CENTROS DE SAÚDE
Diretora mente
no currículo e
acaba demitida
Diretora de ACES demitida por
falsas declarações no currículo
• Ex-coordenadora
da Divisão dos Assuntos
Jurídicos da Câmara de Esposende havia sido
exonerada por incompetência •Custódia Magalhães
descarta quaisquer responsabilidades
Cina Pereira
[email protected]
A diretora-executiva
do
de
Centros
Agrupamento
de Saúde (ACES) Santo Tir-
so/Trofa foi exonerada
após a denúncia de que tinha falsas declarações no
currículo. Sindicato pede a
demissão da ARS-Norte.
uma carta do presidente da Câmara
Foi
Municipal de Esposende, João Cepa,
eleito pelo PSD, que alertou
a Administração
Regional de
Saúde (ARS) do Norte para o
"lapso" existente no currículo da recém-nomeada diretora-executiva do ACES Grande Porto I. O documento diz
que Custódia Magalhães, 41
da Coanos, vice-presidente
missão Política do PSD de Cabeceiras de Basto e deputada
municipal, foi até este ano
coordenadora da Divisão de
Jurídicos da Autarquia, o que não é verdade.
No currículo, que consta do
despacho de nomeação assinado pelo ministro da Saúde,
Assuntos
Polémica ao rubro nas nomeações para
os
Agrupamentos
de Centros de Saúde
com data de 13 de julho, Cus-
tódia Magalhães
aparece
como coordenadora da DiviJurídicos da
Câmara de Esposende desde
dezembro de 2004 a 2012.
são de Assuntos
Contudo, isso é mentira: foi
exonerada do cargo em
2008, por "incompetência"
e por "faltar demasiado ao
serviço",
tarca,
lê-se na carta do aucom data de 28 de
agosto.
Na missiva, dirigida à ARS Norte - com conhecimento
ao ministro da Saúde e onde
contra a "falta de
respeito" pelo facto de a Autarquia não ter sido previamente informada da decisão
de nomear uma sua funcionária "para um cargo de conse insurge
fiança política" - João Cepa
alerta para esse lapso. E não
deixa de o comentar com iroo Ministénia, "felicitando"
rio da Saúde pela escolha.
"De facto, uma pessoa que
nos últimos quatro anos apresentou mais de 50 atestados
médicos e esteve ausente do
serviço mais de 600 dias tem
perfil adequado para dirigir
umACES", diz.
Alertado pela denúncia, e
perante "inexatidões profissionais consideradas relevantes", o Conselho Diretivo da
ARS - Norte decidiu, anteontem, exonerar Custódia Magalhães do cargo. A ex-dirigente foi ontem informada
o
da decisão e, ao JN, garante
que a vai contestar no prazo
de 10 dias que tem para o fazer. Alega que o lapso não é da
sua responsabilidade.
"Não é isso que está no meu
currículo", diz, garantido que
"há outras inexatidões" no
seu e noutros currículos que
"foram alterados pela ARS".
Quando à denúncia de "faltar
demasiado ao serviço", Custódia Magalhães não sabe
precisar,
mas confirma
que
esteve longos períodos ausente por motivos de saúde,
confirmados por juntas médicas. A Federação Nacional
dos Médicos (FNAM), que
tem criticado
estas nomea-
ções, garante que existem outros casos de títulos académicos usados
abusivamente
nos
currículos. E aponta baterias à
ARS Norte, que verifica as
competências de quem nomeia e não agir com base em
"denúncias". João Rodrigues,
da FNAM, diz que o Conselho
Diretivo da ARS Norte devia demitir-se. E desafia o ministro da Saúde a enviar, desde já, todos os currículos para
a CRESAP.
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