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Revista Canavieiros - Abril de 2014
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Revista Canavieiros - Abril de 2014
Editorial
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Inaugurações de novas estruturas dos Centros de
Melhoramento de Cana-de-Açúcar: pesquisa e
desenvolvimento são esperança para o setor
O
mercado da cana-de-açúcar
é um dos mais promissores
do agronegócio e a crescente demanda por biocombustíveis vem
fazendo com que os centros de melhoramentos invistam cada vez mais em
tecnologia e em infraestrutura, visando o desenvolvimento de variedades
de cana-de-açúcar mais resistente e
fortalecendo as pesquisas e a qualidade das mudas disponíveis ao mercado. Este é o assunto que estamos
apresentando em nossa “Reportagem
de Capa”, onde destacamos a inauguração da nova sede do Programa
de Melhoramento e Laboratório de
Biotecnologia da RIDESA UFSCar e
a Inauguração da Biofábrica de Cana-de-Açúcar do IAC.
Aproveitando o assunto em pauta,
a entrevista desta edição foi realizada
com o coordenador do Programa de
Melhoramento Genético de Cana-de-Açúcar, Hermann Paulo Hoffmann e
com o pesquisador científico da Ridesa UFSCar, Roberto Chapola. Na
ocasião, eles falaram sobre a inauguração da nova sede do Programa de
Melhoramento Genético da Cana-de-Açúcar, em Araras.
E nesta edição especial que circula na Agrishow, trazemos cinco arti-
gos, com opiniões de profissionais
renomados, que assinaram a coluna
“Ponto de Vista”. Começamos com
a coluna “Caipirinha” do professor
Marcos Fava Neves e também com
a íntegra da “Carta de Campo Grande”, documento elaborado durante o
II Canacentro, realizado em Campo
Grande nos dias 19, 20 e 21 de março,
contando com diversas organizações
e instituições, além da efetiva participação de 600 pessoas presentes ao
evento realizado no auditório Manoel
de Barros, no Centro de Convenções
Rubens Gil de Camillo. O documento
tem o objetivo de resgatar o importante papel do setor sucroenergético. Os
artigos:
1) Jeffrey Abrahams que é sócio-gerente da Fesap Holding, detentora
das empresas Fesa, Asap e Fesa Advisory e é responsável pela prática
de Agronegócio da Fesa, consultoria
especializada em busca e seleção de
altos executivos;
2) Marco Lorenzzo Cunali Ripoli
que é gerente de Marketing Estratégico para América Latina – John Deere; Doutor em Energia na Agricultura
pela UNESP; Mestre em Máquinas
Agrícolas pela ESALQ/USP; Engenheiro Agrônomo pela ESALQ/USP;
3) Mário Campo é presidente executivo da SIAMIG (Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais);
4) Cláudio Spadotto é diretor do
CCAS (Conselho Científico para
Agricultura Sustentável), Engenheiro
Agrônomo, Ph.D., Gerente Geral da
Embrapa Gestão Territorial;
5) Mauro de Rezende Lopes que
é pesquisador do Centro de Estudos
Agrícolas do IBRE, FGV (RJ) – Instituto Brasileiro de Economia, Fundação Getúlio Vargas; e Ignez Vidigal
Lopes que é chefe do Centro de Estudos Agrícolas do IBRE, FGV (RJ).
A Canavieiros de abril também está
“recheada” de notícias do Sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred.
Um dos destaques é a inauguração do
Posto de Combustíveis, na cidade de
Jaboticabal.
Participação em eventos que trazem informações importantes aos
leitores e artigos técnicos de profissionais renomados completam as editorias desta edição, além, é claro, das
informações setoriais; classificados;
dicas de livro da Biblioteca da Canaoeste e do novo acordo ortográfico.
Enfim, vale a pena conferir.
Boa leitura!
Conselho Editorial
RC
Expediente:
Conselho Editorial:
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Augusto César Strini Paixão
Clóvis Aparecido Vanzella
Manoel Carlos de Azevedo Ortolan
Manoel Sérgio Sicchieri
Oscar Bisson
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H. Mermejo e Karen Conceição
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(16) 3946-3300 - Ramal: 2008
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Editora:
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Tiragem DESTA EDIçÃO:
25.000 exemplares
Projeto gráfico e Diagramação:
Rafael H. Mermejo
ISSN: 1982-1530
A Revista Canavieiros é distribuída gratuitamente
aos cooperados, associados e fornecedores do
Sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred.
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reprodução parcial desta revista é autorizada,
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Foto: Rafael Mermejo
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Ano VIII - Edição 94 - Abril de 2014 - Circulação: Mensal
Índice:
Capa - 38
Centros de Pesquisas com
Cana-de-Açúcar inauguram novas
estruturas
RIDESA UFSCar inaugura nova sede
do Programa de Melhoramento e Laboratório de Biotecnologia em AraE mais:
ras/SP e IAC Inaugura biofábrica de Pontos de Vista:
cana-de-açúcar em Ribeirão Preto/SP Jeffrey Abrahams
05 - Entrevista
Hermann e Chapola
Ridesa UFSCar inaugura nova sede do Laboratório de Biotecnologia e fortalece o programa de melhoramento genético de cana
...................página 08
Marco L. Cunali Ripoli
...................página 10
Mário Campos
...................página 12
Claudio Spadotto
...................página 18
Mauro de R. Lopes e
Ignez Vidigal Lopes
...................página 20
Coluna Caipirinha
...................página 14
12 - Ponto de Vista
Mário Campos
Presidente Executivo da SIAMIG
Novo setor e novas tecnologias carecem de legislações
mais modernas
24 - Notícias Copercana
- Copercana realiza Assembleia Geral Ordinária
- Copercana inaugura Posto de Combustíveis em Jaboticabal
28 - Notícias Canaoeste
- Canaoeste recebe visita do deputado Arnaldo Jardim e de representantes de associações da região
- Canaoeste realiza Reuniões Técnicas em Pitangueiras, Sertãozinho, Descalvado e
Ituverava
- Canaoeste e Copercana recebem visita de professores da Universidade de Purdue
dos EUA
36 - Notícias Sicoob Cocred
- Balancete Mensal
46 - Artigo Técnico
Comparação de vinte e quatro cultivares de cana-de-açúcar (saccharum spp) no município de Frutal no Estado de Minas Gerais
Revista Canavieiros - Abril de 2014
Informações Setoriais
...................página 44
Artigo Técnico II
...................página 50
Destaques:
16º Sem. de Mecanização
...................página 52
Global Agribusiness
...................página 54
Seminário Agronegócios
.................página 55
Sugar & Ethanol
...................página 56
Agroencontro Ouro Fino
...................página 57
Assuntos Legais
...................página 58
Classificados
...................página 59
Agende-se
...................página 61
Cultura
...................página 62
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Entrevista
Ridesa UFSCar inaugura nova sede do
Laboratório de Biotecnologia e fortalece o
programa de melhoramento genético de cana
A Ridesa UFSCar inaugurou em março, a nova sede do Programa de Melhoramento Genético da Cana-de-açúcar, em Araras. A solenidade contou com a presença de autoridades, produtores de cana, executivos de usinas, pesquisadores e profissionais que integram o PMGCA. A Revista Canavieiros também esteve presente e na
oportunidade falou com o coordenador do Programa de Melhoramento Genético de Cana-de-Açúcar, Hermann
Paulo Hoffmann e com o pesquisador científico da Ridesa UFSCar, Roberto Chapola. Confira!
Hermann e Chapola
Fernanda Clariano
Revista Canavieiros: Qual o principal objetivo de ter construído essa
nova sede do Programa de Melhoramento Genético?
Hermann e Chapola: O objetivo é
dar boas condições aos pesquisadores,
para que continuem desenvolvendo
pesquisas com cana-de-açúcar e com
condições ainda maiores. Falando em
continuidade, este é um fator de muita
importância para os programas de melhoramento, e esse espaço assegura que
a UFSCar tenha, definitivamente, estrutura e ambiente dedicado para a continuidade dos trabalhos de pesquisa em
variedades e de biotecnologia em cana-de-açúcar, além de dar espaço aos alunos de graduação e pós-graduação da
universidade para a ampliação de seus
conhecimentos. Estamos transformando em algo material parte da receita dos
nossos convênios com as unidades produtoras e associações de plantadores.
Revista Canavieiros: Qual é a estrutura do laboratório e quais os benefícios ou qual a agilidade que a nova
sede trará ao programa e para o setor?
Hermann e Chapola: O novo prédio conta com uma área total construída de 1.306m², divididos em duas
partes: a área de Melhoramento Clássico e o Laboratório de Biotecnologia de Plantas. A área correspondente
ao Melhoramento Clássico, possui 20
postos de trabalho, entre salas para
professores, pesquisadores, técnicos,
pesquisadores visitantes, e sala de estagiários, com capacidade para dez estudantes do Programa de Treinamento
em Melhoramento de Cana-de-açúcar.
Já o Laboratório de Biotecnologia de
Plantas é um ambiente voltado para
pesquisas envolvendo biotecnologia,
com enfoque em marcadores moleculares e transgenia, onde estão alocados
equipamentos de uso geral no preparo
e análise de amostras. O espaço permite o uso do laboratório por até 25
pesquisadores e conta ainda com ambientes reservados, de uso específico
para extração de DNA e RNA.
Além disso, o prédio possui uma
área comum, com biblioteca, sala de
aula com capacidade para 32 pessoas,
sala de reuniões com vídeo conferência, com capacidade para 16 pessoas,
secretaria e recepção, administrativo e
financeiro, servidor de dados, copa e
área de serviço.
Revista Canavieiros: Quais os recursos utilizados para a conclusão do
prédio?
Hermann e Chapola: Para conclusão da obra, foram utilizados recursos das empresas do setor e associações de fornecedores do setor
sucroenergético conveniadas à FAI/
UFSCar (Fundação de Apoio Institucional ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e de órgãos
governamentais de fomento, como
BIOEN-FAPESP, FINEP, Petrobras,
CNPq e INCT-Bioetanol.
Revista Canavieiros: O que essa
nova sede vai agregar aos usuários e
parceiros da UFSCar?
Hermann e Chapola: Ao fornecer
Revista Canavieiros - Abril de 2014
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Entrevista
estrutura e ambiente aos pesquisadores, a nova sede auxiliará na continuidade dos estudos para a obtenção de
novas variedades de cana-de-açúcar,
mais produtivas, com maiores teores
de açúcar, resistentes às principais doenças e adaptadas às diferentes condições edafoclimáticas existentes entre
as regiões produtoras de cana-de-açúcar. Com isso, o setor sucroenergético
terá um dos principais responsáveis
pelos ganhos de produtividade, ou
seja, o melhoramento genético, ainda
mais fortalecido.
Revista Canavieiros: Esse novo
centro será exclusivo para o programa ou está vinculado a universidade? Os alunos poderão utilizá-lo?
Hermann e Chapola: Além de
toda a estrutura voltada para as pesquisas com melhoramento genético
da cana-de-açúcar, o novo centro possui uma sala de aula, com capacidade para 32 pessoas, onde poderão ser
ministradas disciplinas relacionadas à
Fachada da nova sede do Programa de Melhoramento
Genético da Cana-de-açúcar em Araras
cultura ou ao melhoramento de plantas. Existe também uma sala para dez
estagiários, selecionados anualmente
dentre os alunos do Centro de Ciências Agrárias da UFSCar, dos cursos
de Engenharia Agronômica, Biotecnologia e Agroecologia.
Revista Canavieiros - Abril de 2014
Revista Canavieiros: Essa nova
sede é um sonho idealizado e realizado?
Hermann e Chapola: Sim é um
sonho concretizado; deixar algo para
o futuro garantindo que se perpetuam
o estímulo para o desenvolvimento
das variedades RB. RC
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Revista Canavieiros - Abril de 2014
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Ponto de Vista
Não basta conhecer quando a demanda é adaptar
N
os últimos anos o Brasil se estabeleceu como país fortíssimo no
agronegócio. Estamos no epicentro da agricultura tropical, que representa 38% de toda a área agricultável no
mundo. Portanto, estamos no centro de
tudo que move a humanidade: energia,
alimentos e uso das terras. Nosso desafio
junto à FAO (Organização das Nações
Unidas para Alimentação e Agricultura)
é contribuir com o compromisso de alimentar o mundo. Temos a maior parcela
entre todos os países.
Somos o celeiro da agricultura tropical
como produtor de grãos, fibras e proteínas,
mas espera-se também que o País seja um
grande gerador de energia. Esta é a nossa
grande contradição. Enfrentamos os desafios de programas espetaculares, porém
quase liquidados pelas políticas públicas,
como o caso do etanol brasileiro. Logística problemática, rodovias com problemas,
portos defasados e más condições de armazenamento. Tudo isso em um País de
grandes dimensões, recheado de impactos
e climáticos. Dizem os técnicos que estamos entrando um ciclo de secas. Além
dos desafios de gestão e condições socioeconômicas, o fator clima complica com o
inesperado. Haja resiliência.
Os produtores perdem bilhões em logística. Com produção de commodities e
ou proteína animal com margens sempre
baixas não há espaço para desperdício
nem erro no jogo financeiro e previsão
das commodities. Errar a mão pode custar o cargo. Junto a isso, há compromissos ambientais, como a redução de CO2,
segurança alimentar, licenças ambientais,
rastreabilidade, gestão do risco via tecnologias e ferramentas mais sofisticadas.
Temas que exigem das empresas maior
complexidade e altos investimentos. Até
a sabedoria dos líderes das empresas familiares ajudam na inclusão. Essas empresas precisam se ajustar para receber
um profissional de fora que chega para
aportar uma gestão mais moderna.
Tudo isso exige também a formação de novos profissionais habilitados
para a realidade tecnológica do campo.
Embora o público em geral pense nesse profissional como engenheiro agrônomo, zootecnista ou veterinário, cada
vez mais são demandadas posições em
finanças, produção, trading, recursos
humanos, tecnologia da informação,
marketing e vendas.
O profissional que o campo busca
deve ter capacidade técnica apurada e
adaptabilidade interpessoal aguda. Mudar de região no Brasil poderá ser quase
como mudar-se de País. Cada localidade
tem seus rituais. Se o executivo não tiver
as competências de adaptabilidade, respeito e flexibilidade, será facilmente expurgado do sistema. Como a concentração populacional é menor, não há como
seus movimentos não serem percebidos.
Suas pegadas serão monitorados a cada
movimento pela cultura local, até que ele
finalmente seja absorvido no contexto e
aceito. Se errar o passo nos primeiros
noventa dias corre o risco de falhar.
Por isso, tão importante quanto a capacidade técnica exigida é a capacidade
interpessoal e de liderança na grande e
pequena comunidades. O mundo agro
está no primeiro mundo digital, com geo
monitoramento. Mas é também uma sociedade mais ‘pé no chão’, mais direta
e simples no tratar. Quem pensa que o
mundo do interior é o estereotipo visto
em muitas novelas, se engana. Quem
acha que o trato simpático e carinhoso
é sinal de inocência, também se engana. Longe do trânsito e da violência das
grandes cidades, há mais ambiente para
reflexão e análise. E isso torna o homem
do campo intensamente mais perceptivo. Os ditados populares do campo são
o fruto recheado de sabedoria.
Com a internacionalização dos mercados, a vinda de empresas estrangeiras,
exigências regulamentares, ambientais,
financeiras, organizacionais com novos
processos, os profissionais do campo
têm que se sofisticar. Ou, pelo menos,
acoplar novas ferramentas de gestão ao
seu portfólio profissional. É sempre um
Revista Canavieiros - Abril de 2014
Por Jeffrey Abrahams*
desafio atrair um bom profissional para o
interior. Especialmente quando esse interior é em Goiás, Mato Grosso, São Paulo
ou oeste baiano. Muitos executivos não
aguentam e não se adaptam. Por isso, a
busca por talentos para o mercado agro
exige mais trabalho e mais profundidade
nas avaliações interpessoais. Um Consultor de Executive Search, nessa hora,
tem que ter olhar cirúrgico para detectar
comportamentos que podem explodir ao
longo da trajetória.
O agronegócio hoje é um setor na
crista da onda. É global e ficará cada vez
mais global, sendo que o Brasil é o grande e sofisticado integrante. Prova disso é
que em 2013, embora as captações externas brasileiras em geral tenham caído,
o agronegócio atraiu US$ 6,4 bilhões em
investimentos por meio de emissões internacionais, de acordo com informações
do Valor Data. Entretanto, para cumprir
seu desafio de alimentar o mundo e gerar
energia, não bastam tecnologia e investimento. Precisamos achar, desenvolver e
reter pessoas, não somente no setor técnico de produção, mas em todas outras
áreas correlatas.
* Jeffrey Abrahams é sócio-gerente da
Fesap Holding, detentora das empresas
Fesa, Asap e Fesa Advisory e é responsável pela prática de Agronegócio
da Fesa, consultoria especializada em
busca e seleção de altos executivos. RC
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Ponto de Vista
Tempo de qualidade e redução de custos no Setor
Canavieiro
A
crescente demanda de alimentos
e combustível oriunda do aumento da população global vai
exigir em 2023 que o Brasil contribua
com aproximadamente 45 milhões de
toneladas de açúcar e 45 bilhões de litros de etanol, sendo o consumo interno
do país de aproximadamente 32 milhões
toneladas e 40 bilhões de litros, respectivamente, segundo dados recentes da
FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). Para isso, é necessário restaurarmos o setor sucroenergético
brasileiro na sua essência e responsabilidades social, ambiental e econômica do
setor sucroenergético brasileiro, além de
apoiá-lo e defendê-lo.
Como mencionado na “Carta de
Campo Grande” (publicada pela Canacentro em Março, 2014 e nesta edição
da Revista Canavieiros – página 16), em
2020 se visa atingir as metas de 50% do
consumo da frota flex com etanol e 60%
de participação no mercado mundial de
açúcar, gerando 15% da energia elétrica
consumida no país. Concordo com o
professor Marcos Fava Neves da FEA/
USP-RP, que mencionou que “nossa sociedade está sentada em cima de recursos (solo, sol, água, tecnologia) com os
quais produzimos valorosos alimentos
e bioenergia, entre outros, para uma demanda mundial explosiva, trilhando um
futuro brilhante”. É notório que o setor
gera renda adicional à centenas de municípios, sendo distribuída na forma de
impostos, salários, geração de serviços,
proporcionando um efeito multiplicador.
A John Deere, empresa fundada em
1827, tem um importante papel em
oferecer soluções completas para os
Sistemas Mecanizados que contribuem
ao mercado por meio de produtos, ferramentas e serviços de qualidade. Para
isso trabalhamos com três importantes
conceitos: Performance (desempenho
operacional otimizado), Disponibilidade
(confiabilidade das soluções) e Custo de
Operação (maior rentabilidade). Com
estes conceitos em mente, podemos discorrer sobre três ações importantes que
se baseiam nos conceitos supra citados.
Primeiramente, o lançamento das
novas Colhedoras de Cana (modelos
3520 e 3522) que apresentam menor
custo e melhor qualidade de operação,
pois utilizam o CICB (Controle Integrado do Corte Base), juntamente com comandos automatizados para facilitar as
manobras, motor de 380 cv para 3522,
entre outras novidades. Com a utilização do CICB foi possível reduzir 2,1%
das perdas de colheita (um acréscimo
de 2.100 toneladas colhidas por máquina/safra), reduzir significativamente
o consumo de combustível (litros por
tonelada de cana colhida), impurezas
minerais e desgastes de facas e facões.
Sabendo-se que capacitação de operadores de colhedoras reflete-se diretamente na redução dos custos operacional e de manutenção está disponível ao
mercado o Simulador da Colhedora de
Cana. Um equipamento de aprendizagem rápida, de forma econômica, com
alta tecnologia que permite a avaliação
e controle das seções de treinamento
de forma personalizada com alto nível
de aplicabilidade (treinamentos básicos a avançados e reciclagem). Além
de portátil e de fácil montagem não
apresenta riscos para os operadores,
colhedoras e canavial.
Um operador treinado de forma convencional, diretamente na colhedora
levaria em média até duas safras para
atingir uma pontuação de 85%, contudo
aqueles que passaram pelo treinamento
complementar via simulador chegam a
este mesmo valor com 4 meses de atividade, permitindo um aumento de 12%
Revista Canavieiros - Abril de 2014
*Marco Lorenzzo Cunali Ripoli
no volume de cana colhida por máquina/safra, segundo dados de clientes.
Por fim, o Kit de Peças de manutenção e desgaste para 4.500h para colhedoras de cana que pode ser financiado
pelas mesmas regras do FINAME (Financiamento de Máquinas e Equipamentos), uma vez que faturados e entregues junto com a Colhedora. Preços
de peças diferenciados e mais competitivos do que quando comprados de
forma avulsa, que são embalados e
entregues sem frete adicional. Este kit
também está disponível para compra
em separado da máquina, via peças de
reposição sem FINAME.
A John Deere está comprometida
com aqueles ligados a agricultura e
continuará a fazer parte do futuro canavieiro deste país e do mundo.
*Gerente de Marketing Estratégico
para América Latina – John Deere
Doutor em Energia na
Agricultura pela UNESP
Mestre em Máquinas Agrícolas
pela ESALQ/USP
Engenheiro Agrônomo pela
ESALQ/USP RC
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Revista Canavieiros - Abril de 2014
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Ponto de Vista
Novo setor e novas tecnologias carecem de
legislações mais modernas
O
grande crescimento do setor
sucroenergético brasileiro nos
últimos 10 anos para abastecer o mercado de etanol com o lançamento dos carros flex e o aumento
da pressão ambiental para práticas de
maior sustentabilidade explicam bem
a atual polêmica sobre o transporte da
matéria-prima, a cana-de-açúcar, até a
indústria. Ocorreu uma revolução sem
precedentes e de forma tão rápida que o
setor carece agora de um maior entendimento e legislações mais modernas
para continuar na sua evolução.
A produção de cana-de-açúcar na
região Centro-Sul, maior produtora
do País, dobrou, passando de 298,7
milhões de toneladas em 2003/04
para 597 milhões de toneladas atuais. Os investimentos foram altos na
construção de 100 novas indústrias e
expansão das empresas já existentes,
contratação de pessoal e adequações
em todo o processo produtivo, que até
hoje estão em curso.
No campo, pode-se dizer que as mudanças foram bem radicais, em função
da pressão ambiental pela eliminação
da queima da cana, procedimento que
era necessário para evitar acidentes e
favorecer o corte manual. Foram feitas,
então, grandes inversões também na
aquisição de máquinas colhedoras e em
toda estrutura para operação, que não
lembram em nada o modus antigo de
colheita manual e influenciaram diretamente no transporte da cana até a usina
para moagem.
A mecanização da lavoura possibilitou um maior volume de colheita de
cana crua e picada, o que demandou
ainda a compra de conjuntos (cavalo
mecânico + implementos) com maior
capacidade de carregamento, ofertados
pelos fabricantes, com garantia de total
segurança. Hoje no campo já é visível o
grande número de colhedoras e as adaptações necessárias que foram realizadas
para essa nova forma de colheita.
As vantagens da mecanização não
se dão apenas no maior volume de cana
colhida e como consequência na maior
produção de etanol e açúcar, ela permitiu a eliminação da emissão de poluentes no ar e maior acúmulo de material
orgânico no solo. Mas os produtores
ainda têm o desafio de torná-la mais
rentável, devido ao aumento de impurezas, danos nas áreas canavieiras e o
tempo gasto para conseguir operadores treinados e com alta eficiência para
operação das máquinas.
Se vem cumprindo rigorosamente
o que foi exigido para eliminação da
queima da cana, novos questionamentos se voltam agora contra o setor e têm
causado muitos transtornos aos produtores e, caso não sejam solucionados,
podem colocar em risco a sobrevivência de muitos empreendimentos. A
pressão atual recai sobre o aumento do
volume de cana nos conjuntos, um dos
resultados, justamente, do cumprimento da exigência de eliminação da queima pelos órgãos ambientais.
Em Minas Gerais, terceiro Estado
produtor de cana-de-açúcar do País, o
MPT (Ministério Público do Trabalho)
ajuizou ações contra os produtores,
especialmente do Triângulo Mineiro,
alegando que o atual volume de cana
transportado pelos conjuntos canavieiros colocavam em risco a segurança do
motorista. As ações foram julgadas procedentes por parte do judiciário, obrigando o produtor a reduzir a carga de
acordo com a legislação vigente.
Neste sentido, o setor mineiro iniciou uma série de negociações com o
MPT, a fim de mostrar as alterações
realizadas na lavoura que levaram ao
aumento da carga dos conjuntos, a segurança dos mesmos e apontar a necessidade fundamental de uma legislação
que ampare o seu novo processo de
produção agrícola. Foi acordado, então,
um termo de ajustamento de conduta
para que as usinas se adequem e uma
Revista Canavieiros - Abril de 2014
*Mário Campos
nova luta se inicia para criação de uma
legislação específica para o transporte
da cana-de-açúcar.
Existe uma lacuna entre as novas tecnologias empregadas no transporte de
cana e a legislação que trata, de modo geral, do transporte de carga no país, a qual
precisa ser analisada e alterada. No transporte da cana até a usina são utilizados,
basicamente, dois tipos de equipamentos:
o treminhão, formado por um caminhão
plataforma mais dois reboques e que pela
legislação podem ter um PBTC (Peso Bruto - Total - Combinado) máximo de
63 toneladas. Além do rodotrem canavieiro, com cavalo mecânico, um semirreboque e um reboque, com capacidade de até
74 toneladas e 30 metros de comprimento, limites definidos pelas Resoluções 210
e 211/2006 do Contran (Conselho Nacional de Trânsito).
Porém, há necessidade de uma maior
estrutura de capacidade legal dos conjuntos para o atual volume de cana colhida, considerando que já são ofertados
no mercado cavalos mecânicos com capacidade máxima de tração de até 150
toneladas. A legislação de transporte
nacional, a cargo do Contran trata dos
limites de carga no país de forma genérica e não contempla especificidades
como as necessárias agora para o setor
sucroenergético.
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O transporte é um dos principais itens
do custo de produção da cana-de-açúcar,
a qual, por sua vez, representa 60% do
custo de produção do etanol e açúcar.
Neste sentido, qualquer obrigação que
leve o setor a reduzir a carga transportada
ou mudança nos equipamentos provocará um aumento do número dos conjuntos
de transporte, de motoristas e das viagens
necessárias para realização da safra.
De suma importância ressaltar, também, que essas alterações elevarão sobremaneira o custo de produção da cana e,
como consequência, do etanol e do açúcar, impactando ainda mais a competitividade do setor na economia. Os produtores
já agonizam com uma política governamental danosa que privilegia o combustível fóssil, ao segurar o preço da gasolina
no mercado nacional, e podem não suportar o impacto de mais esta exigência de
retorno a um processo que não cabe mais
no atual estágio evolutivo da produção.
Uma mobilização para ampliar o
conhecimento sobre o assunto foi co-
locada em curso, a fim de mostrar todos os problemas que podem ocorrer
na produção e a necessidade de alterar
a legislação, capitaneada pelo Fórum
Nacional Sucroenergético. Foram encomendados estudos técnicos, já protocolados junto ao Denatran (Departamento Nacional de Trânsito), com a
proposta da elaboração de uma resolução específica de transporte que atenda
o atual sistema de produção de cana-de-açúcar no País.
Os estudos mostram a viabilidade
da utilização de equipamentos maiores
com total segurança do motorista, da
carga e das estradas. Além de demonstrar que a logística canavieira é realizada próxima às unidades industriais,
num raio médio entre 20 e 50 quilômetros, e de forma sazonal em apenas sete
meses por ano. O trajeto da carga tem
rotas muito bem definidas, geralmente
por estradas municipais/vicinais e não
nas rodovias principais e cuja manutenção, muitas vezes, fica a cargo das
próprias empresas.
Tudo leva a crer que um maior
conhecimento sobre o setor precisa
ser consolidado nas várias esferas
da sociedade, a fim de que conheçam a atual história do setor, altamente modificada nos últimos anos.
São avanços produtivos, ambientais,
sociais e culturais que precisam de
maior entendimento, além da grande contribuição que leva ao campo,
no crescimento das cidades onde
atuam, com o emprego de quase um
milhão de trabalhadores, geração de
renda e impostos.
O destaque, sobretudo, vai para o
esforço da produção de uma energia
limpa e renovável, que precisa de
maior valorização, incentivos e legislações condizentes, para continuar
contribuindo com uma matriz energética mais limpa, desafio atual que se
impõe para todos os países do mundo.
*Presidente Executivo da Associação das Indústrias Sucroenergéticas de
Minas Gerais/SIAMIGRC
Revista Canavieiros - Abril de 2014
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Coluna Caipirinha
Trazendo a rapaziada para o
agronegócio
Esta nossa coluna especial para o
Agrishow será diferente. Não falaremos de cana, mas sim de emoções. Na
verdade estamos sim falando da cana,
mas de seu futuro. Não sou o único que
acredita que uma virada nossa virá a
partir do engajamento dos jovens, da
nossa mocidade, da nossa rapaziada.
Permitam-me trazer a memória esta
grande canção, um samba do Gonzaguinha, “Eu Acredito é na Rapaziada”.
“Eu acredito é na rapaziada...
Que segue em frente e segura o rojão...
Eu ponho fé é na fé da moçada...
Que não foge da fera e enfrenta o leão...
Eu vou à luta com essa juventude…
Que não corre da raia a troco de nada...
Eu vou no bloco dessa mocidade...
Que não tá na saudade e constrói…
A manhã desejada”
Após a leitura do samba de nosso
saudoso Gonzaguinha, compartilho
uma das grandes experiências que tive
na minha carreira, no dia 04/03/14.
Além da emoção, fica de aprendizado o
caso de louvável ação de uma empresa
(a Agrosul, revendedora da John Deere
em seis cidades do Oeste da Bahia e do
Piauí), para dar informações e valorizar
o agro nos nossos meninos e meninas,
futuro do Brasil, como já nos antecipava o Gonzaguinha.
Meu livro “Doutor Agro”, uma coletânea de textos históricos, tal como
o Caminhos da Cana, que será lançado
em breve, foi o escolhido como tema
para ampla competição de redação no
segundo semestre de 2013, que envolveu 4.000 jovens do ensino fundamental (8ª e 9ª séries) de 32 escolas públicas
e privadas. Estas escolas estão localizadas em seis cidades da Bahia e do Piauí.
Cerca de 30 foram para a final, e
um comitê formado pela Secretaria da
Educação de Luís Eduardo Magalhães
(BA) e gente do setor privado, escolheu
os três vencedores, que além do reconhecimento público, ganharam uma
viagem às cidades históricas de Minas
Gerais, escolhida para enfatizar o caráter cultural do prêmio.
Além disto, o primeiro ganhou um notebook, e o segundo um tablet. E o mais
interessante: a escola do vencedor ganhou
uma “ecoteca” – biblioteca ecológica,
feita com tudo reciclado, e, lógico, com
grande número de livros (vejam foto).
Revista Canavieiros - Abril de 2014
Marcos Fava Neves
Como estive em LEM, fui convidado a
visitar a escola e fazer uma mini-palestra
na classe do vencedor sobre o futuro do
Brasil e o papel do agronegócio. Os jovens, ou a rapaziada, como dizia Gonzaguinha, fez inúmeras perguntas, no universo de seus 13 e 14 anos. Até então sabia
que o vencedor estava no meio dos jovens,
seus pais foram convidados e foram, emoção à toda prova. Uma das palestras mais
difíceis que eu dei, confesso que faltou um
pouco de ar para começar…
Finalmente, ao final da palestra fui
apresentado ao campeão, absolutamen-
15
te envergonhado pela presença do autor
e por tirar a foto acima em frente aos
seus colegas e amigos, em frente à sua
rapaziada do dia a dia.
Valeu jovem escritor, rapaz Guilhermo Buzanello, filho dos orgulhosos Rogério e Marcia, você é o nosso homenageado do mês.
Ao lado a redação do rapaz, que vale
nossa leitura.
E ressalto que Guilhermo está completamente certo em seu último parágrafo “...mesmo com todos os desafios e problemas encontrados para o
produtor brasileiro, o agricultor não se
exausta a promover o seu desenvolvimento e continua firme em sua missão
de colocar comida à disposição de toda
a população”.
Tal como Gonzaguinha, eu também
acredito é na rapaziada.
Marcos Fava Neves é Professor
Titular da FEA/USP, Campus de Ribeirão Preto.
Em 2013 foi Professor Visitante
Internacional da Purdue University
(EUA)RC
Revista Canavieiros - Abril de 2014
Coluna Caipirinha
16
“Carta de Campo Grande”
Brasil Potência Energética, Ambiental e Social
Documento elaborado com os objetivos de se resgatar o importante setor sucroenergético, visando atingir as metas
de 50% do consumo da frota flex com
etanol em 2020, 60% de participação no
mercado mundial de açúcar e de gerar
15% da eletricidade consumida no Brasil em 2020, estimulando ainda o crescimento da produção de bioplásticos, leveduras, e demais produtos, contribuindo,
desta forma, para o desenvolvimento
econômico, ambiental e social do Brasil.
Esta carta foi elaborada durante o
II Canacentro, realizado em Campo
Grande nos dias 19, 20 e 21 de Março,
contando com diversas organizações e
instituições, além da efetiva participação de 600 pessoas presentes ao evento
realizado no Auditório Manoel de Barros, no Centro de Convenções Rubens
Gil de Camillo.
AGENDA DO SETOR PÚBLICO
(FEDERAL, ESTADUAL e OUTROS)
- Equalizar o preço da gasolina com
o preço internacional e leis de mercado
na política de preços;
- Retorno da CIDE (Contribuição de
Intervenções no Domínio Econômico)
com contrapartida de investimento e
melhoria no transporte público com
este recurso;
- Padronizar em 12% o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e
Serviços) do etanol nos estados, mantendo o ICMS da gasolina em pelo menos
25% visando estimular o consumo de
etanol e aumentar a arrecadação, como
demonstrado no Estado de São Paulo;
- Expansão da cogeração com leilões
específicos e que valorizem a questão
ambiental e renovável;
- Incentivar novas usinas (greenfields)
em regiões sensíveis do Brasil para desenvolvimento econômico;
- Fortalecimento de linhas de crédito
para áreas agrícolas de cana e irrigação;
- Programa de recuperação financeira para as Usinas, visando alongar prazos de pagamento para sobrevivência
de empresas garantindo o livre mercado
e o mérito para estimular a boa gestão;
- Fortalecimento dos programas de
educação e capacitação de pessoas;
- Melhorias no sistema de transporte de
cargas, portos e infraestrutura logística;
- Melhorias na legislação trabalhista,
com simplificação;
- Maiores exigências e premiação às
indústrias automobilísticas para pesquisas e inovação visando transformar o
motor flex, quando usando etanol, em
mais eficiente;
- Aprovar uma legislação que obrigue os postos de combustível, tal como
as embalagens de alimentos que contém
a composição e calorias, a divulgarem
nas bombas as emissões de CO2 do
etanol e da gasolina, utilizando estudos
consagrados das universidades brasileiras e da Embrapa que mostram que as
emissões de etanol estão ao redor de 10
a 15% das emissões da gasolina;
- Garantir a segurança jurídica nas
propriedades privadas com o efetivo
cumprimento de leis que garantem este
direito constitucional da propriedade
privada (em especial no tocante à questão indígena);
- Melhorias no sistema tributário,
com simplificação;
- Melhorias no sistema judiciário,
com simplificação;
- Garantir que as leis ambientais sejam respeitadas na forma como foram
elaboradas, sem interpretações distintas
por membros do judiciário local;
- Programa de melhoria na eficiência
da gestão pública;
- Fortalecimento do MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) como um dos mais importantes do Brasil, participando das decisões
centrais dos núcleos de Governo;
- Fortalecimento da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária)
visando reduzir os prazos de aprovação
de novas moléculas e plantas que levam
a maior competitividade ao produtor.
- Estimular a EMBRAPA (Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária) a
fazer pesquisa em manejo de canaviais.
Entendem-se serem estes os pontos
de foco do Estado brasileiro para o setor
Revista Canavieiros - Abril de 2014
de cana no período 2014-2020. Segue-se
agora a agenda do setor privado, ou seja,
os pontos acordados que devem ser investimento do setor privado como contrapartida ao apoio do setor público para
o desenvolvimento econômico, social e
ambiental advindo da retomada do crescimento do setor sucroenergético.
AGENDA DO SETOR PRIVADO DA
CADEIA PRODUTIVA DA CANA
- Programa de renovação e melhoria
nos tratos culturais dos canaviais;
- Melhoria da produtividade dos canaviais para redução da ociosidade nas
indústrias;
- Priorizar a qualidade dos plantios,
em época e com variedades adequadas
e fortalecer os viveiros de cana em áreas
de produção de usinas e fornecedores;
- Investimento das empresas para
melhorar eficiência do sistema de plantio mecanizado;
- Investimento para melhoria dos sistemas de colheita mecanizada;
- Promover maior disponibilidade de
mudas para plantio em áreas de expansão;
- Promover investimentos em irrigação;
- Promover investimentos em capacitação técnica visando reduzir tempo
de aprendizado e evolução necessária
em pessoas de cada região;
- Intensificar pesquisas em biotecnologia e etanol de segunda geração, entre
outras;
- Rompimento com certo tradicionalismo dificultando absorção de novas
tecnologias;
- Maior compartilhamento de ativos
produtivos;
- Trabalho conjunto (consórcios)
para se atingir escala nos novos módulos necessários para mecanização;
- Melhorar a ligação do setor industrial com produtores especializados
(produtor parceiro)
- Promover investimentos industriais
para uma maior flexibilidade no mix de
produção;
- Melhorar estratégias de comercialização de etanol;
17
- Modernização de usinas com equipamentos ultrapassados;
- Compartilhamento de experiências
visando reduzir a curva de aprendizagem;
- Fortalecimento das Associações
e Cooperativas, com fusões e planejamento;
- Fortalecer um sistema de informações econômicas;
- Programas de educação e extensão;
- Cooperativas avançarem até distribuição e postos de combustíveis;
- Fortalecer programa de comunicação;
- Quebrar o paradigma de 70% na
relação de eficiência e preços no consumo de etanol em relação à gasolina,
divulgando amplamente o estudo que
demostra estar a relação mais próxima
de 80%;
- Fortalecer os fóruns e as ações de
bom relacionamento entre as indústrias
e os produtores de cana;
- Mudança de mentalidade e troca do
nome “fornecedor” por “produtor integrado de cana”.
A minuta preliminar submetida ao
evento e a coordenação dos trabalhos para se chegar a esta proposta
de agenda foi realizada pelo Dr. Marcos Fava Neves, professor Titular da
FEA/USP, Campus de Ribeirão Preto
e contou com os seguintes participantes e instituições:
-Luis Alberto Moraes Novaes – Presidente da Comissão de Agroenergia da
FAMASUL (Federação de Agricultura
e Pecuária de Mato Grosso do Sul) e
Presidente da Fundação MS;
-Roberto Hollanda Filho – Presidente da Biosul (Associação dos Produtores de Bioenergia de Mato Grosso do Sul);
-André Rocha – Presidente do Fórum Nacional Sucroenergético e Presidente Executivo do Sindicato da Indústria de Fabricação de Etanol do Estado
de Goiás;
-Jorge dos Santos – Diretor Executivo do Sindicato das Indústrias Sucroalcooleiras de Mato Grosso;
-Enio Jaime Fernandes Junior – Presidente da CNA (Comissão Nacional de
Cana-de-açúcar);
-Ismael Perina Junior – ORPLANA
(Organização de Plantadores de Cana-de-açúcar do Centro Sul do Brasil);
-Paulo Diniz Junqueira Filho – Presidente da SULCANAS (Associação
dos Fornecedores de Cana de Mato
Grosso do Sul);
-Antônio Cesar Salibe - Presidente
Executivo da UDOP (União dos Produtores de Bioenergia).
Participantes do evento:
-Plinio Nastari – DATAGRO (Palestrante);
-Alexandre Mendonça de Barros –
MB Agro (Palestrante);
-Eduardo Correa Riedel – Presidente
da FAMASUL (Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul);
-Bartolomeu Braz Pereira – Vice-Presidente Institucional da FAEG (Federação de Agricultura e Pecuária do
Estado de Goiás);
-Alexandre Enrico S. Figliolino –
Banco Itaú BBA;
-600 congressistas. RC
Revista Canavieiros - Abril de 2014
18
Ponto de Vista
Mais de 60% dos municípios brasileiros são
canavieiros
O
valor total da produção agrícola nacional em 2012 foi de R$
204 bilhões, segundo o IBGE
(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Três produtos concentram mais
da metade do valor da produção agrícola
(produção das lavouras “dentro da porteira”) – arredondando, soja 25%, cana-de-açúcar 20% e milho 13%.
A cana-de-açúcar é produzida em
mais de 60% dos municípios brasileiros
e os 20 municípios maiores produtores
são responsáveis por 12% da produção
nacional. Desses municípios, 12 estão
no Estado de São Paulo.
A participação dos 20 municípios
maiores produtores de cana-de-açúcar
já foi mais elevada: 20% em 1990, 14%
em 2008. Vem ocorrendo a expansão
geográfica dos canaviais e a diminuição
da participação relativa dos municípios
maiores produtores. São Paulo é, há
anos, o Estado maior produtor de cana-de-açúcar (56% da produção nacional
em 2012). Minas Gerais ultrapassou o
Paraná em 2009 e é hoje o segundo maior
produtor. A expansão dos canaviais para
a região Centro-Oeste é notória. Goiás
foi o Estado que mais cresceu nos últimos anos e ocupa a terceira posição.
Ocorrem alterações no uso da terra,
na produção de alimentos, no mercado
de trabalho, na arrecadação, na estrutura fundiária e na distribuição de renda
nas regiões onde ocorre a expansão
canavieira. Com a chegada da cana-de-açúcar em regiões com agricultura
empresarial e estrutura fundiária concentrada, como ocorre na região Centro-Oeste do Brasil, onde predominam
a monocultura de soja e a pecuária extensiva, os impactos da substituição de
atividades devem ser diferentes dos que
acontecem em regiões de agricultura familiar em pequenas propriedades.
O número de municípios onde há
produção de cana-de-açúcar aumentou
desde 1990, quando era 2.892, atingindo
3.727 municípios em 2008. Os dados do
IBGE mostram uma redução no número de municípios produzindo cana-de-açúcar entre 2011 e 2012 (de 3.723 para
3.530), o que precisa ser analisado e interpretado. Sabe-se que 44 usinas foram
fechadas nos últimos cinco anos.
No setor canavieiro, vem ocorrendo o
aumento da área colhida, da quantidade
produzida e do valor da produção ao longo
dos anos. Fazendo as contas, as lavouras
de cana-de-açúcar têm gerado um valor
da produção médio da
ordem de R$ 11 milhões
anuais por município.
Uma unidade industrial
sucroalcooleira
recebe cana-de-açúcar
colhida no município
onde está instalada, mas
também de municípios
vizinhos, seja de terras
próprias, arrendadas ou
de fornecedores. No
entanto, o transporte da
cana a grandes distâncias não é viável.
Essa é uma característica do setor sucroalcooleiro diferente de outros
Revista Canavieiros - Abril de 2014
*Claudio Spadotto
setores, como o da soja. Grande parte da
soja produzida é levada aos portos para
ser exportada a granel. Assim, a instalação
de uma usina dinamiza vários municípios
ao redor, e isso talvez explique a menor
participação dos 20 municípios maiores
produtores de cana-de-açúcar, comparativamente com outros produtos agrícolas,
como soja (23%) e milho (16%).
Exemplo da dinamização causada pela
chegada de usina sucroalcooleira está em
Uberaba, Minas Gerais. Em oito anos, o
setor gerou mais de 2.000 postos de trabalho na região, com aumento de 217%
na média salarial anual. Ou seja, mais
empregos e melhor distribuição de renda.
Em Minas Gerais é exigido que pelo
menos 30% da cana que chega à usina
sejam provenientes de produtores independentes. Além disso, o Estado vem
adotando uma forma diferente das regiões tradicionais na instalação das novas
usinas. Cada usina é localizada a certa
distância das outras (30 km ou mais).
Assim, diminui a sobreposição das áreas
de interesse, minimizando a concorrência
entre usinas por área e cana, o que reduz
a pressão sobre os recursos naturais e garante diversidade agrícola. Exemplo a ser
seguido na busca pela sustentabilidade.
*Diretor do Conselho Científico para
Agricultura Sustentável (CCAS), Engenheiro Agrônomo, Ph.D., Gerente Geral
da Embrapa Gestão TerritorialRC
19
Revista Canavieiros - Abril de 2014
20
Ponto de Vista
Etanol: da Euforia à Perplexidade, Incerteza
A
fase de euforia na indústria do
etanol foi construída aos poucos, com a percepção dos empresários nesse ramo de que esse era o
combustível do futuro. Dezenas de novas usinas foram instaladas. Essa fase é
muito bem conhecida pelos plantadores
de cana e pelos dirigentes das usinas.
As estimativas de que só a reposição
da frota de veículos Flex-Fuel criaria
uma demanda que dobraria o consumo
do etanol nos próximos sete anos “turbinaram” a indústria. Além disso, só a
reposição da frota de veículos flex demandaria cerca de 30 bilhões de litros
anuais, adicionais, desse combustível.
O momento de máxima euforia foi
marcado por uma declaração entusiasmada do ex-presidente Luís Inácio Lula da
Silva, que declarou que os usineiros eram
heróis e que o Brasil ia ser a “Opep do
etanol”. Pouco depois, ele fez declaração
entusiástica de que o Brasil seria membro
da Opep com o Pré-sal. A confiança no
apoio do governo à indústria de etanol –
qualquer que ela tenha sido desejada pela
indústria – “desidratou-se”.
O início do período de perplexidade
foi marcado por um desejo irrefreável
do governo de intervir nos mecanismos
de preços, subsidiando a gasolina e, por
questão de preços relativos, penalizando
o etanol. A economia é a ciência dos preços relativos, desde que, é claro, sejam
determinados no mercado. Como a gasolina tem um substituto de elevado grau
de substituição, no caso o etanol, mexer
em um preço de um produto (gasolina)
gera um efeito – no caso, negativo – em
outro, como no caso do etanol. O governo não só introduz choques artificiais
nos preços relativos, mas também acredita que ele pode gerir o mercado dos
combustíveis melhor do que o setor privado. Esse é um problema. Tanto quanto
é um problema quando, em pleno século
XXI, o governo acha que pode tomar
decisões e investir em projetos de forma
mais competente que o setor privado.
Distorções de preços causam impacto de
ruptura nos sinais de incentivos econômicos. Investimentos que afastam o se-
Mauro de Rezende Lopes*
Ignez Vidigal Lopes*
tor privado e o substituem nos quadros
de referência de investimentos causam
impacto nas decisões dos empresários.
Em ambos os casos há geração, não mais
de riscos calculáveis, mas de incerteza,
que não pode ser avaliada como riscos
dos negócios.
Tomemos o primeiro elo da cadeia:
a produção de cana. Apareceu um custo
imprevisível, não é um custo porque não
se pode associar uma probabilidade de
ele ocorrer: o da regulação/ legislação.
Não há modelo de negócio, em nenhuma indústria, que funcione em ambientes de forte intervenção dos governos.
Pior que investimentos estatais, são as
intervenções em preços relativos. Digo
isso, porque nenhuma economia funciona sem princípios mínimos de respeito
à economia. Ou nós entendemos isso e
praticamos princípios básicos como os
enunciados ou nenhum modelo econômico funciona – muito menos aquele em
uso de “mudança da matriz macroeconômica”; que demonstra inequivocamente
que não funcionará a médio prazo.
O aprofundamento da fase de perplexidade veio com os riscos e custos
da regulação – legislações e outras resoluções e assemelhados – que foram
uma pá de cal nas expectativas dos investidores nas lavouras. O otimismo em
relação aos investimentos e produção
nos elos da cana e das usinas foi sendo
substituído pela perplexidade diante da
profusão de legislações, regulamentações e das formas de fiscalização – essa
última feita com grande latitude de decisão por parte dos fiscais (do trabalho,
meio ambiente).
Revista Canavieiros - Abril de 2014
Para fazer frente às exigências das legislações e regulamentações os produtores de cana têm que: a) reforçar o quadro
de pessoal da contabilidade; b) contratar
serviços advocatícios nas áreas tributária, trabalhista e até criminal; c) deverá
haver consultorias nas áreas ambiental e
florestal; d) no geo-referenciamento etc.
Há custos relacionados às limitações de
capacidade dos veículos de transporte.
E outros relacionados ao uso de mecanização que reduz números de cortes, e
assim por diante. Ainda por cima, está
vindo célere o CAR (Cadastro Ambiental Rural). Não está computado nesses
custos o custo de oportunidade das terras deixadas em reserva legal, que pode
parecer um ponto pacífico, mas não é.
Afinal de contas, qual a recompensa do
produtor por prestar esses serviços ambientais? Há ainda o tempo gasto pelos
administradores para gerenciar o “elenco de multas” pode ter um custo direto
elevado e mais elevado ainda quando ele
impacta a “vontade” de seguir produzindo com a eficiência e competitividade.
Todos esses custos decorrem de risco
institucional, para o qual não há seguro.
E como estão as usinas? De acordo
com a Unica (União da Indústria de
21
Cana-de-Açúcar), das 384 usinas existentes, 44 fecharam; 33 estão em recuperação judicial e 12 não vão moer cana
este ano. Estas são as consequências
das violações dos princípios enunciados no início desse artigo: intervenção
do governo nos preços acarreta ruína de
um setor. Em 20% das usinas, 30% da
receita estão comprometidos com serviço da dívida (juros e amortizações).
Oitenta mil pessoas foram demitidas.
O problema começou com a intervenção do governo nos preços para
combater a inflação: a Cide de R$ 0,28
por litro de gasolina, que dava competitividade ao etanol, foi zerada, eliminando-se o diferencial tributário que
favorecia o etanol, e, ainda por cima,
houve o controle do preço da gasolina
na bomba. Como o etanol concorre com
a gasolina na bomba, ao reduzir artificialmente o preço relativo da gasolina
vis-à-vis o preço do etanol, faz-se um
controle de preço do etanol. O problema começou, mas não terminou.
Para completar o quadro de incertezano etanol, temos agora o avanço do
gás de xisto, cujas consequências para
o Brasil são desconhecidas. Foram descobertas reservas na América do Norte
suficinte para atender o consumo do
país por 45 anos; esse dado por si só
já causaria um impacto de ruptura nas
matrizes energéticas do mundo todo, de
todos os tipos de combustíveis.
Esse gás era conhecido, mas não havia
tecnologia para a sua exploração a custos
compatíveis com o gás natural. Salvo se
houver uma agressão grave ao meio ambiente no processo de extração desse gás, o
avanço tecnológico da sua produção poderá oferecer energia pela metade dos preços
das fontes atuais. O boom de xisto poderá
derrubar a economia da energia renovável.
Pode ser muito mais difícil convencer as
pessoas a adotar a energia verde – que precisa de pesados subsídios – quando há um
combustível barato e abundante que é muito mais limpo do que o carvão.
Há crítica ao gás de xisto: a) a exploração do gás é muito cara; e, b) que ele
traz riscos ambientais. Essas críticas estão equivocadas, pois ao longo da última
década, novas técnicas foram desenvolvidas que reduzem custo de produção.
O xisto Haynesville, que se estende do
Texas a Louisiana, tem custos tão baixos
quanto US$ 3 por milhão de unidades
térmicas britânicas (BTU), abaixo dos
US$ 5 do xisto de Barnett (na década de
1990). Haverá mais redução de custos se
as grandes companhias de petróleo entrarem no jogo. Se eles precisarem fazer
xisto de US$ 2, eles vão fazê-lo.
Quando aos riscos ambientais, de fato,
a perfuração do gás de xisto representa
um potencial de um risco para as águas
subterrâneas. Se um tubo de revestimento falhar, alega-se, fluídos de perfuração
pode infiltrar-se em aquíferos. Mas, esse
gás é encontrado a milhares de metros
abaixo do lençol freático. É possível
ocorrer a poluição da água por vazamento
de fluídos de perfuração se esses fluídos
não são descartados de forma adequada.
O papel de preservação do meio ambiente está reservado à regulamentação,
sua aplicação e fiscalização. A competência dessas instâncias deve garantir a
segurança ambiental . Essa atividade,
dados os custos baixos (no futuro) e a
abundância de oferta comporta custos
adicionais da preservação ambiental.
Já há fluídos de perfuração não tóxicos,
mesmo sem proibições impostas por regulamentação ambiental .
Os consumidores vão mudar seus
hábitos e talvez rapidamente. Podem
abraçar uma fonte de energia mais barata, deixando de lado as questões políticas ou ambientais . Isso já aconteceu
antes, com a rápida disseminação de
terminais de gás liquefeito natural ao
longo dos últimos anos.
O gás de xisto irá acirrar a concorrência entre as empresas de energia e entre
os países exportadores. Isso vai frustrar
os propósitos do petro-fornecedores de
formar cartéis e conquistar poder de
mercado. Ele veio para ficar – exceto
no caso de uma catástrofe ambiental. O
boom do gás de xisto irá “sacudir o mundo”. Ele irá revolucionar a indústria de
combustíveis nas próximas décadas. Ele
vai retardar a transição dos combustíveis
poluentes para a energia renovável.
* Pesquisador do Centro de Estudos
Agrícolas do IBRE, FGV (RJ) – Instituto Brasileiro de Economia, Fundação Getúlio Vargas.
* Chefe do Centro de Estudos Agrícolas do IBRE – FGV (RJ)RC
Revista Canavieiros - Abril de 2014
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Revista Canavieiros - Abril de 2014
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Revista Canavieiros - Abril de 2014
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Notícias Copercana
Copercana realiza Assembleia Geral Ordinária
Carla Rodrigues
N
o dia 26 de março de 2014, a
Copercana reuniu seus cooperados, diretores, conselheiros e
colaboradores, no auditório da Canaoeste, em Sertãozinho, para a realização
de sua Assembleia Geral Ordinária, que
tratou da seguinte ordem do dia:
1) Prestação de Contas da Administração do exercício de 2.013, acompanhada de parecer do Conselho Fiscal,
compreendendo:
a) Relatório da gestão do ano findo
de 2.013;
b) Balanço contábil encerrado em
31/Dezembro/2.013;
c) Demonstrativo das contas de resultado do exercício encerrado em 31/
Dezembro/2.013;
2) Destinação das Sobras Líquidas
do Exercício;
3) Eleição dos Membros do Conselho de Administração e do Conselho
Fiscal;
4) Fixação do valor dos honorários
da Diretoria Executiva e do valor da
Cédula de Presença dos demais Membros do Conselho de Administração e
do Conselho Fiscal;
5) Demissão e exclusão de Cooperados
A mesa diretora foi composta pelo
diretor presidente, Antonio Eduardo
Tonielo, pelo diretor superintendente,
Manoel Carlos de Azevedo Ortolan,
pelo diretor secretário, Pedro Esrael Bighetti, e pelos assessores jurídico, Dr.
Clovis Aparecido Vanzella e contábil
Marcos Cesar Molezin, que na ocasião
apresentou o relatório das atividades e
a prestação de contas do exercício de
2013 da cooperativa, destacando os
investimentos em melhorias das áreas
administrativas e operacionais, com o
intuito de acompanhar as novas tendências de desenvolvimento e com isso,
proporcionar aos cooperados acesso à
informações privilegiadas.
Dentre os destaques apresentados,
estava a reinauguração da loja de ferragens e magazine em Cravinhos; o início
da reforma e ampliação na loja de ferragens e magazine da cidade de Santa
Rita do Passa Quatro, que será reinaugurada neste ano; o início às montagens
das Lojas de Ferragens nas cidades de
Barretos e Paulo de Faria (inaugurada
em 20/03/2014) e iniciou a construção
do Posto de Combustíveis em Jaboticabal (inaugurado em 02/04/2014). Também teve início a reforma e ampliação
do Supermercado de Sertãozinho, ampliação da Loja de Ferragem de Pontal
e adequações do Posto de Combustíveis de Sertãozinho. Outro destaque em
2013 e considerado um marco para a
história da cooperativa, foi o início da
construção do Centro de Eventos, com
término previsto para meados de 2014,
cujo espaço vai abrigar a feira Agronegócios Copercana, com área total de
5.771,36m², estacionamento próprio,
vestiários, sanitários, palco e camarins,
cozinha e apoio para buffets, além de
estrutura completa para realização de
feiras, festas, shows e formaturas.
Destacando ainda as atividades de
2013, o laboratório realizou 9.990 análises de solo, 1.467 análises de micronutrientes, 455 análises entre gesso/fertilizante / torta de filtro e 1.891 análises
textural. Ocorreu o recolhimento de
96 toneladas de embalagens, sendo 72
toneladas de embalagens laváveis e 24
toneladas de embalagens não laváveis.
Revista Canavieiros - Abril de 2014
No Projeto Amendoim foram plantados
11.082 hectares, obtendo uma produção
de mais de 1.908.000 sacas. No Projeto
Soja foram plantados 3.500 hectares,
sendo que entre participantes e não do
projeto, a Copercana recebeu e comercializou 307 mil sacas de soja. Ainda
foram comercializados 393.160 quilos
de sementes de soja; 2.452.200 quilos
de sementes de amendoim; 223.649
toneladas de fertilizantes; 7.191.451
quilos/litros de defensivos; 15.678.000
litros de combustíveis (diesel, gasolina
e etanol); 149.697 toneladas de corretivos de solo, sendo 119.052 toneladas
de calcário e 30.645 toneladas de gesso.
No mês julho de 2013 começou a operar a Copercana Distribuidora de Combustíveis, comercializando até o mês de
dezembro de 2013 aproximadamente
10.305.000 litros de combustíveis. O
exercício de 2013 encerrou-se com
1.382 funcionários, 6.400 cooperados e
um faturamento líquido das devoluções
e abatimentos de R$ 931.332.642,00,
número que confirma com o excelente
balanço e demonstração de resultado
apresentados.
Na referida assembleia também foi
realizada a eleição dos Membros do
Conselho de Administração e do Conselho Fiscal, sendo que houve somente
uma chapa concorrente às eleições, encabeçada pelo cooperado Antonio Edu-
25
ardo Tonielo, ficando, portanto, eleito
o Conselho de Administração para o
mandato do quadriênio 2014/2018,
constituído com os seguintes membros:
Antonio Eduardo Tonielo, Manoel Carlos de Azevedo Ortolan, Pedro Esrael
Bighetti, Francisco César Urenha, João
Nilson Magro e Paulo César Canesin.
Já o Conselho Fiscal, foi eleito para
o mandato anual 2014/2015, ficando
constituído como membros efetivos
Luiz Carlos Tasso Júnior, Gaspar Carmanhan da Silveira e Cláudio Agostinho Nadaletto e como membros suplentes Luiz Alberto Consoli, José Ronaldo
Bálsamo, Nicola de Felicio Neto.
No encerramento da assembleia,
o presidente da Copercana agradeceu a eleição da sua chapa, alegando
que significa o reconhecimento dos
cooperados ao trabalho sério e firme
que tem desempenhado na busca da
melhoria da situação sócio-econômica e financeira da cooperativa e dos
senhores cooperados. Agradeceu aos
conselheiros que deixam, por motivo de força estatutária, seus cargos
na data de hoje, agradecendo, também, de forma indistinta, a todos os
funcionários e colaboradores da cooperativa pela união de esforços da
equipe e pela execução dos trabalhos
bem sucedidos durante os anos, dizendo ainda que “o ano de 2013 foi
muito especial para a cooperativa,
que completou 50 anos de fundação
no dia 19 de maio”.
Conforme deliberado posteriormente, em reunião do Conselho de Administração da Copercana, realizada em
03/04/2014, ficaram reeleitos e empossados, nesta data, os membros componentes da Diretoria Executiva, os Conselheiros: Antonio Eduardo Tonielo, como
Diretor-Presidente; Manoel Carlos de
Azevedo Ortolan, como Diretor-Superintendente e Pedro Esrael Bighetti,
como Diretor-Secretário, para o mandato quadrienal de 2014/2018. RC
Revista Canavieiros - Abril de 2014
26
Notícias Copercana
Copercana inaugura posto de combustíveis em
Jaboticabal
Este é o quarto posto de combustíveis da rede Copercana e a
terceira loja de conveniência inaugurada na região
Fernanda Clariano
A
cidade de Jaboticabal já conta
com um posto de combustíveis
da rede Copercana. A inauguração aconteceu no dia 02 de abril, e foi
prestigiada com a presença do prefeito
Municipal de Jaboticabal, Raul José
Silva Gírio; do presidente da Câmara Municipal de Jaboticabal, Wilson
Aparecido dos Santos; do secretário de
Governo de Jaboticabal, José Paulo Lacativa Filho; do secretário de Agricultura, Abastecimento e Meio Ambiente
de Jaboticabal, Sérgio de Souza Nakagi
e do secretário da Indústria e Comércio
de Jaboticabal, Valdemir Lutti, além de
diretores do Sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred, cooperados e
colaboradores.
O novo Posto de Combustível da rede Copercana em Jaboticabal está
localizado na Rua São João, nº 340
Para atender a demanda de clientes
que devem passar diariamente pelo posto, foram contratados 23 colaboradores
diretos, todos treinados para melhor
atender os clientes.
falou sobre os desafios e a importância
de investir na cidade de Jaboticabal. “A
Copercana se sente orgulhosa em poder
entregar para os cooperados e para a população de Jaboticabal, mais um de seus
investimentos. Sabemos que desafios
foram enfrentados, mas como sempre,
procuramos superá-los. Este é o quarto
posto de combustíveis que a Copercana
inaugura, já estamos nas cidades de Sertãozinho, Pontal, Pitangueiras e agora
em Jaboticabal, um município que acolheu o supermercado e acreditamos que
com o posto de combustíveis não será
diferente”, disse Bighetti.
brou da importância do cooperativismo.
“É uma satisfação inaugurar mais um
serviço da Copercana. Sabemos que o
setor não vai bem, mas as dificuldades
são de todos e este é mais um serviço
oferecido para facilitar a vida dos clientes, criando um pouco mais de conforto
e de comodidade para todos. Tudo o que
é movimentado, o lucro que se tem acaba sendo revertido para os associados e
de certa forma, através do trabalho que
é realizado, podemos reinvestir também
aquilo que sobra em serviços que vão de
encontro às necessidades e aos interesses
de todos”, afirmou Ortolan.
Na cerimônia de abertura, o diretor
da Copercana, Pedro Esrael Bighetti
O presidente da Canaoeste e Orplana,
Manoel Ortolan, em seu discurso, lem-
Representando os cooperados e
clientes de Jaboticabal e região, o co-
Com uma área construída de mil m²,
o posto oferece serviços de troca de óleo,
abastecimento e abriga uma aconchegante e completa loja de conveniência
onde os cooperados e a população poderão encontrar diversos produtos, além de
pão francês fresquinho o dia todo.
Diretoria do Sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred e autoridades fizeram o descerramento da placa inaugural
Revista Canavieiros - Abril de 2014
27
Diretores com os colaboradores do posto de Jaboticabal
Pedro Esrael Bighetti,
diretor da Copercana
e renda, isso é muito importante e nos
deixa orgulhosos”, afirmou Gírio.
Além de todo conforto e comodidade,
o cliente poderá encontrar combustíveis
de qualidade e com preço competitivo
é o que afirmou o presidente da Copercana, Antônio Eduardo Tonielo, que encerrou o ato de inauguração.
Antonio Eduardo Tonielo,
presidente da Copercana
Manoel Ortolan,
presidente da Canaoeste
operado José Francisco Baratella, discorreu sobre o empreendimento e agradeceu. “Recebemos com muita alegria
este posto de combustíveis da Copercana em nossa cidade. Sabemos da burocracia e das incansáveis batalhas enfrentadas para pôr em prática mais esse
empreendimento. O que a Copercana
está nos dando é um grande presente e
só temos que agradecer”.
ganha. Este local estava totalmente
abandonado e a Copercana lutou e
construiu o seu supermercado e agora
esse posto de combustíveis que veio
também para abrilhantar o nosso município. A cada dia, o fluxo de veículos
aumenta no município e precisamos
de mais um posto de combustíveis
para atender a população. Temos que
agradecer os diretores da Copercana
e dizer que estamos aqui para somar,
para que a população cresça e se desenvolva a cada dia” disse Wilson.
O presidente da Câmara Municipal de Jaboticabal, Wilson Aparecido
dos Santos falou em nome dos vereadores da cidade. “Para Jaboticabal,
este é mais um empreendimento que
veio para somar e a população é quem
O posto conta com uma completa loja de
Conveniência à disposição dos clientes
O prefeito de Jaboticabal, Raul José
Silva Gírio, esboçou a satisfação em receber mais um empreendimento da Copercana. “Hoje, Jaboticabal tem mais
de 55 mil veículos e abrir um posto de
combustíveis, eu acredito que seja um
bom negócio. A Copercana está acreditando em Jaboticabal, abriu um supermercado e agora, este posto que está
muito bem instalado. Só temos que
agradecer a grande contribuição que
estão trazendo para a nossa sociedade
e para o nosso município. Parabéns
por não medirem esforços e acreditarem em Jaboticabal gerando empregos
“Para nós, é motivo de satisfação poder inaugurar mais um de nossos investimentos em Jaboticabal. Todos sabem
das dificuldades que enfrentamos, mas
felizmente conseguimos chegar aonde
chegamos. Tenho certeza que este será
um investimento muito importante para
essa cidade. Além de preservarmos o
nosso nome, privamos a qualidade dos
produtos que apresentamos aos clientes. Os preços oferecidos pelos postos
de combustíveis da Copercana servem
de parâmetro para outros postos e isso
ajuda a população que tem mais opção.
O combustível que entra nos postos da
Copercana vem da nossa distribuidora,
não dependemos de terceiros. A nossa
intenção é crescer um pouco mais e na
medida do possível, com uma rede mais
forte de distribuidoras de combustíveis,
esperamos oferecer cada vez mais serviços e preços melhores para os nossos
cooperados e para os nossos clientes”,
disse Tonielo.
Após o encerramento, o padre Luiz
Gustavo Scombatti, da Paróquia Santa
Teresa deu as bênçãos às instalações e
aos presentes e em seguida os diretores e
autoridades descerraram a placa que marcou a inauguração do mais novo posto de
combustíveis e da loja de Conveniência da
Copercana em Jaboticabal. RC
Revista Canavieiros - Abril de 2014
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Notícias Canaoeste
Canaoeste recebe visita do deputado
Arnaldo Jardim e de representantes de
associações da região
Fernanda Clariano
N
o dia 22 de março, o deputado
federal Arnaldo Jardim esteve
em Sertãozinho e foi recebido
na sede do Sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred pelo presidente
da Canaoeste e da Orplana, Manoel
Na oportunidade, o deputado ouviu
as associações sobre a possibilidade de
se pensar em medidas de curto prazo que
possam tirar o setor sucroenergético do
caos que vem enfrentando com a crise.
O presidente da Canaoeste assim como
O deputado enalteceu a importância que o setor sucroenergético e as
indústrias têm para a região e propôs
a realização de um manifesto, um
movimento de caráter suprapartidário que chegue com forças até a pre-
Ortolan, pelo presidente da Copercana Antonio Eduardo Tonielo e pelo
diretor da Copercana, Pedro Esrael
Bighetti. A visita também contou com
a participação de presidentes de associações das cidades de Jaú, Lençóis
Paulista, Guariba e Novo Horizonte.
as associações falou ao deputado da insatisfação e do descontentamento diante da
atual situação e clamaram o seu apoio por
medidas agressivas e contundentes que
chamem a atenção do governo federal.
sidente Dilma Rousseff. “A situação
está muito complicada e o tom do diálogo que estamos tendo com o Governo não está adiantando, não está
produzindo resultados. Além do setor sucroenergético, a crise vem atingindo a indústria de máquinas, equipamentos, bens de capital, insumos
e serviços, comprometendo os fornecedores e plantadores de cana-de-açúcar e provocando o desemprego.
A ideia é fazermos manifestações que
tenham a marca do trabalhador. Botar a tropa na rua, onde associações,
prefeitos, vereadores, usinas, indústrias e trabalhadores participem com
propostas concretas e mais do que
isso, fazermos um dia em defesa do
etanol com manifestações nas principais cidades para chamar a atenção e
sensibilizar o Governo para que algo
urgente seja feito em favor deste setor que está clamando por medidas
urgentes”, afirmou o deputado. RC
“Estamos assistindo usinas fechando, e muitos produtores deixando o
setor e arrendando ou vendendo suas
terras, mudando de produção, saindo
da cana e partindo para outras culturas.
As associações têm sentido os impactos da crise, pois, os ânimos ficam mais
acirrados, as críticas acabam se avolumando e as organizações ficam como
culpadas. Preocupados e descontentes,
os produtores falam até em deixar as
associações e nessa hora em que precisamos de forças, encontramos a falta de
apoio. É uma pena ver o setor chegar
nesse ponto em que está e sabemos que
pode piorar. Precisamos lutar para que
isso acabe e tudo volte a ser como antes”, desabafou Ortolan.
Deputado Federal Arnaldo Jardim
Revista Canavieiros - Abril de 2014
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Canaoeste realiza Reunião Técnica em
Pitangueiras e Sertãozinho
Da redação
Com a missão de oferecer aos seus
associados informações atualizadas e
ferramentas inteligentes de manejo agronômico, a Canaoeste em parceria com a
empresa Stoller realizou duas reuniões
técnicas para seus associados e técnicos
que contou com a palestra do consultor
da Canaplan, Júlio Campanhão, sobre o
tema: “Critérios de Sucesso na Instalação e Manejo do Canavial”.
Reunião em Pitangueiras – Celestino Tomas Ferrante (fornecedor),
Ronaldo Maffeis Filho (Canaoeste), Edson Fernandes (Canaoeste),
Demétrio Martins (Andrade/Guarani), Júlio Campanhão (consultor
Canaplan) e Douglas Bottino (Stoller).
As reuniões aconteceram respectivamente nos dias 18 e 31 de março na
Maçonaria em Pitangueiras e no auditório da Canaoeste em Sertãozinho e
reuniram aproximadamente 30 pessoas.
Reunião em Sertãozinho – André Magro Franco (fornecedor),
Douglas Bottino (Stoller), Júlio Campanhão (consultor Canaplan),
Sílvio Sakamoto (fornecedor), Rubens Sicchieri (fornecedor),
Thiago Verri (Canaoeste), Gustavo Nogueira (Canaoeste), Ana
Paula Marchesi Borges (fornecedor), Alessandra Durigan
(Canaoeste), Silvia Helena Jacomini (fornecedor), Sílvio Lovato
(fornecedor), João Pedro Zamprônio (fornecedor), Roberto Costa
Rosseti (fornecedor), Luis Gustavo Rodrigues (fornecedor), Antônio
Alberto Pelliccioni (fornecedor). RC
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30
Notícias Canaoeste
Canaoeste realiza Reunião Técnica em
Descalvado
Carla Rodrigues
P
reocupada com o bem estar e
a saúde de seus associados, a
Canaoeste, filial de Descalvado, em parceria com a empresa São
Francisco Saúde, realizou em 10 de
abril, uma reunião com o objetivo de
apresentar as condições diferenciadas
de planos de saúde.
técnicos referentes a “Nutrição de Plantas e Longevidade do Canavial”.
Na ocasião, em parceria com a empresa Yara fertilizantes, foi realizada
uma palestra onde abordaram assuntos
Participaram aproximadamente 80
pessoas e todos puderam participar e
esclarecer dúvidas. RC
Karen (São Francisco Saúde), Breno (Canaoeste), Carlos (São
Francisco Saúde), Gustavo (Canaoeste), Rogério (Yara), Luiz
(Yara) e Murilo (Copercana).
Associados presentes na palestra.
Canaoeste realiza Reunião Técnica em
Ituverava
Da redação
A
Canaoeste, filial de Ituverava,
em parceria com a empresa
Syngenta, realizou no dia 10
de abril, uma reunião na Pizzaria A
Fornalha, com aproximadamente 15
associados para discutir sobre o tema
“Qualidade de plantio”.
Foram apresentadas para o público
presente, novas tecnologias de plantio,
como por exemplo, as mudas pré-brotadas e também o portfólio de produtos
da Syngenta. RC
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Associados atentos a palestra.
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Notícias Canaoeste
Canaoeste e Copercana recebem visita de
professores da Universidade de Purdue dos EUA
Dentre os assuntos discutidos os destaques foram as dificuldades de mão de obra para o
agronegócio brasileiro e a importância da preparação dos jovens para o mercado de trabalho;
mais de 20 profissionais de RH participaram da reunião
Fernanda Clariano
N
o dia 1º de abril, a Copercana e
a Canaoeste, receberam a visita
dos professores, Marshall Martin e Levon Esters da Universidade de
Purdue dos Estados Unidos, que acompanhados pelo professor da USP-Ribeirão Preto, Marcos Fava Neves, pelo
gerente de Marketing Estratégico para
América Latina da John Deere, Marco
Ripoli e pelo gerente de Treinamento da
John Deere para toda América Latina,
Darci Teixeira, se reuniram com profissionais de departamentos de Recursos
Humanos de várias empresas da região.
Em pauta estavam as necessidades
de mão de obra capacitadas enfrentadas pelas empresas do agronegócio do
Brasil, além dos desafios na construção
de talentos, e as lacunas existentes na
educação como a valorização dos professores e a qualidade do ensino.
O debate foi coordenado pelo professor americano Marshall, que levantou várias questões e ouviu interessantes experiências vivenciadas e as
principais necessidades das empresas
participantes.
“Este é um projeto da fundação John
Deere dos EUA com a Universidade
de Purdue, para entender quais são as
necessidades educacionais que existem
Professores da Universidade de Purdue dos EUA
com profissionais de Recursos Humanos
no Brasil, e poder prover apoio. A ideia
é entender as demandas que existem
e as lacunas de oferta, para conseguir
contribuir com recursos no ano que
vem, contribuindo em benefício para
a própria empresa que vai ter recursos
humanos mais qualificados. Precisamos
disso, mas em benefício principalmente no processo de educação no Brasil”,
explicou Fava Neves.
Sertãozinho, a Fatec (Faculdade de
Tecnologia do Estado de São Paulo) e
o SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial), onde foram recebidos pelos diretores e puderam conhecer
um pouco mais sobre o dia a dia das
escolas e os cursos de aprendizagem
oferecidos por elas.
Após a reunião, os professores visitaram duas instituições de ensino em
“É um prazer muito grande poder conhecer os sistemas de educação
e como é a formação dos jovens para
que possam trabalhar no setor agro do
Professor Marshall Martin
Marco Ripoli, gerente de Marketing Estratégico
para América Latina da John Deere
Revista Canavieiros - Abril de 2014
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Professores durante visitaram duas instituições
de ensino em Sertãozinho, a Fatec (Faculdade de
Tecnologia do Estado de São Paulo) e o SENAI
(Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial)
Os professores conheceram as escolas e os cursos de aprendizagem.
Brasil. Estamos procurando entender
como é feita a preparação desses jovens
e o que podemos fazer para melhorar
as condições das pessoas. Queremos
ouvir as opiniões sobre a situação atual
da educação secundaria, queremos saber sobre o sistema atual de educação,
quais as deficiências e mais, queremos
saber o que uma empresa privada poderia intervir no espaço público e privado
para melhorar a questão grave hoje que
temos no Brasil que é a falta de mão de
obra”, afirmou o professor Marshall. RC
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Notícias Sicoob Cocred
Balancete Mensal - (prazos segregados)
Cooperativa De Crédito Dos Produtores Rurais e Empresários do
Interior Paulista - Balancete Mensal (Prazos Segregados)
- Março/2014 - “valores em milhares de reais”
Sertãozinho/SP, 31 de Março de 2014.
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Matéria de Capa
Frente das novas instalações do PMGCA da RIDESA
no Campus Araras da UFSCar
Centros de Pesquisas com
Cana-de-Açúcar inauguram novas estruturas
Fernanda Clariano com informações de assessorias
O mercado da cana-de-açúcar é um dos mais promissores do agronegócio e a crescente demanda
por biocombustíveis vem fazendo com que os centros de melhoramentos invistam cada vez mais em
tecnologia e em infraestrutura, visando o desenvolvimento de variedades de cana-de-açúcar mais
resistente e fortalecendo as pesquisas e a qualidade das mudas disponíveis ao mercado. Nesta reportagem, destacamos a inauguração da nova sede do Programa de Melhoramento e Laboratório de
Biotecnologia da RIDESA UFSCar e a inauguração da Biofábrica de cana-de-açúcar do IAC.
Inauguração da nova sede do Programa de Melhoramento
e Laboratório de Biotecnologia da RIDESA UFSCar
As novas instalações irão fortalecer as pesquisas em melhoramento genético e transgenia de cana-de-açúcar e contribuir com o desenvolvimento do setor sucroenergético no Brasil
N
o dia 28 de março, foram inauguradas no Campus Araras da
UFSCar (Universidade Federal
de São Carlos) as novas instalações do
PMGCA (Programa de Melhoramento
Genético da Cana-de-Açúcar) da RIDESA (Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento do Setor Sucroenergético).
A solenidade de inauguração, contou
com a presença do reitor da UFSCar,
Targino de Araújo Filho, do prefeito mu-
Revista Canavieiros - Abril de 2014
39
nicipal de Araras, Nelson Dimas Brambilla, do diretor do Centro de Ciências
Agrárias da UFSCar, Jozivaldo Prudêncio Gomes de Moraes, do presidente da
STAB (Sociedade dos Técnicos Açucareiros Alcooleiros do Brasil), José Paulo
Stupiello, do presidente da Canaoeste e
Orplana, Manoel Ortolan, do coordenador geral da RIDESA, Edelclaiton Daros, do presidente da Copercana e da Sicoob Cocred, Antonio Eduardo Tonielo,
além de autoridades, produtores de cana,
executivos de usinas, representantes de
entidades, pesquisadores e profissionais
que integram o PMGCA, parceiros, colaboradores e alunos.
O mais novo espaço para estudos
sobre melhoramento genético da cana-de-açúcar, foi instalado no Centro de
Ciências Agrárias da UFSCar em Araras e conta com uma área construída
de 1,3 mil m², onde dispõe de recursos
necessários para o desenvolvimento de
estudos de biotecnologia e transgenia,
e foi feito seguindo todos os conceitos,
regras e regulamentos exigidos para um
laboratório de biotecnologia.
O prédio ainda possui salas para
professores, pesquisadores, técnicos e
estagiários, além de biblioteca com títulos específicos sobre melhoramento
em cana e sala de aula para 32 pessoas.
Foram investidos mais de R$ 6 milhões,
em recursos captados junto as empresas
do setor sucroenergético conveniadas à
Ridesa UFSCar e de órgãos de fomento governamental (Bioen-Fapesp, Finep,
Petrobras, CNPq e INCT-Bioetanol).
O coordenador do PMGCA da UFSCar, Hermann Paulo Hoffmann, falou
sobre a relevância do novo prédio para
o desenvolvimento de pesquisas e melhoramento genético em cana-de-açúcar e destacou o trabalho de parceria realizado para a conclusão da nova sede.
“Esse prédio foi construído pensando
em transformar em algo material parte
dos recursos recebidos das empresas
conveniadas do setor. Nosso objetivo é
Hermann Paulo Hoffmann, coordenador do
PMGCA da UFSCar
dar boas condições para que continuem
o desenvolvimento das pesquisas em
cana-de-açúcar. Estamos entregando
para a UFSCar um prédio para pesquisa
em variedades e biotecnologia, muito
bem planejado e com menor custo possível, respeitando a origem dos nossos
Revista Canavieiros - Abril de 2014
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Descerramento da fita e placa inaugural
recursos obtidos com trabalho sério no
campo com a cultura da cana-de-açúcar”, disse Hermann.
O coordenador Geral da RIDESA,
Edelclaiton Daros, destacou a satisfação com as novas instalações e lembrou do importante papel do professor
Hermann através da sua dedicação e
competência em prol as pesquisas de
melhoramento genético. “É um momento de satisfação poder ver a concretização desse prédio, fruto de muita
dedicação. Através de um longo trabalho de parceria e contribuição, hoje
nos consolidamos em pesquisas do Rio
Grande do Sul ao Maranhão. Podemos
dizer que somos do tamanho desse Brasil onde se cultiva cana e a nossa visão
de futuro é crescermos ainda mais. Somos grandes fornecedores de pesquisadores para as outras instituições de
pesquisas e temos orgulho disso. Estamos sempre renovando, e acredito que
ninguém duvida do nosso trabalho e da
nossa competência na obtenção de variedades de cana-de-açúcar. O professor Hermann assumiu os trabalhos no
PMGCA UFSCar e deu continuidade
com grande maestria, enorme competência e dedicação. A RIDESA mudou
radicalmente e vem liderando a pesquisa sobre o melhoramento genético
e o Hermann participou ativamente e
foi fundamental em todo o processo”,
afirmou Daros.
O prefeito de Araras, Nelson Dimas
Brambilla, em seu discurso, falou do
contentamento pela inauguração do
laboratório e sobre a importância da
inovação e da busca constante por melhorias. “Sinto-me honrado em poder
participar da inauguração de um instrumento tão importante para pesquisa
como este. Para estar à frente, é preciso
investir em inovação tecnológica e em
pesquisas e essas instalações vieram
para enriquecer a pesquisa brasileira
e também essa instituição. Para Araras
é um privilégio termos uma universidade tão soberana como a UFSCar e
poder contar com o Centro de Ciências
Agrárias e parceiros”, disse o prefeito.
No encerramento da cerimônia de
inauguração, o reitor da UFSCar, Targino de Araújo Filho, enfatizou o grande significado das novas instalações
tanto para a Universidade de São Carlos quanto para o Centro de Ciências
Agrárias e para o País.
Edelclaiton Daros,
coordenador geral da RIDESA
Revista Canavieiros - Abril de 2014
Nelson Dimas Brambilla,
prefeito de Araras
Targino de Araújo Filho,
reitor da UFSCar
“O trabalho que a RIDESA vem
conduzindo ao longo desses anos na
articulação de um conjunto de universidades é muito importante e não é fácil.
É um orgulho muito grande participar
dessa inauguração com tamanha magnitude. Essas novas instalações é um
marco da consolidação de uma trajetória de muitos anos e irão fortalecer ainda mais as pesquisas em melhoramento
genético e transgenia de cana-de-açúcar
e contribuir com o desenvolvimento do
País. Como disse o professor Hermann,
ainda tem muita coisa por vir, eu tenho
certeza que o nosso programa vai continuar de vento em polpa como veio até
aqui”, concluiu Targino.
Os visitantes puderam conhecer as instalações do
do PMGCA da RIDESA
41
Valter Toniello, Antonio E. Tonielo (Copercana), Manoel Ortolan (Orplana e Canaoeste), Paulo,
Gustavo Nogueira (Canaoeste), Marcos Landell (IAC), Breno (Canaoeste), Bortolo (Cooperfértil)
durante inauguração da nova sede do PMGCA da RIDESA
Inauguração da biofábrica de Cana-de-Açúcar do IAC
O
A biofábrica tem capacidade de produzir 4 milhões de mudas por ano
IAC (Instituto Agronômico de
Campinas) inaugurou no dia 4
de abril, em Ribeirão Preto a
Biofábrica de Cana-de-açúcar no Centro
de Cana IAC. O objetivo é de ampliar
sua capacidade de disponibilização de
materiais ao setor, com a produção em
escala de variedades com alta qualidade fitossanitária e genética. O Programa
Cana IAC já tem uma biofábrica para a
multiplicação de seus cultivares desde
2008. A nova estrutura deve ampliar em
40 vezes a capacidade de produção de
cultivares de alta qualidade.
Autoridades do setor participaram da cerimônia de inauguração
Participaram da inauguração: a Secretária de Agricultura e Abastecimento
do Estado de São Paulo, Mônika Bergamaschi; o Pesquisador do Instituto
Agronômico (IAC), de Campinas, da
Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo e diretor
do Centro de Cana, Marcos Guimarães
de Andrade Landell; o Coordenador da
APTA (Agência Paulista de Tecnolo-
gia dos Agronegócios), Orlando Melo
de Castro; o Diretor-geral do Instituto
Agronômico (IAC), de Campinas, da
Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Sérgio
Augusto Morais Carbonell; o gerente
da Usina São Martinho S/A, Luís Gustavo Teixeira; o presidente da Canaoeste e da ORPLANA (Organização de
Plantadores de Cana da Região Centro-Sul do Brasil), Manoel Ortolan; o presidete do conselho de administração e
diretor operacional da Coopecred (Cooperativa de Crédito dos Fornecedores
de Cana da Região Oeste Paulista), Ismael Perina Júnior, além de gerentes de
associações e agrônomos.
Mônika Bergamaschi, Sec. de Agricultura
e Abastecimento do Estado de São Paulo
Manoel Ortolan,
presidente da Orplana e Canaoeste
Marcos Landell,
pesquisador e líder do Programa Cana IAC
A nova biofábrica do IAC terá capacidade para produzir cerca de 4 milhões
de mudas de cana por ano, que serão
utilizadas nos viveiros do setor privado para nova multiplicação e depois,
disponibilizadas para os produtores.
Revista Canavieiros - Abril de 2014
42
Matéria de Capa
Descerramento das placas do “Núcleo de Produção de Mudas” e da Biofábrica
Na biofábrica, a partir de uma gema de
planta, é possível produzir de 20 a 30
mil novas plantas em seis meses. Por
outros métodos de multiplicação, em
campo, uma gema renderia ao produtor
cerca de 40 plantas, em 12 meses.
Em todo o Brasil, existem aproximadamente dez biofábricas de cana-de-açúcar, sendo a grande maioria pertencente a instituições privadas.
A fábrica de Ribeirão Preto, foi construída com verbas do goPensando no bem estar de seus associados, a verno do Estado de São
Paulo, por meio da FINEP
Canaoeste agora oferece também convênio
(Agência Brasileira da
odontológico. Confira!
Inovação) e por recursos
externos. O total investido
foi de aproximadamente
R$ 2,5 milhões. De acordo com o pesquisador e
líder do Programa Cana
IAC, Marcos Guimarães
de Andrade Landell, a biofábrica produzirá mudas
de cana livres de doenças,
possibilitando a oferta de
novas variedades indexadas para atender aos matrizeiros que originarão
mudas para o Sistema de
Mudas Pré-Brotadas.
Uma muda de biofábrica custa, em média,
R$ 1,20. Porém, de acordo com a pesquisadora
Silvana, essa muda tem
excelente qualidade e
será utilizada na formação dos canaviais, já que
tem alta qualidade genética e é livre de doenças.
Os recursos para a
construção da biofábrica
são do governo de São
Revista Canavieiros - Abril de 2014
Na ocasião foram plantadas a SES 205, répicas da
Coleção Mundial de Cana-de-Açúcar
Paulo. De acordo com o pesquisador do
programa Cana IAC, Marcos Guimarães Andrade Landell, as mudas produzidas serão livres de doenças e indexadas para atender aos matrizeiros.
“Isso representa importantes impactos sobre a produtividade, pois é um
processo que fomenta a cana limpa,
com alto potencial produtivo, sendo
também um meio de rápida adoção de
novas variedades”, afirma Landell.
Durante a inauguração foi entregue também o Núcleo de Produção de
(MPB) Mudas Pré-brotadas, com capacidade para produzir, em média, 300
mil MPB por ano, e 350 mil seddlings primeira etapa de produção de plântulas
no processo de desenvolvimento de uma
nova variedade de cana-de-açúcar. RC
43
Revista Canavieiros - Abril de 2014
44
Informações Setoriais
Chuvas de fevereiro e previsões
climáticas para abril a junho de 2014
Quadro 1:- Chuvas observadas durante o mês de março de 2014.
Engº Agrônomo Oswaldo Alonso
Consultor
O
Mapa 1 mostra que, em meados de março na área sucroenergética do Estado, a DAAS
(Disponibilidade de Água no Solo)
apresentava-se entre média a alta na
região numa faixa entre Barretos-Ribeirão Preto- Catanduva-Extremo
Noroeste do Estado- Adamantina e
Araçatuba e outra entre Limeira a
Itapeva. DAAS baixa a crítica ainda
persistia no leste do Estado e larga
faixa entre Centro a Sudoeste de São
Paulo.
Ao final de março de 2013-Mapa 2,
mostra DAAS-Disponibilidade de Água
no Solo muito baixa a crítica nas regiões
de Piracicaba a Sorocaba e nos entornos
de Batatais, Marília, Tupã e Andradina;
enquanto que, nas demais regiões do
Estado, a DAAS encontrava-se em nível
médio a alto na faixa leste, entre Franca
- Ribeirão Preto - São João da Boa Vista
e estreita faixa ao Sudoeste. O Mapa 3
apresentava, ao final de março deste ano,
índices de DAAS muito baixos a críticos
em quase toda área sucroenergética do
Mapa 1:- Água Disponível no Solo entre 13 a 16 de março de 2014
Revista Canavieiros - Abril de 2014
A média das chuvas de março de 2014 (128mm)
ficou em 75% da média histórica deste mês nos locais observados (170mm) e em 68% das chuvas
anotadas em março de 2013 (188mm). Acima das
respectivas normais climáticas, apenas nas Unidades Cruz Alta/Severínia e em Dumont; enquanto
que foram quase que a metade na Biosev MB,
C.E. Moreno, Usina Ibirá, IAC-Ciiagro-São Simão, Usina da Pedra e Centro de Cana IAC, praticamente, formando um “quadradão” no entorno
de Ribeirão Preto.
Estado, com exceção de faixa com médios a altos níveis de DAAS em faixa ao
longo do Sudeste e de São José de Rio
Preto ao extremo Noroeste do Estado de
São Paulo.
Os artigos mensais das Informações
Setoriais conta com o trabalho diário de
anotações de chuvas de todos Escritórios Regionais e que são condensados
em Viradouro. Estes dados tem sido publicados diariamente no site Canaoeste
Mapa 2:- Água Disponível no Solo ao final de março 2013.
45
Quadro 2:- Somas e normais climáticas das chuvas de janeiro e a Canaoeste resume o prognósmarço de 2013 e 2014, anotadas e fornecidas pelos Escritórios tico de consenso entre INMETRegionais.
-Instituto Nacional de Meteorolo-
e, as somas e médias mensais são também mostradas no Quadro 2.
OBS:- Normais (ou médias) climáticas dos locais assinalados de 1 a 8 e
mais a do Centro de Cana- Apta IAC Ribeirão Preto.
Os dados do Quadro 2 mostram, ainda, as expressivas diferenças observadas entre os meses de Janeiro e Fevereiro dos anos 2014 e 2013.
Para planejamentos próximo - futuros,
gia e INPE-Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais para o final
de abril e os meses de maio e junho, como ilustrado no Mapa 4,
ao lado.
• Para estes meses, as temperaturas tendem a ser próximas
das respectivas médias históricas
para toda Região Centro-Sul;
• O consenso INMET-INPE
prevê que as chuvas poderão
ocorrer com iguais probabilidades para as três categorias
(acima, próxima e abaixo das
normais climáticas) na Região
Centro-Sul do Brasil. Exceto
na área amarela, onde as chuvas
poderão ser abaixo das respectivas médias;
• Tendo-se como referência o
Centro de Cana-IAC, as médias
históricas das chuvas em Ribeirão Preto
e municípios (bem) próximos, nos meses de abril a junho, são de 70, 55 e de
30mm, respectivamente.
Por sua vez, o prognóstico climático expedido pela SOMAR Meteorologia mostra que, para a região específica de abrangência da Canaoeste, as chuvas serão: a)
volume de chuvas poderão ser próximo
a acima da média histórica em abril; b) o
outono - meses de abril a junho não serão
secos, havendo possibilidade até, de serem
semelhantes ao mesmo período de 2013;
Mapa 3:- Água Disponível no Solo ao final de março 2014.
Mapa 4:- Elaboração Canaoeste do Prognóstico de
Consenso entre INMET-INPE para final de abril,
e durante os meses de maio e junho. É típico para
o Nordeste do Brasil, as ocorrências de maiores
volumes de chuvas entre os meses de outono e
Inverno, principalmente na faixa litorânea.
c) e, infelizmente, com episódios de baixas
temperaturas desde maio.
A Canaoeste recomenda especial
atenção aos produtores de cana que,
nas (obrigatórias) áreas colhidas sem
queimas prévias, os efeitos das baixas
temperaturas acentuam-se com palhiço
sobre as soqueiras. Remover (enleirando ou desenleirando) a palha das linhas
de cana, resulta em menor intensidade e
duração das baixas temperaturas. A necessária remoção (se possível, é claro),
resulta em melhor brotação, desenvolvimento inicial das soqueiras e produtividades futuras. Dúvidas ? Consultem
os Técnicos Canaoeste nos Escritórios
Regionais ou pelo Fale Conosco.
Apesar da temperatura da água do Pacífico Equatorial estar mostrando elevação da temperatura superficial, os Institutos Meteorológicos mantém a previsão
de neutralidade entre os fenômenos El
Niño e La Niña até o final do semestre.
Estão, também, monitorando a possibilidade da ocorrência do fenômeno El Niño
ao longo do segundo semestre de 2014.
Estes prognósticos serão revisados
nas seguintes edições da Revista Canavieiros. Fatos climáticos relevantes serão
noticiados em www.canaoeste.com.br e
www.revistacanavieros.com.br.
Persistindo dúvidas, consultem os
Técnicos mais próximos ou através do
Fale Conosco Canaoeste. RC
Revista Canavieiros - Abril de 2014
46
Artigo Técnico
Comparação de vinte e quatro cultivares de Canade-Açúcar (saccharum spp) no município de Frutal no
Estado de Minas Gerais
Alessandra Durigan - Gestora Técnica da Canaoeste
Daniela Aragão Santa Rosa - Agrônoma da Canaoeste de Pontal
Hélio Francisco da Silva Neto - doutorado em Agronomia na FCAV/UNESP – Campus Jaboticabal
Luiz Carlos Tasso Júnior – Superintendente da Canaoeste e pós-doutorado na FCAV/UNESP – Campus Jaboticabal
1
. INTRODUÇÃO
Apesar de ainda ser um dos setores da área agrícola com maiores
taxas de crescimento e inovação tecnológica do País, o setor sucroenergético tem
sofrido muito os efeitos negativos decorrentes dos números de produtividade
abaixo do esperado. Nos últimos anos, a
perda de competitividade devido aos altos custos de produção têm diminuído a
rentabilidade causando sérios problemas
ao produtor rural e a economia brasileira.
O desenvolvimento da cultura de
cana-de-açúcar tem raízes históricas,
que abrange principalmente a busca de
tecnologias adequadas, dentro de um
contexto da evolução do sistema produtivo, compreendendo aspectos técnicos,
biológicos, econômicos e sociais (VASCONCELOS, 1998).
Para que o setor sucroenergético alcance os níveis de produtividade necessários ao equilíbrio e rentabilidade de
sua cadeia de produção, a introdução de
novas variedades torna-se fundamental,
notadamente face à degenerescência dos
materiais utilizados em cultivo intensivo
(RESENDE SOBRINHO, 2000).
A produtividade agrícola da cana-de-açúcar tem apresentado aumentos expressivos no País, mas a produtividade
média ainda é baixa e poderá ser melhorada (MELLIS & QUAGIO, 2009).
Segundo Yokoya (1995), o fator variedade é essencial para se conseguir
matéria-prima de boa qualidade. Neste
contexto, o desenvolvimento de novas
variedades pelos programas de melhoramento genético podem incorporar
maiores produtividades às lavouras de
cana-de-açúcar. Realizar um adequado
manejo varietal, com materiais modernos, mais produtivos e adaptados
as mais adversas situações de cultivo,
contribuem significativamente para o
crescimento do setor.
Neste contexto, o presente trabalho
teve por objetivo, avaliar o comportamento agroindustrial de vinte e quatro
cultivares no município de Frutal-MG.
2. MATERIAL E MÉTODOS
A área experimental está localizada no município de Frutal no Estado
de Minas Gerais, a 160 km do Município de Jaboticabal, na Fazenda Santa
Helena com localização geográfica de
20º01’26”S e 48º52’9”WG. Até a implantação do experimento, a área estava com plantio de soja desde o ano de
2003. O solo apresenta textura média e
é distrófico (V% < 50)
A instalação, condução e colheita
do campo experimental foi realizada
pela Canaoeste (Associação dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de
São Paulo) em parceria com a Aprovale
(Associação dos Plantadores de Cana
do Vale do Rio Grande) e Usina Frutal (Grupo Bunge), sendo que o plantio do experimento foi realizado no dia
01/04/2012 e a colheita do primeiro
corte no dia 15/08/2013.
Todas as cultivares utilizadas para a
implantação desse experimento foram
obtidas junto a Fazenda experimental
Santa Rita, localizada no município de
Terra Roxa-SP, pertencente a Copercana (Cooperativa dos Plantadores de
Cana do Oeste do Estado de São Paulo).
Por ocasião do plantio a adubação
foi realizada com a fórmula 05-25-25,
500 kg/ha, seguindo os critérios da
perspectiva de produtividade agrícola e
análise de solo, de acordo com Boletim
100 – IAC (2001). No sulco foi aplica-
Revista Canavieiros - Abril de 2014
do o inseticida Regent WG (fipronil),
recomendado para o controle de cupins,
na dose de 0,25 kg/ha, o fungicida sistémico Comet, do grupo das estrobirulinas, recomendado para o controle da
doença “Podridão Abacaxi”, na dose de
0,5 l/ha e o nematicida Furadan (carbofuran), recomendado para o controle de
nematóides, na dose de 5,0 l/ha.
A primeira colheita (primeiro corte) da área experimental foi mecânica,
quando o canavial apresentava dezesseis meses de idade e para a avaliação
do TCH (toneladas de cana por hectare),
utilizou-se para a pesagem dos blocos,
um caminhão transbordo com balança.
As cultivares foram submetidas a
análises tecnológicas, através de amostras de cana retiradas nos blocos no momento da colheita, para a obtenção dos
valores do Brix, pol, Pureza, Fibra, AR
(Açucares Redutores), ATR (Açúcar Total Recuperável), segundo a metodologia
proposta por CONSECANA-SP (2006).
O delineamento experimental utilizado foi o de blocos ao acaso, com 24 tratamentos e três repetições. Os resultados
obtidos foram submetidos à análise de variância (Teste F) e, nos casos da ocorrência de significância estatística, procedeu-se às comparações de médias pelo teste
de Scott & Knott (SCOTT & KNOTT,
1974) ao nível de 5% de probabilidade,
de acordo com Pimentel Gomes (1981).
47
3.RESULTADOS E DISCUSSÃO
Tabela 1: Valores médios da porcentagem de sólidos solúveis (Brix),
Pureza, Fibra, AR (Açúcares Redutores) e POL (Porcentagem de Sacarose Aparente) para as cultivares em estudos, além de dados estatísticos.
Cultivares
BrixPureza Fibra AR POL
---------- %caldo -------------------- %cana --------------SP91-1049
18,98 a 87,78 a 12,32 a
0,36 13,73 b
RB85-5453
18,52 a 89,51 a 11,51 b
0,49 14,15 a
RB96-6928
17,76 b 87,59 a 11,69 b
0,54 13,24 b
RB96-5902
17,18 b 87,80 a 11,15 b
0,54 12,97 b
RB96-5917
17,64 b 87,68 a 11,43 b
0,54 13,23 b
CTC 9
18,49 a 86,46 a 11,52 b
0,57 13,67 b
CTC 17
19,17 a 89,54 a 11,21 b
0,49 14,74 a
CTC 21
18,21 a 89,40 a 10,84 b
0,49 14,08 a
SP81-3250
19,88 a 91,44 a 11,35 b
0,43 15,56 a
IAC91-1099
18,41 a 89,19 a 12,08 a
0,49 13,94 a
IACSP95-5094 18,32 a 89,97 a 12,41 a
0,46 13,87 a
IACSP96-3060 17,55 b 88,71 a 12,36 a
0,50 13,11 b
CTC 2
19,08 a 88,32 a 11,77 b
0,52 14,33 a
CTC 20
18,02 b 89,49 a 11,14 b
0,49 13,87 a
CTC 24
18,22 a 89,08 a 12,57 a
0,49 13,62 b
CT 991906
18,34 a 88,21 a 12,28 a
0,51 13,62 b
SP83-2847
16,75 b 88,31 a 12,72 a
0,51 12,38 b
SP80-3280
19,00 a 88,76 a 11,31 b
0,51 14,43 a
IACSP95-5000 18,59 a 89,67 a 11,53 b
0,48 14,24 a
CTC 6
17,57 b 88,74 a 10,96 b
0,51 13,45 b
CTC 15
17,24 b 87,89 a 12,47 a
0,52 12,72 b
RB85-5536
19,37 a 88,70 a 11,99 a
0,50 14,56 a
RB86-7515
19,26 a 90,79 a 11,18 b
0,45 15,02 a
RB93-5744
16,52 b 85,71 a 11,87 a
0,59 12,02 b
Estatística
Teste F cultivar 3,74** 1,09NS
3,38** 0,91NS 3,04**
Teste F bloco
5,53** 5,13** 21,32** 0,65NS 11,01**
Média Geral
18,25
88,70
11,73
0,50
13,77
CV (%)
4,19
2,35
4,47 16,93
5,92
Médias seguidas de letras distintas, em cada atributo de cada coluna, diferem entre si
ao nível de 5% de probabilidade pelo Teste de Scott & Knott. NS – não significativo. ** significativo ao nível de 1% de probabilidade pelo Teste F.
Observando a Tabela 1, a cultivar
SP81-3250, apresentou maior teor
de Pol % cana, 15,56, porém mostrou semelhança estatística com as seguintes cultivares: RB86-7515, CTC
17, RB85-5536, SP81-3280, CTC 2,
IACSP95-5000, RB855453, CTC 21,
IAC91-1099, IACSP95-5094, CTC 20.
Segundo Brieger (1968), para uma
maturidade e maturação adequada, a
cana-de-açúcar deve apresentar os seguintes valores mínimos: Brix % caldo
= 18%; pol (sacarose) % caldo = 15,3
Tabela 2: Valores médios da produtividade agrícola expressa em TCH (Tonelada de Cana por Hectare), ATR (Açúcar Total Recuperável) e TAH (Tonelada de Açúcar por Hectare) para
as cultivares em estudos, além de dados estatísticos.
Cultivares
TCH ATRTAH
t ha-1
kg t-1
t ha-1
SP91-1049
147,95 a
140,05 a
20,65 a
RB85-5453
138,75 a
140,85 a
19,57 a
RB96-6928
138,49 a
132,49 b
18,33 a
RB96-5902
137,23 a
129,43 b
17,72 a
RB96-5917
121,68 a
132,41 b
16,13 b
CTC 9
107,23 b
136,97 a
14,71 b
CTC 17
110,06 b
146,46 a
16,15 b
CTC 21
144,06 a
140,21 a
20,16 a
SP81-3250
125,41 a
153,90 a
19,26 a
IAC91-1099
123,38 a
138,80 a
17,02 b
IACSP95-5094
103,31 b
137,79 a
14,24 b
IACSP96-3060
104,00 b
130,88 b
13,64 b
CTC 2
131,69 a
142,85 a
18,75 a
CTC 20
106,44 b
138,12 a
14,70 b
CTC 24
102,58 b
135,72 b
13,88 b
CT 991906
128,82 a
135,93 b
17,49 a
SP83-2847
132,04 a
123,90 b
16,42 b
SP80-3280
98,60 b
143,72 a
14,17 b
IACSP95-5000
108,06 b
141,63 a
15,25 b
CTC 6
119,74 a
134,31 b
16,23 b
CTC 15
119,83 a
127,38 b
15,23 b
RB85-5536
106,52 b
144,88 a
15,50 b
RB86-7515
131,16 a
148,84 a
19,56 a
RB93-5744
123,66 a
121,28 b
14,99 b
Estatística
Teste F cultivar
3,53** 3,36**
3,10**
Teste F bloco
1,34NS 10,95**
0,25NS
Média Geral
121,28
137,45
16,66
CV (%)
11,11
5,30
12,71
Médias seguidas de letras distintas, em cada atributo de cada coluna,
diferem entre si ao nível de 5% de probabilidade pelo Teste de Scott &
Knott. NS – não significativo. * e ** - significativo ao nível de 5 e 1%
de probabilidade pelo Teste F,
a 14,4; pol (sacarose) % cana = 13 a
16%; pureza aparente = 85 a 80%. Portanto, todas as cultivares citadas apresentaram maturação adequada.
Quanto a pureza, as cultivares não
apresentaram diferenças estatísticas
quando comparados entre elas, os valores
apresentados são considerados ideais.
Pelos dados demonstrados na Tabela 2, a cultivar SP91-1049 apresentou
maior valor de TCH: 147,95 t.ha-1, po-
rém não foi verificado diferença significativa em relação as cultivares:
CTC 21, RB85-5453, RB96-6928,
RB96-5902, SP83-2847, CTC 2,
RB86-7515, CT 991906, SP81-3250,
RB93-5744, IAC91-1099, RB965917, CTC 15 e CTC 6.
A cultivar com maior valor de ATR
foi a SP81-3250, com 153,90 kg.t-1,
apresentando semelhança estatística
a: RB86-7515, CTC 17, RB85-5536,
SP80-3280, CTC 2, IACSP95-5000,
Revista Canavieiros - Abril de 2014
48
Artigo Técnico
RB85-5453, CTC 21, SP91-1049,
IAC91-1099, CTC 20, IACSP95-5094
e CTC 9.
Em relação ao TAH (Tonelada de
Açúcar por Hectare), as cultivares:
SP91-1049, CTC 21, RB85-5453,
RB86-7515, SP81-3250, CTC 2, RB966928, RB96-5902 e CT 991906, apresentaram resultados significativamente
superior as demais cultivares.
4. CONCLUSÃO
As cultivares apresentaram valores
adequados em relação à avaliação da
qualidade da matéria prima.
As cultivares: SP91-1049, CTC 21,
RB85-5453, RB86-7515, SP81-3250,
CTC 2, RB96-6928, RB96-5902 e CT
991906, apresentaram os melhores resultados de TAH.
Vale ressaltar que os resultados
apresentados referem-se apenas ao
ciclo de cana planta, sendo necessários maiores estudos para os próximos
anos agrícolas.
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRIEGER, F.O.; Início da safra. Como
determinar a maturação. Boletim Informativo Copereste, Ribeirão Preto, v4, n1, 1968.
ba: Escola Superior de Agricultura Luiz
de Queiroz, 1981. 430p.
CONSECANA -SP (Conselho dos
Produtores de Cana-de-Açúcar, Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo).
(2006), Manual de Instruções. Piracicaba: Consecana. pp.112.
RESENDE SOBRINHO, E.A. Comportamento de variedades de cana-de-açúcar em Latossolo Roxo, na região
de Ribeirão Preto/SP. Jaboticabal, 2000,
85p. Dissertação (Mestre em Agronomia), Produção Vegetal – Faculdade de
Ciências Agrárias Veterinárias, Universidade Estadual Paulista.
YOKOYA, F. Fabricação da aguardente da cana. Campinas: Fundação
Tropical de Pesquisas e Tecnologia
“André Tosello”, 1995. (Série Fermentações Industriais, 2).
SCOTT, S. J.; KNOTT, M. A cluster analysis method for grouping means
in the analysis of variance. Biometrics,
Washington, v. 30, n. 3, p. 507-512,
Sept. 1974.
MELLIS, E.V.; QUAGIO, J.A.
2009. Micronutrientes em cana-de-açúcar: a fome oculta dos canaviais. Artigo
em Hypertexto. Disponível em: <http://
www.infobibos.com/Artigos/2009_3/
MicronutrientesCana/index.htm>.
VASCONCELOS, A.C.M. Comportamento de clones IAC e variedades de
cana-de-açúcar (Saccharum spp) nas
condições edafoclimáticas da região
do Vale do Paranapanema. Jaboticabal,
1998. 108f. Dissertação (Mestrado em
Produção Vegetal). Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Universidade Estadual Paulista. RC
PIMENTEL GOMES, F. Curso de
estatística experimental. 9.ed. Piracica-
Revista Canavieiros - Abril de 2014
49
Revista Canavieiros - Abril de 2014
50
Artigo Técnico II
Desinfestação de plantas daninhas na cultura da
cana-de-açúcar
Estratégia eficaz para o sucesso da cana-planta e soqueiras
*Edson Fernandes Júnior – Agrônomo da Canaoeste de Pitangueiras
*Alessandra Durigan – Gestora Técnica Canaoeste
A
finalidade do manejo das plantas daninhas em cana-de-açúcar é dar proteção à produtividade agrícola e industrial da cultura e
facilitar as demais operações agrícolas.
Um canavial livre de plantas daninhas,
“no limpo”, pode atingir altas produtividades, próximas ao potencial produtivo do ambiente agrícola, permitindo
o desenvolvimento pleno da cultura.
A cana-de-açúcar pode tolerar a infestação de plantas daninhas por aproximadamente 100 dias após o plantio,
este período é chamado de PTPI (Período Total de Prevenção à Interferência). É recomendável que o controle
seja realizado antes desse período,
pois a cultura deve se desenvolver livre de plantas daninhas, evitando a
competição.
A interferência negativa resultante
da presença das plantas daninhas nas
áreas agrícolas produtoras de cana-de-açúcar pode causar reduções na qualidade do produto colhido, diminuir o
número de cortes viáveis além de aumentar os custos de produção em cerca
de 30% para cana soca e de 15 a 20%
para cana planta (Lorenzi, 1988).
Assim, os objetivos almejados no
controle de plantas daninhas são: evitar
perdas devido à interferência (competição), favorecer a condição de colheita
mecanizada, evitar o aumento do banco
de semente, evitar problemas de seleção e/ou resistência de plantas daninhas, entre outros.
O controle químico com herbicidas é
prática muito eficiente e é muito utilizada pelos produtores de cana, entretanto,
a integração de práticas culturais e mecânicas, ou seja, o manejo integrado de
plantas daninhas, é a forma de controle
mais racional e segura.
Área de reforma de cana-de-açúcar com alta infestação
de grama-seda. Fonte: Edson Fernandes Júnior.
Para a garantia do sucesso do controle em cana planta e nas soqueiras
sucessivas, a destruição da soqueira e o
uso de herbicidas residuais, como manejo de pré-plantio (PPI – pré-plantio
incorporado) é uma estratégia eficaz
porque promove a redução do potencial
de infestação de plantas e à diminuição
do banco de sementes, ou seja, a desinfestação das áreas.
A sequência de operações utilizadas
em áreas de expansão ou reforma com
altas infestações de gramíneas forrageiras e ou folhas largas envolvendo a
aplicação de herbicidas residuais pré-plantio é a seguinte:
1- Manejo da vegetação com
Glyphosate (dessecação química).
2- Gradagem pesada.
3- Gradagem intermediária.
4- Herbicida residual.
5- Plantio da cana
6- Herbicida de pós plantio.
Revista Canavieiros - Abril de 2014
A dessecação com Glyfosate associada
com a aplicação herbicidas residuais deve
obedecer o seguinte pré-requisito: as áreas
devem ser liberadas (colhidas) em setembro/outubro para que o próximo plantio seja
realizado em fevereiro/março. Utilizar herbicidas com ação graminicida e latifolicida
em sequência ou em mistura ao Glyphosate.
Herbicidas residuais que tem como
alvo o solo: Imazapic (Plateau) e Imazapir (Contain) em associação com Glyphosate, podem ser aplicados com alta cobertura vegetal, já os herbicidas residuais,
Sulfentrazone, Clomazone, Isoxaflutole,
em associação com Glyphosate, necessitam de solo com um mínimo de vegetação no momento da aplicação.
Os tratamentos descritos acima visam obter cana planta com baixo potencial de infestação de plantas daninhas.
A aplicação de herbicidas nas áreas
de rotação de cultura, na reforma do
canavial, tanto no sistema de Meiosi
51
como no plantio convencional, também
provocam um efeito supressivo sobre a
infestação de plantas daninhas e ajudam
também a desinfestação das áreas.
A aplicação de Herbicidas em pré ou
pós-precoce da cana é essencial (primeira Aplicação) para evitar a Mato Competição. Os principais herbicidadas utilizados em cana planta são: Thebutiuron,
Clomazone, Diclosulan, Hexazinona,
Ametrina, Diuron, Metribuzin, Sulfrentazone, Flumioxazina, S-Metolachlor.
Como a colheita mecanizada exige a
operação de quebra lombo poderá haver
a necessidade de uma segunda aplicação de herbicidas após essa operação:
Sugestão de recomendação de herbicidas para pós operação de “quebra lombo”:
- Tratamento 1- 1,8 L/ha Clomazone
+ 1,5 Kg/ha (Hexazinona + Diuron);
- Tratamento 2- 1,3 L/ha Sulfrentazone + 1,5 L/ha Clomazone.
Considerações Finais
A negligência do manejo do banco
de semente e órgãos de propagação vegetativa na implantação do canavial resulta em elevados índices de infestação
de plantas daninhas.
A aplicação de herbicida em PPI (Pré-Plantio Incorporado) deve ser realizada
quando a área for muito infestada. Esta
modalidade de aplicação alivia a pressão
de infestação pós plantio e nos cortes
subsequentes porque reduz o banco de
sementes, mas não anula a necessidade
de aplicação de herbicida após o plantio.
A aplicação de herbicidas pós-plantio e pós-operação de “quebra lombo”
pode assegurar a produtividade potencial, ligada ao ambiente de produção da
cana-planta.
A seletividade dos herbicidas residuais está baseada nos aspectos edafoclimáticos (condições de umidade, chuva,
temperatura) e fisiológicos da planta de
cana e depende da dose aplicada. Para a
correta escolha da dose é fundamental
o conhecimento da textura e do teor de
matéria orgânica do solo.
A aplicação de herbicidas residuais
em cana planta e cana soca, podem ocorrer em solos de baixa e alta disponibilidade de água. As características do produto
que permitem a sua recomendação para
aplicação em período seco ou chuvoso
devem ser criteriosamente observadas,
visando o sucesso no manejo de planta
daninhas na cultura da cana-de-açúcar.
Para maiores informações procure
sempre por um Engenheiro Agrônomo. A recomendação correta e segura
de herbicidas para controle químico de
ervas daninhas é fator muito importante. O uso de herbicidas em larga escala
pode selecionar plantas daninhas mais
resistentes e impactar negativamente o
meio ambiente. RC
Revista Canavieiros - Abril de 2014
52
Destaques
Revista Canavieiros participa do 16º Seminário de
Mecanização realizado pelo Grupo IDEA
Por mais um ano, Ribeirão Preto recebeu o encontro técnico sobre mecanização canavieira
Fernanda Clariano
N
os dias 26 e 27 de março, o
Centro de Eventos Taiwan em
Ribeirão Preto, foi palco do 16º
Seminário de Mecanização e Produção
de Cana-de-Açúcar, uma das principais
vitrines de novidades da área de mecanização da cana.
O evento reuniu profissionais do setor sucroenergético, pesquisadores, representantes de usinas e produtores de
cana, que se encontraram para buscar
soluções e também conferir as mais recentes tecnologias de produção de cana
disponíveis para o setor para melhorar a
produtividade e reduzir custos.
Nos dois dias de seminário, os palestrantes apresentaram suas experiências e
seus recentes progressos alçados através
dos painéis: Manutenção e operação de
equipamentos canavieiros; Avanços na
utilização de tratores e pneus; Operações
de colheita e as novidades para 2014 e
Impurezas vegetais e espaçamentos, e
foram discutidos os seguintes temas: Manutenção automotiva em tempos de vacas
magras; Como evitar a reforma de máquinas na entressafra; Como reduzir o gasto
com mudas e uniformizar a distribuição
no plantio mecanizado; Impurezas vegetais e espaçamentos dentre outros.
Em paralelo ao Seminário IDEA, os participantes
puderam visitar a 4ª Mostra de Máquinas e Equipamentos Agrícolas, onde
empresas como: Antoniosi, Case IH, DMB, John
Deere; Massey Ferguson,
New Holland e Valtra,
além de empresas fabricantes e fornecedoras de
pneus, apresentaram o que
existe de mais moderno
em tecnologia para o setor
sucroenergético.
O engenheiro agrônomo e presidente do IDEA, Dib Nunes Jr., discorreu sobre a importância do evento,
falou da crise em que o setor sucroenergético vem passando e destacou
com otimismo sobre a importância
de se fortalecer e buscar soluções nos
momentos difíceis.
“A nossa intenção com este evento foi de mostrar a força que o setor
sucroenergético tem. O seminário
apresentou muitas novidades e com
certeza teremos pela frente mais
tecnologias surgindo para resolver
os nossos problemas e que estamos
saindo enriquecidos com as grandes
lições que vimos e aprendemos. Apesar de todas as dificuldades, o setor
canavieiro está se mexendo muito em
busca de novas tecnologias visando
a recuperação da competitividade e
não tenho dúvidas de que iremos superar as dificuldades e voltar a crescer mesmo sem a ajuda do governo
federal”, afirmou Dib. RC
Em paralelo ao Seminário IDEA, os participantes visitaram a
4ª Mostra de Máquinas e Equipamentos Agrícolas
Dib Nunes Jr. , presidente do IDEA
Revista Canavieiros - Abril de 2014
53
Revista Canavieiros - Abril de 2014
54
Destaques
GAF14 é despertar do agronegócio para debate a
favor do desenvolvimento
Apesar de alta demanda de produtos agrícolas estar prevista no médio e longo prazos, setor agropecuário mundial ainda precisa superar desafios em regulação, tecnologia, produtividade e integração
Assessoria de Imprensa da DATAGRO
N
os dias 24 e 25 de Março de
2014 o Global Agribusiness
Forum integrou produtores e
consumidores, buscou meios de agregar valor à produção e aumentar a produtividade, e debateu como garantir o
suprimento de alimentos para um mundo com demanda crescente. A cadeia de
valor da agricultura e pecuária mundiais
foi representada oficialmente através da
presença dos mais de 1100 líderes e autoridades, provenientes de mais de 43
países, e dos mais de 100 parceiros do
GAF14, incluindo a iniciativa privada,
governos, associações, entidades, universidades, ONGs e veículos de comunicação. Com transmissão ao vivo pelo
Canal Rural e internet, o GAF14 atingiu
mais de 35 mil espectadores.
gurar o abastecimento de produtos agrícolas de qualidade no futuro. O diretor
geral da OMC (Organização Mundial
do Comércio), Embaixador Roberto
Azevêdo, Keynote Speaker no GAF14,
reconhece a importância do assunto, e
continuará a manter ainda em negociação internacional questões pertinentes à
Rodada de Doha que incluem subsídios
agrícolas, tarifas sobre bens industriais,
e barreiras ao comércio de serviços. Estes são pontos especialmente difíceis
para que se obtenha um consenso, pois
várias questões estão entrelaçadas com
fatores políticos internos em muitos
dos 159 países membros da OMC. Um
eventual acordo entre países-membros
será um estímulo para o crescimento do
agronegócio em todo o mundo.
Um dos principais temas abordados
no Global Agribusiness Forum foi o desafio de alimentar o mundo nas décadas
futuras. Projeções da ONU indicam que
a população mundial vai crescer dos
atuais 7 bilhões para 8 bilhões de pessoas em 2030, e exceder 9 bilhões em
2050. A maior parte deste crescimento
deve ocorrer em locais onde a renda per
capita está em crescimento. O aumento
da renda leva a um consumo maior de
alimentos que precisam de mais recursos para serem produzidos, como proteínas e laticínios. Assim, o aumento da
renda per capita age como efeito multiplicador do aumento de população.
Com a demanda por produtos agrícolas
praticamente garantida, o agronegócio
encontra no crescimento populacional
e de renda uma das maiores oportunidades para seu desenvolvimento, e uma
série de desafios para cumprimento
efetivo de sua função social de prover
alimentos.
Bases para o crescimento
Especialistas, autoridades e líderes de negócios concluíram durante o
GAF14 que o incremento de produção
de alimentos e a intensificação do comércio internacional deverão também
estar em linha com as exigências de
sustentabilidade ambiental e social, que
representam por si só um desafio à parte. Neste contexto, o papel dos governos
será de regular a expansão da produção
agropecuária, oferecendo estímulos aos
investimentos e, ao mesmo tempo, promovendo meios encorajadores de uso
sustentável dos recursos naturais.
Um dos mais complexos obstáculos
a serem vencidos tem relação com acordos entre países, necessários para asse-
É certo que uma boa base legal que
gere segurança jurídica certamente é
pré-requisito para a continuidade do
desenvolvimento do setor e um dos
pontos chave para manter atrativos os
investimentos.
O Keynote Speaker do GAF14, Abilio Diniz, presidente do conselho da
BRF, ressaltou que gestão, treinamento
e motivação são essenciais para o sucesso e manutenção da competitivida-
Revista Canavieiros - Abril de 2014
Monika Bergamaschi, Secretária de Agricultura,
Pecuária e Abastecimento do Estado de SP, em
discurso durante a cerimônia de abertura.
de. Sabe-se que investimento em qualificação de pessoas e novas tecnologias
são ao menos parte da resposta para os
entraves ao desenvolvimento do agronegócio no mundo, que incluem melhorias em rastreabilidade, boas práticas de
produção, segurança alimentar e aproveitamento de resíduos.
Agricultura e energia
A agricultura hoje não se limita a
apenas produzir alimentos, mas contribui também com energia renovável.
Nas últimas três décadas, a agricultura energética se desenvolveu de
forma acelerada, e complementar à
agricultura alimentar. Os biocombustíveis tiveram expressivo aumento de
produção em particular na primeira
década do presente século, quando a
produção mundial passou de cerca de
30 para 126 bilhões de litros por ano,
deixando de ser considerada uma iniciativa exótica.
O biometano, gerado pela biodigestão de resíduos agrícolas, talvez seja o
maior break-through recente na área de
biocombustíveis, pela sua grande capacidade de produzir energia e de matéria orgânica, facilitando a recuperação
da qualidade, acelerando o processo de
construção de solos. A geração de biogás
pode contribuir para a geração descentralizada de bioeletricidade, e a substituição
de diesel fóssil, sendo considerada uma
55
fonte de energia drop-in, pronta para ser
incorporada aos sistemas já existentes de
distribuição de gás natural.
Especialistas do GAF14 acreditam
que a demanda por biocombustíveis produzidos de forma sustentável vai continuar em expansão em todo o mundo. No
Brasil, o mercado de combustíveis do
ciclo Otto cresce a uma taxa bem acima
da expansão do PIB (Produto Interno
Bruto), o que deve estimular novos investimentos na produção, apesar do governo ainda não reconhecer o potencial
do etanol em sua plenitude. Um avanço
na conscientização sobre as vantagens
de biocombustíveis ainda é necessário.
Conclusões
Os debates durante o GAF14 levaram a conclusões sobre quais diretrizes
devem ser adotadas para a continuidade
do desenvolvimento do setor como um
todo, bem como para o cumprimento da
função social de alimentar o mundo respeitando critérios de sustentabilidade e
preservação do meio ambiente. Um dos
principais pontos é a necessidade de implementação de políticas que estimulem
maiores investimentos em pesquisa e
desenvolvimento de novas tecnologias,
que permitam contínuo aumento da produtividade agropecuária e agroindustrial, assim como maiores investimentos em infraestrutura de armazenagem,
transportes, distribuição e embarque,
que permitam a redução dos elevados
níveis atuais de custos e perdas.
Recomendou-se que governos devem
adotar políticas públicas na área agrícola estimulando o investimento em P&D,
e a disseminação de novas tecnologias
e investimento em infraestrutura, reduzindo custos ao produtor e o preço aos
consumidores. A regulação deve garantir a manutenção de elevados padrões de
controle sanitário e a segurança jurídica,
fundamental para viabilizar investimentos, incentivando o atingimento de metas
de sustentabilidade e de preservação do
meio ambiente. RC
Revista Canavieiros participa de Seminário
Agronegócio e Mercado de Capitais
Fernanda Clariano
N
o dia 3 de abril, a ABAG –
RP (Associação Brasileira
do Agronegócio da Região
de Ribeirão Preto), juntamente com
a BM&FBOVESPA, TozziniFreire
Advogados e a Octante Securitizadora, realizaram no hotel Araucária em
Ribeirão Preto, o seminário “Agronegócio e Mercado de Capitais”
Representantes da cadeia produtiva
do agronegócio estiveram presentes
para debaterem assuntos como financiamento agrícola, mercado de capitais e aspectos jurídicos pertinentes ao
tema, entre outros assuntos.
Os palestrantes, o diretor da Octante Securitizadora, William Trossman,
o advogado Alexei Bonamin, sócio da
TozziniFreire Advogados e a gerente
de relacionamento do agronegócio da
BM&FBOVESPA, Fabiana Perobelli, detalharam
o CRA (Certificados de
Recebíveis de Agronegócios) e toda a estruturação e seus aspectos operacionais; a vantagem da
utilização deste ativo por
produtores rurais, revendedores, distribuidores,
indústria e tradings; e
abordaram também a visão de mercado; casos de
sucessos e perspectivas
para o futuro.
Segundo William Trossman, a
demanda por financiamento no setor do agronegócio vem crescendo
ano a ano e o acesso ao mercado de
capitais é uma das saídas para o segmento. “Apresentamos as alternativas
Willian Trossman, Martha de Sá , Alexei Bonamin, Patrícia Milan e Fabiana Perobelli
de financiamento que existem para o
agronegócio através do mercado de
capitais, que pode ser acessado desde
o produtor até a indústria. A emissão
de CRA, cresce a cada ano e representa uma excelente opção para o setor se
financiar. Esses recursos privados somados aos das fontes públicas podem
em conjunto alavancar o crescimento
do agronegócio”, disse Trosman.
De acordo com Alexei Bonamin,
“o CRA, para os investidores pessoas-física, têm se mostrado uma boa
alternativa de investimento de renda
fixa que garante rentabilidade acima
dos outros títulos de renda fixa e isenção de imposto de renda sobre os rendimentos”, afirmou. RC
Revista Canavieiros - Abril de 2014
56
Destaques
Desafios e perspectivas mundiais para o setor sucroenergético
são apresentados no Sugar & Ethanol Brazil 2014
Promovido pela F.O Licht’s, evento reuniu representantes da indústria nacional e
internacional, além de governo e organizações não governamentais
Assessoria de Imprensa do Sugar & Ethanol Brazil 2014
O
Sugar & Ethanol Brazil, promovido pela F.O Licht’s e Grupo Informa, nos últimos dias
24, 25 e 26 de março, em São Paulo,
apresentou por meio de palestras e debates, cenários, cases, desafios e perspectivas mundiais a respeito do setor
sucroenergético.
Com uma agenda que reuniu representantes da indústria nacional e internacional, além de governo e organizações não governamentais, o evento
abriu dando as previsões da consultoria F.O Licht’s para a safra 2014/2015.
Segundo a empresa, o Centro-Sul do
Brasil, principal região produtora de
cana-de-açúcar do País, processará 575
milhões de toneladas de cana, volume
3,5% inferior ao mesmo período de
2013/2014. A produção de etanol deve
cair menos, e ficar em 25,35 bilhões de
litros contra 25,5 bilhões de litros em
2013/2014.
Para a produção de açúcar, a F.O
Licht’s prevê 31,1 milhões de toneladas, contra 34,3 milhões em 2013/2014,
uma redução de 9,3%. “Essa queda significativa na produção de cana deve-se
às geadas do ano passado e à forte estiagem desse ano”, afirmou Stefan Uhlenbrock, analista de açúcar da F.O Licht’s.
Ricardo Dornelles, diretor do
Departamento de Combustíveis
Renováveis do MME
Segundo a UNICA (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), nas últimas
cinco safras, 44 usinas fecharam as portas e 12 suspenderam as operações. Ainda assim, tivemos uma safra recorde no
ano passado. “A cana plantada foi direcionada para outras usinas, por isso não
deixou de ser moída. O desafio é manter
essa produção com uma quantidade cada
vez menor de usinas”, disse Elizabeth
Farina, presidente da UNICA.
Para ela, essa situação de crise no setor seria amenizada com duas medidas –
o término da implementação da redução
da alíquota PIS/Cofins, que incide sobre
o biocombustível e a elevação da mistura de anidro na gasolina (que hoje é de
25%). Inserção do etanol na matriz energética brasileira, previsibilidade, retorno
da cobrança da CIDE (Contibuição de
Intervenção no Domínio Econômico)
sobre a gasolina e que os preços desse
combustível fóssil sejam regulados pelo
mercado internacional, além da definição de uma política energética clara por
parte do governo também foram os pleitos apresentados por empresas do setor
presentes no encontro.
“Estamos trabalhando pela competitividade do etanol. E o governo enxerga o
Revista Canavieiros - Abril de 2014
setor como vital para o Brasil”, afirmou
Ricardo Dornelles, diretor do Departamento de Combustíveis Renováveis do
MME (Ministério de Minas e Energia),
durante o evento.
A certificação no setor de açúcar e etanol com foco na excelência dos produtos
e também como oportunidade de exportação, principalmente para o mercado europeu onde são aceitos apenas biocombustíveis certificados também foi abordada.
“A obtenção do certificado garante não só
rastreabilidade aos diversos setores que
têm o açúcar e o etanol como matéria-prima, como também transparência na origem do produto”, disse Michel Henrique
R. Santos, vice-presidente da Bonsucro.
Um workshop direcionado às usinas
com painéis sobre a adequação ao novo
Código Florestal, adoção de tecnologias
e iniciativas para o uso responsável do
solo e implantação de indicadores e políticas de responsabilidade ambiental
encerrou o último dia de atividades do
encontro que comemorou dez anos de
existência.
Para conferir a programação completa do evento, acesse www.informagroup.
com.br/sugarRC
57
Revista Canavieiros participou do primeiro Dia de Campo
dos parceiros da cana-de-açúcar em Guatapará-SP
Da redação
A
Ourofino Agrociência com o
patrocínio da Syngenta e do
Banco do Brasil, promoveu em
sua unidade de defensivos agrícolas em
Guatapará-SP, entre os dias 2 e 3 de
abril o AgroEncontro – Primeiro Dia de
Campo dos parceiros da Cana-de-Açúcar, que contou com a participação dos
principais centros de pesquisa do setor
canavieiro, como Ridesa (Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento
do Setor Sucroenergético), Canavialis,
CTC (Centro de Tecnologia Canavieira) e a empresa Colorado John Deere.
O evento teve a participação ativa de
produtores, cooperativas, fornecedores
de cana e interessados no desenvolvimento do setor de maior importância na
economia brasileira, o agronegócio. As
empresas integrantes do evento puderam
expor tecnologias ligadas ao setor e novas variedades de cana.
A Ourofino abriu o leque de apresentações dos estandes e apresentou suas
soluções para a produtividade do canavial, o DemolidorBR, FortalezaBR e
CoronelBR, utilizados no combate a ervas daninhas e também falou sobre sua
linha de inseticidas para cana-de-açúcar,
o DiamanteBR e SingularBR, e ainda esclareceu dúvidas dos visitantes.
Além de ser patrocinadora master do
encontro, a Syngenta também apresentou suas soluções e variedades de cana-de-açúcar, com o objetivo de aumentar
a rentabilidade por hectare e menor custo por tonelada, e promoveu a demonstração do plantio de mudas pré-brotadas,
esclarecendo possíveis dúvidas.
“A Syngenta olha o mercado de cana-de-açúcar como um todo, desde a formação dos viveiros até a colheita, contribuindo com defensivos e tecnologias
em todo o ciclo de desenvolvimento do
canavial. Esse evento é de grande importância para o produtor e usina, pois ele
tem a oportunidade de ver como pode
tratar o seu canavial de uma forma diferente pensando em alavancar a produtividade”, comentou o representante do
departamento de Marketing da Syngenta, Leonardo Pereira.
UFSCar (Universidade Federal de São
Carlos), apresentou mais variedades de
acordo com cada ambiente de plantio e
deu dicas importantes de manejo para
os produtores.
Outra empresa que trouxe novidades
para os participantes foi a Canavialis,
que apresentou, através de seus profissionais especializados, os ambientes,
características, tolerância a doenças e
performance para o canavial, os presentes puderam ver as variedades plantadas e tiveram uma explicação sobre
cada uma delas.
A Colorado John Deere foi a última
empresa a apresentar seus produtos e
falar sobre a alta performance e menor
custo das suas máquinas desenvolvidas
para todos os ciclos da cana-de-açúcar,
além de fazer uma demonstração com
um modelo de seus tratores, falando
também sobre as opções de agricultura
de precisão.
O IAC (Instituto Agronômico) com
o Programa Cana IAC, falou da cultura
de tecidos e as variedades de cana-de-açúcar para os tipos de ambiente, tendo
como prioridade a qualidade por hectare. Os técnicos presentes explicaram
onde cada variedade pode ser utilizada,
a melhor época de plantio e conversaram
com os visitantes sobre as características
de cada muda e aplicação.
Os produtores puderam aprender,
compartilhar informações e trocar experiências em conversas descontraídas
durante o percurso pelos estandes.
A tecnologia, produtividade e plantio
mecanizado foram pontos marcantes do
diálogo entre os participantes e os técnicos do CTC durante a visita as variedades plantadas na fazenda experimental
da Ourofino.
“Algumas coisas vistas durante a visita como produtores nós já sabemos. Sobre as novidades apresentadas, o plantio
mecanizado é o futuro, ele possibilita
melhorar muito a qualidade de plantio e
mão de obra também, outra coisa interessante foram as variedades apresentadas, algumas já são bastante conhecidas
mas existe a seleção, saber qual plantar,
deu para tirar e aproveitar muita coisa,
ótimo evento”, afirmou o produtor Antônio Cesar Basso.
A Ridesa através do PMGCA (Programa de Melhoramento Genético da
Cana-de-Açúcar) desenvolvido em novas instalações, no Campus Araras da
Logo após a visita aos estandes, os
participantes do evento seguiram para
um almoço na sede da Fazenda Experimental. RC
Revista Canavieiros - Abril de 2014
58
Assuntos Legais
O Ministério Público como “Gestor” de sua atividade
econômica, um dos empecilhos nas assinaturas de
TACs (Termos de Ajustamento de Conduta)
P
rezados leitores, neste artigo
migrarei do viés predominante
informativo para o viés de predominância reflexivo. É que tenho acompanhado na linha de frente, ao longo
dos últimos 15 anos, os denominados
TACs (Termos de Ajustamento de Conduta), previstos no § 6º, artigo 5º, da Lei
n. 7.347/85, para resolução de conflitos
decorrentes de danos causados à interesses difusos, coletivos ou individuais
homogêneos que envolvem as diversas
áreas da conduta humana (trabalhista,
criança e adolescente, social, urbanística, cultural, ambiental, consumerista,
econômica, etc.).
Os TACs são, na prática, os instrumentos de que dispõe as pessoas
jurídicas de direito público, da administração direta (entes federados), relacionadas à administração da justiça
(Ministério Público) e entidades da
administração indireta (fundações de
Direito Público, autarquias, fundação
privada instituída pelo Poder Público, empresa pública e sociedades de
economia mista) para resolver conflitos junto aos administrados (pessoas
físicas e jurídicas) quando estes descumprem alguma determinação legal,
dotando tais instrumentos (TAC) de
força executiva.
Como visto, várias entidades públicas podem propor TACs - dentre
elas o Ministério Público - e é nesta
seara que irei caminhar em razão do
que venho acompanhando como profissional do direito, seja orientando,
seja acompanhando os administrados
à sua avença em mais de três lustros
(15 anos).
Neste lapso de tempo, vi e vejo distorções na sua utilização por parte do
Ministério Público. Existem os excessos praticados, como ocorre em qualquer outra atividade humana e, estes,
são exceções à regra, felizmente. O
que mais preocupa, porém, não são
estes excessos, mas àqueles oriundos
da utilização de tão nobre instrumento
legal com viés ideológico extremista,
por operadores com perfil autoritário,
onde observa-se friamente o texto da
lei – e algo além dele também - como
objetivo primordial, esquecendo-se
da pedra fundamental de criação do
TAC, qual seja, a resolução do conflito instaurado.
Mesmo depois de assinado o TAC
entre o Ministério Público e o Administrado, dependendo da mudança
de humor, postura ou simplesmente
a substituição do integrante do Ministério Público, muda-se o nível de
exigência sobre o prazo e as comprovações técnicas do avençado, sempre
a cargo do Administrado, além de não
raro exigir-se o cumprimento de prazos
que dele (Administrado) independam,
como por exemplo o (i) cumprimento
de determinado florestamento antes da
autorização do órgão ambiental, a (ii)
contratação de deficientes físicos sem
disponibilidade destes no mercado de
trabalho, etc.. Não cumpridas tais exigências – algumas impossíveis e outras
que demandam excessivos detalhes
técnicos – o Administrado sofre a execução judicial do TAC, judicializando
algo que não deveria sê-lo.
Cria-se, para estes casos extremos,
verdadeira concorrência desleal entre
os semelhantes (pessoas físicas ou jurídicas que atuam no mesmo ramo de atividade). Àquele que de boa-fé assinou
o TAC, visando contribuir para a sociedade e não judicializar a questão passa
a dividir a administração direta de sua
atividade com o Ministério Público. Já
o outro que não se submeteu a assinar
ou que sequer foi chamado à tanto fica
desvinculado da cobrança excessiva e
burocrática de tais exigências.
Revista Canavieiros - Abril de 2014
Juliano Bortoloti
Advogado da Canaoeste
A fundamentação de tais condutas
vem sempre acompanhadas pelo princípio da reserva legal, no qual a Administração Pública deve observar fielmente
a lei, onde se cria a ficção jurídica de
que esta (Administração Pública) não
pode transigir, o que não é crível, uma
vez que a criação normativa (leis) não é
suficientemente capaz de acompanhar a
dinâmica da convivência social e econômica, criando-se lacunas/contradições legislativas que, neste caso, devem
ser resolvidas entre o Poder Público e
os Administrados, subordinando a lei
“aos fins sociais a que ela se dirige e às
exigências do bem comum” (art. 5º, do
Decreto-Lei n. 4.657/42 - Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro).
Então, observados estes aspectos, o
TAC é um efetivo e eficaz instrumento
de resolução de conflitos de natureza
difusa (ambientais, trabalhistas, etc.),
evitando-se a judicialização do problema, nem sempre do interesse das partes. Para tanto, depende da sensibilidade dos operadores do direito se querem
utilizá-lo de forma sensata, dentro dos
parâmetros legais e observando-se a
razoabilidade e proporcionalidade, ou
transformá-lo em arma de defesa de
interesse ideológico, vingança, autoritarismo, o que fere mortalmente o objetivo para o qual fora criado. RC
59
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Tratar com Wilson pelo telefone (17)
9.9739-2000 - Viradouro/SP
VENDEM-SE
- VW 31320/10, tanque de água de
20.000 litros, Gascom, novo, pipa bombeiro;
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- VW 15180/10, tanque de água de
10.000 litros, pipa bombeiro;
- VW 13180/09, comboio para abastecimento e lubrificação, Gascom, novo;
- VW 13180/09, tanque de água de
9.000 litros, pipa bombeiro;
- VW 31320/08, chassi, 88.000km;
- VW 26260/08, tanque água de
15.000 litros, Gascom, novo, pipa
bombeiro;
- VW 15180/06, tanque de água de
10.000 litros, pipa bombeiro;
- VW 31310/05, tanque de água de
18.000 litros, pipa bombeiro;
- VW 12140/95, tanque de água de
9.000 litros, pipa bombeiro;
- VW 12140/95, baú, oficina móvel;
- MB 2423 /04, basculante, 12m³;
- MB 1214/96, munk madal, modelo 10.000;
- MB 2318/94, tanque de água de
15.000 litros, pipa bombeiro;
- MB 2318/94, tanque de água de
12.000 litros, Andrade, pipa bombeiro;
- MB 2213/81, tanque de água de
14.000 litros, pipa bombeiro;
- F.Cargo 1719/13, chassi;
- F.Cargo 2622/09, tanque de água de
15.000 litros, Gascom, pipa bombeiro;
- F.cargo 1317/07, munk CNG, modelo 20.000;
- F.Cargo 2626/05, tanque de água
de 16.000 litros, pipa bombeiro;
-Toyota Hilux SRV CD, ano 2010,
cor prata, automática, 4x4, diesel, com
41.000km;
- GM S10, ano 2007, CD, executive, 4x4, cor prata, diesel;
- Munk Hincol, modelo 43.000, ano 2012;
- Munk Hincol, modelo 31.000, ano 2010;
- Munk Masal, modelo 12.000, ano 2004;
- Munk Munck, modelo 640-18, ano 1990;
- Comboio para abastecimento e
lubrificação de 2.000 litros, gascom,
1999 fech.;
- Caçamba basculante iderol de
12m³;
- Tanque de fibra de 15.000 litros;
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2.50 de largura e 2.70 de altura;
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Revista Canavieiros - Abril de 2014
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Revista Canavieiros - Abril de 2014
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Eventos de maio de 2014
XVI Curso de Manejo de Nutrientes de
em Cultivo Protegido
Empresa Promotora: Conplant e IAC
Data:05/05/2014 a 09/05/2014
Estado: SP
Cidade: Campinas
Localização do Evento: Instituto Agronômico - Av. Barão de Itapura, nº 1481
Informações com: Ondino C. Bataglia
Site:www.infobibos.com/mncp
Telefone: (19) 3249-2067
E-mail: [email protected]
Agrobrasília 2014
Empresa Promotora: Coopa-DF
Data: 13/05/2014 a 17/05/2014
Estado: DF
Cidade: Brasília
Localização do Evento: Parque Ivaldo Cenci, PAD-DF.
BR-251, Km 5, Brasília-DF, sentido Brasília-Unaí (MG).
Informações com: Organizadores
Site: www.agrobrasilia.com.br/
Telefone: (61) 3339.6516
E-mail: [email protected]
Bahia Farm Show 2014
“Um Mundo de Tecnologia para o Pequeno, médio e o
grande produtor”
Data: 27/05/14 a 31/05/14
Local: Luís Eduardo Magalhães - BA
Valor: Indefinido
Site: www.bahiafarmshow.com.br
Mais informações: [email protected]
Telefone: (11) 5031-2017
VIII Workshop Agroenergia:
Matérias-Primas
Data: 29/05/14 a 30/05/14
Local: Centro de Convenções da Cana-de-açúcar – IAC
Endereço: Rodovia Prefeito Antonio Duarte Nogueira Km 321
Cidade: Ribeirão Preto - SP
Valor: R$ 180,00 - R$ 350,00
Mais informações:
www.infobibos.com/agroenergia/index.html
Revista Canavieiros - Abril de 2014
Biblioteca
“General Álvaro
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Tavares Carmo”
Agronegócios: Gestão e Inovação
Cultivando
a Língua Portuguesa
Esta coluna tem a intenção de maneira didática, esclarecer
algumas dúvidas a respeito do português.
“Quem ama extremamente, deixa de viver em si e vive no que ama”.
PLATÃO
Renata Sborgia
1) Maria é “bilíngue”!
Além de ser bilíngue, usou corretamente a grafia nova!
O correto é bilíngue. (sem o trema)
Regra fácil: Segundo a Nova Grafia, não se usa mais o trema (regra geral), mas
nada muda na pronúncia das palavras.
“O livro Agronegócios: Gestão e Inovação aborda alguns dos mais importantes temas da atualidade para o agronegócio nacional e internacional. Grosso modo, pode-se
dizer que o livro divide seus capítulos entre
a apresentação de conceitos e de métodos de
análise que se originam nas áreas da gestão
e da economia. Essa abordagem de entendimento e intervenção é muito interessante e
atual no estudo dos agronegócios.
Além de conceitos básicos relacionados
com a definição dos sistemas agroindustriais,
os autores enfatizam aspectos do agronegócio relacionados a inovação tecnológica, a
coordenação das cadeias produtivas e a várias áreas de gestão (marketing, controle de
custos etc.). Deve-se ressaltar que a maioria
dos capítulos alia a apresentação da teoria
com casos práticos que a ilustram. Essa preocupação facilita sobremaneira o entendimento dos conceitos apresentados ao leitor.”
(Trecho extraído da contracapa do livro)
Referência:
Agronegócio: gestão e inovação / Luís
Fernando Soares Zuin e Timóteo Ramos
Queiroz [et al.] – São Paulo: Saraiva,
2006.
2) O “pêlo” do gato é lindo!
...porém, o uso incorreto do acento não deixa “linda” a frase!
O correto é: pelo.
Regra fácil: Tópico - Acento Diferencial de tonicidade — não se acentuam
mais certos substantivos e formas verbais para distingui-los graficamente de outras
palavras.
Outro exemplo sem o acento circunflexo com pelo, segundo a Nova Grafia: O
pelo do gato é bonito. (pelo = substantivo)
Eu pelo a cabeça. (pelo = verbo)
3) Vamos deixar “para” ou “pra” depois este assunto?
Não, querido leitor!
A diferença do uso do para e pra:
Na escrita, exceto em casos especiais (em letras de músicas, poemas, frases de
publicidades, cartas pessoais, e-mails...), que dispensam formalidades, deve-se
escrever a forma para.
Ex.: Foram para os Estados Unidos.
Vamos deixar para depois o assunto.
Na oralidade, isto é, na fala, a tendência é usar a forma reduzida dessa preposição: pra.
O termo não possui acento, como muitas vezes lemos por aí (prá-errado), pois
temos um monossílabo átono. (Só os monossílabolos tônicos são acentuados).
Ex.: correto num trecho de um e-mail: Este lugar é longe pra burro!!!
PARA VOCÊ PENSAR:
“-Porque sou inflamável. Eu
sou sério.
Você já disse isso tudo Claro que já disse isso tudo.
Você não sabe o que quer,
E diz que a vida não é suficiente.
Então o que é suficiente?
Sentir - ou eu morro.
O que irá sentir?
Chamas.
Então vá em frente e queime.
Os interessados em conhecer as sugestões
de leitura da Revista Canavieiros podem
procurar a Biblioteca da Canaoeste.
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www.facebook.com/BibliotecaCanaoeste
Fone: (16) 3524-2453
Rua Frederico Ozanan, nº842
Revista Canavieiros
- Abril de 2014
Sertãozinho-SP
Mas a vida não está em chamas.
Então morra.
Corporeamente?
Sim, Petulância.” - Diários de Jack
Kerouac.
Coluna mensal
* Advogada, Profa. de Português, Consultora e Revisora, Mestra USP/RP, Especialista em Língua
Portuguesa, Pós-Graduada pela FGV/RJ, com MBA em Direito e Gestão Educacional, autora de
vários livros como a Gramática Português Sem Segredos (Ed. Madras), em co-autoria.
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