G. 7. 4 - Educação Ambiental.
AS ÁREAS ÚMIDAS NA PERCEPÇÃO DE ALUNOS DA ESCOLA ESTADUAL PROFESSOR
IRINEU DA GAMA PAES NO MUNICÍPIO DE MACAPÁ, ESTADO DO AMAPÁ.
Tamilis N. B. Cardoso1, Carlos E. C. Campos2
1. Graduanda do Curso de Ciências Biológicas da Universidade Federal do Amapá-UNIFAP; *[email protected]
2. Docente do Depto.de Ciências Biológicas e da Saúde, UNIFAP, Macapá/AP
Palavras Chave: Ressacas, Conhecimento, Educação Ambiental.
Introdução
Ás áreas úmidas são lagos de várzeas influenciadas pela
água das chuvas e rios, que contribuem tanto para o
equilíbrio do clima local, quanto servem como reservatório
de espécies como peixes, crustáceos, anfíbios, répteis e
até pequenos mamíferos. Regionalmente chamadas de
ressacas, essas áreas têm sido utilizadas indevidamente
para moradias de muitas comunidades, gerando
degradações ao ambiente através de acúmulos de lixos,
aterramentos e morte de espécies por moradores. Um dos
objetivos do ensino de Ciências é proporcionar posturas e
valores pertinentes às relações entre os seres humanos,
entre eles e o meio e entre o ser humano e o
conhecimento a fim de formar indivíduos sensíveis,
solidários e cidadãos conscientes. Desta forma, devido à
abundância dessas áreas ocupadas no estado do Amapá
e a necessidade de intervenção na relação entre o homem
e seu meio, sob os aspectos educacionais, foi feito este
trabalho no município de Macapá, com o objetivo de
identificar o conhecimento e o contato dos alunos com as
ressacas.
Resultados e Discussão
Foi realizada a pesquisa no período de agosto a novembro
de 2014, na escola estadual Professor Irineu da Gama
Paes no bairro Congós, com duas turmas de oitavas séries
do ensino fundamental, totalizando 75 alunos voluntários.
A escolha da escola está relacionada com a proximidade
que ela tem com áreas úmidas, sendo sua localização
entre duas ressacas ocupadas (Chico Dias e Beirol). As
perguntas foram feitas através de questionário qualiquantitativo em um primeiro momento com a escola, a
partir dos resultados obtidos e das deficiências
encontradas nas respostas, foram elaboradas as aulas
expositivas e logo após, refeito o questionário.
O percentual dos alunos entrevistados que moram em
áreas de ressacas é de 52% (n=39) e que residem perto é
de 10,7% (n= 8), sendo o tempo de moradia de 0 a 5 anos
(25,6%; n=10), 6 a 10 anos (28,2%; n=11) e 11 a 16 anos
(35,9%; n=14). Aos alunos que alegaram não morar em
áreas úmidas foi questionado sobre seu contato com as
mesmas e 91,7% (n=33) afirmaram que já tinham ido pelo
menos uma vez a uma área de ressaca ocupada.
Constatou-se que alguns alunos (22,7%; n=17) afirmaram
não saber o conceito de área de ressaca e a maioria
(77,3%; n=58) informou conceitos que não condizem com
o real significado dessas áreas (tabela 1). Após a aula, os
acertos foram de 84% (n=63).
Tabela 1. Respostas dos alunos antes e depois da aula
sobre conceito de áreas de ressacas
Pré-aula
“onde tem pontes” – J. S., 16.
Pós-aula
“Areas de proteção ambiental mas que agora tem
muita gente morando e sujando” – F. C., 15
A visão dos alunos a respeito do significado de áreas de
ressacas pode estar relacionada com a situação que as
mesmas se encontram hoje em dia, preenchidas por
palafitas feitas por moradores dos locais. De acordo com
Takiyama et al. (2013), as ressacas localizadas nas áreas
urbanas estão sendo pressionadas pela ocupação humana
e, consequentemente também ocorre alterações no
ambiente natural.
Sobre a importância dessas áreas, 64% (n=48) dos alunos
afirmaram não saber, e 36% (n=27), disseram que sim,
porém alegando que sua importância tratava-se como
sendo espaços designados às moradias (tabela 2). Após a
aula, acertaram a importância das áreas úmidas, 81,3%
(n=61) dos entrevistados.
Tabela 2. Respostas dos alunos antes e depois da aula
sobre a importância das áreas de ressacas
Pré-aula
“serve para muitas pessoas moraren” – N. S., 13.
Pós-aula
“Pra melhorar o clima, guardar espécies de
animas” – F. C., 15.
Gama (2003) alega que as áreas úmidas deveriam ser
áreas de proteção ambiental, porém são muito exploradas
pelo homem, principalmente através de moradias. Essas
ocupações indevidas não se deparam com medidas de
preservação ou regeneração do ambiente, ocorre que tais
práticas se tornam normais quando não prevenidas ou
ensinadas. Os Parâmetros Curriculares Nacionais regem
que os ensinos possibilitam mudanças de posturas nos
educando desde que cientes do problemas que os cercam
(BRASIL, 1998).
Conclusões
Esta pesquisa possibilitou o conhecimento das percepções
dos alunos em relação às áreas úmidas. Foi observado
também que não houve um ensino votado para a realidade
dos educandos, medida que deve ser adotada devido a
abundância da problemática e participação na história do
estado do Amapá.
Agradecimentos
Á escola estadual Professor Irineu da Gama Paes por
possibilitar a execução desta pesquisa.
____________________
 TAKIYAMA, L. R. et al. Qualidade das Águas das Ressacas das Bacias do
Igarapé da Fortaleza e do Rio Curiaú. pp. 99-121. In: TAKIYAMA, L. R.;
SILVA, A. Q. da (orgs.). Diagnóstico das Ressacas do Estado do Amapá:
Bacias do Igarapé da Fortaleza e Rio Curiaú, Macapá-AP, CPAQ/IEPA e
DGEO/SEMA, 2003.
 GAMA, C. de S.; HALBOTH, D. A Ictiofauna das Ressacas das Bacias do
Igarapé da Fortaleza e do Rio Curiaú. In: TAKIYAMA, L. R.; SILVA, A. Q.
da (orgs.). Diagnóstico das Ressacas do Estado do Amapá: Bacias do Igarapé
da Fortaleza e Rio Curiaú, Macapá-AP, CPAQ/IEPA e DGEO/SEMA, 2003.
 Brasil. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares
Nacionais: Ciências Naturais / Secretaria de Educação Fundamental. Brasília:
MEC / SEF, 1998.
67ª Reunião Anual da SBPC
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