1 Revista Canavieiros - Abril de 2014 2 Revista Canavieiros - Abril de 2014 Editorial 3 Inaugurações de novas estruturas dos Centros de Melhoramento de Cana-de-Açúcar: pesquisa e desenvolvimento são esperança para o setor O mercado da cana-de-açúcar é um dos mais promissores do agronegócio e a crescente demanda por biocombustíveis vem fazendo com que os centros de melhoramentos invistam cada vez mais em tecnologia e em infraestrutura, visando o desenvolvimento de variedades de cana-de-açúcar mais resistente e fortalecendo as pesquisas e a qualidade das mudas disponíveis ao mercado. Este é o assunto que estamos apresentando em nossa “Reportagem de Capa”, onde destacamos a inauguração da nova sede do Programa de Melhoramento e Laboratório de Biotecnologia da RIDESA UFSCar e a Inauguração da Biofábrica de Cana-de-Açúcar do IAC. Aproveitando o assunto em pauta, a entrevista desta edição foi realizada com o coordenador do Programa de Melhoramento Genético de Cana-de-Açúcar, Hermann Paulo Hoffmann e com o pesquisador científico da Ridesa UFSCar, Roberto Chapola. Na ocasião, eles falaram sobre a inauguração da nova sede do Programa de Melhoramento Genético da Cana-de-Açúcar, em Araras. E nesta edição especial que circula na Agrishow, trazemos cinco arti- gos, com opiniões de profissionais renomados, que assinaram a coluna “Ponto de Vista”. Começamos com a coluna “Caipirinha” do professor Marcos Fava Neves e também com a íntegra da “Carta de Campo Grande”, documento elaborado durante o II Canacentro, realizado em Campo Grande nos dias 19, 20 e 21 de março, contando com diversas organizações e instituições, além da efetiva participação de 600 pessoas presentes ao evento realizado no auditório Manoel de Barros, no Centro de Convenções Rubens Gil de Camillo. O documento tem o objetivo de resgatar o importante papel do setor sucroenergético. Os artigos: 1) Jeffrey Abrahams que é sócio-gerente da Fesap Holding, detentora das empresas Fesa, Asap e Fesa Advisory e é responsável pela prática de Agronegócio da Fesa, consultoria especializada em busca e seleção de altos executivos; 2) Marco Lorenzzo Cunali Ripoli que é gerente de Marketing Estratégico para América Latina – John Deere; Doutor em Energia na Agricultura pela UNESP; Mestre em Máquinas Agrícolas pela ESALQ/USP; Engenheiro Agrônomo pela ESALQ/USP; 3) Mário Campo é presidente executivo da SIAMIG (Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais); 4) Cláudio Spadotto é diretor do CCAS (Conselho Científico para Agricultura Sustentável), Engenheiro Agrônomo, Ph.D., Gerente Geral da Embrapa Gestão Territorial; 5) Mauro de Rezende Lopes que é pesquisador do Centro de Estudos Agrícolas do IBRE, FGV (RJ) – Instituto Brasileiro de Economia, Fundação Getúlio Vargas; e Ignez Vidigal Lopes que é chefe do Centro de Estudos Agrícolas do IBRE, FGV (RJ). A Canavieiros de abril também está “recheada” de notícias do Sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred. Um dos destaques é a inauguração do Posto de Combustíveis, na cidade de Jaboticabal. Participação em eventos que trazem informações importantes aos leitores e artigos técnicos de profissionais renomados completam as editorias desta edição, além, é claro, das informações setoriais; classificados; dicas de livro da Biblioteca da Canaoeste e do novo acordo ortográfico. Enfim, vale a pena conferir. Boa leitura! Conselho Editorial RC Expediente: Conselho Editorial: Antonio Eduardo Tonielo Augusto César Strini Paixão Clóvis Aparecido Vanzella Manoel Carlos de Azevedo Ortolan Manoel Sérgio Sicchieri Oscar Bisson Equipe de redação e fotos: Carla Rodrigues, Fernanda Clariano, Rafael H. Mermejo e Karen Conceição Comercial e Publicidade: Marília F. Palaveri (16) 3946-3300 - Ramal: 2008 [email protected] Impressão: São Francisco Gráfica e Editora Editora: Carla Rossini - MTb 39.788 Tiragem DESTA EDIçÃO: 25.000 exemplares Projeto gráfico e Diagramação: Rafael H. Mermejo ISSN: 1982-1530 A Revista Canavieiros é distribuída gratuitamente aos cooperados, associados e fornecedores do Sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred. As matérias assinadas e informes publicitários são de responsabilidade de seus autores. A reprodução parcial desta revista é autorizada, desde que citada a fonte. Endereço da Redação: A/C Revista Canavieiros Rua Augusto Zanini, 1591 Sertãozinho – SP - CEP:- 14.170-550 Fone: (16) 3946.3300 - (ramal 2190) [email protected] www.revistacanavieiros.com.br www.twitter.com/canavieiros www.facebook.com/RevistaCanavieiros Revista Canavieiros - Abril de 2014 Foto: Rafael Mermejo 4 Ano VIII - Edição 94 - Abril de 2014 - Circulação: Mensal Índice: Capa - 38 Centros de Pesquisas com Cana-de-Açúcar inauguram novas estruturas RIDESA UFSCar inaugura nova sede do Programa de Melhoramento e Laboratório de Biotecnologia em AraE mais: ras/SP e IAC Inaugura biofábrica de Pontos de Vista: cana-de-açúcar em Ribeirão Preto/SP Jeffrey Abrahams 05 - Entrevista Hermann e Chapola Ridesa UFSCar inaugura nova sede do Laboratório de Biotecnologia e fortalece o programa de melhoramento genético de cana ...................página 08 Marco L. Cunali Ripoli ...................página 10 Mário Campos ...................página 12 Claudio Spadotto ...................página 18 Mauro de R. Lopes e Ignez Vidigal Lopes ...................página 20 Coluna Caipirinha ...................página 14 12 - Ponto de Vista Mário Campos Presidente Executivo da SIAMIG Novo setor e novas tecnologias carecem de legislações mais modernas 24 - Notícias Copercana - Copercana realiza Assembleia Geral Ordinária - Copercana inaugura Posto de Combustíveis em Jaboticabal 28 - Notícias Canaoeste - Canaoeste recebe visita do deputado Arnaldo Jardim e de representantes de associações da região - Canaoeste realiza Reuniões Técnicas em Pitangueiras, Sertãozinho, Descalvado e Ituverava - Canaoeste e Copercana recebem visita de professores da Universidade de Purdue dos EUA 36 - Notícias Sicoob Cocred - Balancete Mensal 46 - Artigo Técnico Comparação de vinte e quatro cultivares de cana-de-açúcar (saccharum spp) no município de Frutal no Estado de Minas Gerais Revista Canavieiros - Abril de 2014 Informações Setoriais ...................página 44 Artigo Técnico II ...................página 50 Destaques: 16º Sem. de Mecanização ...................página 52 Global Agribusiness ...................página 54 Seminário Agronegócios .................página 55 Sugar & Ethanol ...................página 56 Agroencontro Ouro Fino ...................página 57 Assuntos Legais ...................página 58 Classificados ...................página 59 Agende-se ...................página 61 Cultura ...................página 62 5 Entrevista Ridesa UFSCar inaugura nova sede do Laboratório de Biotecnologia e fortalece o programa de melhoramento genético de cana A Ridesa UFSCar inaugurou em março, a nova sede do Programa de Melhoramento Genético da Cana-de-açúcar, em Araras. A solenidade contou com a presença de autoridades, produtores de cana, executivos de usinas, pesquisadores e profissionais que integram o PMGCA. A Revista Canavieiros também esteve presente e na oportunidade falou com o coordenador do Programa de Melhoramento Genético de Cana-de-Açúcar, Hermann Paulo Hoffmann e com o pesquisador científico da Ridesa UFSCar, Roberto Chapola. Confira! Hermann e Chapola Fernanda Clariano Revista Canavieiros: Qual o principal objetivo de ter construído essa nova sede do Programa de Melhoramento Genético? Hermann e Chapola: O objetivo é dar boas condições aos pesquisadores, para que continuem desenvolvendo pesquisas com cana-de-açúcar e com condições ainda maiores. Falando em continuidade, este é um fator de muita importância para os programas de melhoramento, e esse espaço assegura que a UFSCar tenha, definitivamente, estrutura e ambiente dedicado para a continuidade dos trabalhos de pesquisa em variedades e de biotecnologia em cana-de-açúcar, além de dar espaço aos alunos de graduação e pós-graduação da universidade para a ampliação de seus conhecimentos. Estamos transformando em algo material parte da receita dos nossos convênios com as unidades produtoras e associações de plantadores. Revista Canavieiros: Qual é a estrutura do laboratório e quais os benefícios ou qual a agilidade que a nova sede trará ao programa e para o setor? Hermann e Chapola: O novo prédio conta com uma área total construída de 1.306m², divididos em duas partes: a área de Melhoramento Clássico e o Laboratório de Biotecnologia de Plantas. A área correspondente ao Melhoramento Clássico, possui 20 postos de trabalho, entre salas para professores, pesquisadores, técnicos, pesquisadores visitantes, e sala de estagiários, com capacidade para dez estudantes do Programa de Treinamento em Melhoramento de Cana-de-açúcar. Já o Laboratório de Biotecnologia de Plantas é um ambiente voltado para pesquisas envolvendo biotecnologia, com enfoque em marcadores moleculares e transgenia, onde estão alocados equipamentos de uso geral no preparo e análise de amostras. O espaço permite o uso do laboratório por até 25 pesquisadores e conta ainda com ambientes reservados, de uso específico para extração de DNA e RNA. Além disso, o prédio possui uma área comum, com biblioteca, sala de aula com capacidade para 32 pessoas, sala de reuniões com vídeo conferência, com capacidade para 16 pessoas, secretaria e recepção, administrativo e financeiro, servidor de dados, copa e área de serviço. Revista Canavieiros: Quais os recursos utilizados para a conclusão do prédio? Hermann e Chapola: Para conclusão da obra, foram utilizados recursos das empresas do setor e associações de fornecedores do setor sucroenergético conveniadas à FAI/ UFSCar (Fundação de Apoio Institucional ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e de órgãos governamentais de fomento, como BIOEN-FAPESP, FINEP, Petrobras, CNPq e INCT-Bioetanol. Revista Canavieiros: O que essa nova sede vai agregar aos usuários e parceiros da UFSCar? Hermann e Chapola: Ao fornecer Revista Canavieiros - Abril de 2014 6 Entrevista estrutura e ambiente aos pesquisadores, a nova sede auxiliará na continuidade dos estudos para a obtenção de novas variedades de cana-de-açúcar, mais produtivas, com maiores teores de açúcar, resistentes às principais doenças e adaptadas às diferentes condições edafoclimáticas existentes entre as regiões produtoras de cana-de-açúcar. Com isso, o setor sucroenergético terá um dos principais responsáveis pelos ganhos de produtividade, ou seja, o melhoramento genético, ainda mais fortalecido. Revista Canavieiros: Esse novo centro será exclusivo para o programa ou está vinculado a universidade? Os alunos poderão utilizá-lo? Hermann e Chapola: Além de toda a estrutura voltada para as pesquisas com melhoramento genético da cana-de-açúcar, o novo centro possui uma sala de aula, com capacidade para 32 pessoas, onde poderão ser ministradas disciplinas relacionadas à Fachada da nova sede do Programa de Melhoramento Genético da Cana-de-açúcar em Araras cultura ou ao melhoramento de plantas. Existe também uma sala para dez estagiários, selecionados anualmente dentre os alunos do Centro de Ciências Agrárias da UFSCar, dos cursos de Engenharia Agronômica, Biotecnologia e Agroecologia. Revista Canavieiros - Abril de 2014 Revista Canavieiros: Essa nova sede é um sonho idealizado e realizado? Hermann e Chapola: Sim é um sonho concretizado; deixar algo para o futuro garantindo que se perpetuam o estímulo para o desenvolvimento das variedades RB. RC 7 Revista Canavieiros - Abril de 2014 8 Ponto de Vista Não basta conhecer quando a demanda é adaptar N os últimos anos o Brasil se estabeleceu como país fortíssimo no agronegócio. Estamos no epicentro da agricultura tropical, que representa 38% de toda a área agricultável no mundo. Portanto, estamos no centro de tudo que move a humanidade: energia, alimentos e uso das terras. Nosso desafio junto à FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura) é contribuir com o compromisso de alimentar o mundo. Temos a maior parcela entre todos os países. Somos o celeiro da agricultura tropical como produtor de grãos, fibras e proteínas, mas espera-se também que o País seja um grande gerador de energia. Esta é a nossa grande contradição. Enfrentamos os desafios de programas espetaculares, porém quase liquidados pelas políticas públicas, como o caso do etanol brasileiro. Logística problemática, rodovias com problemas, portos defasados e más condições de armazenamento. Tudo isso em um País de grandes dimensões, recheado de impactos e climáticos. Dizem os técnicos que estamos entrando um ciclo de secas. Além dos desafios de gestão e condições socioeconômicas, o fator clima complica com o inesperado. Haja resiliência. Os produtores perdem bilhões em logística. Com produção de commodities e ou proteína animal com margens sempre baixas não há espaço para desperdício nem erro no jogo financeiro e previsão das commodities. Errar a mão pode custar o cargo. Junto a isso, há compromissos ambientais, como a redução de CO2, segurança alimentar, licenças ambientais, rastreabilidade, gestão do risco via tecnologias e ferramentas mais sofisticadas. Temas que exigem das empresas maior complexidade e altos investimentos. Até a sabedoria dos líderes das empresas familiares ajudam na inclusão. Essas empresas precisam se ajustar para receber um profissional de fora que chega para aportar uma gestão mais moderna. Tudo isso exige também a formação de novos profissionais habilitados para a realidade tecnológica do campo. Embora o público em geral pense nesse profissional como engenheiro agrônomo, zootecnista ou veterinário, cada vez mais são demandadas posições em finanças, produção, trading, recursos humanos, tecnologia da informação, marketing e vendas. O profissional que o campo busca deve ter capacidade técnica apurada e adaptabilidade interpessoal aguda. Mudar de região no Brasil poderá ser quase como mudar-se de País. Cada localidade tem seus rituais. Se o executivo não tiver as competências de adaptabilidade, respeito e flexibilidade, será facilmente expurgado do sistema. Como a concentração populacional é menor, não há como seus movimentos não serem percebidos. Suas pegadas serão monitorados a cada movimento pela cultura local, até que ele finalmente seja absorvido no contexto e aceito. Se errar o passo nos primeiros noventa dias corre o risco de falhar. Por isso, tão importante quanto a capacidade técnica exigida é a capacidade interpessoal e de liderança na grande e pequena comunidades. O mundo agro está no primeiro mundo digital, com geo monitoramento. Mas é também uma sociedade mais ‘pé no chão’, mais direta e simples no tratar. Quem pensa que o mundo do interior é o estereotipo visto em muitas novelas, se engana. Quem acha que o trato simpático e carinhoso é sinal de inocência, também se engana. Longe do trânsito e da violência das grandes cidades, há mais ambiente para reflexão e análise. E isso torna o homem do campo intensamente mais perceptivo. Os ditados populares do campo são o fruto recheado de sabedoria. Com a internacionalização dos mercados, a vinda de empresas estrangeiras, exigências regulamentares, ambientais, financeiras, organizacionais com novos processos, os profissionais do campo têm que se sofisticar. Ou, pelo menos, acoplar novas ferramentas de gestão ao seu portfólio profissional. É sempre um Revista Canavieiros - Abril de 2014 Por Jeffrey Abrahams* desafio atrair um bom profissional para o interior. Especialmente quando esse interior é em Goiás, Mato Grosso, São Paulo ou oeste baiano. Muitos executivos não aguentam e não se adaptam. Por isso, a busca por talentos para o mercado agro exige mais trabalho e mais profundidade nas avaliações interpessoais. Um Consultor de Executive Search, nessa hora, tem que ter olhar cirúrgico para detectar comportamentos que podem explodir ao longo da trajetória. O agronegócio hoje é um setor na crista da onda. É global e ficará cada vez mais global, sendo que o Brasil é o grande e sofisticado integrante. Prova disso é que em 2013, embora as captações externas brasileiras em geral tenham caído, o agronegócio atraiu US$ 6,4 bilhões em investimentos por meio de emissões internacionais, de acordo com informações do Valor Data. Entretanto, para cumprir seu desafio de alimentar o mundo e gerar energia, não bastam tecnologia e investimento. Precisamos achar, desenvolver e reter pessoas, não somente no setor técnico de produção, mas em todas outras áreas correlatas. * Jeffrey Abrahams é sócio-gerente da Fesap Holding, detentora das empresas Fesa, Asap e Fesa Advisory e é responsável pela prática de Agronegócio da Fesa, consultoria especializada em busca e seleção de altos executivos. RC 9 Revista Canavieiros - Abril de 2014 10 Ponto de Vista Tempo de qualidade e redução de custos no Setor Canavieiro A crescente demanda de alimentos e combustível oriunda do aumento da população global vai exigir em 2023 que o Brasil contribua com aproximadamente 45 milhões de toneladas de açúcar e 45 bilhões de litros de etanol, sendo o consumo interno do país de aproximadamente 32 milhões toneladas e 40 bilhões de litros, respectivamente, segundo dados recentes da FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). Para isso, é necessário restaurarmos o setor sucroenergético brasileiro na sua essência e responsabilidades social, ambiental e econômica do setor sucroenergético brasileiro, além de apoiá-lo e defendê-lo. Como mencionado na “Carta de Campo Grande” (publicada pela Canacentro em Março, 2014 e nesta edição da Revista Canavieiros – página 16), em 2020 se visa atingir as metas de 50% do consumo da frota flex com etanol e 60% de participação no mercado mundial de açúcar, gerando 15% da energia elétrica consumida no país. Concordo com o professor Marcos Fava Neves da FEA/ USP-RP, que mencionou que “nossa sociedade está sentada em cima de recursos (solo, sol, água, tecnologia) com os quais produzimos valorosos alimentos e bioenergia, entre outros, para uma demanda mundial explosiva, trilhando um futuro brilhante”. É notório que o setor gera renda adicional à centenas de municípios, sendo distribuída na forma de impostos, salários, geração de serviços, proporcionando um efeito multiplicador. A John Deere, empresa fundada em 1827, tem um importante papel em oferecer soluções completas para os Sistemas Mecanizados que contribuem ao mercado por meio de produtos, ferramentas e serviços de qualidade. Para isso trabalhamos com três importantes conceitos: Performance (desempenho operacional otimizado), Disponibilidade (confiabilidade das soluções) e Custo de Operação (maior rentabilidade). Com estes conceitos em mente, podemos discorrer sobre três ações importantes que se baseiam nos conceitos supra citados. Primeiramente, o lançamento das novas Colhedoras de Cana (modelos 3520 e 3522) que apresentam menor custo e melhor qualidade de operação, pois utilizam o CICB (Controle Integrado do Corte Base), juntamente com comandos automatizados para facilitar as manobras, motor de 380 cv para 3522, entre outras novidades. Com a utilização do CICB foi possível reduzir 2,1% das perdas de colheita (um acréscimo de 2.100 toneladas colhidas por máquina/safra), reduzir significativamente o consumo de combustível (litros por tonelada de cana colhida), impurezas minerais e desgastes de facas e facões. Sabendo-se que capacitação de operadores de colhedoras reflete-se diretamente na redução dos custos operacional e de manutenção está disponível ao mercado o Simulador da Colhedora de Cana. Um equipamento de aprendizagem rápida, de forma econômica, com alta tecnologia que permite a avaliação e controle das seções de treinamento de forma personalizada com alto nível de aplicabilidade (treinamentos básicos a avançados e reciclagem). Além de portátil e de fácil montagem não apresenta riscos para os operadores, colhedoras e canavial. Um operador treinado de forma convencional, diretamente na colhedora levaria em média até duas safras para atingir uma pontuação de 85%, contudo aqueles que passaram pelo treinamento complementar via simulador chegam a este mesmo valor com 4 meses de atividade, permitindo um aumento de 12% Revista Canavieiros - Abril de 2014 *Marco Lorenzzo Cunali Ripoli no volume de cana colhida por máquina/safra, segundo dados de clientes. Por fim, o Kit de Peças de manutenção e desgaste para 4.500h para colhedoras de cana que pode ser financiado pelas mesmas regras do FINAME (Financiamento de Máquinas e Equipamentos), uma vez que faturados e entregues junto com a Colhedora. Preços de peças diferenciados e mais competitivos do que quando comprados de forma avulsa, que são embalados e entregues sem frete adicional. Este kit também está disponível para compra em separado da máquina, via peças de reposição sem FINAME. A John Deere está comprometida com aqueles ligados a agricultura e continuará a fazer parte do futuro canavieiro deste país e do mundo. *Gerente de Marketing Estratégico para América Latina – John Deere Doutor em Energia na Agricultura pela UNESP Mestre em Máquinas Agrícolas pela ESALQ/USP Engenheiro Agrônomo pela ESALQ/USP RC 11 Revista Canavieiros - Abril de 2014 12 Ponto de Vista Novo setor e novas tecnologias carecem de legislações mais modernas O grande crescimento do setor sucroenergético brasileiro nos últimos 10 anos para abastecer o mercado de etanol com o lançamento dos carros flex e o aumento da pressão ambiental para práticas de maior sustentabilidade explicam bem a atual polêmica sobre o transporte da matéria-prima, a cana-de-açúcar, até a indústria. Ocorreu uma revolução sem precedentes e de forma tão rápida que o setor carece agora de um maior entendimento e legislações mais modernas para continuar na sua evolução. A produção de cana-de-açúcar na região Centro-Sul, maior produtora do País, dobrou, passando de 298,7 milhões de toneladas em 2003/04 para 597 milhões de toneladas atuais. Os investimentos foram altos na construção de 100 novas indústrias e expansão das empresas já existentes, contratação de pessoal e adequações em todo o processo produtivo, que até hoje estão em curso. No campo, pode-se dizer que as mudanças foram bem radicais, em função da pressão ambiental pela eliminação da queima da cana, procedimento que era necessário para evitar acidentes e favorecer o corte manual. Foram feitas, então, grandes inversões também na aquisição de máquinas colhedoras e em toda estrutura para operação, que não lembram em nada o modus antigo de colheita manual e influenciaram diretamente no transporte da cana até a usina para moagem. A mecanização da lavoura possibilitou um maior volume de colheita de cana crua e picada, o que demandou ainda a compra de conjuntos (cavalo mecânico + implementos) com maior capacidade de carregamento, ofertados pelos fabricantes, com garantia de total segurança. Hoje no campo já é visível o grande número de colhedoras e as adaptações necessárias que foram realizadas para essa nova forma de colheita. As vantagens da mecanização não se dão apenas no maior volume de cana colhida e como consequência na maior produção de etanol e açúcar, ela permitiu a eliminação da emissão de poluentes no ar e maior acúmulo de material orgânico no solo. Mas os produtores ainda têm o desafio de torná-la mais rentável, devido ao aumento de impurezas, danos nas áreas canavieiras e o tempo gasto para conseguir operadores treinados e com alta eficiência para operação das máquinas. Se vem cumprindo rigorosamente o que foi exigido para eliminação da queima da cana, novos questionamentos se voltam agora contra o setor e têm causado muitos transtornos aos produtores e, caso não sejam solucionados, podem colocar em risco a sobrevivência de muitos empreendimentos. A pressão atual recai sobre o aumento do volume de cana nos conjuntos, um dos resultados, justamente, do cumprimento da exigência de eliminação da queima pelos órgãos ambientais. Em Minas Gerais, terceiro Estado produtor de cana-de-açúcar do País, o MPT (Ministério Público do Trabalho) ajuizou ações contra os produtores, especialmente do Triângulo Mineiro, alegando que o atual volume de cana transportado pelos conjuntos canavieiros colocavam em risco a segurança do motorista. As ações foram julgadas procedentes por parte do judiciário, obrigando o produtor a reduzir a carga de acordo com a legislação vigente. Neste sentido, o setor mineiro iniciou uma série de negociações com o MPT, a fim de mostrar as alterações realizadas na lavoura que levaram ao aumento da carga dos conjuntos, a segurança dos mesmos e apontar a necessidade fundamental de uma legislação que ampare o seu novo processo de produção agrícola. Foi acordado, então, um termo de ajustamento de conduta para que as usinas se adequem e uma Revista Canavieiros - Abril de 2014 *Mário Campos nova luta se inicia para criação de uma legislação específica para o transporte da cana-de-açúcar. Existe uma lacuna entre as novas tecnologias empregadas no transporte de cana e a legislação que trata, de modo geral, do transporte de carga no país, a qual precisa ser analisada e alterada. No transporte da cana até a usina são utilizados, basicamente, dois tipos de equipamentos: o treminhão, formado por um caminhão plataforma mais dois reboques e que pela legislação podem ter um PBTC (Peso Bruto - Total - Combinado) máximo de 63 toneladas. Além do rodotrem canavieiro, com cavalo mecânico, um semirreboque e um reboque, com capacidade de até 74 toneladas e 30 metros de comprimento, limites definidos pelas Resoluções 210 e 211/2006 do Contran (Conselho Nacional de Trânsito). Porém, há necessidade de uma maior estrutura de capacidade legal dos conjuntos para o atual volume de cana colhida, considerando que já são ofertados no mercado cavalos mecânicos com capacidade máxima de tração de até 150 toneladas. A legislação de transporte nacional, a cargo do Contran trata dos limites de carga no país de forma genérica e não contempla especificidades como as necessárias agora para o setor sucroenergético. 13 O transporte é um dos principais itens do custo de produção da cana-de-açúcar, a qual, por sua vez, representa 60% do custo de produção do etanol e açúcar. Neste sentido, qualquer obrigação que leve o setor a reduzir a carga transportada ou mudança nos equipamentos provocará um aumento do número dos conjuntos de transporte, de motoristas e das viagens necessárias para realização da safra. De suma importância ressaltar, também, que essas alterações elevarão sobremaneira o custo de produção da cana e, como consequência, do etanol e do açúcar, impactando ainda mais a competitividade do setor na economia. Os produtores já agonizam com uma política governamental danosa que privilegia o combustível fóssil, ao segurar o preço da gasolina no mercado nacional, e podem não suportar o impacto de mais esta exigência de retorno a um processo que não cabe mais no atual estágio evolutivo da produção. Uma mobilização para ampliar o conhecimento sobre o assunto foi co- locada em curso, a fim de mostrar todos os problemas que podem ocorrer na produção e a necessidade de alterar a legislação, capitaneada pelo Fórum Nacional Sucroenergético. Foram encomendados estudos técnicos, já protocolados junto ao Denatran (Departamento Nacional de Trânsito), com a proposta da elaboração de uma resolução específica de transporte que atenda o atual sistema de produção de cana-de-açúcar no País. Os estudos mostram a viabilidade da utilização de equipamentos maiores com total segurança do motorista, da carga e das estradas. Além de demonstrar que a logística canavieira é realizada próxima às unidades industriais, num raio médio entre 20 e 50 quilômetros, e de forma sazonal em apenas sete meses por ano. O trajeto da carga tem rotas muito bem definidas, geralmente por estradas municipais/vicinais e não nas rodovias principais e cuja manutenção, muitas vezes, fica a cargo das próprias empresas. Tudo leva a crer que um maior conhecimento sobre o setor precisa ser consolidado nas várias esferas da sociedade, a fim de que conheçam a atual história do setor, altamente modificada nos últimos anos. São avanços produtivos, ambientais, sociais e culturais que precisam de maior entendimento, além da grande contribuição que leva ao campo, no crescimento das cidades onde atuam, com o emprego de quase um milhão de trabalhadores, geração de renda e impostos. O destaque, sobretudo, vai para o esforço da produção de uma energia limpa e renovável, que precisa de maior valorização, incentivos e legislações condizentes, para continuar contribuindo com uma matriz energética mais limpa, desafio atual que se impõe para todos os países do mundo. *Presidente Executivo da Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais/SIAMIGRC Revista Canavieiros - Abril de 2014 14 Coluna Caipirinha Trazendo a rapaziada para o agronegócio Esta nossa coluna especial para o Agrishow será diferente. Não falaremos de cana, mas sim de emoções. Na verdade estamos sim falando da cana, mas de seu futuro. Não sou o único que acredita que uma virada nossa virá a partir do engajamento dos jovens, da nossa mocidade, da nossa rapaziada. Permitam-me trazer a memória esta grande canção, um samba do Gonzaguinha, “Eu Acredito é na Rapaziada”. “Eu acredito é na rapaziada... Que segue em frente e segura o rojão... Eu ponho fé é na fé da moçada... Que não foge da fera e enfrenta o leão... Eu vou à luta com essa juventude… Que não corre da raia a troco de nada... Eu vou no bloco dessa mocidade... Que não tá na saudade e constrói… A manhã desejada” Após a leitura do samba de nosso saudoso Gonzaguinha, compartilho uma das grandes experiências que tive na minha carreira, no dia 04/03/14. Além da emoção, fica de aprendizado o caso de louvável ação de uma empresa (a Agrosul, revendedora da John Deere em seis cidades do Oeste da Bahia e do Piauí), para dar informações e valorizar o agro nos nossos meninos e meninas, futuro do Brasil, como já nos antecipava o Gonzaguinha. Meu livro “Doutor Agro”, uma coletânea de textos históricos, tal como o Caminhos da Cana, que será lançado em breve, foi o escolhido como tema para ampla competição de redação no segundo semestre de 2013, que envolveu 4.000 jovens do ensino fundamental (8ª e 9ª séries) de 32 escolas públicas e privadas. Estas escolas estão localizadas em seis cidades da Bahia e do Piauí. Cerca de 30 foram para a final, e um comitê formado pela Secretaria da Educação de Luís Eduardo Magalhães (BA) e gente do setor privado, escolheu os três vencedores, que além do reconhecimento público, ganharam uma viagem às cidades históricas de Minas Gerais, escolhida para enfatizar o caráter cultural do prêmio. Além disto, o primeiro ganhou um notebook, e o segundo um tablet. E o mais interessante: a escola do vencedor ganhou uma “ecoteca” – biblioteca ecológica, feita com tudo reciclado, e, lógico, com grande número de livros (vejam foto). Revista Canavieiros - Abril de 2014 Marcos Fava Neves Como estive em LEM, fui convidado a visitar a escola e fazer uma mini-palestra na classe do vencedor sobre o futuro do Brasil e o papel do agronegócio. Os jovens, ou a rapaziada, como dizia Gonzaguinha, fez inúmeras perguntas, no universo de seus 13 e 14 anos. Até então sabia que o vencedor estava no meio dos jovens, seus pais foram convidados e foram, emoção à toda prova. Uma das palestras mais difíceis que eu dei, confesso que faltou um pouco de ar para começar… Finalmente, ao final da palestra fui apresentado ao campeão, absolutamen- 15 te envergonhado pela presença do autor e por tirar a foto acima em frente aos seus colegas e amigos, em frente à sua rapaziada do dia a dia. Valeu jovem escritor, rapaz Guilhermo Buzanello, filho dos orgulhosos Rogério e Marcia, você é o nosso homenageado do mês. Ao lado a redação do rapaz, que vale nossa leitura. E ressalto que Guilhermo está completamente certo em seu último parágrafo “...mesmo com todos os desafios e problemas encontrados para o produtor brasileiro, o agricultor não se exausta a promover o seu desenvolvimento e continua firme em sua missão de colocar comida à disposição de toda a população”. Tal como Gonzaguinha, eu também acredito é na rapaziada. Marcos Fava Neves é Professor Titular da FEA/USP, Campus de Ribeirão Preto. Em 2013 foi Professor Visitante Internacional da Purdue University (EUA)RC Revista Canavieiros - Abril de 2014 Coluna Caipirinha 16 “Carta de Campo Grande” Brasil Potência Energética, Ambiental e Social Documento elaborado com os objetivos de se resgatar o importante setor sucroenergético, visando atingir as metas de 50% do consumo da frota flex com etanol em 2020, 60% de participação no mercado mundial de açúcar e de gerar 15% da eletricidade consumida no Brasil em 2020, estimulando ainda o crescimento da produção de bioplásticos, leveduras, e demais produtos, contribuindo, desta forma, para o desenvolvimento econômico, ambiental e social do Brasil. Esta carta foi elaborada durante o II Canacentro, realizado em Campo Grande nos dias 19, 20 e 21 de Março, contando com diversas organizações e instituições, além da efetiva participação de 600 pessoas presentes ao evento realizado no Auditório Manoel de Barros, no Centro de Convenções Rubens Gil de Camillo. AGENDA DO SETOR PÚBLICO (FEDERAL, ESTADUAL e OUTROS) - Equalizar o preço da gasolina com o preço internacional e leis de mercado na política de preços; - Retorno da CIDE (Contribuição de Intervenções no Domínio Econômico) com contrapartida de investimento e melhoria no transporte público com este recurso; - Padronizar em 12% o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) do etanol nos estados, mantendo o ICMS da gasolina em pelo menos 25% visando estimular o consumo de etanol e aumentar a arrecadação, como demonstrado no Estado de São Paulo; - Expansão da cogeração com leilões específicos e que valorizem a questão ambiental e renovável; - Incentivar novas usinas (greenfields) em regiões sensíveis do Brasil para desenvolvimento econômico; - Fortalecimento de linhas de crédito para áreas agrícolas de cana e irrigação; - Programa de recuperação financeira para as Usinas, visando alongar prazos de pagamento para sobrevivência de empresas garantindo o livre mercado e o mérito para estimular a boa gestão; - Fortalecimento dos programas de educação e capacitação de pessoas; - Melhorias no sistema de transporte de cargas, portos e infraestrutura logística; - Melhorias na legislação trabalhista, com simplificação; - Maiores exigências e premiação às indústrias automobilísticas para pesquisas e inovação visando transformar o motor flex, quando usando etanol, em mais eficiente; - Aprovar uma legislação que obrigue os postos de combustível, tal como as embalagens de alimentos que contém a composição e calorias, a divulgarem nas bombas as emissões de CO2 do etanol e da gasolina, utilizando estudos consagrados das universidades brasileiras e da Embrapa que mostram que as emissões de etanol estão ao redor de 10 a 15% das emissões da gasolina; - Garantir a segurança jurídica nas propriedades privadas com o efetivo cumprimento de leis que garantem este direito constitucional da propriedade privada (em especial no tocante à questão indígena); - Melhorias no sistema tributário, com simplificação; - Melhorias no sistema judiciário, com simplificação; - Garantir que as leis ambientais sejam respeitadas na forma como foram elaboradas, sem interpretações distintas por membros do judiciário local; - Programa de melhoria na eficiência da gestão pública; - Fortalecimento do MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) como um dos mais importantes do Brasil, participando das decisões centrais dos núcleos de Governo; - Fortalecimento da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) visando reduzir os prazos de aprovação de novas moléculas e plantas que levam a maior competitividade ao produtor. - Estimular a EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) a fazer pesquisa em manejo de canaviais. Entendem-se serem estes os pontos de foco do Estado brasileiro para o setor Revista Canavieiros - Abril de 2014 de cana no período 2014-2020. Segue-se agora a agenda do setor privado, ou seja, os pontos acordados que devem ser investimento do setor privado como contrapartida ao apoio do setor público para o desenvolvimento econômico, social e ambiental advindo da retomada do crescimento do setor sucroenergético. AGENDA DO SETOR PRIVADO DA CADEIA PRODUTIVA DA CANA - Programa de renovação e melhoria nos tratos culturais dos canaviais; - Melhoria da produtividade dos canaviais para redução da ociosidade nas indústrias; - Priorizar a qualidade dos plantios, em época e com variedades adequadas e fortalecer os viveiros de cana em áreas de produção de usinas e fornecedores; - Investimento das empresas para melhorar eficiência do sistema de plantio mecanizado; - Investimento para melhoria dos sistemas de colheita mecanizada; - Promover maior disponibilidade de mudas para plantio em áreas de expansão; - Promover investimentos em irrigação; - Promover investimentos em capacitação técnica visando reduzir tempo de aprendizado e evolução necessária em pessoas de cada região; - Intensificar pesquisas em biotecnologia e etanol de segunda geração, entre outras; - Rompimento com certo tradicionalismo dificultando absorção de novas tecnologias; - Maior compartilhamento de ativos produtivos; - Trabalho conjunto (consórcios) para se atingir escala nos novos módulos necessários para mecanização; - Melhorar a ligação do setor industrial com produtores especializados (produtor parceiro) - Promover investimentos industriais para uma maior flexibilidade no mix de produção; - Melhorar estratégias de comercialização de etanol; 17 - Modernização de usinas com equipamentos ultrapassados; - Compartilhamento de experiências visando reduzir a curva de aprendizagem; - Fortalecimento das Associações e Cooperativas, com fusões e planejamento; - Fortalecer um sistema de informações econômicas; - Programas de educação e extensão; - Cooperativas avançarem até distribuição e postos de combustíveis; - Fortalecer programa de comunicação; - Quebrar o paradigma de 70% na relação de eficiência e preços no consumo de etanol em relação à gasolina, divulgando amplamente o estudo que demostra estar a relação mais próxima de 80%; - Fortalecer os fóruns e as ações de bom relacionamento entre as indústrias e os produtores de cana; - Mudança de mentalidade e troca do nome “fornecedor” por “produtor integrado de cana”. A minuta preliminar submetida ao evento e a coordenação dos trabalhos para se chegar a esta proposta de agenda foi realizada pelo Dr. Marcos Fava Neves, professor Titular da FEA/USP, Campus de Ribeirão Preto e contou com os seguintes participantes e instituições: -Luis Alberto Moraes Novaes – Presidente da Comissão de Agroenergia da FAMASUL (Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul) e Presidente da Fundação MS; -Roberto Hollanda Filho – Presidente da Biosul (Associação dos Produtores de Bioenergia de Mato Grosso do Sul); -André Rocha – Presidente do Fórum Nacional Sucroenergético e Presidente Executivo do Sindicato da Indústria de Fabricação de Etanol do Estado de Goiás; -Jorge dos Santos – Diretor Executivo do Sindicato das Indústrias Sucroalcooleiras de Mato Grosso; -Enio Jaime Fernandes Junior – Presidente da CNA (Comissão Nacional de Cana-de-açúcar); -Ismael Perina Junior – ORPLANA (Organização de Plantadores de Cana-de-açúcar do Centro Sul do Brasil); -Paulo Diniz Junqueira Filho – Presidente da SULCANAS (Associação dos Fornecedores de Cana de Mato Grosso do Sul); -Antônio Cesar Salibe - Presidente Executivo da UDOP (União dos Produtores de Bioenergia). Participantes do evento: -Plinio Nastari – DATAGRO (Palestrante); -Alexandre Mendonça de Barros – MB Agro (Palestrante); -Eduardo Correa Riedel – Presidente da FAMASUL (Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul); -Bartolomeu Braz Pereira – Vice-Presidente Institucional da FAEG (Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de Goiás); -Alexandre Enrico S. Figliolino – Banco Itaú BBA; -600 congressistas. RC Revista Canavieiros - Abril de 2014 18 Ponto de Vista Mais de 60% dos municípios brasileiros são canavieiros O valor total da produção agrícola nacional em 2012 foi de R$ 204 bilhões, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Três produtos concentram mais da metade do valor da produção agrícola (produção das lavouras “dentro da porteira”) – arredondando, soja 25%, cana-de-açúcar 20% e milho 13%. A cana-de-açúcar é produzida em mais de 60% dos municípios brasileiros e os 20 municípios maiores produtores são responsáveis por 12% da produção nacional. Desses municípios, 12 estão no Estado de São Paulo. A participação dos 20 municípios maiores produtores de cana-de-açúcar já foi mais elevada: 20% em 1990, 14% em 2008. Vem ocorrendo a expansão geográfica dos canaviais e a diminuição da participação relativa dos municípios maiores produtores. São Paulo é, há anos, o Estado maior produtor de cana-de-açúcar (56% da produção nacional em 2012). Minas Gerais ultrapassou o Paraná em 2009 e é hoje o segundo maior produtor. A expansão dos canaviais para a região Centro-Oeste é notória. Goiás foi o Estado que mais cresceu nos últimos anos e ocupa a terceira posição. Ocorrem alterações no uso da terra, na produção de alimentos, no mercado de trabalho, na arrecadação, na estrutura fundiária e na distribuição de renda nas regiões onde ocorre a expansão canavieira. Com a chegada da cana-de-açúcar em regiões com agricultura empresarial e estrutura fundiária concentrada, como ocorre na região Centro-Oeste do Brasil, onde predominam a monocultura de soja e a pecuária extensiva, os impactos da substituição de atividades devem ser diferentes dos que acontecem em regiões de agricultura familiar em pequenas propriedades. O número de municípios onde há produção de cana-de-açúcar aumentou desde 1990, quando era 2.892, atingindo 3.727 municípios em 2008. Os dados do IBGE mostram uma redução no número de municípios produzindo cana-de-açúcar entre 2011 e 2012 (de 3.723 para 3.530), o que precisa ser analisado e interpretado. Sabe-se que 44 usinas foram fechadas nos últimos cinco anos. No setor canavieiro, vem ocorrendo o aumento da área colhida, da quantidade produzida e do valor da produção ao longo dos anos. Fazendo as contas, as lavouras de cana-de-açúcar têm gerado um valor da produção médio da ordem de R$ 11 milhões anuais por município. Uma unidade industrial sucroalcooleira recebe cana-de-açúcar colhida no município onde está instalada, mas também de municípios vizinhos, seja de terras próprias, arrendadas ou de fornecedores. No entanto, o transporte da cana a grandes distâncias não é viável. Essa é uma característica do setor sucroalcooleiro diferente de outros Revista Canavieiros - Abril de 2014 *Claudio Spadotto setores, como o da soja. Grande parte da soja produzida é levada aos portos para ser exportada a granel. Assim, a instalação de uma usina dinamiza vários municípios ao redor, e isso talvez explique a menor participação dos 20 municípios maiores produtores de cana-de-açúcar, comparativamente com outros produtos agrícolas, como soja (23%) e milho (16%). Exemplo da dinamização causada pela chegada de usina sucroalcooleira está em Uberaba, Minas Gerais. Em oito anos, o setor gerou mais de 2.000 postos de trabalho na região, com aumento de 217% na média salarial anual. Ou seja, mais empregos e melhor distribuição de renda. Em Minas Gerais é exigido que pelo menos 30% da cana que chega à usina sejam provenientes de produtores independentes. Além disso, o Estado vem adotando uma forma diferente das regiões tradicionais na instalação das novas usinas. Cada usina é localizada a certa distância das outras (30 km ou mais). Assim, diminui a sobreposição das áreas de interesse, minimizando a concorrência entre usinas por área e cana, o que reduz a pressão sobre os recursos naturais e garante diversidade agrícola. Exemplo a ser seguido na busca pela sustentabilidade. *Diretor do Conselho Científico para Agricultura Sustentável (CCAS), Engenheiro Agrônomo, Ph.D., Gerente Geral da Embrapa Gestão TerritorialRC 19 Revista Canavieiros - Abril de 2014 20 Ponto de Vista Etanol: da Euforia à Perplexidade, Incerteza A fase de euforia na indústria do etanol foi construída aos poucos, com a percepção dos empresários nesse ramo de que esse era o combustível do futuro. Dezenas de novas usinas foram instaladas. Essa fase é muito bem conhecida pelos plantadores de cana e pelos dirigentes das usinas. As estimativas de que só a reposição da frota de veículos Flex-Fuel criaria uma demanda que dobraria o consumo do etanol nos próximos sete anos “turbinaram” a indústria. Além disso, só a reposição da frota de veículos flex demandaria cerca de 30 bilhões de litros anuais, adicionais, desse combustível. O momento de máxima euforia foi marcado por uma declaração entusiasmada do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, que declarou que os usineiros eram heróis e que o Brasil ia ser a “Opep do etanol”. Pouco depois, ele fez declaração entusiástica de que o Brasil seria membro da Opep com o Pré-sal. A confiança no apoio do governo à indústria de etanol – qualquer que ela tenha sido desejada pela indústria – “desidratou-se”. O início do período de perplexidade foi marcado por um desejo irrefreável do governo de intervir nos mecanismos de preços, subsidiando a gasolina e, por questão de preços relativos, penalizando o etanol. A economia é a ciência dos preços relativos, desde que, é claro, sejam determinados no mercado. Como a gasolina tem um substituto de elevado grau de substituição, no caso o etanol, mexer em um preço de um produto (gasolina) gera um efeito – no caso, negativo – em outro, como no caso do etanol. O governo não só introduz choques artificiais nos preços relativos, mas também acredita que ele pode gerir o mercado dos combustíveis melhor do que o setor privado. Esse é um problema. Tanto quanto é um problema quando, em pleno século XXI, o governo acha que pode tomar decisões e investir em projetos de forma mais competente que o setor privado. Distorções de preços causam impacto de ruptura nos sinais de incentivos econômicos. Investimentos que afastam o se- Mauro de Rezende Lopes* Ignez Vidigal Lopes* tor privado e o substituem nos quadros de referência de investimentos causam impacto nas decisões dos empresários. Em ambos os casos há geração, não mais de riscos calculáveis, mas de incerteza, que não pode ser avaliada como riscos dos negócios. Tomemos o primeiro elo da cadeia: a produção de cana. Apareceu um custo imprevisível, não é um custo porque não se pode associar uma probabilidade de ele ocorrer: o da regulação/ legislação. Não há modelo de negócio, em nenhuma indústria, que funcione em ambientes de forte intervenção dos governos. Pior que investimentos estatais, são as intervenções em preços relativos. Digo isso, porque nenhuma economia funciona sem princípios mínimos de respeito à economia. Ou nós entendemos isso e praticamos princípios básicos como os enunciados ou nenhum modelo econômico funciona – muito menos aquele em uso de “mudança da matriz macroeconômica”; que demonstra inequivocamente que não funcionará a médio prazo. O aprofundamento da fase de perplexidade veio com os riscos e custos da regulação – legislações e outras resoluções e assemelhados – que foram uma pá de cal nas expectativas dos investidores nas lavouras. O otimismo em relação aos investimentos e produção nos elos da cana e das usinas foi sendo substituído pela perplexidade diante da profusão de legislações, regulamentações e das formas de fiscalização – essa última feita com grande latitude de decisão por parte dos fiscais (do trabalho, meio ambiente). Revista Canavieiros - Abril de 2014 Para fazer frente às exigências das legislações e regulamentações os produtores de cana têm que: a) reforçar o quadro de pessoal da contabilidade; b) contratar serviços advocatícios nas áreas tributária, trabalhista e até criminal; c) deverá haver consultorias nas áreas ambiental e florestal; d) no geo-referenciamento etc. Há custos relacionados às limitações de capacidade dos veículos de transporte. E outros relacionados ao uso de mecanização que reduz números de cortes, e assim por diante. Ainda por cima, está vindo célere o CAR (Cadastro Ambiental Rural). Não está computado nesses custos o custo de oportunidade das terras deixadas em reserva legal, que pode parecer um ponto pacífico, mas não é. Afinal de contas, qual a recompensa do produtor por prestar esses serviços ambientais? Há ainda o tempo gasto pelos administradores para gerenciar o “elenco de multas” pode ter um custo direto elevado e mais elevado ainda quando ele impacta a “vontade” de seguir produzindo com a eficiência e competitividade. Todos esses custos decorrem de risco institucional, para o qual não há seguro. E como estão as usinas? De acordo com a Unica (União da Indústria de 21 Cana-de-Açúcar), das 384 usinas existentes, 44 fecharam; 33 estão em recuperação judicial e 12 não vão moer cana este ano. Estas são as consequências das violações dos princípios enunciados no início desse artigo: intervenção do governo nos preços acarreta ruína de um setor. Em 20% das usinas, 30% da receita estão comprometidos com serviço da dívida (juros e amortizações). Oitenta mil pessoas foram demitidas. O problema começou com a intervenção do governo nos preços para combater a inflação: a Cide de R$ 0,28 por litro de gasolina, que dava competitividade ao etanol, foi zerada, eliminando-se o diferencial tributário que favorecia o etanol, e, ainda por cima, houve o controle do preço da gasolina na bomba. Como o etanol concorre com a gasolina na bomba, ao reduzir artificialmente o preço relativo da gasolina vis-à-vis o preço do etanol, faz-se um controle de preço do etanol. O problema começou, mas não terminou. Para completar o quadro de incertezano etanol, temos agora o avanço do gás de xisto, cujas consequências para o Brasil são desconhecidas. Foram descobertas reservas na América do Norte suficinte para atender o consumo do país por 45 anos; esse dado por si só já causaria um impacto de ruptura nas matrizes energéticas do mundo todo, de todos os tipos de combustíveis. Esse gás era conhecido, mas não havia tecnologia para a sua exploração a custos compatíveis com o gás natural. Salvo se houver uma agressão grave ao meio ambiente no processo de extração desse gás, o avanço tecnológico da sua produção poderá oferecer energia pela metade dos preços das fontes atuais. O boom de xisto poderá derrubar a economia da energia renovável. Pode ser muito mais difícil convencer as pessoas a adotar a energia verde – que precisa de pesados subsídios – quando há um combustível barato e abundante que é muito mais limpo do que o carvão. Há crítica ao gás de xisto: a) a exploração do gás é muito cara; e, b) que ele traz riscos ambientais. Essas críticas estão equivocadas, pois ao longo da última década, novas técnicas foram desenvolvidas que reduzem custo de produção. O xisto Haynesville, que se estende do Texas a Louisiana, tem custos tão baixos quanto US$ 3 por milhão de unidades térmicas britânicas (BTU), abaixo dos US$ 5 do xisto de Barnett (na década de 1990). Haverá mais redução de custos se as grandes companhias de petróleo entrarem no jogo. Se eles precisarem fazer xisto de US$ 2, eles vão fazê-lo. Quando aos riscos ambientais, de fato, a perfuração do gás de xisto representa um potencial de um risco para as águas subterrâneas. Se um tubo de revestimento falhar, alega-se, fluídos de perfuração pode infiltrar-se em aquíferos. Mas, esse gás é encontrado a milhares de metros abaixo do lençol freático. É possível ocorrer a poluição da água por vazamento de fluídos de perfuração se esses fluídos não são descartados de forma adequada. O papel de preservação do meio ambiente está reservado à regulamentação, sua aplicação e fiscalização. A competência dessas instâncias deve garantir a segurança ambiental . Essa atividade, dados os custos baixos (no futuro) e a abundância de oferta comporta custos adicionais da preservação ambiental. Já há fluídos de perfuração não tóxicos, mesmo sem proibições impostas por regulamentação ambiental . Os consumidores vão mudar seus hábitos e talvez rapidamente. Podem abraçar uma fonte de energia mais barata, deixando de lado as questões políticas ou ambientais . Isso já aconteceu antes, com a rápida disseminação de terminais de gás liquefeito natural ao longo dos últimos anos. O gás de xisto irá acirrar a concorrência entre as empresas de energia e entre os países exportadores. Isso vai frustrar os propósitos do petro-fornecedores de formar cartéis e conquistar poder de mercado. Ele veio para ficar – exceto no caso de uma catástrofe ambiental. O boom do gás de xisto irá “sacudir o mundo”. Ele irá revolucionar a indústria de combustíveis nas próximas décadas. Ele vai retardar a transição dos combustíveis poluentes para a energia renovável. * Pesquisador do Centro de Estudos Agrícolas do IBRE, FGV (RJ) – Instituto Brasileiro de Economia, Fundação Getúlio Vargas. * Chefe do Centro de Estudos Agrícolas do IBRE – FGV (RJ)RC Revista Canavieiros - Abril de 2014 22 Revista Canavieiros - Abril de 2014 23 Revista Canavieiros - Abril de 2014 24 Notícias Copercana Copercana realiza Assembleia Geral Ordinária Carla Rodrigues N o dia 26 de março de 2014, a Copercana reuniu seus cooperados, diretores, conselheiros e colaboradores, no auditório da Canaoeste, em Sertãozinho, para a realização de sua Assembleia Geral Ordinária, que tratou da seguinte ordem do dia: 1) Prestação de Contas da Administração do exercício de 2.013, acompanhada de parecer do Conselho Fiscal, compreendendo: a) Relatório da gestão do ano findo de 2.013; b) Balanço contábil encerrado em 31/Dezembro/2.013; c) Demonstrativo das contas de resultado do exercício encerrado em 31/ Dezembro/2.013; 2) Destinação das Sobras Líquidas do Exercício; 3) Eleição dos Membros do Conselho de Administração e do Conselho Fiscal; 4) Fixação do valor dos honorários da Diretoria Executiva e do valor da Cédula de Presença dos demais Membros do Conselho de Administração e do Conselho Fiscal; 5) Demissão e exclusão de Cooperados A mesa diretora foi composta pelo diretor presidente, Antonio Eduardo Tonielo, pelo diretor superintendente, Manoel Carlos de Azevedo Ortolan, pelo diretor secretário, Pedro Esrael Bighetti, e pelos assessores jurídico, Dr. Clovis Aparecido Vanzella e contábil Marcos Cesar Molezin, que na ocasião apresentou o relatório das atividades e a prestação de contas do exercício de 2013 da cooperativa, destacando os investimentos em melhorias das áreas administrativas e operacionais, com o intuito de acompanhar as novas tendências de desenvolvimento e com isso, proporcionar aos cooperados acesso à informações privilegiadas. Dentre os destaques apresentados, estava a reinauguração da loja de ferragens e magazine em Cravinhos; o início da reforma e ampliação na loja de ferragens e magazine da cidade de Santa Rita do Passa Quatro, que será reinaugurada neste ano; o início às montagens das Lojas de Ferragens nas cidades de Barretos e Paulo de Faria (inaugurada em 20/03/2014) e iniciou a construção do Posto de Combustíveis em Jaboticabal (inaugurado em 02/04/2014). Também teve início a reforma e ampliação do Supermercado de Sertãozinho, ampliação da Loja de Ferragem de Pontal e adequações do Posto de Combustíveis de Sertãozinho. Outro destaque em 2013 e considerado um marco para a história da cooperativa, foi o início da construção do Centro de Eventos, com término previsto para meados de 2014, cujo espaço vai abrigar a feira Agronegócios Copercana, com área total de 5.771,36m², estacionamento próprio, vestiários, sanitários, palco e camarins, cozinha e apoio para buffets, além de estrutura completa para realização de feiras, festas, shows e formaturas. Destacando ainda as atividades de 2013, o laboratório realizou 9.990 análises de solo, 1.467 análises de micronutrientes, 455 análises entre gesso/fertilizante / torta de filtro e 1.891 análises textural. Ocorreu o recolhimento de 96 toneladas de embalagens, sendo 72 toneladas de embalagens laváveis e 24 toneladas de embalagens não laváveis. Revista Canavieiros - Abril de 2014 No Projeto Amendoim foram plantados 11.082 hectares, obtendo uma produção de mais de 1.908.000 sacas. No Projeto Soja foram plantados 3.500 hectares, sendo que entre participantes e não do projeto, a Copercana recebeu e comercializou 307 mil sacas de soja. Ainda foram comercializados 393.160 quilos de sementes de soja; 2.452.200 quilos de sementes de amendoim; 223.649 toneladas de fertilizantes; 7.191.451 quilos/litros de defensivos; 15.678.000 litros de combustíveis (diesel, gasolina e etanol); 149.697 toneladas de corretivos de solo, sendo 119.052 toneladas de calcário e 30.645 toneladas de gesso. No mês julho de 2013 começou a operar a Copercana Distribuidora de Combustíveis, comercializando até o mês de dezembro de 2013 aproximadamente 10.305.000 litros de combustíveis. O exercício de 2013 encerrou-se com 1.382 funcionários, 6.400 cooperados e um faturamento líquido das devoluções e abatimentos de R$ 931.332.642,00, número que confirma com o excelente balanço e demonstração de resultado apresentados. Na referida assembleia também foi realizada a eleição dos Membros do Conselho de Administração e do Conselho Fiscal, sendo que houve somente uma chapa concorrente às eleições, encabeçada pelo cooperado Antonio Edu- 25 ardo Tonielo, ficando, portanto, eleito o Conselho de Administração para o mandato do quadriênio 2014/2018, constituído com os seguintes membros: Antonio Eduardo Tonielo, Manoel Carlos de Azevedo Ortolan, Pedro Esrael Bighetti, Francisco César Urenha, João Nilson Magro e Paulo César Canesin. Já o Conselho Fiscal, foi eleito para o mandato anual 2014/2015, ficando constituído como membros efetivos Luiz Carlos Tasso Júnior, Gaspar Carmanhan da Silveira e Cláudio Agostinho Nadaletto e como membros suplentes Luiz Alberto Consoli, José Ronaldo Bálsamo, Nicola de Felicio Neto. No encerramento da assembleia, o presidente da Copercana agradeceu a eleição da sua chapa, alegando que significa o reconhecimento dos cooperados ao trabalho sério e firme que tem desempenhado na busca da melhoria da situação sócio-econômica e financeira da cooperativa e dos senhores cooperados. Agradeceu aos conselheiros que deixam, por motivo de força estatutária, seus cargos na data de hoje, agradecendo, também, de forma indistinta, a todos os funcionários e colaboradores da cooperativa pela união de esforços da equipe e pela execução dos trabalhos bem sucedidos durante os anos, dizendo ainda que “o ano de 2013 foi muito especial para a cooperativa, que completou 50 anos de fundação no dia 19 de maio”. Conforme deliberado posteriormente, em reunião do Conselho de Administração da Copercana, realizada em 03/04/2014, ficaram reeleitos e empossados, nesta data, os membros componentes da Diretoria Executiva, os Conselheiros: Antonio Eduardo Tonielo, como Diretor-Presidente; Manoel Carlos de Azevedo Ortolan, como Diretor-Superintendente e Pedro Esrael Bighetti, como Diretor-Secretário, para o mandato quadrienal de 2014/2018. RC Revista Canavieiros - Abril de 2014 26 Notícias Copercana Copercana inaugura posto de combustíveis em Jaboticabal Este é o quarto posto de combustíveis da rede Copercana e a terceira loja de conveniência inaugurada na região Fernanda Clariano A cidade de Jaboticabal já conta com um posto de combustíveis da rede Copercana. A inauguração aconteceu no dia 02 de abril, e foi prestigiada com a presença do prefeito Municipal de Jaboticabal, Raul José Silva Gírio; do presidente da Câmara Municipal de Jaboticabal, Wilson Aparecido dos Santos; do secretário de Governo de Jaboticabal, José Paulo Lacativa Filho; do secretário de Agricultura, Abastecimento e Meio Ambiente de Jaboticabal, Sérgio de Souza Nakagi e do secretário da Indústria e Comércio de Jaboticabal, Valdemir Lutti, além de diretores do Sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred, cooperados e colaboradores. O novo Posto de Combustível da rede Copercana em Jaboticabal está localizado na Rua São João, nº 340 Para atender a demanda de clientes que devem passar diariamente pelo posto, foram contratados 23 colaboradores diretos, todos treinados para melhor atender os clientes. falou sobre os desafios e a importância de investir na cidade de Jaboticabal. “A Copercana se sente orgulhosa em poder entregar para os cooperados e para a população de Jaboticabal, mais um de seus investimentos. Sabemos que desafios foram enfrentados, mas como sempre, procuramos superá-los. Este é o quarto posto de combustíveis que a Copercana inaugura, já estamos nas cidades de Sertãozinho, Pontal, Pitangueiras e agora em Jaboticabal, um município que acolheu o supermercado e acreditamos que com o posto de combustíveis não será diferente”, disse Bighetti. brou da importância do cooperativismo. “É uma satisfação inaugurar mais um serviço da Copercana. Sabemos que o setor não vai bem, mas as dificuldades são de todos e este é mais um serviço oferecido para facilitar a vida dos clientes, criando um pouco mais de conforto e de comodidade para todos. Tudo o que é movimentado, o lucro que se tem acaba sendo revertido para os associados e de certa forma, através do trabalho que é realizado, podemos reinvestir também aquilo que sobra em serviços que vão de encontro às necessidades e aos interesses de todos”, afirmou Ortolan. Na cerimônia de abertura, o diretor da Copercana, Pedro Esrael Bighetti O presidente da Canaoeste e Orplana, Manoel Ortolan, em seu discurso, lem- Representando os cooperados e clientes de Jaboticabal e região, o co- Com uma área construída de mil m², o posto oferece serviços de troca de óleo, abastecimento e abriga uma aconchegante e completa loja de conveniência onde os cooperados e a população poderão encontrar diversos produtos, além de pão francês fresquinho o dia todo. Diretoria do Sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred e autoridades fizeram o descerramento da placa inaugural Revista Canavieiros - Abril de 2014 27 Diretores com os colaboradores do posto de Jaboticabal Pedro Esrael Bighetti, diretor da Copercana e renda, isso é muito importante e nos deixa orgulhosos”, afirmou Gírio. Além de todo conforto e comodidade, o cliente poderá encontrar combustíveis de qualidade e com preço competitivo é o que afirmou o presidente da Copercana, Antônio Eduardo Tonielo, que encerrou o ato de inauguração. Antonio Eduardo Tonielo, presidente da Copercana Manoel Ortolan, presidente da Canaoeste operado José Francisco Baratella, discorreu sobre o empreendimento e agradeceu. “Recebemos com muita alegria este posto de combustíveis da Copercana em nossa cidade. Sabemos da burocracia e das incansáveis batalhas enfrentadas para pôr em prática mais esse empreendimento. O que a Copercana está nos dando é um grande presente e só temos que agradecer”. ganha. Este local estava totalmente abandonado e a Copercana lutou e construiu o seu supermercado e agora esse posto de combustíveis que veio também para abrilhantar o nosso município. A cada dia, o fluxo de veículos aumenta no município e precisamos de mais um posto de combustíveis para atender a população. Temos que agradecer os diretores da Copercana e dizer que estamos aqui para somar, para que a população cresça e se desenvolva a cada dia” disse Wilson. O presidente da Câmara Municipal de Jaboticabal, Wilson Aparecido dos Santos falou em nome dos vereadores da cidade. “Para Jaboticabal, este é mais um empreendimento que veio para somar e a população é quem O posto conta com uma completa loja de Conveniência à disposição dos clientes O prefeito de Jaboticabal, Raul José Silva Gírio, esboçou a satisfação em receber mais um empreendimento da Copercana. “Hoje, Jaboticabal tem mais de 55 mil veículos e abrir um posto de combustíveis, eu acredito que seja um bom negócio. A Copercana está acreditando em Jaboticabal, abriu um supermercado e agora, este posto que está muito bem instalado. Só temos que agradecer a grande contribuição que estão trazendo para a nossa sociedade e para o nosso município. Parabéns por não medirem esforços e acreditarem em Jaboticabal gerando empregos “Para nós, é motivo de satisfação poder inaugurar mais um de nossos investimentos em Jaboticabal. Todos sabem das dificuldades que enfrentamos, mas felizmente conseguimos chegar aonde chegamos. Tenho certeza que este será um investimento muito importante para essa cidade. Além de preservarmos o nosso nome, privamos a qualidade dos produtos que apresentamos aos clientes. Os preços oferecidos pelos postos de combustíveis da Copercana servem de parâmetro para outros postos e isso ajuda a população que tem mais opção. O combustível que entra nos postos da Copercana vem da nossa distribuidora, não dependemos de terceiros. A nossa intenção é crescer um pouco mais e na medida do possível, com uma rede mais forte de distribuidoras de combustíveis, esperamos oferecer cada vez mais serviços e preços melhores para os nossos cooperados e para os nossos clientes”, disse Tonielo. Após o encerramento, o padre Luiz Gustavo Scombatti, da Paróquia Santa Teresa deu as bênçãos às instalações e aos presentes e em seguida os diretores e autoridades descerraram a placa que marcou a inauguração do mais novo posto de combustíveis e da loja de Conveniência da Copercana em Jaboticabal. RC Revista Canavieiros - Abril de 2014 28 Notícias Canaoeste Canaoeste recebe visita do deputado Arnaldo Jardim e de representantes de associações da região Fernanda Clariano N o dia 22 de março, o deputado federal Arnaldo Jardim esteve em Sertãozinho e foi recebido na sede do Sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred pelo presidente da Canaoeste e da Orplana, Manoel Na oportunidade, o deputado ouviu as associações sobre a possibilidade de se pensar em medidas de curto prazo que possam tirar o setor sucroenergético do caos que vem enfrentando com a crise. O presidente da Canaoeste assim como O deputado enalteceu a importância que o setor sucroenergético e as indústrias têm para a região e propôs a realização de um manifesto, um movimento de caráter suprapartidário que chegue com forças até a pre- Ortolan, pelo presidente da Copercana Antonio Eduardo Tonielo e pelo diretor da Copercana, Pedro Esrael Bighetti. A visita também contou com a participação de presidentes de associações das cidades de Jaú, Lençóis Paulista, Guariba e Novo Horizonte. as associações falou ao deputado da insatisfação e do descontentamento diante da atual situação e clamaram o seu apoio por medidas agressivas e contundentes que chamem a atenção do governo federal. sidente Dilma Rousseff. “A situação está muito complicada e o tom do diálogo que estamos tendo com o Governo não está adiantando, não está produzindo resultados. Além do setor sucroenergético, a crise vem atingindo a indústria de máquinas, equipamentos, bens de capital, insumos e serviços, comprometendo os fornecedores e plantadores de cana-de-açúcar e provocando o desemprego. A ideia é fazermos manifestações que tenham a marca do trabalhador. Botar a tropa na rua, onde associações, prefeitos, vereadores, usinas, indústrias e trabalhadores participem com propostas concretas e mais do que isso, fazermos um dia em defesa do etanol com manifestações nas principais cidades para chamar a atenção e sensibilizar o Governo para que algo urgente seja feito em favor deste setor que está clamando por medidas urgentes”, afirmou o deputado. RC “Estamos assistindo usinas fechando, e muitos produtores deixando o setor e arrendando ou vendendo suas terras, mudando de produção, saindo da cana e partindo para outras culturas. As associações têm sentido os impactos da crise, pois, os ânimos ficam mais acirrados, as críticas acabam se avolumando e as organizações ficam como culpadas. Preocupados e descontentes, os produtores falam até em deixar as associações e nessa hora em que precisamos de forças, encontramos a falta de apoio. É uma pena ver o setor chegar nesse ponto em que está e sabemos que pode piorar. Precisamos lutar para que isso acabe e tudo volte a ser como antes”, desabafou Ortolan. Deputado Federal Arnaldo Jardim Revista Canavieiros - Abril de 2014 Anuncie na Revista Canavieiros. Ligue (16) 3946-3300 - Ramal 2208 www.revistacanavieiros.com.br 29 Canaoeste realiza Reunião Técnica em Pitangueiras e Sertãozinho Da redação Com a missão de oferecer aos seus associados informações atualizadas e ferramentas inteligentes de manejo agronômico, a Canaoeste em parceria com a empresa Stoller realizou duas reuniões técnicas para seus associados e técnicos que contou com a palestra do consultor da Canaplan, Júlio Campanhão, sobre o tema: “Critérios de Sucesso na Instalação e Manejo do Canavial”. Reunião em Pitangueiras – Celestino Tomas Ferrante (fornecedor), Ronaldo Maffeis Filho (Canaoeste), Edson Fernandes (Canaoeste), Demétrio Martins (Andrade/Guarani), Júlio Campanhão (consultor Canaplan) e Douglas Bottino (Stoller). As reuniões aconteceram respectivamente nos dias 18 e 31 de março na Maçonaria em Pitangueiras e no auditório da Canaoeste em Sertãozinho e reuniram aproximadamente 30 pessoas. Reunião em Sertãozinho – André Magro Franco (fornecedor), Douglas Bottino (Stoller), Júlio Campanhão (consultor Canaplan), Sílvio Sakamoto (fornecedor), Rubens Sicchieri (fornecedor), Thiago Verri (Canaoeste), Gustavo Nogueira (Canaoeste), Ana Paula Marchesi Borges (fornecedor), Alessandra Durigan (Canaoeste), Silvia Helena Jacomini (fornecedor), Sílvio Lovato (fornecedor), João Pedro Zamprônio (fornecedor), Roberto Costa Rosseti (fornecedor), Luis Gustavo Rodrigues (fornecedor), Antônio Alberto Pelliccioni (fornecedor). RC Revista Canavieiros - Abril de 2014 30 Notícias Canaoeste Canaoeste realiza Reunião Técnica em Descalvado Carla Rodrigues P reocupada com o bem estar e a saúde de seus associados, a Canaoeste, filial de Descalvado, em parceria com a empresa São Francisco Saúde, realizou em 10 de abril, uma reunião com o objetivo de apresentar as condições diferenciadas de planos de saúde. técnicos referentes a “Nutrição de Plantas e Longevidade do Canavial”. Na ocasião, em parceria com a empresa Yara fertilizantes, foi realizada uma palestra onde abordaram assuntos Participaram aproximadamente 80 pessoas e todos puderam participar e esclarecer dúvidas. RC Karen (São Francisco Saúde), Breno (Canaoeste), Carlos (São Francisco Saúde), Gustavo (Canaoeste), Rogério (Yara), Luiz (Yara) e Murilo (Copercana). Associados presentes na palestra. Canaoeste realiza Reunião Técnica em Ituverava Da redação A Canaoeste, filial de Ituverava, em parceria com a empresa Syngenta, realizou no dia 10 de abril, uma reunião na Pizzaria A Fornalha, com aproximadamente 15 associados para discutir sobre o tema “Qualidade de plantio”. Foram apresentadas para o público presente, novas tecnologias de plantio, como por exemplo, as mudas pré-brotadas e também o portfólio de produtos da Syngenta. RC Revista Canavieiros - Abril de 2014 Associados atentos a palestra. 31 Revista Canavieiros - Abril de 2014 32 Revista Canavieiros - Abril de 2014 33 Revista Canavieiros - Abril de 2014 34 Notícias Canaoeste Canaoeste e Copercana recebem visita de professores da Universidade de Purdue dos EUA Dentre os assuntos discutidos os destaques foram as dificuldades de mão de obra para o agronegócio brasileiro e a importância da preparação dos jovens para o mercado de trabalho; mais de 20 profissionais de RH participaram da reunião Fernanda Clariano N o dia 1º de abril, a Copercana e a Canaoeste, receberam a visita dos professores, Marshall Martin e Levon Esters da Universidade de Purdue dos Estados Unidos, que acompanhados pelo professor da USP-Ribeirão Preto, Marcos Fava Neves, pelo gerente de Marketing Estratégico para América Latina da John Deere, Marco Ripoli e pelo gerente de Treinamento da John Deere para toda América Latina, Darci Teixeira, se reuniram com profissionais de departamentos de Recursos Humanos de várias empresas da região. Em pauta estavam as necessidades de mão de obra capacitadas enfrentadas pelas empresas do agronegócio do Brasil, além dos desafios na construção de talentos, e as lacunas existentes na educação como a valorização dos professores e a qualidade do ensino. O debate foi coordenado pelo professor americano Marshall, que levantou várias questões e ouviu interessantes experiências vivenciadas e as principais necessidades das empresas participantes. “Este é um projeto da fundação John Deere dos EUA com a Universidade de Purdue, para entender quais são as necessidades educacionais que existem Professores da Universidade de Purdue dos EUA com profissionais de Recursos Humanos no Brasil, e poder prover apoio. A ideia é entender as demandas que existem e as lacunas de oferta, para conseguir contribuir com recursos no ano que vem, contribuindo em benefício para a própria empresa que vai ter recursos humanos mais qualificados. Precisamos disso, mas em benefício principalmente no processo de educação no Brasil”, explicou Fava Neves. Sertãozinho, a Fatec (Faculdade de Tecnologia do Estado de São Paulo) e o SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial), onde foram recebidos pelos diretores e puderam conhecer um pouco mais sobre o dia a dia das escolas e os cursos de aprendizagem oferecidos por elas. Após a reunião, os professores visitaram duas instituições de ensino em “É um prazer muito grande poder conhecer os sistemas de educação e como é a formação dos jovens para que possam trabalhar no setor agro do Professor Marshall Martin Marco Ripoli, gerente de Marketing Estratégico para América Latina da John Deere Revista Canavieiros - Abril de 2014 35 Professores durante visitaram duas instituições de ensino em Sertãozinho, a Fatec (Faculdade de Tecnologia do Estado de São Paulo) e o SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) Os professores conheceram as escolas e os cursos de aprendizagem. Brasil. Estamos procurando entender como é feita a preparação desses jovens e o que podemos fazer para melhorar as condições das pessoas. Queremos ouvir as opiniões sobre a situação atual da educação secundaria, queremos saber sobre o sistema atual de educação, quais as deficiências e mais, queremos saber o que uma empresa privada poderia intervir no espaço público e privado para melhorar a questão grave hoje que temos no Brasil que é a falta de mão de obra”, afirmou o professor Marshall. RC Revista Canavieiros - Abril de 2014 36 Notícias Sicoob Cocred Balancete Mensal - (prazos segregados) Cooperativa De Crédito Dos Produtores Rurais e Empresários do Interior Paulista - Balancete Mensal (Prazos Segregados) - Março/2014 - “valores em milhares de reais” Sertãozinho/SP, 31 de Março de 2014. Revista Canavieiros - Abril de 2014 37 Revista Canavieiros - Abril de 2014 38 Matéria de Capa Frente das novas instalações do PMGCA da RIDESA no Campus Araras da UFSCar Centros de Pesquisas com Cana-de-Açúcar inauguram novas estruturas Fernanda Clariano com informações de assessorias O mercado da cana-de-açúcar é um dos mais promissores do agronegócio e a crescente demanda por biocombustíveis vem fazendo com que os centros de melhoramentos invistam cada vez mais em tecnologia e em infraestrutura, visando o desenvolvimento de variedades de cana-de-açúcar mais resistente e fortalecendo as pesquisas e a qualidade das mudas disponíveis ao mercado. Nesta reportagem, destacamos a inauguração da nova sede do Programa de Melhoramento e Laboratório de Biotecnologia da RIDESA UFSCar e a inauguração da Biofábrica de cana-de-açúcar do IAC. Inauguração da nova sede do Programa de Melhoramento e Laboratório de Biotecnologia da RIDESA UFSCar As novas instalações irão fortalecer as pesquisas em melhoramento genético e transgenia de cana-de-açúcar e contribuir com o desenvolvimento do setor sucroenergético no Brasil N o dia 28 de março, foram inauguradas no Campus Araras da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos) as novas instalações do PMGCA (Programa de Melhoramento Genético da Cana-de-Açúcar) da RIDESA (Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento do Setor Sucroenergético). A solenidade de inauguração, contou com a presença do reitor da UFSCar, Targino de Araújo Filho, do prefeito mu- Revista Canavieiros - Abril de 2014 39 nicipal de Araras, Nelson Dimas Brambilla, do diretor do Centro de Ciências Agrárias da UFSCar, Jozivaldo Prudêncio Gomes de Moraes, do presidente da STAB (Sociedade dos Técnicos Açucareiros Alcooleiros do Brasil), José Paulo Stupiello, do presidente da Canaoeste e Orplana, Manoel Ortolan, do coordenador geral da RIDESA, Edelclaiton Daros, do presidente da Copercana e da Sicoob Cocred, Antonio Eduardo Tonielo, além de autoridades, produtores de cana, executivos de usinas, representantes de entidades, pesquisadores e profissionais que integram o PMGCA, parceiros, colaboradores e alunos. O mais novo espaço para estudos sobre melhoramento genético da cana-de-açúcar, foi instalado no Centro de Ciências Agrárias da UFSCar em Araras e conta com uma área construída de 1,3 mil m², onde dispõe de recursos necessários para o desenvolvimento de estudos de biotecnologia e transgenia, e foi feito seguindo todos os conceitos, regras e regulamentos exigidos para um laboratório de biotecnologia. O prédio ainda possui salas para professores, pesquisadores, técnicos e estagiários, além de biblioteca com títulos específicos sobre melhoramento em cana e sala de aula para 32 pessoas. Foram investidos mais de R$ 6 milhões, em recursos captados junto as empresas do setor sucroenergético conveniadas à Ridesa UFSCar e de órgãos de fomento governamental (Bioen-Fapesp, Finep, Petrobras, CNPq e INCT-Bioetanol). O coordenador do PMGCA da UFSCar, Hermann Paulo Hoffmann, falou sobre a relevância do novo prédio para o desenvolvimento de pesquisas e melhoramento genético em cana-de-açúcar e destacou o trabalho de parceria realizado para a conclusão da nova sede. “Esse prédio foi construído pensando em transformar em algo material parte dos recursos recebidos das empresas conveniadas do setor. Nosso objetivo é Hermann Paulo Hoffmann, coordenador do PMGCA da UFSCar dar boas condições para que continuem o desenvolvimento das pesquisas em cana-de-açúcar. Estamos entregando para a UFSCar um prédio para pesquisa em variedades e biotecnologia, muito bem planejado e com menor custo possível, respeitando a origem dos nossos Revista Canavieiros - Abril de 2014 40 Descerramento da fita e placa inaugural recursos obtidos com trabalho sério no campo com a cultura da cana-de-açúcar”, disse Hermann. O coordenador Geral da RIDESA, Edelclaiton Daros, destacou a satisfação com as novas instalações e lembrou do importante papel do professor Hermann através da sua dedicação e competência em prol as pesquisas de melhoramento genético. “É um momento de satisfação poder ver a concretização desse prédio, fruto de muita dedicação. Através de um longo trabalho de parceria e contribuição, hoje nos consolidamos em pesquisas do Rio Grande do Sul ao Maranhão. Podemos dizer que somos do tamanho desse Brasil onde se cultiva cana e a nossa visão de futuro é crescermos ainda mais. Somos grandes fornecedores de pesquisadores para as outras instituições de pesquisas e temos orgulho disso. Estamos sempre renovando, e acredito que ninguém duvida do nosso trabalho e da nossa competência na obtenção de variedades de cana-de-açúcar. O professor Hermann assumiu os trabalhos no PMGCA UFSCar e deu continuidade com grande maestria, enorme competência e dedicação. A RIDESA mudou radicalmente e vem liderando a pesquisa sobre o melhoramento genético e o Hermann participou ativamente e foi fundamental em todo o processo”, afirmou Daros. O prefeito de Araras, Nelson Dimas Brambilla, em seu discurso, falou do contentamento pela inauguração do laboratório e sobre a importância da inovação e da busca constante por melhorias. “Sinto-me honrado em poder participar da inauguração de um instrumento tão importante para pesquisa como este. Para estar à frente, é preciso investir em inovação tecnológica e em pesquisas e essas instalações vieram para enriquecer a pesquisa brasileira e também essa instituição. Para Araras é um privilégio termos uma universidade tão soberana como a UFSCar e poder contar com o Centro de Ciências Agrárias e parceiros”, disse o prefeito. No encerramento da cerimônia de inauguração, o reitor da UFSCar, Targino de Araújo Filho, enfatizou o grande significado das novas instalações tanto para a Universidade de São Carlos quanto para o Centro de Ciências Agrárias e para o País. Edelclaiton Daros, coordenador geral da RIDESA Revista Canavieiros - Abril de 2014 Nelson Dimas Brambilla, prefeito de Araras Targino de Araújo Filho, reitor da UFSCar “O trabalho que a RIDESA vem conduzindo ao longo desses anos na articulação de um conjunto de universidades é muito importante e não é fácil. É um orgulho muito grande participar dessa inauguração com tamanha magnitude. Essas novas instalações é um marco da consolidação de uma trajetória de muitos anos e irão fortalecer ainda mais as pesquisas em melhoramento genético e transgenia de cana-de-açúcar e contribuir com o desenvolvimento do País. Como disse o professor Hermann, ainda tem muita coisa por vir, eu tenho certeza que o nosso programa vai continuar de vento em polpa como veio até aqui”, concluiu Targino. Os visitantes puderam conhecer as instalações do do PMGCA da RIDESA 41 Valter Toniello, Antonio E. Tonielo (Copercana), Manoel Ortolan (Orplana e Canaoeste), Paulo, Gustavo Nogueira (Canaoeste), Marcos Landell (IAC), Breno (Canaoeste), Bortolo (Cooperfértil) durante inauguração da nova sede do PMGCA da RIDESA Inauguração da biofábrica de Cana-de-Açúcar do IAC O A biofábrica tem capacidade de produzir 4 milhões de mudas por ano IAC (Instituto Agronômico de Campinas) inaugurou no dia 4 de abril, em Ribeirão Preto a Biofábrica de Cana-de-açúcar no Centro de Cana IAC. O objetivo é de ampliar sua capacidade de disponibilização de materiais ao setor, com a produção em escala de variedades com alta qualidade fitossanitária e genética. O Programa Cana IAC já tem uma biofábrica para a multiplicação de seus cultivares desde 2008. A nova estrutura deve ampliar em 40 vezes a capacidade de produção de cultivares de alta qualidade. Autoridades do setor participaram da cerimônia de inauguração Participaram da inauguração: a Secretária de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Mônika Bergamaschi; o Pesquisador do Instituto Agronômico (IAC), de Campinas, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo e diretor do Centro de Cana, Marcos Guimarães de Andrade Landell; o Coordenador da APTA (Agência Paulista de Tecnolo- gia dos Agronegócios), Orlando Melo de Castro; o Diretor-geral do Instituto Agronômico (IAC), de Campinas, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Sérgio Augusto Morais Carbonell; o gerente da Usina São Martinho S/A, Luís Gustavo Teixeira; o presidente da Canaoeste e da ORPLANA (Organização de Plantadores de Cana da Região Centro-Sul do Brasil), Manoel Ortolan; o presidete do conselho de administração e diretor operacional da Coopecred (Cooperativa de Crédito dos Fornecedores de Cana da Região Oeste Paulista), Ismael Perina Júnior, além de gerentes de associações e agrônomos. Mônika Bergamaschi, Sec. de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo Manoel Ortolan, presidente da Orplana e Canaoeste Marcos Landell, pesquisador e líder do Programa Cana IAC A nova biofábrica do IAC terá capacidade para produzir cerca de 4 milhões de mudas de cana por ano, que serão utilizadas nos viveiros do setor privado para nova multiplicação e depois, disponibilizadas para os produtores. Revista Canavieiros - Abril de 2014 42 Matéria de Capa Descerramento das placas do “Núcleo de Produção de Mudas” e da Biofábrica Na biofábrica, a partir de uma gema de planta, é possível produzir de 20 a 30 mil novas plantas em seis meses. Por outros métodos de multiplicação, em campo, uma gema renderia ao produtor cerca de 40 plantas, em 12 meses. Em todo o Brasil, existem aproximadamente dez biofábricas de cana-de-açúcar, sendo a grande maioria pertencente a instituições privadas. A fábrica de Ribeirão Preto, foi construída com verbas do goPensando no bem estar de seus associados, a verno do Estado de São Paulo, por meio da FINEP Canaoeste agora oferece também convênio (Agência Brasileira da odontológico. Confira! Inovação) e por recursos externos. O total investido foi de aproximadamente R$ 2,5 milhões. De acordo com o pesquisador e líder do Programa Cana IAC, Marcos Guimarães de Andrade Landell, a biofábrica produzirá mudas de cana livres de doenças, possibilitando a oferta de novas variedades indexadas para atender aos matrizeiros que originarão mudas para o Sistema de Mudas Pré-Brotadas. Uma muda de biofábrica custa, em média, R$ 1,20. Porém, de acordo com a pesquisadora Silvana, essa muda tem excelente qualidade e será utilizada na formação dos canaviais, já que tem alta qualidade genética e é livre de doenças. Os recursos para a construção da biofábrica são do governo de São Revista Canavieiros - Abril de 2014 Na ocasião foram plantadas a SES 205, répicas da Coleção Mundial de Cana-de-Açúcar Paulo. De acordo com o pesquisador do programa Cana IAC, Marcos Guimarães Andrade Landell, as mudas produzidas serão livres de doenças e indexadas para atender aos matrizeiros. “Isso representa importantes impactos sobre a produtividade, pois é um processo que fomenta a cana limpa, com alto potencial produtivo, sendo também um meio de rápida adoção de novas variedades”, afirma Landell. Durante a inauguração foi entregue também o Núcleo de Produção de (MPB) Mudas Pré-brotadas, com capacidade para produzir, em média, 300 mil MPB por ano, e 350 mil seddlings primeira etapa de produção de plântulas no processo de desenvolvimento de uma nova variedade de cana-de-açúcar. RC 43 Revista Canavieiros - Abril de 2014 44 Informações Setoriais Chuvas de fevereiro e previsões climáticas para abril a junho de 2014 Quadro 1:- Chuvas observadas durante o mês de março de 2014. Engº Agrônomo Oswaldo Alonso Consultor O Mapa 1 mostra que, em meados de março na área sucroenergética do Estado, a DAAS (Disponibilidade de Água no Solo) apresentava-se entre média a alta na região numa faixa entre Barretos-Ribeirão Preto- Catanduva-Extremo Noroeste do Estado- Adamantina e Araçatuba e outra entre Limeira a Itapeva. DAAS baixa a crítica ainda persistia no leste do Estado e larga faixa entre Centro a Sudoeste de São Paulo. Ao final de março de 2013-Mapa 2, mostra DAAS-Disponibilidade de Água no Solo muito baixa a crítica nas regiões de Piracicaba a Sorocaba e nos entornos de Batatais, Marília, Tupã e Andradina; enquanto que, nas demais regiões do Estado, a DAAS encontrava-se em nível médio a alto na faixa leste, entre Franca - Ribeirão Preto - São João da Boa Vista e estreita faixa ao Sudoeste. O Mapa 3 apresentava, ao final de março deste ano, índices de DAAS muito baixos a críticos em quase toda área sucroenergética do Mapa 1:- Água Disponível no Solo entre 13 a 16 de março de 2014 Revista Canavieiros - Abril de 2014 A média das chuvas de março de 2014 (128mm) ficou em 75% da média histórica deste mês nos locais observados (170mm) e em 68% das chuvas anotadas em março de 2013 (188mm). Acima das respectivas normais climáticas, apenas nas Unidades Cruz Alta/Severínia e em Dumont; enquanto que foram quase que a metade na Biosev MB, C.E. Moreno, Usina Ibirá, IAC-Ciiagro-São Simão, Usina da Pedra e Centro de Cana IAC, praticamente, formando um “quadradão” no entorno de Ribeirão Preto. Estado, com exceção de faixa com médios a altos níveis de DAAS em faixa ao longo do Sudeste e de São José de Rio Preto ao extremo Noroeste do Estado de São Paulo. Os artigos mensais das Informações Setoriais conta com o trabalho diário de anotações de chuvas de todos Escritórios Regionais e que são condensados em Viradouro. Estes dados tem sido publicados diariamente no site Canaoeste Mapa 2:- Água Disponível no Solo ao final de março 2013. 45 Quadro 2:- Somas e normais climáticas das chuvas de janeiro e a Canaoeste resume o prognósmarço de 2013 e 2014, anotadas e fornecidas pelos Escritórios tico de consenso entre INMETRegionais. -Instituto Nacional de Meteorolo- e, as somas e médias mensais são também mostradas no Quadro 2. OBS:- Normais (ou médias) climáticas dos locais assinalados de 1 a 8 e mais a do Centro de Cana- Apta IAC Ribeirão Preto. Os dados do Quadro 2 mostram, ainda, as expressivas diferenças observadas entre os meses de Janeiro e Fevereiro dos anos 2014 e 2013. Para planejamentos próximo - futuros, gia e INPE-Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais para o final de abril e os meses de maio e junho, como ilustrado no Mapa 4, ao lado. • Para estes meses, as temperaturas tendem a ser próximas das respectivas médias históricas para toda Região Centro-Sul; • O consenso INMET-INPE prevê que as chuvas poderão ocorrer com iguais probabilidades para as três categorias (acima, próxima e abaixo das normais climáticas) na Região Centro-Sul do Brasil. Exceto na área amarela, onde as chuvas poderão ser abaixo das respectivas médias; • Tendo-se como referência o Centro de Cana-IAC, as médias históricas das chuvas em Ribeirão Preto e municípios (bem) próximos, nos meses de abril a junho, são de 70, 55 e de 30mm, respectivamente. Por sua vez, o prognóstico climático expedido pela SOMAR Meteorologia mostra que, para a região específica de abrangência da Canaoeste, as chuvas serão: a) volume de chuvas poderão ser próximo a acima da média histórica em abril; b) o outono - meses de abril a junho não serão secos, havendo possibilidade até, de serem semelhantes ao mesmo período de 2013; Mapa 3:- Água Disponível no Solo ao final de março 2014. Mapa 4:- Elaboração Canaoeste do Prognóstico de Consenso entre INMET-INPE para final de abril, e durante os meses de maio e junho. É típico para o Nordeste do Brasil, as ocorrências de maiores volumes de chuvas entre os meses de outono e Inverno, principalmente na faixa litorânea. c) e, infelizmente, com episódios de baixas temperaturas desde maio. A Canaoeste recomenda especial atenção aos produtores de cana que, nas (obrigatórias) áreas colhidas sem queimas prévias, os efeitos das baixas temperaturas acentuam-se com palhiço sobre as soqueiras. Remover (enleirando ou desenleirando) a palha das linhas de cana, resulta em menor intensidade e duração das baixas temperaturas. A necessária remoção (se possível, é claro), resulta em melhor brotação, desenvolvimento inicial das soqueiras e produtividades futuras. Dúvidas ? Consultem os Técnicos Canaoeste nos Escritórios Regionais ou pelo Fale Conosco. Apesar da temperatura da água do Pacífico Equatorial estar mostrando elevação da temperatura superficial, os Institutos Meteorológicos mantém a previsão de neutralidade entre os fenômenos El Niño e La Niña até o final do semestre. Estão, também, monitorando a possibilidade da ocorrência do fenômeno El Niño ao longo do segundo semestre de 2014. Estes prognósticos serão revisados nas seguintes edições da Revista Canavieiros. Fatos climáticos relevantes serão noticiados em www.canaoeste.com.br e www.revistacanavieros.com.br. Persistindo dúvidas, consultem os Técnicos mais próximos ou através do Fale Conosco Canaoeste. RC Revista Canavieiros - Abril de 2014 46 Artigo Técnico Comparação de vinte e quatro cultivares de Canade-Açúcar (saccharum spp) no município de Frutal no Estado de Minas Gerais Alessandra Durigan - Gestora Técnica da Canaoeste Daniela Aragão Santa Rosa - Agrônoma da Canaoeste de Pontal Hélio Francisco da Silva Neto - doutorado em Agronomia na FCAV/UNESP – Campus Jaboticabal Luiz Carlos Tasso Júnior – Superintendente da Canaoeste e pós-doutorado na FCAV/UNESP – Campus Jaboticabal 1 . INTRODUÇÃO Apesar de ainda ser um dos setores da área agrícola com maiores taxas de crescimento e inovação tecnológica do País, o setor sucroenergético tem sofrido muito os efeitos negativos decorrentes dos números de produtividade abaixo do esperado. Nos últimos anos, a perda de competitividade devido aos altos custos de produção têm diminuído a rentabilidade causando sérios problemas ao produtor rural e a economia brasileira. O desenvolvimento da cultura de cana-de-açúcar tem raízes históricas, que abrange principalmente a busca de tecnologias adequadas, dentro de um contexto da evolução do sistema produtivo, compreendendo aspectos técnicos, biológicos, econômicos e sociais (VASCONCELOS, 1998). Para que o setor sucroenergético alcance os níveis de produtividade necessários ao equilíbrio e rentabilidade de sua cadeia de produção, a introdução de novas variedades torna-se fundamental, notadamente face à degenerescência dos materiais utilizados em cultivo intensivo (RESENDE SOBRINHO, 2000). A produtividade agrícola da cana-de-açúcar tem apresentado aumentos expressivos no País, mas a produtividade média ainda é baixa e poderá ser melhorada (MELLIS & QUAGIO, 2009). Segundo Yokoya (1995), o fator variedade é essencial para se conseguir matéria-prima de boa qualidade. Neste contexto, o desenvolvimento de novas variedades pelos programas de melhoramento genético podem incorporar maiores produtividades às lavouras de cana-de-açúcar. Realizar um adequado manejo varietal, com materiais modernos, mais produtivos e adaptados as mais adversas situações de cultivo, contribuem significativamente para o crescimento do setor. Neste contexto, o presente trabalho teve por objetivo, avaliar o comportamento agroindustrial de vinte e quatro cultivares no município de Frutal-MG. 2. MATERIAL E MÉTODOS A área experimental está localizada no município de Frutal no Estado de Minas Gerais, a 160 km do Município de Jaboticabal, na Fazenda Santa Helena com localização geográfica de 20º01’26”S e 48º52’9”WG. Até a implantação do experimento, a área estava com plantio de soja desde o ano de 2003. O solo apresenta textura média e é distrófico (V% < 50) A instalação, condução e colheita do campo experimental foi realizada pela Canaoeste (Associação dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo) em parceria com a Aprovale (Associação dos Plantadores de Cana do Vale do Rio Grande) e Usina Frutal (Grupo Bunge), sendo que o plantio do experimento foi realizado no dia 01/04/2012 e a colheita do primeiro corte no dia 15/08/2013. Todas as cultivares utilizadas para a implantação desse experimento foram obtidas junto a Fazenda experimental Santa Rita, localizada no município de Terra Roxa-SP, pertencente a Copercana (Cooperativa dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo). Por ocasião do plantio a adubação foi realizada com a fórmula 05-25-25, 500 kg/ha, seguindo os critérios da perspectiva de produtividade agrícola e análise de solo, de acordo com Boletim 100 – IAC (2001). No sulco foi aplica- Revista Canavieiros - Abril de 2014 do o inseticida Regent WG (fipronil), recomendado para o controle de cupins, na dose de 0,25 kg/ha, o fungicida sistémico Comet, do grupo das estrobirulinas, recomendado para o controle da doença “Podridão Abacaxi”, na dose de 0,5 l/ha e o nematicida Furadan (carbofuran), recomendado para o controle de nematóides, na dose de 5,0 l/ha. A primeira colheita (primeiro corte) da área experimental foi mecânica, quando o canavial apresentava dezesseis meses de idade e para a avaliação do TCH (toneladas de cana por hectare), utilizou-se para a pesagem dos blocos, um caminhão transbordo com balança. As cultivares foram submetidas a análises tecnológicas, através de amostras de cana retiradas nos blocos no momento da colheita, para a obtenção dos valores do Brix, pol, Pureza, Fibra, AR (Açucares Redutores), ATR (Açúcar Total Recuperável), segundo a metodologia proposta por CONSECANA-SP (2006). O delineamento experimental utilizado foi o de blocos ao acaso, com 24 tratamentos e três repetições. Os resultados obtidos foram submetidos à análise de variância (Teste F) e, nos casos da ocorrência de significância estatística, procedeu-se às comparações de médias pelo teste de Scott & Knott (SCOTT & KNOTT, 1974) ao nível de 5% de probabilidade, de acordo com Pimentel Gomes (1981). 47 3.RESULTADOS E DISCUSSÃO Tabela 1: Valores médios da porcentagem de sólidos solúveis (Brix), Pureza, Fibra, AR (Açúcares Redutores) e POL (Porcentagem de Sacarose Aparente) para as cultivares em estudos, além de dados estatísticos. Cultivares BrixPureza Fibra AR POL ---------- %caldo -------------------- %cana --------------SP91-1049 18,98 a 87,78 a 12,32 a 0,36 13,73 b RB85-5453 18,52 a 89,51 a 11,51 b 0,49 14,15 a RB96-6928 17,76 b 87,59 a 11,69 b 0,54 13,24 b RB96-5902 17,18 b 87,80 a 11,15 b 0,54 12,97 b RB96-5917 17,64 b 87,68 a 11,43 b 0,54 13,23 b CTC 9 18,49 a 86,46 a 11,52 b 0,57 13,67 b CTC 17 19,17 a 89,54 a 11,21 b 0,49 14,74 a CTC 21 18,21 a 89,40 a 10,84 b 0,49 14,08 a SP81-3250 19,88 a 91,44 a 11,35 b 0,43 15,56 a IAC91-1099 18,41 a 89,19 a 12,08 a 0,49 13,94 a IACSP95-5094 18,32 a 89,97 a 12,41 a 0,46 13,87 a IACSP96-3060 17,55 b 88,71 a 12,36 a 0,50 13,11 b CTC 2 19,08 a 88,32 a 11,77 b 0,52 14,33 a CTC 20 18,02 b 89,49 a 11,14 b 0,49 13,87 a CTC 24 18,22 a 89,08 a 12,57 a 0,49 13,62 b CT 991906 18,34 a 88,21 a 12,28 a 0,51 13,62 b SP83-2847 16,75 b 88,31 a 12,72 a 0,51 12,38 b SP80-3280 19,00 a 88,76 a 11,31 b 0,51 14,43 a IACSP95-5000 18,59 a 89,67 a 11,53 b 0,48 14,24 a CTC 6 17,57 b 88,74 a 10,96 b 0,51 13,45 b CTC 15 17,24 b 87,89 a 12,47 a 0,52 12,72 b RB85-5536 19,37 a 88,70 a 11,99 a 0,50 14,56 a RB86-7515 19,26 a 90,79 a 11,18 b 0,45 15,02 a RB93-5744 16,52 b 85,71 a 11,87 a 0,59 12,02 b Estatística Teste F cultivar 3,74** 1,09NS 3,38** 0,91NS 3,04** Teste F bloco 5,53** 5,13** 21,32** 0,65NS 11,01** Média Geral 18,25 88,70 11,73 0,50 13,77 CV (%) 4,19 2,35 4,47 16,93 5,92 Médias seguidas de letras distintas, em cada atributo de cada coluna, diferem entre si ao nível de 5% de probabilidade pelo Teste de Scott & Knott. NS – não significativo. ** significativo ao nível de 1% de probabilidade pelo Teste F. Observando a Tabela 1, a cultivar SP81-3250, apresentou maior teor de Pol % cana, 15,56, porém mostrou semelhança estatística com as seguintes cultivares: RB86-7515, CTC 17, RB85-5536, SP81-3280, CTC 2, IACSP95-5000, RB855453, CTC 21, IAC91-1099, IACSP95-5094, CTC 20. Segundo Brieger (1968), para uma maturidade e maturação adequada, a cana-de-açúcar deve apresentar os seguintes valores mínimos: Brix % caldo = 18%; pol (sacarose) % caldo = 15,3 Tabela 2: Valores médios da produtividade agrícola expressa em TCH (Tonelada de Cana por Hectare), ATR (Açúcar Total Recuperável) e TAH (Tonelada de Açúcar por Hectare) para as cultivares em estudos, além de dados estatísticos. Cultivares TCH ATRTAH t ha-1 kg t-1 t ha-1 SP91-1049 147,95 a 140,05 a 20,65 a RB85-5453 138,75 a 140,85 a 19,57 a RB96-6928 138,49 a 132,49 b 18,33 a RB96-5902 137,23 a 129,43 b 17,72 a RB96-5917 121,68 a 132,41 b 16,13 b CTC 9 107,23 b 136,97 a 14,71 b CTC 17 110,06 b 146,46 a 16,15 b CTC 21 144,06 a 140,21 a 20,16 a SP81-3250 125,41 a 153,90 a 19,26 a IAC91-1099 123,38 a 138,80 a 17,02 b IACSP95-5094 103,31 b 137,79 a 14,24 b IACSP96-3060 104,00 b 130,88 b 13,64 b CTC 2 131,69 a 142,85 a 18,75 a CTC 20 106,44 b 138,12 a 14,70 b CTC 24 102,58 b 135,72 b 13,88 b CT 991906 128,82 a 135,93 b 17,49 a SP83-2847 132,04 a 123,90 b 16,42 b SP80-3280 98,60 b 143,72 a 14,17 b IACSP95-5000 108,06 b 141,63 a 15,25 b CTC 6 119,74 a 134,31 b 16,23 b CTC 15 119,83 a 127,38 b 15,23 b RB85-5536 106,52 b 144,88 a 15,50 b RB86-7515 131,16 a 148,84 a 19,56 a RB93-5744 123,66 a 121,28 b 14,99 b Estatística Teste F cultivar 3,53** 3,36** 3,10** Teste F bloco 1,34NS 10,95** 0,25NS Média Geral 121,28 137,45 16,66 CV (%) 11,11 5,30 12,71 Médias seguidas de letras distintas, em cada atributo de cada coluna, diferem entre si ao nível de 5% de probabilidade pelo Teste de Scott & Knott. NS – não significativo. * e ** - significativo ao nível de 5 e 1% de probabilidade pelo Teste F, a 14,4; pol (sacarose) % cana = 13 a 16%; pureza aparente = 85 a 80%. Portanto, todas as cultivares citadas apresentaram maturação adequada. Quanto a pureza, as cultivares não apresentaram diferenças estatísticas quando comparados entre elas, os valores apresentados são considerados ideais. Pelos dados demonstrados na Tabela 2, a cultivar SP91-1049 apresentou maior valor de TCH: 147,95 t.ha-1, po- rém não foi verificado diferença significativa em relação as cultivares: CTC 21, RB85-5453, RB96-6928, RB96-5902, SP83-2847, CTC 2, RB86-7515, CT 991906, SP81-3250, RB93-5744, IAC91-1099, RB965917, CTC 15 e CTC 6. A cultivar com maior valor de ATR foi a SP81-3250, com 153,90 kg.t-1, apresentando semelhança estatística a: RB86-7515, CTC 17, RB85-5536, SP80-3280, CTC 2, IACSP95-5000, Revista Canavieiros - Abril de 2014 48 Artigo Técnico RB85-5453, CTC 21, SP91-1049, IAC91-1099, CTC 20, IACSP95-5094 e CTC 9. Em relação ao TAH (Tonelada de Açúcar por Hectare), as cultivares: SP91-1049, CTC 21, RB85-5453, RB86-7515, SP81-3250, CTC 2, RB966928, RB96-5902 e CT 991906, apresentaram resultados significativamente superior as demais cultivares. 4. CONCLUSÃO As cultivares apresentaram valores adequados em relação à avaliação da qualidade da matéria prima. As cultivares: SP91-1049, CTC 21, RB85-5453, RB86-7515, SP81-3250, CTC 2, RB96-6928, RB96-5902 e CT 991906, apresentaram os melhores resultados de TAH. Vale ressaltar que os resultados apresentados referem-se apenas ao ciclo de cana planta, sendo necessários maiores estudos para os próximos anos agrícolas. 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRIEGER, F.O.; Início da safra. Como determinar a maturação. Boletim Informativo Copereste, Ribeirão Preto, v4, n1, 1968. ba: Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, 1981. 430p. CONSECANA -SP (Conselho dos Produtores de Cana-de-Açúcar, Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo). (2006), Manual de Instruções. Piracicaba: Consecana. pp.112. RESENDE SOBRINHO, E.A. Comportamento de variedades de cana-de-açúcar em Latossolo Roxo, na região de Ribeirão Preto/SP. Jaboticabal, 2000, 85p. Dissertação (Mestre em Agronomia), Produção Vegetal – Faculdade de Ciências Agrárias Veterinárias, Universidade Estadual Paulista. YOKOYA, F. Fabricação da aguardente da cana. Campinas: Fundação Tropical de Pesquisas e Tecnologia “André Tosello”, 1995. (Série Fermentações Industriais, 2). SCOTT, S. J.; KNOTT, M. A cluster analysis method for grouping means in the analysis of variance. Biometrics, Washington, v. 30, n. 3, p. 507-512, Sept. 1974. MELLIS, E.V.; QUAGIO, J.A. 2009. Micronutrientes em cana-de-açúcar: a fome oculta dos canaviais. Artigo em Hypertexto. Disponível em: <http:// www.infobibos.com/Artigos/2009_3/ MicronutrientesCana/index.htm>. VASCONCELOS, A.C.M. Comportamento de clones IAC e variedades de cana-de-açúcar (Saccharum spp) nas condições edafoclimáticas da região do Vale do Paranapanema. Jaboticabal, 1998. 108f. Dissertação (Mestrado em Produção Vegetal). Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Universidade Estadual Paulista. RC PIMENTEL GOMES, F. Curso de estatística experimental. 9.ed. Piracica- Revista Canavieiros - Abril de 2014 49 Revista Canavieiros - Abril de 2014 50 Artigo Técnico II Desinfestação de plantas daninhas na cultura da cana-de-açúcar Estratégia eficaz para o sucesso da cana-planta e soqueiras *Edson Fernandes Júnior – Agrônomo da Canaoeste de Pitangueiras *Alessandra Durigan – Gestora Técnica Canaoeste A finalidade do manejo das plantas daninhas em cana-de-açúcar é dar proteção à produtividade agrícola e industrial da cultura e facilitar as demais operações agrícolas. Um canavial livre de plantas daninhas, “no limpo”, pode atingir altas produtividades, próximas ao potencial produtivo do ambiente agrícola, permitindo o desenvolvimento pleno da cultura. A cana-de-açúcar pode tolerar a infestação de plantas daninhas por aproximadamente 100 dias após o plantio, este período é chamado de PTPI (Período Total de Prevenção à Interferência). É recomendável que o controle seja realizado antes desse período, pois a cultura deve se desenvolver livre de plantas daninhas, evitando a competição. A interferência negativa resultante da presença das plantas daninhas nas áreas agrícolas produtoras de cana-de-açúcar pode causar reduções na qualidade do produto colhido, diminuir o número de cortes viáveis além de aumentar os custos de produção em cerca de 30% para cana soca e de 15 a 20% para cana planta (Lorenzi, 1988). Assim, os objetivos almejados no controle de plantas daninhas são: evitar perdas devido à interferência (competição), favorecer a condição de colheita mecanizada, evitar o aumento do banco de semente, evitar problemas de seleção e/ou resistência de plantas daninhas, entre outros. O controle químico com herbicidas é prática muito eficiente e é muito utilizada pelos produtores de cana, entretanto, a integração de práticas culturais e mecânicas, ou seja, o manejo integrado de plantas daninhas, é a forma de controle mais racional e segura. Área de reforma de cana-de-açúcar com alta infestação de grama-seda. Fonte: Edson Fernandes Júnior. Para a garantia do sucesso do controle em cana planta e nas soqueiras sucessivas, a destruição da soqueira e o uso de herbicidas residuais, como manejo de pré-plantio (PPI – pré-plantio incorporado) é uma estratégia eficaz porque promove a redução do potencial de infestação de plantas e à diminuição do banco de sementes, ou seja, a desinfestação das áreas. A sequência de operações utilizadas em áreas de expansão ou reforma com altas infestações de gramíneas forrageiras e ou folhas largas envolvendo a aplicação de herbicidas residuais pré-plantio é a seguinte: 1- Manejo da vegetação com Glyphosate (dessecação química). 2- Gradagem pesada. 3- Gradagem intermediária. 4- Herbicida residual. 5- Plantio da cana 6- Herbicida de pós plantio. Revista Canavieiros - Abril de 2014 A dessecação com Glyfosate associada com a aplicação herbicidas residuais deve obedecer o seguinte pré-requisito: as áreas devem ser liberadas (colhidas) em setembro/outubro para que o próximo plantio seja realizado em fevereiro/março. Utilizar herbicidas com ação graminicida e latifolicida em sequência ou em mistura ao Glyphosate. Herbicidas residuais que tem como alvo o solo: Imazapic (Plateau) e Imazapir (Contain) em associação com Glyphosate, podem ser aplicados com alta cobertura vegetal, já os herbicidas residuais, Sulfentrazone, Clomazone, Isoxaflutole, em associação com Glyphosate, necessitam de solo com um mínimo de vegetação no momento da aplicação. Os tratamentos descritos acima visam obter cana planta com baixo potencial de infestação de plantas daninhas. A aplicação de herbicidas nas áreas de rotação de cultura, na reforma do canavial, tanto no sistema de Meiosi 51 como no plantio convencional, também provocam um efeito supressivo sobre a infestação de plantas daninhas e ajudam também a desinfestação das áreas. A aplicação de Herbicidas em pré ou pós-precoce da cana é essencial (primeira Aplicação) para evitar a Mato Competição. Os principais herbicidadas utilizados em cana planta são: Thebutiuron, Clomazone, Diclosulan, Hexazinona, Ametrina, Diuron, Metribuzin, Sulfrentazone, Flumioxazina, S-Metolachlor. Como a colheita mecanizada exige a operação de quebra lombo poderá haver a necessidade de uma segunda aplicação de herbicidas após essa operação: Sugestão de recomendação de herbicidas para pós operação de “quebra lombo”: - Tratamento 1- 1,8 L/ha Clomazone + 1,5 Kg/ha (Hexazinona + Diuron); - Tratamento 2- 1,3 L/ha Sulfrentazone + 1,5 L/ha Clomazone. Considerações Finais A negligência do manejo do banco de semente e órgãos de propagação vegetativa na implantação do canavial resulta em elevados índices de infestação de plantas daninhas. A aplicação de herbicida em PPI (Pré-Plantio Incorporado) deve ser realizada quando a área for muito infestada. Esta modalidade de aplicação alivia a pressão de infestação pós plantio e nos cortes subsequentes porque reduz o banco de sementes, mas não anula a necessidade de aplicação de herbicida após o plantio. A aplicação de herbicidas pós-plantio e pós-operação de “quebra lombo” pode assegurar a produtividade potencial, ligada ao ambiente de produção da cana-planta. A seletividade dos herbicidas residuais está baseada nos aspectos edafoclimáticos (condições de umidade, chuva, temperatura) e fisiológicos da planta de cana e depende da dose aplicada. Para a correta escolha da dose é fundamental o conhecimento da textura e do teor de matéria orgânica do solo. A aplicação de herbicidas residuais em cana planta e cana soca, podem ocorrer em solos de baixa e alta disponibilidade de água. As características do produto que permitem a sua recomendação para aplicação em período seco ou chuvoso devem ser criteriosamente observadas, visando o sucesso no manejo de planta daninhas na cultura da cana-de-açúcar. Para maiores informações procure sempre por um Engenheiro Agrônomo. A recomendação correta e segura de herbicidas para controle químico de ervas daninhas é fator muito importante. O uso de herbicidas em larga escala pode selecionar plantas daninhas mais resistentes e impactar negativamente o meio ambiente. RC Revista Canavieiros - Abril de 2014 52 Destaques Revista Canavieiros participa do 16º Seminário de Mecanização realizado pelo Grupo IDEA Por mais um ano, Ribeirão Preto recebeu o encontro técnico sobre mecanização canavieira Fernanda Clariano N os dias 26 e 27 de março, o Centro de Eventos Taiwan em Ribeirão Preto, foi palco do 16º Seminário de Mecanização e Produção de Cana-de-Açúcar, uma das principais vitrines de novidades da área de mecanização da cana. O evento reuniu profissionais do setor sucroenergético, pesquisadores, representantes de usinas e produtores de cana, que se encontraram para buscar soluções e também conferir as mais recentes tecnologias de produção de cana disponíveis para o setor para melhorar a produtividade e reduzir custos. Nos dois dias de seminário, os palestrantes apresentaram suas experiências e seus recentes progressos alçados através dos painéis: Manutenção e operação de equipamentos canavieiros; Avanços na utilização de tratores e pneus; Operações de colheita e as novidades para 2014 e Impurezas vegetais e espaçamentos, e foram discutidos os seguintes temas: Manutenção automotiva em tempos de vacas magras; Como evitar a reforma de máquinas na entressafra; Como reduzir o gasto com mudas e uniformizar a distribuição no plantio mecanizado; Impurezas vegetais e espaçamentos dentre outros. Em paralelo ao Seminário IDEA, os participantes puderam visitar a 4ª Mostra de Máquinas e Equipamentos Agrícolas, onde empresas como: Antoniosi, Case IH, DMB, John Deere; Massey Ferguson, New Holland e Valtra, além de empresas fabricantes e fornecedoras de pneus, apresentaram o que existe de mais moderno em tecnologia para o setor sucroenergético. O engenheiro agrônomo e presidente do IDEA, Dib Nunes Jr., discorreu sobre a importância do evento, falou da crise em que o setor sucroenergético vem passando e destacou com otimismo sobre a importância de se fortalecer e buscar soluções nos momentos difíceis. “A nossa intenção com este evento foi de mostrar a força que o setor sucroenergético tem. O seminário apresentou muitas novidades e com certeza teremos pela frente mais tecnologias surgindo para resolver os nossos problemas e que estamos saindo enriquecidos com as grandes lições que vimos e aprendemos. Apesar de todas as dificuldades, o setor canavieiro está se mexendo muito em busca de novas tecnologias visando a recuperação da competitividade e não tenho dúvidas de que iremos superar as dificuldades e voltar a crescer mesmo sem a ajuda do governo federal”, afirmou Dib. RC Em paralelo ao Seminário IDEA, os participantes visitaram a 4ª Mostra de Máquinas e Equipamentos Agrícolas Dib Nunes Jr. , presidente do IDEA Revista Canavieiros - Abril de 2014 53 Revista Canavieiros - Abril de 2014 54 Destaques GAF14 é despertar do agronegócio para debate a favor do desenvolvimento Apesar de alta demanda de produtos agrícolas estar prevista no médio e longo prazos, setor agropecuário mundial ainda precisa superar desafios em regulação, tecnologia, produtividade e integração Assessoria de Imprensa da DATAGRO N os dias 24 e 25 de Março de 2014 o Global Agribusiness Forum integrou produtores e consumidores, buscou meios de agregar valor à produção e aumentar a produtividade, e debateu como garantir o suprimento de alimentos para um mundo com demanda crescente. A cadeia de valor da agricultura e pecuária mundiais foi representada oficialmente através da presença dos mais de 1100 líderes e autoridades, provenientes de mais de 43 países, e dos mais de 100 parceiros do GAF14, incluindo a iniciativa privada, governos, associações, entidades, universidades, ONGs e veículos de comunicação. Com transmissão ao vivo pelo Canal Rural e internet, o GAF14 atingiu mais de 35 mil espectadores. gurar o abastecimento de produtos agrícolas de qualidade no futuro. O diretor geral da OMC (Organização Mundial do Comércio), Embaixador Roberto Azevêdo, Keynote Speaker no GAF14, reconhece a importância do assunto, e continuará a manter ainda em negociação internacional questões pertinentes à Rodada de Doha que incluem subsídios agrícolas, tarifas sobre bens industriais, e barreiras ao comércio de serviços. Estes são pontos especialmente difíceis para que se obtenha um consenso, pois várias questões estão entrelaçadas com fatores políticos internos em muitos dos 159 países membros da OMC. Um eventual acordo entre países-membros será um estímulo para o crescimento do agronegócio em todo o mundo. Um dos principais temas abordados no Global Agribusiness Forum foi o desafio de alimentar o mundo nas décadas futuras. Projeções da ONU indicam que a população mundial vai crescer dos atuais 7 bilhões para 8 bilhões de pessoas em 2030, e exceder 9 bilhões em 2050. A maior parte deste crescimento deve ocorrer em locais onde a renda per capita está em crescimento. O aumento da renda leva a um consumo maior de alimentos que precisam de mais recursos para serem produzidos, como proteínas e laticínios. Assim, o aumento da renda per capita age como efeito multiplicador do aumento de população. Com a demanda por produtos agrícolas praticamente garantida, o agronegócio encontra no crescimento populacional e de renda uma das maiores oportunidades para seu desenvolvimento, e uma série de desafios para cumprimento efetivo de sua função social de prover alimentos. Bases para o crescimento Especialistas, autoridades e líderes de negócios concluíram durante o GAF14 que o incremento de produção de alimentos e a intensificação do comércio internacional deverão também estar em linha com as exigências de sustentabilidade ambiental e social, que representam por si só um desafio à parte. Neste contexto, o papel dos governos será de regular a expansão da produção agropecuária, oferecendo estímulos aos investimentos e, ao mesmo tempo, promovendo meios encorajadores de uso sustentável dos recursos naturais. Um dos mais complexos obstáculos a serem vencidos tem relação com acordos entre países, necessários para asse- É certo que uma boa base legal que gere segurança jurídica certamente é pré-requisito para a continuidade do desenvolvimento do setor e um dos pontos chave para manter atrativos os investimentos. O Keynote Speaker do GAF14, Abilio Diniz, presidente do conselho da BRF, ressaltou que gestão, treinamento e motivação são essenciais para o sucesso e manutenção da competitivida- Revista Canavieiros - Abril de 2014 Monika Bergamaschi, Secretária de Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Estado de SP, em discurso durante a cerimônia de abertura. de. Sabe-se que investimento em qualificação de pessoas e novas tecnologias são ao menos parte da resposta para os entraves ao desenvolvimento do agronegócio no mundo, que incluem melhorias em rastreabilidade, boas práticas de produção, segurança alimentar e aproveitamento de resíduos. Agricultura e energia A agricultura hoje não se limita a apenas produzir alimentos, mas contribui também com energia renovável. Nas últimas três décadas, a agricultura energética se desenvolveu de forma acelerada, e complementar à agricultura alimentar. Os biocombustíveis tiveram expressivo aumento de produção em particular na primeira década do presente século, quando a produção mundial passou de cerca de 30 para 126 bilhões de litros por ano, deixando de ser considerada uma iniciativa exótica. O biometano, gerado pela biodigestão de resíduos agrícolas, talvez seja o maior break-through recente na área de biocombustíveis, pela sua grande capacidade de produzir energia e de matéria orgânica, facilitando a recuperação da qualidade, acelerando o processo de construção de solos. A geração de biogás pode contribuir para a geração descentralizada de bioeletricidade, e a substituição de diesel fóssil, sendo considerada uma 55 fonte de energia drop-in, pronta para ser incorporada aos sistemas já existentes de distribuição de gás natural. Especialistas do GAF14 acreditam que a demanda por biocombustíveis produzidos de forma sustentável vai continuar em expansão em todo o mundo. No Brasil, o mercado de combustíveis do ciclo Otto cresce a uma taxa bem acima da expansão do PIB (Produto Interno Bruto), o que deve estimular novos investimentos na produção, apesar do governo ainda não reconhecer o potencial do etanol em sua plenitude. Um avanço na conscientização sobre as vantagens de biocombustíveis ainda é necessário. Conclusões Os debates durante o GAF14 levaram a conclusões sobre quais diretrizes devem ser adotadas para a continuidade do desenvolvimento do setor como um todo, bem como para o cumprimento da função social de alimentar o mundo respeitando critérios de sustentabilidade e preservação do meio ambiente. Um dos principais pontos é a necessidade de implementação de políticas que estimulem maiores investimentos em pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias, que permitam contínuo aumento da produtividade agropecuária e agroindustrial, assim como maiores investimentos em infraestrutura de armazenagem, transportes, distribuição e embarque, que permitam a redução dos elevados níveis atuais de custos e perdas. Recomendou-se que governos devem adotar políticas públicas na área agrícola estimulando o investimento em P&D, e a disseminação de novas tecnologias e investimento em infraestrutura, reduzindo custos ao produtor e o preço aos consumidores. A regulação deve garantir a manutenção de elevados padrões de controle sanitário e a segurança jurídica, fundamental para viabilizar investimentos, incentivando o atingimento de metas de sustentabilidade e de preservação do meio ambiente. RC Revista Canavieiros participa de Seminário Agronegócio e Mercado de Capitais Fernanda Clariano N o dia 3 de abril, a ABAG – RP (Associação Brasileira do Agronegócio da Região de Ribeirão Preto), juntamente com a BM&FBOVESPA, TozziniFreire Advogados e a Octante Securitizadora, realizaram no hotel Araucária em Ribeirão Preto, o seminário “Agronegócio e Mercado de Capitais” Representantes da cadeia produtiva do agronegócio estiveram presentes para debaterem assuntos como financiamento agrícola, mercado de capitais e aspectos jurídicos pertinentes ao tema, entre outros assuntos. Os palestrantes, o diretor da Octante Securitizadora, William Trossman, o advogado Alexei Bonamin, sócio da TozziniFreire Advogados e a gerente de relacionamento do agronegócio da BM&FBOVESPA, Fabiana Perobelli, detalharam o CRA (Certificados de Recebíveis de Agronegócios) e toda a estruturação e seus aspectos operacionais; a vantagem da utilização deste ativo por produtores rurais, revendedores, distribuidores, indústria e tradings; e abordaram também a visão de mercado; casos de sucessos e perspectivas para o futuro. Segundo William Trossman, a demanda por financiamento no setor do agronegócio vem crescendo ano a ano e o acesso ao mercado de capitais é uma das saídas para o segmento. “Apresentamos as alternativas Willian Trossman, Martha de Sá , Alexei Bonamin, Patrícia Milan e Fabiana Perobelli de financiamento que existem para o agronegócio através do mercado de capitais, que pode ser acessado desde o produtor até a indústria. A emissão de CRA, cresce a cada ano e representa uma excelente opção para o setor se financiar. Esses recursos privados somados aos das fontes públicas podem em conjunto alavancar o crescimento do agronegócio”, disse Trosman. De acordo com Alexei Bonamin, “o CRA, para os investidores pessoas-física, têm se mostrado uma boa alternativa de investimento de renda fixa que garante rentabilidade acima dos outros títulos de renda fixa e isenção de imposto de renda sobre os rendimentos”, afirmou. RC Revista Canavieiros - Abril de 2014 56 Destaques Desafios e perspectivas mundiais para o setor sucroenergético são apresentados no Sugar & Ethanol Brazil 2014 Promovido pela F.O Licht’s, evento reuniu representantes da indústria nacional e internacional, além de governo e organizações não governamentais Assessoria de Imprensa do Sugar & Ethanol Brazil 2014 O Sugar & Ethanol Brazil, promovido pela F.O Licht’s e Grupo Informa, nos últimos dias 24, 25 e 26 de março, em São Paulo, apresentou por meio de palestras e debates, cenários, cases, desafios e perspectivas mundiais a respeito do setor sucroenergético. Com uma agenda que reuniu representantes da indústria nacional e internacional, além de governo e organizações não governamentais, o evento abriu dando as previsões da consultoria F.O Licht’s para a safra 2014/2015. Segundo a empresa, o Centro-Sul do Brasil, principal região produtora de cana-de-açúcar do País, processará 575 milhões de toneladas de cana, volume 3,5% inferior ao mesmo período de 2013/2014. A produção de etanol deve cair menos, e ficar em 25,35 bilhões de litros contra 25,5 bilhões de litros em 2013/2014. Para a produção de açúcar, a F.O Licht’s prevê 31,1 milhões de toneladas, contra 34,3 milhões em 2013/2014, uma redução de 9,3%. “Essa queda significativa na produção de cana deve-se às geadas do ano passado e à forte estiagem desse ano”, afirmou Stefan Uhlenbrock, analista de açúcar da F.O Licht’s. Ricardo Dornelles, diretor do Departamento de Combustíveis Renováveis do MME Segundo a UNICA (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), nas últimas cinco safras, 44 usinas fecharam as portas e 12 suspenderam as operações. Ainda assim, tivemos uma safra recorde no ano passado. “A cana plantada foi direcionada para outras usinas, por isso não deixou de ser moída. O desafio é manter essa produção com uma quantidade cada vez menor de usinas”, disse Elizabeth Farina, presidente da UNICA. Para ela, essa situação de crise no setor seria amenizada com duas medidas – o término da implementação da redução da alíquota PIS/Cofins, que incide sobre o biocombustível e a elevação da mistura de anidro na gasolina (que hoje é de 25%). Inserção do etanol na matriz energética brasileira, previsibilidade, retorno da cobrança da CIDE (Contibuição de Intervenção no Domínio Econômico) sobre a gasolina e que os preços desse combustível fóssil sejam regulados pelo mercado internacional, além da definição de uma política energética clara por parte do governo também foram os pleitos apresentados por empresas do setor presentes no encontro. “Estamos trabalhando pela competitividade do etanol. E o governo enxerga o Revista Canavieiros - Abril de 2014 setor como vital para o Brasil”, afirmou Ricardo Dornelles, diretor do Departamento de Combustíveis Renováveis do MME (Ministério de Minas e Energia), durante o evento. A certificação no setor de açúcar e etanol com foco na excelência dos produtos e também como oportunidade de exportação, principalmente para o mercado europeu onde são aceitos apenas biocombustíveis certificados também foi abordada. “A obtenção do certificado garante não só rastreabilidade aos diversos setores que têm o açúcar e o etanol como matéria-prima, como também transparência na origem do produto”, disse Michel Henrique R. Santos, vice-presidente da Bonsucro. Um workshop direcionado às usinas com painéis sobre a adequação ao novo Código Florestal, adoção de tecnologias e iniciativas para o uso responsável do solo e implantação de indicadores e políticas de responsabilidade ambiental encerrou o último dia de atividades do encontro que comemorou dez anos de existência. Para conferir a programação completa do evento, acesse www.informagroup. com.br/sugarRC 57 Revista Canavieiros participou do primeiro Dia de Campo dos parceiros da cana-de-açúcar em Guatapará-SP Da redação A Ourofino Agrociência com o patrocínio da Syngenta e do Banco do Brasil, promoveu em sua unidade de defensivos agrícolas em Guatapará-SP, entre os dias 2 e 3 de abril o AgroEncontro – Primeiro Dia de Campo dos parceiros da Cana-de-Açúcar, que contou com a participação dos principais centros de pesquisa do setor canavieiro, como Ridesa (Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento do Setor Sucroenergético), Canavialis, CTC (Centro de Tecnologia Canavieira) e a empresa Colorado John Deere. O evento teve a participação ativa de produtores, cooperativas, fornecedores de cana e interessados no desenvolvimento do setor de maior importância na economia brasileira, o agronegócio. As empresas integrantes do evento puderam expor tecnologias ligadas ao setor e novas variedades de cana. A Ourofino abriu o leque de apresentações dos estandes e apresentou suas soluções para a produtividade do canavial, o DemolidorBR, FortalezaBR e CoronelBR, utilizados no combate a ervas daninhas e também falou sobre sua linha de inseticidas para cana-de-açúcar, o DiamanteBR e SingularBR, e ainda esclareceu dúvidas dos visitantes. Além de ser patrocinadora master do encontro, a Syngenta também apresentou suas soluções e variedades de cana-de-açúcar, com o objetivo de aumentar a rentabilidade por hectare e menor custo por tonelada, e promoveu a demonstração do plantio de mudas pré-brotadas, esclarecendo possíveis dúvidas. “A Syngenta olha o mercado de cana-de-açúcar como um todo, desde a formação dos viveiros até a colheita, contribuindo com defensivos e tecnologias em todo o ciclo de desenvolvimento do canavial. Esse evento é de grande importância para o produtor e usina, pois ele tem a oportunidade de ver como pode tratar o seu canavial de uma forma diferente pensando em alavancar a produtividade”, comentou o representante do departamento de Marketing da Syngenta, Leonardo Pereira. UFSCar (Universidade Federal de São Carlos), apresentou mais variedades de acordo com cada ambiente de plantio e deu dicas importantes de manejo para os produtores. Outra empresa que trouxe novidades para os participantes foi a Canavialis, que apresentou, através de seus profissionais especializados, os ambientes, características, tolerância a doenças e performance para o canavial, os presentes puderam ver as variedades plantadas e tiveram uma explicação sobre cada uma delas. A Colorado John Deere foi a última empresa a apresentar seus produtos e falar sobre a alta performance e menor custo das suas máquinas desenvolvidas para todos os ciclos da cana-de-açúcar, além de fazer uma demonstração com um modelo de seus tratores, falando também sobre as opções de agricultura de precisão. O IAC (Instituto Agronômico) com o Programa Cana IAC, falou da cultura de tecidos e as variedades de cana-de-açúcar para os tipos de ambiente, tendo como prioridade a qualidade por hectare. Os técnicos presentes explicaram onde cada variedade pode ser utilizada, a melhor época de plantio e conversaram com os visitantes sobre as características de cada muda e aplicação. Os produtores puderam aprender, compartilhar informações e trocar experiências em conversas descontraídas durante o percurso pelos estandes. A tecnologia, produtividade e plantio mecanizado foram pontos marcantes do diálogo entre os participantes e os técnicos do CTC durante a visita as variedades plantadas na fazenda experimental da Ourofino. “Algumas coisas vistas durante a visita como produtores nós já sabemos. Sobre as novidades apresentadas, o plantio mecanizado é o futuro, ele possibilita melhorar muito a qualidade de plantio e mão de obra também, outra coisa interessante foram as variedades apresentadas, algumas já são bastante conhecidas mas existe a seleção, saber qual plantar, deu para tirar e aproveitar muita coisa, ótimo evento”, afirmou o produtor Antônio Cesar Basso. A Ridesa através do PMGCA (Programa de Melhoramento Genético da Cana-de-Açúcar) desenvolvido em novas instalações, no Campus Araras da Logo após a visita aos estandes, os participantes do evento seguiram para um almoço na sede da Fazenda Experimental. RC Revista Canavieiros - Abril de 2014 58 Assuntos Legais O Ministério Público como “Gestor” de sua atividade econômica, um dos empecilhos nas assinaturas de TACs (Termos de Ajustamento de Conduta) P rezados leitores, neste artigo migrarei do viés predominante informativo para o viés de predominância reflexivo. É que tenho acompanhado na linha de frente, ao longo dos últimos 15 anos, os denominados TACs (Termos de Ajustamento de Conduta), previstos no § 6º, artigo 5º, da Lei n. 7.347/85, para resolução de conflitos decorrentes de danos causados à interesses difusos, coletivos ou individuais homogêneos que envolvem as diversas áreas da conduta humana (trabalhista, criança e adolescente, social, urbanística, cultural, ambiental, consumerista, econômica, etc.). Os TACs são, na prática, os instrumentos de que dispõe as pessoas jurídicas de direito público, da administração direta (entes federados), relacionadas à administração da justiça (Ministério Público) e entidades da administração indireta (fundações de Direito Público, autarquias, fundação privada instituída pelo Poder Público, empresa pública e sociedades de economia mista) para resolver conflitos junto aos administrados (pessoas físicas e jurídicas) quando estes descumprem alguma determinação legal, dotando tais instrumentos (TAC) de força executiva. Como visto, várias entidades públicas podem propor TACs - dentre elas o Ministério Público - e é nesta seara que irei caminhar em razão do que venho acompanhando como profissional do direito, seja orientando, seja acompanhando os administrados à sua avença em mais de três lustros (15 anos). Neste lapso de tempo, vi e vejo distorções na sua utilização por parte do Ministério Público. Existem os excessos praticados, como ocorre em qualquer outra atividade humana e, estes, são exceções à regra, felizmente. O que mais preocupa, porém, não são estes excessos, mas àqueles oriundos da utilização de tão nobre instrumento legal com viés ideológico extremista, por operadores com perfil autoritário, onde observa-se friamente o texto da lei – e algo além dele também - como objetivo primordial, esquecendo-se da pedra fundamental de criação do TAC, qual seja, a resolução do conflito instaurado. Mesmo depois de assinado o TAC entre o Ministério Público e o Administrado, dependendo da mudança de humor, postura ou simplesmente a substituição do integrante do Ministério Público, muda-se o nível de exigência sobre o prazo e as comprovações técnicas do avençado, sempre a cargo do Administrado, além de não raro exigir-se o cumprimento de prazos que dele (Administrado) independam, como por exemplo o (i) cumprimento de determinado florestamento antes da autorização do órgão ambiental, a (ii) contratação de deficientes físicos sem disponibilidade destes no mercado de trabalho, etc.. Não cumpridas tais exigências – algumas impossíveis e outras que demandam excessivos detalhes técnicos – o Administrado sofre a execução judicial do TAC, judicializando algo que não deveria sê-lo. Cria-se, para estes casos extremos, verdadeira concorrência desleal entre os semelhantes (pessoas físicas ou jurídicas que atuam no mesmo ramo de atividade). Àquele que de boa-fé assinou o TAC, visando contribuir para a sociedade e não judicializar a questão passa a dividir a administração direta de sua atividade com o Ministério Público. Já o outro que não se submeteu a assinar ou que sequer foi chamado à tanto fica desvinculado da cobrança excessiva e burocrática de tais exigências. Revista Canavieiros - Abril de 2014 Juliano Bortoloti Advogado da Canaoeste A fundamentação de tais condutas vem sempre acompanhadas pelo princípio da reserva legal, no qual a Administração Pública deve observar fielmente a lei, onde se cria a ficção jurídica de que esta (Administração Pública) não pode transigir, o que não é crível, uma vez que a criação normativa (leis) não é suficientemente capaz de acompanhar a dinâmica da convivência social e econômica, criando-se lacunas/contradições legislativas que, neste caso, devem ser resolvidas entre o Poder Público e os Administrados, subordinando a lei “aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum” (art. 5º, do Decreto-Lei n. 4.657/42 - Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro). Então, observados estes aspectos, o TAC é um efetivo e eficaz instrumento de resolução de conflitos de natureza difusa (ambientais, trabalhistas, etc.), evitando-se a judicialização do problema, nem sempre do interesse das partes. Para tanto, depende da sensibilidade dos operadores do direito se querem utilizá-lo de forma sensata, dentro dos parâmetros legais e observando-se a razoabilidade e proporcionalidade, ou transformá-lo em arma de defesa de interesse ideológico, vingança, autoritarismo, o que fere mortalmente o objetivo para o qual fora criado. RC 59 VENDEM-SE - 01 transformador de 45 KVA. Valor: R$ 1.500,00; - Arame farpado usado; - Apartamento no Guarujá, localizado na praia de Astúrias. Possui quatro suítes, três salas, copa, cozinha, quarto de empregada, piscina na sacada do apartamento e quatro vagas na garagem. Ainda possui área comum com piscina aquecida, salão de jogos e festa, churrasqueira, quadra e sauna. Valor: R$ 1.980.000,00; - 01 moinho Nogueira DPM4 completo com motor semi-novo. Valor: R$ 1.500,00; - 01 moinho Penha de 10cv. Valor: R$ 1.500,00; - 01 subsolador de hidráulico de cinco hastes. Valor: R$ 2.000,00; - 01 trator BM 110 com 1.500 horas, ano 2008. Valor: R$ 75.000,00. Tratar com Wilson pelo telefone (17) 9.9739-2000 - Viradouro/SP VENDEM-SE - VW 31320/10, tanque de água de 20.000 litros, Gascom, novo, pipa bombeiro; - VW 15180/10, comboio para abastecimento e lubrificação, Gascom, novo; - VW 15180/10, tanque de água de 10.000 litros, pipa bombeiro; - VW 13180/09, comboio para abastecimento e lubrificação, Gascom, novo; - VW 13180/09, tanque de água de 9.000 litros, pipa bombeiro; - VW 31320/08, chassi, 88.000km; - VW 26260/08, tanque água de 15.000 litros, Gascom, novo, pipa bombeiro; - VW 15180/06, tanque de água de 10.000 litros, pipa bombeiro; - VW 31310/05, tanque de água de 18.000 litros, pipa bombeiro; - VW 12140/95, tanque de água de 9.000 litros, pipa bombeiro; - VW 12140/95, baú, oficina móvel; - MB 2423 /04, basculante, 12m³; - MB 1214/96, munk madal, modelo 10.000; - MB 2318/94, tanque de água de 15.000 litros, pipa bombeiro; - MB 2318/94, tanque de água de 12.000 litros, Andrade, pipa bombeiro; - MB 2213/81, tanque de água de 14.000 litros, pipa bombeiro; - F.Cargo 1719/13, chassi; - F.Cargo 2622/09, tanque de água de 15.000 litros, Gascom, pipa bombeiro; - F.cargo 1317/07, munk CNG, modelo 20.000; - F.Cargo 2626/05, tanque de água de 16.000 litros, pipa bombeiro; -Toyota Hilux SRV CD, ano 2010, cor prata, automática, 4x4, diesel, com 41.000km; - GM S10, ano 2007, CD, executive, 4x4, cor prata, diesel; - Munk Hincol, modelo 43.000, ano 2012; - Munk Hincol, modelo 31.000, ano 2010; - Munk Masal, modelo 12.000, ano 2004; - Munk Munck, modelo 640-18, ano 1990; - Comboio para abastecimento e lubrificação de 2.000 litros, gascom, 1999 fech.; - Caçamba basculante iderol de 12m³; - Tanque de fibra de 15.000 litros; - Baú sider, 6.50 de comprimento, 2.50 de largura e 2.70 de altura; - Cabine caminhão Ford F12000 e F14000, ano 93 a 98. Tratar com Alexandre pelos telefones: (16) 3945-1250 / 9 9766-9243 oi / 9 9240-2323 claro / 78133866 id 96*81149 nextel. VENDE-SE - Sítio de sete alqueires, localizado em Cândia, distrito da cidade de Pontal-SP. Entrar em contato pelos telefones: (16) 9 9247-3264 / (16) 9 9107-7008 / (11) 9 49382581 ou pelo e-mail: [email protected] VENDE-SE Uma área de 23,5 alqueires em Ituverava, ideal para reserva. Tratar com Paulo Pínola, telefone: (16) 3839-7506 VENDEM-SE - Caminhão VW 26310, ano 2004 canavieiro 6x4, cana picada; - Carreta de dois eixos, cana picada Rondom. Tratar com João pelos telefones: (17) 3281-1359 ou (17) 99732-3118. VENDEM-SE - Duas casas, no mesmo terreno, com três cômodos cada, localizada à Rua. Pedro Biagi, 789 em Sertãozinho-SP. Valor: R$ 250.000,00; - 01 estabelecimento comercial, montado com base para academia, em um terreno de 200m², contendo uma casa de laje com dois quartos, sala, cozinha, copa e banheiro e, ainda, uma sala comercial para escritório. O estabelecimento fica localizado à Rua. Ângelo Pignata, 23 em Sertãozinho-SP. Valor: R$ 340.000,00. - 01 casa de aproximadamente 500m² com seis cômodos e dois salões comerciais com banheiro, separado da casa, localizada à Rua. Augusto Zanini, 1056 Sertãozinho-SP. Preço a combinar. Tratar com João Sacai Sato pelo telefone (16) 3610-1634. VENDEM-SE - Colhedora de amendoim Miac Double Master 3, ano 2010; - Colhedora de amendoim Miac Double Master, Ano 2012; - Transbordo para amendoim Agrobrás, ano 2004. Tratar com Rodrigo pelo telefone: (16) 9 8134-6003 ou com Nelson pelo telefone: (16) 9 9758-6508. VENDE-SE - Trator Valtra Modelo BH 180, ano 2006, com 7055 horas trabalhadas, cabinado de fábrica, completo 4x4 com kit de freio boca de lobo (para puxar carreta). Tratar com Marco Antônio Oliveira pelo telefone: (16) 9 9166-4286. VENDE-SE - Cama de frango Tratar com Luiz Martins pelo telefone: (16) 9 9967-7153 ou José Jovino Borges pelo telefone: (16) 3839-5350 - Ituverava/SP. VENDE-SE Uma área de 23,5 alqueires em Ituverava, ideal para reserva. Tratar com Paulo Pínola, telefone: (16) 3839-7506 - A Revista Canavieiros não se responsabiliza pelos anúncios constantes em nosso Classificados, que são de responsabilidade exclusiva de cada anunciante. Cabe ao consumidor assegurar-se de que o negócio é idôneo antes de realizar qualquer transação. - A Revista Canavieiros não realiza intermediação das vendas e compras, trocas ou qualquer tipo de transação feita pelos leitores, tratando-se de serviço exclusivamente de disponibilização de mídia para divulgação. A transação é feita diretamente entre as partes interessadas. Revista Canavieiros - Abril de 2014 60 Revista Canavieiros - Abril de 2014 61 Eventos de maio de 2014 XVI Curso de Manejo de Nutrientes de em Cultivo Protegido Empresa Promotora: Conplant e IAC Data:05/05/2014 a 09/05/2014 Estado: SP Cidade: Campinas Localização do Evento: Instituto Agronômico - Av. Barão de Itapura, nº 1481 Informações com: Ondino C. Bataglia Site:www.infobibos.com/mncp Telefone: (19) 3249-2067 E-mail: [email protected] Agrobrasília 2014 Empresa Promotora: Coopa-DF Data: 13/05/2014 a 17/05/2014 Estado: DF Cidade: Brasília Localização do Evento: Parque Ivaldo Cenci, PAD-DF. BR-251, Km 5, Brasília-DF, sentido Brasília-Unaí (MG). Informações com: Organizadores Site: www.agrobrasilia.com.br/ Telefone: (61) 3339.6516 E-mail: [email protected] Bahia Farm Show 2014 “Um Mundo de Tecnologia para o Pequeno, médio e o grande produtor” Data: 27/05/14 a 31/05/14 Local: Luís Eduardo Magalhães - BA Valor: Indefinido Site: www.bahiafarmshow.com.br Mais informações: [email protected] Telefone: (11) 5031-2017 VIII Workshop Agroenergia: Matérias-Primas Data: 29/05/14 a 30/05/14 Local: Centro de Convenções da Cana-de-açúcar – IAC Endereço: Rodovia Prefeito Antonio Duarte Nogueira Km 321 Cidade: Ribeirão Preto - SP Valor: R$ 180,00 - R$ 350,00 Mais informações: www.infobibos.com/agroenergia/index.html Revista Canavieiros - Abril de 2014 Biblioteca “General Álvaro 62 Tavares Carmo” Agronegócios: Gestão e Inovação Cultivando a Língua Portuguesa Esta coluna tem a intenção de maneira didática, esclarecer algumas dúvidas a respeito do português. “Quem ama extremamente, deixa de viver em si e vive no que ama”. PLATÃO Renata Sborgia 1) Maria é “bilíngue”! Além de ser bilíngue, usou corretamente a grafia nova! O correto é bilíngue. (sem o trema) Regra fácil: Segundo a Nova Grafia, não se usa mais o trema (regra geral), mas nada muda na pronúncia das palavras. “O livro Agronegócios: Gestão e Inovação aborda alguns dos mais importantes temas da atualidade para o agronegócio nacional e internacional. Grosso modo, pode-se dizer que o livro divide seus capítulos entre a apresentação de conceitos e de métodos de análise que se originam nas áreas da gestão e da economia. Essa abordagem de entendimento e intervenção é muito interessante e atual no estudo dos agronegócios. Além de conceitos básicos relacionados com a definição dos sistemas agroindustriais, os autores enfatizam aspectos do agronegócio relacionados a inovação tecnológica, a coordenação das cadeias produtivas e a várias áreas de gestão (marketing, controle de custos etc.). Deve-se ressaltar que a maioria dos capítulos alia a apresentação da teoria com casos práticos que a ilustram. Essa preocupação facilita sobremaneira o entendimento dos conceitos apresentados ao leitor.” (Trecho extraído da contracapa do livro) Referência: Agronegócio: gestão e inovação / Luís Fernando Soares Zuin e Timóteo Ramos Queiroz [et al.] – São Paulo: Saraiva, 2006. 2) O “pêlo” do gato é lindo! ...porém, o uso incorreto do acento não deixa “linda” a frase! O correto é: pelo. Regra fácil: Tópico - Acento Diferencial de tonicidade — não se acentuam mais certos substantivos e formas verbais para distingui-los graficamente de outras palavras. Outro exemplo sem o acento circunflexo com pelo, segundo a Nova Grafia: O pelo do gato é bonito. (pelo = substantivo) Eu pelo a cabeça. (pelo = verbo) 3) Vamos deixar “para” ou “pra” depois este assunto? Não, querido leitor! A diferença do uso do para e pra: Na escrita, exceto em casos especiais (em letras de músicas, poemas, frases de publicidades, cartas pessoais, e-mails...), que dispensam formalidades, deve-se escrever a forma para. Ex.: Foram para os Estados Unidos. Vamos deixar para depois o assunto. Na oralidade, isto é, na fala, a tendência é usar a forma reduzida dessa preposição: pra. O termo não possui acento, como muitas vezes lemos por aí (prá-errado), pois temos um monossílabo átono. (Só os monossílabolos tônicos são acentuados). Ex.: correto num trecho de um e-mail: Este lugar é longe pra burro!!! PARA VOCÊ PENSAR: “-Porque sou inflamável. Eu sou sério. Você já disse isso tudo Claro que já disse isso tudo. Você não sabe o que quer, E diz que a vida não é suficiente. Então o que é suficiente? Sentir - ou eu morro. O que irá sentir? Chamas. Então vá em frente e queime. Os interessados em conhecer as sugestões de leitura da Revista Canavieiros podem procurar a Biblioteca da Canaoeste. [email protected] www.facebook.com/BibliotecaCanaoeste Fone: (16) 3524-2453 Rua Frederico Ozanan, nº842 Revista Canavieiros - Abril de 2014 Sertãozinho-SP Mas a vida não está em chamas. Então morra. Corporeamente? Sim, Petulância.” - Diários de Jack Kerouac. Coluna mensal * Advogada, Profa. de Português, Consultora e Revisora, Mestra USP/RP, Especialista em Língua Portuguesa, Pós-Graduada pela FGV/RJ, com MBA em Direito e Gestão Educacional, autora de vários livros como a Gramática Português Sem Segredos (Ed. Madras), em co-autoria. 63 Revista Canavieiros - Abril de 2014 64 Revista Canavieiros - Abril de 2014