Professor Adjunto Doutor, Chefe do Setor de DST e Coordenador do Programa de Pós-graduação em CÓD. 501153 Autor: Mauro Romero Leal Passos DST, Universidade Federal Fluminense - Niterói - RJ. Colaboradores: Renata de Queiroz Varella Especialista em DST, Setor de DST, Universidade Federal Fluminense. 3 Referências Bibliográficas - - - - - Low N, Cohen F. Genital chlamydia infection, in Barton S. ed. Clinical Evidence. Issue 5, London; BMJ Publishing Group, 10831088, 2001. Lau C, Qureshi AK. Azithromycin versus doxycycline for genital chlamydia infections. A meta-analysis of randomized clinical trials. Sex Transm Dis, 29(9):497-502, 2002. Bravo RS, Passos MRL. Doença Inflamatória Pélvica/Infecção do Trato Genital Superior Feminino. DST-J bras Doenças Sex Transm 15(1):59-63,2003. Miranda AE, Gadelha AMJ, Passos MRL. Impacto da Infecção pela Chlamydia trachomatis na Saúde Reprodutiva. DST-J bras Doenças Sex Transm 15(1):53-58, 2003. Somani J, Bhullar VB, Workowski KA, Farshy CE, Black CM. Multiple drug-resistant Chlamydia trachomatis associated with clinical treatment failure. J Infect Dis; 181(4):1421-7, 2000. - - - - - Lefèvre JC, Lépargneurs JP. Comparative in vitro susceptibility of a tetracycline-resistant Chlamydia trachomatis strain isolated in Toulouse (France). Sex ransm Dis; 25(7):350-2, 1998. Agacfidan A, Moncada J Schachter J. In vitro activity of azithromycin (CP-62,993) against Chlamydia trachomatis and Chlamydia pneumoniae. Antimicrob Agents Chemother; 37(9):1746 8, 1993. Adair CD, Gunter M, Stovall TG, McElvoy G, Veille JC, Erment JM. Chlamydia in pregnancy: a randomized trial of azithromycin and erythromycin. Obstet Gynecol; 91:165-8, 1998. Wehbeh HA, Ruggeirio RM, Shakem S, Lopez G, Ali Y. Single dose azithromycin for chlamydia in pregnant women. J Reprod Med; 43:509-14, 1998. Salopek-Rabatic J. Chlamydial conjunctivitis in contact lens wearers: successful treatment with single dose azithromycin. CLAO J; 27(4):209-11, 2001. Diagnóstico Laboratorial Diagnóstico Laboratorial U m médico experiente pode fazer o diagnóstico de tracoma endêmico baseando-se na história clínica e no exame físico do paciente. Entretanto, como muitas mulheres e homens infectados pela clamídia não podem ser distinguidos facilmente dos não infectados ou de outra infecção, o diagnóstico de infecção genital por clamídia está intimamente dependente de exames laboratoriais específicos. Como já citamos em separata anterior, clinicamente o reconhecimento de cervicite/uretrite/salpingite por clamídia depende de um alto índice de suspeição e exame clínico cuidadoso. Por isso, a coleta, a armazenagem, o transporte, o processamento, a leitura e a interpretação dos exames laboratoriais são cruciais para um bom diagnóstico. Falhas, por menor que sejam, em um destes itens, podem propiciar falsos resultados. É importante dizer que, para o diagnóstico de infecção por Chlamydia trachomatis, deve-se ter em mãos o conjunto adequado para coleta de material. Para tanto, o clínico deve dispor de um razoável relacionamento com o pessoal do laboratório que o atende. Os exames mais utilizados na prática médica são os seguintes: Coloração pela técnica de Giemsa Como a clamídia é um patógeno de diminuto tamanho, não é possível observá-la como se analisa uma bactéria comum. Assim, pode-se, como nos casos de infecção viral, apenas notar os efeitos citopáticos causados pelo agressor em questão. No caso, é descrito como densas inclusões citoplasmáticas granulosas. Visualização de corpúsculos de Gamma-Miyagawa contendo inúmeros corpúsculos reticulares, forma de replecação intracelular de clamídia, visualizada pela técnica de coloração citológica de Giema. Citologia pelo Papanicolaou A detecção de inclusões de clamídia intactas no esfregaço é pouco sensível. Além disso, as alterações citológicas que acompanham a infecção cervical pela clamí- dia são inespecíficas. Por isso, o exame de Papanicolaou não deve ser usado como método de rastreio da infecção por Chlamydia trachomatis. Entretanto, o achado suspeito merece total consideração. As alterações são as mesmas citadas na coloração pelo Giemsa. Histopatologia É possível suspeitar de infecção clamidiana quando se observam lesões inflamatórias crônicas e fibrocísticas com granulações e formação de folículos. Nos casos de linfogranuloma venéreo ocorre, com freqüência, grande formação de abscessos esteliformes, mostrando ainda células gigantes multinucleadas ocasionais. A presença de folículos linfóides bem formados no estroma cervical associa-se a uma cervicite mucopurulenta por Chlamydia trachomatis. Cultura de células A Chlamydia trachomatis pode ser cultivada em cultura de tecido celular, utilizando linhagens de células Mc Coy, HeLa 229 e BHK. As amostras devem ser coletadas de material suspeito, uretral ou endocervical, mais freqüentemente através de zaragatoa (swab), mantidas em solução tampão e refrigeradas imediatamente (congelador). Depois são aquecidas e homogeneizadas para serem inoculadas sobre a superfície de fileiras confluentes de camadas de células susceptíveis. Uma vez coletadas, as amostras devem ser refrigeradas com gelo ou a 4°C e inoculadas na cultura de células dentro de 48 horas. Se tiverem de ser armazenadas por longos períodos, devem ser congeladas a -70°C. O procedimento de cultivo padrão para Chlamydia trachomatis é realizado em três dias de incubação. Após esse período, as monocamadas devem ser coradas pelo iodo ou pelo Giemsa, em que, nos casos positivos, será possível observar os corpúsculos de inclusão citoplasmáticos. Verdadeiramente, o cultivo celular é o padrão ouro. Entretanto, devido à necessidade de muito manuseio para manutenção desses cultivos celulares, essa técnica ficou restrita a metodologia de pesquisa. Hoje, na prática médica em nosso país, a cultura de clamídia em meio celular não mais existe. Detecção de antígenos de Chlamydia trachomatis Imunofluorescência direta Com o desenvolvimento de reagentes imunológicos específicos para componentes da membrana externa da clamídia, ficou possível e mais prático detectar a presença de Chlamydia trachomatis sem o uso de cultivo celular. A imunofluorescência direta aplica um ou mais anticorpos poli/monoclonais conjugados com substâncias fluorescentes, como, por exemplo, fluoresceína. Como já citado anteriormente, a técnica pode ser influenciada por problemas de coleta e fixação do material. É sabido que materiais com pouca quantidade de células epiteliais, bem como presença de sangue, fazem com que os resultados sejam errados. Por outro lado, essa técnica depende muito de interpretações do observador, que pode valorizar exageradamente um artefato ou desconsiderar uma infecção com poucas partículas clamidianas. Outro complicador da técnica diz respeito ao potencial deletério para a saúde do profissional que trabalha com imunofluorescência. A Notar que o algodão da zaragatoa deve penetrar no canal cervical em movimentos rotatórios suaves, a fim de espremer as criptas endocervicais e melhor recolher material para pesquisa de clamídia (gonococo também). Normalmente, são conjuntos (kits) diferentes, sendo necessárias duas ou mais coletas. A primeira amostra deve ser para gonococo. Importante: não tocar o algodão na parede vaginal; se for usada captura híbrida ou PCR, a coleta será única. O pus endocervical não é um bom material para pesquisa da clamídia, pois esta carece mais de células epitelias. Detecção por métodos imunoenzimáticos Ensaios imunoenzimáticos, EIA, ELISA (Enzyme liked Immunosorbent assay) podem ser projetados para permitir a pesquisa de antígeno de clamídia em grande número de amostras. São menos sensíveis do que os métodos de cultura e de biologia molecular. Todavia, incluem a possibilidade de rastreamento em grandes populações e, por causa da natureza objetiva dos seus resultados, exclui vícios de interpretações pelo observador. Estes testes podem dar reações cruzadas com bactérias do trato gastrointestinal, que possuem polissacarídeos com os mesmos determinantes antigênicos da clamídia. Aceita-se a positividade desses testes para populações de alto risco, como clientes de clínicas de DST. Um teste de ELISA conjugado com leitura de fluorescência com tecnologia automatizada (Elfa-Vidas) oferece excelentes resultados e tem sido empregado de maneira muito satisfatória. Entretanto, o preço do equipamento, dos reagentes e componentes do conjunto, estão quase que inviabilizados pela remuneração dos planos de saúde. Nas investigações de medicina legal, como abuso se- B C (A) Deve-se ter o cuidado de usar material de tamanho proporcional ao local da coleta. (B) Em uretra (masculina ou feminina), recomendamos zaragatoa mais fina. (C) Notar que o algodão desaparece completamente na uretra. Introduzir de 1 a 2 centímetros e fazer leves movimentos semi-rotatórios. xual de crianças e violência sexual, é mandatório o uso da cultura celular. Atualmente, as técnicas de biologia molecular, captura híbrida e PCR vêm ocupando papel preponderante, uma vez que a técnica, a sensibilidade e a especificidade são melhores e mais fáceis do que a tradicional cultura em células de Mc Coy. Outros imunoensaios para detecção de clamídia têm sido empregados na prática médica, como radioimunoensaio, fluoroimunoensaio e o Dot-Blot teste. Todos, como de hábito, empregam conjuntos de coleta e transporte próprios, e devem ser fornecidos pelo laboratório. Detecção de anticorpos anti-clamídia Trata-se de método de valor diagnóstico das infecções profundas (complicadas), tais como: linfogranuloma venéreo (LGV), tracoma, endometrite, salpingite, periepatite, síndrome de Reiter e pneumonia. Não é aplicada (e mesmo desaconselhada) em diagnóstico de infecções superficiais, como uretrite e cervicite. Em casos de LGV, uma reação negativa (não reativa) com certeza exclui este diagnóstico. Nas infecções do trato genital superior feminino (endometrite, salpingite) ou masculino (orquiepididimite), além da periepatite e pneumonia, seu valor diagnóstico positivo passa a ter realce quando a diluição for ³ 1:32. Isso porque títulos mais baixos podem expressar apenas reações cruzadas. Detecção de Chlamydia trachomatis por técnicas de biologia molecular A detecção de DNA amplificado (PCR=reação em cadeia por polimerase e LCR=reação em cadeia por ligase) ou detecção de DNA e ampliação do sinal (captura híbrida) estão sendo apresentados como mais sensíveis do que a cultura para diagnóstico de infecção uretral, em homens e mulheres, e endocervical em mulheres, por clamídia. Porém, houve relato de problemas com inibidores de Taqpolimerases (PCR) que podem existir em amostras endocervicais. Isto leva a exames falso-negativos. Estas técnicas biomoleculares promovem a detecção de seqüências específicas de nucleotídeos de clamídia. As seqüências procuradas são aquelas presentes no plasmídeo clamidiano comum, sendo encontrado em 7-10 cópias por corpo elementar (forma infectiva). Na prática, esses exames podem identificar até uma única partícula plasmidial. Empresas fabricantes desses testes de biologia molecular desenvolveram protocolos para uso em amostras de urina (primeiro jato matinal ou após quatro horas sem urinar). Em homens, o sedimento urinário tem eficácia igual ou maior do que a obtida com esfregaços uretrais. Nas mulheres, o exame utilizando urina provavelmente é menos sensível do que o exame ginecológico para coleta direta de material endocervical. Todavia, a natureza não invasiva do exame tende a tornar a urina um material bom para grandes rastreios epidemiológicos. Entretanto, diante de um exame de urina positivo para clamídia e/ou gonococo, os exames clínicos, geral e genital, não devem ser postergados nem excluídos. Pensando em evitar o rastreio com coleta de material endocervical, há estudo que indica a coleta de material do intróito vaginal. Informações recentes dão conta de que foi encerrada no Brasil a comercialização de teste diagnóstico com LCR. A técnica de captura híbrida, no Brasil, pode ser mais econômica, além de permitir, nos casos selecionados, a pesquisa conjunta de clamídia, gonococo e HPV. Os conjuntos de coleta devem ser disponibilizados pelo laboratório, não permitindo improvisações. Embora a documentação clássica de doença infecciosa por clamídia seja com os testes específicos, um bom clínico ou deessetologista nunca esquece ou deixa de valorizar exames, a princípio chamados de inespecíficos, secundários ou acessórios, como: a) Bacteriocopia pelo Gram de secreção uretral ou endocervical, mostrando aumento do número de polimorfonuclear e ausência de diplococos Gram-negativos; b) Velocidade de hemossedimentação (VHS) aumentada. Isso pode revelar atividade antiinflamatória. Com certeza está aumentada em casos de infecção complicada por clamídia. Já em casos de uretrites e cervicites, tal alteração não é evidente; c) Proteína C reativa aumentada. Interpretação exatamente igual a VHS; d) Hemograma com evidência de processo infeccioso bacteriano. Interpretação também igual a VHS e proteína C reativa. Avaliação dos Métodos Laboratoriais (rever %) Exame Sensibilidade% ELISA 70 80 Imunofluorescência 80 92 Sorologia 60 80 PCR, LCR, CH > 95 Especificidade% > 99 95-98 95 > 99 SENSIBILIDADE Mede a capacidade de o exame detectar infecção quando ela está presente. É a preocupação máxima em relação à população com alta prevalência da doença, como acontece nas clínicas de DST. A sensibilidade mede a proporção de indivíduos com exame positivo em relação a todos os pacientes infectados. ESPECIFICIDADE Mede a capacidade do teste em excluir corretamente a infecção em indivíduo não-infectado. É a preocupação máxima no exame de populações com baixa prevalência da doença, como acontece nas clínicas de planejamento familiar e clínicas particulares. A especificidade mede a proporção de indivíduos não-infectados com exame negativo. Em foco - Diagnóstico Laboratorial é uma publicação periódica da PhOENIX Produções Editoriais, patrocinada por Farmoquímica. Jornalista Responsável: José Antonio Mariano (Mtb: 22.273-SP). Tiragem: 20.000 exemplares. Endereço: Rua Gomes Freire, 439 Cj. 6 CEP 05075010 São Paulo SP. Tel.: (11) 3645-2171 Fax: (11) 3831-8560 E-mail: [email protected] Nenhuma parte desta edição pode ser reproduzida, gravada em sistema de armazenamento ou transmitida em forma alguma, por qualquer procedimento. phx 0703 Diagnóstico Laboratorial U m médico experiente pode fazer o diagnóstico de tracoma endêmico baseando-se na história clínica e no exame físico do paciente. Entretanto, como muitas mulheres e homens infectados pela clamídia não podem ser distinguidos facilmente dos não infectados ou de outra infecção, o diagnóstico de infecção genital por clamídia está intimamente dependente de exames laboratoriais específicos. Como já citamos em separata anterior, clinicamente o reconhecimento de cervicite/uretrite/salpingite por clamídia depende de um alto índice de suspeição e exame clínico cuidadoso. Por isso, a coleta, a armazenagem, o transporte, o processamento, a leitura e a interpretação dos exames laboratoriais são cruciais para um bom diagnóstico. Falhas, por menor que sejam, em um destes itens, podem propiciar falsos resultados. É importante dizer que, para o diagnóstico de infecção por Chlamydia trachomatis, deve-se ter em mãos o conjunto adequado para coleta de material. Para tanto, o clínico deve dispor de um razoável relacionamento com o pessoal do laboratório que o atende. Os exames mais utilizados na prática médica são os seguintes: Coloração pela técnica de Giemsa Como a clamídia é um patógeno de diminuto tamanho, não é possível observá-la como se analisa uma bactéria comum. Assim, pode-se, como nos casos de infecção viral, apenas notar os efeitos citopáticos causados pelo agressor em questão. No caso, é descrito como densas inclusões citoplasmáticas granulosas. Visualização de corpúsculos de Gamma-Miyagawa contendo inúmeros corpúsculos reticulares, forma de replecação intracelular de clamídia, visualizada pela técnica de coloração citológica de Giema. Citologia pelo Papanicolaou A detecção de inclusões de clamídia intactas no esfregaço é pouco sensível. Além disso, as alterações citológicas que acompanham a infecção cervical pela clamí- dia são inespecíficas. Por isso, o exame de Papanicolaou não deve ser usado como método de rastreio da infecção por Chlamydia trachomatis. Entretanto, o achado suspeito merece total consideração. As alterações são as mesmas citadas na coloração pelo Giemsa. Histopatologia É possível suspeitar de infecção clamidiana quando se observam lesões inflamatórias crônicas e fibrocísticas com granulações e formação de folículos. Nos casos de linfogranuloma venéreo ocorre, com freqüência, grande formação de abscessos esteliformes, mostrando ainda células gigantes multinucleadas ocasionais. A presença de folículos linfóides bem formados no estroma cervical associa-se a uma cervicite mucopurulenta por Chlamydia trachomatis. Cultura de células A Chlamydia trachomatis pode ser cultivada em cultura de tecido celular, utilizando linhagens de células Mc Coy, HeLa 229 e BHK. As amostras devem ser coletadas de material suspeito, uretral ou endocervical, mais freqüentemente através de zaragatoa (swab), mantidas em solução tampão e refrigeradas imediatamente (congelador). Depois são aquecidas e homogeneizadas para serem inoculadas sobre a superfície de fileiras confluentes de camadas de células susceptíveis. Uma vez coletadas, as amostras devem ser refrigeradas com gelo ou a 4°C e inoculadas na cultura de células dentro de 48 horas. Se tiverem de ser armazenadas por longos períodos, devem ser congeladas a -70°C. O procedimento de cultivo padrão para Chlamydia trachomatis é realizado em três dias de incubação. Após esse período, as monocamadas devem ser coradas pelo iodo ou pelo Giemsa, em que, nos casos positivos, será possível observar os corpúsculos de inclusão citoplasmáticos. Verdadeiramente, o cultivo celular é o padrão ouro. Entretanto, devido à necessidade de muito manuseio para manutenção desses cultivos celulares, essa técnica ficou restrita a metodologia de pesquisa. Hoje, na prática médica em nosso país, a cultura de clamídia em meio celular não mais existe. Detecção de antígenos de Chlamydia trachomatis Imunofluorescência direta Com o desenvolvimento de reagentes imunológicos específicos para componentes da membrana externa da clamídia, ficou possível e mais prático detectar a presença de Chlamydia trachomatis sem o uso de cultivo celular. A imunofluorescência direta aplica um ou mais anticorpos poli/monoclonais conjugados com substâncias fluorescentes, como, por exemplo, fluoresceína. Como já citado anteriormente, a técnica pode ser influenciada por problemas de coleta e fixação do material. É sabido que materiais com pouca quantidade de células epiteliais, bem como presença de sangue, fazem com que os resultados sejam errados. Por outro lado, essa técnica depende muito de interpretações do observador, que pode valorizar exageradamente um artefato ou desconsiderar uma infecção com poucas partículas clamidianas. Outro complicador da técnica diz respeito ao potencial deletério para a saúde do profissional que trabalha com imunofluorescência. A Notar que o algodão da zaragatoa deve penetrar no canal cervical em movimentos rotatórios suaves, a fim de espremer as criptas endocervicais e melhor recolher material para pesquisa de clamídia (gonococo também). Normalmente, são conjuntos (kits) diferentes, sendo necessárias duas ou mais coletas. A primeira amostra deve ser para gonococo. Importante: não tocar o algodão na parede vaginal; se for usada captura híbrida ou PCR, a coleta será única. O pus endocervical não é um bom material para pesquisa da clamídia, pois esta carece mais de células epitelias. Detecção por métodos imunoenzimáticos Ensaios imunoenzimáticos, EIA, ELISA (Enzyme liked Immunosorbent assay) podem ser projetados para permitir a pesquisa de antígeno de clamídia em grande número de amostras. São menos sensíveis do que os métodos de cultura e de biologia molecular. Todavia, incluem a possibilidade de rastreamento em grandes populações e, por causa da natureza objetiva dos seus resultados, exclui vícios de interpretações pelo observador. Estes testes podem dar reações cruzadas com bactérias do trato gastrointestinal, que possuem polissacarídeos com os mesmos determinantes antigênicos da clamídia. Aceita-se a positividade desses testes para populações de alto risco, como clientes de clínicas de DST. Um teste de ELISA conjugado com leitura de fluorescência com tecnologia automatizada (Elfa-Vidas) oferece excelentes resultados e tem sido empregado de maneira muito satisfatória. Entretanto, o preço do equipamento, dos reagentes e componentes do conjunto, estão quase que inviabilizados pela remuneração dos planos de saúde. Nas investigações de medicina legal, como abuso se- B C (A) Deve-se ter o cuidado de usar material de tamanho proporcional ao local da coleta. (B) Em uretra (masculina ou feminina), recomendamos zaragatoa mais fina. (C) Notar que o algodão desaparece completamente na uretra. Introduzir de 1 a 2 centímetros e fazer leves movimentos semi-rotatórios. xual de crianças e violência sexual, é mandatório o uso da cultura celular. Atualmente, as técnicas de biologia molecular, captura híbrida e PCR vêm ocupando papel preponderante, uma vez que a técnica, a sensibilidade e a especificidade são melhores e mais fáceis do que a tradicional cultura em células de Mc Coy. Outros imunoensaios para detecção de clamídia têm sido empregados na prática médica, como radioimunoensaio, fluoroimunoensaio e o Dot-Blot teste. Todos, como de hábito, empregam conjuntos de coleta e transporte próprios, e devem ser fornecidos pelo laboratório. Detecção de anticorpos anti-clamídia Trata-se de método de valor diagnóstico das infecções profundas (complicadas), tais como: linfogranuloma venéreo (LGV), tracoma, endometrite, salpingite, periepatite, síndrome de Reiter e pneumonia. Não é aplicada (e mesmo desaconselhada) em diagnóstico de infecções superficiais, como uretrite e cervicite. Em casos de LGV, uma reação negativa (não reativa) com certeza exclui este diagnóstico. Nas infecções do trato genital superior feminino (endometrite, salpingite) ou masculino (orquiepididimite), além da periepatite e pneumonia, seu valor diagnóstico positivo passa a ter realce quando a diluição for ³ 1:32. Isso porque títulos mais baixos podem expressar apenas reações cruzadas. Detecção de Chlamydia trachomatis por técnicas de biologia molecular A detecção de DNA amplificado (PCR=reação em cadeia por polimerase e LCR=reação em cadeia por ligase) ou detecção de DNA e ampliação do sinal (captura híbrida) estão sendo apresentados como mais sensíveis do que a cultura para diagnóstico de infecção uretral, em homens e mulheres, e endocervical em mulheres, por clamídia. Porém, houve relato de problemas com inibidores de Taqpolimerases (PCR) que podem existir em amostras endocervicais. Isto leva a exames falso-negativos. Estas técnicas biomoleculares promovem a detecção de seqüências específicas de nucleotídeos de clamídia. As seqüências procuradas são aquelas presentes no plasmídeo clamidiano comum, sendo encontrado em 7-10 cópias por corpo elementar (forma infectiva). Na prática, esses exames podem identificar até uma única partícula plasmidial. Empresas fabricantes desses testes de biologia molecular desenvolveram protocolos para uso em amostras de urina (primeiro jato matinal ou após quatro horas sem urinar). Em homens, o sedimento urinário tem eficácia igual ou maior do que a obtida com esfregaços uretrais. Nas mulheres, o exame utilizando urina provavelmente é menos sensível do que o exame ginecológico para coleta direta de material endocervical. Todavia, a natureza não invasiva do exame tende a tornar a urina um material bom para grandes rastreios epidemiológicos. Entretanto, diante de um exame de urina positivo para clamídia e/ou gonococo, os exames clínicos, geral e genital, não devem ser postergados nem excluídos. Pensando em evitar o rastreio com coleta de material endocervical, há estudo que indica a coleta de material do intróito vaginal. Informações recentes dão conta de que foi encerrada no Brasil a comercialização de teste diagnóstico com LCR. A técnica de captura híbrida, no Brasil, pode ser mais econômica, além de permitir, nos casos selecionados, a pesquisa conjunta de clamídia, gonococo e HPV. Os conjuntos de coleta devem ser disponibilizados pelo laboratório, não permitindo improvisações. Embora a documentação clássica de doença infecciosa por clamídia seja com os testes específicos, um bom clínico ou deessetologista nunca esquece ou deixa de valorizar exames, a princípio chamados de inespecíficos, secundários ou acessórios, como: a) Bacteriocopia pelo Gram de secreção uretral ou endocervical, mostrando aumento do número de polimorfonuclear e ausência de diplococos Gram-negativos; b) Velocidade de hemossedimentação (VHS) aumentada. Isso pode revelar atividade antiinflamatória. Com certeza está aumentada em casos de infecção complicada por clamídia. Já em casos de uretrites e cervicites, tal alteração não é evidente; c) Proteína C reativa aumentada. Interpretação exatamente igual a VHS; d) Hemograma com evidência de processo infeccioso bacteriano. Interpretação também igual a VHS e proteína C reativa. Avaliação dos Métodos Laboratoriais (rever %) Exame Sensibilidade% ELISA 70 80 Imunofluorescência 80 92 Sorologia 60 80 PCR, LCR, CH > 95 Especificidade% > 99 95-98 95 > 99 SENSIBILIDADE Mede a capacidade de o exame detectar infecção quando ela está presente. É a preocupação máxima em relação à população com alta prevalência da doença, como acontece nas clínicas de DST. A sensibilidade mede a proporção de indivíduos com exame positivo em relação a todos os pacientes infectados. ESPECIFICIDADE Mede a capacidade do teste em excluir corretamente a infecção em indivíduo não-infectado. É a preocupação máxima no exame de populações com baixa prevalência da doença, como acontece nas clínicas de planejamento familiar e clínicas particulares. A especificidade mede a proporção de indivíduos não-infectados com exame negativo. Em foco - Diagnóstico Laboratorial é uma publicação periódica da PhOENIX Produções Editoriais, patrocinada por Farmoquímica. Jornalista Responsável: José Antonio Mariano (Mtb: 22.273-SP). Tiragem: 20.000 exemplares. Endereço: Rua Gomes Freire, 439 Cj. 6 CEP 05075010 São Paulo SP. Tel.: (11) 3645-2171 Fax: (11) 3831-8560 E-mail: [email protected] Nenhuma parte desta edição pode ser reproduzida, gravada em sistema de armazenamento ou transmitida em forma alguma, por qualquer procedimento. phx 0703 Diagnóstico Laboratorial U m médico experiente pode fazer o diagnóstico de tracoma endêmico baseando-se na história clínica e no exame físico do paciente. Entretanto, como muitas mulheres e homens infectados pela clamídia não podem ser distinguidos facilmente dos não infectados ou de outra infecção, o diagnóstico de infecção genital por clamídia está intimamente dependente de exames laboratoriais específicos. Como já citamos em separata anterior, clinicamente o reconhecimento de cervicite/uretrite/salpingite por clamídia depende de um alto índice de suspeição e exame clínico cuidadoso. Por isso, a coleta, a armazenagem, o transporte, o processamento, a leitura e a interpretação dos exames laboratoriais são cruciais para um bom diagnóstico. Falhas, por menor que sejam, em um destes itens, podem propiciar falsos resultados. É importante dizer que, para o diagnóstico de infecção por Chlamydia trachomatis, deve-se ter em mãos o conjunto adequado para coleta de material. Para tanto, o clínico deve dispor de um razoável relacionamento com o pessoal do laboratório que o atende. Os exames mais utilizados na prática médica são os seguintes: Coloração pela técnica de Giemsa Como a clamídia é um patógeno de diminuto tamanho, não é possível observá-la como se analisa uma bactéria comum. Assim, pode-se, como nos casos de infecção viral, apenas notar os efeitos citopáticos causados pelo agressor em questão. No caso, é descrito como densas inclusões citoplasmáticas granulosas. Visualização de corpúsculos de Gamma-Miyagawa contendo inúmeros corpúsculos reticulares, forma de replecação intracelular de clamídia, visualizada pela técnica de coloração citológica de Giema. Citologia pelo Papanicolaou A detecção de inclusões de clamídia intactas no esfregaço é pouco sensível. Além disso, as alterações citológicas que acompanham a infecção cervical pela clamí- dia são inespecíficas. Por isso, o exame de Papanicolaou não deve ser usado como método de rastreio da infecção por Chlamydia trachomatis. Entretanto, o achado suspeito merece total consideração. As alterações são as mesmas citadas na coloração pelo Giemsa. Histopatologia É possível suspeitar de infecção clamidiana quando se observam lesões inflamatórias crônicas e fibrocísticas com granulações e formação de folículos. Nos casos de linfogranuloma venéreo ocorre, com freqüência, grande formação de abscessos esteliformes, mostrando ainda células gigantes multinucleadas ocasionais. A presença de folículos linfóides bem formados no estroma cervical associa-se a uma cervicite mucopurulenta por Chlamydia trachomatis. Cultura de células A Chlamydia trachomatis pode ser cultivada em cultura de tecido celular, utilizando linhagens de células Mc Coy, HeLa 229 e BHK. As amostras devem ser coletadas de material suspeito, uretral ou endocervical, mais freqüentemente através de zaragatoa (swab), mantidas em solução tampão e refrigeradas imediatamente (congelador). Depois são aquecidas e homogeneizadas para serem inoculadas sobre a superfície de fileiras confluentes de camadas de células susceptíveis. Uma vez coletadas, as amostras devem ser refrigeradas com gelo ou a 4°C e inoculadas na cultura de células dentro de 48 horas. Se tiverem de ser armazenadas por longos períodos, devem ser congeladas a -70°C. O procedimento de cultivo padrão para Chlamydia trachomatis é realizado em três dias de incubação. Após esse período, as monocamadas devem ser coradas pelo iodo ou pelo Giemsa, em que, nos casos positivos, será possível observar os corpúsculos de inclusão citoplasmáticos. Verdadeiramente, o cultivo celular é o padrão ouro. Entretanto, devido à necessidade de muito manuseio para manutenção desses cultivos celulares, essa técnica ficou restrita a metodologia de pesquisa. Hoje, na prática médica em nosso país, a cultura de clamídia em meio celular não mais existe. Detecção de antígenos de Chlamydia trachomatis Imunofluorescência direta Com o desenvolvimento de reagentes imunológicos específicos para componentes da membrana externa da clamídia, ficou possível e mais prático detectar a presença de Chlamydia trachomatis sem o uso de cultivo celular. A imunofluorescência direta aplica um ou mais anticorpos poli/monoclonais conjugados com substâncias fluorescentes, como, por exemplo, fluoresceína. Como já citado anteriormente, a técnica pode ser influenciada por problemas de coleta e fixação do material. É sabido que materiais com pouca quantidade de células epiteliais, bem como presença de sangue, fazem com que os resultados sejam errados. Por outro lado, essa técnica depende muito de interpretações do observador, que pode valorizar exageradamente um artefato ou desconsiderar uma infecção com poucas partículas clamidianas. Outro complicador da técnica diz respeito ao potencial deletério para a saúde do profissional que trabalha com imunofluorescência. A Notar que o algodão da zaragatoa deve penetrar no canal cervical em movimentos rotatórios suaves, a fim de espremer as criptas endocervicais e melhor recolher material para pesquisa de clamídia (gonococo também). Normalmente, são conjuntos (kits) diferentes, sendo necessárias duas ou mais coletas. A primeira amostra deve ser para gonococo. Importante: não tocar o algodão na parede vaginal; se for usada captura híbrida ou PCR, a coleta será única. O pus endocervical não é um bom material para pesquisa da clamídia, pois esta carece mais de células epitelias. Detecção por métodos imunoenzimáticos Ensaios imunoenzimáticos, EIA, ELISA (Enzyme liked Immunosorbent assay) podem ser projetados para permitir a pesquisa de antígeno de clamídia em grande número de amostras. São menos sensíveis do que os métodos de cultura e de biologia molecular. Todavia, incluem a possibilidade de rastreamento em grandes populações e, por causa da natureza objetiva dos seus resultados, exclui vícios de interpretações pelo observador. Estes testes podem dar reações cruzadas com bactérias do trato gastrointestinal, que possuem polissacarídeos com os mesmos determinantes antigênicos da clamídia. Aceita-se a positividade desses testes para populações de alto risco, como clientes de clínicas de DST. Um teste de ELISA conjugado com leitura de fluorescência com tecnologia automatizada (Elfa-Vidas) oferece excelentes resultados e tem sido empregado de maneira muito satisfatória. Entretanto, o preço do equipamento, dos reagentes e componentes do conjunto, estão quase que inviabilizados pela remuneração dos planos de saúde. Nas investigações de medicina legal, como abuso se- B C (A) Deve-se ter o cuidado de usar material de tamanho proporcional ao local da coleta. (B) Em uretra (masculina ou feminina), recomendamos zaragatoa mais fina. (C) Notar que o algodão desaparece completamente na uretra. Introduzir de 1 a 2 centímetros e fazer leves movimentos semi-rotatórios. xual de crianças e violência sexual, é mandatório o uso da cultura celular. Atualmente, as técnicas de biologia molecular, captura híbrida e PCR vêm ocupando papel preponderante, uma vez que a técnica, a sensibilidade e a especificidade são melhores e mais fáceis do que a tradicional cultura em células de Mc Coy. Outros imunoensaios para detecção de clamídia têm sido empregados na prática médica, como radioimunoensaio, fluoroimunoensaio e o Dot-Blot teste. Todos, como de hábito, empregam conjuntos de coleta e transporte próprios, e devem ser fornecidos pelo laboratório. Detecção de anticorpos anti-clamídia Trata-se de método de valor diagnóstico das infecções profundas (complicadas), tais como: linfogranuloma venéreo (LGV), tracoma, endometrite, salpingite, periepatite, síndrome de Reiter e pneumonia. Não é aplicada (e mesmo desaconselhada) em diagnóstico de infecções superficiais, como uretrite e cervicite. Em casos de LGV, uma reação negativa (não reativa) com certeza exclui este diagnóstico. Nas infecções do trato genital superior feminino (endometrite, salpingite) ou masculino (orquiepididimite), além da periepatite e pneumonia, seu valor diagnóstico positivo passa a ter realce quando a diluição for ³ 1:32. Isso porque títulos mais baixos podem expressar apenas reações cruzadas. Detecção de Chlamydia trachomatis por técnicas de biologia molecular A detecção de DNA amplificado (PCR=reação em cadeia por polimerase e LCR=reação em cadeia por ligase) ou detecção de DNA e ampliação do sinal (captura híbrida) estão sendo apresentados como mais sensíveis do que a cultura para diagnóstico de infecção uretral, em homens e mulheres, e endocervical em mulheres, por clamídia. Porém, houve relato de problemas com inibidores de Taqpolimerases (PCR) que podem existir em amostras endocervicais. Isto leva a exames falso-negativos. Estas técnicas biomoleculares promovem a detecção de seqüências específicas de nucleotídeos de clamídia. As seqüências procuradas são aquelas presentes no plasmídeo clamidiano comum, sendo encontrado em 7-10 cópias por corpo elementar (forma infectiva). Na prática, esses exames podem identificar até uma única partícula plasmidial. Empresas fabricantes desses testes de biologia molecular desenvolveram protocolos para uso em amostras de urina (primeiro jato matinal ou após quatro horas sem urinar). Em homens, o sedimento urinário tem eficácia igual ou maior do que a obtida com esfregaços uretrais. Nas mulheres, o exame utilizando urina provavelmente é menos sensível do que o exame ginecológico para coleta direta de material endocervical. Todavia, a natureza não invasiva do exame tende a tornar a urina um material bom para grandes rastreios epidemiológicos. Entretanto, diante de um exame de urina positivo para clamídia e/ou gonococo, os exames clínicos, geral e genital, não devem ser postergados nem excluídos. Pensando em evitar o rastreio com coleta de material endocervical, há estudo que indica a coleta de material do intróito vaginal. Informações recentes dão conta de que foi encerrada no Brasil a comercialização de teste diagnóstico com LCR. A técnica de captura híbrida, no Brasil, pode ser mais econômica, além de permitir, nos casos selecionados, a pesquisa conjunta de clamídia, gonococo e HPV. Os conjuntos de coleta devem ser disponibilizados pelo laboratório, não permitindo improvisações. Embora a documentação clássica de doença infecciosa por clamídia seja com os testes específicos, um bom clínico ou deessetologista nunca esquece ou deixa de valorizar exames, a princípio chamados de inespecíficos, secundários ou acessórios, como: a) Bacteriocopia pelo Gram de secreção uretral ou endocervical, mostrando aumento do número de polimorfonuclear e ausência de diplococos Gram-negativos; b) Velocidade de hemossedimentação (VHS) aumentada. Isso pode revelar atividade antiinflamatória. Com certeza está aumentada em casos de infecção complicada por clamídia. Já em casos de uretrites e cervicites, tal alteração não é evidente; c) Proteína C reativa aumentada. Interpretação exatamente igual a VHS; d) Hemograma com evidência de processo infeccioso bacteriano. Interpretação também igual a VHS e proteína C reativa. Avaliação dos Métodos Laboratoriais (rever %) Exame Sensibilidade% ELISA 70 80 Imunofluorescência 80 92 Sorologia 60 80 PCR, LCR, CH > 95 Especificidade% > 99 95-98 95 > 99 SENSIBILIDADE Mede a capacidade de o exame detectar infecção quando ela está presente. É a preocupação máxima em relação à população com alta prevalência da doença, como acontece nas clínicas de DST. A sensibilidade mede a proporção de indivíduos com exame positivo em relação a todos os pacientes infectados. ESPECIFICIDADE Mede a capacidade do teste em excluir corretamente a infecção em indivíduo não-infectado. É a preocupação máxima no exame de populações com baixa prevalência da doença, como acontece nas clínicas de planejamento familiar e clínicas particulares. A especificidade mede a proporção de indivíduos não-infectados com exame negativo. Em foco - Diagnóstico Laboratorial é uma publicação periódica da PhOENIX Produções Editoriais, patrocinada por Farmoquímica. Jornalista Responsável: José Antonio Mariano (Mtb: 22.273-SP). Tiragem: 20.000 exemplares. Endereço: Rua Gomes Freire, 439 Cj. 6 CEP 05075010 São Paulo SP. Tel.: (11) 3645-2171 Fax: (11) 3831-8560 E-mail: [email protected] Nenhuma parte desta edição pode ser reproduzida, gravada em sistema de armazenamento ou transmitida em forma alguma, por qualquer procedimento. phx 0703 Professor Adjunto Doutor, Chefe do Setor de DST e Coordenador do Programa de Pós-graduação em CÓD. 501153 Autor: Mauro Romero Leal Passos DST, Universidade Federal Fluminense - Niterói - RJ. Colaboradores: Renata de Queiroz Varella Especialista em DST, Setor de DST, Universidade Federal Fluminense. 3 Referências Bibliográficas - - - - - Low N, Cohen F. Genital chlamydia infection, in Barton S. ed. Clinical Evidence. Issue 5, London; BMJ Publishing Group, 10831088, 2001. Lau C, Qureshi AK. Azithromycin versus doxycycline for genital chlamydia infections. A meta-analysis of randomized clinical trials. 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