UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE CURSO DE FISIOTERAPIA PROPOSTA DE ATIVIDADES LÚDICAS PARA ESCOLARES COM DESVIOS POSTURAIS Samyr Adson Ferreira Quebra Victor da Silva Aquino Belém - Pará 2007 UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE CURSO DE FISIOTERAPIA PROPOSTA DE ATIVIDADES LÚDICAS PARA ESCOLARES COM DESVIOS POSTURAIS Samyr Adson Ferreira Quebra Victor da Silva Aquino Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de fisioterapia do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde da UNAMA, como requisito para obtenção do título de Bacharel em Fisioterapia, orientado pela Fisioterapeuta Mônica Cruz. Belém-PA 2007 2 PROPOSTA DE ATIVIDADES LÚDICAS PARA ESCOLARES COM DESVIOS POSTURAIS Samyr Adson Ferreira Quebra Victor da Silva Aquino Avaliado por: Diogo Bonifácio ______________________________ Data: _____/ ______ / ______ Ana Cristina Costa ______________________________ Data: _____/ ______ / ______ Belém - Pará UNAMA 2007 3 AGRADECIMENTOS À nossa orientadora Ft. Mônica Cruz, pela majestosa ajuda, apoio, conhecimento, carinho, vontade e luz nos momentos mais difíceis do trabalho. Essa vitória também é sua; A todos os professores do Curso de Fisioterapia da Unama, por nos ajudarem direta e indiretamente na elaboração desta obra; Às crianças envolvidas nesta obra, bem como seus respectivos pais, pela compreensão e confiança depositada em nós; Aos diretores, professores e funcionários, da Cooperativa Educacional Nossa Escola e Centro Educacional Olimpus Júnior, pela colaboração e pelo carinho para realização desta pesquisa, especialmente aos professores de Educação Física por cederem momentos de suas aulas para que pudéssemos desenvolver nossas atividades; Aos colegas do curso, em especial João Paulo Lima, João Pinho Júnior, Marcelo Vieira, Andreza Torres, Isabela Barbosa, Karen Laise e Maíra Dedini, pelas inúmeras oportunidades de aprendizado e experiência de vida; Às nossas namoradas/companheiras, pela compreensão, companheirismo, incentivo e orientações para a construção deste estudo; Aos nossos pais e irmãos pelo incentivo, compreensão, constantes auxílios e todo carinho durante a realização deste trabalho e toda nossa graduação; A DEUS, grande responsável por nos fazer acadêmicos deste curso de Fisioterapia, e também, responsável maior pela elaboração desta pesquisa. 4 RESUMO SAMYR ADSON FERREIRA QUEBRA E VICTOR DA SILVA AQUINO. Proposta de Atividades Lúdicas para escolares com desvios posturais. Trabalho de Conclusão de Curso (tcc). Nov/ 2007. Atualmente, as alterações posturais são vistas como um sério problema da saúde pública dos países, pelo fato de abrangerem alta incidência na população economicamente ativa, incapacitando-a temporária ou definitivamente para as atividades profissionais, gerando enormes gastos para o Governo. Esses problemas posturais geralmente têm sua origem na infância, com relevante contribuição do âmbito escolar. Considerando a infância um momento propício para se tentar reverter ou diminuir o surgimento de desalinhamentos posturais, este trabalho tem o intuito de elaborar uma proposta de atividades lúdicas mecanicamente adequadas para crianças com desvios posturais. Para execução do presente estudo, foram avaliadas 74 crianças de idades entre 6 a 10 anos, matriculadas em 2 escolas da rede particular da cidade de Belém-PA. Posteriormente, foi traçado o perfil postural encontrado nas crianças, onde foi identificada a prevalência dos seguintes desvios: inclinação da cabeça, enrolamento de tronco, báscula interna da escápula, descolamento do bordo inferior da escápula, inclinação da pelve, joelhos valgos, calcâneo valgo e encurtamento da cadeia posterior. Com base na literatura existente foi elaborada uma proposta de atividades lúdicas baseada em jogos recreativos, de acordo com o perfil postural encontrado e respeitando também a individualidade de cada criança. Palavras-chave: Atividade lúdica, desvios posturais, escolares. 5 LISTA DE TABELAS Tabela 1: Tabela 2: Tabela 3: Tabela 4: Tabela 5: Tabela 6: Tabela 7: Tabela 8: Tabela 9: Tabela 10: Tabela 11: Tabela 12: Tabela 13: Tabela 14: Tabela 15: Tabela 16: Tabela 17: Tabela 18: Tabela 19: Distribuição dos indivíduos segundo o sexo..................................................... Distribuição dos indivíduos segundo a faixa etária.......................................... Distribuição dos indivíduos segundo o cervical frontal – Inclinação............... Distribuição dos indivíduos segundo cervical frontal – Rotação...................... Distribuição dos indivíduos segundo o cervical sagital.................................... Distribuição dos indivíduos segundo a cintura escapular – Báscula................ Distribuição dos indivíduos segundo a cintura escapular – Descolamento...... Distribuição dos indivíduos segundo o tronco – enrolamento.......................... Distribuição dos indivíduos segundo o tronco – escoliose............................... Distribuição dos indivíduos segundo a Pelve Frontal – Plano Sagital.............. Distribuição dos indivíduos segundo a Pelve Sagital – Plano Frontal.............. Distribuição dos indivíduos segundo a Pelve Horizontal................................. Distribuição dos indivíduos segundo os Joelhos Frontal.................................. Distribuição dos indivíduos segundo os Joelhos Sagital.................................. Distribuição das alterações segundo o tendão do calcâneo.............................. Distribuição do número de alterações à percentagem acumulada................... Distribuição dos indivíduos segundo o encurtamento...................................... Distribuição do local segundo a situação: Normal ou Alterado....................... Distribuição da distância mão-chão (cm)......................................................... 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 6 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO............................................................................................................. 8 2. MATERIAIS E MÉTODO............................................................................................ 14 3. RESULTADOS............................................................................................................. 17 4. DISCUSSÃO................................................................................................................. 36 5. CONCLUSÃO............................................................................................................... 43 6. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA............................................................................... 44 7 1. INTRODUÇÃO Mais de 90% dos indivíduos apresentam um desequilíbrio postural (BRICOT, 2004). É verdade que 47,6% dos franceses sofrem de dores nas costas, logo mais de 26.000.000 dias não trabalhados são perdidos anualmente na França. Em função deste problema os orçamentos do Estado e do Seguro Social aumentam anualmente, e a situação é idêntica nos demais países europeus. (BRICOT, 2004) Um estudo realizado nos EUA revelou que numa população de 20 milhões de incapacitados 8,4 milhões de casos eram por doenças da coluna (BRACCIALI e VILARTA, 2000). Essas doenças de coluna e incapacidades são causadas pelos problemas posturais que quase sempre têm sua origem na infância, tendo importante contribuição do ambiente escolar (SANTOS et al, 1998). As pesquisas realizadas nas diferentes cidades e regiões da Rússia demonstram que, com freqüência, se apresentam desvios posturais nos pré-escolares e escolares (BRACCIALI e VILARTA, 2000). A profilaxia e a correção dos defeitos da postura são de suma importância para evitar futuros gastos para o Estado, pois um indivíduo acometido por um problema postural agudo ou crônico tende a diminuir, ou até mesmo interromper, seu ritmo de trabalho e atividades, o que pode gerar prejuízos econômicos e sociais (CAMPOS,1998). Para se ter uma idéia, no Brasil, de acordo com o Censo Escolar 2000, existem 345.527 escolas no país, sendo 221.852 de ensino fundamental , ensino médio e de educação de jovens e adultos, cujos estudantes se encontram em idades privilegiadas para a formação de valores e hábitos favoráveis à saúde. Segundo as Leis de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) toda criança deverá completar o ensino fundamental. Dessa forma, todo aluno terá de utilizar a postura sentada por, no mínimo, oito anos, cerca de 8 quatro a cinco horas por dia, e de maneira muitas vezes inadequada, o que já representa um fator de risco para sua saúde, pois é desaconselhável manter esta posição por mais de 45 a 50 minutos sem interrupções (ZAPATER et al, 2004). Como estudar na escola é o modelo mais empregado no mundo, dentre os vários estilos de desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem e, os estudantes, em especial as crianças, assumem a posição sentada por longos períodos, bem como, por freqüentes vezes acomodadas em carteiras com forma inadequada, favorece às mesmas a absorção de hábitos posturais errados (BARBOSA, 2006). Outros fatores que podem influenciar na má postura das crianças são: o sucesso acadêmico, faixa etária, capacidade física, meios de transportes para escola, carga da mochila, atividades em sala de aula, e até mesmo atividades no lar, cinema, etc (BARBOSA, 2006). Gonçalves (2006), aborda como os problemas posturais mais comuns os maus hábitos posturais, isto é, longos períodos mantendo determinada posição, em pé ou sentando, o que levaria o indivíduo a encurtar-se para frente, dando origem aos problemas de postura. O autor também cita que a manutenção da postura correta exige músculos fortes, flexíveis e facilmente adaptáveis as alterações ambientais. Esses músculos têm que trabalhar continuamente contra a força da gravidade e em harmonia entre si. Hall (2001) mostra que as deficiências na postura são bases de muitas síndromes dolorosas neuromusculoesqueléticas (SDNMs) regionais. O estresse mecânico relacionado a hábitos posturais persistentemente defeituosos é a causa primária da dor ou um fator primário na ocorrência de uma condição dolorosa ou na incapacidade de solucionar essa condição. 9 Postura define-se como arranjo relativo das partes do corpo no espaço, tendo como critério de boa postura a presença de equilíbrio entre suas estruturas de sustentação. Por sua vez a má postura está relacionada à ausência de relacionamento adequado entre essas estruturas (DELIBERATO 2002). A definição de boa postura sugere que, sem apoio ótimo, o funcionamento dos sistemas orgânicos pode não ser ótimo (HALL,2001). Considerando este cenário escolar, um momento onde as crianças podem deixar de permanecer na posição sentada é durante as aulas de educação física. A Educação Física é parte do processo educativo, portanto visa os mesmos fins da Educação, que é a melhor formação do indivíduo, mental e espiritualmente. Utiliza-se das atividades físicas, exercícios e jogos, para formar o indivíduo como um todo, apoiando-se em bases científicas: biológicas, pedagógicas e psicológicas (RODRIGUES,2003). Atualmente, o programa moderno de Educação Física compreende muitos tipos diferentes de atividades, a fim de que a criança tenha oportunidades de gozar da satisfação que resulta da participação em atividades adaptadas às suas necessidades e habilidades. Como parte deste programa moderno, a Educação Física Infantil tem por finalidade contribuir para formação integral do educando, utilizando-se das atividades físicas para o desenvolvimento de todas as suas possibilidades (RODRIGUES,2003). Em meio às várias propostas de trabalho da Educação Física Infantil, encontra-se a recreação, a qual tem a característica de não ser uma atividade de trabalho específica, mas sim, qualquer atividade que a criança pratique com liberdade e que resulte prazer (MACHADO, 1986). Para Ferreira, 2003, recreação significa prazer, representa uma atividade que é livre, espontânea, na qual o interesse se mantém por si só sem nenhuma compulsão interna ou externa, de forma obrigatória ou opressora, afora o prazer. O ensino da 10 recreação para a criança tem como objetivo fazer com que ela adquira domínio do próprio corpo fazê-la conhecer-se. Em virtude disso, é relevante estimular a criança, mediante atividades recreacionais, para que desta forma ela possa interagir melhor com o meio e com os objetivos que a rodeiem, reconhecer as suas capacidades e limitações e ter consciência de si mesma. Assim, terá possibilidades de desenvolver-se e crescer. A Educação Física não deve ser excluída daquelas crianças com desvios posturais, o que acontece normalmente nas escolas, pois em tenra idade, uma educação física adaptada, fisiologicamente fundamentada e organizada, não somente garante a formação oportuna dos hábitos motores da criança e sua alta qualidade, mas também conduz ao desenvolvimento uniforme da musculatura do tronco. As aulas de educação física praticadas nas instituições infantis contribuem para a formação oportuna das curvaturas fisiológicas da coluna, permitem evitar as cargas estáticas excessivas sobre ela, para a formação de uma postura correta, para o desenvolvimento e fortalecimento dos músculos que mantêm a coluna na posição vertical (CAMPOS,1998). As atividades ligadas a esportes, dadas as suas características de repetição nos treinamentos podem resultar na utilização mais freqüente de certos grupos musculares e com isto, desenvolver ou alterar um padrão postural, acarretar sobretensões nas articulações ou tecidos adjacentes, o que poderia explicar o surgimento de lesões repetidas nestas estruturas (SCHWEITZER, 2005). Isso quer dizer que as propostas da atividade física durante as aulas de educação física são indispensáveis à formação do indivíduo, constituindo, porém um fator de risco para o agravamento de problemas posturais já existentes se não adaptada para uma criança com desvios posturais, podendo agredir as estruturas do sistema 11 neuromúsculoesquelético, e contribuindo para o desenvolvimento de lesões degenerativas do sistema locomotor. Nesse ponto, torna-se interessante a identificação dos padrões posturais das crianças. Para Gonçalves (2006) em estudo realizado em crianças da Alfa até a 4ª série do Ensino Fundamental, existe incidência elevada de alterações posturais sendo as de maior significância a hiperlordose lombar, joelho valgo, calcâneo valgo e elevação do ombro com a sua relação com a lateralidade. Este autor também cita outros estudos, onde se constatou uma alta prevalência de alterações posturais de coluna entre crianças e adolescentes. Estudo envolvendo escolares de 6 a 17 anos de idade mostrou que a hipercifose estava presente em 20,9%, com predominância no sexo masculino. Outro estudo também com escolares mostrou que 84,9% das crianças de 7 a 14 anos apresentavam protrusão de ombros e hipercifose dorsal. Detsch et al (2007) relata que alguns países desenvolvidos já adotam a realização sistemática de avaliações posturais durante a fase escolar para identificar e acompanhar a progressão das alterações da postura em geral e, principalmente, da postura da coluna vertebral. A postura adequada na infância ou a correção precoce de desvios posturais nessa fase possibilitam padrões posturais corretos na vida adulta, pois esse período é de grande importância para o desenvolvimento músculo-esquelético do indivíduo, com maior probabilidade de prevenção e tratamento dessas alterações posturais na coluna vertebral. Por outro lado, na maturidade podem se tornar problemas irreversíveis e sem tratamento específico. A idade escolar compreende a fase ideal para recuperar disfunções da coluna de maneira eficaz; após esse período, o prognóstico torna-se mais difícil e o tratamento mais prolongado (MARTELLI et al, 2004). 12 Portanto, é relevante propor atividades mecanicamente adequadas a crianças portadoras de desalinhamentos posturais como forma de prevenir o agravamento e possivelmente contribuir para o reequilíbrio postural, mantendo assim os benefícios pertinentes de tal atividade. Esta pesquisa tem como objetivo geral propor um programa de atividades lúdicas mecanicamente adequadas ao perfil de problemas posturais de um grupo de escolares, e como objetivos específicos, verificar a incidência de desvios posturais, identificar e traçar um perfil das alterações posturais mais freqüentes em crianças de 6 a 10 anos de idade. 13 2. MATERIAL E MÉTODOS Após a autorização prévia da orientadora, das direções das escolas selecionadas, aprovação do comitê de ética em pesquisa com seres humanos, e autorização dos responsáveis das crianças selecionadas para o estudo mediante assinatura em Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE (Apêndice I), a pesquisa pôde ser iniciada. O estudo foi de caráter descritivo. A população escolhida foi composta por 74 crianças de ambos os sexos, com idade compreendida entre 6 e 10 anos, regularmente matriculadas no ensino infantil nas escolas privadas do município de Belém, Cooperativa Educacional Nossa Escola e Centro Educacional Olimpus Júnior. Os critérios de exclusão foram crianças que viessem a apresentar malformações anatômicas, disfunções neurológicas, disfunções decorrentes de doenças congênitas ou processo traumático recente, ou que não estiveram na faixa etária indica para o estudo. Os escolares foram avaliados através de uma ficha de avaliação postural e teste de flexibilidade elaborada pelos pesquisadores deste estudo de acordo com o protocolo de Santos (2001) – Apêndice II. Para a avaliação, todos os indivíduos estavam descalços, trajando short os meninos, e short e top as meninas. A avaliação postural foi realizada na posição ortostática, face para frente, braços pendentes e laterais, palmas das mãos em pronação, paralelas ao corpo, e dedos relaxados, joelhos retilíneos, estendidos, pés paralelos e próximos, olhando para frente. A inspeção foi realizada em vista anterior, posterior, lateral direita e esquerda do indivíduo. A classificação das provas consistiu na presença 14 ou ausência de alterações. É importante lembrar que apenas um dos pesquisadores foi o responsável por fazer todas as avaliações, por motivo de se evitar dupla interpretação das alterações encontradas. Determinou-se um perfil de problemas posturais dessas crianças e, de acordo com este, foi elaborada uma proposta de atividades lúdicas mecanicamente adequadas a crianças portadoras de desalinhamentos posturais como forma de prevenir o agravamento da sua má postura. Ressalta-se que este estudo seguiu os princípios éticos da Resolução n. 196/96 do CNS/MS, que dispõe sobre a ética na pesquisa envolvendo seres humanos, implicando no respeito aos sujeitos da pesquisa, onde foram prestadas informações a respeito da mesma, sua relevância e retorno dos benefícios obtidos. Foi declarado o tipo de pesquisa, seus propósitos, descrições dos procedimentos, possíveis riscos, benefícios; prestadas orientações quanto a possíveis tratamentos mediante a presença de distúrbios; assegurado o anonimato, confidencialidade que identifique os sujeitos da pesquisa. Assegurado o contado dos sujeitos com o pesquisador para quaisquer esclarecimentos acerca da pesquisa. A análise estatística teve a finalidade de verificar a ocorrência de padrões qualitativos e quantitativos que caracterizassem as alterações posturais em crianças na faixa etária de 6 a 10 anos. Para atingir tais objetivos, os valores observados de variáveis categóricas foram comparados com distribuições numéricas esperadas. Quando a amostra foi subdividida em duas categorias dicotômicas (normal ou alterado) foi aplicado Teste não-paramétrico Binomial. Quando houve três ou mais categorias, neste caso aplicou-se um método não-paramétrico tipo prova de aderência, o teste do Qui-Quadrado. Foi previamente fixado o nível de significância da pesquisa de 95%, com nível de decisão alfa = 0.05 para 15 rejeição da hipótese de nulidade, sendo marcado com asterisco (*) os valores significativos. Todos os procedimentos foram realizados sob o suporte computacional do pacote bioestatístico BioEstat 4.0 (Ayres et al, 2006). 16 3. RESULTADOS TABELA 1: Distribuição dos indivíduos segundo o sexo Sexo Feminino Masculino Total FONTE: Pesquisa de campo p-valor = 1.0000 (teste Binomial) Freqüência 37 37 % 50.00 50.00 74 100.0 Comentário: As proporções de masculino e feminino são absolutamente iguais p-valor = 1.000). Feminino 50% Masculino 50% FIGURA 1: Distribuição dos indivíduos segundo o sexo 17 TABELA 2: Distribuição dos indivíduos segundo a faixa etária Faixa etária Freqüência % 6 |- 7 7 |- 8 8 |- 9 9 |-| 10 5 15 16 38 6.76 20.27 21.62 51.35 Total FONTE: Pesquisa de campo p-valor = 0,108, teste do Qui-Quadrado. 74 100.0 Comentário: O p-valor = 0.108 não é significante, portanto, não há um faixa etária predominante entre 6 e 10 anos. 60 50 40 % 30 20 10 0 6 |- 7 7 |- 8 8 |- 9 9 |-| 10 FAIXA ETÁRIA FIGURA 2: Distribuição dos indivíduos segundo a faixa etária 18 TABELA 3: Distribuição dos indivíduos segundo o cervical frontal - inclinação Cervical Frontal - Inclinação Normal Esquerdo Direito* Freqüência 2 30 42 % 2.70 40.54 56.76 74 100.0 Total FONTE: Pesquisa de campo p-valor = 0.0001*, teste Binomial. Comentário: As proporções de alterados à direita e à esquerda superam significativamente a proporção de normais, portanto o p-valor = 0.0001 é altamente significante. Entre o lado preferencial da alteração não existe uma definição entre direito (56.76%) ou esquerdo (40.54%), podendo a alteração ocorrer com igual chance em qualquer lado. 60.0 50.0 40.0 % 30.0 20.0 10.0 0.0 Normal Esquerdo Direito CERVICAL FRONTAL - INCLINAÇÃO FIGURA 3: Distribuição dos indivíduos segundo o cervical frontal – inclinação 19 TABELA 4: Distribuição dos indivíduos segundo cervical frontal - Rotação Cervical Frontal - Rotação Normal Esquerdo Direito* Freqüência 8 32 34 % 10.81 43.24 45.95 74 100.0 Total geral FONTE: Pesquisa de campo p-valor = 0,0001*, teste Binomial. Comentário: As proporções de alterados à direita e à esquerda superam significativamente a proporção de normais, portanto o p-valor = 0.0001 é altamente significante. Entre o lado preferencial da alteração não existe uma definição entre direito (45.95%) ou esquerdo (43.24%), podendo a alteração ocorrer com igual chance em qualquer lado. 50.0 45.0 40.0 35.0 30.0 % 25.0 20.0 15.0 10.0 5.0 0.0 Normal Esquerdo Direito CERVICAL FRONTAL - ROTAÇÃO FIGURA 4: Distribuição dos indivíduos segundo a cervical frontal - Rotação 20 TABELA 5: Distribuição dos indivíduos segundo o cervical sagital – Projeção Anterior Cervical sagital Normal Projeção anterior Total FONTE: Pesquisa de campo p-valor = 1.000, teste Binomial Freqüência 37 37 % 50.00 50.00 74 100.0 Comentário: Neste teste a projeção anterior obtém 50% das ocorrências, o p-valor = 1.0 não é significante, entretanto observa-se que 50% de indivíduos na amostra com a mesma alteração não é um número desprezível sendo indicado neste caso estudos de aprofundamento neste item. Normal 50% Projeção anterior 50% FIGURA 5: Distribuição dos indivíduos segundo o cervical sagital 21 TABELA 6: Distribuição dos indivíduos segundo a cintura escapular - Báscula Cintura Escapular - Báscula Freqüência % Discordante Externa Interna Normal 24 12 27 11 34.29 17.14 38.57 15.71 74 100 Total FONTE: Pesquisa de campo p-valor < 0,0001, teste do Qui-Quadrado Comentário: O p-valor < 0.0001 é altamente significante indicando a presença de alteração, entre os tipos de alteração houve maior ocorrência de alteração Interna com pvalor = 0.0498 o qual é significante. 40 35 30 25 20 15 10 5 0 Discordante Externa Interna Normal CINTURA ESCAPULAR BÁSCULA FIGURA 6: Distribuição dos indivíduos segundo a cintura escapular - Báscula 22 TABELA 7: Distribuição dos indivíduos segundo a cintura escapular - Descolamento. Cintura Escapular Descolamento Freqüência % Bordo Inferior Discordante Normal Bordo Interno 44 10 15 5 59.46 13.51 20.27 6.76 Total FONTE: Pesquisa de campo p-valor < 0.0001*, Teste Binomial 74 100 Comentário: O p-valor < 0.0001 é altamente significante indicando a presença de alteração, entre os tipos de alteração houve maior ocorrência de alteração Bordo Inferior com p-valor < 0.0001 o qual é altamente significante. 60 50 40 30 20 10 0 Bordo Inferior Discordante Normal Todo Bordo Interno CINTURA ESCAPULAR - DESCOLAMENTO FIGURA 7: Distribuição dos indivíduos segundo cintura escapular 23 TABELA 8: Distribuição dos indivíduos segundo o tronco - enrolamento Tronco - Enrolamento Ausente Enrolamento Total FONTE: Pesquisa de campo p-valor = 0,201, Teste Binomial Freqüência 31 43 % 41.89 58.11 74 100.0 Comentário: As proporções de ausente (41.98%) e enrolamento (58.11%) são estatisticamente iguais, portanto a probabilidade de ocorrência de Enrolamento não pode ser desprezada (p-valor > 0.05). Ausente 42% Enrolamento 58% FIGURA 8: Distribuição dos indivíduos segundo o tronco - enrolamento 24 TABELA 9: Distribuição dos indivíduos segundo o tronco – escoliose. Tronco - Escoliose Normal* Dorsal D Dorsal E Lombar D Lombar E Freqüência 49 7 5 6 7 % 66.21 9.46 6.76 8.11 9.46 74 100.0 Total FONTE: Pesquisa de campo p-valor = 0,008, Teste Binomial. Comentário: Podemos afirmar, com margem de erro de 5%, que não existe risco de ocorrência deste tipo de alteração, visto que o p-valor = 0.008 é altamente significante indicando o estado Normal como característico da amostra. 70.0 60.0 50.0 40.0 % 30.0 20.0 10.0 0.0 Normal Dorsal D Dorsal E Lombar D Lombar E TRONCO ESCOLIOSE FIGURA 9: Distribuição dos indivíduos segundo o tronco - escoliose 25 TABELA 10: Distribuição dos indivíduos segundo a Pelve Frontal – Plano Sagital Pelve - Frontal Normal Esquerdo Direito* Freqüência 3 14 57 % 4.05 18.92 77.03 74 100.0 Total FONTE: Pesquisa de campo p-valor = 0,0001*, Teste Binomial. Comentário: Existe uma significativa tendência para alteração Pelve-frontal Direito, com p-valor = 0.0001 esta alteração predomina na amostra. 80.00 70.00 60.00 50.00 % 40.00 30.00 20.00 10.00 0.00 Normal Esquerdo Direito PELVE - FRONTAL FIGURA 10: Distribuição dos indivíduos segundo a Pelve - Frontal 26 TABELA 11: Distribuição dos indivíduos segundo a Pelve Sagital – Plano Frontal Pelve - Sagital Normal Retroversão Anteversão Total FONTE: Pesquisa de campo p-valor = 0,1307, Teste Binomial. Freqüência 30 35 9 % 40.54 47.30 12.16 74 100.0 Comentário: Não existe uma tendência significativa (p-valor = 0.1307) para este tipo de avaliação. Quando comparados somente os alterados, detecta-se uma tendência (p-valor = 0.0002) para Retroversão a qual ocorre em 47% da amostra. 50.0 45.0 40.0 35.0 30.0 % 25.0 20.0 15.0 10.0 5.0 0.0 Normal Retroversão Anteversão PELVE - SAGITAL FIGURA 11: Distribuição dos indivíduos segundo a Pelve - Sagital 27 TABELA 12: Distribuição dos indivíduos segundo a Pelve Horizontal Pelve - Horizontal Normal Rodada à Esquerda* Rodada à Direita Freqüência 3 40 31 % 4.05 54.05 41.89 74 100.0 Total FONTE: Pesquisa de campo p-valor = 0,0001*, teste Binomial Comentário: Existe uma tendência altamente significativa (p-valor = 0.0001) para esta avaliação. Entretanto, quando comparados somente os alterados não detecta-se tendência (p-valor = 0.3243) entre Rodada à Esquerda (54.05%) e Rodada à Direita (41.89%). 60.0 50.0 40.0 % 30.0 20.0 10.0 0.0 Normal Rodada à Esquerda Rodada à Direita PELVE - HORIZONTAL FIGURA 12: Distribuição dos indivíduos segundo a Pelve - Horizontal 28 TABELA 13: Distribuição dos indivíduos segundo os Joelhos Frontal Joelhos Frontal Normal Valgo* Varo Freqüência 22 46 6 % 29.73 62.16 8.11 74 100.0 Total FONTE: Pesquisa de campo p-valor = 0,0001, Teste Binomial Comentário: o método estatístico detectou uma tendência altamente significativa (p-valor = 0.0001) para esta avaliação recaindo a maior proporção para Joelho frontal Valgo (62.16%). 70.00 60.00 50.00 40.00 % 30.00 20.00 10.00 0.00 Normal Valgo Varo JOELHOS FRONTAL FIGURA 13: Distribuição dos indivíduos segundo os Joelhos Frontal 29 TABELA 14: Distribuição dos indivíduos segundo os Joelhos Sagital Joelhos Sagital Normal* Flexo Recurvatum Freqüência 36 18 20 % 48.65 24.32 27.03 Total 74 FONTE: Pesquisa de campo *P < 0,05 (Teste do Qui-quadrado, p = 0,9075) 100.0 Comentário: nesta avaliação não houve maior ocorrência proporcional (p-valor=0.9075) de Normal com 48.65% da amostra. Desta forma, não pode ser descartada a probabilidade de Flexo ou Recurvatum (p-valor = 0.8711). 50.0 45.0 40.0 35.0 30.0 % 25.0 20.0 15.0 10.0 5.0 0.0 Normal Flexo Recurvatum JOELHOS SAGITAL FIGURA 14: Distribuição dos indivíduos segundo os Joelhos Sagital 30 TABELA 15: Distribuição das alterações segundo o tendão do calcâneo Tendão do Calcâneo Ambos Varos Ambos Normais Discordantes Ambos Valgos* Freqüência 3 12 19 40 % 4.05 16.22 25.68 54.05 Total FONTE: Pesquisa de campo p-valor = 0,0001, teste Binomial . 74 100.0 Comentário: Existe real tendência de alteração (p-valor < 0.0001), e entre os alterados a tendência é para Ambos Valgos (0.0001). 60.0 50.0 40.0 % 30.0 20.0 10.0 0.0 Ambos Varos Ambos Normais Discordantes Ambos Valgos DIAGNÓSTICO FIGURA 15: Distribuição das alterações segundo o diagnóstico 31 TABELA 16: Distribuição do número de alterações à percentagem acumulada Número de Alterações Freqüência Percentual % Acumulado 1a2 1 1.35 1.4 3a4 11 14.86 16.2 5 a 6* 45 60.81 77.0 22.97 100.0 ≥7 17 FONTE: Pesquisa de campo p-valor < 0.0001*, teste do Qui-Quadrado. Comentário: Existe maior ocorrência de 5 a 6 alterações (p-valor < 0.0001). 70.0 120.0 60.0 100.0 50.0 80.0 % 40.0 60.0 30.0 Percentual % Acumulado 40.0 20.0 20.0 10.0 0.0 0.0 1a2 3a4 5a6 >= 7 NÚMERO DE ALTERAÇÕES FIGURA 16: Distribuição do numero de alterações a percentagem acumulada 32 TABELA 17: Distribuição dos indivíduos segundo o encurtamento Freqüência Encurtamento Presente Ausente Total FONTE: Pesquisa de campo p-valor < 0.0001, Teste Binomial 74 0 % 100.0 0.00 74 100.0 Comentário: A característica predominante na amostra é de Encurtamento Presente, com 100% das ocorrências, portanto o p-valor < 0.0001 indica este resultado. 100.0 90.0 80.0 70.0 60.0 % 50.0 40.0 30.0 20.0 10.0 0.0 Presente Ausente ENCURTAMENTO FIGURA 17: Distribuição dos indivíduos segundo o encurtamento 33 TABELA 18: Distribuição do local segundo a situação: Normal ou Alterado Local Alterado Ângulo Tíbiotársico 62 Joelhos 54 Ângulo Coxofemoral 69 Cuvette 37 Retificações 65 Retração Cervical 68 FONTE: Pesquisa de campo *P < 0,05 (Teste Binomial, p = 0,0001) % 83.78 72.97 93.24 50.00 87.84 91.89 Normal 12 20 5 37 9 6 % 16.22 27.03 6.76 50.00 12.16 8.11 P-valor 0,0001 0,0001 0,0001 > 0,05 0,0001 0,0001 Comentário: Ângulo Tíbiotársico, Joelhos, Ângulo Coxofemoral, Retificações e Retração Cervical apresentam-se como características predominantes na amostra (p-valor < 0.0001). 100.00 90.00 80.00 70.00 % 60.00 50.00 40.00 30.00 20.00 10.00 0.00 Ângulo Tíbiotársico Joelhos Ângulo Coxofemoral Alterado Cuvette Retificações Retração Cervical Normal FIGURA 18: Distribuição do local segundo a situação: Normal ou alterado 34 TABELA 19: Distribuição da distância mão-chão (cm) Distância mão-chão - cm 1a5 6 a 10 11 a 15 16 a 20 21 a 25 Normal Frequencia 17 14 8 15 5 15 % 22.97 18.92 10.81 20.27 6.76 20.27 74 100.0 Total FONTE: Pesquisa de campo p-valor < 0.0001, Teste Binomial Comentário: Existe um predomínio de alteração (não alcança o chão) com p-valor < 0.0001, entretanto entre os indivíduos que apresentam a alteração, não há um padrão que caracterize a amostra (p-valor = 0.0687). 25.00 20.00 15.00 % 10.00 5.00 0.00 1a5 6 a 10 11 a 15 16 a 20 21 a 25 Norm al DISTÂNCIA MÃO-CHÃO (CM) FIGURA 19: Distribuição da distância mão-chão (cm) 35 4. DISCUSSÃO Alterações posturais são freqüentemente encontradas em crianças. Nessa fase, a postura sofre uma série de ajustes e adaptações às mudanças no próprio corpo e à demanda psicossocial que lhe é apresentada, ocorrendo uma grande transformação na busca de um equilíbrio compatível com suas condições. (Penha, 2005) Seguindo esta afirmação, Bricot (2004), relata que as crianças estão engajadas em atividades assimétricas repetidas, o que propicia o desenvolvimento de desequilíbrios musculares acarretando desvios na postura padrão. Geralmente essas atividades assimétricas ocorrem na escola e em casa, onde existe a necessidade de uma vigilância por professores e pais para a prevenção e correção oportuna desses desvios evitando deformidades permanentes. Bienfait (1995) afirma que toda anomalia nos membros inferiores será ponto de partida para uma posição pélvica anormal e de uma compensação lombar. Abordando mais diretamente o pé e especificando o pé valgo, Bricot (2004) explica que esta alteração gera retração das cadeias musculares posteriores, além de poder ser acompanhada de hipercifose torácica. Segundo Bricot as conseqüências de um pé plano são tendências a um valgismo do joelho e a um aumento da lordose lombar (hiperlordose). Campos et al. (2002) em estudos com crianças e adolescentes obesos e com sobrepeso também obtiveram grande incidência de hiperlordose lombar, joelho valgo, desnível de pelve e pé plano. É importante ressaltar que todos esses desvios posturais citados fazem parte do crescimento e desenvolvimento da criança. Bienfait (1995) aponta o joelho valgo como uma deformidade estática, um exagero evolutivo de uma posição que já existia, 36 considerando-o assim como fisiológico. Mesmo pensamento é abordado por Bricot (2004), que cita, além do joelho valgo, a hiperlordose como alterações comuns. No entanto, é possível que essas deformidades não venham a reverter, sendo relevante então, a intervenção de profissionais, bem como da família. Mangueira (2004) em estudo realizado para verificar a prevalência de desvios da coluna vertebral em crianças e adolescente de Sobral – CE e, Campos et al. (2006), que realizou estudo com mesmo objetivo, constataram relevante prevalência de escoliose. Ao contrário do que se esperava, a escoliose, diante do que se avaliou, não foi abrangente neste estudo, mesmo havendo importante prevalência de desvios associados a essa alteração postural. Por se tratar de um estudo envolvendo crianças, é possível que esta patologia não esteja totalmente instalada, ou seja, todos os sinais de assimetria na cintura escapular, ombro e cintura pélvica, são indicativos de que uma deformidade possa estar em seus primeiros graus de evolução, sendo precoce então, fechar um diagnóstico de escoliose. Para Santos (2001), a presença de inclinação da pelve não significa necessariamente uma presença de escoliose. Trauma com perda de substância óssea, diferença de crescimento entre as estruturas corporais e alterações posturais unilaterais como joelhos varo, valgo, flexo ou recurvato são situações onde se pode gerar uma desalinhamento pélvico. O mesmo raciocínio se aplica ao enrolamento de tronco. Santos (2001) aponta que o enrolamento do tronco pode ser uma alteração postural conseqüente de uma escoliose dorsal não equilibrada por uma curvatura lombar, quando então a rotação vertebral provoca o recuo de ombro e membro superior homolaterais e avanço de ombro e membro superior contralaterais. No entanto, o mesmo autor, também cita, que este tipo de desvio postural vem em conseqüência de uma tensão de músculos peitorais, criando um quadro de 37 enrolamento do tronco. É uma situação comum em estudantes que carregam muito peso sobre os ombros (mochila) ou passam muitas horas escrevendo em posição de tronco torcionado anteriorizando a mão dominante. Zuffo (2006), fala que a admissão da posição sentada por longos períodos leva a uma flacidez da musculatura abdominal e ao desenvolvimento da cifose torácica significativa, além da grande possibilidade de encurtamento da cadeia posterior. Delgado (2003) relata um estudo que objetiva avaliar a prática do ballet clássico e sua influência sobre o padrão postural, onde se concluiu que a prática desta atividade está relacionada às alterações posturais, determinando um padrão postural característico, ou seja, às alterações nos padrões posturais estão diretamente ligadas ao estilo de vida e a prática de atividades que o indivíduo realiza. Seguindo nesse contexto, durante o desenvolvimento das atividades lúdicas, seria interessante sempre diversificar os posicionamentos das crianças, a fim de evitar permanecerem em uma determinada posição por longos períodos. É de extrema importância, também, não esquecer que este trabalho não tem o intuito de elaborar uma proposta de atividades de caráter generalizado. Embora tenha sido feito um perfil de alterações posturais para um determinado número de alunos, as atividades serão abordadas considerando, é óbvio, a individualidade dos mesmos. Portanto, posicionar a criança nas atividades de acordo com o desvio postural que ela venha a apresentar, irá contribuir bastante para a não evolução dos desalinhamentos. 38 PROPOSTA Crianças com calcâneo valgo, pé plano não devem ser orientadas a realizar atividades com carga axial sobre os membros inferiores para não aumentar o desabamento do arco longitudinal do pé e a obliqüidade do tendão calcâneo pré-existente. Mas sim incentivadas a realizar atividades lúdicas, usando bolas, bastões, que facilitem a pisada com o bordo lateral do pé, solicitando assim a musculatura inversora do tornozelo, diminuindo a obliqüidade do tendão calcâneo e amenizando o desabamento do arco plantar. Incentivar a pisada com a parte de fora do pé não só ajuda nos desvios dos pés como facilita o realinhamento normal do joelho. De acordo com Tachdijian (1990) o joelho valgo é um desvio postural normal até quatro anos de idade. Dos quatro aos dez anos os joelhos realinham-se, sendo influenciado pelas atividades realizadas por essa criança. Portanto é importante a realização de movimentos que ajudem nesse realinhamento como caminhar sobre uma linha retilínea no chão ou realizar marcha cruzada adaptando a pisada da criança. Inclinação pélvica em crianças está cada vez mais sendo encontradas. Logo essas crianças devem evitar movimentos de flexão lateral do tronco para o lado contralateral da inclinação, como exercícios de “Virar Estrela” em que as crianças iniciam o movimento lateralmente, ficam de cabeça para baixo com os braços apoiados no chão, pernas para o ar, minimizando assim os riscos de acentuar este desalinhamento. Jogos recreativos que ajudem a manter a postura ereta, como jogos de equilibrar um objeto sobre a cabeça sem o deixar cair, são interessantes para conscientização da postura alinhada, especialmente para posição da cabeça e da pelve. Os músculos peitorais realizam principalmente adução, adução horizontal de ombro, estabiliza a escápula puxando-a para baixo e inferiormente contra a parede torácica. 39 Partindo do pressuposto que os músculos peitorais tensionados causam o enrolamento de tronco e de ombros, pensou-se em atividades que as crianças realizassem abdução horizontal dos ombros, o que proporcionaria a expansão da caixa torácica e retração das escápulas, estirando os músculos peitorais, facilitando assim o padrão contrário do desvio. Como exemplo um jogo em que as crianças estejam dispostas uma a frente da outra, em duas filas indianas. Começaria a brincadeira com a primeira criança de cada fila passando uma bola por cima de sua cabeça, realizando uma flexão completa de ombro e estendendo um pouco a coluna, para a criança que estivesse posicionada atrás na fila, e assim sucessivamente. A fila que conseguisse chegar com a bola primeiro para o último da fila ganharia a prova. Além do enrolamento de tronco, os músculos peitorais tensionados causam outro desalinhamento importante, que é o descolamento do ângulo inferior da escápula. Atividades nas quais crianças estejam dispostas lado a lado com apoio dos braços estendidos em bancos ou cadeiras, calcanhares no chão, poderiam evitar o agravamento deste descolamento de escápula. A brincadeira seria de uma criança jogar uma bola por sob os quadris das outras crianças enfileiradas, momento em que essas deveriam empurrar-se com as mãos sobre o banco, de tal modo a elevar o tronco mantendo-o em alinhamento axial, para dar espaço para bola passar por baixo. No caso da bola tocar em alguma das crianças significa que ela não elevou tronco o suficiente para bola passar devendo então se retirar da brincadeira. Pelo fato do descolamento ser causado pela retração do peitoral menor e fraqueza do trapézio inferior, este último é praticamente a única força de depressão tônica da escápula. Na atividade descrita ocorre um alongamento do peitoral menor e um fortalecimento do trapézio inferior favorecendo assim, a fixação do ângulo inferior da escápula na caixa torácica. 40 Com uma cintura escapular organizada é mais fácil alinhar a cabeça, assim como se a cintura escapular desalinhar, a cabeça desalinhará conjuntamente. Rotações e inclinações são desvios comumente encontrados na região cervical, sendo o senso de centralidade da cabeça para essa criança o melhor recurso para prevenir e minimizar esses desvios. Outra região do corpo que deverá ser trabalhada é a cadeia posterior, a qual conecta toda a superfície posterior do corpo, da planta dos pés ao topo de cabeça. Tem a função postural de dar apoio ao corpo em extensão completa, para prevenir a tendência de se curvar em flexão. Com exceção da flexão de joelho e da flexão plantar no tornozelo, a principal função da cadeia posterior é proporcionar a extensão e hiperextensão (MYERS, 2003). Então, se pode esperar que uma criança com a cadeia posterior encurtada tenha o corpo em extensão, alterações das curvaturas da coluna, joelhos flexos ou recurvatos, alterações do arco plantar dentre outras. Inúmeras atividades podem ser utilizadas como forma de incentivar o ganho de extensibilidade desta cadeia. Nesta proposta duas atividades foram elaboradas sendo a primeira realizada por crianças dispostas em duplas, sentadas no chão ou em um banco, uma de frente para a outra, apoiando os pés reciprocamente, pernas levemente abduzidas e de mãos dadas, posição esta que mantém a cadeia posterior em leve tração. A brincadeira se caracteriza por um movimento de “vai-vem” em que uma criança empurra o corpo para trás enquanto a outra é tracionada para frente e vice-versa, de modo que as duas crianças experimentem a sensação de alongamento da cadeia posterior pelo movimento realizado. O caráter lúdico pode ser acrescentado pelo enfileiramento de várias duplas de crianças para trabalhar a sincronia do movimento de “vai-vem”. O objetivo seria coordenar as ações, 41 promover interatividade e prazer, enquanto se contribui para o alongamento da cadeia posterior. Na segunda atividade, pede-se que as crianças permaneçam na posição de quatro apoios, alinhadas lado a lado. Ao comando do professor, as crianças deverão erguer seus corpos, tirar o joelho do chão tendo apenas como apoio as palmas das mãos e as plantas dos pés, formando agora um túnel com seus próprios corpos. Nesse momento, para manter seus corpos erguidos e apoiados, as crianças assumem uma posição de alongamento da cadeia posterior, pelo fato de manterem o calcanhar no chão. Dando seqüência ao exercício, o professor, ou uma das crianças, deverá jogar uma bola com a intenção do implemento atravessar toda a extensão do túnel e chegar a um outro companheiro que estará esperando na outra extremidade. Essas são algumas atividades que podem ser trabalhadas com crianças que se enquadrem no perfil postural encontrado nesta pesquisa. É importante ressaltar que após a elaboração das atividades lúdicas com exercícios específicos para cada desvio postural, observou-se que a aplicação de cada exercício terá abordagem global ao indivíduo, ou seja, além da região do corpo específica a ser trabalhada, outras partes do corpo com desalinhamento serão beneficiadas pela aplicação da atividade. 42 5. CONCLUSÃO De acordo com os resultados desta pesquisa, bem como com a literatura utilizada, é muito improvável que se encontre um indivíduo que não possua sequer um desalinhamento postural. Dentre os desvios encontrados, os mais prevalentes foram: inclinação da cabeça, enrolamento de tronco, báscula interna da escápula, descolamento do bordo inferior da escápula, inclinação da pelve, joelhos valgos, calcâneo valgo e encurtamento da cadeia posterior. A proposta de atividades foi elaborada levando em consideração esses desvios, ou seja, o perfil postural da amostra avaliada. A aplicação da proposta foi importante pelo fato de atuar não somente sobre a alteração postural específica à atividade, e sim, por ter influência benéfica a outros problemas, contribuindo para a prevenção, a não evolução de outros desvios e/ou para o reequilíbrio postural de cada indivíduo. Além disso, a proposta de atividades citada neste estudo, mostrou-se viável porque seu desenvolvimento resguarda o contexto lúdico, apresentando um bom nível de aceitação aos exercícios nela oferecidos. 43 6. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA AYRES M.; AYRES Jr.; AYRES D. L.; SANTOS A. A. S. Bioestat Versão 4.0. Sociedade Civil Mamirauá, MCT – CNPq. Belém, Pará, Brasil, 2005. BARBOSA, L. G.; VIDAL, M. C. R.; TAMBELLINI, A. T. A. Postura sentada e a motricidade humana no contexto da criança escolar: a mochila não é a única responsável pelos problemas posturais. 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Essa avaliação acontecerá dentro das instalações da escola da criança, num local adequado, como uma sala, onde a criança terá que ficar de short, se menino, e de top e short, se menina; acontecerá na presença de uma testemunha, que pode ser um familiar da criança ou um funcionário da escola para acompanhar os procedimentos do exame e dar mais segurança a criança evitando assim constrangimentos. Após verificar a incidência dos desvios posturais, identificar as alterações posturais mais freqüentes, será traçado um perfil de problemas posturais mais freqüentes em crianças de 6 a 10 anos. Com base nesse perfil será proposto um programa de atividade lúdica mecanicamente adequada ao perfil postural desse grupo de escolares. Os autores pedem permissão e autorização a você, para que seu filho(a) participe da pesquisa, por ele fazer parte da amostra selecionada. Assim sendo os autores comprometem-se a manter as informações colhidas neste trabalho em sigilo absoluto, preservando o nome, imagem e quaisquer dados que direta ou indiretamente possam identificá-lo; apenas os autores deste estudo poderão ter acesso direto aos dados gerados da avaliação. Informa-se também que a participação do seu filho(a) no projeto depende, sobretudo, de sua livre escolha, sem que para isso seja oferecido a você qualquer forma de compensação financeira, ou despesas para você pela participação da criança. Por parte dos responsáveis da pesquisa ou instituição envolvida, também lhe é garantida a retirada deste consentimento em qualquer fase do trabalho, se assim o achar necessário. A pesquisadora responsável (Professora Especialista Mônica Cardoso Cruz), e os investigadores (Acadêmicos de Fisioterapia da Universidade Amazônia: Samyr Adson Ferreira Quebra e Victor da Silva Aquino), estarão a sua disposição para esclarecer qualquer dúvida que venha surgir. Os autores agradecem desde já a sua atenção e colaboração dada para a realização desta pesquisa que muito irá contribuir para manutenção da saúde de seus filhos. CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Estou ciente que: I. A participação neste projeto não tem objetivo de submeter meu filho(a) a um tratamento, bem como não acarretará qualquer ônus pecuniário com relação aos procedimentos médico-clínico-terapêuticos efetuados com o estudo; II. Tenho a liberdade de desistir ou de interromper a colaboração neste estudo no momento em que desejar, sem necessidade de qualquer explicação; III. A desistência não causará nenhum prejuízo a saúde ou bem estar físico do meu filho(a). Concordo que os resultados obtidos durante este ensaio sejam divulgados em publicações IV. científicas, desde que os dados pessoais de meu filho(a) não sejam mencionados; V. Poderei pessoalmente tomar conhecimento dos resultados, ao final desta pesquisa 46 ( ) Desejo conhecer os resultados desta pesquisa. ( ) Não desejo conhecer os resultados desta pesquisa. Eu, ( inserir o nome, profissão, residente e domiciliado na .............................................................., portador da Cédula de identidade, RG ............................. , e inscrito no CPF/MF...................... nascido(a) em _____ / _____ /_______ , abaixo assinado(a), concordo de livre e espontânea vontade em autorizar a participação do meu filho(a)............................ como voluntário(a) do estudo “Proposta de Atividade Lúdica para Escolares com Desvios Posturais”. Declaro que obtive todas as informações necessárias, bem como todos os eventuais esclarecimentos quanto às dúvidas por mim apresentadas. Belém, de de 2007 ( ) Paciente / ( ) Responsável ................................................................................................... Testemunha 1 : _______________________________________________ Nome / RG / Telefone Testemunha 2 : ___________________________________________________ Nome / RG / Telefone ______________________________ Victor da Silva Aquino Investigador End.:Rua Cesário Alvim 604 Bloco C1 Apto 101 Fone: (91) 3222-2975 _______________________________ Samyr Adson Ferreira Quebra Investigador End.: Trav. Enéas Pinheiro, Condomínio Embrapa Rua Jarí 2C. Fone: (91) 8191-0191 ___________________________ Prof.Esp. Mônica Cardoso Cruz Pesquisador Responsável Av Visconde de Inhaúma,1370. Fone: (91) 3277-1362 Reg. Conselho:CREFITO 21070-f 47 ANEXO 2 FICHA DE AVALIAÇÃO POSTURAL Nome: Nome do Responsável: Data de Nascimento: Data da Avaliação: Série: Avaliador: Marque D para lado direito, E para lado esquerdo, ou D/E para ambos os lados. TESTE DIAGNÓSTICO Equilíbrio Frontal Pélvico Caída à ( ) Equilíbrio Sagital Pélvico Anteversão ( ) Retroversão( ) Equilíbrio Horizontal EIAS ( ) à frente Gibosidades Torácica( ) Toraco-Lombar( )Lombar( ) Caída MMSS Plano Sagital 1/3 médio coxa( )1/3 anterior ( )Entre 1/3 anterior e região ant.( ) Defronte da Coxa( ) Caída MMSS Plano Frontal ( )+caudal ( )> antebraço em contato c tronco Perfil da Cintura Frontal ( )Ângulo + fechado Clavícula ( ) + Inclinada Altura das Escápulas ( ) + Alta Báscula das Escápulas Báscula Externa( ) Báscula Interna( ) Descolamento das Escápulas Bordo Inferior ( ) Todo bordo interno( ) Cervical Frontal Inclinada à( ) Rotação à ( ) Cervical Sagital Orelha ( ) pouco anterior.Orelha ( )muito anterior Joelhos Frontal Varo ( ) Valgo ( ) Joelhos Sagital >180° Flexo( ) <170° Recurvatum( ) Rotação Externa da Tíbia Côndilo Femoral( )+ visível Forma do Bordo Interno Pé Convexidade ( ) Concavidade ( ) Saliências do Bordo Interno Sustetaculum Tali ( )Tub. Escafóide ( ) Cab 1º meta( ) Saliências do Bordo Externo Cabeça 5º meta.( ) Tubérculo 5º meta. ( ) Tendão Calcâneo Calcâneo Valgo( ) Calcâneo Varo( ) NORMAL CADEIA POSTERIOR Ângulo Tibiotársico 90° ( ) >90°( ) <90°( ) 48 Joelhos Flexos ( ) Hiperextendidos( ) Ângulo Coxofemoral 90° ( ) >90°( ) <90°( ) Cuvette Lombosacral Presente ( ) Ausente ( ) Retificações Vertebrais Torácica ( )Toraco-Lombar( ) Lombar( ) Posição Cervical Retraída com dor ( ) Retraída sem dor ( ) Distância mão-chão ( )cm do chão/ Toca: as pontas dos dedos( ) o dorso dos dedos( ) Palma da mão ( ) 49