PSICANÁLISE E PRÁTICA INSTITUCIONAL
FREUD – inegavelmente deixa a marca do
privilégio da escuta do sofrimento psíquico
em sua excentricidade.
 HOJE – acreditamos na recriação da
psicanálise em cada possibilidade de escuta
do sofrimento psíquico em seus aspectos
singulares e coletivos.
 Abordamos então a clínica que extrapola a
prática de consultório.

ANÁLISE INSTITUCIONAL – uma abordagem que
desenvolve conceitos e instrumentos para análise
e intervenção nas instituições. No Brasil, surgiu na
dec. 70;
ANÁLISE INSTITUCIONAL – foi originada a partir
das obras de Lourau e Lapassade “socioanálise”, e
por outro lado Guatarri e Deleuze “esquizoanálise”.
ANÁLISE INSTITUCIONAL – é um recurso
para atuar/intervir no interior de instituições.
Que se apoia nos seguintes elementos:


1- psicanálise: a fala, escuta, interpretação e
por fim a “cura” ou desvencilhar os processos
inconscientes ou ainda descobrir a origem
das dificuldades do grupo.
2 – o imaginário social, e a saúde mental
coletiva da instituição – significa examinar a
presença de PROCESSOS GRUPAIS dentro
do psiquismo individual.



O trabalho psicanalítico na Instituição – não
se limita ao espaço íntimo do encontro
analítico com o paciente e nem o reproduz
em “grupo”.
Para este trabalho na Instituição – é
necessário pensar e refletir alguns aspectos
específicos do quadro estabelecido pela e
com a instituição.
Como cada Instituição apresenta suas
próprias normas e funcionamento, torna-se
extremamente complexo o estudo dos
vínculos institucionais.

A Psicanálise em Instituição – oferece uma
oportunidade de analisar e refletir sobre as
dificuldades humanas no enfrentamento da
realidade de uma
instituição/empresa/organização, que poderá
viabilizar as elaborações necessárias ao nosso
próprio futuro.

PSICOTERAPIA
BREVE:
orienta-se
fundamentalmente
no
sentido
da
compreensão
psicodinâmica
dos
determinantes atuais da situação do
problema, crise ou descompensação. Na PB
pretende-se
uma
compreensão
psicodinâmica da vida cotidiana do paciente,
que se instrumenta nas interpretações, na
planificação de sua vida diária, na
orientação familiar ou do trabalho. Tende-se
assim, a atribuir eficácia causal etiológica a
um conjunto de fatores que operam, para
além da etapa de neurose infantil.

RELAÇÕES
ENTRE
PSICOPATOLOGIA
COMPORTAMENTOS POTENCIALMENTE ADAPTATIVOS:
E
a
PB organiza seus recursos de modo elástico
– “princípio de flexibilidade”, que contrasta
com a estruturação única constante de uma
técnica submetida a um equadramento
estrito, como é o caso da psicanálise – e os
organiza em função de uma avaliação total
da situação do paciente, de seu grau de
enfermidade e do pontencial adaptativo de
sua personalidade: elabora sua estratégia
com base na observação das capacidades
comprometidas e as preservadas.



A PB orienta-se no sentido de FORTALECER
as “areas do ego livres de conflitos”.
MODELOS MOTIVACIONAIS E COGNITIVOS DA
PERSONALIDADE: a PB trabalhará não apenas
as motivações primárias (regidas pelo
princípio do prazer), mas as motivações
secundárias conhecidas como de valor.
Uma PB pode conseguir, por meio do
esclarecimento de aspectos básicos da
situação do paciente, um fortalecimento de
sua capacidade de adaptação realista, de
discriminação e de retificação, em grau
variável, de significações vividas.



A PB em INSTITUIÇÕES – RECURSOS DE
AÇÕES:
1. Oferecer ao paciente um clima
permissivo, vínculos interpessoais novos,
regulados que favoreçam a catarse de suas
fantasias, temores, desejos cesurados em
seu meio habitual;
2. Encorajar o paciente a assumir papéis
que fortaleçam, pelo exercício, sua
capacidade de discriminação e ajustamento
realista;


3. Ajudá-lo na elaboração de um projeto
pessoal, com metas que impliquem
aquisição de certo bem-estar e auto-estima
– clara consciencia de perspectivas pessoais.
4. Exercer alguma influência sobre as pautas
de interação familiar, favorecendo no
paciente sua comreensão do sentido dos
sintomas,
orientando-o
para
uma
manipulação mais controlada de suas
ansiendades e para elaboração grupal de
novos modos de ajustamento interpessoal.



INSTRUMENTOS
INSTITUIÇÃO
TÉCNICOS
NA
A PB sobre o grupo familiar, com
modalidades variáveis que vão desde a
informação ao esclarecimento, á orientação,
á assistência social, até á psicoterapia
familiar.
Atividades grupais de tipo comunitário
(assembléias, grupos de discussão, grupos
de atividade cultural)
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
OBJETIVOS TERAPEUTICOS EMERGENCIAIS
1.
Aliviar a aflição e conseguir a
modificação da conduta através da terapia;
2. Restaurar a capacidade dos afetados para
resolver a situação do estresse;
3. Reodernar o mundo através da interação
social;
4. Colaborar de maneira contínua com
outros grupos profissionais que estão dando
apoio;
5. Criar equipes de suporte.
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
OBJETIVOS TERAPEUTICOS ESPECÍFICOS:
1. Fomentar os mecanismos adaptativos da
comunidade;
2. Restaurar o funcionamento do “eu”;
3. Em especial, buscar o equilíbrio do “eu”
imediatamente (volta a vida normal);
4. Trabalhar a auto-estima e a confiança;
5. Trabalhar com sentimentos de culpa;
6. Trabalhar com sentimentos e
pensamentos confusos relacionado com a
causa do desastre;
7. Reordenar a Fé e os valores grupais;
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
8. Identificar fatores de risco ou condições
que dificultam o trabalho das equipes de
saúde mental;
9. Trabalhar no entorno social onde estão os
atingidos.
OBJETIVOS TERAPEUTICOS FUNDAMENTAIS
1. Trabalhar com equipes multidisciplinares e
coordenar esforços;
2. trabalhar com líderes comunitários para
dar continuidade ao processo;
3. Trabalhar no apoio para reinserção na
comunidade, agindo profundamente na dor.
Recursos Técnicos
PB
ESCLARECIMENTO
APOIO
OBJETIVOS
Alívio ou
desaparecimento de
sintomas. Maior
ajustamento nas
relações com o meio.
Incremento da autoestima e da sensação
de bem-estar.
Incremento de sua
autoconsciencia.
Melhora quanto aos
sintomas.Manejo mais
discriminado de
conflitos, e
aprendizagem de
auto-observação.
Fortalecimento de
defesas úteis,
modificação parcial de
atitude.
Recuperação do
equilíbrio
homeostático, alívio
de ansiedade,
atenuação ou
supressão de
sintomas.
ESTRATÉGICA
BÁSICA
Compreensão
psicodinâmica dos
determinantes atuais
de enfermidade, crise
ou descompensação.
Desenvolvimento de
auto-objetivação,
compreensão de
atitudes e conflitos
mais diretamente
ligados a sintomas e
áreas de
Encorajamento
através do vínculo e
do ensaio de
comportamentos
diferentes.
PB
ESCLARECIMENTO
APOIO
ENQUADRAMENTO
Possibilidade de
limite de sessão
estabelecido no
início
Frequentemente,
limite de duração
fixado desde o início.
Frequentemente,
limite de duração
fixado desde o
início.
ATITUDES
BÁSICAS DO
TERAPEUTA
Papel
essencialmente
ativo. Com
elaboração de um
plano de
abordagem.
Ativo participante.
Com iniciativas em
relação ao diálogo.
Discretamente
próximo.
Ativo participante.
Com iniciativas
diretivas. Muito
próximo.
INTERVENÇÕES
ESSENCIAIS
Ampla gama de
intervenções:
explora, interroga,
interpreta (transf),
confronta e
esclarece.
Interpretações atuais
Intervenções
e históricas de
sugestivo-diretivas.
vínculos básicos
conflituosos
(complementadas com
interpretações transf.)
APLICAÇÃO DA TÉCNICA

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

Grupo de Psicodiagnóstico UBS
Grupo de pais em UBS
Grupos operativos
Grupos de acolhimento
Trata-se de uma paciente solteira, de 20 anos, de
família do interior mal constituída, que deixou sua
casa aos 10 anos e foi viver com um casal de
idosos, sem filhos, que a adotou como afilhada. Os
sintomas que deram motivo a consulta são angústia
e depressão ligadas ao fato de ter tido relações
sexuais com um rapaz que em seguida a
abandonou. A paciente pensa que o que a afeta é o
sentimento de culpa por suas relações sexuais. Na
entrevista fornece informação mais detalhada sobre
sua infância, questiona o porque de sua mãe tê-la
abandonado, e sua vida atual, basicamente
consiste em reservar-se a contato com grupo bem
restrito de amigos e conhecidos da família
“adotiva”. Fala pouco sobre perspectiva de futuro.

Estratégia de Intervenção: “Não resta dúvida de
que a culpa que voce sente por causa dessa
experiência de iniciação sexual é importante. Mas
isto não decorre apenas porque o sexo sempre
representou algo mal e proibido, para voce; está
também ligado a outros aspectos seus: por um
lado, a moral duvidosa que observou em sua mãe,
e toda a crítica que tenha feito; por outro, o fato
de que passar a ter vida sexual é, em certo
sentido, deixar de ser criança, é um marco de
crescimento, e isto deve angustiá-la porque lhe
anuncia a possibilidade de ter que deixar seus pais
adotivos, não por “ter pecado” mas, por “ter
crescido”.
1)
2)
Interpretação panorâmica – encara sintoma
como expressão de um conflito central, vincula
componentes arcaicos a componentes atuais do
conflito, inclui a luta entre elementos regressivos
e elementos adaptativos no comportamento.
Imagem global – devolve ao paciente de início
sua situação atual. Seu efeito decisivo não está
tanto na profundidade e seus diversos
componentes, mas no fato de que conduz a
pensar na situação, como uma totalidade que
inclui numerosos parâmetros, isto é, no fato que
organiza desde já – ainda que em forma de
rascunho – uma estrutura.
Uma paciente solteira, 34 anos, é internada no
hospital por grave tentativa de suicídio com
barbitúrico; seu gesto foi determinado pelo
fracasso de uma relação amorosa e por lhe parecer
intolerável a convivência com sua mãe
(melancólica em alto grau, que descarregava na
filha toda sua depressão). Há quatro meses ela
queria ir morar só, mas a mãe insistia que ficaria
doente se isso acontecesse, criando forte
sentimento de culpa na paciente e uma sensação
de impotência para dar esse passo. Nas primeiras
entrevistas, depois de estudar todos os elementos
compreendidos em sua história apontou-se os
objetivos do tratamento:
1)
2)
Intervenção medicamentosa e
acompanhamento médico por dois ou três
meses, para aliviar a depressão;
Intervenção psicoterapeutica para elaborar a
culpa frente a mãe por ir morar sozinha, ver
possibilidades futuras ligadas à sua profissão
(nunca exercida), estudar um modo pelo
qual, ao receber alta, a paciente pudesse
efetivamente ir morar sozinha (entrevista
com grupo familiar ficou claro que a
personalidade melancólica grave da mãe
tornava muito difícil a convicência com ela).
AVALIAÇÃO

Considere a seguinte situação:
Voce é um psicólogo que foi contratado para
trabalhar em uma instituição e
deverá propor diante das seguintes
demandas formas de atuação psicológica:
1) dada a carência de recursos dos
dispositivos de saúde da região, diversas
famílias são encaminhadas para instituição
em questão, com queixas referentes
ao abuso de ingestão de bebidas alcoolicas
por parte dos pais;

2) queixas escolares relacionadas aos filhos;
3) vários casos de adolescentes e jovens com
DST/AIDS.
Escolha o âmbito para planejar sua
intervenção:
1) UBS;
2) Hospital;
3) Escola.

A instituição ainda conta com recursos para
montagem de uma equipe
multiprofissional de outras especialidades.
Diante disso:
1) explicite e justifique seu
planejamento;(2,0)
2) mencione a quais profissionais voce
recorreria para montagem de sua equipe e
respecitivas funções;(1,0)
3) destaque a especificidade do seu trabalho
como psicólogo.(4,0)
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