UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA
CURSO DE ODONTOLOGIA
PROJETO UNISUL DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA - PUIC
AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO
POR EXTRUSÃO DE PINOS DE FIBRA DE VIDRO
CIMENTADOS COM DIFERENTES TIPOS DE
CIMENTOS RESINOSOS ATRAVÉS DO TESTE DE
PUSH OUT
Orientador: Prof. Dr. Jefferson Ricardo Pereira
Acadêmico: Guilherme Corbetta Costa
INTRODUÇÃO
Introdução
Com o desenvolvimento de novas técnicas e materiais
começaram a surgir novas alternativas para a restauração
de dentes tratados endodonticamente, como, por
exemplo, os pinos intra-radiculares pré-fabricados e
materiais de preenchimento tal como as resinas
compostas.
(PETERS, 2002)
Introdução
Recentemente, a escolha dos materiais usados para a
confecção dos núcleos intra-radiculares, de dentes
tratados endodonticamente tem mudado, do uso
exclusivo de materiais muito rígidos para materiais que
tenham características mecânicas mais próximas à
dentina, reduzindo assim o risco de fratura radicular.
(BOLHUIS, 2002)
Introdução
Um exemplo destes
materiais são os pinos
de fibra de vidro que
possuem algumas
vantagens:
pouca quantidade de
desgaste intra-radicular
módulo de
elasticidade próximo ao
da dentina
translucidez
(Grandini, Balleri, Ferrari, 2002)
Introdução
Atualmente, estão sendo lançados no mercado,
diversos tipos de cimentos, como:

cimentos resinosos de dupla polimerização;
cimentos que dispensam o condicionamento ácido da
dentina e a utilização de adesivos;

A falta de experiência clínica ao longo prazo
faz necessário pesquisas laboratoriais para
aprimorar o conhecimento e o comportamento
destes novos materiais.
OBJETIVOS
OBJETIVO: Objetivo Geral
Avaliar a força de cisalhamento por
extrusão de cimentos empregados na
cimentação de pinos intra-radiculares de
fibra de vidro.

OBJETIVO: Objetivos Específicos
Analisar diferentes cimentos resinosos
utilizados na cimentação de pinos intraradiculares.

Observar especificadamente, diferentes
profundidades (cervical, média e apical) do
canal radicular.

MATERIAIS & MÉTODOS
Materiais e Métodos
Foram selecionados 70 caninos humanos com
anatomia e dimensões semelhantes com
comprimento radicular padronizado em 15mm.

Os dentes foram obtidos no Banco de Dentes
da Unisul e permaneceram devidamente
armazenados em água destilada durante todo o
experimento, de acordo com as normas exigidas
pelo Comitê de Ética da Unisul.

Materiais e Métodos
As coroas dos dentes foram removidas, de modo que se
obteve 15 mm de remanescente radicular, com disco de
aço diamantado em baixa velocidade
sob refrigeração de água.
Materiais e Métodos
Tratamento endodôntico:
Irrigação: solução Milton (hipoclorito de sódio a 1,0%)
e EDTA (ácido etilenodiamino tetra-acético a 17%)
alternadamente;


Modelagem: Escalonada regressiva;
Obturação: téc. Condensação Lateral utilizando-se de
um cone de guta-percha principal número 35 e uma pasta
obturadora a base de resina epóxica e hidróxido de cálcio
(Sealer 26);

Materiais e Métodos
Remoção da Guta-percha utilizando pontas Rhein aquecidas
em lamparina e alargamento dos condutos com brocas
Largo nº 2, 3 e 4, com cursores graduados a uma
profundidade de 10mm mantendo-se no mínimo 4 a 5 mm
4mm
de material obturador remanescente no ápice.
Materiais e Métodos
Distribuição aleatória dos grupos diferenciados com
o tipo de cimento:
7 grupos
com 10
dentes
cada
Grupo I RelyX™
ARC (3M
ESPE)
Grupo II Enforce
(Dentsply)
Grupo III BISCEM™
(Bisco)
Grupo IV DUOLINK™
(Bisco)
Grupo V Cemente
Post
(Angelus)
Grupo VI Variolink
II (Ivoclar
Vivadent)
Grupo VIIRelyX™
U100 (3M
ESPE)
Materiais e Métodos
Os grupos foram colocados
em um dispositivo metálico e
ajustados de acordo com
diâmetro de cada dente. Em
seguida preencheu-se o
dispositivo metálico de água
deixando apenas a cervical do
dente exposta.
Materiais e Métodos
Os pinos de fibra de vidro foram cimentados de
acordo com cada fabricante, sendo que os Grupos 1,
2, 4, 5 e 6, necessitavam de condicionamento ácido e
sistema adesivo.
Aplicação de ácido
fosfórico 37% por 15
segundos
Grupo I Grupo II RelyX™
Secagem com
jato de ar
Enforce
ARC (3M
(Dentsply)
ESPE)
Lavagem por 30
segundos
Grupo IV DUOLINK™
(Bisco)
Secagem
comVIcones
de
Grupo
VGrupo
Cemente
papel Variolink
absorvente
Post
II (Ivoclar
(Angelus)
Vivadent)
Materiais e Métodos
Aplicação do Primer
por meio de um microAplicação
do Adesivo
brush adaptado
para
(com micro-brush
alcançar
todo preparo
adaptado)
Nova prova do pino e
fotoativação de 40
segundos
Secagem com cones de
papel absorvente
Retirada dos excessos
com cone de papel
absorvente
Materiais e Métodos
Previamente à cimentação, os
pinos de fibra de vidro Reforpost
nº 2 (ANGELUS®) foram
provados nos condutos já
preparados.
Em seguida, os pinos foram
limpos com solução de etanol a
95%, secos com jatos de ar e
aplicação de silano, esperando 4
minutos de secagem.
Materiais e Métodos
Posteriormente os excessos foram removidos com
uma cureta, na qual foram mantidos por pressão
digital e fotoativados por 40 segundos em todas as
faces.
Espatulação dos
Aplicação do cimento
cimentos resinosos de
no interior do conduto
acordo com a indicação
utilizando broca
último, foram feitos núcleos de preenchimento
do Por
seu fabricante
lentullo
Introdução
dos pinos no para que não
com resina composta
Charisma®
canal radicular
houvesse contaminação.
Aplicação do cimento
no pino
Materiais e Métodos
Os Grupos 3 e 7 eram compostos por cimentos
autocondicionantes, na qual a cimentação foi
realizada através apenas da secagem do
conduto com cones de papel absorvente e
cimentação do pino.
Materiais e Métodos
O ensaio de resistência ao Cisalhamento por extrusão
Push Out foi realizada em três níveis: superficial, médio e
Após os cortes, asprofundo.
fatias receberam marcas
realizadas com caneta de retro-projetor nas
Cada dente foi seccionado perpendicularmente ao longo
cores
e azul
para
que fosse
eixo dovermelha,
pino obtendoverde
uma fatia
de cada
profundidade:
identificada as profundidades superficial,
 espessura
da fatia aproximadamente
1 mm;
média
e profunda,
respectivamente.
 fatias retiradas a partir de 1 mm, 5 mm, e 9 mm do
limite cervical de cada raiz, totalizando 210
espécimes.
Esquema . . .
Superficial
1 mm
5 mm
P
I
N
O
Média
Profunda
9 mm

espessura da fatia aproximadamente 1 mm;
fatias retiradas a partir de 1 mm, 5 mm, e 9
mm do limite cervical de cada raiz, totalizando
210 espécimes;

Materiais e Métodos
Para o ensaio de resistência ao cisalhamento
por extrusão – push out, as amostras foram
posicionadas em um suporte metálico de aço
inoxidável contendo uma perfuração central
com 2 mm de diâmetro.
A seguir, o carregamento foi aplicado sobre a
superfície do pino por meio de uma ponta
com 1,0 mm de diâmetro acoplada em uma
máquina de ensaio universal (Emic DL – 1000),
a velocidade de 0,1 mm/min-1, até que
ocorresse o desprendimento do pino.
Materiais e Métodos
Após o ensaio a
espessura de cada fatia
foi aferida com
paquímetro digital
(Digimess). O valor
máximo atingido
durante o ensaio foi
então registrado em
Newtons (N).
Materiais e Métodos
A resistência adesiva ao
deslocamento do pino (σ) (MPa)
foi obtida pela seguinte fórmula:
Pino apresentava formato cônico:
σ = C/A
Onde:
Onde:
π = 3,14;
r = raio apical do fragmento de
pino de fibra de vidro (mm);
R = raio coronal do fragmento de
pino de fibra de vidro (mm);
h = espessura do espécime
(espécimes de 1mm);
C = carga no momento de falha
da amostra (N);
A = área da interfaze aderida
(mm²)
A = π (R + r) [ (h)² + (R - r)²] 0,5
RESULTADOS
Resultados
O cimento resinoso que obteve melhor
resultado no teste de push-out foi o BisCem
seguido do Rely X U100, independente da
região analisada, como mostra a Tabela 1.
Tabela 1 - Valores médios de força (Mpa) de cada cimento seguidos de seu
desvio padrão (DP), onde os cimentos que apresentam letras iguais não
possuem diferenças significativas entre si.
DISCUSSÃO
Discussão
A resistência adesiva pode ser determinada através
de várias técnicas, embora se acredite que o teste
push-out ofereça melhor estimativa da adesão real.
(ZICARI et al, 2008)
O teste push-out permite que a falha ocorra paralela à
interface pino-cimento-dentina, similar à condição
clínica.
Desse modo, o teste push-out foi o método selecionado
para avaliar, respectivamente, a resistência adesiva ao
deslocamento do pino de fibra de vidro.
Discussão
A maior resistência compressiva dos cimentos
resinosos convencionais, conforme Rosenstiel et al. e
também nesta pesquisa em relação aos
autocondicionantes, pode ser explicada pela
quantidade de monômero diluente ou de carga que
são distintas entre os dois grupos de materiais.
Essa afirmação está de acordo com os resultados,
levando-nos a acreditar que cimentos resinosos com
características químicas similares podem diferir em
suas propriedades físicas.
(LASSILA, 2004)
CONCLUSÃO
Conclusão
Com esse trabalho é possível concluir que:
A região cervical apresentou melhore resultado, mostrando
que naquela área o grau de polimerização e,
consequêntemente, adaptação entre cimento e dentina é
maior.

O cimento resinoso autoadesivo, BISCEM™ (Bisco)
apresentou melhores resultados quando realizado o teste de
push-out.

É necessário a busca de novos materiais e/ou técnicas que
possibilitem a correta polimerização do cimento resino em
toda sua extensão.

OBRIGADO PELA ATENÇÃO !!!
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