APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS DO PROGRAMA DE PROMOÇÃO DE
COMPETENCIAS SOCIAIS DESENVOLVIDO NA ESCOLA BÁSICA DO 1º CICLO
COM PRÉ-ESCOLAR (EB1/PE) DO ESTREITO DA CALHETA
O Programa de Promoção de Competências Sociais foi desenvolvido pelo
Técnico Superior de Educação Especial e Reabilitação do Centro de Apoio
Psicopedagógico da Calheta em colaboração com a docente responsável pela turma,
da Escola Básica do 1º Ciclo com Pré-escolar do Estreito da Calheta.
Das 36 sessões previstas, realizaram-se 34 sessões práticas com uma
duração aproximada de 75 minutos e com um grau de participação dos alunos nas
sessões práticas a rondar os 100%.
Relativamente aos conteúdos programados para o presente ano lectivo,
consideramos que foram atingidos, tendo-se realizado uma média de 9 sessões para
cada bloco programático, nomeadamente ao nível da comunicação verbal e não
verbal, da assertividade e da resolução de problemas.
Com o intuito de analisar a evolução das crianças/jovens envolvidas no
programa, foi desenvolvido um desenho experimental do tipo: Pré-teste – Intervenção
Experimental – Pós-teste.
O Pré-teste e o Pós-teste, correspondem à aplicação de dois inquéritos, um
destinado ao docente responsável pela turma e outro a preencher pelos alunos
envolvidos. Sendo que, o Pré-teste visa constatar o estado actual dos alunos antes do
programa e o Pós-teste, procura avaliar as evoluções dos alunos em comparação com
o Pré-teste.
Com o objectivo de avaliar o Programa de Promoção de Competências Sociais
e a intervenção com a turma, foi entregue aos participantes nas sessões, um
questionário de avaliação sobre o programa.
De seguida, passaremos a uma descrição e análise estatística, onde serão
explorados todos os dados recolhidos antes e depois da nossa intervenção, bem como
a avaliação do projecto.
RESULTADOS DA INTERVENÇÃO
Comportamentos desajustados
18
16
14
12
10
8
6
4
2
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
Auto-avaliação Inicial Alunos
Avaliação Inicial Docente
Auto-avaliação Final Alunos
Avaliação Final Docente
14
15
16
Gráfico 2 – Comparação entre a auto-avaliação inicial e final dos alunos com a avaliação inicial
e final do docente.
Com base no gráfico 2, comparando a relação entre a auto-avaliação inicial
dos alunos e a avaliação inicial do docente, com a relação entre a auto-avaliação final
dos alunos e a avaliação final do docente, verificamos que após o processo de
intervenção a perspectiva dos alunos sobre os seus comportamentos menos
adequados e a perspectiva do docente, aproximam-se significativamente. Por
conseguinte, conclui-se que após o processo de intervenção os alunos estão mais
conscientes dos seus comportamentos menos adequados.
Comportamentos desajustados
9
8
7
6
5
4
3
2
1
0
1
2
3
4
5
6
7
Auto-avaliação Inicial do Aluno
8
9
10
11
12
13
14
15
16
Auto-avaliação Final do Aluno
Legenda: 1. Brigo muito; 2. Bato nos animais; 3. Tenho muitos amigos na escola; 4. Gosto da escola; 5. Os outros
gozam de mim; 6. Roo as unhas; 7. Sou desobediente; 8. Grito muito; 9. Falo muito alto; 10. Faço palhaçadas; 11. Levo
coisas da escola para casa; 12. Digo palavras feias; 13. Gosto de ajudar; 14. Quando chego a um lugar cumprimento
as pessoas; 15. Digo obrigado quando me oferecem alguma coisa; 16. Quando preciso de ajuda, peço por favor para
me ajudarem.
Gráfico 3 – Comparação entre a auto-avaliação inicial e final dos alunos.
Analisando o gráfico 3, comparando a relação entre a auto-avaliação inicial e
final dos alunos, podemos verificar o número de alunos que apresentam
comportamentos
desajustados,
diminuiu
significativamente
na
maioria
dos
comportamentos analisados.
Concluindo-se que após o processo de intervenção, os alunos tornaram-se
mais conscientes dos comportamentos desajustados e dos comportamentos
ajustados, alterando e adequando o seu comportamento social nas mais diversas
situações do seu dia a dia.
Comportamentos desajustados
18
16
14
12
10
8
6
4
2
0
1
2
3
4
5
6
7
8
Avaliação Inicial Docente
9
10
11
12
13
14
15
16
Avaliação Final Docente
Legenda: 1. Discute muito; 2. Bate nos animais; 3. Tem muitos amigos na escola; 4. Gosta da escola; 5. Os outros
gozam do aluno; 6. Roe as unhas; 7. É desobediente; 8. O aluno comporta-se de modo aceitável na sala de aula; 9.
Grita muito; 10. Faz palhaçadas; 11. Leva coisas da escola para casa; 12. Diz palavras feias; 13. Gosta de ajudar; 14.
Quando chega a um lugar cumprimenta as pessoas; 15. Diz obrigado quando lhe oferecem alguma coisa; 16. Quando
quer que lhe ajudem, pede por favor.
Gráfico 4 – Comparação entre a avaliação inicial e final do docente.
Como podemos verificar no gráfico 4, de acordo com a avaliação realizada pelo
docente responsável pela turma, após o processo de intervenção, o número de alunos
que apresentam comportamentos desajustados, diminuiu significativamente em todos
os comportamentos analisados.
Por conseguinte, podemos concluir que os alunos do grupo de intervenção
estão socialmente mais adaptados/ajustados ao contexto de sala de aula e
consequentemente à sociedade no geral.
Da avaliação informal realizada ao longo da sessões de intervenção, podemos
também concluir que, a maioria dos alunos:
- Estão mais conscientes das posturas correctas na sala de aula e mais
respeitadores dos espaços interpessoais;
- São menos impulsivos nas suas respostas, mais conscientes da importância
de ser assertivo e apresentam um maior respeito pelo professor, bem como pelos
colegas;
- Apresentam maior capacidade de análise das situações;
- Identificam um possível problema e procuram mais do que uma alternativa
para o resolver.
RESULTADOS DA AVALIAÇÃO DO PROJECTO
Opinião sobre as sessões
16
14
12
10
8
6
4
2
0
Boas e Giras
Más e Chatas
Gráfico 5 – Resultados referentes à opinião dos alunos sobre as sessões
Como podemos verificar no gráfico 5, todos os alunos consideraram que as
sessões foram boas e giras.
Satisfação com os jogos realizados
16
14
12
10
8
6
4
2
0
Bastante
Muito
Pouco
Gráfico 6 – Resultados referentes à satisfação dos alunos com os jogos realizados
Relativamente ao nível de satisfação dos alunos com jogos realizados nas
sessões, constatamos que a maioria dos alunos refere que ficaram bastante satisfeitos,
existindo apenas três dos alunos que ficaram muito satisfeitos e nenhum dos alunos,
ficou pouco satisfeito.
Tempo relativo às sessões
16
14
12
10
8
6
4
2
0
Muito tempo
O tempo correcto
Tempo de menos
Gráfico 7 – Resultados referentes à opinião dos alunos sobre o tempo relativo às sessões
Como podemos constatar no gráfico 7, a maioria dos alunos manifestaram a
opinião, de que as sessões decorreram durante o tempo correcto. Não obstante, três
dos alunos referiram que as sessões deveriam decorrer durante um período de tempo
mais alargado, devendo-se aumentar a sua duração.
Nem
intressantes
nem úteis
Não
intressantes
mas úteis
Intressantes
e inúteis
16
14
12
10
8
6
4
2
0
Intressantes
e úteis
Utilidade das aulas
Gráfico 8 – Resultados referentes à opinião dos alunos sobre a utilidade das aulas
Relativamente à opinião dos alunos sobre a utilidade das sessões,
podemos verificar no gráfico 8, que a maioria dos alunos referiu que as sessões
foram interessantes e úteis. Não obstante, dois dos alunos referem que as aulas
não foram interessantes, mas reconhecem, que as sessões foram úteis.
Com confiança
Confuso/confusa
Com
conhecimentos
Com Motivação
Contente
Responsável
Comconhecimentos
em Inglês
Refilão/Refilona
16
14
12
10
8
6
4
2
0
Calmo/calma
Sentimento depois das aulas
Gráfico 9 – Resultados referentes ao sentimento dos alunos depois das aulas
Tendo por base o gráfico 9, a maioria dos alunos referem que depois das aulas
sentem-se com mais confiança, com maior motivação, mais responsáveis, mais contentes e
mais calmos, sendo de salientar que nenhum aluno manifestou sentimentos negativos após
a realização das sessões de intervenção.
Vontade em voltar a participar no programa
16
14
12
10
8
6
4
2
0
Sim
Não
Gráfico 10 – Resultados referentes à vontade dos alunos voltarem a participar no Programa de
Promoção de Competências Sociais
Como podemos constatar no gráfico 10, todos os alunos manifestaram vontade
em voltar a participar novamente no Programa de Promoção de Competências
Sociais.
REFLEXÃO FINAL
Porque crescer implica entre outros factores aprender a relacionar-se com os
outros e com o mundo que nos rodeia, o CAP – Calheta pretendeu com este Programa
ser uma peça de um puzzle que poderá ser fundamental na construção da
personalidade de cada criança envolvida.
Da análise geral do programa, constatamos que a calendarização e os
objectivos inicialmente proposta foram cumpridos, sendo de referir que, após o
processo
de
intervenção,
os
alunos
já
são
capazes
de
identificar
comportamentos/situações adequados e não adequados em diferentes contextos
Pelo exposto, podemos concluir que o Programa de Promoção de
Competências Sociais, veio proporcionar benefícios positivos na maioria dos alunos
envolvidos, tendo sido uma mais valia para a Escola e para o desenvolvimento da
turma, promovendo consequentemente uma melhor integração e adaptação das
crianças alvo de intervenção.
Acresce mencionar que a colaboração da docente responsável pela turma, no
decorrer das sessões, foi uma mais valia na adequação dos conteúdos abordados e
no transfere dos conhecimentos para o contexto de sala de aula.
Com base no Programa de Promoção de Competências Sociais para o 1º ciclo,
sugerimos que, para o próximo ano lectivo, o Programa estenda-se ao contexto
escolar da EB1/PE do Estreito da Calheta, procurando desenvolver um maior número
de vivências lúdicas e comportamentais dos conteúdos abordados no meio escolar,
em colaboração com o pessoal docente e não docente, que no dia a dia escolar,
realiza um contacto mais directo com os alunos alvo de intervenção.
Ressalva acrescentar alguns aspectos a melhorar, de modo a atender as
necessidades das crianças/jovens e as respectivas necessidades da EB1/PE do
Estreito da Calheta, pretendendo-se ter em conta as seguintes propostas:
- Desenvolver mais de acções de formação/sensibilização para os docentes,
não docentes e encarregados de educação;
- Promover um maior envolvimento da comunidade escolar;
- Agendar reuniões de planificação/discussão/avaliação com todos os
intervenientes no processo.
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EB1/PE do Estreito da Calheta