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PORTUGUÊS – VI
GRAMÁTICA
LITERATURA - ARCADISMO
1. (CFTSC 2010) Texto 01
Descuidar do lixo é sujeira
Diariamente, duas horas antes da chegada do caminhão da prefeitura, a gerência [de
uma das filiais do Mc Donald's] deposita na calçada dezenas de sacos plásticos recheados de
papelão, isopor, restos de sanduíches. Isso acaba propiciando um lamentável banquete de
mendigos.
Dezenas deles vão ali revirar o material e acabam deixando os restos espalhados pelo
calçadão.
Veja. São Paulo: Abril, 23 dez 1992
Texto 02
O bicho
Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.
Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.
O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.
O bicho, meu Deus, era um homem.
Manuel Bandeira. In: Seleta em prosa e verso. Rio de Janeiro: J. Olympio/ MEC,
1971. p. 145.
Analise as seguintes proposições:
I – Os dois textos possuem em comum o mesmo tema: a miséria humana.
II – O texto 01 se distingue do texto 02 quanto ao uso da linguagem (no primeiro texto a
linguagem é referencial; no segundo, literária).
III – Em “O bicho, meu Deus, era um homem.”, os vocábulos em destaque constituem um
vocativo.
IV – No texto 01, o homem é respeitado como ser humano; enquanto que, no texto 02, o
homem é comparado a um bicho.
Assinale a alternativa correta.
a) Apenas as proposições II e IV são VERDADEIRAS.
b) Apenas as proposições I e III são VERDADEIRAS.
c) Apenas as proposições I, II e III são VERDADEIRAS.
d) Apenas a proposição IV é VERDADEIRA.
e) Apenas a proposição II é VERDADEIRA.
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2. (CFTMG 2008)
O poema anterior, em linguagem visual e contemporânea, reedita um preceito árcade também
expresso nos versos de Cláudio Manoel da Costa transcritos em:
a) "Nada pode escapar do golpe avaro,
Alcino meu: que a Parca endurecida
Corta igualmente os fios de uma vida
Ao pastor pobre, ao cortesão preclaro."
b) "Eu não chamo a isto já felicidade:
Ao campo me recolho, e reconheço,
Que não há maior bem, que a soledade"
c) "Se o bem dessa choupana pode tanto,
Que chega a ter mais preço, e mais valia,
Que da cidade o lisonjeiro encanto;"
d) "Veste o engano o aspecto da verdade;
Porque melhor o vício se avalia:
Porém do tempo a mísera porfia,
Duro fiscal, lhe mostra a falsidade."
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Gabarito:
Resposta da questão 1:
[C]
O texto jornalístico transmite uma informação. Nele predomina a intenção do emissor de
falar objetivamente sobre determinado aspecto da realidade. A linguagem é usada de modo
denotativo. Ocorre aí a função referencial, denotativa ou cognitiva. É o caso do texto 1.
Já o texto literário utilize-se de polissemia (multiplicidade de sentidos), recursos sonoros,
linguísticos, estilísticos, como figuras de linguagem. O texto 2 é um poema do escritor
modernista Manuel Bandeira. Nele percebe-se a presença da anáfora: repetição de um vocábulo
ou expressão no início de uma sequência de orações ou de versos. Há a repetição do advérbio
de negação “não”. A polissemia pode ser vista no vocábulo “bicho” em - “Vi ontem um bicho”,
conotativamente interpretado como homem que vive como um animal. A nova acepção de bicho
aparece no texto, para mostrar a precariedade, a miséria humana em um ser racional, mas que
necessita procurar alimento em decomposição no lixo para sobreviver. Este texto é literário. Os
dois textos falam da miséria humana. O vocativo, do latim: vocare, significa chamamento. É um
termo da oração, por meio do qual o falante chama pelo nome, apelido, característica ... o ser
com quem ele fala diretamente. Em “O bicho, meu Deus, era um homem.”, os vocábulos em
destaque constituem um vocativo. Em ambos os textos, o homem é desrespeitado.
Resposta da questão 1:
[C]
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