ISSN 2178-5781
Ano XIII | 229 | Julho 2014
Senar em Campo
Ciência Sem Fronteiras
Projeto apresenta à
população o Serviço Nacional
de Aprendizagem Rural
Jovens buscam conhecimento
tecnológico no exterior para
aprimorar agronegócio
O olho do
produtor é que
engorda o gado
Histórias de quem transforma
conhecimento em lucro
NOVOS DESAFIOS
CAMPO
A revista Campo é uma publicação da Federação da
Produtor - a nossa razão de ser.
Agricultura e Pecuária de Goiás (FAEG) e do Serviço Nacional
de Aprendizagem Rural (SENAR Goiás), produzida pela
Gerência de Comunicação Integrada do Sistema FAEG com
distribuição gratuita aos seus associados. Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores.
CONSELHO EDITORIAL
Bartolomeu Braz Pereira, Claudinei Rigonatto
e Eurípedes Bassamurfo da Costa.
Editora: Denise N. Oliveira (331/TO)
Reportagem: Catherine Moraes e Michelle Rabelo
Fotografia: Larissa Melo e Fredox Carvalho
Revisão: Denise N.Oliveira
Diagramação: Rowan Marketing
Impressão: Gráfica Amazonas Tiragem: 12.500
Comercial: (62) 3096-2123
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DIRETORIA FAEG
Presidente: Leonardo Ribeiro
Vice-presidente: Antônio Flávio Camilo de Lima.
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Vice-presidentes Administrativos: Eurípedes Bassamurfo da
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Vanderlan Moura, Ricardo Assis Peres, Adelcir Ferreira da
Silva, José Vitor Caixeta Ramo, Wagner Marchesi.
Conselho Fiscal: Rômulo Pereira da Costa, Estrogildo Ferreira
dos Anjos, Eduardo de Souza Iwasse, Hélio dos Remédios dos
Santos, José Carlos de Oliveira.
Suplentes: Joaquim Vilela de Moraes, Dermison Ferreira da
Silva, Oswaldo Augusto Curado Fleury Filho, Joaquim Saeta
Filho, Henrique Marques de Almeida.
Delegados Representantes: Walter Vieira de Rezende,
Alécio Maróstica.
Suplentes: Antônio Roque da Silva Prates Filho, Vilmar
Rodrigues da Rocha.
CONSELHO ADMINISTRATIVO SENAR
Presidente: Leonardo Ribeiro
Titulares: Daniel Klüppel Carrara, Alair Luiz dos Santos, Osvaldo
Moreira Guimarães e Tiago Freitas de Mendonça.
Nessa edição da Revista CAMPO compartilhamos histórias de produtores rurais em Goiás que buscaram conhecimento, informação e apoio no
Sistema FAEG, e hoje, são exemplos de sucesso no campo. Comemoramos
isso! Para nós, O Dia do Produtor é todo dia. Temos muito orgulho de pertencer a uma classe tão importante na sociedade brasileira. E, tento por
meio do meu trabalho a frente na Federação, disseminar esse sentimento
junto aos meus pares.
Orgulham-nos como brasileiros também as inúmeras conquistas na produção de alimentos.
São essas conquistas que nos fazem prosseguir. Levantando demandas,
atendendo produtores e trabalhadores rurais e com uma expressiva representatividade em comissões e câmaras técnicas do país, temos alcançado
nosso objetivo maior: levar conhecimento, qualificação e capacitação técnica ao homem do campo e fazê-lo acreditar que, pelo conhecimento o
trabalho muda, a vida muda, e muda para melhor!
Com uma demanda mundial crescente por alimentos, sabemos que o
Brasil tem o papel de protagonista nesta história. A estimativa de um crescimento da população mundial de 2 bilhões de pessoas nos próximos 35 anos
gera uma importante questão: Quem abastecerá o mundo?
Com um crescimento de 4% do PIB no país, o agronegócio está acima
da média nacional. Fruto de um trabalho árduo de homens e mulheres que
acreditam na força da produção. Temos mesmo que nos orgulhar desse
setor que tanto tem promovido a melhoria de vida do trabalhador rural e
sua família.
Temos pela frente um enorme desafio: promover o desenvolvimento rural por meio da tecnologia da gestão eficaz dos custos e riscos e da cooperação. Disposição e coragem: é o que temos. E vamos trilhar este caminho
juntos porque Tudo Passa Pelo Campo!
Suplentes: Bartolomeu Braz Pereira, Silvano José da Silva,
Eleandro Borges da Silva, Bruno Heuser Higino da Costa e Tiago
de Castro Raynaud de Faria.
Conselho Fiscal: Maria das Graças Borges Silva, Elson Freitas e
Sandra Maria Pereira do Carmo.
Conselho Consultivo: Arno Bruno Weis, Alcido Elenor Wander,
Arquivaldo Bites Leão Leite, Juarez Patrício de Oliveira Júnior,
José Manoel Caixeta Haun e Glauce Mônica Vilela Souza.
Suplentes: Cacildo Alves da Silva, Michela Okada Chaves, Luzia
Carolina de Souza, Robson Maia Geraldin, Antônio Sêneca do
Nascimento e Marcelo Borges Amorim.
Superintendente: Eurípedes Bassamurfo Costa
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Leonardo Ribeiro
Presidente do Sistema FAEG
Larissa Melo
Suplentes: Rômulo Divino Gonzaga de Menezes, Marco Antônio
do Nascimento Guerra e Sandra Alves Lemes.
Fredox Carvalho
Larissa Melo
PAINEL CENTRAL
Prosa
Tudo passa pelo campo
22
8
À frente de professores,
pesquisadores, extensionistas
e técnicos especializados,
John N. Landers fala sobre o
agropecuarista atual
Histórias de quem vive no meio rural mostram a
importância do Dia do Produtor
Errata
Na edição 228 junho de 2014 a Revista Campo- pagina 29, foto no alto
da página, legenda os visitantes fizeram uma análise de cada espaço
da chácara Nova Era – o nome correto é Chácara Nova Esperança como
redigido na matéria correspondente.
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Suíno do prato, sem preconceito
Larissa Melo
Parceria estimula consumo da carne suína e desmitifica
ideia de que alimento não é saudável
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Larissa Melo
Senar em Campo
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Larissa Melo
Unindo cultura, lazer, cidadania e
atendimento médico população conhece
Serviço de Aprendizagem Rural
A ameaça do Vale do São Patrício
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Bananicultores se reúnem para
buscar saída contra pragas
Agenda Rural
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Fique Sabendo
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Do Cerrado para o mundo
Delícias do Campo
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Programa Ciência Sem Fronteiras abre
portas para quem quer apostar no
agronegócio com profissionalismo
Treinamentos e cursos
do Senar
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Campo Aberto
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Fredox Carvalho
Larissa Melo
Patrícia Pimpão buscou o
Senar Goiás para tocar o
negócio deixado pelo pai
Balde Cheio
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O produtor que se qualificou, virou o jogo e
hoje vive da renda que vem do leite
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AGENDA RURAL
Seminário Regional
de Contabilidade Rural
13/08/2014
Horário: 8h
Local: Auditório do Sindicato Patronal Rural de Itaberaí
Rua Mestre Virgílio Esq. c/ Luiz Antônio, Centro - Itaberaí-GO
Informações: SENAR Goiás - (62) 3412-2748 ou (62) 3412-2750
05/07
31/07 a 03/08
Acordo Nova Zelândia e Faeg – Balde Cheio
Local: Foyer Faeg – Rua 87, nº 662,
Setor Sul, Goiânia
Horário: 10h30
Informações: 62 3096-2200
Feira do Empreendedor
Local: Centro de Convenções de Goiânia,
Rua 4, Centro.
Horário: Dia todo
Informações: 62 3250-2236
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FIQUE SABENDO
Senar Goiás e CRC firmam parceria
Larissa Melo
Divulgação
ARMAZÉM
Poda de árvores
frutíferas
Intitulado ‘Poda das Plantas
Frutíferas’, o livro é de autoria
de J. S. Inglez de Sousa, um dos
grandes mestres da fruticultura
brasileira. O autor, que também é
referência no ensino da viticultura,
registrou, nesta obra, conceitos e
a prática da poda na fruticultura.
O objetivo é atingir tanto o fruticultor quanto quem apenas possui
uma fruteira de quintal. Entre as
descrições objetivas e específicas para o poda adequada, estão:
poda de formação; poda de frutificação; poda de rejuvenescimento,
reconstituição e tratamento; poda
de limpeza; e poda de produção
longa, média ou curta.
Com o propósito de confirmar a
parceria para a realização dos Seminários Regionais de Contabilidade
Rural, que acontecerão ainda neste
semestre, estiveram reunidos na sede
do Senar em Goiânia, o superintendente da instituição, Eurípedes Bassamurfo da Costa e o presidente do
Conselho Regional de Contabilidade,
Elione Cipriano da Silva e técnicos
das duas entidades.
Os Seminários que acontecerão
a partir de agosto, darão ênfase na
atividade rural pessoal e jurídica mi-
nistradas pelo palestrante Israel Ferreira de Lima – contador especialista
em Direito Tributário e Controladoria,
professor da UFPE, Católica/PE, CESMAC/FEJAL e FARIRE. O primeiro
município a receber o evento será Itaberaí, no dia 13 de agosto.
O objetivo é reunir contadores,
escritórios de contabilidade, profissionais de recursos humanos, acadêmicos
de ciências contábeis e empresas de
agronegócios para aperfeiçoarem conhecimento acerca da Atividade Rural
– Pessoa Física e Pessoa Jurídica.
PESQUISA
Biorreguladores minimizam estresse nas plantas
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Paulista (Unoeste), Gustavo Maia explica que a primeira providência deve ser
cessar a causa do estresse. Isso pode
ocorrer irrigando as plantas, aplicando
defensivos. Além disso, ele ressalta que
bioreguladores tem se mostrado uma
alternativa bastante efetiva. Isto porque atuam em processos fundamentais
para a sobrevivência e a manutenção
do bom estado da planta. Tal efeito se
dá por uma influência positiva no processo fotossintético.
Shutter
No meio agrícola, os fatores ambientais são as principais causas de
estresse. Entre os exemplos, falta ou
excesso de água, luminosidade e nutrientes adequados ao solo, além dos
ataques de pragas e doenças, como
fungos, vírus e bactérias. Com baixa umidade relativa do ar e o tempo
seco, os níveis de umidade do solo
diminuem levando a planta ao estresse hídrico.
Professor da Universidade do Oeste
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Fredox Carvalho
PROSA RURAL
John difunde suas ideias e
seus ideais por meio de palestras
em várias universidades
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“Ou vamos dar
alimento ao
mundo, ou vamos
à extinção.”
John Landers é pesquisador e defensor assumido
da sustentabilidade na agricultura
Michelle Rabelo | [email protected]
Pedro Arantes | [email protected]
D
efensor assumido do uso da sustentabilidade
na agricultura, o inglês John Landers é o entrevistado da revista Campo no mês de julho.
Em homenagem ao mês em que se comemora
o Dia do Produtor, o estudioso da agricultura nos Cerrados Brasileiros falou sobre conscientização, mudança de
hábitos por parte de quem planta e de quem consome,
e das oportunidades oferecidas ao agronegócio p ela
Revista Campo: Em seu discurso nota-se uma intensa preocupação com a sustentabilidade da
agricultura e com o uso de recursos
naturais nos trópicos. O que mudou
nos últimos anos? O produtor está
mais consciente?
John Landers: Para produzir
sempre mais por unidade de área,
como impera o crescimento desenfreado da população mundial, precisamos deixar os nossos solos em
melhores condições para os nossos
herdeiros. Ou vamos dar alimento ao
mundo, ou vamos à extinção. Quando
a sociedade reconhecer o produtor
rural brasileiro como o maior aliado
da conservação dos recursos naturais,
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tecnologia moder na.
Aos 76 anos de idade, John já foi pesquisador do IRI
Research Institute (IRI) - em Matão/SP, e classifica o produtor rural como o principal aliado da conservação. Hoje
ele difunde suas ideias e seus ideais por meio de palestras
em várias universidades brasileiras e em todo o mundo,
assim como em eventos nacionais e internacionais.
teremos uma plataforma para o pagamento de serviços ambientais.
No Cerrado houve uma sensível
melhoria na qualidade de vida, devido à pujança da agricultura moderna.
No mesmo período, a consciência ambiental do produtor rural brasileiro
mudou da água para o vinho. Ele agora está disposto a cumprir a legislação
ambiental mais rigoroso do mundo.
Revista Campo: O que a região
do Cerrado tem de especial para ter
atraído a sua atenção? Suas atividades sempre se concentraram no Estado de Goiás?
John Landers: Fui trazido ao
Brasil em 1966 pelo Instituto de Pes-
quisas IRI, de Matão-SP, cujos técnicos foram os verdadeiros pioneiros
da conversão dos solos do Cerrado de
inférteis para produtivos, iniciandose pesquisas em 1959. Em 1966, fui
logo iniciado no Cerrado como coordenador do plano diretor da Estação
Experimental de Brasília (hoje CPAC).
Ali implantei um sistema de irrigação
com controles de umidade por tensiômetros e blocos de gesso, da minha fabricação, na ponta da tecnologia de então. Em 1972, editei o Plano
Diretor do recém-fundado Instituto
Agronômico do Paraná.
Revista Campo: Quais os efeitos socioeconômicos da adoção do
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Revista Campo: Porque parte
disso não pode ser devolvido aos
agricultores que cumprem a lei ambiental, na forma de pagamento por
serviços ambientais?
John Landers: A ILPF é um
sistema que maximiza a fixação
de carbono por hectare, bom para
cumprir o compromisso de Copenhagen, porém de gestão mais complicado que o ILPD. Portanto merece um estimulo financeiro – afinal
quem perceberia os créditos de carbono seria o governo.
siva com o uso de muitos produtos
químicos?
John Landers: Esta dialética é a
coisa mais absurda do mundo, pois
reflete uma nação dividida por uma
causa comum. Nos países do primeiro
mundo o produtor rural recebe verbas
justas para seus atos de conservação
e, digamos de passagem, os nossos
estão bem na frente de todos os europeus em matéria de conservação do
solo, com SPD, é claro.
Revista Campo: Em sua opinião,
qual o papel do pequeno produtor
rural familiar? Existe uma diferenciação em relação à sustentabilidade da
atividade produtiva rural entre uma
produção familiar e uma de alta tecnologia?
John Landers: A minha análise
do papel do pequeno produtor é, que
ele (ela) deve se especializar aonde
tem vantagens comparativas, especialmente na produção de leite e culturas perenes, que dão estabilidade
econômica e conservam os recursos
naturais. A pequena propriedade precisa de aplicar o máximo de tecnologia possível para gerar renda adequada de uma área pequena. A área de
agricultura orgânica pode gerar retor-
nos adicionais à mão de obra familiar,
mas essas tecnologias também exigem consideráveis esforços gerenciais
para se aplicarem e dependem de um
mercado organizado. Em termos da
conservação de recursos naturais, são
os pequenos que sofrem mais para
adotar práticas conservacionistas, por
ter pouco recurso disponível para tais
investimentos.
Podemos dizer,
sem sombra
de dúvida, que
os produtores
brasileiros hoje
estão entre os
melhores no
mundo tropical
Fredox Carvalho
Sistema de Plantio Direto (SPD)
para a sustentabilidade da atividade produtiva rural? E da Integração
Lavoura Plantio Direto – Pecuária –
Floresta (ILPF)?
John Landers: O SPD se tornou
a maior ferramenta mundial para criar
uma agricultura sustentável. Após
muita instigação minha, foi adotado
oficialmente pela Organização Mundial de Alimentos e Agricultura (FAO)
e rebatizado “Agricultura de Conservação” (CA, na sigla inglesa). Em primeiro lugar, não fosse o SPD, estávamos perdendo 10 ton/ha/ano de solo
corrigido por tonelada de grão de soja
produzida, para poluir os rios e reservatórios. A vida de Itaipu está hoje
projetada em 160 anos, graças ao controle da erosão proporcionado pelo
SPD. Mas, houve muito mais benefícios: o SPD tornou a agricultura brasileira a que mais cresce em produção e
produtividade e podemos dizer, sem
sombra de dúvida, que os produtores
brasileiros hoje são entre os melhores
no mundo tropical – somente os Australianos chegam ao mesmo patamar.
Para John o produtor
rural é o principal
aliado da conservação
Revista Campo: Qual a solução
para a dialética entre ambientalistas
e produtores rurais diante de uma
necessidade de produção mais inten-
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MERCADO E PRODUTO
Produção de leite e preços
dos derivados garantem
estabilidade ao produtor
O
preço do leite pode
sofrer variações (durante o ano) devido
a diversos fatores, tais como:
políticas econômicas (câmbio,
juros, crédito, política comercial, etc.), sazonalidade da
produção leiteira, qualidade
do leite, hábitos de consumo
e demanda do consumidor,
aspectos sanitários, balança
comercial de leite e derivados,
relação entre compradores e
vendedores, concorrência entre as indústrias, etc.
A inter ferência de um
ou outro fator, ou mesmo, a
conjunção de vários desses
aspectos podem afetar para
cima ou para baixo os preços
do leite. Ou seja, o mercado
pode ser afetado, dependendo da época do ano, por diferentes fatores.
Oferta restrita, preços internos de derivados lácteos
estáveis e exportações maiores do que as importações em
junho/julho/2014 sinalizam,
neste momento, estabilidade de preços aos produtores
goianos. Esse é no cenário atual da atividade leiteira em Goiás e na região Centro-Sudeste.
Segundo análise do comportamento da produção de
leite tendo como base o levantamento realizado pela Faeg
www.senargo.org.br
em 17 cooperativas de leite em
Goiás nos primeiro seis meses
deste ano, a produção de leite
de Goiás recuou 3,7% em relação ao mesmo período do ano
passado. Se considerarmos
o período de maio/2014 para
junho/2014 essa queda foi de
5%. Como estamos em período de entressafra na região
Centro-Sudeste, tal fato explica a queda da oferta de leite.
Diferentemente do ocorrido no mês de maio/2014 onde
a demanda desaquecida por
derivados lácteos pressionou para baixo os preços aos
produtores, em junho houve
recuperação dos preços dos
derivados lácteos (principalmente do leite longa vida –
UHT), ficando estável no mês
de julho/2014. Na última quinzena de julho/2014 os preços
médios do leite longa vida no
mercado atacadista de São
Paulo (maior consumidor do
leite UHT produzido em Goiás e no país) foi da ordem de
R$ 2,32/litro. Como o mês
de agosto é um mês onde a
demanda tende a ficar mais
aquecida por conta do final
das férias escolares e início
das aulas, a tendência é que
os preços dos derivados lácteos permaneçam firmes.
Outro aspecto relevante é
que apesar de uma pequena
queda nos preços das commodities lácteas no mercado
internacional, as exportações foram maiores do que
as importações no mês de
junho/2014. As exportações
somaram US$ 38 milhões, enquanto as importações foram
de US$ 19 milhões.
Toda essa conjugação de
fatores está contribuindo
para a estabilidade dos preços aos produtores goianos
que estão variando hoje de
R$ 1,03/ litro à R$ 1,23/ litro
levando-se em consideração
produtores individuais.
Qual o cenário pra frente?
Dado a situação atual, caso
não haja nenhum aspecto que
interfira radicalmente para
provocar um desequilíbrio, a
tendência é de estabilidade
dos preços pelo menos até a
entrada da safra que se inicia
no inicio de outubro. No entanto, é necessário que o produtor continue fazendo a sua
parte. É preciso que o mesmo,
gerencie o seu negócio, procure na medida do possível
aumentar sua eficiência e sua
produtividade,
procurando
racionalizar os seus custos de
produção e ficar sempre atendo ao comportamento das variáveis de mercado.
Jana Tomazelli
Edson Novaes | [email protected]
Edson Novaes é
gerente de Estudos
Técnicos e Econômicos
da Faeg
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AÇÃO SINDICAL
ARENÓPOLIS
DOVERLÂNDIA
Sindicato Rural de Doverlândia
Rádio Caiapó FM
Culinária com
derivados do leite
Construção do Parque
Agropecuário
O Sindicato Rural de Doverlândia promoveu, no
último mês, o lançamento da Pedra Fundamental
de Construção do Parque Agropecuário, que só foi
possível depois que o Executivo Municipal viabilizou
o desmembramento de área do Sindicato para
loteamento. O evento, que contou com presença de
vários produtores, também contou com a entrega da
galeria de presidentes e a posse da nova diretoria.
Na ocasião, Bruno Héuser Higino da Costa deixou
o cargo e Flávio Roberto A. Costa assumiu como
presidente. Entre os presentes, os presidentes dos
sindicatos rurais de Caiapônia (Ailton Vilela) e o de
ARAGUAPAZ
Piranhas (Dermison Ferreira da Silva).
O Sindicato Rural de Arenópolis realizou, no último
mês, mais uma edição do curso de culinária com
derivados do leite. O evento ocorreu na Assembleia
de Deus da cidade e contou com cobertura da
Rádio Caiapó FM. O curso ensina a processar queijo
mussarela, queijo minas, requeijão, doce de leite,
iogurte, entre outros.
RIO VERDE
Sindicato Rural de Rio Verde
Compartilhando
solidariedade
LUZIÂNIA
Sindicato Rural de Luziânia
Repasse do Agrinho
Em parceria com o Senar Goiás, moradores do município
e da zona rural de Novo Gama participaram do curso
de artesanato de palha de milho. O treinamento
ocorreu entre 15 e 18 de julho e contou com mais de 12
participantes.
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Mais de 4 toneladas de alimentos foram arrecadadas
durante a Exposição Agropecuária de Rio Verde. No
último mês de julho, o Sindicato Rural, a maçonaria e
Campeão Supermercados fizeram a entrega de 4.4 00
kg de alimentos a quatro instituições. A arrecadação
ocorreu durante uma luta de MMA inclusa na
programação da Expo Rio Verde.
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CAIAPÔNIA
MINAÇU
Sindicato Rural de Minaçu
Sindicato Rural de Caiapônia
Transformação da
carne suína
Doma Racional
Com o intuito de ensinar uma doma racional que preza
pelo carinho na condução do animal, o Sindicato Rural
de Minaçu realizou mais um curso de Doma Racional.
Promovido pelo Senar Goiás, o curso foi realizado na
fazenda do Joãozinho e abordou, entre outros temas,
trabalho de guia; encilhamento; charreteamento; utilização
de embocadura e tralhas; postura do cavaleiro e noções
básicas de rédeas e evoluções.
O Assentamento Cachoeira Bonita, em Caiapônia recebeu,
no mês de julho, o treinamento Transformação Caseira de
Carne Suína. A realização foi do Senar Goiás em parceria
com o Sindicato Rural de Caiapônia e o evento ocorreu
entre os dias 24 a 26 de julho. O instrutor foi Ângelo
Ferreira Magalhães.
SILVÂNIA
No dia 15 de julho de 2014, o Senar Goiás, em parceria
com o Sindicato Rural de Silvânia, realizou reunião com
os produtores da região do Cruzeiro, no município de
Silvânia. O objetivo foi sensibilizar e formar uma turma
do programa Gestão de Pecuária Leiteira.
Nós próximos sete meses o grupo de produtores
receberão informações sobre gestão, controle e
planejamento da atividade leiteira, além de aprender
mais sobre alimentação e manejo nos períodos de seca
e águas, sanidade e reprodução, qualidade de leite e
também, cria e recria de fêmeas. A intenção é gerar
resultados positivos na produção de leite da região.
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CATALÃO
Cavalos do bem
Prefeitura de Catalão
Rafael Albernaz
Formação programa
Gestão de Pecuária de Leite
Com a parceria da prefeitura de Catalão, do Sindicato
Rural e do Senar Goiás, a Associação Catalana
de Equoterapia (Ascate) está desenvolvendo a
equoterapia no município. As aulas gratuitas são
realizadas no campo de futebol do Complexo do
Clube do Povo, local cedido pela Secretaria Municipal
de Esporte e Lazer. Os atendimentos são realizados
às quartas-feiras, entre 14h e 18h e os interessados em
participar devem procurar o Sindicato Rural.
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Larissa Melo
SAÚDE E LAZER
Senar em Campo 2014
mobiliza entorno
do Distrito Federal
Catherine Moraes | [email protected]
V
estido de verde e amarelo, o
Senar em Campo 2014 começou suas atividades unindo
amigos e famílias para torcer juntos
pelo Brasil em praça pública. Com a
primeira vitória em cima de Camarões, os moradores de Novo Gama
puderam até pensar que o caminho
seria mais fácil, mas os próximos jogos mostrariam uma dura realidade
até o vergonhoso 7 X 1 da Alemanha
e o desfecho contra a Holanda deixando o país fora do pódio. Ainda assim,
a equipe do Senar Goiás não deixou a
bola cair e levou aos municípios mais
que a paixão pelo futebol: levou atendimentos de saúde, oficinas, sessões
de cine pipoca, apresentações artísticas, campeonato de embaixadinhas
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e fez a festa continuar até o final do
mês de julho.
O objetivo do Senar em Campo
2014 era divulgar as ações e programas que a entidade tem oferecido a
quem mora no meio rural. Além disso, juntamente com parceiros locais,
prestar atendimentos à população no
que diz respeito à saúde, cidadania,
educação e lazer. Para isso, em parceria com o Senar Central levou um
caminhão com painel de Led para
transmissão dos jogos, filmes classificação livre e apresentação de cursos
e treinamentos. Em locais públicos, o
caminhão estacionou e, ao redor dele
o evento foi construído. Na lista: vacinação, oficinas demonstrativas de
artesanato, aferição de pressão, teste de glicemia, oftalmologista, ginecologista, urologista. Tudo isto, com
parceria das prefeituras e Sindicatos
Rurais.
E a programação não parou por aí,
beneficiários de cursos e treinamentos do Senar Goiás subiram ao palco
para contar as próprias histórias. Muitas vezes emocionados, buscavam
mostrar que, pela decisão de se profissionalizar a vida muda, e muito! Os
participantes, muitos que não conheciam o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), saíram curiosos
e encantados com a possibilidade de
melhorar de vida e, principalmente,
sem pagar pelos cursos oferecidos.
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Fredox Carvalho
Novo Gama
O município de Novo Gama recebeu
o primeiro evento, entre os dias 23 e
25 de junho e contou com apresentações artísticas, oficinas demonstrativas, esclarecimentos sobre os
cursos do Senar e venda de produtos fabricados por participantes das
capacitações da entidade. Entre os
beneficiários, José Raimundo Mendes, que apresentou, orgulhoso, o
açúcar mascavo, a cachaça e a rapadura. Tudo feito com o conhecimento adquirido nos cursos do Senar.
Curso este que te possibilitou o aumento da renda.
Larissa Melo
Valparaíso
Fredox Carvalho
Com o coração na boca por dois tempos,
prorrogação e finalmente pênaltis contra
o Chile, moradores de Valparaíso puderam
ainda participar de um campeonato de embaixadinhas. Ao final do jogo, depois de finalmente garantir a vitória brasileira, foi a
hora de mostrar a bola no pé, no peito e arrasar nas embaixadinhas. Crianças e adultos
disputaram por igual e a torcida fez a roda
para ver o show. Fabiano Leonardo Jorge, de
34 anos, conseguiu nada menos que 97 embaixadinhas, sem deixar a bola encostar-se
ao chão. Agente de saúde do município, ele
ganhou uma bicicleta e garantiu: “Vou presentear minha sobrinha”.
Luziânia
Para provar que a melhoria na qualidade de vida é
real, Ayla Maria de Carvalho subiu ao palco do Senar em Campo de Luziânia para contar da própria
experiência. Artesã, ela fala que tinha o trabalho
apenas como um complemento de renda e hoje, vira
madrugadas para suprir as encomendas recebidas. “Para mim, fazer o curso do Senar Goiás foi muito
especial porque eu nunca tinha tido uma oportunidade assim e abracei com todas as forças. Eu subi
um degrau na minha vida e hoje tenho meu sustento. Agora faço também sobre empreendedorismo,
para dar preço aos meus produtos”. O próximo passo, ela afirma, é montar uma lojinha, completa. www.senargo.org.br
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Larissa Melo
Cristalina
Enquanto a bola rolava, a população do município pode conhecer duas
histórias de sucesso. Marlene da Silva Sardinha e Elurdina Camilo fizeram cursos de capacitação no Senar Goiás e contaram suas experiências
no Senar em Campo de Cristalina. Em exposição estavam doces artesanais, pães caseiros, bolos e roscas de soja, queijos e mel. Segundo a
mobilizadora do Sindicato Rural (SR) de Cristalina, Cláudia Campos, a
procura pelos cursos é grande e os integrantes, interessados. Marlene fez
curso de Cozinha Rural, Panificação Rural, Produção de Doces e Alimentação Complementar, no qual aprendeu a fabricar delícias vindas da soja
como pães, bolos e roscas.
Ela conta que a renda ajuda o marido a sustentar a casa e que o trabalho
veio como uma terapia depois que ela se aposentou. “Fico dois dias preparando cada fornada de produtos. Primeiro limpo e preparo a soja para
fazer a massa. Só no segundo dia é que faço os quitutes”.
Fredox Carvalho
Alexânia
Águas Lindas
É impossível não notar Maria das Graças,
a dona Lia, no meio das pessoas que saíram de casa para conferir a programação
do Senar em Campo de Águas Lindas. A
aposentada de 66 anos terminou recentemente o curso de artesanato em Bambu
e planeja agora começar a fabricar peças
- como porta retratos, luminárias e para
vender e engordar a poupança que usa
para sobreviver. “O professor é maravilhoso, paciente e trata todos com respeito, independente da idade ou da instrução. Eu adorei”.
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Larissa Melo
Em Alexânia, além dos atrativos culturais, a
população contou ainda com atendimentos
médicos. Valter Antunes, 39 anos, aproveitou
para realizar o exame preventivo ao câncer
de próstata. Ele conta que ficou sabendo do
evento por um carro de som que passou pela
cidade, e se apressou para ser um dos primeiros a ser atendido. “Minha mãe teve câncer
antes de morrer, por isso tento cuidar muito
bem da saúde”. É a primeira vez que Valter
faz o exame, mas disse que não pensou duas
vezes quando viu a oportunidade, já que na
cidade só clínicos gerais atendem a população.
www.sistemafaeg.com.br
Larissa Mello
Planaltina
Forró, sertanejo e músicas que fazem referência á São João fizeram a trilha sonora da festa durante o Senar em
Campo de Planaltina de Goiás. Com apresentação de artistas locais, como a banda Trilhas do Forro e o cantor
Wesaley Amaral, ninguém ficou parado, a não ser durante a apresentação do filme “O Auto da Compadecida”
– escolha, por votação, da população que foi prestigiar o evento.
Fredox Carvalho
Corumbá de Goiás
Entre aplausos e sorrisos orgulhosos, participantes de cursos de
capacitação do Senar Goiás receberam seus certificados na noite do
último dia 25 de julho em Corumbá de Goiás. A entrega aconteceu
durante mais uma edição do Senar
em Campo. Os participantes receberam os certificados das mãos
do Supervisor Regional do Senar
Goiás Dirceu Borges, e agradeceram emocionados enquanto contavam como a vida melhorou depois
de se capacitarem.
Outros municípios
Cidade Ocidental – 29 de junho
Brazlândia - dias 26, 27 e 28 de julho
Planaltina do DF - dias 31 de julho e 1º de agosto
Cabeceira Grande/MG - dias 3, 4 e 5 de agosto de 14
www.senargo.org.br
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Marcus Vinícius
SABOR E SAÚDE NO PRATO
Carne suína ainda
carrega estigma de fazer
mal à saúde
O suíno que deixou,
há muito tempo,
de ser porco
Ações estimulam consumo do alimento
Michelle Rabelo | [email protected]
18 | CAMPO
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www.sistemafaeg.com.br
quenas Empresas (Sebrae) Goiás e a
Associação Goiana de Suinocultores
(AGS), é mostrar que o suíno deixou,
há muito tempo, de ser porco.
O conjunto de ações está dentro
do Projeto Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (PNDS)
que visa conscientizar a população sobre os mitos e verdades da
ingestão da car ne suína, além de
promover o alimento e disseminar
informações importantes sobre o
mercado de car ne e a realidade do
Brasil, que é o 4º maior produtor e
exportador do produto.
Diante deste cenário, o Senar Goiás ministra cursos de Suinocultura de
Produção de Leitões e Suinocultura
de Terminação – ambos do tipo Formação Profissional Rural (FPR), nos
quais os participante aprendem, entre outras coisas, sobre o sistema de
produção de leitões, inseminação artificial, o manejo de matrizes na gestação, no pré e pós-parto e de leitões
do nascimento ao desmame. Além,
disso, o carregamento dos animais
e o manejo sanitário são abordados
durante a capacitação. Tudo com o
intuito de desmitificar a criação dos
suínos que muitas vezes é ligado à
falta de higiene e prejuízos à saúde
de quem consome a carne do animal.
www.senargo.org.br
Larissa Melo
A
ideia de que o preparo da
carne suína precisa vir
acompanhado de cuidados
fora do comum e a sensação de estar saindo da dieta sempre que uma
bisteca aparece no prato vai ficar
no passado. Pelo menos esse é o
objetivo de ações cujo público alvo
vai desde o funcionário dos estabelecimentos nos quais o animal é
criado, até o consumidor final. A
intenção, segundo os organizadores e apoiadores como a Federação
da Agricultura e Pecuária (Faeg), o
Serviço Nacional de Aprendizagem
Rural (Senar) Goiás, a Associação
Brasileira dos Criadores de Suínos,
o Serviço de Apoio às Micro e Pe-
Ao todo, existem cerca de
30 cortes de carne suína
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Para a médica veterinária e coordenadora do Departamento Técnico
do Senar Goiás, Samantha Andrade,
o caminho para um maior desenvolvimento da suinocultura, a fim de
desmistificar todos os preconceitos a
cerca da carne suína, é começar com
a qualificação de quem atua na base
do sistema.
Segundo Anny Almeida, no Brasil uma pessoa consome anualmente
uma média de 94 kg de carnes, sendo
que 15kg é de carne suína, o que prova
que o preconceito ainda é considerável. Ela ainda classificou a carne como
versátil e muito saudável, já que se
destaca pelo conteúdo de vitamina B,
cálcio, fósforo, zinco, ferro e potássio.
Mas muita gente aposta que o
preconceito entrará, cada vez mais,
em fase decrescente. Prova disso, foram os dados apresentados pela gerente executiva do PNDS na ABCS,
Anny Almeida. Houve, nos últimos
anos, um crescimento no consumo
e na exportação da carne suína no
Brasil. Em âmbito mundial, 39% da
carne consumida aqui é suína, 30%
é de frango e 24% é bovina. Suíno do prato, sem preconceito
“O preconceito ainda existe, principalmente fora do estado de Goiás,
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Ele admite que a carne suína é comumente relacionada com a alimentação da zona rural, mas explica que
a carne pode estar presente tanto em
receitas mais sofisticadas quanto nos
pratos mais práticos feitas no dia a dia
. Segundo André, o importante é saber
a procedência da carne. “Sabendo de
onde vem, você pode até comer um filé
mignon suíno mal passado. É lenda essa
história de que a gente precisa cozinhar
e depois fritar a carne suína. Ela perde a
consistência e o melhor do sabor”.
Antes da oficina gastronômica
os açougueiros do supermercado
passaram por um treinamento de
cortes da carne – o que faz com que
o alimento fique mais ou menos calórico – e os colaboradores do local
foram orientados sobre as características do alimento.
Durante sua oficina, André fez
questão de citar uma quantidade
grande de possibilidades para a carne
suína, enquanto Anny defendeu a boa
apresentação do alimento, que pode
ser resultado tanto do corte da peça
quanto do preparo dos pratos.
Larissa Melo
Larissa Melo
Anny Almeida fala
sobre o preconceito
que ainda é grande
onde a carne suína é consumida com
menor frequência”, explica Anny Almeida. Ela esteve em Goiânia no mês
de julho para lançar a 2ª Semana Nacional de Carne Suína, que acontece
entre 3 e 17 de setembro em todo o
Brasil e faz parte da campanha “A
Carne suína é 10”, que conta ainda
com o apoio do Serviço Brasileiro de
Apoio às Micro e Pequenas Empresas
(Sebrae).
A ação especial aconteceu no supermercado Pão de Açúcar, em Goiânia, e na ocasião, o ponto alto da
noite foi a oficina do chef André Rabelo, que atraiu olhares desconfiados
diante da promessa de um strogonoff
suíno com sabor leve, que não lembra
nem de longe a ideia que muita gente
carrega da carne.
“A receita é simples, mas demanda muitas técnicas culinárias, por isso
eu aproveito o espaço e apresento diversas técnicas que podem ser usadas
em outras ocasiões, no preparo de
outros alimentos”, disse o chef, que
é formado pelo Senac Águas de São
Pedro e vem percorrendo o país com
suas receitas diferenciadas.
O chef André Rabelo
faz pratos diferentes
utilizando a carne suína
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Larissa Melo
TUDO PASSA PELO CAMPO
BUSCANDO
CONHECIMENTO
E COLHENDO
PRODUTIVIDADE
As conquistas de quem
merece um dia no calendário
Karina Ribeiro | [email protected]
Especial para a Revista Campo
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Julho / 2014
www.sistemafaeg.com.br
P
Patrícia Pimpão herdou a
propriedade do pai e hoje a
fazenda é um negócio
rofissão poucas vezes reco-
Ela explica que o pai faleceu logo
nhecida pela sociedade ur-
após a descoberta de uma doença, o
bana, mas de extrema im-
que dificultou o repasse de informa-
portância para a economia,
ções e técnicas para tocar as fazendas
geração de postos de trabalho, além
Santa Bárbara e Desemboque. Com-
de agregar valor às matérias-primas
pletamente leiga em relação à ativida-
retiradas do solo, o Dia do Produtor
de de pecuária de corte, Patrícia de-
Rural foi comemorado no dia 25 de
dicou ao aprendizado, sobretudo, das
julho. Se o País é considerado hoje
técnicas de bovinocultura de corte e
um dos principais celeiros mundiais,
gestão do negócio. “Quando assumi a
com uma engrenagem que permite a
fazenda entrei no negócio sem saber
cada ano aumentar a produtividade
nada, sem nenhum conhecimento da
de suas áreas cultivadas, Goiás é um
área rural”, reconhece.
dos pivôs de um País cujos sete dos
A falta de controle dos custos da
dez principais produtos da pauta de
propriedade foi um dos primeiros fato-
exportação são oriundos do setor
res que chamaram atenção da oftalmo-
agropecuário. Em meio a esse cená-
logista. Ela conta que a gestão era ama-
rio positivo é que a Revista Campo
dora, sem nenhum controle financeiro.
vai retratar casos de sucesso em di-
Paralelamente aos atendimentos
Larissa Mello
versas atividades.
no consultório, ela cursou diversos
De forma geral, esses produtores
treinamentos dos Senar e incentivou
rurais começaram na atividade com
os seis funcionários da propriedade a
lucros e produtividades tímidas, mas
fazerem o mesmo. “Nós trazemos o
que conseguiram dar a volta por cima
curso para a fazenda. Ainda são pou-
e hoje podem ser considerados espe-
cos proprietários que vão, mas estão
lhos para outros produtores. Além
presentes os gerentes. Nós estamos
da dedicação intensa aos negócios,
tendo retorno em produtividade, mas
eles compartilham de investimentos
também em motivação já que muitos
em constantes treinamentos, perse-
funcionários estão voltando a estu-
verança, emprego de tecnologia e,
dar”, ressalta.
sobretudo, um olhar mais apurado
Ela enumera uma série de cursos
dos gastos de dentro da porteira. A
que ela ou pelo menos um dos seis
gestão, calcanhar de Aquiles de mui-
funcionários da fazenda realizaram
tos produtores, conforme eles dizem,
nos últimos quatro anos: bovinocul-
pode ser a porta de entrada para uma
tura de corte, inseminação artificial,
guinada de sucesso.
manejo de pastagem, doma racional
de equídeos, bovinocultura vacina-
Pecuária de corte
www.senargo.org.br
ção, manejo racional de bovinos de
Há um pouco mais de cinco anos,
corte, rédeas. Ela afirma que foi ob-
a oftalmologista Patrícia de Pau-
servada a aptidão de cada funcionário
la Pimpão, dificilmente conseguiria
antes de direcionar o treinamento.
imaginar que despontaria em uma das
Neste aspecto, diz, um dos maiores
atividades consideradas mais melin-
incômodos é perceber que muitos pe-
drosas do setor agropecuário. Após o
cuaristas ainda não acreditam na ca-
falecimento de seu pai, Carlos Almei-
pacitação de funcionários. “Eles acre-
da Pimpão, em maio de 2009, herdou
ditam que você perde o funcionário
uma área de 1.870 hectares, localiza-
se o capacitar. Isso me entristece”,
da no município de Cocalzinho.
diz. Vale lembrar que ela permanece
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Larissa Melo
Patrícia capacitou os
funcionários por meio
do Senar Goiás
No entanto, em pouco mais de cin-
os cálculos. Tudo aqui é avaliado
co anos, a produtividade deu um sal-
com antecedência e colocado à mesa
to incontestável. A produtividade por
para debater”, diz. Ela explica que
hectare saiu de R$ 15 para R$ 268 re-
qualquer produtor, independente do
ais. Isso corresponde a um resultado
porte, tem condições de implementar
quase 18 vezes maior que o inicial, ou
essa medida. E mais, não foi aplicado
ainda, 1.686%. E Patrícia afirma que
um centavo de investimento oriundo
este ainda é o maior desafio, melho-
de outra atividade. “Não acredito nis-
rar a produtividade. “É algo que pode
so. O negócio para mim tem de ser
Passo a passo
De forma geral, Patrícia conta
que, no primeiro momento, começou a lidar somente com cria. “Era o
mais fácil a se fazer”, resume. Com
o tempo, aplicou sistema de produção e, atualmente, foca em recria
e engorda. “Agora tiramos vacas e
novilhas e é possível aumentar ainda mais a produtividade”, diz. Por
todo esse trajeto, foram aplicadas
as técnicas aprendidas nos cursos
administrados pelo Senar, além da
contratação da consultoria.
Neste período a estrutura física da
fazenda já não é mais a mesma. Foram
reformados currais, construído barracão, instalado novo brete, cerca elétrica, além da fábrica de ração própria.
Mas Patrícia afirma que o que
mais chama atenção de qualquer
outro pecuarista é mesmo a gestão
profissional do negócio. Ela sabe informar a produtividade e o custo por
animal e calcula o tempo de retorno
de cada investimento. “Mas ainda temos muito a aprimorar o processo,
principalmente o ganho individual
e será melhorado. Vamos focar agora
sustentável”, afirma.
por cabeça”, diz.
com todos os funcionários. O mais
em recria e engorda”, diz. Vale lem-
antigo possui 21 anos de trabalho na
brar que, em cinco anos, o setor pas-
fazenda e o mais recente, 3 anos.
sou por alguns períodos de crise com
Em pouco tempo, Patrícia de Pau-
o preço da arroba do boi caindo em
la, vem mostrando que, na prática,
contraste com os custos de produção.
a capacitação e uma boa gestão dos
Para atingir esse patamar de cres-
negócios são alguns dos fatores que
cimento e, sobretudo, domínio de
promoveram a reviravolta nos resul-
gestão, Patrícia tomou duas decisões:
tados da fazenda.
contratou uma empresa de consulto-
Ela conta que a quantidade média
do rebanho na propriedade anual-
ria e voltou à sala de aula para cursar
administração de empresas.
mente é de 1.850 cabeças de gado.
Ela explica que a empresa de con-
Talvez este seja um dos poucos dados
sultoria trabalha em parceria. Todos
que não mudou após o início de sua
os passos são calculados para avaliar
gestão. “O rebanho era próximo a
o custo-benefício antes de qualquer
isso”, afirma.
tomada de decisão. “Nós abraçamos
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Pecuária de leite
A gestão também mudou o
rumo dos negócios do produtor
de leite do município de Paraúna, Carlos Roberto Dantas Ferro.
Antes de ingressar no Programa
Empreendedor Rural (PER) oferecido pelo Serviço Nacional de
Aprendizagem Rural (Senar),
produzia cerca de mil litros de
leite ao mês.
Ele conta que se sentiu desconfortável em participar do
treinamento com receio de não
aprender cálculos e planilhas.
“Na época eu não tinha muito
contato com planilhas de custos
e produção. Além de não saber
atuar nessa área contábil”, relembra.
Com o domínio da administração da propriedade, o resultado final foi muito superior ao
estimado inicialmente. A perspectiva era, em dois anos, saltar
de mil litros de leite anual para
dois mil litros do produto. No
entanto, chegou a 3,3 mil litros
leite/ano. “Aprendi a forma certa de gerenciar o negócio, trabalhando cotações e sabendo o valor real de custo de produção”,
diz. Ele explica que o programa
obriga a elaboração de projeto
em cima de uma atividade exercida na propriedade.
Mas Carlos Roberto promete
dar passos mais largos. Ele conta que toda a propriedade foi informatizada e que os cinco trabalhadores rurais passaram por
cursos de capacitação do Senar.
“Não damos um passo adiante
sem antes estudar o que pode
ser lucrativo”, afirma.
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Feliciano estuda a
possibilidade de ser
fornecedor direto da usina
Sucroalcooleiro
O arrendatário Feliciano
Moura está satisfeito com o
rumo do setor sucroalcooleiro.
Prova disso é que, paulatinamente, vem aumentando o plantio da área e agora estuda a possibilidade de sair da atividade
de arrendatário para fornecedor
direto da usina. Se tudo der certo, vai mais que dobrar o faturamento do negócio.
Feliciano conta que na última
safra aumentou a área plantada
de 70 hectares para 100 hectares
e ainda investiu na renovação do
canavial, que já estava em seu
sétimo corte. Há oito anos na
atividade, diz que o setor passa
por um período estável de bons
preços. Depois de vender o hectare da produção por R$ 49,50
em 2012, conseguiu R$ 52 em
2013, o mesmo preço vendido
este ano.
Feliciano explica que a forma
de pagamento praticado pela
usina melhorou. O pagamento
da matéria-prima que era feito
anualmente, agora passou a ser
quitado todos os meses. “É mais
fácil para gerir”, diz. Ele calcula
que ao mudar o plantio de soja
para arrendar a terra para a usina, seu faturamento mensal pulou de R$ 6 mil para R$ 10 mil.
Gutierisson Azidon
Larissa Melo
Jana Tomazelli
Carlos Roberto promete
dar passos mais largos
Para Ivan Brucelli, o sucesso
é possível graças a cautela e
união familiar
Grãos
Os primeiros integrantes
da família Brucelli pisaram em
solo rioverdense em 1979, após
sair de Mogi-Mirim, interior de
São Paulo. A princípio foram
adquiridos 100 hectares que,
por dois anos, foram dedicados
ao plantio de arroz. Já em 1981,
família começou plantar soja e
não parou mais. Na época, as
dificuldades iam além do clima
e preços. A carência de infraestrutura era generalizada, não
havia asfalto, armazéns, energia elétrica e variedades de
semente adequadas para o Cerrado. Para se ter ideia, a produtividade média inicial era de 35
sacas por hectare.
A empresa familiar (pais e
quatro irmãos) hoje soma 4,5
mil hectares de área plantada
de soja e milho safrinha e praticamente dobrou a produtividade média de lá pra cá. Além de
muito trabalho e capacitação,
para Ivan Brucelli, o sucesso é
possível graças a uma dica simples: cautela e união familiar.
“É muito importante que todos
estejam envolvidos na atividade”, diz e acrescenta “o produtor precisa ter o pé no chão e
não querer crescer 100% de um
ano para outro”, afirma.
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Os irmãos vivem do plantio
de eucalipto no município de
Cocalzinho
Deoclécio aumentou a renda
familiar em 300% depois do
curso do Senar Goiás
Fruticultura
Do leite para a fruticultura.
Desmotivado com a oscilação
do mercado leiteiro, o produtor
rural João Messias de Araújo, há
quatro anos, apostou no plantio de abacaxi e melancia consideradas culturas com valores
preços mais estáveis. Em pouco
tempo, o trabalho de João Messias e da família (esposa e quatro
filhos) já é considerado um caso
de sucesso do Serviço de Aprendizagem Rural (Senar) em Goiás.
A decisão do fruticultor
ocorreu após passar por dificuldades com a oscilação do mercado leiteiro. “O leite me dava
no inverno, mas me tomava no
verão”, salienta. Ele participou
do curso Formação Profissional
Rural (FPR) – Fruticultura/Abacaxi ministrado pelo instrutor
Lucimar Andrade.
João aprendeu sobre o desenvolvimento, classificação e
padronização do abacaxi, além
das etapas de preparação do
solo, das mudas e dos tratos
culturais na lavoura. No início,
plantou 15 mil pés de abacaxi
e agora conta com 280 mil pés.
Cada um é comercializado a R$
2. “Foi o instrutor que indicou o
caminho, ensinou a fazer e me
deu uma nova chance”, diz. De
Lucimar também veio a indicação para que João Messias apostasse no cultivo da melancia
concomitante ao abacaxi. Dos
700 pés já saltou para 20 mil.
Silvicultura
Em 2004, os irmãos Pereira
Soares apostaram no plantio de
eucalipto no município de Cocalzinho, a 129 quilômetros de
Goiânia. Emival, Tobias e Celso
contrataram uma empresa especializada para o plantio das mudas. Daí para frente o trabalho
foi tocado pelo trio de irmãos.
Assim, eles fizeram treinamento no Senar de plantio de tratamento de madeira, olericultura
e horta orgânica. A opção foi seguir com o plantio de eucalipto,
já que aproveitava melhor a área
da propriedade, além de consumir menos tempo e manejo.
Segundo Tobias, as técnicas
aprendidas durante o curso ajudaram a melhorar a qualidade
do trabalho que já desenvolviam, agregando valor ao produto. “Durante o treinamento,
vi aumentar meu interesse pela
atividade”, conta. Foram plantados 24 hectares de eucalipto,
cada um com 1,1 mil árvores.
Agora apostam no plantio de
outro tipo de madeira: o guanandi. Segundo eles, a madeira é
nobre e será uma poupança para
o futuro, já que o primeiro corte
ocorre após 18 anos de plantio.
O custo médio de produção é de
R$ 60 mil a cada cinco hectares,
mas o retorno é de, no mínimo,
R$ 3 milhões.
Horta
Morador do Assentamento
Três Barras, em Cristalina, Sudeste do Estado, Deoclécio Gomes de Lima, conseguiu aumentar a renda familiar em 300%
após a colocar em prática as
técnicas aprendidas no curso de
Olericultura Orgânica, oferecido
pelo Senar em Goiás.
Deoclécio conta que já trabalhava no plantio de horta, mas
os produtos não tinham boa
aceitação na feira de Cristalina.
“No início sentia uma grande dificuldade. Quando vamos trabalhar para nós mesmos, não sabemos o quanto é difícil”, afirma.
Após o curso, a produção
cresceu rapidamente em qualidade e produção. Ele cultiva pimenta, batata baroa, cheiro verde, couve, mandioca e banana.
“Meus clientes têm opções de
levar diversas culturas”, explica.
Hoje, parte da produção
também é revendida para a
Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).”Só aí vendo
mais de um salário mínimo por
mês”, diz. No fim de semana, na
feira, consegue faturar cerca de
R$ 300. Com o lucro, já construiu um barracão em Cristalina
e comprou um carro para transportar os produtos. “Agora minha realidade é outra”, finaliza.
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Larissa Melo
Jana Tomazelli
Jana Tomazelli
Larissa Melo
Do leite para a fruticultura,
João Messias é exemplo
para os amigos
GRITO DE SOCORRO
Bananicultores se reuniram
para debater as pragas que vêm
atacando a cultura
Broca do Rizoma,
o terror do Vale
do São Patrício
Produtores buscam soluções
para controle de pragas
Michelle Rabelo | [email protected]
www.senargo.org.br
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ter possíveis formas de firmar a região
mercado, a concorrência ou as
como um polo de bananicultura, tor-
peripécias de São Pedro que an-
nando o negócio cada vez mais rentável.
dam assustando os produtores de bana-
Entre as pragas que assombram os
na de sequeiro no Vale do São Patrício,
produtores estão a Broca do Rizoma –
em Goiás. O que está deixando todos os
a mais comum na região -, a Sigatoka-
bananicultores de cabelo em pé são as
-negra, a Sigatoka-amarela e o mal-do-
pragas – em especial a Broca do Rizo-
-Panamá. Também conhecida como
ma - que vêm atacando o cultivar. Esse
“moleque-da-bananeira”, a Broca do
medo levou representantes do setor
Rizoma é uma das mais sérias pragas
agrícola até o município de Itaguaru no
da variedade. Ela perfura a banana fa-
último dia 27 de junho para um Encon-
cilitando a entrada do mal-do-Panamá,
tro de Fruticultores da região.
além de construir galerias no caule da
Técnicos da Federação da Agricul-
planta, danificar o sistema radicular, li-
tura e Pecuária (Faeg), da Secretaria de
mitar seu desenvolvimento e diminuir
Estado de Agricultura, Pecuária e Irriga-
sua produtividade, resultando no tom-
ção (Seagro), da Empresa Brasileira de
bamento da bananeira.
Durante o encontro foram debatidos
Agência Goiana de Defesa Agropecuária
os aspectos fundamentais no cultivo da
(Agrodefesa) se reuniram com um grupo
banana como a preparação e o cuidado
de produtores para repassar orientações
com o solo, as variedades existentes e
básicas de combate ás pragas e deba-
a escolha correta da muda, a prática do
Fredox Carvalho
Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e da
Larissa Melo
N
ão são as curvas do preço de
Geraldo acha que técnicos
podem ajudar no combate
às pragas
manejo da cultura, entre outros pontos
Broca do Rizoma é uma das
pragas mais temidas pelos
bananicultores
do cotidiano da produção. Também foi
citada a importância do manejo correto
da plantação, como não capinar o solo
para não deixa-lo sem cobertura e desprotegido e medir adequadamente o
espaçamento entre os pés de banana.
No final da visita a equipe foi a
campo mostrar os aspectos práticos
da condução do pomar. Os produtores
atentos fizeram perguntas e falaram sobre as especificidades de suas propriedades. Da Embrapa – Cruz das Almas/
BA vieram os pesquisadores Maurício
Coelho e Zilton Cordeiro que apresentaram novas tecnologias no cultivo da
banana, frisando sempre a importância
de uma fruta com boa aparência “que
se venda aos olhos do consumidor”.
Banana que se põe na mesa
O Vale do São Patrício é constituído
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do Rio Verde, Ceres, Goianésia, Guaraí-
Larissa Melo
por 23 municípios - Barro Alto, Carmo
Alexandro Alves
ta, Guarinos, Hidrolina, Ipiranga de Goiás, Itapaci, Itapuranga, Jaraguá, Morro
Agudo de Goiás, Nova América, Nova
Glória, Pilar de Goiás, Rialma, Rianápolis, Rubiataba, Santa Izabel, Santa Rita
do Novo Destino, São Luis do Norte,
São Patrício e Uruana – e na região a
variedade mais cultivada é a maçã, que
representa somente 10% da produção
nacional. Mesmo assim, os produtores
do Vale do São Patrício seguem apostando em mudanças e na profissionalização em busca de alternativas para
fazer da banana-maçã a estrela da mesa
do goiano e do brasileiro. Um dos pilares que devem sustentar essa nova fase
da bananicultura na região é a otimização da produção, com a plantação de
O assessor técnico da Faeg para área de Fruticultura, Alexandro Alves,
chama atenção para a escolha da muda, já que é por meio dela que muitas
pragas chegam até a planta.
mais pés em um menor espaço de terra.
Para o produtor de Itaguaru, Ge-
cisamos demais de um técnico para
tipos de pragas que atacam o bananal e
raldo Deus Sobrinho, é urgente a dis-
orientar mais a gente. Nós somos pro-
como proteger a plantação de cada uma
ponibilização de técnicos para visitar
dutores, mas entendemos pouco das
delas”, pontua.
periodicamente as propriedades. “Pre-
coisas mais específicas, como os vários
Geraldo conta que as pragas afetam
diretamente a conta bancária no final
do mês. “Eu tenho um bananal de 53
hectares e hoje sinto uma queda de quase 50% na produção da fruta. A plan-
Larissa Melo
tação, que tem três anos, começou me
rendendo sete mil caixas por mês e hoje
caiu para caiu para 1.500 caixas”, conta.
Folha da bananeira
As pragas da banana
Broca do Rizoma - As bananeiras
infectadas apresentam desenvolvimento limitado, diminuem a produtividade e os frutos são curtos e finos.
Sigatoka-negra e amarela - A infecção ocorre nas folhas mais novas e
os sintomas iniciais da doença aparecem como uma leve descoloração em
forma de ponto entre as nervuras.
Mal-do-Panamá - O fungo também é disseminado por água de irrigação, de drenagem, de inundação,
assim como pelo homem, por animais e equipamentos.
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Larissa Mello
LONGE DE CASA
Matheus deixa
Goiânia em busca de
especialização
Para melhorar a agropecuária
goiana, estudantes investem
em intercâmbio
Ciências Sem Fronteira contribui com
bagagem técnica
Karina Ribeiro | [email protected]
Especial para Revista Campo
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dade Federal de Goiás (UFG), seguido
pela Pontifícia Universidade Católica
(132), Instituto Federal de Educação,
Ciências e Tecnologia de Goiás (72) e
Universidade Estadual de Goiás (70),
seguido por outras instituições de
ensino com menor número de bolsas
implementadas.
Segundo a coordenadora de Assuntos Internacionais da UFG, Ofir
Bergemann de Aguiar, para o aluno
pleitear uma bolsa, os cursos precisam estar incluídos no programa
Ciências Sem Fronteiras como área
prioritária. Ciências exatas e da terra
é uma das 15 áreas consideradas prioritárias.
A forte vocação do agronegócio
em Goiás pode ser medida pelos números de distribuição de bolsas dos
alunos que vão estudar no exterior.
Ciências exatas e da terra, que envolve
Larissa Mello
cionalização da ciência e tecnologia,
da inovação e competitividade brasileira por meio do intercâmbio e mobilidade internacional. O projeto em
conjunto dos Ministérios de Ciências,
Tecnologia e Inovação (MCTI) e do
Ministério da Educação (MEC), por
meio de suas respectivas instituições de fomento - CNPq e Capes –,
e Secretarias de Ensino Superior e de
Ensino Tecnológico do MEC prevê a
promoção de intercâmbios de alunos
de graduação e pós-graduação façam
estágios no exterior com a finalidade
de manter contato com sistemas educacionais competitivos em relação à
tecnologia e inovação.
Em Goiás, 933 alunos já tiveram a
oportunidade de viajar para o exterior com bolsas de estudos bancadas
pelo programa. Destas, 629 tiveram
como origem os alunos da UniversiOfir explica que é
preciso definir o bom
desempenho do aluno
E
studar no exterior com as despesas todas pagas é o sonho
de muitos estudantes e profissionais do País. Esse objetivo já é
uma realidade para muitos goianos
que voltam para suas origens com
uma maior bagagem cultural, ampliação de conhecimentos e, sobretudo, com a sede de implementar, na
prática, o que foi absorvido em instituições de ensino que prezam pela
inovação e competitividade.
O programa Ciências Sem Fronteiras, desde 2011, busca promover
a consolidação, expansão e interna-
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o curso de agronomia, por exemplo, é
o terceiro que mais contemplou estudantes – com 63 bolsas. Ficando atrás
somente de engenharias e demais
áreas tecnológicas (222) e biologia,
ciências biomédicas e da saúde (99).
Como fazer
Mas para ser contemplado com
uma bolsa de estudo financiada pelo
governo federal é preciso passar por
uma série de exigências e apresentar
um histórico de bons resultados na
atual instituição de ensino.
Ofir explica que, inicialmente, são
realizadas chamadas públicas para o
Programa Ciências Sem Fronteiras.
“Cabem às universidades homologar
ou não”, afirma. Os alunos precisam
também se submeter ao edital de seleção. “É preciso definir o bom desempenho do aluno. Para isso é preciso que ele tenha uma média de notas
igual ou superior a seis”, diz.
E as exigências não param por aí.
O aluno é obrigado ainda a fazer um
teste linguístico e, no caso do Exame
Nacional do Ensino Médio (Enem), a
nota deve ser igual ou superior a 600.
Embora a universidade ainda não
tenha nenhum levantamento mais
preciso sobre os resultados práticos
dos alunos que já regressaram de intercâmbios, Ofir diz que, de forma geral, as avaliações são positivas. “Eles
dão continuidade aos estudos, trazem
na bagagem novos conhecimentos
culturais e técnicos importantes para
a profissionalização”, explica.
Distribuição por país de destino:
Estudante
O estudante do oitavo período de
agronomia, Matheus Gomes Pereira,
de 21 anos, aguarda ansioso os últimos dias que o separam da nova experiência acadêmica. Ele embarca no
próximo dia 18 para Macomb, localizado no estado norte-americano de
Illinois. A estimativa é que permaneça nos Estados Unidos por 1 ano e
quatro meses.
A princípio, diz, vai estudar a língua inglesa até o início de 2015. “Vou
buscar a proficiência da língua”, resume. Depois vai focar os estudos em
gestão rural e agricultura de precisão,
áreas que considera fundamental para
o agronegócio. “Sabemos da dificuldade hoje de tocar o agronegócio sem
conhecimento de gestão. Eu me interesso pela área e sei também que é
uma área que tem mercado. É a fome
com a vontade de comer”, afirma.
Matheus explica que possui dois
amigos que já estão estudando nos
Estados Unidos e que as notícias são
sempre positivas. “Eles falam da tecnificação e da organização deles’, diz.
Depois dessa experiência e quando concluir a curso de agronomia, diz
que pretende trabalhar em alguma
empresa multinacional a título de experiência. “O inglês e os estudos lá
foram devem abrir portas para este
caminho”, afirma. Mas, depois, a
ideia é cuidar do próprio negócio.
Experiência
Na avaliação da professora dos
cursos de engenharia florestal e agronomia da Universidade Federal de
Goiás (UFG), Francine Calil, os benefícios do intercâmbio extrapolam
os conhecimentos técnicos. “Tudo é
válido, às vezes é a primeira vez que
moram fora de casa e isso gera uma
ampliação do crescimento em vários
aspectos”, diz.
No que tange os conhecimentos
técnicos, diz, dependendo do País
que o estudante fizer intercâmbio, o
sistema educacional instiga o aluno a
aprofundar conhecimentos por conta
própria, fora da sala de aula. Essa necessidade de buscar autonomia para
correr atrás dos estudos extraclasse é
observada pelas docentes após o regresso dos estudantes. “Eles acabam
tendo um papel disseminador. Eles
contagiam outros estudantes a buscarem novos caminhos para o aprendizado e até os incentiva a investir em
programas de intercâmbio”, explica.
Para ela, a internet e redes sociais
são ferramentas que contribuem para
que os alunos tenham mais conhecimentos prévios antes de decidirem
em quais áreas vão aprofundar o estudo no exterior. “Eles conseguem
conhecer as disciplinas mais profundamente e com isso, tem mais capacidade de comparar o que é ministrado
aqui com as novas oportunidades.
Sem dúvida, se tornam profissionais
muito mais promissores”, finaliza.
Distribuição por regional:
EUA (8)
França (7)
Espanha (5)
Portugal (4)
Goiânia (25)
Canadá (2)
Jataí (2)
Austrália (1)
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DELÍCIAS DO CAMPO
PORCO PIZZA
• Envie sua sugestão de receita
para [email protected]
ou ligue (62) 3096-2200
• Receita elaborada pelo presidente
do Sindicato Rural (SR) de Rio
Verde, Walter Baylão Júnior
PREPARO:
Tempere a leitoa com sal e temperos diversos à gosto e
deixe descansando na geladeira até o dia seguinte
para que o tempero penetre bem.
Após 24 horas, coloque a carne em uma grelha para assar
na churrasqueira, lembrando que a pele deve ficar
para cima, evitando que passe o ponto.
A leitoa deve ser assada por aproximadamente 3 horas.
Vire a carne para tostar a pele até ficar crocante.
Com a carne asada, é hora de rechear: coloque
uma camada de milho verde, outra de ervilha,
o presunto e o queijo fatiado
Cubra com papel alumínio e deixe
assar até que o queijo derreta
O prato leva aproximadamente 15 horas para
ficar pronto, entre desossar, temperar e assar.
Coloque rodelas de
tomate (cortadas
mais grossas) por
cima para enfeitar
Walter Baylão Júnior/Shutter
INGREDIENTES:
1 leitoa desossada
1 kg de milho verde em conserva
1 kg de ervilha em conserva
1 kg de presunto fatiado
1 kg de queijo fatiado
Sal à gosto
Temperos diversos à gosto
APOIO TÉCNICO
Balde Cheio: uma luz
no fim do túnel
Depois de quase desistir, produtor sustenta a
família com o dinheiro que vem do leite
Michelle Rabelo | [email protected]
U
ma luz no fim do túnel. É assim que o produtor de leite
Roni Fábio da Silva define a
metodologia Balde Cheio. Tudo porque desde quando optou por sustentar a família levantando antes de o sol
nascer e ordenhando sem descanso os
20 animais que tinha em sua propriedade, a vida tem sido uma busca por
Fredox Carvalho
esperança. Hoje, depois de passar por
vários cursos de capacitação do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural
(Senar) Goiás, a situação mudou e Roni
paga as contas tirando cerca de 520 litros de leite diariamente.
A família mora na zona rural de
Montes Claros de Goiás e Roni fala
com orgulho da sua relação com a
metodologia Balde Cheio. “Fui o primeiro em Goiás a implantar na minha
propriedade a metodologia. Não tinha
para onde correr e decidi apostar tudo
na ideia. Contratei um técnico que vinha até aqui de três em três meses e
as coisas foram mudando. Fiquei como
Unidade Demonstrativa e tive que reaprender a mexer com leite”, conta.
Roni traz consigo uma história de
dificuldades, mas é enfático ao dizer
que o Senar Goiás fez dele e da família
- a esposa, Clezia Aparecida Alves, e
Roni mostra a
ordenhadeira mecânica
que o ajudou a melhorar
de vida
os filhos, Rafael, Samuel e Suzana –
mais um Caso de Sucesso da entidade.
Atualmente ele ordenha, de maneira mecânica, 36 animais em lactação
– antes ele ordenhava, manualmente,
50. Na vida pessoal, as coisas tam-
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bém mudaram: a preocupação com o
errados, o manejo, a comida, eu fazia
de vez o respeito de produtores vizi-
sustento da família, que antes tirava o
tudo sem saber o que estava fazendo e
nhos. “No começo eles falavam que a
sono do produtor, deu lugar aos planos
acabei perdendo oito vacas”.
ordenhadeira machucava os animais,
Foi então que Roni decidiu procurar
Roni está construindo uma casa nova
o Sindicato Rural (SR) e aprender tudo o
“com tudo o que a família merece”.
que podia sobre como criar os animais
que não ia dar certo”.
Força fundamental
e tirar deles o máximo de leite possível.
A decisão de investir no leite foi de
Começou fazendo um curso de Gestão
Roni, mas o produtor não se esquece
Mas a história que o produtor conta
Leiteira, Bovinocultura de Leite, segui-
das mãos que o ajudaram a percor-
em meio a risadas nem sempre ensaiou
do por outro de Inseminação Artificial,
rer o caminho. O mobilizador Helton
um final feliz. Tudo começou em 2004,
Qualidade do Leite, Manejo de Pasta-
Greic e o instrutor do primeiro curso
quando Roni se casou e decidiu que iria
gem, e Ordenha Mecânica.
feito pelo produtor, José Faleiro são
Aos trancos e barrancos
tocar a vida com o dinheiro do leite,
Animado, Roni comprou outros
nomes cativos nas boas recordações
assim como o pai fazia. Ele ganhou 10
11 animais e um ano depois já tira-
de Roni. Para ele, o Senar Goiás não
alqueires, comprou 20 vacas e abraçou
va 200 litros/dia de leite na mão. Dois
oferece apenas cursos de capacitação,
o desafio de se capacitar e construir
anos depois o número subiu para
mas uma reforma na relação do parti-
um futuro melhor com o dinheiro do
400 litros/dia tirados de 50 animais.
cipante com ele mesmo. “Voltei a ter
leite. “O terreno era impróprio, me fal-
O produtor comprou um resfriador,
autoestima e a acreditar em mim”, diz
tava conhecimento, os animais estavam
uma ordenhadeira mecânica e ganhou
emocionado.
O produtor, a esposa e os
filhos na propriedade da
família
Fredox Carvalho
que já começam a se tornar realidade.
CURSOS E TREINAMENTOS
Mendel Cortizo
O curso Bovinocultura de
Corte possui 24 horas de
treinamento
EM JUNHO, O SENAR GOIÁS PROMOVEU
490
56
Na área de
agricultura
CURSOS E TREINAMENTOS DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL RURAL*
207
11
Em atividade
Na área de
de apoio
silvicultura
agrossilvipastoril
02
Na área de
extrativismo
15
15
Em
na área de
agroindústria aquicultura
141
43
na área de
pecuária
Em
atividades
relativas à
prestação
de serviços
Do curral de quem cria para
a mesa de quem consome
Michelle Rabelo | [email protected]
N
a pecuária não há espaço para amadores e
quem pretende viver da criação de gado de
corte – ramo que vive diretamente ligado
à tecnologia- precisa se capacitar. Na extensa lista
de cursos oferecidos pelo Serviço de Aprendizagem
Rural (Senar) Goiás a qualificação Bovinocultura de
Corte é uma opção para quem cria o animal que chega à mesa da população. Em forma de cortes diversificados, os sabores agradam os mais diferenciados
paladares.
O treinamento – tipo Formação Profissional Rural (FPR) - é indicado para pequenos, médios, grandes produtores ou mesmo para quem pretende começar a utilizar a propriedade para criar os bovinos
de corte. Para participar, o interessado precisa ser
produtor ou trabalhador rural, ter idade mínima de
18 anos e ser alfabetizado.
Durante as 24 horas de treinamento, os participantes estudam temas ligados ao controle zootécnico, à identificação e higiene de materiais, às instalações de equipamentos, ao manejo de pastagem,
à contenção e à aplicação de medicamentos, ao
controle de aftosa, brucelose, raiva e clostridioses,
entre outros pontos.
Para outras informações sobre treinamentos
e cursos oferecidos pelo Senar Goiás entre em
contato pelo telefone (62) 3412-2700 ou pelo site
www.senargo.org.br
*Cursos promovidos entre os dias 26 de maio a 25 de junho
96 CURSOS E TREINAMENTOS NA ÁREA DE PROMOÇÃO SOCIAL*
40
07
10
08
31
0
Alimentação
e nutrição
Organização
comunitária
Saúde e
alimentação
Prevenção de
acidentes
Artesanato
Educação
para
consumo
5.241
PRODUTORES E
TRABALHADORES
RURAIS
CAPACITADOS
CAMPO ABERTO
Empreendedorismo
Feminino: Mulheres se
fazem empreendedoras
Fátima Araújo | [email protected]
Célebre frase de Jean-Jacques Rousseau nos
a região Norte do país foi a que mais se desta-
diz que “As mulheres constituem a metade
cou com 80% de crescimento ao longo de uma
mais bela do mundo”. Parece lógico que a “be-
década, seguida do Centro-Oeste com 43%.
leza” desta importante parcela da sociedade
As ações empreendidas pelo Senar Goiás
está atrelada a uma série de fatores que inter-
avançam de forma colaborativa rumo à con-
ferem negativa ou positivamente neste público,
cretização do aumento dos números relativos
seja ele rural ou urbano. Se são visíveis os de-
ao empreendedorismo na região da qual este
safios sociais urbanos - por piores que sejam
Estado faz parte. Mais do que um desafio co-
e recorrentemente denunciados, demandando
tidiano, assume compromisso que permeiam
respostas e políticas públicas – as questões da
as ações de Formação Profissional Rural (PFR)
área rural que atingem a família do campo de-
e Promoção Social (PS), visando a criação de
notam carência de atenção, de modo especial
oportunidades para o público atendido. Em
voltada ao público feminino.
2010, lançou o Programa Com Licença, Vou à
Historicamente, a participação da mulher na
gestão da propriedade da família rural e o pa-
produtoras e trabalhadoras rurais.
pel dela no empreendimento de negócio próprio
Por fim destaca-se que, com ações como
estão à mercê de percalços que variam desde a
esta, se espera que sejam ampliadas as op-
“permissão masculina” aos desafios inerentes
ções de vez e voz para o público feminino.
aos negócios em geral, independente do sexo
As etapas do programa contemplam estudos
do empreendedor. Falar de empreendedorismo
acerca de planejamento, gestão financeira, le-
feminino perpassa pelo viés da existência de
gislação e liderança, além de empreendedoris-
verdades que precisam ser reconhecidas, en-
mo propriamente dito.
tendidas e enfrentadas, sem, contudo, impedir
Larissa Melo
Luta para estimular o empreendedorismo das
“voos” rumo a empreendimentos de sucesso.
Dentre as estratégias de metodologia, destaque para busca de informações que resultam
A Revista Exame relata pesquisa dando con-
em maior interação da mulher com os demais
ta de que no período de dez anos o empreen-
familiares. Isto feito, monitoramento e avalia-
dedorismo feminino cresceu em 21,4%; apesar
ção contribuem para acompanhar se o que foi
de as mulheres ainda não serem maioria dentre
planejado durante a participação no programa
Fátima Araújo é
os empresários brasileiros. O estudo mostra da-
realmente contribuiu para o avanço da partici-
pedagoga, artista
dos interessantes que denotam que nem sempre
pação do público feminino no ramo dos negó-
condições sociais interferem negativamente no
cios, ou se precisam ser reformulados os cami-
espírito empreendedor da mulher, haja vista que
nhos a serem percorridos.
plástica e coordenadora
de Ações e Projetos do
Senar Goiás.
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