A SAÚDE EM PORTUGAL Nelson Pires, Diretor Geral da JABA Recordati JABA Recordati cresceu no ano passado em contraciclo com o setor 12 Nelson Pires São inúmeros os cortes que têm incidido sobre a área da saúde, com destaque para o medicamento, o que faz com que as indústrias farmacêuticas tenham de lutar mais do que nunca para conseguir manter o seu lugar. No entanto, apesar das dificuldades, há empresas no setor que conseguem manter o crescimento e os resultados positivos. Os motivos são muitos! Entre eles destacam-se o facto de ser uma das companhias mais inovadoras da área; de pertencer a um grupo multinacional; de ter um negócio diversificado no mercado português; de ter expandido a área dos negócios para os PALOP; mas, principalmente, de ter no seu seio pessoas cujo contributo é essencial ao progresso. Uma dessas pessoas é Nelson Pires, Diretor Geral da JABA Recordati, que integrou este ano o ranking dos “Melhores Gestores de Pessoas 2012” e com quem a Revista Pontes de Vista esteve à conversa. N a atual situação de crise, o corte na despesa na área da saúde incidiu com forte intensidade na fileira do medicamento e, por isso, para 2013, a meta acordada com a Troika para despesa pública em medicamentos foi de 1 por cento. Um objetivo que tem sido largamente contestado pela indústria farmacêutica. Um estudo europeu, publicado em setembro do ano passado, revela que já em 2010, a despesa pública per capita com medicamentos dispensados em ambulatório a nível nacional rondava os 243 euros, ao mesmo tempo que na Grécia, atingia os 495 euros. Um país com a mesma população consumia, portanto, o dobro em medicamentos. Hoje a despesa nesta área, em Portugal, já está abaixo da média europeia mas os objetivos previstos no Memorando de Entendimento e na proposta do orçamento não têm paralelo a nível europeu. Para Nelson Pires, esta meta “ é um erro de desconhecimento de quem propôs, eu diria quase ignorância, porque comparou com dados da OCDE mas não se lembrou que estes contemplavam apenas despesas de ambulatório. A despesa hospitalar, que é uma fatia importante em Portugal, uma vez que 30 por cento da despesa em medicamentos nacional é hospitalar, não está incluída. Ora, se compararmos a despesa ambulatória na OCDE, percebemos que em Portugal essa despesa corresponde a 0,87 por cento do PIB, o que nos deixa abaixo da média. Colocar uma meta de um por cento do PIB com despesa de ambulatório e hospitalar vai fazer com que Portugal, que tem um dos melhores sistemas de saúde da Europa, eu diria até do Mundo, regredida cerca de 50 anos. O sistema vai-se tornar insustentável para o doente, para o médico e para a indústria. Abaixo de nós penso que só ficará mesmo a Estónia”. A seguir-se esta trajetória, a despesa pública com medicamentos vendidos nas farmácias nacionais passará a ser, de facto, das mais baixas a nível europeu, em torno dos 0,6 por cento do PIB. A opção para Portugal irá, desta forma, colocar o país ao mesmo nível de alguns antigos países de leste, o que poderá originar disfuncionalidades no normal abastecimento dos medicamentos, le- “ Há hospitais que têm medicamentos, neste momento, graças às notas de crédito que emitimos no âmbito do acordo. No entanto, os objetivos irrealistas para 2013 certamente vão fazer com que o acordo termine Pontos de Vista Fevereiro 2013 vando ao desaparecimento de remédios do mercado, além da destruição de toda a cadeia de distribuição e de valor do medicamento. A indústria farmacêutica tem vindo a assegurar que não será possível atingir os números propostos pelo Governo. Nelson Pires salienta essa mesma ideia. “No ano passado, para além de termos perdido dez por cento nas vendas, ainda devolvemos ao Estado 87 milhões de euros, o que correspondeu a 300 milhões de euros de redução, totalmente suportados pela indústria farmacêutica para cumprir o acordo entre o Ministério da saúde e a APIFARMA. Não há mais indústria neste país que tenha esta consciência de responsabilidade social e que pague para operar; eu diria até que há hospitais que têm medicamentos, neste momento, graças às notas de crédito que emitimos no âmbito do acordo. No entanto, os objetivos irrealistas para 2013 certamente vão fazer com que o acordo termine. O Governo não se pode esquecer que nós, apesar de percebermos o momento de crise que vivemos, continuamos a ser agentes económicos, a ter salários e impostos para pagar, enfim, todo um conjunto de compromissos que temos de assumir”. Aumentar eficiência na JABA Enquanto agentes económicos, as várias empresas da área farmacêutica irão certamente ter de reduzir os seus investimentos para que se tornem sustentáveis, o que levará a uma diminuição significativa do número de postos de trabalho em Portugal e consequente aumento do desemprego, essencialmente de pessoas com elevado nível de qualificação. Este redimensionamento da indústria farmacêutica para fazer face às dificuldades impostas já vem a preocupar o setor desde 2010, altura em que, explica Nelson Pires, “eramos 12 mil colaboradores. Atualmente, somos apenas nove mil e estima-se que, no próximo ano, não passaremos dos sete mil. Na JABA, as medidas aplicadas foram tomadas pela circunstância do momento, mas também tendo em vista o futuro. Como tal, tivemos de reduzir parcialmente a nossa estrutura comercial na área de genéricos. Tínhamos uma estrutura de 17 pessoas que reduzimos para nove porque o modelo de negócio alterou-se. Se antes, no mercado de genéricos, visitávamos médicos porque estes tinham a capacidade de prescrever um genérico de marca, o que faz todo o sentido porque os genéricos não são 100 por cento iguais, agora a prescrição é feita por “ Colocar uma meta de um por cento do PIB com despesa de ambulatório e hospitalar vai fazer com que Portugal, que tem um dos melhores sistemas de saúde da Europa, eu diria até do Mundo, regredida cerca de 50 anos. O sistema vai-se tornar insustentável para o doente, para o médico e para a indústria. Abaixo de nós penso que só ficará mesmo a Estónia princípio ativo e portanto só faz sentido alterar o modelo de negócio. Para além disso, o mercado de genéricos está a cair 20 por cento ao ano em euros e a crescer em unidades, o que significa que, claramente, vamos ter menor faturação e, como tal, não faz sentido manter uma estrutura que mais tarde ou mais cedo estaria condenada”. Para além disso, também na gestão do dia a dia, a JABA teve de entrar em contenção, através de melhores negociações na aquisição de viaturas e contractos de renting e emagrecendo parcialmente a área promocional, particularmente no apoio dado a ações científicas, cursos e congressos. Nesse sentido, o diretor do Grupo acredita que se tornaram “mais eficientes”. Crescimento em 2012 A prová-lo está o facto de 2012 ter sido, em contraciclo com o setor, um ano de ligeiro crescimento para a JABA Recordati. Se 2010 e 2011 foram nulos a este nível, no ano passado, apesar de ainda pouco acentuado, já houve algum crescimento nas contas do grupo. As medidas de contenção implementadas internamente terão, certamente, contribuído para isso mas, o grande alicerce em que se apoiou este crescimento foi sem dúvida a colocação no merca- do de 3 produtos inovadores. “Tivemos a sorte e o benefício de ter bons produtos com os quais conseguimos ter reembolso dentro das nossas áreas core, que são a cardiologia e a urologia. Assim, lançamos em 2011 dois produtos novos, em janeiro, sendo um novo tratamento das doenças da próstata e, em junho, um produto novo de tratamento do colesterol. Com isto, conseguimos compensar parcialmente as quebras verificadas nos outros negócios”. O lançamento na área de urologia trata-se de um tratamento para a Hiperplasia Benigna da Próstata (HBP), uma patologia que está associada a um aumento da próstata e que afeta cerca de 50 por cento dos homens com idades compreendidas entre os 51 e os 60 anos e cerca de 80 por cento daqueles que têm mais de 80 anos. Outro dos fatores que contribuiu para o crescimento da JABA Recordati foi a internacionalização para os mercados PALOP. Consolidar a vertente de internacionalização e exportação de inovação terapêutica é também uma das prioridades do grupo para 2013. “Tivemos a boa decisão estratégica, em 2010, de considerar que os mercados PALOP, particularmente Angola, Cabo Verde e Moçambique, seriam interessantes para nós e, neste momento, te- Percurso da JABA Foi em 1927 que surgiu o grupo JABA, na Farmácia Universal em Lisboa, pelas mãos do farmacêutico José António Baptista d’Almeida, cujas iniciais deram origem ao nome da empresa. Numa primeira fase, dedicou-se à atividade de farmácia e ao comércio de especialidades farmacêuticas, ao mesmo tempo que iniciou a produção de alguns produtos que atingiram um elevado número de vendas durante a II Guerra Mundial. No início da década de 80, face à crescente necessidade de modernização, surgiu a primeira fábrica da JABA, com sectores de produção específicos de sólidos e injetáveis, cremes, líquidos e supositórios, de acordo com as normas internacionais de produção. No início do novo século, com o objetivo de reforçar ainda mais a sua capacidade de produção, o grupo investiu 16 milhões de euros numa nova fábrica. Estas instalações estavam já vocacionadas para o fabrico e embalagem de comprimidos, cápsulas e saquetas, permitindo uma capacidade total de produção de 400 milhões de comprimidos/ saquetas e nove milhões de embalagens por ano. Em 2006, com 80 anos de história, a empresa foi adquirida pela multinacional Recordati, o que representou um passo decisivo para a consolidação das suas áreas de negócio, bem como de centros de I&D modernos capazes de garantir o desenvolvimento desta organização dentro de um sector vital para a saúde e qualidade de vida dos portugueses. mos parceiros locais e delegados de informação médica que promovem a literatura, com a informação científica com que promovem aqui”, afirma. Desafios nos PALOP Em termos percentuais, estes mercados ainda não são significativos para as contas da JABA Recordati. No entanto, representam mais de 1 milhão e 200 mil euros de negócio para a filial portuguesa, o que é suficiente para compensar parte da quebra no negócio a nível nacional. Trata-se, no entanto, de um grande desafio para o Grupo. Nelson Pires explica, “a primeira grande dificuldade tem a ver com a questão logística, que à partida achávamos que estaria assegurada, porque pensamos em Portugal, mas depois replicado a estes países tornou-se muito mais complicado. Tirar o produto de Portugal e fazê-lo chegar às farmácias em Luanda ou Maputo é bastante crítico porque é um circuito que envolve muitas unidades. No entanto, temos a sorte de ter um bom parceiro logístico, que faz tudo de acordo com as nossas normas de qualidade, permitindo que o medicamento chegue sem a mínima alteração de formulação. Assim como um conjunto de parceiros locais que nos garantem exatamente as mesmas regras quer de distribuição, quer de colocação no ponto de venda”. Por sua vez, a segunda dificuldade “tem a ver com questões culturais. Enquanto aqui se vende à embalagem, lá vende-se à lâmina e, muitas vezes até, ao comprimido. É algo que não controlamos. Para além disso, apesar de a maior parte dos médicos terem sido formados em Portugal ou terem uma grande influência de cá, há muitas patologias subdiagnosticadas, de que é exemplo a hipertensão, que é claramente um problema agravado em África. O tipo de hipertensão do doente caucasiano não é tão grave e o mesmo se verifica em relação ao colesterol. Esta falta de informação sobre as patologias não críticas – as críticas são a malária ou o HIV – daqui a uns 30 ou 40 anos vai ter uma fatura muito pesada no orçamento do Estado”, afirma. Protocolo com a INODES No âmbito da sua responsabilidade social e enquanto parceira na área da saúde, a JABA Recordati definiu como prio- 13 A SAÚDE EM PORTUGAL 14 ridade da sua política de patrocínios o desenvolvimento de atividades de investigação científica e ensino numa área tão importante como a Saúde Pública. Nesse sentido, celebrou um protocolo com a Associação de Inovação e Desenvolvimento de Saúde Pública (INODES) para o desenvolvimento de um projeto de investigação, com a duração prevista de um ano, resumido ao tema “Sistemas de Saúde e Economia: Avaliar o impacto dos sistemas de saúde na economia do país”. A INODES irá, assim, durante este ano, compilar dados e tirar conclusões sobre o impacto da saúde na economia portuguesa, pelos empregos que gera, modelos económicos que tem por trás, enfim, “por toda a economia gerada por esta área que, através dos inúmeros cortes com que será afectada, terá um grande impacto a nível nacional”, explica o nosso entrevistado. Embora o estudo ainda esteja a ser realizado e não existam para já dados a apresentar, Nelson Pires tem uma opinião formada sobre a forma como esse impacto económico se repercutirá na sociedade. “A continuar com este modelo, claramente vamos ter uma saúde que distingue pobres e ricos, o que é lamentável porque temos uma oportunidade única de emagrecer as instituições sem as anular ao ponto de não tratar os doentes. Nos indicadores, já estamos a perder e, embora ainda não se veja naquilo que é mais evidente e por isso continuamos a ser um dos países da OCDE com uma menor taxa de mortalidade à nascença, por exemplo. Paralelamente, se calhar, o doente oncológico ou com HIV, que antes tinha acesso à mais recente terapêutica que lhe permitia viver mais tempo e melhor, no momento atual, possivelmente já não terá acesso a essa inovação. Mas isso são dados que só veremos compilados dentro de três/ quatro anos”. Defensor convicto do serviço nacional de saúde na forma como ele é financiado - via impostos - lamenta que este se esteja a tornar cada vez mais via taxa moderadora. Até porque “entrar numa urgência e ter de pagar 40 ou 50 euros para mim, à partida, não é um obstáculo, mas para a maior parte dos utentes é”, afirma. Tornar o setor da saúde sustentável é necessário, no entanto, segundo Nelson Pires, não é viável tornar esta área eficiente pelo meio mais rápido, que tem sido o desmedido aumento do custo da saúde para o doente e os cortes na fileira do medicamento. Nelson Pires, Diretor Geral da JABA Recordati “ Tivemos a sorte e o benefício de ter bons produtos com os quais conseguimos ter reembolso dentro das nossas áreas core, que são a cardiologia e a urologia. Assim, lançamos em 2011 dois produtos novos, em janeiro, sendo um novo tratamento das doenças da próstata e, em junho, um produto novo de tratamento do colesterol. Com isto, conseguimos compensar parcialmente as quebras verificadas nos outros negócios A alternativa seria portanto “a gestão hospitalar. É preciso encontrar um modelo em que o financiamento do hospital seja suficiente para a gestão do mesmo e, se isso não acontecer, quem gere os hospitais tem de ser responsabilizado. Os hospitais têm de ser vistos como unidades autónomas de negócio. Se isto acontecer, provavelmente as ineficiências que existem serão mitigadas e há muitas. Uma delas é clara, se for a uma urgência às 10h fazem-lhe um Raio X, se for passado umas horas a outro hospital voltam-lhe a fazer. Porquê? Porque não há articulação entre os hospitais, não há algo de tão simples como uma base de dados e uma ligação entre o software dos vários hospitais”, refere o diretor da JABA Recordati. Ranking “Melhores Gestores de Pessoas 2012” Fruto do seu bom desempenho na direção da JABA Recordati, Nelson Pires integrou no ano passado o ranking Recordati Quer – Projeto de Responsabilidade Social Mostrar o compromisso do grupo com a construção de uma sociedade mais humana e saudável, assim como estabelecer uma ponte entre os colaboradores e a população é um dos objetivos da Jaba Recordati. Com este intuito, surgiu, em 2012, no seio da empresa o projeto de responsabilidade social Recordati Quer que pretende melhorar a qualidade de vida da comunidade em geral, através de ações dirigidas à população carenciada, instituições sem fins lucrativos e do desenvolvimento de programas de formação e educação social. A execução do Recordati Quer é da responsabilidade das áreas comerciais e da equipa de voluntariado da Recordati – WE CARE TEAM. Em 2012, os programas desenvolvidos foram designados de “Quero Sonhar”, “Quero Partilhar” e “Quero o Meu Natal”. Entre outras coisas, permitiram realizar desejos de crianças e jovens doentes através da associação Make a Wish; apoiar a recuperação das instalações de instituições de apoio e solidariedade social do concelho de Oeiras; recolher alimentos, brinquedos e roupas junto dos colaboradores da empresa para serem entregues a instituições de apoio à terceira idade, de solidariedade social e centros comunitários locais; e ainda promover a interação dos filhos dos colaboradores com as crianças de instituições, proporcionando uma divertida festa de natal a todos ou a visita ao Jardim Zoológico. Um projeto louvável que já tem o programa para 2013 definido e que, Nelson Pires promete ser “para continuar”! Pontos de Vista Fevereiro 2013 “ A continuar com este modelo, claramente vamos ter uma saúde que distingue pobres e ricos, o que é lamentável porque temos uma oportunidade única de emagrecer as instituições sem as anular ao ponto de não tratar os doentes “Melhores Gestores de Pessoas 2012”. A atribuição resultou de uma seleção entre mais de 1000 participantes, a qual premiou 20 gestores. Para o nosso entrevistado, foi gratificante a título pessoal, uma vez que a avaliação é feita a 360º o que comprova a satisfação dos colaboradores que o reportaram de forma positiva. Para além disso, deu a perspetiva do bom trabalho que tem vindo a ser desenvolvido na JABA Recordati. Para Nelson Pires, o prémio foi ganho por três motivos: “1. visibilidade de gestão, os colaboradores sabem o que podem esperar da minha atuação; 2. transparência, a informação circula e as pessoas sabem perfeitamente qual o objetivo estratégico da JABA e percebem que a companhia aposta nelas e que há um rumo para cada uma delas; e 3. aquilo que mais me entusiasma, que é o facto de pensarmos out of the box. A nossa aposta na responsabilidade social (ver caixas) mostra claramente isso. Era impensável de uma área financeira sair um projeto de responsabilidade social (Recordati Quer). Isso faz com que as pessoas possam, cumprindo obviamente as regras de base, ter o seu próprio estilo”. Também o bom desempenho da JABA Recordati foi recompensado recentemente com o “Trofeu de Ouro da Qualidade” do ano 2011, que premiou o grupo português pela inovação e qualidade. “Somos provavelmente das companhias que mais inovação farmacêutica tem trazido e que mais produtos novos tem conseguido lançar”, orgulha-se Nelson Pires. O mesmo mostra-se satisfeito pela proximidade que têm conseguido manter com a casa-mãe, o grupo Recordati, permitindo tomar mais facilmente decisões a nível local. Para além disso, esta filosofia de proximidade da gestão faz com que o Grupo “ Somos provavelmente das companhias que mais inovação farmacêutica tem trazido e que mais produtos novos tem conseguido lançar Recordati continue a apostar na JABA, “porque se olhasse apenas para os indicadores de mercado, deixaria de o fazer”, garante. Tudo isto tem permitido à JABA Recordati crescer moderadamente e, como tal, as expectativas para os próximos tempos são “em termos de volume de negócio e retorno para os acionistas, atingir os objetivos que temos de dois por cento de crescimento em 2013, manter esse ritmo de crescimento em 2014 e, a partir daí, crescer a uma maior velocidade. Infelizmente, regredimos dois lugares no ranking, estamos atualmente em 17º lugar mas, pretendemos voltar à 16ª posição ainda este ano. Em termos de estrutura de negócio, a manutenção dos recursos humanos e a valorização dos mesmos, seja através da formação (academia Recordati), da responsabilidade social (Recordati quer) ou do programa de crise que desenvolvemos -um programa interno de apoio ao colaborador, para situações de maior aperto, como por exemplo em situação de desemprego do cônjuge”, diz Nelson Pires. Por fim, em termos de inovação, o lançamento de dois produtos está já assegurado para este ano, um deles na área Campanha “Menos Sal Mais Sabor a Vida” No sentido de alertar a população para os riscos da hipertensão e sensibilizar para a importância da prevenção através da alimentação, a JABA Genéricos, em parceria com a Sociedade Portuguesa de Hipertensão (SPH), lançou a campanha “Menos Sal Mais Sabor a Vida”. A necessidade de reduzir o consumo de sal e adotar um estilo de vida saudável são as principais mensagens que a campanha pretende passar à sociedade. Para isso tem vindo a percorrer Unidades de Saúde Familiar de todo o país, realizando inúmeras atividades, tais como workshops de culinária com chefs de cozinha e sessões de formação com nutricionistas. alimentar por acreditarem que a prevenção primária faz sentido, e outro na área de OTC. Em 2014, serão também lançados mais dois medicamentos dentro das áreas core da empresa, cardiologia e urologia. “Com pouco crescimento, aquilo que queremos é tornarmo-nos eficientes a todos os níveis e eficiência não é poupança, é maximização do que temos, é tornarmo-nos melhores. Um ano terrível como 2012 não foi excecional para nós, mas foi regular, sem downsizing. Estamos a tentar passar pela crise estrategicamente, tomando decisões duras na altura certa e se assim continuarmos vamo-nos manter estáveis”, conclui. Recordati em números e aquisição da Lundbeck Apesar da crise, a JABA foi responsável nos primeiros nove meses de 2012 por um volume de negócios de 24,9 milhões de euros, o que a torna a quarta filial do grupo e equivale a 4,2 por cento do conjunto de receitas do grupo. Desta forma, faturou mais do que a vizinha Espanha, cuja dimensão é superior à nossa em quatro vezes. O peso das receitas internacionais do grupo farmacêutico Recordati nos primeiros nove meses de 2012 foi de 453,8 milhões de euros, uma variação positiva de 11%, face ao período homólogo. Já este ano, a Recordati anunciou a aquisição de todos os direitos relacionados com o portfólio de produtos indicados para o tratamento de doenças raras e outras doenças, comercializados nos EUA pela Lundbeck. O portfólio será comercializado pela Recordati Rare Diseases, uma subsidiária integral da companhia nos EUA. São esperadas receitas em 2013, provenientes dos produtos adquiridos, na ordem dos 40 milhões de euros. Bolsa de Investigação APU/ JABA Recordati A Jaba Recordati tem vindo a criar parcerias com algumas Associações e Sociedades Médicas, com o intuito de incentivar investigadores a desenvolver os seus projetos científicos, através da atribuição de Prémios e Bolsas de Investigação que se irão traduzir numa melhoria para a saúde. Neste âmbito destaca-se a Bolsa de Investigação Jaba Recordati Urologia, uma iniciativa da Associação Portuguesa de Urologia (APU), que premeia os melhores trabalhos na área da Urologia, no valor de oito mil euros. 15