Luciano Silva
Poliana Aparecida Lopes Machado
Universidade Federal de Alfenas
Sessão Temática:1. Metodologias de ensino-aprendizagem
A RELAÇÃO ENTRE CONHECIMENTOS PRÉVIOS E NOVAS
APRENDIZAGENS
INTRODUÇÃO
Sabe-se que a aprendizagem significativa caracteriza-se pela interação cognitiva
entre o novo conhecimento e o conhecimento prévio. Nesse processo, que é não-literal e
não-arbitrário, o novo conhecimento adquire significado para o aprendiz e o
conhecimento prévio fica mais rico, mais elaborado em termos de significados, e
adquire maior estabilidade1. Tendo como base este conceito foi realizada uma pesquisa
por bolsistas do PIBID - Programa Institucional de Bolsas de Iniciação a Docência, em
que se avaliou o rendimento dos alunos antes e depois da experimentação a fim de
verificar o que eles já sabiam e o que conseguiram aprender durante a experimentação.
Isso possibilitou uma comparação entre os alunos que tinham ou não concepções
prévias e sua influência sobre a aprendizagem.
DESENVOLVIMENTO
A pesquisa foi realizada na Escola Estadual Dr. Napoleão Salles situada no
município de Alfenas-MG, sendo uma atividade desenvolvida pelo Programa
Institucional de Bolsa de Iniciação a Docência-PIBID. Participaram 3 turmas do 2º ano
do ensino médio num total de 60 alunos.
Antes de levá-los a sala na qual seria realizado o experimento, os alunos foram
submetidos a uma breve avaliação de conhecimento por meio de questões prévias que
foram respondidas em sua própria sala de aula, uma das questões desse questionário foi:
O que você entende por íons? um conceito de fundamental importância para
compreensão do conteúdo de ácido e base. Em seguida todos foram conduzidos a uma
segunda sala onde se encontravam montadas as bancadas para realização do
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experimento. Foi então construído o conceito com os alunos de indicadores e qual a sua
finalidade e importância, por exemplo, o que acontecia quando colocado em presença de
algumas substâncias tais como, ácido clorídrico e hidróxido de sódio em solução, e
substâncias com as quais eles têm contato no cotidiano, como por exemplo, refrigerante
de cola, limpa vidros, suco de limão, leite de magnésia, dentre outros, classificando-as
quanto ao caráter ácido e básico. Cada aluno de posse de seu roteiro experimental foi
anotando o comportamento dos indicadores com as diferentes substâncias afim de que
pudessem, por comparação, identificar a respectiva função de cada uma das amostras. A
atividade pôde proporcionar a estes alunos uma oportunidade de manusear vidrarias, ter
contato com reagentes e articular os testes com os conteúdos aprendidos em sala de
aula.
Num segundo momento estes alunos responderam a um novo questionário
pedindo o conceito de ácidos e bases para analisar se os alunos que detinham em sua
estrutura cognitiva os subsunçores apresentavam respostas mais elaboradas.
Os questionários foram analisados segundo cinco critérios relacionados abaixo
com respectivos exemplos de respostas de alguns alunos:
A. Termos químicos coerentes com a literatura. Como por exemplo: “a substância tem
caráter ácido, pois na presença da fenolftaleína se tornou incolor”.
B. Termos químicos não coerentes com a literatura. Exemplo: “a substância é básica,
pois libera H+".
C. Coerente sem a utilização de termos químicos. Exemplo: “é ácida, pois é azeda”.
D. Incoerente sem a utilização de termos químicos. Exemplo: “é básica, pois sua cor é
branca”.
E. Resposta descontextualizada. Exemplo: “ácido é tudo que contém pH”.
A partir da categorização de todos os questionários foi possível quantificar por
meio de um gráfico quais alunos conseguiram construir o conhecimento de ácido e base,
e
se os alunos que já tinham conhecimento prévios mostraram respostas mais
elaboradas ou não.
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Figura 1: Categorização das respostas dos alunos
Os dados representados no gráfico 1 mostram o percentual de alunos que após a
atividade experimental,
passaram a fazer mais uso de termos químicos
corretos
( passou de 36% para 45%). Uma possível explicação para os resultados foi que nem
todos tinham os subsunçores necessários para tais questionamentos pois o aumento
percentual não foi tão significativo. Percebeu-se também um decréscimo no uso de
termos incorretos sejam eles químicos ou não( passou de 16% a 12% no agrupamento B
e de 9% a 6% no agupamento D).
Assim, percebe-se que os alunos que apresentaram em suas respostas os
subsunçores necessários para compreender conceitualmente o significado dos termos
ácido e base evidenciaram uma resposta mais elaborada após a realização da atividade
experimental.
Agradecimentos
CAPES, UNIFAL, PIBID, E.E.Dr. Napoleão Salles, aos coordenadores e supervisores de área.
Referências Bibliográficas
1
Moreira, Marco Antonio & Masini, Elcie Aparecida S. (1982) Aprendizagem significativa: a teoria de aprendizagem de David
Ausubel. São Paulo: Editora Moraes. 112 p.
2
ATKINS, Peter. Físico- Química. Sétima edição. Editora, LTC, 2003.
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