Cada macaco no seu pneu furado
Poemas para todos que odeiam poemas
Tulio Barbosa.
Uberlândia, 2012.
Para minha avó Maria B. da Mata ser humano
repleto de conhecimentos, alegrias, pureza e que
celebra a vida como poucos. Toma vó: Te amo!
Encontrei uma pedra no meio do caminho
Nossa!
Nunca me esquecerei daquele momento
Tinha uma merda de uma pedra no meio do caminho
E como tinha!
Tá! Em Ibitinga fui bordar
Com uns versos um pano sujo
E as letras engorduradas cravadas no meio da tua
testa.
Ninguém sabe o tamanho da rede de Jesus
Ele pescava homens
Ele pescava gente
Ele não tinha piracema
Piracema de gente
Tentei vender a alma ao Diabo
Puro enrolador
Me acordou a noite com um despertador
E, cara de pau, me ofereceu certa quantia
Para ter a minha alma,
Logo topei.
O malandro meu deu cheque do Banco Santos.
doce de abobora é uma loucura
A gente pira depois da digestão
Encarece a bosta
Solta a podridão
E todos sabem da abobora de São João
____
Devagar divagar devagar divagar
Ai sentou e pensou devagar divagar
E fez um café devagar para divagar
Descobri uma forma de te elogiar
Pago trinta reais a mais por um abraço
Se me pedisse um beijo
Se tivesse dado um beijo
Nos beijaríamos e eu não faria estes versos bestas.
Em Ibitinga fui bordar
Fiz uma bela frase no embornal
Escrevi em russo uma notícia de um jornal catalão
sobre uma mulher inglesa morta na china
A menina riu...
Com o grito a lua clareou a rua
E o buraco foi notado
Nele um bêbado lançado
Eita! Carraspana, carraspana...
Sucinto amor sucinto
São teus enunciados
Logaritmos do teu ritmo
Na base dez a conta é um
Sucinta frase sucinta
Expoentes nervóticos
Estes teus olhos
Como jabuticabas
Deveriam vender na feira.
A cota dos versos
O taco dos cervos
Verse sobre a rima
Encerre o piso
Na conta da cota dos lírios
... delírios...
Mordeu a barra de sabão azul
esperando encontrar o gosto do céu
As palavras ficaram pálidas e límpidas
Poesia futurista, feita ontem
Lida hoje
Posta no lixo amanhã bem cedo
Download

Visualizar páginas