EXERCÍCIOS DE REVISÃO RECUPERAÇÃO 1º SEMESTRE Nome: Nº 2º ano / Ensino Médio Data: Turma: Disciplina(s): LITERATURA Professor(a): Milene Ribeiro 1. Associe os movimentos literários aos seus respectivos exemplos. (1) Barroco (2) Arcadismo ( ) "Pequei, Senhor, mas não porque hei pecado Da vossa Alta piedade me despido Porque quanto mais tenho delinqüido Vos tenho a perdoar mais empenhado." ( ) "Em lugar delicioso e triste, Cansada de viver, tinha escolhido Para morrer a mísera Lindóia. Lá reclinada, como que dormia, Na branda relva e nas mimosas flores, ..." ( ) "Nasce o sol, e não dura mais que um dia, Depois da luz se segue a noite escura, Em tristes sombras nasce a formosura, Em contínuas tristezas, a alegria." ( ) "Ah! minha Bela, se a Fortuna volta, Se o bem, que já perdi, alcanço e provo; Por essas brancas mãos, por essas faces Te juro renascer um homem novo Amar no céu a Jove e a ti na terra." ( ) "Neste mundo é mais rico, o que mais rapa: Quem mais limpo se faz, tem mais carepa: Com sua língua ao nobre o vil decepa: O Velhaco maior sempre tem capa. " A seqüência encontrada foi a) 1, 2, 1, 2, 1 b) 1, 1, 2, 1, 2 c) 1, 2, 1, 2, 2 d) 2, 2, 1, 1, 2 Leia o poema de Bocage para responder às questões. Olha, Marília, as flautas dos pastores Que bem que soam, como estão cadentes! Olha o Tejo a sorrir-se! Olha, não sentes Os Zéfiros brincar por entre flores? Nota: Vê como ali, beijando-se, os Amores Incitam nossos ósculos ardentes! Ei-las de planta em planta as inocentes, As vagas borboletas de mil cores. Naquele arbusto o rouxinol suspira, Ora nas folhas a abelhinha pára, Ora nos ares, sussurrando, gira: Que alegre campo! Que manhã tão clara! Mas ah! Tudo o que vês, se eu te não vira, Mais tristeza que a morte me causara. 2. A descrição que o eu-lírico faz do ambiente é uma forma de mostrar à amada que o amor a) acaba quando a morte chega. b) tem pouca relação com a natureza. c) deve ser idealizado, mas não realizado. d) traz as tristezas e a morte. e) é inspirado por tudo o que os rodeia. 3. O emprego de "Mas", na última estrofe do poema, permite entender que a) todo o belo cenário só tem tais qualidades se a mulher amada fizer parte dele. b) a ausência da mulher amada pode levar o eu-lírico à morte. c) a morte é uma forma de o eu-lírico deixar de sofrer pela mulher amada. d) a mulher amada morreu e, por essa razão, o eu-lírico sofre. e) o eu-lírico sofre toda manhã pela ausência da mulher amada. 4. Leia os versos e analise as considerações sobre as formas verbais neles destacadas. I. "OLHA, Marília, as flautas dos pastores..." - Como o eu-lírico faz um convite à audição das flautas dos pastores, poderia ser empregada a forma OUÇA, no lugar de OLHA. II. "VÊ como ali, beijando-se, os Amores..." - A forma verbal, no imperativo, expressa um convite do eu-lírico para que a amada se delicie, junto a ele, com o belo cenário. III. "Mas ah! Tudo o que VÊS..." - A forma verbal, também no imperativo, sugere que, neste ponto do poema, a amada já viu tudo o que o seu amado lhe mostrou. Está correto o que se afirma apenas em a) I. b) II. c) III. d) I e II. e) I e III. 5. O soneto de Bocage é uma obra do Arcadismo português, que apresenta, dentre suas características, o bucolismo e a valorização da cultura greco-romana, que estão exemplificados, respectivamente, em a) Tudo o que vês, se eu te não vira/Olha, Marília, as flautas dos pastores. b) Ei-las de planta em planta as inocentes/Naquele arbusto o rouxinol suspira. c) Mais tristeza que a morte me causara./Olha o Tejo a sorrir-se! Olha, não sentes. d) Que alegre campo! Que manhã tão clara!/Vê como ali, beijando-se, os Amores. Texto de Vinicius de Moraes para a questão 6. DESDE SEMPRE (Vinícius de Moraes) Na minha frente, no cinema escuro e silencioso Eu vejo as imagens musicalmente rítmicas Narrando a beleza suave de um drama de amor. Atrás de mim, no cinema escuro e silencioso Ouço vozes surdas, viciadas Vivendo a miséria de uma comédia de carne. Cada beijo longo e casto do drama Corresponde a cada beijo ruidoso e sensual da [comédia Minha alma recolhe a carícia de um E a minha carne a brutalidade do outro. Eu me angustio. Desespera-me não me perder da comédia [ridícula e falsa Para me integrar definitivamente no drama. Sinto a minha carne curiosa prendendo-me às [palavras implorantes Que ambos se trocam na agitação do sexo Tento fugir para a imagem pura e melodiosa Mas ouço terrivelmente tudo Sem poder tapar os ouvidos. Num impulso fujo, vou para longe do casal [impudico Para somente poder ver a imagem. Mas é tarde. Olho o drama sem mais penetrar-lhe [a beleza Minha imaginação cria o fim da comédia que é [sempre o mesmo fim E me penetra a alma uma tristeza infinita Como se para mim tudo tivesse morrido. 6. Autores e obras de um determinado período podem apresentar - nos níveis da forma ou do conteúdo padrões estéticos e ideológicos caracterizadores de um outro momento histórico. Partindo de tal afirmação, pode-se dizer que o texto, embora escrito por um poeta do século XX, apresenta um conflito tipicamente barroco. Descreva esse conflito com base em elementos extraídos do texto. ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________ Leia o soneto abaixo para responder à questão 7. VÁRIOS EFEITOS DO AMOR Desmaiar-se, atrever-se, estar furioso, áspero, terno, liberal, esquivo, alentado, mortal, defunto, vivo, leal, traidor, covarde, animoso; não achar fora do seu bem repouso, mostrar-se alegre, triste, humilde, altivo, anojado, valente, fugitivo, satisfeito, ofendido, receoso; virar o rosto ao claro desengano, beber veneno por licor suave, olvidar o proveito, amar o dano, acreditar que o Céu num inferno cabe e dar a vida e a alma a um desengano, é isto o amor, quem o provou bem sabe. VEGA, Lope de. "Vários efeitos do amor". Apud: OLIVEIRA, Clenir Bellezi de. Arte Literária. São Paulo: Moderna, 1999. p. 89. 7. No poema, estão presentes os seguintes traços da estética barroca, EXCETO: a) cultismo, jogo de imagens. b) hipérbato, inversão sintática. c) hipérbole, sentido do excesso. d) conceptismo, jogo de conceitos. Leia o trecho a seguir para responder à questão 8. Por isto são maus ouvintes os de entendimentos agudos. Mas os de vontades endurecidas ainda são piores, porque um entendimento agudo pode-se ferir pelos mesmos fios e vencer-se uma agudeza com outra maior; mas contra vontades endurecidas nenhuma coisa aproveita a agudeza, antes dana mais, porque quando as setas são mais agudas, tanto mais facilmente se despontam na pedra. Oh! Deus nos livre de vontades endurecidas, que ainda são piores que as pedras. ("Sermão da Sexagésima", de Pe. Antônio Vieira.) 8. Pelo trecho reproduzido, pode-se concluir que o Sermão da Sexagésima trata da a) problemática da pregação religiosa, considerando as figuras dos pregadores e dos fiéis. b) necessidade do engajamento dos fiéis nas batalhas contra os holandeses. c) perseguição sofrida pelo pregador em função de apoio que emprestava a índios e negros. d) exortação que o pregador fazia em favor de seu projeto de criar a Campanha das Índias Ocidentais. e) condenação aos governantes locais que desobedeciam os princípios do mercantilismo seiscentista. Leia o seguinte soneto de Gregório de Matos. Largo em sentir, em respirar sucinto, Peno, e calo, tão fino, e tão lento, Que fazendo disfarce do tormento, Mostro que o não padeço, e sei que o sinto. O mal, que fora encubro, ou me desminto, Dentro no coração é que o sustento: Com que, para penar é sentimento, Para não se entender, é labirinto. Ninguém sufoca a voz nos seus retiros; Da tempestade é o estrondo efeito: Lá tem ecos a terra, o mar suspiros. Mas oh do meu segredo alto conceito! Pois não chegam a vir à boca os tiros Dos combates que vão dentro no peito. Considere as seguintes afirmações. I - O poema é um exemplo da poesia satírica de Gregório de Matos, a qual lhe valeu a alcunha de "Boca do Inferno", por escarnecer de pessoas, situações e costumes de seu tempo. II - Na segunda estrofe, o poema expressa a oposição entre essência e aparência, sustentando que o sofrimento é ocultado aos olhos do mundo. III - Segundo as duas últimas estrofes do poema, a opção pelo silêncio com relação à dor e às angústias internas contrapõe-se aos ruídos da natureza. 9. Quais estão corretas? a) Apenas I. b) Apenas II. c) Apenas I e II. d) Apenas II e III. e) I, II e III. 10. Quanto ao período Barroco e seus representantes na literatura colonial brasileira, é correto afirmar que a) os sermões de Antônio Vieira apresentam uma retórica complexa pela exuberância de imagens e pelos postulados morais e religiosos. b) a obra de Gregório de Matos se distingue pela sua unidade temática, expressa por um tom satírico. c) a poesia irreverente de Gregório de Matos satiriza diferentes tipos sociais, exceção feita aos representantes da Igreja. d) o predomínio dos valores transcendentais, motivados pela Reforma, marca o estilo barroco da obra de Vieira. e) Gregório de Matos se ateve ao uso da língua culta da Metrópole, ao contrário de Vieira, que utilizou termos indígenas, africanos e populares. Canto IX - I Juca Pirama O guerreiro parou, caiu nos braços Do velho pai, que o cinge contra o peito, Com lágrimas de júbilo bradando: "Este, sim, que é meu filho muito amado! E pois que o acho enfim, qual sempre o tive, Corram livres as lágrimas que choro, Estas lágrimas, sim, que não desonram". (Gonçalves Dias. "Poesias Americanas") 11. Com relação à obra indianista de Gonçalves Dias, e sobre este poema em particular, assinale o que for correto. (01) O herói do poema não é apenas um índio tupi: representa todos os índios brasileiros ou ainda todos os brasileiros, uma vez que o índio foi durante o Romantismo o representante de nossa nacionalidade. (02) O poeta, ao pôr em discussão profundos valores e sentimentos humanos, como a bondade filial e a honra, supera os limites da abordagem puramente indianista e ganha universalidade. (04) O deslumbramento sem vulgaridade do herói indígena traduz a poesia do poeta, malabarista de ritmos nos sentimentos de heroísmo, dignidade, generosidade, bravura, maldição e tradição. (08) Quanto aos aspectos formais, em "I-Juca-Pirama" Gonçalves Dias variou a métrica de trecho em trecho. Teoricamente, o poeta teria desprezado a metrificação. No entanto, do ponto de vista expressivo, a variação métrica utilizada produz a iconicidade sonora do texto, construindo plasticamente o poema como um significante rítmico do ritual narrado. (16) I Juca Pirama significa "aquele que é digno de ser morto"; o poema conta a história de um guerreiro tupi, aprisionado pelos Timbiras, que vai morrer em um festim canibal. NOTÍCIA DA ATUAL LITERATURA BRASILEIRA - INSTINTO DE NACIONALIDADE Quem examina a atual literatura brasileira reconhece-lhe logo, como primeiro traço, certo instinto de nacionalidade. Poesia, romance, todas as formas literárias do pensamento buscam vestir-se com as cores do país, e não há negar que semelhante preocupação é sintoma de vitalidade e abono de futuro. As tradições de Gonçalves Dias, Porto Alegre e Magalhães são assim continuadas pela geração já feita e pela que ainda agora madruga, como aqueles continuaram as de José Basílio da Gama e Santa Rita Durão. Escusado é dizer a vantagem deste universal acordo. Interrogando a vida brasileira e a natureza americana, prosadores e poetas acharão ali farto manancial de inspiração e irão dando fisionomia própria ao pensamento nacional. Esta outra independência não tem Sete de Setembro nem campo de Ipiranga; não se fará num dia, mas pausadamente, para sair mais duradoura; não será obra de uma geração nem duas; muitos trabalharão para ela até perfazê-la de todo. (Machado de Assis, "Crítica". Texto adaptado.) 12. Considere as informações contidas nos itens a seguir. I Basílio da Gama: poesia épica árcade dedicada ao tema indianista. II Gonçalves Dias: poesia lírica romântica de exaltação da natureza nativa. III Santa Rita Durão: poesia épica árcade com resgate de fatos históricos desde o descobrimento do Brasil. IV José de Alencar: romance romântico, com procura da cor local e representação de costumes do interior. As referências de Machado de Assis ao "instinto de nacionalidade" na literatura brasileira aplicam-se a a) todos os itens. b) aos itens I e II apenas. c) aos itens II e III apenas. d) aos itens I, III e IV apenas. e) aos itens II, III e IV apenas. HAPPY END (Cacaso) O meu amor e eu nascemos um para o outro agora só falta quem nos apresente. 13. O texto "Happy end" - cujo título ("final feliz") faz uso de um lugar-comum dos filmes de amor - constróise na relação entre desejo e realidade, e pode ser considerado uma paródia de certo imaginário romântico. Justifique a afirmativa, levando em conta elementos textuais. ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________ "Nova Canção do Exílio" Um sabiá na palmeira, longe. Estas aves cantam um outro canto. O céu cintila sobre flores úmidas. Vozes na mata, e o maior amor. Só, na noite, seria feliz: um sabiá, na palmeira, longe. Onde é tudo belo e fantástico, só, na noite, seria feliz. (Um sabiá, na palmeira, longe.) Ainda um grito de vida e voltar para onde é tudo belo e fantástico: a palmeira, o sabiá, o longe. 14. O poema anterior integra a obra "Rosa do Povo", de Carlos Drummond de Andrade. Deste poema, como um todo, é incorreto afirmar que a) é uma variação do tema da terra natal, espécie de atualização moderna de uma idealização romântica da pátria. b) estabelece uma relação intertextual com a "Canção do Exílio", de Gonçalves Dias, e se mostra como uma espécie de paráfrase. c) evidencia que o poeta se apropriou indevidamente do poema de Gonçalves Dias e manteve os esquemas de métrica e de rima do texto original. d) traduz na palavra "longe", o significado do "lá", lugar do ideal distante, caracterizador de visão de uma pátria idealizada. e) utiliza a imagem do sabiá e da palmeira para sugerir um espaço "onde tudo é belo e fantástico" e, afastado do qual, o poeta se sente em exílio. 15. A memória mítica da infância e a figura idealizada da mulher são temas freqüentes apresentados na poética romântica, a) através de uma postura do eu-poético emocionalmente desligado e distante. b) dentro de uma perspectiva da valorização do poético como algo inatingível. c) por meio de um tom ressentido, com tendência à depreciação do feminino. d) a partir da grandiloquência dos temas universais inspirados na era clássica. 17. A poesia romântica no Brasil tem sua trajetória tradicionalmente dividida em três gerações de poetas. Com base nos principais poetas, suas obras e suas temáticas, assinale verdadeiro (V) ou falso (F) os itens a seguir. ( ) Gonçalves Dias, em "I - Juca Pirama", exalta o índio como símbolo da nacionalidade. ( ) A geração byroniana, impregnada de negativismo, dúvida, desilusão, teve na obra de Castro Alves sua maior representatividade. ( ) Também Gonçalves de Magalhães, com sentimentalismo e religiosidade, fez parte da geração do mal-doséculo. ( ) Álvares de Azevedo e Casimiro de Abreu apresentaram as tensões típicas da segunda geração, o primeiro da forma mais acentuada, o segundo de forma mais amena. ( ) Nas poesias Navio Negreiro, Vozes d'África, Saudação a Palmares, o poeta dos escravos usou um estilo vigoroso em favor do negro oprimido. Leia com atenção o poema abaixo para responder à questão 18. AVES DE ARRIBAÇÃO IV É noite! Treme a lâmpada medrosa Velando a longa noite do poeta... Além, sob as cortinas transparentes Ela dorme... formosa Julieta! Entram pela janela quase aberta Da meia-noite os preguiçosos ventos E a lua beija o seio alvinitente - Flor que abrira das noites aos relentos. O Poeta trabalha!... A fronte pálida Guarda talvez fatídica tristeza... Que importa? A inspiração lhe acende o verso Tendo por musa - o amor e a natureza! E como o cáctus desabrocha o medo Das noites tropicais na mansa calma, A estrofe entreabre a pétala mimosa Perfumada da essência de sua alma. No entanto Ela desperta... num sorriso Ensaia um beijo que perfuma a brisa ... ... A Casta-diva apaga-se nos montes ... Luar de amor! acorda-te, Adalgisa! (ALVES, Castro. OS MELHORES POEMAS DE CASTRO ALVES. Seleção de Lêdo lvo. 4 ed. São Paulo: Global Ed., 1988. p. 78.) 18.Quais as características da lírica romântica - conteúdo e linguagem - presentes na poesia de Castro Alves? Identifique essas características, ilustrando-as com exemplos retirados do poema. ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ Gabarito 1. 2. 3. 4. 5. 6. A E A B D Como no Barroco, o autor mostra o eu-lírico em conflito entre a matéria e o espírito, por exemplo: "a beleza suave de um drama de amor", que repercute em sua alma, e "a miséria de uma comédia de carne", que apela para seus desejos carnais: "minha alma recolhe a carícia de um" / "e a minha carne a brutalidade do outro". 7. C 8. A 9. D 10. A 11. 1 + 2 + 4 + 8 + 16 = 31 12. A 13. Observamos no texto uma ironia destrutiva, característica do discurso paródico. Exemplo: o título do poema de Cacaso e seus dois primeiros versos remetem a um amor idealizado. Mas, o desejo de realização desse amor é quebrado pelo terceiro verso, que traz a idéia de realidade. 14. C 15. B 16. V F F V V 17. Idealização da mulher amada: "Além, sob as cortinas transparentes Ela dorme... formosa Julieta!" Valorização do sentimentos e da natureza: "Tendo por musa - o amor e a natureza