). PB. As variedades de palma utilizadas a tratamento estatístico Experimento de fracionamento de cladódios Fatorial 3x4: • 3 cortes transversais nas raquetes (Ponta(P1) , Meio (P2) e Base (P3)) ponta meio base • 4 Formas de fracionamento do cladódio (1/3 (F1); 1/6 (F2); 1/9 (F3) e 1/12 (F4)) P1F1 P2F1 RESULTADOS E DISCUSSÕES P3F1 observar que no comprimento não houve uma significância entre as variedades Os principais resultados podem ser visualizados na tabela 1. Nela pode-se mantendo-se a média tanto na V (variedade) quanto no T (tratamento). Tabela 1 - Comparação de médias entre variedades de palma e tratamentos aplicados para um tempo de cura de 15 dias Variáveis *Variedades *Tratamentos V - T. CV (%) Miúda Baiana Ponta Meio Base Comprimento (cm) 12,4 A 14,4 B 23,3 c 16,3 abc 19,0 bc ns 26,5 Largura (cm) 3,4 A 3,8 B 4,66 b 5,0 b 4,3 ab ns 26,1 Espessura (cm) 3,9 A 3,9 A 4,0 a 4,66 a 4,0 a ns 38,0 Perímetro (cm) 22,1 A 24,8 A 40,0 b 19,6 ab 30,6 ab ns 33,0 AC (cm²) 26,9 A 35,4 B 63,6 c 49,53 abc 51,5 bc ns 35,0 Médias seguidas de mesma letra maiúscula na mesma linha não diferem significativamente entre si para a variedade, pelo teste Tukey a 5% de probabilidade. Médias seguidas de mesma letra minúscula na mesma linha não diferem significativamente entre si para o tratamento, pelo teste Tukey a 5% de probabilidade. Fonte: Pesquisa de Campo. Estação Experimental Miguel Arraes. INSA/MCTI. 2012-2013 Em relação ao comprimento apenas no CV. Em relação ao perímetro manteve-se a média tanto para as manteve-se a média na V e tendo uma variedades quanto para o tratamento. variação relevante no T onde a ponta teve Quanto à largura também não houve diferença entre V e T. A espessura manteve-se na média se diferenciando melhor desempenho que meio e base. AC foi a que teve maior desenvolvimento em relação às outras variáveis tanto na V quanto no T onde houve um significante aumento. Foi NASCIMENTO, J.P. do. Caracterização possível verificar também que não houve morfométrica e estimativa da produção significância de Opuntia fícus indica representativa entre as Mill. sob variedades e tratamentos sendo que no diferentes arranjos populacionais e doses tratamento a área da ponta apresentou de fósforo no semiárido da Paraíba. 2008, maior desenvolvimento em relação ao 47p. meio e a base da palma. Zootecnia). Dissertação (Mestrado Universidade em Federal de Campina Grande, Patos - PB. CONCLUSÕES SANTOS, D. C. dos; SANTOS, M. V. F.; DIAS, F. M.; LIRA, M. A. Desempenho produtivo Na palma a AC (área do cladódio) de vacas 5/8 Holando/Zebu alimentadas apresentou diferenças perceptíveis na com comparação entre as variedades, contudo, forrageira (Opuntia e Nopalea). Revista não ocorreram diferenças significativas na Brasileira Zootecnia. Viçosa, v. 30, n. 1, comparação de médias. 2001. Entre os tratamentos a média se diferentes cultivares de Disponível palma em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci manteve igual com destaque novamente _arttext&pid=S1516- para AC. 35982001000100003&lng=pt&nrm=iso>. Acesso REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS em: 16 out 2006. PROJETO RESGATE DOCUMENTAL, HISTÓRIA AMBIENTAL E ETNOHISTÓRIA DO SEMIÁRIDO BRASILEIRO HALLYSON ALVES BEZERRA1, ROSILENE C. S. ALVES DE LIMA1, JUCIENE RICARTE APOLINÁRIO2, RAISSA BARBOSA1, CATARINA OLIVEIRA BURITI3 1 Gdo. Pesquisadores Bolsistas do INSA. E-mail: [email protected] Dra. Dpto de História da UFCG. E-mail: [email protected] 3 Ms.Técnica do INSA/MCTI. E-mail: [email protected] 2 RESUMO: Este projeto é uma realização do INSA/MCT em parceria com a Universidade Federal de Campina Grande objetivando apresentar os documentos do Arquivo Histórico Ultramarino de Lisboa-Portugal que dizem respeito à história socioambiental das práticas econômicas, sociais e culturais, e à Etnohistória do Semiárido brasileiro nos períodos colonial e imperial. A documentação que se objetiva catalogar e democratizar apresenta as estratégias através das quais os povos que habitaram a região em regimes de historicidades específicos, perceberam e alteraram de formas particulares, os ambientes naturais, para garantir sua sobrevivência antes e após a colonização portuguesa. Desta forma, o projeto visa à criação e manutenção de um Centro de Documentação e Informação sobre o Semiárido Brasileiro (CDISAB), através da sistematização e manutenção periódica de um banco de dados de fontes documentais, cujo objetivo é oferecer apoio técnico e informativo em torno dos documentos que tratam da memória da região. Todo o acervo documental e bibliográfico ficará sob a guarda do Instituto Nacional do Semiárido (Insa/MCTI), para ser difundida e democratizada junto a pesquisadores de outras instituições universitárias e à sociedade em geral. Palavras-chave: Colônia, Império, Semiárido, INTRODUÇÃO Ultramarino O projeto Resgate Documental, História Ambiental e Etnohistória do Semiárido Brasileiro visa apresentar os documentos do Arquivo Histórico de Lisboa-Portugal, que dizem respeito à história socioambiental das práticas econômicas, sociais e culturais, e à Etnohistória do Semiárido brasileiro nos períodos Colonial e Imperial. Composto por 350.000 mil documentos publicados pelo Projeto Resgate Barão do rico e diverso acervo documental, com Rio Branco para a seleção dos documentos delimitação para o Semiárido brasileiro, das antigas Capitanias brasileiras (entre irão integrar o programa Sistema da documentos principais e anexos), quase 3 Informação e Gestão do Conhecimento no milhões de páginas manuscritas lidas, Semiárido relidas, microfilmadas e transferidas para implementação no Insa (a exemplo de o Brasil. O objetivo da pesquisa é experiências catalogar, digitalizar, verbetizar e publicar indígenas, camponeses e quilombolas em a documentação, assim como desenvolver interação com o Semiárido brasileiro). Brasileiro, e em vivências fase dos de povos pesquisas históricas sobre a ocupação desta região nas perspectivas ambiental e MATERIAL E MÉTODOS da Etnohistória. Mediante a possibilidade de acesso à informação disponível que remete à A pesquisa será realizada com memória do Semiárido brasileiro, torna-se fontes históricas de arquivos brasileiros e cada vez mais necessário o tratamento, do exterior, lançando mão de tipologias conservação, documentais muito diversificadas (cartas armazenamento e disponibilização rápida e adequada deste patentes, extraordinário acervo documental. Dado sesmarias, requerimentos, consultas ao posto, o projeto se propõe a implementar Conselho Ultramarino, decretos, entre o Centro de Documentação e Informação outros inúmeros documentos de natureza do manuscrita, Semiárido Brasileiro (CDISAB), cartas régias, impressa, cartas cartográfica de e objetivando à criação e manutenção das imagética). Pretende-se elaborar fichas- condições de apoio técnico e informativo resumo com os seguintes campos de aos documentos que tratam da memória informações: do Semiárido brasileiro, assim como a documental, data, autor, destinatário, manutenção periódica de um banco de assuntos dados de fontes documentais Semiárido. Estas fichas servirão para para ser fundo relativos arquivístico, às questões tipo do difundida e democratizada à sociedade alimentar através de suportes eletrônicos e da possibilitando o manuseio sistemático de internet. As informações contidas neste um banco de dados, um grande número de informações coleção de DVDs, de acordo com a documentais. organização Fase 1 - Catalogação dos documentos produzidos. manuscritos avulsos e em dos catálogos impressos códices microfilmados e digitalizados pelo Projeto RESULTADOS E DISCUSSÕES Resgate “Barão do Rio Branco” Inicialmente serão lidos e analisados os verbetes de mais de 350.000 Até o presente momento, algumas mil documentos publicados pelo Projeto ações já estão em desenvolvimento, Resgate Barão do Rio Branco para a dentre as quais o levantamento, leitura e seleção dos documentos das antigas análise capitanias brasileiras que tratam do documental para subsidiar a pesquisa. Semiárido brasileiro. Nesta primeira etapa bibliográfica (1.000 verbetes referentes resumos/verbetes capitanias: Pernambuco, seguintes Paraíba, Rio arquivístico- Pretende-se publicar livros-catálogos do projeto, estão sendo arrolados os às e exemplares) de com toda a documentação pesquisada em arquivos e Grande do Norte e Bahia. em outros espaços de memória no Brasil e Fase 2 - Publicação de catálogos/verbetes no Exterior, respeitantes aos séculos XVI impressos ao XIX, para que sejam distribuídos, Depois da leitura dos documentos principalmente, nos estados que integram anexos e dos verbetes, serão organizados o Semiárido brasileiro, permitindo maior cronologicamente acesso à informação documental e, por unidades de os trabalho catálogos e por temáticas conseguinte, a ampliação do relacionadas ao Semiárido para publicação conhecimento da história da região por em forma de livros. meio do subsídio às pesquisas com base Fase 3 - Organização das imagens na documentais em DVDs publicado, também, uma coleção de DVDs referida documentação. Será Será realizada a captação de (1.000 exemplares) com as imagens imagens já microfilmadas e digitalizadas documentais verbetadas e publicadas em respeitantes às temáticas relacionadas ao catálogos Semiárido e organizadas em forma de professores de escolas e sociedade em para que pesquisadores, geral conheçam as relações imagens documentais em DVDs. Com isso, socioambientais e etno-históricas que se pretende-se possibilitar a geração de desenvolveram no Semiárido brasileiro ao sentimentos longo dos períodos colonial e imperial. homens e mulheres que vivem no Neste sentido, o projeto contempla a Semiárido brasileiro, através do resgate e implementação democratização do Centro de de pertencimentos das de informações Documentação e Informação do Semiárido documentais que remetem à história e à Brasileiro (CDISAB) com a finalidade de memória desta constituir brasileira. Destarte, este espaço como um importante será região valorizada depositário de informações históricas sob documentalmente a forma de documentação digitalizada e socioambiental e cultural das populações catalogada, seguindo os princípios e indígenas, normas que orientam instituições desta entre outras que (com) viveram e natureza, objetivando a sistematização de (com)vivem ao longo dos séculos nestas um banco de dados para democratização fronteiras naturais e interétnicas. a camponesas, diversidade quilombolas, do acesso desses documentos à sociedade em geral. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CONSIDERAÇÕES FINAIS Espera-se com a conclusão desta ABREU, João Capristano de. Capítulos de História Colonial (1500-1800) & Os caminhos antigos e o povoamento do Brasil. 5 ed. Ver., pref. E anotada por José Honório Rodrigues. Brasília, DF: UnB, 1963 [1907]. pesquisa promover em todos os estados brasileiros a democratização divulgação do acesso e a aos documentos que tratam do Semiárido brasileiro, especialmente, às instituições de educação e cultura dos estados que fazem parte da região, distribuindo, gratuitamente, as coleções de livroscatálogos de verbetes impressos e as ALBUQUERQUE, Ulysses Paulino de. Caatinga: biodiversidade e qualidade de vida, Bauru, SP: Canal6, 2010. ALEGRE, Maria Silvia Porto. Rompendo o silêncio: por uma revisão do desaparecimento dos povos. In: Ethnos. Revista Brasileira de Etnohistória. Ano II. Nº 2. Recife, UFPE, p. 24. APOLINÁRIO, Juciene Ricarte. Os Akroá e outros povos indígenas nas fronteiras do sertão. Políticas Indígena e indigenista no norte da capitania de Goiás. Goiânia: Kelps, 2005. MALVEZZI, Roberto. Semiárido - uma visão holística. – Brasília: Confea, 2007. 140p. – (Pensar Brasil). DRUMMOND, José Augusto. A História Ambiental: temas, fontes e linhas de pesquisa. In: Estudos Históricos. Rio de Janeiro, 4(8), 1991, p.177-197. NANTES, Frei Martin de. Relação de uma Missão no Rio São Francisco. São Paulo: Nacional Brasiliana, 1979. DUARTE, Regina Horta. História & Natureza. Belo Horizonte, MG: Autêntica, 2005. PUNTONI, Pedro. A Guerra dos Bárbaros. Povos e a colonização do sertão nordeste do Brasil, 1650-1720. São Paulo: Hucitec/USP/ FAPESP, 2002. PROJETO DE DOMESTICAÇÃO DE ESSÊNCIAS FLORESTAIS FORRAGEIRAS DO SEMIÁRIDO: PRODUÇÃO DE MUDAS DE CANAFÍSTULA-DE-BESOURO Senna spectabilis JOÃO MACÊDO MOREIRA1, DANIEL DUARTE PEREIRA2, WAGNER DOS SANTOS LIMA3, VALÉRIA DA SILVA ARAÚJO4, MAGNO ANTÔNIO FEITOSA5. 1 Esp. Pesquisador Bolsista do INSA. E-mail: [email protected] Dr.Pesquisador Bolsista do INSA. E-mail: [email protected] 3 Mnd. CCA/UFPB. E-mail: [email protected] 4 Téc. Agri. Pesquisadora Bolsista do INSA. E-mail: [email protected] 5 Gdo. IICA. E-mail: [email protected] 2 RESUMO: O presente estudo estabelece propagação sexuada da espécie Canafístula-deBesouro Senna spectabilis que como a maioria das essências florestais da caatinga, é pouco estudada. Apesar de notadamente forrageira e de múltiplos usos tem sido raramente plantada isoladamente ou na composição de bancos forrageiros, sistemas agroflorestais, quebra-ventos, sombreamentos de pastagens, etc. A Pesquisa foi desenvolvida no período de 01/11/2012 a 28/12/2012 no viveiro de mudas da Estação Experimental Lagoa Bonita pertencente ao Instituto Nacional do Semiárido – INSA no Campina Grande - PB. A semeadura foi feita em sacos de polietileno preto contendo substrato de massame e esterco bovino na proporção de 2:1. As sementes foram submetidas a quebra de dormência utilizando o procedimento de choque térmico com agua em ebulição seguida de água a temperatura ambiente e semeadas na razão de 3-4 unidades por recipiente. Até o momento foram produzidas 6.075 mudas resultantes dos quatros blocos de plantio com um índice de sobrevivência média de 88,47% o que sugere não haver dificuldades na produção em larga escala e na domesticação da espécie. Palavras-chave: Produção de mudas, propagação sexuada, quebra de dormência. INTRODUÇÃO ampla em toda áreas das caatingas. Ocupa, de preferência, solos mais A Canafístula-de-Besouro Senna profundos, bem drenados e de razoável spectabilis é árvore de distribuição muito fertilidade. Atinge normalmente de 5 a 6 metros de altura e pode nos ambientes de mudas, tempo de viveiro, mortalidades mais favoráveis de várzeas atingir os 15 em viveiro e em campo, podas de metros de altura e diâmetros do tronco formação, etc, parecem ser o grande até 50 cm (Maia. 2004). desafio para a produção de mudas da Como a maioria das essências espécie enquadrando-se no que o florestais da caatinga, é pouco estudada. INSA/MCTI no seu Plano Diretor 2012- Apesar de notadamente forrageira e de 2015, Meta 3 - Prospecção e conservação múltiplos usos. Não ocorrem registros de da variabilidade genética de forrageiras produção de mudas em larga escala para nativas da caatinga objetiva para as plantios isolados, composição de bancos plantas forrageiros, alimentação animal (BRASIL, 2012). sistemas quebra-ventos, agroflorestais, sombreamentos com potencial de uso na de MATERIAL E MÉTODOS pastagens, etc. Dos poucos estudos realizados com A Pesquisa foi desenvolvida no a espécie em termos de produção de período de 01/11/2012 a 28/12/2012 no mudas destaca-se o de Mann et al (1996) viveiro de mudas da Estação Experimental que verificaram a resposta a calagem em Lagoa Bonita pertencente ao Instituto termos de altura, diâmetro do colo, Nacional do Semiárido – INSA no Campina matéria seca da raiz e matéria seca total. Grande - PB. A semeadura foi feita em Já Lacerda & Figueiredo (2008) em uma sacos de polietileno de dimensões 11,0 cm restauração de matas ciliares do Rio x 21,0 cm x 0,012 cm contendo substrato Mearim, de Barra do Corda – MA de massame e verificaram proporção de 2:1. germinação que devido potencial a (11%) baixa S. esterco bovino na As sementes foram submetidas a spectabilis só poderia ser avaliada no quebra plantio de mudas, método no qual exibiu procedimento de Imersão em água com sobrevivência (57%) e densidade de temperatua de 100°C. Atingido o ponto plantas relativamente alta. de Fatores como tipo de substrato, de dormência ebulição aquecimento (100°C), e as utilizando retirou-se sementes o o foram tamanho de recipiente, exigência de submersas durante cinco minutos, em regas, tipos de adubação, enrustecimento seguida foram deixadas em embebição durante 12 horas na água temperatura ambiente e semeadas na razão de 3-4 unidades por recipiente. Até o momento foram plantados de Dos resultados obtidos pode-se produção de mudas sendo o primeiro verificar na Tabela 1, que até o momento bloco plantado em 01/11/2012; o segundo foram produzidas 6.075 mudas resultantes bloco plantado em 12/11/2012; o terceiro dos bloco plantado em 13/11/2012 e o quarto resultados obtidos para todos os quatros bloco plantado em 07/12/2012 Para esta blocos primeira etapa estão sendo avaliados os sobrevivência acima de 85%. percentuais quatro de blocos RESULTADOS E DISCUSSÕES germinação quatros foram blocos de de um plantio. índice Os de e sobrevivência de mudas. Quadro 1 - Produção de mudas de Senna spectabilis Bloco Plantio Avaliação Pop. Inicial Pop. Final Sobrev. % 01 02 03 04 01/11/2012 12/11/2012 13/11/2012 07/12/2012 27/12/2012 27/12/2012 27/12/2012 28/12/2012 2.100 2.010 1.230 1.526 1.845 1.817 1.066 1.347 87,85 90,39 86,66 88,26 Total - - 6.866 6.075 88,47 Fonte: Pesquisa de Campo. INSA. 2012 CONCLUSÕES estatísticos que envolvam mais outros fatores como: dimensões de recipientes; Os altos índices de germinação de sementes e de sobrevivência de mudas sugerem que a produção de mudas de composições de substrato; tempo de viveiro; enrustecimento de mudas entre outras observações. Senna spectabilis não se constitui tarefa difícil no processo de domesticação da REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS espécie. As observações experimentais, entretanto induzem a uma pesquisa mais aprofundada com ensaios e métodos BRASIL. Ministério da Ciência Tecnologia e Inovação. Plano Diretor da Unidade de Pesquisa: Instituto In: Nacional do Semiárido – INSA. Campina Grande, PB, 2012. 25 pags. LACERDA, D. M. A.; FIGUEIREDO, P. S. de. Restauração de matas ciliares do rio Mearim no município de Barra do Corda MA: seleção de espécies e comparação de metodologias de reflorestamento. Acta Amaz. vol.39 no.2 Manaus 2009. MANN, E. N.; FURTINI NETO, A. E.; RESENDE, A. V. de; VALE, F. R. do; FONSECA, F. C. Calagem e crescimento de espécies florestais. REUNIÃO BRASILEIRA DE FERTILIDADE DO SOLO E NUTRIÇÃO DE PLANTAS, 22. 1996, Manaus. Resumos expandidos... Manaus: UFAM, 1996. p. 240-241. MAIA, G. N. Caatinga: árvores e arbustos e suas utilidades. 2004. P.145. PROJETO DE DOMESTICAÇÃO DE ESSÊNCIAS FLORESTAIS FORRAGEIRAS DO SEMIÁRIDO: QUEBRA DE DORMÊNCIA DE SEMENTES DE CANAFÍSTULA-DE-BESOURO (Senna spectabilis) JOÃO MACÊDO MOREIRA1, DANIEL DUARTE PEREIRA2, WAGNER DOS SANTOS LIMA3, VALÉRIA DA SILVA ARAÚJO4, GUSTAVO QUEIROZ CLEMENTINO5 1 Esp. Pesquisador Bolsista do INSA. E-mail: [email protected] Dr.Pesquisador Bolsista do INSA. E-mail: [email protected] 3 Mnd. CCA/UFPB. E-mail: [email protected] 4 Téc. Agri. Pesquisadora Bolsista do INSA. E-mail: [email protected] 5 Téc. Agri. Pesquisador Bolsista do INSA. E-mail: [email protected] 2 RESUMO: A Canafístula-de-Besouro Senna spectabilis é espécie representativa do Semiárido e apresenta dormência nas sementes no intuito de garantir germinações em épocas diferenciadas para a sobrevivência da espécie. Por ser uma dormência de ordem tegumentar exige que sejam utilizados processos físicos e/ou químicos de fácil execução e extremamente práticos garantindo uma eficaz produção de mudas. Para promover a quebra de dormência, de forma experimental foram utilizados tratamentos utilizando água quente e fria de com tempos e alternâncias diferenciadas totalizando dez observações incluindo uma testemunha. Para uma amostra de cem sementes por observação verificou-se percentagens de germinação que variaram de 3,00% a 82,00% sendo esta, representada pela Imersão em Água a 100°C (fogo desligado) durante cinco minutos com posterior imersão em água à temperatura ambiente por doze horas. O procedimento Imersão em Água a 100°C (fogo desligado) durante cinco minutos com posterior imersão em água à temperatura ambiente por cinco minutos proporcionou germinação de 79,00% podendo-se afirmar serem estes dois procedimentos os mais indicados para uma produção de mudas em larga escala. Palavras-chave: Caatinga, choque térmico, produção de mudas. INTRODUÇÃO A vegetação de caatinga predomina os seus componentes herbáceos como no Bioma Caatinga que por sua vez lenhosos desenvolveram estratégias de predomina no Semiárido Brasileiro. Tanto adaptação as condições edafoclimáticas por vezes difíceis destacando-se as estiagens de longa, média ou curta folhagem fornecida moída ou fenada naturalmente. duração. Dentre estas estratégias pode-se Neste sentido, os ensaios de citar a produção acentuada de sementes domesticação desta espécie iniciando pela formando um banco que pode apresentar produção germinação em épocas e até anos posteriores em condições de campo se diferenciados através do mecanismo de enquadra no que o INSA/MCTI no seu dormência. Plano Sousa et al (2008) utilizando diversos de mudas para Diretor pesquisas 2012-2015, Eixo de Sustentação I Promoção da inovação e métodos de escarificação para sementes Programa de S. spectabilis verificaram ser uma sustentável no Semiárido brasileiro – SAB, dormência de ordem tegumentar e que o Meta 3 Prospecção e conservação da uso de materiais abrasivos demonstrou variabilidade ser eficiente na quebra da dormência nativas da caatinga almeja para as plantas destacando-se o lixamento (98% de com potencial de uso na alimentação germinação) e água a 100 º C por 5 min animal (BRASIL, 2012). 1.1 Biodiversidade genética de e uso forrageiras (78% de germinação). Entretanto, para uma produção em MATERIAL E MÉTODOS escala de mudas é importante que sejam eleitos métodos que praticidade, economicidade e elevados percentuais de germinação principalmente quando a espécie é pouco estudada e ao mesmo tempo apresenta grande potencial como forragem, cultura consorciada, recuperação de áreas degradadas, sombreamento, etc, como é o caso da Canafistula-de-Besouro. Seu uso empírico já é consagrado por diversos produtores tanto das vagens avidamente disputadas pelos animais Os frutos foram coletados na envolvam como a região de Icó - CE em setembro de 2012 totalizando 9,5 kg. Logo após no Núcleo de Desenvolvimento e Tecnologias Sociais – NDTS do Instituto Nacional do Semiárido – INSA, localizado em Campina Grande – PB foram segmentados em casca, entrecasca e sementes. O experimento foi realizado sob um telado no viveiro de mudas da Estação Experimental Lagoa Bonita/INSA, em bandejas de plástico contendo substrato de areia lavada. Em cada bandeja foram plantadas 100 sementes realizada aos 23 dias após plantio de onde em 04 repetições de 25 sementes para foram obtidos os valores médios. cada tratamento. Os tratamentos testados foram: A Imersão em água ebulição 100°C três minutos. Um minuto água temperatura RESULTADOS E DISCUSSÕES Na tabela 1, pode se verificar que ambiente; B - Imersão em água ebulição para o tempo de imersão de sementes em 100°C três minutos. Cinco minutos água água em ebulição, após o tempo de temperatura ambiente; C - Imersão em repouso água ebulição 100°C três minutos. 12 ambiente, horas água temperatura ambiente; D - térmico, os percentuais de germinação se Imersão em água ebulição 100°C cinco mantiveram na faixa de 31,00% a 35,00% minutos. Um minuto água temperatura de germinação com discreto aumento ambiente; E - Imersão em água ebulição relacionado com o maior tempo de 100°C cinco minutos. Cinco minutos água repouso. Ao se aumentar o tempo de temperatura ambiente; F - Imersão em imersão água ebulição 100°C cinco minutos. 12 percentuais de germinação tiveram um horas água temperatura ambiente; G - aumento expressivo para faixas entre Imersão em água fogo desligado 100°C 53,00% e 63,00% havendo novamente um cinco maior percentual para maior tempo de minutos. Um minuto água temperatura ambiente; H - Imersão em água fogo desligado 100°C cinco minutos. Cinco minutos água a caracterizando em água em temperatura o choque ebulição os repouso. Para os tratamentos onde não se temperatura utilizou a água em ebulição e sim a água ambiente; I - Imersão em água fogo apenas a 100º c observou-se que o fator desligado 100°C cinco minutos. 12 horas ebulição parece só apresentar melhores água percentuais temperatura água em ambiente; J – Testemunha sem quebra de dormência. A leitura final para verificação do total do percentual de germinação foi de germinação quando associado a um maior tempo de repouso em água como pode ser observado no tratamento F. Tabela 1 - Percentuais de germinação de sementes de Senna spectabilis submetidas a diversos procedimentos de quebra de dormência. Tratamento A B C D E F G H I J Imersão em água ebulição 100°C três minutos. Um minuto água temperatura ambiente Imersão em água ebulição 100°C três minutos. Cinco minutos água temperatura ambiente Imersão em água ebulição 100°C três minutos. 12 horas água temperatura ambiente Imersão em água ebulição 100°C cinco minutos. Um minuto água temperatura ambiente Imersão em água ebulição 100°C cinco minutos. Cinco minutos água temperatura ambiente Imersão em água ebulição 100°C cinco minutos. 12 horas água temperatura ambiente Imersão em água fogo desligado 100°C cinco minutos. Um minuto água temperatura ambiente Imersão em água fogo desligado 100°C cinco minutos. Cinco minutos água temperatura ambiente Imersão em água fogo desligado 100°C cinco minutos. 12 horas água temperatura ambiente Testemunha sem quebra de dormência Germinação % 32 31 35 53 57 63 69 79 82 03 Fonte: Pesquisa de Campo. INSA/MCTI. 2012 Entretanto, para todas as situações em que o fator ebulição não foi utilizado houve aumentos expressivos de germinação chegando ao valor máximo de 82,00% (Tratamento I) I mostrando a boa relação não ebulição e tempo de repouso. CONCLUSÕES Estas observações experimentais induzem a uma pesquisa mais aprofundada com ensaios e métodos estatísticos que envolvam mais o fator não ebulição e tempo de repouso em água a temperatura ambiente. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL. Ministério da Ciência Tecnologia e Inovação. Plano Diretor da Unidade de Pesquisa: Instituto Nacional do Semiárido – INSA. Campina Grande, PB, 2012. 25 p. SOUZA, S. de C. A. de; AMARAL, V. B.; Morais, F.; LUZ, G. R. da; NUNES, Y. R. F.; REIS JÚNIOR, R. Escarificação de sementes de Senna spectabilis (DC) Irwin et Barn. (Fabaceae – Caesapinioideae). In: Anais IX Simp. Nac. Cerrado. II Simp. Inter. Savanas Tropicais. Brasília. 2008. QUALIDADE SENSORIAL DO DOCE DE LEITE PASTOSO PRODUZIDO COM LEITE DE VACAS CURRALEIRO PÉ-DURO JUCILEIDE BARBOZA BORBUREMA1, GEOVERGUE RODRIGUES DE MEDEIROS2, CARLOS TICIANO COUTINHO RAMOS3, ANDREZA MORAES DUARTE4, RITA DE CÁSSIA RAMOS DO EGYPTO QUEIROGA5 1 Ms. Pesquisadora Bolsista do INSA. E-mail: [email protected] Dr. Pesquisador do INSA/MCTI. E-mail: [email protected] 3 Mnd. Técnico OII, INSA/MCTI. E-mail: ticiano@insa,gov.br 4 Gnda. Universidade Federal da Paraíba. E-mail: [email protected] 5 Dra. Universidade Federal da Paraíba. E-mail: [email protected] 2 RESUMO: Este trabalho foi realizado com o objetivo de avaliar a qualidade sensorial do doce produzido com leite de vacas Curraleiro Pé-duro em sistema de pastejo no Semiárido paraibano. A avaliação sensorial foi realizada com estudantes universitários de ambos os sexos e com idades entre 17 e 40 anos. Os dados foram tabulados com base nas notas atribuídas, transformadas em porcentagem e em seguida, foi realizada a análise descritiva. Os provadores atribuíram em média nota 8 (gostei muito) para aparência e consistência. Os atributos odor, sabor e avaliação global se destacaram e receberam nota 9 (gostei muitíssimo). O doce de leite apresentou elevado índice de aceitação com suas características marcantes e bem definida. Palavras-chave: Análise sensorial, derivados lácteos, raça nativa, teste de aceitação INTRODUÇÃO A cocção de leite mais açúcar com ou sólido) e utilizado na produção de adição ou não de outros ingredientes outros alimentos (balas, bolos, sorvetes, permitidos pela legislação resulta em doce biscoitos) de leite, que é comercializado no Brasil em sobremesa. escala industrial ou artesanal desde o O ou simplesmente consumidor tem como dado século XVI. O doce de leite é classificado preferência por produtos que apresentam de acordo com sua consistência (pastoso altos padrões de qualidade e a análise sensorial é uma ferramenta importante no Instituto Nacional do Semiárido – INSA controle de qualidade, reformulação de localizado no município de Campina produtos, redução de custos e relações Grande – PB, Planalto da Borborema, com entre condições de processo, ingredientes, altitude aspectos analíticos e sensoriais. pluviosidade média 400-500 mm/ano. média de 552 metros e Atualmente, as informações sobre As vacas foram mantidas em áreas as características dos derivados lácteos de caatinga e pastagem diferida com produzidos a partir do leite de vacas predominância do capim buffel (Cenchrus Curraleiro Pé-duro são incipientes e Ciliaris cv. biloela) e tiveram livre acesso, estudos são necessários para agregar diariamente, à água e ao sal mineral valores econômicos aos produtos lácteos proteinado. O leite foi obtido por meio de desta raça. Este trabalho foi realizado com o ordenha manual na Estação Experimental objetivo de avaliar a qualidade sensorial Lagoa Bonita pertencente ao INSA. do doce produzido com leite de vacas Previamente, foi realizada a higienização Curraleiro Pé-duro em sistema de pastejo (pré e pós dipping) das tetas e descarte no Semiárido paraibano. dos três primeiros jatos de leite. Para produção do doce de leite, MATERIAL E MÉTODOS foram utilizados 5,0 kg de leite “in natura”, 1,0 kg de açúcar e 13,4 g de Este trabalho foi submetido à bicarbonato de sódio. Neste preparo não avaliação, apreciação pelo Comitê de Ética foi adicionado amido de milho. Os em Trabalho do Centro de Ciências da ingredientes foram colocados em uma Saúde/ Universidade Federal da Paraíba e panela de alumínio no fogão a gás e deu aprovado (FR - 470529). início ao processo de concentração com O leite utilizado para produção agitação até atingir o ponto desejado artesanal do doce de leite foi oriundo de (desprendimento do doce de leite de uma vacas da raça Curraleiro Pé-duro, animais superfície úmida). Após o resfriamento, saudáveis em pleno ciclo de produção realizou-se o envase em potes de plásticos leiteira que foram mantidos em refrigeração até o pertencentes ao Núcleo de Conservação de Recursos Zoogenéticos do envio ao laboratório. As amostras foram acondicionadas foram apresentadas aos provadores e foi em recipiente térmico e encaminhadas ao solicitado que as analisassem com relação Laboratório de Análise de Alimentos do à escala proposta. Foi também verificada a Departamento de Tecnologias e Química atitude dos provadores diante de uma de Alimentos no Centro de Tecnologia da amostra comercial utilizando os mesmos Universidade Federal da Paraíba (UFPB) critérios da escala hedônica. para realização das análises sensoriais. A Os dados foram tabulados no Excel avaliação sensorial foi realizada com (versão 2007) com base nas notas estudantes universitários de ambos os atribuídas, sexos e com idades entre 17 e 40 anos. As porcentagem e em seguida, foi realizada a amostras foram servidas aleatoriamente análise descritiva com auxílio do programa aos provadores (não treinados) em copos estatístico SAEG (2009). descartáveis, com transformadas em quantidades padronizadas (25 g) e codificadas com 03 RESULTADOS E DISCUSSÃO (três) dígitos, obtidos de uma tabela de números aleatórios. Para limpeza do A maioria dos julgadores palato entre a avaliação das amostras foi atribuíram nota 8 (oito) que representa na fornecido biscoito “água e sal” e água escala hedônica a “gostei muito” para os (Ferreira, foram atributos de consistência e aparência realizados no Laboratório de Análise de (Figura 1). O fato de alguns provadores Alimentos terem 2000). do Os testes Departamento de atribuídos nota inferior para Tecnologias e Química de Alimentos no aparência Centro de Tecnologia da UFPB, que dispõe comparados aos demais atributos, pode de cabines individuais. Para verificar a ser decorrente do hábito do consumo de aceitação, foram avaliados os atributos doce de leite comercial que em geral, é aparência, odor, consistência, sabor e produzido com amido de milho e açúcar avaliação global, utilizando uma escala caramelizado. hedônica de 09 pontos, cujos extremos ausentes no doce de leite deste estudo correspondem a desgostei muitíssimo (1) que resultou em produto mais claro e e gostei muitíssimo (9) aplicada a 98 menos viscoso. Segundo Rovedo et al. (noventa e oito) provadores. As amostras (1991) o amido é utilizado na produção de e consistência Ingredientes quando estes, doce de leite com o intuito de obter uma reportaram que a textura e a cor são maior consistência no produto final. parâmetros importantes na escolha do Conforme Coelho et al. (1999) e produto, pois os consumidores preferiram Ferreira et al. (2012) a diferenciação de as amostras mais escuras, menos gomosas cor no produto final pode ocorrer em e mais moles. função de fatores como a acidez inicial do Os atributos odor, sabor e leite, quantidade e o momento da adição avaliação global (Figura 1) apresentaram do bicarbonato de sódio; a presença de maior número de julgamentos referente à açúcares redutores além da lactose; teor nota 9 (nove) que representa o maior inicial e final de sólidos solúveis da calda valor na escala hedônica e refere-se a (leite+sacarose); o tempo gasto para “gostei muitíssimo”. Ressalta-se, que o evaporação e a pressão de vapor utilizada atributo sabor foi o mais apreciado. nos tachos. Ferreira et al. (2012) também %Aparência 60,00 50,00 40,00 1 30,00 20,00 %Avaliação global 2 %Odor 3 10,00 4 0,00 5 6 7 8 9 %Sabor %Consistência Figura 1. Atributos sensoriais do doce de leite produzido com leite de vacas Curraleiro Pé-duro CONCLUSÕES características (aparência, odor, consistência e sabor) marcantes, bem O doce de leite produzido com leite de vacas Curraleiro Pé-duro possui definidas e elevado índice de aceitação. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS COELHO, D.T. ; ROCHA, J.A.A. Práticas de processamento de produtos de origem animal. Viçosa: Editora UFV, 1999. 64p. FERREIRA, V.L.P. Análise sensorial: testes discriminativos e afetivos. (Manual série qualidade). Campinas: Sociedade Brasileira de Ciência e Tecnologia de Alimentos, 2000. p.73-77. FERREIRA, L.O.; PEREIRA, P.A. P.; MARIA, J. et al. Avaliação das características de qualidade de doces de leite comerciais. Revista do Instituto de Laticínios Cândido Tostes, v.67, p.05-11, 2012. ROVEDO, C.O.; VIOLLAZ, P.E.; SUAREZ, C. The effect of pH and temperature on the rheological behavior of Dulce de leche, a typical dairy Argentine product. Journal of Dairy Science, v.74, p.1497-1502, 1991. UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA – UFV. Sistema de análises estatísticas e genéticas - SAEG. Versão 9.1. Viçosa, MG, 2009. DESLOCAMENTO VERTICAL DE P SUBMETIDO A CHUVA SIMULADA JULIANA ZOMAZETE DOS SANTOS1, MÍRIAN ALICE DA SILVA BHREM 2, IGNÁCIO HERNAN SALCEDO3, VÂNIA DA SILVA FRAGA2 1 Dnda. Pesquisadora Bolsista do INSA. E-mail: [email protected] Dnda. PPGCS CCA/UFPB. E-mail: [email protected] 3 Dr. Pesquisador do INSA/MCTI. E-mail: [email protected] 4 Dra. Dpto. de Solos e Engenharia de Rural – CCA – UFPB. E-mail: [email protected] 2 RESUMO: RESUMO: O presente estudo tem como objetivo, avaliar o deslocamento vertical de P extraível Mehlich-1, e P solúvel em água bem como a sua distribuição no perfil em área plana de agricultura familiar, adubadas com esterco bovino utilizando simulador de chuva. O teste foi realizado em campo experimental, na propriedade de agricultura familiar no município de Remígio, no Agreste da Paraíba. Para a realização desse estudo, foi instalado o simulador de chuva. Amostras de solo a cada 10 cm de profundidade foram coletadas: 0 - 10 (1); 10 - 20 (2); 20 - 30 (3); 30 - 40 (4); 40 - 50 cm de profundidade (5), antes da aplicação da primeira chuva e entre a aplicação de cada volume de poros (1V, 2V, 3V e 4V). As amostras simples, foram analisadas quanto aos teores de P Mehlich-1 e P solúvel em água. A transferência de P disponível para as camadas mais profundas do solo em função do aumento do volume de poros acarretou em perdas por lixiviação. Em relação ao P solúvel em água, a variabilidade espacial não explicou a lixiviação. Palavras-chave: Adubo orgânico, lixiviação, profundidade do solo. INTRODUÇÃO Os solos da região semiárida e Agreste apresentam baixos teores de N total e de P extraível (SANTOS et al., 2008), por esse motivo, a utilização de esterco, é muitas vezes adotada para o suprimento desses nutrientes. Entretanto, aplicações contínuas em longo prazo, estariam propiciando acúmulos excessivo de nutrientes na camada superficial do solo (GALVÃO et al., 2008), principalmente nos teores de N e P totais, o que se torna indesejável, uma vez que a maioria dos solos utilizados na agricultura nessa região possuem textura arenosa, havendo maior susceptívidade para se deslocarem para as camadas mais profundas e perdas por lixiviação causando a deterioração da qualidade das águas superficiais, onde os elementos são depositados. O P, devido à adsorção específica, tem baixa mobilidade no solo, razão pela qual as perdas ocorrem, principalmente, via escoamento superficial (SHARPLEY et al., 2001). as perdas de P em camadas sub- significativas, do solo como em podem ser áreas com aplicação excessiva de P via fertilizante mineral ou orgânico (GALVÃO e SALCEDO, 2008),e em áreas com fluxo preferencial – comum em sistemas de manejo com menor revolvimento do solo. Embora a perda de P via subsuperficie seja em geral inferior a 1 % do P aplicado, o que agronomicamente pode não O teste foi realizado em campo experimental, na propriedade de agricultura familiar no município de Remígio, no Agreste da Paraíba. O solo coletado foi classificado como Neossolo Regolítico eutrófico (EMBRAPA, 2006), de textura arenosa a franco-arenosa. Adotou- Em algumas situações, no entanto, superficiais MATERIAL E MÉTODOS ser representativo, ambientalmente ela pode causar sérios problemas (SHARPLEY et al., 2001) se como critério o elevado teor de P, decorrente da aplicação de elevadas doses de esterco. Foi realizada amostragem de solo em um perfil de 50 cm, em camadas a cada 10 cm, para posteriores análises laboratoriais. Em seguida foi realizado um teste de infiltração de água, conforme a metodologia de Beerkan, descrito por Souza et al. (2008). Foram realizadas as seguintes análises: densidade de partículas (Dp), do solo (Ds) método da proveta e volume de poros (Vp), (EMBRAPA, 1997). Para o ensaio de lixiviação de P, foi O presente estudo tem como objetivo, avaliar o deslocamento vertical instalado o simulador de chuva semelhante ao descrito por Humphry et al -1 de P extraível Mehlich , e P solúvel em água bem como a sua distribuição no perfil em área plana de agricultura familiar, adubadas com esterco bovino utilizando simulador de chuva. (2002) com um bico aspersor tipo HH50WSQ descrito por Shelton et al (1985). Amostras de solo a cada 10 cm de profundidade foram coletadas, antes da aplicação da primeira chuva (V0) e entre a aplicação de cada volume de poros (V1; Observa-se que, com 4 volumes de poros V2; V3; V4), em seguida foram analisadas (V4) houve um redução de P disponível a quanto aos teores de P Mehlich-1 e P partir da camada 0 até 20 cm, ao contrario solúvel em água por Murphy & Riley das outras camadas que tiveram um (1962). incremento de P disponível a partir de 30 Para acompanhar o deslocamento cm até 50 cm com teores 81,29 e 37,63 da água até a profundidade de 50 cm, mg/kg-1 respectivamente (Tabela 1), no avaliou-se a umidade do solo por uma qual são interpretados como muito alto sonda de capacitância de baixa frequência segundo modelo diviner 2000®. fertilidade do solo (Sociedade Brasileira do Em virtude da ausência a comissão de química e de solo, 2004), representando um risco repetições de amostras de solo coletadas potencial de contaminação de águas em relação a cada aplicação de volume de superficiais e subsuperficiais. poros, os dados obtidos foram submetidos Os maiores teores de P solúvel em à análise de regressão em função da água foram verificados na camada de profundidade. 10cm para todos os volumes de poros, diminuindo com a profundidade, mas RESULTADOS E DISCUSSÃO precisamente na camada de 30 cm, havendo em seguida um leve acréscimo Proveniente dos resultados obtidos, nas camadas seguintes. Verificou-se um os maiores teores de P disponível se acúmulo na camada de 50 cm em torno de concentraram nas camadas de 10 e 20 cm, 7, 47mg/kg-1para o tratamento com 4 diminuindo com a profundidade para volumes de poros (V4). todos os volumes de poros (Tabela 1). Tabela 1: P extraível em Mehlich-1, P solúvel em Água em diferentes aplicações de volume de poros, submetido a diferentes profundidades. Volume de poros (L) Profundidade (cm) 10 R2 Regressão 20 0 146,26 30 40 50 P Mehlich-1 (mg/kg-1) 140,54 53,23 33,47 21,00 1 254,37 147,82 43,35 33,47 32,44 2 111,96 113,00 33,99 26,72 29,32 3 119,75 134,31 49,07 32,95 4 142,62 134,31 81,29 y0 = 295,0e-0,53x R² = 0,949 R² = 0,988 R² = 0,821 23,60 y1 = 21,83x2 -186,8x + 422,5 y2 = 5,346x2 - 57,23x + 175,8 y3 = 231,1e-0,46x 50,11 37,63 y4 = -29,41x + 177,4 R² = 0,947 4,97 R² = 0,963 R² = 0,787 R² = 0,907 0 8,72 P Água (mg/kg-1) 5,51 4,72 4,64 1 9,39 8,60 6,97 7,56 8,06 2 9,01 6,93 7,72 6,64 5,64 y0 = 0,556x2 - 4,175x + 12,12 y1 = 0,342x2 - 2,423x + 11,62 y2 = -1,76ln(x) + 8,877 3 7,60 7,72 6,97 4,10 5,22 y3 = -0,837x + 8,834 R² = 0,689 4 8,43 6,64 5,18 5,68 7,47 y4 = 0,651x2 - 4,196x + 12,10 R² = 0,976 CONSIDERAÇÕES FINAIS representar R² = 0,867 um potencial de contaminação ambiental. 3. A transferência de P disponível 4. Em relação ao P solúvel em água, a para as camadas mais profundas do solo variabilidade espacial não explicou a em função do aumento do volume de lixiviação. A metodologia deve ser revista, poros acarretou em perdas por lixiviação. devido Entretanto,valores de P considerados altos necessitando de maior repetição na na profundidade a partir de 30 cm pode amostragem do solo; nova análise das aos dados apresentados, águas utilizadas e dos teores de Fe e Al no solo e realização de um teste em coluna de solo, necessário para estimar a quantidade de volumes de poros utilizada pelo simulador de chuva aplicada no campo, para lixiviar um considerável teor de P. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Solos (RJ). Manual de métodos de análise de solo. 2ed. Rio de Janeiro: EMBRAPACNPS, 1997. 212p. EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Solos. Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. Rio de Janeiro, 2006. 306 p. GALVÃO, S. R. S.; SALCEDO, I. H. & OLIVEIRA, F. F. Acumulação de nutrientes em solos arenosos adubados com esterco bovino. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v.43, n.12, p.99-105. 2008 HUMPHRY JB, DANIEL TC, EDWARDS DR, SHARPLEY AN. A portable rainfall simulator for plot scale runoff studies. Appl Eng Agric 2002;18:199–204. MURPHY, J. & RILEY, J.P. A Modified single solution method for determination of phosphate in natural waters. Anal. Chem. Acta, Oxford, v.27, n.1, p.31-36, 1962. SANTOS, A. C., SALCEDO, I H. & GALVÃO, S. R. S. Relações entre uso do solo, relevo e fertilidade do solo em escala de microbacia. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v.12, n.5, p.498–504, 2008. SHARPLEY, A.N.; MCDOWELL, R.W. & KLEINMAN, J.A. Phosphorus loss from land to water: Integrating agricultural and environmental management. Plant Soil, 237:287-307, 2001. SHELTON CH, VON BERNUTH RD, RAJBHANDARI SP. A continuous application rainfall simulator. Trans Am Soc Agric Eng 1985;28 (4):1115–9. SOCIEDADE BRASILEIRA DE CIÊNCIA DO SOLO. Comissão de Química e Fertilidade do Solo. Manual de adubação e calagem para os Estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. 10.ed. Porto Alegre: Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, Comissão de Química e Fertilidade do Solo, 2004. 400p. SOUZA, E.S.; ANTONINO, A.C.D.; ANGULOJARAMILLO, R.; MACIEL NETO, A. Caracterização hidrodinâmica de solos: aplicação do método Beerkan. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v.12, n.2, p.128-135, 2008. APLICAÇÃO DAS GEOTECNOLOGIAS NA CONSTRUÇÃO DO SISTEMA DE GESTÃO DO CONHECIMENTO DO SEMIÁRIDO BRASILEIRO JULIE EUGÊNIO DA SILVA FRANCISCO1, ANDERSON MACIEL LIMA DE MEDEIROS2, RICARDO DA CUNHA CORREIA LIMA3, LEONARDO BEZERRA DE MELO TINÔCO4 1 Ms. Pesquisadora Bolsista do INSA. E-mail: [email protected] Gdo.Pesquisador Bolsista do INSA. E-mail: [email protected] 3 Ms. Tecnologista do INSA/MCTI. E-mail: [email protected] 4 Dnd. Pesquisador bolsista. E-mail: [email protected] 2 RESUMO: Os problemas enfrentados pela população do Semiárido brasileiro (SAB) não surgiram neste século, mas certamente foram intensificados por longos períodos de seca conjugados com outros fatores. Uma das formas de aperfeiçoar as ações voltadas para beneficiar esta região é pela adequada gestão do conhecimento sobre a mesma, sob diferentes óticas. Para este fim, concebeu-se o projeto de construção de um Sistema de Gestão do Conhecimento para o semiárido, o SGK-SAB. Uma das componentes deste sistema leva em conta a potencialidade do uso das Geotecnologias como ferramenta de produção de análises e informações úteis sobre a área de atuação do INSA. Palavras-chave: Geoprocessamento, informação. INTRODUÇÃO Tem estende por 980.133 km², envolve oito sido um desafio governamental lidar com as dificuldades do Semiárido brasileiro, região caracterizada como sendo a mais seca do país, com baixa pluviometria, altas estados da região Nordeste e o Norte de Minas ciclos de estiagem, características climáticas que afetam de forma drástica sua população, especialmente da zona rural. Essa região, que abriga todo o bioma Caatinga, se totalizando 1.135 municípios (BRASIL, 2005), e acolhe uma população de 22.598.318 habitantes (IBGE, 2010). O uso inadequado dos recursos temperaturas, elevada evapotranspiração, extensos Gerais, naturais é impactante, pois provoca a redução na produção agrícola, o aumento do processo diminuição ecossistemas de da e desertificação, resistência corpos a dos hídricos, prejudicando social e economicamente a geotecnologias, pretende-se espacializar população e aumentando o índice de as informações e, com isso, potencializar migração para cidades mais desenvolvidas sua análise, possibilitar a geração de (CIRILO, 2008). produtos cartográficos, desta forma, É possível que o semiárido se torne contribuir para a definição de políticas e mais árido o que resultaria em maior ações para o desenvolvimento sustentável escassez de água, e suas consequências na da região. saúde pública, desenfreado êxodo rural e superpopulação nas grandes cidades, fenômeno que denominou de “onda de MATERIAL E MÉTODOS refugiados ambientais do clima”, previsão que, se confirmada, agravaria os No projeto de desenvolvimento problemas sociais na região (MARENGO, do SGK-SAB, em especial em seu viés de 2008). Sistema de Informações Geográficas (SIG), convivência optou-se por tecnologias baseadas em sustentável com o semiárido, o Instituto softwares livres para Geoprocessamento. Nacional do Semiárido (INSA) iniciou o Dados em inúmeros formatos estão sendo desenvolvimento do Sistema de Gestão do tratados e gradualmente integrados com o Conhecimento do Semiárido Brasileiro objetivo de constituir a base de dados do (SGK-SAB). Trata-se de um portal na sistema que tratará de temas como clima, Internet onde serão reunidas informações dimensão sociais, econômicas e ambientais com o ambiente, recorte espacial do Semiárido Brasileiro. O infraestrutura. Para tanto, será dada SGK-SAB prioridade aos dados existentes nas fontes Em busca da pretende disseminar o conhecimento científico e o saber popular de modo a possibilitar sua apropriação pelos agentes socioeconômica, saúde, meio agropecuária e oficiais do governo. Alguns programas foram políticos, comunidade identificados como mais adequados aos sociedade, pequenos propósitos e demandas do SGK-SAB. Em agricultores, sempre com o objetivo de conjunto, os aplicativos se complementam promover formando acadêmica, as práticas adequadas à convivência com o semiárido. Através de tecnológica uma para potente edição plataforma vetorial, dados, atuação do instituto em nível regional, processamento digital de imagens (PDI), estadual e municipal, sendo necessária a entre outros recursos importantes para a edição da mesma para correção de falhas continuidade das ações desenvolvidas topológicas. Os dados tabulares foram pelo INSA. filtrados e organizados para integração integração de bases de principais com a base. Este processo envolveu a empregados até o momento são o remodelagem da estrutura das tabelas e a Quantum GIS (QGIS), para edição dos conversão para novos formatos em alguns dados geográficos e geração de mapas casos, sendo este, um procedimento temáticos; o Sistema Gerenciador de constante Banco de Dados (SGBD) PostgreSQL, com informações são acrescentadas. A seguir o módulo PostGIS. Para publicação de iniciou-se à etapa de desenvolvimento da mapas de forma compartilhada, em rede aplicação-piloto para disponibilização dos intranet e internet, foi adotado o i3Geo, primeiros dados através de interface com um mapas interativos. Os programas servidor de mapas brasileiro à medida que novas construído sobre outros programas e bibliotecas robustos, como o MapServer. RESULTADOS E DISCUSSÃO A metodologia proposta envolve dados Está publicada no ambiente intranet cartográficas do INSA a aplicação piloto do SIG que vetoriais e imagens de satélite. A malha posteriormente será disponibilizado para a vetorial obtida junto ao Instituto Brasileiro toda de Geografia e Estatística (IBGE) foi informações sobre o Semiárido brasileiro recortada de acordo com a área de (Figura 1). a busca e alfanuméricos, aquisição bases de a comunidade interessada em Figura 1: Interface gráfica da aplicação-piloto do SIG que integrará o SGK-SAB. Fonte: Elaborado pelos autores, 2013. A aplicação-piloto já conta com opções de exibição de algumas camadas Webservices geográficos, entre outras ferramentas. de informação, como o polígono que Esta aplicação constitui uma forma define os limites atuais do SAB, sua divisão amigável e instrutiva para disseminação estadual e municipal e hidrografia. do conhecimento sobre o Semiárido Entre os recursos já disponíveis brasileiro. pode-se destacar a possibilidade de desenhar novas feições (geometrias) sobre o mapa base a partir do upload de CONCLUSÕES planilhas com coordenadas geográficas ou mesmo de um arquivo vetorial pré- No contexto do SAB o SGK-SAB surge como uma robusta ferramenta para existente. Há também funcionalidades que suporte à tomada de decisão no âmbito permitem ao usuário fazer o download de atuação do INSA. A geração de um dos dados disponibilizados para que possa banco de informações georreferenciadas realizar análises associado a um SIG apoiará estudos possível estratégicos do Instituto. O conhecimento acessar dados de outras instituições a e análise da componente espacial é fator partir da interação com padrões de determinante suas posteriormente. próprias Também é para a avaliação da viabilidade em diversos ramos de pesquisa, bem como do acompanhamento de seu progresso. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL. Ministério da Integração Nacional. Nova delimitação do Semiárido brasileiro. Brasília, 2005,32p. CIRILO, J. A. Políticas públicas de recursos hídricos para o semi-árido. Estudos avançados 22(63), 2008. Disponível em: < http://www.scielo.br/scielo.php>. Acesso em: 20/01/2013. IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo Demográfico 2010. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br> Acesso em 15/01/2013. MARENGO, J. A. Vulnerabilidade, impactos e adaptação à mudança do clima no semiárido do Brasil. Parcerias o Estratégicas, Vol.13, n 27 (2008). Disponível em: <http://seer.cgee.org.br>. Acesso em: 20/01/2013. UM MÉTODO PARTICIPATIVO DE INVESTIGAÇÃO DA HISTÓRIA DO RECENTE NAS COMUNIDADES E ORGANIZAÇÕES LUIS FELIPE ULLOA FORERO1, ALDRIN MARTIN PEREZ MARIN2 1 2 Ms.Pesquisador bolsista do INSA E-mail: [email protected] Dr. Pesquisador do INSA/MCTI. E-mail: [email protected] RESUMO: Está entrando na fase III, a construção do método Revisão de Experiências com vista ao Futuro (REI-F) que é um método para investigar com altos níveis de participação, estágios da vida coletiva de uma comunidade ou de uma organização, a partir de uma imagem do futuro construída coletivamente e aceitável para os diferentes setores com interesses em jogo nela. As fases anteriores foram desenvolvidas na América Central e no México, agora busca-se no SAB confrontar seu quadro teórico atual com discursos de pensadores contemporâneos cuja seleção já acontece. Palavras-chave: Confronto conceitual, história das comunidades, história das organizações INTRODUÇÃO No Nicarágua final do século reconhecíamos XX na que a suas principais mercadorias, fonte de valor e de riqueza” (GERMANO, 2011). modernidade não trouxe as conseqüências Se não protegemos a memória, que prometeu e já estávamos entrando não há história. Se não há história não em uma nova época que obrigava a buscar podemos aprender o criar a partir dela. A olhares diferentes. O Positivismo, havia Revisão de Experiências com vista ao perdido muito de seus privilégios e Futuro (REI-F) é um método de pesquisas teoricamente sujeito da história recente, propõe uma trilha pesquisador/objeto pesquisado, ganhava para construir seu conhecimento e teoria horizontalidade mais na prática não. “O aos setores com interesses em jogo mito da neutralidade e da ciência como envolvidos numa etapa ou situação perto principal humanidade, e relevante, encarando esse passado postrou-se diante de um mercado que recente com um futuro aceitável para transformou o conhecimento em uma de todos. As situações estudadas podem ser a benfeitora relação da muito diversas: as envolvidas numa Nesta fase, foram 8 momentos com a novidade adição na organização ou na do primeiro “futurear”, comunidade; um projeto; o avanço de imediatamente após a negociação e o uma “Fechar-abrindo”. pesquisa participativa; uma articulação particular, etc. Os produtos Agora estamos entrando na Fase alcançáveis da aplicação do REI-F incluem III para desafiar sua relevância geral na a seqüência cronológica global do que época e em particular para o SAB com a aconteceu (Linha da vida); descrições de intenção de aperfeiçoar-lo e garantir a seqüências (processos); descrições do melhor a maior utilização estado de alguém ou algo (“fotos”); academia. explicações relativamente firmes e O método incluindo interessa as também tentativas; lições aprendidas; instituições que buscam para a realização perguntas; e listas de conseqüências reais, a execução de pesquisas, a formação, e a sentidas ou esperadas. difusão de resultados para a convivência A construção do REI-F já ocorreu sustentável no Semiárido Brasileiro, a em duas fases sequenciais: Fase I (1999- partir 2010) o REI-F posicionou o futuro de socioeconômicas e ambientais da região e maneira clássica ocidental como posterior que reconhecem a importância das outras ou destino. O método incluiu sete vozes do conhecimento tácito e explícito e momentos: a Negociação; a Reconstrução acredita na sinergia entre os profissionais inicial da história; a Imersão em cada da pesquisa e o povo. etapa; a Contração do cérebro; das potencialidades o Para o PDU 2012-15 do INSA, “Perguntatório”; o “Respondatório”, e o este esforço está inserido no Eixo de “Fechar-abrindo”. O método foi chamado Sustentação IV (Formação e Capacitação), Revisão de Experiências de intervenção no Programa Prioritário CT&I para o com vista ao Futuro, mais os participantes Desenvolvimento Social. O método pode nas primeiras aplicações contribuir para as metas 23 rejeitaram a e 24 e palavra "intervenção". Na Fase II (2011- ajudaria a estudar como o INSA faz suas 2012) REI-F posicionou o futuro como pesquisas anterior e posterior, concordando com Organizações parceiras visões de mundo dos povos andinos. projeto). e sua relação com as (organizações- governo dos EUA e então a construção MATERIAL E MÉTODOS continuou fora da academia. A aplicação do método REI-F foi implementado na Nas etapas I e II o processo para construir REI-F apresentou Nicarágua, México, Guatemala, Honduras uma e El Salvador em 37 situações diferentes com ciclos a que com assessoria do criador do método voltaríamos outras vezes em estágios (LUIS FELIPE ULLOA): 30 aplicações foram superiores: criação registradas na Fase I e 07 na Fase II. Após adequar sua primeira experiência 27 organizações técnicas, ferramentas e procedimentos; e buscaram mais: cursos de formação no fazer ajustes conceituais; (2) Aplicação em método e/ou outras aplicações, etc. Em condições e pelo menos uma Universidade, foi usado organizações; (3) Reflexão coletiva sobre o como um método de trabalho final de que aconteceu a partir de registros e graduação (UCATSE/Nicarágua). Um texto memória, entre todos os participantes de foi colocado na Internet em 09/08/2010 e cada aplicação e/ou dentro da equipe 17 meses depois registrava 1213 acessos facilitadora do exercício; (4) Debates nas de cinco países de língua espanhola salas de aulas que o investigador teve (ULLOA, 2010). seqüência de espiral individual (1) Reflexão para produzir reais de e e comunidades acesso “ocasional”; (5) Volta a Reflexão e criação individual, produzir e adequar. Para confrontar o atual quadro teórico construído no processo, as O REI-F não teve nenhuma ferramentas e a estrada com os discursos publicidade especial, mais começou a dos pensadores contemporâneos a Fase III ganhar a simpatia quando a notícia se inclui: (1) A preparação de uma primeira espalhou sobre a sua existência. A lista de autores e correntes a partir de demanda se estendeu fora das fronteiras uma releitura do REI-F; (2) Apresentação da Nicarágua, e chegou a Universidade de do método no INSA e em outros espaços Wisconsin-Madison, com a possibilidade Científicos e Acadêmicos para divulgar e de que esta proposta, pudesse ser objeto obter propostas de critérios e nomes; (3) A de um projeto de doutoramento, mas com elaboração de uma lista "final" de a chegada do 11 de setembro de 2001, o pensadores contemporâneos e produção visto do pesquisador foi congelado pelo resultante de 2 a 3 produtos; (4) Ajustes do REI-F; (5) Aplicação em espaços conceitos associados com a prática do REI- urbano e rural no SAB (novos ajustes); e F e vice-versa: o tempo não-linear; a (6) Relatório e publicação oficina (“Taller”) fundamental; RESULTADOS E DISCUSSÕES o como atividade protagonismo; a sentilógica (Afetividade e racionalidade A atual fase da construção do como forças igualmente importantes); a Método ocorre na sede administrativa do comunidade de referente territorial hoje; Instituto Nacional do Semiárido (INSA), as dinâmicas comunitárias; localizado em Campina Grande (PB). O ingênua; a relatividade da “verdade”; e a primeiro passo na Fase III foi o de impossibilidade de reconhecer a importância de enfrentar o completamente. Bauman método conceitualmente sendo agora agregaram necessário definir uma maneira de realizá- aprofundar como lo. medo” e “as incertezas”. Para assegurar a outros a pergunta conhecer e conceitos Augé para “a vida líquida”, “o Por que um método bem aceito coerência com o mundo contemporâneo e requer uma terceira fase? É uma questão as dinâmicas atuais, aceitar ou gerar novos de responsabilidade. O pesquisador não conceitos e tomar as decisões necessárias pode reduzir seu trabalho ao encontrar é preciso debater com discursos como um produto, e divulgá-lo sem pensar em esses. seu significado para a vida e para o mundo Até agora além deles, tem em mudança. A necessidade de realizar o selecionadas para confrontar com o REI-F confronto conceitual para afirmar a as Tendências do pragmatismo, Grounded relevância do método, apareceu com a Theory, leitura de "Tempos Líquidos" do filósofo e Sistematização, sociólogo Zygmunt Bauman, a abordagem Transdisciplinaridade, a Popularização da do antropólogo Ciência e Educação Popular. Marc Auge e sua "ideologia do presente”, e com Paulo Freire. As duas primeiras fases da construção do método de pesquisa já levaram a desenvolver ou adaptar Pesquisa-Ação Participativa, complexidade, CONCLUSÕES A boa recepção inicial de REI-F na América Central, sugere boas perspectivas para sua aplicação no SAB e a possibilidade pode ser estendida com um respaldo institucional. É desejável incluir mais pensadores do Brasil e outros países Latinos americanos para reduzir riscos da colonização do pensamento Agradecimentos Walter Alves de Vasconcelos... Por seu apoio na correção do português REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Augé, M. Estamos viviendo en una ideologia del presente. Página 12. (Acceso em 17/12/2012) http://www.pagina12.com.ar/diario/suple mentos/espectaculos/17-27333-2012-1217.html. Bauman, Z. Tiempos líquidos Mexico D.F: Tusquet Editores e Consejo Nacional para la Cultura y las Artes, 2008. 169p. Germano, M. G . Uma nova ciência para um novo senso comum. Campina Grande: EDUEPB, 2011. 400p. Lima, V.A de. Comunicação e Cultura: As ideas de Paulo Freire Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1981. 167p. Ulloa F, L.F Síntesis sobre el Método REIF. 2010 http://pt.scribd.com/doc/37125588/Meto do-REI-F-Revision-de-experiencias-conmiras-a-futuro (Acceso em 23/01/2013). MANEJO ALIMENTAR E SANITÁRIO DO GADO CURRALEIRO PÉ-DURO NO NORDESTE BRASILEIRO PATRICY ANDRADE SALLES¹, VANESSA VIRGINIA BARBOSA2, CRISTIANO MORAIS SOUSA2; MATHIAS WELLER3, GEOVERGUE RODRIGUES MEDEIROS4 1 Dra. Pesquisadora Bolsista do INSA. E-mail: [email protected] Gnda. Universidade Estadual da Paraíba. E-mail: [email protected] 3 Dr. Universidade estadual da Paraíba. E-mail: [email protected] 4 Dr. Pesquisador do INSA/MCTI. E-mail: [email protected] 2 RESUMO: A raça bovina Curraleiro Pé-duro representa um importante patrimônio genético animal, para produtores da região Nordeste brasileira, sendo segundo Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), considerada em risco de extinção. O presente estudo compreendeu a realização der um levantamento sobre as características de manejo sanitário e alimentar desses animais na referida região com associados da Associação Brasileira de Criadores de Gado Curraleiro Pé- Duro (ABCPD). Os dados revelam que o número de animais pertencentes à raça Curraleiro Pé-duro existente no nordeste brasileiro é cerca de 3.380. São criados extensivamente, tendo o capim Andropogon gayanus cv. Planaltina como principal alimento. A mortalidade atinge 1% do rebanho durante todo o ano, e a causa das mortes é devido a picadas de cobras. Os criadores são interessados na conservação da raça, podendo ser considerada uma boa candidata ao estabelecimento de melhoramento genético. Palavras-chave: Bovino, censo, conservação INTRODUÇÃO Dentre as espécies ruminantes pastagens naturais do Nordeste, domesticadas e naturalizadas brasileiras, principalmente do semiárido brasileiro estão os bovinos da raça Curraleiro Pé- (SALLES duro, animais considerados rústicos e FIORAVANTE et al, 2011). Esta raça é resistentes e originada a partir de cruzamentos das adaptados ao clima tropical, à seca e as raças mirandesas e Bairoa, introduzidas a parasitas, dóceis, et al, 2011; EGITO, 2007; por volta de 1534 em São Vicente (atual aos estados: Piaui (17) Ceará (1), Paraíba estado de São Paulo). Uma das principais (2), Maranhão (2). A coleta de dados atividades semiárido seguiu as seguintes etapas: 1. Discussão e brasileiro é a pecuária, que satisfaz escolha do modelo mais adequado de necessidades e questionário; a profissionais envolvidos na pesquisa e produtivas de principalmente do subsistência econômicas com 2. Reuniões conjuntamente secas. Almeida et al (2008) mostram em formulário de perguntas direcionadas aos seus resultados a ótima adaptabilidade da criadores; 3. Preparação da planilha de raça Curraleiro Pé-duro às condições do questionários; semiárido. conhece associação de criadores após o contato plenamente o valor genético e o potencial com a associação foi feita uma listagem de zootécnico da raça. Sabe-se que a sua todos extinção causaria um dano irreparável na respectivos endereços; 4. Contactados e pecuária nacional, principalmente em aplicados os questionário aos criadores via relação aos genes de resistência a telefone e e-mail; 5. Preenchimento de parasitas e térmicas (ALMEIDA, 2008). todas as planilhas com os dados coletados; Segundo critérios adotados pela FAO a 6. Análise estatística. Posteriormente, os mencionada raça encontra-se sob-risco de dados foram tabulados em planilha do extinção (FAO, 2008). Acerca destas programa Microsoft Excel (Versão 2007) e discussões esse trabalho visa identificar o em manejo sanitário e alimentar dos animais descritiva com auxílio do programa SPSS dos criadores e membros pertecentes a statistics (vers.17.0). não se os 3. criadores seguida proposto os utilização de animais adaptados a regiões Ainda foi com um Contactou-se com submetidos os à a seus análise Associação Brasileira de criadores de animais Curraleiro Pé-duro (ABCPD). RESULTADOS E DISCUSSÃO O número do efetivo de bovinos MATERIAL E MÉTODOS Curraleiro Pé duro foi de 2.366 cabeças. A pesquisa foi realizada com 22 criadores pertencentes Brasileira de criadores à Associação de bovinos Curraleiro Pé-duro (ABCPD) pertencentes Adicionando-se a esse valor, o número de animais pertencentes à criadores não entrevistados, o valor da amostragem foi de 3.377, criados extensivamente, outras, foram mencionadas alimentando-se de capim andropogon principalmente a rusticidade, docilidade (Andropogon gayanus cv. Planaltina) 56% dos animais e a boa qualidade da carne. (N=14), considerada pelos entrevistados, Essas características, segundo a opinião uma gramína que tolera até nove meses dos entrevistados, fazem da raça um de seca (Quadro 1). O capim braquiária diferencial que pode trazer promissores (Brachiaria bizantha), e buffel (Cenchrus resultados econômicos sem altos custos ciliaris L.), ambos com porcentagem de de investimentos, além de ter potencial 15% (N=3), dentre outros tipos de para ser inserida em programas de vegetações, utilizados melhoramento genético animal. O macho, (Quadro 1). Para os criadores, são animais quando abatido, possui a idade entre 4 a 5 capazes de alimentarem-se de qualquer anos (36%; N=9), ou o peso médio de tipo de pasto e de fácil manejo. Metade carcaça de 150 kg. Vacinações contra dos criadores afirmam não oferecerem aftosa e desinfecção do umbigo do assistência (50%; bezerro recém-nascido são praticadas pela N=11). As taxas de mortalidade são baixa maioria dos criadores. O controle dos (77%; N=17), sendo as picadas de cobras ectoparasitas e endoparasitas é realizado, as principais causas de mortalidade. Os embora não representem um problema animais consomem em geral, água de sério para a raça. No Piauí, a referida raça boa qualidade proveniente de fontes é considerada um patrimônio histórico- como cultural e atração em festas religiosas. os são técnica açudes. tambem veterinária Com relação as vantagens da raça em comparação às Pastagem n=20 Andropogongayanus Brachiaria brizantha Cenchrus ciliares N=14 (70%) N=3 (15%) N=3 (15%) Área de hectares para a criação do gado n=22 23-300ha 300-600ha 600-1000ha 1000-3000ha >3000ha N=13 (59%) n=2 (9%) n=2 (9%) n=3 (13%) n=2 (9%) Fonte de agua n=22 Poços açudes rios N=7 (31%) n=9 (40%) n=6( 27%) Assistência técnica n=22 Sim n=11 (50%) Não n=11 (50%) Controle de ectoparasitas e endoparasitas n=22 Sim n=21 (95%) Não n=1 (4%) Peso de carcaça ao abate n=12 100-150 kg 150-200kg 200-250kg N=7 (58%) N=3 (25%) N=2 (16%) Idade para o abate n=15 1-2 anos n= 6 (40%) 4-5 anos n=9 (60%) Causas das mortes n=22 Não sabem Picadas de cobras N=10 (45%) n=9 (40%) Parasitas n=3 (13%) Quadro 1. Manejo sanitário e alimentar praticado pelos criadores de bovinos da raça Curraleiro Pé-duro na região Nordeste brasileira CONCLUSÕES assim beneficiar futuramente o pequeno e Acredita-se que o gado Curraleiro Pé-duro, esteja saindo do risco de extinção o médio produtor. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS e que pode a vir contribuir para o desenvolvimento regional. Os criadores demonstram satisfação com a raça, avaliando-a como vantajosa para as condições ambientais do Semiárido AZEVÊDO, D M M R.; FILHO, R M.; LÔBO, R N B.; MALHADO, C H M.; LÔBO, R B.; MOURA, A A A.; FILHO, E C P. Desempenho eprodutivo de vacas Nelore no Norte e Nordeste do Brasil. Revista Brasileira de Zootecnia, v.35, n.3, p.988-996, 2006 (supl.). brasileiro. O manejo sanitário é simples e não requer tantos cuidados. Os criadores são interessados na conservação da raça, podendo candidata ser ao considerada uma boa estabelecimento de melhoramento genético. Mais estudos devem ser feitos com a raça, a fim de mostrar o seu potencial zootécnico, e EGITO, A A. Diversidade genética, ancestralidade individual e miscigenação nas raças bovinas no Brasil com base em microssatélites e haplótipos de DNA mitocondrial: subsídios para a conservação. Tese de Doutorado. Universidade de Brasília – DF, 2007. FIORAVANTE, M C. SOARES, J R.; COSTA, G L. ; ABUD, Lucas Jacomini; CARDOSO, Valtuir Silva; CARPIO, Marya Gómez; COSTA, Marcos Fernando Oliveira . Conservación del bovino Curraleiro: cuantificación del censo y caracterización de los criadores.Animal Genetic Resources, ISSN 20786336, p. 109-116, 2011. FAO. Food and Agriculture Organization of the United Nations. (2008). DOMESTIC ANIMAL DIVERSITY INFORMATION SYSTEM. disponível em :<http://www.fao.org/ag/againfo/programmes/es/ A5.html>.Acesso em: 25 de Fevereiro 2012. SALLES, P A.; Medeiros, G R.; COSTA, R G.; RAMOS, C T C., BORBUREMA, J B A.; ROCHA M J O.; ROCHA,L L., WELLER M. Programa de conservação e melhoramento de uma raça bovina brasileira: curraleiro (pé-duro). Actas Iberoamericanas de Conservación Animal. AICA 1, p. 453-456, 2011. CARACTERÍSTICAS BIOMÉTRICAS DE PALMA FORRAGEIRA (OPUNTIA TUNA) RESISTENTE A COCHONILHA-DO-CARMIM COM QUATRO FONTES DE ADUBAÇÃO ORGÂNICA TIAGO FERREIRA PINTO1, JUCILENE SILVA ARAÚJO², ANDRÉ JAPIASSÚ1, ADÃO FRANCISCO JOSÉ DA SILVA3, ANTONIO LUCENA NETO3. 1 Ms. Pesquisador Bolsista do INSA. E-mai: [email protected] Dra. Pesquisadora do INSA/MCTI. E-mail: [email protected] 3 Gdo. Pesquisador Bolsista do INSA. E-mail: [email protected] 2 RESUMO: A palma tem passado pelo grave ataque da Cochonilha-do-Carmim. No âmbito da Paraíba já são contabilizados 81 municípios onde foram detectadas populações economicamente danosas de cochonilha do carmim. Estes municípios estão distribuídos nas Mesorregiões do Agreste, Borborema e Sertão totalizando 13 Microrregiões atingidas. Uma alternativa para amenizar o problema é a condução de táticas de manejo, onde se recomenda a utilização de variedades resistentes ao inseto-praga. O objetivo do trabalho foi avaliar as características biométricas de palma forrageira da variedade Orelha Elefante Mexicana com diferentes adubos orgânicos. Foi realizado o plantio de 0,3 ha de palma variedade orelha de elefante mexicana seguindo o espaçamento de 0,5 X 0,5 X 1,5 m para fins de avaliação. Foram utilizadas quatro fontes de adubação orgânica (A1- Testemunha; A2- Ácido Húmico; A3- Ácido Fúlvico; A4- Esterco Bovino) no plantio. A coleta de dados encontra-se em fase inicial. O delineamento experimental utilizado foi de blocos casualisados, com quatro tratamentos e três repetições. A parcela é composta por 12 plantas úteis. Os dados são submetidos à análise de variância, utilizando-se o programa SAEG (UFV, 1999). PALAVRAS-CHAVE: Ácidos orgânicos, área de cladódio, área de fotossíntese, crescimento vegetativo, orelha de elefante mexicana INTRODUÇÃO Segundo Medeiros et al (2012), atualmente, a porção Semiárida mais A seca que se iniciou em 2012 está afetada é a baiana, seguida da paraibana, sendo a pior dos últimos 30 anos. pernambucana e potiguar, por abrigarem os maiores contingentes populacionais palma forrageira da variedade Orelha atingidos. Elefante Mexicana com diferentes adubos A principal fonte de alimento para o orgânicos. gado sempre foi à palma forrageira, notadamente a variedade Gigante, MATERIAL E METODOS principalmente nos períodos escassez de água, no entanto a cultura desde o ano O trabalho é realizado, município de 2001 vem sendo acometida de uma praga Bonito denominada Cochonilha-do-Carmim mesorregião do sertão, microrregião de (Dactilopius opuntiae), considerada uma Cajazeiras, situado entre as coordenadas praga potencialmente devastadora (Lopes geográficas: latitude: 07º 18’ 48” S e et. al., 2010). longitude: 38º 30' 54" W. O clima é Bsh de Santa Fé, localizado na Uma das alternativas para amenizar (Semiárido quente). Foi realizado o plantio os problemas trazidos pela praga, visando de 0,3 ha de palma variedade orelha de à eliminação do número de aplicações de elefante inseticidas, é a condução de táticas de espaçamento de 0,5 X 0,5 X 1,5 m para manejo preconizado no Manejo Integrado fins de avaliação. Foram utilizadas quatro de Pragas (MIP), onde se recomenda a fontes utilização de variedades resistentes ao Testemunha; A2- Ácido Húmico (5 L/ha-via inseto-praga 2010). solo); A3- Ácido Fúlvico (5 L/ha-via foliar); Pesquisas iniciais realizadas no Semiárido A4- Esterco Bovino (20 t/ha) no plantio. O brasileiro com algumas variedades, dentre delineamento experimental utilizado foi elas a variedade Orelha de Elefante de blocos casualisados, com quatro Mexicana (Opuntia tuna) demonstraram o tratamentos e três repetições. A parcela é potencial composta por 12 plantas úteis. de (LOPES et resistência al., ao inseto, podendo-se, portanto iniciar um processo de revitalização da cultura. No entanto ainda são incipientes as mexicana de adubação seguindo orgânica o (A1- A adubação foi realizada 60 dias após o plantio (DAP). A avaliação do número de cladódios por planta (CT), respostas de produção destas variedades. comprimento, Diante do exposto, o objetivo do trabalho perímetro, área de cladódios (AC) e área foi avaliar as características biométricas de fotossintética total é realizada 90 dias DAP largura, espessura, seguindo a cada 30 dias. Nas medições de estudando adubação em palma forrageira comprimento, largura e perímetro de (Opuntia) cv. Italiana, plantada em vaso, cladódio foram utilizados fita métrica e a em condições de telado, observaram espessura foi realizada por paquímetro. A media 2,42 cladódios por planta aos 270 área de cada cladódio é determinada DAP. Isto demonstra o poder de brotação conforme (1991), da variedade orelha de elefante mexicana, através da seguinte expressão: AC = que com uma diferença de 180 dias Comprimento x Largura x 0,632. A área chegou próximo ao índice da cultivar fotossintética total da planta foi obtida Italiana. Este fato pode estar associado ao pela multiplicação da área de cladódio fato do presente trabalho ter sido pelo número de cladódios. Os dados são desenvolvido em condições de campo, submetidos favorecendo Cortázar à & Nobel análise de variância, utilizando-se o programa SAEG (UFV, o desenvolvimento das plantas. As 1999)¹. variáveis de largura, comprimentos e perímetro dos cladódios RESUTADOS E DISCUSSÃO não diferiram muito em valores absolutos entre os tratamentos aplicados. Silva et al. O numero total de cladódios por (2011) encontraram valores de 12,0cm; planta (CT) variou de 1,8 (A4- esterco 25,25cm; 58 cm respectivamente para a bovino) a 2,3 (A1-testemunha) aos 90 variedade gigante aos seis meses de idade. DAP, no entanto, Teles et al. (2002) Tabela 1. Biometria de palma forrageira Orelha de elefante mexicana com diferentes adubos. *Variáveis FA CT AP (cm) LARG. (cm) COMP. (cm) ESP. (mm) PER. (cm) AC (cm²) AFT (cm²) A1 2,3±1,0 29,8±6,0 12,7±2,9 15,9±4,3 4,3±1,1 42,1±11,8 127,6±41 293,5±40 A2 2,1±1,4 26,6±7,0 11,6±3,0 15,9±4,0 4,1±1,0 40,6±11,0 116,5±38 265,6±39 A3 2,2±0,9 26,6±7,0 11,6±3,3 15,9±4,9 4,1±1,5 40,6±12,6 126,5±45 278,3±43 A4 1,8±0,9 27,0±6,8 12,9±3,3 17,0±4,8 4,3±0,9 44,9±12,0 219,3±43 394,7±45 * Dados parciais CT- cladódios totais; AP- Altura da planta; Larg- Largura; Comp- Comprimento; Espessura; per- Perímetro; AC- Área do cladódio; AFT- área de fotossíntese total. A área do cladódio (AC) e área CORTAZAR, V.; NOBEL, P.S. Prediction and fotossintética total (AFT) em termos measurement of high annual productivity absolutos foram maiores no tratamento for Opuntia ficus-indica. Agricultural and com esterco bovino 219,3 e 394,7 estas Forest Meteorology, v. 56, p. 261-272. variáveis são importantes pelo simples 1991. fato de que são as folhas as principais responsáveis pela e LOPES, E.B.; BRITO, C.H.; ALBUQUERQUE, transformação da energia luminosa em C.I. et al. Seleção de genótipos de palma biomassa. No entanto vale ressaltar que forrageira (Opuntia spp.) e (Nopalea spp.) todas estas observações são iniciais, resistentes necessitando (Dopuntiae cockerell, 1929) na Paraíba, de captação prosseguimento no à Cochonilha-do-Carmim Brasil¹. Engenharia Ambiental, v. 7, n. 1, p. trabalho. 204-215, 2010. CONSIDERAÇÕES FINAIS Os dados parciais do trabalho MEDEIROS, S. de S.; PEREIRA, D. D.; indicam o uma grande velocidade de TINÔCO, L. B. de M.; Mapeamento da crescimento Estiagem no Semiárido Brasileiro. Nota da variedade observada quando comparada com algumas outras. Técnica, Campina Grande, 2012. No entanto o reduzido numero de observações não permite conclusões SILVA, J.G.M.; REGO, M.M.T.; LIMA, G.F.C. finais, visto que o referido estudo esta em Características morfológicas e produção fase inicial. de matéria seca da palma forrageira cv. Gigante adensada submetida à adubação nitrogenada¹. In: 48a Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Zootecnia., 2011, REFERÊNCIAS Belém. Anais... Belém: 48a Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Zootecnia, Brasileira de Zootecnia, v.31, n.1, p.52-60, 2011. 2002. TELES, M. M.; SANTOS, M. V. F.; DUBEUX UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA (UFV). JÚNIOR, J. C. B. et al. Efeitos da adubação SAEG – Sistema de análises estatísticas e e de nematicida no crescimento e na genéticas. produção da palma forrageira (Opuntia Federal de Viçosa, Viçosa, MG, 1999, 97 p. ficus indica Mill) cv. Gigante. Revista Versão 8.0. Universidade REPOSIÇÃO DE ESPÉCIES VEGETATIVAS LENHOSAS NATIVAS COMO ESTRATÉGIA DE REVITALIZAÇÃO DA BIODIVERSIDADE RIBEIRINHA NA ESTAÇÃO EXPERIMENTAL LAGOA BONITA-PB VALÉRIA SILVA ARAUJO 2, ARNÓBIO DE MENDONÇA BARRETO CAVALCANTE2 1 Téc. Agri. Pesquisadora Bolsista do INSA. E-mail: [email protected] Dr. Pesquisador INSA/MCTI. E-mail: [email protected] 2 RESUMO: Matas Ciliares são ecossistemas peculiares, vegetação natural de preservação permanente assegurada por Lei Federal (Novo Código Florestal) e que prestam enorme serviço ao homem. Destaca-se aqui seu papel na conservação dos recursos hídricos, que é um elemento estratégico no combate à desertificação em terras secas. No entanto, embora já bem valorados os serviços prestados por essas áreas, forte pressão continua o homem a exercer sobre elas, levando muitas vezes a sua total destruição. Trabalhar essas áreas no semiárido brasileiro mediante reposição de sua flora original para revestir o solo, significa contribuir diretamente para a melhoria das condições de vida das populações ribeirinhas, uma vez que, supostamente melhora a quantidade e qualidade da água disponível, enriquece a biota terrestre e aquática e desperta a consciência ambiental. O objetivo geral desse projeto é contribuir para a revitalização da biodiversidade ribeirinha da Estação Experimental Lagoa Bonita - PB e para a difusão de técnica de combate à desertificação. Traz como objetivos específicos induzir uma sucessão ecológica secundária em um trecho de área ciliar, estabelecer e incrementar a fitodiversidade local e divulgar in loco os processos ecológicos vigentes da restauração. Como resultado preliminar, após um ano de plantio os percentuais de estabelecimento para as espécies selecionadas variaram de 6 a 85%, sendo Caesalpinia ferrea (jucá) a melhor estabelecida e Cobretum leprosum (mufumbo) a que apresentou o pior taxa de sobrevivência. Palavras-chave:, Espécies nativas, fitodiversidade, mata ciliar INTRODUÇÃO das águas pluviais, drena o terreno, Diante da realidade do valor prestado pelas matas ciliares não só para a proteção dos recursos hídricos de uma bacia hidrográfica, equilíbrio de quanto processos para o ecológicos diversos, várias obras nessa temática estão disponíveis destacando Leitão-Filho e Ribeiro (2004). A obra reúne exemplos para conservação, manejo e restauração das matas ciliares e também, trata do meio físico (solos, geomorfologia e hidrologia) e do meio biótico (a florística das matas ciliares e seus padrões, sua nomenclatura, os aspectos da dinâmica da vegetação, a avifauna, a ictiofauna, a fauna de mamíferos e de grupos de insetos). Por sua abrangência e profundidade essa obra envolve diversas controla a erosão, possui efeito regulador de temperatura, atenua a poluição atmosférica e contaminantes da qualidade da água, revitaliza a biodiversidade local e, sobretudo, conserva a água, assim atuando como indicativo de avanços positivos no combate à desertificação. O objetivo geral desse projeto é contribuir para a revitalização da biodiversidade ribeirinha da Estação Experimental Lagoa Bonita - PB e para a difusão de técnica de combate à desertificação. Traz como objetivos específicos induzir uma sucessão ecológica secundária em um trecho de área ciliar, estabelecer e incrementar a fitodiversidade local e divulgar in loco os processos ecológicos vigentes da restauração. ações de preservação e recuperação do MATERIAL E MÉTODOS meio ambiente no geral. Sendo assim, a reposição da O experimento está sendo vegetação ribeirinha serve de instrumento conduzida na Estação Experimental Lagoa de integração e equilíbrio homem / Bonita- PB, pertencente ao Instituto natureza causados ao minimizar pelas os impactos Nacional do Semiárido. O plantio foi atividades humanas realizado na estação chuvosa de junho a ocorridas nas áreas, mediante melhoria nas condições dos ecossistemas terrestre julho de 2011. A área do experimento e lacustre envolvidos. De outro modo, a compreende uma parcela de 4.000 m2 reposição vegetal ciliar ameniza o impacto com 200 m de frente (comprimento) por da chuva no solo, capta e absorve parte 20 m de profundidade (largura), que foram locadas na margem da lagoa. O Para o plantio das 500 mudas local é de fácil acesso favorecendo a foram abertas covas com dimensões de visitação pública para efeito de difusão. A 0,40m x 0,40m x 0,40m, alinhadas, área sofreu desmatamento indiscriminado marcadas em nível e no espaçamento 2 m para apresentando, x 1 m. No ato do plantio foi realizada uma atualmente, vegetação rasteira. O relevo é adubação com esterco bovino onde foi na sua totalidade plano com discreto colocado 5 kg por cova. Práticas de aclive na medida em que se afasta da conservação do solo, como a construção borda da lagoa de pequenos terraços em nível ou fins diversos A seleção das espécies foi feita por gradientes, serão operacionalizadas em critérios funcionais (estágio sucessional, função de poucas particularidades do resistência ambiental), por seu uso pela terreno. população local (forrageira, frutífera etc.) e disponibilidade. Mil e Quinhentas mudas RESULTADOS serão adquiridas, cuja repartição por Em relação à taxa de sobrevivência espécie estará em conformidade com a categoria sucessional, ou seja, espécies Pioneiras serão atendidas com mais das espécies avaliadas esta variou de 6 a 85%. A Tabela 1 apresenta os principais resultados. indivíduos do que as Não Pioneiras. Tabela 1 Sobrevivência das espécies vegetais nativa na Estação Experimental Lagoa Bonita. Nome científico Espécie plantadas TS TM TS TM Poincyanela piramidalis Tabebuia aurea Guapira opposita Caesalpina férrea Combretum leprosum Aspidosperma pyrifolium Enterolobium contortisiliquum Catingueira 50 40% 60% 40% 60% Craibeira 100 64% 36% 64% 36% João Mole 50 10% 90% 10% 90% Jucá 100 85% 15% 85% 15% Mofumbo 50 6% 94% 6% 94% Pereiro 50 24% 76% 24% 76% Tambor 50 82% 18% 82% 18% Spondias tuberosa Umbu 50 TS= Taxa de sobrevivência; TM= Taxa de mortalidade. 84% 16% 84% 16% Fonte: Dados da pesquisa Verificou-se que, das oito espécies matas ciliares, melhoria da saúde e/ou avaliadas, quatro apresentaram taxa de educação ambiental da população alvo sobrevivência acima de 80%, sendo estas: contribuindo Tabebuia aurea (Craibeira), Caesalpina convivência com o semiárido. para uma melhor férrea (Jucá), Spondia tuberosa (Umbu) e Enterolobium contortisiliquum (Tambor) sendo que a espécie com melhor resultado (84%) foi o Spondias tuberosa (Umbu). Entretanto, o Combretum leprosum (Mofumbo) foi aquela que apresentou menor taxa de sobrevivência (6%) conseqüentemente maior número de plantas mortas. CONSIDERAÇÕES FINAIS Para condições ambientais semelhantes as da Estação Experimental Lagoa Bonita podemos recomendar as espécies: Spondia tuberosa (Umbu), Enterolobium contortisiliquum (Tambor), Caesalpina férrea (Jucá) e Tabebuia aurea BIBLIOGRAFIA CONSULTADA CAVALCANTE, A. M. B. 2001. Classificação sucessional para as espécies arbóreas de guaramiranga, Brasil. Ciência Agronômica, Fortaleza, 32(1/2): 38-45. CONSELHO NACIONAL DA RESERVA DA BIOSFERA DA CAATINGA. Cenários para o Bioma Caatinga. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente. Recife. SECTMA, 2004. 283p. DAVIDE, A. C. Seleção de espécies vegetais para recuperação de áreas degradadas. In: SIMPÓSIO NACIONAL DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS, 2, 1994, Foz do Iguaçu. Anais... Curitiba: FUPEF, 1994. p.111-122. FOURNIER, L. A. 1974. Un método cuantitativo para la medición de las características fenológicas en árboles. Turrialba, San José, 24(4): 422-423. (Craibeira) uma vez apresentaram taxa de sobrevivência acima de 60%, assim LEITÃO-FILHO, H. F; RIBEIRO, R., R. Matas Ciliares. São Paulo: EDUSP, 2004. 320p. acelerando a recomposição de mata ciliar da Estação Lagoa Bonita - PB. Desse modo, benefícios sociais e ambientais são esperados, bem como a conservação das GOMES-POMPA, A; WIECHERS, L. Regeneracion de los ecossistemas tropicales y subtropicales. In: GOMESPOMPA, A.; VAZQUEZ-YANEZ, C.; AMO RODRIGUES, S. del et al. (Ed.). Investigaciones sobre la regeneración de selvas altas em Vera Cruz. 2. ed. México: Continental, 1979. p.11-30. MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE - MMA. Secretaria dos Recursos Hídricos. Programa de ação nacional de combate à desertificação e mitigação dos efeitos da seca (PAN-Brasil). Brasília: MMA, 2004. 112p. ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS ONU. Comitê de Ciência e Tecnologia. Asesoramiento sobre la mejor forma de medir los progressos em la consecución de los objetivos estratégicos 1, 2 y 3 del marco e plan estratégico decenal para mejorar La aplicación de la convencion (2008-2018). Nota de la secretaria. Buenos Aires, 2009. PIMM, S. Terras da Terra – O que sabemos sobre o nosso planeta. Londrina: Planta, 2005. 310p. SOUZA, C. M. B. M. de. Desertificação. Disponível em http://www.cenedcursos.com.br. Acesso em: [12/02/2010]. PRODUÇÃO DE MADEIRA EM UMA ÁREA DE CAATINGA DEGRADADA WALTER ALVES DE VASCONCELOS1, ALDRIN MARTIN PEREZ MARIN2 1 2 Dnd. Pesquisador Bolsista do INSA - E-mail: [email protected] Dr. Pesquisador do INSA/MCTI.- E-mail: [email protected], RESUMO: Este trabalho teve por objetivo determinar o estoque de madeira, bem como a composição de espécies arbóreas presente numa área de Caatinga degradada visando obter subsídios para futuros planejamentos de recuperação da área. O estudo foi realizado, Sede Administrativa do Instituto Nacional do Semiárido-INSA, localizada no município de Campina Grande, Paraíba, nas coordenadas entre 7º 14’56.59” Sul e 35 º 56’ 50.24”Oeste, pertencente ao Instituto Nacional do Semiárido. Para isso, foi realizado um inventário florestal na área de estudo, em 04 parcelas de144 m x45 m cada, totalizando 6480 m2. O processamento dos dados obtidos no campo foi feito utilizando-se o programa INFL Caatinga. Versão 1.0.10-5e. Para o cálculo e análises estatísticas foi considerado o volume obtido a partir do CAP (Circunferência a altura do peito – 1,30 m) a partir de 2 cm de diâmetro, o volume é expresso pela fórmula ABP*H (Área basal no peito multiplicado pela altura da árvore). Na área foram encontradas nove espécies diferentes sendo o Juazeiro a espécie com maior número de indivíduos amostrados o que demonstra sua dominância na área, também pode-se concluir que a área encontra-se em um grau elevado de degradação devendo a mesma manter suas espécies para regeneração natural. Palavras-chave: Espécies nativas, levantamento, madeira INTRODUÇÃO do mundo, pelo uso intensivo da terra. A Cerca de 40% do globo terrestre, está ocupado pelas florestas tropicais e subtropicais, entre as quais 42% são compreendidas pelas florestas secas, onde se inclui a Caatinga (PRADO, 2003). Essas regiões são consideradas como o ecossistema mais explorado e degradado Caatinga ocupa aproximadamente de uma 800 área mil km², (CASTRO & CAVALCANTE 2010) e é o único bioma tipicamente brasileiro. Envolve áreas dos Estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Piauí e Bahia além norte de Minas Gerais (ANDRADE et al., 2005). município de Campina Grande, Paraíba, Caracterizada como floresta arbórea ou nas coordenadas entre 7º 14’56.59” Sul e arbustiva, a Caatinga é composta de 35 espécies de porte baixo com algumas levantamento características se utilizadas parcelas retangulares de área confirmar isso autores, como Moreira et fixa de 6480 m2 (144 m x 45 m). Foram al. (2006) dizem que a vegetação da demarcadas 04 parcelas, totalizando uma Caatinga também é alvo de grande área de amostragem de 2,59 ha. A exploração demarcação xerofíticas. humana, Para pela atividade º 56’ 50.24”Oeste. do das Para Inventario parcelas o foram foi feita agrícola desenvolvida, pelo extrativismo seguindo uma orientação perpendicular à de madeira e lenha e pelo uso da pecuária trilha principal que corta o fragmento. A extensiva. distância entre as parcelas foi de 4 m e Diante o exposto o presente entre cada linha 04 m. trabalho que está inserido no Eixo de Em cada parcela foi feito o Sustentação I (Promoção da inovação) e levantamento de todos os indivíduos dentro das metas 8 e 9 do PDU arbóreo-arbustivos, vivos ou mortos em 2012/2013, tem como objetivo estimar a pé, com diâmetro do caule ao nível do produção madeireira da área, bem como a solo (DNS) e diâmetro da altura do peito composição florística presente, dando (DAP) igual ou superior a 5 cm. Para aporte a futuros planejamento de uso da plantas ramificadas, estas tiveram todas as vegetação, objetivando a manutenção da ramificações área sob cobertura vegetal nativa para estivessem dentro do critério de inclusão. medidas desde que atendimento da demanda do INSA para Os indivíduos identificados pelo fins de pesquisas e monitoramento da nome vulgar, e quando não identificados, dinâmica da vegetação. foram coletados para posterior identificação com os nomes científicos. A identificação MATERIAL E MÉTODOS foi realizada usando bibliografia especializada (LEWIS, 1987) e O presente trabalho foi realizado na Sede Administrativa do Instituto Nacional do Semiárido-INSA, localizada no ajuda profissional. As espécies foram organizadas por família no sistema de Cronquist (1988). O diâmetro foi medido com fita métrica de 1,5 m graduada em dados foram coletados e analisados cm segundo o programa INFL Caatinga. e a altura total foi estimada visualmente por comparação com um Versão 1.0.10-5e. cano de pvc de 05 m (SILVA 2001). Os Para o cálculo e análises estatísticas foi considerado o volume obtido a partir do CAP (Circunferência a altura do peito – 1,30 m) a partir de 2 cm de diâmetro, o volume é expresso pela fórmula ABP*H (Área basal no peito peito multiplicado pela altura da árvore), Equação Geral para Peso Onde: a = 0,001 b= 837,81 UBU = 32,66 X = DAP*H (m³) Equação Geral para Volume (st) Onde: a = 0,00 b= 837,81 DB = 0,72 kg/dm³ FE = 3,32 X = DAP*H (m³) RESULTADOS E DISCUSSÃO Foram indivíduos (Poincianella Poincianella pyramidalis (Tul.) L. P. encontrados arbóreos, distribuídas 1.802 nas seguintes espécies: Canafístula (Cassia ( ferruginea Schrad); Catingueira Queiroz); Feijão bravo (Caparis Caparis flexuosa L); Icó (Capparis yco Mart. & Eichler); João mole (Guarari Guarari venosa); Juazeiro (Ziziphus joazeiro Mart.); Jurema preta (Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir.); Marmeleiro (Croton sonderianus Mull. Arg.) e Tamboril valor de importância (IVI) e valor de (Enterolobium contortisiliquum), espécies cobertura (IVC) foi o Juazeiro seguido pelo típicas de áreas de Caatinga degradada. A João mole e o Feijão bravo (Tabela 1), maior frequência relativas (Fr. Rel) de Quanto diversidade florística, no entanto espécies foram Canafistula, Cantigueira e podemos observar que é baixa quando se Juazeiro, respectivamente, analisa o total que é de 20,08 %, o que enquanto que os menores valores de Fr. pode ser explicado pelo alto grau de Rel foram para as espcies de Icó e degradação Tamboril (Tabela 1). A espécie com maior amostrada. com 16% encontrado na área densidade (De. Rel), dominância (Do. Rel), Tabela 1. Lista das Principais Espécies da Flora, identificada no Inventário Florestal, com respectivos valores de Ni, Fr. Rel, De.Rel, Do. Rel, IVI, IVC e DF, encontrados na Sede Administrativa do INSA Nome comum Ni Fr. Rel. De. Rel. Do. Rel. IVI IVC DF Canafístula 10 16 3,84 1,60 21,45 5,45 2,37 Catingueira 17 16 6,53 0,55 23,09 7,09 2,33 Feijão bravo 27 12 10,38 1,62 24,01 12,0 2,26 Icó 4 4 1,53 0,42 5,96 1,96 2,40 João mole 32 8 12,30 1,95 22,26 14,26 2,23 Juazeiro 92 16 35,38 76,07 127,4 111,46 1,72 Jurema preta 2 12 24,23 16,97 53,20 41,20 1,97 Marmeleiro 10 12 5 0,64 17,64 5,64 2,35 Tamboril 15 4 0,76 0,13 4,904 0,90 2,43 Total 1.802 100 100 100 300 200 20,08 Ni = Número de indivíduos inventariados; Fr. Rel. = Frequência relativa ; De. Rel. = Densidade relativa; Do. Rel. = Dominância relativa; IVI = Índice de valor de importância; IVC = Índice de valor de cobertura; DF = Diversidade florística. Na tabela 2, observa-se que as por parcela também mostra a parcela 3 parcelas 2 e 3 apresentaram um maior (0,78) com maior resultado apresentado numero 81 bem como o volume de estéreos por a parcela 3 também parcela que ao transformar por hectare apresenta melhores resultados para PS, também a 3 parcela sobre-sai as demais com 14.140,32 kg/parc. O volume em m3 com 2,61 e 65,20 respectivamente. de indivíduos respectivamente), (82 e Tabela 2. Relatório com o volume individual das parcelas amostradas na Sede Administrativa do INSA. P Ni PS (kg/parc) 1 2 54 82 2.492,60 3.316,72 Vol. (m³/parc.) 0,14 0,18 Vol. (st/parc.) 0,46 0,61 Vol. (st/ha) 11,48 15,26 Vol. Total (%) 8,50 11,30 3 4 M 81 43 65 14.140,3 9.351,72 7.325,3 0,78 0,52 0,41 2,61 1,72 1,35 65,20 43,12 33,77 48,27 31,93 Ni = Número de indivíduos; PS =Peso; Vol. = volume, Ni = Número de indivíduos; PS =Peso; Vol. = volume P= parcela; M= média CONCLUSÕES York, Botanical Garden, New York, 1988. 1262p. A produção de madeira no local pode ser considerada baixa e por isso a LEWIS, G. P. Legumes of Bahia: Royal Botanic Gardens, 1987. vegetação deve ser mantida na área para servir de fonte gênica para a regeneração natural das áreas adjacentes, bem como para área de pesquisa. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANDRADE, L. A; PEREIRA, I. M; LEITE, U. T; BARBOSA, M. R. V. Fitofisionomias de caatinga, com diferentes históricos de uso, no município de São João do Cariri, Estado da Paraíba. Revista Cerne, Lavras, v.11, n.3, 2005. CASSTRO, A. S; CAVALCANTE, A. Flores da Caatinga. Instituto Nacional do Semiárido. Campina Grande (PB) 1ª edição. 114 p. 2010. CRONQUIST, A. The evolution and classification of flowering plants. The New MOREIRA, J. N; LIRA, M. de A; SANTOS, M. V. F. dos; FERREIRA, M. A; ARAÚJO, G. G. L. de; FERREIRA, R. L. C; SILVA, G. C. Caracterização da vegetação de e da dieta de novilhos no Sertão de Caatinga Pernambuco. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília (DF), v.41, n.11, p.16431651, 2006. PRADO, D. E. As Caatingas da América do Sul. In: LEAL, R. I.; TABARELLI, M; SILVA, J. M. C. da. Ecologia e conservação da Caatinga. Recife: Ed. Universitária da UFPE, 2003. 823p. Silva, L. A. Levantamento florístico e estrutura fitossociológica do estrato arbóreo de um fragmento de floresta estacional semidecidual no município de São Carlos – SP. Tese de Doutorado. Universidade Federal de São Carlos, São Carlos. 2001. INDICE DE SOBREVIVENVIA DE ESPÉCIES NATIVAS EM QUATRO MODELOS DIFERENTES DE REVEGETAÇÃO EM ÁREAS DEGRADADAS WALTER ALVES DE VASCONCELOS1, ALDRIN MARTIN PEREZ MARIN1 1 Dnd. Pesquisador Bolsista do INSA - E-mail: [email protected] Dr. Pesquisador do INSA/MCTI. E-mail: [email protected] 2 RESUMO: Este trabalho tem como objetivo avaliar o índice de sobrevivência de espécies nativas utilizadas em quatro modelos diferentes de revegetação em uma área em estado avançado de degradação. O estudo foi realizado na Sede Administrativa do Instituto Nacional do Semiárido-INSA, localizada no município de Campina Grande, Paraíba, nas coordenadas entre 7º 14’56.59” S e 35 º 56’ 50.24”O. Na área de estudos foram implantados em fevereiro de 2012, quatro modelos de revegetação, a saber: Modelo I: Distribuição de espécies pioneiras (P) e não pioneiras (Np), em linhas distintas, Modelo II: Distribuição em Quincôncio ( 4 espécies pioneiras (P) ao redor de 1 espécie não pioneira (Np), Modelo III: Distribuição de plantio de espécies pioneiras de copa densa (PCD), espécie de pioneiras de copa rala (PCR), clímax (C), secundárias, mais exigentes em luz (S+L) e secundárias menos exigentes em luz (S-L) e Modelo IV: Distribuição de plantio em blocos mistos com espécies de diferentes grupos ecológicos: pioneiras (P), secundárias (S) e clímax (C). Após, 2 meses foi feito uma análises de sobrevivência. Para isso, foi feito uma quantificação de espécie e determinado a sobrevivência, conforme a fórmula: NP-NI/NP*100. Os modelos III e IV por serem constituídos de um maior número de espécies, tendo então uma maior diversidade genética se mostraram com maior índice de sobrevivência das espécies plantadas exatamente contrários aos modelos I e II que utilizaram apenas três espécies diferentes e consequentemente maior índice de mortalidade das plantas. Palavras-chave: Preservação, recuperação, solos INTRODUÇÃO Em leis que disciplinam a ação humana sobre função da crescente conscientização sobre a importância da preservação ambiental e do avanço das as florestas de proteção, um alto interesse vem sendo despertado para os programas de revegetação em áreas degradadas, exigindo que os conhecimentos técnico- necessário avaliar científicos sejam rapidamente repassados degradação e aos potenciais implementadores desses comprometimento do meio e ambiente programas. natural (SEITZ, 1994). Como regra básica, a as causas da o grau de Hoje em dia, a maioria dos regeneração natural em áreas degradadas programas desta natureza tem dado é uma sucessão secundária, que possui especial atenção ao uso de espécies sua dinâmica bem definida, tanto com nativas da região na recomposição da relação ao papel de cada espécie nas fases cobertura vegetal. Dentre as vantagens de reais, como com relação ao espaço se utilizar espécies nativas, podemos citar: temporal de cada fase. A aceleração do a contribuição para a conservação da processo biodiversidade regional, protegendo, ou circunstâncias expandindo de processada a regeneração artificial, com diversidade genética da flora em questão seus distintos graus de interferência no e da fauna a ela associada, podendo processo natural (SEITZ, 1994, KAGEYAMA, também 1990). as fontes representar naturais importantes é possível, mas nessas normalmente será vantagens técnicas e econômicas devido à Diante o exposto o presente trabalho que proximidade da fonte de propágulos, está inserido no Eixo de Sustentação I facilidade de aclimatação e perpetuação (Promoção da inovação) e dentro das das espécies (OLIVEIRA-FILHO, 1994). metas 8 e 9 do PDU 2012/2015, tem como A regeneração natural da objetivo avaliar o índice de sobrevivência vegetação é, sem dúvida alguma, o de espécies nativas utilizadas em quatro procedimento mais barato para recuperar modelos diferentes de revegetação em áreas degradadas. No Brasil, são raros os uma área em estado avançado de ambientes degradação. considerados irremediavelmente degradados ou irrecuperáveis pela dinâmica natural da vegetação. O que varia é o tempo necessário Portanto, para antes essa de regeneração. iniciar qualquer processo de recuperação de áreas, é MATERIAL E MÉTODOS O estudo foi conduzido na Sede Administrativa do Instituto Nacional do Semiárido-(INSA), localizado nas coordenadas 7º 14’56.59” S E 35 º 56’ 50.24”O, com altitude de 551 m, situada acaso, com quatro tratamentos e quatro no Município de Campina Grande, Em uma repetições, área total utilizada de 3.2625 m2, dividida experimentais. Para em quatro blocos (cada bloco com 145 m totalizando análise do 16 unidades efeito dos X 45 m), que foi dividido em quatro tratamentos sobre a recuperação das parcelas, com área de 33 m X 42 m, áreas degradadas foram mensurados os m2 sendo dados coletados 60 dias após a data do separadas por 6 m de largura em torno de plantio das espécies referentes ao índice seu perímetro. Foram utilizados quatro de sobrevivência (IS), para isso utilizou-se tratamentos descritos a seguir da seguinte a fórmula: NP-NI/NP*100, onde: NP=Nº de maneira: MODELO I: Distribuição de indivíduos plantados, NI=Nº de indivíduos espécies vivos. (totalizando 1.512 de Sabiá cada), – (Mimosa Os dados foram investigados caesalpiniaefolia (S)); Leucena – (Leucaena através de estatística descritiva, utilizando leucocephala (L)) e Craibeira – (Tabebuia o programa Microsoft Office Excel. áurea (C)), em linhas de plantio distintas; MODELO II: Distribuição de espécies de RESULTADOS E DISCUSSÃO Sabiá, Craibeira e Leucena (a espécie de Os maiores números de plantas Craibeira disposta ao redor da Leucena e vivas foram observados nos modelos de do Sabiá); MODELO III: Distribuição de revegetação IV e III, com 1162 e 1135 plantio de espécies de Sabiá, de Leucena, indivíduos vivos respectivamente, (Tabela Umbu – (Spondias tuberosa Arruda (U)), 1 e Figura 1), e pode ser explicado pelo de Gliricídia – (Gliricidia sepium (G)) e de fato de que nestes dois modelos foi Craibeira; e MODELO IV: Distribuição de utilizado um maior número de espécies plantio em blocos mistos, com espécies de nativas, diferentes grupos ecológicos: Leucena, diversidade de plantas. Segundo Oliveira- Sabiá, Filho, (1994), a diversidade genética da Angico – (Anadenathera tendo maior flora sartorum - vantagens técnicas e econômicas, como (Aspidosperma pyrifolium), Craibeira e por exemplo, a facilidade de aclimatação e Umbu. Foi utilizado o delineamento perpetuação das espécies. Para o número experimental de blocos completos ao de plantas mortas os modelos I e II (192 e (Q)), Pereiro representar uma macrocarpa (A)), Quixabeira – (Bumelia Mart. pode então importantes 182 respectivamente) apresentaram provavelmente pelo fato deste modelo maiores números de indivíduos mortos, utilizar apenas 3 espécies diferentes. Tabela 1. Número de plantas vivas (NPV), Número de plantas mortas (NPM), Percentagem de mortalidade (% M) e Percentagem de sobrevivência de espécies nativas em quatro modelos diferentes de revegetação MODELOS Nº PV Nº PM %M %S I 1088 192 15% 85% II 1092 182 14,69% 85,31% III 1135 145 11,33% 88,67% IV 1162 118 9,22% 90,78% No caso de plantas mortas e índice ambiente onde foram implantadas. Tal de mortalidade, (Tabela 1 e Figura 2), fato evidencia a existência da relação sítio observa-se os valores mais expressivos no de plantio x espécie, com diferentes modelo mortas, respostas da espécie ao local de plantio correspondente a 15% de mortalidade) e bem como também o fato de que nestes no modelo II com 182 plantas mortas dois modelos foram utilizadas apenas três (14,69%). espécies I (192 Tal plantas efeito pode indicar diferentes, diferentes potenciais de adaptação e consideravelmente a índices de sobrevivência variáveis no observada nos modelos III e IV. diminuindo diversidade 1400 Nº de plantas 1200 1000 800 Nº de plantas vivas 600 Nº de plantas mortas 400 200 0 I II III IV Modelos de Revegetação Figura 1. Número de plantas vivas e mortas de espécies nativas em 4 modelos diferentes de revegetação. Nº de plantas 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 % de mortalidade % de sobrevivência I II III IV Modelos de Revegetação Figura 2. Percentagem de mortalidade e sobrevivência de espécies nativas em 4 modelos diferentes de revegetação. CONCLUSÕES Os modelos III e IV por serem compostos com uma maior diversidade genética e maior número de espécies apresentaram melhores índices de programas de revegetação com espécies nativas: uma proposta metodológica. Lavras - MG, Revista Cerne 1994, 1 (1): 64 a 72. KAGEIAMA, P. Y. Plantações de essências nativas: florestas de proteção e reflorestamentos mistos. Piracicaba-SP, 1990 - 9p. sobrevivência. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS OLIVEIRA-FILHO, A. T. Estudos ecológicos da vegetação como subsídios para SEITZ, R. A. A regeneração natural na recuperação de áreas degradadas. II Simpósio Nacional de Áreas Degradadas. Curitiba-PR, 1994 painel 2/103 a 110.