INDÚSTRIA BRASILEIRA DE BENS DE CAPITAL MECÂNICOS INDICADORES CONJUNTURAIS AGOSTO/2015 Resumo de desempenho Agosto 2015 R$ milhões constantes Variáveis Receita líquida total Receita líquida interna Consumo aparente Mês No ano mês anterior 6.906,53 4.944,48 11.313,46 58.173,05 41.959,26 90.367,04 -3,3 -1,1 1,7 US$ milhões Variáveis Exportação Importação Saldo Mês No ano mês anterior 558,30 1.589,74 -1.031,43 5.166,59 13.589,67 -8.423,08 -15,6 -4,3 3,2 Mil pessoas Variáveis Emprego No fim do mês média no ano 330,432 332,371 DCEE – Departamento de Competitividade, Economia e Estatística Variação percentual sobre mês do ano ano 12 meses anterior anterior anteriores -10,7 -13,7 1,1 -7,4 -10,2 -3,9 -7,4 -9,6 -6,6 Variação percentual 12 meses mês do ano ano anterior anterior anteriores -31,9 -18,9 -9,6 -20,4 -18,7 -17,6 -16,3 -18,3 -19,5 Variação percentual mês do ano ano 12 meses mês anterior anterior anterior anteriores -1,2 -8,6 -7,0 -6,4 2 Consumo aparente R$ bilhões constantes* Mês / Mês anterior = +1,7% Mês ano / Mês do ano anterior = +1,1% Acumulado / Acumulado ano anterior = -3,9% Receita Líquida Interna (MM3) Consumo aparente mensal O consumo aparente nacional registrou no mês de agosto crescimento de 1,7%, mas no ano ainda acumula queda de 3,9% apesar da desvalorização superior a 33% da moeda nacional em relação ao dólar (jan-ago de 2015), o que infla o valor em reais dos Bens de Capital importados. Importados (c/ CIF+II) MM3 14 12 10 8 6 4 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 jul out jan abr jul out jan abr jul out jan abr jul out abr jan out jul abr jan out jul abr jan out jul abr jan out jul abr 0 jan 2 Desconsiderando o efeito cambial, ou seja, com câmbio igual ao mesmo período de 2014, o resultado apurado para o consumo aparente é ainda mais preocupante e mostra queda de 16,9% no ano (jan-ago) na comparação com o mesmo período de 2014. 2015 Fonte: DCEE/ABIMAQ e SECEX. Elaboração: DCEE/ABIMAQ . * Deflator utilizado coluna 32 - FGV DCEE – Departamento de Competitividade, Economia e Estatística 3 Receita Líquida Total R$ bilhões constantes* Mês / mês anterior = -3,3% Mês / Mês do ano anterior = -10,7% Acumulado / Acumulado ano anterior = -7,4% 12,00 Exportação (MM3) Receita Líquida Interna (MM3) Receita Líquida Total (mensal) Receita Líquida Interna (mensal) Apesar do efeito cambial que eleva o valor das exportações, o mercado interno retraído (-10,2%), levou a receita líquida do setor a uma queda de 7,4% no ano. Sem a valorização do dólar a Receita Líquida Total tem queda de 14,0% 10,00 8,00 6,00 4,00 2,00 2008 2009 2011 2013 2014 jul out abr jan out jul jan abr out jul abr jan jul 2012 out abr jan out jul abr jan jul 2010 out abr jan out jul jan abr out jul abr jan 0,00 A tendência observada nos últimos meses no mercado interno combinada com exportações muito aquém do estimado, indicam para 2015 a terceira queda consecutiva da receita líquida de vendas da Indústria de Bens Capital Mecânicos (-5% em 2013 e -12% em 2014). 2015 Fonte: DCEE/ABIMAQ e SECEX. Elaboração: DCEE/ABIMAQ . * Deflator utilizado coluna 32 - FGV DCEE – Departamento de Competitividade, Economia e Estatística 4 Curva de comportamento R$ bilhões Receita Líquida Média 2010-2013 vs 2014 e 2015 10,5 10,0 9,5 9,0 8,92 8,5 8,0 7,5 7,45 7,0 6,91 A incerteza política combinada com a política econômica recessiva com o custo do capital incompatível com o retorno dos investimentos tem inviabilizado qualquer decisão de investimento no país. Os dados do mês de agosto ratificam este cenário de contração dos investimentos e apontam para mais um ano de forte queda, com taxas superiores às observadas em 2014. 6,5 Média 2010 - 2013 2015 2014 6,0 jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez Fonte: DCEE/ABIMAQ . Nota: Deflator utilizado – coluna 32 - FGV DCEE – Departamento de Competitividade, Economia e Estatística 5 Evolução dos preços MÁQS & EQTOS - Evolução dos Preços ao Produtor - 2010-15 Números Índices (base: dez-09 = 100) 225 205 Custos - ICP * Preços - IPP 200,8 Inflação - IPCA** 185 Câmbio - R$/US$** 165 145 146,4 144,0 125 121,3 105 A volatilidade do câmbio é fator recessivo adicional pois aumenta os riscos de descasamento entre os preços dos insumos de produção e os preços de venda de máquinas e equipamentos. Assim, apesar da depreciação do Real frente ao Dólar, esta volatilidade inibe, na prática, qualquer esforço de aumento das exportações, e da recuperação das margens do mercado interno. 85 10 11 12 13 14 15 Fonte: ABIMAQ, IBGE e BCB. Elaboração: DCEE/ABIMAQ . * Índice de custo de produção de máquinas e equipamentos. **Agosto/15 DCEE – Departamento de Competitividade, Economia e Estatística 6 Taxa de câmbio nominal Variação % acumulada – base dez/13 US$/R$ US$/Euro US$/Cesta (exceto EUA) 10 A depreciação do Real, nestes últimos meses, é causada por instabilidades políticas e fatores externos e não há garantia de que se transforme em vantagem competitiva. 5 0 Dólar -5 -10 -15 -15,74 -20 -18,67 -25 -30 -33,19 -35 O Banco Central teve uma recaída na utilização do câmbio como âncora inflacionária suspendendo a rolagem dos swaps cambiais e levando a SELIC a um nível extremamente elevado sem, entretanto, conseguir conter a desvalorização do real. dez/13 jan/14 fev/14 mar/14 abr/14 mai/14 jun/14 jul/14 ago/14 set/14 out/14 nov/14 dez/14 jan/15 fev/15 mar/15 abr/15 mai/15 jun/15 jul/15 ago/15 -40 Fonte: LCA. Elaboração: DCEE/ABIMAQ . Cesta: Zona do Euro, China, Argentina, Japão, Chile, Índia, Venezuela, Rússia e México. DCEE – Departamento de Competitividade, Economia e Estatística 7 Exportação US$ bilhões FOB Mês corrente / Mês anterior = -15,6% Mês ano corrente / Mês do ano anterior = -31,9% Acumulado ano corrente / Acumulado ano anterior = -20,4% 1,2 MM3 A exportação de US$ 5,167 bilhões no ano, é reflexo de forte queda de 20,4% em relação a 2014. Mensal 1 A queda, visível no gráfico, não dá sinal de inversão, apesar da taxa cambial favorável. 0,8 0,6 A paralisia nos financiamentos à exportação, combinada com volatilidade cambial, são fatores que estão dificultado a inversão do cenário. 0,4 0,2 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 jul out jan abr out jul abr jan out jul abr jan jul out jan abr jul out abr jan out jul abr jan out jul jan abr jul out jan abr 0 2015 Fonte: SECEX; Elaboração: DCEE/ABIMAQ. DCEE – Departamento de Competitividade, Economia e Estatística 8 Exportação por setores Setores com sua participação no total Ano Mês/Mês anter. Participação ABIMAQ -20,4 -15,6 100% Componentes p/ a ind. de bens de capital -14,7 -28,6 27,8% -25,6 -18,8 24,1% Máquinas para logística e construção civil -5,9 Infra-estrutura e indústria de base Máquinas para petróleo e energia renovável 13,3% -9,0 -36,7 10,7% -31,9 Máquinas para a indústria de transformação -8,1 8,7% 19,2 -30,2 Máquinas para agricultura 8,7% -5,1 -13,2 Máquinas para bens de consumo -60 -40 -20 20 Na ponta dois dos sete setores registraram crescimento, mas sua pequena participação nas exportações não foi suficiente para que a exportação da indústria de máquinas tivesse crescimento em agosto/15. 6,7% 4,7 0 No ano, todos os setores registraram exportações abaixo das de 2014. 40 Fonte: SECEX; Elaboração: DCEE/ABIMAQ . DCEE – Departamento de Competitividade, Economia e Estatística 9 Exportação por destinos US$ bilhões Participação % no total exportado 40,9 44,6 45,2 50,6 48,1 43,2 44,4 40,1 42,7 América Latina Estados Unidos Europa 23,0 19,0 20,4 17,7 18,3 16,0 14,7 15,9 15,1 15,2 20,9 20,0 21,7 20,4 18,4 17,3 18,9 19,5 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Grupos Jan-Ago 2015 Jan-Ago 2014 Var. % TOTAL GERAL 5,167 6,491 -20,4 1 América Latina 2,208 2,464 -10,4 1,039 1,129 -8,0 2 Estados Unidos 1,055 1,210 -12,8 3 Europa 1,584 1,007 -36,4 Mercosul Os principais destinos das exportações brasileiras de máquinas e equipamentos (M&E) são, pela ordem, América Latina, Estados Unidos e Europa. As exportações para a América Latina, incluindo o Mercosul, em 2015 ganharam participação relativa quando comparadas com o ano de 2014 mais em função da queda da Europa do que pelo seu crescimento. Para os EUA, segundo maior destino das exportações de M&E, a participação mantem uma trajetória crescente justificada principalmente pela retomada da atividade industrial. Fonte: SECEX; Elaboração: DCEE/ABIMAQ . Mercosul Estados Membros: Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela DCEE – Departamento de Competitividade, Economia e Estatística 10 Importação US$ bilhões FOB Mês corrente / Mês anterior = -4,3% Mês ano corrente / Mês do ano anterior = -18,9% Acumulado ano corrente / Acumulado ano anterior = -18,7% 3 MM3 Mensal 2,5 2 1,5 1 0,5 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 jul out jan abr out jul abr jan out jul abr jan jul out jan abr jul out abr jan out jul abr jan out jul jan abr jul out jan abr 0 2015 As importações que chegaram a US$ 13,590 bilhões no ano, estão 18,7% inferiores a 2014. Esta queda é coerente com o ambiente recessivo na indústria brasileira de transformação, e deve se manter ao longo de 2015, com redução da ordem de 20%. Infelizmente esta queda não é compensada pelo aumento das vendas no mercado interno pelos fabricantes nacionais e portanto antecipa uma forte redução da taxa de investimento sobre o PIB pelo terceiro ano consecutivo, reduzindo a probabilidade de crescimento econômico após o “ajuste fiscal”. Fonte: SECEX; Elaboração: DCEE/ABIMAQ. DCEE – Departamento de Competitividade, Economia e Estatística 11 Importação por setores Setores com sua participação* no total ano mês/mês anter. -18,7 -4,3 ABIMAQ Componentes p/ a ind. de bens de capital -18,0 -22,3 Infra-estrutura e indústria de base -19,9 100% 28,7% -14,6 -16,2 Máquinas para logística e construção civil 21,1% -26,0 80,5 Máquinas para bens de consumo -15,8 -17,5 Máquinas para petróleo e energia renovável -14,9 -71,8 -80 1,3% 2,2% 3,2 -30 15,5% 16,6% -23,0 -55 -5 20 A queda nas importações ocorreu simultaneamente em todos os setores de BK, o que confirma as observações anteriores. 14,5% 6,6 Máquinas para a indústria de transformação Máquinas para agricultura Participação 45 O fato da importação de componentes evoluir abaixo de 2014, indica continuidade da redução de produção nacional, ao longo dos próximos meses. Na análise mensal observase forte crescimento no setor fabricante de máquinas para logística e construção civil relacionado a equipamentos de elevação de cargas vindos da Espanha. 70 Fonte: SECEX; Elaboração: DCEE/ABIMAQ . DCEE – Departamento de Competitividade, Economia e Estatística 12 Principais origens das importações Part. % no total importado (US$) 2007 22,4% EUA 2008 2009 21,6% 22,0% 2010 2011 2012 21,0% 21,0% 21,1% 2013 2014 2015 Ranking (peso) 22,2% 21,8% 20,7% 2.º 18,9% 17,3% 16,6% 17,5% 14,9% Alemanha 9,0% 9,0% 9,4% 11,8% Itália China 8,4% 8,5% 8,0% 16,8% 16,2% 15,9% 16,2% 1.º 14,4% 14,0% 14,1%13,9% 13,2% 3.º 9,3% 8,3% 8,6% 6,6% 9,6% 9,0% 4.º A série histórica, a partir de 2012, mostra o fim de um agressivo crescimento dos produtos chineses no mercado nacional e uma certa estabilidade no market share dos principais fornecedores de máquinas e equipamentos para o Brasil. Em 2015, pela primeira vez em 10 anos, a China perde participação relativa no mercado brasileiro. Fonte: SECEX; Elaboração: DCEE/ABIMAQ . DCEE – Departamento de Competitividade, Economia e Estatística 13 Balança comercial US$ bilhões FOB Mês corrente / mês anterior = +3,2% Mês ano corrente / Mês do ano anterior = -9,6% Acumulado ano corrente / Acumulado ano anterior = -17,6% 3 Saldo (MM3) Exportação (MM3) Importação (MM3) A redução do déficit na balança comercial de máquinas e equipamentos, de um patamar da ordem de US$ 1,5 bilhões mensais para perto de US$ 1,0 bilhão resulta, como pode ser observado no gráfico, muito mais da redução das importações do que uma melhora nas exportações. 2,5 2 1,5 1 0,5 0 -0,5 -1 -2 jan abr jul out jan abr jul out jan abr jul out jan abr jul out jan abr jul out jan abr jul out jan abr jul out jan abr jul out -1,5 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Fonte: SECEX; Elaboração: DCEE/ABIMAQ . DCEE – Departamento de Competitividade, Economia e Estatística 14 NUCI Nível de Utilização da Capacidade Instalada % Carteira de Pedidos em meses para o atendimento NUCI 90 Carteira de Pedidos 86,1 80 70 6 82,3 80,8 80,8 75,1 74,5 75,4 5,1 4,4 5 67,2 4 4,4 4,0 3,5 60 3 3,2 Carteira de pedidos -16,9% s/ agosto 2014 2,9 2,6 jan abr jul out jan abr jul out jan abr jul out jan abr jul out jan abr jul out jan abr jul out jan abr jul out jan abr jul out 50 40 Média Anual 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2 1 Em agosto/15 a indústria brasileira de máquinas e equipamentos mecânicos utilizou 66,1% de sua capacidade instalada. Comparado com o mês anterior (julho/15, 66,6%) a queda foi de 0,7%, e na comparação com o mesmo mês de 2014 (agosto/14 76,2%) a queda chegou a 13,2%. A carteira de pedidos, apesar do leve crescimento na ponta, registrou queda de 16,9% na comparação com agosto/14. 2015 Fonte e Elaboração: DCEE/ABIMAQ . DCEE – Departamento de Competitividade, Economia e Estatística 15 NUCI e Carteira de Pedidos (em meses para o atendimento) por setores (%) 100 NUCI (%) 90 Seriados Pesada 80 67,8 70 60 2008 2009 2010 2011 2013 Jul Out Jan Abr Out 2014 Pesada CARTEIRA (meses) Jul Abr Jan Out Jul Abr 2012 20 16 Jan Jul Out Jan Abr Jul Out Abr Jan Out Jul Abr Jan Out Jul Abr Jan Jul Out Jan 57,8 Abr 50 2015 Seriados 12 8 6,16 A utilização da capacidade instalada está em nível bastante preocupante, tanto na indústria de bens seriados como na de bens sob encomenda. A carteira de pedidos da indústria fabricantes de bens sob encomenda registrou ligeiro crescimento nos meses de junho e julho, assim como no setor de bens seriados, mas ainda é a pior da série histórica. 4 2009 2010 2011 2012 2013 2014 Jul Abr Jan Out Jul Abr Jan Out Jul Abr Jan Out Jul Abr Jan Out Jul Abr Jan Out Jul Abr Jan Out Jul Abr Jan Jul Out Jan Abr 2008 Out 1,57 0 2015 Fonte e Elaboração: DCEE/ABIMAQ . DCEE – Departamento de Competitividade, Economia e Estatística 16 Pessoal ocupado (em mil pessoas) Mês corrente / mês anterior = -1,2% Emprego Mês ano corrente / Mês do ano anterior = -8,6% O comportamento do emprego está acompanhando o desempenho da receita líquida. 410 385,920 380,285 361,692 370 354,784 330,432 330 290 Jan Abr Jul Out Jan Abr Jul Out Jan Abr Jul Out Jan Abr Jul Out Jan Abr Jul Out Jan Abr Jul Out Jan Abr Jul Out Jan Abr Jul Out 250 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 Desde meados de 2013 o número de pessoas ocupadas na indústria de bens de capital mecânico vem diminuindo, com maior intensidade a partir de 2015. O setor encerrou o mês de agosto de 2015 com 330 mil pessoas empregadas contra mais de 362 mil em agosto de 2014, que significa o fechamento de mais de 31 mil postos de trabalho nos últimos 12 meses. 2015 Fonte e Elaboração: DCEE/ABIMAQ. DCEE – Departamento de Competitividade, Economia e Estatística 17 DCEE – Departamento de Competitividade, Economia e Estatística