REFRAÇÃO DA LUZ Setor 1210 aula 04 e 05 Prof. Calil Quando a luz passa de um meio transparente para outro meio diferente, também transparente, o valor da sua velocidade modifica-se. Este fenômeno é denominado REFRAÇÃO DA LUZ. A direção da propagação da luz pode ou não ser modificada, dependendo da forma com que a luz incide na superfície de separação dos meios, denominada fronteira. Este fenômeno dá a falsa impressão de que um lápis, quando mergulhado num copo com água, está quebrado. Estuda-se a refração com radiação monocrática (uma única cor), pois se a luz for policromática como a luz que vem do Sol, quando ela atravessa um meio diferente do ar ou vácuo, como o vidro de um prisma, irá se dividir em sete cores. Então, um único problema de refração terá sete respostas, uma para cada cor Elementos da Refração São retas, pontos e ângulos que representam a luz e o que ocorre com ela, no fenômeno da refração. Utilizando estes elementos conseguimos construir graficamente as imagens produzidas pelos sistemas ópticos nos quais acontece o fenômeno. São eles: a meio de incidência = ni a = raio de luz incidente N N = Normal ( perpendicular à fronteira) i = ângulo de incidência i fronteira b = raio de luz refratado r = ângulo de refração r meio da refração = nr ni = índice de refração absoluto do meio de incidência nr = índice de refração absoluto do meio de refração b Índice de Refração absoluto (n) Cada meio apresenta um grau de dificuldade para a passagem da luz. Assim, a luz encontra mais facilidade em se propagar no ar do que se propagar dentro da água. Para indicar qual é o grau de dificuldade que um meio oferece à passagem da luz, associamos ao meio um valor denominado índice de refração = n. O melhor meio para a luz se propagar é o vácuo ou o ar (o ar se comporta de forma semelhante ao vácuo). Para estes meios, vácuo ou ar, que são os meios padrões, atribuiu-se o valor 1, como seu índice de refração (grau de dificuldade para a propagação da luz). Para os outros meios associam-se valores maiores que 1, para indicar a dificuldade que eles oferecem à propagação da luz, que chamamos de “índice absoluto de refração”, ou simplesmente “índice de refração = n”. Exemplificando: se o índice de refração de um certo tipo de cristal é nC = 2, então neste cristal a luz encontra o dobro da dificuldade para se propagar do que se estivesse se propagando no vácuo ou no ar. Neste cristal, a velocidade da luz terá a metade do valor da velocidade que tem no vácuo ou ar. A velocidade da luz no vácuo, semelhante a do ar, representada pela letra c, é de 3.108 m/s ou 300.000 km/s. Este é o maior valor possível para a velocidade que um corpo possa atingir, ou a velocidade limite para propagação a energia. No cristal considerado, cujo índice de refração vale n = 2, a velocidade da luz será de 150.000 km/h. Algebricamente, calcula-se o índice de refração de um meio X, pela expressão: nx = c ÷ vx , sendo vX a velocidade da luz no meio X O índice de refração = n, não tem unidade. Leis da Refração 1- O raio incidente (a), a normal (N), e o raio refratado estão num único plano, o plano de incidência. 2- Lei de Snell-Descartes sen i. ni = sen r. nr meio de onde a luz vem meio para onde a luz vai Observações finais a) Denominamos “refringência” a dificuldade que o meio apresenta para a propagação da luz (refringência = dificuldade). No meio mais refringente (mais difícil), a luz se propaga com velocidade menor, e o índice de refração do meio é grande. No meio menos refringente (mais fácil ou menos difícil), a luz se propaga com velocidade maior, e o índice de refração do meio é pequeno, sendo no mínimo igual a 1. meio mais refringente b) No meio mais refringente ( n> e Vluz <), a luz se i ni aproxima da normal. No meio menos refringente (n< e Vluz >) a luz se afasta da normal. meio menos refringente r nr < ni r>i N c) 0 I=0 r=0 Um caso particular da refração é quando o ângulo de incidência é i = 00. Neste caso temos: sen i. ni = sen r. nr sen. 0o. ni = sen r . nr Como sen 00 = 0, vem: 0.ni = sen r. nr. Então: 0 = sen r. nr Mas nr é sempre diferente de zero, portanto: sen r = 0 r = 00 Se i = 00, resulta que o ângulo de refração é igual a zero. Significa que a luz, ao passar de um meio para outro, muda o valor da sua velocidade, mas não muda a direção de propagação. Lembrar que os ângulos são sempre medidos entre o raio de luz e a normal. d) REFLEXÃO TOTAL - ÂNGULO LIMITE Quando a luz vai do meio mais refringente ni Reflexão Total (n maior) para outro meio menos refringente (n menor), ela se afasta da normal. Existe um i l ângulo de incidência l, ao qual corresponderá um ângulo de refração r = 90o. Este ângulo denomina-se ângulo limite, e é calculado por: sen i.ni = sen r.nr sen l.ni = sen 900.nr sen l.ni = nr : sen l = nr (menor) ÷ ni r r = 900 nr › ni (maior) Quando a luz incide sob um ângulo maior que l, ela não se refrata, mas se reflete. É a reflexão total, que explica a formação das miragens nos desertos, ou a impressão que o asfalto da estrada, em dias muito quentes, está molhado.