FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA NÚCLEO DE SAÚDE DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA AVALIAÇÃO DA FLEXIBILIDADE DE IDOSOS PRATICANTES E NÃO PRATICANTES DE HIDROGINÁSTICA CLARISSA DE MOURA Porto Velho 2008 AVALIAÇÃO DA FLEXIBILIDADE DE IDOSOS PRATICANTES E NÃO PRATICANTES DE HIDROGINÁSTICA Por: Clarissa de Moura Monografia apresentada como requisito para obtenção do título de Licenciatura Plena em Educação Física pela Fundação Universidade Federal de Rondônia, sob orientação da Profª. MS: Angeliete Garcez Militão. Porto Velho 2008 Data da Defesa: ______/______/______ BANCA EXAMINADORA Prof. Ms.. ____________________________________________________ Julgamento ______________Assinatura _____________________________ Prof. Ms. _______________________________________________________ Julgamento ______________Assinatura _____________________________ Prof. Ms. _______________________________________________________ Julgamento ______________Assinatura _____________________________ AGRADECIMENTOS Agradeço a todas as pessoas que me apoiaram durante todos esses anos de Universidade, em especial minha mãe Rita, meu pai Ciro, meus irmãos Lucas e Nicole, meu noivo Jon. A todos que me ajudaram na elaboração e execução deste trabalho final, minha orientadora Profª. Ms. Angeliete Garcez Militão, meus amigos de trabalho Érica, Nilton, Fabiana, Geisa, meu chefe Leandro e a todos os idosos que colaboraram para a realização deste trabalho. RESUMO AVALIAÇÃO DA FLEXIBILIDADE DE IDOSOS PRATICANTES E NÃO PRATICANTES DE HIDROGINÁSTICA A flexibilidade é um dos componentes de aptidão física que é responsável pela execução voluntária de um movimento, com máxima amplitude por articulação ou conjunto de articulações, dentro do limites morfo-fisiológicos é um dos fatores que podem comprometer a realização das atividades da vida diária AVD. O objetivo da presente pesquisa foi o de avaliar e comparar a flexibilidade de idosos praticantes e não praticantes de hidroginástica, através do teste de “sentar e alcançar”. Constatou-se, com os resultados deste estudo uma diferença significativa no grau de flexibilidade entre os dois grupos. Observou-se que o grupo praticante de hidroginástica teve um melhor desempenho no teste. Palavras-chave: flexibilidade, hidroginástica, terceira idade ABSTRACT EVALUATION OF THE FLEXIBILITY OF AGED NOT PRACTICING PRACTITIONERS AND OF WATER AEROBICS Flexibility is one of the components of physical aptitude that is responsible for the voluntary performance of a movement, with maximum amplitude for joint or set of joints, inside of the morfo-physiological limits is one of the factors that can compromise the accomplishment of the activities of daily life AVD. The objective of the present research was to evaluate and to compare the flexibility of aged not practicing practitioners and of water aerobics, through the test "to seat and to reach". It was evidenced, with the results of this study a significant difference in the degree of flexibility between the two groups. It was observed that the practicing group of water aerobics had one better performance in the test. Keywords: flexibility, water aerobics, third age. SUMÁRIO 1.INTRODUÇÃO--------------------------------------------------------------------------------11 1.1 Formulação do Problema--------------------------------------------------------------11 1.2 Justificativa---------------------------------------------------------------------------------12 1.3 Objetivos------------------------------------------------------------------------------------13 1.3.1 Objetivo Geral------------------------------------------------------------------13 1.3.2 Objetivo Específico-----------------------------------------------------------13 1.4 Estrutura do Trabalho-------------------------------------------------------------------13 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA---------------------------------------------------------14 2.1 Terceira Idade-----------------------------------------------------------------------------14 2.1.1 Caracter. do Envelhecimento no Processo Anátomo-Funcional- 14 2.1.1.1 Composição e Morfologia do Corpo------------------------------------14 2.1.1.2 Pele---------------------------------------------------------------------------- 15 2.1.1.3 Pêlos e Cabelos------------------------------------------------------------ 15 2.1.1.4 Modificações no Sistema Ósseo--------------------------------------- 16 2.1.1.5 Modificações no Sistema Articular------------------------------------- 16 2.1.1.6 Modificações no Sistema Respiratório------------------------------- 16 2.1.1.7 Modificações no Sistema Cardiovascular---------------------------- 16 2.1.1.8 Modificações Musculoesqueléticas------------------------------------ 17 2.1.1.9 Modificações no Sistema Nervoso Central---------------------------18 2.2 Flexibilidade------------------------------------------------------------------------------- 18 2.2.1 Componentes da Flexibilidade---------------------------------------------20 2.2.2 Fatores que Influenciam na Flexibilidade----------------------------- - 20 2.2.3 Componentes Limitantes da Flexibilidade----------------------------- 21 2.2.4 Flexibilidade no Processo de Envelhecimento-------------------------22 2.3 Hidroginástica-----------------------------------------------------------------------------23 2.3.1 Propriedades Físicas da Água----------------------------------------------24 2.3.2 Benefícios da Hidroginástica------------------------------------------------25 3. METODOLOGIA-----------------------------------------------------------------------------27 3.1 Caracterização da Pesquisa----------------------------------------------------------27 3.2 População e Amostra-------------------------------------------------------------------27 3.2.1 Procedimentos para Seleção da Amostra------------------------------ 27 3.3 Descrição do Desenho do Estudo------------------------------------------------- 27 3.4 Controle do Estudo--------------------------------------------------------------------- 28 3.4.1 Seleção e Treinamento do Quadro de Avaliadores---------------- 28 3.4.2 Controle das Condições de Testagem-----------------------------------28 3.5 Instrumento de Pesquisa--------------------------------------------------------------29 3.5.1 Banco de Wells--------------------------------------------------------------- 29 3.5.2 Protocolo de Mensuração----------------------------------------------- - 29 3.6 Análise dos Dados-----------------------------------------------------------------------30 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES------------------------------------------------------ 31 4.1 Análise do SGA------------------------------------------------------------------------- 31 4.2 Análise do SGB------------------------------------------------------------------------- 32 4.3 Análise Comparativa do SGA e SGB-------------------------------------------- 33 5. CONCLUSÕES E SUGESTÕES--------------------------------------------------------36 6. REFERÊNCIAS------------------------------------------------------------------------------37 7. ANEXOS---------------------------------------------------------------------------------------40 LISTA DE QUADROS E TABELAS Figura 1 – Quadro demonstrativo do desenho do estudo.-----------------------27 Figura 2 – Tabela de classificação individual das idosas praticantes de hidroginástica.-----------------------------------------------------------------------------------31 Figura 3 – Tabela de classificação individual das idosas não praticantes de ginástica.------------------------------------------------------------------------------------------32 Figura 4 – Tabela comparativa das idosas praticantes e não praticantes de hidroginástica. ---------------------------------------------------------------------------------- 33 1.INTRODUÇÃO 1.1 Formulação do Problema A população de idosos tem aumentado acentuadamente nos últimos anos, despertando o interesse de pesquisadores em assuntos relacionados ao envelhecimento, principalmente no que diz respeito à qualidade de vida. Considerando a continuidade das tendências verificadas para as taxas de fecundidade e longevidade da população brasileira, as estimativas para os próximos 20 anos indicam que a população idosa poderá exceder 30 milhões de pessoas ao final deste período, chegando a representar quase 13% da população (IBGE 2006). De acordo com os gerontologistas, o processo de envelhecimento começa desde o momento da concepção. A velhice para estes é definida como um processo dinâmico e progressivo, ocorrendo modificações morfológicas, funcionais, bioquímicas e psicológicas que determinam a progressiva perda da capacidade de adaptação do indivíduo ao meio ambiente, ocasionando maior vulnerabilidade e maior incidência de processos patológicos (MEIRELLES 1997). De uma forma geral, o processo de envelhecimento envolve uma perda progressiva das aptidões funcionais do organismo (ALVES et al., 2006), sendo que do ponto de vista fisiológico algumas degenerações comuns a esse processo envolvem diminuição de força, resistência muscular e redução da flexibilidade. A flexibilidade é um dos componentes de aptidão física que é responsável pela execução voluntária de um movimento, com máxima amplitude por articulação ou conjunto de articulações, dentro do limites morfo- fisiológicos é um dos fatores que podem comprometer a realização das atividades da vida diária AVD. A flexibilidade de acordo com DANTAS (1995) está relacionada com a mobilidade articular colaborando, portanto, com autonomia do idoso e sua qualidade de vida, pois a sua estimulação é fundamental para a saúde do ser humano de uma forma geral, principalmente sobre o aspecto da motricidade humana. ACHOUR (2004) complementa colocando que a redução da flexibilidade parece caracterizada pelo envelhecimento e, mais fortemente, pela inatividade física. O exercício físico é um meio de melhorar o condicionamento dos idosos levando a uma boa forma física, contribuindo para a saúde e o bem estar físicomental destes. Existem vários tipos de exercícios físicos e um dos mais procurados pelos idosos é a hidroginástica por ser uma atividade que causa um baixo impacto nas articulações Diante do acima exposto realizou-se essa pesquisa para responder a seguinte pergunta: Existe diferença significativa na flexibilidade de idosos praticantes e não praticantes de hidroginástica? 1.2 Justificativa O aumento da expectativa de vida instiga o desenvolvimento de estratégias que possam minimizar os efeitos negativos do avanço da idade. Estas estratégias visam a manutenção da capacidade funcional e da autonomia para que os idosos possam ter melhor qualidade de vida. A amplitude de movimentos dos segmentos em torno das articulações diminui consideravelmente com a idade. MEIRELLES (1997) coloca que essa alteração da flexibilidade, que limita todos os gestos da pessoa idosa é encarada como característica essencial do envelhecimento, muito mais evidente que as alterações dos outros fatores do desempenho físico. Desta forma fica claro a importância de pesquisas sobre formas de manter ou melhorar a flexibilidade uma vez que esta é um dos componentes da aptidão física que esta relacionada com a mobilidade dos idosos. Esta pesquisa é relevante, pois avalia a flexibilidade de idosos participantes e não participantes de aulas de hidroginástica e mostra se este é um meio de melhorar ou não flexibilidade dos idosos e contribuir desta forma para a qualidade de vida destes. 1.3 Objetivos 1.3.1 Objetivo Geral Verificar se existe diferença significativa na flexibilidade de idosos praticantes e não praticantes de hidroginástica. 1.3.2 Objetivos Específicos Avaliar o grau de flexibilidade dos idosos participantes de hidroginástica; Avaliar o grau de flexibilidade dos idosos não participantes de hidroginástica; Comparar a flexibilidade dos mesmos. 1.4 Estrutura do trabalho O primeiro capítulo deste estudo contém uma introdução, onde foi contextualizado o problema, a justificativa e os objetivos da pesquisa. O segundo capítulo trata sobre a fundamentação teórica necessária a análise e discussão dos resultados obtidos. Este, por sua vez, foi dividido em três partes principais: a primeira aborda sobre a terceira idade; a segunda sobre flexibilidade e a terceira faz uma abordagem geral sobre a hidroginástica. O terceiro capítulo apresenta o aspecto metodológico, quanto a característica da pesquisa, população, procedimentos, instrumentos de pesquisa e tabulação dos dados. O quarto e quinto capítulos apresentam respectivamente: analise dos resultados e conclusão. 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1. TERCEIRA IDADE A Organização Mundial de Saúde – OMS – define a população idosa como aquela a partir dos 60 anos de idade, mas faz uma distinção quanto ao local de residência dos idosos. Este limite é válido para os países em desenvolvimento, subindo para 65 anos de idade quando se trata de países desenvolvidos. Para MOTA (2002), envelhecer é fenômeno normal e natural característico do ser humano em particular e de todos os seres vivos. Apesar dessas circunstâncias, o envelhecimento é também um fenômeno que se evidencia de maneira diferenciada e em momentos diferentes no decurso do processo antológico. É um processo que não ocorre necessariamente em simultâneo com a idade cronológica, apresentando considerável variação interindividual e sendo influenciado por fatores externos (hábitos e comportamentos de vida de cada indivíduo). LEITE (1996) afirma que envelhecer é um processo fisiológico geral até agora pouco conhecido que afeta as células e os sistemas formados por elas, bem como os componentes teciduais. 2.1.1 – Características do Envelhecimento no Processo AnátomoFuncional De acordo com MEIRELLES (1997), as principais modificações anátomo-fisiológicas atribuídas ao processo natural de envelhecimento são: 2.1.1.1 – Composição e morfologia do Corpo A partir dos anos 40 a estrutura começa a diminuir perdendo cerca de 1 cm por década. Esta diminuição está associada a diminuição dos arcos dos pés, aumento das curvaturas da coluna e também pelo encurtamento da coluna vertebral, devido a alterações que ocorrem nos discos intervertebrais. Há o aumento do diâmetro da caixa torácica e do crânio. O crescimento progressivo do nariz e dos pavilhões auditivos contribui para uma conformação típica facial da pessoa idosa. Há uma inversão na perda e no aumento de tecido celular, pois diminui nos membros e aumenta no tronco. A perda de água intracelular faz com que o teor total de água do corpo diminua devido a relação fluido intracelular para o extracelular. O potássio total, que na maior parte é intracelular, irá diminuir também. Mudanças como estas na composição do corpo levam a uma diminuição da massa consumidora do O2. Em relação à perda de massa, os órgãos internos que se mostram mais afetados são: os rins e o fígado, sendo os músculos que mais sofrem danos ponderais como o passar do tempo. 2.1.1.2 – Pele A pele se torna seca e áspera, sujeita a infecções e mais sensível às variações de temperatura, devido as glândulas sudoríparas e sebáceas diminuir sua atividade. Ocorre também a diminuição do número de melanócitos e de alças capilares, ficando desta forma, a pele pálida com aparência anêmica. Manchas escuras ou marrons salientes são comuns e conhecidas em conjunto como queratose seborréica. 2.1.1.3 – Pêlos e cabelos Quando ocorre o processo de envelhecimento, a medula se enche de ar e as células do córtex perdem pigmento, ficando então o cabelo de cor branca. Ocorre uma diminuição de pêlos por todo o corpo, fazendo-se exceção às sobrancelhas, a orelha e as narinas. 2.1.1.4 – Modificações no Sistema Ósseo O controle de todo o metabolismo da matriz extracelular é realizado pelos osteócitos, os quais diminuem em número e atividade com o processo de envelhecimento. Isto faz com que o metabolismo do cálcio se desequilibre, havendo perda de cálcio na matriz. Na mulher, não há perda óssea significante antes da menopausa, porém após este fenômeno, se procede de forma intensa em relação ao sexo oposto. 2.1.1.5 – Modificação no Sistema Articular Com o envelhecimento as suturas do crânio que são unidas por tecido fibroso, vão sendo substituídas por osso, processo ao qual começa por volta dos 30 anos, que irá desaparecer por completo em épocas diferentes em cada sutura. Desta forma o crânio tende a apresentar menor número de ossos, o que diminui sua resistência a fraturas. Os discos intervertebrais são constituídos por um núcleo pulposo e um anel fibroso. No idoso, o núcleo pulposo perde água e proteoglicanas, e as fibras irão aumentar em número e espessura. No anel fibroso ocorre o contrário, pois as fibras colágenas ficam mais delgadas. Isto contribuiu para que a espessura do disco diminua, acentuandose a curvaturas da coluna especialmente a torácica, o que desenvolverá cifose. 2.1.1.6 – Modificações no Sistema Respiratório No pulmão, há uma discreta diminuição da superfície total dos alvéolos e consequentemente, diminuição da elasticidade pulmonar. (LEITE 1996) 2.1.1.7 – Modificações Cardiovasculares As alterações anatômicas no sistema cardiovascular incluem um aumento na quantidade do tecido fibroso nas estruturas do coração, miocárdio e válvulas, um aumento de lipofuscina nas fibras miocárdias e uma diminuição na elasticidade da aorta e seus ramos principais, acompanhada por um aumento de diâmetro e comprimento. O débito cardíaco cai, a proporção de aumento da pressão arterial sistólica com a idade é maior que a diastólica. O desempenho cardiovascular declina progressivamente com a idade, e o indivíduo tem que conviver com um coração idoso somando à doença cardíaca. 2.1.1.8 – Modificações Músculoesqueléticas Como os demais processos de involução, a atrofia muscular devido à idade tem início no jovem adulto, ou seja, em torno dos 30 anos de idade. O indivíduo não treinado perde cerca de 10 % da sua massa muscular até os 50 anos. A partir daí, o processo de atrofia se acelera visivelmente. A atrofia muscular da idade avançada ocorre por conta principalmente da perda de fibras musculares, sendo em grau menor devida à redução do tamanho das fibras. A redução do número de fibras musculares diz respeito aos dois tipos de fibras; a diminuição do tamanho afeta principalmente as fibras do tipo II. Parece que o mecanismo responsável não é tanto um processo miogênico e sim um fenômeno neurogênico, no qual a reinervação não é capaz de acompanhar a denervação da alternância fisiológica de denervação e reinervação. As fibras musculares, que deixam de ser inervadas, acabam perecendo, sendo em parte substituídas por gordura e tecido conjuntivo. Esse mecanismo explica a acentuada diminuição da porcentagem de tecido muscular contrátil na musculatura do indivíduo idoso. Com o envelhecimento há uma diminuição da força muscular que parece acompanhar a redução da massa muscular. 2.1.1.9 – Modificações no Sistema Nervoso Central O número de neurônios cai em algumas partes do sistema nervoso, embora não haja alterações em outras partes. Há uma redução na velocidade de condução do nervo periférico, tanto motora quanto sensorial, diferindo nos vários nervos e refletindo uma insuficiência de fibras maiores. A reação torna-se mais lenta e a velocidade de condução nervosa se lentifica em 10 a 15%. 2.2 FLEXIBILIDADE Segundo LEITE (1996), a flexibilidade refere-se a capacidade de movimentar as partes do corpo, através de uma ampla variação de movimento, sem distensão excessiva de articulações e ligamentos musculares. DANTAS (1995) complementa afirmando que a flexibilidade é a qualidade física responsável pela execução voluntária de um movimento de amplitude angular máxima, por uma articulação ou conjunto de articulações, dentro dos limites morfológicos, sem risco de provocar lesão. A flexibilidade pode ser classificada segundo DANTAS (1995) quanto ao tipo, à abrangência, ao referencial e às articulações envolvidas. a – Quanto ao tipo: Flexibilidade Estática – determinado pelo alcance de uma amplitude de movimento do grupo musculoarticular. Atinge-se essa amplitude lentamente, mantendo a postura com tensão muscular. Flexibilidade Dinâmica – É determinado pelo maior alcance do movimento voluntário, utilizando-se a força dos músculos agonistas e o relaxamento dos músculos antagonistas. Flexibilidade Balística – O movimento balístico é um movimento composto. A primeira fase constitui um movimento de força contínua em que se usa um movimento acelerado pela contração concêntrica dos agonistas, sem o impedimento de contração de antagonistas. A segunda fase é um movimento em inércia, sem contração muscular. Na amplitude final do movimento desacelera-se, deixando a resistência por conta dos ligamentos e músculos alongados, fornecendo respostas elásticas. Flexibilidade Controlada – É expressa pela capacidade de sustentar um segmento corporal num amplo arco articular, despenderá não somente da elasticidade dos antagonistas e mobilidade da articulação envolvida. Uma pessoa com um alto grau de flexibilidade dinâmica ou estática pode apresentar um pobre performance na flexibilidade controlada se não for dotado de força isométrica nos grupos musculares fixadores do movimento considerado. b – Quanto à abrangência Flexibilidade geral: É observada todos os movimentos de uma pessoa englobando todas as suas articulações; Flexibilidade específica: É referente a um ou alguns movimentos realizados em determinadas articulações. c – Quanto ao referencial Flexibilidade relativa: Compara o grau de flexibilidade obtido com os comprimentos e dimensões corporais; Flexibilidade absoluta: Na medida de um movimento específico, leva em conta apenas o arco articular máximo alcançado, sem considerar as medidas antropométricas. d – Quanto às articulações evolvidas Flexibilidade simples: é observada numa determinada ação articular em uma única articulação; Flexibilidade composta: Quando o movimento envolve mais de uma articulação ou mais de um tipo de ação articular dentro de uma articulação simples. 2.2.1 Componentes da flexibilidade DANTAS (1995) coloca que vários fatores concorrem para o grau de flexibilidade de uma articulação são eles: Mobilidade: se refere ao grau de liberdade de movimento da articulação. Elasticidade: estiramento elástico de componentes musculares. Plasticidade: grau de deformação temporária que estruturas musculares e articulações deverão sofrer para possibilitar o movimento. Existe um grau de deformação que se mantém após cessada a força aplicada conhecida como histeresis. Maleabilidade: modificações das tensões parciais da pele fruto das acomodações necessárias no segmento considerado. De acordo com pesquisas de Johns e Wright apud DANTAS (1995), apresentam como fatores relativos para a limitação da flexibilidade os apresentados no quadro abaixo: CONTRIBUIÇÃO RELATIVA DAS ESTRUTURAS DOS TECIDOS MOLES PARA RESISTÊNCIA ARTICULAR ESTRUTURA RESISTÊNCIA À FLEXIBILID. Cápsula articular 47% Músculo 41% Tendão 10% Pele 2% 2.2.2 Fatores que influenciam na flexibilidade. Segundo DANTAS (1995), os fatores que exercem grande influência na flexibilidade são: os endógenos e os exógenos. Quanto aos endógenos podemos citar: a idade – quanto mais velha a pessoa, menor sua flexibilidade. Os tendões e as fáscias musculares, devido à idade, são particularmente susceptíveis de espessarem-se. Destaca também que a perda de flexibilidade está mais associada à falta de treinamento do que ao processo de envelhecimento; sexo – geralmente a mulher é mais flexível que o homem por possuir tecidos menos densos; individualidade biológica – pessoas de mesmo sexo ou de mesma idade podem possuir graus de flexibilidade totalmente diferentes entre si graças a características particulares abrangidas por esse fator. Determina ainda que o somatotipo, o estado de condicionamento físico, a inatividade e a tonicidade muscular também têm participação na determinação dos graus de flexibilidade. Os agentes exógenos apresentam uma interferência reversível, são eles: a hora do dia – devido às horas em que o organismo esteve deitado, ao acordar todos os componentes plásticos do corpo estão em sua forma original; temperatura ambiente – o frio reduz e o calor aumenta a elasticidade muscular com óbvios reflexos sobre a flexibilidade; exercício – a flexibilidade é bastante influenciada pelos exercícios que provocam seu aumento quanto sua redução. 2.2.3 Componentes limitantes da flexibilidade DANTAS (1995) diz que o local aonde se observa a flexibilidade é nas articulações, e esta estrutura é composta por seus elementos constitutivos, são eles: os ligamentos e tendões, músculos e ossos, que por sua vez são elemento que interferem na flexibilidade. 2.2.3.1 Ligamentos e Tendões Os ligamentos são responsáveis pela junção de dois ossos, assumiram características mecânicas de plasticidade, conferindo à articulação adaptabilidade às novas situações sem perda da estabilidade. Já os tendões realizam a interação entre músculos e ossos, possibilitam a transferência da força do músculo para o osso e vice-versa, com a menor perda possível. Os ligamentos e os tendões são formados por colágeno, ACHOUR (2006) diz que o colágeno proporciona muita força e pouca extensibilidade e cita ainda um estudo feito por ALTER (1999) que registrou que o colágeno é tão inextensível que um peso dez mil vezes superior ao seu peso próprio peso pode não ser suficiente para extendê-lo. Com o envelhecimento, o tecido fica mais rígido, menos elástico e mais propenso a lesões. Um estilo de vida pouco ativo nesta faixa etária diminui o tamanho e a quantidade de tecido colágeno, consequentemente, o tecido muscular se enfraquece. Isso acontece por causa da reduzida capacidade de reter água que o idoso tem o que provoca a aproximação das fibras, favorecendo a formação de ligações cruzadas, o que faz com que diminua a elasticidade do colágeno. Tanto os ligamentos quanto os tendões são formados pelo colágeno tipo I e tipo III. 2.2.3.2 Músculos e ossos Os músculos se constituem num componente fundamental da flexibilidade e em seu treinamento procura-se causar adaptações nos músculos estriados esqueléticos. De acordo com DANTAS (1995), na mecânica muscular pode-se separar três componentes diferentes: elásticos, plásticos e inextensíveis. Os componentes elásticos retornam à sua forma original, após o relaxamento, sem influência externa. Os componentes plásticos, após contração muscular, não retornam à forma original se não houver influência externa e, se submetidos a tensões bruscas poderão lesionar-se, logo requer conveniência na aplicação da força. No caso dos componentes inextensíveis, por maior intensidade de força aplicada, os osso e tendões não se deformarão. O osso é composto de 30% de água e 70% de compostos minerais, apresenta um grau de rigidez maior que o tecido conjuntivo, o que possibilita uma grande resistência às tensões a que é submetido. 2.2.4. Flexibilidade no Processo de Envelhecimento A perda da mobilidade preocupa seriamente qualquer pessoa e principalmente a população idosa. Segundo SILVA apud ALTER (1999), certas alterações nos tecidos conjuntivos do corpo com o avançar da idade são responsáveis pela diminuição da flexibilidade. Enfatiza também que o desgaste biológico com o avanço do tempo pode ser minimizado nas pessoas que permanecem ativas, destacando dessa forma que o exercício físico retarda a perda de flexibilidade. Para ACHOUR (1999), se houver redução da flexibilidade, acompanhada do envelhecimento, isso pode ocasionar a perda parcial da independência dos movimentos já no início da idade avançada e, de modo mais sério, a perda total com o aumento da idade. Por outro lado as atividades habituais que de forma geral não privilegiam movimentos amplos e requerem posturas inadequadas e sedentarismo, contribuindo para os processos irreversíveis e naturais de redução da flexibilidade, vão, ao longo do tempo, provocando a diminuição do alcance do movimento. De acordo com DANTAS et al (2005) quando se envelhece, a amplitude de movimentos durante a caminhada e as articulações da extremidade inferior torna-se progressivamente limitadas. O idoso dá passadas mais curtas que o indivíduo jovem. Entre os afazeres cotidianos, o agachar-se e amarrar cadarços dos sapatos requerem grande amplitude de movimentos, a qual se restringe na velhice. O exercício pode reduzir esta fibrose relacionada a sanescência e auxilia a manutenção da flexibilidade na terceira idade. 2.3 HIDROGINÁSTICA O envelhecimento populacional é um fenômeno mundial e a cada ano esse processo se torna maior nos países em desenvolvimento podendo ocorrer um aumento de até 300% no número de pessoas idosas, especialmente na América Latina (IBGE). Em razão deste aumento, a qualidade de vida do idoso é atualmente motivo de preocupação e têm sido objeto de estudo de vários trabalhos científicos, com o objetivo de encontrar o segredo de um envelhecimento saudável. É fato que os autores convergem com relação aos benefícios que o exercício físico pode trazer para um envelhecimento saudável, uma vez que este contribui para a independência, mobilidade funcional, ou seja, para uma melhora da qualidade de vida do idoso permitindo que este mantenha níveis de independência e garanta o sentido qualitativo da sua existência (MOTA, 2002). As atividades mais recomendadas aos idosos pelos médicos, são as praticadas na água, principalmente a hidroginástica, a qual se diferencia das outras atividades, realçando alguns benefícios, devido às propriedades físicas que o meio oferece (GUERRA, 2006). 2.3.1 Propriedades físicas da água segundo BONACHELLA (1994) classifica as propriedades física da água em densidade, flutuação, pressão hidrostática e viscosidade. Densidade – é a relação entre massa e volume; Flutuação – ( Princípio de Arquimedes) “ quando um corpo está completo ou parcialmente imerso em um meio líquido, ele sofre um empuxo para cima igual ao peso do líquido deslocado”. Este empuxo atua em sentido oposto à força da gravidade; Pressão hidrostática – (Lei de Pascal), “a pressão do líquido é exercida igualmente sobre todas as áreas da superfície de corpo imerso em repouso, a uma determinada profundidade”. Viscosidade – é o tipo de atrito que ocorre entre as moléculas de um líquido que oferece resistência ao movimento da água em qualquer direção, provocando uma turbulência maior ou menor de acordo com a velocidade que executamos o movimento, quanto mais rápido o movimento, maior será o arrasto. 2.3.2 Benefícios da hidroginástica A hidroginástica de acordo com BONACHELLA proporcionará uma melhora na qualidade de vida para esta faixa etária, devido aos vários benefícios que ela oferece, tais como: o aumento da amplitude articular, força muscular, densidade óssea, consumo máximo de oxigênio, tolerância a glicose e da sensibilidade à insulina, um menor risco de problemas articulares, uma diminuição da freqüência cardíaca basal, pressão arterial, um relaxamento muscular, uma desintoxicação das vias respiratórias, um controle do peso corporal, uma melhora da circulação periférica, funções orgânicas e do sistema cardiovascular e cardiorrespiratório, aumento da coordenação, da agilidade, do equilíbrio, acréscimo da auto-estima, auto confiança, independência nas atividades diárias, reintegração, bem-estar físico e mental. BAUM (2000) acrescenta sobre os benefícios da hidroginástica dizendo que pessoas com idades avançadas são mais vulneráveis aos efeitos adversos do exercício no solo. É mais provável que muitos dos riscos associados ao exercício, como por exemplo, “desgaste e ruptura” nas articulações fisiológicas ocorridas com o passar do tempo. Na água, uma queda normalmente não é perigosa, o risco de lesão articular é mínimo em razão da ausência de sustentação do peso e o perigo de uma lesão muscular intrínseco é muito pequeno. SOVA (1998) reafirma sobre esta importância dizendo que a flutuação na água permite movimentos com menores riscos de lesão sem o choque do impacto que está associado ao exercício de solo. A prática da hidroginástica regular melhora todos os cinco componentes do condicionamento físico: condicionamento aeróbico, força muscular, resistência muscular, flexibilidade e composição corporal. No que se refere a flexibilidade, devido ao menor efeito da gravidade na água, as articulações podem fazer uma variedade de movimentos e esticaremse mais efetivamente sem aumento da pressão sobre elas. A água permite movimentos que não seriam possíveis no solo. Estes benefícios citados irão intervir numa melhora da qualidade de vida para o idoso, possuindo um caráter de prevenção patológica e de independência desta população na vida cotidiana. 3. METODOLOGIA 3.1 Caracterização da pesquisa Este estudo caracterizou-se como descritivo de caráter causal comparativo. Segundo Rudio (2001), a pesquisa é descritiva quando busca conhecer o fenômeno, analisá-lo, interpretá-lo e descrevê-lo sem interferir na sua realidade. O mesmo autor coloca que no estudo causal comparativo o pesquisador parte da observação do fenômeno e verifica as semelhanças e diferenças que existe entre duas situações. 3.2 População e amostra A população foi constituída por idosos praticantes de hidroginástica a no mínimo 3 meses de um determinado clube e por idosos não praticantes de exercício físico da “casa do vovô e da vovó” no município de Porto Velho. Foram selecionados 8 indivíduos de cada grupo, na faixa etária de 60 a 70 anos, todos os participantes são do sexo feminino. 3.2.1 Procedimentos para seleção da amostra Antes da realização do teste, houve um primeiro contato com os professores responsáveis da hidroginástica e da instituição “casa do vovô e da vovó”. Em seguida foi comunicado aos idosos sobre o objetivo da pesquisa e inquirido sobre quem gostaria de participar da investigação. Foram selecionados 16 idosos fisicamente independentes com faixa etária entre 60 e 70 anos e todos assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido (ANEXO 1), concordando em participar da pesquisa. 3.3 Descrição de desenho do estudo Para a realização da pesquisa, foi formado um grupo de estudo (GE), com 16 indivíduos, do sexo feminino, que foram subdivididos em outros 2 grupos: subgrupo A (SGA), formado por 8 praticantes da modalidade de hidroginástica; e subgrupo B (SGB), formado por 8 idosas não praticantes de exercício algum, conforme demonstra a figura 1: GRUPO DE ESTUDO SUBGRUPOS PROCEDIMENTOS SGA O GE SGB Figura 1 – Quadro demonstrativo do desenho do estudo 3.4 Controle do estudo 3.4.1 Seleção e treinamento do quadro de avaliadores Para realizar o teste como determina o protocolo utilizado, foram convidados 02 acadêmicos do 7º período do Curso de Bacharelado em Educação física da ULBRA. Todos aprovados na disciplina de Cineantropometria e com o protocolo estudado previamente. 3.4.2. Controle das condições de testagem Antes da realização do teste, foram observadas algumas aulas de hidroginástica, para saber como se procedem as aulas e também conhecer os alunos. As aulas de hidroginástica acontecem três vezes por semana e tem a duração de 60 minutos. Percebeu-se que as aulas são planejadas, contendo aquecimento, desenvolvimento e relaxamento final. Primeiramente a aula começa com corridas de diferentes tipos que duram aproximadamente 10 minutos, em seguida faz-se o alongamento inicial de todos os seguimentos corporais. Depois, o desenvolvimento da aula com exercícios específicos de hidroginástica, como: abdução e adução de pernas e braços, flexão e extensão do quadril, flexão de joelho, fazendo todos os movimentos com descolamento, saltitando ou correndo para frente e para os lados. Para que as normas do protocolo fossem seguidas sem falhas, antes da realização do teste, verificou-se os materiais e o instrumento a serem utilizados para a coleta de dados. Os testes foram feitos em três dias, no turno matutino, no período entre 08:00 e 11:00 horas. Os participantes da hidroginástica foram levados para a sala de avaliação física do local e os não praticantes fizeram na sala de reunião. Vale salientar que todos os participantes que praticavam hidroginástica, fizeram o teste antes da prática do exercício. 3.5. - Instrumento de pesquisa 3.5.1 Banco de WELLS Assim como determina o protocolo, foi utilizado o flexômetro (banco), um caixote de madeira, confeccionada por um marceneiro, medindo 30x30x30 centímetros em cuja parte superior é fixada uma escala métrica de 54 centímetros. 3.5.2 Protocolo de mensuração. Para a realização da pesquisa, foi aplicado o teste de flexibilidade de forma indireta através do protocolo proposto por WELLS & DILLON (1952), com a finalidade de verificar a flexibilidade ativa das regiões tóraco-lombar e pélvica. O teste se procedeu da seguinte forma: o avaliando descalço e com roupa adequada, sentado ao chão com os joelhos em completa extensão, os pés com a região plantar apoiada no flexômetro, braços estendidos horizontalmente à frente com a mão dominante sobreposta a outra mão. O avaliando executou em seu momento a flexão do tronco à frente, de forma suave, gradativa e contínua procurando atingir com os dáctilos o ponto mais distante possível na escala métrica em relação a posição inicial. O avaliador “A” posicionou-se a direita do avaliando para observar e anotar o alcance do indivíduo, e o avaliador “B” posicionou-se do lado esquerdo do avaliando para manter o joelho do indivíduo na posição preconizada. Realizou-se duas tentativas seqüenciadas, sendo válida aquela com melhor resultado e os valores expressos em centímetros. 3.6. Analise dos dados Neste estudo os dados foram analisados através dos seguintes procedimentos: a) Apresentação de duas tabelas mostrando a idade dos idosos, tempo que pratica a hidroginástica, grau de flexibilidade para facilitar a discussão b) posteriormente, utilizou-se o teste “t” de Student para amostras pareadas independentes para detectar possíveis diferenças estatisticamente significativas entre os subgrupos de estudo. Os dados foram processados e analisados utilizando-se o pacote estatístico software Statistica 7 da empresa STATSOFT. 4- RESULTADOS E DISCUSSÕES Apresentam-se nesse capítulo os resultados da investigação, assim como sua análise para a resposta à pergunta: Existem diferenças significativas na flexibilidade de idosos praticantes e não praticantes de hidroginástica? Para isso formou-se um grupo de estudo composta por 16 idosas com idade entre 60 a 70 anos. Desde grupo formou-se dois subgrupos de estudo, os quais foram nominados como: a) SGA para a amostra composta por 8 idosas praticantes de hidroginástica e b) SGB para a amostra formada por 8 idosas idosos não praticantes de hidroginástica 4.1. Análise do SGA Figura2: Tabela de classificação individual das idosas praticantes de hidroginástica. IDOSAS IDADE (ano) TEMPO QUE PRATICA HIDROGINASTICA (mês) GRAU DE CLASSIFICAÇÃO FLEXIBILIDADE (cm) A 68 7 meses 28 Médio B 65 3 meses 20 Muito fraco C 61 12 meses 37 Excelente D 63 12 meses 31 Bom E 65 8 meses 40 Excelente F 68 6 meses 25 Fraco G 62 5 meses 19 Muito fraco H 60 12 meses 43 Excelente A tabela acima representa a classificação do teste de flexibilidade dos praticantes de hidroginástica. Neste grupo, três idosas atingiram o grau excelente da escala de flexibilidade, um integrante foi classificado com um bom, outro com médio, um participante foi classificado com um grau fraco e, por último, dois participantes deste grupo não atingiram um grau satisfatório, ou seja, muito fraco. Vale salientar que os participantes que atingiram o grau fraco são os que estão praticando hidroginástica a pouco tempo ( 3 e 5 meses). Os que alcançaram um grau satisfatório de flexibilidade (excelente, bom e médio) praticam hidroginástica há um tempo significativo (entre 7 e 12 meses). Sendo assim, 65% do grupo têm um grau satisfatório de flexibilidade. Esses resultados corroboram com a pesquisa feita por MOTA et al (2004) sobre a influência da hidroginástica na aptidão física do idoso que contatou uma diferença significativa do grau de flexibilidade dos idosos praticantes de hidroginástica. BAUM (2000) coloca que a hidroginástica permite uma amplitude maior dos movimentos devido ao menor efeito da gravidade dentro da água. As articulações podem fazer uma variedade maior de movimentos e esticarem-se mais efetivamente sem aumento da pressão sobre elas. 4.2 Analise do SGB Figura 3: Tabela de classificação individual das idosas não praticantes de ginástica. IDOSAS IDADE (ano) GRAU DE FLEXIBILIDADE (cm) CLASSIFICAÇÃO I 63 36 Bom J 61 10 Muito fraco L 67 17 Muito fraco M 67 18 Muito fraco N 61 25 Fraco O 69 09 Muito fraco P 64 11 Muito fraco Q 64 16 Muito fraco A tabela acima representa a classificação da flexibilidade dos idosos não praticantes de exercício físico. Percebe-se que a maioria (80%) tem um grau negativo de flexibilidade, um índice muito fraco, 10% obtiveram um grau fraco e 10% alcançaram o grau bom. Isso ocorre pelo fato das idosas deste grupo possuir encurtamento muscular, que pode ser em decorrência da falta de exercícios regulares. Uma vez que vários estudos têm demonstrado a importância dos exercícios para a flexibilidade. Entre eles destacam-se o de OLIVOTO (2004) que relata os baixos índices de flexibilidade dos idosos não praticantes de atividade física regular e o de DANTAS et al (2006) que pesquisou sobre avaliação da flexibilidade em idosos não praticantes de exercício e constatou nos participantes um grau fraco de flexibilidade. 4.3 Analise comparativa do SGA e SGB Com o objetivo de constatar diferenças estatisticamente significativa em nível de p<0,05 entre os sujeitos componentes da amostra, apresenta-se na figura 3 a análise comparativa dos subgrupos de estudo. Apresentam-se nesta tabela os valores médios, desvios padrão, valores do teste “t” e níveis de significância estatística obtidos nos dois subgrupos. Figura 4: Tabela comparativa das idosas praticantes e não praticantes de hidroginástica. GRUPOS DE ESTUDO VARIÁVEIS SGA (n=8) SGB (n=8) T P IDADE 64,00 ± 3,02 64,50 ± 2,93 0,37 0,74 GRAU DE FLEX. 30,37 ± 9,01 17,75 ± 9,04 2,80 0,01 Os Valores de P (probabilidade) demonstram que, no que se refere a variável idade, ambos os grupos são estatisticamente semelhantes, ou melhor dizendo, significativamente semelhantes (74,2% de probabilidade de semelhança), porem, no que se refere a variável flexibilidade, ambos os grupos são estatisticamente diferentes, ou significativamente não semelhantes (apenas 1,4% de probabilidade de semelhança). Mostra-se neste estudo um grau de flexibilidade significativamente diferente das idosas praticantes e não praticantes de hidroginástica que parecem comprovar a importância da hidroginástica na melhoria da flexibilidade de mulheres idosas que levam a vida de forma sedentária. Apesar de significativamente semelhante quanto às idades. Observar-se na tabela da figura 2 do grupo de idosas não praticantes de hidroginástica, que 75% das idosas têm um grau muito fraco de flexibilidade enquanto que a figura 1 da tabela do grupo de idosas praticantes de hidroginástica mostra que apenas 25% das idosas têm o grau muito fraco e estas são as que praticam menos tempo de hidroginástica do grupo. A queda da flexibilidade com o envelhecimento é um fator já comprovado em varias pesquisas. ALVES et all (2006) coloca que o processo de deterioração osteoarticular acelera-se com o tempo e um aumento na amplitude de movimento advindo de programas de exercícios físicos é importante como medida profilática no sentido de preservar e retardar ao máximo os efeitos do envelhecimento. No caso especifico desta pesquisa a hidroginástica mostrou ser importante para aumentar ou manter o grau de flexibilidade das idosas, o que pode repercutir no melhor desempenho das atividades da vida diária destas, contribuindo assim para uma melhor qualidade de vida. BONACHELA (1994) afirma que a pratica de hidroginástica pelos idosos torna-os mais aptos e mais saudáveis proporcionando-lhes uma melhor qualidade de vida, devido a um aumento da amplitude articular, do acréscimo da auto-estima e da independência nas atividades da vida diária. A presente pesquisa corrobora com a literatura mostrando a importância da pratica de hidroginástica pelas idosas para melhorar ou manter a flexibilidade destas. 5. CONCLUSÃO E SUGESTÕES Concluiu-se após o teste de “sentar e alcançar”, que houve uma diferença significativa da flexibilidade entre as idosas que praticam e as que não praticam hidroginástica. No caso das não praticantes de hidroginástica, 75% do grupo não alcançaram um nível satisfatório de flexibilidade, e no grupo de praticantes de hidroginástica, 65% alcançaram um nível satisfatório de flexibilidade. Isto mostra que a falta de exercício, no caso a hidroginástica, provoca uma atrofia muscular e que esta modalidade mantém ou melhora o nível de flexibilidade, porém, não se pode dizer que essas idosas adquiriram bons níveis de flexibilidade em razão da hidroginástica. Por isso sugere-se para um outro estudo, que se faça uma pesquisa com um grupo de idosos que não praticam exercício físico algum, divida-se este grupo em dois subgrupos (“A” e “B”) e que seja feito o teste de “sentar e alcançar” em uma determinada data. A partir daí, o subgrupo “A” será submetido a um treinamento de três meses de hidroginástica e o subgrupo “B” continuará sem fazer exercício algum. Após o término do treinamento, será feito o mesmo teste, para constatar se através da hidroginástica se adquire níveis significantes de flexibilidade. 6. REFERÊNCIAS ACHOUR JÚNIOR. Bases Para Exercícios de Alongamento. São Paulo: Phorte, 2ª ed, 1999. ACHOUR JÚNIOR, A. Flexibilidade e Alongamento: Saúde e Bem estar. São Paulo: Manole, 2004. ACHOUR JÚNIOR A. Exercício de Alongamento: Anatomia e Fisiologia. São Paulo: Manole, 2ª ed., 2006. ALMEIDA, H. F. R. Cineantropometria: Princípios e Padronizações Técnicas. Porto Velho, 2003. ALVES, D. M., et al. A Hidroginástica na Terceira Idade. Educación Física y Desportes :ISSN 1514-3465, nº 102, 2006. Disponível em: http://www.efdeportes.com/efd69/flexib.htm. Acesso em 07 Dez. 2007. BARBANTI, V. J. et al. Esporte e Atividade Física. In: MOTA, J. Exercício e envelhecimento. São Paulo: Manole, 2002. BAUM, G. Aquaeróbica: Manual de Treinamento. São Paulo: Manole, 1ª ed., 2000. BONACHELA,V. Manual básico de hidroginástica. Rio de Janeiro: Sprint, 1994. DANTAS, E. H. M. Flexibilidade: Alongamento e Flexionamento. Rio de Janeio: Shape, 3ª ed., 1995. DANTAS, E. H. M. A comparação da Flexibilidade entre mulheres Senescentes Sedentárias e Praticantes de Diversas Atividades Físicas. Rev. Bras.Ci e Mov. 2006, pp. 8-15. GUERRA, H. S. Exercício Físico na terceira idade. Idade Ativa – revista eletrônica da terceira idade. 2006. Disponível em: www.techway.com.br/techway/revista_idoso/lazer/lazer. Acesso em 07 Mar 2007. IBGE. Perfil dos Idosos Responsáveis pelos domicílios no Brasil 2000. Rio de Janeiro, 2006. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/. Acesso em 10 nov. 2007. LEITE, P. F. Exercício, Envelhecimento e Promoção da Saúde. Belo Horizonte: Health, 1996. MEIRELLES, M. E. A. Atividade Física na 3ª Idade. Rio de Janeiro: Sprint, 1997. MOTA, J., et al. Aptidão física relacionada à saúde de idosos: Influência da Hidroginástica. Rev. Bras. Méd. Esporte, Jan/Fev. 2004, vol.10, nº 1, p. 31-37. ISSN 1517-8692. OLIVOTO, R.; GUADAGNINE, P. Comparativo da Flexibilidade em Idosos Praticantes e Não Praticantes de Atividades Físicas. Educación Física y Desportes : ISSN 1514-3465, nº 69, 2004. Disponível em: http://www.efdeportes.com/efd69/flexib.htm. Acesso em 03 nov. 2007. RUDIO, F. V. Introdução ao Projeto de Pesquisa Científica. Petrópolis, RJ: Vozes 9ª ed., 2001. SILVA, L. R. A importância da Flexibilidade na Terceira Idade Para Uma Melhor Qualidade de Vida. Trabalho de Conclusão de Curso. Universidade Federal de Rondônia. SOVA, R. Hidroginástica na Terceira Idade. São Paulo: Manole, 1ª ed., 1998. VALE, R. G. S.; NOVAES, J. S.; DANTAS, E. H. M. Efeitos do Treinamento de Força e Flexibilidade Sobre a Autonomia de Mulheres Senescentes. Rev. Brás. Ci. e Mov. 2005; 13 (2): 33-40.