ESTUDO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS NA REGIÃO PRÓXIMA AO ANTIGO LIXÃO DO ROGER EM JOÃO PESSOA - PB Leila Brunet de Sá Beserra1 ; Irene Monteiro da Franca Souza2; Daniela Guedes Barbosa3; Gilson Barbosa Athayde Júnior 4 ; Claudia Coutinho Nóbrega5, Carmem Lúcia Moreira Gadelha6, Walter Ladislau de Barros Ribeiro7, Antônio Hilário Moreira de Moura8 RESUMO --- As águas subterrâneas estão sendo poluídas pelas diversas atividades humanas e um importante agente de contaminação destes mananciais são os lixões, que as poluem pela percolação de lixiviados. No Brasil, os lixões são o destino de boa parte dos resíduos sólidos produzidos. Ao longo de 45 anos (de 1958 a 2003), os resíduos sólidos oriundos do município de João Pessoa foram dispostos no Lixão do Roger. O presente trabalho avaliou a qualidade da água subterrânea na região de influência do citado Lixão. Os resultados mostraram que as águas subterrâneas coletadas seis poços existentes nesta região de influência não podem ser consumidas pela população sem tratamento prévio, pois apresentam parâmetros de qualidade acima dos estabelecidos pela Portaria 518 do Ministério da Saúde. Dos parâmetros que ultrapassaram os valores máximos permissíveis pela referida Portaria destacam-se a amônia, a cor, o alumínio, o chumbo e os coliformes termotolerantes, indicando problemas de degradação da qualidade destas águas. As análises das águas coletadas nos poços mais próximos à região onde os resíduos sólidos eram depositados, têm revelado sempre indicativas de qualidade inferior aos demais pontos, sugerindo que o antigo Lixão ainda contribui para a deterioração da qualidade da águas subterrâneas nas suas proximidades. ABSTRACT --- Groundwater is being polluted by several human activities and an important agent of it´s contamination is the lecheate from open dumps. In Brazil, the open dumps are the destination of good part of the produced solid wastes. Throughout 45 years (of 1958 the 2003), the deriving residues of the João Pessoa’s city had been disposed off in the Roger’s open dump. This paper evaluated the quality of the groundwater in the region of influence of the open dump. The results had shown that the groundwater collected in the six wells in this region of influence cannot be consumed by the population without previous treatment, since it presents soma parameters of water quality above of the maximum established by Brazilian legislation (Portaria Nº 518 do Ministério da Saúde). Among the parameters that have exceeded the permissible maximum values are ammonia, color, aluminum, lead ande thermotolerant coliform, indicating problems of degradation of these water quality. Results have also shown that the water collected from the two wells adjacent the area of the open dump presented in general poorer quality in comparison to that of the others wells, suggesting that the Roger´s open dump still contributes to the pollution of the local groundwater. Palavras-chave: água subterrânea, Lixão, João Pessoa. ______________________ 1) Engenheira Civil pela Universidade Federal da Paraíba. Ex-bolsista PIBIC CNPq/UFPB. Laboratório de Pesquisa em Sistemas Ambientais Urbanos, Departamento de Engenharia Civil, Universidade Federal da Paraíba. e-mail: [email protected] 2) Graduanda em Engenharia Civil. Universidade Federal da Paraíba. Bolsista PIBIC CNPq/UFPB. e-mail: [email protected] 3) Graduanda em Geografia. Universidade Federal da Paraíba. E-mail: [email protected] 4) Professor do Departamento de Engenharia Civil, Centro de Tecnologia, Universidade Federal da Paraíba. e-mail: [email protected] 5) Professora do Departamento de Engenharia Civil, Centro de Tecnologia, Universidade Federal da Paraíba. e-mail: [email protected] 6) Professora do Departamento de Engenharia Civil, Centro de Tecnologia, Universidade Federal da Paraíba. E-mail: [email protected] 7) Graduando em Engenharia Civil. Universidade Federal da Paraíba. Bolsista PIBIC CNPq/UFPB. e-mail: [email protected] 8) Graduando em Engenharia Civil. Universidade Federal da Paraíba. Bolsista PIBIC CNPq/UFPB. e-mail: [email protected] XVII Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos 1 1 - INTRODUÇÃO Do total de água existente no globo terrestre, cerca de 97% é constituído de água salgada dos oceanos, 2% está nas calotas polares e apenas 1% é representado por água doce sob a forma líquida. Desse total de água doce disponível para uso da humanidade, cerca de 97% encontra-se no subsolo, na forma de água subterrânea. As águas superficiais representam menos de 3% da água doce, sendo, no entanto, as mais usadas (UNESCO,2002). As águas subterrâneas, embora em menor grau que as superficiais, estão sendo poluídas pelas diversas atividades humanas, tais como o lançamento de esgotos domésticos diretamente no solo, pela construção de fossas sépticas próximas à aqüíferos, bem como pela utilização indiscriminada de agrotóxicos que ao longo dos anos infiltram-se no solo atingindo as águas subterrâneas. Outro importante agente de contaminação dos mananciais subterrâneos são os depósitos resíduos sólidos a céu aberto e diretamente sobre o solo, conhecido como Lixões. De acordo com a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (IBGE, 2000) 30,5% dos resíduos sólidos produzidos no Brasil são destinados a lixões, enquanto que este percentual para aterros controlados e aterros sanitários é de 22,3 e 47,1%, respectivamente. Estes dados evidenciam o perigo que os recursos naturais, em especial às águas subterrâneas, estão submetidos. Os lixões podem causar a poluição do solo, das águas superficiais e subterrâneas pelo escoamento superficial ou percolação de lixiviados, como também a do ar atmosférico devido à emanação de gases como o metano e o sulfídrico. São também um ambiente propício para a proliferação de micro e macro vetores (bactérias, vírus, protozoários, baratas, ratos, entre outros) que são responsáveis pela transmissão de várias doenças como amebíases, leptospirose, diarréias, dengue, etc. Ao longo de 45 anos (de 1958 a 2003), os resíduos sólidos oriundos do município de João Pessoa foram depositados no Lixão do Roger, que está assentado no manguezal adjacente ao rio Sanhauá contribuindo para o agravamento dos impactos ambientais negativos sobre aquele ambiente. Nos últimos três anos de sua atividade também eram dispostos no lixão supracitado os resíduos sólido provenientes dos municípios de Bayeux e Cabedelo. Até os dias atuais são atribuídos a tal lixão problemas de degradação ambiental, em particular das águas subterrâneas. A Norma Brasileira NBR – 13.896 da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT (1997), recomenda que os aterros sanitários devam ser construídos e operados de forma a manter a qualidade das águas subterrâneas. Tendo em vista o seu uso para o abastecimento público, esta Norma considera que a qualidade das águas subterrâneas, na área da instalação, deve atender aos padrões de potabilidade estabelecidos na legislação vigente. XVII Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos 2 No Brasil, a Portaria n° 518, de 25 de março de 2004, do Ministério de Saúde define o padrão de potabilidade que a água destinada ao consumo humano deve atender, determinando os Valores Máximos Permissíveis (VMP) para as características bacteriológicas, organolépticas, físicas e químicas da água potável. Este trabalho objetiva avaliar a qualidade da água subterrânea na área de influência do antigo lixão do Roger, realizando coletas de amostras de água subterrânea em seis pontos na área de influência do antigo lixão do Roger para posteriores análises físico-químicas, químicas e microbiológicas. 2– MATERIAIS E MÉTODOS Para monitoramento da qualidade da água subterrânea, foram escolhidos quatro poços existentes na área de influência do antigo lixão, sendo os mesmos denominados P1, P2, P3 e P4. Além desses quatro poços, mais dois foram perfurados na área interna do terreno do antigo lixão, sendo estes denominados P5 e P6. A Figura 01 mostra uma fotografia aérea da área de estudo, com indicação do antigo lixão e dos poços de monitoramento. As figuras 02, 03, 04, 05, 06 e 07 mostram as coletas de amostras de água nos seis poços mencionados. Os poços P1 e P4 estão localizados dentro da área de influência direta do antigo Lixão do Roger. O P1 é um poço profundo localizado em um antigo curtume adjacente à área do antigo lixão e o P4 é uma cacimba localizada em uma residência, também nas proximidades do antigo lixão. Os pontos P2 e P3 encontram-se na área de influência indireta do lixão, ambos localizados numa empresa de cultivo de camarão, sendo o P2 um poço raso e o P3 um poço profundo. Os poços P5 e P6 foram perfurados na área interna do antigo lixão, sendo ambos do tipo raso, com profundidade de 7 m. XVII Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos 3 Área do antigo Lixão do Roger Figura 1: Localização dos poços e antigo lixão Foram realizadas quatro coletas de amostras de água subterrânea nos poços, nas datas 08/03/2006, 09/08/2006, 07/11/2006 e 28/02/2007, sendo que os poços P5 e P6 não foram amostrados nas duas primeiras coletas e o P4 não foi amostrado na quarta coleta. Os parâmetros determinados foram: pH, condutividade elétrica, dureza, cor, turbidez, DBO5, DQO, amônia, nitrato, alumínio e coliformes termotolerantes. Os procedimentos de coleta e análise das amostras seguiram as recomendações de APHA et al (1995) Figura 2: Saída do poço P1 XVII Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos Figura 3: Saída do poço P2 4 Figura 4: Saída do poço P3 Figura 6: Poço P5 Figura 5: Caçimba (P4) Figura 7: Poço P6 3– RESULTADOS E DISCUSSÕES A Norma Brasileira NBR – 13.896 recomenda que os aterros sanitários devam ser construídos e operados de forma a manter a qualidade das águas subterrâneas. Tendo em vista o seu uso para o abastecimento público, esta Norma considera que a qualidade das águas subterrâneas, na área da instalação, deve atender aos padrões de potabilidade estabelecidos na legislação vigente (ABNT, 1997). Para os pontos P1, P2, P3 e P4, os parâmetros pH (Figura 8), dureza (Figura 11 ), turbidez (Figura 13), STD (Figura 14), cloretos (Figura 18), nitrito (Figura 20) , nitrato (Figura 21), sulfato (Figura 22) e alumínio (Figura 23) mantiveram-se, em todos os pontos e todas as coletas abaixo dos valores determinados pela portaria 518/2004 do Ministério da Saúde (2004) para água potável. A concentração de chumbo (Figura 24) nas águas atingiu seu valor máximo permissível (0,01 mg/L) na primeira e quarta coletas, porém segunda eles foram menores que o limite máximo e na terceira coleta este parâmetro não foi determinado. Na segunda coleta os valores encontrados para amônia (Figura 19) superaram os determinados pela portaria (1,5 mg/L) e na terceira coleta somente no ponto P4 esse limite foi superado. XVII Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos 5 A cor (Figura 12) determinada no ponto P4 na primeira e terceira coletas atingiu o valor máximo (15 mg/L pt) admitido pela referida portaria. Óleos e graxas (Figura 17), que deveriam estar ausentes foram detectados na terceira e quarta coletas. Com exceção dos pontos P2, na segunda coleta, e P3 nas segunda e terceira coletas, as demais amostras apresentaram coliformes termotolerantes (Figura 25), sendo o ponto P4 apresentando o maior valor (2400 NMP/100mL). Assim, de acordo com referida Portaria, as águas dos 4 pontos não podem ser consumidas pelo homem sem tratamento prévio. As análises dos pontos P5 e P6 apresentaram resultados um pouco divergentes dos demais pontos, isso se deve ao fato de esse pontos situarem-se muito próximo da região onde existia o Lixão e, portanto, estão mais susceptíveis à contaminação oriunda da região. O pH (Figura 8) determinado caracteriza a água como levemente ácida com menor valor de pH encontrado no ponto P6 (6,29). A dureza (Figura 11) supera o valor máximo permissível (500 mg/L CaCO3) segundo a portaria n° 518/2004, sendo o maior valor encontrado no ponto P5 (11851,3 mg/L CaCO3). O ponto P6 apresentou o maior valor de cor (200 mg/L Pt) e de turbidez (80,2 NTU), porém as demais amostras também superaram os valores máximos permissíveis para cor (15 mgPt/L) e turbidez (5 NTU). Os sólidos totais dissolvidos (Figura 14) mantiveram-se abaixo do limite máximo permissível (1000 mg/L), sendo o maior valor encontrado no ponto P6 (429,5 mg/L). O ponto P6 ainda apresentou a maior concentração de cloretos (13452,2 mg/L Cl), sendo todas as concentrações observadas nos pontos P5 e P6 maiores que as máximas permissíveis (250 mg Cl). Das formas de nitrogênio observadas, amônia (Figura 19), nitrito (Figura 20) e nitrato (Figura 21), somente a amônia superou o valor máximo permissível (1,5 mg/L), novamente o ponto P6 apresentou o valor máximo (738,5 mg/L) de concentração de amônia. A concentração de metais alumínio (Figura 23) e chumbo (Figura 24) determinado em todas as amostras dos pontos P5 e P6 superaram os valores máximos permitidos pela portaria n°518/2004. A concentração de chumbo, que deveria ser inferior a 0,01 mg/L atingiu valor máximo de 0,5 mg/L nos dois pontos na quarta coleta. E a concentração de alumínio que deve ser inferior a 0,20 mg/L, atingiu valor máximo de 15,2 mg/L no ponto P5 na quarta coleta. Os coliformes termotolerantes que devem ser ausentes na águas destinadas a consumo humano foram detectados em todas as amostras dos pontos P5 e P6 na quarta coleta, sendo o valor máximo encontrado de 9,2x105 NMP/100mL Dos parâmetros que ultrapassaram os valores máximos permissíveis estabelecidos pela Portaria 518/2004, somente a amônia, cor, mercúrio e chumbo podem estar associados a XVII Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos 6 contaminação devido a percolação de lixiviados oriundos do antigo lixão, e sendo a amônia um indicador de contaminação recente, pode-se concluir que, apesar de estar a 3 anos desativado, os resíduos depositados no antigo Lixão do Roger ainda oferecem riscos ambientais. Os coliformes termotolerantes encontrados nas águas, apesar de tornarem-na inadequada ao abastecimento público sem tratamento prévio, estão associados à contaminação devido à efluentes domésticos ou outras fontes e não a disposição de resíduos. A alta concentração de cloretos observada nos pontos P5 e P6 indicam que devido à proximidade desses pontos com a zona estuarina, as águas desses poços então sofrendo influência das águas salinas das marés. pH Condutividade (µ S/cm) 8,0 900 800 700 600 500 400 300 200 7,5 7,0 6,5 6,0 P1 P2 P3 primeira coleta segunda coleta P4 P5 P6 terceira coleta P1 quarta coleta P2 P3 primeira coleta segunda coleta P4 P5 terceira coleta P6 quarta coleta Figura 9 – Condutividade Elétrica Figura 8 - pH Alcalinidade (mg/L CaCO2) Dureza (mg/L CaCO3) 14100 12000 12100 10000 10100 8000 8100 6000 6100 4000 4100 2000 2100 0 P1 P2 primeira coleta P3 segunda coleta P4 P5 terceira coleta P6 100 P1 quarta coleta P2 primeira coleta P3 segunda coleta P4 Figura 10 - Alcalinidade Figura 11 - Dureza Cor (mg/L Pt) Turbidez (NTU) 200 100 160 80 120 60 80 40 40 20 0 P5 terceira coleta P6 quarta coleta 0 P1 primeira coleta P2 P3 segunda coleta P4 terceira coleta Figura 12 - Cor XVII Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos P5 P6 quarta coleta P1 P2 primeira coleta P3 segunda coleta P4 terceira coleta P5 P6 quarta coleta Figura 13 - Turbidez 7 STD (mg/L) DBO (mg/L) 450 400 350 300 250 200 150 100 50 0 500 400 300 200 100 0 P1 P2 primeira coleta P3 P4 segunda coleta P5 terceira coleta P6 P1 quarta coleta P2 P3 primeira coleta segunda coleta P4 P5 P6 terceira coleta quarta coleta Figura 15 - DBO Figura 14 – Sólidos Totais Dissolvidos Óleos e Graxas DQO (mg/L) 6 5 800 700 600 500 400 300 200 100 0 4 3 2 1 0 P1 P2 P3 primeira coleta P4 segunda coleta P5 terceira coleta P1 P6 P2 P3 primeira coleta segunda coleta P4 P5 P6 terceira coleta quarta coleta quarta coleta Figura 17 – Óleos e graxas Figura 16 - DQO Cloretos (mg/L Cl) Amônia (mg/L) 800,0 700,0 16000 14000 12000 10000 8000 6000 4000 2000 0 600,0 500,0 400,0 300,0 200,0 100,0 0,0 P1 P2 primeira coleta P3 P4 segunda coleta P5 terceira coleta P1 P6 quarta coleta P2 primeira coleta P3 segunda coleta P4 P5 terceira coleta P6 quarta coleta Figura 19 – Amônia Figura 18 – Cloretos Nitrito (mg/L) Nitrato (mg/L) 0,12 7 6 0,10 5 4 3 2 0,08 0,06 0,04 1 0 0,02 0,00 P1 P2 primeira coleta P3 segunda coleta P4 terceira coleta Figura 20 – Nitrito XVII Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos P5 P6 quarta coleta P1 P2 primeira coleta P3 segunda coleta P4 terceira coleta P5 P6 quarta coleta Figura 21 – Nitrato 8 Alumínio (mg/L) Sulfato (mg/L) 200 175 16,00 150 125 100 75 12,00 8,00 4,00 50 25 0 0,00 P1 P2 primeira coleta P3 segunda coleta P4 P5 terceira coleta P1 P6 quarta coleta P2 primeira coleta Figura 22 – Sulfato P3 segunda coleta P4 P5 terceira coleta P6 quarta coleta Figura 23 – Alumínio Coliformes Termotolerantes (NMP/100mL) Chumbo (mg/L) 1,0E+06 0,500 1,0E+05 0,400 1,0E+04 0,300 1,0E+03 0,200 1,0E+02 0,100 1,0E+01 0,000 1,0E+00 P1 P2 primeira coleta P3 segunda coleta P4 terceira coleta P5 P6 quarta coleta P1 P2 primeira coleta Figura 24 – Chumbo P3 segunda coleta P4 P5 terceira coleta P6 quarta coleta Figura 25 – Coliformes 4 – CONCLUSÕES As águas subterrâneas coletadas nos 6 poços localizados na área de influência direta e indireta do antigo Lixão do Roger não podem ser consumidas pela população sem tratamento prévio, pois tem apresentado parâmetros de qualidade acima dos VMP estabelecidos pela Portaria 518 do Ministério da Saúde, o que indica problemas de degradação da qualidade águas subterrâneas. Como a amônia é um parâmetro indicador de poluição orgânica recente, tudo leva a crer que há, na área estudada, outras fontes poluidoras das águas subterrâneas, além do antigo Lixão, como esgotos domésticos, efluentes industriais e resíduos sólidos. Os coliformes termotolerantes também têm estado presentes em todos os pontos, o que reforça a suspeita de contaminação recente. As análises das águas coletadas nos poços P5 e P6, mais próximos à região onde os resíduos sólidos do Lixão Roger eram depositados, têm relevado sempre indicativas de qualidade inferior aos demais poços, sugerindo que o antigo Lixão do Roger ainda contribui para a deterioração da qualidade da águas subterrâneas nas suas proximidades. BIBLIOGRAFIA APHA, AWWA & WEF. Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater. 19th edition. Public Health Association Inc., New York. 1995. XVII Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos 9 IBGE. Resultados do censo 2000. instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 2000. Ministério da Saúde. Governo do Brasil. Portaria, nº 518 de 25 de março de 2004. UNESCO. Disponível em http://www.unesco.org. Acessado em 05 de junho de 2006 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR – 13.896: Aterro de resíduos não perigosos – Critérios para projeto, implantação e operação, Rio de Janeiro, 1997. XVII Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos 10