Governo do Brasil
Presidência da República
Dilma Vana Rousseff
Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação
Marco Antonio Raupp
Instituto Nacional do Semiárido
Diretor
Ignacio Hernán Salcedo
Assessores Técnicos
Aldrin Martin Perez-Marin
Salomão de Sousa Medeiros
Assistente Técnico
Vinícius Sampaio Duarte
Projeto Gráfico
Wedscley Oliveira de Melo
Elaboração e Editoração
Aldrin Martin Perez Marins
Walter Alves de Vasconcelos
Claudia Facini Reis
Anny Kelly Vasconcelos Oliveira
Leonardo Bezerra de Melo Tinôco
Wedscley Oliveira de Melo
I Mostra de Produção Cientifica do INSA
19 a 20 de março de 2013
Campina Grande – PB
RESUMOS
INSTITUTO NACIONAL DO SEMIÁRIDO
Campina Grande – PB
2013
Tiragem: 100 exemplares
Ficha catalográfica
I Mostra de Produção Cientifica do INSA
Promoção: Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação
Realização: Instituto Nacional do Semiárido
Colaboração: CNPq
FINEP
Apoio: UEPB
Comissão Organizadora
Presidente: Aldrin Martin Perez Marin
Ana Paula Silva dos Santos (Tecnologias Sociais)
Ana Maria Vidal (MARANATA)
Anderson Maciel Lima de Medeiros (Geoprocessamento)
Anny Kelly Vasconcelos de Oliveira Lima (Agroindústria)
Claudia Facini Reis (Recursos Hídricos)
Catarina Buriti (Comunicação)
Danilo Ataíde (Informática)
Luis Felipe Ulloa (Tecnologias Sociais)
Rodeildo Clemente (Comunicação)
Walter Alves de Vasconcelos (Meio Ambiente e Desertificação)
Wedscley Oliveira de Melo (Comunicação)
APRESENTAÇÃO
A I Mostra de Produção Científica do INSA foi realizada nos dias 19 e 20 de março de
2013. Contou com a participação intensiva de funcionários e colaboradores do Instituto
Nacional do Semiárido, bem como de estudantes universitários, professores, pesquisadores
de instituições de ensino e pesquisa, membros de entidades não governamentais e de
movimentos sociais, e de cidadãos interessados em ciência, tecnologia e inovação do
Semiárido brasileiro – SAB.
O evento constituiu-se de iniciativa empreendida pelos pesquisadores-bolsistas do
Instituto Nacional do Semiárido, voltada à divulgação de suas produções científicas e
tecnológicas à sociedade, particularmente aos habitantes do SAB. O evento pôde ser
realizado com o apoio do INSA, bem como dos programas de bolsas de produção científica
ofertadas pelas agências FINEP e CNPq.
Como mostra científica, o evento contou com exposições de trabalhos em sessões
de apresentação oral e pôsteres. Também contou com palestras, apresentadas em mesasredondas, sobre temas de interesse do Semiárido brasileiro, coerentes com as temáticas
desenvolvidas pelos pesquisadores-bolsistas nos diversos campos conceituais, abrangidos
pelas pesquisas apresentadas.
As mesas-redondas versaram sobre temas, tais como: Promoção da Inovação
(proferida pelo pesquisador Geovergue R. de Medeiros); Fortalecimento da pesquisa e da
infraestrutura científica e tecnológica (proferida pelos pesquisadores Ricardo C. C. Lima e
Alexandre P. Bakker); Formação e capacitação de pessoas (proferida pelos pesquisadores
José J. Duarte e Leonardo B. M. Tinôco); e Pesquisa e Inclusão Social no Semiárido brasileiro
(proferida pelo pesquisador Salomão de S. Medeiros).
Essas palestras tornaram mais visível aos participantes, os contornos do ethos com
o qual os pesquisadores bolsistas vêm desempenhando as suas funções e realizando
pesquisas no âmbito do Semiárido brasileiro, mediante as diretrizes estabelecidas pela
Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação brasileira, bem como pelo Plano
Diretor do INSA.
As sessões orais e os pôsteres, por sua vez, discorreram sobre temas como
biodiversidade, agroindústria, recursos hídricos e reuso de águas, desertificação e mudanças
climáticas, educação, tecnologias sociais, desenvolvimento humano. Também foi realizada
uma visita técnica a Estação Experimental do INSA. A visita possibilitou aos participantes
conhecer campos de pesquisa, bem como visualizar as transformações que estão sendo
realizadas pelo Instituto, no sentido de dotar o Semiárido brasileiro de infraestrutura
laboratorial de alta complexidade, com vistas a impulsionar a inovação tecnológica,
mediante pesquisas científicas básicas e aplicadas, com potencial para ultrapassar as
fronteiras do conhecimento científico atual, da região semiárido do Brasil.
A metodologia adotada partiu da perspectiva interdisciplinar, participativa e de
interação e diálogo com os participantes, tornando as atividades dinâmicas e estimuladoras
ao pensamento criativo.
Os pesquisadores bolsistas reconhecem os avanços empreendidos pelos seus
esforços individuais e coletivos, especialmente pelo valoroso trabalho em equipe, fielmente
desempenhado quanto ao cumprimento das metas estabelecidas, sem prejuízo a eventuais
participações de alguns bolsistas em programas de mestrado ou doutorado. No entanto,
também entendem que ainda há muito a fazer e o trabalho não pode parar, ainda que as
restrições impostas pela legislação e pelos órgãos de controle do Estado, normalmente
impeçam o avanço científico e a conquista de novas patentes, constituindo-se em grave
preocupação quanto à viabilidade do Brasil vir a se firmar como Nação soberana, ante ao
mundo globalizado.
A Mostra Científica, finalmente, constituiu-se em sucesso, particularmente devido à
exposição de trabalhos científicos realizados, mesmo sob forte pressão de cancelamento de
bolsas do CNPq de participantes de programas de pós-graduação, proibição de pagamento
de diárias para pesquisadores-bolsistas, trâmites burocráticos extremamente demorados
inviabilizando experimentos, dentre outros. Assim, a produção científica apresentada,
resultou do esforço individual de cada bolsista, do trabalho solidário e em equipe e do apoio
do Instituto Nacional do Semiárido.
Espera-se que a próxima Mostra Científica seja enriquecida ainda mais de produção
científica relevante para a região, e assim o será, visto a continuidade dos trabalhos e o
empenho ainda maior de todos os pesquisadores bolsistas do INSA e de seus orientadores.
No entanto, também se espera que as instâncias governamentais, especialmente os
órgãos de controle do Estado, amadureçam no sentido de entenderem que o fazer científico
é incompatível com a lentidão burocrática do Estado, bem como se dá a partir do esforço e
do trabalho dinâmico e abnegado de estudiosos, que dedicam a sua vida não a usurpar o
Estado, mas sim a contribuir na importante missão de tornar o Brasil, uma grande Nação,
livre, soberana, justa, democrática e acima de tudo, avançada. E a fórmula para essa
conquista, por mais conhecida que seja, mas ainda não entendida e aplicada pelo Estado
brasileiro, vale sempre ser ressaltada: Mais investimentos em EDUCAÇÃO e em PRODUÇÃO
CIENTÍFICA e TECNOLÓGICA.
Aldrin Martin Perez Marin
Coordenador de Pesquisa
Índice de Trabalhos
01
02
03
04
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06
07
08
09
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11
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14
15
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17
18
19
20
21
22
DIFUSÃO DE TECNOLOGIAS E FORMAÇÃO DE TALENTOS: A EDUCAÇÃO CONTEXTUALIZADA
PARA A CONVIVÊNCIA COM O SEMIÁRIDO BRASILEIRO NA PAUTA DAS UNIVERSIDADES.
Andrews Rafael Bruno de Araújo Cunha; José Jonas Duarte da Costa; Daniel Duarte Pereira;
João Macedo Moreira.
ESTUDO DA VEGETAÇÃO EM ÁREA DE TENSÃO ECOLÓGICA LOCALIZADA EM RIO DO FOGO/RN.
Adriana Carrhá Leitão; Leonardo Bezerra de Melo Tinôco; Walter Alves de Vasconcelos.
ESTUDO PROSPECTIVO DE CACTÁCEAS ATRAVÉS DA ANÁLISE DE PEDIDOS DE PATENTES. Anny
Kelly Vasconcelos Oliveira de Lima; Maristela de Fátima Simplício de Santana.
SUBSTRATOS E MANEJO DO EFLUENTE DOMÉSTICO NA EMERGÊNCIA E VIGOR DO GIRASSOL.
Antônio Ramos Cavalcante; José Amilton Santos Júnior; Hans Raj Gheyi, Nildo da Silva Dias.
TROCAS DE CALOR E MASSA ENTRE O ECOSSISTEMA CAATINGA E A ATMOSFERA: RESULTADOS
PRELIMINARES. Bergson G. Bezerra; Aldrin M. Perez-Marin; Carlos A. C. Santos.
ZONEAMENTO DA PALMA FORRAGEIRA (Opuntia sp.) PARA O ESTADO PARAÍBA. Bergson G.
Bezerra; Jucilene S. Araujo; Daniel Duarte Pereira; Gustavo Q. Laurentino.
REUSO DE ÁGUA E SUAS POTENCIALIDADES PARA O SEMIÁRIDO BRASILEIRO. Claudia Facini
Reis; Delfran Batista dos Santos; Juan José Soriano Cea; Salomão de Sousa Medeiros.
EDUCAÇÃO CONTEXTUALIZADA E ESCOLAS DO CAMPO EM NÚCLEOS DE DESERTIFICAÇÃO E
ÁREAS PILOTO PARA ESTUDOS DA DESERTIFICAÇÃO DO SEMIÁRIDO BRASILEIRO. Daniel Duarte
Pereira; José Jonas Duarte da Costa; Andrews Rafael Bruno de Araújo Cunha; Aldrin Martin
Perez Marin; João Macedo Moreira.
PROJETO DE DOMESTICAÇÃO DE ESSÊNCIAS FLORESTAIS FORRAGEIRAS DO SEMIÁRIDO: DADOS
BIOMÉTRICOS DE FRUTOS DE CANAFÍSTULA-DE-BESOURO (Senna spectabilis). Daniel Duarte
Pereira; Wagner S. Lima; João Macedo Moreira; José Jonas Duarte Costa; Magno Antonio
Feitosa.
TECNOLOGIAS SOCIAIS DO SEMIÁRIDO. Daniel Duarte Pereira; José Jonas Duarte Costa; João
Macedo Moreira; Andrews Rafael Bruno Araujo Cunha; Valéria da Silva Araujo.
PROJEÇÕES DE MUDANÇAS NO CICLO ANUAL DA PRECIPITAÇÃO PARA O SEMIÁRIDO
BRASILEIRO. Domingo Cassain Sales; Arnóbio de Mendonça Barreto Cavalcante; Emerson
Mariano da Silva; Alexandre Araújo Costa.
EFEITO DO FRACIONAMENTO DO CLADÓDIO E TEMPO DE CURA NA PRODUÇÃO DE MUDAS DE
PALMAS FORRAGEIRAS RESISTENTES A COCHONILHA-DO-CARMIM. Gustavo Queiroz
Laurentino; Jucilene Silva Araújo; Tiago Ferreira Pinto; Daniel Duarte Pereira.
PROJETO RESGATE DOCUMENTAL, HISTÓRIA AMBIENTAL E ETNOHISTÓRIADO SEMIÁRIDO
BRASILEIRO NOS PERÍODOS IMPERIAL E COLONIAL. Hallyson Alves Bezerra; Rosilene C. S. Alves
de Lima; Juciene Ricarte Apolinário; Raissa Barbosa; Catarina Oliveira Buriti.
PROJETO DE DOMESTICAÇÃO DE ESSÊNCIAS FLORESTAIS FORRAGEIRAS DO SEMIÁRIDO:
PRODUÇÃO DE MUDAS DE CANAFÍSTULA-DE-BESOURO (Senna spectabilis). João Macedo
Moreira; Daniel Duarte Pereira; Wagner dos Santos Lima; Valéria da Silva Araújo; Magno
.
Antônio Feitosa
PROJETO DE DOMESTICAÇÃO DE ESSÊNCIAS FLORESTAIS FORRAGEIRAS DO SEMIÁRIDO:
QUEBRA DE DORMÊNCIA DE SEMENTES DE CANAFÍSTULA-DE-BESOURO (Senna spectabilis).
João Macedo Moreira; Daniel Duarte Pereira; Wagner dos Santos Lima; Valéria da Silva Araújo;
Gustavo Queiroz Clementino.
QUALIDADE SENSORIAL DO DOCE DE LEITE PASTOSO PRODUZIDO COM LEITE DE VACAS
CURRALEIRO PÉ-DURO. Jucileide Barboza Borburema; Geovergue Rodrigues de Medeiros;
Carlos Ticiano Coutinho Ramos; Andreza Moraes Duarte; Rita de Cássia Ramos do Egypto
Queiroga.
DESLOCAMENTO VERTICAL DE P SUBMETIDO À CHUVA SIMULADA. Juliana Zomazete dos
Santos; Mírian Alice da Silva Bhrem; Ignácio Hernan Salcedo; Vânia da Silva Fraga.
APLICAÇÃO DAS GEOTECNOLOGIAS NA CONSTRUÇÃO DO SISTEMA DE GESTÃO DO
CONHECIMENTO DO SEMIÁRIDO BRASILEIRO. Julie Eugênio da Silva Francisco; Anderson Maciel
Lima de Medeiros; Ricardo da Cunha Correia Lima; Leonardo Bezerra de Melo Tinôco.
UM MÉTODO PARTICIPATIVO DE INVESTIGAÇÃO DA HISTÓRIA DO RECENTE NAS
COMUNIDADES E ORGANIZAÇÕES. Luis Felipe Ulloa Forero; Aldrin Martin Perez Marin.
MANEJO ALIMENTAR E SANITÁRIO DO GADO CURRALEIRO PÉ-DURO NO NORDESTE
BRASILEIRO. Patricy Andrade Salles; Vanessa Virginia Barbosa; Cristiano Morais Sousa; Mathias
Weller; Geovergue Rodrigues Medeiros.
CARACTERÍSTICAS BIOMÉTRICAS DE PALMA FORRAGEIRA (Opuntia tuna) RESISTENTE A
COCHONILHA-DO-CARMIM COM QUATRO FONTES DE ADUBAÇÃO ORGÂNICA. Tiago Ferreira
Pinto; Jucilene Silva Araújo; André Japiassú; Adão Francisco José da Silva; Antonio Lucena Neto.
REPOSIÇÃO DE ESPÉCIES VEGETATIVAS LENHOSAS NATIVAS COMO ESTRATÉGIA DE
13
17
22
27
32
38
43
49
53
57
61
66
70
75
79
83
88
93
98
103
108
113
23
24
REVITALIZAÇÃO DA BIODIVERSIDADE RIBEIRINHA NA ESTAÇÃO EXPERIMENTAL LAGOA BONITAPB. Valéria da Silva Araújo; Arnóbio de Mendonça Barreto Cavalcante.
PRODUÇÃO DE MADEIRA EM UMA ÁREA DE CAATINGA DEGRADADA. Walter Alves de
Vasconcelos; Aldrin Martin Perez Marin.
ÍNDICE DE SOBREVIVÊNCIA DE ESPÉCIES NATIVAS EM QUATRO MODELOS DIFERENTES DE
REVEGETAÇÃO EM ÁREAS DEGRADADAS. Walter Alves de Vasconcelos; Aldrin Martin Perez
Marin.
118
123
DIFUSÃO DE TECNOLOGIAS E FORMAÇÃO DE TALENTOS: A EDUCAÇÃO CONTEXTUALIZADA
PARA A CONVIVÊNCIA COM O SEMIÁRIDO BRASILEIRO NA PAUTA DAS UNIVERSIDADES
ANDREWS RAFAEL BRUNO ARAUJO CUNHA1, JOSE JONAS DUARTE COSTA2, DANIEL DUARTE
PEREIRA3, JOAO MACEDO MOREIRA4
1
Mnd. Pesquisador Bolsista do INSA. E-mail: [email protected]
Dr. Pesquisador Bolsista do INSA. E-mail: [email protected]
3
Dr. Pesquisador Bolsista do INSA. E-mail: [email protected]
4
Esp. Pesquisador Bolsista do INSA. E-mail: [email protected]
2
RESUMO: O Semiárido brasileiro, historicamente, foi cenário de inúmeras injustiças sociais.
Talvez a de maior impacto tenha sido a negação total ou parcial da oferta educacional ao
povo do campo para manutenção da alienação. Desta maneira, criou-se um estereótipo de
“local pobre” que resultou, além do êxodo rural, num atraso do entendimento das
particularidades locais. A partir da reflexão de tais ações, surgiu a proposta de Convivência
com o Semiárido pautada num ideal de Educação Contextualizada. Estas, por sua vez, visam
à compreensão e o desenvolvimento do Semiárido a partir das realidades e da singularidade
da região. Nessa perspectiva, o INSA vem acompanhando, através de reuniões e parcerias,
21 Cursos de Especialização com foco em Educação Contextualizada para a Convivência com
o Semiárido no intuito de reverter o quadro social da região através da Formação de
Talentos Humanos e da Difusão de Tecnologias Sociais apropriadas e adaptadas às
particularidades locais. Os cursos têm tido uma excelente aceitação e têm resultado numa
série de avanços essenciais para o desenvolvimento do Semiárido.
Palavras-chave: Cursos de especialização, desenvolvimento, tecnologias sociais
INTRODUÇÃO
Historicamente,
o
Semiárido
monopólio dos bens naturais e da negação
brasileiro serviu de palco para a atuação
da educação ao povo. Ou seja, eram
dos grandes poderosos do Nordeste, os
estratégias dos poderosos (1) o monopólio
quais, para manutenção de suas riquezas,
do
privilégios e dominação, utilizavam-se do
Semiárido, principalmente da terra e da
uso
dos
recursos
naturais
do
água, e (2) a negação da oferta da
desenvolvimento de ações apropriadas e
educação
(2)
ao
povo,
esta
última
a
defesa
de
uma
Educação
consequência do entendimento de que,
Contextualizada que leve em consideração
‘para
são
a cultura e os conhecimentos locais em
necessários conhecimentos aprofundados.
detrimento de um modo urbanocêntrico
utilizar
a
enxada,
não
Desta última, surge a criação de
de vida.
estereótipos de que o Semiárido, ou o
O Instituto Nacional do Semiárido –
nordeste brasileiro em geral, é pobre,
INSA,
seco, fadado ao fracasso por castigo
histórico a partir do debate acima exposto
divino, local de lamúrias eternas, de solo
e exercendo suas funções de articulação e
rachado e povoado por gente banguela de
formação, vem acompanhando, desde
calça
deste
2011, vinte e um cursos de especialização
processo, surgem diversos Movimentos
e três projetos de elaboração de materiais
Sociais e demais segmentos da sociedade
didáticos e paradidáticos, distribuídos em
civil organizada que lutam para ter acesso
sete estados do Semiárido, aprovados na
aos bens naturais do Semiárido e para
Linha 4 do Edital 35/2010 CNPq/INSA/CT-
viabilizar a oferta da educação ao povo
Hidro. Tal ação tem como principal
sertanejo com o objetivo de proporcionar-
objetivo a formação de talentos humanos
lhes a formação de um senso crítico e,
para o desenvolvimento apropriado do
consequentemente,
enfrentamento
Semiárido brasileiro a partir do ensino, da
estrategicamente
pesquisa e da inovação e faz parte do Eixo
rasgada.
destes
Na
contramão
o
estereótipos
compreendendo
tal
processo
construídos de que para o Semiárido
de
brasileiro ‘não existe solução.
Capacitação de Recursos Humanos e do
Duas das estratégias utilizadas por
Sustentação
IV:
Formação
e
Programa 3.1: Promoção da Educação, do
estes segmentos para o enfretamento
Desenvolvimento
supracitado são: (1) a consolidação da
Tecnologias Sociais para o SAB, do Plano
proposta de Convivência com o Semiárido,
Diretor 2012-2015 do Instituto.
a
qual,
grosso
modo,
defende
a
Humano
e
de
Tal Programa tem como objetivo
compreensão e o conhecimento das
“desenvolver
particularidades da região semiárida para
educacional junto aos cursos de nível
uma boa vida neste local através do
superior e pós-graduação, bem como em
ações
de
formação
escolas rurais, no âmbito formal e no
na
âmbito não formal, associando o trabalho
Semiárido, em Campina Grande/PB, e têm
produtivo ao conhecimento explícito e
como principais objetivos:
tácito no SAB, visando o fortalecimento
socioeconômico
e
o
sede
do
Instituto
Nacional
do
1. Debater questões relacionadas aos
desenvolvimento
cursos,
tais
como
modelos
humano da população da região” (BRASIL,
pedagógicos fundamentados na
2012: p. 17).
Educação Contextualizada e na
Tal ação, ainda no que se refere ao
Pedagogia
da
Alternância,
Plano Diretor, faz parte da meta 21, a qual
processos burocráticos, formas de
prevê a “promoção, até 2015, de vinte
avaliação
cursos
conhecimentos etc;
regionais
talentos
para
humanos
convivência
formação
em
CT&I
transformadora
de
para
com
governamentais
e
experiências
o
não
produção
de
2. Realizar troca de conhecimentos e
Semiárido brasileiro, em associação com
instituições
e
entre
os
coordenadores dos cursos;
3. Refletir ações para melhoria dos
governamentais” (BRASIL, 2012: p. 17).
cursos através de uma discussão
avaliativa;
MATERIAL E MÉTODOS
4. Organizar e sistematizar materiais
para publicação de artigos visando
A
metodologia
utilizada
para
à difusão de conhecimentos.
acompanhamento dos 24 projetos tem
As visitas aos cursos ocorrerão a
como base a realização de encontros
partir
periódicos com os coordenadores dos
organizados pelos mesmos em suas fases
cursos de especialização e com os
finais como parte das defesas das
coordenadores
monografias,
dos
projetos
de
elaboração de materiais didáticos e
da
realização
artigos,
de
eventos
relatos
de
experiências etc.
paradidáticos; e a presença em eventos
organizados pelos mesmos.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Os encontros ocorrem ao menos
duas vezes por ano, em uma data pensada
em comum acordo com os participantes,
Como
resultado
do
referido
acompanhamento, podem ser citados o
mapeamento dos cursos de especialização
devidamente reconhecidas pelo Ministério
fundamentados
da Educação – MEC; e têm previsão para
na
Educação
Contextualizada na região semiárida; a
difusão
de
Tecnologias
Sociais;
a
serem finalizados até novembro de 2013.
A partir dos encontros com os
Formação de Talentos Humanos com
coordenadores,
conhecimentos
o
importante relevância dos cursos, ainda,
Semiárido; a difusão e consolidação da
através dos relatos dos discentes e da
proposta de Convivência com Semiárido; o
grande procura por novas ofertas de
papel de articulação que o INSA tem
vagas. Desta forma, atualmente avalia-se
assumido
universidades
as possibilidades de solicitação de um
executoras dos cursos e com a Rede de
novo edital e progressão dos cursos de
Educação do Semiárido Brasileiro – RESAB,
especialização
inclusive com o estabelecimento de
profissionalizante, dentre outros fatores.
apropriados
frente
às
sobre
tem-se
observado
para
a
mestrado
parcerias; o aumento do número de
pesquisas sobre as particularidades do
CONCLUSÕES
bioma caatinga, o clima semiárido, o
potencial hídrico e diversos outros temas;
Nos
propagação de conhecimentos através da
acompanhamento
publicação
supracitados,
das
monografias
e/ou
quase
dois
dos
pôde-se
cursos
perceber
o
educação
no
importante
estudantes resultantes de suas pesquisas;
processo de formação e capacitação de
etc.
talentos humanos, bem como sua inegável
em
eficácia na difusão de tecnologias sociais
andamento estão sendo realizados em
apropriadas ao Semiárido. A inserção da
sete estados do Semiárido brasileiro:
proposta de Educação Contextualizada
Alagoas,
Paraíba,
dentro das universidades tem resultado na
Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte;
apropriação de conhecimentos essenciais
são
Universidades
para um desenvolvimento mais pautado
Federais
e
na prudência ecológica, na eficiência
elas
econômica, na justiça social e no principio
Bahia,
executados
Federais,
os
Ceará,
por
Institutos
Universidades
cursos
da
de
Trabalhos de Conclusão de Cursos dos
Atualmente,
papel
anos
Estaduais,
todas
Instituições de Ensino Superior (IES)
democrático.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Ministério da Ciência Tecnologia e
Inovação. Plano Diretor da Unidade de
Pesquisa: Instituto Nacional do Semiárido
– INSA. Campina Grande, PB, 2012. 25
pags.
ESTUDO DA VEGETAÇÃO EM ÁREA DE TENSÃO ECOLÓGICA LOCALIZADA EM RIO DO
FOGO/RN
ADRIANA CARRHÁ LEITÃO1, LEONARDO BEZERRA DE MELO TINÔCO2, WALTER ALVES DE
VASCONCELOS2
1
2
Dra Pesquisadora Bolsista do INSA. E-mail: [email protected]
Dnd. Pesquisador bolsista. E-mail: [email protected]
RESUMO: O presente estudo foi realizado em Rio do Fogo/RN numa área de 300 hectares. A
vegetação existente foi caracterizada como restinga, com fácies de caatinga e fisionomia
savânica, e está inserida em uma área de grande tensão ecológica. Foram registradas 108
espécies, entre plantas arbóreas, arbustivas, subarbustivas, herbáceas (vasculares e não
vasculares), trepadeiras e epífitas, distribuídas em 91 gêneros e 49 famílias. As famílias com
maior riqueza florística foram: Fabaceae (8 gêneros e 11 espécies), Rubiaceae (8 gêneros e 8
espécies), Cyperaceae (6 gêneros e 7 espécies), Myrtaceae (3 gêneros e 6 espécies) e
Orchidaceae (6 gêneros e 6 espécies). Em termos gerais, a família Fabaceae foi a mais
representativa; mas considerando somente as espécies lenhosas (arbustos e árvores), a
família Myrtaceae foi a que mais se destacou.
Palavras-chave: Ecótono, florística, restinga.
INTRODUÇÃO
costeiras,
estuários
vegetacional
e
bastante
um
complexo
particular.
Por
O litoral oriental do Rio Grande do
causas dessas características, este trecho
Norte é conhecido internacionalmente por
do litoral norte-rio-grandense vem sendo
suas belezas naturais, atraindo diversas
alvo de fortes especulações imobiliárias
atividades e pessoas de todas as partes do
para a construção de condomínios e
mundo.
unidades
resorts. Nesta porção do litoral não há
geomorfológicas confere a este lugar uma
grandes aglomerações humanas, apenas
beleza única e encantam a todos com suas
pequenos povoados de pescadores e
praias arenosas, dunas, falésias, lagoas
pequenas cidades. Também
A
diversidade
de
não
há
atividades agrícolas ou pecuárias de
destaque,
prevalecendo
um
cenário
MATERIAL E MÉTODOS
natural quase intocado.
Os fragmentos e remanescentes de
O presente estudo foi realizado no
Mata Atlântica nesta área apresentam
município de Rio do Fogo/RN, em uma
grande importância de cunho ecológico
área situada a 2 km do vilarejo de
para a região litorânea, por seu papel de
Pititinga, a 64 km ao norte da capital do
captação e proteção hídrica, estabilização
Rio Grande do Norte, Natal. A área tem
das areias e amenização do microclima.
aproximadamente 1 km de largura e 3 km
Além disso, por se caracterizar uma região
de comprimento, perfazendo um total de
de grande tensão ecológica (ecótono),
300 ha (5°22’35”S e 35°21’17”O).
onde a flora de domínios fitoecológicos
Para
o
estudo
florístico,
foi
distintos se justapõe e interpenetra,
utilizada uma área de 300 ha. Esta área
guardam suas próprias características
abrange um ecossistema de restinga
ecológicas, o que faz com que essas áreas
bastante complexo, devido a sua posição
apresentem grande diversidade biológica,
fitogeográfica
abrigando fauna e flora autóctones, com
geomorfológicas. Por isso, para um melhor
espécies endêmicas, raras ou em vias de
direcionamento técnico do estudo e
extinção (OLIVEIRA, 2011).
melhor conhecimento do ecossistema, a
e
características
A região litorânea localizada entre
área de estudo foi dividida em quatro
Genipabu e Touros apresenta grande
subáreas: 1) Primeiro Cordão Dunar; 2)
fragilidade
ambiental
e
grande
suscetibilidade à erosão costeira (LIMA,
Áreas Alagadas; 3) Entrecordões e; 4)
Dunas (exceto primeiro cordão dunar).
2010). Nestas áreas, a geomorfologia local
O método adotado para a florística
apresenta-se muito afetada pela ação das
foi o caminhamento, conforme Filgueiras
águas do mar e dos ventos constantes,
et al. (1994), que consiste em seguir
podendo tornar-se muito vulnerável com
transectos imaginários e anotar todas as
a
ocupação
comprometer
ecossistemas.
que
pode
espécies ocorrentes ao longo das linhas
qualidade
dos
percorridas. São feitas tantas linhas de
humana,
a
o
caminhada quantas forem necessárias,
com o objetivo de se anotar o maior
número possível de espécies ocorrentes
coletados estão depositados no Herbário
em cada subárea. A coleta do material
da Universidade Federal do Rio Grande do
botânico, referente à florística, seguiu os
Norte (UFRN).
padrões usuais para este tipo de pesquisa,
onde foram incluídas todas as espécies
encontradas:
herbáceas,
RESULTADOS E DISCUSSÕES
subarbustos,
arbustos, árvores, trepadeiras e epífitas.
Em toda a área de estudo,
Este material foi coletado, de preferência
considerando
na fase reprodutiva (com botões florais
formações estudados, foram registradas
e/ou frutos), com auxílio de tesoura de
108 espécies, entre plantas arbóreas,
poda manual e de tesoura de poda alta,
arbustivas,
sendo etiquetados e acondicionados em
(vasculares e não-vasculares), trepadeiras
sacos plásticos. No caderno de campo,
e epífitas, distribuídas em 91 gêneros e 49
foram anotadas todas as informações
famílias. As famílias com maior riqueza
relativas
cada
florística foram: Fabaceae (8 gêneros e 11
espécime, tais como: nome vulgar, hábito,
espécies), Rubiaceae (8 gêneros e 8
localização, coloração das flores e frutos,
espécies), Cyperaceae (6 gêneros e 7
bem
características
espécies), Myrtaceae (3 gêneros e 6
pertinentes. Após a coleta, foi realizado o
espécies) e Orchidaceae (6 gêneros e 6
processo de herborização do material
espécies).
botânico, o qual foi prensado entre folhas
Em
às
características
como
outras
de
os
quatro
subarbustivas,
termos
tipos
de
herbáceas
gerais,
a
família
de jornais e papelão, deixando secar
Fabaceae foi a mais representativa; mas
naturalmente em temperatura ambiente.
considerando
O material herborizado foi encaminhado
lenhosas (arbustos e árvores), a família
ao laboratório, onde foi seco em estufas e
Myrtaceae foi a que mais se destacou.
posteriormente preparadas as exsicatas,
Segundo Andrade & Rodal (2004), a
devidamente padronizadas e identificadas.
família
A identificação foi realizada com o auxílio
estrutura de quase todas essas florestas
de
de
bibliografia
especializada,
por
somente
Fabaceae
terras
baixas,
é
as
espécies
importante
independente
na
se
comparação e, quando necessário, com o
ombrófilas ou estacionais. E, de acordo
auxílio de especialistas. Os exemplares
com Peixoto & Gentry (1990), a família
Myrtaceae
tem
grande
importância
florística
nas
áreas
litorâneas,
hexasperma; sendo esta última também
encontrada na floresta amazônica.
principalmente em áreas de floresta
atlântica, devido à elevada riqueza de
CONCLUSÕES
espécies lenhosas.
Considerando ser uma área de
1. Rio do Fogo é uma área de tensão
contato entre fitodomínios ecológicos
ecológica, consistindo numa região
distintos, foram observadas tanto espécies
de transição ambiental entre a
de caatinga, quanto espécies de restinga,
restinga e a caatinga. Isto faz deste
o que fortalece a ideia de ecótono. Dentre
pedaço do litoral um lugar muito
as espécies exclusivas do fitodomínio
especial
caatinga, foram encontradas as espécies
ecológico, pois são considerados
Hancornia
potenciais
speciosa,
trichospiroides,
Stilpnopappus
Aspilia
procumbens,
do
Andira
crassifolia,
vista
de
respostas a mudanças climáticas e
reguladores
Byrsonima
de
indicadores
Handroanthus sp., Croton adamantinus,
humilis,
ponto
de
fluxos
nos
Cuphea
campestris,
ambientes e, por isso, possuem
gardneriana,
Byrsonima
uma grande biodiversidade, sendo
Habenaria
glazioviana
e
encontrados
organismos
Guetarda angelica; do fitodomínio mata
pertencentes aos ecossistemas em
atlântica, foram encontradas as espécies
contato ou espécies endêmicas do
Blutaparon sp., Schinus terebinthifolius,
próprio
Temnadenia
regiões
icaco,
odorífera,
Couepia
Chrysobalanus
com
Por
serem
características
Remirea
presentes nos ecossistemas que a
maritima, Tetracera breyniana, Tephrosia
compõem, possuem características
egregia,
Eugenia
muito próprias, o que faz com que
luschnathiana, Epidendrum cinnabarinum,
essas áreas apresentem flora e
Cattleya granulosa, Polygala longicaulis,
fauna autóctones, com espécies
Jacquinia brasiliensis, Mitracarpus eichleri,
endêmicas, raras ou ameaçadas de
Manilkara
extinção.
Eugenia
impressa,
ecótono.
azeda,
salzmannii
e
Schoepfia
brasiliensis; duas espécies do fitodomínio
2. Além disso, este trecho do litoral é
cerrado, Manihot carthaginensi e Ouratea
contemplado por uma diversidade
de ambientes, tais como áreas
alagadas, dunas e praia, bem como
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
um
OLIVEIRA, A. C. P. Caracterização e
composição
florística
de
uma
comunidade savânica no Rio Grande do
Norte, Brasil: subsídios para uma
conservação. Natal, 87 p. Dissertação
(Mestrado em Desenvolvimento de Meio
Ambiente) - UFRN. 2011.
gradiente
em
função
do
distanciamento com o oceano. Esta
diversidade de habitats também
determina a alta diversidade de
espécies, pois está relacionada aos
processos ecológicos que ocorrem
em cada tipo.
LIMA, E. Q. Vulnerabilidade ambiental da
zona costeira de Pititinga, Rio do Fogo,
Rio Grande do Norte. Natal, 116 p.
Dissertação (Mestrado em Geodinâmica e
Geofísica) - UFRN. 2010.
ESTUDO PROSPECTIVO DE CACTÁCEAS ATRAVÉS DA ANÁLISE DE PEDIDOS DE PATENTES
ANNY KELLY VASCONCELOS OLIVEIRA DE LIMA¹, MARISTELA DE FÁTIMA SIMPLÍCIO DE
SANTANA2
1
2
Dra Pesquisadora Bolsista do INSA. E-mail: [email protected]
Dra Pesquisadora do INSA/MCTI. E-mail: [email protected]
RESUMO: As novidades implantadas por meio de pesquisas ou investimentos, que venham a
aumentar a eficiência do processo produtivo ou que impliquem no aprimoramento de um
produto, já existente, ou até em um novo produto é denominado Inovação Tecnológica.
Diante do progresso tecnológico de países desenvolvidos, que vem sendo tomado como
modelo pelos países emergentes, incluindo o Brasil, a inovação tecnológica tem sido
fundamental para o progresso e desenvolvimento de pesquisas que buscam solucionar
problemas pertinentes à sociedade. A pesquisa foi realizada tendo como base os pedidos de
patentes depositados no European Patent Office. O foco foi à família Cactácea e sua
utilização na forma in natura ou como produtos, usando a palavras chave cactus, nos
campos de pesquisa título e resumo. Neste estudo, foi analisada a Classificação Internacional
de Patentes, CIP, com dados coletados entre novembro e dezembro de 2012. Encontrou-se
1547 patentes, sendo a maioria com classificação, referente a Produtos alimentares,
alimentação animal, fármacos e preparações medicinais, de higiene pessoal e compostos
químicos.
Palavras chave: Cactáceas, inovação tecnológica, propriedade intelectual.
INTRODUÇÃO
A prospecção tecnológica é uma forma
sistemática de mapear desenvolvimentos
científicos e tecnológicos futuros capazes
de influenciar de forma significativa uma
indústria, a economia ou a sociedade
como um todo, diferentemente das
atividades de previsão clássica, que se
dedicam a antecipar um futuro suposto
como único, os exercícios de prospecção
são construídos a partir da premissa de
que são vários os futuros possíveis. Esses
O levantamento sobre a utilização de
são tipicamente os casos em que as ações
cactáceas
presentes alteram o futuro, como ocorre
patentes e identificação dos diversos usos
com a inovação tecnológica. Avanços
torna o fomento a pesquisa, tecnologia e
tecnológicos futuros dependem de modo
inovação nas regiões de uso desta família
complexo e imprevisível de decisões
mais propícia a um desenvolvimento
alocativas tomadas no presente por um
sustentável. Essa família é amplamente
conjunto relativamente grande de agentes
utilizada na alimentação humana e animal,
(KUPFER e TIGRE, 2004).
na
Por ser a agroindústria um segmento
através
formulação
dos
de
registros
de
medicamentos,
cosméticos dentre outros fins.
com grande capacidade de agregar valor à
Segundo Serafini e Silva (2011), para
produção agropecuária e gerador de
prospecção, um formato importante para
empregos e renda, atenção especial deve
agilizar buscas nas bases patentárias é a
ser dada as tecnologias e aos segmentos
Classificação Internacional de Patentes
de suas cadeias produtivas. A instalação
(CIP), na qual as patentes são classificadas
de empreendimentos agroindustriais nas
de acordo com a aplicação. São divididas
regiões brasileiras deverá, provavelmente,
em 8 seções, 21 subseções, 120 classes,
passar
628 subclasses e 69000 grupos.
por
processo
respeitando
de
inovação,
obviamente
as
Este trabalho tem congruência com o
particularidades de cada região, partindo
Plano Diretor da Unidade de Pesquisa-
desde o beneficiamento, e seguindo
INSA, inserido no Eixo de Sustentação 1:
outras
Promoção da Inovação, no programa 1.2
etapas
como
armazenamento,
outras.
Dessa
processamento,
distribuição,
forma
a
entre
investigação
Agroindústria,
inserido
na
meta
8:
Elaboração e implementação de estudos,
científica se apresenta como uma das
visando
alternativas para identificação de algumas
agroindustrial de cactáceas no SAB,
necessidades de pesquisa, para melhoria
envolvendo a pós-colheita e propriedades
de produtos e/ou estudos de novos
funcionais,
produtos no intuito de auxiliar na tomada
biofilmes,
de
caracterização de óleos, com vistas à
decisão
investimentos.
em
relação
a
novos
quantificar
atividades
o
potencial
antimicrobianas,
armazenamento
e
obtenção de substâncias terapêuticas,
2012. Utilizou-se o campo de pesquisa
antioxidantes e alimentares.
“título” e “resumo e a palavra-chave
Diante do exposto a finalidade deste,
analisada foi “Cactus”.
foi mapear as tecnologias já desenvolvidas
e patenteadas, referentes às cactáceas,
RESULTADOS
com fins de elaborar e subsidiar futuras
Os resultados de número de
ações de ciência, tecnologia e inovação
patentes
encontrados
na
Seção
A
nesta cadeia produtiva.
referente a necessidades humanas e em
METODOLOGIA
suas principais subseções e classes para o
da
termo cactus estão apresentados na
prospecção, foi tomado como base os
Tabela 1. Observa-se um numero total de
pedidos de patentes depositados no
1547 produtos registrados, entre eles em
European Patent Office (EPO - Espacenet –
sua
Worlwide). A pesquisa foi realizada entre
alimentação animal e humana, além de
Para
o
desenvolvimento
os meses de novembro e dezembro de
maioria
uso
na
aqueles
medicina,
utilizados
preparação
na
de
compostos químicos e cosméticos.
Tabela 1. Número de patentes depositadas na base European Patent Office, para a busca cactus, para
a Classificação Internacional de Patentes, na seção A, referente a Necessidades humanas.
Subseção
A01
Agricultura;
silvicultura; pecuária;
caça; captura em
armadilhas; pesca
Classe
Descrição*
Número de
Patentes
A01G
Horticultura; cultivo de vegetais, flores, arroz, frutas,
vinhas, lúpulos ou algas; silvicultura; irrigação
Novas plantas ou processos para obtenção das
mesmas; reprodução de plantas por meio de
técnicas de cultura de tecidos
Conservação de corpos de seres humanos ou
animais ou plantas ou partes dos mesmos; biocidas,
por ex. Como desinfetantes, como pesticidas ou
como herbicidas; repelentes ou atrativos de pestes;
reguladores do crescimento de plantas
Tratamento. Por ex. Conservação, de farinhas ou
massas, pela adição de materiais; cozimento;
produtos de padaria; conservação dos mesmos
43
Produtos de laticínio, por ex., Leite, manteiga,
queijo; substitutos do leite ou do queijo; produção
dos mesmos
Café; chá; seus substitutos; manufatura, preparo, ou
infusão dos mesmos
25
A01H
A01N
A21
A21D
Cozedura ao forno;
equipamento para
preparo ou
processamento de
massas; massas para
cozedura ao forno
A23
A23C
Alimentos ou
produtos
alimentícios; seu
A23F
19
16
28
23
beneficiamento, não
abrangido por outras
classes
A23G
A23K
A23L
A61
A61K
Saúde; salvamento;
recreação
A61P
A61Q
A63
A63F
Esportes; jogos;
recreação
Cacau; produtos de cacau, por ex.,Chocolate;
substitutos de cacau ou produtos de cacau;
confeitos; goma de mascar; sorvetes; preparações
dos mesmos
Forragem
Alimentos, produtos alimentícios ou bebidas não
alcoólicas ou; seu preparo ou tratamento, por
ex.,Cozimento, modificação das qualidades
nutritivas, tratamento físico; conservação de
alimentos ou produtos alimentícios, em geral
Preparações para finalidades médicas, odontológicas
ou higiênicas
Atividade terapêutica de compostos químicos ou
preparações medicinais
Uso de cosméticos ou preparações similares para
higiene pessoal
Jogos de cartas, mesa ou roleta; jogos em recintos
fechados usando pequenas peças móveis para jogo;
jogos não incluídos em outro local
TOTAL DE PATENTES
12
122
317
609
289
34
10
1547
*Fonte: patentesonline.com.br
Foram encontrados ainda resultados
1b apresenta os valores encontrados na
nas outras seções de depósitos como
busca. Para o Brasil não foi encontrado
expostos na Figura 1a. Onde o que mais se
nenhum registro referente à busca,
destacou foi à subseção C12G que trata da
deixando
preparação de Vinho e outras bebidas
estudos com produtos advindos de cactos,
alcoólicas com cactáceas.
para uma futura tomada de decisão.
Para
melhor
conhecimento
dos
países detentores das patentes, a Figura
exposta
a necessidade
de
busca, para que possa configurar como
uma
família
de
grande
importância
agroindustrial para as regiões áridas e
semiáridas.
CONCLUSÃO
As patentes relacionadas à Cactus
revelaram utilizações principalmente nas
áreas
de
alimentares,
alimentos
e
produtos
alimentação
animal,
fármacos e preparações medicinais, de
higiene pessoal e compostos químicos. A
China foi até o presente o maior detentor
de patentes publicadas para cactus. Assim,
pode-se concluir que este família ainda
necessita de aporte de ciência, tecnologia
e inovações principalmente no Brasil onde
ainda não há nenhuma referencia de
REFERÊNCIAS
KUPFER, D.; TIGRE, P. B. Modelo SENAI de
Prospecção: Documento Metodológico.
Capítulo 2: Prospecção Tecnológica. In:
Organizacion Internacional Del Trabajo
CINTERFOR Papeles de La Oficina Técnica
no.14, Montevidéu, 2004.
SERAFINI, M. R.; SILVA, G. F. Prospecção
Tecnológica no Brasil: Características da
Propriedade Intelectual no Nordeste.
Universidade Federal de Sergipe. 2011.
SUBSTRATOS E MANEJO DO EFLUENTE DOMÉSTICO NA EMERGÊNCIA E VIGOR DO
GIRASSOL
Antônio Ramos Cavalcante1, José Amilton Santos Júnior2, Hans Raj Gheyi3, Nildo da Silva
Dias4
1
Téc. Agri. Pesquisador Bolsista do INSA. E-mail: [email protected]
2
Dr. Técnico OII, INSA/MCTI. E-mail: [email protected];
Dr. NEAS/UFRB. E-mai: [email protected];
4
Dr. UFERSA. E-mail: [email protected];
3
RESUMO: Os substratos desempenham função importante no processo de germinação das
sementes, sendo determinantes para a obtenção de mudas sadias e vigorosas. O objetivo foi
estudar o vigor e a emergência do girassol, para fins de flor de corte, quando irrigados com
efluente doméstico sob diferentes manejos e cultivados em diferentes substratos. O
delineamento estatístico utilizado foi o inteiramente casualizado, analisado em esquema
fatorial 4x3, com três repetições, totalizando 36 unidades experimentais. O manejo da
irrigação consistiu na renovação do efluente doméstico diariamente, a cada 2, 3 e 4 dias com
reaplicação do lixiviado três vezes ao dia; os substratos utilizados foram: fibra de coco, areia
lavada e bagaço de cana. Verificou-se que o tempo de renovação do efluente doméstico não
interferiu em nenhuma variável estudada.
Palavras Chave: hidroponia, reutização de água, semiárido
INTRODUÇÃO
além de reduzir custos com fertilizantes e
O efluente domestico quando não
tratado e lançado diretamente no meio
ambiente,
eutrofiza
provoca
corpos
danos
hídricos,
ao
além
solo,
de
reutilizar a água, ampliando sua oferta
para irrigação, reduz significativamente os
impactos
negativos
ambiente e a saúde pública.
suscitarem doenças de veiculação hídrica;
o aproveitamento deste efluente como
solução
nutritiva
em
sistemas
hidropônicos, quando bem manejado,
sobre
MATERIAL E MÉTODOS
o
meio
O trabalho foi conduzido, em casa
de vegetação pertencente ao Campus I da
octógono, de modo que permitisse uma
maior distância entre plântulas.
Universidade Federal de Campina Grande,
município de Campina Grande- PB,
O
delineamento
Aos 20 DAS, utilizando 8 plantas
por
experimental
repetição,
analisou-se
variáveis
biométricas, de produção de fitomassa e
utilizado foi o inteiramente casualizado,
fisiológicas.
As
variáveis
biométricas
analisado em esquema fatorial 4 x 3 com
foram: comprimento do caule (CC) –
três repetições, totalizando 36 unidades
medido do colo da planta a gema apical; o
experimentais, de modo que estudou-se o
comprimento da raiz (CR) – do colo da
efeito do tempo de aplicação/renovação
planta até o ápice da raiz; diâmetro do
do efluente doméstico diariamente, a
caule (DC) – mensurado sempre a 3 cm do
cada dois, três e quatro dias com
nível do substrato; número de folhas (NF)
reaplicação do lixiviado três vezes por dia,
– foram contadas as folhas superiores a
e três substratos alternativos de cultivo
três centímetros e foto sinteticamente
(fibra de coco, areia e bagaço de cana)
ativas.
sobre a emergência e o vigor do girassol
Os resultados do experimento
cultivado em sistema hidropônico. Cada
foram submetidos à análise de variância,
parcela experimental foi composta por um
comparando-se por meio de análise de
vaso
volumétrica
regressão o tempo de renovação do
equivalente a 6 L, preenchidos com 0,5 kg
efluente doméstico (fator quantitativo) e
de brita na parte inferior, uma tela de
por meio de comparação de médias pelo
nylon como envelope separando a brita e
teste Tukey os diferentes substratos (fator
1 kg de substrato.
qualitativo)
com
A
capacidade
variedade
estudada
foi
a
ao
probabilidade,
nível
de
utilizando-se
0,05
de
software
EMBRAPA 122-V2000, cujas sementes
estatístico SISVAR versão 5.2 (Ferreira,
foram fornecidas pela EMBRAPA Soja,
2008).
escritório de Dourados, MS. Semearam-se
nove
sementes,
distribuídas
nos
as
quais
vasos
em
foram
formato
octogonal e mais uma no centro do
RESULTADOS E DISCURSÃO
Verificou-se
na
figura
1A,
as
plantas cultivadas em fibra de coco e
areia, o %G foram de 95%, já as plantas
cultivadas
cana
não diferiram entre si, indicando uma
apresentaram uma media de 80%. Na
velocidade de germinação de 35% maior
figura 1B nota-se
se que o IVE verificado nas
que as plantas cultivadas em bagaço de
plantas cultivadas em fibra
ra de coco e areia
cana;
Observou-se
se na figura 1C que os valores
5,5 cm, respectivamente. Na Figura 1D
de CR diferiram quando comparados os
observa-se que quanto
anto maior o intervalo
resultados das plantas cultivadas, nos três
de tempo de renovação do ED, as plantas
substratos, areia, fibra de coco e bagaço
cultivadas
de cana, com médias de 10 cm 8,2 cm e
desempenho em relação ao CR.
O NF das plantas cultivadas em fibra de
não houve diferença significativa entre os
coco
resultados
e
no
areia
eia
bagaço
não
de
diferiram
em
areia
melhoram
observados
nas
seu
plantas
significativamente (p>0,05), com médias
cultivadas em areia, fibra de coco, com
de 7 folhas; este resultado foi 3,5 vezes
média de 25 cm, 27 cm respectivamente,
superior ao observado no NF das plantas
já com bagaço de cana o CC foram
cultivadas em bagaço de cana (Figura 1E).
inferiores
Os valores de CC (Figura 1F) indicam que
testados, média de 13 cm. Os valores de
os
demais
tratamentos
DC (Figura 1G) apresentaram tendências
cultivadas em bagaço de cana foram
semelhantes, entre as plantas cultivadas
significativamente inferiores aos outros
em fibra de coco e areia; Já as plantas
substrato testados.
Figura 1. Porcentagem média de
germinação (A); índice médio de
velocidade
de
emergência
(B);
comprimento médio da raiz (C);
desdobramento do fator substrato dentro
do fator tempo de renovação do ED para o
comprimento daa raiz (D); número médio
de folhas (E); comprimento médio do
caule (F) e diâmetro médio do caule (G),
aos 20 DAS, do girassol (var. EMBRAPA
122-V2000)
V2000)
cultivado
em
sistema
hidropônico e irrigado com diferentes
tempos de renovação do efluente
doméstico e substratos
bstratos de cultivo.
hidropônico do girassol, na fase de
CONCLUSÕES
crescimento inicial.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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engineering: treatment and reuse. 4th.
ed. – New York: McGraw-Hill,
McGraw
1819 p,
2003.
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Água
Residuária Doméstica e sua
Utilização na Agricultura. (Dissertação) –
Programa de Desenvolvimento do Meio
Ambiente – PRODEMA. UEPB/UFPB, 122p.
1 - O fator tempo de renovação do
efluente doméstico utilizado na irrigação
das
plantas
não
influenciou
significativamente o comportamento da
SIDA. Ecological Sanitation, Estocolmo,
1998.
Disponível
em:
<http://www.ecosanres.org/PDF%20files/
Ecological%20Sanitation.pdf>
Acessado
em: 2 jun. 2004.
emergência e vigor do girassol (var.
EMBRAPA 122-V2000);
2 - Recomenda-se a utilização
lização da fibra de
coco ou areia como substrato no cultivo
SCHNEITER, A. A.; MILLER, J.F. Description
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v. 21, p. 901-903, 1981.
MUNNS, H.; HUSAIN, S.; RIVELLI, A. R.;
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WOLGAST, M. Rena vatten. Om tankar I
kretslopp (Clean Waters.Thoughts about
recirculation). Uppsala, Creamon 1993.
186 p.
TROCAS DE CALOR E MASSA ENTRE O ECOSSISTEMA CAATINGA E A ATMOSFERA:
RESULTADOS PRELIMINARES
BERGSON G. BEZERRA1, ALDRIN MARTIN PEREZ-MARIN2, CARLOS A. C. SANTOS3
1
Dr. Pesquisador Bolsista do INSA. E-mail: [email protected]
Dr. Pesquisador do INSA/MCTI. E-mail: [email protected]
3
Dr. Universidade Federal de Campina Grande. E-mail: [email protected]
2
RESUMO: O objetivo do presente estudo foi determinar o balanço de energia (BE) e o fluxo
de CO2 no ecossistema caatinga, usando o método das correlações turbulentas. Durante o
período de observação verificou-se que a maior parte da energia líquida (cerca de 70%) foi
convertida em fluxo de calor sensível (H). O CO2 absorvido pelo dossel foi baixo cujo valor
máximo foi -0,190 µmol m-2 s-1. O elevado valor de H e o baixo conteúdo de CO2 absorvido se
devem a baixa atividade fotossintética do dossel devido comportamento caducifólio da
caatinga durante o período de observações, devido ao estresse hídrico. O curto período de
observações não permite conclusões finais, tendo em vista que se trata da fase inicial do
estudo. No entanto, quando comparados com a literatura se constata que os resultados
apresentam bastante consistência e coerência.
Palavras-chave: Balanço de energia, fluxos de calor latente e sensível, fluxo de CO2.
INTRODUÇÃO
(SAB), alguns estudos preliminares foram
iniciados, porém interrompidos de forma
As trocas de calor e massa entre os
ecossistemas terrestres e a atmosfera têm
sido
intensamente
sem
gerar
informações
relevantes.
em
No entanto, as trocas de calor e
diferentes condições climáticas em todo o
massa entre os ecossistemas de regiões
mundo (WILSON et al., 2002; AMIRO,
semiáridas e a atmosfera constituem
2010; SÁNCHEZ et al., 2010). No Brasil, a
informações valiosas para o sistema
floresta amazônica tem sido intensamente
climático global principalmente devido ao
estudada (SOTTA et al., 2007; ZERI e SÁ,
seu
2010).
caatinga,
terrestre), pela grande disponibilidade de
brasileiro
energia e por representar condições
No
característico
estudadas
intempestiva
ecossistema
do
semiárido
tamanho
(∼17%
da
superfície
climáticas
esperadas
atualmente
mais
para
úmidas
áreas
devido
às
(Equação
01)
diariamente
estão
sendo
utilizando
a
técnica
alterações climáticas (OTTERMAN, 1974;
micrometeorológica
eteorológica
IPCC, 2007; ROTENBERG
ENBERG e YAKIR, 2010).
2010)
turbulentas, método utilizado pela rede
Diante do exposto, o presente
estudo
tem
por
objetivo
avaliar
das
medidas
correlações
FLUXNET (WILSON et al., 2002).
o
01
comportamento sazonal e diário das
onde: Rn (W m-2) é o saldo de radiação, LE
partições do balanço de energia (BE) em
(W m-2) é o fluxo de calor latente, H (W m-
ambiente preservado do ecossistema
2
caatinga, no SAB.
fluxo de calor no solo e
) é o fluxo de calor sensível, G (W m-2) é o
(µmol m-2 s-1)
é o fluxo líquido de dióxido de carbono
(CO2). Rn e G são medidos com um saldo
MATERIAL E MÉTODOS
radiômetro modelo CNR4 (KIPP & ZONEN)
e duas placas de fluxo de calor no solo
O estudo está sendo realizado em
uma
área
preservada
de
caatinga,
modelo
Sensors)
s)
HFP01
(Hukselflux
enterradas
a
2
Thermal
cm
de
localizada na Estação Experimental Lagoa
profundidade,
Bonita, Campina Grande-PB.
PB. As variáveis
demais fluxos estão sendo estimados
requeridas para a determinação do BE
pelas equações seguintes:
, aquecimento da camada limite
, transpiração + evaporação
, fotossíntese + respiração
onde:
,
,
e
são
as
respectivamente.
(W m-2)
Os
02
(W m-2)
03
04
(
(µmol
m-2 s-1)
e c estão sendo obtidas usando um
covariâncias entre velocidade vertical do
analisador
de
gases
modelo
EC150
vento (w) e a temperatura (T), a umidade
(Campbell Sci.) acoplado a anemômetro
específica (q) e a concentração de CO2 (c),
sônico tridimensional modelo CSAT3A
respectivamente, ρ é a densidade da ar, cP
(Campbell Sci.), enquanto T está sendo
é o calor específico do ar a pressão
medido usando uma sonda modelo HC2S3
constante e L é o calor latente de
(Rotronic Instrument
strument Corp.). Todos os
vaporização da água. As medições de w, q
sensores, exceto as placas HFP01, estão
instalados 2,5 m acima da altura média do
caatinga
dossel.
predominantemente sem folhas devido ao
seu
encontrava-se
comportamento
caducifólio
em
resposta ao estresse hídrico. A presença
RESULTADOS
PRELIMINARES
E
de folhas nesse período é restrita a
DISCUSSÕES
algumas espécies tais como pereiro
(Aspidosperma pirifolium), feijão bravo
Os valores médios diários dos
(Capparis cynophallophora) e baraúna
componentes do BE, albedo (α) e das
(Schinopsis brasiliensis). A baixa atividade
partições do BE dos 20 primeiros dias
transpirativa
estudados, são mostrados na Tabela 1. De
período devido ao seu comportamento
acordo com a referida Tabela constata-se
caducifólio é evidenciado pelo percentual
que o maior percentual de Rn foi
do Rn convertido em LE, cujo valor é da
convertido em H, ou seja, usado no
ordem de 3,50%. Os menores percentuais
aquecimento da camada limite. Esse
do Rn foi convertido em G cujo valor é
resultado é esperado, pois durante o
igual a 3,00%.
das
plantas
durante
o
período de observação o dossel da
Tabela 1: Valores médios diários de Rn, LE, H, G, α e as partições do balanço de energia
Elementos do BE (MJ m2 dia-1)
Partições do BE (%)
Rn
LE
H
G
α
LE/Rn
H/Rn
G/Rn
13,20
0,46
9,23
0,36
0,12
3,50
70,00
3,00
O valor médio diário do α foi de
Na Figura 1a é mostrado o ciclo
0,12. Este valor é aparentemente baixo,
médio diário dos componentes do BE.
porém, de acordo com Rotenberg e Yakir
Todos os componentes do BE apresentam
(2010) o albedo médio anual das florestas,
ciclos concordantes com o ciclo diário da
inclusive de regiões semiáridas, apresenta
radiação solar.
valores da ordem de 0,10.
Figura 1: a) Ciclos médios diários dos componentes do BE e b) e do fluxo de CO2
O ciclo médio diário do fluxo de CO2
pode ser visto na Figura 1b. O CO2 máximo
absorvido
pela
caatinga
foi
CONSIDERAÇÕES FINAIS
de
aproximadamente -0,190 µmol m-2 s-1
O curto período de observações não
entre 11:30 h e meio dia. Em comparação
permite conclusões finais, tendo em vista
com resultados de outros ecossistemas
que se trata da fase inicial do estudo.
tais como Amazônia, floresta de pinus e
Porém,
plantações de eucaliptos (Zeri e Sá, 2010;
literatura se constata que os resultados
Amiro, 2010; Cabral et al., 2011), constata-
apresentam
se que a absorção da caatinga foi muito
coerência.
baixa no período. No entanto, deve ser
comportamento sazonal das partições do
considerada nessa comparação a grande
BE deve ser bastante diferente entre as
diferença
estações seca e chuvosa, quando o dossel
de
biomassa
entre
os
quando
bastante
a
consistência
Espera-se
e
que
o
da
salientar ainda que durante o período de
recoberto de folhas e apresentará intensa
observação a caatinga se encontrava com
atividade de transpiração. Nesse período
dossel predominantemente sem folhas.
espera-se
Neste caso a absorção de CO2 foi restrita
consideravelmente
as atividades fotossintéticas de algumas
diminuição do H/LE e que a quantidade de
espécies
CO2 absorvida seja aumentada em face da
citadas,
que
mantém a folhagem mesmo em condições
de estresse hídrico.
estará
com
ecossistemas citados e a caatinga. Vale
anteriormente
caatinga
comparados
que
completamente
LE/Rn
em
aumente
razão
da
intensificação da atividade fotossintética.
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boreal forest in Finland. Hydrology and
ZONEAMENTO DA PALMA FORRAGEIRA (Opuntia sp.) PARA O ESTADO PARAÍBA
BERGSON G. BEZERRA1, JUCILENE S. ARAUJO2, DANIEL DUARTE PEREIRA1, GUSTAVO Q.
LAURENTINO3
1
Dr. Pesquisador Bolsista do INSA. E-mail: [email protected]
Dra. Pesquisadora do INSA. E-mail: [email protected]
3
Tec. Agrí. Pesquisador Bolsista do INSA. E-mail: [email protected]
2
RESUMO: A palma forrageira se tornou ao longo dos anos uma importante alternativa
forrageira, principalmente em longos períodos de estiagens. Apesar de sua importância para
a agropecuária, o seu cultivo tem dispensando tratos culturais básicos e embasamento
técnico-científico quanto às suas exigências climáticas. Assim, o principal objetivo desse
estudo foi elaborar o zoneamento agroclimático da cultura da palma forrageira (Opuntia sp.)
para o estado da Paraíba. De acordo com os resultados obtidos, a mesorregião da
Borborema é a que apresenta as condições climáticas mais favoráveis para o cultivo da
palma forrageira. As mesorregiões do Agreste, Sertão Paraibano e a parte do Litoral
Paraibano são aptas, porém com restrições. No entanto, recomenda-se o cultivo da palma
forrageira em todo o território do estado da Paraíba, exceto a parte costeira da mesorregião
do Litoral e região em torno de Areia-PB. Em ambos os casos a inaptidão ocorre em função
do excesso de precipitação.
Palavras-chave: Balanço hídrico climático, climatologia, precipitação
INTRODUÇÃO
agropecuárias no semiárido brasileiro.
Apesar de sua importância para a
A palma forrageira se tornou ao
longo
dos
alternativa
anos
uma
forrageira
no
agropecuária, em seu cultivo têm sido
importante
dispensados tratos culturais básicos tais
Semiárido
como fertilização, controle de plantas
longos
daninhas, pragas e doenças além do
períodos de estiagens. Atualmente é
delineamento da densidade de plantio
considerada uma aliada importante na
adequado para expressar seu potencial
sustentabilidade
produtivo.
Brasileiro,
principalmente
vulnerabilidade
e
na
das
em
redução
da
atividades
Nesse contexto, o conhecimento das
Para a elaboração do zoneamento
condições climáticas específicas de modo
agroclimático da palma forrageira foram
que propicie um bom desenvolvimento é
utilizados os dados climatológicos de 97
extremamente
de
localidades do estado da Paraíba, bem
a
distribuídos espacialmente. Os dados
realização do zoneamento agroclimático
climáticos mencionados correspondem
visa obter maiores informações sobre a
aos
adaptabilidade das culturas selecionadas
temperatura (média - Tmed, máxima -
e, sobretudo, proporcionar maior retorno
Tmax e mínima - Tmin) e aos totais
dos investimentos a médio e longo prazos
mensais e anuais da precipitação (P),
para os produtores contribuindo, desta
disponíveis na página virtual da Unidade
forma, para uma agricultura racional e
Acadêmica
sustentável (Nunes et al., 2007; Possas et
(UACA)
al., 2012).
Campina
maximizar
útil
sua
no
produção.
sentido
Assim,
Assim, o principal objetivo desse
estudo
foi
agroclimático
elaborar
cultura
de
e
Ciências
Universidade
anuais
da
Atmosféricas
Federal
Grande
de
(UFCG)
(www.dca.ufcg.edu.br).
zoneamento
Os indicadores climáticos da palma
forrageira utilizados no presente estudo
forrageira (Opuntia sp.) para o estado da
foram estabelecidos por Souza et al.
Paraíba
(2008), os quais estão apresentados na
base
nos
da
da
mensais
palma
com
da
o
valores
indicadores
climáticos delineados por Sousa et al.
Tabela 1.
(2008).
Tabela 1: Indicadores climáticos utilizados
na
MATERIAL E MÉTODOS
elaboração
do
zoneamento
agroclimático da palma forrageira para o
estado da Paraíba
Parâmetro
climático
Aptidão
Tmed (ºC)
Plena
16,1 ≤ Tmed ≤ 25,4
Com Restrições
Tmed < 16,1 e Tmed >25,4
Inapta
-
Tmax (ºC)
28,5 ≤ Tmax ≤ 31,5
Tmax < 28,5 e Tmax 31,5
-
Tmin (ºC)
8,6 ≤ Tmin ≤ 20,4
Tmin < 8,6 e Tmin > 20,4
-
AT* (ºC)
10,0 ≤ ΔT ≤ 17,2
ΔT < 10,0 e ΔT > 17,2
-
*
P (mm)
368,4 ≤ P ≤ 812,4
812,4 ≤ P ≤ 1089,9 e P < 368,4
P > 1089,9
Iu (-)
-65,6 ≤ Iu ≤ -31,8
31,8
-31,8 ≤ P ≤ -7,7 e Iu < -65,6
Iu > 7,7
Amplitude térmica
O índice de umidade no solo (Iu) de
climática
utilizando
o
método
de
cada posto meteorológico foi obtido
interpolação conhecido como “krigagem
mediante o cálculo do balanço hídrico
ordinária”.
climatológico
utilizando
o
modelo
proposto por Thornthwaite (1948), o qual
RESULTADOS E DISCUSSÕES
pode ser encontrado detalhadamente
descrito em Vianello & Alves (1991).
O zoneamento foi elaborada para cada
De
acordo
climáticos
com
delineados
os
para
indicadores
a
palma
um das 97 localidades e para cada um dos
forrageira (SOUSA et al., 2008), os quais
indicadores da Tabela 1. Em seguinda
estão apresentados na Tabela 1, à
todos os zoneamentos foram cruzados e
mesorregião da Borborema é a que
elaborado o zoneamento final de acordo
propicia as melhores condições climáticas
com Moura et al. (2011). Depois desse
para ao cultivo da palma forrageira
procedimento foi feito a interpolação ou a
(Figuras 1, coloração verde).
confecção do mapa de classes de aptidão
Figura 1. Aptidão climática da palma forrageira para o estado da Paraíba
As únicas restrições para o cultivo da
palma na mesorregião da Borborema é
quanto
à
precipitação
nas
regiões
polarizadas por Cabaceiras, Caraúbas e
Picuí, cujas médias climatológicas são
inferiores a 368 mm (Figura 1), o limite
inferior entre as aptidões plena e restrita.
Outra restrição ocorre no noroeste da
mesorregião, em torno do município de
São Mamede (Figura 1). Essa restrição é
(Opuntia sp.) no estado da
Paraíba.
2. A
região
costeira
mesorregião
do
da
Litoral
Paraibano e a região em torno
de Areia, no Agreste Paraibano,
apresentam
as
condições
climáticas mais desfavoráveis
para
o
cultivo
da
palma
forrageira no estado da Paraíba.
quanto à temperatura máxima cujos
3. Recomenda-se o cultivo da
valores são superiores a 32°C.
As mesorregiões do Sertão e do Agreste
palma forrageira em todo o
apresentam aptidão predominantemente
território do estado da Paraíba,
com
com exceção da parte costeira
restrições
principalmente
a
precipitação e a temperatura. No Litoral e
da
na região em torno de Areia a inaptidão
Paraibano e o brejo de altitude
(Figura
em torno de Areia no Agreste
1,
coloração
vermelha)
é
relacionada ao excesso de precipitação.
mesorregião
do
Litoral
Paraibano,
embora
mesorregião
do
a
Agreste
Paraibano e a mesorregião do
CONCLUSÕES
Sertão Paraibano apresentem
1. A mesorregião da Borborema e
a parte centro-ocidental da
mesorregião
do
restrições quanto à precipitação
e/ou à temperatura.
Agreste
Paraibano foram às áreas que
apresentam
as
condições
climáticas mais favoráveis para
o cultivo da palma forrageira
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R.
L.;
ALVES,
A.
R.
REUSO DE ÁGUA E SUAS POTENCIALIDADES PARA O SEMIÁRIDO BRASILEIRO
CLAUDIA FACINI REIS1, DELFRAN B. SANTOS2, JUAN J. CEA SORIANO3, SALOMÃO SOUZA
MEDEIROS4
1
Dnda Pesquisadora Bolsista do INSA. E-mail: [email protected]
Dr. IF Baiano/INSA. E-mail: [email protected]
3
MsC. Pesquisador Bolsista do INSA/MCTI. E-mail: [email protected]
4
Dr. Pesquisador do INSA. E-mail: [email protected]
2
RESUMO: Diante da realidade da escassez de água em regiões semiáridas e da produção em
grande escala de esgoto doméstico, a execução do presente trabalho objetiva analisar o
desenvolvimento de cinco espécies nativas da caatinga com potencial madeireiro, utilizando
irrigação com água residuária de esgoto doméstico e polímero hidrorretentor de umidade no
solo. Para a realização do experimento foram utilizadas 600 plantas, nas quais estão sendo
atualmente testados 10 tratamentos, sendo estes: 5 diferentes frequências de irrigação por
gotejamento, com e sem a utilização de polímero hidrorretentor. Os resultados preliminares
demonstraram que as cinco espécies vegetais apresentaram taxa de sobrevivência acima de
98% durante o decorrer do experimento até os 120 dias de plantio. Também foi verificado
que nesse período não ocorreu diferença significativa na porcentagem de umidade do solo
na comparação dos tratamentos com e sem utilização de polímero hidrorretentor. Demais
resultados referentes à uniformidade do sistema de irrigação por gotejamento, mostraram
que a distribuição de água no sistema está classificada como excelente.
Palavras-chave: Estação de tratamento de esgoto; irrigação; reuso.
INTRODUÇÃO
brasileiro, cuja vegetação predominante é
A desertificação é um problema de
dimensões globais que afeta as regiões de
clima árido, semiárido e subúmido seco.
No
Brasil,
as
áreas
susceptíveis
a
desertificação compreendem os estados
da
região
semiárida
do
Nordeste
a caatinga.
Sabe-se que a vegetação
arbustiva e arbórea da caatinga vem
sendo substituída por pastos herbáceos ou
culturas de ciclo curto, favorecendo ao
processo de descobrimento do solo e
consequentemente
aumentando
a
intensidade de perdas de solo e o
processo erosivo. Deste modo, o cultivo
continuado, com a retirada dos produtos
MATERIAL E MÉTODOS
agrícolas e sem reposição dos nutrientes,
O presente estudo foi desenvolvido
leva à perda da fertilidade do solo.
em área localizada na sede do Instituto
(DUBEUX et al., 2005; PEREZ-MARIN et al.,
Nacional do Semiárido (INSA), sendo
2006).
conduzido numa área 3.600 m2, na qual
Também se faz realidade a questão
da
produção
excessiva
de
foram plantadas 600 mudas de cinco
esgoto
espécies nativas da caatinga com potencial
doméstico sem disposição adequada, de
madeireiro, manejadas com irrigação por
modo que diversas pesquisas vêm sendo
gotejamento e com utilização de 6.67 g,
realizadas com o intuito de avaliar o reuso
por planta, de polímero hidrorretentor de
dessas águas para fins agrícolas via
umidade no solo.
irrigação por gotejamento.
Entretanto,
Para
manejo
da
irrigação
a
inicialmente utilizou-se água tratada, para
importância da avaliação quanto ao
posterior aplicação de água residuária de
impacto
solo,
esgoto doméstico que será obtida através
sodicidade,
de uma estação de tratamento de esgoto
do
principalmente
destaca-se
o
reuso
sobre
quanto
a
o
salinidade, excesso de nutrientes e,
localizada
sobretudo, os aspectos sanitários.
instituto, iniciando a aplicação somente
Diante desta problemática, justificase a execução do presente trabalho, com o
na
área
experimental
do
após 4 meses de plantio.
Desta
forma,
visando
à
objetivo de avaliar o desenvolvimento de
recuperação de área degradada em
espécies nativas da caatinga, mantidas
função da retirada da camada superficial
com irrigação por gotejamento, utilizando
de um Planossolo, foram plantadas mudas
inicialmente água tratada, seguida de água
de: Aroeira branca - Astroium urundeuva
residuária
objetivando
de
esgoto
também
doméstico
e
(Allemão),
avaliar
a
avellanedae,
Ipê
roxo
Braúna
–
Tabebuia
Schinopsis
uniformidade de distribuição de água no
brasiliensis Engl Catingueira – Caesalpinia
sistema e a dinâmica da umidade no solo
pyramidalis e Freijó – Cordia trichotoma.
com utilização de polímero hidrorretentor.
O plantio das mudas foi feito em
nível colocando 01 (uma) muda por cova
com espaçamento 3,0 x 2,0 m e
e teste de Tukey 1% para comparação das
dimensões de 30 x 30 x 30 cm, sendo que
médias.
a adubação de fundação foi realizada com
A descrição geral do experimento
5 kg de matéria orgânica por cova. Para
foi: Número total de plantas: 600; Número
fins
a
de tratamentos: 10; Número
Núme de plantas
porcentagem de umidade do solo foram
por tratamento: 60; Número de parcelas:
instalados 40 tubos de acesso para
20; Número de subparcelas: 20; Número
determinação de umidade através de
de plantas por parcela: 30; Número de
sonda modelo Device Profile Probe PR2,
PR2
repetições: 04; Número de plantas por
com precisão de 99% e variação de 0,1%.
espécie: 120 e Número de frequências de
Sendo que 20 tubos de acesso foram
irrigação: 05.
de
comparação
quanto
instalados nas parcelas com utilização de
Quanto a avaliação do sistema de
polímero hidrorretentor e 20 tubos em
irrigação, foi adotada a metodologia de
parcelas sem sua utilização. A umidade do
Deniculli (1980) para o posicionamento
solo foi medida em mm3 / mm3 nas
dos
profundidades de 10 até 40 cm e
calculado
posteriormente
uniformidade de Christiansen
convertida
para
gotejadores
o
CUC
avaliados,
-
sendo
coeficiente
de
(1942),
percentual de umidade utilizando o
conforme Equação 1; e o CUD - coeficiente
coeficiente dee calibração do equipamento.
de uniformidade de distribuição de Keller
Os dados de umidade do solo foram
& Bliesner (1990), conforme Equação 2.
avaliados através de estatística descritiva
CUC
Eq. (1)
Em que,
qi - vazão de cada emissor L.h-1
;
qa - vazão média dos emissores L.h-1;
n - número de emissores.
CUD
Em que,
qn - vazão média das 25% menores descargas dos emissores L.h
L. -1;
qa – vazão média L.h-1.
Eq. (2)
Na tabela 1 constam as Classificações de CUD de acordo com Bralts (1986) e
Classificação do CUC segundo Bernardo et al. (2006).
Tabela 1.. Classificação dos coeficientes de uniformidade do sistema de irrigação
CUD
> 90%
80% a 90%
70% a 80%
< 70%
CLASSIFICAÇÃO
Exelente
Bom
Regular
Ruim
CUC
> 90%
80 - 90%
70 - 80%
60 - 70%
< 60%
CLASSIFICAÇÃO
Excelente
Bom
Regular
Ruim
Inaceitável
Fonte: Bralts (1986) e Bernardo et al. (2006).
Para o presente trabalho também
Os
resultados
preliminares
do
foi calculada a taxa de sobrevivência das
experimento referem-se
se a uniformidade
cinco espécies nativas da caatinga até os
do sistema de irrigação
rigação por gotejamento,
120 dias de plantio. Bem como, serão
percentual de umidade no solo, e as taxas
realizadas mensalmente a partir do 4º mês
de sobrevivência das cinco espécies
de
biométricas,
nativas da caatinga avaliadas até os 120
fisiológicas e calculadas as taxas de
dias de plantio. Desta forma, a tabela 2
crescimento relativo das espécies após
apresenta
720 dias de plantio.
uniformidade do sistema de irrigação em
e
plantio,
avaliações
os
resultados
quanto
quatro pressões iniciais de serviço.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Tabela 2. Uniformidade do sistema de irrigação por gotejamento
Pressão de serviço
CUC
psi
mca
bar
CUD
CV
a
15
20
25
30
10
14
18
21
1,0
1,4
1,8
2,1
87,54
91,52
91,06
90,90
77,71
83,21
82,27
82,81
0,16
0,13
0,15
0,13
Fonte: Dados da pesquisa.
Quanto a uniformidade na distribuição da
mca, entretanto, no cálculo do CUD a
água avaliada através do calculo do CUC,
melhor uniformidade de distribuição foi
verificou-se que resultados superiores e
detectada aumentando a pressão para 18
inferiores foram encontrados nas pressões
mca.
de 14 e 10 mca, respectivamente. Do
Em relação à taxa de sobrevivência
mesmo modo, para o calculo do CUD
das
verificou-se
apresenta os principais resultados:
que
o
menor
resultado
espécies
avaliadas
a
tabela
3
também foi encontrado na pressão de 10
Tabela 3. Representação da taxa de sobrevivência das espécies vegetais
Espécie
Nº de mudas
plantadas
Nº de plantas
mortas
Nº de plantas
vivas
Taxa de
sobrevivência
Taxa de
mortalidade
Aroeira
Freijó
Catingueira
Braúna
Ipê
600
600
600
600
600
8
6
7
0
3
592
594
593
600
597
98.6%
99%
98.8%
100%
99.5%
1.4%
1%
1.2%
0
0.5%
Fonte: Dados da pesquisa
Verificou-se que as cinco espécies
Quanto ao percentual de umidade,
avaliadas apresentaram taxa de sobrevivência
com 95% de confiança, verificou-se que
acima de 98%, sendo que a espécie com
aos 120 dias após a adição de polímero
melhor resultado (100%) foi a Braúna -
hidrorretentor no solo, não ocorreram
Schinopsis brasiliensis Engl Entretanto,
diferenças significativas na porcentagem
Aroeira branca - Astroium urundeuva
de umidade, quando comparadas as
(Allemão), foi aquela que apresentou
médias entre os tratamentos: com e sem
menor
utilização do polímero, conforme tabela 4.
taxa
de
sobrevivência,
consequentemente maior número de
plantas mortas.
Tabela 4. Testes de Tukey 5% e 1% para comparação das médias de umidade do solo (%)
Tratamentos
Profundidade
Tukey 5%
Tukey 1%
12,9 %
10 – 40 cm
A
A
Sem utilização de 13,1%
polímero
hidrorretentor
Fonte: Dados da pesquisa
10 – 40 cm
A
A
Com utilização
polímero
hidrorretentor
Percentual médio
umidade do solo
da
de
CONCLUSÕES
3. Com 120 dias após a adição de
polímero hidrorretentor não é
1. As
espécies
branca
-
vegetais
Astroium
Aroeira
possível concluir a respeito da
urundeuva
eficiência na retenção de umidade
(Allemão), Ipê roxo - Tabebuia
no solo.
avellanedae, Braúna – Schinopsis
brasiliensis
Engl
Catingueira
–
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Caesalpinia pyramidalis e Freijó –
Cordia
trichotoma,
apresentam
alta taxa de sobrevivência em
região semiárida, quando mantidas
sob irrigação.
2. O
sistema
de
irrigação
por
DUBEUX JR. J. C.; BRNTOS, M. V. F.
Exigências
nutricionais
da
palma
forrageira. In. MEDEIROS, S. S. et al
Características químicas do solo sob
algodoeiro em área que recebeu água
residuária da suinocultura. Revista
Brasileira de Ciência do Solo (Impresso),
v. 35, p. 1047-1055, 2011.
gotejamento apresenta excelente
uniformidade de distribuição de
água ao longo do sistema, quando
se mantém a pressão de serviço
em 14 mca.
METCALF & EDDY. Inc. Wastewater
Engineering treatment DispoBrl Reuse. 4.
ed. New
York, McGraw - Hill Book, 1815p. 2003.
EDUCAÇÃO CONTEXTUALIZADA E ESCOLAS DO CAMPO EM NÚCLEOS DE DESERTIFICAÇÃO E
ÁREAS PILOTO PARA ESTUDOS DA DESERTIFICAÇÃO DO SEMIÁRIDO BRASILEIRO
DANIEL DUARTE PEREIRA1, JOSÉ JONAS DUARTE COSTA2, ANDREWS RAFAEL BRUNO ARAUJO
CUNHA3, ALDRIN M. PEREZ-MARIN4, JOÃO MACEDO MOREIRA5
1
Dr.Pesquisador Bolsista do INSA. E-mail: [email protected]
Dr.Pesquisador Bolsista do INSA. E-mail: [email protected]
3
Mnd.Pesquisador Bolsista. E-mail : [email protected]
4
Dr. Pesquisador do INSA/MCTI. E-mail: [email protected]
5
Esp. Pesquisador Bolsista do INSA. E-mail: [email protected]
2
RESUMO: O Semiárido Brasileiro apresenta realidades, particularidades e singularidades que
o torna uma região extremamente distinta do restante do país sendo comum o
apregoamento de soluções e a ênfase de ações que visam mais denotar o paupérrimo, o
insalubre, o inviável e a dependência. Dificilmente são explicitadas a resistência, as formas
seculares de convivência, as riquezas existentes, as contribuições históricas, econômicas e
sociais na formação do território nacional, entre outras particularidades. E isto está bem
nítido na formação escolar e nos processos pedagógicos e de formação cidadã vigentes. A
educação contextualizada se contrapõe a toda esta conjuntura destacando o meio e as suas
particularidades e despertando e formando sendo crítico e, consequentemente, induzindo a
reavaliações cotidianas do que se entende por desenvolvimento. Neste sentido, e tomando
como base o ensino fundamental estão sendo incubadas/implantadas Escolas do Campo nos
Núcleos de Desertificação do Seridó - RN, Irauçuba - CE e Cabrobó – PE e na Área Piloto de
Estudo da Desertificação do Cariri Paraibano com destaque para o Núcleo do Cariri a
incubação da Escola do Campo de Caturité e da criação da Escola do Campo do Congo.
Palavras-chave: Convivência com o Semiárido; currículos; incubação de escolas.
INTRODUÇÃO
abrangendo 1.488 municípios e cerca de
30.000.000 de pessoas. Nestas ASD’s
Segundo BRASIL (2007) a Área
existem quatro Núcleos de Desertificação
Susceptível à Desertificação (ASD’s) no
identificados por: Gilbués – PI (5.912,86
Brasil
km²/20.459 hab/02 municípios); Irauçuba
totalizava
1.340.863
km²
– CE (4.101,18 km²/192.324 hab/03
aventuras e experiências da vivência, do
municípios); Seridó (2.792,39 km²/91.673
fazer e ser nesse ambiente e que proposta
hab/06
da Educação para a Convivência com o
municípios);
Cabrobó
–
PE
(8.573,02 km²/85.571 hab/05 municípios)
Semiárido
e nove Áreas Piloto de Estudos da
processos formais como nos informais
Desertificação (APED’s) localizadas nos
uma prática educativa, fecunda, com
estados do Maranhão, Ceará, Paraíba,
valores, costumes, ideias e sentimentos
Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia,
objetivados através da pluralidade
Minas Gerais e Espírito Santo. A APED da
manifestações culturais despertando a
Paraíba abrange as regiões conhecidas
consciência
como
Cariri
capacidade de se relacionar com o mundo
enquadradas na Área Semiárida e de
em sua amplitude e pluralidade a partir do
processo muito grave de desertificação.
seu próprio espaço.
Seridó,
Curimataú
e
de
consequentemente
de
para
autenticidade
os
das
e
a
e
Campo é aquela que “trabalha desde os
aspectos
interesses, a política, a cultura e a
terras
dos
conduzir
Para Caldart (2003) a Escola do
A desertificação é um processo de
degradação
deseja
econômicos, ambientais, sociais, históricos
economia
e sociológicos de uma região. Por ser um
trabalhadores e trabalhadoras do campo”
processo,
participação
e ela somente será construída deste jeito,
expressiva, notadamente negativa, do
se os povos do campo, em sua identidade
núcleo humano que habita o local e de
e diversidade, assumirem este desafio.
políticas,
Não sozinhos, mas também não sem sua
tem
planos,
uma
ações,
projetos
e
programas por parte das diversas esferas
governamentais.
Neste
tocante,
dos
diversos
grupos
de
própria luta e organização.
a
Para o INSA/MCTI no seu PDU
educação contextualizada pode em muito
2012-2015
Eixo
de
Sustentação
IV;
ajudar a modificar este quadro de
Programa 3.1 formação educacional de
combate aliando-o ao de convivência com
nível superior e pós-graduação e escolas
a semiaridez.
rurais a Meta 20 é a de realizar a
A RESAB (s.d.) apud Farias (2009)
incubação de seis Escolas Rurais nos
observou que para o Semiárido se tem
Núcleos de Desertificação, com inserção
desenvolvido um ensino desenraizado das
das
propostas
de
Educação
Contextualizada para Convivência com o
contextualizada. Em ambas as abordagens
Semiárido. Para tanto foram escolhidos
o direcionamento principal é o da
para adequação inicial do projeto os
convivência com semiaridez.
municípios de Caturité e Congo localizados
na ASD de processo muito grave de
RESULTADOS E DISCUSSÃO
desertificação e inseridos na APED-PB
Os resultados já alcançados para a
Escola Rural de Caturité apontam para a
nítida migração de Escola Rural para
MATERIAL E MÉTODOS
Escola do Campo visto que, além das
ações preliminares do Projeto de Extensão
Para a efetiva ação da Pesquisa-Ação
PROBEX/PRAC/UFPB/CCA no tocante a
estão sendo utilizadas duas formas de
inserção da discussão e produção de
abordagens.
na
mudas de palma forrageira resistentes a
unidades
cochonilha-do-carmim foi realizado já
escolares onde princípios e ações da
como uma ação do INSA/NDTS um dia de
educação
contextualizada
já
estejam
campo e implantação de um micro-viveiro
sendo
discutidos,
implantados,
pelos próprios estudantes, uma palestra
A
identificação
primeira
de
redimensionados,
consiste
possíveis
Estas
na Câmara Municipal de Caturité, o
ser
processo de escolha da nova sede da
incubadas e inicia-se todo um processo de
escola em área rural pelos pais e
adequação mais aprofundado incluindo
estudantes,
ações pedagógicas formais e informais e
construção do projeto político-pedagógico
as discussões sobre o projeto político-
e uma Trilha Ecológica e um micro-viveiro
pedagógico inclusive com a participação
na comunidade Rural em Campo das
de pais e estudantes.
Emas, onde será a nova sede da escola.
unidades
revistos,
escolares
etc.
passam
a
duas
reuniões
sobre
a
na
No município do Congo a área onde
identificação de município onde exista
será implantada a Escola do Campo,
uma predisposição no âmbito municipal
atendendo já as prerrogativas observadas
de criação de uma escola do campo
por Caldart (2003), está em processo de
baseada nos princípios da educação
avaliação onde duas comunidades rurais
A
segunda
forma
consiste
(Barra do Rio e Riacho do Algodão) já
foram visitadas estando em análise a
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente.
infraestrutura existente em cada uma para
Atlas
a efetiva implantação. Para as duas
Desertificação do Brasil. Brasília: MMA.
escolas do
2007. 134 p. Il.
recursos
campo
do
serão
destinados
município,
das
Áreas
Susceptíveis
a
dotação
orçamentária do próprio INSA/MCTI na
BRASIL. Ministério da Ciência Tecnologia e
forma
sendo
Inovação. Plano Diretor da Unidade de
providenciados contatos junto ao MEC no
Pesquisa: Instituto Nacional do Semiárido
programa PRONACAMPO.
– INSA. Campina Grande, PB, 2012. 25 p.
mensurável
e
estão
CONCLUSÕES
Educação
As ações desenvolvidas junto aos
FARIAS,
municípios
possibilidades
contextualizada e a convivência com o
advindas das gestões municipais, corpo de
Semiárido no assentamento Acauã- PB.
docentes, pais e estudantes além do apoio
Dissertação
técnico e financeiro mensurável por parte
PPGH/CCHLA/UFPB.João
do INSA e as possibilidade dos recursos do
2009. 100f. : il.
dois
e
PRONACAMPO/MEC
as
permitem
A.
E.
M.
de.
de
Mestrado.
Pessoa:
[s.n.],
uma
certeza quanto a ampliação do processo
CALDART, R. S. A escola do campo em
para as ASD’s nos seus núcleos e APED’s.
movimento. Currículo sem Fronteiras, v.3,
n.1, pp.60-81, Jan/Jun. 2003.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
PROJETO DE DOMESTICAÇÃO DE ESSÊNCIAS FLORESTAIS FORRAGEIRAS DO SEMIÁRIDO:
DADOS BIOMÉTRICOS DE FRUTOS DE CANAFÍSTULA-DE-BESOURO Senna spectabilis
DANIEL DUARTE PEREIRA1, WAGNER S. LIMA1, JOAO MACEDO MOREIRA3, JOSÉ JONAS
DUARTE COSTA4, MAGNO ANTONIO FEITOSA5
1
Dr. Pesquisador Bolsista do INSA. E-mail: [email protected]
Mnd. CCA/UFPB. E-mail: [email protected]
3
Esp. Pesquisador Bolsista do INSA. E-mail: [email protected]
4
Dr. Pesquisador Bolsista do INSA. E-mail: [email protected]
5
Gdo. IICA. E-mail: [email protected]
2
RESUMO: As canafístulas são espécies lenhosas pertencentes a família Leguminoseae e
amplamente distribuídas no Semiárido Brasileiro. Dentro do gênero Senna destaca-se como
forrageira S. spectabilis ou Canafístula-de-Besouro. A espécie necessita de um processo de
domesticação tendo em vista a sua possível utilização em bancos de proteína e sistemas
agroflorestais. Neste sentido, os procedimentos iniciais podem ser direcionados para a
biometria de frutos e viabilidade de sementes subsidiando a produção de mudas em larga
escala. Verificou-se que os frutos tem, em média, 27,01 cm e apresentam peso médio de
9,19 g, sendo 6,54 de cascas e 3,58 g de sementes, totalizando 67,95 unidades/fruto das
quais 49,70 unidades (73,14%) são viáveis. Por estes valores 1,0 kg de sementes apresenta
13.881 sementes viáveis. Entretanto, valores elevados de coeficiente de variação (CV) para o
componente sementes indicam a necessidade de maiores e mais diversificadas amostragens
para a composição de dados mais absolutos.
Palavras-chave: Banco forrageiro; domesticação de planta; sistemas agroflorestais.
INTRODUÇÃO
No
espaço
conhecido
como
uma das metas a “... prospecção e
Semiárido Brasileiro predomina o Bioma
conservação da variabilidade genética de
Caatinga e a vegetação de caatinga rica
forrageiras nativas da caatinga, com
em espécies forrageiras. Algumas chegam
potencial de uso na alimentação animal
a serem disputadas pelos animais quer
...” (Brasil, 2012).
seja como folhagem verde ou fenada,
Mesmo sendo uma espécie rústica,
frutos, sementes, cascas, etc. Dentre estas
produzindo bem mesmo sob condições
espécies destacam-se as Canafístulas e,
severas de semiaridez, a Canafistula-de-
dentre a elas, a Canafistula-de-Besouro,
Besouro é vista apenas como mais uma
Cássia-do-Nordeste, Pau-de-Ovelha ou São
espécie fornecedora de “rama” e de
João
alguns
frutos/vagens do que mesmo participando
criadores é o “chocolate das caatingas” e
ativamente dos sistemas de produção do
sua folhagem e ramas finas moídas
Semiárido na forma de bancos de
constituem
para
proteína, banco de volumoso, ou em
caprinos e ovinos com altos índices de
sistemas agroflorestais (SAF’s), no que
palatabilidade. A estes indicativos de
muito pode vir a beneficiar outras culturas
frutos e folhagem ou “rama”, alia-se o fato
pela sombra não muito adensada, como
de que a Canafistula-de-Besouro ocorre de
quebra-ventos, na ciclagem de nutrientes
forma espontânea nas mais diversas
e principalmente na fixação de nitrogênio
representatividades de clima e de solo
pelo fato de ser uma leguminosa.
Senna
spectabilis.
excelente
Para
forragem
com excelente produção de frutos e
mediana produção de massa verde.
A
resposta
excelente
Porém,
para
ser
inserida
nos
sistemas de produção é preciso que a
ao
espécie
venha
ser
paulatinamente
rebaixamento, aliada à palatabilidade de
“domesticada”,
frutos e folhagem, indicam que a essência
pela resposta da mesma em termos de
florestal pode ser inserida no Programa
produção de sementes, viabilidade de
1.1: Biodiversidade e uso sustentável no
sementes, dimensões de frutos entre
Semiárido Brasileiro – SAB do Plano
outras
Diretor INSA 2012-2015 que tem como
iniciando-se o processo
características
biométricas
interessantes ao processo de produção de
como retiradas das porções mais baixas
mudas em larga escala
das matrizes.
De um total de 20 (vinte) vagens
MATERIAL E MÉTODOS
foram
observados
os
seguintes
parâmetros: Comprimento; Peso Total;
Em uma visita a uma comunidade
Peso de Casca; Peso de Sementes;
de
Número de sementes total; Número de
Boqueirão, Cariri Paraibano, em março de
sementes viáveis; Número de sementes
2012,
não viáveis. Dos dados processados foram
denominada
Relva
verificou-se
utilizava
a
no
município
que
folhagem
o
e
agricultor
rama
de
Canafístula-de-Besouro como “reforço” na
obtidos:
Média,
Desvio
Padrão
e
Coeficiente de Variação.
alimentação de caprinos e ovinos e que o
mesmo já desenvolvia de forma empírica
RESULTADOS E DISCUSSÃO
o rebaixamento desta espécie visando
incrementar a produção de material
Dos resultados obtidos pode-se
herbáceo em detrimento do material
verificar que uma vagem de Canafístula-
lenhoso.
de-Besouro apresenta valores médios de
Diante deste fato, e devido à
27,01 cm de comprimento e peso total de
ausência maiores estudos sobre a espécie,
9,19 g, podendo-se estimar que 1,0 kg de
optou-se para que no INSA/MCTI fosse
vagem apresenta 108 unidades (v. Tabela
criado o Projeto Canafístula visando a
1). Por sua vez, uma vagem com peso total
domesticação da essência e a sua inserção
médio de 9,19 g apresenta um peso médio
em sistemas de produção de comunidades
de correspondente a casca de 6,54 g ou
e agricultores assistidos pelo Instituto. A
71,16% do peso total. O que significa que
primeira etapa constituiu na biometria de
em cada 1,0 kg de vagem cerca de 0,711
frutos e sementes de vagens obtidas
kg
diretamente em condições de campo e de
Restaram 28,84% do fruto equivalente a
forma aleatória tanto colhidas no solo
sua porção semente.
correspondem
a
porção
casca.
Tabela 1 – Valores biométricos de vagens de Senna spectabilis
Vagem
Comprimento
Peso
Total
Peso
Casca
Peso
Sementes
Sementes
Total
Sementes
Viáveis
Sementes
Não Viáveis
nº
Média
DP
CV %
cm
27,01
2,99
11,06
g
9,19
2,08
22,63
g
6,54
1,59
24,31
g
3,58
4,28
119,55
nº
67,95
20,80
30,61
nº
49,70
23,24
46,76
nº
18,20
8,14
44,72
DP = Desvio Padrão; CV = Coeficiente de Variação. Fonte: Pesquisa de Campo. Comunidade Relva. Boqueirão. Paraíba. 2012
O número médio de sementes por
Lorenzi (1992) encontrou para 1,0 kg de
fruto é de 67,95 unidades que, pesando
sementes 27.600 unidades, o que destoa
3,58 g, significa uma estimativa de 18.980
em muito do encontrado nesta pesquisa
unidades/kg. Entretanto, o número de
inicial.
sementes viáveis em um fruto é de cerca
de 49,70 unidades (73,14%), o que
CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
significa que para 18.980 sementes,
13.881 são viáveis. Para a produção, por
A espécie pelas observações de
exemplo, de 10.000 mudas, a razão de 02
arraçoamento
de
(duas) sementes viáveis por recipiente
rusticidade
seriam necessários 1,440 kg de sementes
domesticação observando-se um maior
viáveis que por sua vez exigiriam a coleta
número e diversidade de amostras para
de 813,55 frutos ou um quantidade de
composição de dados mais precisos de
7,47 kg de frutos.
biometria de frutos e sementes.
é
rebanhos
e
recomendável
pela
para
Do obtido com relação à amostra
inicial de frutos é possível verificar que os
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
valores de CV (%) para comprimento, peso
BRASIL. Ministério da Ciência Tecnologia e
total e peso de casca de frutos são
Inovação. Plano Diretor da Unidade de
admissíveis
Pesquisa: Instituto Nacional do Semiárido
mesmo
considerando
a
variação natural. Entretanto, para o
componente
apontam
sementes,
para
a
os
– INSA. Campina Grande, PB, 2012. 25 p.
valores
necessidade
de
amostragens maiores, haja vista que
LORENZI. H. Árvores brasileiras. Nova
Odessa: Editora Plantarum. 369 p. Il. 1992.
TECNOLOGIAS SOCIAIS DO SEMIÁRIDO
DANIEL DUARTE PEREIRA1, JOSÉ JONAS DUARTE COSTA2, JOAO MACEDO MOREIRA3,
ANDREWS RAFAEL BRUNO ARAUJO CUNHA4, VALÉRIA DA SILVA ARAÚJO5
1
Dr.Pesquisador Bolsista do INSA. E-mail: [email protected]
Dr.Pesquisador Bolsista do INSA. E-mail: [email protected]
3
Esp. Pesquisador Bolsista do INSA. E-mail [email protected]
4
Mnd.Pesquisador Bolsista. E-mail : [email protected]
5
Téc. Agri. Pesquisadora Bolsista do INSA. E-mail: [email protected]
2
RESUMO: Após mais de 350 anos de ocupação do espaço semiárido brasileiro a população
desenvolveu várias tecnologias sociais que tem garantido a presença da mesma na região. É
possível que algumas tecnologias já tenham sido substituídas, outras estejam em pleno
processo de criação e muitas ainda venham a ser desenvolvidas devido as novas dinâmicas
de ocupação e produção. Ressalta-se, porém, que existe uma ênfase muito grande com
relação as tecnologias para o Semiárido como se não houvesse tecnologias do Semiárido.
Neste sentido, o NDTS/INSA tem procurado identificar as tecnologias geradas pela região
promovendo o cadastramento, análises de custos e difusão. Já foram identificadas e
cadastradas duas Tecnologias de Plantio; duas Tecnologias de Armazenamento de Água e
oito Tecnologias de Apoio a Produção. O destaque maior é que nenhuma delas até o
momento havia sido evidenciada em cadastros e descrições anteriores demonstrando o
quanto de tecnologias geradas pelas demandas do dia-a-dia ainda existem passíveis de
serem utilizadas e fomentadas.
Palavras-chave: Tecnologias de armazenamento, tecnologias de apoio, tecnologias de
plantio.
INTRODUÇÃO
obrigando o desenvolvimento de formas
autóctones de apropriação dos recursos
No que se entende atualmente
ambientais e de geração de tecnologias e
Região
equipamentos mais adequados ao bem
Semiárida sempre foi notório o isolamento
viver de pessoas e animais. Fruto da
de
imaginação e gênio de muitos habitantes
como
espaço
semiárido
propriedades
e
ou
comunidades
da região existe atualmente milhares de
têm mais chance de se viabilizarem, pois
tecnologias e equipamentos
os agentes econômicos que se encarregam
São pequenas peças, reciclagem ou
adaptações de peças, pequenas obras ou
de projetos caros em geral têm grande
poder de fogo.
pequenas máquinas que na ausência de
A
criação
do
Núcleo
de
maiores recursos advindos do orçamento
Desenvolvimento e Tecnologias Sociais –
familiar ou de fomentos institucionais vão
NDTS do Instituto Nacional do Semiárido –
cumprindo as diferentes funções para que
INSA/MCTI vem justamente nesse sentido
foram criadas/adaptadas. Muitas são de
pelo fato de que ao registrar e cadastrar
uma singularidade e de uma praticidade
as TS’s e equipamentos derivados delas,
que desafiam até mesmo a inventividade
em paralelo se deve estar promovendo o
das academias e dos acadêmicos. Na sua
fortalecimento destas ações e a proteção
grande maioria resolvem plenamente o
dos agentes criativos na forma de auxílio
problema que desencadeou a sua criação.
na eficiência de mecanismos e materiais,
Lassance Junior & Pedreira (2004)
patenteamentos, inclusão em políticas
observaram que na maioria dos casos, as
públicas entre outras ações obedecendo
tecnologias surgem não da força e
ao que se observa no seu Plano Diretor de
influência das pessoas e organizações que
2012-2015,
Eixo
dela se utilizam, mas justamente da
Programa
2.1:
condição de total abandono político em
desenvolvimento científico e tecnológico
que se encontram e que “quanto mais
na Sede e na Estação Experimental do
simples a tecnologia, é sinal de que a vida
INSA
se tornou mais complexa”.
consolidação,
Meta
de
Sustentação
Infraestrutura
15:
até
Implantação
2015,
na
III:
de
e
Estação
Ainda Lassance Junior & Pedreira
Experimental do INSA, um Centro de
(2004) alertaram para o fato de que as
Difusão de Inovações Produtivas e de
Tecnologias Sociais (TS’s) em geral são
Tecnologias
mais baratas, mais adequadas, mais
Semiárido.
sustentáveis,
têm
impacto
ambiental
positivo, mas correm sérios riscos de
perder a batalha para projetos que,
mesmo sendo mais caros, muitas vezes
de
Convivência
com
o
MATERIAL E MÉTODOS
utilizado, o tempo de utilização, o tempo
de
Para
a
efetiva
duração,
custos,
adaptações
detecção
e
posteriores, aceitação pela vizinhança e
tecnologias
e
registro fotográfico. Após a sistematização
equipamentos associados a elas está
dos dados e informações se prevê a
havendo a princípio um processo de
confecção de um catálogo e sempre que
otimização de viagens por parte dos
necessário a aquisição do equipamento
diversos técnicos do NDTS no sentido de
para compor o Centro de Tecnologias
que
Sociais do INSA/MCTI
cadastramento
ao
se
comunidade,
das
deslocar
para
propriedade
qualquer
ou
cidade
procure se inteirar do que existe de novo
ou
“diferente”
desenvolvido
RESULTADOS E DISCUSSÕES
por
agricultores(a)s, ferreiros, marceneiros,
Os resultados alcançados estão
liberais,
contidos na Tabela 1, nele se pode
técnicos, etc, sempre procurando observar
observar que do levantamento já realizado
se o que está sendo criado/adaptado é
em dois municípios (Campina Grande e
realmente do Semiárido e não para o
Caturité) já foram catalogadas doze
Semiárido.
tecnologias/equipamentos incluindo os
serralheiros,
profissionais
Esta diferenciação procede pelo fato
respectivos custos.
de que muito do que criado ou indicado
O tempo de criação variou de dois
para o Semiárido nem sempre está de
a cinquenta anos e os custos de fabricação
acordo com os componentes ambientais,
variaram de R$ 10,00 a 1.590,38 reais
históricos, sociais e econômicos da região
entendendo que muitos dos materiais
fazendo parte de inúmeros pacotes
utilizados são oriundos de descartes e que
tecnológicos ou ações isoladas muitas
a mão de obra é local, exceto para o
vezes contraditórias ou escusas. Daí a
carretel de ferro confeccionado em
importância do registro das TS’s geradas
Campina Grande.
pelo Semiárido.
A abordagem é realizada na forma
de visitas onde se procura saber o motivo
da criação, a natureza do material
As TS’s foram divididas em TS de
Armazenamento de água (02); TS de
Plantio (02) e TS de Apoio (08).
Tabela 1 – Listagem das tecnologias cadastradas
Tecnologia
Cisterna de Pedra
Local
CBC
Município
CG
Inventor
Diversos
Custo
1.590,38
Diversos
Rogério
Damião Trovão
Rogério
Rogério
Assis
Antonio Trovão
Tempo
> 20
anos
?
06
08
10
05
02
02
Pedreira Trincheira
Enxadão
Plantadeira
Banco de Coroa
Garfo de Cultivador
Carrambeque
Saleiros de Tambor
Plástico
Carretel de Ferro
Desenrolador de Arame
Farpado
Tripé de Colheita
Prumo Redondo
CBC
CE
SM
CE
CE
CE
SM
CG
CT
CT
CT
CT
CT
CT
SM
SM
CT
CT
Geraldo
Damião Trovão
50
05
Variado
100,00
SM
SM
CT
CT
Antonio Trovão
Antonio Trovão
03
10
20,00
50,00
Variado
20,00
Variado
20,00
10,00
600,00
100,00
CBV = Catolé de Boa Vista; CE = Campo de Emas; SM = Sítio Mineiro. CG = Campina Grande; CT = Caturité. Fonte: Pesquisa de Campo.
Campina Grande e Caturité. Paraíba. 2012-2013
CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Pelos resultados obtidos nesta
BRASIL. Ministério da Ciência Tecnologia e
primeira amostragem é importante a
Inovação. Plano Diretor da Unidade de
ampliação
Pesquisa: Instituto Nacional do Semiárido
da
área
de
coleta
de
informações e cadastramento primeiro em
– INSA. Campina Grande, PB, 2012. 25 p.
nível de Paraíba e logo após outros
estados que compõem o Semiárido desta
LASSANCE JÚNIOR; A. E.; PEDREIRA, J. S.
vez através de projeto e financiamento de
Tecnologias Sociais e Políticas Públicas.
maior envergadura.
IN: LASSANCE JÚNIOR; A. E.; BARBOSA, C.
J. M. E. J. S.; BRANDÃO, F. A. J. F. C.;
NOVAES, H. T.; RUTKOWSKI, J.; PENA, J.
de O.; PEDREIRA, J. S.; DOWBOR, L.;
OTERO, M. R.; SINGER, P.; DAGNINO, R.;
LIANZA, S.; BAVA, S. C.; KRUPPA, S. M. P.
desenvolvimento. Fundação Banco do
Tecnologia social: uma estratégia para o
Brasil – Rio de Janeiro: 2004. 216p.
PROJEÇÕES DE MUDANÇAS NO CICLO ANUAL DA PRECIPITAÇÃO PARA O SEMIÁRIDO
BRASILEIRO
DOMINGO CASSAIN SALES1, ARNÓBIO DE MENDONÇA BARRETO CAVALCANTE2, EMERSON
MARIANO DA SILVA3, ALEXANDRE ARAÚJO COSTA4
1
Ms. Pesquisador Bolsista do INSA. E-mail: [email protected]
Dr. Pesquisador INSA/MCTI. E-mail: [email protected]
3
Dr. Universidade Estadual do Ceará. E-mail: [email protected]
4
Dr. Universidade Estadual do Ceará. E-mail: [email protected]
2
RESUMO: O presente estudo apresenta projeções do ciclo anual da precipitação, durante o
século XXI, para a região do semiárido brasileiro a partir dos dados de um modelo climático
regional (RAMS6.0) forçado com os resultados de um global (HadGEM2-ES) a partir da
técnica de downscaling dinâmico. Os dados do HadGEM2-ES também foram avaliados. Foi
encontrado que ambos os modelos apresentaram aumento da precipitação média anual
nesta região (exceto o global a médio prazo), porém, os dois modelos mostram uma
tendência de redução da precipitação na estação seca para a mesma.
Palavras-chave: Downscaling dinâmico, mudanças climáticas, nordeste brasileiro.
INTRODUÇÃO
para o clima futuro sob diversos cenários
O semiárido brasileiro é uma região
de emissões de gases de efeito estufa
marcada
possuem
podendo
horizontal de centenas de quilômetros.
apresentar secas severas ou chuvas
Isto dificulta uma avaliação local ou até
intensas de modo a prejudicar setores
mesmo regional sobre as mudanças que
como a agricultura e os recursos hídricos,
podem vir a ocorrer em tais regiões.
vulnerável
por
variabilidade
possuir
climática,
uma
resolução
espacial
refletindo, assim, problemas para a
Uma das técnicas que realiza a
sociedade local. Com isso, esta região
regionalização de tais dados é a do
ganha destaque em estudo de mudanças
downscaling dinâmico. Assim, os dados de
climáticas.
um MCG serve de entrada para um
Climáticos
Modelo Climático Regional – MCR (de
Globais (MCGs) que realizam projeções
dezenas de quilômetros de resolução
Os
atuais
Modelos
horizontal), de tal forma que alguns
padrões
climáticos,
antes
O MCR utilizado para as simulações
não
de downscaling dinâmico foi o RAMS6.0 –
representados pelos MCGs, passam a ser
Regional Atmospheric Modelling System,
simulados pelos MCRs.
version 6.0 – (PIELKE et al., 1992, COTTON
Neste contexto, este trabalho tem o
objetivo
de
realizar
o
et al., 2003). Os dados de entrada para o
downscaling
MCR são provenientes do HadGEM2-ES
dinâmico de um determinado MCG, para
(Hadley Centre Global Enviroment Model
avaliar mudanças no ciclo anual da
version 2 – Earth System).
precipitação durante o século XXI (sob o
A região utilizada nas simulações foi
cenário de emissão RCP8.5, o mais
a das Américas Tropicais do CORDEX
pessimista entre os RCPs – Representative
(Coordinated
Concentration Pathways) sobre a região
Experiment, GIORGI et al., 2009), porém,
do semiárido brasileiro.
para este estudo, foi avaliado apenas a
região
MATERIAL E MÉTODOS
do
Regional
semiárido
Downscaling
brasileiro
compreendido entre as longitudes 47W e
34,5W e entre as latitudes 17,5S e 2,5S
(Figura 01).
Figura 01: Domínio das Américas Tropicais utilizado nas simulações (à esquerda) e região do semiárido utilizado
no presente estudo (à direita).
O período que representa o clima
prazo (entre 2080 e 2099). Foram feitos os
atual foi definido entre 1986 e 2005. Já o
gráficos do ciclo anual da precipitação dos
que representa o futuro (século XXI) foi
quatro períodos analisados e calculado a
dividido em três: curto (entre 2016 e
mudança percentual da precipitação de
2035), médio (entre 2046 e 2065) e longo
cada período futuro, comparado com o
período histórico, tanto sazonalmente
quanto
anualmente,
ambos
para
o
RAMS6. 0 quanto para o HadGEM2-ES.
A Figura 02 mostra o ciclo anual da
precipitação do modelo global HadGEM2ES (linha pontilhada) e do modelo regional
RAMS6.0 (linha contínua), para os quatro
RESULTADOS E DISCUSSÕES
intervalos
de
tempo
analisados.
Figura 02: Ciclo anual da precipitação em mm/dia na região do semiárido brasileiro, simuladas pelo modelo
regional RAMS-HadGEM (linhas sólidas) e pelo modelo global HadGEM2-ES (linhas pontilhadas) para os quatro
intervalos de tempo analisados: presente (preta), curto prazo (2016 a 2035 - verde), médio prazo (2046 a 2065
- laranja) e longo prazo (2080 a 2099 - vermelha).
No gráfico é notória uma projeção
pós-estação do semiárido e na estação
de aumento desta variável, por parte do
seca, em contrapartida, é projetada
modelo regional, do período histórico para
redução da precipitação ao longo do
o de curto prazo, não havendo, porém,
tempo
uma
na
presente e de curto prazo, em que no
transição do período de curto para o de
trimestre JJA há um aumento). Na média
médio prazo. Na última transição, de
anual, o modelo regional projeta um
médio para longo prazo, há uma projeção
aumento de 23,35% na precipitação sobre
de aumento significativo da precipitação
o semiárido nordestino ao final do século
na
XXI.
modificação
estação
chuvosa
considerável
da
região
do
semiárido. Os valores correspondentes
podem ser verificados na Tabela 01. Na
(exceção
entre
os
períodos
Já de acordo com o modelo global,
as
alterações
projetadas
para
a
precipitação são de menor intensidade. É
redução para o período futuro seguinte. A
projetado
ligeiro
projeção para o final do século XXI é de
aumento na precipitação da transição do
pequena alteração na precipitação total
período histórico para o futuro de curto
anual, mas com mudanças no ciclo anual
prazo (exceto no trimestre SON), e uma
(aumento em DJF, redução em JJA e SON).
inicialmente
um
Tabela 01: Aumento/redução, em porcentagem, da precipitação no semiárido, sazonalmente e anualmente,
simulado pelo modelo global (HadGEM2-ES) e pelo modelo regional (RAMS-HadGEM), dos períodos futuros
(curto, médio e longo prazo) em comparação com o período presente.
Modelo – Intervalo de tempo
Curto prazo
Médio prazo
Longo prazo
Curto prazo
Médio prazo
Longo prazo
HadGEM2-ES
RAMS6.0
Aumento/redução em % em comparação com o período
histórico
DJF
MAM
JJA
SON
Anual
9,85
4,38
10,42
-24,25
4,26
-2,16
-3,89
-17,44
-30,45
-6,15
15,45
-1,76
-40,18
-50,15
0,28
22,55
5,35
33,71
-12,04
11,86
20,23
4,97
-7,93
-14,08
8,91
54,46
16,81
-30,88
-58,08
23,35
CONCLUSÕES
2. Os dois modelos mostram uma
tendência
1. Analisando a média anual da
precipitação para o clima futuro, o
modelo
RAMS6.0
projeta
um
de
redução
da
precipitação na estação seca do
semiárido brasileiro.
3. É
importante
frisar
que
os
aumento desta variável nos três
resultados de um único modelo
períodos futuros analisados, em
isoladamente não podem ser como
comparação com o clima presente,
uma projeção capaz de servir de
com o aumento mais pronunciado
base para a elaboração de políticas
na projeção de longo prazo. Já o
públicas. Em nosso entendimento,
modelo HadGEM2-ES apresenta
os resultados do RAMS6.0 devem
uma projeção menor de aumento
ser considerados conjuntamente
da precipitação a curto prazo
com
(4,26%), mas com redução (-6,15%)
CORDEX e do CMIP5 (Coupled
a médio prazo.
Model
os
demais
modelos
Intercomparison
do
Project,
Phase
5)
,
compondo
um
“ensemble” multi-modelo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
COTTON, W. R.; PIELKE, R. A.; WALKO, R.
L.; LISTON, G. E.; TREMBACK, C. J.; JANG,
H.; MCANELLY, R. L.; HARRINGTON, J.-Y.;
NICHOLLS, M. E.; CARRIO, G. G.;
MCFADDEN, J. P. RAMS 2001. Current
status and future directions. Meteorology
and Atmospheric Physics, 82: 5-29, 2003.
GIORGI, F.; JONES, C.; ASRAR, G. R.
Addressing climate information needs at
the regional level: the CORDEX framework.
WMO Bulletin, 58: 175-183, 2009.
PIELKE, R. A.; COTTON, W. R.; WALKO, R.
L.; TREMBACK, C. J.; LYONS, W. A.;
GRASSO, L. D.; NICHOLLS, M. E.; MORAN,
M. D.; WESLEY, D. A.; LEE, T. J.;
COPELAND, M. E. A comprehensive
meteorological modeling system – RAMS.
Meteorology and Atmospheric Physics,
49: 69-91, 1992.
EFEITO DO FRACIONAMENTO DO CLADÓDIO E TEMPO DE CURA NA PRODUÇÃO DE MUDAS
DE PALMAS FORRAGEIRAS RESISTENTES A COCHONILHA-DO-CARMIM
GUSTAVO QUEIROZ LAURENTINO1, JUCILENE SILVA ARAÚJO2, TIAGO FERREIRA PINTO3,
DANIEL DUARTE PEREIRA4
1
Téc. Agri. Pesquisador Bolsista do INSA. E-mail: [email protected]
Dra. Pesquisadora do INSA/MCTI. E-mail: [email protected]
3
Dnd.Pesquisador Bolsista do INSA. E-mail: [email protected]
4
Dr.Pesquisador Bolsista do INSA. E-mail: [email protected]
2
RESUMO: O objetivo deste trabalho é testar variedades de palmas resistentes à cochonilha
do carmim Dactylopius sp, no sentido de fracionamento onde as variedades foram
submetidas a tempo de cura e cortes transversais, ponta, meio e base, e plantadas em
saquinhos de polietileno com substrato de areia e massame, esse método é mais eficaz e
rápido do que o método tradicional porém ainda não se sabe precisamente se até que ponto
se posicionamento e seu tempo de cura pode influenciar na qualidade das mudas.
Palavras-chave: Cactácea, multiplicação, produtividade.
INTRODUÇÃO
fornecer um alimento verde, supre grande
parte das necessidades de água dos
A palma forrageira é uma cultura
adaptada ao clima semiárido e tem se
animais na época de escassez (SANTOS et
al., 2006).
de
O cultivo da palma tem recebido
sustentabilidade para a pecuária regional,
atenção especial devido a sua grande
por ser uma cultura com maior eficiência
importância no Semiárido brasileiro como
no uso da água, apresentando elevada
principal recurso forrageiro. Por muitas
capacidade produtiva de biomassa, além
décadas se tornou a salvação de muitos
de ser uma planta de múltiplos usos pela
produtores
variedade
e
ingrediente da dieta animal praticamente
subprodutos (NASCIMENTO, 2008). É um
durante todo o ano. Entretanto, a praga
alimento de grande importância para os
cochonilha-do-carmim Dactylopius sp se
rebanhos, notadamente nos períodos de
tornou a principal dificuldade no cultivo
destacado
como
dos
alternativa
seus
produtos
estiagens prolongadas, pois além de
principalmente
como
das variedades utilizadas na referida
foram identificadas como Baiana Nopalea
região.
sp e Doce ou Miúda Nopalea cochenilifera.
As raquetes integrais após um
A revitalização dos campos de
variedades
tempo de cura/cicratização de 15 dias
resistentes, tem ocorrido de forma lenta
foram submetidas a cortes longitudinais e
pelo método tradicional de plantio de
transversais que originaram fragmentos
raquetes/folhas
Ultimamente,
identificados como: Ponta, Meio e Base. ,
tem se utilizado de um recurso que é o de
Um mês após plantio (30 DAP) as mudas
fracionamento que pode originar até
começaram a serem avaliadas obtendo-se
trinta fragmentos/raquete. Porém, não se
dados De cada raquete (altura, largura,
sabe até que ponto o posicionamento dos
perímetro e espessura e mortalidade).
fragmentos na raquete e o seu tempo de
Estes tratamentos foram dispostos em 3
cicatrização após o corte pode interferir
blocos/repetições de forma casualizada.
palma,
desta
vez
com
inteiras.
Cada tratamento foi representado
na quantidade e qualidade das mudas
produzidas.
por blocos 1 e 2 e (3) que no momento
não mostrou resultado, O plantio foi
MATERIAL E MÉTODOS
realizado em saquinhos de polietileno com
substrato
As atividades experimentais estão
de
areia
e
massame
na
proporção de 1:1. Os dados foram
sendo desenvolvidas de setembro de 2012
submetidos
a junho de 2013, na Estação Experimental
originando médias, variâncias, desvio
Miguel Arraes do Instituto Nacional do
padrão (DP) e coeficientes de variação
Semiárido – INSA/MCTI, Campina Grande,
(CV).
PB. As variedades de palma utilizadas
a
tratamento
estatístico
Experimento de fracionamento de cladódios
Fatorial 3x4:
• 3 cortes transversais nas raquetes
(Ponta(P1) , Meio (P2) e Base (P3))
ponta
meio
base
• 4 Formas de fracionamento do cladódio
(1/3 (F1); 1/6 (F2); 1/9 (F3) e 1/12 (F4))
P1F1
P2F1
RESULTADOS E DISCUSSÕES
P3F1
observar que no comprimento não houve
uma significância entre as variedades
Os principais resultados podem ser
visualizados na tabela 1. Nela pode-se
mantendo-se
a
média
tanto
na
V
(variedade) quanto no T (tratamento).
Tabela 1 - Comparação de médias entre variedades de palma e tratamentos aplicados para
um tempo de cura de 15 dias
Variáveis
*Variedades
*Tratamentos
V - T.
CV
(%)
Miúda
Baiana
Ponta
Meio
Base
Comprimento (cm)
12,4 A
14,4 B
23,3 c
16,3 abc
19,0 bc
ns
26,5
Largura (cm)
3,4 A
3,8 B
4,66 b
5,0 b
4,3 ab
ns
26,1
Espessura (cm)
3,9 A
3,9 A
4,0 a
4,66 a
4,0 a
ns
38,0
Perímetro (cm)
22,1 A
24,8 A
40,0 b
19,6 ab
30,6 ab
ns
33,0
AC (cm²)
26,9 A
35,4 B
63,6 c
49,53 abc
51,5 bc
ns
35,0
Médias seguidas de mesma letra maiúscula na mesma linha não diferem significativamente entre si para a variedade, pelo teste Tukey a
5% de probabilidade. Médias seguidas de mesma letra minúscula na mesma linha não diferem significativamente entre si para o
tratamento, pelo teste Tukey a 5% de probabilidade.
Fonte: Pesquisa de Campo. Estação Experimental Miguel Arraes. INSA/MCTI. 2012-2013
Em
relação
ao
comprimento
apenas no CV. Em relação ao perímetro
manteve-se a média tanto para as
manteve-se a média na V e tendo uma
variedades quanto para o tratamento.
variação relevante no T onde a ponta teve
Quanto à largura também não
houve diferença entre V e T. A espessura
manteve-se na média se diferenciando
melhor desempenho que meio e base.
AC
foi
a
que
teve
maior
desenvolvimento em relação às outras
variáveis tanto na V quanto no T onde
houve um significante aumento. Foi
NASCIMENTO, J.P. do. Caracterização
possível verificar também que não houve
morfométrica e estimativa da produção
significância
de Opuntia fícus indica
representativa
entre
as
Mill. sob
variedades e tratamentos sendo que no
diferentes arranjos populacionais e doses
tratamento a área da ponta apresentou
de fósforo no semiárido da Paraíba. 2008,
maior desenvolvimento em relação ao
47p.
meio e a base da palma.
Zootecnia).
Dissertação
(Mestrado
Universidade
em
Federal
de
Campina Grande, Patos - PB.
CONCLUSÕES
SANTOS, D. C. dos; SANTOS, M. V. F.; DIAS,
F. M.; LIRA, M. A. Desempenho produtivo
Na palma a AC (área do cladódio)
de vacas 5/8 Holando/Zebu alimentadas
apresentou diferenças perceptíveis na
com
comparação entre as variedades, contudo,
forrageira (Opuntia e Nopalea). Revista
não ocorreram diferenças significativas na
Brasileira Zootecnia. Viçosa, v. 30, n. 1,
comparação de médias.
2001.
Entre os tratamentos a média se
diferentes
cultivares
de
Disponível
palma
em
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci
manteve igual com destaque novamente
_arttext&pid=S1516-
para AC.
35982001000100003&lng=pt&nrm=iso>.
Acesso
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
em:
16
out
2006.
PROJETO RESGATE DOCUMENTAL, HISTÓRIA AMBIENTAL E ETNOHISTÓRIA DO SEMIÁRIDO
BRASILEIRO
HALLYSON ALVES BEZERRA1, ROSILENE C. S. ALVES DE LIMA1, JUCIENE RICARTE
APOLINÁRIO2, RAISSA BARBOSA1, CATARINA OLIVEIRA BURITI3
1
Gdo. Pesquisadores Bolsistas do INSA. E-mail: [email protected]
Dra. Dpto de História da UFCG. E-mail: [email protected]
3
Ms.Técnica do INSA/MCTI. E-mail: [email protected]
2
RESUMO: Este projeto é uma realização do INSA/MCT em parceria com a Universidade
Federal de Campina Grande objetivando apresentar os documentos do Arquivo Histórico
Ultramarino de Lisboa-Portugal que dizem respeito à história socioambiental das práticas
econômicas, sociais e culturais, e à Etnohistória do Semiárido brasileiro nos períodos colonial e
imperial. A documentação que se objetiva catalogar e democratizar apresenta as estratégias através
das quais os povos que habitaram a região em regimes de historicidades específicos, perceberam e
alteraram de formas particulares, os ambientes naturais, para garantir sua sobrevivência antes e
após a colonização portuguesa. Desta forma, o projeto visa à criação e manutenção de um
Centro de Documentação e Informação sobre o Semiárido Brasileiro (CDISAB), através da
sistematização e manutenção periódica de um banco de dados de fontes documentais, cujo
objetivo é oferecer apoio técnico e informativo em torno dos documentos que tratam da
memória da região. Todo o acervo documental e bibliográfico ficará sob a guarda do
Instituto Nacional do Semiárido (Insa/MCTI), para ser difundida e democratizada junto a
pesquisadores de outras instituições universitárias e à sociedade em geral.
Palavras-chave: Colônia, Império, Semiárido,
INTRODUÇÃO
Ultramarino
O projeto Resgate Documental,
História Ambiental e Etnohistória do
Semiárido Brasileiro visa apresentar os
documentos
do
Arquivo
Histórico
de
Lisboa-Portugal,
que
dizem respeito à história socioambiental
das
práticas
econômicas,
sociais
e
culturais, e à Etnohistória do Semiárido
brasileiro nos períodos Colonial e Imperial.
Composto por 350.000 mil documentos
publicados pelo Projeto Resgate Barão do
rico e diverso acervo documental, com
Rio Branco para a seleção dos documentos
delimitação para o Semiárido brasileiro,
das antigas Capitanias brasileiras (entre
irão integrar o programa Sistema da
documentos principais e anexos), quase 3
Informação e Gestão do Conhecimento no
milhões de páginas manuscritas lidas,
Semiárido
relidas, microfilmadas e transferidas para
implementação no Insa (a exemplo de
o Brasil. O objetivo da pesquisa é
experiências
catalogar, digitalizar, verbetizar e publicar
indígenas, camponeses e quilombolas em
a documentação, assim como desenvolver
interação com o Semiárido brasileiro).
Brasileiro,
e
em
vivências
fase
dos
de
povos
pesquisas históricas sobre a ocupação
desta região nas perspectivas ambiental e
MATERIAL E MÉTODOS
da Etnohistória.
Mediante a possibilidade de acesso
à informação disponível que remete à
A pesquisa será realizada com
memória do Semiárido brasileiro, torna-se
fontes históricas de arquivos brasileiros e
cada vez mais necessário o tratamento,
do exterior, lançando mão de tipologias
conservação,
documentais muito diversificadas (cartas
armazenamento
e
disponibilização rápida e adequada deste
patentes,
extraordinário acervo documental. Dado
sesmarias, requerimentos, consultas ao
posto, o projeto se propõe a implementar
Conselho Ultramarino, decretos, entre
o Centro de Documentação e Informação
outros inúmeros documentos de natureza
do
manuscrita,
Semiárido
Brasileiro
(CDISAB),
cartas
régias,
impressa,
cartas
cartográfica
de
e
objetivando à criação e manutenção das
imagética). Pretende-se elaborar fichas-
condições de apoio técnico e informativo
resumo com os seguintes campos de
aos documentos que tratam da memória
informações:
do Semiárido brasileiro, assim como a
documental, data, autor, destinatário,
manutenção periódica de um banco de
assuntos
dados de fontes documentais
Semiárido. Estas fichas servirão para
para ser
fundo
relativos
arquivístico,
às
questões
tipo
do
difundida e democratizada à sociedade
alimentar
através de suportes eletrônicos e da
possibilitando o manuseio sistemático de
internet. As informações contidas neste
um
banco
de
dados,
um grande número de informações
coleção de DVDs, de acordo com a
documentais.
organização
Fase 1 - Catalogação dos documentos
produzidos.
manuscritos
avulsos
e
em
dos
catálogos
impressos
códices
microfilmados e digitalizados pelo Projeto
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Resgate “Barão do Rio Branco”
Inicialmente
serão
lidos
e
analisados os verbetes de mais de 350.000
Até o presente momento, algumas
mil documentos publicados pelo Projeto
ações já estão em desenvolvimento,
Resgate Barão do Rio Branco para a
dentre as quais o levantamento, leitura e
seleção dos documentos das antigas
análise
capitanias brasileiras que tratam do
documental para subsidiar a pesquisa.
Semiárido brasileiro. Nesta primeira etapa
bibliográfica
(1.000
verbetes
referentes
resumos/verbetes
capitanias:
Pernambuco,
seguintes
Paraíba,
Rio
arquivístico-
Pretende-se publicar livros-catálogos
do projeto, estão sendo arrolados os
às
e
exemplares)
de
com
toda
a
documentação pesquisada em arquivos e
Grande do Norte e Bahia.
em outros espaços de memória no Brasil e
Fase 2 - Publicação de catálogos/verbetes
no Exterior, respeitantes aos séculos XVI
impressos
ao XIX, para que sejam distribuídos,
Depois da leitura dos documentos
principalmente, nos estados que integram
anexos e dos verbetes, serão organizados
o Semiárido brasileiro, permitindo maior
cronologicamente
acesso à informação documental e, por
unidades
de
os
trabalho
catálogos
e
por
temáticas
conseguinte,
a
ampliação
do
relacionadas ao Semiárido para publicação
conhecimento da história da região por
em forma de livros.
meio do subsídio às pesquisas com base
Fase 3 - Organização das imagens
na
documentais em DVDs
publicado, também, uma coleção de DVDs
referida
documentação.
Será
Será realizada a captação de
(1.000 exemplares) com as imagens
imagens já microfilmadas e digitalizadas
documentais verbetadas e publicadas em
respeitantes às temáticas relacionadas ao
catálogos
Semiárido e organizadas em forma de
professores de escolas e sociedade em
para
que
pesquisadores,
geral
conheçam
as
relações
imagens documentais em DVDs. Com isso,
socioambientais e etno-históricas que se
pretende-se possibilitar a geração de
desenvolveram no Semiárido brasileiro ao
sentimentos
longo dos períodos colonial e imperial.
homens e mulheres que vivem no
Neste sentido, o projeto contempla a
Semiárido brasileiro, através do resgate e
implementação
democratização
do
Centro
de
de
pertencimentos
das
de
informações
Documentação e Informação do Semiárido
documentais que remetem à história e à
Brasileiro (CDISAB) com a finalidade de
memória
desta
constituir
brasileira.
Destarte,
este
espaço
como
um
importante
será
região
valorizada
depositário de informações históricas sob
documentalmente
a forma de documentação digitalizada e
socioambiental e cultural das populações
catalogada, seguindo os princípios e
indígenas,
normas que orientam instituições desta
entre outras que (com) viveram e
natureza, objetivando a sistematização de
(com)vivem ao longo dos séculos nestas
um banco de dados para democratização
fronteiras naturais e interétnicas.
a
camponesas,
diversidade
quilombolas,
do acesso desses documentos à sociedade
em geral.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Espera-se com a conclusão desta
ABREU, João Capristano de. Capítulos de
História Colonial (1500-1800) & Os
caminhos antigos e o povoamento do
Brasil. 5 ed. Ver., pref. E anotada por José
Honório Rodrigues. Brasília, DF: UnB, 1963
[1907].
pesquisa promover em todos os estados
brasileiros
a
democratização
divulgação
do
acesso
e
a
aos
documentos que tratam do Semiárido
brasileiro, especialmente, às instituições
de educação e cultura dos estados que
fazem parte da região, distribuindo,
gratuitamente, as coleções de livroscatálogos de verbetes impressos e as
ALBUQUERQUE, Ulysses Paulino de.
Caatinga: biodiversidade e qualidade de
vida, Bauru, SP: Canal6, 2010.
ALEGRE, Maria Silvia Porto. Rompendo o
silêncio:
por
uma
revisão
do
desaparecimento dos povos. In: Ethnos.
Revista Brasileira de Etnohistória. Ano II.
Nº 2. Recife, UFPE, p. 24.
APOLINÁRIO, Juciene Ricarte. Os Akroá e
outros povos indígenas nas fronteiras do
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MALVEZZI, Roberto. Semiárido - uma
visão holística. – Brasília: Confea, 2007.
140p. – (Pensar Brasil).
DRUMMOND, José Augusto. A História
Ambiental: temas, fontes e linhas de
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NANTES, Frei Martin de. Relação de uma
Missão no Rio São Francisco. São Paulo:
Nacional Brasiliana, 1979.
DUARTE, Regina Horta. História &
Natureza. Belo Horizonte, MG: Autêntica,
2005.
PUNTONI, Pedro. A Guerra dos Bárbaros.
Povos e a colonização do sertão nordeste
do Brasil, 1650-1720. São Paulo:
Hucitec/USP/ FAPESP, 2002.
PROJETO DE DOMESTICAÇÃO DE ESSÊNCIAS FLORESTAIS FORRAGEIRAS DO SEMIÁRIDO:
PRODUÇÃO DE MUDAS DE CANAFÍSTULA-DE-BESOURO Senna spectabilis
JOÃO MACÊDO MOREIRA1, DANIEL DUARTE PEREIRA2, WAGNER DOS SANTOS LIMA3,
VALÉRIA DA SILVA ARAÚJO4, MAGNO ANTÔNIO FEITOSA5.
1
Esp. Pesquisador Bolsista do INSA. E-mail: [email protected]
Dr.Pesquisador Bolsista do INSA. E-mail: [email protected]
3
Mnd. CCA/UFPB. E-mail: [email protected]
4
Téc. Agri. Pesquisadora Bolsista do INSA. E-mail: [email protected]
5
Gdo. IICA. E-mail: [email protected]
2
RESUMO: O presente estudo estabelece propagação sexuada da espécie Canafístula-deBesouro Senna spectabilis que como a maioria das essências florestais da caatinga, é pouco
estudada. Apesar de notadamente forrageira e de múltiplos usos tem sido raramente
plantada isoladamente ou na composição de bancos forrageiros, sistemas agroflorestais,
quebra-ventos, sombreamentos de pastagens, etc. A Pesquisa foi desenvolvida no período
de 01/11/2012 a 28/12/2012 no viveiro de mudas da Estação Experimental Lagoa Bonita
pertencente ao Instituto Nacional do Semiárido – INSA no Campina Grande - PB. A
semeadura foi feita em sacos de polietileno preto contendo substrato de massame e
esterco bovino na proporção de 2:1. As sementes foram submetidas a quebra de dormência
utilizando o procedimento de choque térmico com agua em ebulição seguida de água a
temperatura ambiente e semeadas na razão de 3-4 unidades por recipiente. Até o momento
foram produzidas 6.075 mudas resultantes dos quatros blocos de plantio com um índice de
sobrevivência média de 88,47% o que sugere não haver dificuldades na produção em larga
escala e na domesticação da espécie.
Palavras-chave: Produção de mudas, propagação sexuada, quebra de dormência.
INTRODUÇÃO
ampla em toda áreas das caatingas.
Ocupa,
de
preferência,
solos
mais
A Canafístula-de-Besouro Senna
profundos, bem drenados e de razoável
spectabilis é árvore de distribuição muito
fertilidade. Atinge normalmente de 5 a 6
metros de altura e pode nos ambientes
de mudas, tempo de viveiro, mortalidades
mais favoráveis de várzeas atingir os 15
em viveiro e em campo, podas de
metros de altura e diâmetros do tronco
formação, etc, parecem ser o grande
até 50 cm (Maia. 2004).
desafio para a produção de mudas da
Como a maioria das essências
espécie
enquadrando-se
no
que
o
florestais da caatinga, é pouco estudada.
INSA/MCTI no seu Plano Diretor 2012-
Apesar de notadamente forrageira e de
2015, Meta 3 - Prospecção e conservação
múltiplos usos. Não ocorrem registros de
da variabilidade genética de forrageiras
produção de mudas em larga escala para
nativas da caatinga objetiva para as
plantios isolados, composição de bancos
plantas
forrageiros,
alimentação animal (BRASIL, 2012).
sistemas
quebra-ventos,
agroflorestais,
sombreamentos
com
potencial
de
uso
na
de
MATERIAL E MÉTODOS
pastagens, etc.
Dos poucos estudos realizados com
A Pesquisa foi desenvolvida no
a espécie em termos de produção de
período de 01/11/2012 a 28/12/2012 no
mudas destaca-se o de Mann et al (1996)
viveiro de mudas da Estação Experimental
que verificaram a resposta a calagem em
Lagoa Bonita pertencente ao Instituto
termos de altura, diâmetro do colo,
Nacional do Semiárido – INSA no Campina
matéria seca da raiz e matéria seca total.
Grande - PB. A semeadura foi feita em
Já Lacerda & Figueiredo (2008) em uma
sacos de polietileno de dimensões 11,0 cm
restauração de matas ciliares do Rio
x 21,0 cm x 0,012 cm contendo substrato
Mearim, de Barra do Corda – MA
de massame e
verificaram
proporção de 2:1.
germinação
que
devido
potencial
a
(11%)
baixa
S.
esterco
bovino na
As sementes foram submetidas a
spectabilis só poderia ser avaliada no
quebra
plantio de mudas, método no qual exibiu
procedimento de Imersão em água com
sobrevivência (57%) e densidade de
temperatua de 100°C. Atingido o ponto
plantas relativamente alta.
de
Fatores como tipo de substrato,
de
dormência
ebulição
aquecimento
(100°C),
e
as
utilizando
retirou-se
sementes
o
o
foram
tamanho de recipiente, exigência de
submersas durante cinco minutos, em
regas, tipos de adubação, enrustecimento
seguida foram deixadas em embebição
durante 12 horas na água temperatura
ambiente e semeadas na razão de 3-4
unidades por recipiente. Até o momento
foram
plantados
de
Dos resultados obtidos pode-se
produção de mudas sendo o primeiro
verificar na Tabela 1, que até o momento
bloco plantado em 01/11/2012; o segundo
foram produzidas 6.075 mudas resultantes
bloco plantado em 12/11/2012; o terceiro
dos
bloco plantado em 13/11/2012 e o quarto
resultados obtidos para todos os quatros
bloco plantado em 07/12/2012 Para esta
blocos
primeira etapa estão sendo avaliados os
sobrevivência acima de 85%.
percentuais
quatro
de
blocos
RESULTADOS E DISCUSSÕES
germinação
quatros
foram
blocos de
de
um
plantio.
índice
Os
de
e
sobrevivência de mudas.
Quadro 1 - Produção de mudas de Senna spectabilis
Bloco
Plantio
Avaliação
Pop.
Inicial
Pop.
Final
Sobrev.
%
01
02
03
04
01/11/2012
12/11/2012
13/11/2012
07/12/2012
27/12/2012
27/12/2012
27/12/2012
28/12/2012
2.100
2.010
1.230
1.526
1.845
1.817
1.066
1.347
87,85
90,39
86,66
88,26
Total
-
-
6.866
6.075
88,47
Fonte: Pesquisa de Campo. INSA. 2012
CONCLUSÕES
estatísticos que envolvam mais outros
fatores como: dimensões de recipientes;
Os altos índices de germinação de
sementes e de sobrevivência de mudas
sugerem que a produção de mudas de
composições de substrato; tempo de
viveiro; enrustecimento de mudas entre
outras observações.
Senna spectabilis não se constitui tarefa
difícil no processo de domesticação da
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
espécie.
As
observações
experimentais,
entretanto induzem a uma pesquisa mais
aprofundada com ensaios e métodos
BRASIL. Ministério da Ciência Tecnologia e
Inovação. Plano Diretor da Unidade de
Pesquisa: Instituto In: Nacional do
Semiárido – INSA. Campina Grande, PB,
2012. 25 pags.
LACERDA, D. M. A.; FIGUEIREDO, P. S. de.
Restauração de matas ciliares do rio
Mearim no município de Barra do Corda MA: seleção de espécies e comparação de
metodologias de reflorestamento. Acta
Amaz. vol.39 no.2 Manaus 2009.
MANN, E. N.; FURTINI NETO, A. E.;
RESENDE, A. V. de; VALE, F. R. do;
FONSECA, F. C. Calagem e crescimento de
espécies florestais. REUNIÃO BRASILEIRA
DE FERTILIDADE DO SOLO E NUTRIÇÃO DE
PLANTAS, 22. 1996, Manaus. Resumos
expandidos... Manaus: UFAM, 1996. p.
240-241.
MAIA, G. N. Caatinga: árvores e arbustos
e suas utilidades. 2004. P.145.
PROJETO DE DOMESTICAÇÃO DE ESSÊNCIAS FLORESTAIS FORRAGEIRAS DO SEMIÁRIDO:
QUEBRA DE DORMÊNCIA DE SEMENTES DE CANAFÍSTULA-DE-BESOURO (Senna spectabilis)
JOÃO MACÊDO MOREIRA1, DANIEL DUARTE PEREIRA2, WAGNER DOS SANTOS LIMA3,
VALÉRIA DA SILVA ARAÚJO4, GUSTAVO QUEIROZ CLEMENTINO5
1
Esp. Pesquisador Bolsista do INSA. E-mail: [email protected]
Dr.Pesquisador Bolsista do INSA. E-mail: [email protected]
3
Mnd. CCA/UFPB. E-mail: [email protected]
4
Téc. Agri. Pesquisadora Bolsista do INSA. E-mail: [email protected]
5
Téc. Agri. Pesquisador Bolsista do INSA. E-mail: [email protected]
2
RESUMO: A Canafístula-de-Besouro Senna spectabilis é espécie representativa do Semiárido
e apresenta dormência nas sementes no intuito de garantir germinações em épocas
diferenciadas para a sobrevivência da espécie. Por ser uma dormência de ordem tegumentar
exige que sejam utilizados processos físicos e/ou químicos de fácil execução e
extremamente práticos garantindo uma eficaz produção de mudas. Para promover a quebra
de dormência, de forma experimental foram utilizados tratamentos utilizando água quente e
fria de com tempos e alternâncias diferenciadas totalizando dez observações incluindo uma
testemunha. Para uma amostra de cem sementes por observação verificou-se percentagens
de germinação que variaram de 3,00% a 82,00% sendo esta, representada pela Imersão em
Água a 100°C (fogo desligado) durante cinco minutos com posterior imersão em água à
temperatura ambiente por doze horas. O procedimento Imersão em Água a 100°C (fogo
desligado) durante cinco minutos com posterior imersão em água à temperatura ambiente
por cinco minutos proporcionou germinação de 79,00% podendo-se afirmar serem estes
dois procedimentos os mais indicados para uma produção de mudas em larga escala.
Palavras-chave: Caatinga, choque térmico, produção de mudas.
INTRODUÇÃO
A vegetação de caatinga predomina
os seus componentes herbáceos como
no Bioma Caatinga que por sua vez
lenhosos desenvolveram estratégias de
predomina no Semiárido Brasileiro. Tanto
adaptação as condições edafoclimáticas
por
vezes
difíceis
destacando-se
as
estiagens de longa, média ou curta
folhagem fornecida moída ou fenada
naturalmente.
duração. Dentre estas estratégias pode-se
Neste
sentido,
os
ensaios
de
citar a produção acentuada de sementes
domesticação desta espécie iniciando pela
formando um banco que pode apresentar
produção
germinação em épocas e até anos
posteriores em condições de campo se
diferenciados através do mecanismo de
enquadra no que o INSA/MCTI no seu
dormência.
Plano
Sousa et al (2008) utilizando diversos
de
mudas para
Diretor
pesquisas
2012-2015,
Eixo
de
Sustentação I Promoção da inovação e
métodos de escarificação para sementes
Programa
de S. spectabilis verificaram ser uma
sustentável no Semiárido brasileiro – SAB,
dormência de ordem tegumentar e que o
Meta 3 Prospecção e conservação da
uso de materiais abrasivos demonstrou
variabilidade
ser eficiente na quebra da dormência
nativas da caatinga almeja para as plantas
destacando-se o lixamento (98% de
com potencial de uso na alimentação
germinação) e água a 100 º C por 5 min
animal (BRASIL, 2012).
1.1
Biodiversidade
genética
de
e
uso
forrageiras
(78% de germinação).
Entretanto, para uma produção em
MATERIAL E MÉTODOS
escala de mudas é importante que sejam
eleitos
métodos
que
praticidade, economicidade e elevados
percentuais
de
germinação
principalmente quando a espécie é pouco
estudada e ao mesmo tempo apresenta
grande potencial como forragem, cultura
consorciada,
recuperação
de
áreas
degradadas, sombreamento, etc, como é o
caso da Canafistula-de-Besouro. Seu uso
empírico já é consagrado por diversos
produtores tanto das vagens avidamente
disputadas
pelos
animais
Os frutos foram coletados na
envolvam
como
a
região de Icó - CE em setembro de 2012
totalizando 9,5 kg. Logo após no Núcleo de
Desenvolvimento e Tecnologias Sociais –
NDTS do Instituto Nacional do Semiárido –
INSA, localizado em Campina Grande – PB
foram segmentados em casca, entrecasca
e sementes. O experimento foi realizado
sob um telado no viveiro de mudas da
Estação Experimental Lagoa Bonita/INSA,
em
bandejas
de
plástico
contendo
substrato de areia lavada. Em cada
bandeja foram plantadas 100 sementes
realizada aos 23 dias após plantio de onde
em 04 repetições de 25 sementes para
foram obtidos os valores médios.
cada tratamento.
Os tratamentos testados foram: A Imersão em água ebulição 100°C três
minutos. Um minuto água temperatura
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Na tabela 1,
pode se verificar que
ambiente; B - Imersão em água ebulição
para o tempo de imersão de sementes em
100°C três minutos. Cinco minutos água
água em ebulição, após o tempo de
temperatura ambiente; C - Imersão em
repouso
água ebulição 100°C três minutos. 12
ambiente,
horas água temperatura ambiente; D -
térmico, os percentuais de germinação se
Imersão em água ebulição 100°C cinco
mantiveram na faixa de 31,00% a 35,00%
minutos. Um minuto água temperatura
de germinação com discreto aumento
ambiente; E - Imersão em água ebulição
relacionado com o maior tempo de
100°C cinco minutos. Cinco minutos água
repouso. Ao se aumentar o tempo de
temperatura ambiente; F - Imersão em
imersão
água ebulição 100°C cinco minutos. 12
percentuais de germinação tiveram um
horas água temperatura ambiente; G -
aumento expressivo para faixas entre
Imersão em água fogo desligado 100°C
53,00% e 63,00% havendo novamente um
cinco
maior percentual para maior tempo de
minutos.
Um
minuto
água
temperatura ambiente; H - Imersão em
água fogo desligado 100°C cinco minutos.
Cinco
minutos
água
a
caracterizando
em
água
em
temperatura
o
choque
ebulição
os
repouso.
Para os tratamentos onde não se
temperatura
utilizou a água em ebulição e sim a água
ambiente; I - Imersão em água fogo
apenas a 100º c observou-se que o fator
desligado 100°C cinco minutos. 12 horas
ebulição parece só apresentar melhores
água
percentuais
temperatura
água
em
ambiente;
J
–
Testemunha sem quebra de dormência.
A leitura final para verificação do
total do percentual de germinação foi
de
germinação
quando
associado a um maior tempo de repouso
em água como pode ser observado no
tratamento F.
Tabela 1 - Percentuais de germinação de sementes de Senna spectabilis submetidas a
diversos procedimentos de quebra de dormência.
Tratamento
A
B
C
D
E
F
G
H
I
J
Imersão em água ebulição 100°C três minutos. Um minuto
água temperatura ambiente
Imersão em água ebulição 100°C três minutos. Cinco minutos
água temperatura ambiente
Imersão em água ebulição 100°C três minutos. 12 horas água
temperatura ambiente
Imersão em água ebulição 100°C cinco minutos. Um minuto
água temperatura ambiente
Imersão em água ebulição 100°C cinco minutos. Cinco minutos
água temperatura ambiente
Imersão em água ebulição 100°C cinco minutos. 12 horas água
temperatura ambiente
Imersão em água fogo desligado 100°C cinco minutos. Um
minuto água temperatura ambiente
Imersão em água fogo desligado 100°C cinco minutos. Cinco
minutos água temperatura ambiente
Imersão em água fogo desligado 100°C cinco minutos. 12 horas
água temperatura ambiente
Testemunha sem quebra de dormência
Germinação
%
32
31
35
53
57
63
69
79
82
03
Fonte: Pesquisa de Campo. INSA/MCTI. 2012
Entretanto, para todas as situações em que o fator ebulição não foi utilizado houve
aumentos expressivos de germinação chegando ao valor máximo de 82,00% (Tratamento I) I
mostrando a boa relação não ebulição e tempo de repouso.
CONCLUSÕES
Estas observações experimentais induzem a uma pesquisa mais aprofundada com
ensaios e métodos estatísticos que envolvam mais o fator não ebulição e tempo de repouso
em água a temperatura ambiente.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Ministério da Ciência Tecnologia e
Inovação. Plano Diretor da Unidade de
Pesquisa: Instituto Nacional do Semiárido
– INSA. Campina Grande, PB, 2012. 25 p.
SOUZA, S. de C. A. de; AMARAL, V. B.;
Morais, F.; LUZ, G. R. da; NUNES, Y. R. F.;
REIS JÚNIOR, R. Escarificação de sementes
de Senna spectabilis (DC) Irwin et Barn.
(Fabaceae – Caesapinioideae). In: Anais IX
Simp. Nac. Cerrado. II Simp. Inter. Savanas
Tropicais. Brasília. 2008.
QUALIDADE SENSORIAL DO DOCE DE LEITE PASTOSO PRODUZIDO COM LEITE DE VACAS
CURRALEIRO PÉ-DURO
JUCILEIDE BARBOZA BORBUREMA1, GEOVERGUE RODRIGUES DE MEDEIROS2, CARLOS
TICIANO COUTINHO RAMOS3, ANDREZA MORAES DUARTE4, RITA DE CÁSSIA RAMOS DO
EGYPTO QUEIROGA5
1
Ms. Pesquisadora Bolsista do INSA. E-mail: [email protected]
Dr. Pesquisador do INSA/MCTI. E-mail: [email protected]
3
Mnd. Técnico OII, INSA/MCTI. E-mail: ticiano@insa,gov.br
4
Gnda. Universidade Federal da Paraíba. E-mail: [email protected]
5
Dra. Universidade Federal da Paraíba. E-mail: [email protected]
2
RESUMO: Este trabalho foi realizado com o objetivo de avaliar a qualidade sensorial do doce
produzido com leite de vacas Curraleiro Pé-duro em sistema de pastejo no Semiárido
paraibano. A avaliação sensorial foi realizada com estudantes universitários de ambos os
sexos e com idades entre 17 e 40 anos. Os dados foram tabulados com base nas notas
atribuídas, transformadas em porcentagem e em seguida, foi realizada a análise descritiva.
Os provadores atribuíram em média nota 8 (gostei muito) para aparência e consistência. Os
atributos odor, sabor e avaliação global se destacaram e receberam nota 9 (gostei
muitíssimo). O doce de leite apresentou elevado índice de aceitação com suas características
marcantes e bem definida.
Palavras-chave: Análise sensorial, derivados lácteos, raça nativa, teste de aceitação
INTRODUÇÃO
A cocção de leite mais açúcar com
ou sólido) e utilizado na produção de
adição ou não de outros ingredientes
outros alimentos (balas, bolos, sorvetes,
permitidos pela legislação resulta em doce
biscoitos)
de leite, que é comercializado no Brasil em
sobremesa.
escala industrial ou artesanal desde o
O
ou
simplesmente
consumidor
tem
como
dado
século XVI. O doce de leite é classificado
preferência por produtos que apresentam
de acordo com sua consistência (pastoso
altos padrões de qualidade e a análise
sensorial é uma ferramenta importante no
Instituto Nacional do Semiárido – INSA
controle de qualidade, reformulação de
localizado no município de Campina
produtos, redução de custos e relações
Grande – PB, Planalto da Borborema, com
entre condições de processo, ingredientes,
altitude
aspectos analíticos e sensoriais.
pluviosidade média 400-500 mm/ano.
média
de
552
metros
e
Atualmente, as informações sobre
As vacas foram mantidas em áreas
as características dos derivados lácteos
de caatinga e pastagem diferida com
produzidos a partir do leite de vacas
predominância do capim buffel (Cenchrus
Curraleiro Pé-duro são incipientes e
Ciliaris cv. biloela) e tiveram livre acesso,
estudos são necessários para agregar
diariamente, à água e ao sal mineral
valores econômicos aos produtos lácteos
proteinado.
O leite foi obtido por meio de
desta raça.
Este trabalho foi realizado com o
ordenha manual na Estação Experimental
objetivo de avaliar a qualidade sensorial
Lagoa
Bonita
pertencente
ao
INSA.
do doce produzido com leite de vacas
Previamente, foi realizada a higienização
Curraleiro Pé-duro em sistema de pastejo
(pré e pós dipping) das tetas e descarte
no Semiárido paraibano.
dos três primeiros jatos de leite.
Para produção do doce de leite,
MATERIAL E MÉTODOS
foram utilizados 5,0 kg de leite “in
natura”, 1,0 kg de açúcar e 13,4 g de
Este trabalho foi submetido à
bicarbonato de sódio. Neste preparo não
avaliação, apreciação pelo Comitê de Ética
foi adicionado amido de milho. Os
em Trabalho do Centro de Ciências da
ingredientes foram colocados em uma
Saúde/ Universidade Federal da Paraíba e
panela de alumínio no fogão a gás e deu
aprovado (FR - 470529).
início ao processo de concentração com
O leite utilizado para produção
agitação até atingir o ponto desejado
artesanal do doce de leite foi oriundo de
(desprendimento do doce de leite de uma
vacas da raça Curraleiro Pé-duro, animais
superfície úmida). Após o resfriamento,
saudáveis em pleno ciclo de produção
realizou-se o envase em potes de plásticos
leiteira
que foram mantidos em refrigeração até o
pertencentes
ao
Núcleo
de
Conservação de Recursos Zoogenéticos do
envio ao laboratório.
As amostras foram acondicionadas
foram apresentadas aos provadores e foi
em recipiente térmico e encaminhadas ao
solicitado que as analisassem com relação
Laboratório de Análise de Alimentos do
à escala proposta. Foi também verificada a
Departamento de Tecnologias e Química
atitude dos provadores diante de uma
de Alimentos no Centro de Tecnologia da
amostra comercial utilizando os mesmos
Universidade Federal da Paraíba (UFPB)
critérios da escala hedônica.
para realização das análises sensoriais. A
Os dados foram tabulados no Excel
avaliação sensorial foi realizada com
(versão 2007) com base nas notas
estudantes universitários de ambos os
atribuídas,
sexos e com idades entre 17 e 40 anos. As
porcentagem e em seguida, foi realizada a
amostras foram servidas aleatoriamente
análise descritiva com auxílio do programa
aos provadores (não treinados) em copos
estatístico SAEG (2009).
descartáveis,
com
transformadas
em
quantidades
padronizadas (25 g) e codificadas com 03
RESULTADOS E DISCUSSÃO
(três) dígitos, obtidos de uma tabela de
números aleatórios. Para limpeza do
A
maioria
dos
julgadores
palato entre a avaliação das amostras foi
atribuíram nota 8 (oito) que representa na
fornecido biscoito “água e sal” e água
escala hedônica a “gostei muito” para os
(Ferreira,
foram
atributos de consistência e aparência
realizados no Laboratório de Análise de
(Figura 1). O fato de alguns provadores
Alimentos
terem
2000).
do
Os
testes
Departamento
de
atribuídos
nota
inferior
para
Tecnologias e Química de Alimentos no
aparência
Centro de Tecnologia da UFPB, que dispõe
comparados aos demais atributos, pode
de cabines individuais. Para verificar a
ser decorrente do hábito do consumo de
aceitação, foram avaliados os atributos
doce de leite comercial que em geral, é
aparência, odor, consistência, sabor e
produzido com amido de milho e açúcar
avaliação global, utilizando uma escala
caramelizado.
hedônica de 09 pontos, cujos extremos
ausentes no doce de leite deste estudo
correspondem a desgostei muitíssimo (1)
que resultou em produto mais claro e
e gostei muitíssimo (9) aplicada a 98
menos viscoso. Segundo Rovedo et al.
(noventa e oito) provadores. As amostras
(1991) o amido é utilizado na produção de
e
consistência
Ingredientes
quando
estes,
doce de leite com o intuito de obter uma
reportaram que a textura e a cor são
maior consistência no produto final.
parâmetros importantes na escolha do
Conforme Coelho et al. (1999) e
produto, pois os consumidores preferiram
Ferreira et al. (2012) a diferenciação de
as amostras mais escuras, menos gomosas
cor no produto final pode ocorrer em
e mais moles.
função de fatores como a acidez inicial do
Os
atributos
odor,
sabor
e
leite, quantidade e o momento da adição
avaliação global (Figura 1) apresentaram
do bicarbonato de sódio; a presença de
maior número de julgamentos referente à
açúcares redutores além da lactose; teor
nota 9 (nove) que representa o maior
inicial e final de sólidos solúveis da calda
valor na escala hedônica e refere-se a
(leite+sacarose); o tempo gasto para
“gostei muitíssimo”. Ressalta-se, que o
evaporação e a pressão de vapor utilizada
atributo sabor foi o mais apreciado.
nos tachos. Ferreira et al. (2012) também
%Aparência
60,00
50,00
40,00
1
30,00
20,00
%Avaliação global
2
%Odor
3
10,00
4
0,00
5
6
7
8
9
%Sabor
%Consistência
Figura 1. Atributos sensoriais do doce de leite produzido com leite de vacas Curraleiro
Pé-duro
CONCLUSÕES
características
(aparência,
odor,
consistência e sabor) marcantes, bem
O doce de leite produzido com
leite de vacas Curraleiro Pé-duro possui
definidas e elevado índice de aceitação.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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processamento de produtos de origem
animal. Viçosa: Editora UFV, 1999. 64p.
FERREIRA, V.L.P. Análise sensorial: testes
discriminativos e afetivos. (Manual série
qualidade). Campinas: Sociedade Brasileira
de Ciência e Tecnologia de Alimentos,
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FERREIRA, L.O.; PEREIRA, P.A. P.; MARIA, J.
et al. Avaliação das características de
qualidade de doces de leite comerciais.
Revista do Instituto de Laticínios Cândido
Tostes, v.67, p.05-11, 2012.
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typical dairy Argentine product. Journal of
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA –
UFV. Sistema de análises estatísticas e
genéticas - SAEG. Versão 9.1. Viçosa, MG,
2009.
DESLOCAMENTO VERTICAL DE P SUBMETIDO A CHUVA SIMULADA
JULIANA ZOMAZETE DOS SANTOS1, MÍRIAN ALICE DA SILVA BHREM 2, IGNÁCIO HERNAN
SALCEDO3, VÂNIA DA SILVA FRAGA2
1
Dnda. Pesquisadora Bolsista do INSA. E-mail: [email protected]
Dnda. PPGCS CCA/UFPB. E-mail: [email protected]
3
Dr. Pesquisador do INSA/MCTI. E-mail: [email protected]
4
Dra. Dpto. de Solos e Engenharia de Rural – CCA – UFPB. E-mail: [email protected]
2
RESUMO: RESUMO: O presente estudo tem como objetivo, avaliar o deslocamento vertical
de P extraível Mehlich-1, e P solúvel em água bem como a sua distribuição no perfil em área
plana de agricultura familiar, adubadas com esterco bovino utilizando simulador de chuva. O
teste foi realizado em campo experimental, na propriedade de agricultura familiar no
município de Remígio, no Agreste da Paraíba. Para a realização desse estudo, foi instalado o
simulador de chuva. Amostras de solo a cada 10 cm de profundidade foram coletadas: 0 - 10
(1); 10 - 20 (2); 20 - 30 (3); 30 - 40 (4); 40 - 50 cm de profundidade (5), antes da aplicação da
primeira chuva e entre a aplicação de cada volume de poros (1V, 2V, 3V e 4V). As amostras
simples, foram analisadas quanto aos teores de P Mehlich-1 e P solúvel em água. A
transferência de P disponível para as camadas mais profundas do solo em função do
aumento do volume de poros acarretou em perdas por lixiviação. Em relação ao P solúvel
em água, a variabilidade espacial não explicou a lixiviação.
Palavras-chave: Adubo orgânico, lixiviação, profundidade do solo.
INTRODUÇÃO
Os solos da região semiárida e
Agreste apresentam baixos teores de N
total e de P extraível (SANTOS et al.,
2008), por esse motivo, a utilização de
esterco, é muitas vezes adotada para o
suprimento desses nutrientes. Entretanto,
aplicações contínuas em longo prazo,
estariam propiciando acúmulos excessivo
de nutrientes na camada superficial do
solo (GALVÃO et al., 2008), principalmente
nos teores de N e P totais, o que se torna
indesejável, uma vez que a maioria dos
solos utilizados na agricultura nessa região
possuem textura arenosa, havendo maior
susceptívidade para se deslocarem para as
camadas mais profundas e perdas por
lixiviação causando a deterioração da
qualidade das águas superficiais, onde os
elementos são depositados. O P, devido à
adsorção específica, tem baixa mobilidade
no solo, razão pela qual as perdas
ocorrem, principalmente, via escoamento
superficial (SHARPLEY et al., 2001).
as perdas de P em camadas sub-
significativas,
do
solo
como
em
podem
ser
áreas
com
aplicação excessiva de P via fertilizante
mineral ou orgânico (GALVÃO e SALCEDO,
2008),e em áreas com fluxo preferencial –
comum em sistemas de manejo com
menor revolvimento do solo. Embora a
perda de P via subsuperficie seja em geral
inferior a 1 % do P aplicado, o que
agronomicamente
pode
não
O teste foi realizado em campo
experimental,
na
propriedade
de
agricultura familiar no município de
Remígio, no Agreste da Paraíba. O solo
coletado foi classificado como Neossolo
Regolítico eutrófico (EMBRAPA, 2006), de
textura arenosa a franco-arenosa. Adotou-
Em algumas situações, no entanto,
superficiais
MATERIAL E MÉTODOS
ser
representativo, ambientalmente ela pode
causar sérios problemas (SHARPLEY et al.,
2001)
se como critério o elevado teor de P,
decorrente da aplicação de elevadas doses
de esterco.
Foi realizada amostragem de solo
em um perfil de 50 cm, em camadas a
cada 10 cm, para posteriores análises
laboratoriais. Em seguida foi realizado um
teste de infiltração de água, conforme a
metodologia de Beerkan, descrito por
Souza et al. (2008). Foram realizadas as
seguintes
análises:
densidade
de
partículas (Dp), do solo (Ds) método da
proveta
e
volume
de
poros
(Vp),
(EMBRAPA, 1997).
Para o ensaio de lixiviação de P, foi
O presente estudo tem como
objetivo, avaliar o deslocamento vertical
instalado
o
simulador
de
chuva
semelhante ao descrito por Humphry et al
-1
de P extraível Mehlich , e P solúvel em
água
bem como a sua distribuição no
perfil em área plana de agricultura
familiar, adubadas com esterco bovino
utilizando simulador de chuva.
(2002) com um bico aspersor tipo
HH50WSQ descrito por
Shelton et al
(1985). Amostras de solo a cada 10 cm de
profundidade foram coletadas, antes da
aplicação da primeira chuva (V0) e entre a
aplicação de cada volume de poros (V1;
Observa-se que, com 4 volumes de poros
V2; V3; V4), em seguida foram analisadas
(V4) houve um redução de P disponível a
quanto aos teores de P Mehlich-1 e P
partir da camada 0 até 20 cm, ao contrario
solúvel em água por Murphy & Riley
das outras camadas que tiveram um
(1962).
incremento de P disponível a partir de 30
Para acompanhar o deslocamento
cm até 50 cm com teores 81,29 e 37,63
da água até a profundidade de 50 cm,
mg/kg-1 respectivamente (Tabela 1), no
avaliou-se a umidade do solo por uma
qual são interpretados como muito alto
sonda de capacitância de baixa frequência
segundo
modelo diviner 2000®.
fertilidade do solo (Sociedade Brasileira do
Em
virtude
da
ausência
a comissão de química
e
de
solo, 2004), representando um risco
repetições de amostras de solo coletadas
potencial de contaminação de águas
em relação a cada aplicação de volume de
superficiais e subsuperficiais.
poros, os dados obtidos foram submetidos
Os maiores teores de P solúvel em
à análise de regressão em função da
água foram verificados na camada de
profundidade.
10cm para todos os volumes de poros,
diminuindo com a profundidade, mas
RESULTADOS E DISCUSSÃO
precisamente na camada de 30 cm,
havendo em seguida um leve acréscimo
Proveniente dos resultados obtidos,
nas camadas seguintes. Verificou-se um
os maiores teores de P disponível se
acúmulo na camada de 50 cm em torno de
concentraram nas camadas de 10 e 20 cm,
7, 47mg/kg-1para o tratamento com 4
diminuindo com a profundidade para
volumes de poros (V4).
todos os volumes de poros (Tabela 1).
Tabela 1: P extraível em Mehlich-1, P solúvel em Água em diferentes aplicações de volume de
poros, submetido a diferentes profundidades.
Volume
de poros
(L)
Profundidade (cm)
10
R2
Regressão
20
0
146,26
30
40
50
P Mehlich-1 (mg/kg-1)
140,54
53,23
33,47
21,00
1
254,37
147,82
43,35
33,47
32,44
2
111,96
113,00
33,99
26,72
29,32
3
119,75
134,31
49,07
32,95
4
142,62
134,31
81,29
y0 = 295,0e-0,53x
R² = 0,949
R² = 0,988
R² = 0,821
23,60
y1 = 21,83x2 -186,8x +
422,5
y2 = 5,346x2 - 57,23x +
175,8
y3 = 231,1e-0,46x
50,11
37,63
y4 = -29,41x + 177,4
R² = 0,947
4,97
R² = 0,963
R² = 0,787
R² = 0,907
0
8,72
P Água (mg/kg-1)
5,51
4,72
4,64
1
9,39
8,60
6,97
7,56
8,06
2
9,01
6,93
7,72
6,64
5,64
y0 = 0,556x2 - 4,175x +
12,12
y1 = 0,342x2 - 2,423x +
11,62
y2 = -1,76ln(x) + 8,877
3
7,60
7,72
6,97
4,10
5,22
y3 = -0,837x + 8,834
R² = 0,689
4
8,43
6,64
5,18
5,68
7,47
y4 = 0,651x2 - 4,196x +
12,10
R² = 0,976
CONSIDERAÇÕES FINAIS
representar
R² = 0,867
um
potencial
de
contaminação ambiental.
3. A transferência de P disponível
4. Em relação ao P solúvel em água, a
para as camadas mais profundas do solo
variabilidade espacial não explicou a
em função do aumento do volume de
lixiviação. A metodologia deve ser revista,
poros acarretou em perdas por lixiviação.
devido
Entretanto,valores de P considerados altos
necessitando de maior repetição na
na profundidade a partir de 30 cm pode
amostragem do solo; nova análise das
aos
dados
apresentados,
águas utilizadas e dos teores de Fe e Al no
solo e realização de um teste em coluna
de solo, necessário para estimar a
quantidade de volumes de poros utilizada
pelo simulador de chuva aplicada no
campo, para lixiviar um considerável teor
de P.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Solos (RJ). Manual de métodos de análise
de solo. 2ed. Rio de Janeiro: EMBRAPACNPS, 1997. 212p.
EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de
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de Solos. Rio de Janeiro, 2006. 306 p.
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OLIVEIRA, F. F. Acumulação de nutrientes
em solos arenosos adubados com esterco
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Brasília, v.43, n.12, p.99-105. 2008
HUMPHRY JB, DANIEL TC, EDWARDS DR,
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MURPHY, J. & RILEY, J.P. A Modified single
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SHELTON CH, VON BERNUTH RD,
RAJBHANDARI
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A
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SOCIEDADE BRASILEIRA DE CIÊNCIA DO
SOLO. Comissão de Química e Fertilidade
do Solo. Manual de adubação e calagem
para os Estados do Rio Grande do Sul e de
Santa Catarina. 10.ed. Porto Alegre:
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Comissão de Química e Fertilidade do
Solo, 2004. 400p.
SOUZA, E.S.; ANTONINO, A.C.D.; ANGULOJARAMILLO, R.; MACIEL NETO, A.
Caracterização hidrodinâmica de solos:
aplicação do método Beerkan. Revista
Brasileira de Engenharia Agrícola e
Ambiental, v.12, n.2, p.128-135, 2008.
APLICAÇÃO DAS GEOTECNOLOGIAS NA CONSTRUÇÃO DO SISTEMA DE GESTÃO DO
CONHECIMENTO DO SEMIÁRIDO BRASILEIRO
JULIE EUGÊNIO DA SILVA FRANCISCO1, ANDERSON MACIEL LIMA DE MEDEIROS2, RICARDO
DA CUNHA CORREIA LIMA3, LEONARDO BEZERRA DE MELO TINÔCO4
1
Ms. Pesquisadora Bolsista do INSA. E-mail: [email protected]
Gdo.Pesquisador Bolsista do INSA. E-mail: [email protected]
3
Ms. Tecnologista do INSA/MCTI. E-mail: [email protected]
4
Dnd. Pesquisador bolsista. E-mail: [email protected]
2
RESUMO: Os problemas enfrentados pela população do Semiárido brasileiro (SAB) não
surgiram neste século, mas certamente foram intensificados por longos períodos de seca
conjugados com outros fatores. Uma das formas de aperfeiçoar as ações voltadas para
beneficiar esta região é pela adequada gestão do conhecimento sobre a mesma, sob
diferentes óticas. Para este fim, concebeu-se o projeto de construção de um Sistema de
Gestão do Conhecimento para o semiárido, o SGK-SAB. Uma das componentes deste sistema
leva em conta a potencialidade do uso das Geotecnologias como ferramenta de produção de
análises e informações úteis sobre a área de atuação do INSA.
Palavras-chave: Geoprocessamento, informação.
INTRODUÇÃO
Tem
estende por 980.133 km², envolve oito
sido
um
desafio
governamental lidar com as dificuldades
do
Semiárido
brasileiro,
região
caracterizada como sendo a mais seca do
país,
com
baixa
pluviometria,
altas
estados da região Nordeste e o Norte de
Minas
ciclos
de
estiagem,
características climáticas que afetam de
forma
drástica
sua
população,
especialmente da zona rural. Essa região,
que abriga todo o bioma Caatinga, se
totalizando
1.135
municípios (BRASIL, 2005), e acolhe uma
população
de
22.598.318
habitantes
(IBGE, 2010).
O uso inadequado dos recursos
temperaturas, elevada evapotranspiração,
extensos
Gerais,
naturais é impactante, pois provoca a
redução na produção agrícola, o aumento
do
processo
diminuição
ecossistemas
de
da
e
desertificação,
resistência
corpos
a
dos
hídricos,
prejudicando social e economicamente a
geotecnologias, pretende-se espacializar
população e aumentando o índice de
as informações e, com isso, potencializar
migração para cidades mais desenvolvidas
sua análise, possibilitar a geração de
(CIRILO, 2008).
produtos
cartográficos,
desta
forma,
É possível que o semiárido se torne
contribuir para a definição de políticas e
mais árido o que resultaria em maior
ações para o desenvolvimento sustentável
escassez de água, e suas consequências na
da região.
saúde pública, desenfreado êxodo rural e
superpopulação nas grandes cidades,
fenômeno que denominou de “onda de
MATERIAL E MÉTODOS
refugiados ambientais do clima”, previsão
que,
se
confirmada,
agravaria
os
No projeto de desenvolvimento
problemas sociais na região (MARENGO,
do SGK-SAB, em especial em seu viés de
2008).
Sistema de Informações Geográficas (SIG),
convivência
optou-se por tecnologias baseadas em
sustentável com o semiárido, o Instituto
softwares livres para Geoprocessamento.
Nacional do Semiárido (INSA) iniciou o
Dados em inúmeros formatos estão sendo
desenvolvimento do Sistema de Gestão do
tratados e gradualmente integrados com o
Conhecimento do Semiárido Brasileiro
objetivo de constituir a base de dados do
(SGK-SAB). Trata-se de um portal na
sistema que tratará de temas como clima,
Internet onde serão reunidas informações
dimensão
sociais, econômicas e ambientais com o
ambiente,
recorte espacial do Semiárido Brasileiro. O
infraestrutura. Para tanto, será dada
SGK-SAB
prioridade aos dados existentes nas fontes
Em
busca
da
pretende
disseminar
o
conhecimento científico e o saber popular
de modo a possibilitar sua apropriação
pelos
agentes
socioeconômica,
saúde,
meio
agropecuária
e
oficiais do governo.
Alguns
programas
foram
políticos,
comunidade
identificados como mais adequados aos
sociedade,
pequenos
propósitos e demandas do SGK-SAB. Em
agricultores, sempre com o objetivo de
conjunto, os aplicativos se complementam
promover
formando
acadêmica,
as
práticas
adequadas
à
convivência com o semiárido. Através de
tecnológica
uma
para
potente
edição
plataforma
vetorial,
dados,
atuação do instituto em nível regional,
processamento digital de imagens (PDI),
estadual e municipal, sendo necessária a
entre outros recursos importantes para a
edição da mesma para correção de falhas
continuidade das ações desenvolvidas
topológicas. Os dados tabulares foram
pelo INSA.
filtrados e organizados para integração
integração
de
bases
de
principais
com a base. Este processo envolveu a
empregados até o momento são o
remodelagem da estrutura das tabelas e a
Quantum GIS (QGIS), para edição dos
conversão para novos formatos em alguns
dados geográficos e geração de mapas
casos, sendo este, um procedimento
temáticos; o Sistema Gerenciador de
constante
Banco de Dados (SGBD) PostgreSQL, com
informações são acrescentadas. A seguir
o módulo PostGIS. Para publicação de
iniciou-se à etapa de desenvolvimento da
mapas de forma compartilhada, em rede
aplicação-piloto para disponibilização dos
intranet e internet, foi adotado o i3Geo,
primeiros dados através de interface com
um
mapas interativos.
Os
programas
servidor
de
mapas
brasileiro
à
medida
que
novas
construído sobre outros programas e
bibliotecas robustos, como o MapServer.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A metodologia proposta envolve
dados
Está publicada no ambiente intranet
cartográficas
do INSA a aplicação piloto do SIG que
vetoriais e imagens de satélite. A malha
posteriormente será disponibilizado para a
vetorial obtida junto ao Instituto Brasileiro
toda
de Geografia e Estatística (IBGE) foi
informações sobre o Semiárido brasileiro
recortada de acordo com a área de
(Figura 1).
a
busca
e
alfanuméricos,
aquisição
bases
de
a
comunidade
interessada
em
Figura 1: Interface gráfica da aplicação-piloto do SIG que integrará o SGK-SAB.
Fonte: Elaborado pelos autores, 2013.
A aplicação-piloto já conta com
opções de exibição de algumas camadas
Webservices geográficos, entre outras
ferramentas.
de informação, como o polígono que
Esta aplicação constitui uma forma
define os limites atuais do SAB, sua divisão
amigável e instrutiva para disseminação
estadual e municipal e hidrografia.
do conhecimento sobre o Semiárido
Entre os recursos já disponíveis
brasileiro.
pode-se destacar a possibilidade de
desenhar novas feições (geometrias) sobre
o mapa base a partir do upload de
CONCLUSÕES
planilhas com coordenadas geográficas ou
mesmo de um arquivo vetorial pré-
No contexto do SAB o SGK-SAB
surge como uma robusta ferramenta para
existente.
Há também funcionalidades que
suporte à tomada de decisão no âmbito
permitem ao usuário fazer o download
de atuação do INSA. A geração de um
dos dados disponibilizados para que possa
banco de informações georreferenciadas
realizar
análises
associado a um SIG apoiará estudos
possível
estratégicos do Instituto. O conhecimento
acessar dados de outras instituições a
e análise da componente espacial é fator
partir da interação com padrões de
determinante
suas
posteriormente.
próprias
Também
é
para
a
avaliação
da
viabilidade
em
diversos
ramos
de
pesquisa, bem como do acompanhamento
de seu progresso.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Ministério da Integração Nacional.
Nova delimitação do Semiárido brasileiro.
Brasília, 2005,32p.
CIRILO, J. A. Políticas públicas de recursos
hídricos para o semi-árido. Estudos
avançados 22(63), 2008. Disponível em: <
http://www.scielo.br/scielo.php>. Acesso
em: 20/01/2013.
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística. Censo Demográfico 2010.
Disponível em: <http://www.ibge.gov.br>
Acesso em 15/01/2013.
MARENGO, J. A. Vulnerabilidade, impactos
e adaptação à mudança do clima no semiárido
do
Brasil.
Parcerias
o
Estratégicas, Vol.13, n 27
(2008).
Disponível em: <http://seer.cgee.org.br>.
Acesso em: 20/01/2013.
UM MÉTODO PARTICIPATIVO DE INVESTIGAÇÃO DA HISTÓRIA DO RECENTE NAS
COMUNIDADES E ORGANIZAÇÕES
LUIS FELIPE ULLOA FORERO1, ALDRIN MARTIN PEREZ MARIN2
1
2
Ms.Pesquisador bolsista do INSA E-mail: [email protected]
Dr. Pesquisador do INSA/MCTI. E-mail: [email protected]
RESUMO: Está entrando na fase III, a construção do método Revisão de Experiências com
vista ao Futuro (REI-F) que é um método para investigar com altos níveis de participação,
estágios da vida coletiva de uma comunidade ou de uma organização, a partir de uma
imagem do futuro construída coletivamente e aceitável para os diferentes setores com
interesses em jogo nela. As fases anteriores foram desenvolvidas na América Central e no
México, agora busca-se no SAB confrontar seu quadro teórico atual com discursos de
pensadores contemporâneos cuja seleção já acontece.
Palavras-chave: Confronto conceitual, história das comunidades, história das organizações
INTRODUÇÃO
No
Nicarágua
final
do
século
reconhecíamos
XX
na
que
a
suas principais mercadorias, fonte de valor
e de riqueza” (GERMANO, 2011).
modernidade não trouxe as conseqüências
Se não protegemos a memória,
que prometeu e já estávamos entrando
não há história. Se não há história não
em uma nova época que obrigava a buscar
podemos aprender o criar a partir dela. A
olhares diferentes. O Positivismo, havia
Revisão de Experiências com vista ao
perdido muito de seus privilégios e
Futuro (REI-F) é um método de pesquisas
teoricamente
sujeito
da história recente, propõe uma trilha
pesquisador/objeto pesquisado, ganhava
para construir seu conhecimento e teoria
horizontalidade mais na prática não. “O
aos setores com interesses em jogo
mito da neutralidade e da ciência como
envolvidos numa etapa ou situação perto
principal
humanidade,
e relevante, encarando esse passado
postrou-se diante de um mercado que
recente com um futuro aceitável para
transformou o conhecimento em uma de
todos. As situações estudadas podem ser
a
benfeitora
relação
da
muito diversas: as envolvidas numa
Nesta fase, foram 8 momentos com a
novidade
adição
na
organização
ou
na
do
primeiro
“futurear”,
comunidade; um projeto; o avanço de
imediatamente após a negociação e o
uma
“Fechar-abrindo”.
pesquisa
participativa;
uma
articulação particular, etc. Os produtos
Agora estamos entrando na Fase
alcançáveis da aplicação do REI-F incluem
III para desafiar sua relevância geral na
a seqüência
cronológica global do que
época e em particular para o SAB com a
aconteceu (Linha da vida); descrições de
intenção de aperfeiçoar-lo e garantir a
seqüências (processos); descrições do
melhor a maior utilização
estado de alguém ou algo (“fotos”);
academia.
explicações
relativamente
firmes
e
O
método
incluindo
interessa
as
também tentativas; lições aprendidas;
instituições que buscam para a realização
perguntas; e listas de conseqüências reais,
a execução de pesquisas, a formação, e a
sentidas ou esperadas.
difusão de resultados para a convivência
A construção do REI-F já ocorreu
sustentável no Semiárido Brasileiro, a
em duas fases sequenciais: Fase I (1999-
partir
2010) o REI-F posicionou o futuro de
socioeconômicas e ambientais da região e
maneira clássica ocidental como posterior
que reconhecem a importância das outras
ou destino. O método incluiu sete
vozes do conhecimento tácito e explícito e
momentos: a Negociação; a Reconstrução
acredita na sinergia entre os profissionais
inicial da história; a Imersão em cada
da pesquisa e o povo.
etapa;
a
Contração
do
cérebro;
das
potencialidades
o
Para o PDU 2012-15 do INSA,
“Perguntatório”; o “Respondatório”, e o
este esforço está inserido no Eixo de
“Fechar-abrindo”. O método foi chamado
Sustentação IV (Formação e Capacitação),
Revisão de Experiências de intervenção
no Programa Prioritário CT&I para o
com vista ao Futuro, mais os participantes
Desenvolvimento Social. O método pode
nas primeiras aplicações
contribuir para as metas 23
rejeitaram a
e
24 e
palavra "intervenção". Na Fase II (2011-
ajudaria a estudar como o INSA faz suas
2012) REI-F posicionou o futuro como
pesquisas
anterior e posterior, concordando com
Organizações parceiras
visões de mundo dos povos andinos.
projeto).
e
sua
relação
com
as
(organizações-
governo dos EUA e então a construção
MATERIAL E MÉTODOS
continuou fora da academia. A aplicação
do método REI-F foi implementado na
Nas etapas I e II o processo para
construir
REI-F
apresentou
Nicarágua, México, Guatemala, Honduras
uma
e El Salvador em 37 situações diferentes
com ciclos a que
com assessoria do criador do método
voltaríamos outras vezes em estágios
(LUIS FELIPE ULLOA): 30 aplicações foram
superiores:
criação
registradas na Fase I e 07 na Fase II. Após
adequar
sua primeira experiência 27 organizações
técnicas, ferramentas e procedimentos; e
buscaram mais: cursos de formação no
fazer ajustes conceituais; (2) Aplicação em
método e/ou outras aplicações, etc. Em
condições
e
pelo menos uma Universidade, foi usado
organizações; (3) Reflexão coletiva sobre o
como um método de trabalho final de
que aconteceu a partir de registros e
graduação (UCATSE/Nicarágua). Um texto
memória, entre todos os participantes de
foi colocado na Internet em 09/08/2010 e
cada aplicação e/ou
dentro da equipe
17 meses depois registrava 1213 acessos
facilitadora do exercício; (4) Debates nas
de cinco países de língua espanhola
salas de aulas que o investigador teve
(ULLOA, 2010).
seqüência de espiral
individual
(1)
Reflexão
para
produzir
reais
de
e
e
comunidades
acesso “ocasional”; (5) Volta a Reflexão e
criação individual, produzir e adequar.
Para confrontar o atual quadro
teórico
construído
no
processo,
as
O REI-F não teve nenhuma
ferramentas e a estrada com os discursos
publicidade especial, mais começou a
dos pensadores contemporâneos a Fase III
ganhar a simpatia quando a notícia se
inclui: (1) A preparação de uma primeira
espalhou sobre a sua existência. A
lista de autores e correntes a partir de
demanda se estendeu fora das fronteiras
uma releitura do REI-F; (2) Apresentação
da Nicarágua, e chegou a Universidade de
do método no INSA e em outros espaços
Wisconsin-Madison, com a possibilidade
Científicos e Acadêmicos para divulgar e
de que esta proposta, pudesse ser objeto
obter propostas de critérios e nomes; (3) A
de um projeto de doutoramento, mas com
elaboração de uma lista "final" de
a chegada do 11 de setembro de 2001, o
pensadores contemporâneos e produção
visto do pesquisador foi congelado pelo
resultante de 2 a 3 produtos; (4) Ajustes
do REI-F; (5)
Aplicação em espaços
conceitos associados com a prática do REI-
urbano e rural no SAB (novos ajustes); e
F e vice-versa: o tempo não-linear; a
(6) Relatório e publicação
oficina
(“Taller”)
fundamental;
RESULTADOS E DISCUSSÕES
o
como
atividade
protagonismo;
a
sentilógica (Afetividade e racionalidade
A atual fase da construção do
como forças igualmente importantes); a
Método ocorre na sede administrativa do
comunidade de referente territorial hoje;
Instituto Nacional do Semiárido (INSA),
as dinâmicas comunitárias;
localizado em Campina Grande (PB). O
ingênua; a relatividade da “verdade”; e a
primeiro passo na Fase III foi o de
impossibilidade
de
reconhecer a importância de enfrentar o
completamente.
Bauman
método conceitualmente sendo agora
agregaram
necessário definir uma maneira de realizá-
aprofundar como
lo.
medo” e “as incertezas”. Para assegurar a
outros
a pergunta
conhecer
e
conceitos
Augé
para
“a vida líquida”, “o
Por que um método bem aceito
coerência com o mundo contemporâneo e
requer uma terceira fase? É uma questão
as dinâmicas atuais, aceitar ou gerar novos
de responsabilidade. O pesquisador não
conceitos e tomar as decisões necessárias
pode reduzir seu trabalho ao encontrar
é preciso debater com discursos como
um produto, e divulgá-lo sem pensar em
esses.
seu significado para a vida e para o mundo
Até agora além deles, tem
em mudança. A necessidade de realizar o
selecionadas para confrontar com o REI-F
confronto conceitual para afirmar a
as Tendências do pragmatismo, Grounded
relevância do método, apareceu com a
Theory,
leitura de "Tempos Líquidos" do filósofo e
Sistematização,
sociólogo Zygmunt Bauman, a abordagem
Transdisciplinaridade, a Popularização da
do antropólogo
Ciência e Educação Popular.
Marc Auge e sua
"ideologia do presente”, e com Paulo
Freire.
As duas primeiras fases da
construção do método de pesquisa já
levaram
a
desenvolver
ou
adaptar
Pesquisa-Ação
Participativa,
complexidade,
CONCLUSÕES
A boa recepção inicial de REI-F na América
Central, sugere boas perspectivas para sua
aplicação no SAB e a possibilidade pode
ser
estendida
com
um
respaldo
institucional. É desejável incluir mais
pensadores do Brasil e outros países
Latinos americanos para reduzir riscos da
colonização do pensamento
Agradecimentos
Walter Alves de Vasconcelos... Por seu
apoio na correção do português
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Augé, M. Estamos viviendo en una
ideologia del presente. Página 12.
(Acceso
em
17/12/2012)
http://www.pagina12.com.ar/diario/suple
mentos/espectaculos/17-27333-2012-1217.html.
Bauman, Z. Tiempos líquidos Mexico D.F:
Tusquet Editores e Consejo Nacional para
la Cultura y las Artes, 2008. 169p.
Germano, M. G . Uma nova ciência para
um novo senso comum. Campina Grande:
EDUEPB, 2011. 400p.
Lima, V.A de. Comunicação e Cultura: As
ideas de Paulo Freire Rio de Janeiro: Paz e
Terra, 1981. 167p.
Ulloa F, L.F Síntesis sobre el Método REIF.
2010
http://pt.scribd.com/doc/37125588/Meto
do-REI-F-Revision-de-experiencias-conmiras-a-futuro (Acceso em 23/01/2013).
MANEJO ALIMENTAR E SANITÁRIO DO GADO CURRALEIRO PÉ-DURO NO NORDESTE
BRASILEIRO
PATRICY ANDRADE SALLES¹, VANESSA VIRGINIA BARBOSA2, CRISTIANO MORAIS SOUSA2;
MATHIAS WELLER3, GEOVERGUE RODRIGUES MEDEIROS4
1
Dra. Pesquisadora Bolsista do INSA. E-mail: [email protected]
Gnda. Universidade Estadual da Paraíba. E-mail: [email protected]
3
Dr. Universidade estadual da Paraíba. E-mail: [email protected]
4
Dr. Pesquisador do INSA/MCTI. E-mail: [email protected]
2
RESUMO: A raça bovina Curraleiro Pé-duro representa um importante patrimônio genético
animal, para produtores da região Nordeste brasileira, sendo segundo Organização das
Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), considerada em risco de extinção.
O presente estudo compreendeu a realização der um levantamento sobre as características
de manejo sanitário e alimentar desses animais na referida região com associados da
Associação Brasileira de Criadores de Gado Curraleiro Pé- Duro (ABCPD). Os dados revelam
que o número de animais pertencentes à raça Curraleiro Pé-duro existente no nordeste
brasileiro é cerca de 3.380. São criados extensivamente, tendo o capim Andropogon gayanus
cv. Planaltina como principal alimento. A mortalidade atinge 1% do rebanho durante todo o
ano, e a causa das mortes é devido a picadas de cobras. Os criadores são interessados na
conservação da raça, podendo ser considerada uma boa candidata ao estabelecimento de
melhoramento genético.
Palavras-chave: Bovino, censo, conservação
INTRODUÇÃO
Dentre as espécies ruminantes
pastagens
naturais
do
Nordeste,
domesticadas e naturalizadas brasileiras,
principalmente do semiárido brasileiro
estão os bovinos da raça Curraleiro Pé-
(SALLES
duro, animais considerados rústicos e
FIORAVANTE et al, 2011). Esta raça é
resistentes
e
originada a partir de cruzamentos das
adaptados ao clima tropical, à seca e as
raças mirandesas e Bairoa, introduzidas
a
parasitas,
dóceis,
et
al,
2011;
EGITO,
2007;
por volta de 1534 em São Vicente (atual
aos estados: Piaui (17) Ceará (1), Paraíba
estado de São Paulo). Uma das principais
(2), Maranhão (2). A coleta de dados
atividades
semiárido
seguiu as seguintes etapas: 1. Discussão e
brasileiro é a pecuária, que satisfaz
escolha do modelo mais adequado de
necessidades
e
questionário;
a
profissionais envolvidos na pesquisa e
produtivas
de
principalmente
do
subsistência
econômicas
com
2.
Reuniões
conjuntamente
secas. Almeida et al (2008) mostram em
formulário de perguntas direcionadas aos
seus resultados a ótima adaptabilidade da
criadores; 3. Preparação da planilha de
raça Curraleiro Pé-duro às condições do
questionários;
semiárido.
conhece
associação de criadores após o contato
plenamente o valor genético e o potencial
com a associação foi feita uma listagem de
zootécnico da raça. Sabe-se que a sua
todos
extinção causaria um dano irreparável na
respectivos endereços; 4. Contactados e
pecuária nacional, principalmente em
aplicados os questionário aos criadores via
relação aos genes de resistência a
telefone e e-mail; 5. Preenchimento de
parasitas e térmicas (ALMEIDA, 2008).
todas as planilhas com os dados coletados;
Segundo critérios adotados pela FAO a
6. Análise estatística. Posteriormente, os
mencionada raça encontra-se sob-risco de
dados foram tabulados em planilha do
extinção (FAO, 2008). Acerca destas
programa Microsoft Excel (Versão 2007) e
discussões esse trabalho visa identificar o
em
manejo sanitário e alimentar dos animais
descritiva com auxílio do programa SPSS
dos criadores e membros pertecentes a
statistics (vers.17.0).
não
se
os
3.
criadores
seguida
proposto
os
utilização de animais adaptados a regiões
Ainda
foi
com
um
Contactou-se
com
submetidos
os
à
a
seus
análise
Associação Brasileira de criadores de
animais Curraleiro Pé-duro (ABCPD).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O número do efetivo de bovinos
MATERIAL E MÉTODOS
Curraleiro Pé duro foi de 2.366 cabeças.
A pesquisa foi realizada com 22
criadores
pertencentes
Brasileira
de
criadores
à
Associação
de
bovinos
Curraleiro Pé-duro (ABCPD) pertencentes
Adicionando-se a esse valor, o número de
animais pertencentes à criadores não
entrevistados, o valor da amostragem foi
de
3.377,
criados
extensivamente,
outras,
foram
mencionadas
alimentando-se de capim andropogon
principalmente a rusticidade, docilidade
(Andropogon gayanus cv. Planaltina) 56%
dos animais e a boa qualidade da carne.
(N=14), considerada pelos entrevistados,
Essas características, segundo a opinião
uma gramína que tolera até nove meses
dos entrevistados, fazem da raça um
de seca (Quadro 1). O capim braquiária
diferencial que pode trazer promissores
(Brachiaria bizantha), e buffel (Cenchrus
resultados econômicos sem altos custos
ciliaris L.), ambos com porcentagem de
de investimentos, além de ter potencial
15% (N=3), dentre outros tipos de
para ser inserida em programas de
vegetações,
utilizados
melhoramento genético animal. O macho,
(Quadro 1). Para os criadores, são animais
quando abatido, possui a idade entre 4 a 5
capazes de alimentarem-se de qualquer
anos (36%; N=9), ou o peso médio de
tipo de pasto e de fácil manejo. Metade
carcaça de 150 kg. Vacinações contra
dos criadores afirmam não oferecerem
aftosa e desinfecção do umbigo do
assistência
(50%;
bezerro recém-nascido são praticadas pela
N=11). As taxas de mortalidade são baixa
maioria dos criadores. O controle dos
(77%; N=17), sendo as picadas de cobras
ectoparasitas e endoparasitas é realizado,
as principais causas de mortalidade. Os
embora não representem um problema
animais consomem em geral, água de
sério para a raça. No Piauí, a referida raça
boa qualidade proveniente de fontes
é considerada um patrimônio histórico-
como
cultural e atração em festas religiosas.
os
são
técnica
açudes.
tambem
veterinária
Com
relação
as
vantagens da raça em comparação às
Pastagem n=20
Andropogongayanus
Brachiaria brizantha
Cenchrus ciliares
N=14 (70%)
N=3 (15%)
N=3 (15%)
Área de hectares para a criação do gado n=22
23-300ha
300-600ha
600-1000ha
1000-3000ha
>3000ha
N=13 (59%) n=2 (9%)
n=2 (9%)
n=3 (13%)
n=2 (9%)
Fonte de agua n=22
Poços
açudes
rios
N=7 (31%)
n=9 (40%)
n=6( 27%)
Assistência técnica n=22
Sim n=11 (50%)
Não n=11 (50%)
Controle de ectoparasitas e endoparasitas n=22
Sim n=21 (95%)
Não n=1 (4%)
Peso de carcaça ao abate n=12
100-150 kg
150-200kg
200-250kg
N=7 (58%)
N=3 (25%)
N=2 (16%)
Idade para o abate n=15
1-2 anos n= 6 (40%)
4-5 anos n=9 (60%)
Causas das mortes n=22
Não sabem
Picadas de cobras
N=10 (45%)
n=9 (40%)
Parasitas
n=3 (13%)
Quadro 1. Manejo sanitário e alimentar praticado pelos criadores de bovinos da raça
Curraleiro Pé-duro na região Nordeste brasileira
CONCLUSÕES
assim beneficiar futuramente o pequeno e
Acredita-se que o gado Curraleiro
Pé-duro, esteja saindo do risco de extinção
o médio produtor.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
e que pode a vir contribuir para o
desenvolvimento regional. Os criadores
demonstram satisfação com a raça,
avaliando-a como vantajosa para as
condições
ambientais
do
Semiárido
AZEVÊDO, D M M R.; FILHO, R M.; LÔBO, R N B.;
MALHADO, C H M.; LÔBO, R B.; MOURA, A A A.;
FILHO, E C P. Desempenho eprodutivo de vacas
Nelore no Norte e Nordeste do Brasil. Revista
Brasileira de Zootecnia, v.35, n.3, p.988-996, 2006
(supl.).
brasileiro. O manejo sanitário é simples e
não requer tantos cuidados. Os criadores
são interessados na conservação da raça,
podendo
candidata
ser
ao
considerada
uma
boa
estabelecimento
de
melhoramento genético. Mais estudos
devem ser feitos com a raça, a fim de
mostrar o seu potencial zootécnico, e
EGITO, A A. Diversidade genética, ancestralidade
individual e miscigenação nas raças bovinas no
Brasil com base em microssatélites e haplótipos de
DNA mitocondrial: subsídios para a conservação.
Tese de Doutorado. Universidade de Brasília – DF,
2007.
FIORAVANTE, M C. SOARES, J R.; COSTA, G L. ;
ABUD, Lucas Jacomini; CARDOSO, Valtuir Silva;
CARPIO, Marya Gómez; COSTA, Marcos Fernando
Oliveira . Conservación del bovino Curraleiro:
cuantificación del censo y caracterización de los
criadores.Animal Genetic Resources, ISSN 20786336, p. 109-116, 2011.
FAO. Food and Agriculture Organization of the
United
Nations. (2008). DOMESTIC ANIMAL
DIVERSITY INFORMATION SYSTEM. disponível em
:<http://www.fao.org/ag/againfo/programmes/es/
A5.html>.Acesso em: 25 de Fevereiro 2012.
SALLES, P A.; Medeiros, G R.; COSTA, R G.; RAMOS,
C T C., BORBUREMA, J B A.; ROCHA M J O.; ROCHA,L
L., WELLER M. Programa de conservação e
melhoramento de uma raça bovina brasileira:
curraleiro (pé-duro). Actas Iberoamericanas de
Conservación Animal. AICA 1, p. 453-456, 2011.
CARACTERÍSTICAS BIOMÉTRICAS DE PALMA FORRAGEIRA (OPUNTIA TUNA) RESISTENTE A
COCHONILHA-DO-CARMIM COM QUATRO FONTES DE ADUBAÇÃO ORGÂNICA
TIAGO FERREIRA PINTO1, JUCILENE SILVA ARAÚJO², ANDRÉ JAPIASSÚ1, ADÃO FRANCISCO
JOSÉ DA SILVA3, ANTONIO LUCENA NETO3.
1
Ms. Pesquisador Bolsista do INSA. E-mai: [email protected]
Dra. Pesquisadora do INSA/MCTI. E-mail: [email protected]
3
Gdo. Pesquisador Bolsista do INSA. E-mail: [email protected]
2
RESUMO: A palma tem passado pelo grave ataque da Cochonilha-do-Carmim. No âmbito da
Paraíba já são contabilizados 81 municípios onde foram detectadas populações
economicamente danosas de cochonilha do carmim. Estes municípios estão distribuídos nas
Mesorregiões do Agreste, Borborema e Sertão totalizando 13 Microrregiões atingidas. Uma
alternativa para amenizar o problema é a condução de táticas de manejo, onde se
recomenda a utilização de variedades resistentes ao inseto-praga. O objetivo do trabalho foi
avaliar as características biométricas de palma forrageira da variedade Orelha Elefante
Mexicana com diferentes adubos orgânicos. Foi realizado o plantio de 0,3 ha de palma
variedade orelha de elefante mexicana seguindo o espaçamento de 0,5 X 0,5 X 1,5 m para
fins de avaliação. Foram utilizadas quatro fontes de adubação orgânica (A1- Testemunha;
A2- Ácido Húmico; A3- Ácido Fúlvico; A4- Esterco Bovino) no plantio. A coleta de dados
encontra-se em fase inicial. O delineamento experimental utilizado foi de blocos
casualisados, com quatro tratamentos e três repetições. A parcela é composta por 12
plantas úteis. Os dados são submetidos à análise de variância, utilizando-se o programa
SAEG (UFV, 1999).
PALAVRAS-CHAVE: Ácidos orgânicos, área de cladódio, área de fotossíntese, crescimento
vegetativo, orelha de elefante mexicana
INTRODUÇÃO
Segundo
Medeiros
et
al
(2012),
atualmente, a porção Semiárida mais
A seca que se iniciou em 2012 está
afetada é a baiana, seguida da paraibana,
sendo a pior dos últimos 30 anos.
pernambucana e potiguar, por abrigarem
os maiores contingentes populacionais
palma forrageira da variedade Orelha
atingidos.
Elefante Mexicana com diferentes adubos
A principal fonte de alimento para o
orgânicos.
gado sempre foi à palma forrageira,
notadamente
a
variedade
Gigante,
MATERIAL E METODOS
principalmente nos períodos escassez de
água, no entanto a cultura desde o ano
O trabalho é realizado, município de
2001 vem sendo acometida de uma praga
Bonito
denominada
Cochonilha-do-Carmim
mesorregião do sertão, microrregião de
(Dactilopius opuntiae), considerada uma
Cajazeiras, situado entre as coordenadas
praga potencialmente devastadora (Lopes
geográficas: latitude: 07º 18’ 48” S e
et. al., 2010).
longitude: 38º 30' 54" W. O clima é Bsh
de
Santa
Fé,
localizado
na
Uma das alternativas para amenizar
(Semiárido quente). Foi realizado o plantio
os problemas trazidos pela praga, visando
de 0,3 ha de palma variedade orelha de
à eliminação do número de aplicações de
elefante
inseticidas, é a condução de táticas de
espaçamento de 0,5 X 0,5 X 1,5 m para
manejo preconizado no Manejo Integrado
fins de avaliação. Foram utilizadas quatro
de Pragas (MIP), onde se recomenda a
fontes
utilização de variedades resistentes ao
Testemunha; A2- Ácido Húmico (5 L/ha-via
inseto-praga
2010).
solo); A3- Ácido Fúlvico (5 L/ha-via foliar);
Pesquisas iniciais realizadas no Semiárido
A4- Esterco Bovino (20 t/ha) no plantio. O
brasileiro com algumas variedades, dentre
delineamento experimental utilizado foi
elas a variedade Orelha de Elefante
de blocos casualisados, com quatro
Mexicana (Opuntia tuna) demonstraram o
tratamentos e três repetições. A parcela é
potencial
composta por 12 plantas úteis.
de
(LOPES
et
resistência
al.,
ao
inseto,
podendo-se, portanto iniciar um processo
de revitalização da cultura.
No entanto ainda são incipientes as
mexicana
de
adubação
seguindo
orgânica
o
(A1-
A adubação foi realizada 60 dias
após o plantio (DAP). A avaliação do
número de cladódios por planta (CT),
respostas de produção destas variedades.
comprimento,
Diante do exposto, o objetivo do trabalho
perímetro, área de cladódios (AC) e área
foi avaliar as características biométricas de
fotossintética total é realizada 90 dias DAP
largura,
espessura,
seguindo a cada 30 dias. Nas medições de
estudando adubação em palma forrageira
comprimento, largura e perímetro de
(Opuntia) cv. Italiana, plantada em vaso,
cladódio foram utilizados fita métrica e a
em condições de telado, observaram
espessura foi realizada por paquímetro. A
media 2,42 cladódios por planta aos 270
área de cada cladódio é determinada
DAP. Isto demonstra o poder de brotação
conforme
(1991),
da variedade orelha de elefante mexicana,
através da seguinte expressão: AC =
que com uma diferença de 180 dias
Comprimento x Largura x 0,632. A área
chegou próximo ao índice da cultivar
fotossintética total da planta foi obtida
Italiana. Este fato pode estar associado ao
pela multiplicação da área de cladódio
fato do presente trabalho ter sido
pelo número de cladódios. Os dados são
desenvolvido em condições de campo,
submetidos
favorecendo
Cortázar
à
& Nobel
análise
de
variância,
utilizando-se o programa SAEG (UFV,
o
desenvolvimento
das
plantas.
As
1999)¹.
variáveis
de
largura,
comprimentos e perímetro dos cladódios
RESUTADOS E DISCUSSÃO
não diferiram muito em valores absolutos
entre os tratamentos aplicados. Silva et al.
O numero total de cladódios por
(2011) encontraram valores de 12,0cm;
planta (CT) variou de 1,8 (A4- esterco
25,25cm; 58 cm respectivamente para a
bovino) a 2,3 (A1-testemunha) aos 90
variedade gigante aos seis meses de idade.
DAP, no entanto, Teles et al. (2002)
Tabela 1. Biometria de palma forrageira Orelha de elefante mexicana com diferentes
adubos.
*Variáveis
FA
CT
AP (cm)
LARG.
(cm)
COMP.
(cm)
ESP.
(mm)
PER. (cm)
AC (cm²)
AFT (cm²)
A1
2,3±1,0
29,8±6,0
12,7±2,9
15,9±4,3
4,3±1,1
42,1±11,8
127,6±41
293,5±40
A2
2,1±1,4
26,6±7,0
11,6±3,0
15,9±4,0
4,1±1,0
40,6±11,0
116,5±38
265,6±39
A3
2,2±0,9
26,6±7,0
11,6±3,3
15,9±4,9
4,1±1,5
40,6±12,6
126,5±45
278,3±43
A4
1,8±0,9
27,0±6,8
12,9±3,3
17,0±4,8
4,3±0,9
44,9±12,0
219,3±43
394,7±45
* Dados parciais CT- cladódios totais; AP- Altura da planta; Larg- Largura; Comp- Comprimento; Espessura; per- Perímetro; AC- Área do
cladódio; AFT- área de fotossíntese total.
A área do cladódio (AC) e área
CORTAZAR, V.; NOBEL, P.S. Prediction and
fotossintética total (AFT) em termos
measurement of high annual productivity
absolutos foram maiores no tratamento
for Opuntia ficus-indica. Agricultural and
com esterco bovino 219,3 e 394,7 estas
Forest Meteorology, v. 56, p. 261-272.
variáveis são importantes pelo simples
1991.
fato de que são as folhas as principais
responsáveis
pela
e
LOPES, E.B.; BRITO, C.H.; ALBUQUERQUE,
transformação da energia luminosa em
C.I. et al. Seleção de genótipos de palma
biomassa. No entanto vale ressaltar que
forrageira (Opuntia spp.) e (Nopalea spp.)
todas estas observações são iniciais,
resistentes
necessitando
(Dopuntiae cockerell, 1929) na Paraíba,
de
captação
prosseguimento
no
à
Cochonilha-do-Carmim
Brasil¹. Engenharia Ambiental, v. 7, n. 1, p.
trabalho.
204-215, 2010.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os dados parciais do trabalho
MEDEIROS, S. de S.; PEREIRA, D. D.;
indicam o uma grande velocidade de
TINÔCO, L. B. de M.; Mapeamento da
crescimento
Estiagem no Semiárido Brasileiro. Nota
da
variedade
observada
quando comparada com algumas outras.
Técnica, Campina Grande, 2012.
No entanto o reduzido numero de
observações
não
permite
conclusões
SILVA, J.G.M.; REGO, M.M.T.; LIMA, G.F.C.
finais, visto que o referido estudo esta em
Características morfológicas e produção
fase inicial.
de matéria seca da palma forrageira cv.
Gigante adensada submetida à adubação
nitrogenada¹. In: 48a Reunião Anual da
Sociedade Brasileira de Zootecnia., 2011,
REFERÊNCIAS
Belém. Anais... Belém: 48a Reunião Anual
da Sociedade Brasileira de Zootecnia,
Brasileira de Zootecnia, v.31, n.1, p.52-60,
2011.
2002.
TELES, M. M.; SANTOS, M. V. F.; DUBEUX
UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA (UFV).
JÚNIOR, J. C. B. et al. Efeitos da adubação
SAEG – Sistema de análises estatísticas e
e de nematicida no crescimento e na
genéticas.
produção da palma forrageira (Opuntia
Federal de Viçosa, Viçosa, MG, 1999, 97 p.
ficus indica Mill) cv. Gigante. Revista
Versão
8.0.
Universidade
REPOSIÇÃO DE ESPÉCIES VEGETATIVAS LENHOSAS NATIVAS COMO ESTRATÉGIA DE
REVITALIZAÇÃO DA BIODIVERSIDADE RIBEIRINHA NA ESTAÇÃO EXPERIMENTAL LAGOA
BONITA-PB
VALÉRIA SILVA ARAUJO 2, ARNÓBIO DE MENDONÇA BARRETO CAVALCANTE2
1
Téc. Agri. Pesquisadora Bolsista do INSA. E-mail: [email protected]
Dr. Pesquisador INSA/MCTI. E-mail: [email protected]
2
RESUMO: Matas Ciliares são ecossistemas peculiares, vegetação natural de preservação
permanente assegurada por Lei Federal (Novo Código Florestal) e que prestam enorme
serviço ao homem. Destaca-se aqui seu papel na conservação dos recursos hídricos, que é
um elemento estratégico no combate à desertificação em terras secas. No entanto, embora
já bem valorados os serviços prestados por essas áreas, forte pressão continua o homem a
exercer sobre elas, levando muitas vezes a sua total destruição. Trabalhar essas áreas no
semiárido brasileiro mediante reposição de sua flora original para revestir o solo, significa
contribuir diretamente para a melhoria das condições de vida das populações ribeirinhas,
uma vez que, supostamente melhora a quantidade e qualidade da água disponível,
enriquece a biota terrestre e aquática e desperta a consciência ambiental. O objetivo geral
desse projeto é contribuir para a revitalização da biodiversidade ribeirinha da Estação
Experimental Lagoa Bonita - PB e para a difusão de técnica de combate à desertificação. Traz
como objetivos específicos induzir uma sucessão ecológica secundária em um trecho de área
ciliar, estabelecer e incrementar a fitodiversidade local e divulgar in loco os processos
ecológicos vigentes da restauração. Como resultado preliminar, após um ano de plantio os
percentuais de estabelecimento para as espécies selecionadas variaram de 6 a 85%, sendo
Caesalpinia ferrea (jucá) a melhor estabelecida e Cobretum leprosum (mufumbo) a que
apresentou o pior taxa de sobrevivência.
Palavras-chave:, Espécies nativas, fitodiversidade, mata ciliar
INTRODUÇÃO
das águas pluviais, drena o terreno,
Diante da realidade do valor
prestado pelas matas ciliares não só para a
proteção dos recursos hídricos de uma
bacia
hidrográfica,
equilíbrio
de
quanto
processos
para
o
ecológicos
diversos, várias obras nessa temática
estão disponíveis destacando Leitão-Filho
e Ribeiro (2004). A obra reúne exemplos
para conservação, manejo e restauração
das matas ciliares e também, trata do
meio
físico
(solos,
geomorfologia
e
hidrologia) e do meio biótico (a florística
das matas ciliares e seus padrões, sua
nomenclatura, os aspectos da dinâmica da
vegetação, a avifauna, a ictiofauna, a
fauna de mamíferos e de grupos de
insetos).
Por
sua
abrangência
e
profundidade essa obra envolve diversas
controla a erosão, possui efeito regulador
de
temperatura,
atenua
a
poluição
atmosférica e contaminantes da qualidade
da água, revitaliza a biodiversidade local e,
sobretudo,
conserva
a
água,
assim
atuando como indicativo de avanços
positivos no combate à desertificação. O
objetivo geral desse projeto é contribuir
para a revitalização da biodiversidade
ribeirinha da Estação Experimental Lagoa
Bonita - PB e para a difusão de técnica de
combate à desertificação. Traz como
objetivos específicos induzir uma sucessão
ecológica secundária em um trecho de
área ciliar, estabelecer e incrementar a
fitodiversidade local e divulgar in loco os
processos
ecológicos
vigentes
da
restauração.
ações de preservação e recuperação do
MATERIAL E MÉTODOS
meio ambiente no geral.
Sendo assim, a reposição da
O
experimento
está
sendo
vegetação ribeirinha serve de instrumento
conduzida na Estação Experimental Lagoa
de integração e equilíbrio homem /
Bonita- PB, pertencente ao Instituto
natureza
causados
ao
minimizar
pelas
os
impactos
Nacional do Semiárido. O plantio foi
atividades
humanas
realizado na estação chuvosa de junho a
ocorridas nas áreas, mediante melhoria
nas condições dos ecossistemas terrestre
julho de 2011.
A
área
do
experimento
e lacustre envolvidos. De outro modo, a
compreende uma parcela de 4.000 m2
reposição vegetal ciliar ameniza o impacto
com 200 m de frente (comprimento) por
da chuva no solo, capta e absorve parte
20 m de profundidade (largura), que
foram locadas na margem da lagoa. O
Para o plantio das 500 mudas
local é de fácil acesso favorecendo a
foram abertas covas com dimensões de
visitação pública para efeito de difusão. A
0,40m x 0,40m x 0,40m, alinhadas,
área sofreu desmatamento indiscriminado
marcadas em nível e no espaçamento 2 m
para
apresentando,
x 1 m. No ato do plantio foi realizada uma
atualmente, vegetação rasteira. O relevo é
adubação com esterco bovino onde foi
na sua totalidade plano com discreto
colocado 5 kg por cova. Práticas de
aclive na medida em que se afasta da
conservação do solo, como a construção
borda da lagoa
de pequenos terraços em nível ou
fins
diversos
A seleção das espécies foi feita por
gradientes, serão operacionalizadas em
critérios funcionais (estágio sucessional,
função de poucas particularidades do
resistência ambiental), por seu uso pela
terreno.
população local (forrageira, frutífera etc.)
e disponibilidade. Mil e Quinhentas mudas
RESULTADOS
serão adquiridas, cuja repartição por
Em relação à taxa de sobrevivência
espécie estará em conformidade com a
categoria sucessional, ou seja, espécies
Pioneiras serão atendidas com mais
das espécies avaliadas esta variou de 6 a
85%. A Tabela 1 apresenta os principais
resultados.
indivíduos do que as Não Pioneiras.
Tabela 1 Sobrevivência das espécies vegetais nativa na Estação Experimental Lagoa Bonita.
Nome científico
Espécie
plantadas
TS
TM
TS
TM
Poincyanela
piramidalis
Tabebuia
aurea
Guapira
opposita
Caesalpina
férrea
Combretum
leprosum
Aspidosperma
pyrifolium
Enterolobium
contortisiliquum
Catingueira
50
40%
60%
40%
60%
Craibeira
100
64%
36%
64%
36%
João Mole
50
10%
90%
10%
90%
Jucá
100
85%
15%
85%
15%
Mofumbo
50
6%
94%
6%
94%
Pereiro
50
24%
76%
24%
76%
Tambor
50
82%
18%
82%
18%
Spondias
tuberosa
Umbu
50
TS= Taxa de sobrevivência; TM= Taxa de mortalidade.
84%
16%
84%
16%
Fonte: Dados da pesquisa
Verificou-se que, das oito espécies
matas ciliares, melhoria da saúde e/ou
avaliadas, quatro apresentaram taxa de
educação ambiental da população alvo
sobrevivência acima de 80%, sendo estas:
contribuindo
Tabebuia aurea (Craibeira), Caesalpina
convivência com o semiárido.
para
uma
melhor
férrea (Jucá), Spondia tuberosa (Umbu) e
Enterolobium contortisiliquum (Tambor)
sendo que a espécie com melhor resultado
(84%) foi o Spondias tuberosa (Umbu).
Entretanto,
o
Combretum
leprosum
(Mofumbo) foi aquela que apresentou
menor
taxa
de
sobrevivência
(6%)
conseqüentemente maior número de
plantas mortas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Para
condições
ambientais
semelhantes as da Estação Experimental
Lagoa Bonita podemos recomendar as
espécies:
Spondia
tuberosa
(Umbu),
Enterolobium contortisiliquum (Tambor),
Caesalpina férrea (Jucá) e Tabebuia aurea
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
CAVALCANTE, A. M. B. 2001. Classificação
sucessional para as espécies arbóreas de
guaramiranga, Brasil. Ciência Agronômica,
Fortaleza, 32(1/2): 38-45.
CONSELHO NACIONAL DA RESERVA DA
BIOSFERA DA CAATINGA. Cenários para o
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Tecnologia e Meio Ambiente. Recife.
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FOURNIER, L. A. 1974. Un método
cuantitativo para la medición de las
características fenológicas en árboles.
Turrialba, San José, 24(4): 422-423.
(Craibeira) uma vez apresentaram taxa de
sobrevivência
acima
de
60%,
assim
LEITÃO-FILHO, H. F; RIBEIRO, R., R. Matas
Ciliares. São Paulo: EDUSP, 2004. 320p.
acelerando a recomposição de mata ciliar
da Estação Lagoa Bonita - PB. Desse modo,
benefícios
sociais
e
ambientais
são
esperados, bem como a conservação das
GOMES-POMPA,
A;
WIECHERS,
L.
Regeneracion de los ecossistemas
tropicales y subtropicales. In: GOMESPOMPA, A.; VAZQUEZ-YANEZ, C.; AMO
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seca (PAN-Brasil). Brasília: MMA, 2004.
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medir los progressos em la consecución de
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Buenos Aires, 2009.
PIMM, S. Terras da Terra – O que
sabemos sobre o nosso planeta. Londrina:
Planta, 2005. 310p.
SOUZA, C. M. B. M. de. Desertificação.
Disponível
em
http://www.cenedcursos.com.br. Acesso
em: [12/02/2010].
PRODUÇÃO DE MADEIRA EM UMA ÁREA DE CAATINGA DEGRADADA
WALTER ALVES DE VASCONCELOS1, ALDRIN MARTIN PEREZ MARIN2
1
2
Dnd. Pesquisador Bolsista do INSA - E-mail: [email protected]
Dr. Pesquisador do INSA/MCTI.- E-mail: [email protected],
RESUMO: Este trabalho teve por objetivo determinar o estoque de madeira, bem como a
composição de espécies arbóreas presente numa área de Caatinga degradada visando obter
subsídios para futuros planejamentos de recuperação da área. O estudo foi realizado, Sede
Administrativa do Instituto Nacional do Semiárido-INSA, localizada no município de Campina
Grande, Paraíba, nas coordenadas entre 7º 14’56.59” Sul e 35 º 56’ 50.24”Oeste,
pertencente ao Instituto Nacional do Semiárido. Para isso, foi realizado um inventário
florestal na área de estudo, em 04 parcelas de144 m x45 m cada, totalizando 6480 m2. O
processamento dos dados obtidos no campo foi feito utilizando-se o programa INFL
Caatinga. Versão 1.0.10-5e. Para o cálculo e análises estatísticas foi considerado o volume
obtido a partir do CAP (Circunferência a altura do peito – 1,30 m) a partir de 2 cm de
diâmetro, o volume é expresso pela fórmula ABP*H (Área basal no peito multiplicado pela
altura da árvore). Na área foram encontradas nove espécies diferentes sendo o Juazeiro a
espécie com maior número de indivíduos amostrados o que demonstra sua dominância na
área, também pode-se concluir que a área encontra-se em um grau elevado de degradação
devendo a mesma manter suas espécies para regeneração natural.
Palavras-chave: Espécies nativas, levantamento, madeira
INTRODUÇÃO
do mundo, pelo uso intensivo da terra. A
Cerca de 40% do globo terrestre,
está ocupado pelas florestas tropicais e
subtropicais, entre as quais 42% são
compreendidas pelas florestas secas, onde
se inclui a Caatinga (PRADO, 2003). Essas
regiões
são
consideradas
como
o
ecossistema mais explorado e degradado
Caatinga
ocupa
aproximadamente
de
uma
800
área
mil
km²,
(CASTRO & CAVALCANTE 2010) e é o único
bioma tipicamente brasileiro. Envolve
áreas dos Estados do Ceará, Rio Grande do
Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas,
Sergipe, Piauí e Bahia além norte de Minas
Gerais
(ANDRADE
et
al.,
2005).
município de Campina Grande, Paraíba,
Caracterizada como floresta arbórea ou
nas coordenadas entre 7º 14’56.59” Sul e
arbustiva, a Caatinga é composta de
35
espécies de porte baixo com algumas
levantamento
características
se
utilizadas parcelas retangulares de área
confirmar isso autores, como Moreira et
fixa de 6480 m2 (144 m x 45 m). Foram
al. (2006) dizem que a vegetação da
demarcadas 04 parcelas, totalizando uma
Caatinga também é alvo de grande
área de amostragem de 2,59 ha. A
exploração
demarcação
xerofíticas.
humana,
Para
pela
atividade
º
56’
50.24”Oeste.
do
das
Para
Inventario
parcelas
o
foram
foi
feita
agrícola desenvolvida, pelo extrativismo
seguindo uma orientação perpendicular à
de madeira e lenha e pelo uso da pecuária
trilha principal que corta o fragmento. A
extensiva.
distância entre as parcelas foi de 4 m e
Diante o exposto o presente
entre cada linha 04 m.
trabalho que está inserido no Eixo de
Em cada parcela foi feito o
Sustentação I (Promoção da inovação) e
levantamento de todos os indivíduos
dentro das metas 8 e 9 do PDU
arbóreo-arbustivos, vivos ou mortos em
2012/2013, tem como objetivo estimar a
pé, com diâmetro do caule ao nível do
produção madeireira da área, bem como a
solo (DNS) e diâmetro da altura do peito
composição florística presente, dando
(DAP) igual ou superior a 5 cm. Para
aporte a futuros planejamento de uso da
plantas ramificadas, estas tiveram todas as
vegetação, objetivando a manutenção da
ramificações
área sob cobertura vegetal nativa para
estivessem dentro do critério de inclusão.
medidas
desde
que
atendimento da demanda do INSA para
Os indivíduos identificados pelo
fins de pesquisas e monitoramento da
nome vulgar, e quando não identificados,
dinâmica da vegetação.
foram
coletados
para
posterior
identificação com os nomes científicos. A
identificação
MATERIAL E MÉTODOS
foi
realizada
usando
bibliografia especializada (LEWIS, 1987) e
O presente trabalho foi realizado
na
Sede
Administrativa
do
Instituto
Nacional do Semiárido-INSA, localizada no
ajuda profissional. As espécies foram
organizadas por família no sistema de
Cronquist (1988). O diâmetro foi medido
com fita métrica de 1,5 m graduada em
dados foram coletados e analisados
cm
segundo o programa INFL Caatinga.
e
a
altura
total
foi
estimada
visualmente por comparação com um
Versão 1.0.10-5e.
cano de pvc de 05 m (SILVA 2001). Os
Para o cálculo e análises estatísticas foi considerado o volume obtido a partir do CAP
(Circunferência a altura do peito – 1,30 m) a partir de 2 cm de diâmetro, o volume é
expresso pela fórmula ABP*H (Área basal no peito
peito multiplicado pela altura da árvore),
Equação Geral para Peso
Onde:
a = 0,001
b= 837,81
UBU = 32,66
X = DAP*H (m³)
Equação Geral para Volume (st)
Onde:
a = 0,00
b= 837,81
DB = 0,72 kg/dm³
FE = 3,32
X = DAP*H (m³)
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foram
indivíduos
(Poincianella
Poincianella pyramidalis (Tul.) L. P.
encontrados
arbóreos,
distribuídas
1.802
nas
seguintes espécies: Canafístula (Cassia
(
ferruginea
Schrad);
Catingueira
Queiroz); Feijão bravo (Caparis
Caparis flexuosa L);
Icó (Capparis yco Mart. & Eichler); João
mole (Guarari
Guarari venosa); Juazeiro (Ziziphus
joazeiro Mart.); Jurema preta (Mimosa
tenuiflora
(Willd.)
Poir.);
Marmeleiro
(Croton sonderianus Mull. Arg.) e Tamboril
valor de importância (IVI) e valor de
(Enterolobium contortisiliquum), espécies
cobertura (IVC) foi o Juazeiro seguido pelo
típicas de áreas de Caatinga degradada. A
João mole e o Feijão bravo (Tabela 1),
maior frequência relativas (Fr. Rel) de
Quanto diversidade florística, no entanto
espécies foram Canafistula, Cantigueira e
podemos observar que é baixa quando se
Juazeiro,
respectivamente,
analisa o total que é de 20,08 %, o que
enquanto que os menores valores de Fr.
pode ser explicado pelo alto grau de
Rel foram para as espcies de Icó e
degradação
Tamboril (Tabela 1). A espécie com maior
amostrada.
com
16%
encontrado
na
área
densidade (De. Rel), dominância (Do. Rel),
Tabela 1. Lista das Principais Espécies da Flora, identificada no Inventário Florestal, com
respectivos valores de Ni, Fr. Rel, De.Rel, Do. Rel, IVI, IVC e DF, encontrados na Sede
Administrativa do INSA
Nome comum
Ni
Fr. Rel.
De. Rel.
Do. Rel.
IVI
IVC
DF
Canafístula
10
16
3,84
1,60
21,45
5,45
2,37
Catingueira
17
16
6,53
0,55
23,09
7,09
2,33
Feijão bravo
27
12
10,38
1,62
24,01
12,0
2,26
Icó
4
4
1,53
0,42
5,96
1,96
2,40
João mole
32
8
12,30
1,95
22,26
14,26
2,23
Juazeiro
92
16
35,38
76,07
127,4
111,46
1,72
Jurema preta
2
12
24,23
16,97
53,20
41,20
1,97
Marmeleiro
10
12
5
0,64
17,64
5,64
2,35
Tamboril
15
4
0,76
0,13
4,904
0,90
2,43
Total
1.802
100
100
100
300
200
20,08
Ni = Número de indivíduos inventariados; Fr. Rel. = Frequência relativa ; De. Rel. = Densidade relativa; Do. Rel. = Dominância
relativa; IVI = Índice de valor de importância; IVC = Índice de valor de cobertura; DF = Diversidade florística.
Na tabela 2, observa-se que as
por parcela também mostra a parcela 3
parcelas 2 e 3 apresentaram um maior
(0,78) com maior resultado apresentado
numero
81
bem como o volume de estéreos por
a parcela 3 também
parcela que ao transformar por hectare
apresenta melhores resultados para PS,
também a 3 parcela sobre-sai as demais
com 14.140,32 kg/parc. O volume em m3
com 2,61 e 65,20 respectivamente.
de
indivíduos
respectivamente),
(82
e
Tabela 2. Relatório com o volume individual das parcelas amostradas na Sede
Administrativa do INSA.
P
Ni
PS (kg/parc)
1
2
54
82
2.492,60
3.316,72
Vol. (m³/parc.)
0,14
0,18
Vol. (st/parc.)
0,46
0,61
Vol. (st/ha)
11,48
15,26
Vol. Total (%)
8,50
11,30
3
4
M
81
43
65
14.140,3
9.351,72
7.325,3
0,78
0,52
0,41
2,61
1,72
1,35
65,20
43,12
33,77
48,27
31,93
Ni = Número de indivíduos; PS =Peso; Vol. = volume, Ni = Número de indivíduos; PS =Peso; Vol. = volume P=
parcela; M= média
CONCLUSÕES
York,
Botanical Garden, New York,
1988. 1262p.
A produção de madeira no local
pode ser considerada baixa e por isso a
LEWIS, G. P. Legumes of Bahia: Royal
Botanic Gardens, 1987.
vegetação deve ser mantida na área para
servir de fonte gênica para a regeneração
natural das áreas adjacentes, bem como
para área de pesquisa.
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estrutura fitossociológica do estrato
arbóreo de um fragmento de floresta
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Universidade Federal de São Carlos, São
Carlos. 2001.
INDICE DE SOBREVIVENVIA DE ESPÉCIES NATIVAS EM QUATRO MODELOS DIFERENTES DE
REVEGETAÇÃO EM ÁREAS DEGRADADAS
WALTER ALVES DE VASCONCELOS1, ALDRIN MARTIN PEREZ MARIN1
1
Dnd. Pesquisador Bolsista do INSA - E-mail: [email protected]
Dr. Pesquisador do INSA/MCTI. E-mail: [email protected]
2
RESUMO: Este trabalho tem como objetivo avaliar o índice de sobrevivência de espécies
nativas utilizadas em quatro modelos diferentes de revegetação em uma área em estado
avançado de degradação. O estudo foi realizado na Sede Administrativa do Instituto
Nacional do Semiárido-INSA, localizada no município de Campina Grande, Paraíba, nas
coordenadas entre 7º 14’56.59” S e 35 º 56’ 50.24”O. Na área de estudos foram implantados
em fevereiro de 2012, quatro modelos de revegetação, a saber: Modelo I: Distribuição de
espécies pioneiras (P) e não pioneiras (Np), em linhas distintas, Modelo II: Distribuição em
Quincôncio ( 4 espécies pioneiras (P) ao redor de 1 espécie não pioneira (Np), Modelo III:
Distribuição de plantio de espécies pioneiras de copa densa (PCD), espécie de pioneiras de
copa rala (PCR), clímax (C), secundárias, mais exigentes em luz (S+L) e secundárias menos
exigentes em luz (S-L) e Modelo IV: Distribuição de plantio em blocos mistos com espécies
de diferentes grupos ecológicos: pioneiras (P), secundárias (S) e clímax (C). Após, 2 meses foi
feito uma análises de sobrevivência. Para isso, foi feito uma quantificação de espécie e
determinado a sobrevivência, conforme a fórmula: NP-NI/NP*100. Os modelos III e IV por
serem constituídos de um maior número de espécies, tendo então uma maior diversidade
genética se mostraram com maior índice de sobrevivência das espécies plantadas
exatamente contrários aos modelos I e II que utilizaram apenas três espécies diferentes e
consequentemente maior índice de mortalidade das plantas.
Palavras-chave: Preservação, recuperação, solos
INTRODUÇÃO
Em
leis que disciplinam a ação humana sobre
função
da
crescente
conscientização sobre a importância da
preservação ambiental e do avanço das
as florestas de proteção, um alto interesse
vem sendo despertado para os programas
de revegetação em áreas degradadas,
exigindo que os conhecimentos técnico-
necessário
avaliar
científicos sejam rapidamente repassados
degradação
e
aos potenciais implementadores desses
comprometimento do meio e ambiente
programas.
natural (SEITZ, 1994). Como regra básica, a
as
causas
da
o
grau
de
Hoje em dia, a maioria dos
regeneração natural em áreas degradadas
programas desta natureza tem dado
é uma sucessão secundária, que possui
especial atenção ao uso de espécies
sua dinâmica bem definida, tanto com
nativas da região na recomposição da
relação ao papel de cada espécie nas fases
cobertura vegetal. Dentre as vantagens de
reais, como com relação ao espaço
se utilizar espécies nativas, podemos citar:
temporal de cada fase. A aceleração do
a contribuição para a conservação da
processo
biodiversidade regional, protegendo, ou
circunstâncias
expandindo
de
processada a regeneração artificial, com
diversidade genética da flora em questão
seus distintos graus de interferência no
e da fauna a ela associada, podendo
processo natural (SEITZ, 1994, KAGEYAMA,
também
1990).
as
fontes
representar
naturais
importantes
é
possível,
mas
nessas
normalmente
será
vantagens técnicas e econômicas devido à
Diante o exposto o presente trabalho que
proximidade da fonte de propágulos,
está inserido no Eixo de Sustentação I
facilidade de aclimatação e perpetuação
(Promoção da inovação) e dentro das
das espécies (OLIVEIRA-FILHO, 1994).
metas 8 e 9 do PDU 2012/2015, tem como
A
regeneração
natural
da
objetivo avaliar o índice de sobrevivência
vegetação é, sem dúvida alguma, o
de espécies nativas utilizadas em quatro
procedimento mais barato para recuperar
modelos diferentes de revegetação em
áreas degradadas. No Brasil, são raros os
uma área em estado avançado de
ambientes
degradação.
considerados
irremediavelmente
degradados
ou
irrecuperáveis pela dinâmica natural da
vegetação. O que varia é o tempo
necessário
Portanto,
para
antes
essa
de
regeneração.
iniciar
qualquer
processo de recuperação de áreas, é
MATERIAL E MÉTODOS
O estudo foi conduzido na Sede
Administrativa do Instituto Nacional do
Semiárido-(INSA),
localizado
nas
coordenadas 7º 14’56.59” S E 35 º 56’
50.24”O, com altitude de 551 m, situada
acaso, com quatro tratamentos e quatro
no Município de Campina Grande, Em uma
repetições,
área total utilizada de 3.2625 m2, dividida
experimentais.
Para
em quatro blocos (cada bloco com 145 m
totalizando
análise
do
16
unidades
efeito
dos
X 45 m), que foi dividido em quatro
tratamentos sobre a recuperação das
parcelas, com área de 33 m X 42 m,
áreas degradadas foram mensurados os
m2
sendo
dados coletados 60 dias após a data do
separadas por 6 m de largura em torno de
plantio das espécies referentes ao índice
seu perímetro. Foram utilizados quatro
de sobrevivência (IS), para isso utilizou-se
tratamentos descritos a seguir da seguinte
a fórmula: NP-NI/NP*100, onde: NP=Nº de
maneira: MODELO I: Distribuição de
indivíduos plantados, NI=Nº de indivíduos
espécies
vivos.
(totalizando
1.512
de
Sabiá
cada),
–
(Mimosa
Os
dados
foram
investigados
caesalpiniaefolia (S)); Leucena – (Leucaena
através de estatística descritiva, utilizando
leucocephala (L)) e Craibeira – (Tabebuia
o programa Microsoft Office Excel.
áurea (C)), em linhas de plantio distintas;
MODELO II: Distribuição de espécies de
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Sabiá, Craibeira e Leucena (a espécie de
Os maiores números de plantas
Craibeira disposta ao redor da Leucena e
vivas foram observados nos modelos de
do Sabiá); MODELO III: Distribuição de
revegetação IV e III, com 1162 e 1135
plantio de espécies de Sabiá, de Leucena,
indivíduos vivos respectivamente, (Tabela
Umbu – (Spondias tuberosa Arruda (U)),
1 e Figura 1), e pode ser explicado pelo
de Gliricídia – (Gliricidia sepium (G)) e de
fato de que nestes dois modelos foi
Craibeira; e MODELO IV: Distribuição de
utilizado um maior número de espécies
plantio em blocos mistos, com espécies de
nativas,
diferentes grupos ecológicos: Leucena,
diversidade de plantas. Segundo Oliveira-
Sabiá,
Filho, (1994), a diversidade genética da
Angico
–
(Anadenathera
tendo
maior
flora
sartorum
-
vantagens técnicas e econômicas, como
(Aspidosperma pyrifolium), Craibeira e
por exemplo, a facilidade de aclimatação e
Umbu. Foi utilizado o delineamento
perpetuação das espécies. Para o número
experimental de blocos completos ao
de plantas mortas os modelos I e II (192 e
(Q)),
Pereiro
representar
uma
macrocarpa (A)), Quixabeira – (Bumelia
Mart.
pode
então
importantes
182
respectivamente)
apresentaram
provavelmente pelo fato deste modelo
maiores números de indivíduos mortos,
utilizar apenas 3 espécies diferentes.
Tabela 1. Número de plantas vivas (NPV), Número de plantas mortas (NPM), Percentagem
de mortalidade (% M) e Percentagem de sobrevivência de espécies nativas em quatro
modelos diferentes de revegetação
MODELOS
Nº PV
Nº PM
%M
%S
I
1088
192
15%
85%
II
1092
182
14,69%
85,31%
III
1135
145
11,33%
88,67%
IV
1162
118
9,22%
90,78%
No caso de plantas mortas e índice
ambiente onde foram implantadas. Tal
de mortalidade, (Tabela 1 e Figura 2),
fato evidencia a existência da relação sítio
observa-se os valores mais expressivos no
de plantio x espécie, com diferentes
modelo
mortas,
respostas da espécie ao local de plantio
correspondente a 15% de mortalidade) e
bem como também o fato de que nestes
no modelo II com 182 plantas mortas
dois modelos foram utilizadas apenas três
(14,69%).
espécies
I
(192
Tal
plantas
efeito
pode
indicar
diferentes,
diferentes potenciais de adaptação e
consideravelmente
a
índices de sobrevivência variáveis no
observada nos modelos III e IV.
diminuindo
diversidade
1400
Nº de plantas
1200
1000
800
Nº de plantas vivas
600
Nº de plantas mortas
400
200
0
I
II
III
IV
Modelos de Revegetação
Figura 1. Número de plantas vivas e mortas de espécies nativas em 4 modelos diferentes de
revegetação.
Nº de plantas
100
90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
% de mortalidade
% de sobrevivência
I
II
III
IV
Modelos de Revegetação
Figura 2. Percentagem de mortalidade e sobrevivência de espécies nativas em 4 modelos
diferentes de revegetação.
CONCLUSÕES
Os modelos III e IV por serem
compostos com uma maior diversidade
genética e maior número de espécies
apresentaram
melhores
índices
de
programas de revegetação com espécies
nativas: uma proposta metodológica.
Lavras - MG, Revista Cerne 1994, 1 (1): 64
a 72.
KAGEIAMA, P. Y. Plantações de essências
nativas: florestas de proteção e
reflorestamentos mistos. Piracicaba-SP,
1990 - 9p.
sobrevivência.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
OLIVEIRA-FILHO, A. T. Estudos ecológicos
da vegetação como subsídios para
SEITZ, R. A. A regeneração natural na
recuperação de áreas degradadas. II
Simpósio
Nacional de Áreas
Degradadas. Curitiba-PR, 1994 painel
2/103 a 110.
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