Sajama Chimborazo O alpinista também recorda que já viu pessoas mortas na montanha. “Ver as pessoas morrer causa espanto porque poderá ser você. Quando estava no Aconcágua, retiraram o corpo de um suíço, que infelizmente morreu naquela montanha, que é conhecida por ter muitos acidentes. Naquele ano, 2008, foi só uma morte, no ano seguinte foram oito, uma expedição inteira se perdeu no topo”, lamenta. Além de estar preparado fisicamente, Carvalho ressalta que para subir é preciso levar só o essencial – pouca comida. “Antes fazemos a climatização para seu organismo se adaptar com o clima. No começo, quando está até cinco mil metros você consegue comer alguma coisa, como sopa, que é quente e não deixa a temperatura do corpo cair. Também comemos chocolate. Já a água é muito importante, tem que beber de cinco a seis litros por dia, mas não da para levar. Por isso, durante a expedição, quebramos um pedaço do gelo limpo, derretemos e colocamos pastilhas para purificar, fervemos e dai ingerimos”, explica. Carvalho conta que seu próximo passo será completar os sete cumes, que são as montanhas mais altas de cada continente. “O Brasil não tem muitos adeptos de montanhismo, como nos outros países, então vou com expedições internacionais. Se der tudo certo, já em 2016, quero ir para algumas montanhas da Rússia e o Kilimanjaro na África, e atingir meu objetivo: escalar os sete picos. Já estive no campo base do Evereste, no Nepal, em 2011, e quero voltar para subir ao topo. Esta não é a coisa mais importante da minha vida, mas eu amo e tenho prazer enorme em fazer”, revela. “Quando você escala uma montanha, o último dia que é conhecido como o ataque ao cume, em que você escala de madrugada, quando o gelo é mais compacto e chega ao topo na hora que o sol está nascendo, é indescritível. Vale a pena, é saudável. Se você tem vontade de escalar, não precisa ser uma super montanha, comece com as menores. Talvez desça dizendo que nunca mais volta, mas vai querer ir de novo. A montanha tem um poder enorme de te atrair”, finaliza. ESCALADAS ACONCÁGUA – Argentina (2008) HUAYNA POTASI – Bolívia (2009) PEQUENO ALPAMAYO – Bolívia (2009) TORIJA – Bolívia (2009) TOCLLARAJU – Perú (2010) VALLUNARAJU – Perú (2010) JURIQUES – Chile (2010) CERRO TOCO – Chile (2011) CALAPATAR – Nepal (2011) GOKYO RI OU PICO GOKYO – Nepal (2011) CAMPO BASE DO EVERESTE – Nepal (2011) SAJAMA – Bolívia (2013) ILLIMANI – Bolívia (2013) ILLINIZA SUL – Equador (2014) COTOPAXI – Equador (2014) CHIMBORAZO – Equador (2014) DEZEMBRO/2015 | da Tribuna Revista | 31